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Giulia D’ Avila Vieira
Alterações químicas e biológicas do solo e crescimento do milho
decorrentes da adição de lodo anaeróbico da estação de tratamento de
efluentes da parboilização do arroz
Dissertação apresentada ao Programa
de Pós-Graduação em Agronomia da
Universidade Federal de Pelotas,
como requisito parcial à obtenção do
título de Mestre em Ciências (área do
conhecimento: Solos).
Orientador: Danilo Dufech Castilhos
Co-orientador: Rosa Maria Vargas Castilhos
Pelotas, 2008
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Banca examinadora:
Osvaldo Luis Vieira Faria
Tânia Beatriz Gamboa Araújo Morselli
Maurizio Silveira Quadro
Danilo Dufech Castilhos
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A Deus
Dedico
“Mais importante que o lugar que
ocupas em mim, é a intensidade
da tua presença em tudo o que
faço.”
AGRADECIMENTOS
A Deus, que iluminou e protegeu meu caminho, durante a trajetória deste
trabalho.
Ao professor Danilo Dufech Castilhos pela orientação, amizade, confiança e
ensinamentos transmitidos.
À professora Rosa Maria Vargas Castilhos pela co-orientação e a
disponibilidade durante a realização do trabalho.
Ao professor Osvaldo Luis Vieira Faria, da UCPel, ao professor Maurizio
Silveira Quadro, da UERGS e à professora Tânia Beatriz Gamboa Araújo
Morselli, da UFPel, por fazerem parte da banca examinadora.
A todos os professores do Departamento de Solos pelos ensinamentos
transmitidos.
Aos meus pais Antônio Flávio Monteiro Vieira e Benta Solange D´Avila Vieira e
a Helena, que mesmo distantes, me apoiaram incentivando e acreditando no
meu trabalho. Pai e mãe: o incentivo de vocês na minha formação é o que me
dá força para sempre ir em frente.
Ao meu namorado Marcelo Peirano Grigoletti pelo apoio e incentivo.
Aos amigos Jaqueline e Luiz pela grande amizade, força e auxílio na realização
deste trabalho. Jaque: Obrigada pela tua disposição em me ajudar e incentivar.
Aos amigos Parfitt e Rosângela pelo incentivo e amizade. Amigos: Vocês foram
os patriarcas da minha família no Departamento de Solos.
As amigas Cecília e Fernanda pela amizade, idéias compartilhadas e força.
As amigas Carla e Magali pelas idéias compartilhadas e pela colaboração
durante a realização do trabalho.
A todos os colegas do Departamento de Solos pelos momentos de amizade e
descontração.
Aos funcionários do Departamento de Solos pela amizade e auxílio técnico.
Ao Conselho Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento (CNPq) pela concessão
da bolsa de mestrado.
A todos que de alguma forma contribuíram para a realização deste trabalho.
RESUMO
VIEIRA, GIULIA D’ AVILA. Alterações químicas e biológicas do solo e
crescimento do milho decorrentes da adição de lodo anaeróbio da estação de
tratamento de efluentes da parboilização do arroz. 2008. 71f. Dissertação
(Mestrado) Programa de Pós-Graduação em Agronomia/Solos. Universidade
Federal de Pelotas, Pelotas.
O processo de parboilização do arroz aumenta as qualidades físicas e nutricionais
do grão, gerando um efluente rico em matéria orgânica e, nutrientes, como
nitrogênio e fósforo. Este material denominado lodo da parboilização pode ser uma
fonte de nutrientes para o solo e utilizado como adubo natural no crescimento de
plantas. Considerando a importância de uma correta disposição e o melhor
aproveitamento dos resíduos orgânicos gerados na agroindústria, este trabalho teve
por objetivo avaliar as alterações químicas e biológicas do solo e o crescimento de
plantas de milho após a aplicação de lodo anaeróbio da estação de tratamento de
efluentes da parboilização do arroz. Foram realizados dois experimentos, o primeiro
em casa de vegetação, através do cultivo de milho em vasos, contendo um
“Argissolo vermelho amarelo” acrescido das seguintes doses de um lodo anaeróbio
de parboilização de arroz: 2,15; 4,31; 8,62; 12,93 e 17,24g Kg
-1
. Nesta etapa foram
avaliados: peso de matéria seca da parte rea, pH, condutividade elétrica,
nitrogênio total, nitrogênio mineral, P, K e Na do solo, concentração e quantidade
total acumulada de N, P, K, Ca e Mg na parte aérea das plantas e biomassa
microbiana do solo. O segundo foi desenvolvido em laboratório utilizando-se vasos
respirométricos, com o mesmo solo e tratamentos do experimento anterior visando a
medição da atividade microbiana através da respiração basal do solo. A aplicação
de lodo anaeróbio de parboilização do arroz aumentou o rendimento de matéria seca
do milho, sendo que a primeira dose do lodo correspondente a 25% do suprimento
de N para a cultura, foi suficiente para proporcionar rendimento superior ao
tratamento NPK + calcário. A aplicação do lodo anaeróbio ao solo aumentou os
valores de pH, CE e os teores de carbono orgânico, N, P, K e Na quando
comparados aos tratamentos NPK + calcário e testemunha e diminuiu os teores de
nitrogênio Mineral (amônio - NH
4
+
e nitrato - NO
3
-
) do solo. A aplicação do lodo de
parboilização aumentou os teores de N, P e K e diminuiu os teores de Ca e Mg, da
parte aérea do milho, quando comparados ao tratamento NPK + calcário e
testemunha. A atividade microbiana do solo, medida pela liberação de carbono na
forma de CO
2
(C-CO
2
), e a biomassa microbiana, avaliada pelos teores de carbono e
nitrogênio, aumentaram com as doses de lodo anaeróbio e proporcionaram uma
diminuição no quociente metabólico do solo. A aplicação do lodo não alterou as
relações Carbono orgânico total/Nitrogênio orgânico total, Carbono
micorbiano/Nitrogênio microbiano, Carbono micorbiano/Carbono orgânico total e
Nitrogênio microbiano/Nitrogênio orgânico total em comparação ao tratamento NPK
+ calcário.
Palavras-chave: Arroz. Lodo de parboilização. Milho. Nutrientes. Respiração basal.
Biomassa microbiana.
ABSTRACT
VIEIRA, GIULIA D’ AVILA. Chemical and biological alterations of the ground and
corn growing resulting from the addition of anaerobic sludge from the
wastewater treatment of rice parbolization. 2008. 71f. Dissertação (Mestrado)
Programa de Pós-Graduação em Agronomia/Solos. Universidade Federal de
Pelotas, Pelotas.
The rice parbolization process enlarges the physical and nourishing qualities of the
grain, creating an effluent rich in organic material and nutrients such as nitrogen and
phosphorus. This material called sludge from parbolization can be a source of
nutrients to the soil and it can be utilized as a natural fertilizer in the growing of the
plants. Considering the importance of a suitable grouping and the best utilization of
the organic disposal generated in the agro industry, this work’s aim was to evaluate
chemical and biological alterations of the soil and the growing of corn plants after the
application of anaerobic sludge from the wastewater treatment of rice parboilization.
Two experiments were realized. The former in polyethylene greenhouse through the
cultivation of corn in vases, containing Ulttissol plus the following doses of an
anaerobic sludge obtained from the rice parboilization: 2,15; 4,31; 8,62; 12,93 e
17,24g Kg
-1
. In this stage, the dry matter’s weight of the aerial part, pH, electrical
conductivity, total nitrogen, mineral nitrogen P, K and Na of the soil, concentration
and total amount accumulated of N, P, K, Ca and Mg in the aerial part of the plants
and also the microbial biomass of the ground were evaluated. The latter was
developed in the laboratory making use of respirometric vases with the same soil and
treatments of the previous experiment seeking the measurement of the microbial
activity through the basal respiration of the ground. The application of anaerobic
sludge from the rice parbolization enlarged the yield of the corn dry matter,
considering that the sludge first dose correspondent to 25% of N supriment for the
culture was enough to proportionate an yield more superior than the NPK + lime
treatment. The application of anaerobic sludge to the soil increases the pH, electric
conductivity, organic carbon contents, N, P, K and Na, if compared to the treatments
NPK + lime and control and decreased the mineral nitrogen contents (ammonium
NH
4
+
and nitrate NO
3
-
) of the ground. The application of sludge from parbolization
increased the N, P and K contents and decreased the Ca and Mg contents from the
aerial part of the corn, if compared to the treatment NPK + lime and control. The soil
microbial activity, measured by the liberation of C-CO
2
and the microbial biomass
evaluated by the carbon and nitrogen contents, increased with the doses of
anaerobic sludge and proportionated decrease in the soil metabolic quotient. The
application of sludge did not modify the relations total organic carbon/total organic
nitrogen, microbial carbon/ microbial nitrogen, microbial carbon/total organic carbon
and microbial nitrogen / total organic nitrogen in relation to the treatment NPK + lime.
Key words: Rice. Sludge from parbolization. Corn. Nutrients. Basal respiration.
Microbial biomass.
SUMÁRIO
RESUMO.............................................................................................................. 05
ABSTRACT.......
...................................................................................................
06
SUMÁRIO.............................................................................................
................
07
1. INTRODUÇÃO GERAL..................................................................................
..
08
2. ARTIGO 1: Crescimento do milho e Alterações químicas do solo decorrentes
da adição de lodo de parboilização do arroz
12
Resumo........................................................................................................... 13
Abstract........................................................................................................... 15
Introdução....................................................................................................... 16
Material e Métodos......................................................................................... 18
Resultados e Discussão................................................................................. 22
Conclusões..................................................................................................... 39
Referências Bibliográficas.............................................................................. 40
3. ARTIGO 2: Alterações microbiológicas do solo decorrentes da adição de
lodo de parboilização do arroz
43
Resumo........................................................................................................... 44
Abstract........................................................................................................... 45
Introdução....................................................................................................... 46
Material e Métodos......................................................................................... 49
Resultados e Discussão................................................................................. 52
Conclusões.......................................................................................................
59
Referências Bibliográficas.............................................................................. 60
4. CONCLUSÕES GERAIS.................................................................................. 62
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................. 63
6. APÊNDICES..................................................................................................... 68
1. INTRODUÇÃO GERAL
O Brasil ocupa a posição na produção de arroz no ranking mundial, com
11.316 mil (SAFRA 2006/2007) toneladas, segundo a Conab Companhia Nacional
de Abastecimento. O arroz é o principal grão processado no Rio Grande do Sul com
produção de 6.419 mil toneladas na safra 2006/2007, em uma área semeada de
954.400 mil ha, gerando uma produtividade média de 6.726Kg ha
-1
(CONAB, 2008).
O arroz parboilizado representa 25% do total de arroz produzido no Brasil,
assim como no resto do mundo (ABIAP, 2008). A palavra parboilizado deriva da
expressão em inglês parboiled, aglutinação de partial com boiled, que pode ser
expressa como cozimento/fervura parcial. A parboilização do arroz é um processo
hidrotérmico, no qual o arroz em casca é imerso em água, com temperatura superior
a 58ºC, seguido de gelatinização parcial ou total do amido e de secagem (LOPES et
al., 2001). O arroz beneficiado parboilizado apresenta aumentos em valor nutritivo,
rendimento e conservação dos grãos e dos subprodutos, apresentando cada vez
mais importância quantitativa e qualitativa, como processo de beneficiamento
(GUTKOSKI,1991).
O processo de parboilização gera 4 litros de efluente por quilo de arroz
processado, o qual contém altas cargas de substâncias orgânicas e nutrientes como
nitrogênio e fósforo. Diante disto, o lodo anaeróbio proveniente da estação de
tratamento de efluentes da parboilização do arroz (figura 1), pode servir como fonte
de nutrientes para o solo e ser empregado como adubo natural no crescimento de
plantas, proporcionando benefícios para o meio ambiente, eliminando-se a
possibilidade de formação de passivo ambiental dessa atividade industrial, em
expansão no Brasil. A caracterização do efluente apresenta uma heterogeneidade
nos teores dos diferentes componentes que o caracteriza, o que pode estar
relacionado não às diferenças da matéria prima, como também às variações nas
etapas do processamento (ELIAS, 1998).
9
Figura 1. Fluxograma da estação de tratamento de efluentes da indústria de arroz
parboilizado Nelson Wendt.
Queiroz & Koetz (1997), caracterizando o efluente da parboilização do arroz,
observaram valores de nitrogênio total entre ximos e mínimos de 139,8mg L
-1
e
28,35mg L
-1
. Considerando-se que para cada Kg de arroz beneficiado, são gastos
quatro litros de água, isso equivale a uma perda média de 1.628,73Kg de nitrogênio
por ano, apenas por uma das indústrias do Distrito Industrial de Pelotas (RS). Estes
mesmos autores, também avaliaram teores de sforo total, que apresentaram
máximos e mínimos de 93,90mg L
-1
e 11,75mg L
-1
respectivamente, o que também
indica grande variabilidade nas concentrações. O fósforo encontrado no resíduo é
proveniente dos resíduos da adubação, defensivos agrícolas e da hidrólise da fitina,
substância presente na casca do arroz que, uma vez hidrolisada no encharcamento,
libera este nutriente como fosfato (FARIA, 2006).
