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UNESP
Faculdade de Engenharia do Campus de Guaratingue
Guaratingue
2009
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2
LUÍS HENRIQUE CHIMENDES
ESTUDO DA DISTRIBUIÇÃO DAS TENSÕES GERADAS POR IMPLANTES
ODONTOLÓGICOS COM DIFERENTES PERFIS DE ROSCA.
Guaratinguetá
2009
Dissertação apresentada à Faculdade
de Engenharia do Campus de
Guaratinguetá, Universidade Estadual
Paulista, para a obtenção do título de
Mestre em Engenharia Mecânica na área
de Projetos e Materiais.
Orientador: Prof. Dr. José Geraldo Trani
Brandão
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3
C538e
Chimendes, Luis Henrique
Estudo da distribuição das tensões geradas por implantes
odontológicos com diferentes perfis de rosca / Luis Henrique
Chimendes . – Guaratinguetá : [s.n.], 2009
78 f. : il.
Bibliografia: f. 72-78
Dissertação (mestrado) Universidade Estadual Paulista,
Faculdade de Engenharia de Guaratinguetá, 2009
Orientador: Prof. Dr. José Geraldo Trani Brandão
1
. Implantes dentários 2. Métodos dos elementos finitos
I. Título
CDU 616-089.843
4
UNESP UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA
Faculdade de Engenharia do Campus de Guaratinguetá
“ESTUDO DA DISTRIBUIÇÃO DAS TENSÕES GERADAS POR IMPLANTES
ODONTOLÓGICOS COM DIFERENTES PERFIS DE ROSCA."
LUÍS HENRIQUE CHIMENDES
ESTA DISSERTAÇÃO FOI JULGADA ADEQUADA PARA A OBTENÇÃO DO TÍTULO DE
“MESTRE EM ENGENHARIA MECÂNICA”
PROGRAMA: ENGENHARIA MECÂNICA
ÁREA: PROJETOS E MATERIAIS
APROVADA EM SUA FORMA FINAL PELO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO
Prof. Dr Marcelo dos Santos Pereira
BANCA EXAMINADORA:
Prof. Dr. José Geraldo Trani Brandão
Prof. Dr. José Elias Tomazini
Prof. Dr. José Roberto Rodrigues
Fevereiro de 2009
5
DADOS CURRICULARES
LUÍS HENRIQUE CHIMENDES
NASCIMENTO 20.08.1970 – BRASÍLIA / DF
FILIAÇÃO Wanderley das Virgens Chimendes
Rita de Cássia Chimendes
1992/1995 Curso de Graduação
Odontologia – Unesp Araçatuba
2007/2009 Curso de Pós-Graduação em Engenharia Mecânica,
nível de Mestrado, na Faculdade de Engenharia do
Campus de Guaratinguetá da Universidade Estadual
Paulista.
6
DEDICATÓRIA
A DEUS, pela oportunidade de ter embarcado no trem da vida, e no dia que
minha estação chegar, que eu possa ter colaborado para que a viagem de todos tenha
sido a melhor possível.
À Vanessa, minha esposa, pela sua paciência, compreensão e companheirismo
nesta viagem, e que nosso amor torne-se cada vez mais forte e eterno.
À benção que DEUS me enviou, um coração que neste momento bate fora de
meu corpo, que DEUS o ilumine por toda sua vida.
À minha mãe Rita, que nunca mediu esforços para que eu e minha irmã Maria
Angélica alcançássemos nossos objetivos. Meu agradecimento é eterno e que DEUS
esteja sempre ao seu lado.
Ao Professor José Geraldo Trani Brandão que, como orientador, sempre esteve
pronto para oferecer seu dinamismo e intelectualidade para que eu pudesse
desenvolver da melhor forma possível esta dissertação. A maior virtude que me oferta
é sua amizade.
7
AGRADECIMENTOS
Aos Professores do Departamento de Engenharia Mecânica da FEG-UNESP,
Campus de Guaratinguetá, que desempenharam papel fundamental na formação deste
Mestrado.
Ao Prof. Dr. José Elias Tomazini, pelo incentivo e suporte oferecidos, com sua
brilhante competência.
Aos funcionários do Departamento de Engenharia Mecânica da FEG-UNESP,
Campus de Guaratinguetá, que sempre ofereceram sua amizade e carinho para que eu
pudesse me sentir em casa.
Aos funcionários do Departamento de Pós-Graduação da FEG-UNESP, do
Campus de Guaratinguetá, ao carinho e prontidão para resolução dos problemas que
apareceram no decorrer destes anos.
Ao Felipe Antônio Carreirinha Mendes, aluno da graduação em Engenharia
Mecânica do Campus de Guaratinguetá, pela atenção e valiosa colaboração, pois, sem
esta, dificilmente esta dissertação atingiria seus objetivos.
8
"A coisa mais indispensável a um homem é reconhecer o
uso que deve fazer do seu próprio conhecimento."
Platão
9
CHIMENDES, L. H. Estudo da distribuição das tensões geradas por implantes
odontológicos com diferentes perfis de rosca. 2008. 77 f. Dissertação (Mestrado em
Engenharia Mecânica) Faculdade de Engenharia do Campus de Guaratinguetá,
Universidade Estadual Paulista, Guaratinguetá, 2008.
RESUMO
Muitas das características do implante estão relacionadas com sua longevidade,
e uma dessas é o perfil de rosca empregado no projeto de sua criação. Assim, este
estudo teve como objetivo analisar a distribuição da tensão gerada por implantes com
diferentes perfis de rosca, através do método dos elementos finitos, num modelo
bidimensional. Foram realizados oito modelos matemáticos de implantes mantendo-se
as mesmas dimensões e modelo do conjunto implante e tecido ósseo, houve alteração
somente no desenho do perfil de rosca empregado. Através do programa Ansys,
simulou-se um carregamento axial de 100 N para todos os modelos, e os resultados das
tensões obtidos foram analisados à luz do critério de Von Mises. Desse modo,
observaram-se, modificando o desenho da rosca, variações de tensão no implante de
até 30%, no osso compacto de até 40%, e no osso esponjoso de até 70%. Levando-se
em conta o que foi observado, percebe-se a grande importância no planejamento do
desenho das roscas do implante. Dentre os perfis de rosca analisados, dois modelos
propostos na inovação obtiveram melhores resultados na distribuição de tensão no
tecido ósseo.
PALAVRAS-CHAVE: Tensão; Implante; Perfil de Rosca; Método dos Elementos
Finitos.
10
CHIMENDES, L. H. Study of distribution of tension generated by implants with
different profiles threaded. 2008. 77f. Dissertation (Master in Mechanical
Engineering) - Faculdade de Engenharia do Campus de Guaratinguetá, Universidade
Estadual Paulista, Guaratinguetá, 2008.
ABSTRACT
Many features of the implant are related to their longevity, and one of them is
the profile of screw employed in the project of creation. Thus the present study aimed
to analyze the distribution of stress generated by implants with different profiles
threaded, through the finite element method in a two-dimensional model. Were up
eight models of implants and has been the same size and model of the whole implant
and bone tissue, there was only change in the design of screw profile employee.
Through the program ANSYS, is a simulated axial loading of 100 N for all models,
and the results of the tensions were analyzed in light of the criterion of Von Mises.
Thus, there were, modifying the design of screw, variations of tension in the
implantation of up to 30% in the compact bone of up to 40% and the spongy bone of
up to 70%. Taking into account what has been observed, it is very important in
planning the design of the threads of the implant. Among the scenarios analyzed
threads, two proposed models in innovation obtained better results in the distribution
of stress in bone tissue.
KEYWORDS: Stress; Implant; profile Thread; Finite Element Method.
11
LISTA DE FIGURAS
FIGURA
1-
Fragmento de mandíbula da cultura Maia encontrada na “Playa de
los Muertos” Ceschin, J.R.(1984)
23
FIGURA
2-
Imagem da presença e ausência de ligamento periodontal
26
FIGURA
3-
Corte de osso seco, evidenciando o osso compacto e esponjoso.
