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U N IVERSI D A D E E S T A D U A L D E S A N T A C R U Z UE S C
Departamento de Ciências Biológicas
Programa de Pós-Graduação em Sistemas Aquáticos Tropicais
Área de concentração: Ecologia
DISTRIBUIÇÃO DO CARBONO INORGÂNICO TOTAL
E ESTIMATIVA QUALITATIVA DO BALANÇO
AUTOTROFIA/HETEROTROFIA NO ESTUÁRIO DO
RIO CACHOEIRA, ILHÉUS, BAHIA.
DANIELLE FELIX SANTOS
ILHÉUS - BAHIA
2007
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DANIELLE FELIX SANTOS
DISTRIBUIÇÃO DO CARBONO INORGÂNICO TOTAL
E ESTIMATIVA QUALITATIVA DO BALANÇO
AUTOTROFIA/HETEROTROFIA NO ESTUÁRIO DO
RIO CACHOEIRA, ILHÉUS, BAHIA.
ILHÉUS - BAHIA
2007
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-
Graduação em Sistemas Aquáticos Tropicais da
Universidade Estadual de Santa Cruz, para a
obtenção do título de Mestre em Sistemas Aquáticos
Tropicais
Área de concentração: Ecologia e Meio Ambiente
Orientador: Marcelo Friederichs Landim de Souza
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DANIELLE FELIX SANTOS
DISTRIBUIÇÃO DO CARBONO INORGÂNICO TOTAL
E ESTIMATIVA QUALITATIVA DO BALANÇO
AUTOTROFIA/HETEROTROFIA NO ESTUÁRIO DO
RIO CACHOEIRA, ILHÉUS, BAHIA.
Aprovada em 29 de Maio de 2007
Comissão examinadora
_____________________________________________
Prof. Dr. Marcelo Friederichs Landim de Souza
UESC/DCET - Orientador
_____________________________________________
Profª. Drª. Daniela Mariano Lopes da Silva
UESC/DCB - Examinadora
_____________________________________________
Prof. Dr. Vanessa Hatje
UFBA - Examinadora
DEDICATÓRIA
À minha filha Maeva, razão da minha vida, ao meu marido
Ulrich pelo apoio, compressão e incentivo em todos os
momentos difíceis.
Aos meus exemplos de vida, meus pais Raimunda e Pedro,
pelo amor, carinho e por ter me dado toda a base para seguir
em frente na vida.
AGRADECIMENTOS
Primeiramente à Deus, pela minha vida, por ter escutado as minhas orações nos momentos
difíceis e ter me dado força e coragem para seguir a minha caminhada.
Ao professor Dr, Marcelo Friederichs Landim de Souza, pela orientação, pela amizade e por
ter tido paciência e disponibilidade em ajudar em que fosse preciso para minha formação
profissional.
À universidade Estadual de Santa cruz, por fornecer toda a infra-estrutura necessária para a
minha formação profissional.
Ao Governo do Estadual da Bahia, por te me concedido o afastamento da minha atividade de
docência, que foi de fundamental importância para a conclusão desse trabalho.
Às colegas de curso Cida, Carla, Gilmara e Maria, pela amizade, apoio e pelos maravilhosos
momentos que passamos juntas e que foram marcados por muita alegria mesmo nos
momentos difíceis, e em especial, a Cida (carinhosamente chamada de Feia) e Gilmara, que
foram minhas amigas e irmãs, sem elas tudo seria mais difícil.
Ao meu amigo de laboratório Alonso, pela força e colaboração, que com seu senso de humor
tornou este trabalho mais alegre e prazeroso.
À todos os professores, que contribuíram para a minha formação pessoal e profissional.
À Prof. Dr. Erminda, pelo carinho, amizade, apoio e por ter me incentivado em todas as
etapas, desde antes do início do curso de mestrado até a sua conclusão.
À minha querida e prestativa irSheilla, às minhas primas Flávia e Geisa e a todos os meus
familiares e amigos que colaboraram indiretamente para que esse trabalho fosse concluído.
VI
DISTRIBUIÇÃO DO CARBONO INORGÂNICO TOTAL E
ESTIMATIVA QUALITATIVA DO BALANÇO
AUTOTROFIA/HETEROTROFIA NO ESTUÁRIO DO RIO
CACHOEIRA, ILHÉUS, BAHIA.
RESUMO
O estuário do Rio Cachoeira está localizado dentro da bacia do rio Cachoeira, na
cidade de Ilhéus, sul da Bahia, Brasil entre as coordenadas 14° 46’ S e 39° 05’ W, e 14° 50’ S
e 39° 01’ W. Este estuário recebe os efluentes domésticos e industriais dos municípios de
Itabuna e Ilhéus, que possuem uma grande densidade populacional. A estação de tratamento
de esgoto do município de Ilhéus (ETE), localizada na parte interna do estuário, também
despeja no estuário os rejeitos provenientes do tratamento primário do esgoto. Este trabalho
teve como principal objetivo analisar o sistema CO
2
/H
2
O e estimar qualitativamente a
tendência à autotrofia ou heterotrofia no estuário do Rio Cachoeira. Foram realizadas 07
campanhas de amostragem nos meses de novembro de 2003 a abril de 2004 e em agosto de
2004. Estas campanhas abrangeram desde a porção exterior da foz do estuário até a porção
fluvial, sendo coletadas amostras de superfície, meio e fundo, conforme a profundidade do
local, em 10 estações de coleta. No estudo foram medidos salinidade, temperatura, pH,
alcalinidade, fosfato, silicato, carbono inorgânico dissolvido (CID) e sua especiação, pressão
parcial do CO
2
(pCO
2
), estado de saturação do CO
2
e estado de saturação () em calcita e
aragonita. Nos meses de novembro a janeiro, a porção fluvial apresentou os mais baixos
valores de pH e altos valores de pCO
2
. O CID apresentou um caráter não-conservativo em
todos os meses. Nos meses de maior estiagem, as maiores concentrações de CID foram
observadas na água de fundo, indicando a ocorrência de intensos processos de mineralização
da matéria orgânica acumulada devido a estagnação da água nesses locais. Janeiro foi o mês
que apresentou as mais elevadas concentrações de CID, principalmente na estação fluvial e
parte interna do estuário, onde foram encontrados valores de 2.543 e 2.446 µmol . L
-1
,
respectivamente. Nos meses com maior precipitação, a entrada de água com o pH menor do
que o do estuário favoreceu o processo de dissolução do CaCO
3
em calcita e aragonita,
principalmente na parte interna do estuário. A supersaturação do CO
2
observada em quase
todos os meses amostrados, exceto em agosto, pode ser uma evidência qualitativa de que o
estuário do Rio Cachoeira tende a heterotrofia líquida, com fluxo de CO
2
para a atmosfera.
Palavras-chave: variáveis físico-químicas, carbono inorgânico dissolvido, pressão parcial do
CO
2
, estado de saturação em calcita e aragonita.
VII
DISTRIBUTION OF THE TOTAL INORGANIC CARBON AND QUALITATIVE
ESTIMATE OF THE SWING AUTOTROPHY/HETEROTROPHY IN THE
CACHOEIRA RIVER ESTUARY, ILHÉUS, BAHIA.
ABSTRACT
The Cachoeira river estuary is located at the basin of the Cachoeira river, in the city of
Ilhéus, south of Bahia, Brazil between 14 ° 46 'S and 39 ° 05' W, and 14 ° 50 'S and 39 ° 01'
W. This estuary receives the domestic and industrial wastewater from the municipalities of
Itabuna and Ilhéus, which have a large population density. The sewage treatment station, the
municipality of Ilhéus (STS), is located in the inner part of the estuary, also dump its effluents
in the estuary after primary treatment. The objective of this work was to analyze the CO
2
/H
2
O
system and estimate qualitatively the tendency toward autotrophy or heterotrophy in the
estuary of the Cachoeira River. Seven sampling surveys were carried out from November
2003 to April 2004 and in August 2004. These campaigns comprised the portion outside the
mouth of the estuary till the fluvial portion. Water samples were collected at surface, middle
and bottom, according the depth of the site, in 10 sampling stations. The variables determined
were salinity, temperature, pH, alkalinity, phosphate, silicate, dissolved inorganic carbon
(DIC) and its speciation, partial pressure of CO
2
(pCO
2
) and state of saturation of CO
2
(Ω) in
form of calcite and aragonite. From November to January, the fluvial portion showed the
lowest values of pH and high values of pCO
2
. The DIC exhibited a non-conservative behavior
in all samplings. In the dry months, the higher concentrations of DIC were observed in the
bottom water, indicating the occurrence of intensive processes of mineralization of organic
material, accumulated due to stagnation of water in these locations. The higher concentrations
of CID were observed in January, mainly in the fluvial station and at the inner estuary,
reaching values of 2.543 and 2.446 µ mol. L
-1
, respectively. In the rainy months, the inflow
of water with lower pH than the estuary favored the process of dissolution of CaCO
3
in calcite
and aragonite, mainly in the inner part of the estuary. The supersaturation of CO
2
observed in
almost all sampling months, except in August, could be qualitative evidence that the estuary
of the Cachoeira River tends to net heterotrophy with flow of CO
2
into the atmosphere.
Keywords: physical and chemical variables, dissolved inorganic carbon, partial pressure of
CO
2
, calcite and aragonite saturation state.
VIII
LISTA DE TABELAS
Tabela 1: N-amostral, valores médios, mínimos, máximos e desvio-padrão da salinidade nas quatro regiões do
estuário.................................................................................................................................................................... 28
Tabela 2: N-amostral, valores médios, mínimos, máximos e desvio-padrão da temperatura nas quatro regiões do
estuário.................................................................................................................................................................... 29
Tabela 3: N-amostral, valores médios, mínimos, máximos e desvio-padrão do pH nas quatro regiões do estuário.
.................................................................................................................................................................................31
Tabela 4: N-amostral, valores médios, mínimos, máximos e desvio-padrão da alcalinidade nas quatro regiões do
estuário.................................................................................................................................................................... 32
Tabela 5: N-amostral, valores médios, mínimos, máximos e desvio-padrão da variável CID nas quatro regiões do
estuário do Rio Cachoeira....................................................................................................................................... 34
Tabela 6: N-amostral, valores médios, mínimos, máximos e desvio-padrão da pCO2 nas quatro regiões do
estuário.................................................................................................................................................................... 37
Tabela 7: N-amostral, valores médios, mínimos, máximos e desvio-padrão do percentual de saturação do CO2
nas quatro regiões do estuário................................................................................................................................. 38
Tabela 8: N-amostral, valores médios, mínimos, máximos e desvio-padrão do calcita e aragonita nas quatro
regiões do estuário...................................................................................................................................................40
IX
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Localização das estações de coleta ao longo do estuário do Rio Cachoeira, Ilhéus-Bahia. ................... 22
Figura 2: Descarga fluvial mensal acumulada, corrigida para a área da bacia no limite da porção estuarina........24
Figura 3: Precipitação acumulada mensal do período de novembro de 2003 a setembro de 2004. 14º39’ S,
39º10’ W, altitude 78m. Laboratório de Climatologia da UESC............................................................................24
Figura 4: Distribuição temporal da salinidade nos meses de novembro de 2003 a abril e em agosto de 2004 ao
longo do estuário do Rio Cachoeira........................................................................................................................ 28
Figura 5: Distribuição temporal da temperatura nos meses de novembro de 2003 a abril e em agosto de 2004 ao
longo do estuário do Rio Cachoeira........................................................................................................................ 30
Figura 6: Distribuição temporal do pH nos meses de novembro de 2003 a abril e em agosto de 2004 ao longo do
estuário do Rio Cachoeira....................................................................................................................................... 30
Figura 7: Distribuição temporal da alcalinidade total nos meses de novembro de 2003 a abril e em agosto de
2004 ao longo do estuário do Rio Cachoeira.......................................................................................................... 32
Figura 8: Distribuição temporal da concentração de CID nos meses de novembro de 2003 a abril e em agosto de
2004 ao longo do estuário do Rio Cachoeira.......................................................................................................... 33
Figura 9: Gráfico da concentração média do CO32- nas quatro regiões analisadas ao longo do tempo................ 34
Figura 10: Gráfico da concentração média do HCO3- nas quatro regiões analisadas ao longo do tempo............. 35
Figura 11: Gráfico da concentração média do CO2 nas quatro regiões analisadas ao longo do tempo................. 35
Figura 12: Distribuição temporal da pCO2 nos meses de novembro de 2003 a abril e em agosto de 2004 ao longo
do estuário do Rio Cachoeira. A linha tracejada indica o valor da pCO2 atmosférica (365 µ atm).......................36
Figura 13: Distribuição temporal do percentual de saturação do CO2 nos meses de novembro de 2003 a abril e
em agosto de 2004 ao longo do estuário do Rio Cachoeira. A linha tracejada indica o valor de 100% de saturação
em CO2................................................................................................................................................................... 39
Figura 14: Distribuição temporal do omega calcita nos meses de novembro de 2003 a agosto de 2004 ao longo
do estuário do Rio Cachoeira.................................................................................................................................. 39
Figura 15: Distribuição temporal do omega aragonita nos meses de novembro de 2003 a agosto de 2004 ao longo
do estuário do Rio Cachoeira.................................................................................................................................. 41
Figura 16: Perfil longitudinal da salinidade no estuário do Rio Cachoeira em novembro de 2003........................42
Figura 17: Perfil longitudinal da salinidade no estuário do Rio Cachoeira em dezembro de 2003........................ 42
Figura 18: Perfil longitudinal da salinidade no estuário do Rio Cachoeira em janeiro de 2004.............................43
Figura 19: Perfil longitudinal da salinidade no estuário do Rio Cachoeira em fevereiro de 2004......................... 43
Figura 20: Perfil longitudinal da salinidade no estuário do Rio Cachoeira em março de 2004..............................44
Figura 21: Perfil longitudinal da salinidade no estuário do Rio Cachoeira em abril de 2004................................ 44
Figura 22: Perfil longitudinal da salinidade no estuário do Rio Cachoeira em agosto de 2004............................. 45
Figura 23: Perfil longitudinal do pH no estuário do Rio Cachoeira em novembro de 2003...................................46
Figura 24: Perfil longitudinal do pH no estuário do Rio Cachoeira em dezembro de 2003................................... 46
Figura 25: Perfil longitudinal do pH no estuário do Rio Cachoeira em janeiro de 2004........................................47
Figura 26: Perfil longitudinal do pH no estuário do Rio Cachoeira em fevereiro de 2004.................................... 47
Figura 27: Perfil longitudinal do pH no estuário do Rio Cachoeira em março de 2004.........................................48
Figura 28: Perfil longitudinal do pH no estuário do Rio Cachoeira em abril de 2004............................................48
Figura 29: Perfil longitudinal do pH no estuário do Rio Cachoeira em agosto de 2004........................................ 49
Figura 30: Perfil longitudinal da alcalinidade total no estuário do Rio Cachoeira em novembro de 2003............ 49
Figura 31: Perfil longitudinal da alcalinidade total em no estuário do Rio Cachoeira dezembro de 2003.............50
Figura 32: Perfil longitudinal da alcalinidade total no estuário do Rio Cachoeira em janeiro de 2004..................50
Figura 33: Perfil longitudinal da alcalinidade total no estuário do Rio Cachoeira em fevereiro de 2004.............. 51
Figura 34: Perfil longitudinal da alcalinidade total no estuário do Rio Cachoeira em março de 2004 (observar a
diferença na escala)................................................................................................................................................. 51
Figura 35: Perfil longitudinal da alcalinidade total no estuário do Rio Cachoeira em abril de 2004..................... 52
Figura 36: Perfil longitudinal da alcalinidade total no estuário do Rio Cachoeira em agosto de 2004.................. 52
Figura 37: Perfil longitudinal da concentração de CID no estuário do Rio Cachoeira em novembro de 2003...... 53
Figura 38: Diagrama de mistura do CID no mês de novembro de 2003. A linha sólida representa a mistura
teórica entre água doce e água do mar, e indica quando esse componente está sendo removido (pontos abaixo da
linha) ou adicionado (pontos acima da linha) ao longo do estuário. ......................................................................54
Figura 39: Perfil longitudinal do CO32- no estuário do Rio Cachoeira em novembro de 2003.............................54
Figura 40: Perfil longitudinal do HCO3- no estuário do Rio Cachoeira em novembro de 2003............................54
X
Figura 41: Perfil longitudinal do CO2 no estuário do Rio Cachoeira em novembro de 2003................................ 54
Figura 42: Perfil longitudinal do CID no estuário do Rio Cachoeira em dezembro de 2003................................. 55
Figura 43: Diagrama de mistura do CID no mês de dezembro de 2003. A linha sólida representa a mistura teórica
entre água doce e água do mar, e indica quando esse componente está sendo removido (pontos abaixo da linha)
ou adicionado (pontos acima da linha) ao longo do estuário. ................................................................................ 55
Figura 44: Perfil longitudinal do CO32- no estuário do Rio Cachoeira em dezembro de 2003............................. 56
Figura 45: Perfil longitudinal do HCO3- no estuário do Rio Cachoeira em dezembro de 2003............................ 56
Figura 46: Perfil longitudinal do CO2 no estuário do Rio Cachoeira em dezembro de 2003................................ 56
Figura 47: Perfil longitudinal do CID no estuário do Rio Cachoeira em janeiro de 2004......................................57
Figura 48: Diagrama de mistura do CID no mês de janeiro de 2004. A linha sólida representa a mistura teórica
entre água doce e água do mar, e indica quando esse componente está sendo removido (pontos abaixo da linha)
ou adicionado (pontos acima da linha) ao longo do estuário. ................................................................................ 57
Figura 49: Perfil longitudinal do CO32- no estuário do Rio Cachoeira em janeiro de 2004..................................58
Figura 50: Perfil longitudinal do HCO3- no estuário do Rio Cachoeira em janeiro de 2004.................................58
Figura 51: Perfil longitudinal do CO2 no estuário do Rio Cachoeira em janeiro de 2004..................................... 58
Figura 52: Perfil longitudinal do CID no estuário do Rio Cachoeira em fevereiro de 2004 (observar a diferença
na escala). ...............................................................................................................................................................59
Figura 53: Diagrama de mistura do CID no mês de fevereiro de 2004. A linha sólida representa a mistura teórica
entre água doce e água do mar, e indica quando esse componente está sendo removido (pontos abaixo da linha)
ou adicionado (pontos acima da linha) ao longo do estuário. ................................................................................ 59
Figura 54: Perfil longitudinal do CO32- no estuário do Rio Cachoeira em fevereiro de 2004.............................. 60
