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RENATO BASSETTO LAROCCA
DESENVOLVIMENTO DE PADRÕES DE QUALIDADE E
ESPECIFICAÇÃO DE EMBALAGEM INSTITUCIONAL PARA
SHIITAKE DESIDRATADO
SÃO CAETANO DO SUL
2008
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RENATO BASSETTO LAROCCA
DESENVOLVIMENTO DE PADRÕES DE QUALIDADE E
ESPECIFICAÇÃO DE EMBALAGEM INSTITUCIONAL PARA
SHIITAKE DESIDRATADO
SÃO CAETANO DO SUL
2008
Dissertação apresentada à Escola de
Engenharia Mauá do Centro Universitário do
Instituto Mauá de Tecnologia para obtenção
do Título de Mestre
Linha de Pesquisa: Engenharia de Embalagem
Orientador: Prof. Dr. Antonio Carlos Dantas
Cabral
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ii
Larocca, Renato Bassetto
Desenvolvimento de padrões de qualidade e especificação de
embalagem institucional para shiitake desidratado / Renato
Bassetto Larocca.-São Caetano do Sul, SP: CEUN-EEM, 2008.
77 p.
Dissertação de Mestrado – Programa de Pós-Graduação. Linha
de Pesquisa: Engenharia de Embalagem – Escola de Engenharia
Mauá do Centro Universitário do Instituto Mauá de Tecnologia.
São Caetano do Sul, SP, 2008.
Orientador: Prof. Dr. Antonio Carlos Dantas Cabral
1. Shiitake desidratado 2. Embalagem I. Instituto Mauá de
Tecnologia. Centro Universitário. Escola de Engenharia Mauá.
II. Título.
iii
TERMO DE APROVAÇÃO
RENATO BASSETTO LAROCCA
DESENVOLVIMENTO DE PADRÕES DE QUALIDADE E
ESPECIFICAÇÃO DE EMBALAGEM INSTITUCIONAL PARA
SHIITAKE DESIDRATADO
Dissertação aprovada como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre no
curso de Engenharia de Processos Químicos e Bioquímicos, com linha de pesquisa
de Engenharia de Embalagem, da Escola de Engenharia Mauá, pela seguinte banca
examinadora:
Orientador: Prof. Dr. Antonio Carlos Dantas Cabral
Depto de Processos Químicos e Bioquímicos – E.E.MAUÁ
Prof. Eliana Paula Ribeiro
Depto de Processos Químicos e Bioquímicos – E.E. MAUÁ
Prof. Marli Teixeira de Almeida Minhoni
Faculdade de Ciências Agronômicas – UNESP Botucatu (SP)
São Caetano do Sul, 19 de dezembro de 2008
iv
Dedico esse trabalho à minha esposa Maria Vitória, ao meu
irmão Sandro, à minha cunhada Erika, meu sobrinho Pedro,
a meu pai Roberto e em especial à minha mãe, Sylvia, que
sempre me serviu de inspiração na vida acadêmica.
v
AGRADECIMENTOS
Agradeço a todos aqueles que, de alguma forma, me auxiliaram na elaboração
desse trabalho. Em especial à minha família, ao meu professor orientador Antonio
Carlos Dantas Cabral e às professoras Eliana Paula Ribeiro e Marli Teixeira de
Almeida Minhoni.
vi
SUMÁRIO
AGRADECIMENTOS...................................................................................................... V
SUMÁRIO ...................................................................................................................... VI
RESUMO........................................................................................................................ XI
ABSTRACT................................................................................................................... XII
1 – INTRODUÇÃO ...........................................................................................................1
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA........................................................................................9
2.2 - Classificação dos seres vivos ..............................................................................9
2.3 - Reino Mycetae (Fungi) .........................................................................................10
2.4 - Classificação dos fungos....................................................................................11
2.4.1 - Fungos tóxicos ....................................................................................................11
2.4.2 - Fungos alucinógenos ..........................................................................................12
2.4.3 - Fungos de utilização medicinal ...........................................................................12
2.4.4 - Fungos Comestíveis............................................................................................12
2.5 - O COGUMELO SHIITAKE.....................................................................................15
2.5.1 – Histórico............................................................................................................15
2.5.2 - Uso terapêutico .................................................................................................17
2.5.3 - Ciclo de vida ......................................................................................................18
2.5.4 – Cultivo do shiitake in natura ...........................................................................18
2.5.4.1 – O cultivo do shiitake em toras .........................................................................18
2.5.5 – Comercialização do shiitake ...........................................................................29
2.5.5.1 - Processos de secagem....................................................................................30
2.5.5.1.2 - Secagem com convecção com ar quente .....................................................32
Esse processo é baseado na utilização do ar quente que, aplicado sobre o produto
in natura, vai aos poucos retirando água. Existem dois tipos básicos de
secadores, o de convecção forçada e o de convecção natural. ............................32
Caracterizada pela manutenção da secagem aos 60ºC durante mais uma hora, essa
fase é responsável pelo desenvolvimento do sabor e aroma característicos do
shiitake seco (PRZYBYLOWICZ; DONOGHUE, 1988)..........................................33
2.5.6 – Mercado.............................................................................................................34
2.5.6.1 - Produção e comercialização mundial de cogumelos .......................................34
vii
2.5.6.2 - Panorama da produção e comercialização de cogumelos no Brasil.........35
2.6. O DESENVOLVIMENTO DA EMBALAGEM PARA O SHIITAKE
DESIDRATADO.............................................................................................................39
3. METODOLOGIA ........................................................................................................46
3.1 – Caracterização dos produtos desidratados disponíveis no mercado............46
3.1.3 - Determinação da isoterma de adsorção do shiitake desidratado ................47
Foram utilizados para esse experimento os sais inorgânicos: cloreto de lítio, cloreto
de magnésio, carbonato de potássio, brometo de sódio, iodeto de potássio,
cloreto de sódio, sulfato de amônia, cloreto de potássio, cloreto de bário e
sulfato de potássio; balança analítica do fabricante Micronal com capacidade
de 160 g, dessecadores e placas de Petri de vidro. ..............................................47
3.2 - Determinação das condições de secagem do cogumelo shiitake nacional ...48
Posteriormente, os cogumelos foram desidratados em um sistema de bandejas
acoplados a uma balança, por um secador modelo Tray Drier, apresentado nas
Figuras 19 e 20, com termômetro Minipa, modelo MT – 520 e balança semi-
analítica Micronal, modelo B6000, capacidade: 6000 g. ...........................................50
3.4.3 – A distribuição do produto....................................................................................54
3.4.4 – A proteção da embalagem .................................................................................55
3.6 – Desenvolvimento da embalagem.......................................................................56
4 – RESULTADOS E DISCUSSÃO...............................................................................58
4.4 – Desenvolvimento da embalagem mais adequada para o shiitake nacional
desidratado...................................................................................................................64
4.6 – Desenvolvimento da embalagem.......................................................................65
5 - CONCLUSÕES.........................................................................................................68
6. SUGESTÕES PARA NOVOS TRABALHOS.............................................................71
REFERÊNCIAS..............................................................................................................72
LISTA DE APÊNDICES .................................................................................................76
LISTA DE ANEXOS.......................................................................................................77
LISTA DE TABELAS
viii
Tabela 1. Classificação dos seres vivos.....................................................................9
Tabela 2. Composição química de algumas espécies de cogumelos
(% de matéria seca)..................................................................................13
Tabela 3. Composição química dos cogumelos em relação a outros
alimentos (% peso fresco).........................................................................14
Tabela 4. Nomes atribuídos ao cogumelo shiitake....................................................15
Tabela 5. Umidades relativas encontradas com soluções salinas
saturadas a 25 ºC......................................................................................48
Tabela 6. Umidade medida das amostras de shiitake importados da
China e Japão...........................................................................................59
Tabela 7. Notas médias conferidas às características de crocância, odor, aparência
e textura do shiitake..................................................................................63
Tabela 8. Taxas de permeabilidade ao vapor d’água e ao oxigênio
de estruturas flexíveis..............................................................................66
LISTA DE FIGURAS
ix
Figura 1. Micélio ou “semente” de L. edodes, em substrato à base de serragem...19
Figura 2. Exemplo de orifícios em tora de eucalipto realizados com a broca
adequada.....................................................................................................20
Figura 3. Estufa de incubação de um produtor de shiitake.......................................21
Figura 4. Pilhas formadas com as toras de eucalipto................................................21
Figura 5. Cultivo de shiitake em floresta....................................................................22
Figura 6. Tanque para imersão das toras de eucalipto (choque de indução)...........23
Figura 7. Acondicionamento das toras de eucalipto na estufa de frutificação..........24
Figura 8. Shiitake dentro da faixa de tamanho ideal de abertura do píleo para a
colheita........................................................................................................25
Figura 9. Toras de eucalipto logo após o corte na floresta........................................27
Figura 10. Estufa de produção de shiitake com sombrite..........................................29
Figura 11. Etapas da secagem do cogumelo shiitake proposta por Przybylowicz e
Donoghue (1988).......................................................................................34
Figura 12. Exemplo de estufa rústica, utilizada para a produção de shiitake...........36
Figura 13. Registro da produção de L.edodis na Cooperativa dos Produtores de
cogumelo shiitake durante 23 meses........................................................36
Figura 14. Registro da produção em quilos de L.edodis de um produtor rural de
Itapecerica da Serra durante 18 meses....................................................37
Figura 15. Conserva caseira de shiitake e alho........................................................37
Figura 16. Variáveis a serem observadas no desenvolvimento de
embalagens...............................................................................................40
Figura 17. Preparação das amostras para o processo de desidratação...................49
Figura 18. Embalagens de 100 g e 50 g de shiitake desidratado importado
da China, marca Montains.........................................................................49
Figura 19. Secador Tray Drier (lado externo)............................................................50
Figura 20. Secador Tray Drier (lado interno).............................................................50
Figura 21. Acondicionamento do cogumelo shiitake em quatro bandejas
perfuradas para o processo de secagem..................................................51
Figura 22. Detalhe da balança semi-analítica ligada às bandejas com
x
shiitake para o acompanhamento da perda de massa do
produto......................................................................................................52
Figura 23. Amostras de shiitake desidratado inteiro.................................................58
Figura 24. Amostras de shiitake desidratado inteiros e fatiados...............................59
Figura 25. Isoterma de adsorção do cogumelo shiitake desidratado........................60
Figura 26. Determinação da equação da reta obtida a partir da isoterma................61
Figura 27. Variação da temperatura interna do shiitake durante
o processo de secagem...........................................................................62
Figura 28. Curva de secagem do shiitake.................................................................62
xi
RESUMO
Ultimamente tem crescido muito o consumo de cogumelos no Brasil. Alimentos
saudáveis e com algumas propriedades terapêuticas são uma boa opção para as
pessoas que buscam uma alimentação saudável e nutritiva. O shiitake (Lentinula
edodes), por seu sabor pronunciado, destaca-se nessa demanda do mercado. Está
presente em muitos pratos servidos em bares e restaurantes e pode ser encontrado
in natura em feiras livres e supermercados. Para atender às necessidades do
mercado consumidor, algumas indústrias de alimentos vêm buscando desenvolver
produtos que contenham o cogumelo shiitake na forma desidratada em sua
composição. Entretanto, grande parte da oferta desse produto é proveniente de
pequenas propriedades rurais carentes de investimentos em tecnologia e pesquisas.
Dessa forma, a produtividade depende das condições climáticas e ambientais. A
proposta deste trabalho foi solucionar a falta de oferta constante do produto shiitake
para a indústria alimentícia brasileira, na forma desidratada. Foi então determinada a
umidade média dos produtos importados do Japão e China de 10,86%, encontrada a
isoterma do tipo II a partir do shiitake desidratado chinês, marca Wang, e foi
realizada a secagem do cogumelo shiitake nacional cortado em fatias, com umidade
inicial de 92,44% e final de 8,16%. Em análise sensorial realizada foi definida como
atividade de água de 0,43 como limite para manter a crocância, de Posteriormente,
com base nos dados obtidos nos experimentos realizados, foi determinada a
T.P.V.A. (taxa de permeabilidade do vapor d’água) e especificada a embalagem
ideal para garantir o suprimento do shiitake desidratado nacional. A estrutura de
BOPP-PVDCmet./PE, além de ser adequada para UR = 90% e Temperatura = 38ºC,
também atende a condições menos exigentes de temperatura e umidade. Dessa
forma, essa estrutura pode ser utilizada como padrão para as mais diversas
condições de armazenamento e transporte, como forma de garantir a qualidade da
crocância em 1 kg de shiitake desidratado, durante 1 ano, contido em embalagem
flexível com área de exposição sugerida de 0,585 m².
xii
ABSTRACT
The consumption of mushrooms in Brazil has been growing a lot lately. Healthy food
with therapeutic properties are a good option for those who seek nutritive food.
Shiitake (Lentinula edodes), with its particular taste, is a good choice when you think
of this growing market. It is present in many dishes served in bars and restaurants
and can be found in natura or in street markets and supermarkets. To reach
consumers needs, some industries are seeking to develop food products containing
the shiitake mushroom in dehydrated form of its composition. However, much of that
product supply comes from small farms which don’t invest on technology and
research. Thus, productivity depends on the weather and environment. The purpose
of this study is to find a way to supply the Brazilian food industry, which constantly
lacks this product, such dehydrated shiitake. It was then determined average
humidity of the products imported from Japan and China in 10.86%, found from the
dried Chinese shiitake, the isotherm of type II, Wang brand, and it was realized the
drying of the national shiitake mushroom, cut into slices , with initial moisture of
92.44%, and 8.16% to finish. In applyed sensorial analysis it was defined as water
activity the limit of 0.43, to keep the crispness. Subsequently, based on data obtained
from performed experiments, it was determined the TPVA and specified the ideal
package to ensure the supply of dried national shiitake. The structure of BOPP-
PVDCmet./PE, besides being the most adequate for moisture = 90% and
temperature = 38 °C, it also meets the less stringent conditions of temperature and
moisture. This way, this structure can be used as a standard for many different
conditions of storage and transport, in order to guarantee the quality of crispness of 1
kg of Shitake for 1 year, stored in soft package with suggested exhibition area of
0585m².
1 – INTRODUÇÃO
1.1 – Objetivos
O presente trabalho de pesquisa tem por principal objetivo:
Desenvolver uma embalagem institucional adequada para o cogumelo
shiitake desidratado, com garantia de suas características de qualidade por,
no mínimo, um ano.
Entre os objetivos secundários do projeto destacam-se:
Analisar o mercado, desde as características particulares da produção do
shiitake no Brasil até as necessidades do mercado consumidor,
principalmente aquele representado pelas indústrias de alimentos que
buscam sua utilização como matéria-prima para seus produtos.
Propor um padrão para o shiitake desidratado, com base em produtos
comercializados atualmente no Brasil, provenientes de produtores tradicionais
como China e Japão.
1.2 – Justificativa
O nome shiitake vem da associação desse cogumelo com a árvore shii, do gênero
Pasania. É também conhecido como cogumelo escuro japonês ou ainda cogumelo
escuro chinês (STAMETS; CHILTON, 1983).
O shiitake é classificado como um fungo do tipo saprófito, denominado
cientificamente como Lentinula edodes. Além de saboroso, trata-se de um cogumelo
que, por suas propriedades nutricionais e medicinais, é cada vez mais procurado em
todo o mundo (BONONI et al., 1999).
2
Existem três métodos para cultivar o shiitake: o axênico, que é feito em blocos
compostos basicamente de serragem e farelo; o método juncao, que consiste em um
composto orgânico à base de capim seco e farelo (muito pouco utilizado) e o
tradicional de cultivo em toras de eucalipto (FROTA, 2004).
O cultivo em toras ainda é comum no Brasil e a madeira mais utilizada é o eucalipto
(EIRA et al, 2005).
Para produzir o shiitake são feitos vários orifícios nas toras. Cada um desses
orifícios é preenchido com o micélio, também conhecido como "semente". Após esta
operação, essas toras são colocadas na sombra, onde são irrigadas pelo menos
uma vez por dia, durante 6 meses. Posteriormente, são imersas num tanque de
água fria por, no mínimo, 12 horas. Depois de uma semana, num local com
temperatura e umidade adequada, o shiitake já pode ser colhido (JORNAL DA ILHA,
2005).
No mercado mundial, o shiitake detém o terceiro lugar, em volume, da produção
mundial de cogumelos. o passa de 10% do total, atrás do champignon (Agaricus
bisporus), com cerca de 38%, e das várias espécies de Pleurotus que, somadas,
representam cerca de 25% (VILELA, 2006).
O Estado de São Paulo, segundo dados de associações e cooperativas, conta com
um número significativo de pequenos e médios cultivadores distribuídos por vários
municípios (ZORZENON, 2000).
Em pesquisa de campo realizada para conhecer o mercado, foi possível observar
em supermercados, feiras livres e empórios que a maior parte do shiitake em São
Paulo é proveniente de diferentes produtores. Normalmente é oferecido in natura,
em bandejas com 200 g, e, algumas vezes, desidratado em porções inferiores a 100
g. No mercado paulista, conforme informações da Kogumelo’s Distribuidora de
Produtos Alimentícios em abril de 2008, os valores por quilo pagos aos produtores
do shiitake in natura têm variado entre R$ 12,00 e R$ 22,00. Na forma desidratada,
o quilo do produto chega a custar R$ 200,00.
