Download PDF
ads:
Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Faculdade de Medicina
Programa de Pós-graduação em Medicina: Ciências Médicas
Alexandre da Silva Rocha
Expressão do Anticorpo Anti-p16ink
4a
em Citologia Cervical
Porto Alegre, dezembro de 2006
ads:
Livros Grátis
http://www.livrosgratis.com.br
Milhares de livros grátis para download.
2
Alexandre da Silva Rocha
Expressão do Anticorpo Anti-p16ink
4a
em Citologia Cervical
Dissertação apresentada para obtenção do
grau de Mestre em Ciências Médicas
junto ao programa de Pós-graduação em
Medicina: Ciências Médicas, Faculdade
de Medicina da Universidade Federal do
Rio Grande do Sul
Orientadora: Prof. Dra. Mary Clarisse Bozzetti
Co-orientadora: Prof. Dra. Maria Isabel Albano Edelweiss
Porto Alegre, dezembro de 2006
ads:
R672e Rocha, Alexandre da Silva
Expressão do anticorpo anti-p16ink
4a
em citologia cervical /
Alexandre da Silva Rocha ; orient. Mary Clarisse Bozzetti ; co-
orient. Maria Isabel Albano Edelweiss. – 2006.
Dissertação (mestrado) - Universidade Federal do Rio
Grande do Sul. Faculdade de Medicina. Programa de Pós-
Graduação em Medicina: Ciências Médicas. Porto Alegre, BR-
RS,2006. p117
1. Citodiagnóstico 2. Doenças do colo do útero 3. Técnicas de
diagnóstico obstétrico e ginecológico 4. Anticorpos monoclonais 5.
Anticorpo anti-p16ink
4a
I. Bozzetti, Mary Clarisse II. Edelweiss,
Maria Isabel Albano III. Título.
NLM: WP 141
Catalogação Biblioteca FAMED/HCPA
3
Dedicatória
Dedico esta dissertação àqueles que me acompanharam
dedicada e incansavelmente até este momento:
Guilherme e Maria, pais
Simone, irmã
Lísia, noiva
4
Agradecimentos
Agradeço a todos que perceberam minhas hesitações,
dúvidas, descrenças, indecisões e suspeitas e insistiram
para que este momento chegasse:
Dra. Maria Isabel Albano Edelweiss e Dra. Mary Clarisse
Bozzetti, incansáveis no apoio e orientação. Meu especial
muito obrigado.
Ao Corpo técnico do Laboratório de Pesquisas do Hospital
de Clínicas de Porto Alegre e do Laboratório Edelweiss.
Gentis, capazes e dedicados na assistência e resolutividade.
Aos funcionários da Unidade Básica de Saúde Bananeiras /
Gerência Distrital de Saúde Partenon – Lomba do Pinheiro
parceiros diários no front da pesquisa.
5
Epígrafe
“Até o mais seguro dos homens e a mais confiante das
mulheres já passaram por um momento de hesitação, por
dúvidas enormes e dúvidas mirins, que talvez nem
merecessem ser chamadas de dúvidas, de tão pequenas.
Vacilos seria melhor dizer... Em tempos em que quase
ninguém se olha nos olhos, em que a maioria das pessoas
pouco se interessa pelo que não lhe diz respeito, só
mesmo agradecendo àqueles que percebem nossas
descrenças, indecisões, suspeitas, tudo o que nos paralisa,
e gastam um pouco de sua energia conosco, insistindo”
Lia Luft.
6
Resumo
Introdução: Desde a introdução do exame citológico cervical, em forma de programa
de rastreamento populacional, que a morbidade e a mortalidade do câncer da cérvice vêm
decrescendo. Considerado hoje como medida fortemente recomendada para mulheres
sexualmente ativas, mostra desapontadoras sensibilidades médias no diagnóstico de alterações
neoplásicas ou pré-neoplásicas cervicais. Justificativa: Dentre as várias alternativas
diagnósticas em cérvice, o uso de anticorpos monoclonais no exame citológico cervical, como
o anti-p16ink
4a
, vêm se mostrando útil no incremento da sensibilidade diagnóstica. Entretanto
há carência de estudos utilizando o anticorpo em citologias coletadas na forma convencional
(não meio-líquido) e associadas ao exame padrão-ouro cervical (biópsia dirigida por
colposcopia). Objetivos: Avaliar a sensibilidade, especificidade, valor preditivo positivo e
negativo do anticorpo anti-p16ink
4a
em citologia cervical coletada na forma convencional.
Avaliar a variação inter-observador na leitura das lâminas de citologia coradas com o
anticorpo. Método: Estudo de casos e controles realizado em ambulatório de patologia
cervical. As lâminas de citologia, para imunocitoquímica com o anticorpo, foram coletadas
com espátula de Ayre e escova tipo cytobrush. A leitura das lâminas foi realizada por dois
patologistas independentes (P1 e P2). Foram considerados casos (n=61), as investigações
cervicais que resultaram em biópsia diagnóstica compatível com lesão intra-epitelial de baixo
grau (NIC 1), alto grau (NIC 2/3) ou carcinoma (CA). Foram considerados controles (n=87), as
investigações que contavam com colposcopia normal e citologia, corada pelo método de
Papanicolaou, negativas. Resultados: A sensibilidade para o diagnóstico das NIC 2/3 (n=23)
foi de 100% (P1) e 95,7% (P2). Já o valor preditivo negativo nos diagnósticos de NIC 2 ou pior
foi de 100 (P1) e 98,9 (P2). Nos dois casos de carcinoma epidermóide, a sensibilidade foi de
100% para ambos patologistas. A sensibilidade para o diagnóstico das NIC1 foi de 77,8% (P1)
7
e 58,3% (P2). O valor preditivo negativo entre as NIC1 foi de 90,6 (P1) e 82,0 (P2). O índice
kappa entre os dois patologistas foi de 0,74. Entre os casos de NIC 2/3 associado à positividade
nuclear ao anticorpo, a diferença percentual entre os patologistas foi inferior a 5%; mesmo
escore encontrado entre os casos de ausência de lesão cervical e negatividade para o anticorpo.
Já entre as portadoras de NIC1, houve maior variação inter-observador. Conclusões: Os
resultados apresentados apontam o anticorpo anti-p16ink
4a
como auxiliar no rastreamento de
lesões precursoras ou neoplásicas em citologia cervical.
8
Abstract
Introduction: Since the cytological cervical testing was introduced as a populational
screening program, cervical cancer morbity and mortality has decreased. Nowadays it is
considered to be a strongly recommended screening test for the diagnosis of neoplastic
abnormalities or cervical pre-neoplastic lesions. Justification: Among the various alternatives
for the diagnosis of cervical cancer, the use of monoclonal antibodies in the cytological
cervical test, such as the antibody anti-p16ink
4a
, has shown increase the sensitivity of the
cytological examination. However, there is a lack of studies using the monoclonal antibody in
cervical cytology linked to the histological examination of the uterine cervix. Objectives: To
evaluate sensitivity, specificity, positive and negative predictive values of the anti-p16ink
4a
in
conventional sampled cervical cytology. To evaluate the inter-observer variation in reading of
slides marked with the antibody. Method: A case-control study was carried out in a cervical
pathology reference center. The cytology slides, submitted to the immunocytochemistry for the
diagnostic antibody, were conventionally sampled with Ayre´s spatula and Cytobrush. The
slides were read by two independent pathologists (P1 and P2). Cases (n=61) were all cervical
investigations that had resulted in compatible diagnostic biopsy with CIN 1, CIN 2/3 or
carcinoma. Controls (n=87), included all investigations presenting Papanicolaou cytology and
colposcopy negative. Results: Sensitivity for the histological diagnosis of CIN 2/3 (n=23) was
100% and 95.7% for P1 and P2, respectively. The negative predictive value on the CIN 2/3
was 100% (P1) and 98.6% (P2). In two cases of squamous carcinoma, sensitivity was 100%,
for both pathologists. Sensitivity for the diagnosis of CIN 1 was 77.8% (P1) and 58.3% (P2).
The negative predictive value for CIN 1 was 90.6% (P1) and 83% (P2). The kappa index
between the two pathologists was 0.74. Among the cases of CIN 2/3 associating the nuclear
positivity to the antibody, the difference between pathologists was inferior to 5%. Exactly the
9
same scores were found among cases of absence of cervical lesion and negativity for the
antibody. On the other hand in CIN 1 patients there was a greater inter-observer variation.
Conclusions: Our results suggest that the antibody anti-p16ink
4a
could contribute as an
adjuvant tool in the screenig of pre-neoplastic and neoplastic lesions in conventional sampled
cervical cytology.
10
Figuras
Figura 1
Ciclo celular normal pág. 26
Figura 2
Ponto de controle G1 – S pág. 27
Figura 3
Ciclo celular sob ação da proteína E7
do HR-HPV
pág. 29
Figura 4
Fluxograma do processo de seleção
da amostra
artigo inglês - pág. 53
artigo português – pág. 80
Figura 5 Performance do anticorpo anti-
p16ink
4a
de acordo com o resultado
da investigação
artigo inglês - pág. 62
artigo português – pág. 90
Figura 6 Exemplos de positividade ao
anticorpo anti-p16ink
4a
pág. 99
11
Tabelas
Tabela 1 Variáveis sócio-demográficas da amostra
artigo inglês - pág. 59
artigo português - pág. 86
Tabela 2 Resultados da colposcopia de acordo com
o diagnóstico histológico cervical
artigo inglês - pág. 60
artigo português - pág. 87
Tabela 3 Expressão do anticorpo anti-p16ink
4a
na
amostra
artigo inglês - pág. 61
artigo português - pág. 89
Tabela 4 Citologia cervical com o anticorpo anti-
p16ink
4a
: sensibilidade e especificidade
artigo inglês - pág. 63
artigo português - pág. 91
Tabela 5 Citologia cervical com o anticorpo anti-
p16ink
4a
: valores preditivos positivo e
negativo
artigo inglês - pág. 64
artigo português - pág. 92
Tabela 6 Resultado conjunto entre as citologias
Papanicolaou e ICQ com o anticorpo
anti-p16ink
4a
artigo inglês - pág. 65
artigo português - pág. 93
Tabela 7
Associação das citologias Papanicolaou e
ICQ para o diagnóstico de lesões cervicais
artigo inglês - pág. 66
artigo português - pág. 94
12
Abreviaturas e Siglas
AGC Atypical glandular cells
ASC-H
Atypical squamous cells in which a high grade lesion
cannot be excluded
ASC-US Atypical squamous cells of undertemined
significance
CA Carcinoma
CDK Ciclyn-dependent kinase
DNA Desoxirribonucleic acid
DST Doença sexualmente transmissível
Fase G1 Fase pré-síntese de DNA no ciclo celular
Fase G2 Fase pré-mitose do ciclo celular
Fase M Fase de mitose do ciclo celular
Fase S Fase de síntese de DNA no ciclo celular
HE Hematoxilina e eosina
HIV Human imunodeficience vírus
HPV Human pappilomavirus
HR-HPV High risk human pappilomavirus
H-SIL High-grade squamous intraepithelial lesion
ICQ Imuno-citoquímica
LR-HPV Low risk human pappilomavirus
LSAB Labeled streptavidin biotin
L-SIL Low-grade squamous intraepithelial lesion
13
NIC 1 Neoplasia intra-epitelial cervical grau 1
NIC 2 Neoplasia intra-epitelial cervical grau 2
NIC 3 Neoplasia intra-epitelial cervical grau 3
PCNA Proliferating cell Nuclear antigen
PCR Polymerase chain reaction
pRb Retinoblastoma protein
SIDA Síndrome da imunodeficiência adquirida
14
Sumário
Introdução
pág. 15
Justificativa
pág. 34
Objetivo geral
pág. 34
Objetivo específico
pág. 34
Referências bibliográficas da dissertação
pág. 36
Artigo científico em inglês
pág. 48
Referências bibliográficas do artigo científico (inglês)
pág. 70
Artigo científico em português
pág. 74
Referências bibliográficas do artigo científico (português)
pág. 101
Conclusões
pág. 105
Considerações finais e perspectivas
pág. 106
Anexos
Anexo A - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
pág. 108
Anexo B - Documento de Inclusão no Estudo
pág. 110
Anexo C - Técnica LSAB para imunocitologia
pág. 111
Anexo D - Técnica de Papanicolaou
pág. 112
Anexo E - Classificação Citológica de Bethesda 2001
pág. 113
Anexo F - Classificação Colposcópica da Federação
Internacional de Patologia Cervical e Colposcopia
pág. 115
Anexo G - Critérios de Richart para o diagnóstico
histopatológico cervical
pág. 117
15
Introdução
Desde a introdução do exame citológico cervical em forma de programa de
rastreamento populacional, que a morbidade e a mortalidade do câncer da cérvice vêm
decrescendo
1
. Os estudos pioneiros de George Papanicolaou (1883 - 1962) resultaram na
publicação da monografia Diagnosis of Uterine Cancer by the Vaginal Smear em 1941
2
onde
técnica simples de coleta de células cervicais, para exame sob microscopia, era sugerida como
forma diagnóstica precoce de alterações epiteliais
3
. A introdução do exame citológico cervical
em escala populacional, já a partir da década de sessenta
4
, seu grande sucesso, simplicidade e
baixo custo vem rendendo distinção de medida fortemente recomendada para mulheres
sexualmente ativas (e que possuam a cérvice) com o objetivo diagnóstico precoce de alterações
epiteliais
5
.
O exame citológico cervical, idealizado para possuir grande sensibilidade e
especificidade no diagnóstico de alterações cervicais, mostrou-se deficiente nesse objetivo já
na década de setenta. Em 1977, após investigação governamental nos Estados Unidos da
América, motivado pela baixa acurácia do exame em laboratório contratado pela Força Aérea
daquele país, resultou na primeira publicação de resultados conflitantes para a citologia
cervical
6
. Atualmente diversas falhas na execução do exame citológico cervical vêm sendo
descritas como determinantes da baixa acurácia: erro na coleta, fixação, transporte e na leitura
da lâmina de citologia; número inadequado de células diagnósticas, além da presença de
sangue, esperma e exsudato inflamatório no esfregaço
7
. A conclusão de inúmeros estudos é que
o exame citológico do colo uterino é menos sensível do que se imaginava; sua acurácia será
grandemente influenciada pela prevalência da doença cervical no grupo em avaliação. A
sensibilidade, segundo alguns autores, seria de 0,51 (IC 95% 0,37 - 0,66) e sua especificidade
0,98 (IC 95% 0,97 - 0,99), sendo mais acurado entre lesões cervicais de alto grau
8-10
.
16
Situação no Brasil
Durante os anos de 1999 a 2001 foram aplicados aproximadamente 135 milhões de
reais em ações do Programa Viva Mulher do Ministério da Saúde no Brasil (que incluíram
coleta, exames citológicos, anátomo-patológicos de biópsias do colo uterino e cirurgia de alta
freqüência). Nesse período, foram realizados 23 milhões de exames citológicos pela rede
pública nacional do Sistema Único de Saúde
11
. Na segunda fase de intensificação do Programa
Viva Mulher, durante o ano de 2002, houve a realização de 3.8 milhões de novos exames
(Programa Nacional de Controle de Câncer de Colo do Útero)
12
. No estado do Rio Grande do
Sul, durante o mesmo período, foram realizados mais de dois milhões de novos exames, sendo
que na última fase de intensificação, durante o ano de 2002, foram coletados aproximadamente
710 mil exames
13
. No Município de Porto Alegre, durante o período de 2000 a 2004, foram
realizados aproximadamente 795 mil exames citológicos cervicais em regime denominado de
“extra-teto” onde, mesmo que ultrapassada a quota contratada inicialmente, novos exames
foram processados. Esta medida foi adotada visando manter cobertura de coletas inalterada
durante o período
14
.
Câncer da cérvice
A prevalência do câncer cervical no continente americano, varia de noventa e quatro
casos em 100.000 mulheres Haitianas até oito casos em 100.000 mulheres Canadenses
15
. No
Brasil esperam-se, para o ano de 2006, aproximadamente 19.000 novos diagnósticos de câncer
cervical, tendo média de vinte casos para cada 100.000 mulheres. No estado do Rio Grande do
Sul, estimam-se, para o ano corrente, trinta e dois casos para cada 100.000 mulheres ou 1730
17
novos diagnósticos de câncer cervical; já no Município de Porto Alegre, 260 novos casos deste
tumor
16
. Quanto aos óbitos, no estado do Rio Grande do Sul por câncer da cérvice, ocorreram
aproximadamente 300 óbitos/ano nos registros de 1997 a 2003. No mesmo período, no
município de Porto Alegre houve, em média, 57 óbitos anuais por este tumor
13
. Quanto às
idades dos óbitos percebe-se que nos anos de 2002 e 2003 concentrou-se na faixa dos 30 aos 69
anos, abrangendo desde a menacme até peri-menopausa
13
.
O exame citológico cervical
O rastreamento populacional a partir da citologia cervical é baseado na premissa que as
lesões do colo uterino são passíveis de esfoliação, possuem desenvolvimento gradual e, na
maioria das pacientes, evoluem de lesões precursoras até o câncer da cérvice
17
.
A adequada anamnese executada previamente à coleta do exame citológico e o
estabelecimento de fatores de risco para lesão cervical, torna-se elemento adjuvante ao
rastreamento:
a) Número de parceiros sexuais na vida e nos últimos 6 meses, consumo freqüente de
álcool e promiscuidade do parceiro, na tentativa de identificação de casos expostos a agentes
sexualmente transmissíveis como o papilomavírus humano (HPV)
18
.
b) Identificação da vulnerabilidade social como baixo nível educacional e renda
familiar per capita, além da identificação de paridade elevada
19
.
c) Quanto ao hábito de fumar, a presença de substâncias derivadas da inalação do
cigarro em concentrações elevadas nos tecidos cervicais
20, 21
e a suspeita de alterações do DNA
dos mesmos tecidos entre as fumantes
22
, sugere o cigarro como tendo efeito aditivo ao HPV na
transformação neoplásica do colo
23, 24
.
d) Destacar a possibilidade de comprometimento imunitário da paciente que,
18
sabidamente, é fator que favorece o aparecimento de lesões precursoras na cérvice, como o uso
de drogas com efeito imunossupressor
25
e infecção pelo vírus da imuno-deficiência humana
(HIV)
26
. Desde 1993, o câncer cervical é indicador da Síndrome da Imunodeficiência Humana
(SIDA) entre aquelas portadoras do vírus HIV, havendo alta prevalência de lesões precursoras
entre as pacientes mais comprometidas na imunidade celular
27
.
A adequada exposição da cérvice e a coleta do exame citológico de forma padronizada
tornam-se elementos indispensáveis para o diagnóstico: espéculo proporcional, iluminação
apropriada e observação de contra-indicativos à coleta como exsudato inflamatório, sangue ou
esperma em fundo vaginal. Adequada amostragem de toda a zona de transformação da cérvice
é obtida com escova cytobrush (rotação de 90º) e espátula de Ayre, evitando espátulas tipo
Broom ou o cotton swab
28
.
No momento da preparação da lâmina, tentar distribuição homogênea do esfregaço e
imediata fixação, lembrando que, em média, apenas 20% das células coletadas serão
depositadas na lâmina de exame e de forma não randômica
29
. Fato intrínseco de algumas lesões
cervicais é a “resistência” à descamação durante a coleta, sugerindo que moléculas de adesão
tecidual tipo as e-caderinas colaborem como responsáveis, contribuindo para os falso-
negativos do exame citológico cervical
30
.
Com exames citológicos cervicais adequadamente coletados, transportados e
interpretados em intervalos de até cinco anos, poderemos prevenir o câncer da cérvice em 64%
das vezes, com adicional proteção de 18%, caso o intervalo das coletas seja reduzido para 3 a 5
anos
31
.
Os critérios morfológicos celulares serão a base para o diagnóstico das lesões cervicais
na citologia; entretanto, a anormalidade morfológica poderá não ser suficientemente distinta a
ponto de rápida identificação, podendo estar presente em raras células do esfregaço e ser
passível de confusão com alterações benignas celulares
32
.
19
Lâminas de citologia cervical, amostradas entre casos de lesão intra-epitelial de alto
grau, que possuam menos de cinqüenta células representativas da lesão, difusamente
distribuídas e com a perda da hipercromasia nuclear típica, possuirão significativo erro
diagnóstico associado
33-35
. Estima-se que o diagnóstico falso-negativo na citologia cervical
deva-se a erros de leitura em 20 a 50% das vezes
36
.
Verifica-se que, mesmo em países com coberturas de coletas ultrapassando 85%,
metade dos casos de câncer cervical ocorram em mulheres que não foram testadas nos últimos
cinco anos e, entre as testadas, 12 a 23% possuam falhas no rastreamento
37
. Estima-se que 2/3
das falhas do exame citológico cervical sejam devidos a coleta inadequada e 1/3 devidos a
erros laboratoriais
38-40
. Entre aquelas diagnosticadas como portadoras de câncer cervical, a
revisão de seus exames citológicos “normais”, ocorridos nos três últimos anos, sejam
reclassificados para lesão escamosa intra-epitelial de alto grau (H-SIL) em 40% das vezes
41
.
Em países desenvolvidos, a revisão histórica dos exames de rastreamento, entre aquelas
portadoras de câncer cervical, apontará que as mais jovens foram examinadas em intervalos
recentes ao diagnóstico da neoplasia, portanto, com falsos negativos ou com evolução rápida
da doença. Já entre as mais idosas, há longos intervalos entre o último rastreamento e o
diagnóstico neoplásico
42
.
A qualidade da leitura das lâminas de citologia cervical poderá ser grandemente
influenciada pela fadiga do examinador e a experiência no diagnóstico das alterações celulares
menores no esfregaço. Já em 1988, visando controle de qualidade e certificação dos
laboratórios nos Estados Unidos da América, foi publicado o CLIA/88 (Clinical Laboratory
Improvement Amendments of 1988), onde se destacava a quota máxima da leitura de 100
lâminas/dia além da releitura das lâminas diagnosticadas como alteradas e de 10% das lâminas
inicialmente diagnosticadas como normais.
Visava evitar o fenômeno da “habituação”, onde, após a visualização de centenas de
20
campos microscópicos normais, o examinador encontrava-se dessensibilizado para a
localização de células anormais no esfregaço
43, 44
.
Mais recentemente o College of American Pathologists lançou o programa de
acreditação dos laboratórios de patologia que associou novos itens ao controle de qualidade
para o diagnóstico em citologia cervical. Este programa enfocou a atualização da equipe de
patologistas através de exames em laboratórios externos para proficiência, seminários e
consultas intra-departamentais visando a obtenção e manutenção da acreditação
45, 46
.
Tais condutas, ainda pouco seguidas em países em desenvolvimento, vêm se mostrando
auxiliares na minimização de discrepâncias laboratoriais
47
.
Adjuvantes ao exame citológico cervical
Diversas tecnologias foram associadas ao rastreamento cervical visando minimização
dos falsos negativos onde se destaca a colposcopia, morfometria celular, rastreamento
computadorizado, citologia em meio líquido, tipificação viral e outras. Entretanto, todas
seguem o mesmo percurso: introdução de nova técnica, aceitação não-crítica do método e
desapontamento após seu uso populacional
48
.
Tal fato deve-se à peculiaridade da transformação neoplásica do colo uterino dar-se em
várias etapas, onde múltiplos fatores contribuem para o seu desfecho. A identificação será
determinada finalmente pela aparência histológica. Marcadores diagnósticos bioquímicos,
abordados há aproximadamente duas décadas, ainda encontram-se como adjuvantes
experimentais ao diagnóstico histológico cervical
49, 50
.
A colposcopia, exame de magnificação de imagem cervical foi proposta na década de
vinte por Hans Hinselmann e se tornou exame indispensável em casos de suspeita de lesão
cervical. Permite a visualização, em variados aumentos e sob diferentes filtros de luz, das
21
estruturas epiteliais do colo e vagina, guiando nas amostragens histológicas de lesões suspeitas
(biópsias cervicais)
51
.
É considerado exame de referência para investigação de alterações citológicas cervicais,
possuindo sensibilidade média de 95% e especificidade média de 45% quando usada na
distinção de tecidos cervicais normais de anormais. Já na distinção de L-SIL (Low-grade
squamous intraepithelial lesion) com H-SIL (High-grade squamous intraepithelial lesion) e
câncer cervical, sua sensibilidade média será de 79% e especificidade de 67%
52
.
