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Luciara Leão Viana Fonseca
Caracterização Epidemiológica, clínica, imunohistoquímica do
Aumento Gengival induzido por medicamentos em usuários
do Sistema Único de Saúde em Diamantina – Minas Gerais
Montes Claros – Minas Gerais
2008
Universidade
Estadual de Montes Claros - Unimontes
Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde
Mestrado Profissional em Cuidado Primário em Saúde
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Universidade
Estadual de Montes Claros - Unimontes
Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde
Mestrado Profissional em Cuidado Primário em Saúde
Luciara Leão Viana Fonseca
Caracterização Epidemiológica, clínica, imunohistoquímica do
Aumento Gengival induzido por medicamentos em usuários
do Sistema Único de Saúde em Diamantina – Minas Gerais
Orientador
Prof. Dr. Paulo Rogério Ferreti Bonan
Montes Claros – Minas Gerais
2008
Dissertação apresentada ao
Programa de Pós Graduação em
Ciências da Saúde, PPGCS, da
Universidade Estadual de Montes
Claros/Unimontes, como parte das
exigências para a obtenção do
Título de Mestre em Cuidado
Primário em Saúde.
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ALUNA: LUCIARA LEÃO VIANA FONSECA
TITULO DO PROJETO:CARACTERIZAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA, CLÍNICA, IMUNOHISTOQUÍMICA
DO AUMENTO GENGIVAL INDUZIDO POR MEDICAMENTOS EM USUÁRIOS DO SISTEMA
ÚNICO DE SAÚDE EM DIAMANTINA – MINAS GERAIS
BANCA (TITULARES) ASSINATURAS
PROF. DR. Paulo Rogério Ferreti Bonan -ORIENTADOR /PRESIDENTE _____________________
PROF. DR. Patrícia Furtado Gonçalves – UFVJM _____________________
PROF. DR. Hercílio Martelli Júnior - UNIMONTES _____________________
BANCA (SUPLENTES)
ASSINATURAS
PROF. DR. João Felício Rodrigues Neto - UNIMONTES ______________________
PROF. DR.– Flaviana Dornela Verli - UFVJM _______________________
[ ] APROVADA [ ] REPROVADA
4
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho
às pessoas que representam o início e a
continuidade de minha vida, meus pais e meus filhos...
5
AGRADECIMENTOS
Aos meus pais José e Lucíola, pelo amor e apoio incondicionais;
Ao meu marido Luiz Humberto e meus filhos Maria Luíza, Tereza e Luiz Humberto,
pelo amor e pela aceitação, embora nem sempre compreendida, de minha ausência;
Ás minhas novas amigas Simone, Adriane e especialmente à Lúcia, pelo carinho,
confiança e receptividade com que me acolheram e que me dedicaram, tornando
mais agradável este percurso;
Aos colegas do Departamento de Odontologia da UFVJM, pelo incentivo e
colaboração;
Às colegas de trabalho, Dra Patrícia Furtado Gonçalves e Dra Flaviana Dornela
Verli, pela atenção, estímulo e colaboração durante a realização deste trabalho;
Ao professor Dr. Paulo Rogério Ferreti Bonan, orientador deste trabalho, pelo
interesse, dedicação e amizade com que sempre se dispôs a me orientar.
Aos parceiros e colaboradores diretamente envolvidos neste trabalho, Sibele,
Fillipe, Mayara, Mirele e Tarissa, pela dedicação e interesse com que “abraçaram”
esta pesquisa;
Às secretárias do PPGCS Do Carmo e Kátia pela competência e disponibilidade que
sempre manifestaram quando solicitadas;
Aos coordenadores e professores do Programa de s-Graduação em Ciências da
Saúde (PPGCS), pela oportunidade de conhecê-los e ao seu trabalho, pela
competência e qualificação demonstradas;
À Profª Marise Fagundes, pela solicitude e apoio técnico dispensado;
À Reitoria da Universidade Estadual de Montes Claros - UNIMONTES, pela estrutura
disponibilizada e alta qualidade dos cursos oferecidos.
Enfim, a todos que de alguma forma contribuíram à realização deste trabalho.
6
LISTA DE ABREVIAÇÕES E SIGLAS
AGM – Aumento Gengival Medicamentoso
α-sma – Deriva do ingles “Smooth muscle isoform of alpha-actin”, isoforma de alfa
actina de músculo liso
bcl-2 -
Deriva do inglês, "B-cell lymphoma 2", "linfoma de células B 2",
CDK - Quinases ciclina-dependentes
CsA – Ciclosporina A
EGF - Fator de crescimento epidérmico
FGFb - Fator de crescimento de fibroblastos - básico
FGI – Fibromatose Gengival idiopática
IL-1α - Interleucina 1- alfa
IL-6 - Interleucina 6
IL-8 - Interleucina 8
MMP - Metaloproteinases da matriz
OHIP – Perfil do Impacto da Saúde Bucal
OMS – Organização Mundial de Saúde
PCNA - Deriva do inglês “Proliferating cell nuclear antigen”, antígeno nuclear de
proliferação celular
QV – Qualidade de vida
STGI – Sistema Terapêutico de Liberação Gastrointestinal
SUS – Sistema Único de Saúde
TGFβ - Fator de crescimento transformante beta
TIMP - inibidores teciduais de metaloproteinases da matriz
TNF α - Fator de Necrose Tumoral alfa
7
Resumo
Aumentos gengivais associados ao uso de nifedipina e fenitoína são co-morbidades
associadas ao uso contínuo desses fármacos. A etiopatogenia dessa condição ainda
é pouco compreendida. Este estudo objetivou: (1) compreender aspectos
epidemiológicos e clínicos dos aumentos gengivais medicamentosos, (2) avaliar o
impacto desta condição na qualidade de vida (QV) de usuários do Sistema Único de
Saúde do município de Diamantina, Minas Gerais, que faziam uso continuado destes
medicamentos e (3) comparar o aumento gengival induzido por medicamentos
(AGM) e a fibromatose gengival idiopática (FGI) quanto à imunomarcação para
miofibroblastos , PCNA e histomorfometria em amostras teciduais. Foram aplicados
152 questionários em indivíduos usuários edêntulos e não-edêntulos abrangendo
aspectos gerais, condição médica e odontológica e informações relacionadas ao uso
de medicamentos. Avaliações clínicas, incluindo a mensuração do aumento
gengival, foram feitas por um avaliador calibrado pelo método do teste-reteste. O
impacto da Saúde Bucal na qualidade de vida (QV) foi avaliado através do
questionário OHIP-14. Todos os pacientes que apresentaram aumento gengival
significante foram submetidos à remoção cirúrgica do mesmo. Os resultados
demonstraram que 43% dos pacientes avaliados tinham aumento gengival. Não foi
encontrada associação significante entre o aumento gengival detectado e
características demográficas, medicamentosas ou periodontais na população
examinada. Houve correlação significativa entre o impacto sobre a qualidade de vida
medido pelo OHIP e as variáveis idade, profissão, presença de dentes e de aumento
gengival nos indivíduos avaliados. Quanto à análise imunohistoquímica, houve
expressão negativa para miofibroblastos (α-sma) nas amostras teciduais oriundas
8
dos AGM e FGI. Não houve diferença significativa entre a imunomarcação para
PCNA e para vasos marcados através dos pericitos (α-sma) entre o AGM e FGI.
Todavia, a espessura epitelial se encontrou mais evidente no AGM. A alta ocorrência
do aumento gengival entre usuários de nifedipina e fenitoína e o seu impacto na QV
enfatiza a importância do desenvolvimento de estratégias para avaliação e controle
da Saúde Bucal desses pacientes.
Palavras-Chave: Fenitoína, Nifedipina, Aumento gengival, Qualidade de vida, OHIP-
14, SUS.
9
Abstract
Gingival overgrowth associated with phenytoin and nifedipine are co-morbities
associated with chronicl use of these drugs. This study aimed: (1) to comprehend the
epidemiological and clinic features of gingival overgrowth induced by these drugs
(GOID), (2) to evaluate the presence and impact of the gingival overgrowth in the
quality of life in people assisted by the Unique System of Health who made use of
these drugs and (3) to compare the GOID and Idiopathic Gengival Fibromatosis (IGF)
according with PCNA, α-SMA immunolabeling and epithelium thickness. 152
questionnaires were applied to individuals enclosing general aspects, medical and
dental condition and information related to the medicine use. Clinical evaluations,
including the analysis of the gingival overgrowth was made by an appraiser calibrated
for the test-retest method. The impact of the oral health in the quality of life was
evaluated through the OHIP-14 questionnaire. The results showed that 43% of
examined individuals had gingival overgrowth. There was not found statistical
association among gingival overgrowth and demographic, pharmacological and
periodontal conditions in the evaluated population. It was also demonstrated a
significant association between the quality of life with the age and profession of the
evaluated individuals, as well as with the tooth presence and the gingival overgrowth
(p< 0.05). In the immunohistochemical analysis, in all groups, the fibroblasts were
negative to α-SMA labeling. PCNA epithelial cells were slightly more common in the
IGF group but there were not statistical different comparing with other groups.
Comparing the vessels counts with α-SMA positive pericyte or smooth muscular
cells, there was not statistical differences among the groups. When the ephitelium
thickness analysis was performed, the GOID group presented the higher mean
10
comparing with other two groups with evident statistical differences. The high
occurrence of gingival overgrowth induced by nifedipine and phenytoin and the
impact of this alteration in the quality of life emphasized the importance of the
development of strategies for evaluation and control of the oral health of these
patients.
Key-Words: Nifedipine, Phenytoin, Unique System of Health, Gingival Overgrowth,
OHIP-14.
11
SUMÁRIO
1. Introdução..............................................................................................................12
1.1 Aumento Gengival Medicamentoso......................................................................13
1.2 Aumento Gengival induzido por nifedipina...........................................................16
1.3 Aumento Gengival induzido por fenitoína........................................................... .24
1.4 Associação medicamentosa.................................................................................30
1.5 Saúde bucal, aumento gengival e qualidade de vida ..........................................31
2. Proposição ...........................................................................................................35
2.1 Objetivo Geral.......................................................................................................35
2.2 Objetivos Específicos............................................................................................35
3. Metodologia.............................................................................................................36
4. Resultados..............................................................................................................37
4.1 Artigo Científico 1..................................................................................................37
4.2 Artigo Científico 2..................................................................................................55
4.3 Artigo Científico 3 .................................................................................................68
5. Conclusões.............................................................................................................89
6. Referências.............................................................................................................90
7. Apêndice...............................................................................................................100
7.1 Formulário de entrevista.....................................................................................100
8. Anexos .................................................................................................................102
8.1. OHIP -14 .......................................................................................................................102
8.2. Índice Periodontal Comunitário (CPI) ................................................................104
8.3. Índice de Placa .................................................................................................106
8.4. Termo de Consentimento livre e esclarecido ...................................................107
12
1 - Introdução
O aumento gengival é uma condição patológica que se caracteriza
clinicamente por um aumento volumétrico do tecido gengival que, quando afeta um
indivíduo, pode resultar em transtornos estéticos e/ou funcionais.
Sua descrição na literatura se baseia nos fatores etiológicos envolvidos, bem
como nas características histopatológicas e clínicas que manifesta, podendo ser
classificado em iatrogênico, inflamatório, neoplásico, idiopático, hereditário ou
medicamentoso.
1
O termo “gengivite” é usado normalmente para referir-se a um processo
inflamatório limitado aos tecidos moles que circundam os dentes, sem que haja
nesse processo, a destruição da crista alveolar subjacente, ligamento periodontal ou
cemento. A maioria dos casos de gengivite ocorre por falta de higiene bucal
adequada, o que leva ao acúmulo de biofilme dental e cálculo, principais agentes
irritantes locais envolvidos na etiologia da gengivite.
2
A gengivite, frequentemente,
resulta em um aumento gengival inflamatório.
Diferente da gengivite quanto à etiologia, características clínicas e
histopatológicas, o aumento gengival não inflamatório é um termo clinicamente
usado para identificar um crescimento volumétrico da gengiva decorrente do
acúmulo de componentes fibrosos no tecido conjuntivo
3
. Dentre os fatores
relacionados à sua etiologia, está o uso continuado de alguns medicamentos como a
nifedipina, usada no controle da hipertensão arterial, o anticonvulsivante fenitoína e
a droga imunossupressora ciclosporina.
2,4,5
13
1.1 Aumento Gengival Medicamentoso – AGM
O AGM é um efeito indesejado bem documentado, associado ao uso contínuo
de alguns medicamentos, como a fenitoína, ciclosporina, e os bloqueadores dos
canais de cálcio. É caracterizado pelo acúmulo, na matriz extracelular do tecido
conjuntivo, particularmente de componentes colagenosos, podendo apresentar
vários graus de inflamação.
6,7
Muitos termos têm sido utilizados para descrever o fenômeno do AGM, como
as expressões “hiperplasia gengival” (aumento anormal no número de células de um
órgão ou tecido, o qual cresce em volume) e “hipertrofia gengival” (crescimento de
um órgão ou parte dele por um aumento no tamanho de seus constituintes
celulares). “Aumento Gengival” por enquanto, é o termo genérico que melhor
descreve esta condição, pela falta de conhecimento sobre sua patogênese.
8
Embora os mecanismos do AGM não tenham sido completamente elucidados,
os estudos recentes sugerem que esta alteração parece ser induzida pelo
rompimento da homeostase da síntese e da degradação do colágeno no tecido
conjuntivo gengival, predominantemente com a inibição da fagocitose do colágeno .
6
Uma propriedade comum entre as três classes de drogas mais relacionadas
ao AGM é que elas afetam diretamente o metabolismo de cálcio.
9
Desde que a
produção celular de colagenase é modulada pelo influxo de cálcio, talvez
fibroblastos originados de pacientes tratados com estes medicamentos possam
produzir uma forma inativa de colagenase, sendo responsáveis pelo aumento da
matriz extracelular.
10
Os efeitos colagenolíticos das células inflamatórias e a síntese
da colagenase são eventos cálcio-dependentes. Estes agentes podem reduzir os
níveis do cálcio nos fibroblastos gengivais e células T, deste modo interferindo com a
proliferação das células T e síntese de colágeno por fibroblastos gengivais.
9
14
Os fatores que influenciam o AGM incluem a idade, predisposição genética,
variáveis farmacocinéticas, mudanças induzidas pelo biofilme dental e ativação
inflamatória e imunológica de fatores do crescimento. Destes, os fatores genéticos
que causam a heterogenicidade do fibroblasto, a inflamação gengival, e as variáveis
farmacocinéticas parecem ser significativas na expressão do aumento gengival. Uma
compreensão mais completa da patogênese deste efeitoo desejado elucidaria os
mecanismos apropriados para seu controle.
7
O AGM costuma ser mais evidente após três a seis meses de uso dos
medicamentos. De forma geral, não há predileção por etnias, gêneros e faixas
etárias, entretanto, parece haver uma predileção pelo sexo masculino no aumento
induzido por bloqueadores de canais de cálcio e por pacientes jovens naquele
induzido pela fenitoína.
11
Existe uma correlação significativa entre a incidência e/ou a gravidade do
AGM, a quantidade de biofilme dental e acúmulo de cálculo.
10
As características clínicas e histopatológicas não diferem muito entre o AGM
induzido pelas três classes de medicamentos, o qual é caracterizado por um
acúmulo expressivo de proteínas na matriz extracelular, camada epitelial
paraqueratinizada e prolongamentos epiteliais no tecido conjuntivo subjacente.
10
Os principais medicamentos atualmente associados ao AGM encontram-se
listados na tabela 1.
15
Tabela 1 – Relação de medicamentos associados com aumento gengival.