A maioria dos resíduos orgânicos adicionados ao solo possui baixas
concentrações de potássio, por esse ser um elemento não constituinte de
compostos orgânicos e ser facilmente lixiviado. No entanto, o lodo de parboilização
de arroz possui valores mais elevados de potássio quando comparado à maioria dos
resíduos orgânicos, o que faz com que, dependendo da quantidade de resíduo
aplicada, seja dispensada a complementação mineral desse nutriente.
Os resíduos orgânicos são uma excelente fonte de nutrientes, e quando
manejados adequadamente, podem suprir, parcial ou totalmente, o fertilizante
10
químico na produção agrícola. Além do benefício como fonte de nutrientes, o seu
uso adiciona matéria orgânica que melhora os atributos físicos do solo, aumenta a
capacidade de retenção de água, reduz a erosão, melhora a aeração e cria um
ambiente mais adequado para o desenvolvimento da flora microbiana do solo
(MELO et al., 1994).
Com a elevação dos custos da adubação mineral, os resíduos orgânicos de
origem industrial, urbana ou agrícola, passaram a ter maior importância como
material reciclável visando à melhoria das condições do solo e aumento do seu nível
de fertilidade (TEDESCO et al.,1999). Os resíduos aplicados no solo podem se
tornar altamente poluidores, pois a aplicação de forma inadequada pode
comprometer a sustentabilidade agrícola e o uso futuro dessas áreas, principalmente
devido ao aumento de metais pesados no solo, exigindo a necessidade de critérios
técnicos para aplicação (FIGLIOLIA et al., 1992; AQUINO NETO & CAMARGO,
2000). A aplicação de lodos como o de esgoto e curtume pode promover uma
inibição da atividade microbiana do solo em decorrência da presença de metais
pesados presentes nestes resíduos (PONTES, 2002). O lodo anaeróbio da
parboilização do arroz não possui teores de metais pesados, pois tanto o processo
industrial de beneficiamento do arroz como o tratamento do efluente, não libera
metais pesados.
Os resíduos de curtume contêm alto teor de enxofre, nas formas de sulfeto e
sulfato, que em condições aeróbicas, oxidam, formando ácido sulfúrico, o qual pode
acidificar solo a valores extremamente baixos. O lodo anaeróbio da parbolização de
arroz, devido às condições do tratamento do efluente, apresenta reações de
desnitrificação, o que proporciona um aumento no pH do solo.
O milho é cultivado em todos os estados do Brasil e em quase todas as
propriedades agrícolas, tanto na agricultura familiar quanto na de exportação e está
presente em toda cadeia produtiva animal. É uma cultura de diversificada utilização
e um dos produtos agrícolas de mais ampla distribuição mundial, tanto na produção,
quanto no consumo. Dentre as espécies originárias das Américas, o milho é,
certamente, o de maior importância econômica e social em nível mundial. Em termos
de área semeada e de produção de grãos, é o segundo cereal de maior importância
no Brasil, sendo que, apenas nos últimos anos, perdeu a primeira colocação para a
cultura da soja.
Considerando a necessidade de disposição de resíduos orgânicos gerados
11
na agroindústria, principalmente buscando o aproveitamento corretivo e/ou
fertilizante desses materiais, o presente trabalho objetivou avaliar o crescimento de
milho e as alterações em alguns atributos químicos e microbiológicos do solo após a
aplicação de lodo anaeróbio da estação de tratamento de efluentes da parboilização
de arroz.
ARTIGO 1: CRESCIMENTO DO MILHO E ALTERAÇÕES QUÍMICAS DO SOLO
DECORRENTES DA ADIÇÃO DE LODO ANAERÓBIO DA ESTAÇÃO DE
TRATAMENTO DE EFLUENTES DA PARBOILIZAÇÃO DO ARROZ E
CULTIVADO COM MILHO
13
CRESCIMENTO DO MILHO E ALTERAÇÕES QUÍMICAS DO SOLO
DECORRENTES DA ADIÇÃO DE LODO ANAERÓBIO DA ESTAÇÃO
DE TRATAMENTO DE EFLUENTES DA PARBOILIZAÇÃO DO
ARROZ
CORN GROWING AND CHEMICAL ALTERATIONS OF THE GROUND
RESULTING FROM THE ADDITION OF ANAEROBIC SLUDGE FROM
THE WASTEWATER TREATMENT OF RICE PARBOLIZATION
RESUMO
A produção de arroz parboilizado no Brasil corresponde a 25% do total
beneficiado deste grão. O processo de parboilização origina um resíduo denominado
lodo de parboilização do arroz, que apresenta altas cargas de substâncias orgânicas
e nutrientes como nitrogênio, entre outros. O uso agrícola desse resíduo pode ser
uma alternativa vantajosa para o descarte desse material que uma vez incorporado
ao solo, como fertilizante, poderá servir como fonte de nutrientes, reduzindo custos e
proporcionando benefícios agronômicos. Com este propósito, o presente trabalho
objetivou avaliar as alterações químicas de um Argissolo e o crescimento de plantas
de milho cultivadas após a adição de lodo anaeróbio da estação de tratamento de
efluentes da parboilização de arroz. O experimento foi conduzido em casa de
vegetação utilizando-se vasos plásticos contendo 3,8Kg de solo e quatro repetições.
Foram aplicados os seguintes tratamentos: 1- testemunha (solo) + calcário; 2- NPK +
calcário (segundo recomendação da Comissão de Química e Fertilidade do
Solo/NRS (2004) para a cultura do milho); 3- 2,15g Kg
-1
lodo + calcário; 4- 4,31g Kg
-1
lodo + calcário; 5- 8,62g Kg
-1
lodo + calcário; 6- 12,93g Kg
-1
lodo + calcário; 7-
17,24g Kg
-1
lodo + calcário. Os indicadores avaliados foram: peso de matéria seca
da parte aérea, pH, condutividade elétrica, nitrogênio total, nitrogênio mineral, P, K e
Na do solo, concentração e quantidade total acumulada de N, P, K, Ca e Mg na
parte aérea das plantas. A aplicação de lodo anaeróbio da estação de tratamento de
efluentes da parboilização de arroz aumentou o rendimento de matéria seca do
milho, sendo que a dose do lodo correspondente a 25% do suprimento de N para a
cultura, foi suficiente para proporcionar rendimento superior ao tratamento NPK +
calcário. A aplicação do lodo anaeróbio ao solo aumentou os valores de pH, CE e os
14
teores de carbono orgânico, N, P, K e Na quando comparados aos tratamentos NPK
+ calcário e testemunha. A aplicação do lodo anaeróbio da parboilização aumentou
os teores de N, P e K e diminuiu os teores de Ca e Mg, da parte aérea do milho,
quando comparados ao tratamento NPK + calcário e testemunha. Os teores de N
Mineral (NH
4
+
e NO
3
-
) diminuiram com a aplicação do lodo anaeróbio em
comparação ao tratamento NPK + calcário.
Palavras-chave: Lodo de parboilização. Milho. pH. Nutrientes.
15
ABSTRACT:
The production of parboiled rice in Brazil corresponds to 25% of the
beneficiated amount of this grain. The process of parbolization produces a residue
called sludge from parbolization of rice that presents high amounts of organic
substances and nutrients such as nitrogen, among others. The agricultural use of this
residue can be an alternative to the disposal of this material. Once incorporated to
the soil, as a fertilizer, it will be able to serve as a source of nutrients, reduce costs
and proportionate agronomical benefits. Thus, the purpose of the present work is to
evaluate the chemical alterations of an Ultissol and the growing of corn plants
cultivated after the addiction of anaerobic sludge from the wastewater treatment of
rice parbolization. The experiment was conducted in polyethylene greenhouse using
plastic vases containing 3,8 Kg of soil and four repetitions. The following treatments
were applied: 1 - control (soil) + lime; 2 NPK + lime (according to the
recommendation of the Commission of Chemistry and Fertility of the Soil/NRS (2004)
to the corn culture); 3 - 2,15g Kg
-1
sludge + lime; 4 - 4,31 g Kg
-1
sludge + lime; 5 -
8,62 g Kg
-
sludge + lime; 6 - 12,93g Kg
-1
sludge + lime; 7 - 17,24g Kg
-1
sludge + lime.
The evaluated gauges were: dry matter’s weight of the aerial part, pH, electrical
conductivity, total nitrogen, mineral nitrogen, P, K and Na of the soil, concentration
and total amount accumulated of N, P, K, Ca and Mg in the aerial part of the plants.
The application of anaerobic sludge from the wastewater treatment of the rice
parbolization enlarged the yield of the corn dry matter, considering that the sludge
first dose correspondent to 25% of N supriment for the culture was enough to
proportionate an yield more superior than the treatment NPK + lime. The application
of anaerobic sludge to the soil increased the pH, electric conductivity values and the
organic carbon contents, N, P, K and Na, if compared to the treatments NPK + lime
and control. The application of the anaerobic sludge from the parbolization increase
the N, P and K contents and decreased the Ca and Mg contents from the aerial part
of the corn, if compared to the treatment NPK + lime and control. The mineral N
contents (NH
4
+
and NO
3
-
) decreased with the application of anaerobic sludge
compared to the treatment NPK + lime.
Key words: Sludge from parbolization. Corn. Ph. Nutrients.
16
INTRODUÇÃO
O arroz parboilizado representa 25% do total de arroz produzido no Brasil e
seu processamento gera um resíduo, na forma de lodo, rico em substâncias
orgânicas, nitrogênio e fósforo, além de outros nutrientes. O lodo anaeróbio da
estação de tratamento de efluentes da parboilização de arroz pode servir como fonte
de nutrientes para o solo quando empregado como adubo natural no crescimento de
plantas, reduzindo os custos da produção agrícola, além de proporcionar benefícios
para o meio ambiente, eliminando-se a possibilidade de formação de passivo
ambiental dessa atividade industrial (FARIA, 2006).
Dados a respeito da utilização do lodo anaeróbio da estação de tratamento
de efluentes da parboilização de arroz na agricultura, ainda são escassos na
literatura, pois a maioria dos trabalhos se detém apenas à caracterização desse
resíduo. Muitas pesquisas são direcionadas à utilização do lodo de esgoto e/ou de
curtume, o que permite que se faça uma comparação entre os resíduos, para assim
poder avaliar os efeitos de sua aplicação no solo.
Dentre os efeitos do lodo de esgoto sobre as propriedades químicas do solo,
a aplicação de lodo tem propiciado elevação dos teores de fósforo (SILVA et al.,
2002), carbono orgânico (CAVALLARO et al., 1993), pH, condutividade elétrica e
capacidade de troca de cátions (OLIVEIRA et al., 2002). Segundo Castilhos (1998),
o lodo de curtume possui uma grande quantidade de nitrogênio devido à natureza
protéica de grande parte de seus constituintes. O fósforo encontra-se em pequena
quantidade, preferencialmente na forma orgânica e baixos teores de potássio,
devendo ser suplementado pela adubação das culturas. No entanto, tanto o lodo de
curtume como o de esgoto, possuem concentrações de metais pesados que podem
reduzir a decomposição dos resíduos e com isso diminuir a disponibilidade de
nutrientes. Segundo a caracterização do lodo anaeróbico da parboilização do arroz,
o fósforo é o macronutriente que se encontra em maior quantidade nesse resíduo,
seguido do nitrogênio e potássio. Além disso, o lodo anaeróbio da parboilização do
arroz apresenta um pH alcalino, devido ao processo anaeróbio envolver reações
anaeróbias, ou seja, reações de redução, com consumo de H
+
, fazendo com que
este resíduo possa auxiliar na neutralização da acidez do solo.
17
Diante disto, o presente trabalho objetivou avaliar o crescimento e o estado
nutricional de plantas de milho cultivadas em solo acrescido de lodo anaeróbio da
estação de tratamento de efluentes da parboilização de arroz.
18
MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi conduzido utilizando-se, como unidades experimentais,
vasos plásticos com capacidade para 4Kg da camada de 0-20 cm de um Argissolo
vermelho amarelo PAD (EMBRAPA, 1999) coletado na Estação Experimental da
Palma da UFPel. A caracterização do solo foi efetuada segundo a metodologia
descrita por Tedesco et al. (1995), e está descrita na tabela 1.
Tabela 1. Características físico-químicas do solo.
