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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL
INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GEOCIÊNCIAS
Estudo Tafonômico de afloramentos contendo Vertebrados
fósseis das Bacias do Iguatu, Cretáceo Inferior, Nordeste do
Brasil.
ANA EMILIA QUEZADO DE FIGUEIREDO
Orientador: Dr. Cesar Leandro Schultz
Porto Alegre – 2009
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL
INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GEOCIÊNCIAS
Estudo Tafonômico de afloramentos contendo vertebrados
fósseis das Bacias do Iguatu, Cretáceo Inferior, Nordeste do
Brasil.
ANA EMILIA QUEZADO DE FIGUEIREDO
Orientador: Dr. Cesar Leandro Schultz
BANCA EXAMINADORA
Profa. Dra. Maria Somália Sales Viana – Curso de Biologia, UEVA
Profa. Dra. Marina Bento Soares – Departamento de Paleontologia e
Estratigrafia, Instituto de Geociências, UFRGS
Dra. Cristina Bertoni-Machado – Centro de Minerais Estratégicos,
Instituto de Geociências, UFRGS
Dissertação de Mestrado apresentada
como requisito parcial para a obtenção
do Título de Mestre em Geociências.
Porto Alegre – 2009
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Figueiredo, Ana Emilia Quezado de
Estudo tafonômico de afloramentos contendo vertebrados
fósseis das Bacias do Iguatu, cretáceo inferior, nordeste do Brasil./
Ana Emilia Quezado de Figueiredo - Porto Alegre : IGEO/UFRGS,
2009.
[125 f.] il.
Dissertação (Mestrado) - Universidade Federal do Rio Grande
do Sul. Instituto de Geociências. Programa de Pós-Graduação em
Geociências, Porto Alegre, RS - BR, 2009.
1. Tafonomia. 2. Vertebrados. 3. Grupo Iguatu. 4. Bacias do
Iguatu. 5. Eocretáceo. I. Título.
_____________________________
Catalogação na Publicação
Biblioteca Geociências - UFRGS
Renata Cristina Grün CRB10/1113
À minha mãe,
AGRADECIMENTOS
Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq),
pelo auxílio financeiro;
Ao Coordenador do PPGGeo, Dr. Léo Hartmann, ao Robertinho e a Letícia
Barbosa e Elen de Lima, pelos esclarecimentos e ajuda;
Ao Dr. Cesar L. Schultz, pela orientação, amizade e paciência;
Ao Daniel, pela ajuda diária, discussões e carinho sempre;
À minha família em Fortaleza, especialmente à minha mãe, pelo apoio
constante;
A Dra. Marina B. Soares pelo apoio e esclarecimentos, em todos os momentos
em que a procurei;
Aos professores do PPGGEO, especialmente, ao professor Michael Holz;
Ao Dr. Vítor Pereira e ao Dr. Luiz Fernando De Ros, pelo auxilio na
identificação dos minerais nas lâminas petrográficas, e realização das fotografias
das mesmas;
A Felipe Lima Pinheiro, pelas ajudas em campo, e discussões;
Aos colegas e amigos de Porto Alegre: Paula, Cristina, Alexandre, Juan, Elizete,
Ednair, Paulo Vítor, Annie, Ana, Graci, Lorena, Bianca, Bruno Arantes, Bruno
Horn, Flávio, Paulinho, Tiago, Téo, Rodolfo, Eliel, Adriana, Vanessa, Renato;
Aos companheiros de campo: Alexandre, Paula, Cristina e Juan, pelas
discussões, aprendizado constante e diversão garantida;
Aos membros da Banca Examinadora;
A todos que me auxiliaram com bibliografia, especialmente, a Dra. Cristina
Bertoni-Machado;
Aos amigos de Fortaleza, e que conquistei durante esses dois anos, por sempre
perguntarem como estava indo, e por me ajudar, especialmente com a minha
saúde mental;
Enfim a todos que da sua maneira contribuíram para a realização deste trabalho:
Obrigada!
“Eu gosto de catar o mínimo e o escondido.
Onde ninguém mete o nariz, aí entra o meu,
com a curiosidade estreita e aguda que
tenta descobrir o encoberto.”
Machado de Assis
RESUMO
Alguns afloramentos das bacias de Icó, Malhada Vermelha e Lima
Campos(Cretáceo Inferior), Estado do Ceará, foram estudados objetivando compreender
os ambientes deposicionais onde foram preservados os fósseis de vertebrados.Estes
fósseis encontram-se desarticulados e fragmentados, entre outras características. Através
do levantamento destes dados, foi possível estabelecer modelos tafonômicos para cada
afloramento, e, tentativamente, distinguir os diversos modos de preservação destes
restos fossilizados. Observou-se que o padrão de formação destas tafocenoses está
relacionado a ambientes altamente energéticos, como em depósitos relacionados a
eventos de rompimento de diques marginais (crevasse splay), onde elementos que já se
encontravam desarticulados eram transportados, causando a intensa fragmentação dos
mesmos.
Palavras-chave: Cretáceo Inferior; bacias de Icó, Malhada Vermelha e Lima Campos;
modelos tafonômicos.
ABSTRACT
Some outcrops from Icó, Malhada Vermelha and Lima Campos basins
(Early Cretaceous), State of Ceará, were studied for a better understanding of the
depositional systems where vertebrate fossils were preserved. These fossils were found
disarticulated, fragmented, among others features. Through of these data, it was possible
to determinate taphonomic models for each outcrop, and, tentatively, to distinguish the
different ways of preservation of those fossils. It was observed that the formation
pattern of those taphocenoses are related with highly energetic environments, like
crevasse splay, where the disarticulated elements were transported, causing the intense
fragmentation of the bones.
Keywords: Early Cretaceous; Icó, Malhada Vermelha and Lima Campos basins;
taphonomic models.
LISTA DE FIGURAS
Figura 01: Mapa de localização das principais bacias mesozóicas interiores do
Nordeste e bacias maiores adjacentes. O retângulo pontilhado mostra a localização
das Bacias do Iguatu (Modificado de Arai 2006b)
02
Figura 02: Subdivisões da Tafonomia e os eventos responsáveis pela origem das
concentrações fossilíferas (Modificado de Simões & Holz, 2000)
03
Figura 03: Estruturas populacionais de tanatocenoses resultantes de diferentes
eventos de morte (Modificado de Holz & Simões, 2002)
04
Figura 04: Ficha para coletas orientadas de fósseis de vertebrados (Holz &
Barberena, 1989)
07
Figura 05: Modelo tafonômico proposto para as concentrações de mesossaurídeos
da Formação Irati, Bacia do Paraná (Soares, 2003)
08
Figura 06: Classes tafonômicas observadas nas assembléias de vertebrados
triássicas no Rio Grande do Sul, relacionadas com o tempo de exposição
(Modificado de Holz & Barberena, 1994)
09
Figura 07: Reconstrução dos eventos post mortem que afetaram o espécime
SMNK 3804 PAL de Susisuchus anatoceps (Retirado de Salisbury et al., 2003)
12
Figura 08: Lepidotes “iguatuensis” Vogel, 1976, nomen nudum, proveniente da
Bacia de Malhada Vermelha. Percebe-se o estado desarticulado e fragmentário do
espécime (Modificado de Vogel, 1976)
15
Figura 09: Desenho da distribuição de pegadas de dinossauros próximas a São
Romão, Bacia de Lima Campos, Formação Icó.
16
Figura 10: Área de abrangência do Borborema Megatracksite nas bacias interiores
do nordeste do Brasil (Retirado de Fortier et al., 2006)
17
Figura 11: Propostas bioestratigráficas baseadas para as Bacias de Iguatu
baseadas em diversos grupos fósseis (Retirado de Arai, 2006b).
18
Figura 12: Mapa localizando as Bacias do Iguatu, destacando-as entre as demais
bacias (Modificado de Carvalho, 2000)
21
Figura 13: Proposta litoestratigráfica de Ponte et al., 1990, com a utilização de
três unidades formais
23
Figura 14: Correlação litoestratigráfica entre as bacias de Iguatu, Malhada
Vermelha e Lima Campos, segundo Srivastava (1990)
25
Figura 15: A utilização de unidades informais também pode ser vista no
levantamento realizado por Cavalcanti & Viana (1992), onde as autoras descrevem
os sistemas deposicionais para as bacias estudadas. Legenda: 1 – Arenito, 2 –
Pelito, 3 – Conglomerado, 4 – Embasamento, 5 – Laminação Cruzada, 6 – Níveis
carbonáticos
25
Figura 16: Arcabouço estratigráfico para a Bacia de Lima Campo, segundo Ponte
Filho, 1994. Notar a correlação das denominações formais (Formação, Membro)
propostas por Ponte et al. (1990) e as Tectono-Sequências
26
Figura 17: Posição espacial da Bacia de Iguatu e sua geometria interna em forma
de concha (Modificado de Bedregal & Chemale Jr., 1992)
28
Figura 18: Mapa das Bacias do Iguatu, destacando os afloramentos visitados
durante os trabalhos de campos
32
Figura 19: Exemplo de foto-mosaico do afloramento IG – 039 33
Figura 20: Ficha da caderneta de campo utilizada no levantamento de dados
litológicos dos afloramentos que possuíam vertebrados fósseis
34
Figura 21: Ficha para a coleta de dados tafonômicos (Modificado de Holz &
Barberena, 1989)
36
Figura 22: Gêneros representativos de Semionotidae. A, Araripelepidotes. B,
Lepidotes. C, Paralepidotus. D, Pliodetes. E, Semionotus. (Modificado de Maisey
(1991), McCune (1996), Gallo et al. (2002), Cavin & Suteethorn (2006), Fortier
(2008))
38
Figura 23: Estrutura básica de um semionotídeo, aqui representado por
Araripelepidotes temnurus (Modificado de Fortier, 2008)
39
Figura 24: Distribuição geográfica simplificada de Semionotidae nos diversos
continentes do planeta (Modificado de Fortier, 2008)
40
Figura 25: Distribuição geográfica dos semionotídeos brasileiros (Retirado de
Fortier, 2008)
41
Figura 26: Exemplares de fósseis de Semionotídeos provenientes das bacias de
Lima Campos (B) e Malhada Vermelha (A; C).
42
Figura 27: Representações de Axelrodichthys (Modificado de Maisey, 1986). 44
Figura 28: Mawsonia brasiliensis, celacantídeo descrito para a Bacia do Araripe.
(Modificado de Yabumoto 2002).
44
Figura 29: Relações filogenéticas do grupo Mawsoniidae e com o clado
Latimeridae (Modificado de Carvalho, 2002).
45
Figura 30: Elementos cranianos e mandibulares atribuídos a Mawsonia sp.,
provenientes da Bacia de Lima Campos, Formação Malhada Vermelha.
46
Figura 31: Aspectos gerais de um tubarão hibodontídeo (Modificado de Maisey,
1982).
47
Figura 32: Distribuição geográfica das ocorrências de tubarões hibodontídeos nas
bacias sedimentares brasileiras.
48
Figura 33: Dentes de Planohybodus sp. provenientes da Bacia de Lima Campos
(IG – 039). A. LP0002LC – vista lingual, B. LP0002LC – vista labial; C. UFRGS-
PV0021K – vista labial, D. UFRGS-PV0021K – vista lingual; E. UFRGS-
PV0022K – vista labial, F. UFRGS-PV0022K – vista lingual. Escala: 1 mm
(Modificado de Pinheiro, 2008).
49
Figura 34: Alguns representantes da grande diversidade de formas de
crocodilomorfos. A, Terrestrisuchus e B, Pseudohesperosuchus, formas triássicas
bastante gráceis (esfenosuquídeos). C, Orthosuchus e D, Protosuchus, formas
terrestres jurássicas (protusúquios). E, Pelagosaurus e F, Geosaurus, formas
marinhas juro-cretáceas (talatosúquios). G, Araripesuchus e H, Stratiotosuchus,
formas cursoriais cretáceas (notosúquios). I, Caiman, J, Crocodylus e K, Gavialis,
formas semi-aquáticas modernas (eusúquios) (Retirado de Fortier, 2008).
51
Figura 35: Principais diferenças entre as três principais subordens de Crocodylia
(=Crocodylomorpha), na classificação tradicional. As coanas estão indicadas pelo
desenho cinza e rachurado, e as vértebras encontram-se representadas em vista
lateral esquerda. A, Orthosuchus stormbergi, palato secundário incipiente e
vértebras anficélicas. B, Steneoaurus durobrivensis, palato secundário
desenvolvido, mas não completo, e vértebras anficélicas. C, Albertochampsa
langstoni, palato secundário completamente desenvolvido e vértebras procélicas
(Retirado de Fortier, 2008)
52
Figura 36: Atual classificação dos Crocodylomorpha (Modificado de Fortier,
2008).
53
Figura 37: Distribuição geográfica das ocorrências de crocodilomorfos nas bacias
sedimentares brasileiras.
54
Figura 38: Fragmento craniano (UFRGS-PV0001K) atribuído a Susisuchidae,
proveniente da Bacia de Lima Campos, Formação Lima Campos (Escala: 1 cm)
55
Figura 39: Desenho esquemático da localização presumida dos osteodermos
hexagonais (com base em outras formas aquáticas) e o espécime UFRGS – PV
0020K, em vista dorsal (à esq.) e ventral (Escala: 1cm)
55
Figura 40: Escama ganóide coletada no aflormento IG – 084 (Arima, 2007) 56
Figura 41: Vista geral do afloramento IG – 039, Bacia de Lima Campos. 58
Figura 42: Perfil esquemático do afloramento IG – 039. 59
Figura 43: Vista geral do afloramento IG – 150, Bacia de Lima Campos.. 61
Figura 44: Perfil esquemático do afloramento IG – 150. 62
Figura 45: Vista geral do afloramento IG – 254, Bacia de Icó. 63
Figura 46: Perfil esquemático do afloramento IG – 254. 64
Figura 47: Bloco contendo icnofósseis de invertebrados e fragmentos ósseos,
proveniente da Bacia de Malhada Vermelha (IG – 087), escala: 18 cm.
65
Figura 48: Escama ganóide disposta de maneira concordante em relação à
estratificação das fácies de Arenito Fino.
71
Figura 49: Distribuição polimodal dos fósseis preservados na fácies de Arenito
Fino.
72
Figura 50: Fóssil disposto obliquamente em relação a matriz de Arenito Grosso
com extra-clastos.
72
Figura 51: Foto em detalhe do afloramento IG – 039, indicando os pontos aonde
foram coletados fósseis de vertebrados
74
Figura 52: Bloco de rocha contendo elementos fósseis de diferentes tamanhos,
indicando o grau de seleção polimodal desta tafocenose
75
Figura 53: Elementos fósseis distribuídos de maneira polimodal nas fácies de
Arenito fino com Estratificação Cruzada Cavalgante
76
Figura 54: Escama ganóide, destacando a estrutura quebradiça da camada de
ganoina.
77
Figura 55: Vista occipital do fragmento craniano, indicando o achatamento
ocorrido no lado esquerdo, evidenciado pela deformação do osso Quadrado (q).
78
Figura 56: Bloco de rocha proveniente de IG – 158, indicando a alta densidade de
elementos fósseis
79
Figura 57: Bloco LP0005LC, indicando a distribuição polimodal existente no
afloramento IG – 158, e os diferentes tamanhos dos fósseis coletados.
80
Figura 58: Elementos fósseis com alto grau de desgaste, não podendo ser
observado a camada de ganoína das escamas, e elementos ósseos com superfícies
sem ornamentações ou outras feições superficiais.
81
Figura 59: Elementos ósseos dispostos de maneira concordante em relação às
camadas sedimentares (Escala: 18 cm).
82
Figura 60: Fragmento ósseo onde é possível observar estruturas de ornamentação,
indicando menor desgaste do mesmo.
83
Figura 61: Escamas provenientes da Bacia de Icó (IG – 254), mostrando a
percolação por Óxido de Ferro. Aumentos de 2,5x e 5x, da esquerda para a direita,
respectivamente.
88
Figura 62: Escama ganóide proveniente da Bacia de Lima Campos (IG – 039),
ilustrando a boa preservação da mesma. Aumento de 2,5x.
88
LISTA DE TABELAS
Tabela 01: Propostas Litoestratigráficas para as Bacias do Iguatu (Modificado de
Ponte et al., 1990 e Cavalcanti & Viana, 1992).
22
Tabela 02: Resumo das fácies com suas descrições e interpretações, relacionando
com os elementos arquiteturais observados (Retirado de Arima, 2007).
