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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO SUDOESTE DA BAHIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ZOOTECNIA
ADITIVOS VEGETAIS NA ENSILAGEM
DE CAPIM-ELEFANTE
IZABELA VIEIRA OLIVEIRA ANDRADE
Itapetinga – BA
Março de 2008
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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO SUDOESTE DA BAHIA - UESB
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ZOOTECNIA
Área de concentração: Produção de Ruminantes
IZABELA VIEIRA OLIVEIRA ANDRADE
ADITIVOS VEGETAIS NA ENSILAGEM
DE CAPIM-ELEFANTE
Dissertação apresentada à Universidade
Estadual do Sudoeste da Bahia, como parte das
exigências do Programa de Pós-graduação em
Zootecnia, para obtenção do título de “Mestre
em Zootecnia”; Área de Concentração:
Produção de Ruminantes.
Orientador:
Profº D.Sc. Aureliano José Vieira Pires
Co-orientadores:
Profª D.Sc. Cristina Mattos Veloso
Profº D.Sc. Paulo Bonomo
Itapetinga – BA
Março de 2008
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Catalogação na Fonte:
Rogério Pinto de Paula – CRB 1746 - 6ª Região
Diretor da Biblioteca – UESB – Campus de Itapetinga-Ba
Índice Sistemático para desdobramentos por Assunto:
1. Forragicultura – Forragem
2. Capim-elefante – Silagem – Ensilagem – Matéria seca – Valor nutritivo
3. Nutrição animal – Aditivos vegetais
633.2 Andrade, Izabela Vieira Oliveira.
A567a Aditivos vegetais na ensilagem de capim-elefante / Izabela Vieira
Oliveira Andrade. – Itapetinga
-Ba: UESB/Mestrado em Zootecnia, 2008.
57p. Il.
Dissertação de Mestrado do Programa de Pós-Graduação em Zootecnia da
Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia
- UESB - campus de Itapetinga. Sob a
orientação do Profº D.Sc. Aureliano José Vieira Pires e com a Co-orientação da
Profª. D.Sc. Cristina Mattos Veloso e do Profº D.Sc. Paulo Bonomo.
Dissertação normalizada e revisada por Rogério Pinto de Paula Diretor da
Biblioteca Regina Célia Ferreira Silva – BIRCEFS / UESB
-IT - CRB 1746-6 Reg.
Bibliografia: p.53
-57
1. Forragicultura – Forragem. 2. Capim-elefante – Silagem – Ensilagem
Aditivos vegetais. 3. Nutrição animal. I. Universidade Estadual do Sudoeste da
Bahia - Programa de Pós
-Graduação em Zootecnia – UESB - Campus de
Itapetinga. II. Pires, Aureliano José Vieira (Orient.). III. Veloso, Cristina
Mattos (Co-Orient.). IV. Bonomo, Paulo (Co-orient.). V. Título.
CDD (21) 633.2
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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO SUDOESTE DA BAHIA – UESB
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ZOOTECNIA
Área de Concentração em Produção de Ruminantes
Campus de Itapetinga-BA
TERMO DE APROVAÇÃO
Título: Aditivos vegetais na ensilagem de capim-elefante
Autor: Izabela Vieira Oliveira Andrade
Aprovada como parte das exigências para obtenção do Título de Mestre em Zootecnia, área
de concentração em Produção de Ruminantes, pela Banca Examinadora:
__________________________________________
Profº Aureliano José Vieira Pires,
D.Sc. – UESB
Presidente
__________________________________________
Profº Márcio dos Santos Pedreira,
D.Sc. – UESB
_____________________________________________________
Profº Vicente Ribeiro Rocha Júnior,
D.Sc. – UNIMONTES
Data da defesa: 12 de março de 2008.
___________________________
UESB - Campus Juvino Oliveira, Praça Primavera n
o
40 – Telefone: (77) 3261-8628
Fax: (77) 3261-8701 – Itapetinga – BA – CEP: 45.700-000 – E-mail: [email protected]r
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9
RESUMO
ANDRADE, I.V.O. Aditivos vegetais na ensilagem de capim-elefante. Itapetinga – BA:
UESB/Mestrado em Zootecnia, 2008, 57p. (Dissertação Mestrado em Zootecnia Produção
de Ruminantes)*
Foram estudados os efeitos da adição de farelo de mandioca (FM), casca de café (CC) e
farelo de cacau (FC) na ensilagem de capim
-elefante, com o objetivo de avaliar as perdas, os
parâmetros qualitativos, o valor nutritivo e o fracionamento de carboidratos e proteína. O
experimento foi conduzido no Setor de Forragicultura da UESB,
Campus de Itapetinga. Foi
utilizado um esquema fatorial 3 x 4, sendo três aditivos (FM, CC e FC), em quatro doses de
inclusão (0, 10, 20 e 30% da MN), com cinco repetições, num delineamento inteiramente
casualizado. O capim
-elefante apresentava 15,9% de MS, sendo que o material foi ensilado em
silos de PVC providos de válvula de “Bunsen”, permanecendo fechados por 60 dias. Após
abertura dos silos foram realizadas pesagens para a determinação das perdas através da
quantificação da produção de efluente e das perdas por gases. Amostras foram coletadas para
posteriores análises de nitrogênio amoniacal e pH, bem como a composição químico
-
bromatológica e o fracionamento dos carboidratos e proteína. A adição dos aditivos aumentou o
teor de matéria seca (MS), sendo que o FC foi mais eficiente no controle das perdas por efluente
e gases. O FM, a CC e o FC garantiram altas taxas de recuperação de MS. A adição do FM e do
FC favoreceram a redução nos valores de pH e o teor de nitrogênio amoniacal, respectivamente,
refletindo na melhoria do perfil de fermentação das silagens. As silagens contendo FM
apresentaram maior teor de nutrientes digestíveis totais, além de menor teor de fibra em
detergente neutro, fibra em detergente ácido, celulose e lignina. A adição do FC ao capim-
elefante no momento da ensilagem aumenta o teor de nitrogênio total, porém, apresentou maior
teor para as frações de nitrogênio insolúvel em detergente neutro e detergente ácido. O FM
reduz o teor das frações supracitadas, apresentando os maiores valores para a fração “A” da
proteína, que representa o nitrogênio não protéico, e para a fração de proteína verdadeira,
representada pelo teor de “B1 + B2”. O FM promoveu redução da fração “C”, confirmando o
baixo teor observado para o nitrogênio insolúvel em detergente ácido. Em contrapartida, o FC
proporcionou acréscimo desta fração, aumentando significativamente o teor de proteína
indisponível para os microrganismos ruminais. A adição do FM proporcionou maior teor de
carboidratos totais, em todas as doses de inclusão utilizadas, seguida pela CC e com o menor
teor observado para a adição de FC. A fração “A + B1” dos carboidratos apresentou aumento
em função das doses dos aditivos, sendo a CC a responsável pelo menor teor desta fração nas
silagens. Para a fração “B2”, todos os aditivos demonstraram teores semelhantes. a fração
“C” foi menos influenciada pela adição de FM, tendo a CC como principal responsável pelo
aumento desta fração. A adição de FM, CC e FC proporcionaram silagens bem conservadas,
com mínimas perdas de MS e ainda contribuiu de forma significativa para a melhoria do valor
nutritivo a partir das doses utilizadas.
Palavra-chave: CNCPS, matéria seca, Pennisetum purpureum, silagem, valor nutritivo
___________________________________
*
Orientador: Aureliano José Vieira Pires, D.Sc., UESB e Co-orientadores: Cristina Mattos Veloso,
D.Sc., UESB e Paulo Bonomo, D.Sc., UESB.
10
ABSTRACT
ANDRADE, I.V.O. Vegetable additives in elephantgrass ensilage. Itapetinga BA:
UESB/Mestrado em Zootecnia, 2008, 57p. (Dissertation – Masters Degree in Animal Science
Ruminant Production)*
The effects of the addition of cassava meal (CM), coffee hulls (CH) and cocoa meal
(CMe) in the elephantgrass ensilage were studied, with the objective of evaluating the losses,
qualitative parameters, nutritional value and carbohydrate and protein fractioning. The
experiment was carried out at the Forage Sector of UESB,
Campus of Itapetinga. A 3 x 4
factorial arrangement was used, being three additives (CM, CH and CMe) in four inclusion
doses (0, 10, 20 and 30% of NM) with five repetitions, in a completely randomized design. The
elephantgrass presented 15.9% of DM, and the material was ensiled in PVC silos provided with
valve of "Bunsen", remaining closed for 60 days. After opening of the silos weightings were
accomplished to determination the losses through the quantification of the effluent production
and gases losses. Samples were collected for subsequent dry matter (DM), ammonia nitrogen
content and pH analyses, when the chemical-bromatological composition and the fractions that
compose carbohydrates and protein were determinated. The additive addition was effective in
DM content increase, and CMe was more efficient in the control of effluent and gases losses.
CM, CH and CMe garanted high rates of DM recovery. CM and CMe favored pH values and
ammonia nitrogen reduction, respectively, resulting in silages fermentation profile
improvement. The silages added with CM presented larger total digestible nutrients contents,
besides guaranteeing lower neutral detergent fiber, acid detergent fiber, cellulose and lignin
contents. CMe addition to elephantgrass at the moment of the ensilage contributed to total
nitrogen content increase, however it presented larger neutral detergent and acid detergent
insoluble nitrogen fractions contents. CM contributed to the reduction of fractions content,
presenting the largest values for the protein fraction "A", that represents the non protein
nitrogen, and for the true protein fraction, represented by "B1 + B2" contents. CM promoted
reduction of the “C” fraction, confirming the low contents observed for the acid detergent
insoluble nitrogen. Otherwise, CMe provided increment of this fraction, significantly increasing
the contents of unavailable protein for rumen microorganisms. The addition of CM provided the
largest total carbohydrates contents, in all the inclusion doses used, followed by CH and with
the smallest contents observed for CMe addition. The "A + B1" carbohydrates fraction
presented increase in function of the additives doses, being CH the responsible for the smallest
contents of this fraction in the silages. For "B2" fraction, all the additives demonstrated similar
contents. The "C" fraction contents were less influenced by CM addition, with the CH as the
main responsible for the increase of this fraction. The CM, CH and CMe addition provided
silages well conserved, with minimum DM losses and it still contributed significantly to the
improvement of the nutritional value from the used doses.
Key words: CNCPS, dry matter, nutritive value, Pennisetum purpureum, silage
___________________________________
*
Adviser: Aureliano José Vieira Pires, D.Sc., UESB and Co-advises: Cristina Mattos Veloso, D.Sc.,
UESB and Paulo Bonomo,
D.Sc., UESB.
11
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 -
Teores médios de matéria seca (MS), matéria orgânica (MO), matéria
mineral (MM), nitrogênio total (NT), extrato etéreo (EE), fibra em
detergente neutro (FDN), fibra em detergente ácido (FDA), celulose,
hemicelulose, lignina, nitrogênio insolúvel em detergente neutro
(NIDN), nitrogênio insolúvel em detergente ácido (NIDA), carboidratos
totais (CT) e carboidratos não fibrosos (CNF) do capim
-elefante, do
farelo de mandioca, da casca de café e do farelo de
cacau..........................................................................................................
26
Tabela 2 -
Teores médios de matéria seca (MS), produção de efluente, perdas por
gases, teores de nitrogênio amoniacal (N
-NH
3
), valores de pH e
recuperação de matéria seca (RMS) das silagens de capim
-elefante
contendo, como aditivos, o farelo de mandioca (FM), a casca de café
(CC) e o farelo de cacau (FC) ...................................................................
31
Tabela 3 -
Teores médios de matéria orgânica (MO), matéria mineral (MM),
extrato etéreo (EE) e nutrientes digestíveis totais (NDT) das silagens de
capim
-elefante contendo, como aditivos, o farelo de mandioca (FM), a
casca de café (CC) e o farelo de cacau (FC) .............................................
36
Tabela 4 -
Teores médios de fibra em detergente neutro (FDN), fibra em detergente
ácido (FDA), celulose, hemicelulose e lignina das silagens de capim
-
elefante contendo, como aditivos, o farelo de mandioca (FM), a casca de
café (CC) e o farelo de cacau (FC) ............................................................
39
Tabela 5 -
Teores médios de nitrogênio total (NT), nitrogênio insolúvel em
detergente neutro (NIDN) e nitrogênio insolúvel em detergente ácido
(NIDA) das silagens de capim
-elefante contendo, como aditivos, o
farelo de mandioca (FM), a casca de café (CC) e o farelo de cacau
(FC)............................................................................................................
43
Tabela 6 -
Teores médios da fração constituída de nitrogênio não protéico (A),
fração de rápida e intermediária degradação (B1+B2), fração de lenta
degradação (B3) e fração não digestível (C) das silagens de capim
-
elefante contendo, como aditivos, o farelo de mandioca (FM), a casca de
café (CC) e o farelo de cacau (FC).............................................................
46
Tabela 7 -
Teores médios de carboidratos totais (CT), carboidratos não fibrosos
(A+B1), componentes da parede celular que correspondem à fração
potencialmente degradável (B2) e fração indigestível da parede celular
(C) das silagens de capim
-elefante contendo, como aditivos, o farelo de
mandioca (FM), a casca de café (CC) e o farelo de cacau (FC) ................
49
12
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 -
Produção de efluente das silagens de capim-elefante contendo
diferentes doses de farelo de mandioca (FM), casca de café (CC) e
farelo de cacau (FC).............................................................................
32
Figura 2 -
Valores de pH das silagens de capim-elefante contendo diferentes
doses de farelo de mandioca (FM), casca de café (CC) e farelo de
cacau (FC)............................................................................................
35
Figura 3 -
Teores de fibra em detergente neutro (FDN) das silagens de capim-
elefante contendo diferentes doses de farelo de mandioca (FM),
casca de café (CC) e farelo de cacau (FC)...........................................
