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Conforme mostra a Figura 25, para o SMA e o SCM os valores de F2 foram
significativamente maiores no solo, seguidos da imersão do peito e da imersão do quadril. No
SP20 e no SP40, houve redução significativa de F2 do solo para a água, porém não foram
encontradas diferenças significativas entre os níveis de imersão. Os valores encontrados neste
estudo, tanto para o ambiente terrestre quanto para o ambiente aquático, demonstram que as
atividades de salto expõem os sujeitos a cargas consideravelmente altas durante a
aterrissagem.
No solo, essas cargas corresponderam, em média, a 5,6 PC para o SMA (variação de
2,8 a 8,7 PC), a 5,7 PC para o SCM (variação de 3,2 a 9,1 PC), a 5,7 PC para o SP20
(variação de 2,5 a 8,4 PC) e a 5,6 PC (variação de 3,1 a 9,5 PC). Os valores são similares
àqueles encontrados na literatura para sujeitos com características semelhantes (FANTINI;
MENZEL, 2003). A alta variabilidade dos valores também é característica da análise do salto
vertical, conforme demonstrado em outros estudos (NIGG et al., 1981; GROSS; NELSON,
1988; AURA; VIITASALO, 1989; LEES apud DUFEK; BATES, 1990; McCLAY et al.,
1994). As variações normalmente são ocasionadas por fatores como o calçado e a superfície
de contato (GROSS; NELSON, 1988; LAFORTUNE; HENNIG; 1992; MCNITT-GRAY;
YOKOI; MILLWARD, 1994; GRAU, 1997), a técnica de posicionamento corporal escolhida
pelo executante (MIZRAH; SUZAK, 1982; VALIANT; CAVANAGH, 1983; BARRIER et
al., 1997), a pré-ativação muscular (DYHRE-POULSEN; SIMONSEN; VOIGT, 1991), a
fadiga (MADIGAN; PIDCOE, 2003; MORAN; MARSHALL, 2006) e o sexo (HUSTON;
MILLER; WOJTYS, 2001; DECKER et al., 2003). Neste estudo, fatores como o calçado, a
superfície de contato e a fadiga foram controlados. Portanto, é possível que a variabilidade
dos valores seja explicada pelos demais fatores citados, que poderiam ser verificados através
da utilização de outros métodos de análise como a cinemetria e a eletromiografia.
Na imersão do quadril a F2 correspondeu, em média, a 3,5 PC para o SMA (variação
de 1,1 a 6,7 PC), a 3,4 PC no SCM (variação de 1,1 a 6,9 PC), a 3,5 PC no SP20 (variação de
1,3 a 7,0 PC) e a 3,5 PC no SP40 (variação de 1,0 a 7,7 PC). Brito et al. (2007), ao analisar os
saltos com contramovimento de nove sujeitos na imersão do quadril, encontrou valores
médios de 2,2 PC. Os autores afirmam que as forças verticais foram reduzidas em 48%
quando comparadas ao ambiente terrestre (os sujeitos apresentaram valores de 4,2 PC no
solo). Neste estudo, os valores foram reduzidos, em média, em 37% para o SMA, 40% para o
SCM e 38% para o SP20 e para o SP40, quando comparados ao ambiente terrestre.