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SILENE MARIA PRATES BARRETO
AVALIAÇÃO DOS NÍVEIS DE INCLUSÃO DA TORTA DE MACAÚBA
[ACROCOMIA ACULEATA (JACQ.) LODD. EX MART.]
NA ALIMENTAÇÃO DE CAPRINOS
Dissertação apresentada ao Curso de
Mestrado em Ciências Agrárias,
concentração em Agroecologia, do Instituto
de Ciências Agrárias da Universidade
Federal de Minas Gerais, como requisito
parcial para a obtenção do grau de Mestre
em Ciências Agrárias.
Orientadora: Profª Luciana Castro Geraseev
Montes Claros - MG
2008
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Barreto, Silene Maria Prates
B273a
2008
Avaliação dos níveis de inclusão da torta de macaúba [Acrocomia
aculeata (Jacq.) Lodd. Ex Mart.] na alimentação de caprinos / Silene
Maria Prates Barreto. Montes Claros, MG: ICA/UFMG, 2008.
102 f: il.
Dissertação (Mestrado em Ciências Agrárias) Universidade
Federal de Minas Gerais, 2008.
Orientadora: Profª Drª. Luciana Castro Geraseev
Banca examinadora: Profº Dr. Vicente Ribeiro Rocha Júnior, Pro
Dr. Rogério Marcos de Souza, Profº Dr. Eduardo Robson Duarte.
Inclui bibliografia.
1. Macaúba – Alimentação animal. 2. Ruminante 3. Caprino. I.
Geraseev, Luciana Castro. II. Universidade Federal de Minas Gerais,
Instituto de Ciências Agrárias. III. Título.
CDU: 636.084.4
Ficha catalográfica elaborada pela BIBLIOTECA COMUNITÁRIA DO ICA/UFMG
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Ofereço a
Deus que, presente em todos os lugares, se mostra de forma humilde e
despercebida, mas que, na sua maior expressão,
a vida, sentimos a sua presença.
Dedico
este trabalho, com todas as lutas e conquistas, à minha família que está
sempre ao meu lado, torcendo por mim. Ao Cau, que sempre me incentiva
em tudo o que faço ,compreende e compartilha todos os meus momentos
de alegrias e de decepções; à Julia, amor eterno, que me mostrou como é
maravilhosa a dádiva que Deus nos deu de ser mãe. E, em especial, aos
meus pais: Socorro e Alberto (in memorian), exemplos de integridade, de
amor e de dedicação, que, muitas vezes, renunciaram os seus sonhos
para que eu tivesse a chance de realizar os meus. Amo vocês!!!
Dedico, ainda, aos animais do experimento.
AGRADECIMENTOS
Agradeço a todos que, com ações ou palavras, contribuíram na execução de
todas as etapas deste trabalho, mas não foram citados nominalmente.
Em especial, expresso a minha gratidão às seguintes pessoas:
à Prof
a
. Luciana Castro Geraseev por ter me aceitado como orientada e
acreditado que eu conseguiria, junto com minha filha que estava para chegar,
superar todos os obstáculos do mestrado. Agradeço-lhe, ainda, o partilhar de
seus conhecimentos e a orientação tão bem conduzida.
Ao meu co-orientador Prof. Eduardo Robson Duarte, os ensinamentos, o
despojamento e o exemplo de caráter demonstrado.
À Associação de Pequenos Produtores Rurais de Riacho Dantas e
Adjacências a doação da torta da macaúba para a realização do
experimento.
Ao meu amigo de longa data, colega de graduação e professor do mestrado,
Rogério Marcos de Souza, o grande incentivo à realização do sonho de fazer
o mestrado.
À Francine a amizade, o apoio e a ajuda nas horas em que precisei e a sua
competência profissional, que admiro muito.
Aos estudantes de Zootecnia e Agronomia que participaram ativamente deste
trabalho: Luana, Euler, Yuri, Flávia, Antonio Carlos II, José Lourenço, Filipe e,
especialmente, ao Antônio Carlos (Japa) e ao Renato, que abdicaram de
suas férias para me auxiliarem no experimento e ao Carlos, que passou
noites mal dormidas para concluir algumas análises.
A todos os professores e funcionários do ICA-UFMG com os quais tive
contato e que, de alguma forma, me auxiliaram na conclusão deste trabalho.
"Mestre não é quem sempre ensina, mas quem de
repente aprende."
João Guimarães Rosa
LISTA DE FIGURAS
CAPÍTULO 1
FIGURA 1 Mapa da Região Nordeste e do Norte do Estado de Minas
Gerais com destaque para a região semi-árida................... 17
CAPÍTULO 4
FIGURA 1
Curva do pH ruminal, em função do tempo após o fornecimento
da alimentação, de caprinos alimentados com dietas, com
diferentes níveis de inclusão da torta de macaúba........................
77
FIGURA 2
Concentração de N-NH3 no fluido ruminal de acordo com o
tempo após o fornecimento da alimentação..................................
79
LISTA DE TABELAS
CAPÍTULO 2
1 Composição químico-bromatológica da torta de macaúba, obtida
em diferentes épocas (%MS).............................................................
35
2 Porcentagem dos ingredientes e composição químico-
bromatológica das dietas com diferentes níveis de inclusão da torta
de macaúba (% da MS).....................................................................
36
3 Consumo diário (g/dia), consumo em porcentagem do peso vivo
(%PV) e consumo g/Kg peso metabólico (g/kg PV
075
/dia) de
matéria seca (CMS), proteína bruta (CPB), fibra em detergente
neutro (CFDN), fibra em detergente acida (CFDA), extrato etéreo
(CEE), matéria mineral (CMM), matéria orgânica (CMO),
carboidratos totais (CCCHOT) e carboidratos não fibrosos(CCNF)
das dietas com diferentes níveis de inclusão da torta de macaúba
(%MS)................................................................................................ 39
4 Equações de regressão do consumo de extrato etéreo em
porcentagem do peso vivo e peso metabólico em função dos
diferentes níveis de inclusão da torta de macaúba (%MS)................
42
CAPÍTULO 3
1
Porcentagem dos ingredientes e composição químico-
bromatológica dos concentrados com diferentes níveis de inclusão
da torta de macaúba (% da MS)........................................................ 51
2
Matéria seca degradada (%) em função do tempo de incubação
(horas) para os diferentes níveis de inclusão da torta de
macaúba............................................................................................ 56
3
Proteína Bruta degradada (%) em função do tempo de incubação
(horas) para os diferentes níveis de inclusão da torta de
macaúba............................................................................................ 57
4
Fibra em Detergente Neutro degradada (%) em função do tempo
de incubação (horas), para os diferentes níveis de substituição do
caroço de algodão pela torta de macaúba....................................... 58
5 Fração solúvel (a), fração potencialmente degradável (b), taxa de
remoção de sólidos (c), degradabilidade potencial (DP) e
degradabilidade efetiva (DE) a 2 e 5%/h de taxa de passagem da
MS, da PB e da FDN de dietas, com diferentes níveis de inclusão
da torta de macaúba.......................................................................... 59
CAPÍTULO 4
1
Medida geral das análises macroscópicas e físicas do líquido
ruminal de caprinos alimentados com diferentes níveis de inclusão
da torta de macaúba nas dietas......................................................... 75
2
Potencial de redução pelo azul de metileno (PRAM), em função
dos tratamentos (dietas)....................................................................
76
3 Detecção por exame direto de fungos monocêntricos e
policêntricos do rúmen de caprinos alimentados com diferentes
níveis de torta de macaúba................................................................ 80
4 Efeito de diferentes níveis de inclusão da torta de macaúba sobre
a contagem média de protozoários ruminais (x 10
5
/ml) e coeficiente
de variação (CV)................................................................................ 82
5 Efeito de diferentes níveis de inclusão da torta de macaúba sobre
a percentagem de protozoários ruminais por gênero e por
tratamento.......................................................................................... 83
QUADRO 1
1
Seqüência de incubação dos saquinhos dentro de um mesmo
período............................................................................................... 53
LISTA DE SIGLAS
ADENE
Agência de Desenvolvimento do Nordeste
CNF
Carboidratos Não Fibrosos
CT
Carboidratos Totais
DP
Degradabilidade Potencial
EE
Extrato Etéreo
FDA
Fibra em Detergente Ácido
FDN
Fibra em Detergente Neutro
IBGE
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
ICA
Instituto de Ciências Agrárias
IDH
Índice de Desenvolvimento Humano
MM
Matéria Mineral
MS
Materia Seca
NRC
National Research Council
PB
Proteína Bruta
PIB
Produto Interno Bruto
PRAM
Potencial de redução do azul de metileno
SAEG
Sistema de Análises Estatísticas e Genéticas
SIDRA
Sistema IBGE de Recuperação Automática
SUDENE
Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste
TSF
Tempo de Sedimentação e Flutuação
UFMG
Universidade Federal de Minas Gerais
SUMÁRIO
CAPÍTULO 1 – REFERENCIAL TEÓRICO............................................ 13
1 INTRODUÇÃO..................................................................................... 13
2 OBJETIVO GERAL............................................................................. 15
3 REVISÃO DE LITERATURA............................................................... 16
3.1 Semi-árido brasileiro...................................................................... 16
3.2 A Caprinocultura brasileira............................................................ 18
3.3 Uso de subprodutos na alimentação de ruminantes..................... 19
3.4 Macaúba....................................................................................... 22
3.5 Macaúba X produção biodiesel..................................................... 25
3.6 Torta de macaúba......................................................................... 26
CAPITULO 2 - CONSUMO DE CAPRINOS ALIMENTADOS COM
DIFERENTES NÍVEIS DE INCLUSÃO DA TORTA DE MACAÚBA
[Acrocomia aculeata (Jacq.) Lodd. Ex Mart] NA DIETA.....................
27
RESUMO............................................................................................. 27
ABSTRACT......................................................................................... 28
1 INTRODUÇÃO..................................................................................... 30
2 OBJETIVO........................................................................................... 33
3 MATERIAL E MÉTODOS.................................................................... 34
3.1 Ensaio............................................................................................ 34
3.2 Alimentos e dietas......................................................................... 34
3.3 Manejo experimental...................................................................... 36
3.4 Análises químicas......................................................................... 37
3.5 Análises estatísticas...................................................................... 37
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO........................................................... 39
5 CONCLUSÃO...................................................................................... 44
CAPÍTULO 3 - EFEITOS DA INCLUSÃO DA TORTA DE MACAÚBA
[Acrocomia aculeata (Jacq.) Lodd. Ex Mart ] SOBRE A CINÉTICA DA
DEGRADAÇÃO RUMINAL DA MS, DA PB E DA FDN EM CAPRINOS
45
RESUMO.............................................................................................. 45
ABSTRACT........................................................................................ 46
1 INTRODUÇÃO..................................................................................... 47
2 OBJETIVO........................................................................................... 49
3 MATERIAL E MÉTODOS.................................................................... 50
3.1 Ensaio............................................................................................ 50
3.2 Procedimento experimental........................................................... 52
3.3 Estimativa da degradação ruminal................................................. 54
3.4 Análises estatísticas....................................................................... 54
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO........................................................... 56
5 CONCLUSÃO...................................................................................... 64
CAPITULO 4 - AVALIAÇÃO DA INCLUSÀO DA TORTA DE
MACAÚBA [Acrocomia aculeata (Jacq.) Lodd. Ex Mart] SOBRE OS
PARÂMETROS RUMINAIS E MICROBIOTA RUMINAL DE
CAPRINOS..............................................................................................
65
RESUMO............................................................................................. 65
ABSTRACT......................................................................................... 66
1 INTRODUÇÃO..................................................................................... 67
2 OBJETIVO........................................................................................... 69
3 MATERIAL E MÉTODOS.................................................................... 70
3.1 Local e data................................................................................... 70
3.2 Ensaio............................................................................................ 70
3.3 Alimentos e dietas......................................................................... 70
3.4 Manejo experimental...................................................................... 70
3.5 Análises físicas, químicas e microbiológicas................................. 71
3.6 Análises estatísticas...................................................................... 73
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO........................................................... 75
5 CONCLUSÃO...................................................................................... 86
REFERÊNCIAS....................................................................................... 87
APÊNDICE A - Fotos da Associação de Pequenos Produtores
Rurais de Riacho D’antas e Adjacências............................................. 100
APÊNDICE B - Fluxograma de obtenção do óleo e da torta da
macaúba pela Associação de Pequenos Produtores Rurais de
Riacho D’antas e Adjacências............................................................ 102
13
CAPÍTULO 1 - REFERENCIAL TEÓRICO
1 INTRODUÇÃO
O semi-árido, incluindo o Norte de Minas Gerais, se caracteriza por má
distribuição de chuvas, ocorrendo uma maior disponibilidade de forragens
durante o período chuvoso do ano (80%), seguida de escassez durante a época
seca (20%) que pode se estender por seis ou ate nove meses. Esse fato causa
importantes limitações nutricionais, pois na época de escassez os animais não
conseguem retirar do pasto os nutrientes necessários à sua mantença.
Embora a exploração pecuária seja uma alternativa importante para o
Norte de Minas, é necessária a implantação de uma infra-estrutura integrada
de exploração agropecuária objetivando a convivência do pecuarista e de sua
família com os efeitos da estiagem prolongada.
Várias são as estratégias utilizadas para contornar o déficit de
forragens no período seco do ano, nas diferentes regiões pastoris do Brasil,
porém essas devem ser coerentes com o sistema de produção de cada
propriedade.
Esses aspectos reforçam a necessidade do uso estratégico de
alimentos alternativos como forma de suplementação do rebanho, buscando
melhores índices de produtividade e, consequentemente, aumento da renda
familiar dos produtores desse setor.
Pesquisas sobre novas alternativas de alimentação para os ruminantes
podem diminuir ou mesmo eliminar as perdas verificadas durante o período
seco, garantindo incremento no desempenho animal.
Vários alimentos destinados à alimentação animal competem na cadeia
da alimentação humana, sendo cada vez mais pesquisados alimentos
alternativos, especialmente para ruminantes, que possam substituir de
maneira eficaz, os alimentos tradicionais. Alimentos como a casca de café,
subprodutos do processamento de frutas, farelo de pequi, farelo de cacau
entre outros estão sendo estudados como opção para essa substituição. A
viabilidade econômica para utilização desses subprodutos depende da
disponibilidade regional dos mesmos.
14
No Norte de Minas, o ecossistema predominante é explorado de forma
extrativista. Dentro desse contexto a torta de macaúba [Acrocomia aculeata
(Jacq.) Lodd. Ex Mart.] pode representar uma opção altamente viável.
A macaúba é um fruto que se encontra bem distribuído nas áreas de
cerrado do semi-árido, sendo explorado principalmente para o consumo
doméstico das populações locais. Apesar de sua abundante frutificação e
tantas outras qualidades, essa palmeira brasileira, do gênero Acrocomia,
selvagem e nativa em quase todo o território nacional, tem sido explorada de
forma rudimentar, bem aquém de seu potencial econômico.
No Norte de Minas, a Associação Comunitária de Pequenos Produtores
Rurais de Riacho D’antas e Adjacências explora, de forma “racional”, a
macaúba, extraindo óleo, ainda que com perfil artesanal, mas com o intuito
de integrá-lo ao “nicho dos óleos especiais”.
Atualmente, a Associação beneficia em torno de 17.600
kg/macaúba/mês, com a expectativa de fechar o ano beneficiando 240.000
kg de coco, recebendo a macaúba de associados e de outros pequenos
produtores da região. Como 50% do rendimento são de torta, esse
beneficiamento gera resíduo considerável. A associação produz em torno de
8.000 kg/torta/mês, implicando numa demanda efetiva de estudos sobre esse
resíduo (CARDOSO FILHO, 2008).
Análises químicas preliminares, realizadas no Laboratório de
Bromatologia do Instituto de Ciências Agrárias da Universidade Federal de
Minas Gerais – ICA/UFMG, de tortas residuais de macaúba demonstraram
que essas podem ser teoricamente aproveitadas na alimentação de
ruminantes. Entretanto, o alto nível de extrato etéreo presente nessas tortas
demanda a realização de estudos, para que se possa utilizar esse resíduo.
Assim, com os resultados obtidos, espera-se gerar conhecimento
suficiente, para que se possa implantar na região um manejo alimentar
alternativo para ruminantes, baseado na torta da macaúba. Esses resultados
poderiam minimizar os impactos da estiagem prolongada na produtividade do
rebanho, além de absorver um resíduo, que, de outra forma, seria
subutilizado ou até mesmo desperdiçado, incentivando, dessa maneira, a
exploração racional e sustentável da macaúba.
15
2 OBJETIVO GERAL
Objetivou - se com este trabalho avaliar o valor nutricional da torta de
macaúba [Acrocomia aculeata (Jacq.) Lodd. Ex Mart.], por meio da sua
caracterização bromatológica, mensuração do consumo e da avaliação da
cinética ruminal em caprinos alimentados com diferentes níveis desse
subproduto na dieta.
16
3 REVISÃO DE LITERATURA
3.1 Semi-árido brasileiro
O semi-árido ocupa 841.260,9 km² de área no Nordeste e outros
54.670,4 km² em Minas Gerais (FIGURA 1). Do ponto de vista climático, a
Região Semi-Árida é aquela formada pelo conjunto de lugares contíguos,
caracterizada pelo balanço hídrico negativo, resultante de precipitações
médias anuais iguais ou inferiores a 800 mm, de insolação média de
2800h/ano, de temperaturas médias anuais de 23º a 27º C, de evaporação
de 2.000 mm/ano e de umidade relativa do ar média em torno de 50%.
Caracteriza-se essa região por forte insolação, por temperaturas
relativamente altas e por regime de chuvas marcado pela escassez, pela
irregularidade e pela concentração das precipitações num curto período, de
apenas três meses (AGÊNCIA DE DESENVOLVIMENTO DO NORDESTE -
ADENE, 2006 citado por HOLANDA JUNIOR, 2006)
1
.
1
http://www.cnpc.embrapa.br/doc66.pdf
17
Figura 1 - Mapa da Região Nordeste e do Norte do Estado de Minas
Gerais com destaque para a região semi-árida.
Fonte: ADENE, 2006, citado por HOLANDA JUNIOR, 2006.