Entretanto, é exame que exige profissional treinado, equipamento e soluções especiais
além do tempo demandado para adequado diagnóstico cervical
53
. Torna-se exame impeditivo
em nível de atenção primária nos países em desenvolvimento.
Sua principal limitação reside no resultado falso-positivo, onde alteração considerada
como “maior” no exame colposcópico, é encontrada na ausência de lesão epitelial ou em lesão
de baixo grau
54
. Tal limitação apresentou-se de forma contundente nas publicações dos
resultados das estratégias “ver-e-tratar” aplicadas em países do continente Africano, onde o
tratamento das lesões cervicais ocorreu sem a confirmação histológica prévia, proporcionada
pela biópsia cervical
55
. Taxas de 28% de tratamento excessivo (conização) foram relatadas em
casos de colposcopia e citologia alterada, quando o diagnóstico histológico definitivo era lesão
de baixo grau da cérvice
56
. Quando o diagnóstico e tratamento cervical deram-se em base
colposcópica apenas, inclusive sem o exame citológico cervical prévio, foram relatadas taxas
de tratamento excessivo em 60% das vezes
57
.
A relação do HPV com lesões precursoras e o câncer da cérvice é a muito conhecida.
Desde os trabalhos pioneiros de Shope
58
, que em 1933 estudou a relação entre o papilomavírus
e lesões em coelhos, até os dias atuais, que o HPV vem sendo implicado na gênese da maioria
das lesões epiteliais do colo uterino.
O HPV pertence à família dos DNA vírus, havendo mais de cento e cinqüenta genotipos
22
descritos com, aproximadamente, quarenta deles infectando o trato ano-genital inferior
59, 60
.
Entre estes, aproximadamente quinze subtipos são considerados como de alto risco para
carcinogênese na cérvix uterina, destacando-se os subtipos 16 e 18
61
.
De acordo com o comportamento biológico, os diferentes subtipos de HPV poderão ser
divididos em alto e baixo-risco oncogênico. O comportamento biológico refere-se à capacidade
do HPV em induzir a produção de fatores, pela célula hospedeira, conduzindo a um estado de
mitose desregulada e instabilidade genética. Há conseqüente mutação do DNA e precariedade
no reconhecimento imunitário celular e humoral destas células mutantes, com sua subseqüente
proliferação
62
.
A infecção genital pelo HPV é uma das mais comuns doenças sexualmente
transmissíveis
com prevalência variando de 20 a 46% das mulheres jovens nos diferentes
países, de acordo com o método de detecção empregado
63
. O diagnóstico da presença do HPV
de alto risco oncogênico (HR-HPV) em peças de tumores cervicais escamosos foi relatado em
cifras superiores a 90%; já entre os adenocarcinomas em cifras de 75%
64, 65
. Nas lesões
precursoras da cérvice, o encontro do HR-HPV se dará de forma variável, tendendo ao
encontro mais freqüente entre NIC 2/3 e em menor número entre NIC 1
66, 67
.
Por possuir sensibilidade superior à citologia cervical corada pelo método
Papanicolaou, o diagnóstico da presença do HPV tem sido proposto como teste de
rastreamento primário, permanecendo a citologia reservada para aqueles casos com o teste viral
positivo. Sua sensibilidade seria de 96% entre as lesões intra-epiteliais de alto grau comparados
com a sensibilidade de 53% da citologia convencional. Quanto à especificidade, seria menor
que na citologia, ou seja, 90.7% contra os 96.3% do método tradicional
68
.
O diagnóstico da presença do HPV no colo uterino ou vagina poderá ser feito pela
Reação em Cadeia da Polimerase (PCR), Captura Híbrida I e II, Virapap e o Viratype
69
.
Entretanto, seu diagnóstico possui a limitação do falso-positivo, onde se espera o
23
encontro de partículas virais em fundo vaginal em 26% das mulheres sem a presença de lesão
cervical precursora ou neoplásica
70, 71
. Atualmente, sua utilização está indicada naqueles casos
de atipias de significado indeterminado não excludente de lesão intra-epitelial de alto grau
(ASC-H), quando houver dúvida quanto à conduta de imediata colposcopia ou observação do
caso por seis meses e repetição da citologia
72
.
Elevado custo, associado a equipamento específico de coleta e armazenagem,
relegaram, nos países em desenvolvimento, sua utilização em centros de pesquisa.
A citologia de meio líquido foi proposta em 1991 por Hutchinson
73
. Em 1996 a Food
and Drug Administration, nos Estados Unidos da América, aprovou para uso comercial o
ThinPrep e o Autocyte Prep como métodos alternativos à citologia cervical convencional.
A proposta era a de melhor preparo das lâminas citológicas utilizando o princípio da
centrifugação de células cervicais mantidas em solução de conservação
74
.
Tal técnica permitiria uma monocamada celular epitelial e a ausência de sangue, muco
ou grumos celulares na lâmina. A sensibilidade e a especificidade do método parecem
aumentar em 7% e 8%, em relação à citologia convencional, respectivamente, quando
comparados com o exame padrão-ouro histológico
75
.
Entretanto, como em várias novas tecnologias, a especificidade é precariamente
documentada. Acredita-se que o aumento da sensibilidade na citologia de meio líquido seja
acompanhada da diminuição da especificidade, seguindo-se um aumento dos custos do sistema
de saúde com tratamentos seriados de lesões de baixo grau e com potencial de regressão
espontânea
76, 77
.
Além disto, destaca-se na citologia de meio líquido a perda da morfologia tradicional
celular, má qualidade dos grupamentos de células endocervicais e a perda dos elementos
diagnósticos advindos do distanciamento entre as células, há muito familiarizados entre os
citologistas. A grande justaposição celular e diferenças na fixação dos elementos celulares são
24
citadas como limitadores do correto diagnóstico
78
.
Marcadores diagnósticos cervicais
Apesar de não possuirmos um marcador diagnóstico ideal para o rastreamento de lesões
cervicais precursoras ou neoplásicas, este deverá possuir alta sensibilidade, não depender de
critérios subjetivos para o seu diagnóstico, ser de custo acessível e aplicável em amostras
facilmente coletadas
79
.
Definidos como indicadores bioquímicos da presença de um tumor, os marcadores
tumorais poderão ser antígenos de superfície celular, proteínas nucleares ou citoplasmáticas
além de enzimas e hormônios
80
.
A tentativa do diagnóstico sangüíneo de tumores cervicais esbarrou no longo período de
evolução das lesões precursoras em tecidos intra-epiteliais, local desprovido de vascularização,
portanto com deficiente drenagem de elementos diagnósticos passíveis de marcação
81
. Além
disto, grande parte dos marcadores restringe-se ao encontro de anticorpos específicos
produzidos contra oncoproteinas da lesão. Tais anticorpos seriam dependentes do sistema
imunitário do paciente, quantidade de estímulo antigênico tumoral e da capacidade de detecção
periférica do anticorpo, fatos que retardariam o diagnóstico das lesões
82, 83
. Tais limitações
sugerem o estudo dos marcadores diagnósticos cervicais em amostras coletadas diretamente do
órgão, sob visão direta.
A influência do HPV na gênese das lesões neoplásicas cervicais vem sendo apontada
por inúmeros estudos epidemiológicos e laboratoriais nas últimas décadas
84-87
,sendo
encontrado virtualmente em todos os casos de câncer cervical, de acordo com a sensibilidade
do método de detecção empregado
88
.
A identificação de intermediários produzidos pela incorporação do genoma do HPV nas
25
células epiteliais cervicais, evitando o simples diagnóstico da presença do DNA viral, torna-se
promissor como elemento diagnóstico na cérvice
89-91
.
O processo de carcinogênese da cérvice dá-se em etapas de eventos moleculares, em
nível celular epitelial, com a produção de intermediários passíveis de marcação diagnóstica.
Não há consenso quanto ao melhor intermediário preditor da carcinogênese na cérvice, onde
seu diagnóstico poderá discriminar casos de progressão neoplásica
92
.
Vários intermediários do processo de carcinogênese cervical vem sendo descritos na
literatura como úteis para o diagnóstico em peças cervicais
93, 94
: O PCNA (Antígeno Nuclear
de Proliferação Celular) e o KI67 mostraram-se como marcadores de proliferação celular; o
KI-67 e a ciclina-E que diferenciariam as lesões dos tecidos normais cervicais
95, 96
; o p53
como marcador de proliferação celular e progressão tumoral
97
; o p16ink
4a
como marcador de
lesão cervical em citologia e histologia, marcador da infecção viral em células cervicais e como
auxiliar na redução da variação inter-observador em lesões histológicas cervicais
98-116
; além de
outros
117
.
Carcinogênese cervical
No ciclo mitótico celular, a transição das fases de pré-síntese de DNA, síntese, pré-
mitose e mitose será controlada por processos de fosforilação protéica atuando sobre um
conjunto de pontos de controle. A transição da fase G1 (pré-síntese) para fase S (síntese de
DNA) é caracterizada pela ativação (por fosforilação) de proteínas-alvo efetuada pelas CDK
s
118
. Na figura 1, encontra-se a representação de alguns elementos constituintes da transição da
fase G1 para a fase S.
26
Figura 1 (Ciclo Celular Normal): Fases do ciclo celular normal durante a mitose com ênfase
para o ponto de controle G1-S.
Sabe-se que a perda do controle normal do ciclo celular é essencial para que haja
transformação neoplásica, ocorrendo mutação em pelo menos um dos quatro reguladores-chave
do ciclo celular (p16ink
4a
, ciclina D, CDK
4
e Rb)
119
.
A proteína p16 é um dos representantes da expressão do locus 9p21 do gene CDKN2A
(cromossoma 9). Esta proteína interage e inibe a quinase ciclino-dependente ou CDK,
formando um complexo p16/cdk4 e p16/cdk6. A p16ink
4a
é a proteína 16 inibidora da CDK
4a
120
. Na figura 2 encontra-se a representação esquemática do controle do ciclo celular durante a
fase de transição G1 – S enfatizando a ação dos produtos do gene CDKN2A.
G0
(quiescen
te
)
M
(mitose)
G1
(pré-
síntese
S
(síntese
)
G2 (pré-
mitótica
)
E2F
liberado
pRb
fosforilada
(
inativa
)
Ciclina D +
CDK(quinase-ciclino-
dependente)
E2F ativa
transcrição
de genes
para entrada
na fase S
27
Figura 2 (Ponto de Controle G1-S): Controle do ciclo celular normal na transição da fase G1
para S, com enfoque pra os produtos do gene CDKN2A. Mecanismo de fosforilação dos
intermediários representados pelo símbolo .
As mutações no gene CDKN2A estão associadas a tumores como os melanomas
121
. Já
as deleções no mesmo gene estão associadas aos carcinomas pancreáticos, carcinomas
esofagianos, pulmão e bexiga, além dos glioblastomas e sarcomas de partes moles
118, 122, 123
.
Quanto a expressão da fosfoproteína nuclear pRb (proteína do retinoblastoma) que, na
forma ativa, atua como “freio” na progressão de células da fase G1 para S no ciclo celular, será
também inativada pelas CDK
s
, a partir do processo de fosforilação da proteína pRb
124
.
Considerado como um “guardião do genoma” a p53 impede a propagação de células
geneticamente danificadas que, contrariamente a pRb, não controla o ciclo celular normal. Será
solicitada como freio de emergência quando ocorrer alteração do ácido desoxirribonucléico
(DNA), levando à parada do ciclo celular e morte celular programada (apoptose), impedindo a
G1
S
E2F
pRb +
pRb + E2F
CDK
Gene CDKN2A
p16
induz
+
CD
K
p16ink4a
inativa
inibe
estimula
libera
P
P
28
propagação de células geneticamente danificadas. Este mecanismo de controle da adequada
replicação do DNA, também ocorrerá na fase tardia de G1 e será dependente das cdk
s
118
.
Pelo exposto, em casos de cânceres cervicais, o esperado seria a ausência do complexo
p16ink
4a
, justificando a proliferação celular a partir da ativação das cdk
s
fosforiladas no ciclo
celular. Entretanto, curiosamente na avaliação de linhagens celulares derivadas de tumores
cervicais, há a presença da p16ink
4a
e, em alguns casos, sua hiperexpressão
125-127
.
Ocorre que, diferentemente das demais localizações, a carcinogênese cervical está
intimamente relacionada à infecção por cepas do HPV, notadamente o de alto risco
oncogênico. Este grupo viral possui a capacidade de integração do genoma viral ao genoma da
célula epitelial cervical ou queratinócito
128-130
, com a conseqüente produção das oncoproteínas
E6 e E7 pela célula hospedeira.
A oncoproteína E6 possui a capacidade de degradação da p53; já a oncoproteína E7,
inativa (por fosforilação) a pRb
131, 132
. Há uma reciprocidade entre a inativação da pRb pela
oncoproteína E7 do HR-HPV e liberação do controle da fase G1-S do ciclo celular com a perda
do feed-back negativo entre a pRb e o gene CDKN2A seguindo-se da produção e acúmulo do
p16ink
4a
em núcleo e citoplasma
133, 134
. Na Figura 3, encontra-se a representação gráfica da
ação do HR-HPV no ciclo celular.
A p53, que normalmente inicia mecanismo bioquímico de parada do ciclo celular e
apoptose em casos de mutação do DNA no queratinócito, agora degradada pela proteína E6 do
HPV contribui para imortalização celular e conseqüente origem da neoplasia
135
.
29
Figura 3 (Ciclo celular sob ação da proteína E7 do papilomavírus humano): Ciclo celular sob
ação da proteína E7 do papilomavírus humano de alto risco oncogênico. Intermediários da ação
do HR-HPV destacados na cor cinza.
Proteína 16 inibidora da CDK 4A (P16ink
4A
)
Em 1994, durante estudo que visava o diagnóstico de mutações ou deleções no gene
CDKN2A e na expressão do pRb, concluiu-se que havia relação inversa entre as expressões
dos produtos protéicos do gene naqueles tecidos tumorais com pRb inativo
136
.
p16ink
4a
p16ink
4a
E2F
E2F
E2F
G1
S
E2F
pRb + E2F
CDK
Gene CDKN2A
p16
+
CDK
p16ink
4a
estimula
E 7
HPV
pRb + E7
p16
p16
inativa
30
Seguiu-se estudo em 1998 que verificou a presença da proteína p16 entre noventa e oito
peças histológicas de NIC 1, NIC 2/3 e carcinoma cervical (CA), verificando positividade
difusa entre trinta e oito de trinta e nove casos de câncer e todos os casos de NIC 2/3
137
.
Em 2001, Klaes e cols., estudaram cento e noventa e nove peças de histologia cervical
com diagnóstico de lesão precursora ou neoplásica e cento e onze peças sem lesão.
Encontraram expressão difusa positiva para o anticorpo anti-p16ink
4a
em todos os casos de
NIC 2/3 (noventa e duas peças) e entre cinqüenta e oito de sessenta casos de CA
138
. No mesmo
ano, Keating e colaboradores, avaliando 99 peças de biópsia arquivadas, utilizou o anti-
p16ink
4a
como marcador de lesões cervicais associadas com o HR-HPV onde a expressão
difusa ou focal do anticorpo associou-se fortemente com a presença do vírus em 85.5% dos
casos
139
.
Durante o ano de 2002, Bibbo e cols. avaliaram a presença do anti-p16ink
4a
em
quarenta e sete citologias de meio líquido arquivadas e encontraram expressão para o anticorpo
entre 96% dos casos de H-SIL e 74% dos L-SIL
140
. Também em 2002, Klaes e cols.
compararam a concordância entre cinco patologistas no diagnóstico de cento e noventa e
quatro biópsias cervicais coradas com hematoxilina/eosina (HE) e após com o anticorpo anti-
p16ink
4a
. Concluíram que o índice kappa para concordância inicial de 0,60 para HE tornou-se
0,91 na leitura com o anticorpo anti-p16ink
4a 141
.
No mesmo ano, o estudo de Saqi e cols. sugeriu que há estrita relação entre HPV e anti-
p16ink
4a
entre citologias de meio líquido e que o uso do anticorpo monoclonal serve como
marcador para a "detecção citopática" da presença viral. Sugere que em laboratórios de boa
qualidade o uso do anti-p16ink
4a
poderá substituir a captura híbrida em citologias cervicais de
meio líquido
142
.
Pientong e cols., durante o ano de 2003, estudaram citologias cervicais coletadas apenas
com espátulas de Ayre (sem o uso da escova cytobrush), com o anti-p16ink
4a
que foram
31
distribuídas em cinco grupos de trinta lâminas: normais, ASC-US, L-SIL, H-SIL e CA.
Concluíram que há positividade para anti-p16ink
4a
entre 97% dos CA, 93% dos H-SIL, 33%
dos L-SIL, 57% das atipias de significado indeterminado (ASC) e ausência de positividade
para anti-p16ink
4a
entre todas as lâminas de citologia cervical normais
143
.
Bibbo e cols., tentando encontrar diferenças entre ASC-H e as H-SIL, utilizaram o
anticorpo anti-p16ink
4a
em trinta lâminas de citologia cervical coletadas de meio líquido e
encontraram positividade para o anticorpo entre dezessete de dezoito casos de H-SIL,
concluindo que a expressão do anti-p16ink
4a
mostra-se como promissor substituto no
diagnóstico em casos duvidosos de ASC-H
144
.
Murphy e cols, examinaram o potencial do anticorpo anti-p16ink
4a
entre cento e trinta e
dois casos com lesão precursora ou neoplásica e vinte e um casos sem lesão cervical,
amostradas pelo método da citologia de meio líquido. Em todos os dez casos de câncer
cervical, houve forte expressão ao anticorpo; 83,5% de positividade moderada ou forte entre as
H-SIL e 92% entre as L-SIL
145
.
Já no estudo de Agoff e cols, examinaram-se seiscentas e quarenta e cinco peças de
histologia cervical com o objetivo de comparar o grau de expressão do anticorpo anti-p16ink
4a
e o diagnóstico da lesão, além de relacionar os achados com a presença do HPV. Positividade
para o anti-p16ink
4a
correlacionou-se significativamente para a presença de HR-HPV, avaliado
pela captura híbrida ou pela PCR. Entre casos de câncer cervical, houve 89% de positividade
para o anticorpo. Quanto às lesões precursoras da cérvice que foram positivas para anti-
p16ink
4a
, havia positividade para o HR-HPV em 84% das vezes. Entretanto o encontro do vírus
de alto risco oncogênico, por captura híbrida, ocorreu entre 36% de casos negativos para lesão
e em 47% dos casos quando utilizado o PCR
146
.
Em 2004, Negri e cols
147
realizaram estudo entre cento e vinte sete peças arquivadas de
histologia cervical. Visava a utilização do anti-p16ink
4a
como “marcador de tendência” para
32
evolução de lesões precursoras iniciais do colo uterino. Os autores utilizaram peças com
diagnóstico de NIC 1 que foram divididas em dois grupos: No primeiro, lesões que evoluíram
para regressão espontânea; no segundo, que evoluíram para NIC 2/3. A conclusão foi que, em
71% dos casos de anti-p16ink
4a
negativos iniciais, houve regressão espontânea da doença. Já
entre 62% dos casos positivos, houve evolução para NIC 2/3. Os autores citam que o anticorpo
monoclonal pode ser um marcador de atividade oncogênica do HPV no colo uterino e que
critérios cito-morfológicos isolados não distinguem lesões precursoras iniciais que irão
progredir.
Em 2004, Wang
148
e colaboradores avaliaram o anticorpo monoclonal entre quarenta
biópsias cervicais originadas de dezessete mulheres acompanhadas de 1982 a 2000.
Concluíram que o anti-p16ink
4a
é um indicador da progressão da doença cervical e, quando
positividade para o anticorpo, há redução no tempo para a evolução da doença. O tempo médio
de progressão entre os casos negativos para o anticorpo foi de cento e vinte e dois meses contra
os sessenta e quatro meses entre os casos positivos.
Em 2004 Kanao e cols
149
utilizaram vinte e cinco peças de CA estadiados entre T1B e
T3B e onze peças normais de colo. Visava diagnosticar a presença concomitante de
positividade para o anti-p16ink
4a
e a infecção pelo HPV. Concluíram que a positividade para o
anticorpo foi significativamente maior entre os casos de neoplasia invasora infectadas pelo
HPV 16, 18, 58, 33 e 31 (n=21 ou 84%). Sugere que a hiper-metilação do gene CDKN2A
poderia explicar os quatro casos de negatividade para o HPV que apresentaram neoplasia
cervical.
Em 2004, Trunk e cols.
150
publicaram extensa revisão sobre a utilização do anticorpo
anti-p16ink
4a
como um “localizador” de células discarióticas durante o exame citológico de
baixa magnificação (leitura microscópica inicial em pequeno aumento). A positividade para o
anticorpo entre células basais ou pára-basais no esfregaço poderá ser considerado como um
33
sinal específico da ativação do oncogene viral. Citam que a “varredura” da lâmina de citologia
em pequeno aumento destaca o contingente celular que deverá merecer atenção para as
alterações nucleares e citoplasmáticas, evitando o fenômeno da habituação. Entre estas células
marcadas, foram aplicados os critérios morfológicos tradicionais.
Em 2005 Murphy e cols.
151
, estudando cento e setenta e seis blocos de parafina obtidos
de pacientes com e sem lesão cervical, encontraram positividade para o anticorpo anti-p16ink
4a
na histologia de todos os CA e em 98% dos NIC 2/3. Concluiu que o anticorpo é valioso
quanto à sensibilidade no diagnóstico de lesões precursoras ou neoplásicas cervicais.
Em 2005, Wentzensen e cols.
152
, utilizaram o anticorpo em citologia de meio líquido
com o objetivo aplicar um “escore nuclear” indicativo de gravidade de lesão cervical
precursora. Concluíram que, após a localização da célula a partir da positividade ao anticorpo,
a aplicação do escore nuclear facilitará o diagnóstico dos H-SIL.
Em nosso meio, no ano de 2005, duas publicações foram realizadas utilizando o
anticorpo anti-p16ink
4a
. No Estado de São Paulo, Longatto-filho e cols.
153
, usaram o anticorpo
monoclonal e o diagnóstico do HPV, entre cento e noventa e nove citologias de meio líquido,
consideradas como normais ou com diagnóstico de ASC-US. Os casos foram acompanhados
semestralmente por três anos. Os autores concluíram que casos positivos para o anticorpo
monoclonal e HR-HPV deverão ser cuidadosamente observados para exclusão de lesão
precursora. No Estado do Rio Grande do Sul, Lambert e cols.
154
, avaliaram a expressão do
anticorpo entre cinqüenta e quatro peças de histologia arquivadas, sendo vinte e sete lesões
precursoras e igual número de carcinomas invasores. Concluíram que há associação
significativa entre gravidade da lesão histológica e positividade para o anticorpo.
34
Justificativa
A baixa sensibilidade do exame citológico convencional (Papanicolaou) para o
rastreamento das lesões cervicais, associado à carência de recursos humanos e materiais para
utilização de outros métodos (biologia molecular para HPV, citologia em meio líquido ou
colposcopia), apontam para a necessidade de alternativas diagnósticas. Novos métodos deverão
concatenar baixo custo, fácil aplicação e alta sensibilidade para o diagnóstico das lesões
cervicais precursoras ou neoplásicas.
Dentre as várias alternativas diagnósticas em cérvice, o anticorpo anti-p16ink
4a
se
mostra promissor no aprimoramento da sensibilidade na citologia cervical. Entretanto há
carência de estudos utilizando o anticorpo em citologias coletadas da forma convencional,
associadas ao exame padrão-ouro cervical (biópsia dirigida por colposcopia e corada com
hematoxilina-eosina).
Objetivo Geral
Avaliar a expressão do anticorpo anti-p16ink
4a
em citologia cervical convencional.
Objetivo Específico
Avaliar a sensibilidade, especificidade, valor preditivo positivo (vp+) e negativo (vp-)
do anticorpo anti-p16ink
4a
em citologia cervical para o diagnóstico de lesões precursoras ou
35
neoplásicas do colo uterino.
Avaliar a variação inter-observador na leitura das lâminas de citologia coradas com o
anticorpo anti-p16ink
4a
.
Avaliar a factibilidade do uso do anticorpo anti-p16ink
4a
em citologia cervical (tempo
demandado para preparação da lâmina e difusão do anticorpo no esfregaço, qualidade das
células diagnósticas e custo do procedimento).
