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ii
Automação do Sistema de Dessalinização via
Osmose Inversa da Vila de Sucuriju - AP
José Esivaldo Santos
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação de Engenharia Química da
Universidade Federal de Campina Grande, como parte dos requisitos para obtenção do título
de Mestre em Engenharia Química.
Área de Concentração: Recurso Regional e Meio Ambiente
Orientador: Prof. Kepler Borges França (Ph.D)
Campina Grande - PB
Setembro de 2008
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iii
FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA BIBLIOTECA CENTRAL DA UFCG
S237a
2008 Santos, José Esivaldo.
Automação do sistema de dessalinização via osmose inversa da Vila de
Sucuriju - AP / José Esivaldo Santos. Campina Grande, 2008.
140f. : il. Color.
Dissertação (Mestrado em Engenharia Química) Universidade Federal
de Campina Grande, Centro de Ciências e Tecnologia.
Referências.
Orientador: Prof. Kepler Borges França, Ph.D.
1. Dessalinização. 2. Automação. 3. Controle. I. Título.
CDU – 628.165:004(043)
iv
Automação do Sistema de Dessalinização via
Osmose Inversa da Vila de Sucuriju - AP
José Esivaldo Santos
Dissertação Aprovada em: 30 / 09 / 2008
BANCA EXAMINADORA:
_______________________________________
Prof. Kepler Borges França (Ph.D)
Orientador - UFCG/UAEQ
_______________________________________
Prof. Dr. Ing. João Tavares Pinho
Examinador Externo
_______________________________________
Prof. Dr. Admilson Moreira Torres
Examinador Externo
_______________________________________
Prof. Dr. Luis Gonzaga Sales Vasconcelos
Examinador Interno
_______________________________________
Prof. Dr. Romildo Pereira Brito
Examinador Interno
v
DEDICATÓRIA
“O temor do Senhor é o princípio da sabedoria: bom
entendimento têm todos os que lhe obedecem; o seu louvor
permanece para sempre.” Salmos 111:10.
Ao meu Deus, por ser a razão da minha existência e a fonte de toda a sabedoria;
Ao meu senhor, Jesus, por ter dado a sua vida para que eu tivesse vida e a tenha em
abundância;
Ao meu filho, Samuel de Araújo Santos, a maior de minhas realizações;
A minha esposa, Malba Linete Batista de Araújo Santos, pelo amor e companheirismo
em todos os momentos;
A minha mãe, Maria São José Santos, “in memoriam” e ao meu pai, Edivaldo Soares
dos Santos, pelos exemplos de honestidade e de dignidade.
vi
AGRADECIMENTOS
À Universidade Federal de Campina Grande, e a todos os amigos e colegas do
LABDES que contribuíram no desenvolvimento de minhas atividades acadêmicas e me
auxiliaram a ser uma pessoa mais forte e melhor.
Agradecimentos Especiais
A Deus, por me capacitar a galgar mais este degrau e por realizar mais este sonho;
A minha família, por ser meu porto seguro e onde nos momentos mais difíceis me
deram conforto e segurança e motivação para vencer os obstáculos;
A Félix, amigo e mentor, pelo seu apoio e ensinamentos para a vida;
“Bem-aventurado o homem que acha sabedoria, e o homem que
adquire conhecimento. Porque melhor é a sua mercadoria do que
a mercadoria de prata, e a sua renda do que o ouro mais fino.
Mais preciosa é do que os rubis; e tudo o que podes desejar não
se pode comparar a ela. Aumento de dias há na sua mão direita;
na sua esquerda, riquezas e honra. Os seus caminhos são
caminhos de delícias, e todas as suas veredas paz. É árvore da
vida para os que a seguram, e bem-aventurados são todos os que
a retêm.” Provérbios 3:13-18
vii
ÍNDICE GERAL
1.0 - INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 1
1.1 - Problemática da Pesquisa ............................................................................................... 3
1.2 - Objetivos ........................................................................................................................ 6
1.2 1 - Objetivo Geral ......................................................................................................... 7
1.2.1 - Objetivos Específicos .............................................................................................. 7
1.3 - Justificativa e Relevância da Automação do Sistema de Dessalinização ...................... 8
1.4 - Estrutura do Trabalho .................................................................................................. 10
2.0 - REVISÃO BILBLIOGRÁFICA ...................................................................................... 11
2.1 - A Problemática da Água .............................................................................................. 11
2.2 - Dessalinização .............................................................................................................. 13
2.2.1 - Processos com Membrana ..................................................................................... 13
2.4 - Automação ................................................................................................................... 16
2.4.1 - Controle de Sistemas ............................................................................................. 17
2.4.2 - O Controlador Lógico Programável ...................................................................... 19
3.0 - Materiais e Métodos ......................................................................................................... 35
3.1- Infra-estrutura ............................................................................................................... 35
3.1.1 - Infra-estrutura do LABDES .................................................................................. 35
3.1.2 - Infra-estrutura da Vila de Sucuriju ....................................................................... 35
3.2 - Dessalinizador .............................................................................................................. 45
3.2.1 - Descrição do Sistema Implantado ......................................................................... 47
3.3 - Automação do Sistema de Dessalinização ................................................................... 50
3.3.1 - Metodologia aplicada à Automação ...................................................................... 50
3.3.2 - Definição dos Modos de Operação do Sistema de Dessalinização ....................... 61
3.3.3 - Definição do Controlador Lógico Programável .................................................... 62
3.3.4 - Definição do Software Supervisório ..................................................................... 63
3.3.5 - A Instrumentação implantada ............................................................................... 64
3.3.6 - Projeto e Montagem dos Painéis Elétricos ............................................................ 67
viii
3.3.7 - Inversores de Freqüência ...................................................................................... 70
3.3.8 - Gerador Diesel Dedicado ...................................................................................... 71
4.0 - RESULTADOS E DISCUSSÕES ................................................................................... 72
4.1 - Projeto Elétrico ............................................................................................................ 72
4.1.1 - Configuração dos Inversores de Freqüência ......................................................... 74
4.1.2 - Operação do Sistema Alimentado pelo Gerador Diesel ....................................... 74
4.1.3 - Análise Energética ................................................................................................ 76
4.1.3.1 - Geração de Energia Renovável .......................................................................... 76
4.1.3.2 - Consumo Energético do Sistema de Dessalinização ......................................... 76
4.2 - Sistema de Dessalinização Implantado ........................................................................ 77
4.2.1 - Captação Implantada ............................................................................................. 77
4.2.2 - Análise Financeira ................................................................................................ 80
4.3 - Projeto de Automação .................................................................................................. 80
4.3.1- O Aplicativo do CLP ............................................................................................. 81
4.3.2 - Programação do Supervisório ............................................................................. 106
4.4 - Monitoração e Manutenção do Sistema ..................................................................... 113
4.4.1 - Limpeza Química ................................................................................................ 114
4.4.2 - Substituição dos Filtros de Cartucho .................................................................. 116
5.0 - CONCLUSÕES ............................................................................................................. 117
6.0 - PERSPECTIVAS ........................................................................................................... 119
7.0 - REFERÊNCIAS BILBLIOGRÁFICAS ........................................................................ 120
8.0 - ANEXOS ....................................................................................................................... 124
ix
ÍNDICE DE FIGURAS
Figura 1.1- Localização da Vila de Sucuriju - AP ..................................................................... 2
Figura 1.2 - Caiaque na pororoca do Rio Araguari .................................................................... 3
Figura 1.3 - Pororoca no Rio Sucuriju durante o verão ............................................................. 4
Figura 1.4 - Costa na boca do Rio Sucuriju devastada pela ação da pororoca ........................... 5
Figura 1.5 - Região dos lagos ..................................................................................................... 6
Figura 2.1 - Distribuição percentual da água doce no mundo (Adaptado de BORGHETTI et
al., 2008) ........................................................................................................................... 11
Figura 2.2 - Distribuição da água, da superfície e da população por região (em % do País)
(Adaptado de MARCATTO et al., 2006) ......................................................................... 12
Figura 2.3 - Processo de osmose e osmose inversa. (Adaptado de CARTAXO, 2008) .......... 16
Figura 2.4 - Diagrama de blocos de um sistema de controle ................................................... 17
Figura 2.5 - CLP Control Logix 5000. Fonte: Rockwell Automation .................................... 20
Figura 2.6 - Seqüência de etapas do funcionamento do CLP ................................................... 23
Figura 2.7 - Diagrama de blocos simplificado de um controlador programável (Adaptado de
WEG, 2002). .................................................................................................................... 24
Figura 2.8 - Modelos de terminais de programação e operação ............................................... 29
Figura 2.9 - Computadores pessoais utilizados como terminais de programação ................... 30
Figura 2.10 - Programa exemplo em linguagem Ladder .......................................................... 31
Figura 2.11 - Programa exemplo em linguagem STL .............................................................. 32
Figura 2.12 - Programa exemplo em linguagem FBD ............................................................. 32
Figura 2.13 - Programa exemplo em linguagem ST ................................................................ 33
Figura 2.14 - Programa em SFC ............................................................................................... 34
Figura 3.1- Efeito das Inundações devido à maré no local do Poço 1 ..................................... 36
Figura 3.2 - Limpeza do poço com compressor ....................................................................... 37
Figura 3.3 - Desinfecção química ............................................................................................ 37
Figura 3.4 - Planta baixa da captação de água do rio realizada no projeto .............................. 38
Figura 3.5 - Trapiche da captação da água do rio .................................................................... 39
Figura 3.6 - Amostra da água do Rio Sucuriju mostrando alta turbidez .................................. 40
Figura 3.7 - Processo de decantação água do Rio Sucuriju em função do tempo. ................... 40
Figura 3.8 - Detalhe da captação de água do rio - Corte C-C´ ................................................. 41
x
Figura 3.9 - Detalhe da tubulação para proteção e da bomba de captação .............................. 42
Figura 3.10 - Planta baixa do abrigo e da plataforma do sistema de dessalinização ............... 43
Figura 3.11 - Vista frontal do abrigo do dessalinizador localizada no final da Vila ................ 44
Figura 3.12 - Vistas lateral e posterior do abrigo do dessalinizador ........................................ 44
Figura 3.13 - Vista da fundação da plataforma/abrigo ............................................................. 45
Figura 3.14 - Coleta de amostra de água para análise no LABDES ........................................ 46
Figura 3.15 - Dessalinizador entregue sem a instrumentação digital ....................................... 46
Figura 3.16 - Fluxograma do sistema de dessalinização .......................................................... 47
Figura 3.17 - Filtro de areia, modelo DFR-24, ......................................................................... 48
Figura 3.18 - Bomba de recalque dos filtros de areia ............................................................... 48
Figura 3.19 - Detalhe do filtro de cartucho e vasos de alta pressão ......................................... 49
Figura 3.20 - Topologia do sistema .......................................................................................... 53
Figura 3.21- Rede ethernet do projeto ...................................................................................... 54
Figura 3.22- Rede Profibus DP ................................................................................................ 55
Figura 3.23 - Configuração da taxa de comunicação da rede Profibus DP .............................. 55
Figura 3.24 - Detalhe do grafcet de partida automática do sistema ......................................... 60
Figura 3.25 - Detalhe do grafcet de parada automática do sistema .......................................... 60
Figura 3.26 - Detalhe do grafcet de parada do sistema ............................................................ 61
Figura 3.27 - CLP da Siemens S7315-2DP. (Fonte: ST70 Cap3 S7300 - SIMATIC S7 300
Modular mini PLC) .......................................................................................................... 62
Figura 3.28 - Supervisório da Siemens - WinCC Fonte : Help do WinCC .............................. 63
Figura 3.29 - Instrumentos digitais .......................................................................................... 65
Figura 3.30 - Elementos sensores para pressão, vazão, condutividade e temperatura. ............ 65
Figura 3.31 - Instrumentos analógicos ..................................................................................... 65
Figura 3.32 - Pressostato diferencial. ....................................................................................... 66
Figura 3.33 - Bóia de nível ....................................................................................................... 66
Figura 3.34 - Válvula solenóide ............................................................................................... 66
Figura 3.35 – Válvula proporcional ......................................................................................... 66
Figura 3.36 - Painel 1 - Painel de comandos gerais customizado ............................................ 68
Figura 3.37 - Painel 2 - Painel de comandos das válvulas ....................................................... 68
Figura 3.38 - Painel 3 - Painel de automação .......................................................................... 69
Figura 3.39 - Detalhe dos inversores no painel de automação ................................................. 70
Figura 3.40 - Gerador diesel trifásico do sistema de dessalinização ........................................ 71
xi
Figura 4.1- Projeto de iluminação e tomada ............................................................................ 72
Figura 4.2 - Diagrama de força para as motobombas do poço e do rio .................................. 73
Figura 4.3 - Funcionamento do sistema com o gerador de 10 kVA ......................................... 75
Figura 4.4 - Interligação com a rede elétrica da Vila ............................................................... 75
Figura 4.5 - Detalhe da Captação instalada .............................................................................. 78
Figura 4.6 - Vista panorâmica da plataforma ........................................................................... 79
Figura 4.7 - Detalhe do interior do abrigo do dessalinizador ................................................... 79
Figura 4.8 - Configuração do Hardware ................................................................................... 82
Figura 4.9 - Arquivo fonte da base de dados do PLC .............................................................. 83
Figura 4.10 - Detalhe do DB80 do arquivo fonte da base de dados do PLC ........................... 83
Figura 4.11 - Data Block Gerados no PLC .............................................................................. 84
Figura 4.12 - Detalhe do DB80 da base de dados do PLC ....................................................... 84
Figura 4.13 - Detalhe das funções de controle instaladas ........................................................ 85
Figura 4.14 - Estrutura do programa do PLC ........................................................................... 86
Figura 4.15 - Detalhe do lógica do OB1 - Sub-rotina principal ............................................... 86
Figura 4.16 - Detalhe do FC36 - Movimentação das Entradas Digitais .................................. 87
Figura 4.17 - Detalhe do FC36 - Movimentação das entradas Digitais dos Inversores ........... 87
Figura 4.18 - Detalhe do lógica do FC37 - Movimentação das Entradas Analógicas ............. 88
Figura 4.19 - Detalhe do FC37 - Movimentação das Entradas Analógicas dos inversores ..... 88
Figura 4.20 - Função de programação de conversão de variáveis em linguagem STL. ........... 89
Figura 4.21 - Detalhe do lógica do FC36 - Movimentação das entradas ................................. 90
Figura 4.22 - Detalhe do lógica do FC41 - Leitura do status de um inversor .......................... 91
Figura 4.23 - Detalhe da Hardware Configurator - Configuração de rede Profibus ............... 92
Figura 4.24 - Detalhe da FC82 - Alarme de manobra de válvula solenóide ............................ 93
Figura 4.25 - Detalhe da FC412 - Lógica de Alarme para uma partida inversora ................... 94
Figura 4.26 - Detalhe da FC43 - Lógica de seleção do modo de comando do painel .............. 95
Figura 4.27 - Detalhe da FC63 - Lógica de seleção da Motobomba operante. ........................ 96
Figura 4.28 - Detalhe da FC83 - Habilitação das condições de partida da motobomba. ......... 96
Figura 4.29 - Detalhe da FC413 - Lógica de habilitação da partida motobomba. ................... 97
Figura 4.30 - Detalhe da FC45 - Lógica de reset e acionamento da sirene de alarme. ............ 97
Figura 4.31 - Detalhe da FC65 - Lógica acionamento da válvula XV_0001 ........................... 99
Figura 4.32 - Detalhe da FC415 - Lógica de acionamento da motobomba ........................... 100
Figura 4.33 - Detalhe da FC51 - Lógica de habilitação das variáveis analógicas .................. 101
xii
Figura 4.34 - Detalhe da FC51 - Lógica de ajustes das variáveis analógicas ........................ 102
Figura 4.35 - Detalhe da FC52 - Lógica de alarmes das variáveis analógicas ....................... 103
Figura 4.36 - Detalhe da FC38 - Movimentação de saídas digitais ....................................... 104
Figura 4.37 - Detalhe da FC38 - Movimentação de saídas analógicas .................................. 105
Figura 4.38 - Detalhe da FC48 - Lógica de conversão de real para inteiro ........................... 105
Figura 4.39 - Tela de desenvolvimento no WinCC - WinCCExplorer .................................. 106
Figura 4.40 - Tela de “login” do usuário ................................................................................ 107
Figura 4.41 - Tela da captação de água ................................................................................. 108
Figura 4.42 - Tela do fluxograma do sistema ......................................................................... 109
Figura 4.43 - Tela de acionamento das motobombas ............................................................. 110
Figura 4.44 - Tela de acionamento das válvulas .................................................................... 110
Figura 4.45 - Tela de Ajustes das Pressões ............................................................................ 111
Figura 4.46 - Tela de ajustes das variáveis analógicas ........................................................... 112
Figura 4.47 - Lógica interna para abertura de telas ................................................................ 113
xiii
ÍNDICE DE TABELAS
Tabela 1.1 - Consumo de energia na dessalinização da água do mar ...................................... 14
Tabela 3.1 - Lista de motores do projeto .................................................................................. 56
Tabela 3.2 - Detalhe da Lista de Instrumentação .................................................................... 57
Tabela 3.3- Amostra do Detalhamento de IO .......................................................................... 57
Tabela 3.4 - Estrutura de Tarefas ............................................................................................. 58
Tabela 3.5- Detalhe da Base de Dados do projeto de Sucuriju ............................................... 59
Tabela 3.6 - Lista de Instrumentos instalados .......................................................................... 64
Tabela 4.1 - Parametrização dos inversores instalados ............................................................ 74
xiv
GLOSSARIO
ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas
BD Base de Dados
BR156/AP Rodovia Federal no Estado do Amapá
c
i
Concentração Molar
CLP Controlador Lógico Programável
CNPq Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico
CPU Unidade Central de Processamento
DB Blocos de Dados
DIO Detalhamento de Entrada e Saídas
DNIT Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes
E/S Entradas e Saídas
EEPROM Electrically Erasable Programmable Read Only Memory
EPROM Erasable Programmable Read Only Memory
FBD Diagrama de blocos de funções
FC blocos de funções
Hab Número de Habitante
IEC International Electro technical Comission
IEPA Instituto de Pesquisas Científicas e Tecnológica do Estado do Amapá
IHM Interface Homem Máquina
IL Lista de Instrução
IO Input Output
LABDES Laboratório de Referencia em Dessalinização
LD Diagrama Ladder
Mbps Taxa de Comunicação da Rede Mega bits por segundo
MED Destilação Múltiplo Efeito
MIMO Multiple Input / Multiple Output.
MS Ministério da Saúde
MSF Destilação Flash com Múltiplo Estágio
N Ponto Cardeal - Norte
NBR Norma Brasileira
NEMA National Electrical Manufacturers Association
xv
NTU Unidade Nefelométrica de Turbidez
NVRAM Non-Volatile Random Access Memory
OI Osmose Inversa
ONU Organização das Nações Unidas
pH Potencial Hidrogeniônico
PLC Programmable Logic Controller
PROM Programmable Read Only Memory
R Constante Universal dos Gases Perfeitos (kgf.L/(cm2.mol.K))
RAM Random Access Memory
REBIO Reserva Biológica
ROM Read Only Memory
ROSA 6.1.4 Reverse Osmosis System Analisys - Versão: 6.1.4
SFC Sequential Function Chart
SISO Single Input / Single Output
ST Texto Estruturado
STD Sólidos Totais Dissolvidos
STL Lista de Instruções
T Temperatura Absoluta da Solução
TAG Palavra-chave ou Termo Associado com uma Informação
UFCG Universidade Federal de Campina Grande
UFPA Universidade Federal do Pará
UFPE Universidade Federal de Pernambuco
UT Unidade de Turbidez
VBS Visual Basic Scripts
VC Destilação por Compressão de Vapor
VCA Tensão Alternada
VCC Tensão Contínua
v
i
Numero de espécies Químicas formadas durante dissociação
W Ponto Cardeal - Oeste
ΔP Gradiente de Pressão (kgf/cm
2
)
Δπ Gradiente de Pressão Osmótica (kgf/cm
2
)
Π Pressão Osmótica (kgf/cm2)
& Operação Lógica AND
xvi
SANTOS, JOSÉ ESIVALDO. Automação do Sistema de Dessalinização via Osmose Inversa
da Vila de Sucuriju- AP. 2008. 94f. Dissertação Engenharia Química - Universidade Federal
de Campina Grande, Campina Grande, 2008. Orientador: Prof. Kepler Borges França (Ph.D).
RESUMO
A Vila de Sucuriju está localizada no Nordeste do Estado do Amapá, à margem direita do rio
Sucuriju, em plena floresta amazônica. Atualmente a Vila, com aproximadamente 700
habitantes, é abastecida por água da chuva no período de janeiro a abril, a qual é coletada e
armazenada em caixas de água individuais e em duas grandes cisternas coletivas com
capacidade total de aproximadamente 700 m
3
. O rio Sucuriju tem suas águas salgadas numa
concentração média de 13.800 mg/L, quando o valor máximo permitido, para o consumo
humano, pelo Ministério da Saúde do Brasil é de 1.000 mg/L. A precariedade da coleta e do
armazenamento das águas da chuva por muito tempo, bem como a falta de um tratamento
adequado torna a água imprópria ao consumo humano devido à proliferação de
microorganismos patogênicos. Durante o período de seca a água é distribuída em cotas
semanais de 20 litros por pessoa. Para solucionar este problema implantou-se um sistema de
dessalinização via osmose inversa. Este sistema é automatizado e alimentado por fonte hibrida
de geração de energia elétrica formada por painéis fotovoltáicos, turbinas eólicas e gerador
diesel. O sistema de dessalinização foi projetado para receber a água do rio Sucuriju, que
apresenta, em média, TDS igual a 13.800 mg/L, pH igual a 7 e turbidez igual a 311 NTU,
conforme análise físico-química realizada no LABDES. O sistema implantado foi projetado
para uma recuperação superior a 30% e tem a capacidade de produzir 2 m
3
/h de água potável,
com TDS igual a 163,6 mg/L e pH igual a 6,4. A operação prevista para este sistema é de 6
h/d, garantindo assim, uma oferta diária adicional de 20 litros por pessoa. A automação
implantada permite monitorar e controlar através do uso de um controlador lógico
programável, localmente ou à distância, no LABDES via estação supervisória, todas as
variáveis relevantes do processo.
xvii
SANTOS, JOSÉ ESIVALDO. Automação do Sistema de Dessalinização via Osmose Inversa
da Vila de Sucuriju - AP. 2008. 94f. Dissertação Engenharia Química - Universidade Federal
de Campina Grande, Campina Grande, 2008. Orientador: Prof. Kepler Borges França (Ph.D).