40
Figura 4 -
Teores de nitrogênio total (NT) das silagens de capim-elefante
contendo diferentes doses de farelo de mandioca (FM), casca de
café (CC) e farelo de cacau (FC).........................................................
44
13
LISTA DE ABREVIATURAS
CC – Casca de café
CEL – Celulose
CF – Carboidratos fibrosos
CIN – Cinza
CNCPS – Cornell Net Carbohydrate and Protein System
CNF – Carboidratos não fibrosos
CS – Carboidratos solúveis
CT – Carboidratos totais
EE – Extrato etéreo
FC – Farelo de cacau
FDA – Fibra em detergente ácido
FDN – Fibra em detergente neutro
FDNcp – Fibra em detergente neutro corrigida para cinza e proteína
FDNi – Fibra em detergente neutro indigestível após 240 horas de incubação
FM – Farelo de mandioca
HEM – Hemicelulose
LIG – Lignina
MM – Matéria mineral
MO – Matéria orgânica
MS – Matéria seca
NIDA – Nitrogênio insolúvel em detergente ácido
NIDN – Nitrogênio insolúvel em detergente neutro
NDT – Nutrientes digestíveis totais
N-NH
3
Nitrogênio amoniacal
NNP – Nitrogênio não protéico
NT – Nitrogênio total
PB – Proteína bruta
RMS – Recuperação de matéria seca
14
SUMÁRIO
1
INTRODUÇÃO
.......................................................................................................... 15
2
REVISÃO DE LITERATURA
................................................................................. 17
2.1
Potencial da ensilagem de capim-elefante
................................................................ 17
2.2
Perdas por gases e efluente associadas ao teor de matéria seca da
forragem
......................................................................................................................
18
2.3
Aditivos absorventes de umidade para ensilagem
.................................................. 19
2.3.1
Farelo de mandioca.................................................................................................... 20
2.3.2
Casca de café.............................................................................................................. 20
2.3.3
Farelo de cacau........................................................................................................... 21
2.4
Parâmetros qualitativos da silagem
......................................................................... 21
2.5
Valor nutritivo
............................................................................................................ 22
2.6
Fracionamento de carboidratos e proteína
............................................................ 23
3
MATERIAL E MÉTODOS
...................................................................................... 25
4
RESULTADOS E DISCUSSÃO
............................................................................... 30
5
CONCLUSÕES
.......................................................................................................... 52
6
REFERÊNCIAS
......................................................................................................... 53
15
1 INTRODUÇÃO
O Brasil é um país que possui uma vasta extensão territorial e um clima
privilegiado para o crescimento de plantas forrageiras, cujas condições são excelentes para o
desenvolvimento da pecuária. Dessa forma, a formação de boas pastagens assume importância
fundamental tornando-se a melhor opção para a alimentação do rebanho, sendo o alimento
disponível mais barato e que fornece todos os nutrientes necessários ao bom desempenho dos
animais.
No entanto, a produção das forrageiras está sujeita a uma estacionalidade,
caracterizada no Brasil pelo “período das águas”, onde calor, umidade e luminosidade
promovem a ativam o desenvolvimento das plantas, e o “período da seca”, no qual o frio, a falta
de umidade e os dias curtos diminuem o desenvolvimento das plantas, fazendo com que estas
entrem em repouso vegetativo.
Para que se possa contornar o problema da baixa qualidade da forragem, nessa
época do ano, a prática de conservação de forragens se torna uma alternativa, sendo a ensilagem
um método de conservação amplamente utilizado, que visa manter o fornecimento adequado da
alimentação aos animais nos meses de seca.
A produção de silagem baseia
-se no princípio da fermentação e tem como principal
objetivo tentar maximizar a preservação original dos nutrientes encontrados na forragem fresca,
durante o armazenamento, com o mínimo de perdas de matéria seca (MS) e energia, quando
realizada dentro das técnicas e padrões recomendados.
Dentre as forrageiras tropicais, o capim
-elefante (Pennisetum purpureum Schum.)
vem sendo utilizado com grande freqüência para a produção de silagem, não devido à sua
alta produção de MS por área, quando comparado com as demais espécies, como pelo fato de
possuir bom valor nutritivo.
Entretanto, a presença de alto teor de umidade no momento ideal de corte e o baixo
teor de carboidratos solúveis são fatores que inibem o adequado processo fermentativo,
produzindo silagens de baixa qualidade, além de ocasionar perdas de nutrientes pela elevada
quantidade de efluente produzido.
Em razão das perdas de valor nutritivo e de MS resultar em silagem de baixa
qualidade, em decorrência de problemas como a elevada produção de efluente e o
desenvolvimento de bactérias do gênero
Clostridium, muito têm se buscado com a possibilidade
de adicionar, na ensilagem de gramíneas tropicais, ingredientes que atuem no sentido de
melhorar as características fermentativas.
No intuito de minimizar as perdas nesse processo, uma das principais alternativas
buscadas tem sido no sentido de aumentar o teor de MS, através da adição de materiais
16
absorventes, o que favorece a redução das perdas, além de contribuir para o incremento da
composição química da silagem.
Além de atender os requisitos supracitados, estes aditivos precisam apresentar boa
disponibilidade no mercado, ser de fácil manipulação e disponibilizados a preços competitivos.
Partindo deste princípio, o farelo de mandioca, a casca de café e o farelo de cacau apresentam-se
como opções interessantes em regiões produtoras de mandioca, café e cacau, respectivamente.
O trabalho teve por objetivo avaliar o uso do farelo de mandioca, da casca de café e
do farelo de cacau adicionados ao capim
-elefante no momento da ensilagem, sobre as perdas da
silagem, as características fermentativas, bem como o seu valor nutritivo, por meio do
fracionamento de carboidratos e de proteína.
17
2 REVISÃO DE LITERATURA
2.1 Potencial da ensilagem de capim-elefante
A produção animal em pastagens com gramíneas de clima tropical tem encontrado
entraves para manter a eficiência produtiva dos rebanhos, devido à irregularidade na
distribuição da produção forrageira durante todo o ano, causada pela sazonalidade climática.
Deste modo, a ensilagem surge como uma das possíveis soluções ao problema da
estacionalidade da produção forrageira, permitindo que o excedente de pastagens, produzido na
época das águas, possa ser armazenado e utilizado na alimentação dos animais em épocas de
escassez, gerando, assim, a sustentabilidade do sistema de produção.
O capim
-elefante (Pennisetum purpureum) é uma espécie perene, nativa da África,
de grande rendimento forrageiro, muito vigorosa, de grande porte, boa palatabilidade, além de
apresentar resistência a condições climáticas adversas (Queiroz Filho et al., 2000). Desde sua
introdução no Brasil, em 1920, este capim despertou a atenção por sua elevada produção de
biomassa, sendo inicialmente utilizado como capineira para o fornecimento de forragem verde
picada ou conservada sob a forma de silagem (Abreu, 2005).
A conservação do capim
-elefante produzido na estação chuvosa é uma das
alternativas cada vez mais utilizadas para suprir a escassez de volumoso na época seca, pois o
mesmo apresenta alta produção de MS e bom valor nutritivo (Andrade & Lavezzo, 1998).
Entretanto, como acontece com a maioria das gramíneas tropicais, com o avanço
do crescimento vegetativo, há aumento da produção por área, tendo, em contrapartida, seu valor
nutritivo diminuído. Nestas condições, consequentemente, o produto obtido no processo de
ensilagem também é de baixo valor nutritivo. Por outro lado, quando estas são ensiladas em
estádio de desenvolvimento mais novo, o alto teor de umidade, a alta capacidade tampão e os
baixos teores de carboidratos solúveis podem interferir no processo da ensilagem (Ferrari Jr. &
Lavezzo, 2001). Estes fatores influenciam negativamente o processo fermentativo, impedindo o
rápido decréscimo do pH a níveis adequados e permitindo fermentações secundárias
indesejáveis, o que prejudica a qualidade do produto preservado, além de ocasionar perda de
nutrientes pela elevada quantidade de efluente produzido, e causar riscos de poluição ambiental
(McDonald, 1981).
O problema de excesso de umidade das plantas forrageiras para produção de
silagem tem atraído atenção e esforços de muitos pesquisadores, tendo sido realizados diversos
trabalhos objetivando a avaliação de alternativas viáveis que possam beneficiar o processo
fermentativo de silagens de capim
-elefante, como a adição de materiais ricos em carboidratos e
18
elevado teor de MS, que funcionam como aditivos absorventes (Ferrari Jr. & Lavezzo, 2001;
Bernardino et al., 2005; Rodrigues et al., 2005; Carvalho et al., 2007b).
2.2 Perdas por gases e produção de efluente associadas ao teor de matéria seca da
forragem
Segundo McDonald (1981), as perdas relacionadas ao processo de ensilagem
podem estar associadas a diversos fatores, como respiração residual, fermentação, produção de
efluente no silo, deterioração aeróbia, podendo atingir valores de até 40%.
Para que haja um mínimo de perdas durante a confecção da silagem, alguns
aspectos devem ser considerados. O teor de umidade das forrageiras a serem ensiladas tem
grande influência nas reações químicas que ocorrerão durante o armazenamento, afetando,
consequentemente, o valor nutritivo da silagem.
Na produção de silagens de gramíneas tropicais, as maiores fontes de perdas por
produção de gases estão relacionadas às fermentações butíricas, e são promovidas pela atuação
de microrganismos do gênero
Clostridium sp, que têm sua máxima eficiência em ambientes
com alta concentração de umidade, elevado pH e altas temperaturas. Os produtos finais deste
tipo de fermentação são ácido butírico, água e dióxido de carbono (McDonald, 1981).
De acordo com Haigh (1999), o teor de MS desempenha papel fundamental na
confecção da silagem ao aumentar a concentração de nutrientes, ao facilitar os processos
fermentativos e ao diminuir a capacidade de ação dos clostrídios. Este mesmo autor salientou
que os principais problemas em se ensilar materiais com baixos teores de MS seriam a
necessidade de se atingir valores mais baixos de pH, para, desta forma, inibir o desenvolvimento
de bactérias do gênero
Clostridium e as perdas de MS e do valor nutritivo do material devido à
grande produção de efluente.
Quando adequada, a umidade auxilia na compactação do material, promovendo o
estabelecimento de um ambiente anaeróbio no silo. Porém, diversos estudos (Haigh, 1999;
Loures et al., 2003) têm mostrado uma relação negativa entre teor de MS da forrageira ensilada
e volume de efluente produzido no processo de ensilagem. Loures et al. (2003), ensilando
capim
-elefante cv. Cameroon com 13 e 25% de MS, observaram que não houve produção de
efluente naquele capim ensilado com maior teor de MS, enquanto que a ensilagem do capim
com 13% de MS provocou perdas significativas de MS e nutrientes através do efluente.
Segundo Nussio et al. (2002), as perdas por efluente podem ser evitadas utilizando
forragens naturalmente secas; misturando culturas mais secas às mais úmidas, no momento da
ensilagem; usando aditivos absorventes; ou adotando o emurchecimento na ensilagem.
O uso de aditivos absorventes ou seqüestrastes de umidade é uma das técnicas mais
recomendadas para o controle da produção de efluente em silagens. Alguns aditivos
19
absorventes, além de favorecerem o aumento do teor de MS, proporcionam, também,
incrementos na concentração de carboidratos solúveis, como, por exemplo, o farelo de cacau e a
casca de café (Bernardino et al., 2005; Carvalho et al., 2007b).
2.3 Aditivos absorventes de umidade para ensilagem
A utilização de resíduos ou subprodutos da agroindústria vem sendo avaliada por
diversos autores (Ferrari Jr. & Lavezzo, 2001; Souza et al., 2003; Bernardino et al., 2005,
Batista et al., 2006), os quais se centraram em determinar em que percentuais estes aditivos
podem ser adicionados na ensilagem de capim
-elefante, com o objetivo de promover uma
melhoria nas condições de fermentação da silagem, principalmente pelo incremento do teor de
MS.
Segundo Igarasi (2002), o ingrediente utilizado como aditivo nas silagens de capim
deve apresentar alto teor de MS, alta capacidade de retenção de água, boa palatabilidade, além
de fornecer carboidratos para a fermentação.
Um dos grandes problemas encontrados pela agroindústria é a dificuldade de
escoamento de seus resíduos, que são responsáveis em parte pela contaminação ambiental,
devido à grande quantidade acumulada na forma de lixo (Silveira et al., 2002). A
disponibilidade de resíduos e subprodutos provenientes da agroindústria e a crescente
preocupação com problemas ambientais têm gerado maior interesse quanto ao destino destes
materiais, quanto ao possível aproveitamento na alimentação animal e até mesmo como material
alternativo, funcionando como aditivos para ensilagem de forragens com alto teor de umidade
(Lima et al., 2007).
Os aditivos mais utilizados na ensilagem do capim-elefante são os materiais secos,
que elevam o teor de MS da silagem, e aumentam as chances de boa preservação. Entre esses
materiais, citam-se as fontes de carboidratos, como fubá de milho, farelo de trigo, polpa cítrica e
resíduos regionais da agroindústria (Silva et al., 2007).
Os resíduos e subprodutos agroindustriais variam em quantidade e qualidade
conforme a região. No Estado da Bahia, encontra
-se, em quantidades significativas, o farelo de
cacau, a casca de café, bem como o farelo de mandioca, dentre outros materiais, que podem ser
utilizados como aditivos para ensilagem de gramíneas tropicais com a finalidade de melhorar o
processo fermentativo, além de reduzir as perdas por gases e efluente.
20
2.3.1 Farelo de mandioca
Segundo Menezes et al. (2004), a mandioca (Manihot esculenta) é cultivada em
todos os estados do Brasil, ocupando lugar de destaque como um dos maiores produtores
mundiais, com produção anual estimada em 27 milhões de toneladas, sendo 80% da produção
destinada à indústria de farinha, principalmente na região Nordeste.
