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UNIVERSIDADE DE CAXIAS DO SUL
PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM TURISMO
Thiago José Costa Alves
RESPONSABILIDADE DE HÓSPEDES EM RELAÇÃO À VARIÁVEL
AMBIENTAL: ESTUDO DE CASO DE DOIS MEIOS DE HOSPEDAGEM
Caxias do Sul
2008
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THIAGO JOSÉ COSTA ALVES
RESPONSABILIDADE DE HÓSPEDES EM RELAÇÃO À VARIÁVEL
AMBIENTAL: ESTUDO DE CASO DE DOIS MEIOS DE
HOSPEDAGEM
Dissertação submetida à banca examinadora designada
pelo Colegiado do Programa de Pós-Graduação em
Turismo da Universidade de Caxias do Sul, como parte
dos requisitos necessários para a obtenção do título de
mestre em Turismo.
Área de Concentração: Desenvolvimento do Turismo
Regional
Linha de Pesquisa: Turismo e Hotelaria: Organização e
Gestão
Orientadora: Profa. Dra. Suzana Maria De Conto
Universidade de Caxias do Sul
Caxias do Sul
2008
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“Responsabilidade de Hóspedes em relação à variável ambiental:
Estudo de caso de dois meios de hospedagem”
Thiago José Costa Alves
Dissertação de Mestrado submetida à Banca Examinadora
designada pelo Colegiado do Programa de Pós-Graduação em
Turismo da Universidade de Caxias do Sul, como parte dos
requisitos necessários para a obtenção do título de Mestre em
Turismo, Área de Concentração: Desenvolvimento Regional do
Turismo.
Caxias do Sul, 27 de junho de 2008.
Banca Examinadora:
Profa. Dra. Suzana Maria De Conto (Orientadora)
Universidade de Caxias do Sul
Profa. Dra. Cláudia Echevenguá Teixeira
Universidade de Caxias do Sul
Profa. Dra. Rosane Maria Lanzer
Universidade de Caxias do Sul
Profa. Dra. Celia Maria de Moraes Dias
Universidade de São Paulo
Aos meus pais, José Alves de Oliveira e Maria do Carmo Gama Costa,
pela compreensão dos benefícios humanos relacionados a distância de
quem ama.
Aos meus irmãos, Diogo José Costa Alves e Layana Costa Alves, pelo
grande incentivo e pela compreensão da importância de se investir em
educação.
À minha companheira, Juliane Marques de Souza, pela firmeza e
sabedoria que sempre soube tratar as difíceis questões sem muitos
problemas, tornando meu mundo mais alegre e por ceder toda a sua
família maravilhosa, que nos momentos de saudade supriram a
necessidade do aconchego de um lar.
À tia Silvia e Andreza pelo acolhimento quase que pernambucano.
A todos aqueles amigos, funcionários da UCS, entre outros, que de
alguma forma fizeram parte desta caminhada, contribuindo para o
amadurecimento desta pesquisa. Vocês fazem parte da minha vida.
AGRADECIMENTOS:
À Professora Suzana Maria De Conto, por compreender minhas
carências e necessidades ao tornear meu caminho durante essa
caminhada e a seus pupilos Marcelo Zaro e Josiane Pistorello.
Ao corpo docente do PPGTUR, em especial os professores Rafael dos
Santos, Margarita Barretto e Susana Gastal, pelo apoio nas horas mais
difíceis.
Aos que se tornaram amigos fiéis durante o Mestrado (turmas V, VI e
VII) e que, nas horas de maior pressão, ajudaram na caminhada, em
especial: Gilmar, Tâmisa, Tiago Patias (grande companheiro de luta),
Rita, Marcelo, Pablo, Élcio, Cardona, Alex e Marieli.
Aos grandes momentos que foram divididos (desesperos e alegrias)
com a maior secretária da UCS, Regina.
Aos meios de hospedagem Cosmos Hotel e Pousada Blumenberg, sem
eles não seria possível esta pesquisa.
[...] o homem metropolitano, premido pelo exíguo e poluído do
espaço, que sempre é dos outros, pelo limitado tempo que é obrigado a
viver, pelo sonho que não é mais colorido, pela velocidade dos
acontecimentos e pela irreversibilidade vivida no cotidiano,
certamente se sente mais impotente, mais amargo e menos criativo.
(FERREIRA, 2000, p. 139).
RESUMO
A presente pesquisa se propõe a analisar informações de hóspedes sobre meio
ambiente, considerando a seguinte pergunta: a variável ambiental é contemplada na escolha
do meio de hospedagem e do destino turístico? Para tal foram selecionados dois meios de
hospedagem: o primeiro localizado na cidade de Canela e o segundo no município de Caxias
do Sul. Como objetivos específicos desta pesquisa, podem ser citados, verificar: a) o perfil
dos hóspedes dos dois meios de hospedagem; b) como o hóspede obtém informações sobre os
municípios e meios de hospedagem; c) o conhecimento dos hóspedes sobre o saneamento
básico do município de origem e da destinação turística; d) ocorrência de separação dos
resíduos pelos hóspedes em sua residência e no meio de hospedagem; e) se o saneamento
básico é fator de escolha do meio de hospedagem pelos hóspedes; f) se “práticas ambientais”
é fator de escolha dos meios de hospedagem pelos hóspedes; g) se o hóspede tem
compromisso com o meio ambiente e h) se os meios de hospedagem devem ter compromisso
com o meio ambiente. Para atender aos objetivos propostos por este estudo, foram aplicados
questionários nos dois meios de hospedagem, durante dois períodos distintos, alta e baixa
estação, respeitando o calendário turístico de cada município. A primeira parte do
questionário está relacionada às perguntas sobre dados pessoais dos hóspedes: a) idade;
b)gênero; c) escolaridade; d) motivos da viagem; e) município de origem; f) informação sobre
responsabilidade ambiental e g) como obteve informações do município e do meio de
hospedagem visitado. Na segunda parte do questionário, intitulado “Motivos para escolha do
destino turístico e dos meios de hospedagem”, foram utilizadas questões que buscam
identificar motivações e percepções dos hóspedes em relação à variável ambiental. Essa parte
contemplou situações como: a) informações sobre o conhecimento da situação de saneamento
básico gua de abastecimento, resíduos sólidos e tratamento de esgoto) do município de
origem dos hóspedes; b) informações sobre o conhecimento da situação de saneamento básico
do destino turístico; c) informações sobre a separação dos resíduos sólidos em casa e nos
meios de hospedagem; d) informações sobre o saneamento básico (água de abastecimento,
resíduos sólidos e tratamento de esgoto) e práticas ambientais serem fatores decisivos na
escolha do destino turístico e e) informações sobre o compromisso do hóspede e dos meios de
hospedagem com a preservação do meio ambiente. Os resultados permitem concluir que os
hóspedes manifestam interesse pelas relações entre turismo, meio de hospedagem e meio
ambiente. Porém, ainda uma lacuna nas informações dos mesmos sobre a situação
ambiental dos destinos turísticos e meios de hospedagem. Cabe destacar que o papel do
hóspede é importante na tomada de decisão dos gestores, interferindo na adoção de práticas
ambientais no âmbito dos meios de hospedagem.
Palavras-chave: Turismo. Responsabilidade ambiental. Meios de hospedagem. Hóspedes.
ABSTRACT
This research wants to study the relation between the guests’ behaviour and the
environment, regarding the next question: Is the environmental variable regarded in the choice
of the hotel and the touristic destinations? To this, two hotels were selected, the first located
in the Canela city, and the second in the Caxias do Sul city. In this research the specifics
purposes are: a) the guests profile in the both hotels; b) how the guest gets information about
the cities and the hotels; c) the guests’ knowledge about the hometown’s and touristic
destination’s health measures; d) the occurrence of waste separation by the guest at their
houses and at the hotel; e) if the health measures is factor of choice of the hotel by the guests;
f) if “environmental practices” is factor of choice of the hotel by the guests; g) if the guests
have a commitment with the environment and h) if the hotels should have a commitment with
the environment. To attend the purposes of this study, questionnaires were applied with the
guests of the two hotels during two different periods, high and low season, respecting the
hotels touristic calendar. The questionnaire have two parts: the first with questions about the
personal information, where are contemplated data like: a) age; b) gender; c) instruction; d)
the motivation to travel; e) the hometown; f) information about environmental responsibility
and g) how the tourist gets information about the city and the hotel visited. In the second part
entitled “Motivations in the choice of the Touristic Destination and the Hotels” questions
intent to identify guests’ motivations and perceptions in relation to environmental variable.
This part regarded situations like: a) information about the knowledge of the guests hometown
health measures situation (supply water, waste and sewerage treatment); b) information about
the knowledge of the touristic destination health measures situation; c) information about the
waste separation at home and at the hotel; d) information if the health measures and
environmental practices are important factors to the choice of the touristic destination and e)
information about guests and hotels engagement with environmental preservation. The results
allow to conclude that the guests show interest about the relations between the tourism, the
hotels and the environment. However, there is a lacuna in the information about the
environmental situation of the touristic destinations and the hotels. It is noted that the guest
role is important in the make decision of managers, interfering in the adoption of
environmental practices in the hotels scope.
Key words: Tourism. Environmental responsibility. Hotels. Guests.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
QUADROS
Quadro 1: Calendário de coletas no município de Caxias do Sul ..................................................... 52
Quadro 2: Calendário de coletas no município de Canela ................................................................ 53
Quadro 3: Controle de questionários no meio de hospedagem do município de Canela.................. 53
Quadro 4: Controle de questionários no meio de hospedagem do município de Caxias do Sul....... 54
Quadro 5: Distribuição de freqüência e indicações dos hóspedes sobre município e locais de
origem do meio de hospedagem em Canela...................................................................................... 66
Quadro 6: Distribuição de freqüência e indicações dos hóspedes sobre município e locais de
origem do meio de hospedagem em Caxias do Sul........................................................................... 66
Quadro 7: Sobre não realizar a separação dos resíduos sólidos em sua residência e no meio de
hospedagem no município de Caxias do Sul..................................................................................... 79
TABELAS
Tabela 1 Distribuição de freqüência e porcentagem de indicações dos hóspedes sobre dados
pessoais (faixa etária, sexo, escolaridade e informações sobre o meio ambiente) no meio de
hospedagem do município de Canela................................................................................................ 56
Tabela 2 Distribuição de freqüência e porcentagem de indicações dos hóspedes sobre dados
pessoais (faixa etária, sexo, escolaridade e informações sobre o meio ambiente) no meio de
hospedagem do município de Caxias do Sul..................................................................................... 57
Tabela 3 Distribuição de freqüência e porcentagem de indicações dos hóspedes sobre as
motivações e informações (de viagem, do município e do meio de hospedagem) no meio de
hospedagem do município de Canela................................................................................................ 61
Tabela 4 Distribuição de freqüência e porcentagem de indicações dos hóspedes sobre as
motivações e informações (de viagem, do município e do meio de hospedagem) no meio de
hospedagem do município de Caxias do Sul..................................................................................... 64
Tabela 5 Distribuição de freqüência e porcentagem de indicações de hóspedes sobre
saneamento básico no município de origem, no meio de hospedagem do município de Canela...... 69
Tabela 6 Distribuição de freqüência e porcentagem de indicações de hóspedes sobre
saneamento básico no município de origem, no meio de hospedagem do município de Caxias
do Sul................................................................................................................................................. 70
Tabela 7 Distribuição de freqüência e porcentagem de indicações de hóspedes sobre
saneamento básico na destinação turística, no meio de hospedagem do município de Canela......... 71
Tabela 8 Distribuição de freqüência e porcentagem de indicações de hóspedes sobre
saneamento básico na destinação turística, no meio de hospedagem do município de Caxias
do Sul................................................................................................................................................. 73
Tabela 9 Distribuição de freqüência e porcentagem de indicações sobre a separação dos
resíduos sólidos em sua residência e no meio de hospedagem, no município de Canela ................. 77
Tabela 10 Distribuição de freqüência e porcentagem de indicações sobre a separação dos
resíduos sólidos em sua residência e no meio de hospedagem, no município de Caxias do Sul...... 78
Tabela 11 – Distribuição de freqüência e porcentagem de indicações de hóspedes sobre
saneamento básico ser fator decisivo para a escolha do destino turístico, no meio de
hospedagem do município de Canela................................................................................................ 84
Tabela 12 – Distribuição de freqüência e porcentagem de indicações de hóspedes sobre
saneamento básico ser fator decisivo para a escolha do destino turístico, no meio de
hospedagem do município de Caxias do Sul..................................................................................... 85
Tabela 13 – Distribuição de freqüência e porcentagem de indicações de hóspedes sobre
práticas ambientais ser fator decisivo para a escolha do meio de hospedagem, no município de
Canela................................................................................................................................................ 88
Tabela 14 – Distribuição de freqüência e porcentagem de indicações de hóspedes sobre
práticas ambientais ser fator decisivo para a escolha do meio de hospedagem, no município de
Caxias do Sul..................................................................................................................................... 89
Tabela 15 Distribuição de freqüência e porcentagem de indicações sobre ter compromisso
com o meio ambiente, no município de Canela ................................................................................ 93
Tabela 16 Distribuição de freqüência e porcentagem de indicações sobre ter compromisso
com o meio ambiente, no município de Caxias do Sul ..................................................................... 94
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO....................................................................................................................14
2 RELAÇÕES ENTRE O TURISMO E O MEIO AMBIENTE.............................................18
2.1 Impactos ambientais do turismo......................................................................................................18
2.2 Hóspedes ambientalmente responsáveis..........................................................................................24
2.3 Hóspedes x responsabilidade ambiental..........................................................................................29
2.4 Meios de hospedagem ambientalmente corretos.............................................................................32
2.5 Meios de hospedagem x responsabilidade ambiental......................................................................36
2.6 Comportamento do consumidor no processo decisório...................................................................40
3 MÉTODO DE COLETA DE DADOS..................................................................................46
3.1 Características dos municípios onde os dados foram coletados ......................................................46
3.1.1 Caxias do Sul................................................................................................................................46
3.1.2 Canela...........................................................................................................................................47
3.2 Seleção dos meios de hospedagem..................................................................................................49
3.2.1 Características dos hotéis onde os dados foram coletados ...........................................................49
3.3 Sujeitos............................................................................................................................................50
3.4 Instrumento de coleta de dados........................................................................................................50
3.4.1 Ferramenta estatística...................................................................................................................50
3.4.2 Procedimentos para elaboração do questionário...........................................................................50
3.4.3 Procedimento para aplicação dos questionários ...........................................................................51
3.4.4 Freqüência de hóspedes em relação aos questionários respondidos.............................................53
4-
INFORMAÇÕES SOBRE DADOS PESSOAIS E MOTIVAÇÕES DE
HÓSPEDES DE DOIS MEIOS DE HOSPEDAGEM..............................................................55
5-INFORMAÇÕES SOBRE O SANEAMENTO BÁSICO DOS MUNICÍPIOS DE ORIGEM
E DOS DESTINOS TURÍSTICOS...........................................................................................68
6-A SEPARAÇÃO DOS RESÍDUOS NO DOMICÍLIO E NO MEIO DE
HOSPEDAGEM.......................................................................................................................77
7-INFORMAÇÕES SOBRE SANEAMENTO BÁSICO COMO FATOR DECISIVO PARA
ESCOLHA DO DESTINO TURÍSTICO PELOS HÓSPEDES DE DOIS MEIOS DE
HOSPEDAGEM.......................................................................................................................83
8-INFORMAÇÕES SOBRE PRÁTICAS AMBIENTAIS COMO FATOR DECISIVO PARA
ESCOLHA DE MEIOS DE HOSPEDAGEM..........................................................................88
9-A RESPONSABILIDADE DOS HÓSPEDES E DOS MEIOS DE HOSPEDAGEM
MEDIANTE A VARIÁVEL AMBIENTAL............................................................................93
10 CONSIDERAÇÕES FINAIS.............................................................................................102
REFERÊNCIAS......................................................................................................................105
APÊNDICES...........................................................................................................................113
APÊNDICE A – Questionário.........................................................................................................114
APÊNDICE B – Carta aos recepcionistas.......................................................................................117
14
1 INTRODUÇÃO
Os meios de hospedagem são empreendimentos importantes para se entender o
comportamento de alguns atores que interagem durante a atividade do turismo. Esse segmento
é responsável por grande parte de empregos gerados e por considerável criação de divisas.
Porém, assim como qualquer outro empreendimento, um meio de hospedagem também se
caracteriza por intervir e modificar o funcionamento natural das variáveis ambientais, sociais,
econômicas e culturais. Os meios de hospedagem são empreendimentos que apresentam
rotinas bem definidas de operação. É visível que, durante seu funcionamento, acontece o
consumo de água, de energia elétrica, geração de resíduos sólidos, emissão de efluentes
líquidos, entre outros.
Nessa direção, para se entender como funciona a relação da atividade turística com o
meio ambiente, é interessante analisar a postura de outro personagem nessa cadeia de
consumo, o hóspede. O hóspede é o principal responsável pelo funcionamento desses
estabelecimentos, pois apresenta uma relação de compra e usufruto do produto turístico, o
que, por sua vez, caracteriza uma relação de interdependência com os meios de hospedagem.
Sob análise da relação existente, é interessante destacar que esse ator exerce
considerável influência nas decisões tomadas pelos gestores de meios de hospedagem. Diante
dessa afirmativa, o hóspede é o principal objeto de estudo desta investigação. Em busca de
restringir ainda mais a abrangência da investigação, o estudo tem como interesse identificar as
informações dos hóspedes em relação às práticas ambientais adotadas pelos meios de
hospedagem, pelos municípios de origem do hóspede e pela destinação turística.
Diante dessas perspectivas, o estudo se propõe a esclarecer os seguintes
questionamentos: a) os hóspedes conhecem a situação de saneamento básico dos municípios
de origem e do destino turístico (origem da água de abastecimento, destino dos resíduos
sólidos e tratamento de esgoto)?; b) o hóspede costuma separar os resíduos sólidos em sua
residência e nos meios de hospedagem?; c) a situação do saneamento básico do município
(origem da água de abastecimento; destino dos resíduos sólidos e tratamento de esgoto) é
fator decisivo na escolha do destino turístico?; d) os hóspedes e os meios de hospedagem são
responsáveis por interferências no funcionamento do meio ambiente?
Esses questionamentos ilustram a existência de lacunas no que tange ao
comportamento do hóspede e às práticas ambientais nos empreendimentos hoteleiros. A fim
de contextualizar as relações que se encontram neste estudo, foram sistematizadas
15
informações relacionadas aos impactos ambientais causados pelo turismo; aos hóspedes
ambientalmente corretos; à responsabilidade ambiental do hóspede; aos meios de hospedagem
ambientalmente corretos; à responsabilidade ambiental dos meios de hospedagem e ao
comportamento dos hóspedes em relação ao consumo.
Para a construção do estudo, foram escolhidos dois meios de hospedagem da Serra
gaúcha. O primeiro, na cidade de Caxias do Sul e o segundo no município de Canela. Foram
aplicados questionários em quatro períodos distintos (baixa e alta temporada turística), com o
intuito de contemplar as divergências entre os hóspedes em diferentes motivações e em
distintas épocas do ano.
Diante da sistematização do conhecimento, realizada previamente ao estudo nos
principais meios de publicações científicas nacionais e internacionais, pode-se verificar que
existe visível carência no tratamento do tema relacionado à responsabilidade ambiental do
hóspede.
Tendo em vista a existência de um reduzido número de programas de pós-graduação
em turismo no Brasil, é oportuno afirmar a necessidade de busca de informações em outros
programas. Para tal, foi utilizada a ferramenta Banco de Teses (Capes, 2007) e (UCS, 2008d).
Dentre os estudos encontrados, destacam-se os seguintes: Martins (2002), Santos (2002),
Palhares (2003), Ziembowics (2003), Lima (2003), Scatena (2005), Silva (2005), Azevêdo
(2006), Brito (2006), Ferrari (2006), Genta (2006), Jasper (2006), Romeiro (2006), Zucarato
(2006), Pereira (2007), Silva (2007).
A fim de considerar estudos recentes que estão sendo desenvolvidos no Brasil, alguns
eventos foram contemplados durante a sistematização do conhecimento (SEMINÁRIOS DE
PESQUISA EM TURISMO DO MERCOSUL, 2003, 2004, 2005, 2006; SEMINÁRIO DA
ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE PESQUISA EM TURISMO, 2007; ENCONTRO
NACIONAL DE TURISMO DE BASE LOCAL, 2004). Alguns artigos foram tratados como
interessantes e significativos durante a sistematização do conhecimento. Foram eles: Amorim
e Ramos (2003), Bonilla e De Conto (2003); Cesa e De Conto (2003), Petkow, Cury e Grande
(2003), Souza (2003), Almeida Junior e Oliveira (2004), Posati (2004), Novaes (2005), Posati
(2004), Da Silva et al. (2006) e Alves e Cavalvanti (2006).
Ao tratar dos trabalhos publicados em revistas nacionais e internacionais, é visível a
riqueza de informações contidas nos periódicos: Turismo em Análise; Turismo Visão e Ação;
Analls of Tourism Research; Tourism Management e Journal of Travel Research. Foram
encontrados os seguintes estudos: Guardani, Aruca e Araujo (1996), Gândara (2000), Hassan
(2000), Gouvea e Hranalova (2004), De Conto e Posser (2005), Hudson e Miller (2005), Chan
16
e Wong (2006), Choi e Sirakaya (2006), Kim, Borges e Chon (2006), Le et al. (2006),
Erdogan e Baris (2007) e Kelly et al. (2007).
Ressalta-se que nenhum dos trabalhos tratou do tema responsabilidade ambiental do
hóspede em meios de hospedagem. Diante desse fato, é significativa a realização da
investigação relacionada à responsabilidade ambiental de hóspedes.
A relevância do tema “Responsabilidade ambiental em meios de hospedagem” está
fundamentada nos seguintes aspectos: a) carência de estudos que examinem as questões de
responsabilidade ambiental dos hóspedes em meios de hospedagem; b) carência de estudos
que examinem o saneamento ambiental, como fator de escolha de um produto; c) carência de
estudos que examinem o comprometimento dos hóspedes e dos meios de hospedagem no que
tange ao ambiente.
Em decorrência da produção desse conhecimento, é possível desenvolver novos
estudos voltados ao spede e ao funcionamento ambientalmente correto de meios de
hospedagem, assim como tentar evitar o surgimento de problemas ambientais relacionados ao
seu comportamento.
Diante dessa problemática, emerge como tema central deste estudo: a responsabilidade
ambiental dos hóspedes de meios de hospedagem. Define-se, a partir dela, o problema de
pesquisa que vai nortear o presente estudo: a variável ambiental é contemplada pelo hóspede
na escolha do meio de hospedagem e do destino turístico?
Contudo, para que pudessem ser alcançados os objetivos propostos, buscando-se as
elucidações necessárias, foi preciso relacionar os hóspedes de meios de hospedagem com as
práticas de saneamento ambiental em meios de hospedagem, estabelecidas dentro de um
roteiro: nesse caso, dois meios de hospedagem. Dessa forma, o presente estudo quer
identificar:
(1) o perfil do hóspede de dois meios de hospedagem (idade, escolaridade, sexo,
considerar-se bem-informado quanto à questão ambiental e motivação da viagem);
(2) como o hóspede obtém informações sobre municípios e meios de hospedagem;
(3) o conhecimento dos hóspedes sobre o serviço de saneamento básico (água de
abastecimento, gerenciamento de resíduos sólidos e tratamento de esgoto) do município de
origem do hóspede e do mesmo serviço na destinação turística;
(4) a ocorrência da separação dos resíduos pelos hóspedes em sua residência e no meio
de hospedagem;
(5) se o saneamento básico é fator de escolha dos meios de hospedagem pelos
hóspedes;
17
(6) se as práticas ambientais são fator de escolha dos meios de hospedagem pelos
hóspedes;
(7) se o hóspede tem compromisso com o meio ambiente e
(8) se os meios de hospedagem devem ter compromisso com o meio ambiente.
18
2 RELAÇÕES ENTRE O TURISMO E O MEIO AMBIENTE
Neste capítulo de revisão bibliográfica, apresentam-se, no primeiro tempo, os impactos
ambientais motivados e, por vezes, ocasionados pela atividade turística. Nessa parte são
abordados conceitos, agentes interferentes e variáveis que devem ser contempladas durante a
atividade turística, desde o planejamento até seu acontecimento de forma harmônica. Na
segunda parte, o hóspede aparece como principal ponto de debate, quando são discutidas
modificações de comportamento para escolha do produto turístico.
Na terceira parte deste capítulo, são discutidas as questões que tratam do
comportamento do hóspede em relação às suas responsabilidades ambientais, como agente
interferente e participante da cadeia de consumo do turismo. Já na quarta parte, abre-se debate
sobre as posturas de meios de hospedagem, que tratam da questão ambiental como sendo
prioridade de seu funcionamento.
Na quinta parte do capítulo, são consideradas as relações entre os meios de hospedagem
e a variável ambiental, como empreendimento que tem uma rotina semelhante a de uma
indústria, sendo responsável por suas emissões e pelo controle das mesmas. Na sexta e última
parte são considerados estudos que têm como foco de debate o comportamento do hóspede, o
produto turístico e as motivações de escolha e consumo desse produto.
2.1 Impactos ambientais do turismo
O turismo é um fenômeno complexo, que deve ser considerado, por exercer e sofrer
influências nos âmbitos cultural, social, econômico e ambiental. Este estudo analisa o tema
atendendo especificamente à variável ambiental, porém sem desconsiderar a importância das
outras interfaces. Para Leão e Falcão (2002), o meio ambiente é responsável por novas
perspectivas de evolução. Odum (1988, p. 1) explica que, devido aos avanços tecnológicos,
parece que se depende menos do ambiente natural para suprir as nossas necessidades diárias;
esquece-se que a nossa dependência da natureza continua. Além disso, os sistemas
econômicos de toda e qualquer ideologia política valorizam as coisas feitas por seres
humanos, que trazem benefício primariamente para o indivíduo, mas desconsideram os
produtos e “serviços” da natureza que trazem benefício para toda a sociedade.
Leão e Falcão (2002, p. 21) dizem que “o futuro da nossa sociedade depende da
preservação dos elementos naturais, tanto quanto depende da nossa capacidade de inventar o
novo, de criatividade”. Com uma perspectiva de conservação ambiental relacionada à
19
interdependência humana dos recursos ambientais, Odum (1997, p. 649) ressalta que o
verdadeiro objetivo da conservação é duplo: a) o de assegurar a preservação de um ambiente
de qualidade que garanta tanto as necessidades estéticas quanto as de produtos e b) o de
assegurar uma produção contínua de plantas, animais e materiais úteis, mediante o
estabelecimento de um ciclo equilibrado de colheita e renovação.
A atividade do turismo, durante seu período de existência, apresenta características de
interferências ambientais, na forma como o processo se desenvolve. Trata-se de um fenômeno
que necessita, em grande parte, do ambiente para acontecer. Diante de tal fato, é
imprescindível a preocupação, por parte dos atores participantes da atividade, em manter
reflexões construtivas atreladas aos danos causados ao ambiente, durante sua execução. Para
Coriolano (2002, p. 37), qualquer tipo de turismo precisa atender às exigências da ecologia,
integrando lazer, conservação da natureza, sociedade e valorização da cultura. Ainda o autor
destaca que todo turismo precisa ser ecológico.
Diante de tal acontecimento, é importante entender o que acontece nesse processo e
estabelecer esclarecimentos no tocante à responsabilidade ambiental de cada agente, como
parte integrante do turismo. Desde o turista, até os empreendimentos turísticos (agências de
viagens, operadoras de viagens, meios de hospedagem, restaurantes, etc.), setores públicos até
o anfitrião, todos, sem exceção, exercem pressões no meio ambiente e por seus resultados são
responsáveis. Para Goeldner, Ritchie e McIntosh (2002, p. 356), o turismo deve preservar e
proteger o ambiente e as atrações naturais, além de estabelecer limites, para que as pessoas
continuem a viajar para essas localidades, com a finalidade de tornar os destinos turísticos
mais sustentáveis.
Perante o questionamento de como ocorre o consumo no turismo, é interessante
observar que o turista tem total responsabilidade pelo produto que consome, assim como
pelos prejuízos ambientais gerados pelos serviços contratados pela pessoa física do turista.
Isso significa que, quando o turista contrata serviços de um hotel, por exemplo, e esse hotel é
responsável pelo desvio do curso de um rio, que por sua vez provoca sérios problemas às
condições de vida da fauna e flora local, o turista é solidariamente responsável por estar
subsidiando, por meio do consumo, um dano ambiental.
Os empreendimentos que estabelecem qualquer relação com o turismo apresentam
responsabilidades pelo produto oferecido, assim como a contratação de serviços para
desempenhar suas atividades no setor. Uma operadora de viagem, que contrata o serviço de
uma rede hoteleira e que não contempla no seu planejamento o gerenciamento de resíduos
sólidos, é responsável pelos danos ambientais que o produto causa e também pelo serviço que
20
contrata.
O setor público, para tal entendam-se prefeituras, órgãos reguladores, estado e
Federação, é um importante elemento de regulação ambiental na execução das atividades
turísticas. Devem partir dele as limitações e interferências relacionadas a impor conveniências
pertinentes ao bem comum social da localidade. Para fins de exemplo, com o objetivo de
mensurar os danos causados pela recepção de turistas por um parque nacional, uma prefeitura
é responsável por intervenções que forem convenientes: estabelecer critérios de manejo para
um melhor aproveitamento do espaço natural e a manutenção da atividade do turismo,
incentivando a preservação através da atribuição de incentivos fiscais e multas. Para Rues,
os países em vias de desenvolvimento com o maior crescimento do turismo,
especialmente em suas áreas naturais, deveriam aplicar as recomendações existentes
das organizações internacionais e associações de ecoturismo integrado. A
responsabilidade do meio ambiente é uma responsabilidade universal. (RUES, 1995,
p. 10).
Por fim, o anfitrião ou a sociedade civil, tem como responsabilidade cobrar de todas as
partes uma postura ambientalmente favorável e indicar qual o melhor caráter para a adoção de
práticas ambientalmente corretas. O elemento anfitrião deve funcionar como mola propulsora
para a tomada de decisões e refletir sobre questões que possam trazer melhorias para o bem-
estar social. Uma comunidade que recebe o turismo, independentemente de estar localizada
em uma ilha de pescadores no Nordeste do Brasil ou em Paris, deve, de forma organizada,
debater e pensar sobre quais são as melhores condições de execução da atividade do turismo.
O turismo também é caracterizado por permitir a criação de redes de consumo
(hotelaria, artesanato, restaurantes, serviços de lazer, etc.), as quais, por sua vez caracterizam-
se por ser uma atividade com finalidades econômicas. Apesar de seus principais produtos não
pertencerem a uma categoria classificada como estocável, sendo às vezes até abstrata, o
turismo permite uma valoração sensitiva bastante elevada, no qual o preço é atribuído pelo
prazer que a atividade pode gerar ao consumidor.