35
Tabela 03: Relação dos fósseis tombados utilizados nas análises tafonômicas. 70
SUMÁRIO
1. Introdução 01
1.1. Conceitos Tafonômicos 02
1.1.1. Morte 03
1.1.2. Desarticulação e Transporte 04
1.1.3. Soterramento Final 06
1.1.4. Diagênese 06
1.2. A Pesquisa de Tafonomia de Vertebrados no Brasil 06
1.3. Tafonomia de Vertebrados: Importância e Aplicações 13
1.4. Histórico das Pesquisas nas Bacias do Iguatu 14
1.5. Localização da Área de Estudo 20
1.6. Contextualização Geológico-Estratigráfica das Bacias do
Iguatu
21
1.6.1. Bacia de Iguatu 27
1.6.2. Bacia de Malhada Vermelha 28
1.6.3. Bacia de Lima Campos 29
1.6.4. Bacia de Icó 29
2. Objetivos 30
3. Metodologia 31
3.1. Procedimentos Pré-Campo 31
3.2. Procedimentos Em Campo 31
3.3. Procedimentos Pós-Campo 36
4. Composição Faunística de Vertebrados das Bacias do Iguatu 37
4.1. Semionotidae 37
4.2. Actinistia 43
4.3. Hibodontiformes 46
4.4. Crocodilomorfos 50
5. Contextualização Geológica dos Afloramentos em Estudo 56
6. Análise Tafonômica 66
6.1. Pontos de Coleta e Lista de Material 66
6.2. Descrição das Concentrações Fossilíferas 70
6.2.1. Bacia de Icó 71
6.2.2. Bacia de Lima Campos 74
6.2.3. Bacia de Malhada Vermelha 80
6.3. Modelos Tafonômicos 83
6.3.1. Bacia de Icó 83
6.3.2. Bacia de Lima Campos 84
6.3.3. Bacia de Malhada Vermelha 85
6.4. Parâmetros Tafonômicos 86
6.4.1. Morte 86
6.4.2. Desarticulação e Transporte 86
6.4.3. Soterramento Final 87
6.4.4. Diagênese 87
7. Considerações Finais 89
8. Referências Bibliográficas 91
Anexos 108
1
1. Introdução
As bacias de Iguatu, Malhada Vermelha, Lima Campos e Icó, agrupadas por
alguns autores como “Bacias do Iguatu”, localizadas no estado do Ceará, totalizam uma
área de aproximadamente 1135 km
2
(Fig. 01). Estas bacias estão implantadas sobre a
Província da Borborema e, juntamente com as bacias do Araripe, do Rio do Peixe e da
Mirandiba (além de outras menores), são conhecidas como “bacias interiores do
Nordeste” (Ponte, 1992).
As pesquisas na região da Bacias do Iguatu iniciaram no começo do século
XX, com os trabalhos de Small (1913) e Moraes (1924). Desde então, outros trabalhos
foram realizados, enfocando principalmente o conteúdo geológico (litológico,
estratigráfico e tectônico), enquanto poucos trabalhos exploraram o potencial
paleontológico das mesmas.
A escassez de estudos paleontológicos é contraditória com que é descrito,
mesmo que de forma de superficial, a respeito dos fósseis que foram encontrados nas
Bacias do Iguatu. Estes trabalhos, porém, revelam uma considerável diversidade
fossilífera para as Bacias do Iguatu, nas quais já foram registrados conchostráceos,
ostracodes, moluscos, possíveis larvas de insetos, fragmentos de peixes, de répteis e de
crocodilomorfos, polens, esporos, fragmentos vegetais e icnofósseis de invertebrados e
vertebrados (principalmente pegadas de dinossauros terópodes e ornitópodes) (Tinoco
& Mabesoone, 1975; Vogel, 1976a, b; Ponte et al., 1990; Mussa et al., 1991; Leonardi
& Spezzamonte, 1994; Fortier & Schultz, 2006b).
2
Figura 01: Mapa de localização das principais bacias mesozóicas interiores do
Nordeste e bacias maiores adjacentes. O retângulo pontilhado mostra a localização das
Bacias do Iguatu (Modificado de Arai 2006b).
1.1. Conceitos tafonômicos
Desde a descoberta dos primeiros fósseis, os naturalistas buscam
compreender como fora possível a preservação dos mesmos. No entanto, somente a
partir da década de 1940 com os estudos de Efremov (1940; 1958), é que a busca de
explicações para a passagem de um ser vivo da biosfera para a litosfera começou a ser
estabelecida através de uma nova ciência: a Tafonomia (do grego tafos = sepultamento e
nomos = leis).
3
Nas últimas décadas, a Tafonomia tornou-se indispensável em muitas áreas
das geociências e biociências (paleontologia), sendo considerada uma pedra
fundamental para a paleoecologia (Holz & Simões, 2002). Dentro da paleontologia
diversas subáreas utilizam os conhecimentos tafonômicos para melhor compreensão das
assembléias fossilíferas em estudo.
A Tafonomia envolve, tradicionalmente, dois campos de pesquisa: a
Bioestratinomia, que consiste na história sedimentar dos restos orgânicos, incluindo os
processos de abrasão, fragmentação, desarticulação, orientação e seleção; e a
Fossildiagênese, compreendendo os processos químicos iniciados logo após a morte do
organismo, os quais serão responsáveis pelo tipo de fossilização deste (Fig.
02).
Figura 02: Subdivisões da Tafonomia e os eventos responsáveis pela origem das
concentrações fossilíferas (Modificado de Simões & Holz, 2000).
1.1.1 Morte
Deste modo, a história tafonômica de um organismo inicia-se com a sua
morte. Na natureza existem, basicamente, dois tipos de mortandade. A morte seletiva e
morte não seletiva ou catastrófica. Estes diferentes tipos de mortes influenciam
diretamente na conformação da concentração fossilífera (Bertoni-Machado, 2008).
4
O primeiro tipo de morte, afeta determinadas faixas de idades na população
e está relacionada a fatores como envelhecimento, doença ou predação. Devido à
seleção de determinadas faixas etárias, é possível observar em análises uma distribuição
bimodal. Já a morte catastrófica está relacionada a eventos de grande magnitude como
enchentes, tempestades e secas, atingindo grande parte da população (Holz & Simões,
2002). Quando ocorre este tipo de mortandade, é possível observar na tafocenose uma
distribuição etária refletindo, aproximadamente, a composição original da biocenose
(Fig. 03)
Figura 03: Estruturas populacionais de tanatocenoses resultantes de diferentes eventos
de morte (Modificado de Holz & Simões, 2002).
1.1.2. Desarticulação e Transporte
Estes dois parâmetros estão intimamente relacionados, uma vez que a
desarticulação muitas vezes ocorre devido a eventos de transporte.
A desarticulação também está associada ao período entre a morte de um
organismo e seu soterramento. Assim, se o soterramento ocorre antes da completa
necrólise dos tecidos moles de um esqueleto, por exemplo, este será preservado
praticamente inteiro e articulado. Caso contrário, se o organismo fica sujeito a processos
bióticos e abióticos, estará mais suscetível a desarticulação de seus constituintes.
5
De maneira geral, a desarticulação inicia pelas articulações mais móveis,
sendo, portanto está dependente da anatomia do organismo analisado, além de fatores
externos como clima e necrófagos.
Na história tafonômica de um vertebrado, a seqüência de desarticulação é
um fator importante, uma vez que fornece subsídios para o entendimento dos processos
ocorridos no período pós-morte/pré-soterramento (Holz & Simões, 2002).
Como dito anteriormente, fatores externos podem influenciar na
desarticulação dos elementos ósseos. Como a ação de necrófagos, ou pisoteio
(trampling), resultando em uma concentração de ossos isolados e fragmentados, mas
que não foram transportados.
Assim, uma característica que deve ser observada, para evidenciar o
transporte de elementos ósseos, é o sedimento em que estes estejam inseridos. Observa-
se que à medida que o sedimento se afasta da área-fonte, aquele diminuirá e será mais
arredondado. Assim, cada depósito tem suas características sedimentológicas próprias,
proporcional ao distanciamento da área-fonte (Holz & Simões, 2002). Esta evidência é
importante, pois elementos fósseis atuam como partícula sedimentar nos sistemas
deposicionais.
O principal agente de transporte em sistemas continentais é a água. E esta se
move sob dois regimes: o de fluxos unidirecionais (canais de rios) e fluxos oscilatórios
(ondas) ou sob os dois tipos. O transporte seletivo de fósseis de vertebrados em sistemas
continentais, relacionados a fluxos unidirecionais, segue a equivalência hidráulica
exposta no parágrafo anterior.
O reconhecimento do grau de transporte dos fósseis implica na formação de
assembléias autóctones ou alóctones, sendo estes quando os elementos encontrados não
estão em seu habitat natural. Portanto, para interpretações paleoecológicas é de suma
importância conhecer a assembléia que está sendo trabalhada, uma vez que estas
informações devem ser resgatadas do ambiente onde os organismos viviam e não onde
morreram e foram soterrados (Behrensmeyer & Boaz, 1980).
6
Por conta do transporte sofrido pelos organismos no estágio pré-
soterramento, é possível observar nos restos fósseis algumas características como
fragmentação, abrasão, bioerosão e dissolução, que estão relacionados ao tempo de
exposição destes elementos, bem como ao grau de intemperismo (Bertoni-Machado,
2008).
1.1.3. Soterramento final
O soterramento constitui o passo decisivo na preservação e na possível
formação do fóssil. Este muitas vezes está relacionado a eventos de grande magnitude
onde, uma grande quantidade de sedimentos é transportada, ocasionando no
soterramento da biota vivente na região atingida.
1.1.4. Diagênese
A diagênese compreende os processos que levam a formação dos fósseis,
genericamente denominados de fossilização. Estes processos podem ser agrupados em
três categorias de preservação (Mendes, 1988): total, sem alteração dos restos
esqueléticos e com alteração dos restos esqueléticos.
1.2. A Pesquisa de Tafonomia de Vertebrados no Brasil
No Brasil, a tafonomia pode ser considerada uma área relativamente
jovem, tendo sido pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Sul os
pioneiros, com trabalhos sobre as faunas Permo-Triássica. O primeiro trabalho data de
1989, (Holz & Barberena) onde os autores introduzem formalmente esta ciência no país,
abordando a importância da Tafonomia para o estudo de paleovertebrados. Além de ser
o primeiro trabalho em língua portuguesa, este possui informações sobre a coleta de
fósseis de vertebrados tafonomicamente orientados, integrados em uma ficha com o
intuito de sistematizar a coleta e assim evitar perda de dados (Fig. 04).
7
Figura 04: Ficha para coletas orientadas de fósseis de vertebrados (Holz & Barberena,
1989).
Buscando compreender as assembléias fossilíferas do Permo-Triássico do
Rio Grande do Sul, desde a década de 1990, pesquisadores daquela universidade vêem
realizando estudos tafonômicos (Holz, 1991).
A partir daí, começaram a surgir novos trabalhos de cunho tafonômico,
referentes a distintas unidades permo-triássicas do sul do Brasil. Para o Permiano, Klein
et al. (1997) integraram dados tafonômicos de pelecípodes e peixes com o intuito de
interpretar o ambiente deposional da Formação Teresina (Permiano Superior). Sobre a
assembléia de Mesosauridae da Formação Irati (Permiano Inferior) Soares et al. (1998)
relacionaram os diferentes pacotes sedimentares aos distintos tipos de fossilização,
especialmente no que se referia à constituição dos minerais que preencheram poros e
cavidades. Posteriormente, Soares (2003) propôs, para as mesmas assembléias, um
modelo tafonômico que estaria relacionado a diversos eventos de tempestades (Fig. 05),
com distintos momentos de soterramento, retrabalhamento e redeposição.
8
.
Figura 05: Modelo tafonômico proposto para as concentrações de mesossaurídeos da
Formação Irati, Bacia do Paraná (Soares, 2003).
A respeito do Triássico, Holz & Barberena (1994) descrevem a gênese da
concentração da paleoherpetofauna, apresentando as diversas classes tafonômicas
presentes (Fig. 06) e Holz & Souto-Ribeiro (2000) discutiram a influência dos
diferentes sistemas fluviais na formação das assembléias fossilíferas. Martinelli (2007)
realiza um estudo de caso sobre as concentrações fossilíferas de um afloramento da
Cenozona de Therapsida da Formação Santa Maria (Triássico Médio).
9
Alguns trabalhos tafonômicos consideram a ação biogênica como
controladora de algumas assembléias fossilíferas (Bertoni-Machado & Holz, 2006;
Bertoni-Machado et al., 2008). Mori (2006) ao descrever o estado de preservação de um
Arcosauriforme, levantou algumas hipóteses sobre o mesmo, incluindo diferentes
tempos de exposição ou ação biogênica, sem contudo chegar a uma conclusa definitiva.
Estes trabalhos estão voltados, principalmente, ao enfoque bioestratinômicos.
Figura 06: Classes tafonômicas observadas nas assembléias de vertebrados triássicas
no Rio Grande do Sul, relacionadas com o tempo de exposição (Modificado de Holz &
Barberena, 1994).
10
De outra parte, buscando compreender a diagênese dos fósseis, alguns
trabalhos vem sendo realizados, a maioria sobre os tetrápodes triássicos do RS (Holz &
Schultz, 1998; Reichel et al., 2005; Horn, et al., 2007; Bertoni-Machado et al., 2008).
Trabalhando com a megafauna de mamíferos pleistocênicos do sul do
Brasil, Lopes et al. (2001) descreveram o modo de ocorrência destes fósseis do arroio
Chuí, comparando-o com o que se observava no registro fossilífero correspondente na
costa do Rio Grande do Sul, buscando uma melhor compreensão paleoambiental e
estratigráfica dos sistemas lagunares ali existentes.
Na região Sudeste, a maioria dos trabalhos está relacionada à Bacia Bauru,
onde são discutidos os eventos que deram origem ao registro fossilífero (Bertini et al.,
2003; Pires – Domingues et al., 2005) e os diferentes padrões de mortalidade que
ocorrem na herpetofauna (Pires – Domingues & Anelli, 2006; Vasconcellos &
Carvalho, 2006), que apontam a existência de eventos cíclicos no Cretáceo Superior
desta Bacia. Além disso, Vasconcellos & Carvalho, 2006, introduziram um novo tipo de
abordagem, buscando a compreensão da etologia de um indivíduo através dos dados
tafonômicos a ele associados.
Algumas bacias sedimentares do meio norte e nordeste do Brasil foram
objeto de estudos tafonômicos. Os depósitos cretáceos da Formação Alcântara, Bacia de
São Luís, por exemplo, são conhecidos pelos níveis conglomeráticos (a “Laje do
Coringa” e outros) onde os elementos fósseis encontram-se retrabalhados, indicando
diversas histórias tafonômicas e diagenéticas em ambientes deposicionais de planícies
de maré e marinho litorâneo (Ferreira et al., 1995; Holz et al., 2001; Medeiros et al.,
2001; Medeiros & Schultz, 2001).
Nas bacias de Alagoas, do Parnaíba e da Paraíba, foram utilizados diversos
parâmetros tafonômicos, bem como coletas orientadas (Nascimento et al., 2005; Preta
& Gallo, 2006; Cunha, 2007), em busca de mais dados paleoecológicos referentes à
ictiofauna existente nas mesmas.
Sobre os depósitos pleistocênicos, Santos et al. (2002) discutem as diversas
feições tafonômicas presentes nos fósseis provenientes de tanques do município de
Maravilha, Estado do Rio Grande do Norte, que foram analisados com o intuito de
inserir novos e melhores dados paleoecológicos para estes depósitos (Silva, 2005).
Entretanto, estes trabalhos restringem-se a resumos e não incluem, portanto, maiores
discussões.
11
Dentre as bacias interiores do nordeste, somente a Bacia do Araripe foi, até
o momento, enfoque de estudos tafonômicos. Isto ocorre devido à grande quantidade e
diversidade fóssil ali existente, bem como o excepcional grau de preservação dos
mesmos. Mesmo assim, existem apenas dois relatos, a respeito de aspectos
paleoecológicos e preservacionais da Formação Brejo Santo (Silva et al., 2001; Viana,
et al., 2002), e alguns trabalhos abordando os fósseis encontrados nos Membro Crato e
Romualdo da Formação Santana (sensu Assine, 1992) da Bacia do Araripe,
mundialmente famosos devido ao estado preservacional dos fósseis ali encontrados,.
sendo consideradas como Fossil Lagerstätten (Kellner, 2002; Martill & Bechly, 2008).
Martill (1988) buscou elementos para compreender a formação das concreções do
Membro Romualdo e a preservação dos tecidos nelas incluídos enquanto Maisey (1991)
e Viana & Richter (1998) analisaram o modo de ocorrência dos peixes fósseis que
ocorrem nesta unidade.
