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CIRCUITOS DIGITAIS COMBINACIONAIS NA
LÓGICA DE MÚLTIPLOS VALORES
HERBERT LUQUE PERALTA
CAMPO GRANDE - MS
2008
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DO SUL
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO
EM ENGENHARIA ELÉTRICA
Circuitos Digitais Combinacionais na Lógica de Múltiplos
Valores
Herbert Luque Peralta
Orientador: Prof. Milton Ernesto Romero Romero - Dr.
Dissertação apresentada ao Departamento de Engenharia
Elétrica da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul
como parte dos requisitos para a obtenção do título de
Mestre em Engenharia Elétrica.
UFMS - Campo Grande
Dezembro / 2008
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Circuitos Digitais Combinacionais na Lógica de Múltiplos
Valores
Herbert Luque Peralta
‘Esta Dissertação foi julgada adequada para obtenção do Título de Mestre em Engenharia
Elétrica, Área de Concentração em Energia Elétrica e Linha de Pesquisa Inteligência Artificial
em que foi realizado o trabalho, e aprovada em sua forma final pelo Programa de Pós-Graduação
em Engenharia Elétrica da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul.
Milton Ernesto Romero Romero - Dr.
Prof. DEL/UFMS - Orientador
Luciana Cambraia Leite - Dr.
Coordenadora do Programa de Pós-Graduação
em Engenharia Elétrica
Banca Examinadora:
Milton Ernesto Romero Romero - Dr.
Prof. DEL/UFMS - Presidente
Ricardo Ribeiro dos Santos - Dr.
Prof. CCET/UCDB
Evandro Mazina Martins - Dr.
Prof. DEL/UFMS
A DEUS,
pelas oportunidades e
dádivas em minha vida.
A minha família.
Com carinho especial,
aos meus pais Felipe e Regina
e aos meus irmãos Hubert e Sonia.
Agradecimentos
A Deus, por acompanhar meus passos e colocar as pessoas certas em meu caminho.
Ao Prof. Dr. Milton Ernesto Romero Romero, pelo entusiasmo na condução desta pesquisa.
Sou-lhe grato não só pela transmissão do conhecimento científico, como também pela oportu-
nidade de tê-lo como exemplo profissional íntegro.
Ao Prof. Dr. Evandro Mazina Martins, pela participação fundamental neste trabalho, que
transmitiu conhecimentos tão importantes durante o mestrado especialmente na área de MVL.
Aos professores da banca examinadora especialmente ao Prof. Dr. Ricardo Ribeiro dos
Santos pelas importantes contribuições que melhoraram a elaboração deste trabalho.
Aos professores do Mestrado em Engenharia Elétrica que contribuíram na minha formação
especialmente ao Prof. Dr. João Onofre Pinto e a Profa. Dra. Luciana Cambraia Leite, pela
colaboração muito valiosa. E aos funcionários da pós-graduação, especialmente a Marcira.
Ao Prof. Dr(c). Marco Alvarez, responsável pelo meu ingresso na pesquisa científica, pelo
exemplo de simplicidade. Sinto-me orgulhoso de contar com sua amizade.
Aos meus pais, Felipe e Regina, aos meus irmãos, Hubert e Sonia, e aos meus tios Jaime,
Raúl, Walter e Rolando.
Também não poderia deixar de agradecer a vários amigos, tanto da vida quanto da univer-
sidade: Profa. Dra. Kathya Silvia Collazos Linares, Prof. Dr. Jorge Luis Roel Ortiz, M.Sc.
Wellington Rocha Araújo, Meliton Apaza Tito, M.Sc. Graciela Lecireth Meza Lovon, M.Sc.
José Edison Cabral Junior, M.Sc. Lindinei Santiago Santana, Edvaldo Francisco Freitas Lima,
Rafael Nishimura, Márcio Lorenzoni Portella, Edgard Jose Dos Santos Arinos, Jose Elias Mon-
talvan Barbaran, Marcelo Maldonado Corrêa e a todos meus companheiros de mestrado que
caminharam juntos nessa jornada.
Finalmente, agradeço ao CNPq pelo apoio financeiro
1
.
1
O presente trabalho foi realizado com o apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tec-
nológico - CNPq - Brasil.
"É verdade que não podemos encontrar a pedra filosofal,
mas é bom que ela seja procurada. Procurando-a,
encontramos muitos segredos que não procurávamos".
(Bernard le Bovier de Fontenelle, 1657- 1757)
Resumo da Dissertação apresentada à UFMS como parte dos requisitos necessários para a obtenção do
grau de Mestre em Engenharia Elétrica.
CIRCUITOS DIGITAIS COMBINACIONAIS NA LÓGICA
DE MÚLTIPLOS VALORES
Herbert Luque Peralta
Dezembro / 2008
Orientador: Prof. Milton Ernesto Romero Romero, Ph.D.
Área de Concentração: Energia Elétrica (Inteligência Artificial).
Palavras-chave: Álgebra de Múltiplos Valores, Síntese de Circuitos MVL, Simplifi-
cação de Funções MVL.
Número de Páginas: 73.
Os circuitos digitais combinacionais são projetados na lógica de dois valores conhe-
cida como Álgebra de Chaveamento, e dependendo da complexidade apresentam
limitações, sendo algumas delas o consumo de energia e o tamanho dos circuitos
gerado pelo número de trilhas, uma das alternativas para solucionar este problema é o
uso da Lógica Multinível também conhecida como Lógica de Múltiplos Valores (MVL
- Multi-valued logic). Na atualidade, existem diferentes Álgebras para Múltiplos
Valores (MV - Multi-Valued), algumas delas apresentam completeza funcional, mas
na maioria a síntese e a simplificação de circuitos lógicos são complexos, gerando isto
longas funções MVL.
O propósito desta pesquisa é propor uma Álgebra de MV com funcionalidade
completa, que permita realizar a análise, a síntese e a simplificação de funções MVL
dos circuitos digitais combinacionais. A Álgebra de MV proposta apresenta dois
conjuntos universais de operadores lógicos, e permite a síntese de funções MVL na
forma de Soma de Operações Produto Estendido (SOPE) e Produto de Operações
Soma Estendida (POSE) de maneira análoga as formas SOP e POS da álgebra de
Chaveamento. Nesta pesquisa também propõe-se métodos de simplificação de funções
MVL e a extensão dos Mapas de Karnaugh, Método Quine McCluskey e Algoritmos
Petrick para MVL.
Para mostrar a funcionalidade da álgebra proposta projeta-se alguns circuitos lógicos
com simulações em VHDL. Finalmente, são expostas algumas considerações sobre
as idéias apresentadas nos capítulos componentes desta dissertação, além de serem
apresentadas as conclusões provenientes desta pesquisa e alguns trabalhos futuros pro-
postos a partir desta dissertação.
i
Abstract of Dissertation presented to UFMS as a partial fulfillment of the requirements for the degree of
Master in Electrical Engineering.
COMBINATIONAL DIGITAL CIRCUIT IN MULTI-VALUED
LOGIC
Herbert Luque Peralta
December / 2008
Advisor: Milton Ernesto Romero Romero, Ph.D.
Area of Concentration: Electrical Energy (Artificial Intelligence).
Keywords: Multivalued Algebra, Synthesis of Multivalued Circuit, Simplification of
Multivalued Functions.
Number of Pages: 73.
The combinational digital circuits are designed in binary logic known as Switching
Algebra, and depending of the complexity have limitations, some of them are
consumption of energy and the size of the circuits generated by the number of
interconnections, one alternative to solve this problem is the use of Multilevel Logic
also known as Multi-valued Logic (MVL). Currently, there are different Multi-Valued
Algebras, some of them are completeness, but in most of them the synthesis and
simplification of logic circuits are complex, generating long Multi-valued functions.
The purpose of this research is to propose a Multi-valued Algebra with complete
functionality, allowing conducting the analysis, synthesis and the simplification of
Multi-valued functions of combinational digital circuits. The Multi-valued Algebra
proposal presents two universal sets, logical operators, and enables the synthesis of
Multi-valued circuit in the form of Sum of Product Extended operations (SOPE -
Soma de Operações Produto Estendido) and Product of Sum Extended operations
(POSE - Produto de Operações Soma Estendida) in a similar way of SOP and POS
of Switching Algebra. This research also proposes some methods of simplification
of MVL functions and extension of Karnaugh maps, Quine McCluskey Method and
Petrick’s algorithms to MVL.
To show the functionality of the proposed algebra, some logic circuits has been de-
signed with simulations in VHDL. Finally, some considerations about the ideas pre-
sented in chapters components of this paper are exposed, in addition some future works
from this paper are presented.
ii
Sumário
1 Introdução 1
1.1 Objetivo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
1.2 Organização da Dissertação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
2 Álgebra de MV 5
2.1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
2.2 Literal MVL . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
2.3 Operadores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
2.3.1 Operador Sucessor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
2.3.2 Operador Máximo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
2.3.3 Operador Produto Estendido . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
2.3.4 Operador Mínimo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
2.3.5 Operador Soma Estendida . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
2.3.6 Precedência de Operadores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
2.4 Axiomas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
2.4.1 Identidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
2.4.2 Elemento Nulo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
2.4.3 Idempotência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
2.4.4 Comutatividade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
2.4.5 Associatividade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
2.4.6 Complemento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
2.4.7 Redução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
2.4.8 Unicidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
2.4.9 Involução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
2.5 Conjuntos Funcionalmente Completos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
2.6 Dualidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
2.7 Teoremas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
2.7.1 Expansão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
2.8 Funções MVL . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
2.8.1 Mintermos e Maxtermos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
2.8.2 Formas Algébricas de Funções MVL . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
2.8.3 Operador Sucessor em Funções MVL . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
2.9 Lei de De Morgan Estendida . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
2.10 Portas Lógicas MVL . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
2.10.1 Simulações das Portas Lógicas MVL . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
iii
3 Circuitos Digitais Combinacionais MVL 21
3.1 Análise de Circuitos Digitais Combinacionais MVL . . . . . . . . . . . . . . . 21
3.1.1 Análise com a Tabela Verdade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
3.1.2 Análise com a Função MVL . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
3.1.3 Análise com o Diagrama de Tempo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
3.2 Síntese de Circuitos Digitais Combinacionais MVL . . . . . . . . . . . . . . . 23
3.2.1 Síntese de Circuitos Lógicos na Forma SOPE . . . . . . . . . . . . . . 23
3.2.2 Síntese de Circuitos Lógicos na Forma POSE . . . . . . . . . . . . . . 26
4 Simplificação de Funções MVL 31
4.1 Simplificação Algébrica MVL . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
4.2 Minimização por Aplicação do Operador Sucessor . . . . . . . . . . . . . . . 33
4.3 Mapas de Karnaugh Estendido . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
4.4 Quine McCluskey Estendido . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40
4.5 Algoritmo Petrick Estendido . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47
4.6 Métodos de Minimização na Forma POSE e SOPE . . . . . . . . . . . . . . . 50
4.6.1 Minimização Simétrica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50
4.6.2 Método Janela . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 53
5 Aplicações MVL 54
5.1 Decodificador . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 54
5.1.1 Síntese do Decodificador MVL . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 55
5.1.2 Simulação do Decodificador MVL . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 56
5.1.3 Síntese do Decodificador Booleano . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57
5.1.4 Comparação de Resultados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57
5.2 Somador Completo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 58
5.2.1 Síntese do Somador Completo MVL . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 58
5.2.2 Simulação do Somador Completo MVL . . . . . . . . . . . . . . . . . 60
5.2.3 Síntese do Somador Completo Booleano . . . . . . . . . . . . . . . . 62
5.2.4 Comparação de Resultados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 62
5.3 Multiplexer . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 63
5.3.1 Síntese do Multiplexer MVL . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 63
5.3.2 Simulação do Multiplexer MVL . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 64
5.3.3 Síntese do Multiplexer Booleano . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 65
5.3.4 Comparação de Resultados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 65
5.4 Discussão das Comparações . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 66
6 Considerações Finais 68
6.1 Conclusões . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 68
6.2 Trabalhos Futuros . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 69
Referências 73
iv
Lista de Figuras
2.1 Representação das portas lógicas MVL. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
2.2 Simulação dos operadores MVL de N = 4. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
3.1 Análise de circuitos por tabelas verdade. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
3.2 Análise de circuitos por funções MVL. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
3.3 Análise de circuitos por diagramas de tempo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
3.4 Circuito lógico do meio somador MVL de N = 4. . . . . . . . . . . . . . . . . 26
3.5 Simulação do meio somador MVL de N = 4. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
3.6 Circuito lógico do comparador de duas entradas e uma saída de N = 4. . . . . . 30
3.7 Simulação do comparador de duas entradas e uma saída de N = 4. . . . . . . . 30
4.1 Separação da Tabela 4.8 em sub-tabelas para cada subfunção. . . . . . . . . . . 38
4.2 Agrupamento dos mintermos em regiões retangulares. . . . . . . . . . . . . . . 39
4.3 Tabela de implicantes primos de F
1
(A, B, C). . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45
4.4 Tabela de implicantes primos de F
2
(A, B, C). . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45
4.5 Tabela de implicantes primos de F
3
(A, B, C). . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47
4.6 Tabela de implicantes primos de F
2
(A, B, C). . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49
4.7 Circuito minimizado do meio somador de N = 4. . . . . . . . . . . . . . . . . 52
4.8 Simulação do meio somador MVL de N = 4. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 52
5.1 Decodificadores: MVL de N = 4 e seu equivalente na Álgebra de Chaveamento. 55
5.2 Circuito lógico do decodificador MVL de N = 4. . . . . . . . . . . . . . . . . 56
5.3 Simulação do decodificador MVL de N = 4. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 56
5.4 Circuito lógico do decodificador Booleano equivalente ao circuito MVL mostrado
na Figura 5.2. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 58
5.5 Somador completo: MVL de N = 4, e seu equivalente na Álgebra de Chavea-
mento. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 59
5.6 Circuito lógico do somador completo MVL de N = 4 baseado no meio somador. 60
5.7 Circuito lógico do somador completo MVL de N = 4. . . . . . . . . . . . . . . 61
5.8 Simulação do somador MVL de N = 4. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 61
5.9 Circuito lógico do somador completo Booleano. . . . . . . . . . . . . . . . . . 62
5.10 Multiplexer: MVL de N = 4 e seu equivalente na Álgebra de Chaveamento. . . 63
5.11 Circuito lógico do multiplexer MVL de N = 4. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 64
5.12 Simulação do multiplexer MVL de N = 4. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 65
5.13 Circuito lógico do multiplexer Booleano equivalente ao circuito MVL mostrado
na Figura 5.11. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 66
v
5.14 Quadro resumo das comparações. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 67
vi
Lista de Tabelas
2.1 Tabela verdade do operador MVL Sucessor de N = 4. . . . . . . . . . . . . . . 6
2.2 Tabela verdade do operador MVL Sucessor de N = 2. . . . . . . . . . . . . . . 6
2.3 Tabela verdade do operador MVL Máximo de N = 4. . . . . . . . . . . . . . . 7
2.4 Tabela verdade do operador MVL Máximo de N = 2. . . . . . . . . . . . . . . 7
2.5 Tabela verdade dos operadores MVL Produto Estendido de N = 4. . . . . . . . 8
2.6 Tabela verdade do operador MVL Produto Estendido de N = 2. . . . . . . . . . 8
2.7 Tabela verdade do operador MVL Mínimo de N = 4. . . . . . . . . . . . . . . 9
2.8 Tabela verdade do operador MVL Mínimo de N = 2. . . . . . . . . . . . . . . 9
2.9 Tabela verdade dos operadores MVL Soma Estendida de N = 4. . . . . . . . . 9
2.10 Tabela verdade do operador MVL Soma Estendida de N = 2. . . . . . . . . . . 10
2.11 Exemplo do operador Sucessor em funções MVL. . . . . . . . . . . . . . . . . 17
3.1 Exemplo de análise de circuitos usando a tabela verdade. . . . . . . . . . . . . 22
3.2 Exemplo de síntese na forma SOPE. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
3.3 Tabela verdade do meio-somador de N = 4. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
3.4 Exemplo de síntese na forma POSE. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
3.5 Comparador de duas entradas e uma saída de N = 4. . . . . . . . . . . . . . . . 29
4.1 Exemplo 1 de minimização por aplicação do operador Sucessor. . . . . . . . . 33
4.2 Três aplicações do operador Sucessor em F (A, B) da Tabela 4.1. . . . . . . . . 34
4.3 Exemplo 2 de minimização por aplicação do operador Sucessor. . . . . . . . . 34
4.4 Três aplicações do operador Sucessor em F (A, B) da Tabela 4.3. . . . . . . . . 35
4.5 Mapa Karnaugh Estendido para 2 literais de N = 4. . . . . . . . . . . . . . . . 35
4.6 Mapa Karnaugh Estendido para 3 literais de N = 4. . . . . . . . . . . . . . . . 36
4.7 Simplificação da função lógica da Tabela 4.2 utilizando mapas de Karnaugh
Estendido. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
4.8 Exemplo de simplificação utilizando mapas de Karnaugh Estendido, N = 4. . . 38
4.9 Exemplo do método Quine McCluskey Estendido. . . . . . . . . . . . . . . . . 42
4.10 Exemplo do método Quine McCluskey Estendido: Separação da Tabela 4.9 em
sub-tabelas. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42
4.11 Procedimento do método Quine McCluskey Estendido para F
1
(A, B, C) da
Tabela 4.10. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43
4.12 Passo 5 do método Quine McCluskey Estendido. . . . . . . . . . . . . . . . . 44
4.13 Passo 6 do método Quine McCluskey Estendido. . . . . . . . . . . . . . . . . 44
vii
viii
4.14 Procedimento do método Quine McCLuskey Estendido para F
2
(A, B, C) da
Tabela 4.10. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46
4.15 Procedimento do método Quine McClueskey Estendido para F
3
(A, B, C) da
Tabela 4.10. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47
4.16 Exemplo do método Petrick Estendido. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48
4.17 Exemplo de minimização simétrica. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51
4.18 Tabela do meio somador MVL de N = 4. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51
4.19 Tabela Simplificada do meio somador MVL de N = 4. . . . . . . . . . . . . . . 51
4.20 Exemplo 1 de simplificação pelo método janela de N = 4. . . . . . . . . . . . . 53
4.21 Exemplo 2 de simplificação pelo método janela de N = 4. . . . . . . . . . . . . 53
5.1 Tabela verdade dos decodificadores MVL de N = 4 e seu equivalente na Álgebra