36
Bibliografia:
1. Sawaya GF. Papanicolaou testing: when does more become less? Am J Med 2005;
118(2):159-160.
2. Papanicolaou GN, Traut HF. The diagnostic value of vaginal smears in carcinoma of
the uterus. 1941. Arch Pathol Lab Med 1997; 121(3):211-224.
3. Felix JC, Amezcua C. In vitro adjuncts to the pap smear. Obstet Gynecol Clin North
Am 2002; 29(4):685-99, vii.
4. Gaffikin L, Lauterbach M, Blumenthal PD. Performance of visual inspection with
acetic acid for cervical cancer screening: a qualitative summary of evidence to date.
Obstet Gynecol Surv 2003; 58(8):543-550.
5. Screening for cervical cancer. The U.S. Preventive Services Task Force. Am Fam
Physician 1990; 41(3):853-857.
6. Felix JC, Amezcua C. In vitro adjuncts to the pap smear. Obstet Gynecol Clin North
Am 2002; 29(4):685-99, vii.
7. Koss LG. The Papanicolaou test for cervical cancer detection. A triumph and a tragedy.
JAMA 1989; 261(5):737-743.
8. Felix JC, Amezcua C. In vitro adjuncts to the pap smear. Obstet Gynecol Clin North
Am 2002; 29(4):685-99, vii.
9. Pientong C, Ekalaksananan T, Swadpanich U et al. Immunocytochemical detection of
p16INK4a protein in scraped cervical cells. Acta Cytol 2003; 47(4):616-623.
10. Nanda K, McCrory DC, Myers ER et al. Accuracy of the Papanicolaou test in screening
for and follow-up of cervical cytologic abnormalities: a systematic review
17. Ann Intern Med 2000; 132(10):810-819.
11. Intituto Nacional do Cancer (INCA), Ministério da Saúde do Brasil. Programa Nacional
de Controle do Câncer do Colo Uterino. INCA . 24-7-0002.
Ref Type: Electronic Citation
12. Ministério da Saúde do Brasil. Campanha de Prevenção do Câncer de Colo do Útero no
Brasil. 2002.
Ref Type: Internet Communication
13. Secretaria da Saúde do Estado do Rio Grande do Sul. Mortalidade por Município e
CRS de Residência SIM/RS 1997-2003. 2004.
Ref Type: Internet Communication
14. Secretaria da Saúde do Município de Porto Alegre. Prevenção ao Câncer Ginecológico
- Secretaria da Saúde do Município de Porto Alegre (Políticas em Saúde / Saúde da
Mulher). 2004.
Ref Type: Internet Communication
37
15. Cardenas-Turanzas M, Follen M, Benedet JL, Cantor SB. See-and-treat strategy for
diagnosis and management of cervical squamous intraepithelial lesions. Lancet Oncol
2005; 6(1):43-50.
16. Intituto Nacional do Cancer (INCA). Estimativa 2006 - Incidência de Cancer no Brasil.
2006.
Ref Type: Internet Communication
17. Koss LG. The Papanicolaou test for cervical cancer detection. A triumph and a tragedy.
JAMA 1989; 261(5):737-743.
18. Ho GY, Bierman R, Beardsley L, Chang CJ, Burk RD. Natural history of
cervicovaginal papillomavirus infection in young women. N Engl J Med 1998;
338(7):423-428.
19. Lonky NM. Risk factors related to the development and mortality from invasive
cervical cancer clinical utility and impact on prevention. Obstet Gynecol Clin North
Am 2002; 29(4):817-42, viii.
20. Hellberg D, Nilsson S, Haley NJ, Hoffman D, Wynder E. Smoking and cervical
intraepithelial neoplasia: nicotine and cotinine in serum and cervical mucus in smokers
and nonsmokers
1. Am J Obstet Gynecol 1988; 158(4):910-913.
21. Haverkos HW, Soon G, Steckley SL, Pickworth W. Cigarette smoking and cervical
cancer: Part I: a meta-analysis. Biomed Pharmacother 2003; 57(2):67-77.
22. Phillips DH, She MN. DNA adducts in cervical tissue of smokers and non-smokers
2. Mutat Res 1994; 313(2-3):277-284.
23. Lonky NM. Risk factors related to the development and mortality from invasive
cervical cancer clinical utility and impact on prevention. Obstet Gynecol Clin North
Am 2002; 29(4):817-42, viii.
24. Intyre-Seltman K, Castle PE, Guido R, Schiffman M, Wheeler CM. Smoking is a risk
factor for cervical intraepithelial neoplasia grade 3 among oncogenic human
papillomavirus DNA-positive women with equivocal or mildly abnormal cytology
1. Cancer Epidemiol Biomarkers Prev 2005; 14(5):1165-1170.
25. Halpert R, Fruchter RG, Sedlis A, Butt K, Boyce JG, Sillman FH. Human
papillomavirus and lower genital neoplasia in renal transplant patients. Obstet Gynecol
1986; 68(2):251-258.
26. Mandelblatt JS, Kanetsky P, Eggert L, Gold K. Is HIV infection a cofactor for cervical
squamous cell neoplasia? Cancer Epidemiol Biomarkers Prev 1999; 8(1):97-106.
27. Lonky NM. Risk factors related to the development and mortality from invasive
cervical cancer clinical utility and impact on prevention. Obstet Gynecol Clin North
Am 2002; 29(4):817-42, viii.
28. Marchand L, Mundt M, Klein G, Agarwal SC. Optimal collection technique and
devices for a quality pap smear. WMJ 2005; 104(6):51-55.
38
29. Felix JC, Amezcua C. In vitro adjuncts to the pap smear. Obstet Gynecol Clin North
Am 2002; 29(4):685-99, vii.
30. Felix JC, Lonky NM, Tamura K et al. Aberrant expression of E-cadherin in cervical
intraepithelial neoplasia correlates with a false-negative Papanicolaou smear
1. Am J Obstet Gynecol 2002; 186(6):1308-1314.
31. La VC, Franceschi S, Decarli A, Fasoli M, Gentile A, Tognoni G. Pap smear and the
risk of cervical neoplasia: quantitative estimates from a case-control study
1. Lancet 1984; 2(8406):779-782.
32. Keating JT, Ince T, Crum CP. Surrogate biomarkers of HPV infection in cervical
neoplasia screening and diagnosis. Adv Anat Pathol 2001; 8(2):83-92.
33. Renshaw AA, Prey MU, Hodes L, Weisson M, Haja J, Moriarty AT. Cytologic features
of high-grade squamous intraepithelial lesion in conventional slides: what is the
difference between cases that perform well and those that perform poorly? Arch Pathol
Lab Med 2005; 129(6):733-735.
34. Smith PA, Turnbull LS. Small cell and 'pale' dyskaryosis. Cytopathology 1997; 8(1):3-
8.
35. Baker RW, O'Sullivan JP, Hanley J, Coleman DV. The characteristics of false negative
cervical smears--implications for the UK cervical cancer screening programme. J Clin
Pathol 1999; 52(5):358-362.
36. Keating JT, Ince T, Crum CP. Surrogate biomarkers of HPV infection in cervical
neoplasia screening and diagnosis. Adv Anat Pathol 2001; 8(2):83-92.
37. Schneider V, Henry MR, Jimenez-Ayala M, Turnbull LS, Wright TC. Cervical cancer
screening, screening errors and reporting. Acta Cytol 2001; 45(4):493-498.
38. Bergeron C, Debaque H, Ayivi J, Amaizo S, Fagnani F. Cervical smear histories of 585
women with biopsy-proven carcinoma in situ. Acta Cytol 1997; 41(6):1676-1680.
39. Sato S, Mikino H, Matsunaga G, Yajima A. False negative rate in mass screening for
cervical cancer. Acta Cytol 1998; 42(3):836-837.
40. Cohn DE, Herzog TJ. New innovations in cervical cancer screening. Clin Obstet
Gynecol 2001; 44(3):538-549.
41. Bergeron C, Debaque H, Ayivi J, Amaizo S, Fagnani F. Cervical smear histories of 585
women with biopsy-proven carcinoma in situ. Acta Cytol 1997; 41(6):1676-1680.
42. Schneider V, Henry MR, Jimenez-Ayala M, Turnbull LS, Wright TC. Cervical cancer
screening, screening errors and reporting. Acta Cytol 2001; 45(4):493-498.
43. Mody DR, Davey DD, Kline TS. Workload limits and CLIA 88 in the 1990's: how
much is too much? Or too little?
38. Diagn Cytopathol 1997; 16(1):vii-viii.
39
44. Ehrmeyer SS, Laessig RH. Has compliance with CLIA requirements really improved
quality in US clinical laboratories?
6. Clin Chim Acta 2004; 346(1):37-43.
45. Ehrmeyer SS, Laessig RH. Has compliance with CLIA requirements really improved
quality in US clinical laboratories?
6. Clin Chim Acta 2004; 346(1):37-43.
46. Tan KB, Chang SA, Soh VC, Thamboo TP, Nilsson B, Chan NH. Quality indices in a
cervicovaginal cytology service: before and after laboratory accreditation. Arch Pathol
Lab Med 2004; 128(3):303-307.
47. Mody DR, Davey DD, Kline TS. Workload limits and CLIA 88 in the 1990's: how
much is too much? Or too little?
38. Diagn Cytopathol 1997; 16(1):vii-viii.
48. Giard RW. False-negative rate of cervical cytology: sense and sensitivity. Diagn
Cytopathol 2001; 25(5):275-277.
49. Giard RW. False-negative rate of cervical cytology: sense and sensitivity. Diagn
Cytopathol 2001; 25(5):275-277.
50. Cohn DE, Herzog TJ. New innovations in cervical cancer screening. Clin Obstet
Gynecol 2001; 44(3):538-549.
51. Dexeus S, Cararach M, Dexeus D. The role of colposcopy in modern gynecology. Eur J
Gynaecol Oncol 2002; 23(4):269-277.
52. Mitchell MF, Schottenfeld D, Tortolero-Luna G, Cantor SB, Richards-Kortum R.
Colposcopy for the diagnosis of squamous intraepithelial lesions: a meta-analysis.
Obstet Gynecol 1998; 91(4):626-631.
53. Cronje HS. Screening for cervical cancer in developing countries. Int J Gynaecol Obstet
2004; 84(2):101-108.
54. Mitchell MF, Schottenfeld D, Tortolero-Luna G, Cantor SB, Richards-Kortum R.
Colposcopy for the diagnosis of squamous intraepithelial lesions: a meta-analysis.
Obstet Gynecol 1998; 91(4):626-631.
55. Cardenas-Turanzas M, Follen M, Benedet JL, Cantor SB. See-and-treat strategy for
diagnosis and management of cervical squamous intraepithelial lesions. Lancet Oncol
2005; 6(1):43-50.
56. Bigrigg MA, Codling BW, Pearson P, Read MD, Swingler GR. Colposcopic diagnosis
and treatment of cervical dysplasia at a single clinic visit. Experience of low-voltage
diathermy loop in 1000 patients
2. Lancet 1990; 336(8709):229-231.
57. Kattukaran A, Kekre A, Jose R, Seshadri L. See & treat protocol for evaluation &
management of cervical intraepithelial neoplasia
1. Indian J Med Res 2002; 116:106-110.
40
58. Shope R. Infections papillomatosis of rabbits. J Exp Med 1933; 58:609.
59. Schiffman MH, Castle P. Epidemiologic studies of a necessary causal risk factor:
human papillomavirus infection and cervical neoplasia. J Natl Cancer Inst 2003;
95(6):E2.
60. Munoz N, Bosch FX, de SS et al. Epidemiologic classification of human
papillomavirus types associated with cervical cancer. N Engl J Med 2003; 348(6):518-
527.
61. Lehtinen M, Pawlita M, Zumbach K et al. Evaluation of antibody response to human
papillomavirus early proteins in women in whom cervical cancer developed 1 to 20
years later. Am J Obstet Gynecol 2003; 188(1):49-55.
62. Negri G, Egarter-Vigl E, Kasal A, Romano F, Haitel A, Mian C. p16INK4a is a useful
marker for the diagnosis of adenocarcinoma of the cervix uteri and its precursors: an
immunohistochemical study with immunocytochemical correlations. Am J Surg Pathol
2003; 27(2):187-193.
63. Ho GY, Bierman R, Beardsley L, Chang CJ, Burk RD. Natural history of
cervicovaginal papillomavirus infection in young women. N Engl J Med 1998;
338(7):423-428.
64. Walboomers JM, Jacobs MV, Manos MM et al. Human papillomavirus is a necessary
cause of invasive cervical cancer worldwide
5. J Pathol 1999; 189(1):12-19.
65. Clifford GM, Smith JS, Plummer M, Munoz N, Franceschi S. Human papillomavirus
types in invasive cervical cancer worldwide: a meta-analysis. Br J Cancer 2003;
88(1):63-73.
66. Arbyn M, Buntinx F, Van RM, Paraskevaidis E, Martin-Hirsch P, Dillner J. Virologic
versus cytologic triage of women with equivocal Pap smears: a meta-analysis of the
accuracy to detect high-grade intraepithelial neoplasia. J Natl Cancer Inst 2004;
96(4):280-293.
67. Yoshida T, Fukuda T, Sano T, Kanuma T, Owada N, Nakajima T. Usefulness of liquid-
based cytology specimens for the immunocytochemical study of p16 expression and
human papillomavirus testing: a comparative study using simultaneously sampled
histology materials. Cancer 2004; 102(2):100-108.
68. Cuzick J, Clavel C, Petry KU et al. Overview of the European and North American
studies on HPV testing in primary cervical cancer screening. Int J Cancer 2006;
119(5):1095-1101.
69. Lehtinen M, Pawlita M, Zumbach K et al. Evaluation of antibody response to human
papillomavirus early proteins in women in whom cervical cancer developed 1 to 20
years later. Am J Obstet Gynecol 2003; 188(1):49-55.
70. Klaes R, Benner A, Friedrich T et al. p16INK4a immunohistochemistry improves
interobserver agreement in the diagnosis of cervical intraepithelial neoplasia. Am J
Surg Pathol 2002; 26(11):1389-1399.
41
71. Ho GY, Bierman R, Beardsley L, Chang CJ, Burk RD. Natural history of
cervicovaginal papillomavirus infection in young women. N Engl J Med 1998;
338(7):423-428.
72. Wright TC, Jr., Cox JT, Massad LS, Twiggs LB, Wilkinson EJ. 2001 Consensus
Guidelines for the management of women with cervical cytological abnormalities.
JAMA 2002; 287(16):2120-2129.
73. Hutchinson ML, Cassin CM, Ball HG, III. The efficacy of an automated preparation
device for cervical cytology
1. Am J Clin Pathol 1991; 96(3):300-305.
74. Hartmann KE, Nanda K, Hall S, Myers E. Technologic advances for evaluation of
cervical cytology: is newer better? Obstet Gynecol Surv 2001; 56(12):765-774.
75. Abulafia O, Pezzullo JC, Sherer DM. Performance of ThinPrep liquid-based cervical
cytology in comparison with conventionally prepared Papanicolaou smears: a
quantitative survey. Gynecol Oncol 2003; 90(1):137-144.
76. Myers ER, McCrory DC, Subramanian S et al. Setting the target for a better cervical
screening test: characteristics of a cost-effective test for cervical neoplasia screening
4. Obstet Gynecol 2000; 96(5 Pt 1):645-652.
77. Hartmann KE, Nanda K, Hall S, Myers E. Technologic advances for evaluation of
cervical cytology: is newer better? Obstet Gynecol Surv 2001; 56(12):765-774.
78. Herbert A, Johnson J. Personal view. Is it reality or an illusion that liquid-based
cytology is better than conventional cervical smears? Cytopathology 2001; 12(6):383-
389.
79. lenbach-Hellweg G, Trunk MJ, von Knebel DM. Traditional and new molecular
methods for early detection of cervical cancer. Arkh Patol 2004; 66(5):35-39.
80. Pamies RJ, Crawford DR. Tumor markers. An update
1. Med Clin North Am 1996; 80(1):185-199.
81. Lehtinen M, Pawlita M, Zumbach K et al. Evaluation of antibody response to human
papillomavirus early proteins in women in whom cervical cancer developed 1 to 20
years later. Am J Obstet Gynecol 2003; 188(1):49-55.
82. Heim K, Widschwendter A, Pirschner G et al. Antibodies to human papillomavirus 16
L1 virus-like particles as an independent prognostic marker in cervical cancer. Am J
Obstet Gynecol 2002; 186(4):705-711.
83. Lehtinen M, Pawlita M, Zumbach K et al. Evaluation of antibody response to human
papillomavirus early proteins in women in whom cervical cancer developed 1 to 20
years later. Am J Obstet Gynecol 2003; 188(1):49-55.
84. Walboomers JM, Jacobs MV, Manos MM et al. Human papillomavirus is a necessary
cause of invasive cervical cancer worldwide
5. J Pathol 1999; 189(1):12-19.
42
85. Munoz N. Human papillomavirus and cancer: the epidemiological evidence. J Clin
Virol 2000; 19(1-2):1-5.
86. Schiffman M, Castle PE. Human papillomavirus: epidemiology and public health. Arch
Pathol Lab Med 2003; 127(8):930-934.
87. Bosch FX, Lorincz A, Munoz N, Meijer CJ, Shah KV. The causal relation between
human papillomavirus and cervical cancer. J Clin Pathol 2002; 55(4):244-265.
88. Schiffman M, Castle PE. Human papillomavirus: epidemiology and public health. Arch
Pathol Lab Med 2003; 127(8):930-934.
89. Keating JT, Ince T, Crum CP. Surrogate biomarkers of HPV infection in cervical
neoplasia screening and diagnosis. Adv Anat Pathol 2001; 8(2):83-92.
90. Keating JT, Cviko A, Riethdorf S et al. Ki-67, cyclin E, and p16INK4 are
complimentary surrogate biomarkers for human papilloma virus-related cervical
neoplasia. Am J Surg Pathol 2001; 25(7):884-891.
91. Stanley MA. Prognostic factors and new therapeutic approaches to cervical cancer.
Virus Res 2002; 89(2):241-248.
92. Lin WM, Ashfaq R, Michalopulos EA, Maitra A, Gazdar AF, Muller CY. Molecular
Papanicolaou tests in the twenty-first century: molecular analyses with fluid-based
Papanicolaou technology
1. Am J Obstet Gynecol 2000; 183(1):39-45.
93. Keating JT, Ince T, Crum CP. Surrogate biomarkers of HPV infection in cervical
neoplasia screening and diagnosis. Adv Anat Pathol 2001; 8(2):83-92.
94. Lonky NM. Risk factors related to the development and mortality from invasive
cervical cancer clinical utility and impact on prevention. Obstet Gynecol Clin North
Am 2002; 29(4):817-42, viii.
95. Keating JT, Ince T, Crum CP. Surrogate biomarkers of HPV infection in cervical
neoplasia screening and diagnosis. Adv Anat Pathol 2001; 8(2):83-92.
96. Keating JT, Cviko A, Riethdorf S et al. Ki-67, cyclin E, and p16INK4 are
complimentary surrogate biomarkers for human papilloma virus-related cervical
neoplasia. Am J Surg Pathol 2001; 25(7):884-891.
97. Wang JL, Zheng BY, Li XD, Angstrom T, Lindstrom MS, Wallin KL. Predictive
significance of the alterations of p16INK4A, p14ARF, p53, and proliferating cell
nuclear antigen expression in the progression of cervical cancer. Clin Cancer Res 2004;
10(7):2407-2414.
98. Murphy N, Ring M, Heffron CC et al. p16INK4A, CDC6, and MCM5: predictive
biomarkers in cervical preinvasive neoplasia and cervical cancer. J Clin Pathol 2005;
58(5):525-534.
99. Tringler B, Gup CJ, Singh M et al. Evaluation of p16INK4a and pRb expression in
cervical squamous and glandular neoplasia. Hum Pathol 2004; 35(6):689-696.
43
100. Wang JL, Zheng BY, Li XD et al. p16INK4A and p14ARF expression pattern by
immunohistochemistry in human papillomavirus-related cervical neoplasia. Mod Pathol
2005; 18(5):629-637.
101. Negri G, Vittadello F, Romano F et al. p16INK4a expression and progression risk of
low-grade intraepithelial neoplasia of the cervix uteri. Virchows Arch 2004;
445(6):616-620.
102. Murphy N, Heffron CC, King B et al. p16INK4A positivity in benign, premalignant
and malignant cervical glandular lesions: a potential diagnostic problem. Virchows
Arch 2004; 445(6):610-615.
103. Nieh S, Chen SF, Chu TY, Lai HC, Fu E. Expression of p16INK4A in Pap smears
containing atypical glandular cells from the uterine cervix. Acta Cytol 2004; 48(2):173-
180.
104. Wang JL, Zheng BY, Li XD, Angstrom T, Lindstrom MS, Wallin KL. Predictive
significance of the alterations of p16INK4A, p14ARF, p53, and proliferating cell
nuclear antigen expression in the progression of cervical cancer. Clin Cancer Res 2004;
10(7):2407-2414.
105. Zielinski GD, Snijders PJ, Rozendaal L et al. The presence of high-risk HPV combined
with specific p53 and p16INK4a expression patterns points to high-risk HPV as the
main causative agent for adenocarcinoma in situ and adenocarcinoma of the cervix. J
Pathol 2003; 201(4):535-543.
106. Ishikawa M, Fujii T, Masumoto N et al. Correlation of p16INK4A overexpression with
human papillomavirus infection in cervical adenocarcinomas. Int J Gynecol Pathol
2003; 22(4):378-385.
107. Negri G, Egarter-Vigl E, Kasal A, Romano F, Haitel A, Mian C. p16INK4a is a useful
marker for the diagnosis of adenocarcinoma of the cervix uteri and its precursors: an
immunohistochemical study with immunocytochemical correlations. Am J Surg Pathol
2003; 27(2):187-193.
108. Murphy N, Ring M, Killalea AG et al. p16INK4A as a marker for cervical dyskaryosis:
CIN and cGIN in cervical biopsies and ThinPrep smears. J Clin Pathol 2003; 56(1):56-
63.
109. Agoff SN, Lin P, Morihara J, Mao C, Kiviat NB, Koutsky LA. p16INK4a expression
correlates with degree of cervical neoplasia: a comparison with Ki-67 expression and
detection of high-risk HPV types. Mod Pathol 2003; 16(7):665-673.
110. Klaes R, Benner A, Friedrich T et al. p16INK4a immunohistochemistry improves
interobserver agreement in the diagnosis of cervical intraepithelial neoplasia. Am J
Surg Pathol 2002; 26(11):1389-1399.
111. Saqi A, Pasha TL, McGrath CM, Yu GH, Zhang P, Gupta P. Overexpression of
p16INK4A in liquid-based specimens (SurePath) as marker of cervical dysplasia and
neoplasia. Diagn Cytopathol 2002; 27(6):365-370.
44
112. Bibbo M, DeCecco J, Kovatich AJ. p16INK4A as an adjunct test in liquid-based
cytology. Anal Quant Cytol Histol 2003; 25(1):8-11.
113. Pientong C, Ekalaksananan T, Kongyingyoes B et al. Immunocytochemical staining of
p16INK4a protein from conventional Pap test and its association with human
papillomavirus infection. Diagn Cytopathol 2004; 31(4):235-242.
114. Ichinose H. p16INK4a IHC in the diagnosis of cervical CIN. Am J Surg Pathol 2003;
27(9):1284.
115. Klaes R, Friedrich T, Spitkovsky D et al. Overexpression of p16INK4A as a specific
marker for dysplastic and neoplastic epithelial cells of the cervix uteri. Int J Cancer
2001; 92(2):276-284.
116. Keating JT, Cviko A, Riethdorf S et al. Ki-67, cyclin E, and p16INK4 are
complimentary surrogate biomarkers for human papilloma virus-related cervical
neoplasia. Am J Surg Pathol 2001; 25(7):884-891.
117. Lonky NM. Risk factors related to the development and mortality from invasive
cervical cancer clinical utility and impact on prevention. Obstet Gynecol Clin North
Am 2002; 29(4):817-42, viii.
118. Cotran RS KVCT. Neoplasia. In: Guananbara Koogan, editor. Patologia Estrutural e
Funcional. 6 ed. Rio de Janeiro: 2000 p. 233-295.
