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Conservador: comedido, discreto, de bom gosto, despretensioso, inconspícuo,
moderado, quieto, sóbrio; econômico, espartano, frugal, parcimonioso, previdente,
prudente, regrado, arredio, equilibrado, reservado.
Liberal: aberto, avançado, despreconceituoso, indulgente, progressista, tolerante;
beneficente, generoso, magnânimo, mão-aberta, pródigo; abundante, amplo,
suficiente, copioso, excessivo, exuberante, profuso, repleto, rico, transbordante.
Revolucionário: enfurecido, extremista, extremo, fanático, radical, ultra
(
MÉSZÁROS, 2004, p. 55).
Assim, pergunta: “O que poderia ser mais objetivo do que um dicionário? Na verdade, o
que poderia ser mais objetivo e ‘isento de ideologia’ do que um dicionário, mesmo sendo um
dicionário de sinônimos?” (MÉSZÁROS, 2004, p. 57).
Trazemos este exemplo para refletirmos que, de onde menos se espera uma informação
não “adulterada”, como um dicionário, para cumprir a função que lhe cabe, a de informar,
objetivamente pode, ao invés disso, surgir um modo de apresentá-la que induza o leitor ou ao
pesquisador “desavisado” a uma direção oposta a que se desejaria ir. Então, temos que ficar
atentos ao fato de que, nesse mundo, nada se produz sem uma finalidade, sem um conteúdo
ideológico que pressupõe nossas ações, seja ele declarado ou não. A atividade do professor
pesquisador não estaria livre disso, também.
Seguindo o raciocínio Mészáros (2004), recorremos a um dicionário temático para
buscarmos o “verbete especializado” sobre inovação:
1. Inovação designa todos os processos que envolvem o uso, aplicação e a
transformação dos conhecimentos técnicos e científico em recursos relacionados à
produção e à comercialização, tendo, no sistema capitalista, o lucro como
perspectiva. O termo inovação também é empregado quando se faz referência à
primeira introdução comercial de um novo produto ou processo (Freeman, 1975, p.
370). (...) 2.As inovações podem ser classificadas de três modos, segundo os
impactos que provoquem sobre ciclos econômicos (Freeman, 1975, p. 23-24).a)
Inovações marginais (...) b) Inovações radicais (...) c) Revoluções tecnológicas (...)
3. A preocupação com a questão da inovação tecnológica, da introdução de
progresso técnico e das mudanças tecnológicas assumem um papel central na teoria
econômica à medida que ocorre uma aproximação mais sistemática entre ciência,
técnica e produção. (...) 4. São dois pontos destacados pela literatura a respeito da
inovação. O primeiro refere-se ao sistema de inovação e sistema de pesquisa (...) O
segundo ponto ressalta que, ao contrário, a análise do sistema de inovação é
fortemente melhorada quando considerada em suas relações com sistemas de
produção e de consumo (...) 5. A atividade que leva à criação de uma inovação,
resultando ou não na introdução e comercialização de um novo produto ou processo,
supõe uma série de etapas. Esse processo, chamado atividade de P&D (...) A
mudança de paradigma tecnológico entrou em sua fase de maturação no final dos
anos 1990. Essa nova etapa requer outras reflexões relacionadas principalmente: à
internacionalização das cadeias produtivas (Prochnik, 2002; Schmtz, 2005); ao
domínio do capital financeiro sobre o produtivo (Chesnais, 1999; Serfatti, 1998); à
crescente concentração dos conhecimentos científico e tecnológico; à mudança de
estratégia de expansão internacional das multinacionais (Serfatti, 1998); e a perda de
capacidade de aprendizado pelos países menos desenvolvidos (Johnson; Lundvall,