Download PDF
ads:
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA
CENTRO DE TECNOLOGIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO
ANÁLISE DO PROCESSO DE LAVAGEM E
DESINFECÇÃO DE ROUPAS HOSPITALARES:
O CASO DA LAVANDERIA DO HUSM
DISSERTAÇÃO DE MESTRADO
Miria Trentin Cargnin
Santa Maria, RS, Brasil
2008
ii
ads:
Livros Grátis
http://www.livrosgratis.com.br
Milhares de livros grátis para download.
ads:
ANÁLISE DO PROCESSO DE LAVAGEM E DESINFEÇÃO DE
ROUPAS HOSPITALARES: O CASO DA LAVANDERIA DO
HUSM
por
Miria Trentin Cargnin
Dissertação apresentada ao Curso de Mestrado do Programa de
Pós-Graduação em Engenharia de Produção, Área de Concentração em
Qualidade e Produtividade, da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM,
RS), como requisito parcial para obtenção do grau de
Mestre em Engenharia de Produção.
Orientador: Prof. Dr. Djalma Dias da Silveira
Santa Maria, RS, Brasil
2008
Universidade Federal de Santa Maria
Centro de Tecnologia
Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção
A Comissão Examinadora, abaixo assinada,
aprova a Dissertação de Mestrado
ANÁLISE DO PROCESSO DE LAVAGEM E DESINFEÇÃO
DE ROUPAS HOSPITALARES: O CASO
DA LAVANDERIA DO HUSM
elaborada por
Miria Trentin Cargnin
como requisito parcial para obtenção do grau de
Mestre em Engenharia de Produção
COMISSÃO EXAMINADORA:
Djalma Dias da Silveira, Prof. Dr. (UFSM)
(Presidente/Orientador)
Fritz Dieter Bredemeier, Prof. Dr. (UFSM)
Tânia Denise Resener, Profª. Drª. (UFSM)
Santa Maria, 15 de abril de 2008.
ii
Este trabalho é dedicado...
A minha amiga de todas as horas, Leandra Calegare, sempre pronta,
incentivando e auxiliando meus passos, por mais curtos que fossem.
Obrigada a todos que contribuíram e incentivaram! Cada
participação foi muito especial ao seu modo de ser, será guardada
com muito carinho, porque auxiliaram a superar os momentos difíceis
da minha vida e não me deixaram desistir deste trabalho.
Ao meu esposo Marco, pelo constante incentivo nos meus desafios e
pelo grande amor que une nossas vidas.
Aos meus filhos Matheo e Murilo, que torcem pelas minhas
realizações e sabem entender, mas não compreender, os momentos de
minha ausência física.
Aos meus pais Rosalina e Antonio, minha sogra Albera, minhas
irmãs, cunhados que me são valiosos no que vai além da ciência.
Ao hospital Universitário de Santa Maria, que me proporcionou
experiências entre esta e muitas outras vividas, pois trabalhei com
muito amor.
Ficarei sempre contigo no coração Vânia Olivo, por todos os
momentos de muita amizade, confiança e aprendizado e por tornar
realidade meus sonhos...
Ao Curso de Engenharia de Produção da UFSM, onde tive a
oportunidade de obter os conhecimentos necessários para a
elaboração deste estudo e para tantos outros trabalhos que realizei e
que ainda pretendo realizar.
iii
AGRADECIMENTOS
“O Nós estamos presos em uma inescapável malha de reciprocidade,
atados em uma face singular do destino. O que quer que afete alguém
diretamente afeta a todos indiretamente.”
Martin Luther King
A Deus, por tudo, pela sua presença constante, revelada através da existência de
pessoas valiosas e concretizada através de oportunidades únicas.
Ao Professor Dr. Djalma Dias da Silveira, pelas orientações, compreensões, amizade e
dedicação. Obrigada e muito por acreditar em mim.
A equipe e colegas da lavanderia e manutenção, pelo engajamento a este trabalho.
Sem a participação de vocês, nada seria possível! Pois proporcionaram a oportunidade da
realização deste trabalho, em especial ao Marcos, Luís, Nunes, Jhony, Alceu, Natalício, além
do Faé e Luvitor (empresa dos produtos químicos).
A todos os professores do PPGEP, pelos valiosos ensinamentos e pela atenção
dedicada.
Às pessoas próximas, pela minha ausência constante, principalmente durante o período
de elaboração deste trabalho.
Aos colegas do curso que se tornaram amigos especiais que, mesmo envolvidos com a
sua vida, dão apoio e tornam a vida mais alegre, estão: Leandra, Iara, Ângela, Melissa, e
Nádia entre outros, foi muito importante ter conhecido vocês!
Aos colegas de trabalho do HUSM, em particular aos companheiros do andar,
SSST; colegas do Hospital de Caridade da CTI e muitos outros... Pelo apoio nesta luta que,
apesar de individual, faz parte de um plano maior, um compromisso de qualificação em busca
da excelência do ensino brasileiro.
A Gerência de Risco Sanitário-Hospitalar do HUSM pelo auxílio na aquisição do
hidrômetro da lavanderia.
iv
Tudo parece indefinível, até que pelas frestas do meu
caminho escuro vejo-me novamente em festa, convidando-me a
desafiar o que me espera ...”
Jaime Vieira
v
RESUMO
Dissertação de Mestrado
Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção
Universidade Federal de Santa Maria
ANÁLISE DO PROCESSO DE LAVAGEM E DESINFEÇÃO
DE ROUPAS HOSPITALARES: O CASO
DA LAVANDERIA DO HUSM
AUTORA: MIRIA TRENTIN CARGNIN
ORIENTADOR: PROF. DR. DJALMA DIAS DA SILVEIRA
Data e Local da Defesa: Santa Maria, 15 de abril de 2008.
A água é o elemento mais importante da natureza, fundamental a toda a vida existente. A possibilidade
de seu esgotamento repercute na necessidade urgente de sua preservação. O homem em seu egoísmo
individual existencial permanece ainda indiferente aos sinais de perigo manifestados pela natureza. É
certo que as atividades econômico-sociais necessitam desse recurso para se desenvolverem, por isso
precisam saber utilizá-lo racionalmente. Considerando isso este estudo teve como objetivo estudar o
processo de lavagem e desinfecção de roupas hospitalares visando à minimização do consumo de água
e proposições de melhorias na lavanderia do HUSM, a partir de diagnóstico descritivo realizado na
lavanderia nos meses de outubro/2007 a fevereiro/2008. A metodologia utilizada foi do tipo
exploratória descritiva quanti-qualitativa, com técnica de estudo de caso. A coleta dos dados se deu
mediante aplicação de questionários, formulários, roteiros de inspeção, os quais foram respondidos
pelos colaboradores que atuam nesse setor compondo a amostra desse estudo. Visando a confirmação
e validação das informações fornecidas, foram realizados registros fotográficos, observações no
ambiente estudado, consultas a documentos e arquivos informatizados. Os dados coletados e
analisados demonstraram possibilidades de melhorias no processo de lavagem e desinfecção de roupas
hospitalares e padronização dos tipos de lavagens, repercutindo em significativa redução do volume de
água consumido em 21,9% e de produtos, aumentando a qualidade da roupa. Além disso, esse estudo
contribuiu para redução na produção de efluentes líquidos com carga química, apontar deficiências
existentes na lavanderia e corrigi-las, apresentar a possibilidade de automação total dos tipos de
lavagem; proporcionando vantagens aos clientes externos e internos, à instituição e ao meio ambiente.
Palavras-chave: processo; lavagem e desinfecção de roupas hospitalares; água.
vi
ABSTRACT
Master Degree Dissertation
Post Graduation Program in Production Engineering
Universidade Federal de Santa Maria
PROCESS ANALYSIS OF HOSPITAL CLOTHES WASHING AND
DISINFECTION: HUSM LAUNDRY CASE
AUTHOR: MIRIA TRENTIN CARGNIN
ADVISOR: PROF. DR. DJALMA DIAS DA SILVEIRA
Place and date of defense: Santa Maria, April 15
th
, 2008.
Water is the most important element of the nature, fundamental to all existent life. The
possibility of its breakdown has influence upon the urgent necessity of its preservation.
Human beings, in their individual existential selfishness, are still indifferent in relation to
nature signals of possible damages. It is for sure that socio-economical activities need this
resource to develop them, and then they need to know how to use it rationally. In this way,
this study aims at studying the washing and disinfection process of hospital clothes in order to
minimize water consumption besides proposing improvements at HUSM’s laundry,
considering the descriptive diagnose carried out in this place from October/2007 to February/
2008. The methodology used was exploratory descriptive quantitative and qualitative, with a
case study technique. The data collection was done through applied questionnaires, forms,
inspection log books that were answered by respondents who work in this sector and compose
this study sample. Aiming at the validation and confirmation of the provided information,
photographic registrations, archives and documents checking, besides observations in the
workplace studied were carried out. The collected and analyzed data pointed to improvement
possibilities in the washing and disinfection process of hospital clothes and to washing type
standardization, resulting in a 21,9% of water volume and products use reduction, increasing
the clothes quality. Besides that, this study has contributed to reduce effluent liquids with
chemical charges production, pointed out existent deficiencies in the laundry and corrected
them and presented the possibility of total types of washing automation, proportioning
advantages to internal and external costumers, to the institution and also to the environment.
Key-words: process; washing and disinfection of hospital clothes; water.
vii
LISTA DE TABELAS
TABELA 1 – Separação de roupas hospitalares por sujidades.........................................
TABELA 2 – Parâmetros físico-químicos da água da lavanderia do HUSM (2008) .......
TABELA 3 – Perdas médias por tipo de vazamento........................................................
TABELA 4 – Pontos de água avaliados e suas condições................................................
45
94
97
98
viii
LISTA DE QUADROS
QUADRO 1 – Fases da atividade de lavagem (MANUAL TÉCNICO
ADMINISTRATIVO DO HGU, 2002).....................................................
QUADRO 2 – Composição populacional..............................................................
QUADRO 3 – Quadro funcional e número de funcionários por setor..............................
QUADRO 4 – Lavagem de cobertores..............................................................................
QUADRO 5 – Lavagem de colchões piramidais...............................................................
QUADRO 6 – Lavagem de cobertores e colchões piramidais padronizado......................
QUADRO 7 – Lavagem leve.............................................................................................
QUADRO 8 – Lavagem pesada.........................................................................................
QUADRO 9 – Lavagem de retorno...................................................................................
QUADRO 10 – Lavagem de retorno padronizado............................................................
QUADRO 11 – Lavagem contaminada.............................................................................
QUADRO 12 – Lavagem limpa........................................................................................
QUADRO 13 – Consumo de pasta na lavagem pesada.....................................................
QUADRO 14 – Consumo de pasta na lavagem contaminada ou super-pesada ................
QUADRO 15 – Estrutura Organizacional.........................................................................
QUADRO 16 – Programação físico-ocupacional..............................................................
QUADRO 17 Condições de iluminação, ventilação, exaustão, instalações elétricas e
de combate a incêndio.............................................................................
QUADRO 18 – Equipamentos existentes na lavanderia...................................................
QUADRO 19 – Instalações especiais................................................................................
QUADRO 20 – Avaliação dos Recursos humanos............................................................
QUADRO 21 – Processo e resultado.................................................................................
QUADRO 22 – Saúde do trabalhador...............................................................................
QUADRO 23 – Diagnóstico da gestão da água na lavanderia do HUSM ........................
38
48
55
59
60
60
61
62
62
63
64
65
67
68
69
72
76
80
91
102
104
108
113
ix
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1 – Circuito operacional da roupa hospitalar (MINISTÉRIO DA SAÚDE,
1986)..........................................................................................................
FIGURA 2 – Modelo de gerenciamento de processos (HARRINGTON, 1993;
OLIVEIRA, 2005)........................................................................................
FIGURA 3 – Mapofluxograma do processo de lavagem e desinfecção de roupas da
lavanderia do HUSM....................................................................................
FIGURA 4 – Fluxograma do processo de lavagem e desinfecção de roupas na
lavanderia do HUSM ...................................................................................
FIGURA 5 – Roupas acumuladas na área suja da lavanderia............................................
FIGURA 6 – Tubulações de vapor aterradas com vazamentos.........................................
FIGURA 7 – Tubulações dentro da lavanderia com vazamentos e sem isolamento.........
FIGURA 8 – Condições do piso........................................................................................
FIGURA 9 – Condições elétricas......................................................................................
FIGURA 10 – Condições elétricas....................................................................................
FIGURA 11 – Condições elétricas....................................................................................
FIGURA 12 – Proteção da fiação danificada....................................................................
FIGURA 13 – Tubulação de vapor....................................................................................
FIGURA 14 – Tubulações de vapor da calandra...............................................................
FIGURA 15 – Vazamentos nas lavagens...........................................................................
FIGURA 16 – Vazamentos nas lavagens...........................................................................
FIGURA 17 – Vazamento no registro...............................................................................
FIGURA 18 – Equipamentos da lavadora.........................................................................
FIGURA 19 – Lavadora SUZUKI.....................................................................................
FIGURA 20 – Emendas de uma lavadora..........................................................................
FIGURA 21 – Centrífuga com vazamentos.......................................................................
FIGURA 22 – Centrífuga espirrando água........................................................................
FIGURA 23 – Calandra vazando óleo...............................................................................
FIGURA 24 – Carrinhos em más condições......................................................................
FIGURA 25 – Tubulações de vapor sem isolamento ou danificadas na área da caldeira.
27
34
54
57
71
73
74
75
77
77
77
78
79
79
83
83
85
85
86
86
87
87
89
89
99
x
FIGURA 26 – Vazamento das bombas de água na área das caldeiras...........................
FIGURA 27 – Objetos encontrados após lavagem............................................................
FIGURA 28 – Análise global do processo de lavagem e desinfecção de roupas..............
100
106
107
xi
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS
ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas
ANVISA - Agência Nacional de Vigilância Sanitária
CaCO3 – Carbonato de Cálcio
CCIH - Comitê de Controle de Infecção Hospitalar
CDC - Centro de Controle de Doenças e Prevenção
CIPA - Comissão Interna de Prevenção de Acidentes
CONAMA - Conselho Nacional de Meio Ambiente
CONEP - Comissão Nacional de Ética em Pesquisa
DEPE - Direção de Ensino Pesquisa e Extensão
EPI - Equipamento de Proteção Individual
HGU - Hospital Geral Universitário de Cuiabá
HUSM - Hospital Universitário de Santa Maria
ISO - International Organization for Standardization
MDT - Manual de Estrutura e Apresentação de Monografias, Dissertações e Teses
mgL- miligrama por Litro
mg Pt-co/l - unidade hazen
MS – Ministério da Saúde
NA – Não Aplicável
NBR - Norma Brasileira Registrada
NR - Norma Regulamentadora
PCMSO - Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional
PGRSS - Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde
pH - padrão de Hidrogênio
PNUD - Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento
PPRA - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais
RDC - Resolução de Diretoria Colegiada
RDH - Relatório de Desenvolvimento Humano
RS - Rio Grande do Sul
RSS - Resíduos de Serviços de Saúde
SESMT - Serviço Especializado de Segurança e Medicina do Trabalho
xii
SSST - Serviço de Saúde e Segurança do Trabalhador
UFSM - Universidade Federal de Santa Maria
UT - Unidade de Turbidez
VMP - Valor Máximo Permitido
xiii
LISTA DE ANEXOS
ANEXO A Controle diário de ocorrências: Materiais perfurocortantes encontrados
entre outros................................................................................................. 132
xiv
LISTA DE APÊNDICES
APÊNDICE A – Questionário de avaliação da gestão da água do HUSM........................
APÊNDICE B – Questionário de avaliação da gestão de água na lavanderia do HUSM.
APÊNDICE C – Questionário de avaliação da gestão da manutenção da lavanderia do
HUSM.....................................................................................................
APÊNDICE D – O roteiro de inspeção da lavanderia.......................................................
APÊNDICE E – O roteiro de inspeção dos tipos de lavagens..........................................
APÊNDICE F – Formulário para monitoramento do consumo da água na lavanderia do
HUSM.....................................................................................................
APÊNDICE G Formulário para levantamento dos pontos de saída de água da
lavanderia.............................................................................................
134
136
137
138
147
148
149
xv
SUMÁRIO
RESUMO..........................................................................................................................
ABSTRACT......................................................................................................................
LISTA DE TABELAS.....................................................................................................
LISTA DE QUADROS....................................................................................................
LISTA DE FIGURAS......................................................................................................
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS.....................................................................
LISTA DE ANEXOS.......................................................................................................
LISTA DE APÊNDICES.................................................................................................
1 INTRODUÇÃO.............................................................................................................
1.1 Objetivos.....................................................................................................................
1.1.1 Objetivo geral............................................................................................................
1.1.2 Objetivos específicos................................................................................................
1.2 Estrutura do trabalho................................................................................................
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA...............................................................................
2.1 Lavanderia Hospitalar..................................................................................................
2.1.1 Conceito....................................................................................................................
2.1.2 Precauções padrões na lavanderia hospitalar............................................................
2.1.3 Localização e estrutura.............................................................................................
2.1.4 Normas em lavanderia hospitalar.............................................................................
2.1.5 Equipamentos utilizados em lavanderia hospitalar...................................................
2.1.6 Condições ambientais em lavanderia hospitalar.......................................................
2.1.7 Iluminação em lavanderia hospitalar........................................................................
2.1.8 Ventilação e exaustão em lavanderia hospitalar.......................................................
2.2 Gerenciamento do processo......................................................................................
2.3 Processo de lavagem e desinfecção de roupas hospitalares....................................
2.3.1 Atividades do processo de lavagem e desinfecção de roupas hospitalares...............
2.3.1.1 Fatores que influenciam a lavagem e desinfecção de roupas.................................
2.3.2 Influência da administração no processo de lavagem e desinfecção de roupas
hospitalares..........................................................................................................
2.3.3 Importância da manutenção, segurança e higiene do trabalho..................................
2.3.4 Aspecto das fibras e tipos de sujidades trabalhadas no processo de lavem e
desinfecção de roupas hospitalares...........................................................................
3 METODOLOGIA.........................................................................................................
3.1 Tipo de pesquisa.....................................................................................
3.2 Campo de ação...........................................................................................................
3.3 População e amostra..................................................................................................
3.4 Instrumentos de pesquisa..........................................................................................
3.5 Procedimentos para a coleta de dados.....................................................................
3.6 Apresentação e análise dos dados.............................................................................
3.7 Aspectos éticos..........................................................................................................
vi
vii
viii
ix
x
xii
xiv
xv
19
22
22
22
23
24
24
24
25
26
28
30
31
31
32
32
34
36
40
43
44
44
46
46
47
48
49
50
51
51
xvi
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO..................................................................................
4.1 O HUSM.....................................................................................................................
4.2 A Lavanderia Hospitalar do HUSM........................................................................
4.2.1 Análise do processo de desinfecção de roupas na lavanderia do HUSM.................
4.2.1.1 Identificação e caracterização da unidade..............................................................
4.2.2 Definição e caracterização das atividades do processo de lavagem e desinfecção
de roupas...................................................................................................................
4.2.2.1 Atividade de lavagem e desinfecção de roupas.....................................................
a) Tipo de lavagem: cobertor..........................................................................................
b) Tipo de lavagem: colchão piramidal..........................................................................
c) Novo tipo de lavagem: cobertor e colchão piramidal padronizado.........................
d) Tipo de lavagem: leve..................................................................................................
e) Tipo de lavagem: pesada.............................................................................................
f) Tipo de lavagem: retorno............................................................................................
g) Novo Tipo de lavagem ativado: retorno padronizado.............................................
h) Tipo de lavagem: contaminada ou super-pesada.....................................................
i) Tipo de lavagem: limpa, proveniente do setor de costura........................................
4.2.2.2 Redução da quantidade de produto utilizado em alguns tipos de lavagem............
a) Tipo de lavagem pesada..............................................................................................
b) Tipo de lavagem contaminada ou super-pesada.......................................................
4.2.3 Rotina Organizacional..............................................................................................
4.2.4 Programação físico-funcional da lavanderia.............................................................
4.2.5 Condições de iluminação, ventilação, exaustão, instalações elétricas e de combate
ao incêndio................................................................................................................
4.2.6 Equipamentos existentes na lavanderia....................................................................
4.2.6.1 Lavadoras...............................................................................................................
4.2.6.2 Centrífugas.............................................................................................................
4.2.6.3 Secadoras...............................................................................................................
4.2.6.4 Calandra.................................................................................................................
4.2.6.5 Balanças.................................................................................................................
4.2.6.6 Carrinhos................................................................................................................
4.2.7 Instalações especiais.................................................................................................
4.2.7.1 Abastecimento de água..........................................................................................
4.2.7.2 Capacidade de geração de vapor............................................................................
4.2.7.3 Sistema de esgoto sanitário....................................................................................
4.2.7.4 Sistema de tratamento de resíduos sólidos.............................................................
4.2.8 Recursos humanos....................................................................................................
4.2.9 Processo e resultados................................................................................................
4.2.10 Saúde do trabalhador...............................................................................................
4.3 Avaliação da Gestão da Água no HUSM.................................................................
4.3.1 Avaliação da gestão da água na lavanderia do HUSM pelos funcionários da
lavanderia..................................................................................................................
4.3.2 Diagnóstico situacional da manutenção da gestão da água na lavanderia.............
52
52
52
53
53
56
56
59
59
60
61
61
62
63
63
64
67
67
68
69
72
76
80
82
87
88
89
90
91
91
93
99
101
101
102
104
108
109
112
116
xvii
5 CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES.....................................................................
5.1 Considerações finais...................................................................................................
5.2 Recomendações para trabalhos futuros...................................................................
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...........................................................................
ANEXOS...........................................................................................................................
APÊNDICES....................................................................................................................
.
119
119
120
122
131
133
xviii
1 INTRODUÇÃO
“E não vos conformeis com este mundo, transformai-vos
pela renovação de vosso entendimento”.
(Romanos, 12 : 02)
O hospital é considerado uma empresa que se diferencia das
demais em função de suas características, pois possui “setores interdependentes que precisam
estar em perfeito funcionamento e em plena harmonia a fim de comporem um todo visando ao
bom atendimento ao cliente” (CASTRO e CHEQUER, 2001, p. 7).
O Brasil possui 6.895 hospitais, dos quais 4.561 são privados e 2.334
públicos, num total de 439.499 mil leitos. Essa imensa rede de hospitais, além de ser
obviamente fundamental no atendimento à saúde, é também grande consumidora de água
tratada. Por essas razões os hospitais apresentam um elevado potencial para implantação de
programas de racionalização do uso da água, com redução de consumo, diminuição de custos
e tendo vários outros fatores benéficos, dependendo do projeto implantado. Atualmente,
porém, poucos deles desenvolvem programas nesse sentido (COSTA, 2007).
A lavanderia hospitalar é o setor responsável pelo processamento e a
distribuição de roupas em perfeitas condições de higiene e limpeza visando proporcionar
conforto e segurança ao paciente. Por essa razão faz-se necessário que esse serviço seja
gerenciado coerentemente em conformidades com a legislação visando a maximização da
qualidade, minimização dos custos e utilização racional dos recursos naturais, o que pode ser
obtido através da gestão do processo de lavagem e desinfecção de roupas hospitalares.
O gerenciamento do processo segundo Harrington (1998, apud Oliveira, 2005)
proporciona uma alternativa capaz de ajudar as organizações a melhorar o desempenho de
suas atividades, através do aperfeiçoamento das operações de seus serviços. A partir dessa
perspectiva Oliveira (2005) enfatiza que a gestão por processos é capaz de proporcionar e
manter maior agilidade, eficiência e competitividade, além da possibilidade de mapear os
aspectos críticos, apurando os pontos fortes e fracos.
A água é um dos elementos mais importantes da natureza. O Artigo 2 da
Declaração Universal dos Direitos da Água instituída pela Organização das Nações Unidas
(ONU, 1992, não paginado) cita que “a água é a seiva de nosso planeta, é a condição essencial
de vida de todo vegetal, animal, ou ser humano, sem ela não poderíamos conceber como são a
atmosfera, o clima, a vegetação, a cultura ou a agricultura”. Baseado na importância do
elemento água, o ato de preservar e o seu uso de forma racional, deve ser uma constante no
pensamento dos governantes, pois quanto maior a concentração de seres humanos maior é a
necessidade de água de boa qualidade.
Conforme Gonçalves e Oliveira (1997) a conservação de água apresenta vários
benefícios, dentre os quais se destacam: possibilidade de aumento do número de usuários
atendidos com a mesma oferta de água; redução de investimentos em captação para os centros
urbanos; preservação dos recursos hídricos disponíveis; redução do pico de demanda através
da otimização de equipamentos e tubulações; diminuição do volume de águas residuárias,
implicando redução de investimento em seu tratamento; além de redução da demanda de
energia elétrica no sistema de fornecimento, coleta e tratamento de esgoto.
Conforme o Art. 225, Cap. VI da Constituição Federal, a importância dos
recursos naturais, e em específico a água, torna necessário a utilização de leis para sua
preservação, por isso a legislação ambiental tem por objetivo principal assegurar a todos o
direito ao Meio Ambiente ecologicamente equilibrado, como um bem de uso comum do povo
e essencial à sadia qualidade de vida, cabendo ao Poder Público e à coletividade o dever de
defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações (BRASIL, 2002).
Neste contexto, cada vez mais a busca por alternativas para otimização do
consumo de água, bem como minimização da geração de efluentes, com intuito de redução do
impacto ambiental são temas que constantemente lideram o ambiente intelectual.
A implementação de intervenções para economia de água deve ser baseada em
ações tecnológicas, institucionais e educacionais (SAUTCHÚK, 2004).
Atualmente, os estabelecimentos de saúde brasileiros têm sofrido pressões
pelos órgãos governamentais, para melhorarem os seus procedimentos de gestão ambiental e
adotarem medidas de prevenção ao meio ambiente, adequando-se à legislação do Conselho
Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária
(ANVISA). Estas exigências legais, além da busca cada vez maior pela qualidade nas
instituições de saúde, procuram conscientizar os responsáveis pelos estabelecimentos a
realizarem ações de melhorias no gerenciamento ambiental. A gestão do recurso natural água,
através da quantificação dos gastos e da previsão das necessidades nos diferentes setores dos
20
hospitais, colocando a água como um insumo caro e de difícil obtenção, de modo a otimizar
seu uso, pode ser uma maneira eficiente de reduzir custos e principalmente atender às
exigências da legislação ambiental, além de melhorar os processos.
O fornecimento de água com quantidade e qualidade é imprescindível ao
HUSM. Nos últimos anos, por alguns períodos, a mesma fora indisponibilizada para alguns
setores, gerando vários problemas, os quais são refletidos aos clientes, aos servidores, aos
administradores e a instituição.
Essa situação tem gerado sérias preocupações ao HUSM quanto à qualidade
dos serviços que desenvolvem, além da elevação dos custos da instituição. Portanto, a
participação da administração hospitalar no estudo da melhoria da gestão da água, na
lavanderia, é de fundamental importância, tanto no que afeta diretamente o funcionamento do
hospital quanto no aspecto ambiental, social e econômico. A qualidade da água a ser utilizada
na lavagem das roupas numa lavanderia hospitalar é muito importante para conseguir um bom
resultado. Metade da água utilizada no hospital é destinada ao consumo da lavanderia.
Estimam-se entre 35 e 40 litros de água, para cada quilo de roupa seca nas máquinas de
lavagem, em cargas individuais (BARTOLOMEU, 1998).
O fato de ser crescente a clientela atendida pelo HUSM aumenta a necessidade
pelo recurso hídrico, água, o que reforça a exigência de um constante acompanhamento e
monitoramento das atividades de gestão de água na lavanderia do HUSM, no sentido de ser
fundamental se tomar medidas para a conservação da água e com isso gerar economia,
disponibilizando o volume economizado para novas áreas advindas, pois com o aumento da
complexidade dos tratamentos médicos, das novas tecnologias, equipamentos e produtos
químicos, aliados com o manejo inadequado da água, é imprescindível à busca da sua
conservação causando, assim, o mínimo de impacto possível ao Meio Ambiente. Nos
hospitais, a lavanderia é uma área do setor dos serviços normalmente ignorada, para onde a
administração hospitalar não costuma direcionar a devida atenção e os investimentos
comumente necessários. No entanto, deve estar em perfeito funcionamento e em plena
harmonia com os demais centros de controle (administrativo, de apoio, serviços de diferentes
clínicas, de enfermagem e outros) em prol do bom atendimento ao cliente (CASTRO e
CHEQUER, 2001). Apesar do setor de processamento de roupas ser de grande importância
para o bom funcionamento de um hospital (BARTOLOMEU, 1998), poucos são os casos de
hospitais que dão ênfase para as atividades que ocorrem no local; no caso os hospitais
privados, em especial, pela necessidade do controle de seus custos.
21
Um grande desafio das unidades de saúde é alcançar a excelência na qualidade
de atendimento ao paciente e para isso muitas unidades têm investido na participação de
programas como os de Controle de Infecção Hospitalar e Acreditação Hospitalar. Além
desses, vários estabelecimentos de saúde vêm almejando também os certificados da
International Organization for Standardization da série ISO 9000 que tratam dos requisitos
para boas práticas de manejo que pretendem assegurar que a organização possa oferecer
produtos ou serviços que atendam as exigências de qualidade dos clientes.
O estabelecimento do problema real de escassez de água, em determinados
setores do HUSM e a necessidade de uma política administrativa mais eficiente ao uso desse
recurso torna necessário o estudo do processamento de roupas no setor de lavanderia do
HUSM, quantificando as possíveis perdas, a necessidade real e a disponibilidade do recurso.
Uma vez tendo estas informações é possível sugerir ações, práticas e cuidados a serem
tomados na gestão da água.
1.1 Objetivos
1.1.1 Objetivo geral
Estudar o processo de lavagem e desinfecção de roupas hospitalares
visando à minimização do consumo de água e proposições de melhorias na lavanderia do
HUSM.
1.1.2 Objetivos específicos
Caracterizar o processo de lavagem e desinfecção de roupas hospitalares da lavanderia
do HUSM;
Identificar as principais não conformidades ocorridas no processo de lavagem e
desinfecção de roupas na lavanderia do HUSM, geradoras de uso irracional da água;
Propor ações que racionalizem o consumo de água no processo de lavagem e
desinfecção das roupas hospitalares;
22
1.2 Estrutura do trabalho
O estudo está estruturado em seis capítulos que buscam contemplar os objetivos
propostos.
O capítulo 1 traz uma introdução ao trabalho, onde é apresentada a justificativa para a
escolha do tema, os objetivos da pesquisa e a estrutura do trabalho.
O capítulo 2 expõe o referencial teórico sobre os conteúdos necessários para
aprofundar os conhecimentos sobre o tema a ser desenvolvido na dissertação, e para que os
objetivos propostos sejam atingidos.
O capítulo 3 apresenta a metodologia desenvolvida e utilizada para a realização da
pesquisa, ou seja, a definição da população pesquisada e os procedimentos de coleta e análise
dos dados.
O capítulo 4 apresenta os resultados do estudo de caso e a discussão dos resultados e
ações, visando a racionalização do consumo de água no processo de lavagem e desinfecção
das roupas hospitalares.
O capítulo 5 apresenta as conclusões da pesquisa, sugestões e recomendações para
trabalhos futuros.
No final do trabalho, apresentam-se as referências bibliográficas consultadas, os
anexos e os apêndices.
Para a estruturação e apresentação desta dissertação foi utilizado o Manual de
Estrutura e Apresentação de Monografias, Dissertações e Teses (MDT, 2006) da Universidade
Federal de Santa Maria, que tem como objetivo padronizar a forma de apresentação dos
trabalhos científicos elaborados no âmbito desta Universidade.
23
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 Lavanderia Hospitalar
No desenvolvimento da prestação de serviços de apoio logístico hospitalar m-se
vários serviços, dentre estes se destaca o serviço de lavanderia, que apresenta grande
importância no contexto hospitalar. Esta assertiva está baseada no processamento de roupas,
que precisa ser detalhado, mensurado, visando evidenciar a minimização do consumo de água
ao mesmo tempo em que realiza a correta limpeza e desinfecção da roupa advinda dos
serviços hospitalares.
Os cuidados com a roupa hospitalar, segundo Torres e Lisboa (2001), passaram a
receber maiores cuidados, em 1854, na Rússia devido à precária condição que elas eram
fornecidas a instituição. Isso desencadeou a necessidade de se estabelecer uma lavanderia para
o hospital, pois, muitas vezes, as roupas necessitavam ser queimadas, a fim de evitar prejuízos
aos pacientes.
2.1.1 Conceito
Segundo Lisboa (2000, apud Mesiano e Lisboa, 2006), lavanderia hospitalar é uma
unidade funcional de apoio logístico destinada ao atendimento dos clientes internos e/ou
externos do hospital, que tem como finalidade coletar, separar, processar, fornecer e distribuir
ao hospital as roupas em condições de uso, higiene, quantidade, qualidade e conservação.
Para Bartolomeu (1998), a lavanderia hospitalar é um dos principais serviços de apoio
ao atendimento dos pacientes responsáveis pelo processamento da roupa e sua distribuição em
perfeitas condições de higiene e conservação, em quantidade adequada a todas as unidades do
hospital, e imprescindível ao bom funcionamento desse estabelecimento, pois sua eficiência
contribui para a qualidade dos serviços prestados aos clientes.
24
Segundo Mesiano e Lisboa (2006), as atividades existentes em lavanderias
hospitalares são: coleta e armazenamento, transporte, pesagem, separação e classificação,
lavagem, centrifugação, calandragem, secagem, prensagem e de rouparia. Ainda, segundo as
autoras, cada atividade apresenta características e necessidades físicas, tecnológicas e
humanas para o seu desenvolvimento.
Para Negra et al. (2004) o bom funcionamento deste setor reflete diretamente na
eficiência e nos resultados finais da instituição, principalmente nos aspectos: controle das
infecções; facilidade e segurança da equipe de trabalho; racionalização do tempo e do
material; e redução de custos operacionais.
2.1.2 Precauções padrões na lavanderia hospitalar
Segundo Ministério da Saúde (1986) e Mesiano e Lisboa (2006) as precauções padrões
a serem adotadas nas lavanderias dos serviços de saúde são: utilização dos equipamentos de
proteção individual (EPI); lavagem das mãos; programas de vacinação, imunização contra
Hepatite B e tétano; controle de acidentes com material perfuro-cortante.
Conforme as fontes acima, a organização dos recursos humanos deve observar os
seguintes itens: os aspectos legais referentes às infecções hospitalares; os quesitos de
prevenção a serem adotados na lavanderia; a descrição de cargos e funções; o processo de
recrutamento e seleção; a forma de treinamento e desenvolvimento; e as condições
ambientais.