Geoambientalmente, além das vulnerabilidades climáticas do semi-
árido, grande parte dos solos se encontra degradada. Os recursos hídricos
caminham para a insuficiência ou apresentam níveis elevados de poluição. A
flora e a fauna vêm sofrendo a ação predatória do homem. Os frágeis
ecossistemas regionais não estão sendo protegidos, ameaçando a
sobrevivência de muitas espécies vegetais e animais e criando riscos à
ocupação humana, inclusive associados a processos, em curso, de
desertificação (SUPERINTENDÊNCIA DE DESENVOLVIMENTO DO
NORDESTE – SUDENE, [2008?])
2
.
Do ponto de vista geográfico, a região do Norte de Minas se caracteriza
como uma ampla faixa de transição, entre uma vegetação típica do Planalto
Central Brasileiro, os cerrados e as formações que fazem contato com a
caatinga, vegetação típica do semi-árido nordestino. Em função das
2
http: http:www.sudene.gov.br
18
mudanças de altitude e de linhas de drenagem, vão se formando as áreas de
dominância, ora o cerrado, ora a caatinga. Como quem disputa o domínio do
território, esses dois tipos de vegetação se entrelaçam, conformando
complexos e variados ecossistemas de transição, as matas secas ou
florestas caducifólias em formas diversas (SANTA ROSA; GONÇALVES,
2005).
A biodiversidade do Cerrado é elevada, porém geralmente
menosprezada. O número de plantas vasculares é superior àquele
encontrado na maioria das regiões do mundo: plantas herbáceas, arbustivas,
arbóreas e cipós somam mais de 7.000 espécies (KLINK; MACHADO, 2005).
Já se caminha no terceiro milênio e, entretanto, ainda há grande
necessidade de investimentos em pesquisa, em educação ambiental e em
programas de conservação de áreas intactas ou de recomposição de áreas
degradadas. Essa necessidade deveria estar associada a uma mudança de
postura econômica e política que marcaria a distinção entre o modelo vigente
e um modelo adequado de utilização sustentável dos Cerrados brasileiros
(GUARIN NETO; MORAIS, 2003).
3.2 A Caprinocultura brasileira
De acordo com SILVA et al. (2005a) a criação de pequenos ruminantes
vem apresentando nos últimos anos um significativo crescimento,
especialmente em regiões sem grande tradição na atividade ou sem efetivos
de rebanho importantes no cômputo geral de cabeças no Brasil. MARTINS et
al. (2006)
3
admitem que o rebanho caprino aumentou em quase todas as
regiões brasileiras, exceto na Região Sul.Tal fato associado ao aumento da
densidade por quilometro quadrado das microrregiões de maiores
densidades apontam para um cenário em que a tendência da atividade é
aumentar a sua importância e a contribuição para a composição do produto
interno bruto (PIB) do agronegócio brasileiro.
Minas Gerais conta com um efetivo de rebanho de 126.612 cabeças,
participando com o 1,23% do rebanho nacional e 50,22 % do rebanho da
3
http://www.cnpc.embrapa.br/doc66.pdf
19
região sudeste (INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA
- IBGE, 2005)
4
.
O rebanho caprino de corte do semi-árido apresenta níveis
tecnológicos que caracterizam seus sistemas de produção. Esse baixo
desempenho zootécnico deve-se, principalmente, à forte dependência que os
sistemas de produção têm da vegetação nativa da Caatinga, fonte alimentar
básica, quando não única, do rebanho (MEDINA, 2005).
Dados mostram que o efetivo brasileiro de caprinos tem uma
distribuição geográfica particular, concentrando-se, principalmente na região
Nordeste, que é detentora de 92,59 % do rebanho nacional. A distribuição
geográfica dos caprinos brasileiros segue a mesma tendência mundial,
concentrando-se em regiões onde o IDH é baixo, reiterando, assim, a
importância social da criação como fonte de renda das populações rurais e
forma de produção de proteína animal a um baixo custo (IBGE/SIDRA, 2005).
3.3 Uso de subprodutos na alimentação de ruminantes
A busca de alternativas alimentares para os sistemas de produção
animal é uma das mais promissoras áreas de pesquisas na nutrição animal.
Cada vez mais interessa à sociedade como um todo evitar qualquer tipo de
desperdício (alimentos, energia, tempo, recursos) e reduzir excessivos danos
ambientais, tornando-se de suma importância a integração das atividades da
agricultura com a produção animal, nos seus mais variados aspectos (SILVA,
2005d).
Estudos de avaliação e utilização de novas alternativas tecnológicas,
como subprodutos das agroindústrias e resíduos de colheitas podem trazer
benefícios para a composição de dietas dos pequenos ruminantes, nas
diferentes regiões do Brasil, garantindo, em muitos casos, a maior
disponibilidade de alimentos e possível deslocamento da eficiência de
produção (ARAUJO; ALVES, 2005). Essas alternativas também vêm sendo
4
http//www.sidra. ibge.gov.br
20
trabalhadas para melhorar a eficiência da produção animal no semi-árido
(GOMES et al., 2007)
5
.
A alimentação de ovinos e caprinos pode responder por 40 a 60% do
custo total de produção desses animais, seja para carne, pele e/ou leite.
Logo, os produtores devem buscar alternativas de produção de forragens e
de sistemas de alimentação mais eficientes no uso de energia e que
demandem menos mão-de-obra e investimentos (ARAÚJO et al, 2004).
A utilização de resíduos agroindustriais na alimentação de ruminantes
pode ser de grande importância, uma vez que grande parte dos cereais
produzidos no mundo se destina aos animais domésticos, em detrimento de
grande parcela da população mundial carente de melhor alimentação. O uso
de resíduos poderá liberar parcela significativa de alimentos àquelas
populações, ao mesmo tempo, proporcionando fontes alternativas de
alimentos menos nobres aos animais domésticos e, em particular, aos
ruminantes (SOUZA FILHO, 1995).
Antes de ser uma ótima alternativa para a minimização dos custos no
segmento agrícola, a utilização de subprodutos tanto de indústrias
alimentícias quanto da própria agricultura, tem muito a acrescentar como
fator de ordem ecológica, criando um destino final útil para esses resíduos
(MORAES, 2007).
Nesse contexto, os resíduos da agroindústria podem assumir um
importante papel na alimentação dos ruminantes, principalmente em
situações, em que: a) a disponibilidade natural de forragens nas pastagens é
baixa, b) às reservas de forragens conservadas forem insuficientes para
atenderem as necessidades dos rebanhos, c) na formulação de misturas
múltiplas para animais em pastejo, ou d) ainda quando a disponibilidade, o
valor nutritivo e o custo do resíduo permitirem sua inclusão na formulação de
rações concentradas, substituindo de forma parcial, alimentos nobres
comumente utilizados (GARCIA et al., 2004)
6
.
Os resíduos e subprodutos podem ser classificados em dois grupos:
fibrosos e não fibrosos. Em especial, a disponibilidade de resíduos fibrosos é
5
http://www.cnpc.embrapa.br/doc66.pdf
6
http://br.monografias.com/trabalhos2/casca-cafe- carneiros/ casca-cafe-
carneiros.shtml#_Toc153189633
21
muito grande e o seu uso na alimentação animal depende da superação de
limitações de ordem nutricional e da composição do resíduo. Outros fatores
que podem interferir no uso desses alimentos são relacionados aos custos
com coleta, com transporte, com armazenamento e com o eventual
processamento necessário para a melhoria de seu valor nutritivo,
especialmente da digestibilidade da fração fibrosa (GOMES et al., 2007;
BURGI, 2000).
Quando são pesquisados alimentos alternativos para ruminantes, deve-
se sempre estar atento às interações que possam ocorrer entre o alimento
fornecido e a flora e a fauna residentes nos sítios de fermentação desses
animais, podendo resultar daí inconvenientes ou benéficos digestivos para os
mesmos (SOUZA FILHO, 1995).
Muitos autores têm estudado o efeito da inclusão de subprodutos sobre
a degradabilidade dos nutrientes e o perfil de fermentação das dietas, porém
segundo Bertipaglia et al. (2000)
7
, para haver a recomendação racional do
uso desses subprodutos, são necessárias pesquisas mais detalhadas para o
conhecimento do valor nutritivo desses alimentos.
Louzada Júnior et al. (2005) ao analisarem os subprodutos do
processamento de frutas em ovinos, concluíram que resíduos, como o de
abacaxi, maracujá e melão, se caracterizam por um bom valor nutritivo,
podendo ser utilizados na alimentação de ruminantes.
Correia et al. (2006) avaliando a substituição do feno de coast-cross
pelo resíduo agroindustrial de abacaxi, em rações completas para caprinos,
observaram que os níveis de inclusão (33, 66, 100%) melhoram os
coeficientes de digestibilidade da matéria orgânica, da fibra em detergente
ácido e da celulose das rações e promovem ganho de peso satisfatório em
fêmeas Saanen, durante a fase de crescimento.
Carvalho et al. (2006a)
8
, com base nas características de degradação
do farelo de cacau e torta de dendê, concluíram que esses alimentos são
alternativas alimentares com bom potencial de uso na alimentação de
ruminantes.
7
www.periodicos.uem.br/ojs/index.php/ActaSciAnimSci/article/viewPDFInterstitial/
3190/2244
8
http://redalyc.uaemex.mx/redalyc/pdf/495/49521209.pdf
22
3.4 Macaúba
O Brasil é considerado como um dos países de maior biodiversidade
no mundo, pois se calcula que nada menos do que 10% de toda a biota
terrestre se encontra no país. Embora as estimativas de riqueza variem
enormemente, o universo das espécies conhecidas para os principais grupos
taxonômicos já é suficiente para colocar o país no primeiro lugar mundial em
termos de espécies. Além do tamanho, o isolamento geográfico observado no
passado remoto e a grande variação de ecossistemas seriam as razões que
explicam tal diversidade (MACHADO et al., 2004).
A família Arecaceae, anteriormente denominada Palmae, é constituída
por um grupo de espécies genericamente conhecidas como palmeiras. A
palavra palma é de origem remota. Os povos itálicos aplicavam-na à
tamareira (Phoenix dactilifera L.) da África Mediterrânea e do Oriente Médio.
Os gregos chamavam-na fóinix, palavra de origem fenícia (LORENZI et al.,
1996 citado por LORENZI; NEGRELLE, 2006)
9
.
Segundo Gregório Bondar, o gênero Acrocomia abrange 15 espécies
distintas, das quais 10 são consideradas brasileiras. São, em todos os casos,
palmeiras robustas cujos estipes eretos, esguios e elegantes, alcançando
cerca de 20 metros de altura e apresentam-se, geralmente, revestidos por
fortes espinhos, em especial perto do topo. Em seu estado de natureza,
destacam-se pela exuberante beleza de seu conjunto, em agrupamentos
onde podem ser encontradas juntamente com outras palmeiras, como a
carnaúba (AGROVIGNA, 2008).
A macaúba [Acrocomia aculeata (Jacq.) Lood. ex Mart.] é uma palmeira
arborescente perene, frutífera, nativa de florestas tropicais, tipicamente
brasileira e com ampla distribuição geográfica. No Brasil ocorre nos estados
do Ceará, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, São Paulo e por
toda região Sul (MOTTA et al. 2002; SCARIOT et al. 1995).
Em conformidade com Lorenzi (1992), apresenta-se, no Brasil, uma
vasta sinonímia popular: macaúba, mucajá, mocujá, mocajá, macaíba,
9
http://ojs.c3sl.ufpr.br/ojs2/index.php/academica/article/view/9021/6314
23
macaiúva, bacaiúva, bocaiúva, umbocaiúva, imbocaiá, coco-de-catarro ou
coco-de-espinho. O nome pode ainda variar, de acordo com a região de
distribuição da palmeira.
Em outros países, pode apresentar outras sinonímias: coco baboso,
coco de catarro, coquito, macaúba, bocaiúva, mocayá (Argentina), corozo
(Colômbia, Venezuela), coyol (América Central), catey, totaí (Bolívia), cayara,
cayiete, ocori, tamaco (Colômbia); corosse (Haiti); groo groo, grugru palm,
macaw palm, macaya oil (inglês); corosse (francês) e bocaiuva, cachinobí,
catey, cayara, cayiete, coco baboso, coco de catarro, coquito, corozo, coyol,
gru gru, macaúba, mocayá, ocori, palma de vino, tamaco, totaí (espanhol)
(FRUITS FROM AMERICA, 2006
10
; NEW WORLD FRUITS, 2006
11
).
De acordo com Clement et al. (2005)
12
, periodicamente, uma nova
onda de entusiasmo surge, pois as palmeiras são emblemáticas dos trópicos,
são abundantes (até oligárquicas), são produtivas. Foram muito importantes
na subsistência dos povos indígenas. Algumas são importantes na
subsistência de povos tradicionais hoje e outras são economicamente
importantes no mercado mundial.
Essa espécie apresenta ampla utilidade e mais recentemente o seu
fruto tem despertado grande interesse sócio-econômico por sua capacidade
de produção de óleo vegetal, considerando-se que a macaúba é citada como
umas das principais fontes desse óleo no Brasil. Em meio a suas várias
utilidades, são relatados usos medicinais, alimentícios, cosméticos, entre
outros. Entretanto, a mais promissora e que mais se destaca é sua
capacidade de produção de óleo vegetal que pode chegar a quatro mil litros
por hectare por ano, lembrando que por meio de plantios racionais e de
programas de melhoramento, esse valor pode aumentar consideravelmente,
oferecendo potencial para produção de biodiesel, proporcionando vantagens
ambientais, econômicas e sociais (NUCCI, 2007)
13
.
O óleo de macaúba cada vez mais está sendo valorizado pelo mercado
nacional e internacional, pois se trata de um óleo de altíssima qualidade, tem
10
www.ciat.cgiar.org/ipgri/fruits_from_americas/frutales/Acrocomiaaculeata
11
www.ipgri.cgiar.org/Regions/Americas/programmes/TropicalFruits/qryall3.asp?
intIDSpecies=154
12
www.inpa.gov.br/cpca/charles/pdf/agrociencias_clement-etal_2005.pdf -
13
http://www.iac.sp.gov.br/PosIAC/Stella_Nucci2007.pdf
24
valores nutricionais próximos ao azeite de oliva e o seu potencial começou a
ser descoberto pelas indústrias de cosméticos de alimentos. Após o processo
de extração, são obtidos dois tipos de óleo: o da polpa, que é esverdeado e
aproveitado como biodiesel ou na indústria de cosméticos; e o óleo da
amêndoa, amarelado: é mais nobre, podendo ser utilizado na indústria
alimentícia e também em produtos de cosméticos (CIPRIANO, 2006)
14
.
No óleo da polpa, sobressai o alto teor de ácido oléico, que o aproxima
de óleos, como o de oliva, amendoim e girassol. Já o óleo da amêndoa, além
do alto teor em ácido láurico, apresenta um teor também alto em ácido oléico,
quando comparado a outros óleos, como o do babaçu, coco e palmiste
(ALMEIDA et al., 1998).
No Norte de Minas, o processo de extração desse óleo ainda vem
sendo realizado de forma artesanal, gerando uma grande quantidade de
resíduos, entre eles, a torta da polpa de macaúba, a qual chega a representar
50% do total da macaúba processada (CARDOSO FILHO, 2006).
Em um estudo realizado no Distrito Federal, no Brasil Central, foi
observado que cada inflorescência produz em média 60 frutos, mas esse
número pode variar de 0 a 271, conforme a região. O fruto é globoso, com
2,5 a 5,0 cm de diâmetro, liso, de coloração marrom-amarelada e, quando
maduro, possui um epicarpo que se rompe facilmente quando maduro.
Apresenta mesocarpo branco ou amarelado, fibroso e mucilaginoso. Cada
fruto contém uma amêndoa oleaginosa, contendo de um a três embriões
viáveis, envolvida por um endocarpo rígido. Frutifica durante o ano todo,
principalmente de setembro a janeiro (TASSARO, 1996; LORENZI, 1992;
SCARIOT et al., 1995 citado por NUCCI, 2007)
15
.
O coco da macaúba, oriundo de Jaboticatubas Minas Gerais, apresentou a
seguinte composição: cerca de 30% de casca, 27% de polpa, 34% de endocarpo
e 7% de amêndoa. O mais alto teor de óleo, com base no peso seco, foi
encontrado na polpa (70%) seguido da amêndoa (46%) e um pouco na casca
(11%), cujo tipo é semelhante ao do óleo da polpa (ALMEIDA et al. 1998).
14
http://www.embrapa.br/imprensa/noticias/2006/foldernoticia.2006-04-03.3722359
657/noticia.2006-04-26.0919750710/?searchterm= Descobrindo%20o%20poder%20
da%20macaúba
15
http://www.iac.sp.gov.br/PosIAC/Stella_Nucci2007.pdf
25
3.5 Macaúba X produção biodiesel
O Biodiesel (éster de ácidos graxos) é um substituto do diesel, de
combustão mais limpa, feito de fontes naturais renováveis, tais como óleos
vegetais e animais. Assim como o diesel mineral, o biodiesel opera em
motores de combustão-ignição, podendo ser usado como um substituto,
misturado ou como aditivo ao óleo diesel. Misturas de até 20% de biodiesel (a
80% de diesel convencional) podem ser usadas em praticamente qualquer
equipamento diesel e são compatíveis com a maioria dos equipamentos de
armazenamento e de distribuição (UDAETA et al., 2008)
16
.
A macaúba, de acordo com o pesquisador da Embrapa Soja, Décio
Luiz Gozzoni, atende a algumas necessidades ainda pouco consideradas
pela maioria dos envolvidos com a cadeia dos biocombustíveis. A primeira
delas é que, diante da expectativa de uma demanda cada vez maior,
provocada pelas crescentes dificuldades de exploração dos combustíveis
fósseis e também por sua utilização como arma política, um programa para
os biocombustíveis terá cada vez mais que levar em conta a utilização de
plantas de alta produtividade como matéria-prima. Outra consideração é que,
assim como as fontes energéticas, a questão da água também adquire
importância cada vez maior, lembrando vários indicadores preocupantes de
problemas climáticos e escassez de água. A terceira premissa mencionada
por Gozzoni é a necessidade de frear as correntes migratórias internas,
garantindo emprego às populações em suas regiões de origem. Embora com
um potencial menor que da soja para produzir óleo, a macaúba ganha pelo
volume que pode passar de 30 toneladas de biomassa por hectare,
enquanto, no caso da soja, é de apenas 4%, o que resultaria em cerca de 5
mil litros e um mil litros de biodiesel por hectare, respectivamente. Além
disso, a macaúba, uma palmeira rústica, necessita de muito pouca água,
concorrendo, nesse caso, também com a palma ou dendê. A segunda
necessidade da contenção das correntes migratórias internas - como
acontece, por exemplo, todo ano, com os trabalhadores nordestinos, que se
16
http://www.biodieselbr.com/estudos/biodiesel/comparacao-producao-energia-diesel-
biodiesel-analisando-custos-envolvidos.htm
26
deslocam para o Sudeste e evitar que a solução do problema energético gere
outro, que é o inchaço das cidades das regiões produtoras. Como diz o
pesquisador, a macaúba atende plenamente também a esse objetivo, já que
exigirá trabalho manual, contribuindo para garantir a fixação das famílias à
terra (SALLES, 2008).