Parâmetro Concentração Parâmetro Concentração
Argila (g Kg
-1
) 230 Sódio (mg dm
-3
) 11
pH 4,7 Alumínio (cmol
c
dm
-3
) 1,8
pH SMP 6,2 CTC pH 7 (cmol
c
dm
-3
) 4,6
Carbono orgânico (g Kg
-1
) 7,0 Ca/Mg 1,5
Fósforo (mg Kg
-1
) 3,7 Ca/K 7,8
Potássio (mg Kg
-1
) 30 Mg/K 5,2
Cálcio (cmol
c
dm
-3
) 0,6 H + Al (cmol
c
dm
-3
) 3,5
Magnésio (cmol
c
dm
-3
) 0,4 Saturação Bases (%) 23
O lodo anaeróbio foi coletado na estação de tratamento de efluentes da
parbolização de arroz, na indústria de beneficiamento de arroz Nelson Wendt,
localizada na Avenida Leopoldo Bröd, 101 - Bairro Três Vendas, no município de
Pelotas/RS. Após a coleta, secagem e moagem do lodo do resíduo, analisou-se os
teores de umidade, pH, C orgânico, N, P, K, Ca, Mg, Fe, Mn, Cu, Zn e valor de
neutralização, conforme metodologia descrita por Tedesco et al., (1995), sendo
calculada também a relação C/N (tabela 2).
19
Tabela 2. Características físico-químicas do lodo anaeróbio da estação de
tratamento de efluentes de parboilização de arroz.
Parâmetro Concentração
Umidade (g Kg
-1
) 952
pH (H
2
O) 8,5
Carbono orgânico (g Kg
-1
) 157,5
Poder de Neutralização (%) 7,0
Nitrogênio (g Kg
-1
) 23,51
Fósforo (g Kg
-1
) 42,4
Potássio (g Kg
-1
) 16,0
Cálcio (g Kg
-1
) 68,4
Magnésio (g Kg
-1
) 84,7
Cobre (mg Kg
-1
) 84
Zinco (g Kg
-1
) 1,7
Ferro (g Kg
-1
) 7,1
Manganês (g Kg
-1
) 31,0
Relação C/N 6,7/1
Após a coleta, destorroamento e peneiragem do solo (4mm) foram aplicados
os seguintes tratamentos: 1- testemunha (solo); 2- NPK + calcário; 3- lodo anaeróbio
de parboilização (dose 1) + calcário; 4- lodo anaeróbio de parboilização (dose 2) +
calcário; 5- lodo anaeróbio de parboilização (dose 3) + calcário; 6- lodo anaeróbio de
parboilização (dose 4) + calcário; 7- lodo anaeróbio de parboilização (dose 5) +
calcário.
As doses de NPK e calcário foram determinadas de acordo com a análise do
solo e utilizando-se a recomendação da Comissão de Química e Fertilidade do
Solo/NRS (2004) para a cultura do milho e elevando-se o pH à 6,0, 90Kg/ha de
nitrogênio, 70Kg/ha de potássio e 125Kg/ha de sforo. Utilizou-se como fonte de
NPK a uréia, o superfosfato triplo e o cloreto de potássio respectivamente,
aplicando-se no momento da implantação do experimento, três vezes a dose
recomendada. O calcário foi aplicado em forma de CaCO
3
+ MgCO
3
(2:1) juntamente
com os demais insumos e resíduos. A quantidade de lodo incorporada para a dose 3
(8,62g Kg
-1
) foi obtida após análise do teor de N deste material, sendo determinada
a quantidade necessária para suprir a exigência de N da cultura do milho, conforme
a Comissão de Química e Fertilidade do Solo/NRS (2004). As demais doses (1, 2, 4
e 5) foram equivalentes a 25, 50, 150 e 200% da dose 3 e corresponderam a 2,15;
4,31; 12,93 e 17,24g Kg
-1
solo (tabela 3), respectivamente. O experimento foi
20
disposto em um delineamento completamente casualizado com quatro repetições,
num total de 28 unidades.
Tabela 3. Tratamentos aplicados na realização do experimento.
N
1
P
2
K
3
Calcário
4
Lodo anaeróbio
Tratamentos g vaso
-1
Testemunha 0 - - 4,5 -
NPK 0,51 0,714 0,399 4,5 -
Dose 1 lodo - - - 4,5 8,19
Dose 2 lodo - - - 4,5 16,38
Dose 3 lodo - - - 4,5 32,76
Dose 4 Lodo - - - 4,5 49,14
Dose 5 lodo - - - 4,5 65,52
1,2,3,4
Uréia, Superfosfato triplo (P
2
O
5
) , cloreto de potássio (KCl) e CaCO
3
+ MgO.
O solo foi previamente misturado com o lodo (massa úmida) e com os
demais insumos e, então acondicionado nos vasos buscando-se um bom
assentamento das partículas, para que a densidade nessa situação fosse a mais
próxima da densidade natural a campo. O solo foi semeado com milho, cultivar BM
2202-Biomatrix híbrido, logo após a implantação dos tratamentos e, após 10 dias,
realizou-se o desbaste mantendo-se duas plantas por vaso.
O experimento foi conduzido em casa de vegetação e, irrigado diariamente
com quantidade de água destilada procurando-se manter a umidade equivalente à
retenção de 1/3 atm. A colheita das plantas foi realizada após 41 dias de cultivo.
Ao final do experimento a parte aérea das plantas de milho foi colhida e
colocada em estufa a 65°C, para a determinação da fitomassa seca. As plantas
foram moídas e, submetidas a análises de macronutrientes (N, P, K, Ca e Mg) do
tecido foliar, segundo metodologia descrita por Tedesco et al. (1995).
As amostras de solo foram secas e peneiradas (2 mm) e analisado C
orgânico, condutividade elétrica, pH, N, K, P, Na, N mineral (NO
3
-
e NH
4
+
) do solo,
segundo metodologia descrita por Tedesco et al. (1995).
21
Os dados obtidos no experimento foram submetidos à análise de variância,
teste de médias, teste de Duncan a 5% de probabilidade e análise de regressão
polinomial utilizando o programa estatístico Winstat (MACHADO, 2001).
22
RESULTADOS E DISCUSSÃO
MATÉRIA SECA DAS PLANTAS
A aplicação do lodo anaeróbio da estação de tratamento de efluentes da
parboilização de arroz provocou um aumento significativo na produção de matéria
seca das plantas de milho em relação aos tratamentos testemunha + calcário e NPK
+ calcário (tabela 4). Com a aplicação da dose 1 do resíduo observou-se, uma
produção de matéria seca doze vezes superior ao tratamento testemunha + calcário.
O efeito das doses de lodo anaeróbio na produção de matéria seca da parte
aérea das plantas de milho foi estatisticamente significativo, como pode ser
visualizado na análise de regressão entre os incrementos na produção de matéria
seca em razão do aumento das doses do resíduo (Figura 1). Estes dados estão de
acordo com Da Ros et al, 1993 e Berton et al., 1997, que também observaram
aumentos na produção de matéria seca de plantas de milho, entretanto, em solos
tratados com doses de lodo de esgoto. A aplicação de lodo anaeróbio da estação de
tratamento de efluentes da parboilização de arroz proporcionou produção de matéria
seca comparável à obtida com a fertilização mineral recomendada, inclusive com a
primeira dose de lodo apresentando uma produção de matéria seca
significativamente superior à adubação mineral (Tabela 4). Pelos rendimentos
obtidos constatou-se que todos os tratamentos contendo o lodo anaeróbio de
parboilização garantiram a nutrição mínima para o desenvolvimento normal das
plantas.
Tabela 4. Rendimento de matéria seca da parte aérea do milho após a aplicação ao
solo do lodo anaeróbio da estação de tratamento de efluentes de
parboilização de arroz.
Tratamentos Média
----- g Kg
-1
-----
Testemunha 1,67 e
NPK 20,46 d
Dose 1 lodo
1
21,43 c
Dose 2 lodo
1
23,74 b
Dose 3 lodo
1
23,83 b
Dose 4 lodo
1
24,55 a
Dose 5 lodo
1
24,68 a
CV (%) 1,9
Médias seguidas da mesma letra não diferem estatisticamente pelo teste de Duncan ao nível de 5%.
1
Doses de lodo: 1 = 2,15; 2 = 4,31; 3 = 8,62; 4 = 12,93 e 5 = 17,24g Kg
-1
de solo.
23
y = -0,1597x
2
+ 3,6074x + 7,7344
r
2
= 0,7127
0
5
10
15
20
25
30
0 5 10 15 20
Doses de lodo (g/Kg)
Maria seca milho (g)
Figura 1. Variação da matéria seca das plantas de milho em função das doses de
lodo anaeróbio da estação de tratamento de efluentes de parboilização de
arroz.
ALTERAÇÕES QUÍMICAS NO SOLO
pH
As doses de lodo anaeróbio da estação de tratamento de efluentes da
parboilização de arroz causaram um efeito corretivo adicional sobre o pH do solo em
todos os tratamentos, quando comparados aos tratamentos testemunha + calcário e
adubação mineral + calcário (Tabela 5). Após 40 dias da implantação do
experimento, os tratamentos testemunha + calcário e NPK + calcário ainda não
haviam atingido o pH recomendado para o milho (6,0), ao contrário dos tratamentos
com o lodo, cujos valores foram superiores a esses tratamentos e aumentaram com
a dose aplicada, apresentando comportamento quadrático significativo (Figura 2).
Apesar do lodo anaeróbio de parboilização de arroz apresentar um baixo poder de
neutralização (7%), pela análise dos valores obtidos, fica claro o bom desempenho
desse resíduo como efeito corretivo do solo, provavelmente devido aos altos teores
de carbonatos. Conforme Quaggio et al., 1982, os valores de pH acima de 6,0
podem causar decréscimo no rendimento de matéria seca das plantas, decorrente
de um desequilíbrio químico na fertilidade do solo. Com a aplicação conjunta do lodo
anaeróbio de parboilização e calcário o pH do solo ultrapassou este valor, sem no
entanto ocorrer prejuízos ao crescimento das plantas (Tabela 4) A adição de calcário
ao solo, promove uma rápida liberação de bases que estimula o crescimento de
colônias de bactérias heterotróficas, que atacam o material orgânico em busca de
24
energia, liberando nutrientes, carbonatos e hidróxidos de cálcio e magnésio
presentes no resíduo (KONRAD, 2000).
Tabela 5. Valores de pH do solo cultivado com milho após a aplicação de doses
crescentes de lodo anaeróbio da estação de tratamento de efluentes de
parboilização de arroz.
Tratamentos Média
Testemunha 5,9 e
NPK 6,0 e
Dose 1 lodo
1
6,6 c
Dose 2 lodo
1
6,6 c
Dose 3 lodo
1
6,7 b
Dose 4 lodo
1
6,8 b
Dose 5 lodo
1
7,2 a
CV (%) 1,3
Médias seguidas da mesma letra não diferem estatisticamente pelo teste de Duncan ao nível de 5%.
1
Doses de lodo: 1 = 2,15; 2 = 4,31; 3 = 8,62; 4 = 12,93 e 5 = 17,24g Kg
-1
de solo.
y = -0,0022x
2
+ 0,0943x + 6,1379
r
2
= 0,834
0
1
2
3
4
5
6
7
8
0 5 10 15 20
Doses de lodo (g/Kg)
Medida de pH
Figura 2. Variação do pH do solo após a aplicação de doses crescentes de lodo
anaeróbio da estação de tratamento de efluentes de parboilização de
arroz.
CONDUTIVIDADE ELÉTRICA (CE) E SÓDIO
Os valores de condutividade elétrica e teores de dio do solo não diferiram
significativamente entre os tratamentos testemunha + calcário e adubação NPK +
calcário (tabela 6). Entretanto, com a aplicação de lodo anaeróbio da estação de
tratamento de efluentes de parboilização de arroz, a condutividade aumentou, a
partir da dose 3, a valores superiores aos tratamentos testemunha + calcário e
adubação NPK + calcário (Figura 3). o foi observada diferença significativa entre
as duas primeiras doses do lodo. Os teores de sódio no solo aumentaram
25
significativamente com o aumento das doses de lodo em relação aos tratamentos
testemunha + calcário e adubação NPK + calcário. (Tabela 6 e figura 4).
Tabela 6. Valores de condutividade elétrica e sódio no solo após a aplicação do lodo
anaeróbio da estação de tratamento de efluentes de parboilização de
arroz.
Tratamentos CE Sódio
--- mS cm
-1
--- --- mg Kg
-1
---
Testemunha 0,12 c 12,78 e
NPK 0,13 c 13,13 e
Dose 1 lodo
1
0,08 d 21,53 d
Dose 2 lodo
1
0,08 d 31,04 c
Dose 3 lodo
1
0,14 c 51,75 b
Dose 4 lodo
1
0,17 b 62,56 a
Dose 5 lodo
1
0,22 a 60,26 a
CV (%) 10,42 8,64
Médias seguidas da mesma letra não diferem estatisticamente pelo teste de Duncan ao nível de 5%.
1
Doses de lodo: 1 = 2,15; 2 = 4,31; 3 = 8,62; 4 = 12,93 e 5 = 17,24g Kg
-1
de solo.
y = 0.00004x
2
- 0.0006x + 0.104
r
2
= 0.8982
0
0,05
0,1
0,15
0,2
0,25
0 5 10 15 20
Doses de lodo (g/Kg)
Condutividade etrica do solo
(mS/cm)
Figura 3. Variação da condutividade elétrica do solo após a aplicação de doses
crescentes de lodo anaeróbio da estação de tratamento de efluentes de
parboilização de arroz.