ABSTRACT
The Village of Sucuriju is located in the northeasterm of the State of Amapá, on the banks of
Sucuriju river, in the Amazon forest. Currently the Village, with approximately 700 habitants,
is supplied by rainwater collected in the rainy winter season, from January to April. This
water is stored in 1 m
3
individual water tanks and in two large communal cisterns with total
capacity of approximately 700 m
3
. The Sucuriju river is saline with an average concentration
of 13,800 mg/L, when the maximum value, for the human consumption, allowed by the
Brazilian Health department is 1,000 mg/L. The precariousness of rainwater collection and
long-term storage, as well as the lack of adequate treatment makes this water inappropriate for
the human consumption due to presence of pathogenic microorganisms. During the summer,
each person receives a weekly quota of only 20 liters. To solve this problem a reverse osmosis
(RO) desalination system was installed. This system is automated and is supplied by
electricity generated by a hybrid system comprising photovoltaic panels, wind turbines and a
diesel generator. The desalination system was designed to receive the water from the Sucuriju
river, that presents an averaged TDS of 13,800 mg/L, a pH value of 7 and a turbidity of 311
NTU, as verified by physico-chemical analysis realized in LABDES. The RO system was
projected to have a minimum recovery of 30% and a capacity to produce 2 m
3
/h of drinking
water with a permeate TDS value of 163.6 mg/L and a pH equal to 6.4. The RO system
operates 6 hours per day, thus guaranteeing an additional of 20 liters per person per day. The
implanted automation allows to monitor and to control all the variables of the process locally
or remotely from the supervisory station located in the LABDES by the use of a
programmable logical controller.
Capítulo I - Introdução
Santos, J. E
Automação do Sistema de Dessalinização via Osmose Inversa da Vila de Sucuriu - AP
1
1.0 - INTRODUÇÃO
O Estado do Amapá é parte do Platô das Guianas e está situado na parte oriental da
Amazônia e tem 72% de sua área protegida em área de conservação, reservas biológicas
(REBIO) ou são terras indígenas. Sua localização é estratégica para futuros investimentos,
pois, faz fronteira com o estado do Pará e com a Guiana Francesa, um pedaço da União
Européia na América do Sul.
O Estado é cercado de água, e assim sendo, não possui atualmente nenhuma ligação
direta por rodovias. Não existem pontes interligando-o ao Pará ou com a Guiana Francesa.
Existem rodovias federais e estaduais que cortam o Estado, que culminam em travessia por
balsas, como a do Rio Jari entre o Amapá e o Pará, e internacional com a Guiana Francesa.
Contudo o projeto do Governo Federal - BR-156/AP, incluído no Plano de Aceleração do
Crescimento – PAC, contempla uma ponte sobre o Rio Oiapoque (Fronteira Brasil/Guiana
Francesa), com prazo de conclusão para 2010 (BRASIL, 2007). Nos dias atuais a chegada ou
a saída ao estado se dá por barco ou por avião e a rota principal é via Belém.
O Rio Amazonas em sua foz, a zona estuarina, se divide em dois canais: o Canal do
Norte que margeia o Amapá e o Canal do Sul, mais conhecido como rio Pará ou baia de
Marajó. É através do estuário do rio Amazonas que 6,3 trilhões de m
3
de água doce (16% da
descarga mundial) e 1,2 bilhões toneladas de sedimento são despejados no oceano Atlântico.
A Vila de Sucuriju ou Distrito do Sucuriju, no município de Amapá, conforme mostra
Figura 1.1, está localizada entre as coordenadas geográficas 01º 39’ 49”N e 49º 55’ 43”W,
código da área EG011, com extensão de 21.327 ha. Sucuriju dista em linha reta 120 km da
sede do seu município, Amapá, e 220 km da capital do Estado, Macapá. A Vila está localiza
na margem direita do rio Sucuriju, próximo de sua desembocadura, ao longo da faixa costeira,
caracterizada por uma planície inundável fluvio-marinha, com sedimentos fixados
predominantemente por manguezais, datando do período quaternário (BRASIL, 2006).
A Vila teve origem na chegada de antigos pescadores vindos do município de Vigia,
no Pará, que para salgar e secar o peixe construiu feitorias na foz deste rio, e aos poucos
foram se fixando. Ela é composta por 114 edificações disposta ao longo da passarela principal
que mede aproximadamente 1,5 km (SAUTCHUK, 2006). Reside atualmente na Vila uma
população de aproximadamente 700 pessoas, em sua maioria esta população é formada por
crianças. Devido a sua localização em uma região de acesso muito difícil do Estado do
Capítulo I - Introdução
Santos, J. E
Automação do Sistema de Dessalinização via Osmose Inversa da Vila de Sucuriu - AP
2
Amapá, conhecida como Cabo Norte, onde só é possível chegar de barco, a Vila é muito
carente da presença do poder público, não dispondo ao menos, de uma política efetiva de
saneamento básico.
A Vila de Sucuriju era abastecida de energia elétrica somente por um gerador diesel no
período de 18:00 h às 22:00 h. A comunidade recebe mensalmente uma cota de óleo diesel,
por parte do Governo do Estado; entretanto, esta cota é insuficiente para manter esta precária
alimentação, devido ao gerador ser antigo, desregulado e sub-dimensionado para a demanda
energética atual da Vila. A Vila cresceu em número de edificações e consumo e a cota não foi
alterada, ficando esta, todos os meses às escuras por alguns dias por déficit de óleo diesel.
Como outras comunidades da região, a Vila é abastecida, de forma emergencial, também por
painéis fotovoltaicos, que alimentam apenas a escola, o posto de saúde, e um telefone público
satelital (orelhão da Telemar)(SANTOS et al.,2007).
Figura 1.1- Localização da Vila de Sucuriju - AP
Capítulo I - Introdução
Santos, J. E
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1.1 - Problemática da Pesquisa
O Rio Sucuriju, em que a Vila se localiza à margem direita, tem suas águas salinizadas
por uma “língua salina” que se estende rio a dentro, vinda do Oceano Atlântico através do
fenômeno chamado de pororoca (Figura 1.2), que acontece duas vezes ao dia,
impreterivelmente. Por isso a água do rio na estação seca possui, conforme análise físico-
química, Laudo N
O
.: 103/2005 no LABDES, STD =13.888 mg/L, pH =7,0 e turbidez = 311
NTU, que é considerada pela Portaria 518/04 MS como imprópria para o consumo.
Para exemplificar as dificuldades enfrentadas para se chegar à Vila, segue um breve
roteiro de viagem: Partindo-se de Macapá, de carro, após 4 horas chega-se a cidade do
Amapá. A partir desta, em função do regime das marés, começa-se uma viagem de barco de
no mínimo 12 horas, enfrentando um mar revolto devido à grande força dos ventos e aos
“cordões” de marés que são típicos da região.
A outra opção é enfrentar, em um pequeno barco, 48 horas de navegação pelo rio
Amazonas estando sujeito à pororoca e a turbulência de um trecho de 6 horas de mar revolto.
Vencido o último trecho de mar, após a foz do rio Araguari, um dos afluentes do Amazonas,
segue-se pela costa até chegar à boca do Rio Sucuriju, e entrando 1,5 km no rio chega-se à
Vila de Sucuriju.
Figura 1.2 - Caiaque na pororoca do Rio Araguari
Capítulo I - Introdução
Santos, J. E
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4
A pororoca é um fenômeno que ocorre na região Amazônica, principalmente na foz do
Rio Amazonas, e é formada pela elevação súbita das águas junto à foz, provocada pelo
encontro das marés ou de correntes contrárias, como se estas encontrassem um obstáculo que
impedisse seu percurso natural. Quando ultrapassa esse obstáculo, as águas correm rio à
dentro com uma velocidade de 16 a 24 km/h, subindo uma altura de 3 a 6 metros.
No Estado do Amapá, ela ocorre na ilha do Bailique, na "Boca" do Araguari (Figura
1.2), no Canal do Inferno da Ilha de Maracá, no Rio Sucuriju e em diversas partes insulares. A
pororoca tem sua maior intensidade nos meses de janeiro a maio o que coincide com o
período chuvoso da região.
A pororoca prenuncia a enchente. Alguns minutos antes de chegar há uma calmaria e
os caboclos já reconhecem e procuram um lugar seguro como enseadas ou mesmo os pontos
mais profundos dos rios para aportar suas embarcações, pois a embarcação que estiver na
"baixa-mar", onde o efeito da pororoca é mais efetivo, com certeza naufragará.
No Rio Sucuriju, durante o período chuvoso, este fenômeno supera os três metros de
altura e na estação seca a altura é sempre inferior a 1,5 metros (Figura 1.3).
Figura 1.3 - Pororoca no Rio Sucuriju durante o verão
Capítulo I - Introdução
Santos, J. E
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Na estação das chuvas as características do Rio mudam sensivelmente, pois a
contribuição da água doce que desce das “cabeceiras”, dos lagos, é muito maior. Nesta
estação, que dura aproximadamente quatro meses chove torrencialmente e a água do rio,
segundo os testemunhos dos nativos, ficam “quase doce”. Este fato é de difícil constatação, já
que, devido às intempéries da região e a logística complicada, tornam inviável a expedição
para coleta de amostras nessa estação.
Nessa estação, nem mesmos os nativos, salvo extrema necessidade, se atrevem a
enfrentar a costa temendo o mar revolto e principalmente temendo a pororoca que causa
devastação na costa, conforme Figura 1.4, e até o desaparecimento total de ilha como a
Jipioca.
Na região do Cabo Norte, durante o período chuvoso, os nativos concentram o oficio
de pesca na região dos lagos, onde o perigo está na pororoca, que tem hora marcada para
acontecer, nos jacarés de 5 metros de comprimentos e nas sucurijus (sucuris gigantes) que dá
nome ao rio e à Vila. Apesar destes perigos os nativos acham que enfrentar as intempéries da
costa é bem mais perigoso.
Figura 1.4 - Costa na boca do Rio Sucuriju devastada pela ação da pororoca
Capítulo I - Introdução
Santos, J. E
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Quando a água armazenada no período chuvoso acaba, os moradores têm que fazer
longas viagens à cidade do Amapá ou ao arquipélago do Bailique para buscar água, ou ainda,
ir aos lagos, que distam aproximadamente 20 km rio acima, em pequenas canoas, ou
montarias, como os nativos as chamam, para buscar, em reservatórios plásticos, uma água
escura e com odor e gosto desagradáveis.
A região dos Lagos do Amapá, Figura 1.5, entre a foz do Rio Amapá Grande à foz do
rio Araguari, nos municípios de Amapá e Pracuuba, entre as coordenadas geográficas 02º 09'
a 01º 11' N e 49º 55' a 51º 00' W, código da área 3.1, extensão de 78.063 ha, que comporta a
Vila de Sucuriju, foi considerada como área de "prioridade geral extremamente alta" do
Workshop de Avaliação e Ações Prioritárias para Conservação da Biodiversidade das Zonas
Costeira e Marinha, ocorrido na cidade de Porto Seguro, no ano de 1999 (BRASIL, 2006).
Figura 1.5 - Região dos lagos
1.2 – Objetivos
Neste trabalho objetiva-se automatizar um sistema de dessalinização via osmose
inversa da Vila de Sucuriju que tem como fonte energética um sistema híbrido de energia
renovável.
Capítulo I - Introdução
Santos, J. E
Automação do Sistema de Dessalinização via Osmose Inversa da Vila de Sucuriu - AP
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1.2 1 - Objetivo Geral
O objetivo geral deste trabalho é desenvolver a automação do sistema de
dessalinização via osmose inversa para o abastecimento de água potável na Vila de Sucuriju.
Esta automação baseia-se no uso de um Controlador Lógico Programável (CLP) que se
responsabilizará pelo interfaceamento das variáveis da planta com um supervisório remoto
que se localiza no Laboratório de Referência em Dessalinização (LABDES) da UFCG, que
possibilita a monitoração e o controle automático e à distância da planta.
1.2.1 - Objetivos Específicos
Elaborar projeto de instrumentação necessário à monitoração das variáveis de controle da
planta, especificando, cotando e realizando a aquisição dos mesmos.
Especificar todos os equipamentos necessários ao projeto elétrico, à automação, à
montagem e à instalação do sistema;
Realizar a adequação do sistema de dessalinização para que seja instalada a
instrumentação necessária a automação da planta.
Realizar a aquisição e supervisionar a instalação de todos os equipamentos e instrumentos
adquiridos cuja instalação seja parte integrante do contrato de aquisição;
Elaborar as estratégias de controle e os grafcets de partida e parada automática da planta.
Desenvolver o aplicativo do CLP que responderá pela leitura das variáveis de entrada,
execução das lógicas de controle e atuação dos comandos;
Desenvolver a Interface Homem-Máquina (IHM) através do aplicativo do sistema
supervisório responsável pela execução remota de comandos, monitoração de pontos,
traçado de gráficos e gravação de históricos;
Realizar a comunicação entre a estação de supervisão com o CLP através de uma conexão
de internet, executando todos os condicionamentos necessários à transmissão e recepção
dos sinais, e, além disso, realizar a configuração dos equipamentos e instalação dos
drivers no microcomputador da estação de supervisão;
A realização dos testes de plataforma se dará na seguinte seqüência: teste elétrico (ponto-
a-ponto); teste dos pontos de Entrada e Saída (E/S); e teste de funcionamento das lógicas
desenvolvidas;
Fazer todo o comissionamento e instalar o equipamento na Vila de Sucuriju;
Capítulo I - Introdução
Santos, J. E
Automação do Sistema de Dessalinização via Osmose Inversa da Vila de Sucuriu - AP
8
Realizar o treinamento dos operadores locais.
1.3 - Justificativa e Relevância da Automação do Sistema de Dessalinização
O sistema de dessalinização implantado produzirá diariamente 12m
3
de água potável,
para uma operação de 6 h/d, o que garante uma oferta diária adicional de 20 litros por pessoa.
Com esta nova cota diária os habitantes passam a consumir água dentro dos limites aceitáveis
pela ONU.
Atualmente a Vila de Sucuriju é abastecida somente por água de chuva que é
armazenada em reservatórios residenciais e em duas cisternas comunitária com a capacidade
de aproximadamente 700 m
3
. Esta água no período da seca é distribuída em cotas semanais,
sempre aos sábados, sendo esta de 20 litros de água por pessoa por semana.
Enquanto os moradores da Vila de Sucuriju recebem a cota de 2,86 litros por dia,
outros brasileiros gastam, em média, 200 litros por dia. Segundo a Organização das Nações
Unidas - ONU, o homem necessita de 20 a 50 litros por dia para beber, cozinhar, tomar
banho, lavar roupas e utensílios (MARCATTO et al, 2006).
Esta realidade paradoxal é chocante, principalmente, ao se observar que a referida Vila
está localizada na região mais rica em água doce do mundo, próximo da foz do maior rio do
mundo, o Rio Amazonas. Em contraposição a estes números ínfimos existem países, como o
Canadá, cuja realidade é muito diferente, onde a oferta de água é superior a 100.000
L/hab/ano (MARCATTO et al, 2006), ou seja, aproximadamente 274 L/hab/dia.
Alem do fato da carência de água potável justificar, por si só, a necessidade da
dessalinização de água observam-se alguns fatores preponderantes para automação deste
sistema de dessalinização: a grande dificuldade de logística e de acesso à comunidade para o
caso de ser necessária reconfiguração ou ajustes da máquina; com a automação realizada é
armazenado um histórico do funcionamento e dos eventos ocorridos, formando assim um
banco de dados que auxiliará na correção de parâmetros para aferir com agilidade o
funcionamento do equipamento, para que os próximos sistemas sejam de mais fácil
replicação. Este banco de dados será disponibilizado para os parceiros do projeto e para os
agentes fomentadores, a fim de que haja desenvolvimento de novas pesquisas e trabalhos.
Capítulo I - Introdução
Santos, J. E
Automação do Sistema de Dessalinização via Osmose Inversa da Vila de Sucuriu - AP
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Outro fator que justifica o uso da automação é a inabilidade, por parte dos ribeirinhos,
de operar equipamentos mais complexos. Isto se dá devido à sua baixa escolaridade e à falta
de convívio, devido à isolação, com inovações tecnológicas.
No sentido de capacitá-los para realizar a operação básica do equipamento e pequenas
manutenções preventivas no sistema foi realizado, durante a instalação, um treinamento com
alguns moradores selecionados, cujos perfis se aproximariam dos de um operador. Isto foi
realizado, uma vez que não se pode prescindir totalmente de um operador local, apesar de
toda automação implantada.
Além deste treinamento, outro mais efetivo e mais substancial foi realizado no
LABDES com os dois operadores selecionados (dentre aqueles do primeiro curso) e quatro
representantes da Secretaria de Ciência e Tecnologia do Governo do Estado do Amapá, onde
os seis participantes receberam capacitação para operar todo o sistema de dessalinização. A
presença dos técnicos da Secretaria foi necessária, pois é o Governo do Estado que será o
responsável pela sustentabilidade do projeto.
No que concerne ao abastecimento de energia, a Vila conta com um fornecimento
precário de eletricidade através de um grupo gerador diesel no período diário das 18 às 22
horas. Devido às dificuldades de logística, a Vila sofre constantemente desabastecimento de
óleo diesel para funcionamento do gerador, ficando freqüentemente às escuras por vários dias.
A situação local, a precariedade da fonte energética, e também a minimização da
poluição ambiental, já que a Vila está inserida em uma reserva biológica, e principalmente,
visando à melhoria da qualidade de vida dos moradores da Vila de Sucuriju são as principais
justificativas para a proposição e desenvolvimento deste projeto.
Para solucionar os problemas da Vila de Sucuriju, a UFPE em parceria com a UFPA e
a UFCG, financiadas com recursos do Ministério de Minas e Energia e em parceria com o
CNPq, desenvolveram um projeto para eletrificar a Vila com sistema híbrido de energia e
abastecê-la com água potável. O sistema consistirá da geração híbrida, solar-eólico-baterias-
diesel, que proporcionará 24 horas/dia de energia, e de um dessalinizador para a produção de
água de boa qualidade para consumo humano. Esse projeto põe fim aestes dois problemas
históricos da Vila.
Este projeto foi desenvolvido pela equipe da UFCG/LABDES contando com a
participação dos bolsistas Felix Rodrigues Neto, Fernando Almeida da Silva, José Nilton
Capítulo I - Introdução
Santos, J. E
Automação do Sistema de Dessalinização via Osmose Inversa da Vila de Sucuriu - AP
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Silva e José Esivaldo Santos, sob a coordenação do professor Kepler Borges França, que
coordenou o projeto com respeito ao sistema de dessalinização e distribuição de água.
A subdivisão da automação, de projetos dos painéis elétricos, supervisão da
montagem, teste e instalação dos mesmos e de todo o sistema de dessalinização na Vila de
Sucuriju foram desenvolvidos em cooperação pelos bolsistas Esivaldo e Félix, cabendo aos
demais bolsistas o projeto e testes do dessalinizador propriamente dito.
1.4 - Estrutura do Trabalho
O desenvolvimento deste trabalho de dissertação de mestrado seguiu a seguinte
estrutura: na parte introdutória faz-se uma contextualização da problemática local e da
relevância deste trabalho, enfocando a realidade paradoxal do desabastecimento de água na
região do maior rio do mundo. Em seguida realiza-se uma revisão bibliográfica sobre os
temas principais abordados, contextualizando este trabalho com os outros referenciados na
literatura e nos outros trabalhos de pesquisa realizados pelas principais instituições de ensino
superior (IES) e centros de pesquisas. Na terceira parte são descritos os materiais utilizados e
todos os métodos abordados para que os resultados sejam alcançados.
No quarto capítulo são discutidos os problemas ocorridos no decorrer do trabalho,
assim como, os resultados obtidos quando da solução dos referidos problemas e obstáculos.
Na seqüência serão elencadas todas as fontes bibliográficas pesquisadas e citadas no projeto.
Por fim é disponibilizado um anexo contendo uma série de documentos que foram gerados no
decorrer do trabalho.
Capítulo II - Revisão Bibliográfica
Santos, J. E
Automação do Sistema de Dessalinização via Osmose Inversa da Vila de Sucuriu - AP
11
2.0 - REVISÃO BILBLIOGRÁFICA
2.1 - A Problemática da Água
A água é a substância mais importante e mais comumente encontrada no planeta terra.
Entretanto, a sua distribuição na superfície terrestre é muito irregular, provocando anualmente
a morte de milhares de pessoas por sua falta ou por doenças provocadas pela contaminação de
corpos de águas.
A água doce é essencial para a vida e saúde humana como para as do ecossistema.
Estima-se que a quantidade de água doce no mundo seja cerca de 35 milhões km
3
(LOH et al.,
2006), cuja distribuição percentual é mostrada na Figura 2.1. Contudo aproximadamente 70%
dela estão nas geleiras e calotas polares e cerca de 30% são reservas subterrâneas de água.