O Brasil é o maior produtor de soja do mundo, porém maior destaque
também deve ser dado a outras oleaginosas, pois da soja são obtidos apenas
400 kg de óleo por hectare, enquanto o girassol e o amendoim rendem o
dobro e têm uma extração mais simples do que a da soja, viável somente
para grandes indústrias. Estudos apontam como matérias-primas
alternativas, em ordem decrescente de produção por hectare/ano, as
lavouras de milho (160 litros), algodão (250 l), soja (400 l), girassol (800 l),
mamona (1.200 l), babaçu (1.600 l), pequi (3.100 l), macaúba (4.000 l) e
dendê (5,950 l). Nesse conjunto, as culturas anuais apresentam menor oferta
por unidade de área, ao se considerar apenas um ciclo, variando de 160 l/ha
a 800 l/ha. Como opção de maior volume de produção física por hectare tem-
se a mamona, numa posição intermediária, e as palmáceas nacionais e o
pequizeiro, como potenciais elevados de produção de óleo vegetal
(GONÇALVES, 2004
17
; UDAETA et al., 2008
18
).
3.6 Torta de macaúba
Apesar de sua importância para os povos do cerrado, não há na
literatura trabalhos sobre a utilização da torta de macaúba como recurso
alimentar para as diferentes espécies animais.
Quando são estudados alimentos de potenciais desconhecidos, com o
objetivo de utilizá-los na alimentação de animais domésticos, uma
preocupação que se deve ter é com possíveis fatores tóxicos, presentes nos
mesmos (SOUZA FILHO, 1995).
A Associação Comunitária de Pequenos Produtores Rurais de Riacho
D’antas e Adjacências possui 44 associados e está localizada no município
17
www.iea.sp.gov.br/
18
www.biodieselbr.com/ estudos/biodiesel/comparacao-producao-energia-diesel-
biodiesel-analisando-custos-envolvidos. htm
27
de Montes Claros. A unidade de trabalho é uma caixa de 20 quilos.
Atualmente, beneficiam-se em torno de 880 caixas/mês, ou seja, 17.600
kg/macaúba/mês, com a expectativa de fechar o ano beneficiando 12.000
caixas, totalizando 240.000 kg de coco. A associação recebe a macaúba de
associados e de outros pequenos produtores da região. No período da safra,
de outubro a maio, alguns produtores chegam a receber R$ 800,00 pela
macaúba (CARDOSO FILHO, 2008).
A caixa rende, aproximadamente, 10 quilos de torta, 5 quilos de
endocarpo, 700 ml de óleo da semente, 3,1 lts de óleo da polpa. Como 50%
do rendimento são de torta, esse beneficiamento gera resíduo considerável.
A associação produz em torno de 8.000 kg/torta/mês, levando a uma
demanda efetiva por estudos sobre esse resíduo (CARDOSO FILHO, 2008).
Os produtores associados a Associação de Produtores Rurais de
Riacho D’antas e Adjacências estão utilizando como suplemento alimentar
para ruminantes (bovinos, caprinos, ovinos), aves e suínos, mas de forma
empírica, pois não há trabalhos acadêmicos desenvolvidos sobre sua
caracterização e valor nutricional.
Esse resíduo apresenta baixo teor de proteína e alto teor de fibra e
energia, de acordo com análises preliminares, realizadas no Laboratório de
Bromatologia da UFMG – Instituto de Ciências Agrárias em Montes
Claros/MG.
Os resultados dessas análises indicam que, teoricamente, a torta de
macaúba pode ser aproveitada na alimentação de ruminantes, especialmente
para animais em crescimento, dado o alto teor de extrato etéreo da mesma.
Entretanto, devido a esse alto teor de extrato etéreo, a torta de macaúba
necessita de estudos mais aprofundados, para que esse subproduto possa
ser recomendado. São necessárias avaliações dos efeitos da inclusão da
torta da macaúba, principalmente, sobre os parâmetros ruminais e microbiota
ruminal, uma vez que o excesso de óleo pode comprometer a fermentação
ruminal e, consequentemente, o desempenho dos animais.
28
CAPITULO 2 - CONSUMO DE CAPRINOS ALIMENTADOS COM
DIFERENTES NÍVEIS DE INCLUSÃO DA TORTA DE MACAÚBA
[Acrocomia aculeata (Jacq.) Lodd. Ex Mart] NA DIETA
RESUMO
O objetivo deste experimento foi avaliar o efeito de diferentes níveis de
inclusão da torta de macaúba sobre o consumo em caprinos. As dietas
experimentais consistiam em silagem de sorgo e concentrado, com diferentes
níveis de inclusão da TM na matéria seca: 0, 5, 10 e 15%. Foram utilizados
oito animais adultos, machos, castrados, sem raça definida, portando cânulas
ruminais permanentes, em um delineamento experimental de dois quadrados
latinos (4x4), com duração total de 84 dias, divididos em quatro períodos de
21 dias. As dietas, todas isoprotéicas e isoenergéticas, foram oferecidas em
duas refeições diárias, uma pela manhã e a outra à tarde. Alíquotas das
sobras foram coletadas diariamente, congeladas e armazenadas para serem
analisadas. Foram avaliados os consumos de matéria seca, de extrato
etéreo, de proteína bruta, de fibra detergente neutro, de fibra detergente
ácido, de matéria mineral, de matéria orgânica e de carboidratos não
fibrosos. Não houve efeito da inclusão da torta de macaúba sobre nenhuma
das variáveis analisadas, com exceção do consumo de extrato etéreo, que
demonstrou uma correlação negativa com o nível de TM na dieta. Esses
resultados permitem concluir que esse subproduto pode ser utilizado até o
nível de 15%,sem comprometer o consumo dos animais, aumentando a
expectativa em relação ao seu uso.
Palavras-chave: Subproduto. Alimento Alternativo. Macaúba. Ruminante -
Matéria seca. Proteína e fibra.
29
CHAPTER 2 - INTAKE IN GOATS FED WITH DIFFERENT INCLUSION
LEVELS OF MACAUBA [ACROCOMIA ACULEATA (JACQ.) LODD. EX
MART] CAKE
ABSTRACT
The objective of this trial was to evaluate the effect of different inclusion levels
of macauba cake on the intake of goats. The experimental diets consisted of
sorghum silage and concentrate ration with different inclusion levels of MC in
dry matter: 0, 5, 10 and 15%. Eight castrated adult male goats of indefinite
breed, with permanent ruminal canulas, were assigned to an experimental
design of 2 Latin squares (4x4) along a total 84-day period divided into four
periods of 21 days each. Isoproteic and isoenergetic diets were offered twice
daily, in the morning and in the afternoon. Samples of the leftovers were daily
collected, frozen and stored for analyses. Intake of dried matter, ether extract,
crude protein, neutral detergent fiber, acid detergent fiber, mineral matter,
organic matter and non-fibrous carbohydrates were evaluated. The inclusion
of macauba cake did not affect any of the variables analyzed, except for the
metabolic ether extract and for the percentage of live body weight that
demonstrated a negative correlation with MC level in the diet. It is possible to
conclude from these results that this subproduct may be used up to a 15%
inclusion level without interfering with the animal intake, what increases the
expectation about its use.
Key words: Intake. Subproduct. Alternative Food. Macaúba. Goat. Ruminant-
Dry matter. Protein and Fiber.
30
1 INTRODUÇÃO
No norte de Minas, semi-árido mineiro, há uma carência de
subprodutos que possam ser usados na complementação da dieta dos
ruminantes no período de maior escassez de alimentos, que corresponde aos
meses de seca. Essa escassez é principalmente em função da pequena
diversidade de subprodutos na região e do custo do frete, que inviabiliza a
utilização de subprodutos de outras regiões. O subproduto mais utilizado
nessa região é o caroço de algodão, que chega com um preço compatível
com a exploração pecuária. Após essas observações, pode-se inferir que a
torta de macaúba se torna extremamente importante para a região, podendo
ainda ser enquadrada como um alimento estratégico a ser usado na
escassez de forragem. À luz desses fatos, ao se estudar a torta da macaúba,
é importante também conhecê-la, substituindo o caroço de algodão.
Após análises preliminares, realizadas no Laboratório de Bromatologia
do Instituto de Ciências Agrárias da UFMG em Montes Claros/MG, foi
constatado que a torta de macaúba possui um FDN médio próximo de 60,0%
podendo limitar a ingestão de matéria seca. De acordo com vários autores,
alimentos que apresentam alta concentração de FDN podem afetar o
consumo, uma vez que a fibra, na maioria das vezes, apresenta uma menor
taxa de trânsito ruminal. O animal consome alimento até atingir a capacidade
máxima de ingestão de FDN, que passa a inibi-la, havendo, assim, um limite
de destruição ruminal, que determina a interrupção do consumo. O ponto de
transição entre o controle físico e fisiológico, em que a ingestão de MS é
máxima, tem sido estudado em vários trabalhos. Esse ponto de transição não
é fixo, ocorrendo na intersecção entre o nível de FDN da ração e a curva de
requerimento do animal. Assim, o ponto em que o nível de FDN da ração
deixa de limitar fisicamente a ingestão é determinado, primariamente, pelo
nível de produção do animal, que é função do seu potencial genético
(ZANINE; MACEDO JUNIOR, 2006; RODRIGUES, 2004; MERTENS, 1994;
VAN SOEST, 1994).
Carvalho et al. (2004), trabalhando com farelo de cacau e torta de
dendê no concentrado de cabras leiteiras, observaram uma redução
31
significativa no consumo de matéria seca dos animais que receberam 30% do
farelo de cacau, em substituição ao concentrado. Essa redução significativa
no consumo pode ser explicada pelo aumento substancial dos teores de fibra,
com a inclusão do farelo de cacau à dieta.
Barroso et al. (2007), em experimento com ovinos, utilizando
subproduto desidratado de vitivinícolas, associados a milho, a farelo de
palma e à raspa de mandioca, observaram maior teor de FDN na dieta com
maior ingestão de MS (dieta contendo subproduto associado à palma),
observação diferente da usual. A palma forrageira, excelente fonte de energia
e rica em pectina (WANDERLEY et al., 2002), pode ter melhorado o padrão
de fermentação ruminal dessa dieta, pois, segundo Van Soest (1994) um
melhor padrão ruminal é conseguido em dietas cujo concentrado (entre 30 e
50%) é composto por alimentos ricos em pectina, comparado às fontes
tradicionais de amido.
Hashimoto et al. (2007)
19
, trabalhando com a substituição do milho pela
casca do grão de soja em dietas para caprinos, verificaram que, apesar do
teor de FDN da dieta com 100% de substituição do milho pela casca do grão
de soja ser 75% maior do que o teor de FDN da dieta contendo apenas milho,
não houve alteração significativa (P>0,05) no consumo de MS, MO e PB.
Além do alto teor de FDN, a torta de macaúba também possui um
elevado teor de extrato etéreo, valores médios próximos a 10,0%. O teor de
extrato etéreo também pode afetar o consumo, por causar grandes
mudanças na fermentação ruminal. Um dos primeiros efeitos dos lipídeos é a
redução do crescimento microbiano, podendo afetar a degradação ruminal.
Silva et al. (2005c)
20
, trabalhando com cabras leiteiras alimentadas
com dietas à base de silagem de milho e com três níveis de inclusão
(0%,15% e 30%) do farelo de cacau ou torta de dendê no concentrado,
constataram que o teor de extrato etéreo variou de 3,43% no tratamento
controle até 5,31%, quando foram incluídos 30% do farelo de cacau. Os
resultados mostraram que a torta de dendê pode substituir o concentrado à
base de milho moído e farelo de soja em até 9,23 e 18,81% da matéria seca
19
http://www.scielo.br/
20
http://www.ppgbiotec.ufpr.br/teses_dissertacoes/arquivo/31-2005.pdf
32
da dieta, respectivamente, sem reduzir o consumo e a produção do leite de
cabra. Já inclusão de 18,47% de farelo de cacau na matéria seca da dieta de
cabras afetou negativamente o consumo e a produção de leite das cabras.
Silva et al. (2005c)
21
observaram ainda que, com a inclusão de 30% do
farelo de cacau no concentrado, o consumo foi inferior (P<0,05) para todas
as variáveis estudadas. Os teores de EE obtidos nas dietas com 30% farelo
de cacau (5,31% no concentrado) em comparação com 3,43% no tratamento
controle, podem ter agido como elemento antinutricional, contribuindo para a
redução do consumo nesse tratamento. Essa influência negativa é atribuída à
presença de ácidos graxos livres, à capacidade de formar sais insolúveis e à
propriedade de formar barreira física sobre o alimento, dificultando a
colonização microbiana Palmquist (1989 citado por SILVA et al., 2005c)
22
.
21
http://www.ppgbiotec.ufpr.br/teses_dissertacoes/arquivo/31-2005.pdf
22
http://www.scielo.br/pdf/pab/v40n4/24181.pdf
33
2 OBJETIVO
Avaliar o efeito da inclusão da torta de macaúba na dieta de caprinos
sobre o consumo voluntário de matéria seca e nutriente desses animais.
34
3 MATERIAL E MÉTODOS
3.1 Ensaio
Este trabalho foi conduzido nas dependências do Setor de Caprinocultura
do Instituto de Ciências Agrárias da Universidade Federal de Minas Gerais, em
Montes Claros, no período de maio a agosto de 2007. A cidade de Montes
Claros está situada na região norte, no semi-árido mineiro. As coordenadas
geográficas são: altitude de 646,29 m, latitude sul de 16º50’52,7” e longitude
oeste de 43º50’26,9”. O clima, segundo classificação de Köppen é do tipo Aw,
considerado tropical de savana, com inverno seco e verão chuvoso.
Constou de um ensaio de desempenho, com duração de 84 dias, divididos
em quatro períodos de 21 dias. Desses, 14 dias foram para adaptação e 7 dias
para incubação e coleta de dados. Foram utilizados oito caprinos adultos,
machos, castrados, sem padrão racial definido, portando cânulas ruminais
permanentes. Os animais foram oriundos de sistemas extensivos de produção
da própria região, com peso vivo médio inicial em torno de 35 kg.
3.2 Alimentos e dietas
As dietas foram elaboradas na forma de uma ração total (silagem +
concentrado) balanceadas de acordo com as recomendações do National
Research Council - NRC (1981), para um ganho estimado de 100 g/dia.
Foram utilizados os seguintes ingredientes para elaboração das dietas: milho,
farelo de soja, torta de macaúba, caroço de algodão, premix mineral e
vitamínico e silagem de sorgo. A inclusão da torta de macaúba nas dietas
variou de 0,0 a 15,0% da matéria seca total, sendo que o tratamento 0 não
continha torta da macaúba, (controle). Já o tratamento 5 continha 5 % de
inclusão da torta de macaúba na dieta total ou 12,34 % de inclusão no
concentrado. O tratamento 10 continha 10 % de inclusão da torta de
macaúba na dieta total ou 22,64 % de inclusão no concentrado. E, por fim, o
tratamento 15 continha 15 % de inclusão da torta de macaúba na dieta total
ou 30,63 % de inclusão no concentrado.
35
As dietas foram isoprotéicas e isoenergéticas e a relação volumoso:
concentrado variou de 82:18 no tratamento sem macaúba até 70:30 no
tratamento com a inclusão de 15,0% de torta de macaúba. Vários fatores foram
levados em conta para o balanceamento das dietas. Para serem isoprotéicas e
isoenergéticas, houve uma substituição tanto no volumoso quanto no
concentrado pela torta de macaúba. A maior parte da substituição no
concentrado foi do caroço de algodão pelo fato de ser o principal subproduto
encontrado na região e ter o extrato etéreo mais próximo da torta de macaúba.
A torta de macaúba utilizada para a realização do experimento foi
fornecida pela Associação de Pequenos Produtores Rurais de Riacho
D’antas e Adjacências. Por ser um subproduto extraído de forma artesanal a
torta de macaúba pode ter uma composição bromatológica variável e, por
esse motivo, foram realizadas amostragens em épocas e anos diferentes,
para verificar as variações nessa composição.
As composições bromatológicas da torta de macaúba e das dietas
experimentais se encontram na TABELA 1 e 2.
TABELA 1
Composição químico-bromatológica da torta de macaúba, obtida em
diferentes épocas (%MS)
Parâmetros Torta de macaúba
2006(a) 2006(b) 2007(c) 2007(d) 2008(e)
MS 84,36 85,87 90,07 89,15 89,63
FDN 66,17 61,40 62,64 71,18 52,02
FDA 45,53 55,43 47,96 48,46 36,99
PB 7,76 6,57 6,50 7,55 9,40
FB - - 45,24 - -
EE 15,43 18,88 10,66 11,04 8,10
CINZAS 6,28 5,79 4,86 4,93 4,53
MO 78,08 80,08 85,21 84,22 85,10
CHOT 70,53 68,76 77,98 76,48 77.97
CNF 4,36 7,36 15,34 5,30 25,95
NDT* 66,63 72,81 61,40 58,20 62,88
Análises realizada no Laboratório de Bromatologia do Instituto de Ciências Agrárias da UFMG
em Montes Claros/MG.
(a) e (b) Análises realizadas em junho/2006 (amostras de partidas diferentes)
(c) Análise realizada no início do experimento (março/2007)
(d) Análise realizada no final do experimento (dezembro/2007)
(e) Análise realizada em março/ 2008.