A carga de trabalho empreendida pelos profissionais que atuam nesse ambiente
desencadeia em riscos laborais: biológicos, físicos, químicos, fisiológicos e psíquicos. Os
riscos biológicos são aqueles que expõem os indivíduos a doenças transmissíveis agudas e
crônicas, parasitoses, reações tóxicas e alérgicas; os físicos correspondem às variações
atmosféricas como calor, frio e pressão, ruído e vibrações, iluminação, umidade, vapores,
choques, etc; os químicos, que causam prejuízo à saúde do trabalhador, como alvejantes,
desinfetantes, inseticidas, limpadores especiais, medicamentos, solventes, detergentes, sabões
desincrostantes, gases, poeiras e vapores; os fisiológicos referem-se à manipulação de peso
excessivo como saco de hamper, movimentação de carros de coleta e entrega (60 Kg = peso
máximo que um funcionário pode remover); e os psíquicos se enquadram no estudo, em razão
de tarefas cansativas, pesadas, repetitivas e monótonas (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 1986).
25
2.1.3 Localização e estrutura
Ao se definir o espaço para a implantação são necessários conhecimentos específicos
de lavanderia, a fim de que o trabalho seja harmonioso, gere facilidades e segurança,
proporcione economia de tempo, diminuição das infecções e melhor eficiência nos custos. A
falta destes conhecimentos pode fazer com que construtores e instaladores incorram em erros
que venham a comprometer para sempre o bom funcionamento deste setor e o obrigue a
onerosas reformas (CALEGARE, CARGNIN e ROSA, 2007).
O Ministério da Saúde (1986) enfatiza a importância da adequada localização da
lavanderia nos seguintes aspectos: quanto ao transporte e a circulação de roupas deve procurar
realizar o menor percurso e evitar o cruzamento de roupas limpas com sujas; observar a
orientação do sol, aliada à direção dos ventos, a fim de proporcionar mais iluminação e
conforto aos usuários.
Em relação à estrutura física, a lavanderia hospitalar deverá localizar-se no pavimento
térreo próximo a produção de vapor por questões de economia. É importante ressaltar que
esteja distante das unidades de internações pelo ruído e risco de contaminação. O acesso e a
circulação devem ser restritos aos funcionários do setor (SANTOS, 2003).
Com base em estudos de microbiologistas, Bartolomeu (1998) expõe que, o
processamento da roupa em um único ambiente propicia a recontaminação da roupa limpa na
lavanderia. Com isso ocorreu a necessidade de alteração na planta física da lavanderia
hospitalar, bem como instalações, equipamentos e os métodos utilizados no processamento da
roupa, onde a principal medida introduzida, foi a instalação de barreira física de
contaminação, que separa a lavanderia em duas áreas distintas: área suja e área limpa.
Na área suja, ou também conhecida por área contaminada, realizam-se as atividades de
pesagem, separação, classificação e lavagem das roupas, enquanto que na área limpa ocorrem
as atividades de centrifugação, secagem/calandragem, prensagem, dobragem e
armazenamento (guarda ou repouso) para posterior distribuição.
Esta barreira de contaminação é realmente eficiente se existirem as lavadoras de
barreira, com duas portas de acesso, uma para cada área, com sistema de travamento
automático impedindo que as duas portas se abram ao mesmo tempo, isolando completamente
os dois ambientes, as pessoas da área contaminada não podem circular nas áreas onde a roupa
sai limpa (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 1986; BARTOLOMEU, 1998).
26
Na área suja deve-se usar um sistema de ventilação com pressão negativa impedindo a
saída do ar contaminado para o restante do hospital e a eliminação desse ar não deve
contaminar os serviços adjacentes segundo a RDC n° 50 (ANVISA, 2002).
Em relação à estrutura organizacional a ANVISA (2002) dispõe que para um bom
funcionamento deve atender alguns requisitos como: rotinas impressas e afixadas nos locais
de trabalho; registro diário do processamento de roupa (quantidade processada); registro
diário de intercorrências; escala de serviço; programa de manutenção preventiva de
equipamentos; sistema de controle de almoxarifado e de compras; sistema de controle dos
estabelecimentos fornecedores de insumos; manuais para cada tipo de equipamento (no
mínimo dois: um para servir como guia para o operador, e o outro para as atividades de
manutenção preventiva e de reparos).
De acordo com o Ministério da Saúde (1986) a operacionalização eficiente da
lavanderia depende de fatores como: uma chefia competente, um programa efetivo de
treinamento em serviço e a adoção de sistema adequado de incentivos e abrange todo o
circuito da roupa, desde sua utilização nas diversas unidades do hospital, passando pela coleta
da roupa suja nessas unidades, até sua redistribuição após o devido processamento conforme o
esquema abaixo da figura 1:
Figura 1 - Circuito operacional da roupa hospitalar (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 1986)
Segundo Ministério da Saúde (1986) e Messiano e Lisboa (2006) a localização
adequada da lavanderia dos serviços de saúde deve observar os seguintes quesitos: fluxo do
transporte de roupas, ruídos e vibrações, odores e poeira, calor, risco de contaminação,
localização da caldeira, possibilidade de expansão, direção dos ventos e a orientação solar.
Para essas fontes, outros fatores que devem ser considerados no dimensionamento da área
são: o peso da roupa a ser processada, o tipo de tecido, o tipo de equipamento, os tipos de
Coleta
Processamento
Utilização
Distribuição
27
instalações, o tipo de hospital, o fluxo da roupa, a técnica de processamento, a jornada de
trabalho, a qualificação do pessoal, o arranjo dos equipamentos, as condições climáticas, a
necessidade de tratamento acústico devido ao ruído das máquinas, as características do piso
(liso, resistente à água e isento de desenhos e ranhuras que dificultem a limpeza), o tipo da
tinta utilizada no ambiente (resistentes e laváveis) e dispor de visores entre o ambiente da área
suja com a área limpa. Outro item a ser observado é o sistema de eliminação dos resíduos, de
modo a evitar danos ambientais decorrentes de um gerenciamento incorreto.
Nas lavanderias deve ser previsto um espaço para a chefia, localizado em ponto
estratégico que possibilite visualizar todo o ambiente (BONARDI, 2001). Suas funções
devem ser integradas e sob uma única chefia administrativa, com plena autoridade em todas
as fases do processamento da roupa. A chefia única possibilita um controle eficiente da roupa
que circula no hospital, do material, dos métodos de trabalho e do desempenho do pessoal
envolvido no processo (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 1986).
O manual da lavanderia deve conter as normas e a execução correta de cada tarefa,
bem como cada rotina técnica descrita numa seqüência exata, incluindo, quando necessário,
especificações referentes às máquinas, a produção e os métodos de trabalho. Além dessas
rotinas relacionadas com o processamento da roupa, existem as normas e rotinas
administrativas para facilitar o entrosamento da unidade de lavanderia com os demais serviços
do hospital, como as requisições ao almoxarifado, de revisão e manutenção de equipamentos,
e rotinas de horas extras (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 1986).
2.1.4 Normas em lavanderia hospitalar
As normas e regulamentos são fundamentais para que a instituição possa atingir seus
objetivos e o serviço ser controlado com sucesso. As normas administrativas determinam
genericamente o que fazer, e as normas técnicas ensinam como fazer, mostrando técnicas de
processamento (CASTRO e CHEQUER, 2001, p. 59).
As lavanderias hospitalares são regulamentadas pelas normas do Ministério da Saúde
(1986) e da RDC n° 50 de 21 de fevereiro de 2002 da ANVISA, que estabelece o cálculo para
o dimensionamento de uma lavanderia de serviços de saúde e considera como mais
importante o volume de roupa a ser processada. Todavia, toda lavanderia deve ter seu manual
28
de orientação contendo as especificações de cada atividade, a estrutura hierárquica, normas e
rotinas, mostrando claramente a organização e execução do trabalho.
De acordo com as normas da ANVISA (2002) e do Ministério da Saúde (1986) a
lavanderia de serviços de saúde deve conter as seguintes zonas de trabalhos: área suja, área
limpa e rouparia. A área suja (contaminada) deve ocupar um espaço de 25% do total da área
da lavanderia. Nesse ambiente, ocorrem as atividades de pesagem, classificação e lavagem,
devendo conter depósito de material de limpeza bem como banheiro privativo; a área limpa
deve representar 45% do total da área da lavanderia, onde são desenvolvidas as atividades de
centrifugação, secagem/calandragem, prensagem e dobragem, mais o depósito de material de
limpeza. A rouparia, área onde as roupas são armazenadas para posterior distribuição, deve ter
30% da área total da lavanderia.
Conforme Portaria 3.214, do Ministério do Trabalho (1978), deve existir o Serviço
Especializado de Segurança e Medicina do Trabalho (SESMT) para estabelecimentos com
mais de 100 funcionários.
Segundo Mesiano e Lisboa (2006), devem ser observadas as seguintes legislações de
segurança:
Portaria n° 2.616 de 12/05/1998: dispõe sobre as normas para a prevenção e o controle
das Infecções Hospitalares;
RDC nº 50 de 21 de fevereiro de 2002 da ANVISA: dispõe sobre os projetos físicos de
Estabelecimentos Assistenciais de Saúde;
NR nº 5: regulamenta a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA);
NR nº 6: dispõe sobre Equipamentos de Proteção Individual (EPI);
NR nº 7: dispõe sobre o Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional;
NR nº 9: dispõe sobre o Programa de Prevenção de Riscos Ambientais;
NR nº 10: dispõe sobre a instalação e serviços em eletricidade;
NR nº 13: dispõe sobre as caldeiras e recipientes sob pressão;
NR nº 17: dispõe sobre a Ergonomia;
NR nº 23: dispõe sobre a proteção contra incêndios;
NR nº 24: dispõe sobre as condições sanitárias e de conforto nos locais de trabalho;
NR nº 26: dispõe sobre a sinalização de segurança;
NR nº 32: dispões sobre os quesitos de Segurança e Saúde no trabalho em Serviços de
Saúde;
Resolução nº 5, de 05 de agosto de 1993 do CONAMA: dispõe sobre normas mínimas
para tratamento de resíduos sólidos;
29
NBR nº 12.807/1993: dispõe sobre Resíduos de Serviços de Saúde;
NBR nº 12.808/1993: dispõe sobre Resíduos de Serviços de Saúde;
NBR nº 12.809/1993: dispõe sobre o Manuseio de Resíduos de Serviços de Saúde;
NBR nº 12.810/1993: dispõe sobre a Coleta de Resíduos de Serviços de Saúde.
2.1.5 Equipamentos utilizados em lavanderia hospitalar
Segundo o Ministério da Saúde (1986) e Bartolomeu (1998), os equipamentos
normalmente utilizados em lavanderia hospitalar são:
a) Lavadora de desinfecção: máquina de lavar com duas portas, composta por tambores de aço
inox; mecanismo de reversão equilibrado; dispositivo automático para impedir a abertura
simultânea de ambas as portas e fluxo de ar, dentro da máquina, regulado por válvula, de
modo a permitir a aspiração do ar da área limpa, durante o escoamento da água, e a expulsão
do ar contaminado para a área contaminada.
b) Centrífuga ou extratora: máquina usada para eliminar ou extrair até 40% da água da roupa
saída da lavadora. Ela é constituída de dois cilindros, um fixo externo e um giratório interno e
perfurado.
c) Lavadora extratora: máquina de lavar que incorpora a centrifugagem à própria lavadora.
d) Calandra: equipamento que se destina a secar e passar a roupa ao mesmo tempo. É
constituído de dois ou mais cilindros de metal que giram dentro de calhas fixas de ferro,
aquecidas a vapor ou eletricidade. É provida de dispositivo que freia os cilindros
automaticamente, evitando acidentes com as mãos do operador. A roupa, passando sob
pressão, entre a calha aquecida e o cilindro girando, seca e desenruga.
e) Secadora: equipamento para secar roupas. Possui dois cilindros, um interno, giratório, que
movimenta a roupa, e outro externo fixo.
f) Prensa: destina-se a passar roupa pessoal. Consta de mesa de tela metálica, revestida de
algodão, onde é estendida a roupa. A parte superior, que é uma chapa metálica, aquecida em
alta temperatura, desce, exercendo pressão sobre a peça a ser passada.
g) Balança: instrumento utilizado para determinar o peso da roupa e dos produtos de lavagem
quando utilizado manualmente. Normalmente é do tipo plataforma para pesagem da roupa, e
tipo doméstica para pesar os produtos químicos de lavagem, é um equipamento indispensável
à lavanderia.
30
h) Carro de transporte: são carrinhos de aço inox ou fibra de vidro, usados para transportar as
roupas nas unidades, ou de uma máquina para outra, ou de uma área para outra.
i) Hampers: suporte metálico, provido de rodas, nos quais são encaixados sacos de tecido
resistente, usados na troca de roupas dos leitos, nos quais as roupas sujas são colocadas.
2.1.6 Condições ambientais em lavanderia hospitalar
Segundo o Ministério da Saúde (1986) e Bartolomeu (1998), as condições ambientais
de uma lavanderia hospitalar têm grande influência na prevenção de doenças profissionais e
acidentes, que compreendem medidas de proteção coletiva. A alta temperatura, umidade,
excesso ou escassez de luminosidade, ruídos e vibrações, comuns em ambientes de
lavanderia, podem causar tontura, mal-estar, dor de cabeça, fadiga e outros.
O controle e uso adequado da temperatura, umidade, luminosidade, insolação, ventos
dominantes e renovação de ar, contribuem para o conforto dos servidores. A lavanderia é uma
área que compreende um conjunto de maquinário característico que geralmente provoca muito
ruído e vibração, devendo, portanto ter tratamento acústico e as máquinas devem ser fixadas
ao piso a fim de diminuir a transmissão das vibrações (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 1986;
BARTOLOMEU, 1998).
Os equipamentos utilizados na lavanderia durante o seu funcionamento geram calor e
vapor, sendo necessárias medidas que reduzam o aquecimento do ambiente.
2.1.7 Iluminação em lavanderia hospitalar
A iluminação natural é a mais recomendável devido à melhor eficiência (maior relação
lúmen/watt). Como critério de separação da roupa a ser reprocessada, devido às manchas, se
por meio visual, sendo fundamental um bom nível de iluminação para tal identificação.
Quando insuficiente a iluminação natural, ela deverá ser complementada com iluminação
artificial (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 1986; BARTOLOMEU, 1998).
31
2.1.8 Ventilação e exaustão em lavanderia hospitalar
Para o Ministério da Saúde (1986) é fundamental que o sistema de ventilação
proporcione conforto ao ambiente de trabalho, a fim de aumentar a eficiência laboral e
impossibilitar a proliferação de microorganismos, obtendo-se, assim, um local de condições
adequadas às atividades desenvolvidas. É importante ter uma pressão mais baixa na zona
contaminada, fazendo com que o ar “circule” da área limpa para a área suja; lembrando-se
que o sistema de exaustão da área contaminada e da área limpa devem ser independentes.
A tomada de ar fresco para a área limpa deve ser localizada o mais distante possível
da exaustão de incineradores e caldeiras e da exaustão da área contaminada da
própria lavanderia. A saída de ar deve ser de modo a não contaminar os serviços
adjacentes. O mais adequado é que o ar, antes de ser lançado na atmosfera, passe
através de uma cortina de água com produtos especiais para a purificação, evitando
que se torne fonte de contaminação. Para captar calor e umidade nos locais de
origem, é conveniente a previsão de uma coifa sobre a calandra, com altura máxima
de 60 cm acima da mesma e outros exaustores próximos às lavadoras, secadoras e
prensas. A exaustão das secadoras deve ser feita por tubos amplos (8 polegadas) e
possuir uma ou mais portas para inspeção e limpeza periódica. No caso de saída do
ar para fora do prédio, deve-se construir uma caixa com porta de tela fina, para reter
as felpas que se desprendem das roupas durante a secagem (MINISTÉRIO DA
SAÚDE, 1986).
2.2 Gerenciamento do processo
Segundo Campos (2003, p. 2) um dos principais conceitos associados à Gestão por
Processos é vermos a organização como um sistema integrado, onde o trabalho é executado
através de seus processos. A abordagem, colocada por Rummler e Brache (1992), ilustra bem
essa questão.
“Quando examinamos com atenção uma Organização, a primeira coisa que vemos
são as diversas funções. No entanto, a visão sistêmica sugere que essa perspectiva
não nos permite compreender o modo como o trabalho é realmente feito, e isso é um
precursor necessário ao aperfeiçoamento do desempenho. Para ter essa
compreensão, precisamos olhar os processos”.
Conceitua-se processo como o "conjunto de atividades inter-relacionadas ou
interativas que transformam insumos (entradas) em produtos (saídas)" (ABNT, 2000, p. 10).
A abordagem por processos, de acordo com Maranhão e Macieira (2004, p. 37), “implica uma
32
ênfase grande na melhoria da forma pela qual o trabalho é realizado, em contraste com o
enfoque nos produtos ou serviços oferecidos aos clientes”.
Segundo Cruz (2003, p. 74) “todo o processo é composto de atividades”. Segundo o
autor, processos complexos devem ser subdivididos em sub-processos a fim de serem melhor
analisados. O mapeamento do processo, segundo Abbas, Lezana e Menezes (2002),
possibilita uma visualização completa e a conseqüente compreensão das atividades
executadas em um processo.
Para Hunt (1996) analisar e mapear o processo pode trazer vantagens significativas
para a empresa como: simplificação do fluxo de trabalho, eliminação de custos, redução das
variações, eliminação de etapas de seus processos, melhor comunicação funcional. Conhecer
o processo e as atividades que o compõem é de fundamental importância para a caracterização
e contenção dos riscos ocupacionais presentes.
O fluxograma do processo é uma representação gráfica da seqüência das atividades
que compõe o processo ou sub-processo analisado, em termos de cinco atividades básicas:
operações, transportes, inspeções, demoras ou esperas e armazenamento, representadas
através de símbolos padronizados. O mapofluxograma consiste na representação desta
seqüência sobre uma planta do local estudado. Fluxograma do processo e mapofluxograma
são importantes ferramentas de apoio neste tipo de análise (BARNES, 1977; HINES e
TAYLOR, 2005).
Conforme Campos (2003), “o gerenciamento abrange a verificação e análise contínua
do andamento do processo, medindo e avaliando sua capacidade, identificando pontos de
“folga” e de “gargalo” e, baseado nessa verificação, o gerenciamento propõe novas ações de
melhoria”.
O Gerenciamento do Processo é a implantação da filosofia de acompanhamento
permanente do processo; uma monitoração contínua do processo como um todo (atividades,
seqüência, alocação de recursos, etc...), verificando a necessidade de melhorias a serem
implantadas (CAMPOS, 2003).
O modelo de gerenciamento de processos proposto por Harrington (1993), passa por
cinco fases, estruturado para a solução de problemas (Figura 2), serve de base para o plano de
gerenciamento do processo e minimização do uso da água desenvolvido nessa pesquisa.
Oliveira (2005) adota este referencial no desenvolvimento de um modelo de gestão nas
operações de serviços em recursos humanos.
33
Figura 2 - Modelo de gerenciamento de processos (HARRINGTON, 1993; OLIVEIRA,
2005).
Para Campos (2003) é preciso saber qual o é processo estratégico a ser analisado, bem
como as atividades, a fim de compreender qual delas é a atividade crítica a ser trabalhada.
Dentre a complexidade existente entre os diversos processos organizacionais de uma
instituição, é importante identificar os processos críticos, porque esse filtro mantém
todos focalizados naquilo que é verdadeiramente importante para a organização,
bem como naquilo que vai suprir as necessidades imediatas de seus clientes.
Partindo do cliente e vendo a organização com os olhos dele as pessoas obtém a
compreensão dos processos críticos que devem necessariamente atendê-lo bem
(CAMPOS, 2003).
2.3 Processo de lavagem e desinfecção de roupas hospitalares
A busca da qualidade deve ser desejada constantemente por todas as empresas que
almejam desenvolver-se. Em hospitais, é importante que os administradores detenham maior
atenção ao setor de processamento de roupas. Apesar de ser um gerador nato de despesas,
assim como os demais setores ele deve visar à economia de recursos com o intuito de
minimizar os custos e contribuir para a maximização da qualidade na instituição.
A melhoria poderá acontecer e ser apreciada quando um estudo dos processos críticos
dentro do hospital tiver sido implantado ou anteceder à prática de tomada de decisão,
minimizando custos operacionais e movimentos supérfluos, advindos da falta de informações
sobre o que é um processo estratégico. Por isso, desconhecer estes processos faz com que a
administração pense que as melhorias geradas aumentam os dispêndios financeiros, o que,
segundo Souza (2001), ocorre porque o foco administrativo está mais voltado ao pronto
atendimento ao usuário.
Fase I
Organizar para
aperfeiçoar
Fase II
Compreender o
processo
Fase III
Aperfeiçoar
Fase IV
Fornecer
Medidas de
Controle
Fase V
Melhorar
continuamente
34
Cada área na lavanderia comporta atividades existentes para a realização do processo.
O processamento das roupas hospitalares abrange todas as etapas pelas quais as roupas
percorrem, desde sua utilização até seu retorno em condições ideais de reuso. Estas etapas são
geralmente classificadas em: coleta (no expurgo) e transporte da roupa suja utilizada nos
diferentes setores do hospital; recebimento, classificação, pesagem e lavagem da roupa suja
na lavanderia; centrifugação, secagem ou calandragem da roupa limpa; separação, dobragem e
transporte da roupa limpa da lavanderia para a rouparia do hospital (MADEIRA, 2005).
A padronização da roupa hospitalar é necessária para facilitar e reduzir os custos de
sua operacionalização e ou processamento. A padronização abrange modelo da peça, tipo de
tecido e cor.
A adequação dos componentes e equipamentos, conforme a necessidade do sistema,
equivale a trocar aqueles que não sejam adequados ao uso racional da água. Os novos
componentes especificados devem ser compatíveis com a pressão de utilização e com o tipo
de uso e de usuário do ponto de consumo, devendo proporcionar conforto aos que os utilizam
e otimização do consumo de água necessário para o bom desempenho da atividade
(SAUTCHÚK at al., 2005).
De acordo com Castro e Chequer (2001, p. 64), “toda a roupa hospitalar, independente
do grau de sujidade, é considerada contaminada, em razão do próprio ambiente e da presença
de pacientes portadores ou não de doenças infecto-contagiosas e do seu acompanhante”.
Assim, todo o processo de lavagem da roupa hospitalar deve conter uma etapa de desinfecção,
seja térmica ou química.
A lavanderia hospitalar tem como objetivo transformar toda a roupa suja ou
contaminada, utilizada no hospital, em roupa limpa. Este processo é extremamente importante
para o bom funcionamento do hospital em relação à assistência direta ou indireta prestada ao
paciente. O processamento de roupas dentro dos hospitais deve ser dirigido de forma que a
roupa não represente um veículo de infecção, contaminação ou mesmo irritação aos pacientes
e trabalhadores (MADEIRA, 2005).
De acordo com Sautchúk at al. (2005), a fase de gerenciamento do processo da
lavanderia é de suma importância, pois, nesta fase, são detalhados os usos da água,
considerando-se qualidade e quantidade necessárias para um fim específico, além da
identificação dos desperdícios nas atividades consumidoras, para a qual se utilizam
questionamentos das rotinas e dos procedimentos existentes como: identificação de todas as
atividades que utilizam água, e como são realizadas; identificação dos equipamentos, sistemas
e usuários envolvidos; identificação do volume e da qualidade da água necessária.
35
Para a adequação do processo, é importante que sejam detalhados os procedimentos
específicos e os conteúdos discutidos com os funcionários envolvidos nas atividades.
2.3.1 Atividades do processo de lavagem e desinfecção de roupas hospitalares
No processamento de roupas hospitalares existem as seguintes atividades: coleta e
acondicionamento, separação e classificação, pesagem, lavagem, centrifugação, secagem ou
calandragem, dobragem e guarda (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 1986; BARTOLOMEU,
1988).
1) Coleta e acondicionamento
A coleta geralmente é realizada em horários pré-determinados, uma vez que a roupa
suja deve permanecer o menor tempo possível na unidade. Durante esta operação, o
funcionário responsável pela tarefa deve usar os EPI´s (Equipamentos de Proteção individual)
descritos: luvas de borracha, máscara e gorro.
Depois de retirados os objetos estranhos, a roupa suja deve ser colocada direta e
imediatamente no hamper, em sacos de tecidos fortes de algodão ou náilon; para as roupas
contaminadas devem ser usados sacos plásticos (de cor diferente da usada para lixo
hospitalar), os quais deverão ser fechados e identificados (nome da unidade e data da coleta).
Após fechado, o saco de roupas sujas é retirado do hamper e colocado em carro
exclusivo. Completada sua capacidade, transporta a roupa até a recepção da lavanderia,
devendo ser evitado o cruzamento da roupa suja com a limpa.
O percurso e o elevador usados na remoção dos sacos de roupa suja não devem ser
utilizados simultaneamente por carros com roupa limpa ou com alimentos, assim como, o
tubo de queda deve se exclusivo para recolhimento de roupas.
2) Separação e classificação
As roupas coletadas nas unidades e transportadas até as lavanderias são recepcionadas
na área suja onde serão, separadas, classificadas e pesadas.
Nesse momento, os sacos de roupa suja são pesados e o resultado do peso é registrado
em ficha própria para fornecer dados para as unidades, serviços e controle de custos das
diversas unidades.
A boa lavagem começa na separação da roupa suja, quando será classificada segundo
o grau de sujidade, coloração, tipo de fibra têxtil, tecido, formato, tamanho e ou tipo da peça.
36
Essa classificação tem a finalidade de agrupar as roupas que podem ser lavadas em conjunto e
as que terão o mesmo acabamento.
Na separação, é indispensável que todas as peças de roupa sejam cuidadosamente
abertas para a retirada de objetos estranhos como: instrumentos cirúrgicos, bacias, relógios
celulares entre outros, que, nesta fase, grande risco de lesão com perfurocortantes,
visando evitar que estes elementos entrem nas lavadoras, causando danos às máquinas e ao
processo.
Os fardos ou sacos, triados ou classificados, recebem uma marca ou identificação
segundo cor, tipo de tecido e grau de sujidade, que irá determinar a fórmula para lavagem.
O funcionário responsável por esta tarefa deve fazer uso de EPI´s como: macacão de
mangas compridas, avental impermeável, gorro, máscara, luvas de borracha, botas de
borracha e óculos de proteção; e sempre tomar banho de chuveiro com troca de roupa antes de
sair da área suja.
3) Pesagem
Após a separação, em lotes ou sacos identificados quanto ao tipo de lavagem, a
roupa é pesada novamente, para controle contábil operacional da lavanderia e da capacidade
das lavadoras.
A pesagem das roupas é indispensável para definir a carga correta que cada máquina
comporta (uma fração da capacidade da máquina, em geral 80% de sua capacidade de
lavagem), e facilitar a determinação das fórmulas mais adequadas de lavagem e a
contabilidade de custos.
Após a pesagem, os fardos ou sacos de roupa devem ser levados até a(s) lavadora(s),
onde todo o material necessário para a lavagem deve ser colocado à mão, para evitar
desperdício de tempo e energia.
4) Lavagem
Realizada na área suja, a lavagem é a atividade que consiste na eliminação da sujeira
fixada na roupa e o nível bacteriológico é reduzido ao mínimo e aceitável para o uso,
deixando-as com aspecto e cheiro agradáveis.
Não existe um único tipo de lavagem para a roupa hospitalar, daí a necessidade de
classificação da mesma, para se determinar o ciclo a ser utilizado. O ciclo a ser empregado é
conforme o grau de sujidade, do tipo de tecido da roupa, assim como do tipo de equipamento
da lavanderia e dos produtos utilizados.
A atividade de lavagem segundo o Manual Técnico Administrativo do Hospital Geral
Universitário de Cuiabá (HGU, 2002) compreende várias fases, as quais estão apresentadas no
37
Quadro 1. Todas as fases podem ou não compor os tipos de lavagem e, algumas delas, serem
repetitivas, bem como a seqüência, que poderá ser variável.
Fases Descrição das Fases
Umectação Visa facilitar o molhamento e conseqüentemente a remoção das sujidades (teor de sujeira)
solúveis em água, presentes nas roupas, através do poder umectante de um tenso-ativo.
Utiliza-se nível de água alto
Pré-lavagem Tem finalidade de retirar grande quantidade de sujidade dos tecidos (sujidade pesada)
através de produtos específicos de lavagem, buscando remover 70% das sujidades, na qual
uma operação única de lavagem não seria suficiente para removê-la. Utilizam-se produtos
específicos e nível de água baixo. Utiliza-se esta fase no ciclo de lavagem pesada.
Lavagem Ocorre a remoção completa da sujidade, no caso de realização da pré-lavagem (sujidade
pesada), ou como única fase, no ciclo de lavagem de sujidade leve. Utilizam-se produtos
para lavagem principal e nível de água baixo. Nesta fase, utilizar temperatura elevada (acima
de 85°C), após ser garantida a remoção de proteínas das roupas.
Alvejamento Procedimento realizado com a finalidade de retirada das sujidades que possam tingir as
roupas (retirada de manchas), através da utilização de substâncias químicas (cloro orgânico –
pó, cloro inorgânico líquido ou o peróxido de hidrogênio). Promove a desinfecção da
roupa e remoção de manchas sensíveis à oxidação. Utiliza-se nível de água baixo.
Acidulação Diminuir o pH, neutralizar os resíduos alcalinos da roupa, diminuir o número de enxágües,
eliminar o cloro residual dos alvejantes, evitar o amarelamento da roupa durante a secagem
e calandragem, favorecer o amaciamento das fibras do tecido, reduzir os danos químicos por
alvejantes, favorecer o poder de desinfecção e propiciar economia de água, tempo e energia.
Amaciamento Reduz o atrito da fibra do tecido na máquina, facilitar a passadoria, evitar o enrugamento do
tecido na calandra, reavivar as cores do tecido, melhorar o acabamento e evitar desgaste
mecânico precoce da roupa.
Enxágüe Iniciais: usados para roupas com sujidade pesada principalmente, sangue e fezes.
Intermediários: eliminam sujidade e produtos em suspensão na solução de lavagem.
Quadro 1 Fases da atividade de lavagem (MANUAL TÉCNICO ADMINISTRATIVO
DO HGU, 2002)
5) Centrifugação
A carga de roupa lavada é distribuída uniformemente dentro do tambor, na sua
capacidade. A colocação é feita em pequenos montes de roupa, ajustados, em peso
equilibrado, para evitar que o tambor, ao girar, se afaste do eixo, no ponto mais pesado,
levando ao desbalanceamento do equipamento pela roupa, por torção ou repuxo. Em geral, o
peso da roupa lavada reduz 60% , depois de centrifugada, devido à eliminação da água.
Terminada a centrifugação, a roupa é retirada, selecionada, colocada em carrinho e
encaminhada à secagem, ou tratamento adequado a cada tipo. Na seleção, consideram-se os
seguintes aspectos: tipo de tecido (liso, felpudo, algodão, acrílico, etc); tipo de roupa (lençol,
toalha, roupa de vestir, etc); qualidade da limpeza (se requer nova lavação ou não devido à
38
permanência de manchas). A roupa destinada à secadora é colocada em carrinho próprio. O
mesmo é feito com os lençóis.
6) Calandragem
É a operação que seca e passa ao mesmo tempo as pecas de roupa lisa (lençóis,
colchas leves, campos, etc.). Após aquecimento, a calandra geralmente é operada
continuamente, para evitar desperdício de energia. Geralmente são necessários dois
operadores para colocar a roupa molhada, e dois para retirar e dobrar a roupa seca. Durante a
retirada da roupa da calandra, é feita uma seleção das pecas danificadas, que deverão ser
posteriormente encaminhadas ao setor de costura para reparo ou baixa.
7) Secagem em Secadoras
Roupas como toalha, roupas de vestir, fraldas, cobertores, peças pequenas como
máscaras, propés, gorros, compressas e outras, são secadas na secadora. Depois de secar, as
roupas são retiradas da secadora e colocadas em carros apropriados, a fim de serem
encaminhadas para as mesas de dobragem e posteriormente para a rouparia para repouso.
Durante a dobragem, as roupas danificadas vão sendo separadas para serem
encaminhadas para o setor de costura para consertado ou baixa.
8) Prensagem
Uniformes e outras peças que não são passíveis de serem colocadas em calandras ou
que tenham detalhes como vinco, são passadas na prensa. Após passadas, são colocadas em
cabides e encaminhadas para a rouparia.
9) Passagem a Ferro
Usado apenas eventualmente, ou para melhorar o acabamento de alguma roupa. Não é
muito comum o seu uso, pois é pouco econômico sob o ponto de vista de consumo de tempo,
energia elétrica e física.
10) Estocagem
A estocagem da roupa limpa geralmente é feita em um setor chamado rouparia, onde é
feito todo um controle da roupa limpa, do estoque e de sua distribuição de forma adequada,
em quantidade e qualidade, às diversas unidades do hospital. É nesse local que é feita a
estocagem (repouso) da roupa, distribuição e costura, incluindo conserto, baixa e
reaproveitamento.
11) Distribuição da Roupa Limpa
Cada unidade recebe uma cota de roupa para reposição de estoques nas rouparias
setoriais. Geralmente o cálculo das quantidades de roupa segue a seguinte idéia: uma muda
fica no leito do paciente, uma outra fica na estante ou carro-prateleira, na unidade de
39
enfermagem, como estoque de reserva para apenas um dia, enquanto tem outra peça na
lavanderia em processamento. É comum existir uma cota fixa de roupa para cada unidade,
preestabelecida em função da necessidade estimada.
12) Costura
As peças de roupa danificadas, aproveitáveis, são reparadas e recolocadas em uso. O
conserto precoce amplia a vida útil da roupa. As peças danificadas não aproveitáveis recebem
baixa no estoque, porém algumas podem ser transformadas em outras peças úteis, como por
exemplo uma toalha estragada que pode ser transformada em luvas de banho, um lençol de
adulto em lençol de criança, ou outras. Após o conserto, a roupa volta a ser processada.
No Brasil, muitos hospitais já utilizam sistemas de lavagem com dosadores
automáticos para os produtos químicos. A eficiência das lavagens e a diminuição dos custos
incentivam as mudanças para a adequação a esse sistema (SANTOS e MESIANO, 2008).
2.3.1.1 Fatores que influenciam a lavagem e desinfecção de roupas
Ainda que os tipos de lavagem sejam em função das sujeiras, das máquinas, das fibras,
dos produtos, encontrar-se-ão em todos os tipos, os fatores apresentados a seguir: o tempo, a
temperatura e o nível da água. Estes devem ser bem combinados em cada etapa para evitar
prejuízo ou mau resultado, e devem ser cumpridos independentes da natureza da lavagem. Os
tempos de duração de cada lavagem podem variar em função do tipo de sujidade.
