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CAROLINE RUSCHEL
ANÁLISE DA COMPONENTE VERTICAL DA FORÇA DE REAÇÃO
DO SOLO EM DIFERENTES TIPOS DE SALTO VERTICAL DE
ADULTOS NOS AMBIENTES AQUÁTICO E TERRESTRE
FLORIANÓPOLIS – SC
2009
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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA - UDESC
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE E DO ESPORTE – CEFID
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DO MOVIMENTO
HUMANO – PPGCMH
CAROLINE RUSCHEL
ANÁLISE DA COMPONENTE VERTICAL DA FORÇA DE REAÇÃO
DO SOLO EM DIFERENTES TIPOS DE SALTO VERTICAL DE
ADULTOS NOS AMBIENTES AQUÁTICO E TERRESTRE
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-
Graduação em Ciências do Movimento Humano da
Universidade do Estado de Santa Catarina, como
requisito parcial para a obtenção do grau de Mestre
em Ciências do Movimento Humano - Biomecânica.
Orientador: Prof. Dr. Helio Roesler
FLORIANÓPOLIS – SC
2009
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CAROLINE RUSCHEL
ANÁLISE DA COMPONENTE VERTICAL DA FORÇA DE REAÇÃO
DO SOLO EM DIFERENTES TIPOS DE SALTO VERTICAL DE
ADULTOS NOS AMBIENTES AQUÁTICO E TERRESTRE
Dissertação aprovada como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre em Ciências do
Movimento Humano – Biomecânica, no Curso de Pós-Graduação em Ciências do Movimento
Humano da Universidade do Estado de Santa Catarina.
Banca Examinadora:
Orientador: _____________________________________
Prof. Dr. Helio Roesler
Universidade do Estado de Santa Catarina – UDESC
Membro: _____________________________________
Prof. Dr. André Luiz Felix Rodacki
Universidade Federal do Paraná – UFPR
Membro: _____________________________________
Prof. Dra. Saray Giovana dos Santos
Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC
Membro: _____________________________________
Prof. Dr. Alexandro Andrade
Universidade do Estado de Santa Catarina – UDESC
Membro: _____________________________________
Prof. Dr. Fabrizio Caputo
Universidade do Estado de Santa Catarina – UDESC
Florianópolis, 09 de março de 2009.
AGRADECIMENTOS
Aos meus pais Ademir e Ivete, meus primeiros professores, pelo incentivo e pelo amor
incondicional. Ao meu irmão Marco Aurélio, que ao longo dos anos vem me ensinando o
verdadeiro sentido da palavra “especial”. E ao meu irmão caçula, Douglas, agora
“universitário”, que cresceu tão rápido que minhas respostas às perguntas curiosas da infância
foram substituídas por conversas e conselhos sobre o futuro. Amo todos vocês.
Ao meu amigo-companheiro-amor Diego, pelos inúmeros momentos felizes e pelas
muitas vezes que acalmou minhas angústias e que foi capaz de “curar” o meu mau-humor.
Espero poder contar com você por muito tempo. Eu te amo (...).
Ao Prof. Helio Roesler, pelas oportunidades desde a iniciação científica, pelas horas
de convívio no Laboratório, nas salas de aula e nas salas de reuniões, e também pelos
ensinamentos sobre as “injustiças da vida”, que com certeza ficarão guardados para sempre.
Aos amigos do Laboratório de Pesquisas em Biomecânica Aquática, uns mais
presentes que outros durante toda a caminhada até aqui, porém todos importantes: Suzana,
Luciana, Elinai, Gustavo, Letícia, Eddy, Gabriel, Victor, Thiago, Fernando, Lili, Grazi,
Patrícia, Fábio, Paulo, Léozinho e Kiko. Em especial, agradeço ao meu “irmão” Alessandro
pelo exemplo de dedicação em busca de um objetivo, de competência profissional e
acadêmica e de simplicidade, humildade e companheirismo. E ainda, ao meu “irmão um
poquinho mais velho”, Marcel, pelos conselhos, pela serenidade e pelo futebol de quarta-feira.
Aos amigos do Laboratório de Biomecânica, onde fui acolhida com muito carinho:
Prof. Mario, Aline, Anelise, Beta Detânico, Josi e Juliana. À Profª. Deyse Borges Machado
pela oportunidade de ampliar meus horizontes de pesquisa.
Aos funcionários do CEFID, em especial à Solange, à Janny e à Vera.
À CAPES e à Nike pelas bolsas de estudos.
À todos aqueles que, apesar de não mencionados, contribuíram de alguma forma para
a realização deste trabalho.
Muito obrigada!
Há pessoas que desejam saber só por saber, e isso
é curiosidade; outras, para alcançarem fama, e
isso é vaidade; outras, para enriquecerem com a
sua ciência, e isso é um negócio torpe: outras,
para serem edificadas, e isso é prudência; outras,
para edificarem os outros, e isso é caridade.
São Tomás de Aquino
RESUMO
Este estudo objetivou analisar as características da componente vertical da força de reação do
solo em diferentes tipos de salto vertical realizados por indivíduos adultos nos ambientes
aquático e terrestre. Participaram da pesquisa 34 sujeitos, 16 do sexo masculino e 18 do sexo
feminino, com idade entre 20 e 35 anos. As coletas de dados foram realizadas na piscina e no
Laboratório de Pesquisas em Biomecânica Aquática do CEFID/UDESC. Foram utilizadas
duas plataformas de força extensométricas conectadas ao sistema de aquisição de dados
ADS2000-IP. Foram analisados os saltos com meio agachamento, com contramovimento, em
profundidade partindo de 0,2 m e em profundidade partindo de 0,4 m, através das seguintes
variáveis: pico de propulsão (PP), tempo de vôo (TV), primeiro pico de força na aterrissagem
(F1), força vertical máxima na aterrissagem (F2), taxa F1 na aterrissagem (TF1) e taxa F2 na
aterrissagem (TF2). Para os saltos em profundidade foram também analisadas a força vertical
máxima na queda de uma altura (FQ), a taxa FQ na queda de uma altura (TFQ) e o tempo de
contato (TC). Os sujeitos realizaram três execuções válidas para cada tipo de salto, com
intervalo mínimo de 30 segundos entre elas. Na água, os saltos foram realizados nas imersões
do quadril e do peito. Os dados foram processados através de rotinas criadas no software
Scilab 4.1.2 e analisados com a utilização da estatística descritiva e inferencial (p0,05). Para
todos os tipos de salto, os sujeitos realizaram maiores propulsões no solo; na água, os maiores
valores de PP foram obtidos na imersão do peito. Os valores de todas as variáveis das fases de
aterrissagem e de queda da altura (F1, F2, FQ, TF1, TF2 e TFQ) foram significativamente
menores da na água do que no solo. Quando comparados os saltos em um mesmo ambiente,
foram encontradas diferenças significativas apenas para o PP e o TV no solo; nos saltos em
profundidade, FQ e TFQ foram significativamente maiores para o salto partindo de 0,4 m, em
todas as condições. Quando comparados os sexos, observou-se que: os homens obtiveram
maiores valores de PP e de TV em todos os saltos na maioria das condições; na aterrissagem,
as diferenças encontradas para F1, F2, TF1 e TF2 nas execuções no solo (forças e taxas
maiores para os homens) foram minimizadas dentro da água; por fim, as mulheres
apresentaram valores ligeiramente maiores de FQ e TQ. Os resultados indicam que o
ambiente aquático pode e deve ser utilizado como uma alternativa para a redução das cargas
durante as aterrissagens de diferentes tipos de salto. Entretanto, a prescrição desse exercício,
mesmo na água, deve ser cautelosa, pois a magnitude das cargas pode ser excessiva
dependendo da condição osteomuscular do indivíduo.
Palavras chave: Biomecânica. Exercícios aquáticos. Salto vertical.
ABSTRACT
This study aimed to analyze the characteristics of the vertical component of ground reaction
forces in different types of vertical jump performed by adults on dry land and in water. The
sample was composed by 34 subjects (16 male and 18 female) aged between 20 to 35 years.
Data collection was carried out in the facilities of the swimming pool and of the Aquatic
Biomechanics Research Laboratory of CEFID/UDESC. Two extensometric force plates
connected to the ADS2000-IP data acquisition system were used to analyze the squat jump,
the countermovement jump, the drop jump from a height of 0.2 m and the drop jump from a
height of 0.4 m. Propulsion peak (PP), flight time (FT), first vertical force peak on landing
(F1), maximum vertical force peak on landing (F2), loading rate for F1 (LR1) and loading rate
for F2 (LR2) were calculated. For the drop jumps the maximum vertical force peak after
dropping (FD), the loading rate for FD (LFD) and the contact time (CT) were also analyzed.
The subjects performed three valid executions for each type of jump with a minimum interval
of 30 seconds between them. In water, jumps were performed at the chest and hip levels of
immersion. Data were processed through routines created in Scilab 4.1.2 software and
analyzed through descriptive and inferential statistics (p0,05). For all jumps, subjects
performed higher propulsions on dry land; in water, the highest PP values were obtained in
the chest level. All the values for the variables of landing and drop phases (F1, F2, FQ, LR1,
LR2, LFD) were significantly lower in the water compared to the ground. When the different
jumps were compared in the same condition (dry land, chest level or hip level) , significant
differences were found only for PP and FT on ground; for drop jumps, FD and LFD were
significantly higher for the drops from the 0,4 m height. Regarding gender comparisons men
obtained higher values of PP and FT in all the types of jump and in all of the conditions; on
landing, the differences found for F1, F2, LR1 and LR2 on the ground (where forces and
loading rates were higher for the male subjects) were minimized in water; finally, women
presented slightly higher values for FD and LFD than men. The results indicate that the
aquatic environment could be used as an alternative to reduce the load during jump landings.
However the prescription of this kind of exercise, even in water, should be cautious, because
the magnitude of loads could be excessive depending on the musculoskeletal condition of the
individual.
Keywords: Biomechanics. Aquatic exercises. Vertical Jump.
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
F1 – Primeiro pico de força vertical na aterrissagem
F2 – Fy
máx
na aterrissagem
FQ - Fy
máx
na queda dos saltos em profundidade
FRS – Força de reação do solo
Fy Componente vertical da força de reação do solo
Fy
máx
Valor máximo da componente vertical da FRS durante a realização do contato com a
plataforma
PC – Peso corporal
PP – Pico de propulsão
SCM – Salto com contramovimento ou countermovement jump
SMA – Salto com meio agachamento ou squat jump
SP – Salto em profundidade ou drop jump
TC – Tempo de contato nos saltos em profundidade
TF1 – Taxa de aplicação da F1 na aterrissagem
TF2 – Taxa de aplicação da F2 na aterrissagem
TFQ - Taxa de aplicação da FQ na queda dos saltos em profundidade
TV – Tempo de vôo
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Representação da técnica do salto partindo do meio agachamento. ..................................... 23
Figura 2 – Representação da técnica do salto com contramovimento. ................................................... 24
Figura 3 – Representação da técnica do salto em profundidade. ........................................................... 25
Figura 4 – Representação das técnicas do BDJ (A) e do CDJ (B). ........................................................ 26
Figura 5 – Representação das técnicas do salto em profundidade modificado. ..................................... 27
Figura 6 – Curva de força versus tempo aplicada sobre um dos pés durante um SCM. ........................ 32
Figura 7 – Forças verticais para a aterrissagem de alturas baixas e elevadas, de forma forçada ou
suave. ................................................................................................................................. 37
Figura 8 – Representação esquemática da porcentagem de aplicação do peso nas diferentes situações
estudadas pelos autores. ..................................................................................................... 42
Figura 9 – Exemplos da curva da componente vertical da FRS da marcha no solo e nas diferentes
profundidades analisadas. .................................................................................................. 43
Figura 10 – Exemplos da curva de FRS e do sinal eletromiográfico durante a marcha fora e dentro da
água nas velocidades lenta e rápida. Onde: TA – Tibial anterior, GAS – Gastrocnêmio,
SOL – Soleo, PC – Peso corporal. ..................................................................................... 44
Figura 11 – Exemplos das curvas da componente vertical da FRS e da variação angular para a marcha
realizada em ambiente terrestre e aquático, em diferentes velocidades. ............................ 45
Figura 12 – Mudanças que ocorrem para a componente vertical da força de reação do solo em
decorrência da variação da profundidade de imersão. ....................................................... 46
Figura 13 – Curva da componente vertical da FRS para a corrida realizada em ambiente aquático no
nível de imersão do quadril (preto) e do processo xifóide (cinza). .................................... 47
Figura 14 – Força vertical máxima na corrida estacionária com alteração do nível de imersão e da
cadência de execução. * = diferença significativa entre as situações de análise. .............. 49
Figura 15 – Foto de uma das plataformas de força utilizada no estudo. ................................................ 58
Figura 16 – Foto do sistema ADS2000-IP conectado ao microcomputador portátil.............................. 58
Figura 17 – Representação esquemática da plataforma de força acoplada à moldura para a execução do
salto com meio agachamento e do salto com contramovimento (A) e das variações do
salto em profundidade (B). Onde: 1 – plataforma de força; 2 – suporte de madeira; 3 e 4 –
blocos de 0,2 m cada. ......................................................................................................... 60
Figura 18 – Condições de análise do estudo: no solo (direita) e na água, com imersão no nível do
quadril (centro) e do peito (esquerda). ............................................................................... 62
Figura 19 – Curva de força versus tempo obtida durante a execução de um salto com
contramovimento, com a indicação das variáveis de análise (PP: pico de propulsão, TV:
tempo de vôo; F1: primeiro pico de aterrissagem; F2: Fy máxima na aterrissagem). À
direita, detalhe da fase de aterrissagem (TF1: taxa F1 na aterrissagem; TF2: taxa F2 na
aterrissagem). ..................................................................................................................... 54
Figura 20 – Curva de força versus tempo obtida durante a execução de um salto em profundidade, com
a indicação das variáveis de análise (FQ: Fy máxima na queda; TC: tempo de contato
após a queda; PP: pico de propulsão, TV: tempo de vôo; F1: primeiro pico de
aterrissagem; F2: Fy máxima na aterrissagem). À esquerda, detalhe da queda (TFQ: taxa
FQ na queda de uma altura). .............................................................................................. 55
Figura 21 – Representação esquemática dos testes inferenciais utilizados para análise dos dados. ...... 65
Figura 22 – Gráfico dos valores de média e desvio padrão para o pico de propulsão dos saltos com
meio agachamento (SMA), com contramovimento (SCM), em profundidade partindo de
0,2 m (SP20) e em profundidade partindo de 0,4 m (SP40) nas condições de análise. Os
colchetes ligam as condições para as quais foram encontradas diferenças significativas na
ANOVA de Friedman (*) com post-hoc de Wilcoxon ou na ANOVA para medidas
repetidas (§) com post-hoc de Bonferroni. ........................................................................ 67
Figura 23 – Gráfico dos valores de média e desvio padrão para o tempo de vôo dos saltos com meio
agachamento (SMA), com contramovimento (SCM), em profundidade partindo de 0,2 m
(SP20) e em profundidade partindo de 0,4 m (SP40) nas condições de análise. Os
colchetes ligam as condições para as quais foram encontradas diferenças significativas na
ANOVA para medidas repetidas (§) com post-hoc de Bonferroni. ................................... 70
Figura 24 – Gráfico dos valores de média e desvio padrão para o primeiro pico de aterrissagem dos
saltos com meio agachamento (SMA), com contramovimento (SCM), em profundidade
partindo de 0,2 m (SP20) e em profundidade partindo de 0,4 m (SP40) nas condições de
análise. Os colchetes ligam as condições para as quais foram encontradas diferenças
significativas na ANOVA de Friedman (*) com post-hoc de Wilcoxon. .......................... 73
Figura 25 – Gráfico dos valores de média e desvio padrão para a Fy máxima na aterrissagem dos saltos
com meio agachamento (SMA), com contramovimento (SCM), em profundidade partindo
de 0,2 m (SP20) e em profundidade partindo de 0,4 m (SP40) nas condições de análise.
Os colchetes ligam as condições para as quais foram encontradas diferenças significativas
na ANOVA de Friedman (*) com post-hoc de Wilcoxon. ................................................ 74
Figura 26 – Gráfico comparativo dos valores médios da força vertical de reação do solo na execução
de diferentes exercícios no ambiente aquático em diferentes níveis de imersão e no
ambiente terrestre. ............................................................................................................. 77
Figura 27 – Gráfico dos valores de média e desvio padrão para a Taxa F1 na aterrissagem dos saltos
com meio agachamento (SMA), com contramovimento (SCM), em profundidade partindo
de 0,2 m (SP20) e em profundidade partindo de 0,4 m (SP40) nas condições de análise.
Os colchetes ligam as condições para as quais foram encontradas diferenças significativas
na ANOVA de Friedman (*) com post-hoc de Wilcoxon. ................................................ 79
Figura 28 – Gráfico dos valores de média e desvio padrão para a Taxa F2 na aterrissagem dos saltos
com meio agachamento (SMA), com contramovimento (SCM), em profundidade partindo
de 0,2m (SP20) e em profundidade partindo de 0,4m (SP40) nas condições de análise. Os
colchetes ligam as condições para as quais foram encontradas diferenças significativas na
ANOVA de Friedman (*) com post-hoc de Wilcoxon. ..................................................... 79
Figura 29 – Curvas de força vertical normalizadas pelo tempo na aterrissagem de um salto com
contramovimento realizado pelo sujeito 17 no solo (preto), na imersão do quadril (azul) e
na imersão do peito (vermelho). A: destaque para o primeiro pico de aterrissagem (F1).
B: destaque para a Fy máxima durante a aterrissagem (F2). ............................................. 81
Figura 30 – Gráficos dos valores de média e desvio padrão para a Fy máxima (esquerda) e para a taxa
de aplicação da Fy máxima (direita) na queda dos saltos em profundidade partindo de 0,2
m (SP20) e de 0,4 m (SP40) nas condições de análise. Os colchetes ligam as condições
para as quais foram encontradas diferenças significativas na ANOVA para medidas
repetidas (§) com post-hoc de Bonferroni ou na ANOVA de Friedman (*) com post-hoc
de Wilcoxon. ...................................................................................................................... 82
Figura 31 – Gráfico dos valores de média e desvio padrão para o tempo de contato após a queda dos
saltos em profundidade partindo de 0,2 m (SP20) e de 0,4 m (SP40) nas condições de
análise. Os colchetes ligam as condições para as quais foram encontradas diferenças
significativas na ANOVA para medidas repetidas (§) com post-hoc de Bonferroni. ........ 83
Figura 32 – Gráfico dos valores de média e desvio padrão para o pico de propulsão dos homens e das
mulheres nos saltos com meio agachamento, com contramovimento, em profundidade
partindo de 0,2 m e em profundidade partindo de 0,4 m nas condições de análise. Os
colchetes ligam as condições para as quais foram encontradas diferenças significativas no
teste “t”de Student para amostras independentes (§) ou no teste “U” de Mann-Whitney
(*). ..................................................................................................................................... 86
Figura 33 – Gráfico dos valores de média e desvio padrão para tempo de vôo dos homens e das
mulheres nos saltos com meio agachamento, com contramovimento, em profundidade
partindo de 0,2 m e em profundidade partindo de 0,4 m (SP40) nas condições de análise.
Os colchetes ligam as condições para as quais foram encontradas diferenças significativas
no teste “t”de Student para amostras independentes (§) ou no teste “U” de Mann-Whitney
(*). ..................................................................................................................................... 87
Figura 34 – Gráfico dos valores de média e desvio padrão para o primeiro pico de aterrissagem dos
homens e das mulheres nos saltos com meio agachamento, com contramovimento e em
profundidade partindo de 0,2 m e 0,4 m nas condições de análise. Os colchetes ligam as
condições para as quais foram encontradas diferenças significativas no teste “t”de Student
para amostras independentes (§) ou no teste “U” de Mann-Whitney (*). ......................... 88
Figura 35 – Gráfico dos valores de média e desvio padrão para a Fy máxima na aterrissagem dos
homens e das mulheres nos saltos com meio agachamento, com contramovimento e em
profundidade partindo de 0,2 m e 0,4 m nas condições de análise. Os colchetes ligam as
condições para as quais foram encontradas diferenças significativas no teste “t”de Student
para amostras independentes (§) ou no teste “U” de Mann-Whitney (*). ......................... 89
Figura 36 – Gráfico dos valores de média e desvio padrão para a Taxa F1 na aterrissagem dos homens
e das mulheres nos saltos com meio agachamento, com contramovimento, em
profundidade partindo de 0,2 m e em profundidade partindo de 0,4 m (SP40) nas
condições de análise. Os colchetes ligam as condições para as quais foram encontradas
diferenças significativas no teste “t”de Student para amostras independentes (§) ou no
teste “U” de Mann-Whitney (*). ........................................................................................ 90
Figura 37 – Gráfico dos valores de média e desvio padrão para a Taxa Fy máxima na aterrissagem dos
homens e das mulheres nos saltos com contramovimento e em profundidade partindo de
0,2 m e 0,4 m nas condições de análise. Os colchetes ligam as condições para as quais
foram encontradas diferenças significativas no teste “t”de Student para amostras
independentes (§) ou no teste “U” de Mann-Whitney (*). ................................................ 91
Figura 38 – Gráfico dos valores de média e desvio padrão para a Fy máxima dos homens e das
mulheres na queda dos saltos em profundidade partindo de 0,2 m e de 0,4 m Os colchetes
ligam as condições para as quais foram encontradas diferenças significativas no teste
“t”de Student para amostras independentes (§). ................................................................ 92
Figura 39 – Gráfico dos valores de média e desvio padrão para a Fy máxima dos homens e das
mulheres na queda dos saltos em profundidade partindo de 0,2 m e de 0,4 m Os colchetes
ligam as condições para as quais foram encontradas diferenças significativas no teste
“t”de Student para amostras independentes (§). ................................................................ 93
Figura 40 – Gráfico dos valores de média e desvio padrão para o tempo de contato dos homens e das
mulheres na queda dos saltos em profundidade partindo de 0,2 m e de 0,4 m. ................. 94
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 14
1.1 PROBLEMA ....................................................................................................................... 14
1.2 OBJETIVOS ....................................................................................................................... 17
1.2.1. Objetivo geral ......................................................................................................... 17
1.2.2. Objetivos específicos .............................................................................................. 17
1.3 JUSTIFICATIVA ............................................................................................................... 17
1.4 DELIMITAÇÃO DO ESTUDO ......................................................................................... 19
1.5 LIMITAÇÕES DO ESTUDO ............................................................................................. 20
2 REVISÃO DE LITERATURA ........................................................................................... 21
2.1
SALTO VERTICAL ........................................................................................................... 21
2.1.1 Força de reação do solo no salto vertical ................................................................. 31
2.2
EXERCÍCIOS AQUÁTICOS ............................................................................................. 38
2.2.1 Força de reação do solo nos exercícios aquáticos ................................................... 41
3 MÉTODO ............................................................................................................................. 51
3.1
CARACTERÍSTICAS DA PESQUISA ............................................................................. 51
3.2
SUJEITOS DA PESQUISA ................................................................................................ 51
3.3 DEFINIÇÃO DAS VARIÁVEIS ........................................................................................ 53
3.3.1 Variáveis do salto com meio agachamento e do salto com contramovimento ................ 53
3.3.2 Variáveis do salto em profundidade ................................................................................ 55
3.4 INSTRUMENTOS ............................................................................................................. 57
3.4.1 Plataformas de força ................................................................................................ 57
3.4.2 Sistema de aquisição e processamento de dados ADS2000-IP ............................... 58
3.4.3 Balança digital, estadiômetro, fita métrica e adipômetro científico ........................ 59
3.5 PROCEDIMENTOS DE COLETA DE DADOS ............................................................... 59
3.5.1 Preparação dos instrumentos ................................................................................... 59
3.5.2 Situações de análise ................................................................................................. 61
3.6 TRATAMENTO DOS DADOS ......................................................................................... 64
3.7 TRATAMENTO ESTATÍSTICO ....................................................................................... 64
4 APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ............................................. 66
4.1. CARACTERIZAÇÃO E COMPARAÇÃO DAS VARIÁVEIS NAS DIFERENTES
CONDIÇÕES DE ANÁLISE ................................................................................................... 66
4.2 CARACTERIZAÇÃO E COMPARAÇÃO DAS VARIÁVEIS ENTRE HOMENS E
MULHERES ............................................................................................................................. 85
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................................. 95
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................. 98
APÊNDICES ......................................................................................................................... 115
ANEXOS ............................................................................................................................... 133
1 INTRODUÇÃO
1.1 PROBLEMA
As diferentes manifestações do movimento humano exigem interações complexas e
coordenação entre muitos segmentos do corpo, desempenhadas de maneira automática após
sua aquisição, e por isso são objeto de estudo de muitos pesquisadores, que utilizam diferentes
técnicas para analisá-las.
Há muitos séculos, um dos principais focos de interesse das ciências do movimento
humano é a locomoção, que segundo Amadio e Duarte (1996) envolve as atividades de andar,
correr e saltar. Embora as ações de andar e correr sejam mais comuns, a ação de saltar muitas
vezes é realizada durante atividades rotineiras, pela necessidade de alcançar objetos mais altos
ou evitar obstáculos, e envolve um período de tempo no qual o corpo não está em contato com
o solo (NICOL, 2001).
Além de constituir uma atividade cotidiana, o salto vertical é realizado em várias
modalidades esportivas durante jogos ou provas, sendo que em algumas delas ele é parte
importante de ações motoras mais complexas (cortadas e bloqueios no voleibol, rebotes no
basquetebol, cabeceios no futebol, arremesso no handebol, etc.), e em outras representa o
próprio resultado esportivo (salto em altura). Challis (1998) afirma que o salto vertical, além
de ser uma atividade comum a vários esportes, pode ser utilizado como um exercício para o
treinamento dos membros inferiores em muitos outros.
Os saltos também são utilizados por técnicos, treinadores e fisioterapeutas sob a forma
de testes para determinar a capacidade física de um atleta, para avaliar os resultados de um
programa de treinamento e também para verificar se um indivíduo tem condições de retornar
à prática esportiva após um período de recuperação de uma lesão (YOUNG; WILSON;
BYRNE, 1999). De acordo com Markovic et al. (2004), a ação propulsiva dos membros
inferiores durante um salto vertical tem sido considerada particularmente apropriada para
avaliar as características explosivas de indivíduos sedentários e de atletas de elite.
15
Na literatura são descritas três variações principais do salto vertical: o salto partindo da
posição de meio agachamento ou squat jump (que requer que o sujeito mantenha uma posição
de meio agachamento, com os joelhos flexionados a 90 graus, até que seja dado o sinal para
saltar), o salto com contramovimento ou countermovement jump (no qual o indivíduo parte de
uma posição ereta e executa um contramovimento, rebaixando seu centro de gravidade através
da flexão as articulações dos membros inferiores, logo antes da fase de decolagem) e o salto
em profundidade ou drop jump (no qual realiza-se um salto para cima, com os dois pés,
imediatamente após aterrissar de uma determinada altura) (KOMI; BOSCO, 1978;
UGRINOWITSCH; BARBANTI, 1998; SIMPSON; CIAPPONI; WANG, 2003;
MARKOVIC et al., 2004; VILARREAL, 2004).
Os diferentes tipos de salto compõem-se normalmente das fases de preparação,
propulsão, vôo e aterrissagem, com exceção dos saltos em profundidade, nos quais a queda de
determinada altura antecede a propulsão. Independentemente do tipo de salto, a aterrissagem
representa uma situação na qual o estresse mecânico aplicado ao aparelho locomotor é
considerável e por isso tem sido analisada ao longo dos anos.
Durante aterrissagens com dois pés a partir de saltos verticais foram encontrados picos
de força vertical (Fy) variando entre 3 e 8 vezes o peso corporal (PC) dos indivíduos (NIGG
et al., 1981; VALIANT; CAVANAGH, 1983; GROOS; NELSON, 1988; McCLAY et al.,
1994; BLACK et al., 2003; FANTINI; MENZEL, 2003). Aura e Viitasalo (1989), ao analisar
atividades de salto e aterrissagem, como a descida de degraus, saltos em profundidade, salto
com pés alternados e salto em altura, obtiveram picos Fy de 6,5 a 10,5 PC nos instantes
iniciais de contato com o solo. Em atividades como um rebote no basquetebol, um salto duplo
na ginástica ou nas diferentes fases do salto triplo, os valores de Fy na aterrissagem podem
exceder 10 PC em cada um dos pés (AMADIO, 1988; McCLAY et al., 1994; PANZER et al.
apud PRAPAVESSIS; McNAIR, 1999).