No entanto, é interessante lembrar que o turismo, assim como boa parte dos segmentos,
depende de uma matéria-prima para a sua realização. Dessa forma, é correto admitir que
sempre esse elemento o meio ambiente é necessário para o turismo. Seguindo raciocínio
semelhante, Rues (1995) admite que é conveniente estabelecer a importância de um ambiente
preservado para o turismo. Segundo estudos do próprio autor, é saliente a expressividade do
papel ambiental na atividade do turismo. Rues (1995, p. 7) coloca que “o recurso natural é o
primeiro atrativo turístico de muitos países ou regiões que vivem do turismo”.
21
A fim de ilustrar esse processo, Ferreira (1999), Pereira (2007), Bonilla e De Conto
(2003) correlacionam a situação atual à existência de uma sociedade de consumo que, por
muitas vezes, não consegue relacionar a dependência vivente do uso dos recursos naturais
com a execução de atividades industriais. Esse fato possibilita, por vezes, o consumo
exacerbado de bens derivados de recursos naturais não renováveis, como é o caso da água e
dos combustíveis fósseis. Por tal motivação, o turismo, assim como qualquer atividade com
potencial poluidor, deve ser tratado como uma atividade responsável por emissões ao
ambiente, resultantes do processo de funcionamento, podendo ser comparado, dessa forma, a
atividades industriais.
Bonilla e De Conto (2003, p. 2), que acreditam que os meios de hospedagem fazem
parte de uma cadeia de consumo que tem como resultado do processo de produção a geração
de resíduos, afirmam que a indústria hoteleira é constituída como “um grande gerador de
resíduos sólidos, um consumidor ineficiente de água e de combustíveis fósseis; utiliza grandes
quantidades de papel e emprega também grandes quantidades de plástico e de produtos de
limpeza”.
Ao tratar da importância de contemplar a variável ambiental nos eventos turísticos,
Pereira (2007, p. 13) admite que estes possuem características de um empreendimento com
operações bem definidas, na medida em que consomem energia, água e demais recursos,
gerando resíduos sólidos, emissões atmosféricas e efluentes líquidos.
Com o notável crescimento do mercado, por uma corrente na qual se aprecia a
preservação do meio ambiente, observa-se que preocupação de parte dos empreendimentos
turísticos em apresentar uma imagem de organização ambientalmente correta, para que, dessa
forma, possam atingir o maior número de consumidores. O setor hoteleiro, por exemplo, se
ressalta pelo pioneirismo ao contemplar práticas ambientais e por inserir propostas de gestão
ambiental, como alicerce para um funcionamento sadio do empreendimento e do entorno.
Os impactos ambientais causados pelo turismo podem ser visíveis a partir da
constatação de que o comportamento ambientalmente favorável é pouco difundido, por parte
de empreendedores, gestores, turistas e dos próprios hóspedes. A carência de informações que
remetem à responsabilidade ambiental compromete de forma intensa as localidades onde se
pratica a atividade turística. Segundo Cesa e De Conto (2003, p. 1), em estudo que trata do
gerenciamento de resíduos sólidos em meios de hospedagem, “o turismo, visto como
importante atividade econômica que resulta no movimento em massa de pessoas, necessita de
um planejamento eficaz e integrado com a comunidade nas ações voltadas ao gerenciamento
de seus resíduos sólidos”.
22
Ao tratar do comportamento dos agentes interferentes no turismo, mais especificamente
o turista, é interessante visualizar que, por lidar com o meio ambiente, paisagens, espaços,
comunidades, esses agentes tendem a influenciar o comportamento do ambiente visitado. Isso
pode acarretar modificações no meio natural anteriormente existente. Para tal, é importante a
incorporação das reais responsabilidades, ao desempenhar essas atividades. Segundo
Ruschmann (2001, p. 163), que em seu livro aborda o comportamento como a variável
“cultura turística do visitante”, sua falta faz com que os turistas se comportem de forma
alienada em relação ao meio que visitam acreditam que não têm nenhuma responsabilidade
com a preservação da natureza e com a originalidade das destinações.
Nessa mesma direção, Coriolano (2002) se preocupa em perfilar alguns impactos
ocasionados pelo turismo, com o objetivo de tratar modificações exercidas por um turismo
mal planejado. Dentre as principais ações perturbadoras do ambiente natural, podem ser
citadas:
a) proliferação congestiva de construções de todo tipo para servirem de alojamento e
permanência: hotéis, pousadas, campings, motéis, cafeterias, restaurantes,
discotecas, piscinas, marinas e zonas comerciais, que mudam a fisionomia do lugar,
alterando a paisagem e modificando, simultaneamente, a flora e a fauna; b) as vias
de comunicação: estradas, caminhos, trilhas, portos, aeroportos, pistas e sinaleiras;
c) os serviços sociais: religiosos, sanitários, policiais, culturais, informativos e
comunicacionais; d) o entretenimento paisagístico: atividades no meio natural com
motivação cultural e recreativa: banhos, navegação, observação da natureza,
interpretação ambiental, observação de animais e da vegetação, que causam ruídos,
pisoteios, mutilações do tipo coleta de flores, conchas, peixes e aves; e) acúmulo de
restos de comida e lixo deixados nos ecossistemas, que eutrofizam os biótipos e
favorecem o aparecimento de moscas, baratas, ratos; o empobrecimento dos
ecossistemas, desequilibrando a cadeia alimentar e produzindo, muitas vezes, o
crescimento descontrolado de algumas espécies dominantes; f) as aglomerações
urbanas que podem anular o valor turístico da área, pois quase sempre vêm junto
com atividades industriais e comerciais; g) a privatização de áreas que ficam
impossibilitadas ao uso público; e h) a especulação imobiliária que, na maioria das
vezes, prejudica os residentes. (CORIOLANO, 2002, p. 47).
Seguindo o mesmo direcionamento, é interessante notar a motivação de escolha do
turista, do qual surgem os seguintes questionamentos: quais fatores levam o turista a escolher
um destino e não outro? A variável ambiental é significativa na escolha do destino turístico?
A variável “motivação” tem significativa importância para entender o comportamento desse
agente. Diante de tal circunstância, é providencial analisar as perspectivas de um
comportamento ambientalmente favorável, relacionado às motivações de compra do devido
produto. Nessa direção, Barretto ressalta que a
ocorrência de impactos, bem como a intensidade dos mesmos, depende muito do
tipo de turista e da sua motivação. Atualmente, ainda prevalecem os turistas
psicocêntricos, que são em maior número e que, por conseguinte, acabam por
influenciar mais efetivamente os números e estatísticas relacionadas ao turismo.
23
(BARRETO, 2006, p. 26).
Apesar de ainda existirem questionamentos sobre a postura ideal de turistas em relação
à legislação ambiental e às responsabilidades dos agentes envolvidos no fenômeno, o artigo
225, da Constituição da República Federativa do Brasil discute o tema, afirmando: “Todos
têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e
essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de
defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.” (BRASIL, 1988).
Além dele, a legislação brasileira prevê a “poluição” na Política Nacional do Meio
Ambiente (BRASIL, 1981), como sendo da seguinte forma:
poluição, a degradação da qualidade ambiental resultante de atividades que direta ou
indiretamente: a) prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar da população;
b) criem condições adversas às atividades sociais e econômicas; c) afetem
desfavoravelmente a biota; d) afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio
ambiente; e) lancem matérias ou energia em desacordo com os padrões ambientais
estabelecidos. (BRASIL, 1981).
O turismo, como qualquer outra atividade, deve ter consciência da sua responsabilidade
quanto às emissões resultantes do processo e a um sistema mais equilibrado. Em se tratando
de um fenômeno que permite troca direta com o ambiente, é notadamente importante que os
empreendimentos desse segmento assumam uma postura mais responsável. Ferreira (1999)
identifica as legítimas condições existentes no turismo, quando cita que:
a indústria do turismo em geral e o setor hoteleiro em particular, deve ter sua parcela
de responsabilidade em fazer da ética e do desenvolvimento sustentável, partes
integrantes de suas metas, já que dependem da qualidade do meio ambiente para o
seu crescimento. (FERREIRA, 2006, p. 2).
Ainda se tratando da hotelaria, De Conto e Posser (2005), Petkow, Cury e Grande
(2003) ressaltam a responsabilidade por boa parte dos impactos ambientais causados pela
atividade. Para eles, é aparente a necessidade de mudanças no sistema de controle dos
impactos ambientais acarretados pelos resultados desse segmento. Nesse sentido, De Conto e
Posser despertam para os empreendimentos turísticos, no tocante aos impactos ambientais, ao
relacionar variáveis relevantes para análise de tais impactos e para uma possível projeção de
melhorias ambientais do empreendimento. As autoras comentam que
um meio de hospedagem destaca-se como um empreendimento que gera uma
produção significativa de resíduos sólidos, que é determinada por diversos fatores,
dentre os quais destacam-se: o número de hóspedes; número de funcionários
contratados e terceirizados; variação sazonal; classificação do hotel; serviços
24
oferecidos aos hóspedes; faixa etária dos hóspedes; poder aquisitivo dos hóspedes;
motivo da hospedagem; entre outros. (DE CONTO; POSSER, 2005, p. 494).
Nesse sentindo, é necessário lembrar que os meios de hospedagem devem estar prontos
para lidar com qualquer espécie de dano causado ao ambiente, considerando variáveis como
hóspede, para o melhor controle dos impactos causados. Petkow, Cury e Grande afirmam que
a sustentabilidade do turismo pode ser mantida pela adequada utilização dos
recursos necessários para que o turismo aconteça, pelo adequado tratamento dos
resíduos sólidos e os efluentes líquidos gerados quando da passagem do turista pelos
locais dos atrativos. Os resíduos gerados na atividade devem ter uma seleção e
tratamento final. (PETKOW, CURY e GRANDE, 2003, p. 2).
Gezici (2006, p. 452) afirma que o modelo de turismo sustentável deve incluir a
satisfação da comunidade, dos turistas e dos investidores, bem como o cuidado com as
premissas da ética ambiental.
A fim de explicitar a importância de um turismo ambientalmente favorável, Ferreira
(1999, p. 35) afirma que o turismo ambientalmente correto deve ser baseado em um sistema
de hospedagem com preocupações ecológicas, sendo capaz de atingir todas as dimensões do
desenvolvimento: sustentabilidade social, econômica, ecológica, espacial e cultural.
Coriolano, que trata da importância da educação ambiental no turismo, assegura que
se não forem firmadas em bases educativas, de conservação da natureza e das
culturas, o destino está condenado a ser desprestigiado e a desaparecer. Atualmente,
os mais exigentes, são, além dos turistas, os próprios investidores que sabem que
somente venderão seus pacotes se forem reconhecidos nacional e
internacionalmente, pelos selos de conservação ambiental. (CORIOLANO, 2002, p.
36).
Nessa direção, é interessante notar as condições estabelecidas para que o turismo surja
como uma atividade eficaz, capaz de interferir positivamente na qualidade de vida das
localidades que dependem de tal atividade. Ainda assim, é interessante expressar que uma
população ambientalmente saudável corresponde a uma variável capaz de favorecer
diretamente a execução da atividade.
2.2 Hóspedes ambientalmente responsáveis
Em um cenário composto por vários agentes interferentes, os hóspedes surgem como
atores importantes na estrutura do turismo. Estudos recentes de Alves e Cavalcanti (2006),
25
Abreu (2001), Lemos (2004), Lopes (2004), Swarbrooke (2000), Willard-Cross (1990),
Ottman (1998) e Luchiari (2002) constatam que modificações comportamentais dos
empreendimentos, em relação ao meio ambiente, tendem a acontecer por pressões derivadas
da mudança de postura dos hóspedes.
Os mesmos estudos verificam que, com o crescimento da preocupação ambiental por
parte de diferentes agentes, esse sujeito tem se comportado de forma mais crítica e exigente,
constando cada vez mais em suas preocupações a variável ambiental. Na visão de Lopes
(2004, p. 91), o cliente é o verdadeiro e único juiz da qualidade em serviços. E o julgamento
da qualidade de um serviço recebido depende da expectativa (qualidade esperada) de cada
cliente.
Embora ainda faça parte de um grupo restrito, o hóspede que se preocupa com práticas
ambientalmente favoráveis consegue chamar a atenção do segmento de meios de
hospedagem, como um mercado bastante promissor. É o que constata o estudo de Alves e
Cavalcanti (2006 p. 3), ao sustentar que o segmento hoteleiro, em particular, sofre cada vez
mais pressões no que se refere à demonstração de um bom desempenho em relação às
questões ambientais.
Estudos referentes à evolução crítica dos hóspedes, em relação a um ambiente
equilibrado por Ferreira (1999), Gândara (2000) e Gonçalves (2004), relatam que uma
pequena parte dos hóspedes exige dos empreendimentos uma postura mais sustentável ao
consumir um produto. Ferreira (1999, p. 2) ressalta existir uma nova classe de consumidores
que está valorizando mais produtos e serviços ambientalmente corretos, que de algum modo
causem menor dano ao ambiente durante o consumo. Para o autor, esses consumidores por
vezes se dispõem a pagar mais pelo produto ou serviço, porém cobram novas posturas das
organizações para a manutenção de uma vida mais sustentável.
Gândara (2000, p. 317) acredita que o novo turista, o turista da sociedade pós-industrial,
está demandando, cada vez mais, destinos com qualidade ambiental. O mesmo autor (2000,
p. 230) afirma que, ao analisar as características do novo turista, é possível identificar a
grande oportunidade que têm os destinos que estão planejados para oferecer qualidade
ambiental, cultura e patrimônio, infra-estrutura adequada para satisfazer as necessidades, tanto
da população quanto dos turistas.
Gonçalves (2004, p. 18), que trata o hóspede como mola propulsora de mudanças na
hotelaria, argumenta que o aumento do interesse por questões ambientais estimula o hóspede
e outros agentes envolvidos no processo hoteleiro a cobrar não qualidade na prestação dos
serviços hoteleiros, mas também conservação dos recursos naturais.
26
Alguns autores, como Abreu (2001), Posati (2004), Luchiari (2002) e Willard-Cross
(1990), definem o consumidor verde como responsável pela abertura de mercado, no qual as
questões ambientais são mais respeitadas. Na presença de tal preocupação ambiental, os
hóspedes apontam força para um novo direcionamento de mercado. É denominado de
“hóspede verde” por Abreu (2001, p. 5), e definido como o cliente de meios de hospedagem
que se preocupa com o meio ambiente, com seus impactos, e que pode ser visto como parte
importante no que se refere ao mercado da hotelaria. Segundo a mesma autora, esses sujeitos
se definem pelo comportamento atento, mais do que os outros hóspedes, por um
comportamento cauteloso, possuindo uma enorme capacidade de solidariedade com os seres
que habitam a Terra.
Enquanto Estados e mercados vieram reelaborando estratégias de desenvolvimento e de
crescimento, orientados pela nova lógica da sustentabilidade, a organização do turismo,
reconhecidamente um dos setores econômicos que mais cresce no período contemporâneo,
também passou a se adequar à nova concepção. (LUCHIARI, 2002, p. 119).
para Posati (2004, p. 8), o turista consciente, o que se enquadra como sendo um novo
consumidor, tornou-se mais exigente. Porém, existe a necessidade de informar o mesmo sobre
os cuidados que devem ser tomados com o meio ambiente. Para Willard-Cross (1990, p. 64),
os consumidores verdes apresentam um olhar crítico em relação a assuntos como resíduos,
reciclagem, energias limpas, geração de composto orgânico, entre outros. Além disso, deixam
transparecer uma preocupação geral com a degradação ambiental, a poluição das águas, com a
qualidade do ar e a qualidade ambiental, que interferem no modo de vida de todos. Para a
autora, o consumo verde representa uma fase larval do esclarecimento ambiental. Kinlaw
(1993) define, como preferência do consumidor, a busca por empresas e produtos verdes,
grupo que procura a cada dia se informar melhor para questionar campanhas maciças de
propaganda ambiental.
A existência de turistas que têm como principal motivação viagens a lugares
ambientalmente preservados ressalta a importância de conservação desses lugares, mediante
estudos. Para Wearing e Neil (2000, p. 24 apud SCHÜTLER 2002, p. 61), as características
distintivas dos ecoturistas direcionam-se por uma ética meio-ambiental, por mostrar
disposição para não deteriorar os recursos ambientais; por mostrar uma orientação biocêntrica
e não antropocêntrica; por esforçar-se para ter uma experiência ou um contato de primeira
mão com o entorno natural e por possuírem expectativas referentes à aquisição de
conhecimentos e à apreciação do valor dos recursos ambientais que os levam a escolher
destinações que apresentam preocupações ambientais.
27
Para Abreu (2001, p. 14), que em seu estudo adverte várias vezes para uma forma de
provocar mudanças, inclusive no mundo dos negócios, fazendo com que as empresas
repensem seus produtos, serviços e formas de gestão, o hóspede assume um papel crucial para
novas considerações e mudanças positivas, o que põe sob crítica as preocupações ambientais.
Ao tratar da postura do hóspede, que se preocupa com o meio ambiente e suas emissões,
Alves e Cavalcanti (2006, p. 3) relatam que esse consumidor começa a exigir dos hotéis um
novo tipo de requisito que não está apenas atrelado à qualidade dos serviços diretamente
prestados, mas, fundamentalmente, associado à implementação da estrutura de gestão
ambiental, ou seja, à qualidade ambiental.
Para alguns autores, como Lemos (2004) e Swarbrooke (2000), o hóspede que segue
práticas ambientalmente corretas faz parte de uma minoria e, por conta disso, ainda não
consegue ser responsável por mudanças de comportamento dos meios de hospedagem. Como
parte de um grupo bastante reduzido, os hóspedes ambientalmente corretos por vezes não
conseguem provocar mudanças, pois a maioria dos consumidores desse segmento se destaca
pela falta de compromisso com o ambiente.
Assim como em outros segmentos de mercado, o turismo sofre pela falta de
comprometimento com o meio ambiente. Para Lemos (2004, p. 7), na atividade do turismo,
principalmente o turismo de massa, destaca-se a o-existência de uma consciência crítica
formada, por parte dos indivíduos que compõem esse sistema, de que se trata de uma
atividade provocadora de grandes impactos ao ambiente.
Estudos recentes (OTTMAN, 1994 apud SOUZA, 2003; SWARBROOKE, 2000)
tratam da importância de se conhecerem as tipologias de consumidores existentes sob a ótica
ambiental, a fim de esclarecer a funcionalidade e os impactos ocasionados pelos grupos. Com
a finalidade de analisar as tipologias de consumidores existentes no mercado sob a égide
ambiental, Ottman (1994), apud Souza (2003, p. 6) considera variáveis, como a preocupação
com o ambiental; apoio a práticas ambientais; as relações habituais de comportamento
mediante o meio ambiente, classificando-los da seguinte maneira:
a) Verdes Verdadeiros: indivíduos com fortes crenças ambientais efetivamente
vivenciadas. Evitam consumir de uma companhia com reputação ambiental
questionáveis, escolhem produtos e serviços ecologicamente corretos. Acreditam
que podem fazer pessoalmente uma diferença na resolução de problemas ambientais;
b)Verdes do dinheiro: apóiam o ambientalismo, através de doação de dinheiro e
muito pouco com doação de tempo ou ação. Sentem-se ocupados demais para mudar
seus estilos de vida, entretanto, são felizes e conseguem expressar suas crenças com
carteiras e talões de cheque; c) Quase-verdes: querem mais legislação pró-
ambiental, porém, não acreditam que eles mesmos possam fazer muito para exercer
um impacto ambiental positivo. Não desejam pagar mais por produtos pró-
ambientais. Ficam incertos quando forçados a escolher entre o ambiente e a
28
economia. Este é o grupo da liberdade de ação e da indefinição, que pode ir de um
lado a outro em qualquer questão ambiental; d) Resmungões: realizam poucas ações
ambientais, mas acreditam que outros consumidores também não estejam cumprindo
sua parte. Pensam que a empresa deveria resolver os problemas e que, além de
custarem muito mais do que seus correspondentes não-verdes, os produtos verdes
não funcionam tão bem. Sentem-se confusos e desinformados sobre questões
ambientais, achando que toda a coisa é problema de outra pessoa e que um terceiro
deveria resolvê-la; e) Marrons básicos: é o menos envolvido com o ambientalismo.
Acreditam basicamente que não muito que os indivíduos possam realizar para
fazer uma diferença; são os indiferentes. (OTTMAN, 1994 apud SOUZA, 2003,
p. 6).
Diante dessa situação, Souza (2003, p. 7) diz que o mercado permite a leitura de que
uma demanda crescente, porém ainda pequena, de consumidores que contemplam a variável
ambiental durante a escolha de um produto, como é o caso do tipo “verdes verdadeiros”
proposto por Ottman (1994 apud SOUZA, 2003, p. 6). Para Souza (2003, p. 7), a categoria
como os “quase verdes” faz parte do grupo maior de pessoas que, na verdade, são indecisas
ou mal-esclarecidas e inseguras e que, por sua vez, podem se tornar consumidores
ambientalmente ativos, se forem devidamente estimulados e obtiverem informação que os
faça mais comprometidos com o meio ambiente.
Com o mesmo objetivo de Ottman (1994 apud SOUZA, 2003), Swarbrooke e Horner
(2002, p. 263), sob a ótica ambiental, relatam que os turistas podem ser divididos em
gradações, de acordo com as atitudes relacionadas à responsabilidade ambiental. Trata-se de
um modelo para tentar enquadrar as perspectivas de um planejamento mais sustentável. Para o
autor, os turistas podem ser divididos em:
Não-verde (0%): a) Nunca lêem o que as brochuras dizem sobre questões verdes e
turismo sustentável; b) nunca substituem seus automóveis particulares por transporte
coletivo; c) não possuem nenhum interesse sobre as questões verdes e/ou sociais;
d) não fazem nenhum sacrifício devido as idéias ambientais e/ou sociais; e) Grande
parcela da População. Verde-claro (25%) - a) Pensam sobre as questões verdes e
tentam reduzir o consumo normal de água e energia nas localidades turísticas onde
estão, caso estes recursos sejam escassos; b) raramente substituem seus automóveis
por transporte coletivo; c) interesse superficial por todas as questões verdes e/ou
sociais; d) raros sacrifícios são feitos em função de suas idéias.
Verde-médio (50%) - a) Procuram agir conscientemente e descobrir mais sobre
uma questão específica, além de envolver-se de modo mais ativo na questão,
unindo-se a grupos de pressão, por exemplo; b) costumam com freqüência substituir
seus automóveis por transporte coletivo; c) interesse médio pelas questões
ambientais e sociais; d) sacrifícios médios são feitos por causa de suas férias.
Verde-escuro (75%) - Boicotam hotéis e locais de veraneio que tenham reputação
ruim quanto a questões ambientais e/ou sociais; b) usam transporte público para
chegar à destinação e para se deslocarem pela região durante as férias; c) profundo
interesse por todas as questões verdes; d) realizam sacrifícios importantes em função
de suas idéias, pagam viagens de férias para trabalhar em causas ambientais e/ou
sociais. Totalmente verdes (100%) - a) o viajam nas férias, de modo algum, a
fim de não agredir o meio ambiente natural e cultural como turistas; b) interesse
muito profundo por alguma questão específica, relacionada ao meio ambiente ou ao
social; c) grandes sacrifícios são feitos por causa de suas idéias. (SWARBROOKE;
HORNER, 2002, p. 263).
29
Essa divisão que Swarbrooke; Horner (2002) faz em relação ao comportamento do
consumidor é de suma importância, pois as posturas conseguem ser identificadas com maior
precisão, colocando soluções em prol de um desenvolvimento desejado.
Jarvis (1998, p. 46), em estudo que tem como objeto de pesquisa o consumidor verde,
admite a criação de grande número de selos verdes e isso como uma possibilidade para a
divisão do mercado para quem prevê os impactos ambientais gerados durante a produção de
um bem. O autor elencou alguns selos verdes, tais como: a) sistemas de certificação científica;
b) selo verde; c) energia limpa; d) produção orgânica de alimentos; e) preservação de florestas
e matas e f) Eco-OK entre outros.
Conforme Goeldener, Ritchie e MacIntosh (2002 p. 362), para que o turismo
ecologicamente sustentável se torne uma realidade, serão necessárias iniciativas por parte de
todos os envolvidos no cenário turístico, começando com os próprios turistas. Eles são
responsáveis e devem ser educados em relação a essas obrigações e responsabilidades, no
sentido de contribuir para o turismo social e ambientalmente responsável.
Nessa direção, Novaes (2005, p. 11) diz que o surgimento da consciência e da
sensibilização da sociedade fará com que surjam novos produtos turísticos que integrem
valores ambientalmente corretos. O autor continua dizendo que o nível de consciência
ambiental dos turistas tende a ser cada vez mais exigente em relação às práticas ambientais,
que dependem de fatores culturais, educacionais e econômicos.
Para que melhorias ambientais possam fazer parte da realidade dos empreendimentos
turísticos, diante de um modelo de economia neoclássica, faz-se necessária a participação
ativa dos hóspedes. Dessa forma, é interessante ressaltar que o consumidor é agente
importante para desacelerar os impactos ambientais causados pelo turismo.
2.3 Hóspedes x responsabilidade ambiental
Ao adquirir um produto que gere danos ao meio ambiente, o consumidor termina por
estabelecer relação com os danos gerados por esse produto. A isso dá-se o nome de
responsabilidade ambiental solidária. No caso dos meios de hospedagem, o hóspede que
adquire um produto que impacta de forma negativa o ambiente, compartilha a culpa pelo dano
ambiental causado. Dessa forma, mesmo que indiretamente, é possível afirmar que o hóspede
é co-responsável pelo dano causado.
30
Ao tratar das condições dos direitos e dos deveres previstos na legislação, é oportuno
destacar que o artigo 3º, inciso 4º, da Lei 6.938 / 81, da Política Nacional do Meio Ambiente,
considera como poluidor a pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado,
responsável, direta ou indiretamente, por atividade causadora de degradação ambiental.
(BRASIL, 1981).
Alguns autores (NOVAES, 2005; SWARBROOKE, 2000; PETROCCHI, 2001;
GOELDNER; RITCHIE; MCINTOSH, 2002; DE CONTO; POSSER, 2005; ZIEMBOWICS,
2003) consideram que o homem é o principal agente impactante do meio natural e que, por
isso, estabelece relação de responsabilidade sobre o meio ambiente. Diante dessa perspectiva,
Novaes (2005, p. 3) acredita que o homem, ao invés de violentar e desrespeitar as regras que
levam à estabilidade do ecossistema, pode muito bem servir de fator exógeno ao sistema
ecológico, assegurando sua estabilidade, conseqüentemente contribuindo para o
desenvolvimento sustentável.
Para Ziembowics (2003), a sociedade civil deve partir à procura de melhorias
ambientais. O autor (p. 78) afirma que, para se concretizarem todas as atitudes éticas a serem
assumidas pela empresa, e sua conseqüente participação na efetiva construção do bem-estar
coletivo, é exigência imprescindível que a sociedade demonstre a consciência de seus direitos
e a capacidade de cobrar posturas socioambientais corretas, vislumbradas em todas as etapas
de produção e comercialização.
Já para Goeldner, Ritchie e McIntosh (2002, p. 368), em seus estudos, é visível a
importância da responsabilidade individual dos turistas. Nesse sentido, os autores destacam
que os turistas precisam ser educados em relação a essas obrigações e responsabilidades, no
sentido de contribuírem para o turismo social e ambientalmente responsável. Eles devem fazer
parte da destinação turística como hóspedes e, como tal, co-responsáveis pela manutenção do
destino.
Compartilhando idéia semelhante, sobre a responsabilidade do homem, que o autor trata
como turista, Swarbrooke (2000, p. 90) acredita que o turista é portador de responsabilidade e
de direitos enquanto exerce esse papel. Para o autor, o turista é responsável por dois tipos de
postura: a primeira, trata da responsabilidade básica como meio ambiente e que fala da
responsabilidade de não danificar propositalmente o meio ambiente físico local e a
responsabilidade de minimizar o uso dos recursos locais escassos e, uma segunda
responsabilidade, trata de aspectos especificamente relacionados ao turismo sustentável,
destacando-se a responsabilidade de proteger a vida selvagem natural, não comprando
souvenirs feitos com seres vivos. (SWARBROOKE, 2000, p. 91).
31
Ao tentar estabelecer relações entre os autores, Petrocchi (2001, p. 99) afirma que os
turistas têm a responsabilidade de obter informações, antes mesmo de sua partida, sobre as
características dos países a que se propõem visitar. Devem ainda ter consciência dos riscos
em saúde e segurança, inerentes a todo o deslocamento para fora do seu meio habitual, e ter
um comportamento que minimize esses riscos.
Com a preocupação de estabelecer critérios conscientes de planejamento, Goeldner,
Ritchie e McIntosh (2002, p. 359) destacam que deve existir uma maior atenção de como as
áreas devem ser abordadas, contemplando as seguintes características: a) as premissas nas
quais deve basear-se a política de desenvolvimento sustentável do turismo; b) as áreas mais
críticas do desenvolvimento sustentável aplicado ao turismo; c) como devem ser alocadas as
responsabilidades no desenvolvimento responsável do turismo e d) uma agenda para ações
sugeridas de desenvolvimento sustentável para o setor turístico.
Para melhor demonstrar as responsabilidades intrínsecas à atividade do turismo, a
American Society of Travel Agents (Asta), a Tourism Association of Canada e a National
Round Table produziram um “código de ética”, dele fazendo parte dez mandamentos do
ecoturismo. São eles:
a) Respeite a fragilidade da Terra. Entenda que, a menos que todos estejam dispostos
a ajudar na preservação, as destinações únicas e belas podem não estar aqui para as
futuras gerações; b) Deixe apenas pegadas. Tire fotografias. Não escreva nada. Não
jogue lixo. Não leve “lembranças” de locais históricos e áreas naturais; c) Para
tornar as suas viagens mais significativas, eduque-se sobre a geografia, os costumes,
as maneiras e culturas da região que você está visitando. Tire um tempo para ouvir
as pessoas. Estimule iniciativas locais de conservação; d) Respeite a privacidade e
dignidade dos outros. Peça às pessoas antes de fotografar; e) Não compre produtos
fabricados a partir de plantas ou animais em extinção, como marfim, casco de
tartaruga, peles de animais e penas. Solicite a lista da alfândega sobre produtos que
não podem ser importados; f) Siga sempre as trilhas indicadas. Não perturbe
animais, plantas ou seus habitantes naturais; g) Conheça e apóie programas de
organizações voltados à conservação que estejam trabalhando para preservar o meio
ambiente; h) Sempre que possível, caminhe ou utilize métodos de transporte
compatíveis com o ambiente. Estimule motoristas de veículos públicos a desligar o
motor ao estacionar; i) Prestigie aqueles (hotéis, companhias aéreas, resorts,
empresas de cruzeiro, operadoras turísticas e fornecedores) que apostam em
economia de energia e conservação ambiental; qualidade do ar e da água;
reciclagem; gerenciamento seguro de detritos e materiais tóxicos; diminuição de
ruídos; envolvimento comunitário; prestigie também aqueles que mantêm equipes
experientes e bem treinadas, dedicadas a princípios sólidos de conservação; j) Peça a
seu agente de viagem que identifique aquelas organizações que assinam as diretrizes
ambientais da associação para o transporte aéreo, terrestre e marítimo. (IHEI, 1995,
p. 13).