* O NDT foi calculado por meio da fórmula NDT= 40,2625 + 0,1969PB + 0,4028 CNF+1,903EE -
0,1379 FDA (WEISS, 1993,1998).
36
TABELA 2
Porcentagem dos ingredientes e composição químico-bromatológica das
dietas com diferentes níveis de inclusão da torta de macaúba (% da MS)
Ingredientes Tratamentos
T0 T5 T10 T15
Silagem (%) 65,17 60,15 56,00 51,45
Milho (%) 11,10 14,20 16,12 18,78
Caroço de algodão (%) 14,78 9,80 4,97 0,00
Farelo de soja (%) 8,10 10,00 11,96 13,83
Torta de macaúba (%) 0,00 5,00 10,00 15,15
Premix (%) 0,850 0,848 0,808 0,785
Análise Químico-bromatológica das dietas (%MS)
MS (%) 54,78 57,64 59,62 62,07
PB (%) 12,72 12,67 12,65 12,57
NDT (%) 63,05 63,31 63,32 63,44
EE (%) 5,25 4,69 4,15 3,59
FDN (%) 47,74 46,30 45,45 44,28
Análises realizada no Laboratório de Bromatologia do Instituto de Ciências Agrárias da UFMG
em Montes Claros/MG.
T0 – 0,00% de inclusão da torta de macaúba (controle ).
T5– 5 % de inclusão da torta de macaúba na dieta total ou 12,34 % de inclusão no concentrado.
T10 – 10 % de inclusão da torta de macaúba na dieta total ou 22,64 % de inclusão no
concentrado.
T15 – 15 % de inclusão da torta de macaúba na dieta total ou 30,63 % de inclusão no
concentrado.
3.3 Manejo experimental
Os animais foram identificados, vermifugados e sorteados nos
diferentes tratamentos e alojados em baias individuais, providas de
comedouros e de bebedouros. Os animais receberam água ad libitum e uma
suplementação (dieta total), oferecida em dois tratos diários: pela manhã
(8:00) e à tarde (16: 00) durante todo o experimento. Durante o fornecimento
da alimentação, o concentrado e o volumoso foram misturados manualmente
no comedouro.
O controle do consumo foi feito por meio da pesagem das quantidades
fornecidas e rejeitadas diariamente. As sobras foram coletadas e pesadas na
manhã seguinte, antes do fornecimento da nova alimentação, para a
determinação do consumo diário individual. Foram coletadas amostras das
37
sobras, as quais foram acondicionadas em sacos plásticos, devidamente
identificadas e congeladas, para posterior análise bromatológica.
Os consumos de MS, de MO, de PB, de EE, de FDN, de FDA, de MM,
de CHOT e de CNF foram calculados pela diferença entre a oferta e as
sobras, com base na matéria seca e expresso em gramas por dia (g/dia),
gramas por unidade de tamanho metabólico (g/kg
0, 75
) e percentagem do
peso vivo (%PV).
Durante o período de coleta, as dietas foram fornecidas, procurando-se
manter as sobras em torno de 10 a 20% do total oferecido. O controle do
peso dos animais foi feito por meio de pesagens a cada 21 dias (na mudança
das dietas), para ajustes nas quantidades da silagem e do concentrado
oferecidos.
3.4 Análises químicas
Foram analisadas amostras da torta de macaúba, da silagem de sorgo,
dos ingredientes, das dietas prontas e das sobras das dietas no Laboratório de
Bromatologia do Instituto de Ciências Agrárias da UFMG em Montes Claros,
MG. Os teores de MS, de PB, de EE, de MM,de FDN e de FDA foram
determinados conforme procedimentos descritos pela Association Of Official
Analytical Chemists - AOAC (1990); Silva e Queiroz (2002). Os carboidratos
totais (CT) dos alimentos fornecidos foram calculados de acordo com Sniffen et
al. (1992), em que CT= 100 – (%PB + %EE + %MM). Os teores de
carboidratos não fibrosos (CNF) foram obtidos pela diferença entre CT e FDN
(VAN SOEST, 1991). O NDT foi calculado por meio da fórmula NDT= 40,2625
+ 0,1969PB + 0,4028 CNF+1,903EE - 0,1379 FDA (WEISS, 1993,1998).
3.5 Análises estatísticas
O delineamento experimental adotado foi o quadrado latino múltiplo,
com quatro animais e quatro períodos. Os oito animais formaram dois
quadrados 4 x 4 que se desenvolveram simultaneamente, cada um deles
com os quatro tratamentos propostos.
38
Os dados foram submetidos à análise de variância, de acordo com o
seguinte modelo:
yijk = μ + Ti + Aj + Pk + Ql+ eijkl,
em que: yijk = variável dependente consumo de
MS,PB,FDN,FDA,EE,MM,MO,CHOT e CNF ( g/dia,%PV e g/Kg
0,75
)
μ = média geral;
Ti = efeito dos níveis de inclusão da torta de macaúba na dieta (i = 0, 5, 10 e
15);
Aj = efeito dos animais (j = 1 a 8),
k = efeito do período (k = 1 a 4),
Ql = efeito dos quadrados latinos ( l = 1 a 2),
eijkl = erro experimental.
Para a análise estatística do consumo de MS, de PB, de EE, de MM,
de FDN e de FDA em função dos tratamentos (dietas), foi utilizado o Sistema
de Análises Estatísticas e Genéticas - SAEG (2007), sendo as médias
comparadas pelo teste de Cut Knott, adotando-se o nível de 5% de
probabilidade.
Os dados obtidos do consumo de extrato etéreo foram submetidos à
análise de regressão linear, aplicando-se o SAEG (2007).
39
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Conforme os dados apresentados na TABELA 1, à torta de macaúba
pode ser classificada como um alimento intermediário entre os volumosos e
os concentrados. Possui alto teor de FDN, como os volumosos, mas possui
também um alto teor de extrato etéreo, o que resulta em um valor
intermediário de NDT.
Por meio dos dados apresentados na TABELA 1, verifica-se que
ocorreu uma grande variação no teor de extrato etéreo da torta de macaúba.
Essa variação observada se deve à forma de obtenção da torta, que é
artesanal, não havendo uma padronização nesse processo.
Na TABELA 3, são apresentados os valores relativos ao consumo
diário (g/dia), consumo em porcentagem do peso vivo (%PV) e consumo em
g/kg PV
075
/dia, obtidos nos diferentes tratamentos. Não houve efeito da
inclusão da torta de macaúba sobre o consumo de nenhum dos nutrientes
avaliados, com exceção do consumo de extrato etéreo.
TABELA 3
Consumo diário (g/dia), consumo em porcentagem do peso vivo (%PV) e
consumo g/Kg peso metabólico (g/kg PV
075
/dia) de matéria seca (CMS),
proteína bruta (CPB), fibra em detergente neutro (CFDN), fibra em
detergente acida (CFDA), extrato etéreo (CEE), matéria mineral (CMM),
matéria orgânica (CMO), carboidratos totais (CCCHOT) e carboidratos
não fibrosos(CCNF) das dietas com diferentes níveis de inclusão da torta
de macaúba (%MS)
Tratamentos
Parâmetros T0 T5 T10 T15 CV (%)
(g/dia)
CMS 929,09
a
896,73
a
880,03
a
841,84
a
28,06
CPB 119,12
a
126,89
a
124,52
a
127,37
a
30,03
CFDN 451,89
a
425,63
a
437,77
a
438,2
a
28,95
CFDA 262,02
a
244,69
a
246,45
a
242,63
a
29,77
CEE 39,49
a
33,68
a
29,56
a
25,82
a
34,37
CMM 37,50a 39,19
a
41,25
a
36,39
a
32,50
CMO 891, 59
a
857,54
a
838,78
a
805,45
a
27,94
CCHOT* 732,98
a
696,97
a
684,70
a
652,26
a
27,60
CCNF* 281,09
a
271,34
a
246,93
a
214,05
a
31,89
40
(% PV )
CMS 2,43
a
2,36
a
2,28
a
2,23
a
20,50
CPB 0,31
a
0,33
a
0,32
a
0,34
a
24,49
CFDN 1,18
a
1,11
a
1,14
a
1,14
a
20,87
CFDA 0,69
a
0,64
a
0,64
a
0,63
a
21,54
CEE 0,10
a
0,09
a
0,08
b
0,07
b
26,96
CMM 0,10
a
0,10
a
0,11
a
0,10
a
26,49
CMO 2,33
a
2,26
a
2,17
a
2,13
a
20,34
CCHOT* 1,92
a
1,84
a
1,77
a
1,72
a
19,79
CCNF* 0,74
a
0,73
a
0,63
a
0,58
a
28,28
(g.kg
0, 75
)
CMS 60,22
a
58,30
a
56,68
a
55,08
a
20,86
CPB 7,71
a
8,22
a
8,02
a
8,31
a
24,50
CFDN 29,28
a
27,47
a
28,23
a
28,39
a
21,46
CFDA 17,01
a
15,79
a
15,88
a
15,65
a
22,18
CEE 2,55
a
2,18
a
1,90
b
1,68
b
27,37
CMM 2,45
a
2,52
a
2,65
a
2,37
a
26,74
CMO 57,77
a
55,78
a
54,03
a
52,71
a
20,70
CCHOT* 47,51
a
45,38
a
44,11
a
42,72
a
20,18
CCNF* 18,23
a
17,91
a
15,88
a
14,33
a
27,75
As médias seguidas da mesma letra na linha não diferenciam entre si estatisticamente pelo teste
Skot Knott a 5% de probabilidade.
Análises realizadas no Laboratório de Bromatologia do Instituto de Ciências Agrárias da UFMG
em Montes Claros - MG.
* Os carboidratos totais (CT) dos alimentos fornecidos foram calculados, de acordo com Sniffen
et al. (1992), em que CT= 100 – (%PB + %EE + %MM). Os teores de carboidratos não fibrosos
(CNF) foram obtidos pela diferença entre CT e FDN (VAN SOEST et al. 1991).
T0 – 0,00% de inclusão da torta de macaúba (controle ).
T5– 5 % de inclusão da torta de macaúba na dieta total ou 12,34 % de inclusão no concentrado.
T10 – 10 % de inclusão da torta de macaúba na dieta total ou 22,64 % de inclusão no
concentrado.
T15 – 15 % de inclusão da torta de macaúba na dieta total ou 30,63 % de inclusão no
concentrado.
As dietas, controle e com inclusão de diferentes níveis de torta de
macaúba resultaram em consumos de MS total equivalentes (P>0,05). O
consumo de MS obtido neste experimento foi próximo ao recomendado pelo
NRC (1981) levando-se em conta as exigências nutricionais diárias para
caprinos. Segundo esse comitê, o consumo de MS de caprinos com peso
médio de 35 kg é de 911 g./MS/dia ou 2,61%PV.
De acordo com Mertens (1994) a FDN é considerada um dos principais
fatores controladores do consumo de MS pelos ruminantes. Neste
experimento, apesar da torta de macaúba ter um FDN alto, esse não foi um
41
fator limitador no consumo das dietas, uma vez que o teor total de FDN
praticamente não variou entre as dietas, pois a torta de macaúba, ao ser
incluída, implicou em um aumento da proporção concentrado: volumoso para
manter as dietas isoprotéicas e isoenergéticas.
Carvalho et al. (2006b)
23
ao substituírem alguns ingredientes do
concentrado por farelo de cacau em dietas para ovinos, não encontraram
restrição para o farelo de cacau nos níveis trabalhados, ou seja, até 15% da
dieta total. Esses resultados foram de encontro aos observados neste
experimento que também não evidenciaram restrição do consumo com a
inclusão de até 15% da torta de macaúba na dieta total.
Em um experimento realizado com cabras leiteiras por Silva et al.
(2005c)
24
, o consumo (kg/dia, % PV) de dietas contendo 15 e 30% de torta
de dendê em substituição ao concentrado associado à silagem de milho, não
diferenciou da dieta padrão à base de milho e de soja. Esses resultados
foram semelhantes ao encontrado neste experimento para todos os níveis de
inclusão da torta de macaúba.
O consumo de proteína não foi influenciado pelas dietas (P>0,05),
ficando em torno de 120 g./dia (TABELA 3). Esses valores supriram os
requerimentos diários de PB, segundo o NRC (1981), que seria de 69,51
g./dia.
Neiva et al. (2006), avaliando o consumo de silagens de capim-elefante
enriquecidas com o subproduto do processamento do maracujá para ovinos,
observaram que a inclusão do subproduto desidratado do maracujá em até
14% melhorou o consumo de MS e PB (g/animal/dia e g/UTM) da silagem.
Os níveis de consumo dessa silagem enriquecida mesmo no nível máximo de
14% ficaram aquém dos encontrados neste experimento. Com 14% do
subproduto desidratado de maracujá, foram observados consumos de 793,5
g/dia de MS e 66,7 g/dia de PB.
O consumo de FDA foi em torno de 250 g/dia, não havendo diferença
entre as dietas. Esse comportamento evidencia que não houve influência da
23
http://revistas.ufg.br/index.php/vet/article/viewFile/403/378
24
http://www.scielo.br/pdf/rbz/v34n5/26660.pdf
42
inclusão da torta de macaúba sobre o consumo de FDA, já que à medida que
se acrescentava a TM, a proporção de volumoso era reduzida.
A quantidade de extrato etéreo consumida pelos caprinos foi
diretamente influenciada pelo nível de inclusão da torta de macaúba
(TABELA 3). O fato do caroço de algodão ter sido o principal ingrediente
substituído pela torta de macaúba resultou em consumo de extrato etéreo
menor nos animais suplementados com 10 e 15% da torta de macaúba em
relação àqueles submetidos à dieta controle. Esse resultado foi devido à
menor concentração de extrato etéreo na torta de macaúba (10,66%), em
comparação com o caroço de algodão (20,7%).
TABELA 4
Equações de regressão do consumo de extrato etéreo em porcentagem do
peso vivo e peso metabólico em função dos diferentes níveis de inclusão da
torta de macaúba (%MS)
Parâmetros
Equação
R
2
CEEPV
1
Y = 0,0010135 – 0,0000235 x TM 26,48
CEEMET
2
Y= 2, 51180 – 0, 05803 X TM 27,12
1 CEEPV - consumo extrato etéreo em porcentagem do peso vivo (%PV)
2 CEEPV - consumo extrato etéreo em g / Kg peso metabólico (g/kg PV
075
/dia)
Os consumos de EE expresso em %PV e g/.kgPV
0,75
/dia apresentaram
diminuição linear (P<0,05), em função da inclusão da torta de macaúba.
Possivelmente, foram influenciados pela diminuição dos teores de extrato
etéreo nas dietas com a adição da torta de macaúba, em substituição ao
caroço de algodão na sua maior parte, ingrediente com maior teor de extrato
etéreo do que a torta de macaúba. Assim, são necessárias mais pesquisas
para se conhecer o efeito da torta de macaúba em dietas balanceadas com
ingredientes diversos dos utilizados.
Neste estudo o desempenho dos animais foi avaliado, mas esses
resultados devem ser considerados apenas como dados preliminares, pois,
como os animais estavam fistulados, os resultados podem estar
subestimados. Novos estudos para a avaliação do desempenho de
ruminantes alimentados com torta da macaúba devem ser realizados, visto
43
que o potencial de utilização da torta de macaúba é alto, por se tratar de
alternativa alimentar de baixo custo, de fácil produção e adoção, por parte
dos produtores.
A torta de macaúba vem a ser uma nova alternativa à disposição dos
produtores no período de maior escassez de alimentos na região semi-árida,
podendo ser utilizada também em outras regiões produtoras.
44
5 CONCLUSÃO
A inclusão de torta de macaúba em até 15% na matéria seca da dieta
não influenciou o consumo dos diferentes nutrientes, com exceção do extrato
etéreo, indicando que o subproduto tem viabilidade de uso como alternativa
na dieta de caprinos.
São necessários ainda novos estudos para avaliar o desempenho de
ruminantes alimentados com torta de macaúba.
45
CAPÍTULO 3 - EFEITOS DA INCLUSÃO DA TORTA DE MACAÚBA
[Acrocomia aculeata (Jacq.) Lodd. Ex Mart ] SOBRE A CINÉTICA DA
DEGRADAÇÃO RUMINAL DA MS, DA PB E DA FDN EM CAPRINOS
RESUMO
O objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito de diferentes níveis de inclusão
da torta de macaúba (TM) sobre a cinética da degradabilidade da matéria
seca, da proteína bruta e da fibra em detergente neutro em caprinos. Os
animais foram alimentados com silagem de sorgo e um concentrado
contendo diferentes níveis de inclusão da TM na MS: 0, 12,34, 22,64 e
30,63%. As dietas, todas isoprotéicas e isoenergéticas, foram oferecidas em
duas refeições diárias, uma pela manhã e a outra à tarde. O experimento
constou de um ensaio de degradabilidade “in situ” onde foram utilizados oito
animais adultos, machos, castrados, sem raça definida, portando cânulas
ruminais permanentes. O delineamento experimental constou de dois
quadrados latinos (4x4), com duração total de 84 dias, divididos em quatro
períodos de 21 dias, sendo 14 dias para adaptação às dietas e sete dias de
incubação. Foram incubados os tratamentos (concentrados oferecidos) nos
tempos 0, 4, 8, 12, 24, 48, 72 e 96 horas. Foram avaliados o
desaparecimento da MS, da PB e da FDN em função do tempo de incubação
e os parâmetros de cinética ruminal (fração solúvel, fração insolúvel
potencialmente degradável, taxa de degradação, potencial de degradação e
degradabilidade efetiva a 2 e 5%/h). Houve efeito negativo da inclusão da
torta de macaúba sobre a degradação potencial e efetiva da MS, da PB e da
FDN. A inclusão da torta de macaúba diminuiu a degradação da matéria seca
(MS), da proteína bruta (PB) e da fibra detergente neutro (FDN).
Palavras-chaves: Macaúba. Degradação. Caprinos. Subproduto. Ruminante.
Alimento alternativo-In Situ.