119. Hunter T. Oncoprotein networks
10. Cell 1997; 88(3):333-346.
120. Swanton C. Cell-cycle targeted therapies. Lancet Oncol 2004; 5(1):27-36.
121. Swanton C. Cell-cycle targeted therapies. Lancet Oncol 2004; 5(1):27-36.
122. Aagaard L, Lukas J, Bartkova J, Kjerulff AA, Strauss M, Bartek J. Aberrations of
p16Ink4 and retinoblastoma tumour-suppressor genes occur in distinct sub-sets of
human cancer cell lines. Int J Cancer 1995; 61(1):115-120.
123. Sano T, Oyama T, Kashiwabara K, Fukuda T, Nakajima T. Immunohistochemical
overexpression of p16 protein associated with intact retinoblastoma protein expression
in cervical cancer and cervical intraepithelial neoplasia. Pathol Int 1998; 48(8):580-585.
124. Tringler B, Gup CJ, Singh M et al. Evaluation of p16INK4a and pRb expression in
cervical squamous and glandular neoplasia. Hum Pathol 2004; 35(6):689-696.
125. Aagaard L, Lukas J, Bartkova J, Kjerulff AA, Strauss M, Bartek J. Aberrations of
p16Ink4 and retinoblastoma tumour-suppressor genes occur in distinct sub-sets of
human cancer cell lines. Int J Cancer 1995; 61(1):115-120.
126. Sano T, Oyama T, Kashiwabara K, Fukuda T, Nakajima T. Immunohistochemical
overexpression of p16 protein associated with intact retinoblastoma protein expression
in cervical cancer and cervical intraepithelial neoplasia. Pathol Int 1998; 48(8):580-585.
45
127. Klaes R, Friedrich T, Spitkovsky D et al. Overexpression of p16INK4A as a specific
marker for dysplastic and neoplastic epithelial cells of the cervix uteri. Int J Cancer
2001; 92(2):276-284.
128. Tringler B, Gup CJ, Singh M et al. Evaluation of p16INK4a and pRb expression in
cervical squamous and glandular neoplasia. Hum Pathol 2004; 35(6):689-696.
129. Klaes R, Friedrich T, Spitkovsky D et al. Overexpression of p16INK4A as a specific
marker for dysplastic and neoplastic epithelial cells of the cervix uteri. Int J Cancer
2001; 92(2):276-284.
130. Kanao H, Enomoto T, Ueda Y et al. Correlation between p14(ARF)/p16(INK4A)
expression and HPV infection in uterine cervical cancer. Cancer Lett 2004; 213(1):31-
37.
131. Zielinski GD, Snijders PJ, Rozendaal L et al. The presence of high-risk HPV combined
with specific p53 and p16INK4a expression patterns points to high-risk HPV as the
main causative agent for adenocarcinoma in situ and adenocarcinoma of the cervix. J
Pathol 2003; 201(4):535-543.
132. Keating JT, Cviko A, Riethdorf S et al. Ki-67, cyclin E, and p16INK4 are
complimentary surrogate biomarkers for human papilloma virus-related cervical
neoplasia. Am J Surg Pathol 2001; 25(7):884-891.
133. Murphy N, Ring M, Killalea AG et al. p16INK4A as a marker for cervical dyskaryosis:
CIN and cGIN in cervical biopsies and ThinPrep smears. J Clin Pathol 2003; 56(1):56-
63.
134. Yoshida T, Fukuda T, Sano T, Kanuma T, Owada N, Nakajima T. Usefulness of liquid-
based cytology specimens for the immunocytochemical study of p16 expression and
human papillomavirus testing: a comparative study using simultaneously sampled
histology materials. Cancer 2004; 102(2):100-108.
135. Wang JL, Zheng BY, Li XD, Angstrom T, Lindstrom MS, Wallin KL. Predictive
significance of the alterations of p16INK4A, p14ARF, p53, and proliferating cell
nuclear antigen expression in the progression of cervical cancer. Clin Cancer Res 2004;
10(7):2407-2414.
136. Aagaard L, Lukas J, Bartkova J, Kjerulff AA, Strauss M, Bartek J. Aberrations of
p16Ink4 and retinoblastoma tumour-suppressor genes occur in distinct sub-sets of
human cancer cell lines. Int J Cancer 1995; 61(1):115-120.
137. Sano T, Oyama T, Kashiwabara K, Fukuda T, Nakajima T. Immunohistochemical
overexpression of p16 protein associated with intact retinoblastoma protein expression
in cervical cancer and cervical intraepithelial neoplasia. Pathol Int 1998; 48(8):580-585.
138. Klaes R, Friedrich T, Spitkovsky D et al. Overexpression of p16INK4A as a specific
marker for dysplastic and neoplastic epithelial cells of the cervix uteri. Int J Cancer
2001; 92(2):276-284.
46
139. Keating JT, Cviko A, Riethdorf S et al. Ki-67, cyclin E, and p16INK4 are
complimentary surrogate biomarkers for human papilloma virus-related cervical
neoplasia. Am J Surg Pathol 2001; 25(7):884-891.
140. Bibbo M, Klump WJ, DeCecco J, Kovatich AJ. Procedure for immunocytochemical
detection of P16INK4A antigen in thin-layer, liquid-based specimens. Acta Cytol 2002;
46(1):25-29.
141. Klaes R, Benner A, Friedrich T et al. p16INK4a immunohistochemistry improves
interobserver agreement in the diagnosis of cervical intraepithelial neoplasia. Am J
Surg Pathol 2002; 26(11):1389-1399.
142. Saqi A, Pasha TL, McGrath CM, Yu GH, Zhang P, Gupta P. Overexpression of
p16INK4A in liquid-based specimens (SurePath) as marker of cervical dysplasia and
neoplasia. Diagn Cytopathol 2002; 27(6):365-370.
143. Pientong C, Ekalaksananan T, Swadpanich U et al. Immunocytochemical detection of
p16INK4a protein in scraped cervical cells. Acta Cytol 2003; 47(4):616-623.
144. Bibbo M, DeCecco J, Kovatich AJ. p16INK4A as an adjunct test in liquid-based
cytology. Anal Quant Cytol Histol 2003; 25(1):8-11.
145. Murphy N, Ring M, Killalea AG et al. p16INK4A as a marker for cervical dyskaryosis:
CIN and cGIN in cervical biopsies and ThinPrep smears. J Clin Pathol 2003; 56(1):56-
63.
146. Agoff SN, Lin P, Morihara J, Mao C, Kiviat NB, Koutsky LA. p16INK4a expression
correlates with degree of cervical neoplasia: a comparison with Ki-67 expression and
detection of high-risk HPV types. Mod Pathol 2003; 16(7):665-673.
147. Negri G, Vittadello F, Romano F et al. p16INK4a expression and progression risk of
low-grade intraepithelial neoplasia of the cervix uteri. Virchows Arch 2004;
445(6):616-620.
148. Wang JL, Zheng BY, Li XD, Angstrom T, Lindstrom MS, Wallin KL. Predictive
significance of the alterations of p16INK4A, p14ARF, p53, and proliferating cell
nuclear antigen expression in the progression of cervical cancer. Clin Cancer Res 2004;
10(7):2407-2414.
149. Kanao H, Enomoto T, Ueda Y et al. Correlation between p14(ARF)/p16(INK4A)
expression and HPV infection in uterine cervical cancer. Cancer Lett 2004; 213(1):31-
37.
150. Trunk MJ, lenbach-Hellweg G, Ridder R et al. Morphologic characteristics of
p16INK4a-positive cells in cervical cytology samples. Acta Cytol 2004; 48(6):771-782.
151. Murphy N, Ring M, Heffron CC et al. p16INK4A, CDC6, and MCM5: predictive
biomarkers in cervical preinvasive neoplasia and cervical cancer. J Clin Pathol 2005;
58(5):525-534.
47
152. Wentzensen N, Bergeron C, Cas F, Eschenbach D, Vinokurova S, von Knebel DM.
Evaluation of a nuclear score for p16INK4a-stained cervical squamous cells in liquid-
based cytology samples. Cancer 2005; 105(6):461-467.
153. Longatto FA, Utagawa ML, Shirata NK et al. Immunocytochemical expression of
p16INK4A and Ki-67 in cytologically negative and equivocal pap smears positive for
oncogenic human papillomavirus. Int J Gynecol Pathol 2005; 24(2):118-124.
154. Lambert AP, Anschau F, Schmitt VM. p16INK4A expression in cervical premalignant
and malignant lesions. Exp Mol Pathol 2006; 80(2):192-196.
48
Artigo em Inglês
Antibody anti-p16ink
4a
in cervical cytology
(1)
Alexandre da Silva Rocha
(2)
, Mary Clarisse Bozzetti
(3)
, Luciana Schmidt Kirschnick
(2)
, Maria
Isabel Albano Edelweiss
(3)
Postgraduate Course in Medicine and Medical Sciences School
of Medicine
Federal University of Rio Grande do Sul, Porto Alegre, Brazil
(1) Pathology Department, Hospital de Clínicas de Porto Alegre
(2) Postgraduate Course in Medical Sciences
(3) Professor of the Postgraduate Course in Medical Sciences
Correspondence to:
Alexandre Rocha
Frei Germano street 200/503B
São José / Porto Alegre / RS
91530-060
Brazil
49
Abstract
Introduction: The use of the antibody anti-p16ink
4a
to increase the sensitivity of the
cytological examination, has presented promising results. However, there is a lack of studies which use
the monoclonal antibody in cervical cytology linked to the histological examination of the uterine
cervix. Objectives: To evaluate sensitivity, specificity, positive and negative predictive values of the
anti-p16ink
4a
in conventional collected cervical cytology. Method: A case-control study was carried out
in a cervical pathology reference center. The cytology slides, submitted to the immunocytochemistry for
the diagnostic antibody, were conventionally collected with spatula of Ayre and Cytobrush. The slides
were interpreted by two independent pathologists (P1 and P2). Cases (n=61) represented all cervical
investigations that had resulted in compatible diagnostic biopsy with CIN 1, 2 or 3 or squamous
carcinoma. Controls (n=87), included all investigations presenting Papanicolaou cytology and
colposcopy negative. Results: Sensitivity for the histological diagnosis of CIN 2, 3 (n=23) was 100%
and 95.7% for P1 and P2, respectively. The negative predictive value on the CIN 2, 3 was 100% (P1)
and 98.6% (P2). In two cases of squamous carcinoma, sensitivity was 100%, for both pathologists.
Sensitivity for the diagnosis of CIN 1 was 77.8% (P1) and 58.3% (P2). The negative predictive value
for CIN 1 was 90.6% (P1) and 83% (P2). The kappa index between the two pathologists was 0.74.
Among the cases of CIN 2, 3 associating the nuclear positivity to the antibody, the percent difference
between pathologists was inferior to 5%. Exactly the same scores were found among cases of absence
of cervical lesion and negativity for the antibody. On the other hand in CIN 1 patients there was a
greater inter-observer variation. Conclusions: Our results suggest that the antibody anti-p16ink
4a
could
contribute as an adjuvant tool in the follow up of intra-epithelial lesions in conventional collected
cervical cytology.
50
Introduction
Ever since the cervical cytology exam was brought up as a tool for populational
screening program there has been a decrease on cervical cancer mortality and morbidity rate
1
.
However, an accurate sensitivity on the diagnosis of cervical alterations by this exam has been
disappointing, with a mean sensitivity of 0.51 (95%CI 0.37-0.66), showing better results
among high grade cervical lesions
2-4
.
Half the cases of cervical cancer in countries with screening program coverage above
85% occur in women who were not tested over the last five years and, among the ones tested,
12 to 23% did not present regular follow up
5
.
Approximately 60% of the flaws on the cervical cytological exam are due to
inappropriate sample collection, the remaining 40% are due to laboratory errors
6-8
. Among
those diagnosed with cervical cancer, a review of their “normal” cytological exams happening
within the last three years is expected to be done as well as a reclassification for high grade
intra-epithelial lesion (H-SIL) 40% of the time
6
.
Although it is not known as an accurate marker for cervical lesions, its characteristics
should be to provide high sensitivity, not to depend upon subjective criteria for the diagnosis,
to be reasonable and affordable, and specially, to be presented on easily collectable samples
9
.
The influence of the human papillomavirus (HPV) on the genesis of the precursors or
neoplastic lesions of the cervix is now well established in various studies over the last
decades
10-13
. Indeed, HPV infection has been detected in almost all cervical cancer cases
according to the sensitivity of the method used for detection
12
. The identification of products
produced by the incorporation of the HPV genome on the epithelial cervical cells, which avoid
a simple diagnosis of the presence of a viral DNA, becomes a promising feature as an element
of cervix diagnosis
14-16
.
51
The use of antibodies improves the reading performance of the staining from a cell even
with a slight increase on the microscopic exam. The squamous markers PCNA, ki-67 (MIB1),
cyclin-E e o anti-p16ink
4a
; or glandular markers MN, cd44, ki-67 and the anti-p16ink
4a
, figure
like a potential diagnostic candidate in cervix uteri
14-17
. The proposal to make use of diagnostic
markers was because of the highlight of abnormal cells during the microscope low
magnification and the reduction on the reading errors
17
.
The carcinogenesis process happens in stages of molecular events at an epithelial cell
level with the production of intermediaries which are sensible to markers. There hasn’t been a
consensus regarding the best predictive intermediary of cervix carcinogenesis and whether its
diagnosis will prevent neoplastic progression
18
.
The PCNA (proliferating cell nuclear antigen) and ki-67 has proven to be a cell
proliferation antibody; ki-67 and cyclin-E have separated normal cervical tissues from
lesions
14-15
; p53 was a cell proliferation and a progression antibody
19
; anti-p16ink
4a
is an
antibody of precursory cervical lesion in cytological and histological exam, an infection marker
through HPV in cervical cells, and an assistant on the reduction of inter-observer variations on
cervical histological lesions
15,19,36
.
Among the various alternatives for cervical lesions diagnosis, the anti-p16ink
4a
has
proven to be a promising aid on the improvement of cervical cytological sensitivity. However
there is a need for further studies on the use of antibody in conventional collected cytology
(non liquid-based cytology) linked to the standard cervical exam (directed biopsy staining with
hematoxilin-eosin).
The antibody anti–p16ink
4a
is suggested to work as a cytopathic detector of the
presence of HPV together with the cervical cell genome inducing to an imbalanced mitosis and
a poor vigilance for DNA mutation. It could be a more specific test when compared to the viral
presence through a Polymerase Chain Reaction (PCR) or Hybrid Capture
15
.
52
Our case and control study views the assessment of the anti-p16ink
4a
sensitivity,
specificity, positive and negative predictive value in conventional cervical cytology, in
addiction to the feasible use of the anti-p16ink
4a
on slides of cervical cytology.
Method
A case-control study was performed recruiting women who attended the reference
clinic of Cervical Pathology in the City of Porto Alegre, Southern Brazil. The Clinic provides
assistance to suspected cases of cervical pathology screened at eleven health care units.
According to the census of IBGE (Brazilian Institute of Geography and Statistics) on the year
2000 there were 181.095 inhabitants dwelling in the area attended by the health care units, of
which 93.883 were women, with average familiar income ranging from 2.60 to 7.54 minimum
Brazilian wages
37
. The health units were contacted to refer all suspected cases of cervical
pathology to the Clinic Reference to the management.
The sample was selected from two different groups: the first, had patients referred to
the Reference Clinic which were recently screened and suspected of cervical lesions; the
second, had patients attended directly in the Clinic without previous screening.
The criteria of inclusion in the control group were the concurrence of negative cervical
cytology for intra-epithelial or invasive neoplastic lesion, associated with normal colposcopy
findings. Cases were defined by the presence of a positive cervical biopsy with CIN (cervical
intra-epithelial neoplasia) 1, 2 or 3 or cervical cancer.
Patients with complete hymen, absence or impossibility of exposition of the cervix,
history of cervical conization, pregnant patients, patients with vaginitis/cervicitis (according to
clinical-microscopic evaluation), disable patients and cases of rejection to participate in the
study have been excluded.
53
Picture 4 presents the flowchart of the selection process of the sample of the total
number of women screened (n=287) from January 2004 to July 2005.
Initial
colposcopy
(n= 287)
Unsatisfactory
colposcopy
(n=23)
Normal
colposcopy
finding /
Metaplastic
(n=114)
Low grade
lesion
suspected
(n=96)
High grade
lesion
suspected
(n=54)
Normal
cytology
(n=87)
Cytology:
AGC
(1)
(n=5)
ASC
(2)
(n=20)
L-SIL
(3)
(n=2)
Control
(no lesion)
(n=87)
Exclusion
from
study
(n=78)
Normal
cytology
(n=51)
Cytology:
AGC (n=1)
ASC (n=31)
L-SIL (n=11)
H-SIL
(4)
(n=2)
Biopsy:
Cervicitis (n=9)
Polyp (n=1)
CIN 1
(5)
(n=11)
CIN 2,3
(6)
(
n=7
)
Normal
cytology
(n=17)
Cytology:
AGC (n=1)
ASC (n=23)
L-SIL
(n=10)
H-SIL
(
n=3
)
Biopsy:
withdrawn (n=1)
Cervicitis (n=10)
CIN 1 (n=25)
CIN 2, 3 (n=16)
Ca
(7)
(n=2)
Study
group
(with
lesion)
(n=61)
Patients with
suspected
precursory or
neoplastic
cervical lesion
Patients from
the authors
gynecologic
routine
Exclusion
from study
(n=23)
Exclusion
from study
(n=38)
54
Figure 4: Flowchart of the sample selection process
(1)
AGC = atypical glandular cells
(2)
ASC = atypical squamous cells
(3)
L-SIL= low-grade squamous intraepithelial lesion
(4)
H-SIL = high-grade squamous intraepithelial lesion
(5)
CIN 1 = Cervical intraepithelial neoplasia grade 1
(6)
CIN2/3 = Cervical intraepithelial neoplasia grade 2 or 3
(7)
CA = Squamous cervical carcinoma
Procedure
Between January 2004 and July 2005, two hundred eighty seven women with and
without suspicion of neoplastic or precursory cervical lesion were referred to the Clinic of
Cervical Pathology. All were invited to participate on the study and were presented with the
Term of Informed Consent (attached 1). Upon agreement to the participation, they filled a
standardized questionnaire that approached the clinic-epidemiological characteristics of the
patient (attached 2).
Samples were collected for conventional cytological exam (Papanicolaou) and a ICQ
cytological exam (immunocytochemistry) was performed with antibodies diagnostic test with
anti-p16ink
4a
(clone G175-405 in dilution 1:100 of Pharmingen / BD Biosciences of Brazil).
The immunocytochemistry technique used was the labeled streptavidin-biotin (LSAB)
(attached 3) and the technique used for the slides of conventional cytology was Papanicolaou
(attached 4).
The samples were held in sequence, starting with the immunocytochemistry cytology
(ICQ) followed by the conventional cytology (Papanicolaou). In order to get enough material
to represent the squamous-colunar junction and the transformation zone of the uterine cervix,
the cytological examinations had been collected as usual with the use of the spatula of Ayre
®
55
(rotation of 360º in the peri-orificial region of the uterine cervix) and cervical brush cytobrush
®
(rotation of 90º in the endocervix) individually and disposable
38
.
The slide used for cytological ICQ was previously prepared in a standardized manner,
by the laboratory of the Research Center of the Hospital de Clínicas de Porto Alegre, where the
surface for staining presented adherent layer of 3-aminopropyl(triethoxy)silane
39,40
, targeting at
the minimization of the cellular detachment during the processes of "washing up" in the
immunocytochemistry. The cellular clamp used in both slides was alcohol 96% with
poliethilenoglicol. The colposcopy was carried out with maximization equipment of binocular
image DFV
®
with a seven times fixed increase of and with the usual solutions: acetic acid 5%,
Schüller iodine-iodetad solution and physiological solution.
The cytological classification used on the conventional reading of the slides was
Bethesda 2001 (attached 5)
41
. The colposcopic classification used was the International
Federation of Cervical and Colposcopy Pathology approved in 2002 and recommended by the
Brazilian Association of Genytoscopy (attached 6).
According to the initial conventional cytological and colposcopic evaluation a
diagnostic biopsy of the uterine cervix was carried following the consensual indications of the
American Society of Cervical Colposcopy and Pathology
42,43
: cytology compatible with H-SIL
and satisfactory colposcopy compatible with lesion of high grade, were forwarded to early
cervical biopsy. The cases of L-SIL, ASC-US, ASC-H, AGC and normal colposcopy or
colposcopy compatible with metaplastic alteration, had been followed in semester intervals and
biopsy in case there was a worsening of the cyto-colposcopical setting. In this group, the initial
presence of satisfactory colposcopy compatible with lesion of low or high grade, in the initial
evaluation, was followed by early cervical biopsy. The cases of unsatisfactory colposcopies
had been excluded from the study.
56
The biopsies had occurred under local infiltrative anesthesia with lidocayne 2% and
drill Baliú type with fragment(s) preserve in formalin 10% and read under hematoxilin-eosin
standard staining. The diagnosis of the biopsy parts followed the Richart´s criteria, where were
diagnosed as absence of precursory lesion, CIN 1, CIN 2 and CIN 3 besides the cervical
carcinoma (attached 7)
43, 44
.
The criterion for ICQ slides positivity was adapted from Bibbo, Pientong and Saheballi
studies
3, 45, 46
. The presence of cervical epithelial cells with brown positivity characteristics in
number 10, was considered as positive slide. Among these, three categories were divided: 1)
weak cytoplasmatic positivity, 2) strong cytoplasmatic positivity and 3) nuclear positivity. The
ICQ slides had been evaluated by two “blinded” and independent pathologists (P1 and P2) and
the results were compared to cytological, colposcopical and histological findings.
Sample Size Estimation
The sample size calculation was based on previous studies that had approached the
performance of the antibody anti-p16ink
4a
in cytology, linked to the cervical standard exam or
diagnosed biopsy stain with hematoxilin and eosin.
Considering the maximum positivity found among individuals without lesion in 18% of
times
32
, the minimum positivity found among cases of CIN 1 in 60% of times
47
and minimum
positivity found among cases of CIN 2 or 3 in 80% of times
33
, the use of statistical package
PEPI version 4.0 (Computer Programs for Epidemiologists) resulted in minimum sample size
of 31 cases of CIN 1, 15 cases of CIN 2 or 3 and 46 controls. The parameters used were 95%
alpha, 10% beta (90% study power) with 1:1 control-case ratio.
Statistical Analysis
57
The epidemiological characteristics of the sample were described regarding quantitative
(age, sexarca, number of sexual partners in the life and over the last 12 months, schooling and
gestations) and qualitative variables (contraceptive method used, history of HIV serum
positivity and history of sexual transmitted disease, post-menopause state and reason for
further investigation).
The quantitative variables with symmetrical distribution were described as mean and
standard-deviation and with asymmetrical distribution, with median and inter-quartile range.
The statistical package SPSS 13,0 (Statistical Package for the Social Sciences) was
used to perform the analysis. Comparisons using the Student "t" Test were done for variables
with normal distribution and the Wilcoxon-Mann-Whitney test "U" for those asymmetrically
distributed. The Pearson chi-square test was used for categorical variables. Contingency tables
(2 x 2) were created for the calculation of sensitivity, specificity, positive and negative
predictive value and ploted on the computer program Epi-info 6.0 (95% CI).
Diagnostic test was considered positive when cytology ICQ resulted positive for the
anti-p16ink
4a
in nucleus or cytoplasm and a negative test, on the absence of positivity. Present
of disease was the investigation which resulted in positive cervical biopsy for CIN 1, 2, 3 or
cervical carcinoma and, absent disease, the investigation which resulted in negative
conventional (Papanicolaou) cytology and colposcopy with normal findings.
Ethical Issues
The study was approved by the Ethical research committee of Hospital de Clinicas de
Porto Alegre (Federal University) and Porto Alegre City Hall under the numbers 04-241 and
001.010889.04.3.
58
Results
The samples resulted were composed by eighty seven patients considered free of
precursory or neoplastic cervical lesion (controls) and sixty one patients presenting the lesion
(cases). Table 1 shows the main socio-demographic variables among cases and controls.
The variable "number of sexual partners in the life", showed a statistically significant
difference among the groups. The average was three partners (2 to 5) in the study group and
two partners (1 to 3) in the control group. When only the cases with uterine cervix histological
lesion were assessed, the average age for the intraepithelial lesion diagnosis of CIN 1 was 32.9
± 10.9 years and among CIN 2 or 3 was 26.8 ± 6.3 years, without significant difference
between the two groups. The carcinoma cases occurred in the sixth and seventh decades of life.