3
Em visitas realizadas a oito pequenos e médios produtores de shiitake em Campos
do Jordão (SP), Mogi das Cruzes (SP), Vinhedo (SP) e Itapecerica da Serra (SP), foi
observada, com uma freqüência alta, a falta de tecnologia e investimentos
destinados a essa cultura que, sem condições controladas de produção, depende
das condições ambientais, principalmente da temperatura e da umidade relativa
adequada, para se desenvolver. Em virtude dessa falta de controle, a instabilidade
da oferta é marcante e está diretamente relacionada com as épocas do ano.
Nas visitas realizadas, foi observado que essa variação na produção ocorre todos os
anos de forma sazonal e tem relação direta com os preços do produto, que aumenta
nos períodos de escassez e diminui quando há excesso deste.
Em entrevistas realizadas com três grandes indústrias alimentícias, interessadas no
desenvolvimento de produtos industrializados com shiitake, ficaram evidenciadas
algumas necessidades e exigências. Todas foram unânimes na preferência em
utilizar o shiitake desidratado, por ocupar menos espaço no transporte e
armazenamento e ter uma vida-de-prateleira maior. As ponderações realizadas
permitem indicar as condições apresentadas a seguir.
a. Oferecer o produto shiitake desidratado em embalagens institucionais com
pelo menos 1 kg de produto, reduzindo assim os custos com logística e
manuseio na fábrica.
b. Garantir que o shiitake tenha uma vida-de-prateleira de pelo menos 1 ano,
como forma de prevenção para a eventual falta do produto no mercado, nos
momentos de escassez da produção.
c. Garantir a qualidade do produto oferecido. Essa necessidade deve ser
cumprida com o desenvolvimento de um padrão para o shiitake desidratado
com base na principal característica de qualidade requerida pelas indústrias
entrevistadas: a crocância do produto.
4
Com base no histórico apresentado, observou-se uma oportunidade de mercado no
atendimento à crescente demanda do shiitake desidratado pelas indústrias de
alimentos. Para o desenvolvimento desse produto é necessário definir um padrão
nacional de desidratação, conhecer as condições ótimas de secagem do shiitake e
desenvolver uma embalagem adequada, especificando o material mais indicado
para manter a característica de crocância, em condições adequadas de consumo,
por um ano.
Para definição de uma secagem adequada, é preciso conhecer algumas
características do produto:
a. a umidade inicial
b. a curva de secagem
c. as etapas (fases) de migração da água de dentro para fora do produto com a
ação do calor,
d. a umidade final do produto, ou seja, o padrão do cogumelo seco a que se
espera chegar.
1.3 - Definição do problema
Em virtude da sazonalidade observada na produção do cogumelo shiitake,
dificuldade em sua utilização como matéria-prima para uma série de produtos
industrializados. Por outro lado, em visitas realizadas a vários estabelecimentos
comerciais foi possível identificar que o produto desidratado, atualmente disponível
no mercado, além de ser oferecido em quantidade reduzida, não apresenta padrão
de qualidade constante e confiável, pois, normalmente, não passa por um processo
tecnologicamente adequado e, tampouco, padronizado. Portanto, não existe
cogumelo shiitake in natura disponível para atender o mercado brasileiro e o produto
nacional desidratado também não é oferecido em quantidade suficiente, ao longo do
ano, embalado por quilo. Quando encontrado, apresenta-se normalmente em
embalagens com peso líquido inferior a 100 g de produto.
5
Em entrevista realizada com a Kogumelo’s Distribuidora de Produtos Alimentícios, foi
possível observar que o consumo do shiitake tem aumentado constantemente nos
últimos tempos. Normalmente comercializado in natura, é matéria-prima básica para
uma série de pratos em bares e restaurantes. Alimento saudável, saboroso e
delicado, tem sempre chamado a atenção do público em geral, que busca uma vida
saudável e uma alimentação natural. Esse crescimento no interesse pelo shiitake e a
conseqüente necessidade de garantir sua oferta constante ao longo do ano
motivaram o desenvolvimento desse trabalho.
Para atender o objetivo principal, é necessário estudar e compreender uma série de
outras premissas, aqui designadas como objetivos secundários:
a. O que determina a sazonalidade do shiitake?
b. Como flutua a produção do shiitake ao longo de um ano?
c. Quais os mecanismos de maior relevância no mercado de shiitake, no que
tange à flutuação observada nos preços desse produto?
d. Qual o padrão a ser adotado para o shiitake desidratado?
e. Qual a vida-de-prateleira adequada à indústria para o shiitake desidratado?
f. É possível desenvolver uma embalagem para o shiitake desidratado que
garanta sua oferta constante a preços estáveis para a indústria,
independentemente das flutuações na produtividade e preços do shiitake in
natura oferecido no mercado?
Essas perguntas são consubstanciadas na questão central da pesquisa,
apresentada a seguir.
1.4 - Questão central da pesquisa
É possível definir padrões de qualidade para o cogumelo shiitake desidratado e
desenvolver uma embalagem institucional com 1 kg de produto que garanta a
manutenção das suas características de qualidade por, no mínimo, um ano?
6
1.5 - Contribuições do trabalho
Duas linhas mestras orientam a apresentação desse trabalho:
a. desenvolver um padrão para o shiitake desidratado, com base nas referências
encontradas no Japão e na China.
b. desenvolver a melhor opção em embalagem, considerando custo e qualidade,
para o shiitake desidratado que garanta a estabilidade do produto e possa ser
utilizado para otimizar e agilizar as etapas de armazenamento, transporte,
exposição e manuseio.
A primeira linha propõe determinar um padrão nacional para o shiitake desidratado e
será resultado de diversas análises, desde a secagem do produto in natura até as
análises sensoriais para determinação dos padrões de qualidade no que tange à
crocância, odor, textura e sabor a serem adotados para o produto seco. Tais
análises oferecem elementos para encaminhar a solução das questões presentes na
segunda linha da abordagem: desenvolvimento do material de embalagem que
represente a melhor solução para o armazenamento do produto para fins comerciais.
Como contribuição, esse trabalho permite:
a. estabelecer um padrão brasileiro para o shiitake desidratado e para o
processo de secagem.
b. aplicar a metodologia de parametrização das características de secagem do
shiitake e projeto de embalagem, tornando-a acessível a outros
pesquisadores interessados em adaptá-la a outros tipos de cogumelos.
c. diminuir os efeitos da sazonalidade da oferta do shiitake observada no
mercado, possibilitando atender de maneira constante às necessidades das
indústrias alimentícias interessadas em desenvolver produtos que o utilizem
como matéria prima.
7
1.6 - Esquema da dissertação
A dissertação será desenvolvida da seguinte forma:
Capítulo 1 - Introdução
1.1 – Objetivos
1.2 - Justificativa
1.3 - Definição do problema
1.4 - Questão central da pesquisa
1.5 - Contribuições do trabalho
1.6 - Esquema da dissertação
Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica
2.1 - Os Fungos
2.2 - Classificação dos seres vivos
2.3 - Reino Mycetae (Fungi)
2.4 - Classificação dos fungos
2.5 - O Cogumelo Shiitake (Lentinula edodes)
2.6 - O desenvolvimento da embalagem para o shiitake desidratado
Capítulo 3 – Metodologia
3.1 - Caracterização dos produtos desidratados disponíveis no mercado
3.2 - Determinação das condições de secagem do cogumelo shiitake nacional
3.3 – Avaliação sensorial do shiitake e determinação da sua umidade crítica
3.4 Desenvolvimento da embalagem mais adequada para o shiitake
nacional desidratado
3.5 - Cálculo da T.P.V.A. da embalagem para vida-de-prateleira de um ano
em condições pré-estabelecidas
3.6 – Desenvolvimento da embalagem
Capítulo 4 – Resultados e Discussão
4.1 – Caracterização dos produtos desidratados disponíveis no mercado
4.2 - Determinação das condições de secagem do cogumelo shiitake nacional
8
4.3 Avaliação sensorial do produto e determinação da umidade crítica do
shiitake
4.4 Desenvolvimento da embalagem mais adequada para o shiitake
nacional desidratado
4.5 Cálculo da T.P.V.A. necessária para a embalagem do shiitake
desidratado
4.6 – Desenvolvimento da embalagem
Capítulo 5 – Conclusões
Capítulo 6 – Sugestões para novos trabalhos
Referências
Lista de apêndices
Lista de anexos
9
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1 – Os fungos
Foram várias as formas adotadas por cientistas do mundo inteiro para classificar os
seres vivos. Os fungos, em particular, foram responsáveis pela criação de um reino
específico, pois possuem características tanto do reino animal quanto do reino
vegetal.
2.2 - Classificação dos seres vivos
Em 1969, Whittaker idealizou um moderno sistema de classificação que distribuiu os
seres vivos em cinco reinos (ROCHA, 2005). Para tanto, foram consideradas as
características particulares de cada um e, desde então, aos fungos foi atribuído o
Reino Fungi, atualmente também conhecido como Reino Mycetae.
Atualmente muitos cientistas aceitam a taxonomia apresentada na Tabela 1.
Tabela1. Classificação dos seres vivos
REINOS CARACTERÍSTICAS REPRESENTANTES
Monera
Unicelulares e procariontes
Bactérias e algas
azuis
Protista
Unicelulares e eucariontes
Protozoários e certas
algas
Mycetae (Fungi) Uni ou pluricelulares, eucariontes e
heterótrofos por absorção
Fungos
Plantae Pluricelulares, eucariontes e autótrofos
Todos os vegetais
Animália Pluricelulares, eucarionte e heterótrofos
por ingestão
Todos os animais
FONTE: (NETOPEDIA, 2008)
Dentre os seres vivos, os cogumelos estão classificados como pertencentes ao reino
Mycetae (Fungi). Conhecê-los é de grande importância para entender as
características próprias do shiitake.
10
2.3 - Reino Mycetae (Fungi)
São muitos os tipos de fungos encontrados pelo mundo, chegando a mais de
100.000 espécies conhecidas. Entretanto, os economicamente mais importantes
encontram-se divididos em duas grandes classes: Ascomicetos e Basidiomicetos. A
diferenciação das classes é baseada nas características de reprodução sexuada
observando o tamanho, formato, cor e textura do corpo de frutificação do fungo em
questão (PRZYBYLOWICZ; DONOGHUE, 1988).
Os fungos não possuem clorofila e são, na maioria, filamentosos. Seus filamentos
possuem de 5 µm a 10 µm de diâmetro transversal e, normalmente, são ramificados.
Apresentam paredes celulares constituídas por quitina, celulose ou ambas
(PELCZAR; REID; CHAN, 1980).
Constituem um grupo de seres vivos com grande variedade de formas, cores e
tamanhos. os que são unicelulares e microscópicos e os que chegam a ter mais
de um metro de diâmetro e massa de até 4,5 kg. Sua coloração pode variar do
branco ao negro, passando pelas cores amarela, laranja, marrom, sendo mais raros
os azulados, rosados e esverdeados (BONONI et al., 1999).
Para o seu desenvolvimento, os fungos necessitam de carboidratos como fonte de
carbono, o qual, normalmente, representa 50% da massa seca. O fungo é sempre
muito favorecido em seu crescimento quando encontra um substrato que lhe ofereça
fonte apropriada de alimento.
Os fungos são organismos heterótrofos, obtendo sua alimentação a partir da matéria
orgânica inanimada ou nutrindo-se como parasitas de hospedeiros vivos. Como
saprófitos, decompõem resíduos complexos de plantas e animais, transformando-os
em formas químicas simples, que retornam ao solo. Tais substâncias são absorvidas
pelas gerações de vegetais subseqüentes, permitindo a reciclagem de elementos da
natureza. Desse modo, é possível afirmar que a atividade fúngica é amplamente
responsável pela fertilidade do solo (PELCZAR; REID; CHAN, 1980).
11
Importantes nas fermentações industriais (exemplo: fabricação da cerveja e do
vinho), os fungos também contribuem para a produção de antibióticos (exemplo:
penicilina), vitaminas e ácidos orgânicos (exemplo: ácido cítrico). Além disso, a
fabricação de uma série de alimentos depende da atividade fúngica. Os fungos
também conferem sabores e aromas. Alguns importantes componentes de sabor
produzidos pelos fungos o os terpenos, o mentol e as lactonas. Além disso, os
fungos podem ser utilizados para alterar sabores e são particularmente úteis na
eliminação de sabores amargos (PELCZAR; REID; CHAN, 1980).
Com o desenvolvimento da biotecnologia, muitos fungos têm sido estudados com
vistas a sua aplicação na decomposição de resíduos industriais de difícil degradação
e, ainda, no tratamento de esgotos (PELCZAR; REID; CHAN, 1980).
Em virtude das características de cada fungo, eles foram classificados em diferentes
grupos.
2.4 - Classificação dos fungos
Os fungos são classificados em tóxicos, alucinógenos, de utilização medicinal e
comestíveis.
2.4.1 - Fungos tóxicos
Na natureza existem fungos tóxicos e venenosos, que podem provocar a morte de
homens e animais. O perigo varia de acordo com a espécie do fungo, a quantidade
ingerida e o estado físico do ser humano ou animal que o consome. De modo geral,
intoxicações agudas ocorrem cerca de 12 horas após sua ingestão, com óbito após
três ou quatro dias de fortes dores, delírio e coma. Não se conhece antídotos para
esses venenos. Geralmente são recomendadas lavagens estomacais, soro para
evitar a desidratação e transfusão completa do sangue (BONONI et al., 1999).
12
Entre os cogumelos mais perigosos estão a Amanita verna (Anjo branco), a Amanita
phalloides, a Amanita virosa e a Amanita bisporigena. Quando comparados às
plantas, são poucas as espécies de fungos venenosos (BONONI et al., 1999).
2.4.2 - Fungos alucinógenos
Os fungos alucinógenos possuem componentes que, ingeridos pelo homem,
provocam uma sensação semelhante à obtida com o uso de drogas. No México,
vários grupos indígenas utilizam esse cogumelo em suas cerimônias religiosas.
Atualmente, cerca de 80 espécies de Psilocybe já foram catalogadas. No Brasil, sete
espécies são citadas: Psilocybe brasiliensis, P. furtadoana, P. plutônia, P. acutipilea,
P. farinácea, P. caeruleoannulata e P. cubensis (BONONI et al., 1999).
2.4.3 - Fungos de utilização medicinal
séculos, os cogumelos vêm sendo utilizados por suas propriedades terapêuticas.
Extratos de cogumelos são amplamente comercializados como suplementos
nutricionais. São muitas as espécies que apresentam moléculas bioativas (CHANG,
1996 apud CASTOLDI, 2002), agindo como um verdadeiro elixir, com propriedades
antiviral, antibiótica, antiinflamatória, hipoglicêmica e antitumoral. São também
utilizados no combate à hipertensão e ao colesterol (BORCHERS et al., 1999 apud
CASTOLDI, 2002).
A penicilina, produzida por fungos do gênero Penicillium, foi a primeira substância
com esse tipo de ação a ser extraída (BONONI et al., 1999).
2.4.4 - Fungos Comestíveis
Acredita-se que existam aproximadamente 2.000 espécies de cogumelos que são
potencialmente comestíveis. Porém, apenas 25 delas são utilizadas na alimentação
humana e, menos ainda, são comercialmente cultivadas.
13
A composição de gorduras, carboidratos, vitaminas e outros constituintes dos
cogumelos variam de acordo com sua espécie e com o substrato utilizado para o seu
cultivo. São também conhecidos como excelente fonte de aminoácidos, contendo
todos os essenciais e alguns não-essenciais. Possuem ainda minerais como o
cálcio, potássio, iodo e fósforo, vitaminas como a tiamina, a riboflavina, a niacina e o
ácido ascórbico, além de outras relacionadas ao complexo B (BONONI et al., 1999).
Na Tabela 2 são apresentadas as quantidades de gordura, carboidrato, fibras e
proteínas presentes em vários cogumelos, inclusive no shiitake (Lentinula edodes).
Tabela 2. Composição química de algumas espécies de cogumelo (% de matéria
seca)
COGUMELO GORDURA
CARBOIDRATOS
TOTAIS
FIBRAS
PROTEÍNAS
Pleurotus ostreatus
Agaricus bisporus
Auricularia fuscosuccinea
Suillus edulis
Coprinus comatus
Lentinus edodes
Volvariella volvacea
1,08-9,40
3,90
1,50
3,10
3,30
1,20
13,30
46,60-81,80
52,60
81,00
59,70
58,80
79,20
54,80
7,50-27,60
6,60
6,90
8,00
7,30
14,70
5,50
8,90-38,70
27,80
8,10
29,70
25,40
13,10
21,90
FONTE: (BONONI et al.,1999)
Na Tabela 3 é possível verificar algumas das características nutricionais dos
cogumelos, comparadas com as de outros produtos (teores significativos de
proteína, carboidrato dos cogumelos em contrapartida a um baixo conteúdo
calórico).
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Tabela 3. Composição química dos cogumelos e relação a outros alimentos (% peso
fresco)
ÁGUA CALORIAS PROTEÍNAS CARBOIDRATOS
GORDURAS
Cogumelos
90,0-98,0 28,0 2,8-4,8 4,4 0,3
Ovos
74,0 163,0 12,9 0,9 11,5
Leite
87,0 65,0 3,5 4,9 3,5
Cenoura
88,0 42,0 1,1 9,7 0,2
FONTE: (BONONI et al.,1999)
Os cogumelos comestíveis mais cultivados no mundo são o champignon (Agaricus
bisporus) e o shiitake (Lentinula edodes). Entretanto, em virtude das características
benéficas dos cogumelos, o cultivo de outras espécies também tem aumentado
(FLEGG; SPENCER; WOOD, 1987).