46
CHAPTER 3 - EFFECTS OF THE INCLUSION OF MACAUBA [Acrocomia
aculeata (Jacq.) Lodd.Ex Mart ] CAKE ON THE KINETICS OF RUMINAL
DEGRADATION OF DM, GP AND NDF IN GOATS
ABSTRACT
The objective of this study was to evaluate the effect of different inclusion
levels of macauba cake (MC) on the ruminal kinetic degradability of dry matter
(DM), crude protein (CP) and neutral detergent fiber (NDF) in goats. Animals
were fed sorghum silage and a concentrate ration with different inclusion
levels of MC in DM: 0, 12.34, 22.64 and 30.63%. Isoproteic and isoenergetic
diets were offered twice daily, in the morning and in the afternoon. This trial
performed a degradability test in situ in eight castrated adult male goats of
indefinite breed, with permanent ruminal canulas. The experimental design
consisted of 2 Latin squares (4x4); it lasted a total period of 84 days divided
into four periods of 21 days each: seven days for adaptation of ruminal
microbiota and seven days for incubation. The treatments (the concentrate
ration offered) were incubated at the following incubation time: 0, 4, 8, 12, 24,
48, 72 and 96 hours. The disappearance of DM, CP and NDF was evaluated
according to the incubation time, and the parameters of ruminal kinetics
(soluble fraction, potentially degradable insoluble fraction, degradation rate,
potential degradation and effective degradability at 2 and 5%h). The inclusion
of macauba cake reduced the degradation of dry matter, crude protein and
fiber in neutral detergent.
Key words: Macauba. Degradation. Goats. Subproducts. Ruminant.
Alternative food-In situ.
47
1 INTRODUÇÃO
A utilização racional dos ruminantes está na sua capacidade de extrair
nutrientes de baixo valor nutritivo mediante processos digestivos que
normalmente ocorrem no rúmen do animal e convertê-los em alimentos de
alta qualidade e baixo custo (EVANGELISTA et al., 2002).
Portanto, é importante aproveitar essa habilidade na alimentação de
ruminantes com resíduos ricos em fibra que não são utilizados para a
alimentação humana. Esse aspecto reforça a necessidade do uso estratégico
de alimentos alternativos como forma de suplementação do rebanho.
0s subprodutos da agroindústria vêm merecendo uma atenção especial
na alimentação dos ruminantes, pois além do custo mais baixo, estão
disponíveis o ano todo, servindo como suplementos nas mais variadas
condições de alimentação (CUNHA et al., 1998)
25
.
Seguindo essas premissas, a torta de macaúba pode vir a ser um
importante subproduto na alimentação animal. Já é encontrada em
quantidade considerável no Norte de Minas Gerais, região conhecida pela
escassez de subprodutos para a alimentação animal.
Hoje, é um subproduto do beneficiamento da macaúba com objetivo de
processar “óleos finos”, sendo parte importante da agricultura familiar
existente na região. A Associação Comunitária de Pequenos Produtores
Rurais de Riacho D’antas e Adjacências espera beneficiar, no ano de 2008,
240.000 Kg de coco, tendo como subproduto 120.000 quilos de torta de
macaúba, produção essa que advém somente do extrativismo. Contudo, no
futuro, com os devidos estudos e a sua domesticação, com a produção em
escala comercial para a produção de biocombustíveis, espera-se a geração
de quantidade significativa de torta, passando a ser um importante
subproduto para a região.
É necessário o conhecimento mais aprofundado sobre como se
comporta a degradação ruminal, possibilitando a adoção de sistemas mais
adequados de alimentação. A degradabilidade efetiva e a taxa de
degradação permitem o cálculo de uma dieta mais adequada, no sentido de
25
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-95961998000200010
48
proporcionar uma produção mais eficiente, inferindo-se que a taxa de
degradação é um instrumento de expressiva importância na estimativa da
ingestão voluntária (EVANGELISTA et al., 2002).
A técnica in situ, além de sua rápida e fácil execução, requerendo
pequena quantidade de amostra do alimento, permite o contato íntimo com o
ambiente ruminal, não havendo uma melhor forma de simulação do rúmen
para um dado regime de alimentação (temperatura, pH, tamponamento,
substrato, enzimas, etc.), pois o material a ser analisado é exposto a
condições ruminais normalmente encontradas (ORSKOV; MCDONALD,
1979; ORSKOV et al., 1980; MCDONALD, 1981).
Essa técnica consiste em supor que os alimentos e seus constituintes
sejam compostos de três frações distintas: fração (a) que representa a fração
solúvel do alimento, podendo ser utilizada imediatamente pelos
microrganismos do rúmen; fração (b), que corresponde à fração
potencialmente degradável, e o parâmetro (c), que corresponde à taxa de
degradação da fração (b). Esta técnica permite a avaliação rápida e simples
da degradação do material contido nos sacos de náilon, em função do seu
tempo de incubação no rúmen, sendo usada por muitos pesquisadores para
a caracterização dos alimentos (VALADARES FILHO; CABRAL, 1992;
MARTINS et. al., 1999; LALLO et. al. 2003
26
).
26
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-35982003000300024
49
2 OBJETIVO
Avaliar o efeito da inclusão de níveis crescentes de torta de macaúba
[Acrocomia aculeata (Jacq.) Lodd. Ex Mart ] na dieta de caprinos sobre a
cinética de degradação ruminal e a degradabilidade efetiva da matéria seca,
da proteína bruta e da fibra detergente neutro.
50
3 MATERIAL E MÉTODOS
3.1 Ensaio
O trabalho foi desenvolvido no Setor de Caprinocultura Instituto de
Ciências Agrárias da Universidade Federal de Minas Gerais, em Montes
Claros, região Norte do estado de Minas Gerais.
O experimento constou de um ensaio de degradabilidade “in situ”, cuja
duração foi de 84 dias. Foram utilizados 8 caprinos adultos, machos,
castrados, sem padrão racial definido, portando cânulas ruminais
permanentes, oriundos de rebanhos da própria região, com peso médio de 35
kg.
Os animais foram distribuídos em dois quadrados latinos (4x4). Cada
período durou 21 dias, sendo que 14 dias de adaptação e 7 dias de
incubação propriamente dita.
As dietas foram elaboradas na forma de uma ração total (silagem de
sorgo + concentrado), balanceadas de acordo com as recomendações do
NRC (1981), para um ganho estimado de 100 g/dia. Foram utilizados os
seguintes ingredientes para elaboração das dietas: milho, farelo de soja, torta
de macaúba, caroço de algodão, premix mineral e vitamínico e silagem de
sorgo. A inclusão da torta de macaúba nas dietas variou de 0 a 15,0% da
matéria seca total e nos concentrados (tratamentos), variou de 0,0 a 30,63%.
Os tratamentos testados foram os seguintes:
T0 - controle (sem torta de macaúba).
T5 – 5 % de inclusão da torta de macaúba na dieta total ou 12,34 % de
inclusão no concentrado.
T10 – 10 % de inclusão da torta de macaúba na dieta total ou 22,64 % de
inclusão no concentrado.
T15 – 15 % de inclusão da torta de macaúba na dieta total ou 30,63 % de
inclusão no concentrado.
As dietas foram isoprotéicas e isoenergéticas e a relação volumosa:
concentrado variou de 82:18, no tratamento sem TM até 70:30, no
51
tratamento com a inclusão de 15,0% da torta de macaúba. A composição da
torta de macaúba e das dietas se encontra no capítulo dois e as composições
bromatológicas dos concentrados de cada tratamento incubados encontram-
se na TABELA 1.
TABELA 1
Porcentagem dos ingredientes e composição químico-bromatológica dos
concentrados com diferentes níveis de inclusão da torta de macaúba (% da MS)
Tratamentos
Ingredientes
T0 T5 T10 T15
Milho (%) 32,96 36,80 37,81 39,86
Caroço de algodão (%) 41,82 24,26 11,12 0,00
Farelo de soja (%) 23,07 24,78 26,82 28,08
Torta de macaúba (%) 0,00 12,34 22,64 30,63
Premix (%) 2,15 1,82 1,61 1,43
Composição Químico-bromatológica (%MS)
MS (%) 88,81 88,42 87,91 87,94
PB (%) 25,64 25,33 21,02 19,22
NDT (%) 74,40 67,90 64,22 61,33
EE (%) 11,25 8,20 6,29 4,98
FDN (%) 35,04 37,69 41,02 44,13
FDA (%) 17,04 18,06 19,23 21,39
MM (%) 5,66 5,10 5,60 4,96
CHOT (%) 57,45 61,37 67,09 70,84
CNF (%) 22,41 23,68 26,07 26,71
Análises realizadas no Laboratório de Bromatologia do Instituto de Ciências Agrárias da UFMG
em Montes Claros - MG.
T0 – 0,00% de inclusão da torta de macaúba (controle).
T5– 5 % de inclusão da torta de macaúba na dieta total ou 12,34 % de inclusão no concentrado.
T10 – 10 % de inclusão da torta de macaúba na dieta total ou 22,64 % de inclusão no
concentrado.
T15 – 15 % de inclusão da torta de macaúba na dieta total ou 30,63 % de inclusão no
concentrado.
52
3.2 Procedimento experimental
Os animais após serem identificados, foram vermifugados, vacinados e
sorteados nos diferentes tratamentos. Em seguida, foram alojados em baias
individuais, providas de comedouros e de bebedouros, onde receberam água
à vontade e uma suplementação com o concentrado e a silagem de sorgo,
oferecida pela manhã (08h00min h) e á tarde (16h).
As cânulas e fístulas foram inspecionadas e lavadas diariamente, com
água e detergente neutro, sendo aplicado PVPI, quando necessário. A área
em torno das fístulas recebeu depilação periódica, para facilitar a
higienização e ajudar no controle de moscas. Uma pomada repelente foi
aplicada, quando necessário, na pele em torno das fístulas, para evitar a
instalação de larvas e ajudar no controle de moscas.
Durante o período de coleta, os concentrados e a silagem foram
fornecidos, procurando manter as sobras em torno de 10 a 20% do total
oferecido. O controle do consumo foi feito por meio da pesagem das
quantidades fornecidas e rejeitadas diariamente. Uma amostra das sobras foi
congelada, para posterior análise bromatológica.
O controle do peso dos animais foi feito por meio de pesagens, a cada
21 dias, para ajustes da quantidade da silagem e do concentrado oferecido.
As incubações in situ foram realizadas em sacos de náilon de 14x7cm
e porosidade 50 μm, sendo incubados em média 2,5 gramas do material por
saco. Foram incubados em triplicata, para a obtenção de amostra suficiente
para análises. Os tempos incubados foram: 0, 4, 8, 12, 24, 48, 72, 96 horas.
Os saquinhos foram ancorados no rúmen, por um peso de 100grs.
Os tempos adotados foram incubados de dois em dois, em função da
pequena capacidade ruminal do caprino. O material foi incubado no rúmen de
acordo com a seqüência apresentada no QUADRO 1.
53
QUADRO 1
Seqüência de incubação dos saquinhos dentro de um mesmo período
Dia Entrada/ Horário de incubação
Saída Saquinhos 7:30 h 11:30 h 15:30 h 19:30 h
Dia 1 Entra e sai
zero
Entram
72 e 96 horas
-
-
-
Dia 2 - - - -
Dia 3 - - - -
Dia 4 Sai 72 horas
e entra
48 horas
-
-
-
Dia 5 Sai 96 horas
e entra
12 horas
-
-
Sai
12 horas
Dia 6 Sai 48 horas
e entram
4 e 8 horas
Sai
4 horas
Sai 8 horas
e entra
24 horas
-
Dia 7
-
-
Sai
24 horas
-
Após a sua retirada, os sacos de náilon foram colocados em água com
gelo, para cessar a atividade microbiana. Posteriormente foram lavados em
água corrente, até que essa ficasse de coloração límpida e sem material
suspenso.
Para determinação da fração prontamente solúvel os sacos foram
incubados no rúmen por 1 minuto e, em seguida lavados como descrito
anteriormente.
Os saquinhos com o material restante da digestão foram
acondicionados em bandejas plásticas e colocados em estufa de circulação
forçada, a 60ºC - 65ºC até atingirem peso constante. Em seguida foram
resfriados à temperatura ambiente em dessecador e pesados. A
degradabilidade em cada tempo de incubação foi determinada pela diferença
de peso entre o material pré e pós-incubação.
Em seguida, o material foi retirado dos saquinhos e armazenado em
potes plásticos para posteriormente serem determinados os teores de MS, de
PB e de FDN seguindo metodologia proposta por Silva e Queiroz (2002).
54
3.3 Estimativa da degradação ruminal
As estimativas da degradação da MS, da PB e da FDN foram obtidas
por intermédio das curvas de desaparecimento dos nutrientes dos sacos,
ajustadas segundo o modelo Deg
(t)
= a + b (1-e
-cxt
) proposto por Orskov e
Mcdonald (1979) e modificado por Mcdonald (1981) em que “a” é a fração
solúvel; “b”, a fração insolúvel potencialmente degradável; e “c“, a taxa
constante de degradação de “b” em um tempo “t” de incubação. A
degradabilidade efetiva foi calculada pela equação DE = a + (bc/c+k), na qual
k é taxa de passagem do conteúdo ruminal, assumindo valores de 0,02 e
0,05/h. A DP foi calculada por meio da soma das frações a e b.
3.4 Análises estatísticas
O delineamento experimental adotado foi o quadrado latino múltiplo,
com oito animais e quatro períodos. Os oito animais formaram dois
quadrados 4 x 4, que se desenvolveram simultaneamente.
Os dados foram submetidos à análise de variância, de acordo com o
seguinte modelo:
yijksu = μ + Ti + Aj + Pk + Ql+ Rs+ TixRs + eijkls
em que: yijk = degradação da MS, da PB e do NDT.
μ = média geral;
Ti = efeito dos diferentes níveis de inclusão da torta da macaúba nos
concentrados. (i = 0 a 15%);
Aj = efeito dos animais (j = 1 a 8)
Pk = efeito do período (k = 1 a 4)
Rs =Tempo de incubação.
Ti x Rs =interação tratamento * tempo de incubação.
Ql = efeito dos quadrados latinos ( l = 1 a 2)
eijkl = erro experimental.
55
Para a análise estatística da porcentagem de matéria seca, da proteína
bruta e da fibra em detergente neutro degradados em função dos tempos de
incubação foi utilizado o SAEG (2007), sendo as médias comparadas pelo
teste de Cut Knott, adotando-se o nível de 5% de probabilidade.
Os dados obtidos do desaparecimento dos nutrientes nos saquinhos
incubados, MS, FDN e PB (variáveis dependentes) nos tempos de incubação
(variável independente) foram submetidos à análise de regressão não linear
de Gauss-Newton, aplicando-se o SAEG (2007).
As estimativas das frações solúveis, insolúveis degradáveis, taxa de
degradação da fração b, degradação potencial e degradação efetiva a 5%/h e
2%/h obtidas foram submetidas a uma análise de regressão linear, sendo as
estimativas as variáveis dependentes e os níveis de inclusão, as variáveis
independentes.
56
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os resultados obtidos para o desaparecimento da matéria seca em
função do tempo de incubação estão apresentados na TABELA 2.
TABELA 2
Matéria seca degradada (%) em função do tempo de incubação (horas) para
os diferentes níveis de inclusão da torta de macaúba
MS degradada (%) em função do tempo de incubação (horas)
Tempo
(horas)
T0 T5
T10 T15
96 93,64Aa 83,30Ab 84,02Ab 80,14Ac
72 92,45Aa 80,73Ab 81,95Bb 78,47Ac
48 88,63Ba 73,81Bb 79,95Bc 75,92Ad
24 74,57Ca 61,33Cb 62,50Cb 59,76Bb
12 53,22Da 46,29Db 47,54Db 43,67Cb
8 46,87Ea 39,72Eb 40,31Eb 37,48Db
4 36,60Fa 31,80Fb 33,64Fb 33,85Db
0 22,12Ga 19,22Ga 20,87Ga 20,81Ea
T0 – 0,00% de inclusão da torta de macaúba (controle ).
T5– 5 % de inclusão da torta de macaúba na dieta total ou 12,34 % de inclusão no concentrado.
T10 – 10 % de inclusão da torta de macaúba na dieta total ou 22,64 % de inclusão no
concentrado.
T15 – 15 % de inclusão da torta de macaúba na dieta total ou 30,63 % de inclusão no
concentrado.
As médias seguidas da mesma letra maiúscula na coluna não diferem entre si pelo tempo de
incubação e minúscula na linha não diferem entre si devido ao nível de inclusão da torta de
macaúba, quando comparadas estatisticamente pelo teste de Cut Knott a 5% de probabilidade.
Pelos resultados obtidos, verifica-se que o desaparecimento ruminal da
matéria seca aumentou em função do tempo de incubação, em todos os
tratamentos, estabilizando ao redor de 72 horas para o tratamento controle e
para o tratamento T5. O tratamento T15 estabilizou com 48 horas e para o
tratamento T10 a degradação foi crescente até 96 horas. À medida que se
aumenta o teor de inclusão da torta de macaúba na dieta ocorre aumento do
teor de FDN e do teor de FDA, conforme ilustra a TABELA 1. O tratamento
T15, com inclusão máxima da torta de macaúba, estabilizou antes,
comportamento esse já esperado. Essa estabilização pode ter ocorrido em
função da quantidade e da qualidade da fibra. O tratamento com inclusão
máxima de macaúba tem maior teor de FDN e de FDA e, possivelmente,
também tem uma qualidade de fibra pior do que nos outros tratamentos.
57
Pode-se observar que, com a inclusão da torta de macaúba nos
tratamentos, ocorreu uma diminuição na degradação da MS em todos os
tempos de incubação após o tempo zero. Entretanto, não houve efeito
significativo (p>0.05) da inclusão da torta de macaúba no concentrado sobre
a degradabilidade da MS no tempo zero de incubação, que corresponde à
fração prontamente solúvel, podendo ser explicado porque à medida que se
adicionou torta de macaúba na dieta, não se alterou muito o teor de
carboidratos não fibrosos.
Os resultados obtidos para o desaparecimento da proteína bruta, em
função do tempo de incubação estão apresentados na TABELA 3.
TABELA 3
Proteína Bruta degradada (%) em função do tempo de incubação (horas)
para os diferentes níveis de inclusão da torta de macaúba
Tempo PB degradada (%) em função do tempo de incubação (horas)
(horas)
T0 T5 T10 T15
96 97,62Aa 95,41Ab 95,93Ab 94,79Ab
72 96,35Aa 93,80Aa 94,16Aa 91,91Aa
48 92,55Aa 89,39Ab 91,64Aa 88,51Ab
24 73,62Ba 76,32Ba 68,18Ba 69,14Ba
12 46,02Ca 56,02Ca 47,46Ca 53,53Ca
8 41,41Ca 49,82Ca 39,68Ca 47,38Ca
4 30,49Da 35,60Da 30,39Da 36,11Da
0 4,96Eb 15,81Ea 6,89Eb 14,98Ea
T0 – 0,00% de inclusão da torta de macaúba (controle ).
