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Durante os séculos XIX e XX, esse modelo de museu nacional espalhou-se por
toda a Europa, chegando inclusive ao Brasil. Durante o governo de D. João VI, são
estabelecidos, no Rio de Janeiro, o museu da Escola Nacional de Belas-Artes iniciado
com a Escola Real de Ciências, Artes e Ofícios (1815), e o Museu Nacional
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(1818)
(SANTOS, 1998, p. 180). No século XIX, entre os maiores expoentes encontraremos o
museu Goeldi
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(1866), no Pará e, em 1894, o Museu Paulista,
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em São Paulo. Durante o
século XX, surgem como principais nomes o Museu Histórico Nacional (1922), no Rio de
Janeiro; o Museu Histórico da Cidade do Rio de Janeiro (1934); o Museu do Diamante
(1954), em Minas Gerais; o Museu Nacional da Imigração e Colonização (1957), em
Santa Catarina e o Museu da Abolição (1957), em Pernambuco.
Atualmente, conforme o Departamento de Museus e Centros Culturais do Instituto
do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Demu/Iphan), e de acordo com o seu
levantamento estatístico, existem 2.106
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instituições museológicas no Brasil (IPHAN,
2006a). No Rio Grande do Sul, propriamente dito, foram mapeados 352 espaços, dos
quais 162 se encontram cadastrados, o que representa uma porcentagem de 45,86% do
total de museus. Vale destacar que o número de museus mapeados no Estado é
exatamente igual ao número existente em São Paulo (IPHAN, 2006b). Segundo Luciana
Vicente (2007), é o Rio Grande do Sul que tem o maior número de museus distribuídos
por suas cidades. Em termos financeiros, segundo o relatório “Política nacional de
museus” destaca-se que, entre 2003-2006, o investimento no setor de museus no país
pelo Ministério da Cultura foi de 300 milhões de reais (VICENTE, 2007). Nesse sentido,
podemos perceber a ampliação do interesse pelos museus e, conseqüentemente, seu
aumento numérico, uma verdadeira museomania (SEGALL, 2001, p. 129), visível na
propagação expressiva de museus em várias partes do mundo, em especial a partir da
década de 70. Tal perspectiva é exemplificada pela abertura de um museu a cada três
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O museu contava com material oferecido por D. João VI, constituído de peças de arte, objetos de
mineralogia, animais empalhados, produtos naturais. Embora criado em 1818, o seu período de apogeu, no
que se refere à maior produção, se dá a partir dos anos 70, quando não só faz circular uma revista como
monta cursos e realiza pesquisas. A revista Archivos (1876) foi vista como símbolo de cientificidade,
contribuindo para a divulgação do museu no Brasil e no mundo (SCHWARCZ, 1989, p. 29-39).
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“O principal objetivo do recém-fundado museu seria o estudo da natureza amazônica, de sua flora e
fauna, da constituição geológica, rochas e minerais, da geografia da imensa região, bem como assuntos
correlatos com a história do Pará e da Amazônia” (SCHWARCZ, 1989, p. 48).
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“Segundo a história oficial, a criação de um museu em São Paulo esteve a princípio ligada à idéia de se
erguer um monumento ‘ escultural e grandioso em homenagem a Independência Nacional ’”; “Montava-se a
partir de 1895, em São Paulo, um projeto de ‘museu enciclopédico’ que buscaria reunir exemplares de todo
o conhecimento humano” (SCHWARCZ, 1989, p. 39, 41).
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2045 instituições abertas ao público, 20 instituições em implantação e 41 instituições fechadas (IPHAN,
1996b).