Figura 55: Perfil longitudinal do HCO3- no estuário do Rio Cachoeira em fevereiro de 2004..............................60
Figura 56: Perfil longitudinal do CO2 no estuário do Rio Cachoeira em fevereiro de 2004..................................60
Figura 57: Perfil longitudinal do CID no estuário do Rio Cachoeira em março de 2004 (observar a diferença na
escala)......................................................................................................................................................................61
Figura 58: Diagrama de mistura do CID no mês de março de 2004. A linha sólida representa a mistura teórica
entre água doce e água do mar ao longo do estuário. .............................................................................................61
Figura 59: Perfil longitudinal do CO32- no estuário do Rio Cachoeira em março de 2004...................................62
Figura 60: Perfil longitudinal do HCO3- no estuário do Rio Cachoeira em março de 2004 (observar a diferença
na escala).................................................................................................................................................................62
Figura 61: Perfil longitudinal do CO2 no estuário do Rio Cachoeira em março de 2004...................................... 62
Figura 62: Perfil longitudinal do CID no estuário do Rio Cachoeira em abril de 2004 (observar a diferença na
escala)......................................................................................................................................................................63
Figura 63: Diagrama de mistura do CID no mês de abril de 2004. A linha sólida representa a mistura teórica
entre água doce e água do mar, e indica quando esse componente está sendo removido (pontos abaixo da linha)
ou adicionado (pontos acima da linha) ao longo do estuário. ................................................................................ 63
Figura 64: Perfil longitudinal do CO32- no estuário do Rio Cachoeira em abril de 2004......................................64
Figura 65: Perfil longitudinal do HCO3- no estuário do Rio Cachoeira em abril de 2004.....................................64
Figura 66: Perfil longitudinal do CO2 no estuário do Rio Cachoeira em abril de 2004.........................................64
Figura 67: Perfil longitudinal do CID no estuário do Rio Cachoeira em agosto de 2004 (observar a diferença na
escala)......................................................................................................................................................................65
Figura 68: Diagrama de mistura do CID no mês de agosto de 2004. A linha sólida representa a mistura teórica
entre água doce e água do mar, e indica quando esse componente está sendo removido (pontos abaixo da linha)
ou adicionado (pontos acima da linha) ao longo do estuário. ................................................................................ 65
Figura 69: Perfil longitudinal do CO32- no estuário do Rio Cachoeira em agosto de 2004.................................. 66
Figura 70: Perfil longitudinal do HCO3- no estuário do Rio Cachoeira em agosto de 2004 (observar a diferença
na escala).................................................................................................................................................................66
Figura 71: Perfil longitudinal do CO2 no estuário do Rio Cachoeira em agosto de 2004......................................67
Figura 72: Perfil longitudinal da pCO2 no estuário do Rio Cachoeira em novembro de 2003.............................. 67
Figura 73: Perfil longitudinal da pCO2 no estuário do Rio Cachoeira em dezembro de 2003...............................68
Figura 74: Perfil longitudinal da pCO2 no estuário do Rio Cachoeira em janeiro de 2004 (observar a diferença na
escala)......................................................................................................................................................................68
Figura 75: Perfil longitudinal da pCO2 no estuário do Rio Cachoeira em fevereiro de 2004................................ 69
Figura 76: Perfil longitudinal da pCO2 no estuário do Rio Cachoeira em março de 2004.................................... 69
Figura 77: Perfil longitudinal da pCO2 no estuário do Rio Cachoeira em abril de 2004....................................... 70
Figura 78: Perfil longitudinal da pCO2 no estuário do Rio Cachoeira em agosto de 2004 (observar a diferença na
escala)......................................................................................................................................................................70
Figura 79: Perfil longitudinal do calcita no estuário do Rio Cachoeira em novembro de 2003.......................... 71
Figura 80: Perfil longitudinal do aragonita no estuário do Rio Cachoeira em novembro de 2003......................71
Figura 81: Perfil longitudinal do calcita no estuário do Rio Cachoeira em dezembro de 2003...........................72
XI
Figura 82: Perfil longitudinal do aragonita no estuário do Rio Cachoeira em dezembro de 2003...................... 72
Figura 83: Perfil longitudinal do calcita no estuário do Rio Cachoeira em janeiro de 2004............................... 73
Figura 84: Perfil longitudinal do aragonita no estuário do Rio Cachoeira em janeiro de 2004...........................73
Figura 85: Perfil longitudinal do calcita no estuário do Rio Cachoeira em fevereiro de 2004............................73
Figura 86: Perfil longitudinal do aragonita no estuário do Rio Cachoeira em fevereiro de 2004....................... 74
Figura 87: Perfil longitudinal do calcita no estuário do Rio Cachoeira em março de 2004................................ 74
Figura 88: Perfil longitudinal do aragonita no estuário do Rio Cachoeira em março de 2004............................75
Figura 89: Perfil longitudinal do calcita no estuário do Rio Cachoeira em abril de 2004...................................75
Figura 90: Perfil longitudinal do aragonita no estuário do Rio Cachoeira em abril de 2004...............................75
Figura 91: Perfil longitudinal do calcita no estuário do Rio Cachoeira em agosto de 2004 (observar a diferença
na escala).................................................................................................................................................................76
Figura 92: Perfil longitudinal do aragonita no estuário do Rio Cachoeira em agosto de 2004 (observar a
diferença na escala)................................................................................................................................................. 76
Figura 93: Efeitos de vários processos na concentração de CID e na alcalinidade. As linhas sólida e tracejada
indicam a concentração de CO2 dissolvido em mmol.Kg-1 e o pH, respectivamente, em função do CID e da
alcalinidade..............................................................................................................................................................80
XII
LISTA DE ABREVIATURAS
Eq. Equação
Fig. Figura
Km
2
Quilômetros quadrados
m Metro
mm Milímetro
Tab. Tabela
XIII
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO................................................................................................................................................... 14
1.1 CARBONO INORGÂNICO DISSOLVIDO (CID).............................................................................................................. 15
1.1.1 Produção e Mineralização da Matéria Orgânica................................................................................. 17
1.1.2 Troca na interface água-atmosfera ...................................................................................................... 18
1.1.3 Formação e Dissolução de Carbonato de Cálcio (CaCO3) e Estado de Saturação em Calcita e
Aragonita (
calcita e
aragonita)................................................................................................................ 19
2 OBJETIVOS.........................................................................................................................................................21
2.1 GERAL.................................................................................................................................................................21
2.2 ESPECÍFICOS..........................................................................................................................................................21
3 MATERIAL E MÉTODOS................................................................................................................................. 22
3.1 ÁREA DE ESTUDO...................................................................................................................................................22
3.2 COLETA DE DADOS.................................................................................................................................................25
3.3 PROCESSAMENTO DAS AMOSTRAS .............................................................................................................................25
4 RESULTADOS....................................................................................................................................................27
4.1 VARIAÇÃO TEMPORAL.............................................................................................................................................27
4.1.1 Salinidade ............................................................................................................................................. 27
4.1.2 Temperatura...........................................................................................................................................29
4.1.3 pH...........................................................................................................................................................30
4.1.4 Alcalinidade Total..................................................................................................................................31
........................................................................................................................................................................32
4.1.5 CID.........................................................................................................................................................33
4.1.6 Pressão parcial do CO2 (pCO2)........................................................................................................... 36
4.1.7 Percentual de saturação do CO2...........................................................................................................37
4.1.8 Estado de saturação (
) aragonita e calcita........................................................................................ 39
................................................................................................................................................................................41
4.2 VARIAÇÃO ESPACIAL.............................................................................................................................................. 41
4.2.1 Variáveis físico-químicas ......................................................................................................................41
4.2.2 Sistema CO2/H2O .................................................................................................................................52
5 DISCUSSÃO........................................................................................................................................................77
5.1 ANÁLISE DAS VARIÁVEIS FÍSICO-QUÍMICAS................................................................................................................. 77
5.2. ANÁLISE DO SISTEMA CO2/H2O...........................................................................................................................79
5.3 DIREÇÃO DO FLUXO DE CO2 ATRAVÉS DA INTERFACE ÁGUA/ATMOSFERA E ESTIMATIVA QUALITATIVA DA
AUTOTROFIA/HETEROTROFIA LÍQUIDA...............................................................................................................................84
6 CONCLUSÕES....................................................................................................................................................86
7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................................................87
14
1 INTRODUÇÃO
Muitas definições têm sido propostas para os estuários. A mais clássica é a de
Pritchard (1955) em que um estuário pode ser definido como “ecossistemas costeiros semi-
enclausurados que possuem uma conexão livre com o oceano aberto, onde a água do mar é
diluída pela água doce proveniente de uma bacia de drenagem e constitui-se numa importante
região de transição entre ambientes terrestres e marinhos”. Porém, esta definição exclui
diversos tipos de estuários, como os estuários hipersalinos.
Com base no seu conceito de estuário, Kjerfve (1989), mostrou que estes sistemas
podem ser divididos em três zonas: zona de maré do rio, onde oscilação do nível da água
em função da maré, mas sem que haja mistura com a água marinha; zona de mistura, onde
ocorre a mistura da água doce com a água do mar e a zona costeira, correspondendo à região
costeira adjacente.
Em termos gerais, um estuário é uma região de interface entre o rio e o oceano. Este
conceito implica no estabelecimento e na realização de importantes e complexas interações
entre os dois meios postos em contacto.
Portanto, estuários são responsáveis pela transferência de material dissolvido e
particulado do continente para o sistema marinho (FRANKIGNOULLE et al., 1998). Esses
sistemas são extremamente dinâmicos e têm como características uma elevada atividade
biológica, forte gradiente físico-químico e intensa sedimentação e ressuspensão (ORTEGA et
al., 2005).
Em sistemas estuarinos, os processos de mistura, circulação e estratificação são
governados basicamente por três forçantes: a descarga de água doce, as correntes de maré, aos
K
1
K
2
15
quais somam-se as influências exercidas pela geometria do corpo estuarino e pela salinidade e
padrões de circulação da região costeira adjacente (KJERFVE, 1990; MIRANDA, 1996).
A temperatura das águas estuarinas é muito variável, devido, sobretudo a mistura de
massas de água com características físico-químicas diferentes e a ocorrência de zonas pouco
profundas. A temperatura está em grande parte, condicionada pela razão entre a descarga
fluvial e o fluxo de maré e é modificada pelo aquecimento solar e pela evaporação (RÉ,
2000).
Os estuários possuem uma tendência natural a eutrofização, tornando-os
particularmente vulneráveis à contaminação, uma vez que os contaminantes são “apanhados”
tal como acontece com os nutrientes e, qualquer modificação ou poluição num ponto, afeta
pontos distantes em ambas as direções da maré e até mesmo no mar adjacente (GAMEIRO,
2000; ODUM, 1988).
A eutrofização de águas costeiras ocorre devido ao aporte de nutrientes e matéria
orgânica, intensificados pela atividade humana, o qual incrementa em termos locais, os níveis
de produção primária e secundária (SEELIGER et al., 1998) e pode provocar a modificação
do funcionamento do ecossistema estuarino (BORGES, 2005).
1.1 Carbono Inorgânico Dissolvido (CID)
As formas de carbono inorgânico dissolvido (CID) presentes no ambiente aquático
são: dióxido de carbono dissolvido (CO
2(aq)
+ H
2
CO
3
(as duas formas neutras de CID)), íon
bicarbonato (HCO
3
-
) e o íon carbonato (CO
3
2-
). Essas três formas encontram-se em equilíbrio
na água, conforme a equação (1):
CO
2
+ H
2
O H
2
CO
3
HCO
3
-
+ H
+
CO
3
2-
+ 2H
+
(1)
Pode-se simplificar esse equilíbrio da seguinte forma (Eq. 02):
CO
2
+ H
2
O HCO
3
-
+ H
+
CO
3
2-
+ 2H
+
(2)
16
As constantes de equilíbrio K
1
e K
2
dependem de variáveis tais como, salinidade,
temperatura e pressão. Alterações na concentração dessas três formas de CID podem provocar
mudanças no pH e na alcalinidade da água (ZEEBE & WOLF-GLADROW, 2001), um
exemplo, é a remoção do HCO
3
-
, que pode ocorrer por dois caminhos: pela presença de íons
H
+
(Eq. 1) e através da precipitação de carbonato, onde ambos os processos, promovem a
formação de CO
2
dissolvido e levam a diminuição do pH e da alcalinidade (BERNER &
BERNER, 1987).
A entrada de carbono de origem continental no estuário ocorre através da erosão
química de rochas, que são facilitadas pela reação com o dióxido de carbono atmosférico
(RAYMOND & COLE, 2003). Uma grande parte do carbono orgânico depositado no
sedimento do estuário é degradada por vários caminhos metabólicos, sendo que os
organismos bênticos têm um papel importante na transformação do carbono orgânico em
inorgânico (FORJA & GÓMEZ-PARRA, 1998). Esse carbono inorgânico presente no
estuário pode ser transportado de várias maneiras: uma parte é exportada para o mar
adjacente, outra parte é emitida para a atmosfera na forma de CO
2
, e o restante, permanece na
coluna d’água e no sedimento, sendo que o fluxo e o período de residência do carbono
inorgânico em cada um desses compartimentos depende das características de cada estuário
(GATTUSO et al., 1998).
Segundo Abril et al. (2003) em estuários, o CID pode ser elevado pela dissolução de
CaCO
3
e pela oxidação aeróbica e anaeróbica da matéria orgânica.
A remoção do CID pode ser resultado de vários processos tais como: aumento da
atividade fitoplanctônica, fluxo de CO
2
para atmosfera, precipitação de carbonato de cálcio e
dissolução, devido a entrada de água contendo uma menor concentração de CID (HELLINGS
et al., 2001).
O carbono inorgânico circula nos ecossistemas aquáticos através de três processos: de
produção e mineralização da matéria orgânica (principalmente, fotossíntese e respiração),
troca de dióxido de carbono entre a atmosfera e os oceanos, lagos e correntes de água e na
sedimentação de carbonatos. Em estuários, o aporte fluvial e principalmente as trocas com o
mar também podem representar fluxos importantes de carbono inorgânico (RICKLEFS,
2003).
a
b
17
1.1.1 Produção e Mineralização da Matéria Orgânica
A quimiossíntese e a mineralização são grandes reações transformadoras de energia.
Na quimiossíntese os organismos autótrofos transformam o carbono de um estado oxidado
(inorgânico) de baixa energia, para um reduzido (orgânico) de alta energia. Esse processo
assimila energia proveniente da oxidação de compostos com alta energia ou da luz visível
(fotossíntese) e produz matéria orgânica (produção primária), conforme a equação (3a). No
ciclo do carbono, a quimiossíntese é equilibrada pelos processos de mineralização, tais como
respiração, sulfato redução e fermentação (Eq. 3b), que envolvem a transformação de carbono
orgânico de volta para a forma orgânica, com liberação de energia (CARMOUZE, 1994).
CO
2
+ H
2
O CH
2
O + O
2
(3)
O metabolismo do estuário é constituído por um conjunto de processos de produção e
mineralização de matéria orgânica (CARMOUZE, 1994). Quando o estuário apresenta uma
produção maior que a mineralização (P > M), diz-se que o mesmo apresenta autotrofia
líquida, ao passo que, quando os processos de mineralização superam os de produção (P < M),
o estuário é considerado heterotrófico, ou seja, apresenta heterotrofia líquida (SOUZA, 1999;
CAFFREY, 2003; BORGES, 2005).
Vários fatores podem influenciar o metabolismo do estuário. Um fator importante é a
pressão provocada pela ocupação humana, que altera a quantidade de matéria orgânica e
inorgânica na água, que é carreada para estuários e zonas costeiras adjacentes. A descarga de
água tratada ou não em estuários, afeta também o metabolismo devido ao aumento da entrada
de nutrientes alóctones ou da matéria orgânica, respectivamente. Sendo que, o primeiro fator
pode aumentar a produção e o último, a respiração bacteriana. Se a respiração bacteriana
exceder a produção primária líquida devido a utilização das fontes externas da matéria
orgânica, a heterotrofia será o processo predominante no sistema (AZEVEDO et al., 2006).
