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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
FACULDADE DE MEDICINA DE RIBEIRÃO PRETO
DEPARTAMENTO DE PUERICULTURA E PEDIATRIA
PÓS-GRADUAÇÃO EM SAÚDE DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
Cristina Maria Mendes Resende
RELAÇÕES ENTRE AS MEDIDAS DA COMPOSIÇÃO CORPORAL DE
ADOLESCENTES OBESOS FORNECIDAS PELO MÉTODO DA DILUIÇÃO DE
ÓXIDO DE DEUTÉRIO E PELA IMPEDÂNCIA BIOELÉTRICA
Ribeirão Preto
2009
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CRISTINA MARIA MENDES RESENDE
RELAÇÕES ENTRE AS MEDIDAS DA COMPOSIÇÃO CORPORAL DE
ADOLESCENTES OBESOS FORNECIDAS PELO MÉTODO DA DILUIÇÃO DE
ÓXIDO DE DEUTÉRIO E PELA IMPEDÂNCIA BIOELÉTRICA
Orientadora: Profa. Dra. Jacqueline Pontes Monteiro
Ribeirão Preto
2009
Dissertação de mestrado apresentada à
Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da
Universidade de São Paulo, Departamento de
Puericultura e Pediatria, como parte das
exigências para o título de mestre em Saúde
da Criança e do Adolescente.
ads:
AUTORIZO A REPRODUÇÃO E DIVULGAÇÃO TOTAL OU PARCIAL DESTE TRABALHO, POR QUALQUER MEIO
CONVENCIONAL OU ELETRÔNICO, PARA FINS DE ESTUDO E PESQUISA, DESDE QUE CITADA A FONTE.
FICHA CATALOGRÁFICA
Resende, Cristina Maria Mendes
Relações entre as medidas da co
mposição corporal de
adolescentes obesos fornecidas pelo método da diluição do óxido
de deutério e pela impedância bioelétrica. Ribeirão Preto, 2009.
92 p, il.; 30cm
Dissertação de Mestrado apresentada à Faculdade de Medicina de
Ribeirão Preto. Departamento de Puericultura e Pediatria/USP.
Área de concentração: Saúde da criança e do adolescente.
Orientadora: Monteiro, Jacqueline Pontes
1. Adolescentes. 2. Obesidade. 3. Composição corporal.
4. Impedância Bioelétrica. 5. Método da diluição do óxido de
deutério
FOLHA DE APROVAÇÃO
Cristina Maria Mendes Resende
Relações entre as medidas da composição corporal de adolescentes obesos fornecidas pelo
método da diluição de óxido de deutério e pela impedância bioelétrica
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em
Saúde da Criança e do Adolescente do Departamento de
Puericultura e Pediatria da Faculdade de Medicina de Ribeirão
Preto da Universidade de São Paulo para obtenção do título de
mestre.
Área de Concentração: Saúde da Criança e do Adolescente
Aprovada em: ____/____/____
Banca examinadora
Presidente/Orientadora Profa. Dra. Jacqueline Pontes Monteiro
Instituição: Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP-USP)
Assinatura_________________________________________________________________
Profa. Dra. Ana Paula de Carvalho Panzeri Carlotti
Instituição: Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP USP)
Assinatura: _________________________________________________________________
Prof. Dr. Daniel Ferreira Cunha
Instituição: Universidade Federal do Triângulo Mineiro
Assinatura: _________________________________________________________________
“Não há nada de nobre em sermos superiores ao próximo. A verdadeira nobreza consiste
em sermos superiores ao que éramos antes.”
(Autor desconhecido)
Dedicatória
Às pessoas mais importantes da minha vida, a minha mãe Sônia e os meus irmãos Vinícius e
Emanuela.
Aos adolescentes com obesidade e que este trabalho possa contribuir na busca por um futuro
com melhor qualidade de vida.
Agradecimentos
A Deus, por todas as oportunidades concedidas em minha vida, por me iluminar nos
momentos em que era necessário fazer escolhas.
À minha orientadora Profa. Dra. Jacqueline Pontes Monteiro, pela ótima convivência, pelos
ensinamentos proferidos, pelas oportunidades de aprendizado, pela disponibilidade em me
ouvir em momentos de angústia e ansiedade, pelo carinho e preocupação sempre
demonstrados. Você é uma pessoa muito especial e meu exemplo de dedicação profissional.
À Profa. Dra. Marta Neves Campanelli Marçal Vieira, pelas valiosas contribuições para meu
crescimento enquanto profissional, obrigada pelo apoio e pelo carinho com que sempre me
recebeu, pelos ensinamentos de paciência e perseverança, você é uma pessoa muito querida,
além de uma excelente profissional.
À Profa. Dra. Heloisa Bettiol e à Profa. Dra. Paula Garcia Chiarello pelas contribuições no
Exame de Qualificação.
Ao Prof. Dr. Daniel Ferreira da Cunha e à Profa. Dra. Ana Paula de Carvalho Panzeri
Carlotti, pela receptividade e pelas valiosas contribuições na pré-banca.
Ao Prof. Dr. Simon Camello Júnior, por seus ensinamentos e opiniões sempre coerentes.
Ao Prof. Dr. Eduardo Ferrioli e à Karina Pfrimer pelos ensinamentos compartilhados e
acolhimento no Laboratório de Espectrometria de Massa do Departamento de Clínica
Médica da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo.
Aos docentes responsáveis pelo Ambulatório de Obesidade Infantil do Hospital das Clínicas
de Ribeirão Preto, pelo consentimento na realização desta pesquisa, e a todos os
profissionais da saúde envolvidos neste ambulatório.
À Profa. Dra. Gleici da Silva Castro Perdoná pelo auxílio nas análises estatísticas.
Às “moradoras” da casa cinco, Tânia dos Santos Pereira, Camila Cremonezi Japur, as
Profas. Dras. Marta Neves Campanelli Marçal Vieira, Rosa Wanda Diez Garcia e Paula
Garcia Chiarello pelos momentos de descontração e alegria.
Às minhas amigas Gisele, Priscila, Lidiane, Virgínia, Maria Olímpia, Roseli, pela amizade,
pelo apoio e conforto nos bons e nem tão bons momentos, por toda a alegria compartilhada.
Saibam que vocês têm um lugar especial em meu coração.
À Mariana e a Roseli pela inestimável contribuição durante a coleta de dados.
À minha querida mãe Sônia, pela luta, muitas vezes além de suas forças para que eu tivesse
condições de trilhar o meu caminho, obrigada pelo incentivo constante, apoio, entusiasmo e
pelo amor incondicional.
À minha tia e madrinha Dulce, obrigada pela presença constante mesmo estando distante,
pelo incentivo nas horas mais difíceis, pelo apoio e pela torcida sincera, você tem meu
carinho eterno. Ao tio Hugo pela preocupação e carinho demonstrado durante a realização
do meu mestrado.
Aos meus irmãos Vinícius e Emanuela pelo apoio, amizade, carinho e incentivo, sou
abençoada por ter vocês em minha vida.
A tia Lenice e a Regina Célia de Oliveira por me receberem em Ribeirão Preto com tanto
carinho, pelos conselhos sempre pertinentes.
À professora de português Maria do Socorro Senne pela revisão gramatical e ortográfica do
texto.
À bibliotecária Márcia pelas correções bibliográficas.
A todos os pacientes envolvidos neste trabalho e suas famílias que, pela sua colaboração,
tornaram possível a realização deste trabalho.
À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) pelo suporte
financeiro concedido, viabilizando a realização deste trabalho.
A todas as pessoas que contribuíram, direta ou indiretamente, para a concretização deste
trabalho.
Muito obrigada!
RESUMO
Resende, C.M.M. Relações entre as medidas da composição corporal de adolescentes
obesos fornecidas pelo método da diluição de óxido de deutério e pela impedância
bioelétrica. Dissertação (Mestrado) – Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade
de São Paulo, Ribeirão Preto, 2009.
Introdução: O Índice de Massa Corporal, critério atualmente utilizado para diagnosticar a
obesidade em adolescentes, não avalia a gordura corporal total. Para um melhor
acompanhamento desses pacientes, é de grande importância uma avaliação da composição
corporal, e a impedância bioelétrica (BIA) é um método simples, rápido e capaz de fazer esta
avaliação. Porém levando-se em conta que pacientes obesos apresentam uma alteração na
quantidade de água corporal, de massa corporal gorda e magra surge a necessidade de ajuste
de fórmulas específicas por meio de um método referência para estes pacientes,
principalmente em adolescentes que estão em processo de crescimento e desenvolvimento.
Objetivo: O objetivo deste estudo foi avaliar as relações entre as medidas da composição
corporal de adolescentes obesos fornecidas pela BIA e pelo método da diluição de óxido de
deutério. Metodologia: Foram estudados 40 adolescentes obesos, com idade entre 10 e 13
anos. Estes foram avaliados pela antropometria e composição corporal segundo a impedância
bioelétrica multifrequência e o método de óxido de deutério. Resultados: A comparação de
médias para as seguintes variáveis: massa corporal gorda (kg), massa corporal magra (kg) e
porcentagem de água corporal, determinada pelo método da diluição de óxido de deutério e
pela BIA apresentou diferenças significativas. A BIA superestimou os valores de massa
corporal magra (kg) e percentual de água corporal total e subestimou os valores de massa
corporal gorda (kg). Os resultados obtidos pela BIA, quando comparados com os dados do
método da diluição de óxido de deutério, apresentaram uma alta correlação em relação às
variáveis: massa corporal magra (r=0,89; p<0,0001) e massa corporal gorda (r=0, 92;
p<0,0001). Em relação à porcentagem de água corporal total, encontramos uma média
correlação (r=0,59; p<0,0001). Os modelos de regressão linear propostos no nosso estudo, em
relação à massa corporal magra (kg), massa corporal gorda (kg) e percentual de água corporal
total, foram bem ajustados. Os valores preditos pelo modelo aproximam-se bem dos valores
reais observados pelo método da diluição de óxido de deutério: Massa corporal magra obtida
pelo método da diluição de óxido de deutério = 0,842 × massa corporal magra obtida pela
impedância bioelétrica multifrequência. Massa corporal gorda obtida pelo método da diluição
de óxido de deutério = 0,855 × massa corporal gorda obtida pela impedância bioelétrica
multifrequência + 0,152 × peso (kg). Porcentagem de água corporal total obtida pelo método
da diluição de óxido de deutério = 0,813 × porcentagem de água corporal total obtida pela
impedância bioelétrica multifrequência.Conclusão: As medidas de composição corporal
obtidas pela BIA são estatisticamente diferentes das medidas obtidas pelo método de diluição
de óxido de deutério, apesar disso, existe uma correlação positiva forte entre as variáveis de
composição corporal, analisadas pelo método da diluição de óxido de deutério e pela BIA em
relação à massa corporal magra e à massa corporal gorda. Em relação à porcentagem de água
corporal total, a correlação foi classificada como sendo positiva e moderada. É possível
predizer resultados (medidas) da composição corporal determinados pelo método da diluição
de óxido de deutério de adolescentes obesos, utilizando as medidas fornecidas pela BIA por
meio de uma equação de regressão com, no máximo, duas variáveis.
Palavras-chave: Adolescentes. Obesidade. Composição Corporal. Impedância Bioelétrica.
Método da Diluição de Óxido de Deutério.
ABSTRACT
Resende, C.M.M. Relations between body composition measures of obese adolescents by
the deuterium oxide dilution method and by bioelectrical impedance. Master’s Thesis
University of São Paulo at Ribeirão Preto Medical School, Ribeirão Preto, 2009.
Introduction: The Body Mass Index, a criterion used today to diagnose adolescent obesity,
does not assess total body fat. For a better follow-up of these patients, it is very important to
evaluate the body composition. Bioelectrical impedance (BIA) is a simple and fast method
that can perform this evaluation. Considering that obese patients present alterations in the
quantity of body water, fat and lean body mass, however, specific formulae need to be
adjusted through a reference method for these patients, mainly in adolescents, who are at a
growth and development process.Objective: This study aimed to assess the relations between
the body composition measures of obese adolescents provided by BIA and by the deuterium
oxide dilution method. Method: 40 obese adolescents between 10 and 13 years old were
studied. They were evaluated by anthropometric measures, and body composition was
assessed through multi-frequency bioelectrical impedance and the deuterium oxide method.
Results: The comparison between mean values for the following variables: fat body mass
(kg), lean body mass (kg) and body water percentage, determined through the deuterium
oxide dilution method and by BIA presented significant differences. BIA overestimated the
lean body mass (kg) and the total body water percentage and underestimated fat body mass
(kg). When compared with data provided by the deuterium oxide dilution method, the BIA
results presented high correlation levels for the variables: lean body mass (r=0.89; p<0.0001)
and fat body mass (r=0.92; p<0.0001). As to the total body water percentage, a medium
correlation was found (r=0.59; p<0.0001). The linear regression models proposed in our study
with respect to lean body mass (kg), fat body mass (kg) and total body water percentage were
well adjusted. The values predicted by the model are a good proxy of the actual values
observed by the deuterium oxide dilution method: Lean body mass obtained by the deuterium
oxide dilution method = 0.842 × lean body mass obtained by multi-frequency bioelectrical
impedance. Fat body mass obtained through the deuterium oxide dilution method = 0.855 ×
fat body mass obtained through multi-frequency bioelectrical impedance + 0.152 × weight
(kg). Total body water percentage obtained through the deuterium oxide dilution method =
0.813 × total body water percentage obtained through multi-frequency bioelectrical
impedance.Conclusion: The body composition measures obtained through BIA differ from
the measures obtained through the deuterium oxide dilution method. Nevertheless, high
correlation levels exist between the body composition variables analyzed through the
deuterium oxide dilution method and through BIA in terms of lean body mass and fat body
mass. What the total body water percentage is concerned, the correlation was classified as
medium. The body composition results (measures) of obese adolescents determined through
the deuterium oxide dilution method can be predicted by using the measures provided by BIA
through a regression equation with two variables at most.
Key words: Adolescents. Obesity. Body Composition. Bioelectrical Impedance. Deuterium
Oxide Dilution Method.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1
Esquema de um espectrômetro de massa, demonstrando a separação
de uma corrente iônica de deutério (
2
H-
1
H, m/z = 3) e hidrogênio
(
1
H-
1
H, m/z = 2)
46
Figura 2
Correlação da massa corporal magra (kg) obtida pelo método da
diluição de óxido de deutério (MCMDEU), com a massa corporal
magra (kg) obtida pela impedância bioelétrica (MCMBIA) de
adolescentes atendidos no Ambulatório de Obesidade Infantil do
HCFMRP/USP, no período de 2006 a 2008
54
Figura 3
Correlação da massa corporal gorda (kg) obtida pelo método da
diluição de óxido de deutério (MGDEU), com a massa corporal
gorda (kg) obtida pela impedância bioelétrica (MGBIA) de
adolescentes atendidos no Ambulatório de Obesi
dade Infantil do
HCFMRP/USP, no período de 2006 a 2008
55
Figura 4
Correlação da porcentagem de água corporal total obtida pelo
método da diluição de óxido de deutério (ACTDEU), com a
porcentagem de água corporal total obtida pela impedância
bioelétrica (ACTBIA) de adolescentes atendidos no Ambulatório de
Obesidade Infantil do HCFMRP/USP, no período de 2006 a 2008
56
Figura 5
Boxplots da massa corporal magra (kg) obtida pelo método da
diluição de óxido de deutério (mcmdeu), massa corporal magra (kg)
obtida pela impedância bioelétrica (mcmbia) e massa corporal
magra (kg) predita pelo modelo ajustado (mcmdeu predito pelo
modelo) de adolescentes atendidos no Ambulatório de Obesidade
Infantil do HCFMRP/USP, no período de 2006 a 2008
58
Figura 6
Resíduos do modelo (res) versus valores preditos (pred) pelo
modelo MCMDEU = 0,842 × MCMBIA.