Dentre os fatores que influenciam os valores das forças verticais de reação durante a
aterrissagem pode-se destacar: o calçado e a superfície de contato (GROSS; NELSON, 1988;
LAFORTUNE; HENNIG; 1992; MCNITT-GRAY; YOKOI; MILLWARD, 1994; GRAU,
1997), a técnica de posicionamento corporal escolhida pelo executante (MIZRAH; SUZAK,
1982; VALIANT; CAVANAGH, 1983; BARRIER et al., 1997), a pré-ativação muscular
(DYHRE-POULSEN; SIMONSEN; VOIGT, 1991), a fadiga (MADIGAN; PIDCOE, 2003;
MORAN; MARSHALL, 2006), o sexo (HUSTON; MILLER; WOJTYS, 2001; DECKER et
al., 2003) e outros, como o fator expectativa em relação à queda (ABILEL et al., 2002).
16
Dessa forma, é constante a busca e a utilização de estratégias para a atenuação do
impacto sofrido pelas estruturas musculoesqueléticas durante a aterrissagem, com o objetivo
de minimizar o risco de lesões. Recentemente, uma alternativa proposta por alguns autores é a
realização de sessões treinamento (complementares ou até mesmo substitutivas) de saltos no
ambiente aquático (MILLER et al., 2002; ROBINSON et al., 2004; MARTEL et al., 2005;
MILLER et al., 2007; SHAFFER, 2007; STEMM; JACOBSON, 2007). Estes autores, ao
analisar os efeitos de programas de treinamento pliométrico (exercícios que envolvem a
utilização do ciclo alongamento-encurtamento) para sujeitos saudáveis, observaram resultados
positivos como o ganho de força e a melhora do desempenho do salto vertical, porém com
menor incidência de dores pós-exercício.
Os saltos em ambiente aquático também estão presentes em programas de exercícios
que objetivam o aumento de massa óssea de mulheres osteopênicas ou com risco de
osteoporose (BRAVO, 1997; AY; YURTKURAN, 2005), o condicionamento físico e a
prevenção de quedas de idosos (RUOTI; TROUP; BERGER, 1994) e a reabilitação de atletas
(THEIN, 1998). Nesses casos, trata-se de indivíduos que necessitam de estímulos de carga,
porém com magnitudes reduzidas, que dificilmente conseguiriam ser controladas em terra.
Entretanto, embora haja um consenso sobre a diminuição das forças de impacto
durante a realização de atividades na água, a prescrição de exercícios aquáticos é geralmente
feita sem controle e sem que o profissional atente para a carga exata contra a qual o músculo
está trabalhando (HARRISON, 1980), principalmente devido à escassez de parâmetros
quantitativos relacionados à execução dos diferentes tipos de exercício.
Na tentativa de melhor embasar a prescrição de exercícios na água, alguns
pesquisadores têm analisado as forças de reação do solo em atividades aquáticas como a
caminhada e a corrida (HARRISON et al., 1992; NAKASAWA et al., 1994; BRITO et al.,
2004; YANO et al., 1995; YAMAMOTO et al., 1995; ROESLER et al., 2006; FONTANA,
2008; HAUPENTHAL, 2008) em diferentes níveis de imersão. Porém, informações sobre os
diferentes tipos de salto vertical realizados no ambiente aquático – bem como a comparação
com os valores obtidos no ambiente terrestre – são inexistentes, muito embora esta atividade
esteja presente em grande parte dos programas de exercícios na água e os benefícios da sua
utilização tenham sido reportados nos últimos anos.
Neste contexto, questiona-se: quais as características da componente vertical da força
em diferentes tipos de salto vertical realizados por indivíduos adultos nos ambientes aquático
e terrestre?
17
1.2 OBJETIVOS
1.2.1. Objetivo geral
Analisar as características da componente vertical da força de reação do solo (Fy) em
diferentes tipos de salto vertical realizados por indivíduos adultos nos ambientes aquático e
terrestre.
1.2.2. Objetivos específicos
Caracterizar as variáveis dinâmicas da Fy na execução dos saltos com meio
agachamento, com contramovimento e em profundidade, realizados no ambiente aquático em
dois níveis de imersão;
Caracterizar as variáveis dinâmicas da Fy na execução dos saltos com meio
agachamento, com contramovimento e em profundidade, realizados em ambiente terrestre;
Comparar as características da Fy na execução dos diferentes tipos de salto entre os
ambientes aquático e terrestre;
Comparar as características da Fy na execução dos diferentes tipos de salto em um
mesmo ambiente;
Comparar as características da Fy na execução dos diferentes tipos de salto entre
homens e mulheres.
1.3 JUSTIFICATIVA
Para os sujeitos que procuram a melhora ou manutenção da saúde, a água provê um
meio seguro (menor chance de quedas, evento traumático ou risco cardíaco) e confortável
para a realização de exercícios, além de constituir um ambiente social (TAKESHIMA et al.,
2001). Os benefícios advindos da prática de atividade física na água são muitos, tais como a
melhora da força muscular (PETRICK et al., 2001; FOLEY et al., 2003), do equilíbrio
(SIMMONS; HANSEN, 1996; THEIN et al., 2000), do condicionamento aeróbio (THEIN et
18
al., 2000; CHU et al., 2004), da flexibilidade e da composição corporal (TAKESHIMA et al.,
2001). Além disso, a sensação de bem estar causada pela temperatura da água e a
minimização da sudorese a da exposição do corpo durante a prática proporcionam benefícios
relativos à melhora da qualidade de vida (TAKESHIMA et al., 2001; DEVEREUX et al.,
2005).
Com objetivo de reduzir o risco de lesões osteomusculares, aumentado em situações
nas quais o sistema musculoesquelético é submetido a altos índices de impacto, o ambiente
aquático tem sido proposto como uma alternativa para o treinamento de saltos, tanto para
indivíduos saudáveis como para atletas (MILLER et al., 2002; ROBINSON et al., 2004;
MARTEL et al., 2005; MILLER et al., 2007; SHAFFER, 2007; STEMM; JACOBSON,
2007), indivíduos acometidos por lesões ou doenças como osteopenia e osteoporose
(BRAVO, 1997; THEIN, 1998; AY, YURTKURAN; 2005) e idosos (RUOTTI, 1994).
No caso dos atletas, é comum que a ocorrência de lesões nos membros inferiores seja
associada às grandes cargas experimentadas pelos sujeitos durante a aterrissagem em
atividades de saltos. Nesse contexto, vale ressaltar que não só a magnitude das cargas precisa
ser considerada, mas também a repetitividade das ações. Em uma partida de voleibol, por
exemplo, cada atleta realiza em média de 31 a 89 saltos por partida, dependendo da posição
em quadra, do nível técnico e do número de sets disputados (RODACKI et al., 1997;
ROCHA; BARBANTI, 2007). Em um jogo de basquetebol cada jogador realiza de 2 a 3
saltos verticais com esforço máximo por minuto efetivo do jogo, o que corresponde a um
número entre 80 e 100 saltos por partida (HAGEDORN; NIEDLICH; SCHMIDT, 1996).
Sem dúvida, uma das condições mais importantes proporcionadas pelas propriedades
físicas da água é a redução do peso aparente, devida principalmente à ação do empuxo,
principal responsável pela sustentação do peso corporal. Dessa forma, é mais fácil suportar o
corpo na água do que no ambiente terrestre e, em conseqüência disso, os movimentos são
tipicamente realizados mais lentamente e podem ser melhor controlados, além de serem
menores as forças de impacto agindo sobre o sistema musculoesquelético (SHELDAHL,
1986; BARELA et al., 2006; ROESLER et al., 2006).
Apesar de atenuadas as forças resultantes que atuam sobre o indivíduo através ação do
empuxo, estas ainda estão presentes. Em movimentos de contato com o fundo da piscina,
como é o caso da caminhada, da corrida e dos saltos, faz-se necessária a presença das
componentes da força de reação do solo (DOWZER et al., 1998). A magnitude dessas
componentes, apesar de menor do que os valores observados fora da água, pode ser excessiva
dependendo da condição ou problema que o indivíduo apresenta e, além disso, varia de
19
acordo com o nível de imersão adotado (BATES; HANSON, 1998; RUOTI; MORRIS;
COLE, 2000; KELLY, 2000; KUORI, 2000; CAMPION, 2000).
Diariamente, profissionais prescrevem exercícios aquáticos variados e, muitas vezes, a
atuação desses profissionais limita-se ao conhecimento advindo da prática adquirida em suas
rotinas de trabalho (BARELA et al., 2006, ROESLER et al., 2006), principalmente devido à
dificuldade de adequação de equipamentos e materiais ao estudo das características
específicas de cada atividade.
Desta forma, informações relativas à quantidade de carga que será suportada pelo
indivíduo quando da realização de saltos verticais em diferentes níveis de imersão na água,
comparadas com as informações relativas ao ambiente terrestre, constituem uma ferramenta
bastante útil para a fundamentação da prescrição desse exercício. Além disso, o as
informações acerca das características de diferentes tipos de salto em um mesmo ambiente
podem auxiliar na escolha da variação de salto a ser utilizada, dependendo do objetivo a ser
alcançado e da condição do executante. Por fim, conhecer as possíveis diferenças entre grupos
de homens e mulheres garante maior especificidade quando da prescrição de qualquer
atividade.
As informações obtidas serão parte de um grande banco de dados do Laboratório de
Pesquisas em Biomecânica Aquática do CEFID/UDESC sobre forças de reação do solo na
execução de exercícios aquáticos (caminhada, corrida com deslocamento e corrida
estacionária), que tem por objetivo descrever a progressão das cargas agindo sobre os
indivíduos que os executam, considerando fatores como o tipo de exercício, o nível de
imersão adotado, o sexo e a velocidade/cadência de execução do movimento.
1.4 DELIMITAÇÃO DO ESTUDO
Este estudo foi delimitado a analisar as características da componente vertical da força
de reação do solo na execução de três variações do salto vertical (com meio agachamento,
com contramovimento, em profundidade partindo de 0,2 m e em profundidade partindo de 0,4
m) de adultos jovens saudáveis, de ambos os sexos, realizados em dois níveis de imersão no
ambiente aquático (nível do peito e nível do quadril) e no ambiente terrestre. O trabalho foi
desenvolvido nas dependências da piscina e do Laboratório de Pesquisas em Biomecânica
20
Aquática do Centro de Ciências da Saúde e do Esporte da Universidade do Estado de Santa
Catarina, durante o segundo semestre de 2008.
1.5 LIMITAÇÕES DO ESTUDO
Alguns aspectos podem ser considerados como limitantes durante a realização desse
estudo:
Não foram consideradas variáveis cinemáticas durante a execução dos saltos, uma vez
que a análise foi realizada através do método de dinamometria. Analisar da técnica de
posicionamento corporal dos sujeitos durante a aterrissagem poderia facilitar o
entendimento das características dinâmicas quando da realização dos saltos;
Os sujeitos do estudo – adultos jovens e saudáveis – não possuíam experiência em
realizar saltos com meio agachamento (que são pouco comuns nas atividades
cotidianas e/ou esportivas) e em profundidade (que são geralmente utilizados para a
preparação de atletas). Para minimizar os efeitos desta limitação, foi realizada uma
demonstração das técnicas analisadas, além de respeitado um período de
familiarização coma tarefa;
Mesmo sendo adaptados ao meio líquido, os sujeitos do estudo não estavam
habituados a realizar saltos no ambiente aquático. Com o intuito de minimizar os
efeitos desta limitação, realizou-se um período de familiarização com a tarefa.
2 REVISÃO DE LITERATURA
Neste
capítulo, que tem por finalidade fornecer subsídios para a análise e discussão dos
resultados, são abordados os seguintes tópicos: (1) salto vertical, que contém informações
acerca das diferentes técnicas de execução do salto e do comportamento das forças de reação
do solo durante a execução da tarefa no ambiente terrestre, para fins de comparação com os
dados obtidos em ambiente aquático; e (2) exercícios aquáticos, que aborda informações sobre
algumas das propriedades físicas da água e sobre as características biomecânicas de atividades
como a caminhada, a corrida com deslocamento, a corrida estacionária e os saltos na água,
também para fins de comparação da intensidade das forças agindo sobre os indivíduos que os
executam.
2.1 SALTO VERTICAL
De acordo com Amadio e Duarte (1996), a locomoção humana envolve as atividades
de andar, correr e saltar. A ação de saltar algumas vezes é realizada durante atividades
rotineiras, pela necessidade de alcançar objetos mais altos ou evitar obstáculos, e envolve um
período de tempo no qual o corpo não está em contato com o solo (NICOL, 2001).
Várias modalidades esportivas utilizam o salto vertical durante jogos ou provas, sendo
que em algumas delas ele é parte importante de ações motoras mais complexas (cortadas e
bloqueios no voleibol, rebotes no basquetebol, cabeceios no futebol, arremesso no handebol,
etc.), e em outras representa o próprio resultado esportivo (salto em altura)
(UGRINOWITSCH; BARBANTI, 1998). Além disso, técnicos, treinadores e fisioterapeutas
utilizam testes de salto vertical para determinar a capacidade física de um atleta, para avaliar
os resultados de um programa de treinamento e também para verificar se um indivíduo tem
condições de retornar à prática esportiva após um período de recuperação de uma lesão
(YOUNG; WILSON; BYRNE, 1999).
22
O salto vertical, de acordo com Gallahue e Ozmun (2003), é considerado um padrão
motor complexo que requer o desempenho coordenado de todas as partes do corpo. Saltar
verticalmente consiste em projetar a massa do corpo para cima, fazendo-o percorrer um certo
período de tempo suspenso no espaço (FRACAROLLI, 1981). Na visão de Calomarde,
Calomarde e Asensio (2003), o salto é nada mais que um desprendimento do corpo do solo
com impulsos e suspensão momentânea no ar, seguido de queda do corpo no mesmo ponto de
saída.
Analiticamente, o salto vertical pode ser dividido em quatro fases principais, citadas e
descritas por Fracarolli (1981):
a) Fase de preparação: em que o indivíduo está em contato com o solo, antes de iniciar a
atividade muscular para execução do salto. Em alguns casos, o saltador utiliza-se de
uma prévia flexão de membros inferiores a fim de preparar a musculatura extensora
que agirá na segunda fase. O tronco é abaixado na posição vertical;
b) Fase de impulsão ou propulsão: ocorre logo após o início do movimento, quando
acontece uma brusca extensão dos membros inferiores elevando o centro de gravidade
do corpo e projetando-o. Nesta fase, as contrações musculares deverão vencer o peso
do corpo e comunicar ao centro de gravidade uma aceleração inicial. É uma fase
determinante do desempenho do salto, uma vez que a maior altura a ser alcançada é
depende principalmente da velocidade inicial dada ao corpo;
c) Fase de suspensão ou vôo: inicia no momento em que o corpo se destaca do solo e
segue uma trajetória no espaço, e é finalizada quando o corpo retorna à superfície. A
trajetória no vôo será sempre uma reta vertical. É um erro pensar que a trajetória do
centro de gravidade poderá ser alterada, uma vez o corpo lançado no espaço, pois
segundo a lei da conservação, ele nunca poderá ser influenciado para alterar sua
direção; o que ocorre é o aparecimento de rotações de diversos segmentos do corpo
que levam à alteração da altura a ser percorrida, nunca da trajetória;
d) Fase de aterrissagem ou queda: é a última, em que a velocidade para baixo deve ser
anulada. Após o vôo, retoma-se o contato com o solo, preferencialmente com uma
posição flexionada dos segmentos.
Segundo Nicol (2001), para um salto vertical e uma seqüência de aterrissagem, o
sujeito geralmente inicia na posição vertical ereta e a atividade é iniciada pelo rebaixamento
do centro de massa através flexão do quadril e do joelho; conforme o corpo é acelerado para
cima, os quadris e joelhos estendem. Quando os membros estão completamente estendidos
(incluindo a flexão plantar da articulação do tornozelo), o corpo se levanta e a fase de vôo
23
começa. O corpo perderá contato com o solo com uma certa velocidade de decolagem, que
será reduzida pela ação da aceleração gravitacional, e uma altura máxima será atingida. Após
isto o corpo retornará ao solo e a fase de aterrissagem será iniciada.
Embora as definições anteriores das fases do salto sejam bastante semelhantes,
existem diferentes técnicas de execução do salto vertical e, por isso, peculiaridades em relação
a cada uma das fases. De acordo com Campos e Menzel (2001) e Ávila et al. (2002), uma
análise completa da capacidade de saltar consiste na avaliação de três diferentes tipos de salto:
o salto partindo do meio agachamento ou squat jump (SMA), o salto com contramovimento
ou countermovement jump (SCM) e o salto em profundidade ou drop jump (SP).
O salto partindo de uma posição de meio-agachamento (SMA) requer que o sujeito
mantenha uma posição estática de flexão dos joelhos a 90 graus antes de iniciar o salto
(KOMI; BOSCO, 1978; UGRINOWITSCH; BARBANTI, 1998; SIMPSON; CIAPPONI;
WANG, 2003; MARKOVIC et al., 2004; VILARREAL, 2004). O salto deve ser realizado
com as mãos na cintura e o tronco deve estar posicionado verticalmente, sem um
adiantamento excessivo (HESPANHOL, 2004). É importante que os joelhos permaneçam em
extensão durante o vôo (KOMI; BOSCO, 1978). A Figura 1 representa a execução de um
SMA.
Figura 1 – Representação da técnica do salto partindo do meio agachamento.
Fonte: Ávila et al., 2002.
Segundo Badillo e Ayestarám (2001) e Barbanti (2002), o SMA permite avaliar a
manifestação da força explosiva dos membros inferiores. De acordo com Campos e Menzel
(2001), apesar desse tipo de salto não ser habitualmente realizado durante a prática esportiva,
é importante para a avaliação diagnóstica do nível de força positiva dos membros inferiores,
além de contribuir para o treinamento de força máxima.
Todo o movimento propulsivo no SMA deve ser ascendente, sem a realização de um
rebaixamento do centro de gravidade durante esta fase (GUEDES NETO, 2005). Dessa forma,
24
a energia potencial elástica acumulada é perdida sob forma de calor devido à manutenção da
posição estática inicial, e o salto é realizado somente por uma ação concêntrica da
musculatura agonista (KOMI; BOSCO, 1978).
A fim de evitar que o componente elástico contribua para a execução do salto, que
deve ser totalmente dependente do componente contrátil, a posição de meio-agachamento
deve ser mantida por um tempo mínimo. Hespanhol (2004), ao realizar um levantamento
bibliográfico sobre o tempo para a manutenção do agachamento, encontrou protocolos
variados: um a dois segundos, três segundos e cinco segundos. Vilarreal (2004) e Silva,
Magalhães e Garcia (2005) também sugerem a manutenção do meio-agachamento por cinco
segundos antes do início da ação muscular concêntrica.
No salto com contramovimento (SCM), o sujeito parte de uma posição vertical
executa um contramovimento – através da flexão as articulações dos membros inferiores
logo antes da fase de decolagem (KOMI; BOSCO, 1978; UGRINOWITSCH; BARBANTI,
1998; SIMPSON; CIAPPONI; WANG, 2003; MARKOVIC et al., 2004; VILARREAL,
2004). A Figura 2 representa a execução de um SCM.
Figura 2 – Representação da técnica do salto com contramovimento.
Fonte: Ávila et al., 2002.
Durante o contramovimento, os músculos extensores atuam excentricamente, a fim de
desacelerá-lo; tão logo o movimento descendente seja interrompido, tem início a extensão do
joelho, com os músculos atuando concentricamente (MOURA, 1994). Estas combinações de
ações excêntricas e concêntricas formam um tipo natural de função do músculo chamada de
ciclo alongamento-encurtamento (CAE) (KOMI, 1984 apud KOMI; NICOL, 2004; KOMI,
1992 apud KOMI; NICOL, 2004). O CAE da função muscular tem um objetivo bem
reconhecido: o aumento do desempenho da fase final (ação concêntrica), quando comparado
com a ação isolada (KOMI; NICOL, 2004). Para que isso aconteça, a transição da fase
descendente para a ascendente deve ser feita através de um movimento contínuo, no qual as
articulações são estendidas o mais rápido possível; dessa forma, há uma maior geração de
25
força e uma maior elevação do CG, com uma maior eficiência mecânica e menor gasto
energético (UGRINOWITSCH; BARBANTI, 1998).
No salto em profundidade (SP), o executante realiza uma queda a partir de
determinada altura, seguida imediatamente de um salto vertical máximo (UGRINOWITSCH;
BARBANTI, 1998; SIMPSON; CIAPPONI; WANG, 2003; MARKOVIC et al., 2004;
VILARREAL, 2004). O objetivo da queda livre é oferecer uma sobrecarga que estimule os
mecanismos de potenciação elástica e reflexa do músculo em atividade (MOURA, 1994). De
acordo com Verkhoshanski (1996), o SP é um excelente meio para desenvolver a capacidade
de salto, a força rápida e máxima, e também a capacidade reativa dos músculos das pernas. A
Figura 3 representa a execução de um SP.
Figura 3 – Representação da técnica do salto em profundidade.
Fonte: Ávila et al., 2002.
Verkhoshanski (1996) afirma que apesar de a técnica do SP parecer muito simples, é
muito complexa e exige atenção. De acordo com o autor, a técnica deve ser executada da
seguinte forma: (a) sobre a caixa/bloco de onde será realizada a queda, o indivíduo deve se
colocar em uma posição livre de tensão, com olhar voltado para frente; (b) em seguida, deve-
se realizar um passo à frente, como se faz normalmente ao caminhar e, quando começar a
queda, os pés devem ser unidos; (c) a trajetória da queda deve ser vertical e o tronco deve
permanecer ereto; (d) a aterrissagem deve ser feita sobre os dois pés, com a parte anterior
primeiro e depois com os calcanhares. Não se deve nunca aterrissar sobre os calcanhares e
com os joelhos estendidos, pois isso leva a golpes bruscos, aumentando a carga suportada
pelas articulações e alterando as demais ações do impulso; (e) na fase de amortização, ocorre
a flexão dos joelhos e os músculos extensores são alongados, acumulando energia elástica.
Um agachamento profundo demais nessa fase dificultará o impulso subseqüente; (f) o impulso
deve ser executado estritamente para cima, de forma bastante vigorosa. Se ocorrer uma pausa
26
no momento de transição entre o trabalho excêntrico e o trabalho concêntrico haverá uma
diminuição do efeito do CAE; (g) após o impulso, a trajetória deve ser vertical e deve-se
tentar alcançar a maior altura possível; e (h) a aterrissagem após o vôo deve ser executada
suavemente sobre os dois pés, com um semi-agachamento de amortização.
Bobbert, Huijing e Van Ingen Schenau (1987) propuseram duas técnicas diferentes de
execução do salto em profundidade: o bounce drop jump (BDJ) e o countermovement drop
jump (CMJ), conforme mostra a Figura 4. No BDJ, o indivíduo procura saltar verticalmente
tão logo toque o solo após a queda livre. Já no CDJ, há uma desaceleração mais gradual, com
uma flexão de joelhos até aproximadamente 90 graus antes do salto vertical. De acordo com
Moura (1994), tem sido demonstrado que o BDJ é mais adequado para o treinamento da força
explosiva em atletas, uma vez que gera valores mais elevados de torques e potências máximas
ao redor das articulações dos membros inferiores.
Figura 4 – Representação das técnicas do BDJ (A) e do CDJ (B).
Fonte: Moura, 1994.
Bosco (1985) sugeriu ainda a utilização de um salto em profundidade modificado, no
qual o sujeito deve manter uma flexão de joelhos (de aproximadamente 90 graus) desde o
início do movimento, sobre a caixa/bloco de queda (Figura 5). Segundo o autor, essa posição
possibilitaria um maior comprimento dos músculos extensores dos membros inferiores,
gerando mais tensão muscular e assim otimizando o desenvolvimento da força explosiva.
Moura et al. (1993), ao analisar essa técnica de execução do SP, observaram tempos de
contato durante a fase de transição entre a primeira aterrissagem e o salto vertical ligeiramente
maiores e menores alturas de salto, quando comparada ao ao tradicional BDJ.
27
Figura 5 – Representação das técnicas do salto em profundidade modificado.
Fonte: Moura, 1994.
Na literatura, há informações variadas sobre a altura ideal da queda para o salto em
profundidade. Verkhoshanski (1996), com base em alguns experimentos, afirma que a altura
ótima para desenvolver a capacidade reativa do aparelho neuromuscular dos desportistas de
alto nível é 0,75 m. O mesmo autor afirma que, para desenvolver a força máxima dos
músculos, essa altura é de 110 cm. De acordo com Moura (1994), as alturas variam de 0,38 a
1,15 m na maioria absoluta dos casos. Nicol (2001), com base em uma consulta bibliográfica,
afirma que as alturas de queda podem variar de 20 até 90 cm ou mais. Segundo Ugrinowitsch
e Barbanti (1998), há variações de 0,2 a 1,10 m.
Moura et al. (1993) afirmam que testes de salto em profundidade são realizados para a
determinação da altura ideal de queda para um indivíduo. Nesses testes, o sujeito inicia a
queda de uma altura de 0,2 m, que é aumentada progressivamente. O teste é interrompido
quando o executante não é mais capaz de obter um desempenho (altura do salto vertical) pelo
menos igual àquele obtido na altura de queda anterior. A altura ótima de queda, neste caso,
seria aquela que permite o maior salto vertical subseqüente.
De acordo com Read e Cisar (2001), é importante determinar a altura ótima individual
para a queda nos saltos em profundidade. Os autores afirmam que um aumento excessivo da
altura de queda, além da altura ótima individual, vai diminuir o desempenho por causa da alta
carga de alongamento e de trabalho excêntrico, que levará a um trabalho concêntrico menor,
resultando em uma menor habilidade de utilizar a energia armazenada; e uma altura de queda
menor que a ideal também irá diminuir o desempenho, pois diminuirá a rigidez nos tendões e
também a pré-ativação do sistema neuromuscular.
Ugrinowitsch e Barbanti (1998) afirmam que se a altura for muito baixa, não produzirá
adaptações na capacidade do salto e, se for muito alta, o estímulo será excessivo fazendo com
28
que o saltador tenha que flexionar muito as articulações dos membros inferiores, perdendo a
eficiência do CAE. Na queda de alturas excessivas (por exemplo, de 140 cm), os sujeitos têm
que sustentar cargas extremas durante o contato. Nestas situações, há uma ativação reduzida
do reflexo de estiramento, que pode funcionalmente servir como uma estratégia de proteção
para prevenir a lesão do músculo e/ou tendão (KOMI; NICOL, 2004).
Como conseqüência disso, o tempo de contato na fase de amortização (compreendida
desde a aterrissagem da queda até o início da fase de vôo do salto) pode ser aumentado,
diminuindo a efetividade do CAE. Schimidtbleicher (1992) e Verkhoshanski (1996) afirmam
que o tempo de contato no salto em profundidade deve ser menor do que 200 ms. De acordo
com Viitasalo e Bosco (1982), esta é a duração máxima para que o potencial de reflexo e o
aproveitamento da energia elástica aconteçam de uma forma eficaz.
Segundo Campos e Menzel (2003), a comparação do desempenho (altura alcançada)
nos diferentes tipos de salto fornece critérios de avaliação para o direcionamento do
treinamento. De acordo com os autores, a relação entre as alturas no SMA e no SCM
possibilita avaliar o aproveitamento do princípio da força inicial proposto por Hochmuth, em
1982. Segundo este princípio, o movimento de preparação é realizado na direção contrária ao
movimento principal que causa, devido à força de frenagem, uma força inicial maior no
momento da inversão na direção do movimento (ÁVILA et al., 2002). Sendo assim, o
aproveitamento do movimento preparatório leva à otimização do rendimento. Ainda, segundo
os autores, a relação entre o rendimento no SP e no SCM é um critério de avaliação do
aproveitamento do mecanismo do CAE.
Saltos com contramovimento, que incorporam a utilização do ciclo alongamento-
encurtamento (como o SCM e o SP), melhoram a altura do salto vertical e a produção de força
quando comparados com saltos que utilizam apenas ações concêntricas (KOMI; BOSCO,
1978; BOSCO; TARKKA; KOMI apud READ; CISAR, 2001). Tipicamente, um indivíduo
salta mais alto quando usa um SCM do que um SMA (BOSCO, 1981; OLIVEIRA et al.,
1993; BOBBERT et al., 1996; SILVA; MAGALHÃES; GARCIA, 2005). E, dependendo do
nível de adaptação, o rendimento em saltos em profundidade (SP) da altura individualmente
adequada, é maior do que nos saltos com movimento de preparação (SCM) (ÁVILA et al.,
2002).