Conforme Castro e Chequer (2001), as interferências na lavagem e desinfecção de
roupas decorrem de ação mecânica, temperatura da solução de lavagem, tempo de exposição,
ação química. Todos estes fatores, segundo o Manual Técnico Administrativo do Hospital
Geral Universitário de Cuiabá (HGU, 2002), “têm o objetivo de remover a sujidade da roupa
sujo-contaminada; promover o processo de desinfecção das roupas; preservar as
características do tecido; realizar um trabalho seguro, eficiente e com economia”.
Tais fatores são interdependentes, pois a diminuição de um exige o aumento dos
demais para a obtenção do mesmo resultado (GERVINI, 1995).
A ação mecânica, conforme Gervini (1995) e Castro e Chequer (2001) é efetuada pela
rotação do tambor que juntamente com as pás, movimenta e levanta as roupas para deixá-las
cair do alto dentro da solução. A solução penetra no tecido através do impacto retirando a
sujeira; esta ação é realmente eficaz, dependendo do nível correto de água do tambor interno.
40
Os mesmos autores afirmam que os níveis de água ou as quantidades de roupas
durante as lavagens são muito importantes. Ao aumentar o nível de água, se reduz à ação
mecânica, e se diminuir esse nível de água, embora aumente a ação mecânica, evita a livre
circulação de água e produtos químicos; quanto aos enxágües, a remoção da sujeira será mais
lenta e difícil, ficando resíduos que provocam odores desagradáveis e amarelam as roupas.
Entretanto, colocar pouca roupa na máquina também compromete a limpeza, porque a sobra
de espaço diminuirá o contato entre elas, e se colocar excesso de roupas o espaço entre elas
ficará reduzido, interferindo no impacto da queda das roupas na solução de lavagem e
diminuirá a ação mecânica e a eficiência da lavagem.
A temperatura é outro fator importante durante a lavagem, pois a escolha da
temperatura adequada para cada tipo de lavagem ocasiona proteção das roupas e obtém
resultados finais mais satisfatórios na remoção de sujeiras e desinfecção; além do que faz com
que haja economia de produto e tempo, porque aumenta a eficiência do produto, segundo
Castro e Chequer (2001).
O tempo, de acordo com Gervini (1995) e Castro e Chequer (2001), depende de cada
produto para atuar no tipo de sujidade diferente. Ele é de suma importância para as etapas das
lavagens, e deve ser respeitado, para não comprometer a limpeza e desinfecção das roupas e
também aumentar os custos das lavagens, em casos de haver necessidade de retorno
desperdiçando tempo.
Ação química são as substâncias que compõem a solução para facilitar a lavagem das
roupas, entre elas estão: água, tensoativos, alvejantes, acidulantes e amaciantes. Os
tensoativos são utilizados para remover a sujidade. Têm propriedades de umectação, remoção,
suspensão e emulsão das sujeiras e, como exemplos têm os detergentes, os sabões e as pastas.
Os alvejantes liberam cloro ativo e reagem nas manchas removendo-as através de oxidação,
destruindo microorganismos; enquanto os acidulantes reagem com os resíduos deixados pelos
agentes oxidantes e com a alcalinidade total existente na água por meio de redução. Os
amaciantes contêm em sua composição o quaternário de amônia, produto esse que impede a
proliferação de microorganismos, além de amaciar e neutralizar a roupa (CASTRO e
CHEQUER, 2001).
A qualidade da água é muito importante para o bom funcionamento da lavanderia, por
isso é fundamental conhecer sua natureza e suas características, que podem influenciar no
resultado da lavagem e durabilidade das roupas (CASTRO e CHEQUER, 2001).
41
Conforme o Ministério da Saúde (1986), Germini (1995) e Castro e Chequer (2001) a
análise da água é indispensável para o funcionamento da lavanderia, mesmo tendo uma boa
aparência deve ser feita periodicamente.
A água deve atender, pelo menos, os seguintes requisitos básicos: ser “mole”; conter o
mínimo de sais de cálcio e magnésio, porque estes produzem desperdícios de produtos à base
de sabão, além da destruição prematura da roupa e diminuem a capacidade de absorção,
tornando a roupa áspera e acinzentada; não conter ferro ou manganês, os quais amarelam a
roupa e danificam as máquinas; não conter matéria orgânica; ter aspecto límpido; ter o teor de
sólidos em suspensão inferior a 15 mg/litro; ter dureza inferior a 18 ppm de carbonato de
cálcio o ideal); ter a alcalinidade livre nula; alcalinidade total de 250 ppm de carbonato de
sódio e ter a temperatura adequada.
O consumo de água é um aspecto importante para o setor hospitalar e que influi na
maioria dos processos existentes nos serviços hospitalares. A diminuição do seu consumo traz
benefícios ambientais e econômicos, tais como: uso eficiente de recurso natural; diminuição
dos custos em relação ao consumo e disposição; menor consumo de energia na geração de
água quente; menor custo de aditivos químicos usados para circuitos fechados (TOLEDO,
2005).
Metade da água utilizada no hospital é destinada ao consumo da lavanderia. Estima-se
um consumo entre 35 a 40 litros de água para cada quilo de roupa seca, nas máquinas de
lavagem, em cargas individuais. Para suprir esta demanda, faz-se necessária a utilização de
reservatórios próprios para este serviço, considerando-se a previsão de 250 litros/leitos/dia. A
pressão da água e o diâmetro da tubulação devem ser suficientes para abastecer as máquinas
de lavar em menos de um minuto (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 1986).
O vapor consumido na lavanderia é para aquecimento da água, secadoras, calandras e
prensas. Na maior parte dos hospitais, as caldeiras abastecem o serviço de nutrição, a central
de esterilização, a lavanderia e os aquecedores de água. Devem-se evitar grandes distâncias
nas tubulações, para não haver perda de carga.
O aquecimento da água por vapor é a forma mais econômica para lavanderias acima
de 300 kg de roupa/dia, principalmente se for usado óleo para abastecimento das caldeiras.
Nas instalações, as tubulações devem ser de aço galvanizado, sem costura, devidamente
revestido em toda a sua extensão (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 1986).
42
2.3.2 Influência da administração no processo de lavagem e desinfecção de roupas
hospitalares
Segundo o Ministério da Saúde (1986) cabe ao chefe da lavanderia organizar, planejar,
coordenar, comandar e controlar o processo de lavagem e desinfecção de roupas. Para isso,
deve-se elaborar um manual de lavanderia, constando todas as orientações necessárias para o
seu funcionamento.
O efetivo controle administrativo proporciona o uso integral dos recursos para a
obtenção dos objetivos e metas programadas, a custos operacionais adequados, visando à
segurança e o bem estar dos clientes (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 1986; BARTOLOMEU,
1998).
Segundo as mesmas fontes, os mecanismos de controle mais usados na lavanderia são
a supervisão e a avaliação. A supervisão, quando realizada em caráter de permanente
observação e orientação do pessoal, contribui para o desenvolvimento deste e conseqüente
eficácia do serviço; de forma sistemática, possibilita a detecção precoce de problemas, que
constituem obstáculos ao desenvolvimento normal das atividades, estudando os meios de
solucioná-los e ainda favorece a manutenção preventiva do equipamento, o controle de gastos,
a prevenção de acidentes, o controle da produtividade e o inter-relacionamento dos diversos
setores de trabalho.
A Avaliação mede a eficácia, a adequação e a eficiência do serviço; comprova o
alcance dos objetivos e metas; e orienta o emprego de medidas para a correção de desvios. De
forma contínua, permite aferir ou medir, com exatidão, os resultados obtidos em termo de:
produtividade do sistema empregado, custos do processamento e utilização da roupa e a
qualidade do processamento da roupa por meio de testes específicos.
Compete à chefia para o desempenho satisfatório do trabalho, procurar compor sua
equipe com pessoas que apresentem um nível de instrução básica. Essas pessoas devem ser
capazes de interpretar e executar perfeitamente as rotinas, técnicas e controles das máquinas,
bem como fazer registros precisos, considerando sua importância para a análise dos resultados
(MINISTÉRIO DA SAÚDE, 1986).
Segundo Bonardi (2001), a administração da lavanderia hospitalar visa contribuir para a
segurança e bem-estar do paciente e do servidor da área e a otimização do padrão do hospital.
43
2.3.3 Importância da manutenção, segurança e higiene do trabalho.
Cada indivíduo tem obrigação de zelar pela saúde, bem-estar, segurança própria e de
seus semelhantes. É necessário que se observem certos princípios para evitar enfermidades e
acidentes, sendo imprescindível que as pessoas envolvidas sejam protegidas contra o risco de
contaminação e acidentes.
A manutenção compreende cuidados técnicos, indispensáveis ao funcionamento
regular e permanente de motores, máquinas e instalações, englobando tanto medidas
preventivas como as corretivas (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 1986).
A Segurança e a higiene do trabalho visam minimizar as probabilidades de infecção e
contaminação hospitalar garantindo aos envolvidos, com os serviços prestados na instituição,
diminuição dos riscos ambientais (físicos, químicos, biológicos, ergonômicos e psíquicos).
2.3.4 Aspecto das fibras e tipos de sujidades trabalhadas no processo de lavem e desinfecção
de roupas hospitalares
O ciclo de lavagem e desinfecção da roupa, a ser empregado, depende
do tipo de tecido da roupa e do grau de sujidade, assim como do tipo de equipamento da
lavanderia e dos produtos utilizados.
A fibra, segundo Afonso (1991), “é a unidade básica utilizada na fabricação de fios e
gêneros têxteis”, podem ser de origem natural, artificial ou sintética. As de origem natural
podem ser animais (lã e seda), vegetais (linho, algodão, rami, etc.), ou minerais (asbesto,
vidro).
De acordo com o Ministério da Saúde (1986), dos tipos de tecidos existentes para a
confecção de roupa e mais utilizados em hospital são: algodão, poliéster/algodão e lã. O tipo
de roupa, a padronização de modelos e tecidos influencia na determinação do espaço e dos
equipamentos. Se o hospital usa roupa de tecido de algodão, por exemplo, a lavanderia
precisará ter mais espaço para o seu armazenamento e de um número maior de equipamentos
para o seu processamento do que seria necessário caso utilizasse roupas de fibras sintéticas
misturadas com algodão.
44
Conforme Castro e Chequer (2001), uma pesquisa realizada pela Rhodia demonstrou
que após 100 lavagens utilizando-se de tecido misto (50% algodão e 50% poliéster) se obtém
a perda de apenas 10% de sua resistência, enquanto utilizando-se de tecido 100% algodão
pode haver perdas de 35% a 45% da sua resistência. Outras vantagens são vinculadas à
utilização do tecido misto, como: estabilidade (não encolhe), durabilidade (2 a 3 vezes
superior), fácil limpeza e desinfecção, maior durabilidade, menos permeável à sujeira (evita
penetração dos germes), exige menor quantidade de produto e tempo para lavar, centrifugação
e secagem mais rápida, menor peso, e melhor acabamento na calandragem.
O Manual Técnico Administrativo do Hospital Geral Universitário de Cuiabá
(2002) classifica as roupas hospitalares, conforme sua sujidade, em:
a) Roupa suja: inclui toda roupa, independente do grau de sujidade, sendo consideradas de
risco potencial de contaminação.
b) Roupa contaminada: é aquela proveniente de pacientes com doenças transmissíveis, que
apresentam alguma importância na cadeia epidemiológica.
c) Roupa instável ao calor: são aquelas feitas de fibras têxteis que são danificadas pelo
processo habitual de lavagem e desinfecção da roupa hospitalar. Estas devem ser lavadas e
desinfetadas através de desinfecção química, como exemplos têm os cobertores e os colchões.
Tabela 1 - Separação de roupas hospitalares por sujidades
Classificação Tipo de Sujidade Tipo de Roupa
Superpesada ou
Contaminada
Grande quantidade de sangue, fluídos
corpóreos, medicamentos,...
Compressas e roupas contaminadas
Pesadas Com presença de sangue, fluídos
corpóreos, medicamentos,...
Roupa cirúrgica, campo cirúrgico, lençóis,
fronhas, toalha de banho, camisolas,...
Leve Suor, poeira,... Lençóis, fronhas, toalha de banho,
camisolas, cobertores,...
45
3 METODOLOGIA
3.1 Tipo de pesquisa
“A realização de uma pesquisa é uma atividade básica e essencial para o
desenvolvimento do conhecimento”, segundo Calegare (2007), pois através dela buscam-se
novas informações e aprimoram-se as existentes a fim de que possam ser transformadas em
ações que contribuam para o desenvolvimento sócio-ambiental.
A natureza desse trabalho de pesquisa é do tipo exploratória descritiva e utiliza as
abordagens quantitativa e qualitativa. Diz-se que é exploratória porque possibilita
conhecer mais detalhadamente o problema a ser investigado, por meio de pesquisas
bibliográficas, e do estudo de caso, segundo Silva e Menezes (2001). É descritiva
porque procura descrever os fenômenos da realidade estudada com exatidão, analisar
suas diferentes formas, classificações e ordenações, possibilitando ao pesquisador
compreender melhor o comportamento dos fatores e elementos capazes de influenciar
um determinado fenômeno (OLIVEIRA, 2002).
Segundo Richardson (1999) e Calegare (2007), abordar quantitativamente
significa analisar e interpretar as informações coletadas, estabelecendo relações
numéricas, através de técnicas estatísticas simples ou complexas, fundamentando-se nas
teorias existentes, a fim de garantir resultados exatos, evitar distorções de análises e
interpretações, bem como garantir maior credibilidade às conclusões.
Analisar qualitativamente é uma forma de entender a natureza de um fenômeno
social, além de ser uma opção do pesquisador, segundo Richardson (1999),
possibilitando, conforme Deslandes (1994, p. 22), envolver “percepções, significados,
aspirações, crenças, valores e atitudes, o que corresponde a um espaço mais profundo
das relações, dos processos e dos fenômenos impossibilitados de serem reduzidos à
operacionalização das variáveis”.
A técnica trabalhada nessa pesquisa é o estudo de caso, pois se investigou um
fenômeno dentro do seu contexto real, onde as condições contextuais referem-se ao
objeto que está sendo estudado. Uma das vantagens desse tipo de pesquisa é a
possibilidade de realizar um maior detalhamento do ambiente analisado, permitindo
46
examinar um conjunto de problemas relacionados ao tema da pesquisa, abrangendo a
questão com uma dimensão mais ampla, onde as aparências não expressam a única
realidade, pois uma investigação mais profunda por parte do pesquisador (TOLEDO,
2005). A escolha pela metodologia de estudo de caso, deve-se ao fato de ser uma
técnica de investigação de comportamentos que não podem ser manipulados
isoladamente e devem ser analisados em conjunto (YNG 2005).
Segundo Bruyne (1997, p. 224), “o estudo de caso reúne informações tão
numerosas e tão detalhadas quanto possível, com vistas a apreender a totalidade da
situação”.
Observando as técnicas acima, o trabalho utiliza procedimentos sistemáticos
para a descrição, determinação e explicação das ocorrências durante a gestão das águas
na lavanderia do HUSM, enfocando como ponto principal: o processo de lavagem e
desinfecção de roupas, a quantificação das perdas e do consumo, e a disponibilidade
da água nesse setor.
3.2 Campo de ação
Foi utilizado, como base de dados para este trabalho, a lavanderia do Hospital
Universitário de Santa Maria, considerando-se a abrangência regional e o número
atendimentos. O mesmo localiza-se na região central do Estado e é referência geográfica
regional com tratamentos de alta complexidade, para mais de 46 municípios
da região. Também, pelo fato do HUSM ser referência na formação de recursos
humanos, proporciona ensino, treinamento e pesquisa a graduandos e pós-graduandos,
sendo campo de práticas acadêmicas multidisciplinares.
47
3.3 População e amostra
A composição populacional disponível para aplicação das entrevistas é
composta por funcionários da empresa terceirizada e servidores da Universidade Federal de
Santa Maria que trabalham e/ou atuam na lavanderia do HUSM, considerando que os dados
foram coletados nos meses de outubro de 2007 a março de 2008.
O Quadro 2 demonstra a composição populacional disponível para a realização
dessa pesquisa, bem como sua função.
Função dos trabalhadores Número de Servidores Número de Terceirizados
Chefe da lavanderia 01 -
Encarregado operacional - 01
Operador de máquinas (área suja) - 03
Operador de máquinas (área limpa) 01 05
Coletor de roupas 01 01
Calandradeira e dobradeira 03 12
Dobradeira de roupa 01 -
Vestiarista 04 01
Entregador de roupa - 02
Função dos atuantes Número de Servidores Número de Terceirizados
Gerente da manutenção 01 -
Eletricista (manutenção) - 02
Mecânico (manutenção) 02 01
Encanador (manutenção) 03 -
Caldeirista 03 01
Enfermeira da CCIH e Membro da
Gestão Ambiental
02 -
Enfermeira de Higiene e Limpeza e
Membro da Gestão Ambiental
01 -
Total de funcionários 23 29
Quadro 2 - Composição populacional
Sendo assim, participaram da pesquisa (segundo as normas da Direção de
Ensino, Pesquisa e Extensão (DEPE) do HUSM e do Conselho Nacional de Ética em
Pesquisa (CONEP)), compondo a amostra desse trabalho, os profissionais descritos
no Quadro 2, exceto dois que se encontravam em período de férias, nas seguintes funções:
um encanador e uma calandradeira/dobradeira
48
3.4 Instrumentos de pesquisa
Coletar e analisar dados pertinentes a uma pesquisa ou hipótese depende de
técnicas e procedimentos e, segundo Marconi e Lakatos (2003), “utiliza-se a
participação de pessoas em entrevistas, a aplicação de questionários, a observação de
comportamentos, o exame de documentos ou registro das atividades produtivas ou
humanas”.
Os instrumentos utilizados na coleta dos dados foram: o questionário
(APÊNDICE A), para obter informações sobre a gestão da água do HUSM, nos quesitos
abastecimento, qualidade e conservação da água; os efluentes líquidos
gerados; o questionário (APÊNDICE B), para diagnóstico da gestão da água na lavanderia do
HUSM; o questionário (APÊNDICE C), para diagnóstico situacional da
manutenção em relação à gestão de água na lavanderia do HUSM; o roteiro de inspeção
de lavanderia (APÊNDICE D), para identificação e caracterização da unidade, definição e
caracterização das atividades, tipos de equipamentos utilizados, estrutura
organizacional e recursos humanos da lavanderia do HUSM; o roteiro (APÊNDICE E),
para identificação dos tipos de lavagens e desinfecções de roupas e a sua padronização;
o formulário para monitoramento do consumo da água na lavanderia do HUSM
(APÊNDICE F); o formulário para levantamento dos pontos de saída de água da
lavanderia (APÊNDICE G); observação do ambiente estudado; levantamento
fotográfico; análise de documentos tais como: manual de rotina, registro diário de
processamento de roupas, manuais de equipamentos, entre outros e consulta a arquivos
informatizados utilizados para controle de pessoal e serviços prestados.
O questionário para obter informações sobre a gestão da água no HUSM foi
elaborado com base no Manual de Auditoria Ambiental (2003). O questionário utilizado
para levantamento do diagnóstico situacional da manutenção em relação à gestão de
água na lavanderia do HUSM foi adaptado conforme o modelo elaborado por
Salermo (2005); enquanto que o formulário para o roteiro de inspeção do serviço de
lavanderia do HUSM foi embasado nas legislações da ANVISA como: a RDC 50 de
21/02/2002, nas Normas Regulamentadoras (5, 6, 7, 9, 10, 13, 17, 23, 24, 26, 32), na NBR
12.807/93 e na Portaria 2.616 de 12 de maio de 1998.
49
3.5 Procedimentos para a coleta de dados
A coleta de dados no ambiente estudado foi realizada através de visitações,
previamente autorizada pela Direção de Ensino Pesquisa e Extensão do HUSM e pela
gerencia da lavanderia e do serviço de manutenção. No transcorrer dessas visitas, foram
aplicadas as ferramentas desenvolvidas para obtenção dos dados. O questionário para
obter informações sobre a gestão da água foi respondido pelas enfermeiras da CCIH
e enfermeira responsável pela higiene e limpeza, ambas membros da gestão ambiental,
e também, por um dos encanadores. O questionário para levantamento do diagnóstico da
gestão da água na lavanderia foi aplicado a todos os colaboradores da lavanderia; o
diagnóstico situacional da manutenção em relação à gestão de água na lavanderia foi
obtido através do questionário aplicado ao gerente da manutenção, eletricistas,
encanadores e mecânicos; o roteiro de inspeção da lavanderia foi preenchido com base
nas informações fornecidas pelo chefe da lavanderia e encarregado operacional, e
também pelos profissionais da caldeira e a enfermeira responsável pela higiene e
limpeza do HUSM, como também pela pesquisadora que conferiu as informações
fornecidas; o roteiro para identificação dos tipos de lavagens e desinfecções de roupas e
a sua padronização foi preenchido pelos operadores de máquinas da área suja e pelo
gerente operacional; os monitoramentos do consumo da água na lavanderia foram realizados
pelos operadores de máquina da área suja; e o levantamento dos pontos de saída de água
da lavanderia foi realizado mediante observação in loco e os dados apontados no
formulário elaborado.
Durante a coleta dos dados foram realizadas observações no ambiente da lavanderia
hospitalar e consultados documentos e arquivos informatizados, bem como realizados vários
registros fotográficos em todo o serviço com a finalidade de: confirmar e validar as
informações relatadas nos questionários e formulários; identificar o processo de lavagem e
desinfecção de roupas, e nas atividades desempenhadas; registrar as formas de operação dos
tipos de lavagem; avaliar os pontos de distribuição de água e de vapor; e demonstrar algumas
situações de não conformidades observadas.
Informações complementares foram solicitadas e conseqüentemente fornecidas,
quando existentes e disponíveis na lavanderia tais como: manual de rotinas da lavanderia,
registro diário de processamento de roupas e manuais de equipamentos.
50
A análise da qualidade da água consumida na lavanderia será feita através da
contratação de serviços de terceiros.
A Padronização dos tipos de lavagens foi realizada mediante a aplicação da
técnica de brainstorming durante as reuniões realizadas com operadores, chefe da
lavanderia e o técnico da empresa fornecedora de produtos químicos. Posteriormente
foram feitos testes, discussão dos resultados e treinamentos.
3.6 Apresentação e análise dos dados
Entre as variáveis existentes, o que apresenta maior carência de sistematização
de natureza metodológica é o referente à análise e a interpretação dos dados. Como o
estudo de caso vale-se de procedimentos de coleta de dados, os mais variados, o
processo de análise e interpretação pode, naturalmente, envolver diferentes modelos de
análise, (GIL, 2002, p.141).
Os dados coletados, através dos questionários e formulários dessa pesquisa, são
quali-quantitativos. Sendo assim, as variáveis qualitativas foram apresentadas e
analisadas descritivamente, e as quantitativas demonstradas através da estatística
descritiva, em virtude da freqüência com que ocorrem, calculando-se a média.
3.7 Aspectos éticos
A identidade dos participantes será preservada, ou seja, não será feita menção
do nome dos profissionais às informações fornecidas no processo de coleta dos dados. O
estudo foi devidamente autorizado pela Direção de Ensino Pesquisa e Extensão do
HUSM (nº 095\2007), pela gerencia da lavanderia e do serviço de manutenção e pelo
CONEP (nº 0205.0.243.000-07).
51
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1 O HUSM
O HUSM é um órgão da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), fundado em
1970, que se localiza no Campus da UFSM e constitui o maior hospital público do interior do
Estado do Rio Grande do Sul. Possui uma área física total de 28.283,10m
2
distribuídos em 07
pavimentos. Atualmente, dispõe de 273 leitos usuais, mas possui no total 349 leitos, conforme
dados obtidos do Serviço de Estatística do HUSM.
O HUSM tem como visão de futuro “ser um referencial público de excelência em
assistência à saúde, ensino e pesquisa, com preservação do meio ambiente”. Neste sentido,
desde o ano de 2004, o HUSM conta com uma Comissão de Gestão Ambiental
multiprofissional, que tem como objetivo discutir sobre questões ambientais que afetem o
funcionamento dos serviços, bem como elaborar e implementar estratégias de ação que
permitam a assistência em saúde, minimizando impactos ambientais.
Além disso, o HUSM, juntamente com o Departamento de Química da UFSM, possui
um convênio com duas universidades alemãs, com larga experiência na área de gestão de
resíduos, com o objetivo de fomentar a produção científica bilateral, a troca de experiências e a
realização de consultorias na área; incluindo visitas de estudo à Alemanha, bem como, de
profissionais destas universidades ao Brasil.
4.2 A Lavanderia Hospitalar do HUSM
O setor de lavanderia pertencente ao HUSM foi inicialmente visitado para a
identificação do processo, atividades, rotinas e fluxo de roupas e materiais utilizados.
Observou-se durante as visitas realizadas que a lavanderia desenvolve sua gestão utilizando
atividades sistematizadas, ou seja, existe uma seqüência nas atividades desenvolvidas segundo
processos.
52
4.2.1 Análise do processo de desinfecção de roupas na lavanderia do HUSM
Os dados foram coletados seguindo o roteiro de inspeção elaborado para a
lavanderia (APÊNDICE D), visando à identificação e caracterização da unidade, definição e
caracterização das atividades, tipos de equipamentos utilizados, estrutura organizacional e
recursos humanos da lavanderia do HUSM, os quais são apresentados nos itens a seguir.
4.2.1.1 Identificação e caracterização da unidade
A lavanderia está localizada no interior do prédio central do HUSM, no nível
térreo, de modo a facilitar o transporte das roupas e reduzir o tempo de circulação.
A sua área física total é de 456m²; dividida em três áreas distintas: área suja
(contaminada) que é a área de recepção, separação e lavagem e compreende 115 m²; a área
limpa, na qual ocorre a centrifugação, a secagem/calandragem e dobragem/classificação de
algumas peças e compreende 221m²; e área onde é realizado o restante da
dobragem/classificação e rouparia com 120m². Observa-se que essas dimensões não atendem
completamente as recomendações da RDC nº. 50 (ANVISA, 2002), citadas no Capítulo 2;
O seu processo gerencial está a cargo de um administrador para a unidade, mas existe
mais um encarregado operacional, pertencente ao quadro de empresa terceirizada para a
execução das atividades de lavagem.
Segundo o chefe e o encarregado operacional, a capacidade instalada diária de
lavagem de roupas situa-se em torno de 4.000 kg/dia sendo a média processada de 3.500 kg
de roupa/dia, entretanto, segundo os operadores, atualmente são lavados em média 35
ciclos/dia de roupas. Segundo o Ministério da Saúde (1986), cada máquina com capacidade de
100 kg deve processar 80 kg de roupa seca, portanto calcula-se que são processadas 2.800 kg/
dia de roupa com sujidades diferentes. O que irá determinar o tipo de lavagem é a sujidade do
tecido e o tipo deste (cobertor, colchão, leve, pesada, retorno, contaminada), conforme os
relatórios elaborados pelos coletadores, que ao chegarem à lavanderia anotam o peso
aproximado por setor, sendo estes relatórios repassados à coordenação financeira do HUSM.
Apurou-se que em 2007 foram processadas em média 2.136 kg/dia conforme a administração,
53
resultando em uma diferença de 23,71 % em relação ao esperado (o número de lavagens
realizadas pelos operadores e o cálculo do Ministério da Saúde).
Na lavanderia do HUSM a desinfecção das roupas é térmica e/ou química, estando de
acordo com Santos (2008). Segundo este, nos Estados Unidos, o Centro de Controle de
Doenças e Prevenção (CDC), referência mundial para assuntos de controle de doenças
infecciosas, recomenda os dois tipos, sempre observando as especificações dos produtos
químicos e suas concentrações apropriadas, a temperatura da água (mínimo 71°C), associada
ao tempo de duração do ciclo de lavagem. As doses dos produtos químicos, a temperatura e o
tempo de cada etapa devem ser ajustados pela qualidade da carga, tipo de tecido a ser lavado e
grau de sujidade, de acordo com as máquinas empregadas e recomendações dos fabricantes
para que haja uma redução adequada da carga bacteriana que é a desinfecção propriamente
dita.
As atividades de lavagem são distribuídas em duas áreas físicas distintas: área suja ou
contaminada e área limpa. Na área suja (contaminada) estão contidos os seguintes
equipamentos: 4 máquinas de lavar com barreira semi-automática, com capacidade de 100 kg
cada; na área limpa: 3 centrífugas com capacidade de 100 kg cada, 3 secadoras com
capacidade de 50 kg cada, 1 calandra de 4 rolos, 1 carrinho com tampa exclusivo para o
transporte de roupas sujas, 2 carrinhos exclusivos para o transporte de roupas limpas, e vários
carrinhos que se destinam à movimentação de roupas na área limpa. As áreas citadas acima
podem ser visualizadas melhor através da Figura 3.
Figura 3 - Mapofluxograma do processo de lavagem e desinfecção de roupas da
lavanderia do HUSM.
6
2
2
2
3
3
3
4
4
4
5
7
ÁREA SUJA
ÁREA LIMPA ROUPARIA
1
CALANDRA
LAVADORAS
CENTRÍFUGAS
SECADORAS
Peças
grandes
Peças
pequenas
Conserto
Conserto
Nova
lavagem
54
O setor de rouparia funciona 24 horas. Na área suja e limpa os funcionários
trabalham em dois turnos, atuando das 6 às 19 horas na área suja e das 7 às 19 horas na área
limpa. Dos 36 funcionários que atuam no setor 25 são terceirizados e 11 são funcionários
efetivos, os quais estão distribuídos em turnos: 18 trabalham pela manhã, 14 à tarde, 3 à noite
(um por noite) e 1 manhã e tarde. Os funcionários da higienização e limpeza não compõem o
quadro de funcionários da lavanderia;
O quadro funcional da lavanderia está distribuído em quatro setores: setor
administrativo, setor da área suja, setor da área limpa e setor de rouparia, cujas atividades
estão explicitas no Quadro 3.
Setor Atividade Nº. de
Funcionários
Administrativo Chefia
Responsável operacional
01
01
Área suja 2 Coleta de roupas
3 Separação e classificação da roupa e
operação de lavadora
02
03
Área limpa Operação de centrífugas e secadoras
Operação de calandra, dobragem e
estocagem
06
16
Rouparia Estocagem e expedição 07
Quadro 3 - Quadro funcional e número de funcionários por setor
Ao lado da sala da lavanderia à direita funcionam a farmácia de manipulação, sala da
coordenação dos serviços gerais, a costura e o setor de patologia; à esquerda a secretaria do
banco de sangue; em frente tem-se o setor de nutrição, ou seja, a cozinha do hospital. O
corredor serve como área de circulação das roupas da lavanderia, dos alimentos, dos resíduos
hospitalares, de pacientes, acompanhantes, visitantes e cadáveres.
O abastecimento de água provém de poço artesiano da Universidade Federal de Santa
Maria, e é encaminhado para caixa de água geral do HUSM, de forma que não há reservatório
exclusivo para a lavanderia.
55
4.2.2 Definição e caracterização das atividades do processo de lavagem e desinfecção de
roupas
As atividades existentes para o processamento de lavagem e desinfecção de roupas na
lavanderia do HUSM são as seguintes: coleta e armazenamento, transporte, separação e
classificação, lavagem, centrifugação, calandragem, secagem e de rouparia (dobragem,
estocagem e distribuição).
Para uma melhor compreensão do processo, de lavagem e desinfecção de roupas,
estudado, foi apresentada a Figura 4 do Fluxograma do processo de lavagem e desinfecção de
roupas na lavanderia do HUSM, elaborado por Calegare, Cargnin e Rosa (2007), que descreve
e caracteriza as atividades do processo, trazendo uma melhor compreensão das atividades e
identificar interferências que possam ser trabalhadas e melhoradas. Eckes (2001) afirma que a
empresa precisa identificar os processos essenciais e atividades-chave para que os resultados
possam atender os objetivos de sua função. A Figura 4 representa o processo utilizado na
lavanderia, demonstrando as diferentes etapas do procedimento desde a coleta e
acondicionamento da roupa, até a sua distribuição.
O Fluxograma do processo de lavagem e desinfecção de roupas na lavanderia do
HUSM fornece uma visão ampla e dinâmica, mostrando a seqüência das atividades nos
setores onde ocorre o processo, o trajeto percorrido pelas roupas, e a identificação dos riscos
ocupacionais (CALEGARE, CARGNIN e ROSA, 2007).
4.2.2.1 Atividade de lavagem e desinfecção de roupas
No processo de lavagem e desinfecção de roupas foi observado que dentre todas as
atividades existentes a lavagem é a única consumidora direta de água.
Assim de acordo com sua especificidade identificou-se, através do roteiro
(APÊNDICE E), que existem seis tipos de lavagens seqüenciais: cobertor, colchão, leve,
pesada, contaminada, retorno e foi observado mais um tipo, que tem uma lavagem um pouco
diferenciada da leve, que é a roupa que vem da costura, que serão apresentados do Quadro 4
até o Quadro 12.
56
Atividade Descrição Detalhamento
Coleta de roupas e
acondicionamento
Para a lavanderia
Separação e classificação
Lavagem e desinfecção
Para a centrífuga
Centrifugação
Para a secadora
Secagem ou pré-secagem
Para a calandra.
Calandragem
Verificação da limpeza e
tipo de roupa
Para nova lavagem ou para
a rouparia
Inspeção, separação e
dobragem das peças
grandes
Inspeção, separação e
dobragem das peças
pequenas
Em prateleiras na rouparia
A coleta é realizada 9 vezes ao dia para que a roupa permaneça o menor tempo
possível nas unidades. As roupas devem ser separadas e acondicionadas de acordo
com a sua sujidade. São colocadas direta e imediatamente no hamper, em sacos de
tecidos fortes de algodão ou náilon e as contaminadas em sacos plásticos. Uma vez
fechado, o saco de roupas sujas é retirado do hamper e colocado em carro próprio
que, completada sua capacidade, transporta a roupa até a recepção da lavanderia.
Conduzidas desde as unidades, com carrinho de fibra de vidro com tampo, a a
área suja da lavanderia. O percurso passa por elevadores, rampas e corredores.
As roupas são recepcionadas, retiradas do carrinho e de acordo com seus tipos
sujidade dos tecidos são separadas e classificadas em seis classes a fim de
identificar o tipo de lavagem e agilizar a fase seguinte. Realizada na área suja.
Conforme a sujidade identificada determina-se a fórmula (tipo) de lavagem. Em
fardos ou lotes as roupas o agrupadas a uma fração de 80% da capacidade da
máquina. Tem por finalidade a remoção da sujeira e a desinfecção das roupas.
Existem 6 tipos de lavagem: leve, pesada, pesada contaminada, retorno, cobertores
e colchões.
São retiradas da lavadora e levadas para a centrífuga em carrinhos de aço inox. Esta
etapa já ocorre na área limpa da lavanderia.
Todas as roupas lavadas são centrifugadas. São distribuídas uniformemente dentro
do tambor da centrífuga. É uma operação que reduz em até 60% o peso das roupas.