28
FIGURA
4-
Força de cisalhamento em implante com perfil liso
34
FIGURA
5-
Força de compressão e cisalhamento em implante com perfil
contendo rosca
35
FIGURA
6-
Formatos de roscas convencionais
35
FIGURA
7-
Corpo básico do implante em estudo
36
FIGURA
8-
Medidas do passo e filetes das roscas
37
FIGURA
9-
Perfil de rosca Dente de Serra
38
FIGURA
10-
Perfil de rosca Quadrada
39
FIGURA
11-
Perfil de rosca Métrica (Normal)
40
FIGURA
12-
Perfil de rosca CR 01
41
FIGURA
13-
Perfil de rosca CR 02
42
FIGURA
14-
Perfil de rosca CR 03
43
FIGURA
15-
Perfil de rosca CR 04
44
FIGURA
16-
Perfil de rosca CR 05
45
FIGURA
17-
Imagem adaptada Madeira (2004), vista de secção transversal de
mandíbula na região molar
46
FIGURA
18-
Corte longitudinal de hemiarcada de mandíbula com implante
instalado
47
FIGURA
19-
Distribuição e tamanho das malhas
48
FIGURA
20-
Elemento sólido bidimensional plane 2
48
FIGURA
21-
Orientações das cargas a serem aplicadas no conjunto implante-
osso
49
FIGURA
22-
Forma de restrição apresentada a todos os modelos
49
FIGURA
23-
Representação gráfica das tensões Von Mises no implante CR01
52
FIGURA
24-
Representação gráfica ampliada das tensões Von Mises no
implante CR01
52
FIGURA
25-
Representação gráfica das tensões Von Mises no tecido ósseo
compacto adjacente ao implante CR01
53
FIGURA
26-
Representação gráfica das tensões Von Mises no tecido ósseo -
esponjoso adjacente ao implante CR01
53
FIGURA
27-
Representação gráfica das tensões Von Mises no implante CR02
54
FIGURA
28-
Representação gráfica ampliada das tensões Von Mises no
54
12
implante CR02
FIGURA
29-
Representação gráfica das tensões Von Mises no tecido ósseo
compacto adjacente ao implante CR02
55
FIGURA
30-
Representação gráfica das tensões Von Mises no tecido ósseo
esponjoso adjacente ao implante CR02
55
FIGURA
31-
Representação gráfica das tensões Von Mises no implante CR03
56
FIGURA
32-
Representação gráfica ampliada das tensões Von Mises no
implante CR03
56
FIGURA
33-
Representação gráfica das tensões Von Mises no tecido ósseo
compacto adjacente ao implante CR03
57
FIGURA
34-
Representação gráfica das tensões Von Mises no tecido ósseo
esponjoso adjacente ao implante CR03
57
FIGURA
35-
Representação gráfica das tensões Von Mises no implante CR04
58
FIGURA
36-
Representação gráfica ampliada das tensões Von Mises no
implante CR04
58
FIGURA
37-
Representação gráfica das tensões Von Mises no tecido ósseo
compacto adjacente ao implante CR04
59
FIGURA
38-
Representação gráfica das tensões Von Mises no tecido ósseo
esponjoso adjacente ao implante CR04
59
FIGURA
39-
Representação gráfica das tensões Von Mises no implante CR05
60
FIGURA
40-
Representação gráfica ampliada das tensões Von Mises no
implante CR05
60
FIGURA
41-
Representação gráfica das tensões Von Mises no tecido ósseo
compacto adjacente ao implante CR05
61
FIGURA
42-
Representação gráfica das tensões Von Mises no tecido ósseo
esponjoso adjacente ao implante CR05
61
FIGURA
43-
Representação gráfica das tensões Von Mises no implante rosca
métrica
62
FIGURA
44-
Representação gráfica ampliada das tensões Von Mises no
implante rosca métrica
62
FIGURA
45-
Representação gráfica das tensões Von Mises no tecido ósseo
compacto adjacente ao implante rosca métrica
63
FIGURA
46-
Representação gráfica das tensões Von Mises no tecido ósseo
esponjoso adjacente ao implante rosca métrica
63
FIGURA
47-
Representação gráfica das tensões Von Mises no implante rosca
quadrada
64
FIGURA
48-
Representação gráfica ampliada das tensões Von Mises no
implante rosca quadrada
64
FIGURA
49-
Representação gráfica das tensões Von Mises no tecido ósseo
compacto adjacente ao implante rosca quadrada
65
FIGURA
50-
Representação gráfica das tensões Von Mises no tecido ósseo
esponjoso adjacente ao implante rosca quadrada
65
FIGURA
51-
Representação gráfica das tensões Von Mises no implante rosca
dente de serra
66
FIGURA
52-
Representação gráfica ampliada das tensões Von Mises no
implante rosca dente de serra
66
FIGURA
53-
Representação gráfica das tensões Von Mises no tecido ósseo
compacto adjacente ao implante rosca dente de serra
67
13
FIGURA
54-
Representação gráfica das tensões Von Mises no tecido ósseo
esponjoso adjacente ao implante rosca dente de serra
67
FIGURA
55-
Gráfico comparativo de tensões no implante
68
FIGURA
56-
Gráfico comparativo de tensões no tecido ósseo compacto
69
FIGURA
57-
Gráfico comparativo de tensões no tecido ósseo esponjoso
69
FIGURA
58-
Ensaio de flexão de osso da tíbia bovina
70
14
TABELAS
TABELA 1 - Comparativo em publicação com diferentes metodologias.
32
TABELA 2 - Propriedades mecânicas dos materiais que compõem o
modelo Hungaro (2002)
50
TABELA 3 - Resultado da simulação das tensões máximas de Von Mises
nos implantes e tecidos adjacentes
51
TABELA 4 - Comparativo em % com resultados de tensão apresentados
por Hassler (1980).
71
15
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
APCD -
Associação Paulista de Cirurgião Dentista
ITI -
International Team for Oral Implantology
MEF -
Método dos Elementos Finitos
SMN -
Tensão Mínima de Von Mises
SMX -
Tensão Máxima de Von Mises
16
LISTA DE SÍMBOLOS
a Aceleração [m/s²]
E Módulo de elasticidade
GPa Gigapascal [N/m²]
µ Coeficiente de Poisson [i]
p Passo da rosca [m]
17
SUMÁRIO
LISTA DE FIGURAS
LISTA DE TABELAS
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
LISTA DE SÍMBOLOS
CAPÍTULO 1 INTRODUÇÃO
18
1.1 Considerações Gerais. 18
1.2 Objetivo. 19
1.3 Motivação 20
1.4 Aplicação 21
1.5 Descrição do trabalho. 22
CAPÍTULO 2 REVISÃO DA LITERATURA
23
2.1 Evolução dos implantes odontológicos endósseos. 23
2.2 Biomecânica na implantodontia. 25
2.3 Remodelação óssea. 27
2.4 Estabilidade inicial. 29
CAPÍTULO 3 METODOLOGIA
31
3.1 Método dos Elementos Finitos. 31
3.2 Geometria das estruturas. 33
3.2.1 Implantes com e sem roscas. 33
3.2.2 Inovação na geometria dos perfis de roscas. 36
3.2.3 Seção mandibular escolhida para instalação dos implantes. 46
3.3 Modelamento e carregamento do conjunto implante – osso. 47
3.4 Propriedades mecânicas. 50
3.5 Região escolhida para análise. 50
CAPÍTULO 4 RESULTADOS
51
CAPÍTULO 5 DISCUSSÃO
68
CAPÍTULO 6 CONCLUSÃO
72
CAPÍTULO 7 REFERÊNCIAS
73
18
Capítulo 1. Introdução
1.1 Considerações Gerais
Hoje, a busca pela excelência no tratamento odontológico tem se intensificado e
uma das áreas em destaque no desenvolvimento científico e tecnológico é a
implantodontia.