Kellner, (1994, 2006) discorreu sobre a preservação em tri-dimensional dos
pterossauros ali ocorrentes, muitos dos quais mantiveram a sua forma original, além de
apresentarem tecidos moles preservados por substituição. Fielding et al. (2005) e
Oliveira (2007) abordaram alguns aspectos tafonômicos dos Testudines encontrados na
Formação Santana. Em diversos táxons de vertebrados dos calcários laminados do
Membro Crato é observado um alto grau de preservação de ossos e partes moles,
existindo espécimes onde é possível a observação de conteúdo estomacal (Heimhofer &
Martill, 2008). Henriques et al. (1998), caracterizam tafonomicamente a associação de
Dastilbe sp. Jordan 1910, reconhecendo a existência de três associações distintas.
Muitas vezes as considerações a respeito da fossilização são feitas
juntamente com a descrição dos materiais, como ocorre em Salisbury et al. (2003) onde
os autores descrevem a excepcional preservação do crocodilomorfo Susisuchus
anatoceps (Fig. 07).
12
Figura 07: Reconstrução dos eventos post mortem que afetaram o espécime SMNK
3804 PAL de Susisuchus anatoceps (Retirado de Salisbury et al., 2003).
Estudos tafonômicos nas bacias sedimentares do norte do Brasil são
praticamente inexistentes, havendo somente uma referência sobre a Formação Solimões,
Bacia do Solimões, Estado do Acre, correspondendo a um resumo sobre os principais
modos de ocorrência dos vertebrados fósseis, relacionando-os ao paleoambiente fluvial
(Scherer & Souza – Filho, 1997); e sobre a Formação Rio Madeira, Estado de
Rondônia, na qual Figueiredo & Nascimento (2008) realizam apenas um estudo
preliminar.
Já sobre a tafonomia de icnofósseis de vertebrados, alguns trabalhos foram
realizados. Carvalho (2004) discutiu sobre o registro de pegadas no nordeste brasileiro,
destacando os diferentes tipos de ambientes preservacionais registrados; Fernandes &
Carvalho (2005) relataram os aspectos tafonômicos de pistas de terópodes no deserto
Botucatu, indicando a relação entre consistência do substrato e os diferentes tipos de
pegadas que podem ser formados e Dentzien et al. (2008), fizeram inferências
tafonômicas e paleoecológicas a respeito de pegadas de dinossauros e paleotocas de
mamíferos(?) do Jurássico Superior (Formação Guará) do Rio Grande do Sul.
Além dos trabalhos científicos acima citados, existem livros e capítulos de
livros didáticos que abordam esta temática (Holz et al., 2000; Bertoni-Machado, 2004).
13
1.3. Tafonomia de Vertebrados: Importância e Aplicações
Os fragmentos ósseos se comportam como partículas sedimentares, e como
tal sofrem os mesmos processos de transporte, desgaste e seleção (Holz & Simões,
2002). Estas ações são conhecidas como “processos tafonômicos”, e estes atuam como
filtro das informações biológicas, introduzindo tendenciamentos. Deste modo, um dos
objetivos da pesquisa tafonômica é compreender como estes tendenciamentos afetaram
a morfologia do fóssil e o registro das paleocomunidades (Wing et al., 1992).
De acordo com Dood & Stanton (1981) a importância da Tafonomia está
intimamente relacionada ao entendimento das relações existentes entre a assembléia
fóssil e a comunidade biológica que lhe deu origem, permitindo a reconstrução desta e o
reconhecimento dos processos tafonômicos nela atuantes, de modo a auxiliar na
interpretação sobre o ambiente deposicional.
Deste modo, através da Tafonomia é possível reconstruir a história pós-
morte de uma tafocenose, podendo extrair informações paleoecológicas e
paleoambientais (Behrensmeyer & Kidwell, 1985; Soares, 1996), além de um melhor
refinamento taxonômico, uma vez que a diagênese atuante no fóssil pode alterar sua
morfologia original, dificultando seu estudo e comparações com outros espécimes (Holz
& Schultz, 1998; Reichel et al., 2005; Horn, et al., 2007; Bertoni-Machado et al., 2008).
Os estudos tafonômicos destes vertebrados (Holz & Barberena, 1994;
Bertoni-Machado & Holz, 2006), aliado aos estudos sedimentológicos, foram
fundamentais no sentido de dar maior suporte às propostas de que a Formação Santa
Maria é constituída por depósitos de um ambiente fluvial meandrante no qual ocorreu
uma alternância de períodos de seca e outros de maior umidade.
Na Bacia Bauru, Pires-Domingues et al. (2007), constataram que muitos dos
problemas de interpretações paleoambientais referentes à mesma relacionam-se à
escassez de trabalhos tafonômicos e da integração destes com dados estratigráficos,
tectônicos, além dos paleontológicos. Os autores destacaram que as informações
tafonômicas devem ser buscadas em contextos regionais, com o intuito de melhor
compreender as relações ecológicas e definir o viés existente no registro fóssil.
14
Além das aplicações paleoecológicas, o entendimento sobre a formação de
uma assembléia fóssil pode auxiliar nas questões bioestratigráficas, quando é
constatada, por exemplo, a existência de mistura temporal nas assembléias fossilíferas,
de modo que possam existir paleocomunidades de diferentes períodos preservadas em
um mesmo nível, dando a falsa idéia de que foram contemporâneas.
Deste modo, conhecer os processos formadores de uma assembléia fóssil é
de suma importância para melhor compreender o ambiente no qual os organismos
habitaram e a distribuição temporal dos mesmos, auxiliando no estabelecimento de
biozonas melhor resolvidas.
1.4. Histórico das Pesquisas nas Bacias do Iguatu
As primeiras referências escritas às Bacias de Iguatu estão nos trabalhos de
Small (1913) que correlaciona estes depósitos ao Arenito Inferior da Bacia do Araripe, e
Moraes (1924), que as considerou uma continuação da Série do Rio do Peixe, de idade
Cretácea. Desde então, vários outros trabalhos foram realizados, mas sempre com o
principal enfoque sendo o conteúdo geológico (Arima, 2007), pouco tendo sido feito
acerca do seu conteúdo paleontológico (Ponte et al., 1990).
Oliveira (1940) designou os sedimentos das “Bacias do Iguatu” como
pertencentes à Formação Iguatu, e descreveu os pacotes sedimentares locais que
compõem as Bacias de Iguatu (proposta seguida por Cruz, 1961, 1962 e Castro, 1963) e
Lima Campos (referendada por Melo, 1964 e Silva-Filho, 1992), buscando estabelecer
correlações com as bacias próximas, além das tentativas em explicar a história
estratigráfica destas bacias. Este tópico será abordado mais detidamente no item 1.6.
Como dito anteriormente, alguns autores (Tinoco & Mabesoone, 1975;
Ponte et al., 1990) afirmaram que as Bacias do Iguatu são pouco conhecidas
paleontologicamente e que poucos fósseis foram encontrados até o momento. No
entanto, apesar do estado fragmentário da maioria dos fósseis, é observável que existe
uma boa diversidade nas assembléias, sendo possível encontrar vegetais (polens,
esporos, fragmentos vegetais), invertebrados (conchostráceos, ostracodes, moluscos,
larvas de insetos) e vertebrados (semionotídeos, dipnóicos, celacantídeos,
hibodontídeos, crocodilomorfos). No entanto, muitos destes materiais não foram alvo de
estudos taxonômicos e comparativos aprofundados.
15
O primeiro trabalho sistemático sobre restos fósseis provenientes da Bacia
de Iguatu foi realizado por Vogel (1976a) através da descrição de uma nova espécie de
peixe semionotídeo denominado Lepidotes iguatuensis (Fig. 08). Entretanto, seu status
taxonômico é de nomen nudum, pois esta espécie não foi formalmente publicada até o
presente momento. Além disso, o local onde foi encontrado o material, atualmente, é
interpretado como fazendo parte da Bacia de Malhada Vermelha.
Figura 08: Lepidotes “iguatuensis” Vogel, 1976, nomen nudum, proveniente da Bacia
de Malhada Vermelha. Percebe-se o estado desarticulado e fragmentário do espécime
(Modificado de Vogel, 1976b).
Fortier & Schultz (2006a, 2006b) efetuaram uma revisão sobre a
paleontologia destas bacias e apresentaram os novos registros de fósseis de vertebrados
para as mesmas. Em 2007, estes autores realizaram a identificação de materiais
pertencentes a um crocodilomorfo, proveniente da Bacia de Lima Campos, Formação
Lima Campos, e consideraram que os mesmos possuem relações de parentesco com
Susisuchus anatoceps (Salisbury et al, 2003), espécie que foi encontrada na Formação
Santana, Bacia do Araripe, sendo ambos considerados como grupos-irmãos (Fortier &
Schultz, 2009).
16
Os primeiros achados de vertebrados para a Bacia de Icó, Formação Icó
(Fortier et al., 2008), correspondem a escamas relacionadas a Lepidotes sp.
Sobre a presença de icnofósseis, há registros de invertebrados (Cruz, 1962;
Lemos, 1973; Ponte et al., 1990; Figueiredo & Bertoni-Machado, 2008) e, sobre
pegadas de dinossauros nas bacias de Iguatu, Lima Campos (Fig. 09) e Malhada
Vermelha (Leonardi & Muniz, 1985; Leonardi, 1989; Srivastava, 1990; Leonardi &
Spezzamonte, 1994; Fortier et al., 2006).
Figura 09: Desenho da distribuição de pegadas de dinossauros próximas a São
Romão, Bacia de Lima Campos, Formação Icó.
17
Através de correlação entre aquelas bacias, e as de Uiraúna, Sousa, Araripe
e Cedro, foi definido o chamado Borborema Megatracksite (Viana et al., 1993)
ampliado por Fortier et al. (2006), cuja amplitude pode ser observada na Figura 10.
Figura 10: Área de abrangência do Borborema Megatracksite nas bacias interiores do
nordeste do Brasil (Retirado de Fortier et al., 2006).
A busca por entender quando as Bacias do Iguatu foram depositadas iniciou-
se com o trabalho de Oliveira (1940) onde o autor considera estes depósitos
pertencentes ao Triássico e as relaciona com a Bacia do Rio do Peixe. Outros trabalhos
fazem correlação crono-litoestratigráficas entre as bacias em questão e a do Araripe
(Castro, 1963; SUDENE-ASMIC, 1967), assumindo como Cretáceo, a idade de
deposição as mesmas.
O refinamento da contextualização temporal das Bacias do Iguatu foi
estabelecido através de datações relativas, por meio de dados palinológicos e
paleontológicos (Melo, 1964; Ghignone, 1972; Mabesoone & Campanha, 1973/1974;
Tinoco & Mabesoone, 1975; Vogel, 1976; Lima, 1990; Ponte et al., 1990; Carvalho,
1993; Rohn & Carvalho, 1996), estabelecendo idades variando do Jurássico Superior ao
Aptiano (Cretáceo Inferior). Através da Figura 11 é possível comparar as diferentes
idades propostas para as Bacias do Iguatu e os grupos fósseis nas quais as mesmas
foram baseadas.
18
Figura 11: Propostas bioestratigráficas baseadas para as Bacias de Iguatu baseadas em
diversos grupos fósseis (Retirado de Arai, 2006b).
A partir da década de 1990, alguns trabalhos consideram a idade de depósito
destas bacias como Neocomiana (Ponte, 1992; Mabesoone et al., 1999; Carvalho,
2000). Arai (2006b) concorda com este posicionamento cronológico para as Bacias do
Iguatu, limitando os sedimentos basais que as compõem ao andar local Rio da Serra e o
topo possivelmente adentrando no Neoaratu. Neste estudo, o autor afirma que a grande
problemática da datação das bacias interiores do Nordeste está relacionada à ausência de
bons fósseis-guias, além das correlações com base simplesmente litológicas, que muitas
vezes são falhas.
Sobre as informações paleoecológicas das Bacias do Iguatu, alguns
trabalhos foram realizados com o intuito de explicar como era o paleoambiente e
paleoclima destas bacias no Cretáceo Inferior (Tinoco & Mabesoone, 1975; Petri, 1983;
Lima, 1990).
19
Tinoco & Mabesoone (1975) descrevem, para o conjunto de bacias e seus
pacotes sedimentares, uma fauna típica de água doce e de pouca profundidade, com
ostracodes, conchostráceos, alguns moluscos, restos de peixes e pegadas de répteis, sob
um clima bastante quente, mas não muito seco. Neste trabalho, os autores correlacionam
os pacotes sedimentares (e respectivos fósseis) das Bacias do Iguatu com os da Bacia do
Rio do Peixe, interpretando-os como contemporâneos e pertencentes ao mesmo sistema
deposicional, variando entre fluvial e lacustre.
Os estudos paleoclimáticos tem usado como evidências a litologia, os
palinomorfos, fósseis de vertebrados e icnofósseis. Petri (1983) afirma que a Bacia de
Lima Campos é resultado de um sistema deposicional lacustre e clima quente. Com
relação à Bacia de Icó, Lima (1990) mostrou evidências de condições continentais de
deposição, sob clima quente e úmido, enquanto Ferreira (1998) apontou que o ambiente
era continuamente fluvial, com variações na sinuosidade dos canais, com um clima
quente mas pouco úmido, podendo ser até semi-árido.
Alguns grupos de organismos foram utilizados na busca de dados
paleoambientais. Carvalho (1993) identifica os conchostráceos Cyzicus brauni
(Cardoso) e Cyzicus pricei para as bacias de Iguatu e Malhada Vermelha, indicando-os
como organismos de clima quente e relacionados a ambientes aquáticos temporários,
margens de lagos perenes e planície de inundação (Carvalho et al., 2002; Rohn &
Cavalheiro, 1996).
Devido à similaridade dos ostracodes dulceaquícolos encontrada nas bacias
do Iguatu, Rio do Peixe e do Araripe (Formação Abaiara), Hessel et al. (2006) indicam
a existência de uma ligação de cunho ambiental entre estas bacias.
Tentativamente, alguns trabalhos integraram os dados existentes sobre as
bacias cretáceas do Nordeste, incluindo assim as do Iguatu, de modo a conhecer a
paleogeografia destas bacias, relacionando-as entre si e com bacias sedimentares do
continente Africano, buscando explicar sua história geológica (Mabesoone et al., 1999;
Da Rosa & Garcia, 2000).
Com base no exposto observa-se que as informações a respeito destas bacias
são esparsas, e a tentativa de correlacioná-las é problemática, devido à escassez de
dados tanto lito como paleontológicos. Necessita-se, portanto, de trabalhos sistemáticos
e em diversas vertentes para melhor compreender a evolução das Bacias do Iguatu.
20
1.5. Localização da Área de Estudo
As Bacias do Iguatu (Iguatu, Malhada Vermelha, Lima Campos e Icó)
estão orientadas segundo a direção NE-SW, geograficamente localizadas na porção
centro sul/sudeste do estado do Ceará entre as coordenadas geográficas Lat 6°05’50”S –
6°28’20”S e Long 39°28’00”W – 38°40’00’W (Fig. 12).
A Bacia de Iguatu, situada na porção ocidental em relação às demais, ocupa
uma área de aproximadamente 820 km². Uma grande área desta bacia encontra-se
encoberto por sedimentos Terciários (Formação Moura), Quaternários e pelo açude de
Orós, restringindo a área de exposição de sedimentos Cretácicos às bordas da mesma.
As principais cidades e localidade situadas sobre a bacia são Iguatu, Quixelô e José de
Alencar.
A Bacia de Malhada Vermelha compreende uma área territorial de
aproximadamente 50 km² e está situada entre as bacias de Iguatu e Lima Campos. As
principais cidades inseridas nessa bacia são Palestina, Cabeça Negra e a Vila Malhada
Vermelha.
Situada entre as bacias de Malhada Vermelha e Icó, a Bacia de Lima
Campos abrange uma área de aproximadamente 120 km². Parte da bacia encontra-se
inundada pelas águas do açude de Lima Campos, na porção sudeste. As principais
cidades que a abrangem são Igarói, Gassussé e Lima Campos.
Finamente, a Bacia de Icó é a que se encontra na porção mais oriental, com
uma área de aproximadamente 145 km
2
. Parte da porção sul desta bacia encontra-se
encoberta pelos sedimentos recentes depositados pelos afluentes do Rio Jaguaribe. O
município de referência é a cidade que lhe é homônima.
As áreas sedimentares destas bacias destacam-se como depressões fechadas,
de relevo plano ou suavemente onduladas, com cristas orientadas segundo a direção dos
estratos sedimentares eo-cretáceos (Ponte et al., 1990).
As ocorrências fossilíferas abordadas no presente trabalho são provenientes das
bacias de Icó, Malhada Vermelha e Lima Campos. A não realização de estudos tafonômicos
na Bacia de Iguatu deve-se à ausência, na mesma, de níveis contendo vertebrados. Porém,
devido às semelhanças litológicas, e pela história em comum das bacias desta região, é
possível extrapolar os ambientes deposicionais para aquela Bacia durante o Cretáceo
Inferior.