O farelo de mandioca constitui
-se do resíduo sólido descartado da indústria da
mandioca, formado a partir da lavagem da mandioca triturada para extração da fécula e
caracterizado como o material fibroso da raiz (Leonel & Cereda, 2000), e apresenta 81,4% de
MS, 77% de amido e 2% de proteína bruta (Ferrari Jr. & Lavezzo, 2001). Por apresentar
elevado teor de MS e boa capacidade de absorção, pode atuar como eficiente aditivo absorvente.
Ferrari Jr. & Lavezzo (2001) utilizaram o capim-elefante com 18% de MS e, ao
compararem o emurchecimento e a adição de farelo de mandioca na confecção da silagem,
concluíram que os dois tratamentos podem ser utilizados como alternativas viáveis para
aumentar o teor de MS da silagem. Os autores concluíram que a adição de 12% de farelo de
mandioca mostrou
-se mais eficiente que o emurchecimento na elevação do teor de MS.
Aguiar (2004), avaliando a composição de silagem de capim
-elefante com
inclusão, em níveis crescentes, de bagaço de mandioca (5, 10, 15 e 20%), observou que os
tratamentos foram eficientes na melhoria do teor de MS, sendo que, ao aumentar o nível de
inclusão de bagaço, o teor de MS variou de 25,1 a 33,1%.
2.3.2 Casca de café
O Brasil, com uma agricultura de relevante importância, gera grande quantidade de
resíduos agroindustriais, entre eles a casca de café, resíduo do beneficiamento do grão de café
(
Coffea arabica L.). Com elevada disponibilidade, pode atuar como eficiente aditivo
absorvente, por apresentar elevado teor de MS e capacidade de absorção de umidade
(Bernardino et al., 2005), além de ser um material de baixo custo. A casca representa 40% do
fruto maduro e retorna às lavouras de café como adubo orgânico ou perde-se por não ter
utilização. A CONAB (2007) prevê a produção brasileira de 40,62 milhões de sacas para a safra
2007/08, estimando
-se a produção de cerca de 974 milhões de toneladas de casca de café.
Bernardino et al. (2005) observaram redução significativa da produção de efluente
da silagem de capim
-elefante, contendo 12,4% de MS, quando foram adicionados 10, 20, 30 e
40% da casca de café, com base na matéria natural (MN), no momento da ensilagem. Os autores
relataram que apenas as silagens produzidas sem casca de café e com 10% do aditivo
produziram efluente. A produção total de efluente das silagens sem casca e com 10% desse
aditivo foram, respectivamente, 123,5 e 26,7 L/ton. Os autores registraram ainda que a inclusão
21
de casca de café, a partir de 20%, foi suficiente para eliminar totalmente a produção de efluente.
Constata
-se, pois, que a casca de café foi eficiente em absorver o excesso de umidade da
silagem de capim-elefante, reduzindo e eliminando a produção de efluente.
Souza et al. (2003), ao avaliarem diferentes níveis de inclusão de casca de café (0;
8,7; 17,4; 26,1 e 34,8%) na ensilagem de capim
-elefante com 14,5% de MS, verificaram que a
mesma mostrou-se eficiente em aumentar o teor de MS da silagem, contribuindo para a
produção de silagens com maior disponibilidade de nitrogênio e menor teor de fibra em
detergente neutro. Carvalho et al. (2007c), também utilizando casca de café como aditivo na
ensilagem de capim
-elefante (17,2% de MS), e observaram decréscimo do teor de fibra em
detergente neutro das silagens (0,18%), porém, houve acréscimo do teor de fibra em detergente
ácido (0,12%).
2.3.3 Farelo de cacau
Segundo dados do IBGE (2008), a Bahia produziu, no ano de 2007, cerca de 205
mil toneladas de cacau (
Theobroma cacao), praticamente a totalidade da produção da região
Nordeste, valor que representa 69,9% da produção brasileira. Entretanto, em todo Parque
Industrial de Ilhéus, na Bahia, processam-se 450 toneladas de amêndoa seca de cacau, o que
gera 45 toneladas de farelo.
Segundo Carvalho et al. (2007b), o farelo de cacau é o resíduo da industrialização
da amêndoa do cacau para obtenção da manteiga de cacau e do chocolate, representando um
potencial aditivo para utilização na ensilagem de capim
-elefante, devido às suas propriedades
higroscópicas e bom valor nutritivo, sendo seu teor de MS em torno de 86,1% o que favorece a
redução do teor de umidade da silagem de gramíneas tropicais.
Em estudo sobre a composição bromatológica e o valor nutritivo de silagens de
capim-elefante (20,1% de MS), utilizando como aditivo o farelo de cacau (0, 7, 14, 21 e 28% da
MN), Carvalho et al. (2007b), observaram redução satisfatória do teor de umidade, além de
favorecer o aumento do teor de nitrogênio total.
2.4 Características fermentativas da silagem
O termo qualidade de silagem refere-se à eficiência do processo fermentativo para
promover a conservação do valor nutritivo da forragem ensilada. Entre os principais parâmetros
utilizados para avaliar a qualidade do processo fermentativo, estão as características químicas
apresentadas pelas silagens, como teor de MS, valor de pH e conteúdo de nitrogênio amoniacal
como proporção do nitrogênio total (Tomich et al., 2003).
22
As bactérias anaeróbias do gênero Clostridium têm efeito negativo sobre a
qualidade da silagem, especialmente se o pH não for suficientemente baixo para inibir o seu
crescimento. Esses microorganismos fermentam açúcares, ácido lático e aminoácidos,
produzindo ácido butírico e aminas. Esse tipo de fermentação resulta em perda significativa de
MS e os produtos da fermentação reduzem a palatabilidade, além de diminuir a estabilidade
aeróbia da silagem (Muck, 1988).
O conteúdo de amônia das silagens, expresso como porcentagem do nitrogênio
amoniacal em relação ao nitrogênio total (N
-NH
3
/NT), é amplamente utilizado na avaliação de
silagens. Juntamente com o valor de pH, fornece uma indicação da forma que se processou a
fermentação. Um baixo teor de N
-NH
3
na silagem, inferior a 10% do nitrogênio total, indica que
o processo de fermentação não resultou em quebra excessiva da proteína em amônia e os
aminoácidos constituem a maior parte do nitrogênio não protéico. Ao contrário, um teor de N
-
NH
3
superior a 15% do nitrogênio total significa que a quebra de proteínas foi considerável, e
tais silagens podem ser menos aceitas pelos animais, resultando em baixo consumo (Muck,
1988; Van Soest, 1994).
Faria et al. (2007), estudando a composição químico
-bromatológica de silagens de
capim
-elefante (12,7% de MS) com níveis crescentes de casca de café (0, 6, 12, 18 e 24% da
MN), detectaram valor mínimo de pH de 3,8 com a adição de 18,6% de casca de café, enquanto
que Souza et al. (2003) observaram pH mínimo de 3,7 para o nível de 26,9% de adição de casca
de café.
2.5 Valor nutritivo da silagem
O valor nutritivo das plantas forrageiras é freqüentemente determinado pela sua
composição bromatológica, principalmente pelos teores de proteína bruta (PB) e fibra em
detergente ácido (FDA), sendo que a lignina exerce grande influência sobre a taxa de
degradação e a degradabilidade efetiva da parede celular dos alimentos volumosos,
demonstrando ser um fator determinante do conteúdo de energia digestível das plantas
forrageiras (Nussio et al., 2000).
No sentido de melhorar o valor nutritivo das silagens, vem
-se buscando a
possibilidade de adicionar, à ensilagem de gramíneas tropicais, ingredientes absorventes, que
atuem no sentido de melhorar as características fermentativas, principalmente, no aumento do
teor de MS e no incremento do valor nutritivo.
Aguiar (2004) avaliando a composição de silagem de capim
-elefante com inclusão,
em níveis crescentes, de bagaço de mandioca (5; 10; 15 e 20%), observou que os tratamentos
foram eficientes na melhoria do teor de MS, sendo que, ao aumentar o nível de inclusão de
23
bagaço, o teor de MS variou de 25,1 a 33,1%, enquanto a FDN e a FDA apresentaram
diminuição bastante acentuada de seus teores.
Em trabalho conduzido por Neiva et al. (2001) registraram
-se que a inclusão de
bagaço de caju (0; 12; 24; 36 e 48% MN) na ensilagem de capim
-elefante contendo 25,6% de
MS proporcionou melhora no valor nutritivo das silagens, com elevação de 63% no teor de PB e
redução de quatro unidades percentuais na FDN com adição de 36% de bagaço de caju.
2.6 Fracionamento de carboidratos e proteína
De acordo com Mello & Nörnberg (2004), o suprimento das necessidades
nutricionais dos ruminantes depende, principalmente, do conteúdo de energia e proteína da
dieta. Os nutrientes podem ser utilizados pela microbiota ruminal ou sofrer escape da
fermentação no rúmen, sendo absorvidos nos demais compartimentos do trato digestório, sendo
que a fermentação ruminal e a digestão pós-ruminal dependem da concentração total de
carboidratos e proteínas potencialmente digestíveis da dieta.
Nos sistemas usuais de produção animal, os ruminantes obtêm a maioria dos
nutrientes a partir de volumosos, salientando a necessidade de utilização de modelos
mecanicistas para descrever a relação entre a composição bromatológica dos alimentos
consumidos e a predição do desempenho animal (Fox et al., 1992) a partir da ação dos
microrganismos ruminais e, portanto, para sua adequada caracterização, os nutrientes devem ser
fracionados (Sniffen et al., 1992).
De acordo com o Sistema de Cornell (CNCPS Cornell Net Carbohydrate and
Protein System), os alimentos são subdivididos em decorrência de suas características químicas
e físicas, de degradação ruminal e digestibilidade pós
-rúmen, visando minimizar as perdas de
nutrientes, gerando informações que podem ser utilizadas para estimar o valor nutricional, o
consumo e o desempenho animal (Fox et al., 1992; Sniffen et al., 1992).
Os carboidratos constituem
-se na principal fonte de energia para os ruminantes,
sendo que seu aproveitamento é feito após o desdobramento em ácidos graxos voláteis e outros
ácidos, pelo processo de fermentação no rúmen (Brennecke, 2007).
Os carboidratos podem ser classificados, de acordo com a taxa de degradação, em
fração “A”, caracterizada por apresentar rápida degradação (açúcares simples e seus
conjugados); fração “B1”, representada por carboidratos que apresentam valores de cinética de
degradação intermediária (amido, frutosanas, galactanas e pectina); fração “B2”, conhecida
como fibra disponível, apresentando degradação lenta (celulose e hemicelulose); e fração “C”,
não degradável (parede celular indisponível). Essas frações são computadas, no alimento, como
carboidratos não fibrosos (CNF), carboidratos fibrosos (CF) e fibra indigestível (C) (Sniffen et
al., 1992).
24
A proteína é dividida em frações A, B1, B2, B3 e C. A fração “A” representa a
fração da proteína que é instantaneamente solubilizada no rúmen, sendo constituída de
nitrogênio não protéico (NNP). A fração “B” representa a proteína verdadeira potencialmente
degradável, sendo dividida em três subfrações, baseada na velocidade de degradação ruminal. A
fração “B1” é a fração da proteína bruta do alimento que é rapidamente degradável no rúmen,
“B2” com taxa de degradação intermediária, “B3” é a proteína associada à parede celular e de
degradação lenta e, por fim, a fração “C”, que é composta de proteínas insolúveis em detergente
ácido, ou seja, que não é digerível no rúmen e intestino (Sniffen et al., 1992).
Ao determinar as frações dos carboidratos de alguns alimentos para ruminantes,
Malafaia et al. (1998) verificaram, para o capim
-elefante contendo 82,7% de carboidratos totais,
proporções de 9,9; 69,3 e 20,8% das frações “A + B1”; “B2” e “C” como porcentagem dos
carboidratos totais, respectivamente.
Carvalho et al. (2007), trabalhando com silagem de capim
-elefante (20,1% de MS)
aditivada com diferentes doses de farelo de cacau (0, 7, 14, 21 e 28% de adição), constataram
redução linear do teor de carboidratos totais, com diminuição de 0,22 unidade percentual para
cada unidade de farelo de cacau adicionada.
Avaliando as frações protéicas de vários alimentos tropicais, Cabral et al. (2000)
encontraram, para o capim
-Tifton 85 (30 cm de altura), contendo 14,7% de PB, 12,4; 9,2; 29,4;
40,8 e 83,3%, respectivamente, para as frações “A”, “B1”, “B2”, “B3” e “C”, como
porcentagem da PB.
Assim, a caracterização das frações que constituem os carboidratos e proteínas dos
alimentos representa um importante instrumento para adequação de dietas que visem a
maximização do desenvolvimento microbiano ruminal e, por conseqüência, a melhor predição
do desempenho animal, por proporcionarem o melhor entendimento do sincronismo da
fermentação de proteínas e carboidratos no rúmen.
25
MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi conduzido no Laboratório de Forragicultura e Pastagens da
Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia,
Campus Juvino Oliveira, na cidade de Itapetinga –
BA, entre os meses de março e maio de 2006.
Foi utilizado o capim
-elefante (Pennisetum purpureum, Schum), proveniente de
uma capineira estabelecida e localizada em solo classificado do tipo chernossolo argilúvio,
estruturado hipereutrófico, com textura argilosa e relevo ondulado (EMBRAPA, 1999),
pertencente à Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, na cidade de Itapetinga, BA. Foi
realizado corte de uniformização, a 10 cm do solo, e adubação anual com 100 kg de N/ha
(nitrocálcio), 100 kg de P
2
O
5
/ha (superfosfato simples) e 60 kg de K
2
O/ha (cloreto de potássio).