A implantodontia consiste em repor os dentes que foram perdidos ao longo da
vida. Esta reposição se faz por dentes artificiais instalados sobre um implante endósseo,
que é um material aloplástico. Atualmente, o principal material utilizado é o titânio
comercialmente puro Ti(cp), na forma de um parafuso cilíndrico ou cônico, o qual é
instalado através de uma cirurgia em um rebordo ósseo.
Para que haja o processo de ósseointegração correto, deve-se aguardar um período
de 3 a 6 meses, que consiste num contado direto entre o osso e o implante, numa
observação com microscópio óptico, definição feita pela primeira vez por Bränemark
na década de 60.
Desde que Greenfield apresentou, em 1909, um implante cilíndrico que necessitou
de algumas semanas para que pudesse ser ativado obtendo um sucesso moderado por
Misch et al.(2006), a corrida pela eficiência dos implantes tem sido buscada por muitos
pesquisadores, tendo como objetivos principais a osseointegração e o tempo mínimo
para instalação das próteses.
O perfil de rosca de um parafuso ou implante está diretamente ligado à forma e
qualidade de dissipação das tensões quando é carregado com uma determinada força.
Bastos et al (2003), afirmam que o desempenho do implante ósseo depende da sua
topografia e, para Nagem et al (2007), a perda da regeneração óssea pode ser causada
pelo formato do implante instalado em regiões inconciliáveis com o implante proposto.
19
Para Hassler (1980), as tensões geradas no tecido ósseo podem ser nocivas ou não,
pois, segundo o autor, a destruição celular ocorre quando as tensões excedem 69MPa,
enquanto uma tensão de 24,8MPa produzirá um aumento no crescimento ósseo.
Assim, observa-se uma lacuna que mostra a necessidade da busca de um perfil de
rosca para implante que possa distribuir a força produzida durante a mastigação.
A sobrecarga é um dos fatores fundamentais para o insucesso das reabilitações
sobre implante, conforme afirma Adell et al (1981), portanto, essa distribuição deve ser
feita na maior área possível e da melhor forma.
Este estudo baseou-se na inovação de perfis de roscas, que pudesse distribuir de
uma melhor forma as cargas do processo da mastigação, assim foram propostos oito
diferentes desenhos para as roscas dos implantes, e este analisados pelo Método dos
Elementos Finitos (MEF) quando submetidos a uma carga axial.
O MEF é uma técnica numérica para análise de estruturas e usada diariamente nas
engenharias, ultimamente tem sido muito indicada para estudo no ser humano, ele
consiste na construção de um modelo matemático através de um processo
computacional onde, uma determinada estrutura é projetada mantendo-se suas
propriedades originais, desta forma obtém-se resultados muito próximos da realidade.
1.2 Objetivo
Analisar e comparar, através do todo dos elementos finitos, a distribuição das
tensões desenvolvidas pelos implantes com diferentes perfis de rosca quando
submetidos à carga axial.
Escolher um perfil de rosca que distribua da melhor forma possível as tensões as
quais o tecido ósseo é submetido, a fim de que se obtenha uma maior longevidade do
implante.
20
1.3 Motivação
A grande motivação para execução deste estudo é a busca pelo implante ideal;
muitos estudos m sido relacionados com a forma do implante, o tipo de material, o
tipo de preparação de superfície, no entanto, pouco se falou em relação ao perfil da
rosca do implante e sua dissipação de tensão no tecido ósseo.
Desde os primeiros trabalhos publicados por Branemark et al (1969), sobre o
fenômeno chamado osseointegração, sabe-se que o conjunto tecido ósseo e implante
não deve ser sobrecarregado, pois podem ocorrer destruição e fraturas dos mesmos.
Assim, nas últimas décadas, a implantodontia buscou a excelência nos tratamentos
e um menor tempo possível para a instalação das próteses; para isto, os pesquisadores
estudaram os fatores relacionados ao conjunto implante odontológico e tecido ósseo, e
um destes é a dissipação das tensões transmitidas pelos implantes ao tecido adjacente
durante o processo de mastigação (Steigenga et al., 2003; Petrie, Willians, 2005).
Os implantes atuais mostram-se muito avançados, no entanto muito dos fatores
que envolvem a criação de um implante pode ser melhorado e uma destas melhorias
está relacionada à forma ou perfil da rosca.
Atualmente, os implantes estão sendo utilizados para carga imediata, isto é, o
implante é ativado imediatamente à sua instalação no tecido ósseo, porém, orienta-se
que a prótese fique fora do processo de mastigação, ou seja, não participe do momento
de máxima intercuspidação e nos movimentos de protrusão e lateralidade, pois o
excesso de carga poderá levar à falhas no processo de osseointegração.
Desta forma, tem-se buscado aspectos relacionados à biomecânica da distribuição
das tensões no complexo implante-osso, para que seja possível amenizar as falhas
encontradas e com isso apresentar uma maior resistência às cargas de mastigação
(Moraes et al. 2001).
21
1.4 Aplicação
A aplicabilidade deste estudo esta relacionado com o dia-a-dia do cirurgião
dentista, visando uma longevidade dos tratamentos com implantes, pois, quando se tem
uma boa distribuição das cargas, no processo de mastigação, as estruturas biológicas
ficam preservadas por um maior período evitando-se perda precoce dos implantes.
Assim, os perfis de rosca aqui apresentados, têm com objetivo uma melhor
distribuição das tensões, fazendo com que os atuais ou futuros sistemas de implantes
sejam projetados de uma forma mais criteriosa.
22
1.5 Descrição do trabalho
O presente trabalho está dividido em seis capítulos, sendo que o capítulo 1 aborda
a problemática de pesquisa, o estado da arte, o objetivo e a estrutura desenvolvida para
esta dissertação.
O capítulo 2 apresenta uma revisão bibliográfica subdividida em seis tópicos:
- Evolução dos implantes odontológicos;
- Biomecânica na implantodontia;
- Remodelação óssea na interface do implante;
- Estabilidade inicial;
O capítulo 3 descreve a metodologia aplicada para análise qualitativa das tensões
distribuídas pelos perfis de roscas dos implantes no tecido ósseo durante um
carregamento simulando o processo de mastigação.
O capítulo 4 aduz os resultados obtidos durante a análise.
O capítulo 5 expõe a discussão dos resultados.
O capítulo 6 apresenta as conclusões do trabalho e as proposições para futuras
pesquisas.
Finalmente, são apresentadas as referências.
23
Capítulo 2. Revisão da Literatura.
Devido à abrangência de assuntos relacionados a este estudo, optou-se por dividir
a revisão bibliográfica nos seguintes tópicos: evolução dos implantes odontológicos,
biomecânica na implantodontia, remodelação óssea na interface do implante e
estabilidade inicial.
2.1 Evolução dos implantes odontológicos endósseos
A grande necessidade e o desejo da reposição dos dentes perdidos por uma forma
de implante têm ocupado o conhecimento do homem por muitos séculos.
Uma mandíbula hondurenha, Figura 1, encontrada pelo Dr. Wilson Popenoe e sua
esposa em Honduras em 1931, apresenta três fragmentos de concha no lugar natural dos
incisivos inferiores. Data aproximadamente do ano 600 d.C. e é o primeiro exemplo de
implante endosteal realizado, presumivelmente com êxito, numa pessoa viva.
Figura 1 Fragmento de mandíbula da cultura Maia encontrada na Playa de los
Muertos. Ceschin, J.R.(1984) .
Este achado encontra-se no Museu Peabody de Arqueologia e Etinologia de
Harvard, Cambridge, Massachusetts, e geralmente é citado na literatura. Supõe-se que
as conchas estavam neste lugar por um tempo considerável, pois possuíam a mesma
quantidade de cálculo que os dentes vizinhos naturais (Ceschin 1984).
24
No século passado, os implantes endósseos foram oferecidos com desenhos
imagináveis. Contudo, constituíram exceções os que foram apoiados por alguma forma
de pesquisa e desenvolvimento básicos (Schroeder et al 1994).
