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ANTECIPAÇÃO DA PRODUÇÃO DO
CAFEEIRO (Coffea arabica L.) COM
UTILIZAÇÃO DE DIFERENTES TIPOS DE
MUDAS
DANIELLE PEREIRA BALIZA
2009
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DANIELLE PEREIRA BALIZA
ANTECIPAÇÃO DA PRODUÇÃO DO CAFEEIRO (Coffea arabica
L.) COM UTILIZAÇÃO DE DIFERENTES TIPOS DE MUDAS
Dissertação apresentada à Universidade Federal de
Lavras como parte das exigências do Programa de
Pós-Graduação em Agronomia, área de
concentração Fitotecnia, para a obtenção do título
de “Mestre”.
Orientador
Prof. Dr. Rubens José Guimarães
LAVRAS
MINAS GERAIS – BRASIL
2009
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Baliza, Danielle Pereira.
Antecipação da produção do cafeeiro (Coffea arabica L.) com
utilização de diferentes tipos de mudas / Danielle Pereira Baliza. –
Lavras : UFLA, 2009.
51 p.
Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal de Lavras, 2009.
Orientador: Rubens José Guimarães.
Bibliografia.
1. Coffea arabica L. 2. Mudas. 3. Produção. I. Universidade
Federal de Lavras. II. Título.
CDD – 633.7335
Ficha Catalográfica Preparada pela Divisão de Processos Técnicos da
Biblioteca Central da UFLA
DANIELLE PEREIRA BALIZA
ANTECIPAÇÃO DA PRODUÇÃO DO CAFEEIRO (Coffea arabica
L.) COM UTILIZAÇÃO DE DIFERENTES TIPOS DE MUDAS
Dissertação apresentada à Universidade Federal de
Lavras como parte das exigências do Programa de
Pós-Graduação em Agronomia, área de
concentração Fitotecnia, para a obtenção do título
de “Mestre”.
APROVADA em 17 de fevereiro de 2009
Pesq. Dr. César Elias Botelho EPAMIG
Pesq. Dr. Gladyston Rodrigues Carvalho EPAMIG
Prof. Dr. Rubens José Guimarães
UFLA
(Orientador)
LAVRAS
MINAS GERAIS – BRASIL
A Deus, pela vida e por ter-me dado força e coragem para a realização deste
trabalho,
A meus pais,
Lincoln Ribeiro Balisa e Marli Helena Freire Balisa,
meus exemplos de vida e de dedicação,
DEDICO.
As minhas irmãs Michelle e
Lívia, aos meus avós,
Joaquim (in memória) e
Nilza, que sempre foram meu
estímulo e ao meu noivo
Rodrigo, pelo amor,
compreensão e
companheirismo.
OFEREÇO.
AGRADECIMENTOS
A Deus, pela existência.
À Universidade Federal de Lavras, pela oportunidade.
Ao Departamento de Agricultura e em especial o Setor de Cafeicultura,
pela oportunidade de realização do curso.
A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior
(CAPES), pela concessão de bolsa de estudos.
Ao Prof. Rubens José Guimarães, pela excelente orientação, incentivo e
amizade.
À Pesquisadora Myriane Stella Scalco, pela coorientação neste trabalho,
pela amizade.
Aos Profs. Samuel Pereira de Carvalho e Elberis Pereira Botrel, pelo
apoio e disponibilidade.
Aos pesquisadores da EPAMIG, César Elias Botelho e Gladyston
Rodrigues de Carvalho, pela disponibilidade.
Ao gerente do Pólo de Excelência do Café, Edinaldo José Abrahão, pela
amizade e valiosas contribuições.
Aos bolsistas de iniciação científica, Cynthia, Patrícia, Thiago Teruel,
Thiago Figueiredo, Ramiro, Guilherme, Renato, Paula, Caio, Noemia, Tamires,
Jéssica, pela ajuda, dedicação, amizade e convivência durante a realização do
trabalho.
Aos amigos Alex, Aline, Joyce, Frederico, Franciele, Isis, Bruno,
Syndinara, Andréia, Marcelo, Felipe, Luiza, Paulo, Fabrício e André, pela ajuda,
amizade e convívio, no decorrer do curso.
Aos funcionários do Setor de Cafeicultura, José Maurício, Avelino,
Marcinho, Nélia e Gisele pela ajuda.
As secretárias da pós-graduação do Departamento de Agricultura Marli
e Neuzy, pela amizade e disponibilidade.
A todos os meus amigos e colegas do Setor de Cafeicultura, NECAF e
EPAMIG, pelo auxílio e convivência amiga durante a realização do curso.
Em fim a todos que de uma forma ou de outra ajudaram na construção
desse trabalho.
MUITO OBRIGADA!
SUMÁRIO
Página
RESUMO........................................................................................................ i
ABSTRACT.................................................................................................... ii
1 INTRODUÇÃO........................................................................................... 01
2 REFERENCIAL TEÓRICO........................................................................ 04
2.1 Produção de mudas de cafeeiro................................................................. 04
2.2 Recipientes................................................................................................ 05
2.3 Mudas podadas.......................................................................................... 07
2.4 Enxertia..................................................................................................... 09
2.5 Armazenamento de sementes.................................................................... 12
2.6 Propagação vegetativa do cafeeiro (Coffea arabica L.) por meio do
enraizamento de estacas........................................................................... 14
2.7 Forçamento de mudas............................................................................... 16
2.8 Mudas formadas a pleno sol..................................................................... 17
3 MATERIAL E MÉTODOS......................................................................... 19
3.1 Condução do experimento........................................................................ 19
3.2 Delineamento e detalhes das parcelas experimentais............................... 19
3.3 Instalação e condução do experimento..................................................... 19
3.4 Características avaliadas........................................................................... 20
3.4.1 Crescimento vegetativo.......................................................................... 20
3.4.2 Produtividade e estádio de maturação dos frutos na colheita................ 21
3.4.2.1 Produtividade...................................................................................... 21
3.4.2.2 Porcentagem de frutos chochos......................................................... 21
3.4.2.3 Porcentagem de frutos verde, cereja, passa e seco.............................. 21
3.5 Análises estatísticas.................................................................................. 21
3.6 Correlações fenotípicas entre caracteres................................................... 22
3.7 Descrição dos tratamentos........................................................................ 22
3.7.1 Mudas de ano passadas e podadas, formadas no ano de 2003............... 22
3.7.2 Mudas formadas no ano de 2004........................................................... 23
3.7.3 Mudas formadas no ano de 2005........................................................... 24
3.8 Substrato para a produção de mudas em sacolas...................................... 25
3.9 Produção de mudas enxertadas e repicadas para tubetes.......................... 26
3.10 Produção de mudas enxertadas a partir de plântulas formadas em
ambiente controlado................................................................................ 27
3.11 Produção de mudas em pé franco e enxertadas com semeadura
antecipada............................................................................................... 27
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO................................................................. 28
4.1 Crescimento vegetativo............................................................................ 28
4.2 Correlações fenotípicas entre caracteres................................................... 35
4.3 Produtividade e estádio de maturação dos frutos na colheita................... 36
5 CONCLUSÕES........................................................................................... 43
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS......................................................... 44
i
RESUMO
BALIZA, Danielle Pereira. Antecipação da produção do cafeeiro (Coffea
arabica L.) com utilização de diferentes tipos de mudas. 2009. 51 p.
Dissertação (Mestrado em Fitotecnia) – Universidade Federal de Lavras,
Lavras.
O objetivo deste trabalho foi o de antecipar a produção através do uso de
diferentes tipos de mudas na implantação de lavouras cafeeiras. O experimento
foi conduzido no Setor de Cafeicultura do Departamento de Agricultura da
Universidade Federal de Lavras. As mudas utilizadas no experimento foram
produzidas no período de junho de 2003 a dezembro de 2005 e o experimento
instalado no campo em dezembro de 2005. O delineamento experimental
utilizado foi em blocos ao acaso, com 15 tratamentos constituídos pelos tipos de
mudas e três repetições. Cada parcela constou de 3 linhas de plantas com 6
plantas em cada fileira, sendo a área útil formada pelas 4 plantas da fileira
central. A lavoura foi implantada em espaçamento de 3,8 x 0,7 m entrelinhas e
entre plantas, respectivamente. As avaliações foram realizadas no período de
maio 2007 a julho de 2008. Avaliou-se: altura (cm) da plantas, diâmetro (mm)
do caule de plantas, número de ramos plagiotrópicos, número de nós nos ramos
plagiotrópicos, produtividade em sacas de café beneficiadas por hectare e
estádio de maturação dos frutos na colheita. Realizou-se a correlação fenotípica
entre caracteres vegetativos com a produtividade. Conclui-se que o uso das
mudas “de dois anos e meio, com podas”, “mudas de ano e meio, sem podas” e
“mudas com sementes armazenadas do ano anterior” proporcionou em média
seis sacas de café beneficiadas por hectare a mais do que as mudas
convencionais. A enxertia não contribuiu para antecipação da produção. A
utilização da poda não proporcionou antecipação da produção visto que o
tratamento sem podas em “mudas de ano e meio” produziu mais que o com
podas da mesma idade e apresentou a mesma produção das “mudas de dois anos
e meio com podas”. Com base nas análises das características vegetativas
avaliadas as mudas formadas em anos que antecedem o plantio apresentam
maior crescimento. O caráter produção revelou correlação fenotípica alta e
positiva com as características altura de planta, número de ramos plagiotrópicos
e número de nós nos ramos plagiotrópicos. Não apresentou, porém, resultados
consistentes de correlação com diâmetro do caule.
Orientador: Prof. Dr. Rubens José Guimarães - UFLA
ii
ABSTRACT
BALIZA, Danielle Pereira. Antecipation of the (Coffea arabica L.) coffee
production using different types of seedlings. 2009. 51 p. Dissertation
(Master of Phytotecny)-Universidade Federal de Lavras, Lavras, MG.
This paper aimed the antecipation of the production by using different
types of seedlings in coffee cultivation implementation. The experiment was
carried out in the Farming Department Coffee Section at the Federal University
of Lavras. Seedlings used in the experiment were produced over the period from
June, 2003 to December, 2005 and the experiment set into field in December,
2005. The experimental design used was the 15-treatment-random blocks
formed by seedling types and three replicates. Each split-plot was formed by
three plant lines, six plants each row, being the useful area formed by four plants
from the central row. The cultivation was implemented using 3,8 x 0,7m line
space and between plants, respectively. Evaluations were carried out from May,
2007 to July, 2008. Plant height, plant stem diameter (mm), number of
plagiotropic branches, number of knots on plagiotropic branches, productivity
over beneffiting coffee sacks per hectare and fruit ripening stage in the harvest
were estimated. Phenotipic correlation between plant characteristics and
productivity was carried out. It has been concluded that the using of "pruning 2
1/2 year-old seedlings", "non-pruning 1 1/2 year-old seedlings", and "seedlings
with kept seeds from the previous year" gave on average six beneffiting coffee
sacks further than conventional seedlings. The grafting did not contribute to the
antecipated production. The using of pruning did not provide antecipated
production seeing that non-pruning treatment over "1 1/2 year-old seedlings"
produced more than in pruning at the same age, and showed the same production
for "pruning 2 1/2 year-old seedlings". Based on the estimate plant
characteristic analyses seedlings formed over years preceding the planting
showed higher growth. The production character revealed high positive
phenotipic correlation between plant height, number of knots on plagiotropic
branches and number of plagiotropic branches characteristics. However, it did
not show consistent correlation results for the stem diameter.