The combined oral contraceptive was the main reported contraceptive method, being
65.6% (n=40) in the study group and 50.6% (n=44) in the control group. It was reported a low
preference to the exclusive use of masculine condoms 9.8% (n=6) in the study group and
11.5% (n=10) in the control group. The clinical diagnosis of post-menopause state (history of
amenorrhea for one year or more associated with typical symptoms such as flushes, reduction
of the libido, secondary dispareunia and vaginal epithelium atrophy alterations)
48
, occurred in
9.8% (n=6) in the study group and 21.8% (n=19) in the control group. Patients referred to the
Clinic of Cervical Pathology upon abnormal cytological examination were 37.8% (n=56) and
clinical suspected cervical lesion were 25.7% (n=38). History of HIV serum-positivity
occurred in two cases on the study group and one case on the control group.
59
Investigation
results
Variable
no
cervical lesion
(n=87)
CIN 1, 2, 3
(1)
or CA
(3)
(n= 61)
p-value
Age (years)
33.8 ± 14.4 30.4 ± 9.7 0.09
Sexarca (age of 1st sexual
intercourse)
16.7± 2.4 16.5 ± 2.5 0.66
N
o
sexual partners in life
2
54% (n=47) 36.1% (n=22)
3 a 5
39.1% (n=34) 44% (n=27)
<0.05
6
6.9% (n=6)
19.7% (n=12)
N
o
sexual partners over the
last 12 months
1.0 (1-1) 1.0 (1-1) 0.79
Schooling (years of study)
8.4 ± 3.0 8.8 ± 2.7 0.42
Pregnancies
2.0 (1-3) 2.0 (1 - 2.5) 0.73
History of STD (sexually
transmitted disease)
(2)
11.5% (10 casos) 9.8% (6 casos) 0.8
Table 1: Socio-demographic variables of studied (n=148)
(1)
CIN = Cervical intra-epithelial neoplasia grade 1, 2 or 3
(2)
STD = Refers to clinical information collected compatible with sexually transmitted diseases
such as genital condilomatosis, vesiculations, ulcerations and vulvo-vaginal cancros.
(3)
CA = Cervical carcinoma
Table 2 presents the results of a colposcopic investigation carried out with 148 patients
included on the study.
From the patients with colposcopy suspected low grade lesions (n=96), twenty eight
were biopsed: eighteen confirmed cervical lesions, nine presented inflammatory diagnosis
(chronic cervicitis) and one cervical polyp. For the patients with suspected high grade lesions
on colposcopy (n=54), forty three biopsed women presented histological lesion. In this group,
of the eleven remaining patients, ten were biopsed and presented chronic inflammatory
processes (chronic cervicitis) and one patient did not attend the procedure. Positive predictive
60
value of the suspected lesion of high grade colposcopy for cervical histological lesion was
0.80.
Investigation
results
Colposcopy
Non
biopsed
Cervicitis/
Polyp
CIN* 1
CIN* 2 or
CIN* 3
Squamous
carcinoma
total
Normal finding
or metaplastic
87 0 0 0 0 87
Compatible low
grade lesion
68 10 11 7 0 96
Compatible
high grade
lesion
1 10 25 16 2 54
Table 2: Results of the colposcopy according to the cervical histological
diagnosis (n=148)
(*)CIN: Cervical intra-epithelial neoplasia grade 1, 2 or 3
The description of the cytological findings with the anti-p16ink
4a
between the two
pathologists in the different histological diagnostic can be found on table 3.
It is shown that the positivity to antibody was less frequent among patients without
lesion and higher among those with cervix histological lesion. It is highlighted that the nuclear
positivity was only found among cases of CIN 2, 3 and the strong cytoplasmatic positivity only
among patients with cervix histological lesion (CIN 1, 2, 3). The two cases of squamous
carcinoma presented strong cytoplasmatic positivity between the two pathologists. Among
those with absence of histological lesion, the antibody had, at most, a weak cytoplasmatic
positivity and in a small percentage of patients.
The Inter-observer variation (kappa index), found for cytology with the antibody, was
0.65 when data was evaluated globally (without positivity, weak and strong cytoplasmatic
positivity besides the nuclear one). When data was evaluated in detail excluding the subjective
criterion (strong or weak of the cytoplasmatic positivity) and keeping only three groups
61
(without positivity, cytoplasmatic positivity and nuclear positivity), Kappa index was 0.74.
When the percentile difference was evaluated between the pathologists, scores of less than 5%
are shown on the extreme groups of the investigation: CIN 2, 3 associated with nuclear
positivity for the antibody and absence of lesion associated with an absence of positivity for the
antibody.
Among patients with CIN 2, 3, there is a low Inter-observer variation when there is
nuclear positivity (percentile difference 4.3%) and, when there is an absence of histological
lesion and absence of positivity for the anti-p16ink
4a
, the difference in the Inter-observer
variation is 4.6%. However among CIN 1 patients, there is an important inter-observer
variation.
No lesion
(n=87)
CIN 1
(1)
(n=36)
CIN 2 e 3
(n=23)
squamous
carcinoma
(n=2)
Investigation
results
cytology
ICQ
(3)
P1
(2)
P2 P1 P2 P1 P2 P1 P2
No positivity
77
(88.5%)
73
(83.9%)
8
(22.2%)
15
(41.7%)
0
1
(4.3%)
0
0
Weak
cytoplasmatic
positivity
10
(11.5%)
14
(16.1%)
28
(77.8%)
14
(38.9%)
3
(13%)
7
(30.4%)
0
0
Strong
cytoplasmatic
positivity
0
0
0
7
(19.4%)
13
(56.5%)
9
(39.1%)
2
(100%)
2
(100%)
Nuclear
positivity
0
0
0
0
7
(30.4%)
6
(26.1%)
0
0
Table 3: Performance of the anti-p16ink
4a
antibody on the sample (n=148)
(1)
CIN: Cervical intra-epithelial neoplasia grade 1, 2 or 3
(2)
P1 = pathologist one, P2 = pathologist two
(3)
ICQ = Immunocytochemistry with anti-p16ink
4a
62
The graphic representation of the performance of antibody anti-p16ink
4a
is presented in
figure 5. The investigation results are dichotomized between absent of lesion (negative
Papanicolaou cytology plus normal or metaplastic colposcopic view) and lesion (diagnostic
biopsy with CIN 1,2,3 or cervical cancer).
88,5
11,5
83,9
16,1
13,1
50,8
24,6
11,4
26,2
34,4
29,5
9,8
0%
50%
100%
P1(*)
without
lesion
P2
without
lesion
P1 with
lesion
P2 with
lesion
Pathologist
(+)Nuclear
(+)Cytop. strong (**)
(+)Cytop. weak
Negative
Figure 5: Performance of the antibody anti-p16ink
4a
in cervical cytology according to
investigation results and pathologist
(*) P1 = pathologist 1, P2 = pathologist 2
(**) (+) Citop. = Positivity of antibody anti-p16ink
4a
in cytoplasm
The performance of the antibody regarding sensitivity and specificity is seen on table 4,
data is presented according to histological diagnosis and a pathologist.
The greater sensibility and the lower inter-observation variation between CIN 2, 3 and
cervical squamous carcinoma is highlighted. Nonetheless among CIN 1 cases, there is less
sensitivity and greater inter-observation variation.
63
CIN
(2)
1
(n=36)
CIN 2 e 3
(n=23)
CIN 1, 2 e 3
(n=59)
squamous
carcinoma
(n=2)
Histo-
pato-
logy
Measure
(IC 95%)
P 1
(1)
P 2 P 1 P 2 P 1 P 2 P 1 Pt 2
Sensitivity
77.8%
(60.4–89.3)
58.3%
(40.9–74.0)
100.0%
(82.2–100)
95.7%
(76.0–99.8)
86.4%
(74.5–93.6)
72.9%
(59.5–83.3)
100.0%
(19.8– 100)
100.0%
(19.8 –100)
Specificity
88.5%
(79.4–94.1)
83.9%
(74.1–90.6)
88.5%
(79.4-94.1)
83.9%
(74.1– 90.6)
88.5%
(79.4–94.1)
83.9%
(74.1–90.6)
88.5%
(79.4–94.1)
83.9%
(74.1– 90.6)
Table 4: Diagnostic antibody anti-p16ink
4a
in cervical cytology
(1)
P1 = pathologist one, P2 = pathologist two
(2)
CIN: Cervical intra-epithelial neoplasia grade 1, 2 or 3
The performance of the antibody regarding positive and negative predictive values is
presented in table 5, according to histological diagnosis and pathologist. For the probability of
cervical lesion after positive cytological ICQ test (predictive positive values) and absence of
cervical lesion after negative cytological ICQ test (predictive negative values), the study group
was divided into CIN 1 or worse (CIN1 + CIN 2 + CIN 3 + carcinoma), CIN 2 or worse (CIN 2
+ CIN 3 + carcinoma) and cervical squamous carcinoma. The predictive negative value, of the
antibodies in cervical cytology, was from 82% up to 100% between the pathologists and
different histological diagnosis.
64
CIN 1ou >
(1)
(n=61)
CIN 2 ou >
(2)
(n=25)
CA
(3)
(n=2)
Histopa-
tology
Measure
(IC 95%)
P1
(4)
P2 P1 P2 P1 P2
Positive
predictive
value
84.1%
(72.3 – 91.7)
76.3%
(63.1 – 86.0)
39.7%
(27.8 – 52.8)
40.7%
(28.3 – 54.2)
3.2%
(0.6 - 12)
3.4%
(0.6 – 12.7)
Negative
predictive
value
90.6%
(81.8 – 95.6)
82%
(72.1 – 89.1)
100%
(94.6 - 100)
98.9%
(93 – 99.9)
100%
(94.6 - 100)
100%
(94.8 - 100)
Table 5: Cervical cytology with antibodies anti-p16ink
4a
: positive and negative predictive
values
(1) CIN 1 + CIN 2 + CIN 3 + Carcinoma
(2) CIN 2 + CIN 3 + Carcinoma
(3) CA = Squamous cervical carcinoma
(4) P1= Pathologist 1, P2 = Pathologist 2
The description of the joint findings of conventional (Papanicolaou) and ICQ
cytologies, according to histological results, are seen on table 6 where cytology ICQ was
dichotomized in negative and positive (weak and strong cytoplasmatic positivity besides
nuclear positivity). The conventional cytology was grouped into two categories: normal
(negative and atrophy) and atipy (ASC-US, ASC-H and AGC).
The analysis of the table shows that, when the conventional cytology was negative, the
use of the diagnostic test with the antibody was an aid to the diagnosis of five CIN 2 or 3 and
an cervical carcinoma according to pathologist 1 and four CIN 2 or 3 and cervical carcinoma
according to pathologist 2. For CIN 1 cases, the use of the diagnostic test with the antibody
aided ten cases between the two pathologists. In the conventional cytology atipy group, the use
65
of the antibody, aided the diagnosis of eight CIN 2 or 3 and a case of cervical carcinoma
between the two pathologists.
Table 6: Association of conventional cytologies (Papanicolaou) and ICQ cytologies
(anti-p16ink
4a
)
(1)
P1 = pathologist one, P2 = pathologist two
(2)
ICQ = Immunocytochemistry
(3)
CIN: Cervical intra-epithelial neoplasia grade 1, 2 or 3
Based on the data presented in table 5, sensitivity and specificity had been recalculated
using both diagnostic methods. In this case, it was considered as negative test only those on
negative conventional cytology associate to also negative cytology ICQ. All the other tests
were considered positive, such as conventional cytology with atipy, L-SIL or H-SIL or
cytological ICQ, with any degree of cytoplasmatic or nuclear positivity.
Data can be found on table 7, presenting the increase on sensitivity as well as on the
negative predictive value among cervical lesion cases, especially in the L-SIL cases.
Investigation results
Cytology
no
cervical
lesion
(n=87)
CIN 1
(3)
(n=36)
CIN 2, 3
(n=23)
squamous
carcinoma
(n= 2)
Conventional
cytology
(
Papanicolaou)
ICQ
(2)
(anti-
p16ink
4a
)
P1
(1)
P 2
P 1
P 2
P 1
P 2
P 1
P 2
Negative - 62 58 4 4 0 1 0 0
+ 4 8 10 10 5 4 1 1
Atipy - 14 14 2 6 0 0 0 0
+ 5 5 12 8 8 8 1 1
(4)
66
CIN 1
(2)
(n=36)
CIN 2 e 3
(n=23)
CIN 1, 2 e 3
(n=59)
squamous carcinoma
(n=2)
Histo-
patho-
logy
Measure
(IC 95%)
P1
(1)
P2 P1 P2 P1 P2 P1 P2
Sensitivity
88.9%
(73.0-96.4)
88.9%
(73.0-96.4)
100.0%
(82.2-
100.0)
95.7%
(76.0-99.8)
93.2%
(82.7-97.8)
91.5%
(80.6-96.8)
100.0%
(19.8-
100.0)
100.0%
(19.8-
100.0)
Specificity
71.3%
(60.4-80.2)
66.7%
(55.7-76.2)
71.3%
(55.7-76.2)
66.7%
(55.7-76.2)
71.3%
(60.4-80.2)
66.7%
(55.7-76.2)
71.3%
(60.4-80.2)
66.7
(55.7-76.2)
Table 7: Association of conventional cytology and ICQ for the diagnosis of
cervical lesion:
(1)
P1 = pathologist 1, P2 = pathologist 2
(2)
CIN: Cervical intra-epithelial neoplasia grade 1, 2 or 3
Discussion
In the present study, the sensitivity and the negative predictive value with the used
diagnostic method showed an appropriate performance on CIN 2, 3 and CA cases with results
superior to 70%. Such results reproduce the findings of literature that had approached the
cervical cytology with the antibody proposed
32-34, 47
:
- On precursory cervix lesion patients, when evaluated together (CIN 1, 2 or 3),
the study reproduces literature findings with sensitivity ranging from 75,4%
34
up to 92,3%
47
.
- On CIN 1, sensitivity of the diagnostic test was 77.8% and 58.3% between
pathologists 1 and 2 respectively, partially following literature findings where
there is variation from 54,3%
34
up to 74,1%
32
.
67
- Pientong and cols, published in 2003, found 33% sensitivity among CIN 1
cases, however, the study presented methodology mistakes, since the
collections occurred only with spatula of Ayre, the dilution of the antibody was
1:400 and there wasn’t a histological confirmation of the cases
3
.
On cases of strong cytoplasmatic positivity or nuclear positivity, verified mainly with
CIN 2, 3 or cervical cancer, same findings of literature are seen. When positivity to the
antibody was evaluated of distinctively between cytoplasm and nucleus, study of Saqi and cols
were: 90% sensitivity among CIN 2, 3 and 100% among invasive lesion
32
. Bibbo and cols,
found a 94.4% sensitivity between CIN 2, 3
33
cases.
As for the inter-observer variation, using the proposed methodology on the study
(absence of positivity, weak and strong cytoplasmatic positivity and nuclear positivity), an
agreement only on cases of CIN 2, 3 and nuclear positive diagnostic test is found. Similarly,
there is an agreement between the absence of lesion and the negative diagnostic test, besides
the strong cytoplasmatic positivity between the two cases of invasive lesion. In these
extremities, the percentile difference between the pathologists was inferior to 5%.
However, on CIN 1 cases and mainly when using the subjective criterion of the
cytoplasmatic evaluation there was an important inter-observer variation.
The kappa index of the study reached only 0.74 when the subjective criterion of the
cytoplasmatic evaluation was removed. Such results were reproduced on a recent study of
Negri and cols
47
, published in 2006 which found 66.6% sensitivity between CIN 1 cases and
kappa index of 0.77. It highlights the exiguities of the sample used by the researcher, who
found six cases of CIN 1.
Among the two cases of carcinoma, which occurred on the sixth and seventh decades of
life, therefore in hypostrinic state, positivity was found on the cytoplasm between the two
pathologists. This finding is predictable on medical literature, since the considered antibody
68
does not react with deteriorate cells including those of neoplastic origin
3
. Probably the
positivity mentioned referred to circumjacent tissues to the invasive lesion, still in precursory
state.
The use of the joint findings of conventional Papanicolaou cytologies and ICQ was
proposed in order to understand false-negative cases of the former. The two cases of carcinoma
were found on normal conventional cytologies or with atypical alterations (ASC, AGC). On
this exact group there were thirteen and twelve CIN 2, 3 lesions according to pathologists 1 and
2 respectively. All these groups had something in common which is the positivity for antibody
anti-p16ink
4a
. In a recent revision of literature, a similar association for comparisons was not
found.
As for the negative predictive values in the study, the variation was 82% (CIN 1 or
worse) up to 100% (CIN2 or worse). This measure is essential for population screening test
where high values for negative predictive values are secure for diagnostic of illness absence.
Trunk and cols.
17
, found negatives predictive values higher than 90% between CIN 1 (or
worse) and CIN2 (or worse). Saqi and cols.
32
found negative predictive values as 74,2%
between CIN 1 or worse and 96,8% between CIN 2 or worse.
The present study did not evaluate the presence of HPV on the selected sample, which
would elucidate the understanding of doubtful cases:
- The cytoplasmatic positivity found on 10 to 14 patients without cervical lesion
according to pathologist one and two respectively;
- The cases of CIN 1 presented with greater discrepancy among observers
associated to the inferior sensitivity of the method.
Authors claim that contrary to what is cited on the medical literature, the use of the
antibody anti-p16ink
4a
did not present difficulties of diffusion in staining, during the process of
immunocytochemistry, cited as threshold on studies that had not used liquid-base cytology
36
.
69
So, the antibody anti-p16ink
4a
was considered, by the authors, as a feasible test for the
following up of cervical lesions.
70
References:
1. Sawaya GF. Papanicolaou testing: when does more become less? Am J Med 2005;
118(2):159-160.
2. Felix JC, Amezcua C. In vitro adjuncts to the pap smear. Obstet Gynecol Clin North Am
2002; 29(4):685-99, vii.
3. Pientong C, Ekalaksananan T, Swadpanich U et al. Immunocytochemical detection of
p16INK4a protein in scraped cervical cells. Acta Cytol 2003; 47(4):616-623.
4. Nanda K, McCrory DC, Myers ER et al. Accuracy of the Papanicolaou test in screening
for and follow-up of cervical cytologic abnormalities: a systematic review
Ann Intern Med 2000; 132(10):810-819.
5. Schneider V, Henry MR, Jimenez-Ayala M, Turnbull LS, Wright TC. Cervical cancer
screening, screening errors and reporting. Acta Cytol 2001; 45(4):493-498.
6. Bergeron C, Debaque H, Ayivi J, Amaizo S, Fagnani F. Cervical smear histories of 585
women with biopsy-proven carcinoma in situ. Acta Cytol 1997; 41(6):1676-1680.
7. Sato S, Mikino H, Matsunaga G, Yajima A. False negative rate in mass screening for
cervical cancer. Acta Cytol 1998; 42(3):836-837.
8. Cohn DE, Herzog TJ. New innovations in cervical cancer screening. Clin Obstet Gynecol
2001; 44(3):538-549.
9. lenbach-Hellweg G, Trunk MJ, von Knebel DM. Traditional and new molecular methods
for early detection of cervical cancer. Arkh Patol 2004; 66(5):35-39.
10. Walboomers JM, Jacobs MV, Manos MM et al. Human papillomavirus is a necessary
cause of invasive cervical cancer worldwide
J Pathol 1999; 189(1):12-19.
11. Munoz N. Human papillomavirus and cancer: the epidemiological evidence. J Clin Virol
2000; 19(1-2):1-5.
12. Schiffman M, Castle PE. Human papillomavirus: epidemiology and public health. Arch
Pathol Lab Med 2003; 127(8):930-934.
13. Bosch FX, Lorincz A, Munoz N, Meijer CJ, Shah KV. The causal relation between
human papillomavirus and cervical cancer. J Clin Pathol 2002; 55(4):244-265.
14. Keating JT, Ince T, Crum CP. Surrogate biomarkers of HPV infection in cervical
neoplasia screening and diagnosis. Adv Anat Pathol 2001; 8(2):83-92.
15. Keating JT, Cviko A, Riethdorf S et al. Ki-67, cyclin E, and p16INK4 are complimentary
surrogate biomarkers for human papilloma virus-related cervical neoplasia. Am J Surg
Pathol 2001; 25(7):884-891.
71
16. Stanley MA. Prognostic factors and new therapeutic approaches to cervical cancer. Virus
Res 2002; 89(2):241-248.
17. Trunk MJ, lenbach-Hellweg G, Ridder R et al. Morphologic characteristics of p16INK4a-
positive cells in cervical cytology samples. Acta Cytol 2004; 48(6):771-782.
18. Lin WM, Ashfaq R, Michalopulos EA, Maitra A, Gazdar AF, Muller CY. Molecular
Papanicolaou tests in the twenty-first century: molecular analyses with fluid-based
Papanicolaou technology
Am J Obstet Gynecol 2000; 183(1):39-45.
19. Wang JL, Zheng BY, Li XD, Angstrom T, Lindstrom MS, Wallin KL. Predictive
significance of the alterations of p16INK4A, p14ARF, p53, and proliferating cell nuclear
antigen expression in the progression of cervical cancer. Clin Cancer Res 2004;
10(7):2407-2414.
20. Murphy N, Ring M, Heffron CC et al. p16INK4A, CDC6, and MCM5: predictive
biomarkers in cervical preinvasive neoplasia and cervical cancer. J Clin Pathol 2005;
58(5):525-534.
21. Tringler B, Gup CJ, Singh M et al. Evaluation of p16INK4a and pRb expression in
cervical squamous and glandular neoplasia. Hum Pathol 2004; 35(6):689-696.
22. Wang JL, Zheng BY, Li XD et al. p16INK4A and p14ARF expression pattern by
immunohistochemistry in human papillomavirus-related cervical neoplasia. Mod Pathol
2005; 18(5):629-637.
23. Negri G, Vittadello F, Romano F et al. p16INK4a expression and progression risk of low-
grade intraepithelial neoplasia of the cervix uteri. Virchows Arch 2004; 445(6):616-620.
24. Murphy N, Heffron CC, King B et al. p16INK4A positivity in benign, premalignant and
malignant cervical glandular lesions: a potential diagnostic problem. Virchows Arch
2004; 445(6):610-615.
25. Nieh S, Chen SF, Chu TY, Lai HC, Fu E. Expression of p16INK4A in Pap smears
containing atypical glandular cells from the uterine cervix. Acta Cytol 2004; 48(2):173-
180.
26. Zielinski GD, Snijders PJ, Rozendaal L et al. The presence of high-risk HPV combined
with specific p53 and p16INK4a expression patterns points to high-risk HPV as the main
causative agent for adenocarcinoma in situ and adenocarcinoma of the cervix. J Pathol
2003; 201(4):535-543.
27. Ishikawa M, Fujii T, Masumoto N et al. Correlation of p16INK4A overexpression with
human papillomavirus infection in cervical adenocarcinomas. Int J Gynecol Pathol 2003;
22(4):378-385.
28. Negri G, Egarter-Vigl E, Kasal A, Romano F, Haitel A, Mian C. p16INK4a is a useful
marker for the diagnosis of adenocarcinoma of the cervix uteri and its precursors: an
immunohistochemical study with immunocytochemical correlations. Am J Surg Pathol
2003; 27(2):187-193.
72
29. Murphy N, Ring M, Killalea AG et al. p16INK4A as a marker for cervical dyskaryosis:
CIN and cGIN in cervical biopsies and ThinPrep smears. J Clin Pathol 2003; 56(1):56-
63.
30. Agoff SN, Lin P, Morihara J, Mao C, Kiviat NB, Koutsky LA. p16INK4a expression
correlates with degree of cervical neoplasia: a comparison with Ki-67 expression and
detection of high-risk HPV types. Mod Pathol 2003; 16(7):665-673.
31. Klaes R, Benner A, Friedrich T et al. p16INK4a immunohistochemistry improves
interobserver agreement in the diagnosis of cervical intraepithelial neoplasia. Am J Surg
Pathol 2002; 26(11):1389-1399.
32. Saqi A, Pasha TL, McGrath CM, Yu GH, Zhang P, Gupta P. Overexpression of
p16INK4A in liquid-based specimens (SurePath) as marker of cervical dysplasia and
neoplasia. Diagn Cytopathol 2002; 27(6):365-370.