59
Figura 7
Boxplots da massa corporal gorda (kg) obtida pelo método da
diluição de óxido de deutério (mgdeu), massa corporal gorda (kg)
obtida pela impedância bioelétrica (mgbia) e massa corporal gorda
(kg) predita pelo modelo ajustado (mgdeu, predito pelo modelo) de
adolescentes atendidos no Ambulatório de Obesidade Infantil do
HCFMRP/USP, no período de 2006 a 2008
61
Figura 8
Resíduos do modelo (res) versus valores preditos (pred) pelo
modelo MGDEU = 0,855 × MGBIA + 0,152 × peso
62
Figura 9
Boxplots da porcentagem de água corporal total obtida pelo método
da diluição de óxido de deutério (actdeupo), porcentagem de água
corporal total obtida pela impedância bioelétrica
(actbiapo) e
porcentagem de água corporal total predita pelo modelo ajustado
64
(actdeupo previsto pelo modelo) de adolescentes atendidos no
Ambulatório de Obesidade Infantil do HCFMRP/USP, no período
de 2006 a 2008
Figura 10
Resíduos do modelo (res) versus valores preditos (pred) pelo
modelo ACTDEUPO = 0,813 × ACTBIAPO
65
LISTA DE TABELAS
Tabela 1
Distribuição dos adolescentes atendidos no Ambulatório de
Obesidade Infantil do HCFMRP/USP, segundo maturação sexual e
sexo, no período de 2006 a 2008
50
Tabela 2
Comparação de médias dos dados antropométricos de adolescentes
atendidos no Ambulatório de Obesidade Infantil do HCFMRP/USP,
no período de 2006 a 2008
50
Tabela 3
Comparação de médias da composição corporal segundo a
impedância bioelétrica e o método da diluição de óxido de deutério
de adolescentes atendidos no Ambulatório de Obesidade Infantil do
HCFMRP/USP, no período de 2006 a 2008
51
Tabela 4
Comparação de médias da composição corporal segundo a
impedância bioelétrica e o método da diluição de óxido de deutério
de adolescentes do sexo feminino atendidos no Ambulatório de
Obesidade Infantil do HCFMRP/USP, no período de 2006 a 2008
52
Tabela 5
Comparação de médias da composição corporal segundo a
impedância bioelétrica e o método da diluição de óxido de deutério
de adolescentes do sexo masculino atendidos no Ambulatório de
Obesidade Infantil do HCFMRP/USP, no período de 2006 a 2008
52
Tabela 6
Comparação de médias da composição corporal obtidas pelo
método da diluição de óxido de deut
ério e pela impedância
bioelétrica, segundo sexo, de adolescentes atendidos no
Ambulatório de Obesidade Infantil do HCFMRP/USP, no período
de 2006 a 2008
53
LISTA DE SIGLAS
Água Corporal Total
Porcentagem de Água Corporal Total obtida pela impedância bioelétrica
Porcentagem de Água Corporal Total obtida pelo método da diluição de
óxido de deutério
Bioelectrical Impedance Analysis
Center for Disease Control and Prevention
Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da
Universidade de São Paulo
Índice de Massa Corporal
Massa Corporal Magra
Massa Corporal Magra (kg) obtida pela impedância bioelétrica
Massa Corporal Magra (kg) obtida pelo método da diluição de óxido de
deutério
Massa Corporal Gorda (kg) obtida pela impedância bioelétrica
Massa Corporal Gorda (kg) obtida pelo método da diluição de óxido de
deutério
National Center for Health Statistics
Organização Mundial de Saúde
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO.............................................................................................................
17
1.1 Justificativa do estudo...............................................................................................
30
2 HIPÓTESES..................................................................................................................
31
3 OBJETIVOS..................................................................................................................
32
3.1 Objetivo geral..............................................................................................................
32
3.2 Objetivos específicos...................................................................................................
32
4 CASUÍSTICA E MÉTODOS.......................................................................................
33
4.1 Local da pesquisa, população de estudo e delineamento da pesquisa...................
33
4.2 Critérios de inclusão e exclusão.................................................................................
34
4.3 Considerações éticas...................................................................................................
34
4.4 Variáveis......................................................................................................................
35
4.4.1 Variáveis dependentes.............................................................................................
35
4.4.2 Variáveis independentes.........................................................................................
35
4.5 Maturação sexual........................................................................................................
36
4.6 Antropometria ...........................................................................................................
38
4.6.1 Peso...........................................................................................................................
38
4.6.2 Estatura....................................................................................................................
38
4.6.3 Índice de massa corporal........................................................................................
38
4.6.4 Circunferência da cintura.......................................................................................
39
4.7 Composição corporal ................................................................................................
39
4.7.1 Impedância bioelétrica multifrequência................................................................
39
4.7.2 Método da diluição de óxido de deutério...............................................................
40
4.7.2.1 Preparo, administração, coleta e armazenamento............................................
40
4.7.2.2 Diluição da dose para análise..............................................................................
42
4.7.2.3 Pipetagem das amostras para análise em espectrômetro de massa.................
44
4.7.2.4 Espectrometria de massa e Método de equilíbrio da amostra.........................
44
4.8 Análise estatística........................................................................................................
47
4.8.1 Técnicas utilizadas para a análise dos dados........................................................
47
5 RESULTADOS..............................................................................................................
48
5.1 População estudada....................................................................................................
48
5.2 Maturação sexual........................................................................................................
48
5.3 Antropometria e composição corporal....................................................................
49
6 DISCUSSÃO..................................................................................................................
64
7 CONCLUSÃO................................................................................................................
73
REFERÊNCIAS...............................................................................................................
74
APÊNDICE A...................................................................................................................
87
APÊNDICE B....................................................................................................................
88
APÊNDICE C...................................................................................................................
89
APÊNDICE D...................................................................................................................
90
_______________________________________________________________________________________
17
1 INTRODUÇÃO
1
Para a Organização Mundial de Saúde (OMS), a adolescência corresponde ao período da
vida entre os 10 e 19 anos 11 meses e 29 dias (ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE,
1975), no qual ocorrem profundas mudanças em decorrência das alterações morfológicas,
fisiológicas, psicológicas e sociais intensas e complexas, caracterizadas principalmente pelo
rápido crescimento somático, surgimento das características sexuais secundárias, conscientização
da sexualidade, estruturação da personalidade, adaptação ambiental e integração social (ANJOS;
VEIGA; CASTRO, 1998).
Atualmente, 20% da população mundial, ou seja, 1,2 bilhão de pessoas encontram-se na
faixa etária dos 10 aos 19 anos. Do total, 87% moram em países em desenvolvimento (YAZLLE,
2006).
Segundo o Censo Demográfico 2000, adolescentes de 10 a 19 anos representam a maior
parcela da população brasileira; são mais de 35 milhões, o que corresponde a 20,8% da população
total do país, recenseada no ano 2000 em 169.799.170 habitantes (IBGE, 2000). Do total de
adolescentes, 10% estão na faixa de 10 a 14 anos e 10,8% têm entre 15 e 19 anos
(IBGE, 2001).
Na região Sudeste, o número de habitantes é de 77.873.120 milhões (IBGE, 2007), sendo
que a população de adolescentes com idade entre 10 e 19 anos corresponde a 13.667.649 milhões
de pessoas (17,5%) (IBGE, 2000).
A cidade de Ribeirão Preto apresenta uma população estimada de 547.417 mil habitantes
(IBGE, 2007). Segundo informação censitária do ano de 2001, a população de adolescentes com
1
Este trabalho foi revisado seguindo o Acordo Ortográfico de 1990, em vigor a partir de 1º de janeiro de 2009.
_______________________________________________________________________________________
18
idade entre 10 e 19 anos era composta de 94.351 mil habitantes (IBGE, 2001), o que corresponde
a 17,2%.
A adolescência pode ser caracterizada como o processo de passagem da vida infantil para
a vida adulta e tem sua conceituação sustentada na psicologia e na sociologia, esse processo tem
caráter histórico e significados diferentes em diversas culturas, épocas e classes sociais. A
puberdade, por sua vez, tem sua origem na realidade biológica, compreendendo o conjunto das
transformações somáticas que marcam o final da infância, principalmente com o aparecimento de
caracteres sexuais secundários (BUTLER; MCKIE; RATCLIFFE, 1990; FERREIRA,
ROMANINI, MIRANDA, 2005).
Na adolescência, os fatores genéticos e étnicos passam a ser os principais fatores de
influência sobre o desenvolvimento (ANJOS; VEIGA; CASTRO, 1998). Adolescentes de mesma
idade frequentemente estão em fases distintas da puberdade, pois esta tem início e ritmo de
progressão muito variável entre os indivíduos. A maioria dos eventos puberais, tais como a
velocidade máxima de crescimento, a menarca, a aquisição da estatura final, dentre outras
características, se relaciona mais com determinadas fases da puberdade do que com a idade
cronológica (CHIPKEVITCH, 2001). Embora alguns modelos de estadiamento puberal tenham
sido propostos já nas décadas de 1940 e 1950 (SCHONFIELD, 1943; REYNOLDS; WINES,
1948; REYNOLDS; WINES, 1951), coube ao médico inglês J.M.Tanner padronizar um método
de estadiamento da maturação sexual (TANNER, 1962) que se difundiu a partir do ano de 1960 e
é o mais utilizado até hoje.
O início do desenvolvimento puberal, marcado pelo estágio dois de Tanner, varia com o
sexo e etnia (MARSHALL; TANNER, 1969; MARSHALL; TANNER, 1970). Um dos eventos
mais marcantes da puberdade é o desenvolvimento dos caracteres sexuais primários e secundários
(VITALLE et al., 2003). No sexo feminino, inicia pelo surgimento do botão mamário, seguido
_______________________________________________________________________________________
19
pelo estirão da estatura, e o fim da puberdade se caracteriza pela menarca, quando a velocidade
de crescimento está decrescendo. Após a menarca, a adolescente cresce em média 7,5 cm
podendo variar de 3 a 17 cm (VITALLE et al., 2003; ZEFERINO et al., 2003). No sexo
masculino, a puberdade começa pelo aumento dos testículos e é considerado o início quando o
volume testicular atinge 4 cm
3
. O estirão puberal ocorre quando os testículos apresentam volume
de 8 a 10 cm
3
(ZEFERINO et al., 2003).
Na puberdade, o crescimento estatural pode atingir 12 cm/ano em meninas e 14 cm/ano
em meninos, e os indivíduos do sexo feminino amadurecem cerca de dois anos mais cedo que os
do sexo masculino (DUARTE, 1993).
Alterações importantes ocorrem durante a puberdade como o aparecimento das
características sexuais secundárias, seguindo-se da modificação da massa corporal magra,
distribuição da gordura corporal, aceleração da velocidade de crescimento e fusão das epífises
ósseas com a parada do crescimento (SIERVOGEL et al., 2003).
A avaliação do estado nutricional de adolescentes é imprescindível para o diagnóstico
correto. O parâmetro indicado pela OMS para avaliação de adolescentes é o Índice de Massa
Corporal (IMC) segundo sexo e idade, considerando sobrepeso, se os valores estiverem acima do
percentil 85, e obesidade, se os valores estiverem acima do percentil 95 (ORGANIZAÇÃO
MUNDIAL DE SAÚDE, 1995).
O IMC é obtido dividindo-se o peso em quilogramas, pela estatura em metros ao
quadrado. A validade como parâmetro antropométrico do IMC é baseada na boa correlação que
este apresenta com a gordura corporal, principalmente a gordura interna, que por sua vez está
associada a fatores de risco para o desenvolvimento de doenças crônicas (EISENSTEIN et al.,
2000).
_______________________________________________________________________________________
20
No estudo de Vitalle, Tomioka e Amancio (2003), foi encontrada uma relação de
dependência entre o Índice de Massa Corporal (IMC) e a menarca. Além disso, alguns autores
têm observado uma relação entre maturação sexual precoce e obesidade em meninas (GARN;
MASKELL, 1960; VEIGA et al., 1992). Diversos estudos demonstram que crianças obesas
crescem mais rapidamente e têm maturação sexual mais precoce do que as crianças com peso
adequado (STARK; PECKHAM; MOYNIHAN, 1989; ADAIR; GORDON-LARSEN, 2001;
JARURATANASIRIKUL; MO-SUWAN; LEBET, 1997).
Durante a adolescência, a determinação do IMC é o método mais acessível e
universalmente aplicável, por ser de baixo custo, simples e não invasivo. A maior desvantagem é
não poder identificar a deficiência ou excesso de um nutriente específico. Portanto, os
indicadores antropométricos, usados na avaliação nutricional dos adolescentes, não são
específicos e somente podem ser considerados como critérios sugestivos de maior risco
nutricional
(EISENTEIN et al., 2000).
O IMC não descreve a variação que ocorre na composição corporal de indivíduos
(ANJOS, 1998). Daniels, Khoury e Morrison (1997) confirmam a importância da utilização de
outros parâmetros como a porcentagem de gordura corporal na avaliação do adolescente, não se
limitando apenas à determinação do peso e da estatura.
Estudos mostram que a probabilidade de crianças e adolescentes com índice de massa
corporal (IMC) acima da normalidade apresentarem sobrepeso ou obesidade na idade adulta é
significantemente maior, comparando-se com adolescentes com IMC normal (GUO;
CHUMLEA, 1999).
Obesidade é um distúrbio metabólico caracterizado por um aumento da massa adiposa do
organismo, que se reflete em um aumento do peso corpóreo. Entretanto, nem todo aumento de
peso é evidência de obesidade, podendo representar, em alguns casos, desenvolvimento de massa
_______________________________________________________________________________________
21
muscular (massa corporal magra) ou mesmo uma estrutura óssea mais compacta (CYSNEIRO,
1996).
Os indivíduos obesos diferem na quantidade de gordura armazenada, assim como a
distribuição regional desta gordura no corpo. A distribuição de gordura induzida pelo ganho de
peso relaciona-se com os riscos associados à obesidade e aos tipos de doença da qual resultam. O
excesso de gordura abdominal (obesidade androide) é um fator de risco para doenças. Portanto é
útil distinguir indivíduos com maior risco de apresentar “distribuição abdominal de gordura” ou
“obesidade androide”, daqueles com distribuição de gordura mais uniforme, “obesidade
ginecoide” (ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE, 2004).
A circunferência da cintura é utilizada para adultos na avaliação da distribuição de
gordura corporal, além de ser aceita como ferramenta importante para avaliação de risco de
doenças, especialmente da arteriosclerose (LAKKA et al., 2002). Na infância e adolescência,
entretanto, a escassez de estudos prospectivos de longo prazo não permite a simples extrapolação
desse conhecimento (MAFFEIS et al., 2001). Além disso, o fato de essa medida apresentar
variação, em razão do crescimento físico, faz com que os pontos de corte, quando existem, sejam
diferentes para cada faixa etária (WANG , 2006).