Segundo De Conto e Posser (2005, p. 497), esses códigos auxiliam a perceber a
extensão das responsabilidades que devem ser desenvolvidas com os turistas. Com relação aos
meios de hospedagem, também fica evidente o compromisso com o meio ambiente. As
32
autoras também destacam que esses meios devem desenvolver seus programas de
responsabilidade ambiental e oferecer aos hóspedes todas as condições para que eles
participem e colaborem efetivamente com ações implantadas nesses programas.
Diante da perspectiva da responsabilidade do turista, visitante e hóspede, em relação ao
meio ambiente e ao turismo, os meios de hospedagem podem funcionar como agente
multiplicador das questões ambientais envolvidas no processo do turismo. Certamente, a
partir do momento em que o hóspede se considerar responsável pelo dano, a proposta de
respeito pelo meio ambiente passa a ser uma característica ética dele. Além de considerar que,
desde a escolha do meio de hospedagem até o s-consumo do bem; compreender e analisar
os serviços prestados, contemplando a variável ambiental, são deveres destinados a esse
sujeito. Além disso, é válido considerar que os meios de hospedagem apresentam papel
fundamental para que ocorra um comportamento ambientalmente mais responsável.
2.4 Meios de hospedagem ambientalmente corretos
Os meios de hospedagem são elementos importantes quando comparados a outros
empreendimentos turísticos, pois são responsáveis pelo maior número de empregos criados e
por boa parte das divisas geradas na atividade do turismo. Segundo Cooper (2001, p. 350), a
hospedagem, ou acomodação, é o maior setor dentro da economia turística, e também o mais
presente. Com poucas exceções, os turistas querem um local em que possam descansar e
recuperar suas energias durante as viagens ou estadas em uma destinação”. Para Erdogan e
Baris (2007, p. 604), os meios de hospedagem constituem um elemento-chave das atividades
relacionadas à viagem e à indústria do turismo, além de ocupar um lugar crucial, no que diz
respeito à preservação ambiental relacionada à indústria de viagens e turismo.
Por tratar-se de empreendimento imprescindível na infra-estrutura de uma localidade
turística e potencialmente poluidor, existe a necessidade de que os meios de hospedagem
admitam e repensem sua postura, beneficiando a variável ambiental.
Alguns estudos (FERREIRA, 1999; AMORIM; RAMOS, 2003; DE CONTO, 2001;
SATTLER, 2004; GONÇALVES, 2004; PETKOW; CURY; GRANDE, 2003;
ZIEMBOWICS, 2003; LEÃO; FALCÃO, 2002; STEVENS, 1992) que tratam da forma de
produção do turismo ressaltam a importância de contemplar a variável ambiental em seu
planejamento.
33
Segundo Ferreira,
a globalização das questões ambientais está mudando o comportamento de alguns
setores produtivos, mas a imensa maioria das empresas brasileiras ainda não tem
compromisso com o desenvolvimento sustentável, restringem sua responsabilidade
ambiental ao atendimento à legislação de controle da poluição ou avaliação de
impactos ambientais. (FERREIRA, 1999, p. 36).
Segundo Leão e Falcão (2002, p. 10), na sociedade moderna, ser ambientalmente
responsável significa atender às necessidades sociais e éticas. Significa, também, identificar
processos produtivos eficientes; gerenciar resíduos e energia; aumentar as vendas através de
vantagens competitivas; reduzir custos, consumo de energia, de água e de matérias-primas;
atender os clientes diretos e indiretos e a comunidade em geral.
Ao considerar que a motivação do turismo em várias regiões do mundo está
relacionada à conservação do recurso natural, deve ser previsto, diante das necessidades
ambientais criadas pela a execução do turismo, cuidado com a manutenção desses ambientes
naturais. A atividade hoteleira já foi considerada uma indústria sem chaminés, pois a poluição
era mínima e não afetaria o equilíbrio ecológico. Porém, com o passar dos anos, as pesquisas
revelam que a indústria hoteleira é capaz de poluir tanto quanto qualquer indústria com
rotinas bem definidas.
Para Ziembowics (2003, p. 78), a empresa deve ser vista como parte integrante da
sociedade e, por isso, com o dever de participar de forma responsável para a solução dos
problemas socioambientais existentes nas comunidades em que está inserida.
Para compreender a influência que os meios de hospedagem exercem sobre o meio
ambiente, é interessante analisar como se dá o processo desde o estágio da matéria-prima (uso
dos recursos); o processo do meio de hospedagem (o processo em si) até a geração de
resíduos (resultado pós-processo). Para Ferrari (2006, p. 39), o sistema hoteleiro é composto
por três estágios, input (considerado o primeiro momento, quando matéria-prima, que por
muitas vezes é o ambiente, para a criação do produto hoteleiro); promoção (fase em que o
produto hoteleiro está visível e pronto para ser consumido); output (fase final do processo,
quando as emissões e os resíduos dos produtos aparecem).
Estudos recentes (AMORIM; RAMOS, 2003; FERREIRA, 1999) discutem que a
necessidade da competição imposta por uma perspectiva de mundo globalizado impõe
condições e modifica posturas mediante um mercado mais exigente ambientalmente. Segundo
Amorim e Ramos (2003, p. 1), a preocupação ambiental entrou na vida das empresas
turísticas para ficar. A discussão da sustentabilidade, como condição básica e indispensável
34
para o desenvolvimento, há muito, saiu do campo teórico para fazer parte das decisões
estratégicas de empresas. Para Ferreira (1999, p. 2), a empresa meramente comercial,
mercantilista, passou a ter as características de uma unidade sociopolítica, com a inclusão de
aspectos como qualidade de vida, relacionamento social, respeito ao consumidor e seu inter-
relacionamento com o meio ambiente. No mundo inteiro, a bandeira da proteção ambiental
conquistou um espaço relevante em âmbito nacional e internacional e vem sendo incorporada
cada dia mais pela maior parte das empresas. Essa nova postura adotada pelas empresas deve-
se, principalmente, a uma tomada de consciência que, sem dúvida, é fruto da pressão e da
mobilização da sociedade. (LEÃO; FALCÃO, 2002, p. 7). Para Leão e Falcão (2002, p. 9),
ser uma empresa ecológica é uma decisão politicamente correta, mas também, uma estratégia
empresarial proativa e sustentável.
A degradação ambiental faz parte da realidade do turismo. A falta de uma política clara
de gerenciamento de resíduos sólidos, tratamento de efluentes, controle de energia e água, faz
com que os impactos causados pelos meios de hospedagem sejam cada vez maiores. Porém, a
existência de pressões externas faz com que os meios de hospedagem comecem a adotar
posturas mais sustentáveis. Para Kinlaw (1993), as condições impostas para a produção
acabam por gerar pressões externas sobre as empresas, para que estas respondam a questões
ambientais. Elas podem ser elencadas juntamente com os seguintes aspectos: a) observância
da lei; b) multas e custos punitivos; c) culpabilidade pessoal e prisão; d) organizações
ativistas; e) cidadania despertada; f) sociedade, coalizões e associações; g) códigos
internacionais de desempenho ambiental; h) investidores ambientalmente conscientes;
i) preferência do consumidor; j) mercados globais; l) política global; m) concorrência e n)
outras pressões.
para Miranda, Samudio e Dourado (apud GONÇALVES, 2004, p. 46), dentre as
principais fontes de pressão, destacam-se: a) consumidores verdes; b) grupos de pressão;
c) empresas de seguro e d) investidores verdes. Por consumidor verde o autor considera
aqueles que levam em conta a variável ambiental como fator determinante na compra do
produto.
De Conto (2001) salienta que, apesar de todas as pressões existentes, as situações
favoráveis para uma produção mais limpa podem não ser suficientes. A autora diz que,
a geração constante de resíduos sólidos vem se tornando cada vez mais um problema
nos empreendimentos hoteleiros. A dificuldade na aplicação da legislação, a
escassez de recursos humanos, financeiros e de informações disponíveis sobre o
fenômeno de resíduos sólidos são alguns dos principais obstáculos para a prevenção
e o controle de gerenciamento de tais resíduos. (DE CONTO, 2001, p. 57).
35
Petkow, Cury e Grande (2003, p. 4) afirmam que os resíduos gerados no setor
hoteleiro precisam ter um destino que pode ser a reciclagem, a reutilização, a recuperação ou
o destino final. O tratamento adequado dos resíduos pode eliminar em parte os impactos
negativos do setor de hospedagem.
Sattler (2004), que lida com as questões ambientais na arquitetura, afirma que as
construções deveriam ser sustentáveis. Para Sattler (2004, p. 263), as edificações sustentáveis
partem das seguintes premissas conceituais: a) os princípios da sustentabilidade devem
orientar diretamente o processo de desenvolvimento do projeto; b) uma abordagem sistêmica
deve ser adotada; c) o processo deve considerar, tanto quanto possível, ciclos locais para o
fluxo de materiais e energia envolvidos; d) o projeto deve tentar refletir os processos que
ocorrem na natureza e aplicar seus princípios; e) como o ser humano e a sustentabilidade se
constituem no principal objetivo de cada projeto, o uso de produtos que sabidamente
apresentam ameaça à saúde humana e ao meio ambiente, em qualquer etapa do ciclo de vida,
deve ser eliminado ou, se isso não for possível, minimizado; f) como a sustentabilidade
humana requer a preservação da natureza, aquilo que se aplica aos humanos deve ser aplicado
também às milhares de outras espécies com as quais compartilhamos este planeta.
Ainda para Sattler (2004, p. 264), é oportuno notar quais fatores devem ser considerados
numa construção. Para ele existem objetivos-chave para propor projetos de edificações
sustentáveis: a) minimizar o consumo de energia e materiais, a fim de maximizar elementos
contribuintes a uma construção mais saudável; b) promover o comprometimento e a
responsabilidade social, de modo a proporcionar emprego e renda para o maior número de
pessoas possível, dentro do contexto das possibilidades econômicas; c) estimular o
desenvolvimento e a pesquisa sobre opções de produção que estejam em harmonia com a
cultura local e que maximizem a geração de emprego e renda; d) utilizar processos
participativos, incluindo clientes e usuários finais, sempre que possível; e) considerar o
impacto de todos os produtos utilizados em todo o período de produção e uso. Os conceitos de
análise do ciclo de vida e pegada ecológica devem ser familiares aos planejadores; f) ter claro
que, tanto mais sustentável é a construção quanto mais for precedida por projetos de
arquitetura sustentável, bem como adequada orientação para todos os que venham a executar
o trabalho; g) na seqüência dos objetivos acima, o projeto finalizado dever ser gerenciado por
pessoas que partilham e entendem conceitos de sustentabilidade.
Para Stevens (1992, p. 26), a adoção de tecnologia limpa representa três quartos (3/4) do
valor utilizado para tratar os resíduos gerados na produção. Também o autor comenta que
36
existirá uma grande cobrança de mercado quanto às relações das indústrias com o meio
ambiente. Ele esclarece que essa adoção pode ser o único caminho para a preservação dos
recursos naturais escassos.
Para Ferreira,
cada organização tem sua maneira de tratar estas questões, dependendo de sua
cultura, interesses, prioridades e conscientização da equipe funcional. A introdução
das variáveis ambientais no sistema de classificação de hotéis deverá distinguir e
valorizar as empresas que possuem um Sistema de Gestão Ambiental, para que se
sintam estimuladas a manter as qualidades do ambiente natural e investir na
melhoria dos ambientes por elas construídos. (FERREIRA, 1999, p. 9).
Apesar de ser adotado como fator estratégico, o compromisso com o meio ambiente traz
benefícios para a economia do empreendimento e consolida as práticas ambientais como um
bom investimento. A competitividade se assegura como uma variável de existência da
organização até o possível sucesso. Para Gonçalves (2004, p. 48), “uma das alternativas que
atendem aos padrões de exigência da economia é a vantagem competitiva baseada da variável
ambiental, que pode ser adequada por meio de inserção da preocupação com a qualidade
ambiental nos processos empresariais”.
Com o objetivo de se tornarem mais competitivos, os meios de hospedagem devem
reavaliar seus conceitos de operação. Dessa forma, a variável ambiental se estabelece como
fator de competitividade. Entende-se por isso também o controle de gastos supérfluos, como o
desperdício de água e energia; inexistência de programa de gestão de resíduos sólidos; falta de
tratamento de efluentes; falta de controle da qualidade da água de abastecimento e
implementação de energia limpa, que venha a contribuir à melhoria da qualidade ambiental do
empreendimento.
2.5 Meios de hospedagem x responsabilidade ambiental
Os meios de hospedagem são responsáveis por grande parte dos fundos gerados na
atividade do turismo. Para o turismo, são considerados a espinha dorsal da atividade. Além
disso, são também os empreendimentos que mais poluem nesse segmento. Assim como os
hóspedes, os meios de hospedagem também estabelecem relação de responsabilidade com o
ambiente, porém diferentemente dos hóspedes são diretamente responsáveis pelo dano
causado.
37
Para Ziembowics (2003, p. 122), a responsabilidade ambiental é de incumbência da
sociedade, do Estado e da empresa, os quais, atuando de forma conjunta para a resolução dos
problemas ecológicos e sociais, colaboram para o surgimento de um novo modo de agir
coletivo, preocupado com o desenvolvimento do ser humano e com a preservação da natureza.
O autor define a empresa que tem uma postura socioambiental responsável, como empresa-
cidadã. Para ele a empresa não deve se preocupar somente com a satisfação financeira de seus
acionistas, mas, fundamentalmente, com a qualidade de vida das pessoas. (ZIEMBOWICS,
2003, p. 78).
Para o mesmo autor (2003, p. 81), empresa cidadã é aquela que possui consciência
social, identificando-se com a consciência social, cívica e individual do cidadão, contribuindo
para o bom desenvolvimento da sociedade, mediante ações sociais que incidam sobre as suas
principais carências.
Alguns autores (ABREU, 2001; FERREIRA, 1999; ERDOGAN; BARIS, 2007; CESA;
DE CONTO, 2003; ZIEMBOWICS, 2003; DE CONTO et al. 2004; Da Silva et al. 2006;
ALMEIDA JÚNIOR; OLIVEIRA, 2004) tratam em seus estudos do comportamento devido
de empresas e empreendimentos turísticos em relação ao ambiente.
Para Cesa e De Conto (2003, p. 4), as empresas constituintes da atividade turística, nelas
incluídas os meios de hospedagem, são estimuladas a agir de maneira responsável,
principalmente por conta da consciência da importância que a qualidade ambiental representa
para o futuro de seus negócios e do temor de terem suas atividades regulamentadas
oficialmente, caso não tomem iniciativas voluntárias, a fim de promoverem ações
socioambientais responsáveis.
Para Abreu (2001, p. 19), a responsabilidade ética e ambiental é fator que caracteriza os
hóspedes verdes na sociedade. Segundo a autora, os hóspedes verdes estão influenciando o
mundo dos negócios, definindo com precisão os tipos de produtos que querem adquirir e o
perfil das empresas que querem repensar seus produtos, serviços e suas formas de gestão,
buscando novas alternativas que não agridam o meio ambiente.
para Ferreira (1999, p. 3), um sistema de classificação de hospedagem, que leva em
conta a variável ambiental e suas nuanças poderá contribuir com a melhoria do desempenho
empresarial em relação ao meio ambiente, à medida que se torne instrumento confiável de
orientação ao consumidor e parâmetro de avaliação para órgãos de classe, governamentais e
fiscalizadores.
Ao tratar de normas de comportamento de um empreendimento, a International Hotels
Environment Initiative (IHEI) (1999), um órgão que desenvolve um programa para associados
38
e para melhoria ambiental na indústria hoteleira internacional, descreve seis razões para a
adesão dos hotéis ao movimento ecológico:
Redução dos custos - Aumentando a eficiência e reduzindo o desperdício. Por
exemplo, O Hotel Inter-Continental em Sydney, economizou em apenas um ano
24.000 dólares diminuindo a temperatura da água da lavanderia de 90°C para 60°C
sem perda da qualidade dos serviços; Antecipação à pressão do mercado - tem
aumentado o número de clientes que optam pelos hotéis com políticas ambientais;
Motivação dos colaboradores - que associam os assuntos ambientais a empresas
responsáveis, com administração dinâmica e avançada; Melhoria da imagem - ao
associar o nome ou logotipo do hotel a eventos, publicações e ações de proteção
ambiental; Prevenção de riscos - cresce o número de bancos que consideram o
desempenho ambiental do hotel antes de conceder empréstimos e conformidade
com a legislação. (IHEI, 1999, p. 32).
Diante disso, fica claro que a preservação ambiental deve ser revertida em forma de
melhorias e redução de custos para quem a desenvolve. A evolução do turismo, inserido o
sistema de hospedagem, de maneira conservacionista, deve ser orientada por princípios e
normas. Beni (2004) acredita que as normas para a conservação dos recursos turísticos
naturais podem conciliar o processo de gerenciamento com respeito às questões ambientais. O
autor apresenta os seguintes aspectos:
Estratégia: Planejamento dos recursos turísticos naturais com base em planos,
projetos, programas e atividades harmônicos com sua quantidade e qualidade;
Preservação: Salvaguardar aqueles recursos que estão em risco de extinção,
mediante a proibição de caçar, pescar e de arrancar vegetais. A preservação deve
ser aliada à conservação entendida como o uso racional dos recursos naturais;
Restauração: Correção de erros de manejo em ecossistemas alterados: programas
de reflorestamento, combate às pragas e erosão, regeneração do solo, conservação e
tratamento da água;
Reutilização: Utilizar um recurso tantas vezes quantas seja possível na sua forma
original e reciclagem que é a reutilização de matérias-primas em formas ou
produtos diferentes. Exemplo: utilização da mesma embalagem, mais de uma vez e
reciclagem de alumínio ou papelão para outras embalagens;
Substituição: Utilização de outros recursos em lugar daqueles em vias de extinção.
Por exemplo a utilização da palmeira da pupunha (cultivada) ao invés do palmito
nativo tradicional.
Uso integral: Satisfação de diferentes necessidades mediante um só recurso, isto é,
o uso múltiplo. Como por exemplo, uma represa pode ser utilizada
simultaneamente para geração de hidroeletricidade, abastecimento de água,
piscicultura, esportes aquáticos, e componente paisagístico. (BENI, 2004, p. 89).
Erdogan e Baris (2006, p. 604) afirmam que o meio ambiente limpo é componente
básico para a qualidade do serviço prestado em favor das indústrias de viagens, turismo e
hotelaria. Ainda para os autores (p. 605), o principal obstáculo para transformar a consciência
ambiental em uma prática dos meios de hospedagem é o fato de ter de assumir os custos de
preservação ambiental. Para Erdogan e Baris (2006, p. 605), os princípios da sustentabilidade
39
passam por: mudança de padrão de consumo dos recursos naturais; gerenciamento de resíduos
perigosos e resíduos sólidos, reuso, reciclagem e gerenciamento do reuso da água.
Ao considerar aspectos de funcionamento desses empreendimentos, De Conto et al.
(2004, p. 1239) afirmam que o meio de hospedagem tem um papel ambiental importante e
deve estar comprometido em desenvolver atitudes para utilizar significativas práticas
ambientais em todos os processos; cumprir rigorosamente toda a legislação ambiental;
minimizar o uso da energia, água e materiais; minimizar a geração de resíduos sólidos,
reutilizando e reciclando; convidar os clientes, os fornecedores e os serviços terceirizados a
participarem nos esforços para proteger o ambiente; fornecer a todos os funcionários
treinamento e recursos requeridos para vir ao encontro dos objetivos traçados.
Para Almeida Junior e Oliveira (2004, p. 2), a gestão ambiental deve estar inserida em
um contexto participativo, ligado às questões do desenvolvimento local, no qual a
comunidade deve ser ativa na tomada de decisões, promovendo o planejamento e assim
objetivando o desenvolvimento sustentável do território.
Segundo Da Silva et al. (2006, p. 2), a gestão ambiental permite que a empresa
identifique os aspectos e impactos ambientais das suas ações em relação ao meio ambiente; as
prioridades e as metas para o contínuo aperfeiçoamento da sua performance ambiental, para
que a organização assuma responsabilidades pela implementação do treinamento, da
monitoração, das ações corretivas, das reavaliações e do aprimoramento contínuo das práticas
utilizadas, das metas e dos objetivos da própria gestão ambiental.
Para Ferreira:
Os objetivos do hotel, com relação ao meio ambiente, devem ser sempre
compatíveis com o desenvolvimento sustentável, visando à minimização dos
impactos ambientais negativos e maximização dos efeitos positivos e as suas metas
devem ser consistentes com a política ambiental adotada, incluindo o compromisso
com a preservação ambiental. (FERREIRA, 1999, p. 55).
É sabido que os meios de hospedagem são responsáveis diretos pelos danos ambientais
causados ao meio ambiente. Portanto, é dever do empreendimento se portar de forma ética,
diminuindo os impactos ambientais causados pelo processo de sua atividade. Devem ser
levados em consideração aspectos legais e propostas de uma organização mais sustentável,
pois se trata de um segmento no qual a competitividade é bastante acirrada e, por sua vez, os
investimentos devem ser justificados.
40
2.6 Comportamento do consumidor no processo decisório
Por estar inserido num modelo de economia neoclássica, com características que
privilegiam o livre mercado, o turismo apresenta aspectos interessantes quanto à sua
regulação ambiental. O processo de regulação ambiental no turismo, mais propriamente entre
hóspedes e meios de hospedagem, acontece diretamente e sem a intervenção do Estado. A
economia do meio ambiente, uma vertente da economia neoclássica, ao tratar da questão
ambiental e de seus processos degradatórios visa a contemplar os efeitos contrários causados
pela produção. Para tal dá-se o nome de externalidade.
Almeida (1998, p. 27) define externalidade como efeitos interferentes ao
funcionamento do meio ambiente, existentes durante o consumo ou a produção de um bem.
Na economia do meio ambiente, as externalidades de uma produção são compensadas
efetivamente no mercado, via sistema de preços. A principal característica da economia do
meio ambiente é a valoração econômica dos recursos ambientais. Para Marques e Comune
(2001, p. 24), os recursos ambientais desempenham funções econômicas, sendo entendidas
como qualquer outro serviço que contribua para a melhoria do bem-estar, do padrão de vida, e
para o desenvolvimento econômico e social.
Entretanto, como a maioria dos modelos existentes, esse também apresenta fragilidades.
Para Almeida (1998, p. 28), o livre funcionamento do mercado, com ajustes via preço, falha
na solução dos problemas relacionados ao meio ambiente, pois tende a maximizar os lucros,
sem atingir o nível máximo de satisfação geral dos agentes. Isso significa dizer que a
economia do meio ambiente trabalha com a proposta de que quanto mais for explorado e
degradado o recurso natural, mais será pago por ele. Sob a análise dessa afirmação, é
constatada uma falha, ao notar que o modelo não respeita a capacidade de resiliência do
ambiente, a partir do momento que concede através da imposição de taxas, direitos de
poluição para as indústrias e os consumidores.
Ao relacionar a regulação ambiental ao turismo, Coriolano (2002, p. 53) afirma que o
mercado não apresenta condições de regular o uso do meio ambiente por si e que, portanto, o
valor que a sociedade, em relação ao uso que cada indivíduo, atribui à importância do meio
ambiente, não representa o valor que os empresários do turismo acreditam ter nessa mesma
relação. Para Lopes (2004, p. 95), o consumidor é a razão de ser das empresas hoteleiras.
Deve-se dar todo o valor às suas expectativas e buscar cada vez mais conhecer seu
comportamento, suas atitudes e tendências, sua maneira de perceber o serviço e o que espera
da qualidade de atendimento, buscando ouvi-lo e entendê-lo da melhor maneira possível.
41
A realidade ambiental do turismo está aquém do que se espera para um futuro saudável
para as próximas gerações, e uma das explicações para isso é a dependência que se estabelece
entre as relações monetárias, a fim de conceder melhorias ambientais comuns. Diante desse
fato, o consumidor pode ser considerado uma peça importante no turismo, pois partem desse
personagem as motivações para a escolha de um empreendimento para sua hospedagem. Para
Swarbrooke e Horner (2002, p. 84), o turista é parte da cadeia de produção no turismo, pois
tem poder de modificar espaços e estreitar opiniões de outros turistas, por desempenhar
características próprias como humor, expectativas de viagem e experiência de vida, além de
dividir espaços em comum em aeronaves, resorts e hotéis.
Como forma de tentar entender como ocorre o processo de compra, é interessante
identificar os fatores motivadores de consumo, a fim de perceber a postura do consumidor na
compra do produto turístico. Alguns estudos (ENGEL; BLACKWELL; MINIARD, 2000;
ANDRADE, 2001; ACERENZA, 2002; GUARDANI; ARUCA; ARAUJO, 1996;
SWARBROOKE; HORNER, 2002; RUSCHMANN, 2001; LOPES, 2004) abordam as
questões de consumo, por meio de modelos e teorias de comportamento do consumidor na
escolha do produto. Dentre esses, alguns vão além ao trazer propostas teóricas do consumo
para o turismo. Segundo Lopes (2004, p. 90), o mais importante para entender o consumidor
não é saber seus desejos e suas necessidades, que remetem ao passado, ou conhecer os modos
de compra e uso de um produto ou serviço, mas as expectativas que o cercam e remetem ao
futuro. Para Engel, Blackwell e Miniard (2000, p. 3), a definição do comportamento do
consumidor está diretamente relacionada às atividades envolvidas na obtenção, no consumo e
na disposição de produtos e serviços, incluindo os processos decisórios que precedem e
seguem essa ação.
Diante dessa perspectiva de associação do produto com seus critérios de compra, alguns
fatores são contemplados por boa parte dos autores desse tema. Para a maioria, os modelos
decisórios partem da existência de cinco fases bem definidas nesse processo. A primeira, trata
da identificação do problema ou carência; a segunda, está relacionada à busca por
informações de produtos que possam sanar o problema ou a carência. A terceira fase é a
avaliação das possíveis alternativas de compra; a quarta fase é o processo de escolha do
produto, e a quinta fase trata de tudo que acontece após o produto.
Para Engel, Blackwell e Miniard (2000, p. 92), o modelo do processo de decisão implica
sete estágios. Segundo os autores, o primeiro estágio está relacionado ao reconhecimento das
necessidades. Esse estágio normalmente é motivado pelo estado de necessidade e de desejo. A
segunda etapa busca informações sobre o produto desejado, as quais podem estar
42
armazenadas na memória, ou adquire informações de terceiros. A terceira fase é chamada de
avaliação de alternativas pré-compra, e é caracterizada pela avaliação da expectativa gerada
pelo produto, de suprir necessidades e benefícios. Na quarta etapa, acontece o processo de
compra, quando o produto é adquirido. O quinto estágio é denominado pelo autor de
consumo, quando o produto adquirido é utilizado. Na sexta etapa, acontece o que os autores
chamam de avaliação de alternativas pós-compra. Nesse momento, verifica-se o grau de
satisfação, de acordo com as expectativas esperadas. Por fim, a sétima etapa que é
caracterizada pelo descarte, que tem como característica a disposição do produto.
Para entender o comportamento do turista, é interessante trazer para a discussão as
contribuições dadas por alguns autores. Para eles, o produto turístico apresenta características
diferenciadas dos outros produtos oferecidos no mercado. Portanto, necessita de cuidados na
sua visualização como produto. Para Acerenza (2002, p. 244), o produto turístico é definido
como o conjunto de prestações materiais ou imateriais que se oferecem, com o propósito de
satisfazer os desejos ou as expectativas do turista. Acerenza (2002, p. 244) divide o produto
turístico em três elementos: a) os atrativos que correspondem aos atributos naturais, culturais
e eventos programados, para o autor correspondem aos principais elementos de escolha da
destinação; b) infra-estrutura que é composta por serviços responsáveis pela manutenção do
turista na localidade, tais como alojamento, alimentação e seu entretenimento. Para o autor,
esse elemento por vezes não é responsável pela geração de fluxos turísticos, porém possibilita
ao turista sua manutenção na destinação e c) acesso, formado pelos mecanismos de
acessibilidade do turista para chegar ao local desejado.
Segundo Guardani, Aruca e Araujo:
O produto turístico é formado por atrações, infra-estrutura e acessibilidade. Dessa
forma, a decisão de compra de um produto turístico é determinada por vários
aspectos, como o tipo e número de atrações, facilidades e acessibilidade que o
compõem, que se relacionam com expectativas do turista conforme o tipo de viagem
que deseja realizar, bem como o tempo disponível e a quantidade de dinheiro a
serem gastos na viagem. (1996, p. 23)
Conforme Ruschmann (2001, p. 25), o produto turístico apresenta particularidades
diante dos demais produtos. Dentre algumas características que o distinguem de outros
produtos, estão: a) é um produto material e intangível, não podendo ser avaliado antes do
consumo; b) a produção e o consumo acontecem simultaneamente no mesmo lugar; c) não
pode ser transportado; d) não pode ser estocado; e) a qualidade dos agentes interferentes na
formação do produto turístico dificilmente pode ser mensurada; f) existe uma necessidade
sistêmica de existência dos fatores que compõem o produto turístico; g) é mais frágil a
43
sazonalidade; h) é estático; i) não passa a ser possuído pelo consumidor através da compra e
j) uma vez adquirido, pode ser vendido novamente e utilizado por outros turistas. Segundo
Swarbrooke e Horner (2002, p. 83), o produto turístico é complexo diante de sua conceituação
e das limitações. Para o autor, o produto turístico compreende elementos tangíveis, como
leitos de hotéis, restaurantes, assim como elementos intangíveis.
para Engel, Blackwell e Miniard (2000, p. 93), o consumidor é atraído por alguns
fatores que são basicamente influenciados por três categorias. São elas as diferenças
individuais; as influências ambientais (influências de terceiros) e os processos psicológicos.
Para o autor, as diferenças individuais podem ser divididas em: a) recursos do consumidor;
b) conhecimento; c) atitudes; d) motivação e e) personalidade. as influências ambientais
tendem a seguir as seguintes motivações: a) cultura; b) classe social; c) influência pessoal;
d) família e e) situação. O autor ainda afirma que os processos psicológicos são divididos em:
a) informação em processamento; b) aprendizagem; c) mudança de atividade e
d) comportamento.
