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DIVERSIDADE GENÉTICA E
CARACTERIZAÇÃO MORFOAGRONÔMICA
DA MAMONEIRA
HELEN CRISTINA DE ARRUDA RODRIGUES
2009
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HELEN CRISTINA DE ARRUDA RODRIGUES
DIVERSIDADE GENÉTICA E CARACTERIZAÇÃO
MORFOAGRONÔMICA DA MAMONEIRA
Orientador
Prof. Samuel Pereira de Carvalho
LAVRAS
MINAS GERAIS – BRASIL
2009
Dissertação apresentada à Universidade
Federal de Lavras como parte das
exigências do Programa de Pós-Graduação
em Agronomia/Fitotecnia, para a obtenção
do título de “Mestre”.
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3
Rodrigues, Helen Cristina de Arruda.
Diversidade genética e caracterização morfoagronômica da
mamoneira / Helen Cristina de Arruda Rodrigues. – Lavras : UFLA,
2009.
43 p. : il.
Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal de Lavras, 2009.
Orientador: Samuel Pereira de Carvalho.
Bibliografia.
1. Mamona. 2. Divergência genética. 3. Acessos. 4. Caracteres. 5.
Correlações. I. Universidade Federal de Lavras. II. Título.
CDD – 631.5
Ficha Catalográfica Preparada pela Divisão de Processos Técnicos da
Biblioteca Central da UFLA
HELEN CRISTINA DE ARRUDA RODRIGUES
DIVERSIDADE GENÉTICA E CARACTERIZAÇÃO
MORFOAGRONÔMICA DA MAMONEIRA
APROVADA em 16 de fevereiro de 2009.
Prof. Dr. Antônio Carlos Fraga UFLA
Prof. Dr. Carlos Eduardo Magalhães dos Santos UFV
Prof. Dr. Samuel Pereira de Carvalho
UFLA
(Orienatdor)
LAVRAS
MINAS GERAIS – BRASIL
Dissertação apresentada à Universidade
Federal de Lavras como parte das exigências
do Programa de Pós-Graduação em
Agronomia/Fitotecnia, para a obtenção do
título de “Mestre”.
1
A Deus, cuja presença constante em minha vida sustenta-me e eleva-me
cada vez mais com sua palavra.
Aos meus pais, José Antônio e Teresinha, pelo amor, pelo
exemplo de vida, de luta e de fé, pela firmeza de caráter e pelos ideais
que me proporcionaram.
Às minhas irmãs queridas, Giselle e Caroline, e ao meu
sobrinho Caio, pela alegria de sua presença, pela inspiração,
motivação e esperança.
Ofereço
2
AGRADECIMENTOS
À Santíssima trindade, por fazer tudo em minha vida possível.
À Universidade Federal de Lavras (UFLA) pela realização do curso de
Mestrado em Agronomia/Fitotecnia, em especial ao Departamento de
Agricultura.
A Capes, pela concessão da bolsa de estudos, apoiando essa pesquisa.
Ao meu orientador Samuel Pereira de Carvalho, por todos os
ensinamentos, paciência, atenção e apoio.
Aos professores Antonio Carlos Fraga e Carlos Eduardo Magalhães dos
Santos, membros da banca examinadora, pelas sugestões apresentadas.
Ao meu namorado Henrique, pelo amor, carinho, companheirismo,
dedicação e paciência, em todos os momentos.
Ao Professor Telde Natel Custódio e Doutorando José Luis Sandes de
Carvalho Filho, pela colaboração na realização das análises estatísticas.
Às amigas de república, Luciana e Mariana, pela ótima convivência,
apoio, amizade e companheirismo.
Ao Evaldo Arantes de Souza, pela disponibilidade e ajuda.
Ao meu companheiro de pesquisa Alexandre Alves de Carvalho, pela
valiosa ajuda na realização desse trabalho.
À minha amiga Flávia Dionísio Pereira, pela ajuda e ensinamentos.
Às colegas e amigas de curso Rose e Priscila.
Aos meus amigos, Denise, Renata, Gabriela, André e Alexandre Diniz
que torceram pelo meu sucesso.
Aos funcionários do Departamento de Agricultura, em especial aos
funcionários do Setor de Grandes Culturas.
A todos que direta ou indiretamente contribuíram para a realização desse
trabalho.
3
SUMÁRIO
RESUMO ........................................................................................................ i
ABSTRACT .................................................................................................... ii
ARTIGO 1: Divergência genética entre acessos de mamoneira por meio de
caracteres multicategóricos ......................................................................... 1
Resumo ............................................................................................................. 1
Abstract ............................................................................................................ 2
Introdução ......................................................................................................... 3
Material e Métodos ........................................................................................... 5
Resultados e Discussão .................................................................................... 7
Conclusões ....................................................................................................... 13
Referências Bibliográficas ............................................................................... 14
ARTIGO 2: Diversidade genética de acessos de mamoneira por meio de
caracteres morfoagronômicos........................................................................... 16
Resumo.............................................................................................................. 16
Abstract ............................................................................................................ 17
Introdução ......................................................................................................... 18
Material e Métodos ........................................................................................... 19
Resultados e Discussão .................................................................................... 21
Conclusões ....................................................................................................... 27
Referências Bibliográficas ............................................................................... 28
ARTIGO 3: Correlações em caracteres morfoagronômicos de
mamoneira......................................................................................................... 31
Resumo ............................................................................................................. 31
Abstract ............................................................................................................ 32
Introdução ......................................................................................................... 33
Material e Métodos ........................................................................................... 34
Resultados e Discussão .................................................................................... 36
Conclusões ....................................................................................................... 41
Referências Bibliográficas ............................................................................... 42
i
RESUMO GERAL
RODRIGUES, Helen Cristina de Arruda. Diversidade genética e
caracterização morfoagronômica da mamoneira. 2009. 43p. Dissertação
(Mestrado em Fitotecnia) – Universidade Federal de Lavras, Lavras, MG.