Fonte: Hallmon & Rossmann,1999
59
Agente Nome comercial
Anticonvulsivantes
Hidantoínas Ethotoina Paganone
1
Mefenitoína Mesatoína
2
Fenitoina Dilantina
3
Succinamida Etosuximida Zerotina
3
Metsuximida Celontina
3
Fensuximida não relatado
Ácido Valpróico Ácido valpróico Depakene
1
Imunossupressores Ciclosporina A Sandimum
2
Neoral
2
Bloqueadores do canal de cálcio
Diidropiridina Amilodipina Lotrel
4
Derivados Norvasc
5
Felodipina Plendil
Nicardipina Cardene
7,8
Nifedipina Adalat
9
Procardia
5
Outros
Nimodipina Nimotop
9
Nisoldipina Sular
10
Nitrendipina não relatado
Benzotiazepina Diltiazem Cardizem
11
Derivados Dilacor Xr
12
Tiazac
13
Outros
Fenilalquilaminas Verapamil HCl Calan
14
Isoptin
15
Verelan
16
Covera HS
14
Outros
16
1.2 AGM induzido por Nifedipina
O termo “antagonistas ou bloqueadores dos canais de cálcio” refere-se a
algumas drogas utilizadas como terapêuticos cardiovasculares, que formam um
grupo heterogêneo quimica, farmacológica e terapeuticamente. Os primeiros
fármacos representantes deste grupo são o diltiazem (uma benzotiazepina),
nifedipina (uma 1,4-diidropiridina) e verapamil (uma fenilalquilamina). A atuação
cardiovascular anti-hipertensiva, antianginosa e antiarrítmica seletiva dessas drogas
parece ser devido à sua interação com um processo de mobilização do cálcio
inibição do influxo de cálcio através dos canais lentos voltagem dependentes,
12,13
principalmente em células musculares lisas e cardíacas. Como resultado, este íon
não é fixado pelo retículo sarcoplásmico, impedindo uma rápida despolarização
celular.
14
Entretanto, não existe consenso na literatura a este respeito, pois outros
estudos afirmam que a nifedipina induz um aumento significante do cálcio
intracelular e que esta não é necessariamente uma ação dos canais lentos voltagem
dependentes, podendo haver diferenças no modo de ação entre os bloqueadores
dos canais de cálcio da mesma classe das diidropiridinas.
15
À introdução destes primeiros rmacos, seguiu-se a geração de agentes
da classe da 1,4-dihidropiridinas (subclasse II-a), incluíndo, dentre outros, a
amilodipina e a benidipina ,
12
além da
nifedipina, nicardipina, verapamil e diltiazem
em formulações de liberação prolongada. A subclasse II-b compreende novas
diidropiridinas tais como nisoldipina, nitrendipina e manidipina, entre outras, as quais
se caracterizam por apresentar uma melhora na farmacocinética e/ou
farmacodinâmica.
16
Os antagonistas dos canais de cálcio são amplamente utilizados no manejo
de doenças cardiovasculares hipertensivas ou em pacientes que fazem tratamento
17
de diálise.
17
A nifedipina frequentemente é utilizada também para controlar efeitos
colaterais de nefrotoxicidade, hepatotoxicidade e aumento da pressão arterial
provocados por outros medicamentos, como a ciclosporina. Em nível celular, a
nifedipina impede a ATPase cálcio –dependente de degradar Trifosfato de
Adenosina (ATP), decrescendo o nível de oxigênio requerido pelas células
musculares lisas vasculares e cardíacas, permitindo a elas funcionarem com baixo
nível de energia.
13,58
Após a administração via oral, a concentração plasmática máxima (Cmáx) de
nifedipina é alcançada entre 30 a 60 minutos com formulações convencionais
(cápsulas) e 4 horas após o emprego de formulações de liberação controlada. A
nifedipina apresenta uma meia-vida de eliminação de cerca de 11 horas, mantendo
assim níveis terapêuticos por até 24 horas, devido ao processo de absorção ser
mais lento do que o de eliminação. Formulações de liberação prolongada de 30 mg
e 60 mg foram desenvolvidas na forma de comprimidos de sistema terapêutico
gastrointestinal (STGI). O mecanismo de liberação da nifedipina STGI envolve a
absorção de água através de uma membrana de revestimento semipermeável,
liberando por pressão osmótica os polímeros ativos que compõem a formulação
farmacêutica, promovendo desse modo uma suspensão de nifedipina no interior do
trato gastrointestinal. A liberação do princípio ativo ocorre no interior do intestino
numa velocidade constante por um período de 16 a 18 horas, sendo a
biodisponibilidade oral cerca de 55% a 65% após a administração de uma única
dose, e de 75% a 85% em regimes de administração contínua.
16
É comercializada
para administração oral na forma de cápsulas nas concentrações de 10,20,30 e 60
mg/capsula, com vários nomes comerciais: Adalat (Bayer), Adalex retard (Herald´s);
Cronodipin (Merck); Oxcord retard; Dilaflux (Medley); Cardalim retard (Solvay
18
Farma); Nifedipina (Prodotti, Neovita Funed, Royton,Sanval); Neo fidipina (Neo-
Quimica); Vasicor (Haller) e Associações: Nifelat (Nifedipina+Atenolol).
19
Os principais efeitos secundários destes medicamentos são provenientes da
vasodilatação excessiva, os quais se manifestam com rubor facial, vertigem, dor de
cabeça e edema.
9
Além destes efeitos, a incidência do AGM tem sido relatada em pacientes
tratados com antagonistas dos canais de cálcio na população em geral
8
. A nifedipina
caracteriza-se por induzir AG pela promoção do acúmulo de colágeno na matriz
extracelular do tecido conjuntivo.
20,21
O primeiro caso de AGM induzido por nifedipina foi descrito em 1984.
22
Desde
então, relatos de casos em humanos tem sido associados a outros 5 agentes desta
classe, incluindo amilodipina, felodipina, diltiazem, nitrendipina e verapamil.
9
A prevalência de AGM significativo associado à nifedipina varia de 6 a 83%
dos usuários, afetando principalmente homens e associado diretamente ao acúmulo
de biofilme dental, que é um importante co-fator na expressão do crescimento
gengival.
6,18,23-27
A grande variação na prevalência relatada para a nifedipina, o derivado da
dihidropiridina mais freqüentemente associado ao AGM, pode ser atribuído à
variações nas características da população, tamanho da amostra e métodos de
avaliação do aumento gengival.
9
As tentativas de se relacionar a dose, níveis plasmáticos ou salivares,
combinações de medicamentos e tempo de utilização dos bloqueadores dos canais
de cálcio com o AGM tem apresentado resultados conflitantes. Acredita-se que haja
um nível mínimo que deva preceder o AGM. Este valor pode diferir dependendo da
suscetibilidade e sensibilidade do paciente (responsividade).
9,24
19
O conhecimento a respeito da etiopatogenia do AGM induzido pela nifedipina
ainda é escasso e várias são as hipóteses consideradas. Sabe-se, porém, que os
aumentos o caracterizados histologicamente por fibrose, com algum grau de
inflamação.
9
Alguns estudos consideram que os fibroblastos são células não
excitáveis e que não possuem os canais lentos voltagem dependente e sugerem
portanto, que o AGM possa ser causado por outro mecanismo diferente do bloqueio
desses canais.
28
Dentre alguns fenômenos melhor compreendidos e correlacionados ao
AGM associado ao uso da nifedipina, alista-se a reversão dos efeitos primários do
fator de necrose tumoral alfa (TNF-α) na síntese de colágeno, resultando em efeito
sinérgico no metabolismo fibroblástico.
24
As células responsivas à nifedipina também
apresentam maior suceptibilidade a fatores de crescimento como o fator de
crescimento de fibroblastos - básico (FGFb), com aumento resultante na expressão
de ciclinas como a interleucina 1- alfa (IL-1α), interleucina 6 (IL-6), interleucina 8 (IL-
8) e de quinases ciclina-dependentes (CDK) em células responsivas, comparadas
com células não responsivas.
28,29
A progressão do ciclo celular é iniciado por sinais
de crescimento, e é controlado por uma rie de CDK. A atividade destas enzimas é
regulada por diversos mecanismos tais como: subunidades reguladoras (ciclinas),
fosforilação e de-fosforilação.
28
Ao mesmo tempo, a nifedipina também atua na
expressão do marcador apoptótico bcl-2 em tecidos gengivais.
30
Como nem todos os pacientes tratados com nifedipina desenvolvem AGM,
outro mecanismo considerado envolve a seleção, durante o processo de fibrose, de
uma sub-população de fibroblastos gengivais funcionalmente distintos que induzem
o aumento na taxa de proliferação ou promovem uma produção anormalmente
20
elevada de substâncias da matriz extracelular, considerados responsivos à
nifedipina.
13,31
O acúmulo excessivo do colágeno no AGM induzido por nifedipina pode ser
ocasionado por um aumento da produção do mesmo ou por redução de sua
degradação, acarretado por um desequilíbrio entre as metaloproteinases da matriz
(MMP) e os inibidores teciduais de metaloproteinases da matriz (TIMP), que
constituem a via extracelular de degradação do colágeno.
32
Ainda relacionado à fibrose, considera-se o decréscimo da degradação do
colágeno pela pouca atividade fagocitária fibroblástica do colágeno tipo I,
o que
configura uma alteração da via intracelular de degradação do colágeno.
33
Estudos também demonstraram, in vitro, que fibroblastos derivados de tecidos
com AGM induzido por nifedipina apresentaram uma maior produção de colágeno e
baixa atividade da colagenase. Entretanto, eles não proliferaram mais rapidamente
ou produziram mais glicoaminoglicanos ou fibronectinas que os fibroblastos
derivados de tecido gengival normal. As fibronectinas mediam a fixação do colágeno
e outras substâncias da matriz extracelular pelas células e poderiam contribuir
diretamente para o AGM.
Os glicoaminoglicanos parecem desempenhar um papel
importante na manutenção da integridade tecidual.
31
Desde que a nifedipina induz o aumento do tecido gengival, mas não aumenta
o tecido conjuntivo em outras partes do corpo, um estudo buscou investigar a
existência de alterações locais específicas que poderiam induzir esse aumento,
através da comparação de amostras de fibroblastos gengivais oriundos de locais
com evidências histológicas de inflamação e de fibroblastos derivados de outros
locais sem evidência de inflamação (derme e ligamento capsular do joelho). Os
autores observaram que as células responsivas à nifedipina estão presentes não
21
apenas na gengiva, mas também no tecido conjuntivo dos outros locais
investigados, apesar destes não se apresentarem aumentados. O estudo conclui
que estes tecidos parecem responder de forma diferente à nifedipina, possivelmente
com aumento do nível de degradação do colágeno por estes fibroblastos, impedindo
o acúmulo do mesmo e conseqüente aumento tecidual.
13
A responsividade dos
fibroblastos foi inversamente proporcional ao nível de interleucina I beta (IL-1-β)
presente nos tecidos de origem. A IL-1- β atua como mediador da inflamação e
imunidade e estimula a produção de colagenase. Desta forma, especulou-se que os
tecidos responsivos à nifedipina, apresentando menores níveis de IL-1- β , também
teriam menor produção de colagenase e conseqüentemente, acúmulo de colágeno e
aumento tecidual.
13
Saito et al (2005) observaram um aumento da expressão de FGFb, fator de
crescimento transformante beta (TGFβ), de seus receptores, de c-myc, um gene
associado à proliferação celular, e de oncoproteinas bcl-2 em fibroblastos gengivais
de amostras teciduais oriundas de AGM induzido por nifedipina.
34
Embora o mecanismo preciso do AGM seja incerto, uma reação entre o
medicamento e/ou seus metabólitos com os componentes dos tecidos gengivais,
realçado pela inflamação induzida pelo biofilme dental, parece ser fundamental para
sua ocorrência. A nifedipina foi detectada no fluido gengival de pacientes com e sem
AGM, em concentrações que variaram de 15 a 90 vezes mais que os níveis
observados no plasma.
35
Fujimori
36
considera que o AGM induzido por bloqueadores dos canais de
cálcio possa ser o resultado do rompimento do equilíbrio entre a proliferação e a
morte dos fibroblastos, através da inibição de morte celular induzida por aderência,
que é provocada por todos esses bloqueadores, provavelmente através de um
22
mecanismo relativo à redução da concentração intracelular de cálcio em
conseqüência do bloqueio dos canais lentos voltagem dependentes.
Embora as maiores alterações ocorram no tecido conjuntivo, o epitélio exibe
acantose, paraceratose, além de proliferação e alongamento de cristas reticulares,
as quais se estendem para o interior da lâmina própria
9,27
Quanto a essas projeções epiteliais, sabe-se que não se associam ao
aumento da proliferação epitelial, mas ao prolongamento do tempo de vida do
ceratinócito pela redução da apoptose.
21
As células epiteliais constituem uma fonte de ltiplos fatores de crescimento
e citocinas, e participam ativamente na regulação do tecido conjuntivo através de
mecanismos envolvendo integrinas. Integrinas são glicoproteínas da superfície
celular que atuam como mediadoras da adesão celular, controlam a proliferação
celular e regulam a expressão dos genes. Durante a cicatrização de feridas e
doenças inflamatórias, as integrinas encontram-se alteradas nos ceratinócitos
epiteliais.
27
Clinicamente, a alteração arquitetônica gengival pode causar defeitos
estéticos significativos, desfavorecer a mastigação e dificultar a higiene oral,
possibilitando uma maior suscetibilidade à cárie e doença periodontal.
32,37
O AGM primeiro surge nas regiões interproximais, sendo essa observação
extremamente importante para a detecção precoce. Aparentemente o grau de
acometimento não é dose-dependente, porém não consenso.
9,33,38
A
manifestação clínica mais comum em termos de grau de acometimento, é de leve a
moderada, com envolvimento preferencial da gengiva em regiões anteriores.
39
A gravidade do grau de acometimento parece estar fortemente associada ao
uso concomitante de outras drogas indutoras de AGM, como a ciclosporina A
23
(CsA).
40
Não dúvida, porém, que a maior gravidade do AGM se associa
intimamente com inflamação, profundidade aumentada de sondagem, necessidade
premente de tratamento periodontal, higienização inadequada, com altos índices de
placa e gengivais.
24,36,39,41
O tratamento convencional é baseado na remoção cirúrgica do tecido em
excesso, seguida da terapia de manutenção que objetiva atingir um controle
adequado do biofilme dental.
37
Ainda é possível haver a regressão do quadro clínico
em alguns casos apenas com um controle rigoroso de biofilme dental
9,37,42
Os
pacientes devem ser informados da tendência à recidiva do AGM, se houver
continuidade do uso da nifedipina.
9
O acompanhamento odontológico profissional deve ser recomendado para o
paciente em um esforço para monitorar o estado gengival, para avaliar e reforçar
esforços da higiene oral e para fornecê-los periodicamente.
9
Os pacientes usuários
de nifedipina necessitam continuar utilizando medicações bloqueadoras de canais
de cálcio para o controle da pressão arterial. Em alguns casos, a remoção ou
substituição do medicamento pode resolver o aumento gengival.
43
O uso do
Verapamil e do Diltiazem pode ser indicado em substituição, embora pertençam a
subgrupos terapêuticos diferentes e nem sempre tem a mesma eficácia terapêutica.
Além disso, essas classes de bloqueadores dos canais de cálcio também têm sido
associadas com o AGM,
9,31,44
embora um estudo em ratos, avaliando o efeito do
diltiazem nos tecidos gengivais não observou indução de AG por este
medicamento.
45
24
1. 3 Aumento gengival induzido por fenitoína
A Fenitoína (5-difenilfenitoína) tem sido usada para controlar as crises
convulsivas em pacientes epiléticos desde sua introdução clínica por Merritt &
Putnam em 1938.