Segundo Andrade (2001, p. 9), além das características de comportamento do
consumidor, o autor ressalta a importância de três indicadores para a realização do consumo
no turismo. Para ele, o nível de renda, os preços dos serviços turísticos e os custos de
transportes apresentam grande interferência na escolha do produto. O mesmo autor, ao tratar
de questões isoladas, diante de interrogações sobre o que faz o turista consumir um produto,
considera que, se o turista optar pela escolha de um lugar ensolarado, características como
horas de sol; número de pessoas nas praias; tipos de acomodações disponíveis; tempo para
acessibilidade e disponibilidade de transportes de acesso são fatores relevantes para a escolha.
Para Andrade (2001), as motivações são flexíveis e dependem da situação de compra.
Algumas motivações exercem impacto na escolha do produto pelo turista. Para
Swarbrooke e Horner, essas razões podem ser apontados como motivações culturais; pelo
status; desenvolvimento pessoal; motivações pessoais, emocionais e físicas.
Algumas motivações exercem um impacto na escolha do produto pelo turista, para
o autor, são elas: a) Culturais visitas a lugares e vivência de outras culturas;
b) Status exclusividade, fator moda, fazer um bom negócio e oportunidade de
gastar de maneira ostensiva; c) Desenvolvimento pessoal aumentar
conhecimentos e aprender algo novo; d) Pessoais visitar amigos e parentes, fazer
novos amigos, necessidade de satisfazer outras pessoas e fazer economia em caso
de rendimentos reduzidos; e) Emocionais nostalgia, romance, aventura,
escapismo, fantasia e busca de alimento espiritual; f) físicos relaxamento, banho
de sol, sexo, exercício e saúde. (2002, p. 86).
44
Alguns autores (NOVAES, 2005; DA SILVA et al. 2006; LOPES, 2004; PETKOW;
CURY; GRANDE, 2003; SWARBROOKE, 2000; SWARBROOKE; HORNER, 2002)
acreditam que práticas ambientais, além de produzirem um reflexo de melhorias à sociedade,
funcionam como marketing positivo atrelando ao produto novos segmentos motivacionais de
consumo. Novaes (2005, p. 3), em seu estudo, evidencia a existência de um amplo espaço
para um ajustamento educacional e econômico dos consumidores, devido a uma necessidade
de adequação racional do consumo.
Perante essas afirmações é visível a necessidade de práticas ambientalmente
responsáveis serem implementadas no funcionamento de empreendimentos turísticos. De
acordo com Da Silva et al. (2006, p. 1), a ascendente crise ambiental fez com que as
organizações, nas últimas três décadas, passassem gradualmente a considerar os efeitos da
ação do homem no meio ambiente, sendo estabelecidos conceitos, princípios e práticas com o
propósito de adequar as organizações às práticas ambientalmente corretas, tais como a gestão
ambiental.
Abreu (2001) salienta que os turistas verdes apresentam outro comportamento em
relação aos focos de escolha de um produto turístico, quando comparados com o restante dos
turistas. As escolhas seguem aspectos que levam em consideração fatores como a variável
ambiental e a forma como ela é tratada. Para Lopes (2004, p. 91), diante das evidências que
levam a uma nova possibilidade de mercado, dirigido às necessidades e às ideologias, afirma
que os clientes têm se mostrado cada vez mais informados e conscientes de seu poder de
compra e de sua responsabilidade sobre isso.
Ao estabelecer critérios econômicos para as questões ambientais, Petkow, Cury e
Grande (2003, p. 11) apontam para a existência de uma tendência para a conscientização do
relacionamento entre o homem e o ambiente, motivando as ações de conservação do recurso
ambiental. Os autores afirmam que em decorrência desse fenômeno, estão ocorrendo
motivações para proteger, conservar e valorizar os aspectos ambientais.
Os turistas verdes apresentam focos de interesse na escolha de um produto turístico.
Segundo Swarbrooke e Horner (2002, p. 262), a vida selvagem, os transportes, as atividades
esportivas, as novas construções, as práticas operacionais de organizações de turismo, a
poluição, usos dos recursos e a conservação são as principais motivações.
a) vida selvagem zoológicos, safáris, caça e uso de animais para entreter os turistas;
b) transporte poluição causada por viagens via terrestre e aérea, a construção de
infra-estrutura de transportes e campos verdejantes e hábitats de vida selvagem e o
uso de fontes de energia por ar e transporte rodoviário; c) atividades esportivas
construção de campos de golf e erosão provocada por caminhadas cavalgadas e
45
montanhismo; d) novas construções - escala, localização, materiais e forma;
e) práticas operacionais de organizações de turismo reciclagem, compras, disposição
de resíduos e consumo de energia; f) poluição do ar, da água, sonora e visual; g) uso
de recursos água, terra e alimentos; h) conservação - paisagens, vida selvagem e
paisagens urbanas. (SWARBROOKE; HORNER, 2002, p. 262).
Num direcionamento ambiental, Novaes (2005, p. 7) conclui que, ao ser utilizada como
estratégia de mercado, a gestão ambiental abrange novos segmentos, fortalece a imagem
ecológica, reduz os custos operacionais, melhora o desempenho das atividades, reduz os
riscos, e cria, assim, um diferencial competitivo para os meios de hospedagem do meio rural.
Segundo Ottman (1998, p. 12), por conta das pesquisas relacionadas ao
desenvolvimento sustentável, ocorreu nos últimos anos um aumento pela procura de
oportunidades nas áreas de eficiência de energia, fontes de energia renováveis, agricultura
alternativa e reciclagem. Essa procura se deve à construção de produtos eficientes, os quais
contemplam os aspectos de serem benquistos pelo mercado e têm um custo de operação
barato. Como exemplo, a autora cita os computadores, que quando não são usados, desligam
automaticamente algumas fontes de energia.
Para Ottman (1996, p.13), alguns componentes têm extrema importância para se montar
uma estratégia de marketing para consumidores verdes. São eles: reformular o produto para
que ele cumpra as principais exigências de consumo; educar em prol dos benefícios
ambientais trazidos pelo produto; tratar da educação ambiental nos produtos; formar alianças
com grupos que lutam pela causa ambiental.
A fim de caracterizar os aspectos ambientais que se relacionam ao turismo
ambientalmente responsável, é de extrema importância entender como o fenômeno de escolha
do produto turístico se dá, para que os investimentos em práticas ambientais possam ser
justificados. Por se tratar do hóspede – o principal sujeito da economia de um meio de
hospedagem –, é interessante confrontar as informações com as perspectivas esperadas por
ele.
46
3 MÉTODO DE COLETA DE DADOS
3.1 Características dos municípios onde os dados foram coletados
A coleta dos dados para a construção deste estudo ocorreu em dois meios de
hospedagem localizados nos municípios de Caxias do Sul e Canela, ambos no interior do
Estado do Rio Grande do Sul.
3.1.1 Caxias do Sul
O município de Caxias do Sul, situado no Planalto Meridional, localiza-se na Encosta
Superior do Nordeste do Rio Grande do Sul, parte na extremidade leste da microrregião
vitivinícola e parte no planalto dos Campos de Cima da Serra. Sua longitude: -51,179 graus e
sua latitude: -29,168 graus. A cidade apresenta uma população de 412.053 habitantes
(CAXIAS DO SUL, 2008a), é a segunda maior cidade do Estado do Rio Grande do Sul e
também o segundo pólo metal-mecânico do País e um dos maiores da América Latina. Mais
de 6.500 indústrias fazem com que o município responda por 6,5% do PIB do Rio Grande do
Sul.
O município de Caxias do Sul produz aproximadamente 400 toneladas diárias de
resíduos coletados por 230 trabalhadores do Departamento de Limpeza Urbana. A coleta dos
resíduos sólidos orgânicos é realizada em todos os bairros e loteamentos da cidade. No centro
e nos bairros próximos, é executada diariamente, e nos demais bairros, a coleta acontece três
vezes por semana. O resíduo orgânico é destinado ao Aterro Sanitário Municipal São
Giácomo. (CAXIAS DO SUL, 2008b).
Também realizada no sistema porta a porta, a coleta seletiva dos resíduos acontece em
toda a área urbana e em parte da zona rural. A coleta seletiva começou no município em 1991,
como experiência, em apenas um bairro da cidade. A partir de agosto de 1997, foi sendo
ampliada aos poucos. O recolhimento passou a ser realizado em todos os bairros e
loteamentos da cidade, com freqüência relacionada à densidade de população, exceto na área
central, onde a coleta é diária. São coletadas, no sistema porta a porta, aproximadamente 60
toneladas de resíduos seletivos. (CAXIAS DO SUL, 2008b).
O abastecimento de água no município de Caxias do Sul é de responsabilidade do
Serviço Autônomo Municipal de Água e Esgoto (Samae); a rede de distribuição possui uma
47
extensão de 1.099,09 km. São ao todo cinco estações de tratamento e cinco bacias de
captação. A Prefeitura Municipal colocou em funcionamento o Sistema Faxinal, garantindo
abastecimento de água até o ano de 2030. O Samae está investindo cerca de R$ 6 milhões de
reais em melhorias no sistema de abastecimento de água. Entre elas estão a modernização de
equipamentos e a ampliação da capacidade da Estação de Tratamento de Água (ETA), Parque
da Imprensa, onde é tratada a água do Faxinal. De 2005 até agora, o Samae investiu cerca de
R$ 3,15 milhões em obras concluídas. As obras em andamento representam investimentos
de R$ 3,2 milhões. Em três anos, o Samae substituiu mais de 30 quilômetros de redes
obsoletas (SAMAE, 2008)
O tratamento de esgoto do município de Caxias do Sul é de responsabilidade do
Samae. Historicamente, a população caxiense tinha seu esgoto sanitário coletado e afastado de
forma individual, através de fossa e sumidouro ou fossa e posterior lançamento na rede de
esgoto pluvial. Atualmente, o município apresenta Estações de Tratamento de Esgoto, que
favorecem boa parte da população da cidade. (SAMAE, 2008b).
No que tange ao turismo em Caxias do Sul, a cidade é conhecida por fazer parte do
roteiro da Uva e Vinho e por apresentar seus atrativos divididos em seis roteiros, sendo eles:
a) La città; b) Caminhos da Colônia; c) Estrada do Imigrante; d) Ana Rech; e) Criúva e f)
Vale Trentino. (CAXIAS DO SUL, 2008c).
É importante ressaltar a presença da Universidade de Caxias do Sul no município de
Caxias do Sul, classificada como uma universidade comunitária. A Universidade tem seu
principal campus situado na cidade de Caxias do Sul e apresenta mais nove unidades nas
cidades de Bento Gonçalves, Vacaria, Guaporé, São Sebastião do Caí, Canela, Farroupilha,
Nova Prata e Veranópolis. A Universidade apresenta cursos de graduação, superiores em
curta duração, educação a distância, extensão e pós-graduação. A Unidade de Canela e o
Campus de Bento Gonçalves sediam o curso de graduação em Turismo e, no Campus Central,
funciona o Programa de Pós-Graduação em Turismo, PPGTUR. (UNIVERSIDADE DE
CAXIAS DO SUL, 2008a). A Universidade iniciou projeto de pesquisa na área ambiental, na
hotelaria e no turismo em 2001.
3.1.2 Canela
O município de Canela, situado na encosta da serra Geral, na porção nordeste do
Estado do Rio Grande do Sul, compõe a Região das Hortênsias, juntamente com os
48
municípios de Gramado, Nova Petrópolis e São Francisco de Paula, constituindo-se essa
região num dos mais importantes pólos do Sul do País, a 126 quilômetros da capital do Rio
Grande do Sul, Porto Alegre. Tem seus limites ao norte: Caxias do Sul; ao Sul: Três Coroas;
ao Leste: São Francisco de Paula; a Oeste: Gramado. Sua coordenada geográfica está na
latitude: 29° 20' 15'' e longitude: 50° 53'. (CANELA, 2008a).
A cidade tem uma população de 40.147 habitantes, hoje dispõe de 1.311
estabelecimentos relacionados à atividade do turismo nessa região. O município de Canela
apresenta 60 meios de hospedagem, sendo eles: 19 hotéis; 39 pousadas; um albergue e um
apart-hotel, estes com 3.924 leitos disponíveis. O município tem sua economia baseada
principalmente no turismo e na agricultura. O município de Canela tem, como característica, a
promoção de eventos durante todo o ano. Os mais importantes são: a) Rodeio Crioulo
Nacional de Canela janeiro; b) Chocofest março e abril; c) Páscoa em Canela e Semana
Santa – março e abril; d) Festa de Nossa Srª de Caravágio – maio; e) a Temporada de Inverno
em Canela – junho a setembro; f) Festival Internacional de Teatro de Bonecos junho;
g) Festa Nacional da Música agosto; h) Sonho de Natal novembro e dezembro.
(CANELA, 2008b).
O abastecimento de água e o tratamento de esgoto do município é responsabilidade da
Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan) Superintendência Região Nordeste. A
zona em que a cidade de Canela se encontra é mantida por uma barragem na cidade de Bento
Gonçalves, um reservatório de água na cidade de Teutônia e três estações de tratamento de
água situadas nas cidades de Nova Prata, Lajeado e Montenegro. Com relação ao esgoto de
Canela, apenas 33% da população tem rede cloacal. O restante é tratado com fossa, filtro e
sumidouro. Os loteamentos novos estão sendo implementados com Estação de Tratamento
de Esgotos. (CORSAN, 2008).
A Universidade de Caxias do Sul apresenta unidade na cidade de Canela. O Núcleo
Universitário de Canela (Nucan) funciona 23 anos e é formado pelo departamento de
Turismo e Hotelaria e pelos cursos de graduação: a) Bacharelado em Administração;
Bacharelado em Direito; c) Bacharelado em Turismo; d) Tecnologia em Análise e
Desenvolvimento de Sistemas; e) Bacharelado em Hotelaria e f) Tecnologia em Hotelaria.
(UNIVERSIDADE DE CAXIAS DO SUL, 2008b).
49
3.2 Seleção dos meios de hospedagem
A escolha dos meios de hospedagem ocorreu baseada nos seguintes critérios: a) os
meios de hospedagem apresentam histórico de cooperação com a Universidade de Caxias do
Sul, para a realização de pesquisas e b) desenvolvem ações ambientais. No sentido de dar
continuidade às pesquisas e dissertações geradas na UCS, a presente pesquisa foi
desenvolvida em uma pousada (Canela) e em um hotel (Caxias do Sul).
3.2.1 Características dos meios de hospedagem
O primeiro meio de hospedagem localiza-se na cidade de Caxias do Sul. O
estabelecimento possui 90 Unidades Habitacionais (UHs) divididas em apartamentos de luxo,
apartamentos executivos, apartamentos standard, suítes de luxo e suítes executivas. O hotel
desenvolve palestras relacionadas à sensibilização ambiental aos administradores e
colaboradores; separa os resíduos sólidos para a reciclagem; incentiva projetos de pesquisa.
O espaço físico do meio de hospedagem se define por:
a. Noventa Unidades Habitacionais;
b. Recepção;
c. Três salas executivas para pequenas reuniões ou entrevistas;
d. Três salas de eventos para eventos ou reuniões;
e. Sala para ginástica;
f. Salão para Jogos;
g. Solarium;
h. Lavanderia;
i. Espaço-arte;
j. Bar e coffee shop;
k. Garagem no subsolo.
O segundo meio de hospedagem é uma pousada na cidade de Canela. O meio de
hospedagem comporta 15 Unidades Habitacionais (UHs) divididas em três tipos: a) suítes
standard; b) suítes de luxo e c) suítes superluxo. A pousada desenvolve atividades relacionadas à
sensibilização ambiental de colaboradores e hóspedes, separa os resíduos sólidos para a reciclagem,
reaproveita a água da chuva e incentiva estudos sobre o comportamento ambientalmente responsável.
O espaço físico do meio de hospedagem se define por:
50
a. Quinze apartamentos;
b. Recepção;
c. Salão de café;
d. Sala da lareira e
e. Estacionamento.
3.3 Sujeitos
O estudo contempla os hóspedes durante períodos de alta e de baixa estação. Todos os
hóspedes foram solicitados a preencher o questionário durante os períodos de pesquisa.
3.4 Instrumento para coleta de dados
3.4.1 Ferramenta estatística
Para o cruzamento dos dados colhidos no questionário, foi utilizado o programa SPSS
15.0 for Windows. Esse programa funciona através de inserção de dados e variáveis em uma
planilha. Essa ferramenta permite estabelecer relações entre variáveis que, a priori, podem
não deixar visível sua importância. Como forma de aproveitar melhor os dados em uma
interpretação criteriosa, essa ferramenta é um adicional para as possibilidades de análises.
3.4.2 Procedimentos para a elaboração do questionário
Para a elaboração do questionário (Apêndice A), foram considerados estudos que
envolvem o consumidor e pesquisas realizadas e em desenvolvimento pela Universidade de
Caxias do Sul.
A fim de testar o questionário, foram escolhidas três pessoas que viajam e se
hospedam com freqüência em meio de hospedagem. A primeira parte do questionário está
relacionada a perguntas sobre os dados pessoais dos hóspedes, no qual são contemplados
dados como: a) idade; b) gênero; c) escolaridade; d) motivos da viagem; e) município de
51
origem; f) informação sobre responsabilidade ambiental e g) como obteve informações do
município e do meio de hospedagem visitado.
Na segunda parte do questionário, intitulado “Motivos para escolha do destino
turístico e dos meios de hospedagem”, foram utilizadas questões que buscam identificar
motivações e percepções dos hóspedes em relação à variável ambiental. Essa parte
contemplou situações como: a) informações sobre o conhecimento da situação de saneamento
básico gua de abastecimento, resíduos sólidos e tratamento de esgoto) do município de
origem dos hóspedes; b) informações sobre o conhecimento da situação de saneamento básico
do destino turístico; c) informações sobre a separação dos resíduos sólidos em casa e nos
meios de hospedagem; d) informações sobre o saneamento básico (água de abastecimento,
resíduos sólidos e tratamento de esgoto) e práticas ambientais serem fatores decisivos na
escolha do destino turístico e e) informações sobre o compromisso do hóspede e dos meios de
hospedagem com a preservação do meio ambiente.
3.4.3 Procedimento para aplicação dos questionários
Os questionários foram aplicados em quatro momentos distintos em cada um dos
meios de hospedagem. Foram escolhidas, mediante análise de data duas épocas de baixa
estação e duas de alta estação por empreendimento. Durante essas épocas, entre a colocação e
a retirada dos questionários, transcorreram 7 dias. Os questionários foram colocados nos
meios de hospedagem sob supervisão dos proprietários e das recepcionistas. Cada hóspede, ao
dar entrada no hotel recebeu um questionário e, na sua saída (Apêndice B), foi solicitado a
devolvê-lo.
O município de Caxias do Sul, segundo a Secretaria de Turismo, apresenta um turismo
motivado basicamente por negócios. Por tal, o município apresenta um calendário turístico
bastante diferenciado da maioria dos destinos de lazer, seguindo uma regularidade durante o
ano. A temporada de alta estação caracteriza-se pelo acontecimento de grandes feiras e
eventos de negócios na região. As temporadas de baixa estação são caracterizadas por
feriados e férias escolares. Dessa forma, foi constatado que seria interessante a aplicação dos
questionários nos períodos indicados no quadro 1.
52
29BQUESTIONÁRIO 30BMUNICÍPIO 31BDATA/ ÉPOCA
I CAXIAS DO SUL 17/3/2007 23/
3/2007 /
ALTA ESTAÇÃO
II CAXIAS DO SUL 21/4/2007 28/
4/2007 /
BAIXA ESTAÇÃO
III CAXIAS DO SUL 04/6/2007 11/
6/2007 /
BAIXA ESTAÇÃO
IV CAXIAS DO SUL 22/10/2007 27
/10/2007 /
ALTA ESTAÇÃO
Quadro 1: Calendário de coletas no município de Caxias do Sul
Na primeira coleta, que aconteceu no período de 17 de março a 23 de março de 2007,
são apresentadas características de alta estação. Nessa ocasião, aconteceu no município de
Bento Gonçalves-RS a Feira Internacional de Máquinas, Matérias-Primas e Acessórios, a
Fimma.
Na segunda coleta, que aconteceu no período de 21 de abril a 28 de abril de 2007, o
município registra um período de baixa estação.
Na terceira coleta, que aconteceu no período de quatro de junho a 11 de junho de
2007, a cidade apresenta temporada de baixa estação. Nessa semana, aconteceu o feriado de
Corpus Christi.
Na quarta coleta, que aconteceu no período de 23 de outubro a 28 de outubro de 2007,
foi realizada a Feira de Subcontratação e Inovação Industrial (Mercopar). Nesse período, o
município apresenta período de alta estação.
O município de Canela, segundo sua Secretaria de Turismo, tem os períodos de baixa
estação nos meses de janeiro, fevereiro, março e semanas anteriores e posteriores aos eventos
(segunda semana de maio e primeira semana de junho). No restante do ano, a cidade
apresenta-se em alta estação. A sazonalidade turística do município é explicada pelo
acontecimento de eventos. Para o empreendimento de Canela, foram agendados conforme os
períodos, do quadro 2.
32BQUESTIONÁRIO 33BMUNICÍPIO 34BDATA/ ÉPOCA
I CANELA 7/5/2007 14/
5/2007 /
BAIXA ESTAÇÃO
II CANELA 4/6/2007 11/
6/2007 /
BAIXA ESTAÇÃO
III CANELA 23/7/2007 30/
7/2007 /
ALTA ESTAÇÃO
53
32BQUESTIONÁRIO 33BMUNICÍPIO 34BDATA/ ÉPOCA
IV CANELA 11/8/2007 18/
8/2007 /
ALTA ESTAÇÃO
Quadro 2: Calendário de coletas no município de Canela
3.4.4 Freqüência de hóspedes em relação aos questionários respondidos
Para acompanhar o número de entradas de hóspedes e entregas de questionários, foram
criadas tabelas para os meios de hospedagem dos municípios de Canela e Caxias do Sul,
contendo os seguintes pontos: a) número da coleta; b) período de coleta; c) número de check
ins; d) número de questionários entregue aos hóspedes; e) número de questionários
devolvidos preenchidos; f) número de questionários devolvidos em branco; g) total de
questionários devolvidos; h) total de questionários não devolvidos e i) critério de seleção para
a data da coleta.
Questionários devolvidos
Coleta
Período
Número
de check
ins
Questionários
entregue aos
hóspedes
Preenchido
s
Em
branco
Total
Não
devolvidos
Critério
de
seleção
1
7 -
14/
5/2007
31 31 3 26 29 2
Sem
eventos
2
4 -
11/6/2007
33 33 2 28 30 3
Sem
eventos
3
23 -
30/7/2007
51 51 3 42 45 6
Férias de
Julho
4
11 -
18/8/2007
38 38 8 28 36 2
Festival
de
Cinema
de
Gramado
TOTAL 153 153 16 124 140 13
Quadro 3: Controle de questionários no meio de hospedagem do município de Canela
54
Questionários devolvidos
Coleta
Período
Número
de
check
ins
Questionários
entregue aos
hóspedes
Preenchidos
Em
branco
Total
Não
devolvidos
Critério
de
seleção
1
17 -
23/3/2007
377 149 67 4 71 78 Fimma
2
21 -
28/4/2007
352 139 39 0 39 100
Sem
evento
3
4 -
11/6/2007
294 112 56 1 57 55
Sem
evento
4
22 -
27/10/2007
245 212 79 64 143 69 Mercopar
TOTAL 1268 612 241 69 310 302
Quadro 4: Controle de questionários no meio de hospedagem do município de Caxias do Sul
55
4 INFORMAÇÕES SOBRE DADOS PESSOAIS E MOTIVAÇÕES DE
HÓSPEDES DE DOIS MEIOS DE HOSPEDAGEM
Neste capítulo são apresentadas as tabelas correspondentes aos meios de hospedagem
dos municípios de Canela e de Caxias do Sul, contendo a distribuição de freqüência e
porcentagens das indicações dos sujeitos sobre: a) faixa etária; b) sexo; c) escolaridade dos
sujeitos; d) informação quanto ao meio ambiente; e) motivos da viagem; f) cidade de origem;
g) como obtiveram informações sobre o destino turístico e h) como obtiveram informações
sobre o meio de hospedagem onde estão hospedados.
A tabela 1 apresenta a distribuição de freqüência e porcentagens de indicações dos
sujeitos sobre os dados pessoais (faixa etária, sexo, escolaridade e informações sobre o meio
ambiente), referentes aos sujeitos do meio de hospedagem do município de Canela. Com
relação à faixa etária, 37,5% dos hóspedes têm entre 31 e 39 anos, 25% deles têm entre 40 e
49 anos; 12,5% têm entre 25 e 30 anos; 6,25% têm entre 16 e 24 anos; 6,25% têm entre 50 e
59 anos e 6,25% não responderam a esse questionamento.
Diante dos dados contidos na tabela 1, em relação ao sexo dos sujeitos, verificou-se,
que dos sujeitos questionados, 56,25% fazem parte do sexo masculino e que 43,75% são do
sexo feminino. A partir da avaliação dos dados, no que tange às indicações referentes à
escolaridade, pode-se concluir que, dos 16 sujeitos questionados, 37,5% apresentam Ensino
Superior completo; 37,5% apresentam pós-graduação; 12,5% apresentam superior
incompleto; 6,25% apresentam mestrado e 6,25% não responderam.
Em relação ao questionamento que indica “considerar-se bem-informado quanto ao
meio ambiente”, 81,25% dos sujeitos declararam se considerar bem-informados quanto ao
meio ambiente, enquanto que 6,25% responderam “não” se considerar bem-informados
quanto ao meio ambiente; 6,25% declararam não ter certeza sobre a afirmação e, por fim,
6,25% não responderam ao questionamento.
A tabela 2 apresenta a distribuição de freqüência e porcentagens de indicações dos
sujeitos sobre os dados pessoais (faixa etária, sexo, escolaridade e sobre considerar-se bem
informado sobre o meio ambiente), referentes aos sujeitos do meio de hospedagem do
município de Caxias do Sul. Através dos dados, ao tratar da faixa etária dos sujeitos,
constatou-se que 21,02% têm entre 40 e 49 anos; 15,25% têm entre 50 e 59 anos; 14,92% têm
ente 25 e 30 anos; 12,88% têm entre 31 e 39 anos; 6,78% têm mais de 60 anos e 4,07% têm
entre 16 e 24 anos. É interessante destacar que, na quarta semana, o número de hóspedes que
56
não respondeu ao questionário foi de 46,15%. Esse fato interferiu de forma significativa no
fim da coleta desse meio de hospedagem, visto que 25,08% dos sujeitos não responderam.
Tabela 1 Distribuição de freqüência e porcentagem de indicações dos hóspedes sobre dados pessoais (faixa
etária, sexo, escolaridade e informações sobre o meio ambiente), no meio de hospedagem do município de
Canela
Semanas 1a. (**) 2a. (**)
3a. ( * ) 4a. ( * ) TOTAL
Dados pessoais dos hóspedes
(f)
(%) (f)
(%)
(f)
(%) (f)
(%) (f)
(%)
Faixa etária
31 – 39
2 66,67 1 50 2 66,67 1 12,5 6 37,5
40 – 49
1 33,33 - - 1 33,33 2 25 4 25
25 - 30
- - - - - - 2 25 2 12,5
16 – 24
- - - - - - 1 12,5 1 6,25
50 – 59
- - - - - - 1 12,5 1 6,25
Mais de 60
- - - - - - 1 12,5 1 6,25
Não respondeu
- - 1 50 - - - - 1 6,25
TOTAL
3 100 2 100
3 100 8 100 16
100
Sexo
Masculino 1 33,33 1 50 2 66,67 5 62,5 9 56,25
Feminino 2 66,67 1 50 1 33,33 3 37,5 7 43,75
TOTAL 3 100 2 100
3 100 8 100 16
100
Escolaridade
Superior completo - - - - 1 33,33 5 62,5 6 37,5
Pós-Graduação 2 66,67 1 50 1 33,33 2 25 6 37,5
Superior incompleto 1 33,33 - - 1 33,33 - - 2 12,5
Mestrado - - - - - - 1 12,5 1 6,25
Não respondeu - - 1 50 - - - - 1 6,25
TOTAL 3 100 2 100
3 100 8 100 16
100
Considera-se bem-informado quanto ao meio
ambiente
Sim 3 100 1 50 1 33,33 8 100 13
81,25
Não - - - - 1 33,33 - - 1 6,25
Não tem certeza - - - - 1 33,33 - - 1 6,25
Não respondeu - - 1 50 - - - - 1 6,25
TOTAL 3 100 2 100
3 100 8 100 16
100
( * ) Semana de alta estação e com evento
(**) Semana de baixa estação e sem evento
57
Tabela 2 Distribuição de freqüência e porcentagem de indicações dos hóspedes sobre dados pessoais (faixa
etária, sexo, escolaridade e informações sobre o meio ambiente), no meio de hospedagem do município de
Caxias do Sul
Semanas
1a. (**) 2a. (*) 3a. ( * ) 4a. ( ** ) TOTAL
Dados Pessoais dos Hóspedes
(f)
(%) (f)
(%) (f)
(%) (f) (%) (f) (%)
Faixa etária
Não respondeu
4 5,63 - - 4 7,02 66 46,15
74 25,08
40 – 49
16
22,54
12
30,77
14
24,56
20 13,99
62 21,02
50 – 59
11
15,49
5 12,82
13
22,81
16 11,19
45 15,25
25 - 30
13
18,31
5 12,82
11
19,30
15 10,49
44 14,92
31 – 39
17
23,94
14
35,90
7 12,28
15 10,49
38 12,88
Mais de 60
3 4,23 2 5,13 7 12,28
8 5,59 20 6,78
16 – 24
7 9,86 1 2,56 1 1,75 3 2,10 12 4,07
TOTAL
71
100 39
100 57
100 143
100 295
100
Sexo
Masculino
59
83,1 22
56,41
36
63,16
57 39,86
174
56,13
Não respondeu
4 5,63 1 2,56 3 5,26 64 44,76
72 23,23
Feminino
8 11,27
16
41,03
18
31,58
22 15,38
64 20,65
TOTAL
71
100 39
100 57
100 143
100 310
100
Escolaridade
Não respondeu
6 8,45 - - 1 1,75 64 44,76
71 22,90
Superior completo
15
21,13
17
43,59
13
22,81
24 16,78
69 22,26
Superior incompleto
14
19,72
8 20,51
14
24,56
13 9,09 49 15,81
Pós-Graduação
12
16,90
6 15,38
13
22,81
15 10,49
46 14,84
Médio completo
11
15,49
2 5,13 6 10,53
6 4,20 25 8,06
Mestrado
4 5,63 3 7,69 2 3,51 7 4,90 16 5,16
Médio incompleto
6 8,45 - - 4 7,02 1 0,70 11 3,55
Doutorado
- - 2 5,13 1 1,75 7 4,90 10 3,23
Fundamental completo
3 4,23 1 2,56 2 3,51 3 2,10 9 2,90
Fundamental incompleto
- - - - 1 1,75 3 2,10 4 1,29
TOTAL
71
100 39
100 57
100 143
100 310
100
Considera-se bem-informado quanto ao
meio ambiente
Sim
47
66,2 27
69,23
43
75,44
62 43,36
179
57,74
Não respondeu
7 9,86 2 5,13 2 3,51 67 46,85
78 25,16
Não tem certeza
10
14,08
8 20,51
6 10,53
11 7,69 35 11,29
Não
7 9,86 2 5,13 6 10,53
3 2,10 18 5,81
TOTAL
71
100 39
100 57
100 143
100 310
100
( * ) Semana de alta estação e com evento
(**) Semana de baixa estação e sem evento
No tocante ao sexo dos sujeitos respondentes, verificou-se que 73,10% são do sexo
masculino e 26,9% são do sexo feminino. Durante a quarta semana, é notória a diferença em
58
relação às outras semanas, pelo número de pessoas que não responderam, que foi de 44,76%.