Utilizou-se o delineamento experimental inteiramente casualizado, em um esquema
fatorial 3 x 4, sendo adicionados, ao capim-elefante, três aditivos (farelo de mandioca
- FM,
casca de café
- CC e farelo de cacau - FC), em quatro doses (0, 10, 20 e 30% da matéria
natural), com cinco repetições.
O teor de MS do FM, da CC e do FC foi 84,5; 87,9 e 86,9%, respectivamente.
Após 40 dias de desenvolvimento, o capim-elefante (CE) foi cortado,
manualmente, a 10 cm do solo e picado em partículas de aproximadamente 2 cm, em máquina
ensiladeira estacionária. Após homogeneização, foi ensilado, juntamente com os respectivos
aditivos, em silos experimentais de PVC, com 50 cm de altura e 10 cm de diâmetro. Os silos
eram providos de válvula de “Bunsen”, em sua tampa, para permitir o escape dos gases oriundos
da fermentação, e possibilitar que as perdas de MS, devidas ao processo fermentativo, fossem
quantificadas. No fundo de cada silo, foi colocado 1 kg de areia, separado da forragem por uma
tela fina de plástico, tipo sombrite, para captação do efluente proveniente do capim. Foram
colocados, em cada silo, 1.800 g de mistura de capim
-elefante e aditivo, efetuando-se a
compactação da massa ensilada com auxílio de soquetes, obtendo-se massa específica de 600 kg
de matéria verde/m
3
.
Foram pesados silo+tampa+areia seca+tela, antes da ensilagem, e os silos, cheios e
tampados, para determinação quantitativa das perdas por gases, da recuperação de matéria seca
(RMS) e das perdas por efluente, com base nas diferenças gravimétricas. Após a ensilagem, os
silos tiveram suas tampas vedadas, sendo pesados e armazenados sob temperatura ambiente, até
a abertura, após 60 dias de armazenamento.
Antes do início do processo de ensilagem, amostras do capim
-elefante, do FM, da
CC e do FC foram colhidas para análises. A composição bromatológica do capim e dos aditivos
(Tabela 1) foi obtida segundo metodologias descritas por Silva & Queiroz (2002).
26
Tabela 1 - Teores médios de matéria seca (MS), matéria orgânica (MO), matéria mineral
(MM), nitrogênio total (NT), extrato etéreo (EE), fibra em detergente neutro
(FDN), fibra em detergente ácido (FDA), celulose, hemicelulose, lignina,
nitrogênio insolúvel em detergente neutro (NIDN), nitrogênio insolúvel em
detergente ácido (NIDA), carboidratos totais (CT) e carboidratos não fibrosos
(CNF) do capim
-elefante, do farelo de mandioca, da casca de café e do farelo de
cacau
Item Capim-elefante
Farelo de
mandioca
Casca de
café
Farelo de
cacau
MS 15,9 84,5 87,9 86,9
MO
1
90,3 98,7 94,4 90,2
MM
1
9,7 1,3 5,6 9,8
NT
1
1,1 0,3 1,5 3,0
EE
1
2,7 0,8 1,1 3,1
FDN
1
62,4 11,2 63,7 45,5
FDA
1
40,9 6,9 42,9 32,6
Celulose
1
34,3 5,5 29,5 16,9
Hemicelulose
1
21,5 4,2 20,9 12,9
Lignina
1
5,4 1,6 13,0 14,8
NIDN
2
16,2 37,3 60,8 46,3
NIDA
2
13,5 17,2 38,3 35,8
CT
1
80,1 96,9 84,3 69,2
CNF
1
13,4 82,6 19,6 31,9
1
% da MS.
2
% do NT.
As perdas nas silagens, sob a forma de gases e efluente, e a RMS foram
quantificadas por diferença de peso, pelas equações adaptadas a partir de Schmidt (2006).
As perdas por gases foram obtidas pela seguinte equação:
PG (%MS) = [(PsChf – PsCha)/(MVFE x MSFE)] x 100
em que:
PG – perdas por gases;
PsChf – peso do silo cheio no fechamento da silagem (kg);
PsCha – peso do silo cheio na abertura (kg);
27
MVFE – matéria verde da forragem ensilada (kg);
MSFE – matéria seca da forragem ensilada (%).
A produção de efluente foi calculada pela equação a seguir, baseada na diferença
de peso da areia colocada no fundo do silo por ocasião do fechamento e abertura dos silos:
PE = [(PVf – Ts) – (PVi – Ts)]/MFi x 100
em que:
PE – perdas por efluente;
PVf – peso do silo vazio + peso da areia na abertura (kg);
Ts – tara do silo;
PVi – peso do silo vazio + peso da areia no fechamento (kg);
MFi – massa de forragem no fechamento (kg).
A seguinte equação foi utilizada para estimar a RMS:
RMS = (MFf x MSf)/(MFi x MSi) x 100
em que:
RMS – taxa de recuperação de matéria seca (%);
MFf – massa de forragem na abertura (kg);
MSf – teor de matéria seca da forragem na abertura (%MS);
MFi – massa de forragem no fechamento (kg);
MSi – teor de matéria seca da forragem no fechamento (%MS).
Amostras das silagens
in natura foram processadas em liquidificador e filtradas em
gaze para extração do suco, o qual foi utilizado, imediatamente, para determinação do valor de
pH, em potenciômetro digital, e do teor de nitrogênio amoniacal como porcentagem do
nitrogênio total (N
-NH
3
/NT), segundo metodologia descrita por Licitra et al. (1996).
Após a abertura dos silos, foram colhidas amostras, que foram submetidas à pré
-
secagem, por 72 horas, em estufa de ventilação forçada regulada a 55ºC e, em seguida, foram
moídas em moinho de facas tipo Wiley, para posterior determinação do teor de MS.
Em seguida, foram submetidas às análises de nitrogênio total (NT), para
determinação do teor de proteína bruta (PB), fibra em detergente neutro (FDN), fibra em
detergente ácido (FDA), celulose, hemicelulose, lignina, nitrogênio insolúvel em detergente
28
neutro (NIDN), nitrogênio insolúvel em detergente ácido (NIDA), extrato etéreo (EE) e matéria
mineral (MM), segundo metodologia descrita por Silva & Queiroz (2002).
As análises de determinação dos teores de FDN e FDA foram feitas com a
utilização de autoclave, seguindo método descrito por Pell & Schofield (1993).
A partir da composição química das silagens, foram estimados os valores de
nutrientes digestíveis totais (NDT), segundo Weiss et al. (1992), com modificações sugeridas
pelo NRC (2001):
NDT = CNFD + PBD + (AGD x 2,25) + FDND – 7
Sendo:
CNFD = 0,98 {100 – [(FDN – PBFDN)
1
+ PB + EE + CIN]} x FAP
PBD = PB [
- 1,2 x (PBFDA/PB)]
AGD = AG = EE – 1 (se EE < 1, AG = 0)
FDND = 0,75 x [(FDN PBFDN)
1
LIG x {1 [LIG/(FDN FDNPB)
1
] x
0,667
1
se a FDN for determinada adicionando sulfito de sódio, não subtrair a PBFDN
CNFD – carboidratos não fibrosos verdadeiramente digestíveis
PBD – proteína bruta verdadeiramente digestível
AGD – ácidos graxos verdadeiramente digestíveis
FDND – FDN verdadeiramente digestível
PBFDN – proteína bruta ligada à FDN
FAP – fator de ajuste de processamento, nesse caso igual a 1
PBFDA – proteína bruta ligada à FDA
LIG – lignina
A fração “A” das proteínas foi determinada após tratamento da amostra com ácido
tricloroacético (TCA) a 10%, conforme relatado por Licitra et al. (1996). A fração “B3” foi
obtida pela diferença entre os teores de NIDN e NIDA, enquanto a proteína verdadeira, frações
“B1 + B2”, foi obtida pela diferença entre a fração “A” e o teor de NIDN. A fração “C” foi
considerada como NIDA.
A porcentagem de carboidratos totais (CT) foi obtida pela equação proposta por
Sniffen et al. (1992): CT = 100
- (%PB + %EE + %cinza). Os carboidratos fibrosos (CF) foram
obtidos a partir da FDN corrigida para cinzas e proteínas (FDNcp); os carboidratos não
-fibrosos
(CNF), ou seja, frações “A+B1”, pela diferença entre os CT e a FDNcp (Hall, 2003); e a fração
“C” pela FDN indigestível após 240 horas de incubação
in situ, descrita por Casali et al. (2008).
29
A fração “B2”, correspondente à fração disponível da fibra, foi obtida pela diferença entre a
FDNcp e a fração “C”.
Os resultados foram interpretados por meio de análise de variância, considerando
como fontes de variação o uso de aditivos, suas doses de inclusão e a interação entre esses
fatores, sendo a interação desdobrada, ou não, de acordo com a sua significância. O efeito da
adição das doses foi avaliado por análise de regressão, tomando como base o valor do
coeficiente de determinação. Para efeito de aditivo, foi realizado o teste de Tukey, adotando-se
o nível de 5% de probabilidade.
30
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os dados de teores de MS, produção de efluente, perdas por gases, teores de
nitrogênio amoniacal (N
-NH
3
/NT), valores de pH e recuperação de matéria seca (RMS) das
silagens contendo diferentes doses de FM, CC e FC, suas respectivas equações de regressão e
coeficientes de determinação estão apresentados na Tabela 2.
Detectou
-se efeito (P<0,05) de interação entre os aditivos e as doses de inclusão
sobre o teor de MS, tendo sido constatado efeito linear crescente (P<0,05) para todos os
aditivos, sendo que o teor de MS elevou
-se conforme as doses de aditivos aumentaram. Foram
estimados aumentos do teor de MS nas silagens de 0,52; 0,55 e 0,63 unidades percentuais para
cada unidade de FM, CC e FC adicionada, respectivamente. A elevação do teor de MS das
silagens com a inclusão de FM, CC e FC deve
-se ao alto teor de MS dos aditivos (84,5; 87,9 e
86,9%, respectivamente), e sua boa capacidade de retenção de umidade, sendo que a silagem
sem aditivos apresentou teor de MS próximo ao do capim
-elefante no momento da ensilagem.
Trabalhando com capim
-elefante, contendo 18,7% de MS, emurchecido ou
acrescido de FM (2; 4; 8 e 12%), Ferrari Jr. & Lavezzo (2001) verificaram incremento de 0,45%
de MS para cada unidade de farelo adicionada.
Incremento do teor de MS também foi observado por Souza et al. (2003), que
adicionaram 0; 8,7; 17,4; 26,1 e 34,8% de CC ao capim
-elefante contendo 14,4% de MS. Esses
autores verificaram acréscimo de 0,54% de MS para cada unidade percentual de casca
adicionada, efeito próximo ao verificado neste experimento, que foi de 0,55 unidade percentual.
Bernardino et al. (2005) também verificaram efeito da inclusão de CC sobre o teor de MS da
silagem de capim
-elefante (12,4% MS) aditivada com 10, 20, 30 e 40% de CC, estimando
acréscimo de 0,69 unidade percentual no teor de MS com a inclusão de cada unidade deste
aditivo.
A dose de 30% de FC provocou maior incremento do teor de MS (37,6%) das
silagens de capim
-elefante, seguida pela adição de 20% de CC (32,2%), confirmando os
resultados encontrados por Carvalho et al. (2007a), que, utilizando FC (0, 7, 14, 21 e 28%)
como aditivo absorvente na ensilagem de capim
-elefante contendo 20% de MS, observaram
acréscimo do teor de MS da silagem de 0,74% por unidade de FC adicionado, caracterizando,
assim, este resíduo vegetal como excelente aditivo na absorção de umidade.
Embora o teor de MS do capim-elefante ensilado sem presença de aditivos (18,7%)
encontre
-se abaixo da faixa ideal (25 a 35%) para garantir que o alimento seja bem conservado
(Muck, 1988), a adição de CC e de FC na dose de 30% resultou em aumento de 18,7% para 34,7
e 37,6%, respectivamente, nos teores de MS das silagens.
31
Tabela 2 - Teores médios de matéria seca (MS), produção de efluente, perdas por gases,
teores de nitrogênio amoniacal (N
-NH
3
), valores de pH e recuperação de matéria
seca (RMS) das silagens de capim
-elefante contendo, como aditivos, o farelo de
mandioca (FM), a casca de café (CC) e o farelo de cacau (FC)
Dose (% da MV)
0 10 20 30
Aditivo
MS (%)
Média Equação de regressão R
2
FM 18,7 23,3
a
27,7
b
34,8
b
28,6 Ŷ= 18,23 + 0,5273*FM 0,98
CC 18,7 25,0
a
32,2
a
34,7
b
30,6 Ŷ= 19,38 + 0,5512*CC 0,97
FC 18,7 22,9
a
29,7
b
37,6
a
30,1 Ŷ= 17,74 + 0,6325*FC 0,98
Média 18,7 23,7 29,8 35,7 27,0
CV (%) 5,7
Efluente (kg/ton MV)
FM 145,9 55,3
b
6,0
b
4,8
a
22,0 Ŷ= 146,23 - 11,43*FM + 0,2234*FM
2
0,99
CC 145,9 128,4
a
47,0
a
5,2
a
60,2 Ŷ= 151,04 – 3,2105*CC + 0,0607*CC
2
0,96
FC 145,9 7,9
c
2,2
b
1,5
a
3,8 Ŷ= 139,51 – 14,689*FC + 0,3434*FC
2
0,94
Média 145,9 63,8 18,4 2,8 58,0
CV (%) 8,6
Gases (% MS)
FM 6,1 5,1 6,3 6,7 6,1
a
CC 6,1 3,5 2,7 2,9 3,0
b
FC 6,1 3,2 2,9 2,4 2,8
b
Média 6,1 3,9 4,0 4,0 4,5 Ŷ= 5,9345 – 0,2221*X + 0,0054*X
2
0,92
CV (%) 43,5
N-NH
3
(% NT)
FM 0,39 0,31 0,33 0,35 0,33
a
CC 0,39 0,31 0,24 0,25 0,27
b
FC 0,39 0,16 0,18 0,17 0,17
c
Média 0,39 0,26 0,25 0,26 0,29 Ŷ= 0,3821 – 0,0144*X + 0,0003*X
2
0,96
CV (%) 19,4
pH
FM 4,2 3,8 3,8 3,8 3,8
c
CC 4,2 4,2 4,1 4,2 4,2
a
FC 4,2 4,0 4,1 4,1 4,1
b
Média 4,2 4,0 4,0 4,0 4,1 Ŷ= 4,2674 – 0,0318*X + 0,0008*X
2
0,92
CV (%) 2,0
RMS (%)
FM 92,1 99,8 93,4 97,2 96,8
a
CC 92,1 91,7 97,4 93,4 94,3
a
FC 92,1 92,2 99,8 98,3 96,8
a
Média 92,1 94,5 96,9 96,3 95,0 Ŷ= 92,739 + 0,1497*X 0,80
CV (%) 7,2
Médias seguidas de letras diferentes, na coluna, diferem (P<0,05) pelo teste de Tukey.