de Chaveamento. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 55
5.2 Comparação dos decodificadores MVL de N = 4 e seu equivalente na Álgebra
de Chaveamento. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 58
5.3 Tabela verdade do somador completo MVL de N = 4, e seu equivalente na
Álgebra de Chaveamento. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 59
5.4 Comparação dos somadores MVL de N = 4 e seu equivalente na Álgebra de
Chaveamento. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 63
5.5 Tabela verdade dos multiplexer MVL de N = 4, e seu equivalente na Álgebra
de Chaveamento. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 64
5.6 Comparação dos multiplexer MVL de N = 4 e seu equivalente na Álgebra de
Chaveamento. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 66
CAPÍTULO
1
Introdução
Os circuitos digitais combinacionais são sintetizados na lógica de dois valores, conhecida
como Álgebra de Chaveamento [1], e dependo da complexidade apresentam limitações, sendo
algumas delas o consumo de energia e o tamanho dos circuitos gerado pelo número de trilhas.
Uma das alternativas de solução ao problema é o uso da Lógica de Múltiplos Valores (MVL
Multi-valued logic) também conhecida como Lógica Multi-nível (Multi-level Logic) ou Lógica
de Muitos Valores (Many-valued logic).
As pesquisas em MVL começaram no ano de 1917 com Łukasiewicz [2], quem desen-
volveu o cálculo proposicional de três valores [3], seguido por Post (1920) [4], Berntein (1924),
Webb (1935) e outros [5]. Na atualidade existem diferentes MVLs, baseadas nas Álgebras de
Łukasiewicz [2], Post [4, 6] e Kleene [7].
Os estudos em MVL para projetar circuitos digitais tiveram inicio nos anos 50 com o obje-
tivo de minimizar trilhas e conexões em sistemas digitais para poupar a área de silício, mas as
lógicas conhecidas nessa data eram complexas e contrariamente ao esperado os circuitos MVL
eram maiores. Isto levou a necessidade de uma MVL apropriada com procedimentos simples
na síntese e com métodos de simplificação. Desde então começaram as pesquisas nas áreas de:
a. Álgebras de Múltiplos Valores.
b. Síntese de funções MVL.
c. Circuitos e semicondutores de múltiplos valores.
1
CAPÍTULO 1. INTRODUÇÃO 2
Álgebras de Múltiplos Valores
Atuamente existem diversas pesquisas na área da Álgebra de MV como as de: Mou Hu
[8] que apresenta um álgebra para o modelamento de circuitos MOS VLSI ao nível de chavea-
mento, sendo uma nova ferramenta para a análise e a síntese de circuitos MOS VLSI. Tatsuki
[9] propõe o método de controle de carga chamado MVL CMOS do tipo estático e uma álge-
bra baseada nos operadores MAX e MIN, mostrando que os circuitos para conversão lógica de
valores são realizados usando complicadas configurações dos circuitos. Noboru [10] propõe
a Álgebra Kleene-Stone posto que a Álgebra de Kleene tem correspondência com os conjun-
tos Fuzzy ou lógica Fuzzy sendo sistemas ambíguos e a Álgebra de Stone tem conexões de
modalidade, conseguindo satisfazer a monotonicidade para a relação de ordem parcial. Corina
Reischer [11] apresenta a generalização da Álgebra de Post inspirada nas lattices distributivas
com uma generalização do operador negação. Zhang [12], estabelece um sistema algébrico
equivalente ao sistema de cálculo proposicional, o sistema que propõe é chamado de meia ál-
gebra, pelo fato de ser uma derivação da Álgebra Booleana e manter similaridade. Hurst [13]
apresenta um álgebra utilizando os operadores adição e máximo. Atul [14] propõe um conjunto
de operadores literal, ciclo, complemento de literal, complemento de ciclo, mínimo e tsum,
conseguindo sintetizar circuitos MVL. Outras metodologias propõem diferentes propriedades e
operadores com o objetivo principal de melhorar os tempos de retardo dos sistemas e reduzir o
número de conexões [15], [16].
Síntese de funções MVL
As pesquisas na área de síntese recebem consideração especial nos anos de 1986 com os
trabalhos de Allan e Givone e de Hurst que mostraram a simplificação de funções ternárias,
sendo os métodos de simplificação MVL mais complexos quanto aos conhecidos da Álgebra
de Chaveamento [5]. Assim, além da síntese começa as pesquisa na simplificação de funções
MVL, algumas delas são presentadas a seguir: Mahmood e George Epstein [17] apresentam os
Mapas de Karnaugh para três valores, utilizando os operadores disjunção, conjunção, mínimo
e máximo, assim como a soma de operações produto, sendo útil até quatro variáveis. Tsu-
tomu [18] apresenta um algoritmo de simplificação de funções ESOP (Exclusive-Or Sum-of-
Products), o algoritmo que apresenta é baseado numa melhora iterativa com sete regras usadas
para trocar um par de produtos por outro. Dueck [19] apresenta o algoritmo heurístico de
minimização baseado na aplicação da operação coseno, permitindo a rápida detecção dos im-
plicantes primos essencial e pseudo-essencial. Konrad [20] apresenta um método para obter
funções de uma variável com baixo custo de realização, baseado no incremento do custo, se
mostrando a síntese de circuitos no modo de corrente CMOS. Em [21] apresenta-se a função de
síntese usando MOS no modo corrente usando transistores para a realização de funções unárias,
propondo um método de decomposição em funções unárias.
CAPÍTULO 1. INTRODUÇÃO 3
Circuitos e semicondutores de múltiplos valores
Os primeiros trabalhos na área de semicondutores de múltiplos valores foram os trabalhos
de Henle (1955), Muhldorf (1958), Hallworth e Heath (1962). É claro que as pesquisas naquela
data foram irrelevantes comparadas as tecnologias atuais. No período de 1968 a indústria de
microeletrônica fez tentativas para desenvolver eficientes circuitos lógicos de MV utilizando
conceitos baseados em: Tecnologia Bipolar ECL, tecnologia I
2
L, tecnologia nMAS e a tec-
nologia CMOS [5]. Xunwei Wu [22] estende a teoria de função de transmisão dos circuitos
ternários CMOS aos quaternários CMOS e obteve baixa dissipação e baixa saída de impedân-
cia, sendo uma técnica apropriada para circuitos VLSI. Takahiro Hanyu et al [23] apresenta o
projeto de um processador paralelo de tempo real com técnicas de inteligência arficial, con-
seguindo demostrar que na lógica quaternária o número de células de memória, interconexão
de células e transistores podem ser consideravelmente reduzidos em comparação ao equivalente
implementado na Álgebra de Chaveamento. Michitaka Kameyama et al [24] propõem a redução
de circuitos aritméticos baseado na MVL bidirecional na tecnologia de modo corrente MOS e
consegue construir um somador múltiplo projetado na tecnologia CMOS com µm. Em [25]
são pesquisadas as estruturas PLA para a implementação em MVL usando tecnologia CCD,
conseguindo uma estrutura completamente programável no nível usuário. Em [26] a possibili-
dade de empregar a tecnologia Switched-capacitor (SD) para MVL é pesquisada e discutida as
vantagens, também é projetado um multiplicador com a tecnologia proposta. Em [27] é apre-
sentado um circuito VLSI de alta densidade orientado à associação de células de memória em
tempo real para operações numéricas e não numéricas, demostrando que o número de transis-
tores, células e interconexões entre células em r-valued CAM são reduzidas a mais de 1/log
2
r
em comparação ao correspondente binário. Em [24] é proposto um módulo composto por um
somador, um multiplicador parcial e um generador de dígito cociente implementado em MVL
no modo de corrente bidirecional, as simulações mostraram que a velocidade do módulo pro-
posto como um multiplicador é comparável com a rapidez do binário. Em [28] utilizou-se os
operadores mínimo, máximo, inversor, literal e ciclo com os quais foi projetado um somador
completo em representação digital de base 8. Em [16] implementou-se um codificador e um
decodificador usando MOSFETs de alta qualidade e baixo consumo de energia e apresenta os
operadores, inversor unário e conversor de nível. Em [29] apresentou-se a decomposição de
funções MVL numa álgebra com os operadores complemento, máximo, mínimo, ciclo, e en-
trada comutativa. Em [30] procurou-se a otimização das funções lógicas de múltiplos valores,
além de propor a aplicação em software embarcados. Kinvi [31] encaixa-se na concepção de
uma nova arquitetura com o objetivo de validar os circuitos ternários construídos.
Nesta pesquisa propõe-se uma álgebra que atua num domínio D e é composta de cinco
operadores; Sucessor, Máximo, Produto Estendido, Mínimo e Soma Estendida, os três primeiros
CAPÍTULO 1. INTRODUÇÃO 4
formam um conjunto universal de operadores
1
[33], [34]. E os dois últimos operadores com
o operador Sucessor fazem parte de um segundo conjunto universal de portas lógicas, sendo
o primeiro conjunto de operadores o dual do segundo conjunto de operadores. O primeiro
conjunto de operadores permite a representação de funções na forma padrão Soma de Operações
Produto Estendido (SOPE) baseada em mintermos da função e o segundo conjunto na forma
padrão Produto de Operações Soma Estendida (POSE) baseada em maxtermos da função.
A partir das formas SOPE e POSE é possível simplificar a função lógica utilizando pro-
priedades da álgebra ou métodos estendidos da álgebra de chaveamento tais como mapas de
Karnaugh, Quine McCluskey, Algoritmos Petrick e outros. Para demostrar a correta funcionali-
dade da álgebra proposta foram realizadas simulações dos operadores e dos circuitos em VHDL
e também foram projetados alguns circuitos lógicos digitais.
1.1 Objetivo
O objetivo desta pesquisa é propor uma álgebra que atue num domínio D de dois ou mais
valores (Múltiplos valores) de forma que os conceitos e métodos de simplificação estabeleci-
dos na Álgebra de Chaveamento possam ser utilizados no máximo possível na construção de
circuitos lógicos combinacionais digitais.
1.2 Organização da Dissertação
Este trabalho está organizado em seis capítulos da seguinte maneira:
O Capítulo 1 introduz o trabalho proposto, apresenta os trabalhos prévios, o objetivo da
pesquisa, e a organização da dissertação.
O Capítulo 2 propõe uma Álgebra de MV, e define os operadores, axiomas, teoremas e
funções, assim como as formas padrão de representação e alguns conceitos relacionados à álge-
bra proposta.
O Capítulo 3 aborda a análise e a síntese de circuitos digitais combinacionais utilizando a
álgebra proposta mostrando alguns exemplos.
O Capítulo 4 trata o método algébrico para a simplificação de funções MVL e apresenta o
método de minimização por aplicação do operador Sucessor e estende-se os métodos de mapas
de Karnaugh, Quine McCluskey e Petrick da Álgebra de Chaveamento para a álgebra proposta.
O Capítulo 5 mostra algumas aplicações utilizando a álgebra proposta e também apresenta
uma comparação com os circuitos equivalentes da Álgebra de Chaveamento.
Finalmente, o Capítulo 6 discute os resultados obtidos, apresenta as conclusões deste tra-
balho e propõe alguns trabalhos futuros.
1
Um conjunto de operadores é chamado Universal se qualquer função lógica pode ser expressa utilizando
exclusivamente os operadores do conjunto [32].
CAPÍTULO
2
Álgebra de MV
2.1 Introdução
Neste capítulo são apresentados os fundamentos matemáticos da álgebra proposta desen-
volvida como uma extensão dos operadores conhecidos na Álgebra de Chaveamento [1] e de
Post [4], formada por cinco operadores: Sucessor, Máximo, Produto Estendido, Mínimo e Soma
Estendida. Os operadores Sucessor, Máximo e Mínimo são conhecidos e os outros dois opera-
dores são uma extensão dos operadores AND e OR da Álgebra de Chaveamento [35].
Na Seção 2.2, é definido o literal no domínio MVL. Na Seção 2.3, são formalizados os
operadores que compõem esta álgebra. Na Seção 2.4, são apresentados os axiomas atuando
num domínio D. Na Seção 2.5, são mostrados os conjuntos de operadores com funcionalidade
completa. Na Seção 2.6, é apresentada a dualidade MVL e mostradas as propriedades do se-
gundo conjunto de operadores pelo princípio de dualidade. Na Seção 2.7, são mencionados os
teoremas mais importantes desta álgebra. Na Seção 2.8, é definida a função MVL e são apre-
sentadas algumas características importantes. Na Seção 2.9, é apresentada a extensão da lei
de De Morgan. Finalmente, na Seção 2.10 são mostradas as representações das portas lógicas
MVL.
2.2 Literal MVL
Um literal MVL é uma variável ou alguma forma do operador Sucessor na variável que pode
assumir um valor que pertence ao conjunto ordenado D = {0, 1, 2, ..., L} onde D é o domínio,
L é o elemento superior de D igual a N - 1 e N é a representação digital escolhida da MVL.
5
CAPÍTULO 2. ÁLGEBRA DE MV 6
2.3 Operadores
2.3.1 Operador Sucessor
Seja A, elemento de D na lógica de N valores, o Sucessor de A é denotado como A
1
, e o
resultado desta operação é: (A + 1) mod N, e Suc(Suc(A)) é denotado como A
1
1
ou A
2
.
O operador Sucessor foi apresentado por Post [4], como operador clockwise cycle (deslo-
cador direito) sendo classificado como operador de apenas um argumento.
A seguir são apresentadas as tabelas verdade para o operador Sucessor de N = 4 e 2 nas
Tabelas 2.1 e 2.2, respectivamente.
Tabela 2.1: Tabela verdade do operador MVL Sucessor de N = 4.
A A
1
A
2
A
3
0 1 2 3
1 2 3 0
2 3 0 1
3 0 1 2
Tabela 2.2: Tabela verdade do operador MVL Sucessor de N = 2.
A A
1
0 1
1 0
Exemplo 1: Considere N = 4.
x = 3
2
x = (3 + 2) mod 4
x = 5 mod 4
x = 1
Exemplo 2: Considere N = 2.
x = 1
1
x = (1 + 1) mod 2
x = 2 mod 2
x = 0
CAPÍTULO 2. ÁLGEBRA DE MV 7
2.3.2 Operador Máximo
Sejam A e B elementos de D, o Máximo de A e B é denotado como A + B, e o resultado
desta operação é: A se, somente se, A for maior ou igual que B, caso contrário é B.
O operador Máximo foi apresentado por Łukasiewicz no Journal Ruch Filozoficzny [3].
A seguir são apresentadas as tabelas verdade para o operador Máximo de N = 4 e 2 nas
Tabelas 2.3 e 2.4, respectivamente.
Tabela 2.3: Tabela verdade do operador MVL Máximo de N = 4.
A \ B 0 1 2 3
0 0 1 2 3
1 1 1 2 3
2 2 2 2 3
3 3 3 3 3
Tabela 2.4: Tabela verdade do operador MVL Máximo de N = 2.
A B A + B
0 0 0
0 1 1
1 0 1
1 1 1
Exemplo 1: Considere N = 4.
x = 3 + 1
x = 3
Exemplo 2: Considere N = 2.
x = 0 + 1
x = 1
2.3.3 Operador Produto Estendido
Sejam A e B elementos de D, o Produto Estendido de A e B é denotado como A
i
B, e o
resultado desta operação é: i se, somente se, A = B = i, caso contrário é igual a 0.
O operador Produto Estendido faz parte da metodologia proposta e foi apresentado em [36].
A seguir são apresentadas as tabelas verdade para o operador Produto Estendido de N = 4 e
2 nas Tabelas 2.5 e 2.6, respectivamente.
CAPÍTULO 2. ÁLGEBRA DE MV 8
Tabela 2.5: Tabela verdade dos operadores MVL Produto Estendido de N = 4.
A
1
B A
2
B A
3
B
A\B 0 1 2 3 A\B 0 1 2 3 A\B 0 1 2 3
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
1 0 1 0 0 1 0 0 0 0 1 0 0 0 0
2 0 0 0 0 2 0 0 2 0 2 0 0 0 0
3 0 0 0 0 3 0 0 0 0 3 0 0 0 3
Tabela 2.6: Tabela verdade do operador MVL Produto Estendido de N = 2.
A B A
1
B
0 0 0
0 1 0
1 0 0
1 1 1
Exemplo 1: Considere N = 4.
x = 1
2
3
2
1
x = 3
3
3
x = 3
Exemplo 2: Considere N = 2.
x = 1
1
1
1
x = 0
1
1
x = 0
2.3.4 Operador Mínimo
Sejam A e B elementos de D, o Mínimo de A e B é denotado como: A · B, e o resultado
desta operação é: A se, somente se; A for menor ou igual que B, caso contrário é B.
O operador Mínimo foi apresentado por Łukasiewicz no Journal Ruch Filozoficzny [3].
A seguir são apresentadas as tabelas verdade para o operador Mínimo de N = 4 e 2 nas
Tabelas 2.7 e 2.8, respectivamente.
Exemplo 1: Considere N = 4.
x = 2 · 1
x = 1
CAPÍTULO 2. ÁLGEBRA DE MV 9
Tabela 2.7: Tabela verdade do operador MVL Mínimo de N = 4.
A\B 0 1 2 3
0 0 0 0 0
1 0 1 1 1
2 0 1 2 2
3 0 1 2 3
Tabela 2.8: Tabela verdade do operador MVL Mínimo de N = 2.
A B A · B
0 0 0
0 1 0
1 0 0
1 1 1
Exemplo 2: Considere N = 2.
x = 0 · 1
x = 0
2.3.5 Operador Soma Estendida
Sejam A e B elementos de D, a Soma Estendida de A e B é denotado como A +
i
B, e o
resultado desta operação é: i se, somente se, A = B = i, caso contrário é igual a L.
O operador Soma Estendida faz parte da metodologia proposta sendo o dual do operador
Produto Estendido; e foi apresentado em [37].
A seguir são apresentadas as tabelas verdade para o operador Soma Estendida de N = 4 e 2
nas Tabelas 2.9 e 2.10, respectivamente.
Tabela 2.9: Tabela verdade dos operadores MVL Soma Estendida de N = 4.
A +
0
B A +
1
B A +
2
B
A\B 0 1 2 3 A\B 0 1 2 3 A\B 0 1 2 3
0 0 3 3 3 0 3 3 3 3 0 3 3 3 3
1 3 3 3 3 1 3 1 3 3 1 3 3 3 3
2 3 3 3 3 2 3 3 3 3 2 3 3 2 3
3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3
CAPÍTULO 2. ÁLGEBRA DE MV 10
Tabela 2.10: Tabela verdade do operador MVL Soma Estendida de N = 2.
A B A +
0
B
0 0 0
0 1 1
1 0 1
1 1 1
Exemplo 1: Considere N = 4.
x = 3
2
+
3
1
2
x = 1 +
3
3
x = 3
Exemplo 2: Considere N = 2.
x = 1
1
+
0
1
x = 0 +
0
1
x = 1
2.3.6 Precedência de Operadores
A ordem de avaliação das operações nas expressões MVL é a seguinte: primeiro são avali-
adas as operações Sucessor, em seguida as operações Soma Estendida que têm a mesma pre-
cedência com as operações Produto Estendido e, finalmente, as operações Mínimo que têm a
mesma precedência que as operações Máximo.
Quando as operações são adjacentes e têm a mesma precedência, elas são associadas da
esquerda para a direita.
Exemplo 1: Considere N = 4.
x = 2
3
3
2
1
+ 2
2
3
3
x = 1
3
3 + 2
2
2
x = 0 + 2
x = 2
Exemplo 2: Considere N = 2.
x = 1
1
1 + 1
1
1
1
1
0
1
CAPÍTULO 2. ÁLGEBRA DE MV 11
x = 1
1
1 + 0
1
1
1
1
x = 1
1
1 + 0
1
1
x = 1 + 0
x = 1
2.4 Axiomas
A Álgebra de MV proposta é um sistema algébrico fechado e contido num conjunto D de
dois ou mais elementos. Com quatro operações de dois argumentos A·B, A+B, A+
i
B, A
i
B
e uma operação de um argumento A
1
; onde A, B e o resultado de cada operação pertencem ao
conjunto D. Isto é o postulado de fechamento. A seguir apresentam-se outros axiomas que
satisfazem a álgebra proposta.
2.4.1 Identidade
A
0
= A
A + 0 = A
2.4.2 Elemento Nulo
A + L = L
A
i
0 = 0
2.4.3 Idempotência
A + A = A
2.4.4 Comutatividade
A + B = B + A
A
i
B = B
i
A
2.4.5 Associatividade
A + (B + C) =(A + B) + C
A
i
(B
i
C) = (A
i
B)
i
C
CAPÍTULO 2. ÁLGEBRA DE MV 12
2.4.6 Complemento
A
0
+ A
1
+ A
2
+ ... +A
L
= L
A
0
i
A
1
i
A
2
i
...
i
A
L
= 0
2.4.7 Redução
(A
p
i
B
0
) + (A
p
i
B
1
) + ... + (A
p
i
B
L
) = A
p
i
i
2.4.8 Unicidade
i
i
i = i
2.4.9 Involução
A
N
= A
2.5 Conjuntos Funcionalmente Completos
A Álgebra de MV proposta forma dois conjuntos de operadores com funcionalidade com-
pleta [33], [34], [38]. A seguir são apresentados os conjuntos de funcionalidade completa.
Primeiro conjunto de operadores com funcionalidade completa:
Sucessor,
Máximo,
Produto Estendido.
Segundo conjunto de operadores com funcionalidade completa:
Sucessor,
Mínimo,
Soma Estendida.
CAPÍTULO 2. ÁLGEBRA DE MV 13
2.6 Dualidade
De maneira similar à Álgebra de Chaveamento [1], onde se estabelece que o problema dual
é formado pela troca do 1 por 0 e vice-versa, e a troca do AND por OR e vice-versa, na Álgebra
de MV é formada pela troca de operações Soma Estendida +
i
pelo Produto Estentido
i
e vice-
versa, troca de operadores Máximo por operadores Mínimo e vice-versa, e finalmente pela troca
de 0 por L e vice-versa.
Na Seção 2.4, foram apresentados os axiomas para o primeiro conjunto de operadores, a
seguir apresentam-se os axiomas para o segundo conjunto de operadores obtidos pelo principio
de dualidade.
Propriedades Dual
A + 0 = A A · L = A
A + L = L A · 0 = 0
A
i
0 = 0 A +
i
L = L
A + A = A A · A = A
A + B = B + A A · B = B · A
A
i
B = B
i
A A +
i
B = B +
i
A
A + (B + C) =(A + B) + C A · (B · C) =(A · B) · C
A
i
(B
i
C) = (A
i
B)
i
C A +
i
(B +
i
C) = (A +
i
B) +
i
C
A
0
+ A
1
+ A
2
+ ... + A
L
= L A
L
· A
1
· A
2
· ... · A
0
= 0
A
0
i
A
1
i
A
2
i
...
i
A
L
= 0 A
L
+
i
A
1
+
i
A
2
+
i
... +
i
A
0
= L
(A
p
i
B
0
) + (A
p
i
B
1
) + ... + (A
p
i
B
L
) = A
p
i
i (A
p
+
i
B
L
) · (A
p
+
i
B
1
) · ... · (A
p
+
i
B
0
) = A
p
+
i
i
i
i
i = i i +
i
i = i
2.7 Teoremas
2.7.1 Expansão
(A
p
i
B
q
) = (A
p-i
0
B
q-i
) + (A
p-i+1
1
B
q-i+1
) + ... + (A
p
i
B
q
)
Prova:
A operação Produto Estendido da forma (A
p
i
B
q
) tem dois possíveis resultados: o
primeiro é igual a i se A
p
= B
q
= i, caso contrário, é igual a zero.
Por indução completa:
1. Quando A
p
= B
q
= i:
(A
p
i
B
q
)