Esse fato interferiu no resultado final, ao notar que 23,23% dos sujeitos não responderam a
essa questão.
Diante dos dados coletados, ao serem questionados sobre a escolaridade, 22,26%
responderam ter curso superior completo; 15,81% disseram ter curso superior incompleto;
14,84% têm curso de pós-graduação; 8,06% responderam ter Ensino Médio completo; 5,16%
dos hóspedes têm mestrado; 3,55% têm Ensino Médio incompleto; 3,23% tem doutorado;
2,9% têm Ensino Fundamental completo e 1,29% tem Ensino Fundamental incompleto. Cabe
destacar que, durante a quarta semana, o número de questionários entregues sem respostas não
respeitou a ordem natural ocorrida nas três primeiras semanas. Na quarta semana, 44,76% dos
sujeitos não responderam a essa questão. Esse fato resultou em interferências nos números
finais, quando 22,9% não responderam a esse questionamento.
Sobre se considerar bem-informado quando ao meio ambiente, dos 310 sujeitos
questionados 57,74% responderam que “sim” isto é, consideram-se bem-informados quanto
ao meio ambiente; 11,29% disseram não ter certeza quanto a ser bem-informado sobre o meio
ambiente e 5,81% não se consideram bem-informado quanto ao meio ambiente. É interessante
destacar que, durante a quarta semana, 46,85% dos sujeitos questionados não responderam a
essa questão. Esse fato refletiu-se no resultado final desse meio de hospedagem, em que
25,16% não responderam a essa pergunta.
Nessa direção, é interessante notar que, assim como os hóspedes, os gestores de meios
de hospedagem exercem grande influência no direcionamento ambiental dado ao
empreendimento. Ao tratar do comportamento dos gestores de meios de hospedagem, Ferrari
(2006, p. 87) indagou sobre considerarem-se bem-informados em relação ao ambiente. Os
resultados mostram que 61,9% dos gestores de meios de hospedagem responderam que não;
19,05% admitiram não ter certeza e 19,05% disseram que se consideram bem-informados
quanto ao meio ambiente. Num segundo momento, a autora perguntou se os gestores
gostariam de ser mais bem-informados quanto à questão ambiental. Diante dessa pergunta
todos, os sujeitos, 100%, responderam que “sim”. Apesar de as considerações sobre as
motivações de aprendizado ambiental serem bastante positivas, Ferrari (2006, p. 87), quando
questionou seus sujeitos sobre a existência de informações relacionadas à legislação ambiental
vigente no Brasil, teve como resposta que, em geral, desconhecem a legislação ambiental, que
71,43% desconhecem a legislação ambiental em nível federal, enquanto que 95,24% não
conhecem a legislação ambiental em nível estadual, e 80,96% não conhecem a legislação
ambiental do seu próprio município.
59
As informações considerar-se bem-informado sobre a questão ambiental e
escolaridade também aparecem no estudo de Lima (2003). Ao trabalhar com a percepção
ambiental dos moradores e da gestão pública sobre os recursos dricos da cidade de São
Carlos-SP, Lima (2003, p. 42), indagou os moradores envolvidos em sua pesquisa sobre o fato
de eles considerarem-se pessoas bem informadas e por quê. Das pessoas que responderam
“sim”, todas relacionaram o motivo de estarem bem-informadas à leitura e ao grau de
instrução. Os sujeitos que afirmaram “não” se considerarem bem informados ambientalmente
fundamentaram sua resposta a não ter acesso à informação e não assistir à TV nem escutar
rádio. Os sujeitos que não souberam dizer se estavam bem informados fundamentaram suas
respostas no baixo grau de instrução, afirmando que esse tipo de informação não chega até
eles. A fim de entender melhor como se comportavam esses sujeitos moradores que
circundavam o Rio Monjolinho –, Lima (2003, p. 44) indagou se era desejo dessas pessoas
estarem bem-informadas. Diante do resultado, pode-se concluir que grande parte dos sujeitos
afirmou que gostaria de ser uma pessoa bem-informada, enquanto uma minoria respondeu que
não. É interessante notar que, nos resultados apresentados por Lima, um sujeito afirmou que
tornar-se bem-informado quanto a essa questão (ambiental) não o interessava, pois não faria
diferença em sua atividade financeira.
Para Scatena (2005, p. 168), que trata de ações de educação ambiental em diferentes
grupos sociais, produtores rurais e alunos de uma escola de Ensino Médio indicam que a
possibilidade de acesso à metodologia de ensino, usada na escola pelos alunos de Ensino
Médio, possibilitou a eles maior facilidade ao tratar das questões ambientais e explaná-las.
Enquanto que os produtores rurais, que em sua maioria não tiveram acesso à educação,
mostraram maiores dificuldades e limitações para o entendimento da proposta e sua colocação
em prática. O fato de as tomadas de decisões acontecerem por uma minoria do grupo de
produtores rurais demonstra uma carência na forma como acontece a mobilização.
Ao tratar das informações escolaridade e considerar-se bem-informado quanto às
questões ambientais –, é possível constatar que, nos dois meios de hospedagem tratados nesta
pesquisa, pode-se notar uma relação direta entre o nível de escolaridade e considerar-se bem
informado quanto a questões ambientais.
No sentido de entender a relação entre escolaridade e informação, com o auxílio de um
software, estabeleceu-se o cruzamento entre duas variáveis: a) escolaridade dos sujeitos e
b) considerarem-se bem-informados quanto ao meio ambiente. Com o intuito de conhecer a
importância do nível escolar dos sujeitos, diante da postura de conhecimento sobre o
ambiente, criaram-se dois grupos, os quais foram chamados de grupo A e grupo B. O grupo A
60
é formado pelos sujeitos que têm formação escolar desde o Ensino Fundamental incompleto
até o Ensino Médio completo (Ensino Fundamental incompleto, Ensino Fundamental
completo, Ensino Médio incompleto e Ensino Médio completo). Já o grupo B é formado pelos
sujeitos que têm escolaridade desde o Ensino Superior incompleto até o doutorado (Ensino
Superior incompleto, Ensino Superior completo, Pós-Graduação, mestrado e doutorado).
No meio de hospedagem do município de Canela, o grupo A é constituído por zero
sujeito e o grupo B por 16 sujeitos. Dos sujeitos formadores do grupo B, 13 consideram-se
bem-informados quanto à questão ambiental. Isso significa que 81,25% dos sujeitos que
apresentam maior escolaridade consideram-se bem-informados quanto à questão ambiental.
No meio de hospedagem do município de Caxias do Sul, o grupo A é constituído por
49 sujeitos, dos quais 29 consideram-se bem-informados quanto à questão ambiental. Isso
significa que 59,18% dos hóspedes pertencentes ao grupo de menor grau de escolaridade, o
grupo A, consideram-se bem-informados quanto ao meio ambiente. Já o grupo B é composto
por 190 sujeitos, dentre estes, 148 consideram-se bem-informados quanto à questão
ambiental. Isso significa que 77,89% dos hóspedes com maior grau de escolaridade
consideram-se bem-informados quanto à questão ambiental. Analisados os resultados é visível
uma diferença entre os grupos A e B. Com base nos dados, neste estudo, é possível concluir
que o aumento do nível escolar é diretamente proporcional à informação dos hóspedes sobre o
meio ambiente.
Nesse momento, é interessante confrontar alguns estudos (VALLELLY, 1992;
DOLNICAR; LEISCH, 2007; MARTINS, 2002; KELLY et al. 2007) que tratam do
consumidor em relação à variável ambiental.
Em um estudo sobre o comportamento do consumidor europeu, Vallelly (1992, p. 5)
observa que dois terços dos sujeitos entrevistados se consideram confusos quanto aos
esclarecimentos dados sobre produtos ambientalmente corretos e que mais de 70% suspeitam
que os produtores se utilizam da desculpa de serem ambientalmente responsáveis para
estipular preços mais altos que os que estão sendo operados no mercado. Segundo a autora,
esses fatores são colocados como obstáculos para consumidores que apresentam grande
inclinação para consumir produtos ambientalmente corretos.
Dolnicar e Leisch (2007), Martins (2002) e Kelly et al. (2002), ao relacionarem as
variáveis ambientais com a atividade do turismo, verificaram aspectos relacionados ao
consumo. Ao discutir o nível de pegada ecológica dos turistas, Dolnicar e Leisch (2007, p. 6)
verificaram a afirmação: “A experiência intensa com o ambiente é uma coisa especial nas
minhas férias.” Os autores concluíram, através da pegada ecológica, que 54,7% apresentam
61
pequena importância; 25,9% admitiram ser um fator mediano numa escala de importância e
19,3% afirmaram ter grande importância.
Ao trabalhar com cervejarias no Brasil, sobre influência do comportamento dos
consumidores ambientalmente responsáveis, em relação às embalagens adotadas para
cervejas, Palhares (2003, p. 108) constatou que o impacto causado pelo consumidor é muito
pequeno, diante dessa perspectiva. O estudo concluiu acreditar que o consumidor brasileiro
ainda é pouco informado sobre a importância da preservação ambiental e, por tal motivo, não
é representativa a repercussão nos processos de compra.
Em estudo que visa a informar condições para o sustento ambiental da praia de
Jericoacoara no Ceará, Martins (2002, p. 130) pergunta aos sujeitos o que mais os desagrada
na praia. Os resultados apontam para o excesso de carros na vila (7,5%); o barulho de som de
carro com 6,7% e a sujeira na praia com 6,7%. Essas afirmações são válidas diante das
perspectivas esperadas pelo turista para a atividade do turismo que deve acontecer na praia.
Ao tratar do planejamento estratégico eco-eficiente de uma localidade, Kelly et al.
(2007, p. 379) afirmam que o turismo pode impactar de várias maneiras positivas ou
negativas. Os autores elencam, como pontos positivos de um planejamento nesses moldes, os
seguintes aspectos: menor número de congestionamentos; menos barulho e poluição visual
causada pelas luzes dos carros dos turistas e mais áreas verdes habitadas por vida silvestre.
Diante dos resultados obtidos por outros estudos, é interessante notar que o turista,
mesmo que em menor grupo, quando relaciona sua viagem ao lazer ou a negócios, também
procura visualizar que a destinação turística deve lhes prover um meio ambiente calmo e
harmônico, diferentemente do que a grande cidade lhe oferece. Isso é certificado tanto no
meio de hospedagem de Canela, que tem a maioria dos hóspedes motivadas pelo lazer e por
trabalho e pelos hóspedes de Caxias do Sul que têm sua motivação, em grande parte,
relacionada a trabalho e a negócios. Além disso, é visível que boa parte deles se dizem bem-
informados quanto a questões ambientais.
Tabela 3 Distribuição de freqüência e porcentagem de indicações dos hóspedes sobre as motivações e
informações (de viagem, do município e do meio de hospedagem), no meio de hospedagem do município de
Canela
Semanas
1a. (**) 2a. (*) 3a. ( * )
4a. ( ** )
TOTAL
Informações e motivações de viagem
(f)
(%) (f)
(%) (f)
(%) (f)
(%) (f)
(%)
Motivo viagem
Trabalho
3 100 1 100,00 1 25,00
1 10,00
6 33,33
Lazer
- - 2 50,00
4 40,00
6 33,33
62
Turismo
- - 1 25,00
2 20,00
3 16,67
Outros
- - - 1 10,00
1 5,56
Cultural
- - - 1 10,00
1 5,56
Encontro de amigos
- - - 1 10,00
1 5,56
TOTAL
3 100 1 100 4 100 10
100 18
100
Informações sobre o município
Dica de amigos
1 11,11
- - - - 6 33,33
7 20,00
Internet
1 11,11
- - 1 14,29
4 22,22
6 17,14
TV
1 11,11
- - 2 28,57
2 11,11
5 14,29
Conversas
2 22,22
- - - - 2 11,11
4 11,43
Jornal
1 11,11
- - 1 14,29
2 11,11
4 11,43
Revista
1 11,11
- - 1 14,29
2 11,11
4 11,43
Sempre visita a cidade
1 11,11
1 100,00 1 14,29
- - 3 8,57
Escola
1 11,11
- - - - - - 1 2,86
Agência de viagem
- - - - 1 14,29
- - 1 2,86
TOTAL
9 100 1 100 7 100 18
100 35
100
Informações sobre o meio de hospedagem
Dica de amigos
1 10,00
- - 3 30 4 40,00
8 25,81
Internet
1 10,00
- - 1 10,00
4 40,00
6 19,35
Sempre visita a cidade
2 20,00
1 100,00 1 10,00
- - 4 12,90
TV
1 10,00
- - 2 20,00
- - 3 9,68
Conversas
2 20,00
- - - - - - 2 6,45
Jornal
1 10,00
- - 1 10,00
- - 2 6,45
Revista 1 10,00
- - 1 10,00
- - 2 6,45
Guias de turismo - - - - - - 1 10,00
1 3,23
Passando no local - - - - - - 1 10,00
1 3,23
Agência de viagem
- - - - 1 10,00
- - 1 3,23
Escola
1 10,00
- - - - - - 1 3,23
TOTAL
10
100 1 100 10
100 10
100 31
100
( * ) Semana de alta estação e com evento
(**) Semana de baixa estação e sem evento
A tabela 3 apresenta a distribuição de freqüência e porcentagens de indicações dos
sujeitos sobre as motivações da viagem; como obteve informações sobre o destino turístico e
como obteve informações sobre o meio de hospedagem, referente aos sujeitos do meio de
hospedagem do município de Canela. Diante dos dados coletados, é possível afirmar, no meio
de hospedagem de Canela, que 33,33% dos hóspedes tiveram seus motivos de viagem
relacionados com “trabalho”; outros 33,33% dos sujeitos têm como principal motivação o
“lazer” e 16,67% dos hóspedes questionados responderam que o “turismo” é sua principal
motivação para fazer a viagem.
63
No tocante a como os sujeitos obtiveram informações sobre o município, 20%
responderam que isso aconteceu através de dicas de amigos; 17,14% por meio da internet;
14,29% por meio da TV. Ao serem questionados de como obtiveram informações sobre o
meio de hospedagem no qual estavam hospedados, 25,81% dos sujeitos responderam que isso
aconteceu através de dicas de amigos, 19,35% afirmam ter acontecido por meio da internet e
25% disseram sempre visitar a cidade.
A tabela 4 apresenta a distribuição de freqüência e porcentagens de indicações dos
sujeitos sobre as motivações da viagem; como obteve informações sobre o destino turístico e
como obteve informações sobre o meio de hospedagem referente aos sujeitos do meio de
hospedagem do município de Caxias do Sul. Por meio dos dados coletados é possível afirmar
que 45,36% o trabalho é o principal motivo de viagem dos sujeitos de Caxias do Sul, seguido
de “negócios” com 26,07% e lazer com 11,43%.
Ao serem questionados sobre como obtiveram informações a respeito do destino
turístico, 12,02% dos questionados afirmaram que foi através da TV, 11,81% dos sujeitos
disseram que obtiveram informações sobre o município através de dicas de amigos, já 11,41%
falaram que as informações surgiram através de conversas, 11% responderam que adquiriram
as informações através de dicas no trabalho e 10,79% colheram as informações através de
jornais.
Quando foram questionados sobre como obtiveram informações a respeito do meio de
hospedagem, 38,25% dos sujeitos responderam que aconteceu através de dicas de amigos,
18,73% disseram que as informações surgiram por meio de dicas no trabalho e 14,74% dos
hóspedes obtiveram informações sobre o meio de hospedagem em agência de viagem.
A fim de entender qual o comportamento dos sujeitos que são motivados por trabalho
e por negócios e se dizem bem-informados quanto à questão ambiental, é proposto o
cruzamento entre duas variáveis: a) considerar-se bem-informado sobre a questão ambiental e
b) motivos da viagem. Do total de 310 sujeitos respondentes, 127 disseram que a sua
motivação de viagem era o “trabalho”. Destes, 92 consideram-se bem-informados sobre a
questão ambiental, ou seja, 72,44% dos sujeitos. No tocante às pessoas que assinalaram como
motivação “negócios”, dos 73 hóspedes, 59 disseram estar bem-informados quanto ao meio
ambiente, o que significa percentualmente, 80,82% dos sujeitos. Diante dos dados, pode-se
concluir que tanto as pessoas motivadas por “trabalho” quanto as que foram motivadas por
“negócios”, em grande número, consideram-se ambientalmente bem-informadas.
Admitindo a importância das informações recebidas pelos turistas, cabe entender a
definição dos critérios de escolha antes de uma viagem. Para isso, foram consideradas duas
64
variáveis de informações, sendo elas: a) agentes de viagem e b) internet. Ao discutir as
informações recebidas por agentes de viagens, em relação à preocupação ambiental, Dolnicar
e Leisch (2007, p. 6) puderam concluir que 38,3% dos turistas entrevistados apresentam
grande preocupação com o meio ambiente; 31% apresentam essa preocupação de forma
regular e 30,7% afirmaram ter pouca preocupação com o meio ambiente. Em relação à
internet, 34% dos sujeitos admitiram ter grande preocupação ambiental com os dados
adquiridos pela internet; 34,3% dos casos classificaram essa postura como sendo moderada, e
31,7% dos turistas afirmaram ter pequeno nível de pegada ecológica em relação a essas
informações.
Tabela 4 – Distribuição de freqüência e porcentagem de indicações dos hóspedes sobre as motivações e
informações (de viagem, do município e do meio de hospedagem), no meio de hospedagem do município de
Caxias do Sul
Semanas 1a. (**) 2a. (*) 3a. ( * ) 4a. ( ** ) TOTAL
Informações e motivações de viagem
(f) (%) (f)
(%) (f) (%) (f) (%) (f) (%)
Motivo viagem
Trabalho
44 56,41
20
40,82
24 37,50
39 43,82
127
45,36
Negócios
19 24,36
12
24,49
14 21,88
28 31,46
73 26,07
Lazer
3 3,85 7 14,29
11 17,19
11 12,36
32 11,43
Turismo
3 3,85 5 10,20
2 3,13 4 4,49 14 5,00
Outros
1 1,28 1 2,04 6 9,38 4 4,49 12 4,29
Eventos familiares
- - - - 6 9,38 2 2,25 8 2,86
Eventos profissionais
5 6,41 - - - - - - 5 1,79
Descanso
- - 3 6,12 - - - - 3 1,07
Cultural
1 1,28 - - - - 1 1,12 2 0,71
Curiosidade
1 1,28 1 2,04 - - - - 2 0,71
Natureza
1 1,28 - - - - - - 1 0,36
Visitar parentes
- - - - 1 1,56 - - 1 0,36
TOTAL
78 100 49
100 64 100 89 100 280
100
Informações sobre o município
TV
16 12,03
7 9,46 20 15,87
16 10,13
59 12,02
Dica de amigos
15 11,28
14
18,92
13 10,32
16 10,13
58 11,81
Conversas
13 9,77 7 9,46 15 11,90
21 13,29
56 11,41
Dica no trabalho
21 15,79
6 8,11 9 7,14 18 11,39
54 11,00
Jornal
14 10,53
6 8,11 17 13,49
16 10,13
53 10,79
Internet
11 8,27 5 6,76 5 3,97 11 6,96 32 6,52
Rádio
9 6,77 2 2,70 12 9,52 8 5,06 31 6,31
Revista
6 4,51 4 5,41 8 6,35 8 5,06 26 5,30
Sempre visita a cidade
6 4,51 5 6,76 7 5,56 4 2,53 22 4,48
Escola
6 4,51 1 1,35 4 3,17 8 5,06 19 3,87
65
Agência de viagem
4 3,01 4 5,41 2 1,59 5 3,16 15 3,05
Palestras
4 3,01 3 4,05 2 1,59 4 2,53 13 2,65
Outros
1 0,75 - - 3 2,38 8 5,06 12 2,44
Livros
3 2,26 2 2,70 3 2,38 3 1,90 11 2,24
Cursos
2 1,50 2 2,70 3 2,38 4 2,53 11 2,24
Mora no hotel
- - 2 2,70 2 1,59 2 1,27 6 1,22
Informações turísticas
- - 2 2,70 1 0,79 1 0,63 4 0,81
Informativo dos correios
1 0,75 2 2,70 - - - - 3 0,61
Feiras e congressos
- - - - - - 2 1,27 2 0,41
No próprio hotel
- - - - - - 2 1,27 2 0,41
Não teve informações
1 0,75 - - - - 1 0,63 2 0,41
TOTAL
133
100 74
100 126
100 158
100 491
100
Informações sobre o meio de hospedagem
Dica de amigos
25 37,88
14
33,33
23 36,51
34 42,50
96 38,25
Dica no trabalho
15 22,73
6 14,29
10 15,87
16 20,00
47 18,73
Agência de viagem
13 19,70
6 14,29
7 11,11
11 13,75
37 14,74
Conversas
2 3,03 2 4,76 7 11,11
6 7,50 17 6,77
Internet
3 4,55 5 11,90
3 4,76 3 3,75 14 5,58
Outros 2 3,03 1 2,38 4 6,35 4 5,00 11 4,38
Já conhece o hotel 1 1,52 2 4,76 - - 3 3,75 6 2,39
Passando no local 1 1,52 - - 1 1,59 2 2,50 4 1,59
Sempre visita a cidade
1 1,52 - - 2 3,17 - - 3 1,20
Rede Versare - - 3 7,14 - - - - 3 1,20
TV
1 1,52 1 2,38 - - - - 2 0,80
Jornal
- - - - 2 3,17 - - 2 0,80
Escola
- - 1 2,38 1 1,59 - - 2 0,80
Palestras
- - 1 2,38 - - 1 1,25 2 0,80
Todos os hotéis são iguais 1 1,52 - - 1 1,59 - - 2 0,80
Rádio
- - - - 1 1,59 - - 1 0,40
Cursos
- - - - 1 1,59 - - 1 0,40
Não teve informações 1 1,52 - - - - - - 1 0,40
TOTAL
66 100 42
100 63 100 80 100 251
100
( * ) Semana de alta estação e com evento
(**) Semana de baixa estação e sem evento
Diante dos resultados obtidos por esta pesquisa, é possível afirmar que a aquisição de
informações relacionados ao município costuma acontecer através de dicas de amigos, da
internet, da TV e de dicas no trabalho. É visível a existência de um canal de comunicação
amplo entre o município e o turista, o qual deve ser aproveitado para transmitir informações
de cunho ambiental. No que trata da obtenção de informações sobre os meios de hospedagem
pelos hóspedes é visível a interferência de variáveis como: dica de amigos, dicas no trabalho,
na internet, em agências de viagem e o fato de conhecerem os meios de hospedagem. Para
66
os municípios, é interessante notar a existência de um canal de comunicação entre os
hóspedes e meios de hospedagem, o qual também pode ser utilizado para fins de promoção
das práticas ambientais desenvolvidas nos meios de hospedagem.
Cidade de origem
Número de hóspedes por
cidade
Porto Alegre 4
Curitiba-PR 2
Caxias do Sul; Brasília-DF; Esteio; Taió- SC; Alemanha;
Lorena- SP; Montenegro; Encantado-RS; São Caetano do Sul-
SP ; não respondeu
1
Quadro 5: Distribuição de freqüência e indicações dos hóspedes sobre município e locais de origem do
meio de hospedagem em Canela
Cidade de origem
Número de hóspedes por
cidade
Porto Alegre 96
São Paulo-SP
24
Curitiba-PR
11
Passo Fundo
7
Rio de Janeiro- RJ; Canoas 5
Santa Maria; Bento Gonçalves; Gravataí 4
Guarulhos- SP; Jaraguá do Sul; São Leopoldo; Brasília-DF;
Campinas-SP 3
Caxias do Sul; Pelotas; São Bernardo do Campo-SP; Novo
Hamburgo; Chapecó-PR; Esteio; Lajeado; Rosário do Sul;
Alegrete; Santiago-CHI; Florianópolis-SC
2
Santo Ângelo; Ijuí; Campo Largo-PR; Limeira-SP; Maringá-
PR; Matão-SP; São Carlos-SP; Dois Irmãos; Guarapuava;
Medelín-COL; Natal-RN; Ubá- MG; Belém-PA; Sapucaia do
Sul; Teutonia; Caçador-SC; Resende-RJ; Cachoeirinha;
Pinhais- PR; Tangará; Monte Alegre do Sul; Atibaia-SP;
Venâncio Aires; Campina Grande-PB; Cuiabá-MT; Jóia;
Piracicaba-SP; Itajubá-MG; Sapiranga; Joinville-SC; Herval;
Cruz Alta; Vacaria; Novo Horizonte-SP; Santa Rosa; Nova
Prata; Caçapava do Sul; Belo Horizonte-MG; Cotia-SP;
Jundiaí-SP; Lages-SC; Goiânia-GO
1
Quadro 6: Distribuição de freqüência e indicações dos hóspedes sobre município e locais de origem do
meio de hospedagem em Caxias do Sul
67
Ao tratar do local de origem dos hóspedes do meio de hospedagem da cidade de Caxias
do Sul, pode-se concluir que 25% dos hóspedes são oriundos de Porto Alegre, e que 12,5%,
da cidade de Curitiba. O quadro 3 apresenta os locais de origem dos sujeitos no meio de
hospedagem no município de Canela.
Ao tratar do local de origem dos hóspedes, pode-se concluir que 96 hóspedes são
originários da cidade de Porto Alegre; 24 sujeitos são de São Paulo - SP e 11 são de Curitiba-
PR. O quadro 4 apresenta as cidades de origem dos sujeitos no meio de hospedagem no
município de Caxias do Sul.
As informações pessoais e motivações revelam que o hóspede do município de Canela
apresenta escolaridade acima do Ensino Médio e se considera bem-informado quanto à
questão ambiental. Pode-se concluir que as motivações do hóspede, por vezes, estão
relacionadas ao lazer e ao trabalho. No meio de hospedagem do município de Caxias do Sul,
os hóspedes apresentam níveis diferentes de escolaridade. Porém, é visível o maior número de
pessoas com escolaridade acima do Ensino Médio. Os hóspedes desse hotel informaram
conhecer o meio ambiente, de forma mais discreta do que no outro meio de hospedagem,
apresentando alto número de indefinições nas respostas. Nessa direção, cabe salientar a
importância das informações existentes no capítulo, motivações e dados pessoais. Os dados
são responsáveis por viabilizar o melhor entendimento sobre o acesso à informação ambiental
e à organização dessas informações.
68
5 INFORMAÇÕES SOBRE O SANEAMENTO BÁSICO DOS MUNICÍPIOS DE
ORIGEM E DOS DESTINOS TURÍSTICOS
No presente capítulo, são apresentadas as tabelas correspondentes aos meios de
hospedagem dos municípios de Canela e de Caxias do Sul, contendo a distribuição de
freqüência e porcentagens das indicações dos sujeitos sobre: a) o serviço de abastecimento de
água do município de origem do sujeito; b) o gerenciamento de resíduos sólidos do município
de origem do sujeito; c) o tratamento de esgoto do município de origem do sujeito; d) o
serviço de abastecimento de água da destinação turística dos sujeitos; e) o gerenciamento de
resíduos sólidos da destinação turística dos sujeitos e f) o tratamento de esgoto da destinação
turística.
A tabela 5 apresenta a distribuição de freqüências e porcentagens de indicações dos
sujeitos, correspondentes ao município de Canela, sobre o saneamento básico do município de
origem. Os dados apresentados permitem verificar que 87,5% dos sujeitos afirmaram
conhecer a origem da água de abastecimento do município de origem. No tocante ao
gerenciamento de resíduos sólidos, 68,75% disseram conhecer esse serviço no município de
origem. Por fim, 75% dos sujeitos questionados afirmaram conhecer o tratamento de esgoto
do município de origem.
A tabela 6 apresenta a distribuição de freqüências e porcentagens de indicações dos
sujeitos, correspondentes ao município de Caxias do Sul, sobre conhecer o saneamento básico
do município de origem. Ao examinar os dados contidos nessa tabela, verifica-se que 58,71%
dos sujeitos questionados afirmam “conhecer” a origem da água de abastecimento do
município de origem. No tocante ao gerenciamento de resíduos sólidos, 52,26% dos hóspedes
“conhecem” em seu município de origem. Ao serem questionados sobre o tratamento de
esgoto, 51,94% dos sujeitos questionados afirmaram conhecer esse serviço no seu município
de origem.
É importante chamar a atenção para a quarta semana, quando o número de sujeitos
respondentes foi muito acima da média; porém, o número de pessoas que entregaram o
questionário sem responder também foi bastante elevado. Esse fato atrai a atenção por
significar 45,45% dos questionários respondidos naquela semana, o que demonstra certo
desinteresse dos sujeitos por responder à pesquisa proposta.
69
Tabela 5
Distribuição de freqüência e porcentagem de indicações de hóspedes sobre saneamento básico no
município de origem, no meio de hospedagem do município de Canela
Semanas 1a. (**) 2a. (**)
3a. ( * ) 4a. ( * ) TOTAL
Sobre conhecer o saneamento básico do
município de origem
(f)
(%) (f)
(%)
(f)
(%) (f)
(%) (f)
(%)
Água de abastecimento
Conhece 3 100 1 50 2 66,67 8 100 14
87,5
Não conhece - - - - 1 33,33 - - 1 6,25
Não respondeu - - 1 50 - - - - 1 6,25
TOTAL 3 100 2 100
3 100 8 100 16
100
Gerenciamento dos resíduos sólidos
Conhece 2 66,67 1 50 1 33,33 7 87,5 11
68,75
Não conhece 1 33,33 - - 2 66,67 1 12,5 4 25
Não respondeu - - 1 50 - - - - 1 6,25
TOTAL 3 100 2 100
3 100 8 100 16
100
Tratamento de Esgoto
Conhece 3 100 1 50 1 33,33 7 87,5 12
75
Não conhece - - - - 1 33,33 1 12,5 2 12,5
Não respondeu - - 1 50 1 33,33 - - 2 12,5
TOTAL 3 100 2 100
3 100 8 100 16
100
( * ) Semana de alta estação e com evento
(**) Semana de baixa estação e sem evento
A tabela 7 apresenta a distribuição de freqüências e porcentagens de indicações dos
sujeitos, correspondentes ao município de Canela, sobre conhecer o saneamento básico da
destinação turística. Os dados contidos nessa tabela permitem concluir que 68,75% dos
hóspedes respondentes “não conhecem” a origem da água de abastecimento da localidade
turística visitada. Em relação ao gerenciamento de resíduos sólidos, 75% dos sujeitos
questionados afirmaram “não conhecer” o funcionamento do gerenciamento dos resíduos
sólidos no município de Canela. Por fim, 75% dos sujeitos responderam “não conhecer” o
tratamento de esgoto da cidade de Canela.
