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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ
CAMPUS DE MARECHAL CÂNDIDO RONDON
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO MESTRADO EM AGRONOMIA
TANIA PIRES DA SILVA
DESENVOLVIMENTO VEGETATIVO DE PORTA-ENXERTOS DE VIDEIRA EM
CONDIÇÕES SUBTROPICAIS
Marechal Cândido Rondon
2008
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2
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ
CAMPUS DE MARECHAL CÂNDIDO RONDON
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO MESTRADO EM AGRONOMIA
TANIA PIRES DA SILVA
DESENVOLVIMENTO VEGETATIVO DE PORTA-ENXERTOS DE VIDEIRA EM
CONDIÇÕES SUBTROPICAIS
Dissertação apresentada à Universidade
Estadual do Oeste do Para, como parte das
exigências do Programa de s-Graduação em
Agronomia - vel Mestrado, para obteão do
título de Mestre.
Orientador: Prof. Dr. Rafael Pio
Marechal Cândido Rondon
2008
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3
DEDICATÓRIA
Aos meus pais pelo amor, incentivo, carinho, dedicação e preocupação.
Lembro-me de, quando eu era criança, em que
meu pai estava deitado no sofá e pediu que eu
levasse até ele seus sapatos. Minha resposta foi:
“não!”. Então, ele desconsiderou e pediu pela
segunda vez, e minha resposta foi: “não!”. Então, ele
levantou e “esquentou” meu traseiro. Eu chorei. Ele
chorou. Abraçando-me pediu novamente que lhe
trouxesse seus sapatos. E novamente eu repeti:
“não!”.
4
AGRADECIMENTOS
A Deus, por sempre guiar meus passos e decisões.
Aos meus pais, Arlindo Pires da Silva e Ivete Pires da Silva, e meus irmãos que
apesar da distância física, sempre estiveram ao meu lado, onde quer que eu esteja. Obrigada
pela instrução, ensinamentos, carinho, compreensão, incentivo, apoio.
Ao Professor Dr. Rafael Pio, pela orientação, preocupação, incentivo, ajuda,
acolhimento e principalmente por acreditar em mim. Muito Obrigada!
Ao Prof. Dr. José Renato Stangarlin, pelo ensino, força e incentivo nos momentos
difíceis.
Ao Prof. Dr. Gilberto Costa Braga e a todos os professores do colegiado pela
preocupação e dedicação para o bom desempenho de todos os pós-graduandos.
À Dr
a
. Ariane Bush Salibe, pela co-orientação, participação no projeto e pelo apoio
nos momentos difíceis.
Ao Dr. Odair José Khun, pela ajuda nas análises.
A prof. Cláudio Yuji Tsutsumi.
A todos os professores do curso, pelos conhecimentos transmitidos e amizade.
Aos secretários da pós-graduação, pelo socorro nas horas necessárias.
Ao Prof. Dr. Adilson R. Schuelter, pelo incentivo e ajuda, desde o início da
graduação.
À Universidade Estadual do Oeste do Paraná Unioeste, principalmente aos
funcionários do Núcleo de Estações Experimentais.
A CAPES pelo apoio financeiro, na concessão da bolsa de estudos.
A Fundação Araucária pelo apoio financeiro.
Aos colegas da graduação e de trabalho Tatiane Ohland, Charles, Paulo e Gean, pela
grande ajuda na avaliação do experimento.
Aos meus amigos Idiana Marina Dalastra e Marcelo Angelo Campagnolo, pelo
carinho, amizade, força, incentivo, apoio, dedicação e boa vontade em todos os momentos em
que precisei. E principalmente na execução do experimento. Muito obrigada!
A minha amiga e companheira de apto., Noelle Farias de Aquino, pela amizade,
parceria, companheirismo, preocupação, dedicação e auxílio.
5
Ao meu amigo Josiel P. Nascimento, pela amizade, carinho, apoio e por dar ouvidos
às minhas angústias. E pelas caronas também.
Aos amigos Érica Nasu, Diego Gazola, Maria Suzana Vial, Ricardo Trautmann,
Marta Bianchini, Luciana Yurkiv e Cristiane Meinerz, pela amizade.
Aos demais colegas de pós-graduação pelo companheirismo.
Aos amigos e parentes que me apoiaram nessa trajetória sempre com palavras de
apoio e amizade.
Aos meus familiares de Toledo pela hospitalidade.
É sempre bom chegar ao final de uma etapa e ter a quem agradecer sinal de que
quando precisei de algo havia sempre alguém pronto pra me estender uma mão, muitas vezes
as duas, e, em alguns casos até os braços. A todos vocês muito obrigada.
6
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO...............................................................................................13
2 REVISÃO DA LITERATURA......................................................................15
2.1 HISTÓRICO DA VITICULTURA BRASILEIRA.......................................15
2.2 IMPORTÂNCIA ECONÔMICA DA VITICULTURA................................17
2.3 PORTA-ENXERTOS PARA AS UVAS VINÍFERAS................................20
2.4 PROPAGAÇÃO DA VIDEIRA....................................................................23
2.4.1 Enraizamento de estacas.............................................................................24
2.4.2 Reguladores vegetais...................................................................................26
2.4.3 Estratificação...............................................................................................27
2.4.4 Ácido bórico................................................................................................28
2.4.5 Enxertia.......................................................................................................29
2.5 DOENÇAS.....................................................................................................30
3 MATERIAL E MÉTODOS ...........................................................................33
3.1 EXPERIMENTO I: Enraizamento de estacas do porta-enxerto de videira
‘VR 043-43’ submetidas a estratificação, ácido indolbutírico e ácido
bórico...................................................................................................................33
3.2 EXPERIMENTO II: Avaliação da severidade de doenças foliares e vigor à
campo de 17 porta-enxertos de videira e o desenvolvimento inicial do enxerto
em condições subtropicais...................................................................................34
3.2.1 Avaliação da severidade da antracnose e da ferrugem sobre os porta-
enxertos a campo..................................................................................................37
3.2.2 Avaliação a campo do vigor de 17 porta-enxertos de videira e
desenvolvimento inicial do enxerto em condições subtropicais..........................38
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ...................................................................40
4.1 EXPERIMENTO I: Enraizamento de estacas do porta-enxerto de videira
‘VR 043-43’ submetidas a estratificação, ácido indolbutírico e ácido
bórico...................................................................................................................40
4.2 EXPERIMENTO II: Avaliação da severidade de doenças foliares e vigor a
campo de 17 porta-enxertos de videira e o desenvolvimento inicial do enxerto
em condições subtropicais...................................................................................47
7
4.2.1 Avaliação da severidade da antracnose e ferrugem sobre os porta-enxertos
a campo................................................................................................................47
4.2.2 Avaliação a campo do vigor de 17 porta-enxertos de videira e
desenvolvimento inicial do enxerto em condições subtropicais..........................52
5 CONCLUSÕES...............................................................................................58
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.............................................................59
8
LISTA DE FIGURAS
Figura 1.
Temperaturas médias máximas e mínimas e precipitação acumulada
para os meses de novembro de 2007 a outubro de 2008. Marechal Cândido
Rondon-PR, Unioeste, 2008.................................................................................36
Figura 2.
Massa fresca média do sistema radicular (A), massa fresca média da
parte aérea (B), comprimento radicular (C) e número médio de raízes (D) de
estacas do porta-enxerto ‘VR 043-43’, tratadas com diferentes concentrações de
ácido indolbutírico (AIB) e submetidas à estratificação. Marechal Cândido
Rondon-PR, Unioeste, 2008.................................................................................44
Figura 3.
Massa fresca média do sistema radicular de estacas do porta-enxerto
‘VR 043-43’ tratadas com diferentes concentrações de ácido indolbutírico (AIB)
e do ácido bórico. Marechal Cândido Rondon-PR, Unioeste, 2008....................45
Severidade de antracnose (Elsinoe ampelina) em 15 porta-enxertos de
videira, em condições de campo. Classificação do grau de resistência dos porta-
enxertos: R-resistente, MR-moderamente resistente, MS-moderamente
suscetível e S-suscetível. Marechal Cândido Rondon-PR, Unioeste, 2008. Nota:
1-sem lesão; 2-0,1 a 5%; 3-5,1 a 10%; 4-10,1 a 15%; 5-15,1 a 20; 6-20,1 a 25%;
7-25,1 a 30%; 8-30,1 a 35%; 9-35,1 a 40% e 10 > 40% de área foliar
lesionada..............................................................................................................49
Severidade da ferrugem (Phakopsora euvitis) em 17 porta-enxertos de
videira, em condições de campo. Classificação do grau de resistência dos porta-
enxertos: R-resistente, MR-moderamente resistente, MS-moderamente suscetível
e S-suscetível. Marechal Cândido Rondon-PR, Unioeste, 2008. Nota: 1-sem
lesão; 2-0,1 a 5%; 3-5,1 a 10%; 4-10,1 a 15%; 5-15,1 a 20; 6-20,1 a 25%; 7-25,1
a 30%; 8-30,1 a 35%; 9-35,1 a 40% e 10 > 40% de área foliar lesionada. .........51
9
LISTA DE TABELAS
Tabela 1.
Dados referentes à análise de solo realizada na projeção da copa das
plantas, antes da realização da poda. Análise realizada no Laboratório de
Química Agrícola e Instrumental da Unioeste. Marechal Cândido Rondon-PR,
Unioeste, 2008......................................................................................................35
Tabela
2
.
Resumo da análise de variância para as variáveis biométricas
porcentagem de estacas enraizadas (PEE), comprimento radicular (CR), massa
fresca média da parte aérea (MFPA), massa fresca média do sistema radicular
(MFSR) e número médio de raízes (NMR), de estacas do porta-enxerto de
videira ‘VR 043-43’, em função dos fatores ácido indolbutírico (AIB), boro e
estratificação. Marechal Cândido Rondon-PR, Unioeste, 2008...........................40
Tabela
3
.
Resultados médios das variáveis biométricas porcentagem de estacas
enraizadas (PEE), comprimento radicular (CR), massa fresca média da parte
aérea (MFPA), massa fresca média do sistema radicular (MFSR) e número
médio de raízes (NMR), de estacas do porta-enxerto de videira ‘VR 043-43’, em
função da estratificação, da aplicação de boro e de ácido indolbutírico (AIB).
Marechal Cândido Rondon-PR, Unioeste, 2008..................................................42
Tabela
4
.
Resumo da análise de variância para as variáveis referentes à
incidência foliar de antracnose (Elsinoe ampelina) e ferrugem da videira
(Phakopsora euvitis) em porta-enxertos de videira, em condições de campo
Marechal Cândido Rondon-PR, Unioeste, 2008..................................................47
Tabela 5.
Severidade de antracnose (Elsinoe ampelina) e ferrugem da videira
(Phakopsora euvitis) em porta-enxertos de videira, em condições de campo.
Marechal Cândido Rondon-PR, Unioeste, 2008..................................................48
Tabela
6
.
Resumo da análise de variância para as variáveis biométricas número
total de ramos (NR), diâmetro médio dos ramos (DR), comprimento do maior
10
ramo (CR), massa fresca total média dos ramos (MFR), porcentagem de
pegamento (PP), diâmetro médio do enxerto (DE) e comprimento médio do
enxerto (CE) da variedade ‘BRS Violeta’, em 17 porta-enxertos de videira em
condições subtropicais. Marechal Cândido Rondon-PR, Unioeste, 2008............53
Tabela
7
.
Número total de ramos (NR), diâmetro médio dos ramos (DR),
comprimento do maior ramo (CR) e massa fresca total média dos ramos (MFR)
de 17 porta-enxertos de videira em condições subtropicais, após nove meses do
plantio, previamente à operação de enxertia. Marechal Cândido Rondon-PR,
Unioeste, 2008......................................................................................................55
Tabela
8
.
Porcentagem de pegamento (PP), diâmetro médio do enxerto (DE) e
comprimento médio do enxerto (CE) da variedade ‘BRS Violeta’, em 17 porta-
enxertos de videira em condições subtropicais. Marechal Cândido Rondon-PR,
Unioeste, 2008.....................................................................................................56
11
RESUMO
SILVA, Tania Pires da. DESENVOLVIMENTO VEGETATIVO DE PORTA-ENXERTOS
DE VIDEIRA EM CONDIÇÕES SUBTROPICAIS. 2008. Dissertação (Mestrado em
Agronomia) Universidade Estadual do Oeste do Paraná.
O trabalho teve como objetivo avaliar o desempenho vegetativo de diferentes porta-enxertos
na fase de formação à campo e o desenvolvimento inicial do enxerto, bem como o emprego de
técnicas auxiliares para o incremento do potencial rizogênico de estacas do porta-enxerto ‘VR
043-43’ em condições de viveiro. Estacas caulinares lenhosas de 20 cm comprimento do
porta-enxerto de videira ‘VR 043-43’, estratificadas por 48 h (sob temperatura de 4 ºC) ou não
(ambiente de 25º ± 5 ºC), foram tratadas em solução de ácido indolbutírico (AIB) nas
concentrações de 0, 1.000, 2.000 e 3.000 mg L
-1
, associado ou não com ácido bórico à 150 µg
L
-1
,
por 10 seg. As estacas foram plantadas em saco plástico de polietileno (capacidade de 2,5
L), contendo solo com textura argilosa como substrato e mantidas sob viveiro constituído de
tela de sombreamento de 50% de luminosidade, sendo avaliadas após 120 dias. Em
novembro, mudas oriundas de estacas enraizadas de 17 porta-enxertos de videira (‘SO4’,
‘Teléki 8B’, ‘Harmony’, ‘Golia’, ‘Riparia de Traviú’, ‘Paulsen’, ‘420 A’, ‘99R’, ‘5C’,
‘RR101-14’, ‘Kober 5BB’, ‘Rupestris Du Lot’, ‘IAC 313 Tropical’, IAC 766 Campinas’,
‘IAC 572 Jales’, ‘VR 043-43’ e IAC 571-6 Jundiaí’) foram levadas a campo, em condições
subtropicais (24º33’40” S e 54º04’12” W, altitude de 420 m e clima Cfa Köppen, com
temperatura média máxima anual de 28,5 ºC e mínima de 17,5 ºC). Passados quatro meses,
avaliou-se a severidade da antracnose e ferrugem da videira nas folhas das brotações dos
porta-enxertos e mais cinco meses o vigor dos mesmos (número total de ramos, diâmetro
médio, comprimento do maior ramo e massa fresca total média dos ramos). Em seguida,
realizou-se a enxertia invernal com garfos da videira ‘BRS Violeta’ e avaliou-se após 60 dias
a porcentagem de pegamento, o diâmetro e o comprimento médio do enxerto. Concluiu-se que
a estratificação das estacas não é fundamental para que haja maior eficiência do processo de
enraizamento do porta-enxerto ‘VR 043-43’, devendo as estacas apenas serem tratadas com
3.000 mg L
-1
de AIB, associada ao ácido bórico. Os porta-enxertos ‘IAC 572 Jales’ e ‘IAC
313 Tropical’ foram resistentes à antracnose e à ferrugem. O porta-enxerto ‘IAC 572 Jales’
foi o que promoveu maior desempenho a campo, previamente à operação de enxertia. Os
porta-enxertos SO4’, ‘Harmony’, ‘Paulsen’ e IAC 766 Campinas’ promoveram maior vigor
ao desenvolvimento do enxerto de ‘BRS Violeta’.
Palavras-chave: Produção de mudas, enraizamento, Elsinoe ampelina, Phakopsora euvitis,
desenvolvimento vegetativo, enxertia, ‘BRS Violeta’.
12
ABSTRACT
SILVA, Tania Pires da. VEGETATIVE DEVELOPMENT ROOTSTOCKS GRAPEWINE
IN SUBTROPICAL CONDITIONS. 2008. Dissertação (Mestrado em Agronomia)
Universidade Estadual do Oeste do Paraná.