i
= (A
p-i
0
B
q-i
)

0
+ (A
p-i+1
1
B
q-i+1
)

1
+... + (A
p
i
B
q
)

i
CAPÍTULO 2. ÁLGEBRA DE MV 14
i = 0 + 1 + ... + i
i = i
2. Quando em A
p
, B
q
, i pelo menos um deles é diferente:
(A
p
i
B
q
)

0
= (A
p-i
0
B
q-i
)

0
+ (A
p-i+1
1
B
q-i+1
)

0
+... + (A
p
i
B
q
)

0
0 = 0 + 0 + ... + 0
0 = 0
(A
p
+
i
B
q
) = (A
p
+
i
B
q
) · (A
p
1
+
i
1
B
q
1
) · ... · (A
(p-i)
L
+
L
B
(q-i)
L
)
Prova:
A operação Soma Estendida da forma (A
p
+
i
B
q
) tem dois possíveis resultados: o primeiro
é igual a i se A
p
= B
q
= i, caso contrário é igual a L.
Por indução completa:
1. Quando A
p
= B
q
= i:
(A
p
+
i
B
q
)

i
= (A
p
+
i
B
q
)

i
· (A
p
1
+
i
1
B
q
1
)

i+1
·... · (A
(p-i)
L
+
L
B
(q-i)
L
)

L
i = i · (i + 1) · ... · L
i = i
2. Quando em A
p
, B
q
, i pelo menos um deles é diferente:
(A
p
+
i
B
q
)

L
= (A
p
+
i
B
q
)

L
· (A
p
1
+
i
1
B
q
1
)

L
·... · (A
(p-i)
L
+
L
B
(q-i)
L
)