A obesidade abdominal está relacionada ao aumento de doenças cardiovasculares e a
riscos metabólicos em crianças e adolescentes (GORAN; GOWER, 1999; ESMAILLZADEH;
MIRMIRAN; AZIZI, 2006; MAFFEIS et al., 2001). A circunferência da cintura é uma medida
simples capaz de indicar obesidade abdominal e pode auxiliar de maneira mais efetiva na
identificação de indivíduos com aumento de risco às doenças cardiovasculares, comparando-se
com o IMC. Em particular, a circunferência da cintura é um melhor indicador de gordura visceral
do que o IMC em crianças (TAYLOR et al., 2000; ZHU et al., 2002; SAVVA et al., 2000;
BRAMBILLA et al., 2006).
_______________________________________________________________________________________
22
Freedman et al. (1999), com o objetivo de determinar o ponto de corte da circunferência da
cintura para crianças e adolescentes que se relacione com o aumento dos fatores de risco para
doenças, avaliaram 2.996 crianças e adolescentes na faixa etária entre 5 e 17 anos. Os autores
demonstraram que crianças e adolescentes com circunferência da cintura acima do percentil 90
apresentaram maiores concentrações séricas de LDL-colesterol (low density lipoprotein-
cholesterol) e triglicérides e menores concentrações séricas de HDL-colesterol (high density
lipoprotein-cholesterol).
A maior parte dos países vem experimentando a epidemia da obesidade e atualmente já
está bem estabelecida a associação entre o excesso de gordura corporal e o aumento do risco de
desenvolver hipertensão arterial sistêmica, diabetes mellitus tipo II e infarto do miocárdio, sendo
portanto, uma doença múltipla e com consequências variadas. Concomitante a descobertas dos
riscos à saúde que a obesidade pode acarretar, foi possível testemunhar, nos últimos 50 anos, um
aumento da prevalência da obesidade (BARROS FILHO, 2004). A OMS considera a obesidade
um problema de saúde pública que acomete várias faixas etárias, e a prevalência em jovens está
aumentando rapidamente em vários países (GIUGLINO; CARNEIRO, 2004; WILSON et al.,
2003; CHINN; RONA, 2002; MAGAREY et al., 2003).
A obesidade na infância e adolescência está associada à possibilidade de sua manutenção
durante toda a vida, aumentando a morbimortalidade, na fase adulta, que pode causar distúrbios
cardiovasculares, respiratórios, endocrinológicos, ortopédicos, dermatológicos e psicossociais
(CYSNEIROS, 1996). Ao contrário do que ocorria até recentemente, quando a preocupação
básica em relação à criança obesa era o alto risco de ela se tornar um adulto obeso, hoje em dia
existe uma inquietação quanto às repercussões da obesidade durante a infância (BATCH; BAUR,
2005). Estudos atuais têm demonstrado que problemas como formação de placas ateroscleróticas,
intolerância à glicose, diabetes mellitus tipo II, dislipidemia, hipertensão arterial sistêmica,
_______________________________________________________________________________________
23
hiperleptinemia, entre outros, também estão presentes entre crianças e adolescentes,
especialmente naqueles portadores de obesidade (CAPRIO et al., 1996; LUDWIG; EBBELING,
2001; YOUNG-HYMAN et al., 2001; IANNUZZI et al., 2004).
Inquéritos realizados, nas últimas quatro décadas nos Estados Unidos, mostram aumento
da obesidade entre adolescentes. Entre 1980 e 1984, o aumento atingiu a taxa de 137% entre os
meninos. Segundo o III National Health and Nutrition Examination Survey (NHANES III/1988
1994) (NATIONAL CENTER FOR HEALTH STATISTICS (NCHS), 1994), a prevalência de
obesidade para adolescentes na faixa de 12 a 17 anos foi de 12,8% para o sexo masculino e 8,8%
para o sexo feminino (MONTEIRO, 1998). Com base nos dados de adolescentes de 10 a 19 anos
da Pesquisa Nacional de Saúde e Nutrição (PNSN) realizada em 1989, mostrou-se a prevalência
de 7,7% de sobrepeso e obesidade, sendo 10,6% para meninas e 4,8% para meninos
(NEUTZLING, 1998).
Um estudo realizado por Magalhães e Mendonça (2003), nas regiões Nordeste e Sudeste
do Brasil, que incluiu 1.027 e 854 adolescentes de 15 a 19 anos, respectivamente, descreveu uma
prevalência de sobrepeso e obesidade de 8,4% no Nordeste e 11,53% no Sudeste.
Na região de Ribeirão Preto, Bronzi (2005) estudou 494 adolescentes de ambos os sexos
com idade entre 10 e 19 anos, provenientes de diferentes extratos socioeconômicos e pertencentes
a 23 escolas de Ribeirão Preto, sendo encontrada a prevalência de sobrepeso e obesidade de
20,65% para o sexo masculino e 16% para o sexo feminino.
Entre os fatores apontados para o aumento da obesidade estão a urbanização e
mecanização, associadas às modificações da dieta e do comportamento, em especial uma
alimentação rica em gordura e alimentos energéticos associados ao sedentarismo
(ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE, 2002). Além disso, fatores demográficos,
socioeconômicos, genéticos e psicológicos também estão envolvidos na etiologia do excesso de
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24
peso (TERRES et al., 2006; ALVES et al., 2000; FISBERG, 1993; NIETO; SZKIO;
COMSTOCK, 1992)
É difícil a classificação da obesidade durante a infância ou adolescência devido a
constantes mudanças na estatura e na composição corporal. Além disso, há diferenças individuais
quanto à idade do início da puberdade e às taxas de acúmulo de gordura (ORGANIZAÇÃO
MUNDIAL DE SAÚDE, 2004).
O Índice de Massa Corporal, critério atualmente utilizado para diagnosticar a obesidade,
não avalia a gordura corporal total. Para um melhor acompanhamento destes pacientes, é de
grande valia uma avaliação nutricional mais detalhada.
Nos últimos anos, a análise da composição corporal em seres humanos tem sido objeto de
vários estudos, levando-se em conta que o seu conhecimento é de grande importância para a
avaliação do estado nutricional e metabólico, bem como para a compreensão de como o
organismo se comporta diante de algumas doenças.
Para avaliar a obesidade e acompanhar crianças e adolescentes obesos, é necessário um
método rápido e confortável para estimar a composição corporal de forma correta e segura. A
possibilidade de determinar alterações da composição corporal, durante a redução de peso, seria
de grande importância, pois dessa forma seria possível avaliar se a perda de peso corporal está
ocorrendo de forma positiva, ou seja, à custa de redução de gordura corporal. Vários estudos têm
demonstrado que medidas antropométricas como peso, estatura e dobras cutâneas são de baixa
precisão na avaliação da composição corporal e de alterações durante a perda de peso em crianças
obesas (ROUBENOFF; KEHAYIAS , 1991; LUKASKI, 1987; BRAY et al., 1978; GRAY et al.,
1990; WOMERSLEY; DURNIN, 1977). Outros métodos para análise da composição corporal
tais como densitometria, diluição do deutério, absorcimetria de raio X de dupla-energia (DEXA)
_______________________________________________________________________________________
25
entre outros são caros e sua utilização em pacientes atendidos em ambulatório se torna inviável
(WABITSCH et al., 1996).
Estudos em adultos têm demonstrado que a BIA (Bioelectrical Impedance Analysis) é um
método fácil e apropriado para estimar a massa corporal magra (SEGAL et al., 1988) e a água
corporal total (ACT) (KUSHNER; SCHOELLER, 1986). Em alguns estudos, foi esclarecido que a
utilização da BIA para determinar a composição corporal em crianças exige fórmulas específicas e
diferentes daquelas estabelecidas para adultos (CORDAIN; WHICKER; JOHNSON, 1988;
DEURENBERG et al., 1989; DEURENBERG; KUSTERS; SMITH, 1990; HOUTKOOPER et al.,
1992; DAVIES et al., 1988; DANFORD, SCHOELLER, KUSHNER, 1992). Dessa maneira,
fórmulas têm sido desenvolvidas para prever a massa corporal magra (CORDAIN; WHICKER;
JOHNSON, 1988; DEURENBERG et al., 1989; DEURENBERG, KUSTERS, SMITH, 1990;
HOUTKOOPER et al., 1992) e a água corporal total (HOUTKOOPER et al., 1992; DAVIES et al.,
1988; DANFORD ; SCHOELLER; KUSHNER, 1992) em crianças eutróficas.
A BIA é um método usado para estimar a composição corporal cuja tecnologia determina
a impedância elétrica de tecidos corporais, permitindo estimar a água corporal total. Este método
é baseado na resistência à passagem de corrente elétrica pelos tecidos orgânicos que são
diferentes em função do seu conteúdo hídrico e eletrolítico. A massa magra, por apresentar maior
conteúdo de água e eletrólitos, apresenta-se como melhor condutor que a massa óssea e de
gordura, logo as equações preditivas são geradas a partir da água corporal, fornecendo o total de
água (EISENTEIN et al., 2000). Utilizando esses valores derivados da BIA, a massa livre de
gordura e a gordura corporal podem ser estimadas. Além de seu uso para estimar a adiposidade, a
BIA começa a ser usada para o cálculo da massa celular corporal e água corporal total em uma
variedade de condições clínicas (MARTINS et al., 2004; PHILIPPI; ALVARENGA, 2004). É um
método seguro, não invasivo, rápido e relativamente barato
(LUKASKI, 1987; CASANOVA et
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26
al., 2004). Estudos recentes têm sugerido ajustes na fórmula utilizada para cálculo da gordura
corporal em crianças e adolescentes obesos (EISENKOLBL; KARTASURYA; WIDHALM,
2001; EISENMANN; HEELAN; WELK, 2004).
Estudos têm demonstrado que ocorre uma alteração da composição corporal em indivíduo
obeso, como demonstrado no trabalho onde os autores compararam a composição corporal de
mulheres eutróficas e obesas, encontrando uma porcentagem de água corporal menor entre as
obesas (MAZARIEGOS et al., 1992; LICHTENHET; FOGETHOLM, 1999). Esses resultados
são bastante semelhantes aos encontrados no trabalho conduzido por Sartorio et al. (2005) que
incluiu mulheres eutróficas e obesas e concluíram que quanto maior a porcentagem de gordura
corporal, menor será a porcentagem de água corporal total.
Em um trabalho realizado por Bedogni et al. (1997), onde os autores compararam a
composição corporal de crianças e adolescentes eutróficos com crianças e adolescentes obesos,
foi observado um valor médio da porcentagem de água corporal de 58,1 para indivíduos
eutróficos e 50,5 para indivíduos obesos, ou seja, as crianças e adolescentes obesos apresentaram
uma porcentagem de água corporal significantemente menor. Em outro estudo, onde os autores
avaliaram a composição corporal de adolescentes obesos antes e após um trabalho que objetivava
a redução de peso corporal, encontrou-se uma média da porcentagem de água corporal de 42,5%,
nesse estudo também pôde-se observar que a média da porcentagem de água corporal aumentou,
chegando a 46,7% ao finalizar o trabalho. Concomitante ao aumento de água corporal, pôde-se
observar uma diminuição de peso corporal de 7,7 quilos em média (WABITSCH et al., 1996).
Em um estudo em que os autores avaliaram adolescentes eutróficos de 10 anos, de acordo
com a classificação do National Center for Health Statistic (NCHS), observou-se uma
porcentagem de água corporal total de aproximadamente 64,8 para meninos e 62 para meninas
(FOMON et al., 1982).
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27
Chumlea et al. (2007), ao avaliarem a composição corporal de crianças e adultos,
observaram menores valores de porcentagem de água corporal quando comparados aos valores
informados em 1980, sugerindo que há um aumento nos níveis de adiposidade.
O conhecimento de que praticamente não se encontra água nos depósitos de gordura do
organismo humano estimulou os pesquisadores a definirem a água corporal total como um
importante índice determinante da composição corporal (PACE; RATHBUN, 1945; PACE et al.,
1947; STEELE et al., 1950; LUKASKI, 1987). Diante disso, quantificar a água corporal total
representa importante recurso para avaliação e para o acompanhamento da massa de gordura,
uma vez que esta é definida como o peso corporal menos a massa magra (ELLIS, 2000).
A utilização de marcadores específicos por meio de métodos de diluição constituiu
importante recurso para a determinação da água corporal total (ELLIS, 2000). Dentre os
marcadores mais recomendados para o uso clínico, destacam-se os isótopos estáveis, elementos
que possuem a característica de não se desintegrarem naturalmente, não emitindo partículas ao
meio externo e por essa razão são considerados inócuos aos seres humanos (MARCHINI et al.,
1997). Isótopos estáveis são utilizados em estudos de composição corporal, oferecendo vantagens
em relação a outros métodos, podendo ser utilizados em gestantes, crianças, doentes e idosos,
sem qualquer consequência clínica. Os métodos são precisos, de alta acurácia, além de pouco
invasivos (FERRIOLI; CRUZ; PFRIMER, 2008). A técnica de diluição de marcador usando
2
H
2
0
(água marcada com deutério) é um método de referência apropriado para avaliar o estado
nutricional (LAFORGIA; WITHERS, 2002; BUTTE et al., 1991; FJELD; BROWN;
SCHOELLER, 1988; LIFSON; GORDON; MCLINTOCK, 1955; SCHOELLER et al., 1986;
WHYTE; BAYLEY; SCHWARCZ, 1985).
O emprego dos isótopos estáveis para pesquisas da composição corporal se deve ao fato
de que isótopos de baixa abundância na natureza podem ser artificialmente concentrados. A
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28
abundância natural do deutério, na natureza e, portanto, na água corpórea, é de apenas 0,015%.
Portanto, se deutério concentrado é administrado a uma pessoa (óxido de deutério
2
H
2
O, ou
água deuterada), este se distribui por toda a água corpórea e, medida sua concentração
(representada pela abundância) por espectrometria de massa, é possível determinar a água
corpórea total pelo princípio da diluição (HALLIDAY; MILLER, 1977).
Com a estimativa da água corporal, a massa corporal magra e a gordura corporal podem
ser calculadas. A análise da composição corporal por técnica de diluição baseia-se no princípio de
que um marcador predeterminado se distribua de forma homogênea em um espaço ou
compartimento do organismo, equilibrando-se com a água corpórea, sendo que sua fração será
medida após seu equilíbrio de distribuição nesse mesmo compartimento (ELLIS, 2000).
Tipicamente, duas amostras de fluidos (sangue, saliva ou urina) são coletadas: uma
imediatamente antes da administração da dose, para determinar os níveis naturais prévios e a
segunda amostra após a espera de um tempo suficiente para o marcador atingir seu pico máximo
ou patamar, iniciando seu equilíbrio no espaço corporal a ser avaliado (CHUMLEA;
BAUMGARTEN; ROCHE, 1988; SLAUGHTER et al., 1988; LEWY; DANADIAN;
ARSLANIAN, 1999). Pela diferença de enriquecimento, antes e após a ingestão da dose, se
determina a água corpórea total, com precisão (FERRIOLI; CRUZ; PFRIMER, 2008).
Outro aspecto de grande importância consiste no fato de que os resultados obtidos pelo
uso da diluição do deutério nos espaços corporais vêm sendo considerados por alguns autores
como referência para a validação de outros métodos de avaliação da composição corporal,
especialmente a impedância bioelétrica, em adultos e crianças. A validação é realizada pelo
cálculo de equações de regressão linear, em estudos de correlação linear (RAGHAVAN et al.,
1998; LOF; FORSUM, 2004).