The aim of the work was to evaluate the phytotechnical performance of different rootstocks in
the formation level on field conditions and the initial development of the graft, as well as the
application of auxiliaries technicians to the root potential increment of the rootstocks cuttings
of ‘VR 043-43’ in nursery conditions. Ligneous cuttings from grapevine ‘VR 043-43’,
measuring 20 cm, were stratified for 48h (under the temperature of 4 ºC), part of the cuttings
were kept under environment temperature (25 ± 5 ºC). All the cuttings were treated with
indolbutyric acid (IBA) in different concentrations of 0, 1.000, 2.000 and 3.000 mgL
-1
,
associated and not associated to boric acid at concentration of 150 µg L
-1
for 10sec. The
cuttings were planted into polyethylene plastic bags (capacity of 2,5L), filled with clay soil.
They were kept in nursery made of shading screen providing 50% of luminosity. The
evaluations occurred 120 days after the experiment deployment. In November, the seedlings
originated from the rooted cuttings of 17 grapevine rootstocks (‘SO4’, ‘Teléki 8B’,
‘Harmony’, ‘Golia’, ‘Riparia de Traviú’, ‘Paulsen’, ‘420 A’, ‘99R’, ‘5C’, ‘RR101-14’, ‘Kober
5BB’, ‘Rupestris Du Lot’, ‘IAC 313 Tropical’, IAC 766 Campinas’, ‘IAC 572 Jales’, ‘VR
043-43’ and IAC 571-6 Jundiaí’) were taken to the field under subtropical conditions
(24º33’40” S and 54º04’12” W, 420 m height and Cfa Köppen climate, with annual maximum
average temperature of 28,5 ºC and minimum of 17,5 ºC). After four months, it was
evaluated the anthracnose and rust severity on the grapevine leaf sprouting from the
rootstocks and more five months of vigor (total branch number, average diameter, biggest
branch length and total leaf area fresh mass). In the sequence, it was performed winter graft
using ‘BRS Violeta’. The evaluated characteristics for this part of the experiment were
percentage of tissue union, diameter and graft average length, which happened after 60 days
of grafting. It was concluded that the stratification of the cutting is not fundamental to
increase the efficiency of the rooting process of the rootstock ‘VR 043-43’. The cuttings
should only be treated with IBA at 3.000 mg L
-1
in association to boric acid. The rootstocks
‘IAC 572 Jales’ and IAC 313 Tropical’ were resistant to the anthracnose and rust. The
rootstock ‘IAC 572 Jales’ was the one that showed greater performance on field, before
grafting. The rootstocks SO4’, ‘Harmony’, ‘Paulsen’ and ‘IAC 766 Campinas’ showed
greater vigor to the development of the graft ‘BRS Violeta’.
Key-words: Seedlings production, rooting, Elsinoe ampelina, Phakopsora euvitis, vegetative
development, grafting, ‘BRS Violeta’.
13
1 INTRODUÇÃO
O cultivo da videira (Vittis spp.) apresenta grande importância no setor econômico,
tanto no plano nacional como no internacional. Países como Itália, França, Espanha e Estados
Unidos possuem destaque na produção de uvas, tanto para mesa quanto para a
industrialização. O Brasil apresenta pequena participação no mercado mundial, sendo apenas
o décimo sexto maior produtor de uvas, o que corresponde a 1,6% da produção mundial.
O estado do Rio Grande do Sul é responsável pela maior produção de uvas no Brasil,
participando com mais de 50% da produção nacional, com maior parte da uva produzida
destinada a indústria, na fabricação de sucos, vinhos e fermentados. O estado do Paraná é o
quinto maior produtor brasileiro (IBGE, 2008). Com parreirais extensivos distribuídos nos
municípios de Marialva, Bandeirantes e Rosário do Ivaí, região Norte do Paraná.
No Oeste do Estado, região tipicamente de clima subtropical, a viticultura foi
introduzida recentemente e ainda se encontra incipiente. No entanto, possui grande potencial
de expansão, como alternativa ao cultivo de grãos. Nesta região, os municípios de Toledo,
Terra Roxa, Quatro Pontes e Marechal Cândido Rondon despontam como produtores de uvas
americanas ou rústicas (Vitis labrusca), para a produção de sucos e fermentados, com alguns
pomares já instalados, mas ainda sem tecnologia gerada e adequada a região.
Na instalação de um parreiral as uvas americanas e híbridas, que possuem maior
rusticidade em comparação as uvas da espécie Vitis vinifera, necessidade do emprego da
enxertia, para aliar fatores benéficos do porta-enxerto à variedade copa, visando incrementos
produtivos e resistência a adversidades climáticas e fitopatológicas.
Um fator de suma importância para o cultivo da videira é o potencial propagativo da
variedade copa e porta-enxerto. Vários fatores podem afetar o enraizamento das estacas dos
porta-enxertos, como fatores internos ou endógenos, principalmente no que tange o potencial
genético de enraizamento da variedade, o balanço hormonal e a oxidação de compostos
fenólicos, além dos fatores externos ou exógenos, como a umidade, o substrato e uso de
fitoreguladores (FACHINELLO et al., 2005).
Considerando que a cultura da videira foi recentemente implantada no Oeste do estado
do Paraná, trabalhos envolvendo a seleção de porta-enxertos, visando aperfeiçoar o
desempenho à campo para variedades copa de interesse comercial para a região, são de
fundamental importância para o desenvolvimento da viticultura comercial local. Além do
14
mais, os resultados obtidos poderão ser utilizados para regiões subtropicais, com condições
climáticas similares.
Neste contexto, o trabalho teve como objetivo avaliar o desempenho fitotécnico de
diferentes porta-enxertos de videira na fase de formação à campo, bem como o emprego de
técnicas auxiliares para o incremento do potencial rizogênico de estacas do porta-enxerto ‘VR
043-43’ em condições de viveiro.
15
2 REVISÃO DE LITERATURA
2.1 HISTÓRICO DA VITICULTURA BRASILEIRA
A família Vitaceae engloba mais de mil espécies de videira, sendo o gênero Vitis o
único de importância econômica. Esse gênero apresenta 108 espécies adaptadas a diferentes
tipos de solo e clima, sendo cultivada em quase todas as partes do mundo, exceto em locais
com temperatura muito baixa sujeita a geadas freqüentes (INGLEZ DE SOUSA &
MARTINS, 2002).
Uma das espécies do gênero de maior importância é espécie Vitis labrusca, de
origem americana, a qual apresenta uma maior rusticidade, conseqüentemente, uma maior
resistência aos problemas fitossanitários e maior facilidade em alguns tratos culturais,
podendo até ser cultivada em sistema franco, ou seja, sem a utilização de porta-enxertos.
Dentre as variedades de maior importância dessa espécie, destaca-se Concord, Isabel, Bordô,
Niágara Rosada e Niágara Branca, variedades comumente utilizadas na produção de uva de
mesa, sucos e fermentados. Entretanto os fermentados produzidos com estas variedades,
erroneamente chamados de vinhos, em geral são fortemente “foxés” ou “foxados”, o que
significa o vinho apresentar um forte aroma da uva, o que prejudica sua qualidade. Assim, são
popularmente conhecidos por vinhos coloniais (POMMER et al., 2003).
A espécie Vitis vinifera, conhecida como uvas européias ou viníferas, não se adaptam
muito bem à regiões onde o clima apresenta excesso de umidade, fato este que facilita a
propagação de doenças fúngicas que incidem sobre as folhas e bagas, onerando a qualidade
das uvas. Dentre as variedades desta espécie, destacam-se Cabernet Sauvignon, Cabernet
Franc, Pinot, Tannat, Merlot, Tempranillo e Malbec. Estas variedades destinam-se mais
freqüentemente na produção de vinhos de qualidade superior na Europa. Variedades como
Itália e suas mutações (‘Rubi’, ‘Brasil’ e ‘Benitaka’) são consumidas como uva de mesa
(consumo ao natural) (PROTAS et al., 2006).
As condições de clima e solo ideais para as videiras são encontradas em regiões
tropicais e subtropicais. No entanto, o melhoramento genético desenvolvido principalmente
para Vitis vinifera, contribuiu para a produção de uva em regiões de clima ameno, onde
atualmente encontra-se a maior área plantada (POMMER et al., 2003).
16
Assim, por se tratar de uma planta frutífera cultivada há séculos, com mercados
consolidados tanto para o consumo ao natural, bem como para o processamento, seu cultivo
encontra-se espalhado por todos os continentes, no entanto, com nítida superioridade dos
países europeus como Itália, França e Espanha. Além destes destacam-se também Estados
Unidos e a Turquia (FAO, 2008).
No Brasil, a videira foi introduzida em 1532 pelos portugueses, especificamente por
Martins Afonso de Souza, sendo o estado de São Paulo o pioneiro no cultivo, com destaque
para o município de São Roque, localizado no entorno da capital paulista. Com o passar do
tempo, a videira foi levada para diferentes pontos do país, não chegando, no entanto, a se
constituir em cultura de importância, em razão, principalmente, da falta de adaptação das
variedades européias às condições ambientais brasileiras. Com o descobrimento do ouro, no
século XVII e em seguida com a expansão de outras culturas como o marmeleiro, primeiro
produto de exportação paulista, a da cana-de-açúcar e do café, a viticultura praticamente
desapareceu durante o século XVIII e parte do século XIX. Entre 1830 e 1840 foram trazidas
para o Brasil as primeiras videiras americanas, de maior resistência às moléstias, e, de
fundamental importância, com características de adaptação ao ambiente brasileiro, onde
prosperaram e, desde então, se expandiram (POMMER & MAIA, 2003).
Atualmente, a uva ocupa a décima quinta posição referente ao valor da produção
agropecuária brasileira entre todos os produtos e terceiro lugar entre as frutas, ficando atrás
somente da laranja e da banana. A videira é cultivada desde o extremo Sul até o Nordeste,
onde os estados do Rio Grande do Sul, São Paulo, Pernambuco, Paraná, Bahia, Santa Catarina
e Minas Gerais destacam-se como os principais produtores de uva. Embora não apareça nas
estatísticas do IBGE, a viticultura está sendo incorporada em vários estados como Mato
Grosso do Sul, Goiás, Espírito Santo e Ceará (IBGE, 2008).
Para as uvas de mesa, pode-se afirmar que nos últimos anos, houve uma relativa
expansão da área cultivada, principalmente em razão da implantação em regiões
tradicionalmente não produtoras de uvas finas, para atender não ao mercado interno, mas
também destinadas à exportação (MELLO, 2006).
O estado do Rio Grande do Sul, principal produtor nacional, contribui com 623.878 t,
enquanto que o estado do Paraná ocupa o quinto lugar em produção (95.357 t). A região Norte
do Estado tem ganhado destaque, principalmente na produção de uvas finas, tipo européia,
para o consumo ao natural. No entanto, outras regiões no Estado têm apresentado um grande
potencial para a produção de uva e fermentados, como a região Oeste, abrangendo cidades
17
como Toledo, Cascavel, Marechal Candido Rondon, Quatro Pontes e Terra Rocha (IBGE,
2008).
2.2 IMPORTÂNCIA ECONÔMICA DA VITICULTURA
A agricultura familiar no Brasil, com seu enorme potencial produtivo, contribui
atualmente na geração de renda e postos de trabalho para as famílias que vivem no campo.
Isso tem tornado um importante mecanismo para o desenvolvimento rural. Inúmeros trabalhos
têm mostrado que, embora as propriedades onde se pratiquem esse tipo de agricultura ocupam
pouco menos de um terço da área total agrícola do país, elas respondem por quase a metade
do valor bruto da produção agropecuária nacional (GUANZIROLLI & CARDIN, 2000).
Na maioria delas predomina o trabalho familiar, havendo a contratação de
trabalhadores temporários na época da colheita dos frutos. Desta forma, a produção familiar
contribui para o sustento da família e gera empregos, proporcionando boas condições de vida
para as pessoas e minimizam o êxodo rural.
A viticultura demanda mão-de-obra intensiva e qualificada, fixando o homem no
campo e na maioria dos casos permite boas condições de vida para uma família que tenha
pequena propriedade (KREUZ et al., 2005).
Assim, a Embrapa Uva e Vinho tem como objetivo institucional viabilizar soluções
para o desenvolvimento sustentável do espaço rural, com foco na vitivinicultura, por meio da
geração, adaptação e transferência de conhecimentos e de tecnologias, em benefício dos
diversos segmentos da sociedade brasileira (CNPUV, 2007).
A fruticultura de clima temperado deixou de ser praticada somente em áreas serranas
no extremo Sul do país, deslocando-se para outras regiões de inverno ameno, principalmente
em condições de clima subtropical, desprovidas de temperaturas hibernais frias, a exemplo de
São Paulo, Minas Gerais e Paraná. O reflexo dessa migração ocasionou a implantação de
inúmeros pomares de frutas de clima temperado em regiões atípicas (BARBOSA et al., 2003).
A fruticultura tem uma perspectiva de mercado e renda muito mais favorável do que
os grãos, por exemplo, tanto no país como no mercado de exportação. Em virtude da
diversidade climática e das novas tecnologias existentes no Brasil, é possível produzir
praticamente o ano inteiro, o que não ocorre nas principais regiões fruticultoras do mundo.
O início da safra das plantas frutíferas de clima temperado em regiões de inverno
ameno ocorre em época antecipada, em relação à dos demais Estados do extremo Sul (Rio
18
Grande do Sul e região serrana de Santa Catarina). Essa precocidade de maturação é
decorrente do clima hibernal mais quente, seguido de temperaturas amenas ao final do
inverno e elevada na primavera. Importante salientar que, depois de completadas as horas de
frio exigidas pelas variedades, suas gemas brotam rapidamente caso haja dias quentes no final
de julho e inicio de agosto. A floração pode ser adiantada ou atrasada, pois cada genótipo
apresenta uma necessidade específica de unidades de frio acumulada para iniciar o processo
de inchamento das gemas (CITADIN et al. 2001; 2003).
As variedades desenvolvidas em São Paulo pelo Instituto Agronômico (IAC), em
mais de 60 anos de pesquisas em melhoramento genético varietal de frutas de clima
temperado, frutos do trabalho iniciado pelo Dr. Orlando Rigitano,
quando dispostas em
regiões de inverno ameno ou até mesmo no eixo subtropical, com diferentes horas de frio
hibernal e de calor ao final do inverno, podem atender o mercado por seis meses a partir de
agosto, devido aos variados ciclos de maturação dos frutos (BARBOSA et al., 1997).
Devido ao pouco frio hibernal em regiões subtropicais, a quebra da dormência das
plantas de clima temperado, como a videira, pode ser de forma antecipada e, desta forma,
antecipa-se conseqüentemente a colheita em relação às áreas temperadas do Rio Grande do
Sul (PIO & CHAGAS, 2008).
A rentabilidade de uvas finas e de até R$ 25 mil por hectare e a de uva rústica até R$
9 mil por hectare. A produção de soja gera um faturamento bruto de R$ 1,8 mil por hectare, o
feijão gera renda de R$ 1,8 mil e o plantio de milho R$ 1,5 mil por hectare (BIANCHINI,
2007). Segundo Kreuz et al. (2005), dentre as frutíferas de clima temperado, a uva é umas das
mais rentáveis para se investir em um hectare, do que aplicar este recurso no mercado
financeiro ao juros de 10% ao ano. Assim, a uva pode trazer bons lucros em pequenas
propriedades, o que não acontece com outras culturas, como as de grãos.
A produção mundial de uva teve um aumento significativo da década de 60 para a
década de 80, onde a produção evoluiu de 42,98 para 66,50 milhões de t. Após esse período, a
produção se estabilizou, conseqüência da combinação entre a redução de área e de produção
nos maiores países produtores e o aumento de produção em países menos tradicionais no
cultivo. Nos últimos cinco anos, a maior produção mundial foi em 2004, atingindo a cifra de
67,09 milhões de t (POMMER & MAIA, 2003; FAO, 2008).
De acordo com Verdi et al. (2005), considerando a disponibilidade de mais de cinco
mil variedades de uva no mundo, os viticultores de um país ou de uma região acabam
especializando-se na produção de apenas uma ou duas variedades. As produções de uva do
19
Brasil ou em determinados Estados seguem a tendência mundial e apresentam uma
especialização regional baseada em poucas variedades.