Menos de 1% desta água enchem os lagos, os rios, as correntes e as zonas pantanosas da
Terra.
Figura 2.1 - Distribuição percentual da água doce no mundo (Adaptado de BORGHETTI et
al., 2008)
A precipitação anual total no mundo é de aproximadamente 110 mil km
3
de água. A
maior parte desta é consumida pelas plantas e o restante, aproximadamente 40 mil km
3
escoam para o mar. (LOH et al., 2006)
O Brasil detém aproximadamente 13,7% da água doce disponível no planeta, a maior
área úmida continental do mundo (Pantanal), as mais extensas florestas alagadas (Amazônia)
Pântanos, Solos Gelados e Umidade do Solo
C
alotas e
G
eleiras
Águas Subterrâneas
Rios e Lagos
Capítulo II - Revisão Bibliográfica
Santos, J. E
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(BARRETO, 2008). Os recursos hídricos superficiais gerados no Brasil representam 50% do
total dos recursos da América do Sul. A distribuição anual dos recursos hídricos no Brasil não
é uniforme, merecendo destaque os excessos de água na Amazônia e a escassez no Nordeste.
A Figura 2.2 expressa esta realidade, onde pode ser feita comparações, por regiões brasileiras,
dos percentuais de população, área e distribuição de água.
Figura 2.2 - Distribuição da água, da superfície e da população por região (em % do País)
(Adaptado de MARCATTO et al., 2006)
A Amazônia brasileira representa 71,1% do total gerado da vazão no Brasil e,
portanto, 36,6 % do total gerado na América do Sul e 8% em nível mundial. Considerando a
vazão total da Amazônia que escoa pelo território brasileiro, a proporção é de 81,1% do total
nacional. Considerando esse volume, o total que escoa a partir do Brasil representa 77% do
total da América do Sul e 17% em nível mundial. (TUCCI et al., 2001).
A região Norte do Brasil apresenta clima quente, com temperatura média anual
variando entre 24° e 26°C. A precipitação total anual excede os 3.000 mm na foz do rio
Amazonas, no litoral do Pará e a ocidente da região (na direção noroeste - sudeste) esses
valores são de 1.500 a 1.700 mm. (IEPA, 2008)
O Estado do Amapá é detentor de uma considerável malha hídrica. Em sua região
Centro-Leste encontra-se localizado o Rio Araguari (um corpo hídrico cujas águas são
Capítulo II - Revisão Bibliográfica
Santos, J. E
Automação do Sistema de Dessalinização via Osmose Inversa da Vila de Sucuriu - AP
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utilizadas para diversos fins, tais como: abastecimento público, navegação, geração de energia
elétrica, criação de animais e irrigação, dentre outros), seu mais importante manancial.
(BÁRBARA, 2006)
2.2 - Dessalinização
A dessalinização é um processo pelo qual se retiram sais minerais da água. A água
para o consumo humano, segundo a legislação brasileira, através da portaria 518/04, do
Ministério da Saúde, tem que ter um valor máximo permissível para o total de sais dissolvido
na água, não superior a 1.000 mg/L. Nesta concentração já se percebe um sabor desagradável
na água. A água de boa qualidade para o consumo humano deve apresentar concentrações de
sais dissolvidos na faixa de (40-500) mg/L.
Diferentes tecnologias de dessalinização são usadas com o propósito de suprir a
demanda de água potável. Estas tecnologias podem ser divididas em dois grupos distintos, de
acordo com as características físicas do processo. Existem os processos térmicos e os
processos de membrana. (NETO, 2005).
Os principais processos térmicos são: Destilação flash com múltiplo estágio (MSF);
Destilação múltiplo efeito (MED) e Destilação por compressão de vapor (VC). (NETO,
2005). Estes processos não são usados neste projeto, onde é usado o processo de Osmose
Inversa, que é um processo que utiliza membranas e tem um menor consumo de energia.
2.2.1 - Processos com Membrana
Quanto aos processos de membrana, o principal é Osmose Inversa (OI). Este processo
passou a ser aplicado na indústria desde a década de 80, utilizando-se membranas
semipermeáveis. Isto levou a buscar melhorias contínuas e, conseqüentemente, redução de
custos, tanto pelo desenvolvimento da tecnologia quanto pelo aumento na escala de produção
(OLIVEIRA, 2002).
As energias usadas nos processos de dessalinização são principalmente eletricidade e
calor. As exigências de energia para plantas de dessalinização dependem da salinidade,
temperatura da água de alimentação, qualidade da água produzida e da tecnologia utilizada. A
energia representa aproximadamente 25 a 40% do custo total do processo de dessalinização da
água (TSIOURTIS, 2001).
Capítulo II - Revisão Bibliográfica
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Automação do Sistema de Dessalinização via Osmose Inversa da Vila de Sucuriu - AP
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Os avanços tecnológicos em transferências de calor, tecnologia de membrana,
mecanismos de recuperação de energia, manufatura do tratamento químico da água e
combinação dos métodos ou processos têm reduzido muito o consumo de energia por metro
cúbico (TSIOURTIS, 2001).
A OI é uma técnica de filtração que remove os constituintes dissolvidos em solventes.
Com tamanhos de poros muito pequenos, mesmo a maioria das espécies iônicas não
atravessam as membranas de OI, permitindo a dessalinização de águas salinas. Para
concentrações baixas de sais na solução, o processo pode ser consideravelmente mais
eficiente em relação aos métodos comumente usados no tratamento da água, como a
destilação térmica (OLIVEIRA, 2002), conforme apresentado na Tabela 2.1.
Analisando a Tabela 2.1, observa-se que o processo de osmose inversa possui o menor
valor de energia total consumida, sendo assim utilizado para o dimensionamento do sistema
de energia proposto.
Tabela 2.1 - Consumo de energia na dessalinização da água do mar. (Adaptado de NETO,
2005)
2.2.1.1 - Osmose
O fenômeno da osmose é de fundamental importância na natureza, já que o transporte
seletivo através de membranas é essencial à vida. Este fenômeno começou a ser estudado há
mais de duzentos anos. A osmose natural ocorre quando duas soluções de concentrações
diferentes encontram-se separadas por uma membrana semipermeável. Neste caso, a água
(solvente) da solução menos concentrada tenderá a passar para o lado da solução de maior
Capítulo II - Revisão Bibliográfica
Santos, J. E
Automação do Sistema de Dessalinização via Osmose Inversa da Vila de Sucuriu - AP
15
salinidade. Com isto, esta solução mais concentrada, ao receber mais solvente, se dilui, num
processo impulsionado por uma grandeza chamada "pressão osmótica", até que as duas
soluções atinjam o equilíbrio osmótico (OLIVEIRA, 2002).
2.2.4.2 - Osmose Inversa
A osmose inversa é um processo induzido que ocorre quando se aplica uma pressão no
lado da solução mais salina ou mais concentrada, conforme Figura 2.3, com intensidade
superior à pressão osmótica, revertendo-se assim a tendência natural do fluxo. Neste caso, a
água da solução salina passa para o lado da solução menos concentrada, ficando retidos os
íons dos sais nela dissolvidos.
A pressão osmótica, π, que uma solução iônica exerce depende da concentração do
soluto, da temperatura absoluta da solução, e da espécie de íons presentes. É dada pela
equação de van't Hoff (FILHO, 2000).

Onde i é o n
o
de íons formados na dissociação do soluto, c
i
sua concentração molar, R é a
constante universal dos gases ideais e T a temperatura absoluta da solução. A Figura 2.3
exemplifica a ocorrência tanto da osmose como o fenômeno da Osmose Inversa.
A OI é um fenômeno conhecido dos cientistas desde o fim do século XIX, e passou a
ser aplicado em processos industriais na década de 60. Desde a década de 80 o emprego de
membranas semipermeáveis sintéticas em aplicações industriais passou a se difundir,
ampliando o campo de aplicações deste processo. Isto resulta em contínuas reduções de custo,
não só pela maior escala de produção, como também pelo crescente conhecimento
tecnológico adquirido (CARTAXO, 2008).
A OI é um processo de separação com membranas, usado quando se deseja reter
solutos de baixa massa molar, tais como sais inorgânicos ou pequenas moléculas orgânicas
como a glicose. Por este motivo, as membranas de OI devem ter uma porosidade de tal forma
que ofereça resistência à permeação.
(2.1)
Capítulo II - Revisão Bibliográfica
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16
Figura 2.3 - Processo de osmose e osmose inversa. (Adaptado de CARTAXO, 2008)
Quando existem duas soluções separadas por uma membrana semipermeável haverá
sempre, até que se alcance o equilíbrio osmótico, um fluxo do solvente do lado menos
concentrado para o mais concentrado. Este fenômeno ocorre porque a presença do soluto
ocasiona uma queda no potencial químico do solvente na solução, provocando um gradiente
de potencial químico entre os dois lados da membrana. Ao se aplicar pelo lado da solução
mais concentrada uma diferença de pressão entre as duas soluções, ΔP>Δπ, o potencial
químico do solvente na solução concentrada será maior do que o potencial químico do
solvente puro ou do solvente na solução mais diluída. A conseqüência é uma inversão no
sentido do fluxo osmótico, ou seja, o solvente escoa do lado da solução concentrada para o
lado do solvente puro.
2.4 - Automação
Nos primórdios da industrialização, os processos ainda utilizavam a mão-de-obra à
exaustão. A repetição de ações na linha de produção, nos quais as pessoas desenvolviam
sempre as mesmas funções, tornavam-nas especialistas em determinadas tarefas ou etapas da
produção. Principiava-se assim a produção em série. Da mesma forma, as máquinas de
produção eram específicas para cada aplicação, impedindo assim, apesar de apresentar
características semelhantes, o seu uso em outras etapas da produção.
Capítulo II - Revisão Bibliográfica
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2.4.1 - Controle de Sistemas
Sob o ponto de vista tecnológico, o controle tem um papel importantíssimo no
desenvolvimento de ações planejadas, modelando processos desde os mais simples até os
mais complexos.
Antecedendo ao estudo dos controladores programáveis, é necessário sedimentar
alguns conceitos importantes. Um destes, e essencial nesta etapa, é o conceito de controle. A
Figura 2.4 mostra um diagrama de bloco de um sistema de controle de um dado processo.
Figura 2.4 - Diagrama de blocos de um sistema de controle
O controle de sistemas físicos é generalizado na aplicação de sinais e sistemas
na sociedade industrial. Como exemplo de sua aplicação, podem-se citar refinarias de
petróleo, piloto automático de aviões, reatores nucleares e usinas elétricas. O objeto alvo do
controle é comumente chamado de “planta”.
A motivação do uso de sistemas, sob o foco da engenharia, reside, principalmente, na
necessidade de uma resposta satisfatória e de um desempenho robusto. Uma planta produz
uma resposta satisfatória quando sua saída segue ou acompanha uma entrada de referência
específica. O processo de manter uma saída da planta próxima de uma entrada de referência é
chamado de regulação. Através da robustez de um sistema, avaliam-se quanto o sistema exibe
boa regulação, independentemente da existência de perturbações externas e também da
presença de mudanças nos parâmetros da planta devido a condições ambientais variáveis.
(HAYKIN e VAN VEEN, 2001)
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Um sistema de controle com uma única entrada e uma única saída é denominado de
sistema SISO (do inglês, Single-Input/Single-Outpu)t. Já o sistema com múltiplas entradas e
múltiplas saídas e denominado de MIMO, (do inglês, Multiple-Input/Multiple-Output). O
controlador em ambos os casos pode estar na forma de um computador ou de um
microprocessador, e assim sendo, o sistema de controle é chamado de sistema de controle
digital. O uso de sistemas de controle digitais está se tornando cada vez mais freqüente devido
a sua flexibilidade e elevado grau de precisão. (HAYKIN e VAN VEEN, 2001)
Na intenção de garantir o controle do sistema de produção, foram colocados sensores
nas máquinas para a supervisão do processo. O controle só é garantido com o acionamento de
atuadores a partir do processamento das informações coletadas pelos sensores. Os primeiros
sistemas de automação operavam por meio de sistemas eletromecânicos, com relés e
contatores. Neste caso, os sinais acoplados à máquina ou equipamento a ser automatizado
acionam circuitos lógicos a relés que disparam as cargas e atuadores.
Para o controle de quaisquer variáveis existem apenas duas modalidades: controle
manual ou controle automático. Na execução do controle manual faz-se necessário que um
operador esteja presente, quer local ou remotamente em uma sala de supervisão ou operação,
onde ele, fazendo uso de conhecimentos prévios, aciona uma válvula, um botão ou chave, que
por sua vez, produz alterações na variável alvo do controle.
A esta forma de controle manual dá-se o nome de controle local. Contudo, se o
operador estiver em outro ambiente, distante do alvo de seu controle, operando em uma
interface homem-máquina qualquer, como uma tela de supervisório é chamado de controle
remoto. O operador remoto acionará em uma representação simbólica da variável ou válvula
numa tela, para daí, através de uma arquitetura de rede de comunicação comunicar-se com um
CLP, como neste projeto, que acionará fisicamente a saída que se refere à variável alvo do
controle.
O controle é dito automático quando uma parte, ou a totalidade, das funções do
operador é realizada por um equipamento, freqüentemente, mas não necessariamente,
eletrônico. No controle automático por realimentação, alvo deste projeto, é o equipamento
automático que age sobre o elemento de controle, baseando-se em informações de medida da
variável controlada. O controle automático por programa envolve a existência de um
programa de ações, que se cumpre com base no decurso do tempo ou a partir de modificações
eventuais em variáveis externas ao sistema.
Capítulo II - Revisão Bibliográfica
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A viabilidade da automação de um sistema cresceu propulsionada pelos avanços da
eletrônica que passou a dispor de circuitos capazes de realizar funções lógicas e aritméticas
com os sinais de entrada e gerar os respectivos sinais de saída. Com este avanço, o
controlador, os sensores e os atuadores passaram a funcionar em conjunto, transformando
processo em um sistema automatizado, onde o próprio controlador toma decisões em função
da situação dos sensores e aciona os atuadores.
Com os avanços da eletrônica, ocorreram, gradualmente, vários desenvolvimentos que
afetaram os processos, de forma irreversível, no que tange a operação e manutenção destes.
Alavancada por esses avanços ocorreram:
A expansão das unidades de memória que ganharam maior capacidade e com isso, tornou
capaz o armazenamento de todas as informações necessárias para controlar diversas etapas
do processo.
Os circuitos lógicos tornaram-se mais rápidos, compactos e capazes de receber mais
informações de entrada, atuando sobre um número maior de dispositivos de saída.
Surgimento dos microcontroladores, responsáveis por receber informações das entradas e
por associá-las às contidas na memória e a partir destas, desenvolver uma lógica para
acionar as saídas.
O resultado de toda esta evolução é o surgimento de sistemas compactos, com alta
capacidade de controle, que permitem acionar diversas saídas em função de vários sinais de
entrada combinados logicamente. Outro resultado desta evolução é que toda a lógica de
acionamento pode ser desenvolvida através de software, que determina ao controlador a
seqüência de acionamento a ser desenvolvida, caracterizando assim, um sistema flexível.
2.4.2 - O Controlador Lógico Programável
O Controlador Lógico Programável, CLP ou PLC, Programmable Logic Controller,
mostrado na Figura 2.5, é o equipamento eletrônico de controle que atua a partir desta
filosofia e como neste trabalho é o agente da automação, reservou-se a secção seguinte para
melhor explicitar seus conceitos e fundamentos.
Segundo a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), PLC é um
equipamento eletrônico digital com hardware e software compatíveis com aplicações
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industriais. Para a National Electrical Manufacturers Association (NEMA), PLC é um
aparelho eletrônico digital que utiliza uma memória programável para o armazenamento
interno de instruções para implementações específicas, tais como lógica, seqüenciamento,
temporização, contagem e aritmética, para controlar, através de módulos de entradas e saídas,
vários sensores e atuadores (BOARETTO, 2005).
Figura 2.5 - CLP Control Logix 5000. Fonte: Rockwell Automation
Na norma IEC 1131, parte 1, o controlador lógico programável é definido da seguinte
forma: “Um sistema eletrônico digital a ser utilizado na indústria que contém uma memória
programável capaz de armazenar internamente instruções de comando orientadas ao usuário.
Estes possibilitam a implementação de funções específicas, como por exemplo: controles
lógicos, controles seqüenciais, funções de temporização, funções de contagem e funções
aritméticas, visando ao controle de diversos tipos de máquinas e processos através de sinais de
entrada e saída digitais ou analógicas. O controlador lógico programável e os periféricos
correspondentes (sistema PLC) são concebidos de modo que possam ser integrados facilmente
em sistemas industriais de comando e serem aplicados em todas as funções a eles designadas”
(SOUTO, 2005).
Os PLC’s são dispositivos que permitem o comando de máquinas e equipamentos de
maneira simples e flexível, possibilitando alterações rápidas no modo de operá-los por meio
da aplicação de programas dedicados, que ficam armazenados em sua memória. Esse
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equipamento foi batizado, nos Estados Unidos, como Programmable Logic Controller (PLC),
em português Controlador Lógico Programável (CLP) e este termo é registrado pela Allen
Bradley (fabricante de PLC) (BOARETTO, 2005).
O PLC nasceu praticamente dentro da indústria automobilística americana,
especificamente na Hydronic Division da General Motors, em 1968, sob a liderança do
engenheiro Richard Morley, devido à grande dificuldade, aos altos custos e à perda de tempo
e de dinheiro que exigia para se haver a mudança da lógica de controle dos painéis de
comando para cada mudança na linha de montagem.
Nascia assim, um equipamento bastante versátil e de fácil utilização, que vem se
aprimorando constantemente, diversificando cada vez mais os setores industriais e suas
aplicações. Desde o surgimento, houve uma evolução continua nos controladores lógicos.
Esta evolução deve-se à variedade de entradas e saídas, ao aumento da velocidade de
processamento, à inclusão de blocos lógicos complexos para tratamento das E/S e
principalmente, ao modo de programação e à interface com o usuário e com os demais
equipamentos através de uma topologia de comunicação em rede.
2.4.2.1 - Histórico dos PLC’s.
Para fins didáticos, pode-se dividir a história dos PLC’s em cinco gerações, e isto se
dá de acordo com o sistema de programação por ele utilizado.
Os PLC’s de primeira geração eram caracterizados pela programação intimamente
ligada ao hardware do equipamento. A linguagem utilizada era o Assembly, que variava de
acordo com o processador utilizado no projeto, ou seja, para poder programar era necessário
conhecer a eletrônica do projeto do CLP. Assim, a tarefa de programação era desenvolvida
por uma equipe técnica altamente qualificada, gravando-se o programa em memória EPROM,
e isto era realizado normalmente no laboratório.
Na segunda geração aparecem as primeiras “Linguagens de Programação” tornando-os
relativamente independentes do hardware do equipamento. Isto foi possível pela inclusão de
um “Programa Monitor” no PLC, que faz a compilação das instruções do programa, verifica o
estado das entradas, compara com as instruções do programa do usuário e altera os estados
das saídas. Existiram a partir de então os terminais de programação, na verdade
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programadores de memória EPROM, que depois de programadas, eram colocadas no CLP
para que o programa do usuário fosse executado.
Em sua terceira geração, os PLC’s passam a ter uma Entrada de Programação, onde
um teclado ou programador portátil era conectado, e por onde todas as alterações eram
feitas, podendo assim, alterar, apagar, gravar o programa do usuário, além de realizar testes
no equipamento e no programa. Sua estrutura física também sofreu alterações, sendo criados
os sistemas modulares na forma de bastidores ou racks.
Na quarta geração, impulsionado pela popularização e a diminuição dos preços dos
microcomputadores, os PLC’s passaram a incluir uma entrada para a comunicação serial que
se comunica com os terminais de programação, que agora já são os microcomputadores, onde
a tarefa de programação passou a ser realizada. Isto representou grandes vantagens: a
utilização de várias linguagens, possibilidade de simulações e testes, treinamento e ajuda por
parte do software de programação, possibilidade de armazenamento de vários programas no
micro, etc.
A atual quinta geração surgiu da preocupação em padronizar protocolos de
comunicação para os PLC’s, de modo a proporcionar que os equipamentos de diversos
fabricantes interajam entre si. Esta interação pode ocorrer, de acordo com a aplicação, não só
com PLC’s, mas, também, com Controladores de Processos, Sistemas Supervisórios, Redes
Internas de Comunicação, etc., proporcionando assim uma completa integração que facilita a
automação, o gerenciamento e o desenvolvimento de plantas industriais.
Os controladores lógicos programáveis são hoje amplamente difundidos nos processos
industriais e nos mais diversos campos de pesquisas acadêmicas, desde engenharia elétrica,
mecânica, na informática e também na demais engenharias. Na engenharia química, o uso de
PLC’s é visto na pesquisa em controle de processos, mesmo que ainda de forma embrionária,
Entretanto, alguns trabalhos já surgem, despontando, principalmente no campo de aplicação,
como a monitoração de parâmetros físicos e químicos em reatores anaeróbios híbridos
(SILVA, 2007).
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2.4.2.2 - Princípios de Funcionamento do CLP
O controlador lógico programável, como todo sistema microprocessado, tem seu
princípio de funcionamento baseado em três passos, executando seqüencialmente as seguintes
tarefas.
No momento em que é ligado, o PLC executa uma série de operações programadas
previamente, gravadas em seu Programa Monitor:
Verifica o funcionamento eletrônico da CPU, memórias e circuitos auxiliares;
Verifica a configuração interna e compara com os circuitos instalados;
Verifica o estado das chaves principais (RUN / STOP , PROG, etc.);
Desativa todas as saídas;
Verifica a existência de um programa de usuário;
Emite um aviso de erro caso algum dos itens acima falhe.
