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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO SUDOESTE DA BAHIA
PRO-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ZOOTECNIA.
ESTUDO DA INFECÇÃO POR NEMATÓIDES NO
PERÍODO PERIPARTO DE OVELHAS SANTA INÊS
Laura Lúcia dos Santos Oliveira
ITAPETINGA - BA
2008
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Laura Lúcia dos Santos Oliveira
ESTUDO DA INFECÇÃO POR NEMATÓIDES NO PERÍODO
PERIPARTO DE OVELHAS SANTA INÊS
Dissertação apresentada à Universidade Estadual do Sudoeste
da Bahia UESB / Campus de Itapetinga BA, para
obtenção do título de Mestre em Zootecnia Área de
Concentração em Produção de Ruminantes.
Professor Orientador: DSc Antônio Jorge Del Rei Moura
Professor Co-orientador: DSc Alexandre Dias Munhoz
ITAPETINGA - BA
2008
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2
A meu marido, Fredson.
A meus pais, Laurizete e Franscisco.
A meus irmãos, Mel e Thesco.
Dedico
3
AGRADECIMENTOS
A Deus por ter me proporcionado mais uma conquista.
Ao meu marido, Fredson, pelo companheirismo e incentivo.
Aos meus pais, Laurizete e Francisco; aos meus irmãos Maria Almerinda e Francisco, pela
confiança e pelo apoio em tudo.
Ao meu orientador, Antônio Jorge Del Rei, que foi fundamental na minha formação profissional. E
a Eliane, pelo carinho e atenção. Obrigada pelos ensinamentos e pela amizade.
Aos proprietários e funcionários da Fazenda União, pela disponibilidade na realização do
experimento.
A Agropecuária Ferraz, em especial ao Paulo Ferraz e Jaciara pela amizade e contribuição no
experimento.
Aos professores e colegas da s-graduação em Zootecnia pelos ensinamentos e agradável
convívio.
Aos funcionários da UESB, Maísa, Dái, Seu João e Zé pela colaboração e paciência.
Aos professores Mara Lucia Albuquerque Pereira, Cláudio Coutinho Bartolomeu e Alexandre Dias
Munhoz, pela orientação e sugestões na dissertação.
Ao professor Juan pela atenção e orientação.
Aos colegas André, Cibele, Silvana, Leandro, Saulo, Jobel, Aires, Diego, José Lucio pelo
companheirismo e amizade.
Aos amigos Luciana, Elza, Line, Nine, Caio Tácito, Bianca, Ana Kelly, Fabiana, Célio, Dona Dete
pela amizade e incentivo.
A todos vocês que colaboraram na concretização de mais uma etapa da minha vida, a minha sincera
gratidão.
4
RESUMO
OLIVEIRA, L. L. dos S. Estudo do período periparto de ovelhas Santa Inês infectadas
naturalmente por nematóides gastrintestinais. Itapetinga-BA:UESB, 2008. 40 p. (Dissertação
Mestrado em Zootecnia, Área de Concentração em Produção de Ruminantes).*
Estudou-se o período periparto de ovelhas Santa Inês infectadas naturalmente por nematóides
gastrintestinais objetivando-se avaliar a influência deste período na contagem de ovos por grama de
fezes (OPG), exames clínicos e laboratoriais, adequar uma vermifugação estratégica após o parto,
observar qual o gênero de nematóide gastrintestinal predominante e relacionar a quantidade de ovos
por grama de fezes (OPG), hematócrito, escore de condição corporal (ECC), coloração de mucosa
ocular, larvas do gênero Haemonchus e larvas totais cultivadas das fezes de ovelhas Santa Inês na
região Sudoeste da Bahia. O experimento foi realizado numa propriedade no município de Ribeirão
do Largo, sudoeste da Bahia e os exames laboratoriais encaminhados ao Laboratório de Patologia
Clínica do Centro Biotecnológico de Reprodução Animal da UESB, Campus de Itapetinga. Foram
utilizadas 34 fêmeas infectadas naturalmente por parasitas gastrintestinais. Realizaram-se coletas de
fezes para a contagem de OPG, cultura de larvas e o sangue para a realização do hematócrito.
Avaliaram-se também o escore de condição corporal e a coloração da mucosa ocular de cada
ovelha, nos intervalos 30 e 15 dias antes do parto, na data prevista de parto, 7, 16, 31, 46 e 61 dias
após o parto, perfazendo um total de oito coletas. Os animais foram divididos em três grupos,
Grupo 1 que receberam uma vermifugação no dia do parto, Grupo 2 que receberam duas
vermifugações, no dia do parto e oito dias após e o Grupo 3 que receberam 3 vermifugações, no dia
do parto, oito e dezesseis dias após o parto. A base utilizada para a vermifugação foi à ivermectina.
O experimento foi dividido em duas partes, na primeira parte avaliaram-se as variáveis entre os
tratamentos e entre as coletas por meio do teste não-paramétrico de Kruskal-Wallis. Não houve
diferença significativa para o OPG entre os grupos. Os menores valores de hematócrito e de
coloração da mucosa ocular ocorreram nas coletas do dia do parto e oito dias após. Após o parto o
escore de condição corporal (ECC) não apresentou diferença entre os grupos. O gênero de
nematóide gastrintestinal predominante na cultura de larvas foi o Haemonchus. Na segunda parte
foi realizada correlação simples de Pearson entre as variáveis. Obteve-se coeficientes de correlação
para OPG e hematócrito (-0,46), OPG e coloração de mucosa ocular (-0,43), OPG e ECC (-0,19),
OPG e larvas do gênero Haemonchus (0,17), hematócrito e coloração de mucosa ocular (0,59),
OPG e larvas totais cultivadas (0,43). Quando ocorrer um aumento da carga de nematóides
observada por meio da contagem do OPG, acompanhada de uma menor porcentagem de
hematócrito ou da coloração de mucosa ocular, sugere-se uma infecção pelos helmintos do gênero
Haemonchus.
Palavras-chave: período periparto, ovelhas, nematódeos.
__________________________________
*Orientador: Antônio Jorge Del Rei Moura, D. Sc., UESB e Co-orientador: Alexandre Dias
Munhoz, D. Sc, UESC
.
5
ABSTRACT
OLIVEIRA, L. L. dos S. Study of the peripartum period of Santa Inês sheep infected naturally
by gastro-intestinal nematodes. Itapetinga-BA: UESB, 2008. 40 p. (Thesis – Mastership in
Zootechny – Production of Ruminants).*
Peripartum period of Santa Inês sheep infected naturally by gastro-intestinal nematodes was studied
aiming at evaluating the influence of that period over the counting of eggs per gram of faeces
(EPG), clinical and laboratorial examinations, adapting a strategic vermifugation after the lambing,
observing which the predominant gastrintestinal nematode genus and relating the quantity of eggs
per gram of feaces (EPG), hematocrit, body condition score (BCS), ocular mucous coloration,
larvae of the genus Haemonchus and cultivated total larvae of the feaces of Santa Inês sheep in the
Southwest region of Bahia. The experiment was carried out in a property in Ribeirão Largo district,
Southwest of Bahia and the laboratorial examinations were forwarded to the Clinical Pathology
Laboratory of the Biotechnological Center of Animal Reproduction of UESB, Itapetinga Campus.