26
y = -0,2021x
2
+ 6,4937x + 9,8452
r
2
= 0,9885
0
10
20
30
40
50
60
70
0 5 10 15 20
Doses de lodo (g)
Teores de sódio no solo (mg/Kg)
Figura 4. Variação dos teores de sódio disponível no solo em função da aplicação
de doses crescentes do lodo anaeróbio da estação de tratamento de
efluentes de parboilização de arroz.
O aumento na condutividade elétrica do solo está relacionado mais
diretamente ao teor de sódio disponibilizado. A correlação linear simples entre os
valores da condutividade elétrica e os teores de sódio observados no solo,
apresentou um r = 0,68, significativo a 1%. Estes resultados estão de acordo com
Aquino Neto & Camargo (2000), que analisando a aplicação de doses crescentes de
lodo de curtume ao solo, observaram que a elevação acentuada da condutividade
elétrica do solo esteve relacionada também a um aumento na disponibilidade deste
elemento.
Bettiol & Fernandes, (2004) observou que a condutividade elétrica em solos
tratados com lodo de esgoto variou de 0,23mS cm
-1
, na testemunha, a 1,95 mS cm
-1
na maior dose de lodo. Esse aumento na condutividade elétrica era esperado uma
vez que um dos problemas conhecidos, e que podem limitar a utilização desse
tipo de resíduo, é a possibilidade de causar salinidade do solo (CARMO, 2001).
Pelos valores observados neste estudo, e respeitadas as doses aplicadas,
verifica-se que o lodo de parboilização de arroz não aumenta tanto a condutividade
elétrica do solo, quando comparado ao lodo de esgoto. Porém, a aplicação de lodo
de curtume ao solo (KONRAD, 2000), promove um menor aumento na condutividade
elétrica do solo quando comparado ao resíduo da parboilização do arroz. Segundo
Lima (1994), a adição de resíduos orgânicos proporciona uma maior disponibilidade
de matéria orgânica ao solo, promovendo um aumento na mineralização da matéria
27
orgânica,, e na capacidade de troca de cátions, contribuindo para o aumento da
concentração dos ânions em solução e, conseqüentemente um aumento na
condutividade elétrica do solo.
Os valores verificados de condutividade elétrica com a aplicação dos
tratamentos ficaram bem abaixo do índice proposto por Pereira (1983), o qual
considera como salinos apenas solos cuja condutividade elétrica ultrapasse 4mS cm
-
1
, porém algumas culturas podem sofrer prejuízos com valores acima de 2mS cm
-1
.
NITROGÊNIO TOTAL
A aplicação de lodo anaeróbio da estação de tratamento de efluentes de
parboilização de arroz aumentou os teores de nitrogênio total no solo a valores
significativamente superiores aos observados com os tratamentos testemunha +
calcário e NPK + calcário (Tabela 7). Com a aplicação da dose 1 do resíduo,
quantidade que incorporou 25% do N exigido pelo milho, os teores de nitrogênio total
do solo foram significativamente maiores em relação a adubação NPK + calcário,
que recebeu a uréia como fonte de nitrogênio. Pela análise da figura 5 constata-se
que as doses crescentes de lodo promoveram um incremento no teor de nitrogênio
total do solo. Apesar das quantidades de nitrogênio aplicadas no tratamento NPK +
calcário e com a dose 3 do lodo terem sido equivalentes, o N aplicado na forma do
resíduo apresentou um teor total 11% superior ao observado com a aplicação
química de nutrientes.
Castilhos (1998) verificou aumentos de 0,22 e 0,25g Kg
-1
no teor de
nitrogênio total do solo com doses de resíduo de curtume que incorporavam,
respectivamente, 518,0 e 563,0Kg N ha
-1
. Quin & Woods (1978) também
observaram um aumento no teor de nitrogênio total em diferentes tipos de solo
submetidos a doses crescentes de lodo de esgoto.
Porém, estes valores indicam o N total, e o o disponível, pois a
disponibilidade do nitrogênio orgânico depende da eficiência de mineralização e da
taxa de decomposição do resíduo no solo.
Segundo Aquino (1998), a relação C/N do
resíduo é um indicador da eficiência de mineralização do mesmo, desta forma,
quanto menor for esta relação maior será a disponibilidade de energia para o bom
desempenho da atividade da biomassa microbiana na degradação da matéria
orgânica e conseqüente mineralização do nitrogênio.
28
Tabela 7. Teores de nitrogênio total no solo após a aplicação do lodo anaeróbio da
estação de tratamento de efluentes de parboilização de arroz.
Tratamentos Média
----- g Kg
-1
-----
Testemunha 0,64 f
NPK 0,69 e
Dose 1 lodo
1
0,75 d
Dose 2 lodo
1
0,76 d
Dose 3 lodo
1
0,83 c
Dose 4 lodo
1
0,89 b
Dose 5 lodo
1
1,04 a
CV (%) 1,2
Médias seguidas da mesma letra não diferem estatisticamente pelo teste de Duncan ao nível de 5%.
1
Doses de lodo: 1 = 2,15; 2 = 4,31; 3 = 8,62; 4 = 12,93 e 5 = 17,24g Kg
-1
de solo.
y = 0,0199x + 0,668
r
2
= 0,9535
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
1,2
0 5 10 15 20
Doses de lodo (g)
Teores de nitrogênio total no solo
(g/Kg)
Figura 5. Variação dos teores de nitrogênio total no solo após a aplicação do lodo
anaeróbio da estação de tratamento de efluentes de parboilização de
arroz.
NITROGÊNIO MINERAL
Os maiores teores de nitrogênio mineral total (NH
4
+
+ NO
3
-
) e de NH
4
+
foram
observados com a aplicação de NPK + calcário, provavelmente devido à
disponibilidade imediata do nitrogênio nesse tratamento (tabela 8). Esse tratamento
apresentou teores de N mineral significativamente superiores ao tratamento
testemunha e a todas as doses do lodo aplicadas.
A alta mineralização observada no tratamento NPK + calcário está
relacionado à natureza das fontes de N aplicadas nesses tratamentos. A uréia, fonte
de nitrogênio usada no tratamento NPK + calcário, através da urease, é rapidamente
29
transformada para a forma amoniacal, enquanto que no caso dos lodos, materiais
orgânicos, a mineralização ocorre lentamente à medida que o material vai se
degradando. Pode-se verificar que o lodo de parboilização de arroz incorporou ao
solo, nas doses dos tratamentos de 3 a 7, respectivamente 204, 409, 819, 1230 e
1638mg de nitrogênio orgânico, dos quais, 4,12; 1,7; 1,64; 1,50 e 1,23%, foram
respectivamente mineralizados. Observou-se que a mineralização do resíduo, foi
lenta, mesmo este tendo apresentado uma baixa relação C/N (6/1), o que pode ser
devido ao curto tempo de incubação (59 dias), período que pode não ter sido
suficiente para que o lodo fosse totalmente mineralizado. Castilhos (1998) observou
que 45% do nitrogênio orgânico incorporado através de lodo de curtume com cromo
com relação C/N 7:1 foi mineralizado após 366 dias de incubação.
Tabela 8. Teores de NH
4
+
+ NO
3
-
, NH
4
+
e NO
3
-
do solo após 59 dias de incubação
com a aplicação de lodo anaeróbio da estação de tratamento de efluentes
da parboilização de arroz. Média de quatro repetições.
Tratamentos NH
4
+
+ NO
3
-
NH
4
+
NO
3
-
--------------------- mg Kg
-1
---------------------
Testemunha 4,03 d 3,46 d 0,57 d
NPK 35,32 a 25,81 a 9,51 a
Dose 1 lodo
1
8,41 d 3,67 d 4,74 b
Dose 2 lodo
1
6,97 d 2,79 d 4,18 bc
Dose 3 lodo
1
13,42 c 9,62 c 3,80 bc
Dose 4 lodo
1
18,50 b 16,34 b 2,16 cd
Dose 5 lodo
1
20,23 b 19,38 b 0,85 d
CV (%) 21,34 25,84 36,51
Médias seguidas da mesma letra não diferem estatisticamente pelo teste de Duncan ao nível de 5%.
1
Doses de lodo: 1 = 2,15; 2 = 4,31; 3 = 8,62; 4 = 12,93 e 5 = 17,24g Kg
-1
de solo.
FÓSFORO E POTÁSSIO
O teor de fósforo disponível no solo aumentou significativamente com a
aplicação do lodo anaeróbio da estação de tratamento de efluentes da parboilização
do arroz (Figura 6 e tabela 9). Esses resultados são decorrentes do elevado teor de
fósforo do lodo de parboilização do arroz (tabela 2). A partir da primeira dose do lodo
de parboilização os teores de fósforo foram superiores significativamente ao teor de
fósforo do tratamento com adubação química. A eficiência no suprimento de sforo
com a aplicação do lodo fica evidenciada, uma vez que apenas a primeira dose
deste resíduo elevou em 270% o teor de fósforo disponível no solo quando
comparado à testemunha. As aplicações de fósforo via lodo nos tratamentos 3, 4, 5,
6 e 7, corresponderam respectivamente, a 1,32; 2,64; 5,28; 7,91 e 10,56g vaso
-1
de
P. Desta forma, pode ser verificado que a primeira dose do lodo (tratamento 5)
30
apresentou teores de fósforo no solo cinco vezes superior a quantidade aplicada
deste elemento no tratamento NPK + calcário que conforme a exigência para a
cultura do milho e multiplicado por 3 foi de 0,71g vaso
-1
.
A alta concentração fósforo no solo está de acordo com trabalhos de
Queiroz & Koetz (1997), os quais avaliando teores deste elemento no lodo de
parboilização do arroz, verificaram teores de máximos e mínimos de 93,90mg L
-1
e
11,75mg L
-1
, respectivamente. O fósforo encontrado no resíduo é proveniente dos
resíduos da adubação, defensivos agrícolas e da hidrólise da fitina, substância
presente nas cascas dos grãos que, quando hidrolisada no encharcamento, libera
este nutriente como fosfato (FARIA, 2006).
y = 0,6072x
2
+ 23,19x + 5,4913
r
2
= 0,9982
0
100
200
300
400
500
600
0 5 10 15 20
Doses de lodo (g/Kg)
Teores de fósforo no solo (mg/Kg)
Figura 6. Variação dos teores de fósforo disponível no solo cultivado com milho
após a aplicação do lodo anaeróbio da estação de tratamento de
efluentes de parboilização de arroz.
Os teores de potássio disponíveis no solo também foram superiores
estatisticamente em relação à testemunha a partir da dose 1 do resíduo. A partir da
segunda dose do lodo os teores também foram significativamente superiores aos
obtidos com a adubação mineral na (tabela 9). A adição de doses crescentes de
lodo de parboilização proporcionou um aumento na disponibilidade de potássio ao
solo quando comparado à testemunha (figura 7). Oliveira (1995) observou a
necessidade de suplementação de potássio em solo tratado com lodo de esgoto
devido à carência deste elemento no resíduo. Neste estudo o lodo de parboilização
de arroz apresentou teores de potássio em torno de 16g Kg
-1
, valores que o
31
superiores aos encontrados no lodo de esgoto, os quais são em torno de 2g Kg
-1
.
Tabela 9. Teores de fósforo e potássio disponível no solo cultivado com milho após
a aplicação do lodo anaeróbio da estação de tratamento de efluentes de
parboilização de arroz.
Tratamentos Fósforo Potássio
-------------- mg Kg
-1
--------------
Testemunha 14,1 g 26,9 e
NPK 39,6 f 35,6 d
Dose 1 lodo
1
52,9 e 31,7 de
Dose 2 lodo
1
107,8 d 43,1 c
Dose 3 lodo
1
248,8 c 48,9 b
Dose 4 lodo
1
421,2 b 56,4 a
Dose 5 lodo
1
578,8 a 57,3 a
CV (%) 1,4 8,1
Médias seguidas da mesma letra não diferem estatisticamente pelo teste de Duncan ao nível de 5%.
1
Doses de lodo: 1 = 2,15; 2 = 4,31; 3 = 8,62; 4 = 12,93 e 5 = 17,24g Kg
-1
de solo.
y = -0,113x
2
+ 3,7447x + 26,393
r
2
= 0,9824
0
10
20
30
40
50
60
70
0 5 10 15 20
Doses de lodo (g/Kg)
Teores de potássio no solo (mg/Kg)
Figura 7. Variação dos teores de potássio disponível no solo cultivado com milho
após a aplicação do lodo anaeróbio da estação de tratamento de
efluentes de parboilização de arroz.