Major Professor: Prof. Dr. Rubens José Guimarães - UFLA
1
1 INTRODUÇÃO
O Brasil é o maior produtor mundial de café, com uma produção média
dos últimos 10 anos de 36,81 milhões de sacas de café beneficiado e área atual
estimada em 2,35 milhões de hectares, sendo que desse total, 9,71% estão em
formação e 90,29% estão em produção. (Companhia Nacional de Abastecimento
- Conab, 2009).
Minas Gerais é o estado com maior produção de café do Brasil, com
48,6% da produção nacional (Conab, 2009). Significativa também é a produção
de mudas de café no estado, tendo, nos anos de 1996 a 2000, de acordo com
DIFV/IMA, sido produzidas 1,64 bilhão de mudas (Oliveira, 2007).
A propagação cafeeira passa pela formação de mudas que devem ser de
cultivares produtivas, bem adaptadas, sadias e vigorosas, plantadas em períodos
adequados para o sucesso do empreendimento. Pois, a qualidade das mudas
influencia diretamente a formação da estrutura do sistema radicular e da parte
aérea da planta, consequentemente, o comportamento da planta no campo.
Quando essa etapa é bem conduzida tem-se uma atividade mais sustentável, com
maiores produtividades e com menores custos. Há, porém, necessidade de se
conhecer melhor o comportamento das mudas de cafeeiro tanto na fase de
viveiro quanto no período de implantação da lavoura, pois isso pode determinar
o sucesso ou insucesso do empreendimento.
As mudas do cafeeiro podem ser “de ano” e “de meio ano”. As mudas
“de meio ano” são mais utilizadas por permanecerem menos tempo em viveiro e
assim ficarem menos sujeitas ao ataque de pragas e doenças presentes naquelas
condições, além de exigirem menos insumos e mão de obra, e como
consequência apresentam um menor custo de produção no final do processo.
Porém, em razão da sua curta permanência no viveiro, são levadas muito jovens
2
para o campo e o tempo de permanência dessas mudas, em condições climáticas
favoráveis, após o plantio, é muito curto o que prejudica sensivelmente o
estabelecimento da cultura, por causa das condições de baixas temperaturas e/ou
secas subseqüentes (Guimarães & Mendes, 1998).
Uma lavoura instalada em época apropriada pode, além de reduzir a
porcentagem de replantio, antecipar a produção, antecipando o retorno do
investimento realizado com a cultura e, por isso, reduzindo os custos financeiros.
A época para o plantio do cafezal na região Centro Sul do Brasil
compreende o período de outubro a março, sendo mais vantajosos os plantios
efetuados mais cedo, no início da estação chuvosa. Para obter a antecipação do
plantio, a implantação do viveiro e semeadura deveria ser feita durante os meses
de janeiro a março. Entretanto, como a colheita concentra-se nos meses de maio
a junho, o tempo de armazenamento das sementes do ano anterior seria de sete a
nove meses. No entanto, as sementes de café perdem rapidamente o seu poder
germinativo e vigor durante o armazenamento. Por esse motivo, o cafeicultor
depende totalmente das sementes produzidas no mesmo ano de formação de
mudas, o que, muitas das vezes, leva a um atraso na formação da lavoura
acarretada pelo tempo necessário à formação das mudas. (Parreira, 1961; Lima,
2001; Veiga, 2005).
Sabe-se, então, que é altamente desejável a redução do tempo para
obtenção de mudas visando o bom estabelecimento do estande e a redução da
porcentagem de replantio. Uma alternativa seria a utilização de mudas não
convencionais, que de certa forma, possibilitaria a programação e antecipação do
plantio em campo, conseqüentemente seria uma alternativa que poderia vir a
aumentar a produção dessas mudas, quando comparadas as mudas
convencionais. Assim a produção de mudas uniformes e bem desenvolvidas e
em tempo hábil é um dos principais entraves à formação e estabelecimento da
lavoura cafeeira.
3
Diante do exposto o presente trabalho, buscou a utilização das opções
que possibilitem antecipar o plantio de mudas em campo, coincidindo com o
início da época chuvosa e conseqüentemente permitam a antecipação da
produção da lavoura cafeeira, seja por tratamento de retirada do endocarpo
(“pergaminho”) das sementes, enxertia, podas de mudas de “dois anos e meio” e
“um ano e meio”, enxertadas ou não, forçamento de mudas com nitrogênio,
mudas formadas a partir do enraizamento de estacas e utilização de outros tipos
de mudas.
Assim, o objetivo do presente trabalho foi de antecipar a produção
através do uso de diferentes tipos de mudas na implantação de lavouras
cafeeiras.
4
2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 Produção de mudas de cafeeiro
A cultura do cafeeiro depende de vários fatores que contribuem para seu
sucesso. Dentre esses fatores, a formação de mudas tem papel preponderante,
pois qualquer erro cometido nessa fase trará reflexos negativos durante toda a
vida da cultura (Guimarães & Mendes, 1998).
Comumente são usados dois tipos de mudas: mudas “de meio ano” e
mudas “de um ano”. As mudas “de meio ano” são mais utilizadas, pois além do
menor custo de produção, requerem menores recipientes e menor quantidade de
substrato e também permanecem menos tempo no viveiro. Porém, em razão da
sua curta permanência no viveiro, são levadas muito jovens para o campo e
ainda têm como fator agravante o plantio no final do período chuvoso, podendo
não resistir às condições adversas de ambiente. No caso da muda “de um ano”, a
semeadura normalmente é feita em outubro/novembro, e em outubro do ano
seguinte, as mudas são levadas para o local definitivo. Porém, essa longa
permanência no viveiro contribui para elevar o custo de produção (Matiello,
1991; Guimarães & Mendes, 1998).
Diversos trabalhos têm sido desenvolvidos como objetivo de antecipar o
plantio de mudas em campo, coincidindo com o início da época chuvosa. Rena
& Maestri (1986) afirmam que a remoção do pergaminho, aliado ao aumento da
temperatura até 30
o
C, propicia a germinação em períodos menores. Guimarães
(1995), trabalhando com reguladores de crescimento na embebição de sementes,
remoção de endocarpo (pergaminho) e adubação em cobertura de N e K nas
mudas, buscou antecipar o plantio das mudas de cafeeiro em campo, não
encontrando sucesso nos tratamentos com imersão das sementes e com a adição
de N e K, porém com sucesso na retirada do endocarpo das sementes,
5
concordando com Rena & Maestri (1986). Na sequência, Carvalho (1997),
trabalhando na mesma linha de pesquisa, também obteve sucesso com a retirada
do endocarpo (pergaminho), mas não obteve resultados satisfatórios com o uso
de reguladores de crescimento na germinação de sementes, o que poderia levar
também a uma possível antecipação do plantio das mudas no campo.
Já Oliveira et al. (2002), buscando a antecipação do plantio de mudas de
cafeeiro enxertadas, verificaram que as sementes, após a retirada do endocarpo e
semeadas em ambiente controlado a 30
o
C com alta umidade relativa e
luminosidade constante, propiciaram a formação de plântulas aptas para a
enxertia aos 35 dias após a semeadura e, conseqüentemente, mudas enxertadas
para o plantio aos 150 dias após a semeadura com quatro pares de folhas
verdadeiras. Assim, conseguiram uma antecipação de, pelo menos, 30 dias em
relação ao sistema convencional.
Miranda et al. (2002), trabalhando com épocas diferentes de formação de
mudas de cafeeiro, compararam o desenvolvimento das mudas semeadas em
cada um dos doze meses do ano. Os autores concluíram que: as mudas mais
vigorosas são aquelas semeadas nos meses de julho e agosto (o que é atualmente
recomendado) e que as semeadas de março a maio tiveram menor
desenvolvimento, provavelmente devido às temperaturas mais baixas no
inverno, permanecendo inclusive mais tempo no viveiro até estarem prontas para
o plantio no campo.
2.2 Recipientes
Com relação aos tipos de recipientes utilizados na produção de mudas de
cafeeiros, as sacolas de polietileno são as mais usadas pelos viveiristas
(Guimarães & Mendes, 1998). Entretanto, grande número de viveiristas e
cafeicultores vêm utilizando tubetes de polietileno rígido, com capacidade
volumétrica inferior à dos saquinhos de polietileno (Mello, 1999). As sacolas
6
apresentam dimensões de 10 a 11 cm de largura, por 20 a 22 cm de altura. Os
tubetes são recipientes de forma cônica fabricados com polietileno rígido e
devem apresentar, no seu interior, estrias no sentido longitudinal para
proporcionar melhor direcionamento das raízes no sentido vertical, dificultando
o enovelamento ou o crescimento em forma espiral dentro do tubete (Guimarães
et al., 1998). Os tubetes podem apresentar dimensões variadas, com capacidades
volumétricas entre 50 e 500 ml (Kampft, 2004).
De acordo com Guimarães et al. (1998), as vantagens da produção de
mudas de cafeeiro em tubetes em relação às produzidas em sacolas de
polietileno são: menor quantidade de substrato, ausência de plantas daninhas e
nematóides no substrato devido ao uso de substrato comercial, menor período de
produção de mudas, maior vigor e sanidade das mudas, eliminação de problemas
de “pião torto” e enovelamento do sistema radicular; melhor rendimento na
condução do viveiro, no transporte e no plantio das mudas, além de menor
desperdício de mudas. Como desvantagens citam-se: maior investimento inicial,
necessidade de mão de obra especializada e necessidade de retorno dos tubetes
ao viveiro, pois não são descartáveis.
Sabe-se que a utilização de tubetes de 50 ml tem sido estudada pelos
pesquisadores principalmente visando reduzir a área do viveiro e a quantidade
de substrato. Vallone (2006) comparou tubetes de 50 e 120 ml e saquinhos de
polietileno de dimensões 10 x 20 cm. Como resultado, o autor verificou que, até
os 20 meses após o plantio, os cafeeiros provenientes de sacolas de polietileno e
tubetes de 120 ml foram superiores às mudas provenientes de tubetes de 50 ml,
evidenciando a importância do recipiente.