Thirty-four females submitted to the natural infection by gastro-intestinal parasites were used.
Collections of feaces to the counting of EPG, larvae culture and the blood to produce haematocrit. It
was also evaluated the body condition score and the ocular mucous coloration of each sheep, in the
intervals 30 and 15 days before lambing, in the foreseen date of lambing, 7, 16, 31, 46 and 61 days
after the lambing, completing a total of eight collections. The animals were divided into three
groups: Group1, that received a vermifugation in the lambing day; Group 2, that received two
vermifugations, in the lambing day and eight days after that; and the Group 3, that received 3
vermifugations, in the lambing day, eight and sixteen days after that. The basis used for the
vermifugation was to ivermectin. The experiment was divided into two parts: in the first one, it was
evaluated the variables between the management and between the collections by means of Kruskal-
Wallis’ no-parametric test. There was no significant difference for EPG between the groups. The
smallest hematocrit values and ocular mucous coloration happened in the collections of lambing
day and eight days after that. After the lambing the body condition score (BCS) did not present
difference between the groups. The predominant gastro-intestinal nematode genus in the larvae
culture was Haemonchus. In the second part was accomplished simple correlation of Pearson
between the variables. It was obtained correlation coefficients for EPG and hematocrit (-0,46); EPG
and ocular mucous coloration (-0,43); EPG and BCS (-0,19); EPG and larvas of the genus
Haemonchus (0,17); hematocrit and ocular mucous coloration (0,59); EPG and total cultivated
larvae (0,43). When there is an increase of the nematodes amount observed through the count of
EPG, accompanied of a lesser percentage of hematocrit or of ocular mucous coloration, it is
suggested an infection by helminthes of the genus Haemonchus.
Key-word: peripartum period, sheep, nematodes.
_________________________
*Adviser: Antônio Jorge Del Rei Moura, D.Sc., UESB and Co-adviser: Alexandre Dias Munhoz, D.
Sc, UESC
.
6
LISTA DE TABELAS
CAPÍTULO 1
Tabela 1.- Valores médios das contagens de ovos por grama de fezes (OPG) em ovelhas Santa Inês
no período periparto naturalmente infectadas por helmintos gastrintestinais e tratadas no dia do
parto (Grupo 1), no dia do parto e 8 dias após (Grupo 2), no dia do parto, 8 e 16 dias após (Grupo
3). ....................................................................................................................................................16
Tabela 2 - Valores médios do escore de condição corporal (ECC) em ovelhas Santa Inês no período
periparto naturalmente infectadas por helmintos gastrintestinais e tratadas apenas no dia do parto
(Grupo 1), no dia do parto e 8 dias após (Grupo 2), no dia do parto, 8 e 16 dias após (Grupo
3).....................................................................................................................................................20
CAPÍTULO 2
Tabela 1 - Coeficientes de correlação entre contagem de ovos por grama de fezes (OPG),
hematócrito, escore de condição corporal (ECC), coloração da mucosa ocular (CMO), quantidade
de larvas de Haemonchus e de larvas totais (LT) em ovelhas Santa
Inês................................................................................................................................................. 33
7
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Valores médios do hematócrito (%) em linhas e do OPG em colunas de ovelhas Santa
Inês no período periparto naturalmente infectadas e tratadas no dia do parto (Grupo 1), no dia do
parto e 8 dias após (Grupo 2), no dia do parto, 8 e 16 dias após (Grupo 3)..................................... 17
Figura 2 - Valores médios do hematócrito (%) de ovelhas Santa Inês naturalmente infectadas por
nematóides em cinco coletas a partir do dia do parto (dia 0)........................................................... 18
Figura 3 - Valores médios do escore da coloração de mucosa ocular em linhas e do OPG em
colunas de ovelhas Santa Inês no período periparto naturalmente infectadas e tratadas no dia do
parto (Grupo 1), no dia do parto e 8 dias após (Grupo 2), no dia do parto, 8 e 16 dias após (Grupo
3)...................................................................................................................................................... 19
Figura 4 - Porcentagem de larvas do gênero Haemonchus, Trichostrongylus, Oesophagostomum,
Strongyloides, recuperadas da cultura das fezes de ovelhas Santa Inês no período periparto
naturalmente infectadas.....................................................................................................................21
8
SUMÁRIO
CAPÍTULO 1
Influência do período periparto na contagem de ovos por grama de vezes em ovelhas Santa
Inês infectadas naturalmente por nematóides gastrintestinais.
RESUMO......................................................................................................................................9
ABSTRACT................................................................................................................................10
1 INTRODUÇÃO.......................................................................................................................11
2 MATERIAL E MÉTODOS. .................................................................................................13
2.1 Avaliação do escore da condição corporal (ECC)............................................................14
2.2 Avaliação da coloração da mucosa ocular.........................................................................14
2.3 Exames laboratoriais .........................................................................................................14
2.3.1 Exames coproparasitológicos...........................................................................................14
2.3.2 Hematócrito.......................................................................................................................15
2.4. Análise estatística................................................................................................................15
3 RESULTADO E DISCUSSÃO..............................................................................................16
4 CONCLUSÃO.........................................................................................................................22
REFERÊNCIAS ........................................................................................................................23
CAPÍTULO 2
Correlações entre parâmetros coproparasitológicos, hematológico e físicos de ovelhas Santa
Inês parasitadas por nematódeos gastrintestinais no periparto
RESUMO....................................................................................................................................27
ABSTRACT................................................................................................................................28
1 INTRODUÇÃO.......................................................................................................................29
.
2 MATERIAL E MÉTODOS...................................................................................................31
3 RESULTADO E DISCUSSÃO..............................................................................................33
4 CONCLUSÃO.........................................................................................................................36
REFERÊNCIAS ........................................................................................................................37
9
CAPÍTULO 1
RESUMO
Influência do período periparto na contagem de ovos por grama de fezes em ovelhas Santa
Inês infectadas naturalmente por nematóides gastrintestinais.
Resumo - Objetivou-se avaliar a influência do período periparto sobre a contagem de ovos por
grama de fezes (OPG), exames clínicos e laboratoriais em ovelhas Santa Inês, assim como adequar
uma vermifugação estratégica após o parto e identificar qual o gênero de nematóide gastrintestinal
predominante. Foram realizadas coletas de fezes para a realização da contagem de OPG e cultura de
fezes e o sangue para a realização do hematócrito. Avaliaram-se também o escore de condição
corporal e a coloração da mucosa ocular de cada ovelha, nos intervalos 30 e 15 dias antes do parto,
na data prevista de parto, 7, 16, 31, 46 e 61 dias após o parto, perfazendo um total de oito coletas.
Antes do parto foi observado um aumento da carga parasitária dos animais, demonstrado pelo OPG.
Não houve diferença significativa para o OPG entre os grupos. Os menores valores de hematócrito e
de coloração da mucosa ocular ocorreram nas coletas do dia do parto e oito dias após. Após o parto
o escore de condição corporal (ECC) não apresentou diferença entre os grupos. O gênero de
nematóide gastrintestinal predominante na cultura de larvas foi o Haemonchus.
Palavras-chave: Ovinos, Nematodioses, Haemonchus.
10
ABSTRACT
Influence of the peripartum period on the counting of eggs per gram of feaces in sheep Santa
Inês infected naturally by gastrointestinal nematodes.