CARBONO ORGÂNICO DO SOLO
A aplicação de lodo anaeróbio da estação de tratamento de efluentes da
parboilização de arroz, provocou aumentos significativos no teor de carbono
orgânico do solo, quando comparados a testemunha + calcário e ao tratamento NPK
+ calcário (tabela 9). O aumento no teor de carbono orgânico é consequência do seu
acréscimo com a aplicação do lodo, uma vez que doses 1, 2, 3, 4 e 5 incorporaram
1,29; 2,58; 5,16; 7,74 e 10,32g Kg
-1
de carbono, respectivamente. Não foram
detectadas diferenças significativas entre as doses aplicadas do resíduo,
provavelmente devido à mineralização crescente do carbono aplicado ao solo via
32
lodo de parboilização. Trabalhos realizados por Carmo (2001) e Vaz & Gonçalves
(2002) mostraram que os efeitos de lodos como o de esgoto sobre o C orgânico dos
solos são temporários, pois a adição desse resíduo estimula a atividade microbiana,
a qual atua sobre frações orgânicas de fácil decomposição causando diminuição nos
teores de matéria orgânica, aumentando o teor de carbono e nitrogênio na
microbiota presente no solo. Segundo Bettiol & Fernandes (2004), em estudo
realizado com plantas de milho, com aplicação de doses crescentes de lodo de
esgoto, a aplicação desse resíduo também resultou em maior acúmulo de carbono
no solo.
Tabela 9. Teores de carbono orgânico no solo cultivado com milho após a aplicação
do lodo anaeróbio da estação de tratamento de efluentes de parboilização
de arroz.
Tratamentos Média
----- g Kg
-1
-----
Testemunha 6,4 d
NPK 7,4 c
Dose 1 lodo
1
10,1 b
Dose 2 lodo
1
11,1 a
Dose 3 lodo
1
11,2 a
Dose 4 lodo
1
11,2 a
Dose 5 lodo
1
11,3 a
CV (%) 3,6
Médias seguidas da mesma letra não diferem estatisticamente pelo teste de Duncan ao nível de 5%.
1
Doses de lodo: 1 = 2,15; 2 = 4,31; 3 = 8,62; 4 = 12,93 e 5 = 17,24g Kg
-1
de solo.
y = -0,0351x
2
+ 0,7974x + 7,4646
r
2
= 0,7791
0
2
4
6
8
10
12
14
0 5 10 15 20
Doses de lodo (g/Kg)
Teores de carbono orgânico no
solo (g/Kg)
Figura 8. Variação dos teores de carbono orgânico no solo em função da aplicação
do lodo anaeróbio da estação de tratamento de efluentes de parboilização
de arroz.
33
ABSORÇÃO DE MACRONUTRIENTES PELAS PLANTAS
As concentrações de nitrogênio nas plantas de milho somente foram
afetadas com a maior dose do lodo (17,24g Kg
-1
), cujos valores foram superiores aos
demais tratamentos (tabela 10 e Figura 9). Observou-se no decorrer do experimento
que o após a aplicação do lodo anaeróbio da estação de tratamento de efluentes de
parboilização de arroz não foi eficiente no suprimento de nitrogênio para as plantas.
Segundo o Manual de Adubação e Calagem (2004) o intervalo de suficiência para o
nitrogênio na matéria seca do milho, aos 30-45 dias após a emergência, é de 27 a
35g Kg
-1
, o que justifica a clorose observada nas pontas e margens das folhas mais
velhas, evidenciando que os teores absorvidos deste nutriente pela planta foram
abaixo dos teores exigidos para esta cultura em todos os tratamentos. Os teores de
nitrogênio no solo, para se tornarem disponíveis as plantas, dependem da taxa de
mineralização da matéria orgânica, porém como o N possui relativa estabilidade,
pode sofrer uma série de reações que levam sobretudo, à baixa eficiência de
utilização do N aplicado na forma de resíduo. Isso pode ser atribuído principalmente
à desnitrificação e à volatilização de amônia, além da provável a imobilização desse
nutriente pela microbiota do solo (COELHO et al., 1991), o que pode justificar a
baixa absorção de nitrogênio pelo milho.
y = 0,0259x
2
- 0,2898x + 9,0738
r
2
= 0,9258
0
2
4
6
8
10
12
14
0 5 10 15 20
Doses de lodo (g/Kg)
Teores de nitrogênio na parte aérea
(g/Kg)
Figura 9. Variação dos teores de nitrogênio absorvidos pelas folhas de milho após a
aplicação ao solo do lodo anaeróbio da estação de tratamento de
efluentes de parboilização de arroz ao solo.
34
Tabela 10. Concentração de nutrientes e quantidade acumulada na parte aérea do
milho após a aplicação no solo de lodo anaeróbio da estação de
tratamento de efluentes da parboilização de arroz.
Nitrogênio Fósforo Potássio Cálcio Magnésio
Concentração na parte aérea
--------------------g Kg
-1
--------------------
Tratamentos
Testemunha 9,39 b 4,23 g 21,09 d 12,63 a 3,51 d
NPK 9,65 b 6,99 e 15,33 e 7,68 b 4,41 a
Dose 1 lodo
1
8,16 c 6,52 f 8,27 g 4,83 c 4,26 b
Dose 2 lodo
1
8,09 c 13,22 d 12,35 f 4,13 c 3,94 c
Dose 3 lodo
1
9,04 bc 18,13 c 22,93 c 4,13 c 3,38 e
Dose 4 lodo
1
9,39 b 21,75 b 29,10 b 3,26 d 2,75 f
Dose 5 lodo
1
11,80 a 22,85 a 32,49 a 2,35 e 2,28 g
CV (%) 7,74 1,40 4,02 9,75 1,62
Quantidade acumulada na parte aérea
---------------------------mg vaso
-1
-----------------------------
Tratamentos
Testemunha 15,73 e 7,08 f 35,33 f 21,17 e 5,88 f
NPK 197,51 cd 143,04 e 313,76 d 157,07 a 90,33 b
Dose 1 lodo
1
174,99 d 139,74 e 177,32 e 103,45 b 91,19 b
Dose 2 lodo
1
192,12 cd 313,96 d 293,16 d 98,10 b 93,48 a
Dose 3 lodo
1
212,59 bc 431,91 c 546,18 c 98,09 b 80,49 c
Dose 4 lodo
1
231,76 b 536,85 b 718,29 b 80,54 c 67,84 d
Dose 5 lodo
1
289,75 a 561,06 a 797,78 a 57,77 d 56,02 e
CV(%) 9,29 2,43 4,51 8,82 2,14
Médias seguidas da mesma letra não diferem estatisticamente pelo teste de Duncan ao nível de 5%.
1
Doses de lodo: 1 = 2,15; 2 = 4,31; 3 = 8,62; 4 = 12,93 e 5 = 17,24g Kg
-1
de solo.
35
A concentração de fósforo e a quantidade acumulada pela parte aérea do
milho apresentaram diferença significativa entre todos os tratamentos (tabela 10).
Verifica-se que a partir da segunda dose do lodo esses parâmetros foram superiores
aos observados com o tratamento adubação NPK + calcário. A aplicação de doses
crescentes do resíduo também provocou um aumento significativo nos teores de
fósforo absorvidos pelas plantas quando comparado à testemunha + calcário como
observado na figura 10.
O elevado aporte de fósforo ao solo decorrente da alta concentração desse
elemento no lodo de parboilização justificou o aumento nos teores de fósforo nas
folhas de milho com a aplicação deste resíduo no presente trabalho. Nos
tratamentos com o lodo e também no tratamento NPK + calcário, detectou-se
valores de P na parte aérea acima da faixa de suficiência deste elemento exigida
pela cultura do milho, que é de 2 a 4g Kg
-1
de matéria seca Comissão de Química e
Fertilidade do Solo/NRS (2004).
y = -0,0672x
2
+ 2,2776x + 3,7325
r
2
= 0,986
0
5
10
15
20
25
0 5 10 15 20
Doses de lodo (g/Kg)
Teores de fósforo na parte aérea
(g/Kg)
Figura 10. Variação dos teores de fósforo absorvidos pelas folhas de milho após a
aplicação ao solo do lodo anaeróbio da estação de tratamento de
efluentes de parboilização de arroz.
As concentrações de potássio e os teores absorvidos pelas folhas de milho
apresentaram diferenças significativas entre todos os tratamentos (tabela 9). A partir
da 3ª dose aplicada de lodo os teores foram superiores ao tratamento testemunha +
calcário e a adubação NPK + calcário. Pela análise da figura 11 observa-se que a
aplicação do lodo de parboilização de arroz promoveu um acréscimo nos teores de
potássio absorvido pelo milho, quando comparadas à testemunha.
36
Apesar da pouca bibliografia sobre efeitos da aplicação do lodo de
parboilização do arroz no solo, Linden et al., (1983), observaram que a aplicação de
lodo de esgoto ao solo, implica na suplementação extra de K devido à baixa
concentração de potássio, em torno de 2g Kg
-1
, neste resíduo. Porém, o lodo de
parboilização de arroz, utilizado no presente estudo, apresentou teores de potássio
em torno de 16g Kg
-1
de resíduo, promovendo um aumento na disponibilidade de K,
como pode ser observado a partir da aplicação da dose 3 de lodo, cujos teores
encontram-se dentro do intervalo de suficiência deste elemento exigida pelo milho,
que é entre 17 a 35g Kg
-1
.
y = 0,0698x
2
- 0,0483x + 14,869
r
2
= 0,716
0
5
10
15
20
25
30
35
0 5 10 15 20
Doses de lodo (g/Kg)
Teores de potássio na parte
aérea (g/Kg)
Figura 11. Variação dos teores de potássio absorvidos pelas folhas de milho após a
aplicação ao solo do lodo anaeróbio da estação de tratamento de
efluentes de parboilização de arroz.
Os teores de cálcio na parte rea do milho em todos os tratamentos com
lodo anaeróbio de parboilização de arroz foram inferiores estatisticamente aos
tratamentos testemunha + calcário e adubação NPK + calcário (tabela 10). Esses
tratamentos, quando comparados à testemunha, apresentaram uma diminuição na
absorção de cálcio pelas folhas de milho (Figura 12). A maior concentração de Ca
no tratamento testemunha pode ser explicada pelo efeito de concentração deste
elemento em tratamentos em que a produção de matéria seca é menor (tabela 10).
O maior teor de magnésio na parte aérea do milho foi detectado com o tratamento
adubação NPK + calcário (tabela 10). Apenas as duas primeiras doses de lodo
aplicadas promoveram teores superiores aos do tratamento testemunha. A
semelhança do cálcio, a aplicação de lodo de parboilização de arroz provocou uma
diminuição na absorção de magnésio, em relação à testemunha (Figura 13).
37
Barbosa et al. (2002), em experimento com milho cultivado em solo tratado
com lodo de esgoto, verificaram que os teores de Ca e Mg trocáveis aumentaram,
em comparação com a análise inicial do solo. No entanto, no presente experimento,
verificou-se que com o aumento das doses de lodo de parboilização de arroz,
ocorreu uma diminuição nos teores absorvidos desses dois nutrientes. A partir disto,
deve-se considerar que o lodo utilizado nos tratamentos, além de ter altas
concentrações de cálcio e magnésio, possui uma considerável concentração de
potássio que pode inibir, competitivamente, a absorção de Ca e, principalmente, a
de Mg pelas raízes das plantas. Segundo Malavolta et al., (1997) a
absorção de
cátions pelas plantas não é um processo específico e depende principalmente da
concentração de íons catiônicos no meio nutritivo, e, em muitos casos, da
permeabilidade específica das membranas a um determinado tion. Dessa forma,
pode ocorrer competição não específica entre os cátions pelas cargas negativas da
célula. O potássio, que é absorvido rapidamente pela célula, seja por processo ativo
ou por difusão facilitada, compete fortemente na absorção de cátions, principalmente
o cálcio e o magnésio.
y = 0,0524x2 - 1,3043x +
10,152
r
2
= 0,717
0
2
4
6
8
10
12
14
0 5 10 15 20
Doses de lodo (g/Kg)
Teores de cálcio na parte aérea
(g/Kg)
Figura 12. Variação dos teores de lcio absorvidos pelas folhas de milho após a
aplicação ao solo do lodo anaeróbio da estação de tratamento de
efluentes de parboilização de arroz.
38
y = -0,0068x
2
+ 0,0181x + 3,8485
r
2
= 0,8635
0
1
2
3
4
5
0 5 10 15 20
Doses de lodo (g/Kg)
Teores de magnésio n a parte
aérea(g/Kg)
Figura 13. Variação dos teores de magnésio absorvidos pelas folhas de milho após
a aplicação ao solo do lodo anaeróbio da estação de tratamento de
efluentes de parboilização de arroz.
39
CONCLUSÕES
A aplicação no solo do lodo anaeróbio da estação de tratamento de
efluentes de parboilização de arroz aumentou o rendimento da matéria seca do
milho, sendo que 25% da dose recomendada para o suprimento de N na cultura,
foi suficiente para proporcionar rendimento superior ao tratamento NPK + calcário.
A aplicação do lodo ao solo aumentou os valores de pH, CE e os teores de
carbono orgânico, N, P, K e Na quando comparados aos tratamentos NPK + calcário
e testemunha + calcário.