Uma vez que os processos autotróficos e heterotróficos agem diretamente sobre a
matéria orgânica, não apenas o carbono, mas também o nitrogênio, fósforo, enxofre, silício e
demais elementos presentes na biomassa, terão seus ciclos biogeoquímicos influenciados pelo
18
tipo de processo predominante e pela sua magnitude. Em síntese, pode-se dizer que a
produção primária remove as formas inorgânicas destes elementos do meio, enquanto que a
respiração e fermentação, ao decomporem a matéria orgânica, liberam novamente estes
compostos inorgânicos (SOUZA,1999).
Os estuários, de forma geral, são ecossistemas que tendem a heterotrofia líquida
(SMITH & HOLLIBAUGH, 1993; GATTUSO et al., 1998; BORGES et al., 2004;
BOUILLON & DEHAIRST, 2007).
1.1.2 Troca na interface água-atmosfera
Estuários têm sido reconhecidos como uma significativa fonte de CO
2
para a
atmosfera. Esta evasão é determinada pela diferença entre a pCO
2
atmosférica, que é em torno
de 360 µatm, e a pCO
2
na água (ABRIL et al., 2000; HELLINGS et al., 2001). Vários estudos
mostraram que os estuários são supersaturados em CO
2
, com pCO
2
que variam entre 500 e
15.500 µatm e, conseqüente fluxo desse gás para a atmosfera (RAYMOND et al., 1997;
SOUZA & COUTO, 1999; HELLINGS et al., 2001).
Em escala espacial, estudos mostraram que a pCO
2
tende a diminuir com o aumento da
salinidade, apresentando forte supersaturação em CO
2
na parte de água doce, devido a alta
carga de carbono orgânico que é, aparentemente, composto de material terrestre degradado
(BOUILLON & DEHAIRST, 2007). Raymond et al. (2000) em seu estudo no estuário do Rio
York, observou que a mais pronunciada variação espacial da pCO
2
, ocorreu nos meses de
verão e outono, onde as taxas de fluxos são baixas e o tempo de residência da água é longo.
Os estuários, em sua grande maioria, são submetidos à intensa atividade
antropogênica, isso provoca uma entrada de elevadas cargas de matéria orgânica, que induz
altas taxas de respiração (processos decomposição) e resulta na produção de grande
quantidade de CO
2
dissolvido (SMITH & HOLLIBAUGH, 1993; FRANKINOULLE et al.,
1996). Um estudo com vários estuários europeus sujeitos a intensa perturbação antropogênica,
mostrou que eles emitem entre 30 e 60 milhões de toneladas de carbono por ano à atmosfera,
representando 5 a 10% das emissões de CO
2
na Europa Ocidental (FRANKIGNOULLE et al.,
1998).
19
O fluxo de CO
2
pode ter um papel importante para determinar se um sistema é
autótrofo ou heterotrófico. O CO
2
é também um gás estufa, e por isso, as trocas na interface
água-atmosfera são uma importante fonte para o estudo das mudanças climáticas (CAI &
WANG, 1998).
1.1.3 Formação e Dissolução de Carbonato de Cálcio (CaCO
3
) e Estado de
Saturação em Calcita e Aragonita (
calcita
e
aragonita
)
A formação e dissolução de carbonato de cálcio (CaCO
3
) no ambiente aquático têm
um importante papel no ciclo do carbono, pois está ligado ao controle do CO
2
atmosférico
(Eq. 4 e 5), uma vez que, pode provocar, respectivamente, a remoção ou a adição do CID no
sistema (ZEEBE & WOLF-GLADROW, 2001).
Ca
2+
+ 2HCO
3
-
CaCO
3
+ CO
2
+ H
2
O (4)
Ca
2+
+ CO
3
2-
CaCO
3
(5)
O carbonato de cálcio no ambiente aquático é produzido por organismos que secretam
calcita ou aragonita em suas conchas ou esqueletos. A calcita e aragonita são formadas
basicamente por CaCO
3
e se diferem em sua estrutura geométrica, a calcita possui uma
estrutura romboédrica, enquanto que a aragonita possui uma estrutura ortorrômbica. Estas
estruturas diferentes determinam as suas propriedades físicas e químicas. No caso da
solubilidade, numa temperatura de 25 ºC, salinidade de 35 e pressão de 1 atm, a aragonita é
mais solúvel que a calcita, uma vez que, a constante que determina o produto de solubilidade
(o K
PS
) é de 10
-6.19
para calcita e de 10
-6.37
para aragonita. O fator que indica se haverá
formação ou dissolução de carbonato é o estado de saturação em calcita e aragonita (
calcita
e
aragonita
), que é expresso segundo a equação (6):
= [Ca
2+
] x [CO
3
2-
] (6)
K
PS(calc. ou ara.)
20
Quando o < 1, a solução está subsaturada em CaCO
3
, favorecendo a dissolução e
quando o > 1 a solução está supersaturada, a formação desses minerais é favorecida
(ZEEBE & WOLF-GLADROW, 2001).
A dissolução do CaCO
3
em calcita e aragonita no ambiente, depende da produção de
H
+
, e consequentemente da diminuição do pH, proveniente da decomposição da matéria
orgânica, tanto na coluna d’água quanto no sedimento (MULLER et al., 2006), devido a
reação desse mineral com o H
+
ou com o CO
2
hidratado (H
2
CO
3
), conforme mostra as
equações 4 (reação inversa) e 7:
CaCO
3(s)
+ 2H
+
Ca
2+
+ CO
2
+ H
2
O (7)
Em seu estudo, Abril et al. (2003), encontrou em água doce o estado de saturação ()
para calcita e aragonita de, respectivamente, 5,7 e 3,2, (estado de supersaturação), enquanto
que, em águas estuarinas o = 1,11 ± 0,19 para calcita e = 0,56 ± 0,11 para aragonita
(estado de subsaturação). Isto sugere que as condições termodinâmicas exigidas para a
dissolução de carbonato, são alcançadas localmente no estuário.
21
2 OBJETIVOS
2.1 Geral
Analisar o sistema CO
2
/H
2
O e estimar qualitativamente a tendência à autotrofia ou
heterotrofia no estuário do Rio Cachoeira;
2.2 Específicos
Determinar a concentração total de CO
2
(CO
2
) e das suas espécies químicas no estuário
do Rio Cachoeira;
Calcular o percentual de saturação, a pressão parcial do CO
2
e o estado de saturação da
calcita e aragonita;
Estimar a direção do fluxo de CO
2
através da interface água/atmosfera.
22
3 MATERIAL E MÉTODOS
3.1 Área de estudo
O estuário do Rio Cachoeira está localizado na bacia do rio Cachoeira, na cidade de
Ilhéus, sul da Bahia, Brasil, entre as coordenadas 14° 46’ S e 39° 05’ W e 14° 50’ S e 39° 01’
W (Fig. 01).
Figura 1: Localização das estações de coleta ao longo do estuário do Rio Cachoeira, Ilhéus-Bahia.
A cidade de Ilhéus é entrecortada pelo estuário do Rio Cachoeira e seus efluentes
Rio Santana e Rio Itacanoeira. Este estuário apresenta amplitude média de maré de 1,2 m e
23
área de aproximadamente, 16 Km
2
. A região apresenta clima tropical úmido, sem estação seca
bem definida com precipitação maior que 60 mm no mês mais seco, com uma média anual de
1.886 mm, os manguezais são uma feição dominante deste sistema estuarino (FIDELMAN,
2000; KLUMPP et al., 2002).
Os dados de vazão e precipitação mostram o período seco e chuvoso do estuário,
apenas para o período em que este estudo foi realizado (Fig. 02 e 03). O período seco ocorreu
em novembro e dezembro, que foram os meses que apresentaram baixa vazão e precipitação.
Janeiro foi considerado um período de transição entre o seco e chuvoso. De fevereiro a abril, a
precipitação e a vazão aumentaram consideravelmente, principalmente no mês de março,
caracterizando o período chuvoso. O mês de agosto apresentou a menor precipitação deste
período e aparentemente iniciou um novo período seco.
O Rio Cachoeira recebe o esgoto doméstico e rejeitos industriais dos municípios de
Itabuna e Ilhéus, que possuem cerca de 250.000 e 200.000 habitantes respectivamente
(PINHO, 2001; KLUMPP et al., 2002). Apesar disto, as águas do estuário do Rio Cachoeira
são amplamente utilizadas, tanto pela população residente como por turistas. Presta-se para
atividades de recreação, navegação, pesca e extrativismo (FIDELMAN, 2000).
Na parte interna do estuário, entre as estações 7 e 8 (Fig. 01), está situada a estação de
tratamento de esgotos do município de Ilhéus (ETE). Nessa estação, é realizado apenas o
tratamento primário do esgoto e os rejeitos são lançados no estuário com altas concentrações
de nutrientes (FONTES, 2004).
24
0,0E+00
5,0E+07
1,0E+08
1,5E+08
2,0E+08
2,5E+08
3,0E+08
3,5E+08
nov/03
dez/03
jan/04
fev/04
mar/04
abr/04
mai/04
jun/04
jul/04
ago/04
set/04
m³/mês
Meses
Va zã o
Figura 2: Descarga fluvial mensal acumulada, corrigida para a área da bacia no limite da porção estuarina.
Fonte: Lima (2006)
0
50
100
150
200
250
300
350
400
450
nov/03
dez/03
jan/04
fev/04
mar/04
abr/04
mai/04
jun/04
jul/04
ago/04
set/04
(mm)
P
Figura 3: Precipitação acumulada mensal do período de novembro de 2003 a setembro de 2004. 14º39’ S,
39º10’ W, altitude 78m. Laboratório de Climatologia da UESC.
Fonte: Guimarães (2006).
A área em estudo foi dividida teoricamente em quatro regiões, de acordo com a faixa
de salinidade observada nas primeiras campanhas de amostragem: estação marinha (estações
1 e 2), estuário externo (estação 3 - estação 5), estuário interno (estação 6 - estação 9) e
estação fluvial (Banco da Vitória – estação 10).
25
3.2 Coleta de dados
Foram realizadas sete campanhas de amostragem ao longo do eixo central do estuário
do Rio Cachoeira de novembro de 2003 a abril de 2004, e em agosto de 2004. As estações de
coleta foram escolhidas em uma campanha preliminar de acordo com a salinidade e
localizadas com auxilio de GPS (Global Positioning System). Estas campanhas abrangeram
desde a porção exterior da foz do estuário até a porção fluvial, em um total de dez estações de
coleta. Nas estações com profundidade a partir de 5 metros eram coletadas amostras de
superfície, meio e fundo e nas estações com menor profundidade, apenas superfície e fundo.
Na estação 1, somente foram coletadas amostras nos meses de novembro e dezembro de 2003,
pois nos demais meses, as condições do mar impossibilitou o acesso a essa estação, e em
novembro não foram coletadas amostras na estação 6.
As amostras foram coletadas com garrafas de van Dorn, e preservadas em frascos de
polietileno previamente lavados com HCl 1:1 e água destilada. Estes frascos foram mantidos
em isopor com gelo durante o transporte até o laboratório. No campo foi medida a
profundidade total, temperatura, salinidade (condutividade), e pH utilizando medidores
digitais portáteis.
3.3 Processamento das amostras
No laboratório as amostras foram filtradas utilizando filtros de fibra de vidro
previamente calcinados a 450 ºC e pesados. O filtrado foi utilizado para determinar a
concentração de fosfato e silicato por espectrofotometria (GRASSHOFF et al., 1983).
Para a alcalinidade total, as amostras foram tituladas com HCl 0,0100 mol.L
-1
(CARMOUZE, 1994). O programa ALCAGRAN.BAS (CARMOUZE, 1994) foi utilizado
para calcular a alcalinidade total.
A concentração de carbono inorgânico total e sua especiação, a pressão parcial do CO
2
e o estado de saturação em calcita e aragonita foram calculados com a utilização do programa
CO
2
SYS versão 12 (LEWIS & WALLACE, 1998), onde foram utilizadas as variáveis:
salinidade, temperatura, pressão, alcalinidade total, pH e concentrações de fosfato e silicato.
26
As constantes (K
1
e K
2
) estabelecidas para o cálculo foram de MEHRBACH et al., 1973
refeita por DICKSON & MILLERO, 1987, a escala de pH utilizado foi a NBS (National
Bureau of Standards; atual NIST - National Institute of Standards and Technology).
O percentual de saturação do CO
2
foi calculado pelos programas CARBMAR.BAS E
CARBDOCE.BAS (CARMOUZE, 1994; este último somente para amostras com salinidade
zero), utilizando as variáveis: salinidade, temperatura, pH e alcalinidade total.
27
4 RESULTADOS
4.1 Variação temporal
As tabelas de 1 a 4 com média, desvio padrão, mínimo e máximo, correspondem aos
dados das variáveis salinidade, temperatura, pH e alcalinidade nas quatro regiões analisadas
(estação fluvial, estuários externo e interno e estação marinha).
Para analisar o sistema CO
2
, foram feitas tabelas e gráficos com a estatística descritiva
(média, desvio padrão e valores mínimos e máximos) de todas as campanhas de amostragem
para as seguintes variáveis: CID e suas espécies químicas, pCO
2
, percentual de saturação do
CO
2
e estado de saturação em aragonita e calcita.
4.1.1 Salinidade
Na estação marinha, a salinidade, em geral, foi igual ou maior que 35 em todos os
meses, exceto nos meses de março e agosto. Foi observada uma diminuição acentuada na
média da salinidade no mês de março, voltando a subir gradativamente, nos meses de abril e
agosto. O estuário interno teve a maior salinidade média em dezembro, e esta diminuiu nos
meses seguintes, chegando a zero nos meses de março e abril. A salinidade apresentou um
desvio padrão elevado (Fig. 4, Tab. 1).
Min-Max
25%-75%
Median value
0
5
10
15
20
25
30
35
40
NOV_03 DEZ_03 JAN_04 FEV_04 MAR_04 ABR_04 AGO_04
Meses
Salinidade
Valor mediano
28
Figura 4: Distribuição temporal da salinidade nos meses de novembro de 2003 a abril e em agosto de 2004 ao
longo do estuário do Rio Cachoeira.
Tabela 1: N-amostral, valores médios, mínimos, máximos e desvio-padrão da salinidade nas quatro regiões do
estuário.
Salinidade
N Média ± D. P. Mínimo Máximo
Nov./03 Estação Marinha 6 36,8 ± 0,34 36,2 37,1
Estuário Externo 6 36,3 ± 0,18 36,2 36,6
Estuário Interno 6 16,6 ± 2,60 13,5 20,9
Estação fluvial 1 0 - -
Dez./03 Estação Marinha 6 36,8 ± 0,23 36,4 37,0
Estuário Externo 6 36,1 ± 0,90 34,4 36,8
Estuário Interno 8 23,5 ± 4,78 18,8 36,8
Estação fluvial 1 0 - -
Jan./04 Estação Marinha 3 36,5 ± 0,00 36,5 36,5
Estuário Externo 5 35,9 ± 0,80 34,8 36,6
Estuário Interno 7 14,6 ± 9,81 0,9 24,1
Estação fluvial 1 0 - -
Fev./04 Estação Marinha 3 35,6 ± 0,95 34,5 36,2
Estuário Externo 7 33,3 ± 4,23 24,3 36,1
Estuário Interno 6 5,1 ± 6,16 0,1 13,6
Estação fluvial 1 0,1 - -
Mar./04 Estação Marinha 2 33,6 ± 0,42 33,3 33,9
Estuário Externo 5 7,2 ± 14,80 0 33,7
Estuário Interno 5 0 0 0
Estação fluvial 1 0 - -
Abr./04 Estação Marinha 2 35,1 ± 0,35 34,9 35,4
Estuário Externo 5 14,3 ± 7,42 5,5 24,1
Estuário Interno 5 0,0 ± 0,09 0 0,2
Estação fluvial 1 0 - -
Agos./04 Estação Marinha 2 34,4 ± 0,21 34,3 34,6
Estuário Externo 5 27,7 ± 4,77 22,9 33.0
Estuário Interno 6 10,6 ± 7,98 0,5 22,4
Estação fluvial 1 0 - -
29
4.1.2 Temperatura
O estuário interno apresentou, em geral, as maiores temperaturas em todos os meses
analisados e a estação marinha foi a que apresentou as menores temperaturas médias. A
menor temperatura foi de 23,4 ºC encontrada na estação marinha, em agosto e a maior foi de
33,9 ºC encontrada no estuário interno no mês de dezembro (Tab. 2, Fig. 5).
Tabela 2: N-amostral, valores médios, mínimos, máximos e desvio-padrão da temperatura nas quatro regiões do
estuário.