Uma explicação para este fato está baseada no armazenamento de energia elástica nos
tecidos musculotendinosos durante a fase de contramovimento (SIMPSON; CIAPPONI;
WANG, 2003). Segundo os autores, essa energia é então utilizada durante a fase de
decolagem para produzir mais força. Conjetura-se que durante a fase de contramovimento os
29
músculos extensores são carregados excentricamente, e os elementos elásticos dos músculos
são distendidos, resultando no armazenamento de energia elástica; essa energia elástica é
então utilizada para aumentar a força contrátil gerada pelos flexores da extremidade inferior
durante a fase de decolagem.
De acordo com Moura (1994), o melhor desempenho em atividades que contam com a
participação do CAE pode ser explicado de duas maneiras:
(1) reutilização de energia elástica: em série com as estruturas contráteis do músculo
há componentes elásticos, que são alongados durante a contração excêntrica. Nesse
alongamento, armazena-se energia em tais componentes, e essa energia pode ser reutilizada
durante a contração concêntrica, desde que o intervalo entre as duas contrações não seja
grande;
(2) potenciação reflexa: parece existir um mecanismo de facilitação provocado pela
contração excêntrica, que alongaria os fusos musculares e, em função disso, uma mensagem
seria enviada às fibras do músculo correspondente para que o mesmo contraísse. É importante
que essa contração excêntrica não gere cargas de alongamento elevadas demais, uma vez que
tais cargas poderiam provocar, também por via reflexa, um mecanismo inibidor da contração,
ativando os órgãos tendinosos de Golgi.
No entanto, alguns autores não acreditam que a maior altura de salto que ocorre
durante o SCM versus o SMA seja devida ao armazenamento e à reutilização da energia
elástica por si mesma. Zajac (1993) citado por Simpson; Ciapponi e Wang (2003) postulou
que a utilização de energia armazenada pode ser um método eficaz de reduzir a magnitude da
força contrátil sem comprometer a execução do salto. Dessa forma, o benefício do SCM não é
maior na altura, mas na redução da quantidade de força contrátil requerida.
Um estudo realizado por Bobbert et al. (1996) buscou responder a questão relativa à
maior eficiência do SCM em relação ao SMA. Os autores sugerem algumas explicações: (a) o
SMA não é habitualmente realizado por atletas ou indivíduos normais, sendo necessária uma
coordenação específica para esse tipo de salto; (b) no SMA os músculos não são capazes de
produzir um elevado nível de força antes da contração concêntrica; (c) no SCM há reserva e
utilização de energia elástica; e (d) o pré-alongamento do músculo ativo, que ocorre no SCM,
alteraria as propriedades contráteis. Ao final do estudo, os autores atribuíram as maiores
alturas do SCM à habilidade dos músculos extensores em constituir um estado ativo e uma
força antes da fase de salto: daí, a geração de momentos maiores durante o início da fase de
decolagem.
30
Segundo Ugrinowitsch e Barbanti (1998), quando da realização do SMA, os músculos
não conseguem atingir um alto nível de força para a execução do salto. Não sendo um
movimento balístico, o tempo para a produção de força equivalente ao do SCM tem que ser
maior, pois o recrutamento das unidades motoras obedece ao princípio de ativação em rampa.
Segundo esse princípio, as unidades motoras de menor tamanho, normalmente compostas por
fibras de contração lenta, são ativadas inicialmente, seguidas pelas unidades motoras de maior
tamanho, compostas por fibras de contração rápida. Contudo, não é possível se obter mais
tempo para gerar força no SMA, pois assim que a força produzida é suficiente para romper a
inércia da posição estática o movimento se inicia, e as fibras musculares com maior
possibilidade de gerar força (tipo II) não conseguem um alto nível de ativação, fazendo com
que o grau de desenvolvimento da força seja menor. Já no SCM, o padrão de ativação das
unidades motoras é considerado balístico, pois o movimento é executado com grande
velocidade, sendo que as unidades motoras maiores são ativadas logo no início do
movimento, fazendo com que o grau de desenvolvimento da força seja muito maior, assim
como o trabalho positivo gerado.
Outro fator a ser considerado quando da comparação do desempenho nos diferentes
tipos de salto é a ação dos membros superiores. Calomarde, Calomarde e Asensio (2003)
afirmam que essa ação influencia favoravelmente a realização do salto vertical, já que seu
movimento correto eleva o centro de gravidade ao máximo antes do impulso, e sua forte
elevação produz uma força adicional que ajuda na impulsão do corpo.
Vários autores observaram valores mais altos para a altura de salto quando utilizados
os membros superiores durante a execução (SHETTY; ETNYRE, 1989; HARMAN et al.,
1990; OLIVEIRA et al., 1993; LEES; VANRENTERGHEM; DE CLERCQ, 2004; SILVA;
MAGALHÃES; GARCIA, 2005; HARA et al., 2006). Entretanto, Bosco (1981) afirma que
quando o objetivo é verificar a ação dos componentes elásticos deve-se isolar os segmentos
que não participam da ação muscular do movimento, procurando-se então trabalhar somente
os membros inferiores.
Shetty e Etnyre (1989) afirmam que a análise das forças de reação do solo é um fator
primário e essencial para a avaliação do desempenho do salto vertical. Elvira et al. (2001)
citam que a avaliação dos picos de força é essencial para acompanhar o desempenho de um
indivíduo ou a efetividade de um plano de treinamento. De acordo com Ávila et al. (2002),
uma determinação exata da capacidade de impulsão somente é possível por meio da medições
com o auxílio de plataformas de força. Segundo esses autores, a curva de força-tempo permite
31
a determinação dos impulsos positivos e negativos, além da velocidade de decolagem. A
seguir serão apresentadas considerações sobre a FRS durante o salto vertical.
2.1.1 Força de reação do solo no salto vertical
Nigg et al. (1984) sugeriram que as forças externas deveriam ser avaliadas quando há
um potencial para a ocorrência de lesões associadas às cargas excessivas. De acordo com
McClay et al. (1994), a força de reação do solo (FRS) indica a intensidade e a duração do
estresse ao qual o corpo é submetido durante o contato com a superfície, e permitem
identificar quais movimentos apresentam componentes de alto impacto e também determinar
o quão rapidamente esses impactos ocorrem.
Entre os principais procedimentos que indicam a utilização da medição das
componentes das forças de reação do solo, pode-se citar: (a) análise da técnica de movimento;
(b) análise da condição física; (c) controle da sobrecarga; (d) influência de fatores externos;
(e) influência de fatores internos; (f) monitoramento dos atletas; e (g) obtenção de indicadores
para a detecção de talentos esportivos (ÁVILA et al., 2002).
Para Rose e Gamble (1998) a principal componente da FRS é a vertical, devido a sua
magnitude de força em relação às outras. Amadio e Duarte (1996) citam que a componente
vertical da FRS é a que melhor caracteriza a carga sobre o aparelho locomotor. E ainda,
a
magnitude e o índice de aplicação dessa componente estão mais intimamente associados às
lesões de reação de estresse dos ossos (SIMPSON; CIAPPONI; WANG, 2003).
Nicol (2001) apresenta uma curva de força vertical versus tempo aplicada a um dos
pés obtida durante a execução de um salto com contramovimento (Figura 6). Segundo o autor,
na fase de propulsão, conforme o corpo é acelerado para cima, os quadris e joelhos estendem
com a produção de forças no solo bem acima de 100 % do peso corporal por pé; já durante a
aterrissagem, o contato inicial do pé no solo produzirá um grau de carga muito rápido, e
forças muito acima de 200% do peso corporal serão experimentadas. Nessa figura, admitindo-
se que a distribuição entre os membros é simétrica, a força vertical total que contribui para a
aceleração vertical do corpo corresponde ao dobro dos valores apresentados.
32
Figura 6 – Curva de força versus tempo aplicada sobre um dos pés durante um SCM.
Fonte: Nicol, 2001.
Com base no gráfico acima, Nicol (2001) divide o salto vertical em sete fases distintas,
descritas a seguir:
a) Fase 1: a área do gráfico de força abaixo da linha da metade do peso corporal (400 N)
por pé indica que o peso do corpo não está sendo sustentado e que o corpo sofrerá
aceleração para baixo. No final desta fase o corpo estará se movendo com a máxima
velocidade para baixo;
b) Fase 2: a segunda área é a desaceleração da velocidade para baixo até o corpo parar no
ponto mais baixo antes da ação de saltar. O ponto mais baixo do movimento do centro
de gravidade ocorre no final da Fase 2;
c) Fase 3: a área grande e as grandes forças acima da linha da metade do peso corporal
significam que o corpo acelerará verticalmente para cima e, assim, a área três
representa a principal ação propulsora para a atividade de saltar. Quando a curva de
força passa para menos da metade do peso corporal, haverá um pequeno retardamento
nesta aceleração para cima antes do final da fase três no momento da decolagem;
d) Fase 4: Quando nenhuma força é aplicada ao solo, o corpo não está em contato com o
mesmo, e esta é a fase de vôo. A duração da fase de vôo é importante porque o corpo
pode ser considerado em vôo livre, e a primeira metade do tempo da fase de vôo
apresentará velocidade para cima enquanto a segunda metade representará o retorno
para o solo com velocidade para baixo. Portanto, é possível calcular a altura atingida
no salto, conhecendo-se o tempo de vôo e o valor da aceleração gravitacional (9,81
ms
-2
). Também é possível calcular a altura atingida no salto conhecendo-se velocidade
33
de decolagem, que pode ser determinada através da área do estágio 3, que representa a
combinação da força e do tempo;
e) Fase 5: Quando o corpo chega ao solo, ocorre o contato inicial com a parte anterior
do pé seguido por um aumento muito rápido da força na medida em que a perna e o
resto do corpo desaceleram rapidamente da velocidade para baixo. Valores de força
máxima bem acima de duas vezes o peso corporal são regularmente observados em
cada pé. O formato da Fase 5 é normalmente um pico agudo, seguido por um retorno
muito rápido até o final da fase para algum ponto próximo à metade do peso corporal
em cada pé. Um ponto digno de nota é que a fase de aterrissagem gera graus de carga
muito elevados sobre a plataforma de força. Recomenda-se que as atividades de salto
sejam somente realizadas sobre plataformas de força com freqüências naturais
elevadas;
f) Fase 6: Para recuperar a altura, o sujeito continua a aplicar uma força acima da metade
do peso corporal por pé e o corpo acelera para cima novamente;
g) Fase 7: Esta fase é a recuperação para a velocidade zero, com o centro de massa
geralmente se aproximando da altura normal do sujeito em pé e a força sobre cada pé
voltando à metade do peso corporal para cada pé (supondo simetria da carga por pé).
Qualquer curva de força acima da linha da metade do peso corporal indica controle da
massa para cima, enquanto forças abaixo da linha da metade do peso corporal
indicariam “excessos”, e seriam necessários para permitir que o corpo voltasse para
baixo até a altura do centro de massa.
Hochmuth (1973) citado por Jódar e Redín (1995) explica que a curva força-tempo da
fase de propulsão pode ser utilizada para a determinação da eficácia do salto. Uma alta
velocidade no momento anterior à decolagem depende da consecução de uma relação ótima
entre o chamado impulso de frenagem (área limitada pela duração da contração excêntrica) e
o impulso de aceleração (área formada pelas forças positivas que projetam o corpo na direção
do salto). O autor cita que o valor ideal da razão entre os impulsos é 0,3 (frenagem/propulsão)
e afirma que para conseguir esta relação ótima entre ambos, deve-se aplicar o máximo pico de
força na propulsão. De acordo com Jódar e Redín (1995), trata-se de uma ferramenta
importante para descrever a técnica eficaz em relação à aplicação das forças.
Ferragut et al. (2003), ao analisar os saltos de jogadores de voleibol, cita que o
impulso mecânico positivo gerado durante a fase propulsiva permitiu explicar 77% da
variabilidade encontrada nas alturas de vôo. Cavagna, Dusman e Margaria (1968) citados por
Jódar e Redín (1995) observaram uma relação alta do desempenho do salto com o impulso
34
negativo (abaixo do peso do sujeito), já que melhores saltos são obtidos quando se realiza um
trabalho negativo prévio à contração concêntrica positiva. Entretanto, Komi (1983) apud
Jódar e Redín (1995) afirma que um trabalho negativo muito grande pode prejudicar a
execução.
Dowling e Vamos (1993) demonstraram que, para alcançar alturas de salto maiores do
que 0,3 m, os sujeitos deveriam gerar uma propulsão equivalente a mais de duas vezes o
próprio peso corporal. Entretanto, os autores encontraram valores maiores do que este em
saltos que atingiram alturas de 20 cm ou menos, sugerindo que outros fatores além da força
muscular (por exemplo, potência, técnica, flexibilidade e características antropométricas)
poderiam desempenhar um papel importante no desempenho do salto vertical. Ramey citado
por Shetty e Etnyre (1989) encontrou valores médios de FRS durante a propulsão de 2,5 PC
sem a movimentação dos braços e 3,7 PC quando a movimentação dos braços era irrestrita,
concluindo que a movimentação dos braços contribuiu aproximadamente 30 a 40% para a
altura do salto.
Independentemente do tipo de salto, a aterrissagem representa uma situação onde o
estresse mecânico aplicado ao aparelho locomotor é bastante considerável (ABILEL et al.,
2002), e por isso tem sido analisada ao longo dos anos (SIMPSON; CIAPPONI; WANG,
2003; McNITT-GRAY, 2004). Segundo Simpson, Ciapponi e Wang (2003), a fase de
aterrissagem pode ser dividida em duas subfases: (1) subfase passiva, que consiste dos
primeiros 50 a 80 milissegundos (ela leva esse nome pois, segundo Nigg e Herzog (1994), não
pode ocorrer nenhuma ativação muscular voluntária em resposta às forças repentinas de
impacto de alta freqüência que são aplicadas ao pé dentro desse intervalo de tempo); e (2)
subfase fase ativa, na qual se imagina que é gerada uma atividade muscular excêntrica
adicional a fim de resistir à flexão da extremidade inferior que ocorre e que, por isso, leva o
movimento do corpo para zero.
Em cada subfase ocorre um pico de força vertical. O primeiro (F1) representa o
contato do antepé; o segundo (F2), que é geralmente o maior, representa o contato do
calcanhar (BAUER et al. 2001). O Quadro 1 apresenta um resumo dos valores das forças
verticais encontrados na literatura para a aterrissagem dos pés nas atividades de caminhada,
corrida e saltos, para fins de comparação dessas atividades que são consideradas de baixo,
médio e alto impacto, respectivamente (NIGG; HERZOG, 1994). Para as atividades de saltos
e aterrissagens de quedas, são apresentados os valores do maior pico de força encontrado,
geralmente correspondente à F2.
35
Quadro 1 – Valores dos picos de força vertical durante as atividades de caminhada, corrida e
aterrissagens de saltos e quedas.
Tipo de
atividade
Fonte 1
o
pico (PC) 2
o
pico (PC)
Caminhada
Viel (2001) 1,2 1,2
Amadio e Duarte (1996) 1,3 a 1,5 -
Hamill e Knutzen (1999) 1,0 a 1,2 1,0 a 1,2
Nigg e Herzog (1994) 1,2 a 1,6 -
Perry (1992) 1,0 a 1,1 -
Corrida
Nigg e Herzog (1994)
1,6 a 3,0
Amadio e Duarte (1996)
2,0 a 4,0
Novacheck (1998) 2,0 3,0
Hamill e Knutzen (1999)
3,0 a 5,0
Willians (2004) 1,3 a 3,0 3,13
Aterrissagem com dois
pés após um salto
vertical
Groos e Nelson (1988), Nigg et al. (1981) 3,5 a 7,1
Lees apud Dufek e Bates (1990) > 3,0
McClay et al. (1994) -. jogadores de basquete 3,2 a 7,9
Viel (2001) 3,0 a 6,0
Durward, Bauer e Rowe (2001) > 2,0 em cada
Fantini e Menzel (2003) - jogadores de voleibol 5,11
Fantini e Menzel (2003) - jogadores de basquete 5,40
Fantini e Menzel (2003) - jogadores de futsal 7,96
Fantini e Menzel (2003) - não-atletas 5,55
Black et al. (2003) 4,27
Brito et al. (2007) 4,2
Aterrissagem após um
rebote no basquetebol
Valiant e Cavanagh (1983) 4,1 a 6,0
McClay et al. (1994) 3,16 a 14,58
Aterrissagem após um
arremesso em suspensão
no basquetebol
McClay et al., 1994. 3,12 a 9,76
Aterrissagem após um
bloqueio no voleibol
Adrian e McLaughlin apud Simpson et al. (2003). 3,7
Suda, Pereira e Sacco (2007) 5,2
Aterrissagem de saltos
duplos sobre o cavalo na
ginástica
Panzer et al. apud Prapavessis e McNair (1999) 10,6 em cada pé
Aterrissagem após saltos
em profundidade
Aura e Viitasalo (1989) 6,5 a 10,5
Aterrissagem após as
fases do salto triplo
Amadio (1988) Até 15,9 kN em cada pé
Ramey e Williams apud Prapavessis e McNair (1999) 7,1 a 12,6 em cada pé
Aterrissagem após uma
queda de 25 cm
Liebermann e Goodman (1996) 2,95
Aterrissagem após uma
queda de 20 cm
Madigan e Pidcoe (2003) 3,7 em cada pé
Aterrissagem após uma
queda de 30 cm
Prapavessis e McNair (1999) 4,5
McNair e Marshall apud McNair e Prapavessis (1999) 4,6
McNitt-Gray (1991) 3,93
Aterrissagem após uma
queda de 40 cm
Dufek e Bates (1990) 3,0 a 5,3
Esnault e Viel (1991) 6,0
Aterrissagem após uma
queda de 50 cm
Mizrahi e Susak (1982) 1,67 a 6,0
Decker et al. (2003) - Homens 3,67
Decker et al. (2003) - Mulheres 3,39
Aterrissagem após uma
queda de 60 cm
Bauer et al. (2001) 8,5
36
Conforme as informações contidas no Quadro 1 é possível verificar que durante
aterrissagens com dois pés a partir de saltos verticais foram encontrados picos de força
vertical (Fy) variando entre 3 e 8 vezes o peso corporal (PC) dos indivíduos. Aura e Viitasalo
(1989), ao analisar atividades de salto e aterrissagem, como a descida de degraus, saltos em
profundidade, salto com pés alternados e salto em altura, obtiveram picos Fy de 6,5 a 10,5 PC
nos instantes iniciais de contato com o solo. Em atividades como um rebote no basquetebol,
um salto duplo na ginástica ou nas diferentes fases do salto triplo, os valores de Fy na
aterrissagem podem exceder 10 PC em cada um dos pés (AMADIO, 1988; McCLAY et al.,
1994; PANZER et al. apud PRAPAVESSIS; McNAIR, 1999). Observa-se, portanto, que se
trata de valores de força consideráveis, que podem muitas vezes estar associados à ocorrência
de lesões por impacto nos membros inferiores (MacLELLAN; VYVYAN, 1981).
Sabe-se que alguns fatores influenciam as forças verticais de reação durante a
aterrissagem: o calçado e a superfície de contato (GROSS; NELSON, 1988; LAFORTUNE;
HENNIG; 1992; MCNITT-GRAY; YOKOI; MILLWARD, 1994; GRAU, 1997), a técnica de
posicionamento corporal escolhida pelo executante (MIZRAH; SUZAK, 1982; VALIANT;
CAVANAGH, 1983; BARRIER et al., 1997), a pré-ativação muscular (DYHRE-POULSEN;
SIMONSEN; VOIGT, 1991), a fadiga (MADIGAN; PIDCOE, 2003; MORAN;
MARSHALL, 2006), o sexo (HUSTON; MILLER; WOJTYS, 2001; DECKER et al., 2003) e
outros, como o fator expectativa em relação à queda (ABILEL et al., 2002).
Um exemplo de como a técnica de aterrissagem influencia os valores da FRS é
apresentado na Figura 7. Nas atividades de rotina, a aterrissagem pode envolver uma
aterrissagem “forçada” (na qual os joelhos e o quadril não “absorvem” a energia da queda) ou
uma aterrissagem suave (na qual ocorre flexão do joelho e do quadril para facilitar a ação de
aterrissagem) (NICOL, 2001).
37
Figura 7 – Forças verticais para a aterrissagem de alturas baixas e elevadas, de forma forçada ou suave.
Fonte: Nicol, 2001.
Percebe-se que a duração da aterrissagem forçada é aproximadamente metade da
aterrissagem suave. De acordo com Nicol (2001), o movimento do corpo é controlado de
maneira diferente nas duas atividades e isto é demonstrado pelos valores dos momentos de
flexão/extensão no quadril e no joelho, que são diferentes entre as condições. Quando a altura
da aterrissagem em queda foi aumentada para 60 cm, as forças e momentos para uma
aterrissagem suave também aumentaram dramaticamente. O estilo de aterrissagem produz
uma grande amplitude de valores para os ângulos e momentos articulares, e os músculos terão
que trabalhar de acordo com isso. Para grandes momentos, pode ser previsto que as forças de
contato também serão grandes.
Aterrissagens com técnicas apropriadas podem reduzir significativamente os impactos
e assim os riscos de lesão, dependendo do ângulo do joelho no momento do primeiro contato
(STACOFF et al., 1988) e da flexão plantar do tornozelo (VALIANT; CAVANAG, 1983;
GROSS; NELSON, 1988). De acordo com Fantini e Menzel (2001), com as técnicas mais
apropriadas, os impactos máximos não ultrapassam 4,5 PC, e técnicas desfavoráveis levam a
valores entre 6 e 7 PC.
Com respeito à carga, também é de interesse o índice (ou taxa) no qual as forças de
reação são aplicadas ao pé (SIMPSON; CIAPPONI; WANG, 2003). Por serem viscoelásticos,
os tecidos responsáveis pela absorção da força são sensíveis ao índice de carga. À medida que
o índice de carga aumenta, o endurecimento desses tecidos aumenta para ser capaz de
absorver maior deformação de força/unidade. Dessa forma, o índice no qual as forças de
impacto são aplicadas pode influenciar o enrijecimento desses tecidos.
38
A taxa de aplicação da força é um indicador de impacto e do recebimento e controle da
carga (HSIANG; CHANG, 2002). Esse valor é obtido pela divisão do valor máximo da força
vertical pelo tempo desde o início do contato até a ocorrência dessa força (ABILEL et al.,
2002; BRANDINA et al., 2003) ou pela identificação do máximo declive da curva de força
entre o tempo do contato da superfície e o primeiro pico de força (SIMPSON; CIAPPONI;
WANG, 2003).
2.2 EXERCÍCIOS AQUÁTICOS
A terapia e os exercícios aquáticos ganharam popularidade e aceitação tanto para a
manutenção da saúde e aquisição de condicionamento físico como para a reabilitação
(TAKESHIMA et al., 2001; MASUMOTO et al., 2004; KANEDA et al., 2007),
principalmente entre indivíduos idosos, gestantes, obesos e aqueles acometidos por doenças
como a osteoporose, artrite e fibromialgia, que ao se exercitar em ambiente terrestre podem
apresentar desconforto osteomuscular (PÖYHÖNEN et al., 2001; ALTENEDER;
HORNBECK, 2003).
Para os sujeitos que procuram a melhora ou manutenção da saúde, a água provê um
meio seguro (menor chance de quedas, evento traumático ou risco cardíaco) e confortável
para a realização de exercícios, além de constituir um ambiente social (TAKESHIMA et al.,
2001). Os benefícios advindos da prática de atividade física na água são muitos, tais como a
melhora da força muscular (PETRICK et al., 2001; FOLEY et al., 2003), do equilíbrio
(SIMMONS; HANSEN, 1996; THEIN et al., 2000), do condicionamento aeróbio (THEIN et
al., 2000; CHU et al., 2004), da flexibilidade e da composição corporal (TAKESHIMA et al.,
2001). E, além disso, a sensação de bem estar causada pela temperatura da água e a
minimização da sudorese a da exposição do corpo durante a prática proporcionam benefícios
relativos à melhora da qualidade de vida (TAKESHIMA et al., 2001;DEVEREUX et al.,
2005).
No caso dos atletas, há situações em que ocorre a substituição dos treinos em ambiente
terrestre por sessões de treinamento dentro da água, objetivando não só a manutenção e/ou
melhora do condicionamento, mas também o restabelecimento de alguma função. A corrida
na água, por exemplo, é utilizada para reduzir os estresses de impacto na preparação para
esportes de locomoção, como forma de treinamento suplementar para o condicionamento
39
cardiorrespiratório e também para minimizar o decréscimo no desempenho durante a
recuperação de uma lesão (REILLY; DOWZER; CABLE, 2003). Além da corrida, o salto
dentro da água tem sido utilizado como forma substitutiva ou complementar para o treino
pliométrico, com efeitos positivos no que diz respeito aos ganhos de força (MILLER et al.,
2002; ROBINSON et al., 2004; MARTEL et al., 2005; MILLER et al., 2007; SHAFFER,
2007; STEMM; JACOBSON, 2007). e com menor dor muscular depois das sessões de
exercício (ROBINSON et al., 2004).
Os saltos em ambiente aquático também estão presentes em programas de exercícios
que objetivam o aumento de massa óssea de mulheres osteopênicas ou com risco de
osteoporose (BRAVO, 1997; AY; YURTKURAN, 2005), o condicionamento físico e a
prevenção de quedas de idosos (RUOTI; TROUP; BERGER, 1994) e a reabilitação de atletas
(THEIN, 1998). Nesses casos, trata-se de indivíduos que necessitam de estímulos de carga,
porém com magnitudes reduzidas, que dificilmente conseguiriam ser controlados em terra.
Em se tratando de reabilitação, a fisioterapia aquática é bastante utilizada em
processos de recuperação funcional nos casos de fraturas de fêmur e tíbia, de pós-operatórios
de próteses, de reconstruções de ligamentos e tendões, de problemas de coluna, etc. (BATES;
HANSON, 1998, RUOTI; MORRIS; COLE, 2000, KELLY, 2000, KUORI, 2000,
CAMPION, 2000). Nesses processos, o fisioterapeuta se vale de algumas condições
peculiares do meio aquático para antecipar as atividades adequadas e preparar o paciente para
posteriormente realizá-las em terra. Na água, após uma lesão ou processo cirúrgico, o paciente
pode ficar em pé, iniciar o treinamento da marcha ou corrida e ainda realizar exercícios de
fortalecimento antes de executá-los em ambiente terrestre, sem se preocupar com possíveis
prejuízos às estruturas em restabelecimento (SKINNER; THOMSON, 1985; DULCY, 1988
apud BATES; HANSON, 1988).
De acordo com O’Neill (2000), ao realizar a reabilitação de lesões no ambiente
aquático, os atletas podem manter sua “memória muscular”, ao continuar executando
atividades que tenham o mesmo padrão de movimento esportivo. Quando a dor, a mobilidade,
a força e a resistência retornarem às condições normais, as capacidades de agilidade,
coordenação, velocidade e explosão podem ser retreinadas mais facilmente.
A grande maioria dos benefícios que o meio aquático proporciona para o
condicionamento geral do corpo e para o processo de reabilitação funcional estão
relacionados com as propriedades físicas da água. A pressão hidrostática, o empuxo e a
resistência da água são fatores que, combinados, promovem um ambiente que produz menos
40
estresse sobre os ossos, músculos e articulações, permitindo a realização de exercícios com
maior amplitude de movimento (KONLIAN, 1999).
Sem dúvida, a condição mais importante proporcionada pelas propriedades da água é a
redução do peso aparente, devida principalmente à ação do empuxo, principal responsável
pela sustentação do peso corporal. A força empuxo é uma força com a mesma direção que a
força peso (produto da massa de um corpo pela ação da gravidade), mas com sentido
contrário, e é enunciada como o princípio de Arquimedes. Conforme esse princípio, um corpo
que está parcial ou totalmente submerso na água experimentará uma força de empuxo para
cima que é igual ao peso do volume de água deslocado por esse corpo (TIPLER, 2000).