No passo seguinte o CLP lê os estados de cada uma das entradas, verificando se
alguma foi acionada. O processo de leitura recebe o nome de ciclo de varredura (scan) e
normalmente é de alguns microssegundos (scan time). Dentro deste ciclo, executará todas as
operações que estavam programadas no software aplicativo, como intertravamentos e
habilitação de temporizadores / contadores, armazenagem de dados processados na memória
de dados. A Figura 2.6 mostra o ciclo de scan do PLC seqüenciando as etapas de sua
execução.
Figura 2.6 - Seqüência de etapas do funcionamento do CLP
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Após o Ciclo de Varredura, o PLC armazena os resultados obtidos em uma região da
memória de dados, chamada de memória imagem das entradas e saídas. Ela recebe este nome
por ser um espelho do estado das entradas e saídas. Esta memória será consultada pelo PLC
no decorrer do processamento do programa do usuário.
Na execução do programa do usuário, após consultar a memória imagem das entradas,
o PLC atualiza o estado da memória imagem das saídas, de acordo com as instruções
definidas pelo usuário em seu programa. Seguindo-se esta tarefa a contento, o PLC escreve o
valor contido na memória das saídas, atualizando as interfaces ou módulos de saída e então,
inicia-se um novo ciclo de varredura.
2.4.2.3 - Arquitetura Interna
O diagrama de blocos mostrado na Figura 2.7representa a estrutura básica de um
controlador lógico programável com seus principais componentes, para os quais, é feita a
seguir uma breve exposição de suas características e funcionalidades.
Figura 2.7 - Diagrama de blocos simplificado de um controlador programável (Adaptado de
WEG, 2002).
2.4.2.3.1 - Processador
O Processador é a CPU - Unidade Central de Processamento - do PLC, que é o cérebro
do sistema. Ele lê os sinais das entradas mapeados na memória de dados, executa operações
aritméticas e lógicas baseadas na memória de programa, e gera os comandos apropriados para
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a memória de dados controlar o estado das saídas. Construtivamente, o CLP é muito
semelhante a um microprocessador usado nos atuais computadores pessoais.
Os PLC’s comerciais utilizam microprocessadores ou microcontroladores de 8,16 ou
32 bits e, em casos que haja necessidade de aumentar a capacidade de processamento, como
em cálculos complexos com aritmética de ponto flutuante, é usado um co-processador. Além
do co-processador, alguns fabricantes provêem recursos de hardware e software que
possibilitam interrupções na varredura normal de forma a “ler” uma entrada ou “atualizar”
uma saída imediatamente, e também, recursos de auto-diagnose para detecção e indicação de
falhas (comunicação, memória, bateria, alimentação, temperatura, etc.)
2.4.2.3.2 - Memórias
No que concerne ao modo de escrita ou leitura e a segurança dos dados existem
diversas especificações de memórias, para quais faz-se a seguir uma breve menção.
Random Access Memory (RAM) - Esta memória permite a leitura e escrita da
informação, apresentando, no entanto, a desvantagem de perder toda a informação quando se
desliga. Esta memória é utilizada para armazenar temporariamente a informação
Non-Volatile Random Access Memory (NVRAM) - E um tipo de memória RAM que
não perde seus dados mesmo sem a alimentação de energia.
Read Only Memory (ROM) - Memória apenas de leitura, isto é, a informação nela
armazenada durante o processo de fabricação é permanente, não se perdendo quando se
desliga a alimentação. Este tipo de memória é utilizado pelos fabricantes para armazenar, de
forma permanente, dados estáticos e programas que irão ser necessários ao funcionamento do
PLC. Geralmente, os PLC’s não utilizam meria ROM nas suas aplicações, a não ser PLC’s
dedicados, que têm por objetivo o controle de apenas um pequeno grupo de tarefas.
Programmable Read Only Memory (PROM) - É um tipo especial de ROM que pode
ser programada. Normalmente é utilizada para guardar de forma permanente os dados
armazenados na RAM.
Erasable Programmable Read Only Memory (EPROM) - Este tipo de memória
armazena os dados de forma permanente, mas diferencia-se das memórias PROMs pelo fato
de ser possível re-programar o seu conteúdo. As EPROM possuem uma pequena janela sobre
o array de memória, que exposto a uma fonte de luz ultravioleta apaga todo o conteúdo da
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memória. Esta operação tem uma duração média de 20 minutos. Após a EPROM ter sido
apagada, é possível voltar a escrever dados para a memória, normalmente através da
transferência de programas para o seu interior, utilizando um dispositivo eletrônico adequado.
Electrically Erasable Programmable Read Only Memory (EEPROM) - O conteúdo
deste tipo de memória pode ser de novo programado, utilizando um terminal de programação
de PLC, e após todo o seu conteúdo ter sido eliminado, operação que demora 10
milissegundos, é utilizada para armazenar o programa de controle que se pretende realizar.
A memória do PLC didaticamente pode ser dividida em quatro tipos: Memória do
Programa Monitor, Memória do Usuário, Memória de Dados, e Memória Imagem das
Entradas / Saídas.
Memória do Programa Monitor
O Programa Monitor funciona de maneira similar ao Sistema Operacional dos
microcomputadores, sendo responsável pelo funcionamento e gerenciamento de todas as
atividades do PLC. Ele permite a transferência de programas entre um PC ou Terminal de
Programação e o PLC, gerenciar o estado da bateria do sistema, controlar os diversos
opcionais etc. Este programa fica armazenado em memórias somente de leitura do tipo
PROM, EPROM ou EEPROM, que não podem ser alteradas pelo usuário, só o fabricante do
CLP tem acesso para caso de atualização ou manutenção.
Memória do Usuário
Nesta modalidade de memória do CLP é onde se armazena o programa da aplicação
desenvolvido pelo usuário. Ela pode ser alterada pelo usuário conferindo flexibilidade de
programação. Inicialmente era constituída de memórias do tipo EPROM, sendo hoje
utilizadas memórias do tipo RAM ou NVRAM. Alguns fabricantes também usam cartuchos
de memória, que permitem a troca do programa com a troca do cartucho de memória. A
capacidade desta memória varia bastante de acordo com o fabricante e modelo do PLC.
Memória de Dados
É a região de memória destinada a armazenar os dados do programa do usuário. Estes
dados são valores de temporizadores, valores de contadores, códigos de erro, senhas de
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acesso, etc. São normalmente partes da memória RAM do PLC. São valores armazenados que
serão consultados e ou alterados durante a execução do programa do usuário. Em alguns
PLC’s , utiliza-se a bateria para reter os valores desta memória no caso de uma queda de
energia.
Memória Imagem das Entradas / Saídas
Esta memória é onde a CPU, sempre que executa um novo ciclo de varredura, mapeia
o estado das entradas ou saídas, tomando as decisões, durante o processamento do programa
do usuário.
2.4.2.3.3 - Interfaces de Entrada/Saída
A interface de entrada/saída faz a conexão entre os dispositivos externos, conectados
pelo usuário, e a memória de dados. Os módulos de entrada aceitam as tensões usuais de
comando (24VCC, 127/220 VCA) e as transformam em tensões de nível lógico aceitos pela
CPU. Os módulos de saída comutam as tensões de controle fornecidas, necessárias para
acionar vários dispositivos conectados.
Os primeiros PLC’s eram limitados a interfaces de E/S discretas, ou seja, admitiam
somente a conexão de dispositivos do tipo ON/OFF, possibilitando assim, apenas um controle
parcial do processo, pois a maioria das variáveis do processo como temperatura, pressão e
vazão, são medidas e controladas através de dispositivos operados normalmente com sinais
analógicos.
Nos PLC’s atuais esta limitação já foi sanada e os mesmos já são providos de uma
gama completa e variada de interfaces discretas e analógicas, que os habilitam a praticamente
qualquer tipo de controle. Nestes PLC’s os módulos ou cartões de E/S são organizados por
tipos e funções, e agrupados em grupos de 2, 4, 8, 16 e até 32 “pontos”.
Os cartões do CLP atual são normalmente do tipo de encaixe e, configuráveis,
possibilitando com isso a combinação adequada de pontos de E/S, digitais e analógicas. A
quantidade de pontos de E/S disponíveis no mercado de PLC’s é muito alta, o que possibilita
o controle de qualquer processo; sua quantidade varia desde 16 a 8192 pontos, normalmente,
o que caracteriza a existência de pequenos, médios e grandes PLC’s.
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2.4.2.3.4 - Fonte de Alimentação
A fonte fornece todos os níveis de tensão exigidos para as operações internas do CLP
(Ex.: CPU, Memória, E/S). Para o caso das saídas necessitarem de reforço de corrente, uma
fonte externa deve ser instalada, visando não sobrecarregar a fonte do CLP. A fonte de
alimentação tem normalmente as seguintes funções básicas:
Converter a tensão da rede elétrica (127 ou 220 VCA) para a tensão de alimentação dos
circuitos eletrônicos, (+ 5VCC para o microprocessador, memórias e circuitos auxiliares e
+/- 12 VCC para a comunicação com o programador ou computador);
Manter a carga da bateria, nos sistemas que utilizam relógio em tempo real e memória do
tipo RAM;
Fornecer tensão para alimentação das entradas e saídas (12 ou 24 VCC).
2.4.2.3.5 - Bateria
A bateria do CLP tem a função principal de manter o circuito do Relógio em Tempo
Real, reter parâmetros ou programas (em memórias do tipo RAM), mesmo em caso de corte
de energia, guardando assim, as configurações dos equipamentos. Normalmente são utilizadas
baterias recarregáveis do tipo Ni - Cd ou Li. Para este caso, são incorporados no hardware do
CLP os circuitos do carregador de bateria.
2.4.2.4 - Programação do CLP
Segundo a IEC 1131-3, o único padrão global para programação de controle industrial,
uma interface de programação deve permitir à pessoas com diferentes habilidades e
formações a realização, especificação, projeto, implementação, teste, instalação e
manutenção. Nesta padronização inclui-se a definição da linguagem Sequential Function
Chart (SFC), usada para estruturar a organização interna do programa, e de quatro outras
linguagens que possibilitem a programação do CLP: Lista de Instrução (IL), Diagrama Ladder
(LD), Diagrama de blocos de funções (FBD) e Texto Estruturado (ST).
Capítulo II - Revisão Bibliográfica
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2.4.2.4.1 - Terminais de Programação
Os Terminais de Programação (ou maletas, como eram conhecidas), na segunda
geração de PLC’s eram na verdade Programadores de Memória EPROM. As memórias depois
de programadas eram colocadas no PLC para que o programa do usuário fosse executado.
Com a evolução da eletrônica estes terminais foram se modernizando e novas funções foram
incorporadas, chegando aos modelos atuais como os da Figura 2.8.
Os atuais programadores são computadores pessoais ou industriais, mostrados na
Figura 2.9, com os devidos softwares de configuração e de desenvolvimento da aplicação
previamente instalados. Estes se comunicam com o CLP através de uma porta serial RS232
ou RS485 ou, para os PLC’s mais novos, através da porta ethernet, por onde é possível
configurar, fazer upload e download do aplicativo e ainda fazer a supervisão e controle online
e off-line do processo alvo.
Devido a sua portabilidade os notebooks são mais usados atualmente na indústria
como terminais de programação, enquanto os desktops são usados para desenvolvimento da
aplicação e testes de plataforma.
Figura 2.8 - Modelos de terminais de programação e operação
Capítulo II - Revisão Bibliográfica
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Figura 2.9 - Computadores pessoais utilizados como terminais de programação
2.3.2.4.2 - Linguagens de Programação
Devido à reconhecida necessidade de se estabelecer um padrão para PLC’s, por parte
da comunidade industrial internacional, foi estabelecido um grupo de trabalho em 1979, junto
ao IEC (International Electro-technical Comission), voltado ao estabelecimento de normas
que regulem tanto a programação e o interfaceamento, quanto a constituição física dos
controladores lógicos programáveis. Este grupo objetivava o projeto completo de PLC’s
(inclusive hardware), instalação, testes, documentação, programação e comunicações. A
primeira parte do padrão foi publicada em 1992 (General Information – conceitos e definições
de terminologias básicas). A parte 3, referente às linguagens de programação, foi publicada
em 1993.
A IEC 1131-3 é o único padrão global para programação de controle industrial. O
padrão estabelecido inclui a definição da linguagem Sequential Function Chart (SFC), usada
para estruturar a organização interna do programa, e de quatro linguagens: Lista de Instrução
(IL), Diagrama Ladder (LD), Diagrama de blocos de funções (FBD) e Texto Estruturado
(ST).
Para a IEC 1131-3, uma interface de programação padrão permite a pessoas com
diferentes habilidades e formações criar elementos diferentes de um programa durante
estágios diferentes do ciclo de vida de um software: especificação, projeto, implementação,
teste, instalação e manutenção.
Capítulo II - Revisão Bibliográfica
Santos, J. E
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Para se realizar a programação de um PLC é possível, para a maioria dos modelos
comerciais, fazer uso de várias linguagens de programação, que às vezes, dependendo do
modelo do PLC são intercambiáveis entre si, como o caso da Ladder e STL usadas no PLC da
Siemens, S7300-2DP. A seguir é feita uma breve explanação sobre as mais utilizadas
linguagens de programação de PLC’s e que são padronizadas pela IEC 1131-3.
Diagrama Ladder (LD)
Linguagem baseada na representação gráfica de lógica de relés em escada. Esta
representação é bastante similar a um digrama de circuitos elétricos e por isso é a linguagem
preferida daqueles que já detêm experiência em comandos e circuiros elétricos. Nesta
linguagem são usados símbolos como contatos e bobinas, muito similares aos usados, por
exemplo, no diagrama de controle de contatores (SIEMENS, 2003).
A Figura 2.10 mostra um programa simples usando a linguagem de progração Ladder
usando como ambiente de desenvolvimento o PASSO 7 - Simatic Manager, no intuito de
familializar o leitor deste trabalho com o ambiente de desenvolvimeto do PLC utilizado neste
projeto e também as diferenças entre as diversas linguagens de programação.
Figura 2.10 - Programa exemplo em linguagem Ladder
Lista de instruções (STL)
Linguagem textual semelhante ao assembler. No PASSO 7 pode-se programar de
forma livre em STL. Como esta linguagem é bastante abrangente, tem-se que redobrar os
cuidados para não tornar os programas ininteligíveis. Esta linguagem tem a preferência dos
programadores experientes. A Figura 2.11 mostra o programa exemplo em linguagem STL.
Capítulo II - Revisão Bibliográfica
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Figura 2.11 - Programa exemplo em linguagem STL
Diagrama de blocos (FBD)
Linguagem muito comum na indústria de processos, ela expressa o comportamento de
funções, blocos de funções e programas como um conjunto de blocos gráficos
interconectados. Esta linguagem assemelha-se à representação de um sistema em termos do
fluxo de sinais entre os elementos de processamento.
Esta linguagem se utiliza de “caixas” para representar funções individuais. O caractere
na caixa, neste caso o “&”(Figura 2.12) simboliza a função da caixa, que neste exemplo,
representa a operação lógica AND de duas entradas binárias, que caso seja verdadeira atribui
à saída o valor 1.
Figura 2.12 - Programa exemplo em linguagem FBD
Texto estruturado (ST)
É uma linguagem muito poderosa, com suas raízes em Pascal e "C'. Pode ser usada na
definição de blocos de função complexos, que podem ser utilizados com quaisquer outras
linguagens, e no detalhamento das ações e transições de um programa (JACK, 2008). Esta
contém os elementos essenciais de uma linguagem de programação moderna, tais como: os
condicionais (IF-THEN-ELSE e CASE OF) e iterações (FOR, WHILE e REPEAT). Da mesma
Capítulo II - Revisão Bibliográfica
Santos, J. E
Automação do Sistema de Dessalinização via Osmose Inversa da Vila de Sucuriu - AP
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forma que as outras linguagens, como Pascal e “C”, estes elementos podem ser aninhados.
(PLC Open, 2008)
O PLC usado no projeto não contempla a programação nesta ST, como também não
prevê programação em SFC A Figura 2.13 ilustra como ficaria o programa exemplo se fosse
realizado em ST.
Figura 2.13 - Programa exemplo em linguagem ST
Sequenciamento Gráfico de Funções (SFC)
Linguagem que descreve graficamente o comportamento seqüencial de um programa
de controle. Esta linguagem, bastante utilizada, deriva-se de redes de Petri e do Grafcet IEC
848. O SFC estrutura a organização interna de um programa, decompondo um complexo
problema de controle em partes gerenciáveis, enquanto mantém uma visão global da solução
do problema. (PLC Open, 2008)
O SFC consiste em um conjunto de passos, ligados a blocos de ação e transições. Cada
passo representa um estado do sistema que se está controlando. A transição é associada à
condição que deve ser avaliada. Quando a condição é cumprida desativa-se o passo anterior e
ativa-se o passo seguinte. Cada elemento do SFC pode ser programado em qualquer
linguagem padronizado pela IEC, inclusive o próprio SFC. O SFC prevê, inclusive, a
implementação de seqüências paralelas, como usualmente requeridas em aplicações de
processos batch. (PLC Open, 2008)
A Figura 2.14 exemplifica um pequeno programa onde podem ser observados
facilmente os elementos que formam a linguagem “Passo”, Condição e Transição. Para o
presente projeto esta linguagem também não se aplica. Entretanto, usou-se dela para descrever
os procedimentos de partida e de parada automática do sistema de dessalinização, conforme
pode ser visto no capítulo 4, cujos grafcets são mostrados no anexo A7, deste documento
Capítul
o
o
II - Revis
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ã
o Bibliog
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Autom
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áfic
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Figura 2.1
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de Dessalini
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4 - Progra
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ação via Os
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m
a em SFC
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ose Inversa
d
S
a
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a Vila de Su
c
a
ntos, J. E
c
uriu - AP
34
Capítulo III - Materiais e Métodos
Santos, J. E
Automação do Sistema de Dessalinização via Osmose Inversa da Vila de Sucuriu - AP
35
3.0 - MATERIAIS E MÉTODOS
3.1- Infra-estrutura
Devido à originalidade do projeto varias ações de infra-estrutura foram necessárias
para a realização do mesmo. Estas ações foram tomadas para viabilizar tanto os testes no
LABDES, quanto a instalação e operação na Vila.
3.1.1 - Infra-estrutura do LABDES
No âmbito do LABDES contou-se com as instalações e com equipe permanente no
apoio de todas as atividades desenvolvidas, independentemente da participação efetiva ou não
do profissional no projeto. O Laboratório de Referência em Dessalinização já dispunha, quase
integralmente, de toda a infra-estrutura necessária à realização do projeto
Entretanto, algumas ações pontuais ou adequações foram necessárias, tais como:
Aquisição de dois reservatórios de 2 m
3
para a operação do dessalinizador e transformador
trifásico de 10 kVA de 127V entre fase e neutro para simular a tensão de alimentação da Vila
uma vez que só se dispunha, anteriormente de nível de tensão em 220V entre fase e neutro
(padrão da UFCG).
3.1.2 - Infra-estrutura da Vila de Sucuriju
Devido às grandes dificuldades de acesso à localidade onde o sistema foi implantado
foram necessárias várias ações para adequação da infra-estrutura local, dentre elas podem-se
citar: Construção de plataforma de madeira para suporte dos reservatórios de água e do abrigo
do dessalinizador; Perfuração de poço para captar a água de alimentação mais limpa;
Construção de trapiche e da plataforma para captação e adução da água do Rio Sucuriju, etc.
3.1.2.1 - Perfuração do Poço
A perfuração de um poço é essencial para captar a água com turbidez baixa, pois a
água do rio apresenta, conforme laudo de análise físico-química N
O
103/2003, turbidez com
valor acima de 300 NTU. O processo se deu em quatro tentativas. A primeira, durante a
construção do abrigo, que demandou três messes, e as outras três durante outra expedição que
Capítulo III - Materiais e Métodos
Santos, J. E
Automação do Sistema de Dessalinização via Osmose Inversa da Vila de Sucuriu - AP
36
também demandou aproximadamente três meses. A primeira tentativa de perfuração não
logrou sucesso, principalmente, devido ao desconhecimento da geofísica da região (Figura
3.1) e ao colapso do poço (120 m) durante o procedimento de limpeza (Figura 3.2) e
desinfecção do mesmo (Figura 3.3).
Figura 3.1- Efeito das Inundações devido à maré no local do Poço 1
Mesmo com o insucesso desta primeira tentativa, insistiu-se na perfuração de um novo
poço, pois a obtenção de uma água de melhor qualidade diminuiria drasticamente os custos
com o pré-tratamento físico-químico. Contudo, encontrou-se água salobra numa profundidade
de aproximadamente 120 metros e enfrentou-se muita dificuldade na operação de perfuração
do referido poço.
Resolveu-se então perfurar um novo poço próximo da plataforma do abrigo do sistema
de dessalinização, pois acreditava-se que a salinidade da água seria a mesma do primeiro poço
e não ter-se-ia tanta dificuldade para executá-lo. Com isso, diminuiríamos os custos com
material hidráulico e elétrico, e teríamos uma maior facilidade de operação na perfuração e no
funcionamento normal de todo o sistema.
Capítulo III - Materiais e Métodos
Santos, J. E
Automação do Sistema de Dessalinização via Osmose Inversa da Vila de Sucuriu - AP
37
Figura 3.2 - Limpeza do poço com compressor
Figura 3.3 - Desinfecção química
A princípio a perfuração se deu muito facilmente, pois neste novo local o acesso para
ferramentas era mais fácil. Entretanto ao se alcançar à profundidade de aproximadamente 60
metros percebeu-se que o terreno começou a ceder provocando erosão na borda do furo. Esta
erosão levou a temer até mesmo pela integridade física das construções próximas ao poço,
pois não se sabia como o terreno se comportaria mais tarde. Portanto, abandonou-se o
segundo poço e procurou-se uma nova área, mais afastada e mais firme.