Através de carrinhos em aço inox as roupas são transportadas para as secadoras,
para a secagem ou pré-secagem.
Secagem completa para roupas como colchas pesadas, tecidos felpudos, roupas de
vestir, cobertores e pequenas peças como máscaras, botas (pro-pés), gorros,
compressas, uniformes do centro cirúrgico, roupas que serão esterilizadas e outras.
Pré-secagem para as roupas lisas que irão posteriormente sofrer a calandragem.
As roupas pré-secas são transportadas em carrinhos de aço inox.
Destina-se em secar e passar as roupas pré-secas e lisas tais como lençóis, cueiros,
colchas leves, fronhas, campos cirúrgicos. Observa-se que para evitar desperdício
de energia, uma vez aquecida, a calandra deve ser operada continuamente em um
determinado período.
As roupas limpas e danificadas o levadas para a rouparia e as manchadas para a
lavagem.
As roupas limpas o separadas de acordo com o tipo e utilização e dobradas. As
peças danificadas serão consertadas ou descartadas.
As roupas limpas dobradas são estocadas em prateleiras na rouparia para posterior
distribuição às unidades do hospital.
OPERAÇÃO TRANSPORTE INSPEÇÃO DEMORA OU ESPERA OPERAÇÃO E INSPEÇÃO
Figura 4 - Fluxograma do processo de lavagem e desinfecção de roupas na lavanderia do
HUSM (CALEGARE, CARGNIN e ROSA, 2007)
2
3
6
1
7
4
5
2
57
A lavagem leve é utilizada para roupas com pouca sujidade (poeira, suor) como
lençóis trocados das camas, fronhas, colchas, toalhas; a lavagem pesada é direcionada para
roupas com sangue, fezes, urina, fluidos corpóreos e alimentos; e a lavagem contaminada é
aquela referente a roupas com muito sangue, como as do bloco cirúrgico e as provenientes de
pacientes com doenças transmissíveis, que apresentam alguma importância na cadeia
epidemiológica e no retorno são reprocessadas as roupas com permanência de manchas. As
compressas são lavadas separadamente conforme sua sujidade. A composição da maioria dos
tecidos é 100% algodão, exceto os cobertores que são de tecido sintético na maioria ou de lã;
que os impedem de serem fervidos, então se deve utilizar a desinfecção química. Os níveis de
água utilizados nas lavadoras em litros são sempre em função da sua capacidade máxima de
carga de roupa seca, como as lavadoras do HUSM são de 100 kg, os níveis ideais são: alto: 8
litros de água por quilograma de roupa seca (800 litros), médio: 6 litros de água por
quilograma de roupa seca (600 litros), baixo: 5 litros de água por quilograma de roupa seca
(500 litros).
Quanto ao aspecto da padronização dos tipos de lavagens, através do roteiro aplicado aos
operadores de lavadoras e ao encarregado operacional, revelou-se a necessidade de
padronização. A padronização dos procedimentos de trabalho é uma fase importante nos
processos, porque assegura aos que trabalham nesse processo fazer uso dos mesmos e
melhores meios para realizar as suas atividades. Quando cada pessoa realiza a tarefa de modo
diferente fica difícil, senão impossível, ter um processo otimizado e realizar aperfeiçoamentos
significativos. A padronização diz como o trabalho deve ser feito (CAMPOS, 2003).
Um dos quesitos que chamou a atenção foi o desconhecimento do peso real de roupas
lavadas em cada ciclo de lavagem e o total lavado na lavanderia. Esse fato decorre da
inexistência de balança na área suja, sendo a capacidade estimada pelo operador para cada
lavagem.
Dessa forma com base nos dados identificados nessa etapa e através da literatura
consultada realizou-se um brainstorming com os operadores, a chefia da lavanderia, e após
juntamente com o funcionário da empresa que fornece os produtos químicos para a lavanderia
objetivando buscar alternativas para a melhoria dessa atividade e sua conseqüente
padronização, no dia 08 de janeiro de 2008.
Encerrado esse momento foram realizados vários testes (2 manhãs e 2 tardes) nos
tipos de lavagens padronizados, chegando-se aos dados apresentados nos Quadros 4 ao 12.
Assim os números padrões apresentados foram considerados suficientes para a padronização
dos tipos de lavagem, sendo após os testes, implementada a padronização. O administrador, o
58
encarregado operacional e os operadores estavam demonstrando satisfação, disseram que a
roupa estava com bonito aspecto tátil e visual.
Também se diagnosticou através da análise dos relatórios de apontamentos dos tipos
de lavagem, existentes na lavanderia, que a seqüência utilizada pelos operadores não é a
mesma seqüência programada nas máquinas automáticas desadoras de produtos. Esse fato
repercutiu na reformulação do relatório de acordo com a programação das máquinas.
A análise dos tipos de lavagens e desinfecção de roupas observadas foi:
a) Tipo de lavagem: cobertor
São compostos de fibras sintéticas e lã, apresentam cor variada e diferentes tipos de
sujidade, que será apresentado no Quadro 4.
Etapas de
lavagem
Procedimentos
Máx Min Pad
Nível
de
Água
Temp
ºC
Tempo em minutos
Máx Min Pad
Produto(s)
1 Lavagem 1 1 - B Fria 25 10 - Pasta e sabão
2 Enxágüe 5 3 - A Fria 5 1 -
3 Acidulante e
amaciante
1 1 - M Fria 5 2 - Acidulante e
amaciante
Níveis de água: A – Alto; M – Médio; B – Baixo
Max – Máximo; Min – Mínimo; Pad – Padronizado; Temp - Temperatura
Quadro 4 – Lavagem de cobertores
Os dados do Quadro 4 demonstram o número de procedimentos realizados para a
lavagem de cobertores, bem como o nível de água utilizado nas lavadoras e o tempo
consumido em minutos. Os dados apresentados quanto ao tempo consumido e ao número de
procedimentos de enxágüe revelam que não existe um padrão sendo utilizado por todos os
operadores. Outro detalhe importante encontra-se na ausência de uma etapa de desinfecção.
Essa situação repercutiu no estabelecimento de um novo tipo de lavagem, apresentado
no Quadro 6.
b) Tipo de lavagem: colchão piramidal
São compostos de esponja, apresentam cor variada e diferentes tipos de sujidade,
conforme mostra o Quadro 5.
59
Etapas de
lavagem
Procedimentos
Máx Min Pad
Nível
de
Água
Temp
ºC
Tempo em minutos
Máx Min Pad
Produto(s)
1 Lavagem 1 1 - B Fria 25 10 - Pasta e sabão
2 Enxágüe 5 3 - A Fria 5 1 -
3 Acidulante e
amaciante
1 1 - M Fria 5 2 - Acidulante e
amaciente
Níveis de água: A – Alto; M – Médio; B – Baixo
Max – Máximo; Min – Mínimo; Pad – Padronizado; Temp – Temperatura
Quadro 5 – Lavagem de colchões piramidais
Os dados do Quadro 5 demonstram o número de procedimentos realizados para a
lavagem de colchões piramidais, bem como o nível de água utilizado nas lavadoras e o tempo
consumido em minutos. Os dados apresentados quanto ao tempo consumido e ao número de
procedimentos de enxágüe revelam que, da mesma forma como acontecia aos cobertores, não
um padrão a ser seguido por todos os operadores, além da inexistência da etapa de
desinfecção. Essa situação também repercutiu no estabelecimento de um novo tipo de
lavagem, apresentado no Quadro 6, visando obter as características necessárias de desinfecção
exigidas pelo Ministério da Saúde, pela ANVISA e pela CCIH do HUSM.
c) Novo tipo de lavagem: cobertor e colchão piramidal padronizado
No Quadro 6, é apresentado a sugestão de um novo tipo de lavagem padronizada
estabelecida para a lavagem e desinfecção dos cobertores e colchões piramidais, com diversos
tipos de sujidade. Essa padronização supre a necessidade das atividades que vinham sendo
realizadas de forma ineficiente até o momento, e proporciona melhor qualidade não aos
artigos lavados, como também a todo o processo de lavagem e desinfecção de roupas da
lavanderia do HUSM.
Etapas de
lavagem
Procedimentos Nível
de
Água
Máx Min Pad Pad
Temp
ºC
Tempo em minutos
Máx Min Pad
Produto(s)
1 Lavagem - - 1 B Fria - - 10 Pasta e sabão
2 Enxágüe - - 2 A Fria - - 1 -
3 Alvejamento - - 1 B Fria - - 15 Cloro
4 Enxágüe - - 2 A Fria - - 1 -
5 Acidulante e
amaciante
- - 1 M Fria - - 4 Acidulante e
amaciante
Níveis de água: A – Alto; M – Médio; B – Baixo
Max – Máximo; Min – Mínimo; Pad – Padronizado; Temp – Temperatura
Quadro 6 – Lavagem de cobertores e colchões piramidais padronizado
60
d) Tipo de lavagem: leve
Nesse tipo de lavagem são processadas roupas de cor variada com sujidade como suor,
poeira.
Os dados apresentados no Quadro 7 demonstram não existir uma padronização quanto à
quantidade de enxágües que vinham sendo realizados e quanto ao tempo adotado pelos
operadores. Observem que posteriormente a padronização do tempo, pode-se concluir que os
adotados por alguns operadores (abaixo do ideal-padronizado), colocavam em risco a
qualidade da limpeza e desinfecção da roupa na etapa de lavagem.
Etapas de
lavagem
Procedimentos
Máx Min Pad
Nível
de
Água
Temp
ºC
Tempo em minutos
Máx Min Pad
Produto(s)
1 Lavagem 1 1 1 B 80 30 8 15 Pasta, sabão e
perborato
2 Enxágüe 3 2 2 A Fria 5 1 1 -
3 Acidulante e
amaciante
1 1 1 M Fria 5 3 4 Acidulante e
amaciante
Níveis de água: A – Alto; M – Médio; B - Baixo
Max – Máximo; Min – Mínimo; Pad – Padronizado; Temp – Temperatura
Quadro 7 – Lavagem leve
e) Tipo de lavagem: pesada
Nesse tipo de lavagem são lavadas as roupas com sujidade pesada como urina, fezes,
alimentos, produtos e fluidos corporais, entre outros.
Observa-se nesse momento, que vai do Quadro 8 ao 11, a divisão dos Níveis de Água
em Mínimo e Máximo e Padronizado. Isto decorre do fato de que no momento de responder o
roteiro revelou-se a adoção de diferentes níveis de água nas lavadoras numa mesma etapa de
lavagem.
No Quadro 8 observa-se que foram eliminadas as etapas de lavagem 1 e 2, corrigidas
as quantidades de procedimentos necessários para o enxágüe na etapa 4 e 6. O Nível de água
foi ajustado na etapa 3 e 5 e os tempos da realização de cada etapa reduzido em alguns casos e
adequados à necessidade da atividade. Com essa padronização, conseguiram-se significativas
melhorias no processo de lavagem e desinfecção das roupas de tipo pesada: diminuição do
número de etapas e procedimentos, do consumo de água, energia elétrica, resíduos líquidos,
tempo gasto e produtos que serão demonstrados no Quadro 13. Além da redução do desgaste
61
da máquina em cada ciclo e do tecido e do número de atividades desenvolvidas por cada
operador.
Etapas de
lavagem
Procedimentos Nível de Água
Máx Min Pad Máx Min Pad
Temp
ºC
Tempo em minutos
Máx Min Pad
Produto(s)
1 Umectação 1 1 - B - - Fria 10 5 - Pasta
2 Enxágüe 6 3 - A - - Fria 5 1 - -
3 Pré-lavagem 1 1 1 M B B Fria 15 15 15 Pasta e sabão
4 Enxágüe 7 0 3-4 A A A Fria 5 2 1 -
5 Lavagem 1 1 1 M B B 90 30 10 25 Pasta, sabão
e perborato
6 Enxágüe 7 2 2 A A A Fria 5 1 1 -
7 Acidulante e
amaciante
1 1 1 M M M Fria 5 2 4 Acidulante e
amaciante
Níveis de água: A – Alto; M – Médio; B – Baixo
Max – Máximo; Min – Mínimo; Pad – Padronizado; Temp – Temperatura
Quadro 8 – Lavagem pesada
f) Tipo de lavagem: retorno
Nesse tipo de lavagem são processadas as roupas que permanecem manchadas mesmo
após terem sido lavadas.
Esse tipo de lavagem de retorno, do Quadro 9, veio a ser desprogramado (desativado)
porque apresentava um grande número de etapas, as quais foram consideradas desnecessárias
frente às características apresentadas pelas roupas. Um novo tipo de lavagem de retorno foi
iniciado (ativado) e adotado na lavanderia do HUSM, o qual está demonstrado no Quadro 10.
Etapas de
lavagem
Procedimentos Nível de Água
Máx Min Pad Máx Min Pad
Temp
ºC
Tempo em minutos
Máx Min Pad
Produto(s)
1 Umectação 1 1 - B B - Fria 10 5 - Pasta
2 Enxágüe 6 3 - A A - Fria 5 1 - -
3 Lavagem 1 1 - B B - Fria 15 15 - Pasta e
sabão
4 Enxágüe 5 2 - A A - Fria 5 1 - -
5 Alvejamento 1 1 - B B - 50 20 20 - Cloro
6 Enxágüe 4 3 - A A - Fria 5 1 - -
7 Acidulante e
amaciante
1 1 - M B - Fria 5 5 - Acidulante e
amaciante
Níveis de água: A – Alto; M – Médio; B - Baixo
Max – Máximo; Min – Mínimo; Pad. – Padronizado; Temp. – Temperatura
Quadro 9 – Lavagem de retorno
62
g) Novo Tipo de lavagem ativado: retorno padronizado
No Quadro 10 apresenta-se o novo programa de lavagem para as roupas que
necessitam ser relavadas, por estarem manchadas, o qual se chama de retorno.
Etapas de
lavagem
Procedimentos Nível de Água
Máx Min Pad Máx Min Pad
Temp
ºC
Tempo em minutos
Máx Min Pad
Produto(s)
1 Lavagem e
alvejamento
- - 1 - - B 50 - - 35 Pasta, sabão
e cloro
2 Enxágüe - - 2 - - A Fria - - 1 -
3 Acidulante e
amaciante
- - 1 - - M Fria - - 4 Acidulante e
amaciante
Níveis de água: A – Alto; M – Médio; B - Baixo
Max – Máximo; Min – Mínimo; Pad – Padronizado; Temp – Temperatura
Quadro 10 – Lavagem de retorno padronizado
Como pode ser observado do Quadro 9 para o Quadro 10 obteve-se significativas
mudanças no tipo de lavagem a ser adotada para os retornos. Trata-se de um sistema mais
simplificado, econômico financeiramente e ambientalmente e, com a mesma eficiência do
anterior.
Como exemplos das contribuições que esse novo tipo de lavagem adotado para os
retornos, pode-se citar a redução da quantidade de produtos, do tempo gasto, do desgaste da
roupa, do consumo de água, de energia elétrica, do tempo do processo e do tempo dos
profissionais envolvidos na atividade, além de minimizar os efluentes líquidos e contribuir
com a utilização racional dos recursos naturais.
h) Tipo de lavagem: contaminada ou super-pesada
Esse tipo de lavagem é composto pelas roupas do bloco cirúrgico, com sangue e
contaminadas. As roupas apresentam cores variadas.
Conforme o Quadro 11 pode-se observar que a etapa 1 de enxágüe não vinha sendo
realizada por alguns operadores. Conforme estudo, discussão e testes detectou-se a
necessidade de implementar sua padronização, pois fora evidenciado que após realizados os
enxágües iniciais das roupas ensangüentadas, estas vinham a apresentar um melhor resultado
nas outras etapas da atividade contribuindo para a redução do número de procedimentos.
63
Etapas de lavagem Procedimentos Nível de Água
Máx Min Pad Máx Min Pad
Temp
ºC
Tempo em minutos
Máx Min Pad
Produto(s)
1 Enxágüe 3 - 4-5 A A A Fria 1 1 1 -
2 Umectação 1 1 1 M B M Fria 10 5 5 Pasta
3 Enxágüe 15 5 3 A A A Fria 5 1 1 -
4 Pré-lavagem 1 1 1 M B B Fria 20 15 10 Pasta e
sabão
5 Enxágüe 8 6 3 A A A Fria 5 2 1 -
6 Lavagem 1 1 1 B B B 90 30 10 18 Pasta, sabão
e perborato
7 Enxágüe 10 2 2 A A A Fria 5 1 1 -
8 Alvejamento 1 1 1 M B B 50 20 15 10 Cloro
9 Enxágüe 6 2 2 A A A Fria 5 1 1 -
10 Acidulante e
amaciante
1 1 1 M M M Fria 5 5 4 Acidulante e
amaciante
Níveis de água: A – Alto; M – Médio; B - Baixo
Max – Máximo; Min – Mínimo; Pad – Padronizado; Temp - Temperatura
Quadro 11 – Lavagem contaminada
Uma observação no ambiente estudado evidenciou que o grande número de enxágües
realizados decorriam do fato de que os operadores consideravam o tempo de enchimento da
máquina lavadora como sendo o enxágüe de fato, ou seja, depois de enchida a máquina até o
nível alto desejado seguidamente ela era esvaziada sem realizar os movimentos na roupa. Por
isso, durante o brainstorming foi frisado que cada operação inicia (são contados os
minutos) após a entrada da água e produtos. O nível de água adotado para algumas das etapas
também necessitou ser adequado, pois em algumas etapas ocorriam desperdícios de água por
optar por níveis mais elevados que o necessário.
O tempo das etapas também passou por ajustes. Como podem ser observado, os
operadores adotavam tempos diferentes uns dos outros, em algumas etapas o tempo era
superior ou inferior ao necessário padronizado.
Nesse caso ocorreram em desperdícios de recursos e ações incoerentes por capacitação
incompleta.
i) Tipo de lavagem: limpa, proveniente do setor de costura
Nesse tipo de lavagem são lavadas as roupas com sujidade de goma e poeira, que será
demonstrado no Quadro 12.
Para a lavagem das roupas oriundas do setor de costura, identificou-se a necessidade
de se introduzir as etapas de lavagem e enxágüe antes do acidulante e o amaciante para retirar
a goma, a poeira e excesso de tinta eficientemente, o que até então não vinha sendo realizado.
A inclusão dessas etapas repercutiu na melhor qualidade dos aspectos das roupas.
64
Etapas
de lavagem
Procedimentos
Máx Min Pad
Nível
de
Água
Temp
ºC
Tempo em minutos
Máx Min Pad
Produto(s)
1 Lavagem - - 1 B Fria - - 15 Pasta e sabão
2 Enxágüe - - 2 A Fria - - 1
3 Acidulante
e amaciante
1 1 1 M Fria 10 2 4 Acidulante e
amaciante
Níveis de água: A – Alto; M – Médio; B - Baixo
Max – Máximo; Min – Mínimo; Pad – Padronizado; Temp – Temperatura
Quadro 12 – Lavagem limpa
Com relação aos tipos de atividades apresentados, verificou-se nas fichas de anotações
o tempo consumido na realização dessas atividades conforme as classificações das roupas
(computando a hora de início e a hora do término para cada tipo de lavagem). Os dados
revelaram discrepâncias de tempo para mesmos tipos de lavagem, apresentados nos Quadros
4, 5, 7, 8, 9 e 11, que explicita a falta de um tempo padrão utilizado por todos os operadores a
cada tipo de lavagem. Como exemplo, segundo as fichas analisadas, dependendo de cada
operador o tempo total do ciclo de lavagem para os cobertores variava de 20 a 35 minutos,
para os colchões piramidais variava de 25 minutos a 1 hora e 30 minutos, na lavagem do tipo
leve o tempo oscilava entre 25 a 40 minutos, na lavagem pesada de 57 minutos a 2 horas e
40 minutos.
Com relação aos dados apresentados no parágrafo anterior pode-se concluir também
que os apontados na ficha de anotações de controle de tempo podem vir a não coincidir com
os dados obtidos através do roteiro aplicado aos operadores e ao encarregado operacional,
demonstrando a necessidade de padronização, capacitação e treinamento para que todos os
profissionais atuem com procedimentos e conhecimentos uniformizados.
Em razão do fato acima foi solicitado à empresa que fornece os produtos químicos à
lavanderia um curso de capacitação sobre tipos de lavagens e as características dos produtos
utilizados e como eles agem; a qual ficou de agendar com o chefe da lavanderia, conforme
consta no contrato como responsabilidade desta empresa.
Os dados apresentados e analisados no roteiro de inspeção da lavanderia revelam que
para o alvejamento duas lavadoras 1 e 4, estão devidamente automatizadas para a utilização
de cloro líquido, enquanto as outras duas não apresentam esta possibilidade fazendo com que
os operadores no momento dessa fase venham a adicionar cloro em nos tipos de lavagem
que contém a etapa de alvejamento. Esse dado revela problemas, pois no momento da adição
manual do cloro em os profissionais expõem-se a riscos químicos, ao entrarem em contato
65
com o produto (volátil), desperdiçam tempo no momento da sua colocação e na abertura da
máquina, e prejudicam a qualidade da lavagem em virtude de adição de produto a mais ou a
menos que o necessário.
Após ter conhecimento dos resultados prévios, a chefia do setor adotou provisoriamente a
padronização sugerida nesse trabalho e juntamente com a empresa fornecedora de produtos para a
lavanderia estará implementando em breve a automatização total das etapas de todos os tipos de
lavagens padronizados nos Quadros 6, 7, 8, 10, 11 e 12. Iniciará com um plano piloto, previsto
para final de março/2008 em uma das lavadoras e conforme forem recebendo manutenção e ajuste
será implantado nas demais. Esse sistema de automação estará interligando as lavadoras às
máquinas dosadoras automáticas através de um computador, e gerará um relatório dos tipos de
lavagens, etapas realizadas, quantidade de produtos entre outros, segundo o representante da
empresa fornecedora dos produtos químicos; o qual relatou que essa idéia de automação surgiu
após ter conhecimento dos resultados verificados nesse estudo.
A análise dos dados apresentados nos Quadros 4 a 12 mostra que o número de
enxágües foi reduzido consideravelmente, mantendo a qualidade da roupa lavada no aspecto
visual e tátil ou mesmo melhorando-a, contribuindo para a diminuição do consumo de água,
conforme depoimento do encarregado operacional e chefia do setor. Como no HUSM cada
enxágüe é realizado no nível alto da lavadora (de 100 kg) e consome 800 litros de água
veremos se haverá uma diminuição nos novos registros de consumo de água.
De acordo com Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD, 2006)
um século pelo menos o consumo de água tem crescido a um ritmo muito mais rápido que
a população, e esta tendência se mantêm. Nos últimos cem anos, a população quadruplicou,
enquanto o consumo de água cresceu sete vezes. Portanto, desperdiçar água indica falta de
clareza sobre a importância fundamental deste valioso recurso para nossa sobrevivência.
Ampliar a eficiência do uso da água representa, de forma direta, economia e expansão
do uso dos recursos, flexibilizando os suprimentos existentes para outros fins, bem como
atendendo ao crescimento populacional, implantação de novos setores, preservação e
conservação do meio ambiente. Assim sendo, as iniciativas de racionalização do uso da água
se constituem em elementos fundamentais em qualquer iniciativa de conservação
(SAUTCHÚK, 2004).
A busca pela melhoria contínua, segundo Oliveira (2005), “é uma necessidade das
organizações, e deve-se ter o envolvimento de todos para o aperfeiçoamento das atividades,
com o objetivo final de excelência, permitindo, então, a fixação de metas a serem alcançadas
66
e de estratégias para alcançá-las”. Assim, melhorar continuamente pode ser considerado como
uma responsabilidade de todos os funcionários da lavanderia envolvidos no processo.
Segundo (SAUTCHÚK, 2004),
Entende-se por adequação de processo o estabelecimento de procedimentos e
rotinas específicas que garantam o uso apropriado da água para realização de
atividades consumidoras, em quantidade e qualidade adequada é necessária,
evitando-se desperdícios para a realização das mesmas.
4.2.2.2 Redução da quantidade de produto utilizado em alguns tipos de lavagem
A padronização estabelecida repercutiu na redução da quantidade de produtos
consumidos, no caso a pasta utilizada na umectação das roupas, em alguns tipos de lavagens:
pesada e contaminada, apresentadas nos Quadros 13 e 14.
a) Tipo de lavagem pesada
Como visto anteriormente nesse tipo de lavagem foram eliminadas as duas primeiras
etapas e padronizado os números de procedimentos de enxágües, demonstrado no quadro 13.
Conforme o Quadro 13 percebe-se que o total de pasta reduzido foi de 900ml
(utilizada para a umectação das roupas), neste tipo de lavagem, o que representa 50% do total
utilizado anteriormente (1800ml).
Etapas de
lavagem
Produto(s) Dosagem (ml)
usada Pad redução
1 Umectação Pasta 600 - 600
2 Enxágüe - - -
3
Pré-lavagem
Pasta
sabão
700
900
500
900
200
4 Enxágüe - - - -
5 Lavagem Pasta
sabão
perborato
500
800
1000
400
800
100
0
100
6 Enxágüe - - - -
7 Acidulante
e amaciante
Acidulante e
amaciante




Níveis de água: A – Alto; M – Médio; B – Baixo
ml – mililitros ; Pad – Padronizado; Temp. – Temperatura
Quadro 13 – Consumo de pasta na lavagem pesada
67
Com isso, custos, água para os enxágües para retirar o excesso de produto, energia
elétrica, o produto em si, desgastes das roupas, efluentes líquidos com redução da carga
química, procedimentos de enxágües (relembrando o quadro 8, em que fora também
diminuído do número de etapas, procedimentos, consumo de água, energia elétrica, resíduos
líquidos, tempo gasto com o ciclo; torna-se bem evidente a conservação dos recursos naturais
e redução dos impactos ambientais, com a mesma qualidade da roupa).
b) Tipo de lavagem contaminada ou super-pesada
Conforme citado anteriormente, esse tipo de lavagem foi aprimorado iniciando
com enxágües o que proporciona a retirada do sangue em excesso antes de colocar o produto
para a umectação, caso contrário a pasta não consegue agir plenamente na fibra do tecido,
sendo muitas vezes ineficiente o seu uso. Dessa forma conseguiu-se diminuir esse produto
nesse tipo de lavagem. O Quadro 14 mostra os resultados obtidos nesta etapa.
Etapas de lavagem Produto(s) Dosagem
usada Pad
1 Enxágüe - - -
2 Umectação Pasta 800ml 600ml
3 Enxágüe - - -
4 Pré-lavagem Pasta e
sabão
600ml
800ml
500ml
800ml
5 Enxágüe - - -
6 Lavagem Pasta,
sabão e
perborato
500ml
800ml
1200ml
400ml
800ml
1200ml
7 Enxágüe - - -
8 Alvejamento Cloro ml 1400ml
9 Enxágüe - - -
10 Acidulante e
amaciante
Acidulante e
amaciante
ml
ml
ml
ml
Níveis de água: A – Alto; M – Médio; B – Baixo
ml – mililitros ; Pad – Padronizado; Temp – Temperatura
Quadro 14 – Consumo de pasta na lavagem contaminada ou super-pesada
Nesse tipo de lavagem foram diminuídos 400ml da pasta utilizada na umectação das
roupas, o que representa 21% do total utilizado, como relatado anteriormente essa redução é
muito positiva nos aspectos financeiros, físicos, químicos e ambientais.
Através da análise de relatórios obtidos no período de 16 a 31 de outubro de 2007, a
média diária de lavagens dos tipos pesada e dos tipos contaminada é respectivamente de 16
e 1,5 maquinadas, calcula-se que será economizado em média, por dia,
68
do produto pasta 14.400 ml para a lavagem pesada e de 600 ml para a contaminada
perfazendo um total de 15 litros diários.
Tendo conhecimento que a lavanderia funciona todos os dias do mês, a média de pasta
economizada será de 450 litros mensais, sem contar as outras economias e ganhos não
passiveis de serem evidenciadas, no momento, como: energia elétrica, água, efluentes
químicos, redução dos impactos ambientais, desgaste das roupas, entre outros.
4.2.3 Rotina organizacional
Conforme Campos et al (2003), para melhorar continuamente a organização de uma
Instituição é preciso ter constante espírito de indagação, capaz de encontrar meios
organizados para se expressar e colaborar na construção de sonhos coletivos. As informações
quanto à estrutura organizacional da lavanderia do HUSM são apresentados no Quadro 15.
1.1.1 ROTINA ORGANIZACIONAL Sim Não NA
As rotinas são impressas e afixadas nos locais de trabalho? x
Há registro diário do processamento de roupa (quantidade processada)? x
Há registro diário de intercorrências? x
Há escala de serviço? x
Há programa de manutenção preventiva de equipamentos? x
Há programa de manutenção corretiva de equipamentos? x
Há sistema de controle de almoxarifado e de compras? x
sistema de controle dos estabelecimentos contratantes quanto à adequação às normas
do Ministério da Saúde?
x
sistema de verificação para a preferência por fornecedores de produtos
ecologicamente corretos?
x
manuais para cada tipo de equipamento (no mínimo dois: um para servir como guia
para o operador e o outro para as atividades de manutenção preventiva e de reparos)?
x
NA = Não Aplicável
Quadro 15 – Rotina Organizacional
De acordo com o Quadro 15 observa-se que não existe o manual de orientação com
normas e rotinas da unidade, mas segundo informações está sendo confeccionado. O
Ministério da Saúde (1986) orienta que para um funcionamento organizado de lavanderia
deve se ter o Manual de Orientação onde constem as especificações de cada atividade, a
69
estrutura hierárquica, normas e rotinas, mostrando claramente a organização e execução do
trabalho.
A não existência de manuais para todos os equipamentos existentes na lavanderia gera
nos funcionários e serviços de manutenção insegurança e apreensão no manuseio e conserto
de alguns maquinários.
As ocorrências diárias com materiais perfurocortantes entre outros não são registradas,
com isso são desconhecidos os principais problemas existentes, sua freqüência, seu risco e sua
significância para o desempenho do processo, prejudicando a gestão da lavanderia, foi
proposto uma ficha de controle das ocorrências diárias..
Pelo fato de não existir manutenção preventiva dos maquinários muitas vezes o
processamento sofre alterações, ocasionando grande acúmulo de roupas, conforme Figura 5 e
alteração no tipo de desinfecção das roupas, bem como a diminuição de distribuição destas,
diminuindo a qualidade do atendimento aos pacientes ocasionando stress aos funcionários que
prestam assistência e elevando os custos com horas extras e sobrecarga de trabalho.
Na Figura 5 é possível visualizar claramente a quantidade de roupas acumuladas. Esse
acúmulo altera significativamente o processo gerando vários problemas ao hospital, como:
falta de roupas limpas para a vestimenta nos leitos, acúmulo de roupas e serviço na
lavanderia, stress laboral a todos os funcionários, entre outros; tudo isso causado por
lavadoras estragadas e ou falta de água. Salermo (2005) expõe que, o planejamento da
manutenção como parte integrante do planejamento estratégico da empresa e orientações das
atividades, visa manter os níveis de produtividade, reduzindo ao mínimo as intervenções não
programadas e garantindo a operação com custos competitivos.
Segundo o Ministério da Saúde (1986), a previsão, a instalação, a conservação
(manutenção preventiva) de equipamento e do material são fatores de vital importância para a
implantação e o funcionamento eficiente de uma lavanderia hospitalar. A supervisão
sistemática possibilita a detecção precoce de problemas, que constituem obstáculos ao
desenvolvimento normal das atividades, favorece a manutenção preventiva do equipamento, o
controle de gastos, a prevenção de acidentes, o controle da produtividade e o inter-
relacionamento dos diversos setores de trabalho.
Devidos aos problemas verificados e visíveis no exemplo da Figura 5 foi sugerida a
possibilidade de se estabelecer um programa de manutenção preventiva e corretiva das
máquinas e tubulações de água. Mediante licitação, realizou a contratação de uma empresa
terceirizada para a realização das atividades de manutenção.
70
Figura 5 - Roupas acumuladas na área suja da lavanderia
O sistema de compras de produtos no hospital é por licitação. Esse fato acarreta muitas
vezes na aquisição de produtos que não atendem a qualidade necessária para a prestação dos
serviços hospitalares e não são considerados como ecologicamente corretos; demonstrando
que nem sempre o setor de compras consegue adquirir produtos de qualidade. Salermo (2005)
acredita que os fatos, geradores dessa situação, dão-se em razão da falta de mais
especificações inerentes aos produtos reivindicados para aquisição e por se tentar atender o
critério do menor preço na hora da compra por licitação, no caso dos serviços públicos.
Na Figura 5 pode-se observar na seta superior o hidrômetro, que registra o consumo de
água da lavanderia do HUSM, na seta inferior nota-se uma faixa escura ao decorrer do pilar:
trata-se de um poste de madeira colocado provisoriamente para fixar (apoiar) o hidrômetro, o
qual é muito pesado e necessita de suporte que as tubulações são antigas e existe a
possibilidade de ocorrerem deformações e vazamentos. Este pode diminuir o espaço existente
e atrapalhar o andamento das atividades, além das colunas já existentes. Até março de 2008
não tinha sido providenciado o suporte adequado, e este com a umidade poderá apodrecer.
71
4.2.4 Programação físico-funcional da lavanderia
A concepção do sistema de organização físico-funcional fundamenta-se na análise dos
fatores que caracterizam a lavanderia quanto à localização, as atividades e a interpretação das
respectivas relações funcionais, como serão demonstradas no Quadro 16.
PROGRAMAÇÃO FÍSICO-FUNCIONAL Sim Não NA
A lavanderia está localizada próxima ao sistema de geração de vapor? x
Há separação total entre as áreas que processam as roupas limpas e as roupas sujas? x
A parede de separação entre a área limpa e suja é dotada de visores ou interfaces? x
Existem pias para a lavagem das mãos, providas de sabão líquido e papel toalha, em todas
as áreas onde as roupas limpas e sujas são manuseadas?
x
As dimensões das diversas áreas são compatíveis com as atividades realizadas? x
As dimensões das diversas áreas permitem um fluxo racional de operacionalização sem
cruzamento de roupa suja e roupa limpa?
x
sanitários com pias, chuveiros e armários para a guarda de roupas e de pertences,
exclusivos dos funcionários da área suja?
x
Há depósito de material de limpeza exclusivo para a área suja? x
copa (provida de pia, sabão líquido e papel toalha, para a lavagem das mãos) para a
realização de pequenas refeições?
x
Os funcionários têm acesso fácil à água para ingestão, sem risco de contaminação e sem
prejuízo dos fluxos?
x
Existe depósito de material de limpeza? x
Existe depósito de produtos utilizados no processo de lavagem das roupas? x
Existe banheiro exclusivo para os funcionários da área limpa e área suja distintos? x
O piso é revestido de material liso, impermeável, antiderrapante, resistente aos produtos
de limpeza e desinfetantes?
x
O piso apresenta soluções de continuidade? x
As paredes são revestidas de material liso, impermeável, resistente aos produtos de
limpeza e desinfetantes?
x
O forro apresenta-se em boas condições de conservação e de limpeza? x
Existem manchas nas paredes, pisos ou forros decorrentes de infiltração de água? x
Existe chutes ou tubulões de queda na área suja da lavanderia. E é dotada de pressão
negativa em relação às áreas adjacentes?
x
Nas reforma, há isolamento total da área que está sendo reformada? x
NA = Não Aplicável
Quadro 16 – Programação físico-ocupacional
Os dados revelam que a caldeira deveria estar localizada mais próxima da lavanderia a
fim de diminuir as perdas de calor e vapor (Figura 6 e 7), e os gastos com tubulações,
isolamento e manutenção, danificação do protetor, como também os consertos dos
vazamentos internos no setor.