A aplicação no solo do lodo anaeróbio da estação de tratamento de
efluentes de parboilização de arroz aumentou os teores de N, P e K e diminuiu os
teores de Ca e Mg, da parte aérea do milho, quando comparados ao tratamento
NPK + calcário e testemunha.
Os teores de N Mineral (NH
4
+
e NO
3
-
) diminuiram com a aplicação do lodo
anaeróbio em comparação ao tratamento NPK + calcário.
40
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43
3. ARTIGO 2: ALTERAÇÕES MICROBIOLÓGICAS DO SOLO DECORRENTES
DA ADIÇÃO DE LODO ANAERÓBIO DA ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE
EFLUENTES DE PARBOILIZAÇÃO DO ARROZ
44
ALTERAÇÕES MICROBIOLÓGICAS DO SOLO DECORRENTES DA
ADIÇÃO DE LODO ANAERÓBIO DA ESTAÇÃO DE TRATAMENTO
DE EFLUENTES DE PARBOILIZAÇÃO DO ARROZ
MICROBIOLOGICAL ALTERATIONS OF THE GROUND RESULTING
FROM THE ADDITION OF ANAEROBIC SLUDGE FROM THE
WASTERWATER TREATMENT OF RICE PARBOLIZATION
RESUMO
O cultivo do arroz, presente em todas as regiões brasileiras, destaca-
se na Região Sul sendo responsável por 60% da produção total deste cereal. A
parboilização do arroz é um tratamento hidrotérmico que cozinha parcialmente os
grãos ainda em casca, melhorando seu valor nutricional. Deste processo, resulta um
efluente rico em matéria orgânica e nutrientes, que pode ser utilizado como adubo
orgânico na agricultura. O objetivo deste trabalho foi avaliar as alterações
microbiológicas em um solo acrescido de lodo anaeróbio da estação de tratamento
de efluentes da parboilização de arroz. Foram realizados dois experimentos, o
primeiro em casa de vegetação, através do cultivo de milho em vasos, contendo um
“Argissolo vermelho amarelo” acrescido das seguintes doses de lodo anaeróbico de
parboilização de arroz: 2,15; 4,31; 8,62; 12,93 e 17,24g Kg
-1
. O segundo foi
desenvolvido em laboratório utilizando-se vasos respirométricos, com o mesmo solo
e tratamentos do experimento anterior. Como tratamentos controle foram utilizados:
solo sem adubação e solo acrescido de NPK + calcário. Os tratamentos foram
dispostos em um delineamento completamente casualizado com quatro repetições.
A atividade microbiana do solo, medida pela liberação de C-CO
2
, e a biomassa
microbiana, avaliada pelos teores de carbono e nitrogênio, aumentaram com as
doses de lodo e proporcionaram uma diminuição no quociente metabólico do solo. A
aplicação do lodo não alterou as relações COT/NT, CM/NM, CM/COT e NM/NT em
comparação ao tratamento NPK + calcário.
Palavras-chave: Arroz. Lodo de parboilização. Respiração basal. Biomassa
microbiana.
45
ABSTRACT
The rice culture is present in all the Brazilian areas and accentuated
in the south of Brazil, responsible for 60% of the total yield of this cereal. The
parbolization of rice is an hydrothermic treatment that cooks partially the grains still
improving its nutritional value. From this process, results an effluent rich in organic
matter and nutrients, that can be used as an organic fertilizer in the agriculture. The
purpose of this work was to evaluate the microbiological alterations in a soil fertilized
with anaerobic sludge from the wasterwater. Two experiments were realized. The
former in polyethylene greenhouse through the cultivation of corn in vases,
containing in a Ultissol plus the following doses of anaerobic sludge obtained from
the rice parbolization: 2,15; 4,31; 8,62; 12,93 and 17,24g Kg
-1
. The latter was
developed in the laboratory making use of respirometric vases with the same soil and
treatments of the previous experiment. As control treatments were disposed: soil
without fertilizer and ground plus NPK + lime. The treatments were disposed at
randon with four repetitions. The soil microbial activity, measured by the liberation of
C-CO
2
and the microbial biomass evaluated by the carbon and nitrogen contents,
increased with the doses of anaerobic sludge and proportionated a decrease in the
soil metabolic quotient. The applications of sludge did not alterate the relations the
total organic carbon/total organic nitrogen, MICROBIANO carbon/MICROBIANO
nitrogen, MICROBIANO carbon/total organic carbon and MICROBIANO nitrogen /
total organic nitrogen in relation to the treatment NPK + lime.
Key words: Rice. Sludge of parbolization; CO
2
release. Microbial biomass.
46
INTRODUÇÃO
Os microrganismos são sensíveis bioindicadores da qualidade do solo
refletindo o status ambiental e a condição de sustentabilidade do ecossistema. Os
microrganismos no solo decompõem a matéria orgânica, liberam nutrientes em
formas disponíveis às plantas e degradam substâncias tóxicas (KENNEDY &
DORAN, 2002). Além disso, formam associações simbióticas com as raízes das
plantas, atuam no controle biológico de patógenos, influenciam na solubilização de
minerais e contribuem para a estruturação e agregação do solo. Os microrganismos
possuem a capacidade de dar respostas rápidas a mudanças na qualidade do solo,
característica que não é observada nos indicadores químicos ou físicos. Em alguns
casos as alterações na biomassa e na atividade microbiana podem preceder
mudanças nas propriedades químicas e físicas, refletindo um claro sinal na melhoria
ou na degradação do solo.
A biomassa microbiana é definida como o componente vivo da matéria
orgânica do solo (JENKINSON & LADD, 1981) excluindo-se a macrofauna e as
raízes das plantas. Segundo os mesmos autores, a proporção de células
microbianas vivas contendo carbono (C-microbiano) geralmente compreende de 1 a
5% do carbono orgânico total (COT) enquanto que para o nitrogênio (N-microbiano)
compreende de 1 a 6% do nitrogênio total (NT). A biomassa microbiana controla
funções no solo, como a decomposição e o acúmulo de matéria orgânica e as
transformações envolvendo os nutrientes minerais. Conseqüentemente, os solos
que mantêm um alto conteúdo de biomassa microbiana são capazes não somente
de estocar, mas também de ciclar mais nutrientes no sistema (GREGORICH et al.,
1994). Isoladamente, a biomassa microbiana pouco reflete as alterações na
qualidade do solo (BROOKES, 1995), entretanto, a biomassa microbiana associada
ao conteúdo de matéria orgânica pode ser utilizada como índice para comparar a
qualidade do solo sob diferentes manejos.
A avaliação da respiração do solo, medida pela oxidação biológica da
matéria orgânica a CO
2
pelos microrganismos aeróbios, é a técnica mais freqüente
para quantificar a atividade microbiana. Pode ser determinada pela produção de CO
2
ou o consumo de O
2
em um ecossistema sendo positivamente relacionada com o
conteúdo de matéria orgânica e com a biomassa microbiana (ALEF, 1995). A
combinação das medidas da respiração do solo com a biomassa microbiana fornece
47
a quantidade de CO
2
evoluída por unidade de biomassa, denominada quociente
metabólico ou respiratório (qCO
2
). O qCO
2
indica a eficiência da biomassa
microbiana em utilizar o carbono disponível para biossíntese, sendo sensível
indicador para estimar a atividade biológica e a qualidade do substrato (SAVIOZZI et
al., 2002). Esta proposta está baseada na teoria de Odum (1969), segundo a qual a
relação (respiração total)/(biomassa total) diminui com o tempo ou com a sucessão
num ecossistema. À medida que determinada biomassa se torna mais eficiente na
utilização de recursos do ecossistema, menos carbono é perdido como CO
2
pela
respiração e maior proporção de carbono é incorporada aos tecidos microbianos.
As mudanças no sistema de manejo do solo que incluem a aplicação de
resíduos urbanos e industriais têm proporcionado alterações nas propriedades
biológicas do solo. Araújo e Monteiro (2006) relatam que a aplicação de lodo de
indústria têxtil não compostado causou efeitos negativos na biomassa microbiana do
solo. o mesmo lodo compostado teve efeitos positivos na biomassa, atividade
microbiana e no número de bactérias, melhorando a capacidade de reciclagem do
carbono. Cardoso & Fortes Neto (2000) avaliaram a efeito do uso de lodo de esgoto
sobre a microbiota do solo e constataram aumentos na respiração basal (liberação
de CO
2
) e no quociente metabólico do solo enquanto que a biomassa microbiana
permaneceu inalterada. A medição do carbono liberado pela atividade microbiana do
solo, denominada respiração basal, tem sido empregada na avaliação da
mineralização dos compostos orgânicos (BROOKES, 1995). Dessa forma, o estudo
da mineralização da carga orgânica de resíduos, depois da aplicação no solo, pode
nortear a definição da dose a ser aplicada a campo, que não prejudique a atividade
microbiana no solo.
A aplicação de lodos urbanos ou industriais ao solo pode provocar
alterações na estrutura e no funcionamento do agroecossistema, sendo a
comunidade microbiana um dos componentes mais sensíveis para utilização como
indicadora da qualidade dos solos (DICK, 1994; GILLER et al., 1998). A aplicação
desses materiais pode tanto estimular a atividade microbiana do solo, devido ao
aumento de carbono e nutrientes disponíveis, como inibir, devido à presença de
metais pesados e outros poluentes (PONTES, 2002). Portanto, o comportamento da
população microbiana depende da qualidade e da quantidade dos resíduos que
estão sendo adicionados ao solo.
Estudos sobre o uso agrícola de lodos industriais, como o de parboilização
48
do arroz, são indispensáveis para o conhecimento sobre as alterações nas
comunidades e nas atividades microbianas do solo. Nesse sentido o presente
trabalho teve como objetivos avaliar as alterações microbiológicas no solo
decorrentes da adição de lodo anaeróbio da estação de tratamento de efluentes da
parboilização do arroz.
49
MATERIAL E MÉTODOS
No presente estudo foi utilizado a camada de 0-20 cm de um Argissolo
vermelho amarelo PAD (EMBRAPA, 1999) coletado na Estação Experimental da
Palma da UFPel. A caracterização do solo (tabela 1) foi efetuada segundo a
metodologia descrita por Tedesco et al. (1995).
Tabela 1. Características físico-químicas do solo.
Parâmetro Concentração Parâmetro Concentração
Argila (g Kg
-1
) 230 Sódio (mg dm
-3
) 11
pH 4,7 Alumínio (cmol
c
dm
-3
) 1,8
pH SMP 6,2 CTC pH 7 (cmol
c
dm
-3
) 4,6
Carbono orgânico (g Kg
-1
) 7,0 Ca/Mg 1,5
Fósforo (mg Kg
-1
) 3,7 Ca/K 7,8
Potássio (mg Kg
-1
) 30 Mg/K 5,2
Cálcio (cmol
c
dm
-3
) 0,6 H + Al (cmol
c
dm
-3
) 3,5
Magnésio (cmol
c
dm
-3
) 0,4 Saturação Bases (%) 23
O lodo anaeróbio foi coletado na indústria de beneficiamento de arroz
Nelson Wendt, localizada na Avenida Leopoldo Bröd, 101 Bairro Três Vendas, no
município de Pelotas/RS. As características físico-químicas do lodo, segundo
metodologia descrita por Tedesco, et al., (1995), encontram-se na tabela 2.
Tabela 2. Características físico-químicas do lodo de parboilização do arroz.
Parâmetro Concentração
Umidade (g Kg
-1
) 952
pH (H
2
O) 8,5
Carbono orgânico (g Kg
-1
) 157,5
Poder de Neutralização (%) 7,0
Nitrogênio (g Kg
-1
) 31,4
Fósforo (g Kg
-1
) 42,4
Potássio (g Kg
-1
) 16,0
Cobre (mg Kg
-1
) 84
Zinco (g Kg
-1
) 1,7
Manganês (g Kg
-1
) 31,0
Relação C/N 6,7/1
O primeiro experimento foi conduzido utilizando-se, como unidades
experimentais, vasos plásticos com capacidade para 4Kg de solo. Foram aplicados
os seguintes tratamentos: 1- testemunha (solo); 2- NPK + calcário; 3- lodo de
parboilização (dose 1) + calcário; 4- lodo de parboilização (dose 2) + calcário; 5- lodo
de parboilização (dose 3) + calcário; 6- lodo de parboilização (dose 4) + calcário; 7-
lodo de parboilização (dose 5) + calcário.