15
2.5 - O COGUMELO SHIITAKE
O cogumelo shiitake encontra-se na classe dos Basidiomicetos e está classificado
no gênero Lentinula.
2.5.1 – Histórico
A Tabela 4 apresenta os nomes atribuídos ao shiitake desde 1877 (Agaricus
edodes) até 1975 (Lentinula edodes). Este último permanece até os dias atuais
(PRZYBYLOWICZ; DONOGHUE, 1988)
Tabela 4. Nomes atribuídos ao cogumelo shiitake
Nomes Ano
Agaricus edodes 1877
Collybia shiitake 1886
Armillaria edodes 1887
Agaricus russaticeps 1888
Lepiota shiitake 1889
Lentinus tonkinensis 1890
Mastaleucomyces edodes 1891
Pleurotus russaticeps 1891
Cortinellus shiitake 1899
Tricholoma shiitake 1918
Cortinellus berkeleyanus 1925
Lentinus shiitake 1936
Cortinellus edodes 1938
Lentinus edodes 1941
Lentinula edodes
1975
FONTE: (PRZYBYLOWICZ; DONOGHUE, 1988)
A classificação de organismos pode gerar muitas controvérsias e, por esse motivo,
podem ser classificados e re-classificados, levando-se em consideração uma série
de critérios. O shiitake mudou de nome inúmeras vezes no decorrer dos anos. Em
16
1941, R. SINGER nomeou o shiitake de Lentinus edodes e, finalmente, em 1975, foi
caracterizado como pertencente ao gênero Lentinula, passando a chamar-se
Lentinula edodes (Berk.) Pegler. Vale ressaltar que o termo “(Berk.)” significa que
Berkeley foi o primeiro a descrever a espécie, porém em um gênero diferente.
Pegler foi o responsável pela classificação do shiitake no gênero Lentinula.
De origem asiática, o cogumelo shiitake (Lentinula edodes) é encontrado na
natureza como decompositor de árvores mortas ou ainda em sementes de carvalho
(Quercus serratus) na forma de simbionte, auxiliando sua germinação. O shiitake foi
o terceiro cogumelo comestível cultivado pelo homem, antes mesmo do champignon
(PICCININ, 2000).
Foi descoberto e considerado como alimento, tanto na China como no Japão,
muitos séculos. Entretanto, não como precisar quais foram seus primeiros locais
de cultivo. No Japão, documentos históricos a respeito dos elogios tecidos pelo
imperador Chuai ao shiitake quando o mesmo foi-lhe oferecido pelos nativos Kyusyu
no ano 199 D.C. Alguns documentos chineses referem-se ao mesmo fungo,
chamado de "Ko-ko” ou "Hoang-hoang-mo” (SINGER; HARRIS, 1987).
aproximadamente 1.000 anos na China, um colhedor de cogumelos silvestres,
chamado Wu San Kwung, encontrou o que ele chamou de “cogumelos perfumados”,
crescendo em troncos de árvores caídas, e notou que o micélio do fungo passava de
árvore para árvore quando encostadas umas nas outras, fazendo nascer novos e
mais cogumelos. Carregando as toras para perto de sua casa e juntando-as a outras
recém-abatidas, ele estava iniciando o cultivo racional do cogumelo shiitake
(FERREIRA, 1998).
Mais tarde, em 1313, Wang Chen escreveu sobre o cultivo do shiitake em seu livro
intitulado Livro de Agricultura e, entre 1500-1600, a cultura desse cogumelo foi
introduzida no Japão (FERREIRA, 1998).
A partir de então, cada vez mais o cogumelo shiitake foi sendo estudado e seu ciclo
de vida conhecido.
17
2.5.2 - Uso terapêutico
Além do aspecto culinário, outro fator que tem despertado interesse quanto ao uso
do cogumelo shiitake, refere-se a seu uso como produto medicinal. Várias são as
citações de sua utilização para o controle das mais diversas doenças, sendo esta a
razão desse cogumelo ser conhecido há séculos pelos chineses como “elixir da vida”
(PICCININ, 2000).
Um grande número de compostos biologicamente ativos do shiitake foi isolado e
purificado, evidenciando que ele pode reduzir os níveis de colesterol no sangue,
influenciar o sistema imunológico, inibir o desenvolvimento de tumores, além de
apresentar atividade biocida contra bactérias, fungos e vírus causadores de doenças
em seres humanos. O shiitake possui uma substância conhecida por lentinana, com
atividade anticancerígena. Além disso, também potencializa os efeitos de
medicamentos usados no combate contra a AIDS (PASCHOLATI; STENGARLIN;
PICCININ, 1998).
São relacionados a seguir quatro estudos que visam identificar os benefícios que o
cogumelo shiitake pode trazer ao ser humano, nas mais diversas formas de
apresentação para consumo ou, ainda, como produto auxiliar no cultivo de plantas.
a. Piccinin (2000) Verificou a atividade antimicrobiana do Lentinula edodes,
evidenciando seu potencial para controle de algumas doenças em plantas.
b. Sasaki et al. (2001) - Realizaram estudos que permitem ampliar a lista dos
efeitos benéficos de algumas linhagens do Lentinula edodes que inibem fungos
fitopatogênicos e o vírus da estomatite vesicular.
c. Ishikawa et al. (2001) - Estudaram a atividade antibacteriana do Lentínula
edodes, e todos os isolados, avaliados no estudo em questão, inibiram o
crescimento de bactérias patogênicas e deterioradoras de alimentos, especialmente
as Gram-positivas.
18
Os estudos e pesquisas visando identificar as diversas possibilidades da utilização
do cogumelo shiitake na medicina estão em plena ascensão. Essa característica
medicinal tem ajudado a difundi-lo cada vez mais e sua produção tem se alastrado
por todo o Brasil.
2.5.3 - Ciclo de vida
No seu ciclo de vida o shiitake maduro origem a esporos sexuais chamados
basidiósporos. Essas estruturas correspondem a um “pó branco” que é liberado
durante a maturação do basidioma. Quando germinado, recebe o nome de micélio
primário, o qual é pouco vigoroso e tem a metade do número de genes do cogumelo.
Além disto, o micélio primário é incapaz de dar origem a um novo cogumelo, sendo
necessária a fusão (plasmogamia) de dois diferentes micélios e compatível para
gerar o micélio secundário. Este apresenta o mesmo número de genes do cogumelo
e será capaz de originar novos cogumelos. O micélio secundário é conhecido
comercialmente por micélio ou “semente” do cogumelo (PICCININ, 2000).
O crescimento do cogumelo shiitake advém da absorção de compostos solúveis
derivados da decomposição da madeira, principalmente celulose e lignina que,
transformando-se em açúcares, oferecem a energia necessária ao seu
desenvolvimento. Nos últimos anos, cada vez mais os produtores buscam aumentar
a produtividade do shiitake, na busca de encontrar a melhor maneira de produzi-lo.
2.5.4 – Cultivo do shiitake in natura
O shiitake pode ser cultivado de formas distintas. Tradicionalmente é produzido em
toras de eucalipto (EIRA et al, 2005) sendo esse o cultivo escolhido como referência
para esse trabalho.
2.5.4.1 – O cultivo do shiitake em toras
Observações realizadas em visitas a oito produtores, que optaram pelo cultivo do
shiitake (Lentinula edodes) em toras, evidenciaram que o processo passa por oito
19
etapas, a saber:
a. Escolha do micélio;
b. Escolha das toras de eucalipto;
c. Inoculação;
d. Acondicionamento das toras na estufa de incubação;
e. Choque de indução;
f. Acondicionamento das toras na estufa de frutificação;
g. Colheita;
h. Embalagem.
a. Escolha do micélio
A escolha do micélio é uma das etapas mais importantes no cultivo, pois define a
linhagem e, portanto, as características morfológicas de resistência e amesmo de
sabor do cogumelo a ser produzido.
Ao ser adquirido, o micélio pronto para ser devidamente introduzido nas toras de
eucalipto (Figura 1).
Figura 1. Micélio ou “semente” de L. edodes, em substrato à base de serragem.
b. Escolha das toras de eucalipto
Para se desenvolver, o micélio do shiitake alimenta-se da celulose contida nas toras
20
de madeira. Elas são cortadas de florestas de eucalipto, normalmente destinadas, à
indústria de celulose, papel e madeireiras.
c. Inoculação
Para realizar a inoculação é preciso furar as toras de eucalipto. Foi observado nas
visitas realizadas que esses furos estão padronizados em 20 mm de profundidade e
12,5 mm de diâmetro e podem ser facilmente obtidos com o uso de equipamento
adequado. Os produtores recomendam a utilização de uma broca japonesa
apropriada e uma furadeira de impacto com mais de 2.500 rpm, a fim de garantir que
as paredes dos orifícios fiquem perfeitamente lisas e uniformes, sem “rebarbas”,
conforme apresentado na Figura 2.
Figura 2. Exemplo de orifícios em tora de eucalipto realizados com a broca
adequada.
Para a inoculação é utilizado um inoculador, desenvolvido justamente com a
finalidade de colocar a quantidade exata de produto em cada orifício. O micélio é
fornecido junto com serragem, o que facilita seu manuseio. Depois de preenchido, o
orifício é vedado com uma mistura de parafina (95%) e breu (5%). Essa selagem
protege o micélio contra o ataque de pragas e microrganismos, bem como a
desidratação dos mesmos.
21
d. Acondicionamento das toras na estufa de incubação
Depois de inoculadas, as toras de eucalipto são dispostas na estufa de incubação,
também chamada de estufa de colonização. Trata-se do período no qual o micélio
do shiitake irá colonizar as toras de eucalipto até estarem quase no momento de
frutificar (produzir o shiitake). Na Figura 3 é possível observar uma estufa de
incubação.
Figura 3. Estufa de incubação de um produtor de shiitake
A estufa deve ter estrutura adequada para atender a um dos objetivos desta fase
que é de proteger as toras da incidência direta dos raios solares, além de manter as
características adequadas de temperatura (24ºC - 28ºC) e de umidade relativa (35%
- 75%) para o desenvolvimento do micélio (PRZBYLOWICZ; DONOGHUE, 1988).
Nessa etapa, as toras são armazenadas horizontalmente, com o intuito de perder
menos umidade, e empilhadas conforme apresentado na Figura 4, ou seja, de forma
cruzada, permitindo que os espaços entre as toras facilitem a ventilação.
Figura 4. Pilhas formadas com as toras de eucalipto.
22
No Brasil, é comum encontrar produtores que dispõem as toras de eucalipto em
florestas, conforme Figura 5. Nesse caso, a temperatura e umidade do próprio
ambiente encarregam-se de propiciar as condições necessárias para o
desenvolvimento do shiitake. Entretanto, a suscetibilidade às variações climáticas e
contaminações do meio ambiente é muito maior, dificultando a homogeneidade na
qualidade, quantidade e período da produção.
Figura 5. Cultivo de shiitake em floresta.
Depois de empilhadas, as toras são regadas de duas a três vezes ao dia, exceto em
dias muito chuvosos. Essa rega é variada em função das condições climáticas, tipo
de estufa, localização do cultivo, manejo do sistema, dentre outros. Sendo esse um
dos motivos pelos quais o shiitake de diferentes produtores possui diferentes
características.
A cada mês, recomenda-se o rodízio das pilhas de toras. Dessa forma, as pilhas são
remontadas em outros pontos da estufa e neste momento, as toras que antes
estavam na parte de inferior da pilha passam para cima e vice-versa. Esse trabalho
busca uniformizar o efeito dos fatores de variação de modo a otimizar o
desenvolvimento do micélio em todo o lote de produção.
e. Choque de Indução
No final da colonização, haverá um momento em que aparecerão, ao longo das
toras, pequenas formações semelhantes a pipocas, conhecidas como primórdios, e
23
alguns cogumelos esporádicos. Esse é o sinal de maior indício de que as toras estão
prontas para produzir.
Com o intuito de concentrar a produção num mesmo espaço de tempo, é realizado
um choque de indução da formação dos primórdios. Para tanto, as toras são
submersas em água ambiente ou resfriada (no mínimo a 5ºC abaixo da temperatura
ambiente), de 12 a 24 horas e, em seguida, são conduzidas à estufa de frutificação
para que a produção se inicie. O choque de indução é de hidratação e térmico ao
mesmo tempo.
Normalmente, o choque de indução é realizado em caixas d’ água ou tanques de
alvenaria fabricados com essa finalidade. Na Figura 6 vê-se um tanque desenvolvido
e fabricado por um produtor de shiitake de Campos do Jordão (SP).
Figura 6. Tanque para imersão das toras de eucalipto (choque de indução)
f. Acondicionamento das toras na estufa de frutificação
Após o choque de indução, as toras de shiitake seguem para a estufa de frutificação
onde são dispostas em com uma pequena inclinação, conforme apresentado na
Figura 7.
24
Figura 7. Acondicionamento das toras de eucalipto na estufa de frutificação.
Nessa etapa, os cuidados com as toras de eucalipto são diferentes dos observados
até então na estufa de incubação. Agora, as regas diretas nas toras não são
recomendadas. Apenas o chão da estufa deverá permanecer úmido. A umidade
relativa ideal do ar, mantida por nebulização d’água, varia de 85% a 90% e a faixa
de temperatura mais recomendada varia de 15ºC a 20ºC.
Quanto maior a incidência de luz sobre os cogumelos, mais escuros eles ficarão.
Dessa forma, é necessário controlar a luminosidade da estufa para garantir o padrão
de cor do produto mais apreciado pelo mercado.
g. Colheita
Os cogumelos começam a crescer após uma semana de incubação das toras na
estufa de frutificação. Para a colheita, é preciso muita atenção, pois o cogumelo
amadurece muito rapidamente. O chapéu do cogumelo não pode estar muito aberto,
o que compromete a qualidade do produto, pois demonstra que ele esem sua
etapa final de vida. Na Figura 8 vê-se um exemplo de shiitake no ponto certo para a
colheita, com 70 - 80% de abertura de píleo (ANDRADE, 2007).
25
Figura 8. Shiitake dentro da faixa de tamanho ideal de abertura do píleo para a
colheita.
Quando a produção se inicia, recomenda-se colher o shiitake de duas a três vezes
ao dia, a fim de não perder seu ponto ideal de amadurecimento.
h. Embalagem
O shiitake in natura é usualmente embalado em bandejas de poliestireno expandido
e filme esticável, por exemplo, PVC, na porção de 200 gramas de produto por
bandeja.
Para garantir uma semana de vida-de-prateleira, o produto, logo depois de
embalado, segue para o acondicionamento refrigerado, de 7 ºC a 10 ºC, onde
permanecerá até o seu consumo.
o produto desidratado, necessita de uma embalagem que atenda à uma série de
funções específicas, a fim de garantir a qualidade do produto. É justamente essa
embalagem que será especificada nesse trabalho.
26
2.5.4.2 - Principais variáveis no processo de cultivo do shiitake
Para as etapas de processo de cultivo é muito importante garantir a qualidade do
micélio e das toras a serem utilizadas. Devem ser monitoradas também, as variáveis
ambientais como a temperatura, umidade e incidência de luz para que seja garantida
a condição ótima de desenvolvimento do shiitake.
2.5.4.2.1 – Micélio
A qualidade do micélio é fundamental para uma boa produção de shiitake. Existem
atualmente vários laboratórios especializados na sua produção. Existem laboratórios
que produzem micélio e distribuem as mais diversas linhagens do cogumelo shiitake
para todo o Brasil.
Em virtude das condições climáticas variarem muito ao longo do ano, é comum os
produtores utilizarem no mínimo duas linhagens distintas de shiitake, uma de inverno
e outra de verão, na busca de maior produtividade.
Quando o cogumelo shiitake é inserido em um novo ambiente, ele sofre adaptação
fisiológica e nutricional, a qual é expressa em crescimento e produtividade. Para
minimizar essas variações é comum os laboratórios produzirem micélios a partir de
cogumelos sadios da região onde o cultivo será realizado.
2.5.4.2.2 – Toras
Vários são os cuidados a serem observados com as toras, a fim de garantir uma boa
produção de shiitake. Logo em seguida ao corte, as toras são transportadas
conforme apresentado na Figura 9.
27
Figura 9. Toras de eucalipto logo após o corte na floresta.
A inoculação do micélio deverá ocorrer em a48 horas após o corte da madeira,
pois uma boa quantidade de água no interior da tora é imprescindível para seu
desenvolvimento.
Antes de produzir, a tora precisa estar totalmente colonizada pelo micélio. Quanto
maior o diâmetro da tora, maior o tempo necessário para a colonização.
Costumeiramente usam-se toras de eucalipto com 1m de comprimento e diâmetro
de 10 a 15 cm. Nesta situação, a colonização completa-se em 6 a 8 meses. Essa
dimensão da tora auxilia também no manuseio desta, em virtude, principalmente do
peso.
Vale ressaltar que o ideal é que o cultivo do shiitake seja realizado em toras de
ou corte, pois nesses casos, o cerne é menor, oferecendo assim uma maior
disponibilidade de nutrientes que se encontram na região designada de alburno,
localizada entre a casca da tora e o cerne.
2.5.4.2.3 – Temperatura
Como todo fungo, o shiitake necessita de um ambiente propício para o seu
desenvolvimento, principalmente no que tange à temperatura e à umidade relativa
do ambiente. O cogumelo shiitake apresenta seu melhor desenvolvimento micelial
na faixa de temperatura de 23 ºC a 27 ºC, sendo que em temperaturas acima de 35
ºC ocorre a morte da maioria dos isolados do cogumelo (PICCININ, 2000).