Ao contrário do que responderam quando questionados sobre o saneamento básico do
município de origem, a maioria dos hóspedes o conhece o saneamento básico do destino
turístico a ser visitado.
A tabela 8 apresenta a distribuição de freqüências e porcentagens de indicações dos
sujeitos, correspondentes ao município de Caxias do Sul, sobre conhecer o saneamento básico
da destinação turística. Ao analisar essa tabela, pode-se concluir que 58,71% dos hóspedes
“não conhecem” a origem da água de abastecimento do destino turístico. No tocante ao
70
gerenciamento dos resíduos sólidos, 57,23% dos hóspedes afirmaram “não conhecer” a
variável do saneamento básico. Por fim, quando questionados sobre o tratamento de esgoto,
60,65% dos sujeitos questionados disseram “não o conhecer” no destino turístico.
Tabela 6 Distribuição de freqüência e porcentagem de indicações de hóspedes sobre saneamento básico no
município de origem, no meio de hospedagem do município de Caxias do Sul
Semanas
1a. (*) 2a. (**)
3a. ( ** )
4a. ( * ) TOTAL
Sobre conhecer o saneamento básico do
município de origem
(f) (%) (f)
(%) (f)
(%) (f) (%) (f) (%)
Água de abastecimento
Conhece 46 64,79
30
76,92
49
85,96
57 39,86
182
58,71
Não respondeu 7 9,86 - - 3 5,26 65 45,45
75 24,19
Não conhece 16 22,54
9 23,08
3 5,26 17 11,89
45 14,52
Nunca teve interesse em conhecer 2 2,82 - - 2 3,51 4 2,80 8 2,58
TOTAL 71 100 39
100 57
100 143
100 310
100
Gerenciamento dos resíduos sólidos
Conhece 40 56,34
29
74,36
40
70,18
53 37,06
162
52,26
Não respondeu 8 11,27
- - 4 7,02 65 45,45
77 24,84
Não conhece 21 29,58
9 23,08
12
21,05
23 16,08
65 20,97
Nunca teve interesse em conhecer 2 2,82 1 2,56 1 1,75 2 1,40 6 1,94
TOTAL 71 100 39
100 57
100 143
100 310
100
Tratamento de esgoto
Conhece 43 60,56
26
66,67
39
68,42
53 37,06
161
51,94
Não respondeu 8 11,27
- - 3 5,26 65 45,45
76 24,52
Não conhece 18 25,35
12
30,77
14
24,56
23 16,08
67 21,61
Nunca teve interesse em conhecer 2 2,82 1 2,56 1 1,75 2 1,40 6 1,94
TOTAL
71 100 39
100 57
100 143
100 310
100
( * ) Semana de alta estação e com evento
(**) Semana de baixa estação e sem evento
O número de sujeitos que não responderam aos questionamentos foi alto. Cabe
advertir para o fato de que, na quarta semana, o número de questionários devolvidos, sem
estarem respondidos, teve média de 45,45%. Portanto, esse fato é significativo na análise do
resultado final, o que nos leva a pensar que, durante a quarta semana, muitos hóspedes não se
interessaram em responder aos questionamentos.
A fim de entender as relações estabelecidas entre as informações sobre o saneamento
ambiental do município de origem e a destinação turística, este estudo propõe um cruzamento
entre três variáveis: a) considerar-se bem-informado sobre a questão ambiental;
71
b) informações sobre o saneamento básico do município de origem e c) informações sobre o
saneamento básico da destinação turística.
Tabela 7 Distribuição de freqüência e porcentagem de indicações de hóspedes sobre saneamento básico na
destinação turística, no meio de hospedagem do município de Canela
Semanas 1a. (**) 2a. (**)
3a. ( * ) 4a. ( * ) TOTAL
Sobre conhecer o saneamento básico do destino
turístico
(f)
(%) (f)
(%)
(f)
(%) (f)
(%) (f)
(%)
Água de abastecimento
Não conhece 1 33,33 1 50 2 66,67 7 87,5 11
68,75
Conhece 2 66,67 1 50 1 33,33 1 12,5 5 31,25
TOTAL 3 100 2 100
3 100 8 100 16
100
Gerenciamento dos resíduos sólidos
Não conhece 1 33,33 1 50 3 100 7 87,5 12
75
Conhece 2 66,67 1 50 - - 1 12,5 4 25
TOTAL 3 100 2 100
3 100 8 100 16
100
Tratamento de esgoto
Não conhece 1 33,33 1 50 3 100 7 87,5 12
75
Conhece 2 66,67 1 50 - - 1 12,5 4 25
TOTAL 3 100 2 100
3 100 8 100 16
100
( * ) Semana de alta estação e com evento
(**) Semana de baixa estação e sem evento
No meio de hospedagem do município de Canela, ao serem questionados sobre
considerarem-se bem-informados sobre o meio ambiente, 13 hóspedes afirmaram que “sim”.
A proposta de cruzamento limita-se-á ao universo de 13 hóspedes. Dessa forma, quando
questionados sobre conhecer a água de abastecimento do município de origem, 13 ou 100%
dos sujeitos disseram conhecer; 10 ou 76,92% afirmaram conhecer o gerenciamento de
resíduos sólidos do seu município de origem e 12 ou 92,3% disseram conhecer o tratamento
de esgoto do município onde residem.
Ao tratar do cruzamento de dados das variáveis de informações referentes a
informações do saneamento básico do destino turístico e de os hóspedes considerarem-se
bem-informados sobre o meio ambiente, 10 ou 76,92% dos hóspedes afirmaram não conhecer
a origem da água de abastecimento, enquanto 3 ou 23,07% disseram conhecer; 10 ou 76,92%
dos hóspedes afirmaram não conhecer gerenciamento de resíduos sólidos do destino turístico,
72
enquanto 3 ou 23,07% disseram conhecer e 10 ou 76,92% dos hóspedes afirmaram não
conhecer o tratamento de esgoto do destino turístico, enquanto 3 ou 23,07% disseram
conhecer.
No meio de hospedagem situado no município de Caxias do Sul, ao serem
questionados sobre se considerarem bem-informados quanto ao meio ambiente, 178 sujeitos
responderam que sim. A proposta de cruzamento parte do universo desse grupo de hóspedes.
Dessa forma, quando inquiridos sobre conhecer informações do saneamento básico nos
municípios de origem, 147 sujeitos ou 82,58% afirmaram conhecer a origem da água de
abastecimento; 133 hóspedes ou 74,71% asseguraram conhecer o sistema de gerenciamento
de resíduos sólidos e 133 pessoas ou 74,71% garantiram conhecer o tratamento de esgoto de
seu município de origem.
Ao tratar do cruzamento de dados das variáveis de informações, referentes ao
conhecimento do saneamento básico do destino turístico e de os hóspedes se considerarem
bem-informados sobre o meio ambiente, 130 ou 72,62% afirmaram não conhecer a água de
abastecimento do destino turístico, enquanto 29 ou 16,29% dos sujeitos declararam conhecer
a água de abastecimento; 127 ou 64,46% sujeitos afirmaram não conhecer o gerenciamento de
resíduos sólidos da destinação turística e 30 ou 16,85% dos hóspedes relataram conhecer o
sistema de gerenciamento de resíduos sólidos; 134 ou 74,86% afirmaram não conhecer o
tratamento de esgoto do destino turístico, e 24 ou 13,48% dos indivíduos afirmaram conhecer
o tratamento de esgoto.
Tendo em vista os resultados do cruzamento de dados, pode-se concluir que as
informações sobre saneamento básico, por poucas vezes, apesar de os hóspedes se
considerarem bem-informados sobre o meio ambiente, são atentadas no destino turístico,
diferentemente do que ocorre no município de origem desses sujeitos.
Choi e Sirakaya (2006, p. 1282) tratam dos indicadores que poderiam mensurar a
sustentabilidade do turismo em comunidades. Em seu estudo, verificou-se a criação de cinco
grupos de variáveis: a) político; b) social; c) ecológico; d) econômico e e) tecnológico. Ao
entender o grupo de variáveis ecológicas, é possível verificar a existência de quatro
indicadores relacionados à gestão ambiental de uma comunidade. São eles: a) dados do
consumo per capita de água e energia; b) tipo e quantidade de treinamento de educação
ambiental prevista para os empregados; c) dados per capita sobre desperdício de água e
d) dados per capita sobre a geração de resíduos sólidos.
73
Tabela 8 Distribuição de freqüência e porcentagem de indicações de hóspedes sobre saneamento básico na
destinação turística, no meio de hospedagem do município de Caxias do Sul
Semanas
1a. (*) 2a. (**)
3a. ( ** )
4a. ( * ) TOTAL
Sobre conhecer o saneamento básicos do
destino turístico
(f) (%) (f)
(%) (f)
(%) (f) (%) (f) (%)
Água de abastecimento
Não conhece 51 71,83
33
84,62
43
75,44
55 38,46 182
58,71
Não respondeu 12 16,90
1 2,56 6 10,53
71 49,65 90 29,03
Conhece 8 11,27
5 12,82
7 12,28
15 10,49 35 11,29
Nunca teve interesse em conhecer - - - - 1 1,75 2 1,40 3 0,97
TOTAL 71 100 39
100 57
100 143
100 310
100
Gerenciamento dos resíduos sólidos
Não conhece 49 69,01
36
92,31
44
77,19
49 34,27 178
57,42
Não respondeu 13 18,31
1 2,56 6 10,53
73 51,05 93 30,00
Conhece 9 12,68
2 5,13 6 10,53
19 13,29 36 11,61
Nunca teve interesse em conhecer - - - - 1 1,75 2 1,40 3 0,97
TOTAL 71 100 39
100 57
100 143
100,00
310
100,00
Tratamento de Esgoto
Não conhece 53 74,65
36
92,31
45
78,95
54 37,76 188
60,65
Não respondeu 12 16,90
1 2,56 6 10,53
72 50,35 91 29,35
Conhece 6 8,45 2 5,13 5 8,77 15 10,49 28 9,03
Nunca teve interesse em conhecer - - - - 1 1,75 2 1,40 3 0,97
TOTAL 71 100 39
100 57
100 143
100 310
100
( * ) Semana de alta estação e com evento
(**) Semana de baixa estação e sem evento
Silva (2005, p. 77) investiga se a responsabilidade social dos hóspedes seria
determinante para a escolha dos destinos turísticos. O autor verificou que, ao tratar da variável
qualidade ambiental local, 89,6% dos sujeitos consideram tal aspecto como um fator muito
importante para a escolha de um pacote turístico, enquanto 7% consideram não ter
importância, ser pouco importante ou ser indiferente para a escolha de um pacote turístico.
Genta (2006, p. 77), através do sistema Green Deal, usado na Guatemala, objetivou
evidenciar o comportamento dos meios de hospedagem do município de Caxias do Sul em
relação à variável ambiental. Foram selecionados cinco hotéis apresentando como
característica em comum a existência de mais de 100 unidades habitacionais em cada um
deles. Ao tratar do gerenciamento de resíduos sólidos, foram atribuídos valores para uma
pontuação. Nesse caso, a pontuação máxima seria 20 e, de acordo com o grau de adesão à
proposta do sistema mencionado acima, a pontuação foi estabelecida. Para essa análise, foram
apontados alguns questionamentos, entre eles: a) o hotel compra seus insumos em grandes
quantidades em vez de pacotes individuais?; b) o hotel utiliza copos que podem ser
reutilizados e reciclados para todos os tipos de produtos (como refrescos e bebidas)?; c) o
74
hotel não utiliza pratos nem serviços de mesa descartáveis?; d) o hotel prefere a compra de
produtos frescos em vez de enlatados e, quando compra enlatados, dá preferência a vidros e a
vasilhames que podem ser reciclados?; e) o hotel compra produtos orgânicos?; f) o hotel
compra produtos de limpeza e cosméticos biodegradáveis?; g) o hotel utiliza papel reciclado
onde possível? h); o hotel evita o uso de bolsas plásticas?; i) o hotel conta com recipientes
rotulados para separar os resíduos sólidos?; j) o hotel tem programa de redução, reutilização e
reciclagem dos resíduos sólidos gerados e l) o hotel possui sistema adequado de
armazenamento dos resíduos sólidos antes da coleta da via pública? (GENTA, 2006, p. 116).
Diante de tais acontecimentos, os hotéis receberam: a) Hotel A: 9 pontos; b) Hotel B: 8
pontos; c) Hotel C: 12 pontos; d) Hotel D: 11 pontos e e) Hotel E: 8 pontos. (GENTA, 2006,
p. 77).
Ainda Genta (2006, p. 77), ao fazer comparação entre os meios de hospedagem, e
verificar o tratamento de águas residuárias, atribuiu uma pontuação máxima de 10 pontos.
Para essa análise, foram formuladas três perguntas que tratavam do tema: a) o hotel conta com
o sistema de águas servidas?; b) o hotel reutiliza a água depurada dos sanitários para regar
áreas verdes?; e c) o hotel dispõe de sistema para disposição final das águas servidas?
(GENTA, 2006, p.111). Diante dessas características, os meios de hospedagem receberam
respectivamente as seguintes pontuações: a) Hotel A: 0 pontos; b) Hotel B: 0 pontos; c) Hotel
C: 3 pontos; d) Hotel D: 0 pontos e e) Hotel E: 0 pontos. (GENTA, 2006, p. 77). Diante desse
fato, pode-se concluir que as informações relacionadas ao gerenciamento de resíduos sólidos
apresentam maior adesão dos gestores às questões ambientais enquanto o tratamento de águas
residuárias não tem sido respeitado como deveria.
Em estudo que trata da percepção ambiental dos moradores da cidade de São Carlos-
SP, em relação à gestão dos recursos hídricos, Lima (2003, p. 41) questiona os sujeitos sobre
os critérios para indicar o nível da qualidade da água de abastecimento de um município.
Observa-se que a possibilidade de consumo, gosto e a aparência aparecem como principais
critérios de análise da população quanto à qualidade da água de abastecimento. Esse é um fato
interessante que coloca em evidência a necessidade de compromisso da sociedade com o
ambiente, pois a variável participação aparece como coadjuvante, enquanto a variável
instrução destaca-se como a principal responsável por modificações ambientais.
Para Lima (2003, p. 66), os entrevistados apresentaram pouca informação sobre a
gestão dos recursos hídricos do município de São Carlos-SP, o que torna inviável a
interferência de grande parte da população em prol do recurso natural comum, a água, apesar
de a maioria mostrar um grande interesse para o aprendizado. Em suas conclusões, o autor
75
ressalta que boa parte dos entrevistados participariam de ações ambientais relacionadas à
coleta seletiva do lixo e limpeza de terrenos baldios, desde que fossem envolvidos em seu
planejamento e avisados com antecedência do fato.
Com o objetivo de identificar as relações e significâncias das informações entre o
saneamento básico dos municípios de origem e destinos turísticos, o estudo sugere um
cruzamento entre as variáveis: a) considerar-se bem-informado quanto à questão ambiental;
b) informações sobre o saneamento básico do município de origem e c) informações sobre o
saneamento básico do destino turístico. No meio de hospedagem do município de Canela, 13
sujeitos se consideram bem-informados quanto à questão ambiental. Destes, 100% dos
hóspedes conhecem a origem da água de abastecimento no seu município de origem. Em
relação a conhecer o gerenciamento de resíduos sólidos do município de origem; 62,5% dos
sujeitos afirmam conhecer o serviço. Já para 75% dos sujeitos o sistema de tratamento de
esgoto do município de origem é conhecido.
Ao tratar das questões relativas a conhecer o saneamento básico da destinação
turística, 62,5% dos sujeitos não conhecem a origem da água de abastecimento. Em relação ao
gerenciamento de resíduos sólidos, 62,5% não conhecem o funcionamento desse serviço na
destinação turística. Para 62,5% dos hóspedes, o tratamento de esgoto da destinação turística é
desconhecido.
No meio de hospedagem do município de Caxias do Sul, 178 sujeitos se consideram
bem-informados quanto à questão ambiental. Destes, 82,58% conhecem a origem da água de
abastecimento do seu município de origem; 74,71% dos indivíduos conhecem o
gerenciamento de resíduos sólidos do seu município de origem, e 74,71% dos sujeitos
conhecem o sistema de tratamento de esgoto de seu município de origem.
Ao tratar das questões relativas a conhecer o saneamento básico da destinação
turística, 73,03% não conhecem a origem da água do destino turístico. No tocante ao
gerenciamento de resíduos sólidos, 71,34% dos hóspedes desconhecem seu funcionamento na
destinação turística. Para 75,28% dos hóspedes, o tratamento de esgoto do destino turístico é
desconhecido.
É visível que o fato de os hóspedes conhecerem os serviços de saneamento básico do
município de origem não significa que possuam conhecimento sobre o saneamento básico das
destinações turísticas. Pode-se concluir, para os sujeitos envolvidos nesta pesquisa, que a
informação do sujeito sobre a escolha do destino turístico não é diretamente proporcional a
admitir as informações relacionadas a conhecer o saneamento básico do destino turístico. Por
meio dos dados, é possível avaliar os mecanismos de produção e organização do
76
conhecimento, sob a hipótese de que o turismo não estabelece relações com o saneamento
básico na concepção dos hóspedes.
77
6 A SEPARAÇÃO DOS RESÍDUOS NO DOMICÍLIO E NO MEIO DE
HOSPEDAGEM
Neste capítulo, são apresentadas as tabelas correspondentes aos meios de hospedagem
dos municípios de Canela e de Caxias do Sul, contendo a distribuição de freqüência e
porcentagens das indicações dos sujeitos sobre: a) a separação dos resíduos sólidos em sua
residência e b) a separação dos resíduos sólidos nas unidades habitacionais dos meios de
hospedagem.
A tabela 9 apresenta a distribuição de freqüências e porcentagens de indicações dos
sujeitos, correspondentes ao município de Canela, sobre a separação dos resíduos sólidos nas
residências dos sujeitos e nas unidades habitacionais dos meios de hospedagem. A partir dos
dados coletados, pode-se concluir que 56,25% dos hóspedes separam os resíduos sólidos em
sua residência, enquanto que, quando os sujeitos se hospedam em meios de hospedagem,
62,5% também separam os resíduos sólidos.
Tabela 9 Distribuição de freqüência e porcentagem de indicações sobre a separação dos resíduos sólidos em
sua residência e no meio de hospedagem, no município de Canela
Semanas 1a. (**) 2a. (**)
3a. ( * ) 4a. ( * ) TOTAL
Separação dos resíduos sólidos
(f)
(%) (f)
(%)
(f)
(%) (f)
(%)
(f)
(%)
Em sua residência
Separa 1 33,33 - - - - 8 100 9 56,25
Não separa 2 66,67 2 100 3 100 - - 7 43,75
TOTAL 3 100 2 100 3 100 8 100 16
100
No meio de hospedagem
Separa 3 100 2 100 1 33,33 4 50 10
62,5
Não separa - - - - 2 66,67 4 50 6 37,5
TOTAL 3 100 2 100 3 100 8 100 16
100
( * ) Semana de alta estação e com evento
(**) Semana de baixa estação e sem evento
A tabela 10 apresenta a distribuição de freqüências e porcentagens de indicações dos
sujeitos, correspondentes ao município de Caxias do Sul, sobre a separação dos resíduos
sólidos nas residências dos sujeitos e nas unidades habitacionais dos meios de hospedagem.
Diante dos dados existentes, pode-se concluir que 60,65% dos hóspedes separam os resíduos
78
em suas residências. No entanto, nos meios de hospedagem, 45,81% dos sujeitos responderam
que separam os resíduos sólidos.
Durante a quarta semana, observou-se um grande número de questionários devolvidos
sem respostas, em uma média de 50%. Esse fato deve ser considerado, pois acarretou sérias
modificações no resultado total. É possível concluir que houve falta de interesse dos sujeitos
com a pesquisa que estava sendo realizada.
A fim de saber como se comportam os sujeitos na separação de resíduos, estabeleceu-
se um cruzamento entre três variáveis: a) separa os resíduos sólidos em sua residência;
b) considera-se bem-informado quanto ao meio ambiente e c) motivações da viagem. Com o
objetivo de entender esse fato, foram consideradas duas motivações, “trabalho” e “negócios”.
Do total de 127 sujeitos, que são motivados a viajar pelo trabalho, 92 se consideram
ambientalmente bem-informados, enquanto que 72 separam os resíduos sólidos em sua
residência, o que representa, percentualmente, 78,26%. No tocante aos sujeitos que foram
motivados a viajar por questões relativas a “negócios”, (73 sujeitos), 59 se consideram bem-
informados quanto ao meio ambiente e, destes, 48 separam os resíduos sólidos em sua
residência, o que significa dizer 81,35% dos sujeitos.
Para saber se existem fundamentos em pensar que quem separa os resíduos sólidos em
sua residência também separa os resíduos no meio de hospedagem, é interessante um
cruzamento direto entre essas duas variáveis. No município de Caxias do Sul, dos 188
hóspedes que afirmam separar os resíduos em sua casa, 133 ou 70,74% também separam os
resíduos sólidos nos meios de hospedagem.
Tabela 10 Distribuição de freqüência e porcentagem de indicações sobre a separação dos resíduos sólidos em
sua residência e no meio de hospedagem, no município de Caxias do Sul
Semanas 1a. (**) 2a. (**) 3a. ( * ) 4a. ( * ) TOTAL
Separação dos resíduos sólidos
(f)
(%) (f)
(%) (f)
(%) (f) (%) (f) (%)
Em sua residência
Separa 43
60,56
35
89,74
48
84,21
62 43,36
188
60,65
Não respondeu 12
16,90
1 2,56 3 5,26 70 48,95
86 27,74
Não separa 16
22,54
3 7,69 6 10,53
11 7,69 36 11,61
TOTAL 71
100 39
100 57
100 143
100 310
100
No meio de hospedagem
Separa 29
40,85
28
71,79
35
61,40
50 34,97
142
45,81
Não respondeu 14
19,72
2 5,13 7 12,28
73 51,05
96 30,97
Não separa 28
39,44
9 23,08
15
26,32
20 13,99
72 23,23
TOTAL 71
100 39
100 57
100 143
100 310
100
79
( * ) Semana de alta estação e com evento
(**) Semana de baixa estação e sem evento
De acordo com o quadro 5, que trata do “por quê” o hóspede não realiza a separação
dos resíduos em sua residência ou nos meios de hospedagem, algumas respostas aparecem de
forma interessante. O fato de o município não disponibilizar a coleta seletiva aparece como
principal motivo entre as respostas.
Sobre o hóspede não realizar a separação dos resíduos sólidos em sua residência e no
meio de hospedagem
Moro em apartamento, tenho dificuldade de espaço e de tempo
O meu prédio não tem coleta seletiva
Nosso município não tem coleta seletiva
Desconheço a existência de coleta seletiva no município
Questão de hábito
Nunca me interessei
Os resíduos são coletados por terceiros
Falta de tempo
Falta de responsabilidade
Não há informações suficientes sobre coleta seletiva
Quadro 7: Sobre não realizar a separação dos resíduos sólidos em sua residência e no meio de
hospedagem no município de Caxias do Sul
A fim de comparar os resultados desta pesquisa com os obtidos por outros autores,
(SILVA, 2007; FERRARI, 2006; SANTOS, 2002; ERDOGAN; BARIS, 2007; BONATTO;
DE CONTO, 2004), é interessante notar a presença do tema gerenciamento de resíduos
sólidos e a forma como ele é contemplado. Em estudo que trata de ações ambientais em meios
de hospedagem, Silva (2007, p.79) questiona a existência de um programa interno, para
treinamento dos funcionários, de redução de produção de resíduos sólidos. Os resultados
revelam que 92,5% dos empreendimentos declaram que não existe qualquer tipo de programa
que trate do assunto. Ao serem questionados sobre quais os motivos que levaram à não-
adoção desses programas, 24,4% dos sujeitos responderam que não tinham esse tipo de
programa porque apresentavam pequena produção de resíduos, enquanto 17,7% disseram que
apresentam consciência na geração de resíduos, e que isso seria o bastante para preservar o
meio ambiente, e 6,6% apresentam falta de interesse.
Em estudo que trata do comportamento de gestores de meios de hospedagem, Ferrari
(2006, p. 66), ao tratar da separação dos resíduos sólidos nos meios de hospedagem, verificou
80
que 90,48% dos sujeitos questionados responderam que a separação dos resíduos sólidos é
feita de forma correta, enquanto 9,52% disseram não fazer a coleta seletiva dos resíduos. Dos
que “não” faziam a disposição dos resíduos de forma correta, 50% atribuíram a “culpa” ao
serviço público de coleta, que apresenta problemas, e os outros 50% disseram que não existe o
serviço de recolhimento para resíduos separados, ou seja, coleta seletiva.
Quando questionados sobre se colaboravam com a separação dos resíduos sólidos, nos
meios de hospedagem, no estudo de Ferrari (2006, p. 68), verificou-se que 90,48% colaboram
com a coleta dos resíduos, enquanto que 9,52% disseram que “não”. Com o objetivo de
completar o questionamento, também foi perguntado de que forma a colaboração era feita:
25% dos sujeitos responderam que “encaminhavam o resíduo para a reciclagem”; 17,85%
admitiram colocar os resíduos à venda e 7,14% não colaboram.
Ao tratar da gestão de resíduos sólidos, Santos (2002, p. 56) questiona sobre os
sujeitos conhecerem “programas de coleta seletiva”. O autor conclui que 45,61% dos sujeitos
não apresentavam nenhum conhecimento sobre programas de coleta seletiva; 31,46%
afirmaram ter pouco conhecimento, e a soma das respostas que têm um regular, bom e ótimo
conhecimento sobre a coleta seletiva significa 23% da amostra. O autor ressalta que a soma de
pessoas que não têm informação e que têm pouco conhecimento é de cerca de 77% da
amostra. Ao tratar da participação da população em programa de coleta seletiva da cidade,
Santos (2002, p. 57) verificou que 45,6% dos sujeitos estariam dispostos a entregar os
resíduos a um ponto fora de sua residência e 36,6% entregariam nas proximidades de sua
residência.
Em estudo que trata de questões ambientais na hotelaria da Turquia, Erdogan e Baris
(2007, p. 608), ao tratarem da variável gerenciamento de resíduos sólidos nos hotéis,
verificaram que, apesar da existência de doze firmas de reciclagem na cidade de Ankara,
capital turca, 89,5% dos gestores de hotéis disseram não ter conhecimento de alguma firma
próxima ao hotel e 74,4% afirmaram o conhecer nenhuma firma de reciclagem. Para os
autores, os resultados mostram que é necessário atenção redobrada em relação às práticas
ambientais e para a falta de conhecimento em relação à sensibilização para um consumo
responsável.
Por fim, Bonatto e De Conto (2004, p. 25) apresentam os fatores que determinam a
origem e a geração dos resíduos: a) número de hóspedes; b) número de funcionários
contratados e terceirizados; c) variação sazonal; d) classificação do hotel; e) serviços
oferecidos aos hóspedes; f) faixa etária dos hóspedes; g) poder aquisitivo dos hóspedes e
h) motivo da hospedagem, entre outros.
81
É importante notar que, ao cruzar as informações: a) município de origem do hóspede;
b) separa os resíduos lidos em sua residência e c) separa os resíduos sólidos no meio de
hospedagem, pode-se concluir que, no meio de hospedagem do município de Canela, dos
quatro hóspedes oriundos da cidade de Porto Alegre, dois separam os resíduos sólidos tanto
em casa quanto nos meios de hospedagem; um não separa os resíduos em casa, porém os
separa no meio de hospedagem e um separa os resíduos em sua residência; no entanto, não os
separa nos meios de hospedagem. Dos dois hóspedes originários do município de Curitiba,
ambos separam os resíduos em casa, porém não os separam quando estão em um meio de
hospedagem.
Em relação ao meio de hospedagem da cidade de Caxias do Sul, dos 96 sujeitos
oriundos do município de Porto Alegre, 51 hóspedes separam os resíduos tanto na residência
quanto nos meios de hospedagem, e 27 separam em sua residência, mas não os separam nos
meios de hospedagem. Ao tratar dos 24 sujeitos oriundos de São Paulo, 11 deles separam os
resíduos sólidos tanto em sua residência quanto nos meios de hospedagem; oito separam os
resíduos em sua residência, porém não os separam no meio de hospedagem. Dos 11 hóspedes
oriundos da cidade de Curitiba, 10 separam os resíduos sólidos em sua residência e nos meios
de hospedagem.
De acordo com o relatório Ciclosoft, realizado pelo Cempre (2005), 25 milhões de
brasileiros têm acesso à coleta seletiva. É interessante ressaltar que 43,5% dos programas de
coleta seletiva têm relação direta com cooperativas de catadores. Ao relacionar a origem dos
hóspedes dos meios de hospedagem, três cidades se repetem por mais vezes. São elas: a)
Porto Alegre; b) Curitiba e c) São Paulo. Diante de tal situação, é possível afirmar que o
município de Porto Alegre atende 70% dos moradores do município com o serviço de coleta
seletiva; a cidade de Curitiba apresenta um atendimento a 100% da população, e a cidade de
São Paulo atende, em média, 75% dos moradores da cidade.
Tendo em vista os dados, é possível concluir que, ao tratar de hóspedes de cidades
como Porto Alegre e São Paulo (as quais apresentam serviço de coleta seletiva), o número de
hóspedes que não separam os resíduos nos meios de hospedagem é bastante significativo
(53% em Porto Alegre e 33,3% em São Paulo). Porém, é significativa também a porcentagem
da separação dos resíduos sólidos de hóspedes oriundos da cidade de Curitiba, (84,61%). É
importante notar que, além da disponibilização de serviços de coleta seletiva, a motivação da
“educação” relacionada a programas de educação ambiental deve estar atrelada a práticas
ambientais.
82
Analisar a postura dos hóspedes em relação à separação dos resíduos sólidos, nos
meios de hospedagem e em sua residência, é necessário para entender o comportamento
ambientalmente responsável desses sujeitos. Nos dois meios de hospedagem os hóspedes
admitem, em sua maioria, separar os resíduos sólidos em sua residência e também revelam
uma tendência a separar os resíduos nos meios de hospedagem. Tendo em vista esse
comportamento, é possível admitir que o hábito ambientalmente correto acompanha o
indivíduo nas suas principais ações, tanto no âmbito domiciliar quanto dos meios de
hospedagem. Nessa direção, é possível afirmar, de acordo com as informações dos sujeitos,
que o fato de separar os resíduos em domicílio é diretamente proporcional à ação de separar
resíduos durante períodos passados em um meio de hospedagem.