Na tentativa de superar todas as dificuldades anteriores insistiu-se na terceira
perfuração em uma área entre as casas e a mata, onde o terreno se apresentava mais firme.
Nas proximidades do local escolhido já houve uma tentativa de perfuração onde o terreno não
Capítulo III - Materiais e Métodos
Santos, J. E
Automação do Sistema de Dessalinização via Osmose Inversa da Vila de Sucuriu - AP
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cedeu. De inicio tudo ocorria conforme o esperado; entretanto, ao se chegar à profundidade de
aproximadamente 115 metros a terceira haste de aço que suporta a broca quebrou.
Após vários dias sucessivos de atividades para resgatar a broca e as três hastes dentro
do furo não se alcançou o objetivo, ficando-se impossibilitado de prosseguir na perfuração.
Imaginando que houvesse água nos 100 metros que restava livre no furo, resolveu-se fazer a
perfilagem do mesmo para garantir se haveria água na vazão necessária para o sistema.
Infelizmente a perfilagem, conforme laudo emitido pelo Departamento de Geofísica da UFPA
mostrado no anexo A10 deste documento, não diagnosticou a presença de água, pelo fato de
que, possivelmente, durante as tentativas de resgatar a broca, aconteceu soterramento de
aproximadamente 20 metros, o que não possibilitou a perfilagem completa dos 120 m do furo.
3.1.2.2 - Captação e adução da água do Rio Sucuriju
Após todos os insucessos, e considerando a necessidade urgente na implantação do
sistema, partiu-se então para a segunda abordagem prevista, a captação da água do rio. Esta
captação foi projetada de tal forma que fosse flexível em relação ao regime de marés e ao
fenômeno da pororoca. A captação da água do rio, como projetada, é mostrada na Figura 3.4 e
para melhores detalhes podem ser vistos no anexo C deste documento.
Um trapiche, conforme mostra Figura 3.5, foi construído pelo Governo do Estado do
Amapá, como contrapartida, ligando a plataforma do dessalinizador à margem do rio, com
aproximadamente 35 metros de comprimento. O trapiche serve como suporte para a adução.
Seu comprimento foi determinado de modo a possibilitar a maior independência possível da
captação de água com relação ao regime de marés e da pororoca.
Figura 3.4 - Planta baixa da captação de água do rio realizada no projeto
Capítulo III - Materiais e Métodos
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Automação do Sistema de Dessalinização via Osmose Inversa da Vila de Sucuriu - AP
39
Figura 3.5 - Trapiche da captação da água do rio
A água do rio é captada por intermédio de uma bomba submersível, instalada,
conforme Figura 3.8 e Figura 3.9, dentro de um tubo, com a finalidade de protegê-la de
possíveis choques com troncos flutuantes carregados pela pororoca. A bomba, do modelo
2303SDE, de 3 CV de potencia fabricada pela Dancor, tem a capacidade de recalque 30 m
3
/h.
A água captada é depositada em dois reservatórios de 10 m
3
para que haja a
decantação, uma vez que ela tem uma altíssima turbidez, como pode ser visualizado na Figura
3.6. O valor medido para a turbidez no LABDES, quando da análise físico-química, foi
superior a 200 UT e pelo testes de decantação realizado o valor medido foi 311 NTU
(SILVA,2006). O valor máximo permissível ou recomendável pela Legislação Brasileira
(PORTARIA 518/04 MS) para a turbidez é 5 UT. Esta alta turbidez é devida principalmente
ao carreamento, por efeito da maré e da pororoca, de materiais argilosos e arenosos do leito
do rio Amazonas até a foz no oceano Atlântico, nas imediações da Vila e da boca do rio
Sucuriju.
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Com intuito de validar o processo de decantação projetado, realizou-se experimentos
que avaliavam o tempo necessário para que a turbidez fosse reduzida a valores toleráveis para
o sistema de dessalinização. O resultado para estes experimentos são mostrados na Figura 3.7
e, como visto o processo de decantação sem a necessidade de nenhum floculante é bastante
efetivo, indicando assim a plena viabilidade do processo. Entretanto, indica também a
necessidade do polimento na água através de processos de filtragem descritos a seguir.
Depois da decantação nos reservatórios de água bruta, a água passa por um processo
de filtração multimeios, dois filtros em paralelo, reduzindo ainda mais sua turbidez.
Finalmente, após este pré-tratamento físico, esta água é depositada em um tanque pulmão de 5
m
3
.
Figura 3.8 - Detalhe da captação de água do rio - Corte C-C´
Capítulo III - Materiais e Métodos
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Figura 3.9 - Detalhe da tubulação para proteção e da bomba de captação
3.1.2.3 - Abrigo do Dessalinizador
Foi projetado um abrigo de madeira, conforme mostrado na Figura 3.10, com 15m² de
área útil, sendo 5 m de comprimento e 3m de largura, e uma plataforma também de madeira
com 15 m de comprimento e 12 m de largura, ambos seguindo o estilo das construções locais
existentes, para abrigar e suportar o sistema de dessalinização. Para a execução do serviço de
construção do abrigo e da plataforma foi contratada mão-de-obra local com habilidades em
carpintaria. Todo material necessário para a construção do mesmo foram adquiridos em
Macapá.
Na construção do abrigo, mostrado nas Figuras 3.11 e 3.12, além da supervisão,
contou-se com três carpinteiros e dois ajudantes,
O trabalho foi realizado no tempo estipulado. Alem das dificuldades supracitadas teve-
se que aumentar a plataforma, devido à necessidade de se colocar mais tanques para fazer a
decantação da água do rio, uma vez que a alternativa de usar a água do poço não obteve
sucesso. Além disso, teve-se que reforçar a estrutura de sustentação da plataforma, Figura
3.13, pois a capacidade de armazenamento de água passou de 20 para 40 m³.
Capítulo III - Materiais e Métodos
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Figura 3.10 - Planta baixa do abrigo e da plataforma do sistema de dessalinização
Capítulo III - Materiais e Métodos
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Figura 3.11 - Vista frontal do abrigo do dessalinizador localizada no final da Vila
Figura 3.12 - Vistas lateral e posterior do abrigo do dessalinizador
Capítulo III - Materiais e Métodos
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O reforço necessário devido a alteração da carga da plataforma foi feito com esteios,
que foram usados principalmente nas vigas e colunas de sustentação de toda a plataforma,
como pode ser visto na Figura 3.13.
Figura 3.13 - Vista da fundação da plataforma/abrigo
3.2 - Dessalinizador
O equipamento de dessalinização de água via osmose inversa, mostrado na Figura
3.15, foi projetado no LABDES a partir dos dados levantados através das análises físico-
químicas das amostras de água coletados, Figura 3.14, previamente na Vila. Usou-se como
auxilio ao desenvolvimento do projeto o software de simulação de sistemas de dessalinização
ROSA 6.1.4, Reverse Osmosis System Analysis, disponibilizado por The Dow Chemical
Company. De posse dos parâmetros levantados na análise da água, foi contratada uma
empresa local para montar o dessalinizador projetado, o qual foi entregue conforme mostrado
na Figura 3.15.
Capítulo III - Materiais e Métodos
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Figura 3.14 - Coleta de amostra de água para análise no LABDES
Figura 3.15 - Dessalinizador entregue sem a instrumentação digital
Capítulo III - Materiais e Métodos
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Automação do Sistema de Dessalinização via Osmose Inversa da Vila de Sucuriu - AP
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3.2.1 - Descrição do Sistema Implantado
O sistema projetado e instalado é completamente descrito pelo fluxograma e pelo
projeto hidráulico mostrados nas Figuras 3.16 e 3.4, e nos anexo A8 e C, respectivamente.
Entretanto, para que haja uma compreensão completa do mesmo achou-se necessário uma
descrição mais detalhada, feita a seguir.
Figura 3.16 - Fluxograma do sistema de dessalinização
3.2.1.1 - Processos de Filtração
Após a decantação, a água sofre dois processos de filtragens sucessivas no intuito de
se reduzir a turbidez da água que permeará as membranas. Primeiramente tem-se, conforme
mostrado na Figura 3.17, um conjunto de dois filtros de areia, modelo DFR-24, também
fabricados pela Dancor, que são compostos por dois vasos e uma bomba de recalque,
autoescovante PF-22, de 1,5 CV, Figura 3.18, que força a água a passar pelos filtros e em
seguida deposita-a em um tanque pulmão de 5 m
3
.
Capítulo III - Materiais e Métodos
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Figura 3.17 - Filtro de areia, modelo DFR-24,
Figura 3.18 - Bomba de recalque dos filtros de areia
Depois que a água é pré-filtrada ela novamente é impulsionada por uma bomba
auxiliar, série CAP (booster), modelo 2.1-B-11, da Dancor, de 3/4 CV, através do filtro de
cartucho de polipropileno expandido com poros de 5 µm (Figura 3.19). Esta nova filtragem
reduz a turbidez da água que permeará as membranas para um valor de 0,7 NTU. Este valor é
adequado para a água de alimentação, uma vez que o fabricante das membranas recomenda
Capítulo III - Materiais e Métodos
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Automação do Sistema de Dessalinização via Osmose Inversa da Vila de Sucuriu - AP
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um valor inferior 1 NTU, caso contrário as incrustações reduziriam muito a vida útil das
membranas. (FILMITEC, 2008).
Figura 3.19 - Detalhe do filtro de cartucho e vasos de alta pressão
3.2.1.2 - Processos de Permeação
A água após o processo de filtração, alimenta a linha a montante da bomba de alta
pressão, também da Dancor, série CAP (booster), modelo 8.3-B-25 de 5 CV, que por sua vez,
proporciona uma pressão superior a 17 kgf/cm2, possibilitando a permeação nas membranas
para a produção desejada. Na linha de entrada de água das membranas é adicionado, por
Capítulo III - Materiais e Métodos
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Automação do Sistema de Dessalinização via Osmose Inversa da Vila de Sucuriu - AP
50
intermédio de uma bomba dosadora, um anti-incrustante, “Flocon 100” da “BioLab Water
Additives”, numa concentração 1mg/L e vazão de 1,75 L/h.
O processo de dessalinização acontece no interior dos vasos de alta pressão em série
de 2 metros de comprimento. No interior dos vasos (Figura 3.19) estão dispostas 2
membranas em série do tipo BW30-400/34i da “Filmtec”. Cada membrana possui uma área
ativa de 37 m
2
(FILMITEC, 2008).
3.2.1.3 - Processos de Retro-lavagem
Após cada operação de dessalinização o operador local deve acionar o processo de
limpeza química das membranas. Este processo deve ser iniciado com o sistema parado; e se
inicia com o aciona mento da bomba de limpeza química que fará o enxágüe das membranas
com a água do permeado. Este processo é eficiente para impedir a deposição do sal na
superfície das membranas, diminuindo-se assim, o rendimento da permeação.
3.3 - Automação do Sistema de Dessalinização
Devido aos inúmeros problemas enfrentados concernentes à logística e às intempéries
da região, viu-se a necessidade de automatizar o sistema de dessalinização. A automação é
baseada no controlador lógico programável, que é responsável por realizar todas as operações
lógicas e matemáticas necessárias ao perfeito funcionamento da planta.
Além de realizar o interfaceamento com a topologia de rede adotada (Ethernet) em
Sucuriju, conforme mostra a Figura 3.20, e fazer todas as leituras das entradas do processo, o
PLC também é responsável por ativar as saídas para fechar as válvulas solenóides, regular
abertura de válvula proporcional e partir moto-bombas, além de aquisitar todos os sinais
analógicos da planta, inclusive os dos inversores que partem os motores elétricos principais
que estão em rede (Profibus DP da Siemens).
3.3.1 - Metodologia aplicada à Automação
Inicialmente, quando do comissionamento do projeto, foram definidas as metas que se
pretenderiam alcançar e partiu-se então para a definição das estratégias que seriam adotadas
Capítulo III - Materiais e Métodos
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Automação do Sistema de Dessalinização via Osmose Inversa da Vila de Sucuriu - AP
51
no sentido de adequar o dessalinizador, para que toda a instrumentação digital e a automação
propriamente dita fossem implantadas.
Um ponto essencial, que repercute decisivamente no desenvolvimento do projeto, é a
escolha dos equipamentos, uma vez que, devido à grande diversidade de fabricantes e
modelos, e por conseqüência, grandes diferenças observadas no que diz respeito ao
interfaceamento, programação e operação, tornariam mais fácil ou mais difícil o
desenvolvimento da automação. Além disto, a confiabilidade dos equipamentos, a
padronização e também o custo foram aspectos decisivos por escolher os equipamentos que
doravante são mencionadas.
A metodologia que será aplicada nesse projeto foi inspirada na utilizada pelas
melhores empresas de desenvolvimento e integração de sistemas, estando assim, em plena
conformidade com as tendências da automação industrial contemporânea.
3.3.1.1 - Elaboração de Documentação Preliminar
Vários documentos têm que ser gerados para que o andamento do projeto não seja
prejudicado. Eles têm a principal função de nortear e gerenciar a execução do projeto, assim
como alimentar com dados todas as etapas e desenvolvedores, já que o projeto foi
desenvolvido por mais de um projetista.
Uma seqüência lógica é seguida para a criação destes documentos, e esta está
embasada nas experiências anteriores que os projetistas detêm de quando atuavam na
indústria desenvolvendo, implantando e dando manutenção nos sistemas de controle e
elétricos. A ordem macro da criação destes documentos, cuja relevância é discutida a seguir, é
a seguinte:
Topologia;
Redes Lógicas;
Lista de Motores;
Lista de Instrumentos;
Detalhamento de Entradas e Saídas (DIO);
Base de Dados (BD);
Grafcets de Partida e Parada Automática do Sistema.
Capítulo III - Materiais e Métodos
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52
Depois de ter todos estes documentos elaborados, que podem ser visualizados em
detalhes no anexo A deste documento, partiu-se então para a criação dos aplicativos do
supervisório e do PLC.
3.3.1.1.1 - Topologia
A definição da topologia do sistema é indispensável que seja realizada no inicio do
projeto, pois ela auxilia na determinação dos equipamentos que deverão ser comprados e na
abordagem que deve ser feita para realização dos aplicativos. É a partir da topologia que a
aquisição dos equipamentos é feita, garantindo-se assim, que os mesmos sejam plenamente
intercomunicáveis entre si e o resultado final da automação seja alcançado.
Para o caso do Projeto Sucuriju escolheu-se a topologia Ethernet devido à alta
velocidade alcançada no tráfego da comunicação, facilidade de conexão e simples
configuração. Estas facilidades são devidas, principalmente, à grande difusão de uso destes
equipamentos na indústria e a ser um padrão bastante consolidado. A única forma de
comunicação presente na Vila é um telefone público satelital da Telemar. Por isto fez-se um
contato com a Telemar, intermediado pelo Governo do Estado do Amapá, onde foi fechado o
acordo de parceria em que a empresa de telecomunicação forneceria um link rápido em
ethernet, banda larga, via satélite.
Este ponto de ethernet seria compartilhado através de um switch entre as duas
edificações do projeto na Vila e possivelmente com a escola, para proporcionar a inclusão
digital dos habitantes da Vila. A Figura 3.20 retrata como funcionará a intercomunicação do
sistema de dessalinização com a sala de supervisão no LABDES. Esta topologia aplicada
possibilita, via web, a monitoração, a supervisão e até mesmo o controle por qualquer
instância ou parceiro do projeto, desde que haja liberação por parte da coordenação LABDES.
O Anexo A5 deste documento possibilita visualização com maiores detalhes da topologia do
sistema.
Capítulo III - Materiais e Métodos
Santos, J. E
Automação do Sistema de Dessalinização via Osmose Inversa da Vila de Sucuriu - AP
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Figura 3.20 - Topologia do sistema
Todo o sistema de dessalinização é controlado pelo PLC, caso o mesmo esteja
chaveado na posição automático ou em remoto, ou, simplesmente monitorará passivamente
caso esteja no modo local.
O CLP realiza a leitura das variáveis da planta e realiza as ações de controle. Além
disso, aplicativo do usuário, ele toma decisões ou simplesmente disponibiliza para um
microcomputador dedicado, locado na Sala de Energia do LABDES, via internet sob um
endereço IP fixo e pré-configurado, os estados da memória interna e também o estado atual
das entradas e saídas. Neste computador está instalado uma licença “Run Time” (RT) do
software supervisório WinCC da Siemens, adquirido para este fim, que fará a interface
homem-máquina remota com o PLC.
No próximo capítulo é detalhado pormenorizadamente o papel do CLP e do
Supervisório na automação, como tamm as lógicas e pré-configurações desenvolvidas
exclusivamente para este sistema.
Capítulo III - Materiais e Métodos
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3.3.1.1.2 - Redes Lógicas
A comunicação entre o PLC, painel de automação na Vila, com a estação supervisória,
no LABDES, só será possível através do link ethernet provido pela Telemar mediante
cumprimento do acordo de parceria firmado sobre a intermediação do Governo do Estado do
Amapá e esta empresa. Além da comunicação com a estação supervisória, a comunicação
ethernet é realizada entre a CPU do PLC e o terminal de programação, um notebook com os
softwares dedicados instalados, o que garante alta velocidade no trafego de dados e bastante
facilidade de interconexão. Esta rede lógica é mostrada na Figura 3.21 e no Anexo A6.
Para possibilitar o monitoramento dos parâmetros dos motores, como sua velocidade e
a corrente elétrica, e também controlar a operação à distância e localmente escolheu-se usar
drivers inteligentes, os inversores, que se comunicam com o CLP através de rede, Figura
3.22, rede proprietária, não aberta, Profibus DP da Siemens. Esta estratégia garante a
confiabilidade de monitorar o funcionamento dos motores da planta e interferir neste
funcionamento, fazendo, em tempo de execução, ajustes nos parâmetros internos de alarmes
dos inversores.
Figura 3.21- Rede ethernet do projeto
Capítulo III - Materiais e Métodos
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Figura 3.22- Rede Profibus DP
A implementação da comunicação só é possível se todos os entes da rede tiverem um
endereço, fixo e individual, pelo qual o mestre da rede, neste caso o CLP, acessa a memória
interna dos escravos, inversores, e aquisita os dados de memória e aciona a partida, a parada,
realizando ainda o rearme das proteções internas. A comunicação em Profibus DP alcança
taxas de 12 Mbps e pode ser configurada conforme a Figura 3.23.
Figura 3.23 - Configuração da taxa de comunicação da rede Profibus DP
Capítulo III - Materiais e Métodos
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3.3.1.1.3 - Lista de Motores
Criar a lista de motores, apesar de ser muito simples, é muito importante para a
escolha dos drivers de partidas que irão ser adquirido. A definição do nível de tensão que
alimenta cada moto-bomba tamm é imprescindível. No caso de Sucuriju, onde a rede de
distribuição trifásica que abastece a Vila, oriunda do antigo gerador, e também, do sistema
híbrido implantado, tem o nível de tensão em 220 V trifásico ou 127 V monofásico, por isso
definiu-se os motores conforme mostra a Tabela 3.1. Maiores detalhes podem ser vistos no
anexo A3 deste documento.
Tabela 3.1 - Lista de motores do projeto
3.3.1.1.4 - Instrumentação
O levantamento da instrumentação é um documento essencial em qualquer projeto de
automação, pois é nele, onde todos os instrumentos que se pretende implantar são descritos. É
nesse documento onde a faixa do instrumento é definida e os valores de alarmes e defeitos são
pré-determinados para o processo. A Tabela 3.2, mostra um detalhe da instrumentação
realizada para o Projeto Sucuriju. Maiores detalhes podem ser vistos no anexo A2 deste
documento.
Capítulo III - Materiais e Métodos
Santos, J. E
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Tabela 3.2 - Detalhe da lista de instrumentação
3.3.1.1.5 - Detalhamento de Entradas e Saídas (DIO)
A DIO é um dos documentos redigidos previamente e de suma importância para
determinar o número de pontos que são automatizados. Este documento, mostrado na Tabela
3.3, referenda a compra do CLP, pois é a partir deste que o número de entradas digitais, saídas
digitais, entradas analógicas e saídas analógicas são definidos, já que os cartões de IO’s e de
demais partes dos PLC’s são modulares. Geralmente os cartões de IO’s são de 2,4,8,16 e 32
pontos. Maiores detalhes podem ser vistos no anexo A1 deste documento.
Tabela 3.3 - Amostra do detalhamento de IO
Capítulo III - Materiais e Métodos
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Automação do Sistema de Dessalinização via Osmose Inversa da Vila de Sucuriu - AP
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3.3.1.1.6 - Base de Dados
Logo após a definição da DIO é gerada a base de dados que contém todos os tags que
serão importados para a memória de dados do CLP e para o Supervisório, como é o caso do
projeto de automação de Sucuriju. É na base de dados que a estrutura que delimita as áreas da
memória onde cada tarefa vai ser alocada.
Para o caso do CLP da Siemens, como mostra a Tabela 3.4, é ela que referencia onde
os blocos de funções (FC) e os Blocos de Dados (DB) e demais objetos são alocados. Para a
maioria dos outros fabricantes acontece algo dual, sendo que para eles são sub-rotinas e não
funções; são os ladders (LD) e não FC. A base de dados é contigua e não separada em Blocos
de Dados.
A Base de Dados propriamente dita referencia os endereços e a descrição dos tags,
além de alocar na memória os espaços para inserção de futuros tags que venham porventura a
ser incluídos. A Tabela 3.5 exemplifica a base de dados elaborada para o projeto. A tabela
constando toda a base está incluída no anexo A4 deste documento.