28
Temperaturas muito baixas retardam o desenvolvimento do micélio, que aguarda
condições mais favoráveis para continuar seu crescimento. Também é recomendado
que não haja oscilações muito bruscas de temperatura ao longo do dia. Ambas as
situações podem resultar na paralisação do crescimento do fungo que entra em
estado de “dormência” à espera de melhores condições. Quando há atraso na
produção do shiitake, surge outro fator negativo: a demora na colonização das toras
espaço para o desenvolvimento de outros microorganismos competidores que
vão consumindo os nutrientes presentes, alastrando-se e crescendo cada vez mais.
Mesmo que seja possível eliminá-los, a produção de shiitake diminuirá numa relação
direta com a redução da taxa de nutrientes presentes nas toras. Em casos mais
extremos, os competidores colonizam grande parte da tora ou até mesmo a tora
inteira e, sem alimento para se desenvolver, o micélio vai enfraquecendo e pode
morrer.
2.5.4.2.4 – Umidade
A água é vital para o metabolismo e para o crescimento de todo o ser vivo. Para o
shiitake, os nutrientes devem estar diluídos em água para poderem ser absorvidos
pelo micélio do fungo. Dessa forma, uma umidade adequada deve ser mantida
(MINHONI et al., 2007)
Na estufa onde estão as toras empilhadas a umidade do ar deve estar em torno de
70% a 80% (UEMURA; GRECCO, 2001).
Para tanto, alguns cuidados especiais são necessários, como, por exemplo, a rega
constante das toras de eucalipto e um piso adequado dentro das estufas. Observou-
se, nas visitas a produtores, que normalmente o piso das estufas é constituído
primeiramente por uma camada de areia (20 – 30 cm de espessura) coberta por uma
camada de brita 02 (15 20 cm de espessura). Dessa forma, a areia retém a
água da rega, mantendo a umidade do ar elevada por mais tempo. A brita, além de
servir como um isolante físico entre a areia e as toras, constitui um excelente piso
para as operações de manejo nas estufas.
29
2.5.4.2.5 – Luz
Foi observado nas visitas realizadas que a incidência da luz solar direta causa perda
de umidade das toras e conseqüentes rachaduras e ressecamento nestas,
prejudicando significativamente o desenvolvimento do cogumelo shiitake. Por essa
razão, os produtores recomendam que as toras devam ser dispostas em locais
sombreados e frescos, livres da incidência direta de raios solares.
Nas estufas, é utilizado sombrite para reduzir a incidência da luz solar, garantindo,
assim, as condições necessárias para o desenvolvimento do shiitake, o que pode ser
observado na Figura 10.
Figura 10. Estufa de produção de shiitake com sombrite.
2.5.5 – Comercialização do shiitake
Os produtores de shiitake visitados enfatizaram que, de uma forma geral, a busca
dos consumidores por produtos à base de cogumelos, associados a uma
alimentação nutritiva e saudável tem aumentado significativamente, muito
possivelmente em decorrência de campanhas de educação ou reeducação alimentar
veiculadas, insistentemente, pelos vários meios de comunicação. Neste contexto, o
consumo de shiitake tem se difundido e popularizado por todo o mundo, inclusive no
Brasil.
Para o consumidor, sobretudo no Brasil, o shiitake é usualmente oferecido in natura,
na embalagem tradicional de bandejas com 200 g. O produto desidratado é
30
oferecido em escala muito menor e costuma não estar adequadamente embalado, o
que provoca a perda de suas características de qualidade, principalmente a
crocância.
Para qualquer que seja o tipo de processamento adotado para um alimento, a sua
vida-de-prateleira, também conhecida como shelf-life, deve ser considerada. Trata-
se do período de tempo, determinado pelas condições de estocagem do produto
depois de embalado, no qual suas características nutricionais ainda são mantidas.
Em outras palavras, durante esse tempo, o produto deverá manter suas
características sensoriais, químicas, físicas, funcionais e microbiológicas, e para
tanto os processos de refrigeração, congelamento, liofilização e desidratação foram
avaliados.
Uma maneira de conservar o shiitake por mais tempo é através do congelamento. A
Kogumelo`s Distribuidora de Alimentos Ltda. afirma ter realizado estudos para
avaliar a aceitação de shiitake congelado no mercado. Verificou-se que, em função
de seu teor elevado de água, o cogumelo perde a sua estrutura, ficando mole após o
descongelamento. Em virtude de possuir muita água, quando descongelado, o
shiitake perde estrutura e fica muito mole. Vendê-lo liofilizado também é cogitado.
Entretanto, o custo desse processo é muito alto e acaba onerando demais o produto
final.
Assim, é possível entender o porquê, nas entrevistas com representantes das
indústrias alimentícias, da opção unânime destes em desidratar o shiitake. Esta
forma de conservação também viabiliza o desenvolvimento de vários produtos que
apresentam o shiitake como matéria-prima. Desidratar o shiitake de forma adequada
é, por isso, um dos objetivos deste trabalho.
2.5.5.1 - Processos de secagem
No processo de desidratação do cogumelo shiitake, é aconselhável manter um
padrão quanto à uniformidade do produto, garantindo uma desidratação homogênea.
31
Deve-se ressaltar que muitos estudos exploram as condições de secagem e
armazenagem, bem como seus efeitos sobre a qualidade dos cogumelos, mas
poucas pesquisas trabalham especificamente com o cogumelo shiitake (SAMPAIO;
QUEIROZ, 2006).
De maneira geral, os cogumelos são produtos altamente perecíveis. Sofrem
escurecimento rápido, causando a depreciação do produto. O processo de secagem
tem a finalidade de reduzir a umidade do produto, proporcionando armazenagem
prolongada, segura e livre de microorganismos. Os cogumelos frescos são ricos em
água, apresentando umidade inicial de 85 a 95% (base úmida - bu) e, quando
desidratados, de 5 a 20% (SAMPAIO; QUEIROZ, 2006 apud CRISAN;
SANDS,1978).
A desidratação preserva os cogumelos em virtude da retirada de uma quantidade de
água do produto suficiente para inativar enzimas e microrganismos que possam
estar presentes. Com a secagem, o tamanho do produto pode diminuir em até 50% e
a massa deste pode reduzir em até sete vezes, em relação ao basidioma in natura
(PRZYBYLOWICZ; DONOGHUE, 1988 apud TANAKA, 1976).
Um shiitake desidratado corretamente, quando re-hidratado, mantém sua cor
original. No entanto, ele pode apresentar uma estrutura mais resistente do que o
fresco. Além disso, a secagem intensifica seu sabor, seu aroma e mantém suas
qualidades nutricionais (PRZYBYLOWICZ; DONOGHUE, 1988).
O produto desidratado é muito bem aceito pela indústria, pois pode ser estocado em
espaço menor, além de prescindir de condições especiais para o armazenamento, o
que reduz os custos desta etapa. Ademais, a desidratação garante uma vida-de-
prateleira maior, proporcionando flexibilidade às indústrias no uso do shiitake, na
medida em que podem eliminar os riscos advindos da instabilidade das condições de
oferta, constatados na utilização do produto in natura.
processos distintos para se obter a secagem do cogumelo shiitake. Os métodos
mais comuns são a secagem ao sol ou por convecção de ar forçado (UEMURA,
32
GRECCO, 2001). O segundo é o mais utilizado quando se vislumbra um volume
maior de produção e comercialização.
2.5.5.1.1 – Secagem ao sol
O shiitake desidratado ao sol apresenta qualidade significativamente inferior, quando
comparado aos produtos desidratados sob condições controladas. A principal
vantagem desse processo está na ação dos raios solares, que convertem o
ergosterol presente no shiitake em vitamina D (PRZYBYLOWICZ; DONOGHUE,
1988 apud ONO, 1976).
2.5.5.1.2 - Secagem com convecção com ar quente
Esse processo é baseado na utilização do ar quente que, aplicado sobre o produto
in natura, vai aos poucos retirando água. Existem dois tipos básicos de secadores, o
de convecção forçada e o de convecção natural.
A secagem convectiva tem sido a técnica mais utilizada por se tratar de um sistema
relativamente simples e barato, geralmente é realizada em equipamentos
específicos com controle das temperaturas do ar de circulação. Este processo de
secagem é dividido em quatro períodos distintos, descritos a seguir.
A temperatura é diferente para cada período e cuidadosamente controlada para que
se obtenha um produto de alta qualidade. O planejamento da secagem depende do
secador utilizado e da umidade inicial do shiitake in natura que, por essa razão,
precisa ser observada e, na medida do possível, padronizada (PRZYBYLOWICZ;
DONOGHUE, 1988).
a. Fase I: Período inicial
Na fase inicial da secagem ocorre a maior perda de água, na velocidade de
aproximadamente 12,0% por hora. A vazão de ar é máxima e a temperatura deve
variar de 40ºC a 50ºC. A temperatura do cogumelo nesse período é menor do que a
33
do ar, razão pela qual alguns cogumelos secos inteiros maturam e se abrem no
secador. Esse período pode durar de uma a quatro horas, tendo como principal
variável a umidade inicial do shiitake. A queda na taxa de evaporação da água
presente no produto é o sinal da transição da fase de secagem (PRZYBYLOWICZ;
DONOGHUE, 1988).
b. Fase II: Período principal
O período principal é caracterizado por uma taxa de evaporação que varia de 6% a
7% por hora. A ventilação é diminuída nesse período. A temperatura é reduzida a 40
ºC, sendo aumentada gradativa e paulatinamente de 1 ºC a 2 ºC por hora, com a
finalidade de manter a evaporação constante. Este período prolonga-se de 8 a 12
horas.
Nessa fase, a temperatura não deve ultrapassar os 55 ºC, evitando-se assim o
endurecimento do shiitake. Esse endurecimento ocorre quando a parte externa do
cogumelo seca mais rapidamente do que seu interior, inibindo o movimento da água
na parte interna do produto (PRZYBYLOWICZ; DONOGHUE, 1988).
c. Fase III: Período final
O período final da secagem começa quando a taxa de perda de peso cai de 4% a
5% por hora. Nessa etapa, a temperatura é elevada até os 55ºC e mantida assim até
que os cogumelos fiquem duros e crocantes. então a temperatura é elevada aos
60ºC para a finalização do processo de secagem (PRZYBYLOWICZ; DONOGHUE,
1988).
d. Fase IV: Finalização do processo
Caracterizada pela manutenção da secagem aos 60ºC durante mais uma hora, essa
fase é responsável pelo desenvolvimento do sabor e aroma característicos do
shiitake seco (PRZYBYLOWICZ; DONOGHUE, 1988).
Todas as etapas de secagem acima podem ser observadas na Figura 11.
34
FONTE: (PRZYBYLOWICZ; DONOGHUE, 1988).
Figura 11. Etapas da secagem do cogumelo shiitake proposta por Przybymowicz e
Donoghue (1988).
2.5.6 – Mercado
O consumo de cogumelos tem crescido anualmente e sua produção aumentada em
vários países do mundo.
2.5.6.1 - Produção e comercialização mundial de cogumelos
A produção mundial de cogumelos foi estimada em 2005 pela FAO (Food and
Agriculture Organization) em 3,36 milhões de toneladas, destacando-se como
35
maiores produtores a China (1,4 milhões de toneladas) e os Estados Unidos da
América com 391 mil toneladas (FAO, s.d.).
Toda a área explorada com cogumelos no mundo é inferior a 10 mil hectares.
Tomando como base o valor médio da produção norte-americana, pode-se estimar
que a produção mundial de cogumelos represente algo em torno de 6 bilhões de
dólares por ano (VILELA, 2006).
2.5.6.2 - Panorama da produção e comercialização de cogumelos no Brasil
O Brasil o possui dados oficiais sobre a produção de cogumelos. Entretanto, a
maior área produtora localiza-se no Alto Tietê, em São Paulo, na região de Mogi das
Cruzes, que comercializa nos mercados interno e externo mais de cinco mil
toneladas anuais, o que corresponde a 0,15% da produção mundial. Estima-se que
essa quantidade represente cerca de 80% da produção nacional e que o consumo
anual de cogumelos no Brasil esteja em torno de 30 gramas por habitante. Apenas a
título comparativo, na França, a estimativa de consumo anual é de dois quilos por
habitante (SALA DE NOTÍCIAS, 2003; EMBRAPA, 2005).
Devido à concentração da produção nacional de cogumelos no Estado de São
Paulo, as cotações de referência partem desse mercado, formador de preços ao
produtor, no atacado e no varejo (VILELA, 2006).
Como verificado junto a Kogumelo’s Distribuidora de Alimentos Ltda., situada em
Itapecerica da Serra (SP), o preço médio do shiitake in natura (embalado em
bandejas com 200 gramas), oferecido pelos produtores em abril de 2008, era de R$
15,50 / kg. Entretanto, em virtude da oscilação da oferta do produto no mercado,
esse preço varia de R$ 22,00 / kg, nos períodos de escassez, a R$ 12,00 / kg,
quando há excesso. Já o produto desidratado chega a ser comercializado por até R$
200,00 / kg. Como o produto in natura possui muita água, o necessários 10 kg do
produto para a produção de 1 kg do produto desidratado, como apresentado por
Uemura e Grecco (2001).
36
A precariedade de instalações e de recursos tecnológicos, constatada nas visitas
realizadas, prevalecem na grande maioria das unidades produtoras do shiitake e
pode ser visualizada pelo exemplo típico apresentado na Figura 12.
Figura 12. Exemplo de estufa rústica, utilizada para a produção de shiitake.
Na maioria dos casos, o êxito da produção depende diretamente das condições
climáticas. Inexiste, salvo raras exceções, preocupação com controles rígidos das
condições de temperatura e umidade das estufas, fundamentais para bom
desenvolvimento e produtividade do shiitake. Em virtude dessa falta de controle, a
sazonalidade está diretamente relacionada com as épocas do ano, conforme
representado na Figura 13.
FONTE: (ANGELIS et al., s.d.)
Figura 13. Registro da produção de L. edodes na Cooperativa dos Produtores de
cogumelo shiitake durante 23 meses.
Produção,
k
g
37
Como os dados da Figura 13 datam de 1996/98, segue também dados fornecidos
por um produtor de cogumelos de Itapecerica da Serra quanto à produtividade de
sua estufa, em período mais recente (Figura 14). Vale ressaltar que a sazonalidade
observada durante o ano é similar nas curvas observadas em momentos distintos.
Figura 14. Registro da produção em quilos de L. edodes de um produtor rural de
Itapecerica da Serra durante 18 meses.
É possível observar a relação entre as Figuras 13 e 14, pois os picos de produção
ocorrem em épocas do ano com maior umidade e temperatura e diminuem nos
meses de pouca chuva e temperaturas mais baixas.
Nos meses de muita produção, excesso de oferta do produto no mercado e como
a vida-de-prateleira do shiitake in natura é curta, menos de 10 dias sob condições de
armazenamento adequadas, os produtores desenvolvem outras formas de
comercialização, como, por exemplo, na forma desidratada ou em conservas com
azeite ou óleo (Figura 15).
Figura 15. Conserva caseira de shiitake e alho.
Produção, kg
38
Esses produtos, de acordo com informações dos próprios produtores, são oferecidos
ao mercado sem uma adequada padronização ou freqüência pré-determinada.
Entrevistas realizadas com três grandes indústrias alimentícias, interessadas no
desenvolvimento de produtos industrializados com shiitake, evidenciaram algumas
necessidades e exigências.
Com base no histórico apresentado, observou-se uma oportunidade de mercado no
atendimento à crescente demanda do shiitake desidratado pelas indústrias de
alimentos. Para o desenvolvimento desse produto foi necessário definir um padrão
nacional de desidratação, conhecer as condições ótimas de secagem do shiitake e
desenvolver uma embalagem adequada, especificando o material mais indicado
para manter a características de crocância do produto, em condições adequadas de
consumo, por um ano.
39
2.6. O DESENVOLVIMENTO DA EMBALAGEM PARA O SHIITAKE
DESIDRATADO
Para o desenvolvimento de uma embalagem adequada é preciso conhecer o
produto a ser embalado e todas as etapas do processo, desde a fabricação até a
distribuição, a fim de especificar a embalagem mais adequada.
2.6.1 – O desenvolvimento de embalagem
O desenvolvimento de embalagem vai além do material a ser utilizado na sua
fabricação. A embalagem deve ser entendida e desenvolvida como um sistema
buscando compreender operações, comportamentos, informações e outras variáveis
que se agrupam para uma finalidade específica (CABRAL, 2000).
Cada produto possui suas particularidades, assim como o mercado consumidor que
se busca atender. Para cada situação, uma análise para encontrar a embalagem
mais adequada é fundamental.
Cada tipo de embalagem possui vantagens e desvantagens. Por essa razão sua
escolha pressupõe a seleção de uma série de requisitos dentro de limites
economicamente aceitáveis. Uma embalagem super dimensionada, por exemplo,
pode comprometer a competitividade de determinado produto e, por essa razão, o
estudo precisa ser criterioso (MOURA; BANZATO, 198-).
Além dessas primeiras considerações, relevantes para o desenvolvimento de uma
embalagem, outras variáveis a serem consideradas. Inicialmente, é preciso
entender quais as influências das ações químicas, bioquímicas, físicas e
microbiológicas sobre o conjunto produto-embalagem. Esse entendimento é
fundamental para entender melhor o produto, sendo esse o ponto de partida para se
especificar a embalagem adequada. Essas interações seguem representadas no
centro da Figura 16.
40
FONTE: (LAROCCA, 2002).
Figura 16. Variáveis a serem observadas no desenvolvimento de embalagens.