9
Foi o primeiro rmaco que, mesmo carecendo de ação sedativa
ou hipnótica, mostrou uma boa capacidade anticonvulsivante. Apresenta elevada
atividade antiepiléptica. Também está indicada em Cardiologia como antiarrítmico,
estando classificado por seu mecanismo de ação como antiarrítmico do grupo de
lidocaína.
46
Na dermatologia, a fenitoína tem sido investigada no tratamento de úlceras,
epidermólise bolhosa, e outras condições inflamatórias devido ao seu efeito inibitório
sobre a colagenase, facilitando a deposição de colágeno, estimulação da
proliferação de fibroblastos e atividade antibacteriana.
10
Seu mecanismo de ação não está totalmente esclarecido. A fenitoína
seletivamente deprime o córtex motor do sistema nervoso central e parece mediar
esta ação por estabilização da descarga neuronal, limitando a progressão da
excitação neuronal por bloquear ou interferir com o influxo de lcio através da
membrana celular.
9
Atribuem-lhe uma ação estabilizadora de membrana, que se
verifica também em tecidos excitáveis distintos do cérebro, como o sculo
esquelético e cardíaco, o que justifica sua utilização como antiarrítmico.
46
As formas farmacêuticas mais frequentes em que se podem encontrar esse
medicamento são as cápsulas para uso oral de 30 e 100 mg e a solução estéril para
uso parenteral de 50 mg/ml.
82
É comercializada com vários nomes:
Epelin(Ache),
Fenital (Cristália), Fenitoína (Funed), Hidantal (Hoescht), Dialudon (Sigma Pharma),
Taludon (Sigma Pharma).
10
A fenitoína é um ácido fraco e tem hidrossolubilidade limitada, mesmo no
intestino. O composto sofre uma absorção lenta e um pouco variável após a
administração oral. Após absorção completa, é rapidamente distribuída para os
25
tecidos.
A meia-vida plasmática da fenitoína no homem é, em média, de 22 horas,
com uma variação de 7 a 42 horas. Níveis terapêuticos estáveis são alcançados em
pelo menos 7 a 10 dias após o início do tratamento com as doses recomendadas de
300 mg/dia.
47
A fenitoína é distribuída no líquido rebro-espinhal, saliva, sêmen, fluídos
gastrintestinais, bile e leite materno. A concentração de fenitoína no líquido cérebro-
espinhal, cérebro e saliva se aproxima do nível de fenitoína livre no plasma.
47
O uso de fenitoína está associado com um grande número de efeitos
colaterais, tais como: alterações neurológicas, metabólicas, imunológicas ou de
hepatotoxicidade. Se os níveis de fenitoína forem mantidos acima da concentração
ótima, podem ocorrer estados de confusão mental, referidos como "delírio",
"psicose" ou "encefalopatia" ou raramente disfunção cerebelar irreversível.
8,47
diversos relatos sugerindo uma relação entre a fenitoína e o desenvolvimento de
linfadenopatia (local ou generalizada), incluindo hiperplasia benigna do linfonodo,
pseudolinfoma, linfoma e doença de Hodgkin, embora não tenha sido estabelecida
uma relação entre causa e efeito.
47
O fígado é o principal local de biotransformação da fenitoína, portanto foram
relatados casos de hepatotoxicidade aguda com o uso de fenitoína, incluindo casos
pouco freqüentes de insuficiência hepática aguda. Estes incidentes foram
associados com síndrome de hipersensibilidade ao fármaco.
8,47
Foi relatada
hiperglicemia resultante de efeitos inibitórios da fenitoína na liberação de insulina,
que também pode aumentar os níveis séricos de glicose em pacientes diabéticos.
A
fenitoína pode interferir no metabolismo da vitamina D.
47
O AGM causado pela fenitoína também pode ocorrer como efeito colateral
em pacientes usuários desta droga.
4,6-8,48
Foi descrito pela primeira vez no início
26
dos anos sessenta e, por estar presente em crianças com epilepsia que recebiam
fenitoína ou dilantina, foi, durante muito tempo, chamado de hiperplasia gengival
dilantínica.
11
Este AGM induzido pela fenitoína acabou por despertar, na comunidade
científica, o interesse em descobrir maneiras de utilizar a droga na cicatrização de
feridas.
49
A prevalência registrada do AGM induzido pela fenitoína varia de 3 a 84,5%,
com média de 50%, com maior freqüência em pacientes jovens.
4,9,48,50
Sua aparição
e gravidade não são necessariamente relacionadas à dosagem, concentração de
fenitoína no soro ou saliva ou duração do tratamento.
9,51
Pode ocorrer em pacientes
com ausência de fatores irritantes locais e pode estar ausente naqueles nos quais os
irritantes locais são abundantes,
51
embora na maioria das vezes esteja associada à
presença de inflamação induzida pelo biofilme dental.
55
É caracterizado por um crescimento inicial da papila interdental e
freqüentemente acompanhado por um adensamento da gengiva marginal.
Comumente é generalizado, mas é mais grave nas regiões anteriores, superior e
inferior.
9,51
O aumento é crônico e a gengiva cresce lentamente em tamanho podendo até
interferir na oclusão ou tornar-se de aparência desagradável. Quando removido
cirurgicamente, geralmente recidiva. O desaparecimento espontâneo ocorre em
poucos meses após a interrupção da ingestão da droga.
9,51
Os mecanismos patogênicos responsáveis pelo AGM induzido por fenitoína
permanecem pouco conhecidos, e várias são as hipóteses a serem
consideradas.
43,49,50,52
27
A fenitoina é conhecida por agir como um antagonista dos canais de cálcio e
inibir o fluxo do íon lcio (Ca). A concentração de cálcio livre ionizado (Ca
2+
)
intracelular é normalmente mantida por um delicado balanço entre o influxo do íon
do espaço intracelular, liberação do estoque de Ca
2+
de organelas intracelulares e
extrusão ativa (efluxo) do íon.
O tratamento in vitro de fibroblastos gengivais
humanos derivados de tecido normal com fenitoína aumenta o acúmulo de Ca
2+
total
intracelular. Este acúmulo pode ser resultado de uma inibição induzida pela droga do
efluxo do Ca ou um aumento do influxo do Ca.
52
Estudos in vitro têm investigado os efeitos da fenitoína nos fibroblastos
gengivais humanos em culturas de tecidos,
9
inclusive na síntese do colágeno e o
seu efeito inibitório direto também foi demonstrado na fagocitose do colágeno por
fibroblastos.
25
Alguns estudos sugerem que o fator de necrose tumoral alfa (TNFα) e a
fenitoína juntos, prejudiquem o metabolismo do colágeno pela supressão da
degradação enzimática com metaloproteinases de matriz (MMP), aumento da
expressão de inibidores teciduais de metaloproteinases (TIMP) e endocitose
mediada por integrinas α2β1. Estes efeitos sinérgicos do TNFα e fenitoína podem
estar envolvidos no acúmulo de colágeno, levando ao aumento gengival.
53
Além destes efeitos sugeridos, a habilidade de degradação da matriz
extracelular pela enzima lisossomal catepsina L, também é suprimida pela fenitoína
em fibroblastos gengivais.
54
Devido ao desenvolvimento de técnicas biológicas celulares e moleculares,
vários fatores de crescimento têm sido descobertos em anos recentes.
50
Investigações têm sido direcionadas para o possível papel dos fatores de
crescimento na regulação do aumento gengival.
9
28
O fator de crescimento epidérmico (EGF), um polipeptídeo encontrado na
saliva,suor e urina, é conhecido por promover a síntese de glicosaminoglicano e
estimular o influxo de íons cálcio em fibroblastos de mamíferos in vitro.
9,52
O EGF
tem sido reconhecido como um facilitador da deposição de matriz extracelular no
tecido conjuntivo.
9
Fibroblastos de tecidos derivados de AGM induzido por fenitoína
apresentaram mais receptores para o EGF
55
do que aqueles derivados de tecidos
gengivais normais ou da fibromatose gengival idiopática. Além disso, o efeito de
promoção do crescimento estimulado pelo EGF adicionado era concentração-
dependente apenas nos fibroblastos derivados do AGM induzido por fenitoína.
56,57
Outro fator de crescimento, denominado fator de crescimento de fibroblastos
(FGF), tem sido associado ao aumento gengival induzido por fenitoína. Foram
identificados 02 fatores desta família, o FGF ácido (FGFa) e o FGF básico (FGFb),
sendo o FGFb considerado um mitogênico mais potente que o FGFa.
50
Em
pacientes com aumento gengival, o nível de FGFb encontrado foi aproximadamente
3,2 vezes mais alto que em pacientes que não tomavam fenitoína. É possível que a
fenitoína estimule a produção de FGFb em algumas células-alvo teciduais e a
liberação do FGFb produzido na corrente sanguínea. Outra observação importante
deste estudo foi a fraca associação entre o nível de fenitoína no soro e o aumento
gengival.
50
Saito et al (2005) observaram um aumento da expressão de FGFb, TGFβ, de
seus receptores, de c-myc e de oncoproteinas bcl-2 em fibroblastos gengivais de
amostras teciduais oriundas de aumento gengival induzido por fenitoína.
34
29
Observações sustentam o conceito de sub-populações geneticamente –pré-
determinadas de fibroblastos sensíveis à fenitoína, o que sugere uma maior
suscetibilidade de alguns hospedeiros ao AG associado à fenitoina.
43
Outros mecanismos pelos quais a fenitoína possa influenciar o AGM têm sido
propostos. Está bem estabelecido que a fenitoína pode interferir com a absorção e
metabolismo de ácido fólico.
43,59
A deficiência resultante de ácido fólico,
primeiramente afeta o epitélio, gônadas e medula óssea. Em conseqüência de seu
papel dentro síntese do DNA, tecidos com taxas de retorno mais elevadas (como o
epitélio) são afetados primeiramente. Até então, as evidências disponíveis não
parecem suportar a suplementação de ácido fólico como medida eficaz para impedir
ou tratar o AG induzido por fenitoína.
9,43
Uma forte correlação também tem sido observada entre exposição de
fibroblastos responsivos à fenitoína e a produção de colagenase inativa.
9
Alguns estudos têm enfatizado o papel dos microrganismos no
desenvolvimento do AGM.
50
Há diversas hipóteses a respeito dos componentes
bacterianos do biofilme dental no AGM induzido por fenitoína. Sasaki e Maita (2003)
observaram uma elevada taxa de bastonetes gram negativos obrigatórios em
biofilme subgengival destes pacientes, sugerindo que estas espécies, em especial a
Prevotella intermedia, poderiam ser os principais habitantes da margem gengival do
aumento, sob condições anaeróbicas apropriadas, em pacientes sob terapia com
fenitoína.
59
As características histológicas do AG induzido pela fenitoína mostram um
epitélio escamoso estratificado com longas projeções epiteliais, freqüentemente
acantóticas que se estendem profundamente para o interior da lâmina própria. A
lâmina própria é caracterizada pela proliferação de fibroblastos e aumento da
30
formação de colágeno, acompanhada por um aumento de proteínas não
colagenosas.
9
1.4 Associação medicamentosa
Vários fármacos podem aumentar os níveis séricos de fenitoína pela
diminuição do nível de metabolismo pelo sistema hepático, por competirem pelos
sítios de ligação às proteínas ou por uma combinação de ambos os processos;
dentre eles, a nifedipina.
47
A nifedipina e fenitoína são medicamentos de ampla utilização, portanto a
interação desses dois medicamentos pode ocorrer com relativa freqüência.
Entretanto, a literatura é escassa no que diz respeito à associação destes
medicamentos e sua influência sobre o AGM.
A interação medicamentosa da CsA e nifedipina é bastante comum, e
existem mais estudos que abordam esse aspecto. A CsA frequentemente causa
hipertensão, que pode ser controlada com vasodilatadores, como a nifedipina.
Vários estudos demonstram que esta associação promove um AGM mais severo no
tecido gengival, do que o uso isolado da nifedipina ou CsA.
44,48,60
Pacientes que
fazem uso de CsA e nifedipina têm maiores níveis de aumento gengival, de
profundidade de sondagem e maior necessidade de tratamento cirúrgico do AGM.
8
Entretanto, a associação destes medicamentos o parece influenciar ou induzir
doença periodontal.
61
James et al (2000)
62
encontraram uma proporção ainda maior de AGM em
pacientes medicados com CsA e amilodipina, que naqueles que faziam a associação
entre CsA e nifedipina.
31
1.5 Saúde Bucal, aumento gengival e qualidade de vida
A Organização Mundial de Saúde (OMS) define qualidade de vida (QV) como
“a percepção dos indivíduos sobre sua posição na vida, no contexto da cultura e
dos sistemas dos valores em que vivem e com relação a seus objetivos,
expectativas, padrões e interesses”.
63
Este conceito amplo indica que a QV é afetada pelos relacionamentos sociais
do indivíduo, sua saúde física, estado psicológico e nível de independência, e por
suas reações às características de seu ambiente. Os fatores determinantes da QV
dependem da desvantagem, prejuízo ou inabilidade, sofrido por um indivíduo. A
classificação internacional dos prejuízos, inabilidades e desvantagens fornece
indicadores que permitem uma aproximação mais estruturada com as alterações da
saúde. O prejuízo refere-se aos aspectos físicos da saúde; a inabilidade diz respeito
à perda de capacidade funcional resultante de um órgão danificado; a desvantagem
é uma medida das conseqüências sociais e culturais de um prejuízo ou de uma
inabilidade; e a qualidade de vida relacionada à saúde significa a saúde como
avaliada pelo próprio individuo (isto é, a morbidade auto-percebida).
66
A OMS também desenvolveu instrumentos genéricos para medir a QV,
64,65
instrumentos estes direcionados à avaliação de dimensões afetadas por vários
problemas de saúde.
65
Este novo enfoque da saúde, também foi transmitido à odontologia, com a
busca de uma perspectiva mais holística de saúde e doença. Houve a descoberta de
corpo e a descoberta da pessoa, e isto tem resultado em um aumento nas pesquisas
preocupadas em ligar as condições bucais às doenças de outras localidades da
boca , não apenas nos dentes, e a conseqüência da saúde bucal na QV.
67
32
Os problemas de saúde bucal têm sido cada vez mais reconhecidos como
importantes causadores de impacto negativo no desempenho diário e na QV dos
indivíduos e da sociedade.
68
A associação de indicadores clínicos e subjetivos define uma avaliação multi-
dimensional das condições de saúde bucal, na medida em que os indicadores de QV
procuram demonstrar de que modo, possíveis alterações na saúde bucal podem
interferir na vida normal dos indivíduos.
69
Uma grande limitação dos indicadores clínicos é sua dificuldade em refletir de
que modo uma determinada doença pode afetar a rotina diária de um indivíduo. Este
problema é resolvido pelos instrumentos de auto-avaliação em saúde.
78
A avaliação do efeito de doenças e outras condições bucais no âmbito social
pode ainda ser valiosa na pesquisa, planejamento de ações e atuação dos serviços
de saúde.
70
Instrumentos para auto-avaliação de saúde bucal vêm sendo desenvolvidos
desde a cada de 80, havendo atualmente, grande variedade destas medidas.
71
Destacam-se o OHIP-49; sigla de “Oral Health Impact Profile” (Perfil do Impacto da
Saúde Bucal), o OHIP-14, versão reduzida do OHIP-49, o GOHAI (Índice de
Determinação da Saúde Bucal Geriátrica) e o OIDP (Índice de Impactos
Odontológicos no Desempenho Diário).
65
O OHIP foi desenvolvido na Austrália, com o objetivo de avaliar disfunções,
desconfortos e incapacidades atribuídos às condições bucais. O questionário é
composto por 49 ítens divididos em sete dimensões: limitação funcional, dor física,
desconforto psicológico, incapacidade física, incapacidade psicológica, incapacidade
social e desvantagem social.