L
L = L · L · ... · L
L = L
CAPÍTULO 2. ÁLGEBRA DE MV 15
2.8 Funções MVL
Uma função MVL, F (A, B, C, ..., S) está composta de L sub funções, sendo elas: (F
1
(A, B,
C, ..., S)) indicando o valor da saída igual a 1, (F
2
(A, B,C, ..., S)) indicando o valor da saída
igual a 2, e assim sucessivamente até (F
L
(A, B, C, ..., S)) indicando o valor da saída igual a L.
As funções MVL podem ser representadas de diferentes formas, sendo as mais conhecidas
as tabelas verdade e os diagramas de tempo. Tabelas verdade representam funções na forma
tabular, enquanto os diagramas de tempo apresentam os valores num período de tempo. Da
mesma forma que na Álgebra de Chaveamento [1], nesta álgebra existem as formas standard,
conhecidas como "Formas Padrão".
2.8.1 Mintermos e Maxtermos
Mintermos
Para uma função MVL de S literais, se um termo Produto Estendido contém S literais e uma
única forma do operador Produto Estendido, onde cada um dos literais aparece exatamente uma
única vez em alguma forma do operador Sucessor, então o termo Produto Estendido é chamado
de mintermo.
Denotado também como m
i
A,B,...,S
, onde ‘m’ identifica o mintermo, e ‘i’ identifica o tipo de
operador Produto Estendido.
Assim, para os mintermos m
i
A,B,...,S
e m
j
A,B,...,S
, é considerado m
i
A,B,...,S
o mintermo de or-
dem inferior e m
j
A,B,...,S
o mintermo de ordem superior se, e somente se i < j. Caso contrário
m
i
A,B,...,S
é considerado mintermo de ordem superior e m
j
A,B,...,S
o mintermo de ordem inferior.
Exemplos para N = 4, de 3 literais: A
1
1
B
3
1
C
2
= m
1
0,2,3
, A
3
2
B
2
C
1
= m
2
3,2,1
, A
3
B
1
3
C = m
3
3,2,3
.
Maxtermos
Para uma função MVL de S literais, se um termo Soma Estendida contém S literais e uma
única forma do operador Soma Estendida, onde cada um dos literais aparece exatamente uma
única vez em alguma forma do operador Sucessor, então o termo Soma Estendida é chamado
de maxtermo.
Denotado também como M
i
A,B,...,S
onde ‘M’ identifica o maxtermo, e ‘i’ identifica o tipo de
operador Soma Estendida.
Assim, para os maxtermos M
i
A,B,...,S
e M
j
A,B,...,S
, é considerado M
i
A,B,...,S
o maxtermo de
ordem inferior e M
j
A,B,...,S
o maxtermo de ordem superior se, e somente se i < j. Caso contrário
M
i
A,B,...,S
é considerado maxtermo de ordem superior e M
j
A,B,...,S
o maxtermo de ordem inferior.
Exemplos para N = 4, de 3 literais: A
3
+
0
B
2
+
0
C
1
= M
0
1,2,3
, A
2
+
1
B
1
+
1
C = M
1
3,0,1
,
A+
2
B
3
+
2
C
2
= M
2
2,3,0
.
CAPÍTULO 2. ÁLGEBRA DE MV 16
2.8.2 Formas Algébricas de Funções MVL
As formas algébricas das funções MVL mantêm similaridade com as formas algébricas das
funções de chaveamento. Porém, assim como nas funções de chaveamento existem as formas
SOP e POS (Soma de Produtos e Produto de Somas) [35], nas funções MVL são definidas as
formas SOPE e POSE (Soma de Operações Produtos Estendidos e Produto de Operações Somas
Estendidas).
Formas SOPE e POSE
Funções MVL na forma SOPE são construídas por operações Produto Estendido ligadas por
operações Máximo, onde cada operação Produto Estendido está formada por literais em alguma
forma do operador Sucessor. Exemplo SOPE de uma função de 2 literais, sendo N = 4:
F (A, B) = A
2
1
A
2
+ A
0
2
B
1
+ A
3
3
B
0
(2.1)
Funções MVL na forma POSE são construídas por operações Soma Estendida ligadas por
operações Mínimo, onde cada operação Soma Estendida esta formada por literais em alguma
forma do operador Sucessor. Exemplo POSE de uma função de 3 literais, sendo N = 4:
F (A, B, C) = A
0
+
0
B
2
+
0
C
2
· A
0
+
1
B
1
· A
3
+
2
B
1
+
2
C
0
(2.2)
Formas Padrão MVL
As formas padrão das funções MVL são formas SOPE e POSE com uma característica
especial. Como foi visto nos parágrafos anteriores, as funções MVL podem ser representadas
de formas diferentes mas que são expressões MVL equivalentes. Mas as formas padrão SOPE
e POSE são únicas para cada função MVL.
A característica especial da forma padrão SOPE é ser formada unicamente por mintermos,
onde os mintermos iguas a zero são considerados insignificantes porém não são mencionados.
E a característica especial da forma padrão POSE é ser formada unicamente por maxtermos,
onde os maxtermos iguais a L são considerados insignificantes porém não são mencionados.
Exemplo 1: Forma padrão SOPE da Equação 2.1.
F (A, B) = m
1
3,1
+ m
1
3,0
+ m
1
3,3
+ m
1
3,2
+ m
2
2,1
+ m
3
0,3
F (A, B) = A
2
1
B
0
+ A
2
1
B
1
+ A
2
1
B
2
+ A
2
1
B
3
+ A
0
2
B
1
+ A
3
3
B
0
(2.3)
Exemplo 2: Forma padrão POSE da Equação 2.2.
CAPÍTULO 2. ÁLGEBRA DE MV 17
F (A, B, C) = M
0
0,2,2
· M
1
1,0,1
· M
1
1,0,0
· M
1
1,0,3
· M
1
1,0,2
· M
2
3,1,2
F (A, B, C) = A
0
+
0
B
2
+
0
C
2
· A
0
+
1
B
1
+
1
C
0
· A
0
+
1
B
1
+
1
C
1
·
A
0
+
1
B
1
+
1
C
2
· A
0
+
1
B
1
+
1
C
3
· A
3
+
2
B
1
+
2
C
0
(2.4)
2.8.3 Operador Sucessor em Funções MVL
O Sucessor de uma função MVL é igual ao Sucessor de cada um dos valores das células
que correspondem a função na tabela. Um exemplo do operador Sucessor numa função MVL é
mostrado na Tabela 2.11.
Tabela 2.11: Exemplo do operador Sucessor em funções MVL.
F (A, B) F
1
(A, B) = (F (A, B))
1
F
2
(A, B) = (F
1
(A, B))
1
A \ B 0 1 2 3 A \ B 0 1 2 3 A \ B 0 1 2 3
0 0 0 0 0 0 1 1 1 1 0 2 2 2 2
1 0 0 0 0 1 1 1 1 1 1 2 2 2 2
2 0 0 0 3 2 1 1 1 0 2 2 2 2 1
3 0 0 1 0 3 1 1 2 1 3 2 2 3 2
O procedimento algébrico da operação Sucessor em funções MVL é o seguinte:
Passo 1: Expressar a função F (A, B) em N
S
mintermos onde S é o número de literais. Isto
é adicionar na função MVL os mintermos insignificantes.
F (A, B) = [A
p
v
B
q
+ ... + A
r
w
B
s
]
t
F (A, B) = [A
0
0
B
0
+ A
0
0
B
1
+ ... + A
0
0
B
L
+
A
1
0
B
0
+ A
1
0
B
1
+ ... + A
1
0
B
L
+ ... +
A
L
0
B
0
+ A
L
0
B
1
+ ... + A
L
0
B
L
+
A
p
v
B
q
+ ... + A
r
w
B
s
]
t
Logo utiliza-se o teorema de expansão e a função fica com N
S
mintermos.
Passo 2: Distribuir o operador Sucessor da função nos literais e operadores Produto Esten-
dido.
Passo 3: Avaliar as operações Sucessor distribuídas.
CAPÍTULO 2. ÁLGEBRA DE MV 18
Exemplo 1: Seja F (A, B) da Tabela 2.11 obter F
2
(A, B) utilizando o procedimento al-
gébrico considerando N = 4.
F
2
(A, B) = [A
2
1
B
3
+ A
1
3
B]
2
Passo 1: Expressar a função F (A, B) em N
S
= 4
2
= 16 mintermos.
F
2
(A, B) = [A
0
B + A
0
B
1
+ A
0
B
2
+ A
0
B
3
+
A
1
0
B + A
1
0
B
1
+ A
1
0
B
2
+ A
1
0
B
3
+
A
2
0
B + A
2
0
B
1
+ A
2
0
B
2
+ A
2
0
B
3
+
A
3
0
B + A
3
0
B
1
+ A
3
1
B
2
+ A
3
0
B
3
+
A
2
1
B
3
+ A
1
3
B]
2
F
2
(A, B) = [A
0
B + A
0
B
1
+ A
0
B
2
+ A
0
B
3
+
A
1
0
B + A
1
0
B
1
+ A
1
0
B
3
+ A
2
0
B +
A
2
0
B
2
+ A
2
0
B
3
+ A
3
0
B + A
3
0
B
1
+
A
3
1
B
2
+ A
3
0
B
3
+ A
2
1
B
3
+ A
1
3
B]
2
Pelo teorema de expansão, veja que o número de mintermos obtidos é igual a 16.
Passo 2: Distribuir o operador Sucessor da função nos literais e operadores Produto Esten-
dido.
F
2
(A, B) = A
2
0
2
B
2
+ A
2
0
2
B
1
2
+ A
2
0
2
B
2
2
+ A
2
0
2
B
3
2
+
A
1
2
0
2
B
2
+ A
1
2
0
2
B
1
2
+ A
1
2
0
2
B
3
2
+ A
2
2
0
2
B
2
+
A
2
2
0
2
B
2
2
+ A
2
2
0
2
B
3
2
+ A
3
2
0
2
B
2
+ A
3
2
0
2
B
1
2
+
A
3
2
1
2
B
2
2
+ A
3
2
0
2
B
3
2
+ A
2
2
1
2
B
3
2
+ A
1
2
3
2
B
2
Passo 3: Avaliar as sucessões distribuídas.
F
2
(A, B) = A
2
2
B
2
+ A
2
2
B
3
+ A
2
2
B + A
2
2
B
1
+
A
3
2
B
2
+ A
3
2
B
3
+ A
3
2
B
1
+ A
2
B
2
+
A
2
B + A
2
B
1
+ A
1
2
B
2
+ A
1
2
B
3
+
A
1
3
B + A
1
2
B
1
+ A
3
B
1
+ A
3
1
B
2
CAPÍTULO 2. ÁLGEBRA DE MV 19
2.9 Lei de De Morgan Estendida
A lei de De Morgan da Álgebra de Chaveamento [35] é formada por dois passos: sendo
que o primeiro passo consiste em trocar os operandos pelo operador dual e o segundo passo
consiste no ingresso do operador complemento nos literais. De maneira similar na álgebra
MVL é formada por dois passos: o primeiro consiste em escrever a expressão baseando-se no
operador dual, e o segundo passo consiste em operar o Sucessor da função MVL como foi
mostrado na Seção 2.8.3.
Exemplo 1: Considere N = 2.
F (A, B) = [A
1
B
1
]
1
Passo 1: Aplicar o principio de dualidade.
F (A, B) = [A
1
+
0
B]
1
1
Passo 2: Operar o Sucessor da função MVL.
F (A, B) = A
1
+
0
B
Logo:
F (A, B) = [A
1
B
1
]
1
= A
1
+
0
B
2.10 Portas Lógicas MVL
As portas lógicas são dispositivos eletrônicos que têm a capacidade de realizar operações
lógicas com variáveis lógicas MVL e as representações das portas lógicas são mostradas na
Figura 2.1.
2.10.1 Simulações das Portas Lógicas MVL
As simulações que mostram o correto funcionamento das portas lógicas mostradas na Figura
2.1 foram implementadas em VHDL sendo os sinais de entrada e de saída elementos de D.
Na simulação apresentada na Figura 2.2, pode-se observar que na primeira coluna "Cont"
identifica-se a simulação como MVL, na segunda coluna "Signal" mostra-se os nomes das
entradas e das saídas, a terceira coluna, "Value" representa os valores das saídas e entradas aos
6580ns de simulação e a última coluna corresponde aos valores MVL de cada variável. Nesta
simulação foi considerada a representação numérica quaternária N = 4, sendo a entrada do op-
erador Sucessor "a" e para todo o resto dos operadores as entradas são "a" e "b". Entende-se
"sext"como Soma Estendida e "pext"como Produto Estendido. Finalmente no eixo horizontal
mostra-se o tempo de simulação.
CAPÍTULO 2. ÁLGEBRA DE MV 20
Figura 2.1: Representação das portas lógicas MVL.
Figura 2.2: Simulação dos operadores MVL de N = 4.
CAPÍTULO
3
Circuitos Digitais Combinacionais
MVL
Os circuitos digitais combinacionais também chamados circuitos digitais sem memória, são
aqueles onde a saída depende somente da entrada [32]. Assim a operação de tais circuitos pode
ser descrita completamente em uma tabela verdade [39].
Adicionalmente, na álgebra proposta pode-se realizar a análise e a síntese dos circuitos com
os dois conjuntos de operadores totalmente funcionais apresentados na Seção 2.5.
Na Seção 3.1 é mostrada a análise de circuitos digitais combinacionais MVL usando tabelas
verdade, funções MVL e diagramas de tempo e na Seção 3.2 é realizada a síntese de circuitos
MVL nas formas SOPE e POSE.
3.1 Análise de Circuitos Digitais Combinacionais MVL
A análise do circuito é o processo de descrição exata da sua operação. Na Álgebra de MV
pode-se descrever o circuito mediante uma tabela verdade, uma função MVL ou por diagramas
de tempo.
3.1.1 Análise com a Tabela Verdade
Seja um circuito combinacional no qual deseja-se conhecer a operação do circuito, o primeiro
passo é criar uma tabela verdade com o número de colunas igual ao número de entradas mais
21
CAPÍTULO 3. CIRCUITOS DIGITAIS COMBINACIONAIS MVL 22
um, onde a última coluna corresponde ao valor de saída da função. A tabela deverá conter todas
as possíveis combinações das entradas. O próximo passo é determinar a função de saída para
cada uma das possíveis combinações na entrada.
Exemplo 1: Na Figura 3.1, mostra-se um circuito e as duas primeiras combinações para
preencher a tabela verdade mostrada na Tabela 3.1.
Figura 3.1: Análise de circuitos por tabelas verdade.
Tabela 3.1: Exemplo de análise de circuitos usando a tabela verdade.
A B F (A, B)
0 0 0
0 1 1
.
.
.
.
.
.
.
.
.
3 3
3.1.2 Análise com a Função MVL
Seja um circuito combinacional no qual se deseja conhecer a operação do circuito expresa
numa função MVL, o procedimento é escrever as funções MVL na saída de cada porta lógica.
A função que estiver na saída da última porta é a que representa o circuito.
Exemplo 1: Na Figura 3.2 mostra-se a análise de um circuito lógico utilizando funções
MVL.
Figura 3.2: Análise de circuitos por funções MVL.
CAPÍTULO 3. CIRCUITOS DIGITAIS COMBINACIONAIS MVL 23
3.1.3 Análise com o Diagrama de Tempo
Seja um circuito combinacional no qual se deseja conhecer a operação do circuito expres-
sada numa função MVL, o que se faz é aplicar a seqüência de valores para as entradas do
circuito num período de tempo e observar a relação da entrada com a correspondente seqüência
da saída.
Figura 3.3: Análise de circuitos por diagramas de tempo.
3.2 Síntese de Circuitos Digitais Combinacionais MVL
A síntese de circuitos combinacionais é o procedimento inverso da análise de circuitos com-
binacionais. A síntese inicia-se com a descrição da operação do circuito, da descrição deriva a
tabela verdade da qual se obtem a função lógica que descreve exatamente o circuito. Depois de
obter a função lógica pode-se construir o diagrama do circuito.
Uma tabela verdade pode ser sintetizada de duas formas a primeira é na forma padrão SOPE
(Mintermos) e a segunda é na forma padrão POSE (Maxtermos).
3.2.1 Síntese de Circuitos Lógicos na Forma SOPE
A síntese de circuitos na forma SOPE consiste em expressar uma tabela verdade numa
função da forma SOPE. Assim para sintetizar a função F (A, B, C, ....S) com A, B, C, ..., S lit-
erais, deve-se obter as seguintes subfunções; subfunção com saída igual a 1 (F
1
(A, B, C, ..., S)),
subfunção com saída igual a 2 (F
2
(A, B, C, ..., S)), subfunção com saída igual a 3 (F
3
(A, B, C,
..., S)), assim até a subfunção com saída igual a L (F
L
(A, B, C, ..., S)). Logo, sobre todas as
subfunções é aplicado o operador Máximo, como é mostrado na Equação 3.1.
F (A, B, ....S) = F
1
(A, B, ....S) + F
2
(A, B, ....S) + ... + F
L
(A, B, ....S) (3.1)
CAPÍTULO 3. CIRCUITOS DIGITAIS COMBINACIONAIS MVL 24
A seguir mostra-se a função para a síntese da Tabela 3.2 de N = 4, para ilustrar o procedi-
mento de síntese na forma SOPE.
Tabela 3.2: Exemplo de síntese na forma SOPE.
A\B 0 1 2 3
0 0 0 0 0
1 0 0 0 0
2 0 0 3 0
3 0 1 1 2
Como a representação digital é quaternária (N = 4), então é preciso F
1
(A, B), F
2
(A, B) e
F
3
(A, B) para a síntese.