21
Figura 12: Mapa localizando as Bacias do Iguatu, destacando-as entre as demais bacias
(Modificado de Carvalho, 2000).
1.6. Contextualização Geológico-Estratigráfica das Bacias do Iguatu
As bacias de Icó, Iguatu, Lima Campos e Malhada Vermelha fazem parte do
conjunto das Bacias Interiores do Nordeste brasileiro (Brito, 1975), constituindo o
registro incompleto do evento distensivo responsável pela fragmentação do
supercontinente Gondwana e conseqüente formação do Proto-oceano Atlântico (Viana
et al., 1993; Matos, 1987; Ponte et al., 1990).
Deste modo, durante o Neocomiano (Cretáceo Inferior), com a formação do
rift, grandes falhas foram reativadas, como os lineamentos de Patos e Pernambuco, o
que resultou na formação das Bacias do Iguatu, além das bacias do Rio do Peixe e a
Formação Abaiara, da Bacia do Araripe (Ponte, 1992; Ponte-Filho, 1994) entre outros
remanescentes. Assim, devido esta origem em comum, estas bacias não podem ser
consideradas autônomas, mas bacias morfológicas, individualizadas pelo abaixamento
tectônico posterior à sedimentação (Beurlen, 1969). Os sedimentos eo-cretáceos que as
formam estão depositados sobre o embasamento da província da Borborema (Ponte et
al., 1990).
22
Srivastava (1990) também evidenciou que estas bacias tiveram uma
evolução tectono-sedimentar semelhante, sendo, portanto, correlacionáveis. O autor
complementou esta informação, indicando que os dados paleontológicos e
sedimentológicos corroboram esta hipótese.
Por outro lado, Arima (2007), discutiu que a similaridade litológica entre as
bacias não significa, necessariamente, que as mesmas faziam parte de uma única bacia,
mas que foram submetidas a condições semelhantes de sedimentação.
De qualquer modo, por um ou por outro motivo, as unidades que constituem
o preenchimento das Bacias do Iguatu tem sido tratadas como correspondentes, seja do
ponto de vista lito, bio ou cronoestratigráficos, reunidas, em geral, sob o nome de Grupo
Iguatu. Diversas propostas litoestratigráficas para a seqüência deposicional Mesozóica
destas bacias foram realizadas (Tabela 01). Muitos autores dividem este grupo em três
unidades litoestratigráficas formais (Mabesoone & Campanha, 1973/1974; Ponte et al.,
1990), enquanto outros consideram as mesmas pouco definidas, preferindo utilizar
denominações informais (Ghignone et al., 1986; Srivastava, 1990; Cavalcanti & Viana,
1992). Sobre estes depósitos mesozóicos, ocorrem sedimentos terciários, definidos
como Formação Moura (Castro, 1963), que não serão abordados no presente trabalho.
Tabela 01: Propostas Litoestratigráficas para as Bacias do Iguatu (Modificado de Ponte
et al., 1990 e Cavalcanti & Viana, 1992).
23
Mabesoone & Campanha (1973/1974) definiram a proposição formal de
Grupo Iguatu, que fora, por sua vez, por sua vez dividido em três formações: Quixoá,
Malhada Vermelha e Lima Campos, respectivamente da base para o topo. Ponte et al.
(1990) usaram uma proposta a anterior, mas substituindo a Formação Quixoá pela
Formação Icó e subdividindo a Formação Lima Campos em dois Membros: Inferior e
Superior (Fig. 13). Os autores observam a existência de uma granodecrescência da base
para o topo, em cada uma destas unidades.
Figura 13: Proposta litoestratigráfica de Ponte et al., 1990, com a utilização de três
unidades formais.
24
Em contato gradacional com a Formação Icó, tem-se a Formação Malhada
Vermelha, definida por Mabesoone & Campanha (1973/1974). Esta unidade é
constituída por arenitos variando entre médio a fino, com marcas de ondas,
estratificações plano-paralela e cruzada, além de intercalação de calcários e margas.
Estes calcários, juntamente com os folhelhos e argilitos, constituem os pacotes
fossilíferos (Ponte et al., 1990). Cavalcanti & Viana (1991) consideram a Formação
Malhada Vermelha como a unidade predominante destas bacias e Srivastava (1990) a
indica como a mais rica paleontologicamente.
De acordo com estes autores, as formações Icó e Malhada Vermelha
formam, em conjunto, um único sistema deposicional alúvio-fluvio-lacustre, onde a
primeira foi depositada em fácies proximais, enquanto a segunda corresponde às fácies
distais, depositadas por um sistema fluvial meandrante com planícies de inundação e
corpos lacustres rasos.
Em contato discordante sobre a Formação Malhada Vermelha e
correspondendo à última unidade do Grupo Iguatu, tem-se a Formação Lima Campos.
Esta formação engloba o registro completo de outro sistema alúvio-fluvio-lacustre,
sendo dividida por Ponte et al. (1990) em dois membros, informalmente denominados
de Inferior e Superior, repetindo as litologias das formações Icó e Malhada Vermelha,
respectivamente.
Srivastava (1990) integrou os dados litoestratigráficos das bacias de
Iguatu, Lima Campos e Malhada Vermelha (Fig. 14), correlacionando-as, mas
descrevendo as unidades de modo informal (Unidade I, II e III). Cavalcante & Viana
(1992) ao não constarem uma identificação litológica perfeita, definem três unidades
litoestratigráficas informais: Unidade Inferior, Intermediária e Superior (Fig. 15), e
estabeleceram litofácies para cada uma destas unidades, interpretando os ambientes
deposicionais.
25
Figura 14: Correlação litoestratigráfica entre as bacias de Iguatu, Malhada Vermelha e
Lima Campos, segundo Srivastava (1990).
Figura 15: A utilização de unidades informais também pode ser vista no levantamento
realizado por Cavalcanti & Viana (1992), onde as autoras descrevem os sistemas
deposicionais para as bacias estudadas. Legenda: 1 – Arenito, 2 – Pelito, 3 –
Conglomerado, 4 – Embasamento, 5 – Laminação Cruzada, 6 – Níveis carbonáticos.
26
Sob a ótica da Estratigrafia de Seqüências, Ponte-Filho (1994) define a
Tectono-Seqüência Iguatu, Grupo Iguatu na litoestratigrafia formal (Ponte et al., 1990),
definindo dois Intervalos Tectono-Deposicional para o Cretáceo Inferior (Fig 16 e Tab.
01). Esta proposta, por incluir uma maior quantidade de dados e estar fundamentada nos
novos parâmetros dos estudos estratigráficos, será a proposta utilizada, doravante, no
presente trabalho.
Figura 16: Arcabouço estratigráfico para a Bacia de Lima Campo, segundo Ponte
Filho, 1994. Notar a correlação das denominações formais (Formação, Membro)
propostas por Ponte et al. (1990) e as Tectono-Sequências.
Ponte-Filho (1994) relacionou às unidades por ele definidas com aquelas
propostas por Ponte et al. (1990). Assim, o pacote sedimentar mesozóico das Bacias do
Iguatu pode ser dividido em três unidades formais (formações Icó, Malhada Vermelha e
Lima Campos) ou dois Intervalos Tectono-Deposicional (Iitd 1 e Iitd 2) depositadas em
ambientes continentais, durante a Fase Rifte da margem continental brasileira.
O primeiro intervalo tectono-deposicional (Iitd 1) é formado por dois
sistemas deposicional (ISd). O primeiro (ISd 1), corresponde formalmente à Formação
Icó, sendo, portanto, interpretado como o conjunto das litofácies proximais de um
sistema deposicional aluvial e fluvial entrelaçado, e o ISd 2, correspondendo à
Formação Malhada Vermelha, é interpretado como tendo sido depositado sob um
regime fluvial meandrante e lacustrino (Ponte Filho, 1994).
No segundo intervalo tectono-deposicional (Iitd 2) ou Formação Lima
Campos, foram observados dois sistemas deposicionais (ISd 3 e ISd4), denominados de
maneira informal pelo autor, respectivamente, como membros Cascudo e Superior
27
(correspondendo aos membros Inferior e Superior de Ponte et al., 1990). Estes sistemas
deposicionais muito se assemelham aos descritos para o Iitd 1, correspondendo,
portanto, às fácies proximais e distais daquele (Ponte Filho, 1994).
Outro ponto importante a ser abordado quando se refere às propostas de
colunas litoestratigráficas para esta região, são as tentativas de correlacionar as Bacias
do Iguatu com as do Grupo Rio do Peixe, tal como proposto por Campos et al. (1979),
por exemplo. Estas correlações são altamente criticadas por Ghignone e colaboradores
(1986), onde estes argumentam que o conteúdo litológico entre estas bacias não se
equivalem, sendo, portanto, absurda a idéia de fazer estas extrapolações.
No entanto, Ponte et al. (1990) afirmam que o conteúdo fossilífero e a
idade Neocomiana de deposição destas bacias as correlacionam, além de estarem
relacionadas a determinadas unidades das bacias do Recôncavo, Tucano, Jatobá,
Sergipe-Alagoas e Potiguar. Por conta do registro fossilífero, aliado às características
litológicas, Cavalcanti & Viana (1991) relacionam a unidade intermediária (Formação
Malhada Vermelha por Mabesoone & Campanha, 1973/1974) com a Formação Souza
do Grupo Rio do Peixe.
1.6.1. Bacia de Iguatu
A Bacia de Iguatu, a maior do conjunto, é inundada em cerca de 15 a 20%
pelas águas do Açude de Orós, sobre o rio Jaguaribe (Ponte et al., 1990).
Estruturalmente, esta bacia possui uma geometria elipsoidal com caimento
para SW, junto à Serra do Torto, possuindo uma forma interna em forma de concha
(Fig. 17), definida por estudos gravimétricos (Bedregal, 1991). A Bacia de Iguatu é
descrita juntamente com a Bacia de Malhada Vermelha como calhas sinclinais
assimétricas e falhadas (Ponte et al., 1990).
28
Figura 17: Posição espacial da Bacia de Iguatu e sua geometria interna em forma de
concha (Modificado de Bedregal & Chemale Jr., 1992).
A Bacia de Iguatu possui as três unidades litoestratigráficas, sendo a
Formação. Malhada Vermelha, a que possui maior predominância nesta bacia (Ponte-
Filho, 1994; Srivastava, 1990). Não foi observado, na mesma, o contato entre as
formações Icó e Malhada Vermelha, enquanto o contato desta com a Formação Lima
Campos é abrupto e erosional. O ambiente deposicional teria variado entre o fluvial
meandrante e o fluvio-lacustre.
Bedregal & Chemale Jr. (1992) concluem que a taxa de sedimentação da
bacia não foi constante, sendo distinguidos dois pulsos tectônicos principais, como fora
observado posteriormente por Ponte Filho (1994) e pode ser observado na tabela 01.
1.6.2. Bacia de Malhada Vermelha
A Bacia de Malhada Vermelha é geometricamente alongada e está
completamente compartimentada por falhas, não permitindo, deste modo, estabelecer
uma relação de topo e base entre os blocos (Arima, 2007). O autor também apontou que
esta bacia apresenta um complexo sistema de basculamento, provavelmente associado à
fase de soerguimento pós-deposicional. Os sedimentos do Cretáceo Inferior desta bacia
repousam em discordância sobre o embasamento pré-cambriano. A unidade basal
corresponde à Formação Malhada Vermelha, ocupando grande parte da referida bacia,
não sendo observado as fácies correspondentes à Formação Icó (Ponte et al., 1990;
Srivastava, 1990; Ponte-Filho, 1994).
29
Em muitos trabalhos esta bacia seja denominada como “Área de Cabeça de
Negro” (Lemos, 1973), como é observado em Vogel (1976b). Os depósitos desta região,
que inclui a cidade da Palestina, são interpretados como fácies lacustres, muito ricas em
ostracodes, conchostráceos e fragmentos de vertebrados (Srivastava, 1990).
1.6.3. Bacia de Lima Campos
A Bacia de Lima Campos, que abriga o açude de nome homônimo, é
definida por uma geometria em meio-graben, com a falha principal a SE (Ponte et al.,
1990; Arima, 2007). Nesta bacia é possível observar as três unidades litoestratigráficas,
tendo o modelo deposicional semelhante ao observado na Bacia de Iguatu (Ponte-Filho,
1994).
1.6.4. Bacia de Icó
A Bacia de Icó é caracterizada por ser uma bacia estreita, alongada segundo
a direção NE-SW e totalmente compartimentada por falhas. Os dados gravimétricos
indicam que a profundidade dessa bacia é inferior a 200m (Castro & Castelo Branco,
1999). É possível observar as três unidades estratigráficas (Ponte et al., 1990; Ponte-
Filho, 1994), sendo a Formação Malhada Vermelha a que possui menor exposição.
30
2. OBJETIVOS
GERAL:
Este trabalho busca através dos dados tafonômicos provenientes de alguns
afloramentos isolados, contribuir para a integração dos conhecimentos sedimentológicos
e paleontológicos destas bacias, visando uma melhor compreensão dos ambientes
deposicionais onde foram preservados os fósseis de vertebrados ali encontrados, bem
como estabelecer inferências paleoecológicas e buscar uma correlação mais refinada
entre as unidades sedimentares das mesmas.
ESPECÍFICOS:
Descrever as fácies que contêm fósseis de vertebrados de cada afloramento;
Produzir um modelo tafonômico para cada afloramento estudado;
• Correlacionar os modelos propostos de sistemas deposicionais com a
preservação dos fósseis nos diferentes afloramentos estudados.
31
3. METODOLOGIA
3.1. Procedimentos pré-campo
O procedimento pré-campo consistiu, basicamente, no trabalho de
revisão bibliográfica a respeito das bacias-alvo, tafonomia de vertebrados e dos táxons
de vertebrados já encontrados nestas bacias.
3.2. Procedimentos em campo
Os trabalhos de campo foram realizados em duas etapas: o primeiro entre
os dias 20 a 27 de fevereiro de 2007, e o segundo de 26 a 28 de janeiro de 2008.
Durante o primeiro trabalho de campo foi realizado um trabalho de reconhecimento dos
afloramentos reportados por Arima (2007) buscando identificar as localidades que
possuíssem fósseis de vertebrados (Fig. 18).
32
Figura 18: Mapa das Bacias do Iguatu, destacando os afloramentos visitados durante os trabalhos de campos.
33
No período de realização do segundo trabalho de campo, os afloramentos
onde fora identificada a presença de fósseis de vertebrados foram revisitados, dando
início ao trabalho sistemático, que constituiu em:
Localização Geográfica – Foi usado como base o mapa de pontos
elaborado por Arima (2007) além da medição das coordenadas de outros
afloramentos, ausentes daquela relação, com o uso de um GPS de mão da
marca Garmin, modelo eTrex Legend®. As coordenadas foram obtidas em
UTM, faixa 24, datum SAD 69;
Registro fotográfico – O registro fotográfico pode ser dividido em dois
grupos: foto-mosaico (Fig. 19) e foto-detalhe. As fotos-mosaicos foram
realizadas em afloramentos com boa representatividade lateral, de modo a
evidenciar os elementos arquiteturais presentes, bem como os níveis que
contêm fósseis. Já as fotos-detalhe consistiram no registro das principais
estruturas, e dos fósseis de vertebrados in situ. Os registros fotográficos
foram realizados com o uso de uma câmera digital marca Olympus, modelo D
– 425, na resolução de 4.0 megapixels.
Figura 19: Exemplo de foto-mosaico do afloramento IG – 039
Levantamento de croquis e perfis descritivos – Nos afloramentos onde se
encontrou fósseis de vertebrados, croquis esquemáticos foram feitos,
indicando a direção dos afloramentos e as principais estruturas estratigráficas.
Posteriormente, e com maior grau de detalhes, foram levantados perfis
verticais, representando as litologias, as estruturas sedimentares presentes,
medições de paleocorrente e esquematicamente, os níveis onde os fósseis
34
foram encontrados (Fig. 20). Para a elaboração destes perfis, foi utilizada uma
classificação de fácies e elementos arquiteturais específicos para este tipo de
sistema deposicional, detalhados por Arima (2007), como pode ser observada
no Tabela 02.
Figura 20: Ficha da caderneta de campo utilizada no levantamento de dados litológicos
dos afloramentos que possuíam vertebrados fósseis.
35
Tabela 02: Resumo das fácies com suas descrições e interpretações, relacionando com
os elementos arquiteturais observados (Retirado de Arima, 2007).
Análise tafonômica básica – Após identificar os níveis com
concentrações fossilíferas, foram realizadas medidas de direção dos
elementos encontrados in situ, além de outros dados pertinentes, como o
estado de desarticulação, abrasão, identificações preliminares, reunidos na
ficha de campo, baseada na desenvolvida por Holz & Barberena, 1989 (Fig.