83
7 INFORMAÇÕES SOBRE SANEAMENTO BÁSICO COMO FATOR DECISIVO
PARA ESCOLHA DO DESTINO TURÍSTICO PELOS HÓSPEDES DE DOIS
MEIOS DE HOSPEDAGEM
Neste capítulo, são apresentadas as tabelas correspondentes aos meios de hospedagem
dos municípios de Canela e de Caxias do Sul, contendo a distribuição de freqüência e
porcentagens das indicações dos sujeitos sobre: a) a água de abastecimento ser um fator
decisivo para a escolha do destino turístico; b) o gerenciamento de resíduos sólidos ser um
fator decisivo para a escolha do destino turístico e c) o tratamento de esgoto ser um fator
decisivo para a escolha do destino turístico.
A tabela 11 apresenta a distribuição de freqüências e porcentagens de indicações dos
sujeitos, correspondentes ao município de Canela, sobre o saneamento básico (água de
abastecimento, gerenciamento de resíduos sólidos e tratamento de esgoto) ser fator decisivo
para a escolha do destino turístico.
Os dados apresentados nos permitem concluir, sobre ser a água de abastecimento fator
decisivo para a escolha do destino turístico, que 56,25% dos hóspedes responderam que
“nunca pensaram no assunto”, e 37,5% disseram que “sim”. Em relação ao gerenciamento dos
resíduos sólidos ser um fator de escolha para o destino turístico, 43,75% afirmaram que
“sim”; essa variável é contemplada na escolha do destino turístico, enquanto 31,25% de
respostas asseguraram “nunca pensar no assunto”. Por fim, ao serem inquiridos sobre o
tratamento de esgoto, 43,75% afirmam que essa variável do saneamento básico é, “sim”, fator
decisivo na escolha do destino turístico, enquanto 37,5% “nunca pensaram no assunto”.
A tabela 12 apresenta a distribuição de freqüências e porcentagens de indicações dos
sujeitos, correspondentes ao município de Caxias do Sul, sobre o saneamento básico (água de
abastecimento, gerenciamento de resíduos sólidos e tratamento de esgoto) ser fator decisivo
para a escolha do destino turístico.
Ao cruzar os dados referentes ao saneamento básico, como fator de escolha dos meios
de hospedagem com os períodos de alta e baixa estação, pode-se concluir, no município de
Canela, durante a alta estação, que 45,45% dos sujeitos consideram a água de abastecimento
fator de escolha do meio de hospedagem, e 16,67% nunca pensaram no assunto e, durante a
baixa estação, 60% consideram a origem da água de abastecimento fator de escolha do meio
de hospedagem, enquanto 54,54% nunca pensaram no assunto. No tocante ao gerenciamento
de resíduos, durante a alta estação, 54,54% afirmaram considerar o serviço como fator de
escolha do meio de hospedagem, enquanto 36,36% nunca pensaram no assunto. Durante a
84
baixa estação, 20% consideram o gerenciamento de resíduos sólidos fator de escolha, e 40%
não consideram o serviço como fator de escolha. No tocante ao tratamento de esgoto como
fator de escolha, pode-se concluir que 54,54% consideram o serviço como fator de escolha, e
36,36% nunca pensaram no assunto. Durante a baixa estação, é possível concluir que 40% não
o consideram fator de escolha, 40% nunca pensaram no assunto, e 20% consideram fator de
escolha do meio de hospedagem o tratamento de esgoto.
Tabela 11 Distribuição de freqüência e porcentagem de indicações de hóspedes sobre o saneamento básico ser
fator decisivo para a escolha do destino turístico, no meio de hospedagem do município de Canela
Semanas
1a. (**) 2a. (**) 3a. ( * ) 4a. ( * ) TOTAL
Sobre o saneamento básico ser
fator decisivo na escolha do destino
turístico
(f) (%) (f) (%) (f) (%) (f) (%) (f) (%)
Água de abastecimento
Nunca pensou no assunto
1
33,33
2
100
3
100
3
37,5
9
56,25
Sim
1
33,33
- - - - 5
62,5
6
37,5
Não
1
33,33
- - - - - - 1
6,25
TOTAL
3
100
2 100 3 100 8 100 16
100
Gerenciamento dos resíduos sólidos
Sim
1
33,33
- - - - 6
75
7
43,75
Nunca pensou no assunto
1
33,33
- - 3
100
1
12,5
5
31,25
Não
1
33,33
1
50
- - - - 2
12,5
Não tem certeza
- - 1
50
- - 1
12,5
2
12,5
TOTAL
3 100 2
100
3 100 8
100
16
100
Tratamento de esgoto
Sim
1
33,33
- - - - 6
75
7
43,75
Nunca pensou no assunto
1
33,33
1
50
3
100
1
12,5
6
37,5
Não
1
33,33
1
50
- - - - 2
12,5
Não tem certeza
- - - - - - 1
12,5
1
6,25
TOTAL
3 100 2 100 3 100 8
100
16
100
( * ) Semana de alta estação e com evento
(**) Semana de baixa estação e sem evento
É possível concluir que, no meio de hospedagem do município de Caxias do Sul,
durante a alta estação, 42,89% dos sujeitos consideram a água de abastecimento fator de
escolha do meio de hospedagem e 21,78% nunca pensaram no assunto, e durante a baixa
estação, 48,9% consideram a origem da água de abastecimento fator de escolha do meio de
85
hospedagem, enquanto 24,54% nunca pensaram no assunto. No tocante ao gerenciamento de
resíduos, durante a alta estação, 19,3% afirmaram considerar o serviço como fator de escolha
do meio de hospedagem, enquanto que 21,78% nunca pensaram no assunto. Durante a baixa
estação, 30% consideram o gerenciamento de resíduos sólidos fator de escolha, 20% o
consideram o serviço como fator de escolha, e 31,81% nunca pensaram no assunto. No
tocante ao tratamento de esgoto como fator de escolha, pode-se concluir que 24,63%
consideram o serviço como fator de escolha, e 21,18% nunca pensaram no assunto. Durante a
baixa estação, é possível concluir que 34,23% o consideram fator de escolha, 40% não
consideram o serviço como fator de escolha, e 29,72% nunca pensaram no assunto.
Tabela 12 – Distribuição de freqüência e porcentagem de indicações de hóspedes sobre o saneamento básico ser
fator decisivo para a escolha do destino turístico, no meio de hospedagem do município de Caxias do Sul
Semanas
1a. (**) 2a. (**) 3a. ( * ) 4a. ( * ) TOTAL
Sobre o saneamento básico ser
fator decisivo na escolha do destino
turístico
(f)
(%) (f)
(%) (f)
(%) (f) (%) (f) (%)
Água de abastecimento
Sim
28
39,44
23
58,97 22
38,60 32 22,07 105 33,65
Não respondeu
12
16,90
1 2,56 7 12,28 73 50,34 93 29,81
Nunca pensou no assunto
17
23,94
10
25,64 23
40,35 21 14,48 71 22,76
Não
12
16,90
3 7,69 5 8,77 16 11,03 36 11,54
Não tem certeza
2
2,82
2 5,13 - - 3 2,07 7 2,24
TOTAL
71
100
39
100 57
100 145 100 312
100
Gerenciamento dos resíduos sólidos
Não respondeu
12
16,90
1 2,56 6 10,53 74 51,03 93 29,81
Nunca pensou no assunto
20
28,17
15
38,46 21
36,84 23 15,86 79 25,32
Sim
20
28,17
13
33,33 15
26,32 24 16,55 72 23,08
Não
15
21,13
7 17,95 11
19,30 18 12,41 51 16,35
Não tem certeza
4
5,63
3 7,69 4 7,02 6 4,14 17 5,45
TOTAL
71 100 39
100
57
100 145
100
312
100
Tratamento de esgoto
Sim
24
33,33
14
35,90 19
33,33 31 21,23 88 28,03
Não respondeu
4
5,56
1 2,56 6 10,53 74 50,68 85 27,07
Nunca pensou no assunto
20
27,78
11
28,21 22
38,60 21 14,38 74 23,57
Não
12
16,67
6 15,38 7 12,28 15 10,27 40 12,74
Não tem certeza
12
16,67
7 17,95 3 5,26 5 3,42 27 8,60
TOTAL
72 100 39
100 57
100 146
100
314
100
( * ) Semana de alta estação e com evento
(**) Semana de baixa estação e sem evento
86
Neste momento, é interessante cruzar os dados das seguintes informações:
a) considerar-se bem-informado quanto à questão ambiental e b) saneamento básico como
fator de escolha do meio de hospedagem. No meio de hospedagem do município de Canela,
13 hóspedes consideram-se bem-informados quanto à questão ambiental. Destes, 46,15%
consideram a origem da água de abastecimento, enquanto 46,15% nunca pensaram no
assunto. Para 53,84% dos hóspedes, o gerenciamento de resíduos sólidos é fator de escolha do
meio de hospedagem, enquanto 23,07% nunca pensaram no assunto. 53,84% consideram o
tratamento de esgoto fator de escolha do meio de hospedagem, enquanto 30,76% nunca
pensaram no assunto.
No meio de hospedagem do município de Caxias do Sul, 178 hóspedes consideram-se
bem-informados quanto à questão ambiental. Destes, 46,06% consideram a origem da água de
abastecimento como fator de escolha do meio de hospedagem, e 24,71% nunca pensaram no
assunto. Para 30,33%, o gerenciamento de resíduos sólidos é fator de escolha do meio de
hospedagem, enquanto 29,77% nunca pensaram no assunto, e 22,47% não consideram o
gerenciamento de resíduos sólidos fator de escolha do meio de hospedagem. Já 37,64%
consideram o tratamento de esgoto fator de escolha do meio de hospedagem, enquanto
27,52% nunca pensaram no assunto, e 16,85% não consideram o tratamento de esgoto fator de
escolha do meio de hospedagem.
Ao serem questionados por Silva (2007, p. 94) sobre a destinação adequada dos
resíduos, 52,5% dos empreendimentos disseram dar o destino correto para os resíduos gerados
nos meios de hospedagem, enquanto 47,5% responderam não dar o destino correto para esses
resíduos. Sobre qual o destino dado a esses resíduos, 64,9% dos sujeitos questionados
disseram que o destino final dos resíduos é a reciclagem, enquanto 10,8% utilizam a
compostagem para a destinação do resíduo orgânico e 10,8% enterram os resíduos.
Em estudo que trata das interferências socioambientais das pousadas, Azevêdo (2006,
p. 149) relata que 59% dos donos de pousadas apresentam preocupações com o ambiente.
Quando questionados sobre as práticas ambientais adotadas, 42% dos donos de pousadas
disseram que tiveram preocupação com a área verde do entorno, enquanto 30% apresentaram
preocupações com a coleta dos resíduos e 6% dos sujeitos dessa pesquisa têm preocupações
com o esgotamento sanitário.
Verificar a variável saneamento básico como fator de escolha do meio de
hospedagem pode ser interessante para entender a concepção de consumir produtos de
empresas ambientalmente responsáveis. Nos meios de hospedagem dos municípios de Canela
87
e Caxias do Sul, é possível afirmar que a maior parte dos hóspedes apresenta opiniões
repartidas, em demonstrações discretas de responsabilidade ambiental e limitação de
informações que relacionam os temas turismo, qualidade ambiental e saneamento básico.
Porém, também é possível admitir a existência de um segmento de mercado, formado por
hóspedes indecisos, que contemple questões ambientais e a existência de um público que pode
ser influenciado por hábitos ambientalmente corretos na escolha do produto turístico.
88
8 INFORMAÇÕES SOBRE PRÁTICAS AMBIENTAIS COMO FATOR DECISIVO
PARA ESCOLHA DE MEIOS DE HOSPEDAGEM
No presente capítulo, são apresentadas as tabelas correspondentes aos meios de
hospedagem dos municípios de Canela e de Caxias do Sul, contendo a distribuição de
freqüência e porcentagens das indicações dos sujeitos sobre as práticas ambientais figurarem
como fator decisivo para escolha do meio de hospedagem.
A tabela 13 apresenta a distribuição de freqüências e porcentagens de indicações dos
sujeitos, correspondentes ao município de Canela, sobre as práticas ambientais serem fator
decisivo para a escolha do meio de hospedagem. Diante dos dados, pode-se notar que, para
68,75% dos sujeitos, as práticas ambientais são, “sim”, um fator decisivo para a escolha de
um meio de hospedagem. Já 25% dos hóspedes “nunca pensaram no assunto”.
Tabela 13 Distribuição de freqüência e porcentagem de indicações de hóspedes sobre as práticas ambientais
serem fator decisivo para a escolha do meio de hospedagem, no município de Canela
Semanas
1a. (**) 2a. (**) 3a. ( * ) 4a. ( * ) TOTAL
Práticas ambientais como fator de
escolha de um meio de hospedagem
(f) (%) (f) (%) (f) (%) (f) (%) (f) (%)
Sim 2 66,67 2 100 1 33,33 6 75 11 68,75
Nunca pensou no assunto - - - - 2 66,67 2 25 4 25
Não tem certeza 1 33,33 - - - - - - 1 6,25
TOTAL
3 100 2 100 3 100 8 100 16 100
( * ) Semana de alta estação e com evento
(**) Semana de baixa estação e sem evento
A tabela 14 apresenta a distribuição de freqüências e porcentagens de indicações dos
sujeitos, correspondentes ao município de Caxias do Sul, sobre as práticas ambientais serem
fator decisivo para a escolha do meio de hospedagem. Pode-se observar, a partir dos dados,
que 37,94% dos sujeitos responderam que práticas ambientais é um fator de escolha de um
meio de hospedagem, enquanto 18,33% dos hóspedes afirmaram “nunca ter pensado sobre o
assunto”.
Alguns estudos (SILVA, 2007; FERRARI 2006; JASPER, 2006; AZEVÊDO, 2006;
BRITO, 2006; SILVA, 2005; ERDOGAN e BARIS, 2007; LE et. al. 2006) podem ilustrar a
relação existente entre as práticas ambientais e o turismo.
89
Tabela 14 Distribuição de freqüência e porcentagem de indicações de hóspedes sobre as práticas ambientais
serem fator decisivo para a escolha do meio de hospedagem, no município de Caxias do Sul
Semanas
1a. (*) 2a. (**) 3a. ( ** ) 4a. ( * )
TOTAL
Práticas ambientais como fator de
escolha de um meio de hospedagem
(f)
(%) (f)
(%) (f)
(%) (f) (%) (f) (%)
Sim 31 43,06 21 53,85 27 47,37 39 27,27 118 37,94
Não respondeu 13 18,06 2 5,13 6 10,53 71 49,65 92 29,58
Nunca pensou no assunto 17 23,61 10 25,64 15 26,32 15 10,49 57 18,33
Não 6 8,33 4 10,26 4 7,02 13 9,09 27 8,68
Não tem certeza 5 6,94 2 5,13 5 8,77 5 3,50 17 5,47
TOTAL
72 100 39 100 57 100 143 100 311 100
( * ) Semana de alta estação e com evento
(**) Semana de baixa estação e sem evento
Silva (2007, p. 118), em estudo que trata das ações ambientais em meios de
hospedagem, ao questionar a existência de regularidade ambiental, quanto à efetividade e à
adequação desses empreendimentos, verificou que 95% dos sujeitos responderam não serem
ambientalmente regularizados; 2,5% disseram não saber e 2,5% responderam que “sim”.
Quando foram questionados sobre o motivo da não-adequação, 50% dos meios de
hospedagem responderam a “falta de informação”; 24% disseram que a “falta de
obrigatoriedade” fez com que não se adequassem às questões ambientais, e 10,8% declararam
a inexistência de interesse. Ainda segundo o autor, a ausência de política ambiental é um fator
determinante para a não-adoção de práticas ambientais. Para a ausência de política ambiental,
o autor a considera como conseqüência descomprometimento dos gestores com a questão
ambiental.
Os meios de hospedagem, quando admitem práticas ambientais, consideram: sistemas
de racionalização do consumo de energia elétrica, água e gerenciamento de resíduos sólidos.
Ferrari (2006, p. 80) considera, juntamente com esses aspectos, as questões de
desenvolvimento de ações de sensibilização para hóspedes. A autora concluiu em seu estudo
que 76,2% dos sujeitos que responderam à questão disseram “não” desenvolver práticas de
sensibilização com os hóspedes, e 23,8% afirmaram desenvolver práticas ambientais com os
hóspedes. Ao justificarem o motivo pelo qual não desenvolviam trabalhos de sensibilização
com o hóspede, 57,15% não responderam; 14,29% disseram que seria por falta de
conhecimento e 4,76% atribuíram o motivo a não se terem despertado ainda para a questão
ambiental nos meios de hospedagem.
A fim de entender a postura dos hóspedes em relação a práticas ambientais, é proposto
o cruzamento das variáveis: a) considera práticas ambientais fator de escolha dos meios de
90
hospedagem e b) períodos de alta e baixa estação. Pode-se concluir que, no município de
Canela, durante a alta estação, 63,63% dos sujeitos consideram práticas ambientais fator de
escolha do meio de hospedagem, e 36,36% nunca pensaram no assunto; durante a baixa
estação, 80% consideram práticas ambientais fator de escolha do meio de hospedagem.
No município de Caxias do Sul, durante a alta estação, 52,5% dos sujeitos consideram
práticas ambientais fator de escolha do meio de hospedagem, e 15% nunca pensaram no
assunto; durante a baixa estação, 46,84% consideram práticas ambientais fator de escolha do
meio de hospedagem, enquanto 24,32% nunca pensaram no assunto.
Em estudo que contempla as situações de saneamento básico em meios de
hospedagem do meio rural, Jasper (2006, p. 72) aborda a preocupação do turista quanto às
questões ambientais. Em seus resultados, 71,43% dos hóspedes “não” apresentam
preocupações com o ambiente, enquanto 28,57% as apresentam. Ao indagar sobre quais as
preocupações existentes nos hóspedes que as apresentaram, 50% responderam que é a limpeza
do ambiente; 25% responderam que é o “recolhimento do lixo” e 25% comentam que tudo
está muito bem cuidado.
Quando questionados sobre a preocupação dos turistas quanto a práticas ambientais
adotadas pela hospedagem rural, os gestores dos empreendimentos responderam que 57,14%
não apresentam esse tipo de preocupação, e 42,86% admitem apresentar essas preocupações.
Para 50% dos sujeitos, as preocupações com o meio ambiente, por parte dos visitantes no
meio de hospedagem rural, estão relacionadas à produção ecológica; para 16,6%, é o
tratamento de resíduos; 16,6% dizem que é a preservação dos animais silvestres, e 16,6%
apresentam a preservação da mata nativa como sua principal preocupação. (JASPER, 2006,
p. 72).
Brito (2006, p. 76), que em seu estudo contemplou a responsabilidade socioambiental
em meios de hospedagem do meio rural, conclui que o problema se concentra no desafio da
incorporação de práticas de gestão sustentável aos empreendimentos de turismo rural, que
conta com resistência a uma política que contemple a gestão de ganhos ambientais, sociais,
culturais e econômicos.
Silva (2005, p. 78), ao investigar se a responsabilidade social dos hóspedes seria
determinante para a escolha dos destinos turísticos, ao tratar da variável práticas ambientais,
concluiu que 89% dos sujeitos consideram tal aspecto um fator muito importante e importante
para a escolha de um pacote turístico, enquanto 10,6% consideram não ter importância, pouco
importante ou pode ou não ter importância ser para a escolha de um pacote turístico.
91
Ao tratar do conhecimento das informações relacionadas à proteção ambiental por
parte dos hotéis na Turquia, Erdogan e Baris (2007, p. 607) elencaram algumas variáveis para
a análise presente em sua pesquisa: a) treinamento ambiental para os empregados dos hotéis;
b) intervenção para prevenção da poluição e c) o conhecimento da ISO 14001. Ao tratar dos
investimentos em treinamento ambiental para os funcionários, verificou-se que 15% dos
hotéis investem forte no treinamento ambiental dos funcionários, e 85% deles não investe,
investe pouco ou investe de forma regular no treinamento ambiental dos funcionários. Ao
tratar da variável intervenções para prevenção da poluição, 27,5% dos sujeitos dessa pesquisa
disseram praticar com freqüência essas intervenções; 32,5% disseram que esporadicamente
intervêm no processo de produção, e 40% desses ou não conhecem ou conhecem muito pouco
o funcionamento do processo de intervenção. Em relação ao conhecimento da ISO 14001,
20% afirmaram conhecer bem ou muito bem a normalização que trata do gerenciamento
ambiental; 17,5% afirmaram conhecer tal variável de forma mediana e 62,5% disseram não
conhecer ou conhecer muito pouco tal normalização.
Ao mencionar a existência de práticas ambientais, Erdogan e Baris (2007, p. 607)
verificaram que em, 62,5% dos hotéis pesquisados, não havia nada relacionado à existência de
práticas ambientais; 20% falaram da existência de informações sobre impactos ambientais e,
em 10% dos empreendimentos, foi considerada a existência de políticas ambientais.
Le et al. (2006, p. 559) buscaram em seu estudo com 190 meios de hospedagem
identificar fatores que influenciam a adoção de práticas ambientais nos meios de hospedagem,
mediante algumas variáveis: a) o não-uso de resíduos químicos na paisagem; b) coleta e uso
da água da chuva para utilização quando possível; c) utilização de torneiras automáticas de
baixo consumo; d) construções compatíveis com a paisagem local; e) conservar e cultivar a
vegetação nativa; f) utilização de sensor de movimento para as lâmpadas fora dos quartos;
g) controle elétrico no quarto dos hóspedes; h) controle do barulho nas atividades do hotel; i)
não permitir o uso de veículos particulares no hotel; j) controle da emissão de gases nas
atividades do hotel; l) existência de lixeiras de reciclagem nos quartos dos hóspedes; m)
financia e auxilia a limpeza do atrativo para os turistas; n) financia e auxilia a reabilitação de
alguma atração turística; o) emprega residentes locais e p) facilita o entendimento cultural
entre os turistas e a comunidade local. Diante dessas variáveis, pode-se concluir que a média
de adesão a alguma(s) dessa(s) práticas ambientais foi de 51%, enquanto 49% não adotam
essas práticas ambientais. Das práticas ambientais, a que menos sofreu adesão dos meios de
hospedagem, com 23%, foi coleta e uso da água da chuva para utilização quando possível e a
92
que mais teve adesão dos meios de hospedagem foi o emprego de residentes locais com 74%
de adesão.
Em seu estudo, Palhares (2003, p. 11), ao relacionar o comportamento das três
cervejarias pesquisadas (Ambev; Schincariol e Kaiser), concluiu que duas já apresentam
preocupações com o gerenciamento dos resíduos sólidos e com políticas ambientais, além de
admitir que uma terceira apresenta comportamento classificado como reativo, no qual ações
preventivas não são adotadas.
A fim de entender a relação entre as variáveis: a) considerar-se bem-informado quanto
a questões ambientais e b) considerar práticas ambientais fator de escolha do meio de
hospedagem, é proposto o cruzamento dos dados. No município de Canela, 13 hóspedes
consideram-se bem-informados. Destes 69,23% consideram as práticas ambientais fator de
escolha de um meio de hospedagem. No município de Caxias do Sul, 178 hóspedes
consideram-se bem-informados. Destes, 52,24% consideram as práticas ambientais fator de
escolha de um meio de hospedagem, enquanto 20,22% nunca pensaram no assunto.
O fato de os consumidores serem receptivos a informações que tratam do
comportamento ambientalmente responsável faz com que os mesmos escolham os
empreendimentos turísticos por adotarem práticas ambientais relacionadas a mecanismos de
eco-eficiênica. No meio de hospedagem do município de Canela, pode-se notar que grande
parte dos sujeitos inquiridos afirmou ter “práticas ambientais” como fator de escolha de um
meio de hospedagem. no meio de hospedagem da cidade de Caxias do Sul, é discreto o ato
de escolher um meio de hospedagem mediante práticas ambientais; porém, é visível o grande
número de indivíduos que não apresenta opinião formada sobre o assunto. Nesse caso, é
visível a carência de informações relacionadas ao turismo, à qualidade ambiental e às práticas
ambientais.
93
9 A RESPONSABILIDADE DOS SPEDES E DOS MEIOS DE HOSPEDAGEM
MEDIANTE A VARIÁVEL AMBIENTAL
Neste capítulo, são apresentadas as tabelas correspondentes aos meios de hospedagem
dos municípios de Canela e de Caxias do Sul, contendo a distribuição de freqüência e
porcentagens das indicações dos sujeitos sobre: a) o hóspede ter compromisso com o
ambiente e b) o meio de hospedagem ter compromisso com o ambiente.
A tabela 15 apresenta a distribuição de freqüências e porcentagens de indicações dos
sujeitos, correspondentes ao município de Canela, sobre o hóspede e o meio de hospedagem
terem compromisso com o meio ambiente. Quando questionados sobre se devem ter
compromisso com o meio ambiente, 93,75% dos sujeitos questionados responderam que
“sim”. Ao serem inquiridos se os meios de hospedagem deveriam ter compromisso com o
ambiente, 93,75% responderam que sim.
Tabela 15 – Distribuição de freqüência e porcentagem de indicações sobre ter compromisso com o meio
ambiente, no município de Canela
Semanas 1a. (**) 2a. (**)
3a. ( * ) 4a. ( * ) TOTAL
Devem ter compromisso com o ambiente
(f)
(%)
(f)
(%)
(f)
(%) (f)
(%)
(f)
(%)
O hóspede
Sim 3 100 2 100 2 66,67 8 100 15
93,75
Nunca pensou no assunto - - - - 1 33,33 - - 1 6,25
TOTAL 3 100 2 100 3 100 8 100 16
100
No meio de hospedagem
Sim 3 100 2 100 2 66,67 8 100 15
93,75
Nunca pensou no assunto - - - - 1 33,33 - - 1 6,25
TOTAL 3 100 2 100 3 100 8 100 16
100
( * ) Semana de alta estação e com evento
(**) Semana de baixa estação e sem evento
A tabela 16 apresenta a distribuição de freqüências e porcentagens de indicações dos
sujeitos, correspondentes ao município de Caxias do Sul, sobre o hóspede e o meio de
hospedagem terem compromisso com o meio ambiente. Diante dos dados coletados, pode-se
concluir que 65,59% dos sujeitos acreditam que o hóspede deve ter compromisso com o meio
ambiente. Em relação aos meios de hospedagem, se eles devem ter compromisso com o meio
ambiente, 64,84% dos sujeitos disseram que “sim”.
94
É visível através dos dados organizados que, durante a quarta semana de coleta, o
número de questionários entregues sem serem respondidos, 50,35%, foi alto quando
relacionado ao número de questionários entregues completos. Diante desse fato, é possível
concluir que, durante a quarta semana, ocorreu desinteresse dos sujeitos por participarem da
pesquisa proposta.
A fim de identificar a relação existente entre as variáveis, é proposto o cruzamento dos
seguintes pontos: a) considerar-se bem-informado quanto à questão ambiental; b) se o
hóspede tem compromisso com o meio ambiente e c) se o meio de hospedagem deve ter
compromisso com o meio ambiente. No município de Canela, o universo de 13 hóspedes
considera-se bem-informado quanto à questão ambiental. Ao relacionar essa variável a se o
hóspede tem compromisso com o meio ambiente, conclui-se que 100% dos sujeitos acreditam
que o hóspede deve, sim, ter compromisso com o meio ambiente. No tocante às variáveis
considerar-se bem-informado quanto ao meio ambiente e se o meio de hospedagem devem ter
compromisso com o meio ambiente, pode-se concluir que 100% dos sujeitos acreditam que o
meio de hospedagem deve ter compromisso com o meio ambiente.
Tabela 16 – Distribuição de freqüência e porcentagem de indicações sobre ter compromisso com o meio
ambiente, no município de Caxias do Sul
Semanas
1a. (*) 2a. (**)
3a. ( ** )
4a. ( * )
TOTAL
Devem ter compromisso com o meio ambiente
(f) (%) (f)
(%) (f)
(%) (f) (%) (f) (%)
O hóspede
Sim 54 75,00
36
92,31
47
82,46
67 46,85
204
65,59
Não respondeu 12 16,67
2 5,13 6 10,53
72 50,35
92 29,58
Nunca pensou no assunto 5 6,94 1 2,56 4 7,02 3 2,10 13 4,18
Não tem certeza 1 1,39 - - - - 1 0,70 2 0,64
TOTAL 72 100 39
100 57
100 143
100 311
100
No meio de hospedagem
Sim 53 74,65
35
89,74
46
80,70
67 46,85
201
64,84
Não respondeu 13 18,31
2 5,13 8 14,04
72 50,35
95 30,65
Não 3 4,23 1 2,56 2 3,51 2 1,40 8 2,58
Nunca pensou no assunto 2 2,82 1 2,56 1 1,75 2 1,40 6 1,94
TOTAL 71 100 39
100 57
100 143
100 310
100
( * ) Semana de alta estação e com evento
(**) Semana de baixa estação e sem evento
No município de Caxias do Sul, o universo de 178 hóspedes considera-se bem-
informado quanto à questão ambiental. Ao relacionar essa variável a se o hóspede tem
compromisso com o meio ambiente, conclui-se que 85,39% dos sujeitos acreditam que o
95
hóspede deve, sim, ter compromisso com o meio ambiente. No tocante às variáveis
considerar-se bem-informado quanto ao meio ambiente e se o meio de hospedagem deve ter
compromisso com o meio ambiente, pode-se concluir que 83,7% dos sujeitos acreditam que o
meio de hospedagem deve ter compromisso com o meio ambiente, enquanto 4,5% nunca
pensaram no assunto.
O treinamento dos funcionários em relação à gestão ambiental do empreendimento é
fator imprescindível para que um programa possa atingir suas metas no ambiente. Porém,
Silva (2007, p. 73), ao tratar da existência de um programa interno que vise à redução do
consumo de energia elétrica, constata que 73% dos meios de hospedagem que participaram da
pesquisa não têm um programa de treinamento de funcionários. Ao questionar, no mesmo
estudo, sobre o motivo da não-existência de um programa de treinamento dos funcionários
para a redução do consumo de energia elétrica, 25% responderam que já apresentavam
princípios de redução do consumo de energia elétrica; 22,2% disseram que o empreendimento
era muito pequeno para tal preocupação; 13,9% admitiram não existir a necessidade dessa
preocupação, e 13,9% relataram a inexistência de cursos que tratem do assunto.
Ao questionar sobre o comportamento do gestor de meios de hospedagem, auto-
avaliação, sobre a responsabilidade ambiental, Ferrari (2006, p. 42) coloca que 57,15% dos
sujeitos se consideram no nível regular de responsabilidade ambiental, enquanto 23,8%
consideram como boa a participação na preservação do ambiente, e 14,29% têm essa
participação dada como ruim. Ainda para a autora (2006, p. 44), foi perguntado aos gestores
de meios de hospedagem o que seria responsabilidade ambiental na hotelaria. Para 16% dos
sujeitos, “cuidar e preservar o meio ambiente”; para 12%, administrar a geração de resíduos
e dejetos”, e para 8%, “minimizar a poluição. É interessante notar que somente 4% dos
sujeitos questionados disseram que “conscientizar hóspedes e funcionários” poderia estar
relacionado à responsabilidade ambiental na hotelaria.