No círculo menor, estão as variáveis de ação direta sobre o produto. No círculo
maior, estão representadas outras características a serem consideradas que,
dependendo do produto estudado, podem ter maior ou menor importância.
Todas as variáveis são apresentadas em círculo para mostrar que são equivalentes
em importância, sendo que cada produto, quando submetido a uma análise
criteriosa, terá sua seqüência de prioridades definida. um espaço em branco,
justamente para dar a idéia da existência de outras características importantes a
serem descobertas e complementadas, o que sugere a necessidade da busca
constante de alternativas baseadas no desenvolvimento de novas tecnologias,
tendências e inovações.
41
2.6.2 - Como projetar a embalagem
Para projetar embalagens é preciso identificar uma série de parâmetros. É
fundamental conhecer o produto que se está embalando, entender como ele se
deteriora, onde será comercializado, como será armazenado e utilizado e,
principalmente, avaliar o que o consumidor deseja. Cumpridas essas exigências e
encontradas respostas a essas ponderações que nortearão a escolha da
embalagem a ser utilizada, é preciso identificar a embalagem mais adequada para o
shiitake desidratado, garantindo assim sua oferta constante durante o ano, suprindo
o mercado, independente da sazonalidade na produção.
2.6.2.1 – O conceito atual
Depois de colhido, o shiitake in natura vai para a sala de embalagem, onde são
separados e embalados. O envase é manual e a embalagem, além de fornecer uma
proteção física para o shiitake, garante uma vida-de-prateleira de 7-10 dias quando
acondicionado em refrigeradores.
Poucas são as embalagens de shiitake desidratado nacionais disponíveis no
mercado. Quando encontrados, normalmente em porções inferiores a 100 g, não
estão com o material de embalagem adequado e os produtos acabam absorvendo
umidade em excesso e perdendo suas características de crocância.
Não é raro encontrar, principalmente no bairro da Liberdade na cidade de São Paulo
(SP), o cogumelo shiitake desidratados, importados da China e do Japão. Esses
produtos costumam ser apresentados em embalagens flexíveis com filmes que
garantem uma maior barreira à umidade quando comparado ao produto nacional,
mantendo assim a crocância e qualidade do produto desidratado por um tempo
maior. Os produtos importados servirão de parâmetro para o desenvolvimento da
embalagem no presente trabalho, uma vez que foram considerados como referência
pelas indústrias alimentícias entrevistadas. Esses não são utilizados atualmente em
42
larga escala pela insegurança quanto ao custo de importação do produto e a
flutuação do câmbio.
A proposta desse trabalho é a de especificar a embalagem ideal para o shiitake
desidratado de forma definida e parametrizada, com a finalidade de garantir a oferta
de um produto de qualidade que possa ser utilizado pela indústria alimentícia
brasileira durante todo o ano. Entretanto, para especificar a embalagem é preciso
entender o que é permeabilidade.
A taxa de permeabilidade ao vapor d’ água caracteriza-se pela quantidade de vapor
(gramas) que passa por uma unidade de superfície (m²) de um material de unidade
de espessura (µ), por unidade de tempo (dia), quando entre suas paredes existe
uma diferença de pressão unitária (mmHg).
Essa permeabilidade é diretamente proporcional à temperatura e à umidade relativa
do ambiente. Dessa forma, quanto maiores forem essas duas variáveis, maior será a
taxa de permeabilidade do vapor d’água na embalagem estudada. No Brasil, onde
as condições ambientais regionais são bastante diversificadas, é sempre importante
conhecer a região do país onde o produto será exposto depois de embalado.
As taxas de permeabilidade ao vapor d’água (T.P.V.A.) também variam em virtude
das estruturas de embalagens propostas. Uma vez determinado que o produto
shiitake desidratado deve manter-se estável para o consumo por até um ano após o
envase, é preciso determinar as taxas necessárias de T.P.V.A. para escolha da
embalagem mais adequada, tanto no que tange à manutenção da estabilidade do
produto, como ao custo. Sempre observando também a funcionalidade no envase,
no transporte, no armazenamento e sua utilização pelo consumidor final.
Para saber qual filme escolher é preciso entender qual a umidade crítica do produto,
a fim de identificar o filme plástico ideal que garanta a barreira adequada a
permeabilidade ao vapor de água. Fazendo assim com que a umidade no interior da
embalagem não ultrapasse os limites definidos como críticos. Para tanto, é preciso
realizar um estudo que pontue e analise quais características de qualidade do
43
shiitake são as mais significativas para que as mesmas possam ser mantidas,
garantindo assim a vida-de-prateleira definida de um ano.
2.6.3 – Estimativa de vida-de-prateleira de produtos desidratados
A estimativa da vida-de-prateleira de produtos desidratados, com base na taxa de
permeabilidade ao vapor de água, é fundamental para a escolha correta da
embalagem a ser projetada.
2.6.3.1 – Como são realizadas as estimativas de vida-de-prateleira
Tradicionalmente, os produtos são embalados e estocados em condições de análise
periódicas para avaliação da deterioração do produto e/ou aceitabilidade
organoléptica. Entretanto, além de caros, esses estudos levam muito tempo para
serem concluídos. Para contornar este problema, foram desenvolvidas várias
formulações, nas quais a vida-de-prateleira de um produto desidratado, quando
acondicionado em uma embalagem flexível, pudesse ser determinada. Neste caso,
assume-se que a integridade do produto depende somente do teor de umidade
presente no interior da embalagem (MADI et al, 1979).
O cogumelo shiitake desidratado é muito sensível à umidade. Dessa forma, o fator
limitante de sua vida-de-prateleira é exclusivamente o ganho de água. Assim, outros
fatores interferentes (bioquímicos e químicos) para a perda de qualidade do produto
passam a ser secundários (ALVES, 1998).
2.6.3.2 – Equação para o cálculo das estimativas de vida-de-prateleira
Quando uma embalagem protege um produto contra a passagem de umidade, a
transferência do vapor de água de fora da embalagem para dentro é lenta. Pode-se,
portanto, assumir que conforme o vapor de água atravessa a embalagem, vai se
distribuindo da mesma forma pelo produto alimentício e, dessa forma, o fenômeno
que rege esse ganho de umidade é a transferência do exterior para o interior da
embalagem (MADI et al, 1979).
44
São várias as equações existentes para se estimar a vida-de-prateleira de produtos
alimentícios, As equações (1) e (2) fornecem uma boa precisão nos resultados e
facilidade nos cálculos.
ln Ue - Uo = k x A x Psat. x t eq. (1)
Ue - Um l x M x α
e
T.P.V.A. = k x P
sat
. x UR eq. (2)
l
Onde,
UR x α = Ue = umidade de equilíbrio do produto (%)
Uo = umidade inicial do produto (%)
Um = umidade máxima do produto (%)
l = espessura do filme da embalagem (µ)
M = massa do produto embalado (g)
α = tangente da isoterma
k = permeabilidade da embalagem ao vapor d’água ( g x µ / m² x dia x mmHg )
P
sat
. = Pressão de saturação
Vale ressaltar que essa equação é válida apenas para intervalos de teor de umidade
onde a curva da isoterma de adsorção possa ser aproximada com um erro pequeno
por uma reta que passa pela origem (MADI et al, 1979).
É preciso, entretanto, conhecer muito bem todas as variáveis a serem utilizadas no
cálculo em questão.
45
Os cálculos matemáticos para obtenção das equações acima são apresentadas no
Anexo 1 (Demonstrativo da determinação da fórmula matemática de cálculo da
T.P.V.A.) desse trabalho.
46
3. METODOLOGIA
Inicialmente, foram realizados experimentos específicos para recomendar um padrão
nacional para o cogumelo shiitake desidratado a partir de diferentes marcas
japonesas e chinesas desse produto, tidas como referência de qualidade pelas
indústrias alimentícias entrevistadas. A seguir, foi parametrizado o processo de
secagem para o produto shiitake brasileiro in natura e realizada a caracterização do
produto desidratado através de análise sensorial. Posteriormente foi possível
especificar o material de embalagem mais adequada para a conservação, por um
ano, de 1 kg do produto com base na T.P.V.A. (taxa de permeabilidade ao vapor
d’água) determinada para duas condições ambientes.
3.1 – Caracterização dos produtos desidratados disponíveis no mercado
Para a caracterização dos produtos disponíveis no mercado foi necessário entender
a forma com a qual o shiitake é apresentado.
3.1.1 – Descrição das amostras de shiitake
Para a realização dos experimentos foi preciso avaliar e analisar amostras de
shiitake obtidas do mercado. A vida-de-prateleira dos produtos desidratados
adquiridos variavam de 6 meses até 2 anos.
3.1.2 - Determinação da umidade do cogumelo shiitake desidratado.
Essa análise consiste em determinar o teor de umidade das marcas Wang, Hiroya,
Shandong, Kohyou, Marukai e Shanghai de shiitake desidratado, importadas da
China e Japão.
Os valores relativos à umidade foram determinados em estufa com renovação e
circulação de ar Modelo: MA037, fabricante: Marconi equipamentos para laboratório,
com balança analítica do fabricante Micronal com capacidade para 160g e placas de
Petri de vidro.
47
O teor de umidade do shiitake foi determinado seguindo o método D245.4 de ASAE
(American Society of Agricultural Engineers), que consiste na secagem em
estufa com circulação de ar a uma temperatura de 105ºC por 24 horas (ASAE,
1999).
As seis amostras avaliadas não sofreram qualquer tipo de modificação para a
realização das análises. Durante o fracionamento nas placas de petri, todo o cuidado
necessário foi observado, a fim de não expor o produto ao ambiente, evitando assim
a alteração de sua umidade.
3.1.3 - Determinação da isoterma de adsorção do shiitake desidratado
Foi escolhida a isoterma de adsorção para conhecer a forma como o produto
desidratado ganha água, quando exposto a diferentes condições de umidade
relativa. É fato que algumas distorções podem ocorrer em virtude das possíveis
alterações sofridas na estrutura do shiitake durante o processo de desidratação ou
ainda, em função de possíveis variações nas condições ambientes, como variações
de temperatura, conforme afirmado em Cabral et al. (s.d.).
Como base desse estudo e admitindo que as isotermas dos cogumelos shiitake
desidratados sejam semelhantes, foi escolhida para essa análise a marca de shiitake
desidratado Wang, importado da China.
Foram utilizados para esse experimento os sais inorgânicos: cloreto de lítio, cloreto
de magnésio, carbonato de potássio, brometo de sódio, iodeto de potássio, cloreto
de sódio, sulfato de amônia, cloreto de potássio, cloreto de bário e sulfato de
potássio; balança analítica do fabricante Micronal com capacidade de 160 g,
dessecadores e placas de Petri de vidro.
A determinação da isoterma de adsorção consiste na exposição de amostras
desidratadas de 1 g do produto em dessecadores acondicionados à temperatura
48
ambiente constante de 25ºC e umidades relativas de 11,3% a 97,5%, durante 15
dias, conforme indicado por Madi (1979).
A relação dos sais utilizados e as umidades relativas obtidas com cada um deles são
apresentadas na Tabela 5.
Tabela 5. Umidades relativas encontradas com soluções salinas saturadas a 25 ºC.
Solução UR (%)
Cloreto de Lítio 11,3
Cloreto de Magnésio 32,8
Carbonato de Potássio 43,2
Brometo de Sódio 57,6
Iodeto de Potássio 68,9
Cloreto de Sódio 75,1
Sulfato de Amônia 80,3
Cloreto de Potássio 84,2
Cloreto de Bário 90,3
Sulfato de Potássio 97,5
FONTE: (JARDIM; GERMER, 1997)
3.2 - Determinação das condições de secagem do cogumelo shiitake nacional
Deve-se considerar, preliminarmente, a origem do produto. No caso, é necessário
admitir que a maior parte do shiitake a ser desidratado seja fornecida por pequenos
e médios produtores que trabalham em condições diversas. Não haverá, portanto,
regularidade quanto ao tamanho das unidades do produto. Na busca de uma melhor
homogeneização das amostras, o produto a ser desidratado foi fatiado em pedaços
de 0,3mm a 0,5mm de espessura, descartando suas hastes, chamadas de “caule”,
conforme apresentado na Figura 17. Vale observar que as hastes descartadas
nesse experimento poderiam ser processadas e comercializadas, não sendo
consideradas como perdas, porém, esse procedimento baseou-se em referências de
produtos chineses da marca Mountains, adquiridas no bairro da Liberdade (SP) em
embalagens de 50 g e 100 g, apresentadas na Figura 18.
49
Figura 17. Preparação das amostras para o processo de desidratação.
Figura 18. Embalagens de 100 g e 50 g de shiitake desidratado importado da China,
marca Montains.
Como os cogumelos a serem desidratados eram provenientes de diferentes
situações de cultivo e de manuseio, a umidade inicial dos produtos também não foi
uniforme, visto que essa característica é fruto das condições nas quais o shiitake foi
colhido e armazenado. Para que a secagem tenha início é imprescindível que se
iguale a umidade dos shiitake in natura.
Foi observado, através da experiência, adquirida na prática pelos produtores de
cogumelo shiitake visitados, que a redução e a padronização da umidade do produto
in natura, antes do envase, podem ser obtidas por meio da exposição dos
cogumelos posicionados de cabeça para baixo, sobre uma tela do tipo mosquiteiro,
com ventilação de ar forçada por ventiladores durante 1 hora. Por essa razão, e
considerando os bons resultados obtidos pelos produtores, o mesmo procedimento
50
foi utilizado nesse trabalho para homogeneização da umidade inicial do shiitake.
Depois, seguindo a mesma metodologia da adotada para a determinação de
umidade do shiitake desidratado, foi determinada a umidade inicial do cogumelo
shiitake in natura a ser desidratado.
Posteriormente, os cogumelos foram desidratados em um sistema de bandejas
acoplados a uma balança, por um secador modelo Tray Drier, apresentado nas
Figuras 19 e 20, com termômetro Minipa, modelo MT 520 e balança semi-analítica
Micronal, modelo B6000, capacidade: 6000 g.
Figura 19. Secador Tray Drier (lado externo)
Figura 20. Secador Tray Drier (lado interno)
A temperatura do produto variou durante o processo de secagem de 30,1ºC até
45,4ºC. A velocidade do ar também variou. No início foi utilizada a velocidade
máxima do equipamento (1,6 m / s), sendo paulatinamente reduzida até a fase final
da secagem, quando foi interrompida.
51
Este método foi baseado na curva de secagem obtida por Przybylowicz (1988).
Porém, ajustes foram necessários, pois as amostras a serem desidratadas foram
fatiadas, o que facilita a retirada da água do produto, desidratando-o de forma mais
rápida e homogênea, enquanto os da curva de referência estavam inteiros.
Ao iniciar o experimento, ajustou-se a temperatura do ar de secagem para 50ºC,
baseando-se no estudo realizado por Sampaio e Queiroz (2006). O produto foi
exposto sobre quatro bandejas perfuradas, acopladas a uma balança semi-analítica
com precisão de 4 algarismos significativos, apresentada na Figura 21. Esse
procedimento possibilitou o acompanhamento da variação da massa de água do
produto durante todo o processo de secagem.
Figura 21. Acondicionamento do cogumelo shiitake em quatro bandejas perfuradas
para o processo de secagem.
Para a obtenção das temperaturas do produto e do ar ao longo da secagem, foram
utilizados dois termopares: um acondicionado entre as badejas e outro colocado no
interior de um pedaço de shiitake. Ambos com precisão de 3 algarismos
significativos, conforme apresentado na Figura 22.
52
Figura 22. Detalhe da balança semi-analítica ligada às bandejas com shiitake para o
acompanhamento da perda de massa do produto.
3.3– Avaliação sensorial do shiitake e determinação da sua umidade crítica
As amostras foram submetidas à análise sensorial, utilizando-se o método do perfil
de livre escolha, onde cada provador desenvolve e utiliza a sua própria lista para a
avaliação do produto, tendo somente de respeitar um protocolo de avaliação definido
pelo responsável pelo painel (NORONHA, 2003).
Antes da análise sensorial foi realizada uma reunião do grupo de provadores,
composto por 5 engenheiros de alimentos, para estabelecer consenso sobre as
características de qualidade a serem avaliadas. Ficou então definido que a
característica principal a ser comparada seria a de crocância, em virtude da
importância a ela atribuída pelas indústrias de alimentos entrevistadas. Entretanto,
julgou-se também oportuno avaliar as características de qualidade de odor,
aparência e sabor do shiitake.
Para a avaliação da crocância do shiitake desidratado o padrão adotado foi o
cogumelo chinês da marca Wang, adquirido no bairro da Liberdade (SP). Os
53
materiais e método utilizados para acondicioná-lo em diferentes umidades relativas
foram os mesmos daqueles utilizados para a determinação da isoterma de adsorção.
para as demais características avaliadas, o padrão adotado foi o shiitake in
natura da marca Sítio Cachoeirinha, adquirido da Kogumelo’s Distribuidora de
Produtos Alimentícios Ltda. Nesse caso, diferente da avaliação realizada para a
crocância, as amostras do shiitake foram hidratadas seguindo o procedimento de
colocá-las em água fria por 5 horas, conforme definido por Tatezawa (s.d.)
Durante a análise da crocância, as amostras foram comparadas aos padrões e notas
de 0 a 10 atribuídas para cada uma delas, sendo que a aprovação ocorreria apenas
para notas 6. Para o cogumelo desidratado da marca Wang (padrão) foi
estabelecida a nota 8 como limite máximo. Não foi considerada a nota 10 pelo fato
do produto, com validade de 2 anos, ter sido analisado após 6 meses de embalado,
pois se entende que desde sua desidratação, passando por esse período, o shiitake
desidratado absorveu umidade e sua crocância, portanto, diminuiu. Foi caracterizado
como a umidade crítica nesse trabalho, qualquer valor de umidade menor que a
umidade crítica determinada.
para o cogumelo in natura da marca Sítio Cachoeirinha, utilizado como padrão
para as demais características, atribuiu-se nota 10.