Abstract - It was aimed to evaluate the influence of the peripartum period with the counting of eggs
per gram of feaces (EPG), clinical and laboratorial examinations in Santa Inês sheep, as well as to
adapt a strategic vermifugation after the lambing and to observe which the predominant
gastrointestinal nematode genus. Collections of feaces were accomplished to counting of EPG and
culture of feaces and blood to produce the hematocrit. It was also evaluated the body score
condition and the ocular mucous coloration of each sheep, in the intervals of 30 and 15 days before
the lambing, in the foreseen lambing date, 7, 16, 31, 46 and 61 days after the lambing, completing a
total of eight collections. Before the lambing an increase of the parasitic quantity of the animals was
observed, demonstrated by EPG. There was not significant difference for EPG between the groups.
The minor values of hematocrit and ocular mucous coloration occurred in the collections of the
lambing day and eight days after that. After the lambing the body score condition (BSC) did not
present difference between the groups. The predominant gastrintestinal nematode genus in the
larvae culture was Haemonchus.
Key-words: Sheep, Nematodioses, Haemonchus.
11
1 INTRODUÇÃO
As pesquisas de ocorrência de verminose gastrintestinais nos ruminantes iniciaram-se com
estudos em ovinos na década de 30, destacando-se entre os trabalhos pioneiros, Taylor (1935), na
Inglaterra, que observou a flutuação estacional no número de Tricostrongilídeos encontrados nas
fezes de ovelhas mantidas em pastagens. Tetley (1941), na Nova Zelândia e Gordon (1953), na
Austrália, foram os precursores dos estudos sobre a epidemiologia da helmintose gastrintestinal dos
mesmos.
Segundo Coop e Angus (1981), todos os ovinos mantidos sob condições de pastejo estão
expostos a helmintos parasitas e, dependendo do grau de infecção sofrerão prejuízos no seu
potencial de desenvolvimento. Coop e Kyriazakis (2001) afirmaram que os nematóides
gastrintestinais causam menor eficiência na cadeia produtiva dos pequenos ruminantes com
diminuição na produção de leite e carne (PINHEIRO et al., 2000), além do atraso no crescimento,
desnutrição, alta conversão alimentar, perda de apetite e morte (THOMAZ-SOCCOL et al., 2004).
Esta situação tem reflexo pernicioso, elevando os custos de produção por exigir maior
número de everminações e, por conseqüência, produção de carcaças com maior nível de resíduos
químicos. Alguns compostos do grupo dos benzimidazóis são teratogênicos, produzindo
malformações ósseas em algumas espécies animais (SUNDLOF, 1989).
Os animais são parasitados por diferentes espécies ao mesmo tempo, sendo que as mais
importantes e comuns nas regiões tropicais o: Haemonchus contortus (parasita hematófago do
abomaso, causador de grandes prejuízos para os ovinos e responsáveis pela grande resistência aos
anti-helmínticos, cujo parasitismo causa anemia e hipoproteinemia), Trichostrongylus
colubriformis, Strongyloides spp., Cooperia spp. (parasitos do intestino delgado, penetram na
mucosa, causando erosão epitelial) e Oesophagostomum columbianum (em virtude da elevada
patogenicidade de suas larvas histotróficas que se localizam nos intestinos delgado e grosso e
causam a formação de nódulos (AMARANTE et al., 1997; BUZZULINI et al., 2007).
Segundo Amarante (2005) a alimentação é um fator que tem grande influência no
desenvolvimento e nas conseqüências do parasitismo. Animais em bom estado nutricional, podem
apresentar aumento na tolerância, ou seja, habilidade para enfrentar as conseqüências adversas do
parasitismo. Soutello et al. (2002) ressaltam que a nutrição tem grande importância na produção de
imunoglobulina A (IgA), essencial para a resistência aos helmintos.
12
Um controle integrado deve ser adotado para que se possa obter o máximo benefício de
cada aplicação anti-helmíntica, enfatizando o uso de poucos tratamentos na população susceptível,
melhorando, portanto, a eficiência do controle (WYK e BATH, 2002).
Os nematóides durante a fase de vida parasitária podem ser combatidos com a utilização de
anti-helmínticos ou podem ser controlados pela resposta imunológica do próprio hospedeiro. Na
segunda fase, que ocorre no ambiente, podem ser controlados com a adoção de medidas de manejo
(AMARANTE, 2005).
Assim, reveste-se de real importância a constatação feita por vários autores sobre o aumento
da quantidade de ovos nematódeos encontrados nas fezes de fêmeas de diversas espécies, no
período periparto, fenômeno este conhecido como “spring rise”, “fenômeno periparto” ou ainda
“fenômeno pós-parto”.
Objetivou-se neste trabalho avaliar a influência do período periparto, com a contagem de
ovos por grama de fezes, achados clínicos e laboratoriais em ovelhas Santa Inês, assim como
adequar uma vermifugação estratégica após o parto e observar qual o gênero de nematóide
predominante.
13
2 MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi realizado numa propriedade de seleção e melhoramento genético da raça
Santa Inês no município de Ribeirão do Largo, sudoeste da Bahia, situado a 15º14’41’’de latitude
Sul, 40º37’27’’de longitude Oeste e 347 m de altitude. O clima predominante é subtropical úmido,
com tendência a concentração de chuvas nos meses de novembro a março e no outono - inverno
com chuvas de menor intensidade. O período experimental iniciou-se em 19 de dezembro de 2006 e
encerrou-se em 19 de março de 2007. A pluviosidade média no período experimental foi de 554,5
mm.
Foram utilizadas 34 fêmeas ovinas da raça Santa Inês sincronizadas usando esponja
intravaginal contendo 60 mg de acetato de medroxiprogesterona (MAP) e inseminadas
artificialmente. As inseminações foram realizadas por um mesmo técnico, utilizando-se sêmen
congelado via uterina por meio da laparoscopia de um único carneiro de fertilidade avaliada. O
diagnóstico de gestação foi realizado através da ultra-sonografia, com aparelho (Falco 100 Vet Pie
Medical) equipado com sonda setorial convexa de 5/7,5 Mhz após 35 dias de inseminação, para
confirmação da prenhez.
Os animais estavam infectados naturalmente por parasitas gastrintestinais, em sistema de
produção extensivo com lotação média 0,75 UA/ha. As ovelhas foram randomizadas segundo o
resultado do OPG e do período gestacional, sendo que em todos os grupos existiam animais com
carga leve, moderada e pesada de nematóides. Os animais do Grupo 1 (n=11) receberam uma
vermifugação no dia do parto, os animais do Grupo 2 (n=12) receberam duas vermifugações, no dia
do parto e oito dias após e os do Grupo 3 (n=11) receberam 3 vermifugações, no dia do parto, oito e
dezesseis dias após o parto. A base utilizada para a vermifugação foi à ivermectina (Ivotan)
administrada oralmente de acordo com o peso dos animais.
Durante o pré-parto os animais foram mantidos em piquetes com Panicum maximum,
Cynodon dactylon, Cynodon prestodactylon e após o parto em piquetes de Brachiaria mutica. Foi
fornecido sal mineral próprio para a espécie em cochos e água ad libitum. Todos os animais foram
everminados quarenta e cinco dias antes do período experimental.