*P (<0,05); CV – coeficiente de variação.
32
Para a produção de efluente, foi detectado efeito (P<0,05) de interação entre os
aditivos e as doses utilizadas, sendo que o FC mostrou
-se mais eficiente em reduzir este tipo de
perda. A inclusão de doses de 14,23% deste aditivo demonstrou-se suficiente para zerar a
produção de efluente, enquanto foram necessários 25,63 e 30% de inclusão de FM e CC,
respectivamente, para reduzir, a valores mínimos, estas perdas, conforme pode ser observado na
Figura 1.
0
20
40
60
80
100
120
140
160
0 10 20 30
Perda por efluente (kg/ton de MV)
Dose de aditivo (% da MV)
Farelo de mandioca Casca de café Farelo de cacau
Figura 1 - Produção de efluente das silagens de capim-elefante contendo diferentes doses de
farelo de mandioca (FM), casca de café (CC) e farelo de cacau (FC).
A utilização de aditivos absorventes de umidade proporcionou a diminuição da
produção de efluente, neste trabalho, o que condiz com os resultados obtidos por Aguiar et al.
(2001), que incluíram três níveis crescentes de polpa cítrica peletizada (0, 5 e 10%) na massa
ensilada de capim
-tanzânia, e constataram diminuição da produção de efluente. Nesse mesmo
sentido, Jones & Jones (1996) e Fransen & Strubi (1998) também mencionaram o efeito da
menor produção de efluente pela inclusão de aditivos absorventes, que promoveram a elevação
do teor de MS.
Entretanto, segundo Balsalobre et al. (2001) e Jones & Jones (1995), outros fatores
devem ser considerados na avaliação de produção de efluente, podendo
-se destacar
características como tipo e dimensionamento do silo, determinação da massa específica e
homogeneidade de aplicação dos aditivos.
O efeito do teor de umidade na produção de efluente é amplamente citado na
literatura, pelo fato da produção de efluente ser inversamente proporcional ao teor de MS da
33
forragem ensilada (Loures et al., 2003), sendo que diversos autores estudaram esses fatores e
obtiveram diminuição da produção à medida que o teor de MS aumentou (Fransen & Strubi,
1998; Haigh, 1999; Igarasi, 2002). Utilizando CC para diminuir a produção de efluente em
silagem de capim
-elefante com alta umidade (12,4% de MS), Bernardino et al. (2005)
concluíram que proporções acima de 20% foram suficientes para eliminar totalmente a
produção de efluente.
A redução da produção de efluente é um resultado da elevação do teor de MS das
silagens em função da inclusão do FM, da CC e do FC, sendo válido lembrar que a redução das
perdas por efluente representa minimização das perdas de nutrientes por percolação junto ao
efluente produzido durante a ensilagem.
A análise estatística dos dados de perdas por gases não detectou efeito (P>0,05) de
interação entre aditivo e dose, podendo ser observados os valores médios de perdas por gases,
sendo quantificadas em porcentagem da MS (Tabela 2).
Os resultados apresentados mostram que a CC e o FC foram mais eficientes em
diminuir tais perdas e que o FM proporcionou maiores perdas de gases. Houve maior perda de
MS no tratamento sem adição de aditivos (6,1% da MS), que, em condições de excesso de
umidade, pode ser atribuída à maior incidência de fermentações indesejáveis pelas bactérias
heterofermentativas, principalmente a fermentação butírica, promovida por bactérias do gênero
Clostridium sp. (McDonald, 1981).
A equação de regressão demonstrou efeito quadrático (P<0,05) da adição de doses
crescentes dos aditivos sobre produção de gases, estimando perdas mínimas de 3,7% de MS
para a dose de 20,6% de aditivo. A redução das perdas por gases deve
-se, provavelmente, à
redução de microrganismos produtores de gás, como as enterobactérias e bactérias clostrídicas,
que se desenvolvem em silagens mal conservadas (Pereira & Santos, 2006). A inclusão dos
aditivos, por fornecer carboidratos solúveis e aumentar o teor de MS, pode ter resultado em
estímulo da fermentação lática, que, segundo McDonald (1981), resulta em mínimas perdas de
MS nas silagens.
Conforme pode ser observado na Tabela 2, não foi verificado efeito (P>0,05) dos
diferentes aditivos e suas doses de inclusão sobre os teores de nitrogênio amoniacal em
porcentagem do nitrogênio total (N
-NH
3
/NT)
A equação de regressão apresentou efeito quadrático (P<0,05) das doses dos
aditivos adicionados ao capim-elefante no momento da ensilagem, estimando teor mínimo de N
-
NH
3
/NT de 0,21% para dose de 24% de aditivo.
A adição de FC proporcionou o menor teor de N-NH
3
/NT (0,17%), quando
comparado ao FM e à CC (0,33 e 0,27%, respectivamente). Resultados semelhantes quanto aos
teores de N
-NH
3
/NT foram relatados por Teixeira et al. (2005), que, estudando os efeitos da
adição de FC durante a ensilagem de capim
-elefante contendo 18,9% de MS, obtiveram redução
34
dos teores de N-NH
3
(1,6; 1,7; 1,2 e 0,6%) conforme aumentaram as doses do aditivo (0; 5,8; 10
e 16% peso/peso).
Segundo Evangelista et al. (2004), os teores de N
-NH
3
, juntamente com os valores
de pH, podem sugerir a forma como se processou a fermentação. Conforme observado na
Tabela 2, os teores de N
-NH
3
oscilaram entre 0,16 e 0,35 do NT, para os aditivos utilizados.
Esses valores são baixos, além de se apresentarem dentro de uma faixa considerada desejável,
indicando que, durante o processo fermentativo, houve reduzida degradação da PB, com
preservação das proteínas e compostos nitrogenados. Conforme Muck (1988), as silagens que
apresentam valores de N
-NH
3
até 10% do NT são consideradas de boa qualidade.
Não foi detectado efeito de interação (P>0,05) entre os aditivos e as doses de
inclusão sobre a variável pH.
O comportamento dos valores de pH das silagens é apresentado na Figura 2.
Verificou-se efeito quadrático (P<0,05) das doses dos aditivos, estimando
-se valor mínimo de
pH igual a 3,75 para a dose de 19,8% deste aditivo, segundo equação de regressão.
A silagem sem adição de aditivos apresentou valor de pH mais elevado (4,2) que os
demais tratamentos (10, 20 e 30% de aditivos), porém, encontram
-se dentro da faixa
considerada como ótima (3,8 4,2) para fermentação adequada, indicando possível inibição de
microrganismos responsáveis pela fermentação secundária (McDonald, 1981). As silagens
aditivadas com FM apresentaram pH de 3,8, sendo indicativo da ocorrência de fermentação
satisfatória.
Souza et al. (2003) também observaram efeito dos níveis de inclusão de CC (0; 8,7;
17,4; 26,1 e 34,8% MN) sobre o pH de silagens de capim
-elefante (14,5% MS), estimando valor
mínimo de 3,8 para a dose de 26,87% de CC, enquanto Pinto et al. (2004), trabalhando com
inclusão de 0, 5, 10 e 15% de polpa cítrica peletizada na ensilagem de capim
-aruana em
diferentes idades de crescimento (40, 80 e 120 dias), não encontraram efeito da inclusão da
polpa sobre o pH das silagens, com valores médios permanecendo próximos a 4,0.
Embora o valor de pH da silagem não seja considerado, isoladamente, um bom
indicador para avaliação das fermentações (Bernardino et al., 2005), pode
-se sugerir que as
silagens com 10, 20 e 30% de aditivos vegetais (FM, CC e FC) apresentaram bom padrão de
conservação e valores de pH final entre 3,8 e 4,2.
Os resultados apresentados para RMS mostram que não houve efeito (P>0,05) de
interação entre os aditivos e as doses utilizadas, sendo suas médias estatisticamente similares. A
inclusão dos aditivos proporcionou aumento linear crescente da RMS, estimando
-se acréscimo
de 0,15 unidade percentual para cada unidade de aditivo adicionado ao capim
-elefante no
momento da ensilagem.
35
3,7
3,9
4,1
4,3
4,5
0 10 20 30
pH
Doses de aditivo (% da MN)
Figura 2 - Valores de pH das silagens de capim
-
elefante contendo diferentes doses de farelo de
mandioca (FM), casca de café (CC) e farelo de cacau (FC).
Em geral, a adição de doses crescentes de FM, CC e FC à forragem elevou a RMS,
em comparação ao tratamento contendo forragem com a umidade original (0% de aditivo). O
benefício causado pelos aditivos pode ser verificado através da redução de perdas na forma de
gases e de efluente, assim como da menor ocorrência de fermentações indesejáveis, traduzidas
pelos menores valores de pH e N
-NH
3
, conforme apresentado na Tabela 2. Zanine et al. (2006)
também não encontraram diferença na taxa de RMS de silagens de capim
-elefante adicionadas
de farelo de trigo (0, 15 e 30%).
Os teores de matéria orgânica (MO), matéria mineral (MM), extrato etéreo (EE) e
nutrientes digestíveis totais (NDT) das silagens aditivadas com diferentes doses de FM, CC e
FC estão apresentados na Tabela 3.
Observa-se efeito (P<0,05) de interação entre os aditivos e as doses de inclusão
sobre os teores de MO das silagens de capim
-elefante aditivadas com FM, CC e FC.
O tratamento com adição de FM foi superior aos tratamentos com adição de CC e
FC, que apresentaram valores semelhantes. Para as doses deste aditivo, pode
-se observar que
houve efeito linear crescente (P<0,05), com acréscimo de 0,18 unidade percentual no teor de
MO para cada unidade de FM adicionada ao capim-elefante, enquanto a adição da CC
apresentou efeito (P>0,05) quadrático, estimando teor máximo de 90,7% de MO, com a dose de
inclusão de 19,5% deste aditivo. Para a inclusão de FC, pode
-se verificar que também ocorreu
efeito quadrático (P<0,05), estimando
-se teor mínimo de 89,9% de MO para a adição de 7,8%
do farelo no momento da ensilagem.
36
Tabela 3 - Teores médios de matéria orgânica (MO), matéria mineral (MM), extrato etéreo
(EE) e nutrientes digestíveis totais (NDT) das silagens de capim-elefante contendo,
como aditivos, o farelo de mandioca (FM), a casca de café (CC) e o farelo de cacau
(FC)
Dose (% da MV)
0 10 20 30
Aditivo
MO (% MS)
Média Equação de regressão R
2
FM 90,0 92,0
a
93,8
a
95,4
a
93,7 Ŷ= 90,106 + 0,1787*FM 0,99
CC 90,0 90,5
b
90,8
b
90,5
b
90,6 Ŷ= 89,984 + 0,078*CC – 0,002*CC
2
0,99
FC 90,0 89,9
b
90,1
b
90,7
b
90,3 Ŷ= 90,0 – 0,0267*FC + 0,0017*FC
2
0,99
Média 90,0 90,8 91,6 92,2 91,1
CV (%) 0,5
MM (% MS)
FM 10,0 8,0
b
6,2
b
4,6
b
6,3 Ŷ= 10,01 – 0,21*FM + 0,0011*FM
2
0,99
CC 10,0 9,5
a
9,2
a
9,5
a
9,4 Ŷ= 10,016 – 0,078*CC + 0,002*CC
2
0,99
FC 10,0 10,1
a
9,9
a
9,3
a
9,7 Ŷ= 9,99 + 0,0267*FC – 0,0017*FC
2
0,99
Média 10,0 9,2 8,4 7,8 8,9
CV (%) 5,2
EE (% MS)
FM 4,8 5,1 4,3 3,6 4,3
b
CC 4,8 4,6 4,5 3,9 4,3
b
FC 4,8 5,3 5,5 6,0 5,6
a
Média 4,8 5,0 4,8 4,5 4,8 Ŷ= 4,8057 + 0,0244*X – 0,0012*X
2
0,96
CV (%) 16,8
NDT (%)
FM 63,0 72,6
a
77,0
a
79,7
a
76,4 Ŷ= 64,913 + 0,5445*FM 0,92
CC 63,0 60,0
b
55,4
b
52,4
c
55,9 Ŷ= 63,167 – 0,3655*CC 0,99
FC 63,0 58,9
b
57,4
b
57,4
b
57,9 Ŷ= 61,96 – 0,1848*FC 0,80
Média 63,0 63,8 63,3 63,1 63,3
CV (%) 3,1
Médias seguidas de letras diferentes, na coluna diferem (P<0,05) pelo teste de Tukey.
*P (<0,05); CV – coeficiente de variação.