Especificamente na década de 60, o pesquisador sueco Branemark deu novos
rumos às ciências médicas com a descoberta da ósseointegração do implante dentário.
Estudando as células ósseas, Branemark observou a aderência total entre um cilindro de
titânio e o osso vital. E no ano de 1969 comprovou que, se esse novo método fosse
realizado sob determinados padrões, poderia ter sucesso na reposição das perdas
dentárias; surgia assim a ósseointegração, fenômeno denominado por Branemark et al.
(1969) sendo, portanto, um novo sistema de ancoragem para próteses, o qual liga uma
estrutura de titânio ao osso.
A partir deste momento iniciou-se a corrida pela excelência em implantodontia,
buscando a melhor e maior biocompatibilidade versus menor tempo de tratamento, pois
quando o fenômeno da ósseointegração foi descoberto por Branemark, tinha-se o
tratamento num período entre 4 e 6 meses para a cicatrização após a cirurgia, e somente
passado este tempo, poderia-se instalar a prótese sobre o implante (Branemark, 1985).
Assim, desde aqueles dias até a presente data, tendo o implante osseointegrado
sido consolidado para o uso clínico, busca-se a melhor forma e topografia para o
implante, a fim de diminuir ou até eliminar o período de cicatrização óssea sem carga
funcional, conforme recomenda o protocolo estabelecido pelo grupo de Gotemburgo-
Suécia (Adell et al. 1981).
Após uma ampla revisão de literatura por Sykaras et al(2000), na qual os temas
principais foram materiais, forma e superfície de implantes, obteve-se uma conclusão
diretamente orientadora à implantodontia, na qual deve-se dar importância à associação
do máximo de características favoráveis à osseointegração na idealização de um sistema
de implante, tudo sempre associado a uma indicação clínica correta.
Portanto, o desejo de se obter uma simples técnica cirúrgica, a utilização de
implantes em regiões com deficiência em osso, a instalação imediata de próteses, a
25
melhor distribuição de tensões e a melhora em estabilidade inicial foram os principais
fatores para alavancar a evolução dos implantes até os dias de hoje.
2.2 Biomecânica na implantodontia.
Existem rias definições de Biomecânica, para Palácios Moreno (2002), a
biomecânica é um braço da bioengenharia que se dedica ao estudo do comportamento
dos tecidos biológicos na aplicação de carga.
Numa análise morfológica da palavra biomecânica, pode-se decompor o termo
em duas partes. No prefixo “bio”, de biológico, ou seja, relativo aos seres vivos e,
mecânica. Logo, a partir da análise morfológica da palavra, a Biomecânica será a
aplicação dos princípios da Mecânica aos seres vivos. (Ferreira, 1986)
Segundo Hay (1978), a Biomecânica é a ciência que estuda as forças internas e
externas que atuam no corpo humano e os efeitos produzidos por essas forças; e ainda,
observa-se a existência de dois campos de estudo distintos na biomecânica: o estudo das
forças internas e das forças externas e as suas repercussões.
Assim, pode-se distinguir a existência da biomecânica interna e, da biomecânica
externa. (Hay, 1978; Amadio, 1989). Por sua vez Hall(1991) é quem caracteriza a
biomecânica como sendo o estudo da estrutura e da função dos sistemas biológicos,
utilizando os métodos da mecânica.
Segundo Bidez, Misch (1992), a biomecânica do implante difere do dente natural,
pois este possui ligamento periodontal que funciona como sistema de amortecimento no
processo de mastigação, enquanto o implante mostra-se intimamente ligado ao tecido
ósseo e acaba transmitindo maior carga ao tecido adjacente conforme mostra a Figura 2.
26
Figura 2 – Imagem de presença e ausência de ligamento periodontal.
Sabe-se que a biomecânica dos implantes tem uma relação muito íntima com a
durabilidade e longevidade do tratamento em implantodontia, pois é comprovado por
muitos autores que parte da força de mastigação é transferida para o implante, que por
sua vez a transmite aos tecidos vizinhos.(Misch 1995)
Na implantodontia, a biomecânica é muito aplicada na análise de tensões na
interface osso-implante, como salienta Brunski (1988), afirmando que a biomecânica é
a aplicação da engenharia mecânica (estática, dinâmica, resistência de materiais e
também análise de tensões) para a solução de problemas biológicos, pois a distribuição
das forças no implante está ligada a fatores como desenho e biomateriais dos implantes,
assim como os aspectos relacionados à interface osso-implante.
Misch (1995) também evidência que na biomecânica utilizam-se os critérios e
métodos da engenharia mecânica aplicada para estudar as interações entre estrutura e
função das matérias vivas, e assim têm-se obtido importantes avanços na
implantodontia e no planejamento de próteses.
27
2.3 Remodelação óssea sob tensão na interface do implante.
Com relação à remodelação óssea:
O osso possui pequenos espaços entre seus componentes, não sendo, portanto,
completamente maciço. Alguns desses espaços servem como canais para vasos
sangüíneos, enquanto outros são preenchidos por medula óssea. Dependendo do
tamanho e da distribuição dos espaços, as regiões de um osso podem ser classificadas
como osso compacto, também conhecido como cortical, ou osso esponjoso, também
conhecido como trabecular, Figura 3 (Weiner, Wagner 1998).
Figura 3 - Corte de osso seco, evidenciando o osso compacto e esponjoso.
Wolff, em 1892, foi quem primeiro propôs o conceito “a forma segue a
função”, no que se refere ao tecido ósseo. Segundo a lei descrita por Wolff, as
características geométricas dos ossos e a distribuição de seus componentes são
influenciadas pela magnitude e direção dos stress funcionais. Mais de um século
depois, os parâmetros e influências endógenas e exógenas aos quais o processo
de remodelamento responde, ainda não estão detalhadamente descritos. De
qualquer forma, a lei de Wolff se exterioriza pelas ações dos osteoclastos e
osteoblastos, que estão continuamente remodelando a matriz óssea.(Turner 1998
p 399).
28
Pugh et al. (1973) afirmam que existe remodelação óssea conforme a carga que
recebe podendo levar a uma remodelação construtiva ou destrutiva.
Para Doblaré; Garcia (2002), a remodelação do tecido ósseo envolve uma
constante transformação influenciada por fatores diferentes como hormônios ou
solicitação mecânica. Cargas prematuras podem causar reabsorção, assim como
sobrecarga repetida, como no trauma oclusal, seja ele primário ou secundário. (Adell et
al., 1981,1986).
A princípio, acredita-se que a reabsorção ao redor do implante é devido à mesma
causa de uma reabsorção ao redor de um dente sadio quando submetido a trauma
oclusal. Estas reabsorções também são observadas nos tratamentos ortodônticos,
quando o dente sofre uma força para ser deslocado. (Hobo, 1997).
Quando um implante sofre uma concentração de carga excessivamente
considerável, ocorre uma reabsorção sensível de tecido ósseo e o ocorre a aposição,
quando eliminada a causa. (Branemark et al., 1984; Thomaz, 1985).
Um fator importante é a direção que o osso vai receber a força, pois sua
resistência à tração e compressão pode diminuir muito em relação à orientação destas
forças. Portanto, deve-se levar em consideração a direção das forças que se transmitem
do implante ao osso, pois o comportamento do osso depende, entre outros fatores, da
angulação da incidência destas forças. (Oliveira, 1997).
De acordo com Schroeder et al (1994), o desenho do implante deve assegurar que
as forças laterais e axiais sejam transmitidas o mais uniformemente possível do
implante para o osso circundante, quando esse estiver totalmente consolidado e
incorporado ao osso. As pressões tensivas, compressivas e de cisalhamento máximas
devem ficar dentro de uma certa variação, isto é, as pressões de deformação produzidas
pelo implante totalmente incorporado no osso circundante não devem exceder um certo
nível, para evitar a reabsorção óssea e o afrouxamento do implante.