As variáveis estudadas foram observadas num período de 90 dias. Foram realizadas coletas
de fezes e sangue e avaliado, subjetivamente, o escore de condição corporal e a coloração da
mucosa ocular de cada ovelha, nos intervalos 30 e 15 dias antes do parto, na data prevista de parto,
7, 16, 31, 46 e 61 dias após o parto, perfazendo um total de oito coletas.
14
2.1 Avaliação do escore da condição corporal (ECC)
As avaliações do escore de condição corporal foram feitas utilizando-se uma escala de 1 a
6, onde 1 é muito magra e 6 obesa, com intervalos em 0,5, por meio de inspeção e palpação como
descrito por Del Rei et al.(2004).
ECC-1. Depauperado, não se detecta tecido muscular e nem adiposo entre o pêlo e ossos.
ECC-2. Apófises espinhosas e transversas proeminentes e delgadas. Na palpação os
músculos estão hipotróficos e sem gordura.
ECC-3. Apófises espinhosas e transversas proeminentes moderadamente, músculos mais
volumosos com pouca gordura.
ECC-4. Apófises dorsais pouco proeminentes, com boa cobertura, músculos dorsais com
ótimo volume e uma camada de gordura.
ECC-5. Processos dorsais sentido por palpação enquanto os transversais não. Músculos
dorsais volumosos e ótima cobertura de gordura.
ECC-6. Processos transversos e dorsais não sentidos pela palpação, observando um canal
pela hipertrofia muscular e acúmulo de gordura ao longo dos processos. Excessiva cobertura de
gordura.
2.2 Avaliação da coloração da mucosa ocular
O exame das mucosas oculares foi realizado abrindo-se as duas pálpebras e pressionando-se
ligeiramente a porção dorsal do globo ocular para que houvesse a protusão da mucosa ocular, sendo
utilizado um escore de 1 a 4; sendo 1 (muito pálida), 2 (pálida), 3 (rósea claro), 4 (rósea).
2.3 Exames laboratoriais
As variáveis laboratoriais das ovelhas foram acompanhadas durante 90 dias desde o início
até o término do experimento. Foram realizados exames coproparasitológicos e hematológicos,
sendo as coletas de fezes e de sangue realizadas quinzenalmente. O material coletado foi
encaminhado ao Laboratório de Patologia Clínica, do Centro Biotecnológico de Reprodução
Animal, Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, “Campus’ de Itapetinga- BA.
2.3.1 Exames coproparasitológicos
Os cíbalos fecais foram colhidos diretamente da ampola retal, acondicionados em sacos
plásticos e identificados. As amostras foram resfriadas em isopor contendo gelo biológico até a
chegada ao Laboratório, onde os exames foram realizados em um prazo máximo de 24 horas.
15
O OPG foi realizado utilizando a técnica para contagem de ovos de nematóides
gastrintestinais nas fezes, segundo Gordon e Whitlock modificada, conforme descrita por Ueno e
Gonçalves (1998). A cultura de fezes para a obtenção das larvas de nematóides foi realizada
segundo técnica de O’sullivan modificada, conforme descrita por Ueno e Gonçalves (1998), assim
como a conservação das larvas e posterior observação.
2.3.2 Hematócrito
Foram colhidas amostras sanguíneas de todos os animais através de punção da veia jugular
com auxílio de agulhas 30 x 15 mm. O sangue foi depositado em tubos vacutainer estéreis,
contendo EDTA a 11%. Devidamente identificados, os tubos foram mantidos resfriados em isopor
com gelo biológico até a chegada ao laboratório para determinação do volume globular pelo método
de micro-hematócrito (COLES, 1984).
2.4 Análise estatística
Testaram-se utilizando o procedimento GLM (General Linear Models), a aditividade, por
meio da análise de covariância dos valores preditos ao quadrado, obtendo-se P<0.01, a normalidade
pelo procedimento univariate, com a estatística W (Shapiro-Wilk), com P<0.01 e a homogeneidade
de variância pelo teste de BARTLETT (P<0.01). Uma vez confirmada a significância desses testes,
realizou-se o teste de Kruskal-Wallis por meio do procedimento NPAR1WAY. Quando este foi
significativo aplicou-se contraste pelo procedimento de MULTTEST do SAS, para verificar a
diferença entre as médias dos tratamentos (SAS INSTITUTE, 2000).
Para a variável hematócrito, as hipóteses básicas para realização da análise de variância
foram atendidas. Quando o teste F foi significativo (P<0.05), aplicou-se o estudo de Regressão,
utilizando o software estatístico SAS (SAS INSTITUTE, 2000).
16
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Na tabela 1 constam às médias das contagens de OPG dos grupos nas oito coletas no
período periparto. Os resultados encontrados demonstraram que não houve diferença estatística
(P>0,05) na contagem de OPG entre uma vermifugação no dia do parto, duas vermifugações (no dia
do parto e 8 dias depois) e três vermifugações (no dia do parto, 8 e 16 dias após).
Tabela 1. Valores médios das contagens de ovos por grama de fezes (OPG) em ovelhas Santa Inês no período
periparto naturalmente infectadas por helmintos gastrintestinais e tratadas no dia do parto (Grupo
1), no dia do parto e 8 dias após (Grupo 2), no dia do parto, 8 e 16 dias após (Grupo 3).
Dias Coleta Grupo 1 Grupo 2 Grupo 3
30 AP 1 450,00 a A 1215,38 ab A 663,64 ab A
15 AP 2 1030,00 ab A 2327,27 b A 1163,64 b A
P 3 1910,00 b A 2436,36 b A 1160,00 b A
7 PP 4 460,00 a A 372,73 ab A 200,00 a A
16 PP 5 430,00 a A 454,55 ab A 172,73 a A
31 PP 6 1030,00 ab A 140,00 a A 218,18 a A
46 PP 7 866,67 ab A 600,00 ab A 272,73 ab A
61 PP 8 977,78 ab A 510,00 ab A 509,09 ab A
Médias seguidas por letras maiúsculas iguais nas linhas e letras minúsculas iguais nas colunas não diferem entre si pelo teste Kruskal-
wallis (P> 0.05). AP = antes do parto. P= parto. PP= pós-parto.
Os grupos apresentaram aumento do OPG nas coletas antes do parto (coleta 1 e 2) e uma
queda a partir da quarta coleta devido à vermifugação no dia do parto (coleta 3). A influência do
parto na epidemiologia das nematodioses em ovinos também foi observada por diversos autores em
vários países (BRUNSDON, 1964; DUNSMORE, 1965; PROCTER, GIBBS, 1968; SALISBURY,
ARUNDEL, 1970; SCHILHORN VAN VEEN, OGUNSUSI, 1978; TAYLOR, 1935).
O aumento do OPG nos grupos possivelmente ocorreu em virtude do fenômeno
denominado spring rise determinado pela queda da imunidade no período periparto, verificado,
principalmente, em ovelhas no final do parto e início da lactação, como mencionado por Barger
(1993). O aumento da quantidade de OPG nos animais estudados após o parto (coleta 4) o
ocorreu devido à utilização do antihelmíntico em todos os grupos no dia do parto (coleta 3).