50
As doses de NPK e calcário foram determinadas de acordo com a análise do
solo, utilizando-se a recomendação da Comissão de Química e Fertilidade do
Solo/NRS (2004) para a cultura do milho. Utilizou-se como fonte de NPK a uréia, o
superfosfato triplo e o cloreto de potássio respectivamente, aplicando-se no
momento da implantação do experimento, três vezes a dose recomendada. O
calcário foi aplicado em forma de CaCO
3
+ MgCO
3
(2:1) juntamente com os demais
insumos e resíduos. A quantidade de lodo incorporada para a dose 3 (32,76 g Kg
-1
)
foi obtida após análise do teor de N deste material, sendo determinada a quantidade
necessária para suprir a exigência de N da cultura do milho, conforme a Comissão
de Química e Fertilidade do Solo/NRS (2004). As demais doses (1, 2, 4 e 5) foram
equivalentes a 25, 50, 150 e 200% da dose 3 e corresponderam a 2,15; 4,31; 12,93
e 17,24g Kg
-1
, respectivamente (tabela 3). O experimento foi disposto em um
delineamento completamente casualizado com quatro repetições, num total de 28
unidades.
Tabela 3. Tratamentos aplicados na realização do experimento.
N
1
P
2
K
3
Calcário
4
Lodo anaeróbio
Tratamentos g vaso
-1
Testemunha 0 - - 4,5 -
NPK 0,51 0,714 0,399 4,5 -
Dose 1 lodo - - - 4,5 8,19
Dose 2 lodo - - - 4,5 16,38
Dose 3 lodo - - - 4,5 32,76
Dose 4 Lodo - - - 4,5 49,14
Dose 5 lodo - - - 4,5 65,52
1,2,3,4
Uréia, Superfosfato triplo (P
2
O
5
) , cloreto de potássio (KCl) e CaCO
3
+ MgO.
Após a coleta, destorroamento e peneiragem (4mm), as amostras de solo
foram colocadas em geladeira com temperatura aproximada de 4 °C para análises
microbiológicas. Os teores de carbono e de nitrogênio da biomassa microbiana
foram determinados com base no método descrito por Vance et al. (1987).
Entretanto, para eliminação dos microrganismos, substituiu-se a fumigação com
51
clorofórmio pela irradiação em forno de microondas a 2.450 MHz, durante quatro
minutos. As relações CBM/COT e NBM/NT foram obtidas pelas razões entre o
carbono da biomassa microbiana e o carbono orgânico total do solo e entre o
nitrogênio da biomassa microbiana e nitrogênio total do solo.
O segundo experimento foi desenvolvido em laboratório. Amostras de 100 g
de solo acrescidas dos mesmos tratamentos do experimento anterior foram
acondicionadas em vasos respirométricos, para a análise da respiração basal (RB).
A respiração foi avaliada durante um período de incubação de 59 dias, efetuando-se
a determinação do C-CO
2
liberado, de dez em dez dias, através da captação em
solução de NaOH 1 M conforme a metodologia de Stotzky (1965). A quantidade de
CO
2
liberada em cada tratamento e período de avaliação foi calculada conforme a
equação 1, e expressos expressos em mg C-CO
2
100 g
-1
.
RB = (VPB-VA) x M ácido x Eq. C-CO
2
(1)
Sendo: VPB = volume de HCl gasto na prova em branco; VA = Volume de
HCl gasto na amostra; M ácido = concentração do HCl; Eq. C-CO
2
= Equivalente
grama do C-CO
2
.
A taxa de respiração por unidade de biomassa ou quociente metabólico
(qCO
2
), foi obtida pela relação entre a taxa de respiração basal, que consiste na
medida da produção de CO
2
, resultante da atividade metabólica do solo, e biomassa
microbiana (ANDERSON & DOMSCH, 1990).
Os dados obtidos nos dois experimentos foram submetidos à análise de
variância, teste de médias teste de Duncan a 5% de probabilidade e análise de
regressão polinomial utilizando o programa estatístico Winstat (MACHADO, 2001).
52
RESULTADOS E DISCUSSÃO
BIOMASSA MICROBIANA (CARBONO E NITROGÊNIO)
A aplicação do lodo anaeróbio da estação de tratamento de efluentes da
parboilização do arroz, provocou, em média, um aumento significativo nos valores
de carbono microbiano do solo, quando comparadas ao tratamento testemunha +
calcário (tabela 4 e Figura 1). Os maiores teores de carbono microbiano foram
observados com a aplicação das doses 4 e 5 do lodo de parboilização de arroz. Não
foram observados diferenças entre os teores de carbono microbiano dos tratamentos
NPK + calcário e testemunha + calcário.
Os teores de nitrogênio microbiano do solo aumentaram significativamente
com as doses de lodo anaeróbio da parboilização de arroz (tabela 4 e Figura 2),
quando comparados ao tratamento testemunha + calcário e a adubação NPK +
calcário, porém não foi observada diferença estatística entre os tratamentos com
doses do resíduo. Os teores de nitrogênio total e nitrogênio microbiano do solo
apresentaram uma correlação linear simples com r = 0,82 (P<0,01).
O aumento nos teores de carbono microbiano com a adição do lodo
anaeróbio da parboilização de arroz, provavelmente ocorreu devido ao aumento do
carbono orgânico no solo, provocado pela adição do resíduo. As doses 1, 2, 3, 4 e 5
do lodo incorporaram ao solo 1,29; 2,58; 5,16; 7,74 e 10,32g Kg
-1
de carbono,
respectivamente. A correlação linear simples entre os valores de carbono orgânico e
carbono microbiano apresentou um r = 0,86, (P<0,01). Vaz & Gonçalves (2002)
mostraram que a adição de lodo de parboilização de arroz estimula a atividade
microbiana, a qual atua sobre frações orgânicas de fácil decomposição causando
diminuição no carbono orgânico adicionado, aumentando o teor de carbono e
nitrogênio na microbiota presente no solo.
53
Tabela 4. Teores de carbono e nitrogênio microbiano no solo após a aplicação de
lodo anaeróbio da estação de tratamento de efluentes da parboilização
do arroz.
Tratamentos
Carbono microbiano Nitrogênio microbiano
---------------- mg Kg
-1
-----------------
Testemunha 137,7 c 12,2 d
NPK 142,6 c 19,4 c
Dose 1 lodo
1
160,4 b 27,6 b
Dose 2 lodo
1
165,4 b 28,4 b
Dose 3 lodo
1
162,9 b 29,2 b
Dose 4 lodo
1
180,7 a 30,0 b
Dose 5 lodo
1
183,3 a 34,0 a
CV (%) 3,2 9,6
Médias seguidas da mesma letra não diferem estatisticamente pelo teste de Duncan ao nível de 5%.
1
Doses de lodo: 1 = 2,15; 2 = 4,31; 3 = 8,62; 4 = 12,93 e 5 = 17,24g Kg
-1
de solo.
y = -0,1086x
2
+ 4,0791x + 144,47
r
2
= 0,8433
0
40
80
120
160
200
0 5 10 15 20
Doses de lodo (g/Kg)
Teores de Carbono microbiano no
solo (mg/Kg)
Figura 1. Análise de regressão dos teores de carbono
microbiano no solo após a aplicação lodo
anaeróbio da estação de tratamento de efluentes
da parboilização do arroz.
54
y = -0,088x
2
+ 2,3729x + 17,214
r
2
= 0,7117
0
5
10
15
20
25
30
35
40
0 5 10 15 20
Doses de lodo (g/Kg)
Teores de nitrogênio microbiano no
solo (mg/Kg)
Figura 2. Variação dos teores nitrogênio microbiano no solo em
função da aplicação de lodo anaeróbio da estação de
tratamento de efluentes da parboilização do arroz
ATIVIDADE MICROBIANA
A atividade microbiana (liberação de CO
2
) aumentou com o aumento das
doses de lodo anaeróbio da estação de tratamento de efluentes da parboilização do
arroz, atingindo o maior valor com a aplicação máxima do lodo (Figura 3). A
aplicação do lodo anaeróbio também conferiu uma atividade microbiana superior a
observada nos tratamentos NPK + calcário e Testemunha (Tabela 5).
y = 0,8835x + 41,147
r
2
= 0,9074
0
10
20
30
40
50
60
70
0 5 10 15 20
Doses de lodo (g/Kg)
Liberação C-CO2/100g solo
Figura 3. Liberação acumulada de CO
2
em solo acrescido de
lodo anaeróbio da estação de tratamento de efluentes
da parboilização do arroz, durante 50 dias de
incubação.
55
Tabela 5. Liberação acumulada de carbono (CO
2
) do solo durante 50 dias de
incubação após a aplicação lodo anaeróbio da estação de tratamento de
efluentes da parboilização do arroz.
Tratamentos
Adicionado Liberação Biodegradação
2
mg C 100 g
-1
solo mg C-CO
2
100 g
-1
solo %
Testemunha
0 39,06 e 0
NPK
0 40,86 e 0
Dose 1 lodo
1
34 45,06 d 26,74
Dose 2 lodo
1
67,86 46,56 cd 16,75
Dose 3 lodo
1
135,73 48,06 bc 10,05
Dose 4 lodo
1
203,74 50,46 b 8,48
Dose 5 lodo
1
271,60 57,66 a 10,38
CV (%)
- 3,87 -
Médias seguidas da mesma letra não diferem estatisticamente pelo teste de Duncan ao nível de 5%.
1
Doses de lodo: 1 = 2,15; 2 = 4,31; 3 = 8,62; 4 = 12,93 e 5 = 17,24g Kg
-1
de solo.
2
(Carbono biodegradado total – Carbono testemunha)/Carbono adicionado *100)
O aumento da atividade microbiana com a aplicação do lodo anaeróbio da
estação de tratamento de efluentes da parboilização de arroz é também decorrente
da maior disponibilidade de carbono orgânico para a microbiota do solo, quando
comparado à testemunha. Constatou-se uma correlação linear simples entre os
valores de carbono orgânico e a liberação de CO
2
com r = 0,78 (P,0,01). A atividade
microbiana foi mais expressiva nos primeiros 10 dias de incubação ocorrendo, após,
um decréscimo na liberação de C-CO
2
, provavelmente devido à diminuição do
carbono prontamente oxidável.
Resultados semelhantes foram relatados por Konrad et al. (2000) e
Passianoto et al. (2001), os quais verificaram um acréscimo na produção de CO
2
com o aumento das doses de resíduos de curtume aplicados ao solo, não ocorrendo
em nenhuma das doses inibição do processo respiratório, mesmo com a dose mais
elevada deste resíduo. Observou-se que a biodegradação do carbono incorporado
nas doses do lodo diminuiu com o aumento das doses do resíduo (tabela 5). Esses
resultados diferem dos encontrados por Konrad (2000) em análise da biodegradação
de lodo do caleiro de curtume aplicado ao solo.
QUOCIENTE METABÓLICO (qCO
2
)
De um modo geral, a aplicação do lodo de parboilização do arroz determinou
valores de qCO2 significativamente mais baixos que os obtidos nos tratamentos
NPK + calcário e testemunha (tabela 6).
56
Tabela 6. Quociente metabólico do solo após 59 dias de incubação com a aplicação
de lodo anaeróbio da estação de tratamento de efluentes da parboilização
de arroz.
Parâmetro Quociente metabólico
qCO
2
x 10
-3
Testemunha 2,33 b
NPK 3,08 a
Dose 1 lodo
1
2,04 c
Dose 2 lodo
1
2,05 c
Dose 3 lodo
1
2,09 c
Dose 4 lodo
1
2,09 c
Dose 5 lodo
1
2,34 b
CV (%) 4,33
Médias seguidas da mesma letra não diferem estatisticamente pelo teste de Duncan ao nível de 5%.
1
Doses de lodo: 1 = 2,15; 2 = 4,31; 3 = 8,62; 4 = 12,93 e 5 = 17,24g Kg
-1
de solo.
Com exceção da dose máxima, as demais doses do lodo conferiram ao solo
os menores valores de qCO
2
, não havendo diferença significativa entre si. O menor
qCO
2
nesses tratamentos indica que menos carbono foi perdido como CO
2
pela
respiração e uma maior porção de carbono foi incorporada aos tecidos microbianos
como resultado da ação de uma biomassa “eficiente” atuando sobre o resíduo
orgânico adicionado ao solo. O tratamento adubação NPK + calcário, seguido do
tratamento testemunha + calcário apresentaram os maiores valores de qCO
2
,
revelando uma baixa eficiência da população microbiana nos tratamentos em que
não houve aporte de material orgânico. Segundo Sakamoto (1994) um baixo
quociente metabólico indica economia na utilização de energia e a eficiência da
biomassa microbiana em utilizar o carbono disponível para biossíntese e,
supostamente, reflete um ambiente mais estável ou mais próximo do ambiente de
equilíbrio. Valores elevados são indicativos de ecossistemas submetidos a alguma
condição de estresse.
RELAÇÕES QUÍMICAS E MICROBIOLÓGICAS
Os valores da relação COT/NT nos tratamentos com aplicação de lodo
anaeróbio da estação de tratamento de efluentes da parboilização de arroz foram
significativamente superiores aos valores do tratamento testemunha + calcário
(tabela 7). Com o aumento das doses de lodo, a relação COT/NT apresentou um
declínio em decorrência do aumento nos teores de nitrogênio total com o
crescimento das doses (tabela 7).