29
2.4 Estabilidade inicial.
Com relação à movimentação do implante na fase de cicatrização pode-se afirmar
que:
O fator micromovimentação tem sido muito estudado e discutido pelos
pesquisadores e estes afirmam que o excesso de movimentação causa danos na
interface implante-tecido ósseo, levando assim a uma osseintegração deficiente e até
perda do implante. (Brunski, 1992).
Numa análise do grau de movimentação, distribuição de carga e estresse cervical
comparado ao desenho do implante logo após sua instalação, Pierrisnard et al (2002)
observaram uma melhor estabilidade inicial nos implantes com travamento. Contudo, a
melhor distribuição de carga se deu nos implantes com expansão apical.
Para Brunski et al. (1979) a osseointegração do implante está intimamente ligada
com a estabilidade no momento de sua inserção.
O conceito de estabilidade inicial tem sido buscado como um dos principais
objetivos da implantodontia, pois, sem ela podemos comprometer o processo de
ósseointegração. Schnitman et al.(1990). Friberg et al. (1991) apresentou uma taxa de
32% de insucesso para implantes que apresentaram deficiência na estabilidade inicial.
Misch et al (1999) observaram que os implantes que possuíam roscas
apresentavam maior estabilidade primária devido à presença de roscas que ofereciam
uma maior área de contato com tecido ósseo.
O excesso de micromovimentação durante a fase de cicatrização parece
interferir diretamente com a reparação óssea. Um nível tolerável de
micromovimentação, que varia entre 50m a 150m parece n
ão interferir nos
resultados do metabol
ismo ósseo favorecendo uma neoformação óssea seguida de
corticalização deste tecido que se diferencia de forma saudável ao redor das
superfícies de implantes (Lenharo,A; Cosso, F.; 2004 p 130)
30
A estabilidade inicial acontece com o osseocompressão, a qual funcionalmente
controlada refere-se à compressão das paredes da loja cirúrgica após a instalação do
implante. Funcionalmente, sempre haverá uma força aplicada agindo no implante
através das propriedades viscoelásticas da estrutura do tecido ósseo. Pelo evento
biomecânico no tecido ósseo, este é estimulado dentro dos limites fisiológicos pelo
desenho do implante, estímulo que é desenvolvido pelas linhas de força compressivas
que o implante aplica através de sua superfície, a fim de sustentar-se em equilíbrio.
(Anderson et al. 2006).
Os desenhos dos implantes m a finalidade de melhorar o equilíbrio de forças
onde o tecido ósseo não favorece uma boa estabilidade inicial (Valen , Locante, 2000).
31
Capítulo 3. Metodologia.
A metodologia deste estudo foi dividida em cinco tópicos: Método dos Elementos
Finitos; geometria das estruturas; modelamento e carregamento do conjunto implante-
osso; propriedades mecânicas e região escolhida para análise.
3.1 Método dos Elementos Finitos.
A origem do Método dos Elementos Finitos (MEF) deu-se no fim do século
XVIII, quando Gauss propôs a utilização de funções de aproximação para solução de
problemas matemáticos (Oliveira, 2000).
Richard Von Mises (1883-1953), especialista em matemática aplicada,
desenvolveu um critério para a interpretação dos dados numa análise em elementos
finitos. O método estuda a energia de distorção de materiais, isto é, da energia
relacionada com a deformação do material quando submetido a uma determinada carga.
(Laganá, 1996; Sendyk, 1998).
O MEF é um processo de análise matemática muito utilizado na engenharia para
cálculo de estruturas aeronáutica, automobilística, construção civil, e nas últimas
décadas tem sido muito utilizado para estudo do corpo humano (Selna et al. 1975).
Palacios (1998), Middleton (1990) e Oliveira (2000) também observaram sua
aplicabilidade na odontologia, com experimentos relacionados às diversas
especialidades.
Outros métodos como: modelo fotoelástico, laser holográfico; modelo matemático
analíticos e análises experimentais em humanos foram aplicadas na análise de tensões
em odontologia, porém apresentaram inconvenientes como: aumento de custo,
limitação e dificuldade na obtenção de resultados, propriedades muito diferentes dos
tecidos vivos, tornando-se incompatíveis com a realidade, e por fim, grandes diferenças
apresentadas entre os seres vivos. (Caputo et al., 1974; Burstone, Prypuyniewicz, 1980;
Rubin et al. 1983; Steyn et al. 1978; Resende, 2000).
32
Após pesquisa na Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) utilizando-se as seguintes
palavras-chave: Photoelastic Analysis,Finite Element Method, obteveram-se os
seguintes resultados, conforme mostra a Tabela 1, em números de pesquisas utilizando
os dois sistemas de análise.
Tabela 1 - Comparativo em publicação com diferentes metodologias
ANÁLISE M.E.F. ANÁLISE FOTOELÁSTICA
LILACS 26 15
MEDLINE 2434 90
COCHRANE 30 1
SCIELO 86 3
BBO 18 13
TOTAL 2594 122
.
-LILACS - Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde
-MEDLINE - Literatura Internacional em Ciências da Saúde
-Biblioteca COCHRANE Biblioteca Baseada em Evidências
-SciELO - Scientific Electronic Library Online
-BBO - Bibliografia Brasileira de Odontologia
Segundo Raquel et al. (2006), através do MEF, inúmeros trabalhos com diferentes
aplicações e objetivos podem ser conduzidos e, quando bem gerenciados, podem
proporcionar diversas vantagens em relação a outros métodos, pela facilidade de
obtenção e interpretação dos resultados e, ainda, para se obter resultados corretos e
válidos com esta metodologia, deve haver uma interação entre profissionais da
engenharia e da odontologia.
33
Assim, para analisar e comparar a distribuição das tensões desenvolvidas pelos
implantes, embasada na revisão da literatura, optou-se pelo Método dos Elementos
Finitos que é uma análise matemática que consiste na discretização de um corpo
contínuo em pequenos elementos, mantendo as mesmas propriedades do corpo
principal. Sendo o MEF um método matemático, usado com auxílio computacional, os
resultados apresentados estão próximos à realidade, logo pode-se ter uma grande
confiabilidade no seu uso, mesmo na odontologia, evitando-se outros métodos
aproximados que trazem certas dúvidas nos resultados e, por conseqüência, o sacrifício
de animais para comprovação de testes puramente mecânicos.
Portanto, para a execução da análise, utilizou-se o programa de elementos finitos
Ansys (
Ansys 7.0, Swanson Analysis System, Houston, Pa, USA).
3.2 Geometria das Estruturas
3.2.1 Implantes com e sem roscas.
Tendo o implante odontológico a função de transferir a carga mastigatória para os
tecidos vizinhos, o desenho do perfil de rosca passa a ter uma grande importância na
dissipação e distribuição destas cargas (Misch e Bidez,1992).
Segundo Haraldson et. Al. (1977), a magnitude da força de mordida varia entre
15,7 e 144.4 newtons (N) e para Farah et.al.(1989), uma carga de 100 N é equivalente à
força total de mastigação.
Para Graf (1969), a duração destas forças possui uma ampla variação, que em
condições normais, os dentes tocam-se durante a deglutição e a mastigação apenas em
contatos breves, sendo o tempo total destes eventos menor que 30 minutos por dia.
Portanto, mesmo com um curto período de contato, deve-se ter um implante que possa
transferir essas cargas aos tecidos adjacentes com a melhor eficiência.
34
Segundo Cowin (1989), o osso é mais frágil quando submetido à força de
cisalhamento. Assim, deve-se, no desenvolvimento do implante, ter o cuidado no
planejamento do desenho da rosca, a fim de que esta possa dissipar de melhor maneira
as forças a qual o implante é submetido.
A princípio, sabe-se que quanto maior a área externa de um implante, menor será
a carga recebida por mm do tecido adjacente, Oliveira (1997). Assim, quando são
adicionadas roscas ao design de um implante, automaticamente está se aumentando a
área de dissipação das cargas na interface osso-implante.