Já Ferreira et al. (2004) com o objetivo de avaliar desenvolvimento de
plantas provenientes de recipientes de sacolas (8 cm de diâmetro e 20 cm de
altura depois de cheios) e tubetes (120 ml), concluíram que as mudas oriundas
de tubetes tiveram menor desenvolvimento.
7
Oliveira (2007), com o objetivo de avaliar diferentes tipos de mudas na
implantação de lavouras cafeeiras comparou mudas “de dois anos e meio”
oriundas de sacolas nos tamanhos: 27 x 32 cm e 16 x 25 cm e mudas “de ano e
meio” provenientes de tubetes de 120 ml. O autor observou aos 360 dias após o
plantio em campo que plantas oriundas das sacolas independente do tamanho,
apresentaram desenvolvimento igual entre si e superiores as plantas oriundas de
tubetes.
2.3 Mudas podadas
A utilização de mudas podadas é uma possibilidade para programação e
antecipação do plantio das mudas em campo permitindo maior aproveitamento
do período quente e chuvoso do ano, consequentemente é uma alternativa que
pode vir a acelerar o desenvolvimento dessas mudas no campo.
Vários trabalhos de pesquisa com mudas de café podadas foram
realizados. Sabe-se que as mudas podadas possuem um sistema radicular mais
desenvolvido em relação às mudas de “meio ano” (Moura, 2003). Essas mudas
também apresentam grande potencial para a primeira produção em campo,
conforme relatos de cafeicultores da região de Perdões, MG (Oliveira, 2007).
Alguns autores, entretanto, apontam a operação de retirada da parte aérea
como prejudicial para o desenvolvimento das plantas. Castilho (1961) citado por
Tonelli (1990) relata que a poda altera o crescimento das mudas por diminuir a
sua capacidade fotossintética pela redução da área foliar. No entanto, segundo o
mesmo autor, a planta restabelece o seu equilíbrio com o aproveitamento das
reservas das raízes, causando a morte do sistema radicular. Segundo Miguel et
al. (1999), em lavouras adultas, a morte parcial do sistema radicular chega a
84% em cafeeiros que sofreram poda do tipo recepa baixa.
Porém, Miguel et al. (1986) avaliando quatro produções em campo
(1983 a 1986) de lavouras formadas a partir de mudas com 1 e 2 plantas por
8
saquinhos, 1 e 2 plantas por cova e ainda mudas podadas com condução de 2 e 4
hastes, concluíram que não houve diferença significativa para o ano safra
1983/1984, porém nas demais safras, o tratamento com muda simples (1 muda
por saquinho) podadas obtiveram as maiores produções não se diferenciando
significativamente de mudas simples não podadas. Ou seja, o trabalho desses
autores constata que em quatro safras, lavouras oriundas de mudas podadas têm
produção semelhante às lavouras oriundas de mudas tradicionais (semeadura em
saquinhos e conduzidas por 6 meses).
Também Garcia et al. (1983), trabalhando com formação de lavouras
utilizando mudas podadas (em agosto, setembro e outubro de 1977) e mudas
tradicionais (semeadura em saquinhos e conduzidas por 6 meses) avaliaram os
seguintes tratamentos: mudas “passadas” podadas em agosto; mudas “passadas”
podadas em setembro; e mudas “passadas” podadas em outubro; poda após o
plantio em campo; mudas “passadas” sem poda e plantio com mudas da época.
Nesse trabalho avaliou as produções dos anos de 1979 a 1983, não encontrando
diferenças significativas para os anos de 1979 e 1981. Já nos anos de 1980, 1982
e 1983 as lavouras oriundas de mudas podadas estiveram entre os melhores
tratamentos, sendo que no ano de 1982, superaram inclusive as mudas
tradicionais.
A necessidade de se avaliar melhor a poda em mudas de cafeeiro em
fase de viveiro levou alguns autores a estudar aspectos como a melhor altura e a
melhor época de corte para a recuperação destas mudas “passadas” no viveiro.
Moura (2003), trabalhando com mudas “passadas” em saquinhos de polietileno
com 12 pares de folhas comparou podas em 2 alturas de corte (acima do 1º e 2º
pares de folhas), 2 diâmetros (mudas de diâmetro inferior e superior a 2,5mm) e
2 épocas de corte (abril e julho) com 2 testemunhas que constaram de novos
semeios nas duas épocas de corte (abril e julho). O autor concluiu que a seleção
de mudas de maior diâmetro para a poda proporciona maior crescimento e
9
desenvolvimento, visto que a poda deve ser efetuada acima do terceiro par de
folhas e, aquelas mudas podadas em julho, promoveram maior brotação com
maior vigor que as podadas em abril. O autor também conclui que as mudas
podadas apresentaram maior desenvolvimento que as mudas semeadas tornando-
se alternativa viável para plantios em condições adversas ou antecipação dos
mesmos, concordando com os resultados de Guimarães (1979).
Carvalho et al. (2007) estudaram o aproveitamento de mudas de cafeeiro
Coffea arabica L., com 7 a 9 pares de folhas em tubetes de polietileno por meio
de podas. Esses autores verificaram que as mudas podadas apresentam melhor
desenvolvimento em relação às mudas tradicionais de meio ano.
Oliveira (2007) avaliando diferentes tipos de mudas na implantação de
lavouras cafeeiras, visando antecipação da primeira produção e,
consequentemente, o retorno mais rápido do capital investido, concluiu que é
possível antecipar a produção do cafeeiro, com mudas “de dois anos e meio”
podadas.
Assim, o comportamento, em campo, de mudas “de dois anos e meio” e
“de ano e meio podadas” pode também ser um fator determinante na antecipação
de produção. Isso porque, apesar de se retirar a parte aérea, essas mudas podem
apresentar um rápido crescimento de brotos, em função de seu maior volume de
sistema radicular, em comparação às mudas “de meio ano”, possibilitando assim
plenas condições de antecipação do plantio em campo e também de produção.
2.4 Enxertia
A enxertia mais utilizada no cafeeiro é a garfagem hipocotiledonar,
descrita por Reyna (1966), citado por Schieber & Grullon (1969), adaptada, feita
logo após a emergência da plântula, no estádio de “palito de fósforo” (recém
germinadas) ou “orelha de onça” (folhas cotiledonares). A técnica é
relativamente simples, proporcionando uma alta percentagem de pegamento das
10
mudas, mas exige-se mão-de-obra treinada e exige bastante cuidado para que
ocorra a perfeita junção das duas partes (Souza et al., 2002).
A maioria das pesquisas tem priorizado o aproveitamento do sistema
radicular de Coffea canephora Pierre para controlar os danos causados pelos
nematóides em cultivares de Coffea arabica L. (Fahl et al., 1998; Costa et al.,
1992; Fazuoli et al., 1983a,b).
Em condições isentas de nematóides, Fahl et al. (1985), observaram que
plantas jovens de Coffea arabica L., enxertadas sobre Coffea canephora Pierre,
inclusive Apoatã apresentaram maior altura de plantas e área foliar, o que,
consequentemente, poderia levar a aumentos na produção, devido a um maior
desenvolvimento e vigor das plantas.
Em trabalho realizado por Fahl & Carreli (1985), com o objetivo de
avaliar, em condições de campo isento de nematóides, o efeito da enxertia de
cultivares de Coffea arabica L. sobre progênies de Coffea canephora Pierre e
Coffea congensis, no desenvolvimento, na nutrição mineral e na produção das
plantas, os autores concluíram que a utilização de progênies de Coffea
canephora Pierre e Coffea congensis como porta-enxertos conferiu maior
desenvolvimento da parte aérea às cultivares de Coffea arabica L., sobretudo à
Catuaí. Além dos efeitos benéficos da enxertia relacionados os autores
perceberam maiores taxas de crescimento sazonal, principalmente no outono e
no inverno, quando ocorrem menores temperaturas e menor disponibilidade de
água no solo. Em relação à produção, abrangendo três locais de cultivo, em
média de cinco colheitas, a enxertia aumentou a produção das plantas, sendo este
efeito mais significativo na cultivar Catuaí que na Mundo Novo, principalmente
quando foram utilizados os porta-enxertos IAC Bangelan e IAC 2286.
Contudo, vários são os trabalhos que contradizem esses resultados,
mostrando que as plantas enxertadas apresentam resultados semelhantes ou até
11
inferiores às plantas não enxertadas, não justificando, neste caso, a sua utilização
como porta-enxerto, para áreas isentas de nematóides.
Um melhor desenvolvimento do sistema radicular para a maioria dos
tratamentos pé franco, inclusive o porta-enxerto, foi encontrado por Figueiredo
et al. (2002), que avaliaram o desenvolvimento inicial de diferentes cultivares de
Coffea arabica L.enxertadas na cultivar Apoatã IAC 2258, auto-enxertadas e de
pé franco, cultivadas em solução nutritiva. Avaliando a área foliar, também
foram observados maiores valores na maioria dos tratamentos não enxertados,
indicando que, até quando o experimento foi conduzido (sete meses), o estresse
causado pelo processo de enxertia estava afetando o desenvolvimento das
plantas.
Dias (2006) avaliou o desenvolvimento vegetativo de plantas de cafeeiro
em pé-franco, auto-enxertado e enxertado em sete cultivares de Coffea arabica
L., tendo como porta-enxerto o material genético Apoatã IAC-2258. Esse autor
verificou que, para altura de plantas, diâmetro de caule e número de ramos
plagiotrópicos, as plantas em pé-franco foram as que apresentaram os maiores
resultados aos 15 meses após o plantio em campo.
Oliveira (2007) comparou diferentes tipos de mudas na implantação de
lavouras cafeeiras. Observou que as plantas enxertadas oriundas de mudas de
“ano e meio” apresentaram resultados semelhante às plantas não enxertadas da
mesma idade. Porém, com relação às mudas formadas no mesmo ano do plantio,
verificou que as plantas enxertadas tiveram resultados inferiores quando
comparado às plantas não enxertadas. Possivelmente, esses resultados se devem
ao estresse causado pela enxertia às mudas, assim como observado por Dias
(2006), que também afirma que as plantas enxertadas apresentam menor
desenvolvimento inicial após o plantio em relação às plantas oriundas das mudas
de pé franco.
12
No entanto, ainda há controvérsias a respeito do aumento de
produtividade com a utilização de mudas de cafeeiro enxertadas em áreas isentas
de nematóides. Garcia et al. (2006) avaliaram 12 cultivares de café em “pé-
franco” e enxertadas e, após 5 colheitas, verificaram médias de 26,12 e 22,47
sacas de café beneficiadas por hectare, nas plantas oriundas de mudas enxertadas
e em “pé-franco”, respectivamente. Na mesma linha de pesquisa, Matiello et al.
(2001) não encontraram vantagem na utilização da enxertia na primeira colheita,
em áreas isentas de nematóides.