Dessa forma, é mais fácil suportar o corpo na água do que no ambiente terrestre e, em
conseqüência disso, os movimentos são tipicamente realizados mais lentamente na água e por
isso podem ser melhor controlados, além de serem menores as forças de impacto agindo sobre
o sistema musculoesquelético (SHELDAHL, 1986; BARELA et al., 2006).
Os movimentos no ambiente aquático são geralmente mais lentos do que em ambiente
terrestre devido às forças de arrasto produzidas em virtude da resistência e da viscosidade da
água. Quando um corpo ou seus segmentos se movimentam imersos no meio líquido, as
forças de arrasto atuam na mesma direção do movimento, mas com sentido contrário, o que
proporciona resistência. A força de arrasto depende de fatores como a densidade da água, a
área frontal e a velocidade do corpo em movimento (TIPLER, 2000). A velocidade é o fator
que mais interfere na força de arrasto: ao se duplicar a velocidade de locomoção na água, por
exemplo, se quadruplica a força de arrasto.
Apesar de atenuadas as forças resultantes que atuam sobre indivíduo através ação do
empuxo, estas ainda estão presentes. Quando há o contato com o solo, por exemplo, para que
seja possível a realização do movimento e para que o indivíduo seja capaz de vencer a
resistência da água, faz-se necessário a presença das componentes da FRS (DOWZER et al.,
1998). A magnitude dessas componentes, apesar de menor do que os valores observados fora
da água, pode ser excessiva dependendo da condição ou problema que o indivíduo apresenta
e, além disso, varia de acordo com o nível de imersão adotado (BATES; HANSON, 1998;
RUOTI; MORRIS; COLE, 2000; KELLY, 2000; KUORI, 2000; CAMPION, 2000).
A seguir serão apresentados os resultados de estudos que investigaram as
características da componente vertical das forças de reação do solo em diferentes tipos de
exercícios aquáticos. Tendo em vista que o objeto deste estudo é a análise da componente
vertical da FRS do salto, não serão abordadas informações sobre as componentes ântero-
posterior e médio-lateral da FRS.
41
2.2.1 Força de reação do solo nos exercícios aquáticos
Diversos estudos investigaram a redução do peso aparente, através da análise da
componente vertical da FRS, na realização da caminhada dentro da água, comparando os
valores encontrados em ambiente aquático com os valores observados no ambiente terrestre, e
também comparando valores encontrados em diferentes níveis de imersão (HARRISON,
1992; NAKASAWA et al., 1994; BRITO et al., 2004; YANO et al., 1995; YAMAMOTO et
al., 1995; ROESLER et al., 2006). Porém, outros exercícios bastante comuns em programas
de hidroginástica e de reabilitação aquática, como a corrida com deslocamento a corrida
estacionária e os saltos, são pouco explorados em termos de variáveis dinâmicas (BRITO et
al., 2007; HAUPENTHAL et al., 2007; HAUPENTHAL, 2008; FONTANA, 2008), e, na
maioria das vezes, os estudos analisam variáveis fisiológicas (CHRISTIE et al., 1990; HALL
et al., 1998; SHIMIZU et al., 1998; ODA et al., 1999; SHONO et al., 2001; YOUNG et al.,
1995; REILLY; DOWZER; CABLE, 2003; CHU; RHODES, 2001; WANG et al., 2006),
cinemáticas (TARTARUGA et al., 2004; SILVA FILHO; FERNANDES; DA COSTA, 2005;
PLATONOU, 2005) e eletromiográficas (KANEDA et al., 2007; MASUMOTO et al., 2004;
MASUMOTO; MERCER, 2008).
A quantificação da força resultante atuante sobre o indivíduo submerso com a
finalidade de embasar cientificamente os processos de prescrição de atividades aquáticas e de
recuperação funcional terapêutica em piscina pode ser remetida ao estudo de Harrison e
Bulstrode (1987). Os autores, nesse estudo, mensuraram o peso hidrostático de indivíduos em
diversos níveis de imersão. Entretanto, se sabia que os valores iriam variar quando os
indivíduos estivessem em movimento.
Anos mais tarde, Harrison, Hillmann e Bulstrode (1992) realizaram o primeiro estudo
sobre a componente vertical da força de reação do solo na marcha dentro da água, com a
intenção de comparar os valores da força resultante nas condições estática e dinâmica. Os
autores analisaram os valores da força de nove sujeitos (seis homens e três mulheres, com
estatura variando de 1,65 a 1,82 m) em três condições: estática, caminhando lentamente e
caminhando rapidamente. Cada condição foi realizada em profundidades de 1,1 e 1,3 m. A
Figura 8 representa a porcentagem de aplicação do peso em cada uma das situações estudadas
pelos autores. Para a profundidade de 1,3m os valores da componente vertical da força de
reação do solo foram de 0,5 a 0,75N/PC para as situações rápidas e 0,25 a 0,5N/PC para as
situações lentas. Apesar das limitações do equipamento de medição disponível na época, uma
balança eletrônica de banheiro adaptada, o estudo conseguiu estimar a força resultante nas
42
diferentes situações propostas e os resultados encontrados ainda são amplamente citados na
literatura como base para a prescrição de atividades aquáticas (BATES; HANSON, 1998;
RUOTI; MORIS; COLE, 2000; KUORI, 2000; CAMPION, 2000).
Figura 8 – Representação esquemática da porcentagem de aplicação do peso nas diferentes situações
estudadas pelos autores.
Fonte: Harrison, Hillman e Bulstrode, 1992.
A variação dos valores da força de sustentação foi de 0,5 a 0,75 vezes o peso corporal
(PC) quando os indivíduos caminhavam a uma velocidade rápida e de 0,25 a 0,5 PC em
velocidade lenta. Devido às limitações do equipamento e ao pequeno número de sujeitos do
experimento, a margem de segurança para cada situação foi estabelecida em 0,25 PC, valor
que atualmente pode ser considerado pouco preciso, à medida que precisamos determinar
quanta carga o indivíduo/paciente pode suportar durante a execução de atividades dentro da
água, seja objetivando o condicionamento físico ou a recuperação funcional terapêutica.
O equipamento utilizado por Harrison, Hillmann e Bulstrode (1992) foi aos poucos
sendo substituído por instrumentos de medição mais precisos, especialmente construídos para
os fins a que se destinam. Nakasawa et al. (1994), Yano et al. (1995) e Yamamoto et al.
(1995) realizaram estudos sobre as componentes da FRS durante a marcha em terra e na água
utilizando plataformas de força resistentes à água. No Brasil, o Grupo de Pesquisas em
Biomecânica Aquática do CEFID/UDESC iniciou o estudo da marcha dentro da água em
2000 (BRITO et al.,2000; SCHUTZ et al., 2002; ROESLER et al., 2003; BRITO et al., 2004;
ROESLER et al., 2006), com a utilização de plataformas de força subaquáticas projetadas e
construídas por Roesler (1997).
No estudo de Nakasawa et al. (1994) analisou-se a componente vertical da FRS da
marcha de seis indivíduos (quatro homens e duas mulheres) fora e dentro da água em quatro
43
níveis de imersão (0,4 m, 0,7 m, 1,0 m e 1,2 m), a uma velocidade auto-selecionada. A Figura
9 apresenta as curvas da FRS em função do tempo, com os valores de força divididos pelo
peso corporal dos sujeitos (procedimento de normalização pelo peso corporal). Nota-se que os
valores das forças diminuem e que a duração do contato (tempo de apoio) aumenta conforme
aumenta a profundidade de imersão. Os autores relatam que na maior imersão estudada (1,2
m), os valores máximos da componente vertical da FRS corresponderam em média a 40% do
peso corporal dos indivíduos, variando entre um terço e a metade dos valores encontrados
para a caminhada no ambiente terrestre.
Figura 9 – Exemplos da curva da componente vertical da FRS da marcha no solo e nas diferentes
profundidades analisadas.
Fonte: Nakasawa et al. (1994)
44
Yano et al. (1995) estudaram a força de reação do solo e a atividade dos músculos
sóleo, tibial anterior e gastrocnêmio medial durante o andar dentro e fora da água, em
velocidades elegidas como rápida e lenta. Concordando com os achados de Nakasawa et al.
(1994), os autores demonstraram a redução dos valores da FRS e o aumento do tempo de
apoio, principalmente na velocidade lenta (Figura 10).
Figura 10 – Exemplos da curva de FRS e do sinal eletromiográfico durante a marcha fora e dentro da
água nas velocidades lenta e rápida. Onde: TA – Tibial anterior, GAS – Gastrocnêmio, SOL –
Soleo, PC – Peso corporal.
Fonte: Adaptado de Yano et al. (1995)
Ao observar os dados eletromiográficos do estudo de Yano et al. (1995), nota-se a
maior atividade dos músculos tibial anterior e gastrocnêmio para a velocidade rápida, fato
diretamente relacionado à resistência da água causada pelas forças de arrasto em resposta ao
aumento da velocidade de deslocamento. Por esse motivo, ao prescrever o tipo, a
profundidade de imersão, o ritmo e/ou a velocidade de execução de um exercício aquático, os
profissionais devem considerar a capacidade de produção de força muscular do indivíduo,
para que este consiga vencer a resistência da água e se deslocar na direção necessária.
Ainda em 1995, Yamamoto et al. analisaram a marcha de 3 sujeitos através da força de
reação vertical e da variação angular do quadril, joelho e tornozelo. Os sujeitos caminharam
em ambiente terrestre e em ambiente aquático (imersos a uma profundidade de 1,2 m), em três
velocidades: lenta, confortável e rápida. A Figura 11 apresenta os gráficos referentes à
componente vertical da FRS e ao deslocamento angular nas diferentes condições do estudo.
45
Figura 11 – Exemplos das curvas da componente vertical da FRS e da variação angular para a marcha
realizada em ambiente terrestre e aquático, em diferentes velocidades.
Fonte: Yamamoto et al. (1995)
Pode ser observado na Figura 11 que a curva da componente vertical da FRS da
marcha subaquática tem um padrão diferente quando comparadas as velocidades rápida e
lenta. Na velocidade rápida, os picos de força estão mais definidos e ocorre uma deflexão na
curva, o que não foi observado para a velocidade lenta.
Concordando com os achados de Nakasawa et al. (1994), os maiores valores da força
vertical para a marcha subaquática (nas velocidades lenta e normal) corresponderam, em
média, a 40% do peso corporal dos sujeitos. Já na velocidade rápida, os maiores valores
registrados corresponderam a aproximadamente 50% do peso corporal dos indivíduos.
Yamamoto et al. (1995) ainda observaram padrões diferenciados de movimentação articular
quando comparados os ambientes e as velocidades de caminhada.
Alguns anos mais tarde, em 1997, foi desenvolvida no Brasil a primeira plataforma
subaquática para aquisição de forças e momentos nos três eixos coordenados (ROESLER,
1997). Desde então, plataformas semelhantes àquela são os principais instrumentos utilizados
pelo Grupo de Pesquisas em Biomecânica Aquática do CEFID/UDESC para a análise das
componentes da FRS durante a execução de exercícios aquáticos.
Um dos principais objetos de estudo do referido grupo de pesquisa é a comparação das
forças agindo sobre o indivíduo em diferentes níveis de imersão, que pode ser utilizada como
subsídio para a prescrição dos exercícios aquáticos, uma vez que a principal estratégia
utilizada por profissionais para o controle de cargas dentro da água é a variação da
profundidade.
46
Em relação à caminhada na água, estudos preliminares foram desenvolvidos para a
determinação de protocolos de avaliação (BRITO et al., 2000; SCHUTZ et al., 2002). A partir
de então, os trabalhos realizados contemplaram análises da componente vertical da FRS da
marcha subaquática (1) de homens e mulheres de diferentes faixas etárias (ROESLER et al.,
2003); (2) de sujeitos imersos nas profundidades do joelho e do quadril (BRITO et al., 2004);
(3) de sujeitos imersos no nível do esterno (SOUZA et al., 2005); (4) de crianças normais
imersas no nível do processo xifóide (SOUZA, 2006); (5) de sujeitos com diferentes
características antropométricas, com e sem o balanço de membros superiores, imersos nos
níveis do manúbrio, do processo xifóide e do ponto intermediário entre eles (ROESLER et al.,
2006); e (6) de crianças com mielomeningocele imersas no nível do processo xifóide
(CARNEIRO et al., 2007).
A Figura 12 representa as curvas médias da componente vertical da FRS da marcha de
11 sujeitos, em ambiente terrestre e em dois níveis de imersão no ambiente aquático (BRITO
et al., 2004). Os valores médios da força vertical encontrados pelos autores para o primeiro pico
corresponderam a 101%, 87% e 43% do peso corporal dos indivíduos para a caminhada no solo,
no nível de imersão do joelho e no nível de imersão do quadril, respectivamente. Os valores
encontrados para o segundo pico foram de 107%, 90% e 44%, respectivamente.
Figura 12 – Mudanças que ocorrem para a componente vertical da força de reação do solo em decorrência
da variação da profundidade de imersão.
Fonte: Brito et al., 2004.
Roesler et al. (2006), para a caminhada com os membros superiores dentro da água,
estendidos ao longo do corpo, encontraram valores médios de força vertical correspondentes a
47
20% e a 24% do peso corporal para o grupo dos sujeitos imersos no nível do manúbrio, em
velocidades lenta e rápida, respectivamente; a 25% e 26% do peso corporal para o grupo dos
sujeitos imersos no nível do ponto intermediário entre o manúbrio e o processo xifóide, em
velocidades lenta e rápida, respectivamente; e a 31% e 33% do peso corporal para o grupo dos
sujeitos imersos no nível do processo xifóide, em velocidades lenta e rápida, respectivamente.
Os mesmos autores, ao analisar a caminhada com os membros superiores fora da água,
encontraram valores médios de força vertical correspondentes a 28% e a 30% do peso
corporal para o grupo dos sujeitos imersos no nível do manúbrio, em velocidades lenta e
rápida, respectivamente; a 32% e 34% do peso corporal para o grupo dos sujeitos imersos no
nível do ponto intermediário entre o manúbrio e o processo xifóide, em velocidades lenta e
rápida, respectivamente; e a 37% e 41% do peso corporal para o grupo dos sujeitos imersos no
nível do processo xifóide, em velocidades lenta e rápida, respectivamente.
Atualmente o grupo de pesquisas em Biomecânica Aquática do CEFID vem se
dedicando ao estudo da corrida aquática, devido à ampla utilização desse tipo de exercício em
protocolos de condicionamento físico e reabilitação. Fontana et al. (2008), em um estudo
preliminar, propuseram um protocolo para a análise dinamométrica da corrida em ambiente
aquático. Em seguida, Haupenthal (2008) analisou os valores da componente vertical da FRS
para a corrida aquática de homens e mulheres em diferentes níveis de imersão, a uma
velocidade auto-selecionada. Com os sujeitos imersos no nível do processo xifóide, a
magnitude da força vertical correspondeu, em média, a 80% do peso corporal dos sujeitos.
Reduzida a profundidade para o nível do quadril, o valor médio aumentou para 98% do peso
corporal dos indivíduos (Figura 13).
Figura 13 – Curva da componente vertical da FRS para a corrida realizada em ambiente aquático no nível
de imersão do quadril (preto) e do processo xifóide (cinza).
Fonte: Haupenthal (2008)
48
Haupenthal (2008) também comparou os valores da força vertical da corrida aquática
de homens em mulheres, em três velocidades: (1) lenta, a 0,6 m/s; (2) auto-selecionada; e (3)
rápida, correspondente à velocidade máxima dos sujeitos. A corrida foi realizada nos níveis de
imersão do processo xifóide e da crista ilíaca dos sujeitos. De acordo com o autor, os homens
realizaram a corrida mais rapidamente que as mulheres, tanto na condição auto-selecionada
quanto na condição rápida. Para os dois níveis de imersão, a velocidade máxima das mulheres
foi igual à velocidade auto-selecionada dos homens (0,92 m/s na imersão da crista ilíaca e
0,70 m/s na imersão do processo xifóide). Os resultados demonstram que há diferença
significativa entre os valores de força não só devido à variação da imersão, mas também
devido ao sexo e à variação da velocidade. Entretanto, segundo o autor, quando controlada a
velocidade (como foi o caso da velocidade lenta, pré-estabelecida), não ocorreram diferenças
significativas entre os dois níveis de imersão para sujeitos do mesmo sexo.
Outra variável analisada por Haupenthal (2008) foi a taxa de aplicação da força. Para a
corrida na água, os valores da taxa de aplicação da carga, mesmo em velocidade máxima,
foram menores do que os valores observados para a caminhada e para a corrida em ambiente
terrestre. Além disso, a taxa é diminuída com o aumento do nível de imersão. Sabendo que
quanto maior é o valor da taxa, maior é a intensidade da carga agindo sobre o corpo em um
menor espaço de tempo, pode-se dizer que, além de promover a redução da magnitude das
cargas, a água também promove a intensidade de aplicação dessas cargas.
No mesmo estudo, ao comparar homens e mulheres, Haupenthal (2008) observou que
para a corrida aquática em um mesmo nível de imersão e a uma mesma velocidade, as
mulheres apresentaram maiores valores para a componente vertical da FRS e para a taxa de
aplicação de carga do que os homens, sugerindo que o sexo deve ser um fator considerado
quando da prescrição desse exercício na água.
Outro exercício integrante de protocolos de treinamento e/ou reabilitação aquático é a
corrida estacionária, algumas vezes chamada de “corrida no lugar” ou “skipping”. Fontana
(2008) analisou a componente vertical da FRS durante a execução desse exercício, realizado
no ambiente terrestre e no ambiente aquático nos níveis de imersão do processo xifóide e do
quadril, em cadências de 90, 110 e 130 Hz. A Figura 14 representa os valores da força vertical
máxima encontrados pela autora.
49
Figura 14 – Força vertical máxima na corrida estacionária com alteração do nível de imersão e da
cadência de execução. * = diferença significativa entre as situações de análise.
Fonte: Fontanta, 2008.
A alteração do ambiente de realização do exercício (nível do processo xifóide, nível do
quadril e em ambiente terrestre) acarretou em intensidades da componente vertical distintas,
de modo que, quanto maior o nível de imersão, menores os valores de força. Segundo a
autora, essa redução da intensidade da componente vertical da FRS possibilita, entre outras
estratégias, a antecipação de alguma atividade em ambiente aquático, contribuindo, assim,
para uma recuperação/manutenção funcional mais eficiente. Já em relação à cadência de
execução, só os extremos (90 e 130 bpm) foram significativamente diferentes quanto à
intensidade da componente vertical.
Além da corrida com deslocamento e da corrida estacionária, diferentes tipos de saltos
e saltitos também são exercícios utilizados freqüentemente em aulas de hidroginástica e em
programas de treinamento pliométrico aquático (RUOTI; TROUP; BERGER, 1994; BRAVO,
1997; THEIN, 1998; MILLER et al., 2002; ROBINSON et al., 2004; AY; YURTKURAN,
2005; MARTEL et al., 2005; MILLER et al., 2007; SHAFFER, 2007; STEMM;
JACOBSON, 2007). Os autores citam que a realização de saltos pliométricos dentro da água
leva a ganhos em termos de força e potência, além de reduzir as dores musculares pós-
exercício e diminuir os riscos de lesão, uma vez que as propriedades da água provocam uma
atenuação das cargas durante a aterrissagem dos saltos.
50
Com o objetivo de verificar quantitativamente essa redução das cargas durante a
aterrissagem dos saltos na água, Brito et al. (2007) analisaram a componente vertical da FRS
de 9 sujeitos (3 homens e 6 mulheres) que executaram saltos com contramovimento (com a
utilização dos braços) em ambiente terrestre e em ambiente aquático, imersos no nível do
quadril. Para os 9 indivíduos, os autores encontraram valores médios de força de reação
vertical durante a aterrissagem de 4,2 PC em ambiente terrestre e de 2,2 PC em ambiente
aquático. As mulheres apresentaram valores de 3,9 PC e 1,9 PC fora e dentro da água,
respectivamente. Para os homens, esses valores foram de 4,8 PC e 2,9 PC. Os resultados
indicam que as forças de impacto durante a aterrissagem podem ser reduzidas em média 48%
ao se realizar o salto vertical na água. A redução das cargas foi de aproximadamente 52% para
as mulheres e de 40% para os homens.
Não foram encontradas outras informações acerca da análise da FRS no salto vertical
em ambiente aquático. Identificou-se, portanto, uma lacuna a ser preenchida, a fim de
embasar a prescrição desse tipo de exercício para diferentes tipos de população, considerando
diferentes tipos de salto e diferentes níveis de imersão na água.
3 MÉTODO
Neste capítulo são apresentados os procedimentos metodológicos do estudo:
características da pesquisa, sujeitos da pesquisa, definição das variáveis, instrumentos,
procedimentos de coleta de dados, tratamento dos dados e tratamento estatístico.
3.1 CARACTERÍSTICAS DA PESQUISA
Esta pesquisa é caracterizada como de campo do tipo descritiva de cunho exploratório.
De acordo com Thomas e Nelson (2002), em um estudo descritivo é baseado na premissa de
que os problemas podem ser resolvidos e as práticas melhoradas por meio da observação,
análise e descrição objetivas e completas. O caráter exploratório da pesquisa deve-se ao fato
do pesquisador procurar a sua familiarização com o fenômeno e daí descobrir novas idéias e
possivelmente auxiliar em pesquisas posteriores (CERVO; BERVIAN, 1983).
3.2 SUJEITOS DA PESQUISA
Participaram deste estudo 34 adultos saudáveis, de ambos os sexos (16 homens e 18
mulheres) e com idade entre 20 e 35 anos, acadêmicos dos cursos de Graduação e Pós-
Graduação do CEFID/UDESC. A escolha dos sujeitos foi não-probabilística do tipo
intencional.
Foram incluídos no estudo os participantes que atenderam aos seguintes critérios de
inclusão: (a) concordar em participar do estudo; (b) não relatar, durante o primeiro
contato/entrevista, qualquer queixa de comprometimento músculo-esquelético; (c) praticar
atividades físicas regularmente (três ou mais vezes por semana, com duração mínima de 30
52
minutos por sessão); (d) possuir percentual de gordura corporal dentro da faixa de variação
considerada normal ou desejada – 12 a 16% para os homens e 20 a 25% para as mulheres
(POLLOCK; WILMORE, 1993) –, uma vez que é uma característica que influencia a
capacidade de flutuação e, por conseqüência, as forças de reação do solo quando os
indivíduos estão imersos na água; e (e) ser adaptado ao meio líquido. Considera-se adaptado
ao meio líquido o sujeito capaz de se equilibrar, flutuar, mergulhar e realizar deslocamentos
dentro da água (VELASCO, 1994; NAVARRO, 1995; SANTOS, 1996).
A Tabela 1 apresenta as características antropométricas gerais dos participantes e
também dos homens e das mulheres separadamente.
Tabela 1 – Características dos sujeitos do estudo.
n
Idade
(anos)
Massa
(kg)
Estatura
(m)
Densidade
(g/ml)
GC
(%)
Grupo 34 25,4 ± 3,9 64,9 ± 10,5 1,71 ± 0,08 1,06 ± 0,02 16,9 ± 5,9
Homens 16 24,4 ± 3,7 74,4 ± 6,2 1,77 ± 0,07 1,07 ± 0,00 13,9 ± 3,1
Mulheres 18 26,2 ± 3,8 56,6 ± 4,6 1,66 ± 0,05 1,05 ± 0,00 21,0 ± 3,2
n: número de sujeitos; GC: gordura corporal.
Neste estudo, para minimizar os efeitos de variáveis como massa e estatura, os valores
da força de reação do solo foram normalizados pelo peso corporal dos sujeitos, e os níveis de
imersão foram ajustados para cada participante. Na imersão do quadril, o nível da água
correspondeu à altura do ápice da crista ilíaca dos sujeitos e na imersão do peito,
correspondeu à altura do processo xifóide. Os dois níveis de imersão foram escolhidos porque
são usuais em aulas de hidroginástica e sessões de hidroterapia. Além disso, esses níveis de
imersão são determinados por estruturas anatômicas facilmente identificadas pelos
profissionais que prescrevem a atividade no ambiente aquático em suas rotinas diárias de
trabalho.
Na Tabela 2 são apresentados os valores do peso corporal dos sujeitos na água em
relação ao peso fora da água (que corresponde a 1 PC) e os valores, em metros, das alturas
dos pontos anatômicos escolhidos, correspondentes à profundidade da piscina nos dois níveis
de imersão. Os valores são apresentados para o grupo de todos os sujeitos e também para
homens e mulheres separadamente.
53
Tabela 2 – Peso corporal dos sujeitos e alturas correspondentes à profundidade da piscina nos dois níveis
de imersão analisados.
n
Peso Q
(PC)
Peso P
(PC)
Altura do ACI
(m)
Altura do PX
(m)
Todos 34 0,48 ± 0,05 0,31 ± 0,03 1,01 ± 0,06 1,20 ± 0,07
Homens 16 0,51 ± 0,04 0,33 ± 0,03 1,06 ± 0,04 1,25 ± 0,05
Mulheres 18 0,44 ± 0,03 0,29 ± 0,03 0,98 ± 0,04 1,15 ± 0,04
n: número de sujeitos; Peso Q: peso corporal dos sujeitos na imersão do quadril, em relação ao peso fora da
água; Peso P: peso corporal dos sujeitos na imersão do peito, em relação ao peso fora da água; ACI: ápice da
crista ilíaca; PX: processo xifóide.
3.3 DEFINIÇÃO DAS VARIÁVEIS
Neste estudo foram medidos os valores de força vertical, em newtons, durante a
execução dos saltos com meio agachamento, com contramovimento, em profundidade
partindo de uma altura de 0,2 m e partindo de uma altura de 0,4 m. Porém, todas as variáveis
de força são expressas em unidades de peso corporal (PC), obtidas através da divisão entre o
valor da componente vertical da FRS, em newtons, pelo peso corporal do participante,
também em newtons. Esta escolha foi realizada para facilitar a comparação dos dados entre os
participantes e entre as situações de coleta de dados. Além disso, uma medida de força
expressa em unidades ou percentuais de peso corporal pode ser melhor compreendida e
interpretada por profissionais que a utilizam como parâmetro para a prescrição de um
exercício.
A seguir são apresentadas as variáveis consideradas para análise nas diferentes
variações do salto vertical.
3.3.1 Variáveis do salto com meio agachamento e do salto com contramovimento
As curvas de força vertical versus tempo dos saltos com meio agachamento (SMA) e
com contramovimento (SCM) são semelhantes (com exceção da deflexão que ocorre
anteriormente à propulsão, presente no SCM e ausente no SMA, correspondente ao
contramovimento), e por isso as variáveis selecionadas são apresentadas conjuntamente, uma
vez que são comuns aos dois saltos. A Figura 15 representa uma curva de força vertical versus
tempo de um SCM, com a indicação das variáveis selecionadas, que são descritas logo abaixo.
54
Figura 15 – Curva de força versus tempo obtida durante a execução de um salto com contramovimento,
com a indicação das variáveis de análise (PP: pico de propulsão, TV: tempo de vôo; F1:
primeiro pico de aterrissagem; F2: Fy máxima na aterrissagem). À direita, detalhe da fase de
aterrissagem (TF1: taxa F1 na aterrissagem; TF2: taxa F2 na aterrissagem).
a) Pico de Propulsão (PP): corresponde à força vertical máxima aplicada pelo sujeito sobre a
plataforma durante a fase de propulsão. Operacionalmente foi obtido através da identificação
do maior valor de Fy desde o momento em que a força aplicada corresponde ao próprio peso
corporal do sujeito (indicado no gráfico pela linha vermelha pontilhada) até o último contato
do sujeito com a plataforma antes da fase de vôo. É expresso em PC;
b) Tempo de vôo (TV): é o tempo durante o qual o sujeito permanece na fase de vôo, desde o
final da fase de propulsão até o início da fase de aterrissagem. Operacionalmente foi obtido
pelo tempo decorrido desde o final do contato com a plataforma até o primeiro contato com
plataforma após o vôo. É expresso em segundos;
c) Primeiro pico de aterrissagem (F1): correspondente ao toque do antepé durante a
aterrissagem, é o primeiro pico de força vertical aplicado pelo sujeito sobre a plataforma
durante a fase de aterrissagem. Operacionalmente foi obtido através da identificação do
primeiro pico de força vertical na fase de aterrissagem, que ocorre normalmente durante os
primeiros 50 ms da fase aterrissagem no solo e durante os primeiros 150 ms da fase de
aterrissagem na água. É expresso em PC;
55
d) Taxa F1 na aterrissagem (TF1): corresponde ao índice de aplicação do primeiro pico de
força sobre a plataforma. Operacionalmente foi obtida pela divisão do valor de F1 pelo tempo
decorrido desde o início do contato após a fase de vôo até a ocorrência deste valor (indicado
por t
1
no detalhe do gráfico). É expressa em PC/s.
e) Força vertical máxima na aterrissagem (F2): corresponde à força vertical máxima aplicada
pelo sujeito sobre a plataforma durante a fase de aterrissagem. Operacionalmente foi obtida
através da identificação do maior valor de Fy durante a aterrissagem. É expresso em PC;
f) Taxa F2 na aterrissagem (TF2): corresponde ao índice de aplicação da força vertical
máxima sobre a plataforma durante a aterrissagem. Operacionalmente foi obtida pela divisão
do valor de F2 pelo tempo decorrido desde o início do contato após a fase de vôo até a
ocorrência deste valor (indicado por t
2
no detalhe no gráfico). É expressa em PC/s.