72
Nota-se que as duas setas superiores indicam perda de vapor, o qual condensado
transforma-se em água corrente ao longo do duto. Na parte inferior da Figura 6 se verifica a
tubulação sem isolamento ou danificado gerando perda do calor.
Observou-se nas visitas realizadas e através das Figuras 6 e 7 que as tubulações
deveriam ter isolamento térmico em toda a sua extensão inclusive nas canalizações aterradas e
dentro do setor de lavanderia.
Figura 6 – Tubulações de vapor aterradas com vazamentos
Nota-se, na Figura 7, nitidamente a perda de vapor e água e a ausência de isolamento
térmico isso dentro da lavanderia na área suja no inicio do estudo, aumentando: os custos
(água, óleo), os riscos ambientais e de segurança (de calor, ergonômicos, rompimento de
dutos, probabilidade de queimaduras, entre outros), a possibilidade de contaminação, o
trabalho dos funcionários, a perda dos recursos naturais, os efluentes líquidos e a corrosão das
tubulações e piso.
vapor
Água
vapor
Protetor danificado
Protetor danificado
73
Figura 7 – Tubulações dentro da lavanderia com vazamentos e sem isolamento
O calor desperdiçado nas tubulações desprotegidas, a falta de adequada dimensão da
lavanderia e exaustão, e o calor do verão geram forte desconforto térmico na lavanderia,
fazendo com que os funcionários permaneçam com as portas abertas. Assim o risco de
contaminação é propiciado e o ruído produzido pelas máquinas é propagado às outras áreas.
Visando solucionar o problema de acesso a área suja (contaminada) da lavanderia, foi
instalada uma porta na entrada da área contaminada com interfone para diminuir o fluxo dos
funcionários que entram na mesma.
Segundo Ministério da Saúde (1986), todas as linhas de vapor e água quente devem
estar cuidadosamente isoladas, para proteção do pessoal, diminuição dos custos operacionais e
redução do calor transmitido ao meio ambiente. É necessário, também, evitar longas
distâncias de percurso das canalizações, que implicam em maior perda de carga.
74
As observações foram encaminhadas ao setor e sugeriu-se que fosse solicitado a
manutenção e o isolamento das canalizações de vapor, onde necessidade por falta ou
danificação do protetor, como também os consertos dos vazamentos internos no setor.
As dimensões das áreas conforme mencionadas anteriormente não atendem as
especificações da ANVISA e do Ministério da Saúde. Além do espaço inadequado existem
várias colunas que impedem, principalmente, o fluxo operacional e das atividades realizadas.
As condições do piso não são ideais para uma lavanderia: é poroso com solução de
descontinuidade (corroído), conforme Figura 8, e molhado em diversas áreas decorrente dos
vazamentos dos maquinários, tanto na área contaminada como na área limpa, perto das
centrifugas. Os responsáveis estão cientes da situação.
As inadequadas condições do piso, apresentados na Figura 8, aumentam a
probabilidade de contaminação, os riscos ocupacionais, e o trabalho dos profissionais. Nesta
imagem observa-se, ainda, vazamento na tampa de uma lavadora e na sua parede externa; na
parte de baixo lavadora ocorre saída de vapor durante a operação, desperdiçando água, vapor
e produtos, o que propicia a expansão desses problemas e o aparecimento de novos
(desperdício de energia elétrica, corrosão, retrabalho,...).
Figura 8 – Condições do piso
lavadora
75
4.2.5 Condições de iluminação, ventilação, exaustão, instalações elétricas e de combate ao
incêndio.
Segundo o Ministério da saúde (2006), a lavanderia é de grande importância para o
funcionamento das diversas unidades hospitalares e assim, qualquer que seja a sua dimensão e
capacidade, deverão ser planejada, instalada, organizada e controlada com o rigor dispensado
às demais unidades do hospital. O Quadro 17 mostra os resultados da verificação das
condições físicas das instalações.
CONDIÇÕES DE ILUMINAÇÃO, VENTILAÇÃO, EXAUSTÃO, INSTALAÇÕES
ELÉTRICAS E DE COMBATE A INCÊNDIO.
Sim Não NA
A iluminação, natural ou artificial, é adequada para a realização das atividades com
segurança?
x
O pé direito e o dimensionamento das janelas estão compatíveis com a área? x
É feita a substituição de lâmpadas queimadas? x
Há depósitos de sujidades no bulbo das lâmpadas? x
O sistema de ventilação adotado na unidade de processamento de roupas proporciona um
ambiente de trabalho adequado?
x
As tubulações apresentam isolamento térmico? x
O sistema de exaustão da área suja é mecanizado e com pressão negativa em relação aos
compartimentos externos?
x
O sistema de exaustão da área contaminada e o da área limpa são independentes? x
A saída de ar da lavanderia não contamina os serviços adjacentes? x
O sistema de ventilação artificial faz recirculação do ar da área suja da lavanderia;
insuflamento de ar na área limpa e exaustão do ar na área suja?
x
Há telas milimétricas nas janelas em bom estado de conservação e de limpeza? x
Há indicação da voltagem das tomadas? x
As tomadas são em número suficientes e próximas aos equipamentos? x
As tomadas utilizadas nas áreas de processamento das roupas são blindadas e se estão
colocadas a 1,5 metros do piso?
x
Existe fiação exposta ou de fios danificados? x
Existem duplicadores em tomadas? x
As tomadas são inspecionadas periodicamente para a verificação de polaridade,
integridade do condutor terra, tensão de contato e segurança global?
x
As tomadas defeituosas são imediatamente substituídas? x
Possui Atestado de Vistoria fornecido pelo Corpo de Bombeiros? x
Os equipamentos de proteção e combate ao fogo (extintores com cargas dentro do prazo
de validade) estão em locais de fácil acesso e sinalizados?
x
Os funcionários tiveram treinamento de combate ao fogo? x
A saída de emergência está claramente sinalizada e desobstruída? x
NA = Não Aplicável
Quadro 17 Condições de iluminação, ventilação, exaustão, instalações elétricas e de
combate a incêndio.
76
Por se tratar de um prédio antigo a instalação elétrica não está adequada conforme a
NR 10, segundo a manutenção elétrica do HUSM, principalmente quanto à polaridade,
condutor terra e segurança global, tomadas próximas ao piso, incorrendo na existência de
fiação exposta, agravada pelo fato de não haver inspeção periódica e um programa de
manutenção preventiva da rede elétrica o que pode ser visualizado através da Figura 9, 10 e
11. Este fato coloca em risco a segurança do ambiente visto que a desinfecção do local é
realizada com a utilização de água corrente, possibilitando acidentes.
Figura 9 – Condições elétricas Figura 10 – Condições elétricas
Figura 11 – Condições elétricas
Área limpa
Área contaminada
calandra
77
Nas Figuras 9, 10 e 11 percebe-se a fiação exposta em vários locais, com sinais de
ter ocorrido curto circuito elétrico, deixando e expondo o ambiente a riscos significativos. As
mesmas demonstram necessidade de treinamento a todos os interessados.
Observou-se também o derretimento de proteção de alguns fios por terem sido
amarrados ao encanamento de vapor durante uma desinfecção da unidade, colocando em risco
os funcionários que ali trabalhavam, conforme pode ser verificado na Figura 12.
Figura 12 – Proteção da fiação danificada
Através da Figura 12 o desconhecimento dos riscos físicos aos quais os funcionários
estão expostos e se expõem, fazendo-se necessário que sejam realizados cursos de capacitação
sobre riscos ambientais. A inexistência de isolamento térmico das tubulações ressalta, além
dos efeitos indesejados vistos, a ausência do emprego de cores na identificação de tubulações
conforme preconiza a NBR 6493 (ABNT, 1994).
Com relação a isso, foi sugerida à administração do setor uma lista de solicitações a
serem encaminhadas entre elas constam o treinamento e averiguação pelo Serviço de Saúde e
Segurança do Trabalhador sobre os riscos ambientais e usos de equipamentos de proteção.
A ventilação e exaustão mostram-se deficientes por haver tubulações secundárias sem
isolamento de vapor e as principais com isolamento deficiente, danificado e vazamentos;
deixando o ambiente desconfortável termicamente e propício a acidentes (queimaduras),
78
conforme mostram as Figuras 7, 12, 13 e 14. Este fato serve de argumento para que alguns
funcionários, principalmente na área suja (contaminada), venham a não utilizar os
Equipamentos de Proteção Individual (EPI´s) recomendados pelo PPRA.
Figura 13 – Tubulação de vapor Figura 14 – Tubulações de vapor da calandra
A Figura 13 representa a tubulação de vapor que chega a uma das secadoras. O vapor
além de vazar se condensa, e visto que ocorre há tempo e persistir no momento, causou erosão
no piso, como pode ser observado. Outros problemas de manutenção são notados entre eles:
grande acúmulo de poeira gerada pelas roupas e a improvisação com pedaços de tijolos, não
causando um bom aspecto.
A figura 14 demonstra a situação da tubulação de vapor da calandra que alimenta os
rolos situados embaixo. Pode-se observar que a tubulação é totalmente sem isolamento
térmico, gerando grande desconforto térmico, pois o calor tende a subir e assim fica mais
intenso para as operadoras. Como solução provisória para esse fato foi colocado um tapume
de madeira, o qual não tem sido uma solução eficaz para o problema.
Também foram demonstrados resultados prévios à administração e a ficou de solicitar
o isolamento dos encanamentos de vapor. Minimizar os vazamentos e isolar boa parte da
tubulação fará com que a temperatura ambiente baixe consideravelmente, e com isso reduza o
desconforto térmico, os custos com água, vapor, óleo diesel, entre outros.
79
Não existe saída de emergência na área limpa e na rouparia, coexistindo a implantação
de sinalização, mas aos funcionários está sendo oferecidos cursos e treinamentos de combate
a incêndio, tendo os extintores adequados conforme os laudos técnicos da saúde e segurança
do trabalhador (SSST).
Segundo Bartolomeu (1998), “as condições ambientais de uma lavanderia hospitalar
têm grande influência na prevenção de doenças profissionais e acidentes, já que compreendem
medidas de proteção coletiva”.
4.2.6 Equipamentos existentes na lavanderia
A lavanderia hospitalar exige a instalação de equipamentos e a utilização de materiais
diversos, sem os quais se torna impossível seu funcionamento. A organização eficiente
permite, também, racionalização de espaço e de equipamento, sendo necessário um estudo
minucioso de tempo e movimento (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 1986).
O quadro 18 mostra a avaliação dos equipamentos existentes na lavanderia
1.1.2 EQUIPAMENTOS EXISTENTES NA LAVANDERIA Sim Não NA
Existe espaço entre os equipamentos e a parede para possibilitar o serviço de limpeza e de
manutenção?
x
Existe aterramento adequado das instalações elétricas, de todos os quadros de distribuição
e dos equipamentos?
x
Os equipamentos têm um terceiro fio de aterramento (lavadoras, secadoras, centrífugas,
calandras, bombas de água e demais equipamentos ou ferramentas operadas com motores
elétricos).
x
Existem disjuntores, fusíveis, relés térmicos para as instalações em que estes equipamentos
estão conectados (conforme recomendações do fabricante)?
x
Os circuitos elétricos estão identificados, de modo a facilitar seu manuseio? x
Existem "plugues" danificados ou quebrados? x
sinais de operação anormal de equipamentos e superaquecimento de partes de
equipamentos?
x
Há registro da manutenção (preventiva e corretiva) dos equipamentos? x
LAVADORAS
Apresentam dispositivos automáticos, em funcionamento, que impeça a abertura das duas
portas simultaneamente?
x
Possuem válvulas para regulação do fluxo de ar dentro das máquinas, para permitir a
aspiração do ar da área limpa?
x
As lavadoras (de desinfecção, extratora e outras) são dotadas de dispositivo, em
funcionamento, que impeça a realização de operações simultâneas?
x
NA = Não Aplicável
Quadro 18 – Equipamentos existentes na lavanderia cont.
80
São dotadas de dispositivo (em funcionamento) que impeça a abertura da máquina em
operação?
x
Os tambores internos são de aço inoxidável? x
Os tambores internos estão em bom estado de conservação? x
Estão desbalanceadas, com partes frouxas ou produzindo vibrações? x
Estão em boas condições de uso? x
São dotadas dos seguintes equipamentos, em funcionamento:
- termômetro x
- termostato x
- cronômetro (relógio marcador de tempo) x
- temporizadores para os equipamentos automatizados x
- registro de fechamento rápido x
- entrada de água controlada por nível automático x
CENTRÍFUGAS
As centrífugas são dotadas de tampa e se estas permanecem hermeticamente fechadas
durante a operação do equipamento
x
Estão em boas condições de uso? x
Os tambores internos são de aço inoxidável? x
Os tambores internos estão em bom estado de conservação? x
Estão desbalanceadas, com partes frouxas ou produzindo vibrações? x
SECADORAS
São providas de sistema de exaustão individual? x
Equipadas com retentores de fiapos, trocados com a freqüência necessária? x
Os tambores internos são de aço inoxidável? x
Os tambores internos estão em bom estado de conservação? x
Estão desbalanceadas, com partes frouxas ou produzindo vibrações? x
Estão em boas condições de uso? x
CALANDRAS
São dotadas de sistema de exaustão individual? x
Coifas em funcionamento? x
Tem coifa localizada no máximo a 60 cm das calandras? x
O revestimento dos rolos das calandras está em bom estado de conservação? x
Existe um anteparo para evitar a queda de roupas no chão? x
FERRO ELÉTRICO
Estão em boas condições de uso? x
BALANÇA
É do tipo plataforma para a pesagem da roupa? x
Esta em boas condições de uso? x
CARRINHOS
São de material impermeável, lavável? x
São dotados de tampa? x
São exclusivos para o transporte de roupa limpa e de roupa suja? x
NA = Não Aplicável
Quadro 18 – Equipamentos existentes na lavanderia
Foi analisado que nem todos os equipamentos possuem aterramento, conforme NR 10
de segurança em instalações e serviço em eletricidade do Ministério do Trabalho. É preciso
que haja fio terra como parte dos circuitos elétricos. Sua ausência já ocasionou segundo relato
81
de operadores, algum tempo, acidente de trabalho (choque) e incidentes. Sobre esse
aspecto foi recomendada à administração a inspeção destes aspectos.
Em alguns maquinários existem vários sinais de operação anormal como: vazamentos
de água nas lavadoras, nos registros de entrada e saída, desbalanceamento, ruídos
significativos, frenagem deficiente ou ausente, e equipamentos dos maquinários estragados
como termômetro e outros que serão discutidos mais adiante.
4.2.6.1 Lavadoras
As lavadoras não apresentam dispositivo que impeçam a abertura das portas durante a
operação, entradas de água controlada automaticamente, não possuem sistema automático que
impeça a abertura das duas portas em conjunto; inclusive as mesmas são abertas
simultaneamente quando ocorre o término das lavagens. Sobre este fato, os operadores tanto
da área limpa quanto da suja apresentaram explicações diferentes:
Operador 1: “__Há falta de luminosidade para que os operadores da área limpa
consigam retirar as roupas.”
Operador 2: “__Insegurança ocasionada pelo fato de pessoas terem livre acesso à área
suja e alguém acionar o botão de ligar a lavadora.”
Operador 3: “__Para que os operadores da área limpa saibam qual a lavadora que
finalizou a lavagem.”
Operador 4: “__Por ser rotina da unidade fazer este procedimento ao término das
lavagens”.
Operador 5: “__Foi assim que aprendeu!”
Operador 6: “__ Abre a porta para centrar o tambor e os operadores da área limpa
possam descarregar a máquina.”
Operador 7: “__Não sei explicar!”
Quanto a esses relatos fica claro a necessidade de padronização dos procedimentos e o
respectivo treinamento dos interessados. Esse fato ocasiona a descontinuidade da barreira de
contaminação porque permite a mistura do ar entre as duas áreas possibilitando a ocorrência
de recontaminação das roupas e demonstra a necessidade de conscientização e treinamento.
Esse fato foi levado ao conhecimento da CCIH e solicitado à administração providências de
82
alarme luminoso nas lavadoras, pois o alarme sonoro existe e que reivindicasse junto a CCIH
e a empresa terceirizada treinamento sobre desinfecção e recontaminação das roupas.
Também foi dada ciência de que as máquinas 2 e 3 não fazem reversão do tambor na
área limpa, e que as mesmas estão em condições de sofrerem grandes reparos ou serem
substituídas conforme descrições abaixo apontadas.
O controle das infecções relacionadas com o processamento da roupa hospitalar exige
uma série de medidas perfeitamente coordenadas em todos os locais de trabalho, sendo a
barreira de contaminação e o controle do fluxo de pessoas e roupas as medidas mais
importantes contra as infecções. Conforme Manual Técnico Administrativo do Hospital Geral
Universitário de Cuiabá (2002), “todos os funcionários deverão conhecer as medidas de
controle de infecção e as normas e rotinas estabelecidas para o setor”.
Segundo o Ministério da Saúde (1986) e a ANVISA, a barreira de contaminação só
será realmente eficiente se existir lavadora de desinfecção, com duas portas de acesso, uma
voltada para cada área (suja e limpa) e com sistema que impeça a abertura das duas
simultaneamente.
Existem quatro lavadoras na lavanderia do HUSM, que serão numeradas de 1 a 4.
Todas apresentam perdas de água e produtos, vapor em grau variado, durante a lavagem;
conforme Figura 15 e 16, como também possuem termômetros e sem manutenção.
Figura 15 – Vazamentos nas lavagens Figura 16 – Vazamentos nas lavagens
83
Nas Figuras 15 e 16, pode-se observar perdas visíveis de água, vapor e produtos
durante as lavagens das roupas. O desperdício desses produtos incorre na necessidade de se
adicionar mais produtos para que se obtenha a qualidade esperada dessa atividade. Esse fato
também repercute em impactos ambientais ocasionados pelo aumento da geração de efluentes.
Fiapos e pedaços de roupas também são visíveis, nas saídas das lavadoras, podendo impedir
uma adequada vedação.
Na lavadora 1 a borracha de vedação e/ou o sistema de fechamento de saída apresenta
problemas em impedir o vazamento de água e produtos durante a lavagem. Em decorrência
disso, o nível de água selecionado para a lavagem da roupa, que deveria ser, por exemplo,
baixo (no ensaboamento), é colocado em nível alto, repercutindo em desperdício de água e
produtos, na qualidade da roupa, retorno de roupas, stress aos operadores, elevação dos
custos, aumento do volume dos efluentes (ver Figura 15). Foram retirados, várias vezes, os
fiapos e os pedaços das roupas na saída da água e aumentava o vazamento. Esse problema
após várias semanas e tentativas de solucioná-lo, um operador observou que a barra de
travamento girava parcialmente junto conforme fazia o travamento. A partir desse momento
foi trocado o pino que mantinha a barra de travamento fixa, melhorando significativamente e
solucionando praticamente todo o problema.
A lavadora 2 apresenta ausência de termostato e sistema de reversão para centrar o
tambor na área limpa para retirar as roupas, então o operador da área suja tem que centrar o
tambor; também a ausência de outros equipamentos. Existem ruídos e vários vazamentos
importantes nas emendas, na tampa, na entrada da água na lavadora, no registro de entrada na
parte externa (conforme Figura 18).
Observou-se também que existe falha no sistema de vedação interna dos registros, pois
no período em que as máquinas lavadoras encontram-se inoperantes permanecem os
vazamentos nos locais de drenagem. A evasão de água mensurada em um dos registros de
lavadora foi de 60 litros/45 segundos, mas mesmo após ser trocado os vazamentos continuam
enquanto se aguarda a vinda da empresa vencedora da licitação para efetuar as correções
necessárias.
Salermo (2005) explica que a adoção da prática de aquisição de
equipamentos/aparelhos inspecionados por programas de qualidade que atestem à
conformidade dos produtos com relação aos padrões de qualidade e normas brasileiras deve
ser implantada em toda a edificação, eliminando-se a aquisição de produtos de procedência
duvidosa, adquiridos a partir do levantamento do menor preço.
84
Figura 17 – Vazamento no registro Figura 18 – Equipamentos da lavadora
Na Figura 17 o vazamento é tão intenso, em determinados períodos, por excesso de
pressão no cano. Quando outra máquina enche simultaneamente esse vazamento diminui, mas
o gasto e o desperdiço continuam. Em decorrência dessa situação os operadores vinham
freqüentemente passando o rodo para retirar o acúmulo de água do chão, mas na última visita
realizada verificou-se a existência de um balde sob o vazamento.
Identificada na Figura 18, a lavadora 2, que mesmo com déficit de equipamentos
encontra-se em pleno funcionamento: fazendo desinfecção térmica e química. Um dos
problemas visíveis é a inoperância do termômetro, fazendo com que os operadores tenham
que perceber ou tentar adivinhar a temperatura ideal para a lavagem de roupas. Essa situação
é visível também na Figura 19, com a lavadora 3. Com isso percebe-se que a lavanderia
incorre em gastos e riscos. Os funcionários poderiam ser poupados de stress causados por
esses e outros inconvenientes.
As lavadoras 2 e a 3 não apresentam marcadores do nível de água, ficando a cargo
dos operadores realizar um controle visual do nível de água, assim foi sugerido a chefia que
providenciasse as marcas nas lavadoras do nível de água (alto, médio e baixo).
85
A lavadora 2 encontra-se em péssimas condições de uso. Seus vazamentos na tampa,
ocasionados pelos danos na borracha de vedação, repercutem em significantes jatos de água
durante a lavagem, deixando alagado o ambiente, conforme mostra a Figura 8. A lavadora
também apresenta outros vazamentos: atrás, nas laterais, nas emendas, no registro de vapor e
na válvula de fechamento da máquina; e sinais de deterioração, observado na figura 20. Esta
lavadora, como também a 3 apresentam os seus equipamentos essenciais danificados ou
ausentes, como termômetros, termostato, entre outros e o tambor tem imperfeições que podem
danificar as roupas, colchões, pois foi os operadores que argumentaram esta situação e ao se
verificar notou-se saliências na parte interna dos tambores.
A quarta máquina, lavadora 4, está em boas condições de uso, tem marcador do nível
de águas, mas tem vazamentos importantes de vapor no registro de entrada e nas emendas,
conforme Figura 7, este foi consertado, com o início desse trabalho, mas existem outros
vazamentos nos registros.
Figura 19 – Lavadora 2 vazando vapor Figura 20 – Emendas das lavadoras
Conforme mencionado a Figura 19 e 21 entre outras, demonstram
claramente vazamentos por falta de manutenção preventiva que deveria ser constante nas
máquinas e equipamentos existentes, com materiais de reserva para os ajustes necessários,
vapor
86
diminuindo os gastos, desperdícios, riscos ambientais no setor e podem comprometer a
conformidade das roupas preconizadas pelo Ministério da Saúde, ANVISA, e CCIH do
HUSM; para se obter qualidade e segurança no processo de lavagem e desinfecção de roupas.
Verifica-se nessas imagens claramente a precariedade e a falta de atenção recebida pelas
administrações.
4.2.6.2 Centrífugas
As centrifugas são três e não apresentam boas condições de funcionamento, como
exemplos podem ser citados problemas na frenagem, produção de ruídos e vibrações,
vazamentos, e ausência de trava na tampa. Esses problemas citados não são todos comuns a
uma mesma centrífuga e podem ser visualizados na Figura 20 e 21.
A ocorrência dos vazamentos faz com que a área ao seu redor fique alagada e que
profissionais necessitem passar o rodo para retirar a água que ali se deposita.
87
Figura 21 - Centrífuga com vazamentos Figura 22 – Centrífuga espirrando água
Na Figura 21 observa-se o mau estado da centrífuga e o alagamento ao redor
ocasionado pelos vazamentos. O sistema de travamento da tampa encontra-se ausente e para o
escoamento da água é colocado um plástico até a caixa de saída dos efluentes, fato comum a
todas. Esses problemas causam um aspecto desagradável ao ambiente, adicionando trabalho
extra aos funcionários, fazendo com que estes tenham que reduzir o tempo empregado às
atividades essenciais.
A falta de travamento na tampa da centrífuga, com funcionários pouco capacitados,
pode gerar graves acidentes se alguém por ventura colocar um dos membros superiores
durante a operação, que conforme mencionado as travas das centrífugas funcionam
precariamente e estas atuam em alta rotatividade. Isso gera insegurança nos funcionários que
ali atuam.
Na Figura 22, observam-se vazamentos quase em todo o seu redor saindo dos encaixes
das latarias das centrifugas. Soube-se que por várias vezes foi tentado solucionar esse
problema, que perdura até o momento.
4.2.6.3 Secadoras
As secadoras estão em boas condições, exceto uma delas que apresenta vazamento de
vapor no encanamento de entrada da máquina, com forte pingamento de água quente, que
ocasionou a erosão do no piso. Isso pode ser visto na Figura 13.
Além das correções a serem realizadas no parágrafo acima, existe a necessidade de
aquisição de mais uma secadora visando melhorar o desempenho do processo e por fim a
situação de gargalo identificada nessa atividade. Segundo informações a instituição está por
adquirir mais uma secadora.
Nas paredes próximas a cada uma das secadoras deveriam existir exaustores, visando à
diminuição do calor gerado. Mas, atualmente existe somente um exaustor funcionando
próximo a uma das máquinas, proporcionando o aumento do desconforto térmico existente na
unidade.
88
4.2.6.4 Calandra
Possui deficiências nas condições de uso quanto aos equipamentos de reversão,
termostato, marcador de pressão e apresenta depósito de óleo no chão decorrente de
vazamentos, conforme Figura 23, fazendo com que os funcionários da lavanderia tenham que
colocar pedaços de colchão piramidais e tecidos para a absorção do óleo. As canalizações não
são isoladas adequadamente, aumentando o calor e o desconforto térmico aos funcionários
operantes. Os rolos estão com revestimento precário e impróprio, pois a chefia acredita que
não é imprescindível para um bom funcionamento.
O anteparo existe, mas é ineficiente, pois muitas vezes os lençóis tocam o chão ao
serem colocados e retirados da calandra, conforme Figura 24. Foi sugerido à administração
que solicitasse uma plataforma de inox.
Figura 23 - Calandra vazando óleo Figura 24 - Carrinhos em más condições
Lembra-se aqui, que a coifa não esta em pleno funcionamento e encontra-se localizada
muito acima da calandra (97 cm), perdendo a sua especificidade. Conforme o Ministério da
Saúde (1986) a mesma deve estar localizada 60 cm acima da calandra, nota-se assim uma
89
altura de 37 cm a mais que o ideal. Esse 61% de altura a mais, repercute no aumento da
temperatura da lavanderia, mais precisamente ao redor da calandra, gerando sensível
desconforto térmico aos funcionários, esse rebaixamento foi sugerido á chefia. Para amenizar
essa situação de calor intenso foram colocados ventiladores em posição direta às funcionárias
que ali trabalham.
Na Figura 23 pode-se visualizar o vazamento de óleo da calandra tentando ser
retido com pedaços de colchões piramidais. Segundo informações, mesmo após a calandra ter
recebido manutenção, o óleo foi trocado em virtude dos constantes vazamentos que
continuaram ocorrendo. O vazamento de óleo constitui grave problema ambiental.
Na Figura 24 nota-se a diferença de altura dos carrinhos. Isso causa problemas
ergonômicos aos funcionários porque ao retirarem as roupas das lavadoras que estão
encharcadas e colocá-las nas centrifugas usa-se de muita força física nos braços e coluna
vertebral. Como as rodas dos carrinhos nem sempre estão funcionando adequadamente os
funcionários fazem ainda mais força que o necessário para empurrá-los, agravando os riscos
citados anteriormente. Nota-se, ainda, na Figura 24 uma amostra do fundo de um carrinho
corroído, que apesar de serem de inox os pés são de material de fácil desgaste. Nas situações
de manutenção esses pés são cortados em uma determinada altura e posteriormente soldados
ao inox, que após algum tempo nos pontos de solda reaparecem os furos, ocasionando saída
de água por onde passam deixando parte do piso molhado.
4.2.6.5 Balanças
Não existem na lavanderia do HUSM balanças instaladas, concluindo-se que o peso
das roupas processadas são estimados, visto que os relatórios enviados à administração são
elaborados pelo coletador que anota o peso aproximado por setor do hospital. Na área suja
cada operador classifica e estima o peso da roupa a ser colocado em cada lavadora. Este fato,
ou seja, o desconhecimento do peso real pode acarretar super lotação às lavadoras ou mesmo
carga inferior à sua capacidade, dessa forma pode ocorrer danificação das máquinas, lavagens
insuficientes, desperdício de produtos e retrabalho.
Conforme o Ministério da Saúde (1986), as balanças são indispensáveis ao bom
funcionamento da lavanderia, porque o peso da roupa é o ponto de referência de maior
90
importância. Ele determina a capacidade da lavanderia, proporciona o controle contábil e
operacional, bem como a capacidade das lavadoras.
4.2.6.6 Carrinhos
O carrinho para o transporte de roupa suja está em boas condições, os de distribuição
de roupas limpas não possuem tampas, quanto aos carrinhos de transporte interno na área
limpa alguns estão em boas condições enquanto outros apresentam péssimas condições
(corroídos com vários furos que molham a área limpa por onde passam, alguns com estatura
muito baixa para o trabalho dos operadores; conforme Figura 24). Segundo informação da
administração estão sendo adquiridos mais carrinhos adequados as funções pertinentes, mas
ainda será em número insuficiente
4.2.7 Instalações especiais
Para o efetivo funcionamento da lavanderia deve-se proporcionar e controlar o uso
integral dos recursos para a obtenção dos objetivos e metas programadas, a custos
operacionais adequados. O Quadro 19 mostra a avaliação das instalações especiais.
1.1.3 INSTALAÇÕES ESPECIAIS Sim Não NA
ABASTECIMENTO DE ÁGUA
É de poço freático sem cloração adequada?
x
É de poço freático com cloração adequada?
x
É de poço artesiano?
x
É de serviço de Abastecimento Público de Água?
x
A capacidade fornecida é suficiente?
x
Tem reservatórios para a lavanderia?
x
NA = Não Aplicável
Quadro 19 - Instalações especiais Cont.
91
Existem vazamentos de água?
x
Há na lavanderia o registro do controle de pH da água de abastecimento?
x
Existe laudo analítico da água da lavanderia?
x
Existe tratamento da água utilizada - filtragem da matéria orgânica, retirada do excesso de
ferro e de manganês, utilização de água mole (sem excesso de cálcio e de magnésio),
adequação do pH da água?
x
CAPACIDADE DE GERAÇÃO DE VAPOR
As caldeiras estão localizadas em ambientes abertos?
x
A área de localização das caldeiras está afastada, no mínimo, três metros de outras
instalações do estabelecimento ou do limite de propriedade de terceiros ou do limite com
as vias públicas?
x
Esta afastada de depósitos combustível?
x
O prédio das caldeiras é construído com material resistente ao fogo?
x
A área de instalação das caldeiras dispõe de pelo menos duas saídas amplas?
x
A área de instalação das caldeiras dispõe de acesso fácil e seguro, necessário à operação e
à manutenção das caldeiras?
x
Os vãos devem ter dimensões que impeçam a queda de pessoas?
x
As caldeiras dispõem de sistema de captação e lançamentos de gases e material
particulado, provenientes da combustão, para fora da área de operação, atendendo as
normas ambientais vigentes?
x
As caldeiras são dotadas dos seguintes equipamentos de controle (em funcionamento):
pressostatos, válvulas de alívio, alarme sonoro e alarme visual?
x
Registro de Segurança (livro com folhas numeradas, com os testes, inspeções
exteriores e interiores, ocorrências como incêndio, explosões, etc)?
x
Os funcionários utilizam equipamentos de proteção?
x
Os cilindros de gás (para caldeiras abastecidas por gás liquefeito de petróleo) estão
armazenados em local adequado, ou seja, em locais secos, limpos e bem ventilados. ( se,
Não, responder a posterior)
x
O reservatório para óleo de queima (para caldeiras abastecidas por óleo) está localizado
em local adequado?
x
Se armazenados em locais abertos, deverão estar protegidos da chuva e da ação direta de
raios solares?
x
A tubulação para o vapor é de aço galvanizado, sem costura,, devidamente revestida e
levemente inclinada (Manual de Lavanderia Hospitalar, M.S., 1986)?
Existe vazamento de vapor?
x
ABASTECIMENTO DE AR COMPRIMIDO INDUSTRIAL
O sistema é centralizado?
x
O sistema de armazenamento de ar comprimido dispõe de pelo menos duas saídas amplas,
permanentemente livres e dispostas em direções distintas?
x
O sistema de armazenamento de ar comprimido dispõe de acesso fácil e seguro para as
atividades de manutenção, operação e inspeção, os vãos devem ter dimensões que
impeçam a queda de pessoas; ventilação permanente com entradas de ar que não possam
ser bloqueadas; dispõe de iluminação conforme normas oficiais vigentes e possui sistemas
de iluminação de emergência?
x
O sistema de ar comprimido que abastece as lavadoras e calandras é dotado de válvulas
reguladoras de pressão e se estas têm manutenção adequada?
x
SISTEMA DE ESGOTO SANITÁRIO
Existem canalizações de esgoto distintas para a área limpa e para a área suja?
x
NA = Não Aplicável
Quadro 19 - Instalações especiais Cont.
92
As canaletas existentes permitem o escoamento imediato da carga total das lavadoras?
x
Estão recobertas por gradil de fácil remoção?
x
Existem caixas para separação de produto de lavagem (caixa de suspensão com tela para
reter os fiapos de roupa a fim de impedir o entupimento da rede de esgoto)?
x
A caixa está instalada adequadamente entre a unidade de processamento de roupa e o
esgoto do restante do estabelecimento?
Os efluentes são lançados na rede pública de coleta e tratamento de esgoto?
x
O estabelecimento tem tratamento de efluente efetivo?
x
As canalizações de água, vapor e esgoto apresentam-se completamente livres, de fácil
acesso e pintadas nas cores convencionais, ou com símbolos adequados conforme as
normas da ABNT?
x
SISTEMA DE TRATAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS
Os resíduos sólidos são separados adequadamente?
x
Os resíduos sólidos contaminados com material biológico são tratados conforme
legislação vigente?
x
NA = Não Aplicável
Quadro 19 - Instalações especiais
4.2.7.1 Abastecimento de água
Como descrito, anteriormente, a água da lavanderia provém de poço artesiano, com
cloração adequada conforme as normas da CCIH.