Tabela 3.4 - Estrutura de tarefas
Capítulo III - Materiais e Métodos
Santos, J. E
Automação do Sistema de Dessalinização via Osmose Inversa da Vila de Sucuriu - AP
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Tabela 3.5 - Detalhe da base de dados do projeto
3.3.1.1.7 - Grafcets
Embora exista uma linguagem de programação de PLC bastante semelhante, o grafcet
aqui descrito é um método gráfico de apoio à concepção de sistemas industriais
automatizados. Este método permite representar, através de modelos do tipo dos gráficos de
estados, o comportamento de sistemas seqüenciais. A partir do grafcet de um sistema pode ser
gerado facilmente o programa do controlador desse sistema. Para o sistema de dessalinização
da Vila de Sucuriju foram elaborados dois grafcets: um para a partida automática e o outro
para a parada automática do sistema.
Tanto o grafcet de partida, quanto o de parada, contemplam os comandos das
motobombas e das válvulas solenóides mediante tomada de decisão referendada pelo valor
das variáveis da planta, tais como pressão, temperatura, condutividade, vazão e nível dos
tanques. A Figura 3.24 e a Figura 3.25 mostram, respectivamente, detalhes dos grafcets de
partida e de parada. Os Grafcets completos encontram-se no anexo A7 deste documento.
Capítulo III - Materiais e Métodos
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Automação do Sistema de Dessalinização via Osmose Inversa da Vila de Sucuriu - AP
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Figura 3.24 - Detalhe do grafcet de partida automática do sistema
Figura 3.25 - Detalhe do grafcet de parada automática do sistema
Capítulo III - Materiais e Métodos
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3.3.2 - Definição dos Modos de Operação do Sistema de Dessalinização
O sistema de dessalinização, dependendo da posição da chave seletora mostrada na
Figura 3.26 e da lógica interna do CLP, funcionará de três formas diferentes como descrito a
seguir.
Com a chave na posição DESL o sistema fica inoperante.
Na posição MANUAL o operador se responsabiliza pela operação do sistema, cabendo
ao operador remoto apenas a monitoração do sistema. Com a seleção da posição
AUTOMÁTICO, mediante lógica previamente programada no PLC e seleção na tela do
supervisório, o sistema é operado remotamente via supervisório, ou em automático através
dos grafcets de partida ou de parada automática mencionados na seção anterior.
Figura 3.26 - Detalhe do grafcet de parada do sistema
Modo local, sem a intervenção do CLP, ficando a cargo do operador local, treinado pelos
desenvolvedores, a completa operação do sistema. Na indústria esse modo é comumente
chamado de modo Degradado, mas aqui, por comodidade, já que não se tem nenhuma
IHM no local, será denominado de modo local;
Capítulo III - Materiais e Métodos
Santos, J. E
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62
Modo remoto, onde um operador, via internet, no LABDES, ou em qualquer dos
parceiros, caso detenham nível de acesso necessário, mediante senha, terá controle de
todas as funcionalidades da planta em uma tela de supervisório, Figuras 4.18 e 4.19, que
foram desenvolvidas no LABDES usando o software WinCC da Siemens;
O sistema também pode trabalhar em modo automático, onde, a partir de um determinado
evento ou tempo, o PLC observando o software residente desenvolvido também no
LABDES usando Simatic Manager da Siemens, toma todas as decisões e opera o sistema
sem intervenção do homem.
3.3.3 - Definição do Controlador Lógico Programável
Após minuciosa pesquisa de mercado considerando preço, robustez, qualidade e
facilidade de programação foi feita a escolha do CLP da Siemens S7315-2DP. Embora
existam PLC’s de mais fácil programação ou de custo inferior, escolheu-se o da Siemens
devido ao fato deste ter renomada robustez e confiabilidade.
Figura 3.27 - CLP da Siemens S7315-2DP. (Fonte: ST70 Cap3 S7300 - SIMATIC S7 300
Modular mini PLC)
Capítulo III - Materiais e Métodos
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63
Aliado a isso, o fator padronização foi levado em conta, pois as outras subáreas
escolheram comprar tudo da Siemens, e por isso, conseguiram para o projeto uma política de
desconto tal que comprando com os concorrentes diretos, com as mesmas funcionalidades e
características, este ficou com um preço imbatível. Outro aspecto considerado foi a
experiência anterior que se tinha em programar este CLP, o que facilitaria muito o
desenvolvimento do aplicativo. O S7315-2DP é um PLC amplamente utilizado na indústria,
o que de inicio lhe confere uma confiabilidade altíssima. A Figura 3.27 mostra o CLP
instalado com seus cartões de IO e de interface de rede de comunicação.
3.3.4 - Definição do Software Supervisório
Devido à escolha do CLP da Siemens primou-se também pela escolha do supervisório
do mesmo fabricante, pois a interconexão destes seria mais natural. Assim sendo escolheu-se
o Windows Control Center (WinCC) da Siemens, mostrado na Figura 3.28, embora este não
seja de tão fácil programação, pois requer conhecimentos prévios de programação em
linguagem C ou de “Visual Basic Scripts” (VBS) para desenvolvimento da aplicação. Existem
outros supervisórios de mais simples programação e mais baratos, contudo o fato da
padronização e o preço imbatível do pacote da Siemens em comparação com os outros
concorrentes foram decisivos.
Figura 3.28 - Supervisório da Siemens - WinCC Fonte : Help do WinCC
Capítulo III - Materiais e Métodos
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64
3.3.5 - A Instrumentação implantada
Todas as variáveis importantes para o controle do sistema de dessalinização estão
monitoradas usando sensores, e estes foram escolhidos devido à confiabilidade da marca,
preço, facilidade de instalação, configuração e manutenção. Todos os elementos sensores e
instrumentos utilizados no projeto são elencados na Tabela 3.6 e mostrados nas Figuras 3.29 a
Figura 3.35.
Tabela 3.6 - Lista de instrumentos instalados
Todos os instrumentos digitais são “George Fischer” e “Danfoss”. Para o caso da
condutividade e da vazão, os instrumentos além de mostrar o valor no frontal disponibiliza
um sinal 4 a 20 mA, que é lido por um cartão de entradas analógicas do PLC. Para o caso dos
medidores de pressão, os principais para a operação local do dessalinizador, foram instalados
em redundância instrumentos analógicos. Além destes sensores utilizados no sistema, têm-se
Capítulo III - Materiais e Métodos
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65
um pressostato diferencial e os sensores de níveis de cada tanque de armazenamento; estes
são do tipo “bóia”, que são amplamente difundidos comercialmente.
Figura 3.29 - Instrumentos digitais
Figura 3.30 - Elementos sensores para pressão, vazão, condutividade e temperatura.
Figura 3.31 - Instrumentos analógicos
Capítulo III - Materiais e Métodos
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66
.
Figura 3.32 - Pressostato diferencial. Figura 3.33 - Bóia de nível
Figura 3.34 - Válvula solenóide
Figura 3.35 – Válvula proporcional
Capítulo III - Materiais e Métodos
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67
3.3.6 - Projeto e Montagem dos Painéis Elétricos
Para o sistema de dessalinização foi realizado um projeto elétrico abordando quatro
painéis, sendo um de distribuição e os outros três de controle do sistema propriamente dito.
Todo o projeto elétrico desenvolvido, contendo os diagramas de força e controle e o unifilar
são anexados a este documento. Neste projeto optou-se por subdividir em quatro painéis:
Painel 1 - Painel de Comandos Gerais;
Painel 2 - Painel de Comando das Válvulas;
Painel 3 - Painel de Automação.
Painel 4 - Painel de Distribuição
Na confecção dos painéis utilizou-se equipamento de alta confiabilidade e qualidade.
Todos eles são de padrão industrial, isto feito principalmente para que os equipamentos
suportem condições extremamente agressivas do local, uma vez que a umidade alta se junta
com a maresia e calor formando um ambiente bastante agressivo a equipamentos de qualidade
inferior. Os esquemas elétricos dos painéis projetados, e também da automação são mostrados
no anexo B deste documento.
3.3.6.1- Projeto do Painel de Comandos Gerais
Quando o dessalinizador foi entregue, continha um pequeno painel que o operava no
modo manual ou de forma seqüencial e temporizada. Entretanto, para que fosse possível
realizar a automação do sistema de dessalinização, necessitou-se customizar este painel de
operação, integrando-o aos outros painéis desenvolvidos
Após esta customização o painel 1 ficou conforme mostrado na Figura 3.36. Para
suprir as necessidades da automação incluiu-se uma chave de três posições: Manual,
Desligado, Automático. Através desta chave escolhe-se o modo de operação. Manual significa
que o operador local é responsável por toda a operação da planta. Desligado quer dizer que a
planta está inoperante. Na posição de Automático uma lógica interna no CLP possibilita o
controle da planta independente de qualquer operador, ou ainda que um operador controle
remotamente via supervisório o sistema.
Capítulo III - Materiais e Métodos
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68
Figura 3.36 - Painel 1 - Painel de comandos gerais customizado
3.3.6.2 - Projeto do Painel de Comando das Válvulas
Embora este painel abrigue toda a parte de comando das válvulas solenóide, ele não é
exclusivo para esta finalidade. Escolheu-se um painel que se adequasse precisamente ao
espaço da estrutura de suporte do dessalinizador, por questões estéticas, e também porque se
projetava na sua porta instalar os instrumentos digitais e as botoeiras de acionamento das
válvulas, quando o sistema está no modo local. No seu interior a parte de alimentação dos
instrumentos foi instalada, como os componentes da partida direta da bomba de retro-
lavagem. A Figura 3.37 mostra o painel 2, com detalhe da porta e do seu interior.
Figura 3.37 - Painel 2 - Painel de comandos das válvulas
Capítulo III - Materiais e Métodos
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3.3.6.3 - Projeto do Painel de Automação
O painel mostrado na Figura 3.38, é denominado de painel de automação, pois nele
estão instalados todos os componentes do projeto que detêm qualquer nível de processamento,
e é onde reside todo o controle do sistema. Neste painel também foram instalados a parte de
chaveamento e disjunção que integram a força e o controle dos motores, uma vez que, os
inversores estão alocados também neste painel. O disjuntor trifásico geral, que protege todo o
sistema para facilidade de operação também se encontra instalado neste painel.
Na porta do painel de automação, como nos demais painéis, estão instalados os botões
de acionamento local das motobombas, como também a chave seletora do motor redundante
que será posto em funcionamento. Neste painel existe tamm uma botoeira do tipo cogumelo
que proporciona o desligamento do sistema caso haja alguma emergência.
Figura 3.38 - Painel 3 - Painel de automação
3.3.6.4- Projeto do Painel de Distribuição
Este painel não faz parte do escopo do LABDES; entretanto, quando da instalação do
equipamento na Vila, percebeu-se a necessidade dele, pois a equipe responsável pela
eletrificação da Vila não havia concluído o seu trabalho. Sendo assim, foi feita a ligação de
forma a atender as necessidades atuais do projeto enquanto a distribuição de energia não era
Capítulo III - Materiais e Métodos
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70
concluída. Foi requerido à equipe de energia que a interligação com a alimentação do sistema
funcionasse de forma que o sistema de dessalinização fosse alimentado com a rede elétrica da
Vila ou com o grupo gerador diesel dedicado.
3.3.7 - Inversores de Freqüência
Embora estejam incluídos no painel da automação, decidiu-se pela necessidade de uma
abordagem mais detalhada sobre os inversores de freqüência. Estes equipamentos (Figura
3.39) detêm em si um alto grau de automação. Os inversores são equipamentos de baixo custo
para o controle da velocidade de motores de indução trifásicos. O uso destes equipamentos
não baratearia a partida de motores, todavia, o fato destes possibilitarem a automação dos
acionamentos dos motores e de minimizar os efeitos de queda de tensão na rede elétrica
principalmente na partida das bombas de captação e de alta pressão já os tornam
imprescindíveis ao projeto, pois a rede elétrica a partir de fontes renováveis é sensível a
perturbações.
Os inversores variam as velocidades dos motores de acordo com a maior ou menor
necessidade de vazão, pressão ou temperatura de cada zona de controle. Ao diminuir a
velocidade, os inversores proporcionam grande economia de energia. Tal efeito não ocorre
com as válvulas tradicionais, onde a vazão é reduzida, porém o motor continua operando na
mesma velocidade.
Figura 3.39 - Detalhe dos inversores no painel de automação
Capítulo III - Materiais e Métodos
Santos, J. E
Automação do Sistema de Dessalinização via Osmose Inversa da Vila de Sucuriu - AP
71
Outra vantagem que se pode obter utilizando inversores de freqüência é a
possibilidade de redução dos custos de manutenção. Os inversores possibilitam que os
motores sejam acionados suavemente, sem trancos. Com isso, reduz-se a quebra de elementos
de transmissão, ocorrências estas freqüentes em virtude do esforço adicional provocado pelos
motores com partida direta. Foram escolhidos, como mostra a Figura 3.39, dentre os
inúmeros inversores comerciais, e pelos mesmos motivos que o PLC e demais componentes,
os inversores da Siemens. Os equipamentos que foram adquiridos e instalado foram os
seguintes modelos:
Bomba de Alta Pressão - MM440; 200-240V; T. CTE 17.5 A; T.VAR 22 A;
Bomba de Captação - MM440; 200-240V; T. CTE 10.4 A; T.VAR 11.4 A;
Bomba Auxiliar - MM440; 200-240V; T. CTE 3.9 A; T.VAR 4.3 A;
Bomba de Recalque - MM440; 200-240V; T. CTE 3.0 A; T.VAR 3.3 A.
O uso de soft starter em vez de inversores foi avaliado pelos projetistas; entretanto, o
fato de se poder, caso necessário, fazer controle da velocidade do motor e os custos do
inversor em comparação com a partida suave correspondente foi fator preponderante.
3.3.8 - Gerador Diesel Dedicado
Para garantir a autonomia do sistema e a independência do mesmo, para o caso de falta
prolongada de energia, foi feita a aquisição de um gerador trifásico, fabricação Yanmar,
(Figura 3.40) com potência de 20 kVA.
Figura 3.40 - Gerador diesel trifásico do sistema de dessalinização
Capítulo IV - Resultados e Discussões
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4.0 - RESULTADOS E DISCUSSÕES
4.1 - Projeto Elétrico
Foi elaborado um projeto elétrico para o sistema de dessalinização, utilizando o
conceito simples de comandos elétricos. O projeto desenvolvido contemplou iluminação,
(Figura 4.1) distribuição e acionamentos. No Anexo B desse documento está o projeto elétrico
completo com unifilar, quadro de cargas, diagramas força e controle de moto-bombas e
válvulas e distribuição das E/S do Painel de Automação.
Figura 4.1- Projeto de iluminação e tomada
Definiu-se, na fase inicial de projeto, que duas moto-bombas trabalhassem de forma
alternada para garantir a operação do sistema e assim a população não ficasse sem
abastecimento devido a um possível defeito das motobombas. Isto acontece para as duas
bombas principais do dessalinizador: para a bomba auxiliar e a bomba de alta pressão. Esta
mesma metodologia foi aplicada também para a bomba de captação de água do rio ou do
poço, que nesta fase do projeto não está efetivo, mas o uso desta forma de captação não fora
de todo descartado.
Desta forma, mediante seleção na porta do painel, através da chave seletora escolhe-se
qual a bomba que entrará em operação e a sua dual fica em stand-by. Remotamente esta
Capítulo IV - Resultados e Discussões
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Automação do Sistema de Dessalinização via Osmose Inversa da Vila de Sucuriu - AP
73
seleção também é possível, e se dá mediante seleção no fluxograma do sistema supervisório
que emula as chaves do painel. Entretanto isto só é possível se a chave seletora do modo de
operação estiver na posição Automático. Caso isto aconteça há uma terceira possibilidade de
operação, agora sim em automático, onde o CLP, mediante software alterna a bomba que
entrará em operação.
Contudo, devido ao fato de não se ter, no estágio atual do projeto, como avaliar se o
nível do rio é favorável para que a bomba de captação seja ligada, por segurança, deixou-se
apenas a cargo do operador a seleção de captação utilizada como também o acionamento via
painel.
Com a intenção de diminuir custos e sem perda alguma de funcionalidade, conforme
mostrado Figura 4.2, foi determinado que um único inversor partisse, de forma alternada, as
duas bombas duais. Para isso um chaveamento especial mediante seleção prepara o motor que
deverá ser acionado. Para proteção do sistema foi instalado um Relé Falta de Fase (RT1.1),
Disjuntores Termomagnéticos, (D2), para proteger contra sobrecargas e curto-circuito e o
contactator (C1.1). Outros componentes elétricos fazem parte do projeto, tais como: Bornes
Fusíveis nas entradas do CLP para proteger os cartões de entrada contra sobrecorrente e
Bornes Relés Ótico-Acoplador nas saídas digitais do CLP para garantir a independência dos
níveis de tensão.
Figura 4.2 - Diagrama de força para as motobombas do poço e do rio
Capítulo IV - Resultados e Discussões
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74
4.1.1 - Configuração dos Inversores de Freqüência
A instalação dos inversores foi feita de acordo com projeto contido no Anexo B deste
documento. As parametrizações necessárias para o seu perfeito funcionamento foram
realizadas conforme a Tabela 4.1 e também para que os mesmos recebessem os dados de
placa dos motores aos quais serão responsáveis pelo acionamento.
Tabela 4.1 - Parametrização dos inversores
4.1.2 - Operação do Sistema Alimentado pelo Gerador Diesel
A especificação para um gerador diesel de 20 kVA para o projeto não foi atendida pela
coordenação geral do projeto devido à contenção de custos. O gerador comprado para
abastecer, mesmo contrariando a especificação, foi de 10 kVA.
Durante o startup, constatou-se, como de esperado, que o gerador era insuficiente para
partir a planta em sua totalidade. O mesmo só alimentou o sistema até a entrada da bomba de
alta pressão. Foram feitas várias tentativas, aumentando-se a rampa de partida no inversor,
mas não se alcançou sucesso.
Capítulo IV - Resultados e Discussões
Santos, J. E
Automação do Sistema de Dessalinização via Osmose Inversa da Vila de Sucuriu - AP
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Confrontando com esta situação, partiu-se então para a utilização da rede elétrica da
Vila com a partida do seu gerador diesel, um motor de 114 CV acoplado a um gerador de 80
kVA. Com esta geração logo se comprovou a perfeita funcionalidade do sistema.
Visto que o gerador de 10 kVA era insuficiente para garantir a alimentação da planta
foi solicitada a SETEC, a troca deste por um de potência superior 20 kVA. Isto feito, os
operadores juntamente com a equipe da SETEC, quando da finalização da nova instalação
elétrica da vila, instalaram o novo gerador e partiu-se a contento toda a planta. A Figura 4.3
e a Figura 4.4 mostram, respectivamente, o teste com o gerador de 10 kVA dentro do abrigo
do gerador sendo monitorado pelo operador e a interligação com a rede da Vila para teste
completo do sistema.
Figura 4.3 - Funcionamento do sistema com o gerador de 10 kVA
Figura 4.4 - Interligação com a rede elétrica da Vila
Capítulo IV - Resultados e Discussões
Santos, J. E
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4.1.3 - Análise Energética
Um estudo de viabilidade foi realizado para analisar o potencial da região para a
instalação da unidade geradora. Comprovada a viabilidade do projeto, sem perder de foco que
a capacidade energética do sistema de geração a partir de fontes renováveis é limitada. Estas
limitações se devem principalmente, aos altos custos de implantação, e ao baixo rendimento
na conversão fotovoltaica e as grandes variações das condições climáticas da região. Com
isso foi imposto uma demanda máxima que deveria ser observada no projeto do sistema de
dessalinização. Nas seções seguintes será calculada a capacidade geradora da planta, bem
como a demanda proveniente do sistema de dessalinização.
4.1.3.1 - Geração de Energia Renovável
O sistema de geração é composto por 5 aerogeradores de 7,5 kW, 20kW
p
de energia
fotovoltaica.
Geração Eólica:
5 aerogeradores x 7,5 kW x 25% de fator de capacidade = 9,375kW
9,375kW x 24h/dia x 30 dias/mês = 6.750 kWh/mês
Geração Fotovoltaica:
20 kW
p
de FV x 4 HSP/dia (horas de sol pleno) x 80% (eficiência) = 64 kWh/dia
64 kWh/dia x 30 dias/mês = 1.920 kWh/mês
O total mensal gerado 6.750 kWh/mês + 1.920 kWh/mês = 8.670 kWh/mês
4.1.3.2 - Consumo Energético do Sistema de Dessalinização
O sistema de dessalinização é composto por uma bomba de captação 3 CV, uma
bomba de recalque 1,5 CV, uma bomba auxiliar 1,5 CV e uma bomba alta pressão 5C. a carga
total do sistema de dessalinização é de 11 CV.
11 CV x 0,736 kWh/CV = 8,1 kW
Capítulo IV - Resultados e Discussões
Santos, J. E
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Ao se considerar uma produção de 2m
3
/h durante 6h/dia para o processo de
dessalinização propriamente dito, sem considerar a captação e o pré-tratamento, o
dessalinizador demandará da rede uma potencia de:
6,5 CV (bomba de alta pressão + bomba auxiliar) x 0,736 kW/CV = 4,784 kW
4,784 kW x 0,5 h/m
3
= 2,39 kWh/m
3
2,39 kWh/m
3
x 12 m
3
/dia x 30 dias/mês = 861,12 kWh/mês
O consumo energético do dessalinizador relativo à geração resultara em um consumo
mensal de 9,93% da capacidade mensal da fonte geradora. Este valor bastante significativo
levando-se em conta que a produção da água traz inúmeros benefícios a população. Outro
fator importante é que a dessalinização pode ser realizada em horário de maio disponibilidade
energética do sistema.
4.2 - Sistema de Dessalinização Implantado
Para ser implantado na Vila foi necessário suplantar o obstáculo da alta turbidez e
para isso aplicou-se um processo de decantação em repouso, seguido por um processo de
filtração. O estudo foi desenvolvido no LABDES, com água trazida da Vila, onde foi
observado que a turbidez foi reduzida 90% num intervalo de 1,5h.