Um implante liso com forma radicular cilíndrica possui na interface um
carregamento puramente de cisalhamento, (Figura 4), a menos que seja alterado o
desenho com aplicação de roscas, (Figura 5), para transformar cargas de cisalhamento
em cargas de compressão, pois o osso é mais resistente a este tipo de esforço, assim
deve-se fazer tentativas para limitar as forças de cisalhamento aplicadas ao osso, que
este possui menos resistência às fraturas nestas condições de carga (Misch, 2006).
Figura 4 - Força de cisalhamento em implante liso.
35
Figura 5 - Força compressão e cisalhamento em implante liso.
Implantes que possuem roscas em seu desenho têm a capacidade de decompor as
forças de cisalhamento em outras forças através da geometria bem desenhada. Assim, o
formato da rosca é particularmente importante na transformação das forças de
cisalhamento em forças de compressão, que serão aplicadas na interface óssea. Os
formatos das roscas dos implantes incluem quadrados, em forma de “V” e de forma
trapezoidal, Figura 6 (Misch, 2006).
Figura 6 - Formatos de roscas convencionais.
36
De acordo com Misch (1990), a área de contato de tecido ósseo com o implante
varia de acordo com a característica do mesmo, portanto, conforme lembra Bidez
(1992), afirmando que a tensão mecânica é igual à carga dividida pela área em que é
aplicada a carga. Assim pode-se, em conseqüência, afirmar que a carga aplicada sobre o
implante deverá ser distribuída pela área superficial do mesmo e, quanto maior a área
de compressão, melhor será a forma de distribuição desta carga aos tecidos vizinhos.
3.2.2 Inovação na geometria dos perfis de roscas.
Os implantes com diferentes perfis de roscas foram criados e padronizados a partir
de dimensões como comprimento e diâmetro, encontrados nos sistemas de implantes da
Dentoflex (Dentoflex Com. E Ind. De Mat. Odont. LTDA São Paulo, SP, Brasil) e INP
(Sistema de Implantes Nacionais e de Próteses Comércio LTDA São Paulo, SP, Brasil),
conforme ilustra a Figura 7, onde somente a região de espiral sofrerá alteração de
acordo com o perfil de rosca a ser analisado.
Figura 7 - Corpo básico do implante em estudo.
Nos desenhos das roscas dos implantes, para que se pudesse fazer uma análise
mais fiel da melhor distribuição das tensões, definiu-se que o passo e altura máxima dos
filetes não iriam variar assim pode-se ter o mesmo número de filetes por implante
gerado, utilizando medidas encontradas no catálogo da Globtek Implant System
Figura8.
37
Os perfis de rosca escolhidos para análise foram criados a partir dos três modelos
descritos na revisão da literatura (triangular, quadrado e trapezoidal). Devido à
necessidade de criação de novos perfis de rosca para uma melhor distribuição das
tensões nos tecidos adjacentes aos implantes, fez-se oito desenhos utilizando o
programa de desenho AutoCAD (AutoCAD 2005, Autodesk Inc., San Rafael, CA,
USA), apresentados nas Figuras 9; 10; 11;12; 13; 14; 15 e 16 .
Figura 8 – Medidas do passo e filetes das roscas.
38
Figura 9
-
Perfil de rosca Dente de Serra.
39
Figura 10
-
Perfil de rosca Quadrada.
40
Figura 11
-
Perfil de rosca Métrica.
41
Figura 12
-
Perfil de rosca CR 01
42
Figura 13
-
Perfil de rosca CR 02
43
Figura 14
-
Perfil de rosca CR 03
44
Figura 15
-
Perfil de rosca CR 04
45
Figura 16
-
Perfil de rosca CR 05
46
3.2.3 Seção mandibular escolhida para instalação dos implantes.
Com o propósito de desenvolvimento deste estudo, foi realizada a simulação
bidimensional de um seguimento posterior de mandíbula, com medidas obtidas de uma
hemiarcada seccionada transversalmente na região de molar, Figura 17, com uma
adaptação devido à complexidade e variedade de formas encontradas nos seres
humanos, adaptação esta já realizada em outros trabalhos, como de Betiol (2006).
Figura 17 - Imagem adaptada Madeira (2004), vista de seção transversal de
mandíbula na região molar.
O conjunto implante e tecido ósseo foi desenvolvido em um modelo
bidimensional, como ilustra a Figura 18, representados por uma seção longitudinal na
região média do conjunto contendo tecido ósseo compacto e esponjoso.
47
Figura 18-Corte longitudinal de hemiarcada de mandíbula com implante instalado.
3.3 Modelamento e carregamento do conjunto implante – osso.
Para que o modelamento fosse executado, todos os desenhos dos implantes e
seção longitudinal da mandíbula foram desenhados no AutoCAD e transportados para o
Ansys; para o modelo do implante adotou-se uma malha de 0,05 mm o osso compacto
recebeu uma malha de 0,20 mm, e o osso esponjoso uma malha de 0,10 mm, conforme
mostra a Figura 19.
Para os modelos construídos, assumiu-se um estado plano de tensão, pois o
conjunto implante-osso foi modelado com materiais isotrópicos, lineares e homogêneos,
e a carga axial aplicada foi distribuída uniformemente sobre o implante, assim, a tensão
ao redor do implante foi distribuída igualmente desta forma não houve necessidade de
48
um modelamento tridimensional para obtenção dos mesmos resultados na forma de
distribuição das tenções. Sabe-se também que uma análise plana envolve menos custo e
tempo para obtenção dos resultados método este utilizados por Praça(2002);
Pereira(2005); Souza(2006). Portanto, foi utilizado o elemento lido bidimensional
plane 2 (2-D 6-Node Triangular Structural Solid), que apresenta 6 nós e 3 arestas,
descrevendo uma parábola para geração da malha de elementos finitos que se
Figura 19 – Distribuição e tamanho das malhas
adapta a contornos irregulares e possui 2 graus de liberdade (em x e em y),
respectivamente, conforme ilustra a Figura 20.
Figura 20 - Elemento sólido bidimensional plane 2.
A aplicação da carga estática está conforme a Figura 20, sendo distribuída
uniformemente sobre a superfície do implante uma força de 100N, pois é mais
fisiológica assim afirmam Valentin et al. (1990), Sato et al (1995).
49
Para que a análise no programa Ansys fosse simplificada, a força de 100N foi
dividida por milímetros, assim, obteve-se uma força uniforme de 25N/mm, entretanto
sabe-se que isso não é verdade, pois o implante é circular, porém obtém-se uma boa
aproximação.
O desenho foi construído com a maior distância vestíbulo-lingual e o implante foi
instalado exatamente no meio desta medida, como mostra a Figura 21.
Figura 21 - Orientações das cargas a serem aplicadas no conjunto implante-osso.
Para simular uma situação real, foram determinadas condições de restrição aos
modelos, os quais foram fixados nos eixos X e Y de acordo com a Figura 22.
Figura 22 - Forma de restrição apresentada a todos modelos.
Y
X
50
3.4 Propriedades mecânicas.
Considerou-se total osseointegração do implante ao osso adjacente e os materiais
utilizados foram considerados homogêneos, isotrópicos e linearmente elásticos, sendo
caracterizados pelo módulo de elasticidade e coeficiente de Poisson, apresentados na
Tabela 2.
Tabela 2 - Propriedades mecânicas que compõem o modelo. (Húngaro, 2002)
ESTRUTURA MÓDULO DE
ELASTICIDADE (GPa)
COEFICIENTE DE
POISSON
OSSO COMPACTO 13,7 0,30
OSSO ESPONJOSO 1,37 0,30
Ti (CP) 110 0,28
3.5 Região escolhida para análise.
As regiões definidas para análises são as regiões que estão na interface do perfil
de rosca do implante.
Os gráficos de tensões obtidos pelo processamento do programa de elementos
finitos foram analisados à luz do critério de Von Mises, sobre o sistema de implantes e
tecido ósseo compacto e esponjoso, sendo que para melhor visualização dos
resultados, os mapas de tensões foram plotados de modo que as estruturas do sistema
fossem avaliadas individualmente (implante, tecido ósseo compacto e tecido ósseo
esponjoso).