T(ºC)
N Média ± D.P. Mínimo Máximo
Nov./03 Estação Marinha 6 27,6 ± 1,00 26,2 29,0
Estuário Externo 6 28,4 ± 0,12 28,3 28,6
Estuário Interno 6 31,4 ± 1,02 30,2 32,7
Estação fluvial 1 29,7 - -
Dez./03 Estação Marinha 6 27,2 ± 0,80 26,2 28,3
Estuário Externo 6 28,1 ± 0,46 27,8 29,0
Estuário Interno 8 31,6 ± 1,65 29,1 33,9
Estação fluvial 1 28,5 - -
Jan./04 Estação Marinha 3 27,6 ± 0,31 27,4 28,0
Estuário Externo 5 26,6 ± 0,43 26,2 27,1
Estuário Interno 7 29,6 ± 0,82 28,2 30,6
Estação fluvial 1 28 - -
Fev./04 Estação Marinha 3 26,8 ± 0,26 26,6 27,1
Estuário Externo 7 28,1 ± 0,28 27,7 28,5
Estuário Interno 6 30,2 ± 0,73 28,8 30,7
Estação fluvial 1 26,9 - -
Mar./04 Estação Marinha 2 27,5 ± 1,63 26,4 28,7
Estuário Externo 5 26,0 ± 0,67 25,5 27,1
Estuário Interno 5 25,7 ± 0,38 25,5 26,4
Estação fluvial 1 25,8 - -
Abr./04 Estação Marinha 2 28,1 ± 0,00 28,1 28,1
Estuário Externo 5 27,6 ± 0,23 27,3 27,9
Estuário Interno 5 28,5 ± 1,71 27,4 31,5
Estação fluvial 1 26,7 - -
Agos./04 Estação Marinha 2 23,4 ± 0,00 23,4 23,4
Estuário Externo 5 23,6 ± 0,15 23,5 23,9
Estuário Interno 6 24,7 ± 0,37 24,4 25,1
Estação fluvial 1 24,7 - -
Min-Max
25%-75%
Median value
22
24
26
28
30
32
34
36
NOV_03 DEZ_03 JAN_04 FEV_04 MAR_04 ABR_04 AGO_04
Meses
Temperatura (ºC)
Valor mediano
Min-Max
25%-75%
Median value
6.8
7.4
8.0
8.6
9.2
9.8
10.4
NOV_03 DEZ_03 JAN_04 FEV_04 MAR_04 ABR_04 AGO_04
Meses
pH
Valor
30
Figura 5: Distribuição temporal da temperatura nos meses de novembro de 2003 a abril e em agosto de 2004 ao
longo do estuário do Rio Cachoeira.
4.1.3 pH
Os menores valores de pH foram encontrados nos meses de novembro a janeiro,
ambos na estação fluvial. Nesse período, a variação temporal foi menos acentuada. Em quase
todos os meses, os maiores valores de pH foram encontrados no estuário interno, exceto nos
meses de março e abril, onde os maiores valores foram encontrados no estuário externo. O
mês agosto foi o que apresentou os maiores valores de pH, esses valores variaram entre 8,55 e
9,97 (Fig. 6; Tab. 3).
Figura 6: Distribuição temporal do pH nos meses de novembro de 2003 a abril e em agosto de 2004 ao longo do
estuário do Rio Cachoeira.
31
Tabela 3: N-amostral, valores médios, mínimos, máximos e desvio-padrão do pH nas quatro regiões do estuário.
pH
N Média ± D. P. Mínimo Máximo
Nov./03 Estação Marinha 6 8,20 ± 0,02 8,17 8,22
Estuário Externo 6 8,22 ± 0,02 8,2 8,25
Estuário Interno 6 8,09 ± 0,56 7,34 8,83
Estação fluvial 1 7,31 - -
Dez./03 Estação Marinha 6 8,02 ± 0,12 7,8 8,15
Estuário Externo 6 7,97 ± 0,33 7,31 8,17
Estuário Interno 8 8,21 ± 0,42 7,76 8,83
Estação fluvial 1 7,26 - -
Jan./04 Estação Marinha 3 8,17 ± 0,05 8,13 8,22
Estuário Externo 5 8,18 ± 0,03 8,15 8,22
Estuário Interno 7 7,81 ± 0,46 7,23 8,69
Estação fluvial 1 7,16 - -
Fev./04 Estação Marinha 3 8,17 ± 0,11 8,05 8,25
Estuário Externo 7 8,16 ± 0,06 8,09 8,24
Estuário Interno 6 7,85 ± 0,24 7,55 8,12
Estação fluvial 1 8,09 - -
Mar./04 Estação Marinha 2 8,25 ± 0,12 8,16 8,33
Estuário Externo 5 7,56 ± 0,34 7,35 8,17
Estuário Interno 5 7,53 ± 0,05 7,49 7,61
Estação fluvial 1 7,45 - -
Abr./04 Estação Marinha 2 8,21 ± 0,07 8,16 8,26
Estuário Externo 5 7,68 ± 0,25 7,43 8,1
Estuário Interno 5 7,73 ± 0,10 7,65 7,89
Estação fluvial 1 7,88 - -
Agos./04 Estação Marinha 2 8,70 ± 0,13 8,61 8,79
Estuário Externo 5 8,81 ± 0,03 8,77 8,84
Estuário Interno 6 9,18 ± 0,61 8,55 9,97
Estação fluvial 1 9,66 - -
4.1.4 Alcalinidade Total
Os maiores valores médios da alcalinidade total foram observados nos meses de
novembro, dezembro e janeiro e os menores em março e abril. O maior valor para
alcalinidade total foi encontrado no estuário interno no mês de dezembro de 2003 e o menor
no estuário externo em março de 2004 (Fig. 7 e Tab. 4).
Em média, a estação fluvial foi a região que apresentou os menores valores de
alcalinidade. As maiores diferenças entre os valores mínimos e máximos da alcalinidade ao
longo do estuário foram verificadas no mês de março (Fig. 7, Tab. 4).
Min-Max
25%-75%
Median value
0
400
800
1200
1600
2000
2400
2800
NOV_03 DEZ_03 JAN_04 FEV_04 MAR_04 ABR_04 AGO_04
Meses
Alcalinidade (µmol.L
-1
)
Valor
32
Figura 7: Distribuição temporal da alcalinidade total nos meses de novembro de 2003 a abril e em agosto de
2004 ao longo do estuário do Rio Cachoeira.
Tabela 4: N-amostral, valores médios, mínimos, máximos e desvio-padrão da alcalinidade nas quatro regiões do
estuário.
Alcalinidade (µmol.L
1
)
N Média ± D. P. Mínimo Máximo
Nov./03 Estação Marinha 6 2.414 ± 20,8 2.384 2.435
Estuário Externo 6 2.393 ± 84,5 2.304 2.519
Estuário Interno 6 2.123 ± 122,1 1.970 2.315
Estação fluvial 1 1.771 - -
Dez./03 Estação Marinha 6 2.292 ± 174,9 1.979 2.413
Estuário Externo 6 2.360 ± 66,3 2.260 2.441
Estuário Interno 8 2.199 ± 155,4 1.999 2.532
Estação fluvial 1 1.837 - -
Jan./04 Estação Marinha 3 2.338 ± 39,0 2.295 2.370
Estuário Externo 5 2.364 ± 32,5 2.327 2.412
Estuário Interno 7 2.225 ± 104,2 2.088 2.351
Estação fluvial 1 2.199 - -
Fev./04 Estação Marinha 3 2.274 ± 53,5 2.212 2.308
Estuário Externo 7 2.169 ± 130,7 1.911 2.299
Estuário Interno 6 1.438 ± 284,9 1.102 1.778
Estação fluvial 1 1.298 - -
Mar./04 Estação Marinha 2 2.205 ± 27,9 2.185 2.225
Estuário Externo 5 879 ± 669,4 225 2.011
Estuário Interno 5 924 ± 615,0 463 2.006
Estação fluvial 1 548 - -
Abr./04 Estação Marinha 2 2.349 ± 15,0 2.339 2.360
Estuário Externo 5 1.648 ± 247,1 1.327 1.998
Estuário Interno 5 1.076 ± 164,1 878 1.295
Estação fluvial 1 1.129 - -
Agos./04 Estação Marinha 2 2.146 ± 91.0 2.082 2.211
Estuário Externo 5 2.173 ± 122.0 2.061 2.355
Estuário Interno 6 1.818 ± 221.4 1.446 2.034
Estação fluvial 1 1.529 - -
- 36-
Min-Max
25%-75%
Median value
0
400
800
1200
1600
2000
2400
2800
NOV_03 DEZ_03 JAN_04 FEV_04 MAR_04 ABR_04 AGO_04
Meses
CID (µmol.L
-1
)
Valor mediano
33
4.1.5 CID
O CID apresentou as maiores médias das concentrações em janeiro, sendo que houve
uma diminuição no mês de fevereiro e março, que apresentou a menor médias das
concentrações na estação fluvial (Fig. 8, Tab 5).
Figura 8: Distribuição temporal da concentração de CID nos meses de novembro de 2003 a abril e em agosto de
2004 ao longo do estuário do Rio Cachoeira.
As maiores médias das concentrações de CO
3
2-
, em geral, foram encontradas em
estação marinha e as menores, na estação fluvial. Tanto no estuário interno como no externo,
as médias das concentrações de CO
3
2-
diminuíram gradativamente a partir do mês de janeiro,
atingindo as menores concentrações em março, aumentando levemente no mês seguinte e
atingindo a concentração máxima em agosto (Fig. 9).
Em relação às regiões estudadas, o estuário interno foi o que apresentou maior
variação na média da concentração de CO
3
2-
ao longo do tempo (Fig. 9).
34
0
50
100
150
200
250
300
350
400
450
500
Nov Dez Jan Fev Mar Abr Ago
Conc. médias de CO32-
Estação Marinha
Estuário Externo
Estuário Interno
Estação fluvial
Figura 9: Gráfico da concentração média do CO
3
2-
nas quatro regiões analisadas ao longo do tempo.
Tabela 5: N-amostral, valores médios, mínimos, máximos e desvio-padrão da variável CID nas quatro regiões do
estuário do Rio Cachoeira.
CID
N Média ± D.P. Mínimo Máximo
Nov./03 Estação marinha 6 2.056 ± 35,54 2.010 2.102
Estuário Externo 6 2.020 ± 85,76 1.925 2.147
Estuário Interno 6 1.916 ± 230,44 1.590 2.161
Estação fluvial 1 1.980 - -
Dez./03 Estação marinha 6 2.051 ± 183,86 1.765 2.276
Estuário Externo 6 2.126 ± 150,99 1.963 2.373
Estuário Interno 8 1.901 ± 240,08 1.503 2.177
Estação fluvial 1 2.073 - -
Jan./04 Estação marinha 3 2.006 ± 10,27 1.996 2.016
Estuário Externo 5 2.040 ± 27,73 2.003 2.070
Estuário Interno 7 2.157 ± 248,95 1.669 2.446
Estação fluvial 1 2.543 - -
Fev./04 Estação Marinha 3 1.960 ± 101,37 1.873 2.071
Estuário Externo 7 1.880 ± 90,26 1.737 2.019
Estuário Interno 6 1.420 ± 283,91 1.116 1.774
Estação fluvial 1 1268.87 - -
Mar./04 Estação Marinha 2 1867.70 ± 90,04 1804.03 1931.36
Estuário Externo 5 854.60 ± 548,53 235.82 1744.9
Estuário Interno 5 995.93 ± 657,53 499.5 2152.61
Estação fluvial 1 601 - -
Abr./04 Estação Marinha 2 1.999 ± 35,29 1.974 2.024
Estuário Externo 5 1.624 ± 163,66 1.381 1.818
Estuário Interno 5 1.124 ± 184,32 891 1.358
Estação fluvial 1 1.165 - -
Agos./04 Estação Marinha 2 1524.79 ± 172,16 1403.06 1646.53
Estuário Externo 5 1540.85 ± 49,41 1481.3 1603.11
Estuário Interno 6 1276.74 ± 408,18 736.83 1717.53
Estação fluvial 1 1.268 - -
35
O bicarbonato (HCO
3
-
) apresentou as maiores média das concentrações no mês de
janeiro (estação fluvial e no estuário interno) e as menores, na estação fluvial e estuário
interno no mês de março. O estuário interno apresentou uma variação de HCO
3
-
ao longo do
tempo semelhante a estação fluvial, enquanto que, o estuário externo teve uma variação
semelhante a estação marinha (Fig. 10).
0
500
1000
1500
2000
2500
Nov Dez Jan Fev Mar Abr Ago
Conc. médias de HCO3-
Estação Marinha
Estuário Externo
Estuário Interno
Estação fluvial
Figura 10: Gráfico da concentração média do HCO
3
-
nas quatro regiões analisadas ao longo do tempo.
A estação fluvial apresentou altas médias das concentrações de CO
2
, em relação às
outras regiões, nos meses de novembro a janeiro, nos demais meses as concentrações foram
menores do que a do estuário interno. A estação marinha foi a que apresentou as menores
médias das concentrações e a menor variação ao longo do tempo (Fig. 11).
0
50
100
150
200
250
300
350
Nov Dez Jan Fev Mar Abr Ago
Conc. médias de CO2
Estação Marinha
Estuário Externo
Estuário Interno
Estação fluvial
Figura 11: Gráfico da concentração média do CO
2
nas quatro regiões analisadas ao longo do tempo.
Min-Max
25%-75%
Median value
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
3500
4000
4500
5000
5500
6000
6500
7000
7500
8000
8500
9000
9500
10000
10500
11000
NOV_03 DEZ_03 JAN_04 FEV_04 MAR_04 ABR_04 AGO_04
Meses
p
CO
2
(µatm)
Valor mediano
36
4.1.6 Pressão parcial do CO
2
(pCO
2
)
Temporalmente, os níveis da pCO
2
foram mais baixos nos meses de fevereiro a abril,
principalmente em agosto e mais altos de novembro a janeiro. Nos três primeiros meses
amostrados, as maiores pressões parciais de dióxido de carbono encontradas estavam situadas
na região de baixa salinidade (estação fluvial), nos demais meses as maiores pressões estavam
situadas no estuário interno (Tab. 6). Altos valores médios de pCO
2
, também foram
registrados na região do estuário interno em quase todos os meses (exceto o mês agosto). Os
maiores valores médios de pCO
2
foram encontrados em janeiro e os menores em agosto. O
valor máximo de pCO
2
registrado foi de 10.562 µatm, encontrado na estação fluvial no mês
de janeiro e o menor foi de 15 µatm, encontrado também na estação fluvial, porém, no mês de
agosto (Fig. 12, Tab. 6).
Figura 12: Distribuição temporal da pCO
2
nos meses de novembro de 2003 a abril e em agosto de 2004 ao longo
do estuário do Rio Cachoeira. A linha tracejada indica o valor da pCO
2
atmosférica (365 µ atm).
37
Tabela 6: N-amostral, valores médios, mínimos, máximos e desvio-padrão da pCO
2
nas quatro regiões do
estuário.
pCO
2
(µatm)
N Média ± D. P. Mínimo Máximo
Nov./03 Estação marinha 6 394 ± 23 368 428
Estuário Externo 6 371 ± 32 326 414
Estuário Interno 6 1.252 ± 1476 85 4.006
Estação fluvial 1 6.214 - -
Dez./03 Estação marinha 6 652 ± 265 452 1154
Estuário Externo 6 1.083 ± 1348 412 3821
Estuário Interno 8 626 ± 530 66 1.389
Estação fluvial 1 7.081 - -
Jan./04 Estação marinha 3 413 ± 45 364 456
Estuário Externo 5 413 ± 33 360 449
Estuário Interno 7 2.105 ± 1698 120 5.306
Estação fluvial 1 10.562 - -
Fev./04 Estação Marinha 3 416 ± 145 324 583
Estuário Externo 7 417 ± 70 325 500
Estuário Interno 6 1.131 ± 638 475 2.184
Estação fluvial 1 550 - -
Mar./04 Estação Marinha 2 336 ± 123 249 423
Estuário Externo 5 1.098 ± 599 364 1.635
Estuário Interno 5 1.897 ± 1299 773 4.146
Estação fluvial 1 1.322 - -
Abr./04 Estação Marinha 2 382 ± 76 327 436
Estuário Externo 5 1.575 ± 713 507 2.427
Estuário Interno 5 1.378 ± 405 1.000 1.871
Estação fluvial 1 1.008 - -
Agos./04 Estação Marinha 2 78 ± 36 52 104
Estuário Externo 5 61 ± 6 55 70
Estuário Interno 6 66 ± 75 1 183
Estação fluvial 1 15 - -
4.1.7 Percentual de saturação do CO
2
Em geral, o estuário do Rio Cachoeira apresentou uma condição de supersaturação em
CO
2
(exceto no mês de agosto). Os maiores valores foram encontrados nos meses de
novembro, dezembro e janeiro, ambos na estação fluvial e os menores em agosto, mês que
apresentou subsaturação em CO
2
em todo o estuário (Tab. 7, Fig. 13).
38
Tabela 7: N-amostral, valores médios, mínimos, máximos e desvio-padrão do percentual de saturação do CO
2
nas quatro regiões do estuário.