3.3.2 Variáveis do salto em profundidade
A Figura 16 representa uma curva de força vertical versus tempo para o salto em
profundidade, com a indicação das variáveis de análise, descritas logo a seguir.
Figura 16 – Curva de força versus tempo obtida durante a execução de um salto em profundidade, com a
indicação das variáveis de análise (FQ: Fy máxima na queda; TC: tempo de contato após a
queda; PP: pico de propulsão, TV: tempo de vôo; F1: primeiro pico de aterrissagem; F2: Fy
máxima na aterrissagem). À esquerda, detalhe da queda (TFQ: taxa FQ na queda de uma
altura).
56
a) Força vertical máxima na aterrissagem após a queda de uma altura (FQ): corresponde à
força vertical máxima aplicada pelo sujeito sobre a plataforma durante a aterrissagem da
queda do bloco (de 0,2 ou 0,4 m). Operacionalmente foi obtido através da identificação do
maior valor de Fy durante a aterrissagem da queda, que inicia quando o sujeito realiza o
primeiro contato com a plataforma. É expresso em PC;
b) Taxa FQ após a queda de uma altura (TFQ): corresponde ao índice de aplicação de força
sobre a plataforma durante a aterrissagem da queda do bloco (de 0,2 ou 0,4 m).
Operacionalmente foi obtida pela divisão de FQ pelo tempo decorrido desde o início do
contato na aterrissagem até a ocorrência deste máximo valor (indicado pot t
q
no detalhe do
gráfico). É expressa em PC/s;
c) Tempo de contato após a queda de uma altura (TC): é o tempo durante o qual o sujeito
permanece sobre a plataforma após a queda do bloco, antes de iniciar a fase de vôo do salto
subseqüente. Operacionalmente foi obtido pelo tempo decorrido desde o primeiro contato
com a plataforma na aterrissagem da queda ao último contato com plataforma antes da fase
de vôo. É expresso em segundos;
d) Pico de Propulsão (PP): corresponde à força vertical máxima aplicada pelo sujeito sobre a
plataforma durante a fase de propulsão, que no salto em profundidade ocorre logo após a
queda do bloco. Operacionalmente foi obtido através da identificação do maior valor de Fy no
instante decorrido desde o final da queda (determinado pela ocorrência do mínimo valor de Fy
nesta fase) até o início da fase de vôo. É expresso em PC;
e) Tempo de vôo (TV): é o tempo durante o qual o sujeito permanece na fase de vôo, desde o
final da fase de propulsão até o início da fase de aterrissagem. Operacionalmente foi obtido
pelo tempo decorrido desde o final do contato com a plataforma até o primeiro contato com
plataforma após o vôo. É expresso em segundos;
f) Primeiro pico de aterrissagem (F1): correspondente ao toque do antepé durante a
aterrissagem, é o primeiro pico de força vertical aplicado pelo sujeito sobre a plataforma
durante a fase de aterrissagem. Operacionalmente foi obtido através da identificação do
primeiro pico de força vertical na fase de aterrissagem, que ocorre normalmente durante os
57
primeiros 50 ms da fase aterrissagem no solo e durante os primeiros 150 ms da fase de
aterrissagem na água. É expresso em PC;
g) Taxa F1 na aterrissagem (TF1): corresponde ao índice de aplicação do primeiro pico de
força sobre a plataforma. Operacionalmente foi obtida pela divisão do valor de F1 pelo tempo
decorrido desde o início do contato após a fase de vôo até a ocorrência deste valor. É expressa
em PC/s.
h) Força vertical máxima na aterrissagem (F2): corresponde à força vertical máxima aplicada
pelo sujeito sobre a plataforma durante a fase de aterrissagem. Operacionalmente foi obtida
através da identificação do maior valor de Fy durante a aterrissagem. É expresso em PC;
i) Taxa F2 na aterrissagem (TF2): corresponde ao índice de aplicação da força vertical
máxima sobre a plataforma durante a aterrissagem. Operacionalmente foi obtida pela divisão
do valor de F2 pelo tempo decorrido desde o início do contato após a fase de vôo até a
ocorrência deste valor. É expressa em PC/s.
3.4 INSTRUMENTOS
Os instrumentos utilizados para obtenção dos dados do estudo são descritos a seguir.
3.4.1 Plataformas de força
Para a obtenção das variáveis do estudo foram utilizadas duas plataformas de força,
construídas com base no estudo de Roesler (1997). As plataformas são confeccionadas com
extensômetros de resistência elétrica (strain gauges) e possuem dimensões de 0,4 m de
largura, 0,4 m de comprimento e 0,1 m de altura, carga máxima/sensibilidade de 4000/2 N,
freqüência natural de 300 Hz e erro menor que 1% (Figura 17). Os componentes de uma das
plataformas são à prova d’água, e por isso permitem sua utilização no ambiente aquático. Os
procedimentos de calibração das plataformas são descritos detalhadamente por Roesler
(1997).
58
Figura 17 – Foto de uma das plataformas de força utilizada no estudo.
3.4.2 Sistema de aquisição e processamento de dados ADS2000-IP
As plataformas de força foram conectadas ao sistema de aquisição, condicionamento,
transformação e processamento de sinais ADS2000-IP (AC2122, Lynx Tecnologia Eletrônica
LTDA) composto por (a) uma placa condicionadora de 16 canais para ponte de Wheatstone;
(b) um conversor analógico-digital de 16 bits e limite máximo de 60 kHz; (c) software
AqDados 7.02; e (d) um microcomputador portátil (Figura 18). Utilizou-se uma taxa de
aquisição de 1200 Hz, ganho de 2000 e filtro de hardware de 1200 Hz.
Figura 18 – Foto do sistema ADS2000-IP conectado ao microcomputador portátil.
59
3.4.3 Balança digital, estadiômetro, fita métrica e adipômetro científico
Para a obtenção das medidas antropométricas dos sujeitos (massa, estatura, altura do
solo até o processo xifóide, altura do solo até a crista ilíaca e dobras cutâneas) foram
utilizados: (a) uma balança digital com resolução de 0,1 kg (modelo MEA-08128, da Plenna);
(b) um estadiômetro com resolução de 0,01 m (modelo profissional, da Sanny); (c) uma fita
métrica com resolução de 0,01 m; e (d) um adipômetro científico com resolução de 0,1 mm
(CESCORF). Para obtenção da densidade corporal dos homens foi utilizada a equação geral
de regressão proposta por Pollock e Jackson (1978), que considera a soma das dobras
cutâneas do tórax, abdômen e coxa. Para as mulheres, foi utilizada a equação geral de
regressão proposta por Pollock, Jackson e Ward (1980), que considera a soma das dobras
cutâneas da coxa, triciptal e supra-ilíaca. Para a estimação do percentual de gordura corporal
com base na densidade foi utilizada a equação de Siri (1961).
As medidas antropométricas foram registradas em um formulário individual
(APÊNDICE I).
3.5 PROCEDIMENTOS DE COLETA DE DADOS
Todos os testes foram realizados nas dependências da piscina e do Laboratório de
Pesquisas em Biomecânica Aquática do CEFID/UDESC. A seguir são apresentadas
informações sobre a preparação dos instrumentos, as situações de análise e os procedimentos
adotados para a coleta de dados.
3.5.1 Preparação dos instrumentos
Para as análises em ambiente terrestre, uma das plataformas de força foi fixada no
centro de um suporte de madeira (0,5 m de largura, 1,4 m de comprimento e 0,2 m de altura),
para que a preparação e a execução dos saltos fossem realizadas em um mesmo nível
horizontal, tendo em vista que a plataforma de força é móvel e tem altura de 0,1 m. O suporte
ao redor da plataforma também foi utilizado para garantir maior segurança e conforto para o
participante durante a execução dos saltos, evitando possíveis quedas devido a aterrissagens
incorretas (com um ou ambos os pés fora da plataforma). Para os saltos em profundidade
60
foram posicionados blocos de 0,2 ou 0,4 m de altura sobre o suporte, a uma distância de 0,15
m da plataforma de força.
Para as análises em ambiente aquático, a outra plataforma de força foi posicionada no
fundo de uma piscina térmica (30 ± 1
º
C), fixada no centro de um suporte de madeira idêntico
ao descrito anteriormente. A plataforma e a moldura foram recobertas por um material
antiderrapante, para que os sujeitos não escorregassem durante os testes (o mesmo material
foi utilizado para recobrir a plataforma utilizada nas coletas no ambiente terrestre, a fim de
evitar possíveis influências da superfície na medição das forças). O conjunto plataforma-
suporte foi posicionado de acordo com a estatura de cada sujeito, de modo que o nível da água
correspondesse às duas imersões escolhidas para o estudo. Novamente, para os saltos em
profundidade foram posicionados blocos de 0,2 ou 0,4 m de altura sobre o suporte, a uma
distância de 0,15 m da plataforma de força.
Como o fundo da piscina não é horizontal e possui inclinação de 2,2 ± 0,2 graus,
foram utilizados calços de madeira sob o conjunto plataforma-suporte. Dentro do suporte
foram colocadas cinco anilhas de dez kg, a fim de garantir a estabilidade quando da realização
dos saltos.
A Figura 19 mostra um desenho esquemático de uma plataforma acoplada à moldura
para a execução dos saltos com meio agachamento e com contramovimento e dos saltos em
profundidade partindo de diferentes alturas.
Figura 19 – Representação esquemática da plataforma de força acoplada à moldura para a execução do
salto com meio agachamento e do salto com contramovimento (A) e das variações do salto em
profundidade (B). Onde: 1 – plataforma de força; 2 – suporte de madeira; 3 e 4 – blocos de
0,2 m cada.
As plataformas de força foram calibradas previamente com a utilização de pesos-
padrão, de acordo com os procedimentos descritos por Roesler (1997).
61
3.5.2 Situações de análise
Foram analisadas três variações do salto vertical:
(1) Salto com meio agachamento (SMA): o sujeito deve manter uma posição
estática de flexão dos joelhos – aproximadamente 90 graus – durante 3 a 5 segundos
antes de iniciar o salto. Todo o movimento propulsivo deve ser ascendente, e o salto é
realizado somente por uma ação concêntrica da musculatura agonista;
(2) Salto com contramovimento (SCM): o sujeito deve partir de uma posição
vertical e executar um contramovimento – através da flexão as articulações dos
membros inferiores – logo antes da fase de decolagem. Durante o contramovimento,
os músculos extensores atuam excentricamente, a fim de desacelerá-lo; tão logo o
movimento descendente seja interrompido, tem início a extensão do joelho, com os
músculos atuando concentricamente;
(3) Salto em profundidade (SP): o executante de realizar uma queda a partir de
determinada altura (neste estudo, de 0,2 m e 0,4 m), seguida imediatamente de um
salto vertical máximo. A técnica deve ser executada da seguinte forma: (a) sobre a
caixa/bloco de onde será realizada a queda, o indivíduo deve se colocar em uma
posição livre de tensão, com olhar voltado para frente; (b) em seguida, deve-se realizar
um passo à frente, como se faz normalmente ao caminhar e, quando começar a queda,
os pés devem ser unidos; (c) a trajetória da queda deve ser vertical e o tronco deve
permanecer ereto; (d) a aterrissagem deve ser feita sobre os dois pés; (e) na fase de
amortização, ocorre a flexão dos joelhos e os músculos extensores são alongados,
acumulando energia elástica. Um agachamento profundo demais nessa fase dificultará
o impulso subseqüente; (f) o impulso deve ser executado estritamente para cima, de
forma bastante vigorosa. (g) após o impulso, a trajetória deve ser vertical e deve-se
tentar alcançar a maior altura possível; e (h) a aterrissagem após o vôo deve ser
executada suavemente sobre os dois pés.
Para a determinação da altura da queda nos saltos em profundidade foi realizada uma
consulta bibliográfica, (MIZRAHI; SUSAK, 1982; DUFEK; BATES, 1990; MCNITT-
GRAY, 1991; MOURA et al., 1993; BAUER et al., 2001; CAMPOS; MENZEL, 2001;
BRANDINA et al., 2003; CAMPOS; MENZEL, 2003; DECKER et al., 2003). Com base nas
informações obtidas, optou-se por analisar a altura mínima proposta pelos autores (0,2 m) e
uma segunda altura de queda (0,4 m), com intervalo de 0,2 m entre elas. E ainda, por se tratar
de indivíduos comuns, não-atletas, acredita-se que alturas de queda superiores a 0,4 m seriam
62
excessivas. Bobbert, Huijing e Van Ingen Schenau (1987) e Barrier et al. (1997) citam que as
alturas de queda para exercícios pliométricos talvez não devam exceder 0,4 m, evitando assim
que os indivíduos aterrissem sobre os calcanhares.
As variações do salto vertical foram realizadas em três condições: (1) em ambiente
aquático com imersão no nível do peito, que corresponde à altura do processo xifóide do
sujeito; (2) em ambiente aquático com imersão no nível próximo ao quadril, que corresponde
à altura do ápice crista ilíaca do sujeito; e (3) em ambiente terrestre (solo).
A Figura 20 representa esquematicamente as condições de análise.
Figura 20 – Condições de análise do estudo: no solo (direita) e na água, com imersão no nível do quadril
(centro) e do peito (esquerda).
3.5.3 Coleta de dados
Os sujeitos do estudo (aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisas com Seres
Humanos da Universidade do Estado de Santa Catarina sob o protocolo nº 52/2008, ANEXO
A) foram informados dos procedimentos da coleta de dados e receberam o Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido (ANEXO B). Após concordarem em participar do estudo,
mediante assinatura do termo, foi então agendada a data de realização da coleta de dados. No
momento do agendamento foi solicitado aos sujeitos que não realizassem nenhum tipo de
atividade física antes da coleta de dados.
Ao chegar ao local de coleta os sujeitos preencheram os dados de identificação pessoal
(APÊNDICE II). Foram então obtidas as medidas antropométricas dos sujeitos: massa,
63
estatura, altura do ápice da crista ilíaca, altura do processo xifóide e dobras cutâneas (triciptal,
supra-ilíaca e coxa para as mulheres e tórax, abdominal e coxa para os homens).
Logo após a realização das medidas antropométricas, o pesquisador demonstrou aos
sujeitos os diferentes tipos de saltos analisados e informou aos participantes que os saltos
seriam primeiramente realizados no ambiente terrestre e, em seguida, no ambiente aquático. A
ordem de execução dos saltos e da imersão no ambiente aquático foi determinada por sorteio.
Quando sorteado o salto em profundidade pela primeira vez, foi adotada a queda da menor
altura (0,2 m); na segunda vez, foi adotada a queda da maior altura (0,4 m). Esse
procedimento foi realizado para que a altura de queda fosse progressiva, visto que é uma
estratégia normalmente utilizada em programas de treinamento pliométrico.
Antes do início das análises os sujeitos realizaram um aquecimento composto por
mobilizações articulares (rotação e circundução dos tornozelos, ombros e punhos, além de
flexão e extensão dos joelhos e quadris) seguidas de cinco minutos de ciclismo em uma
bicicleta ergométrica, com uma carga leve e constante. Em seguida, os sujeitos realizaram três
saltos submáximos de cada tipo conforme instruções do pesquisador, para fins de
aquecimento e familiarização. Teve então início a coleta de dados.
Para cada uma das situações de análise foram considerados três saltos máximos
válidos, com um intervalo de trinta segundos (ou mais, de acordo com a necessidade
individual dos participantes) entre eles. Entende-se por válida a tentativa em que o sujeito
executou adequadamente a técnica do salto analisado, aterrissando sobre a plataforma com
ambos os pés. Os sujeitos executaram todos os saltos descalços e sem o auxílio dos membros
superiores, com as mãos na cintura e com o tronco posicionado verticalmente, sem um
adiantamento excessivo. Além disso, solicitou-se aos sujeitos que mantivessem os joelhos
estendidos durante a fase de vôo.
Após o término da coleta de dados no ambiente terrestre, os sujeitos foram convidados
a entrar na piscina. Os sujeitos tiveram novamente um período de adaptação aos
equipamentos e realizaram três saltos submáximos de cada tipo antes do início da coleta de
dados em cada nível de imersão. O número de tentativas válidas para cada variação de salto e
o intervalo entre as execuções foram idênticos aos descritos anteriormente. Ao final da coleta
em um determinado nível de imersão, o conjunto plataforma-suporte era movido até o outro
nível de análise. Na água, os sujeitos foram instruídos a manter os braços relaxados ao longo
do corpo, sem utilizá-los durante a execução dos saltos. Novamente, o tronco deveria estar
posicionado verticalmente, sem um adiantamento excessivo, e os joelhos deveriam
permanecer estendidos durante a fase de vôo.
64
Cada sujeito realizou um total de 36 saltos válidos e a coleta de dados teve duração
total de aproximadamente 45 minutos. Ao final da coleta de dados os sujeitos foram
orientados a realizar exercícios de alongamento e relaxamento para prevenir e/ou reduzir o
aparecimento de dores musculares pós-exercício.
3.6 TRATAMENTO DOS DADOS
Após a aquisição, os dados foram armazenados e exportados através do software
AqDAnalysis 7.0.14 (Lynx Tecnologia Eletrônica LTDA), para serem tratados com a
utilização do software Scilab 4.1.2 (INRIA). No software Scilab foram criadas as rotinas de
programação específicas para o processamento dos dados de cada tipo de salto em cada
condição de análise. Todas as rotinas continham procedimentos comuns conforme segue: (1)
correção do zero (offset), (2) aplicação do coeficiente de calibração; (4) normalização pelo
peso corporal fora da água (para visualização da redução dos valores de força e comparação
com os valores fora da água); (5) verificação dos valores das variáveis a serem analisadas em
cada execução do sujeito; (6) exportação dos valores para arquivos em formato *.txt.
Em seguida, os valores das três execuções de cada sujeito, em cada tipo de salto e em
cada condição de análise foram organizados em planilhas com a utilização do software
Microsoft Excel 2003, através do qual foram calculados os valores médios. Em seguida foi
confeccionado o banco de dados a partir do qual foi realizada a análise estatística.
3.7 TRATAMENTO ESTATÍSTICO
Para a caracterização dos dados foi utilizada a estatística descritiva, com a
identificação dos valores de média (
X
) e desvio padrão (s).
A escolha dos testes inferenciais foi determinada pela distribuição dos dados
(verificada através do teste de Shapiro-Wilk), de acordo com os objetivos específicos do
estudo (Figura 21).
65
Figura 21 – Representação esquemática dos testes inferenciais utilizados para análise dos dados.
Os procedimentos estatísticos foram realizados com a utilização do software SPSS
13.0 for Windows e o nível de confiança adotado para todos os testes foi de 95% (p0,05).
4 APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
A fim de responder aos objetivos específicos do estudo este capítulo foi organizado
em tópicos com os respectivos resultados e discussões. Desse modo, primeiramente fez-se a
caracterização e a comparação das variáveis obtidas para os saltos com a alteração da
condição de análise (solo, imersão no nível do quadril e imersão no nível do peito) e também
entre os diferentes tipos de salto (com meio agachamento, com contramovimento e em
profundidade) em uma mesma condição de análise. Em seguida, é apresentada a
caracterização e a comparação das variáveis entre homens e mulheres. As tabelas contendo a
descrição completa dos dados do estudo são apresentadas no APÊNDICE IV.
4.1. CARACTERIZAÇÃO E COMPARAÇÃO DAS VARIÁVEIS NAS DIFERENTES
CONDIÇÕES DE ANÁLISE
Um dos exercícios que compõe os programas de atividades aquáticas para diferentes
tipos de população é o salto vertical, que é realizado em busca de dois objetivos principais: a
manutenção e/ou o ganho de força muscular para indivíduos saudáveis ou em recuperação e o
aumento de massa óssea para indivíduos acometidos por osteopenia e osteoporose, sem
maiores riscos para a integridade musculoesquelética (RUOTI; TROUP; BERGER, 1994;
BRAVO, 1997; THEIN, 1998; MILLER et al., 2002; ROBINSON et al., 2004; AY;
YURTKURAN, 2005; MARTEL et al., 2005; MILLER et al., 2007; SHAFFER, 2007;
STEMM; JACOBSON, 2007).
Embora tenham comprovado os benefícios da utilização dos saltos para os fins citados,
muitos autores afirmam não conhecer ao certo as características das cargas que agem sobre os
indivíduos no ambiente aquático, e fundamentam a prescrição da atividade em conhecimentos
teóricos acerca das propriedades físicas da água. Os resultados deste estudo, apresentados e
discutidos a seguir, têm a finalidade de fornecer informações quantitativas sobre aspectos
67
cinéticos e temporais observados durante a execução de diferentes tipos de salto em dois
níveis de imersão na água, comparando-os com o ambiente terrestre.
A Figura 22 apresenta os resultados encontrados para os picos de propulsão nos saltos
com meio agachamento, com contramovimento e em profundidade (partindo de 0,2 m e de 0,4
m), realizados no solo e na água com imersão nos níveis do quadril e do peito.
Figura 22 – Gráfico dos valores de média e desvio padrão para o pico de propulsão dos saltos com meio
agachamento (SMA), com contramovimento (SCM), em profundidade partindo de 0,2 m
(SP20) e em profundidade partindo de 0,4 m (SP40) nas condições de análise. Os colchetes
ligam as condições para as quais foram encontradas diferenças significativas na ANOVA de
Friedman (*) com post-hoc de Wilcoxon ou na ANOVA para medidas repetidas (§) com post-
hoc de Bonferroni.
Conforme mostra a Figura 22, para cada salto analisado os picos de propulsão foram
significativamente maiores no solo, seguidos da imersão do peito e da imersão do quadril. Na
água, independentemente do tipo de salto, os sujeitos obtiveram maiores valores de PP na
imersão do peito, o que é explicado pela necessidade de uma maior aplicação de força para
vencer a resistência oferecida pela coluna de água – que é maior conforme aumenta o nível de
imersão – e deslocar o corpo verticalmente. Dessa forma, para as ações propulsivas do salto, a
variação do nível de imersão – do quadril para o peito – pode ser uma alternativa para o
aumento da intensidade do exercício, uma vez que exige a produção de mais força muscular
para a realização do deslocamento vertical máximo. Esse fato remete aos resultados
68
encontrados por Miller et al. (2007) ao comparar os efeitos de um treinamento pliométrico
aquático – composto por diferentes tipos de exercícios, entre eles saltos com
contramovimento e em profundidade – realizado por 29 adultos saudáveis nos níveis de
imersão do peito e da cintura: apesar de não apresentar diferenças estatisticamente
significativas, somente os sujeitos que treinaram no nível do peito apresentaram melhoras na
força e na potência muscular.
Ainda em relação ao treinamento, a água oferece a possibilidade de priorizar o
desenvolvimento da fase propulsiva sem maiores preocupações com as cargas de
aterrissagem, uma vez que a sustentação do peso causada pelo empuxo, conjuntamente com a
movimentação dos braços, por exemplo, pode ser utilizada para que o movimento seja
terminado antes mesmo de haver o toque no fundo da piscina.
Observou-se que os valores do PP para o SMA encontrados para o ambiente terrestre
(2,1 ± 0,2 PC) e para a imersão do quadril (1,9 ± 0,3 PC) e do peito (2,0 ± 0,3 PC) são
bastante próximos, apesar de estatisticamente diferentes. É possível que com o treinamento os
saltos possam ser realizados com maior velocidade e eficiência dentro da água, fazendo com
que os valores da propulsão sejam iguais ou até mesmo superiores do que aqueles realizados
no ambiente terrestre.
Já para o SCM, para o SP20 e para o SP40, a diferença entre os ambientes é
nitidamente maior. Esse fato pode estar relacionado à capacidade dos sujeitos reproduzirem
no ambiente aquático os mesmos padrões de contração muscular que são realizados no
ambiente terrestre. No SMA, as ações musculares são puramente concêntricas, tanto no solo
quanto na água, e por isso as diferenças são pequenas. Já na propulsão do SCM, do SP20 e do
SP40 ocorre uma ação excêntrica anterior à ação concêntrica, que permite a utilização do
ciclo alongamento-encurtamento (CAE) para o armazenamento e reutilização de energia
elástica. Porém, o mecanismo do CAE só é eficiente caso a contração concêntrica seja
realizada imediatamente após a fase excêntrica. Caso contrário, grande parte da energia
armazenada é perdida em forma de calor. Na água, é possível que essa transição ocorra mais
lentamente, diminuindo a eficiência do contramovimento e fazendo com que as diferenças em
relação às execuções no solo sejam maiores. Além disso, durante o contramovimento no solo,
a força da gravidade age em favor do movimento, fazendo com que o indivíduo realize uma
contração excêntrica dos extensores do joelho com a intenção de controlar a velocidade da
fase descendente. Na água, porém, o empuxo age contra essa ação descendente, e é provável
que a realização do contramovimento necessite também da ação concêntrica dos flexores do
69
joelho (que provavelmente é menor nos saltos em profundidade, já que a queda que precede o
contramovimento auxilia no aumento da velocidade para baixo), o que causaria alguma
modificação no mecanismo do CAE.
Quando comparados os diferentes tipos de salto (SMA, SCM, SP20 e SP40) em um
mesmo ambiente de análise (no solo, na água com imersão no quadril ou na água com imersão
no peito), não foram encontradas diferenças significativas para os picos de propulsão nos
níveis de imersão do peito e do quadril (p=0,09 e p=0,07 respectivamente). Os resultados
indicam que na água, independentemente do tipo de salto realizado, os picos de propulsão são
semelhantes em um mesmo nível de imersão.
Já para o ambiente terrestre, os picos de propulsão foram diferentes entre os tipos de
salto (p<0,001). As diferenças foram significativas entre o SP40 e todos os demais saltos e
entre o SP20 e o SMA e o SCM. Esse comportamento dos valores do PP foi semelhante aos
achados de Viitasalo e Bosco (1982), que apesar de não reportar os valores médios, ilustraram
graficamente maiores picos de propulsão para o SP40, seguido do SCM e por último do SMA.
Segundo Read e Cisar (2001), os saltos em profundidade otimizam a utilização do CAE
através da incorporação de uma carga maior através da aterrissagem de uma altura pré-
determinada, levando à maior produção de força propulsiva.
Sánchez, Sánchez e Aldazabal (1999), em um estudo – em ambiente terrestre – com
atletas de ginástica rítmica de 13 a 16 anos, encontraram os maiores valores de propulsão para
saltos precedidos de uma aterrissagem (2,4 a 4,7 PC), em comparação com o SCM (1,7 a 2,9
PC) e o SMA (1,8 a 2,6 PC). A variação encontrada neste estudo para as execuções no
ambiente terrestre foi semelhante: 1,9 a 2,7 PC para o SCM e 1,9 a 2,6 PC para o SCM. Para o
SP20 e para o SP40 os valores variaram de 1,9 a 3,3 PC e 2,0 a 3,4 PC, respectivamente.
Entretanto, é importante ressaltar que os valores obtidos pelos adultos deste estudo no
ambiente terrestre foram semelhantes àqueles das ginastas adolescentes provavelmente devido
à restrição da movimentação dos braços, que não foi imposta por Sánchez, Sánchez e
Aldazabal (1999). Ramey citado por Shetty e Etnyre (1989), também em análises realizadas
no solo, encontrou valores médios de picos de propulsão em saltos com contramovimento de
2,5 PC sem a movimentação dos braços e 3,7 PC com a movimentação dos braços. No estudo
de Shetty e Etnyre (1989) os picos de propulsão nos saltos sem a movimentação dos braços
também foram menores, e a utilização dos membros superiores contribuiu, em média, para um
aumento de 6% na produção de força máxima durante saltos com contramovimento. Vale
lembrar que neste estudo os movimentos dos membros superiores foram restringidos para que
70
as execuções fossem idênticas nas diferentes condições de análise (solo e água), uma vez que
no ambiente aquático a movimentação dos braços poderia influenciar tanto nas ações
propulsivas quanto nas ações de aterrissagem, podendo aumentar os valores dos picos de
propulsão e diminuir os valores dos picos de aterrissagem.