A função a ser sintetizada com saída igual a 1, tem dois mintermos: F (A = 3,B = 1) = 1 e
F (A = 3,B = 2) = 1. Para a saída ser igual a 1 é preciso utilizar o operador Produto Estendido
(
1
). Como mostrado na Seção 2.3 para que a operação Produto Estendido (
1
) seja igual a 1, é
preciso que os operandos também sejam iguais a 1.
Logo a função que sintetiza F
1
(A, B) = 1 da Tabela 3.2 com dois mintermos é mostrada na
Equação 3.2.
F
1
(A, B) = A
2
1
B
0
+ A
2
1
B
3
(3.2)
Veja, se A = 3 A
2
= 1 e se B = 1 B
0
= 1, assim para o primeiro mintermo resulta A
2
1
B
0
= 1. Para o segundo mintermo se A = 3 A
2
= 1 e se B = 2 B
3
= 1, logo, A
2
1
B
3
=
1. Para todos os outros valores dos operandos A e B têm-se F
1
(A, B) = 0.
A síntese das funções F
2
(A, B) e F
3
(A, B) efetuam-se de maneira similar.
Para sintetizar F
2
(A, B) utiliza-se o operador Produto Estendido (
2
). A função que sinte-
tiza F
2
(A, B) = 2 da Tabela 3.2 é mostrada na Equação 3.3.
F
2
(A, B) = A
3
2
B
3
(3.3)
Para sintetizar F
3
(A, B) utiliza-se o operador Produto Estendido (
3
). A função que sinte-
tiza F
3
(A, B) = 3 da Tabela 3.2 é mostrada na Equação 3.4.
F
3
(A, B) = A
1
3
B
1
(3.4)
De acordo com a metodologia aplica-se o operador Máximo a F
1
(A, B), F
2
(A, B) e F
3
(A, B)
resultando a Equação 3.5 das Equações 3.2, 3.3 e 3.4, que representam a função de síntese da
Tabela 3.2.
CAPÍTULO 3. CIRCUITOS DIGITAIS COMBINACIONAIS MVL 25
F (A, B) = F
1
(A, B) + F
2
(A, B) + F
3
(A, B)
F (A, B) = A
2
1
B
0
+ A
2
1
B
3
+ A
3
2
B
3
+ A
1
3
B
1
(3.5)
Exemplo 1: Projeto de um circuito meio-somador para duas entradas A, B, onde as entradas
podem ser 0, 1, 2 e 3. Encontre a soma das duas entradas.
Depois de avaliar a descrição, constrói-se a tabela verdade para o meio-somador com todas
as características mencionadas. A base digital de representação escolhida é a quaternária N =
4, e a saída da função lógica é a soma de A e B. A Tabela 3.3 mostra a descrição do circuito.
Tabela 3.3: Tabela verdade do meio-somador de N = 4.
A B C
out
Q
1
0 0 0 A
0
B 0 A
0
B
0 1 0 A
0
B
3
1 A
1
1
B
0 2 0 A
0
B
2
2 A
2
2
B
0 3 0 A
0
B
1
3 A
3
3
B
1 0 0 A
3
0
B 1 A
1
B
1
1 1 0 A
3
0
B
3
2 A
1
2
B
1
1 2 0 A
3
0
B
2
3 A
2
3
B
1
1 3 1 A
1
B
2
0 A
3
0
B
1
2 0 0 A
2
0
B 2 A
2
B
2
2 1 0 A
2
0
B
3
3 A
1
3
B
2
2 2 1 A
3
1
B
3
0 A
2
0
B
2
2 3 1 A
3
1
B
2
1 A
2
1
B
1
3 0 0 A
1
0
B 3 A
3
B
3
3 1 1 A
2
1
B 0 A
1
0
B
3
3 2 1 A
2
1
B
3
1 A
2
1
B
3
3 3 1 A
2
1
B
2
2 A
3
2
B
3
Para obter as funções que representem a Tabela 3.3, utiliza-se a forma padrão de represen-
tação SOPE (Mintermos). As Equações 3.6 e 3.7 representam as funções lógicas da Tabela 3.3
na forma SOPE.
Q
1
= A
1
1
B + A
2
2
B + A
3
3
B + A
1
B
1
+ A
1
2
B
1
+ A
2
3
B
1
+ A
2
B
2
+
A
1
3
B
2
+ A
2
1
B
1
+ A
3
B
3
+ A
2
1
B
3
+ A
3
2
B
3
(3.6)
C
out
= A
1
B
2
+ A
3
1
B
3
+ A
3
1
B
2
+ A
2
1
B + A
2
1
B
3
+ A
2
1
B
2
(3.7)
CAPÍTULO 3. CIRCUITOS DIGITAIS COMBINACIONAIS MVL 26
A simulação que mostra o correto funcionamento do circuito lógico do meio somador
mostrado na Figura 3.4 têm sido implementado em VHDL a partir das Equações 3.6 e 3.7,
sendo os dois sinais de entrada e os dois sinais de saída elementos de D. Na simulação apre-
sentada na Figura 3.5 pode-se observar que na primeira coluna "Cont" identifica a simulação
como MVL, na segunda coluna "Signal" mostra-se os nomes dos sinais sendo eles entradas e
saídas, a terceira coluna "Value" representa os valores das entradas e das saídas aos 7580ns
de simulação e a última coluna corresponde aos valores MVL de cada sinal. Para a simulação
do circuito digital foi considerada a representação digital quaternária N = 4, sendo as entradas
do meio somador "a" e "b" e as saídas "cout" e "soma" que correspondem a A, B, C
out
e Q
1
das
Equações 3.6 e 3.7. Finalmente no eixo horizontal mostra-se o tempo de simulação.
Figura 3.4: Circuito lógico do meio somador MVL de N = 4.
3.2.2 Síntese de Circuitos Lógicos na Forma POSE
A síntese de circuitos na forma POSE consiste em expressar uma tabela verdade numa
função da forma POSE. Assim para sintetizar a função F (A, B, C, ..., S) com A, B, C, ..., S lit-
erais, deve-se obter as seguintes subfunções; subfunção com saída igual a 0 (F
0
(A, B, C, ..., S)),
CAPÍTULO 3. CIRCUITOS DIGITAIS COMBINACIONAIS MVL 27
Figura 3.5: Simulação do meio somador MVL de N = 4.
subfunção com saída igual a 1 (F
1
(A, B, C, ..., S)), subfunção com saída igual a 2 (F
2
(A, B, C,
..., S)), assim até a subfunção com saída igual a L-1 (F
L1
(A, B, C, ..., S)) logo sobre todas as
subfunções é aplicado o operador Mínimo, como mostra-se na Equação 3.8.
F (A, B, C, ..., S) = F
0
(A, B, C, ..., S) · F
1
(A, B, C, ..., S) · ... · F
L1
(A, B, C, ..., S) (3.8)
A seguir mostra-se a função para a síntese da Tabela 3.4 com N = 4, para ilustrar o procedi-
mento de síntese na forma POSE.
Tabela 3.4: Exemplo de síntese na forma POSE.
A\B 0 1 2 3
0 0 0 0 0
1 0 0 0 0
2 0 0 3 0
3 0 1 1 2
Como a representação digital é quaternária (N = 4), então é preciso F
0
(A, B), F
1
(A, B) e
F
2
(A, B) para a síntese.
A função a ser sintetizada com saída igual a 0, tem doze maxtermos: F (A = 0,B = 0) =
0, F (A = 0,B = 1) = 0 até F (A = 3 ,B = 0) = 0. Para a saída ser igual a 0 é preciso utilizar
o operador Soma Estendida (+
0
). Como mostrado na Seção 2.3, para que a operação Soma
Estendida (+
0
) seja igual a 0, é preciso que os operandos também sejam iguais a 0.
Logo, a função que sintetiza F
0
(A, B) = 0 da Tabela 3.4 com doze maxtermos é mostrada
na Equação 3.9 e a Equação 3.10 mostra uma forma simplificada.
F
0
(A, B) = (A +
0
B) · (A +
0
B
3
) · (A +
0
B
2
) · (A +
0
B
1
) · (A
3
+
0
B) ·
(A
3
+
0
B
3
) · (A
3
+
0
B
2
) · (A
3
+
0
B
1
) · (A
2
+
0
B) ·
(A
2
+
0
B
3
) · (A
2
+
0
B
1
) · (A
1
+
0
B) (3.9)
CAPÍTULO 3. CIRCUITOS DIGITAIS COMBINACIONAIS MVL 28
F
0
(A, B) = (A +
0
A) · (A
3
+
0
A
3
) · (B +
0
B) · (A
2
+
0
B
3
) · (A
2
+
0
B
1
) (3.10)
Veja, se A = 0 A
0
= 0 e se B = 0 B
0
= 0, assim para o primeiro maxtermo resulta A
0
+
0
B
0
= 0. Para o segundo maxtermo se A = 0 A
0
= 0 e se B = 1 B
3
= 0, logo, A
0
+
0
B
3
= 0. Para todos os outros maxtermos com saída igual a zero se faz o mesmo.
A síntese das funções F
1
(A, B) e F
2
(A, B) efetuam-se de maneira similar.
Para sintetizar F
1
(A, B) utiliza-se o operador Soma Estendida (+
1
). A função que sintetiza
F
1
(A, B) = 1 da Tabela 3.4 é mostrada na Equação 3.11.
F
1
(A, B) = (A
2
+
1
B
0
) · (A
2
+
1
B
3
) (3.11)
Para sintetizar F
2
(A, B) utiliza-se o operador Soma Estendida (+
2
). A função que sintetiza
F
2
(A, B) = 2 da Tabela 3.4 é mostrada na Equação 3.12.
F
2
(A, B) = A
3
+
2
B
3
(3.12)
De acordo com a metodologia aplica-se o operador Mínimo a F
0
(A, B), F
1
(A, B) e F
2
(A, B)
resultando a Equação 3.13 das Equações 3.10, 3.11 e 3.12, que representam a função de síntese
da Tabela 3.4.
F (A, B) = F
0
(A, B) · F
1
(A, B) · F
2
(A, B)
F (A, B) = (A +
0
A) · (A
3
+
0
A
3
) · (B +
0
B) · (A
2
+
0
B
3
) · (A
2
+
0
B
1
) ·
(A
2
+
1
B
0
) · (A
2
+
1
B
3
) · (A
3
+
2
B
3
) (3.13)
Exemplo 1: Projeto de um circuito comparador que para duas entradas A, B, onde as
entradas podem ser 0, 1, 2 e 3. Encontre qual das duas entradas é maior.
Depois de avaliar a descrição, constrói-se a tabela verdade para o comparador com todas as
características mencionadas. A base digital de representação escolhida é a quaternária N = 4, e
a saída da função lógica quando A é maior será igual a 1, se B for maior será igual a 2 e fossem
iguais será 0. A Tabela 3.5 mostra a descrição do circuito.
Para obter a função que represente a Tabela 3.5, temos duas possibilidades, sendo a primeira
representar na forma padrão SOPE (Mintermos) e a segunda na forma padrão POSE (Maxter-
mos). Para este exemplo se representará das duas formas. A Equação 3.14 apresenta a função
lógica da forma SOPE da Tabela 3.5, enquanto a Equação 3.15 apresenta a função equivalente
na forma POSE.
CAPÍTULO 3. CIRCUITOS DIGITAIS COMBINACIONAIS MVL 29
Tabela 3.5: Comparador de duas entradas e uma saída de N = 4.
A\B 0 1 2 3
0 0 2 2 2
1 1 0 2 2
2 1 1 0 2
3 1 1 1 0
F (A, B) = A
2
2
B
1
+ A
2
2
B + A
2
2
B
3
+ A
1
B
1
+ A
1
2
B + A
1
2
B
3
+
A
3
1
B
1
+ A
3
1
B + A
2
B
3
+ A
2
1
B
1
+ A
2
1
B + A
2
1
B
3
(3.14)
F (A, B) = (A +
0
B) · (A
2
+
2
B
1
) · (A
2
+
2
B) · (A
2
+
2
B
3
) · (A +
1
B
1
) · (A
3
+
0
B
3
) ·
(A
1
+
2
B) · (A
1
+
2
B
3
) · (A
3
+
1
B
1
) · (A
3
+
1
B) · (A
2
+
0
B
2
) · (A +
2
B
3
) ·
(A
2
+
1
B
1
) · (A
2
+
1
B) · (A
2
+
1
B
3
) · (A
1
+
0
B
1
) (3.15)
A simulação que mostra o correto funcionamento do circuito lógico do comparador mostrado
na Figura 3.6 foi implementado em VHDL a partir da Equação 3.14 sendo os dois sinais de
entrada e o sinal de saída elementos de D. Na simulação apresentada na Figura 3.7, pode-se
observar que a primeira coluna "Cont" identifica a simulação como MVL, na segunda coluna
"Signal" mostra-se os nomes dos sinais sendo eles entradas e saídas, a terceira coluna "Value"
representa os valores das entradas e a saída aos 4760ns de simulação e a última coluna corres-
ponde aos valores MVL de cada sinal. Para a simulação do circuito digital foi considerada a
representação digital quaternária N = 4, sendo as entradas do comparador "a" e "b" que corre-
spondem a A e B da Equação 3.14 e a "saida" que é F (A, B). Finalmente no eixo horizontal
mostra-se o tempo de simulação.
CAPÍTULO 3. CIRCUITOS DIGITAIS COMBINACIONAIS MVL 30
Figura 3.6: Circuito lógico do comparador de duas entradas e uma saída de N = 4.
Figura 3.7: Simulação do comparador de duas entradas e uma saída de N = 4.
CAPÍTULO
4
Simplificação de Funções MVL
No projeto de circuitos digitais é importante a simplificação de funções lógicas com o ob-
jetivo de otimizar o circuito em termos do número de portas lógicas, velocidade e consumo de
energia. Assim, simplicar é reduzir o número de termos ou literais de uma função MVL. O
tamanho de um circuito é proporcional ao tamanho ou complexidade da funcão álgebrica, razão
pela qual neste capítulo estende-se; o mapa de Karnaugh [35], método Quine McCluskey [40]
e Algoritmo Petrick [32] da Álgebra de Chaveamento [1] para a Álgebra de MV. Também são
apresentados outros métodos para a minimização de funções MVL.
Na Seção 4.1 é apresentada a simplificação algébrica MVL. Na Seção 4.2 é mostrada a
minimização de funções MVL usando o operador Sucessor. Nas Seções 4.3, 4.4 e 4.5 são
estendidos: os mapas de Karnaugh, o método Quine McCluskey e o Algoritmo Petrick, respec-
tivamente para MVL. Finalmente, na Seção 4.6 utiliza-se os dois conjuntos de operadores para
minimizar funções.
4.1 Simplificação Algébrica MVL
A simplificação algébrica de funções MVL está baseada diretamente na utilização dos axi-
omas e teoremas apresentados com o objetivo de reduzir o número de termos, dita manipulação
algébrica também é chamada como minimização de funções lógicas, porém a utilização de
diferentes teoremas e axiomas levarám a funções algébricas distintas mas equivalentes, mas a
simplificação algébrica não garante que a função achada seja a função mínima equivalente.
A seguir mostra-se alguns exemplos.
31
CAPÍTULO 4. SIMPLIFICAÇÃO DE FUNÇÕES MVL 32
Exemplo 1: Seja a Equação 4.1, procure a equação mínima equivalente. Considere N = 4.
F (A, B) = A
1
1
B
1
+ A
1
1
B
3
+ A
1
B
1
+ A
1
B + A
2
3
B
1
+ A
1
B
2
+ A
3
1
B
1
+
A
1
3
B
2
+ A
3
1
B
3
+ A
3
1
B
2
+ A
2
1
B + A
2
1
B
3
(4.1)
F (A, B) = A
1
B + A
1
B
1
+ A
1
B
2
+ A
1
1
B
1
+ A
1
1
B
3
+ A
2
1
B + A
2
1
B
3
+
A
3
1
B
1
+ A
3
1
B
2
+ A
3
1
B
3
+ A
1
3
B
2
+ A
2
3
B
1
(Axioma de Comutatividade)
Utiliza-se o axioma de comutatividade para ordenar os termos de acordo ao tipo de operador
Produto Estendido com o objetivo de identificar os termos que possam ser simplificados.
F (A, B) = A
1
B + A
1
B
1
+ A
1
B
2
+ A
1
1
B
1
+ A
1
1
B
3
+ A
2
1
B + A
2
1
B
3
+
A
3
1
B
1
+ A
3
1
B
2
+ A
3
1
B
3
+ A
1
3
B
2
+ A
3
1
B
+
A
2
3
B
1
+ A
1
B
3
(Teorema de Expansão)
Gera-se pelo teorema de expansão termos úteis para a simplificação utilizando o Teorema
de Expansão.
F (A, B) = A
1
B + A
1
B
1
+ A
1
B
2
+ A
1
B
3
+ A
1
1
B
1
+ A
1
1
B
3
+ A
2
1
B +
A
2
1
B
3
+ A
3
1
B + A
3
1
B
1
+ A
3
1
B
2
+ A
3
1
B
3
+ A
1
3
B
2
+
A
2
3
B
1
(Axioma de Comutatividade)
Os termos gerados pelo teorema de expansão são ordenados utilizando o axioma da comu-
tatividade para serem simplificados pelo axioma de redução.
F (A, B) = A
1
A + A
1
1
B
1
+ A
1
1
B
3
+ A
2
1
B + A
2
1
B
3
+A
3
1
A
3
+ A
1
3
B
2
+ A
2
3
B
1
(Axioma de Redução)
CAPÍTULO 4. SIMPLIFICAÇÃO DE FUNÇÕES MVL 33
4.2 Minimização por Aplicação do Operador Sucessor
O método de minimização por aplicação do operador Sucessor, consiste em obter o menor
número de mintermos pela aplicação do operador Sucessor numa função MVL. Porém este
método não garante a função mínima equivalente.
O procedimento para a minimização de funções pela aplicação do operador Sucessor é:
1. Identificar o valor do mintermo com maior número de repetições na saída da função. Se
existir dois mintermos com o mesmo número de repetições considerar o mintermo de
ordem inferior;
2. Obter x, onde x é igual a N menos o valor obtido no passo 1;
3. Aplicar x vezes o operador Sucessor a cada valor de saída da função;
4. Sintetizar a nova função F
x
(A, B);
5. A função simplificada será igual à função sintetizada com N - x aplicações do operador
Sucessor (F
x
N-x
(A, B)).
Exemplo 1: Minimizar a função lógica do comparador apresentado na Seção 3.2.1, uti-
lizando o método proposto, sendo N = 4.
Tabela 4.1: Exemplo 1 de minimização por aplicação do operador Sucessor.