CO2% saturação
N Média ± D.P. Mínimo Máximo
Nov./03 Estação Marinha 6 109,9 ± 6,99 101,47 120,06
Estuário Externo 6 103,33 ± 9,14 91 115,45
Estuário Interno 6 415,04 ± 494,58 26,93 1339,1
Estação fluvial 1 1855,36 - -
Dez./03 Estação Marinha 6 183,9 ± 76,46 125,88 328,07
Estuário Externo 6 143,56 ± 40,99 109,44 214,54
Estuário Interno 8 191,9 ± 163,07 19,98 441,39
Estação fluvial 1 2115,64 - -
Jan./04 Estação Marinha 3 115,65 ± 13,15 101,94 128,16
Estuário Externo 5 117,15 ± 10,2 101,8 128,89
Estuário Interno 7 684,67 ± 577,75 38,32 1703,1
Estação fluvial 1 3162,74 - -
Fev./04 Estação Marinha 3 118,66 ± 43,44 91,35 168,75
Estuário Externo 7 121,12 ± 23,78 91,1 156,45
Estuário Interno 6 403,85 ± 214,82 184,13 745,79
Estação fluvial 1 199,85 - -
Mar./04 Estação Marinha 2 96,94 ± 35,48 71,85 122,03
Estuário Externo 5 374,56 ± 206,31 106,27 553,07
Estuário Interno 5 563,05 ± 389,04 226,6 1236,57
Estação fluvial 1 389,25 - -
Abr./04 Estação Marinha 2 108,18 ± 22,51 92,26 124,09
Estuário Externo 5 542,74 ± 261,74 160,09 863,32
Estuário Interno 5 427,29 ± 110,15 300,35 561,73
Estação fluvial 1 301,85 - -
Agos./04 Estação Marinha 2 22,17 ± 10,61 14,66 29,67
Estuário Externo 5 18,11 ± 2,14 15,81 20,99
Estuário Interno 6 21,73 ± 24,9 0,89 60,95
Estação fluvial 1 5,6 - -
Min-Max
25%-75%
Median value
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
NOV_03 DEZ_03 JAN_04 FEV_04 MAR_04 ABR_04 AGO_04
Meses
Omega calcita
Valor mediano
Min-Max
25%-75%
Median value
0
200
400
600
800
1000
1200
1400
1600
1800
2000
2200
2400
2600
2800
3000
3200
NOV_03 DEZ_03 JAN_04 FEV_04 MAR_04 ABR_04 AGO_04
Meses
CO
2
% saturação
Valor mediano
39
Figura 13: Distribuição temporal do percentual de saturação do CO
2
nos meses de novembro de 2003 a abril e
em agosto de 2004 ao longo do estuário do Rio Cachoeira. A linha tracejada indica o valor de 100% de saturação
em CO
2
.
4.1.8 Estado de saturação () aragonita e calcita
O estado de saturação em calcita e aragonita tiveram os maiores valores, no mês de
agosto, na região do estuário interno (
calcita
e
aragonita
entre 6,12 e 17,56). O estuário do Rio
Cachoeira, em geral, apresentou supersaturado ( > 1) em calcita e aragonita, exceto em
algumas estações e na estação fluvial, que apresentou em todos os meses o
calcita
e
aragonita
menor que 1 (subsaturado) (Fig. 14 e 15, Tab. 8).
Figura 14: Distribuição temporal do omega calcita nos meses de novembro de 2003 a agosto de 2004 ao longo
do estuário do Rio Cachoeira.
Min-Max
25%-75%
Median value
0
200
400
600
800
1000
1200
1400
1600
1800
2000
2200
2400
2600
2800
3000
3200
NOV_03 DEZ_03 JAN_04 FEV_04 MAR_04 ABR_04 AGO_04
Meses
CO
2
% saturação
Valor mediano
40
De novembro a fevereiro, os valores médios do
calcita
e
aragonita
foram semelhantes na
estação marinha e no estuário externo, porém, nos meses de março e abril, esses valores se
diferenciaram bastante. Agosto apresentou o elevado desvio padrão e também os maiores
valores de
calcita
e
aragonita
(Fig. 14 e 15, Tab. 8).
Tabela 8: N-amostral, valores médios, mínimos, máximos e desvio-padrão do
calcita
e
aragonita
nas quatro regiões
do estuário.
Omega calcita Omega aragonita
N Média ± D.P. Mínimo Máximo Média ± D.P. Mínimo Máximo
Nov./03 Estação Marinha 6 6,03 ± 0,28 5,61 6,4 4,02 ± 0,20 3,72 4,29
Estuário Externo 6 6,3 ± 0,14 6,07 6,42 4,2 ± 0,09 4,05 4,28
Estuário Interno 6 5,15 ± 4,99 0,71 13,18 3,17 ± 3,04 0,44 8,02
Estação fluvial 1 0 - - 0 - -
Dez./03 Estação Marinha 6 4,16 ± 1,02 2,74 5,6 2,77 ± 0,69 1,82 3,74
Estuário Externo 6 4,32 ± 1,76 0,96 5,66 2,88 ± 1,18 0,64 3,78
Estuário Interno 8 6,33 ± 4,44 2,11 13,15 4,05 ± 2,78 1,36 8,32
Estação fluvial 1 0 - - 0 - -
Jan./04 Estação Marinha 3 5,59 ± 0,54 5,04 6,12 3,72 ± 0,36 3,35 4,07
Estuário Externo 5 5,52 ± 0,30 5,21 5,87 3,66 ± 0,20 3,45 3,89
Estuário Interno 7 2,84 ± 9,77 0,63 9,77 1,77 ± 1,96 0,38 5,95
Estação fluvial 1 0 - - 0 - -
Fev./04 Estação Marinha 3 5,3 ± 0,97 4,21 6,08 3,52 ± 0,65 2,79 4,04
Estuário Externo 7 4,96 ± 0,87 3,4 6,01 3,29 ± 0,61 2,19 4,01
Estuário Interno 6 0,87 ± 1,73 0,09 1,73 0,52 ± 0,36 0,06 1,04
Estação fluvial 1 0,04 - - 0 - -
Mar./04 Estação Marinha 2 5,78 ± 0,89 5,15 6,41 3,83 ± 0,57 3,42 4,23
Estuário Externo 5 0,93 ± 1,96 0 4,44 0,61 ± 1,30 0 2,93
Estuário Interno 5 0 0 0 0 0 0
Estação fluvial 1 0 - - 0 - -
Abr./04 Estação Marinha 2 5,98 ± 0,78 5,43 6,53 3,98 ± 0,52 3,61 4,35
Estuário Externo 5 1,31 ± 1,29 0,37 3,55 0,82 ± 0,84 0,21 2,28
Estuário Interno 5 0,02 ± 0,05 0 0,11 0,01 ± 0,03 0 0,07
Estação fluvial 1 0 - - 0 - -
Ago./04 Estação Marinha 2 9,9 ± 1,02 9,18 10,62 6,49 ± 0,67 6,02 6,97
Estuário Externo 5 11,09 ± 0,92 10,29 12,58 7,13 ± 0,71 6,48 8,23
Estuário Interno 6 10,47 ± 4,26 6,12 17,56 6,2 ± 2,35 3,62 9,99
Estação fluvial 1 0 - - 0 - -
Valor mediano
Min-Max
25%-75%
Median value
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
NOV_03 DEZ_03 JAN_04 FEV_04 MAR_04 ABR_04 AGO_04
Meses
Omega aragonita
41
Figura 15: Distribuição temporal do omega aragonita nos meses de novembro de 2003 a agosto de 2004 ao longo
do estuário do Rio Cachoeira.
4.2 Variação espacial
4.2.1 Variáveis físico-químicas
Os mapas de contorno foram feitos com dados de novembro de 2003 a abril e agosto
de 2004 para as variáveis: salinidade, pH e alcalinidade.
4.2.1.1 Salinidade
No mês de novembro, a salinidade na estação marinha foi semelhante a do estuário
externo (Fig. 16, Tab. 1), houve pouca estratificação, exceto no estuário interno (nas estações
7 e 8), onde os valores de salinidade foram maiores no fundo.
42
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
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24
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2 4
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12
14 16
Km
1
Estações
10
9
8
5
4
3
2
7
-0
-5
-10
-15
m
Figura 16: Perfil longitudinal da salinidade no estuário do Rio Cachoeira em novembro de 2003
Em dezembro foi encontrado um perfil de salinidade semelhante ao do mês de
novembro. No estuário interno a salinidade média foi quase o dobro da salinidade do mês
anterior (Fig. 17, Tab. 01).
0
2
4
6
8
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14
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Km
1
Estações
10
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2
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-0
-5
-10
-15
m
Figura 17: Perfil longitudinal da salinidade no estuário do Rio Cachoeira em dezembro de 2003.
No mês de janeiro, observou-se estratificação no estuário interno (exceto na estação 6)
(Fig. 18). A salinidade variou pouco entre a estação marinha e o estuário interno com valores
entre 34,8 e 36,6 (Tab. 1).
43
0
2
4
6
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12
14
16
18
20
22
24
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12
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Km
Estações
10
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2
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-0
-5
-10
-15
m
Figura 18: Perfil longitudinal da salinidade no estuário do Rio Cachoeira em janeiro de 2004.
Em fevereiro, foram encontrados no estuário interno (superfície das estações 8 e na
estação 9) valores de salinidade semelhantes ao da estação fluvial. Houve uma diminuição da
salinidade no estuário interno e em parte do estuário externo (Fig. 19).
0
2
4
6
8
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12
14
16
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10
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-10
-15
m
Figura 19: Perfil longitudinal da salinidade no estuário do Rio Cachoeira em fevereiro de 2004.
Em março, a salinidade foi semelhante a da estação fluvial em todo o estuário interno
e em parte do estuário externo. O fundo da estação 4 (estuário externo) apresentou valor de
salinidade semelhante ao fundo da estação 2 (estação marinha) (Fig. 20, Tab. 1).
44
0
2 4
6
8
10
12
14 16
Km
0
2
4
6
8
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Estações
10
9
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4
3
2
7
6
-0
-5
-10
-15
m
Figura 20: Perfil longitudinal da salinidade no estuário do Rio Cachoeira em março de 2004.
Em abril, os valores da salinidade nos estuário interno, foram iguais ao valor da
salinidade na estação fluvial, aumentando gradativamente até a estação marinha (Fig. 21).
0
2 4
6
8
10
12
14 16
Km
0
2
4
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-5
-10
-15
m
Estações
10
9
8
5
4
3
2
7
6
Figura 21: Perfil longitudinal da salinidade no estuário do Rio Cachoeira em abril de 2004.
No mês de agosto, houve um aumento da salinidade em todo o estuário, exceto na
estação fluvial e na estação 9. A salinidade apresentou um perfil marcadamente crescente. No
fundo da estação 4 apresentou um valor de salinidade semelhantes ao da estação marinha
(Fig.22).
45
0
2
4
6
8
10
12
14
16
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14 16
Km
Estações
10
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-0
-5
-10
-15
m
Figura 22: Perfil longitudinal da salinidade no estuário do Rio Cachoeira em agosto de 2004.
4.2.1.2 Temperatura
No mês de novembro, a menor temperatura foi de 26.2 ºC encontrada na estação
marinha e as maiores, no estuário interno e na estação marinha. As temperaturas médias do
mês de dezembro foram semelhantes as do mês novembro. Em janeiro, as menores
temperaturas médias foram encontradas no estuário externo, a estação marinha apresentou as
maiores temperaturas médias, porém, a maior temperatura registrada este mês (30,6 ºC), foi
encontrada no estuário interno (Tab. 2).
As temperaturas médias em janeiro foram menores do que as do mês de dezembro. No
mês de janeiro, a menor temperatura foi encontrada na estação marinha (26,6 ºC) e a maior no
estuário interno (30,7 ºC). Em março, a estação fluvial, os estuários internos e externos
apresentaram as menores temperaturas, enquanto que, contrário aos meses anteriores, a
estação marinha apresentou as maiores temperaturas. Em abril, a estação fluvial apresentou a
menor temperatura (26,7 ºC) e o estuário interno foi a região que apresentou a maior
temperatura (31,5 ºC). Em relação a todos os mês analisados, o mês de agosto foi o que
apresentou as menores temperaturas, a menor temperatura registrada foi de 23,4 ºC para o
mesmo período e a maior foi de 25,1 ºC no estuário interno (Tab. 2).
4.2.1.3 pH
46
No mês de novembro, a estação fluvial apresentou o menor valor de pH, enquanto que
o maior valor foi encontrado na superfície do estuário interno. Foram observados valores de
pH maiores na superfície do que no fundo em todas as estações nas quais foram coletadas
amostras de superfície e fundo (Fig. 23).
7.2
7.3
7.4
7.5
7.6
7.7
7.8
7.9
8
8.1
8.2
8.3
8.4
8.5
8.6
8.7
8.8
0
2 4
6
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10
12
14
16
Km
1
Estações
10
9
8
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4
3
2
7
-0
-5
-10
-15
m
Figura 23: Perfil longitudinal do pH no estuário do Rio Cachoeira em novembro de 2003.
Em dezembro, o menor valor de pH foi encontrado na estação fluvial e o maior na
estação 9 (superfície). O pH na estação 5 (fundo) e na estação fluvial foram semelhantes (Fig.
24, Tab. 3).
7.2
7.3
7.4
7.5
7.6
7.7
7.8
7.9
8
8.1
8.2
8.3
8.4
8.5
8.6
8.7
8.8
0
2 4
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14
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Km
-0
-5
-10
-15
m
1
Estações
10
9
8
5
4
3
2
7
6
Figura 24: Perfil longitudinal do pH no estuário do Rio Cachoeira em dezembro de 2003.
Em janeiro, a superfície da estação 7 apresentou um elevado pH, enquanto que, a
estação fluvial e o fundo da estação 9 tiveram os menores valores de pH (Fig. 25).
47
7.2
7.3
7.4
7.5
7.6
7.7
7.8
7.9
8
8.1
8.2
8.3
8.4
8.5
8.6
8.7
8.8
0
2 4
6
8
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12
14
16
Km
Estações
10
9
8
5
4
3
2
6
7
-0
-5
-10
-15
m
Figura 25: Perfil longitudinal do pH no estuário do Rio Cachoeira em janeiro de 2004.
Em fevereiro, o fundo do estuário interno apresentou os menores valores de pH e o
maior valor foi encontrado no fundo da estação marinha (estação 2) (Fig. 26).
Em março, os valores mais baixos de pH foram encontrados na superfície do estuário
externo, na superfície da estação 6 e na estação fluvial, o valor mais alto foi encontrado no
fundo da estação marinha. Neste mês, o pH foi superior a 8.0 somente nas estações marinha e
no fundo da estação 4 (Fig. 27).
7.2
7.3
7.4
7.5
7.6
7.7
7.8
7.9
8
8.1
8.2
8.3
8.4
8.5
8.6
8.7
8.8
0
2 4
6
8
10
12
14
16
Km
-0
-5
-10
-15
m
Estações
10
9
8
5
4
3
2
6
7
Figura 26: Perfil longitudinal do pH no estuário do Rio Cachoeira em fevereiro de 2004.
48
0
2 4
6
8
10
12
14 16
Km
-0
-5
-10
-15
m
7.2
7.3
7.4
7.5
7.6
7.7
7.8
7.9
8
8.1
8.2
8.3
8.4
8.5
8.6
8.7
8.8
Estações
10
9
8
5
4
3
2
6
7
Figura 27: Perfil longitudinal do pH no estuário do Rio Cachoeira em março de 2004.
No mês de abril, o pH foi maior nas estações marinhas e no fundo da estação 4 (Fig.
28), enquanto que no mês de agosto, essas estações tiveram os valores mais baixos de pH,
sendo que os valores mais altos foram encontrados na estação marinha.
7.2
7.3
7.4
7.5
7.6
7.7
7.8
7.9
8
8.1
8.2
8.3
8.4
8.5
8.6
8.7
8.8
0
2 4
6
8
10
12
14
16
Km
-0
-5
-10
-15
m
Estações
10
9
8
5
4
3
2
6
7
Figura 28: Perfil longitudinal do pH no estuário do Rio Cachoeira em abril de 2004.
Foram encontrados valores acima de 8,5 em todas as estações no mês de agosto, sendo
que, a estação fluvial e a superfície das estações 8 e 9 apresentaram os maiores valores de pH
(Fig. 29, Tab. 3)
49
7.2
7.4
7.6
7.8
8
8.2
8.4
8.6
8.8
9
9.2
9.4
9.6
9.8
10
0
2 4
6
8
10
12
14 16
Km
-0
-5
-15
m
Estações
10
9
8
5
4
3
2
6
7
Figura 29: Perfil longitudinal do pH no estuário do Rio Cachoeira em agosto de 2004.
4.2.1.4 Alcalinidade Total
Em novembro, a alcalinidade foi maior na estação 5 do estuário externo e menor no
estuário interno e, principalmente, na estação fluvial (Fig. 30). Na maioria das estações
analisadas em dezembro, a alcalinidade foi maior na superfície que no fundo, com valores
menores no meio da estação 1, na superfície da estação 7 e na estação fluvial e com valores
maiores nas estações 2 e no fundo das estações 3, 4 e 9 (Fig. 31).
Em janeiro, houve pouca variação nos valores da alcalinidade ao longo do estuário, o
valor mínimo, foi encontrado no estuário interno (estação 8, superfície) e o valor máximo no
estuário externo (estação 4, fundo) (Fig. 32).
1100
1200
1300
1400
1500
1600
1700
1800
1900
2000
2100
2200
2300
2400
2500
0
2 4
6
8
10
12
14
16
Km
µmol.L-1
1
Estações
10
9
8
5
4
3
2
7
-0
-5
-10
-15
m
Figura 30: Perfil longitudinal da alcalinidade total no estuário do Rio Cachoeira em novembro de 2003.
50
1100
1200
1300
1400
1500
1600
1700
1800
1900
2000
2100
2200
2300
2400
2500
0
2 4
6
8
10
12
14 16
Km
µmol.L-1
1
Estações
10
9
8
5
4
3
2
7
6
-10
-0
-5
-15
m
Figura 31: Perfil longitudinal da alcalinidade total em no estuário do Rio Cachoeira dezembro de 2003.