T5– 5 % de inclusão da torta de macaúba na dieta total ou 12,34 % de inclusão no concentrado.
T10 – 10 % de inclusão da torta de macaúba na dieta total ou 22,64 % de inclusão no
concentrado.
T15 – 15 % de inclusão da torta de macaúba na dieta total ou 30,63 % de inclusão no
concentrado.
As médias seguidas da mesma letra maiúscula na coluna não diferem entre si pelo tempo de
incubação e minúscula na linha não diferem entre si devido ao nível de inclusão da torta de
macaúba, quando comparadas estatisticamente pelo teste de Cut Knott a 5% de probabilidade.
Pelos resultados obtidos, verifica-se que o desaparecimento ruminal da
proteína bruta aumentou em função do tempo de incubação, estabilizando
por volta de 48 horas em todos os tratamentos.
Pode-se observar que, com a inclusão da torta da macaúba na dieta
total, houve redução significativa (P<0,05) na degradabilidade da PB no
tempo de 96 horas em comparação com o tratamento controle. A menor
porcentagem da PB nos concentrados com TM, provavelmente, levou à
58
diminuição da concentração de nitrogênio amoniacal, consequentemente
diminuindo a colonização do alimento e, por fim, a degradabilidade.
Souza et al. (2000)
27
encontraram valores para a fração prontamente
solúvel da torta de babaçu em torno de 15,0%, para MS e 10,0%, para a PB.
Esses valores foram próximos aos encontrados neste experimento para os
concentrados incluindo a torta de macaúba. A degradabilidade da torta de
babaçu atingiu 65,0%, para MS e 75,0 para PB%. Mas esses valores devem
ser observados com cautela, pois SOUZA et al. (2000) só incubaram até 48
horas.
Os resultados obtidos para o desaparecimento da FDN, em função do
tempo de incubação, estão apresentados na TABELA 4.
TABELA 4
Fibra em Detergente Neutro degradada (%) em função do tempo de
incubação (horas), para os diferentes níveis de substituição do caroço de
algodão pela torta de macaúba
FDN degradada (%) em função do tempo de incubação (horas) Tempo
(horas)
T0 T5 T10 T15
96 84,62Aa 55,00Ab 56,82Ab 51,15Ac
72 81,23Aa 51,97Ab 52,44Ab 49,26Ab
48 73,17Ba 40,36Bc 47,57Bb 43,88Ac
24 67,26Ba 34,51Bb 41,04Bb 35,18Bb
12 55,47Ca 28,77Cb 35,63Cb 31,10Bb
8 47,20Da 22,22Dc 32,29Cb 30,92Bb
4 45,54Da 20,66Db 26,48Cb 20,84Cb
0 - - - -
T0 – 0,00% de inclusão da torta de macaúba (controle ).
T5– 5 % de inclusão da torta de macaúba na dieta total ou 12,34 % de inclusão no concentrado.
T10 – 10 % de inclusão da torta de macaúba na dieta total ou 22,64 % de inclusão no
concentrado.
T15 – 15 % de inclusão da torta de macaúba na dieta total ou 30,63 % de inclusão no
concentrado.
As médias seguidas da mesma letra maiúscula na coluna não diferem entre si pelo tempo de
incubação e minúscula na linha não diferem entre si devido ao nível de inclusão da torta de
macaúba, quando comparadas estatisticamente pelo teste de Cut Knott a 5% de probabilidade.
Pelos resultados obtidos, constata-se que o desaparecimento ruminal
da FDN aumentou, em função do tempo de incubação, estabilizando ao redor
de 72 horas, exceto para o tratamento com o nível máximo de inclusão da
torta de macaúba (30,63%), que estabilizou no tempo de 48 horas.
27
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_issuetoc&pid=1413-
959620000002&lng=en&nrm=iso
59
Observou-se que a adição da torta de macaúba reduziu de maneira
acentuada a degradação da FDN. Com a inclusão da torta de macaúba no
concentrado, houve aumento do teor de FDN, aumento esse já esperado pelo
maior teor de FDN existente na torta de macaúba, em relação aos outros
ingredientes do concentrado. Houve também aumento no teor de FDA, à
medida que se adicionou torta de macaúba.
No tratamento zero, o teor de NDT e de PB é maior do que em todos
os outros tratamentos, levando um maior aporte energético e uma maior
quantidade de proteínas para os microorganismos, fazendo com que a
degradação ocorrida no tratamento zero seja mais eficiente do que a
degradação ocorrida no tratamento 15, nível máximo de inclusão da TM.
Borges et al. (2008), trabalhando com ovinos, encontraram valores
próximos aos deste experimento, para o desaparecimento da FDN (DFDN)
dos subprodutos do maracujá. A degradação foi crescente, estabilizando no
tempo 48 horas, com valores em torno de 48,0%. A disponibilidade limitada
observada no subproduto do maracujá se deve provavelmente, aos altos
níveis de ligninas presentes nesse subproduto, fazendo com que a
degradação ocorra significativamente até as 48h, resultando num baixo valor
para o potencial de degradação.
A partir dos parâmetros de degradação obtidos em função dos
diferentes níveis de TM, foram estimadas equações de regressão, que se
encontram na TABELA 5.
TABELA 5
Fração solúvel (a), fração potencialmente degradável (b), taxa de remoção de
sólidos (c), degradabilidade potencial (DP) e degradabilidade efetiva (DE) a 2
e 5%/h de taxa de passagem da MS, da PB e da FDN de dietas, com
diferentes níveis de inclusão da torta de macaúba
Parâmetros T0 T5 T10 T15 Regressão R
2
Matéria Seca
a (%) 22,12 19,22 20,87 20,81 - ns
b(%) 71,52 64,08 63,15 59,33 Y=0, 7014 - 0,75 x 0,86
c(%) 5,70 4,34 5,04 5,18 - ns
DP(%) 93,64 83,30 84,02 80,14 Y=
0, 9125 - 0,0079 x 0,74
DE 2(%/h) 75,07 63,09 66,08 63,61 Y=0,7358-0,0242x+
0,0012x
2
0,59
DE 5(%/h) 60,22 49,00 52,57 51,00 Y= 0,5893-
0,0239x+0,0013x
2
0,49
60
Proteína Bruta
a (%) 4,96 15,81 6,89 14,98 Y=0,068+0,0084x-0,0003
x
2
0,19
b(%) 92,65 79,61 89,04 79,81 Y= 0,9060-
0,0115x+0,0004x
2
0,26
c(%) 6,49 5,47 5,79 3,72 Y= 0,0559-0,0016x-
0,0002x
2
0,33
DP(%) 97,62 95,41 95,93 94,79 Y= 0,9713-0,0016x 0,36
DE 2 (%) 75,30 73,97 72,94 66,87 Y=0,7622 - 0,0053x 0,47
DE 5 (%) 56,88 57,28 54,55 49,02 Y=0,5838 - 0,0053x 0,40
FDN
a (%) - - - - - ns
b(%) 84,62 51,03 49,38 45,83
Y=0,824 - 0,0686x +0,003
x
2
0,94
c(%) 3,74 3,46 3,08 4,08 - ns
DP(%) 84,62 55,00 56,82 51,11
Y=0,8268 - 0,0556x +
0,0024 x
2
0,89
DE 2 (%) 62,21 36,29 37,38 36,07
Y=0,6074 - 0,0524x +
0,0025 x
2
0,91
DE 5 (%) 43,28 24,80 26,27 25,91 - ns
(p>0,05)
T0 – 0,00% de inclusão da torta de macaúba (controle ).
T5– 5 % de inclusão da torta de macaúba na dieta total ou 12,34 % de inclusão no concentrado.
T10 – 10 % de inclusão da torta de macaúba na dieta total ou 22,64 % de inclusão no
concentrado.
T15 – 15 % de inclusão da torta de macaúba na dieta total ou 30,63 % de inclusão no
concentrado.
Não houve influência da adição da torta de macaúba (p>0,05) sobre a
fração solúvel (a) e sobre a taxa de degradação (c) da MS. Entretanto, à
medida que a torta de macaúba foi adicionada ao concentrado, ocorreu uma
diminuição na fração (b) da MS, fração essa que é insolúvel, mas
potencialmente degradável. Essa diminuição da fração (b) pode ser explicada
pelo aumento do teor de FDN nos concentrados.
Lallo et. al. (2003)
28
substituindo silagem de milho pela silagem de
resíduos industriais de abacaxi para bovinos encontraram valores maiores
para a fração prontamente solúvel da MS, em torno de 30,0%, do que os
valores encontrados neste experimento. Já os valores encontrados para a
degradabilidade efetiva corrigida a 2%/h e 5%/h, foram semelhantes aos
encontrados para a inclusão da torta de macaúba.
28
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-35982003 000300024
61
O comportamento do potencial de degradação (DP) da MS foi linear
decrescente. Houve uma diminuição de, aproximadamente, 10 unidades
percentuais, quando se incluiu a torta de macaúba.
Com relação à MS, as degradabilidades efetivas a 2 e 5% se
comportaram de modo quadrático havendo a influência da adição da torta de
macaúba. A degradabilidade efetiva a 2%/h atingiu o seu ponto mínimo de
degradabilidade ( 61,38%) com a inclusão de 10,08% da torta de macaúba na
dieta total. Já para a degradabilidade a 5%/h, esse ponto mínimo de
degradabilidade foi atingido, quando se adicionaram 9,19% de torta de
macaúba na dieta total atingindo a degradabilidade mínima de 47,94%.
Matos et al (2006)
29
encontraram para MS degradabilidade potencial de
75,47% para silagem de maniçoba, DE 2%/h (62,73%) e 5%/h (52,87%).
Teixeira et al (1999) encontraram valores médios para degradabilidade da
MS dos cortes da palma forrageira em caprinos, sendo DP de 77,59% e DE
5%/h de 40,17%.
A fração solúvel (a) da proteína bruta também se comportou de
maneira quadrática atingindo o seu ponto máximo de degradação (12,68%)
com 14,0% de inclusão da torta de macaúba na dieta total. Já a fração (b),
insolúvel, mas potencialmente degradável, quando se incluíram 14,4% de
torta de macaúba ocorreu a menor taxa de degradação, atingindo 82,34%.
A taxa (c) da PB também se comportou de maneira quadrática. À
medida que se adicionou a torta de macaúba, a taxa de degradação da
fração b da proteína bruta atingiu seu ponto mínimo, que foi 4,6%, quando se
incluíram 4,0% de torta de macaúba. Para as degrabilidades efetivas a 2% e
5%/h da PB a equação que melhor se ajustou foi a linear decrescente,
Para o FDN, a fração insolúvel, mas potencialmente degradável (b)
teve um comportamento um pouco diferente da MS, comportando-se de
maneira quadrática. Do tratamento controle para os tratamentos com
diferentes níveis de inclusão da torta de macaúba no concentrado, houve
uma queda de 35% na fração insolúvel, mas potencialmente degradável. A
fração (b) atingiu o seu mínimo 43,19% de degradação, quando se adiciona
11,43% de torta de macaúba na dieta total.
29
http://www.proqualiti.org.br/sistema/
62
Mesmo sendo diferente o comportamento da fração (b) da MS e da
FDN, as duas demonstraram correlações negativas com os níveis de inclusão
da torta de macaúba. Esse fato pode ser explicado, devido à maior
porcentagem de FDN da torta de macaúba, em relação aos ingredientes do
concentrado que foram substituídos. Essa diminuição na fração (b) refletiu na
DP e na DE aos 2% e 5% que foram reduzidas. O ponto mínimo de
degradação (33,28%) para a degradabilidade efetiva a 2%/h foi atingido
quando se adicionaram 10,48% de torta de macaúba.
A equação que mais se ajustou para o potencial de degradação (DP)
da FDN foi a quadrática, atingindo o seu ponto mínimo (50,48%), quando se
adicionaram 11,58% de torta de macaúba.
Não houve influência (p>0,05) da adição da torta de macaúba sobre a
taxa de degradação da fração (b) da FDN, nos diversos tratamentos.
A equação que melhor representou a degradabilidade efetiva da FDN a
2%/h foi a quadrática, sendo que houve uma diminuição em torno de 10%,
com a adição da torta de macaúba. A degradabilidade efetiva a 5%/h para o
FDN não sofreu influência (P>0,05) da inclusão da torta de macaúba.
Os valores encontrados para as degradabilidade efetivas da MS e da
PB foram superiores a 60,0% para uma taxa de passagem ruminal de 2%/h e
próximos de 50,0%, para uma taxa de 5%/h. Quanto ao FDN, os valores
encontrados para a degradabilidade efetiva ficaram entre 25,0 e 36,0%, para
os diversos níveis de inclusão da torta de macaúba.
Apesar da redução da degradabilidade potencial e efetiva da MS com a
inclusão da torta de macaúba, esse subproduto apresenta valores de
degradabilidade superiores ou similares, quando comparado com outros
subprodutos fibrosos.
Carvalho et al (2006a)
30
avaliaram a degradabilidade da torta de
dendê e do farelo de cacau em bovinos. Estes autores encontraram valores
inferiores para fração solúvel da MS, tanto da torta de dendê como para o
farelo de cacau, em torno de 6,5%. Foram inferiores também os valores da
fração insolúvel potencialmente degradável da PB do farelo de cacau que foi
em torno de 30,0% e da torta de dendê que ficou próximo a 60%. Inferiores
30
http://redalyc.uaemex.mx/redalyc/pdf/495/49521209.pdf
63
ainda os valores encontrados para o potencial de degradação da PB, tanto do
farelo de cacau e da torta de dendê, próximos a 60,0%. Já o potencial de
degradação da MS e do FDN, a degradabilidade efetiva a 5%/h e a fração
insolúvel potencialmente degradável da FDN dos dois subprodutos foram
equivalentes aos encontrados para a inclusão da torta de macaúba.
Souza et. al. (2006)
31
observaram valores para os parâmetros de
degradação efetiva da PB e do FDN para a silagem de maniçoba um pouco
superiores. Para a degradabilidade efetiva a 2%/h, os autores encontraram
valores entre 75,0 e 79,0% para PB e entre 41,0 e 43,0% para FDN. Já para
a degradabilidade efetiva a 5%/h, esses autores encontraram valores entre
66,0 e 72,0%, para a PB e 32,0%, para o FDN.
31
http://redalyc.uaemex.mx/redalyc/pdf/495/49521203.pdf
64
5 CONCLUSÃO
A inclusão da torta de macaúba diminuiu a degradação da matéria
seca, da proteína bruta e da fibra em detergente neutro.
Sugere-se a realização de estudos suplementares, com a inclusão da
torta de macaúba na dieta de caprinos.
65
CAPITULO 4 - AVALIAÇÃO DA INCLUSÀO DA TORTA DE MACAÚBA
[Acrocomia aculeata (Jacq.) Lodd. Ex Mart] SOBRE OS PARÂMETROS
RUMINAIS E MICROBIOTA RUMINAL DE CAPRINOS
RESUMO
O experimento foi realizado no Setor de Caprinocultura do Campus de
Montes Claros da Universidade Federal de Minas Gerais, Norte de Minas,
objetivando avaliar os efeitos de diferentes níveis de inclusão da torta de
macaúba (Acrocomia aculeata) sobre os parâmetros ruminais e microbiota
ruminal de caprinos. Foram utilizados oito caprinos machos castrados, sem
raça definida, portadores de fístulas ruminais e dispostos em dois quadrados
latinos de 4x4. Os tratamentos testados foram quatro dietas com diferentes
níveis de torta de macaúba. Para análises macroscópicas, físico-químicas e
microbiológicas foram coletadas alíquotas de 50 ml do suco ruminal de cada
animal. Logo após a coleta, foram realizadas as análises macroscópicas e
avaliações do potencial de redução do azul de metileno (PRAM) e o pH.
Amostras foram congeladas, para a determinação posterior do nitrogênio
amoniacal e outras alíquotas para a avaliação microbiológica, foram
separadas e conservadas, conforme metodologia para cada microorganismo.
Os parâmetros macroscópicos e o PRAM estiveram dentro da normalidade. A
inclusão da torta de macaúba nas dietas não influenciou o pH e o N-NH
3
;
mas esses foram fisiologicamente influenciados pelo tempo de amostragem,
após as refeições. A inclusão de torta de macaúba até o nível de 5% não
alterou o número de protozoários no líquido ruminal. Nas dietas com 10 e
15% de inclusão, houve um aumento significativo na concentração de médios
protozoários no rúmen dos caprinos. O perfil das populações de protozoários
foi alterado em dois dos dezessete gêneros detectados. Conclui-se que a
inclusão de até 15% da torta de macaúba não alterou a normalidade das
características físico-químicas das amostras do suco ruminal, reduziu
significativamente a detecção de fungos monocêntricos e aumentou as
populações de médios protozoários do rúmen.
Palavras–chave: Acrocomia aculeata. Subproduto. Amônia. Ph. Pequenos
ruminantes. Rúmen. Semi-Árido. Parâmetros ruminais. Microbiota.
66
CHAPTER 4 - EVALUATION OF MACAUBA (Acrocomia aculeata (Jacq.)
Lodd. Ex Mart ) CAKE INCLUSION ON RUMINAL PARAMETERS AND
RUMINAL MICROBIOTA IN GOATS
ABSTRACT
This trial was carried out in the goat sector of the Universidade Federal of
Minas Gerais, campus of Montes Claros, located in the North of the State of
Minas Gerais. It was aimed at evaluating the inclusion effects of macauba
(Acrocomia aculeata) cake over ruminal parameters and ruminal microbiota in
goats. Eight castrated adult male goats of indefinite breed, with rumen
fistulas, were used for the study; they were placed in two Latin squares (4x4).
The treatments tested were four diets with different levels of macauba cake.