21);
36
Figura 21: Ficha para a coleta de dados tafonômicos (Modificado de Holz &
Barberena, 1989)
Amostragem de rochas e fósseis – Foram retiradas amostras das rochas
localizadas nos níveis fossilíferos, além dos fósseis propriamente ditos,
dando preferência à coleta de blocos de rochas, fossilíferos ou não, para
posterior identificação e classificação, além da realização de lâminas
petrográficas.
Os afloramentos foram denominados informalmente por IG – número
seqüencial, segundo Arima (2007).
3.3. Procedimento pós-campo
Nesta fase, foram organizados os dados de campo, os materiais coletados
foram preparados mecanicamente e identificados, bem como fora descrito as
concentrações fossilíferas, através das feições sedimentológicas, bioestratinômicas e,
tentativamente, diagenéticas, com a utilização de lâminas petrográficas.
Com a integração dos dados foi realizado a etapa interpretativa, cujas etapas
foram: determinação de padrões de preservação, entendimento dos processos
sedimentares envolvidos, classificação das concentrações fossilíferas, e, quando
possível, reconstrução dos hábitos de vida dos organismos presentes nas tafocenoses.
37
4. COMPOSIÇÃO FAUNÍSTICA DE VERTEBRADOS DAS BACIAS DO
IGUATU
Uma grande problemática dos fósseis encontrados nas Bacias do Iguatu é o
estado fragmentário dos mesmos. Como visto no item 1.4, os restos fósseis na maioria
das vezes foram identificados como “ossos de répteis” ou “fragmentos de peixes”
(Tinoco & Mabesoone, 1975; Ponte et al., 1990) sem haver um detalhamento
taxonômico.
Assim, de acordo com os trabalhos conhecidos, os répteis estariam
representados por fragmentos de ossos - principalmente nas bacias de Iguatu e Lima
Campos e o registro de peixes se dá - em todas bacias pela presença de ossos e dentes
esporádicos, além de escamas de Lepidotes sp. (Campos et al., 1976; Vogel, 1976;
Ponte et al., 1990).
Como dito anteriormente, a ausência de dados a respeito da biota cretácea
das Bacias do Iguatu vem sendo gradativamente reduzida, devido aos trabalhos de
campo que vem sendo realizados desde 2006. Segue-se uma breve apresentação dos
novos exemplares encontrados, além de táxons relacionados, bem como a sua
distribuição geográfica.
4.1. Semionotidae
Os semionotídeos (Woodward, 1890) são peixes neopterígios primitivos que
possuíam espessa armadura óssea e que tiveram grande diversificação ao longo do
Mesozóico. Durante este período, estes organismos colonizaram diversos ambientes
aquáticos: marinhos, transicionais e de água doce.
Este grupo inclui mais de 25 gêneros, sendo Semionotus Agassiz, 1932, e
Lepidotes Agassiz, 1932, os mais representativos (Fig. 22). Este gênero se distribuiu
desde o Triássico Inferior até o Cretáceo Superior, com uma morfologia bastante
conservativa (Maisey, 1991; Frickhinger, 1995).
38
Figura 22: Gêneros representativos de Semionotidae. A, Araripelepidotes. B,
Lepidotes. C, Paralepidotus. D, Pliodetes. E, Semionotus. (Modificado de Maisey
(1991), McCune (1996), Gallo et al. (2002), Cavin & Suteethorn (2006), Fortier
(2008)).
Anatomicamente, estes organismos se caracterizam pelo corpo achatado
lateralmente e coberto por escamas ganóides rombóides, distribuídas em linhas
diagonais (Fig. 23), concedendo a estes animais pequena mobilidade, de modo que
possuíam atividade nadadora letárgica (Vogel, 1976). Por outro lado, esta armadura
proporcionava uma boa proteção para estes animais, possibilitando-lhes a colonização
de diversos ecossistemas.
39
Figura 23: Estrutura básica de um semionotídeo, aqui representado por
Araripelepidotes temnurus (Modificado de Fortier, 2008).
A ampla distribuição temporal e espacial deste grupo é confirmada pela
abundância no registro fóssil em diversas bacias mesozóicas (Fig. 24), como as
ocorrências na América do Norte (Bilelo, 1969; Mccune, 1986; 1996), América do Sul
(Maisey, 1991; Brito & Gallo, 2003; Gallo, 2005), Cuba (Thies, 1989), Europa (Jörg,
1969; Barthel, 1978), África (Piveteau, 1934), Ásia (Cavin et al., 2003; Yabumoto et
al., 2006) e Austrália (Wade, 1935).
40
Figura 24: Distribuição geográfica simplificada de Semionotidae nos diversos
continentes do planeta (Modificado de Fortier, 2008).
No Brasil, o registro de semionotídeos está restrito às bacias do Nordeste
(Fig. 25), havendo fósseis presentes tanto em depósitos continentais quanto marinhos
(Gallo & Brito, 2004). São conhecidas 10 espécies de Lepidotes distribuídas do
?Jurássico Inferior ao Cretáceo Inferior, havendo um registro incerto para o Cretáceo
Superior da Bacia do Grajaú (Dutra & Malabarba, 2001).
41
Figura 25: Distribuição geográfica dos semionotídeos brasileiros (Retirado de Fortier,
2008).
Estes registros estão baseados, em alguns casos, em esqueletos quase
completos e articulados, mas outros ocorrem apenas algumas escamas isoladas.
Entretanto, estas escamas ganóides, isoladamente, não são suficientes para atribuir um
gênero ou espécie, a não ser quando a morfologia e/ou ornamentação são diagnósticas
(Gayet & Meunier, 1986). Gallo (1998) estudou a microestrutura da superfície da
ganoína presente nas escamas de semionotídeos brasileiros, constatando que existia uma
diversidade nesse tecido ósseo que poderia ser utilizada para fins taxonômicos.
A validade destes estudos é importante uma vez que a presença destas
escamas no registro fóssil é abundante, mesmo que constituída por materiais
fragmentários, como as registradas para a Bacia de Souza (Gallo & Brito, 2004) e as
Bacias do Iguatu.
42
O registro de semionotídeos nas Bacias do Iguatu tem sido normalmente
reportado como “escamas de peixe” (Campos et al., 1976; Vogel, 1976; Ponte et al.,
1990; Cavalcanti & Viana, 1992), mas Vogel (1976) descreve para a Bacia de Malhada
Vermelha Lepidotes iguatuensis, embora, como já foi observado no item 1.3 (Fig. 07), o
exemplar em questão se encontrava bastante desarticulado e fragmentado. O mesmo é
também observado nos fósseis encontrados nas bacias de Icó (Fortier et al., 2008),
Malhada Vermelha e Lima Campos, como é possível observar na Figura 26.
Figura 26: Exemplares de fósseis de Semionotídeos provenientes das bacias de Lima
Campos (B) e Malhada Vermelha (A; C).
A
B
C
43
4.2. Actinistia
Os celacantídeos surgiram no Devoniano Médio e são representados, através
de fósseis, até o Cretáceo Superior. Possuem aproximadamente 120 espécies conhecidas
com maior diversidade no Triássico (Cloutier & Ahlberg, 1996). Atualmente este grupo
é reconhecido apenas pelo gênero Latimeria, havendo, portanto uma lacuna no registro
de mais de 65 milhões de anos. No registro fóssil, muitas espécies são conhecidas
apenas por restos esqueletais fragmentados (Cloutier & Forey, 1991).
Estes organismos apresentam uma morfologia conservadora e, deste modo,
com pouquíssimas exceções, a forma do corpo permaneceu a mesma, particularmente
com relação à posição e ao contorno das nadadeiras pares lobadas. O registro fóssil mais
recente refere-se a Megalocoelacanthus dobiei Schwimmer et al., 1994, no Cretáceo
Superior e o mais antigo, Euporosteus eifelianus Jaekel, 1927 do Devoniano Médio da
Alemanha (Carvalho, 2002). O registro de Actinistia está relacionado tanto a ambientes
marinhos quanto estuarinos e de água doce (Carvalho, 2002; Pough, 2003).
No Brasil, os Actinistia são representados por dois gêneros fósseis
cretáceos: Axelrodichthys Maisey 1986 (Fig. 27) e Mawsonia Woodward 1907, além de
alguns registros de difícil classificação, devido a seu caráter fragmentário, como o do
Permiano Inferior da Formação Irati, Bacia do Paraná. Porém Cloutier & Forey (1991)
indicam este registro como incerto.
44
Figura 27: Representações de Axelrodichthys. (Modificado de Maisey, 1986)
O gênero Axelrodichthys é representado apenas por uma espécie,
Axelrodichthys araripensis, do Cretáceo Inferior, da Formação Santana, Bacia do
Araripe e Formação Codó, no Maranhão (Maisey, 1986; Carvalho & Maisey, 1999). Já
o gênero Mawsonia é representado pela espécie M. gigas Mawson & Woodward, 1907,
M. brasiliensis Yabumoto, 2002 (Fig. 28) e alguns materiais que não são inclusos
apenas com Mawsonia sp (Carvalho, 2002).
Figura 28: Mawsonia brasiliensis, celacantídeo descrito para a Bacia do Araripe.
(Modificado de Yabumoto 2002).
45
Estes dois gêneros formam um clado monofilético (Maisey, 1986; 1991), o
qual, juntamente com Alcoveria, Diplurus, Chinlea (Cloutier, 1991) formam o grupo
Mawsoniidae (Fig. 29), sendo este grupo-irmão de Latimeriidae, que inclui o gênero
Latimeria (Schultze, 1993; Cloutier & Ahlberg, 1996).
Figura 29: Relações filogenéticas do grupo Mawsoniidae e com o clado Latimeridae
(Modificado de Carvalho, 2002).
Os representantes de Mawsoniidae habitavam diversos ambientes: Chinlea e
Diplurus viviam em lagos dos Estados Unidos, Mawsonia e Axelrodichthys em águas
salobras, rasas e calmas do Brasil e África e Alcoveria, da Espanha, em ambinentes
marinhos (Carvalho, 2002).
No Brasil o registro do gênero Mawsonia era considerado escasso até a
década de 1980, quando passaram a ser registradas novas ocorrências (Carvalho, 1982;
Campos & Wenz, 1982; Maisey, 1986; Brito et al., 1994; Carvalho & Maisey, 1998;
Brito & Reis, 1999; Carvalho & Maisey, 1999; Maffizzoni, 2000; Dutra & Malabarba,
2001; Medeiros, 2001; Medeiros & Schultz, 2001;).
46
Nas Bacias do Iguatu o registro de Mawsonia ocorre na Bacia de Iguatu
(Brito & Reis, 1999) e os novos fósseis encontrados na Bacia de Lima Campos
(Pinheiro et al., 2008) representados, em ambos os casos, por elementos cranianos
desarticulados e fragmentados (Fig. 30).
Figura 30: Elementos cranianos e mandibulares atribuídos a Mawsonia sp.,
provenientes da Bacia de Lima Campos, Formação Malhada Vermelha.
4.3. Hibodontiformes
Os tubarões hibodontídeos representam uma das linhagens de
Chondrichthyes mais prósperas de todos os tempos, representando a segunda irradiação
deste grupo (Pough, 2003). Atingiram diversos tamanhos corporais, com duas
nadadeiras dorsais, suportadas por espinhos (Fig. 31), sendo esta uma característica
marcante deste grupo (Frickhinger, 1995).
47
Figura 31: Aspectos gerais de um tubarão hibodontídeo (Modificado de Maisey, 1982)
O primeiro registro deste grupo data do Devoniano Superior, sendo extinto
no Cretáceo Superior (Cappetta et al., 1993; Rees, 2008), correspondendo a um
intervalo de cerca de 300 milhões de anos. Além desta distribuição temporal, os
hibodontídeos são considerados praticamente cosmopolitas (Carvalho, 2002). O grupo
Hybodontidae, porém, é considerado parafilético por muitos autores (Maisey, 1984;
Rees, 2008), contendo aproximadamente 35 gêneros, estando Hybodus, entre os mais
conhecido.
O registro deste grupo, no território brasileiro, ocorre no Triássico
(Formação Santa Maria) e Permiano (Rio do Rasto) na Bacia do Paraná (Ragonha &
Silva Santos, 1987; Perez & Malabarba, 2002; Malabarba, et al., 2003) e no Cretáceo da
Formação Moa, Bacia do Acre (Richter et al., 2004).
Dentre as bacias do nordeste brasileiro, os fósseis deste grupo ocorrem no
Cretáceo Inferior, entre 135 e 110 milhões de anos, e estão representadas nas bacias do
Araripe, Iguatu, Lima Campos, Parnaíba, Recôncavo, Sanfranciscana e Alagoas, por
dentes, espinhos e alguns esqueletos quase completos (Brito, et al., 1994; Carvalho,
2002; Dutra, 2000; Dutra & Malabarba, 2001; Vogel, 1976). Já a Bacia de São Luis,
Cretáceo Superior, possui fósseis de hibodontídeos representados apenas por espinhos
(Medeiros & Schultz, 2001). Na Figura 32, é possível observar a distribuição dos
fósseis encontrados.
48
Figura 32: Distribuição geográfica das ocorrências de tubarões hibodontídeos nas
bacias sedimentares brasileiras.
A diversidade de tubarões hibodontídeos é representada por quatro gêneros:
Acrodus, Hybodus, Polyacrodus e Tribodus, com duas espécies formalmente descritas:
Acrodus nitidus (Bacia do Recôncavo) e Tribodus limae (bacias do Araripe e do
Parnaíba). Os demais achados são classificados genericamente como hibodontídeos,
indicando a problemática de identificação destes organismos a partir de materiais
restritos.
Vogel (1976) menciona a presença de dentes e espinhos de Hybodus
hauffianus na Bacia de Malhada Vermelha, no entanto, esta espécie é considerada
restrita ao Jurássico Inferior. Novos materiais provenientes da Bacia de Lima Campos
vêem sendo estudados, identificando-os como pertencentes ao gênero Planohybodus
(Pinheiro et al., 2008), sendo este o primeiro registro deste gênero para o Brasil (Fig.
33).
49
Figura 33: Dentes de Planohybodus sp. provenientes da Bacia de Lima Campos (IG –
039). A. LP0002LC – vista lingual, B. LP0002LC – vista labial; C. UFRGS-PV0021K –
vista labial, D. UFRGS-PV0021K – vista lingual; E. UFRGS-PV0022K – vista labial, F.
UFRGS-PV0022K – vista lingual. Escala: 1 mm (Modificado de Pinheiro, 2008).
Além da paleoictiofauna aqui apresentada, Vogel (1976) indica a presença
de dentes de dipnóicos provenientes da localidade Cabeça de Negro, Bacia de Malhada
Vermelha. Entretanto, não foram feitos estudos a cerca deste material.
50
4.4. Crocodilomorfos
Os crocodilomorfos (Crocodylomorpha sensu Walker, 1970) representam
uma linhagem de arcossauros com um registro fóssil bastante expressivo, tanto temporal
quanto geograficamente. Fósseis são encontrados em praticamente todas as regiões e
sua amplitude estratigráfica é praticamente contínua ( Naish, 2001; Benton, 2005).
A história evolutiva dos crocodilomorfos é bem conhecida, tendo sido
incrementada, nos últimos anos, por diversos trabalhos cladísticos que utilizaram uma
grande quantidade de táxons em sua reconstrução filogenética (e.g. Turner, 2008; Piras
et al., 2008). Além disso, diversos estudos paleobiológicos e paleoecológicos foram
feitos, no intuito de entender a real importância destes animais nos ecossistemas
pretéritos (Clark, Jacobs & Downs, 1989; Buscalioni et al., 2003; Vasconcellos &
Carvalho, 2005, 2006; Lecuona & Pol, 2008).
Os primeiros fósseis datam to Triássico Superior (Carniano), representados
por espécies com morfótipos bastante diferente do que é visto atualmente (Fig. 34). Os
primeiros crocodilomorfos, como Terrestrisuchus e Pseudoesperosuchus, eram formas
bastante gráceis, com membros longos, corpo reduzido e possuidores de hábito
essencialmente cursorial (Carrol, 1988; Benton, 2005). A partir de então, o grupo
experimentou um momento de grande diversificação de formas, principalmente entre o
Jurássico e o Neógeno. Aparecem no Jurássico as primeiras formas adaptadas ao
ambiente aquático, e principalmente marinho, como por exemplo, Geosaurus e
Pelagosaurus. Já no Cretáceo, o registro fóssil apresenta uma grande quantidade de
formas terrestres, tanto gráceis como robustas, e semi-aquáticas. Os crocodilomorfos
modernos (Crocodylia sensu Benton & Clark, 1988) - gaviais, caimans, jacarés e
crocodilos - aparecem no Cretáceo Superior e representam a única linhagem que
persistiu até os dias de hoje. Os crocodilianos passaram por uma grande expansão, em
número de espécies e de formas, no Neógeno, e hoje em dia o grupo é representado por
24 espécies (Brochu, 1999; Naish, 2001).