Não foi verificado efeito de interação entre os aditivos e as doses de inclusão
(P<0,05) sobre os teores de extrato etéreo (EE) das silagens de capim
-elefante contendo FM,
CC e FC. As silagens aditivadas com FC apresentaram maiores teores de EE (5,6%), enquanto a
adição de FM e CC proporcionou teores semelhantes.
O estudo de regressão apresentou comportamento quadrático das doses de aditivo,
estimando teor máximo de 4,9% de EE para a dose de inclusão de 10,2% de aditivo.
37
O aumento da inclusão de FM e CC à ensilagem ocasionou redução do teor de EE,
quando comparados ao FC, o que pode ser explicado pelo menor teor dessa fração no FM e na
CC (Tabela 1). Ferrari Jr. & Lavezzo (2001), que estudaram a inclusão do FM (0, 2, 4, 8 e 12%
na MN) durante a ensilagem de capim
-elefante, observaram redução de 0,04 unidade percentual
no teor de EE da silagem com o aumento das doses de adição, resultado semelhante ao
encontrado por Batista et al. (2006), que obtiveram redução linear de 0,011 unidade percentual
para cada unidade de vagem de algaroba adicionada à ensilagem de capim
-elefante.
O aumento do teor de EE nas silagens com a inclusão do FC pode ser justificado
tomando como base o teor de EE do FC (3,1%, Tabela 1), que o capim
-elefante apresentou
teor mais baixo desta fração (2,7%).
O teor de nutrientes digestíveis totais (NDT) das silagens apresentou efeito
(P<0,05) de interação entre os aditivos e as doses utilizadas. Observou
-se aumento linear
(P<0,05) do NDT em função das doses de FM, estimando
-se acréscimo de 0,54 unidade
percentual no valor de NDT por unidade de FM adicionada, enquanto a CC e o FC apresentaram
efeito linear decrescente (P<0,05), com redução de 0,36 e 0,18 unidades percentuais por unidade
de CC e FC adicionada, respectivamente.
Este comportamento observado para o NDT, em função das doses de inclusão da
CC e do FC, deve
-se aos elevados teores de NIDA e lignina presentes nos aditivos (Tabela 1),
pois, na estimativa do teor de NDT das silagens, calculada a partir da equação proposta por
Weiss et al. (1992) e adaptada pelo NRC (2001), são consideradas a PB verdadeiramente
digestível, a qual é calculada a partir da fração de NIDA, e a FDN verdadeiramente digestível,
que, dentre outras frações, leva em consideração o teor de lignina da forragem, afetando
negativamente os valores de NDT estimados para as silagens.
O tratamento com adição de FM apresentou resultados de NDT superiores aos
demais tratamentos (CC e FC). Quando comparado o tratamento sem inclusão de aditivo com o
tratamento com adição de FM, no primeiro houve maior teor de N
-NH
3
, maiores perdas por
gases e maior produção de efluente, o que caracteriza a ocorrência de fermentação secundária e
maiores perdas físicas na ensilagem, o que provavelmente poderia justificar seu menor teor de
NDT.
Rocha Jr. et al. (2003), ao avaliarem a eficiência das equações propostas pelo NRC
(2001) para avaliação energética de alimentos, compararam os valores preditos pelas equações e
observados em um experimento com ovinos a uma coletânea de valores de NDT obtidos na
literatura nacional a partir de experimentos
in vivo e concluíram que as equações propostas pelo
NRC foram eficientes para estimar o valor energético dos alimentos nas condições brasileiras.
Costa et al. (2005) estimaram valores preditos de NDT para a silagem de capim
-
elefante de 42,4%, sendo este valor muito abaixo do valor estimado no presente trabalho, que
foi de 63% (Tabela 3). Esse fato pode ser atribuído aos teores de NIDA e de lignina da silagem
38
apresentarem-se mais altos (17,8 e 10,2%, respectivamente) naquele estudo, do que os teores
encontrados no presente trabalho, que foram de 11,8% para o NIDA e de 5,3% para a lignina
(Tabela 3), fato este que afeta diretamente os cálculos de predição das equações propostas pelo
NRC (2001).
Na Tabela 4, estão apresentados os teores de fibra em detergente neutro (FDN),
fibra em detergente ácido (FDA), celulose, hemicelulose e lignina das silagens aditivadas com
doses crescentes de FM, CC e FC.
Observou
-se interação (P<0,05) entre os aditivos e as doses de inclusão sobre os
teores de FDN das silagens de capim
-elefante aditivadas com FM, CC e FC. As estimativas da
análise de regressão podem ser observadas na Figura 3.
Para os valores obtidos para a FDN, foi observado comportamento linear
decrescente (P<0,05) das doses de inclusão de FM, estimando-se decréscimo de 1,23 unidades
percentuais para cada unidade de FM adicionada ao capim
-elefante. Essa redução acentuada
pode ser explicada pelo efeito de diluição, causado, provavelmente, pelo fato do FM apresentar
baixo teor de FDN, quando comparado ao capim
-elefante.
A adição de CC não influenciou (P>0,05) o teor de FDN das silagens, estimando
-se
valor médio de 65% de FDN. A semelhança nos teores desta fração pode ser atribuída à CC
apresentar, em sua composição, valores muito próximos aos encontrados para o capim
-elefante
(Tabela 1). Contrariamente a esses resultados, Carvalho et al. (2007a) observaram redução de
0,18 unidade percentual nos teores de FDN, conforme aumentaram-se as doses de CC (0; 6; 12;
18 e 24%) na ensilagem de capim
-elefante.
O teor de FDN das silagens apresentou decréscimo linear (P<0,05) em função das
doses crescentes de FC, verificando
-se redução de 0,4 unidade percentual nos teores de FDN
para cada unidade de farelo adicionada, possivelmente em razão do menor teor de FDN do FC,
em comparação ao capim
-elefante no momento da ensilagem. Resultados semelhantes foram
obtidos por Carvalho et al. (2007b), que também observaram redução de 0,52 unidade
percentual nos valores de FDN para silagens aditivadas com doses crescentes de FC (0; 7; 14;
21 e 28%).
O FM foi o responsável pelos menores teores de FDN nas silagens, enquanto as
doses de CC, mesmo que em valores médios, foram responsáveis pelo aumento mais
significativo desta fração nas silagens de capim
-elefante.
39
Tabela 4 - Teores médios de fibra em detergente neutro (FDN), fibra em detergente ácido
(FDA), celulose, hemicelulose e lignina das silagens de capim
-elefante
contendo, como aditivos, o farelo de mandioca (FM), a casca de café (CC) e o
farelo de cacau (FC)
Dose (% da MV)
0 10 20 30
Aditivo
FDN (% MS)
Média Equação de regressão R
2
FM 65,1 46,0
c
33,0
c
28,3
c
35,8 Ŷ= 61,587 – 1,2326*FM 0,93
CC 65,1 64,5
a
66,6
a
64,7
a
65,3 Ŷ =  = 65,3 -
FC 65,1 57,5
b
52,9
b
52,3
b
54,2 Ŷ= 63,398 – 0,431*FC 0,88
Média 65,1 56,0 50,8 48,4 55,1
CV (%) 4,6
FDA (% MS)
FM 42,1 30,0
b
22,5
c
17,1
c
23,2 Ŷ= 40,344 – 0,8274*FM 0,96
CC 42,1 44,0
a
47,1
a
50,1
a
47,1 Ŷ= 41,767 + 0,2704*CC 0,98
FC 42,1 39,4
a
38,7
b
40,5
b
39,6 Ŷ= 42,147 – 0,393*FC + 0,0113*FC
2
0,99
Média 42,1 37,8 36,1 35,9 38,0
CV (%) 12,0
Celulose (% MS)
FM 34,5 25,5
b
19,0
c
15,0
c
19,8 Ŷ= 33,779 – 0,6722*FM 0,96
CC 34,5 34,5
a
34,4
a
34,6
a
34,5 Ŷ =  = 34,5 -
FC 34,5 28,3
b
26,6
b
26,4
b
27,1 Ŷ= 34,35 – 0,7078FC + 0,015*FC
2
0,98
Média 34,5 29,5 26,7 25,3 29,2
CV (%) 11,4
Hemicelulose (% MS)
FM 22,9 15,9 10,5 11,3 12,6
b
CC 22,9 20,5 19,6 14,6 18,2
a
FC 22,9 18,1 14,2 11,7 14,6
b
Média 22,9 18,2 14,7 12,5 17,1 Ŷ= 22,31 – 0,3475*X 0,97
CV (%) 23,1
Lignina (% MS)
FM 5,3 3,3
b
2,7
b
2,1
b
2,7 Ŷ= 4,8873 – 0,1017*FM 0,89
CC 5,3 8,1
a
11,4
a
13,5
a
11,0 Ŷ= 5,3956 + 0,2797*CC 0,99
FC 5,3 10,0
a
12,4
a
13,5
a
12,0 Ŷ= 6,2582 + 0,2709*FC 0,91
Média 5,3 7,1 8,9 9,7 7,8
CV (%) 17,1
Médias seguidas de letras diferentes, na coluna, diferem (P<0,05) pelo teste de Tukey.
*P (<0,05); CV – coeficiente de variação.
40
0,0
10,0
20,0
30,0
40,0
50,0
60,0
70,0
0 10 20 30
FDN (%MS)
Doses do aditivo (%MN)
FM CC FC
Figura 3 - Teores de fibra em detergente neutro (FDN) das silagens de capim
-
elefante contendo
diferentes doses de farelo de mandioca (FM), casca de café (CC) e farelo de cacau
(FC).
Zanine et al. (2006), estudando a adição de 0, 15 e 30% de farelo de trigo na
ensilagem de capim
-elefante contendo 20,4% de MS, verificaram que o teor de FDN reduziu de
62,9 para 43,7% para o nível de 30% de inclusão.
Comparando
-se o teor de FDN do capim no momento da ensilagem com os das
silagens sem aditivos, observaram
-se valores de 62,4 e 65,1%, respectivamente. McDonald
(1981) explica tal fato pela perda de componentes solúveis da MS, causando aumento da
concentração da fração fibrosa da silagem.
Quanto aos teores de FDA das silagens de capim-elefante aditivadas com
diferentes doses de FM, CC e FC, foi observado efeito (P<0,05) de interação entre os aditivos e
as doses de inclusão.
A análise de regressão indicou efeito linear decrescente (P<0,05) das doses de FM
sobre o teor de FDA das silagens, estimando-se redução de 0,83 unidade percentual nos teores
de FDA para cada unidade de FM adicionada ao capim
-elefante no momento da ensilagem. O
FM apresentou teor de FDA 34 pontos percentuais menores que o capim
-elefante (Tabela 1), o
que, possivelmente, contribuiu para a redução deste componente em função das doses de FM,
representando um indicativo de qualidade das silagens que receberam este aditivo.
Ferrari Jr. & Lavezzo (2001), trabalhando com capim
-elefante (18,7% MS)
emurchecido ou acrescido de FM (0; 2; 4; 8 e 12%), notaram tendência de decréscimo do valor
de FDA, de 48,3%, nas silagens sem adição de FM, para 41,0%, nas silagens aditivadas com
12% de FM.
41
O teor de FDA das silagens foi influenciado (P<0,05) pela adição de doses
crescentes de CC, sendo que a análise de regressão indicou efeito linear crescente, estimando
-se
acréscimo de 0,27 unidade percentual no teor de FDA para cada unidade da CC adicionada ao
capim, enquanto a adição do FC apresentou comportamento quadrático (P<0,05), estimando
-se
teores mínimos de 38,7% para a dose de 17,4% de inclusão deste aditivo no momento da
ensilagem. Essa resposta pode estar associada aos teores de FDA do FC (32,6%) e do capim
-
elefante in natura (40,9%) serem maiores, esperando, assim, redução desta fração nas silagens
aditivadas.
O acréscimo nos teores de FDA, com a inclusão de doses crescentes de CC, pode
-
se explicar pelo fato deste aditivo apresentar teor de FDA maior do que o capim-elefante no
momento da ensilagem
, favorecendo o efeito de adição.
Para celulose, houve efeito (P<0,05) de interação entre os aditivos e as doses
utilizadas. Utilizando
-se doses de 10%, o FM e a FC demonstraram menores teores desta fração
(25,5 e 28,3%, respectivamente), enquanto, nas doses de 20 e 30% de inclusão, o FM
apresentou o menor teor dentre os três aditivos.
Para a adição de FM, a equação de regressão demonstrou a ocorrência de efeito
linear decrescente (P<0,05), estimando
-se redução de 0,67 unidade percentual de celulose a
cada unidade de FM adicionada, enquanto a adição de doses de CC não influenciou (P>0,05) os
valores da fração celulose, com teor médio observado de 34,5%.
A adição de FC provocou efeito quadrático (P<0,05) nos teores de celulose,
estimando
-se, pela equação de regressão, teor mínimo de 26% para a adição de 23,6% de farelo.
Estes resultados podem ser explicados pela presença de baixos teores desta fração
tanto no FM, como na CC e no FC.
Bernardino et al. (2005), avaliando o efeito da adição de 10; 20; 30 e 40% (% MN)
de CC ao capim
-elefante contendo 12,4% de MS, durante a ensilagem, não observaram efeito
sobre o teor de celulose em função das diferentes doses de CC, encontrando valor médio de
38,5%.
A análise estatística dos dados observados para as silagens não revelou efeito de
interação entre os aditivos e as doses (P>0,05) sobre os teores de hemicelulose. A equação de
regressão detectou efeito linear decrescente (P<0,05), com redução de 0,35 unidade percentual
em função de cada unidade de aditivo adicionada ao capim
-elefante no momento da ensilagem.
A silagem contendo CC apresentou o valor mais alto desta fração (18,2% da MS) e, para a
inclusão de FM e FC, os valores foram semelhantes (12,6 e 14,6%, respectivamente).