Samples of 50 ml of rumen juice from each animal were collected for
performing microbiological physico-chemical and macroscopic analyses. Right
after collecting, macroscopic analyses and evaluations of the reduction
potential of methylene blue (RPMB) and pH were carried out. Samples were
frozen for posterior determination of ammonia, and other samples were set
apart and kept for microbiological evaluation according to the methods for
each microorganism. The macroscopic parameters and RPMB were within
normal limits. The inclusion of macauba cake in the diets influenced (P>0,05)
neither pH nor N-NH
3
; however, they were physiologically influenced (P<0,05)
by time sampling after intake. Inclusion of macauba cake up to a 5% level did
not alter the number of protozoans in the ruminal fluid. In diets with inclusion
of 10 and 15% there was a significant increase of the concentration of middle
protozoans in the rumen of the goats. There was no alteration in the profile of
the protozoan population. There was a significant reduction (P<0,05) of
detection of monocentric fungi in the 15% level of inclusion of macauba cake
in the diet; for polycentric ones there was not a difference (P>0,05). It is
concluded that the inclusion level of up to 15% of macauba cake did not alter
the normality of the physicochemical characteristics of samples of ruminal
fluid; such inclusion level reduced significantly the detection of polycentric
fungi and increased the populations of rumen middle protozoans.
Key words: Acrocomia aculeate. Subproduct. Ammonia. PH. Small
ruminants. Rumen. Semi-arid. Ruminal parameters. Microbiota.
67
1 INTRODUÇÃO
O estudo da nutrição animal tem avançado de forma significativa,
principalmente em investigações sobre o metabolismo no rúmen. Essas
investigações são de vital importância para a elaboração de trabalhos que
visem ampliar a utilização de fontes alimentares menos competitivas para o
homem (SILVA, 2005b).
A busca de alternativas alimentares para os ruminantes é muito
importante principalmente no semi-árido, região esta carente de oferta de
alimentos na maior parte do ano. Nesse contexto, os subprodutos do
beneficiamento da macaúba podem assumir importante papel. Na literatura,
não há trabalhos sobre esse uso, sendo importante conhecer possíveis
fatores tóxicos presentes no mesmo. Apesar de sua importância para os
povos do cerrado, não há, na literatura, trabalhos sobre a utilização da torta
de macaúba como recurso alimentar para as diferentes espécies animais.
Conforme a composição bromatológica, esse resíduo apresenta baixo teor de
proteína e alto teor de fibra e de energia.
Análises preliminares da torta de macaúba realizadas no Laboratório
de Bromatologia do ICA/UFMG indicam que, teoricamente, a torta de
macaúba pode ser aproveitada na alimentação de ruminantes, em função do
alto teor de extrato etéreo da mesma. Entretanto, devido a esse alto teor de
extrato etéreo, a torta de macaúba necessita de estudos mais aprofundados,
para que esse subproduto possa ser recomendado. São necessárias
avaliações dos efeitos da inclusão da torta da macaúba, principalmente sobre
os parâmetros ruminais e microbiota ruminal, uma vez que o excesso de óleo
pode comprometer a fermentação ruminal e, conseqüentemente, o
desempenho dos animais.
Além disso, de acordo com Lallo et al. (2003), o estômago dos
ruminantes apresenta processos fisiológicos em um sistema biológico
complexo. Alguns desses processos digestivos não são totalmente
conhecidos e quantificados, dificultando a escolha do alimento a ser utilizado,
assim como a formulação de rações. Portanto, é fundamental o
conhecimento da participação dos microrganismos ruminais na degradação
68
de vários nutrientes, oriundos de alimentos com distintas características
nutricionais.
Os ruminantes apresentam grande potencial de utilização de alimentos
de baixa qualidade, graças à sua condição de manutenção de um ambiente
propício à sobrevivência dos microrganismos no rúmen e retículo. Assim, é
importante caracterizar a intensidade da atuação microbiana sobre diferentes
nutrientes dos alimentos e ou dietas oferecidas aos animais, com a finalidade
da utilização mais eficiente de subprodutos da agricultura e da agroindústria
(HOOVER; STOKES, 1991
32
; SOUZA FILHO, 1995; SILVA, 2005b;
WERNERSBACH FILHO et al., 2006
33
).
32
http://jds.fass.org/cgi/content/abstract/74/10/3630
33
http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1516-35982006000400039&script=sci_arttext
69
2 OBJETIVO
O objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito de diferentes níveis de
inclusão da torta de macaúba sobre os parâmetros ruminais e microbiota
ruminal.
70
3 MATERIAL E MÉTODOS
3.1 Local e data
O experimento foi conduzido nas dependências do Setor de
Caprinocultura do Instituto de Ciências Agrárias da Universidade Federal de
Minas Gerais, em Montes Claros, no período de maio a agosto de 2007. A
cidade de Montes Claros está situada na região Norte, no semi-árido mineiro.
3.2 Ensaio
Este trabalho constou de um ensaio, onde foram utilizados 8 caprinos
adultos, machos, castrados, sem padrão racial definido, portando cânulas
ruminais permanentes. Os animais foram oriundos de sistemas extensivos de
produção da própria região, com peso vivo médio inicial em torno de 35 kg. O
delineamento experimental utilizado foi de 2 (dois) quadrados latinos 4x4. O
experimento teve uma duração de 84 dias, divididos em quatro períodos de
21 dias. Desses 14 dias foram para a adaptação da microbiota ruminal à
dieta e 7 dias, para a coleta de dados.
3.3 Alimentos e dietas
As dietas foram elaboradas na forma de uma ração total (silagem +
concentrado), balanceadas de acordo com as recomendações do NRC
(1981), para um ganho estimado de 100 g/dia. A sua formulação, a
composição químico-bromatológica e da torta de macaúba estão descritas no
capítulo 2.
3.4 Manejo experimental
Os animais foram identificados, vermifugados, vacinados contra
clostridioses e sorteados nos diferentes tratamentos. Foram alojados em
baias individuais, providas de comedouros e de bebedouros. Os animais
71
receberam água ad libitum e uma suplementação (dieta total), oferecida em
dois tratos diários: pela manhã (8:00h) e a tarde (16:00h), durante todo o
experimento. No fornecimento da dieta, o concentrado e o volumoso foram
misturados manualmente no comedouro.
Durante o período de coleta, as dietas foram fornecidas, procurando-se
manter as sobras em torno de 10 a 20% do total oferecido. O controle do
peso dos animais foi feito por meio de pesagens a cada 21 dias (na mudança
das dietas), para ajustes nas quantidades da silagem e do concentrado
oferecido.
3.5 Análises físicas, químicas e microbiológicas
No primeiro dia do período experimental, foram coletadas amostras do
líquido ruminal, por meio das fístulas. Nas amostras coletas, foram avaliados
os efeitos da torta de macaúba sobre os parâmetros ruminais.
Para as análises macroscópicas e físicas do líquido ruminal, foi
coletada uma amostra de cada animal para cada tratamento, ou seja, em
cada período foram coletadas oito amostras. O experimento contou com
quatro períodos, totalizando no final do experimento 32 amostras.
Foram realizadas análises físicas: odor, cor, viscosidade, sedimentação
(TAS) e flutuação. Análises químicas: pH, N- NH3 e Potencial de redução do
azul de metileno (PRAM) e análises microbiológicas: pesquisa de fungos
(exame direto) e contagem e identificação de protozoários.
Para traçar uma curva de pH e de nitrogênio amoniacal, foram feitas as
colheitas das amostras do líquido ruminal antes da alimentação e de duas em
duas horas, durante um período de oito horas. Tais amostragens foram
realizadas ao longo do dia no tempo 0 (imediatamente antes da alimentação)
e a cada duas horas (2, 4, 6, 8) após o arraçoamento, para estabelecer as
curvas quantitativas.
Foram coletados, por meio da fístula ruminal, aproximadamente, 50 ml
de líquido, procedendo-se à imediata determinação do pH, em potenciômetro
digital. Após a leitura, foi separada uma alíquota de 20 ml na qual foi
adicionada 0,5 ml de solução de ácido sulfúrico (H2SO4) a 50%, armazenada
72
a -5
o
C, para determinação posterior das concentrações de N-NH3. As
concentrações de N-NH
3
nas amostras do líquido ruminal filtrado foram
determinadas mediante destilação com hidróxido de potássio 2N, conforme
técnica de Fenner (c1965), adaptada por Vieira (1980).
Para as demais análises, foram coletadas amostras apenas na primeira
coleta (zero hora). A primeira amostra (zero hora) foi coletada antes do
arraçoamento matinal (08h00min). O arraçoamento vespertino ocorreu após
a última coleta (oito horas).
As análises dos aspectos físicos e da prova de redução do azul de
metileno (PRAM) foram realizadas logo após a colheita e interpretadas de
acordo com os parâmetros propostos por Dirksen (1993).
Foram coletadas ainda amostras para análises da microbiota ruminal.
Para essas análises, foram colhidas amostras de 20 ml, por meio de pipetas
estéreis, homogeneizadas, filtradas em camadas de gaze e preservadas
conforme metodologia de análise para cada microorganismo.
Alíquotas de 1,0 ml foram transferidas para tubos contendo 9,0 ml de
formaldeído a 10%, para a conservação dos protozoários. Posteriormente,
foram realizadas diluições sucessivas em solução salina, para a
determinação do número de protozoários. O líquido coletado foi examinado
em câmara de Sedgewick. A proporção de pequenos, médios e grandes
protozoários foi determinada após a visualização em microscópio óptico,
utilizando-se a objetiva de 10X (DIRKSEN, 1993; FRANZOLIN et al., 2000c).
A identificação desses protozoários foi feita com essa mesma solução, em
lâminas simples, sendo uma gota da solução 10
-1
e uma gota de solução de
lugol para fazer a coloração e facilitar a visualização no microscópio Dehority
(1984)
34
, adaptado por D´Agosto e Carneiro (1999 citado por SALVIO,
D’AGOSTO, 2001)
35
.
Para a detecção de fungos do rúmen, alíquotas de dois mililitros do
conteúdo ruminal, foram transferidas para tubos de ensaio contendo 15 ml de
solução de KOH a 10%. Os tubos foram incubados durante uma hora em
estufa a 90°C. O sobrenadante foi removido e os resíduos foram
34
http://www.pubmedcentral.nih.gov/articlerender.fcgi?artid=240360
35
http://www.scielo.br/scielo.php?pid=s0102-09352001000600013&script=sci_arttext
73
neutralizados com 10 ml de uma solução 0,02N de HCL, durante um a dois
minutos. Após ser desprezada a solução ácida, os resíduos de cada tubo
foram transferidos para tubos contendo 15 ml de uma solução de lactoglicerol
com azul de metileno a 0,05% (CHAUDHRY, 2000).
O conteúdo foi analisado em um microscópio esteroscópio com
aumento de 40X. As partículas que demonstraram a presença de
esporângios, de hifas e de rizóides de fungos foram transferidas e montadas
em lâminas com lactoglicerol e examinadas sob a luz da microscopia óptica,
com aumento de 1000 vezes (CHAUDHRY, 2000).
3.6 Análises estatísticas
O delineamento experimental adotado foi o quadrado latino múltiplo,
com quatro animais e quatro períodos. Os oito animais formaram dois
quadrados 4 x 4, que se desenvolveram simultaneamente, cada um deles
com os quatro tratamentos propostos.
Os dados foram submetidos à análise de variância, de acordo com o
seguinte modelo:
yijksu = μ + Ti + Aj + Pk + Ql+ Rs+ TixRs + eijkls
em que: yijk = variável dependente ( pH, N-NH
3
);
μ = média geral;
Ti = efeito dos diferentes níveis de inclusão da torta da macaúba nas dietas;
(i = 0, 5,10, 15);
Aj = efeito dos animais (j = 1 a 8);
Pk = efeito do período (k = 1 a 4);
Rs =Tempo;
Ti x Rs =Trat * tempo;
Ql = efeito dos quadrados latinos ( l = 1 a 2);
eijkl = erro experimental;
74
Para a análise estatística do pH, N-NH3, potencial de redução do azul
de metileno, contagem e identificação de protozoários, em função dos
tratamentos e também em função do tempo após alimentação, foi utilizado o
SAEG, 2007. As médias foram comparadas pelo teste de Cut Knott,
adotando-se o nível de 5% de significância.
Os dados obtidos de pH e de N-NH3 (variáveis dependentes) nos
tempos após a alimentação (variável independente) foram submetidos à
análise de regressão não linear de Gauss-Newton, aplicando-se o programa
SAEG, 2007.
A detecção de fungos monocêntricos e policêntricos foi analisada
estatisticamente pelo Teste do Qui-quadrado. Valores de significância (P<
0,05) foram considerados significativos.
75
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
A TABELA 1 ilustra as análises macroscópicas e físicas do líquido
ruminal de caprinos alimentados com diferentes níveis de inclusão da torta de
macaúba nas dietas.
TABELA 1
Medida geral das análises macroscópicas e físicas do líquido ruminal de
caprinos alimentados com diferentes níveis de inclusão da torta de macaúba
nas dietas
Variáveis N
°
Amostras % Valores de referência
Dircksen (1983)
Cor
- - Castanho oliva ou verde
castanho oliva ou verde 22 68,7 -
castanho escuro ou verde 10 31,3 -
Odor
- - Aromático
Aromático 31 96,9 -
Inodoro 01 3,1 -
Viscosidade
- - Espessa
Espessa 17 53,1 -
levemente espessa 14 43,8 -
Espumosa 01 3,1 -
TSF
1
(minutos )
- - 4-8 minutos
4 - 8 minutos 32 100 -
TSF
1
: Tempo de sedimentação e flutuação
Não houve efeito dos tratamentos (P<0,05) nas análises
macroscópicas e físicas do líquido ruminal de caprinos alimentados com
diferentes níveis de inclusão da torta de macaúba nas dietas. Em se
considerando 32 amostras totais e quatro parâmetros têm-se um total de 128
resultados esperados. Desses, apenas dois saíram da normalidade,
consequentemente, 98,4% estavam dentro dos padrões de normalidade
quanto à cor, ao odor, à viscosidade e ao Tempo de Sedimentação e
Flutuação - TSF (DIRKSEN, 1993).
Com relação à cor, 22 amostras apresentaram cor castanho oliva e 10
castanho escuro, sendo que todas as 32 estavam dentro dos parâmetros
normais, ou seja, 100% estavam dentro da faixa considerada normal.
Ao ser avaliado o odor, apenas uma amostra não se apresentou
aromática, mas mesmo para esse animal que saiu da normalidade quanto ao
76
odor, todos os outros parâmetros estavam dentro da normalidade. O animal
que apresentou essa amostra inodora estava no tratamento 5.
Em se observando os resultados encontrados para viscosidade, 17
amostras estavam espessas, 14 amostras levemente espumosas e apenas
uma espumosa. A amostra que apresentou viscosidade espumosa estava no
tratamento 10, mas também todos os outros parâmetros para essa amostra
estavam dentro da normalidade.
Para todas as amostras nos diversos tratamentos, o tempo de
sedimentação e de flutuação (TSF) estava dentro de parâmetros normais.
Na TABELA 2 são apresentados os valores médios relativos ao
potencial de redução pelo azul de metileno (PRAM) ruminal, em função dos
tratamentos (dietas).
TABELA 2
Potencial de redução pelo azul de metileno (PRAM), em função dos
tratamentos (dietas)
Tratamento Tempo de redução (minutos)
T0
T5
T10
T15
3,50A
1
2,88A
3,13A
3,88
A
Coeficiente de Variação CV=52,04%
1 - As médias seguidas da mesma letra maiúscula na coluna não diferem entre si pelo teste de
Cut Knott a 5% de probabilidade.
T0 – 0,00% de inclusão da torta de macaúba (controle).
T5– 5 % de inclusão da torta de macaúba na dieta total ou 12,34 % de inclusão no concentrado.
T10 – 10 % de inclusão da torta de macaúba na dieta total ou 22,64 % de inclusão no
concentrado.
T15 – 15 % de inclusão da torta de macaúba na dieta total ou 30,63 % de inclusão no
concentrado.
Não houve influência (P>0,05) da adição da torta de macaúba nas dietas
sobre o potencial de redução do azul de metileno, consequentemente, sobre a
atividade da microbiota ruminal. Os valores encontrados neste trabalho foram
semelhantes aos descritos por Dirksen (1982), que, em caso de digestão muito
ativa, se descolore mediante o azul de metileno em 3 minutos; quando a
atividade é moderada, em 6 minutos. E se a descoloração requer mais tempo,
indica que a atividade do fluido ruminal esta diminuída, o que normalmente
ocorre na acidose. Esses valores evidenciam que a adição da torta de macaúba
na dieta não prejudicou a atividade da microbiota ruminal.
77
A microbiota ruminal nos tratamentos estudados continuou
extremamente ativa, mesmo na presença da quantidade máxima da torta de
macaúba existente no tratamento 15.
SILVA et al. (1994 citado por Dantas et al., [2008?])
36
, estudando o
tempo de redução do azul de metileno, em caprinos no sistema de pastagem,
encontraram um valor médio de 6,21 minutos. No entanto, Donato et al.
(1999 citado por Dantas et al., [2008?])
36
trabalhando com a mesma espécie
e utilizando duas dietas diferentes, encontraram um tempo de redução do
azul de metileno de 1,7 e 2,9 minutos, para as dietas com capim elefante e
concentrado, respectivamente.
Figueiredo et al. (2000)
37
encontraram valores de PRAM para caprinos
mantidos em pastagens artificiais e em vegetação da caatinga na época seca
e chuvosa, variando entre 1,1 a 3,6 minutos. Em outro experimento, Souza e
Barcellos (1993) relatam que o tempo de redução do azul de metileno de
ovinos criados em regime de pastagem foi de 3 minutos.
Não houve efeito da inclusão da torta de macaúba sobre o pH ruminal
em nenhum dos tempos avaliados. Na FIGURA 1, está apresentada a
equação do pH ruminal, em função do tempo após a alimentação.
pH
y = 0,0223x
2
- 0,2148x + 6,9879
R
2
= 0,7749
6,2
6,4
6,6
6,8
7
7,2
0246810
Tempo (Horas)
pH
pH
Polinômio (pH)
FIGURA 1 – Curva do pH ruminal em função do tempo após o fornecimento da
alimentação, de caprinos alimentados com dietas, com diferentes níveis
de inclusão da torta de macaúba
36
http://www.agronline.com.br/agrociencia/pdf/public_49.pdf
37
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-95962000000500012
78
O pH do líquido ruminal não foi influenciado pelos níveis de inclusão da
torta da macaúba, mas foi influenciado (P>0,05) pelo tempo após a
alimentação. O pH atingiu o seu ponto mínimo(6,46) no tempo 4,81 horas
após a alimentação.
