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A integração refere-se mais especificamente à inserção de alunos com
deficiências nas escolas comuns, mas seu emprego dá-se também para
designar alunos agrupados em escolas especiais para pessoas com
deficiência, ou mesmo em classes especiais, grupos de lazer ou residências
para deficientes (MANTOAN, 2004, p. 22).
Já na proposta de inclusão, há um modo de interação social, no qual valores e atitudes
influenciam para modificar a estrutura da educação escolar e da própria sociedade (KAFROUNI;
PAN, 2001). A inclusão não atinge apenas alunos com deficiência e os que apresentam
dificuldades de aprender, mas todos os demais, questionando-se políticas, organização da
educação especial e regular, assim como o próprio conceito de integração.
Sassaki (1998) faz outra distinção, conceituando a integração como inserção do
deficiente preparado para conviver na sociedade e a inclusão como uma mudança sine qua non na
sociedade, para que a pessoa portadora de deficiência
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possa se desenvolver e exercer a
cidadania.
Em virtude do que foi explanado, é necessário abordar, ainda que brevemente, o
processo histórico acerca da inserção de pessoas com necessidades especiais.
Historicamente, o atendimento às pessoas “não normais” se iniciou em 1789, final do
século XVIII, na Europa Ocidental, por Phillipe Pinel, um médico que, ao libertar dos porões os
portadores de alienação mental condenados ao isolamento, devido aos pensamentos vigentes
naquela época, acabou por modificar a estrutura do pensamento do povo em relação aos doentes
mentais (FOUCALT, 1978).
Pinel, em 1789, segundo Foulcalt (1978), apresentou uma proposta humanitária para
tratá-los e foi a partir deste movimento médico que surgiu, no século XIX, a escolarização dos
sujeitos com necessidades especiais. Inicialmente, tal escolarização era oferecida por instituições
que ficavam responsáveis pela educação de cegos, retardados e surdos. Os atendimentos eram
segregados e todos os tipos de sujeitos, independente das necessidades especiais que possuíam,
eram tratados juntos, da mesma forma, não apresentando, dessa maneira, os resultados esperados.
Isto é, mudança de comportamento, melhoria da qualidade de vida, socialização, diminuição de
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Este termo foi substituído pelo termo NEE, pois ele segundo FONSECA (1995), vem para minimizar dicotomias
("normal-anormal", "deficiente - não-deficiente", "desviante - não-desviante") e para modificar a concepção da
existência do "deficiente" e incluir a noção de que, se por um lado existe a deficiência na pessoa, por outro existem
necessidades educativas (potencialidades) que precisam ser estimuladas e desenvolvidas para que a criança venha a
ter uma melhor forma de estar no mundo.