Logo após a propulsão tem início a fase de vôo, na qual o sujeito projeta o corpo
verticalmente e perde contato com a plataforma de força. Na Figura 23 são apresentados os
resultados encontrados para os tempos de vôo nos saltos com meio agachamento, com
contramovimento e em profundidade (partindo de 0,2 m e de 0,4 m), realizados no solo e na
água com imersão nos níveis do quadril e do peito.
Figura 23 – Gráfico dos valores de média e desvio padrão para o tempo de vôo dos saltos com meio
agachamento (SMA), com contramovimento (SCM), em profundidade partindo de 0,2 m
(SP20) e em profundidade partindo de 0,4 m (SP40) nas condições de análise. Os colchetes
ligam as condições para as quais foram encontradas diferenças significativas na ANOVA
para medidas repetidas (§) com post-hoc de Bonferroni.
Para cada salto analisado os tempos de vôo foram significativamente menores no solo,
seguidos da imersão do quadril e da imersão do peito. Esses resultados eram esperados, tendo
em vista que na água os movimentos são mais lentos do que no solo, e indicam que quanto
maior é o nível de imersão, maior será o tempo de vôo nos diferentes tipos de salto,
71
principalmente devido ao tamanho da coluna de água sob o sujeito na fase descendente, que
auxilia na frenagem do movimento.
De acordo com McNitt-Gray (2004) o tempo de preparação para a aterrissagem
durante a fase de vôo influencia a habilidade do sujeito para escolher a estratégia para o
contato, que pode variar de acordo com o posicionamento dos segmentos, o ajuste da
velocidade dos segmentos da extremidade inferior antes do contato e/ou a ativação dos
músculos responsáveis pelo controle das forças de reação. Na água, devido ao maior tempo
disponível para a preparação, maior é a capacidade do indivíduo de controlar as ações que
precedem a aterrissagem. Nesse sentido, ainda cabe analisar, em estudos futuros, se esse fato
é benéfico para os sujeitos, ao proporcionar uma forma de treinamento proprioceptivo
objetivando a melhora do controle do movimento, ou se teria efeito contrário, fazendo com
que os sujeitos diminuam a capacidade de preparação em situações mais rápidas, como é o
caso das execuções em ambiente terrestre.
Assim como para o pico de propulsão, quando comparados os diferentes tipos de salto
em um mesmo ambiente de análise, não foram encontradas diferenças significativas para os
tempos de vôo nos níveis de imersão do peito e do quadril (p=0,13 e p=0,12 respectivamente).
Os resultados indicam que na água, independentemente do tipo de salto realizado, os tempos
de vôo são semelhantes em um mesmo nível de imersão. Para o ambiente terrestre, os valores
de TV foram diferentes entre os tipos de salto (p<0,001). O TV foi significativamente maior
para o SCM em comparação ao SMA, SP20 e SP40.
No solo, maiores tempos de vôo correspondem a maiores alturas alcançadas. De
acordo com Nicol (2001) o corpo pode ser considerado em vôo livre e é possível calcular a
altura atingida no salto, conhecendo-se o tempo de vôo e o valor da aceleração gravitacional
(9,81 ms
-2
). Sendo assim, pode-se dizer que no ambiente terrestre os sujeitos do estudo
alcançaram maiores alturas no SCM. Tipicamente, um indivíduo salta mais alto quando
realiza um SCM do que um SMA (BOSCO, 1981; OLIVEIRA et al., 1993; BOBBERT et al.,
1996; SILVA; MAGALHÃES; GARCIA, 2005). Apesar de apresentar picos de propulsão
significativamente maiores quando da realização do SP20 e do SP40, os tempos de vôo (e
como conseqüência, a altura alcançada) nesses saltos foram inferiores aos do SCM. Dowling e
Vamos (1993), ao encontrar grandes picos de propulsão correspondentes a alturas menores do
que aquelas alcançadas quando da ocorrência de picos menores, sugeriram que outros fatores
além da força muscular (por exemplo, potência, técnica, flexibilidade e características
antropométricas) são determinantes do desempenho dos saltos. De acordo com Ávila et al.
72
(2002), o alcance de um melhor desempenho após saltos em profundidade depende do nível
de adaptação dos sujeitos e da altura da queda (que deve ser individualmente ajustada). Neste
estudo, os sujeitos analisados não estavam habituados a realizar saltos em profundidade e,
além disso, a altura da queda foi padronizada, sem considerar características individuais para
sua determinação. É provável que sujeitos mais adaptados aos saltos em profundidade sejam
capazes de realizar vôos com maior duração.
Ao final da fase de vôo tem início a fase de aterrissagem, que tem sido analisada ao
longo dos anos com grande interesse (SIMPSON; CIAPPONI; WANG, 2003; McNITT-
GRAY, 2004), principalmente por representar uma situação na qual o estresse mecânico
aplicado ao aparelho locomotor é considerável (ABILEL et al., 2002). É justamente por essa
razão – a ocorrência de grandes impactos, possivelmente associados ao maior risco de lesões
– que o ambiente aquático tem sido proposto como uma alternativa para o treinamento de
saltos para diferentes tipos de população.
Pesquisadores têm demonstrado que no solo, numa aterrissagem de uma altura ou de
um salto vertical, os sujeitos normalmente adotam duas técnicas que refletem a posição do pé
no contato com a superfície: (a) toque do antepé seguido do calcanhar e (b) toque com o pé
plano (MIZRAHI; SUSAK, 1982; VALIANT; CAVANAGH, 1985; DUFEK; BATES, 1990;
PRAPAVESSIS; McNAIR, 1999; BAUER et al. 2001; SIMPSON; CIAPPONI; WANG,
2003). No primeiro tipo de aterrissagem ocorrem dois picos de força vertical, F1
(correspondente ao toque do antepé) e F2 (relativo ao toque do calcanhar, normalmente
corresponde ao máximo valor da força vertical na aterrissagem). No segundo tipo, observa-se
apenas um pico de força vertical máximo , denominado F2.
Nos saltos realizados no ambiente terrestre, todos os sujeitos do estudo (n=34)
realizaram o contato do antepé seguido do calcanhar, e por isso apresentaram curvas de força
com dois picos característicos (F1 e F2). No ambiente aquático, alguns sujeitos realizaram
aterrissagens com o pé plano, e por isso a análise de F1 teve o tamanho amostral reduzido (no
SMA, n=24 na imersão do quadril e n=29 na imersão do peito; no SCM, n=26 no quadril e
n=27 no peito; no SP20 e no SP40, n=28 no quadril e n=27 no peito).
Na Figura 24 são apresentados os resultados encontrados para o primeiro pico de força
na aterrissagem (F1) nos saltos com meio agachamento, com contramovimento e em
profundidade (partindo de 0,2 m e de 0,4 m), realizados no solo e na água com imersão nos
níveis do quadril e do peito.
73
Figura 24 – Gráfico dos valores de média e desvio padrão para o primeiro pico de aterrissagem dos saltos
com meio agachamento (SMA), com contramovimento (SCM), em profundidade partindo de
0,2 m (SP20) e em profundidade partindo de 0,4 m (SP40) nas condições de análise. Os
colchetes ligam as condições para as quais foram encontradas diferenças significativas na
ANOVA de Friedman (*) com post-hoc de Wilcoxon.
Para cada salto analisado a F1 foi significativamente maior no solo do que nos níveis
de imersão do quadril e do peito. Porém, as diferenças entre os níveis de imersão na água não
foram significativas (p=0,39 para o SMA, p=0,09 para o SCM, p=0,59 para o SP20 e p=0,66
para o SP40). Mesmo assim, observou-se a tendência de maiores valores de F1 na imersão do
quadril do que na imersão do peito. É importante também considerar que os valores máximos
encontrados para cada salto são maiores na imersão do quadril (2,9 PC para o SMA, 2,8 PC
para o SCM, 2,7 PC para o SP20 e 2,8 PC para o SP40) do que na imersão do peito (2,0 PC
para o SMA, 2,4 PC para o SCM, 2,2 PC para o SP20 e 1,8 PC para o SP40).
Não foram encontradas diferenças significativas quando comparados os diferentes
tipos de salto em um mesmo ambiente de análise (p=0,39 no solo, p=0,76 na imersão do
quadril e p=0,73). Portanto, independentemente do tipo de salto realizado, os valores de F1
durante a aterrissagem são semelhantes.
No ambiente terrestre, os valores encontrados foram maiores do que aqueles
reportados por Valiant e Cavanagh (1985), que ao analisarem as aterrissagens de oito
74
jogadores de basquete após um rebote encontraram valores médios de 1,3 PC (que
corresponde, neste estudo, aos valores médios para o nível do quadril). Os valores médios
encontrados para F1 na água são semelhantes aqueles indicados na literatura para a caminhada
fora da água, que podem variar de 1,0 a 1,5 PC (PERRY, 1992; AMADIO; DUARTE, 1996;
HAMILL; KNUTZEN, 1999; VIEL, 2001). Entretanto, os valores máximos observados para
os diferentes tipos de salto no ambiente aquático são semelhantes aos valores médios de F1
para a corrida fora da água, que variam de 2,0 a 3,0 PC (NOVACHECK, 1998; WILLIANS,
2004).
Normalmente, a F2 apresenta valores maiores do que F1 nas aterrissagens, e é a partir
da observação dos valores máximos de força que as diferenças entre atividades como
caminhar, correr e saltar se tornam mais evidentes. Na Figura 25 são apresentados os
resultados encontrados para a Fy máxima na aterrissagem (F2) nos saltos com meio
agachamento, com contramovimento e em profundidade (partindo de 0,2 m e de 0,4 m),
realizados no solo e na água com imersão nos níveis do quadril e do peito.
Figura 25 – Gráfico dos valores de média e desvio padrão para a Fy máxima na aterrissagem dos saltos
com meio agachamento (SMA), com contramovimento (SCM), em profundidade partindo de
0,2 m (SP20) e em profundidade partindo de 0,4 m (SP40) nas condições de análise. Os
colchetes ligam as condições para as quais foram encontradas diferenças significativas na
ANOVA de Friedman (*) com post-hoc de Wilcoxon.
75
Conforme mostra a Figura 25, para o SMA e o SCM os valores de F2 foram
significativamente maiores no solo, seguidos da imersão do peito e da imersão do quadril. No
SP20 e no SP40, houve redução significativa de F2 do solo para a água, porém não foram
encontradas diferenças significativas entre os níveis de imersão. Os valores encontrados neste
estudo, tanto para o ambiente terrestre quanto para o ambiente aquático, demonstram que as
atividades de salto expõem os sujeitos a cargas consideravelmente altas durante a
aterrissagem.
No solo, essas cargas corresponderam, em média, a 5,6 PC para o SMA (variação de
2,8 a 8,7 PC), a 5,7 PC para o SCM (variação de 3,2 a 9,1 PC), a 5,7 PC para o SP20
(variação de 2,5 a 8,4 PC) e a 5,6 PC (variação de 3,1 a 9,5 PC). Os valores são similares
àqueles encontrados na literatura para sujeitos com características semelhantes (FANTINI;
MENZEL, 2003). A alta variabilidade dos valores também é característica da análise do salto
vertical, conforme demonstrado em outros estudos (NIGG et al., 1981; GROSS; NELSON,
1988; AURA; VIITASALO, 1989; LEES apud DUFEK; BATES, 1990; McCLAY et al.,
1994). As variações normalmente são ocasionadas por fatores como o calçado e a superfície
de contato (GROSS; NELSON, 1988; LAFORTUNE; HENNIG; 1992; MCNITT-GRAY;
YOKOI; MILLWARD, 1994; GRAU, 1997), a técnica de posicionamento corporal escolhida
pelo executante (MIZRAH; SUZAK, 1982; VALIANT; CAVANAGH, 1983; BARRIER et
al., 1997), a pré-ativação muscular (DYHRE-POULSEN; SIMONSEN; VOIGT, 1991), a
fadiga (MADIGAN; PIDCOE, 2003; MORAN; MARSHALL, 2006) e o sexo (HUSTON;
MILLER; WOJTYS, 2001; DECKER et al., 2003). Neste estudo, fatores como o calçado, a
superfície de contato e a fadiga foram controlados. Portanto, é possível que a variabilidade
dos valores seja explicada pelos demais fatores citados, que poderiam ser verificados através
da utilização de outros métodos de análise como a cinemetria e a eletromiografia.
Na imersão do quadril a F2 correspondeu, em média, a 3,5 PC para o SMA (variação
de 1,1 a 6,7 PC), a 3,4 PC no SCM (variação de 1,1 a 6,9 PC), a 3,5 PC no SP20 (variação de
1,3 a 7,0 PC) e a 3,5 PC no SP40 (variação de 1,0 a 7,7 PC). Brito et al. (2007), ao analisar os
saltos com contramovimento de nove sujeitos na imersão do quadril, encontrou valores
médios de 2,2 PC. Os autores afirmam que as forças verticais foram reduzidas em 48%
quando comparadas ao ambiente terrestre (os sujeitos apresentaram valores de 4,2 PC no
solo). Neste estudo, os valores foram reduzidos, em média, em 37% para o SMA, 40% para o
SCM e 38% para o SP20 e para o SP40, quando comparados ao ambiente terrestre.
76
Na imersão do peito, os valores corresponderam, em média, a 2,8 PC para o SMA
(variação de 0,8 a 6,7 PC), a 2,9 PC no SCM (variação de 0,8 a 6,1 PC), a 3,3 PC no SP20
(variação de 0,8 a 6,7 PC) e a 3,2 PC no SP40 (variação de 0,9 a 6,8 PC). Nessa imersão, os
valores foram reduzidos, em média, em 50% para o SMA, 49% para o SCM e 43% para o
SP20 e para o SP40, quando comparados ao ambiente terrestre.
Apesar reduzidos em relação aos valores obtidos no solo, os valores máximos
encontrados para os saltos na água merecem atenção. Na imersão do quadril, esses valores
chegaram a 7,7 PC e na imersão do peito, a 6,8 PC. Dessa forma, a prescrição desse tipo de
exercício deve ser cautelosa, pois embora ocorra redução significativa das cargas verticais
máximas pela ação do empuxo, os valores ainda podem ser considerados altos, e podem ser
inadequados dependendo das condições do indivíduo.
Quando comparados os valores de F2 dos diferentes tipos de salto em um mesmo
ambiente de análise, não foram encontradas diferenças significativas (no solo, p=0,65; na
imersão do quadril, p=0,60; na imersão do peito, p=0,51). Portanto, independentemente do
tipo de salto realizado, os valores de F2 durante a aterrissagem são semelhantes.
A Figura 26 ilustra uma comparação dos valores médios encontrados neste estudo com
outros tipos de atividade (caminhada – cam; corrida – corr; corrida estacionária – corr est)
realizadas no solo e na água, com velocidades (lenta, auto-selecionada – auto-selec, rápida)
ou cadências (90 bpm, 130 bpm) variadas.
77
Figura 26 – Gráfico comparativo dos valores médios da força vertical de reação do solo na execução de
diferentes exercícios no ambiente aquático em diferentes níveis de imersão e no ambiente
terrestre.
Os valores referentes à caminhada na água são baseados nos estudos de Brito et al.
(2004) e Roesler et al. (2006). Para a caminhada no solo utilizou-se os valores médios
reportados por Perry (1992); Amadio e Duarte (1996), Hamill e Knutzen (1999) e Viel
(2001). Para a corrida na água, os valores referem-se ao estudo de Haupenthal (2008). Para a
corrida no solo, os valores são baseados nas informações de Hamill e Knutzen (1999),
Novacheck (1998) e Willians (2004). Os valores da corrida estacionária na água remetem ao
estudo de Fontana (2008).
É possível estabelecer, qualitativamente, uma forma de “progressão” de cargas nos
diferentes tipos de exercício, realizados no solo e na água. Essa comparação é bastante
utilizada por profissionais da reabilitação, que antecipam a realização de atividades na água,
preparando o indivíduo para o retorno às atividades no solo. Dessa forma, ao variar o tipo de
exercício e o nível de imersão, pode-se submeter o indivíduo a cargas que variam de 20% do
peso corporal (caminhada lenta com imersão no nível dos ombros) a 350% do peso corporal
(salto vertical com imersão no nível do quadril). Por isso, ao desenvolver um programa
78
treinamento/reabilitação na água, deve-se escolher o exercício que provê a carga adequada
para o sujeito, considerando não só o nível de imersão, mas também a velocidade de execução
da tarefa, que pode modificar a maneira como o indivíduo realiza o movimento, alterando a
coordenação entre as diferentes articulações e a solicitação muscular (CHRISTIE et al., 1990;
BRITO et al., 1994; BRAVO et al., 1997; DOWZER et al., 1998; BARELA et al., 2006).
Com respeito à carga em diferentes tipos de atividade, também é de interesse o índice
(ou taxa) no qual as forças de reação são aplicadas ao pé (SIMPSON; CIAPPONI; WANG,
2003). A taxa de aplicação da força é um indicador de impacto e do recebimento e controle da
carga (HSIANG; CHANG, 2002). Segundo Hargrave et al. (2003), altas taxas de carga
demonstram menores capacidades de absorção de choques, indicando uma alta aplicação de
estresse às extremidades inferiores em um curto período de tempo. Além disso, o índice de
carga foi sugerido como sendo a variável crítica relativa para estimular as alterações
degenerativas da cartilagem (RADIN et al.
a
, RADIN et al.
b
, RADIN et al.
c
e PANZER apud
SIMPSON, K. J.; CIAPPONI, T.; WANG, H. 2003). Por serem viscoelásticos, os tecidos
responsáveis pela absorção da força (osso, calcanhar a músculo) são sensíveis ao índice de
carga: à medida que o índice de carga aumenta, o endurecimento desses tecidos aumenta para
ser capaz de absorver maior deformação de força/unidade (SIMPSON; CIAPPONI; WANG,
2003).
Nas Figuras 27 e 28 são apresentados, respectivamente, os resultados encontrados para
a taxa F1 (TF1) e para a taxa F2 (TF2) nas aterrissagens dos saltos com meio agachamento,
com contramovimento e em profundidade (partindo de 0,2 m e de 0,4 m), realizados no solo e
na água com imersão nos níveis do quadril e do peito.
79
Figura 27 – Gráfico dos valores de média e desvio padrão para a Taxa F1 na aterrissagem dos saltos com
meio agachamento (SMA), com contramovimento (SCM), em profundidade partindo de 0,2 m
(SP20) e em profundidade partindo de 0,4 m (SP40) nas condições de análise. Os colchetes
ligam as condições para as quais foram encontradas diferenças significativas na ANOVA de
Friedman (*) com post-hoc de Wilcoxon.
Figura 28 – Gráfico dos valores de média e desvio padrão para a Taxa F2 na aterrissagem dos saltos com
meio agachamento (SMA), com contramovimento (SCM), em profundidade partindo de 0,2m
(SP20) e em profundidade partindo de 0,4m (SP40) nas condições de análise. Os colchetes
ligam as condições para as quais foram encontradas diferenças significativas na ANOVA de
Friedman (*) com post-hoc de Wilcoxon.
80
Em todos os saltos analisados, os valores de TF1 e TF2 foram significativamente
maiores no solo em relação à água. Para TF1, assim como para F1, não foram encontradas
diferenças significativas quando comparados os níveis de imersão do quadril e do peito. Nota-
se que os valores de TF1 são, em média, 10 vezes menores dentro da água. Para TF2, houve
diferença significativa entre os níveis de imersão, com exceção do SP20. Os valoresw de TF2
são, em média, 4 vezes menores no nível do quadril e 6 vezes menores no nível do peito,
quando comparados aos valores encontrados no ambiente terrestre.
Quando comparados os diferentes tipos de salto em um mesmo ambiente de análise,
não foram encontradas diferenças significativas para TF1 (no solo, p=0,39, no quadril p=0,76
e no peito p=0,73) nem para TF2 (no solo, p=0,72, no quadril p=0,30 e no peito p=0,82).
A taxa de aplicação da força é obtida pela divisão do valor máximo da força vertical
pelo tempo desde o início do contato até a ocorrência dessa força (ABILEL et al., 2002;
BRANDINA et al., 2003; SIMPSON; CIAPPONI; WANG, 2003). Por isso, esperava-se uma
redução significativa dos valores de TF1 e de TF2 no ambiente aquático por dois motivos: (a)
a observação de picos de F1 e F2 significativamente menores e (b) o aumento do tempo para a
ocorrência desses picos, causado pela maior resistência imposta ao movimento descendente
na aterrissagem.
De acordo com Nigg (1981) normalmente a F1 ocorre durante os primeiros 50 ms da
aterrissagem no ambiente terrestre, chamada de subfase passiva. Nessa fase, presume-se que
não pode ocorrer nenhuma ativação muscular adicional em resposta às forças repentinas de
impacto de alta freqüência que são aplicadas ao pé dentro desse esquema de tempo. Já a F2,
que ocorre após os 50 ms iniciais, corresponde à subfase ativa da aterrissagem, quando é
gerada uma atividade muscular excêntrica adicional a fim de resistir à flexão da extremidade
inferior que ocorre durante o contato com o solo (SIMPSON; CIAPPONI; WANG, 2003). No
solo, os valores médios do tempo decorrido desde o contato inicial até F1 e F2, foram de 20 e
70 ms respectivamente. Na imersão do quadril, esses tempos foram de 150 e 200 ms. Na
imersão do peito, F1 e F2 ocorreram, em média, 160 e 210 ms após o contato inicial. Dessa
forma, além dos menores valores F1 e F2, o tempo até a ocorrência desses valores é maior na
água, o que leva a menores taxas de aplicação de carga. A Figura 29 foi criada para ilustrar
essas características.
81
Figura 29 – Curvas de força vertical normalizadas pelo tempo na aterrissagem de um salto com
contramovimento realizado pelo sujeito 17 no solo (preto), na imersão do quadril (azul) e na
imersão do peito (vermelho). A: destaque para o primeiro pico de aterrissagem (F1). B:
destaque para a Fy máxima durante a aterrissagem (F2).
Na água, os valores de TF2 para os diferentes tipos de saltos encontram-se dentro da
faixa de variação proposta na literatura para a corrida no solo, que é de 15 a 30 PC/s
(KELLER et al., 1996;). Os valores de TF1 encontram-se dentro da faixa de variação proposta
na literatura para a caminhada no solo, que é de 9 a 11,5 PC/s (MOCHIZUKI; AMADIO,
1995; KELLER et al., 1996; CAMPOS et al., 2002; HSIANG; CHANG, 2002).
82
Segundo Simpson, Ciapponi e Wang (2003), na fase ativa da aterrissagem (quando
ocorre a F2) as freqüências de carga são mais baixas do que na fase passiva. Dessa forma, era
esperado que os valores de TF1 fossem maiores do que os de TF2. Na água, porém, ocorreu o
contrário: para todos os saltos, os valores de TF2 foram maiores do que os valores de TF1.
Isso pode estar relacionado ao tempo de preparação para aterrissagem, que é maior na água,
permitindo a ativação muscular para a atenuação das cargas, mesmo na ocorrência da F1.
Dessa forma, é provável que os valores de TF1 e TF2 na água tenham sido influenciados
principalmente pelas magnitudes dos picos F1 e F2.
Para os saltos em profundidade (SP20 e SP40), foram também investigados os valores
da força e da taxa de aplicação dessa força na queda (FQ e TFQ, respectivamente) da altura.
Na Figura 30 são apresentados os resultados encontrados para a Fy máxima durante a queda
da altura (FQ) e para a taxa de aplicação da Fy máxima na queda da altura (TFQ) nos saltos
em profundidade (partindo de 0,2 m e de 0,4 m) realizados no solo e na água com imersão nos
níveis do quadril e do peito.
Figura 30 – Gráficos dos valores de média e desvio padrão para a Fy máxima (esquerda) e para a taxa de
aplicação da Fy máxima (direita) na queda dos saltos em profundidade partindo de 0,2 m
(SP20) e de 0,4 m (SP40) nas condições de análise. Os colchetes ligam as condições para as
quais foram encontradas diferenças significativas na ANOVA para medidas repetidas (§) com
post-hoc de Bonferroni ou na ANOVA de Friedman (*) com post-hoc de Wilcoxon.
Dufek e Bates (1990) e Moura et al. (1993) compararam saltos em profundidade
partindo de diferentes alturas e observaram que os valores médios da FQ tendem a ser maiores
para as quedas mais altas. Essa mesma tendência foi observada para o SP20 e o SP40, tanto
83
no solo como no ambiente aquático. No solo, na imersão do quadril e na imersão do peito os
valores de FQ e TFQ foram significativamente maiores no SP40 do que no SP20 (p=0,001 em
todas as comparações). Nesse caso, ao prescrever esse tipo de salto, deve-se atentar não só
para o ambiente de execução, mas também para a altura de queda.
Constatou-se que os valores de FQ e TFQ foram menores do que os valores de F2 e
TF2 nas aterrissagens dos saltos, tanto no solo quanto na água. Segundo McNitt-Gray (2004),
o comportamento das forças de reação vertical é diferente em um movimento de “aterrissar e
ir” (no qual o objetivo mecânico da propulsão realizada com os dois pés é produzir momento
vertical para a realização da tarefa subseqüente), quando comparado a um movimento de
“aterrissar e parar” (no qual o objetivo mecânico é reduzir a zero o momento vertical).
Segundo o autor, o tempo do pico de força pode ser atrasado quando se inicia um movimento
subseqüente logo após uma aterrissagem, como é o caso dos saltos em profundidade. Dessa
forma, as taxas de aplicação da força seriam menores do que aquelas encontradas para ações
de “aterrissar e parar”.
Desde o início da queda da altura até o a fase de vôo, o sujeito permanece durante um
determinado tempo em contato com a superfície, onde realiza a transição entre as ações
excêntricas e concêntricas. Na Figura 31 são apresentados os resultados encontrados para o
tempo de contato (TC) nos saltos em profundidade (partindo de 0,2 m e de 0,4 m) realizados
no solo e na água com imersão nos níveis do quadril e do peito.
Figura 31 – Gráfico dos valores de média e desvio padrão para o tempo de contato após a queda dos saltos
em profundidade partindo de 0,2 m (SP20) e de 0,4 m (SP40) nas condições de análise. Os
colchetes ligam as condições para as quais foram encontradas diferenças significativas na
ANOVA para medidas repetidas) com post-hoc de Bonferroni.
84
No solo, os tempos de contato foram significativamente menores do que na água. No
ambiente aquático, os valores de TC foram maiores na imersão do quadril do que na imersão
do peito, porém houve diferenças significativas somente para o SP 40. Quando comparados os
dois saltos em um mesmo ambiente, não foram encontradas diferenças significativas para o
TC (no solo, p=0,26; na imersão do quadril, p=0,06; na imersão do peito, p=0,06).
De acordo com a literatura, o tempo de contato deve ser o mínimo possível, para que a
transição excêntrica-concêntrica seja rápida, possibilitando a utilização eficaz do ciclo
alongamento-encurtamento (CAE). Schimidtbleicher (2001) e Verkhoshanski (1996) afirmam
que o tempo de contato no salto em profundidade deve ser menor do que 200 ms. De acordo
com Viitasalo e Bosco (1982), esta é a duração máxima para que o potencial de reflexo e o
aproveitamento da energia elástica aconteçam de uma forma eficaz. Os valores obtidos neste
estudo para os saltos realizados no solo correspondem a mais do que o dobro daqueles
considerados ideais (520 ms para o SP20 e 510 ms para o SP40). Isso pode estar relacionado
ao fato dos sujeitos não estarem habituados com a realização desse tipo de salto. Em estudos
realizados com atletas da modalidade de atletismo, Aura e Vitasalo (1989) encontraram
tempos de contato de 300 ms para quedas de 0,5 m, e Moura et al. (1993) encontraram valores
de 200 ms para quedas de 0,2 m e de 190 ms para quedas de 0,4 m.