Essa especialização territorial da produção pode ser explicada por fatores de ordem
agronômica como, por exemplo, a suscetibilidade a doenças, a baixa fertilidade das gemas ou
a necessidade de tratos especiais e por fatores de ordem econômica, como pequena
produtividade, exigência de cuidados onerosos ou ainda simplesmente o que se pode chamar
de adaptação do produtor à variedade (POMMER, 2000).
As variedades de Vitis labrusca e seus híbridos constituem a base da produção de
fermentados (vinhos coloniais) e de suco de uva no Brasil e representam mais de 85% do
volume de uvas industrializadas no país. As principais variedades utilizadas com esta
finalidade são Isabel, Bordô e Concord, entre outras de menor importância. Estas variedades
apresentam uma boa adaptação às condições ambientais encontradas no Sul do Brasil, o que é
confirmado, principalmente, pela elevada capacidade produtiva e baixa susceptibilidade às
principais doenças fúngicas que incidem sobre a videira nesta região (CAMARGO et al.,
2005).
A falta de adaptação das variedades Bordô e Concord a climas quentes, impediu a
expansão do cultivo de uvas para suco em regiões de clima tropical e subtropical do país
(CAMARGO et al., 2008). Estas uvas apresentam certas limitações relacionadas com a baixa
intensidade de cor dos produtos elaborados (‘Isabel’) e com o baixo teor de açúcar da uva
(‘Bordô’ e ‘Concord’) (CAMARGO et al., 2005).
A partir disso, o programa de melhoramento genético de uvas para suco da Embrapa
Uva e Vinho, vem contribuindo para o aprimoramento tecnológico, expansão da produção e
competitividade do suco de uva brasileiro. Visa, sobretudo, a criação de variedades de uva do
tipo rústicas, que apresentem elevada capacidade produtiva e qualidade compatível com as
exigências do mercado de vinhos de mesa e de suco de uva com melhores teores de açúcar,
cor, aroma e sabor, como também, adaptação ao cultivo em regiões temperadas e tropicais do
Brasil (CAMARGO et al., 2005).
Assim, a Embrapa Uva e Vinho lançou recentemente as variedades BRS Cora, BRS
Carmem, BRS Margot e BRS Violeta, estando à disposição do setor vitivinícola brasileiro
como mais uma alternativa para incrementar a qualidade e a competitividade do vinho de
mesa e do suco de uva no Brasil. A maioria destas novas variedades adaptam-se também em
climas quentes e vêm promovendo a expansão da produção de suco de uva para as regiões
tropicais do Brasil (CAMARGO et al., 2008).
20
Dentre estas variedades, destaca-se a cultivar BRS Violeta, recomendada para
elaboração de vinhos tinto de mesa, a qual possui boa adaptação à região Sul, regiões
subtropicais e tropicais do Brasil. Essa variedade foi obtida a partir de cruzamento ‘BRS
Rúbea’ x ‘IAC 1398-21’, realizado na Embrapa Uva e Vinho, em Bento Gonçalves-RS, em
1999 (CAMARGO et al., 2005).
A primeira produção foi obtida em setembro de 2002, quando a planta original foi
selecionada pela produtividade e pela qualidade da uva, destacando-se o sabor, a intensa
coloração e o teor de úcar do mosto. Além da boa produtividade, a qualidade também se
mostrou superior. A variedade alcança de 19 a 21 ºBrix na colheita, enquanto a ‘Bordô’ chega
a 14-15 ºBrix. Outra vantagem é a forte coloração violácea, um dos atributos mais importantes
para variedades de suco de uva (CAMARGO et al., 2005; SOUZA, 2007).
A ‘BRS Violeta’, além de outras vantagens, apresenta bom comportamento em
relação às doenças fúngicas, em especial ao oídio (Uncinula necator), à antracnose (Elsinoe
ampelina), à requeima (agente não identificado) e às podridões do cacho, porém, pode ser
susceptível ao míldio (Plasmopara viticola) (CAMARGO et al., 2005).
2.3 PORTA-ENXERTOS PARA AS UVAS VINÍFERAS
Dentre as condições fundamentais de um bom porta-enxerto exigidas na viticultura,
incluem-se a resistência a filoxera e nematóides, boa adaptação ao meio ambiente, facilidade
de propagação, afinidade satisfatória com as variedades copa, sanidade e desenvolvimento, de
acordo com o destino final da produção e a qualidade organoléptica das bagas (SANTOS
NETO, 1973; HIDALGO, 1993).
O porta-enxerto interfere diretamente no crescimento vegetativo, na produção e na
qualidade dos cachos da videira, sofrendo grande interferência edafoclimática e responde
diferentemente de acordo com a copa sobre ele enxertada (HARTMANN et al., 2002;
POMMER et al., 2003).
Considerando-se a ampla difusão de áreas cultivadas em regiões que apresentam
variabilidade de condições de clima e solo, bem como a possível utilização de variedades que
apresentem diferentes níveis de afinidade, é recomendável a utilização de diferentes porta-
enxertos que possam atender às finalidades da diversificação (BARROS et al., 1996).
A busca de novos porta-enxertos passou, então, a ser preocupação dos pesquisadores
das diversas instituições, principalmente do Instituto Agronômico (IAC) (POMMER et al.,
21
1997). O IAC foi o precursor no desenvolvimento de diversos porta-enxertos para regiões
subtropicais e tropicais, entre os quais se destacam o IAC 313 Tropical’, ‘IAC 571-6
Jundiaí’, ‘IAC 572 Jales’ e ‘IAC 766 Campinas’, presentes nas diversas regiões produtoras de
uva, por suas excepcionais qualidades, tanto de vigor como de adaptabilidade, graças aos
trabalhos de melhoramento genético iniciados por Júlio Seabra Inglez de Sousa e José Ribeiro
de Almeida Santos Neto (POMMER, 2000).
No passado, buscava-se porta-enxertos que propiciassem maior tamanho de copa e,
desta forma, maior produção. O surgimento das novas tendências da fruticultura moderna,
incluindo os plantios adensados, trouxe novos conceitos, acarretando na busca de porta-
enxertos que propiciem menor tamanho de copa (ananicantes) e com alta eficiência produtiva
em relação ao volume da mesma (CARLOS et al., 1997). Atualmente, vários porta-enxertos
estão disponíveis aos produtores, entretanto, cada um deles apresenta suas vantagens e
deficiências (POMMER et al., 2003).
Dentre os porta-enxertos disponíveis mais utilizados e suas respectivas características
pode-se citar, segundo Olmo (1986), Soria et al. (1994), Torregrosa & Lopez (1996), Pommer
et al. (1997), Kellow et al. (2002) e Schuck (2003):
‘IAC 572 Jales’ - Obtido do cruzamento entre Vitis caribaea e 101-14 Mgt, efetuado
por Santos Neto e lançado ao cultivo em 1970. Apresenta alto vigor, adaptado tanto a solos
argilosos como arenosos, resistentes às principais doenças fúngicas foliares, ótimo
enraizamento e pegamento do enxerto.
‘IAC 313 Tropical’ - Originário do cruzamento do porta-enxerto ‘Golia’ com a espécie
de videira tropical Vitis cinerea, realizado por Santos Neto. Apresenta alto vigor, adaptando-
se bem a diferentes tipos de solos e suas folhas têm boa resistência às moléstias.
‘Riparia de Traviú’ - Híbrido entre Vitis riparia x (Vitis rupestris x Vitis cordifolia),
obtido por Millardet e De Grasset, na França, em 1882, introduzido como Vitis riparia em
Jundiaí-SP. Possui bom desenvolvimento, porém pouco vigoroso, mas com boa adaptação a
solos ácidos.
‘IAC 766 Campinas’ - Obtido pelo cruzamento do porta-enxerto ‘Riparia de Traviú’
com a espécie de videira tropical Vitis caribaea, realizado por Santos Neto, em 1958.
Apresenta alto vigor e boa adaptação às condições edafoclimáticas subtropicais; suas folhas
são bastante resistentes às doenças fúngicas.
‘RR101-14’ - V. riparia x V. rupestris - Porta-enxerto pouco vigoroso e precoce, com
sistema radicular superficial. Está difundido na Serra Gaúcha e foi testado com sucesso em
diferentes regiões do estado do Rio Grande do Sul, como porta-enxerto para a produção de
22
uvas americanas de mesa. Em função da precocidade e do baixo vigor, é indicado
especialmente para uvas destinadas à elaboração de vinhos finos e para a produção de uvas
precoces de mesa.
‘Kober 5BB’ - V. berlandieri x V. riparia - Porta-enxerto de médio vigor, muito
utilizado e difundido pela Cia Vinícola Riograndense para o cultivo de uvas finas para vinho.
Também é muito utilizado para a produção de uvas finas de mesa, como a ‘Itália’ e suas
mutações. Para este fim, foi erroneamente difundido pelas coloniais japonesas produtoras de
uvas de mesa com o nome de ‘420 A’, erro que persiste atualmente.
‘420 A’ - V. berlandieri x V. riparia - É um porta-enxerto pouco vigoroso e de difusão
restrita. Apresenta certa dificuldade de enraizamento, no entanto, tem mostrado bons
resultados práticos no cultivo de ‘Cabernet Sauvignon’. Pode ser uma boa opção para o
cultivo de uvas para a elaboração de vinhos finos.
‘Paulsen’ - V. berlandieri x V. rupestris - Teve grande difusão no Rio Grande do Sul e
em Santa Catarina. É vigoroso, enraIza com facilidade e apresenta bom pegamento na
enxertia. Tem demonstrado boa afinidade geral com as diversas variedades. É o porta-enxerto
mais propagado atualmente na região Sul do Brasil.
‘Teléki 8B’ V. berlandieri x V. rupestris - Apresenta vigor de médio a alto, sendo
bastante difundido na Serra Gaúcha, onde é conhecido pelos viticultores pelo nome “Peludo”,
devido à forte pubescência dos ramos e sarmentos. Apresenta bom vigor e induz a boa
produtividade.
‘SO4’ V. berlandieri x V. rupestris - Foi introduzido no Brasil na cada de 70,
sendo muito difundido no Rio Grande do Sul nos anos subseqüentes. Em geral, confere
desenvolvimento vigoroso e boas produtividades à maioria das copas. Atualmente é muito
pouco propagado devido à alta sensibilidade à fusariose e a problemas de dessecamento do
engaço, uma anomalia verificada em certos anos, devido a desequilíbrio nutricional
envolvendo o balanço entre potássio, cálcio e magnésio.
‘Rupestris Du Lot’ Trata-se de uma variedade de V. rupestris, característica pelo
hábito de crescimento ereto, sendo, por isso, conhecido pelos agricultores da Serra Gaúcha
pelos nomes “Vassourinha”, “Pinheirinho” ou “Arboreto”. É um porta-enxerto vigoroso, com
sistema radicular vigoroso, adaptado a solos profundos. Apresenta fácil enraizamento, bom
pegamento na enxertia e induz alto vigor à copa.
‘VR 043-43’ - Lançado na Califórnia, híbridos entre V. vinifera e V. rotundifolia, é
uma boa opção para o Brasil, tendo apresentado resistência a fusariose e alta tolerância à
pérola-da-terra e nematóides.
23
Devido a essas vantagens fitopatológicas do porta-enxerto ‘VR 043-43’, tem sido
incorporada nos programas de melhoramento de porta-enxertos de videira (TORREGROSA
& LOPEZ, 1996). Existe, porém, uma incompatibilidade genética da espécie V. rotundifolia
(2n=40) para uso como porta-enxerto das variedades comerciais de videira (2n=38) e, para
solucionar esse problema, são desenvolvidos bridos interespecíficos (TORREGROSA &
BOUQUET, 1995).
Ressalta-se, porém, na propagação de híbridos de V. rotundifolia extrema
dificuldade de enraizamento das estacas (GOODE JÚNIOR et al., 1982). A possível causa
para o baixo potencial de seu enraizamento seja devido à presença de inibidores ou ausência
de substâncias promotoras a rizogênese, o que torna sua utilização limitada (PIRES & BIASI,
2003).
2.4 PROPAGAÇÃO DA VIDEIRA
A propagação comercial da videira pode ser realizada por dois métodos, através da
estaquia e pela enxertia entre plantas. No caso da produção de mudas pela utilização de
sementes, via seminífera (reprodução sexuada), somente emprega-se em trabalhos de
melhoramento genético, a fim de se resgatar o produto do cruzamento controlado, visando a
obtenção de novas variedades (LU et al., 2000).
A propagação por estaquia, que é um dos métodos mais importantes no processo de
propagação das plantas, destaca-se por promover a multiplicação de plantas matrizes
selecionadas, mantendo-se as características desejáveis da mesma (MELETTI, 2000).
A propagação por estaquia baseia-se no princípio de que é possível regenerar uma
planta a partir de um segmento caulinar ou radicular da planta-matriz, atribuída a totipotência
celular e pela desdiferenciação dos tecidos. As estacas lenhosas, ou seja, quando os tecidos
estão lignificados, são coletadas quando os ramos da planta-matriz dos porta-enxertos estão
sem folhas e bem amadurecidos, normalmente durante o período de repouso vegetativo.
Hartmann et al. (2002), apontam que a época do ano de coleta das estacas para a propagação,
exerce influência significativa no enraizamento, podendo ser, inclusive, um fator decisivo no
êxito da propagação por estaquia.
A propagação vegetativa por meio da enxertia tem sido uma técnica bastante
utilizada na fruticultura, garantindo a formação de pomares com populações de plantas
homogêneas e aproveitando as características desejáveis do porta-enxerto, no que tange a
24
resistência a adversidades climáticas e fitopatológicas, além dos incrementos produtivos
proporcionados (FACHINELLO et al., 2005).
2.4.1 Enraizamento de estacas
Em trabalhos de melhoramento genético de variedades para porta-enxertos de
videira, torna-se fundamental se detectar as reais potencialidades de propagação da cultivar,
principalmente no que tange ao enraizamento de suas estacas (TECCHIO et al., 2007).
Segundo Fachinello et al. (2005), as raízes formadas nas estacas são respostas ao
traumatismo produzido pelo corte na base da estaca. Com a lesão ocasionada pelo corte,
ocorre traumatismo nos tecidos do xilema e floema, o qual é seguido por um processo de
cicatrização, formando-se, assim, uma capa de suberina, responsável pela redução da
desidratação na área que foi lesada. Nesta região, na maioria das vezes, forma-se uma massa
celular parenquimatosa e desorganizada, denominada de calo.
A presença de calos na base das estacas possui relação com a formação de raízes,
apesar de serem eventos independentes, pelo motivo de ambos necessitarem de condições
adequadas idênticas para serem formados, ou seja, suas exigências são similares. Nota-se,
que, ao menos para as espécies de difícil enraizamento, a formação de raízes ocorre sobre o
calo, podendo este, ainda, propiciar uma barreira contra o ataque de microorganismos
(PASQUAL et al., 2001).
Ressalta-se, na propagação de híbridos de porta-enxertos que envolvam a espécie V.
rotundifolia, extrema dificuldade de enraizamento das estacas (GOODE JUNIOR et al.,
1982). A possível causa para o baixo potencial de seu enraizamento possivelmente é
decorrido à presença de inibidores ou ausência de substâncias promotoras a rizogênese, o que
torna sua utilização limitada (PIRES & BIASI, 2003), constituindo-se, assim, uma grande
barreira para a produção de mudas em larga escala, necessária para abastecer o setor
vitivinícola.
O processo de formação de raízes em estacas de plantas frutíferas pode ser afetado por
um grande número de fatores, os quais podem atuar isoladamente ou em conjunto. Entre os
principais fatores destacam-se: a variabilidade genética, a condição fisiológica da planta
matriz, a idade da planta, o tipo da estaca, a época do ano, as condições ambientais e o
substrato (NACHTIGAL & PEREIRA, 2001).