51
Capítulo 4. Resultados
Com os resultados obtidos a partir do programa Ansys, optou-se por uma análise
apresentada na forma gráfica, segundo uma escala de cores, a fim de facilitar a análise e
a interpretação dos resultados. Com o objetivo de visualização mais clara da simulação
optou-se por apresentar as imagens das tensões separadamente, conforme as Figuras 23
a 54, onde SMN é a Tensão Mínima de Von Mises e SMX é Tensão Máxima de Von
Mises.
Nesta análise, pode-se qualificar e quantificar por região a tensão nas estruturas
implante e tecido ósseo, pois o gradiente de cores apresentadas nas figuras representa a
distribuição das tensões de Von Mises. Este tipo de simulação oferece dados para a
interpretação qualitativa das tensões simultânea de compressão e tração, identificando
estruturas susceptíveis à fadiga e, principalmente, associadas à deformação plástica.
A Tabela 3 apresenta os resultados das tensões máximas de Von Mises observadas
individualmente na simulação do carregamento axial do conjunto implante tecido ósseo.
Tabela - 3
RESULTADO DA SIMULAÇÃO DAS TENSÕES MÁXIMAS DE VON
MISES NOS IMPLANTES E TECIDOS ADJACENTES
TIPO DE ROSCA IMPLANTE
(MPa)
OSSO COMPACTO
(MPa)
OSSO ESPOJOSO
(MPa)
MÉTRICA 53 10 1,2
QUADRADA 36 11 1,0
DENTE DE SERRA 46 10 0,8
CR01 48 12 0,7
CR02 50 08 1,1
CR03 44 13 1,1
CR04 49 11 2,2
CR05 39 10 1,0
52
No implante com rosca CR 01 observaram-se pontos isolados no interior da rosca
apresentando tensões máximas de 47,9 MPa, porém na região de instalação da prótese e
próxima ao pescoço do implante, observou-se tensão média de 23,9 MPa, e assim
reduzindo em direção ao ápice do implante aatingir 0.3E-3 MPa, conforme ilustram
as Figuras 23 e 24 .
Figura 23 – Representação gráfica das tensões
Von Mises no implante CR01.
Figura 24 – Representação gráfica ampliada das tensões
Von Mises no implante CR01.
53
No tecido ósseo compacto foram observados pequenos pontos com tensão máxima
de 11,6 MPa, reduzindo para 0,3E-3 MPa, conforme ilustra a Figura 25.
No tecido ósseo esponjoso houve pequenos pontos com tensão máxima de
0,69MPa, reduzindo para 6E-3 MPA, conforme ilustra a Figura 26.
Figura 25 – Representação gráfica das tensões Von Mises no
tecido ósseo compacto adjacente ao implante CR01.
Figura 26 – Representação gráfica das tensões Von Mises no
tecido ósseo esponjoso adjacente ao implante CR01.
54
No implante com rosca CR 02 foram detectados pontos isolados no interior da
rosca apresentando tensões máximas de 50 MPa, porém, na região de instalação da
prótese e próxima ao pescoço do implante observou-se tensão média de 25 MPa, e
assim reduzindo em direção ao ápice do implante até atingir 0,1E-3 MPa, conforme
ilustram as Figuras 27 e 28.
Figura 27 – Representação gráfica das tensões
Von Mises no implante CR02.
Figura 28 – Representação gráfica ampliada das tensões
Von Mises no implante CR02.
55
No tecido ósseo compacto houve pontos com tensão máxima de 7,6 MPa,
reduzindo para 0,1E-3 MPa, conforme ilustra a Figura 29.
No tecido ósseo esponjoso foram observados pequenos pontos com tensão
máxima de 1,1 MPa, reduzindo para 1,3E-3MPA, conforme ilustra a Figura 30.
Figura 29 – Representação gráfica das tensões Von Mises no
tecido ósseo compacto adjacente ao implante CR02.
Figura 30 – Representação gráfica das tensões Von Mises no
tecido ósseo esponjoso adjacente ao implante CR02.
56
No implante com rosca CR 03 observaram-se pontos isolados no interior da rosca
apresentando tensões máximas de 44 MPa, porém, na região de instalação da prótese e
próxima ao pescoço do implante, observou-se tensão média de 24 MPa, e assim
reduzindo em direção ao ápice do implante aatingir 1,7E-3 MPa, conforme ilustram
as Figuras 31 e 32.
Figura 31 – Representação gráfica das tensões
Von Mises no implante CR03.
Figura 32 – Representação gráfica ampliada das tensões
Von Mises no implante CR03.
57
No tecido ósseo compacto houve pontos com tensão máxima de 12,8 MPa,
reduzindo para 1,7E-3 MPa, conforme ilustra a Figura 33.
No tecido ósseo esponjoso foram detectados pequenos pontos com tensão máxima
de 1,1 MPa, reduzindo para 1,6E-3 MPa, conforme ilustra a Figura 34.
Figura 33 – Representação gráfica das tensões Von Mises no tecido
ósseo compacto adjacente ao implante CR03.
Figura 34 – Representação gráfica das tensões Von Mises no
tecido ósseo esponjoso adjacente ao implante CR03.
58
No implante com rosca CR 04 foram observados pontos isolados no interior da
rosca apresentando tensões máximas de 49 MPa, porém na região de instalação da
prótese e próxima ao pescoço do implante, observou-se tensão média de 24,6 MPa, e
assim reduzindo em direção ao ápice do implante até atingir 0,3 E-3 MPa, conforme
ilustram as Figuras 35 e36 .
Figura 35 – Representação gráfica das tensões
Von Mises no implante CR04.
Figura 36 – Representação gráfica ampliada das
tensões Von Mises no implante CR04.
59
No tecido ósseo compacto observaram-se pequenos pontos com tensão máxima de
11 MPa, reduzindo para 0,3E-3 MPa, conforme ilustra a Figura 37.
No tecido ósseo esponjoso houve pontos com tensão máxima de 2,0 MPa,
reduzindo para 5,7E-3 MPa, conforme ilustra a Figura 38.
Figura 37 – Representação gráfica das tensões Von Mises no
tecido ósseo compacto ad
jacente ao implante CR04.
Figura 38 – Representação gráfica das tensões Von Mises no
tecido ósseo esponjoso adjacente ao implante CR04.
60
No implante com rosca CR 05 foram observados pontos isolados no interior da
rosca apresentando tensões máximas de 39 MPa, porém, na região de instalação da
prótese e próxima ao pescoço do implante, observou-se tensão média de 24 MPa e
assim reduzindo em direção ao ápice do implante até atingir 1E-3 MPa, conforme
ilustram as Figuras 39 e 40.
Figura 39 – Representação gráfica das tensões
Von Mises no implante CR05.
Figura 40 – Representação gráfica ampliada das
tensões Von Mises no implante CR05.
61
No tecido ósseo compacto houve pontos com tensão máxima de 9,7 MPa,
reduzindo para 1E-3 MPa, conforme ilustra a Figura 41.
No tecido ósseo esponjoso foram detectados pequenos pontos com tensão máxima
de 1,0 MPa, reduzindo para 6E-3 MPa, conforme ilustra a Figura 42.
Figura 41 – Representação gráfica das tensões Von Mises no
tecido ósseo compacto adjacente ao implante CR05.
Figura 42 – Representação gráfica das tensões Von Mises no
tecido ósseo esponjoso adjacente ao implante CR05.
62
No implante com rosca métrica observaram-se pontos isolados no interior da rosca
apresentando tensões máximas de 52 MPa, porém na região de instalação da prótese e
próxima ao pescoço do implante, observou-se tensão média de 26 MPa, e assim
reduzindo em direção ao ápice do implante aatingir 0,4E-3 MPa, conforme ilustram
as Figuras 43 e 44.
Figura 43 – Representação gráfica das tensões
Von Mises no implante rosca métrica.
Figura 44 – Representação gráfica ampliada das tensões
Von Mises no implante rosca métrica.