Ao considerar as formas e os recursos adotados para a conscientização ambiental,
Ferrari (2006, p. 81) concluiu que 64% dos gestores não adotam práticas de sensibilização
ambiental para os hóspedes; 12% utilizam os sites como o principal recurso para
sensibilização e 12% fazem dos cartazes seu principal recurso para conscientizar através da
educação ambiental.
Quando questionado sobre a importância de desenvolver práticas ambientais, o estudo
de Ferrari (2006, p. 83) conclui que 95,24% dos gestores admitem a importância de
desenvolver programas de práticas ambientais. Quando questionados sobre o que tornava a
adoção de práticas ambientais importante, 20% dos sujeitos responderam que a imposição da
96
sociedade era o principal motivo; outros 20% disseram que a principal motivação era a
preservação ambiental; 16% apontaram para benefícios administrativos, e outros 16%
admitiram ser por adequação de mercado. Mediante esses dados, é possível concluir que as
práticas ambientais recebem grande influência do retorno econômico esperado ao
investimento no meio ambiente.
Brito (2006, p. 74) conclui que 11 dos 14 empreendimentos, pesquisados em seu
estudo, preocupam-se com a questão ambiental, que, ao contrário do que afirmam os
primeiros resultados, a atuação socioambiental responsável, o que alia a gestão do
empreendimento com práticas sociais e ambientais, ainda não é uma prioridade na condução
dos negócios.
Em seu estudo, Romeiro (2006, p. 237), que trata do comportamento do consumidor
ambientalmente favorável, indagou dos sujeitos quanto ao significado de preservação
ambiental. Diante dos resultados, pode-se concluir que 29,3% dos sujeitos acreditam que esse
significado tem a ver com não desmatar as florestas e áreas; 16,5% afirmaram que seria
garantir os recursos e o patrimônio natural para as próximas gerações; 15,3% disseram que
seria descartar o lixo por tipo de material para reciclagem; 11,2% disseram que seria não
poluir os rios; 11% falaram que está ligado a não desperdiçar água e energia elétrica, e 10%
disseram que estaria ligado a consumir produtos que causem menos danos ao ambiente,
mesmo que custem mais caros.
Durante seu estudo, Romeiro (2006, p. 236) trata da visão biológica de preservação
ambiental, que ele define pela preocupação com a manutenção das características naturais da
natureza. Diante dos resultados alcançados em sua pesquisa, é possível constatar que 60,5%
dos sujeitos associaram a preservação ambiental a características biológicas (rios, florestas e
proteção de animais), enquanto 39,5% vincularam o significado de preservação a ações de
consumo.
Ao tratar do tema certificação do turismo sustentável para meios de hospedagem,
Zucarato (2006, p. 106) considera em sua avaliação fatores como: a) entorno físico-biológico
(avalia a interação da empresa com o meio ambiente circundante, focando o tratamento de
água servida e a proteção da flora, fauna, entre outros; b) a planta de serviço (avalia os
aspectos relacionados aos processos internos da empresa, o gerenciamento e o controle de
água, energia, tratamento de resíduos e treinamento); c) o cliente externo (avalia as ações
desenvolvidas pela gerência visando a ter a participação do cliente na implementação das
políticas de sustentabilidade da empresa) e d) entorno socioeconômico (avalia a identificação
e interação do estabelecimento com a comunidade local).
97
O mesmo autor, durante sua pesquisa, estabeleceu critérios de conformidade para
pontuar, por níveis de atuação socioambiental, notas de 1 a 5. Através dessa pesquisa,
conseguiu resultados que comprovam a falta de preocupação por parte dos gestores desses
empreendimentos em relação às variáveis socioambientais. Zucarato (2006) concluiu que dois
dos quatro meios de hospedagem obtêm, dentro dos fatores citados, uma conformidade entre
21 e 39%. outras duas pousadas, as quais obtiveram maior conformidade, alcançaram o
índice de 40 a 59% ao tratar essas variáveis. Diante de tal realidade, é visível a falta de
compromisso dos gestores com essas variáveis durante o planejamento e a execução de suas
atividades.
Ao relacionar responsabilidade corporativa à responsabilidade ambiental, Palhares
(2003, p. 110) afirma que o possível haver aumento no rigor da legislação ambiental ênfase na
crescente importância da responsabilidade ambiental para a imagem corporativa, tem sido
objeto de estudo das cervejarias no Brasil. Palhares (2003, p. 113) constata que as corporações
que mantiverem políticas ambientais baseadas no ciclo de vida do produto e que trabalham
em busca constante da eco-eficiência, com sistemas de logística reversa, estarão um passo
adiante, por já terem acumulado experiência no cálculo da redução desses custos .
Chan e Wong (2006, p. 488), ao tratarem das motivações de hotéis para a adesão do
ISO 14001, elencaram algumas variáveis: a) governo corporativo; b) alta administração;
c) tendência de mercado; d) benefícios da ISO; e) competição; f) legislação; g) barreira
comercial e h) os clientes. Diante de seus resultados, os autores puderam concluir que, para os
hotéis pesquisados, apenas duas variáveis foram fatores determinantes para que o hotel
obtivesse a certificação ISO 14001: governo corporativo e legislação.
Segundo Gouvea e Hranalova (2004, p. 133), entre os 18 países que foram analisados,
sob as perspectivas mercadológicas, os resultados indicam que, apesar do crescimento no
interesse na execução de atividades ecoturísticas, as variáveis ecológicas não apresentam uma
grande relevância para a demanda turística desses países.
Para a autora De Conto,
um hotel ambientalmente organizado, que busca em suas atividades não
desperdiçar, reutilizar materiais, separar materiais nos serviços oferecidos aos
turistas, demonstra ser um local não apenas para hospedagem, mas também para
desenvolver o processo de ensino e aprendizagem. O hotel passa a ser uma escola a
partir do momento em que implanta seu plano de gerenciamento de resíduos e o
socializa para todos os turistas. (DE CONTO, 2001, p. 67).
Fraj e Martinez (2006, p. 141) afirmam que, para a criação de uma mensagem
significativa para o consumidor, a companhia deve apresentar as implicações de
98
funcionamento, aliando-se a Sistemas de Gestão Ambiental e começar a envolver os
diferentes agentes sociais que afirmam assumir os compromissos da sustentabilidade. Se o
consumidor é consciente de que a companhia oferece produtos ambientalmente corretos, as
chances de se obter sucesso nesse segmento estão quase garantidas.
Ao tratar do comportamento dos hóspedes, alguns autores (LIMA, 2003; KIM;
BORGES; CHON, 2006; LEÃO; FALCÃO, 2002) consideram a educação ambiental durante
o comportamento aparente em suas ações.
Lima (2003, p. 60), ao tratar da participação dos moradores de São Carlos-SP, em
relação ao gerenciamento dos recursos hídricos do rio Monjolinho, constatou que as variáveis:
divulgação, organização e educação ambiental, aparecem como principais indicadores da falta
de participação da comunidade nas decisões dessa bacia hidrográfica. É interessante notar que
uma parcela das respostas apresenta disponibilidade para participação, porém acusa a
necessidade de um programa de educação ambiental para a comunidade.
Ao tratar das formas de conscientização da população, relacionadas aos resíduos
sólidos, 44,1% dos sujeitos afirmaram que “multas” poderiam ser utilizadas como forma de
conscientização; 26,1% concluíram que a conscientização da população deveria ser feita por
meio do ensino formal e informal, entre os quais incluíram a educação ambiental e 20,2%
disseram que a conscientização da população deveria ser feita por meio de meios de
comunicação, como TV, rádios e jornais.
Em artigo desenvolvido sobre o Festival de Vídeos e Filmes Ambientais (Fica) Kim,
Borges e Chon (2006, p. 962) perceberam que, ao tratar do tema ambiental, várias posturas
ambientais poderiam ser identificadas. A primeira afirmativa foi: “Nós estamos nos
aproximando do número de pessoas que a terra pode suportar.” Pode-se concluir que 26,7%
dos turistas acreditam moderadamente na afirmação, e 21,1% destes acreditam fortemente. Ao
tratar a afirmação: “Os humanos tem direito de modificar o ambiente o quanto precisarem”,
verificou-se que 33,5% desacreditam fortemente dessa afirmação e 21,7% desacreditam
moderadamente. Por fim, os autores afirmaram que, “se as coisas continuassem no presente
curso, nós sofreríamos uma grande catástrofe ambiental”. Conclui que 60,8% dos sujeitos
disseram acreditar fortemente na afirmação, enquanto 4,9% dos sujeitos afirmaram
desacreditar fortemente na afirmação.
Para Leão e Falcão (2002, p. 22), a educação ambiental é um processo participativo,
pelo qual o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, adquirem conhecimentos,
atitudes e competências voltadas para a conquista a manutenção do direito a meio ambiente
ecologicamente equilibrado.
99
Ao tratar do tema se os meios de hospedagem devem ter compromisso com a
preservação ambiental, é possível observar que existe uma conformidade na opinião dos
hóspedes dos meios de hospedagem. Quando questionados sobre o por quê de os meios de
hospedagem terem compromisso com o meio ambiente, foram obtidos os seguintes
depoimentos: “Porque todos devem fazer o possível para a melhoria do meio ambiente”;
“Na verdade, não os meios de hospedagem devem ter o compromisso com a preservação
do meio ambiente e sim todos”; “Para perpetuar o negócio”; “Todos devem colaborar com a
melhoria do meio ambiente”; “Pois os hóspedes acabam gerando resíduos de diversas
naturezas”; “Se faz também necessária a utilização de grande quantidade de água; “É
responsabilidade de todos”; “Temos todos que nos preocupar para o futuro do nosso
planeta”; “Além de ter o compromisso tem que ter o desejo de ensinar as pessoas sobre o
assunto”; “Pela importância das práticas que visam à sustentabilidade do planeta”;
“Precisamos reverter o processo de degradação ambiental para preservação”; “É uma
forma de conscientizar as pessoas que poderão ter exemplos nos hotéis e aplicá-los em
casa”; Porque concentra grande número de pessoas e portanto de consumo num mesmo
espaço”; Para poder também conscientizar as pessoas que ainda não se preocupam com
isso”; “Contribui com a educação ambiental”; “Porque são pessoas de enorme contato, com
giro de pessoal (hóspedes), os quais podem passar as informações”; “A pessoa deve gerar
menos resíduo possível fora do seu nicho ecológico”; “Não necessidade de trocar toalhas
diariamente, você não faz isso em casa”; “Mais pelo ensinamento deste comportamento
para pessoas de outras cidades” e “Quantidade de resíduos gerada; porque é assunto que
envolve toda população.” É interessante verificar que o posicionamento dos hóspedes em
relação ao compromisso ambiental está direcionado, na maioria das vezes, a um
comportamento ambientalmente correto.
No tocante ao comportamento dos hóspedes em relação ao compromisso com a
preservação do meio ambiente, é possível notar que, em sua maioria, apresentam
conformidade com a presença de práticas ambientais. As respostas dadas pelos sujeitos foram
as seguintes: Porque sempre que tenho a informação de como fazer, faço para melhorar a
minha qualidade de vida”; “Não consigo deixar de pensar no futuro de meus descendentes e
da humanidade como um todo”; Toda sociedade é responsável com a preservação do meio
ambiente”; “ É muito pouco e precisamos fazer mais, talvez pelo desenvolvimento do assunto
de tal relevância”; “Devemos cuidar da natureza, da sua beleza, para melhor
aproveitarmos”; “O compromisso tem que ser para todos os hóspedes”; “Poderia saber
mais informações a respeito desse assunto para contribuir com mais eficácia”; “Procuro
100
com pequenas ações contribuir no processo de conscientização para o meio ambiente”;
“Penso que ainda devo melhorar as minhas práticas”; “Eu sou o meio ambiente, se está
poluído, poluído estou”; “Quero viver num mundo melhor e deixar que outras gerações
tenham esse privilégio também”; Compromisso e responsabilidade que todos devem ter, a
preservação do meio ambiente é a única forma para gerar melhor qualidade de vida”;
“Devemos criar condições favoráveis para evitarmos prejudicar o meio”; “As pessoas que
por aqui passam devem deixar em ordem as que aqui vão passar”; “Precisamos tratar do
assunto com relevância”; “Não podemos apenas explorar a natureza ou recursos naturais,
devemos utilizá-los de forma consciente”; “Me sinto responsável pela preservação do meio
ambiente”; “A qualidade de vida de nossos filhos e nossa família tem relação com o meio
ambiente” e “Fazem parte do todo, cada pessoa ou empresa tem a sua parcela de
responsabilidade.”
No tocante a sugestões para implementação de programas de sensibilização ambiental
dos hóspedes para os meios de hospedagem, são apresentadas intervenções escritas a partir de
tal indagação, da seguinte forma: Colocar à disposição lixos com indicação de separação
por destino de reciclagem”; “Divulgação, informações detalhadas o por quê da necessidade
dos programas implementar trabalho efetivo e constante para conscientização do hóspede”;
“Chamadas sobre o assunto, enfim algo que sensibilize e chame à tona a responsabilidade do
hóspede”; “Lixos seletivos distribuídos dentro do hotel”; “Mostre com cartazes afixados na
recepção, nos elevadores e também nos quartos mostrando as práticas desenvolvidas no
hotel, o objetivo e pela senão cumplicidade do hóspede pelo menos sua colaboração mostre
respeito a esses valores”; “Não trocar as toalhas todos os dias, quando necessário”;
“Cartão nas portas ao sair desliga os aparelhos menos refrigeradores”; “Energia solar,
captar água da chuva para serviços, etc.”; “Informações junto à recepção e nos quartos”;
“Lixeira para lixo seco e lixo orgânico”; “Informações de resíduo nos quartos”; “Nos halls
de entrada e nos quartos, lixeiras seletivas para papel, plásticos, metais. assim vamos dar
importância ao assunto”; “Dicas para economizar água”; Reciclagem das águas usadas,
para uso em descarga de esgoto, limpeza”; “Lixos dentro dos quartos divididos por seleção
de materiais”; “Dispor de coletores de resíduos identificados adequadamente”; “Cartazes
educativos nas áreas e pátios”; “Lavagem das toalhas”; “Uso de papel reciclável nos
cardápios”; “Questionário; Opções de pratos “naturalistas”; Colocação de cartazes para
economia de água, luz e papel em lugares apropriados”;”Cartilhas educativas sobre o
assunto nos quartos”; “Programar placas ou outras formas de aviso onde os hóspedes
conscientes possam dizer quando realmente precisarão de trocas de roupa de cama e de
101
banho, pois com a redução da lavagem dessas roupas menos produtos químicos na água
serão utilizados”; “No caso do presente meio de hospedagem não encontrei lixos
identificando para seco e orgânico”; “Sugiro que sejam feitos pequenos folhetos com estudo
(feitos pela UCS, por exemplo) demonstrando que é mais barato preservar o meio ambiente
do que recuperá-lo, esses folhetos devem ser entregues aos hóspedes quando esses chegarem
aos hotéis; A outra sugestão é colocar cartazes: nos hotéis do tipo…”; Em municípios onde
existe coleta seletiva de lixo, esta prática deve estar disponibilizadas nos meios de
hospedagem, nos quartos, principalmente”; “Falta fôlder no quarto sobre utilização de
toalhas, roupas de cama e papel higiênico”; “Sistema de economia de luz, chaves cartões e
sensores nos corredores”; “Informar cada vez mais aos hóspedes como podem contribuir
para preservar o meio ambiente durante a sua hospedagem”; “Reaproveitamento e
tratamento da água no hotel”; “Considerando muito simpático o hotel que expõe sua
preocupação com a reciclagem e com a maioria dos recursos”; “Minuteiras de luz,
aquecimento solar, aproveitamento de água da chuva para vasos sanitários e jardim,
geradores eólios e/ou solares”, “Uso racional da água” e “Troca de toalha quando
solicitado.”
O fato de o hóspede ter compromisso com o meio ambiente e se os meios de
hospedagem devem ter compromisso com o mesmo, elucida algumas questões relacionadas à
percepção de responsabilidade do hóspede em relação ao compromisso que deve existir com o
meio ambiente. Os sujeitos questionados, nos meios de hospedagem, apresentam uma postura
ambientalmente responsável, cujo o compromisso com o meio ambiente é considerado na
maioria das vezes como compromisso pessoal. É interessante notar que as informações de
hóspedes são importantes e contribuem para a implementação de programas de sensibilização
ambiental nos meios de hospedagem.
102
10 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O tema responsabilidade ambiental do hóspede, além de representar um processo
complexo com dependências e interferências no seu desenrolar, apresenta importância ímpar
para a organização estrutural do sistema hoteleiro e ambiental. Isso acontece, porque
compreende fatores como preservação ambiental, planejamento turístico, legislação
ambiental, ciclo de vida do produto turístico, percepção ambiental de hóspedes, entre outros.
O objetivo deste estudo foi investigar se a variável ambiental é contemplada na
escolha do produto turístico, mais especificamente os meios de hospedagem e a destinação
turística. Por meio do referencial teórico sobre: impactos ambientais causados pelo turismo,
hóspedes ambientalmente corretos, hóspedes versus responsabilidade ambiental, meios de
hospedagem ambientalmente corretos, meios de hospedagem versus responsabilidade
ambiental e comportamento do consumidor, foi possível construir os resultados da pesquisa,
confrontando as informações obtidas.
O estudo identificou o perfil do hóspede de dois meios de hospedagem (idade,
escolaridade, sexo, considerar-se bem-informado quanto à questão ambiental e motivação da
viagem. Diante desse fato é possível admitir que os sujeitos têm, em sua maioria, acesso à
educação e a informações de cunho ambiental. No entanto, também é possível afirmar que
existe um grande número de sujeitos que não apresentam opinião formada sobre considerar-se
bem-informado quanto à variável ambiental.
Em relação à forma como os hóspedes obtiveram informações sobre os meios de
hospedagem, pode-se dizer que é aparente a existência de veiculação informal, como é o caso
da propaganda “boca a boca”, que se revela um meio eficiente na divulgação tanto do meio de
hospedagem quanto do município. A internet aparece como um meio de veiculação bastante
eficiente, no qual informações ambientais podem estar contidas tanto no site do
empreendimento hoteleiro quanto do município.
Ao analisar a porcentagem de indicações sobre o hóspede conhecer o saneamento
básico de seu município de origem e da destinação turística, é possível afirmar que o fato de
conhecer o saneamento básico do município de origem não implica que esse mesmo hóspede
conheça o saneamento básico da destinação turística. Diante desse fato, é possível admitir a
carência de informações organizadas que estabeleçam relação entre o saneamento básico e a
qualidade ambiental dessas localidades.
Ao tratar dos dados relacionados à separação dos resíduos sólidos em sua residência e
nos meios de hospedagem, é possível concluir que o comportamento ambientalmente correto
103
para a separação dos resíduos sólidos nos meios de hospedagem está diretamente relacionado
ao hábito do sujeito em relação à separação dos resíduos sólidos em sua residência. Esse fato
faz crer que o hábito de ser ambientalmente correto pode ser inserido com sucesso no
dia-a-dia das pessoas.
O estudo também identificou a possibilidade de o saneamento básico ser um fator para
a escolha dos meios de hospedagem pelos hóspedes. Os resultados tornam visível a
importância do serviço de saneamento básico, na escolha do meio de hospedagem. É
interessante notar a existência de um público que admite a importância da qualidade
ambiental na escolha do meio de hospedagem. Esse fato fortalece a idéia de que o meio
ambiente é contemplado durante a compra de um produto turístico. Apesar dessa afirmação, o
número de hóspedes que não apresentam opinião formada nos veículos de informação sobre o
assunto é alto, o que possibilita afirmar novamente a carência de informações que relacionem
o tema saneamento básico e qualidade ambiental.
Ao analisar se a existência de práticas ambientais é fator para a escolha dos meios de
hospedagem, é visível a predisposição do hóspede em julgar um empreendimento hoteleiro
pelas práticas ambientais. Esse acontecimento fortalece a relação de compra com a existência
de práticas ambientais. Outro fato relacionado a esse resultado mostra que as informações
organizadas, relacionadas ao uso correto do recurso natural, por meio de ações da gestão
ambiental, apresentam acesso de fácil compreensão aos hóspedes. Esse fato, juntamente com
a diminuição de custos operacionais, como energia elétrica e abastecimento de água do
empreendimento, explica a maior parte dos investimentos relacionados ao meio ambiente.
O fato de hóspedes considerarem práticas ambientais o saneamento básico como
fatores de escolha de um meio de hospedagem torna visível a existência de um segmento de
mercado que pode conseguir contemplar algumas variáveis necessárias para o crescimento
harmônico de um empreendimento. Para isso devem ser consideradas variáveis sociais,
ambientais, econômicas, políticas e culturais.
A partir dos dados relacionados ao fato de o hóspede ter compromisso com o meio
ambiente, identificou-se a predisposição dos sujeitos a apresentarem compromisso com a
questão ambiental. É interessante notar a existência de possíveis agentes multiplicadores da
educação ambiental na hotelaria, que os meios de hospedagem devem assumir uma postura
incentivadora de tal ação.
Em relação ao fato de que meios de hospedagem devam ter compromisso com o meio
ambiente, é possível admitir que os sujeitos acreditam que os meios de hospedagem devem
apresentar compromisso com o meio ambiente. Esse fato pode significar a existência de um
104
espaço para mudanças, no tocante ao comportamento ambiental difundido na hotelaria, que
é visível a existência de compromisso com o meio ambiente pelos hóspedes.
O presente estudo contribui para a construção de estudos sobre as relações existentes
entre a prática do turismo e o meio ambiente. Como é possível analisar na pesquisa, é notória
a necessidade de serem estabelecidas novas relações em estudos, que tratem da relação do
turismo e do meio ambiente.
A universidade tem um papel importante no que tange às questões ambientais no
turismo. Nessa direção, cabe aos cursos de graduação e pós-graduação em Turismo e
Hotelaria tornar viável a compreensão do tema; mediante de intervenções ambientais e
produção científica, é possível desenvolverem-se estudos que tratam do tema.
Com o intuito de dar segmento a pesquisas relacionadas ao meio ambiente no turismo,
é importante sugerir novas possibilidades de pesquisa: a) o turista considera a variável
ambiental em seu planejamento e operação para a escolha da destinação turística?; b) quais
fatores devem ser considerados ao analisar a relação entre o ambiente, o turismo e
empreendimentos turísticos?; c) quais indicadores devem ser considerados para mensurar os
impactos ambientais causados pelo funcionamento de um empreendimento?; d) qual a
responsabilidade ambiental dos agentes envolvidos no turismo em relação ao ambiente?;
e) qual a relação existente entre as informações ambientais e a adoção de ações ambientais?;
f) como o tema planejamento turístico é analisado pelos cursos de graduação e pós-graduação
no País?; g) qual a importância da educação ambiental na formação de opinião dos hóspedes e
funcionários de um meio de hospedagem?; h) qual a importância de o empreendimento
turístico funcionar como um espaço de educação ambiental no turismo?; i) como os meios de
informações envolvidos na formação de opinião dos turistas devem ser tratados em relação à
responsabilidade ambiental?
É de fundamental importância analisar e responder essas indagações, bem como
entender como o sistema ambiental no turismo se estabelece, para que novos estudos possam
confrontar diferentes comportamentos dos agentes do turismo. Isso respeitando a necessidade
de desenvolvimento harmônico de um empreendimento turístico e desenvolvendo estudos
sistematizados, com vistas a novas reflexões ambientais.
105
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113
APÊNDICES
114
APÊNDICE A- Questionário
CARO HÓSPEDE,
Está sendo realizado um estudo intitulado “Responsabilidade Ambiental de Hóspedes
em Meios de Hospedagem”, com o objetivo de analisar fatores que determinam o
comportamento de hóspedes na escolha do meio de hospedagem, quando o assunto é meio
ambiente. A pesquisa faz parte da dissertação do mestrando Thiago José Costa Alves e a
orientação é da Profª. Drª. Suzana Maria De Conto, do Mestrado em Turismo da Universidade
de Caxias do Sul. Todas as informações do questionário terão de uso exclusivo para a
realização da pesquisa, da dissertação, ou dos relatórios e artigos que deles resultarem.
Agradecemos desde a colaboração e a participação na pesquisa. O questionário deverá ser
devolvido para a recepção do hotel, após o preenchimento.
DADOS GERAIS
1 Idade : _____________________
2 Gênero: ( ) Masculino ( ) Feminino
3 Escolaridade:
( ) Ensino Fundamental incompleto ( ) Ensino Fundamental completo
( ) Ensino Médio incompleto ( ) Ensino Médio completo
( ) Superior incompleto ( ) Superior completo
( ) Pós-Graduação ( ) Mestrado ( ) Doutorado
4 Motivos da viagem: ( ) Lazer ( ) Negócios ( ) Saúde ( ) Cultural
( ) Natureza ( ) Trabalho ( ) Descanso ( ) Curiosidade
( )Turismo ( )Outros
Qual:_____________________________
5 Município de origem: _______________________
6 O(a) Sr.(a) se considera uma pessoa bem-informada quando o assunto é meio
ambiente?
( ) Sim ( ) Não ( ) Não tenho certeza
7 Como o(a) Sr.(a) obteve informações sobre o município onde está hospedado?
( ) TV ( ) Rádio ( ) Jornal ( ) Revista ( ) Escola ( ) Livros ( ) Cursos
( ) Palestras ( ) Conversas ( ) Internet ( ) Agência de viagem ( ) Dica de amigos
( ) Outro Qual? ____________________________________________________________
8 Como o(a) Sr.(a) obteve informações sobre o meio de hospedagem onde está
hospedado ?
( ) TV ( ) Rádio ( ) Jornal ( ) Revista ( ) Escola ( ) Livros ( ) Cursos
( ) Palestras ( ) Conversas ( ) Internet ( ) Agência de viagem ( ) Dica de amigos
( ) Outro Qual? _____________________________________________________________
115
MOTIVOS PARA ESCOLHA DO DESTINO TURÍSTICO E DOS MEIOS DE
HOSPEDAGEM
9 O(a) Sr.(a) conhece a situação do saneamento básico do seu município de origem?
Origem da água de abastecimento:
( ) Conheço ( ) Não conheço ( ) Nunca tive interesse em conhecer
Coleta e destino dos resíduos sólidos:
( ) Conheço ( ) Não conheço ( ) Nunca tive interesse em conhecer
Tratamento do esgoto:
( ) Conheço ( ) Não conheço ( ) Nunca tive interesse em conhecer
10 O(a) Sr.(a) separa os resíduos sólidos em sua residência antes do descarte?
( ) Sim ( ) Não.
Se não, por quê?_______________________________________________
11 O(a) Sr.(a) conhece a situação do saneamento básico do município onde está
hospedado?
Origem da água de abastecimento:
( ) Conheço ( ) Não conheço ( ) Nunca tive interesse em conhecer
Coleta e destino dos resíduos sólidos:
( ) Conheço ( ) Não conheço ( ) Nunca tive interesse em conhecer
Tratamento do esgoto:
( ) Conheço ( ) Não conheço ( ) Nunca tive interesse em conhecer
12 O(a) Sr.(a) considera a qualidade da água de abastecimento um fator decisivo na
escolha do seu destino turístico?
( ) Sim ( ) Não ( ) Não tenho certeza ( ) Nunca pensei no assunto
13 O(a) Sr.(a) considera o “gerenciamento dos resíduos sólidos”* um fator decisivo na
escolha do seu destino turístico?
* Considera-se que o gerenciamento possui as seguintes etapas: geração, acondicionamento,
separação, coleta, transporte e disposição final.
( ) Sim ( ) Não ( ) Não tenho certeza ( ) Nunca pensei no assunto
14 O(a) Sr.(a) considera o tratamento do esgoto um fator decisivo na escolha do seu
destino turístico?
( )Sim ( )Não ( )Não tenho certeza ( ) Nunca pensei no assunto
15 O(a) Sr.(a) considera as práticas ambientais,* desenvolvidas nos meios de
hospedagem, fatores decisivos para a escolha dos mesmos?
* Consideram-se práticas ambientais: redução de consumo de energia elétrica, de água e da
produção de resíduos sólidos; separação, armazenamento e destino correto dos resíduos
sólidos; destino correto de águas residuárias; aquisição de produtos ecologicamente correto,
entre outros.
( ) Sim ( ) Não ( ) Não tenho certeza ( ) Nunca pensei no assunto
116
16 Para o(a) Sr.(a), os meios de hospedagem devem ter compromisso com a preservação
do meio ambiente?
( ) Sim ( ) Não ( ) Não tenho certeza ( ) Nunca pensei no assunto
Por quê?
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
17 O(a) Sr.(a) procura separar os resíduos sólidos em sua unidade habitacional nos
meios de hospedagem?
( ) Sim ( ) Não
18 O(a) Sr.(a) tem compromisso com a preservação do meio ambiente?
( ) Sim ( ) Não ( ) Nunca pensei no assunto
Por quê?
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
19 Apresente sugestões que considere importante para a implementação de programas
de sensibilização ambiental para hóspedes:
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
117
APÊNDICE B- Carta aos recepcionistas
Carta aos recepcionistas dos meios de hospedagem
Caxias do Sul, 18 de dezembro de 2006
Caros(as) Recepcionistas,
Venho, através deste, tornar pública a forma como deve ser tratada a operacionalização dos
questionários.
Operacionalização dos questionários:
a) Junto com os questionários serão entregues duas pastas: a primeira irá conter os
questionários ainda sem respostas, a segunda, servirá para guardar os questionários
respondidos;
b) na entrada do hóspede, o questionário deve ser entregue, sempre nesse momento. Levando
em consideração que dependemos da recepção do hotel para que tenhamos sucesso no estudo,
torna-se extremamente importante sua cooperação.
c) o questionário deve ser respondido durante a estada do hóspede no hotel. Isso acontece para
que o mesmo não interfira na qualidade do serviço prestado pelo meio de hospedagem. Após
o preenchimento, o questionário deve ser depositado na recepção, e colocado na pasta de
questionários respondidos;
d) o recepcionista, no check out, deve perguntar ao hóspede se ele tem o questionário
respondido para entrega. Porém, deve ter noção de que o hóspede pode responder ou não o
questionário.
P.S: Os hóspedes devem responder aos questionários em legítima vontade, o que não implica
a não-cooperação dos recepcionistas. Portanto, torno a salientar que a recepção é parte de
suma importância para a concretização desta pesquisa.
Muito obrigado pela atenção!
Thiago José Costa Alves
Orientadora: Suzana Maria De Conto
Universidade de Caxias do Sul
Programa de Pós-Graduação em Turismo
Mestrado Acadêmico em Turismo
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