25
Segundo Fachinello et al. (2005), a potencialidade de uma estaca formar raízes é
variável com a espécie e também com a variedade, havendo evidências de que o enraizamento
por estacas é controlado geneticamente (HAISSIG, 1982). No entanto, tem-se observado que
o enraizamento de estacas de espécies de difícil enraizamento pode ser conseguido se forem
fornecidos condições e fatores ótimos para o enraizamento das mesmas (PIO, 2002).
Para se formar um vinhedo, pode realizar o plantio de estacas dos porta-enxertos no
lugar definitivo ou então, promover antecipadamente o enraizamento (barbados) para enxertia
no inverno do ano seguinte (REGINA et al., 1998). Entretanto, o plantio de estacas lenhosas
não enraizadas dos porta-enxertos diretamente no campo no período invernal e a enxertia à
campo após um ano, é a prática mais utilizada na implantação dos vinhedos no Brasil (PIRES
& BIASI, 2003).
Outro fator determinante no enraizamento é a sanidade das estacas. Segundo
Fachinello et al. (2005), estacas provenientes de plantas matrizes infestadas por patógenos,
correm rios riscos de apresentarem enraizamento insatisfatório e durante o estaqueamento,
deve-se evitar qualquer contaminação patogênica, pois caso contrário poderá ocasionar a
morte da estaca. Além disso, a propagação vegetativa é um dos principais meios de
disseminação de doenças, notadamente de viroses, devendo-se evitar a coleta de estacas
oriundas de plantas matrizes infestadas.
De maneira geral, os porta-enxertos de videira não apresentam grandes dificuldades de
enraizamento quando propagados pela estaquia lenhosa (PIRES & BIASI, 2003;
FACHINELLO et al., 2005), principalmente em espécies e híbridos de V. riparia e V.
rupestris, que enraízam facilmente (BIASI et al., 1997). Os híbridos de V. berlandieri
enraizam com mais dificuldade (WILLIAMS & ANTCLIFF, 1984), que é o caso porta-
enxerto ‘VR 043-43’ (BOTELHO et al., 2005a; BOTELHO et al., 2005b; MACHADO et al.,
2005).
A fim de aumentar a rizogênese de estacas dos porta-enxertos de videira que possuem
dificuldade em emitir raízes, têm-se utilizado fitoreguladores (reguladores vegetais) do grupo
das auxinas (ZUFFELLATO RIBAS & RODRIGUES, 2001), pois com o seu emprego,
obtém-se, quase sempre, um aumento na porcentagem de estacas enraizadas (PASQUAL et
al., 2001).
Assim, nota-se que o enraizamento é influenciado também por substâncias hormonais
presentes nos tecidos das plantas. As auxinas compõem o grupo de reguladores vegetais com
maior efeito na formação de raízes (HARTMANN et al., 2002). Possuem ação na formação de
raízes adventícias, na ativação das células do câmbio e no crescimento das plantas, além de
26
influenciarem a inibição das gemas laterais e a abscisão de folhas e frutos (FACHINELLO et
al., 2005).
A auxina é sintetizada nas gemas apicais e folhas novas, regiões de crescimento, de
onde é translocada para a base da planta. Os ápices radiculares também produzem auxinas,
mas não acumulação nas raízes, devido ao elevado teor de substâncias inativadoras de
auxinas nessa parte da planta (HINOJOSA, 2000).
Em vários estudos, Bhattacharya et al. (1985) demonstraram a necessidade de certo
equilíbrio entre a auxina e carboidratos para a ótima produção de raízes, uma vez que, durante
o enraizamento, ocorre drenagem contínua de amido e açúcares solúveis através da parte basal
da estaca. Segundo Haissig & Riemenschneider (1988), os carboidratos também podem
exercer outras funções na indução ao enraizamento, influenciando na osmorregulação, na
capacidade solvente das células e em outros fenômenos físico-químicos.
De acordo com Wang & Andersen (1989), as diferenças quanto ao porcentual de
enraizamento entre espécies e/ou variedades podem ser motivadas por um baixo nível de
auxinas ou pela falta de cofatores de enraizamento.
2.4.2 Reguladores vegetais
O enraizamento de estacas é influenciado pelo grupo de hormônios da auxina, sendo
que, em variedades comerciais, este processo é grandemente aumentado pela suplementação
exógena de auxinas sintéticas (ZUFFELLATO-RIBAS & RODRIGUES, 2001). A aplicação
de fitoreguladores na base das estacas, pertencentes ao grupo da auxina, permitem auxiliar no
aumento da porcentagem de enraizamento (PASQUAL et al., 2001).
Entre as principais funções biológicas das auxinas, citam-se o crescimento de órgãos,
especialmente as raízes (ALVARENGA, 1990). As principais auxinas sintéticas encontradas
são o AIB (ácido indolbutírico), o ANA (ácido naftalenoacético), o AIA (ácido indolacético),
o 2,4-D (ácido 2,4-diclorofenoxiacético) e o 2,4,5-T (ácido triclorofenoxiacético)
(FACHINELLO et al., 2005).
No entanto, dentre as auxinas sintéticas, o AIB é o fitoregulador mais comumente
utilizado na indução do enraizamento adventício. Por se tratar de uma substância fotoestável,
de ação localizada e menos sensível à degradação biológica, em comparação às demais
auxinas sintéticas, pode, em muitas espécies de difícil enraizamento, viabilizar a produção de
mudas por meio da estaquia, principalmente espécies de videiras utilizadas como porta-
27
enxerto que possuem dificuldade em emitir raízes (PIRES & BIASI, 2003; FACHINELLO et
al., 2005).
O teor adequado a ser aplicado depende da espécie vegetal e da concentração
hormonal existente nos tecidos (ALVARENGA, 1990; FACHINELLO et al., 2005). Segundo
Hartmann et al. (2002), é de extrema importância a utilização correta das concentrações de
fitoregulador a serem aplicadas à base das estacas, para não promover fitotoxidade,
prejudicando assim o enraizamento.
Villa et al. (2003) trabalhando com estacas herbáceas do porta-enxerto ‘Ripária do
Traviú’ utilizando-se de auxinas nas doses de 0, 1.000, 2.000, 3.000 e 4.000 mg L
-1
observaram uma boa porcentagem de enraizamento das estacas e desenvolvimento do porta-
enxerto sem a utilização de quaisquer concentração dos reguladores de crescimento
estudados.
2.4.3 Estratificação
Um método utilizado para aumentar o potencial de enraizamento das estacas lenhosas
é a estratificação das estacas em leito de areia umedecido ou em baixa temperatura
(temperaturas inferiores a 7,2 °C) (BIASI, 1996b). Essa técnica tem por finalidade ausentar o
material propagativo de luz ou então suprir a necessidade de frio, superar a endodormência
das gemas e aumentar o enraizamento das estacas, além de poder conservar o material por
maior período, facilitando o escalonamento do plantio das estacas (BIASI, 1996a).
O processo de estratificação promove a iniciação de primórdios radiculares na base
da estaca e impede o desenvolvimento precoce das brotações, as quais teriam efeito
prejudicial, exaurindo e esgotando suas reservas e provocando desidratação através da
transpiração das brotações (HARTMANN et al., 2002).
Tizio et al. (1963) observaram que durante o processo de estratificação de estacas, o
conteúdo de substâncias inibidoras diminui e aumenta a atividade auxínica. Sendo verificado
que a emissão de raízes no porta-enxerto ‘Rupestris Du Lot’ ocorreu quase exclusivamente na
região dos nós portadores de gemas ou sobre os calos formados na base das estacas. Esse
comportamento foi correlacionado com a capacidade de produção de auxinas pelas gemas
durante a estratificação, bem como a diminuição dos inibidores.
A estratificação horizontal de estacas do porta-enxerto ‘Ramsey’ em areia dentro de
sacos plásticos a 4 ºC proporcionaram índices de sobrevivência de superiores aos obtidos por
28
estaquia direta no campo. Com isso foi possível obter 99,3 % de estacas enraizadas a campo
(PIRES & BIASI, 2003).
Na estratificação de estacas de figueira em diferentes substratos, observou-se que as
mesmas podem ser estratificadas em areia por até 15 dias sem perdas significativas do seu
potencial de enraizamento e brotação. A partir daí, interferência negativa nas
características rizogênicas (ANTUNES, 1995). No entanto, caso as estacas sejam
estratificadas à frio-úmido (temperaturas abaixo de 7,2 ºC), há incrementos no potencial
rizogênicos das estacas quando mantidas nessas condições por 30 dias (DANELUZ et al.,
2008).
2.4.4 Ácido bórico
A composição mineral de uma planta influencia o seu comportamento
morfofisiológico. Têm-se observado que a deficiência de boro proporciona distúrbios ao
desenvolvimento dos tecidos meristemáticos, como morte dos ápices das raízes e dos tecidos
do câmbio (MENGEL & KIRKBY, 1979).
Segundo Gauch & Dugger (1954), as folhas de plantas deficientes em boro
apresentam, comparativamente, maiores concentrações de açúcares, no entanto, a
concentração nos ramos é baixa, indicando que o teor de boro influencia a translocação dos
fotoassimilados. Portanto, um nível adequado de boro nas estacas aumentaria a
disponibilidade de carboidratos, possibilitando maior crescimento das raízes.
A iniciação de raízes nas estacas é estimulada pela auxina, devendo-se o posterior
crescimento ao boro (MIDDLETON et al., 1978). Henry et al., (1992) observaram correlação
significativa entre níveis de boro encontrados nas estacas de Juniperus virginiana L. e a
resposta ao enraizamento.
Efeito sinérgico foi verificado por Jarvis et al. (1984), na associação de ácido bórico
com auxinas, afetando positivamente o desenvolvimento de raízes em estacas de videira Vitis
vinifera. Em experimentos realizados por Hirsch & Torrey (1980), a fim de verificar o efeito
de vários íons sobre o enraizamento de estacas, demonstrou-se que o boro, fornecido na forma
de ácido bórico, pode ser considerado um cofator de enraizamento, interagindo
sinergicamente com o AIB, aumentando assim o sucesso da emissão das raízes.
Apesar de sua comprovada essencialidade nesse e em outros processos metabólicos
da planta, pouca atenção tem sido dispensada no presente momento ao seu possível uso como
29
um co-fator importante no enraizamento de estacas, o que poderia até mesmo substituir a
utilização de auxinas sintéticas para tal processo (NICOLOSO et al., 1999).
2.4.5 Enxertia
A enxertia é um método de propagação que consiste em se unir duas ou mais porções
de tecidos, de modo que a união destas partes venha a constituir-se em uma nova planta.
Nesse caso, as partes que compõem a planta são o porta-enxerto ou “cavalo”, parte que
confere o sistema radicular à planta e passa a ser o responsável pela absorção de nutrientes e
água, além de servir de suporte e o enxerto ou “cavaleiro”, parte que irá originar a parte aérea
da planta (PASQUAL et al., 2001; SIMÃO, 1998).
A planta enxertada é, portanto, uma associação de duas plantas, podendo ser de
variedades ou espécies diferentes, mas que guardam entre si relativa interdependência. A
afinidade anatômica é necessária para o perfeito desenvolvimento da planta. A base da
enxertia consiste na íntima associação dos tecidos cambiais, de modo a formarem uma
conexão contínua. A utilização da enxertia tem em vista aspectos como a adaptação a
diferentes tipos de solo, resistência a doenças ou pragas de solo, redução do porte da planta,
melhorar a qualidade de frutos e produção (SIMÃO, 1998).
Desde meados do século XIX, a enxertia da videira passou a ser uma prática
obrigatória, devido ao ataque da filoxera (Daktulosphaira vitifoliae), um pulgão sugador de
raízes, que pode causar a morte das videiras da espécie V. vinifera. A partir de então, a
utilização de porta-enxertos resistentes ao ataque desta praga passou a ser a forma de controle
mais eficiente (NACHTIGAL & PEREIRA, 2001).
No Brasil, os vinhedos são formados, em sua maioria, mediante a estaquia lenhosa dos
porta-enxertos durante o fim do inverno, diretamente no local definitivo ou em recipientes,
com posterior plantio em campo (REGINA et al., 1998). A enxertia do cultivar copa nos
porta-enxertos enraizados é realizada por garfagem a campo durante o inverno seguinte
(PIRES & BIASI, 2003).
A enxertia é uma das etapas críticas no processo de produção de mudas, cuja
eficiência é dependente da qualidade do porta-enxerto e dos garfos ou borbulhas, da
habilidade do enxertador e das condições climáticas. A época de realização e os métodos de
enxertia encontram-se entre os fatores externos que afetam ou que podem afetar o pegamento
dos enxertos. Normalmente, espécies lenhosas caducifólias, como as plantas frutíferas de
30
clima temperado, apresentam ótimos índices de pegamento quando os enxertos são realizados
em período de repouso vegetativo e enxertados por garfagem, pelos métodos de fenda cheia,
fenda esvaziada, inglês simples ou inglês complicada (PASQUAL et al., 2001; HARTMANN
et al., 2002).
Ainda segundo Carlos et al. (1997) e Simão (1998), a habilidade de uma planta
enxertada de formar uma combinação bem sucedida está relacionada, em grande parte, com a
sua constituição e o seu modo de desenvolvimento. As falhas que ocorrem entre as plantas
que foram enxertadas podem ser devido a incompatibilidade entre tecidos do enxerto e do
porta-enxerto, o que pode estar associada a questões estruturais e fisiológicas.
2.5 DOENÇAS
As principais regiões vitícolas do Sul e Sudeste do Brasil caracterizam-se por
apresentar umidade e temperaturas elevadas, aliadas a precipitações freqüentes durante o ciclo
vegetativo. Estas condições favoráveis implicam em maiores dificuldades no cultivo,
principalmente no que se refere à maior ocorrência de doenças fúngicas da parte aérea e no
controle das mesmas, as quais poderão acarretar graves prejuízos (SÔNEGO et al., 2005b).
Se este fator não for controlado com seriedade, pode ser responsável pelas perdas
significativas na produção, tanto na quantidade como na qualidade das bagas e de seus
produtos (GARRIDO, 2008). Portanto, torna-se importante no processo de implantação do
cultivo e durante o desenvolvimento dos porta-enxertos no campo, fazer um eficiente controle
fitossanitário.
Diversas doenças incidem sobre a videira, como míldio, antracnose, escoriose, oídio,
ferrugem, podridões do cacho, como a podridão cinzenta e a podridão da uva madura, e ainda
doenças vasculares. Entre as pragas de solo, que podem propiciar empecilhos a viticultura,
por estarem correlacionadas ao porta-enxerto, destaca-se a pérola-da-terra, filoxera e
nematóides, presentes na maioria dos parreirais brasileiros (AMORIM & KUNIYUKI, 1997;
GARRIDO, 2008). Dentre as principais doenças fúngicas que podem causar prejuízos para as
videiras americanas e híbridos, destacam-se a antracnose e a ferrugem da videira.
A antracnose, também conhecida como varíola, varola, ou “olho-de-passarinho”, é
uma das mais importantes doenças fúngicas da videira. É causada pelo fungo Elsinoe
ampelina (de Bary) Schear, forma sexuada de Sphaceloma ampelinum de Bary
31
(Gloeosporium ampelophagum (Pass) Sacc.) (INGLEZ DE SOUSA & PINHEIRO, 1996;
LIMA & MOREIRA, 2002).
A incidência de antracnose vem sendo observada nos cultivos comerciais de uva em
diversos estados brasileiros, tendo sua ocorrência altamente influenciada pelos fatores
climáticos de cada região. Segundo Naves et al., (2006), a doença atinge variedades
européias, americanas e híbridas, inclusive porta-enxertos, existindo, porém, variedades com
diferentes graus de resistência.
O agente fitopatogênico se desenvolve numa ampla faixa de temperatura, de 2 a 32
°C. No entanto, temperaturas entre 24 a 26 °C, associadas à primavera chuvosa, nevoeiros ou
cerrações, umidade relativa superior a 90% e ventos frios, são condições ideais para o
desenvolvimento do patógeno e da doença. São necessárias 3 a 7 horas de molhamento foliar
para que ocorra a infecção (PEARSON & GOHEEN, 1988; SÔNEGO et al., 2003).
