11
– momento que houve importantes mudanças no cenário da educação nacional – até 1976 –
ano em que se formavam as primeiras turmas de turismólogos
4
. Foi nesse recorte de tempo
que o curso se criou e iniciou sua trajetória para ser um campo acadêmico e espalhou-se de
São Paulo para o restante do Brasil.
Ao pesquisar a formação dos cursos de turismo no Brasil, me chama a atenção que o
curso iniciou-se na Faculdade de Turismo do Morumbi (atual Universidade Anhembi-
Morumbi), em São Paulo, no ano de 1971. Quase que concomitantemente, a Faculdade Ibero-
americana de Letras e Ciências Humanas, (atual Centro Universitário Ibero-Americano/
UNIBERO), a Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo – ECA/USP
também criam cursos superiores de turismo.
O que mais me impressiona, e é o objeto da minha pesquisa, é o que levou a essa
“Institucionalização Simultânea”, como conceituou Marinho (2005)
5
. Ou seja, analisar como
se instalaram de modo simultâneo cursos que, mesmo sem nenhuma tradição acadêmica, se
espalharam pelo país em menos de uma década
6
.
4
Turismólogo é o termo usado para nomear o bacharel em turismo. Esse termo surgiu ainda na década de 70, na
ocasião da formatura da primeira turma. Anteriormente o termo usado era “Planejadores de Turismo”.
“O Turismólogo é responsável pela implementação do produto turístico para que seja viável financeiramente e
esteja em harmonia com o meio ambiente e a comunidade local, pois, se o produto ou atrativo turístico entra em
conflito com algum desses dois elementos, sua implementação não será viável e nem bem sucedida. Portanto,
cabe ao Turismólogo planejar, organizar, dirigir e controlar instituições e estabelecimentos ligados ao turismo;
coordenar e orientar trabalhos de seleção e classificação de locais e áreas de interesse turístico, visando o
adequado aproveitamento dos recursos naturais e culturais, de acordo com sua natureza geográfica, histórica,
artística e cultural, bem como realizar estudos de viabilidade econômica ou técnica; atuar como responsável
técnico em empreendimentos que tenham o turismo e o lazer como seu objetivo; diagnosticar as potencialidades
e as deficiências para o desenvolvimento do turismo nos municípios, regiões e estados da federação; criar e
implantar roteiros e rotas turísticas; desenvolver e comercializar novos produtos turísticos; pesquisar, atualizar e
divulgar informações sobre a demanda turística; coordenar, orientar e elaborar planos e projetos de marketing
turístico; identificar, desenvolver e operacionalizar formas de divulgação dos produtos turísticos existentes;
formular programas e projetos que viabilizem a permanência de turistas nos centros receptivos; organizar
eventos de âmbito público e privado, em diferentes escalas e tipologias; coordenar e orientar levantamentos,
estudos e pesquisas relativamente a instituições, empresas e estabelecimentos privados que atendam ao setor
turístico”. Retirado do site:
http://www.faef.edu.br/principal/destaques/destaque.asp?wcdnoticia=381 em 25/10/06
5
MARINHO, Maria Gabriela da Silva Martins da Cunha. "Ensino Superior de Moda: condicionantes sociais de
sua institucionalização acadêmica em São Paulo" pp. 13-26 e "Fórum de debates" pp. 157-224 in WAJNMAN,
Solange e ALMEIDA, Adilson José de (orgs.) et alii. Moda, comunicação e cultura: um olhar acadêmico. São
Paulo: Arte e Ciência/Núcleo Interdisciplinar de Estudos da Moda (NIDEM)/Fundação de Amparo à Pesquisa de
São Paulo (FAPESP), 2ª ed., 2005, 226p.
6
Até o final na década de 70 já havia o curso de turismo na Pontifícia Universidade Católica de Campinas –
PUCCAMP, na Associação Educacional do Litoral Santista – AELIS (atual Universidade Monte Serrat –
UNIMONTE), em Santos, entre outras no estado de São Paulo e também em outros estados do Brasil, a exemplo
da Faculdade dos Meios de Comunicação Social –FAMECOS, no RS (que hoje faz parte da Pontifícia
Universidade Católica do Rio Grande do Sul), a Faculdade de Turismo da Guanabara no RJ, a Faculdade Hélio
Alonso, no RJ, a Faculdade de Turismo de Belo Horizonte em MG, a Faculdade de Ciências Exatas,
Administrativa e Sociais – FACEAS, em Brasília, a Universidade Católica de Pernambuco, a Universidade
Federal de Pernambuco e a Universidade Federal do Paraná, entre outras.