O sistema implantado demanda da rede elétrica uma potência máxima de 10 kW.
Entretanto, o sistema foi projetado para que a carga na rede seja a menor possível. Para isso, a
operação normal será particionada de forma que a captação, seguida pela decantação, e
processo de filtração, totalizando 4.5 CV, é realizada em função da disponibilidade de água no
rio. Após a captação, decantação e filtração, que demanda algumas horas, o dessalinizador
está apto a entrar em operação. O equipamento de dessalinização oferece à rede uma carga de
6 kVA.
4.2.1 - Captação Implantada
Mostra-se a seguir a captação que foi implantada na Vila de Sucuriju, fazendo parte
dela um trapiche que escora a captação e tubulação, conforme mostra a Figura 4.5. A água do
Capítulo IV - Resultados e Discussões
Santos, J. E
Automação do Sistema de Dessalinização via Osmose Inversa da Vila de Sucuriu - AP
78
rio devido ao movimento da maré, só será coletada na preamar, quando as correntes cessam e
há uma decantação natural possibilitando que haja a captação de uma água menos turva.
Figura 4.5 - Detalhe da Captação instalada
A Figura 4.6 mostra de forma panorâmica a plataforma do sistema de dessalinização
implantado com todos os tanques, e a Figura 4.7 mostra o interior do abrigo com o
dessalinizador evidenciado. Tanto o abrigo quanto a plataforma foram construídos quando da
primeira expedição à Vila segundo o projeto arquitetônico mostrado na seção 3.1.2.3.
Capítulo IV - Resultados e Discussões
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Figura 4.6 - Vista panorâmica da plataforma
Figura 4.7 - Detalhe do interior do abrigo do dessalinizador
Capítulo IV - Resultados e Discussões
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4.2.2 - Análise Financeira
Para efeitos comparativos realizou-se um estado de valores financeiros envolvidos na
implantação do sistema de dessalinização na Vila de Sucuriju. Devido à inexistência de
sistemas dessalinização semelhantes e instalados em condições próximas à da Vila de
Sucuriju, a comparação torna-se impossível. Contudo, como o dessalinizador foi concebido
em duas etapas distintas, será feita uma comparação de custos do dessalinizador da Vila sem
e com a implantação da automação. Embora a comparação não seja fidedigna, pois as
diferenças entre as duas regiões são imensas no que tange à qualidade de da água de
alimentação e logística e sem considerar os custos de mão-de-obra especializada para realizar
manutenção corretiva, caso seja necessária.
Os custos de operação e manutenção (O&M) para sistemas de dessalinização não
automáticos no Nordeste do Brasil é de, aproximadamente, R$ 7,50/m
3
(MELO, 2007). Estes
custos devem ser bastante próximos ao da Vila levando-se em consideração que todos os
procedimentos envolvidos são plenamente realizáveis pelo operador local, não necessitando
assim da participação de terceiros. Um custo extra que pode ser acrescido é o de transporte
das peças de manutenção entre a Vila e Macapá. Este custo pode ser completamente
absorvido pela associação que gerenciará a O&M do sistema, já que a mesma possui um
barco que faz periodicamente o translado Vila de Sucuriju – Macapá – Vila de Sucuriju.
O dessalinizador da Vila de Sucuriju sem a automação e juntamente com os produtos,
peças de reposição dos elementos filtrantes como: filtros de cartuchos e o recheio dos filtros
de areia custaram R$ 52.910,00. Para implantar a automação do sistema e para realizar a
topologia mostrada no anexo A5 gastou-se R$ 86.128,00. O total investido no sistema de
dessalinização automático foi R$ 139.038,71que perfazem 7,72% dos recursos disponíveis
para o projeto.
4.3 - Projeto de Automação
A automação do sistema iniciou-se com o levantamento das variáveis a serem
controladas e isto ocorreu na reunião de partida do projeto, onde a equipe do LABDES
levantou todas as possibilidades. A partir de então, iniciou-se a geração da documentação,
sendo que primeiramente gerou-se a topologia do sistema e as redes lógicas para atender as
Capítulo IV - Resultados e Discussões
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Automação do Sistema de Dessalinização via Osmose Inversa da Vila de Sucuriu - AP
81
especificações, conforme descrito na seção 3.3.1.1, cujos resultados são mostrados nos anexos
A5 e A6.
Em seguida elaborou-se a lista de Detalhamento de Entradas e Saídas (DIO). A DIO
para o sistema consta no anexo A1. De posse da DIO, seguindo a metodologia aplicada,
partiu-se para a confecção das listas de instrumentação e de motores que constam também no
anexo A2 e A3, respectivamente.
Tendo estes documentos iniciais foi confeccionada a base de dados (BD) que será
importada tanto para a memória do CLP quanto para o Supervisório. A base de dados é uma
extensa lista de variáveis de programação contendo TAG, endereço e descrição que será
usado em todo o projeto. A BD conta no anexo A4. Outros documentos gerados são os
grafcets de partida e de parada automática que foram de suma importância na elaboração da
lógica no PLC. Estes grafcets sofreram modificações no decorrer do projeto para contemplar
as modificações e ajustes no projeto quando da instalação e seu resultado final é mostrado no
anexo A7 deste documento.
De posse de toda documentação, pode-se então partir para o desenvolvimento dos
aplicativos e configurações dos equipamentos. O desenvolvimento se dividiu, basicamente,
em três etapas distintas: programação do CLP, Programação do Supervisório e Configuração
de elementos de rede, incluindo-se aqui os inversores e computadores.
4.3.1- O Aplicativo do CLP
De posse das documentações preliminares, partiu-se então, para o desenvolvimento do
aplicativo do CLP. Este aplicativo foi desenvolvido em linguagem LADDER e STL de acordo
com a estrutura previamente definida quando da elaboração da base de dados. A seguir será
discutida a seqüência de passos seguida para a criação do aplicativo.
A primeira atitude foi criar um novo projeto e nomeá-lo conforme a aplicação. Neste
caso, escolheu-se chamar de PDES, o painel de controle do sistema de dessalinização. Este
procedimento é realizado ao iniciar programa no Simatic Manager, clicando no menu “file” e
em seguida new project e assim escolher o nome do aplicativo. É no Simatic Manager, onde
são realizadas a criação das sub-rotinas de controle, importação da base de dados e a
instalação de funções predefinidas pelo fabricante para controle e debugger do software do
CLP.
Capítulo IV - Resultados e Discussões
Santos, J. E
Automação do Sistema de Dessalinização via Osmose Inversa da Vila de Sucuriu - AP
82
4.3.1.1 - Criação e montagem do “Hardware Configurator - HW Config”
Após a criação do novo projeto a primeira atitude é criar o Hardware da arquitetura do
projeto. Este passo representa fielmente o que foi definido na DIO, acrescentando-se neste
caso, a conexão dos inversores na rede Profibus DP. A configuração do “hardware” é feita, da
forma mostrada na Figura 4.8, e inclui-se, também, o endereçamento dos cartões e dos entes
da rede Profibus DP. É no HW Config que são definidos os endereços dos cartões e e taxa de
comunicação e endereços do IO’s dos inversores e das palavras de status.
Figura 4.8 - Configuração do Hardware
4.3.1.2 - Importação da Base de dados
Os tags podem ser criados um a um criando-se todos os DB individualmente, contudo
para facilitar a editoração e também possíveis correções que a base de dados foi criada no
Microsoft Excel conforme mostrado na seção 3.3.1.1.6. A partir da base de dados executa-se
Capítulo IV - Resultados e Discussões
Santos, J. E
Automação do Sistema de Dessalinização via Osmose Inversa da Vila de Sucuriu - AP
83
uma macro no Excel, criada para este fim, que adéqua ao formato aceito pelo PLC. Desta
forma, após execução da macro chega-se ao arquivo “GERADB” mostrado na Figura 4.9. e na
Figura 4.10. Compilando-se este arquivo, no PLC, automaticamente gera-se os DB, mostrados
nas Figuras 4.11 e 4.12, que é a base de dados interna do PLC com seus tags, endereços e
descrições.
Figura 4.9 - Arquivo fonte da base de dados do PLC
Figura 4.10 - Detalhe do DB80 do arquivo fonte da base de dados do PLC
Capítulo IV - Resultados e Discussões
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Figura 4.11 - Data Block Gerados no PLC
Figura 4.12 - Detalhe do DB80 da base de dados do PLC
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4.3.1.3 - Criação da Lógica de Controle
De posse do BD, já importada, partiu-se então para a criação do aplicativo
propriamente dito. Inicialmente algumas subrotinas e funções especiais, próprias do Simatic
Manager, de autoria da Siemens têm que ser instaladas para gerenciar o funcionamento do
programa do usuário, impedindo assim, travamento por erro durante a execução do aplicativo.
As funções de controle de software instaladas e de execução da comunicação aparecem em
detalhe na Figura 4.13.
Figura 4.13 - Detalhe das funções de controle instaladas
4.3.1.3.1 - Criação da Lógica de Controle
A partir de agora será discutido as lógicas internas para controle das ações referente
ao sistema dessalinização. Devido a extensão da programação desenvolvida, serão mostrados
pequenos fraguimentos representativos de toda lógica desenvolvida para o controle do sistema
de dessalinização. Na Figura 4.14 está representado estrutura geral da programa com chamada
de cada função do programa.
Capítulo IV - Resultados e Discussões
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Figura 4.14 - Estrutura do programa do PLC
A Figura 4.15 mostra a subrotina OB1, que é a subrotina que chama todas as funções
secundárias, controlando assim, e sequenciando toda a execução do programa. As funções
secundárias se dividem em funções de movimentações de entradas e saídas, funções de
controle das tarefas.
Figura 4.15 - Detalhe do lógica do OB1 - Sub-rotina principal
Capítulo IV - Resultados e Discussões
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As funções de movimentação de entradas digitais (MOV_ED) e de entradas analógicas
(MOV_EA) mostradas nas Figura 3.16, 3.17, 3.18 e 3.19, que como o prórprio nome já diz,
faz a movimenação das entradas físicas oriúndas dos sensores e dos equipamentos de campo
para a memória interna do PLC.
Figura 4.16 - Detalhe do FC36 - Movimentação das Entradas Digitais
Figura 4.17 - Detalhe do FC36 - Movimentação das entradas Digitais dos Inversores
Capítulo IV - Resultados e Discussões
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Figura 4.18 - Detalhe do lógica do FC37 - Movimentação das Entradas Analógicas
Figura 4.19 - Detalhe do FC37 - Movimentação das Entradas Analógicas dos
inversores
Capítulo IV - Resultados e Discussões
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Para a realização da movimentação de entradas analógicas uma função especial teve
que ser desenvolvida, a FC 49. Ela tem a função de converter os dados das entradas físicas de
inteiro para real, já realizando o escalonamento entre os valores mínimos e máximos definidos
na instrumentação.
A chamada da função FC48 já foi mostrada nas Figuras 4.18 e 4.19; a sua lógica interna em
linguagem STL é mostrada na Figura 4.20. A documentação usada quando da criação desta a
torna auto-explicativa.
Figura 4.20 - Função de programação de conversão de variáveis em linguagem STL.
Capítulo IV - Resultados e Discussões
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As funções FC40, FC60 e FC80 executam a chamada das funções terciárias que
realizam todo o processamento lógico, armazenando os resultados na memória interna e
saídas. A função FC40 executa os controles gerais da planta, a função FC60 executa o
controle da tarefa relativo à captação da água e a função FC80 realiza o controle da tarefa
dessalinizador. A Figura 4.21 mostra a lógica de chamada das funções de controle geral.
Figura 4.21 - Detalhe do lógica do FC36 - Movimentação das entradas
Como a Função FC41 (GER_COM) é de aspecto global, quando há necessidade de
comunicação ela é criada dentro da tarefa geral. Para este projeto ela é necessária pela
existência dos inversores e dos dados de operação que ficam armazenados na memória interna
deles ou são lidos por eles. A Figura 4.22 mostra a função de comunicação com os inversores.
Capítulo IV - Resultados e Discussões
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91
Esta função realiza a chamada da SFC13, função de sistema de autoria da Siemens,
para verificar o status do escravo de rede de endereço #15 e com endereço de diagnótico
#2045 ou #7FD em base hexadecimal. O diagnóstico do inversor ocupa 28 Bytes de memória,
conforme “Help” do Simatic manager e manual, EN 50 170 Volume 2, PROFIBUS, e são
armazenados a partir do DB31.DBX0.0. O status de falha de comunicação é verificado
quando o bit DB31.DBX0.0 passa para nível lógico “1”. A configuração dos parâmetros de
comunicação é vista na Figura 4.23.
Figura 4.22 - Detalhe do lógica do FC41 - Leitura do status de um inversor
Capítulo IV - Resultados e Discussões
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Figura 4.23 - Detalhe da Hardware Configurator - Configuração de rede Profibus
As lógicas das funções FC42, FC62 e FC82 executam as lógicas relacionadas aos
alarmes de sua respectiva tarefa, tais como memorização dos defeitos gerados internamente,
criação dos resumos de alarmes e trips e geração dos atuadores da sirene para sinalizar no
supervisório ou na sirene local a presença de uma anormalidade no funcionamento da planta.
Como exemplo de desenvolvimento da lógica de alarmes será mostrado na Figura 4.24
a lógica para gerar alarme de manobra de uma válvula solenoide que consta da FC82. O
funcionamento da lógica se dá seguinte forma: Se houver um comando de abertura ou
fechamento da válvula, temporiza-se 5s e caso o comando esteja ativo ainda e não haja
retorno positivo gera-se o respectivo alarme.
Outro exemplo de lógicade alarme, é a FC412 (Figura 4.25) que é a chamada dentro
dessa mesma FC82 para fazer o controle específico do alarme dos inversores. Ela foi criada
devido a otimização do software, pois extenderia-se ainda mais o aplicativo, se ao invés disto
criarem-se as lógicas individualmente para cada inversor.
Capítulo IV - Resultados e Discussões
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Figura 4.24 - Detalhe da FC82 - Alarme de manobra de válvula solenóide
Capítulo IV - Resultados e Discussões
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Essa lógica conceitualmente é similar à de outros dispositivos. A diferença se dá no
fato de se passar parâmetros específicos para a função e esta retornara o resultado da
operação.
Figura 4.25 - Detalhe da FC412 - Lógica de Alarme para uma partida inversora
Capítulo IV - Resultados e Discussões
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As lógicas realizadas nas funções de controles auxiliares de cada tarefa FC43, FC63,
FC83 e FC413 são responsáveis por comparações para observar se os alarmes de cada tarefa
estão ativos, e gerar um comando para tocar a sirene. Além disto, a lógica de reset dos
defeitos, a lógica de seleção do modo de comando (Figura 4.26) e as seleções das bombas que
estarão ativas também são feitas nesta lógica (Figura 4.27). As condições elétricas, mecânicas
e de processos que habilitarão a partida das bombas estão descritas na lógica mostrada na
Figuara 4.28. Para cada motobomba estas condições não são necessáriamente iguais.
Figura 4.26 - Detalhe da FC43 - Lógica de seleção do modo de comando do painel
Outras lógicas para o tratamento dos auxiliares dos inversores, FC413 são mostrados
na Figura 4.29. Essas lógicas têm a especificidade de gerar a habilitação de partida do motor,
como também, fazer os ajustes dos tempos de partida, parada e retardo de partida do motor.
Além disto, nesta lógica o controle do setpoint do motor é verificado e a animação dos status
dos motores é gerada e quando lidos pelo supervisório são mostrado na tela, como será
mostrado na proxima seção.
Capítulo IV - Resultados e Discussões
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Figura 4.27 - Detalhe da FC63 - Lógica de seleção da Motobomba operante.
Figura 4.28 - Detalhe da FC83 - Habilitação das condições de partida da motobomba.
Capítulo IV - Resultados e Discussões
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Figura 4.29 - Detalhe da FC413 - Lógica de habilitação da partida motobomba.
Figura 4.30 - Detalhe da FC45 - Lógica de reset e acionamento da sirene de alarme.
Capítulo IV - Resultados e Discussões
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As funções que serão descritas, FC45, FC65, FC85 e a FC415 dizem respeito à
realização dos acionamentos propriamente ditos. São nestas funções que serão executados os
comandos de reset, acionamento da sirene, FC45, mostrados na Figura 4.30, comandos das
válvulas (Figura 4.3)1 e a chamada, FC414, do acionamento dos motores. O FC65 e o FC85
realizam o comando de válvulas e também de motores, por isso será mostrado apenas um
exemplo destes comandos, conforme Figuras 4.32.
O comando das válvulas solenóides se dá de forma simples. Primeiro espelha-se o
modo de comando para a permissão de comando, este modo é definido anteriormente na
lógica auxiliar, para o caso mostrado na Figura 4.30, no FC63. Se a permissão é para operação
em remoto (PREM), monitora-se se o comando via supervisório ou se é para automático
(PAUT) monitora-se o comando via grafcet, FC84, que será descrito mais adiante. O retorno
do comando é observado através do contator de fluxo que se localiza a jusante da válvula.
Com respeito a partida dos motores foi desenvolvida também uma função especial
para este fim, a FC414. O conteúdo desta função é mostrado na Figura 4.32, ou seja, a lógica
desenvolvida para realizar o controle do acionamento do motor. Ressalta-se, ainda, que os
inversores são idênticos, mudando apenas a potência e a corrente que serão aplicadas. Com
isto a lógica é idêntica para as motobombas, justificando assim a criação da função para este
fim.
A chamada da FC414 é similar à mostrada na Figura 4.25, mudando-se os parâmetros
passados para a nova função. Por isto será mostrada apenas a lógica interna criada para a
execução desta função.
A lógica interna usa variáveis temporárias que espelham os parâmetros de entrada da
função e após a execução espelham nas de saídas o resultado da operação. O uso de variáveis
temporárias, válidas apenas em tempo de execução, se faz necessário para possibilitar a
replicabilidade do uso da função, para tanto, toda vez que a função é iniciada o conteúdo
destas variáveis é limpo automaticamente pelo programa.
Capítulo IV - Resultados e Discussões
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Figura 4.31 - Detalhe da FC65 - Lógica acionamento da válvula XV_0001
Capítulo IV - Resultados e Discussões
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Figura 4.32 - Detalhe da FC415 - Lógica de acionamento da motobomba
Capítulo IV - Resultados e Discussões
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Além de todas outras funções mencionadas anteriormente, merecem destaque,
principalmente pela sua aplicação e uso difundido neste projeto. As funções que tratam as
variáveis analógicas no que diz respeito, FC52, à lógica de alarmes e a lógica dos auxiliares
FC51.
A lógica, mostrada na Figura 4.33, para habilitar e desabilitar os alarmes e os trips é
desenvolvida na FC51. Nela também são realizados os ajustes dos valores definidos pelo
operador, instrumentista ou engenheiro responsável através do supervisório, Figura 4.34.
Entretanto, isto só acontece se os valores forem ajustados de forma coerente. Caso contrário o
valor armazenado no CLP é transferido automaticamente para o supervisório, Figura 4.34. Se
tentasse ajustar um valor para o alarme de nível baixo inferior ao do trip de muito baixo esta
ação não será permitida e de forma dual par o alarme e de trip de valor alto.
Figura 4.33 - Detalhe da FC51 - Lógica de habilitação das variáveis analógicas
Capítulo IV - Resultados e Discussões
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Figura 4.34 - Detalhe da FC51 - Lógica de ajustes das variáveis analógicas
Capítulo IV - Resultados e Discussões
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Figura 4.35 - Detalhe da FC52 - Lógica de alarmes das variáveis analógicas
A FC52, mostrada na Figura 4.35, realiza o teste da variável analógica com os valores
definidos na instrumentação da seguinte forma. Se não houver falha no canal a lógica testa se
o valor atual da variável é inferior ou igual ao definido como trip de valor muito baixo caso
este esteja habilitado, se verdadeiro seta-se o trip de valor muito baixo (ANLG_LL). Em
seguida, da mesma forma, são testados os valores de alarme de valor baixo (ANLG_LO), de
alarme de valor alto (ANLG_HI) e o de trip de valor muito alto (ANLG_HI).
Capítulo IV - Resultados e Discussões
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104
Caso haja falha no canal a seqüência de execução do programa é quebrada e os testes
não são realizados. Por fim, de qualquer forma o resumo dos alarmes e de trips são gerados e
acontece a saída da função. Depois de todas as lógicas de controle executadas é necessário,
agora, movimentar os resultados delas para os atuadores ou para monitoração e tomadas ações
de controle. Estas movimentações de saídas digitais e analógicas são executadas pelas FC38 e
FC39, respectivamente. A movimentação das saídas digitais, FC38, é mostrada na Figura
4.36.
Figura 4.36 - Detalhe da FC38 - Movimentação de saídas digitais
A última função executada na seqüência definida no OB1 é a movimentação das
saídas analógicas, entretanto dentro desta função, FC39, a função de conversão de real par
inteiro, FC48, dual da FC49 e com a mesma capacidade de escalonamento. As duas últimas
funções são mostradas nas Figuras 4.37 e 4.38.
Capítulo IV - Resultados e Discussões
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105
Figura 4.37 - Detalhe da FC38 - Movimentação de saídas analógicas
Figura 4.38 - Detalhe da FC48 - Lógica de conversão de real para inteiro
Capítulo IV - Resultados e Discussões
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106
4.3.2 - Programação do Supervisório
O programa supervisório desenvolvido é responsável pelo controle e supervisão
remota da planta. Será mostrado e discutido a seguir as funcionalidades e as telas principal do
software de desenvolvimento, o WinCC, como também as principais telas do aplicativo estão
mostradas a seguir.
Figura 4.39 - Tela de desenvolvimento no WinCC - WinCCExplorer
4.3.2.1 - Hierarquia Operacional
O acesso a estas informações e à operação dos dispositivos de campo é restrito às
pessoas que forem cadastradas no Sistema Supervisório. Os níveis de acesso, realizados
através de senhas, são da seguinte forma: Engenharia, Plantão, Operação e Visita.