A etiologia da queda da imunidade está relacionada aos níveis circulantes de prolactina, que
possui certo efeito supressor sobre o sistema imunológico do hospedeiro. A remoção dos animais na
fase de amamentação resulta numa queda de prolactina circulante e no restabelecimento dessa
17
imunidade (ARMOUR, 1985). Amarante et al. (1992), estudando ovelhas de diferentes raças,
verificaram que ovelhas que perderam os cordeiros logo após o parto e uma ovelha infértil
apresentaram OPG igual a zero, constataram também que a interrupção da lactação torna as ovelhas
mais resistentes a verminose.
Lloyd (1983) relatou que nesse período imunossupressão das células T dependentes,
diminuindo a resistência dos animais a helmintos, levando a um aumento das contagens de OPG e
conseqüentemente maior contaminação das pastagens, que resultará na transmissão da infecção para
nova geração de animais, além da provável maturação das larvas em hipobiose (ARMOUR, 1985).
Nos grupos 1 e 3 observou-se diferença estatística (P<0,05) entre a terceira e a quarta coleta
por causa da ação do antihelmíntico e entre a terceira e quinta coleta, demonstrando ainda ação da
ivermectina.
Não foi observada diferença significativa (P>0,05) no OPG dos animais do grupo 1, que
receberam um menor número de vermifugações, comparado aos animais dos outros grupos, contudo
mesmo não sendo significativo, observou-se um aumento no grupo 1 de 240% na coleta 6 em
relação à coleta 5 do mesmo grupo e um aumento de 736%, 472% na coleta 6 em relação ao grupo
2 e 3, respectivamente; demonstrando a influência das vermifugações posteriores ao parto.
Na figura 1 encontram-se os valores médios do hematócrito e do OPG nos diferentes
grupos. Não houve efeito dos tratamentos nos valores do hematócrito.
100,0
600,0
1100,0
1600,0
2100,0
2600,0
-30 -15 0 7 16 31 46 61
Coletas
OPG
15,0
18,0
21,0
24,0
27,0
30,0
33,0
Hematócrito (%)
Grupo 1 Grupo 2 Grupo 3 Grupo 1 Grupo 2 Grupo 3
Figura 1 - Valores médios do hematócrito (%) em linhas e do OPG em colunas de ovelhas Santa
Inês no período periparto naturalmente infectadas e tratadas no dia do parto (Grupo
1), no dia do parto e 8 dias após (Grupo 2), no dia do parto, 8 e 16 dias após (Grupo
3).
18
Conforme o Manual Merck de Veterinária (2001), os valores fisiológicos do hematócrito
variam de espécie para espécie. O valor normal do hematócrito para os ovinos compreende uma
faixa que vai de 27 a 45%. Valores do hematócrito abaixo de 27% já podem ser considerados como
um grau leve de anemia.
Observou-se uma queda da coleta 2 para a coleta 3 de 23,38, 19,77 e 16,93% nos grupos 1,
2 e 3, respectivamente. Na coleta 3, dia do parto, foram observados os menores valores do
hematócrito e maiores na contagem de OPG. Kawano et al. (2001) observaram uma redução
significativa nos valores do hematócrito no período que coincidiu com os picos de OPG em
cordeiros.
As médias dos grupos nas coletas 3, 4 e 5 apresentaram-se anemiantes de acordo com o
Manual Merck de Veterinária (2001). Os ovinos adultos não desenvolvem uma boa imunidade ao
Haemonchus contortus, sendo este um dos principais parasitas responsáveis pela gastrite aguda nos
ovinos (SANTIAGO et al., 1976) devido ao seu hábito hematófago. Segundo Urquhart et al. (1999),
cada parasita remove cerca de 0,05 mililitros (mL) de sangue por dia, por ingestão e
extravasamento, de tal maneira que um ovino com 5.000 H. contortus pode perder por dia 250 mL
de sangue, o que pode vir a acarretar num quadro de anemia.
0
7
16
31
46
61
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
0 15 30 45 60
Dias de coleta
Hematocrito (%)
^
Y = 24,0958 + 0,0667X ; r
2
= 0,7693
Figura 2 -Valores médios do hematócrito (%) de ovelhas Santa Inês naturalmente infectadas
por nematóides em cinco coletas a partir do dia do parto (dia 0).
19
A figura 2 mostra que o hematócrito apresentou crescimento linear em relação às coletas
após o parto, ou seja, o restabelecimento do volume globular médio dos animais que no dia do parto
(dia 0) apresentavam-se anemiantes. Provavelmente o aumento nos valores do hematócrito ocorreu
devido à administração do anti-helmíntico no dia em que as ovelhas pariram. Consoante Charles
(1989), o controle de nematóides gastrintestinais é largamente baseado no uso supressivo e
terapêutico de anti-helmínticos.
Não houve diferença na coloração da mucosa ocular entre os grupos (figura 3),
apresentando mucosas de escore 2 e 3, 5, pálida e rósea claro, respectivamente. Observou-se
diminuição da coloração nas coletas 3 e 4, mucosa de pálida para rósea claro, demonstrando que a
avaliação da coloração da mucosa pode auxiliar subjetivamente na identificação clínica da anemia.
100,0
600,0
1100,0
1600,0
2100,0
2600,0
-30 -15 0 7 16 31 46 61
Coletas
OPG
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
3,0
3,5
Coloração de mucosa
Grupo 1 Grupo 2 Grupo 3 Grupo 1 Grupo 2 Grupo 3
Figura 3 - Valores médios do escore da coloração de mucosa ocular em linhas e do OPG em
colunas de ovelhas Santa Inês no período periparto naturalmente infectadas e
tratadas no dia do parto (Grupo 1), no dia do parto e 8 dias após (Grupo 2), no dia do
parto, 8 e 16 dias após (Grupo 3).
Rahman e Collins (1992) estudando cordeiros infectados, atribuíram a redução dos valores
hematológicos à expoliação sanguínea e hemorragia nos pontos de fixação dos helmintos, a resposta
hematopoiética lenta (para suprir a perda de sangue), ao esgotamento de ferro e ao fator crescimento
que, segundo Silverman et al. (1970), é um fator anemiante.
Na tabela 2 constam as médias do escore de condição corporal dos grupos nas oito coletas
no período periparto.
20
Tabela 2. Valores médios do escore de condição corporal (ECC) em ovelhas Santa Inês no período periparto
naturalmente infectadas por helmintos gastrintestinais e tratadas apenas no dia do parto (Grupo 1),
no dia do parto e 8 dias após (Grupo 2), no dia do parto, 8 e 16 dias após (Grupo 3).
Dias Coleta Grupo 1 Grupo 2 Grupo 3
30 AP 1 4,50
b A
3,77
ab B
3,77
ab B
15 AP 2 4,30
ab A
3,67
ab B
4,09
bc AB
P 3 4,05
ab A
3,55
a A
3,50
a A
7 PP 4 3,90
a A
3,68
ab A
3,68
ab A
16 PP 5 3,95
a A
3,86
ab A
3,95
abc A
31 PP 6 4,05
ab A
4,10
bc A
4,00
abc A
46 PP 7 4,55
b A
4,40
c A
4,45
c A
61 PP 8 4,40
ab A
4,00
abc A
4,18
bc A
Médias seguidas por letras maiúsculas iguais nas linhas e letras minúsculas iguais nas colunas não diferem entre si pelo teste Kruskal-
wallis (P> 0.05). AP = antes do parto. P= parto. PP= pós-parto.