A ferrugem da videira, de acordo com Ono (2000), causada pelo fungo Phakopsora
ampelopsidis Diet. & Syd., constitui uma espécie complexa que afeta as videiras na Ásia. A
doença provoca o aparecimento de pústulas amareladas com urediniósporos na superfície
inferior da folha e na superfície superior, sendo que nas áreas correspondentes às pústulas,
ocorre necrose do tecido. As folhas maduras são as mais afetadas, mas ocasionalmente lesões
também podem ocorrer nos pecíolos, nas brotações novas e nas ráquis (LEU, 1988).
As plantas afetadas pela ferrugem podem ter o crescimento e o acúmulo de reservas
reduzido, prejudicando a produção e comprometendo as safras futuras. A desfolha precoce,
que ocorre em ataques severos antes da maturação da uva, afeta a maturação dos frutos,
prejudicando a sua qualidade e até tornando-os inviáveis para a comercialização (SÔNEGO et
al., 2005a).
Alta umidade durante a noite ou períodos prolongados de molhamento foliar são
essenciais para o desenvolvimento das epidemias. A temperatura ótima para a germinação dos
urediniósporos é de 24 ºC. Em temperaturas de 16 a 30 ºC as pústulas aparecem 5 a 6 dias
após a inoculação, e após 15 a 20 dias em temperatura de 12 ºC (PEARSON & GOHEEN,
1988).
No Brasil, o primeiro relato da ferrugem da videira foi feito em março de 2001, em
uma plantação comercial de uvas (Vitis spp.) de mesa em Jandaia do Sul, Noroeste do estado
do Paraná, por Tessmann et al. (2003). No Brasil o agente causal da ferrugem da videira é
Phakopsora euvitis Ono (TESSMANN et al., 2004).
Como medida de controle, dispõe-se do uso de variedades resistentes, no entanto,
variedades oriundas de Vitis labrusca, V. vinifera e V. rotundifolia são suscetíveis à ferrugem.
32
Observações de campo mostraram que os porta-exertos ‘IAC 766 Campinas’ e ‘IAC 313
Tropical’ são mais resistentes e alta suscetibilidade das variedades de uvas americanas
como ‘Niágara’, ‘Rúbea’, ‘Vênus’, os porta-enxertos ‘Paulsen’, ‘RR101-14’, ‘420A’ e
híbridos de V. Rotundifolia (LEU, 1988; SÔNEGO et al., 2005a).
Até o momento no estado do Paraná, a doença tem demandado atenção especial de
controle principalmente em porta-enxertos em crescimento e em variedades-copa de uvas
americanas ou rústicas (TESSMANN et al., 2008).
33
3 MATERIAL E MÉTODOS
3.1 EXPERIMENTO I: Enraizamento de estacas do porta-enxerto de videira ‘VR 043-43’
submetidas a estratificação, ácido indolbutírico e ácido bórico
O experimento foi desenvolvido no Centro de Cultivo Protegido e Controle Biológico
Prof. Dr. Mário Cezar Lopes, pertencente ao Núcleo de Estações Experimentais da
Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), Campus de Marechal Cândido Rondon,
no período de agosto a dezembro de 2007.
Estacas semilenhosas do porta-enxerto de videira ‘VR 043-43’ (Vitis vinifera x Vitis
rotundifolia), provenientes de plantas matrizes oriundas de viticultores da região Oeste
Paraná, foram obtidas ao final de agosto. As estacas foram padronizadas com quatro gemas,
comprimento de 20 cm e diâmetro ao redor de 12 mm. Foi realizado um corte em bisel no
ápice da estaca e um corte reto na porção basal, próximos a uma gema, com auxílio de tesoura
de poda. As duas gemas próximas à porção basal da estaca foram removidas, para se evitar
brotação em excesso.
As estacas foram separadas em dois lotes: um lote de estacas foi submetido à
estratificação sob temperatura de 4 ºC (estacas envolvidas em camadas de jornal umedecido e
acondicionadas em saco plástico) em câmara refrigerada por 48 horas e o outro lote
permaneceu sob condições ambientais, com temperatura média de 25 ± 5 ºC, em laboratório,
sem umidade.
Em seguida, as estacas foram submetidas aos tratamentos com solução de ácido
indolbutírico (AIB) nas concentrações de 0 1.000, 2.000 e 3.000 mg L
-1
, associado ou não
com ácido bórico à 150 µg L
-1
,
por 10 segundos. Nessa operação, 5 cm da base das estacas
foram submersas na solução. O preparo das soluções de AIB foi realizado no Laboratório de
Tecnologia de Alimentos do Centro de Ciências Agrárias (CCA) da Unioeste Campus de
Marechal Candido Rondon. Onde dissolveu-se o AIB (C12H13NO2 - industrializado pela
MERCK S.A.) previamente calculado e pesado em balança de alta precisão (1.000, 2.000,
3.000 mg), adicionando-se, posteriormente, dez gotas de hidróxido de sódio (NaOH 1,0 N),
com o intuito de facilitar a posterior diluição e homogeneização em água
34
destilada. Posteriormente completou-se a solução para um litro. Na ausência e na presença (0
e 150 mg L
-1
) de ácido bórico (H
3
BO
3
) de marca comercial CAAL.
O delineamento experimental adotado foi o inteiramente casualizado, em esquema
fatorial 4 x 2 x 2, onde o primeiro fator foi constituído das concentrações de AIB, o segundo
da presença ou não de ácido bórico e o terceiro por estacas estratificadas ou não, com cinco
repetições, sendo cada parcela representada por oito estacas.
Cada estaca foi plantada em saco plástico de polietileno (capacidade de 2,5 litros),
contendo solo com textura argilosa como substrato. As estacas foram aprofundadas em
metade de seu comprimento no substrato. Os sacos plásticos permaneceram sob viveiro
constituído de tela de sombreamento de 50% de luminosidade, dotada de sistema de irrigação
por microaspersão (acionada duas vezes ao dia, com período de rega de 5 minutos). Durante a
realização do experimento, as temperaturas médias oscilaram entre 16 e 28,9 °C.
Passados 120 dias do plantio das estacas, efetuou-se a mensuração dos seguintes dados
biométricos: porcentagem de estacas enraizadas, comprimento radicular, massa fresca média
da parte aérea, massa fresca média do sistema radicular e número médio de raízes.
Os dados referentes às massas frescas e número médio de raízes foram transformados
(log x). Os dados foram submetidos à análise de variância pelo teste F (P≤0,05), as médias
referentes aos fatores ácido bórico e estratificação foram comparadas pelo teste de Tukey e as
concentrações de AIB submetidas à regressão linear e quadrática, segundo as recomendações
de Pimentel Gomes (2000). As análises foram realizadas pelo programa computacional
Sistema para Análise de Variância - SISVAR (FERREIRA, 2000).
3.2 EXPERIMENTO II: Avaliação da severidade de doenças foliares e vigor à campo de 17
porta-enxertos de videira e o desenvolvimento inicial do enxerto em condições subtropicais
O experimento foi conduzido em condições de campo, na Fazenda Experimental
Antônio Carlos dos Santos Pessoa, pertencente ao Núcleo de Estações Experimentais da
Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), no município de Marechal Cândido
Rondon-PR, entre os meses de novembro de 2007 a outubro de 2008.
O local possui como coordenadas geográficas latitude 24
o
33’ 40’’S, longitude 54
o
04’ 12’’ W e altitude de 420 m. O clima local é do tipo Cfa, subtropical com chuvas bem
distribuídas durante o ano e verões quentes (MAACK, 1981). As temperaturas médias do
trimestre mais frio variam entre 17 e 18 °C e do trimestre mais quente entre 28 e 29 °C. Os
35
totais anuais médios normais de precipitação pluvial para a região variam de 1.600 a 1.800
mm, com trimestre mais úmido apresentando totais entre 400 a 500 mm (IAPAR, 2008).
O solo da área experimental é do tipo Latossolo vermelho eutroférrico, pertencente
ao grande grupo Latossolo (EMBRAPA, 2006). Antes da implantação do experimento, no
mês de novembro de 2007, foi coletada uma amostra composta de solo, na profundidade de 0-
20 cm, no local de plantio e analisada no Laboratório de Química Agrícola e Instrumental da
Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), Marechal Cândido Rondon-PR (Tabela
1).
Tabela 1. Dados referentes à análise de solo realizada na projeção da copa das plantas, antes
da realização da poda. Análise realizada no Laboratório de Química Agrícola e
Instrumental da Unioeste. Marechal Cândido Rondon-PR, Unioeste, 2008.
*
pH MO P K Ca Mg Al H+Al SB (T) V Cu Mn Zn Fe
CaCl
2
--mg dm
-
3
-- -------------------cmol
c
dm
-
3
------------------ % ---------mg dm
-
3
----------
5,8 47,1 126,6 0,8 9,5 2,8 0 2,4 13,2 15,6 84,1 6,0 155,0 11,4 20,1
- - A Ba A Ba Mba Ba A A A M A A A
*
pH em CaCl
2
; MO – matéria orgânica; P-K - Extrator Mehlich 1; Ca-Mg-Al - Extrator KCl 1N; H+Al - Extrator
SMP; SB - Soma de Bases Trocáveis; CTC (T) - Capacidade de Troca Catiônica a pH 7,0; V - Índice de
Saturação de Bases.
**
Mba-muito baixo; Ba-baixo; M-médio; Bo-bom; A-alto Referente a Recomendação de adubação e calagem
de frutas de clima temperado: uva, do Boletim 100 do Instituto Agronômico (VAN RAIJ et al., 1997).
Foram registradas as temperaturas máximas, mínimas e a precipitação diária, durante
a fase experimental, sendo calculada a média mensal (Figura 1).
36
0
5
10
15
20
25
30
35
4 5 6 7 8 9 10 11 12 1 2 3
Temperaturas (ºC)
0
50
100
150
200
250
Precipitação (mm)
c1 c2 c3
nov. dez. jan. fev. mar. abr. maio jun. jul. ago. set. out.
2007 2008
TºC máx. TºC mín. Precipitação
Figura 1. Temperaturas médias máximas e mínimas e precipitação acumulada para os meses
de novembro de 2007 a outubro de 2008. Marechal Cândido Rondon-PR, Unioeste, 2008.
Estacas caulinares de 17 porta-enxertos de videira (‘SO4’, ‘Teléki 8B’, ‘Harmony’,
‘Golia’, ‘Riparia de Traviú’, ‘Paulsen’, ‘420 A’, ‘99R’, ‘5C’, ‘RR101-14’, ‘Kober 5BB’,
‘Rupestris Du Lot’, ‘IAC 313 Tropical’, ‘IAC 766 Campinas’, ‘IAC 572 Jales’, ‘VR 043-43’
e ‘IAC 571-6 Jundiaí’) foram obtidas no mês de agosto de 2007, do Centro Avançado de
Pesquisa Tecnológica do Agronegócio de Frutas (Centro APTA Frutas) do Instituto
Agronômico (IAC), Jundiaí-SP e da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
(EMBRAPA Uva e Vinho), Bento Gonçalves-RS.
As estacas foram padronizadas com quatro gemas, comprimento de 20 cm e diâmetro
ao redor de 12 mm. Foi realizado um corte em bisel no ápice da estaca e um corte reto na
porção basal, próximos a uma gema, com auxílio de tesoura de poda.
Cada estaca foi plantada em saco plástico de polietileno (capacidade de 2,5 litros),
contendo solo com textura argilosa como substrato. As estacas foram aprofundadas em
metade de seu comprimento no substrato. Os sacos plásticos permaneceram sob viveiro
constituído de tela de sombreamento de 50% de luminosidade, dotada de sistema de irrigação
por microaspersão (acionada duas vezes ao dia, com período de rega de 5 minutos). Durante a
realização do experimento, as temperaturas médias oscilaram entre 16 e 28,9 °C.
37
Passados 120 dias (novembro de 2007), selecionou-se 20 porta-enxertos de cada
variedade, que originaram mudas bem enraizadas e vigorosas, as quais foram transplantadas
para o campo. Os porta-enxertos foram dispostos em espaçamento 3,5 x 1,2 m, em covas de
40 x 40 x 40 cm, dispostos em quatro blocos, compostos de cinco porta-enxertos cada.
Os porta-enxertos receberam os tratos culturais convencionais para a cultura em
questão, referentes a adubação de formação. A adubação seguiu recomendações feitas por
técnicos da EMATER especialistas no cultivo da videira, tendo como base a análise de solo
realizada (Tabela 1). Sendo realizada a correção do pH e adubação em área total. Realizada
também adubação foliar (20-024) em dezembro de 2007.
3.2.1 Avaliação da severidade da antracnose e da ferrugem sobre os porta-enxertos a
campo
Para a avaliação da severidade de doenças a campo, esperou-se que as mesmas
ocorressem de forma natural, nas condições ambientais da região. Para isso, os porta-enxertos
não foram pulverizados com quaisquer defensivo agrícola.
Para a avaliação da severidade das doenças, o delineamento adotado foi o
inteiramente casualizado, com quatro repetições e cinco plantas por unidade experimental,
sendo cada planta composta pela média da avaliação de três folhas na porção inferior do
dossel. Os tratamentos para a avaliação da incidência de antracnose constituíram-se dos 15
seguintes porta-enxertos (15 tratamentos): ‘SO4’, ‘Teléki 8B’, ‘Harmony’, ‘Golia’, ‘Riparia
de Traviú’, ‘Paulsen’, ‘420 A’, ‘99R’, ‘5C’, ‘RR101-14’, ‘Kober 5BB’, ‘Rupestris Du Lot’,
‘IAC 313 Tropical’, ‘IAC 766 Campinas’ e ‘IAC 572 Jales’. Para a avaliação da incidência da
ferrugem, foram avaliados 17 porta-enxertos (tratamentos), os mesmos citados acima,
incluindo-se os porta-enxertos ‘VR 043-43’ e ‘IAC 571-6 Jundiaí’.
Assim, após quatro meses de desenvolvimento dos porta-enxertos a campo (março de
2008), foi realizada a avaliação da severidade da doença para a antracnose da videira (Elsinoe
ampelina) e 15 dias após esta, avaliou-se a severidade da doença para a ferrugem da videira
(Phakopsora euvitis), através de escala de notas, variando de 1 a 10 (1 = sem lesão; 2 = 0,1 a
5%; 3 = 5,1 a 10%; 4 = 10,1 a 15%; 5 = 15,1 a 20; 6 = 20,1 a 25%; 7 = 25,1 a 30%; 8 = 30,1 a
35%; 9 = 35,1 a 40% e 10 > 40%) de área foliar lesionada.
A idade da folha foi contada a partir do estádio das primeiras folhas separadas de
acordo com o estádio fenológico 07 da videira (folha adulta), da escala de Eichhorn e Lorenz,
descrita por Pratt (1988). A avaliação para a antracnose foi feita de acordo com sintomas
38
descritos por Kimati & Galli (1980) e para a ferrugem de acordo com os sintomas descritos
por Leu (1988) e Tessmann & Vida (2005).
As avaliações foram efetuadas na porção inferior dos ramos (folhas velhas),
escolhendo-se ao acaso três folhas por planta e estimando-se visualmente a porcentagem de
área foliar lesionada, através de escala de notas. Previamente, antes da interpolação das notas
da área foliar lesionada, foram separadas folhas totalmente danificadas pela incidência dos
patógenos, folhas mediamente danificadas e folhas sem sintomas da doença.
Apesar da importância da antracnose e da ferrugem em videiras, inexistem métodos
padronizados para quantificação e severidade dessas doenças, bem como escalas
diagramáticas, o que limita a realização de estudos epidemiológicos e de comparação de
medidas de controle.
Após as avaliações, os dados foram submetidos à análise de variância pelo teste F
(P≤0,05) e as médias comparadas pelo teste de Scott-Knott, segundo as recomendações de
Pimentel Gomes (2000). As análises foram realizadas pelo programa computacional Sistema
para Análise de Variância - SISVAR (FERREIRA, 2000).