_______________________________________________________________________________________
29
A fim de validar a utilização da BIA como um instrumento capaz de mensurar alterações
da composição corporal, Kushner et al. (1990) avaliaram 12 mulheres obesas que tiveram uma
redução do peso corporal de 1,6 kg por semana em média. A composição corporal era analisada
pelo método da diluição do óxido de deutério, BIA, antropometria e dobras cutâneas. Os
resultados mostraram uma correlação altamente significante entre os dados obtidos pelo deutério
e pela BIA (r = 0,971). Além disso, os autores concluíram que a BIA é um método útil para
avaliar alterações na composição corporal.
Wabitsch et al. (1996) estudaram 146 indivíduos obesos com média de idade de 12,7
anos, tendo como objetivo desenvolver uma equação para estimar água corporal total através da
BIA em crianças e adolescentes obesos, antes e após a redução de peso corporal. Os autores
concluíram que valores da água corporal, antes e após a perda de peso, podem ser estimados pela
BIA com precisão aceitável por meio das equações desenvolvidas no estudo.
_______________________________________________________________________________________
30
1.1 Justificativa do estudo
O Índice de Massa Corporal, critério atualmente utilizado para diagnosticar a obesidade,
não avalia a gordura corporal total. Para melhor acompanhamento de adolescentes obesos, é
necessária uma avaliação nutricional mais detalhada.
A composição corporal torna-se de fundamental importância para um correto diagnóstico
nutricional. É possível que indivíduos considerados obesos, por apresentarem valores de peso
corporal mais elevado, sejam simplesmente indivíduos com maior desenvolvimento muscular.
Para acompanhamento mais criterioso quanto à evolução dos pacientes, existe a
necessidade de monitorar, além do peso corporal, a massa corporal gorda e a massa corporal
magra. Caso a avaliação nutricional se limite somente ao IMC, dificilmente será possível
constatar se o ganho de peso está sendo à custa de massa corporal magra ou gorda. A avaliação
completa da composição corporal também é importante na avaliação dos programas que visam à
redução do peso corporal, oferecendo informações importantes quanto à sua eficiência ou
indicando reformulações necessárias nas condutas.
A BIA é um método simples e rápido para avaliação da composição corporal, porém
levando-se em conta que pacientes obesos apresentam uma alteração na quantidade de água
corporal e consequentemente alteração dos valores estimados de massa corporal gorda e magra,
surge a necessidade de ajuste de fórmulas específicas para pacientes com excesso de gordura
corporal, principalmente em adolescentes que estão em um processo de crescimento e
desenvolvimento.
_______________________________________________________________________________________
31
2 HIPÓTESES
As medidas de composição corporal obtidas pela impedância bioelétrica multifrequência
(BIA) são estatisticamente diferentes quando comparadas às medidas obtidas pelo método de
diluição de óxido de deutério, nos adolescentes obesos.
Existe uma correlação linear entre as medidas de composição corporal obtidas pela
impedância bioelétrica multifrequência e pelo método da diluição de óxido de deutério, nos
adolescentes obesos.
Podem-se predizer resultados (medidas) da composição corporal determinados pelo
método referência da diluição de óxido de deutério de um adolescente obeso, utilizando as
medidas fornecidas pela impedância bioelétrica multifrequência, por meio de uma equação de
regressão com, no máximo, duas variáveis.
_______________________________________________________________________________________
32
3 OBJETIVOS
3.1 Objetivo geral
Avaliar a relação entre as medidas da composição corporal de adolescentes obesos obtidas
pela impedância bioelétrica multifrequência e pelo método da diluição de óxido de
deutério.
3.2 Objetivos específicos
Descrever e comparar as variáveis de composição corporal determinadas pela impedância
bioelétrica multifrequência e pelo método da diluição de óxido de deutério, categorizadas
pela variável sexo.
Verificar correlação linear entre as variáveis de composição corporal determinadas pela
BIA e pelo método da diluição de óxido de deutério.
Ajustar modelo linear incluindo as variáveis demográficas e antropométricas.
_______________________________________________________________________________________
33
4 CASUÍSTICA E MÉTODOS
4.1 Local da pesquisa, população de estudo e delineamento da pesquisa
A pesquisa foi realizada no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de
Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (HCFMRP/USP), localizado no nordeste do
Estado de São Paulo.
A coleta de dados ocorreu no Ambulatório de Obesidade Infantil do HCFMRP/USP,
realizada no período entre janeiro de 2006 e janeiro de 2008.
Trata-se de um estudo tipo corte transversal, observacional e descritivo, no qual foram
estudados adolescentes com idade entre 10 e 19 anos, com o diagnóstico de obesidade
primária (IMC acima do percentil 95), ou seja, a obesidade que é desencadeada por ingestão
alimentar excessiva pura, ao contrário da secundária que é consequência de alguma doença
que levaria ao excesso de peso (MARTINELLI Jr; SALES; 2000). Os adolescentes foram
submetidos à avaliação antropométrica (peso, altura e circunferência da cintura) e à análise da
composição corporal pela impedância bioelétrica e pelo método de diluição de óxido de
deutério.
A avaliação antropométrica e a análise da composição corporal foram realizadas
apenas uma vez, na triagem do paciente no ambulatório ou após seis meses de reeducação
alimentar.
_______________________________________________________________________________________
34
4.2 Critérios de inclusão e exclusão
Os critérios de inclusão no estudo foram:
Possuir idade entre 10 e 19 anos 11 meses e 29 dias;
Pacientes com obesidade primária (IMC acima do percentil 95);
Adolescentes que aceitaram, juntamente com seu responsável legal, participar
do estudo;
Adolescentes em primeira consulta (triagem) ou adolescentes que terminaram
um trabalho de reeducação nutricional com durabilidade de seis meses.
Os critérios de exclusão no estudo foram:
Pacientes com amostras que foram contaminadas por deutério diluído;
Utilização de medicamentos que pudessem alterar a composição corporal.
4.3 Considerações éticas
A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital das Clínicas da
Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo, conforme o Processo
HCRP nº 3514/2005.
_______________________________________________________________________________________
35
4.4 Variáveis
4.4.1 Variáveis dependentes
Composição corporal:
1. Massa corporal magra (kg) obtida pela impedância bioelétrica
multifrequência e pelo método da diluição de óxido de deutério.
2. Massa corporal gorda (kg) obtida pela impedância bioelétrica
multifrequência e pelo método da diluição de óxido de deutério.
3. Água corporal total (%) obtida pela impedância bioelétrica multifrequência
e pelo método da diluição de óxido de deutério.
4.4.2 Variáveis independentes
Demográficas:
1. Sexo
2. Idade
Dados Antropométricos:
1. Peso
2. Altura
3. Circunferência da cintura
_______________________________________________________________________________________
36
4.5 Maturação sexual
O desenvolvimento puberal foi avaliado pelo médico, e o dado foi coletado no
prontuário dos adolescentes que foram classificados segundo critérios de Tanner (1962). A
avaliação do estadiamento da maturação sexual foi realizada examinando-se mamas (M) e
pelos (P) para o sexo feminino e genitais (G) e pelos (P) para o sexo masculino. As mamas e
os genitais masculinos foram avaliados quanto ao tamanho, forma e características, e os pelos
púbicos por suas características, quantidade e distribuição. O estágio um corresponde sempre
à fase infantil, impúbere, e o estágio cinco à fase pós-puberal, adulta, sendo os estágios dois,
três e quatro os que caracterizam o período puberal. Esses estágios são convencionalmente
denominados de Estágios de Maturação Sexual ou Estágios de Tanner (Quadro 1.)
(DUARTE, 1993)
_______________________________________________________________________________________
37
Sexo masculino
los pubianos (P)
Genitália (G)
Estágio 1
Nenhum
Sem alteração
Estágio 2
Pelos finos e claros
Aumento do pênis, pequeno
ou ausente, aumento inicial
do volume testicular
Estágio 3
Púbis coberto
Maior crescimento do
testículo e do escroto
Estágio 4
Pelos tipo adulto
Crescimento peniano no
diâmetro
Estágio 5
Pelos tipo adulto com extensão
para as coxas
Desenvolvimento completo
Sexo feminino
Pelos pubianos (P)
Mamas (M)
Estágio 1
Ausentes
Sem alteração
Estágio 2
Pouca quantidade
Brotos mamários
Estágio 3
Aumento de quantidade e
espessura
Maior aumento da mama e
da aréola sem separação dos
contornos
Estágio 4
Pelos do tipo adulto
Maior crescimento da mama
e da aréola com separação
dos contornos
Estágio 5
Pelos do tipo adulto com
invasão da parte interna das
coxas
O contorno areolar é
incorporado ao contorno da
mama
Quadro 1. Características dos adolescentes, de acordo com o sexo e com a maturação sexual
Fonte: Tanner (1962).
Pelo fato de alguns adolescentes se encontrarem em desenvolvimento da genitália (para
o sexo masculino) e mamas (para o sexo feminino) diferentes do desenvolvimento dos pelos
pubianos, como por exemplo M3P4 e G2P1, foram padronizados, para inserção do
estadiamento puberal no banco de dados, apenas volume e aspecto de mamas para as meninas
e as características da genitália externa para os meninos, evitando assim o viés de fatores
raciais e maturação bem como de depilação dos pelos pubianos, no caso das meninas.
_______________________________________________________________________________________
38
4.6 Antropometria
4.6.1 Peso
Os pacientes foram pesados descalços, em balança eletrônica da marca Filizola
®
,
sendo
descontados os gramas correspondentes às roupas padronizadas para pesagem do hospital.
Antes da aferição do peso de cada paciente, a balança foi previamente tarada e sua precisão
verificada por meio da pesagem de um peso padronizado, conforme técnicas descritas por
Heymsfield, Tighe e Wang (1994).
4.6.2 Estatura
A estatura foi medida por meio de haste graduada fixada em superfície plana, tendo em
sua extremidade um marcador adaptável ao alto da cabeça ou por meio de estadiômetro,
conforme técnicas descritas por Heymsfield, Tighe e Wang (1994).
4.6.3 Índice de massa corporal
A partir das medidas de peso e altura, foi calculado o índice de massa corporal (IMC)
ou de Quetelet (peso, em kg/altura
2
, em m). Para determinação do estado nutricional de
acordo com o IMC, foi utilizada a distribuição em percentis (°P), empregando-se como
referência a curva americana do Center for Disease Control and Prevention CDC de 2000
(CDC, 2002).
Para definição dos percentis que caracterizam o estado nutricional, foram adotados os
seguintes intervalos: 5°P IMC < 85°P (eutrofia), 85°P IMC < 95°P (sobrepeso) e IMC
95°P (obesidade), conforme preconizado pela World Health Organization (WHO,1995).
_______________________________________________________________________________________
39
4.6.4 Circunferência da cintura
A medida foi avaliada com o adolescente em pé, utilizando uma fita métrica
inextensível com graduação até 150 cm e mínima de 0,1 cm. Esta circunferência foi aferida
aplicando a fita firmemente ao redor da cintura, ao nível da parte mais estreita do tronco, ou
seja, na menor curvatura localizada entre a crista ilíaca e a última costela, a leitura foi feita no
momento da expiração (HEYARD; STOLARCZYK, 1996).
4.7 Composição corporal
4.7.1 Impedância bioelétrica multifrequência
A determinação da impedância bioelétrica foi efetuada em todos os voluntários, usando-
se o BodyStat Quad Scan 4000 (Bodystat LTD, British Isles). Foi solicitado ao adolescente
que retirasse todos os objetos de metais que estavam em contato com o corpo. O paciente
assumiu o decúbito dorsal, sua pele foi limpada com álcool e foram colocados quatro
eletrodos de superfície. Dois no dorso da mão, o eletrodo distal colado na base do dedo médio
e o eletrodo proximal colado coincidindo com o processo estiloide. Dois eletrodos foram
colocados no dorso do pé, o eletrodo distal foi colado na base do dedo médio e o eletrodo
proximal entre os maléolos medial e lateral. Foi observada a distância, entre os eletrodos, de
cinco centímetros. A estimativa da composição corporal foi feita através da aplicação de
correntes elétricas de 5kHz, 50kHz, 100kHz e 200kHz (LUKASKI, 1987).
O peso corporal, altura, idade em anos foram digitados no aparelho de impedância
bioelétrica. O programa do aparelho forneceu os valores de massa corporal magra (MCM),
massa corporal gorda (MCG) e água corporal total (ACT), todos expressos em quilogramas
ou litros e porcentagem do peso.
_______________________________________________________________________________________
40
No programa Body Stat Quad Scan 4000, existem fórmulas para a determinação de
composição corporal direcionadas para indivíduos que se encontram na faixa etária de 18 a 70
anos, e na faixa etária de 6 a 17 anos. As fórmulas direcionadas para crianças e adolescente
são acionadas automaticamente, quando a idade do paciente é digitada no aparelho de
impedância bioelétrica, antes de iniciar o exame. Foi utilizada a equação MCM (massa
corporal magra) = 1,31 + (0,61 × altura (cm²/resistência) + 0,25 × peso (kg) proposta por
Houtkooper et al. (1992), para estimar a massa corporal magra (MCM) em crianças e
adolescentes. Em relação à estimativa de água corporal total nesta faixa etária, foi usada a
equação ACT (água corporal total) = 0,593× altura (cm²/resistência) + 0,065 × peso (kg) +
0,04 proposta por Kushner et al. (1992).
4.7.2 Método da diluição de óxido de deutério
Os níveis de enriquecimento do deutério foram determinados no Laboratório de
Espectrometria de Massa do Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina de
Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, através do aparelho modelo ANCA 20-20, Europe
Cientific, Cheshire, England, seguindo-se as recomendações propostas pela Agência
Internacional de Energia Atômica, com sede em Viena (GONFIANTINI, 1984).
4.7.2.1 Preparo, administração, coleta e armazenamento
O deutério utilizado foi proveniente do Cambridge Isotopes Laboratories, Andover,
MA, USA, sendo processado na Farmácia Industrial do Hospital das Clínicas da Faculdade de
Medicina de Ribeirão Preto, através da preparação de isótopos em água destilada com
formação de uma solução estéril de água deuterada na concentração de 7% do deutério. Cada
mililitro dessa solução continha 70 mg de óxido de deutério, conservado sob refrigeração,
_______________________________________________________________________________________
41
respeitando-se rigorosamente seu prazo de validade de 60 dias. Após a abertura do frasco da
solução armazenada, o prazo máximo de 15 dias foi considerado para sua utilização.
Todas as etapas relacionadas ao preparo, administração, coleta e armazenamento
foram realizadas pelo pesquisador responsável ou por um pesquisador colaborador
devidamente treinado. Foram coletadas três amostras de saliva: uma amostra basal, ou seja,
antes da ingestão da dose; a segunda amostra foi colhida duas horas após a ingestão da dose e
a terceira e última amostra, três horas após a ingestão da dose. A coleta da saliva foi feita
através da salivação do paciente em um copo descartável até atingir a quantidade de dois
mililitros. As amostras foram imediatamente transportadas para criotubos PP com tampa de
rosca, através de uma seringa descartável e envolvida com parafilme, devidamente etiquetadas
contendo o registro do paciente, data da coleta (dia, mês e ano) e o horário da coleta
(FERRIOLI; CRUZ; PFRIMER, 2008). Para cada amostra coletada, foi usado um novo
material (copo descartável e seringa), a fim de não provocar contaminação das amostras
subsequentes pelo deutério.