3.4 Desenvolvimento da embalagem mais adequada para o shiitake nacional
desidratado
Para desenvolver a embalagem mais adequada ao shiitake nacional desidratado é
preciso entender o que o consumidor desse produto espera.
3.4.1 – O que o consumidor deseja
A partir de entrevistas realizadas com 3 grandes indústrias fabricantes de alimentos,
interessadas no produto shiitake desidratado, algumas necessidades foram
enumeradas, sendo essas fundamentais para o desenvolvimento da embalagem. É
54
importante salientar que sempre é preciso entender o que o consumidor deseja
antes de desenvolver uma embalagem.
3.4.2 – Como o produto foi envasado
A embalagem desenvolvida foi do tipo institucional, com a finalidade de ser vendida
diretamente para as indústrias. Definiu-se que o filme não seria impresso e uma
etiqueta adesiva seria colada na embalagem com as informações legais
necessárias. Em virtude do processo de desidratação do shiitake ser lento, o
justificando investimentos em envase automático, as embalagens com 1 kg, de
shiitake desidratado foram envasadas e seladas manualmente em uma seladora de
pedal. Isso posto, fica claro que o filme flexível a ser escolhido, além de garantir a
resistência à umidade necessária à embalagem, deveria ser de fácil selagem.
Depois de embalados, os sacos serão acondicionados em caixas de papelão,
devidamente paletizadas com strech e cantoneiras, a fim de garantir um perfeito
acondicionamento e armazenamento do produto durante sua estocagem e
transporte ao destino final.
3.4.3 – A distribuição do produto
Além do percurso a ser seguido, o clima da região onde o produto será oferecido é
de suma importância na escolha da embalagem. Conhecer as variações de
temperatura e a umidade relativa nas quais as embalagens serão expostas é
fundamental para se especificar a embalagem mais adequada.
Nesse trabalho, a produção do shiitake desidratado visou atender todo o território
nacional. Dessa forma, de uma região a outra do país, são muito grandes as
diferenças de temperatura e umidade relativa. Por essa razão, o estudo da
embalagem foi realizado em duas condições distintas, a saber:
a. Condição 1: 75%UR; temperatura = 25ºC
b. Condição 2: 90%UR; temperatura = 38ºC
55
3.4.4 – A proteção da embalagem
O cogumelo desidratado, assim como qualquer outro produto desidratado possui
uma crocância específica em virtude do baixo teor de água que resta em sua
estrutura. A entrada de água é a principal causa da sua perda de qualidade, e,
portanto, especificar a embalagem adequada é fundamental.
3.5 Cálculo da T.P.V.A. da embalagem para vida-de-prateleira de 1 ano em
condições pré-estabelecidas
Os cálculos para a escolha do filme a ser utilizado na embalagem com base nos
valores encontrados de T.P.V.A são bastante confiáveis. Para determiná-la é preciso
conhecer o valor de k (taxa de permeabilidade), que pode ser obtido através da
equação (1) já apresentada. Para tanto, a partir dos experimentos realizados e
coleta de dados da literatura, é necessário encontrar os valores de todas as outras
variáveis da equação (1), apresentadas a seguir.
a. α = tangente da isoterma
Cada produto possui uma isoterma característica e cujo conhecimento é
fundamental para o projeto racional de embalagem (MADI et al, 1979). A variável
α é o coeficiente angular da equação da reta construída a partir da isoterma de
adsorção determinada.
b. Ue = umidade de equilíbrio do produto (%)
Como serão estudadas duas condições de temperatura e umidade, serão
encontradas duas umidades de equilíbrio: Ue
75%
e Ue
90%
, pela relação UR x α =
Ue, proposta por Madi (1979).
c. Uo = umidade inicial do produto (%)
A umidade inicial foi caracterizada como sendo a média da umidade encontrada
na avaliação das marcas de shiitake desidratado Wang, Hiroya, Shandong,
Kohyou, Matukai e Shanghai, importados da China e Japão, adquiridas no bairro
da Liberdade em São Paulo.
56
d. Um = umidade máxima do produto (%)
A umidade máxima do produto é caracterizada também como a umidade crítica,
pois representa o limite máximo da umidade que garante a manutenção da
característica de crocância do produto, e foi definida na análise sensorial.
e. M = massa do produto (gramas)
f. t = vida-de-prateleira,(dias)
A quantidade do produto a ser embalado (M) e o tempo no qual a embalagem
deverá garantir a crocância do shiitake (t) foram definidos através de entrevistas
realizadas com indústrias de alimentos.
g. A = Área da embalagem
A área da embalagem foi desenvolvida com para conter 1kg de shiitake
desidratado.
h. P
sat
. = pressão de saturação do vapor d’água
Esse valor pode ser encontrado no Anexo 2 (Pressão de vapor d’água entre 0ºC
e 100ºC mmHg), e varia de acordo com a temperatura estudada. Como são
duas as condições de armazenamento a serem avaliadas serão dois os valores
de P
sat
.
i. k = permeabilidade da embalagem ao vapor d’água (g x µ / m² x dia x mmHg)
k é a variável a ser determinada a partir da equação (1). Após sua determinação,
e utilizando a equação (2), apresentada, é possível determinar a T.P.V.A. nas
condições propostas.
3.6 – Desenvolvimento da embalagem
Na determinação do filme mais adequado para o desenvolvimento da
embalagem para o shiitake desidratado é preciso considerar quatro variáveis
principais, conforme proposto por Reis (s.d.): o tipo de resina utilizado, a espessura
57
do material, o processo de fabricação do filme e as condições de temperatura e
umidade ambiente. Essas variáveis são fundamentais e estão diretamente
relacionadas com a T.P.V.A.
58
4 – RESULTADOS E DISCUSSÃO
Nessa etapa, todos os resultados obtidos com base na metodologia proposta são
apresentados de forma simplificada. Cálculos mais aprofundados e tabelas mais
extensas com os resultados obtidos em alguns experimentos seguem apresentados
nos apêndices desse trabalho.
4.1 – Caracterização dos produtos desidratados disponíveis no mercado
Em pesquisa de campo realizada em supermercados, feiras livres e empórios, o
shiitake desidratado nacional, quando encontrado, apresentava-se em embalagens
que variavam de 20 a 100 g. Apenas no bairro da Liberdade em São Paulo, no
comércio especializado, foram adquiridas as amostras utilizadas nos experimentos,
tidas como padrão de qualidade pelas indústrias de alimentos entrevistadas,
variando de 50 a 500 g.
4.1.1 – Descrição das amostras de shiitake
Os produtos apresentavam-se ora desidratados inteiros, ora fatiados. Entretanto,
somente nas amostras desidratadas inteiras foi detectada a presença da haste de
sustentação do shiitake, por muitos chamados de “caule”, como pode ser observado
nas Figuras 23 e 24.
Figura 23. Amostras de shiitake desidratado inteiro.
59
Figura 24. Amostras de shiitake desidratado inteiro e fatiado.
Por serem embalagens destinadas ao varejo, todas muito coloridas. Os produtos
estavam sempre embalados em filmes flexíveis, impressos em até quatro cores, com
todos os dizeres legais e muitas áreas transparentes para observar o produto
desidratado.
4.1.2 - Determinação da umidade do cogumelo shiitake desidratado
Na Tabela 6 seguem os valores de umidade encontrados nas marcas de shiitake
desidratados avaliados.
Tabela 6. Umidade medida de amostras de shiitake importados da China e Japão.
Umidade inicial dos shiitake analisados na pesquisa (%)
marcas dos shiitake importados desidratados
Amostras
Wang Hiroya Shandong
Kohyou
Matukai
Shanghai
Média 10,9 11,3 11,0 10,7 10,8 10,5
DP 0,2 0,2 0,6 0,4 0,7 0,3
As umidades apresentaram-se dentro do intervalo de 10,51% a 11,28%. Todos os
valores de umidade medidos para a construção da Tabela 6, são apresentados no
Apêndice 1 (Umidade medida das amostras de shiitake importados da China e
Japão).
Como a principal característica de qualidade apontada nas entrevistas com
indústrias alimentícias foi a crocância, e a umidade do produto está diretamente
60
relacionada a ela, adotou-se como referência que a umidade final do shiitake
desidratado nacional não pode exceder a média dos valores encontrados no
mercado. Ou seja, não pode exceder 10,86% (bu), valor esse com 4 algarismos
significativos em função da precisão da balança semi-analítica utilizada na pesagem
das amostras.
Foi considerada a média dos valores encontrados nos produtos expostos em
prateleira como referência, pois se estima que no momento da embalagem, em sua
origem, os produtos avaliados apresentavam faixas ainda menores de umidade. Pois
apenas ao saírem do processo de desidratação estavam na sua forma mais seca.
Com o tempo de armazenamento os produtos vão, aos poucos, ganhando umidade,
mesmos protegidos.
4.1.3 - Determinação da isoterma de adsorção do shiitake desidratado
Na Figura 25 segue a isoterma de adsorção encontrada, onde se evidenciou uma
curva de forma sigmóide, classificada como isoterma do tipo II, de acordo com
Brunauer et al citado por Rizvi (1986).
A base de dados para obtenção da isoterma de adsorção encontra-se no Apêndice 2
(Determinação da média da umidade de equilíbrio para obtenção da isoterma de
adsorção do shiitake).
Figura 25. Isoterma de adsorção do cogumelo shiitake desidratado.
Isoterma de adsorção
0
5
10
15
20
25
30
-10
10
30
50
70
90
umidade relativa em base seca (%)
gH
2
0 / 100 g de produto seco
61
Com base nos dados obtidos, foi possível encontrar a equação da reta que melhor
se ajusta ao modelo encontrado, conforme apresentado na Figura 26 e representado
na equação (3).
y =0,1925 x + 3,2891 eq. (3)
com R² = 0,9447
Equação da reta
y = 0,1925x + 3,2891
R
2
= 0,9447
0
5
10
15
20
25
30
0 20 40 60 80
umidade relativa (%)
gH
2
0/100g produto
Figura 26. Determinação da equação da reta obtida a partir da isoterma.
A equação da reta encontrada contempla estocagens em até 75,1% de umidade,
pois os pontos encontrados a 80,0% de umidade foram descartados por
apresentarem desvios significativos. Para umidades superiores a 75,1% os valores
devem ser extrapolados.
4.2 - Determinação das condições de secagem do cogumelo shiitake nacional
A umidade inicial medida do shiitake in natura utilizado para a secagem foi de
92,44%. Os valores obtidos para sua determinação são apresentados no Apêndice 3
(Determinação da umidade inicial do shiitake in natura).
Na Figura 27 segue representada a variação da temperatura do cogumelo shiitake
durante o processo de desidratação.
Com a relação observada entre a massa do shiitake e o tempo de secagem, foi
possível também encontrar a curva de secagem do shiitake (Figura 28).
62
Figura 27. Variação da temperatura interna do shiitake durante o processo de
secagem.
0
100
200
300
400
0 1 2 3 4 5 6
massa de produto (g)
tempo (h)
Curva de Secagem
Figura 28. Curva de secagem do shiitake.
Os dados para a construção dos gráficos apresentados nas Figuras 27 e 28 são
apresentados no Apêndice 4 (Medidas obtidas no processo de secagem do
cogumelo shiitake).
0,0
10,0
20,0
30,0
40,0
50,0
60,0
temperatura do shiitake C)
tempo (h)
Variação da temperatura do shiitake no processo de
secagem
0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0 4,5
63
4.3 Avaliação sensorial do produto e determinação da umidade crítica do
shiitake
A principal característica de qualidade a ser determinada foi a crocância. Após a
avaliação sensorial do shiitake desidratado, identificou-se que as amostras
acondicionadas no dessecador com solução salina de Carbonato de Potássio
(K
2
CO
3
), em equilíbrio com UR = 43,16%, receberam nota média de 6,3, portanto,
dentro dos níveis aceitáveis para o produto, conforme definido nas premissas
adotadas para essa análise. Relacionando a atividade de água ao teor de umidade
do produto, conforme proposto em Cabral et al. (s.d.), pode-se admitir que a
atividade de água limite do produto é de 0,43 e sua umidade crítica = 43,16%.
Outras características de qualidade foram também avaliadas, como forma de
enriquecer o trabalho e verificar a nota atribuída a cada uma delas na atividade de
água 0,43. As características de odor, aparência e textura tiveram nota média de 6,9,
6,8 e 6,3, respectivamente. Todas as notas médias atribuídas na análise sensorial
são apresentadas na Tabela 7.
Tabela 7. Notas médias conferidas às características de crocância, odor, aparência
e textura do shiitake.
Nota média atribuída a partir da Análise Sensorial
Atividade de água
Características de
Qualidade
0,11 0,43 0,58 0,69 0,75
Crocância 7,8 6,3 4,5 3,1 1,7
Odor 8,6 6,9 5,3 3,4 1,6
Aparência 9,1 6,8 5,0 3,4 1,8
Textura 8,3 6,3 5,6 5,3 4,2
64
4.4 Desenvolvimento da embalagem mais adequada para o shiitake nacional
desidratado
A especificação de embalagens para produtos desidratados, sensíveis à umidade,
requer o conhecimento do nível de proteção oferecido pelos materiais da
embalagem e estocagem em condições adequadas (SARANTÓPOULOS;
OLIVEIRA; CANAVESE, 2001).
Para a escolha do filme ideal, faz-se necessária uma análise bem fundamentada
para identificar, com base na umidade crítica do produto embalado, qual a T.P.V.A.
do filme a ser utilizado na embalagem.
4.5 - Cálculo da T.P.V.A. necessária para a embalagem do shiitake desidratado
Seguem os resultados dos cálculos realizados para determinação de todas as
variáveis necessárias na busca da taxa de permeabilidade ideal da embalagem
projetada.
a. α = tangente da isoterma = 0,1925
b. Ue = UR x α = Ue
75%
= 14,44 e Ue
90%
= 17,32
c. Uo = Uo = 10,86% (bu)
d. Um = 43,16%
e. M = 1.000 g.
f. t = 360 dias
g. A = 0,585m², apresentado no Apêndice 5 (Determinação da área da
embalagem calculada empiricamente)
h. Psat. = Psat. 25ºC = 23,756 mmHg e Psat. 38ºC = 46,692 mmHg
i. k = variável determinada a seguir
Admitindo-se l = 100µ, tem-se:
1ª condição: UR = 75% e Temperatura = 25ºC,
k = 8,01 g/m² x dia x mmHg e T.P.V.A. = 1,43 g
H20
/ m² x dia.
65
2ª condição: UR = 90% e Temperatura = 38ºC,
k = 2,71 g/m² x dia x mmHg e T.P.V.A. = 1,14 g
H20
/ m² x dia.
Os cálculos da constante k e da T.P.V.A. estão demonstrados no Apêndice 6
(Demonstrativo dos cálculos para obtenção da constante k e da T.P.V.A. ).
4.6 – Desenvolvimento da embalagem
Dentre os materiais plásticos utilizados na fabricação de embalagens flexíveis, os
que apresentam maior barreira ao vapor dágua são as poliolefinas. Para conhecer
alguns, vale destacar que o polietileno de baixa densidade (PEBD) e o polietileno
linear de baixa densidade (PEBDL) apresentam menor barreira ao vapor d’água que
o polipropileno (PP) que, por sua vez, apresenta menor barreira ao vapor d’água que
o polietileno de alta densidade (PEAD), o que pode ser representado como segue:
(PEBD, PEBDL < PP < PEAD) (SARANTÓPOULOS; OLIVEIRA; CANAVESE, 2001).
Estruturas laminadas (ex. PET/PE ou PET/PP met.) ou coextrusadas (ex. PP/PE)
podem ser utilizadas. Entretanto, são mais caras que as estruturas monocamadas
(ex. 85% PELBD + 15% PEBD).
Com base nos resultados obtidos nos experimentos foi determinada a T.P.V.A. do
filme a ser selecionado para a fabricação da embalagem do shiitake desidratado, em
duas condições distintas, e para cada uma delas foram propostas diferentes
especificações.
1ª condição: UR = 75% e Temperatura = 25ºC
Nessa condição pode-se trabalhar com estruturas monocamadas. Através dos
valores de T.P.V.A. apresentados por Garcia et al. (1989), e com a interpolação
desses valores para ajustá-los a temperatura de 25 ºC, é possível especificar que
um filme de PEBD (polietileno de baixa densidade) de 100 µ para embalar o shiitake
desidratado por apresentar T.P.V.A. < 1,43gH
2
0 / m² x dia. Vale ressaltar que os
66
valores obtidos por Garcia et al. (1989) consideraram ainda um ambiente com UR =
80%, sendo essa uma umidade ainda mais crítica da avaliada nesse estudo.
2ª condição: UR = 90% e Temperatura = 38ºC
Trata-se da condição mais crítica, e a especificação aqui definida servirá para as
condições mais extremas. Como referência, para a escolha do filme, pode-se utilizar
a Tabela 8, conforme proposto por Sarantópoulos et al. (2001).
Tabela 8. Taxas de permeabilidade ao vapor d’água e ao oxigênio de estruturas
flexíveis.