3.2.2 Avaliação a campo do vigor de 17 porta-enxertos de videira e desenvolvimento
inicial do enxerto em condições subtropicais
Depois de transcorridos nove meses do plantio dos porta-enxertos a campo (agosto de
2008), foi realizado a avaliação do vigor dos porta-enxertos.
O delineamento adotado foi em blocos ao acaso, com 17 tratamentos (‘SO4’, ‘Teléki
8B’, ‘Harmony’, ‘Golia’, ‘Riparia de Traviú’, ‘Paulsen’, ‘420 A’, ‘99R’, ‘5C’, ‘RR101-14’,
‘Kober 5BB’, ‘Rupestris Du Lot’, ‘IAC 313 Tropical’, ‘IAC 766 Campinas’, ‘IAC 572 Jales’,
‘VR 043-43’ e ‘IAC 571-6 Jundiaí’), quatro blocos e cinco porta-enxertos por unidade
experimental.
Os seguintes dados biométricos foram avaliados: número total de ramos, diâmetro
médio (realizado através da mensuração de três ramos por planta), comprimento do maior
ramo e massa fresca total média dos ramos.
Para as mensurações do diâmetro médio (mm) (mensurado rente a base do ramo) e
comprimento do maior ramo (cm) partir de sua inserção no ramo), utilizou-se paquímetro
digital e escalímetro respectivamente. Para a mensuração do número total de ramos, foram
quantificados todos os ramos ramificados e a haste principal do porta-enxerto. Posteriormente,
39
os ramos foram extraídos, juntamente com a haste principal do porta-enxerto, à partir da
altura de 40 cm do solo. O material vegetal foi imediatamente levado ao Laboratório de
Agronomia da Unioeste e com o auxílio de balança analítica de precisão, foi quantificada a
massa fresca total média dos ramos.
Logo após as avaliações do vigor dos porta-enxertos, efetuou-se a enxertia pelo
método de garfagem, à 20 cm acima do solo. Foram utilizados gemas (garfos) da variedade
‘BRS Violeta’, obtidas da Vitácea Brasil, Caldas - MG. Os garfos foram padronizados com
cerca de 7 cm de comprimento e parafinados. Posteriormente, os garfos foram embrulhados
em feixes com 20 unidades e colocados dentro de saco plástico transparente e armazenados
em câmara fria (temperatura de 4 ºC por 24 h).
Após a operação da enxertia, os garfos foram amarrados com fita plástica. Todas as
enxertias foram realizadas por apenas um único enxertador.
O delineamento adotado foi em blocos ao acaso, com 17 tratamentos (‘SO4’, ‘Teléki
8B’, ‘Harmony’, ‘Golia’, ‘Riparia de Traviú’, ‘Paulsen’, ‘420 A’, ‘99R’, ‘5C’, ‘RR101-14’,
‘Kober 5BB’, ‘Rupestris Du Lot’, ‘IAC 313 Tropical’, ‘IAC 766 Campinas’, ‘IAC 572 Jales’,
‘VR 043-43’ e IAC 571-6 Jundiaí’), quatro blocos e cinco enxertos por unidade
experimental.
Decorridos 60 dias da enxertia, avaliou-se a porcentagem de pegamento, o diâmetro
médio do enxerto (na inserção da brotação do enxerto, com auxílio de paquímetro digital) e
comprimento médio do enxerto (comprimento da brotação do enxerto à partir da inserção da
brotação, com auxílio de escalímetro).
Os dados referentes às mensurações do vigor do porta-enxerto e do enxerto foram
submetidos à análise de variância pelo teste F (P≤0,05) e as médias comparadas pelo teste de
Scott-Knott, segundo as recomendações de Pimentel Gomes (2000). As análises foram
realizadas pelo programa computacional Sistema para Análise de Variância - SISVAR
(FERREIRA, 2000).
40
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1 EXPERIMENTO I: Enraizamento de estacas do porta-enxerto de videira ‘VR 043-43’
submetidas a estratificação, ácido indolbutírico e ácido bórico
Quanto aos fatores isolados, houve diferença no comprimento radicular para o fator
estratificação, na massa fresca média da parte aérea para o fator ácido bórico e diferença
significativa em todas as variáveis mensuradas para o fator AIB, a exceção para o número
médio de raízes; na interação entre dois fatores, houve diferença na massa fresca média do
sistema radicular na interação ácido bórico x AIB; para a interação estratificação x AIB,
apenas não ocorreu diferença na variável porcentagem de estacas enraizadas (Tabela 2).
Tabela 2. Resumo da análise de variância para as variáveis biométricas porcentagem de
estacas enraizadas (PEE), comprimento radicular (CR), massa fresca média da parte aérea
(MFPA), massa fresca média do sistema radicular (MFSR) e número médio de raízes
(NMR), de estacas do porta-enxerto de videira ‘VR 043-43’, em função dos fatores ácido
indolbutírico (AIB), boro e estratificação. Marechal Cândido Rondon-PR, Unioeste, 2008.
FV
GL
Quadrados Médios
PEE CR
MFPA MFSR
NMR
Estratificação
1 632,8
ns
168,2*
0,045
ns
0,139
ns
0,636
ns
Boro 1 214,5
ns
26,5
ns
0,195*
42,69
ns
0,259
ns
AIB 3 1138,9*
65,2*
0,135*
115,8*
0,370
ns
Estrat. x Boro 1 9,1
ns
24,2
ns
0,055
ns
0,00
ns
0,204
ns
Estrat. x AIB 3 130,3
ns
133,1*
0,218*
39,22*
1,851*
Boro x AIB 3 303,0
ns
17,2
ns
0,042
ns
31,43*
0,197
ns
Estrat. x Boro x AIB
3 550,6
ns
25,43
ns
0,096
ns
0,064
ns
0,354
ns
Resíduo 64 257,200
20,300
0,041
11,027
0,231
C.V. (%) 25,3
19,91
25,72
23,67
17,54
* : significativos (P≤0,05), pelo teste F.
ns
: não significativos (P≤0,05), pelo teste F.
41
Apesar da espécie Vitis rotundifolia apresentar extrema dificuldade no enraizamento
de estacas (BOTELHO et al., 2005b), o híbrido ‘VR 043-43’, apresentou bom enraizamento
neste experimento, independentemente dos tratamentos aplicados (Tabela 3). Esse resultado
pode estar associado ao fato da remoção das gemas que ficaram submersas no substrato, com
maior aproveitamento das reservas para emissão de raízes e não de brotações.
Estacas submetidas a concentrações crescentes de AIB aumentaram significativamente
a porcentagem de enraizamento, com incremento de 15%, da menor para a maior
concentração do fitoregulador (Tabela 3).
Botelho et al. (2005a), trabalhando com o enraizamento de estacas semilenhosas do
porta-enxerto ‘VR 043-43’, obtiveram apenas 23,5% de estacas enraizadas, com o emprego de
1.000 mg L
-1
de AIB, ao passo que as estacas que não foram tratadas com o fitoregular não
enraizaram. No trabalho em pauta, obteve-se 54% de estacas enraizadas sem a utilização do
fitoregulor e 69,6% com a utilização de 2.000 mg L
-1
. Essa diferença pode estar relacionada
ao tipo de estaca, uma vez que foram utilizadas estacas lenhosas no presente trabalho e
estacas semilenhosas no trabalho de Botelho et al. (2005a).
As estacas oriundas do caule são as mais utilizadas na propagação. Estas podem ser
divididas em três grupos, de acordo com a natureza do lenho: estacas lenhosas (apresentam
tecidos lignificados, ausentes de folhas e coletadas na época da poda hibernal); estacas
herbáceas (apresentam tecidos tenros, coletadas na época de desenvolvimento vegetativo da
planta, requerendo a presença de folhas) e estacas semilenhosas, que apresentam um estágio
intermediário entre os dois extremos, sendo coletadas no final do verão, ainda com folhas
(HARTMANN et al., 2002).
Em espécie de fácil enraizamento, a importância do tipo de estaca na formação de
raízes é pequena. Entretanto, quanto maior a dificuldade de formação de raízes adventícias,
maior a necessidade da correta escolha do tipo de estaca. O tipo ideal de estaca varia com a
espécie ou, até mesmo, com a cultivar (FACHINELLO et al., 2005).
42
Tabela 3. Resultados médios das variáveis biométricas porcentagem de estacas enraizadas
(PEE), comprimento radicular (CR), massa fresca média da parte aérea (MFPA), massa
fresca média do sistema radicular (MFSR) e número médio de raízes (NMR), de estacas
do porta-enxerto de videira ‘VR 043-43’, em função da estratificação, da aplicação de
boro e de ácido indolbutírico (AIB). Marechal Cândido Rondon-PR, Unioeste, 2008.
Tratamentos Variáveis analisadas*
PEE CR (cm)
MFPA
(g)
MFSR (g)
NMR
Estratificação
Estacas estratificadas 65,88
ns
24,08 a 15,38
ns
7,25
ns
7,28
ns
Estacas não estratificadas 60,25 21,18 b 13,35 6,70 6,40
Ácido bórico (µg.L
-1
)
0 64,70
ns
23,20
ns
15,93 a 7,70
ns
7,20
ns
150
61,43 22,05 12,80 b 6,25 6,48
AIB (mg L
-1
)
0 54,00 b 21,25 ab 10,75 b 5,95 b 6,35
ns
1.000 59,70 ab 24,90 a 16,20 a 5,90 b 6,60
2.000 69,60 a 21,10 b 14,70 ab 7,65 ab 6,50
3.000 68,95 a 23,25 ab 15,80 ab 8,40 a 7,90
C.V. (%) 25,3 19,91 25,72 23,67 17,54
* Médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste de Tukey (P≤0,05).
ns
: não significativos (P≤0,05), pelo teste F.
Os melhores resultados para o comprimento radicular e massa fresca média da parte
aérea de estacas lenhosas do porta-enxerto ‘VR 043-43’ foram obtidos com a utilização de
1.000 mg L
-1
de AIB. Acréscimo significativo em função da aplicação de AIB também foi
verificado para a massa fresca média do sistema radicular, com melhores resultados obtidos
com a utilização de 3.000 mg L
-1
(Tabela 3).
A ação positiva do AIB na massa fresca do sistema radicular tem sido evidenciada em
diferentes variedades de videira na promoção do enraizamento. Exemplo disto foi o estudo
realizado por Faria et al. (2007), que verificaram que a massa fresca média do sistema
radicular de estacas semilenhosas com folhas da variedade ‘IAC 572 Jales’ foi superior do
que as estacas sem folhas, mas apenas quando tratadas com AIB na concentração de 2.000 mg
L
-1
. Sozim & Ayub (2006) verificaram que o tratamento de estacas com AIB a 3.000 mg L
-1
43
foi fundamental para o incremento da massa fresca média do sistema radicular do porta-
enxerto ‘VR 043-43’ e desnecessário para outros porta-enxertos como o ‘IAC 766 Campinas’
.
Estacas submetidas à estratificação e posteriormente tratadas com concentrações
crescentes de AIB apresentaram efeitos favoráveis com relação a algumas variáveis de
enraizamento. Houve efeito quase nulo para a massa fresca média do sistema radicular, com
pequeno decréscimo linear; houve decréscimos para o comprimento radicular e para o número
médio de raízes (Figura 2).
Entretanto, quando o tratamento com concentrações crescentes de AIB foi realizado
em estacas não estratificadas, ocorreram acréscimos nos resultados obtidos, em relação a
testemunha (ausência da aplicação de AIB). Para a massa fresca média do sistema radicular, a
utilização de 3.000 mg L
-1
de AIB proporcionou 10,74 g, incremento de 6,3 g em relação a
ausência do tratamento (Figura 2-A); para a massa fresca média da parte aérea, obteve-se
17,73 g com a utilização de 3.000 mg L
-1
de AIB, incremento de 8,7 g em relação a
testemunha (Figura 2-B); com relação ao comprimento radicular, a aplicação de 3.000 mg L
-1
de AIB promoveu elongação das raízes na ordem de 24,37 cm, 6,3 cm a mais que a ausência
de tratamento com o fitoregulador (Figura 2-C); para o número médio de raízes, obteve-se
média de 8,65 raízes com 3.000 mg L
-1
de AIB, praticamente o dobro em relação a ausência
do tratamento com AIB (Figura 2-D).
Resultado similar foi obtido por Machado et al. (2005), que obteviveram com a maior
concentração de AIB (3000 mg L
-1
), o maior número médio de raízes no porta-enxerto de
videira ‘VR 043-43’, diferindo nos resultados para massa fresca de raiz por estaca devido a
ausência de diferença estatística. Segundo Taiz & Zeiger (2004), nos estágios iniciais de
indução do enraizamento, altas concentrações de auxinas são necessárias, mas são inibitórias
à organização e crescimento dos primórdios radiculares.
As estacas de videiras estratificadas à baixa temperatura apresentaram raízes de maior
comprimento, comparadas às estacas não estratificadas (Tabela 3).
Em experimento realizado
por Pio et al. (2007), verificou-se que a estratificação não atuou favoravelmente no processo
de enraizamento de estacas de marmeleiro ‘Japonês’ e que as estacas quando tratadas com
AIB em concentração de 1.000 mg L
-1
apresentaram ótimo enraizamento nessa espécie.
44
0
2
4
6
8
10
12
0 1000 2000 3000
Massa do sistema radicular (g)
não estratificado
estratificado
0
5
10
15
20
25
0 1000 2000 3000
Massa da parte aérea (g)
o estratificado
estratificado
0
5
10
15
20
25
30
0 1000 2000 3000
Concentração de AIB (mg L
-1
)
Comprimento radicular (cm)
o estratificado
estratificado
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
0 1000 2000 3000
Concentração de AIB (mg L
-1
)
Número de raízes/estaca
o estratificado
estratificado
Figura 2. Massa fresca média do sistema radicular (A), massa fresca média da parte aérea
(B), comprimento radicular (C) e número médio de raízes (D) de estacas do porta-enxerto
‘VR 043-43’, tratadas com diferentes concentrações de ácido indolbutírico (AIB) e
submetidas à estratificação. Marechal Cândido Rondon-PR, Unioeste, 2008.
A estratificação de estacas é considerada, segundo Pires & Biasi (2003), um processo
para superar a dormência e aumentar o enraizamento das estacas, agindo no conteúdo de
substâncias inibidoras diminuindo e aumentando a atividade auxínica. Dentre as auxinas
sintéticas, o AIB destaca-se por ser fotoestável, de ação localizada e menos sensível a
degradação biológica, razão pela qual sua utilização viabiliza a produção de mudas por
estacas de espécies de difícil enraizamento (FACHINELLO et al., 2005), determinando muitas
vezes a desnecessidade de se empregar outras técnicas para atingir o enraizamento de certas
variedades.
Constatou-se que o ácido bórico, dentre os fatores isolados, foi o que menos causou
efeitos sobre as variáveis estudadas, proporcionando efeito significativo apenas para a massa
fresca média da parte aérea das estacas, que responderam desfavoravelmente à aplicação, com
decréscimo de massa de 15,93 g para 12,80 g em relação às estacas não tratadas com ácido
bórico (Tabela 3).
y= -0,005x+7,28; R
2
=0,39
y= 0,0000006x
2
+0,0003x+4,44; R
2
=0,81
y= -0,0007x
2
-0,0016x+8,49; R
2
=0,32
y= 0,0015x+4,15; R
2
=0,85
y= -0,0016x+26,52; R
2
=0,38
y= 0,0021x+18,07; R
2
=0,89
A
C
D
B
y= -0,006x
2
+0,0056x+13,68; R
2
=0,44
y= 0,0029x+9,03; R
2
=0,99
45
Quando testados os efeitos de interação, verificou-se que a estratificação das estacas
de videira à baixa temperatura não causou nenhuma influência significativa sobre os
resultados da aplicação de ácido bórico em todas as variáveis estudadas. Porém, quando
interagido com o AIB, contatou-se efeito significativo para a massa fresca média do sistema
radicular, que apresentou acréscimos para estacas tratadas com ácido rico em associação a
3.000 mg L
-1
de AIB, obtendo-se 8,6 g, acréscimo de 1,83 g em relação a solução com apenas
ácido bórico (Figura 3). A solução de 3.000 mg L
-1
de AIB sem o ácido bórico, proporcionou
massa fresca média das raízes de 7,6 g.