Evidenciou-se no Apêndice D que a quantidade de água fornecida para a lavanderia é
insuficiente em alguns períodos do ano, incentivando ainda mais esse estudo, numa tentativa
de se analisar e tentar minimizar o consumo de água, através da proposição de adequações no
processo de lavagem e desinfecção de roupas na lavanderia do HUSM.
Verificou-se que não existe reservatório exclusivo para a lavanderia, os reservatórios
existentes, são na ausência de água, exclusivos para as áreas de atendimento direto aos
pacientes, ficando a lavanderia sem esse recurso que é indispensável para a realização do seu
processo. Esse fato fez com que o HUSM tivesse que recorrer a outras instituições para a
realização da lavagem e desinfecção de suas roupas, gerando aumento dos gastos. Com isso
os funcionários que trabalham no setor, por alguns períodos ficam ociosos enquanto em
outros períodos necessitam realizar horas extras.
Verificaram-se vários vazamentos significativos e usos inadequados na lavanderia e no
sistema de geração de vapor, ocasionados principalmente em função das péssimas condições
das tubulações e maquinários e, incentivados pela falta de manutenção.
93
As tubulações de água, vapor e esgoto não se apresentam: totalmente livres, de fácil
acesso e distintas com cores convencionais conforme a NBR-6493 da ABNT.
A análise da água da lavanderia não é realizada. Quando foram trocados os produtos
químicos em para os líquidos não foi feita a analise da água da lavanderia. Segundo o
Ministério da Saúde (1986), a qualidade da água a ser utilizada na lavanderia é muito
importante para o processo de lavagem. A análise da água existente na localidade é
indispensável ao planejamento da lavanderia”.
A ANVISA retrata que se conhecer as características e realizar o tratamento da água é
necessário para que não haja danificação das roupas, dos equipamentos e facilitar a ação
adequada dos produtos químicos.
Em 11 de fevereiro de 2008, pelo Laboratório de Análises Químicas Industriais e
Ambientais da UFSM, foi realizada a análise da água utilizada na lavanderia do HUSM, para
a complementação desse estudo. Os resultados obtidos com a análise da água da lavanderia do
HUSM estão demonstrados na Tabela 2. Esses resultados foram comparados com os
Parâmetros estabelecidos pelo Laboratório (VMP
(*)
) e com os Resultados Esperados definidos
por Castro e Chequer (2001) específicos para lavanderia.
Tabela 2 -Parâmetros físico-químicos da água da lavanderia do HUSM (2008)
Parâmetros Resultados obtidos Resultados esperados VMP
(*)
Aparência: límpida límpida límpida
pH: 7,4 6,0 a 8,2 6,0 – 9,5
Cor: < 1,0 uH(mgPt-Co/L) <15 uH(mgPt-Co/L) 15 uH(mgPt-Co/L)
Turbidez: < 1,0 UT - 5,0 UT
Cloretos: 4,2 mg L
-1
< 250mg L 250 mg L
-1
Dureza total: 11,7 mg L
-1
< 18ppm(CaCO3) 500 mg L
-1
Cálcio: 3,4 mg L
-1
- -
Magnésio: 0,8 mg L
-1
- -
Ferro: < 0,1 mg L
-1
< 0,1 mg L
-1
0,3 mg L
-1
Manganês: < 0,1 mg L
-1
< 0,05 mg L
-1
0,1 mg L
-1
Legenda:
VMP
(*)
- valor máximo permitido UT- unidade de turbidez
mgL- miligrama por litro mg Pt-co/l unidade hazen
O laudo analítico emitido pelo Laboratório da UFSM demonstra que segundo os
parâmetros analisados, a amostra encontra-se em conformidade com os padrões de
potabilidade estabelecidos pela Portaria n° 518 de 25/03/2004 do Ministério da Saúde.
94
Na Tabela 2 verifica-se que a água utilizada na lavanderia apresenta seu pH
dentro dos parâmetros desejados e quanto à dureza, conforme Castro e Chequer (2001), é
ideal para a lavagem de roupas, pois apresenta níveis bem abaixo do esperado. Segundo o
Ministério da Saúde (1986), se diz que a água é “mole” porque se fosse “dura”, os sais de
cálcio e magnésio estariam em níveis indesejados, visto que eles determinam a dureza e com
isso produzem desperdícios de produtos à base de sabão, além de causar desgaste prematuro
das roupas e diminuir a capacidade de absorção do tecido, tornando a roupa áspera e
acinzentada.
A quantidade de ferro e manganês está dentro dos níveis esperados conforme Castro e
Chequer (2001), mas segundo o Ministério da Saúde (1986) a água da lavanderia não deve
conter ferro e manganês, pois eles amarelam a roupa e danificam as máquinas, fazendo-se
necessário que sejam eliminados através de filtragem. Gervini (1995) confirma que o ferro
pode estar presente no máximo em 1 mg L
-1
, o que na lavanderia está abaixo do referencial, e
o manganês ausente totalmente, e na lavanderia do HUSM tem menos de 0,1 mg L
–1
. O nível
de manganês detectado é muito baixo de forma que sua presença esta conforme o VMP.
Na lavanderia do HUSM, como já foi apresentada, a estimativa do gasto de água/kg de
roupa lavada, fica prejudicado por haver deficiência de balanças.
Conforme o Apêndice F, o monitoramento do consumo de água da lavanderia do
HUSM foi durante 18 dias (25/11/2007 até 12/12/2007), e verificou-se que a quantidade de
água consumida nesse período pela lavanderia foi de 2.187 m
3
perfazendo uma média diária
de 121,5 m
3
. Após a padronização dos tipos de lavagens foi verificado novamente o consumo
de água na lavanderia do HUSM, entre os dias 07/03/2008 até 23/03/2008, e verificado um
consumo no período de 1824 m
3
, perfazendo uma média diária de 114 m
3
. Os dados apontam
que houve uma significativa redução do consumo de água na lavanderia, em torno de 6,17 %
(7,5 m
3
por dia), somente utilizando as recomendações iniciais. Mas conforme visita realizada
em 23/03/2008, ainda persistia grandes vazamentos nas lavadoras e tubulações e registros
com grande perda de água e produtos químicos.
O consumo médio de água em lavanderias para um hospital geral de alto
padrão (com trocas diárias de ambos os lençóis) como o HUSM é elevado. A geração de
roupas a serem lavadas é de 6 Kg/leito/dia de roupa seca conforme o Ministério da Saúde
(1986). Para o HUSM o consumo de roupa é diário, e o funcionamento normal da lavanderia é
de 7 dias por semana. Considerando que o HUSM possui 273 leitos usuais, fez-se o calculo
com 300 leitos (leitos extras do Pronto Atendimento e outros), têm se uma média de 1800 kg
de roupa por dia (Total de leito x kg/leito/dia x 7 dias/jornadas de trabalho por semana
95
(300leitos x 6kg x 7/7), esse cálculo aproximado é conforme o Ministério da Saúde (1986).
Acrescentando-se 20%, segundo Bonardi (2001), permite a diminuição de uma jornada de
trabalho quando ocorre um feriado ou quando for adotado um regime de trabalho mais curto,
mas também se pode acrescentá-la em qualquer planejamento de novas instalações,
ampliações ou reformas, uma margem de 20% a 30% para permitir que o serviço acompanhe,
durante alguns anos, o aumento progressivo da demanda de roupa por leito, verificada em
todos os hospitais e decorrente do aprimoramento da assistência prestada e conseqüente
diminuição da média de permanência. Têm-se um total em média 2160 kg de roupa/dia. Para
se ter um média de roupa lavada por hora se faz 2160/11 horas de trabalho diário na área suja,
que da 196 kg de roupa por hora no máximo, desse calculo. Segundo o Ministério da Saúde
(1986), estima-se entre 35 a 40 litros de água para cada quilo de roupa seca, e para a
ANVISA, são necessários 50 litros/funcionário/dia; mais a água para a limpeza. Em média
temos 27 funcionários por dia. Logo o consumo teórico de água na lavanderia, com 300 leitos
do HUSM, seria de 89 m
3
/dia, cerca de 21,9% abaixo do consumo atual (114 m
3
/dia). Isto
enseja que medidas de redução do consumo de água devem ser implementadas. Observa-se
que o HUSM possui 273 leitos usuais, o seu consumo esperado conforme fórmula anterior
será de 1638 kg de roupa/dia.
Os pontos de saída de água na lavanderia do HUSM foram verificados através do
Questionário contido no Apêndice G, onde se pode observar que o primeiro indício de
ocorrência de perdas em sistemas prediais hidráulicos é o aumento dos valores de consumo de
água. No entanto, como a lavanderia até recentemente não possuía nenhum sistema de
medição do consumo de água, não foi possível realizar uma primeira análise com base em
dados históricos de consumo.
A maioria das tubulações de água na lavanderia é visível, justamente, na área que
contém as lavadoras, mas existem trechos enterrados ou embutidos. Estas tubulações são
antigas, ou seja, apresentam características propícias para o aparecimento de vazamentos.
Pequenas perdas visíveis se manifestam através de gotejamento ou escoamento em filete.
Mas, apesar de pequenas, podem resultar em grandes volumes ao final de um mês. As
carências na área de saúde são muitas. Na maioria dos casos, os hospitais esforçam-se para
atender a demanda em saúde, ficando, então, a resolução dos problemas ambientais gerados
em plano posterior (RIBEIRO, 2005).
Na Tabela 3 são apresentadas vazões obtidas em ensaios laboratoriais, simulando
vários tipos de vazamentos em torneiras. Para o cálculo das perdas visíveis foram utilizados
os valores médios de perda diária de água.
96
Tabela 3 - Perdas médias por tipo de vazamento
Vazamento Freqüência (gotas/min) Perda diária (litros/dia)
Gotejamento lento Até 40 gotas/min 06 a 10
Gotejamento médio 40 < no gotas/min ≤ 80 10 a 20
Gotejamento rápido 80 < no gotas/min ≤ 120 20 a 32
Gotejamento muito rápido Impossível de contar > 32
Filete φ 2mm ----- > 114
Filete φ 4mm -------- > 333
Fonte: OLIVEIRA (1999)
Foi verificada uma série de perdas visíveis no sistema hidráulico da unidade no
decorrer do levantamento dos dados. Algumas delas foram mensuradas, ou quando não
possíveis de mensurar, como os efluentes das drenagens das máquinas lavadoras, notificou-se
o respectivo setor. Notou-se que alguns vazamentos se localizam principalmente nas juntas e
hastes dos registros. Nesses locais não foi possível realizar aferição do volume vazado, em
virtude de serem instáveis e impulsionados pela pressão da água nas tubulações.
Segundo Sautchúck (2005) “Este problema pode ser amenizado com a redução da
pressão do sistema, através da instalação de válvulas redutoras de pressão, o que pode resultar
na diminuição da freqüência de ocorrência desses eventos que, também, dependem das
condições internas da tubulação”.
Em alguns registros o vazamento ocorre pelo comprometimento interno, onde a
passagem de água se pelo interior do registro, uma vez que ele perde a capacidade de
vedação, verifica-se isso durante as lavadoras estarem inoperantes.
Na lavanderia existem equipamentos, tubulações e acessórios que necessitam de
manutenção periódica e atenção mais acurada. Os vazamentos constatados nas saídas das
lavadoras são visíveis, mas não foram aferidos. Os pontos avaliados e suas condições são
mostrados na Tabela 4.
No registro de uma máquina de lavar foi apontado um vazamento interno de 60 litros
em 40 minutos, mas mesmo após sua substituição o vazamento continuou indicando que o
problema não foi solucionado.
O número de torneiras convencionais é sete em toda a lavanderia. Durante o período
de coleta de dados, observou-se que três estão em boas condições, duas em condições
regulares, uma apresenta gotejamento forte, onde se calculou uma média de 23 litros por dia
97
de água desperdiçada e a outra apresenta um vazamento na forma de filete, calculando-se em
média 35 litros por dia de água desperdiçada. Após avaliação esta última, que apresenta
situação mais crítica já foi consertada.
Tabela 4 - Pontos avaliados e suas condições
Condições
Pontos
Pontos avaliados e suas condições
Boa Regular Com vazamento
(gotejamento)
Com vazamento
forte (filete)
total
Torneiras convencionais 3 2 1 1 7
Duchas à pressão 3 1 4
Registros de água
Bebedouros 1 1 2
Registros vapor
Bacia sanitária com
descarga hidromecânica
3 1 2
As duchas em pressão são ao total de quatro, sendo 3 em boas condições e uma com
gotejamento, onde calculou-se em média 27 litros de água por dia desperdiçado.
Os bebedouros são dois, um em boas condições e um com gotejamento em torno de 8
litros por dia desperdiçado.
Os registros tanto de água como de vapor não foram computados, pois existem vários
registros dentro da lavanderia e muitos deles nem são de tubulações desse setor e também por
existirem numa mesma tubulação vários registros, para uma mesma função.
Em duas conexões de vapor ocorrem grandes vazamentos de vapor e água, mas se nota
vários vazamentos significativos, difíceis de serem computados nos registros pelo fato da
diferença de pressão em certos horários.
Os desperdícios de água evidenciados demonstram necessidade de treinamento e
manutenção.
A adoção de um sistema de medição e monitoração setorizada do consumo de água
traz como principal benefício o controle de consumo, incentivado pela redução dos volumes
de água consumidos em um determinado período. A medição setorizada também possibilita a
pronta localização de vazamentos internos e desperdícios significativos, que às vezes levam
meses ou até anos para serem identificados (SAUTCHÚCK, 2005).
98
4.2.7.2 Capacidade de geração de vapor
A geração de vapor é realizada por caldeiras (uma encontra-se ativa e uma outra de
reserva) abastecidas com sistema de tubulação a óleo diesel, mas estas não possuem o
afastamento apropriado de outras instalações. As caldeiras geram grande quantidade de ruídos
quando em funcionamento e os poucos funcionários que ali atuam não utilizam os EPI´s
necessários.
As tubulações possuem vários vazamentos de água e de vapor e partes dessas não
apresentam isolamento térmico ou mesmo encontram-se danificadas, o que torna o local das
caldeiras insalubre, conforme pode ser notado na Figura 25.
Figura 25 - Tubulações de vapor sem isolamento ou danificadas na área da caldeira
Percebe-se nitidamente que o calor mais intenso não é perto da caldeira em
funcionamento e sim, mais perto das tubulações sem isolamento ou danificadas. Nessa
99
imagem verificam-se danificações nos isolamentos dos encanamentos e a ausência de
isolamento térmico em outros, isso gera uma grande perda de calor que deveria chegar à
lavanderia e outros setores. Também se observa as condições dos canos com corrosões.
Para suprir essas percas que poderiam ser evitadas é necessário consumir mais recursos
naturais (óleo diesel, água e energia elétrica).
Na área das caldeiras são utilizadas várias bombas de água, e todas possuem
vazamentos em maior ou menor quantidade conforme se verifica na Figura 26.
Figura 26 - Vazamento das bombas de água na área das caldeiras
Nessa imagem tem-se noção da quantidade de água que se desperdiça. Esse fato é
comum a todas as bombas existentes com ligação a lavanderia ou não, então nota-se a real
necessidade de manutenção preventiva da parte hidráulica, inclusive a realização de
100
manutenção corretiva uma vez que o problema de escassez de água no HUSM tem sido nos
últimos anos de risco.
Além de por em risco os funcionários que ali atuam, porque as bombas funcionam
com energia elétrica, observam-se significativos problemas de corrosão nos equipamentos
existentes (máquinas, e bombas) e tubulações, além de erosão nos pisos. O calor e o barulho
observados são elevados tornando o ambiente insalubre.
4.2.7.3 Sistema de esgoto sanitário
O sistema de esgoto sanitário da lavanderia é ineficiente quanto ao escoamento
imediato na maioria das vezes. O sistema de vazão da caixa da rede de esgoto muitas vezes
transborda junto à saída da lavadora 2 e das primeiras centrifugas, quando descarga de
efluentes. Antes do início desse trabalho inexistiam grades e telas para retenção de roupas e
fiapos em algumas lavadoras e centrifugas hoje essa necessidade foi suprida. Segundo o
Ministério da Saúde (1986), o esgoto da lavanderia deve ter uma capacidade suficiente para
receber o efluente de todas as máquinas de lavar, simultaneamente, não incorrendo no perigo
de transbordamento e contaminação.
4.2.7.4 Sistema de tratamento de resíduos sólidos
Os resíduos sólidos no HUSM têm destinação adequada, a qual é vistoriada
freqüentemente, conforme informações da enfermeira responsável e membro da comissão de
gestão ambiental do HUSM.
101
4.2.8 Recursos humanos
Os recursos humanos estão diretamente ligados à produtividade e a qualidade. Sendo
importante considerar a saúde, o nível de satisfação, motivação, capacitação para as atividades
desenvolvidas e o comprometimento dos mesmos que na maioria das vezes é proporcional às
condições de trabalho oferecidas (BARTOLOMEU, 1986). O Quadro 20 mostra os resultados
da avaliação da lavanderia em relação aos recursos humanos.
RECURSOS HUMANOS Sim Não NA
Os funcionários receberam treinamento nos seguintes assuntos:
Noções gerais sobre o processamento de roupas de estabelecimentos assistenciais de saúde?
Data ___/___/ ___
x
Técnicas de coleta, acondicionamento e transporte de roupas sujas?
Data ___/___/___
x
Procedimentos de lavagem, secagem, passagem e reparos das roupas?
Data ___/___/___
x
Utilização de EPIs e normas de biossegurança?
Data ___/___/___
x
Noções de limpeza de artigos e superfícies em lavanderia?
Data ___/___/___
x
Primeiros socorros e reanimação cardiorrespiratória?
Data ___/___/___
x
Os funcionários utilizam os EPIs recomendados?
x
Os uniformes dos funcionários estão limpos e são lavados na lavanderia?
x
Os funcionários utilizam adornos (anéis, correntes, relógios, pulseiras, brincos, etc) na área
suja da lavanderia?
x
Os funcionários fazem refeições, tomam cafezinho, mascam chicletes, fumam nas áreas de
processamento?
x
Os funcionários estão satisfeitos com o local, condições de trabalho e atenção fornecida por
parte dos superiores?
x
NA = Não Aplicável
Quadro 20 – Avaliação dos Recursos humanos
Como observado no Quadro 20 os funcionários que atuam na lavanderia apresentam
carência de capacitações (informações, orientações e treinamentos) sobre o processamento e
desinfecção de roupas de estabelecimentos de saúde em todas as atividades, bem como de
orientações das normas de biossegurança, uma vez que não fora observada a utilização dos
102
EPI`s adequados e deixam a desejar na parte de segurança pessoal e do ambiente; além de
atuarem em ambiente insalubre.
“Este resultado indica a necessidade de promoção de cursos de capacitação,
reciclagem e treinamentos aos funcionários. Vale ressaltar que o apoio à formação do
profissional pela organização está intimamente relacionado com a valorização destes” relata
SALERMO (2005).
Os fatos analisados no item tipos de lavagens, demonstraram melhorias e
possibilidades de maior aderência às padronizações. Como forma de melhorar a implantação
do sistema proposto sugeriu-se junto à empresa fornecedora de produtos químicos cursos
visando orientar e capacitar os funcionários da lavanderia do HUSM. Outras propostas de
melhorias foram sugeridas ao chefe da lavanderia.
Para conseguir a adesão dos profissionais às normas estabelecidas é indispensável um
programa permanente de educação continuada, enfatizando os riscos de transmissão de
doenças infecciosas e parasitárias, as diversas formas de contaminação e as medidas
necessárias para a proteção individual e de equipe no ambiente hospitalar (SANTOS e
MESIANO, 2003).
Geralmente, as unidades do setor público apresentam problemas econômicos, de
ambiente físico (espaço insuficiente), precárias condições ambientais e de higiene,
capacitação imprópria, falta de manutenção geral e outras, os quais colaboram para o desgaste
físico e mental dos seus profissionais (ABDALLA et al., 2004)
“Além do ambiente físico, outras situações como grandes jornadas de trabalho,
horários rígidos, baixa remuneração, falta de organização e métodos, levam à insatisfação e à
fadiga, deixando o funcionário vulnerável emocionalmente e pré-disposto a situações de
risco” (ABDALLA et al., 2004).
“Este resultado indica a necessidade de promoção de cursos de capacitação,
reciclagem e treinamentos aos funcionários. Vale ressaltar que o apoio à formação do
profissional pela organização está intimamente relacionado com a valorização destes” relata
(SALERMO, 2005).
Assim as observações realizadas estão coerentes com as citações de ABDALLA et
al (2004) e SALERMO (2005), demonstrando a necessidade de reprogramação dos
treinamentos entre outras medidas.
103
4.2.9 Processo e resultados
Sobre à análise de processos, Paladini (1995) relata que o “...conjunto de homens,
equipamentos, materiais, métodos, informações e ambiente, estruturados ao longo de etapas
bem definidas que, desempenhando tarefas específicas, contribuem para a produção de bens e
serviços”. Segundo os critérios mostrados no Quadro 21 analisou-se o processo.
1.1.4 PROCESSO/RESULTADOS
Sim Não NA
A desinfecção da roupa é:
Desinfecção térmica - temperatura de 85 a 95ºC por 15 minutos?
Compostos clorados (5 a 10 min) à temperatura de 35ºC, e pH 9?
x
x
padronização de produtos, de temperatura e de tempo de exposição (ao produto, à
temperatura e ao pH) para as diversas etapas de lavagens?
x
Os produtos utilizados têm registro no Ministério da Saúde?
x
Os produtos utilizados estão dentro do prazo de validade?
x
São seguidas as recomendações da C.C.I.H. (Comissão de Controle de Infecção Hospitalar)
para a lavanderia?
x
O manuseio da roupa na área suja é feito com o mínimo de agitação possível, a fim de evitar
a dispersão de microorganismos no ar?
x
É respeitada a capacidade dos equipamentos, conforme a recomendação do fabricante?
x
As roupas sujas são transportadas em sacos resistentes e fechados, que impeçam o
vazamento de fluidos corpóreos quando existentes?
x
Transporte de roupa suja é feito em carrinhos exclusivos e adequados?
x
As roupas limpas são transportadas em carrinhos exclusivos providos de tampa?
x
Ao final do dia de trabalho é feita a limpeza de todas as superfícies da área suja da
lavanderia (paredes, pisos, portas, peitoris, janelas, luminárias, etc, incluindo a superfície
externa das máquinas)?
x
É realizada varredura seca e espanação na lavanderia?
x
Após o último recolhimento do dia é feita a limpeza e desinfecção dos carrinhos de
transporte de roupa suja, em local apropriado, na área suja da lavanderia?
x
É feita a limpeza, semanalmente, dos chutes e tubulões de queda?
x
O material utilizado para a limpeza (balde, rodos, etc..) é limpo e seco, após a limpeza do
ambiente?
x
O material utilizado para a limpeza (balde, rodos, etc..) são guardados em local apropriado e
exclusivo da área suja?
x
Os funcionários utilizam EPIs durante o processo de limpeza?
x
Os funcionários da área limpa utilizam máscaras quando estão resfriados ou com outra
afecção de vias respiratórias?
x
Ocorre trânsito de funcionários da área limpa para a área suja e vice-versa?
x
NA = Não Aplicável
Quadro 21 – Processo/Resultado Cont.
104
É feita a limpeza diariamente da área limpa, com água e sabão, a área é mantida em
condições satisfatórias de limpeza?
x
O armazenamento de roupas limpas é feito em armários fechados?
x
Os armários que guardam roupas limpas são limpos quando é feita a limpeza terminal da
unidade?
x
É feito o controle de estoque e da durabilidade da roupa?
x
Existem registros do controle do estoque e sua durabilidade?
x
É feito o controle de vetores (ratos, baratas, pulgas, piolhos, moscas, percevejos e
borrachudos) com produto químico indicado para essa finalidade e com registro no
Ministério da Saúde?
x
Se, contratação de empresa especializada para o controle de vetores, esta tem licença
concedida pela Vigilância Sanitária?
x
Capacidade operacional compatível com a capacidade instalada?
x
Pinças e materiais são encontrados após o processo de lavagem ou nas lavadoras?
x
NA = Não Aplicável
Quadro 21 – Processo/Resultado Cont.
Na identificação do processo, dos recursos disponíveis, dos recursos utilizados, é
possível a detecção de atividades que podem ser melhoradas, reestruturadas ou eliminadas.
Conhecê-las torna a gestão das atividades desenvolvidas e procedimentos realizados de forma
completa e integrada para se obter um melhor resultado (NEGRA et al., 2005).
Conforme visto anteriormente nos tipos de lavagem foi sugerida a padronização de
produtos, mas quanto à temperatura fica difícil definir, porque os termômetros apresentam
avarias. As recomendações da CCIH deveriam ser seguidas, entre elas está o transito de
funcionários da área limpa para a área suja, o que costuma ocorrer seguidamente, e a abertura
simultânea das tampas das lavadoras em ambos ambientes após a lavagem de roupas o que
pode proporcionar recontaminação.
A recontaminação das roupas pode ocorrer através do ar por suspensão de partículas e
da formação de aerossóis. O sistema de travamento que impeça a abertura simultânea das duas
portas deve ser eficaz para se isolar completamente os dois ambientes (MCDONALD, 1996).
Observa-se que os funcionários da área suja nem sempre conseguem seguir e manter
uma padronização de suas atividades, como respeitar a capacidade das lavadoras, a
temperatura, a água e quantidade de produtos durante as lavagens conforme recomendações.
Isto ocorre em grande parte por falta de treinamento, capacitações e infra-estrutura.
O controle de roupas existentes, sua durabilidade, estoques entre outras, é ineficiente,
porque não se tem conhecimento do inventário de roupas do HUSM (sugerido e realizado durante
105
a realização deste estudo) e não se têm disponibilidade de tecido regularmente quando solicitado,
havendo sugestão para melhorias neste tópico.
Os funcionários encontram diversos objetos junto às roupas antes e após as lavagens,
nesta última situação, as lavadoras poderão sofrer alterações tanto física como alterações na
atividade de lavagem. Também expõe os funcionários das duas áreas a riscos físicos e
biológicos e causa insegurança laboral.
Foi proposto um controle diário de ocorrências com materiais perfurocortantes entre
outros objetos estranhos por setor, a fim de solicitar uma conscientização e treinamento para
os setores mais problemáticos. Entre as sugestões encontra-se a possibilidade de compra de
um detector de metal manual, pois a maioria são de metálicas.
Na área limpa são encontrados diversos objetos. Muitos deles oferecem riscos aos
funcionários que ali atuam ao retirar as roupas das lavadoras após lavagem, como se pode ver
na Figura 27 que demonstra os objetos encontrados num período de dois dias, sendo grande o
número de materiais perfurocortantes e vários objetos que poderiam danificar as lavadoras.
Figura 27 – Objetos encontrados após lavagem
106
Na implementação da melhoria, a maior dificuldade encontrada é a parte humana e
cultural. Resolver a questão técnica não é difícil, a maior dificuldade está em fazer as pessoas
aceitarem a mudança, como disse Hamer e Champy (1998): “É preciso mudar a atitude das
pessoas, seus valores e sua forma de pensar”.
Para realizar o processo de lavagem e desinfecção de roupas é necessário analisar
globalmente todo o processo, o qual está apresentado na Figura 28.
Ao se fazer uma análise global do processo de lavagem e desinfecção de roupas,
verifica-se que este processo pode ser melhorado sendo necessário estar ciente das principais
partes integrantes dele, e saber que todo esse conjunto visa à lavagem e desinfecção de roupas
com uma aparência mais agradável, além da sensação de conforto e bem estar, sempre
procurando encontrar melhorias, tanto no aspecto higiênico como sob o aspecto econômico e
de eficiência, ainda observando o gasto mínimo de tempo e energia pelos funcionários que
executam o trabalho, tendo em mente que a gestão de pessoas conduz a melhorias ambientais
e de qualidade dos serviços prestados.
Insumos
Figura 28 – Análise global do processo de lavagem e desinfecção de roupas
4.2.10 Saúde do trabalhador
Para que as organizações alcancem resultados eficientes, um dado importante é que o
foco deixe de ser sobre a organização e passe a ser sobre os indivíduos que contribuirão com a
Lavagem e
desinfecção
Resíduos líquidos, sólidos, calor, ruído, gasoso
Roupas sujas,
contaminadas
Roupas limpas
produtosÁgua, vapor Energia
Recursos
Humanos
maquinários
107
realização dos objetivos da instituição (OLIVEIRA, 2005). O Quadro 22 reproduz os
resultados obtidos em relação à saúde do trabalhador.
SAÚDE DO TRABALHADOR Sim Não NA
Existe CIPA atuante?
x
Existe SSST - Serviço de saúde e Segurança do Trabalho com Portaria, atuante?
x
Os funcionários estão vacinados contra Hepatite B e contra tétano?
x
Existem riscos adicionais para os funcionários, como por exemplo, calor excessivo, ruído
excessivo, iluminação deficiente, pisos escorregadios, produtos químicos e umidade
excessiva?
x
Existe programa de prevenção de riscos ambientais (mapa de risco)?
x
Os reparos em instalações elétricas são feitos por pessoal especializado?
x
programa de treinamento em primeiros socorros e reanimação cardiorrespiratória, bem
como programas de capacitações (reciclagem), uso de EPI`s?
x
Os funcionários estão satisfeitos com as condições de trabalho, comprometidos com os
resultados?
x
NA = Não Aplicável
Quadro 22 – Saúde do trabalhador
Os riscos adicionais na lavanderia muitas vezes são causados por problemas na parte
estrutural e de maquinários defeituosos, que poderiam ser minimizados ou eliminados por
processos adequados de gestão. Um processo de lavagem e desinfecção de roupas, adequado e
bem gerenciado, é um fator de redução dos riscos ocupacionais existentes, sejam eles físicos,
biológicos, químicos, ergonômicos e de acidentes (CALEGARE, CARGNIN e ROSA, 2007).
Os funcionários se expõem aos riscos físicos, químicos, ergonômicos e biológicos,
que muitas vezes poderiam ser minimizados ou eliminados, com melhorias no setor e
conscientizações dos mesmos.
Os trabalhadores numa lavanderia hospitalar realizam suas atividades, usando
produtos químicos, expondo-se a riscos biológicos, submetendo-se a esforço físico
no transporte manual de peso, adotando postura inadequada, realizando trabalho
noturno, usando por vezes materiais impróprios ou defeituosos, em ambientes de
trabalho muitas vezes com iluminação e layout inadequados (OLIVEIRA e
MUROFUSE, 200l).
“Cabe lembrar que estes agentes podem ser intensificados e agravados em
decorrência do descaso humano, podendo elevar os riscos das pessoas diretamente envolvidas
108
no processo e a todos aqueles dependentes ou relacionados ao processo” (CALEGARE,
CARGNIN e ROSA, 2007).
Os funcionários principalmente da área suja (contaminada) encontram-se
desmotivados por fatores diversos, entre eles a ocorrência problemas salariais e pela função
irregular devido à terceirização, etc., de forma que existe alta rotatividade como
conseqüência. Isto ocasiona vários problemas para a lavanderia. Para Abdalla et al. (2004) em
projetos de serviços de saúde os aspectos de riscos nem sempre são levados em conta, pois
além do ambiente físico, outras situações como grandes jornadas de trabalho, horários rígidos,
baixa remuneração, falta de organização e métodos levam à insatisfação e à fadiga, deixando
o funcionário vulnerável emocionalmente e pré-disposto a situações de risco.
O desafio principal está em conceber um novo olhar para as unidades de apoio como
lavanderia, no qual se considere a particularidade dos espaços e das pessoas que os ocupam,
observando seus aspectos individuais, culturais, psicológicos e sociais. Atender somente às
normas e rotinas, não garante a humanização de qualquer ambiente (ABDALLA et al., 2004).
4.3 Avaliação da Gestão da Água no HUSM
As informações fornecidas pelo questionário de avaliação da gestão da água do
HUSM, nos quesitos abastecimento, qualidade e conservação da água, bem como os efluentes
líquidos gerados (Apêndice A) demonstram que:
A água utilizada no abastecimento do HUSM é proveniente de poço artesiano, clorado
antes da entrada nos reservatórios, para o quê existe um controle de qualidade da potabilidade
mensal realizada pela Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH). A utilização de
água não proveniente da concessionária implica no ônus de tornar-se “produtor de água” e,
portanto, responsável pela gestão qualitativa e quantitativa deste insumo nas fontes de
abastecimento, segundo Sautchúk (2005), tanto quanto as concessionárias de abastecimento
básico que são responsáveis pelo fornecimento contínuo de água com as características de
potabilidade fixadas pela Portaria do Ministério da Saúde n.º 518, de 25 de março de 2004.
A água tem sua qualidade de potabilidade garantida até a sua distribuição sendo
realizado a analise nos pontos de saída da mesma, mensalmente, com desinfecção periódica
dos bicos de torneiras e bebedouros.
109
Os dois reservatórios estão em boas condições, e é realizada e registrada
semestralmente a limpeza, conforme preconiza o Manual de Segurança no Ambiente
Hospitalar (1995). Um dos reservatórios, com 300 metros cúbicos, é exclusivo para o prédio
central do hospital e o outro com 144 metros cúbicos atende o prédio auxiliar, sendo que 20%
da capacidade desses reservatórios são destinados à prevenção e combate a incêndio.
Para a conservação da água são realizadas ações corretivas que dependem do tipo e
situação a ser solucionado conforme a gravidade e material necessário, não sendo realizado a
manutenção preventiva das instalações hidráulicas, tubulações, pontos de distribuição e dos
reservatórios de água, assim como não existe: divisão de água de menor qualidade para fins
menos nobres, controle da pressão no sistema hidráulico, revisão das células das torneiras
automáticas.
Conforme os tópicos citados acima e os dados obtidos no escritório da manutenção foi
solicitado 7.223 ordens de serviço em gerais (62 serviços) no período de janeiro a dezembro
de 2007, sendo 6.654 concluídas e 1.569 em aberto, do total 114 ordens de serviço são da
lavanderia destas 19 não concluídas, observa-se que é necessária uma rotina de manutenção,
não somente corretiva, mas principalmente preventiva, de modo a evitar que os problemas
ocorram ou, pelo menos, minimizá-los.
Segundo Salermo (2005), no caso dos sistemas prediais, a falta de manutenção
preventiva pode acarretar vários problemas, dentre os quais se destacam: contaminação da
água, falhas no abastecimento, perda de grandes volumes de água na ocorrência de
vazamentos, etc.