Tendo em vista os recentes estudos sobre programas de treinamento pliométrico na
água (MILLER et al., 2002; ROBINSON et al., 2004; MARTEL et al., 2005; MILLER et al.,
2007; SHAFFER, 2007; STEMM; JACOBSON, 2007), a medição do TC foi realizada com o
intuito de verificar se, nos níveis de imersão do quadril e do peito, haveria a possibilidade de
realizar transições rápidas e potencializar a utilização do CAE, já que normalmente ocorre um
“atraso” nas atividades realizadas na água. Surpreendentemente, Miller et al .(2002), sugerem
nas suas considerações que, teoricamente, a fase de transição excêntrica-concêntrica durante
atividades pliométricas na água ocorreria mais rapidamente no ambiente aquático. Os autores
basearam essa especulação na possibilidade de que menores cargas agindo sobre o sistema
musculoesquelético durante a queda fariam com que a fase de amortecimento inicial
(excêntrica) ocorresse mais rapidamente.
Os resultados observados para o TC nos dois níveis de imersão vão de encontro às
suposições de Miller et al. (2002), e chegam a ser quase quatro vezes maiores do que os
valores considerados ideais. Os mesmos autores, anos mais tarde, já concordavam que a
condução de exercícios pliométricos na água pode levar à diminuição da velocidade do CAE
das extremidades inferiores, quando comparados a exercícios fora da água, afetando as
85
propriedades elásticas do músculo e atrasando as ações excêntricas e concêntricas por causa
da resistência, o que desacelera o movimento como um todo (MILLER et al., 2007).
Sendo assim, duas considerações sobre a execução de saltos em profundidade na água
podem ser feitas: (a) a redução das cargas durante a queda e a aterrissagem é sem dúvida um
fator importante quando o objetivo é reduzir o risco de lesões que normalmente estão
associadas à sobrecarga muscular que ocorre em programas de treinamento pliométrico; (b) é
questionável, porém, a possibilidade de que o maior objetivo do treinamento com saltos em
profundidade, que é a melhor utilização do CAE, seja atingido dentro da água, uma vez que os
tempos de contato são muito maiores e as cargas excêntricas são reduzidas, já que o
movimento descendente é realizado contra a ação do empuxo. Cabe ainda investigar se a
análise de saltos em profundidade realizados por sujeitos treinados em níveis de imersão
iguais ou ainda menores (no joelho, por exemplo) resulta em informações semelhantes às
obtidas neste estudo.
4.2 CARACTERIZAÇÃO E COMPARAÇÃO DAS VARIÁVEIS ENTRE HOMENS E
MULHERES
Sabe-se que há diferenças entre homens e mulheres, tanto no que diz respeito às
características antropométricas (massa, estatura e composição corporal) quanto às capacidades
físicas (força e potência muscular, flexibilidade, consumo máximo de oxigênio, etc.). Dessa
forma, em casos nos quais objetiva-se uma prescrição de exercícios mais específica e
individualizada, o conhecimento das características próprias dos sujeitos de acordo com o
sexo é fundamental.
Na Figura 32 são apresentados os valores do pico de propulsão encontrados para os
homens e para as mulheres nos saltos com meio agachamento, com contramovimento e em
profundidade (partindo de 0,2 m e de 0,4 m), realizados no solo e na água com imersão nos
níveis do quadril e do peito.
86
Figura 32 – Gráfico dos valores de média e desvio padrão para o pico de propulsão dos homens e das
mulheres nos saltos com meio agachamento, com contramovimento, em profundidade
partindo de 0,2 m e em profundidade partindo de 0,4 m nas condições de análise. Os
colchetes ligam as condições para as quais foram encontradas diferenças significativas no
teste “t”de Student para amostras independentes (§) ou no teste “U” de Mann-Whitney (*).
Os picos de propulsão foram significativamente maiores para os homens na maioria
das comparações (com exceção dos valores observados para os saltos em profundidade nas
duas imersões na água, que apesar de maiores para os homens, não apresentaram diferenças
significativas). Esse fato já era esperado, tendo em vista que os homens, devido a um conjunto
de fatores estruturais e fisiológicos, apresentam níveis de força muscular nas extremidades
inferiores 30% maiores do que as mulheres (McARDLE; KATCH; KATCH, 2008).
Na Figura 33 apresentados os valores do tempo de vôo encontrados para os homens e
para as mulheres nos saltos com meio agachamento, com contramovimento e em
profundidade (partindo de 0,2 m e de 0,4 m), realizados no solo e na água com imersão nos
níveis do quadril e do peito.
87
Figura 33 – Gráfico dos valores de média e desvio padrão para tempo de vôo dos homens e das mulheres
nos saltos com meio agachamento, com contramovimento, em profundidade partindo de 0,2 m
e em profundidade partindo de 0,4 m (SP40) nas condições de análise. Os colchetes ligam as
condições para as quais foram encontradas diferenças significativas no teste “t”de Student
para amostras independentes (§) ou no teste “U” de Mann-Whitney (*).
Em todos os tipos de salto e em todas as condições de análise foram observados
tempos de vôo significativamente maiores para os homens em relação às mulheres (com
exceção dos valores observados para o SP20 imersão do peito). No solo, essa diferença era
esperada, tendo em vista que os homens saltam mais alto do que as mulheres, como
conseqüência de maiores tempos de vôo (OLIVEIRA et al., 1993; FISCHER, 2002; GARCIA
et al., 2003), geralmente precedidos de maiores picos de propulsão. Na água, provavelmente
os homens também alcançaram maiores alturas. Porém, não necessariamente maiores valores
de TV na água correspondem a maiores alturas de salto, pois a simples adoção de um
posicionamento corporal diferenciado (maior ou menor inclinação do tronco, manutenção ou
não dos joelhos estendidos durante o vôo, etc.) ou até mesmo a forma e a composição
corporal, podem levar a tempos de vôo diferenciados, devido à modificação da velocidade e,
por conseqüência, da resistência ao movimento.
88
Na Figura 34 são apresentados os resultados encontrados para o primeiro pico de
aterrissagem (F1) dos homens e das mulheres nos saltos com meio agachamento, com
contramovimento e em profundidade (partindo de 0,2 m e de 0,4 m), realizados no solo e na
água com imersão nos níveis do quadril e do peito.
Figura 34 – Gráfico dos valores de média e desvio padrão para o primeiro pico de aterrissagem dos
homens e das mulheres nos saltos com meio agachamento, com contramovimento e em
profundidade partindo de 0,2 m e 0,4 m nas condições de análise. Os colchetes ligam as
condições para as quais foram encontradas diferenças significativas no teste “t”de Student
para amostras independentes (§) ou no teste “U” de Mann-Whitney (*).
Para as execuções no solo, os valores de F1 observados pelos homens foram
significativamente maiores do que aqueles observados para as mulheres. Na água, somente no
salto com meio agachamento as diferenças foram significativas, tanto para a imersão do
quadril quanto para a imersão do peito. Dessa forma, esse fato é um indicativo que na água as
diferenças entre homens e mulheres no que diz respeito aos picos de força na aterrissagem são
minimizadas quando comparadas àquelas observadas no solo.
Essa minimização das diferenças entre homens e mulheres no que diz respeito aos
picos de força na aterrissagem é ainda mais evidente para a Fy máxima (F2). A Figura 35
apresenta os valores de F2 para os homens e para as mulheres nos saltos com meio
89
agachamento, com contramovimento e em profundidade (partindo de 0,2 m e de 0,4 m),
realizados no solo e na água com imersão nos níveis do quadril e do peito.
Figura 35 – Gráfico dos valores de média e desvio padrão para a Fy máxima na aterrissagem dos homens
e das mulheres nos saltos com meio agachamento, com contramovimento e em profundidade
partindo de 0,2 m e 0,4 m nas condições de análise. Os colchetes ligam as condições para as
quais foram encontradas diferenças significativas no teste “t”de Student para amostras
independentes (§) ou no teste “U” de Mann-Whitney (*).
De maneira geral, em todos os tipos de salto e em todas as condições de análise foram
observados valores de F2 semelhantes para os homens em relação às mulheres. Para as
execuções no solo, os valores observados para os homens foram significativamente maiores
do que aqueles observados para as mulheres. Na água, não houve diferença estatisticamente
significativa em nenhuma comparação.
A mesma tendência foi observada para as taxas de aplicação de F1 e de F2. A Figura
36 apresenta os valores de TF1 para os homens e para as mulheres nos saltos com meio
agachamento, com contramovimento e em profundidade (partindo de 0,2 m e de 0,4 m),
realizados no solo e na água com imersão nos níveis do quadril e do peito.
90
Figura 36 – Gráfico dos valores de média e desvio padrão para a Taxa F1 na aterrissagem dos homens e
das mulheres nos saltos com meio agachamento, com contramovimento, em profundidade
partindo de 0,2 m e em profundidade partindo de 0,4 m (SP40) nas condições de análise. Os
colchetes ligam as condições para as quais foram encontradas diferenças significativas no teste
“t”de Student para amostras independentes (§) ou no teste “U” de Mann-Whitney (*).
Observa-se que foram encontradas diferenças significativas entre os valores dos
homens e das mulheres apenas nas execuções realizadas no solo. Embora os valores de F1
tenham sido significativamente maiores para os homens na execução do salto com meio
agachamento, tanto na imersão do quadril como na imersão do peito, essa diferença
significativa não foi observada para a TF1.
A Figura 37 apresenta os valores de TF2 para os homens e para as mulheres nos saltos
com meio agachamento, com contramovimento e em profundidade (partindo de 0,2 m e de 0,4
m), realizados no solo e na água com imersão nos níveis do quadril e do peito.
91
Figura 37 – Gráfico dos valores de média e desvio padrão para a Taxa Fy máxima na aterrissagem dos
homens e das mulheres nos saltos com contramovimento e em profundidade partindo de 0,2 m
e 0,4 m nas condições de análise. Os colchetes ligam as condições para as quais foram
encontradas diferenças significativas no teste “t”de Student para amostras independentes (§)
ou no teste “U” de Mann-Whitney (*).
As diferenças da TF2 foram significativas entre homens e mulheres para os saltos com
meio agachamento e com contramovimento somente no solo. Em todas as demais situações,
os valores encontrados para os homens, apesar de maiores, não foram significativos. Embora
os valores de F2 tenham sido significativamente maiores para os homens na execução dos
saltos em profundidade no solo, essa diferença significativa não foi observada para a TF2.
Devido ao maior percentual de gordura e menor densidade corporal, as mulheres
apresentaram uma redução significativamente maior do peso em condição estática (de 56% no
nível do quadril e de 71% no nível do peito) em relação à redução apresentada pelos homens
(de 49% no nível do quadril e de 67% no nível do peito). Essa diferença também é reportada
por Kruel (1995), Brito et al. (2007) e Haupenthal et al. (2008). Muitos acreditam que, em
condições dinâmicas, a redução das forças apresenta as mesmas características. Entretanto,
isso não acontece. Na água, quando considerados todos os tipos de salto, os valores de F2 dos
homens foram reduzidos, em média, 41% na imersão do quadril e 50% na imersão do peito,
quando comparados aos valores observados no ambiente terrestre. Para as mulheres, essa
redução foi de 34% na imersão do quadril e de 41% na imersão do peito.
92
Haupenthal (2008) cita que, em uma mesma velocidade de corrida na água, as
mulheres apresentam maiores picos e maiores taxas de aplicação de força durante o contato
com o fundo da piscina. No caso dos saltos, os valores dos picos de força para as mulheres
foram ligeiramente menores ou iguais aos dos homens. As taxas de aplicação de força foram
semelhantes para os homens e as mulheres. Porém, acredita-se que estes valores tenham sido
influenciados principalmente pela altura alcançada, que provavelmente foi maior para os
homens. Sendo assim, é possível que, se a altura de queda for controlada, os valores
apresentados pelas mulheres sejam maiores.
A possibilidade da ocorrência de maiores picos e taxas de aplicação de força para as
mulheres em quedas com altura controlada foi confirmada na análise dos saltos em
profundidade, quando a altura da queda que precedeu os saltos verticais foi igual para os
homens e para as mulheres. As Figuras 38 e 39 apresentam, respectivamente, os valores da Fy
máxima na queda da altura (FQ) e da Taxa Fy máxima na queda da altura (TFQ) para os
saltos em profundidade partindo de 0,2 e 0,4 m.
Figura 38 – Gráfico dos valores de média e desvio padrão para a Fy máxima dos homens e das mulheres
na queda dos saltos em profundidade partindo de 0,2 m e de 0,4 m Os colchetes ligam as
condições para as quais foram encontradas diferenças significativas no teste “t”de Student
para amostras independentes (§).
93
Figura 39 – Gráfico dos valores de média e desvio padrão para a Fy máxima dos homens e das mulheres
na queda dos saltos em profundidade partindo de 0,2 m e de 0,4 m Os colchetes ligam as
condições para as quais foram encontradas diferenças significativas no teste “t”de Student
para amostras independentes (§).
Tanto para FQ quanto para TFQ, as mulheres apresentaram valores maiores ou iguais
aos valores observados para os homens. Para os saltos em profundidade no nível do quadril,
essas diferenças foram significativas.
Uma teoria emergente propõe que as mulheres realizam manobras atléticas de alta
demanda (como é o caso dos saltos) diferentemente dos homens, de uma maneira que as
predispõe a maiores níveis de stress na articulação do joelho. Estudos têm mostrado que o
joelho das mulheres fica numa posição mais estendida durante a aterrissagem, predispondo o
ligamento cruzado anterior a maiores cargas; e que a função neuromuscular, particularmente
da musculatura posterior da coxa, é inadequada nas mulheres quando comparada à dos
homens (COLBY et al.,COWLING; STEELE e KIRKENDALL; GARRETT apud DECKER
et al., 2003).
Por fim, a Figura 40 apresenta os valores do tempo de contato para os homens e para
as mulheres nos saltos em profundidade (partindo de 0,2 m e de 0,4 m), realizados no solo e
na água com imersão nos níveis do quadril e do peito.
94
Figura 40 – Gráfico dos valores de média e desvio padrão para o tempo de contato dos homens e das
mulheres na queda dos saltos em profundidade partindo de 0,2 m e de 0,4 m.
Quando comparados os tempos de contato durante os saltos em profundidade não
foram encontradas diferenças significativas entre homens e mulheres. Tanto para os homens
quanto para as mulheres os tempos de contato foram maiores do que aqueles considerados
ideais para o aproveitamento ótimo do CAE. Mais uma vez, é questionável a utilização de
saltos em profundidade em programas de pliometria aquática para indivíduos não treinados,
como é o caso dos sujeitos deste estudo.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os resultados obtidos neste estudo possibilitaram a caracterização e análise da
componente vertical das forças de reação do solo na execução de diferentes tipos de salto
vertical (com meio agachamento, com contramovimento e em profundidade), realizados em
dois níveis de imersão no ambiente aquático e no ambiente terrestre. Realizou-se a
comparação dos dados entre os ambientes de análise, entre os tipos de salto em um mesmo
ambiente e também entre homens e mulheres.
Quanto à caracterização e comparação dos dados entre as condições de análise
(ambiente terrestre, imersão no nível do quadril e imersão no nível do peito), constatou-se
que:
a) Na fase de propulsão os maiores valores de força foram encontrados no solo. Na água,
os sujeitos aplicaram mais força na imersão do peito, o que pode ser um indicativo da
utilização de profundidades maiores quando o objetivo do exercício é o aumento da
sobrecarga muscular;
b) Na fase de vôo, os tempos foram maiores da água do que no solo, já que a resistência
ao movimento é maior. Quanto maior o nível de imersão, mais lenta é a fase de vôo,
permitindo aos sujeitos um maior tempo de preparação para a aterrissagem;
c) Na fase de aterrissagem, os valores do primeiro pico (F1) e da força máxima de
reação vertical (F2), assim como as taxas de aplicação dessas forças, foram
significativamente menores na água em relação ao solo. No caso da F2, os valores
chegaram a ser 40% menores no nível do quadril e 50% menores no nível do peito. Mesmo
assim, os valores podem ser considerados altos em comparação a outros exercícios, tanto
no solo quanto na água;
d) Especificamente para os saltos em profundidade, para ambas as alturas de queda, os
valores da força máxima de reação vertical na queda da altura, e também da taxa de
aplicação dessa força, foram menores na água. Os tempos de contato foram maiores na
água, chegando a ser quatro vezes maiores do que o valor considerado ideal, o que traz à
96
tona um questionamento sobre a validade da utilização desse tipo de exercício em
programas de pliometria aquática para indivíduos não treinados.
Quanto à caracterização e comparação dos dados entre os diferentes tipos de salto
(com meio agachamento, com contramovimento e em profundidade) em um mesmo ambiente,
constatou-se que:
a) Durante a propulsão no solo, os maiores valores de força foram encontrados para os
saltos em profundidade (SP). Na água, não houve diferenças entre os tipos de salto nas
duas imersões. Os resultados indicam que a contribuição do contramovimento para o
aumento da propulsão pode ser diminuída na água;
b) No solo, tempos de vôo significativamente maiores foram obtidos para os saltos com
contramovimento em relação aos demais. Na água, não houve diferenças entre os tipos de
salto nas duas imersões;
c) Na fase de aterrissagem, não houve diferenças para as forças nem para as taxas de
aplicação dessas forças para os saltos realizados em um mesmo ambiente. Os resultados
indicam que, independentemente do tipo de salto escolhido, os sujeitos serão expostos a
cargas semelhantes durante a aterrissagem;
d) Para os saltos em profundidade, em todas as condições de análise os valores da força
máxima de reação vertical na queda, e também da taxa de aplicação dessa força, foram
maiores para os saltos partindo da maior altura estudada (0,4 m). Os tempos de contato
foram ligeiramente maiores para o salto partindo de 0,2 m em todas as condições de
análise.
Quanto à comparação dos dados entre homens e mulheres, constatou-se que:
a) Os homens realizaram mais força durante a propulsão e tiveram tempos de vôo maiores
em todos os tipos de salto e em todas as condições de análise;
b) Em relação às forças e taxa de aplicação dessas forças na aterrissagem, as diferenças
encontradas nas execuções no solo (forças e taxas maiores para os homens em relação às
mulheres) foram minimizadas dentro da água. A redução percentual dos valores da força
vertical de reação do solo, quando comparados aos valores observados no solo, foi menor
para as mulheres durante a aterrissagem dos saltos;
c) Nos saltos em profundidade, nos quais a altura da queda foi controlada (o que não
ocorreu nas aterrissagens após a fase de vôo, quando possivelmente os homens caíram de
97
uma altura maior), as mulheres apresentaram valores iguais ou ligeiramente maiores do
que os homens para a força máxima de reação vertical na queda, e também para a taxa de
aplicação dessa força. Não houve diferenças entre os tempos de contato.
O ambiente aquático pode e deve ser utilizado como uma alternativa para a redução
das cargas e das taxas de aplicação dessas cargas durante as aterrissagens de diferentes tipos
de salto. Essa redução pode ser uma ferramenta valiosa para o planejamento de sessões que
contam com um grande volume de saltos, o que geralmente ocorre durante a preparação de
atletas. No caso de indivíduos não-atletas e de populações especiais, deve-se ter cautela em
relação à utilização de saltos, tendo em vista que, mesmo na água, a magnitude das cargas
pode ser excessiva dependendo da condição osteomuscular do indivíduo.
Para a continuidade deste sugere-se: (1) analisar os diferentes tipos de salto em um
maior número de profundidades na água; (2) utilizar outros métodos de medição, como a
cinemetria e a eletromiografia, com o objetivo de compreender melhor as características
cinemáticas e o perfil da ativação muscular na água; (3) analisar os diferentes tipos de saltos,
no solo e na água, de atletas de diferentes modalidades.
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performance in standing and run-up vertical jumps. Journal of Sports Medicine and
Physical Fitness. v. 39, p. 285-283. 1999.
APÊNDICES
APÊNDICE I – Formulário de medidas antropométricas
APÊNDICE II – Questionário de identificação pessoal
APÊNDICE III – Estudo piloto
APÊNDICE IV – Tabelas de média e desvio padrão das variáveis do estudo
116
APÊNDICE I
FORMULÁRIO DE MEDIDAS ANTROPOMÉTRICAS
Nome:
Data de Nascimento: / / Idade: ________ anos
Sexo: ( ) Masculino ( ) Feminino
Telefone para contato:
ANTROPOMETRIA
(para uso do pesquisador)
Massa: ___________ kg Altura solo-processo xifóide: __________ m
Estatura: __________ m Altura solo-ápice crista ilíaca: __________ m
Dobras Cutâneas
Homens
(Pollock e Jackson, 1978)
Mulheres
(Pollock,Jackson e Ward, 1980)
Tórax: ______________ mm Triciptal: ______________ mm
Abdominal: ____________ mm Coxa: _________________ mm
Coxa:_________________ mm Suprailíaca (a):__________ mm
Observações:
CÓDIGO
117
APÊNDICE II
QUESTIONÁRIO DE IDENTIFICAÇÃO PESSOAL
IDENTIFICAÇÃO
Nome:
Data de Nascimento: / / Idade: ________ anos
Sexo: ( ) Masculino ( ) Feminino
Telefone para contato:
NÍVEL DE ATIVIDADE FÍSICA
Você pratica atividades esportivas (futebol, natação, voleibol ou similares) ou outro tipo de
atividade física moderada ou intensa (correr, pedalar, caminhar vigorosamente, ginástica,
musculação ou similares) você pratica atualmente que totalize(m), pelo menos, 30 minutos por
dia?
( ) Sim
( ) Não
No caso de resposta afirmativa, quantas vezes por semana?
( ) 1 vez por semana
( ) 2 vezes por semana
( ) 3 vezes por semana
( ) 4 vezes por semana
( ) 5 ou mais vezes por semana
Você está habituado e se sente capaz de realizar atividades que contenham diferentes tipos de
saltos verticais (meio agachamento, com contramovimento e em profundidade)?
( ) Sim ( ) Não
118
HISTÓRICO DE COMPROMETIMENTOS MUSCULOESQUELÉTICOS
Você possui algum tipo de comprometimento muscular, ósseo e/ou articular que impeça a
realização de movimentos explosivos, como um salto vertical máximo?
( ) Sim
( ) Não
No caso de resposta afirmativa, qual? _______________________________________________
Você realizou algum tipo de cirurgia nos últimos 5 anos?
( ) Sim
( ) Não
No caso de resposta afirmativa, qual? _______________________________________________
Você faz uso de algum medicamento?
( ) Sim
( ) Não
No caso de resposta afirmativa, qual? _______________________________________________
ADAPTAÇÃO AO MEIO LÍQUIDO
Você já realizou exercícios na piscina?
( ) Sim
( ) Não
No caso de resposta afirmativa, qual? _______________________________________________
Você se considera apto a se equilibrar, flutuar, mergulhar e realizar deslocamentos com a
combinação de movimentos dentro da água?
( ) Sim
( ) Não
119
APÊNDICE III
ESTUDO PILOTO
1 LOCAL E DATA
O estudo piloto foi realizado na piscina do CEFID - UDESC, Florianópolis, SC, no
mês de outubro de 2008. As informações adquiridas foram analisadas no Laboratório de
Pesquisas em Biomecânica Aquática do CEFID/UDESC.
2 SUJEITOS
Participaram do estudo piloto dois sujeitos, um do sexo masculino (25 anos de idade,
1,70 m de estatura e 69,5 kg de massa) e um do sexo feminino (21 anos de idade, 1,73 m de
estatura e 61,0 kg de massa).
3 OBJETIVOS
3.1 Objetivo Geral
Determinar os procedimentos metodológicos do projeto de pesquisa para que sejam
atingidos os seus objetivos.
3.2 Objetivos Específicos
Definir e caracterizar as variáveis do estudo;
Criar as rotinas de tratamento dos dados dinamométricos no software Scilab (INRIA);
Determinar o tempo necessário para a preparação e realização da Coleta de Dados;
120
Familiarizar os pesquisadores com os procedimentos e rotinas de tratamento dos dados.
4 INSTRUMENTOS
Para este estudo piloto foram utilizados os seguintes instrumentos:
2 plataformas subaquáticas de força, construídas com base no estudo de Roesler
(1997). As plataformas são confeccionadas com extensômetros de resistência elétrica
(strain gauges) à prova d’água e possuem dimensões de 0,40 m de largura, 0,40 m de
comprimento e 0,10 m de altura, carga máxima/sensibilidade de 4000/2 N, freqüência
natural de 300 Hz e erro menor que 1%. Utilizou-se uma taxa de aquisição de 1000
Hz, que é igual ou muito próxima dos valores adotados por outros autores que
analisaram saltos ou aterrissagens após quedas (PRAPAVESSIS; McNAIR, 1999;
ELVIRA et al., 2001; FANTINI; MENZEL, 2001; ABILEL et al., 2002; BRANDINA
et al., 2003; DECKER et al., 2003; SEEGMILLER; McCAW; 2003;);
Sistema de aquisição e transformação dos dados analógicos, composto por uma placa
de aquisição e condicionamento de sinais de 16 canais, uma placa de conversão
analógico-digital de 12 bits e um software de processamento (SAD32);
Balança digital, estadiômetro, fita métrica e adipômetro científico;
Questionário de identificação e formulário de anotação para as medidas
antropométricas.
5 COLETA DE DADOS
5.1 Preparação dos instrumentos
Para as análises em ambiente aquático, a plataforma de força foi posicionada no fundo
de uma piscina térmica (30 ± 1
º
C), fixada no centro de um suporte de madeira (0,5 m de
largura, 1,4 m de comprimento e 0,2 m de altura). O conjunto plataforma-suporte foi
posicionado de acordo com a estatura de cada sujeito, de modo que o nível da água
corresponda às duas imersões escolhidas para o estudo. Para os saltos em profundidade (drop
jump) foram posicionados blocos de 0,2 ou 0,4 m de altura sobre o suporte, a uma distância de
0,15 m da plataforma de força. Como o fundo da piscina não é horizontal e possui inclinação
121
de 2,2 ± 0,2 graus, foram utilizados calços de madeira sob o conjunto plataforma-suporte.
Dentro do suporte foram colocadas cinco anilhas de dez kg, a fim de garantir estabilidade
quando da realização dos saltos.
Para as análises em ambiente terrestre, a plataforma de força também foi fixada no
centro de um suporte madeira, idêntico ao descrito anteriormente, para que a preparação e a
execução dos saltos fossem realizadas em um mesmo nível horizontal, tendo em vista que a
plataforma de força é móvel e tem altura de 0,1 m. Novamente, para os saltos em
profundidade (drop jump) foram posicionados blocos de 0,2 ou 0,4 m de altura sobre o
suporte, a uma distância de 0,15 m da plataforma de força.
5.2 Procedimentos de coleta
Os testes foram realizados nas dependências da piscina e do Laboratório de Pesquisas
em Biomecânica Aquática do CEFID/UDESC. O local da coleta de dados foi preparado e
organizado com antecedência, com a utilização de uma lista para conferência dos materiais
necessários, posicionamento e funcionamento dos instrumentos.
Cada sujeito executou três variações do salto vertical: (1) salto com meio
agachamento, (2) salto com contramovimento e (3) salto em profundidade. A queda para o
salto em profundidade foi realizada das alturas de 0,2 e 0,4 m.
Para a determinação da altura da queda foi realizada uma consulta bibliográfica, que
resultou nas seguintes informações: (a) Nicol (2001), ao revisar trabalhos sobre o treinamento
com saltos em profundidade, afirma que as alturas de queda podem variar de 0,2 até 0,9 m ou
mais; (b) Ugrinowitsch e Barbanti (1998) apontam que há variações de 0,2 a 1,10 m; (c) em
estudos realizados analisando as forças de reação na aterrissagem, as alturas variam de 0,2 a
0,9 m (MIZRAHI; SUSAK, 1982; DUFEK; BATES, 1990; MCNITT-GRAY, 1991; MOURA
et al., 1993; BAUER et al., 2001; CAMPOS; MENZEL, 2001; BRANDINA et al., 2003;
CAMPOS; MENZEL, 2003; DECKER et al., 2003); (d) a maioria dos estudos que comparam
quedas de diferentes alturas utilizam intervalos entre elas de 0,2 m (CAMPOS; MENZEL,
2001; BRANDINA et al., 2003) ou 0,3 m (SEEGMILLER; McCAW, 2003).
Dessa forma, optou-se por analisar a altura mínima proposta pelos autores (0,2 m) e
uma segunda altura de queda (0,4 m), com intervalo de 0,2 m entre elas. E ainda, por se tratar
de indivíduos comuns, não-atletas, acredita-se que alturas de queda superiores a 0,4 m seriam
excessivas. Bobbert, Huijing e Van Ingen Schenau (1987) e Barrier et al. (1997) citam que as
122
alturas de queda para exercícios pliométricos talvez não devam exceder 0,4 m, evitando assim
que os indivíduos aterrissem sobre os calcanhares.