71,72
Sua versão mais curta, o OHIP-14, foi adaptado e
validado em vários países, inclusive o Brasil.
71
33
As dimensões são hierarquicamente ordenadas de forma que capturam
impactos gradualmente mais prejudiciais à qualidade de vida das pessoas.
72
Apresenta ainda, um componente interno que focaliza a consciência da limitação ou
desconforto e outro externo, que avalia as experiências inter-pessoais e sociais.
73
Tem sido aplicado em indivíduos dentados e edêntulos,
74
embora tenha sido
proposta uma versão exclusiva para edêntulos.
75
Quando o questionário é aplicado, pede-se aos indivíduos que indiquem com
que freqüência cada problema foi experimentado no período de referência, sendo as
cinco opções de resposta distribuídas na seguinte escala: 4 sempre, 3
repetidamente, 2 às vezes, 1 raramente e 0 nunca.
76
A análise dos resultados
pode ser feita de 3 formas: método da contagem simples, método aditivo e método
ponderado padronizado.
76
No método da contagem simples, é estabelecido um ponto de corte e faz-se a
partir dele, uma escala dicotômica de presença/ausência de impacto. O método
aditivo consiste na soma dos códigos previamente estabelecidos (de zero a quatro),
atribuídos às respostas dadas a cada item.
76
No todo ponderado padronizado, é
feita a computação de uma pontuação global a partir da multiplicação da pontuação
obtida em cada ítem por outra sub-escala, ou seja, são conferidos “pesos” à cada
item do questionário.
76,77
O OHIP foi posteriormente reduzido a 14 questões, versão adaptada e
validada para diversos países, inclusive o Brasil,
71,72,77
embora alguns autores
relatem que comparado ao OHIP original, houve uma redução na validez e
confiabilidade deste índice quando o número de domínios foi reduzido.
79
34
Estudos epidemiológicos com o OHIP descrevem que dentes perdidos,
cariados e dificuldades na assistência odontológica estão associados com os níveis
crescentes de impacto na QV.
72
A maior parte dos estudos sobre impactos de problemas bucais na QV sugere
que os mais negativos são causados pela perda dentária, por afetar outros aspectos
como a fala, a alimentação, aparência e auto-estima. Agravos como cárie de raiz ou
doença periodontal apresentam impacto menor, provavelmente por serem
assintomáticos e não aparentes.
71
O AGM é um efeito indesejado associado ao uso continuado de
medicamentos amplamente utilizados na população, que pode afetar estética e
funcionalmente os indivíduos afetados.
32,37
Vários estudos sobre sua prevalência e
suposta patogênese são encontrados na literatura, porém a influência deste tipo de
alteração sobre a vida diária destas pessoas necessita ser investigado, para
determinação de possíveis impactos físicos ou psicossociais em sua QV.
35
2 - Proposição
2.1 Objetivo geral:
Avaliar epidemiologicamente, clinica e imunohistoquimicamente o aumento
gengival induzido por nifedipina e fenitoína em pacientes usuários do Sistema Único
de Saúde em Diamantina – Minas Gerais
2.2 Objetivos específicos:
1. Estimar a prevalência do aumento gengival em pacientes que fazem uso
continuado de nifedipina e fenitoína;
2. Avaliar o grau de acometimento clínico do aumento gengival;
3. Analisar a relação dos fatores demográficos, medicamentosos e periodontais
com o aumento gengival;
4. Avaliar o impacto desta alteração na qualidade de vida desses indivíduos;
5. Verificar e comparar a imunomarcação para miofibroblastos, PCNA e
histomorfometria em amostras teciduais obtidas dos aumentos gengivais
medicamentosos.
36
3 – Metodologia
O capítulo de Metodologia apresenta-se suprimido aqui, pois a presente
dissertação foi confeccionada com a inserção de artigos científicos. Os aspectos
metodológicos encontram-se nos próprios artigos científicos.
O 1º artigo científico intitula-se:
Prevalence of Drug-Induced Gingival Overgrowth in
users of the Unique System of Health at the Jequitinhonha Valley, Minas Gerais,
Brazil”, enquanto o artigo intitula-se:
Gingival overgrowth induced by drugs and
Idiopathic Gingival Fibromatosis: similarities associated with epithelial PCNA and
α
-
SMA immunostaining e o : O impacto da saúde bucal na qualidade de vida de
usuários do Sistema Único de Saúde que fazem uso contínuo de nifedipina e
fenitoína em Diamantina, Minas Gerais.”
37
4 – Resultados
4.1 Artigo Científico 1
Prevalence of Drug-Induced Gingival Overgrowth in users of the Unique
System of Health at the Jequitinhonha Valley, Minas Gerais, Brazil
Short title: Gingival Overgrowth induced by Drugs
Luciara Viana Leão Fonseca *
Hercílio Martelli Júnior **
Patrícia Gonçalves Furtado *
Fillipe Mateus Castro de Carvalho *
Ricardo Della Coletta***
Paulo Rogério Ferreti Bonan **
* Department of Dentistry of Federal University of Jequitinhonha and Mucuri
Valley; Minas Gerais, Brazil
**Department of Dentistry of State University of Montes Claros; Minas Gerais,
Brazil
*** Department of Dentistry of State University of Campinas; São Paulo, Brazil
Address all correspondence to Dr. Paulo Rogério Ferreti Bonan, Rua Helena de
Paula Fraga, 867, Major Prates, Montes Claros, Minas Gerais, Brazil. Zip Code
39403-263. Phone number: 55-38-3224-8382. Fax number: 55-38-32298200. E-mail:
pbonan@yahoo.com
Summary
38
Aim: The aim of this study was to evaluate the prevalence of GO in Brazilian users of
nifedipine and phenytoin and to determine the presence of predisposing/modifying
factors. Material and Methods: Demographic, pharmacological, and periodontal
data were obtained from 100 patients of the Brazilian Unique System of Health at the
Jequitinhonha Valley taking nifedipine and/or phenytoin. Results: The prevalence of
GO was high (86%), but its severity was predominately mild. The prevalence of GO
was significantly higher in users of phenytoin than in those that used nifedipine
(p=0.01). There was no association between GO and demographic, pharmacological
and periodontal conditions. Conclusion: he high occurrence of GO among users of
nifedipine and phenytoin emphasizes the importance of the dentist on diagnostic,
prevention, and control of this alteration.
Keywords
Nifedipine, Phenytoin, Unique System of Health, Gingival Overgrowth
39
Introduction
Gingival overgrowth (GO) is the main side effect in the oral cavity among
users of nifedipine, a beta-blocker of calcium channels, and phenytoin, an anti-
seizure drug (1-3). GO frequently begins in the first 3 months after medication,
reaching variable extent, from small alterations in gingival papilla to total coverage of
the dental crown, generally related to the vestibular face of the anterior teeth (4,5).
The clinical course of GO leads to esthetic and/or functional alterations, impairing
occlusion, mastication and speech (3,6). GO also impairs dental hygiene, resulting in
a high susceptibility to caries and periodontal diseases (5,6).
The prevalence of this
GO is widely variable, but large controlled studies revealed a percentage of 50% for
phenytoin users, and 6 to 83% for nifedipine users (2,3,7). Furthermore, several
factors, including age, genetic predisposition, pharmacokinetic variables, dental
biofilm accumulation and drug-induced activation of cytokines have been suggested
to influence the development of GO (8).
Even with a good knowledge of the clinical features of drug-induced GO, there
is a paucity of epidemiological studies involving the Brazilian population. The
program of pharmacologic assistance of the Unique System of Health (SUS) provides
to low income patients indispensable drugs, including nifedipine and phenytoin, to
control chronic diseases (9). The aim of this study was to evaluate the prevalence of
GO among Brazilian patients who were prescribed nifedipine or phenytoin through
the program of pharmacologic assistance of the SUS, and to comprehend its clinical
characteristics and risk factors.
40
Material and Methods
This study was conducted according with the ethical procedures and received
approbation by the Ethical Committee of State University of Montes Claros (Process
678/2007). This study was conducted across the populational basis and was
descriptive and cross-sectioned. Using the records of SUS, one hundred patients,
being 62 users of nifedipine and 37 pheynitoin users and one of both medications,
compound this analysis. The exclusion criteria of this study were the refuse to
participate or signing, age less than eleven year-old, and patients which referred
irregular utilization or less than three months of employed medication. Also we
excluded patients with not belonged four anterior inferior or superior teeth and co-
users of other drugs which leaded to gingival overgrowth. Demographic data,
including gender, age, profession, monthly income, scholarship level, complete
medical history including passed and actual diseases, drugs, concentrations,
posology and time of treatment were considered and listed from each patient.
Gingival and Periodontal Conditions
The gingival and periodontal conditions were accessed by only one calibrated
examiner and blinded according with the overgrowth medication. The test retest
analysis validated the examiner verification using the Kappa test (p<0,05). To verify
the gingival overgrowth and the presence of biofilm, the evaluation was performed
restricted to twelve anterior/superior teeth. This examination was developed using the
following criteria:
(1) Index to evaluate the periodontal condition- Communitary Periodontal Index (CPI),
according with the criteria established on the 4
th
edition of the Basic Survey of Oral
Health of World Health Organization and SB 2000 Project of the Brazilian Health
Ministry.
41
(2) Simplified Gingival Index of the Plaque– It was evaluated the presence/absence
of biofilm through the dual count. After the calculated count for each patient the
perceptual of teeth with biofilm was categorized in a scale of four points.
(3) Gingival Overgrowth Index (10) The gingival overgrowth was evaluated clinically
in each patient using a scale of four points (0= without overgrowth, 1= mild
overgrowth without dental crown involvement, 2=moderate overgrowth with increased
interdental papilla and slight increasing over the dental crown, 3= evident overgrowth
involving the crown surface). In the absence of teeth, the adjacent dental papilla of
the edentulous area was considered in the classification. For the patients with grades
2 (moderate) or 3 (severe overgrowth), surgical therapies were done.
Statistical Analysis
Chi square test and t test of Student were discharged to identified the
association between the severity of GO with demographic, periodontal and
pharmacological features. In the sequence, it was done the multivariate analysis
through the Poisson Regression; where the prevalence ratio and 95% confidence
interval were established to verify the associated risk factors to development of GO in
patients who used nifedipine or phenytoin.
Results
Demographic and medical variables
Between of the 100 individuals, the age ranged to 11 from 81 year-old (mean
of the 46.8 ±15.1). Non-caucasian individuals were more prevalent (44 (44%)). Due
to a wide variation of the related professions, they were categorized, and the more
common was hand made works (60%). Of all analyzed patients, 61% not concluded
42
their basic education. The familiar mensal income up to minimum was cited by the
majority (67%). The most important demographic data were expressed in the Table
1.
Referring to the medical history of these individuals, the most prevalent
diseases were arterial hypertension (63%) followed by neurophysichiatric
disturbances (28%).(Table 2). The majority was in the medical follow up (82%), using
the SUS unities (67%).
Phamacological Variables
The users of nifedipine compounded 62% of the evaluated sample, followed
by phenytoin users (37%) and one user of both medications. Of them, only 5 (5%)
were using these drugs of three months to one year, 29 (29%) of one year to three
years and 65% over than three years. The details about demographic and drugs
utilization according nifedipine and phenytoin uses are described in the Table 3.
GO and Periodontal Variables
The GO was evaluated like mild in 54(54%) individuals, moderate in 30 (30%)
and severe in 2 (2%). Although the prevalence of GO in both groups reached 86%
(p= 0.01) of 100, 71 (71%) did not perceived any gingival alteration. Of the individuals
who perceived the GO, 15 (51.72%) did not look for oral attendance.
Considering the groups alone, the prevalence of GO associated to nifedipine
was 79% among users of this drug and 97.3% among the users of phenytoin. The
mild GO was more prevalent in both groups (nifedipine (51.6%) and phenytoin
(56.8%)). When the presence of biofilm associated with the drug users, was possible
to see that the majority presented an elevated level of dental plaque (between 76 to
43
100% of examinee teeth): being of 61.2% users of nifedipine and 54% phenytoin
users. After to verify the periodontal condition of these individuals, the periodontal
pockets of 4 to 5 mm and dental calculus were largely found in both groups. The
periodontal variables for each group of drug utilization were found in Table 4.
The bivariate analysis identified familiar mensal income (p= 0.04), source of
medication (p= 0.01), the drug concentration (p=0.022) and treatment duration (p=
0.194) like predictor factors associated with GO (Table 5). Nevertheless, after
multivate analysis, only the source of medication, specifically phenytoin, presented
significative association with GO (p= 0.007) (Table 6).
Discussion
The calcium antagonists, like nifedipine, are widely employed in
cardiovascular diseases or in patients submitted to dyalisis (11,12).
The most
important secondary side effects of this drug are associated with a huge
vasodilatation, including facial redness, headaches, edema and faintness (5).
Despite
of these effects, GO is also related (13). The phenytoin (5-diphenilphenytoin) has
been used to control seizure crisis in patients since its clinical introduction by Merritt
& Putnam in 1938 (5).
GO is a frequent side effect in users of this drug (14).
The population of this study was compound by a population formed basically
by individuals with low grade of scholarship level and reduced familiar income,
compatible with the profile of the population assisted by SUS in Brazil (15).
Instead of
the majority of studies which deal with GO associated with drugs when the studied
population is select in medical or dentistry centers, this study objectified to
characterize epidemiologically and demographically the local population (10,16-19).
In result, it was possible to view some particularities, like absence of control group or
to include like inclusion criteria has more than three anterior teeth, due to a high
44
grade of edentulism in adult and elderly Brazilian population, the target sample of this
study (20). The same consideration is possible to the high index of dental biofilm
presented in the majority of evaluated individuals, in their residences. When the
dental exam is previously scheduled, the scores of biofilm may be lower, due to more
careful oral hygiene than normal circumstances (11).
In this study, it was possible to observe a high prevalence of GO associated
with nifedipine (79%) and phenytoin (97.3%), with predominance of mild GO. This
result overpass the mean of related overgrowth in literature to phenytoin, about 50%,
whereas the nifedipine produces GO in the proportion of 0.5 to 83% ( 2, 3, 7, 11, 16,
18).
The wide variation in the prevalence of these studies may be attributed to
variations of the population characteristics, size, sample selection and methods
employed to GO evaluation (5,16).
It was not found significant relation between GO and demographic features
such as age, gender, scholarship level, or profession. The income which presented
initial association, after the adjust to determine the risk potential, did not maintain the
95% level of significance. Generally, there are not predilection of GO induced by
races, gender, age, like demonstrated by previous study, but this fact is not
consensual (3,14).
Also, the association among GO and pharmacological variables such doses,
concentration, time of treatment was not observed like other studies appointed
(11,16). The attempt of associate doses, plasmatic and salivary levels, drugs
combinations, time of utilization with beta-blockers and phenytoin has been present
in the contradictories results (3,5). It is believe that there is a minimum level of drugs
to lead GO. This value could differ depending of the sensibility of the patient
(responsively) (5).
45
There are many considerations and reports of significant correlations between
the presence and severity of GO induced by drugs and presence of biofilm, calculus,
periodontal pockets, needs of periodontal treatment and inefficient oral care (16,18).
The bacterial biofilm had been associated with gingival and periodontal disease and
have an important role associated in the control and prevention of GO (5).
Nevertheless, even with high index of biofilm and CPI showed in this study, there was
a lack of evidence between them with GO, like demonstrated by other studies (11).
Also, even the relation between biofilm induced inflammation and GO seems to be
true, the role of biofilm could be only enhance the effects of this gingival alteration,
like proposed previously (10).