0
2
4
6
8
10
12
0 1000 2000 3000
Concentração de AIB (mg L
-1
)
Massa do sistema raducular (g)
com boro
sem boro
Figura 3. Massa fresca média do sistema radicular de estacas do porta-enxerto ‘VR 043-43’
tratadas com diferentes concentrações de ácido indobutírico (AIB) e do ácido bórico.
Marechal Cândido Rondon-PR, Unioeste, 2008.
Apesar do emprego do ácido bórico não ter propiciado efeito positivo nas demais
variáveis, é fundamental a sua utilização associada às concentrações da solução de 3.000 mg
L
-1
de ácido indolbutírico no enraizamento de estacas do porta-enxerto ‘VR 043-43’, pelo
bom resultado promovido no aumento da massa das raízes. No sistema de propagação de
mudas por estaca, o número de raízes emitidas e sua densidade na fase de enraizamento,
promovem reflexos marcantes no desenvolvimento da muda a campo.
Leonel & Rodrigues (1993), trabalhando com o enraizamento de estacas lenhosas do
porta-enxerto de videira ‘Riparia de Traviú’, com relação à suplementação de boro,
verificaram que nos tratamentos de AIB à 1.000 e 5.000 mg L
-1
+ ácido bórico à 150 µg.L
-1
,
houve incrementos na porcentagem de enraizamento, no comprimento médio das raízes e no
número médio de raízes formadas por estaca, quando comparados com a utilização somente
de AIB. Jarvis et al. (1984) observaram em estacas de P. aureus aumento do desenvolvimento
y= 0,00000007x
2
+ 0,0004x+6,77; R
2
=0,83
y= 0,0009x+4,9; R
2
=0,99
46
das raízes, com o aumento da concentração de IBA, principalmente quando essas estacas eram
tratadas com ácido bórico à 150 µg.L
-1
, o que levou ao máximo de crescimento das raízes.
Kersten (1990) avaliou o enraizamento de estacas de ameixeira (Prunus salicina
Lindl.) ‘Carmesim’ e ‘Grancuore’, coletadas em quatro épocas (maio, novembro, dezembro e
fevereiro), em relação à aplicação de ácido bórico às plantas matrizes. No cultivar Carmesim,
houve diferença significativa apenas naquelas coletadas em dezembro, onde as plantas não
tratadas com ácido bórico produziram estacas que tiveram percentual de enraizamento
superior àquelas tratadas. Para o número de raízes por estaca, determinado somente em maio,
o autor não observou diferença significativa entre estacas das plantas testemunhas e estacas
das plantas tratadas com ácido bórico. Em dezembro e fevereiro, as estacas oriundas de
plantas tratadas com ácido bórico acumularam significativamente mais matéria seca de raízes
que aquelas das plantas testemunhas. Segundo Gauch & Dugger (1954), as folhas de plantas
deficientes em boro apresentam, comparativamente, maiores concentrações de açúcares,
contudo a concentração nos ramos é baixa, indicando que o teor de boro influencia a
translocação dos fotossintatos. Portanto, um nível adequado de boro nas estacas aumentaria a
disponibilidade de carboidratos aos loci meristemáticos, possibilitando maior crescimento das
raízes.
A existência de relacionamento metabólico no qual o boro, os compostos fenólicos e
as peroxidases/AIA-oxidases interagem sobre cada um e com as auxinas é fator comprovado.
O enraizamento de estacas é controlado por uma variação da concentração auxínica de alta a
baixa, entre a fase indutiva e a do início da formação de raízes. Esse controle poderia ser
atribuído à formação de complexos de boro com orto-difenóis, que aumentam a atividade
AIA-oxidase, garantindo, assim, altas concentrações na fase indutiva de formação de raízes e
reduzindo a concentração de auxina a um nível que permita o desenvolvimento e crescimento
das raízes na fase de iniciação (LEWIS, 1980).
47
4.2 EXPERIMENTO II: Avaliação da severidade de doenças foliares e vigor à campo de 17
porta-enxertos de videira e o desenvolvimento inicial do enxerto em condições subtropicais
4.2.1 Avaliação da severidade da antracnose e da ferrugem sobre os porta-enxertos à
campo
Segundo a análise de variância, constatou-se que os diferentes porta-enxertos
apresentaram diferenças significativas (P≤0,05), o que indica que uma ou mais variedades
diferem entre si quanto à resistência genética tanto para a antracnose quanto para a ferrugem
foliar da videira (Tabela 4).
Tabela 4. Resumo da análise de variância para as variáveis referentes à severidade das
doenças para antracnose (Elsinoe ampelina) e ferrugem da videira (Phakopsora euvitis)
em porta-enxertos de videira, em condições de campo Marechal Cândido Rondon-PR,
Unioeste, 2008.
FV GL Quadrados Médios
Antracnose da videira
Porta-enxertos 14
7,121*
Resíduo 60
0,319
C.V. (%)
26,2
Ferrugem da videira
Porta-enxertos 16
94,762*
Resíduo 68
0,602
C.V. (%)
11,9
* : significativos (P≤0,05), pelo teste F.
A avaliação da severidade da doença para a antracnose foliar dos porta-enxertos de
videira a campo, demonstrou que os porta-enxertos ‘IAC 572 Jales’, ‘IAC 766 Campinas’ e
‘IAC 313 Tropical’ apresentaram a menor porcentagem de área foliar lesionada, com notas
variando de 1,02 a 1,24, comportando-se como resistentes a infecção do patógeno em relação
aos demais porta-enxertos (Tabela 5). Os porta-enxertos ‘99R’, ‘5C’ e ‘Riparia de Traviú’
obtiveram notas variando de 1,52 a 1,86, bem próximos aos porta-enxertos classificados como
resistentes, classificando-os assim como moderamente resistentes.
48
Por outro lado, os porta-enxertos ‘Rupestris Du Lot’, ‘420 A’, ‘Paulsen’ e ‘Harmony’
apresentaram a maior porcentagem de área foliar lesionada (Tabela 5), com notas variando de
2,64 a 3,06, comportando-se assim como suscetível a infecção do patógeno. Esses dados estão
de acordo com Kishino et al. (2007) os quais apontam tais porta-enxertos como suscetíveis à
antracnose.
Pommer et al. (2003) citam o porta-enxerto ‘Kobber 5BB’ como sendo resistente a
doenças fúngicas, entretanto, neste trabalho, para a avaliação da severidade da antracnose da
videira, este porta-enxerto apresentou um vel de infecção considerável, classificado como
moderamente suscetível (Tabela 5). Os porta-enxertos ‘RR101-14’, ‘Golia’, ‘Teléki 8B’ e
‘SO4’ apresentaram moderada suscetibilidade à antracnose, igualmente ao porta-enxerto
‘Kobber 5BB’, não diferindo estatisticamente entre si.
Tabela 5. Severidade foliar de antracnose (Elsinoe ampelina) e ferrugem da videira
(Phakopsora euvitis) em porta-enxertos de videira, em condições de campo. Marechal
Cândido Rondon-PR, Unioeste, 2008.
Porta-enxertos Severidade foliar de doença*
Antracnose da videira Ferrugem da videira
‘SO4’ 2,51 c 6,85 e
‘Teléki 8B’ 2,48 c 6,32 d
‘Harmony’ 3,06 d 4,30 c
‘Golia’ 2,26 c 8,42 g
‘Riparia de Traviú’ 1,86 b
7,34 f
‘Paulsen’ 2,94 d 8,03 f
‘420 A’ 2,81 d 7,70 f
‘99R’ 1,52 b
8,52 g
‘5C’ 1,75 b
9,17 h
‘RR101-14’ 2,15 c 7,74 f
‘Kober 5BB’ 2,17 c 8,08 f
‘Rupestris Du Lot’ 2,64 d 7,54 f
‘IAC 313 Tropical’ 1,24 a 1,39 a
‘IAC 766 Campinas’ 1,09 a 3,04 b
‘IAC 572 Jales’ 1,02 a 1,49 a
‘VR 043-43’ - 5,87 d
‘IAC 571-6 Jundiaí’ - 1,70 a
C.V. (%) 26,2 11,9
* Médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste de Scott-Knott (P≤0,05).
Portanto, dentre os porta-enxertos de videira utilizados na região Oeste do estado do
Paraná e para regiões subtropicais com condições climáticas similares, destacam-se o ‘IAC
572 Jales’, ‘IAC 766 Campinas’ e ‘IAC 313 Tropical’, estes que apresentaram menor área
49
foliar lesionada, portanto resistentes à antracnose. Assim, foi proposta uma classificação
referente a resistência e suscetibilidade a antracnose foliar das videiras, expressa na Figura 4.
Assim, é válido mencionar a importância da eliminação dos restos culturais após as
podas seja qual for o porta-enxerto utilizado, uma vez que estes, quando infectados, servem de
fonte de inóculo para uma futura infecção do vinhedo (SÔNEGO et al., 2003).
Figura 4. Severidade de antracnose (Elsinoe ampelina) em 15 porta-enxertos de videira, em
condições de campo. Classificação do grau de resistência dos porta-enxertos: R-resistente,
MR-moderamente resistente, MS-moderamente suscetível e S-suscetível. Marechal
Cândido Rondon-PR, Unioeste, 2008. Nota: 1-sem lesão; 2-0,1 a 5%; 3-5,1 a 10%; 4-10,1
a 15%; 5-15,1 a 20; 6-20,1 a 25%; 7-25,1 a 30%; 8-30,1 a 35%; 9-35,1 a 40% e 10 > 40%
de área foliar lesionada.
Para a severidade de ferrugem foliar das videiras, em geral, a grande maioria dos
porta-enxertos avaliados apresentou suscetibilidade à esta doença.
Assim, para a severidade da doença, os porta-enxertos ‘IAC 313 Tropical’, ‘IAC 572
Jales’ e ‘IAC 571-6 Jundiaí’ se destacaram, apresentando a menor área foliar lesionada, com
notas variando entre 1,39 e 1,70, apresentando assim resistência a essa doença (Tabela 5). Já o
0.0
0.5
1.0
1.5
2.0
2.5
3.0
3.5
4.0
IAC 572 Jales
IAC 766 Campinas
IAC 313 Tropical
99 R
5C
Riparia de Traviú
RR101-14
Kober 5BB
Golia
Teki 8B
SO4
Rupestris Du Lot
420 A
Paulsen
Harmony
Porta-enxertos de videira
R
MR
MS
S
Severidade de antracnose
50
porta-enxerto ‘IAC 766 Campinas’ apresentou moderada resistência à infecção pelo patógeno
causador da ferrugem, com nota atribuída de 3,04.
Em trabalho realizado por Angelotti et al. (2008a), os porta-enxertos ‘IAC 313
Tropical’, ‘IAC 572 Jales’ e ‘IAC 766 Campinas’ apresentaram necrose do tecido foliar
(“flecks”) ao redor das pústulas, o que indica a ocorrência de reação de hipersensibilidade por
parte do hospedeiro. Assim, segundo Bonde et al. (2006), a ocorrência de necrose ao redor das
pústulas, em razão da reação de hipersensibilidade, evidencia o envolvimento de genes
maiores de resistência.
De acordo com Melching (1981), Pei et al. (2002) e Gilles & Kennedy (2003), a
densidade do inóculo pode interferir na severidade das ferrugens. Assim, o entendimento da
relação entre densidade de inóculo e a intensidade da doença é importante em estudos de
caracterização de resistência às ferrugens. Pelos mesmos motivos, deve ser conhecida a
influência da idade da folha na severidade (ANGELOTTI et al., 2008a).
Em campo, raramente têm sido observados sintomas de ferrugem da videira em
folhas jovens (ANGELOTTI et al., 2008a). Naruzawa et al. (2006), por meio de teste de
patogenicidade realizado em folhas jovens e maduras de videira, em campo, verificaram a
ausência de sintomas e sinais da doença em folhas jovens. Contudo, Leu & Wu (1983)
concluíram que, em folhas jovens infectadas com Phakopsora euvitis, as pústulas se
desenvolveram.
O fungo causador da ferrugem foliar das videiras infecta principalmente folhas
maduras, uma vez que estas apresentam os estômatos desenvolvidos (LEU & WU, 1983;
PEARSON & GOHEEN, 1988). De acordo com
Leu (1988), as folhas maduras são as mais
afetadas, mas ocasionalmente lesões também podem ocorrer nos pecíolos,
nas brotações
novas e nas ráquis. Isso explica a importância do controle da doença nos primeiros estágios de
infecção, para evitar a disseminação do patógeno.
De acordo com Naves et al. (2006), o fungo causador da ferrugem da videira ataca
todos os órgãos verdes da planta, sendo os tecidos mais novos e tenros os menos suscetíveis.
Essa afirmação concorda com o presente trabalho, avaliado em condições de campo, portanto,
diante da ocorrência natural de tal doença, a porção inferior, ou seja, local onde se encontram
as folhas mais velhas, apresenta maior área foliar lesionada nas variedades de porta-enxertos
de videira avaliadas.
O porta-enxerto ‘5C’ foi o que apresentou maior nível de infecção, com nota
atribuída de 9,17, ou seja, com as folhas quase que totalmente necrosadas devido a incidência
do patógeno. Portanto, dentro das condições edafoclimáticas da região, mostrou-se o mais
51
suscetível. No entanto, os porta-enxertos ‘Riparia de Traviú’, ‘Rupestris Du Lot’, ‘420 A’,
‘RR101-14’, ‘Paulsen’, ‘Kober 5BB’, ‘Golia’ e ‘99R’ apresentaram alta porcentagem de área
foliar lesionada com notas atribuídas variando de 7,34 a 8,52, se enquadrando assim como
suscetíveis (Tabela 5, Figura 5).
Estes resultados são concordantes com os encontrados por Angelotti et al. (2008a),
que concluíram que os porta-enxertos ‘420 A’ e ‘Kober 5BB’, são mais afetados pela doença
do que IAC 766 Campinas’ e ‘IAC 313 Tropical’. Segundo Tessman & Vida (2008),
observações de campo têm mostrado que os porta-enxertos IAC 766 Campinas’ e ‘IAC 313
Tropical’ são mais resistentes à ferrugem do que ‘420 A’ e ‘Paulsen’.
Figura 5. Severidade de ferrugem (Phakopsora euvitis) em 17 porta-enxertos de videira, em
condições de campo. Classificação do grau de resistência dos porta-enxertos: R-resistente,
MR-moderamente resistente, MS-moderamente susceptível e S-susceptível. Marechal
Cândido Rondon-PR, Unioeste, 2008. Nota: 1-sem lesão; 2-0,1 a 5%; 3-5,1 a 10%; 4-10,1
a 15%; 5-15,1 a 20; 6-20,1 a 25%; 7-25,1 a 30%; 8-30,1 a 35%; 9-35,1 a 40% e 10 > 40%
de área foliar lesionada.
Portanto, dentre os porta-enxertos de videira utilizados na região Oeste do estado do
Paraná e para regiões subtropicais com condições climáticas similares, destaca-se ‘IAC 313
Severidade de ferrugem
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
IAC 313 Tropical
IAC 572 Jales
IAC 571-6 Jundiaí
IAC 766 Campinas
Harmony
VR 043-43
Teki 8B
SO4
Riparia de Traviú
Rupestris Du Lo
420 A
RR101-14
Paulsen
Kober 5BB
Golia
99 R
5C
R
MR
MS
S
Porta-enxertos de videira
52
Tropical’, IAC 572 Jales’ e IAC 571-6 Jundiaí’, estes que apresentaram menor área foliar
lesionada, portanto com resistência à ferrugem. Assim, foi proposta uma classificação
referente a resistência e suscetibilidade a ferrugem das videiras, expressa na Figura 5.