F (A, B)
A\B 0 1 2 3
0 0 2 2 2
1 1 0 2 2
2 1 1 0 2
3 1 1 1 0
1. A Tabela 4.1, apresenta seis mintermos iguais a 1 e seis mintermos iguais a 2. Então, por
ter o mesmo número de repetições considera-se o menor, neste caso 1;
2. Logo, x = N - 1, então x = 3;
3. Ao aplicar 3 vezes o operador Sucessor a todos os valores da função F (A, B), obteve-se
a Tabela 4.2 igual a F
3
(A, B);
4. Síntese de F
3
(A, B) = A
3
3
B
3
+ A
1
1
B + A
1
1
B
3
+ A
1
1
B
2
+ A
2
3
B
2
+ A
1
B
3
+ A
1
B
2
+ A
1
3
B
1
+ A
3
1
B
2
+ A
3
B;
CAPÍTULO 4. SIMPLIFICAÇÃO DE FUNÇÕES MVL 34
Tabela 4.2: Três aplicações do operador Sucessor em F (A, B) da Tabela 4.1.
F
3
(A, B)
A\B 0 1 2 3
0 3 1 1 1
1 0 3 1 1
2 0 0 3 1
3 0 0 0 3
5. F (A, B) = (F
3
4-3
(A, B))
F (A, B) = [A
3
3
B
3
+ A
1
1
B + A
1
1
B
3
+ A
1
1
B
2
+ A
2
3
B
2
+ A
1
B
3
+
A
1
B
2
+ A
1
3
B
1
+ A
3
1
B
2
+ A
3
B]
1
(4.2)
Logo a função minimizada do comparador MVL mostrada na Equação 4.2 fica com dois
termos a menos que a Equação 3.14.
Exemplo 2: Minimizar a Tabela 4.3, utilizando o método proposto, sendo N = 4.
Tabela 4.3: Exemplo 2 de minimização por aplicação do operador Sucessor.
F (A, B)
A\B 0 1 2 3
0 3 3 3 3
1 3 3 3 3
2 3 0 1 2
3 3 3 3 3
1. A Tabela 4.3, apresenta um mintermo igual a 1, um mintermo igual a 2 e treze mintermos
iguais a 3, logo o mintermo com maior número de repetições é igual a 3;
2. Logo, x = N - 3 então x = 1;
3. Ao aplicar 1 vez o operador Sucessor a todos os valores da saída de F (A, B), obtém-se a
Tabela 4.4 igual a F
1
(A, B);
4. Síntese de F
1
(A, B) = A
3
1
B + A
2
B + A
1
3
B;
5. F (A, B) = (F
1
(A, B))
4-1
Logo a função minimizada fica com 3 termos como mostra-se na Equação 4.3.
F (A, B) = [A
3
1
B + A
2
B + A
1
3
B]
3
(4.3)
CAPÍTULO 4. SIMPLIFICAÇÃO DE FUNÇÕES MVL 35
Tabela 4.4: Três aplicações do operador Sucessor em F (A, B) da Tabela 4.3.
F
1
(A, B)
A\B 0 1 2 3
0 0 0 0 0
1 0 0 0 0
2 0 1 2 3
3 0 0 0 0
4.3 Mapas de Karnaugh Estendido
O mapa de Karnaugh também é conhecido como diagramas de Veitch (mapa-K, K-map ou
KV map) [35], e é uma ferramenta gráfica para a simplificação de funções lógicas Booleanas.
Este método foi inventado no ano de 1952 por Edward W. Veitch e tem a particularidade que de
célula a célula horizontalmente ou verticalmente mas não diagonalmente muda somente uma
variável deixando em evidência os mintermos ou maxtermos que podem ser combinados, sendo
útil para funções com menos de seis literais [41].
Inspirados no Mapa de Karnaugh da Álgebra de Chaveamento nesta seção é proposta uma
extensão para MVL, utilizando-se de maneira similar os conceitos de agrupamento de células
adjacentes
1
.
Um mapa-KE é uma figura geométrica que contém uma célula correspondente para cada
linha da tabela verdade. Assim, o mapa-KE tem tantas células quanto número de linhas tem
a tabela verdade. Na Tabela 4.5 mostra-se o mapa-KE para dois literais de N = 4, onde m
0,0
corresponde à primeira combinação de literais da tabela verdade e m
3,3
é correspondente à
última combinação dos literais da tabela verdade.
Tabela 4.5: Mapa Karnaugh Estendido para 2 literais de N = 4.
A \ B 0 1 2 3
0 m
0,0
m
0,1
m
0,2
m
0,3
1 m
1,0
m
1,1
m
1,2
m
1,3
2 m
2,0
m
2,1
m
2,2
m
2,3
3 m
3,0
m
3,1
m
3,2
m
3,3
Na Tabela 4.6 é mostrado o mapa-KE para três literais de N = 4, onde m
0,0,0
é correspon-
dente à primeira combinação dos literais da tabela verdade e m
3,3,3
é correspondente à última
combinação de literais da tabela verdade.
1
Células Adjacentes. Duas células (quadrículos) são chamados adjacentes se, e somente se eles são vizinhos
horizontalmente ou verticalmente mas não diagonalmente.
CAPÍTULO 4. SIMPLIFICAÇÃO DE FUNÇÕES MVL 36
Tabela 4.6: Mapa Karnaugh Estendido para 3 literais de N = 4.
A = 0 A = 1
B \ C 0 1 2 3 B \ C 0 1 2 3
0 m
0,0,0
m
0,0,1
m
0,0,2
m
0,0,3
0 m
1,0,0
m
1,0,1
m
1,0,2
m
1,0,3
1 m
0,1,0
m
0,1,1
m
0,1,2
m
0,1,3
1 m
1,1,0
m
1,1,1
m
1,1,2
m
1,1,3
2 m
0,2,0
m
0,2,1
m
0,2,2
m
0,2,3
2 m
1,2,0
m
1,2,1
m
1,2,2
m
1,2,3
3 m
0,3,0
m
0,3,1
m
0,3,2
m
0,3,3
3 m
1,3,0
m
1,3,1
m
1,3,2
m
1,3,3
A = 2 A = 3
B \ C 0 1 2 3 B \ C 0 1 2 3
0 m
2,0,0
m
2,0,0
m
2,0,2
m
2,0,3
0 m
3,0,0
m
3,0,1
m
3,0,2
m
3,0,3
1 m
2,1,0
m
2,1,0
m
2,1,2
m
2,1,3
1 m
3,1,0
m
3,1,1
m
3,1,2
m
3,1,3
2 m
2,2,0
m
2,2,0
m
2,2,2
m
2,2,3
2 m
3,2,0
m
3,2,1
m
3,2,2
m
3,2,3
3 m
2,3,0
m
2,3,0
m
2,3,2
m
2,3,3
3 m
3,3,0
m
3,3,1
m
3,3,2
m
3,3,3
O método Mapa de Karnaugh Estendido (Mapa-KE) para simplificação de funções MVL,
consiste no agrupamento de regiões retangulares de N
T
células (mintermos) onde T pode ser
igual a {0, 1, 2, ...} tais regiões retangulares devem ter a largura igual a N
T
. Sendo o objetivo
formar o menor número de grupos possível, mas que cada mintermo seja parte de pelo menos
um grupo.
A seguir apresenta-se alguns conceitos que são importantes no método do Mapa-KE e outros
métodos de simplificação de funções MVL.
Implicante:
É todo termo Produto Estendido que pode representar um ou mais mintermos de uma função
MVL.
Implicante Primo:
É um implicante que não forma parte de nenhum outro implicante na função MVL.
Implicante Essencial:
É um implicante primo que cobre pelo menos um mintermo que não forma parte de nenhum
outro implicante primo.
O procedimento de simplificação por Mapas de Karnaugh Estendido para funções MVL na
forma SOPE é o seguinte:
1. Separar em diferentes tabelas para cada subfunção F
1
(A, B, ..., S), F
2
(A, B, ..., S), ...,
F
L
(A, B, ..., S) considerando os mintermos de ordem inferior como 0 e os de ordem
CAPÍTULO 4. SIMPLIFICAÇÃO DE FUNÇÕES MVL 37
superior como funções incompletas também conhecidas como don’t care
2
(marcados com
x).
2. Identificar todos os implicantes primos e os implicantes essenciais, procurando cobrir
todos os mintermos com o menor número de regiões retangulares.
3. Gerar a subfunção MVL para cada tabela.
4. Aplicar o operador Máximo sobre todas as subfunções.
Exemplo 1: Simplificar a função lógica da Tabela 4.2, utilizando mapas-KE.
Tabela 4.7: Simplificação da função lógica da Tabela 4.2 utilizando mapas de Karnaugh
Estendido.
F
1
(A, B) F
3
(A, B)
A \ B 0 1 2 3 A \ B 0 1 2 3
0 x 1 1 1 0 3 0 0 0
1 0 x 1 1 1 0 3 0 0
2 0 0 x 1 2 0 0 3 0
3 0 0 0 x 3 0 0 0 3
Passo 1: Separação em diferentes tabelas uma para cada subfunção como mostrado na
Tabela 4.7.
Passo 2: Identificar os implicantes primos e essenciais.
Para F
1
(A, B): A
1
B
3
, A
1
1
A
1
(formado pelos mintermos: m
1
0,0
, m
1
0,1
, m
1
0,2
e m
1
0,3
) e
B
2
1
B
2
(formado pelos mintermos: m
1
0,3
, m
1
1,3
, m
1
2,3
e m
1
3,3
).
Para F
3
(A, B): A
3
3
B
3
, A
2
3
B
2
, A
1
3
B
1
e A
3
B.
Passo 3: Subfunções MVL.
F
1
(A, B) = A
1
1
A
1
+ B
2
1
B
2
+ A
1
B
3
F
3
(A, B) = A
3
3
B
3
+ A
2
3
B
2
+ A
1
3
B
1
+ A
3
B
Passo 4: Ao aplicar o operador Máximo sobre todas as subfunções obteve-se a Equação 4.4.
F (A, B) = A
1
1
A
1
+ B
2
1
B
2
+ A
3
3
B
3
+ A
2
3
B
2
+ A
1
B
3
+ A
1
3
B
1
+ A
3
B (4.4)
Exemplo 2: Realizar a simplificação da Tabela 4.8 utilizando mapas-KE.
2
Funções incompletas. Em Algumas funções MVL não é possível especificar as saídas para determinadas
combinações de entradas. Isto significa que tais combinações de entradas são irrelevantes para a saída.
CAPÍTULO 4. SIMPLIFICAÇÃO DE FUNÇÕES MVL 38
Tabela 4.8: Exemplo de simplificação utilizando mapas de Karnaugh Estendido, N = 4.
A = 0 A = 1
B \ C 0 1 2 3 B \ C 0 1 2 3
0 1 2 1 2 0 1 2 1 2
1 0 0 0 0 1 0 0 0 0
2 3 3 3 3 2 1 2 1 2
3 0 0 0 0 3 0 0 0 0
A = 2 A = 3
B \ C 0 1 2 3 B \ C 0 1 2 3
0 1 2 1 2 0 1 2 1 2
1 2 2 2 2 1 0 0 0 0
2 0 2 0 2 2 0 2 0 2
3 2 2 2 2 3 3 3 3 3
Passo 1: Separação em diferentes tabelas uma para cada subfunção como mostrado na
Figura 4.1.
Figura 4.1: Separação da Tabela 4.8 em sub-tabelas para cada subfunção.
CAPÍTULO 4. SIMPLIFICAÇÃO DE FUNÇÕES MVL 39
Passo 2: Identificar os implicantes primos e essenciais, como é mostrado na Figura 4.2,
onde cada cor corresponde a um implicante primo ou essencial.
Figura 4.2: Agrupamento dos mintermos em regiões retangulares.
Para a subfunção F
1
(A, B, C):
Grupo 1, formado pelos mintermos: m
1
0,0,0
, m
1
0,0,1
, m
1
0,0,2
, m
1
0,0,3
, m
1
1,0,0
, m
1
1,0,1
, m
1
1,0,2
,
m
1
1,0,3
, m
1
2,0,0
, m
1
2,0,1
, m
1
2,0,2
, m
1
2,0,3
, m
1
3,0,0
, m
1
3,0,1
, m
1
3,0,2
e m
1
3,0,3
= B
1
1
B
1
.
Para a subfunção F
2
(A, B, C):
Grupo 1, formado pelos mintermos: m
2
0,0,1
, m
2
1,0,1
, m
2
2,0,1
e m
2
3,0,1
= B
2
2
C
1
.
Grupo 2, formado pelos mintermos: m
2
0,0,3
, m
2
1,0,3
, m
2
2,0,3
e m
2
3,0,3
= B
2
2
C
3
.
Grupo 3, formado pelos mintermos: m
x
0,2,1
, m
2
1,2,1
, m
2
2,2,1
e m
2
3,2,1
= B
2
C
1
.
Grupo 4, formado pelos mintermos: m
x
0,2,3
, m
2
1,2,3
, m
2
2,2,3
e m
2
3,2,3
= B
2
C
3
.
Grupo 5, formado pelos mintermos: m
2
2,1,0
, m
2
2,1,1
, m
2
2,1,2
e m
2
2,1,3
= A
2
B
1
.
CAPÍTULO 4. SIMPLIFICAÇÃO DE FUNÇÕES MVL 40
Grupo 6, formado pelos mintermos: m
2
2,3,0
, m
2
2,3,1
, m
2
2,3,2
e m
2
2,3,3
= A
2
B
3
.
Para a subfunção F
3
(A, B, C):
Grupo 1, formado pelos mintermos: m
3
0,2,0
, m
3
0,2,1
, m
3
0,2,2
e m
3
0,2,3
= A
3
3
B
1
.
Grupo 2, formado pelos mintermos: m
3
3,3,0
, m
3
3,3,1
, m
3
3,3,2
e m
3
3,3,3
= A
3
B.
Passo 3: Subfunções MVL.
Logo as subfunções de síntese para F
1
(A, B, C), F
2
(A, B, C) e F
3
(A, B, C) são mostradas
nas Equações: 4.5, 4.6 e 4.7 respectivamente.
F
1
(A, B, C) = B
1
1
B
1
(4.5)
F
2
(A, B, C) = B
2
2
C
1
+ B
2
2
C
3
+ B
2
C
1
+ B
2
C
3
+ A
2
B
1
+ A
2
B
3
(4.6)
F
3
(A, B, C) = A
3
3
B
1
+ A
3
B (4.7)
Passo 4: Ao aplicar o operador Máximo sobre as equações: 4.5, 4.6 e 4.7 como é mostrado
na Equação 4.8. Obteve-se a Equação 4.9.
F (A, B, C) = F
1
(A, B, C) + F
2
(A, B, C) + F
3
(A, B, C) (4.8)
F (A, B, C) = B
1
1
B
1
+ B
2
2
C
1
+ B
2
2
C
3
+ B
2
C
1
+ B
2
C
3
+ A
2
B
1
+
A
2
B
3
+ A
3
3
B
1
+ A
3
B (4.9)
4.4 Quine McCluskey Estendido
Os mapas de Karnaugh Estendido apresentados na Seção 4.3 são utilizados para funções
com menos de quatro literais. Se o número de literais for maior torna-se complicado identificar
os implicantes primos e essenciais (regiões retangulares). o método de Quine McCluskey
Estendido (QM-E) é um procedimento tabular e pode ser implementado em um programa de
computador.
O método de Quine McCluskey Estendido, assim como o Mapa-KE (Seção 4.3), baseia-se
no axioma de redução. Assim o método QM-E procura para cada mintermo os outros N -1
CAPÍTULO 4. SIMPLIFICAÇÃO DE FUNÇÕES MVL 41
mintermos faltantes para aplicar o axioma de redução de forma recursiva. O método QM-E têm
os seguintes passos:
1. Separar em diferentes tabelas, uma para cada subfunção F
1
(A, B, ..., S), F
2
(A, B, ..., S),
..., F
L
(A, B, ..., S) considerando os mintermos inferiores como 0 e os superiores como
funções incompletas (marcados com x).
2. Listar os mintermos da subfunção na representação de números MVL.
3. Ordenar os mintermos da lista pela quantidade de literais diferentes zero.
4. Agrupar os mintermos pela quantidade de literais diferentes de zero em forma crescente.
Assim o primeiro grupo estará formado por aqueles que tem o maior número de zeros.
5. Para cada mintermo do grupo g (g = 1 até a quantidade de literais), procurar no grupo g
+ 1 os N -1 mintermos que faltam para aplicar o axioma de redução. No caso de achar N
mintermos onde pode-se aplicar o axioma de redução, gera-se um novo termo e o literal
que muda nos N mintermos é substituído por ‘-’, logo os N mintermos são marcados.
6. Repetir o passo 5 para todos os grupos de mintermos na lista. O resultado obtido é a nova
lista de termos.
7. Repetir os passos 4, 5 e 6 na nova lista de mintermos. Os termos que não formaram parte
da aplicação do axioma de redução (não marcados) são os implicantes primos.
8. Fazer a tabela de implicantes primos e procurar o menor subconjunto que represente a
função MVL.
Na tabela de implicantes primos escreve-se nas linhas os implicantes primos, e nas
colunas os mintermos correspondentes.
9. Os passos 2 ao 8 são executados para cada uma das tabelas geradas (Correspondentes a
cada subfunção).
10. Aplica-se o operador Máximo nas subfunções minimizadas resultantes F
1
, F
2
, ..., F
L
.
Exemplo 1: Minimizar a Tabela 4.9 de N = 4, pelo método de Quine McCluskey Estendido.
Passo 1: Separação da Tabela 4.9 em L sub-tabelas, como mostra-se na Tabela 4.10.
Passo 2: Listar os mintermos da subfunção F
1
(A, B, C) como é mostrado na Tabela 4.11.(a).
Passo 3: Ordenar os mintermos da subfunção F
1
(A, B, C) pela quantidade de zeros como
é mostrado na Tabela 4.11.(b).
Passo 4: Agrupar os mintermos pela quantidade de zeros como é mostrado na Tabela
4.11.(c).
CAPÍTULO 4. SIMPLIFICAÇÃO DE FUNÇÕES MVL 42
Tabela 4.9: Exemplo do método Quine McCluskey Estendido.
A = 0 A = 1
B \ C 0 1 2 3 B \ C 0 1 2 3
0 1 2 1 2 0 1 2 1 2
1 0 0 0 0 1 0 0 0 0
2 3 3 3 3 2 1 2 1 2
3 0 0 0 0 3 0 0 0 0
A = 2 A = 3
B \ C 0 1 2 3 B \ C 0 1 2 3
0 1 2 1 2 0 1 2 1 2
1 2 2 2 2 1 0 0 0 0
2 0 2 0 2 2 0 2 0 2
3 2 2 2 2 3 3 3 3 3
Tabela 4.10: Exemplo do método Quine McCluskey Estendido: Separação da Tabela 4.9 em
sub-tabelas.
F
1
(A, B, C) F
2
(A, B, C) F
3
(A, B, C)
A = 0 A = 0 A = 0
B \ C 0 1 2 3 B \ C 0 1 2 3 B \ C 0 1 2 3
0 1 x 1 x 0 0 2 0 2 0 0 0 0 0
1 0 0 0 0 1 0 0 0 0 1 0 0 0 0
2 x x x x 2 x x x x 2 3 3 3 3
3 0 0 0 0 3 0 0 0 0 3 0 0 0 0
A = 1 A = 1 A = 1
B \ C 0 1 2 3 B \ C 0 1 2 3 B \ C 0 1 2 3
0 1 x 1 x 0 0 2 0 2 0 0 0 0 0
1 0 0 0 0 1 0 0 0 0 1 0 0 0 0
2 1 x 1 x 2 0 2 0 2 2 0 0 0 0
3 0 0 0 0 3 0 0 0 0 3 0 0 0 0
A = 2 A = 2 A = 2
B \ C 0 1 2 3 B \ C 0 1 2 3 B \ C 0 1 2 3
0 1 x 1 x 0 0 2 0 2 0 0 0 0 0
1 x x x x 1 2 2 2 2 1 0 0 0 0
2 0 x 0 x 2 0 2 0 2 2 0 0 0 0
3 x x x x 3 2 2 2 2 3 0 0 0 0
A = 3 A = 3 A = 3