1100
1200
1300
1400
1500
1600
1700
1800
1900
2000
2100
2200
2300
2400
2500
0
2 4
6
8
10
12
14 16
Km
µmol.L-1
-0
-5
-10
-15
m
Estações
10
9
8
5
4
3
2
7
6
Figura 32: Perfil longitudinal da alcalinidade total no estuário do Rio Cachoeira em janeiro de 2004.
No mês de fevereiro, a alcalinidade apresentou um perfil marcadamente crescente da
estação fluvial à estação marinha, portanto, os valores mínimos foram encontrados nas
estações fluvial e 9 (estuário interno) e os valores máximos, na estação marinha (Fig. 33).
Foram observados baixos valores médios de alcalinidade durante o mês de março.
Com exceção das estações marinhas, as quais apresentaram valores superiores a 2.200 µmol .
L
-1
, a alcalinidade foi inferior a 1.200 µmol . L
-1
(exceto no fundo da estação 4 e na superfície
da estação 8) (Fig. 34, Tab. 4).
51
1100
1200
1300
1400
1500
1600
1700
1800
1900
2000
2100
2200
2300
2400
2500
0
2 4
6
8
10
12
14 16
Km
µmol.L-1
-0
-5
-10
-15
m
Estações
10
9
8
5
4
3
2
7
6
Figura 33: Perfil longitudinal da alcalinidade total no estuário do Rio Cachoeira em fevereiro de 2004.
500
600
700
800
900
1000
1100
1200
1300
1400
1500
1600
1700
1800
1900
2000
2100
2200
2300
2400
2500
0
2 4
6
8
10
12
14 16
Km
µmol.L-1
-0
-5
-10
-15
m
Estações
10
9
8
5
4
3
2
7
6
Figura 34: Perfil longitudinal da alcalinidade total no estuário do Rio Cachoeira em março de 2004 (observar a
diferença na escala).
O mês de abril apresentou em algumas estações, valores baixos de alcalinidade,
porém, em geral, esse mês teve valores de alcalinidade maiores que o mês anterior. As
menores concentrações foram encontradas na estação fluvial, nas estações 7 e 8 do estuário
interno e nas estação 6 do estuário externo e as maiores concentrações encontram-se na
estação marinha, principalmente, no fundo dessa estação (Fig. 35).
No mês de agosto, os menores valores de alcalinidade foram encontrados na estação
fluvial e na estação 9 (estuário interno), e os maiores, na estação 3 (estuário externo) (Fig.
36).
52
1100
1200
1300
1400
1500
1600
1700
1800
1900
2000
2100
2200
2300
2400
2500
0
2 4
6
8
10
12
14
16
Km
µmol.L-1
-0
-5
-10
-15
m
Estações
10
9
8
5
4
3
2
7
6
Figura 35: Perfil longitudinal da alcalinidade total no estuário do Rio Cachoeira em abril de 2004.
1100
1200
1300
1400
1500
1600
1700
1800
1900
2000
2100
2200
2300
2400
2500
0
2 4
6
8
10
12
14 16
Km
µmol.L-1
-0
-5
-10
-15
m
Estações
10
9
8
5
4
3
2
7 6
Figura 36: Perfil longitudinal da alcalinidade total no estuário do Rio Cachoeira em agosto de 2004.
4.2.2 Sistema CO
2
/H
2
O
Para analisar o sistema CO
2
, foram feitos mapas de contorno mostrando o perfil
longitudinal do estuário com dados de novembro de 2003 até agosto de 2004, para as
seguintes variáveis: CID e suas espécies químicas, pCO
2
e estado de saturação em aragonita e
calcita.
Diagramas de mistura foram utilizados para investigar o modelo de distribuição geral
do CID no estuário, servindo como um indicativo de quando esse componente está sendo
removido ou adicionado durante a mistura de água de diferentes salinidades.
53
4.2.2.1 Carbono Inorgânico Dissolvido (CID)
O maiores valores de CID, no mês de novembro, foram encontrados no fundo das
estações 5, 8 e 9 (Fig. 37), sendo o maior valor na estação 9 (salinidade = 16,7) (Fig. 38). As
maiores concentrações de íons HCO
3
-
foram encontradas na faixa de pH entre 8,1 e 8,2, nas
estações 1 e 5 e entre 7,3 e 7,4, na estação 9 (Fig. 40).
1500
1600
1700
1800
1900
2000
2100
2200
2300
2400
2500
0
2 4
6
8
10
12
14 16
Km
µmol.L-1
-0
-5
-10
-15
m
1
Estações
10
9
8
5
4
3
2
7
Figura 37: Perfil longitudinal da concentração de CID no estuário do Rio Cachoeira em novembro de 2003.
As maiores concentrações de CO
3
2-
, foram encontradas na superfície das estações de
coleta, enquanto que o HCO
3
-
, observa-se um comportamento contrário, ou seja, as maiores
concentrações estão no fundo das estações (Fig. 39 e 40). As concentrações de CO
2
dissolvido
na água foram muito baixas, tendo pouca contribuição para o CID total (Fig. 41).
0 5 10 15 20 25 30 35 40
0
500
1000
1500
2000
2500
CID (umol.L
-1
)
Salinidade
Novembro/2003
54
Figura 38: Diagrama de mistura do CID no mês de novembro de 2003. A linha sólida representa a mistura
teórica entre água doce e água do mar, e indica quando esse componente está sendo removido (pontos abaixo da
linha) ou adicionado (pontos acima da linha) ao longo do estuário.
0
50
100
150
200
250
300
350
400
450
0
2 4
6
8
10
12
14 16
Km
-0
-5
-10
-15
m
µmol.L-1
1
Estações
10
9
8
5
4
3
2
7
Figura 39: Perfil longitudinal do CO
3
2-
no estuário do Rio Cachoeira em novembro de 2003.
800
900
1000
1100
1200
1300
1400
1500
1600
1700
1800
1900
2000
2100
2200
2300
2400
0
2 4
6
8
10
12
14
16
Km
-0
-5
-10
-15
m
µmol.L-1
1
Estações
10
9
8
5
4
3
2
7
Figura 40: Perfil longitudinal do HCO
3
-
no estuário do Rio Cachoeira em novembro de 2003.
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
110
120
130
140
150
160
170
180
190
200
210
0
2 4
6
8
10
12
14 16
Km
µmol.L-1
-10
-0
-5
-15
m
1
Estações
10
9
8
5
4
3
2
7
Figura 41: Perfil longitudinal do CO
2
no estuário do Rio Cachoeira em novembro de 2003.
55
No mês de dezembro, os maiores valores de CID foram encontrados no fundo da
estação marinha e no fundo do estuário externo (exceto na estação 3) e estação 6, e os
menores na superfície do estuário interno (Fig. 42). O CID foi removido na maioria das
estações coletadas, e foi adicionado nas estações 1 e de 4 a 6, ambos no fundo (Fig. 43). As
maiores concentrações de íons CO
3
2-
foram encontradas na superfície das estações 8 e 9 (Fig.
44). As maiores concentrações de íons HCO
3
-
para o mesmo período, foram encontradas no
fundo da estação marinha e nas estações 4 e 5 (Fig. 45). A maior concentração de dióxido de
carbono dissolvido (CO
2
) foi observado no fundo da estação 5 do estuário externo e a menor
na superfície das estações 8 e 9 do estuário interno (Fig. 46).
1500
1600
1700
1800
1900
2000
2100
2200
2300
2400
2500
0
2 4
6
8
10
12
14
16
Km
µmol.L-1
1
Estações
10
9
8
5
4
3
2
7
6
-10
-0
-5
-15
m
Figura 42: Perfil longitudinal do CID no estuário do Rio Cachoeira em dezembro de 2003.
0 5 10 15 20 25 30 35 40
0
500
1000
1500
2000
2500
CID (umol.L
-1
)
Salinidade
Dezembro/2003
Figura 43: Diagrama de mistura do CID no mês de dezembro de 2003. A linha sólida representa a mistura teórica
entre água doce e água do mar, e indica quando esse componente está sendo removido (pontos abaixo da linha)
ou adicionado (pontos acima da linha) ao longo do estuário.
56
0
50
100
150
200
250
300
350
400
450
0
2 4
6
8
10
12
14
16
Km
µmol.L-1
-0
-5
-10
-15
m
1
Estações
10
9
8
5
4
3
2
7
6
Figura 44: Perfil longitudinal do CO
3
2-
no estuário do Rio Cachoeira em dezembro de 2003.
800
900
1000
1100
1200
1300
1400
1500
1600
1700
1800
1900
2000
2100
2200
2300
2400
0
2 4
6
8
10
12
14
16
Km
-0
-5
-10
-15
m
µmol.L-1
1
Estações
10
9
8
5
4
3
2
7
6
Figura 45: Perfil longitudinal do HCO
3
-
no estuário do Rio Cachoeira em dezembro de 2003.
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
110
120
130
140
150
160
170
180
190
200
210
0
2 4
6
8
10
12
14
16
Km
µmol.L-1
-10
-0
-5
-15
m
1
Estações
10
9
8
5
4
3
2
7
6
Figura 46: Perfil longitudinal do CO
2
no estuário do Rio Cachoeira em dezembro de 2003.
O mês de janeiro foi o que apresentou as maiores concentrações de CID, o valor mais
alto observado neste mês, foi encontrado na estação fluvial, seguido do estuário interno
57
(estações 8 e 9) (Fig. 47, Tab. 05). O menor valor de CID foi encontrado no estuário interno,
na estação 7 (Fig. 47). Houve adição de CID apenas no fundo das estações 8 e 9 (Fig. 48).
1500
1600
1700
1800
1900
2000
2100
2200
2300
2400
2500
0
2 4
6
8
10
12
14
16
Km
µmol.L-1
Estações
10
9
8
5
4
3
2
7
6
-0
-5
-10
-15
m
Figura 47: Perfil longitudinal do CID no estuário do Rio Cachoeira em janeiro de 2004.
0 5 10 15 20 25 30 35 40
0
500
1000
1500
2000
2500
CID (umol.L
-1
)
Salinidade
Janeiro/04
Figura 48: Diagrama de mistura do CID no mês de janeiro de 2004. A linha sólida representa a mistura teórica
entre água doce e água do mar, e indica quando esse componente está sendo removido (pontos abaixo da linha)
ou adicionado (pontos acima da linha) ao longo do estuário.
As concentrações de CO
3
2-
e HCO
3
-
tiveram um perfil contrário, ou seja, nas estações
em que o CO
3
2-
esteve em menor concentração, foram as que o HCO
3
-
teve as maiores
concentrações (Fig. 49 e 50). O CO
2
dissolvido teve maiores concentrações nas estações onde
foram encontradas também maiores concentrações de HCO
3
-
(Fig. 50 e 51).
58
0
50
100
150
200
250
300
350
400
450
0
2 4
6
8
10
12
14
16
Km
µmol.L-1
-0
-5
-10
-15
m
Estações
10
9
8
5
4
3
2
7
6
Figura 49: Perfil longitudinal do CO
3
2-
no estuário do Rio Cachoeira em janeiro de 2004.
800
900
1000
1100
1200
1300
1400
1500
1600
1700
1800
1900
2000
2100
2200
2300
2400
0
2 4
6
8
10
12
14
16
Km
-0
-5
-10
-15
m
µmol.L-1
Estações
10
9
8
5
4
3
2
7
6
Figura 50: Perfil longitudinal do HCO
3
-
no estuário do Rio Cachoeira em janeiro de 2004.
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
110
120
130
140
150
160
170
180
190
200
210
µmol.L-1
0
2 4
6
8
10
12
14
16
Km
-0
-5
-10
-15
m
Estações
10
9
8
5
4
3
2
7
6
Figura 51: Perfil longitudinal do CO
2
no estuário do Rio Cachoeira em janeiro de 2004.
59
O perfil do CID em fevereiro (Fig. 52), foi contrário ao do mês anterior, em janeiro as
concentrações de CID foram maiores nas estações 9 e estação fluvial (Fig. 47), enquanto que
em fevereiro, essas estações tiveram as menores concentrações (Figura 52). A estação
marinha foi a que teve a maior concentração de CID (Fig. 52). O CID foi adicionado apenas
nas estações 3, superfície das estações 2 e 6 e fundo das estações 7 e 8 (Fig. 53). As
concentrações de CID foram mais baixas, em relação aos meses anteriores (Fig. 54, 55 e 56).
1100
1200
1300
1400
1500
1600
1700
1800
1900
2000
2100
2200
2300
2400
2500
0
2 4
6
8
10
12
14 16
Km
µmol.L-1
Estações
10
9
8
5
4
3
2
7
6
-0
-5
-10
-15
m
Figura 52: Perfil longitudinal do CID no estuário do Rio Cachoeira em fevereiro de 2004 (observar a diferença
na escala).
0 5 10 15 20 25 30 35 40
0
500
1000
1500
2000
2500
CID (umol.L
-1
)
Salinidade
Fevereiro/2004
Figura 53: Diagrama de mistura do CID no mês de fevereiro de 2004. A linha sólida representa a mistura teórica
entre água doce e água do mar, e indica quando esse componente está sendo removido (pontos abaixo da linha)
ou adicionado (pontos acima da linha) ao longo do estuário.
60
0
50
100
150
200
250
300
350
400
450
µmol.L-1
0
2 4
6
8
10
12
14
16
Km
-0
-5
-10
-15
m
Estações
10
9
8
5
4
3
2
7
6
Figura 54: Perfil longitudinal do CO
3
2-
no estuário do Rio Cachoeira em fevereiro de 2004.
800
900
1000
1100
1200
1300
1400
1500
1600
1700
1800
1900
2000
2100
2200
2300
2400
0
2 4
6
8
10
12
14
16
Km
-0
-5
-10
-15
m
Estações
10
9
8
5
4
3
2
7
6
µmol.L-1
Figura 55: Perfil longitudinal do HCO
3
-
no estuário do Rio Cachoeira em fevereiro de 2004
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
110
120
130
140
150
160
170
180
190
200
210
0
2 4
6
8
10
12
14
16
Km
µmol.L-1
-0
-5
-10
-15
m
Estações
10
9
8
5
4
3 2
7
6
Figura 56: Perfil longitudinal do CO
2
no estuário do Rio Cachoeira em fevereiro de 2004.
As concentrações de CID no mês de março, foram baixas comparadas com os meses
anteriores, sendo as maiores concentrações encontradas nas estações marinha e no estuário
interno, somente na estação 8 (Fig. 57). A figura 58 mostra que este mês não houve mistura
61
no estuário, não sendo possível avaliar a adição ou remoção desse componente. As
concentrações de CO
3
2-
neste período foram baixas, principalmente, na estação fluvial, no
estuário interno e na maior parte do estuário externo (Fig. 59). As concentrações de HCO
3
-
foram maiores na estação marinha e nas estações 4 (fundo) e 8 (superfície) (Fig. 60) e as de
CO
2
dissolvido foram maiores no fundo das estações 7 e 8 (Fig. 61).
700
800
900
1000
1100
1200
1300
1400
1500
1600
1700
1800
1900
2000
2100
2200
2300
2400
2500
0
2 4
6
8
10
12
14
16
Km
µmol.L-1
-0
-5
-10
-15
m
Estações
10
9
8
5
4
3
2
7
6
Figura 57: Perfil longitudinal do CID no estuário do Rio Cachoeira em março de 2004 (observar a diferença na
escala).
0 5 10 15 20 25 30 35 40
0
500
1000
1500
2000
2500
CID (umol.L
-1
)
Salinidade
Março/2004
Figura 58: Diagrama de mistura do CID no mês de março de 2004. A linha sólida representa a mistura teórica
entre água doce e água do mar ao longo do estuário.
62
0
2 4
6
8
10
12
14
16
Km
0
50
100
150
200
250
300
350
400
450
µmol.L-1
-0
-5
-10
-15
m
Estações
10
9
8
5
4
3
2
7
6
Figura 59: Perfil longitudinal do CO
3
2-
no estuário do Rio Cachoeira em março de 2004.
150
300
450
600
750
900
1050
1200
1350
1500
1650
1800
1950
2100
2250
2400
0
2 4
6
8
10
12
14
16
Km
-0
-5
-10
-15
m
µmol.L-1
Estações
10
9
8
5
4
3
2
7
6
Figura 60: Perfil longitudinal do HCO
3
-
no estuário do Rio Cachoeira em março de 2004 (observar a diferença na
escala).
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
110
120
130
140
150
160
170
180
190
200
210
0
2 4
6
8
10
12
14
16
Km
µmol.L-1
-0
-5
-10
-15
m
Estações
10
9
8
5
4
3 2
7
6
Figura 61: Perfil longitudinal do CO
2
no estuário do Rio Cachoeira em março de 2004.
Em comparação com o mês anterior, houve um aumento nas concentrações de CID em
abril (Fig. 62). O CID foi adicionado na maioria das estações amostradas (Fig. 63), exceto na
63
superfície das estações 6 e 7. A forma predominante de CID foi o bicarbonato seguido do CO
2
dissolvido, exceto nas estações marinha e no fundo da estação 4, onde as concentrações de
íons carbonato foram maiores do que as do CO
2
dissolvido (Fig. 64, 65 e 66).
700
800
900
1000
1100
1200
1300
1400
1500
1600
1700
1800
1900
2000
2100
2200
2300
2400
2500
0
2 4
6
8
10
12
14
16
Km
µmol.L-1
Estações
10
9
8
5
4
3
2
7
6
-0
-5
-10
-15
m
Figura 62: Perfil longitudinal do CID no estuário do Rio Cachoeira em abril de 2004 (observar a diferença na
escala).