Antes de receber o isótopo, cada adolescente foi pesado conforme descrito
anteriormente. As doses administradas foram calculadas utilizando-se a razão de um grama de
deutério para um quilo de peso corporal, usando-se uma balança analítica com graduação de
0,0001 de precisão. Antes de iniciar a pesagem do deutério propriamente dita, teve-se o
cuidado de tarar a balança ao colocar o copo descartável, este procedimento permite que a
quantidade de isótopo ingerida seja determinada com maior exatidão (SLATER; PRESTON,
2005; FERRIOLI; CRUZ; PFRIMER, 2008). As doses de deutério foram mantidas em copos
descartáveis tampados até a administração. Para evitar perdas, após o paciente ter ingerido
todo o conteúdo do copo, foi acrescentada mais água filtrada, tendo o cuidado de misturar
todos os resíduos que ficaram neste recipiente. Esse processo foi repetido duas vezes, e ao
_______________________________________________________________________________________
42
paciente era solicitado que enxaguasse a boca para ingerir os resíduos da dose que por ventura
ficassem na mesma.
Todas as salivas foram armazenadas em freezer com temperatura para congelamento a
20 °C (VIO et al., 1986; ALBERNAZ et al., 2003). Todos os tubos continham tampas de
rosca e foram envolvidos com parafilme, permitindo, desta forma, a melhor vedação de cada
amostra, evitando possíveis perdas por evaporação durante a manipulação dos frascos, além
de evitar contaminação cruzada entre as amostras, durante o período de armazenamento
(SALAZAR; INFANTE; VIO, 1994). Foi armazenada uma pequena quantidade extra de
amostra de saliva para eventuais confirmações de resultados (WONG; LEE; KLEIN ,1987).
Imediatamente após os exames antropométicos e da BIA, foi iniciada a coleta da saliva
e oferecido óxido de deutério, permitindo desta forma que os exames fossem feitos no mesmo
tempo e nas mesmas condições, consequentemente, o estado de hidratação permaneceu
constante em todos os métodos de avaliação corporal utilizados neste estudo (DIOUM et al.,
2005).
4.7.2.2 Diluição da dose para análise
A espectrometria de massa de razão isotópica é um método altamente preciso, mas de
acurácia variável (ou seja, a determinação do enriquecimento da amostra repete-se, com boa
precisão, em várias medições, porém a comparação com o valor real e conhecido de um
padrão pode apresentar diferenças). Como o objetivo, em pesquisa clínica, é medir variações
do enriquecimento antes e após o emprego de um traçador, a acurácia não é crítica. No
entanto, se o enriquecimento proporcionado pela quantidade de deutério ingerida fosse
estipulado simplesmente pela medida do peso do paciente ou volume oferecido, diferenças de
acurácia seriam críticas para a precisão do método, pois o resultado obtido poderia diferir do
esperado pela quantidade de deutério ingerida. Por essa razão, é separada uma alíquota da
_______________________________________________________________________________________
43
dose oferecida ao voluntário que é diluída em uma quantidade conhecida de água em
proporção a que se espera ocorrer in vivo (dose diluída), ou seja, a dose diluída é preparada a
fim de obter um valor de água corporal semelhante à quantidade de água corporal do
adolescente que está sendo avaliado. A dose diluída é analisada no mesmo momento que as
amostras de fluido corpóreo (saliva), e seu enriquecimento é empregado para o cálculo da
água corpórea total, o que anula qualquer problema de acurácia do equipamento e mesmo as
variações da análise entre diferentes ensaios (FERRIOLI; CRUZ; PFRIMER, 2008).
Para cada dose de deutério fornecida ao paciente, foi armazenada uma quantidade
extra, correspondendo a uma alíquota de cerca de dois mililitros da dose, essa foi estocada em
tubos para congelamento criotubo PP com tampa de rosca e envolvidos com parafilme,
devidamente etiquetados, contendo o registro do paciente e data da coleta. Teve-se o cuidado
de armazenar esta dose separadamente das amostras de saliva, evitando possíveis
contaminações (WONG; LEE; KLEIN, 1987).
A amostra da dose de deutério armazenada foi diluída em balão volumétrico. O
cálculo para diluição considerou a porcentagem de água corporal total fornecida pela
Impedância Bioelétrica, dessa forma, foi realizada uma dose diluída para cada paciente,
utilizando a porcentagem de água corporal total do mesmo. Embora não haja um valor do
volume de água em que a dose deva ser diluída, 100 ml é um volume que garante segurança
quanto à precisão. A água a ser empregada para diluição é a de torneira (que deve ser filtrada
e estocada como padrão, mas não submetida à destilação ou deionização) cujo enriquecimento
deve ser conhecido.
Neste caso, o cálculo da dose a ser diluída foi realizado em três etapas:
1º) (Peso do paciente (kg) × água corporal total (%)) ÷ 100 = A (kg)
2º) (Dose oferecida ao paciente (g) × 1 Litro) ÷ A (kg) = B (g)
_______________________________________________________________________________________
44
Observação: O valor da dose oferecida ao paciente em gramas é aproximadamente o valor do
peso do paciente em quilos, conforme mencionado acima.
3º) (B (g) × 100 ml) ÷ 1000ml = C (g)
C = quantidade da dose de deutério que foi diluída em 100 ml de água de torneira no balão
volumétrico.
4.7.2.3 Pipetagem das amostras para análise em espectrômetro de massa
Antes de iniciar a pipetagem das amostras, teve-se o cuidado de misturá-las antes de
abrir o tubo. Para a análise das amostras de saliva em espectrômetro de massa, as mesmas
foram pipetadas com variação máxima de 5% entre elas. O volume da amostra foi de 400µL
(0,4 mililitros), e as amostras foram analisadas em triplicata (FERRIOLI; CRUZ; PFRIMER,
2008).
4.7.2.4 Espectrometria de massa e Método de equilíbrio da amostra
A abundância de certo isótopo estável em relação a outro, em qualquer material
biológico, pode ser determinada por espectrômetros de massa de razão isotópica. Eles se
baseiam no fato de que, quando acelerados por meio de um campo magnético, os isótopos
movem-se em uma curva que depende de sua relação carga/massa (m/z). Para empregar esse
efeito para a determinação da razão isotópica, os espectrômetros possuem uma câmara de
ionização, em que uma amostra gasosa é ionizada em móleculas positivas (pelo choque
gerado por um filamento) que são, então, aceleradas por uma diferença de potencial para um
tubo (“tubo de voo” ou flying tube) que passa através de um magneto. Dentro desse tubo,
submetidos ao campo magnético, os isótopos de um elemento realizam diferentes curvas,
separando-se em diferentes correntes de íons. No término do tubo, existem coletores de íons,
posicionados, onde cada corrente os atinge (WOLFE, 1984). As correntes de íons que atingem
_______________________________________________________________________________________
45
cada coletor são quantificadas e, após processamento eletrônico, é estabelecida a razão da
abundância entre o isótopo mais pesado e o isótopo mais leve (razão isotópica) (FERRIOLI;
CRUZ; PFRIMER, 2008).
A figura a seguir apresenta o esquema de um espectrômetro de massa de razão
isotópica.
Figura 1. Esquema de um espectrômetro de massa, demonstrando a separação de uma corrente
iônica de deutério (
2
H-
1
H, m/z = 3) e hidrogênio (
1
H-
1
H, m/z = 2)
Adaptado do folheto explicativo do Espectrômetro de Massa ANCA 20-20, sob autorização.
Quanto à forma de transporte e injeção das amostras, estas foram carreadas por um
fluxo contínuo de gás inerte. O sistema é continuamente percorrido por um fluxo de hélio;
pelo emprego de um sistema autoamostrador, o fluxo de hélio é “desviado” por segundos por
um tubo com a amostra que é, então, carreada para a câmara de ionização (WOLFE, 1984).
A exatidão das medidas realizadas pela espectrometria de massa é alcançada por meio
da comparação da composição isotópica da amostra analisada com medidas primárias
padronizadas nas mesmas condições por diversos sistemas internacionais. Neste estudo a
forma utilizada para medir os isótopos naturais foi feita através da obtenção de uma medida
_______________________________________________________________________________________
46
relativa a uma referência interna do laboratório, calibrada contra uma referência internacional.
Para o hidrogênio, este padrão é a V-SNOW (Vienna Standard Mean Ocean Water).
O espectrômetro de massa analisa amostras gasosas. Por esta razão, é necessário que o
hidrogênio contido na amostra seja equilibrado com gás hidrogênio (em concentração de 30 a
100%) que é injetado no tubo para o qual a amostra foi pipetada. Para o equilíbrio, é
empregado um catalisador de platina que promove a liberação do hidrogênio da amostra até o
equilíbrio com o gás injetado, respeitando a temperatura ambiente de 25 °C.
Após o tempo de equilíbrio, a amostra é injetada no espectrômetro da massa, por
método automatizado e a leitura, em delta-SMOW (ou parte por milhão), obtida. Alguns
ajustes matemáticos para os valores obtidos são realizados e analisados no mesmo dia,
incluindo a correção para padrões naturais e enriquecidos. Isso se faz para a correção de
efeitos de escala, ou seja, diferença de leitura de amostras naturais e muito enriquecidas que
pode ocorrer em espectrometria de massa de razão isotópica (FERRIOLI; CRUZ; PFRIMER,
2008).
É considerado que há equilíbrio da diluição de deutério quando a diferença do
enriquecimento de amostras consecutivas, por exemplo, entre quatro e cinco horas não é
superior a 2% (FERRIOLI; CRUZ; PFRIMER, 2008).
_______________________________________________________________________________________
47
4.8 Análise estatística
4.8.1 Técnicas utilizadas para a análise dos dados
Uma análise descritiva das variáveis foi primeiramente conduzida. Foram realizados
p-testes Shapiro WilKs e Variância F test para verificar se as variáveis massa corporal
magra, massa corporal gorda e porcentagem de água corporal total tinham distribuição
normal. Em relação às variáveis que não apresentaram normalidade, aplicou-se uma
transformação logaritmo, resultando em normalidade.
O teste t de comparação de médias foi realizado, entre as medidas de composição
corporal obtidas pelo método da diluição de óxido de deutério e pela impedância bioelétrica
multifrequência.
O teste t de comparação de médias também foi realizado, com relação ao sexo, para as
variáveis dependentes obtidas pelo método da diluição de óxido de deutério e pela impedância
bioelétrica multifrequência, peso, IMC e circunferência da cintura.
Também foram utilizadas técnicas de análise de regressão clássica por mínimos
quadrados ordinários. Os modelos de regressão, considerados em análise de regressão, são
usados para descrever como uma variável-resposta (dependente), ou variável de interesse,
associa-se a variáveis explicativas, ou covariáveis (independente) (BUSSAB; MORETTIN,
1995; DORIA FILHO, 1999; STEVENSON, 2001; PAULA, 2004).
_______________________________________________________________________________________
48
5 RESULTADOS
5.1 População estudada
O trabalho foi realizado no HCFMRP/USP, no período entre janeiro de 2006 e janeiro
de 2008. Neste estudo a avaliação da composição corporal tanto pela BIA como pelo método
da diluição de óxido de deutério foi realizada em 65 adolescentes que apresentaram obesidade
primária de acordo com a Curva de Distribuição do IMC (OMS, 1995), 25 do sexo feminino e
40 do sexo masculino com idade entre 10 e 13 anos, porém devido a contaminações de
algumas amostras, foram utilizados, para análise de dados, 40 indivíduos da amostra inicial. A
amostra foi homogênea em relação ao sexo, sendo 18 indivíduos do sexo feminino (45%) e 22
indivíduos do sexo masculino (55%) (p = 0.37). A idade média dos adolescentes estudados foi
de 11,2 (± 0,9) anos, sendo 11,2 (± 0,9) anos para meninas e 11,3 (± 1,0) anos para meninos.
5.2 Maturação sexual
Por se tratar de adolescentes, o estudo incluiu o estadiamento puberal segundo critério
de Tanner (1962), visto que este deve ser considerado, quando se avalia o estado nutricional
desta faixa etária.
A Tabela 1 mostra a distribuição dos adolescentes segundo maturação sexual e sexo.
Pôde-se observar que a maioria dos indivíduos estudados, tanto do sexo feminino (50,0%)
_______________________________________________________________________________________
49
como do sexo masculino (40,9%), encontrava-se no estágio dois de Tanner. Dos adolescentes
estudados, nenhum esteve no estágio cinco.
Tabela 1 Distribuição dos adolescentes atendidos no Ambulatório de Obesidade Infantil do
HCFMRP/USP, segundo maturação sexual e sexo, no período de 2006 a 2008
Estadiamento Puberal
Sexo feminino
Sexo masculino
n
%
n
%
Estágio 1
2
11,1
8
36,4
Estágio 2
9
50,0
9
40,9
Estágio 3
2
11,1
2
9,1
Estágio 4
5
27,8
1
4,5
Estágio 5
0
0
0
0
Não foi feita avaliação
-
-
2
9,1
TOTAL
18
100
22
100
n = tamanho da amostra
5.3 Antropometria e composição corporal
A comparação entre médias dos dados antropométricos, conforme sexo, está
demonstrada na Tabela 2.
Tabela 2 Comparação de médias dos dados antropométricos de adolescentes atendidos no
Ambulatório de Obesidade Infantil do HCFMRP/USP, no período de 2006 a 2008
Variáveis*
Sexo
Feminino
Masculino
Peso (kg)
81,12 ± 22,80
73,64 ± 10,01
Índice de Massa Corporal
33,65 ± 6,88
30,46 ± 2,67
Circunferência da cintura (cm)
97,52 ± 13,01
99,47 ± 7,57
*p > 0,05
A comparação de média da composição corporal dos adolescentes, segundo a BIA e o
método da diluição de óxido de deutério, está demonstrada na Tabela 3. A massa corporal
magra (kg) e a porcentagem de água corporal total obtidas pela BIA foram estatisticamente
maiores do que as obtidas pelo método da diluição de óxido de deutério. A massa corporal
_______________________________________________________________________________________
50
gorda (kg) obtida pela BIA foi estatisticamente menor do que as obtidas pelo método da
diluição do óxido de deutério.
Tabela 3 Comparação de médias da composição corporal segundo a impedância bioelétrica
e o método da diluição de óxido de deutério de adolescentes atendidos no Ambulatório de
Obesidade Infantil do HCFMRP/USP, no período de 2006 a 2008
Variáveis
Impedância Bioelétrica
Método da diluição de óxido de
deutério
Média (desvio-padrão)
Média (desvio-padrão)
Massa corporal magra (kg)
49,04 ± 9,64*
41,37 ± 8,77
Massa corporal gorda (kg)
28,06 ± 9,04*
35.62 ± 11,15
Água corporal total (%)
48,76 ± 3,84 *
39,67 ± 5,04
* p < 0,001
A comparação de média da composição corporal dos adolescentes, segundo a BIA e o
método da diluição de óxido de deutério em relação ao sexo feminino, está demonstrada na
Tabela 4 e em relação ao sexo masculino está demonstrada na Tabela 5. A massa corporal
magra (kg) e a porcentagem de água corporal total obtidas pela BIA foram estatisticamente
maiores do que as obtidas pelo método da diluição de óxido de deutério, tanto no sexo
feminino como no sexo masculino. A massa corporal gorda (kg) obtida pela BIA foi
estatisticamente menor do que as obtidas pelo método da diluição do óxido de deutério em
ambos os sexos.