De acordo com Del Rei et al. (2004), a avaliação da condição corporal de ovelhas é um
método subjetivo, mas bastante útil para estimar as reservas de gordura corporal, além de ser
preciso e prático para demonstrar o nível nutricional de um rebanho como foi sugerido por Plant
(1981) e Gunn et al. (1984).
As infecções causadas por helmintos, normalmente, ocasionam diminuição do consumo e
da capacidade de digestão e absorção dos nutrientes, consequentemente redução no ganho de peso e
no escore de condição corporal, anemia, diarréia em que a intensidade é influenciada pelo grau de
infecção (AMARANTE; AMARANTE, 2003; COLTMAN et al., 2001).
O ECC do grupo 1 diferiu estatisticamente (P<0.05) 30 dias antes do parto (coleta 1) em
relação aos outros grupos, no entanto a partir do dia do parto, coleta 3, não foram detectadas
diferença entre os grupos.
Todos os grupos apresentaram menores valores do ECC na coleta 3, coincidindo com altos
valores de OPG, o que representa maior grau de infecção por nematóides.
Os resultados da cultura de larvas demonstraram a predominância do gênero Haemonchus
(56,71%), sendo também observados os gêneros Trichostrongylus (34,37%), porém em menor
quantidade Strongyloides e Oesophagostomum (4,95 % e 3,97%, respectivamente) (Fig. 4). Na
região Nordeste, os gêneros mais encontrados são Haemonchus, Trichostrongylus, Strongyloides e
Oesophagostomum (GIRÃO et al., 1992). Fernández et al. (2006) constataram a predominância do
Haemonchus em relação aos gêneros Trichostrongylus e Oesophagostomum em caprinos da raça
Pardo-Alpina.
21
0
10
20
30
40
50
60
Haemonchus Trichostrongylus Oesophagostomum Strongyloides
Gêneros
% de larvas
Figura 4 –Porcentagem de larvas do gênero Haemonchus, Trichostrongylus, Oesophagostomum,
Strongyloides recuperadas da cultura das fezes de ovelhas Santa Inês no período
periparto naturalmente infectadas.
Rosalinski-Moraes et al. (2007), em Santa Catarina, encontraram nos rebanhos ovinos os
gêneros: Haemonchus (50,9%), Trichostrongylus (47%), Nematodirus (1,3%) e Oesophagostomum
(0,8%). A predominância de larvas do gênero Haemonchus também foi observada por Cunha-Filho
et al. (1998), Kawano et al.(2001), Thomaz-Soccol et al.(2004), Nieto et al. (2003) no estado do
Paraná.
Amarante et al. (1992) encontraram em ovelhas no estado de São Paulo a predominância do
gênero Haemonchus, observaram também larvas de Trichostrongylus e em baixos percentuais
Ostertagia.
22
4 CONCLUSÃO
No período periparto ocorreu aumento das contagens de ovos por grama de fezes nas
ovelhas.
A administração de anti-helmínticos no intervalo de dias utilizado não possibilitou observar
diferença entre os grupos para a contagem de OPG e valores de hematócrito.
O hematócrito, a coloração da mucosa ocular e o percentual de larvas foram influenciados
pela intensidade da carga parasitária no período periparto.
Haemonchus spp. foi o principal gênero encontrado na identificação das larvas de
nematóides recuperadas das culturas de fezes.
23
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27
CAPÍTULO 2
RESUMO
Correlações entre variáveis coproparasitológicas, hematológica e física de ovelhas Santa Inês
parasitadas por nematódeos gastrintestinais no periparto.
Resumo - Avaliou-se a relação existente entre a contagem de ovos por grama de fezes (OPG),
hematócrito, escore de condição corporal (ECC), coloração de mucosa ocular, larvas do gênero
Haemonchus (parasita hematófago) e larvas totais cultivadas das fezes de ovelhas Santa Inês no
período periparto naturalmente infectadas por nematóides gastrintestinais na região Sudoeste da
Bahia. Foram coletadas amostras de sangue e fezes, avaliados a coloração da mucosa ocular e o
escore de condição corporal de 34 ovelhas em oito coletas. Foi realizada correlação simples de
Pearson entre as variáveis. Obtiveram-se coeficientes de correlação negativo para OPG e
hematócrito (-0,46), OPG e coloração de mucosa ocular (-0,43), OPG e ECC (-0,19). Coeficientes
positivos para OPG e larvas do gênero Haemonchus (0,17), hematócrito e coloração de mucosa
ocular (0,59), OPG e larvas totais cultivadas (0,43). Quando ocorrer um aumento da carga de
nematóides observada por meio da contagem do OPG, acompanhada de uma menor porcentagem de
hematócrito ou da coloração de mucosa ocular, sugere-se uma infecção pelos helmintos do gênero
Haemonchus. O ECC não foi um parâmetro eficiente para se avaliar a carga parasitária de um
animal.
Palavras-chave: Ovelhas, OPG, Hematócrito, ECC
28
ABSTRACT
Correlations between coproparasitological, hematological and physical variables of sheep
Santa Inês parasitized by gastrointestinal nematodes in the peripartum.
Abstract It was evaluated the existent relationship between the counting of eggs per gram of
feaces (EPG), hematocrit, body score condition (BSC), ocular mucous coloration, larvae of the
genus Haemonchus (hematophagous parasite) and cultivated total larvae of feaces in Santa Inês
sheep in the peripartum period naturally infected by gastro-intestinais nematodes in the Southwest
region of Bahia. Blood and feaces samples were collected, evaluation of the ocular mucous
coloration and the body score condition of 34 sheep in eight collections. Simple correlation of
Pearson was accomplished between the variables. It was obtained coefficients of negative
correlation for EPG and hematocrit (-0,46), EPG and ocular mucous coloration (-0,43), EPG and
BSC (-0,19). Positive coefficients for EPG and larvae of the genus Haemonchus (0,17), hematocrit
and ocular mucous coloration (0,59), EPG and cultivated total larvae (0,43). When there is an
increase of the nematodes amount observed through the counting of EPG, accompanied of a smaller
percentage of hematocrit or of the ocular mucous coloration, it is suggested an infection by
helminthes of the gender Haemonchus. BSC was not an efficient parameter to evaluate the parasitic
amount of an animal.
Key-words: Sheep, EPG, Hematocrit, BSC
29
1 INTRODUÇÃO
O rebanho ovino nordestino é formado, aproximadamente, por 90% de animais deslanados
de diversas raças, tipos zootécnicos e seus mestiços (OLIVEIRA, 2004), onde a ovinocultura é uma
atividade de importância econômica e social (BARROS et al., 2004), com predomínio de criações
extensivas devido às suas condições fundiária, geoclimática e financeira (BANDEIRA et al., 2004).
O parasitismo gastrintestinal é responsável por grande parte das perdas observadas em
criações de ovinos, levando a menor capacidade de crescimento e perda de peso (ALVES et
al.,2003), dentre outros motivos, pela perda irreversível de proteína endógena pelo intestino delgado
do animal (BOWN et al., 1986) com redução do potencial produtivo destes, inclusive com a morte
de animais jovens dificultando a reposição do plantel (MOLENTO et al., 2004), sendo a
administração de anti-helnticos o método utilizado para controle. No entanto, esses parasitas
constituem o maior problema sanitário enfrentado pelos ovinocultores.