A análise estatística dos dados observados para as silagens revelou efeito de
interação entre os aditivos e as doses de inclusão (P<0,05) sobre o teor de lignina. O FM, em
todas as doses de inclusão, apresentou teor mais baixo desta fração.
42
Observa-se que, para os teores de lignina das silagens, houve a ocorrência de efeito
linear decrescente (P<0,05) para as doses de FM, estimando
-se redução de 0,10 unidade
percentual da fração por unidade de FM adicionado ao capim no momento da ensilagem. Como
o FM continha teor de lignina inferior ao capim
-elefante, 3,8 unidades percentuais a menos
(Tabela 1), esperava
-se que, com a inclusão das doses de FM, ocorresse redução dos teores de
lignina, pelo efeito de diluição desta fração.
Os tratamentos com adição de CC e FC apresentaram efeito linear crescente
(P<0,05) em função das doses dos aditivos. Para ambos aditivos (CC e FC), foi observado
aumento de 0,3 unidade percentual para cada unidade de aditivo utilizada, que pode ser
explicado em decorrência do alto teor desta fração nos referidos aditivos, quando comparados
ao valor do teor de lignina referente ao capim-elefante no momento da ensilagem. Carvalho et
al. (2007b), ao ensilarem capim
-elefante com adição de FC (0; 7; 14; 21 e 28% na MN),
observaram aumento de 0,35 unidade percentual no teor de lignina, resultado semelhante ao
encontrado neste trabalho.
Bernardino et al. (2005), adicionando 10; 20; 30 e 40% de CC à ensilagem de
capim
-elefante, também constataram aumento linear dos teores de lignina da silagem de capim-
elefante com adição deste aditivo, verificando acréscimo de 0,14 unidade percentual no teor
desta fração, para cada unidade de casca adicionada.
Os resultados de nitrogênio total (NT), nitrogênio insolúvel em detergente neutro
(NIDN) e nitrogênio insolúvel em detergente ácido (NIDA) estão expressos na Tabela 5.
Na análise do NT, foi verificado efeito (P<0,05) da interação entre os aditivos e as
doses de inclusão. Na Figura 4, pode
-se observar que a adição de FM reduziu linearmente
(P<0,05) os teores de NT das silagens, causando redução de 0,01 unidade percentual no teor de
NT, conforme aumentaram
-se as doses de inclusão deste aditivo. O FM apresentou teores de NT
muito baixos (Tabela 1), o que pode ter favorecido a redução deste nutriente nas silagens
aditivadas com doses crescentes, caracterizando, assim, um efeito de diluição.
Ferrari Jr. & Lavezzo (2001) estudaram a adição de FM ao capim
-elefante, para a
produção de silagem, e observaram resultado semelhante aos deste estudo, estimando redução
linear do teor de NT com o aumento das doses de inclusão, sendo que, em ambos os estudos, os
teores de NT no FM foram semelhantes (0,3% de NT).
43
Tabela 5 - Teores médios de nitrogênio total (NT), nitrogênio insolúvel em detergente
neutro (NIDN) e nitrogênio insolúvel em detergente ácido (NIDA) das
silagens de capim
-elefante contendo, como aditivos, o farelo de mandioca
(FM), a casca de café (CC) e o farelo de cacau (FC)
Dose (% da MV)
0 10 20 30
Aditivo
NT (% MS)
Média Equação de regressão R
2
FM 1,0 1,0
c
0,9
c
0,7
c
0,9 Ŷ= 1,0544 – 0,0103*FM 0,97
CC 1,0 1,2
b
1,4
b
1,5
b
1,4 Ŷ= 1,0415 + 0,0162*CC 0,97
FC 1,0 1,9
a
2,0
a
2,2
a
2,0 Ŷ= 1,068 + 0,0888*FC – 0,0018*FC
2
0,97
Média 1,0 1,3 1,4 1,5 1,3
CV (%) 8,3
NIDN (% NT)
FM 18,5 17,2
c
22,7
c
23,7
c
21,2 Ŷ= 17,377 + 0,2106*FM 0,73
CC 18,5 40,7
b
44,3
b
46,7
b
43,9 Ŷ= 19,391 + 2,365*CC – 0,0495*CC
2
0,97
FC 18,5 49,4
a
50,6
a
56,7
a
52,2 Ŷ= 20,271 + 3,0158*FC – 0,062*FC
2
0,93
Média 18,5 35,8 39,2 42,3 34,0
CV (%) 3,8
NIDA (% NT)
FM 11,8 10,4
c
8,9
c
6,7
c
8,7 Ŷ=11,97 – 0,1677*FM 0,98
CC 11,8 21,4
b
27,8
b
28,9
b
26,0 Ŷ= 13,818 + 0,5774*CC 0,90
FC 11,8 25,5
a
34,4
a
41,6
a
33,8 Ŷ= 13,595 + 0,983*FC 0,98
Média 11,8 19,1 23,7 25,8 20,1
CV (%) 12,8
Médias seguidas de letras diferentes, na coluna, diferem (P<0,05) pelo teste de Tukey.
*P (<0,05); CV – coeficiente de variação.
Para a adição de CC, também foi observado efeito linear (P<0,05), porém,
estimando
-se aumento de 0,02 unidade percentual no NT para cada unidade de CC adicionada
ao capim
-elefante no momento da ensilagem, o que pode ser explicado pelo maior teor de NT
presente na CC (Tabela 1) em relação ao capim
-elefante, causando efeito de adição do nutriente.
Resultados semelhantes foram encontrados por Carvalho et al. (2007b), que, ao estudarem a
adição de doses crescentes de FC (0, 7; 14; 21 e 28% na MN) na ensilagem de capim
-elefante
(20% MS), observaram aumento de 0,9 para 1,7% nos teores de NT, nas silagens aditivadas
com 28% de FC.
O teor de NT das silagens com FC comportou
-se de maneira quadrática (P<0,05)
em função das doses deste aditivo, sendo que, para atingir seu valor máximo (2,2%), a dose de
FC máxima deve ser de 24%, evitando redução dos teores desta fração. Dos três aditivos, o FC
foi o que apresentou maior teor de NT (3%), o que pode ter favorecido o incremento dos teores
protéicos das silagens, melhorando seu valor nutritivo.
44
0,0
2,5
5,0
0 10 20 30
Teor de NT (% da MS)
Doses de aditivo (% da MN)
FM CC FC
Figura 4 - Teores de nitrogênio total (NT) das silagens de capim-elefante contendo
diferentes doses de farelo de mandioca (FM), casca de café (CC) e farelo de cacau
(FC).
Para as silagens não aditivadas, os teores de NT ficaram bem próximos aos teores
encontrados para o capim
-elefante antes da ensilagem, contudo, foram observados menores
teores deste nutriente na silagem sem aditivos, que, segundo Carvalho et al. (2007b), pode ser
atribuído à produção de efluente, com escoamento de nutrientes.
Foi verificado efeito de interação entre os aditivos e as doses de inclusão (P<0,05),
em função dos teores de NIDN. As silagens com adição de FM apresentaram menores teores
desta fração, enquanto o FC favoreceu a ocorrência dos teores mais altos.
Com relação aos teores de NIDN, expressos em porcentagem do NT, pode
-se
verificar que as doses de FM exerceram efeito linear crescente (P<0,05), estimando
-se aumento
de 0,2 unidade percentual nos valores de NIDN, por unidade de aditivo adicionada.
Para as doses de inclusão de CC e FC, os valores de NIDN tiveram ajuste
quadrático (P<0,05). Foram estimados valores máximos de 47,7 e 56,9% de NIDN com a dose
de inclusão de 24%, tanto de CC quanto de FC, respectivamente. Esses aumentos nos teores de
NIDN podem ser atribuídos aos elevados teores desta fração nos aditivos CC (60,8%) e FC
(46,3%) em relação ao capim
-elefante in natura (16,2%), conforme observado na Tabela 1.
Carvalho et al. (2007b), estudando a adição de CC (0, 6, 12, 18 e 24%) durante a
ensilagem de capim
-elefante, verificaram comportamento semelhante ao encontrado neste
estudo, estimando
-se valor máximo de 31,7% de NIDN para a inclusão de dose de 22,5% de
CC.
Foi verificado efeito de interação dos aditivos com as doses utilizadas (P<0,05), em
função dos teores de NIDA. Pode
-se observar que houve efeito linear decrescente (P<0,05) das
doses de FM adicionadas ao capim
-elefante no momento da ensilagem, estimando-se redução de
45
0,17 unidades percentuais desta fração, em função das doses crescentes deste aditivo. Porém, a
utilização de CC e FC proporcionou efeito linear crescente (P<0,05) das doses destes aditivos.
Para a CC, foi observado aumento de 0,57 unidade percentual para cada unidade de CC
adicionada na ensilagem, enquanto o FC promoveu acréscimo de 1,0 unidade percentual por
unidade de FC adicionado no momento de ensilagem, que pode ser explicado pelos maiores
valores de NIDA (% do NT) da CC e do FC, quando comparados ao capim
-elefante no
momento da ensilagem, conforme mostrado na Tabela 1.
Souza et al. (2003) verificaram efeito semelhante, estimando valores de 6,4; 9,2;
12; 14,9 e 17,7% de NIDA (% do NT) em função das doses de CC adicionadas (0; 8,7; 17,4;
26,1 e 34,8% na MN), respectivamente, ao capim
-elefante no momento da ensilagem.
Segundo McDonald (1981), a fermentação que ocorre dentro do silo pode
desencadear o aquecimento da massa ensilada, favorecendo o aumento dos teores de NIDA,
que, de acordo com Van Soest (1994), é indesejável do ponto de vista nutricional, pois o
nitrogênio retido na FDA indica uma maior fração da PB indisponível para os microrganismos
ruminais.
Na Tabela 6 estão apresentados os resultados para o fracionamento de proteínas,
divididas em nitrogênio não protéico (A), fração de rápida e intermediária degradação (B1 + 2),
fração de lenda degradação (B3) e fração indigestível (C), suas respectivas equações de
regressão e coeficientes de determinação das silagens contendo FM, CC e FC.
Para o teor de nitrogênio não protéico (NNP), representado pela fração “A”, como
porcentagem do NT, não foi observado efeito (P>0,05) da interação entre os aditivos e as doses
de inclusão. As silagens contendo FM apresentaram maiores teores desta fração (33,1%).
Os teores da fração “A” das silagens de capim
-elefante demonstraram efeito linear
decrescente (P<0,05), com estimativa de redução de 0,31 unidade percentual da fração “A” em
função do aumento das doses de inclusão dos aditivos.
Cabral et al. (2004) observaram valor da fração “A”, na silagem de capim
-elefante,
de 56,9%, o que é 25 pontos percentuais superior ao valor obtido para as silagens sem aditivos
avaliadas neste experimento. Tal fato pode ser atribuído ao baixo teor de MS da silagem de
capim-elefante avaliada pelos autores (18,34%), sendo um indicativo da ocorrência de maior
proteólise durante a fermentação e, portanto, pode explicar o maior valor da fração “A” obtido
em relação aos observados nas silagens deste estudo.
46
Tabela 6 - Teores médios de fração constituída de nitrogênio não protéico (A), fração de rápida
e intermediária degradação (B1 + B2), fração de lenta degradação (B3) e fração não
digestível (C) das silagens de capim
-elefante contendo, como aditivos, o farelo de
mandioca (FM), a casca de café (CC) e o farelo de cacau (FC)
Dose (% da MV)
0 10 20 30
Aditivo
A (% NT)
Média Equação de regressão R
2
FM 31,9 36,7 30,9 31,6 33,1
a
CC 31,9 25,2 21,2 21,9 22,8
b
FC 31,9 20,4 17,9 14,9 17,7
c
Média 31,9 27,4 23,3 22,8 26,4 Ŷ= 31,105 – 0,3151*X 0,92
CV (%) 12,2
B1 + B2 (% NT)
FM 49,5 46,2 46,4 44,7 45,6
a
CC 49,5 34,2 34,4 31,4 33,3
b
FC 49,5 30,2 31,5 28,4 30,0
c
Média 49,5 36,8 37,4 34,8 39,7 Ŷ= 48,682 – 1,189*X + 0,0252*X
2
0,89
CV (%) 8,8
B3 (% NT)
FM 7,3 8,9
b
13,8
a
17,0
a
13,2 Ŷ= 6,6422 + 0,3402*FM 0,96
CC 7,3 19,3
a
16,5
a
17,7
a
17,9 Ŷ= 8,2285 + 1,0959*CC – 0,027*CC
2
0,79
FC 7,3 23,9
a
16,2
a
15,0
a
18,4 Ŷ= 8,8355 + 1,4894*FC – 0,0445*FC
2
0,66
Média 7,3 17,4 15,5 16,6 14,2
CV (%) 22,6
C (% NT)
FM 11,2 8,3
b
8,9
c
6,7
c
8,0 Ŷ= 10,735- 0,1295*FM 0,79
CC 11,2 21,4
a
27,8
b
28,9
b
26,0 Ŷ= 11,163 +1,2696*CC – 0,0225*CC
2
0,99
FC 11,2 25,5
a
34,4
a
41,6
a
33,8 Ŷ= 11,436 + 1,5264*FC – 0,0175*FC
2
0,99
Média 11,2 18,4 23,7 25,8 19,8
CV (%) 15,5
Médias seguidas de letras diferentes, na coluna, diferem (P<0,05) pelo teste de Tukey.
*P (<0,05); CV – coeficiente de variação.
Para os teores de proteína verdadeira, representada pela fração “B1 + B2”, como
porcentagem do NT, não foi verificado efeito (P>0,05) da interação entre os aditivos e as doses
utilizadas. As silagens contendo FM apresentaram maiores teores desta fração (45,6%). as
silagens contendo CC apresentaram teores intermediários (33,3%), enquanto a adição de FC
favoreceu os menores teores desta fração.