Do ponto de vista ambiental e econômico, a resistência genética é estratégia
importante e altamente desejável para o controle de doenças. Portanto, a identificação e a
caracterização de genótipos, com maiores graus de resistência à ferrugem, são importantes
para programas de melhoramento genético que tem como objetivo o desenvolvimento de
novas cultivares de videira.
Até o momento, no estado do Paraná a ferrugem tem demandado atenção especial de
controle, principalmente em porta-enxertos em crescimento e em variedades copa de uvas
americanas ou rústicas (TESSMAN & VIDA, 2008). Em trabalhos preliminares realizados
com variedades copa para vinho, notou-se que as uvas ‘Cabernet Sauvignon’, ‘Marselan’ e
‘Moscato Canelli’ apresentaram maior nível de resistência à doença em relação à ‘Alicante
Bouschet’, ‘Aragonez’, ‘Carmenere’, ‘Syrah’ e ‘Tempranillo’. Estes resultados são
extremamente úteis ao suporte de programas de melhoramento genético. No entanto, faz-se
necessária a realização de mais pesquisas visando à identificação de fontes promissoras de
resistência à ferrugem (ANGELOTTI et al., 2008b).
Na literatura foram encontradas poucas informações sobre a doença quanto a
epidemiologia e controle de P. euvitis. No entanto, com o estabelecimento deste patógeno no
Brasil, novas pesquisas serão necessárias (NARUZAWA et al., 2006). A importância
econômica da doença pode aumentar, em razão da expansão da viticultura nas regiões
tropicais e subtropicais uma vez que, a severidade da doença é maior justamente nestas áreas
(SÔNEGO et al., 2005a).
Via de regra, os trabalhos realizados quanto à fitossanidade da videira estão
relacionados diretamente à variedade copa, sendo escassos os que se relacionam aos porta-
enxertos. No entanto, por ser a planta que dará origem ao vinhedo, é de suma importância que
este já se inicie em boas condições sanitárias, livre de doenças, as quais podem vir a trazer
uma futura infecção na primeira safra. Assim, danos econômicos podem ser evitados por
meio do diagnóstico local, monitoramento e controle adequado das doenças.
53
4.2.2 Avaliação a campo do vigor de 17 porta-enxertos de videira e desenvolvimento
inicial do enxerto em condições subtropicais
De acordo com a análise de variância, constatou-se que os diferentes porta-enxertos
apresentaram diferenças significativas (P≤0,05), em todas as variáveis mensuradas referentes
ao vigor o que indica que as variedades possuem desempenho diferenciado a campo, em
condições subtropicais (Tabela 6).
Tabela 6. Resumo da análise de variância para as variáveis biométricas número total de
ramos (NR), diâmetro médio dos ramos (DR), comprimento do maior ramo (CR), massa
fresca total média dos ramos (MFR), porcentagem de pegamento (PP), diâmetro médio do
enxerto (DE) e comprimento médio do enxerto (CE) da variedade BRS Violeta’, em 17
porta-enxertos de videira em condições subtropicais. Marechal Cândido Rondon-PR,
Unioeste, 2008.
FV GL Quadrados Médios
NR DR CR MFR PP DE CE
Porta-enxertos 16 6,96*
5,32*
206,06*
343,03*
16,93*
12,86*
953,55*
Bloco 3 1,09 0,25 4,65 58,04 2,43 1,84 206,11
Resíduo 48 1,15 1,89 12,76 21,48 4,72 3,64 309,52
C.V. (%) 22,62 18,47 23,36 24,13 25,79 10,17 15,06
* : significativos (P≤0,05), pelo teste F.
Quanto ao desempenho vegetativo a campo, previamente à operação de enxertia, o
porta-enxerto ‘IAC 572 Jales’ apresentou maior comprimento do maior ramo (345 cm),
seguido do ‘IAC 313 Tropical’ (281,25 g) e ‘IAC 766 Campinas’ (253,75 g), que não
diferiram estatisticamente entre si (Tabela 7). Para o diâmetro médio dos ramos, novamente o
porta-enxerto ‘IAC 572 Jales’ se destacou, não diferindo dos porta-enxertos ‘Harmony’,
‘Paulsen’, ‘IAC 766 Campinas’, ‘VR 043-43’ e ‘IAC 571-6 Jundiaí’.
Esses resultados concordam com os de Barros et al. (1996), que avaliaram a
capacidade de enraizamento e desenvolvimento vegetativo de genótipos de videira para porta-
enxerto na fase de viveiro e constataram que os porta-enxertos ‘IAC 572 Jales’ e ‘IAC 766
Campinas’, apresentaram ótimo desempenho na rapidez do desenvolvimento vegetativo,
previamente à enxertia.
Para o número total de ramos, os porta-enxertos IAC 572 Jales’ e ‘99R’
apresentaram maior número de ramos, igualmente ao ‘RR101-14’, ‘Rupestris Du Lot’ e ‘VR
043-43’ (Tabela 7).
54
Para se formar um vinhedo, realiza-se o plantio de estacas dos porta-enxertos no lugar
definitivo ou então, o enraizamento (barbados) para enxertia no inverno do ano seguinte
(REGINA et al., 1998). Segundo Villa et al. (2003), após a implantação dos porta-enxertos no
local definitivo, antes de serem enxertados, estes emitirão brotações durante o seu
desenvolvimento, principalmente no verão. O crescimento contínuo destas brotações
proporciona o menor crescimento e desenvolvimento da haste principal, devendo-se assim
realizar-se a desbrota. Este material oriundo da desbrota realizada nos porta-enxertos
localizados no campo é um material provavelmente descartado pelos produtores, no entanto,
pode ser utilizado para a produção de novos porta-enxertos.
Somente os dois primeiros porta-enxertos (‘IAC 572 Jales’ e ‘99R’), que
apresentaram o maior mero total de ramos, vieram a apresentar a maior massa fresca total
média dos ramos (600,5 g e 558 g, respectivamente) (Tabela 7). Tecchio et al. (2007),
trabalhando com o enraizamento de estacas de porta-enxertos para videiras em condições de
campo, verificaram que o ‘IAC 572 Jales’ promoveu o maior acúmulo de massa vegetal.
A importância do porta-enxerto propiciar bom desenvolvimento vegetativo a campo
previamente a operação de enxertia, principalmente no que se refere a produção de massa
vegetal, é a síntese de fotoassimilados, que serão utilizados ao desenvolvimento radicular e
acumulados no durante o período de dormência. Após a operação da enxertia invernal a
campo, maiores concentrações de carboidratos no sistema radicular poderão auxiliar no
desenvolvimento vegetativo do enxerto, encurtando o tempo demandado para a formação do
parreiral e ainda propiciando a formação de guias (braços) vigorosos.
Ao contrário dos bons resultados de vigor obtidos com alguns porta-enxerto a campo,
o porta-enxerto ‘Teléki 8B’ foi o que propiciou menor desempenho a campo (Tabela 7). De
forma geral, o porta-enxerto ‘IAC 572 Jales’ foi o que apresentou maior vigor em todos os
parâmetros mensurados.
Ao descrever cultivares de videira, Pommer et al. (1997) caracterizaram o porta-
enxerto ‘IAC 572 Jales’ como vigoroso e ‘Kober 5BB’com vigor médio, o ‘Riparia de
Traviú’, segundo os autores, apresenta bom desenvolvimento, porém sem muito vigor.
Alvarenga & Fortes (1976), estudando o desenvolvimento de alguns porta-enxertos para
videira, destacaram o ‘IAC 572 Jales’ por apresentar maior massa da matéria seca das hastes.
55
Tabela 7. Número total de ramos (NR), diâmetro médio dos ramos (DR), comprimento do
maior ramo (CR) e massa fresca total média dos ramos (MFR) de 17 porta-enxertos de
videira em condições subtropicais, após nove meses do plantio, previamente à operação de
enxertia. Marechal Cândido Rondon-PR, Unioeste, 2008.
Porta-enxertos Variáveis analisadas*
NR DR (mm) CR (cm) MFR (g)
‘SO4’ 4,48 b 7,53 b 157,75 c 337,00 c
‘Teléki 8B’ 2,81 b 5,79 b 103,25 c 263,75 d
‘Harmony’ 2,83 b 8,86 a 114,50 c 428,25 b
‘Golia’ 4,32 b 6,12 b 120,75 c 414,00 b
‘IAC 313 Tropical’ 3,75 b 7,68 b 281,25 b 248,75 d
‘420 A’ 3,36 b 6,17 b 120,00 c 476,25 b
‘Paulsen’ 3,90 b 8,37 a 113,00 c 459,75 b
‘Riparia de Traviú’ 4,46 b 6,10 b 111,75 c 367,75 c
‘RR101-14’ 5,60 a 6,73 b 113,25 c 345,25 c
‘IAC 766 Campinas’ 4,96 b 8,25 a 253,75 b 336,00 c
‘IAC 572 Jales’ 7,10 a 8,33 a 345,00 a 600,50 a
‘99R’ 6,16 a 6,97 b 99,75 c 558,00 a
‘5C’ 4,25 b 6,99 b 111,50 c 437,50 b
‘Rupestris Du Lot’ 7,32 a 7,17 b 105,50 c 400,93 c
‘Kober 5BB’ 4,53 b 6,98 b 129,75 c 454,37 b
‘VR 043-43’ 5,83 a 9,52 a 146,50 c 344,37 c
‘IAC 571-6 Jundiaí’ 5,11 b 9,60 a 180,66 c 367,20 c
C.V. (%) 22,62 18,47 23,36 24,13
* Médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste de Scott-Knott (P≤0,05).
Quanto à influência dos porta-enxertos no desenvolvimento do enxerto ‘BRS
Violeta’, as variedades 420 A, SO4, Harmony, Paulsen e IAC 766 Campinas, foram os
melhores com relação ao índice de brotação do enxerto entre 70% e 77,5% (Tabela 8). No
entanto, os últimos quatro citados, foram os que auxiliaram no maior sucesso no
desenvolvimento do enxerto, pois, além de propiciarem elevado índice de pegamento,
contribuíram para o maior diâmetro e comprimento médio do enxerto.
Terra et al. (2002), estudando o comportamento da ‘Niágara Rosada’ em diversos
porta-enxertos na região de Mococa-SP, por cinco anos consecutivos, verificaram que o porta-
enxerto ‘IAC 766 Campinas’ foi o que propiciou o maior desenvolvimento vegetativo.
No entanto, com relação ao desempenho produtivo, uma relação direta entre as
variedades copas e porta-enxertos, com as condições locais de cultivo, o podendo se fazer
uma relação de vigor vegetativo com desempenho produtivo. Freire et al. (1991) avaliaram o
desempenho produtivo de plantas de ‘Thompson Seedless’ sobre alguns porta-enxertos no
submédio São Francisco, que resultou em produtividades de 16,1 t ha
-1
para plantas
enxertadas em ‘Harmony’ e 8,3 t ha
-1
para ‘IAC 313 Tropical’. Para a ‘Concord’, também na
56
região de Mococa-SP, Terra et al. (2001) verificaram maiores produções quando as plantas
foram enxertadas sobre ‘IAC 313 Tropical’.
Pode-se ainda citar os porta-enxertos ‘IAC 313 Tropical’, ‘Riparia de Traviú’ e
‘Rupestris Du Lot’ como intermediários quanto ao desempenho propiciado ao enxerto, pois,
apesar de não terem propiciado elevado índice de brotação dos enxertos, auxiliaram no bom
desenvolvimento do mesmo. Por outro lado, pode-se citar os porta-enxertos ‘VR 043-43’ e
‘IAC 571-6 Jundiaí’ como de baixo vigor, pois, além de promoveram baixo índice de
brotação dos enxertos (15% e 20%, respectivamente), promoveram desenvolvimento quase
nulo das brotações dos mesmos, com comprimento variando de 3,0 a 4,5 cm (Tabela 8).
Santos Neto (1955) afirmou que, além da resistência à filoxera, um bom porta-
enxerto deve possuir facilidade de enraizamento, afinidade com o enxerto e bom
desenvolvimento vegetativo. Einset & Pratt (1975) citaram que o porta-enxerto deve ser
vigoroso, deve produzir grande quantidade de ramos para estacas, as quais devem enraizar
rápida e profusamente e promover forte união com o garfo do cultivar enxertado.
Tabela 8. Porcentagem de pegamento (PP), diâmetro médio do enxerto (DE) e comprimento
médio do enxerto (CE) da videira BRS Violeta’, em 17 porta-enxertos de videira em
condições subtropicais. Marechal Cândido Rondon-PR, Unioeste, 2008.
Porta-enxertos Variáveis analisadas*
PP (%) DE (mm) CE (cm)
‘SO4’ 75,00 a 6,69 a 45,07 a
‘Teléki 8B’ 45,00 c 3,26 b 9,45 c
‘Harmony’ 75,00 a 5,77 a 44,45 a
‘Golia’ 35,00 d 4,59 b 21,93 b
‘IAC 313 Tropical’ 62,50 b 6,45 a 39,62 a
‘420 A’ 77,50 a 4,31 b 26,35 b
‘Paulsen’ 70,00 a 5,49 a 46,51 a
‘Riparia de Traviú’ 40,00 c 5,91 a 42,68 a
‘RR101-14’ 30,00 d 4,32 b 28,16 b
‘IAC 766 Campinas’ 70,00 a 6,74 a 42,28 a
‘IAC 572 Jales’ 40,00 c 5,84 a 14,87 c
‘99R’ 35,00 d 3,43 b 14,91 c
‘5C’ 30,00 d 2,77 b 6,40 d
‘Rupestris Du Lot’ 60,00 b 7,13 a 38,00 a
‘Kober 5BB’ 30,00 d 3,47 b 21,12 b
‘VR 043-43’ 15,00 e 0,98 b 3,00 d
‘IAC 571-6 Jundiaí’ 20,00 e 1,69 b 4,50 d
C.V. (%) 25,79 10,17 15,06
* Médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste de Scott-Knott (P≤0,05).
57
Segundo Camargo et al. (2005), a videira apresentou bom desenvolvimento
vegetativo e produtivo sobre o porta-enxerto ‘Paulsen’ em condições de clima temperado, na
Serra Gaúcha, concordando com o presente trabalho, realizado em condições subtropicais.
A variedade ‘BRS Violeta’ é recomendada para elaboração de vinhos tinto de mesa,
possuindo boa adaptação à região Sul, regiões subtropicais e tropicais do Brasil. É uma
variedade com poucos dados produtivos computados. Inicialmente, foi relatada boa
produtividade e qualidade de mosto.
Assim, devido ao interesse regional por parte dos viticultores e da EMATER, novos
estudos devem ser realizados quanto a fenologia, produtividade, produção e resistência à
doenças, dessa variedade, sobre os 17 porta-enxertos estudados no presente trabalho. Bem
como as características físico-químicas entre a variedade copa e os diferentes porta-enxertos.
58
5 CONCLUSÕES
De acordo com os experimentos realizados, pode-se concluir que:
- Os resultados indicaram que para o porta-enxerto ‘VR 043-43’, nas condições testadas neste
experimento, a estratificação das estacas não é fundamental para que haja maior eficiência do
processo de enraizamento;
- No que se refere ao tratamento com ácido indolbutírico, a concentração de 3.000 mg L
-1
associada ao ácido bórico favoreceram sensivelmente o desenvolvimento do sistema radicular
das estacas desse porta-enxerto de videira;
- Os porta-enxertos IAC 572 Jales’, ‘IAC 766 Campinas’ e IAC 313 Tropical’ apresentam
resistência a infecção foliar de antracnose;
- Os porta-enxertos IAC 313 Tropical’, ‘IAC 572 Jales’ e IAC 571-6 Jundiaí’ apresentam
resistência à infecção foliar de ferrugem;
- O porta-enxerto IAC 572 Jales’ foi o que promoveu maior desempenho a campo,
previamente a operação de enxertia;
- Os porta-enxertos ‘SO4’, ‘Harmony’, ‘Paulsene ‘IAC 766 Campinaspromoveram maior
vigor ao desenvolvimento do enxerto de ‘BRS Violeta’.
59
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