2.5 Armazenamento de sementes
Uma forma para antecipar a época da instalação das lavouras cafeeiras
seria por meio do armazenamento de sementes do ano anterior, em condições
que conservem a longevidade e o vigor das sementes até a época adequada de
semeadura.
Durante o armazenamento, a rápida perda de germinação e vigor das
sementes de cafeeiro é a principal causa do insucesso. Por esse motivo, o
cafeicultor depende totalmente das sementes produzidas no mesmo ano de
formação de mudas, o que, muitas das vezes, leva a um atraso na formação da
lavoura acarretada pelo tempo necessário à formação das mudas (Veiga, 2005).
Dessa forma, muitas pesquisas têm buscado parâmetros precisos para a
manutenção da viabilidade das sementes de cafeeiro, durante o armazenamento
(Gentil, 2001). Vossen (1979), ao estudar o armazenamento a 15 °C, verificou
efeitos adversos de graus de umidade intermediários (13% a 35%) sobre a
viabilidade das sementes de Coffea arabica L.; somente as sementes com 11% e
41% de água germinaram satisfatoriamente após 24 meses de armazenamento,
enquanto, aos 30 meses, apenas as sementes com 41% de água mantiveram taxa
de germinação elevada. Por outro lado, Hong & Ellis (1992) observaram que,
13
em sementes com graus de umidade entre 9% e 10%, a viabilidade foi mantida
por 36 meses.
O desempenho fisiológico das sementes cafeeiras durante o
armazenamento ainda não está devidamente elucidado, e os resultados das
pesquisas são algumas vezes até conflitantes. Resultados satisfatórios foram
alcançados em trababalhos nos quais foram utilizadas sementes com teores de
água próximos de 10% e temperatura de 10°C (Hong & Ellis, 1992; Gentil,
1999).
Em condições de câmara fria é possível armazenar por nove meses
sementes sem secagem ou secadas lentamente. Independente do tipo de
secagem, o vigor das sementes é afetado no armazenamento em condições de
armazém convencional (Vieira et al., 2007).
Já as sementes de Coffea canephora Pierre perdem sua viabilidade ainda
mais rápido que as sementes de Coffea arabica L., podendo ocorrer em alguns
dias ou poucas semanas. Além disso, elas são muito sensíveis à dessecação e a
baixas temperaturas (Chin, 1995).
Oliveira (2007) comparando diferentes tipos de mudas na implantação
de lavouras cafeeiras verificou que plantas oriundas de sementes de Coffea
canephora Pierre (Apoatã IAC 2258) armazenadas durante cinco meses em
higrostat, apresentaram valores inferiores para as variáveis; altura de plantas,
diâmetro do caule de plantas e número de ramos plagiotrópicos. Possivelmente,
esses resultados se devem ao prejuízo causado pela perda de longevidade
durante o armazenamento das sementes de Coffea canephora Pierre do ano
anterior. Contudo, esse mesmo autor observou de forma geral, que as plantas
provenientes de sementes de Coffea arabica L. armazenadas em câmara fria a
10°C e 50% de umidade relativa do ar, tiveram comportamento semelhante às
mudas da mesma idade. Já Oliveira et al. (2004) afirmam que as sementes de
Coffea canephora Pierre ‘Apoatã IAC 2258’, quando armazenadas em condições
14
adequadas, apresentaram, após cinco meses de armazenamento, 76% em
potencial de formar plântulas viáveis para serem utilizadas como portas-enxertos
e quando essas mesmas sementes foram armazenadas em câmara fria a 10ºC, o
potencial, ao final de 5 meses de armazenamento, era de apenas 16%.
2.6 Propagação vegetativa do cafeeiro (Coffea arabica L.) por meio do
enraizamento de estacas
Em Coffea canephora Pierre, a propagação vegetativa de clones
superiores, por meio de enraizamento de estacas, vem sendo utilizada
comercialmente, especialmente no estado do Espírito Santo e em outras regiões
aptas a essa espécie. Já na espécie Coffea arabica L., a propagação por via
assexual não tem sido praticada em grande escala, sendo a reprodução sexual, o
método atualmente mais utilizado (Guimarães et al., 2002). No entanto, várias
pesquisas têm sido realizadas buscando metodologias que possibilitem o sucesso
consistente desse método de propagação.
A propagação vegetativa de cafeeiros (Coffea arabica L.) com alta
produtividade, resistentes a enfermidades e pragas, obtidos nas primeiras
seleções, e de híbridos F
1
, de um programa de melhoramento pode representar
uma redução significativa de tempo e recursos despendidos nesses programas
para o lançamento de uma nova cultivar (Jesus et al., 2006 a). Visto que o
método usual de propagação das linhagens de Coffea arabica L. por via
sementes exige no mínimo 24 anos de trabalho contínuo (Pereira, 2000).
Carvalho (2005), em estudo sobre o comportamento em pós-plantio de
cafeeiros (Coffea arabica L.) propagados vegetativamente, concluiu que as
plantas provenientes de estaquia podem atingir maior altura de plantas, diâmetro
de caule e maior número de pares de ramos plagiotrópicos em relação às plantas
provenientes de semeadura. Essa constatação possibilita inferir que o maior
número de plagiotrópicos pode levar as plantas propagadas por estacas à
15
precocidade de produção e, consequentemente, apresentam também maior
número de pares de folhas.
Também Oliveira (2007), em trabalho de implantação de lavouras
cafeeiras com diferentes tipos de mudas, verificou para as variáveis: altura,
número de pares de folhas do ramo ortotrópico, número de ramos plagiotrópicos
e número de nós nos ramos plagiotrópicos, no grupo das mudas produzidas no
mesmo ano de plantio, as plantas oriundas do enraizamento de estacas foram
superiores em relação às plantas provenientes de semeadura. Assim, verifica-se
que o enraizamento de estacas, já consagrado em Coffea canephora Pierre,
possibilita maior desenvolvimento das plantas oriundas de mudas formadas por
sementes também em Coffea arabica L.
Conforme Jesus et al. (2006a), o crescimento e o desenvolvimento das
plantas de Coffea arabica obtidas a partir do enraizamento de estacas são
variados e dependentes do potencial genético, da idade da planta matriz, do
tamanho e do vigor propagativo das mudas no plantio e morfologia do sistema
radicular. No entanto, de forma geral, as plantas oriundas do enraizamento de
estacas apresentam crescimento inicial mais rápido em comparação às plantas
provenientes de mudas formadas a partir de sementes, o que representa, nas
plantas clonadas, maior altura e maior vigor das plantas. Os autores atribuem
essas vantagens ao maior sistema radicular, o que, consequentemente, está
associado ao maior volume de solo explorado.
Jesus et al. (2006b) compararam o sistema radicular de mudas de Coffea
arabica L. obtidas por estaquia e por sementes nas cultivares Acaiá Cerrado e
Rubi. Estes autores concluíram que os sistemas radiculares de mudas de ano de
cafeeiros provenientes de estacas caulinares são mais desenvolvidos que
sistemas radiculares de cafeeiros obtidos por sementes.
16
2.7 Forçamento das mudas
Dentre os fatores que interferem na produção de boas mudas de cafeeiro,
certamente a nutrição das mesmas é um dos mais importantes. Além de afetar o
crescimento e desenvolvimento das mudas em viveiro, a adubação correta do
substrato poderá influenciar no estabelecimento, desenvolvimento e até mesmo
na antecipação de plantio das mesmas no campo. Diversos autores buscaram a
antecipação do plantio por meio do “forçamento” de mudas através da aplicação
de fertilizantes nitrogenados.
Brilho et al. (1967), testando a eficiência de 4 fontes de nitrogênio em
irrigação em mudas de cafeeiro, concluíram que a irrigação com solução
nitrogenada permitiu melhor desenvolvimento das plantas e que os melhores
resultados foram conseguidos com sulfato de amônio em 5 irrigações (30 g/10
litros d’água por canteiro de 200 laminados de 41 cm x 23 cm x 0,1 cm) com
aumento médio da altura das plantas de 41%. Esse resultado pode levar a uma
ideia de superioridade, porém mais tarde se discutiu a importante relação entre
massa seca de sistema radicular e da parte aérea das plantas que, nesse caso,
ficou prejudicada.
Também Gonçalves (1970), recomendava o “forçamento de mudas”
quando a semeadura era feita com atraso, dissolvendo-se 30 g de sulfato de
amônio ou nitrocálcio em 10 litros d’água, aplicando-se esse volume em 200
mudas (laminados de pinho de 8 x 30 cm), quando elas apresentavam 3 pares de
folhas verdadeiras, repetindo-se o procedimento a cada 10 ou 15 dias. No
entanto, esses autores, a exemplo de Brilho et al. (1967), valorizava-se apenas o
crescimento da parte aérea sem preocupar com o sistema radicular, ou seja, não
avaliavam o efeito do “forçamento” (aplicação dos fertilizantes nitrogenados) na
relação raiz/parte aérea.
Posteriormente, Thomaziello et al. (1987) recomendaram o “forçamento
das mudas” de cafeeiro por meio de irrigações nitrogenadas a partir do segundo
17
par de folhas, dissolvendo 30 g de sulfato de amônio, ou 15 g de uréia ou 30 g
de MAP em 10 litros de água. Esses autores alertaram, porém, para o fato de que
o forçamento não deve ser feito por mais de 2 ou 3 vezes, para não haver grande
desenvolvimento da parte aérea em detrimento do sistema radicular,
obedecendo-se a um intervalo de 15 dias entre as aplicações.
Guimarães (1995), trabalhando com o uso de nitrogênio (sulfato de
amônio) e K (cloreto de potássio) em cobertura, no desenvolvimento de mudas,
concluiu que a relação raiz/parte aérea era afetada negativamente, levando a uma
relação menor, que poderia comprometer o “pegamento” das mudas em campo,
por ocasião da implantação da lavoura.
Mais tarde, Oliveira (2007), comparando diferentes tipos de mudas na
implantação de lavouras cafeeiras, verificou que dentro do grupo das mudas
formadas no mesmo ano do plantio, as oriundas do tratamento que recebeu
aplicação de nitrogênio, foram as que apresentaram maior crescimento em
diâmetro de caule, apesar de vários estudos já terem evidenciado a baixa
eficiência de cobertura com nitrogênio nas mudas em viveiro.
Havendo resultados contraditórios na literatura, sobre as consequências
desse “forçamento” (aplicação de fertilizantes nitrogenados) no comportamento
dessas mudas em campo, em comparação a outras formas de antecipação de
plantio. Essa prática ainda não tem sido recomendada aos viveiristas e
cafeicultores, por causar desequilíbrio entre o desenvolvimento do sistema
radicular e da parte aérea das mudas produzidas em substrato padrão
(Guimarães, 1995).