33. Bibbo M, DeCecco J, Kovatich AJ. p16INK4A as an adjunct test in liquid-based
cytology. Anal Quant Cytol Histol 2003; 25(1):8-11.
34. Pientong C, Ekalaksananan T, Kongyingyoes B et al. Immunocytochemical staining of
p16INK4a protein from conventional Pap test and its association with human
papillomavirus infection. Diagn Cytopathol 2004; 31(4):235-242.
35. Ichinose H. p16INK4a IHC in the diagnosis of cervical CIN. Am J Surg Pathol 2003;
27(9):1284.
36. Klaes R, Friedrich T, Spitkovsky D et al. Overexpression of p16INK4A as a specific
marker for dysplastic and neoplastic epithelial cells of the cervix uteri. Int J Cancer 2001;
92(2):276-284.
37. Prefeitura Municipal de Porto Alegre - Bairros Oficiais. Secretaria do Planejamento
Municipal - Porto Alegre RS Brasil . 10-7-2004.
Ref Type: Internet Communication
38. Luzzatto R, Boon ME. Contribution of the endocervical Cytobrush sample to the
diagnosis of cervical lesions. Acta Cytol 1996; 40(6):1143-1147.
39. Dyanov HM, Dzitoeva SG. Method for attachment of microscopic preparations on glass
for in situ hybridization, PRINS and in situ PCR studies. Biotechniques 1995; 18(5):822-
4, 826.
40. Taylor S, Smith S, Windle B, Guiseppi-Elie A. Impact of surface chemistry and blocking
strategies on DNA microarrays. Nucleic Acids Res 2003; 31(16):e87.
41. Solomon D, Davey D, Kurman R et al. The 2001 Bethesda System: terminology for
reporting results of cervical cytology. JAMA 2002; 287(16):2114-2119.
42. Wright TC, Jr., Cox JT, Massad LS, Twiggs LB, Wilkinson EJ. 2001 Consensus
Guidelines for the management of women with cervical cytological abnormalities. JAMA
2002; 287(16):2120-2129.
73
43. Wright TC, Jr., Cox JT, Massad LS, Carlson J, Twiggs LB, Wilkinson EJ. 2001
consensus guidelines for the management of women with cervical intraepithelial
neoplasia. Am J Obstet Gynecol 2003; 189(1):295-304.
44. Crum CP. Symposium part 1: Should the Bethesda System terminology be used in
diagnostic surgical pathology?: Point. Int J Gynecol Pathol 2003; 22(1):5-12.
45. Bibbo M, Klump WJ, DeCecco J, Kovatich AJ. Procedure for immunocytochemical
detection of P16INK4A antigen in thin-layer, liquid-based specimens. Acta Cytol 2002;
46(1):25-29.
46. Sahebali S, Depuydt CE, Segers K et al. p16INK4a as an adjunct marker in liquid-based
cervical cytology. Int J Cancer 2004; 108(6):871-876.
47. Negri G, Moretto G, Menia E et al. Immunocytochemistry of p16INK4a in liquid-based
cervicovaginal specimens with modified Papanicolaou counterstaining. J Clin Pathol
2006; 59(8):827-830.
48. American Association of Clinical Endocrinologists medical guidelines for clinical
practice for the diagnosis and treatment of menopause. Endocr Pract 2006; 12(3):315-
337.
74
Artigo em Português
Expressão do Anticorpo Anti-p16ink
4a
em Citologia Cervical
Alexandre da Silva Rocha, Mary Clarisse Bozzetti, Luciana Schmidt Kirschnick, Maria Isabel
Albano Edelweiss
Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Faculdade de Medicina
Programa de Pós-graduação em Ciências Médicas
Endereço para correspondência:
Alexandre da Silva Rocha
Rua Frei Germano n
o
200/503B
Bairro São José CEP 91530-060
Porto Alegre / RS
Brasil
75
Resumo
Introdução: O uso do anticorpo anti-p16ink
4a
, visando aumento da sensibilidade no
exame citológico, tem apresentado resultados promissores; entretanto há carência de estudos
utilizando o anticorpo monoclonal em citologia cervical associado ao exame histológico do
colo uterino. Objetivos: avaliar a sensibilidade, especificidade, valor preditivo positivo e
negativo do anticorpo anti-p16ink
4a
em citologia cervical. Método: Estudo de casos e controles
realizado em ambulatório de patologia cervical. As lâminas de citologia, para
imunocitoquímica com o anticorpo, foram coletadas com espátula de Ayre e escova tipo
cytobrush. A leitura das lâminas foi realizada por dois patologistas independentes (P1 e P2).
Foram considerados casos (n=61), as investigações cervicais que resultaram em biópsia
diagnóstica compatível com lesão intra-epitelial de baixo grau (NIC 1), alto grau (NIC 2/3) ou
carcinoma invasor (CA). Foram considerados controles (n=87), as investigações que contavam
com colposcopia normal e citologia, corada pelo método de Papanicolaou, negativas.
Resultados: A sensibilidade para o diagnóstico das NIC 2/3 (n=23) foi de 100% (P1) e 95,7%
(P2). Já o valor preditivo negativo nos diagnósticos de NIC2 ou pior foi de 100 (P1) e 98,9
(P2). Nos dois casos de carcinoma epidermóide, a sensibilidade foi de 100% para ambos
patologistas. A sensibilidade para o diagnóstico das NIC1 foi de 77,8% (P1) e 58,3% (P2). O
valor preditivo negativo entre as NIC1 foi de 90,6 (P1) e 82 (P2). O índice kappa entre os dois
patologistas foi de 0,74. Entre os casos de NIC 2/3 associado à positividade nuclear ao
anticorpo, a diferença percentual entre os patologistas foi inferior a 5%. Mesmo escore
encontrado entre os casos de ausência de lesão cervical e negatividade para o anticorpo. Já
entre as portadoras de NIC1, houve maior variação inter-observador. Conclusões: Os
resultados apresentados apontam o anticorpo anti-p16ink
4a
como auxiliar no rastreamento de
lesões precursoras ou neoplásicas em citologia cervical.
76
Introdução
Desde a introdução do exame citológico cervical em forma de programa de
rastreamento populacional, que a morbidade e a mortalidade do câncer da cérvice vêm
decrescendo
1
. Idealizado para possuir grande sensibilidade no diagnóstico de alterações
cervicais, vem apresentando sensibilidades desapontadoras médias de 0,51 (IC 95% 0,37 -
0,66), sendo mais acurado entre lesões cervicais precursoras de alto grau
2-4
.
Verifica-se que, em países com coberturas de coletas ultrapassando 85%, metade dos
casos de câncer cervical ocorram em mulheres que não foram testadas nos últimos cinco anos
e, entre as testadas, 12 a 23% possuam falhas no rastreamento
5
.
Aproximadamente 60% das falhas do exame citológico cervical são devidas à coleta
inadequada e o restante, a erros laboratoriais
6-8
. Espera-se que, entre aquelas diagnosticadas
como portadoras de câncer cervical, a revisão de seus exames citológicos “normais”, ocorridos
nos últimos três anos, sejam reclassificados para lesão escamosa intra-epitelial de alto grau (H-
SIL) em 40% das vezes
6
.
Apesar de não possuirmos um marcador diagnóstico ideal para o rastreamento de lesões
cervicais, sabe-se que este deverá possuir alta sensibilidade, não depender de critérios
subjetivos para sua leitura, ser de custo acessível e aplicável em amostras facilmente
coletadas
9
.
A influência do papilomavírus humano (HPV) na gênese das lesões precursoras ou
neoplásicas cervicais vêm sendo apontada por inúmeros estudos nas últimas décadas
10-13
, sendo
encontrado virtualmente em todos os casos de câncer cervical, de acordo com a sensibilidade
do método de detecção empregado
12
.
A identificação de intermediários produzidos pela incorporação do genoma do HPV nas
células epiteliais cervicais, evitando o simples diagnóstico da presença do DNA viral, torna-se
promissor como elemento diagnóstico em cérvice
14-16
.
77
O uso dos marcadores moleculares têm sido citados como adjuvantes na leitura do
esfregaço durante o exame microscópico
14, 17
. Para as lesões de origem escamosa o PCNA, ki-
67 (MIB1), ciclina-E e o anti-p16ink
4a
; entre as glandulares, o MN, cd44, ki-67 e o anti-
p16ink
4a
, além de outros, são potenciais candidatos a marcador diagnóstico de células
precursoras ou neoplásicas no exame citológico cervical
14, 17
. A proposta do uso dos
marcadores diagnósticos, seria a de destaque das células alteradas, já durante o exame
microscópico de baixa magnificação, minimizando a habituação na leitura dos esfregaços
17
.
O processo de carcinogênese da cérvice dá-se em etapas de eventos moleculares, no
nível celular epitelial, com a produção de intermediários passíveis de marcação diagnóstica.
Não há consenso quanto ao melhor intermediário preditor da carcinogênese na cérvice, onde
seu diagnóstico poderá discriminar casos de progressão neoplásica
18
.
O PCNA (Antígeno Nuclear de Proliferação Celular) e o ki67 mostraram-se como
marcadores de proliferação celular; a ciclina-E e o ki67 que diferenciariam as lesões dos
tecidos normais cervicais
14, 15
; o p53 como marcador de proliferação celular e progressão
tumoral
19
; o anti-p16ink
4a
como marcador de lesão cervical precursora em citologia e
histologia, marcador da infecção pelo HPV em células cervicais e como auxiliar na redução da
variação inter-observador em lesões histológicas cervicais
15, 19-36
.
Dentre as várias alternativas diagnósticas em cérvice, o anticorpo anti-p16ink
4a
se
mostra promissor no aprimoramento da sensibilidade na citologia cervical. Entretanto há
carência de estudos utilizando o anticorpo em citologia convencional, associado ao exame
padrão-ouro cervical (biópsia dirigida por colposcopia e corada com hematoxilina-eosina).
Sugere-se que, em amostras citológicas ou histológicas cervicais, o anticorpo anti-
p16ink
4a
funcione como um “detector citopático” da presença do HPV integrado ao genoma
celular, induzindo mitose desregulada e precária vigilância para mutações do DNA. Seria teste
78
mais específico quando comparado com o diagnóstico da presença viral por reação em cadeia
da polimerase (PCR) ou captura híbrida
15
.
Com o presente estudo de casos e controles, visa-se avaliar a sensibilidade,
especificidade, valor preditivo positivo (vp+) e negativo (vp-) do anticorpo anti-p16ink
4a
em
citologia cervical, além da factibilidade do uso do anticorpo em lâminas de citologia cervical
coletadas de forma convencional.
Método
Estudo de casos e controles desenvolvido em ambulatório de Patologia Cervical
localizado na Sede da Gerência Distrital de Saúde 06 do Município de Porto Alegre / RS e
conveniado ao Sistema Único de Saúde.
Pacientes suspeitas de lesão precursora ou neoplásica do colo uterino e atendidas nas
Unidades de Saúde dos bairros São José, Intercap, Agronomia, Lomba do Pinheiro e Partenon
foram encaminhadas ao referido ambulatório após triagem clínica e citológica inicial.
Conforme o censo do IBGE (instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) do ano de 2000
residiam na área descrita, 181.095 habitantes, sendo 93.883 mulheres, com renda familiar
média variando de 2.60 a 7.54 salários-mínimos regionais
37
.
As Unidades de Saúde Bananeiras, Esmeralda, Mapa, Morro da Cruz, Murialdo,
Panorama, Pequena Casa da Criança, Pitinga, São José, São Pedro e Viçosa foram recrutadas,
por meio de cartazes e comunicação direta, ao encaminhamento de casos suspeitos de patologia
cervical ao referido ambulatório.
A amostra foi selecionada a partir de dois grupos distintos de pacientes atendidas na
sede da Gerência Distrital de Saúde: o primeiro contava com pacientes do Ambulatório de
Patologia Cervical que foram recentemente rastreadas nas Unidades de Saúde citadas e,
79
portanto, suspeitas de lesão cervical; o segundo, contava com pacientes atendidas na própria
sede da Gerência Distrital de Saúde, sem rastreamento cervical recente.
Os critérios de inclusão no grupo controle foram a concomitância de citologia cervical
negativa (corada pelo método de Papanicolaou) para lesão intra-epitelial ou neoplasia
invasora, associado a achados colposcópicos normais. Foram considerados casos, as
investigações que resultaram em biópsia cervical positiva para lesão escamosa intra-epitelial de
baixo grau (NIC 1), alto grau (NIC 2/3) ou câncer cervical (CA).
Foram excluídas aquelas pacientes com hímen íntegro, ausência ou impossibilidade de
exposição da cérvice, histórico de conização cervical, gestantes, portadoras de
vaginites/cervicites (conforme avaliação clínico-microscópica), incapazes e casos de negativa
na participação no estudo.
A figura 4 apresenta o fluxograma do processo de seleção da amostra a partir do
número total de triagens ocorridas (n=287) no período de janeiro de 2004 a julho de 2005.
80
Figura 4: Fluxograma do processo de seleção da amostra
(1)
AGC = Atipia glandular cervical
(2)
ASC = Atipia escamosa cervical
(3)
L-SIL= lesão escamosa intra-epitelial de baixo grau
(4)
H-SIL = lesão escamosa intra-epitelial de alto grau
(5)
NIC 1 = Neoplasia intra-epitelial cervical grau 1
(6)
NIC2/3 = Neoplasia intra-epitelial cervical grau 2 ou 3
(7)
CA = Carcinoma epidermóide cervical
Colposcopia
inicial
(n= 287)
Colposcopia
insatisfatória
(n=23)
Achado
colposcópico
normal /
Metaplásico
(n
=
114)
Sugestiva de
lesão de baixo
grau
(n=96)
Sugestiva de
lesão de alto
grau
(n=54)
Citológico
normal
(n=87)
Citológico:
AGC
1
(n=5)
ASC
2
(n=20)
L-SIL
3
(n=2)
Grupo
Controle
(s/ lesão)
(n=87)
Exclusão
do
estudo
(n=78)
Citológico
normal
(n=51)
Citológico:
AGC (n=1)
ASC (n=31)
L-SIL (n=11)
H-SIL
4
(n=2)
Biópsia:
Cervicite (n=9)
Pólipo (n=1)
NIC 1
5
(n=11)
NIC 2/3
6
(
n=7
)
Citológico
normal
(n=17)
Citológico:
AGC (n=1)
ASC (n=23)
L-SIL (n=10)
H-SIL
(
n=3
)
Biópsia:
Desistência (n=1)
Cervicite (n=10)
NIC 1 (n=25)
NIC 2/3 (n=16)
CA
7
(n=2)
Grupo
Estudo
(c/ lesão)
(n=61)
Pctes. com
suspeita de
lesão cervical
neoplásica ou
precursora
Pctes. da
rotina
ginecológica
do
auto
r
Exclusão
do
estudo
(n=23)
Exclusão
do
estudo
(n=38)
81
Durante o período compreendido entre janeiro de 2004 a julho de 2005, foram
realizadas duzentas e oitenta e sete triagens citológicas e colposcópicas entre pacientes com e
sem suspeita de lesão cervical neoplásica ou precursora.
Pacientes atendidas no Ambulatório de Patologia Cervical ou na rotina ginecológica da
Gerência Distrital de Saúde foram convidadas a participar do estudo e apresentadas ao Termo
de Consentimento Informado (anexo 1). Em concordando na participação, a triagem ocorria a
partir do preenchimento de Documento Padrão que abordava as características clínico-
epidemiológicas da paciente (anexo 2).
Seguiu-se a coleta do exame citológico ICQ (imunocitoquímica) para o teste
diagnóstico proposto com anticorpos anti-p16ink
4a
(clone G175-405 em diluição 1:100 da
Pharmingen / BD Biosciences do Brasil). A técnica de imunocitoquímica utilizada foi a
Complexo Estreptavidina-Biotina (LSAB) (anexo 3).
A próxima etapa contou com a coleta de citologia cervical visando utilização da técnica
de coloração preconizada por Papanicolaou (anexo 4).
Visando a representatividade da junção escamo-colunar e zona de transformação do
colo uterino, os exames citológicos foram coletados da forma habitual com a utilização da
espátula de Ayre
®
(rotação de 360º na região peri-orificial do colo uterino) e escova cervical
tipo citobrush
®
(rotação de 90º na endocérvice) individuais e descartáveis
38
.
Objetivando-se a redução do desprendimento celular durante os processos de
“lavagens” na imunocitoquímica, a lâmina utilizada para citologia ICQ contava com camada
aderente de 3-aminopropyl(triethoxy)silane
39, 40
. Tal preparo prévio é rotineiramente
preconizado pelo laboratório do Centro de Pesquisas do Hospital de Clínicas de Porto Alegre.
O fixador celular, utilizado em ambas as lâminas, foi o álcool 96% com polietilenoglicol.
A colposcopia foi realizada com equipamento de magnificação de imagem binocular
marca DFV
®
com aumento fixo de sete vezes e com soluções habituais: ácido acético a 5%,
82
solução iodo-iodetada de Schüller e solução fisiológica a 0,9%.
A classificação citológica utilizada para leitura das lâminas convencionais foi a de
Bethesda 2001 (anexo 5)
41
.
A classificação colposcópica utilizada foi a da Federação Internacional de Patologia
Cervical e Colposcopia aprovada em 2002 e recomendada pela Associação Brasileira de
Genitoscopia (anexo 6).
De acordo com a avaliação citológica convencional e colposcópica inicial foi realizada
biópsia diagnóstica do colo uterino que seguiu as indicações consensuais da Sociedade
Americana de Colposcopia e Patologia Cervical
42, 43
:
Citologia compatível com H-SIL e colposcopia satisfatória compatível com lesão de
alto grau eram orientadas a biópsia cervical precoce.
Casos de L-SIL, ASC-US, ASC-H, AGC e colposcopia normal ou com alteração
metaplásica, foram seguidas em intervalos semestrais e biopsiadas se agravamento do quadro
cito-colposcópico. Neste grupo, a presença de colposcopia satisfatória compatível com lesão de
baixo ou alto grau, na avaliação inicial, foi seguida de biópsia cervical precoce.
Os casos de colposcopias insatisfatórias foram excluídos do estudo.
As biópsias ocorreram sob anestesia infiltrativa local com lidocaína
®
a 2% sem vaso-
constritor e broca tipo Baliu
®
com o fragmentos conservados em formalina a 10% e lido sob
coloração-padrão de hematoxilina-eosina. O diagnóstico das peças de biópsia seguiu os
critérios de Richart, onde foram diagnosticadas como ausência de lesão precursora, lesão
histológica intra-epitelial de baixo grau ou NIC 1, lesão histológica intra-epitelial de alto grau
ou NIC 2/3 além de carcinoma invasor (CA)
43, 44
(anexo 7).
O critério de positividade das lâminas ICQ foi adaptado dos estudos de Bibbo, Pientong
e Saheballi
3, 45, 46
. A presença de células epiteliais cervicais com positividade amarronada
característica em número igual ou superior a 10 no esfregaço, era considerada como lâmina
83
positiva. Entre estas, discriminou-se três categorias: 1) positividade citoplasmática fraca, 2)
positividade citoplasmática forte e 3) positividade nuclear. As lâminas de citologia ICQ foram
lidas por dois patologistas independentes e “cegados” para os diagnósticos citológicos
convencionais, colposcópicos e histológicos.
Cálculo amostral
O cálculo amostral foi baseado em estudos prévios que abordaram a performance do
anticorpo anti-p16ink
4a
em citologia, associado ao exame padrão-ouro cervical ou biópsia
diagnóstica corada com hematoxilina e eosina.
Considerando a máxima positividade encontrada entre indivíduos sem lesão em 18%
das vezes
32
, a mínima positividade encontrada entre casos de NIC 1 em 60% das vezes
47
e
mínima positividade encontrada entre casos de NIC 2/3 em 80% das vezes
33
, o uso do pacote
estatístico PEPI versão 4.0 (Computer Programs for Epidemiologists) resultou em tamanho
amostral mínimo de 31 casos de lesão de baixo grau, 15 casos de lesão de alto grau, e 46
controles.
Os parâmetros utilizados foram alfa de 95%, beta de 10% (poder do estudo de 90%)
com proporção de um controle para cada caso.
Análise estatística
As características clinico-epidemiológicas da amostra foram descritas a partir de
variáveis quantitativas (idade, sexarca, número de parceiros sexuais na vida e nos últimos doze
meses, escolaridade e gestações) e qualitativas (método contraceptivo utilizado, relato de
soropositividade ao vírus da imunodeficiência humana e histórico de doenças sexualmente
84
transmissíveis, estado pós-menopáusico e motivo do encaminhamento para investigação).
As variáveis quantitativas com distribuição simétrica foram descritas com médias e
desvios-padrão e as com distribuição assimétrica, com medianas e amplitude inter-quartil.
As variáveis categóricas foram descritas com freqüências absolutas e porcentagens.
O pacote estatístico SPSS 13.0 (Statistical Package for the Social Sciences) foi
utilizado para o cálculo da significância estatística a partir do valor-p.
O teste “t” de Student foi usado para variáveis que apresentaram distribuição normal e o
teste “U” (Wilcoxon-Mann-Whitney) para o cálculo entre aquelas que se distribuíram de forma
assimétrica.
Para as variáveis categóricas foi utilizado o teste chi-quadrado de Pearson.
Para o cálculo da sensibilidade, especificidade, valor preditivo positivo e negativo
foram utilizados tabelas de contingência “2 x 2” plotadas no programa de informática Epi-info
6.0 com intervalos de confiança de 95%. Foi considerado teste diagnóstico positivo aquele em
que a citologia ICQ resultou positiva para o anticorpo anti-p16ink
4a
em núcleo ou citoplasma e
teste negativo, a ausência da positividade. Já doença presente foi a investigação que resultou
em biópsia cervical positiva para NIC 1, NIC 2/3 ou CA e, doença ausente, a investigação que
resultou em citologia convencional negativa e colposcopia com achados normais ou
metaplásicos.
Pareceres Éticos
Estudo aprovado pelos comitês de ética em pesquisa do Hospital de Clínicas de Porto
Alegre e Prefeitura do Município de Porto Alegre/RS sob pareceres números 04-241 e
001.010889.04.3.
85
Resultados
O processo de seleção da amostra identificou oitenta e sete pacientes consideradas
como livres de lesão cervical precursora ou neoplásica e sessenta e uma pacientes como
portadoras de lesão.
A tabela 1 destaca as principais variáveis sócio-demográficas aferidas pelo
investigador durante a amostragem dos casos e controles.
O item “número de parceiros sexuais na vida”, apresentou diferença estatisticamente
significativa entre os grupos. A mediana foi de três parceiros (2 a 5) no grupo estudo e dois
parceiros (1 a 3) no grupo controle.
Avaliando apenas os casos com lesão histológica do colo uterino, a idade média para o
diagnóstico de lesão intra-epitelial de baixo grau foi 32,9 ± 10,9 anos e entre as lesões de alto
grau foi de 26,8 ± 6,3 anos, não havendo diferença estatisticamente significativa entre os dois
grupos. Os casos de carcinoma ocorreram na sexta e sétima décadas de vida e foram da
variante epidermóide.
O contraceptivo oral combinado foi o principal método anticoncepcional citado,
perfazendo 65,6% (n=40) no grupo estudo e 50,6% (n=44) no grupo controle. Destaca-se a
baixa adesão ao uso exclusivo do condom masculino entre 9,8% (n=6) no grupo estudo e
11,5% (n=10) no grupo controle.
O diagnóstico clínico de estado pós-menopáusico (histórico de amenorréia há um ano
ou mais associado a sintomas típicos como fogachos, diminuição da libido e dispareunia
secundária a alterações atróficas do epitélio vaginal)
48
ocorreu em 9,8% (n=6) no grupo estudo
e 21,8% (n=19) no grupo controle.
O encaminhamento ao ambulatório de patologia cervical foi por exame citológico
anormal em 37,8% (n=56) e suspeita clínica de lesão cervical em 25,7% (n=38).
86
Relato de soropositividade para o vírus da imunodeficiência humana ocorreu em dois
casos do grupo estudo e um caso do grupo controle.