Even with a large prevalence of GO in the studied population, the majority did
not perceived none gingival alteration. It is believed due to be mild or moderate
overgrowth more frequently found, not affecting the esthetic or function in these
patients. Nevertheless, even in patients who perceived the GO, less than the middle
did not search a dental professional. This fact is in agreement with a epidemiological
survey that affirmed the toothache such as the main cause of search for the dental
attendance in Brazil (20).
The high prevalence appointed in this study to GO induced by nifedipine and
phenytoin, drugs widely employed to treat the cardiovascular and neurological illness,
leads to comprehend the need of approach by dental surgeons and their function in
the SUS. These professionals must be stimulated to review carefully the medical
history of patients who used drugs with GO inducing potential. Also, a detailed oral
exam is imperative to observe such morphological alteration associated with these
drugs (5).
46
In summary considering the analyzed data is possible to conclude that the GO
prevalence is high, independent of the drug. However, it is more associated with
phenytoin. There were no interactions among demographic, pharmacological, and
periodontal features with GO in observed population. The high prevalence of GO in
phenytoin and nifedipine users emphasized the importance of the dental surgeon in
the diagnosis, control and treatment of this important side effect, mainly in the SUS.
Summary in Portuguese
Objetivo: O objetivo desse estudo foi avaliar a prevalência dos aumentos gengivais
medicamentosos em usuários brasileiros de nifedipina e fenitoína e determinar a
presença de fatores preditores/modificadores. Material e Métodos: Dados
demográficos, farmacológicos e periodontais foram obtidos de 100 pacientes
brasileiros usuários do SUS no Vale do Jequitinhonha que usavam nifedipina e/ou
fenitoína. Resultados: A prevalência do aumento gengival foi elevada (86%), mas a
gravidade mais comumente observada foi a leve. A prevalência foi maior em
usuários de fenitoína do que de nifedipina (p=0.01). Não houve associação entre
aumento gengival e as variáveis demográficas, farmacológicas e periodontais.
Conclusão: A alta prevalência do aumento gengival medicamentoso entre os
usuários de nifedipina e fenitoína enfatiza a importância do cirurgião dentista no
diagnóstico, prevenção e controle dessa alteração.
Acknowledgements
To FAPEMIG- Foundation of Research Support of Minas Gerais State- due to
financial support.
47
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50
Table 1 Distribution of the individuals users of phenynoin or/and nifedipine
according with general demographic data (n=100).
VARIÁBLE CATEGORY n %
Male 49
49
Gender
Female
51
51
Melanoderm 44
44
Feoderm 43
43
Skin Color
Leucoderm
13
13
Retired, without defined professional or
student
25
25
Hand made Profession 60
60
Profession
Non hand made Profession 15
15
Illiterate 8 8
1
st
grade incomplete 61
61
1
st
grade complete 15
15
2
nd
gradecomplete 13
13
Scholarship
Level
3
th
grade complete
3 3
Up to one wage 67
67
One to two wages 22
22
Over than two wages 11
11
Familiar Mensal
Income
51
Table
2- Distribution of patients according with systemic condition referred (n=100).
Systemic Condition n %
Arterial Hypertension
Neuropsichyatric Disturbance
Arterial Hypertension/Neuropsichyatric Disturbance.
Arterial Hypertension/ Pectoris Angina
Without answer
63
28
4
2
3
63
28
4
2
3
Total 100
100
Table 3. Distribution of patients according with demographic and pharmacological
variables (n=100)
Nifedipine
n %
Phenytoin
n %
Nifedipine and
Phenytoin
n %
Number of patients 62 62 37 37 01 01
Males
Females
30 30
32 32
18 18
19 19
Mean age
(years)
53 37
Variation
(min – max)
(27-76)
(11-81)
Standard doses 30-60 mg/day 100-300mg/day
Mean doses 41 mg/day 180 mg/day
Variation
(min-max)
(20-100 mg/day)
(25-400 mg/day)
Time of utilization
(months-mean)
68
129
Variation
(min-max)
(12-240)
(4-516)
52
Table 4 – Distribution of patients according with periodontal variables observed.
Variable Category Nifedipine
n= 62/ n %
Phenytoin
n=37/n %
Absent 13 21 1 2,7
Mild 32 51,6 21 56,8
Moderate 16 25,8 14 37,8
Gingival
Overgrowth
Severe
1 1,6 1 2,7
0 to 50% 12 19,4 7 19
51 to 75% 12 19,4 10 27
Plaque Index
76 to 100%
38 61,2 20 54
Health 5 8,1 3 8,1
Bleeding 8 12,9 3 8,1
Calculus 26 41,9 13 35,1
Pockets of 4-5 mm 17 27,4 13 35,1
CPI
Pockets over 6 mm 6 9,7 5 13,5
53
Table 5 Bivariate analysis performed to verify the association between GO,
demographic, drugs, and periodontal features in users of nifedipine or phenytoin
(n=100).
* Destinated to multivate analysis
VARIABLE Without
overgrowth
With
overgrowth
P
Age
51.4
± 3.6
46.12
± 1.6
0.23
Gender
Male (%)
Female (%)
7
7
42
44
0.94
Familiar Income
Up to one wage (%)
Over than one wage(%)
6
8
60
25
0.041*
Profession
Without occupation or
retired (%)
Professionally active (%)
2
12
22
63
0.34
Scholarship
Illetrate (%)
Non Illetrate (%)
1
13
7
79
0.89
Type of drug
Nifedipine (%)
Phenytoin (%)
Both
13
1
0
49
36
1
0.01*
Concentration
Nifedipine Pattern
Phenytoin Pattern
Over than Nifedipine
Pattern
12
1
1
40
37
8
0.022*
Doses
Low
Medium
High
3
10
1
21
48
16
0.48
Time of treatment
Up to three years
Over than three years
7
7
27
57
0.194*
Plaque Index
0 to 50%
51 to 75%
76 to 100%
3
4
7
16
18
52
0.74
CPI
Without alteration
Calculus and bleeding
Periodontal Pockets
1
8
5
7
42
36
0.866
54
Table 6 Multivariate analysis of Poisson verify the association between GO,
demographic and drugs features in users of nifedipine or phenytoin (n=100).
Variable Categoria RP (CI-95%) P
Up to one wage 1.15 (0.94 –
1.40)
Income
Over than one
wage
1.00
0.156
Phenytoin 1.22 (1.06 –
1.42)
Drug
Nifedipine
1.00
0.007
Pattern 0.92 (0.70 –
1.21)
Concentration
Over the pattern
1.00
0.547
Up to three
years
0.88 (0.74 –
1.05) Time of
utilization
Over than three
years
1.00
0.160
55
4.2 – Artigo Científico 2
Gingival overgrowth induced by drugs and Idiopathic Gingival Fibromatosis:
similarities associated with epithelial PCNA and
α
-SMA immunostaining
ABSTRACT
Gingival enlargement is a clinical condition induced by drugs such as nifedipine and
phenytoin, genetic diseases, inflammatory, neoplastic and idiopathic causes. The
ethiopathogeny of this condition is even actually poorly understood. The aim of this
study was to compare the gingival overgrowth induced by drugs (GOID) and
Idiopathic Gengival Fibromatosis (IGF) according with PCNA, α-SMA
immunolabeling and thickness. Gingival samples of eleven users of nifedipine and
phenytoin, six of IGF and four of normal patients control were taken for the epithelial
PCNA and α-SMA immunolabeling. The morphometry of thickness was also
performed. In the immunohistochemical analysis, in all groups, the fibroblasts were
negative to α-SMA labeling. It was possible to observe that PCNA epithelial cells
were slightly more common in the IGF group but there were not statistical different
comparing with other groups. Comparing the vessels counts with α-SMA positive
pericyte or smooth muscular cells, there was not statistical differences among the
groups, although the control group presented a discrete higher count. When the
thickness analysis was performed, the GOID group presented the higher mean
compared to with other two groups with evident statistical differences. In summary,
we observed similarities between GOID and IGF according to PCNA epithelial cells
and αSMA immunostaining. However, the epithelial thickness was higher in GOID
group maybe due to reduced apoptotic influence
KEYWORDS
56
Phenytoin, Nifedipine, PCNA, alpha-sma.
Introduction
Gingival enlargement is a clinical condition induced by drugs, genetic diseases,
inflammatory, neoplastic and idiopathic causes. Regarding gingival enlargement
caused by drugs, calcium antagonists, cyclosporine and anti-seizures drugs are
largely known as responsible for the connective tissue overgrowth with collagen
deposition.
1,2
Calcium antagonists are widely used for the treatment of cardiovascular
diseases in hypertensive or dialysis patients. The prevalence of gingival enlargement
has been reported as 10%-20% in patients treated with calcium antagonists in the
general population.
1
Nifedipine, a calcium-beta blocker, is used as a long-acting
vasodilator; and one of its side effects is gingival overgrowth, characterized by an
accumulation of collagen components within the gingival connective tissue and
epithelial overgrowth.
3-4
The prevalence of clinically significant overgrowth associated
with nifedipine is about 6% of users affecting mainly males and linked straightly to
inflammation, an important cofactor for the or associated with overgrowth
expression.
5
Clinically, altered gingival architecture can be disfiguring, aesthetically
displeasing and cause discomfort during mastication.
6
Gingival overgrowth first
appeared in the interproximal areas, an observation which may be important for early
detection, and its degree is not time and dose dependent, althrough there is no
consensus.
4,6
Various degrees of gingival enlargement may occur in
diphenylhydantoin or phenytoin users, a drug used widely to treat epilepsy. The
potential of phenytoin to induce gingival hyperplasia has been well-established. High
levels of dental plaque and calculus have been reported as critical co-factors for the
57
development and severity of phenytoin-induced gingival enlargement. Phenytoin-
induced gingival
overgrowth is a very fibrotic tissue,
meaning that it contains the
highest proportion of fibroblastic
cells and connective tissue fibers
7-9
Idiopathic gingival fibromatosis (IGF) is a benign oral disorder characterized by
enlargement of the oral gingival tissues. Sometimes, generalized gingival overgrowth
may occur in both arches at birth.
10
Normally, clinical examinations does not reveal
increased periodontal pocket depths, besides plaque and gingival index scores were
found to be in normal range. The patients are systemically healthy and were not
subjected to medications, which could lead to gingival hyperplasia. Additionally,
clinical appearance of the lesions does not show any signs of trauma.
11
Proliferating cell nuclear antigen (PCNA), a good indicator of cell proliferation, is
a 36-kDa acidic nonhistone nuclear protein with an important function in DNA
synthesis.
2,12-13
Their mechanism involves G1, peaking at the G1/S phase interface,
decreasing through G2, and reaching low levels in M-phase and interphase.
2,14-15
Smooth muscle isoform of alpha-actin (αSMA) is associated with myofibroblast cells
staining. A previous report showed a significant increase in the expression of the
myofibroblast marker αSMA in epithelial cells from a family with hereditary gingival
fibromatosis.
16
In other hand, αSMA immunohistochemistry labelling had been used
to label mural cells and blood vessels.
17
In this context, the aim of this study was to compare the gingival overgrowth
induced by drugs (GOID) and IGF regarding PCNA, α-SMA immunolabeling and
ephitelial thickness.
Material and Methods
58
Gingival tissue samples (one per person) were taken from 11 users diagnosed
with nifedipine or phenytoin-induced gingival enlargement with al least with level two
of overgrowth (six men and five women; mean age, 44.65 ± 9.36 years) (GOID-
Group I). Among them, six were users of nifedipine and five of phenytoin, exclusively.
These samples of overgrown gingival tissue were obtained during gingivectomy
procedures after oral care orientation, calculus removal and plaque control. Other
group (Group II) was formed by six individuals with IGF (5 women and one men;
mean age, 26.16 ± 3.12 years). In the Group II, patients did not make use of drugs
associated with gingival enlargement and reported the history of ascendants and
descendants with gingival enlargement. The most affected sites by gingival
enlargement in this group were tuberosity (five cases), and lingual gingiva (one
case). In all cases, there was not any relation between tissue enlargement and
inflammatory processes. Tissue biopsies taken from lesions of four healthy
participants affected by non neoplastic proliferative processes were includes as
control group (Group III) (3 women and one men; mean age, 66.25 ± 16.45 years).
The histopatologic examination revealed in this group, four fibrous inflammatory
hyperplasia affecting alveolar ridge. These procedures employed in this study were
approved by Ethical Committee of State University of Montes Claros.
Immunohistochemistry and Morphometry
Immunostaining was performed using 3µm sections of paraffin-embedded of
all gingival samples, fixed in 10% buffered formalin. All reactions followed standart
protocols. Sections were deparaffinized and submitted to 10% ammonia hydroxide in
95% ethanol during ten minutes. Antigen retrieval was obtained by 10 mM citric acid
digestion, pH 6.0, using 3 cycles of 6 min in a microwave. After that, the slides were
59
transferred to 10V H
2
0
2
, twice for 15 minutes and incubated overnight with primary
antibody for PCNA (Clone P-10, Dako, Carpenteria, CA, USA, 1:3,000), and α-SMA
(clone1A4, Dako, Glostrup, Denmark, 1:200) followed by LSAB-HRP Dako,
Carpenteria, CA, USA). Reactions were developed with 3,3-diaminobenzidine
tetrahydrochloride (DAB, Sigma, St Louis, USA) containing and counterstained with
hematoxylin. Cytoplasmic and membranous labeling was considered as positive. For
PCNA quantification, both the positively stained and all negatively stained cells were
counted in five sampled high-power fields (magnification X1000), immediately below
the epithelial basal stratum, including parabasal layer. The percentual of positive cells
was calculated based in total number of counted cells.
18
The same methodology was
employed to verify α-SMA positive fibroblasts in each slide. In the X400, the count of
vessels which presented positiveness to α-SMA pericyte cells was performed, using
five fields per slide. The measure of epithelial thickness was also performed at 100X
magnification, using three references in the borders of epithelial tissue in each slide.
This counts and measures were performed using the software Nikon NIS- Elements-
2.35 (Nikon Corporation, Melville, USA), using the square with 34.1% of
magnification.
Statistical Analysis
The statistical analysis was performed using the non-parametrical Wilcoxon
Signed Rank Test (SPSS 15.0, Software, Chicago, USA).
Results
60
In the immunohistochemical analysis, in all groups, the fibroblasts were
negative to α-SMA labeling. The data obtained from counts of positive PCNA cells
and labeled vessels counted in the slides were tabulated and the descriptive analysis
is shown in Table 1. It was observed that PCNA epithelial cells were slightly more
common in the Group II but there were not statistical difference comparing with other
groups (Group I-Group II, p=0,715; Group I- Group III, p=0,173; and Group II-III,
p=0,465) . Comparing the vessels counts with α-SMA positive pericyte or smooth
muscular cells, there was not statistical differences between the groups, being the
Group III with a discrete higher count (Group I-Group II, p=0,513; Group I-Group III,
p=0,06; and Group II-III, p=0,107). The Figures 1 and 2 illustrate these findings.
When the epithelial thickness analysis was performed, the Group I presented the
higher mean comparing with other two groups with evident statistical differences
(Group I-Group II, p=0,012; Group I-Group III, p=0,002; and Group II-III, p=0,182).
The Table 2 shows these data.
Discussion
This study demonstrated that there are similarities regarding epithelial PCNA
and α-SMA immunostaining between GOID and IGF groups. In both groups,
fibroblasts were negatives to α-SMA antibody indicating the non transdifferentiation
to myofibroblast.
19
In a study with two families affected by Hereditary Gingival
Fibromatosis (HGF), alpha-SMA-positive cells were broadly detected in the gingival
tissue samples from HGF Family 2 patients. In contrast, α-SMA expression by HGF
Family 1 cells was quite similar to normal gingival cells and no myofibroblasts were
detected immunohistochemically. These findings may be explained due to the
61
different biological mechanisms that may contribute for the gingival overgrowth.