B \ C 0 1 2 3 B \ C 0 1 2 3 B \ C 0 1 2 3
0 1 x 1 x 0 0 2 0 2 0 0 0 0 0
1 0 0 0 0 1 0 0 0 0 1 0 0 0 0
2 0 x 0 x 2 0 2 0 2 2 0 0 0 0
3 x x x x 3 x x x x 3 3 3 3 3
CAPÍTULO 4. SIMPLIFICAÇÃO DE FUNÇÕES MVL 43
Tabela 4.11: Procedimento do método Quine McCluskey Estendido para F
1
(A, B, C) da
Tabela 4.10.
(a) (b) (c)
m
0,0,0
0 0 0 1 m
0,0,0
0 0 0 1 m
0,0,0
0 0 0 1
m
0,0,1
0 0 1 x m
0,0,1
0 0 1 x m
0,0,1
0 0 1 x
m
0,0,2
0 0 2 1 m
0,0,2
0 0 2 1 m
0,0,2
0 0 2 1
m
0,0,3
0 0 3 x m
0,0,3
0 0 3 x m
0,0,3
0 0 3 x
m
0,2,0
0 2 0 x m
0,2,0
0 2 0 x m
0,2,0
0 2 0 x
m
0,2,1
0 2 1 x m
1,0,0
1 0 0 x m
1,0,0
1 0 0 x
m
0,2,2
0 2 2 x m
2,0,0
2 0 0 x m
2,0,0
2 0 0 x
m
0,2,3
0 2 3 x m
3,0,0
3 0 0 1 m
3,0,0
3 0 0 1
m
1,0,0
1 0 0 1 m
0,2,1
0 2 1 1 m
0,2,1
0 2 1 1
m
1,0,1
1 0 1 x m
0,2,2
0 2 2 1 m
0,2,2
0 2 2 1
m
1,0,2
1 0 2 1 m
0,2,3
0 2 3 x m
0,2,3
0 2 3 x
m
1,0,3
1 0 3 x m
1,0,1
1 0 1 x m
1,0,1
1 0 1 x
m
1,2,1
1 2 1 x m
1,0,2
1 0 2 1 m
1,0,2
1 0 2 1
m
1,2,3
1 2 3 x m
1,0,3
1 0 3 x m
1,0,3
1 0 3 x
m
2,0,0
2 0 0 1 m
2,0,1
2 0 1 x m
2,0,1
2 0 1 x
m
2,0,1
2 0 1 x m
2,0,2
2 0 2 1 m
2,0,2
2 0 2 1
m
2,0,2
2 0 2 1 m
2,0,3
2 0 3 x m
2,0,3
2 0 3 x
m
2,0,3
2 0 3 x m
2,1,0
2 1 0 x m
2,1,0
2 1 0 x
m
2,1,0
2 1 0 x m
2,3,0
2 3 0 x m
2,3,0
2 3 0 x
m
2,1,1
2 1 1 x m
3,0,1
3 0 1 x m
3,0,1
3 0 1 x
m
2,1,2
2 1 2 x m
3,0,2
3 0 2 1 m
3,0,2
3 0 2 1
m
2,1,3
2 1 3 x m
3,0,3
3 0 3 x m
3,0,3
3 0 3 x
m
2,2,1
2 2 1 x m
3,3,0
3 3 0 x m
3,3,0
3 3 0 x
m
2,2,3
2 2 3 x m
1,2,1
1 2 1 x m
1,2,1
1 2 1 x
m
2,3,0
2 3 0 x m
1,2,3
1 2 3 x m
1,2,3
1 2 3 x
m
2,3,1
2 3 1 x m
2,1,1
2 1 1 x m
2,1,1
2 1 1 x
m
2,3,2
2 3 2 x m
2,1,2
2 1 2 x m
2,1,2
2 1 2 x
m
2,3,3
2 3 3 x m
2,1,3
2 1 3 x m
2,1,3
2 1 3 x
m
3,0,0
3 0 0 1 m
2,2,1
2 2 1 x m
2,2,1
2 2 1 x
m
3,0,1
3 0 1 x m
2,2,3
2 2 3 x m
2,2,3
2 2 3 x
m
3,0,2
3 0 2 1 m
2,3,1
2 3 1 x m
2,3,1
2 3 1 x
m
3,0,3
3 0 3 x m
2,3,2
2 3 2 x m
2,3,2
2 3 2 x
m
3,2,1
3 2 1 x m
2,3,3
2 3 3 x m
2,3,3
2 3 3 x
m
3,2,3
3 2 3 x m
3,2,1
3 2 1 x m
3,2,1
3 2 1 x
m
3,3,0
3 3 0 x m
3,2,3
3 2 3 x m
3,2,3
3 2 3 x
m
3,3,1
3 3 1 x m
3,3,1
3 3 1 x m
3,3,1
3 3 1 x
m
3,3,2
3 3 2 x m
3,3,2
3 3 2 x m
3,3,2
3 3 2 x
m
3,3,3
3 3 3 x m
3,3,3
3 3 3 x m
3,3,3
3 3 3 x
Passo 5: Para cada mintermo do grupo g = 1 procura-se mintermos no grupo g = 2 nos quais
seja possível aplicar o axioma de redução. Por exemplo, para o mintermo da linha 1 m
0,0,0
que
pertence ao grupo 1, procuramos no grupo 2 os mintermos: m
0,0,1
, m
0,0,2
, m
0,0,3
ou m
0,1,0
, m
0,2,0
,
m
0,3,0
ou m
1,0,0
, m
2,0,0
, m
3,0,0
. Veja que nos três casos é possível aplicar o axioma de redução.
Passo 6: Repete-se o passo 5 para os grupos 2, 3 e 4 como é mostrado na Tabela 4.13.
Passo 7: Repete-se os passos 4, 5 e 6 para a lista obtida nas Tabelas 4.12.(b) e 4.13.(b), logo
obteve-se o seguinte:
CAPÍTULO 4. SIMPLIFICAÇÃO DE FUNÇÕES MVL 44
Tabela 4.12: Passo 5 do método Quine McCluskey Estendido.
Linha Grupo(g) (a) (b)
1 1 m
0,0,0
0 0 0 1 m
0,0,0
, m
0,0,1
, m
0,0,2
, m
0,0,3
0 0 - 1
2 2 m
0,0,1
0 0 1 x m
0,0,0
, m
1,0,0
, m
2,0,0
, m
3,0,0
- 0 0 1
3 2 m
0,0,2
0 0 2 1
4 2 m
0,0,3
0 0 3 x
5 2 m
0,2,0
0 2 0 x
6 2 m
1,0,0
1 0 0 x
7 2 m
2,0,0
2 0 0 x
8 2 m
3,0,0
3 0 0 1
Tabela 4.13: Passo 6 do método Quine McCluskey Estendido.
Linha Grupo(g) (a) (b)
2 2 m
0,0,1
0 0 1 x m
0,0,1
, m
1,0,1
, m
2,0,1
, m
3,0,1
- 0 1 x
3 2 m
0,0,2
0 0 2 1 m
0,0,2
, m
1,0,2
, m
2,0,2
, m
3,0,2
- 0 2 1
4 2 m
0,0,3
0 0 3 x m
0,0,3
, m
1,0,3
, m
2,0,3
, m
3,0,3
- 0 3 x
5 2 m
0,2,0
0 2 0 x m
0,2,0
, m
0,2,1
, m
0,2,2
, m
0,2,3
0 2 - x
6 2 m
1,0,0
1 0 0 x m
1,0,0
, m
1,0,1
, m
1,0,2
, m
1,0,3
1 0 - 1
7 2 m
2,0,0
2 0 0 x m
2,0,0
, m
2,0,1
, m
2,0,2
, m
2,0,3
2 0 - 1
8 2 m
3,0,0
3 0 0 1 m
3,0,0
, m
3,0,1
, m
3,0,2
, m
3,0,3
3 0 - 1
9 3 m
0,2,1
0 2 1 1 m
0,2,1
, m
1,2,1
, m
2,2,1
, m
3,2,1
- 2 1 x
10 3 m
0,2,2
0 2 2 1 m
0,2,3
, m
1,2,3
, m
2,2,3
, m
3,2,3
- 2 3 x
11 3 m
0,2,3
0 2 3 x m
2,0,1
, m
2,1,1
, m
2,2,1
, m
2,3,1
2 - 1 x
12 3 m
1,0,1
1 0 1 x m
2,0,3
, m
2,1,3
, m
2,2,3
, m
2,3,3
2 - 3 x
13 3 m
1,0,2
1 0 2 1 m
2,1,0
, m
2,1,1
, m
2,1,2
, m
2,1,3
2 1 - x
14 3 m
1,0,3
1 0 3 x m
2,3,0
, m
2,3,1
, m
2,3,2
, m
2,3,3
2 3 - x
15 3 m
2,0,1
2 0 1 x m
3,3,0
, m
3,3,1
, m
3,3,2
, m
3,3,3
3 3 - x
16 3 m
2,0,2
2 0 2 1
17 3 m
2,0,3
2 0 3 x
18 3 m
2,1,0
2 1 0 x
19 3 m
2,3,0
2 3 0 x
20 3 m
3,0,1
3 0 1 x
21 3 m
3,0,2
3 0 2 1
22 3 m
3,0,3
3 0 3 x
23 3 m
3,3,0
3 3 0 x
24 4 m
1,2,1
1 2 1 x
25 4 m
1,2,3
1 2 3 x
26 4 m
2,1,1
2 1 1 x
27 4 m
2,1,2
2 1 2 x
28 4 m
2,1,3
2 1 3 x
29 4 m
2,2,1
2 2 1 x
30 4 m
2,2,3
2 2 3 x
31 4 m
2,3,1
2 3 1 x
32 4 m
2,3,2
2 3 2 x
33 4 m
2,3,3
2 3 3 x
34 4 m
3,2,1
3 2 1 x
35 4 m
3,2,3
3 2 3 x
36 4 m
3,3,1
3 3 1 x
37 4 m
3,3,2
3 3 2 x
38 4 m
3,3,3
3 3 3 x
Passo 8: Construção da tabela de implicantes primos obtida a partir dos mintermos encon-
trados no Passo 7, como é mostrado na Figura 4.3.
CAPÍTULO 4. SIMPLIFICAÇÃO DE FUNÇÕES MVL 45
m
0,0,0
, m
0,0,1
, m
0,0,2
, m
0,0,3
,
m
1,0,0
, m
1,0,1
, m
1,0,2
, m
1,0,3
,
m
2,0,0
, m
2,0,1
, m
2,0,2
, m
2,0,3
,
m
3,0,0
, m
3,0,1
, m
3,0,2
, m
3,0,3
- 0 - 1
Figura 4.3: Tabela de implicantes primos de F
1
(A, B, C).
A Equação 4.10 é obtida da Tabela 4.11.
F
1
(A, B, C) = B
1
1
B
1
(4.10)
Passo 9: Repete-se os passos 2 ao 8 para as subfunções F
2
(A, B, C) e F
3
(A, B, C).
Na Tabela 4.14 é mostrado o procedimento para obter os implicantes primos da sub-tabela
F
2
(A, B, C) mostrada na Tabela 4.10.
Figura 4.4: Tabela de implicantes primos de F
2
(A, B, C).
A Equação 4.11 é obtida da Tabela 4.14.
F
2
(A, B, C) = B
2
2
C
1
+ B
2
2
C
3
+ B
2
C
1
+ B
2
C
3
+ A
2
B
1
+ A
2
B
3
(4.11)
Na Tabela 4.15 é mostrado o procedimento para obter os implicantes primos da sub-tabela
F
3
(A, B, C) mostrada na Tabela 4.10.
CAPÍTULO 4. SIMPLIFICAÇÃO DE FUNÇÕES MVL 46
Tabela 4.14: Procedimento do método Quine McCLuskey Estendido para F
2
(A, B, C) da
Tabela 4.10.
(a) (b) (c)
m
0,0,1
0 0 1 2 m
0,0,1
0 0 1 2 m
0,0,1
, m
1,0,1
, m
2,0,1
, m
3,0,1
- 0 1 2
m
0,0,3
0 0 3 2 m
0,0,3
0 0 3 2 m
0,0,3
, m
1,0,3
, m
2,0,3
, m
3,0,3
- 0 3 2
m
0,2,0
0 2 0 x m
0,2,0
0 2 0 x m
0,2,0
, m
0,2,1
, m
0,2,2
, m
0,2,3
0 2 - x
m
0,2,1
0 2 1 x m
0,2,1
0 2 1 x m
0,2,1
, m
1,2,1
, m
2,2,1
, m
3,2,1
- 2 1 2
m
0,2,2
0 2 2 x m
0,2,2
0 2 2 x m
0,2,3
, m
1,2,3
, m
2,2,3
, m
3,2,3
- 2 3 2
m
0,2,3
0 2 3 x m
0,2,3
0 2 3 x m
2,0,1
, m
2,1,1
, m
2,2,1
, m
2,3,1
2 - 1 2
m
1,0,1
1 0 1 2 m
1,0,1
1 0 1 2 m
2,0,3
, m
2,1,3
, m
2,2,3
, m
2,3,3
2 - 3 2
m
1,0,3
1 0 3 2 m
1,0,3
1 0 3 2 m
2,1,0
, m
2,1,1
, m
2,1,2
, m
2,1,3
2 1 - 2
m
1,2,1
1 2 1 2 m
2,0,1
2 0 1 2 m
2,3,0
, m
2,3,1
, m
2,3,2
, m
2,3,3
2 3 - 2
m
1,2,3
1 2 3 2 m
2,0,3
2 0 3 2 m
3,3,0
, m
3,3,1
, m
3,3,2
, m
3,3,3
3 3 - x
m
2,0,1
2 0 1 2 m
2,1,0
2 1 0 2
m
2,0,3
2 0 3 2 m
2,3,0
2 3 0 2
m
2,1,0
2 1 0 2 m
3,0,1
3 0 1 2
m
2,1,1
2 1 1 2 m
3,0,3
3 0 3 2
m
2,1,2
2 1 2 2 m
3,3,0
3 3 0 x
m
2,1,3
2 1 3 2 m
1,2,1
1 2 1 2
m
2,2,1
2 2 1 2 m
1,2,3
1 2 3 2
m
2,2,3
2 2 3 2 m
2,1,1
2 1 1 2
m
2,3,0
2 3 0 2 m
2,1,2
2 1 2 2
m
2,3,1
2 3 1 2 m
2,1,3
2 1 3 2
m
2,3,2
2 3 2 2 m
2,2,1
2 2 1 2
m
2,3,3
2 3 3 2 m
2,2,3
2 2 3 2
m
3,0,1
3 0 1 2 m
2,3,1
2 3 1 2
m
3,0,3
3 0 3 2 m
2,3,2
2 3 2 2
m
3,2,1
3 2 1 2 m
2,3,3
2 3 3 2
m
3,2,3
3 2 3 2 m
3,2,1
3 2 1 2
m
3,3,0
3 3 0 x m
3,2,3
3 2 3 2
m
3,3,1
3 3 1 x m
3,3,1
3 3 1 x
m
3,3,2
3 3 2 x m
3,3,2
3 3 2 x
m
3,3,3
3 3 3 x m
3,3,3
3 3 3 x
m
0,0,1
, m
1,0,1
, m
2,0,1
, m
3,0,1
- 0 1 2
m
0,0,3
, m
1,0,3
, m
2,0,3
, m
3,0,3
- 0 3 2
m
0,2,1
, m
1,2,1
, m
2,2,1
, m
3,2,1
- 2 1 2
m
0,2,3
, m
1,2,3
, m
2,2,3
, m
3,2,3
- 2 3 2
m
2,0,1
, m
2,1,1
, m
2,2,1
, m
2,3,1
2 - 1 2
m
2,0,3
, m
2,1,3
, m
2,2,3
, m
2,3,3
2 - 3 2
m
2,1,0
, m
2,1,1
, m
2,1,2
, m
2,1,3
2 1 - 2
m
2,3,0
, m
2,3,1
, m
2,3,2
, m
2,3,3
2 3 - 2
A Equação 4.12 é obtida da Tabela 4.15.
F
3
(A, B, C) = A
3
3
B
1
+ A
3
B (4.12)
CAPÍTULO 4. SIMPLIFICAÇÃO DE FUNÇÕES MVL 47
Tabela 4.15: Procedimento do método Quine McClueskey Estendido para F
3
(A, B, C) da
Tabela 4.10.
(a) (b) (c)
m
0,2,0
0 2 0 3 m
0,2,0
0 2 0 3 m
0,2,0
, m
0,2,1
, m
0,2,2
, m
0,2,3
0 2 - 3
m
0,2,1
0 2 1 3 m
0,2,1
0 2 1 3 m
3,3,0
, m
3,3,1
, m
3,3,2
, m
3,3,3
3 3 - 3
m
0,2,2
0 2 2 3 m
0,2,2
0 2 2 3
m
0,2,3
0 2 3 3 m
0,2,3
0 2 3 3
m
3,3,0
3 3 0 3 m
3,3,0
3 3 0 3
m
3,3,1
3 3 1 3 m
3,3,1
3 3 1 3
m
3,3,2
3 3 2 3 m
3,3,2
3 3 2 3
m
3,3,3
3 3 3 3 m
3,3,3
3 3 3 3
Figura 4.5: Tabela de implicantes primos de F
3
(A, B, C).
Passo 10: Aplica-se o operador Máximo as Equações 4.10, 4.11 e 4.12.
A função minimizada pelo método QM-E da Tabela 4.9 é mostrada na Equação 4.13.
F (A, B, C) = B
1
1
B
1
+ B
2
2
C
1
+ B
2
2
C
3
+ B
2
C
1
+ B
2
C
3
+
A
2
B
1
+ A
2
B
3
+ A
3
3
B
1
+ A
3
B (4.13)
4.5 Algoritmo Petrick Estendido
Como mostrado na Seção 4.4, para obter a função minimizada é preciso cobrir todos os im-
plicantes na tabela de implicantes primos, sendo necessário para isso, uma heurística a qual não
garante uma solução ótima. Na Álgebra de Chaveamento o método que garante a função ótima
e com menor custo computacional é o algoritmo Petrick [35], o qual gera todas as possíveis
combinações de uma função. Na álgebra MVL aqui proposta o algoritmo Petrick tem somente
uma modificação, sendo esta no Passo 1, que é trocar o algoritmo de Quine McCluskey pelo
algoritmo Quine McCluskey Estendido na busca dos implicantes primos da função MVL, como
foi apresentado na Seção 4.4, nos Passos 2 ao 5 utiliza-se os conceitos da Álgebra de Chavea-
mento.
Algoritmo Petrick Estendido:
1. Usar o Algoritmo do método Quine McCluskey Estendido para encontrar os implicantes
primos da função.
CAPÍTULO 4. SIMPLIFICAÇÃO DE FUNÇÕES MVL 48
2. Criar as tabelas de implicantes primos. Identificar e remover todos os implicantes essen-
ciais como no método Quine McCluskey.
3. Escrever expressões na forma de produto de operações soma representando todos os im-
plicantes primos.
4. Converter a expressão de produto de operações soma à forma soma de operações produto
usando as leis da distributividade e simplificar a expressão usando involução e absorção
para remover os termos redundantes até obter a soma de operações produto.
5. Selecionar o produto com menor número de implicantes primos.
6. Repetir o mesmo procedimento para todas as tabelas de implicantes primos de uma função
MVL.
Exemplo 1: Minimizar a Tabela 4.16 de N = 4, pelo método de Petrick Estendido.
Tabela 4.16: Exemplo do método Petrick Estendido.
A = 0 A = 1
B \ C 0 1 2 3 B \ C 0 1 2 3
0 0 2 0 2 0 0 2 0 2
1 0 0 0 0 1 0 0 0 0
2 0 2 0 2 2 0 2 0 2
3 0 0 0 0 3 0 0 0 0
A = 2 A = 3
B \ C 0 1 2 3 B \ C 0 1 2 3
0 0 2 0 2 0 0 2 0 2
1 2 2 2 2 1 0 0 0 0
2 0 2 0 2 2 0 2 0 2
3 2 2 2 2 3 0 0 0 0
Passo 1: Utilizar o método de Quine McCluskey Estendido para encontrar os implicantes
primos.
Passo 2: Construir a tabela de implicantes primos como é mostrado na Figura 4.6.
Passo 3: Escrever as expressões na forma de produto de operações soma. Logo, continua-se
neste passo e nos próximos da mesma forma que na Álgebra de Chaveamento.
F
2
(A, B, C) = (IP
1
)(IP
2
)(IP
3
)(IP
4
)(IP
1
)(IP
2
)(IP
3
)(IP
4
)(IP
1
+ IP
5
)(IP
2
+ IP
6
)
(IP
7
)(IP
5
+ IP
7
)(IP
7
)(IP
6
+ IP
7
)(IP
3
+ IP
5
)(IP
4
+ IP
6
)(IP
8
)
(IP
5
+ IP
8
)(IP
8
)(IP
6
+ IP
8
)(IP
1
)(IP
2
)(IP
3
)(IP
4
) (4.14)
Passo 4: Converter o produto de operações soma, em soma de operações soma utilizando
as propriedades da Álgebra de Chaveamento como mostra-se a seguir.
CAPÍTULO 4. SIMPLIFICAÇÃO DE FUNÇÕES MVL 49
Figura 4.6: Tabela de implicantes primos de F
2
(A, B, C).
F
2
(A, B, C) = (IP
1
)(IP
2
)(IP
3
)(IP
4
)(IP
1
)(IP
2
)(IP
3
)(IP
4
)(IP
1
+ IP
5
)(IP
2
+ IP
6
)
(IP
7
)(IP
5
+ IP
7
)(IP
7
)(IP
6
+ IP
7
)(IP
3
+ IP
5
)(IP
4
+ IP
6
)(IP
8
)
(IP
5
+ IP
8
)(IP
8
)(IP
6
+ IP
8
)(IP
1
)(IP
2
)(IP
3
)(IP
4
) (4.15)
F
2
(A, B, C) = (IP
1
)(IP
2
)(IP
3
)(IP
4
)(IP
1
+ IP
5
)(IP
2
+ IP
6
)(IP
7
)(IP
5
+ IP
7
)
(IP
6
+ IP
7
)(IP
3
+ IP
5
)(IP
4
+ IP
6
)(IP
8
)(IP
5
+ IP
8
)
(IP
6
+ IP
8
)(Axioma booleano de idempotência) (4.16)
F
2
(A, B, C) = (IP
1
IP
2
IP
3
IP
4
IP
7
IP
8
)(IP
5
+ IP
1
)(IP
5
+ IP
7
)(IP
5
+ IP
3
)
(IP
5
+ IP
8
)(IP
6
+ IP
2
)(IP
6
+ IP
7
)(IP
6
+ IP
4
)(IP
6
+ IP
8
)
(Axioma booleano de comutatividade) (4.17)
F
2
(A, B, C) = (IP
1
IP
2
IP
3
IP
4
IP
7
IP
8
)(IP
5
+ IP
1
IP
3
IP
7
IP
8
)
(IP
6
+ IP
2
IP
4
IP
7
IP
8
)
(Axioma booleano de distributividade) (4.18)
F
2
(A, B, C) = IP
1
IP
2
IP
3
IP
4
IP
5
IP
7
IP
8
+ IP
1
IP
2
IP
3
IP
4
IP
7
IP
8
+
IP
1
IP
2
IP
3
IP
4
IP
6
IP
7
IP
8
+ IP
1
IP
2
IP
3
IP
4
IP
7
IP
8
(Axioma booleano de distributividade) (4.19)
CAPÍTULO 4. SIMPLIFICAÇÃO DE FUNÇÕES MVL 50
F
2
(A, B, C) = IP
1
IP
2
IP
3
IP
4
IP
5
IP
7
IP
8
+ IP
1
IP
2
IP
3
IP
4
IP
7
IP
8
+
IP
1
IP
2
IP
3
IP
4
IP
6
IP
7
IP
8
(Axioma booleano de idempotência) (4.20)
Passo 5: Escolher o produto com o menor número de implicantes primos. Logo, a função
mínima, que representa a Figura 4.6 é formada pela soma dos implicantes primos: IP
1
IP
2
IP
3
IP
4
IP
7
IP
8
.
4.6 Métodos de Minimização na Forma POSE e SOPE
Os métodos de minimização na forma POSE e SOPE são formados pela utilização simul-
tanea dos dois conjuntos universais de operadores.
4.6.1 Minimização Simétrica
O método de minimização simétrica é aplicável numa função F (A, B) se, para cada mintermo
m
i
A,B
existe o mintermo m
i
B,A
. Logo, a função F (A, B) é equivalente a F (Máximo(A, B),
Mínimo(A, B)).
Exemplo 1: Minimizar a Tabela 4.17 pelo método simétrico.
Na Equação 4.21 é mostrada a função de síntese da Tabela 4.17 (a).
F (A, B) = A
3
3
B
3
+ A
2
2
B
1
+ A
1
1
B
3
+ A
1
2
B
2
+ A
2
3
B
2
+
A
1
2
B + A
1
B
2
+ A
3
1
B
1
+ A
2
B
1
+ A
1
3
B
1
+
A
2
B
3
+ A
2
1
B + A
3
2
B + A
3
B (4.21)
Pelo axioma de comutatividade foi obtida a Equação 4.22.
F (A, B) = A
3
3
B
3