_______________________________________________________________________________________
51
Tabela 4 Comparação de médias da composição corporal segundo a impedância bioelétrica
e o método da diluição de óxido de deutério de adolescentes do sexo feminino atendidos
no Ambulatório de Obesidade Infantil do HCFMRP/USP, no período de 2006 a 2008
Impedância Bioelétrica
Método da diluição de óxido de
deutério
Variáveis
Média (desvio-padrão)
Média (desvio-padrão)
Massa corporal magra (kg)
50,04 ± 13,00*
41,16 ± 11,37
Massa corporal gorda (kg)
31,07 ± 10,96*
39,95 ± 13,78
Água corporal total (%)
47,57 ± 3,89 *
37,46 ± 5,06
* p < 0,001
Tabela 5 Comparação de médias da composição corporal segundo a impedância bioelétrica
e o
método da diluição de óxido de deutério de adolescentes do sexo masculino atendidos no
Ambulatório de Obesidade Infantil do HCFMRP/USP, no período de 2006 a 2008
Variáveis
Impedância Bioelétrica
Método da diluição de óxido de
deutério
Média (desvio-padrão)
Média (desvio-padrão)
Massa corporal magra (kg)
48,22 ± 5,84*
41,54 ± 6,19
Massa corporal gorda (kg)
25,60 ± 6,37*
32,08 ± 6,94
Água corporal total (%)
49,74 ± 3,59*
41,48 ± 4,34
* p < 0,001
A comparação entre médias da composição corporal, conforme o sexo, está
demonstradas na Tabela 6. A massa corporal gorda (kg), determinada pelo método da diluição
de óxido de deutério, foi estatisticamente maior no sexo feminino, assim como a porcentagem
de água corporal determinada pelo método da diluição de óxido de deutério foi
estatisticamente menor nas meninas.
_______________________________________________________________________________________
52
Tabela 6 Comparação de médias da composição corporal obtidas pelo método da diluição
de óxido de deutério e pela impedância bioelétrica, segundo sexo, de adolescentes atendidos
no Ambulatório de Obesidade Infantil do HCFMRP/USP, no período de 2006 a 2008
Sexo
Variável
Feminino
Masculino
Média (desvio-padrão)
Média (desvio-padrão)
Massa corporal gorda deutério (kg)
39,95 ± 13,78*
32,08 ± 6,94
Massa corporal gorda BIA (Kg)
31,07 ± 10,96
25,60 ± 6,37
Massa corporal magra deutério (kg)
41,16 ± 11,37
41,54 ± 6,19
Massa corporal magra BIA (kg)
50,04 ± 13,00
48,22 ± 5,84
Água corporal total deutério (%)
37,46 ± 5,06**
41,48 ± 4,34
Água corporal total BIA (%)
47,57 ± 3,89
49,74 ± 3,59
*p < 0,03; **p < 0,01
A Figura 2 mostra uma correlação entre as medidas de massa corporal magra (kg)
obtidas pelos dois métodos de avaliação da composição corporal. O coeficiente de correlação
de Pearson teve como resultado 0,89 (p < 0,0001), indicando haver uma correlação positiva
forte entre os dois métodos de avaliação da massa corporal magra (kg).
Figura 2. Correlação da massa corporal magra (kg) obtida pelo método da diluição de óxido
de deutério (MCMDEU), com a massa corporal magra (kg) obtida pela impedância bioelétrica
(MCMBIA) de adolescentes atendidos no Ambulatório de Obesidade Infantil do
HCFMRP/USP, no período de 2006 a 2008
r = 0,89; p < 0,0001
_______________________________________________________________________________________
53
A Figura 3 mostra uma correlação entre as medidas de massa corporal gorda (kg)
obtidas pelos dois métodos de avaliação da composição corporal. O coeficiente de correlação
de Pearson teve como resultado 0,92 (p < 0,0001), indicando haver uma correlação positiva
forte entre os dois métodos de avaliação da massa corporal gorda (kg).
Figura 3. Correlação da massa corporal gorda (kg) obtida pelo método da diluição de óxido de
deutério (MGDEU), com a massa corporal gorda (kg) obtida pela impedância bioelétrica
(MGBIA) de adolescentes atendidos no Ambulatório de Obesidade Infantil do
HCFMRP/USP, no período de 2006 a 2008
A figura 4 mostra uma correlação entre as medidas da porcentagem de água corporal
total obtidas pelos dois métodos de avaliação da composição corporal. O coeficiente de
correlação de Pearson teve como resultado 0,59 (p < 0,0001), indicando haver uma correlação
positiva moderada entre os dois métodos de avaliação da porcentagem de água corporal total.
r = 0,92; p < 0,0001
_______________________________________________________________________________________
54
Figura 4. Correlação da porcentagem de água corporal total obtida pelo método da diluição de
óxido de deutério (ACTDEU), com a porcentagem de água corporal total obtida pela
impedância bioelétrica (ACTBIA) de adolescentes atendidos no Ambulatório de Obesidade
Infantil do HCFMRP/USP, no período de 2006 a 2008
Além do interesse de avaliar a associação entre as variáveis de massa corporal magra
(kg), massa corporal gorda (kg) e porcentagem de água corporal total obtidas por dois
métodos de avaliação da composição corporal, este trabalho também teve como objetivo
verificar se por meio de uma equação de regressão linear é possível prever as medidas de
composição corporal fornecidas pelo método de diluição do óxido de deutério, a partir das
medidas de composição corporal fornecidas pela BIA com, no máximo, duas variáveis.
r = 0,59; p < 0,0001
_______________________________________________________________________________________
55
Ajuste do modelo de regressão linear MCMDEU (kg) = MCMBIA (kg)
Foram ajustados modelos de regressão linear incluindo além da variável MCMBIA,
combinações das variáveis sexo, peso, altura, idade e IMC. Porém, não se observou
significância estatística do efeito de nenhuma delas ou de suas interações.
Para avaliar se a reta traduzida pelo modelo de regressão linear “se ajusta” ao conjunto
de pontos, foi calculado o coeficiente de explicação da variabilidade dos dados (R²). Os
resíduos do modelo predito pouco diferiram. Escolheu-se aquele modelo com menor
variabilidade dos resíduos (mais próximo da reta) e cuja média fosse mais próxima de zero. O
modelo que apresentou menor resíduo e maior R² foi aquele que considerou apenas a variável
MCMBIA e desconsiderou o intercepto.
O valor de R² foi de 0,99, portanto conclui-se que o modelo ajustado é capaz de
explicar cerca de 99% da variabilidade dos dados, ou seja, 99% da variação da MCMDEU
está relacionada com a variação da MCMBIA. Isso significa que as predições baseadas na
equação de regressão se aproximaram de forma satisfatória da MCMDEU. Uma forma de
verificar que o modelo prevê bem o valor de MCMDEU, a partir de MCMBIA, é observar os
boxplots de MCMDEU, MCMBIA e 0,842 X MCMBIA (ou MCMBIA corrigido, predito
pelo modelo).
O modelo de regressão linear ajustado foi:
MCMDEU = 0,842 × MCMBIA
_______________________________________________________________________________________
56
Figura 5. Boxplots da massa corporal magra (kg) obtida pelo método da diluição de óxido de
deutério (mcmdeu), massa corporal magra (kg) obtida pela impedância bioelétrica (mcmbia) e
massa corporal magra (kg) predita pelo modelo ajustado (mcmdeu predito pelo modelo) de
adolescentes atendidos no Ambulatório de Obesidade Infantil do HCFMRP/USP, no período
de 2006 a 2008
Observando-se os boxplots, pode-se perceber que a massa magra calculada pelo
método da impedância bioelétrica multifrequência (MCMBIA) é superestimada. A correção
feita pelo modelo ajustado (0,842 × MCMBIA, chamado aqui de MCMDEU predito pelo
modelo) resulta em valores bastante próximos dos observados em MCMDEU, o que também
pode ser visto no APÊNDICE B, que apresenta os valores de MCMDEU e os valores preditos
pelo modelo.
É importante, após se realizar a regressão, testar se os pressupostos para uso da
regressão linear se aplicam ao estudo e isso se faz por meio da análise de resíduos. Resíduos
representam a diferença entre o valor observado do método de diluição de óxido de deutério e
o que foi predito. Os resíduos devem ser distribuídos de maneira homogênea em torno de zero
e devem ter distribuição normal. Quando observados contra os valores preditos, a distribuição
também deve ser homogênea em torno de zero, sem apresentar tendências.
_______________________________________________________________________________________
57
Análise de resíduos do modelo ajustado
Pela Figura 6 é possível observar que não se verificam tendências, confrontando os
resíduos do modelo e os valores preditos. Ou seja, os pontos estão distribuídos de forma
equilibrada acima ou abaixo da linha que passe no ponto de resíduo zero, formando uma
nuvem regular de pontos. Entretanto podem-se destacar algumas observações que se
distanciam da massa, porém isso não afeta ou compromete a qualidade do ajuste.
Figura 6 – Resíduos do modelo (res) versus valores preditos (pred)
pelo modelo MCMDEU = 0,842 × MCMBIA
O modelo MCMDEU (kg) = 0,842 × MCMBIA foi, portanto, bem ajustado. Os
valores de MCMDEU, predito pelo modelo, aproximam-se bem dos valores reais (observados
para MCMDEU), e os resíduos são homocedásticos (distribuem-se homogeneamente em
torno de zero) e seguem distribuição normal.
_______________________________________________________________________________________
58
Ajuste do modelo de regressão linear MGDEU (kg) = MGBIA (Kg)
Da mesma forma que para a massa magra, foram ajustados modelos de regressão
linear, incluindo, além da variável MGBIA, combinações das variáveis sexo, peso, altura,
idade e IMC. Observou-se efeito significativo da variável peso além da variável MGBIA.
Escolheu-se, então, aquele modelo com menor variabilidade dos resíduos, cuja média
dos mesmos fosse mais próxima de zero e com maior R². O modelo selecionado, segundo
estes critérios, foi o modelo que considerou as variáveis MGBIA e peso em kg.
O valor de foi de 0,99, conclui-se que o modelo ajustado é capaz de explicar cerca
de 99% da variabilidade dos dados. Uma forma de verificar que o modelo prevê bem o valor
de MGDEU, a partir de MGBIA e peso, é observar os boxplots de MGDEU, MGBIA e 0,842
× MGBIA + 0,152 × peso (MGDEU, predito pelo modelo).
O modelo de regressão linear ajustado foi:
MGDEU = 0,855 × MGBIA + 0,152 × peso
_______________________________________________________________________________________
59
Figura 7. Boxplots da massa corporal gorda (kg) obtida pelo método da diluição de óxido de
deutério (mgdeu), massa corporal gorda (kg) obtida pela impedância bioelétrica (mgbia) e
massa corporal gorda (kg) predita pelo modelo ajustado (mgdeu, predito pelo modelo) de
adolescentes atendidos no Ambulatório de Obesidade Infantil do HCFMRP/USP, no período
de 2006 a 2008.
Observando-se os boxplots, pode-se perceber que a massa corporal gorda calculada
pela BIA (MGBIA) é subestimada. A correção feita pelo modelo ajustado (0,855 × MGBIA +
0,152 × peso, chamado aqui de MGDEU predito pelo modelo) resulta em valores bastante
próximos dos observados em MGDEU, como também se pode verificar no APÊNDICE C,
que apresenta os valores de MGDEU e os valores preditos pelo modelo.
_______________________________________________________________________________________
60
Análise de resíduos do modelo ajustado
Pela Figura 8 é possível observar que não se verificam tendências, confrontando os
resíduos do modelo e os valores preditos. Entretanto podem-se destacar algumas observações
que se distanciam da massa principal de pontos, porém isso não afeta ou compromete a
qualidade do ajuste.
Figura 8 – Resíduos do modelo (res) versus valores preditos (pred)
pelo modelo MGDEU = 0,855× MGBIA + 0,152 × peso
O modelo MGDEU = 0,855 × MGBIA + 0,152 × peso foi, portanto, bem ajustado. Os
valores de MGDEU preditos pelo modelo aproximam-se bem dos valores reais (observados
para MGDEU), e os resíduos são homeostáticos (distribuem-se homogeneamente em torno de
zero) e seguem distribuição normal.
_______________________________________________________________________________________
61
Ajuste do modelo de regressão linear ACTDEUPO (%) = ACTBIAPO (%)
Da mesma forma que para a massa magra e para a massa gorda, foram ajustados
modelos de regressão linear incluindo, além da variável ACTBIAPO, combinações das
variáveis sexo, peso, altura, idade e IMC. Porém, não se observou significância estatística do
efeito de nenhuma delas ou de suas interações.
O modelo de regressão linear ajustado foi
ACTDEUPO = 0,813 × ACTBIAPO
O valor de foi de 0,99, conclui-se que o modelo ajustado é capaz de explicar cerca
de 99% da variabilidade dos dados. Uma forma de verificar que o modelo prevê bem o valor
de ACTDEUPO, a partir de ACTBIAPO, é observar os boxplots de ACTDEUPO,
ACTBIAPO e 0,842 × ACTBIAPO (ACTDEUPO, predito pelo modelo).
_______________________________________________________________________________________
62
Figura 9. Boxplots da porcentagem de água corporal total obtida pelo método da diluição de
óxido de deutério (actdeupo), porcentagem de água corporal total obtida pela impedância
bioelétrica (actbiapo) e porcentagem de água corporal total predita pelo modelo ajustado
(actdeupo previsto pelo modelo) de adolescentes atendidos no Ambulatório de Obesidade
Infantil do HCFMRP/USP, no período de 2006 a 2008
Observando-se os boxplots, pode-se perceber que a porcentagem de água total corporal
calculada pelo método da bioimpedância (ACTBIAPO) é superestimada. A correção feita
pelo modelo ajustado (0,813 × ACTBIAPO, chamado aqui de ACTDEUPO predito pelo
modelo) resulta em valores bem mais próximos dos observados em ACTDEUPO, como
também pode-se verificar no APÊNDICE D, que apresenta os valores de ACTDEUPO e os
valores preditos pelo modelo.
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63
Análise de resíduos do modelo ajustado
Pela Figura 10 é possível observar que não se verificam tendências, confrontando os
resíduos do modelo e os valores preditos. Entretanto podem-se destacar algumas observações
que se distanciam da massa principal de pontos, porém isso não afeta ou compromete a
qualidade do ajuste.
Figura 10 - Resíduos do modelo (res) versus valores preditos (pred)
pelo modelo ACTDEUPO = 0,813 × ACTBIAPO
O modelo ACTDEUPO = 0,813 × ACTBIAPO foi, portanto, bem ajustado. Os valores
de ACTDEUPO preditos pelo modelo aproximam-se bem dos valores reais (observados para
actdeupo), e os resíduos são homocedásticos (distribuem-se homogenamente em torno de
zero) e seguem distribuição normal.