16
In
vitro, a previous report showed that TGF-beta1 induced gingival fibroblast-
myofibroblast transdifferentiation, whereas IFN-gamma blocked this process.
19
In
other hand, connective tissue growth factor may also triggered this process but not in
all cases. In GOID and IGF, our report was the first in the literature which deal with α-
SMA fibroblast immunostaining. It is necessary to perform new studies, even with in
vitro approach, to investigate if our findings are the general rule or if there are
exceptions.
When blood vessels with positive alpha-SMA pericytes were counted, there
were similarities in both studied groups and with the control. In fact, inflammatory
process is observed in these cases, even after oral care instructions and periodontal
approach in GOID.
8-9
PCNA positive cells counts revealed similarities between the three groups. In
a previous report which described the positiveness to PCNA in oral epithelium of
cyclosporine users, it was showed that there were differences between the
cyclosporin group and control group (normal gingiva) in regard to proliferating cell
nuclear antigen and epithelial thickness.
2
But the same study emphasized that
inflammation may contribute to increase the proliferative activity in oral gingival
epithelium.
2
In the present study, it was used as control group an inflammatory tissue
which may be naturally higher percentage of proliferation than normal tissue. Other
studies have suggested that epithelial thickness in nifedipine or cyclosporine users is
associated with increased mitotic activity in the oral epithelium, maybe controlled by
levels of keratinocyted growth factor.
20-21
Curiously, in our study, the GOID group (I) presented, in mean, more evident
epithelial thickening than other groups. A previous analysis showed that the
62
thickness of the oral epithelium in nifedipine-medicated patients was 5 to 10 times
greater than that of healthy controls.
22
Maybe an important mechanism is a reduced
apoptotic index confirmed at fibroblast level in these overgrowths but not prompt
studied in the epithelial tissue. The inflammation led to
an increase in apoptosis in
’non overgrowth’ control
gingiva, and inflammation similarly appeared to stimulate
apoptosis
within the context of gingival overgrowth, but to a lesser degree.
8
Other
interesting study showed in hereditary gingival fibromatosis that the epithelial papilla
tips showed increased number of proliferating cells and elevated expression of EGF
and EGFr. There was a correlation between the proliferative potential of epithelial
cells and the expression of EGF or EGFr only in the epithelial papilla tips of HGF
gingiva.
23
In conclusion, we observed similarities between GOID and IGF according to
PCNA epithelial cells and αSMA immunostaining. However, the epithelial thickness
was higher in GOID groups, maybe due to reduced apoptotic influence.
63
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66
Table 1. Positiveness to PCNA epithelial positive cells and α sma labeling vessels
according to groups.
Table 2. Measures of mean of thickness according to groups
Group PCNA positive cells (%) mean
α
αα
α sma vessels mean
I (GOID)
48.5436
a
, ± 17.16060
8.6545
a
, ±5.21472
II (IGF)
68.2633
a
, ± 18.35886
9.0333
a
, ± 4.05551
III (Control)
49.8275
a
, ± 18.06702
13.9500
a
, ±6.17699
Group Thickness mean
I (GOID)
467.8270
a
, ± 120.96980
II (IGF)
393.5894
b
, ± 75.83236
III (Control)
296,0783
b
, ± 106.00089
67
Figure 1. Negativeness to α sma immunolabeling by fibroblasts in Groups I (GOID) (A), II
(IGF) (B), and III (control). It was possible to view positiveness to pericytes in all groups.
Figure 2. Immunolabeling to PCNA in ephitelial tissue in Groups I (GOID) (A), II (IGF) (B),
and III (control). It was possible to show a slightly higher positiveness to Group II but without
statistical significance.
68
4.2 – Artigo Científico 3
O impacto da saúde bucal na qualidade de vida de usuários do Sistema Único de
Saúde que fazem uso contínuo de nifedipina e fenitoína em Diamantina, Minas
Gerais
RESUMO
O aumento gengival medicamentoso é uma alteração associada ao uso contínuo de
alguns medicamentos, como a nifedipina e fenitoína. Este estudo teve por objetivo a
avaliação da presença e impacto do aumento gengival na qualidade de vida de
usuários do Sistema Único de Saúde que faziam uso continuado destes
medicamentos em Diamantina MG. Foram aplicados 152 questionários em
indivíduos edêntulos e não-edêntulos abrangendo aspectos gerais, condição médica
e odontológica e informações relacionadas ao uso de medicamentos. Avaliações
clínicas, incluindo a análise do aumento gengival, foram feitas por um avaliador
calibrado pelo teste-reteste. O impacto da Saúde Bucal na qualidade de vida foi
avaliado através do OHIP-14, apresentando um valor médio de impacto de 4,49
pontos. Os resultados desta análise demonstraram que 43% dos indivíduos
avaliados tinham aumento gengival. Houve correlação significativa entre o OHIP, a
idade e profissão dos indivíduos avaliados, bem como com a presença de dentes e
com o aumento gengival (p< 0,05). O aumento gengival apresentou correlação com
8 dos 14 itens do OHIP, demonstrando afetar 5 das 7 dimensões avaliadas. A alta
ocorrência do aumento gengival entre usuários de nifedipina e fenitoína e o impacto
desta alteração na qualidade de vida enfatiza a importância do desenvolvimento de
estratégias para avaliação e controle da Saúde Bucal desses pacientes.
Palavras Chave
Nifedipina, Fenitoína, OHIP-14.
69
ABSTRACT
The gingival overgrowth induced by drug is an alteration associated with the
continuous use of some medicines, as nifedipine and phenytoin. This study aimed to
evaluate the presence and impact of the gingival overgrowth in the quality of life in
people assisted by the Unique System of Health who made continued use of these
drugs at Diamantina - MG. 152 questionnaires were applied to dentate and non
dentate individuals enclosing general aspects, medical and dental condition and
information related to the medicine use. Clinical evaluations, including the analysis of
the gingival overgrowth was made by an appraiser calibrated for the retest-test. The
impact of the oral health in the quality of life was evaluated through the OHIP-14,
having presented an average value of impact of 4.49 points. The results of this
analysis showed that 43% of examined individuals had gingival overgrowth. It was
also demonstrated a significant association between the OHIP with the age and
profession of the evaluated individuals, as well as with the tooth presence and the
gingival overgrowth (p< 0.05). The gingival overgrowth presented correlation with 8 of
the 14 item of the OHIP, demonstrating to affect 5 of the 7 evaluated dimensions.
The high occurrence of the gingival overgrowth between users of nifedipine and
phenytoin and the impact of this alteration in the quality of life emphasize the
importance of the development of strategies for evaluation and control of the oral
health of these patients.
Keywords
Nifedipine, Phenytoin, OHIP-14.
70
Introdução
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), qualidade de vida é
considerada “a percepção dos indivíduos sobre sua posição na vida, no contexto da
cultura e dos sistemas dos valores em que vivem e com relação a seus objetivos,
expectativas, padrões e interesses”. É possível considerar, dessa forma, cinco
domínios principais da qualidade de vida: saúde e bem-estar, relacionamentos
interpessoais, a comunidade e presença familiar, crescimento pessoal, dignidade e
amor-próprio
1
.
A OMS desenvolveu instrumentos genéricos para medir a qualidade de
vida,
1,2
instrumentos estes direcionados à avaliação de dimensões normalmente
afetadas por vários problemas de saúde.
2
Entretanto, a necessidade de determinar a
repercussão integral de alterações presentes na cavidade bucal levou ao
desenvolvimento dos instrumentos de avaliação da qualidade de vida relacionada à
saúde bucal, que vêm sendo utilizados com freqüência cada vez maior em
pesquisas odontológicas.
2
Dentre estes, destacam-se o OHIP-49 (Perfil do Impacto
da Saúde Bucal), composto de 49 questões que abrangem diversos domínios
afetados pelo processo patológico e sua versão mais curta, o OHIP – 14.
3,14
A associação de indicadores clínicos e subjetivos define uma avaliação multi-
dimensional das condições de saúde bucal, na medida em que os indicadores de
qualidade de vida procuram demonstrar de que modo, possíveis alterações na
saúde bucal podem interferir na vida normal dos indivíduos.
16
A avaliação do efeito de doenças e outras condições bucais no âmbito social
pode ainda ser valiosa na pesquisa, planejamento de ações e atuação dos serviços
de saúde.
19
71
Por sua vez, o aumento gengival (AG) medicamentoso é um termo
clinicamente usado para identificar um crescimento volumétrico da gengiva
decorrente do acúmulo de componentes fibrosos no tecido conjuntivo
5
. Dentre os
fatores relacionados à etiologia deste aumento, está o uso contínuo de alguns
medicamentos, tais como a nifedipina, usada no controle da hipertensão arterial, e a
fenitoína, usada no controle de crises convulsivas.
4 -7
O AG induzido por esses medicamentos é caracterizado por um crescimento
inicial da papila interdental e freqüentemente acompanhado por um adensamento da
gengiva marginal. Comumente é generalizado, mas é mais grave nas regiões
anteriores, superior e inferior.
9
O aumento é crônico e avança lentamente em
tamanho, podendo causar defeitos estéticos significativos, desfavorecer a
mastigação e agravar a higiene oral, possibilitando uma maior suscetibilidade à cárie
e doença periodontal.
8,9,10
A prevalência desse tipo de alteração gengival varia grandemente, entretanto
a prevalência relacionada ao uso da fenitoína é de aproximadamente 50%,
15
e o
AG induzido pela nifedipina pode afetar uma proporção de 6 a 83% dos
usuários.
11,12,13,14
Considerando a alta prevalência do aumento gengival induzido por estes
medicamentos e a carência de estudos que avaliam o impacto deste tipo de
alteração sobre as atividades diárias destes indivíduos, este estudo teve por objetivo
avaliar o estado de saúde bucal quanto à presença do aumento gengival e sua
relação com a qualidade de vida em pacientes usuários do Sistema único de Saúde
(SUS) que fazem uso contínuo de nifedipina e fenitoína, no município de
Diamantina, estado de Minas Gerais, Brasil.
72
2 – População e Métodos
Diamantina é um município localizado no Vale do Jequitinhonha, com 44.746
habitantes.
21
A Secretaria Municipal de Saúde deste município, através do programa
de Assistência Farmacêutica do Sistema Único de Saúde (SUS), distribui aos seus
usuários medicamentos considerados essenciais
20
no tratamento e controle de
enfermidades, dentre esses, a nifedipina e fenitoína. A população deste estudo foi
constituída por pacientes usuários de nifedipina e fenitoína que recebiam
medicamentos pela Farmácia da Atenção Básica do SUS, cuja relação foi obtida a
partir de dados relacionados ao controle e distribuição deste serviço. Foram
avaliados 152 pacientes, sendo 108 usuários de nifedipina, 43 de fenitoína e 1
paciente que fazia associação de ambos. O mero inicial de pacientes elencados
para participarem deste estudo foi de 395. Entretanto, houve perdas devido à fatores
como a desatualização do endereço, migração, óbito e não utilização dos
medicamentos. Apenas 13 indivíduos se recusaram a participar da avaliação.
Este estudo recebeu a aprovação do Comitê de ética da Universidade
Estadual de Montes Claros, através do Protocolo número 678 de julho de 2007. Um
termo de consentimento livre e esclarecido foi assinado por cada paciente antes de
todos os procedimentos de investigação.
Foram considerados critérios de exclusão a não adesão ao termo de
consentimento esclarecido, indivíduos menores de 12 anos, pacientes que
apresentaram o uso irregular ou menos de 3 meses das medicações avaliadas,
assim como aqueles que faziam uso concomitante de outras drogas que poderiam
induzir o aumento gengival.
73
Os indivíduos foram contatados em suas residências e convidados a
participarem da pesquisa. Os mesmos responderam a uma entrevista, realizada por
03 acadêmicas de odontologia, previamente treinadas e calibradas. Além dos dados
demográficos, uma completa história médica foi obtida de cada paciente, incluindo
dados sobre a dose e duração do tratamento com nifedipina e/ou fenitoína.
Todos os pacientes, dentados e edêntulos, responderam às questões do
questionário OHIP–14 através de entrevista, antes do exame intra-bucal, para avaliar
se as alterações de saúde bucal, inclusive um possível aumento gengival,
interferiram na qualidade de vida nos últimos 6 meses.
Avaliação Clínica do Aumento Gengival
A presença de AG foi avaliada por apenas um examinador previamente
calibrado e cego quanto à medicação dos pacientes. A análise teste reteste validou
a verificação desse examinador através do teste Kappa (p<0,05).
O AG foi avaliado clinicamente em cada paciente dentado, segundo
metodologia proposta por Ellis (1999),
17
usando uma escala de 4 pontos (0= sem
aumento, 1=aumento discreto detectado sem envolvimento da coroa, 2=aumento
moderado com aumento da papila interdental e ligeiro aumento sobre a superfície da
coroa dos dentes, 3= aumento marcante envolvendo a superfície coronal dos
dentes). Na análise clínica, as áreas vestibulares e palatinas ou linguais dos 12
dentes anteriores foram analisadas e obtido o escore (0 a 3 para cada dente). Na
ausência de dentes a papila adjacente a área edêntula foi considerada na
classificação. Nos pacientes edêntulos, a normalidade do contorno e volume do
rebordo gengival foi avaliada clinicamente.
74
Posteriormente, para otimizar a análise dos dados deste estudo, o aumento
gengival foi categorizado apenas 2 escores : presença ou ausência.
Todos os pacientes dentados examinados foram encaminhados para
profilaxia profissional e aqueles classificados como portadores de AG moderado e/ou
marcante foram encaminhados para terapia cirúrgica do aumento gengival.
Análise Estatística
A análise dos resultados incluiu medidas descritivas e análise comparativa. A
normalidade da distribuição das medidas de qualidade de vida foram testadas
através do teste one-sample Kolmogorov-Sminorv e não demonstraram uma
distribuição normal. (p<0,05)
Para calcular o impacto da saúde bucal na qualidade de vida (ISBQV) através
do OHIP-14, utilizou-se o chamado “método aditivo”; no qual as 14 respostas foram
codificadas segundo uma escala de 5 pontos, variando de 0 para “nunca” até 4 para
“sempre”, e todos os valores atribuídos às respostas foram somados. Dessa forma,
tais pontuações poderiam variar de 0 a 56.
18,19,25
Quanto maior a pontuação, maior a
percepção do impacto da saúde bucal pelos examinados.
25
Testes estatísticos não paramétricos foram utilizados na análise comparativa
entre as variáveis demográficas e OHIP, aumento gengival e OHIP, dentição e OHIP
e tipo de medicamento de uso contínuo e OHIP (teste Kruskal-Wallis para três ou
mais amostras e o teste Mann-Whitney para duas amostras). O teste de correlação
de Spearman foi usado para verificar a correlação entre o AG e os itens do OHIP.
75
3 Resultados
Dos 152 indivíduos analisados (idade média: 53,59 + 15,84 anos) 61,2%
eram mulheres, 100 (66%) apresentavam dentes naturais e 52 (34%) eram
totalmente edêntulos. A idade mínima foi de 13 anos e a máxima de 91 anos. A
maioria dos pacientes 108 (71%) era usuária de nifedipina, enquanto 43 (28%)
faziam uso contínuo de fenitoína e apenas 1 paciente usava simultaneamente os
dois medicamentos. A tabela 1 mostra os principais dados demográficos da
população estudada.
Tabela 1 – Características demográficas da população estudada.