Engenharia: Usuários deste nível têm acesso a alteração de todos os parâmetros,
inclusão ou exclusão de usuários e alteração da configuração do sistema de Supervisão.
Plantão: Além da total operação da planta, estes usuários podem também habilitar e
desabilitar os alarmes e “trips” de variáveis analógicas.
Capítulo IV - Resultados e Discussões
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107
Operação: Permite total operação da planta, incluindo ligar e desligar elementos do
processo, alteração de setpoint e comando do sistema elétrico.
Visita: Este usuário pode apenas navegar pelo sistema, não podendo, no entanto,
executar qualquer tipo de ação.
Ao clicar no primeiro ícone do menu principal, o Login, será inicializado o login
Panel, como mostrado abaixo. O nome do usuário “logado” aparece na caixa, canto superior
direito, como mostrado na Figura 4.40. O nível hierárquico também é sinalizado e
identificado pelo aparecimento da chave abaixo do nível de acesso. Para realizar o
logout deve-se clicar no botão Logout e, em seguida, no botão “Sair”.
Figura 4.40 - Tela de “login” do usuário
4.3.2.2 - Captação de Água do Sistema de Dessalinização
O acesso à captação é obtido ao se clicar no menu principal no ícone referenciado.
Nesta tela está implementada a partida das bombas de captação de água do rio e de recalque
Capítulo IV - Resultados e Discussões
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108
dos filtros multimeios. O nível dos tanques de alimentação também é mostrado através do
sinalizador, “LED”, sobre cada tanque, onde verde significa tanque cheio e laranja tanque
vazio.
Figura 4.41 - Tela da captação de água
4.3.2.3 - Fluxograma do Sistema de Dessalinização
Ao se clicar” no terceiro ícone do menu principal abre-se a telado fluxograma do
sistema de dessalinização mostrada na Figura 4.42. É nesta tela que as bombas que entrarão
em operação são selecionadas. Esta tela mostra o valor atual de todas as variáveis da planta, é
aqui também onde as válvulas e bombas são comandadas. Os ajustes dos valores de “trip” e
alarmes também podem ser realizados ao se clicar sobre o display de cada variável.
As animações desta tela, tais como cor dos displays e o status das bombas, irão ser
detalhadas posteriormente neste capítulo. Um clique sobre o display irá provocar o
aparecimento de uma tela de configurações dos ajustes.
Capítulo IV - Resultados e Discussões
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Automação do Sistema de Dessalinização via Osmose Inversa da Vila de Sucuriu - AP
109
Figura 4.42 - Tela do fluxograma do sistema
Clicando sobre qualquer simbologia de bomba ou de válvula, da mesma forma,
aparecerá uma tela de configurações dos ajustes. Só terão acesso a estes ajustes usuários do
nível de acesso engenharia. Será possível também fazer o reset das proteções do respectivo
motor por usuários do tipo plantão ou engenharia. As telas pop-ups de comando e de ajustes
podem ser visualizados nas Figuras 4.43, 4.44 e 4.45.
Capítulo IV - Resultados e Discussões
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110
Figura 4.43 - Tela de acionamento das motobombas
Figura 4.44 - Tela de acionamento das válvulas
Capítulo IV - Resultados e Discussões
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111
Com o intuito de possibilitar a visualização geral e de forma clara das informações
analógicas, é colocado o display na tela do fluxograma. Para exemplificar a animação de cada
um deles, representaremos aqui as animações desenvolvidas para temperatura.
Temperatura se encontra em sua faixa normal.
Temperatura se encontra na faixa de alarme programada para a mesma.
Quando isso ocorrer, a cor da fonte será laranja.
Temperatura se encontra na faixa de trip programada para a mesma. Quando
isso ocorrer, a cor da fonte será preta e a cor de fundo será vermelha.
Temperatura não está nem com o trip de alta nem com o trip de baixa
habilitado. Quando isso ocorrer, o display fica com uma borda roxa.
Uma tela de ajuste das analógicas foi desenvolvida e é nesta tela é possível habilitar os
trips e alarmes, assim como ajustar os seus valores. A seguir a Figura 4.45 mostra como
exemplo a telas de ajuste das pressões.
Figura 4.45 - Tela de Ajustes das Pressões
Todas as medições analógicas são padronizadas para as cores para alarmes e “trips”, se
alterando apenas a cor de fundo para maior facilidade na visualização do tipo de medição.
Nos displays de pressão é utilizado o fundo amarelo e a fonte preta.
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Capítulo IV - Resultados e Discussões
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113
Figura 4.47 - Lógica interna para abertura de telas
4.4 - Monitoração e Manutenção do Sistema
Todos os equipamentos instalados que fazem parte do sistema de automação são
bastante robustos, entretanto, necessitam de ações de manutenção. Estas ações tem a
finalidade de aumentar a vida útil dos equipamentos, evitando assim, defeitos mais graves e
reparos mais dificultosos e oneroso ao projeto.
Algumas estratégias de operação, como, a retro-lavagem, que quando executada tem
um caráter semelhante à ação de manutenção preventiva é facilmente automatizadas.
Entretanto, existem outras como a o processo de limpeza química, descrita na próxima seção é
difícil de ser automatizada, pois requer várias ações que necessitam de medições e avaliações
qualitativas bastante detalhadas do processo. Estas medições e avaliações poderiam ser
automatizadas, porém oneraria muito o projeto e se distanciaria muito do escopo do mesmo.
Capítulo IV - Resultados e Discussões
Santos, J. E
Automação do Sistema de Dessalinização via Osmose Inversa da Vila de Sucuriu - AP
114
Outras ações bastante simples e não menos importante devem ser realizadas
periodicamente pelo operador, tais como: limpeza dos reservatórios;re-aperto das tubulações
e conexões; limpeza das instalações e equipamentos, evitando assim infestações.
Durante a monitoração de sistema de dessalinização é criada uma planilha de
acompanhamento do sistema, onde são anotados pelo operador local, os valores indicados
pelos instrumentos analógicos. Estas planilhas serão digitalizadas e comparadas com o banco
de dados gerado pelo histórico do supervisório e assim, será definida a estratégia de
manutenção preventiva para o sistema. Estas estratégias, quando tomadas, visam manter ou
recuperar o desempenho de um sistema.
4.4.1 - Limpeza Química
A limpeza química dos elementos de membranas deve ser realizada periodicamente
pelo operador sempre que a qualidade da água começar a cair. A periodicidade destas
limpezas é definida quando da operação continuada do sistema e de acordo com a análise de
alguns indicadores como rendimento e qualidade dá água do permeado. Nos sistemas
instalados no Nordeste o tempo médio entre as limpeza é de 3 meses.
A limpeza química tem o objetivo de eliminar possíveis bio-incrustação e é feita
basicamente em duas etapas: a primeira com uma solução alcalina e a segunda com uma
solução ácida. Os procedimentos a seguir foram ensinados aos operadores locais quando da
realização do curso de operação e de manutenção realizados no LABDES.
Recomenda-se iniciar a limpeza química com uma solução alcalina como, por
exemplo: hidróxido de sódio. O procedimento descrito abaixo apresenta etapas padrões para
uma limpeza química de membranas:
Lave (flushing) as membranas com água permeada a 30
o
C, durante 15 minutos sob
uma pressão de 3,0 kg/cm
2
. Limpe cada estágio (banco de membranas) um de cada
vez. No final dos 15 minutos mantenha as membranas embebidas com água permeada
a 30
o
C durante 15 minutos e em seguida descarte a água no ralo (observe a coloração
da água e faça suas observações).
Capítulo IV - Resultados e Discussões
Santos, J. E
Automação do Sistema de Dessalinização via Osmose Inversa da Vila de Sucuriu - AP
115
Preparar a solução de limpeza de acordo com as instruções do boletim da respectiva
membrana. Ajuste o pH da solução e a temperatura de acordo com o limite máximo
estabelecido pelo fabricante das membranas.
Com ajuda de uma bomba, passe a solução de limpeza através dos elementos de
membranas durante 1 a 2 minutos, e em seguida diluída no tanque de concentrado.
Desligue a bomba e todas as válvulas durante 30 minutos.
Repita o item 3 mais duas vezes. Monitore a cor da solução de limpeza. Se estiver
ocorrendo mudança de cor, repita o item 3 até minimizar a coloração da solução.
Recicle o concentrado para o tanque da solução de limpeza durante 45 minutos e
monitore a temperatura e o pH da solução. Procurar manter a temperatura constante
durante a limpeza. Quanto o pH, este variará em função do tipo de material que esta
sendo usando na limpeza. Para soluções ácidas o pH tente a subir, para soluções
alcalinas o pH tende a diminuir. Em ambas as situações no final da limpeza química o
pH tende a ficar constante.
Quando o pH da solução de limpeza se apresentar constante, dirija a solução de
limpeza para o ralo. (Em caso de repetir a limpeza recomenda-se tirar amostras da
solução anterior e a nova com o propósito de avaliar a taxa de remoção de impurezas a
partir das análises físico-química).
Recomenda-se que toda a tubulação hidráulica do sistema de dessalinização seja
lavada com uma solução de ácido clorídrico de pH 3 e/ou hidróxido de sódio com pH
12.
Em seguida lave as membranas e toda tubulação hidráulica com água permeada
durante 15 minutos sob um fluxo moderado a 3,0 kg/cm
2
(ou até se atingir a qualidade
de permeado desejado). A temperatura da água deve se encontrar acima de 20
o
C,
nunca acima de 40
o
C. No final desta operação o pH deve ficar próximo do valor do pH
da água permeada. (Lembre-se que o concentrado e permeado desta operação deve ser
drenado para o ralo ou um recipiente, o qual pode ser reutilizado).
Considerações importantes:
No início da limpeza devem ser tomadas as seguintes medidas:
Capítulo IV - Resultados e Discussões
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Procurar medir o pH e a condutividade elétrica da água de alimentação, do permeado e
concentrado do sistema e anotá-las em uma planilha de dados.
Calcular o volume do tanque da solução de limpeza do sistema de dessalinização.
Preparar a solução de limpeza com um volume superior de 10% ao calculado para não
passar por dificuldade durante a limpeza.
O controle de temperatura é muito importante durante a limpeza química.
Não se esquecer de lavar as membranas com própria água de alimentação pelo menos
15 minutos antes de dar partida no sistema novamente.
4.4.2 - Substituição dos Filtros de Cartucho
Os filtros de cartuchos deveram ser trocados periodicamente sempre que o rendimento
do sistema começar a ser atingido. Este procedimento é bastante importante para prevenir
danos aos elementos de membranas por incrustações. A periodicidade da troca depende muito
de parâmetros que serão levantados durante a operação continuada do sistema uma vez que
este projeto é singular e sem precedentes. O procedimento de realização desta estratégia de
manutenção foi plenamente explicitado aos operadores durante os cursos realizados
Capítulo V - Conclusões
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5.0 - CONCLUSÕES
A Vila de Sucuriju obteve, após a implantação completa deste projeto, uma melhoria
acentuada da qualidade de vida, devido não somente à energia, mas também, à qualidade da
água que será consumida. A água que é distribuída no chafariz está isenta de contaminação de
qualquer espécie e agora atende todos os padrões de potabilidade do Ministério da Saúde.
Para atender as demandas energéticas e de consumo de água, o sistema opera diariamente de 6
horas produzindo uma cota de 20 L/dia para cada habitante, atendendo assim as diretrizes
estabelecidas pela Organização mundial de Saúde para o consumo de água potável.
A instrumentação foi toda desenvolvida, adquirida e instalada. Os equipamentos da
George Fisher e Danfoss foram instalados pela empresa autorizada, a Orion Sistem
Acessórios e Sistemas, que também forneceu tais equipamentos. Isto ocorreu sob supervisão
do projetista e de acordo com a programação e prévia parametrização. Os demais
equipamentos foram instalados pela equipe desenvolvedora do projeto e pela empresa Vega,
montadora do dessalinizador.
A customização do equipamento de dessalinização se deu de forma bastante rápida e
eficiente, pois se contou com o pleno comprometimento da empresa fornecedora do
dessalinizador, o que facilitou muito a instalação dos quadros e painéis elétricos e também dos
equipamentos de controle e automação.
A criação das estratégias de controle foi bastante natural devido ao amplo
conhecimento do processo, e também, e principalmente, devido às experiências anteriores que
a equipe detinha.
Os aplicativos foram desenvolvidos no tempo predeterminado, entretanto, devido à
carência de água na vila, foi necessário antecipar drasticamente o comissionamento da planta,
e por isso não foi possível realizar integralmente os testes de plataforma. No período de testes
realizaram-se somente os testes de E/S e de algumas lógicas de controle do PLC. O teste do
aplicativo do supervisório foi realizado a contento utilizando-se o simulador S7PLCSIM.
A comunicação ethernet entre o supervisório no LABDES e CLP na Vila de Sucuriju
só será possível quando a Telemar cumprir com o acordo de parceria instalando o link.
Durante o comissionamento do sistema, realizou-se na Vila um treinamento preliminar
onde foram selecionados dois operadores para o sistema de dessalinização. Este treinamento
foi bastante eficaz, pois, escolheu-se dentre cerca de dez moradores pré-selecionados, os dois
Capítulo V - Conclusões
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118
mais aptos que foram trazidos ao LABDES juntamente com a equipe da SETEC para um
curso bem mais efetivo. O curso foi ministrado de forma intensiva durante uma semana
direcionando-os à operação e pequenas manutenções do sistema de dessalinização. A
efetividade dos cursos foi comprovada pela operação realizada na Vila, a qual, foi relatada
pela equipe que foi instalar o sistema elétrico.
A automação do sistema de dessalinização, embora aumente o custo de
desenvolvimento e de implantação, oferece muitos benefícios, tais como: redução de custos
operacionais, aumento da confiabilidade, menor freqüência dos procedimentos de manutenção
e economia do consumo da energia elétrica demandada pelo sistema. Entretanto, estes
benefícios somente serão prolongados se o acordo de sustentabilidade assinado entre em vigor
na prática e não fique apenas no papel.
O dessalinizador apresenta um consumo médio de 4,06 kWh/m
3
nas seguintes
condições: pressão de alimentação de 14,6 bar, pressão de saída de 13,6 bar, vazão do
permeado de 2,0 m
3
/h, recuperação acima de 30% com total de sólidos dissolvidos de 164,0
mg/L. Caso haja disponibilidade energética a produção pode ser ampliada, aumentando-se o
ciclo de trabalho do dessalinizador que a priori foi definido em 6 horas.
Capítulo VI - Perspectivas
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119
6.0 - PERSPECTIVAS
Este trabalho abre novas perspectivas para a Vila de Sucuriju, uma vez que, com as
instalações do sistema de dessalinização da Vila e do novo abastecimento por fontes
renováveis durante as 24 horas, os moradores poderão diversificar sua fonte de renda. Isto se
dará com a instalação de unidades produtivas como padarias e também se pode criar, devido
à beleza do local, uma rota de ecoturismo, já que agora a Vila é abastecida de energia e de
água potável.
Com os benefícios do sistema de dessalinização e da energia, o Governo do Estado
juntamente como o SEBRAE e a Eletronorte acordaram em criar mecanismos que
viabilizassem a criação de indústria de beneficiamento do pescado, fábrica de gelo e outras
atividades produtivas afins.
Outra implantação que surtiria bastante melhoria na qualidade de vida dos moradores
da Vila seria a implantação da distribuição da água em cada residência principal. Esta
possibilidade já foi alvo de projeto submetido pelo LABDES aos agentes fomentadores, que
prevê tanto a distribuição da água permeada quanto a construção de banheiros e de rede de
saneamento a parir da água do concentrado. O aproveitamento do concentrado nos banheiros
seria alvo de tratamento efetivo para emissão no rio ou pra reuso em qualquer outro processo
produtivo
A instalação do projeto Sucuriju II prevê que todos os equipamentos sejam integrados
à automação existente., e que a distribuição doméstica de água do permeado seja tarifada e os
medidores sejam eletrônicos de forma a possibilitar a integração dos mesmos ao sistema.
Capítulo VII - Referências Bibliográficas
Santos, J. E
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120
7.0 - REFERÊNCIAS BILBLIOGRÁFICAS
BÁRBARA, V. F. Uso do modelo QUAL2E no estudo da qualidade da água e da
qualidade da autodepuração do rio Araguari-AP (Amazônia). 2006. 174 f.
Dissertação (Mestrado em Engenharia do Meio Ambiente) – Universidade Federal de
Goiás, Goiânia, 2006.
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biblioteca/>. Acesso em: 20 mai. 2008.
BLASQUES, L. C. M. Estudo da viabilidade técnico-econômica de sistemas híbridos
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Elétrica) – Universidade Federal do Pará, Belém, 2005.
BOARETTO, N. Tecnologia de comunicação em sistema SCADA - enfoque em
comunicação Wireless com espalhamento espectral, CEFET-PR, Ponta Grossa, 2005.
95p.
BORGHETTI, N. R. B, BORGHETTI, J. R., FILHO, E. F. R. O Aqüífero Guarani.
Disponível em: < http://www.oaquiferoguarani.com.br/>. Acesso em: set. 2008.
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Capítulo VII - Referências Bibliográficas
Santos, J. E
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121
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Dessalinização via Osmose Inversa. 2008. 193 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia
Química) – Universidade Federal de Campina Grande, Campina Grande, 2008.
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Form. No609-00071-0808. p 5.
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2000. Dissertação (Mestrado em Engenharia Química) – Universidade Federal de
Campina Grande, Campina Grande, 2000.
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ZSL, Global Footbrint Network, 2006, p12-13;
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N. A.; ALVES, M. L.; ZINATO, M. C.; MOREIRA M. M. M. A. Água: Manual de Uso
- Vamos Cuidar de Nossas Águas - Implementando o plano Nacional dos Recursos
Hídricos. SRH/MMA, Brasília, 2006, p11-27;
Capítulo VII - Referências Bibliográficas
Santos, J. E
Automação do Sistema de Dessalinização via Osmose Inversa da Vila de Sucuriu - AP
122
MELO, J. B. de. Avaliação de Desempenho e Custo Benefício da Manutenção de
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(Mestrado em Engenharia Química) – Universidade Federal de Campina Grande,
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Elétrica). – Universidade Federal de Campina Grande, Campina Grande, 2005.
OLIVEIRA, A. R. de. Desempenho de um Sistema de Dessalinização via Osmose
Inversa, em Escala Piloto, Alimentado por Painéis Fotovoltaicos. 2002. Dissertação
(Mestrado em Engenharia Química) – Universidade Federal de Campina Grande,
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Capítulo VII - Referências Bibliográficas
Santos, J. E
Automação do Sistema de Dessalinização via Osmose Inversa da Vila de Sucuriu - AP
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TUCCI, C. E. M.; HESPANHOL I.; NETTO O. M. C. Gestão da Água no Brasil 2001,
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WEG S.A., Automação de Processos Industriais - PC12 Design Center. Apostila para
treinamento interno, Weg S.A. Jaraguá do Sul. 2002.
Capítulo VIII - ANEXOS
Santos, J. E
Automação do Sistema de Dessalinização via Osmose Inversa da Vila de Sucuriu - AP
124
8.0 - ANEXOS
Anexo A - Documentos Preliminares do Projeto
Anexo B - Projeto Elétrico
Anexo C - Projeto Hidráulico
Anexo D - Laudos de Análise Físico-química
Capítulo VIII - Anexos
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Anexo A
( Documentos Prelimináres do Projeto )
Anexo A0 - Projeto Sucuriju ( ROSA 6.14)
Anexo A1 - Detalhamento de Entradas e Saída
Anexo A2 - Instrumentação
Anexo A3 - Lista de Motores
Anexo A4 - Base de Dados
Anexo A5 - Topologia
Anexo A6 - Redes Lógicas
Anexo A7 - Grafcets
Anexo A8 - Fluxograma
Anexo A9 - Localização do Abrigo
Anexo A10 - Relatório Técnico Perfilagem Geofísica de Poço
Capítulo VIII - Anexos
Santos, J. E
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Anexo
B
( Projeto Elétrico )
Capítulo VIII - Anexos
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Anexo C
( Projeto Hidáulico )
Capítulo VIII - Anexos
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Anexo D
(Laudos de Análises Físico-Química )
Laudo.75.2002.Poço do bode.Sucuriju.
Laudo.76.2002.Comunidade.Sucuriju
Laudo.77.2002.Escola. Sucuriju
Laudo.78.2002.Água do rio Sucuriju decantada do tonel.Sucuriju
Laudo.79.2002.Maré seca decantada.Sucuriju
Laudo.80.2002.½ maré enchendo. Sucuriju
Laudo.81.2002.Beira do Rio. Sucuriju
Laudo.82.2002.Maré baixa. Sucuriju
Laudo.83.2002.Maré enchendo.Sucuriju
Laudo.84.Maré cheia.Sucuriju
Laudo.85.2002.Rio Sucuriju a 12 km da Vila de Sucuriju
Laudo.86.2002.Rio Sucuriju a 8 Km da Vila de Sucuriju
Laudo.103.2005.Sucuriju
Laudo.103_136_2005_Sucuriju
Laudo_211_2007_Proj_Sucuriju_Vila_Sucuriju_AP
Laudo_212_2007_Proj_Sucuriju_Vila_Sucuriju_AP
Laudo_213_2007_Proj_Sucuriju_Vila_Sucuriju_AP
Laudo_214_2007_Proj_Sucuriju_Vila_Sucuriju_AP
Laudo_215_2007_Proj_Sucuriju_Vila_Sucuriju_AP
Laudo_SD1_Sucuriju
Laudo_SD_per1_Sucuriju
Laudo_SD_Sucuriju
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