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ressalta: “isto que é o mesmo em todos os Xs”.
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É necessário verificar em todos os
tipos de Xs o que eles têm em comum, ou seja, qual forma distintiva, que sempre é a
mesma, existe neles. É preciso encontrar a Forma socrática de X.
Essa procura pelo mesmo em todas as coisas, ou melhor, a essência real das
coisas, também está presente nos Diálogos aqui estudados. No Eutífron, antes que
Sócrates faça a pergunta o que é a Piedade, ele adverte: “não é o mesmo em toda ação o
próprio pio, e o pio não é o contrário de todo pio, e ele mesmo não é semelhante a si
mesmo. Tendo uma forma única segundo a natureza ímpia, justamente, por isso, todo
[ímpio] está destinado a ser ímpio?” (ouv tauvto,n evstin evn pa,sh| pra,xei to. o[sion auvto.
au`tw/|, kai. to. avno,sion au= tou/ me.n o`si,ou panto.j evnanti,on, auvto. de. au`tw/| o[moion kai.
e;con mi,an tina. ivde,an kata. th.n avnosio,thta pa/n o[tiper Va.n me,llh| avno,sion ei=nai; 5d).
No Laches, Sócrates também indica o mesmo procedimento para a resposta a ser dada:
“empreendemos novamente em dizer, em primeiro lugar, o que é a coragem, que é a
mesma em todas estas circunstâncias” (pa,lin ou=n peirw/ eivpei/n avdrei,an prw/ton ti. Vo.
evn pa,si tou,toij tauvto,n evstin, 191e). Além disso, Sócrates exemplifica como Laques
deve proceder: “se, em algum momento, te pergunto o que é a ligeireza; é aquela que se
encontra no correr, no tocar a cítara, no falar, no aprender e em muitas outras coisas, e
nós a possuímos em quase tudo que se trata disso, seja nos exercícios de nossas mãos,
das pernas, da boca, da voz ou do pensamento” (w[sper Va.n eiv ta,coj hvrw,twn ti, pot’
evsti,n, o] kai. evn tw/| tre,cein tugca,nei Vo.n h`mi/n kai. evn tw/| kiqari,zein kai. evn tw/| le,gein
kai. evn tw/| manqa,nein kai. evn a;lloij polloi/j, kai. scedo,n ti auvto. kekth,meqa, ou- kai.
pe,ri a;xion le,gein, Vh. evn tai/j tw/n ceirw/n pra,xesin Vh. skelw/n Vh. sto,mato,j te kai.
fwnh/j Vh. dianoi,aj , 192a).
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Robinson (1941), p. 50: “that which is the same in all the Xes”.