As silagens de capim
-elefante sem a inclusão de aditivos vegetais (FM, CC e FC)
apresentaram valor de fração “B1 + B2” de 49,5% do NT, valor bem acima dos encontrados por
Cabral et al. (2004) para as silagens de milho (34,6% da PB) e de capim
-elefante (22,4% da
PB).
47
Para os teores de proteína associada à parede celular e de lenta degradação,
representada pela fração “B3”, como porcentagem do NT, foi verificado efeito (P<0,05) da
interação dos aditivos e das doses de inclusão utilizadas.
A inclusão de doses crescentes de FM ocasionou aumento linear (P<0,05) dos
teores desta fração, estimando
-se acréscimo de 0,34 unidade percentual para cada unidade de
farelo adicionada ao capim-elefante no momento da ensilagem. Para a adição de CC e FC, foi
detectado efeito quadrático (P<0,05), estimando valor máximo para os teores da fração “B3” de
19,3 e 21,3%, para as doses de 20,3 e 16,7% da CC e do FC, respectivamente.
Como esta fração é caracterizada pelos teores de proteínas ligadas à parede celular,
este efeito pode ser atribuído à adição do FM, da CC e do FC na ensilagem do capim
-elefante.
Estes aditivos apresentaram elevados teores de NIDN e NIDA (Tabela 1), o que possibilitou a
elevação dos teores de proteína não degradada no rúmen, com maiores valores de “B3”.
Carvalho (2006), ao adicionar 0, 7, 14, 21 e 28% de FC ao capim
-elefante no
momento da ensilagem, observou efeito linear crescente da fração “B3”, com acréscimo de 0,5
unidade percentual para cada unidade de FC adicionada, valor bem próximo ao encontrado
neste estudo, para a inclusão do mesmo tipo de aditivo.
Sniffen et al. (1992) caracterizaram a fração “C” como proteína associada à lignina,
complexos tanino
-proteína, além de produtos provenientes da reação de Maillard, que se
apresentam indigestíveis no trato gastrintestinal.
Para os teores de proteína insolúvel em detergente ácido, representada pela fração
“C”, como porcentagem do NT, foi verificado efeito (P<0,05) da interação entre os aditivos e as
doses de inclusão utilizadas.
A análise de regressão mostrou que houve efeito linear decrescente (P<0,05) da
inclusão de FM ao capim
-elefante, no momento da ensilagem, estimando redução de 0,13
unidade percentual para unidade de farelo adicionada.
Foi observado comportamento quadrático (P<0,05) da fração “C”, em função das
doses de CC e FC adicionadas na ensilagem. Estimaram-se valores máximos desta fração de
46,9% para a CC e 44,7% para o FC, com doses de 28,2% e de 43,6% para os respectivos
aditivos.
De acordo com Sniffen et al. (1992), o acréscimo nos teores da fração “C” (NIDA)
tem como um dos agravantes a formação de produtos de Maillard, causada pelo aquecimento
dentro do silo, provocado pela ocorrência de fermentações indesejáveis, em função do elevado
teor de umidade da forragem. Neste caso em particular, acredita-se que o aumento do teor desta
fração possa ser atribuído às doses de CC e FC, que apresentaram em sua composição (Tabela
1) teores elevados de NIDA em relação ao teor desta variável no capim-elefante.
A determinação das características das frações protéicas dos alimentos permite
estimar os seus respectivos teores, bem como o maior ou menor escape de nitrogênio ruminal.
48
Com estas informações, torna-se possível o desenvolvimento de estratégias nutricionais que
visem maximizar a utilização do nitrogênio tanto pelos microrganismos ruminais, quanto pelo
animal hospedeiro (Cabral et al., 2000).
A porcentagem de carboidratos totais (CT) e os teores das frações dos carboidratos
são apresentados na Tabela 7.
Foi verificado efeito de interação entre os aditivos e as doses de inclusão (P<0,05)
sobre os teores de CT das silagens de capim
-elefante adicionadas de FM, CC e FC.
À análise de regressão, verifica
-se que as doses crescentes de FM provocaram
aumento linear do teor de CT, estimando
-se aumento de 0,3 unidade percentual para cada
unidade do farelo adicionado ao capim. Para a adição de CC, verificou
-se efeito quadrático
(P<0,05), estimando teor mínimo de 78,9% para a dose de 18,4% deste aditivo. A adição de FC
ao capim
-elefante apresentou comportamento quadrático (P<0,05), estimando-se ponto de
mínima de 73,6% para a adição de 24,2% de FC ao capim
-elefante in natura.
É possível que a redução dos teores de CT tenha ocorrido em função dos maiores
teores de PB e EE do FC, que foram 11,6 e 0,4 pontos percentuais superiores aos do capim
-
elefante (Tabela 1). O elevado teor destas frações pode interferir na estimativa do teor de CT,
causando sua redução (Sniffen et al., 1992).
A análise estatística dos teores de carboidratos não fibrosos (CNF), representados
pela fração “A + B1” das silagens, apresentou efeito de interação (P<0,05) entre os aditivos e as
doses utilizadas.
A adição de doses crescentes de FM e FC provocou efeito linear crescente
(P<0,05) nos teores da fração “A + B1” dos carboidratos, estimando
-se aumentos de 1,5 e 0,8
unidades percentuais para adição de cada unidade de FM e FC, respectivamente. Para a CC, não
foi verificado efeito (P>0,05), estimando
-se teor médio de 25,9% de CT. A adição de FM
demonstrou superioridade quanto aos teores desta fração, em todas as doses de inclusão
utilizadas (10, 20 e 30% na MN).
Os teores mais elevados da fração “A + B1”, nas silagens aditivadas com FM e FC,
com relação à silagem sem aditivos, podem estar associados aos menores teores de FDNcp, que
reduziram em função das doses dos aditivos (10; 20 e 30% da MN).
Valadares Filho (2000) relatou que os alimentos que contêm elevados teores de
fração “A + B1” são excelentes fontes de energia para o desenvolvimento de microrganismos
que utilizam carboidratos não fibrosos, sendo, portanto, necessária a inclusão de fontes protéicas
de rápida e média degradação no rúmen, tendo como finalidade a sincronização entre a
liberação de energia e nitrogênio.
49
Tabela 7 - Teores médios de carboidratos totais (CT), carboidratos não fibrosos (A + B1),
componentes da parede celular que correspondem à fração potencialmente
degradável (B2) e fração indigestível da parede celular (C) das silagens de capim
-
elefante contendo, como aditivos, o farelo de mandioca (FM), a casca de café (CC)
e o farelo de cacau (FC)
Dose (% da MV)
0 10 20 30
Aditivo
CT (% MS)
Média Equação de regressão R
2
FM 80,6 83,0
a
85,9
a
89,1
a
86,0 Ŷ= 80,363 + 0,2847*FM 0,99
CC 80,6 78,7
b
79,4
b
79,3
b
79,1 Ŷ= 80,392 – 0,1618*CC + 0,0044*CC
2
0,70
FC 80,6 75,4
c
74,4
c
73,8
c
74,5 Ŷ= 80,361 – 0,5579*FC + 0,0115*FC
2
0,97
Média 80,6 79,0 79,9 80,7 80,0
CV (%) 2,0
A + B1 (% CT)
FM 25,9 49,6
a
65,0
a
70,5
a
61,7 Ŷ= 30,348 + 1,4939*FM 0,93
CC 25,9 25,9
c
25,9
c
25,8
c
25,9 Ŷ =  = 25,9 -
FC 25,9 35,4
b
45,1
b
49,0
b
43,2 Ŷ= 27,009 + 0,7909*FC 0,96
Média 25,9 37,0 45,4 48,5 39,3
CV (%) 9,6
B2 (% CT)
FM 38,5 26,9 19,1 16,2 20,7
a
CC 38,5 27,1 18,0 12,1 19,1
a
FC 38,5 27,6 12,8 7,6 16,0
b
Média 38,5 27,2 16,6 12,0 23,6 Ŷ= 37,092 – 0,9015*X 0,97
CV (%) 19,5
C (% CT)
FM 25,9 23,5
c
15,9
c
13,3
c
17,6 Ŷ= 26,475 – 0,4546*FM 0,95
CC 25,9 49,4
a
56,1
a
25,8
a
43,8 Ŷ= 24,889 + 4,1014*CC – 0,1346*CC
2
0,97
FC 25,9 37,0
b
42,1
b
43,4
b
40,8 Ŷ= 26,004 + 1,308*FC – 0,0244*FC
2
0,99
Média 25,9 36,6 38,0 27,5 37,3
CV (%) 9,1
Médias seguidas de letras diferentes, na coluna, diferem (P<0,05) pelo teste de Tukey.
*P (<0,05); CV – coeficiente de variação.
A caracterização dos carboidratos não estruturais, como somatório das frações A e
B1, está relacionada ao aspecto da praticidade para a formulação de rações para ruminantes e,
também, ao aspecto analítico, uma vez que as metodologias de determinação do amido não
resultam em valores exatos e não apresentam boa repetibilidade, em função da natureza
heterogênea dos tecidos vegetais (Malafaia et al., 1997).
Para os teores dos componentes da parede celular que correspondem à fração
potencialmente degradável (“B2”) nas silagens de capim
-elefante, não foi verificado efeito
50
(P>0,05) da interação entre os aditivos e as doses de inclusão. A adição do FM e da CC ao
capim apresentou silagens com teores da fração “B2” semelhantes (20,7 e 19,1%,
respectivamente), enquanto a adição do FC apresentou o menor teor (16%).
Houve diminuição do teor da fração “B2”, em função das doses de FM, CC e FC
adicionadas ao capim
-elefante, estimando-se efeito linear decrescente (P<0,05), com redução de
0,9 unidade percentual para cada unidade de inclusão do FM, da CC e do FC. Essa redução
pode ser explicada pelos menores teores de FDN (Malafaia et al., 1998) encontrados nos
aditivos em relação ao capim
-elefante (Tabela 1).
A diminuição da fração “B2” coincide com o aumento das frações “A + B1” nos
tratamentos analisados neste estudo, o que vem reforçar, segundo Barcelos et al. (2001), a idéia
de provável decomposição natural da parede celular, devido à fermentação dentro do silo, o que
contribui para o aumento das frações de alta disponibilidade.
Mello & Nörnberg (2004) relataram que a diferença nas frações de carboidratos,
entre culturas, ocorre em função das diferenças nas características estruturais das plantas,
verificando, em estudo sobre fracionamento de carboidratos das silagens de milho, sorgo e
girassol, diferenças significativas nos teores da fração “B2” entre as culturas ensiladas. A
silagem de sorgo apresentou valor mais elevado desta fração (488,1 g/kg de MS), quando
comparado aos das silagens de milho e girassol (379,4 e 220,2 g/kg de MS, respectivamente).
A análise estatística da fração de carboidratos “C” das silagens apresentou efeito de
interação entre os aditivos e as doses (P<0,05).
A adição de FM causou efeito linear decrescente (P<0,05) nos teores da fração “C”
das silagens, estimando decréscimo de 0,45 unidade percentual em função de cada unidade de
FM adicionada ao capim. Para a adição de CC e FC, foi observado efeito quadrático (P<0,05),
estimando
-se teores máximos de 56,1 e 43,5% desta fração, para as doses de inclusão de 15 e
26,8% destes aditivos, respectivamente.
Analisando estes resultados, pode
-se sugerir que a redução da fração “C”, com a
adição de FM ao capim
-elefante, seja em razão do baixo teor de lignina presente neste aditivo
(1,6% da MS), enquanto que, para a CC e o FC, houve aumento de “C” em função dos altos
teores de lignina nestes aditivos, 13,0 e 14,8%, respectivamente.
A redução do teor da fração “C”, observado com a inclusão das doses de FM, pode
causar efeito positivo sobre o consumo, como fator determinante da produção animal de elevada
exigência nutricional, sendo que a redução desta fração causaria aumento da disponibilidade de
energia (Cabral et al., 2002). Estes autores, estudando as diferentes proporções de grãos na
ensilagem de milho, verificaram redução de 26,6 para 9,3% dos CT na fração “C” para a
proporção de 0 e 60% de grãos nas silagens. Contudo, os resultados encontrados neste estudo
somente foram decrescentes para as silagens com doses de inclusão de FM, apresentando, desta
forma, boa disponibilidade nutricional.
51
Assim, a caracterização das frações que constituem os carboidratos dos alimentos
representa um importante instrumento para adequação de dietas que visem a maximização do
desenvolvimento microbiano ruminal e, por conseqüência, a melhor predição do desempenho
animal, e racionaliza a utilização dos recursos nos sistemas de produção.
52
5 CONCLUSÕES
O farelo de mandioca, o farelo de cacau e a casca de café são eficientes como
aditivos, reduzindo o teor de umidade das silagens de capim-elefante contendo16% de matéria
seca e eliminando totalmente as perdas por efluente a partir das doses de 14,2, 26,3 e 30%,
respectivamente. Estes aditivos melhoram as características fermentativas das silagens,
diminuindo os valores de pH e o teor de nitrogênio amoniacal. Dentre os aditivos, o farelo de
mandioca, promove os menores teores de fibra em detergente neutro e de lignina. O farelo de
cacau favorece o aumento do nitrogênio total, porém a elevação do teor de nitrogênio
indisponível aos ruminantes das silagens produzidas com este aditivo constitui-se num fator
limitante.
O farelo de cacau favorece o aumento das frações nitrogenadas, porém, a elevação
do teor de nitrogênio insolúvel em detergente ácido, fração “C”, das silagens produzidas com
este aditivo constitui-se num fator limitante. O farelo de mandioca utilizado na ensilagem de
capim-elefante aumenta o teor de carboidratos não fibrosos da silagem, enquanto a casca de café
e o farelo de cacau aumentam a fração não digerível dos carboidratos.
53
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