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―A Teoria dos Recursos aponta que a fonte de vantagem competitiva da
empresa baseia-se nos seus recursos e competências internas e, apenas
secundariamente, na estrutura da indústria. Esta teoria tornou-se um
paradigma da análise estratégica na década de noventa. Os trabalhos
seminais deste campo propuseram teoricamente como os recursos são
desenvolvidos e acumulados, mas não foram seguidos de estudos
empíricos sobre o tema.
O objetivo desta tese é resgatar a discussão sobre o processo de
desenvolvimento dos recursos e competências e analisar esta formação
face ao ambiente externo. Para isto foi realizada pesquisa empírica, com
estudo de caso longitudinal comparativo (BINDER, 2006, resumo)‖.
Padilha (2007), tratou da RBV na ótica de pequenas empresas, em especial,
empresas de engenharia no estado de Santa Catarina, trazendo à tona, a
relevância destacada dos recursos humanos nas estruturas menores, conforme
afirmou:
―Concluiu-se que recursos não-essenciais na ótica da RBV são
importantes na medida em que participam do processo de acumulação
dos recursos essenciais. Concluiu-se ainda que os recursos possuídos ou
controlados pelas pequenas empresas de Engenharia são
predominantemente de capital humano, ligados ao indivíduo proprietário,
acumulados com dependência do tempo e da trajetória e, portanto,
idiossincráticos, imperfeitamente imitáveis e intransferíveis (PADILHA,
2007, resumo)‖.
Destaca-se também o trabalho realizado por Jardim (2008), que trata das
intersecções dos modelos de estratégia da linha Porteriana e da RBV, através do
pensamento complexo, que de maneira reduzida pode-se descrever:
―O presente estudo agrega uma discussão epistemológica e colaborativa
para o desenvolvimento da área de estratégia, apresentando um
paradigma emergente das ciências sociais – o pensamento complexo. Tal
paradigma introduz uma perspectiva dinâmica não linear, de causalidade
complexa e de relação dialógica entre as variáveis consideradas na
concepção estratégica. A metodologia adotada na presente dissertação é
a conceitualização filosófica, apoiada pela revisão bibliográfica,
objetivando a elaboração de premissas e proposições. Tendo em vista as
premissas e proposições apresentadas, são aplicados os princípios do
pensamento complexo, notadamente o princípio da dialógica e o da
causalidade complexa, no processo de formulação estratégica,
evidenciando a existência de influência mútua e de complementaridade
entre a estratégia competitiva de Porter e a visão baseada em recursos
(RBV), (JARDIM, 2008, introdução)‖.
Desse modo, com base nos trabalhos tidos como definidores do campo de
estratégia em RBV, inúmeras tendências têm sido apresentadas, dentre as quais, a
convergência e complementaridade com a teoria proposta por Porter (1998).