Resultado
da
Investigação
Variável
Sem lesão
cervical
(n=87)
NIC 1
(2)
, NIC 2/3
(3)
CA
(4)
(n= 61)
valor-P
Idade em anos
33.8 ± 14.4
30.4 ± 9.7
0.09
Sexarca 16.7± 2.4 16.5 ± 2.5 0.66
N
o
parceiros sexuais (na
vida)
2 ou <
54% (47 casos) 36.1% (22 casos)
3 a 5
39.1% (34 casos) 44% (27 casos)
<0.05
6 ou >
6.9% (6 casos)
19.7% (12 casos)
N
o
parceiros sexuais (nos
últimos 12 meses)
1.0 (1-1) 1.0 (1-1) 0.79
Escolaridade (anos de
estudo)
8.4 ± 3.0 8.8 ± 2.7 0.42
Gestações
2.0 (1-3) 2.0 (1 - 2.5) 0.73
Histórico de DST
(1)
11.5% (10 casos) 9.8% (6 casos) 0.80
Tabela 1: Variáveis sócio-demográficas da amostra de casos e controles (n=148)
(1) Doença Sexualmente Transmissível
(2) Lesão intra-epitelial de baixo grau
(3) Lesão intra-epitelial de alto grau
(4) Carcinoma epidermóide cervical
A tabela 2 apresenta os resultados da investigação colposcópica efetuada nas 148
pacientes incluídas no estudo.
Das pacientes com colposcopia sugestiva de lesão de baixo grau (n=96), vinte e oito
87
foram biopsiadas, sendo diagnosticadas dezoito lesões cervicais além de nove diagnósticos
inflamatórios (cervicite crônica) e um caso de pólipo.
Para as pacientes com colposcopia sugestiva de lesão de alto grau (n=54), quarenta e
três biópsias resultaram em lesão histológica cervical. Neste grupo, das onze pacientes
restantes, dez biópsias resultaram em processo inflamatório crônico (cervicite crônica) e uma
paciente não compareceu ao procedimento.
O valor preditivo positivo da colposcopia sugestiva de lesão de alto grau para o
encontro de lesão histológica cervical foi de 0.80.
Resultado
investigação
Aspecto
Colposcópico
Não
biopsiado
Cervicite/
pólipo
NIC 1
(1)
NIC 2/3
(2)
CA
(3)
epidermóide
Total
Normal/
metaplásico
87 0 0 0 0 87
Lesão de baixo
grau
68 10 11 7 0 96
Lesão de alto grau 1 10 25 16 2 54
Tabela 2: Resultados da colposcopia de acordo com o diagnóstico histológico cervical
(n=148)
(1) Lesão intra-epitelial de baixo grau
(2) Lesão intra-epitelial de alto grau
(3) CA = Carcinoma
A descrição dos achados citológicos com o anticorpo anti-p16ink
4a
entre os dois
patologistas nos diferentes diagnósticos histológicos encontra-se na tabela 3 e exemplos de
positividade ao anticorpo na figura 6.
Verifica-se que a positividade para o anticorpo foi menos freqüente entre as pacientes
sem lesão e alta entre aquelas com lesão histológica do colo.
Ressalta-se que a positividade citológica nuclear foi encontrada somente entre casos de
88
NIC 2/3 e a positividade citológica citoplasmática forte somente entre pacientes com lesão
histológica do colo (NIC 1 e NIC 2/3).
Os dois casos de CA epidermóide apresentaram positividade citoplasmática forte entre
os dois patologistas.
Entre aquelas com ausência de lesão histológica do colo, o anticorpo teve, no máximo,
positividade fraca citoplasmática e em pequena porcentagem de pacientes.
A variação inter-observador (índice de kappa), encontrada para a citologia com o
anticorpo, foi de 0.65 quando avaliados os dados de forma global (sem positividade,
positividade fraca e forte citoplasmática além da nuclear).
Quando avaliados os dados de forma pormenorizada excluindo-se o critério subjetivo
(forte ou fraco) da positividade citoplasmática e mantendo apenas três grupos (sem
positividade, positividade citoplasmática e positividade nuclear), o índice Kappa foi de 0,74.
Quando avaliada a diferença percentual entre os patologistas, verificam-se escores
inferiores a 5% nos grupos extremos da investigação: NIC 2/3 associada à positividade nuclear
citológica para o anticorpo e ausência de lesão cervical associada à negatividade citológica
para o anticorpo .
Nos casos de pacientes portadoras de NIC 2/3, a leitura das lâminas ICQ apresenta
baixa variação inter-observador, quando há positividade citológica nuclear (diferença
percentual de 4.3%). Quando há ausência de lesão cervical e ausência de positividade
citológica para o anticorpo, a variação inter-observador é de 4.6%. Já entre as portadoras de
NIC 1, há importante variação inter-observador.
89
Sem lesão
(n =87)
NIC 1
(1)
(n=36)
NIC 2/3
(2)
(n=23)
CA
(3)
(n=2)
Resultado
da
investigação
citologia ICQ
(5)
(anti-p16ink
4a
)
P1
(4)
P2
P1
P2
P1
P2
P1
P2
Ausência
positividade
77
(88.5%)
73
(83.9%)
8
(22.2%)
15
(41.7%)
0
1
(4.3%)
0
0
Positivo citoplasma
(fraco)
10
(11.5%)
14
(16.1%).
28
(77.8%)
14
(38.9%)
3
(13%)
7
(30.4%)
0
0
Positivo citoplasma
(forte)
0
0
0
7
(19.4%)
13
(56.5%)
9
(39.1%)
2
(100%)
2
(100%)
Positivo
nuclear
0
0
0
0
7
(30.4%)
6
(26.1%)
0
0
Tabela 3: Expressão do anticorpo anti-p16ink
4a
em citologia cervical (n=148)
(1) Lesão intra-epitelial de baixo grau
(2) Lesão intra-epitelial de alto grau
(3) Carcinoma epidermóide
(4) P1 = patologista 1, P2 = patologista 2
(5) Imuno-citoquímica
A representação gráfica da performance do anticorpo na citologia cervical encontra-se
na figura 5. O resultado da investigação está dicotomizado entre sem lesão cervical (citologia
Papanicolaou negativa e colposcopia com achados normais) e com lesão histológica cervical
(biópsia diagnóstica do colo com NIC 1, NIC 2, NIC 3 ou carcinoma invasor).
90
88,5
11,5
83,9
16,1
13,1
50,8
24,6
11,4
26,2
34,4
29,5
9,8
0%
50%
100%
P1(*)
sem
lesão
P2 sem
lesão
P1 com
lesão
P2 com
lesão
Patologista
(+)Nuclear
(+)Citop. forte (**)
(+)Citop. fraco
Negativo
Figura 5: Performance do anticorpo anti-p16ink
4a
na citologia cervical de
acordo com o resultado da investigação e por patologista
(*) P1 = patologista 1, P2 = patologista 2
(**) (+)Citop. = Positividade ao anticorpo anti-p16ink
4a
em citoplasma
A performance do anticorpo, na citologia cervical, quanto à sensibilidade e
especificidade encontra-se na tabela 4, estando os dados apresentados de acordo com o
diagnóstico histológico e por patologista.
Destaca-se a maior sensibilidade do teste diagnóstico entre os casos de lesão precursora
de alto grau e carcinoma. Nestes grupos há baixa variação inter-observador na leitura das
lâminas de citologia entre os patologistas.
Já entre os casos de lesão precursora de baixo grau, há menor sensibilidade e maior
variação inter-observador.
91
NIC 1
(1)
(n=36)
NIC 2/3
(2)
(n=23)
NIC 1 + NIC 2/3
(n=59)
CA
(3)
(n=2)
Histopa-
tologia
Medida
(IC 95%)
P1
(4)
P2 P1 P2 P1 P2 P1 P2
Sensibi-
lidade
77.8%
(60.4–89.3)
58.3%
(40.9–74.0)
100.0%
(82.2–100)
95.7%
(76.0–99.8)
86.4%
(74.5–93.6)
72.9%
(59.5–83.3)
100.0%
(19.8– 100)
100.0%
(19.8 –100)
Especifi-
cidade
88.5%
(79.4–94.1)
83.9%
(74.1–90.6)
88.5%
(79.4-94.1)
83.9%
(74.1– 90.6)
88.5%
(79.4–94.1)
83.9%
(74.1–90.6)
88.5%
(79.4–94.1)
83.9%
(74.1– 90.6)
Tabela 4: Citologia cervical com o anticorpo anti-p16ink
4a
: sensibilidade e especificidade
(1) NIC 1 = Lesão intra-epitelial de baixo grau
(2) NIC 2/3 = Lesão intra-epitelial de alto grau
(3) CA = Carcinoma epidermóide cervical
(4) P1= Patologista 1, P2 = Patologista 2
A performance do anticorpo, na citologia cervical, quanto aos valores preditivos
positivo e negativo encontra-se na tabela 5, estando os dados apresentados de acordo com o
diagnóstico histológico e por patologista. Para a probabilidade de lesão do colo uterino após o
teste citológico positivo ou ausência de lesão do colo após o teste negativo, o grupo estudo foi
dividido em NIC 1 ou pior (NIC 1 + NIC 2 + NIC 3 + carcinoma), NIC 2 ou pior (NIC 2 + NIC
3 + carcinoma) e, por fim, o grupo carcinoma. Destacam-se os elevados valores preditivos
negativos do teste diagnóstico com o anticorpo proposto, fato indispensável para testes
diagnósticos de rastreio populacional.
92
NIC 1ou >
(1)
(n=61)
NIC 2 ou >
(2)
(n=25)
CA
(3)
(n=2)
Histopa-
tologia
Medida
(IC 95%)
P1
(4)
P2 P1 P2 P1 P2
Valor
preditivo
positivo
84.1%
(72.3 – 91.7)
76.3%
(63.1 – 86.0)
39.7%
(27.8 – 52.8)
40.7%
(28.3 – 54.2)
3.2%
(0.6 - 12)
3.4%
(0.6 – 12.7)
Valor
preditivo
negativo
90.6%
(81.8 – 95.6)
82%
(72.1 – 89.1)
100%
(94.6 - 100)
98.9%
(93 – 99.9)
100%
(94.6 - 100)
100%
(94.8 - 100)
Tabela 5: Citologia cervical com o anticorpo anti-p16ink
4a
: valor preditivo positivo e
negativo
(1) NIC 1 + NIC 2 + NIC 3 + Carcinoma
(2) NIC 2 + NIC 3 + Carcinoma
(3) CA = Carcinoma epidermóide cervical
(4) P1= Patologista 1, P2 = Patologista 2
A descrição dos achados conjuntos das citologias convencional e ICQ, de acordo com
os resultados histológicos, são representadas na tabela 6.
Aqui, a citologia ICQ foi dicotomizada entre negativa e positiva (positividade fraca e
forte citoplasmática além da positividade nuclear). A citologia convencional foi agrupada em
quatro categorias: normal (negativa e atrofia), atipia (ASC-US, ASC-H e AGC), L-SIL ou H-
SIL.
Pela observação da tabela, verifica-se que, quando a citologia convencional era
negativa, o uso do teste diagnóstico com o anticorpo “auxiliou” para o diagnóstico de cinco
NIC 2/3 e um CA epidermóide conforme o patologista um e quatro NIC 2/3 e um CA
epidermóide conforme o patologista dois.
Para os casos de NIC 1, o uso do teste diagnóstico com o anticorpo “auxiliou” em dez
casos entre os dois patologistas.
93
No grupo atipia da citologia convencional, o uso do anticorpo identificou oito NIC 2/3
e um caso de CA epidermóide entre os dois patologistas.
Tabela 6: Resultado conjunto entre as citologias cervicais Papanicolaou e ICQ (imuno-
citoquímica) com o anticorpo anti-p16ink
4a
(1) NIC 1 = Lesão intra-epitelial de baixo grau
(2) NIC 2/3 = Lesão intra-epitelial de alto grau
(3) CA = Carcinoma
(4) Imuno-citoquímica
(5) Patologista 1 e Patologista 2
Baseados nos dados apresentados na tabela 6 foram recalculadas a sensibilidade e a
especificidade utilizando-se os dois métodos diagnósticos em conjunto.
Neste caso, foi considerado como teste negativo somente aqueles que contavam com
Sem lesão
cervical
(n=87)
NIC 1
(1)
(n=36)
NIC 2/3
(2)
(n=23)
CA
(3)
epidermóide
(n= 2)
Resultado da
investigação
Citologia
P 1
(5)
P 2 P 1 P 2 P 1 P 2 P 1 P 2
convencional
Papanicolaou
ICQ
(
4)
anti-p16ink
4a
Negativo - 62 58 4 4 0 1 0 0
+ 4 8 10 10 5 4 1 1
Atipia - 14 14 2 6 0 0 0 0
+ 5 5 12 8 8 8 1 1
L-SIL - 1 1 2 5 0 0 0 0
+ 0 0 6 3 6 6 0 0
H-SIL - 0 0 0 0 0 0 0 0
+ 1 1 0 0 4 4 0 0
94
citologia convencional negativa associada à citologia ICQ também negativo. Foi considerado
teste positivo, todos os demais, ou seja, citologia convencional com atipia, L-SIL ou H-SIL ou
citologia ICQ, contando com qualquer grau de positividade, citoplasmática ou nuclear.
Os dados encontram-se na tabela 7, destacando o incremento na sensibilidade na
associação dos dois métodos diagnósticos em conjunto, citologia convencional Papanicolaou e
citologia ICQ com anticorpos anti-p16ink
4a
.
NIC 1
(1)
(n=36)
NIC 2/3
(2)
(n=23)
NIC 1 + NIC 2/3
(n=59)
CA
(3)
Epidermóide
(n=2)
Histopa-
tologia
Medida
(IC 95%)
P
(4)
1 P2 P1 P2 P1 P2 P1 P2
Sensibi-
lidade
88.9%
(73.0-96.4)
88.9%
(73.0-96.4)
100%
(82.2-100)
95.7%
(76.0-99.8)
93.2%
(82.7-97.8)
91.5%
(80.6-96.8)
100.0%
(19.8-100.0)
100%
(19.8-100)
Especifi-
cidade
71.3%
(60.4-80.2)
66.7%
(55.7-76.2)
71.3%
(55.7-76.2)
66.7%
(55.7-76.2)
71.3%
(60.4-80.2)
66.7%
(55.7-76.2)
71.3%
(60.4-80.2)
66.7%
(55.7-76.2)
Tabela 7: Associação das citologias convencional e ICQ (imuno-citoquímica) para o
diagnóstico de lesões cervicais
(1) NIC 1 = Lesão intra-epitelial de baixo grau
(2) NIC 2/3 = Lesão intra-epitelial de alto grau
(3) CA = Carcinoma
(4) Patologista
95
Discussão
No presente estudo, a sensibilidade e o valor preditivo negativo do método
diagnóstico utilizado mostraram adequado desempenho entre casos de NIC 2/3 e CA.
Tais resultados reproduzem os achados da literatura que abordaram a citologia cervical
com o anticorpo proposto
32-34, 47
:
Entre portadoras de lesão precursoras da cérvice, quando avaliadas em
conjunto (NIC 1 + NIC 2/3), o estudo reproduz os achados da literatura
com sensibilidades variando entre 75.4%
34
até 92.3%
47
.
Entre casos de NIC 1, a sensibilidade do teste diagnóstico foi 77.8% e
58.3% entre os patologistas um e dois respectivamente, acompanhando
parcialmente os achados da literatura onde há variação de 54.3%
34
até
74.1%
32
.
Estudo de Pientong e cols, publicado em 2003, encontrou sensibilidade
de 33% entre casos de NIC 1, entretanto, foi estudo com limitações
metodológicas, onde as coletas ocorreram apenas com espátula de Ayre,
a diluição do anticorpo foi de 1:400 e não houve confirmação histológica
dos casos
3
.
Entre casos de positividade citoplasmática forte ou positividade nuclear, aqui
verificada principalmente entre NIC 2/3 ou CA epidermóide, reproduz os achados da
literatura. Quando a positividade ao anticorpo foi avaliada de forma distinta entre
citoplasma e núcleo, os achados de Saqi e cols foram: sensibilidade de 90% entre NIC
2/3 e 100% entre lesões invasoras
32
. Já Bibbo e cols, encontraram sensibilidade de
94.4% entre casos de NIC 2/3
33
.
96
Quanto à variação inter-observador, utilizando a metodologia proposta pelo
estudo (ausência de positividade, positividade citoplasmática fraca, forte e positividade
nuclear), há elevada concordância entre casos de NIC 2/3 e teste diagnóstico positivo
nuclear. Da mesma forma, há elevada concordância entre a ausência de lesão e teste
diagnóstico negativo, além da positividade citoplasmática forte entre os dois casos de
lesão invasora. Nestes extremos, a diferença percentual entre os patologistas foi inferior
a 5%.
Já entre casos de NIC 1 e, principalmente utilizando o critério subjetivo da
avaliação citoplasmática, houve importante variação inter-observador. O índice kappa
do estudo alcançou 0.74 apenas quando o critério subjetivo da avaliação citoplasmática
foi afastado. Tais resultados são reproduzidos em recente estudo de Negri e cols
47
,
publicado em 2006 que encontrou sensibilidade de 66.6% entre casos de NIC 1 e índice
kappa de 0.77. Destaca-se a exigüidade da amostra utilizada pelo pesquisador citado,
que contou com seis casos de NIC 1.
Entre os dois casos de CA epidermóide, ocorridos na sexta e sétima décadas de
vida, portanto em estado hipoestrínico, a positividade encontrada foi no citoplasma
entre os dois patologistas. Este achado é previsível pela literatura médica, pois o
anticorpo proposto não reage com células degeneradas inclusive de origem neoplásica
3
.
Provavelmente a positividade verificada referia-se a tecidos circunjacentes à lesão
Invasora, estando estes ainda em estado precursor.
Quanto aos valores preditivos encontrados no estudo, destaca-se que a ausência
de lesão após o teste diagnóstico negativo ou valor preditivo negativo, variou de 82%
(NIC1 ou >) a 100% (NIC 2 ou >). Para testes diagnósticos de rastreio populacional é
medida indispensável, visto que testes com alto valor preditivo negativo serão seguros
no diagnóstico da ausência de doença em curso. No estudo de Trunk e cols
17
, o valor
97
preditivo negativo foi superior a 90% tanto entre casos de NIC 1 (ou superior) quanto
em NIC 2 (ou superior). Já Saqi e cols
32
, encontraram valores preditivos negativos de
74,2% entre casos de NIC 1 (ou superior) e 96,8% entre casos de NIC 2 (ou superior).
A utilização dos achados conjuntos das citologias convencional e ICQ foi
proposta com o objetivo da elucidação de casos falso-negativos da primeira:
Verifica-se que os dois casos de carcinoma epidermóide encontravam-se
entre citologias convencionais diagnosticadas como normais ou com
alterações atípicas de origem escamosa / glandular.
No mesmo grupo (citologias convencionais diagnosticadas como
normais ou atípicas escamosas / glandulares) também se encontravam
treze NIC 2/3 conforme o patologista um e doze NIC 2/3 conforme o
patologista dois.
Em comum, todos estes casos possuíam positividade para o anticorpo
anti-p16ink
4a
.
Em recente revisão da literatura, não se encontra associação semelhante
para comparações.
O presente estudo não avaliou a presença do HPV na amostra selecionada, que
colaboraria para a elucidação de casos duvidosos:
A positividade citoplasmática encontrada entre 10 e 14 pacientes sem
lesão cervical conforme o patologista um e dois respectivamente;
Os casos de NIC 1 que se apresentaram com maior discordância entre os
observadores e associado à sensibilidade inferior do método.
Importante destacar que, contrariamente ao citado na literatura médica, o uso do
anticorpo anti-p16ink
4a
não apresentou dificuldades de difusão no esfregaço, citado
98
como limitador entre estudos que não empregaram a citologia de meio líquido
36
. Ou
seja, o anticorpo anti-p16ink
4a
foi considerado, pelos autores, como teste factível para o
rastreamento de lesões cervicais precursoras ou neoplásicas.
99
Figura 6 : Exemplos de positividade ao anticorpo anti-p16ink
4a
Figura 6B: Citologia cervical em
grande aumento com positividade
citoplasmática para o anti-p16ink
4a
em
célula epitelial cervical com
macronucleose.
Figura 6C: Citologia cervical em
grande aumento com grupamento
celular positivo para o anti-p16ink
4a
e
discariose
Figura 6A: Citologia cervical em
médio aumento com célula positiva
para o anticorpo anti-p16ink
4a
100
Figura 6D: Citologia cervical em
médio aumento com célula epitelial
positiva para o anti-p16ink
4a
Figura 6E: Citologia cervical em
grande aumento com célula epitelial
positiva para o anti-p16ink
4a
e
discariose.
Bibliografia:
1. Sawaya GF. Papanicolaou testing: when does more become less? Am J Med 2005;
118(2):159-160.
2. Felix JC, Amezcua C. In vitro adjuncts to the pap smear. Obstet Gynecol Clin North
Am 2002; 29(4):685-99, vii.
3. Pientong C, Ekalaksananan T, Swadpanich U et al. Immunocytochemical detection of
p16INK4a protein in scraped cervical cells. Acta Cytol 2003; 47(4):616-623.
4. Nanda K, McCrory DC, Myers ER et al. Accuracy of the Papanicolaou test in
screening for and follow-up of cervical cytologic abnormalities: a systematic review
Ann Intern Med 2000; 132(10):810-819.
5. Schneider V, Henry MR, Jimenez-Ayala M, Turnbull LS, Wright TC. Cervical
cancer screening, screening errors and reporting. Acta Cytol 2001; 45(4):493-498.
6. Bergeron C, Debaque H, Ayivi J, Amaizo S, Fagnani F. Cervical smear histories of
585 women with biopsy-proven carcinoma in situ. Acta Cytol 1997; 41(6):1676-
1680.
7. Sato S, Mikino H, Matsunaga G, Yajima A. False negative rate in mass screening for
cervical cancer. Acta Cytol 1998; 42(3):836-837.
8. Cohn DE, Herzog TJ. New innovations in cervical cancer screening. Clin Obstet
Gynecol 2001; 44(3):538-549.
9. lenbach-Hellweg G, Trunk MJ, von Knebel DM. Traditional and new molecular
methods for early detection of cervical cancer. Arkh Patol 2004; 66(5):35-39.
10. Walboomers JM, Jacobs MV, Manos MM et al. Human papillomavirus is a necessary
cause of invasive cervical cancer worldwide
J Pathol 1999; 189(1):12-19.
11. Munoz N. Human papillomavirus and cancer: the epidemiological evidence. J Clin
Virol 2000; 19(1-2):1-5.
12. Schiffman M, Castle PE. Human papillomavirus: epidemiology and public health.
Arch Pathol Lab Med 2003; 127(8):930-934.
13. Bosch FX, Lorincz A, Munoz N, Meijer CJ, Shah KV. The causal relation between
human papillomavirus and cervical cancer. J Clin Pathol 2002; 55(4):244-265.
14. Keating JT, Ince T, Crum CP. Surrogate biomarkers of HPV infection in cervical
neoplasia screening and diagnosis. Adv Anat Pathol 2001; 8(2):83-92.
15. Keating JT, Cviko A, Riethdorf S et al. Ki-67, cyclin E, and p16INK4 are
complimentary surrogate biomarkers for human papilloma virus-related cervical
neoplasia. Am J Surg Pathol 2001; 25(7):884-891.
102
16. Stanley MA. Prognostic factors and new therapeutic approaches to cervical cancer.
Virus Res 2002; 89(2):241-248.
17. Trunk MJ, lenbach-Hellweg G, Ridder R et al. Morphologic characteristics of
p16INK4a-positive cells in cervical cytology samples. Acta Cytol 2004; 48(6):771-
782.
18. Lin WM, Ashfaq R, Michalopulos EA, Maitra A, Gazdar AF, Muller CY. Molecular
Papanicolaou tests in the twenty-first century: molecular analyses with fluid-based
Papanicolaou technology
Am J Obstet Gynecol 2000; 183(1):39-45.
19. Wang JL, Zheng BY, Li XD, Angstrom T, Lindstrom MS, Wallin KL. Predictive
significance of the alterations of p16INK4A, p14ARF, p53, and proliferating cell
nuclear antigen expression in the progression of cervical cancer. Clin Cancer Res
2004; 10(7):2407-2414.
20. Murphy N, Ring M, Heffron CC et al. p16INK4A, CDC6, and MCM5: predictive
biomarkers in cervical preinvasive neoplasia and cervical cancer. J Clin Pathol 2005;
58(5):525-534.
21. Tringler B, Gup CJ, Singh M et al. Evaluation of p16INK4a and pRb expression in
cervical squamous and glandular neoplasia. Hum Pathol 2004; 35(6):689-696.