2.8 Mudas formadas a pleno sol
Sabe-se que o cafeeiro é uma planta C
3
e
por isso não tolera grandes
níveis de radiação em seu local de origem, ocorrendo em condições de sub-
bosque. No entanto, apesar da tradição de formação de mudas a 50% de
18
sombreamento, alguns produtores começaram formar as mudas a pleno sol,
visando, principalmente, produzir mudas mais adaptadas e resistentes ao
ambiente além de economizar em estrutura para o viveiro, diminuindo o custo da
muda. Há, porém, dificuldades na manutenção da umidade, sendo a irrigação,
por sua vez, mais necessária e mais intensa neste tipo de formação de mudas.
Isso restringe seu uso em propriedades onde não são possíveis irrigações
constantes, mas por outro lado, essa técnica traz economia na construção do
viveiro e torna sua construção mais fácil de implantar, viabilizando o processo
daqueles produtores que não formam mudas todos os anos, como os viveiristas
profissionais (Paiva, 2001; Paiva et al., 2003).
Matiello et al. (1997) observaram, em dois viveiros de um milhão de
mudas produzidas com esta técnica, na região de Manhuaçu e Lajinha, na Zona
da Mata mineira, que as mesmas tiveram seus valores de comprimento de
sistema radicular, peso da parte aérea e peso do sistema radicular, praticamente
iguais e altura com tendência a ser superior, sendo que a relação sistema
raicular/parte aérea foi maior. Com esses resultados observados criou-se uma
grande expectativa para a produção de mudas a pleno sol.
No entanto, Paiva et al. (2003) avaliaram a influência de diferentes
níveis de sombreamento (0%, 30%, 50% e 90%) sobre o crescimento de mudas
de cafeeiro Coffea arabica L., concluíram que o melhor nível de sombreamento
para formação de mudas é o de 50%.
Oliveira (2007) avaliando diferentes tipos de mudas na implantação da
lavoura cafeeira verificou que mudas em pleno sol não resultaram em maior
altura das plantas, maior diâmetro do caule das plantas e maior número de ramos
plagiotrópicos em relação à testemunha (50% de sombreamento). No entanto,
esse mesmo autor, aos 360 dias após o plantio, observou que o número de pares
de folhas do ramo ortotrópico variou de 13,6 a 18,4 tendo a maior evolução
ocorrido em mudas formadas a pleno sol.
19
3 MATERIAL E MÉTODOS
3.1 Localização e caracterização da área experimental
O presente trabalho foi conduzido no do Setor de Cafeicultura do
Departamento de Agricultura da Universidade Federal de Lavras, no município
de Lavras. O município está geograficamente situado nas coordenadas de
21°14’de latitude Sul e 45°00’ de longitude Oeste, à altitude de 910 m.
O clima regional é do tipo Cwa, segundo a classificação de Köppen
(1970), com precipitação média anual de 1.530mm e 80% das chuvas
concentradas de outubro a março, enquanto a estação seca se estende de abril a
setembro. A temperatura média do ar no mês frio (julho) é de 15,8°C, e a média
do mês mais quente (fevereiro) é de 21°C (Brasil,1992).
3.2 Delineamento e detalhes das parcelas experimentais
O delineamento experimental utilizado foi em blocos ao acaso, com 15
tratamentos, tendo sido constituídos pelos tipos de mudas e três repetições. Cada
parcela constou de 3 linhas de plantas com 6 plantas em cada fileira, sendo a
área útil formada pelas 4 plantas da fileira central.
A lavoura foi implantada em espaçamento de 3,8 x 0,7 m entrelinhas e
entre plantas, respectivamente, correspondendo a uma área de 2154 m
2
.
A
cultivar de Coffea arabica L. utilizada foi a ‘Topázio MG1190’ e a de Coffea
canephora Pierre foi a ‘Apotã IAC 2258’.
3.3 Instalação e condução do experimento
As mudas utilizadas no experimento foram produzidas no viveiro de
mudas do Setor de Cafeicultura, no período de junho de 2003 a dezembro de
2005. O experimento foi instalado em campo no dia 20 de dezembro de 2005,
20
seguindo as recomendações do plantio, formação da lavoura e tratos culturais,
em conformidade com o usual da região. A calagem e as adubações de solo e
foliares foram realizadas conforme Guimarães et al. (1999), de acordo com
análise do solo e foliar, realizados anualmente, à base de NPK e micronutrientes.
Os tratamentos fitossanitários foram realizados de forma preventiva para
o controle das principais doenças e pragas.
3.4 Características avaliadas
3.4.1 Crescimento vegetativo
Foi realizada uma avaliação de crescimento no período de pós-plantio,
aos 890 dias, correspondente ao mês de junho de 2008, sendo avaliados os
seguintes caracteres:
Altura das plantas: medida do colo até a gema terminal do ramo
ortotrópico, em centímetros;
Diâmetro do caule: medido na altura do colo das plantas sem poda e na
altura do colo do broto em mudas podadas, em milímetros, com auxílio de
paquímetro;
Número de ramos plagiotrópicos: foi considerado como ramo
plagiotrópico aquele que apresentasse, no mínimo, um par de folhas com
comprimento maior ou igual a 2,5 cm;
Número de nós nos ramos plagiotrópicos: foi considerado como
aquele que apresentou comprimento maior ou igual a 2,5 cm.
As características altura (cm), diâmetro do caule (mm), número de nós
nos ramos plagiotrópicos, número de ramos plagiotrópicos, nos tratamentos
podados e conduzidos com duas hastes não foram somadas, ou seja, considerou-
se apenas uma haste.
21
3.4.2 Produtividade e estádio de maturação dos frutos na colheita
3.4.2.1 Produtividade
As colheitas foram realizadas nos meses de maio de 2007 e julho de
2008, com a quantificação em litros e quilogramas de “café da roça”, em cada
parcela. Para a obtenção da produção, consideraram-se 480 litros de café da roça
para cada saca de café beneficiado por hectare.
Considerou-se a produtividade acumulada, ou seja, foram somadas as
quantidades de sacas de café beneficiados em cada parcela do ano de 2007 com
o ano de 2008.
3.4.2.2 Porcentagem de frutos chochos
Utilizou-se a técnica preconizada por Antunes Filho & Carvalho (1957)
modificada. Esta técnica consiste em colocar uma amostra de cem frutos no
estágio cereja em uma vasilha com água, contando-se os que sobrenadam, pois
estes apresentam uma ou mais lojas sem sementes; após, foi feita a checagem
manual de cada fruto.
3.4.2.3 Porcentagem de frutos verde, cereja, passa e seco
Contou-se, no momento da colheita, o número total de frutos de uma
amostra de 300 ml de café colhido por parcela, separando-se os frutos nos
seguintes estádios de maturação: verde, cereja, passa e seco.
As avaliações de porcentagem de frutos chochos, verde, cereja, passa e
seco foram realizadas apenas no ano de 2008.
3.5 Análises estatísticas
As análises estatísticas foram realizadas de acordo com o delineamento
utilizado, construindo-se a análise de variância dos dados à significância de 5%
22
de probabilidade pelo Teste F, utilizando-se o programa computacional
“SISVAR”, desenvolvido por Ferreira (2000). Quando houve efeito significativo
dos tratamentos as médias foram comparadas por meio de teste de Scott-Knott.
Para a variável produtividade realizou-se também o contraste, com o intuito de
comparar médias entre alguns tratamentos.
3.6 Correlações fenotípicas entre caracteres
Cada característica de crescimento foi correlacionada fenotipicamente
com a produtividade. Na análise de correlações, procura-se determinar o grau de
relacionamento entre duas variáveis X e Y. A partir das análises de variância de
cada uma delas, procedeu-se à análise da soma dos valores de X e Y, de tal
forma que as covariâncias ou produtos médios (PM) de cada fonte de variação
pudessem ser estimados, conforme utilizado por Cruz & Regazzi (1994). Sendo
o X representado pela produção e o Y por cada variável de crescimento.
3.7 Descrição dos tratamentos
3.7.1 Mudas de ano passadas e podadas, formadas no ano de 2003
Tratamento 1 Em sacolas 27 x 32 cm
A semeadura foi realizada, no mês de junho de 2003, em sacolas
plásticas para mudas de “meio ano” com dimensões de 11 x 22 cm. No mês de
março de 2004, essas mudas foram transferidas para sacolas 27 x 32cm e
reencanteiradas novamente em espaçamento de 20 x 20 cm. Elas foram podadas
em junho de 2005, desbrotadas três meses depois e, em seguida, foram
conduzidas com duas hastes até o plantio.
Tratamento 2 Em sacolas de 16 x 25 cm
A semeadura foi realizada, no mês de junho de 2003, em sacolas
plásticas para mudas de “meio ano” com dimensões de 11 x 22 cm. No mês de
23
março de 2004, foram transferidas para sacolas de 16 x 25cm e reencanteiradas
novamente em espaçamento de 20 x 20 cm. Essas mudas foram podadas em
junho de 2005, desbrotadas três meses depois e, em seguida, foram conduzidas
com duas hastes até o plantio.
3.7.2 Mudas formadas no ano de 2004
Tratamento 3 A semeadura, neste tratamento, foi realizada no mês de
junho de 2004, em tubetes de 120 ml. Após 7 meses, as mudas foram
transplantadas para sacolas de 16 x 25 cm e reencanteiradas em espaçamento de
20 x 20 cm.
Tratamento 4 A semeadura foi realizada no mês de junho de 2004, em
tubetes de 120 ml. Após 7 meses, as mudas foram transplantadas para sacolas de
16 x 25 cm e reencanteiradas em espaçamento de 20 x 20 cm. Posteriormente, as
mudas foram podadas no mês de junho de 2005, desbrotadas e conduzidas com
duas hastes até o plantio.
Tratamento 5 Mudas enxertadas e conduzidas em tubetes de 120 ml até
7 meses e, depois, transplantadas para sacolas 16 x 25 cm, reencanteiradas em
espaçamento de 20 x 20 cm. Essas mudas foram podadas em junho de 2005,
desbrotadas e conduzidas com duas hastes até o plantio.
Tratamento 6 Mudas oriundas de tubetes de 120 ml, semeadas em
agosto de 2004 e podadas em junho de 2005, desbrotadas e conduzidas em
tubetes com haste única até o plantio em campo.
Tratamento 7 As sementes foram colhidas em junho de 2004 e
imediatamente armazenadas, até o mês de dezembro do mesmo ano, em câmara
fria a 10
o
C e 50% de umidade relativa do ar. O semeio foi realizado em
dezembro de 2004, em germinador de areia e, em janeiro de 2005, repicadas
para tubetes de 120 ml. Em junho de 2005, foram transferidas para sacolas 16 x
25 cm e conduzidas em espaçamentos de 20 x 20 cm no viveiro.