0 5 10 15 20 25 30 35 40
0
500
1000
1500
2000
2500
CID (umol.L
-1
)
Salinidade
Abril/2004
Figura 63: Diagrama de mistura do CID no mês de abril de 2004. A linha sólida representa a mistura teórica
entre água doce e água do mar, e indica quando esse componente está sendo removido (pontos abaixo da linha)
ou adicionado (pontos acima da linha) ao longo do estuário.
64
0
50
100
150
200
250
300
350
400
450
0
2 4
6
8
10
12
14
16
Km
µmol.L-1
-0
-5
-10
-15
m
Estações
10
9
8
5
4
3
2
7
6
Figura 64: Perfil longitudinal do CO
3
2-
no estuário do Rio Cachoeira em abril de 2004.
800
900
1000
1100
1200
1300
1400
1500
1600
1700
1800
1900
2000
2100
2200
2300
2400
0
2 4
6
8
10
12
14
16
Km
µmol.L-1
-0
-5
-10
-15
m
Estações
10
9
8
5
4
3
2
7
6
Figura 65: Perfil longitudinal do HCO
3
-
no estuário do Rio Cachoeira em abril de 2004.
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
110
120
130
140
150
160
170
180
190
200
210
0
2 4
6
8
10
12
14
16
Km
µmol.L-1
-0
-5
-10
-15
m
Estações
10
9
8
5
4
3 2
7
6
Figura 66: Perfil longitudinal do CO
2
no estuário do Rio Cachoeira em abril de 2004.
65
No mês de agosto, houve pouca variação nos valores de CID ao longo do estuário
(Fig. 67). O menor valor de CID foi encontrado na superfície da estação 9 e o maior no fundo
da estação 8.
700
800
900
1000
1100
1200
1300
1400
1500
1600
1700
1800
1900
2000
2100
2200
2300
2350
2400
2500
0
2 4
6
8
10
12
14
16
Km
µmol.L-1
Estações
10
9
8
5
4
3
2
7
6
-0
-5
-10
-15
m
Figura 67: Perfil longitudinal do CID no estuário do Rio Cachoeira em agosto de 2004 (observar a diferença na
escala).
Houve adição do CID na maioria das estações coletadas (Fig. 68), exceto na superfície
das estações 6 e 7 que apresentou caráter conservativo e na superfície das estações 8 e 9 onde
houve remoção.
0 5 10 15 20 25 30 35
600
800
1000
1200
1400
1600
1800
CID (umol.L
-1
)
Salinidade
Agosto/2004
Figura 68: Diagrama de mistura do CID no mês de agosto de 2004. A linha sólida representa a mistura teórica
entre água doce e água do mar, e indica quando esse componente está sendo removido (pontos abaixo da linha)
ou adicionado (pontos acima da linha) ao longo do estuário.
66
A estação 9, apresentou um dos maiores valores de carbonato (Fig. 69) e foi a que
também apresentou a menor concentração de bicarbonato (Fig. 70). As concentrações de
dióxido de carbono dissolvido foram muito baixas neste mês, apresentando valores muito
próximos a zero (Fig. 71).
0
50
100
150
200
250
300
350
400
450
500
550
600
0
2 4
6
8
10
12
14 16
Km
µmol.L-1
-0
-5
-10
-15
m
Estações
10
9
8
5
4
3
2
7
6
Figura 69: Perfil longitudinal do CO
3
2-
no estuário do Rio Cachoeira em agosto de 2004.
150
300
450
600
750
900
1050
1200
1350
1500
1650
1800
1950
2100
2250
2400
0
2 4
6
8
10
12
14
16
Km
µmol.L-1
-0
-5
-10
-15
m
Estações
10
9
8
5
4
3
2
7
6
Figura 70: Perfil longitudinal do HCO
3
-
no estuário do Rio Cachoeira em agosto de 2004 (observar a diferença
na escala).
67
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
0
2 4
6
8
10
12
14
16
Km
µmol.L-1
-0
-5
-10
-15
m
Estações
10
9
8
5
4
3
2
7
6
Figura 71: Perfil longitudinal do CO
2
no estuário do Rio Cachoeira em agosto de 2004.
4.2.2.2 Pressão Parcial do CO
2
(pCO
2
)
No mês de novembro, as pressões parciais do CO
2
, tiveram valores abaixo de 500
µatm na estação marinha e no estuário externo e o maior valor encontrado foi de 6.214 µatm,
na estação fluvial (Fig. 72, Tab. 6)
0
365
500
1000
1500
2000
2500
3000
3500
4000
4500
5000
5500
6000
6500
7000
7500
0
2 4
6
8
10
12
14
16
Km
µatm
1
Estações
10
9
8
5
4
3
2
7
-0
-5
-10
-15
m
Figura 72: Perfil longitudinal da pCO2 no estuário do Rio Cachoeira em novembro de 2003.
No mês de dezembro, em relação ao mês anterior, a pCO
2
aumentou em todo o
estuário. As menores pCO
2
foram encontradas no estuário interno e na estação marinha e a
maior na estação fluvial (7.081 µatm) (Fig.73, Tab. 6).
68
0
365
500
1000
1500
2000
2500
3000
3500
4000
4500
5000
5500
6000
6500
7000
7500
0
2 4
6
8
10
12
14
16
Km
µatm
1
Estações
10
9
8
5
4
3
2
7
6
-10
-0
-5
-15
m
Figura 73: Perfil longitudinal da pCO
2
no estuário do Rio Cachoeira em dezembro de 2003.
Em janeiro, foram encontrados valores de pCO
2
menores do que 500µatm na estação
marinha e no estuário externo, sendo observado um alto valor na estação fluvial de 10.562
µatm (Fig. 74 Tab. 6).
0
365
500
1000
1500
2000
2500
3000
3500
4000
4500
5000
5500
6000
6500
7000
7500
8000
8500
9000
9500
10000
10500
0
2 4
6
8
10
12
14
16
Km
µatm
-0
-5
-10
-15
m
Estações
10
9
8
5
4
3
2
7
6
Figura 74: Perfil longitudinal da pCO
2
no estuário do Rio Cachoeira em janeiro de 2004 (observar a diferença na
escala).
Entre o mês de janeiro e fevereiro houve um aumento nos valores da pCO
2
na estação
marinha e no estuário interno. Diferente dos meses anteriores, em fevereiro, a pCO
2
foi em
média maior no estuário interno do que na estação fluvial (Fig. 75, Tab. 6).
69
0
365
500
1000
1500
2000
2500
3000
3500
4000
4500
5000
5500
6000
6500
7000
7500
0
2 4
6
8
10
12
14 16
Km
µatm
-0
-5
-10
-15
m
Estações
10
9
8
5
4
3
2
7
6
Figura 75: Perfil longitudinal da pCO
2
no estuário do Rio Cachoeira em fevereiro de 2004.
No mês de março, a pCO
2
diminuiu na estação marinha e aumentou nos estuários
externo e interno e na estação fluvial (Tab. 6). As regiões em que houve um aumento da pCO
2
foram as que apresentaram baixos valores de salinidade e onde houve aumento, a salinidade
foi a mais alta (Tab. 1). A maior pCO
2
foi encontrada no estuário interno, nesta região, a
estação 8 foi a que apresentou o maior valor (Fig. 76).
0
365
500
1000
1500
2000
2500
3000
3500
4000
4500
5000
5500
6000
6500
7000
7500
0
2 4
6
8
10
12
14 16
Km
µatm
-0
-5
-10
-15
m
Estações
10
9
8
5
4
3
2
7
6
Figura 76: Perfil longitudinal da pCO
2
no estuário do Rio Cachoeira em março de 2004.
O mês de abril foi o único mês amostrado em que a pCO
2
foi em média, maior no
estuário externo do que nas demais regiões (Fig. 77, Tab. 6).
70
0
365
500
1000
1500
2000
2500
3000
3500
4000
4500
5000
5500
6000
6500
7000
7500
0
2 4
6
8
10
12
14 16
Km
µatm
-0
-5
-10
-15
m
Estações
10
9
8
5
4
3
2
7
6
Figura 77: Perfil longitudinal da pCO
2
no estuário do Rio Cachoeira em abril de 2004.
O mês de agosto foi o que apresentou os menores valores de pCO
2
, todos os valores
foram menores do que a pressão atmosférica (atualmente em torno de 365 µatm), sendo o
menor valor igual a 1 µatm e o maior igual a 183 µatm, ambos encontrados no estuário
interno (Fig. 78, Tab. 6).
0
20
40
60
80
100
120
140
160
180
200
220
240
260
280
0
2 4
6
8
10
12
14 16
Km
µatm
-0
-5
-10
-15
m
Estações
10
9
8
5
4
3
2
7
6
Figura 78: Perfil longitudinal da pCO
2
no estuário do Rio Cachoeira em agosto de 2004 (observar a diferença na
escala).
4.2.2.3 Percentual de Saturação do CO
2
Entre os meses de dezembro e abril o estuário do Rio Cachoeira, apresentou-se, em
geral, supersaturado em CO
2
(valores acima de 100%) (Tab. 7). No mês de novembro, o
estuário apresentou em média supersaturado em CO
2
, porém, o estuário interno e externo
apresentou estações com subsaturação. Em dezembro e janeiro, apenas no estuário interno foi
encontrada estação com subsaturação. Em fevereiro, foi encontrado um estado de
71
subsaturação apenas na estação marinha e no estuário externo e em março e abril, somente na
estação marinha. Agosto foi o único mês que apresentou-se subsaturado em CO
2
em todas as
estações (Tab. 7).
4.2.2.4 Estado de Saturação em Calcita e Aragonita (
calcita
e
aragonita
)
Em novembro, o
calcita
e
aragonita
foi maior na superfície do que no fundo das estações
e os valores não variaram muito ao longo do estuário, exceto na estação fluvial (Fig. 79 e 80).
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
0
2 4
6
8
10
12
14
16
Km
-10
-0
-5
-15
m
1
Estações
10
9
8
5
4
3
2
7
Figura 79: Perfil longitudinal do
calcita
no estuário do Rio Cachoeira em novembro de 2003.
0
1
2
3
4
5
6
7
8
0
2 4
6
8
10
12
14 16
Km
-10
-0
-5
-15
m
1
Estações
10
9
8
5
4
3
2
7
Figura 80: Perfil longitudinal do
aragonita
no estuário do Rio Cachoeira em novembro de 2003.
No mês de dezembro, o
calcita
e
aragonita
apresentou, em geral, valores mais altos na
superfície do que no fundo do estuário. O estuário interno, principalmente a estação 9,
72
apresentou os maiores valores. Além da estação fluvial, o fundo da estação 5 (estuário
externo) também apresentou o
calcita
e
aragonita
menor que 1 (Fig. 81 e 82).
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
0
2 4
6
8
10
12
14
16
Km
-10
-0
-5
-15
m
1
Estações
10
9
8
5
4
3
2
7 6
Figura 81: Perfil longitudinal do
calcita
no estuário do Rio Cachoeira em dezembro de 2003
0
1
2
3
4
5
6
7
8
0
2 4
6
8
10
12
14
16
Km
-0
-5
-10
-15
m
1
Estações
10
9
8
5
4
3
2
7
6
Figura 82: Perfil longitudinal do
aragonita
no estuário do Rio Cachoeira em dezembro de 2003
Em janeiro, a estação marinha apresentou o
calcita
e
aragonita
semelhante ao do estuário
externo, o estuário interno apresentou baixos valores, porém, a superfície da estação 7,
apresentou o maior valor desse mês (9,77) (Fig. 83 e 84, Tab. 8).
Os maiores valores do
calcita
e
aragonita
do mês de fevereiro, foram encontrados no
fundo da estação marinha e na estação 4 do estuário externo. O estuário interno (exceto as
estações 6 e 7) apresentou-se subsaturado (
calcita
e
aragonita
< 1) (Fig. 85 e 86).
73
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
0
2 4
6
8
10
12
14 16
Km
-0
-5
-10
-15
m
Estações
10
9
8
5
4
3
2
7
6
Figura 83: Perfil longitudinal do
calcita
no estuário do Rio Cachoeira em janeiro de 2004.
0
1
2
3
4
5
6
7
8
0
2 4
6
8
10
12
14
16
Km
-0
-5
-10
-15
m
Estações
10
9
8
5
4
3
2
7 6
Figura 84: Perfil longitudinal do
aragonita
no estuário do Rio Cachoeira em janeiro de 2004.
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
0
2 4
6
8
10
12
14 16
Km
-0
-5
-10
-15
m
Estações
10
9
8
5
4
3
2
7
6
Figura 85: Perfil longitudinal do
calcita
no estuário do Rio Cachoeira em fevereiro de 2004.
74
0
1
2
3
4
5
6
7
8
0
2 4
6
8
10
12
14 16
Km
-0
-5
-10
-15
m
Estações
10
9
8
5
4
3
2
7 6
Figura 86: Perfil longitudinal do
aragonita
no estuário do Rio Cachoeira em fevereiro de 2004.
Em março, houve uma diminuição do
calcita
e
aragonita
em quase todo o estuário. O
estuário interno apresentou
calcita
e
aragonita
menor que 1, esses valores também foram
observados na estação 3, na superfície da estação 4 e na estação 5 do estuário externo. Os
valores mais altos foram encontrados na estação marinha (Fig. 87 e 88).
Um perfil semelhante ao do mês março foi encontrado no mês de abril, porém, os
valores do
calcita
e
aragonita
foram aumentando gradativamente do estuário externo à estação
marinha (Fig.89 e 90).
0
2 4
6
8
10
12
14 16
Km
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
-0
-5
-10
-15
m
Estações
10
9
8
5
4
3
2
7
6
Figura 87: Perfil longitudinal do
calcita
no estuário do Rio Cachoeira em março de 2004.
75
0
2 4
6
8
10
12
14 16
Km
0
1
2
3
4
5
6
7
8
Estações
10
9
8
5
4
3
2
7 6
-0
-5
-10
-15
m
Figura 88: Perfil longitudinal do
aragonita
no estuário do Rio Cachoeira em março de 2004.
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
0
2 4
6
8
10
12
14 16
Km
-0
-5
-10
-15
m
Estações
10
9
8
5
4
3
2
7
6
Figura 89: Perfil longitudinal do
calcita
no estuário do Rio Cachoeira em abril de 2004.
0
1
2
3
4
5
6
7
8
0
2 4
6
8
10
12
14
16
Km
-0
-5
-10
-15
m
Estações
10
9
8
5
4
3
2
7
6
Figura 90: Perfil longitudinal do
aragonita
no estuário do Rio Cachoeira em abril de 2004.
76
O
calcita
e
aragonita
aumentou no mês de agosto em todo o estuário (exceto na estação
fluvial) (figuras 91 e 92). Em relação a todos os meses analisados, esse mês foi o que
apresentou o maior valor do
calcita
e
aragonita
(Tab. 8).
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
0
2 4
6
8
10
12
14
16
Km
-0
-5
-10
-15
m
Estões
10
9
8
5
4
3
2
7
6
Figura 91: Perfil longitudinal do
calcita
no estuário do Rio Cachoeira em agosto de 2004 (observar a diferença na
escala).
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
0
2 4
6
8
10
12
14
16
Km
-0
-5
-10
-15
m
Estações
10
9
8
5
4
3
2
7
6
Figura 92: Perfil longitudinal do
aragonita
no estuário do Rio Cachoeira em agosto de 2004 (observar a diferença
na escala).
77
5 DISCUSSÃO
5.1 Análise das variáveis físico-químicas
Os meses de novembro e dezembro foram caracterizados pelo período de estiagem. A
baixa precipitação e vazão fluvial promoveram a estagnação da água na porção interna do
estuário, que apresentou um elevado tempo de residência em dezembro de 7.400 dias
(GUIMARÃES, 2006).
Nos meses de novembro, dezembro e janeiro, a penetração de água marinha no
estuário externo promoveu a homogeneização dessa região com água costeira de elevada
salinidade (acima de 34) (Fig. 17 e 18). Os dados de salinidade obtidos no mês de janeiro
refletiram a entrada das primeiras chuvas. Este mês caracterizou a transição entre o período
seco e chuvoso, pois apesar do estuário não ter apresentado um aumento acentuado na vazão,
foi observada uma diminuição expressiva no tempo de residência para 36 dias
(GUIMARÃES, 2006).
A diminuição da salinidade em fevereiro, março e abril, principalmente no estuário
interno, devem-se ao aumento da vazão do estuário. A maior influência do aporte pluvial na
salinidade fez com que o estuário interno mudasse de parcialmente estratificado para
homogêneo, devido a elevada descarga pluvial que ocorreu nesse período (Fig. 2 e 3).
O retorno da estratificação do estuário em agosto foi resultado da diminuição da
precipitação neste mês, que promoveu a entrada de água de origem marinha no estuário
externo, bem como, a formação de uma cunha salina, que pode influenciar os processos de
misturas das águas estuarinas (SEELIGER et al.,1998).
78
Os valores crescente de temperatura observados nos meses de novembro a janeiro,
mostram que, a estagnação da água nesse período, provocou uma elevação da temperatura da
água no estuário interno e uma diminuição da temperatura no estuário externo, devido a
entrada de água marinha, mais fria.
Com exceção dos meses de novembro, dezembro e agosto, que sofreram a influência
da água do mar até o estuário interno, o aumento gradativo do pH da estação fluvial a estação
marinha em quase todos os meses amostrados, foi semelhante ao encontrado por Bouillon et
al. (2007) no estuário Tana, norte do Quênia.