_______________________________________________________________________________________
64
6 DISCUSSÃO
Esta pesquisa avaliou a composição corporal através da impedância bioelétrica
multifrequência e pelo método da diluição de óxido de deutério em adolescentes obesos,
atendidos no Ambulatório de Obesidade Infantil do HCFMRP/USP. Participaram do estudo
40 adolescentes de ambos os sexos que possuíam entre 10 e 13 anos, com idade média de
11,22 ± 0,95. Esta mesma faixa etária foi utilizada em outros estudos para a avaliação da
composição corporal de adolescentes por BIA, antropometria e deutério (HOUTKOOPER et
al., 1992; KUSHNER et al., 1992; WABITSCH et al., 1996; ECKHARDT et al., 2003).
No presente estudo, em relação ao estadiamento puberal, 50,0% dos pacientes do sexo
feminino e 40,9% dos pacientes do sexo masculino se encontraram no estágio dois de Tanner,
caracterizado pelo início do desenvolvimento puberal. Dos adolescentes estudados, nenhum
esteve no estágio cinco, indicando que a maioria não concluiu o estirão de crescimento.
Segundo Siervogel et al. (2003), as alterações na composição corporal durante a
puberdade ocorrem em ambos os sexos. Neste período ocorre um rápido aumento da gordura
corporal, embora este aumento seja mais lento no sexo masculino, sendo superado pelo ganho
de massa magra. Essas alterações são justificadas devido ao aumento das necessidades
energéticas nos adolescentes, associadas com mudanças da composição corporal.
Alguns autores afirmam que é importante considerar a maturação sexual para avaliação
do estado nutricional de adolescentes, pois apesar de o IMC ser recomendado em estudos
epidemiológicos para avaliação de crianças e adolescentes, este não leva em consideração a
composição corporal (BINI et al., 2000; BARBOSA; FRANCESCHINI; PRIORE, 2006). Por
outro lado, Taylor et al. (2003), analisando crianças e adolescentes com idades entre 8,5 e
15,5 anos, encontraram que a classificação do indivíduo de acordo com idade e estadiamento
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65
puberal não aumentou a habilidade do IMC em classificar crianças e adolescentes com
excesso de gordura, comparado com os índices de IMC sozinhos. Portanto, segundo esses
autores, não há vantagem em coletar informações sobre o estadiamento puberal, quando se
usa o IMC para classificar adolescentes com excesso de gordura corporal.
Em relação à circunferência da cintura, a média geral encontrada foi de 98,6 cm, sendo
de 97,5 cm (> p95), para o sexo feminino, e 99,45 cm (> p95), para o sexo masculino. Não
houve diferença estatística significante entre os sexos em relação à circunferência da cintura
(p=0,59) (Mc CARTHY; JARRETT; CRAWLEY, 2001).
Sudi et al. (2001) avaliaram a circunferência da cintura em adolescentes obesos, e a
média de idade foi de 12 anos entre as meninas e 11,9 anos entre os meninos. A média
encontrada em relação à circunferência da cintura foi de 89,5 cm, para o sexo masculino, e
87,4 cm, para o sexo feminino, estando acima do percentil 95. Lazzer et al. (2008), estudando
medidas de circunferência da cintura em adolescentes obesos, encontraram valores médios
iguais a 111 cm tanto para meninas como para meninos. Os autores também não encontraram
diferença significante entre os sexos.
O presente estudo mostrou que não houve diferença estatística significante entre os
sexos, em relação ao peso (p = 0,20) e ao IMC (p = 0,07).
Lazzer et al. (2008), estudando 58 adolescentes obesos com faixa etária entre 10 e 17
anos (27 do sexo masculino e 31 do sexo feminino), encontraram valores para IMC
semelhantes aos nossos. As médias encontradas para o sexo feminino e para o sexo masculino
foram iguais a 36,2 kg/m² e a 32,2 kg/m², respectivamente, porém com diferença estatística.
Haroun et al. (2005), investigando a composição corporal de crianças e adolescentes
obesos com faixa etária semelhante ao presente estudo, encontraram valores médios para o
IMC menores (26,3kg/m²) que os da nossa população.
_______________________________________________________________________________________
66
Atualmente existem diversas referências que utilizam o IMC para classificar o estado
nutricional e estabelecem pontos de corte que identificam adolescentes como subnutridos,
eutróficos, com sobrepeso e obesidade (MUST; DALLAL; DIETZ, 1991; COLE et al., 2000;
CDC, 2002; CONDE; MONTEIRO; 2006; WHO; 2007). Como não existe consenso
internacional acerca de qual referencial deve ser utilizado para diagnosticar o estado
nutricional de crianças e adolescentes de acordo com o IMC (SOARES 2003), optou-se, na
presente pesquisa, pela utilização da curva de IMC por idade, proposta pelo CDC (2002).
Inúmeros trabalhos também classificam o estado nutricional de acordo com este parâmetro
(KNUTSON; LAUDERDALE, 2007; LUMENG et al., 2007; SWALLEN et al., 2005; FIELD
et al., 2005; NEUTZLING; TADDEI: GIGANTE, 2003), tornando-se um instrumento útil
para monitorar o estado nutricional.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) sugeriu o uso do IMC para triagem de
adolescentes com sobrepeso e obesidade por ser bem correlacionado com a gordura corporal,
ser de fácil obtenção, ter referências para comparação e ainda permitir uma continuidade do
critério utilizado para avaliação de adultos (WHO, 1995). Na verdade, o IMC é um índice
para se aferir excesso de peso e não de gordura corporal, por isso continua a discussão em
torno da sua capacidade preditiva na identificação de jovens com gordura corporal elevada
(VIEIRA et al., 2006).
Ao avaliarmos a composição corporal através da BIA em relação às variáveis massa
corporal magra, massa corporal gorda e porcentagem de água corporal total, não houve
diferença estatística significante entre os sexos em relação à massa corporal magra (p = 0,58),
massa corporal gorda (p = 0,07) e água corporal total (p = 0,07).
Bedogni et al. (1997), com o objetivo de avaliar a confiabilidade da análise da BIA
para predizer a água corporal total em adolescentes obesos, também encontraram valores
_______________________________________________________________________________________
67
próximos aos do presente estudo para a porcentagem de água corporal (50,5%). Cabe ressaltar
que a amostra era semelhante à do presente estudo.
Eisenkölbl, Kartasurya e Widhalm (2001), estudando crianças e adolescentes com
valor médio de IMC igual a 32,3kg/m² (meninos) e 30,14kg/m² (meninas), encontraram massa
gorda avaliada pela BIA igual a 32,21% para o sexo masculino e 38,48% para o sexo
feminino, valores menores em relação ao sexo masculino e valores próximos em relação ao
sexo feminino aos encontrados em nossos resultados.
Sudi et al. (2001) estudaram adolescentes obesos com média de idade de 12 anos,
encontraram massa gorda avaliada pela BIA igual a 30,4 kg (45,5%) nos meninos e 31,8 kg
(46%) nas meninas. Os autores também não verificaram diferença significante entre os sexos
em relação à massa gorda.
Em um estudo que avaliou a composição corporal através da BIA em adolescentes, os
autores não encontraram diferenças significativas entre massa corporal magra e a massa
corporal gorda, ao comparar os dois sexos, dados que corroboram os do presente estudo
(CHUMLEA; BAUMGARTNER; ROCHE, 1988).
A BIA é um método seguro não invasivo e é portátil, além de ser amplamente usado
para estimar a composição corporal (HOUTKOOPER et al., 1996; EISENKÖLBL;
KARTASURYA; WIDHALM, 2001). Já está bem estabelecida a importância em relação à
definição da composição corporal para avaliar e monitorar a obesidade. Porém, vários fatores
limitam sua aplicação em adolescentes obesos (WELL et al., 1999). A previsão de equações
desenvolvidas para indivíduos eutróficos, geralmente superestima a massa magra em
indivíduos adultos extremamente obesos (EISENKÖLBL; KARTASURYA; WIDHALM,
2001).
A validade da BIA não é mais questionada em adultos metabolicamente estáveis e sem
alterações orgânicas significativas. Sua aplicação em pediatria e neonatologia, bem como na
_______________________________________________________________________________________
68
obesidade e subnutrição, também se revela viável, embora demandando, algumas vezes,
equações ajustadas para a população-alvo (LUKASKI, 1987; HOLT et al., 1994; CHUMLEA,
GUO, 1994).
Em relação à composição corporal avaliada pelo método da diluição de óxido de
deutério, em relação às variáveis massa corporal magra, massa corporal gorda e água corporal
total, não houve diferença estatística significante entre os sexos em relão à massa corporal
magra (p=0,90), porém encontramos maior massa gorda (p = 0,03) e menor água corporal total
(p = 0,01) no sexo feminino.
A média de gordura corporal encontrada em nosso estudo através do método da
diluição de óxido de deutério foi de 43,56% (32,08 kg) para o sexo masculino e 49,25%
(39,95 kg) para o sexo feminino, acima do referenciado por Fomon et al. (1982) que
sugeriram valores de referência para composição corporal de crianças e adolescentes
eutróficos com 10 anos de idade de 13,7% de gordura corporal para meninos e 19,4% de
gordura corporal para meninas.
Wabistch et al. (1996) avaliaram 146 crianças e adolescentes obesos com média de
idade de 12,7 anos, por meio da análise do deutério diluído, e encontraram valores médios de
42,5% de água corporal, 42,6 kg de massa corporal magra e 31,5 kg de massa corporal gorda,
resultados semelhantes aos encontrados no presente estudo.
Levando em consideração que os indivíduos estudados estão em um processo de
maturação sexual, e que este fato pode influenciar na interpretação do IMC como indicador de
risco de sobrepeso e obesidade, diversos autores afirmam que, em meninos, o IMC aumenta
enquanto a massa gorda diminui nos estágios finais da maturação, indicando que os
adolescentes do sexo masculino aumentam o IMC à custa de massa muscular magra. Nas
meninas, ocorre um aumento do IMC conforme se elevam os estágios de maturação, porém
aumenta também a porcentagem de gordura corporal, indicando que o aumento do IMC é
_______________________________________________________________________________________
69
devido ao aumento nos estoques de gordura (MALINA; KATZMARKYK, 1999; BARBOSA;
FRANCESCHINE; PRIORE, 2006). Esse fato poderia estar justificando os valores
encontrados no presente estudo, ou seja, maior quantidade de gordura encontrada no sexo
feminino quando se compara ao sexo masculino, consequentemente valores menores de água
corporal no sexo feminino.
O método de diluição do deutério tem trazido, nos últimos anos, informações preciosas
em relação à composição corporal, contribuindo de forma sistemática para a compreensão de
estados nutricionais em diversos cenários, sobretudo na pediatria (TRAVER, 2007).
A comparação de médias para as seguintes variáveis massa corporal gorda (kg), massa
corporal magra (kg), e porcentagem de água corporal, determinadas pelo método da diluição
de óxido de deutério e pela impedância bioelétrica multifrequência, apresentou diferenças
significativas. A impedância bioelétrica superestimou os valores de massa corporal magra
(kg) e porcentagem de água corporal total e subestimou os valores de massa corporal gorda
(kg).
Schultink et al. (1992) avaliaram a composição corporal através do método da diluição
de óxido de deutério e BIA em 24 mulheres com média de idade de 34,4 anos, média de IMC
de 20,3kg/m² e peso médio de 52,1 kg. Os autores afirmam que a BIA superestimou a massa
corporal gorda e subestimou a massa corporal magra, dados que são contrários aos
encontrados no presente estudo.
Os dados do presente estudo demonstram que a BIA estabelece uma estimativa
confiável da composição corporal de adolescentes obesos comparados com o método da
diluição de óxido de deutério que é considerado uma referência. Os resultados obtidos pela
BIA, quando comparados com os dados do método da diluição de óxido de deutério,
apresentaram uma correlação forte em relação às variáveis massa corporal magra (r=0,89;
_______________________________________________________________________________________
70
p<0,0001) e para a massa corporal gorda (r=0, 92; p<0,0001). Em relação à porcentagem de
água corporal, encontramos uma correlação moderada (r=0,59; p<0,0001).
Kushner et al. (1990) afirmam que a BIA é um método preciso para avaliar a
composição corporal de indivíduos com o peso saudável. Um estudo realizado por estes
autores, em 1990, teve como objetivo validar o uso da BIA para avaliar as alterações da
composição corporal. Os autores estudaram 20 mulheres obesas que tiveram perda de peso
corporal. A composição corporal era avaliada pelo método da diluição de óxido de deutério,
BIA e dobras cutâneas. Os estudiosos encontraram correlação significativamente alta entre os
dados fornecidos pelo método da diluição de óxido de deutério e BIA (r = 0,971) e entre o
método da diluição de óxido de deutério e dobras cutâneas (r=0,932). Em geral a BIA avaliou a
mudança de massa livre de gordura com maior precisão, quando se compara com os valores
fornecidos pela antropometria. Os autores concluíram que a BIA é um método útil para ser
utilizado em clínicas, tendo como objetivo avaliar as alterações na composição corporal.
Kushner e Schoeller, em 1986, compararam a água corporal total avaliada através da
BIA com a água corporal total avaliada pelo método da diluição de óxido de deutério em 58
indivíduos adultos. Os autores concluíram que a BIA demonstrou ser um método preciso para
predizer a água corporal obtida pelo método da diluição de óxido de deutério por meio de
equações de múltipla regressão. Os autores afirmam ainda que a BIA é um método simples,
seguro e não invasivo e pode ser facilmente usado em ambulatórios. Porém, para utilizar as
equações desenvolvidas no estudo, é necessário validar a aplicabilidade destas em grandes
populações.
Bhat et al. (2005) desenvolveram uma pesquisa que tinha como objetivo validar a BIA,
comparando com o método da diluição de óxido de deutério. Esses pesquisadores estudaram
141 homens saudáveis com idade média de 39,3 anos e IMC médio de 21,9kg/m². A média de
gordura corporal encontrada pela BIA foi de 16,5kg (26%) e 15,3 kg (24,6%) pelo método da
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71
diluição de óxido de deutério. Embora exista uma boa correlação em relação à estimativa da
gordura corporal pela BIA e pelo método da diluição de óxido de deutério (r=~0,9, p<0,001),
pôde-se observar que os valores fornecidos pela BIA superestimaram a gordura corporal em
1,2kg (p<0,001). No nosso estudo, encontrou-se também boa correlação em relação à variável
em questão, mas em contrapartida a BIA subestimou a gordura corporal quando se compara
com o método da diluição de óxido de deutério.
Existem trabalhos na literatura que tiveram como objetivo predizer a água corporal
total determinada pelo método do deutério diluído em crianças e adolescentes eutróficos
(DAVIES et al., 1988) e obesos (BATTISTINI et al., 1992; WABITSCH et al., 1996) ,
utilizando as medidas fornecidas pela BIA, através de equações. Esses trabalhos utilizaram
valores de índices de resistência (altura
2
/resistência), idade, peso e superfície do
corpo/impedância do corpo para ajuste do modelo de regressão. O presente estudo difere
desses trabalhos em decorrência das variáveis incluídas no ajuste do modelo de regressão. As
variáveis utilizadas no nosso trabalho foram sexo, peso, altura, idade, IMC, massa corporal
magra (kg), massa corporal gorda (kg) e porcentagem de água corporal total, os dados de
composição corporal foram obtidos pela impedância bioelétrica.
Os modelos de regressão linear propostos no nosso estudo, em relação à massa
corporal magra (kg), massa corporal gorda (kg) e porcentagem de água corporal total, foram
bem ajustados. Os valores de MCMDEU, MGDEU e ACTDEUPO preditos pelo modelo
aproximam-se bem dos valores reais observados pelo método referência. Observou-se efeito
significativo da variável peso para ajuste do modelo de regressão linear MGDEU = MGBIA,
portanto o peso foi incluído no modelo de regressão linear ajustado.
