Ligophorus sp. n. 1
(Figura 24; 25 A-C)
Descrição (baseado em 20 espécimes): Corpo 748,2 (620-810; n=20) de comprimento; 127,9
(105-145; n=20) de largura ao nível da glândula de Mehlis. Região cefálica moderada; glândulas
cefálicas indistintas, lateral à faringe. Órgãos da cabeça conspícuos. Faringe subesférica 42,3 (40-
45; n=10) x 39,6 (38-41; n=10). Testículo 56,5 (43–70; n=5) x 48,4 (30–56; n=5), oval à
piriforme; vesícula seminal afilada, posteromedial ao pênis; reservatório prostático piriforme.
Complexo copulatório masculino consiste de um penis tubular com calcanhar bem desenvolvido
e peça acessória em forma de pinça, bilobada medialmente. Lobo inferior alongado, curvado e
côncavo, ao longo do lobo superior, menor que o superior, ponta distal do lobo inferior cruzando
o lobo superior. Lobo superior em forma de foice, tubular, parede lisa, com constrição na parte
distal. Germário 80,7 (70-91; n=10) x 60,5 (50-72; n=10) em forma de U. Canal vaginal longo,
liso, sinuoso à reto fortemente esclerotizado, conduzindo ao receptáculo seminal oval. Vitelária
densa. Pedúnculo amplo, longo; háptor subhexagonal 69,5 (56-84; n=15) x 110,9 (94-129; n=15)
armado com 14 ganchos, dois pares de âncoras e duas barras transversais. Âncora ventral com
raiz interna maior que a raiz externa (AVD/AVC = 1,8 (1,6-2,2; n=15); ponta e raiz externa
desigual em comprimento, filamento presente. Barra ventral levemente curvada com duas
protuberâncias membranosas medialmente localizadas e processo mediano esclerotizado entre
elas. Âncora dorsal similar à ventral, mas levemente maior e com maior razão entre a raiz interna
e a raiz externa (ADD/ADC = 2,5 (2,3-2,7; n=15). Barra dorsal curvada. Todos os 14 ganchos
similares em forma e tamanho, com lâmina reta e ponta curvada. Filamento do gancho
terminando no terço distal da lâmina.
Hospedeiro-Tipo: Mugil liza Valenciennes, 1836, Tainha.
Localidade-Tipo: Rio Guandu (22°48'32"S, 43º37'35"W), estado do Rio de Janeiro, Brasil.
Local de Infestação: Brânquias
Material-Tipo: Holótipo-CHIOC No, Parátipos CHIOC No.
Comentários: O gênero Ligophorus Euzet e Suriano, 1977 possui 29 espécies que parasitam
peixes mugilídeos. As espécies conhecidas atualmente para este gênero têm sido registradas em
uma área restrita da América do Norte, Bacia do Mediterrâneo, noroeste do Pacífico e Costa do
Pacífico na América do Sul (BYCHOWSKY, 1949, EUZET; SURIANO, 1977, ZHANG; JI,
1981, EUZET; SANFILIPPO, 1983, FERNÁNDEZ, 1987, WU et al., 1991, HU; LI, 1992,
DMITRIEVA; GERASEV, 1996, PAN, 1999, YANG, 2001, MIROSHNICHENKO;
MALTSEV, 2004, SARABEEV; BALBUENA, 2004, SARABEEV et al., 2005, RUBTSOVA et
al., 2006, DMITRIEVA et al., 2007, RUBTSOVA et al., 2007). De acordo com Dmitrieva et al.
(2007) esta área é espacialmente menor que a distribuição dos hospedeiros mugilídeos. Uma vez
que em todos os mugilídeos estudados, mais de uma espécie tem sido encontrada, é natural
assumir que o gênero Ligophorus é mais diverso, que atualmente descrito. Desta forma,
investigações de outras regiões geográficas e de outras espécies de mugilídeos podem fornecer
informações adicionais com relação à diversidade de espécies neste gênero.
Com a finalidade de comparar as espécies encontradas no presente trabalho com as demais, na
tabela 3 podemos observar as características de todas as espécies descritas de Ligophorus. O
formato da peça acessória do órgão copulatório masculino de Ligophorus sp. n. 1 difere de todas
as espécies conhecidas para o gênero, por ser a maior peça acessória e a ponta distal do lobo
inferior cruzar o lobo superior. Entre as 29 espécies de Ligophorus, L. domnichi Rubtsova,
Balbuena e Sarabeev, 2007, que parasita Mugil cephalus é a mais similar com Ligophorus sp. n. 1
na forma do órgão copulatório e estruturas do háptor. Em adição, a última pode ser distinguida
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