m
3
0,0
+ A
2
2
B
1

m
2
0,1
+ A
1
2
B
2

m
2
1,0
+ A
1
1
B
3

m
1
0,2
+ A
3
1
B
1

m
1
2,0
+
A
1
2
B

m
2
1,2
+ A
2
B
1

m
2
2,1
+ A
2
3
B
2

m
3
1,1
+ A
1
B
2

m
1
1,3
+ A
2
1
B

m
1
3,1
+
A
1
3
B
1

m
3
2,2
+ A
2
B
3

m
2
2,3
+ A
3
2
B

m
2
3,2
+ A
3
B

m
3
3,3
(4.22)
CAPÍTULO 4. SIMPLIFICAÇÃO DE FUNÇÕES MVL 51
Na Equação 4.22 a linha abaixo dos mintermos mostra que tais mintermos cumprem a
condição para a minimização simétrica. Logo a tabela reduzida é mostrada na Tabela 4.17 (b)
com seis mintermos. E para o melhor entendimento foi feita a seguinte igualdade C = A + B e
D = A · B.
Tabela 4.17: Exemplo de minimização simétrica.
(a) (b)
A \ B 0 1 2 3 C \D 0 1 2 3
0 3 2 1 0 0 3
1 2 3 2 1 1 2 3
2 1 2 3 2 2 1 2 3
3 0 1 2 3 3 0 1 2 3
Exemplo 2: Minimizar a Meio Somador projetado na Seção 3.2 pelo método simétrico. E
para o melhor entendimento foi feita a seguinte igualdade C = A + B e D = A · B.
Tabela 4.18: Tabela do meio somador MVL de N = 4.
Q
1
C
out
A \ B 0 1 2 3 C \ D 0 1 2 3
0 0 1 2 3 0 0 0 0 0
1 1 2 3 0 1 0 0 0 1
2 2 3 0 1 2 0 0 1 1
3 3 0 1 2 3 0 1 1 1
Como as Tabelas verdade de Q
1
e C
out
mostradas na Tabela 4.18 têm simetria obteve-se a
Tabela 4.19 e para o melhor entendimento foi feita a seguinte igualdade C = A+ B e D = A· B.
Tabela 4.19: Tabela Simplificada do meio somador MVL de N = 4.
Q
1
C
out
C \ D 0 1 2 3 C \ D 0 1 2 3
0 0 0 0
1 1 2 1 0 0
2 2 3 0 2 0 0 1
3 3 0 1 2 3 0 1 1 1
As funções de síntese minimizadas são mostrada nas Equações 4.23 e 4.24.
Q
1
= C
1
D
1
+ C
1
2
D
1
+ C
2
D
2
+ C
1
3
D
2
+ C
3
D
3
+ C
2
1
D
3
+ C
3
2
D
3
(4.23)
CAPÍTULO 4. SIMPLIFICAÇÃO DE FUNÇÕES MVL 52
C
out
= C
3
1
D
3
+ C
2
1
D + C
2
1
D
3
+ C
2
1
D
2
(4.24)
A simulação que mostra o correto funcionamento do circuito lógico do meio somador
mostrado na Figura 4.7 foi implementado em VHDL a partir das Equações 4.23 e 4.24 sendo
os dois sinais de entrada e os dois sinais de saída números MVL. Na simulação apresentada na
Figura 4.8 pode-se observar que a primeira coluna "Cont" identifica a simulação como MVL,
a segunda coluna "Signal" mostra os nomes dos sinais sendo eles entradas e saídas, a terceira
coluna "Value" representa os valores das entradas e das saídas aos 7580ns de simulação e a
última coluna corresponde aos valores MVL de cada sinal. Para a simulação do circuito digital
foi considerada a representação digital quaternária N = 4, sendo as entradas do meio somador
"a" e "b" e as saídas "cout"e "soma"que correspondem a A, B, C
out
e Q
1
das Equações 4.23 e
4.24 depois de serem substituídos os literais C e D. Finalmente no eixo horizontal mostra-se o
tempo de simulação.
Figura 4.7: Circuito minimizado do meio somador de N = 4.
Figura 4.8: Simulação do meio somador MVL de N = 4.
CAPÍTULO 4. SIMPLIFICAÇÃO DE FUNÇÕES MVL 53
4.6.2 Método Janela
O método de simplificação janela é utilizado para formar um grupo no Mapa de Karnaugh
Estendido quando faltam alguns mintermos. Como pode-se ver na Tabela 4.20 para obter o
termo A
1
A falta o m
1
1,1
que vem a ser nossa janela, em funções dessa forma agrupa-se uti-
lizando os conceito de Mapas-KE e sintetiza-se o mintermo janela com o operador dual. Logo
aplica-se nas duas expresões o operador dual.
Exemplo 1: Simplificar a Tabela 4.20 utilizando o método janela.
Tabela 4.20: Exemplo 1 de simplificação pelo método janela de N = 4.
A\B 0 1 2 3
0 0 0 0 0
1 1 0 1 1
2 0 0 0 0
3 0 0 0 0
A função de síntese da Tabela 4.20 é mostrada na Equação 4.25 e a forma simplificada é
mostrada na Equação 4.26.
F (A, B) = A
1
B
1
+ A
1
B
3
+ A
1
B
2
(4.25)
F (A, B) = A
1
A · A
3
+
0
B
3
(4.26)
Exemplo 2: Simplificar a Tabela 4.21 utilizando o método janela.
Tabela 4.21: Exemplo 2 de simplificação pelo método janela de N = 4.
A\B 0 1 2 3
0 0 0 0 2
1 0 0 0 2
2 0 0 0 2
3 2 2 2 0
A função de síntese da Tabela 4.21 é mostrada na Equação 4.27 e a forma simplificada é
mostrada na Equação 4.28.
F (A, B) = A
2
2
B
3
+ A
1
2
B
3
+ A
2
B
3
+ A
3
2
B
2
+ A
3
2
B
1
+ A
3
2
B(4.27)
F (A, B) = (A
3
2
A
3
+ B
3
2
B
3
) · A
1
+
0
B
1
(4.28)
CAPÍTULO
5
Aplicações MVL
Neste capítulo são projetados circuitos MVL com seus respectivos equivalentes na Álgebra
de Chaveamento. Para mostrar a corretude dos circuitos projetados são simulados em VHDL.
Também são mostrados os circuitos lógicos em MVL e na Álgebra de Chaveamento para serem
comparados em termos de entradas, saídas, conexões e portas lógicas. Nas comparações real-
izadas são consideradas as conexões e portas lógicas de maneira ilustrativa posto que não temos
a implementação física das portas lógicas porém dependendo da tecnologia utilizada pode mu-
dar o número de transistores e portas lógicas.
Nas Seções 5.1, 5.2 e 5.3 são projetados: um decodificador, um somador completo e um
multiplexer respectivamente. Veja que todos os circuitos são projetados em MVL e na Álgebra
de Chaveamento. Finalmente, na Seção 5.4 são discutidos os ganhos e as perdas.
5.1 Decodificador
A Figura 5.1 mostra o diagrama de bloco para um decodificador MVL de N = 4 que é
composto por duas entradas A, B e seis saídas Q
1
, Q
2
, ..., Q
6
. Também é mostrado o equivalente
na Álgebra de Chaveamento que é composto por quatro entradas A, B, C, D e 16 saídas Q
1
,
Q
2
, ..., Q
16
. As tabelas verdade que descrevem tais decodificadores são mostradas na Tabela
5.1.
54
CAPÍTULO 5. APLICAÇÕES MVL 55
Figura 5.1: Decodificadores: MVL de N = 4 e seu equivalente na Álgebra de Chaveamento.
Tabela 5.1: Tabela verdade dos decodificadores MVL de N = 4 e seu equivalente na Álgebra
de Chaveamento.
MVL BINÁRIO
Entradas Saídas Entradas Saídas
A B Q
1
Q
2
Q
3
Q
4
Q
5
Q
6
A B C D Q
1
, Q
2
, Q
3
, ..., Q
16
0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
0 1 2 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
0 2 3 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
0 3 0 1 0 0 0 0 0 0 1 1 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
1 0 0 2 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
1 1 0 3 0 0 0 0 0 1 0 1 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
1 2 0 0 1 0 0 0 0 1 1 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0
1 3 0 0 2 0 0 0 0 1 1 1 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0
2 0 0 0 3 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0
2 1 0 0 0 1 0 0 1 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0
2 2 0 0 0 2 0 0 1 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0
2 3 0 0 0 3 0 0 1 0 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0
3 0 0 0 0 0 1 0 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0
3 1 0 0 0 0 2 0 1 1 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0
3 2 0 0 0 0 3 0 1 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0
3 3 0 0 0 0 0 1 1 1 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1
5.1.1 Síntese do Decodificador MVL
A função MVL que sintetiza o decodificador MVL baseado na forma padrão de Soma de
operações Produto Estendido (SOPE), é obtido mintermo a mintermo através da Tabela 5.1,
como mostrado na Seção 3.2. As equações que descrevem o decodificador MVL são mostradas
nas Equações 5.1, 5.2, 5.3, 5.4, 5.5 e 5.6; o circuito lógico obtido das equações é mostrado na
Figura 5.2.
Q
1
= A
1
1
B
1
+ A
2
2
B
1
+ A
3
3
B
1
(5.1)
Q
2
= A
1
1
B
2
+ A
1
2
B
2
+ A
2
3
B
2
(5.2)
Q
3
= A
1
B
3
+ A
1
2
B
3
+ A
1
3
B
3
(5.3)
Q
4
= A
3
1
B + A
2
B + A
1
3
B (5.4)
Q
5
= A
2
1
B
1
+ A
3
2
B
1
+ A
3
B
1
(5.5)
Q
6
= A
2
1
B
2
(5.6)
CAPÍTULO 5. APLICAÇÕES MVL 56
Figura 5.2: Circuito lógico do decodificador MVL de N = 4.
5.1.2 Simulação do Decodificador MVL
A simulação que mostra o correto funcionamento do circuito lógico do decodificador MVL
mostrado na Figura 5.2 foi implementado em VHDL a partir das equações que o sintetizam
sendo os dois sinais de entrada e os seis sinais de saída elementos de D. Na simulação apre-
sentada na Figura 5.3 pode-se observar que a primeira coluna "Cont" identifica a simulação
como MVL, na segunda coluna "Signal" mostram-se os nomes dos sinais sendo eles entradas e
saídas, a terceira coluna "Value" representa os valores das entradas e das saídas aos 5740ns de
simulação e a última coluna corresponde aos valores MVL de cada sinal. Para a simulação do
circuito digital foi considerada a representação digital quaternária N = 4, sendo as entradas do
decodificador “a” e “b” e as saídas “q1”, “q2”, “q3”, “q4”, “q5” e “q6” que correspondem a A,
B, Q
1
, Q
2
, Q
3
, Q
4
, Q
5
e Q
6
da Tabela 5.1. Finalmente no eixo horizontal mostra-se o tempo
de simulação.
Figura 5.3: Simulação do decodificador MVL de N = 4.
CAPÍTULO 5. APLICAÇÕES MVL 57
5.1.3 Síntese do Decodificador Booleano
A função Booleana que sintetiza o decodificador binário baseado na forma padrão de Soma
de Operações Produto (SOP), é obtido mintermo a mintermo da Tabela 5.1. As equações que
descrevem o decodificador binário são mostradas nas Equações 5.7, 5.8, ..., 5.22; o circuito
lógico obtido das equações é mostrado na Figura 5.4.
Q
1
= A B C D (5.7)
Q
2
= A B C D (5.8)
Q
3
= A B C D (5.9)
Q
4
= A B C D (5.10)
Q
5
= A B C D (5.11)
Q
6
= A B C D (5.12)
Q
7
= A B C D (5.13)
Q
8
= A B C D (5.14)
Q
9
= A B C D (5.15)
Q
10
= A B C D (5.16)
Q
11
= A B C D (5.17)
Q
12
= A B C D (5.18)
Q
13
= A B C D (5.19)
Q
14
= A B C D (5.20)
Q
15
= A B C D (5.21)
Q
16
= A B C D (5.22)
5.1.4 Comparação de Resultados
Após comparar os circuitos lógicos do decodificador MVL de N = 4 mostrado na Figura 5.2,
e seu equivalente da Álgebra de Chaveamento mostrado na Figura 5.4, foram obtidos os dados
mostrados na Tabela 5.2, onde pode-se observar que o decodificador de N = 4 mostra menor
número de entradas, saídas e conexões; também pode-se observar um incremento no número de
portas lógicas.
A comparação realizada mostra que a implementação de circuitos digitais em MVL é efetiva
para reduzir o número de entradas, saídas e conexões melhorando a área e as interconexões do
circuito integrado, e apresenta desvantagens no número de portas lógicas.
CAPÍTULO 5. APLICAÇÕES MVL 58
Figura 5.4: Circuito lógico do decodificador Booleano equivalente ao circuito MVL mostrado
na Figura 5.2.
Tabela 5.2: Comparação dos decodificadores MVL de N = 4 e seu equivalente na Álgebra de
Chaveamento.
No. de entradas No. de saídas Portas lógicas Conexões
MVL (N=4) 2 6 27 26
Binário (N=2) 4 16 20 56
5.2 Somador Completo
A Figura 5.5 mostra o diagrama de bloco para um somador completo MVL de N = 4 que é
composto por três entradas A, B, C
in
e duas saídas Q, C
out
. Também é mostrado o equivalente
na Álgebra de Chaveamento que é composto de cinco entradas A
0
, A
1
, B
0
, B
1
, C
in
e três saídas
Q
0
, Q
1
, C
out
. As tabelas verdade que descrevem tais decodificadores são mostrados na Tabela
5.3.
5.2.1 Síntese do Somador Completo MVL
A função MVL que sintetiza o somador completo MVL na forma padrão de Soma de oper-
ações Produto Estendido (SOPE), é baseado no meio somador da Seção 4.17 como é mostrado
na Figura 5.6 que corresponde a Tabela 5.3. Assim as equações que descrevem o somador com-
pleto MVL são mostradas nas Equações 5.23, 5.24 onde as saídas Q
1
e C
out
do meio somador
CAPÍTULO 5. APLICAÇÕES MVL 59
Figura 5.5: Somador completo: MVL de N = 4, e seu equivalente na Álgebra de
Chaveamento.
Tabela 5.3: Tabela verdade do somador completo MVL de N = 4, e seu equivalente na
Álgebra de Chaveamento.
MVL BINÁRIO
Entradas Saídas Entradas Saídas
A B C
in
C
out
Q A
0
A
1
B
0
B
1
C
in
C
out
Q
0
Q
1
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
0 1 0 0 1 0 0 0 1 0 0 0 1
0 2 0 0 2 0 0 1 0 0 0 1 0
0 3 0 0 3 0 0 1 1 0 0 1 1
1 0 0 0 1 0 1 0 0 0 0 0 1
1 1 0 0 2 0 1 0 1 0 0 1 0
1 2 0 0 3 0 1 1 0 0 0 1 1
1 3 0 1 0 0 1 1 1 0 1 0 0
2 0 0 0 2 1 0 0 0 0 0 1 0
2 1 0 0 3 1 0 0 1 0 0 1 1
2 2 0 1 0 1 0 1 0 0 1 0 0
2 3 0 1 1 1 0 1 1 0 1 0 1
3 0 0 0 3 1 1 0 0 0 0 1 1
3 1 0 1 0 1 1 0 1 0 1 0 0
3 2 0 1 1 1 1 1 0 0 1 0 1
3 3 0 1 2 1 1 1 1 0 1 1 0
0 0 1 0 1 0 0 0 0 1 0 0 1
0 1 1 0 2 0 0 0 1 1 0 1 0
0 2 1 0 3 0 0 1 0 1 0 1 1
0 3 1 1 0 0 0 1 1 1 1 0 1
1 0 1 0 2 0 1 0 0 1 0 1 0
1 1 1 0 3 0 1 0 1 1 0 1 1
1 2 1 1 0 0 1 1 0 1 1 0 1
1 3 1 1 1 0 1 1 1 1 1 0 1
2 0 1 0 3 1 0 0 0 1 0 1 1
2 1 1 1 0 1 0 0 1 1 1 0 0
2 2 1 1 1 1 0 1 0 1 1 0 1
2 3 1 1 2 1 0 1 1 1 1 1 0
3 0 1 1 0 1 1 0 0 1 1 0 0
3 1 1 1 1 1 1 0 1 1 1 0 1
3 2 1 1 2 1 1 1 0 1 1 1 0
3 3 1 1 3 1 1 1 1 1 1 1 1
são consideradas como MS, C
o
respectivamente. C é o máximo de A, B e D é o mínimo de A
e B; o circuito lógico obtido das equações é mostrado na Figura 5.7.
CAPÍTULO 5. APLICAÇÕES MVL 60
Q = MS
1
C
1
in
+ MS
2
C
2
in
+ MS
3
C
3
in
+ MS
1
1
C
in
+
MS
1
2
C
1
in
+ MS
3
C
2
in
(5.23)
C
out
= C
3
1
D
3
+ C
2
1
D + C
2
1
D
3
+ C
2
1
D
2
+
C
2
1
C
3
in
+ C
3
1
D
1
C
in
C
out
= C
o
+ C
2
1
C
3
in
+ C
3
1
D
1
C
in
(5.24)
Figura 5.6: Circuito lógico do somador completo MVL de N = 4 baseado no meio somador.
5.2.2 Simulação do Somador Completo MVL
A simulação que mostra o correto funcionamento do circuito lógico do Somador Completo
MVL mostrado na Figura 5.7 foi implementado em VHDL a partir das equações que o sinte-
tizam sendo os três sinais de entrada e os dois sinais de saída elementos de D. Na simulação
apresentada na Figura 5.8 pode-se observar que a primeira coluna "Cont" identifica a simulação
como MVL, na segunda coluna "Signal" mostra-se os nomes dos sinais sendo eles entradas e
saídas, a terceira coluna "Value" representa os valores das entradas e das saídas aos 15880ns de
simulação e a última coluna corresponde aos valores MVL de cada sinal. Para a simulação do
CAPÍTULO 5. APLICAÇÕES MVL 61
Figura 5.7: Circuito lógico do somador completo MVL de N = 4.
circuito digital da Figura 5.7 foi considerada a representação digital quaternária N = 4, sendo
as entradas do somador “a”, “b”, “cin”, “cout” e “ soma” que correspondem a: A, B, C
in
, C
out
,
e Q da Tabela 5.3. Finalmente, no eixo horizontal mostra-se o tempo de simulação.
Figura 5.8: Simulação do somador MVL de N = 4.
CAPÍTULO 5. APLICAÇÕES MVL 62
5.2.3 Síntese do Somador Completo Booleano
A função Booleana que sintetiza o somador completo binário baseado na forma padrão de
Soma de Operações Produto (SOP), é obtido mintermo a mintermo da Tabela 5.3. As equações
que descrevem o somador completo binário são mostradas nas Equações 5.25, 5.26 e 5.27; o
circuito lógico obtido das equações é mostrado na Figura 5.9.
Q
1
= A
1
B
1
C
in
+ A
1
B
1
C
in
+ A
1
B
1
C
in
+ A
1
B
1
C
in
(5.25)
D = A
1
B
1
+ A
1
C
in
+ B
1
C
in
Q
0
= A
0
B
0
D + A
0
B
0
D + A
0
B
0
D + A
0
B
0
D (5.26)
C
out
= A
0
B
0
+ A
0
D + B
0
D (5.27)
Figura 5.9: Circuito lógico do somador completo Booleano.
5.2.4 Comparação de Resultados
Após comparar os circuitos lógicos do somador completo MVL de N = 4 mostrado na Figura
5.7, e seu equivalente da Álgebra de Chaveamento mostrado na Figura 5.9, foram obtidos os
dados mostrados na Tabela 5.4, onde pode-se observar que o somador completo de N = 4 mostra
menor número de entradas e saídas; também pode-se observar um incremento no número de
portas e conexões lógicas.
CAPÍTULO 5. APLICAÇÕES MVL 63
Tabela 5.4: Comparação dos somadores MVL de N = 4 e seu equivalente na Álgebra de
Chaveamento.
No. de entradas No. de saídas Portas lógicas Conexões
MVL (N=4) 3 2 35 32
Binário (N=2) 5 3 18 12
A comparação realizada mostra que a implementação de circuitos digitais em MVL é efetiva
para reduzir o número de entradas e saídas melhorando a área e as interconexões entre circuitos
integrados, e apresenta desvantagens no número de portas lógicas e conexões internas.
5.3 Multiplexer
A Figura 5.10 mostra o diagrama de bloco para um multiplexer MVL de N = 4 que é
composto por cinco entradas A, B, C, D, C
trl
e uma saída O. Também é mostrado o equivalente
na Álgebra de Chaveamento que é de dez entradas A
0
, A
1
, B
0
, B
1
, C
0
, C
1
, D
0
, D
1
, C
trl0
e C
trl1
com duas saídas O
0
, O
1
. As tabelas verdade que descrevem tais decodificadores são mostrados
na Tabela 5.5.
Figura 5.10: Multiplexer: MVL de N = 4 e seu equivalente na Álgebra de Chaveamento.
5.3.1 Síntese do Multiplexer MVL
A função MVL que sintetiza o multiplexer MVL na forma padrão de Soma de Operações
Produto Estendido (SOPE), é obtido mintermo a mintermo da Tabela 5.5, como mostrado na
Seção 3.2. A equação que descreve o multiplexer MVL é mostrado na Equação 5.28 e o circuito
lógico obtido da equação é mostrado na Figura 5.11.
CAPÍTULO 5. APLICAÇÕES MVL 64
Tabela 5.5: Tabela verdade dos multiplexer MVL de N = 4, e seu equivalente na Álgebra de
Chaveamento.
MVL BINÁRIO
Entradas Saídas Entradas Saídas
C
trl
O C
trl0
C
trl1
O
0
O
1
0 A 0 0 A
0
A
1
1 B 0 1 B
0
B
1
2 C 1 0 C
0
C
1
3 D 1 1 D
0
D
1
O = C
1
trl
1
A + C
2
trl
2
A + C
3
trl
3
A +
C
trl
1
B + C
1
trl
2
B + C
2
trl
3
B +
C
3
trl
1
C + C
trl
2
C + C
1
trl
3
C +
C
2
trl
1
D + C
3
trl
2
D + C
trl
3
D (5.28)
Figura 5.11: Circuito lógico do multiplexer MVL de N = 4.
5.3.2 Simulação do Multiplexer MVL
A simulação que mostra o correto funcionamento do circuito lógico do multiplexer MVL
mostrado na Figura 5.11 foi implementado em VHDL a partir da equação que o sintetiza sendo
CAPÍTULO 5. APLICAÇÕES MVL 65
os cinco sinais de entrada e o sinal de saída elementos de D. Na simulação apresentada na Figura
5.12 pode-se observar que a primeira coluna "Cont" identifica a simulação como MVL, na
segunda coluna "Signal" mostra-se os nomes dos sinais sendo eles entradas e saídas, a terceira
coluna "Value" representa os valores das entradas e das saídas aos 12320ns de simulação e a
última coluna corresponde aos valores MVL de cada sinal. Para a simulação do circuito digital
foi considerada a representação digital quaternária N = 4, sendo as entradas do multiplexer
“a”, “b”, “c”, “d”, “ctrl” e a saída “o”, que correspondem a A, B, C, D e C
trl
da Tabela 5.5.
Finalmente no eixo horizontal mostra-se o tempo de simulação.
Figura 5.12: Simulação do multiplexer MVL de N = 4.
5.3.3 Síntese do Multiplexer Booleano
A função Booleana que sintetiza o multiplexer binário baseado na forma padrão de Soma
de Operações Produto (SOP), é obtido mintermo a mintermo da Tabela 5.1. As equações que
descrevem o decodificador binário são mostradas nas Equações 5.29 e 5.30; o circuito lógico
obtido das equações é mostrado na Figura 5.13.
O
0
= A
0
C
trl0
C
trl1
+ B
0
C
trl0
C
trl1
+ C
0
C
trl0
C
trl1
+ D
0
C
trl0
C
trl1
(5.29)
O
1
= A
1
C
trl0
C
trl1
+ B
1
C
trl0
C
trl1
+ C
1
C
trl0
C
trl1
+ D
1
C
trl0
C
trl1
(5.30)
5.3.4 Comparação de Resultados
Após comparar os circuitos lógicos do multiplexer MVL de N = 4 mostrado na Figura
5.11, e seu equivalente da Álgebra de Chaveamento mostrado na Figura 5.13, foram obtidos
os dados mostrados na Tabela 5.6, onde pode-se observar que o multiplexer de N = 4 mostra
menor número de entradas, saídas e portas lógicas; também pode-se observar um incremento
no número de conexões.
CAPÍTULO 5. APLICAÇÕES MVL 66
Figura 5.13: Circuito lógico do multiplexer Booleano equivalente ao circuito MVL mostrado
na Figura 5.11.
Tabela 5.6: Comparação dos multiplexer MVL de N = 4 e seu equivalente na Álgebra de
Chaveamento.
No. de entradas No. de saídas Portas lógicas Conexões
MVL (N=4) 5 1 19 16
Binário (N=2) 12 2 20 14
A comparação realizada mostra que a implementação de circuitos digitais em MVL é efetiva
para reduzir o número de entradas, saídas e portas lógicas melhorando a área e as interconexões
do circuito integrado, e apresenta desvantagens no número de conexões.
5.4 Discussão das Comparações
De acordo con as Tabelas 5.2, 5.4 e 5.6 podem ser feitas as seguintes observações:
O número de entradas e saídas foram reduzidas em comparação aos circuitos equivalentes
projetados na Álgebra de Chaveamento, quanto ao número de portas lógicas, no primeiro e
no segundo caso elas aumentaram e no último caso elas diminuíram. Quanto ao número de
conexões, no primeiro caso elas diminuíram e no segundo e terceito caso elas aumentaram.
CAPÍTULO 5. APLICAÇÕES MVL 67
Pode-se dizer que o aumento ou a diminuação das portas lógicas ou das conexões varia
dependendo do circuito a ser projetado.
A Figura 5.14, traz a relação dos circuitos MVL com seus equivalentes na Álgebra de
Chaveamento. Pode-se perceber que depois de utilizar a Álgebra MVL, o número de entradas
e saídas ficaram em um intervalo entre 38% e 67%. O número de portas e conexões ficaram
num intervalo entre 46% e 267%. Com isso, pode-se notar que a lógica MVL reduz o número
de entradas e o número de saídas mas o número de conexões e de portas lógicas depende do
problema.
Assim, na Figura 5.14, pode-se observar que em todos os casos os números de entradas e
saídas foram reduzidos, mas no número de portas lógicas e conexões existe variação devido ao
tipo do circuito. Por exemplo, o "vai-um" do somador completo é um problema binário, razão
pela qual o incremento da representação digital não melhora o circuito. É importante considerar
que o número de portas pode mudar devido a tecnologia usada para projetar os circuitos.
Figura 5.14: Quadro resumo das comparações.
CAPÍTULO
6
Considerações Finais
6.1 Conclusões
Nesta pesquisa foram definidos dois operadores Produto Estendido e Máximo Estendido.
Os operados Máximo, Mínimo e Sucessor conhecidos, com os dois operadores propostos
formaram dois conjuntos universais de operadores.
Foram definidas duas formas padrão de funções MVL (SOPE Soma de Operações Produto
Estendido e POSE Produto de Operações Soma Estendida), uma para cada conjunto universal
de operadores, assim como os mintermos e maxtermos MVL. Os dois conjuntos universais de
operadores tem o princípio da dualidade.
A metodologia de síntese apresentada é similar à já conhecida da Álgebra de Chaveamento,
obtida mintermo a mintermo na forma SOPE ou maxtermo a maxtermo na forma POSE. Os
métodos da análise de circuitos também mantem semelhança aos da Álgebra de Chaveamento.
A Álgebra de MV proposta permite a simplificação de funções MVL. Para a simplificação de
funções MVL foram estendidos os métodos Mapa de Karnaugh, Quine McCluskey e Algoritmo
Petrick da Álgebra de Chaveamento. Além dos métodos estendidos foi definido a simplificação
pela aplicação do operador Sucessor, o método janela e a simplificação simétrica.
A funcionalidade da Álgebra de MV proposta e dos métodos de simplificação foi testada na
projeção de um decodificador MVL, um somador completo MVL e um multiplexer MVL, com
as respectivas simulações em VHDL.
Finalmente, dos circuitos projetados conclui-se que ao incrementar a base de representação
numérica se reduz o número de entradas e saídas, isto reduz as interconexões entre circuitos in-
tegrados sendo útil na construção de circuitos VLSI. A metodologia apresentada nesta pesquisa
68
CAPÍTULO 6. CONSIDERAÇÕES FINAIS 69
tem vantagem em relação a outras metodologias, devido à simplicidade dos operadores e a fácil
extensão dos conceitos estabelecidos no projeto de circuitos lógicos da Álgebra de Chavea-
mento para a Álgebra de MV.
6.2 Trabalhos Futuros
Nesta dissertação foi apresentada uma Álgebra de Múltiplos Valores e sua aplicação nos
circuitos combinacionais, assim como os métodos de simplicação para os circuitos digitais
combinacionais. Pelo fato de ser uma álgebra nova existem muitos trabalhos que podem ser
desenvolvidos. A seguir são apresentados alguns deles:
A implementação física das portas lógicas propostas nesta pesquisa.
A utilidade da Álgebra de MV proposta na projeção dos circuitos seqüencias de Múltiplos
Valores, assim como expandir os conceitos de simplificação de circuitos seqüencias da
Álgebra de Chaveamento para a Álgebra de MV proposta.
A minimização de redes MVL, o objetivo desta pesquisa é a minimização de nós MVL,
onde cada nó é uma função MVL, e procura-se reduzir o número de literais e nós.
A elaboração de um software para a síntese de funções MVL, que permita realizar a
análise do tempo e a procura do pior caso no tempo de execução.
A representação de imagens com funções MVL. Com a lógica booleana consegue-se
representar imagens binárias supondo que o valor 0 é o fundo e o valor 1 é o componente.
A aplicação dos métodos de simplificação propostos na técnica de mineração de dados
Rough Sets.
A comparação quantitativamente e qualitativamente com outras álgebras de MV na liter-
atura.
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Livros Grátis
( http://www.livrosgratis.com.br )
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