Material
TPO
2
a 25ºC e 1atm
(cm³ (CNTP)/m²/dia/atm)
TPVA a 38ºC e 90%UR
(gH20 / m² x dia)
PET/Al/PE 0,05 - 1,0 < 0,03 - 0,1
PETmet/PE 0,5 – 8,0 0,5 - 2,0
BOPP-PVDCmet/PE 2,0 - 10,0 0,5 - 1,5
BOPP/PE 700 – 3000 3,0 - 5,0
PET-PVDC/PE 8,0 10,0 5,0 - 7,0
BOPPmet/PEBD 10,0 100 1,5 - 4,0
PET/PA/PE 35,0 - 85,0 3,0 - 6,0
PET/PE 100 – 120 10,0 - 12,0
OPA/PE 50 3,5 - 6,0
FONTE: (SARANTÓPOULOS et al., 2001)
Estruturas como PET/Al/PE seriam superdimensionadas para o sistema de
embalagem em questão, pois possuem T.P.V.A. que variam de valores < 0,03 a
0,1 gH
2
0/m² x dia. a maioria das outras estruturas apresentadas não atende às
necessidades calculadas, podendo comprometer a qualidade do produto.
Já se considerarmos um filme de BOPP-PVDCmet/PE , com espessura de 100µ, por
possuir uma T.P.V.A., variando de 0,5 – 1,5 gH
2
0 / m² x dia, é uma solução
aceitável, pois a embalagem o será exposta sempre a temperatura e umidade tão
elevadas, sendo essa a estrutura especificada para essa condição.
67
A estrutura de BOPP-PVDCmet./PE, além de ser adequada para UR = 90% e
temperatura = 38ºC, também atende a condições menos exigentes de temperatura e
umidade. Dessa forma, essa estrutura poderia ser utilizada como padrão para as
mais diversas condições de armazenamento e transporte, como forma de garantir a
qualidade da crocância em 1 kg de shiitake desidratado, durante 1 ano, contido em
embalagem flexível com área de exposição de 0,585m².
Além dos resultados obtidos, pode-se utilizar as equações (1) e (2) apresentadas
nesse trabalho, para estimar a conservação do shiitake variando o tempo de vida-de-
prateleira, a área da embalagem, a espessura do filme da embalagem, dentre outras
tantas possibilidades possíveis, que poderão ser ajustadas para o estudo do sistema
que se necessita avaliar.
68
5 - CONCLUSÕES
Através do estudo realizado é possível garantir o suprimento do shiitake para as
indústrias de alimentos atendendo aos padrões de qualidade desejados. Ou seja,
produtos com crocância similar ao padrão encontrado provenientes da China e
Japão, embalados em porções de 1 kg com garantia de estabilidade de suas
propriedades por 1 ano.
As características de secagem observadas nesse trabalho devem ser seguidas para
o sucesso da desidratação do shiitake. É fundamental que os produtores ou
associações dispostas a suprir o mercado com o shiitake desidratado o façam com
qualidade e dentro dos padrões aqui estabelecidos, como garantia de sucesso. A
homogeneização inicial do shiitake in natura, antes da desidratação, é fundamental
para garantir que todo o lote desidratado apresente a mesma umidade final.
A preocupação com as Boas Práticas de Fabricação, desde a inoculação do micélio
do shiitake, até o envase do produto final é fundamental para o sucesso, garantindo
a qualidade que o produto requer e transmitindo confiança às exigentes indústrias do
setor alimentício, que agora terão a oportunidade de oferecer para a sociedade mais
produtos saudáveis e nutritivos.
O resultado desse trabalho permitiu estabelecer um padrão nacional para o shiitake
desidratado; determinar suas condições de secagem e especificar uma embalagem
para 1 kg de produto que garanta a manutenção da característica de crocância por
um ano.
Foi possível analisar o mercado, conhecer algumas das características particulares
da produção do shiitake no Brasil e identificar as razões que levam a flutuação
sazonal da oferta do shiitake no mercado brasileiro.
Como resultado das análises realizadas com base em amostras de shiitake
desidratados da China e Japão, foi possível estabelecer um padrão nacional para a
desidratação do cogumelo shiitake. A saber:
69
a. O produto embalado será oferecido fatiado. Sua atividade de água xima
admitida é de 0,43 e, ao ser embalado, a umidade deve ser 10,86 %.
b. Com a definição da isoterma de adsorção do shiitake desidratado foi possível
encontrar a equação da reta obtida a partir dessa isoterma ( y = 0,1925 x +
3,2891 ).
A parametrização da secagem do shiitake brasileiro in natura foi estudada e permite
entender em que tempo e de que forma a água é extraída do produto durante esse
processo.
Com base nos resultados obtidos, foi possível especificar a embalagem que confira
estabilidade ao produto, de forma a garantir sua oferta constante às indústrias de
alimentos ao longo do ano, independente da sazonalidade observada no mercado,
conforme apresentado a seguir.
70
Dessa forma, esse trabalho apresenta caminhos para o desenvolvimento e
lançamento de uma série de novos produtos saudáveis e nutritivos tendo como
matéria-prima o cogumelo shiitake (Lentinula edodes) nacional desidratado.
71
6. SUGESTÕES PARA NOVOS TRABALHOS
A análise realizada no decorrer desse trabalho foi complexa e detalhada. Começou
com o estudo do que é o cogumelo shiitake, passando pelas suas características de
produção, analisou o potencial de seu mercado consumidor; abrangeu as etapas da
sua desidratação, passou por análises sensoriais e terminou com a especificação da
embalagem para 1 kg do produto desidratado.
O estudo abre caminho para uma grande quantidade de projetos complementares a
ele ou até mesmo similares. Abaixo seguem duas opções de sugestão.
1. Desenvolvimento do mesmo conceito de caracterização da curva de secagem
e especificação de embalagem para outros cogumelos, conhecidos
popularmente de pleurotus e shimeji.
2. Desenvolvimento de embalagens para o shiitake desidratado, em porções
menores, de 50 g – 100 g, a fim de oferecê-lo também no varejo, viabilizando
ainda mais a oferta de um produto saudável e nutritivo para a sociedade.
72
REFERÊNCIAS
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hiperlink não é válida.>. Acesso em: 11. nov.2008.
76
LISTA DE APÊNDICES
APÊNDICE 1 Umidade medida das amostras de shiitake importados da China e
Japão
APÊNCIDE 2 Determinação da média da umidade de equilíbrio para obtenção da
isoterma de absorção do shiitake.
APÊNDICE 3 - Determinação da umidade inicial do shiitake in natura.
APÊNDICE 4 – Medidas obtidas no processo de secagem do cogumelo shiitake
APÊNDICE 5 – Determinação da área da embalagem calculada empiricamente
APÊNDICE 6 Demonstrativo dos cálculos para obtenção da constante k (taxa de
permeabilidade da embalagem) e da T.P.V.A. (taxa de
permeabilidade do vapor d’ água)
77
LISTA DE ANEXOS
ANEXO 1 Demonstrativo da determinação da fórmula matemática de cálculo da
T.P.V.A.
ANEXO 2 - Pressão de vapor d’água entre 0ºC e 100ºC (mmHg).
Anexo 1
Demonstrativo da determinação da fórmula matemática para o cálculo da
T.P.V.A.
Conforme demonstrado por Anjos (1998), serão agora demonstrados os parâmetros
e lógica matemática adotada para demonstrar como se obtém a equação capaz de
calcular a taxa de permeabilidade ideal para a embalagem que deverá conter o
shiitake desidratado.
A equação de transferência de umidade do vapor d’água do exterior para o interior
de embalagens flexíveis encontra-se representada na equação (1).
1 = dm = k x (P
ext
. – P
int
.) eq. (1)
A dt l
onde:
A = área da embalagem (m²);
l = espessura do filme a ser utilizado na embalagem (µ);
k = permeabilidade do filme (g x µ / m² x dia x mmHg);
P
ext
. = pressão de vapor d’água no exterior da embalagem (mmHg);
P
int
. = pressão de vapor d’água no interior da embalagem (mmHg);
m = massa de vapor d’água (gramas)
t = tempo (dias)
Multiplicando-se ambos os membros da eq. (1) por ( 100 / M ), onde M representa a
massa total de matéria seca dentro da embalagem, tem-se a equação (2):
d m x 100 = 100 x k x A x (P
ext
. – P
int.
) eq. (2)
M l x M
dt
Como o termo (m / M x 100) representa o teor de umidade (%) expresso sobre a
matéria seca, pode-se igualar o termo: (m / M x 100) = U e substituí-lo em (2), para
obter-se então a equação (3):
dU = 100 x k x A x (P
ext
. – P
int
.) eq. (3)
dt l x M
A equação diferencial (3) descreve a variação do teor de umidade do produto
embalado em função do tempo de estocagem. Vale observar que o coeficiente
abaixo representado contém apenas constantes físicas que descrevem o sistema
100 x k x A
l x M
A pressão do vapor d’água no meio ambiente em que fica exposto o produto
depende das condições climáticas, podendo variar bastante.
Outra premissa adotada é que a pressão de vapor de um ambiente é igual à pressão
de vapor da água para a temperatura do ambiente, multiplicado pela umidade
relativa do mesmo ambiente, tem-se a equação (4).
Pext. = Po x UR eq. (4)
Os valores de pressão de vapor de água (Po) entre 0 ºC e 100 ºC (mmHg) estão
relacionados no Anexo 2 (Pressão de vapor d’água entre 0 ºC e 100 ºC, expressos
em mmHg) desse trabalho.
a pressão do vapor d’água dentro da embalagem (P
int
.) é função do teor de
umidade do produto. Essa função constitui a isoterma de adsorção do produto,
devidamente construída e apresentada nesse trabalho. Dessa forma, essa curva
demonstra a relação entre o teor de umidade e a umidade relativa de equilíbrio
(UR,%).
UR = P
int
x 100 eq. (5)
P
sat.
Onde,
P
sat
. é a pressão do vapor saturado d’água a uma determinada temperatura.
Assim sendo, uma vez que P
sat.
e conhecido e constante para condições isotérmicas,
a umidade do produto é conhecida, e a umidade relativa de equilíbrio do produto
pode ser obtida pela isoterma, é possível identificar Pint.
Admitindo que Pint. é função da umidade U, tem-se a equação. (6).
Pint. = f ( U ) eq. (6)
Dessa forma, substituindo-se Pint. em (3) por f ( U ), a equação (3) poderá ser
integrada. Passa então a ser possível calcular o tempo ( t ) necessário para que o
teor de umidade passe de um valor inicial Uo a um valor máximo permissível Um.
Outra premissa adotada consiste no fato para um determinado intervalo de umidade
a isoterma obtida pode ser aproximada, com erro pequeno, de uma reta que passa
pela origem, obtendo-se a equação (7).
U = α x UR eq. (7)
Então, com a combinação da eq. (7) com a eq. (4), tem-se a equação (8).
UR = 100 α x P
int.
, portanto:
P
sat.
UR = U x P
sat.
eq. (8)
100
Agora, substituindo-se (8) em (3), tem-se:
dU = 100 x k x A x (Pext. – U x Psat.)
dt l x M 100 α
Multiplicando-se a equação acima por Psat. e 100 α , tem-se:
100 α Psat.
dU = 100 x k x A x (Psat.) x Pext. x 100 α - U
dt l x M 100 α Psat.
dU = 100 x k x A x (Psat.) dt
Pext. x 100 α
- U l x M 100 α
Psat.
Integrando-se de Uo a Um, tem-se:
Pext. x 100 α - Uo
ln Psat. . = k x A x Psat. x t
Pext. x 100 α - Um l x M x α
Psat.
Como Pext. = Psat. x UR, pode-se escrever esta equação da seguinte forma:
100
ln UR x 100 α - Uo = k x A x Psat. x t , ou:
UR x 100 α - Um l x M x α
ln Ue - Uo = k x A x Psat. x t eq.(9)
Ue - Um l x M x α
c.q.d.
Onde,
UR x α = Ue = umidade de equilíbrio do produto (%)
Uo = umidade inicial do produto (%)
Um = umidade máxima do produto (%)
α = tangente da isoterma
k = permeabilidade da embalagem ao vapor d’água ( g x µ / m² x dia x mmHg )
Agora é possível determinar a T.P.V.A., através da eq. (10).
T.P.V.A. = k x Psat. X UR eq.(10)
l
Anexo 2
Pressão de vapor d'água entre 0 ºC e 100 ºC (mmHg)
c. 0,0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9
0
4,579 4,613 4,647 4,681 4,715 4,750 4,785 4,820 4,855 4,890
1
4,926 4,962 4,998 5,034 5,070 5,107 5,144 5,181 5,219 5,256
2
5,294 5,332 5,370 5,408 5,447 5,486 5,525 5,565 5,605 5,645
3
5,685 5,725 5,766 5,807 5,848 5,889 5,931 5,973 6,015 6,058
4
6,101 6,144 6,187 6,230 6,274 6,318 6,363 6,408 6,453 6,498
5
6,543 6,589 6,635 6,681 6,728 6,775 6,822 6,869 6,917 6,965
6
7,013 7,062 7,111 7,160 7,209 7,259 7,309 7,360 7,411 7,462
7
7,513 7,565 7,617 7,669 7,722 7,775 7,828 7,882 7,936 7,990
8
8,045 8,100 8,155 8,211 8,267 8,323 8,380 8,437 8,494 8,551
9
8,609 8,668 8,727 8,786 8,845 8,905 8,965 8,025 9,086 9,147
10
9,209 9,210 9,333 9,395 9,458 9,521 9,585 9,649 9,714 9,779
11
9,844 9,910 9,970 10,042 10,109 10,176 10,244 10,312 10,380 10,449
12
10,518 10,588 10,658 10,728 10,799 10,870 10,941 11,013 11,085 11,158
13
11,231 11,305 11,379 11,453 11,528 11,604 11,680 11,756 11,833 11,910
14
11,987 12,065 12,144 12,223 12,302 12,382 12,462 12,543 12,624 12,706
15
12,788 12,087 12,953 13,037 13,121 13,205 13,290 13,375 13,461 13,547
16
13,634 13,721 13,809 13,898 13,987 14,076 14,166 14,256 14,347 14,438
17
14,530 14,622 14,715 14,809 14,903 14,997 15,092 15,188 15,284 15,380
18
15,477 15,575 15,673 15,772 15,871 15,971 16,071 16,171 16,272 16,374
19
16,477 16,581 16,685 16,789 16,894 16,999 17,105 17,212 17,319 17,427
20
17,535 17,644 17,753 17,863 17,974 18,085 18,197 18,309 18,422 18,536
21
18,650 18,765 18,880 18,996 19,113 19,231 19,349 19,468 19,587 19,707
22
19,827 19,948 20,070 20,193 20,316 20,440 20,565 20,690 20,815 20,941
23
21,068 21,196 21,324 21,453 21,583 21,714 21,845 21,977 22,110 22,243
24
22,377 22,512 22,648 22,785 22,922 23,060 23,198 23,337 23,476 23,616
25
23,756 23,897 24,039 24,182 24,326 24,471 24,617 24,764 24,912 25,060
26
25,209 25,359 25,509 25,660 25,812 25,964 26,117 26,271 26,426 26,582
27
26,739 26,897 27,055 27,214 27,374 27,535 27,696 27,858 28,021 28,185
28
28,349 28,514 28,680 28,847 29,015 29,184 29,354 29,525 29,697 29,870
29
30,043 30,217 30,392 30,568 30,745 30,923 31,102 31,281 31,461 31,642
30
31,824 32,007 32,191 32,376 32,561 32,747 32,934 33,122 33,312 33,503
31
33,695 33,888 34,082 34,276 34,471 34,667 34,864 35,062 35,261 35,462
32
35,663 35,865 36,068 36,272 36,477 36,683 36,891 37,099 37,308 37,518
33
37,729 37,942 38,155 38,369 38,584 38,801 39,018 39,237 39,457 39,677
34
39,898 40,121 40,344 40,569 40,796 41,023 41,251 41,180 41,710 41,942
35
42,175 42,409 42,644 42,880 43,117 43,355 43,595 43,836 44,078 44,320
36
44,563 44,808 45,054 45,301 45,549 45,799 46,050 46,302 46,556 46,811
37
47,067 47,324 47,582 47,841 48,102 48,364 48,627 48,891 49,157 49,424
38