Os baixos valores de pH encontrados no fundo do estuário e na estação fluvial nos
meses de novembro a janeiro, sugerem a influência da atividade biológica, uma vez que, a
decomposição da matéria orgânica promove a formação de CO
2
e posteriormente de ácido
carbônico na solução, acidificando a água.
O aumento do pH em janeiro em função da salinidade, exceto na estação 7 (Fig. 25),
reflete o fato de que as concentrações de CO
2
dissolvido foram maiores do que as de CO
3
2-
,
nas estações fluvial, 8 e 9 (Fig. 49 e 51), devido a processos de mineralização da matéria
orgânica, que diminuem o pH. A presença do CO
3
2-
em maiores concentrações no estuário
externo e na estação marinha, fez com que o pH aumentasse nesses locais, o que era esperado
para regiões costeiras. (Fig. 25 e 49). As altas concentrações de clorofila-a observadas na
superfície da estação 7 (SILVA, 2007) indicam a influência da atividade fotossintética,
removendo o CO
2
dissolvido da coluna d’água com um conseqüente aumento do pH. Muller
et al. (2006) observaram este processo em lagos de água com alta dureza, com profundas
implicações sobre a precipitação de carbonato de cálcio.
Em fevereiro a atividade fotossintética também pode ter elevado o pH na superfície
das estações 7 e 8. Provavelmente o aporte de matéria inorgânica de origem antropogênica,
pode está intensificando este processo.
A diminuição do pH e da alcalinidade na estação fluvial até o estuário externo, nos
meses de fevereiro a abril, reflete a elevada descarga de água doce ocorridas neste período,
proveniente da água da chuva que devido a reação com o CO
2
atmosférico, é mais ácida e, ao
se misturar com a água do estuário, provocam a diminuição do pH.
79
Os elevados valores de pH observados em agosto, principalmente na superfície das
estações 8 e 9, foram resultados das altas concentrações de CO
3
2-
na água.
5.2. Análise do sistema CO
2
/H
2
O
O padrão de distribuição espacial do CID em quase todos os meses (exceto em
dezembro e janeiro) foi semelhante ao encontrado por Cai et al. (2003), onde os valores foram
superiores em regiões de alta salinidade.
Temporalmente, o acúmulo de CID nos meses de baixa precipitação (novembro,
dezembro e janeiro) é resultado do enriquecimento devido ao longo tempo de residência da
água no estuário e de processos biogeoquímicos internos. Com o aumento da precipitação, a
entrada de água doce mostrou um importante papel na distribuição do CID ao longo do
estuário e na sua exportação para o mar adjacente (Fig. 52, 57 e 62) (BORGES et al. 2006;
NEUBAUER & ANDERSON, 2003).
Em zonas de baixa salinidade, os dados de omega calcita e aragonita mostraram-se
favoráveis a dissolução de CaCO
3
(Fig. 79 a 92). O diagrama na figura 93 mostra que essa
reação gera um aumento da alcalinidade. Os altos valores de alcalinidade, CID e estado de
subsaturação em calcita e aragonita observados nos meses de novembro, dezembro e janeiro
na estação fluvial podem ser resultados desse processo (BOUILLON & DEHAIRST, 2007;
CAI et al. 2003).
Os meses de novembro, dezembro e janeiro foram marcados por altos valores de CID
que podem ser um reflexo da combinação de uma intensa mineralização aeróbica e anaeróbica
da matéria orgânica na coluna d’água, com processos diagênicos anaeróbicos, como
sulfatoredução ocorrendo no sedimento, que segundo Bouillon e Dehairst (2007), podem ser
responsáveis por sustentar o fluxo de CO
2
para a atmosfera. O elevado tempo de residência da
água neste período permite a acumulação dos produtos da remineralização da matéria
orgânica de origem autotóctone e alóctone.
80
Figura 93: Efeitos de vários processos na concentração de CID e na alcalinidade. As linhas sólida e tracejada
indicam a concentração de CO
2
dissolvido em mmol.Kg
-1
e o pH, respectivamente, em função do CID e da
alcalinidade.
FONTE: Zeebe & Wolf-Gladrow (2001)
O padrão não conservativo observado para o CID, foi semelhante ao encontrado por
Raymond et al. (2000) no estuário do rio York. Nos meses de baixa precipitação, a
supersaturação em calcita e aragonita, juntamente com os dados de clorofila-a para este
mesmo período (SILVA, 2007), mostram que a remoção do CID no estuário, pode ter
ocorrido devido ao processo de produção de matéria orgânica (principalmente na superfície
do estuário interno) e precipitação de CaCO
3
em calcita e aragonita.
As maiores pressões parciais foram encontradas nos pontos que tiveram os menores
valores do para calcita e aragonita, isto porque, nestes locais, os processos de mineralização
da matéria orgânica, produzem o ácido carbônico que liberam íons H
+
para solução e
promovem a dissolução do carbonato, e o conseqüente fluxo de CO
2
para a atmosfera (ABRIL
et al., 2003).
Em novembro e janeiro, as altas concentrações de CID no fundo das estações 8 e 9
(estuário interno), são reflexos das entradas de carbono inorgânico provenientes da
81
degradação da matéria orgânica e do seu acúmulo devido a estratificação da coluna d’água
nestes locais, que impedem a ressuspensão desse material.
Essa entrada de CID pode ter sido intensificada pelo aporte de esgoto doméstico, que
fornecem matéria orgânica e inorgânica para estes locais do estuário. O estado de
subsaturação em calcita e aragonita observado na estação 9 em ambos os meses e em janeiro,
na estação 8 (somente para aragonita), mostram condições que favorecem a dissolução de
CaCO
3
, processo que também representa um papel importante no aumento da concentração do
CID (RAYMOND et al., 2000).
Em janeiro, a influência do aporte fluvial também pode ter contribuído para os
elevados valores de CID e da pCO
2
encontrados nas estações 8 e 9 do estuário interno, uma
vez que, a estação fluvial apresentou a maior concentração de CID e uma alta pCO
2
de 10.562
µatm. O rio Cachoeira possui uma estrutura geomorfológica que permite a formação de poças
no período de baixa vazão. A estagnação da água nessas poças ao longo do rio provoca o
acúmulo do CID formado pelos processos de mineralização da matéria orgânica. Com o
aumento da precipitação e vazão da água, o CID pode ter sido levado para estas estações,
elevando a concentração de CID e a pCO
2
.
As maiores concentrações de HCO
3
-
no fundo e de CO
3
2-
na superfície, em novembro e
dezembro (Fig. 39, 40, 44 e 45) confirmam, os processos de mineralização da matéria
orgânica no fundo e da ocorrência de atividade fotossintética na superfície do estuário. Em
ambientes aquáticos, além do CO
2
dissolvido, a forma inorgânica consumida
preferencialmente na fotossíntese é o HCO
3
-
, então, na zona fótica a concentração desses íons
tendem a ser menor em relação às regiões de maior profundidade, uma vez que ele pode está
sendo consumido (RICKLEFS, 2003). Isso explica as baixas concentrações de CO
2
dissolvido
e pressão parcial do CO
2
(Fig. 41, 46, 71 e 72) nestes locais.
As elevadas concentrações de CID no fundo da estação 5 nos meses de novembro e
dezembro, e no fundo da estação 4, somente em dezembro, pode ser explicada pela
decomposição aeróbica e anaeróbica da matéria orgânica. O acúmulo de CID ocorre devido a
essas estações estarem situadas em uma depressão geomorfológica (Fig. 37 e 42), que
dificulta o fluxo e a ressuspensão desse material, permitindo o enriquecimento do CID.
82
Essa decomposição da matéria orgânica, pode explicar a maior pCO
2
no fundo da
estação 5, em dezembro, devido a produção de CO
2
pelos organismos decompositores. O
aumento do CO
2
leva a diminuição do
calcita e aragonita
(Fig. 79 e 80), favorecendo assim, a
dissolução do CaCO
3
. Essa condição de subsaturação pode limitar o crescimento de
organismos sésseis e/ou provocar a migração de organismos como crustáceos, por exemplo,
devido ao gasto de energia necessário para precipitar esse mineral.
Os altos valores do para calcita e aragonita, encontrados na superfície das estações
7 e 8 em novembro, podem ser resultados do aporte de nutrientes e de carbono inorgânico
proveniente da ETE, que pode estar intensificando a atividade fotossintética. Ortega et al.
(2005) relatam a possibilidade de que, altos valores de calcita e aragonita também sejam
induzidos pela alta da concentração de cálcio na água.
Os altos valores de CID em janeiro (a maior concentração foi de 2.446 µmol . L
-1
)
encontrados esse mês no estuário interno, pode ser considerado alto se comparado ao maior
valor encontrado por Cai et al. (2004), que apresentou uma concentração de 1.500 µmol . L
-1
no estuário Pearl na China ou baixo comparando-se a um estuário altamente poluído (o
Scheldt, na Bélgica) onde a maior concentração de CID foi de 7.100 µmol . L
-1
(HELLINGS
et al., 2001). As altas pCO
2
registradas na estação fluvial de 10.562 µatm e no estuário interno
de 5.306 µatm (Fig. 74, Tab. 06), foram um reflexo dessa degradação da matéria orgânica,
que libera carbono na forma inorgânica refletindo em altas concentrações de HCO
3
-
e CO
2
dissolvido. Isto resultou em concentrações CO
2
dissolvido na água maiores do que a de CO
3
2-
e provocou uma diminuição no pH nessas estações, uma vez que, a dissolução do CO
2
, libera
íons H
+
, que é posteriormente transformados em HCO
3
-
(ZEEBE & WOLF-GLADROW,
2001). O valor máximo da pCO
2
registrado no estuário interno (5.306 µatm) foi menor que o
encontrado por Abril et al. (2000) e Hellings et al. (2001), que encontraram valores médios de
pCO
2
de 9.500 µatm e 15.500 µatm, respectivamente.
Em fevereiro, com o aumento da precipitação, a entrada de água doce com
concentração de CID mais baixa do que a do estuário provocou a diminuição da concentração
desse material em parte do estuário interno.
A adição do CID no fundo das estações 7 e 8 e na superfície da estação 6 (Fig. 53),
provavelmente, foi resultante da decomposição aeróbica e anaeróbica da matéria orgânica
83
provavelmente intensificados pela influência dos despejos da ETE que fica situada entre as
estações 7e 8. Na estação 3 (superfície e fundo) e na superfície da estação 2, a entrada de CID
pode ser decorrente da respiração e do carreamento do CID do estuário interno para o estuário
externo e estação marinha, promovido pelo aumento da vazão no estuário.
A entrada de água doce fez com que a pCO
2
diminuísse em todo o estuário, atingindo
o valor máximo no estuário interno de 2.184µatm (Tab. 06 e Fig. 75).
Essa entrada de água doce provocou a diminuição da concentração de HCO
3
-
e
principalmente de CO
3
2-
na estação fluvial e na maior parte do estuário interno, refletindo na
diminuição do
calcita
e
aragonita
, nas estações de 8 a 10 (Fig. 85 e 86). Estas estações
apresentaram estado de subsaturação, estado que favorece a dissolução do CaCO
3
. Ortega et
al. (2005) relatam que essa dissolução pode contribuir para o fluxo de CID no estuário.
A elevada descarga pluvial refletiu-se nas menores concentrações de CID ao longo do
estuário no mês de março e abril. O aumento da precipitação promoveu a diluição da água do
estuário e diminuiu as concentrações de HCO
3
-
e CO
3
2-
, porém, em relação ao mês anterior,
não houve uma alteração considerável na concentração de CO
2
dissolvido devido a entrada de
água do rio com o pH mais baixo.
Em agosto, os altos valores de pH na superfície das estações 8 e 9, indicam a
influência de atividade fotossintética, uma vez que, o CID foi removido desses locais e que
foram observadas baixas concentrações de CO
2
dissolvido e de HCO
3
-
na água. Essa condição
provocou a diminuição da pCO
2
e favoreceu a precipitação do CaCO
3
em calcita e aragonita
(estado de supersaturação) (ABRIL et al. 2003). Muller et al. (2006) relatam em seu estudo
que a formação de CaCO
3
também pode ser induzida pelos processos de produção primária.
Essa indução pode ocorrer porque o processo de produção primária remove CO
2
dissolvido e
íons HCO
3
-
da coluna d’água, elevando o pH e fazendo com a reação de formação do CO
3
2-
seja favorecida.
84
5.3 Direção do fluxo de CO
2
através da interface água/atmosfera e estimativa
qualitativa da autotrofia/heterotrofia líquida
A tendência espacial da pCO
2
observada no estuário do Rio Cachoeira, foi
qualitativamente similar ao encontrado por Raymond et al (2000), Frangknoulle et al. (1998)
e Cai e Wang (1998), onde a pCO
2
diminuiu com o aumento da salinidade. Essa tendência foi
mais pronunciada nos meses de maior estiagem, onde a estagnação da água fez com que a
mistura de água doce heterotrófica com a água do mar fosse mais lenta e proporcionou um
maior controle da distribuição espacial do CO
2
, fazendo com que o estuário interno e a
estação fluvial fossem marcadamente heterotróficos, com conseqüente fluxo de CO
2
para a
atmosfera, uma vez que, a pCO
2
na água na maioria das estações é maior do que a pCO
2
atmosférica, exceto no mês de agosto (Tab. 06).
Segundo Raymond et al. (2000) locais dentro do estuário com estruturas morfológicas
diferentes, tais como, maior área superficial em determinados locais no estuário, pode ser
parcialmente responsável por baixos valores da pCO
2
em áreas próximas a boca do estuário.
Isto pode explicar as baixas pCO
2
observadas em regiões de elevada salinidade (estuário
externo) no estuário do Rio Cachoeira durante os meses de estudo.
O estuário do Rio Cachoeira apresentou valores de pCO
2
semelhantes a alguns
estuários heterotróficos europeus (ABRIL et al. 2000), com pressões na estação fluvial e no
estuário interno, respectivamente, 29 e 15 vezes maior que a pressão atmosférica. No estuário
do rio Scheldt, por exemplo, Frankignoulle et al. (1998) encontraram pCO
2
16 vezes maior do
que a atmosférica.
Nos meses de março e abril o aporte fluvial com maiores concentrações de CO
2
dissolvido pode ter provocado o aumento da pCO
2
na porção interna e externa do estuário
(Tab. 06).
A adição do CID no estuário no mês agosto pode ter sido principalmente de origem
atmosférica, devido a pCO
2
na água
ter sido menor do que a pCO
2
atmosférica (ABRIL et al.,
2000). A baixa pCO
2
no estuário e o estado de insaturação em CO
2
apresentados neste mês
mostram evidências de que os processos de produção primária estão sobrepondo os processos
de mineralização (HOWLAND et al., 2000). Com a diminuição da precipitação e vazão da
85
água do estuário em agosto, o que determinou a especiação do CID foram os processos
biogeoquímicos internos, que em termos qualitativos, favoreceram a autotrofia líquida.
Souza (2005) observou em seu estudo a tendência à autotrofia líquida do estuário do
rio Cachoeira entre os anos de 2000 e 2001. Seus dados mostram que essa tendência foi
diminuindo gradativamente em cada campanha de amostragem e que o estuário poderia estar
mudando de autótrofo para heterótrofo.
A supersaturação do CO
2
observada em quase todos os meses amostrados foi
semelhante ao encontrado por Souza & Couto (1999) no estuário do rio Piauí, em Sergipe.
Esta supersaturação, apresentada principalmente nos meses de maior estiagem, exceto em
agosto, pode ser uma evidência qualitativa (RAYMOND et al., 2000) de que no período
amostrado, o estuário do Rio Cachoeira tende a heterotrofia líquida, com fluxo de CO
2
para a
atmosfera.
86
6 CONCLUSÕES
- As elevadas concentrações de CID no fundo do estuário no período de estiagem foram
resultados da estagnação do sistema, permitindo o acúmulo de matéria orgânica e inorgânica,
proveniente do aporte antropogênico tanto do rio quanto da ETE e principalmente, dos
processos biogeoquímicos internos, como a mineralização da matéria orgânica, e
possivelmente, a dissolução de carbonato.
- Em janeiro, na estação fluvial e em uma estação do estuário interno, as concentrações de
CO
2
dissolvido foram maiores do que as de CO
3
2-
, devido a sua intensa formação através dos
processos de mineralização da matéria orgânica e dissolução de carbonato, que provocaram
uma redução do pH e aumento da pressão parcial do CO
2
.
- As menores concentrações de CID no estuário interno no período chuvoso, foram resultado
da diluição provocada pela entrada de água doce com menor concentração de CID.
- A dissolução de CaCO
3
em calcita e aragonita pode estar contribuindo para o aporte de CID,
principalmente nos locais com baixa salinidade.
- O mês de agosto foi o único mês que apresentou superaturação em calcita e aragonita em
todo o estuário, que foi reflexo dos altos valores de pH e altas concentrações de CO
3
2-
na água,
que favorecem a formação do CaCO
3
em calcita e aragonita.
- Os elevados valores de CID e pCO
2
e a supersaturação em CO
2
apresentados pelo estuário
do Rio Cachoeira, com exceção do mês de agosto, mostram evidências qualitativas da
tendência à heterotrofia líquida, com conseqüente fluxo de CO
2
para a atmosfera.
87
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