Os saltos foram realizados em três condições: no ambiente aquático com imersão no
nível do quadril e com imersão no nível do peito, e no ambiente terrestre. Os dois níveis de
imersão foram escolhidos porque são determinados por estruturas anatômicas que são
facilmente identificadas pelos profissionais que prescrevem a atividade no ambiente aquático
em suas rotinas diárias de trabalho. Além disso, são níveis normalmente utilizados nos
estudos do grupo de Pesquisas em Biomecânica Aquática sobre a caminhada, a corrida com
deslocamento e a corrida estacionária, facilitando a comparação dos dados com outros tipos
de exercício.
No dia da coleta de dados foram realizadas algumas atividades de aquecimento
(saltitos, caminhada e corrida, com duração aproximada de cinco minutos) e de familiarização
com o equipamento de coleta de dados (execuções de cada tipo de salto sobre a plataforma
nos diferentes níveis de imersão). Para cada uma das situações de análise foram executados
três saltos máximos, com um intervalo de trinta segundos entre elas.
Todas as variações do salto foram executadas sem o auxílio dos membros superiores.
Para tanto, foi solicitado aos sujeitos que mantivessem os braços estendidos ao longo do corpo
(no ambiente aquático) ou presos à cintura (no ambiente terrestre). Além disso, os sujeitos
mantiveram os joelhos estendidos durante a fase de vôo.
6 PROCESSAMENTO E ANÁLISE DOS DADOS
Após a aquisição os dados dinâmicos foram processados e analisados através de uma
rotina criada no software Scilab 4.1.2 (ver item 7.3).
Utilizou-se para a caracterização dos dados a estatística descritiva (média e desvio
padrão).
7 RESULTADOS
7.1 Definição e caracterização das variáveis do estudo
Para a definição das variáveis, primeiramente observou-se a morfologia das curvas de
força vertical (Fy) obtidas nas execuções dos diferentes tipos de salto no ambiente aquático e
123
no ambiente terrestre. Em todos os tipos de salto, as curvas têm um padrão definido no
ambiente terrestre e no ambiente aquático, com poucas variações entre os níveis de imersão.
Nas figuras a seguir são apresentados alguns exemplos (curvas do Sujeito 1) para cada tipo de
salto em diferentes condições de análise.
A Figura 1 representa uma curva de Fy versus tempo do Sujeito 1 no salto com meio
agachamento no ambiente terrestre (acima) e no ambiente aquático na imersão do quadril
(abaixo). As escalas verticais, em N, e horizontais, em s, são diferentes para os dois gráficos.
Figura 1 - Curvas de Fy versus tempo do Sujeito 1 no salto com meio agachamento no ambiente terrestre
(acima) e no ambiente aquático na imersão do quadril (abaixo).
124
A Figura 2 representa uma curva de Fy versus tempo do Sujeito 1 no salto com
contramovimento no ambiente terrestre (acima) e no ambiente aquático na imersão do peito
(abaixo). As escalas verticais, em N, e horizontais, em s, são diferentes para os dois gráficos.
Figura 2 - Curvas de Fy versus tempo do Sujeito 1 no salto com contramovimento no ambiente terrestre
(acima) e no ambiente aquático na imersão do peito (abaixo).
125
A Figura 3 representa uma curva de Fy versus tempo do Sujeito 1 no salto em
profundidade (queda de 0,2 m) no ambiente terrestre (acima) e no ambiente aquático na
imersão do quadril (abaixo). As escalas verticais, em N, e horizontais, em s, são diferentes
para os dois gráficos.
Figura 3 - Curva de Fy versus tempo do Sujeito 1 no salto em profundidade (queda de 0,2 m) no ambiente
terrestre (esquerda) e no ambiente aquático na imersão do quadril (direita).
126
A Figura 4 representa uma curva de Fy versus tempo do Sujeito 1 no salto em
profundidade (queda de 0,4 m) no ambiente terrestre (acima) e no ambiente aquático na
imersão do peito (abaixo). As escalas verticais, em N, e horizontais, em s, são diferentes para
os dois gráficos.
Figura 4 - Curva de Fy versus tempo do Sujeito 1 no salto em profundidade (queda de 0,4 m) no ambiente
terrestre (acima) e no ambiente aquático na imersão do peito (abaixo).
127
Optou-se por analisar seis variáveis comuns entre os diferentes tipos de salto: pico de
propulsão, tempo de vôo, primeiro pico de aterrissagem (F1), taxa F1 na aterrissagem, Fy
máxima na aterrissagem (F2) e Taxa F2 na aterrissagem. Para os saltos em profundidade,
além das variáveis citadas anteriormente, optou-se por analisar a Fy máxima na queda da
altura (FQ), a taxa FQ e o tempo de contato após a queda da altura (TC).
A Tabela 1 apresenta os resultados (média e desvio padrão) das variáveis do estudo
apresentados pelos dois sujeitos ao realizar os saltos no ambiente terrestre.
Tabela 1 – Média e desvio padrão das variáveis do estudo para os saltos realizados no ambiente terrestre.
PP
(PC)
TV
(s)
F1
(PC)
TF1
(PC/s)
F2
(PC)
TF2
(PC/s)
FQ
(PC)
TFQ
(PC/s)
TC
(s)
Suj 1
SMA
2,1
(0,03)
0,45
(0,01)
1,8
(0,28)
113,6
(32,4)
4, 8
(0,81)
99,7
(39,72)
- - -
SCM
2,2
(0,04)
0,49
(0,01)
1,5
(0,30)
109,2
(22,8)
5,3
(1,00)
121,2
(44,14)
- - -
SP20
2,4
(0,10)
0,42
(0,02)
1,6
(0,41)
102,4
(31,9)
5,1
(0,60)
116,6
(29,91)
2,6
(0,61)
55,2
(19,25)
0,49
(0,04)
SP40
2,3
(0,11)
0,42
(0,01)
1,6
(0,22)
116,1
(29,2)
4,9
(0,92)
105,2
(31,22)
3,9
(0,93)
79,8
(23,17)
0,52
(0,03)
Suj 2
SMA
1,9
(0,04)
0,39
(0,01)
1,1
(0,30)
49,1
(17,11)
3,86
(0,49)
66,2
(29,92)
- - -
SCM
1,9
(0,03)
0,41
(0,00)
1,2
(0,23)
55,2
(21,62)
3,82
(0,32)
69,4
(32,16)
- - -
SP20
2,1
(0,09)
0,38
(0,01)
1,3
(0,42)
48,3
(18,81)
3,74
(0,77)
75,1
(28,77)
2,28
(0,19)
42,3
(15,81)
0,52
(0,02)
SP40
2,0
(0,07)
0,36
(0,02)
1,2
(0,65)
50,8
(23,44)
3,59
(0,37)
71,4
(30,12)
3,21
(0,13)
72,4
(27,56)
0,54
(0,05)
SMA: salto com meio agachamento; SCM: salto com contramovimento; SP20: salto em profundidade partindo
de 0,2 m; SP40: salto em profundidade partindo de 0,4 m; PC: peso corporal.
A Tabela 2 apresenta os resultados das variáveis do estudo apresentados pelos dois
sujeitos ao realizar os saltos no ambiente aquático, no nível de imersão do quadril.
128
Tabela 2 – Média e desvio padrão das variáveis do estudo para os saltos realizados no ambiente aquático
na imersão do quadril.
PP
(PC)
TV
(s)
F1
(PC)
TF1
(PC/s)
F2
(PC)
TF2
(PC/s)
FQ
(PC)
TFQ
(PC/s)
TC
(s)
Suj 1
SMA
1,63
(0,61)
0,58
(0,02)
1,2
(0,28)
13,6
(5,4)
2,9
(0,66)
22,6
(3,4)
- - -
SCM
1,59
(0,13)
0,54
(0,02)
1,2
(0,30)
11,2
(4,8)
2,8
(0,05)
20,2
(3,3)
- - -
SP20
1,60
(0,11)
0,59
(0,02)
1,1
(0,41)
12,4
(3,9)
2,7
(0,69)
21,9
(2,9)
0,9
(0,07)
2,8
(0,98)
0,85
(0,12)
SP40
1,50
(0,06)
0,60
(0,03)
1,2
(0,22)
11,6
(4,2)
2,8
(0,25)
19,8
(3,2)
1,1
(0,15)
3,1
(0,21)
0,82
(0,10)
Suj 2
SMA
1,54
(0,04)
0,53
(0,01)
0,9
(0,30)
8,1
(1,81)
2,03
(0,20)
19,6
(3,4)
- - -
SCM
1,43
(0,05)
0,54
(0,02)
1,0
(0,23)
8,2
(2,62)
2,55
(0,20)
20,2
(3,3)
- - -
SP20
1,48
(0,09)
0,56
(0,02)
0,8
(0,42)
7,8
(1,81)
2,15
(0,35)
18,9
(2,9)
0,6
(0,06)
2,7
(0,12)
0,79
(0,09)
SP40
1,42
(0,03)
0,56
(0,03)
1,0
(0,65)
9,9
(2,34)
2,09
(0,16)
19,9
(4,2)
0,8
(0,16)
3,1
(0,32)
0,73
(0,11)
SMA: salto com meio agachamento; SCM: salto com contramovimento; SP20: salto em profundidade partindo
de 0,2 m; SP40: salto em profundidade partindo de 0,4 m; PC: peso corporal.
A Tabela 3 apresenta os resultados das variáveis do estudo apresentados pelos dois
sujeitos ao realizar os saltos no ambiente aquático, no nível de imersão do peito.
Tabela 3 – Média e desvio padrão das variáveis do estudo para os saltos realizados no ambiente aquático
na imersão do peito.
PP
(PC)
TV
(s)
F1
(PC)
TF1
(PC/s)
F2
(PC)
TF2
(PC/s)
FQ
(PC)
TFQ
(PC/s)
TC
(s)
Suj 1
SMA
1,9
(0,07)
0,65
(0,04)
1,0
(0,28)
8,6
(2,4)
1,3
(0,20)
17,6
(6,2)
- - -
SCM
1,8
(0,09)
0,61
(0,02)
0,9
(0,30)
8,2
(1,8)
1,6
(0,06)
16,9
(4,3)
- - -
SP20
2,0
(0,05)
0,67
(0,03)
0,9
(0,41)
9,4
(3,9)
1,8
(0,12)
16,4
(2,3)
0,7
(0,04)
2,0
(0,98)
0,77
(0,12)
SP40
1, 9
(0,05)
0,65
(0,01)
1,0
(0,22)
8,6
(2,2)
1,8
(0,11)
16,5
(5,2)
0,9
(0,06)
2,9
(0,19)
0,76
(0,10)
Suj 2
SMA
1,53
(0,07)
0,64
(0,03)
0,8
(0,30)
7,1
(0,81)
1,2
(0,13)
15,6
(4,4)
- - -
SCM
1,60
(0,13)
0,62
(0,02)
0,8
(0,23)
7,2
(1,62)
1,1
(0,05)
15,9
(3,3)
- - -
SP20
1,55
(0,04)
0,67
(0,02)
0,7
(0,42)
6,9
(1,12)
1,3
(0,11)
14,9
(2,4)
0,7
(0,02)
2,1
(0,31)
0,71
(0,09)
SP40
1,62
(0,09)
0,63
(0,02)
0,8
(0,65)
7,1
(1,03)
1,1
(0,12)
15,7
(2,2)
0,8
(0,11)
3,0
(0,22)
0,69
(0,11)
SMA: salto com meio agachamento; SCM: salto com contramovimento; SP20: salto em profundidade partindo
de 0,2 m; SP40: salto em profundidade partindo de 0,4 m; PC: peso corporal.
129
Em resumo, os resultados apontam para fatos já esperados: na água, os valores de
força vertical nas aterrissagens e na queda dos saltos em profundidade são menores do que os
valores observados no solo, e são menores na imersão do peito do que na imersão do quadril.
O mesmo comportamento foi observado em relação às taxas TF1, TF2 e TQ. Em relação aos
picos de propulsão, os valores foram maiores no solo do que na água, e maiores no nível do
peito do que no nível do quadril. Por fim, os tempos de vôo e de contato foram maiores na
água do que no solo, visto que no ambiente aquático as ações ocorrem mais lentamente, e nos
movimentos descendentes de queda e aterrissagem o empuxo tem ação tem frenagem sobre o
corpo.
7.2 Rotina de tratamento de dados
Após a aquisição, os dados foram armazenados e exportados para serem tratados com
a utilização do software Scilab 4.1.2 (INRIA). No software Scilab foram criadas as rotinas de
programação específicas para o processamento dos dados de cada tipo de salto em cada
condição de análise. Todas as rotinas continham procedimentos comuns conforme segue: (1)
correção do zero (offset), (2) aplicação do coeficiente de calibração; (4) normalização pelo
peso corporal fora da água (para visualização da redução dos valores de força e comparação
com os valores fora da água); (5) verificação dos valores das variáveis a serem analisadas em
cada execução do sujeito; (6) exportação dos valores para arquivos em formato *.txt.
Em seguida, os valores das três execuções de cada sujeito, em cada tipo de salto e em
cada condição de análise foram organizados em planilhas com a utilização do software
Microsoft Excel 2003, através do qual foram calculados os valores médios.
7.3 Tempo necessário para a preparação e realização da Coleta de Dados
O local da coleta de dados foi organizado e preparado em aproximadamente 60
minutos. A coleta de dados propriamente no ambiente aquático foi realizada em 30 minutos,
considerando os intervalos entre as repetições; no ambiente terrestre, a duração da coleta foi
de 15 minutos. Os sujeitos não relataram cansaço demasiado após a coleta de dados e foram
instruídos a realizar atividades de alongamento e relaxamento para prevenir e/ou minimizar
possíveis dores musculares pós-exercício.
130
APÊNDICE IV
TABELAS DE MÉDIA E DESVIO PADRÃO DAS VARIÁVEIS DO ESTUDO
Tabela 1 – Média (desvio padrão) das variáveis pico de propulsão (PP), tempo de vôo (TV), primeiro pico
de aterrissagem (F1), Taxa F1 na aterrissagem (TF1), Fy máxima na aterrissagem (F2), Taxa F2 na
aterrissagem (TF2), Fy máxima na queda dos saltos em profundidade (FQ), Taxa FQ na queda dos saltos
em profundidade (TFQ) e tempo de contato após a queda nos saltos em profundidade (TC), para as
execuções realizadas por todos os sujeitos no ambiente terrestre e no ambiente aquático, nas imersões do
quadril e do peito.
PP
(PC)
TV
(s)
F1
(PC)
TF1
(PC/s)
F2
(PC)
TF2
(PC/s)
FQ
(PC)
TFQ
(PC/s)
TC
(s)
SOLO
SMA
2,1
(0,2)
0,46
(0,06)
1,7
(0,6)
109,4
(43,0)
5,6
(1,5)
87,9
(38,5)
- - -
SCM
2,2
(0,2)
0,48
(0,07)
1,7
(0,6)
112,5
(48,5)
5,7
(1,5)
94,6
(47,2)
- - -
SP20
2,5
(0,4)
0,46
(0,06)
1,6
(0,7)
98,9
(35,0)
5,7
(1,8)
94,3
(38,9)
3,0
(0,9)
45,1
(26,1)
0,52
(0,11)
SP40
2,6
(0,4)
0,46
(0,07)
1,6
(0,5)
111,5
(48,9)
5,6
(1,7)
90,2
(38,7)
4,9
(1,3)
88,8
(41,6)
0,51
(0,11)
QUADRIL
SMA
1,9
(0,3)
0,49
(0,04)
1,3
(0,7)
9,1
(4,9)
3,5
(1,8)
19,8
(10,2)
- - -
SCM
1,7
(0,2)
0,50
(0,05)
1,4
(0,6)
8,3
(3,8)
3,4
(1,7)
19,8
(11,7)
- - -
SP20
1,8
(0,2)
0,49
(0,04)
1,2
(0,5)
8,0
(3,1)
3,5
(1,8)
18,3
(10,9)
0,8
(0,3)
2,8
(1,5)
0,80
(0,12)
SP40
1,8
(0,2)
0,49
(0,04)
1,3
(0,6)
8,2
(4,5)
3,5
(2,0)
19,1
(12,1)
1,2
(0,5)
4,2
(1,8)
0,77
(0,12)
PEITO
SMA
2,0
(0,3)
0,58
(0,07)
1,1
(0,4)
7,6
(3,4)
2,8
(1,4)
14,8
(9,1)
- - -
SCM
1,9
(0,2)
0,59
(0,05)
1,2
(0,5)
7,4
(2,8)
3,0
(1,4)
15,7
(9,0)
- - -
SP20
2,0
(0,3)
0,59
(0,04)
1,2
(0,5)
7,7
(3,9)
3,3
(1,8)
16,8
(10,3)
0,7
(0,5)
2,5
(1,9)
0,77
(0,14)
SP40
2,0
(0,3)
0,58
(0,04)
1,1
(0,4)
7,1
(2,6)
3,2
(1,8)
16,7
(10,6)
1,0
(0,4)
3,0
(1,4)
0,73
(0,13)
SMA: salto com meio agachamento; SCM: salto com contramovimento; SP20: salto em profundidade com
queda de 0,2 m; SP40: salto em profundidade com queda de 0,4m.
131
Tabela 2 – Média (desvio padrão) das variáveis pico de propulsão (PP), tempo de vôo (TV), primeiro pico
de aterrissagem (F1), Taxa F1 na aterrissagem (TF1), Fy máxima na aterrissagem (F2), Taxa F2 na
aterrissagem (TF2), Fy máxima na queda dos saltos em profundidade (FQ), Taxa FQ na queda dos saltos
em profundidade (TFQ) e tempo de contato após a queda nos saltos em profundidade (TC), para as
execuções realizadas pelos homens no ambiente terrestre e no ambiente aquático, nas imersões do quadril
e do peito.
PP
(PC)
TV
(s)
F1
(PC)
TF1
(PC/s)
F2
(PC)
TF2
(PC/s)
FQ
(PC)
TFQ
(PC/s)
TC
(s)
SOLO
SMA
2,2
(0,2)
0,51
(0,06)
1,9
(0,5)
127,4
(37,8)
6,3
(1,3)
103,8
(34,0)
- - -
SCM
2,3
(0,2)
0,53
(0,05)
2,1
(0,4)
157,3
(49,9)
6,7
(1,8)
120,6
(51,4)
- - -
SP20
2,8
(0,5)
0,50
(0,06)
1,8
(0,5)
116,9
(25,3)
6,3
(1,3)
105,8
(31,0)
2,8
(1,1)
43,4
(31,3)
0,51
(0,12)
SP40
2,9
(0,6)
0,50
(0,06)
1,8
(0,5)
126,3
(40,2)
6,2
(1,8)
102,2
(42,9)
4,4
(1,3)
82,0
(46,9)
0,51
(0,12)
QUADRIL
SMA
2,0
(0,2)
0,52
(0,03)
1,7
(0,7)
11,1
(4,6)
3,9
(1,9)
23,3
(10,5)
- - -
SCM
1,9
(0,2)
0,53
(0,04)
1,4
(0,4)
8,4
(3,4)
3,9
(1,9)
24,0
(13,8)
- - -
SP20
1,9
(0,3)
0,52
(0,04)
1,4
(0,6)
8,0
(3,2)
3,6
(1,8)
19,0
(11,4)
0,8
(0,4)
2,8
(1,6)
0,83
(0,12)
SP40
2,0
(0,7)
0,51
(0,04)
1,4
(0,7)
8,4
(4,4)
3,6
(2,1)
19,5
(13,1)
1,0
(0,3)
3,4
(1,4)
0,81
(0,12)
PEITO
SMA
2,0
(0,2)
0,60
(0,07)
1,2
(0,4)
8,6
(3,6)
3,0
(1,6)
16,7
(10,5)
- - -
SCM
2,0
(0,2)
0,63
(0,03)
1,4
(0,5)
8,0
(3,1)
3,0
(1,4)
16,6
(10,6)
- - -
SP20
2,2
(0,6)
0,60
(0,05)
1,3
(0,3)
8,7
(3,9)
3,5
(2,0)
17,3
(11,2)
0,7
(0,5)
2,5
(2,0)
0,80
(0,18)
SP40
2,1
(0,5)
0,60
(0,05)
1,3
(0,3)
7,4
(2,7)
3,4
(1,8)
17,5
(11,2)
1,0
(0,3)
2,8
(1,1)
0,76
(0,15)
SMA: salto com meio agachamento; SCM: salto com contramovimento; SP20: salto em profundidade com
queda de 0,2 m; SP40: salto em profundidade com queda de 0,4m.
132
Tabela 3 – Média (desvio padrão) das variáveis pico de propulsão (PP), tempo de vôo (TV), primeiro pico
de aterrissagem (F1), Taxa F1 na aterrissagem (TF1), Fy máxima na aterrissagem (F2), Taxa F2 na
aterrissagem (TF2), Fy máxima na queda dos saltos em profundidade (FQ), Taxa FQ na queda dos saltos
em profundidade (TFQ) e tempo de contato após a queda nos saltos em profundidade (TC), para as
execuções realizadas pelas mulheres no ambiente terrestre e no ambiente aquático, nas imersões do
quadril e do peito.
PP
(PC)
TV
(s)
F1
(PC)
TF1
(PC/s)
F2
(PC)
TF2
(PC/s)
FQ
(PC)
TFQ
(PC/s)
TC
(s)
SOLO
SMA
2,1
(0,2)
0,42
(0,03)
1,6
(0,6)
89,5
(42,4)
4,9
(1,4)
74,6
(37,8)
- - -
SCM
2,1
(0,2)
0,43
(0,03)
1,4
(0,5)
86,3
(28,8)
4,8
(1,2)
74,8
(47,2)
- - -
SP20
2,4
(0,3)
0,42
(0,03)
1,4
(0,5)
85,8
(25,7)
5,1
(1,6)
84,2
(43,2)
3,0
(0,8)
45,4
(20,9)
0,52
(0,11)
SP40
2,6
(0,5)
0,41
(0,04)
1,4
(0,4)
98,4
(43,9)
5,1
(1,4)
80,2
(32,6)
5,2
(1,3)
93,6
(35,7)
0,51
(0,11)
QUADRIL
SMA
1,7
(0,3)
0,47
(0,03)
1,1
(0,4)
7,8
(2,9)
3,1
(1,7)
16,4
(9,0)
- - -
SCM
1,6
(0,2)
0,47
(0,03)
1,4
(0,6)
8,2
(4,2)
3,0
(1,4)
18,9
(14,7)
- - -
SP20
1,8
(0,3)
0,47
(0,03)
1,1
(0,4)
7,3
(3,1)
3,3
(1,9)
17,6
(10,7)
0,8
(0,3)
2,8
(1,4)
0,77
(0,12)
SP40
1,8
(0,4)
0,47
(0,03)
1,2
(0,5)
8,0
(4,0)
3,6
(2,0)
18,8
(11,6)
1,3
(0,5)
4,7
(2,0)
0,74
(0,11)
PEITO
SMA
1,8
(0,2)
0,55
(0,03)
0,9
(0,4)
6,4
(2,9)
2,6
(1,2)
13,3
(7,9)
- - -
SCM
1,7
(0,2)
0,56
(0,04)
1,0
(0,4)
6,9
(2,6)
3,0
(1,4)
15,1
(7,8)
- - -
SP20
2,0
(0,4)
0,58
(0,03)
1,0
(0,5)
6,9
(3,9)
3,1
(1,7)
16,4
(9,7)
0,7
(0,5)
2,5
(1,8)
0,73
(0,09)
SP40
2,0
(0,4)
0,57
(0,03)
1,0
(0,4)
7,0
(2,5)
3,1
(1,8)
16,1
(10,4)
1,0
(0,4)
3,2
(1,6)
0,70
(0,10)
SMA: salto com meio agachamento; SCM: salto com contramovimento; SP20: salto em profundidade com
queda de 0,2 m; SP40: salto em profundidade com queda de 0,4m.
ANEXOS
ANEXO A – Carta de aprovação do estudo pelo Comitê de Ética em Pesquisas em Seres
Humanos da Universidade do Estado de Santa Catarina
ANEXO B – Termo de consentimento livre e esclarecido
134
ANEXO A
135
ANEXO B
UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA – UDESC
PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO – PROPPG
COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA EM SERES HUMANOS - CEPSH
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Título do Projeto: Análise biomecânica como subsídio para a prescrição de exercícios aquáticos
O(a) senhor(a) está sendo convidado(a) a participar de um estudo no qual será avaliado por uma
equipe de pesquisadores do Laboratório de Pesquisas em Biomecânica Aquática do Centro de Ciências da
Saúde e do Esporte da Universidade do Estado de Santa Catarina. O estudo tem por objetivo analisar o
impacto sofrido durante a execução de alguns exercícios dentro da água. A data e o horário para a
avaliação serão previamente marcados.
No dia da avaliação, você precisará disponibilizar cerca de 10 minutos para a realização de
algumas medidas: (a) estatura, com a utilização de uma fita métrica; (b) massa, com a utilização de uma
balança digital; e (c) dobras cutâneas, com a utilização de um plicômetro, para então ser calculada a sua
composição corporal (% de gordura). Essas medições serão realizadas no Laboratório de Pesquisas em
Biomecânica Aquática.
Após as medições iniciais, você será convidado a entrar em uma piscina térmica. Você terá então
aproximadamente 15 minutos para se adaptar às condições do meio líquido e dos equipamentos utilizados.
Dentro da água, será solicitado a você que realize algumas repetições dos seguintes exercícios:
caminhada, corrida com deslocamento, corrida estacionária e salto. A ordem dos exercícios será
determinada por sorteio e, entre as execuções, será respeitado um intervalo para descanso. Os exercícios
deverão ser realizados sobre uma plataforma de força, que estará acoplada a uma passarela no fundo da
136
piscina. Durante a execução dos exercícios você será filmado, para que as imagens possam ser utilizadas
para uma análise qualitativa dos seus movimentos. No total, a coleta de dados durará cerca de uma hora.
Não é obrigatório realizar todos os exercícios e, caso queira, você poderá ser retirar do estudo a qualquer
momento.
Para participar do estudo você deverá vestir roupa adequada para uso dentro da água e touca
(caso você não possua touca, disponibilizaremos uma para uso). A superfície sobre a qual você realizará os
exercícios é recoberta por um piso antiderrapante, para evitar escorregões e quedas. Além disso, a
temperatura da água da piscina será controlada para garantir seu conforto.
Todas as informações sobre você são sigilosas e, desde as medições iniciais, você receberá um
código através do qual será identificado pelos pesquisadores, garantindo o anonimato. Os riscos desses
procedimentos serão mínimos, pois envolvem apenas medições não-invasivas. Novamente, vale lembrar
que você poderá ser retirar do estudo a qualquer momento.
A sua participação contribuirá para o estudo das componentes da força de reação do solo durante
a execução de exercícios realizados em aulas de hidroginástica e em sessões de hidroterapia. As
informações relativas à quantidade de carga que será suportada pelo indivíduo quando da realização de
diferentes tipos de exercícios em diferentes condições de imersão, de velocidade e/ou cadência de
execução constituem uma ferramenta bastante útil para que profissionais de Educação Física e Fisioterapia
fundamentem a prescrição de atividades aquáticas específicos à população para a qual se destinam.
As pessoas que estarão acompanhando as medições serão estudantes de graduação, de
mestrado, professores pesquisadores e um professor responsável (Prof. Dr. Helio Roesler).
Solicitamos a vossa autorização para o uso de seus dados para a produção de artigos
técnicos e científicos. A sua privacidade será mantida através da não-identificação do seu nome.
Agradecemos a vossa participação e colaboração.
Contato: Caroline Ruschel (Rua Pascoal Simone, 358, Florianópolis-SC, 88080-350, Fone: 3321-8647)
TERMO DE CONSENTIMENTO
Declaro que fui informado sobre todos os procedimentos da pesquisa e, que recebi de forma clara e
objetiva todas as explicações pertinentes ao projeto e, que todos os dados a meu respeito serão
sigilosos. Eu compreendo que neste estudo, as medições dos experimentos/procedimentos de
tratamento serão feitas em mim.
Declaro que fui informado que posso me retirar do estudo a qualquer momento.
Nome por extenso ___________________________________________________________________
Assinatura__________________________________________ Florianópolis, _____/_____/_________
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