Não foi encontrado na literatura nenhum trabalho que utilizasse as mesmas variáveis
do presente estudo para ajuste de modelo de regressão linear.
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72
Vários estudos têm mostrado que medidas antropométricas tais como peso, altura e
dobras cutâneas não são aplicáveis para avaliar a composição corporal. Seria interessante um
método viável para a avaliação da composição corporal na prática clínica, para um melhor
acompanhamento de adolescentes obesos. A BIA é um método simples, e seus resultados são
fornecidos rapidamente, porém é necessário ajuste de fórmulas específicas para avaliar
crianças e adolescentes, principalmente quando se trata de obesidade. Portanto as fórmulas
sugeridas neste trabalho poderiam auxiliar os profissionais de saúde na avaliação da
composição corporal de adolescentes obesos, não se limitando ao Índice de Massa Corporal,
critério que não avalia a massa corporal gorda e magra. Porém não é adequado extrapolar
essas equações fora do âmbito dos dados. Em outras palavras, embora os modelos de
regressão linear tenham sido bem ajustados, é necessário validar a aplicabilidade dessas
fórmulas e possivelmente incluir outras variáveis importantes no modelo como, por exemplo,
o estadiamento puberal, para tanto será necessária uma análise de regressão múltipla além de
aumentar o tamanho amostral.
_______________________________________________________________________________________
73
7 CONCLUSÃO
Os nossos resultados demonstraram que as medidas de massa corporal magra (kg) e
porcentagem de água corporal total, fornecidas pela BIA, superestimam as mesmas medidas
fornecidas pelo método da diluição de óxido de deutério. Ao contrário das medidas de massa
corporal gorda (kg) que são subestimadas pela BIA, quando comparada como método da
diluição de óxido de deutério. Encontramos uma correlação de Pearson positiva e
significativa entre as variáveis de composição corporal obtidas pelos dois métodos de
avaliação da composição corporal, apesar de os dados fornecidos pela BIA subestimarem a
massa gorda e superestimarem a massa magra. É possível predizer resultados (medidas) da
composição corporal determinados pelo método da diluição de óxido de deutério de
adolescentes obesos, utilizando as medidas fornecidas pela impedância bioelétrica
multifrequência, por meio do modelo ajustado da equação de regressão linear com, no
máximo, duas variáveis. Portanto é possível utilizar essas fórmulas na população estudada,
auxiliando os profissionais a fazer uma avaliação da composição corporal mais detalhada.
_______________________________________________________________________________________
74
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APÊNDICE A Valores da composição corporal, segundo a impedância bioelétrica e o método da diluição de óxido de deutério, da idade, do sexo, do peso, da altura, do índice da massa corporal e da circunferência da
cintura de adolescentes atendidos no Ambulatório de Obesidade Infantil do HCFMRP/USP, no período de 2006 a 2008
mgdeu = massa corporal gorda (kg) obtida pelo método da diluição de óxido de deutério; mgdeupo = porcentagem de massa corporal gorda obtida pelo método da diluição de óxido de deutério; mcmdeu = massa
corporal magra (kg) obtida pelo método da diluição de óxido de deutério; mcmdeupo = porcentagem de massa corporal magra obtida pelo método da diluição de óxido de deutério; actdeupo = porcentagem de água
corporal total obtida pelo método da diluição de óxido de deutério; mgbia = massa corporal gorda (kg) obtida pela impedância bioelétrica; mgbiapo = porcentagem de massa corporal gorda obtida pela impedância
bioelétrica; actbiapo = porcentagem de água corporal total obtida pela impedância bioelétrica.; mcmbia = massa corporal magra (kg) obtida pela impedância bioelétrica; mcmbiapo = porcentagem de massa corporal
magra obtida pela impedância bioelétrica; IMC = Índice da Massa Corporal; CC = circunferência da cintura; F = feminino; M = masculino.
Paciente
idade
sexo
peso
altura
mgdeu
mgdeupo
mcmdeu
mcmdeupo
actdeupo
mgbia
mgbiapo
actbiapo
mcmbia
mcmbiapo
IMC
CC
1
11
F
90,00
1,59
51,73
57,48
38,26
42,52
31,11
37,70
41,90
44,60
52,30
58,11
35,59
-
2
12
F
110,70
1,60
61,54
55,59
49,16
44,41
32,50
48,40
43,70
43,10
62,30
56,27
43,24
121,50
3
12
M
84,50
1,62
44,47
52,63
40,03
47,37
34,67
37,70
39,90
45,30
50,80
60,11
32,19
107,50
4
12
M
73,40
1,52
35,98
49,01
37,42
50,99
37,31
24,60
33,50
51,00
48,80
66,48
31,76
98,10
5
11
M
74,00
1,63
29,65
40,07
44,34
59,93
43,86
15,30
20,70
59,90
58,70
79,32
27,85
89,50
6 13 M 69,60 1,55 31,78 45,67 37,81 54,33 39,76 24,20 34,80 48,70 45,40 65,22 28,96 96,00
7
12
F
62,70
1,55
30,98
49,42
31,71
50,58
37,02
25,40
40,50
45,60
37,30
59,49
26,09
79,00
8
11
F
70,60
1,53
34,27
48,55
36,32
51,45
37,65
25,10
35,60
49,40
45,50
64,44
30,15
96,50
9 11 M 77,80 1,57 34,48 44,32 43,31 55,68 40,75 25,50 32,80 50,60 52,30 67,22 31,56 97,50
10
11
F
90,70
1,66
44,52
49,09
46,17
50,91
37,26
31,60
34,80
49,90
59,10
65,15
32,71
103,00
11
10
M
71,90
1,57
25,43
35,37
46,47
64,63
47,30
23,90
33,20
50,90
48,00
66,75
29,16
102,70
12
10
F
70,70
1,62
38,37
54,27
32,33
45,73
33,47
31,60
44,70
42,60
39,10
55,30
26,77
89,00
13
11
F
61,00
1,52
28,25
46,32
32,74
53,68
39,29
23,30
38,20
45,10
37,70
61,80
26,44
80,50
14
11
F
106,80
1,58
46,37
43,42
60,42
56,58
41,41
43,20
40,40
45,60
63,60
59,55
42,78
115,00
15
11
M
59,30
1,54
29,44
49,66
29,85
50,34
36,84
18,90
31,90
51,40
40,40
68,12
25,00
-
16
11
F
79,40
1,54
41,97
52,86
37,43
47,14
34,50
30,90
38,90
46,90
48,50
61,08
33,26
96,00
17
12
M
73,00
1,51
40,11
54,95
32,88
45,05
32,97
27,20
37,30
47,30
45,80
62,73
32,01
101,50
18
12
F
125,50
1,64
71,56
57,01
53,95
42,99
31,46
52,10
41,50
44,80
73,40
58,48
46,66
119,50
19
10
F
48,30
1,38
28,53
59,08
19,76
40,92
29,94
16,10
33,30
51,30
32,20
66,60
25,36
80,00
20
13
M
89,20
1,65
43,02
48,23
46,17
51,77
37,88
35,90
40,20
44,60
53,30
59,75
32,56
110,00
21
10
M
58,90
1,45
23,80
40,42
35,09
59,58
43,60
19,50
33,10
50,90
39,40
66,89
28,01
87,50
22
11
M
51,60
1,44
20,31
39,37
31,28
60,63
44,37
15,50
30,00
52,70
36,10
69,96
24,88
87,00
23
10
M
74,00
1,52
21,03
28,42
52,96
71,58
52,39
24,90
33,60
50,50
49,10
66,35
31,81
95,00
24
11
M
84,80
1,62
37,60
44,34
47,19
55,66
40,73
31,20
36,80
47,60
53,60
63,20
32,31
107,50
25
11
F
58,40
1,52
19,80
33,91
38,59
66,09
48,37
15,00
25,70
56,80
43,40
74,31
25,27
85,50
26
11
F
66,70
1,47
28,35
42,50
38,35
57,50
42,08
23,20
34,80
49,90
43,50
65,21
30,65
93,30
27
13
M
74,60
1,54
28,96
38,83
45,63
61,17
44,77
21,80
29,20
52,80
52,80
70,77
31,45
98,00
28
10
M
59,60
1,45
22,20
37,26
37,39
62,74
45,92
18,30
30,70
52,90
41,30
69,29
28,34
90,50
29 12 M 85,70 1,64 38,86 45,35 46,83 54,65 40,00 33,50 39,10 46,70 52,20 60,90 31,67 113,50
30
10
M
76,80
1,51
33,69
44,04
42,97
55,96
40,95
34,30
44,70
42,20
42,50
55,33
33,68
110,00
31
10
F
65,10
1,35
33,55
51,54
31,54
48,46
35,47
27,40
42,10
44,50
37,70
57,91
35,72
98,10
32
10
M
79,40
1,55
37,18
46,83
42,21
53,17
39,91
27,50
34,60
49,70
51,90
65,36
33,04
102,00
33
12
M
84,50
1,60
34,32
40,62
50,17
59,38
43,46
31,00
36,70
47,70
53,50
63,31
33,00
103,50
34
12
F
80,10
1,50
35,40
44,19
44,70
55,81
40,84
25,70
32,10
52,10
54,40
67,91
35,36
100,50
35
13
F
113,00
1,65
47,56
42,09
65,43
57,91
42,38
37,70
33,40
50,40
75,30
66,63
41,25
107,50
36 10 F 56,50 1,41 22,21 39,31 34,28 60,69 44,42 19,30 34,20 50,60 37,20 65,84 28,21 93,00
37
11
M
81,40
1,59
34,15
41,96
47,24
58,04
42,48
26,80
32,90
50,60
54,60
67,07
31,99
99,50
38
12
M
63,30
1,55
25,68
40,58
37,61
59,42
43,49
20,30
32,10
51,20
43,00
67,93
26,34
93,00
39 12 F 103,90 1,60 54,07 52,04 49,83 47,96 35,10 45,60 43,90 43,00 58,30 56,11 40,33 100,00
40
11
M
72,70
1,49
33,69
46,34
39,01
53,66
39,27
25,40
34,90
49,10
47,30
65,06
32,52
99,00
_______________________________________________________________________________________
88
APÊNDICE B Valores de massa corporal magra obtidos pelo método da diluição de óxido de
deutério e pela impedância bioelétrica e valores de massa corporal magra preditos pelo modelo
Pacientes
Massa corporal magra deutério
(kg)
Massa corporal magra BIA
(kg)
Valor predito
(kg)
1
38,26
52,30
44,05
2
49,16
62,30
52,48
3
40,03
50,80
42,79
4
37,42
48,80
41,11
5
44,34
58,70
49,44
6
37,81
45,40
38,24
7
31,71
37,30
31,42
8
36,32
45,50
38,33
9
43,31
52,30
44,05
10
46,17
59,10
49,78
11
46,47
48,00
40,43
12
32,33
39,10
32,93
13
32,74
37,70
31,76
14
60,42
63,60
53,57
15
29,85
40,40
34,03
16
37,43
48,50
40,85
17
32,88
45,80
38,58
18
53,95
73,40
61,83
19
19,76
32,20
27,12
20
46,17
53,30
44,90
21
35,09
39,40
33,19
22
31,28
36,10
30,41
23
52,96
49,10
41,36
24
47,19
53,60
45,15
25
38,59
43,40
36,56
26
38,35
43,50
36,64
27
45,63
52,80
44,47
28
37,39
41,30
34,79
29
46,83
52,20
43,97
30
42,97
42,50
35,80
31
31,54
37,70
31,76
32
42,21
51,90
43,72
33
50,17
53,50
45,06
34
44,70
54,40
45,82
35
65,43
75,30
63,43
36
34,28
37,20
31,33
37
47,24
54,60
45,99
38
37,61
43,00
36,22
39
49,83
58,30
49,11
40
39,01
47,30
39,84
_______________________________________________________________________________________
89
APÊNDICE C Valores de massa corporal gorda obtidos pelo método da diluição de óxido de
deutério e pela impedância bioelétrica e valores de massa corporal gorda preditos pelo modelo
Pacientes
Massa corporal gorda deutério
(kg)
Massa corporal gorda BIA
(kg)
Valor predito
(kg)
1
51,73
37,70
45,90
2
61,54
48,40
58,19
3
44,47
37,70
45,60
4
35,98
24,60
32,18
5
29,65
15,30
24,32
6
31,78
24,20
31,26
7
30,98
25,40
31,24
8
34,27
25,10
32,18
9
34,48
25,50
33,61
10
44,52
31,60
40,79
11
25,43
23,90
31,35
12
38,37
31,60
37,75
13
28,25
23,30
29,18
14
46,37
43,20
53,15
15
29,44
18,90
25,16
16
41,97
30,90
38,47
17
40,11
27,20
34,34
18
71,56
52,10
63,60
19
28,53
16,10
21,10
20
43,02
35,90
44,24
21
23,80
19,50
25,61
22
20,31
15,50
21,09
23
21,03
24,90
32,52
24
37,60
31,20
39,55
25
19,80
15,00
21,69
26
28,35
23,20
29,96
27
28,96
21,80
29,96
28
22,20
18,30
24,69
29
38,86
33,50
41,65
30
33,69
34,30
40,99
31
33,55
27,40
33,31
32
37,18
27,50
35,57
33
34,32
31,00
39,33
34
35,40
25,70
34,13
35
47,56
37,70
49,39
36
22,21
19,30
25,08
37
34,15
26,80
35,27
38
25,68
20,30
26,97
39
54,07
45,60
54,76
40
33,06
25,40
32,75
_______________________________________________________________________________________
90
APÊNDICE D – Valores do percentual de água corporal total obtidos pelo método da diluição de
óxido de deutério e pela impedância bioelétrica e valores de água corporal total preditos pelo
modelo
Pacientes
Água corporal total deutério
(%)
Água corporal total BIA
(%)
Valor predito (%)
1
31,11
44,60
36,28
2
32,50
43,10
35,06
3
34,67
45,30
36,85
4
37,31
51,00
41,48
5
43,86
59,90
48,72
6
39,76
48,70
39,61
7
37,02
45,60
37,09
8
37,65
49,40
40,18
9
40,75
50,60
41,16
10
37,26
49,90
40,59
11
47,30
50,90
41,40
12
33,47
42,60
34,65
13
39,29
45,10
36,68
14
41,41
45,60
37,09
15
36,84
51,40
41,81
16
34,50
46,90
38,15
17
32,97
47,30
38,47
18
31,46
44,80
36,44
19
29,94
51,30
41,73
20
37,88
44,60
36,28
21
43,60
50,90
41,40
22
44,37
52,70
42,87
23
52,39
50,50
41,08
24
40,73
47,60
38,72
25
48,37
56,80
46,20
26
42,08
49,90
40,59
27
44,77
52,80
42,95
28
45,92
52,90
43,03
29
40,00
46,70
37,99
30
40,95
42,20
34,33
31
35,47
44,50
36,20
32
39,91
49,70
40,43
33
43,46
47,7
38,80
34
40,84
52,10
42,38
35
42,38
50,40
41,00
36
44,42
50,60
41,16
37
42,48
50,60
41,16
38
43,49
51,20
41,65
39
35,10
43,00
34,98
40
39,27
49,10
39,94
_______________________________________________________________________________________
91
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