Flutuações no pH do rúmen refletem as variações nas quantidades dos
ácidos orgânicos que acumulam no conteúdo ruminal e da quantidade de
saliva que é produzida. Dessa maneira, o pH ruminal geralmente atingirá o
nível mais baixo de duas a seis horas após a alimentação, dependendo da
natureza da dieta e da rapidez com que é ingerida. Desse modo, dietas com
grandes quantidades de amido ou carboidratos solúveis resultariam em
valores de pH baixo, ao passo que em dietas com preponderância de
celulose e outros carboidratos que são metabolizados vagarosamente, a
queda do pH não seria tão acentuada (COALHO et al., 2003).
Neste experimento, o ponto mínimo de pH para as diferentes dietas foi
quatro horas após a alimentação, semelhante ao comportamento do pH
encontrado por Franzolin et al. (2000b) para búfalos alimentados com 33 e
66% de polpa cítrica, em substituição ao milho.
O pH do líquido ruminal sempre esteve acima do limite crítico 6, 2,
estabelecido por Orskov (1988) para o crescimento de bactérias celulolíticas,
indicativo da manutenção de boas condições do ambiente ruminal para
eficiente processo fermentativo e mostrando ainda que as duas refeições
diárias foram suficientes para manter um adequado ambiente ruminal.
A inclusão da torta de macaúba nas dietas não influenciou (P>0,05) a
concentração de nitrogênio amoniacal ruminal entre as diferentes dietas,
considerando-se o mesmo tempo de avaliação.
Pode-se observar comportamento quadrático em todas as dietas para o
N amoniacal do líquido ruminal (FIGURA 2). Inicialmente, os valores se
elevaram, devido à rápida degradação ruminal da dieta, voltando
posteriormente aos valores iniciais. O N-NH3 atingiu o seu ponto máximo
30,52 no tempo 2,48 horas após alimentação.
79
N-NH3
y = -0,281x
2
+ 1,3954x + 28,784
R
2
= 0,2619
0
10
20
30
40
50
0246810
Tempo (Horas)
N-NH3
N-NH3
Polinômio (N-NH3)
FIGURA 2 - Concentração de N-NH3 no fluido ruminal de acordo com o tempo após o
fornecimento da alimentação
Ítavo et al. (2000)
38
, ao avaliarem a silagem de bagaço de laranja para
ovinos e Vieira (2006) trabalhando com adição de fibra em dietas contendo
palma forrageira (Opuntia fícus indica Mill) para caprinos, também encontraram
comportamento quadrático para a equação de regressão do N-NH
3
.
Porcinato et al. (2004)
39
, trabalhando com bovinos alimentados com
polpa cítrica peletizada, encontraram pico de nitrogênio amoniacal duas
horas após alimentação, semelhante ao descrito neste experimento.Esses
autores atribuíram o resultado encontrado à solubilidade das fontes protéicas.
Arcuri et al. (2004), ao avaliarem bovinos alimentado com capim-
elefante maduro acrescido de uréia, também encontraram picos de nitrogênio
amoniacal (N-NH3) duas horas após a alimentação das novilhas.
Os resultados médios encontrados neste estudo foram superiores aos
encontrados por Satter e Slyter (1974)
40
, de 5 a 8 mg/100 ml, acima ainda
dos níveis relatados por Leng (1990), de 10 e 20 mg/100 ml e dos
recomendados por Mehrez e Orskov (1977), que seriam 23,5 mg/100 ml de
líquido ruminal para o máximo crescimento microbiano. Em nenhum
momento, os valores médios obtidos (acima de 25,0 mg/100 ml de liquido
38
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-35982000000500030
39
http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1516-35982004000100030&script
40
http://www.garfield.library.upenn.edu/classics 1989/A1989U309600001.pdf
80
ruminal) foram inferiores aos sugeridos por esses autores.
As concentrações médias de N-NH3 (entre 23,0 e 38,0 mg/100ml de
líquido ruminal) foram superiores às encontradas por Souza Filho (1995),
utilizando semente de maracujá na alimentação de ovinos, que ficaram em
torno de 6,5 mg/100 ml de líquido ruminal.
De acordo com Guimarães et al. (2001)
41
, a degradabilidade ruminal da
proteína dietética leva à conversão da mesma até amônia. Quanto maior for à
degradabilidade da proteína da dieta, maior será a produção de amônia
ruminal. Neste experimento, os menores valores para o pH ocorreram nos
tempos entre 2 e 6 horas após a alimentação, sendo que o pico máximo dos
valores encontrados para o N amoniacal estão dentro dessa faixa, o que
sugere rápida degradação da dieta, provavelmente, devido à rápida
velocidade de degradação da fração protéica do alimento em questão.
Os resultados dos exames diretos de fungos monocêntricos e
policêntricos do rúmen de caprinos alimentados com diferentes níveis de torta
de macaúba estão descritos na TABELA 3.
TABELA 3
Detecção por exame direto de fungos monocêntricos e policêntricos do
rúmen de caprinos alimentados com diferentes níveis de torta de macaúba
Fungos monocêntricos
1
Fungos policêntricos
.2
Tratamentos Detectado Não
detectado
Total Detectado Não
detectado
Total
T0 4 4 8 2 6 8
T5 6 2 8 5 3 8
T10 2 6 8 4 4 8
T15 0 8 8 4 4 8
Total 12 20 32 15 17 32
1- Qui-quadrado =10,67 e p=0,0137
2- Qui-quadrado =2,38 e p=0,497
T0 – 0,00% de inclusão da torta da macaúba (controle )
T5– 5 % de inclusão da torta da macaúba na dieta total ou 12,34 % de inclusão no concentrado.
T10 – 10 % de inclusão da torta da macaúba na dieta total ou 22,64 % de inclusão no
concentrado.
T15 – 15 % de inclusão da torta da macaúba na dieta total ou 30,63 % de inclusão no
concentrado.
41
http://www.scielo.br/pdf/rbz/v30n3/5260.pdf
81
Do total de 32 exames realizados ao longo do experimento, 23
(71,88%) amostras foram positivas para fungos ruminais. Dessas 32
amostras, em doze (37,5%) foram detectados fungos monocêntricos e em 15
delas, fungos policêntricos (46,88%). Esses dados demonstram a importante
participação desses microrganismos na microbiota ruminal dos caprinos.
Segundo Kamra (2005), esses fungos são comumente encontrados no
ecossistema microbiano ruminal de ovinos e caprinos e têm uma ativa
participação na degradação das fibras, secretando diferentes enzimas nesse
processo. São conhecidas algumas enzimas produzidas pelo Neocallimastix
(N.) fontalis, que são responsáveis pela degradação da fibra: celulose, α-
amilase, xilanase, β-glicosidase.
Neste estudo, os resultados indicaram que as dietas com inclusão de
até 10% da torta de macaúba não influenciaram nas taxas de detecção dos
fungos ruminais dos caprinos avaliados. Entretanto, em relação aos fungos
monocêntricos (TABELA 3), como os do gênero Neocallimastix spp., houve
redução significativa (p=0,0137) na taxa de detecção entre os tratamentos
utilizados, onde estruturas com suas características não foram detectadas
para nenhum dos animais, quando estavam alimentados com 15% da torta
de macaúba.
Neste momento, não se pode explicar o porquê da não detecção dos
fungos monocêntricos ao ser incluída 15% da torta de macaúba na dieta.
Ocorre em função da insuficiência de estudos sobre o comportamento desses
fungos.
Já em relação aos fungos policêntricos como os dos gêneros
Orpinomyces e Anaeromices spp não houve influência da adição da torta de
macaúba, mesmo no nível máximo (15%) sobre as taxas de positividade no
exame direto (p=0,497) (TABELA 3).
Os efeitos dos diferentes níveis de inclusão da torta de macaúba sobre
a contagem média de protozoários ruminais (x 10
5
/ml) e coeficiente de
variação (CV) estão descritos na TABELA 4.
82
TABELA 4
Efeito de diferentes níveis de inclusão da torta de macaúba sobre a contagem
média de protozoários ruminais (x 10
5
/ml) e coeficiente de variação (CV)
Tratamentos (Dietas ) CV(%)
Protozoários T0 T5 T10 T15
Pequenos 5,4
a
5,96
a
5,92
a
6,53
a
32,94
Médios 1,96
a
2,13
a
2,78
b
2,81
b
44,08
Grandes 0,92
a
1,02
a
1,29
a
1,39
a
38,82
Total 8,28
a
9,10
a
9,99
a
10,72
a
20,98
Os dados foram transformados ( Log x ) para as análises estatísticas.
Médias seguidas de mesma letra minúscula na linha não diferem entre si, ao nível de 5% pelo
teste Scott-Knott.
T0 – 0,00% de inclusão da torta de macaúba (controle ).
T5– 5 % de inclusão da torta de macaúba na dieta total ou 12,34 % de inclusão no concentrado.
T10 – 10 % de inclusão da torta de macaúba na dieta total ou 22,64 % de inclusão no
concentrado.
T15 – 15 % de inclusão da torta de macaúba na dieta total ou 30,63 % de inclusão no
concentrado.
No ecossistema ruminal, os protozoários têm demonstrado significante
redução em suas populações em dietas ricas em óleo (VALINOTE et al.,
2005)
42
. Apesar da torta da macaúba ser rica em óleo, à medida que foi
sendo incluída na dieta ocorreu uma diminuição do teor de extrato etéreo,
ratificando essa afirmação (TABELA 1 no capítulo 2). A explicação para esse
comportamento é que o caroço de algodão, alimento que, na maior parte foi
substituído nas dietas, possui maior teor de extrato etéreo do que a torta da
macaúba.
Por meio da TABELA 4 verifica-se que os protozoários médios
aumentaram significativamente (P<0,05) com a inclusão da torta de
macaúba, a partir do nível 10% de inclusão. Pode-se observar que, para
todos os outros grupos de protozoários, mesmo não sendo significativos,
ocorreu uma tendência de aumento, com a inclusão da torta da macaúba.
Provavelmente, devido à redução do teor de extrato etéreo pela substituição
do caroço de algodão.
As concentrações médias de protozoários desse experimento
(9,5x10
5
/mL) foram próximas as encontradas por Franzolin e Franzolin
(2000a) trabalhando com búfalos e bovinos sob dieta a base de cana de
42
http://www.scielo.br/pdf/rbz/v34n4/26415.pdf
83
açúcar. Esses autores encontraram valores médios de 4,85 x 10
5
/ml para
bovinos e 3,82 x 10
5
/ml para búfalos.
Na TABELA 5, estão descritos os efeitos das dietas contendo
diferentes níveis de inclusão da torta de macaúba sobre a percentagem de
protozoários ruminais por gênero e por tratamento.
TABELA 5
Efeito de diferentes níveis de inclusão da torta de macaúba sobre a
percentagem de protozoários ruminais por gênero e por tratamento
Tratamentos (dietas)
Gêneros
0 5 10 15
Buetschilia spp. 0,77
a
0,37
a
0,12
a
0,06
a
Isotricha spp. 0,55
a
0,40
a
0,74
a
0,79
a
Dasytricha spp. 5,17
a
4,10
a
4,40
a
4,80
a
Charonina spp. 14,12
b
14,79
b
28,61
a
11,72
b
Entodinium spp. 31,02
a
22,09
b
18,74
b
28,80
a
Diplodinium spp. 4,29
a
4,08
a
3,76
a
4,20
a
Eodinium spp. 15,07
a
16,06
a
12,96
a
18,54
a
Eremoplastron spp. 16,01
a
23,79
a
14,60
a
17,27
a
Eudiplodinium spp. 0,98
a
0,63
a
0,00
a
2,23
a
Diploplastron spp. 2,46
a
3,98
a
2,20
a
1,86
a
Polyplastron spp. 3,04
a
1,80
a
1,11
a
1,67
a
Ostracodinium spp. 2,29
a
1,67
a
1,92
a
2,19
a
Elytroplastron spp. 0,31
a
0,00
a
0,00
a
0,08
a
Metadinium spp. 0,45
a
0,00
a
1,25
a
0,54
a
Enoploplastron spp. 0,31
a
0,92 2,16
a
0,58
a
Ophyriscilex spp. 0,79
a
1,31
a
1,42
a
1,57
a
Epidinium spp. 2,35
a
4,01
a
6,02
a
3,11
a
Foram realizadas transformações radicais ( x ) nos dados de porcentagens obtidas.
As médias seguidas da mesma letra minúscula na linha não diferem entre si pelos níveis de
inclusão da macaúba na dieta, quando comparadas estatisticamente pelo teste de Cut Knott a
5% de probabilidade.
Neste experimento para o tratamento controle e para o tratamento com
nível máximo de inclusão da torta da macaúba também foi encontrada
predominância de Entodinium spp. Já o tratamento com inclusão de 5% da
torta de macaúba na dieta o gênero Entodinium spp. apresentou proporção
eqüitativa com o gênero Eremoplastron spp., e para o tratamento com 10%
de inclusão, ocorreu a predominância do gênero Charonina spp.
Segundo Bird et al. (1979 citado por Franzolin e Franzolin, 2000c) e
Franzolin (1988 citado por Franzolin e Franzolin, 2000c) os ciliados do gênero
Entodinium spp. representaram cerca de 90% da população de ciliados no
rúmen de ovinos alimentados com cana-de-açúcar. Ainda, de acordo com
84
esses autores, há grande variação na população de protozoários ciliados no
rúmen em diferentes espécies de ruminante e mesmo entre animais de uma
mesma espécie.
Franzolin et al. (2000b), alimentando búfalos com polpa cítrica, em
substituição ao milho, encontraram predomínio do gênero Entodinium spp.
em dietas contendo somente milho ou polpa cítrica no concentrado. Quando
se misturaram 33 e 66% promoveu predominância dos protozoários maiores
pertencentes à subfamília Diplodiniinae.
Coalho et al. (2003), estudando protozoários ciliados em bovinos
consumindo dietas com diferentes níveis de proteína não degradável no
rúmen, constataram que a inclusão de uréia na dieta aumentou a população
de ciliados, revelando a predominância do gênero Entodinium spp.
De acordo com Franzolin e Franzolin (2000a), vários estudos de
protozoologia ruminal têm mostrado a presença de atividades hemicelulolítica
e celulolítica nos ciliados, especialmente nos grandes entodiniomorfos.
Segundo Orpin e Letcher (1978) os grandes protozoários ciliados colonizam
fragmentos da fibra, ingerindo diretamente os tecidos da planta, facilitando a
ação de bactérias específicas.
Seqüestro e migração de população de holotríquios formada por
ciliados pertencentes aos gêneros Isotricha e Dasytricha no rúmen têm sido
observados em algumas espécies de ruminantes. Isso significa que esses
são capazes de se alojarem em nichos específicos no rúmen-retículo após
determinado tempo da alimentação, migrando de volta ao interior do
conteúdo ruminal, quando o animal reinicia nova alimentação (ABE et al.,
1981
43
; DEHORITY; TIRABASSO, 1989).
Franzolin e Franzolin (2000a) encontraram diferenças nos tempos de
amostragens (antes da alimentação e após 40 minutos) para os gêneros
Isotricha e Dasytricha. A concentração média dos holotríquios aumentou
quase 50%. Essas observações suportam os resultados de estudos de
seqüestro e de migração de ciliados no rúmen. No presente experimento, foi
observada uma percentagem baixa de holotríquios, mas como só foi coletada
43
http://aem.asm.org/cgi/content/abstract/41/3/758
85
amostra no tempo zero, não se pode afirmar se houve ou não seqüestro e
migração de ciliados no rúmen.
Segundo Williams e Coleman (1992), o ciclo diurno que ocorre nos
holotríquios é diferente daquele existente com os entodiniomorfos. À medida
que o animal ingere alimentos, ocorre um aumento na concentração de
holotríquios, enquanto os entodiniomorfos começam a diminuir. Decorrido um
intervalo após a alimentação, os entodiniomorfos começam a aumentar até o
animal ser alimentado novamente.
Neste experimento, mesmo no tempo zero (antes da alimentação), a
proporção de entodinomorfos já estava baixa em todos os tratamentos.
Entretanto, uma grande diversidade de gêneros pôde ser observada para as
diferentes dietas utilizadas, demonstrando equilíbrio no ecossistema ruminal.
86
5 CONCLUSÃO
Conclui-se neste estudo, que a inclusão de até 15% da torta de
macaúba na dieta não alterou a normalidade das características físico-
químicas das amostras do suco ruminal dos animais avaliados e reduziu
significativamente a detecção de fungos monocêntricos do rúmen. Quando se
incluíram 10 e 15% da torta de macaúba na dieta, aumentou a população de
médios protozoários. O perfil das populações de protozoários foi alterado em
dois dos dezessete gêneros detectados.
87
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/ redvet/ n040406.html. Acesso em: 31 mar. 2008.
100
APÊNDICE A - Fotos da Associação de Pequenos Produtores Rurais de
Riacho D’antas e Adjacências
Obtenção da torta da macaúba
Pequeno produtor entregando macaúba.
Unidade de recebimento: caixa de 20 kg.
Máquina despoupando macaúba
Polpa + casca da macaúba separada
do endocarpo
101
Máquina quebrando endocarpo
Semente liberada após quebra do
endocarpo
Máquina prensando a polpa +casca:
separando óleo e torta
Óleo da macaúba pronto para ser
comercializado
102
COCO MACAÚBA
COCO MACAÚBA
PASSA PELA
DESPOUPADOURA
POLPA +CASCA VAI PARA PRENSA
ENDOCARPO É QUEBRADO PARA LIBERAR SEMENTE
ÓLEO DA
CASCA + POLPA
TORTA DA
CASCA + POLPA
ENDOCARPO APÓS
LIBERAÇÃO SEMENTE
SEMENTE VAI PARA PRENSA
ÓLEO DA SEMENTE
TORTA DA SEMENTE
APÊNDICE B - Fluxograma de obtenção do óleo e da torta da macaúba
pela Associação de Pequenos Produtores Rurais de Riacho D’antas e
Adjacências
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