63
No tecido ósseo compacto houve pontos com tensão máxima de 9,8 MPa,
reduzindo para 0,5E-3 MPa conforme ilustra a Figura 45.
No tecido ósseo esponjoso foram detectados pequenos pontos com tensão máxima
de 1,2 MPa, reduzindo para 9,8E-3 MPa, conforme ilustra a Figura 46.
Figura 45 – Representação gráfica das tensões Von Mises no
tecido ósseo compacto adjacente ao implante rosca métrica.
Figura 46 – Representação gráfica das tensões Von Mises no
tecido ósseo esponjoso adjacente ao implante rosca métrica.
64
No implante com rosca quadrada, observaram-se pontos isolados no interior da
rosca apresentando tensões máximas de 35 MPa, porém, na região de instalação da
prótese e próxima ao pescoço do implante, observou-se tensão média de 24 MPa, e
assim reduzindo em direção ao ápice do implante até atingir 0,1E-3 MPa, conforme
ilustram as Figuras 47 e 48.
Figura 47 – Representação gráfica das tensões
Von Mises no implante rosca quadrada.
Figura 48 – Representação gráfica ampliada das
tensões Von Mises no implante rosca quadrada.
65
Foram observados no tecido ósseo compacto, pequenos pontos com tensão
máxima de 11,3 MPa, reduzindo para 0,1E-3 MPa, conforme ilustra a Figura 49.
No tecido ósseo esponjoso houve pontos com tensão máxima de 1,0 MPa,
reduzindo para 7E-3 MPa, conforme ilustra a Figura 50.
Figura 49 – Representação gráfica das tensões Von Mises no
tecido ósseo compacto adjacente ao implante rosca quadrada.
Figura 50 – Representação gráfica das tensões Von Mises no
tecido ósseo esponjoso adjacente ao implante rosca quadrada.
66
No implante com rosca dente de serra, observaram-se pontos isolados no interior
da rosca apresentando tensões máximas de 46 MPa, porém na região de instalação da
prótese e próxima ao pescoço do implante, observou-se tensão média de 25 MPa, e
assim reduzindo em direção ao ápice do implante até atingir 0,6E-3 MPa, conforme
ilustram as Figuras 51 e 52.
Figura 51 – Representação gráfica das tensões
Von Mises no implante rosca dente de serra.
Figura 52 – Representação gráfica ampliada das tensões
Von Mises no implan
te rosca dente de serra.
67
No tecido ósseo compacto foram detectados pequenos pontos com tensão máxima
de 10 MPa, reduzindo para 0,6E-3 MPa, conforme ilustra a Figura 53.
No tecido ósseo esponjoso houve pontos com tensão máxima de 0,8 MPa,
reduzindo para 8,2E-3 MPa, conforme ilustra a Figura 54.
Figura 53 – Representação gráfica das tensões Von Mises no tecido
ósseo compacto adjacente ao implante rosca dente de serra.
Figura 54 – Representação gráfica das tensões Von Mises no tecido
ósseo esponjoso adjacente ao implante rosca dente de serra.
68
Capitulo 5. Discussão
Ao observar as imagens numa visão qualitativa, pode-se ver claramente a
diminuição das tensões de Von Mises, à medida que se afasta da região de aplicação do
carregamento; isto ocorre tanto no implante como no tecido ósseo compacto e tecido
ósseo esponjoso, fenômeno também observado por Sakaguchi e Borgersen em 1993,
quando detectaram um decréscimo das tensões em direção ao ápice do implante,
condição esta perfeitamente esperada, pois é um processo biomecânico de transferência
das cargas mastigatórias aos tecidos vizinhos ao implante, fenômeno também observado
em todos os implantes analisados neste estudo.
Durante o processo de simulação, observou-se uma tensão máxima de 12,82 MPa
na região do tecido ósseo compacto, próximo à cervical do implante CR 03; mínima de
7,57 MPa para o implante CR 02; uma tensão máxima de 2,19 MPa para a região de
tecido ósseo esponjoso, próximo à cervical do implante CR 04; mínima de 0,69MPa
para o implante CR 01.
Para a discussão da análise dos resultados, optou-se pela construção de gráficos a
partir dos resultados da simulação apresentados pelo programa Ansys. Foram
elaborados gráficos comparativos de tensão nos implantes, no tecido ósseo e no tecido
esponjoso conforme ilustram as Figuras 55, 56 e 57.
Figura-55
69
Figura-56
Figura-57
70
Segundo Loffredo; Ferreira (2007), o limite de escoamento não representa um
ponto definido na curva, pois a existência de diferentes tipos de tecido ósseo não
permite definir com exatidão os pontos de um diagrama de tensão-deformação.
Nordin e Frankel (2001) apresentaram o diagrama de tensão-deformação de tecido
ósseo com diferentes densidades. O teste apresentado é de compressão, retirado de um
estudo realizado por Keaveny e Hayes (1993).
Segundo Nordin e Frankel(2001), os valores de resistência máxima para o osso
compacto é de 100 a 150 MPa e 8 a 50 MPa de resistência máxima para o osso
esponjoso.
Figura 58 – Ensaio de compressão de tecido ósseo.
Para Silva e Mei (2006), o titânio puro pode obter resistência mecânica a
740MPa.
71
Portanto, os resultados obtidos neste estudo e mostrados nos gráficos 55, 56, e 57,
dificilmente chegarão ao ponto de resistência máxima, pois o maior valor de tensão
encontrado no implante durante a simulação não chega a 10% da tensão de resistência
apresentada por Silva e Mei (2006). Seguindo o mesmo raciocínio, tanto as tensões
máximas encontradas durante a simulação para o osso compacto como para o osso
esponjoso, não chegam a 10% dos valores médios encontrados por Nordin e
Frankel(2001) .
Num comparativo, apresentado no Tabela 4, com o trabalho publicado por Hassler
(1980), o qual afirma que as tensões geradas no tecido ósseo podem ser nocivas ou não,
pois a destruição celular ocorre quando as tensões excedem 69 N/mm², enquanto uma
tensão de 24,8 N/mm² produzirá um aumento no crescimento ósseo, observa-se que o
maior valor obtido para o tecido osso compacto está em torno dos 50% da tensão
considerada saudável, e a tensão obtida para osso esponjoso não chega a 10%.
Tabela - 4
COMPARATIVO EM %DOS RESULTADOS OBTIDOS COM RESULTADOS DE
TENSÃO SAUDÁVEL APRESENTADOS POR HASSLER (1980)
IMPLANTE T. OSSO COMPACTO
(MPa)
% T. OSSO ESPOJOSO
(MPa)
%
R. MÉTRICA 09,81 39,5 1,18 4,75
R. QUADRADA 11,30 45,54
1,03 4,15
R. D. SERRA 10,22 41,18
0,80 3,22
CR01 11,63 46,87
0,69 2,78
CR02 07,57 30,50
1.09 4,39
CR03 12,82 51,66
1.12 4,51
CR04 11,27 45,41
2.19 8,82
CR05 9,68 39,00
1.02 4,11
72
Capítulo 6. Conclusão
Com dados obtidos na análise e discussão conclui-se que:
- todos os implantes com seus respectivos perfis de rosca apresentaram picos de
tensão no corpo do implante, porém nenhum chegou a atingir o ponto de escoamento ou
ruptura do titânio.
- todas as tensões as quais o tecido ósseo compacto ou esponjoso foi submetido
não atingiram o ponto de escoamento ou ruptura no material ósseo
Assim, para a escolha de um perfil de rosca que apresentasse melhor distribuição
das tensões a qual o implante foi submetido, optou-se pelos que apresentaram menores
danos ao tecido ósseo compacto e esponjoso as quais neste estudo foram o CR02 e
CR01 respectivamente.
No entanto, além dos objetivos buscados e esclarecidos, pode-se afirmar que todos
os perfis de roscas propostos na inovação estão dentro de um limite de segurança para
utilização em futuros projetos de implante endósseos.
73
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