22. Wang JL, Zheng BY, Li XD et al. p16INK4A and p14ARF expression pattern by
immunohistochemistry in human papillomavirus-related cervical neoplasia. Mod
Pathol 2005; 18(5):629-637.
23. Negri G, Vittadello F, Romano F et al. p16INK4a expression and progression risk of
low-grade intraepithelial neoplasia of the cervix uteri. Virchows Arch 2004;
445(6):616-620.
24. Murphy N, Heffron CC, King B et al. p16INK4A positivity in benign, premalignant
and malignant cervical glandular lesions: a potential diagnostic problem. Virchows
Arch 2004; 445(6):610-615.
25. Nieh S, Chen SF, Chu TY, Lai HC, Fu E. Expression of p16INK4A in Pap smears
containing atypical glandular cells from the uterine cervix. Acta Cytol 2004;
48(2):173-180.
26. Zielinski GD, Snijders PJ, Rozendaal L et al. The presence of high-risk HPV
combined with specific p53 and p16INK4a expression patterns points to high-risk
HPV as the main causative agent for adenocarcinoma in situ and adenocarcinoma of
the cervix. J Pathol 2003; 201(4):535-543.
27. Ishikawa M, Fujii T, Masumoto N et al. Correlation of p16INK4A overexpression
with human papillomavirus infection in cervical adenocarcinomas. Int J Gynecol
Pathol 2003; 22(4):378-385.
28. Negri G, Egarter-Vigl E, Kasal A, Romano F, Haitel A, Mian C. p16INK4a is a
useful marker for the diagnosis of adenocarcinoma of the cervix uteri and its
103
precursors: an immunohistochemical study with immunocytochemical correlations.
Am J Surg Pathol 2003; 27(2):187-193.
29. Murphy N, Ring M, Killalea AG et al. p16INK4A as a marker for cervical
dyskaryosis: CIN and cGIN in cervical biopsies and ThinPrep smears. J Clin Pathol
2003; 56(1):56-63.
30. Agoff SN, Lin P, Morihara J, Mao C, Kiviat NB, Koutsky LA. p16INK4a expression
correlates with degree of cervical neoplasia: a comparison with Ki-67 expression and
detection of high-risk HPV types. Mod Pathol 2003; 16(7):665-673.
31. Klaes R, Benner A, Friedrich T et al. p16INK4a immunohistochemistry improves
interobserver agreement in the diagnosis of cervical intraepithelial neoplasia. Am J
Surg Pathol 2002; 26(11):1389-1399.
32. Saqi A, Pasha TL, McGrath CM, Yu GH, Zhang P, Gupta P. Overexpression of
p16INK4A in liquid-based specimens (SurePath) as marker of cervical dysplasia and
neoplasia. Diagn Cytopathol 2002; 27(6):365-370.
33. Bibbo M, DeCecco J, Kovatich AJ. p16INK4A as an adjunct test in liquid-based
cytology. Anal Quant Cytol Histol 2003; 25(1):8-11.
34. Pientong C, Ekalaksananan T, Kongyingyoes B et al. Immunocytochemical staining
of p16INK4a protein from conventional Pap test and its association with human
papillomavirus infection. Diagn Cytopathol 2004; 31(4):235-242.
35. Ichinose H. p16INK4a IHC in the diagnosis of cervical CIN. Am J Surg Pathol 2003;
27(9):1284.
36. Klaes R, Friedrich T, Spitkovsky D et al. Overexpression of p16INK4A as a specific
marker for dysplastic and neoplastic epithelial cells of the cervix uteri. Int J Cancer
2001; 92(2):276-284.
37. Prefeitura Municipal de Porto Alegre - Bairros Oficiais. Secretaria do Planejamento
Municipal - Porto Alegre RS Brasil . 10-7-2004.
Ref Type: Internet Communication
38. Luzzatto R, Boon ME. Contribution of the endocervical Cytobrush sample to the
diagnosis of cervical lesions. Acta Cytol 1996; 40(6):1143-1147.
39. Dyanov HM, Dzitoeva SG. Method for attachment of microscopic preparations on
glass for in situ hybridization, PRINS and in situ PCR studies. Biotechniques 1995;
18(5):822-4, 826.
40. Taylor S, Smith S, Windle B, Guiseppi-Elie A. Impact of surface chemistry and
blocking strategies on DNA microarrays. Nucleic Acids Res 2003; 31(16):e87.
41. Solomon D, Davey D, Kurman R et al. The 2001 Bethesda System: terminology for
reporting results of cervical cytology. JAMA 2002; 287(16):2114-2119.
104
42. Wright TC, Jr., Cox JT, Massad LS, Twiggs LB, Wilkinson EJ. 2001 Consensus
Guidelines for the management of women with cervical cytological abnormalities.
JAMA 2002; 287(16):2120-2129.
43. Wright TC, Jr., Cox JT, Massad LS, Carlson J, Twiggs LB, Wilkinson EJ. 2001
consensus guidelines for the management of women with cervical intraepithelial
neoplasia. Am J Obstet Gynecol 2003; 189(1):295-304.
44. Crum CP. Symposium part 1: Should the Bethesda System terminology be used in
diagnostic surgical pathology?: Point. Int J Gynecol Pathol 2003; 22(1):5-12.
45. Bibbo M, Klump WJ, DeCecco J, Kovatich AJ. Procedure for immunocytochemical
detection of P16INK4A antigen in thin-layer, liquid-based specimens. Acta Cytol
2002; 46(1):25-29.
46. Sahebali S, Depuydt CE, Segers K et al. p16INK4a as an adjunct marker in liquid-
based cervical cytology. Int J Cancer 2004; 108(6):871-876.
47. Negri G, Moretto G, Menia E et al. Immunocytochemistry of p16INK4a in liquid-
based cervicovaginal specimens with modified Papanicolaou counterstaining. J Clin
Pathol 2006; 59(8):827-830.
48. American Association of Clinical Endocrinologists medical guidelines for clinical
practice for the diagnosis and treatment of menopause. Endocr Pract 2006;
12(3):315-337.
105
Conclusões
Respondendo aos objetivos propostos nesta pesquisa:
O anticorpo anti-p16ink
4a
, avaliado quanto a sua expressão em
citologia cervical, revelou-se adequado para o estudo proposto. Não
foi verificado inadequação para difusão do anticorpo nas lâminas de
citologia cervical coletadas da forma convencional (não-meio
líquido).
O uso do anticorpo em citologia cervical permitiu a elucidação de
casos falso-negativos rastreados pela citologia Papanicolaou.
Obteve adequada sensibilidade e valor preditivo negativo
principalmente entre lesões intra-epiteliais de alto grau e carcinomas
epidermóides cervicais, seguindo os achados da literatura médica.
Verificou-se menor sensibilidade quando utilizado entre casos de
NIC 1.
Quanto à variação inter-observador na leitura das lâminas, o uso do
anticorpo proposto apresentou-se com adequado índice kappa
principalmente entre as lesões intra-epiteliais de alto grau e
carcinomas epidermóides cervicais.
106
Considerações finais e perspectivas
O presente estudo abordou uma lacuna da literatura médica quanto ao uso
do anticorpo anti-p16ink
4a
. Citologia cervical coletada de forma convencional e a
confirmação dos achados a partir do exame padrão-ouro: biópsia diagnóstica
dirigida pela colposcopia.
A grande dificuldade logística em realizar rastreamento populacional para o
câncer cervical, associada à carência de recursos públicos e a baixa adesão às
campanhas governamentais, deverá motivar os pesquisadores nos estudos futuros.
Vislumbramos a auto-coleta domiciliar do exame de rastreamento cervical e
a sua interpretação utilizando métodos de alta sensibilidade e especificidade, como
o futuro para o diagnóstico das lesões precursoras ou invasoras do colo uterino.
Os autores desejam que este estudo sirva de estímulo para a reflexão dos
objetivos desejados por todos: Diagnóstico precoce das lesões precursoras
cervicais, tratamento não mutilador e, finalmente, redução da mortalidade entre os
casos de neoplasia cervical.
O presente trabalho foi exposto na forma de Pôster no II Simpósio Regional
de Genitoscopia, com resultados preliminares, nos dias 25 a 29 de outubro de 2006.
Recebeu titulação de Menção Honrosa na Classificação Geral dos Painéis
pela abordagem inovadora no rastreamento cervical utilizando citologia
convencional.
Com a grande base de dados obtida, a partir da amostragem de duzentas e
oitenta e sete pacientes, e os resultados promissores encontrados, duas novas
publicações estão previstas:
107
1. “Anticorpo anti-p16ink
4a
em Atipias Escamosas de Significado
Indeterminado (ASC-US)”
2. “Variação inter-observador em biópsias cervicais coradas com o
anticorpo anti-p16ink
4a
108
Anexo A: Termo de Consentimento Livre e Esclarecido:
Consentimento Informado
Título do Projeto: Pesquisa do Anticorpo anti-p16ink
4a
em Citologia Cervical
Investigador: Alexandre Rocha – Médico Ginecologista e Obstetra da Secretaria da Saúde
do Município de Porto Alegre, Matrícula 77373-9 e CRM 21858, aluno da pós-graduação
em Ciências Médicas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
Orientadoras: Prof. Dra. Maria Isabel Edelweiss e Prof. Dra. Mary Clarisse Bozzetti.
Eu, ___________________________________ fui informada dos objetivos da
pesquisa acima identificada de maneira clara e detalhada. Recebi informações a respeito da
minha inclusão na referida e esclareci minhas dúvidas. Fui informada que, a qualquer
momento, poderei solicitar novas informações e modificar minha decisão. O investigador
Dr. Alexandre Rocha CRM 21858 – médico Ginecologista e Obstetra certificou-me que
todos os dados desta pesquisa serão confidenciais, bem como o seguimento de minha
doença cervical (colo uterino), se presente, não sofrerá alteração pela minha inclusão ou
exclusão no grupo estudo ou grupo controle.
Justificativa do estudo: Melhorar a capacidade de detecção das alterações cervicais
(colo uterino) a partir do exame “preventivo” ou citopatológico;
Procedimento utilizado: Coleta do exame “preventivo” do colo uterino da forma
tradicional que envolve uma “raspagem” da região cervical, utilizando espátula de madeira
e escova tipo cytobrush individuais e descartáveis; Para tanto será utilizado espéculo
vaginal. O material assim obtido será encaminhado a laboratório para avaliação
microscópica. Casos especiais de suspeita de lesões no colo uterino será indicado a
realização de biópsia local que consta de retirada, por meio de cirurgia (de pequeno porte
com broca tipo “Baliu”), de um fragmento do colo uterino que medirá aproximadamente
0,4cm de diâmetro (menos da metade de um centímetro) com o objetivo de diagnóstico da
lesão suspeita. Tal procedimento se efetuará sob anestesia local com lidocaína a 2%
infiltrativa sem vasoconstritor.
Riscos dos procedimentos: Poderá haver desconforto momentâneo pelo uso do
espéculo vaginal. A coleta do citopatológico (“preventivo”), poderá ocasionar sangramento
no local de “raspagem”. A retirada do fragmento de biópsia poderá ocasionar dor local e
sangramento após a realização do procedimento, geralmente de pequena monta e revertidos
com analgesia (remédios para dor) e compressão local (bucha de gazes estéreis no fundo
vaginal para evitar sangramento no local de biópsia). Não há evidências na literatura
médica atual de riscos a longo prazo com estes procedimentos, tipo: infertilidade
(dificuldade em engravidar), aumento no número de abortos (“perdas” de gravidez no
futuro), dispareunia (dor nas relações sexuais), diminuição da libido (diminuição da
vontade de manter relações sexuais).
Benefícios esperados: Reavaliar o exame “preventivo” com uma substância corante
especial (marcador) durante a interpretação no laboratório e definir sua possível utilização
rotineira no futuro; com a biópsia do colo uterino (fragmento), temos o exame “de certeza”
para a presença ou não de lesões malignas ou pré-malignas do colo uterino.
Métodos alternativos existentes: Não há na literatura médica atual, método eficaz
para melhorar a resolução do exame “preventivo”, as técnicas atualmente sugeridas são de
109
caráter experimental. Não há substituto para as biópsias do colo uterino quanto ao
diagnóstico “de certeza” das lesões.
Formas de acompanhamento: As pacientes serão seguidas por demanda espontânea
(volta à unidade voluntariamente conforme orientado) ou busca ativa (chamamento da
paciente a unidade) principalmente quando suspeita de doença no colo do útero);
Compensação Financeira: Não haverá nenhum tipo de pagamento às mulheres que
concordarem em participar do estudo.
Custos para paciente: Não haverá custo monetário para as participantes do estudo.
Todos os materiais utilizados estão discriminados no protocolo do estudo e foram quitados
pelo patrocinador.
Perguntas e dúvidas relacionadas ao estudo: Este termo de consentimento explica
de forma clara o estudo que estamos propondo e convidando as mulheres a participar; no
entanto, se houver alguma dúvida, estas serão esclarecidas diretamente pelo investigador,
Dr. Alexandre Rocha pelo telefone 33363284 e pela pesquisadora responsável, Dra. Maria
Isabel Edelweiss pelo telefone 21018000 ramal 8013 ou 8334.
Em casos de danos à paciente: Se a participante do estudo acha que teve algum
problema de saúde relacionado com a sua participação, deverá contatar o investigador, Dr.
Alexandre Rocha pelo telefone 33363284.
Recebi segunda via assinada, de igual teor desta, no dia de hoje.
______________________ _______________________
Assinatura da paciente Assinatura do investigador
Carimbo
Porto Alegre, _____ de ______________de 20____
110
Anexo B: Documento de Inclusão no Estudo:
Documento de Inclusão
Anticorpo anti-P16ink
4a
em citologia cervical
Nome_________________________________________ DN____/____/_____
Endereço_______________________________________Bairro____________
Sexarca__________anos, DSTs no Passado: não, sim qual__________
Gesta____/Parto____/Aborto_____/Cesariana_______
Menopausada: não, sim, terapia de reposição hormonal?_________
Método contraceptivo Atual______________________,
Escolaridade___________________
No de parceiros sexuais na vida:_________, nos últimos 12 meses_______
Tabagismo: não, sim, quantos/dia__________
Motivo do encaminhamento_____________________________________
Último CP do colo uterino_____________________, data____/____/____
Outros:_____________________________________________________
1) Colposcopia em ____/____/____
2) Coleta do Citopatológico em ____/____/____
Lâmina de citopatológico Papanicolaou número________________
Diagnóstico ____________________
Lâmina de citopatológico ICQ número____________________
Diagnóstico patologista 1___________________________________
Diagnóstico patologista 2__________________________________
3) Exame Histológico do colo uterino em ____/____/____
Diagnóstico______________________________________________________
_____________________________________________
_____________________________________________
_____________________________________________
_____________________________________________
_____________________________________________
_____________________________________________
_____________________________________________
111
Anexo C: Técnica LSAB para Imunocitoquímica:
1) Lâminas coletadas com preparo prévio de aminopropil-triephosy-silane (Sigma
Chemical Corporation);
2) Amostra submetida à rehidratação com álcool etílico absoluto (quatro banhos) e
lavagem com solução salina tamponada (SST) em pH 7,4 por cinco minutos;
3) Recuperação de epítopos pelo calor úmido (SST de citrato em pH 6,4 por três
minutos em forno de microondas);
4) Bloqueio de reações inespecíficas com leite desnatado diluído em água destilada;
5) Tratamento com peróxido de hidrogênio a 3% diluído em SST por cinco minutos,
para bloqueio da peroxidase endógena;
6) Incubação com o anticorpo monoclonal anti-p16ink
4a
clone G175-405 fornecido
pela Pharmingen / BD Biosciences do Brasil diluição 1:100, por tres horas;
7) Incubação por trinta minutos com complexo ligação-imunoglobulinas biotiniladas
anti-coelho, anti-camundongo e anti-carneiro pré-diluidas em SST;
8) Incubação por trinta minutos com complexo estreptavidina peroxidase;
9) Tratamento das lâminas para visualização da reação com solução 3,3-tetra-
hidrocloreto de diaminobenzidina (DAB) na concentração de 1mg/ml em SST de
citrato e solução de H2O2 a 5% por duas vezes de 20 minutos. As lâminas são
contra-coradas com hematoxilina de Harris por 20 segundos;
10) Desidratação com banhos de álcool etílico absoluto (cinco banhos) e xilol (3
banhos);
11) Montagem das lâminas com bálsamo e lamínula;
(*) Todos os passos da reação ICQ são realizados à temperatura ambiente com exceção
da etapa de recuperação antigênica, realizada em forno de microondas. Entre cada
passo da reação, antes do uso do DAB, as lâminas são lavadas varias vezes com SST
(pH 7,4) e, após o uso do DAB, as lavagens são feitas com água comum.
(*) Controle positivo para o anticorpo anti-p16ink
4a
: Peça de histologia de carcinoma
cervical sabidamente positivo para o anticorpo . Controle negativo: Mesma lâmina
anterior sem a incubação do anticorpo primário.
112
Anexo D: Técnica de Papanicolaou
1. Hidratação: Deslocamento gradual do álcool de fixação no esfregaço pelo uso de
álcool em solução diluída a 80%, 70% e 50% em água destilada, seis a oito
mergulhos.
2. Coloração nuclear: Hematoxilina de Harris não acidificada por seis minutos
(corante com afinidade pela cromatina), pelo método regressivo
3. Remoção do excesso de hematoxilina com acido hidroclórico
4. Desidratação: Etanol 50% até 95% em quatro banhos
5. Coloração citoplasmática com contra-corantes: utilizar o Orange G (corante da
queratina na cor laranja) seguindo-se do EA36 (cora o citoplasma de células
metabolicamente ativas).
6. Clareamento: xilol que resultará na transparência celular
7. Montagem: Bálsamo do Canadá
113
Anexo E: Classificação Citológica de Bethesda 2001
1) Tipo da amostra: convencional, meio líquido.
2) Avaliação da amostra:
2.1) Satisfatória: com representação da zona de transformação, sem representação
da zona de transformação, parcialmente obscurecida por sangue ou inflamação,
artefatos.
2.2) Não satisfatória: rejeitada, não processada por (...); processada e examinada,
não satisfatória por (...)
3) Negativa para lesão intraepitelial ou neoplasia maligna: Alterações celulares
reativas associadas a inflamação, radiação DIU e outras; microorganismos tipo
tricomonas, fungos, sugestivo de vaginose bacteriana, actinomyces, alterações
sugestivas do herpes simplex; atrofia; células glandulares pós-histerectomia
4) Anomalias em células epiteliais:
4.1) Anomalias em células pavimentosas: células pavimentosas atípicas de
significado indeterminado (asc-us), células pavimentosas atípicas não se podendo
excluir lesão intraepitelial de alto grau (asc-h), lesão intraepitelial de baixo grau l-Sil
(inclui: HPV, displasia “suave”, nic 1) e lesão intraepitelial de alto grau h-Sil (inclui:
114
displasia moderada e grave, nic II, nic III ou carcinoma in-situ); carcinoma pavimento–
celular (epidermóide)
4.2) Anomalias em células glandulares: células atípicas (agc), endocervicais,
endometriais ou “sem outra especificação” (SOE); células atípicas sugestivas de
neoplasia, endocervicais ou SOE; provável adenocarcinoma in-situ do endocolo (AIS)
e adenocarcinoma, SOE, endocervical, endometrial, extra-uterino.
5) Outra neoplasia maligna: especificar
6) Ausência de lesão intraepitelial, com presença de células endometriais.
115
Anexo F: Classificação Colposcópica da Federação Internacional de Patologia
Cervical e Colposcopia aprovada em 2002:
I. Achados Colposcópicos Normais: Epitélio Escamoso Original, Epitélio Colunar, Zona
de Transformação;
II. Achados Colposcópicos Anormais:Epitélio acetobranco plano, Epitélio acetobranco
denso, Mosaico fino, Mosaico grosseiro, Pontilhado fino, Pontilhado grosseiro, Iodo
Parcialmente positivo, Iodo Negativo, Vasos atípicos;
III. Alterações colposcópicas sugestivas de câncer invasivo:
IV. Colposcopia insatisfatória: Junção Escamo-colunar não visível, Inflamação severa,
atrofia severa, trauma, Cérvice não visível;
V. Miscelânea: Condiloma, Queratose, Erosão, Inflamação, Atrofia, Deciduose, Pólipo;
Características colposcópicas sugestivas de alterações metaplásicas: superfície lisa com vasos
finos, de calibre uniforme, alterações acetobrancas leves, iodo negativo ou parcialmente positivo
com solução de Lugol.
Características colposcópicas sugestivas de alterações de baixo grau (alterações menores):
superfície lisa com borda externa irregular. Alteração acetobranca leve, que aparece lentamente e
desaparece rapidamente. Iodo negativo, freqüentemente com parcial captação de iodo positivo.
Pontilhado fino e mosaico fino regular.
Características colposcópicas sugestivas de alterações de alto grau (alterações maiores):
Superfície lisa com borda externa bem marcada. Alteração acetobranca densa, que aparece
rapidamente e desaparece lentamente; podendo apresentar um branco nacarado que lembra o de
ostra. Iodo negativo (coloração amarelo-mostarda) em epitélio densamente
116
acetobranco. Pontilhado grosseiro e mosaico de campos largos e irregulares e de tamanhos
diferentes. Acetobranqueamento denso no epitélio colunar pode indicar doença glandular.
Características colposcópicas sugestivas de câncer invasivo: Superfície irregular, erosão, ou
ulceração. Acetobranqueamento denso. Pontilhado grosseiro e irregular e mosaico grosseiro de
campos largos desiguais. Vasos atípicos.
117
Anexo G: Critérios de Richart para o diagnóstico histopatológico cervical:
NIC 1 (lesão intra-epitelial de baixo grau):
A maturação está presente nos 2/3 superiores do epitélio, embora núcleos anormais possam
existir em toda a espessura epitelial. As células superficiais poderão apresentar efeito
citopático viral (coilócito). Há alteração nuclear no epitélio principalmente no terço basal.
Mitoses poderão estar presentes, porém restritas a camada basal e serão típicas. Poderá
haver disceratose
NIC 2 e NIC 3 (lesão intra-epitelial de alto grau):
NIC 2: A maturação estará presente na parte superior do epitélio. As mitoses poderão estar
presentes nos dois terços inferiores epiteliais. A presença de coilócitos é menos freqüente e
as atipias nucleares mais pronunciadas, além da disceratose.
NIC 3: a maturação poderá estar presente apenas na porção superior do epitélio. As
alterações nucleares serão intensas e distribuídas por toda a extensão epitelial. As mitoses
serão numerosas, sendo encontradas em toda espessura do epitélio. Poderá haver mitoses
atípicas.
Livros Grátis
( http://www.livrosgratis.com.br )
Milhares de Livros para Download:
Baixar livros de Administração
Baixar livros de Agronomia
Baixar livros de Arquitetura
Baixar livros de Artes
Baixar livros de Astronomia
Baixar livros de Biologia Geral
Baixar livros de Ciência da Computação
Baixar livros de Ciência da Informação
Baixar livros de Ciência Política
Baixar livros de Ciências da Saúde
Baixar livros de Comunicação
Baixar livros do Conselho Nacional de Educação - CNE
Baixar livros de Defesa civil
Baixar livros de Direito
Baixar livros de Direitos humanos
Baixar livros de Economia
Baixar livros de Economia Doméstica
Baixar livros de Educação
Baixar livros de Educação - Trânsito
Baixar livros de Educação Física
Baixar livros de Engenharia Aeroespacial
Baixar livros de Farmácia
Baixar livros de Filosofia
Baixar livros de Física
Baixar livros de Geociências
Baixar livros de Geografia
Baixar livros de História
Baixar livros de Línguas
Baixar livros de Literatura
Baixar livros de Literatura de Cordel
Baixar livros de Literatura Infantil
Baixar livros de Matemática
Baixar livros de Medicina
Baixar livros de Medicina Veterinária
Baixar livros de Meio Ambiente
Baixar livros de Meteorologia
Baixar Monografias e TCC
Baixar livros Multidisciplinar
Baixar livros de Música
Baixar livros de Psicologia
Baixar livros de Química
Baixar livros de Saúde Coletiva
Baixar livros de Serviço Social
Baixar livros de Sociologia
Baixar livros de Teologia
Baixar livros de Trabalho
Baixar livros de Turismo