Os animais são parasitados por diferentes espécies ao mesmo tempo e as mais importantes e
comuns nas regiões tropicais são: Haemonchus contortus, Trichostrongylus colubriformis,
Strongyloides spp., Cooperia spp. e Oesophagostomum columbianum (AMARANTE et al., 1997).
Entre essas espécies, a mais importante é H. contortus, parasita do abomaso.
A ingestão de grandes quantidades de larvas de H. contortus pode levar a hemoncose
hiperaguda em cordeiros, concorrendo, num prazo de sete dias, para mortes súbitas.
A influência do parto na epidemiologia das nematodioses de ovinos, decorrente do aumento
da tensão ambiental da infecção na época da parição, tem sido amplamente estudada em outros
países (BRUNSDON, 1964; DUNSMORE, 1965; PROCTER; GIBBS, 1968; SALISBURY;
ARUNDEL, 1970; SCHILHORN VAN VEEN; OGUNSUSI, 1978).
A evolução das helmintoses em ovinos, além da relação com as condições climáticas
(GORDON, 1948; LEVINE,1963), parece estar individualmente ligada ao fenômeno da parição,
com aumento do OPG no periparto, fenômeno este que foi estudado principalmente em ovinos
(MICHEL, 1974) e que possui muita importância no controle da verminose nesta espécie.
A ocorrência já é conhecida e relatada por diversos pesquisadores em diferentes países do
mundo, no entanto nesta espécie esse fenômeno é pouco estudado no Brasil, e na Bahia nunca
relatado, em ovelhas, o fenômeno spring rise, ou quebra da imunidade no periparto, com o aumento
no número de ovos nematóides por OPG no final do parto e no início da lactação (BARGER, 1993).
30
Para o controle dos parasitas, os produtores são obrigados a aumentar a freqüência de
aplicações de anti-helmínticos, as quais, em algumas situações, são realizadas a cada 15 dias
(NIETO et al., 2003). Thomaz-Soccol et al. (2004) mostraram a gravidade do problema, ao
constatarem em diferentes regiões do estado do Paraná, o aparecimento de resistência de helmintos
gastrintestinais a diversos anti-helmínticos.
Echevarria et al. (1996) verificaram que o Rio Grande do Sul com uma população ovina de
nove milhões de cabeças, despende anualmente cerca de 2 milhões de dólares com anti-helmínticos.
Diante da escassez de informações que auxiliem esquemas de manejo complementar que
visem a minimizar a utilização das drogas e maximizar a produtividade do rebanho, objetivou-se
avaliar a relação que existe entre a quantidade de ovos por grama de fezes (OPG), hematócrito,
escore de condição corporal (ECC), coloração de mucosa ocular, larvas de Haemonchus e larvas
totais cultivadas das fezes de ovelhas Santa Inês no período periparto na região Sudoeste da Bahia.
31
2 MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi realizado numa propriedade de seleção e melhoramento genético da raça
Santa Inês, no município de Ribeirão do Largo, região sudoeste da Bahia, situado a 15º14’41’’de
latitude Sul, 40º37’27’’de longitude Oeste e 347 m de altitude. O clima predominante é subtropical
úmido, com tendência a concentração de chuvas nos meses de novembro a março e no outono -
inverno com chuvas de menor intensidade. O período experimental iniciou-se em 19 de dezembro
de 2006 e encerrou-se em 19 de março de 2006. A pluviosidade média no período experimental foi
de 554,5 mm.
Foram utilizadas 34 fêmeas ovinas da raça Santa Inês sincronizadas usando esponja
intravaginal contendo 60 mg de acetato de medroxiprogesterona (MAP) e inseminadas
artificialmente. As inseminações foram realizadas por um mesmo técnico, utilizando-se sêmen
congelado via uterina por meio da laparoscopia de um único carneiro de fertilidade avaliada. O
diagnóstico de gestação foi realizado através da ultra-sonografia, com aparelho (Falco 100 Vet Pie
Medical) equipado com sonda setorial convexa de 5/7,5 Mhz, após 35 dias de inseminação, para
confirmação da prenhez. Os animais foram submetidos à infecção natural por parasitas
gastrintestinais, com peso médio de 45 kg, em sistema de produção extensivo com lotação média
0,75 UA/ha.
Durante o pré-parto os animais foram mantidos em piquetes com Panicum maximum,
Cynodon dactylon, Cynodon prestodactylon e após o parto em piquetes de Brachiaria mutica. Foi
fornecido sal mineral próprio para a espécie em cochos e água ad libitum. Todos os animais foram
everminados quarenta e cinco dias antes do período experimental.
As variáveis laboratoriais das ovelhas foram acompanhadas 90 dias desde o início até o
término do experimento. Foram realizadas coletas de fezes e sangue e avaliado, subjetivamente, o
escore de condição corporal e a coloração da mucosa ocular de cada ovelha, realizadas 30 e 15 dias
antes do parto, na data prevista de parto, 7, 16, 31, 46 e 61 dias após o parto, totalizando oito
coletas. O material coletado foi encaminhado ao Laboratório de Patologia Clínica do Centro
Biotecnológico de Reprodução Animal da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia Campus de
Itapetinga- BA.
As avaliações do escore de condição corporal foram feitas utilizando-se uma escala de 1 a
6, onde 1 é muito magra e 6 obesa por meio da inspeção e palpação como descrito por Del Rei et al.
(2004).
32
O exame das mucosas oculares foi realizado abrindo-se as duas pálpebras e pressionando-se
ligeiramente a porção dorsal do globo ocular para que houvesse a protusão da mucosa ocular. O
aspecto da coloração observado no exame das mucosas foi conferido por pontuação com escore de
1 a 4; sendo 1 (muito pálida), 2 (pálida), 3 (rósea claro), 4 (rósea).
Os cíbalos fecais foram colhidos diretamente da ampola retal, acondicionados em sacos
plásticos e identificados. As amostras foram resfriadas em isopor contendo gelo biológico até a
chegada ao Laboratório, onde os exames foram realizados em um prazo máximo de 24 horas.
Utilizou-se para contagem de ovos de nematóides gastrintestinais nas fezes (OPG) a técnica
de Gordon & Whitlock modificada, enquanto que na coprocultura a de O’sullivan modificada,
sendo as larvas recuperadas, conservadas em tubos de ensaio sob refrigeração e identificadas
posteriormente (UENO; GONÇALVES, 1998).
Foram colhidas amostras sanguíneas de todos os animais através de punção da veia jugular
com auxílio de agulhas 30 x 15 mm. O sangue foi depositado em tubos vacutainer estéreis,
contendo EDTA a 10%. Devidamente identificados, os tubos foram mantidos resfriados em isopor
com gelo biológico até a chegada ao laboratório para determinação do volume globular pelo método
de microhematócrito (COLES, 1984).
Foi realizada correlação simples de Pearson entre as variáveis OPG, hematócrito, ECC,
coloração da mucosa, quantidade de larvas do gênero Haemonchus e a quantidade total de larvas.
Por meio do procedimento CORR do software estatístico SAS (SAS INSTITUTE, 2000).
33
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
A tabela 1 mostra os coeficientes de correlação simples de Pearson estudados em ovelhas
Santa Inês naturalmente infectadas por nematóides gastrintestinais.