VARIÁVEL CATEGORIA n %
Feminino 93 61,2
Gênero Masculino
59 38,8
12-19 25 16,3
Idade 20-35 27 17,6
36-64 49 32
65 +
52 34
Melanoderma 67 44,1
Feoderma 62 40,8
Cor da pele
Leucoderma
23 15,1
Aposentado,sem profissão definida ou
estudantes
85 55,9
Profissão
Ativos profissionalmente
67 44,1
Analfabetos 17 11,2
1º grau incompleto 100 65,8
1º grau completo 18 11,8
2º grau completo 14 9,2
Escolaridade
3º grau completo
3 2
Até 1 salário 109 71,7
Renda familiar Acima de 1 salário 43 28,3
76
O aumento gengival foi diagnosticado em 86 (43%) dos pacientes
examinados, todos eles dentados. Não houve aumento gengival clinicamente
detectado nos pacientes edêntulos.
Observou-se uma variação individual de 0 a 42 pontos para o OHIP-14
(máximo possível:56), com 37,5% dos indivíduos com total de pontos 0, referente à
ausência de qualquer impacto negativo da saúde bucal em sua qualidade de vida. A
média foi de 4,49 + 6,75 pontos.
A Tabela 2 mostra a distribuição das respostas obtidas para cada impacto,
medidas pelo OHIP. De modo geral, pode-se constatar a percepção, por parte dos
indivíduos, de um baixo impacto da saúde bucal em sua qualidade de vida, que a
média dos impactos variaram de 0,03 a 0,86. O item que demonstrou maior impacto
foi a preocupação e a dor sentidas devido à problemas bucais, manifestada por
34,2% e 32,2% dos participantes, respectivamente. Outros itens demonstraram
algum impacto como incômodo na alimentação (25,7%), inibição (21,7%) e estresse
(17,1%). Os itens que apresentaram menor impacto foram relacionados à total
incapacidade na realização de suas atividades diárias (1,3%), interrupção da
alimentação (4,6%) e dificuldade em pronunciar alguma palavra (6%).
77
Tabela 2 Estatística descritiva do impacto relatado para cada item do OHIP (Perfil do
Impacto da Saúde Bucal) entre os usuários de nifedipina e fenitoína
FREQUÊNCIA
IMPACTOS
INVESTIGADOS
0
(nunca)
1
(raramente)
2
(as vezes)
3
(repetidamente)
4
(sempre)
média Desvio
padrão
n % n % n % n % n %
Dificuldade
pronúncia
143
94,1
4
2,6
3
2
1
0,7
1
0,7
0,11
0,51
Interferência no
paladar
136
89,5
5
3,3
7
4,6
0
0
4
2,6
0,23
0,767
Dor
103 67,8
17 11,2 21 13,8
4 2,6 7 4,6 0,65 1,10
Incômodo na
alimentação
113
74,3
13
8,6
19
12,5
2
1,3
5
3,3
0,51
0,99
Preocupação
100 65,8
12 7,9 17 11,2
7 4,6 16 10,5
0,86 1,37
Estresse
126 82,9
8 5,3 12 7,9 4 2,6 2 1,3 0,34 0,83
Prejuízo na
alimentação
133 87,5
4 2,6 11 7,2 3 2 1 0,7 0,26 0,73
Interrupção da
alimentação
145
95,4
3
2
2
1,3
2
1,3
0
0
0,09
0,43
Dificuldade para
relaxar
134
88,2
6
3,9
8
5,3
3
2
1
0,7
0,23
0,69
Inibição
119 78,3
5 3,3 17 11,2
1 0,7 10 6,6 0,54 1,14
Irritação com outras
pessoas
133 87,5
7 4,6 8 5,3 0 0 4 2,6 0,26 0,78
Dificuldade na
realização de
atividades diárias
136
89,5
6
3,9
7
4,6
1
0,7
2
1,3
0,20
0,67
Sentiu a vida piorar
138 90,8
7 4,6 3 2 1 0,7 3 2 0,18 0,68
Total incapacidade
na realização das
atividades diárias
150
98,7
1
0,7
0
0
1
0,7
0
0
0,03
0,25
78
Ao se avaliar o ISBQV em relação à idade dos indivíduos examinados e
OHIP, foi observada uma associação significativa (p=0,002) entre ambos; com as
maiores médias de impacto nas camadas mais jovens da população.
Embora a maioria da população (65,8%) avaliada apresentasse um baixo
nível de escolaridade (1º grau incompleto), a maior média de impacto (6,39%) da
Saúde bucal foi observada nos indivíduos que possuíam o grau completo.
Entretanto, não foi estatisticamente significativa a relação entre escolaridade e o
OHIP, assim como entre a renda e o OHIP.
Apesar de o AG ter demonstrado estar associado ao impacto da Saúde bucal
medido pelo OHIP(p= 0,001), o tipo de medicamento utilizado o demonstrou essa
mesma correlação.
A presença de dentes nos indivíduos examinados coincidiu com uma maior
média de impacto e um maior valor máximo apresentado pelos examinados. A
associação entre a dentição e a percepção do impacto foi estatisticamente
significante (p=0,001). As análises descritivas e comparativas entre algumas
variáveis do estudo e o OHIP encontram-se relacionadas na tabela 3.
Ao se verificar a correlação do AG com os diversos aspectos avaliados pelo
OHIP, obteve-se uma correlação estatisticamente significativa nos seguintes itens:
interferência no paladar, dor, incômodo na alimentação, preocupação, estresse,
prejuízo na alimentação, dificuldade para relaxar e inibição. (Tabela 4)
79
Tabela 3 – Distribuição da população quanto às medidas do Perfil do Impacto de Saúde
Bucal (OHIP-14) em relação às características demográficas, medicamentosas e clínicas
* Valores estatisticamente significantes
Variável
Categoria
mínimo
Medidas Descritivas
máximo mediana média
Desvio
padrão
valor
P
Idade
(anos)
12 a 19
20 a 35
36 a 64
65 +
,00
,00
,00
,00
19,00
33,00
42,00
27,00
4,50
4,00
2,00
0,00
5,42
6,88
4,04
3,23
5,77
7,61
7,29
5,93
0,002*
Escolaridade
Analfabeto
I grau incompleto
I grau completo
II ou III grau completo
,00
,00
,00
,00
8,00
42,00
33,00
22,00
1,00
2,00
2,50
3,00
1,65
4,52
6,39
5,12
2,32
6,73
9,29
6,29
0,314
Renda
familiar
Até 1 salário mínimo
Acima de 1 salário
mínimo
,00
,00
42,00
27,00
2,00
2,00
4,12
5,42
6,41
7,54
0,475
Profissão
Sem profissão ou
aposentado
Ativo profissionalmente
,00
,00
42,00
33,00
1,00
2,00
4,13
4,94
7,07
6,34
0,048*
Aumento gengival
Sem aumento
Com aumento
,00
,00
23,00
42,00
,00
3,00
2,37
5,86
4,02
7,72
0,001*
Dentição
Com dentes
Edêntulo
,00
,00
42,00
12,00
2,50
0,00
5,78
2,00
7,74
3,03
0,001*
Tipo de
medicamento em
uso contínuo
Nifedipina
Fenitoína
,00
,00
42,00
27,00
1,50
2,00
4,28
5,05
6,92
6,43
0,221
80
Tabela 4 – Correlação entre os impactos medidos pelo OHIP-14 e o aumento
gengival na população estudada
* Valores estatisticamente significantes
IMPACTO INVESTIGADO
AUMENTO GENGIVAL
Coeficiente de
correlação
Valor de P
Dificuldade pronúncia 0,102 0,213
Interferência no paladar 0,211 0,010*
Dor 0,223 0,006*
Incômodo na alimentação 0,214 0,009*
Preocupação 0,178 0,030*
Estresse 0,236 0,004*
Prejuízo na alimentação 0,161 0,049*
Interrupção da alimentação 0,067 0,414
Dificuldade para relaxar 0,280 0,001*
Inibição 0,252 0,002*
Irritação com outras pessoas 0,082 0,320
Dificuldade na realização de atividades diárias 0,115 0,161
Sentiu a vida piorar 0,128 0,118
Total incapacidade na realização das atividades
diárias
0,102 0,216
81
4 – Discussão
Assim como a morbidade e mortalidade são fortemente influenciadas por
fatores tais como idade, gênero e nível sócio-econômico, também a saúde bucal
pode sofrer a interferência destes fatores.
24
Embora neste estudo a escolaridade e a
renda não tenham demonstrado associação significante com o ISBQV medido pelo
OHIP -14, esta associação foi observada entre a idade e a profissão (presença ou
ausência). Em relação à idade, foram observadas maiores médias de impacto nas
camadas mais jovens da população. Dados de outros países demonstram que o
ISBQV diminui com o incremento da idade,
18
podendo ser uma tendência relativa à
idade. Como a população alvo deste estudo compreendia indivíduos usuários de um
sistema público de saúde, incluiu principalmente uma parcela da população
considerada de baixa renda. Deste modo, não houve grande variabilidade do padrão
sócio-educacional, não permitindo portanto, a comparação entre indivíduos de
diferentes classes sociais. Estudos recentes encontraram correlação entre níveis de
percepção mais elevados do OHIP e maior padrão sócio econômico educacional,
sugerindo que classes sociais mais altas possam ser mais críticas quanto à
percepção de saúde bucal.
27,31
Alguns autores, entretanto, consideram as
alterações dentárias preditores mais fortes do ISBQV que os fatores sócio-
demográficos.
24
O OHIP é um instrumento amplamente utilizado para medir a percepção dos
indivíduos sobre o impacto social das alterações bucais. Suas questões abrangem
sete dimensões : limitação funcional, dor física, desconforto psicológico,
incapacidade física, incapacidade psicológica, incapacidade social e desvantagem
social. As dimensões são hierarquicamente ordenadas de forma que capturam
82
impactos gradualmente mais prejudiciais à qualidade de vida das pessoas.
22
Apresenta ainda, um componente interno que focaliza a consciência da limitação ou
desconforto e outro externo, que avalia as experiências inter-pessoais e sociais.
23
Tem sido aplicado em indivíduos dentados e edêntulos,
26
embora tenha sido
proposta uma versão exclusiva para edêntulos.
3
De modo geral, pôde-se constatar neste estudo uma baixa percepção por
parte dos indivíduos do ISBQV, representada pela média de todos os itens
respondidos, que variou de 0,03 a 0,86. Entretanto, 41% dos indivíduos avaliados
relataram considerável impacto, por responderem “repetidamente/sempre” em pelo
menos uma questão. Este percentual é inferior aos 75% de impacto encontrado em
um estudo sobre ISBQV da doença periodontal em diabéticos,
27
e superior aos 22%
relatado em outro estudo sobre doença periodontal.
31
Considerando as dimensões avaliadas pelo OHIP - 14, a que demonstrou
maior impacto referiu-se ao desconforto psicológico manifestado pela preocupação
com problemas bucais; seguida da dor e incômodo na alimentação (dor física). A
incapacidade psicológica manifestada pela inibição diante de outras pessoas
também teve algum grau de impacto. Este resultado se assemelha aos encontrados
em alguns estudos
29,31
e sugere que, não apenas o bom funcionamento físico, mas
também experiências agradáveis da vida, tais como o relaxamento e a interação
social, podem ser afetadas pelas condições bucais dos indivíduos.
30
As dimensões que apresentaram menor impacto foram relacionadas à
desvantagem social refletida pela total incapacidade na realização de suas
atividades diárias, incapacidade física e limitação funcional.
O aumento gengival mostrou uma prevalência elevada (43%), restringiu-se
aos pacientes dentados e associou-se de forma significante ao ISBQV. Não há
83
relatos na literatura sobre a influência do AG no ISBQV, o que torna impossível a
comparação deste com outros estudos.
Os medicamentos de utilização contínua pelos pacientes examinados,
nifedipina e fenitoína, o demonstraram correlação significante com o OHIP, ao
contrário da dentição, pois a associação entre a presença ou ausência de dentes e
a percepção do impacto foi estatisticamente significante (p=0,001). Como o AG se
restringiu aos indivíduos dentados, pode-se supor uma influência deste no impacto
relatado pelos participantes deste estudo.
Ao se verificar a correlação do AG com as questões levantadas pelo OHIP-
14, obteve-se uma correlação significativa em 8 dos 14 itens avaliados: interferência
no paladar, dor, incômodo na alimentação, preocupação, estresse, prejuízo na
alimentação, dificuldade para relaxar e inibição. Ou seja, neste estudo o AG teve
impacto significativo sobre 5 das 7 dimensões medidas pelo OHIP: limitação
funcional, dor física , desconforto psicológico, incapacidade física e incapacidade
psicológica.
Embora os resultados deste estudo não possam ser generalizados, devido ao
reduzido tamanho da amostra, estes achados procuram ilustrar a importância da
avaliação subjetiva da Saúde bucal e como os indicadores subjetivos podem ser
utilizados como mais um instrumento da avaliação destas condições,
complementares aos indicadores clínicos, pelo modo como conseguem captar as
necessidades relatadas pelos indivíduos.
32
O AG medicamentoso é um efeito indesejado associado ao uso continuado de
medicamentos amplamente utilizados na população, que pode afetar esteticamente,
funcionalmente e como verificado neste estudo, influenciar a qualidade de vida dos
indivíduos afetados.
84
Dessa forma, a qualidade de vida é reconhecida cada vez mais como um
indicador válido, apropriado, e significativo da necessidade de serviços e do
resultado da intervenção na pesquisa e na prática da saúde pública
contemporânea.
28,31
5 - Conclusão
Os resultados deste estudo mostraram uma elevada prevalência do aumento
gengival na população avaliada, associada ao uso de nifedipina e fenitoína e restrita
aos indivíduos dentados. Foi observado um relativo impacto da Saúde Bucal na
qualidade de vida desses indivíduos, correlacionado de forma significativa ao
aumento gengival, indicando a necessidade de se definirem estratégias públicas de
avaliação e controle da Saúde Bucal dirigidas aos usuários destes medicamentos.
85
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89
5 – Conclusões
De acordo com os objetivos propostos, e dentro dos limites do presente
estudo, conclui-se que:
1. A prevalência do AG medicamentoso é elevada, tanto nos usuários de nifedipina
quanto nos de fenitoína, porém, mais associado à fenitoína. Não foi encontrada
inter-relação deste aumento com fatores demográficos, medicamentosos ou
periodontais na população examinada. Os aumentos gengivais mais comumente
observados foram os leves a moderados.
2. O aumento gengival influenciou de modo relevante os níveis de qualidade de
vida desses pacientes.
3. Houve expressão negativa para miofibroblastos (α-sma) nos aumentos
gengivais. o houve diferença estatisticamente significativa entre a
imunomarcação para PCNA e para vasos marcados através dos pericitos (α-
sma) comparando os aumentos gengivais medicamentosos e os aumentos
gengivais idiopáticos. Todavia, a espessura epitelial se encontrava mais evidente
nos aumentos gengivais medicamentosos.
90
6 – Referências
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56. Huang JS, Chen JK, Chen CP, Juan G, Bhatnagar RS, Liu TZ. Fibroblasts
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http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-
81232008000600014&lng=pt. doi: 10.1590/S1413-81232008000600014.
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98
2008 Nov 12] ; 23(7): 1707-1714. Disponível em:
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-
311X2007000700023&lng=pt. doi: 10.1590/S0102-311X2007000700023.
69. Biazevic MGH, Rissotto RR, Michel-Crosato E, Mendes LA, Mendes MOM.
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74. Awad M, Al-Shamrany M, Locker D, Allen F, Feine J. Effect of reducing the
number of items of the Oral Health Impact Profile on responsiveness, validity and
reliability in edentulous populations. Community Dent Oral Epidemiol 2008; 36: 12–
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validation of a Brazilian version of the Oral Health Impact Profile for assessing
edentulous subjects Journal of Oral Rehabilitation. 2007; 34: 821–826.