57
Os valores da relação CM/NM não diferiram estatísticamente entre as doses
do lodo e o tratamento com adubação NPK + calcário, porém todas as doses do
resíduo apresentaram valores significativamente inferiores ao tratamento
testemunha + calcário (tabela 7). Observou-se uma diminuição na relação CM/NM
com o aumento das doses do resíduo, possivelmente devido ao fato de que o
aumento nos teores de carbono microbiano foi superior ao aumento nos teores de
nitrogênio microbiano do solo, fazendo com que a relação CM/NM diminuísse com
as doses do resíduo.
Nos tratamentos com o lodo de parboilização do arroz a relação CM/COT
apresentou valores significativamente inferiores aos tratamentos testemunha +
calcário e adubação NPK + calcário, não havendo diferença significativa entre as
doses do resíduo. Em termos médios a diminuição nesses tratamentos foi de 28 e
18% quando comparado aos tratamentos testemunha + calcário e NPK + calcário.
Com o aumento das doses do resíduo ocorreu uma diminuição na relação CM/COT,
não havendo diferença significativa entre as doses. A relação NM/NT apresentou um
aumento signficativo nos tratamentos com lodo quando comparado a testemunha +
calcário, porém entre as doses do resíduo ocorreu diferença estatística. As relações
CM/COT e NM/NT expressam índices da qualidade nutricional da matéria orgânica.
Para solos com matéria orgânica de baixa qualidade nutricional, a biomassa
microbiana encontra-se sob condições de estresse, diminuindo a capacidade de
utilizar o N e o C orgânico, com isso as relações CM/COT e NM/NT diminuem.
Porém, a biomassa microbiana poderá aumentar rapidamente, caso ocorra adição
de matéria orgânica de boa qualidade nutricional, mesmo que os teores de carbono
orgânico permaneçam inalterados (GAMA-RODRIGUES, 1999).
58
Tabela 7. Relações COT/NT, CM/NM, CM/COT e NM/NT em solo acrescido de lodo
anaeróbio da estação de tratamento de efluentes da parboilização de
arroz.
Tratamentos COT CM/NM
---------------- mg Kg
-1
-----------------
Testemunha 9,9 e 11,9 a
NPK 10,7 d 7,4 b
Dose 1 lodo
1
13,4 b 5,8 bc
Dose 2 lodo
1
14,6 a 5,9 bc
Dose 3 lodo
1
13,4 b 5,6 bc
Dose 4 lodo
1
12,6 c 6,1 bc
Dose 5 lodo
1
10,9 d 5,4 c
CV (%) 4,2 17,8
CM/COT NM/NT
---------------- % -----------------
Testemunha 2,2 a 1,9 c
NPK 1,9 b 2,8 b
Dose 1 lodo
1
1,6 cd 3,7 a
Dose 2 lodo
1
1,5 cd 3,7 a
Dose 3 lodo
1
1,5 d 3,5 a
Dose 4 lodo
1
1,6 cd 3,4 a
Dose 5 lodo
1
1,6 c 3,3 ab
CV (%) 6,0 10,5
Médias seguidas da mesma letra não diferem estatisticamente pelo teste de Duncan ao nível de 5%.
1
Doses de lodo: 1 = 2,15; 2 = 4,31; 3 = 8,62; 4 = 12,93 e 5 = 17,24g Kg
-1
de solo.
59
CONCLUSÕES
A atividade microbiana do solo, medida pela liberação de C-CO
2
, e a
biomassa microbiana, avaliada pelos teores de carbono e nitrogênio, aumentaram
com as doses de lodo anaeróbio da estação de tratamento de efluentes da
parboilização do arroz e proporcionaram uma diminuição no quociente metabólico do
solo.
A aplicação do lodo anaeróbio não alterou as relações COT/NT, CM/NM,
CM/COT e NM/NT em comparação ao tratamento NPK + calcário.
60
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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BROOKES, D. C. The use of microbial parameters in monitoring soil pollution by
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4. CONCLUSÕES GERAIS
A aplicação de lodo de parboilização do arroz aumentou o rendimento de
matéria seca do milho, os valores de pH, CE, carbono orgânico, N, P, K e Na do
solo, e os teores de N, P e K na parte aérea do milho, quando comparados aos
tratamentos NPK + calcário e testemunha.
A respiração basal e a biomassa microbiana aumentaram com as doses de lodo
e proporcionaram uma diminuição no quociente metabólico do solo, indicando um
ambiente mais estável e propício para uma atividade microbiana eficiente.
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absorção de nutrientes. Revista Brasileira de Ciência do Solo, 26:747-758, 2002.
67
6. APÊNDICES
69
Apêndice 1. Resultados obtidos no experimento crescimento do milho e alterações químicas do solo decorrentes
da adição de lodo de parboilização de arroz para os caracteres peso de matéria seca (PMS) em g,
concentração e quantidade acumulada dos nutrientes cálcio (Ca), magnésio (Mg), nitrogênio (N),
fósforo (P) e potássio (K) na parte aérea do milho.
Tratamentos PMS
Ca (g Kg
-1
)
Ca (mg/vaso)
Mg (g Kg
-1
)
Mg(mg/vaso)
N(g Kg
-1
)
N(mg/vaso)
P(g Kg
-1
)
P(mg/vaso)
K(g Kg
-1
)
K(mg/vaso)
T1A 1,65 11,56 19,07 3,42 5,65 9,30 15,35 4,66 7,69 21,44 35,37
T1B 1,68 13,87 23,30 3,47 5,83 9,39 15,77 4,17 7,01 22,25 37,38
T1C 1,69 12,55 21,21 3,72 6,29 9,39 15,87 4,01 6,77 20,62 34,85
T1D 1,68 12,55 21,08 3,42 5,75 9,48 15,92 4,09 6,87 20,08 33,73
T2A 20,37 7,43 151,37 4,42 90,12 9,48 193,04 7,03 143,22 14,65 298,47
T2B 20,21 8,09 163,53 4,40 89,01 9,83 198,61 6,95 140,45 15,19 307,09
T2C 20,52 8,09 166,03 4,42 90,79 9,48 194,46 6,95 142,60 15,74 322,93
T2D 20,75 7,10 147,34 4,40 91,39 9,83 203,92 7,03 145,90 15,74 326,55
T3A 21,41 5,28 113,13 4,27 91,33 8,60 184,10 6,38 136,53 8,41 180,09
T3B 21,1 4,95 104,53 4,25 89,59 6,84 144,41 6,38 134,56 8,14 171,76
T3C 21,3 4,62 98,48 4,27 90,86 8,60 183,16 6,62 141,06 8,41 179,16
T3D 21,9 4,46 97,64 4,25 92,98 8,60 188,32 6,70 146,82 8,14 178,27
T4A 23,08 3,80 87,66 3,95 91,12 8,16 188,34 13,00 300,03 11,94 275,55
T4B 24,15 4,46 107,67 3,93 94,87 8,07 194,95 13,49 325,78 13,30 321,09
T4C 23,62 3,96 93,61 3,95 93,26 8,16 192,75 13,33 314,77 12,48 294,81
T4D 24,1 4,29 103,47 3,93 94,67 7,98 192,43 13,08 315,25 11,67 281,19
T5A 24,8 3,30 81,90 3,39 84,14 7,72 181,61 17,90 444,04 22,25 551,79
T5B 23,52 4,46 104,86 3,37 79,33 9,48 222,89 17,90 421,12 24,15 567,98
T5C 23,33 4,46 104,02 3,39 79,15 7,72 180,14 18,31 427,26 21,71 506,42
T5D 23,66 4,29 101,58 3,35 79,33 11,23 265,73 18,40 435,23 23,61 558,53
T6A 24,87 3,47 86,24 2,78 69,08 9,21 229,13 21,67 538,82 28,76 715,30
T6B 24,57 2,97 73,71 2,72 67,41 9,39 232,84 21,83 541,36 28,22 699,83
T6C 24,53 3,14 75,71 2,72 65,59 9,39 226,55 21,67 522,79 29,58 713,66
T6D 24,24 3,47 86,49 2,78 69,27 9,56 238,53 21,83 544,42 29,85 744,39
T7A 24,87 2,48 61,60 2,28 56,74 11,76 292,42 22,89 569,32 31,75 789,53
T7B 24,8 1,98 48,69 2,26 55,57 11,76 288,89 22,81 560,45 33,92 833,34
T7C 24,13 2,48 60,76 2,30 56,45 11,85 290,57 22,89 561,54 32,56 798,71
T7D 24,94 2,48 60,04 2,28 55,31 11,85 287,14 22,81 552,92 31,75 769,53
70
Apêndice 2. Resultados obtidos no experimento crescimento do milho e alterações
químicas do solo decorrentes da adição de lodo de parboilização de arroz para os
caracteres condutividade elétrica, pH, sódio (Na), potássio (K), fósforo (P), nitrogênio
total do solo (NOT) e carbono orgânico total do solo (COT) do solo.
Tratamentos
CE
(mS/cm)
pH
Na
(mg Kg
-1
)
K
(mg Kg
-1
)
P
(mg Kg
-1
)
NOT
(g Kg
-1
)
COT
(g Kg
-1
)
T1A 0,12 5,86 11,46 25,91 14 0,66 6,10
T1B 0,10 5,86 12,42 27,21 14 0,64 6,93
T1C 0,15 6,04 12,42 27,21 14 0,63 5,90
T1D 0,12 5,97 12,42 27,21 14,5 0,63 6,52
T2A 0,10 6,07 12,42 32,39 40 0,69 7,55
T2B 0,16 6,06 13,37 36,28 40 0,70 7,34
T2C 0,15 5,89 13,37 36,28 38,5 0,69 7,55
T2D 0,14 5,83 13,37 37,57 40 0,70 7,34
T3A 0,08 6,59 21,01 28,51 50 0,74 11,05
T3B 0,09 6,50 22,92 31,10 55 0,74 9,20
T3C 0,08 6,62 21,97 29,80 50 0,76 10,02
T3D 0,08 6,49 20,24 37,57 56,5 0,76 10,02
T4A 0,09 6,58 33,12 41,46 107 0,76 11,05
T4B 0,09 6,56 30,36 47,94 108,5 0,77 11,26
T4C 0,08 6,64 32,20 41,46 108,5 0,76 11,05
T4D 0,09 6,66 28,52 41,46 107 0,77 11,05
T5A 0,14 6,74 54,28 51,83 250 0,84 11,26
T5B 0,14 6,73 53,36 47,94 248 0,83 11,05
T5C 0,14 6,74 47,84 50,53 247 0,84 11,05
T5D 0,14 6,72 51,52 45,35 250 0,83 11,26
T6A 0,18 6,80 64,40 51,83 420 0,90 11,47
T6B 0,18 6,76 62,56 58,31 417,5 0,87 11,05
T6C 0,17 6,81 59,80 62,19 420 0,90 11,26
T6D 0,17 6,89 63,48 53,12 427,5 0,90 11,05
T7A 0,25 7,37 70,84 59,60 575 1,04 11,05
T7B 0,21 7,23 57,04 59,60 580 1,04 11,26
T7C 0,21 7,13 56,12 50,53 585 1,04 11,47
T7D 0,24 7,04 57,04 59,60 575 1,04 11,26
71
Apêndice 3. Resultados obtidos no experimento alterações microbiológicas do solo
decorrentes da adição de lodo de parboilização do arroz para os caracteres carbono
microbiano (CM), nitrogênio microbiano (NM), amônio (NH
4
+
) e nitrato (NO
3
-
) do solo.
Tratamentos
CM
(mg Kg
-1
)
NM
(mg Kg
-1
)
NH
4
+
(mg Kg
-1
)
NO
3
-
(mg Kg
-1
)
T1A 132,85 16,20 4,61 0,46
T1B 132,24 9,72 3,69 0,46
T1C 142,73 12,96 3,69 0,46
T1D 142,73 9,72 1,84 0,90
T2A 152,73 19,44 24,74 12,37
T2B 142,55 19,44 25,69 4,76
T2C 142,55 22,69 25,21 10,47
T2D 132,36 16,20 27,59 10,47
T3A 162,91 25,93 1,89 5,68
T3B 162,91 29,17 5,68 4,74
T3C 152,73 29,17 1,42 4,74
T3D 162,91 25,93 5,68 3,79
T4A 162,91 29,17 1,86 3,72
T4B 173,09 25,93 2,79 3,72
T4C 162,91 32,41 3,72 4,65
T4D 162,91 25,93 2,79 4,65
T5A 162,91 29,17 4,75 3,80
T5B 162,91 29,17 11,4 2,85
T5C 162,91 29,17 10,92 3,80
T5D 162,91 29,17 11,4 4,75
T6A 183,27 25,93 20,19 2,88
T6B 173,09 29,17 6,73 1,92
T6C 183,27 32,41 19,23 1,92
T6D 183,27 32,41 19,23 1,92
T7A 183,27 32,41 17,44 0,97
T7B 183,27 35,65 20,35 0,48
T7C 183,27 32,41 20,35 0,97
T7D 183,27 35,65 19,38 0,97
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