51
Figura 34: Alguns representantes da grande diversidade de formas de crocodilomorfos.
A, Terrestrisuchus e B, Pseudohesperosuchus, formas triássicas bastante gráceis
(esfenosuquídeos). C, Orthosuchus e D, Protosuchus, formas terrestres jurássicas
(protusúquios). E, Pelagosaurus e F, Geosaurus, formas marinhas juro-cretáceas
(talatosúquios). G, Araripesuchus e H, Stratiotosuchus, formas cursoriais cretáceas
(notosúquios). I, Caiman, J, Crocodylus e K, Gavialis, formas semi-aquáticas modernas
(eusúquios). (Retirado de Fortier, 2008)
52
A Taxonomia dos crocodilomorfos foi completamente reformulada nas
últimas três décadas. O grupo era tradicionalmente agrupado na Ordem Crocodylia, esta
constituída de três subordens: Protosuchia, Mesosuchia e Eusuchia (Benton & Clark,
1988). Esta classificação, apesar de criada pelos primeiros evolucionistas, era baseada
em grados que representavam estágios evolutivos, sugerindo uma ordem para o
processo evolutivo. A classificação era baseada o estágio de desenvolvimento de duas
estruturas: o palato secundário ósseo e os centros vertebrais (Fig. 35).
Figura 35: Principais diferenças entre as três principais subordens de Crocodylia
(=Crocodylomorpha), na classificação tradicional. As coanas estão indicadas pelo
desenho cinza e rachurado, e as vértebras encontram-se representadas em vista lateral
esquerda. A, Orthosuchus stormbergi, palato secundário incipiente e vértebras
anficélicas. B, Steneoaurus durobrivensis, palato secundário desenvolvido, mas não
completo, e vértebras anficélicas. C, Albertochampsa langstoni, palato secundário
completamente desenvolvido e vértebras procélicas (Retirado de Fortier, 2008).
53
Com o desenvolvimento da Sistemática Filogenética, percebeu-se que esta
classificação não era viável. Por exemplo, um dos principais trabalhos cladísticos do
grupo (Benton & Clark, 1988) observou que “Mesosuchia” incluía, na verdade. Os
táxons até então classificados como Eusuchia, tratando-se, portanto, de um grupo
polifilético. Diversos outros trabalhos posteriores aplicaram os conceitos cladísticos
para classificar os crocodilomorfos, identificando agrupamentos não naturais e
propondo nomes para novos agrupamentos, ou clados. A Figura 36 resume a atual
classificação dos crocodilomorfos.
Figura 36: Atual classificação dos Crocodylomorpha (Modificado de Fortier, 2008).
No Brasil, os crocodilomorfos representam um grupo bastante diverso no
Mesozóico (Fig. 37), especialmente no Cretáceo, sendo conhecidas mais de 20 espécies,
muitas destas preservadas de maneira excepcional. Estas espécies são representantes de
diversos grupos: baurusuquídeos, peirosaurídeos e neosúquios (Bertini et al., 1993;
Salisbury et al., 2003; Carvalho et al., 2004, 2005, 2007). Fortier (2008) indica que os
principais achados deste período são provenientes da Bacia do Araripe (membros Crato
e Romualdo, Formação Santana) e do Grupo Bauru (formações Adamantina e Marília,
Bacia do Paraná).
54
Figura 37: Distribuição geográfica das ocorrências de crocodilomorfos nas bacias
sedimentares brasileiras.
Fortier & Schultz (2006) relatam sobre um crocodilomorfo proveniente da
Bacia de Lima Campos (Fig. 38), representando o primeiro táxon de amniota a ser
formalmente descrito para a mesma. Este espécime estaria relacionado com o gênero
Susisuchus, constituindo uma nova espécie (Fortier & Schultz, 2009). Nesta mesma
bacia fora encontrado um osteodermo de crocodilomorfo (Fig. 39), não relacionado com
o anteriormente mencionado. Este material pertencera a um organismo de maiores
proporções e de hábitos aquáticos, havendo deste modo pelo menos dois táxons de
crocodilomorfos para a bacia supracitada (Figueiredo et al., 2008).
55
Figura 38: Fragmento craniano (UFRGS-PV0001K) atribuído a Susisuchidae,
proveniente da Bacia de Lima Campos, Formação Lima Campos (Escala: 1 cm).
Figura 39: Desenho esquemático da localização presumida dos osteodermos
hexagonais (com base em outras formas aquáticas) e o espécime UFRGS – PV 0020K,
em vista dorsal (à esq.) e ventral (Escala: 1cm).
56
5. Contextualização Geológica dos Afloramentos em estudo
Como dito anteriormente, foram realizados dois trabalhos de campo, um
em fevereiro de 2007 e outro em janeiro de 2008. Na primeira saída, fora visitado 22
dos afloramentos (Anexos A e B) assinalados por Arima (2007) que continham restos
de vertebrados fósseis. Já na segunda, foram priorizados os afloramentos que
apresentaram maior quantidade e diversidade fóssil. Dentre estes últimos, alguns serão
abordados, neste item, do ponto de vista geológico. Já os Parâmetros Tafonômicos
referente aos mesmos serão apresentados no próximo item.
Na área da Bacia de Iguatu, todos os afloramentos encontravam-se
parcialmente coberto pela vegetação. Mesmo naqueles em que foi possível observar
sedimentos cretáceos, não foram encontrado elementos ósseos com exceção de uma
escama ganóide encontrada no ponto IG – 084 (Fig. 40).
Figura 40: Escama ganóide coletada no aflormento IG – 084 (Arima, 2007).
Entre os afloramentos visitados na Bacia de Malhada Vermelha, destacam-
se os pontos IG – 087 e 162. Nestes afloramentos não foram feitos perfis, mas foi
possível anotar alguns parâmetros tafonômicos, sendo que a abundância dos elementos
fósseis nestes pontos aportou dados quantitativos importante para a bacia em questão.
57
A Bacia de Lima Campos possui o maior número de afloramentos visitados,
e é desta bacia que foi realizado o levantamento de perfis de dois afloramentos (IG –
039 e IG – 150) em função da presença, nestes, de fósseis de vertebrados, além do fato
dos mesmos representarem momentos distintos do sistema deposicional que preencheu
a Bacia no Cretáceo Inferior.
Dos afloramentos visitados na Bacia de Icó, apenas do ponto IG – 254,
devido à quantidade de escamas atribuídas as gênero Lepidotes sp. ali presentes, fora
feito um perfil, destacando as fácies onde elementos fósseis foram encontrados.
A seguir, serão apresentados os perfis acima mencionados, bem como dados
geológicos dos afloramentos correspondentes.
IG – 039 (Formação Malhada Vermelha, Bacia de Lima Campos)
Este afloramento situa-se nas imediações da localidade de Cascudo,
município de Icó, à margem da rodovia CE – 282, com coordenadas UTM 492215/
9291072, aflorando dos dois lados da estrada, com cerca de 60 metros de comprimento,
estando orientado NW-SE, estando recoberto por sedimentos terciários da Formação
Moura (Fig. 41).
58
Figura 41: Vista geral do afloramento IG – 039, Bacia de Lima Campos.
59
O perfil sedimentológico levantado (Fig. 42) mostra diversos pacotes de
siltitos avermelhados maciços ou com estratificação plano-paralela (Fácies Fsm), de
geometria tabular, alternado com pacotes centimétricos de arenito fino com
estratificação cruzada cavalgante (fácies Fh). A porção superior do perfil é composta
por arenito médio com estratificação cruzada festonada (fácies Sp e St). Todo o pacote
possui cerca de 4,5 metros de espessura.
Figura 42: Perfil esquemático do afloramento IG – 039.
60
Foram realizadas medições de paleocorrente nos pacotes com estratificação
cruzada cavalgante e festonada, obtendo, como média destas medições, o quadrante S –
SW.
Com base nas informações obtidas, este perfil uma associação de fácies de
canal, espraiamento de crevasse e planície de inundação, representados pelos elementos
arquiteturais CH, CS e FF, respectivamente. Pelas fácies apresentadas, este afloramento
constitui um registro do ISd 2 (Formação Malhada Vermelha), definido por Ponte Filho
(1994), porém em diversos levantamentos geológicos, a área onde o IG – 039 está
inserido corresponderia a ISd 1 (Ponte Filho, 1994), conhecido formalmente como
Formação Icó (Ponte et al., 1990), indicando um erro de generalização de um
determinado ponto para boa parte da Bacia.
Este afloramento destaca-se, entre os aqui abordados, pela quantidade e
diversidade de fósseis encontrados, incluindo o primeiro registro de
elasmobranquiformes (Pinheiro et al., 2007, 2008), e de um novo registro de
crocodilomorfo (Figueiredo et al., 2008) para esta bacia. A diversidade fóssil é
evidenciada pela presença de escamas ganóides atribuídas a Lepidotes sp. e elementos
ósseos pertencentes a celacantídeos (Mawsonia?). Estes táxons estão depositados nas
fácies de arenito fino e no arenito médio com festonadas. Além de fósseis de
vertebrados nestas mesmas fácies foram constatados icnofósseis de invertebrados
(Arima, 2007; Figueiredo & Bertoni – Machado, 2008).
IG – 150 (Formação Lima Campos, Bacia de Lima Campos)
Este afloramento situa-se nas proximidades do Açude Lima Campos,
município de Icó, a cerca de 2 Km da rodovia estadual CE – 282, com coordenadas
UTM 502950/9290600. O afloramento possui alguns quilômetros de extensão e está
orientado E – O (Fig. 43).
61
Figura 43: Vista geral do afloramento IG – 150, Bacia de Lima Campos.
Através do perfil (Fig. 44) é possível observar, na base, diversos de siltitos
maciços alternados com pacotes de arenitos finos a médios maciços (fácies Sm).
Seguem-se pacotes de arenitos e conglomerados com diversos tipos de estratificação de
modo alternado (Fácies St, Sm e Gt). O pacote possui uma espessura total de cerca de
100 m e caracteriza uma associação de elementos arquiteturais de canal (GB),
espraiamento de crevasse (CS) e planície de inundação (FF). O pacote superior,
característico de um sistema de canal, não foi estudado em maior detalhe, uma vez que
nele não foram encontrados fósseis até o momento.
Os fósseis provenientes deste afloramento estão inseridos nas fácies Sm, que
estão relacionadas ao espraiamento de crevasse. Além de inúmeras escamas de
Lepidotes sp., foi encontrado um fragmento craniano de crocodilomorfo que possui
relações de parentesco com o grupo Susisuchidae (Fortier & Schultz, 2007) além de
diversos fragmentos ósseos indeterminados.
62
Figura 44: Perfil esquemático do afloramento IG – 150.
63
IG – 254 (Formação Icó, Bacia de Icó)
Situado à margem da BR – 116, município de Icó, este afloramento possui
coordenadas UTM 533455/9308414 (Fig. 45), e aproximadamente 2 quilômetros de
extensão, com orientação NE – SW.
Figura 45: Vista geral do afloramento IG – 254, Bacia de Icó.
Através do perfil levantado (Fig. 46) podem ser identificadas na porção
mais basal fácies de arenitos médios a grossos, de coloração amarelada variando para o
cinza, contendo extraclastos de 1 a 2 cm e apresentando estratificação cruzada festonada
(Fácies St). Na seqüência, ocorre um pacote de pouco mais de 1 metro, composto por
arenitos finos a médios, com estratificação cruzada festonada de menor ângulo (Fácies
St). Nestas duas camadas foram encontrados fósseis, com características preservacionais
distintas. Posteriormente, ocorre um pacote composto por arenitos grossos a
conglomeráticos com extraclastos e estratificação cruzada festonada (Fácies Gt), no
qual, até o momento não foram encontrados fósseis. No topo deste perfil fora observado
siltitos vermelhos maciços (Fácies Fl).
Neste afloramento temos fácies representativas de canal, planícies de
inundação e depósitos de crevasse, estando os fósseis inseridos nestas últimas. Estes são
compostos por fragmentos indeterminados, escamas e ossos cranianos de Lepidotes sp.,
correspondendo ao primeiro registro deste gênero para a Bacia de Icó (Fortier et al.,
2008).
64
Figura 46: Perfil esquemático do afloramento IG – 254.
65
IG – 87, 158 e 162
Como mencionado anteriormente, não foram feitos perfis dos afloramentos
IG – 087, 158 e 162. Estes afloramentos estão localizados nas bacias de Malhada
Vermelha (IG – 087/ 162) e de Lima Campos (IG – 158), próximos a região das
localidades Palestina e Cabeça de Negro e foram aqui reunidos em único tópico devido
às similaridades litológicas vistas, correspondendo a Formação Malhada Vermelha.
Nestes pontos foram observadas estruturas tabulares de diversos tamanhos, podendo
atingir entre 1 m e 1,5 m, de arenito fino a médio, contendo estratificações cruzadas
festonadas de pequeno porte (fácies St). Em algumas delas não é possível distinguir as
estratificações, de modo que assemelham-se, nestes casos, a um arenito maciço. Estes
blocos possuem coloração cinza e são fortemente cimentadas. Além destas
características, são ricos em conteúdo fossilífero, contendo escamas e fragmentos ósseos
de diversos tamanhos e icnofósseis de invertebrados (Fig. 47).
Estes blocos representam fácies deposicionais de canais fluviais e
espraiamento de crevasse.
Figura 47: Bloco contendo icnofósseis de invertebrados e fragmentos ósseos,
proveniente da Bacia de Malhada Vermelha (IG – 087), escala: 18 cm.
66
6. ANÁLISE TAFONÔMICA
6.1. Pontos de coleta e lista de material
Como mencionado anteriormente, os fósseis presentes nesta análise são
provenientes de afloramentos localizados nas bacias de Icó, Lima Campos e Malhada
Vermelha, sendo um deles na Bacia de Icó (IG – 254), três na Bacia de Lima Campos
(IG – 039, 150, 158) e dois na Bacia de Malhada Vermelha (IG – 087, 162).
O material encontrado nos afloramentos estudados é composto por restos
esqueletais de peixes ósseos, cartilaginosos e de crocodilomorfos. As coletas efetuadas
durante o andamento deste trabalho foram efetuadas de maneira tafonomicamente
orientada, marcando-se os pontos de coleta, bem como o mergulho e a posição dos
ossos no sedimento.
Os fósseis coletados estão tombados no Laboratório de Paleontologia de
Vertebrados da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, sob o código de tombo
UFRGS – PV 0000 K; e no Laboratório de Paleontologia da Universidade Estadual do
Ceará sob os códigos de tombo LP 0000 IG; LP 0000 MV; LP 0000 LC; LP 0000 IC,
indicando a bacia de origem dos fósseis, Iguatu, Malhada Vermelha, Lima Campos e
Icó, respectivamente (Tabela 03).