99
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mulheres grávidas no Rio de Janeiro, Brasil. [tese de Doutorado]. Rio de Janeiro:
2003.
77. Drumond-Santana T, Costa FO, Zenóbio EG, Soares RV, Drumond Santana T.
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dentados. Cad. Saúde Pública. Jan mar. 2007; 23 (3): 637-44.
78. Biazevic MGH, Michel-Crosato E, Iagher F, Pooter CE, Correa SL , Grasel CE.
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Catarina, Brazil. Braz Oral Res. 2004;18(1):85-91
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Awad M, Al-Shamrany M, Locker D, Allen F, Feine J. Effect of reducing the
number of items of the Oral Health Impact Profile on responsiveness, validity and
reliability in edentulous populations.Community Dent Oral Epidemiol.2008; 36:12–20.
100
APÊNDICE I
Questionário
1. Dados Pessoais
Nome: _________________________________ Data de Nascimento: ___/ __/19___
Endereço: ________________________________Telefone: ( )_____________
Gênero: ( ) M ( ) F
Cor de pele: ( ) Leucoderma ( ) Fenoderma ( ) Melanoderma ( ) Outro
Estado Civil : ( ) Casado ( ) Solteiro ( ) Viúvo ( ) Outro
2. Caracterização Sócio-Econômica
Profissão:________________________________________________
Grau de escolaridade: ( ) Analfabeto ( ) I grau incompleto ( ) I grau completo
( ) II grau completo ( ) III grau completo
Renda Familiar: ( ) até um salário mínimo ( ) um salário mínimo
( ) ate dois salários mínimos ( ) de dois a cinco salários mínimos
( ) mais do que 5 salários mínimos
3. História Médica
Doenças graves pregressas: ( ) Cardiopatias ( ) Câncer ( ) Reumatismo
( ) Nefropatias ( ) Hepatopatias
( ) Outras:____________________________
Doença Base Atual : ( ) Hipertensão Arterial ( )Insuficiência Cardíaca ( ) Angina
Pectoris
( ) Distúrbios Neuropsiquiátricos ( ) Transplante ( ) Doenças Auto-imunes
( ) Outras:_____________
Medicações em uso contínuo:
( ) Nifedipina (concentração :____mg, dose:___/dia,
tempo de utilização:_____(meses/anos)),
( ) Fenitoína/dilantina (concentração :____mg, dose:___/dia,
tempo de utilização:_____(meses/anos))
( ) antibióticos ( ) corticóides (concentração :____mg, dose:___/dia, tempo de
utilização:_____(meses/anos)
Outras:_______________________________________________
Está sob acompanhamento medico? Onde?
_________________________________________________
4. História Odontológica:
a) Você percebeu alguma alteração em sua gengiva? ( ) Sim ( ) Não
( Em caso de resposta positiva a questão anterior) Você procurou atendimento para esse
problema ?
( ) Sim ( ) não
Em caso afirmativo, onde?
( ) Consultório particular ( ) Universidade ( ) PSF ( ) Outro
101
Indice Aumento Gengival
13 12 11 21 22 23
43 42 41 31 32 33
0= sem aumento
1=aumento discreto detectado sem envolvimento da coroa
2=aumento moderado com aumento da papila interdental e ligeiro aumento sobre a superfície da
coroa
dos dentes
3= aumento marcante envolvendo a superfície coronal dos dentes
INDICE SIMPLIFICADO DE PLACA E GENGIVAL
13 12 11 21 22 23
43 42 41 31 32 33
0= Ausência de sangramento e nenhuma placa visível
1= Sangramento da margem gengival e presença de placa visível
INDICE PERIODONTAL COMUNITÁRIO
17 16 11 21 26 27
47 46 41 31 36 37
0 - sextante hígido;
1 - sextante com sangramento (observado diretamente ou com espelho, após sondagem);
2 - cálculo (qualquer quantidade, mas com toda a área preta da sonda visível);
3 - bolsa de 4 mm a 5 mm (margem gengival na área preta da sonda);
4 - bolsa de 6 mm ou mais (área preta da sonda não está visível);
X - sextante excluído (menos de 2 dentes presentes);
Escore Final
(%)_______
Escore Final
(%)_______
Escore Final
(%)_______
102
9 - sextante não examinado.
OHIP 14
ANEXO I
103
**nos seus dentes - a expressão foi acrescentada depois do estudo piloto
durante o qual foi observado que muitas pessoas o consideravam as
dores nos dentes quando se perguntava sobre dores na boca.
* Fonte: Oliveira, B.H. - Prevalência e impacto da dor de dente em uma
Agora gostaamos de fazer algumas perguntas
sobre a situação da sua boca e dos seus dentes,
nos últimos 6 meses.
Nunca Raramente
As vezes
Repetidamente Sempre
Você teve problemas para falar alguma
palavra por cansa de problemas com seus
dentes, sua boca ou
dentadura
Vo sentiu que o sabor dos alimentos tem piorado
por causa de problemas com seus dentes, sua
boca ou
dentadura
?
Vo
sentiu dores em sua boca ou nos seus
dentes
Você se sentiu incomodado(a) ao comer algum
alimento por causa de problemas com seus
dentes, sua boca ou
dentadura'.'
Você ficou preocupado(a) por causa de
problemas com seus dentes, sua boca ou
de
ntadura
`?
Você se sentiu estressado(a) por causa de
problemas com seus dentes, sua boca ou
dentadura?
Sua alimentação ficou p
rejudicada po
r
I
problemas com seus dentes, sua boca ou sua
dentadura°
Você teve que parar suas refeições por causa
de problemas com seus dentes, sua boca ou
dentadura?
Você encontrou dificuldade em relaxar por
causa de
problemas com seus dentes, sua boca
ou dentadura?
Você se sentiu envergonhado(a) por causa de
problemas com seus dentes; sua boca ou
dentadura?
Você ficou irritado(a) com outras pessoas por
causa de
problemas com seus dentes, sua boca
ou dentadura
?
Você teve dificuldade para realizar suas
atividades diárias por causa de problemas
com seus dentes, sua boca ou dentadura?
Você sentiu que a vida em geral ficou pior por
causa de problemas com seus dentes, sua boca
ou dentadura?
Você ficou totalmente sem poder fazer suas
atividades diárias por cansa de problemas com
seus dentes, sua boca ou dentadura'?
104
população de mulheres grávidas, no Rio de Janeiro, Brasil. Paulo Nadanovsky
(Orientador). Projeto de pesquisa apresentado ao Instituto de Medicina
Social/UERJ como parte dos requisitos para obteão do título de doutor
em Saúde Coletiva - área de concentrão Epidemiologia.
Modificado da versão do instrumento do instrumento original feita para o português
por Almeida et al. Almeida. A.
M.. Loureiro, C. A. ; de Araújo. V. E - Um estudo transcultural de valores de
sde utilizando o instrumento OHIP - 14 (Oral Health hnpact Profile) na
forma simplificada. Parte 1: adaptação cultural e linguistica.
ANEXO II
INDICES
105
Índice Periodontal Comunitário - CPI
O Índice Periodontal Comunitário (emprega-se a sigla CPI, das iniciais do índice
eminglês, pela facilidade fonética e pela sonoridade próxima ao consagrado CPO)
permite avaliar a condição periodontal quanto à higidez, sangramento e presença de
cálculo ou bolsa.
Sonda CPI - Para realizar o exame utiliza-se sonda específica, denominada sonda
CPI, com esfera de 0,5 mm na ponta e área anelada em preto situada entre 3,5 mm
e 5,5 mm da ponta. Outras duas marcas na sonda permitem identificar distâncias de
8,5mm e 11,5 mm da ponta do instrumento (Figura ).
3,5 mm
5,5 mm
8,5 mm
11,5 mm
3,5 mm
5,5 mm
8,5 mm
11,5 mm
Sextantes - A boca é dividida em sextantes definidos pelos dentes: 18-14, 13-23,
24-28, 38-34, 33-43 e 44-48 (Figura 10). A presença de dois ou mais dentes sem
indicação de exodontia (p. ex., comprometimento de furca, mobilidade etc.), é pré-
requisito ao exame do sextante. Sem isso, o sextante é cancelado (quando há, p.ex.,
um único dente presente).
Nota: Não se considera o terceiro molar na contagem de dentes presentes no
sextante, na faixa etária de 15 a 19 anos. Caso se detecte a presença de um
dente e o terceiro molar nesta faixa etária, o sextante será excluído.
Dentes-Índices - São os seguintes os dentes-índices para cada sextante (se
nenhum deles estiver presente, examinam-se todos os dentes remanescentes do
sextante, não se levando em conta a superfície distal dos terceiros molares):
Até 19 anos: 16, 11, 26, 36, 31 e 46.
20 anos ou mais: 17, 16, 11, 26, 27, 37, 36, 31, 46 e 47.
106
38
37
36
35
34
33
32
31
48
47
46
45
44
43
42
41
11
12
13
14
15
16
17
18
21
22
23
24
25
26
27
28
INFERIOR
ESQUERDO
DIREITO
CENTRAL
ESQUERDO
DIREITO
CENTRAL
SUPERIOR
Exame - Pelo menos 6 pontos são examinados em cada um dos 10 dentes-índices,
nas superfícies vestibular e lingual, abrangendo as regiões mesial, média e distal.
Os procedimentos de exame devem ser iniciados pela área disto-vestibular,
passando-se para a área média e daí para a área mésio-vestibular. Após,
inspecionam-se as áreas linguais, indo de distal para mesial. A sonda deve ser
introduzida levemente no sulco gengival ou na bolsa periodontal, ligeiramente
inclinada em relação ao longo eixo do dente, seguindo a configuração anatômica da
superfície radicular. Movimentos de vai-e-vem vertical, de pequena amplitude,
devem ser realizados. A força na sondagem deve ser inferior a 20 gramas
(recomenda-se o seguinte teste prático: colocar a ponta da sonda sob a unha do
polegar e pressionar até obter ligeira isquemia).
Registros - Considerar que:
a) em crianças com menos de 15 anos (portanto, na idade de 12 anos) não
são feitos registros de bolsas (códigos 3 e 4), uma vez que as alterações
de tecidos moles podem estar associadas à erupção e não à presença de
alteração periodontal patológica;
b) embora 10 dentes sejam examinados, apenas 6 anotações são feitas: uma
por sextante, relativa à pior situação encontrada;
c) quando não há no sextante pelo menos dois dentes remanescentes e não
indicados para extração, cancelar o sextante registrando um "X".
Códigos - São os seguintes os códigos utilizados no CPI (Figura 11):
0 - sextante hígido;
1 - sextante com sangramento (observado diretamente ou com espelho, após
sondagem);
2 - cálculo (qualquer quantidade, mas com toda a área preta da sonda visível);
3 - bolsa de 4 mm a 5 mm (margem gengival na área preta da sonda);
4 - bolsa de 6 mm ou maisrea preta da sonda não está visível);
X - sextante excluído (menos de 2 dentes presentes);
9 - sextante não examinado.
Nota: Sabe-se que o tempo de resposta à sondagem da gengiva inflamada é
variado. A OMS não define um período de tempo para a observação do
sangramento à sondagem. A FSP-USP recomenda um tempo de
observação após a sondagem de 10 a 30 segundos, critério utilizado na
maioria dos índices com essa categoria de medida e recomendado
também pelos pesquisadores que desenvolveram o CPI. Quanto à
Figura 2. Divisão da arcada em sextantes e destaque dos dentes-índices para CPI e PIP.
107
inclinação da sonda, em crianças com menos de 15 anos, nas quais não
são feitos registros de bolsas (códigos 3 e 4), indica-se uma inclinação de
aproximadamente 60° da sonda em relação ao longo ei xo do dente,
evitando-se o toque na base do sulco gengival como forma de diminuir a
probabilidade de casos de sangramento falso-positivos.
0 2 31 4
WHO 96219
INDICE SIMPLIFICADO DE PLACA E GENGIVAL - POR AINAMO & BAY(1975)
Avalia a presença/ausência de inflamação ou placa respectivamente através de
contagem dicotômica:
Sangramento da margem gengival e presença de placa visível recebem marcação
“1”.
Ausência de sangramento e nenhuma placa visível, marcação “0”.
Figura 3. Codificação do Índice Periodontal Comunitário (CPI), ilustrando a posição da sonda para o exame.
108
ANEXO III
CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
PARA PARTICIPAÇÃO EM PESQUISA
Título da pesquisa: Avaliação do crescimento gengival induzido por medicamentos em
usuários do SUS em Diamantina, MG
Instituição promotora: Universidade Estadual de Montes Claros - UNIMONTES / UFVJM
Coordenador:Prof. Dr Paulo Rogério Ferreti Bonan
Pesquisadora: Profª Luciara Leão Viana Fonseca
ATENÇÃO:
Antes de aceitar participar desta pesquisa, é importante que você leia e compreenda a seguinte
explicação sobre os procedimentos propostos. Esta declaração descreve o objetivo,
metodologia/procedimentos, benefícios, riscos, desconfortos e precauções do estudo. Também
descreve os procedimentos alternativos que estão disponíveis a você e o seu direito de sair do
estudo a qualquer momento. Nenhuma garantia ou promessa pode ser feita sobre os resultados
do estudo.
1- Objetivo
Avaliar a presença de crescimento gengival induzido por medicamentos, possível
influência desse aumento em sua qualidade de vida e em sua saúde bucal e avaliar
seus hábitos de higienização bucal.
2- Metodologia/procedimentos
A pesquisa será realizada através de entrevista em um primeiro momento, e
posteriormente um exame clinico bucal em uma clínica da Universidade, em data e
horário a serem agendados.
3- Justificativa
Existem poucos estudos clínicos (com a população) que avaliam o aumento gengival
provocado por medicamentos e ainda a muito a se conhecer sobre a causa destes efeitos
nas pessoas.
4- Benefícios
Se você apresentar o aumento gengival, será encaminhado para ser tratado na
Universidade, recebendo orientação de higiene bucal, profilaxia profissional e o
tratamento gengival adequado ao seu caso.Se for necessário, será submetido à
correção cirúrgica do crescimento gengival. A gengiva removida será avaliada
microscopicamente para estudo.
5- Desconfortos e riscos
Você não será submetido a nenhum procedimento que lhe cause desconforto ou que
acarrete algum risco à sua saúde.
109
6- Danos
Inexistentes.
7- Metodologia/procedimentos alternativos disponíveis
Inexistentes.
8- Confidencialidade das informações
Não será divulgada nenhuma informação ou dado que lhe exponha publicamente e
todos os seus dados serão mantidos em sigilo. Apenas os resultados da pesquisa serão
divulgados.
9- Compensação/indenização
Sua participação será totalmente voluntária e você não receberá nenhuma
compensação financeira pela mesma.
10- Outras informações pertinentes
Você tem o direito de se retirar da pesquisa a qualquer momento que desejar e o
tratamento sugerido será realizado apenas se for de sua vontade. A sua não
participação na pesquisa ou no tratamento indicado não acarretará nenhum prejuízo a
qualquer outro atendimento que você venha a necessitar na Universidade.
11- Consentimento:
Li e entendi as informações precedentes. Tive oportunidade de fazer perguntas e todas
as minhas dúvidas foram respondidas a contento. Este formulário está sendo assinado
voluntariamente por mim, indicando meu consentimento para participar nesta
pesquisa, até que eu decida o contrário. Receberei uma cópia assinada deste
consentimento.
__________________________ __________________________ ________________
Nome do participante Assinatura do participante Data
__________________________ __________________________ _________________
Nome da testemunha Assinatura da testemunha Data
__________________________ __________________________ _______________
Prof. Dr Paulo Rogério F. Bonan Assinatura Data
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