Conforme a autora citada acima, os hospitais são edificações mais complexas, então a
operação e manutenção dos sistemas prediais assumem elevada importância, pois usualmente
as instalações são de grande porte, com vários pontos de distribuição de água e com serviços
que não podem ser interrompidos para a realização de manutenção corretiva quando da
ocorrência de problemas. Outro fator que deve ser considerado é a pressão disponível no
sistema hidráulico versus a pressão necessária para desempenho das atividades consumidoras
e funcionamento dos equipamentos hidráulicos.
O controle da pressão pode representar importante contribuição para a redução do consumo de
água. Segundo o Manual de Orientações para o Setor Industrial (2005),
uma redução de pressão de 30 mca para 17 mca pode implicar em economia de
aproximadamente 30% do consumo de água. Constatada a existência de pressão
superior à necessária devem ser especificados dispositivos adequados a cada caso,
como, por exemplo, restritores de vazão, placas de orifício ou válvulas redutoras de
pressão.
110
O uso dos recursos hídricos e sua conservação é um dos principais desafios do
desenvolvimento sustentável devido o aumento populacional e a falta de controle dos
impactos das atividades humanas sobre o espaço natural, mas o que realmente poderá resolver
estes problemas será a mudança comportamental de cada ser humano, conscientizando de que
essa ameaça envolve a todos na busca de um uso mais sustentado da água (SISINNO e
BARROS, 2004).
Quanto aos efluentes líquidos diagnosticou-se que tanto as redes de esgotos quanto de
águas pluviais são independentes e compatíveis com a rede de distribuição local, mas que não
é eficiente quanto às possibilidades de: minimização dos esgotos sanitários; adequação de
descarga dos efluentes; tratamento e/ou desativação interna de efluentes, e controle desses
(análise) tanto quanto a manutenção preventiva das redes de esgotos.
Visto que a preservação da saúde do homem é parte integrante da preservação do meio
ambiente, as medidas de gerenciamento, utilizadas nos serviços de saúde, se transformam em
ações efetivas do gerenciamento ambiental hospitalar, atuando na redução dos resíduos e
efluentes, poupando água e energia, reciclando materiais, utilizando os rejeitos na própria
produção e diminuindo os custos (MENDES e GONÇALVES, 2004).
Afirma ainda OLIVEIRA (1999) que os custos dos hospitais brasileiros são muito mal
elaborados, aliás, poucos se preocupam com os custos. A grande maioria preocupa-se com as
tabela de preços, independentemente da análise real do custo hospitalar e dos impactos
ambientais.
Para o HUSM, como na rede de esgotos são misturados os efluentes da lavanderia
com os efluentes gerais do hospital, a sua avaliação é dificultada. A gestão dos efluentes vem
a ser processo crucial e ainda não implantado plenamente para diminuir eventuais impactos ao
meio ambiente.
carência de programas de conservação de água bem como de campanhas para a
sensibilização de sua economia, programas de minimização de efluentes líquidos.
Segundo o Relatório de Desenvolvimento Humano (RDH) 2006, publicado para o
programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), por volta de 2.025, mais de 3
bilhões de pessoas poderão viver em países sujeitos à pressão sobre os recursos hídricos, e 14
países vão passar da situação de pressão sobre os recursos hídricos para uma escassez efetiva.
111
Ainda de acordo com a fonte anterior, um século pelo menos o consumo de água
tem crescido a um ritmo muito mais rápido que a população, e esta tendência se mantêm. Nos
últimos cem anos, a população quadruplicou, enquanto o consumo de água cresceu sete vezes.
Portanto, desperdiçar água indica falta de clareza sobre a importância fundamental deste
valioso recurso para nossa sobrevivência. Seja qual for o motivo do mau uso, poluição ou
consumo excessivo; a diminuição dos estoques de água afeta todo o ecossistema e o homem
sofre as conseqüências de sua própria atitude com reflexos negativos em todas as atividades
que utilizam à água e na sua saúde.
4.3.1 Avaliação da gestão da água na lavanderia do HUSM pelos funcionários da lavanderia
No Quadro 23 encontram-se os resultados em percentagem, obtidos com base na
aplicação do Questionário (APÊNDICE B), para levantamento do diagnóstico da gestão da
água na lavanderia do HUSM, respondido por 37 funcionários que trabalhavam na lavanderia
do HUSM, na época da coleta dos dados.
Observa-se que todos alteraram sua rotina de trabalho por falta de água na
lavanderia. Com isso ocorrem vários problemas na continuidade das atividades, gastos, custos
e segundo Sautchúk (2005) “conceitos, técnicas e práticas que resultem no ato de Conservar
Água devem ser aplicados a toda edificação, preservando os suprimentos existentes e
minimizando os volumes de efluentes gerados, contribuindo para a preservação ambiental”.
Segundo a ANVISA a água hospitalar é usada para o consumo humano, para
umidificação de sistemas de ar condicionado, em lavanderias, em equipamentos de
hemodiálise, para o preparo da alimentação entre outros. Enfim, é primordial nos cuidados
com a população hospitalar. Para evitar conseqüências indesejáveis causadas pela falta
repentina de água no hospital, deve-se estar preparado para enfrentar situações desse tipo,
iniciando com o estabelecimento dentro do hospital de um programa de conscientização para
o consumo de água. O programa deve ser divulgado para toda a população hospitalar. Em
emergências, a colaboração de todos os grupos envolvidos é essencial.
112
QUESTÕES
Respostas em%
Sim Não 1.1.4.
1.1 N
1 - Quando você verifica anormalidades como vazamentos você comunica?
77,14 22,86 -
2 - O fluxo de informações ao setor de manutenção é funcional?
51,43 28,57 20
3 – Você já alterou sua rotina de trabalho por falta de água no HUSM?
100
4 – Você acha a pressão da água adequada?
65,71 31,43 2,86
5 - Como você avalia os serviços realizados pela manutenção: as
necessidades são atendidas prontamente?
31,43 60 8,57
6 – Você tem conhecimento de um Plano de gestão ambiental no Hospital?
2,86 45,71 51,43
7- Você sabe se existe monitoramento de consumo de água?
54,29 34,28 11,43
8 - Você já participou de algum treinamento com enfoque na conservação
da água?
2,86 91,43 5,71
9 - Você foi orientado e treinado para atividades de descarte de efluentes
líquidos, incluindo tratamento?
22,86 71,43 5,71
10 - Acredita que possam existir melhorias para a conservação da água?
94,29 5,71 -
11 - Existe treinamento periódico para uma consciência ambiental?
17,14 74,29 8,57
12 – Há preocupação em economizar água no seu serviço?
37,15 57,14 5,71
13 – Você conhece o destino final dos efluentes líquidos da lavanderia?
8,57 85,72 5,71
14 – Você de alguma forma já esteve envolvido com um acidente de
trabalho?
28,57 71,43 -
15 - Os funcionários que trabalham na lavanderia usam EPIs?
48,57 42,86 8,57
16 – Você se sente seguro no seu ambiente de trabalho?
59,29 40,71 -
17 – Você se preocupa em economizar energia elétrica e vapor no serviço?
62,86 37,14 -
18 – Você já ouviu falar em produtos economizadores de água?
11,43 88,57 -
19 - O serviço faz análise da qualidade da água periodicamente?
11,43 57,14 31,43
NSI = Não sei informar
Quadro 23 - Diagnóstico da gestão da água na lavanderia do HUSM
A questão sobre a pressão da água ficou ambígua, porque quase todos os funcionários
relataram que para o uso em chuveiros e pias a pressão está forte, mas para as lavadoras está
boa. O que poderia ser melhorado são algumas tubulações, principalmente da primeira
113
lavadora para dar maior vazão no enchimento da mesma, uma vez que o diâmetro do tubo é
menor, demorando muito para enchê-la e apresentando tempo de lavagens mais longo.
Nas sugestões apresentadas pelos funcionários estão a necessidade de mais pressão
de água para as máquinas, troca da tubulação de entrada da lavadora 1, e menor pressão nas
torneiras e chuveiros” (28,57% dos funcionários se reportaram a isso). Com isso nota-se que
os funcionários estão atentos aos problemas existentes, e podem colaborar mediante
sugestões.
Quanto ao serviço de manutenção observou-se maior número de relatos de problemas
com os maquinários e equipamentos, em virtude da necessidade de um programa de
manutenção preventiva, conforme solicitado por 37,14% dos funcionários. A manutenção
existente atualmente é somente corretiva, pois nem sempre resolve o problema devido, por
exemplo, quando estraga algum maquinário ou equipamento, o tempo de espera por uma peça
desde a sua encomenda até a sua remessa é muito longo para a lavanderia. Esse problema
repercute em atrasos no andamento das atividades, gerando custos, horas extras, desperdício
de água, energia elétrica, stress, desgaste físico e mental.
Segundo Salermo (2005)
“A inspeção dos componentes e serviços deve ser realizada de forma sistemática,
considerando-se as condições de uso e exposição ambientais relevantes ao
desempenho da edificação. A ferramenta de inspeção usualmente empregada é a
lista de verificação (check-list), a qual deve ser elaborada, conforme descrito pela
ABNT (1999).”
Dos funcionários 28,57%, sugerem “Manutenção de máquinas e tubulações água e
vapor”, “controle dos vazamentos”, “comunicação e reparo”, “troca periódica das borrachas
vedantes na saída das lavadoras”, “não haver falta de material para os consertos”, “mais
agilidade e eficiência nos consertos”, como alternativas para o bom andamento do setor e sua
qualidade. Conforme destacado por Moubray (1997), a importância da manutenção es
intimamente ligada à qualidade e à expectativa da função exercida por determinado bem e não
apenas à correção de suas falhas.
A maioria dos funcionários desconhece a existência da gestão ambiental no HUSM,
bem como não receberam capacitações e orientações sobre as questões ambientais incluindo a
conservação da água.
Para a primeira questão 77,14% dos funcionários responderam que comunicam
anormalidades como vazamentos, mas na Questão 12, 57,14%, responderam que não se
114
preocupam em economizar água, com isso pode-se notar a importância de se desenvolver uma
consciência ambiental mais adequada. Dos funcionários 22,86% apresentam como sugestões
“conscientização da importância e economia da água, luz e produtos”.
Cabe salientar que a visão do Brasil como um país de abundância de recursos hídricos
gerou efeitos danosos como uso inadequado do insumo e a falta de compreensão por toda a
sociedade de que a água é um bem de valor econômico e que deve ser preservada, bem como a
falta de estabelecimento de políticas de gestão de demanda e oferta de água. Nos últimos 10
anos esta visão começou a ser revista e ações de uso racional e gestões de ofertas começaram a
serem discutidas pela sociedade (SAUTCHÚK, 2004).
Na Questão 15 nota-se que muitos funcionários não utilizam os EPI`s necessários, o
que foi constatado durante as visitas na lavanderia, 20% solicitou “conscientizar os
funcionários ao uso de EPI´s”; e na Questão 16, 59,29%, responderam que não se sentem
seguros no seu ambiente de trabalho, e conforme o roteiro de inspeção verifica-se que não
existe CIPA atuante. Um “ambiente mais arejado, direito mais alto, menos números de
colunas para a circulação dos carrinhos, rede de vapor externo e canos com isolamento
térmico (pois é muito quente), mais melhorias, ar condicionado, ventiladores, exaustores”
foram solicitados por 20% dos funcionários; “melhores condições de trabalho, com as devidas
funções, e insalubridade devida” foi solicitada por 34,28%, “carrinhos adequados,
treinamento (cursos, palestras) aos operadores, para ter mais segurança no trabalho e
conhecimento do maquinário” foi mencionado por 22,6%; “melhorar as máquinas para ter
mais produtividade e segurança, falta interesse e organização das chefias desde a alta
administração em atuar na lavanderia para realizar melhorias no setor” foi citado por 22,86%
dos respondentes.
Os dados acima demonstram um grande numero de idéias e interesses dos funcionários
em melhorar o setor e ser ouvido, pois esta área de atuação merece atenção, que a mão-de-
obra operacional tem um papel importante e intenso nas atividades do hospital, logo sua
valorização é um indicador importante das condições de funcionamento do sistema
(SALERMO, 2005).
Na questão 19, 57,14% dos funcionários responderem que o serviço faz análise
periodicamente da água, demonstrando que sabem da existência do controle da qualidade da
água, que a CCIH realiza.
Dentre as ações a serem implementadas para o uso racional da água, destacam-se a
setorização da medição, que possibilita não somente a detecção mais ágil dos vazamentos,
mas também o gerenciamento como um todo do consumo de água; a consolidação de um
115
sistema de manutenção adequado, de forma a evitar que os vazamentos ocorram ou, quando
se manifestarem, que os mesmos sejam corrigidos nos menores períodos de tempo; uso de
tecnologias minimizadoras de insumos, outros materiais e, por fim, a realização de campanhas
de sensibilização dos usuários, segundo Ilha et al. (2006), tudo isso em busca do menor
consumo possível para a realização das mesmas atividades, garantindo-se a qualidade das
roupas lavadas.
4.3.2 Diagnóstico situacional da manutenção da gestão da água na lavanderia
Nesta fase averiguou-se o diagnóstico situacional da manutenção em relação à gestão
da água na lavanderia. Esse diagnóstico foi realizado com os 8 funcionários que prestam
manutenção na lavanderia, sendo 3 encanadores, 3 mecânicos e 2 eletricistas. Quanto à
questão da alteração da rotina por falta de água 62,5% responderam que sim e 37,5%
responderam que não. Para as ações imediatas visando reparar vazamentos os encanadores
responderam que sim e os dois mecânicos responderam que não, evidenciando-se a questão
sobre a ausência de materiais para reparos imediatos dos maquinários.
Em relação à localização exata e a caracterização da ocorrência, verifica-se que 50%
responderam que sim, então nota-se que este item poderia ser melhorado através de
conscientização das pessoas que solicitam as ordens de serviços, economizando tempo e
aumentando a organização dos funcionários.
Quanto à existência de materiais para os atendimentos, 87,5%, responderam que estes
não existem para o atendimento imediato, então reforça o que os funcionários da lavanderia
expõem sobre a manutenção no quesito falta de materiais para dar atendimento as
necessidades imediatas.
As ferramentas para a realização dos trabalhos de manutenção não são adequadas, para
75% dos funcionários da manutenção.
Todos concordam com a boa administração das atividades, e quase todos (87,5%)
acreditam que exista pessoal técnico qualificado para atender o volume de ocorrências,
evidentemente que o problema está nos materiais necessários e ferramentas disponíveis.
Quanto à segurança no trabalho 37,5% dos funcionários, não se sentem seguros no
trabalho, por falta de conhecimento dos equipamentos com os quais manuseiam e pela falta de
manuais de orientação.
116
O controle da pressão hidráulica é desconhecido, mas conforme alguns encanadores,
deveria ser reduzido em alguns pontos para se ter um melhor conforto e economia de água, e a
revisão das células das torneiras elétricas que são automáticas também se faz necessário
ajustá-las periodicamente, obtendo-se uma redução e economia de desperdícios.
A maioria está motivado para realizar suas atividades (68,5%), isso é um bom sinal
porque é uma área de atuação que merece atenção, e a mão-de-obra operacional tem um
papel importante e intenso nas atividades de manutenção; logo sua valorização é um indicador
importante das condições de funcionamento do sistema de manutenção (SALERMO, 2005).
Quanto à conservação da água a maioria dos funcionários 75% respondeu que não
receberam orientação. Observa-se que a questão da conservação da água aliada aos
questionários dos funcionários da lavanderia e as sugestões deles e desses funcionários como
“melhorar a orientação para a economia de água”, o assunto é pertinente, que o HUSM
passa por algumas dificuldades em manter o fornecimento de água aos setores.
Os funcionários da manutenção (75%) sugerem “treinamento específico para os
operadores dos maquinários” da lavanderia e “treinamento do pessoal sobre os cuidados com
as máquinas e deles próprios”. Realmente é necessário um curso de capacitação sobre vários
assuntos para os funcionários da lavanderia, podendo com isso diminuir os riscos a eles
próprios, melhorar a motivação e diminuir a manutenção das máquinas.
As lavanderias, comumente funcionam sem observar as necessidades dos indivíduos
que ali desenvolvem suas tarefas e estão contribuindo para a qualidade de vida de outras
pessoas do ambiente hospitalar. Segundo Abdalla et al. (2004), deve-se utilizar o enfoque
multidisciplinar e holístico do homem e da sociedade, porque a qualidade do profissional da
lavanderia ou de qualquer outro funcionário mais próximo das atividades hospitalares é o que
pode agregar valores essenciais, não previstos em normas. Deve-se cuidar da produção, dos
processos, criando melhorias adequadas às atividades, mas não esquecendo das áreas de
convivência e de atividades de capacitações, além de outras que venham despertar a
sensibilidade, favorecer mudanças e crescimento dos indivíduos usuários do hospital,
estabelecendo o equilíbrio entre o aspecto racional e o subjetivo.
A realização de analises periódicas da água, para se adequar os produtos utilizados
deveriam ser observados, também nota-se que a adequação de equipamentos hidráulicos é
uma ação que geraria impactos significativos, principalmente na lavanderia e outros setores
do HUSM que mais utilizam água. Através deste estudo pretendeu-se apresentar uma
sistemática de ações que minimizam o consumo de água e possam com o tempo apresentar
conformidade ambiental, ao usuário, de forma a promover a consciência da necessidade do
117
uso racional da água, levando-se em consideração não somente a quantidade necessária a cada
atividade consumidora, mas também a qualidade exigida, para preservar os recursos naturais.
O uso dos recursos hídricos e sua conservação é um dos principais desafios do
desenvolvimento sustentável devido o aumento populacional e a falta de controle dos
impactos das atividades humanas sobre o espaço natural, mas o que realmente poderá resolver
estes problemas será a mudança comportamental de cada ser humano, conscientizando de que
essa ameaça envolve a todos na busca de um uso mais sustentado da água. Neste contexto, a
análise do processo de gestão da lavanderia do HUSM torna-se importante como contribuição
e como adequação às normas ambientais.
118
5 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
5.1 Considerações finais
O processo de lavagem e desinfecção de roupas hospitalares para ser entendido teve
que ser identificado e caracterizado. Todo o seu fluxo operacional revelou que para se atingir
os objetivos esperados, pelo serviço de lavanderia, todas as atividades que o compõem
necessitam de um eficiente e racional desenvolvimento, atendendo às legislações e
preservando os recursos naturais, maximizando sempre a qualidade das roupas lavadas.
Por essa razão torna-se necessário que a lavanderia promova uma gestão inovadora e
adequada aos desafios do setor.
As atividades que compõem o processo de lavagem e desinfecção de roupas do
HUSM, identificadas, são: coleta e acondicionamento, classificação, lavagem, centrifugação,
secagem/calandragem, dobragem e guarda. Dentre estas, a lavagem é a atividade consumidora
de água, sendo composta por vários tipos de lavagem (cobertor e colchões piramidal, leve,
pesada, contaminada, retorno e limpa). As informações coletadas sobre as etapas da atividade
de lavagem e desinfecção de roupas revelaram discrepância de informações, as quais
necessitaram ser analisadas detalhadamente para que as propostas de adequações fossem
elaboradas, testadas e posteriormente implantadas e padronizadas, em fase experimental.
Essas padronizações nos tipos de lavagens repercutiram na relevante minimização do
consumo da água e produto, melhorando o processo e a qualidade física da roupa processada.
Além da falta de padronização nos tipos de lavagens, foram identificadas outras não
conformidades, tais como: ausência de um programa de manutenção preventiva e a corretiva
deficitária no que se refere à disponibilidade de materiais, falta de conscientização do quadro
de pessoal sobre a importância da conservação de água e outros recursos, tubulações de vapor
sem isolamento e em precárias condições, maquinários deficientes e insuficientes, condições
ambientais inadequadas ao trabalho, riscos ambientais (físicos, químicos, biológicos,
ergonômicos e psíquicos) evidentes, ausência de manuais dos equipamentos e da lavanderia,
ausência de programas de capacitação e educação continuada aos funcionários, controle total
das roupas realizado de forma insuficiente, entre outros.
119
Frente às necessidades identificadas no processo de lavagem e desinfecção de
roupas hospitalares da lavanderia do HUSM, além da padronização estabelecida aos tipos de
lavagens, buscou-se o engajamento da alta direção em atender às solicitações de melhorias
nas máquinas, equipamentos e tubulações que geram custos, mas com rápido retorno. Cabe
ressaltar que para a viabilização das implantações de economia de água além da análise
econômico-financeira, devem ser considerados todos os benefícios qualitativos provenientes
da responsabilidade social e melhoria ambiental.
Visando sanar as deficiências apresentadas sugeriu-se a administração uma
série de medidas visando à solução dos problemas mais urgentes. Alguns deles, no momento,
se encontram resolvidos e outros ainda em fase de resolução ou análise. Atitudes essas
sempre tendo em mente a busca constante pela melhora do processo, através da redução do
consumo de água e outros recursos, sem prejuízo àquelas atividades que vinham sendo
realizadas de forma coerente.
5.2 Recomendações para trabalhos futuros
Mostra-se de fundamental importância que sejam incentivadas, pela administração do
HUSM, através do estabelecimento de políticas estruturais, ações de minimizações do
consumo de água nos diversos níveis do hospital, não só na lavanderia, onde foi realizado este
estudo.
Para tal, é importante o desenvolvimento de diferentes métodos de comunicação e
conscientização aos colaboradores e usuários, transmitindo os benefícios diretos bem como os
obtidos pela sociedade em geral, lembrando que os hospitais têm como principal produto o
atendimento de ótima qualidade ao paciente/cliente.
Nos hospitais é comum encontrar problemas da ordem de manutenção nas edificações,
equipamentos e acessórios, nos quais possibilidades de melhorias, o que justamente
poderia reduzir as perdas provenientes dos processos e a mitigar os impactos ambientais.
Aos processos existentes mais a lavanderia no HUSM caberiam a realização de um
amplo estudo, visando à identificação dos prioritários, sua padronização e melhoria.
Estendendo para toda a Instituição o desenvolvimento e implantação de um programa de
conservação de água, energia elétrica e outros insumos.
120
Os produtos químicos utilizados poderiam ser analisados em relação à qualidade da
água e tecidos entre outros.
Sugere-se, ainda, a necessidade de minimização dos efluentes líquidos e estudo das
emissões gasosas.
Estudar a possibilidade de construção de uma nova área para a lavanderia e/ou
eventualmente terceirizar todo o processo, calculando custo/benefício.
121
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ABBAS, K., LEZANA, A. G. R. e, MENEZES, E. A. Apuração dos custos nas
organizações hospitalares: o método ABC aplicado no serviço de processamento de
roupas de um hospital. Revista da FAE, Curitiba, v. 5, n. 2, p. 77-97, 2002.
ABDALLA, et al. O invisível de quem cuida: a humanização das unidades de apoio em
ambientes de saúde uma experiência em Juiz de Fora. I Congresso nacional da ABDEH -
IV Seminário de Engenharia Clínica, 2004. Disponível em:
<http://dtr2004.saude.gov.br/somasus/Dinamicos/invisivel.pdf> Acesso em: 23 jan. 2008
AFONSO, E. T.; FONTES, T. C.; BARTOLOMEU, T. A. Glossário de termos têxteis.
Viçosa, MG: Imprensa Universitária da UFV, 1991.
AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Resolução RDC 306 de 07 de
dezembro de 2004. Dispõe sobre o regulamento técnico para o gerenciamento de resíduos
de serviços de saúde. Diário Oficial da União. Brasília, 2004.
______. NBR 12.807: Resíduos de serviços de saúde: definição. Rio de Janeiro, 1993.
______. NBR 12.808: Resíduos de serviços de saúde: classificação. Rio de Janeiro, 1993.
______. NBR 12.809 Manuseio de resíduos de serviços de saúde: procedimentos. Rio de
Janeiro, 1993.
______. NBR 12.810 Coleta de resíduos de serviços de saúde: procedimentos. Rio de
Janeiro, 1993.
______. NBR ISO 14.001 Sistema de gestão ambiental: requisitos com orientações para
uso. 2. ed. Rio de Janeiro, 2004.
DECRETO 12.342/78, Promoção, Preservação e Recuperação da Saúde. Rio de janeiro, 27/
Setembro/1978
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (Brasil). Sistemas de gestão da
qualidade - Fundamentos e vocabulário – NBR ISO 9000:2000. Rio de Janeiro, Dez. / 2000.
122
______. NBR 5.413 - Níveis de Iluminância de Interiores. Rio de Janeiro, 1991.
______. NBR 6.493 – Emprego de cores para a identificação de tubulações. Rio de
Janeiro, 1994.
BARTOLOMEU, T. A. Identificação e avaliação dos principais fatores que determinam a
qualidade de uma lavanderia hospitalar. Florianópolis: UFSC, 1998. Dissertação
(Mestrado em Engenharia de Produção) - Universidade Federal de Santa Catarina,
Florianópolis, 1998.
BARNES, Ralph Mosser (1900). Estudo de movimentos e de tempos: projeto e medidas
do trabalho. Tradução da 6ª. ed. americana por Sérgio Luiz Oliveira Assis, José S. Guedes
Azevedo e Arnaldo Pallotta, revisão técnica por Miguel de Simoni e Ricardo Seidl da
Fonseca. São Paulo: Editora Edgard Blucher, 1977.
BONARDI. F. Processamento de Roupas Monografia apresentada ao Curso de
Especialização em Administração de Serviço de Saúde, 2001. Faculdade Estadual de Ciências
Econômicas de Apucarana. Curso de Especialização em Administração de Serviços de Saúde.
BRASIL, Ministério da Saúde. Saúde ambiental e gestão de resíduos de serviços de saúde.
Brasília: Ministério da Saúde, 2002.
BRUYNE, P. et al. Dinâmica da pesquisa em ciências sociais. Rio de Janeiro: Francisco
Alves, 1997.
CALEGARE, L. Proposta de um Modelo de Gestão de Resíduos de Serviços de Saúde
para os Hospitais da Quarta Colônia/RS. Santa Maria: UFSM, 2007. Dissertação
(Mestrado em Engenharia de Produção) - Universidade Federal de Santa Maria, 2007.
CALEGARE, L., CARGNIN, M. T., ROSA, L. K. Gerenciamento do processo de lavagem
e desinfecção de roupas hospitalares como forma de controle e redução dos riscos
ocupacionais: um estudo de caso na lavanderia do HUSM. Santa Maria: Programa de Pós
Graduação em Engenharia de Produção da Universidade Federal de Santa Maria, 2007.
CAMPOS, E.R. et al. Metodologia de gestão por processos. Universidade Estadual de
Campinas – Pró Reitoria de Desenvolvimento Universitário. 2003.
CASTRO, R. M. S.; CHEQUER, S. S. I. Serviço de processamento da roupa hospitalar:
gestão e funcionamento. Viçosa: UFV, 2001.
123
CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE. Resolução 237 Dispõe sobre os
procedimentos e critérios utilizados no licenciamento ambiental e no exercício da
competência. Brasília, IBAMA, de 19 de dezembro de 1997.
______. Resolução n. 358 Dispõe sobre o tratamento e a disposição final dos resíduos dos
serviços de saúde e dá outras providências. Diário Oficial [República Federativa do Brasil],
Brasília, DF, 29 de abril de 2005.
COSTA C. Hospitais: potencial economizador de água precisa ser estimulado
"Programa do uso racional da água”, acessado no site: http://www.uniagua.org.br/ em 28
de novembro de 2007.
CRUZ, T. Sistemas métodos & processos. São Paulo: Atlas, 2003. p. 74-78.
DESLANDES, S. F. Pesquisa social: teoria, método e criatividade. 15. ed. Petrópolis: Vozes,
1994.
ECKES, G. A revolução seis sigma. Rio de Janeiro: Campus, 2001.
GERVINI, Maria E.I. Higienização das roupas: de conceitos básicos à aplicação prática.
Pelotas: Universitária/UFPel., 1995.
GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. – 4ª ed. - São Paulo:Atlas, 2002.
GONÇALVES, O. M.; OLIVEIRA, L.H. Methodology for the development of na
institutional and technological water conservation program in buildings. In CIB - W62
SYMPOSIUM YOKOHAMA JAPAN. Proceedings Yokohama, November 1997, 19p.
HAMMER, M., CHAMPY, J. Reengenharia: revolucionando a empresa em função dos
clientes, da concorrência e da grande mudança da gerência. Rio de Janeiro; Campus,
1998.
HARRINGTON, J. H. Aperfeiçoamento de processos empresariais. São Paulo: Makron
Books, 1993.
HINES, P.; TAYLOR D. Guia para implementação da manufatura enxuta: “Lean
manufacturing”. São Paulo, IMAM, 2005.
124
Hospitals and other health-care settings: section 6 - laundry. In Fried A, O’Carrol PW, eds.
CDC Prevention Guidelines - A Guide to Action. Williams & Wilkins, 1997:1269-70.
HUNT, V. D. Process mapping. New York: Jonh Wiley, 1996
ILHA, Marina S. O., et al. Metodologia de Avaliação de Construtoras na Gestão da
Engenharia de Sistemas Prediais. In: IX Encontro Nacional de Tecnologia do Ambiente
Construído, 2002. Anais... Foz do Iguaçu (PR): 2002 p. 1969 – 1979.
LEITE, K. F. S. A organização hospitalar e o gerenciamento de resíduos de uma
instituição privada. 2006. 145 f. Dissertação (Mestrado em Enfermagem Fundamental)
Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto,
2006.
Manual de Auditoria Ambiental. 2ª Edição, Rio de Janeiro: Editora Qualitymark 2001.
MANUAIS DE LEGISLAÇÃO ATLAS. Segurança e Medicina do Trabalho. 56 ed. São
Paulo: Editora Atlas, 2005.
______. NR - 4 – Serviço Especializado em Segurança e Medicina do Trabalho - SESMT.
56 ed. São Paulo: Editora Atlas, 2005.
______. NR - 5 - Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA. 56 ed. São Paulo:
Editora Atlas, 2005.
______. NR - 6 - Equipamento de Proteção Individual - EPI. 56 ed. São Paulo: Editora
Atlas, 2005.
______. NR - 7 - Exames Médicos. 56 ed. São Paulo: Editora Atlas, 2005.
______. NR - 9 - Riscos Ambientais. 56 ed. São Paulo: Editora Atlas, 2005.
______. NR - 10 - Instalações e Serviços de Eletricidade. 56 ed. São Paulo: Editora Atlas.
2005.
______. NR - 12- Máquinas e Equipamentos. 56 ed. São Paulo: Editora Atlas, 2005.
125
______. NR - 13- Vasos Sob Pressão. 56 ed. São Paulo: Editora Atlas, 2005.
______. NR - 15- Atividades e Operações Insalubre. 56 ed. São Paulo: Editora Atlas, 2005
.
______. NR - 17- Ergonomia. 56 ed. São Paulo: Editora Atlas, 2005.
______. NR - 23- Proteção Contra Incêndios. 56 ed. São Paulo: Editora Atlas, 2005.
______. NR - 24- Condições Sanitárias dos Locais de Trabalho. 56 ed. São Paulo: Editora
Atlas, 2005.
______. NR - 26- Sinalização de Segurança. 56 ed. São Paulo: Editora Atlas, 2005.
MANUAL DE ORIENTAÇÕES PARA O SETOR INDUSTRIAL. Conservação e reuso da
água. FIESP e CIESP. VOL.1, 2005. Disponível em:
<http://www.fiesp.com.br/publicacoes/pdf/ambiente/reuso.pdf> Acesso em: 16 de dezembro
de 2007.
MANUAL TÉCNICO ADMINISTRATIVO DA LAVANDERIA HOSPITALAR DO
HOSPITAL GERAL UNIVERSITÁRIO DE CUIABÁ (HGU, 2002). Disponível em:
<http://www.unic.br/hgu/p_hgu/ccih/manuallavanderia.pdf > Acesso em: 16 de dezembro de
2007.
MARANHÃO, M., MACIEIRA, M. E. B. O processo nosso de cada dia: modelagem de
processos de trabalho. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2004.
MARCONI, M. A.; LAKATOS, E. M. Fundamentos de metodologia científica. São Paulo:
Atlas, 2003.
MENDES, V.; GONÇALVES, T. R. Gerenciamento dos resíduos dos serviços de saúde.
São Paulo: Sana Domus, 2004.
MESIANO, R. A., LISBOA, T. C. (2006). Processamento de roupas em serviços de saúde.
Apresentação ppt. Disponível em: <http://anvisa.gov.br> Acesso em: 16 de dezembro de
2007.
126
MCDONALD, L.L., PUGLIESE, G. Laundry Service In: Mayhall CG, ed. Hospital
Epidemiology and Infection Control. W & W, 1996: 805-8.
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Programa de prevenção de riscos ambientais-PPRA.
Santa Maria: Hospital Universitário de Santa Maria, 2004.
MINISTÉRIO DA SAÚDE (Brasil). Agência Nacional de Vigilância Sanitária. RDC 50 de
21 de fevereiro de 2002, (DOU de 20 de março de 2002). Dispõe sobre o regulamento
técnico para planejamento, programação, elaboração e avaliação de projetos físicos de
estabelecimentos assistenciais de saúde.
______.Manual de lavanderia hospitalar. Brasília: Centro de Documentação do Ministério
da Saúde, (Série A: Normas e Manuais Técnicos). [1986]. (reedição em prelo).
______.Manual de Segurança no Ambiente Hospitalar, Brasília, 196 p. 1995. Acessado no
site: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/seguranca_hosp.pdf em 20 de jan. de 2008
______. Portaria 2.616: de 12 de maio de 1998. Dispõe sobre as Normas para a
Prevenção e o Controle das Infecções Hospitalares: Acessado no site:
http://www.ccih.med.br/portaria2616.html em 20 de jan. De 2008.
______. Portaria n.º 518, de 25 de março de 2004. Estabelece os procedimentos e
responsabilidades relativos ao controle e vigilância da qualidade da água para consumo
humano e seu padrão de potabilidade, e outras providências. Acessado no site:
http://dtr2001.saude.gov.br/sas/PORTARIAS/Port2004/GM/GM-518.htm em 24 de fev. de
2008.
MINISTÉRIO DO TRABALHO E SERVIÇO ESPECIALIZADO DE SEGURANÇA E
MEDICINA DO TRABALHO (SESMT). Brasília: Portaria. n° 3.214, de 08 de jun. de 1978.
Aprova as Normas Regulamentadoras - NR - do Capítulo V, Título II, da Consolidação das
Leis do Trabalho, relativas a Segurança e Medicina do Trabalho. Disponível em: <
http://www.mte.gov.br/legislacao/normas_regulamentadoras > Acesso em: 28 jan. 2008.
Ministério do Trabalho e Emprego. Norma Regulamentadora 32 Segurança e saúde no
trabalho em serviços de saúde. Brasília: Port. MTE 485, 2005. Disponível em: <
http://www.mte.gov.br/legislacao/normas_regulamentadoras/nr_32.pdf > Acesso em: 28 jan.