Número Descrição Procedência
UFRGS- PV0001K Fragmento craniano de um
crocodilomorfo
Bacia de Lima Campos,
Form. Lima Campos
UFRGS- PV0002K Fragmento craniano de um
semionotídeo
Bacia de Icó, Form. Icó
UFRGS- PV0003K Escamas da cadeia dorsal de
um semionotídeo
Bacia de Icó, Form. Icó
UFRGS- PV0004K Escamas da cadeia dorsal de
um semionotídeo
Bacia de Icó, Form. Icó
UFRGS- PV0005K Escamas da cadeia dorsal de
um semionotídeo
Bacia de Icó, Form. Icó
UFRGS- PV0006K Escamas anteriores de um
semionotídeo
Bacia de Icó, Form. Icó
67
UFRGS- PV0007K Esc. Ant. de um semionotídeo Bacia de Icó, Form. Icó
UFRGS- PV0008K Escamas anteriores de um
semionotídeo
Bacia de Icó, Form. Icó
UFRGS- PV0009K Escamas posteriores rômbicas Bacia de Icó, Form. Icó
UFRGS- PV0010K Escamas posteriores rômbicas Bacia de Icó, Form. Icó
UFRGS- PV0011K Escamas posteriores rômbicas Bacia de Icó, Form. Icó
UFRGS- PV0012K Escamas posteriores fusiformes
e subcirculares
Bacia de Icó, Form. Icó
UFRGS- PV0013K Escamas posteriores fusiformes
e subcirculares
Bacia de Icó, Form. Icó
UFRGS- PV0014K Escamas posteriores fusiformes
e subcirculares
Bacia de Icó, Form. Icó
UFRGS- PV0015K Escamas posteriores fusiformes
e subcirculares
Bacia de Icó, Form. Icó
UFRGS- PV0016K Lâmina de Escama posterior
fusiforme
Bacia de Icó, Form. Icó
UFRGS- PV0017K Lâmina de Escama posterior
fusiforme
Bacia de Icó, Form. Icó
UFRGS- PV0018K Lâmina de Escama posterior
fusiforme
Bacia de Icó, Form. Icó
UFRGS- PV0020K Osteodermo de
Crocodilomorfo
Bacia de Lima Campos,
Form. Malhada Vermelha
UFRGS- PV0021K Dente Tubarão Bacia de Lima Campos,
Form. Malhada Vermelha
UFRGS- PV0022K Dente Tubarão Bacia de Lima Campos,
Form. Malhada Vermelha
UFRGS- PV0023K Molde de Osteodermo de
Crocodilomorfo
Bacia de Lima Campos,
Form. Malhada Vermelha
UFRGS- PV0024K Ramo mandibular -
Celacantídeo
Bacia de Lima Campos,
Form. Malhada Vermelha
UFRGS- PV0025K Fragmento de quadrado -
Celacantídeo
Bacia de Lima Campos,
Form. Malhada Vermelha
68
UFRGS- PV0026K Fragmento de angular-
Celacantídeo
Bacia de Lima Campos,
Form. Malhada Vermelha
UFRGS- PV0027K Fragmento de proótico -
Celacantídeo
Bacia de Lima Campos,
Form. Malhada Vermelha
UFRGS- PV0028K Fragmentos ósseos/ Escamas
fusiformes
Bacia de Lima Campos,
Form. Malhada Vermelha
UFRGS- PV0029K Escamas ganóides tipo
Lepidotes
Bacia de Lima Campos,
Form. Malhada Vermelha
UFRGS- PV0030K Fragmentos ósseos/ Escamas
fusiformes
Bacia de Lima Campos,
Form. Malhada Vermelha
UFRGS- PV0031K Fragmentos ósseos/ Escamas
fusiformes
Bacia de Lima Campos,
Form. Malhada Vermelha
UFRGS- PV0032K Escamas ganóides tipo
Lepidotes
Bacia de Lima Campos,
Form. Malhada Vermelha
UFRGS- PV0033K Escamas ganóides tipo
Lepidotes
Bacia de Lima Campos,
Form. Malhada Vermelha
UFRGS- PV0034K Escamas ganóides tipo
Lepidotes
Bacia de Lima Campos,
Form. Malhada Vermelha
UFRGS- PV0035K Escamas ganóides tipo
Lepidotes
Bacia de Lima Campos,
Form. Malhada Vermelha
UFRGS- PV0036K Fragmentos ósseos/ Escamas
fusiformes
Bacia de Lima Campos,
Form. Malhada Vermelha
UFRGS- PV0037K Fragmentos ósseos/ Escamas
fusiformes
Bacia de Lima Campos,
Form. Malhada Vermelha
UFRGS- PV0038K Fragmentos ósseos Bacia de Lima Campos,
Form. Malhada Vermelha
UFRGS- PV0039K Fragmentos ósseos/ Escamas
fusiformes
Bacia de Lima Campos,
Form. Malhada Vermelha
UFRGS- PV0040K Fragmentos ósseos/ Escamas
fusiformes
Bacia de Lima Campos,
Form. Malhada Vermelha
UFRGS- PV0041K Escamas ganóides tipo
Lepidotes
Bacia de Lima Campos,
Form. Malhada Vermelha
69
UFRGS- PV0042K Escama fusiforme tipo
Lepidotes
Bacia de Lima Campos,
Form. Malhada Vermelha
UFRGS- PV0043K Fragmentos ósseos/ Escamas
fusiformes
Bacia de Lima Campos,
Form. Malhada Vermelha
UFRGS- PV0044K Fragmentos ósseos/ Escamas
fusiformes
Bacia de Lima Campos,
Form. Malhada Vermelha
UFRGS- PV0045K Fragmento craniano de um
Celacantídeo
Bacia de Lima Campos,
Form. Malhada Vermelha
UFRGS- PV0046K Fragmentos ósseos/ Escamas
fusiformes
Bacia de Icó, Form. Icó
UFRGS- PV0047K Escamas ganóides tipo
Lepidotes
Bacia de Malhada Vermelha,
Form. Malhada Vermelha
UFRGS- PV0048K Escamas ganóides tipo
Lepidotes
Bacia de Malhada Vermelha,
Form. Malhada Vermelha
UFRGS- PV0049K Fragmentos ósseos/ Escamas
fusiformes
Bacia de Malhada Vermelha,
Form. Malhada Vermelha
UFRGS- PV0050K Escama fusiforme Bacia de Malhada Vermelha,
Form. Malhada Vermelha
UFRGS- PV0051K Fragmentos ósseos/ Escamas
fusiformes
Bacia de Lima Campos,
Form. Malhada Vermelha
UFRGS- PV0052K Lâmina de Escama posterior
fusiforme
Bacia de Lima Campos,
Form. Malhada Vermelha
UFRGS- PV0053K Lâmina de Escama posterior
fusiforme
Bacia de Lima Campos,
Form. Malhada Vermelha
UFRGS- PV0054K Lâmina de Escama posterior
fusiforme
Bacia de Lima Campos,
Form. Malhada Vermelha
LP 0002LC Dente Tubarão Bacia de Lima Campos,
Form. Malhada Vermelha
LP0003LC Fragmentos ósseos/ Escamas
fusiformes
Bacia de Lima Campos,
Form. Malhada Vermelha
LP0004LC Fragmentos ósseos/ Escamas
fusiformes
Bacia de Lima Campos,
Form. Malhada Vermelha
70
LP0005LC Escamas ganóides tipo
Lepidotes
Bacia de Lima Campos,
Form. Malhada Vermelha
LP0006LC Escamas ganóides tipo
Lepidotes
Bacia de Lima Campos,
Form. Malhada Vermelha
LP0007LC Escamas ganóides tipo
Lepidotes
Bacia de Lima Campos,
Form. Malhada Vermelha
LP0008LC Fragmentos ósseos/ Escamas
fusiformes
Bacia de Lima Campos,
Form. Malhada Vermelha
LP0009 LC Escamas ganóides tipo
Lepidotes
Bacia de Lima Campos,
Form. Malhada Vermelha
LP0001MV Fragmentos ósseos/ Escamas
fusiformes
Bacia de Malhada Vermelha,
Form. Malhada Vermelha
LP0002MV Fragmentos ósseos/ Escamas
fusiformes
Bacia de Malhada Vermelha,
Form. Malhada Vermelha
LP0003MV Fragmentos ósseos/ Escamas
fusiformes
Bacia de Malhada Vermelha,
Form. Malhada Vermelha
LP0004MV Fragmentos ósseos/ Escamas
fusiformes
Bacia de Malhada Vermelha,
Form. Malhada Vermelha
LP0005MV Fragmentos ósseos/ Escamas
fusiformes
Bacia de Malhada Vermelha,
Form. Malhada Vermelha
LP0006MV Fragmentos ósseos/ Escamas
fusiformes
Bacia de Malhada Vermelha,
Form. Malhada Vermelha
Tabela 03: Relação dos fósseis tombados utilizados nas análises tafonômicas.
6.2. Descrição das concentrações fossilíferas
Complementando o que já fora abordado anteriormente, neste item as
concentrações fossilíferas encontradas nos afloramentos estudados serão descritas sob o
ponto de vista tafonômico, de modo a integrar com as feições litológicas abordadas no
item 5 deste trabalho.
71
6.2.1. Bacia de Icó
- Ponto IG - 254
Os fósseis provenientes desta bacia estão preservados em três dimensões,
em duas litofácies: arenito fino com Estratificação Cruzada Festonada e em arenitos
grossos contendo extra-clastos e com o mesmo tipo de estratificação anterior.
Na fácies de arenito fino, os fósseis encontram-se dispersos, estando
suportados pela matriz. Estes elementos são de tamanhos aproximadamente
equivalentes, entre 1 e 2 centímetros, com exceção do osso opercular de 8,6
centímetros, possuem, portanto um grau de seleção Unimodal. A distribuição em corte,
com relação à matriz, é de maneira concordante (Fig. 48), e a distribuição azimutal é
polimodal (Fig. 49).
Figura 48: Escama ganóide disposta de maneira concordante em relação à
estratificação das fácies de Arenito Fino.
1cm
72
Figura 49: Distribuição polimodal dos fósseis preservados na fácies de Arenito Fino.
Os fósseis preservados no arenito grosso são na maioria escamas, e
fragmentos ósseos possuindo no máximo 4 centímetros de comprimento e encontram-se
dispersos, estando suportado pela matriz. A distribuição em corte de maneira oblíqua
(Fig. 50).
Figura 50: Fóssil disposto obliquamente em relação a matriz de Arenito Grosso com
extra-clastos.
73
Os materiais encontram-se desarticulados e fragmentados. Entretanto, estão
bem preservados, uma vez que normalmente é possível observar a camada de ganoína
nas escamas tipo Lepidotes e estruturas de ornamentação nos fragmentos ósseos, como
no opercular. Porém, é possível observar que o grau de abrasão nos fósseis presentes
nas fácies St com extra-clastos é maior do que as fácies St de arenito fino.
Neste afloramento foi possível identificar somente um gênero de peixe
ósseo: Lepidotes sp. Deste modo, a assembléia aqui apresentada é considerada
monoespecífica e monotípica, uma vez que foram encontrados, majoritariamente,
escamas e pequenos fragmentos ósseos, além de um osso opercular.
74
6.2.2. Bacia de Lima Campos
- Ponto IG – 039
O material encontrado neste afloramento é composto por diversas escamas ganóides tipo Lepidotes, além de elementos cranianos de
celacantídeos, dentes de tubarões, pertencentes ao gênero Planohybodus sp., e elementos pertencentes a crocodilomorfos, representando, assim
uma assembléia poliespecífica e politípica. A figura 51 apresenta os pontos de coleta destes materiais.
Figura 51: Foto em detalhe do afloramento IG – 039, indicando os pontos aonde foram coletados fósseis de vertebrados.
75
Os fósseis coletados estão inseridos nas camadas de arenito fino com
Estratificação Cruzada Cavalgante, e nas fácies de arenito grosso com Cruzadas
Festonadas.
Nas fácies de arenito fino os tamanhos dos fósseis variam entre pequenos
dentes de elasmobranquiformes a fragmentos ósseos de mais de 15 centímetros.
Representam, assim, uma assembléia com grau de seleção polimodal (Fig. 52).
Figura 52: Bloco de rocha contendo elementos fósseis de diferentes tamanhos,
indicando o grau de seleção polimodal desta tafocenose.
É possível observar que os blocos coletados possuem um grau de
empacotamento de fracamente empacotado, com orientação, em seção de maneira
concordante às estruturas sedimentares, enquanto outros estão de maneira oblíqua. Já
em planta, a distribuição azimutal é polimodal, não havendo uma direção dominante
(Fig. 53).
76
Figura 53: Elementos fósseis distribuídos de maneira polimodal nas fácies de Arenito
fino com Estratificação Cruzada Cavalgante.
Todos os materiais encontram-se desarticulados, a maioria estando pouco ou
nada fragmentados, sendo que os elementos que se encontram fragmentados não
possuem arredondamentos em suas extremidades. Um alto grau de preservação é
atestado nas estruturas de ornamentação de ossos cranianos de celacantídeos, no
osteodermo de crocodilomorfo ou nas estrias presentes nos dentes de Planohybodus sp.,
bem como na presença de esmalte destes elementos.
As características acima apresentadas indicam um baixo grau de
intemperismo, possibilitando a preservação de detalhes nos fósseis coletados neste
afloramento. Os fósseis coletados possuem deformações, como compressão, havendo
muitas escamas com a estrutura de ganoína quebradiça (Fig. 54).
77
Figura 54: Escama ganóide, destacando a estrutura quebradiça da camada de ganoina.
Já na fácies de Arenito Grosso com Cruzadas Festonadas, a diversidade
fóssil é consideravelmente menor, estando representada por escamas tipo de Lepidotes e
fragmentos ósseos de diferentes tamanhos, incluindo um elemento fóssil com cerca de
17 centímetros, atribuído ao gênero ?Mawsonia. Além disto, os fósseis coletados nesta
fácies estão mais desgastados pelo intemperismo, estando mais friáveis e de difícil
remoção da matriz circundante.
Os blocos provenientes desta fácies possuem um grau de empacotamento
disperso, e com orientação, em seção, de maneira concordante e em planta, a
distribuição azimutal é semelhante do observado nas fácies com Cavalgante, ou seja
polimodal.
- Ponto IG – 150
Neste afloramento foram coletados escamas tipo Lepidotes sp., além de um
fragmento do teto craniano de um crocodilomorfo (Fortier & Schultz, 2006), além de
fragmentos indeterminados. Representa, portanto, uma assembléia poliespecífica, com
pelo menos dois táxons distintos.
1 cm
78
Assim como os demais fósseis coletados na Bacia de Lima Campos, os
provenientes deste ponto encontram-se desarticulados e estão dispersos na matriz, mas
apresentam maior grau de fragmentação do que o observado no afloramento
anteriormente abordado, havendo ainda certa seleção no tamanho dos bioclastos, não
tendo sido observados elementos com mais que 4 centímetros.
Mais uma vez, apesar do alto grau de fragmentação, observa-se que os
fósseis sofreram pouca abrasão, estando preservadas, inclusive, pequenas estruturas de
ornamentação e um espinho no fragmento craniano encontrado (Fortier & Schultz,
2009). Neste mesmo fragmento, é possível constatar, em vista occipital, um
achatamento diferenciado entre o lado esquerdo e o direito (Fig. 55), além de elementos
ósseos com maior grau de arredondamento de suas extremidades.
Figura 55: Vista occipital do fragmento craniano, indicando a compactação ocorrida no
lado esquerdo, evidenciado pela deformação do osso Quadrado (q) (Escala: 1 cm).
A orientação azimutal dos fósseis coletados no IG – 150 repete o padrão dos
demais afloramentos estudados, apresentando-se de maneira polimodal, e em seção
distribuem-se de maneira concordante com a matriz.
- Ponto IG – 158
Os fósseis coletados neste ponto estão inseridos em uma matriz de arenito
fino a médio com festonada, indicando um ambiente com corrente. Estes blocos são
altamente cimentados, de cor acinzentada, havendo alguns com variação para o
vermelho.
Estes blocos são altamente fossilíferas, podendo-os considerar como
Densamente Empacotadas (Fig. 56), havendo elementos de tamanhos distintos, em um
mesmo bloco, caracterizando uma seleção polimodal.
79
Figura 56: Bloco de rocha proveniente de IG – 158, indicando a alta densidade de
elementos fósseis.
A distribuição dos elementos fósseis é de maneira concordante em relação
ao plano de acamamento da matriz e sua distribuição azimutal é polimodal (Fig. 57).
Muitos dos restos ósseos e escamas encontram-se bastante abradidos, não estando
preservadas estruturas de ornamentação, ou a camada de ganoína nas escamas.
Devido ao alto grau de fragmentação, só foi possível identificar um grupo
taxonômico neste ponto, pertencendo ao gênero Lepidotes sp., constituindo assim uma
assembléia monoespecífica.
80
Figura 57: Bloco LP0005LC, indicando a distribuição polimodal existente no
afloramento IG – 158, e os diferentes tamanhos dos fósseis coletados.
6.2.3. Bacia de Malhada Vermelha
Como já foi mencionado, apesar de não ter sido levantados perfis
estratigráficos dos afloramentos da Bacia de Malhada Vermelha (IG 087/ 162), os
fósseis provenientes destes pontos foram incluídos nas análises tafonômicas devido aos
dados quantitativos que os mesmos podem fornecer.
81
- Ponto IG – 087
Os blocos de arenito fino a médio com cruzadas festonadas se assemelham
aos observados no afloramento IG – 158, Bacia de Lima Campos, sendo, porém mais
cimentados e relativamente com menor quantidade de fósseis. Estes se encontram
dispersos na matriz, e, com exceção das escamas, a maioria mede mais do que 3
centímetros.
Os restos ósseos encontrados neste afloramento sofreram desgaste causado
pelo intemperismo, com extremidades arredondadas, não sendo possível diferenciar
ornamentações, ou outras feições superficiais. Em muitas escamas, não ficou preservada
a camada de ganoína (Fig. 58).
Figura 58: Elementos fósseis com alto grau de desgaste, não podendo ser observado a
camada de ganoína das escamas, e elementos ósseos com superfícies sem
ornamentações ou outras feições superficiais.
82
Os ossos e escamas apresentam-se escurecidos, diferenciando dos fósseis
encontrados nos demais afloramentos. Outra característica distinta é a disposição de
alguns dos bioclastos, na matriz, de maneira perpendicular às estruturas sedimentares,
havendo, porém, blocos em que esta disposição concordante (Fig. 59).
Figura 59: Elementos ósseos dispostos de maneira concordante em relação às camadas
sedimentares (Escala: 18 cm).