Tabela 1 -
Coeficientes de correlação entre contagem de ovos por grama de fezes (OPG),
hematócrito, escore de condição corporal (ECC), coloração da mucosa ocular (CMO),
quantidade de larvas de Haemonchus e de larvas totais (LT) em ovelhas Santa Inês
OPG hematócrito ECC CMO Haemonchus LT
OPG -0,46
**
-0,19
**
-0,43
**
0,17
**
0,43
**
hematócrito -0,46
**
0,44
**
0,59
**
-0,07
NS
-0,41
**
ECC -0,19
**
0,44
**
0,44
**
-0,06
NS
-0,13
*
CMO -0,43
**
0,59
**
0,44
**
-0,09
NS
-0,29
**
Haemonchus 0,17
**
-0,07
NS
-0,06
NS
-0,09
NS
0,06
NS
LT 0,43
**
-0,41
**
-0,13
*
-0,29
**
0,06
NS
NS
= não significativo,
*
P<0,05,
**
P< 0,01.
O coeficiente de correlação para o OPG e hematócrito foi médio e negativo (-0,46), entre
OPG e larvas do gênero Haemonchus foi baixo e positivo (0,17), indicando diminuição do volume
globular que caracteriza um quadro de anemia no animal quando aumenta a carga parasitária
provocada nas infecções causadas pelo gênero Haemonchus devido ao seu hábito hematófago
(FETTERER; RHOADS, 1998). Esta evidência é corroborada pelo coeficiente de correlação entre
OPG e coloração da mucosa ocular que também foi médio e negativo (-0,43), em que um sintoma
clínico de anemia, dentre outros pode se dar pela diminuição da coloração das mucosas do animal.
Esse resultado está de acordo com os encontrados por Malan e Van Wyk (1992) apud Van Wyk e
Bath (2002) que observaram a correlação entre a coloração da mucosa ocular, o valor do
hematócrito e a incidência do parasita hematófago, Haemonchus contortus.
De acordo com Santiago et al. (1976), os ovinos adultos não desenvolvem uma boa
imunidade ao Haemonchus contortus, sendo este, um dos principais parasitas responsável pela
gastrite aguda nos ovinos. Este parasita tem distribuição cosmopolita, com maior importância nas
regiões tropicais e subtropicais, cada verme remove cerca de 0,05 mL de sangue por dia, por
ingestão e por perdas pelas lesões, de tal maneira que um ovino com 5.000 H. contortus pode perder
250 mL de sangue por dia (URQUHART et al., 1999).
Lourenço (2006), estudando fêmeas ovinas das raças Santa Inês, Texel e Ile de France,
obteve correlação significativa (P<0,001), baixa e negativa (-0,1765) entre os valores do
34
hematócrito e de OPG. Rocha et al. (2004) também encontraram correlação negativa entre o OPG e
hematócrito.
Amarante et al. (1992) observaram o aumento de OPG durante a lactação em diferentes
raças de ovinos lanados no final da gestação e durante a lactação com variação na intensidade do
número de ovos entre as diferentes raças, o que sugere que esse fenômeno também possa estar
relacionado a uma resistência racial aos nematódeos. Basicamente é imprescindível a realização de
exames hematológicos e coproparasitológicos para o acompanhamento do estado clínico-sanitário
dos animais, pois a produção pecuária depende diretamente da sanidade dos mesmos.
Os animais jovens são os mais susceptíveis a infecção e as manifestações clínicas da
verminose, sendo as suas mães a principal fonte de infecção para as crias. Devido à eliminação de
elevada carga de ovos nas fezes e consequente contaminação do pasto, uma das estratégias de
controle indireto é o tratamento das ovelhas para que a pastagem fique isenta para os cordeiros
(SMITH, 1993).
Nicolau et al. (2002) relataram correlações baixas (-0,25 a 0,27) entre OPG e Hematócrito
em bovinos Nelore em crescimento, sendo a espécie Cooperia punctata predominante, e o parasita
hematófago, Haemonchus spp., encontrado em níveis baixos, o que provavelmente não chega a
causar impacto negativo no hematócrito. O’Kelly et al.(1988) obtiveram valores moderados e
negativos. Nicolau et al. (2002) observaram também coeficientes de correlação entre ganho de peso
acumulado e contagem de OPG próximos a zero (-0,24 a 0,30), divergindo das correlações
negativas observadas por Ploeger e Kloosterman (1993) em novilhas de raças leiteiras e por
O’Kelly et al.(1988) em novilhas de corte. Em ovinos jovens, as correlações entre contagem de
OPG e ganho de peso variam em função da raça dos animais e da espécie de nematóide presente e
são geralmente negativas (BISHOP et al.,1996; BISSET et al., 1992; EADY et al.,1998; BOIUX et
al.,1998).
Oliveira-Sequeira et al. (2000) encontraram coeficiente de correlação alto (0,86) entre
contagem de OPG e o número de Haemonchus presente no abomaso de cordeiros estimado a partir
de uma alíquota de 10% do conteúdo. Corrobora o resultado, o valor (0,83) apresentado por Roberts
e Swan (1982). Kawano et al. (2001), trabalhando também com cordeiros, constataram valores
médios (0,64) para OPG e larvas de Haemonchus cultivados a partir das fezes.
Observaram coeficientes de correlação entre hematócrito e coloração de mucosa ocular
médio e positivo (0,59), no entanto, Van Wyk et al. (1997) encontraram valores maiores quando
associaram os valores de hematócrito com diferentes colorações da conjuntiva ocular e
comprovaram que cinco graus de anemia pré-estabelecidos com auxílio de computação gráfica
35
apresentaram correlação de 0,8 com grau de confiabilidade, superior a 95%, para infecções
causadas por H. contortus.
O coeficiente entre a quantidade de OPG e larvas totais cultivadas foi médio e positivo
(0,43). Da mesma forma, Kawano et al. (2001) encontraram uma correlação média (0,62) entre
OPG e número de vermes totais em cordeiros.
A correlação entre a quantidade de OPG e ECC foi baixa e negativa (-0,19) o que nos
mostra a capacidade de alguns animais adultos suportarem altas cargas parasitárias, visto que o
OPG é o teste mais aplicado para diagnóstico parasitário em ruminantes, porém com significativa
margem de variação. Dessa forma, o ECC não foi uma variável eficiente para se avaliar a carga
parasitária de um animal. Nicolau et al. (2002) também não evidenciaram associação entre OPG e
ganho de peso acumulado em bovinos Nelore, cujos coeficientes de correlação foram próximos a
zero e não significativos.
36
4 CONCLUSÃO
O OPG foi relevante na quantificação da carga parasitária de nematóides.
A carga parasitária foi significativa quando se relacionou com a coloração da mucosa
ocular.
O Haemonchus spp. não demonstrou interação com o hematócrito, condição corporal e
coloração da mucosa ocular.
A avaliação quantitativa do OPG interagiu com as variáveis hematócrito, condição
corporal, coloração da mucosa ocular, larvas de Haemonchus spp. e larvas totais.
O OPG mostrou ser um método eficiente para a avaliação da carga parasitária.
O escore de condição corporal não possibilita a avaliação da infecção por nematóides
gastrintestinais.
37
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