49,692 49,961 50,231 50,502 50,774 51,048 51,823 51,600 51,897 52,160
39
52,442 52,725 53,009 53,294 53,580 53,867 54,156 54,446 54,737 55,030
40
55,324 55,610 55,910 56,210 56,510 56,810 57,110 57,410 57,720 58,030
41
58,340 58,650 58,960 59,270 59,580 59,900 60,220 60,540 60,860 61,180
42
61,500 61,820 62,140 62,470 62,800 63,130 63,460 63,790 64,120 64,460
43
64,800 65,140 65,480 65,820 66,160 66,510 66,860 67,210 67,560 67,910
44
68,260 68,610 68,970 69,330 69,690 70,050 70,410 70,770 71,140 71,510
45
71,880 72,250 72,620 72,990 73,360 73,740 74,120 74,500 74,880 75,260
46
75,650 76,040 76,430 76,820 77,210 77,600 78,000 78,400 78,800 79,200
47
79,600 80,000 80,410 80,820 81,230 81,640 82,050 82,460 82,870 83,290
48
83,710 84,130 84,560 84,990 85,420 85,850 86,280 86,710 87,140 87,580
49
88,020 88,460 88,900 89,340 89,790 90,240 90,690 91,140 91,590 92,050
50
92,510 97,200 102,090 107,200 112,510 118,040 123,800 129,820 136,080 142,600
60
149,380 156,430 163,770 171,380 179,310 187,540 196,090 204,960 214,170 223,730
70
233,700 243,900 254,600 265,700 277,200 289,100 301,400 314,100 327,300 341,000
80
355,100 369,700 384,900 400,300 426,800 433,600 450,900 468,700 487,100 506,100
90
525,760 527,760 529,770 531,780 533,800 535,820 537,860 539,900 541,950 544,000
91
546,050 548,110 550,180 552,260 554,350 556,440 558,530 560,640 562,750 564,870
92
566,990 569,120 571,260 573,400 575,550 577,710 579,870 582,040 584,220 586,410
93
588,600 290,800 593,000 595,210 597,430 599,660 601,890 604,130 606,380 608,640
94
610,900 613,170 615,440 617,720 620,010 622,310 624,610 626,920 629,240 631,570
95
633,900 636,240 638,590 640,940 643,300 645,670 648,050 650,430 652,820 566,220
96
657,620 660,030 662,450 664,880 667,310 669,750 672,200 674,660 677,120 679,690
97
682,070 684,550 687,040 689,540 692,050 694,570 697,100 699,630 702,170 704,710
98
707,270 709,830 712,400 714,980 717,560 720,150 722,750 725,360 727,930 730,610
99
733,240 735,880 738,530 741,180 743,850 746,520 749,200 751,890 754,580 757,290
100
760,000 762,720 756,450 768,190 770,930 773,680 776,440 779,220 782,000 784,780
101
787,570 790,370 793,180 796,000 798,820 801,660 804,500 807,350 810,210 813,080
Fonte: (ANJOS, 1998)
Andice 1
Umidade medida das amostras de shiitake importados da China e Japão
Umidade inicial dos shitakes analisados na pesquisa (%)
marcas dos shiitakes importados desidratados
Amostras
Wang Hiroya Shandong
Kohyou Matukai Shanghai
1 11,05 11,06 11,34 10,32 10,70 10,82
2 10,76 11,32 11,76 11,31 10,50 10,81
3 10,61 11,26 10,83 10,73 9,65 10,35
4 11,02 11,13 10,24 10,45 11,09 10,65
5 10,93 11,29 11,64 10,26 10,93 10,12
6 11,06 11,61 10,82 10,72 11,66 10,29
Média 10,9 11,3 11,1 10,6 10,8 10,5
DP 0,2 0,2 0,6 0,4 0,7 0,3
Umidade inicial = Uo = médias dos valores obtidos
Uo = 10,90 + 11,28 + 11,10 + 10,63 + 10,75 + 10,51
6
Uo =
10,9
%
DP =
0,3
Apêndice 2
Determinação da média da umidade de equilíbrio para obtenção da isoterma de adsorção do shiitake
DADOS MEDIDOS EM LABORATÓRIO PARA O TRAÇADO DA ISOTERMA DE ADSORÇÃO DO SHITAKE WANG DESIDRATADO
Soluções salinas
Atividade
de água
M
sal
(g)
V
H2O
(mL)
M
placa
(g) M
produtoinicial
(g) M
placa+produtofinal
(g) M
trocada
(g)
1 Cloreto de Litio 0,1130 727,52 850
46,6281
49,5252
49,5316 1,2120
1,4625
1,4277
47,7625
50,966 50,8595
-0,0776
-0,0215
-0,0998
2 Cloreto de Magnesio 0,3278 599,50 1000
47,5351
41,9066
48,4375 1,2679
1,5317
1,1697
48,7727
43,4250
49,9355
-0,0303
-0,0133
0,3283
3 Carbonato de Potássio 0,4316 950,01 780
37,9751
51,3199
49,5164 1,3134
1,2682
1,3067
39,3188
52,633 50,7698
0,0303 0,0444 -0,0533
4 Brometo de Sódio 0,5757 782,00 800
46,6287
42,7190
49,0817 1,2086
1,1870
1,3508
47,8625
43,924 50,4748
0,0252 0,0183 0,0423
5 Iodeto de Potássio 0,6886 486,34 320
48,4602
50,8308
47,8621 1,2923
1,5763
1,2409
49,8243
52,51 49,1812
0,0718 0,1033 0,0782
6 Cloreto de Sódio 0,7510 305,80 750
49,3879
31,7491
50,9781 1,2023
1,2981
1,5544
50,7173
33,186 52,7001
0,1271 0,1383 0,1676
7 Sulfato de Amonia 0,8030 122,24 1000
49,9093
41,0366
41,7318 1,3968
1,1183
1,2758
51,6146
42,386 43,2043
0,3085 0,2309 0,1967
8 Cloreto de Potássio 0,8420 374,00 1000
40,9332
50,4064
49,9147 1,2671
1,2526
1,1495
9 Cloreto de Bário 0,9030 392,72 1000
38,1021
49,1273
48,6709 1,3775
1,2893
1,2434
10
Sulfato de Potássio 0,9750 472,96 500
35,6043
41,3001
42,1423 1,2646
1,3632
1,5643
Amostras descartadas por apresentar contaminação
microbiana
Umidade
Relativa
(%)
M
inicial
(g) M
final
(g)
Massa seca =
M inicial x (0,891)*
Umidade de equilíbrio, (%)
Média da
Umidade
de
equilíbrio,
(%)
M
trocada
= M
placa+produto final
- M
placa
- M
produto inicial
0
0
11,30
1,2120
1,4625
1,4277
1,1344 1,4410 1,3279 1,0799 1,3031 1,2721 4,81% 9,57% 4,20%
6,19
Teor de Umidade =
M
trocada
* 100
32,78
1,2679
1,5317
1,1697
1,2376 1,5184 1,4980 1,1297 1,3647 1,0422 8,72% 10,12%
descartado
9,42
M
produto inicial
43,16
1,3134
1,2682
1,3067
1,3437 1,3126 1,2534 1,1702 1,1300 1,1643 12,91%
13,91%
7,11%
11,31
57,57
1,2086
1,1870
1,3508
1,2338 1,2053 1,3931 1,0769 1,0576 1,2036 12,72%
12,25%
13,61%
12,86
* fator obtido a partir da determinação da umidade inicial
68,86
1,2923
1,5763
1,2409
1,3641 1,6796 1,3191 1,1514 1,4045 1,1056 15,59%
16,38%
16,18%
16,05
das amostras desidratadas obtidas do mercado
75,10
1,2023
1,2981
1,5544
1,3294 1,4364 1,7220 1,0712 1,1566 1,3850 19,42%
19,48%
19,57%
19,49
Umidade média = 10,86%
80,30
1,3968
1,1183
1,2758
1,7053 1,3492 1,4725 1,2445 0,9964 1,1367 27,02%
26,15%
22,80%
25,32
Portanto: 100% - 10,86% = 89,14% ou 0,891
84,20
Dessa forma: massa seca = M
inicial
x 0,891
90,30
97,50
Amostras descartadas por apresentar contaminação microbiana
Observação: Na UR = 32,78% um pondo foi descartado por apresentar um desvio significativo
Apêndice 3
Determinação da Umidade inicial do Shitake in natura
Massa do produto ( g )
Estufa
temperatura
105 ºC
Placa
(repetição)
t=0 t=1 t=4 t=6 t=7 t=8 t=11 t=14 t=atingiu
Umidade
do produto
in natura
( % )
1
32,6427 19,2165 3,1315 2,3228 2,3158 2,3053 2,3030 2,30130 2,3030 92,945%
2
32,3375 20,8511 4,6232 2,4894 2,4702 2,4574 2,4533 2,45010
3
31,3215 18,3166 3,4735 2,3116 2,3030 2,2911 2,2916 2,28460 2,2916 92,684%
4
31,6872 20,1816 3,6655 2,3506 2,3430 2,3290 2,3250 2,32390 2,3239 92,666%
5
32,2643 10,2826 5,0325 2,3621 2,3485 2,3380 2,3316 2,32790
sem
ventilação
6
31,6193 19,9764 3,5709 2,4276 2,4163 2,4033 2,4055 2,39380 2,4055 92,392%
7
30,9252 16,1657 2,8341 2,3633 2,3573 2,3449 2,3415 2,33600
8
31,4342 14,3715 2,5370 2,4510 2,4439 2,4363 2,4357 2,42500 2,4357 92,251%
9
31,0056 13,5254 2,5403 2,4513 2,4441 2,4307 2,4346 2,42680 2,4346 92,148%
10
31,0900 16,3710 2,9125 2,4125 2,4017 2,3890 2,3884 2,38160 2,3884 92,318%
11
30,3163 11,8135 2,5048 2,3948 2,3937 2,3820 2,3771 2,37170 2,3937 92,104%
com
ventilação
12
31,7512 15,7064 2,6765 2,5515 2,5454 2,5330 2,5283 2,52560
92,44%
0,30%
Andice 4
Medidas obtidas no processo de secagem do cogumelo shiitake
Medida
Tempo
(min)
Tempo
(h)
Massa
Total (g)
Massa
produto (g)
Massa de
água (g)
Massa de
Extrato Seco (g)
Umidade
(g.H
2
0/g.produto)
Tproduto
(ºC)
1 0 0,0 962,8 343,8 317,8 25,99 0,924 30,1
2 5 0,1 950,3 331,3 305,3 25,99 0,922 30,1
3 10 0,2 929,0 310,0 284,0 25,99 0,916 29,7
4 15 0,3 904,7 285,7 259,7 25,99 0,909 29,3
5 20 0,3 877,5 258,5 232,5 25,99 0,899 28,2
6 25 0,4 871,8 252,8 226,8 25,99 0,897 27,9
7 30 0,5 851,6 232,6 206,6 25,99 0,888 27,6
11 50 0,8 794,6 175,6 149,6 25,99 0,852 28,5
12 55 0,9 781,3 162,3 136,3 25,99 0,840 29,6
13 60 1,0 770,2 151,2 125,2 25,99 0,828 30,7
14 65 1,1 752,6 133,6 107,6 25,99 0,805 31,9
15 70 1,2 749,2 130,2 104,2 25,99 0,800 32,1
16 75 1,3 738,8 119,8 93,8 25,99 0,783 32,9
17 80 1,3 728,5 109,5 83,5 25,99 0,763 35,2
18 85 1,4 719,6 100,6 74,6 25,99 0,742 36,1
19 90 1,5 710,1 91,1 65,1 25,99 0,715 37,0
20 95 1,6 703,5 84,5 58,5 25,99 0,692 38,0
21 100 1,7 695,4 76,4 50,4 25,99 0,660 38,9
22 105 1,8 684,0 65,0 39,0 25,99 0,600 40,7
23 110 1,8 673,8 54,8 28,8 25,99 0,526 43,1
24 115 1,9 666,0 47,0 21,0 25,99 0,447 46,3
25 120 2,0 656,2 37,2 11,2 25,99 0,301 50,1
28 140 2,3 656,2 37,2 11,2 25,99 0,301 50,1
30 150 2,5 651,3 32,3 6,3 25,99 0,195 48,0
34 190 3,2 649,3 30,3 4,3 25,99 0,142 44,6
35 200 3,3 648,3 29,3 3,3 25,99 0,113 44,5
36 210 3,5 647,7 28,7 2,7 25,99 0,094 44,4
42 330 5,5 647,2 28,2 2,3 25,99 0,082 45,4
Segue, de forma detalhada, a origem de cada informação contida nessa tabela.
a. Medida: número de medidas realizadas no decorrer do experimento.
b. Tempo: períodos nos quais foram anotados os valores de peso do produto
durante o processo de desidratação.
c. Massa total: refere-se à soma da massa do shiitake a ser desidratado com a
massa das bandejas de acondicionamento do produto. Bandejas essas
conectadas a uma balança semi-analítica para coleta dos valores de peso nos
tempos determinados.
d. Massa do produto: É o valor observado na balança menos o peso do sistema
de bandejas (619,0 g)
e. Massa de água: É o resultado da subtração da massa do produto pelo extrato
seco.
f. Massa de extrato seco: A massa do extrato seco refere-se a tudo aquilo que
está presente no shiitake e não é água. A taxa de extrato seco determinada
nesse trabalho foi de 7,56%.
Para a determinação da taxa de extrato seco presente no shiitake, pode-se utilizar
os dados apresentados no Apêndice 3 (Determinação da umidade inicial do shiitake
in natura). Como resultado final, a média da umidade medida nesse experimento foi
de 92,44% com desvio padrão de 0,30%. Uma vez que a umidade está relacionada
com a quantidade de água presente no produto, o restante pode ser caracterizado
como extrato seco.
Portanto:
100% (peso do produto antes da secagem) - 92,44% (quantidade de água presente
no produto, determinado nessa secagem) = 7,56% de extrato seco.
g. Umidade (gH
2
O/g de produto): Trata-se da quantidade de água em gramas
presentes em cada grama de shiitake. Esse valor é fundamental para o
desenho da curva de secagem do produto. Abaixo seguem os cálculos do
valor apresentado na primeira linha da tabela apresentada.
343,8g de shiitake possuem 317,8g H
2
O, logo, em 1,0g de produto tem-se:
343,8g. de shiitake 317,8 g. H
2
O
1,0g de shiitake X g H
2
O
X = (330,4 x 1,0) / 343,8
X = 0,924 g H
2
O/g de shiitake
Além disso, é possível ainda extrair os seguintes dados do experimento acima:
h. Temperatura do produto (ºC)
Segue representada na tabela a variação da temperatura medida no interior
do shiitake, durante o processo de secagem.
i. Porcentagem de secagem: 91,79%
Trata-se da quantidade de água, expressa em porcentagem, extraída durante
o processo de desidratação, conforme apresentado abaixo.
Onde:
343,8g de produto (massa inicial) - 100%
(343,8. - 28,2g) de produto (massa final) - Y
Y = [(343,8g - 28,2g) x 100)] / 343,8g
Y = 91,79%
Além disso, ainda é possível observar os seguintes dados do experimento acima:
j. Umidade inicial = 92,44%
k. Umidade final = 8,16%
k. Extrato seco = 26,0g (7,56% do peso do produto)
Andice 5
Determinação da área da embalagem calculada empiricamente
Para determinar a área da embalagem, precisa-se identificar a densidade do shiitake
desidratado. O produto foi então acondicionado em um recipiente com capacidade
para armazenar 1 litro de água. Duas avaliações foram realizadas: a primeira para
verificar a quantidade de produto que cabia no recipiente com a compactação do
mesmo e a segunda, com o produto acondicionado sem compactação. Os
resultados foram os seguintes:
a. Densidade: produto não compactado = 59 g / l de água
b. Densidade: produto compactado = 79 g / l de água
Para maior segurança do projeto de embalagem, os cálculos foram realizados,
considerando a densidade do produto não compactado.
Como 59 g de produto cabem em um recipiente para 1 litro de água, para conter os
1.000 g de shiitake a serem embalados, será necessária uma embalagem capaz de
conter 16,95 litros de água, pois:
59 g de shiitake - “embalagem” para armazenar 1,0 litro de água
1.000 g de shiitake - z
z = (1.000 x 1,0) / 59
z = 16,95 litros
Sabe-se com um simples experimento que 0,69 m² de embalagem é capaz de conter
20 litros de água, portanto:
20 litros de água - 0,69 m² de embalagem
16,95 litros de água - w
w = (16,95 x 0,69) / 20
w = 0,585 m² de embalagem, portanto:
A = 0,585 m²
Andice 6
Demonstrativo dos cálculos para obtenção da constante k (taxa de
permeabilidade da embalagem) e da T.P.V.A. (taxa de permeabilidade do vapor
d’ água)
Para calcular a variável k, seguem todos os parâmetros determinados para
substituição na equação (1).
Variáveis determinadas:
a. = 0,1925
b. Ue
75%
= 14,44%
c. Ue
90%
= 17,32%
d. Uo = 10,86% (bu)
e. Um = 43,16%
f. A = 0,585 m²
g. Psat. 25ºC = 23,756 mmHg
h. Psat. 38ºC = 46,692 mmHg
i. M = 1.000 g
j. t = 360 dias
1
a
condição: UR = 75%; Temperatura = 25 ºC,
ln Ue - Uo = k x A x Psat. x t
Ue - Um l x M x α
ln 14,44 - 10,86 = k x 0,585 x 23,756 x 360
14,44 - 43,16 l 1.000 x 0,1925
ln 3,58 = k x 5003,0136
- 28,72 l 192,5
2
ln (-0,1246) = k x 25,9897
l
2,0822 = k = 0,0801
25,9897 l
Admitindo-se l = 100 µ, tem-se:
Para transformar k para T.P.V.A., tem-se:
T.P.V.A. = k x Psat. x UR
l
T.P.V.A. = k x Psat. x UR
l
T.P.V.A. = 8,01 x 23,756 x 0,75
100
2
a
condição: UR = 90%; Temperatura = 38 ºC,
ln Ue - Uo = k x A x Psat. x t
Ue - Um l x M x α
ln 17,32 - 10,86 = k x 0,585 x 46,692
x 360
17,32 - 43,16 l 1.000 x 0,1925
ln 6,46 = k x 9833,335
- 25,84 l 192,5
ln ( - 0,25) = k
x 51,082
l
T.P.V.A. = 1,43 g
H20
/ m² x dia
k = 8,01 g/m² x dia x mmHg
3
1,3863 = k = 0,0271
51,082 l
Admitindo-se l = 100µ, tem-se:
Para transformar k para T.P.V.A., tem-se:
T.P.V.A. = k x Psat. x UR
l
T.P.V.A. = k x Psat. x UR
l
T.P.V.A. = 2,71 x 46,692 x 0,90
100
T.P.V.A. = 1,14 g
H20
/ m² x dia
k = 2,71 g/m² x dia x mmHg
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