24
Tratamento 8 As sementes de Coffea arabica L. foram colhidas em
junho de 2004 e imediatamente armazenadas até o mês de dezembro do mesmo
ano, em câmara fria a 10
o
C e 50% de umidade relativa do ar. O semeio foi
realizado em dezembro de 2004, na mesma época em que foram colhidas e
semeadas as sementes de Coffea canephora ‘Apoatã IAC 2258’. Em janeiro de
2005, as plântulas de Coffea arabica L. e Coffea canephora Pierre foram
enxertadas e repicadas para tubetes de 120 ml. Em junho de 2005, foram
transferidas para sacolas 16 x 25 cm e conduzidas em espaçamentos de 20 x 20
cm no viveiro.
3.7.3 Mudas formadas no ano de 2005
Tratamento 9 Mudas em pé-franco produzidas a partir de plântulas
formadas em ambiente controlado (Oliveira et al., 2002, descrito no item 2.1 da
revisão de literatura e 3.3 do material e métodos), com as sementes colhidas em
maio de 2005 e repicadas para tubetes de 120 ml quando as plântulas se
encontravam no estádio de “palito de fósforo”.
Tratamento 10 Mudas enxertadas, produzidas a partir de plântulas de
Coffea arabica L. e Coffea canephora Pierre, formadas em ambiente controlado
(Oliveira et al., 2002, descrito no item 2.1, da revisão de literatura e 3.3, do
material e métodos). Neste tratamento, as sementes de Coffea canephora Pierre
(Apoatã IAC-2258) foram armazenadas no ano anterior, dezembro de 2004, e as
sementes de Coffea arabica L. colhidas no mês de maio de 2005. A semeadura
dos dois materiais genéticos foi realizada em maio de 2005 e após enxertia em
julho de 2005 e repicadas para tubetes de 120 ml.
Tratamento 11 Mudas de meio ano de Coffea arabica L. auto-
enxertadas com duas raízes (dois porta-enxertos e um enxerto por muda). As
sementes foram colhidas em maio de 2005 e repicadas para tubetes de 120 ml
em julho de 2005, após a enxertia.
25
Tratamento 12 Mudas formadas a partir do enraizamento de estacas de
Coffea arabica L. colocadas para enraizar ao inicio do mês de junho de 2005, e
transplantadas para sacolas plásticas de 15 x 20 cm três meses após a indução do
enraizamento. Para a indução do enraizamento das estacas, utilizou-se o
regulador de crescimento ácido indol-3-butírico (AIB) nas concentrações de
4000 mg.L
-1
, veiculado em talco inerte. O ambiente de enraizamento foi mantido
com umidade entre 85 a 90% e temperaturas entre 21 e 23
o
C. Contou-se com
sistema automático de irrigação por micro-aspersão, sendo que, o substrato
utilizado foi composto da mistura de 1/1 de areia lavada e vermiculita (Jesus et
al., 2006 a,b).
Tratamento 13 Mudas de meio ano semeadas em sacolas plásticas 11 x
22 cm em junho de 2005 e conduzidas a pleno sol (Silva et al., 2000).
Tratamento 14 Mudas de meio ano semeadas em sacolas plásticas 11 x
22 cm em junho de 2005 e “forçadas” com nitrogênio em duas aplicações, sendo
a primeira realizada quando as mudas se encontravam com dois pares de folhas
verdadeiras no dia 01/11/2005 e a segunda aplicação realizada no 01/12/2005. A
adubação utilizada foi de 30 gramas de sulfato de amônio em 10 litros de água
para cada 1000 mudas (Silva et al., 2000).
Tratamento 15 Mudas tradicionais de meio ano semeadas em sacolas
plásticas 11 x 22 cm em junho de 2005 (Testemunha).
3.8. Substrato para a produção de mudas em sacolas
Para os tipos de mudas em sacolas, utilizou-se o substrato padrão para
produção de mudas de café, constituído de 700 L de terra de subsolo peneirada,
300 L de esterco de curral curtido e peneirado, 5 Kg de super fosfato simples,
0,5 Kg de cloreto de potássio e foi acrescentado calcário em quantidades
referente à interpretação da análise de fertilidade do solo no substrato preparado
para as mudas conduzidas em sacolas 16 x 25 cm e 27 x 30 cm.
26
3.9 Produção de mudas enxertadas e repicadas para tubetes
As sementes de café de Coffea arabica L. e Coffea canephora Pierre
utilizadas como enxerto e porta-enxerto foram tratadas com Pencycuron, 3g/kg
de sementes, antes da semeadura.
Após a semeadura, as sementes foram cobertas com cerca de 2 cm de
areia de rio e, em seguida, cobertas com sacos de juta (aniagem). A irrigação foi
feita duas vezes ao dia até o inicio do aparecimento das alças hipocotiledonares,
quando foram retirados os sacos de juta. A cobertura, a partir deste momento, foi
realizada com sombrite a 50% a 20 cm de altura do leito do germinador,
permanecendo, assim, até o momento da retirada das plântulas para realização
da enxertia.
A enxertia foi realizada com plântulas no estádio de “palito de fósforo”.
O método de enxertia utilizado foi o tipo garfagem hipocotiledonar e o amarrio
foi realizado com “parafilme” biodegradável. Antes da repicagem, as raízes das
plântulas enxertadas e não enxertadas passaram por um processo de “toilete”,
aparando-se o sistema radicular, com a finalidade de se evitar problemas durante
a repicagem e possível formação de “pião torto”. Foi realizada também a
imersão das plântulas em solução antifúngica Pencycuron, 3g/litro de água,
como forma de prevenção de Rhizoctonia solani.
Após a enxertia, as plântulas foram repicadas em tubetes com volume de
120 ml, contendo substrato comercial constituído à base de turfa e casca de
pinus processadas e enriquecidas, e vermiculita. Em seguida, foram levadas para
a “maternidade” (ou túnel de aclimatação), local onde as mudas foram mantidas
em condição de alta umidade relativa, por meio de irrigação por nebulização e
baixa insolação durante quatro semanas. Após este período as mudas foram
transferidas para o viveiro de mudas com cobertura de sombrite 50%.
Para a adubação das mudas em tubetes foi utilizado o formulado de
27
liberação lenta (Osmocote 15-10-10 de NPK + micronutrientes) na dose de 450
gramas em 55 litros de substrato comercial conforme sugerido por Mello (1999).
3.10 Produção de mudas enxertadas a partir de plântulas formadas em
ambiente controlado
Para este tipo de muda, as sementes de café do Coffea arabica L. e do
Coffea canephora Pierre foram semeadas em caixas plásticas de dimensões 47 x
30 x 11 cm, com furos no fundo para drenar o excedente de água. Utilizou-se
nas caixas o substrato comercial plantmax café. As sementes permaneceram em
ambiente controlado a 30
o
C, com alta umidade relativa e luminosidade constante
até que as plântulas se encontrassem no estádio de palito de fósforo, quando foi
realizada a enxertia e a repicagem das mudas em pé-franco. Para os dois tipos de
mudas (pé-franco e enxertadas) realizou-se o “toilete”, com posterior repicagem
para tubetes, permanecendo assim no viveiro até o plantio.
3.11 Produção de mudas em pé franco e enxertadas com semeadura
antecipada
Para a execução deste tratamento, as sementes de Coffea arabica
L. e Coffea canephora Pierre foram colhidas no próprio campo
experimental da Universidade Federal de Lavras no ano de 2004, sendo
que as sementes de Coffea arabica L. foram colhidas, preparadas e
secadas à sombra até se encontrarem com 15% de umidade, sendo em
seguida armazenadas em câmara fria a 10
o
C em sacos de polietileno
vedados. Já as sementes do Coffea canephora Pierre foram colhidas no
mês de dezembro de 2004 seguindo os mesmos procedimentos realizados
nas sementes de Coffea arabica L. sendo que as sementes do Coffea
canephora Pierre foram secadas até a umidade de 40% de umidade.
28
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1 Crescimento vegetativo
Na Tabela 1 encontra-se o resumo das análises de variância,
coeficientes de variação e médias gerais para as características altura de
plantas (cm), diâmetro de caule (mm), número de ramos plagiotrópicos
(NRP) e número de nós nos ramos plagiotrópicos (NNRP) em cafeeiros,
aos 890 dias após o plantio em campo, para os 15 tratamentos referentes a
cada tipo de muda. Observa-se que houve efeito significativo, a 5% de
probabilidade, em todas as características avaliadas.
TABELA 1 Resumo das análises de variância, coeficientes de variação e médias
gerais para altura de plantas (cm), diâmetro de caule (mm),
número de ramos plagiotrópicos (NRP) e número de nós nos
ramos plagiotrópicos (NNRP) em cafeeiros aos 890 dias após o
plantio em campo.
Quadrados médios e significâncias
FV
GL
Altura
Diâmetro
de caule
NRP NNRP
Bloco 2 84,35
ns
0,82
ns
70,48
ns
41394,75*
Tratamentos 14 431,85*
39,97* 120,06*
29767,75*
Erro (B x T) 28 64,66 4,03 28,15 7495,20
CV (%) 6,58 5,78 7,65 11,92
Média geral 122,28
34,75 69,35 726,15
* Significativo, a 5% de probabilidade, pelo teste F.
29
Na Tabela 2 verificam-se as médias das características de crescimento,
altura (cm) de plantas, diâmetro de caule (mm), número de ramos plagiotrópicos
(NRP) e número de nós nos ramos plagiotrópicos (NNRP) em cafeeiros
provenientes de diferentes tipos de mudas aos 890 dias após o plantio.
TABELA 2 Resultados médios para altura (cm) de plantas, diâmetro de caule
(mm), número de ramos plagiotrópicos (NRP) e número de nós
nos ramos plagiotrópicos (NNRP) em cafeeiros aos 890 dias após
o plantio em campo.
Trat. Altura (cm) Diâmetro (mm) NRP NNRP
1 140,00 a 31,60 c 79,67 a 865,67 a
2 135,50 a 30,21 c 74,17 a 717,17 b
3 132,92 a 39,66 a 73,17 a 823,50 a
4 132,25 a 31,30 c 75,00 a 772,33 a
5 128,75 a 28,19 c 74,00 a 744,33 a
6 110,50 b 34,60 b 64,33 b 773,17 b
7 127,17 a 37,90 a 74,50 a 880,33 a
8 120,42 a 38,50 a 67,50 b 653,00 b
9 121,83 a 38,68 a 70,42 a 627,58 b
10 102,33 b 33,90 b 58,67 c 540,92 b
11 101,08 b 34,20 b 57,00 c 671,00 b
12 108,50 b 30,66 c 65,67 b 608,17 b
13 123,50 a 36,81 a 65,33 b 750,50 a
14 128,42 a 37,48 a 68,17 b 717,83 b
15 118,00 a 37,55 a 68,50 b 843,33 a
*Médias seguidas de mesma letra nas colunas não diferem entre si, pelo teste
de Scott-Knott, a 5% de probabilidade.
