começou a escutar uma música que não sabia de onde vinha,
algo suave e lírico, sim, era a sua música. Abriu bem os olhos, e,
na claridade azulada, reconheceu os vultos que se
movimentavam: eram os músicos, que de pé, tocavam sob o
comando de Rossini. Logo o Maestro estava de volta, e
ajoelhava-se ao lado. – “Louco, você ficou louco”. – “Eu disse
para eles que eu precisava da orquestra longe dos ruídos, no
campo, para escutar melhor os instrumentos. E para você, uma
surpresa de amor. Quero ver você feliz”. – “Só para você, a
Lira”. (LAAB, 106)
A canção criada, para Clara Vitória, é executada no último “concerto campestre”
realizado na narrativa. A composição de amor “assiste” à trágica morte do Major,
vence a tempestade de “sangue” e, finalmente, chega ao seu destino, aos ouvidos da
jovem exilada que sente-se novamente amada: “Estou sonhando”. Mas não, a música
persistia, como uma carícia. “Ah, ele voltou, ele ainda me quer”. (LAAB, 170-171).
4.1.3 Música perdida
Em Música perdida, há uma diversidade de gêneros musicais que vão dos
eruditos – te deum, ópera, cantata, ária, abertura, sinfonia, concerto grosso, sonata,
missa, gradual, antífona, miserere, responsório, novena, ofício de morte, missa de
mortos, credo, réquiem, oratório, valsa e moteto; – aos populares – modinha, hino,
serenata, ladainha, canção, cantiga francesa de roda, sarabanda, marcha e minueto.
O gênero dominante nessa obra é a cantata. Mendanha busca recuperar a
composição que, segundo ele, é sua obra-prima, ou seja, sua mais elevada criação
artística – Olhai, Cidadãos do Mundo.
Dentre as andanças de Quincazé há gêneros que acompanham sua vida
profissional e dão tonalidade aos conflitos pessoais. São eles, os sacros: te deum,
missa, ladainha, gradual, antífona, miserere, responsório, novena, ofício de morte,
credo, oratório e réquiem; os profanos: ópera, ária, modinha, serenata, canção,