2008.
MOUBRAY, J. Maintenance Management A New Paradigm. 2000. Disponível em:
<http://www.maintenanceresourses.com> Acesso em: 28 de set. de 2007.
127
NEGRA, C. at al. Controle de gestão: caso de lavanderia hospitalar. Apresentado e
publicado nos anais do XI Congresso Brasileiro de Custos, realizado em Porto Seguro, Bahia,
no período de 27 a 30 de junho de 2004.
OLIVEIRA, L.H. Metodologia para a implantação de programa de uso racional da água
em edifícios. 1999. 342p. Tese (Doutorado) – Escola Politécnica, Universidade de São Paulo.
São Paulo, 1999.
OLIVEIRA, B. R. G., MUROFUSE, N. T. Acidentes de trabalho e doença ocupacional:
estudo sobre o conhecimento do trabalhador hospitalar dos riscos à saúde de seu trabalho.
Rev. Latino-Americana de Enfermagem, vol. 9. no. l. Ribeirão Preto, jan. 200l.
OLIVEIRA, E. S. Construção de um modelo de gestão nas operações de serviços nos
departamentos de recursos humanos utilizando o gerenciamento de processos.
Florianópolis: UFSC, 2005. 159f. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção) -
Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2005.
OLIVEIRA, S. L. Tratado de metodologia científica. São Paulo: Pioneira Thomson, 2002.
OLIVEIRA, J. P. Um hospital amigo da natureza. Acessado no site
http://www.saoluiz.com.br em 28 de nov. de 2007.
ONU Organização das Nações Unidas. “Declaração Universal dos Direitos da Água” de
22/março/1992. Acessado no site: http://www.ambientebrasil.com.br/c. php3?
base=./agua/doce/index.html&conteudo=./agua/declaracaoagua.html em 15 de jan. de2008.
PALADINI, E. P. Gestão da qualidade no processo: a qualidade na produção de bens e
Serviços. São Paulo: Atlas, 1995. pg. 46.
PROGRAMA DAS NAÇÕES UNIDAS PARA O DESENVOLVIMENTO (PNUD).
Relatório de Desenvolvimento Humano (RDH). 2006. Acessado no site www.pnud.org.br em
22 de fev. de 2008.
PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE LAVANDERIA HOSPITALAR, Governo estadual do
estado de São Paulo. Versão Novembro/05. Vol. 10. Acessado no site:
http://www.cadterc.sp.gov.br/Novembro-2005/VOL-10-Lavanderia%20Hospitalar.pdf em 28
de fev. de 2008.
128
RIBEIRO, L.M. Avaliação quanto à carga poluidora dos efluentes líquidos de quatro
hospitais de diferentes especialidades no município de Porto Alegre. 2005. 20f.
Dissertação (Mestrado em Engenharia Ambiental e Tecnologias Limpas) Universidade
Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, 2005.
RICHARDSON, R. J. Pesquisa Social: métodos e técnicas. 3. ed. São Paulo: Atlas, 1999.
RUMMLER, G. A.; BRACHE, A. P. Melhores Desempenhos das Empresas
Ferramentas para a Melhoria da Qualidade e da Competitividade. Editora Makron Books, São
Paulo, 1992.
SALERMO, L. S.; Aplicação de ferramentas da mentalidade enxuta e da manutenção
autônoma aos serviços de manutenção dos sistemas prediais de água - Estudo de Caso:
Hospital das Clínicas da UNICAMP. 2005. 163f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil,
Arquitetura e Urbanismo) Universidade Estadual de Campinas. Campinas, SP, 2005.
SANTOS, A. A. M.; MESSIANO, E.R. A. B.; A Lavanderia e o Controle de Infecção
Hospitalar - Epidemiologia e Controle - Ed. - Capítulo 10 - Lavanderia Hospitalar e o
controle de Infecções. 2008.
SAUTCHÚK, C.A. Código de prática de projeto e execução de sistemas prediais de água
- Conservação de Água em Edifícios. Brasília, Programa Nacional de Combate ao
Desperdício de Água, 2004. (DTA – Documento Técnico de Apoio no F3).
SAUTCHÚK, C.A.; Formulação de diretrizes para implantação de programas de
conservação de água em edificações. 2004. Dissertação (Mestrado em engenharia) Escola
Politécnica da Universidade de São Paulo. São Paulo, 2004.
SILVA, E. L.; MENEZES, E. M. Metodologia da pesquisa e elaboração de dissertação. 3.
ed. rev. Florianópolis: UFSC/PPGEP/LED, 2001.
SISINNO C.L. S, BARROS R.L.P. Ecoeficiência em laboratórios e estabelecimentos de
saúde. Bionotícias, 2004; 66:8-9.
SOUZA, M.A. Proposta de sistemática para melhoria do desempenho ambiental em
processos hospitalares. 47f. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção)
Universidade Federal de Santa Catarina. Florianópolis, 2001
129
TOLEDO, A. F. de. Ecoeficiência: um estudo a respeito das instituições hospitalares no
município de Santo André. 160f. Dissertação (Mestrado em Sistema Integrado de Gestão) -
Faculdade de Educação Ambiental, Centro Universitário SENAC, São Paulo, 2005.
TORRES, S. & LISBOA, T. C. Limpeza e higiene. Lavanderia Hospitalar. Balieiro: São
Paulo, 2001.
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA. Pró-Reitoria de Pós-Graduação e
Pesquisa. Estrutura e apresentação de monografias, dissertações e teses: MDT. 6. ed. rev.
e ampl. Santa Maria: Ed. da UFSM, 2006. 67 p.
YIN, R. Estudo de caso: Planejamento e métodos. Porto alegre: Bookman, 2005.
130
ANEXOS
131
ANEXO A - Controle diário de ocorrências: Materiais perfurocortantes encontrados entre
outros.
Data Hora Setor Quantidade Descrição
Total
132
APÊNDICES
133
APÊNDICE A - Questionário de avaliação da gestão da água do HUSM
NA: Não se aplica
CONSERVAÇÃO DA ÁGUA sim não NA Obs
Existe manutenção preventiva das instalações hidráulicas e dos reservatórios de água
potável?
Existe divisão de água de menor qualidade para fins menos nobres?
É realizado um controle da pressão do sistema hidráulico?
É realizado revisão das células das torneiras automáticas?
As tubulações de água recebem manutenção preventiva periódica?
De quanto em quanto tempo?___________________________
As instalações hidráulicas apresentam boas condições?
É realizada a manutenção semestral dos reservatórios de água?
É realizada manutenção preventiva nos pontos de distribuição de água?
Nas solicitações de manutenção de vazamentos quanto tempo em média é solucionado o
problema?
É realizado campanhas de sensibilização de economia de água aos servidores?
Têm-se o nº de ordens de solicitação de serviço/mês
QUALIDADE DA ÁGUA sim não NA Obs
São realizadas análises da qualidade da água utilizada periodicamente?
Os órgãos que realizam as análises são competentes para esta função?
Você tem conhecimento se é medido o pH da água?
Já foi registrado algum problema de contaminação da água utilizada?
É realizado controle microbiológico da água tratada?
É realizado controle de endotoxinas da água tratada?
É realizado controle físico químico da água tratada semestralmente conforme RDC nº
154 /2004 ?
A água tem a sua qualidade garantida em todas as etapas do seu tratamento,
armazenagem e distribuição?
É realizado controle de potabilidade da água diariamente?
O reservatório de água potável possui tampa com lacre?
Os reservatórios estão em boas condições?
Os reservatórios são separados e exclusivos para a reservação e combate a incêndios?
É realizado semestralmente, limpeza do reservatório de água potável?
Há registro das limpezas?
Os procedimentos básicos de limpeza dos reservatórios são realizados em conformidade
com o preconizado pelo Manual de Segurança no Ambiente Hospitalar - M.S., 1995?
134
EFLUENTES LÍQUIDOS - Esgoto sanitário e águas pluviais sim não NA Obs
As ligações, tanto da rede de esgoto quanto de águas pluviais, são independentes e
compatíveis com a rede de distribuição local?
Foram identificados opções para minimizar esgotos sanitários?
Demonstra-se adequação de descarga de efluentes sanitários aos controles legais
vigente?
O estabelecimento está ligado à filtros eficientes?
O serviço possui tratamento interno de efluentes?
Quais produtos?
O serviço possui desativação de produtos/substâncias utilizados?
Quais?____________________________________________
O estabelecimento despeja seus efluentes em condições aceitáveis nos corpos de água
(rios, lagos, córregos e etc)?
Existe controle de efluentes (análise)?
Existe esgoto pluvial?
Existe manutenção na rede interna?
Existe sistema de fossa?
Existe sistema de fossa há limpeza periódica?
Existe sistema de obtenção de sólidos nos esgotos?
Já ocorreram acidentes com produtos químicos por derramamentos ou despejos?
Existe programa para diminuição de efluentes líquidos
Profissionais que responderam a este questionário por função:
_________________________
_________________________
_________________________
_________________________
135
APÊNDICE B - Questionário de avaliação da gestão de água do serviço de lavanderia do
HUSM
NSI: não sei informar
QUESTÕES
RESPOSTA
Sim Não NSI
1 - Quando você verifica anormalidades como vazamentos você comunica?
2 - O fluxo de informações ao setor de manutenção é funcional?
3 - Você já alterou sua rotina de trabalho por falta de água no HUSM?
4 - Você acha a pressão da água adequada?
5 - Como você avalia os serviços realizados pela manutenção: as necessidades
são atendidas prontamente?
6 - Você tem conhecimento de um Plano de gestão ambiental no Hospital?
7- Você sabe se existe monitoramento de consumo de água?
8 - Você já participou de algum treinamento com enfoque na conservação da
água?
9 - Você foi orientado e treinado para atividades de descarte de efluentes
líquidos, incluindo tratamento?
10 - Acredita que possam existir melhorias para a conservação da água?
11 - Existe treinamento periódico para uma consciência ambiental?
12 – Há preocupação em economizar água no seu serviço?
13 – Você conhece o destino final dos efluentes líquidos da lavanderia?
14 - Você de alguma forma já esteve envolvido com um acidente de trabalho?
15 – Os funcionários que trabalham na lavanderia usam EPIs?
16 - Você se sente seguro no seu ambiente de trabalho?
17 - Você se preocupa em economizar energia elétrica e vapor no serviço?
18 - Você já ouviu falar em produtos economizadores de água?
19 - O serviço faz análise da qualidade da água periodicamente?
* Sugestão para melhoria? Qual?______________________________________________________________
* Qual a duração das seqüências de atividades desenvolvidas desde a localização da anomalia
até a sua total correção em média?
________________________________________________________
* Função do Respondente:_____________Vínculo com a Instituição: ( ) Terceirizado ( ) Do Quadro
136
APÊNDICE C – Questionário de avaliação da gestão da manutenção da lavanderia do
HUSM
NSI: não sei informar
QUESTÕES
RESPOSTA
Sim Não NSI
1 - você já alterou sua rotina de trabalho por falta de água no HUSM?
2 - Existem ações imediatas para reparar vazamentos e tubulações?
3 - Você recebe informação sobre a localização exata da ocorrência?
4 - A ocorrência é caracterizada adequadamente?
5 - Existem materiais para atendimento da ocorrência?
6 - Existem ferramentas de trabalhos adequados?
7 - Há administração para a distribuição das atividades?
8 - Há quantidade de pessoal técnico para atender o volume de ocorrências?
9 - Todos os profissionais são qualificados para atender a ocorrência?
10 - Fluxo de informações no setor é funcional?
11 - Você se sente seguro no seu ambiente de trabalho?
12 – Existe a manutenção preventiva das instalações hidráulicas e dos
reservatórios de água potável?
13 - Existe manutenção preventiva das instalações elétricas?
14 - Existe manutenção preventiva dos maquinários?
15 - É realizado um controle da pressão do sistema hidráulico?
16 - É realizado revisão das células das torneiras automáticas?
17 - Existe preocupação em economizar água no seu serviço?
18 - Você já ouviu falar em produtos economizadores de água?
19 - Acredita que possam existir melhorias para a conservação da água?
20 - Há motivação para a realização das atividades?
21 - Os funcionários foram orientados e treinados para atividades de
conservação da água?
* sugestão para melhoria? qual____________________________________________________
* Em sua opinião que tipo de profissional se mostra mais interessado nas correções de
anomalias como vazamentos e entupimentos na lavanderia?______________________
* Função do Respondente:______________ Vínculo com a Instituição: ( ) Terceirizado ( ) Do Quadro
137
APÊNDICE D Roteiro de inspeção da lavanderia: unidades de processamento de roupas
1- IDENTIFICAÇÃO DO ESTABELECIMENTO ONDE ESTÁ LOCALIZADA A UNIDADE.
1.1 - Nome: ______________________________________________________
1.2 - Horário de funcionamento da unidade: ____________________________
2 - CARACTERIZAÇÕES DA UNIDADE
2.1 - Quanto à localização: ( ) intra-hospitalar ( ) extra-hospitalar ( ) outra:_____________
2.2 – Setores próximos_________________________________________
2.3 - Capacidade de lavagem de roupas diariamente, em Kg:
Instalada: __________________
Operacional / dia: ___________________
2.4 - O processo adotado para desinfecção da roupa é ( ) térmico e/ou ( ) químico
3 - RESPONSÁVEL PELA UNIDADE
Categoria Profissional: ______________________________________________________
4 - DIMENSIONAMENTO
- a área física total da unidade (em m²): __________________
- a área suja ou contaminada (recepção, separação e lavagem (em m²)): _____________________.
- a área limpa (centrifugação, secagem, calandragem e dobragem (em m²)): __________________.
- a área da rouparia (armazenagem e distribuição (em m²)): _________________________
5 - RECURSOS HUMANOS
Número de funcionários existentes na área suja: ___________________________
Número de funcionários existentes na área limpa: __________________________
Distribuídos em quantos turnos: _____________________
Número de funcionários pela manhã: ________________________
Número de funcionário pela tarde: __________________________
Número de funcionários pela noite: ____________________________
6 - EQUIPAMENTOS
6.1- LAVADORAS
Número de lavadoras existentes: ____________________________________
Número de lavadoras extratoras: ____________________________________
Capacidade de cada lavadora: ___________________________________
138
6.2 - CENTRIFUGAS
Número de centrífugas existentes: _______________________________
Capacidade de cada centrífuga: ___________________________________
Tempo de duração do ciclo de operação: ________________________________
6.3 - SECADORAS
Número de secadoras existentes: _______________________________
Capacidade de cada secadora: ___________________________________
Tempo de duração do ciclo de operação: ________________________________
6.4 - CALANDRAS
Número de calandras: _________________________________
Número de rolos das calandras: ____________________________
6. 5 - PRENSAS
Número de prensas: ____________________________
6.6 - FERROS ELÉTRICOS
Número de ferros elétricos: _________________________
7 - ABASTECIMENTOS DE ÁGUA
Origem da água de abastecimento: _____________________________
Capacidade de reservação de água (em litros): ___________________
Número de reservatórios: _________________________
8 - DEFINIÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DAS ATIVIDADES
__________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________
139
Observação: NA = Não Aplicável
9 – ROTINA ORGANIZACIONAL
Sim Não NA
As rotinas são impressas e afixadas nos locais de trabalho?
Há registro diário do processamento de roupa (quantidade processada)?
Há registro diário de intercorrências?
Há escala de serviço?
Há programa de manutenção preventiva de equipamentos?
Há programa de manutenção corretiva de equipamentos?
Há sistema de controle de almoxarifado e de compras?
sistema de controle dos estabelecimentos contratantes quanto a adequação às normas do
Ministério da Saúde?
sistema de verificação para a preferência por fornecedores de produtos ecologicamente
corretos?
manuais para cada tipo de equipamento (no mínimo dois: um para servir como guia para o
operador, e o outro para as atividades de manutenção preventiva e de reparos)?
10 - PROGRAMAÇÃO FÍSICO-FUNCIONAL Sim Não NA
LOCALIZAÇÃO
A lavanderia está localizada próxima ao sistema de geração de vapor e de ar comprimido?
Há separação total entre as áreas que processam as roupas limpas e as roupas sujas?
A parede de separação entre a área limpa e suja é dotada de visores ou interfaces?
Existem pias para a lavagem das mãos, providas de sabãoquido e papel toalha, em todas as áreas
onde as roupas limpas e sujas são manuseadas?
As dimensões das diversas áreas são compatíveis com as atividades realizadas?
As dimensões das diversas áreas permitem um fluxo racional de operacionalização sem cruzamento
de roupa suja e roupa limpa?
Há sanitários com pias, chuveiros e armários para a guarda de roupas e de pertences, exclusivos dos
funcionários da área suja?
Há depósito de material de limpeza exclusivo para a área suja?
copa (provida de pia, sabão líquido e papel toalha, para a lavagem das mãos) para a realização
de pequenas refeições?
Os funcionários têm acesso fácil à água para ingestão, sem risco de contaminação e sem prejuízo
dos fluxos?
Existe depósito de material de limpeza?
Existe depósito de produtos utilizados no processo de lavagem das roupas?
Existe banheiro exclusivo para os funcionários da área limpa e área suja distintos?
O piso é revestido de material liso, impermeável, antiderrapante, resistente aos produtos de limpeza
e desinfetantes?
O piso apresenta soluções de continuidade?
As paredes são revestidas de material liso, impermeável, resistente aos produtos de limpeza e
desinfetantes?
O forro apresenta-se em boas condições de conservação e de limpeza?
Existem manchas nas paredes, pisos ou forros decorrentes de infiltração de água?
Existe chutes ou tubulões de queda na área suja da lavanderia. E é dotada de pressão negativa em
relação às áreas adjacentes?
Nas reforma, há isolamento total da área que está sendo reformada?
140
11 - CONDIÇÕES DE ILUMINAÇÃO, VENTILAÇÃO, EXAUSTÃO, INSTALAÇÕES
ELÉTRICAS E DE COMBATE A INCÊNDIO.
Sim Não NA
A iluminação, natural ou artificial, é adequada para a realização das atividades com segurança?
O pé direito e o dimensionamento das janelas estão compatíveis com a área?
É feita a substituição de lâmpadas queimadas?
Há depósitos de sujidades no bulbo das lâmpadas?
O sistema de ventilação adotado na unidade de processamento de roupas proporciona um ambiente
de trabalho adequado?
As tubulações apresentam isolamento térmico?
O sistema de exaustão da área suja é mecanizado e com pressão negativa em relação aos
compartimentos externos?
O sistema de exaustão da área contaminada e o da área limpa são independentes?
A saída de ar da lavanderia não contamina os serviços adjacentes?
O sistema de ventilação artificial faz recirculação do ar da área suja da lavanderia; insuflamento de
ar na área limpa e exaustão do ar na área suja?
Há telas milimétricas nas janelas em bom estado de conservação e de limpeza?
Há indicação da voltagem das tomadas, estão em número suficientes e próximas aos equipamentos?
As tomadas utilizadas nas áreas de processamento das roupas são blindadas e se estão colocadas a
1,5 metros do piso?
Existe fiação exposta ou de fios danificados?
Existem duplicadores em tomadas?
As tomadas são inspecionadas periodicamente para a verificação de polaridade, integridade do
condutor terra, tensão de contato e segurança global?
As tomadas defeituosas são imediatamente substituídas?
Possui Atestado de Vistoria fornecido pelo Corpo de Bombeiros?
Os equipamentos de proteção e combate ao fogo (extintores com cargas dentro do prazo de
validade) estão em locais de fácil acesso e sinalizados?
Os funcionários tiveram treinamento de combate ao fogo?
A saída de emergência está claramente sinalizada e desobstruída?
12 - EQUIPAMENTOS EXISTENTES NA LAVANDERIA
Sim Não NA
Existe espaço entre os equipamentos e a parede para possibilitar o serviço de limpeza e de
manutenção?
Existe aterramento adequado das instalações elétricas, de todos os dos equipamentos?
Os equipamentos têm um terceiro fio de aterramento (lavadoras, secadoras, centrífugas, calandras,
bombas d’água e demais equipamentos ou ferramentas operadas com motores elétricos).
Existem disjuntores, fusíveis, relés térmicos para as instalações em que estes equipamentos estão
conectados (conforme recomendações do fabricante)?
Os circuitos elétricos estão identificados, de modo a facilitar seu manuseio?
Existem "plugues" danificados ou quebrados?
Há sinais de operação anormal de equipamentos e há superaquecimento de partes de equipamentos?
Há registro da manutenção (preventiva e corretiva) dos equipamentos?
141
LAVADORAS
Apresentam dispositivos automáticos, em funcionamento, que impeça a abertura das duas portas
simultaneamente?
Possuem válvulas para regulação do fluxo de ar dentro das máquinas, para permitir a aspiração do
ar da área limpa?
As lavadoras (de desinfecção, extratora e outras) são dotadas de dispositivo, em funcionamento,
que impeça a realização de operações simultâneas?
São dotadas de dispositivo (em funcionamento) que impeça a abertura da máquina em operação?
Os tambores internos são de aço inoxidável?
Os tambores internos estão em bom estado de conservação?
Estão desbalanceadas, com partes frouxas ou produzindo vibrações?
Estão em boas condições de uso?
São dotadas dos seguintes equipamentos, em funcionamento:
- termômetro
- termostato
- cronômetro (relógio marcador de tempo)
- temporizadores para os equipamentos automatizados
- registro de fechamento rápido
- entrada de água controlada por nível automático
CENTRÍFUGAS
As centrífugas são dotadas de tampa e se estas permanecem hermeticamente fechadas durante a
operação do equipamento
Estão em boas condições de uso?
Os tambores internos são de aço inoxidável?
Os tambores internos estão em bom estado de conservação?
Estão desbalanceadas, com partes frouxas ou produzindo vibrações?
SECADORAS
Sim Não NA
São providas de sistema de exaustão individual?
Equipadas com retentores de fiapos, trocados com a freqüência necessária?
Os tambores internos são de aço inoxidável?
Os tambores internos estão em bom estado de conservação?
Estão desbalanceadas, com partes frouxas ou produzindo vibrações?
Estão em boas condições de uso?
CALANDRAS
São dotadas de sistema de exaustão individual?
Coifas em funcionamento?
Tem coifa localizada no máximo a 60 cm das calandras?
O revestimento dos rolos das calandras está em bom estado de conservação?
Existe um anteparo para evitar a queda de roupas no chão?
142
FERRO ELÉTRICO
Estão em boas condições de uso?
BALANÇA
É do tipo plataforma para a pesagem da roupa?
Esta em boas condições de uso?
CARRINHOS
São de material impermeável, lavável?
São dotados de tampa?
São exclusivos para o transporte de roupa limpa e de roupa suja?
13 - INSTALAÇÕES ESPECIAIS
Sim Não NA
ABASTECIMENTO DE ÁGUA
É de poço freático sem cloração adequada?
É de poço freático com cloração adequada?
É de poço artesiano?
É de serviço de Abastecimento Público de Água
A capacidade fornecida é suficiente?
Tem reservatórios para a lavanderia?
Existem vazamentos de água?
Há na lavanderia o registro do controle de pH da água de abastecimento?
Existe laudo analítico da água da lavanderia?
Existe tratamento da água utilizada - filtragem da matéria orgânica, retirada do excesso de ferro e
de manganês, utilização de água mole (sem excesso de cálcio e de magnésio), adequação do pH da
água?
CAPACIDADE DE GERAÇÃO DE VAPOR
As caldeiras estão localizadas em ambientes abertos?
A área de localização das caldeiras está afastada, no mínimo, três metros de outras instalações do
estabelecimento ou do limite de propriedade de terceiros ou do limite com as vias públicas?
Esta afastada de depósitos combustível?
O prédio das caldeiras é construído com material resistente ao fogo?
A área de instalação das caldeiras dispõe de pelo menos duas saídas amplas?
A área de instalação das caldeiras dispõe de acesso fácil e seguro, necessário à operação e à
manutenção das caldeiras?
Os vãos devem ter dimensões que impeçam a queda de pessoas?
As caldeiras dispõem de sistema de captação e lançamentos de gases e material particulado,
provenientes da combustão, para fora da área de operação, atendendo as normas ambientais
vigentes?
As caldeiras são dotadas dos seguintes equipamentos de controle (em funcionamento): pressostatos,
válvulas de alívio, alarme sonoro e alarme visual?
Registro de Segurança (livro com folhas numeradas, com os testes, inspeções exteriores e
interiores, ocorrências como incêndio, explosões, etc.)?
Os funcionários utilizam equipamentos de proteção?
Os cilindros de gás (para caldeiras abastecidas por gás liquefeito de petróleo) estão armazenados
em local adequado, ou seja, em locais secos, limpos e bem ventilados. ( se, Não, responder a
posterior)
143
Se armazenados em locais abertos, deverão estar protegidos da chuva e da ação direta de raios
solares?
O reservatório para óleo de queima (para caldeiras abastecidas por óleo) está localizado em local
adequado?
A tubulação para o vapor é de aço galvanizado, sem costura, devidamente revestida e levemente
inclinado (Manual de Lavanderia Hospitalar, M.S., 1986)?
Existe vazamento de vapor?
ABASTECIMENTO DE AR COMPRIMIDO INDUSTRIAL
O sistema é centralizado?
O sistema de armazenamento de ar comprimido dispõe de pelo menos duas saídas amplas,
permanentemente livres e dispostas em direções distintas?
O sistema de armazenamento de ar comprimido dispõe de acesso fácil e seguro para as atividades
de manutenção, operação e inspeção, os vãos devem ter dimensões que impeçam a queda de
pessoas; ventilação permanente com entradas de ar que não possam ser bloqueadas; dispõe de
iluminação conforme normas oficiais vigentes e possui sistemas de iluminação de emergência?
O sistema de ar comprimido que abastece as lavadoras e calandras é dotado de válvulas reguladoras
de pressão e se estas têm manutenção adequada?
SISTEMA DE ESGOTO SANITÁRIO
Existem canalizações de esgoto distintas para a área limpa e para a área suja?
As canaletas existentes permitem o escoamento imediato da carga total das lavadoras?
Estão recobertas por gradil de fácil remoção?
Existem caixas para separação de produto de lavagem (caixa de suspensão com tela para reter os
fiapos de roupa a fim de impedir o entupimento da rede de esgoto)?
A caixa está instalada adequadamente entre a unidade de processamento de roupa e o esgoto do
restante do estabelecimento?
Os efluentes são lançados na rede pública de coleta e tratamento de esgoto?
O estabelecimento tem tratamento de efluente efetivo?
As canalizações de água, vapor e esgoto apresentam-se completamente livres, de fácil acesso e
pintadas nas cores convencionais, ou com símbolos adequados conforme as normas da ABNT?
SISTEMA DE TRATAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS
Os resíduos sólidos são separados adequadamente?
Os resíduos sólidos contaminados com material biológico são tratados conforme legislação
vigente?
14 - RECURSOS HUMANOS Sim Não NA
Os funcionários receberam treinamento nos seguintes assuntos:
Noções gerais sobre o processamento de roupas de estabelecimentos assistenciais de saúde?
Data ___/___/ ___
Técnicas de coleta, acondicionamento e transporte de roupas sujas?
Data ___/___/___
Procedimentos de lavagem, secagem, passagem e reparos das roupas?
Data ___/___/___
Utilização de EPIs e normas de biossegurança?
Data ___/___/___
Noções de limpeza de artigos e superfícies em lavanderia?
Data ___/___/___
Primeiros socorros e reanimação cardiorrespiratória?
Data ___/___/___
Os funcionários utilizam os EPI´s recomendados?
Os uniformes dos funcionários estão limpos e são lavados na lavanderia?
144
Os funcionários utilizam adornos (anéis, correntes, relógios, pulseiras, brincos, etc.) na área suja da
lavanderia?
Os funcionários fazem refeições, tomam cafezinhos, mascam chicletes, fumam nas áreas de
processamento?
Os funcionários estão satisfeitos com o local, condições de trabalho e atenção fornecida por parte
dos superiores?
15 - PROCESSO/RESULTADOS
Sim Não NA
A desinfecção da roupa é:
Desinfecção térmica - temperatura de 85 a 95ºC por 15 minutos?
Compostos clorados (5 a 10 min) à temperatura de 35ºC, e pH 9?
Há padronização nos tipos de lavagens?
Há padronização de produtos, de temperatura e de tempo de exposição (ao produto, à temperatura e
ao pH) para as diversas etapas de lavagens?
Os produtos utilizados têm registro no Ministério da Saúde?
Os produtos utilizados estão dentro do prazo de validade?
São seguidas as recomendações da C.C.I.H. (Comissão de Controle de Infecção Hospitalar) para a
lavanderia?
O manuseio da roupa na área suja é feito com o mínimo de agitação possível, a fim de evitar a
dispersão de microorganismos no ar?
É respeitada a capacidade dos equipamentos, conforme a recomendação do fabricante?
As roupas sujas são transportadas em sacos resistentes e fechados que impeçam o vazamento de
fluidos corpóreos quando existentes?
Transporte de roupa suja é feito em carrinhos exclusivos e adequados?
As roupas limpas são transportadas em carrinhos exclusivos provido de tampa?
Ao final do dia de trabalho é feita a limpeza de todas as superfícies da área suja da lavanderia
(paredes, pisos, portas, peitoris, janelas, luminárias, etc., incluindo a superfície externa das
máquinas)?
É realizada varredura seca e espanação na lavanderia?
Após o último recolhimento do dia é feita a limpeza e desinfecção dos carrinhos de transporte de
roupa suja, em local apropriado, na área suja da lavanderia?
É feita a limpeza, semanalmente, dos chutes e tubulões de queda?
O material utilizado para a limpeza (balde, rodos, etc..) é limpo e seco, após a limpeza do
ambiente?
O material utilizado para a limpeza (balde, rodos, etc..) são guardados em local apropriado e
exclusivo da área suja?
Os funcionários utilizam EPIs durante o processo de limpeza?
Os funcionários da área limpa utilizam máscaras quando estão resfriados ou com outra afecção de
vias respiratórias?
Ocorre trânsito de funcionários da área limpa para a área suja e vice-versa?
É feita a limpeza diariamente da área limpa, com água e sabão, a área é mantida em condições
satisfatórias de limpeza?
O armazenamento de roupas limpas é feito em armários fechados?
Os armários que guardam roupas limpas são limpos quando é feita a limpeza terminal da unidade?
É feito o controle de estoque e da durabilidade da roupa?
Existem registros do controle do estoque e sua durabilidade?
É feito o controle de vetores (ratos, baratas, pulgas, piolhos, moscas, percevejos e borrachudos)
com produto químico indicado para essa finalidade e com registro no Ministério da Saúde?
Se, contratação de empresa especializada para o controle de vetores, esta tem licença concedida
145
pela Vigilância Sanitária?
Capacidade operacional compatível com a capacidade instalada?
Pinças e materiais são encontrados após o processo de lavagem ou nas lavadoras?
16 - SAÚDE DO TRABALHADOR Sim Não NA
Existe CIPA atuante?
Existe SSST - Serviço de saúde e Segurança do Trabalho com Portaria, atuante?
Os funcionários estão vacinados contra Hepatite B e contra tétano?
Existem riscos adicionais para os funcionários, como por exemplo, calor excessivo, ruído
excessivo, iluminação deficiente, pisos escorregadios, produtos químicos e umidade excessiva?
Existe programa de prevenção de riscos ambientais (mapa de risco)?
Os reparos em instalações elétricas são feitos por pessoal especializado?
programa de treinamento em primeiros socorros e reanimação cardiorrespiratória, bem como
programas de capacitações (reciclagem), uso de EPI`s?
Os funcionários estão satisfeitos com as condições de trabalho e comprometidos com os
resultados?
RECOMENDAÇÕES/SUGESTÕES
__________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________
Local e data: _________________________________________________
Assinatura: __________________________________________________
Nome Legível: _____________________________Cargo/função: ___________________________
146
APÊNDICE E - Roteiro de inspeção dos tipos de lavagens
TIPO DE LAVAGEM
Tipo de sujidade de lavagem: Kg de roupa:
Tipo de roupas (fibras):
Cor: Nível A – alto M- médio B - baixo
Etapas de lavagem Nível de
Água
Temperatura
ºC
Tempo Produto pH
1
2
3
4
5
6
7
8
9
]
147
APÊNDICE F Formulário para monitoramento do consumo da água na lavanderia do
HUSM
MONITORAMENTO DO CONSUMO DO HIDRÔMETRO DA LAVANDERIA
DATA HORA CONSUMO REGISTRADO
NÚMERO
NOME INTERCORRÊCIAS
148
APÊNDICE G – Formulário para levantamento dos pontos de saída de água da lavanderia do
HUSM
PONTO PONTOS AVALIADOS E SUAS CONDIÇÕES TOTAL
Torneiras
convencionais
Torneiras
hidromecânicas
Torneiras com
sensor
Torneiras com
válvula de pé
Pontos fechados
Duchas à pressão
Duchas elétricas
Registros
Bebedouro
Incêndio
Vapor tubulações
BACIAS SANITÁRIAS
Descarga
hidromecânico
Descarga manual
Legenda:
Torneiras/ pontos fechados / duchas/bebedouros:
a - boas condições
b - regular
c - com vazamento(gotejamento)
d - com vazamento forte (filete)
Bacias sanitárias:
a - boas condições
b - regular
c - com vazamento
149
Livros Grátis
( http://www.livrosgratis.com.br )
Milhares de Livros para Download:
Baixar livros de Administração
Baixar livros de Agronomia
Baixar livros de Arquitetura
Baixar livros de Artes
Baixar livros de Astronomia
Baixar livros de Biologia Geral
Baixar livros de Ciência da Computação
Baixar livros de Ciência da Informação
Baixar livros de Ciência Política
Baixar livros de Ciências da Saúde
Baixar livros de Comunicação
Baixar livros do Conselho Nacional de Educação - CNE
Baixar livros de Defesa civil
Baixar livros de Direito
Baixar livros de Direitos humanos
Baixar livros de Economia
Baixar livros de Economia Doméstica
Baixar livros de Educação
Baixar livros de Educação - Trânsito
Baixar livros de Educação Física
Baixar livros de Engenharia Aeroespacial
Baixar livros de Farmácia
Baixar livros de Filosofia
Baixar livros de Física
Baixar livros de Geociências
Baixar livros de Geografia
Baixar livros de História
Baixar livros de Línguas
Baixar livros de Literatura
Baixar livros de Literatura de Cordel
Baixar livros de Literatura Infantil
Baixar livros de Matemática
Baixar livros de Medicina
Baixar livros de Medicina Veterinária
Baixar livros de Meio Ambiente
Baixar livros de Meteorologia
Baixar Monografias e TCC
Baixar livros Multidisciplinar
Baixar livros de Música
Baixar livros de Psicologia
Baixar livros de Química
Baixar livros de Saúde Coletiva
Baixar livros de Serviço Social
Baixar livros de Sociologia
Baixar livros de Teologia
Baixar livros de Trabalho
Baixar livros de Turismo