Para a variável altura de plantas os tratamentos 6, 10, 11 e 12 não
apresentaram diferença significativa entre si, no entanto, foram inferiores aos
demais tratamentos.
Nota-se ainda que as plantas oriundas de “mudas de dois anos e meio
30
passadas e podadas” (tratamentos 1 e 2) tiveram tendência de crescimento
semelhantes, apresentando médias 140,00 e 135,50 cm, respectivamente, que se
encontravam entre as maiores observadas. O mesmo foi observado por Oliveira
(2007).
Para os tratamentos de 3 a 8 provenientes de “mudas de ano e meio com
e sem enxertia, com e sem podas”, observa-se que mudas podadas, conduzidas
com haste única em pé franco e em tubetes (tratamento 6) possibilitou menor
desenvolvimento das plantas em campo, em relação aos demais tratamentos da
mesma idade.
Deve-se ressaltar ainda que na literatura, há sempre vantagem no
desenvolvimento inicial em favor das plantas obtidas de mudas em pé-franco,
quando comparadas às plantas formadas de mudas enxertadas, quando cultivadas
em solos isentos de nematóides (Oliveira, 2003; Dias, 2006 e Oliveira, 2007).
Porém, há indícios de que as plantas oriundas de mudas enxertadas,
quando podadas, apresentam desenvolvimento da parte aérea superior em
relação às plantas oriundas de pé-franco. O mesmo foi observado por Fahl et al.
(1998) e Oliveira (2007), que verificaram que lavouras adultas e em formação,
quando podadas, obtiveram desenvolvimento superior em favor das plantas
enxertadas.
Com relação ao recipiente, Vallone (2006) verificou que, até os 20
meses após o plantio, os cafeeiros provenientes de sacolas de polietileno e
tubetes de 120 ml não apresentaram diferença significativa entre si, contudo
Vallone (2006) não utilizou a poda o que pode ter influenciado esse resultado.
Observa-se também através da Tabela 2, que dentre as mudas produzidas
no ano de 2005, as mudas oriundas dos tratamentos 10, 11 e 12 não
apresentaram diferença significativa entre si, no entanto, foram inferiores aos
demais tratamentos da mesma idade. Esses resultados permitem inferir que o
estresse causado pelo processo de enxertia estava afetando o desenvolvimento
31
das plantas nas mudas oriundas dos tratamentos 10 e 11. Esses resultados
concordam com Figueiredo et al., 2002; Dias, 2006; Oliveira, 2007.
Já na característica de diâmetro de caule houve maior diâmetro de caule
das plantas oriundas dos tratamentos 3, 7, 8, 9, 13, 14 e 15, não diferindo entre si
significativamente, sendo todos esses tratamentos sem podas. Conforme já
demonstrado, as plantas oriundas de mudas com duas hastes, ou seja, podadas
tiveram o diâmetro medido na altura do colo do broto, enquanto as plantas
provenientes de mudas sem poda tiveram o diâmetro medido na altura do colo
das plantas, o que pode ter influenciado substancialmente a característica
vegetativa avaliada.
Verifica-se que os tratamentos 1 e 2 do grupo de “mudas de dois anos e
meio” estavam entre os que obtiveram os menores valores de diâmetro de caule
das plantas, diferente do que ocorreu para a variável altura das plantas, em que
estes tratamentos apresentaram os maiores valores. Talvez o estiolamento dessas
mudas, durante sua formação no viveiro, tenha influenciado o diâmetro de caule
no período de formação.
Já no grupo de “mudas de ano e meio” nota-se que o tratamento 3, sem
enxertia e sem podas, possibilitou maior desenvolvimento do diâmetro de caule,
em relação aos demais tipos de mudas da mesma idade. Esse resultado ressalta
mais uma vez a vantagem no desenvolvimento inicial em favor das plantas
obtidas de mudas em pé-franco, quando comparadas às plantas formadas de
mudas enxertadas, quando cultivadas em solos isentos de nematóides (Oliveira,
2003; Dias, 2006 e Oliveira, 2007).
Com relação às “mudas formadas no mesmo ano do plantio” compostas
pelos tratamentos 9 a 15, observa-se que o menor valor foi obtido no tratamento
12 (enraizamento de estacas). Esse resultado concorda com Oliveira (2007), em
avaliação aos 360 dias após o plantio em campo. No entanto, difere do
encontrado por Carvalho (2005) onde as plantas provenientes de estaquia
32
atingiram maior diâmetro de caule. Conforme Jesus et al. (2006a), o crescimento
e o desenvolvimento das plantas de Coffea arabica obtidas a partir do
enraizamento de estacas são variados e dependentes do potencial genético, da
idade da planta matriz, do tamanho e do vigor propagativo das mudas no plantio
e morfologia do sistema radicular.
Para característica número de ramos plagiotrópicos (NRP) observa-se
que no grupo de mudas “de dois anos e meio”, as quais apresentaram os maiores
resultados, não diferindo significativamente dos tratamentos 3, 4, 5, 7 e 9, se
destacaram aquelas mudas que foram conduzidas em sacolas plásticas (27 x 32
cm), as quais apresentaram valor final aos 890 dias após o plantio de 79,65
ramos plagiotrópicos. Esses resultados estão de acordo com Oliveira (2007) aos
360 dias após plantio em campo, no qual as plantas oriundas de “mudas de dois
anos e meio”, em sacolas de 27 x 32 cm e 16 x 25 cm, respectivamente, foram
iguais entre si e superiores aos demais tratamentos. Sendo a maior média
apresentada pelas plantas provenientes de sacolas 27 x 32 cm. Dessa forma
verifica-se que o uso de sacolas maiores (27 x 32 cm) contribuiu para maior
número de ramos plagiotrópicos, em relação às mudas que estavam em sacolas
(16 x 25 cm).
Já no grupo de “mudas de ano e meio” (tratamentos de 3 a 8), apenas os
tratamentos 6 e 8 foram significativamente inferiores. Em vários trabalhos
verificam-se em solos isentos de nematóides, vantagem no desenvolvimento
inicial das plantas, formadas de mudas em pé franco, quando comparadas com as
plantas formadas de mudas enxertadas (Oliveira, 2003; Dias, 2006 e Oliveira,
2007). O que pode explicar o menor desenvolvimento do tratamento 8 (mudas
enxertadas e conduzidas por ano em sacolas 16 x 25 cm). Contudo, mesmo o
tratamento 6 (mudas podadas, conduzidas com haste única em pé franco e em
tubetes) sendo proveniente das plantas formadas de mudas em pé franco foi um
tratamento onde realizou-se a poda e de acordo com Fahl et al. (1998) e Oliveira
33
(2007) ao realizar-se a poda em plantas formadas de mudas em pé franco, essas
apresentam menor desenvolvimento, conforme foi verificado para a variável
altura neste trabalho.
O grupo de “mudas formadas no ano do plantio” é aquele representado
pelos tratamentos 9 a 15. Nota-se que o tratamento 9 (mudas em pé franco e
tubetes de 120 ml) foi superior em relação aos demais tratamentos da mesma
idade. Assim, observa-se também neste grupo de mudas o maior
desenvolvimento inicial em favor das plantas formadas em pé franco, quando
comparadas às enxertadas em solos isentos de nematóides (Oliveira, 2003; Dias,
2006 e Oliveira, 2007).
Esses resultados também demonstram que os tratamentos 10 (mudas
enxertadas com sementes de ‘Apoatã IAC – 2258’ armazenadas do ano anterior
e as sementes de Coffea arabica L. colhidas no mesmo ano) e 11 (auto enxertia
com duplo sistema radicular de plântulas de Coffea arabica L. formadas com
sementes recém colhidas) foram significativamente inferiores aos demais
tratamentos em estudo. Mostrando também neste grupo de mudas que o estresse
causado pelo processo de enxertia estava afetando o desenvolvimento das
plantas oriundas dessas mudas, conforme foi observado para característica altura
das plantas.
Por meio desses resultados ainda é possível observar que ao armazenar
sementes de Coffea canephora Pierre (tratamento 10) essas perdem sua
viabilidade mais rápido do que as sementes de Coffea arabica L. (tratamento 7)
conforme relatado por Chin (1995) e Oliveira (2007). Já Oliveira et al. (2004)
afirmam que as sementes de Coffea canephora Pierre (‘Apoatã IAC-2258’),
quando armazenadas em condições adequadas, apresentaram, após cinco meses
de armazenamento, 76% em potencial de formar plântulas viáveis para serem
utilizadas como porta-enxerto e quando essas mesmas sementes foram
34
armazenadas em câmara fria a 10ºC, o potencial, ao final de 5 meses de
armazenamento, era de apenas 16%.
Para característica número de nós nos ramos plagiotrópicos (NNRP)
verifica-se que dentro do grupo das mudas de “dois anos e meio” o tratamento 1
(em sacolas de 27 x 32 cm) apresentou maior resultado, não diferindo
significativamente dos tratamentos de outras idades como: 3, 4, 5, 7, 13 e 15.
Nota-se que o tratamento 2 (em sacolas de 16 x 25 cm) apresentou resultado
inferior quando comparado ao tratamento da mesma idade, conforme foi
verificado para número de ramos plagiotrópicos (NRP). Esses resultados são
contrários aos obtidos por Oliveira (2007), pois o autor considerou nas plantas
podadas, as duas hastes, o que influenciou substancialmente as características
vegetativas analisadas, uma vez que as plantas comportavam-se como duas
mudas.
No grupo de “mudas de ano e meio” (tratamentos de 3 a 8) verifica-se
que os tratamentos 3, 4, 5 e 7 não diferiram significativamente entre si, e foram
superiores aos demais tratamentos da mesma idade. Sendo que o tratamento 7
(mudas oriundas de sementes de C. arabica L.armazenadas em câmara fria, sem
enxertia) apresentou a maior média de número de nós nos ramos plagiotrópicos
sendo de 880,3. Conforme foi observado para a variável número de ramos
plagitrópicos (NRP) apenas os tratamentos 6 (mudas podadas, conduzidas com
haste única em pé franco e em tubetes) e 8 (mudas enxertadas e conduzidas por
ano em sacolas de 16 x 25 cm) foram significativamente inferiores.
Com relação às “mudas formadas no ano do plantio” nota-se que os
tratamentos 13 (mudas formadas a pleno sol) e 15 (testemunha) destacaram em
relação aos tratamentos de mesma idade. Considerando-se as mudas formadas a
pleno sol esse resultado aproxima-se da observação feita por Matiello et al.
(1997), onde os autores verificaram que mudas provenientes desta técnica
obtiveram desenvolvimento igual e até mesmo com tendência de ser superior
35
para altura, quando comparadas com as mudas formadas com 50% de
sombreamento. No entanto, esses resultados diferem do observado por Paiva et
al. (2003) que concluíram que o melhor nível de sombreamento para formação
de mudas é o de 50%.
