e o peixe no óleo , tem tudo isso. Lá também tem a balança, eu não sou fã de
balança, eu não gosto de medida, mas eu tenho que usar a balança no peixe,
porque todo mundo tem que comer, eu não posso fazer uma porção maior pra
um e outra porção menor para outro. Então a gente usa as gramas, lá no
pesqueiro é a grama, nós colocamos tudo na bandeja o peixe cru, tempera e
frita, e aí na hora que você frita ele pelo choque térmico que se dá, se ele estiver
meio gelado, ele vai crescer muito mais do que se ele estivesse morno, pois o
certo do peixe é fritar ele gelado. Então lá no pesqueiro a matemática é mais
grama, às vezes colher, os molhos você usa tantos quilos de sal para tanto de
litros de óleo, alho e água. Lá a matemática é mais primeira série, soma,
dividir. Já aqui em casa é mais dividir, o bolo tem que dividir a metade para
um, uma pessoa quer um tanto, outra quer outra, tem que dividir. Na clínica,
quando eu to fazendo comida, é xícara, é uma xícara grande, a gente faz dez
xícaras por almoço e por janta, eu acho, que dá 3 a 4 quilos de arroz dá para
um dia e ainda olha lá, geralmente vai 4 quilos só para o almoço, então é mais
quilo, também é mais dividir, pois lá os meninos têm que comer igual, você não
pode fazer um tanto a mais para um e menos para o outro, tem que ser igual,
senão dá briga, se você fizer um pedaço de bolo maior para um o outro vai falar
porque o do outro ta maior que o dele, então você tem que dividir certinho,
cortar certinho senão vai dar errado. Lá eles são muito carentes, então eles fica
nessa, o que você fizer pra um tem que fazer para outro. O que mais eu posso
falar da matemática, ah, é o suco, eu detesto fazer o suco daquela clínica, eles
sempre pedem para mim fazer o suco, é horrível, porque tem que colocar 3
litros de água e um pozinho que tem que colocar as colheres, eu detesto usar
aquelas colheres. Eu nunca uso as colheres, então os outros fica bravo comigo:
“Você tá fazendo o suco errado, Ariane, tem que medir.” . Mas eu não gosto de
usar, pois a colher é muito pequena, e o tanto de suco que eu tenho que fazer, eu
tenho que usar umas 50 colheres de suco, então eu não tenho paciência, eu jogo
direto na água. Eu gosto muito das coisas rápidas, eu não gosto de enrolação,
então a matemática é assim, em casa é a matemática mais simples, porque se a
gente errar não tem responsabilidade. Lá no pesqueiro, a responsabilidade é
grande, e na clínica também é grande. Só que eu acho que no pesqueiro é maior
do que na clínica, porque lá tem muitas pessoas querendo uma coisa só. Pois lá
é o peixe, a especialidade é o peixe, tem que fazer bem feito, não posso fazer
errado, senão eu perco o freguês, é mais complicado. Agora na clínica não, se a
gente erra eles entendem, você ta lá todo dia e se você errar é normal. Como eu
disse do pão que eu errei, eu coloquei o fermento tava estragado. Então foi um
erro e eles não falaram nada, ninguém reclama. Eles entendem que ninguém é
perfeito, lá no pesqueiro, tem que ser do jeito certo e acabou. Então a
matemática é relacionada a tudo isso. Para mim eu acho que é assim.
Ana fala da importância do uso das medidas na sua cozinha e argumenta: na minha
culinária tem que usar as medidas certas, pois senão a massa fica crua, a massa fica dura demais.
A respeito dos instrumentos de medidas e de algumas medidas que utiliza no seu dia-a-dia
para cozinhar, Teresa diz: Eu uso, mas às vezes eu nem percebo que uso, a gente nem percebe que
usa, porque meia colher disso, meia xícara daquilo, um quilo daquilo, meio quilo, é gramas, mas
a gente nem nota que usa, né?...