- Ponto IG – 162
Esta assembléia é muito semelhante àquela descrita para o ponto IG – 087.
Entretanto, diferencia-se por uma melhor preservação dos fósseis, que estão menos
abradidos, sendo que, em muitos deles, é possível observar detalhes anatômicos e de
ornamentação (Fig. 60). Por outro lado, esta situação de preservação não ocorre nas
escamas, nas quais é possível observar apenas a estrutura óssea, estando ausente a camada
de ganoína.
83
Figura 60: Fragmento ósseo onde é possível observar estruturas de ornamentação,
indicando menor desgaste do mesmo.
6.3. Modelos Tafonômicos
6.3.1. Bacia de Icó
No afloramento da Bacia de Icó (IG – 254) a diversidade faunística é
composta apenas pelo gênero Lepidotes sp., caracterizando-se como uma assembléia
monoespecífica.
É possível observar diferenças entre as fácies em que os organismos foram
preservados. Na mais basal, composta por arenito com extra-clastos, ocorre elementos
de tamanhos aproximados, dispersos, friáveis e abradidos. Estas características indicam
ambiente de alta energia, com provável baixo grau de retrabalhamento.
84
Já nas fácies de arenito fino, os fósseis possuem melhor preservação,
indicando um ambiente menos energético, onde não havia uma correnteza direcionando
os bioclastos, resultando no aspecto disperso e polimodal desta tafocenose. Apesar de
melhor preservado, algumas escamas não possuem a camada de ganoína, estando
preservado apenas a camada óssea, podendo ser um indicativo de exposição sub-aérea,
também evidenciado pela ausência de elementos articulados.
6.3.2. Bacia de Lima Campos
- IG – 039
Este é afloramento que possui maior diversidade fóssil, ocorrendo pelo
menos quatro táxons distintos. Os fósseis presentes neste afloramento estão inseridos
em duas fácies: nos arenitos finos com cruzadas cavalgantes, e no arenito médio com
cruzadas festonadas.
Na primeira ocorre a maior parte dos achados fósseis, estando dispostos de
maneira concordante, não possuindo uma direção dominante, e podem ser considerados
como Fracamente Empacotado. Estas características, aliadas ao estado de preservação,
indicam um ambiente menos energético, sem uma corrente dominante, indicando um
ambiente de soterramento mais rápido de elementos desarticulados pré-depositados,
acumulando-os.
Já na fácies superior, com festonadas, a quantidade de fósseis é reduzida, e
estes estão bem mais abradidos, indicando maior período de exposição, bem como
transporte hidráulico.
- IG – 150
Com uma diversidade fóssil menor do que apontado para o afloramento
anterior, as fácies que possuem os restos ósseos são de arenitos maciços, estando estes
elementos dispersos na matriz e possuem seleção com relação ao tamanho, estando
relacionados ao ambiente deposicional de crevasse splay.
85
Mais uma vez, estes elementos encontram-se desarticulados e muitos
possuem alto grau de fragmentação, indicando que sofreram desgaste por intemperismo,
e compactação, evidenciado principalmente no fragmento craniano de crocodilomorfo.
Outra evidência de intemperismo é o arredondamento das extremidades de muitos dos
elementos coletados neste afloramento.
- IG – 158
Neste ponto é observável a maior concentração de fósseis de todos os
afloramentos estudados. Entretanto, devido ao alto grau de fragmentação, só pode ser
constatado a presença do gênero Lepidotes sp. A assembléia é constituída de elementos
de diversos tamanhos, e altamente abradidos, indicando ambiente energéticos, com
concentração de bioclastos, assemelhando-se a um bonebed.
Unindo as características tafonômicas às sedimentológicas, é possível
indicar que o ambiente de deposição poderia corresponder a canais relacionados a
eventos de maior magnitude como crevasse splay.
6.3.3. Bacia de Malhada Vermelha
Os fósseis provenientes desta Bacia (IG - 087, 162) encontram-se em uma
matriz com Cruzadas Festonadas, e são os pacotes sedimentares, cujos fósseis
estudados, encontram-se mais dispersos. Uma característica importante destas fácies é
maior tamanho dos fósseis coletados, indicando um ambiente mais energético.
Nestes afloramentos foi observado bioclastos dispostos de maneira
perpendicular em relação à matriz. Supõe-se que esta diferença da deposição destes
bioclastos pode estar relacionada a movimentos oscilatórios que porventura ocorreram.
Já em planta, os fósseis estão distribuídos de modo aleatório, não existindo uma direção
preferencial.
Como mencionado, no afloramento IG – 087 o estado de preservação é
menor do que visto em IG - 162, estando provavelmente relacionado ao tempo de
exposição pré-soterramento. Através das características apontadas, aliadas a questões
geográficas, acredita-se que estes afloramentos são relacionáveis entre si,
correspondendo a um único sistema deposicional.
86
6.4. Parâmetros Tafonômicos
De modo a integrar as descrições das tafocenoses, e dados e modelos discutidos,
neste item serão abordados os parâmetros vistos nas análises tafonômicas deste
trabalho.
6.4.1 Morte
Na maioria dos fósseis coletados nas Bacias do Iguatu, não pode ser
constatado o estágio ontogenético dos organismos, com exceção dos crocodiloformos.
Deste modo, não foi possível desenvolver um gráfico representando a estrutura da
população.
As estruturas sedimentológicas e estratigráficas, no entanto, não dão
evidências de qual tipo de morte gerou estas assembléias, uma vez que os fósseis de
vertebrados estão relacionados a fácies de crevasse splay, indicativos de rompimento de
dique marginal do paleorio, ocasionando transporte dos vertebrados que já estavam
mortos e desarticulados próximo às margens, acarretando nas concentrações
encontradas nos afloramentos.
6.4.2. Desarticulação e Transporte
Como pode ser visto no item de descrição das tafocenoses, os fósseis
coletados nas Bacias do Iguatu, são desarticulados, e a maioria destes elementos está
fragmentado e em um avançado grau de desgaste.
Devido a estas características, além da ausência de materiais mais completos
ou com menor grau de fragmentação, supõe-se que os elementos preservados são
alóctones, com um período de exposição subaérea amplo, de modo que a necrólise dos
tecidos moles foi total, não permitindo a preservação de elementos articulados.
Apesar da existência de fragmentos cranianos e dentes, que compõem o
terceiro grupo de Voorhies, estes elementos não apontam para um depósito residual,
devido às outras características. Estes elementos podem ter sido depositados
anteriormente, e durante um evento de maior magnitude tais bioclastos foram
retrabalhados e redepositados, resultando na preservação de elementos cranianos, mas
fragmentados e com níveis de abrasão.
87
6.4.3. Soterramento final
Nos fósseis em estudo, observou-se que o tempo de exposição subaérea foi
grande, uma vez que estes restos encontram-se desarticulados e fragmentados. Estas
características também estão relacionadas ao processo de acumulação destas
tafocenoses: rompimentos dos canais, levando ao transporte de sedimentos e restos de
organismos, acarretando em quebra e rolamento dos mesmos, podendo ainda existir
eventos de retrabalhamento.
Como mencionado, existem diferenças nas preservações de escamas e
fragmentos ósseos. Os materiais com maior desgaste podem estar relacionados a um
maior tempo de exposição subaérea, ou eventos com transporte hidráulico antes do
soterramento final.
6.4.4. Diagênese
Apesar do já mencionado estado fragmentário dos fósseis coletados nas
Bacias do Iguatu, os mesmos encontram-se, na maioria dos casos, sem achatamentos ou
distorções. Entretanto, como mencionado anteriormente, é possível observar uma
deformação diagenética no fragmento craniano de crocodilomorfo (UFRGS-
PV0001K), indicando que sofrera compressão diferenciada das camadas sedimentares.
Em menor grau, estas deformações podem ser observadas nas escamas, cujo aspecto da
camada de ganoína é quebradiça.
Foi realizado um estudo diagenético preliminar, através de lâminas
petrográficas de escamas do tipo Lepidotes, provenientes de afloramentos das bacias de
Lima Campos (IG – 039) e Icó (IG – 254). Nestas, foi possível identificar a
permineralização das mesmas por Óxido de Ferro (Fig. 61). Além disso, foi possível
constatar que os fósseis em questão estão bem preservados, não existindo deformações
da microestutura (Fig. 62). Este óxido, aparentemente, apenas coloriu o componente que
permineralizou primariamente os elementos fósseis, como sílica ou calcita, não sendo
possível identificar-los.
88
Figura 61: Escamas provenientes da Bacia de Icó (IG – 254), mostrando a percolação
por Óxido de Ferro. Aumentos de 2,5x e 5x, da esquerda para a direita, respectivamente.
Figura 62: Escama ganóide proveniente da Bacia de Lima Campos (IG – 039),
ilustrando a boa preservação da mesma. Aumento de 2,5x.
89
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A paleofauna das Bacias do Iguatu é composta de peixes ósseos,
representados pelo gênero Lepidotes sp. e a família Mawsonidae, peixes cartilaginosos
(gênero Planohybodus sp.) crocodilomorfos, entre outros fragmentos ósseos não
determinados. Por meio da análise litológica e taxonômica, é possível constatar que
estes organismos habitariam ambientes continentais como rios e lagos, com um
ambiente quente e úmido, com variações sazonais.
Apesar desta fauna ser relativamente variada, possui baixa diversidade,
ocasionado pela seleção hidraúlica. A constatação de novos táxons de vertebrados é
dificultada pelo estado fragmentário dos espécimes fósseis encontrados, que ocorrem
como bioclastos, formando concentrações do tipo bone beds, que se caracteriza por
acumulações mecânicas. Este padrão, observado em todos os materiais coletados, está
relacionado à preservação dos mesmos em depósitos relacionados a eventos de
rompimento de diques marginais (crevasse splay).
Deste modo, as assembléias fossilíferas podem ser consideradas alóctones
devido ao estado fragmentário, e em muitos casos, abradidos, dos elementos que as
compõem. A distribuição aleatória dos bioclastos é um indicativo que a deposição dos
mesmos ocorreu devido aos processos gravitacionais após o rompimento de um dique
do rio, e extravasamento de sedimentos e organismos que já estavam mortos e
desarticulados nas margens. Posteriormente, a passagem de um canal fluvial, poderia
atuar retrabalhando os materiais que foram parcialmente soterrados.
Apesar do estado fragmentário dos fósseis coletados, os mesmos podem ser
considerados bem preservados, estando presentes estruturas como os dentes de tubarão
onde é possível observar o esmalte, ou a camada de ganoína de algumas escamas. Em
outros materiais esta preservação não é possível de ser observada, indicando que os
mesmos sofreram maior abrasão, seja por maior período de exposição sub-aérea, ou
pelos transportes ocorrentes nos canais.
Por meio das lâminas petrográficas, buscou-se dados a respeito da diagênese
destas tafocenoses. Constatou-se a presença de Óxido de Ferro em espécimes coletados
em duas bacias: Icó e Lima Campos. Além da semelhança mineralógica, em todas as
escamas analisadas é possível observar que o óxido preencheu fraturas pré-existentes, e
90
em alguns materiais, os canais ósseos que as compõe, não destruindo estruturas
microscópicas. O aspecto trincado destas escamas poderia estar relacionado a
deformações pós-fossilização, por conta do período de exposição sub-aérea, aliada às
variações ambientais.
Além das semelhanças observadas quanto a diagênse dos fósseis, os dados
bioestratinômicos apontam para tafocorrelações entre as bacias de Lima Campos e
Malhada Vermelha, devido a integração de características tafonômicas,
sedimentológicas e composição faunística.
Estas correlações foram possíveis devido a semelhança não apenas
litológica dos afloramentos estudados, mas pelos dados bioestratinômicos equivalentes,
como, grau de desgaste, disposição dos elementos nas rochas, além de elementos
faunísticos em comum, principalmente as escamas indicativas do gênero Lepidotes sp.
Estas tafocorrelações, possivelmente, possam ser estendidas à Bacia de
Sousa, e outras pequenas bacias interiores, entretanto estas correlações estão no campo
teórico, baseadas na literatura, devido às similaridades observadas nos aspectos
litológicos, faunísticos e no modo de ocorrência destes vertebrados. Deste modo, se faz
necessário buscar dados nestas bacias e integrar aos obtidos para as Bacias do Iguatu.
Todos os fósseis coletados nestas bacias estão associados a ambientes
fluviais, a maioria estando relacionado a eventos de grande energia, onde poderia
ocorrer o rompimento de um dique marginal, havendo posteriormente o deslocamento
de um canal fluvial, acarretando em novos eventos de transporte e acúmulo de
elementos ósseos. Assim, os organismos preservados nestes ambientes possuem
histórias tafonômicas similares, com altos níveis de transporte de elementos já
desarticulados, com conseqüente, fragmentação.
Deste modo, a ausência de ocorrências fossilíferas completas ou articuladas
se deve, principalmente, à dinâmica do sistema fluvial na bacia, onde canais instáveis e
depósitos de espraiamento revolviam os elementos pré-depositados nas planícies, ou
deslocavam os elementos desarticulados presentes neste ambientes, fragmentando-os.
91
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108
ANEXOS
Anexo A – Tabela com os dados dos afloramentos estudados
Anexo B – Mapa com as localizações geográficas dos afloramentos estudados
109
ANEXO A
Ponto Bacia Localidade
Coordenadas
X Y latitude / longitude
IG-044 Icó BR-116 532578 9307292 6º16'0.452"S, 38º42'19.742"W
IG-049 Icó Vila Catavento 536012 9311753 6º13'35.11"S, 38º40'28.072"W
IG-254 Icó BR-116 533545 9308504 6º15'20.965"S, 38º41'48.294"W
IG-084 Iguatu Catingueira 490690 9302372 6º18'40.952"S, 39º5'3.023"W
IG-100 Iguatu Quixelô 467417 9308430 6º15'23.392"S, 39º17'40.4"W
IG-267 Iguatu - 483933 9318842 6º9'44.537"S, 39º8'42.803"W
IG-268 Iguatu - 483682 9318360 6º10'0.232"S, 39º8'50.974"W
IG-039 Lima Campos Cascudo 492215 9291072 6º24'48.957"S, 39º4'13.437"W
IG-041 Lima Campos Cascudo 492764 9291032 6º24'50.262"S, 39º3'55.565"W
IG-150 Lima Campos
Açude de Lima
Campos
503773 9291576 6º24'32.557"S, 38º57'57.173"W
IG-153 Lima Campos L. Campos 495200 9289954 6º25'25.377"S, 39º2'36.265"W
IG-155 Lima Campos - 496838 9292192 6º24'12.497"S, 39º1'42.936"W
IG-158 Lima Campos - 495827 9295792 6º22'15.257"S, 39º2'15.839"W
IG-177 Lima Campos Igarói 495341 9294603 6º22'53.977"S, 39º2'31.662"W
IG-258 Lima Campos - 497259 9296224 6º22'1.191"S, 39º1'29.224"W
IG-264 Lima Campos - 505178 9294532 6º22'56.288"S, 38º57'11.443"W
IG-087 Malhada Vermelha M. Vermelha 492443 9301236 6º19'17.955"S, 39º4'5.971"W
IG-089 Malhada Vermelha M. Vermelha 496226 9300916 6º19'28.389"S, 39º2'2.84"W
IG-162 Malhada Vermelha - 492286 9294068 6º23'11.389"S, 39º4'11.113"W
IG-168 Malhada Vermelha Cabeça Negra 489357 9297060 6º21'33.936"S, 39º5'46.442"W
IG-169 Malhada Vermelha Cabeça Negra 491541 9297528 6º21'18.707"S, 39º4'35.348"W
110
ANEXO B - Mapa com as localizações geográficas dos afloramentos estudados
Açude
OROS
Aç. Lima
Jaguaribe
Rio
Ca
m
pos
282
404
375
122
481
375
282
122
116
Malhada
Vermelha
São Vicente
Bom
Sucesso
Palestina
Igarói
Mangueira
Guassucê
Cascudo
Guassosé
Lima Campos
Cruzeirinho
Carnaubinha
B. doTr uçu
Lagoa
Redonda
V.Grande
Serrote
José de
Alencar
Baú
Minas
Varzinha
Barra
Barreiras
Gadelha
Penha
Quixoá
Catingueira
Mata Pasto
Caldeirão
ICÓ
ORÓS
QUIXELÔ
ACOPIARA
IGUATÚ
10km
N
39°35'
38°33'
6°4',
6°32'
PB
RN
MUNICÍPIO DE JAGUARIBE
MUNICÍPIO
DE JUCÁS
44
254
49
39
41
153
264
150
155
258
177
158
87
89
168
162
169
100
268
267
84
Legenda:
Afloramento
Bacia de Icó Bacia de Iguatu Bacia de Lima Campos Bacia de Malhada Vermelha
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