Esses resultados demonstram que opções como “mudas de dois ano e
meio” em sacolas 16 x 25 cm (tratamento 1), “mudas de ano e meio” em pé-
franco (tratamento 3), em pé-franco e podadas (tratamento 4), enxertadas e
podadas (tratamento 5), mudas oriundas de sementes armazenadas em câmara
fria sem enxertia (tratamento 7) e “mudas do mesmo ano do plantio” formadas à
pleno sol (tratamento 13), não resultaram em maior número de nós nos ramos
plagiotrópicos em relação ao tratamento 15 (testemunha).
4.2 Correlações fenotípicas entre caracteres
Na Tabela 3 verifica-se a estimativa dos coeficientes de correlação
fenotípica entre os caracteres altura de plantas (cm), diâmetro de caule (mm),
número de ramos plagiotrópicos (NRP) e número de nós nos ramos
plagiotrópicos (NNRP) com a produtividade de café beneficiado em sacas por
hectare.
TABELA 3 Estimativa dos coeficientes de correlação fenotípica entre os
caracteres altura de plantas (cm), diâmetro de caule (mm), número
de ramos plagiotrópicos (NRP) e número de nós nos ramos
plagiotrópicos (NNRP) com a produtividade de café beneficiado
em sacas por hectare.
Caracteres
Altura Diâmetro NRP NNRP
Produtividade 0,702 0,020 0,771 0,691
36
De maneira geral, as estimativas dos coeficientes de correlação
fenotípica entre os caracteres mencionados e a produtividade de café beneficiado
(sc.ha
-1
) apresentaram alta e positiva correlação para altura de plantas, número
de ramos plagiotrópicos (NRP) e número de nós nos ramos plagiotrópicos
(NNRP), ou seja, quanto maior o valor apresentado por esses caracteres maior
será a produtividade dessas plantas. Já o diâmetro de caule apresentou baixa
correlação, o que pode ser explicado pelo fato das plantas oriundas de mudas
com duas hastes, ou seja, podadas tiveram o diâmetro medido na altura do colo
do broto, enquanto as plantas provenientes de mudas sem poda tiveram o
diâmetro medido na altura do colo das plantas, o que pode ter influenciado
substancialmente a característica vegetativa avaliada.
Silvarolla et al. (1997) avaliando progênies de cafeeiro derivadas do
híbrido de Timor com resistência ao agente da ferrugem, observaram alta
correlação tanto entre altura de plantas e produção (0,844) quanto entre diâmetro
de caule e produção (0,887). Em Coffea canephora Pierre, Fonseca (1999)
verificou baixa correlação entre diâmetro médio das copas (0,190) e altura média
da planta (0,259) com a produção média de grãos.
Já Miranda (2003) avaliando progênies de cafeeiro Coffea arabica L.
quanto às correlações fenotípicas, concluiu que os atributos fenotípicos que mais
se correlacionam com a obtenção das maiores produtividades (kg/planta) das
progênies, foram a altura da planta (r = 0,33 e 0,41) e o comprimento dos ramos
plagiotrópicos (r = 0,28 e 0,63).
4.3 Produtividade e estádio de maturação dos frutos na colheita
Pelos dados da Tabela 4 observa-se o resumo das análises de variância
da produtividade de café beneficiado em sacas por hectare e estádio de
37
maturação dos frutos na colheita. Nota-se que apenas para a variável
produtividade houve efeito significativo entre os tratamentos, a 5% de
probabilidades pelo teste F, as outras variáveis não apresentaram efeito
significativo. A avaliação do estádio de maturação dos frutos foi feita em função
dos diferentes tipos de mudas utilizados neste trabalho, o que possivelmente
poderia alterar essa característica.
TABELA 4 Resumo da análise de variância da produtividade de café (sc.ha
-1
)
em dois anos de colheita (2007 e 2008), e estádio de maturação
dos frutos, em função de diferentes tratamentos.
FV GL Quadrados médios e significância
Prod. Cereja Verde Passa Seco Chocho
Bloco
(B)
2 2,40
NS
1584,60
NS
782,16
NS
0,36
NS
22,20* 16,09
NS
Trat.
(T)
14 15,75* 241,00
NS
601,59
NS
14,02
NS
4,18
NS
34,83
NS
Erro
(B x T)
28 2,99 849,39 517,54 14,04 6,94 402,89
CV (%) 22,00
23,25 50,21 76,19 82,31 43,30
Média
Geral
7,86 125,33 45,31 5,02 3,20 8,76
* = valores significativos pelo Teste F (P<0,05).
38
Na Tabela 5 encontram-se os valores médios para produtividade de café
acumulada das duas primeiras colheitas (2007 e 2008), provenientes de
diferentes tipos de mudas. De maneira geral, a produtividade de café apresentada
pelos tratamentos foi baixa, o que pode ser decorrente do espaçamento utilizado
(3,8 x 0,7 m) considerado um espaçamento largo utilizado principalmente por
produtores mecanizados. E também devido ao atraso e falta de chuvas no ano de
2007.
39
TABELA 5 Produtividade acumulada das duas primeiras colheitas (2007 e
2008), provenientes de diferentes tipos de mudas.
Tratamentos Produtividade (sc.ha
-1
)
1 11,00 a
2 8,33 b
3 12,00 a
4 9,00 b
5 8,66 b
6 6,33 b
7 12,00 a
8 8,00 b
9 6,00 b
10
5,66 b
11
5,00 b
12
7,00 b
13
6,00 b
14
7,00 b
15
6,00 b
Médias seguidas de mesma letra nas colunas não diferem entre si, pelo teste de
Scott-Knott (P<0,05).
Os melhores resultados foram obtidos nos tratamentos 1, 3 e 7 com 11;
12 e 12 sacas de café beneficiadas por hectare, respectivamente. Todos esses
tratamentos referem-se aos tipos de mudas não utilizadas de forma
convencional, mas que de certa forma apresentaram produções bastante
interessantes, visto que o tratamento 15, com mudas do ano, produziu apenas
40
6,00 sacas de café beneficiadas por hectare. Esses resultados demonstram o
potencial de mudas formadas em anos que antecedem o plantio.
Dentre esses tratamentos que foram significativamente iguais entre si e
superiores aos demais tratamentos, observa-se que desde a colheita das sementes
até o plantio os tratamentos 3 e 7 levaram 18 meses, enquanto o tratamento 1
levou 30 meses. Sabe-se que quanto maior o tempo de permanência dessas
mudas em viveiro maior tende a ser seu custo de produção. Dessa forma, nota-se
que além dos tratamentos 3 e 7 ficarem por um período menor no viveiro
apresentaram também as maiores médias de produtividade, logo são mais
vantajosos do que o tratamento 1.
Assim, uma forma para antecipar a época da instalação das lavouras
cafeeiras e consequentemente, a produção seria por meio do armazenamento de
sementes do ano anterior em condições de câmara fria, por seis meses
(tratamento 7). Esses resultados estão de acordo com Vieira et al. (2007) que
concluíram ser possível armazenar sementes cafeeiras em condições de câmara
fria por 9 meses obtendo altos índices de germinação e vigor. Outra opção para
antecipação da produção seria as “mudas de ano e meio sem podadas”
(tratamento 3).
Esses resultados também nos permitem inferir que o forçamento de
mudas, enraizamento de estacas e mudas formadas a pleno sol, tratamentos
aplicados no mesmo ano de formação das mudas da testemunha (tratamento 15),
não favoreceram a antecipação da produção, pois apresentam a mesma produção
da testemunha. Com relação ao enraizamento de estacas esperava-se uma
antecipação da produção, visto que as plantas multiplicadas por estacas já
passaram pelo estádio juvenil. Partelli et al. (2006) propagando vegetativamente
plantas de café ‘Conilon’ observaram maior produção das plantas propagadas
por estacas quando comparadas às plantas propagadas por sementes. Contudo,
em Coffea arabica L há uma dificuldade no estabelecimento de um protocolo
41
para a propagação vegetativa in vivo. Esta dificuldade pode estar relacionada à
variabilidade de respostas encontradas para as diferentes cultivares, com relação
aos fatores que afetam o enraizamento (Carvalho, 2005).
Na Tabela 6 são apresentados alguns contrastes entre tratamentos que
apresentam interesse prático. Nota-se que apenas para o contraste entre
tratamentos 3 x 4, ou seja, mudas não podadas e mudas podadas, houve efeito
significativo. Assim, é possível inferir para o grupo de “mudas de ano e meio”
que as mudas não podadas obtiveram maior produtividade quando comparadas
as mudas podadas. Esses resultados são diferentes dos observados por Miguel et
al. (1986) e Garcia et al. (1983) contudo, esses autores semearam em saquinhos
e conduziram essas mudas em viveiro por apenas 6 meses, enquanto neste
trabalho essas mudas foram mantidas por um ano e meio no viveiro. Esses
resultados também diferem do relato feito por cafeicultores da região de
Perdões, MG (Oliveira, 2007). Por meio desses resultados observa-se que a poda
realizada em mudas que permanecem em viveiro por mais de 6 meses, pode
levar a um aumento no custo de produção destas mudas sem proporcionar maior
produtividade.
42
TABELA 6 Contrastes entre alguns tratamentos que apresentam interesse
prático.
FV GL Quadrados
médios e
significância
Cont.1x2 (sacolas 27x32cm x sacolas 16x25cm) 1 10,66
NS
Cont. 4x6 (sacolas 16x25cm x tubetes 120ml) 1 10,66
NS
Cont. 2x4 (Idade das mudas) 1 0,66
NS
Cont. 3x4 (Mudas não podadas x podadas) 1 13,50*
Cont. 4x5 (Mudas pé franco x enxertadas) 1 0,16
NS
Resíduo 28
* = valores significativos pelo Teste F (P<0,05).
43
5 CONCLUSÕES
O uso das mudas “de dois anos e meio, com podas”, “mudas de ano e
meio, sem podas” e “mudas com sementes armazenadas do ano anterior”
proporcionou em média seis sacas de café beneficiadas por hectare a mais do
que as mudas convencionais.
A enxertia não contribuiu para antecipação da produção.
A utilização da poda não proporcionou antecipação da produção visto
que o tratamento sem podas em “mudas de ano e meio” produziu mais que o
com podas da mesma idade e apresentou a mesma produção das “mudas de dois
anos e meio com podas”.
Com base nas análises das características vegetativas avaliadas as mudas
formadas em anos que antecedem o plantio apresentam maior crescimento.
O caráter produção revelou correlação fenotípica alta e positiva com as
características altura de planta, número de ramos plagiotrópicos e número de nós
nos ramos plagiotrópicos. Não apresentou, porém, resultados consistentes de
correlação com diâmetro do caule.
44
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