1
Um dos grandes desafios atuais da pesquisa agrícola é a produção de cultivares
melhorada de mamoneira, com estabilidade genética, alta qualidade e potencial
produtivo. A divergência genética é um dos mais importantes parâmetros
avaliados por melhoristas de plantas na fase inicial de um programa de
melhoramento genético. Em decorrer disso, o objetivo do presente trabalho foi
determinar a diversidade genética através da caracterização e estimação das
correlações genotípica, fenotípica e de ambiente entre caracteres de acessos de
mamona. O experimento em delineamento em blocos ao acaso, com quinze
tratamentos e três repetições, foi implantado em Lavras, MG. Os dados foram
submetidos à análise de variância, obtendo-se as distâncias genéticas entre os
acessos e com base nessas distâncias, realizou-se análise de agrupamento e
correlações entre esses acessos para determinação da divergência genética. De
acordo com o agrupamento utilizando o método de Tocher, houve a formação de
três grupos distintos para os dados qualitativos. Em relação ao agrupamento pelo
método Hierárquico do “Vizinho Mais Próximo”, houve a formação de quatro
grupos, recomendando-se os cruzamentos entre acessos superiores pertencentes
a grupos diferentes. Já em relação aos dados quantitativos, houve formação de
quatro grupos, tanto no método de Tocher, quanto no método hierárquico do
“Vizinho mais próximo”. Para correlações, observou-se que houve correlação
fenotípica e ambiental positiva entre as variáveis, fornecendo importantes
informações para o estabelecimento de um plano de melhoramento genético da
mamona a partir dos acessos avaliados.
_______________
1
Orientador: Samuel Pereira de Carvalho – UFLA
ii
GENERAL ABSTRACT
RODRIGUES, Helen Cristina de Arruda. Genetic diversity and
morphoagronomic charachterization of castor bean plant. 2009. 43p.
Dissertation (Master in Crop Science) – Federal University of Lavras, Minas
Gerais, Brazil.
2
One of the great current challenges of the agricultural research is the production
of improved castor bean cultivars with genetic stability, high quality and high-
yielding potential. The genetic divergence is one of the most important
parameters evaluated by plant breeders in the early phase of a genetic
improvement program. Owing to this, the objective of the present work was to
determine the genetic diversity through the characterization and estimation of
the genotypic, phenotypic and environmental correlation among traits of castor
bean accessions. The experiment in a randomized blocks design, with fifteen
treatments and three replicates, was established in Lavras, MG, Brazil. The data
were submitted to the variance analysis, the genetic distances being obtained
among the accessions and on the basis of these distances, clustering analysis and
correlations among these accessions for determination of the genetic divergence
were performed. According to the clustering by utilizing Tocher’s methods,
there was the formation of three distinct clusters for the qualitative data. In
relation to the clustering for the hierarchic method of nearest neighbor, there was
the formation of four clusters, the crosses among superior accessions belonging
to different clusters being recommended. But in relation to the quantitative data,
there was the formation of four groups, that is, both in Tocher´s method and in
the hierarchical method of the nearest neighbor. For correlations, it was found
that there was positive phenotypic and environmental correlation among the
variables, supplying important information to the establishment of a plan the
variable, supplying important information the establishment of a genetic
improvement plan of castor bean from the evaluated accessions.
_______________
2
Adviser: Samuel Pereira de Carvalho – UFLA
1
ARTIGO 1
DIVERGÊNCIA GENÉTICA ENTRE ACESSOS DE MAMONEIRA POR
MEIO DE CARACTERES MULTICATEGÓRICOS
(Preparado de acordo com as normas da Revista Pesquisa Agropecuária Brasileira)
RESUMO
Objetivou-se este trabalho, determinar a diversidade genética entre quinze
acessos de mamona (Ricinus communis L.). O experimento foi instalado no
delineamento em blocos ao acaso, com quinze tratamentos e três repetições, foi
implantado em Latossolo Vermelho distroférrico em Lavras, MG. Os dados
foram submetidos à análise de variância, obtendo-se as distâncias genéticas entre
os acessos e com base nessas distâncias realizou-se análise de agrupamento para
determinação da divergência genética. Houve formação de três grupos, ou seja,
constatou-se a divergência genética na matriz de dissimilaridade. O grupo I
formado por doze genótipos, o grupo II por dois genótipos e o grupo três por
apenas um, o acesso 9, sendo esse o mais divergente.
Termos para indexação: Ricinus communis L., variabilidade genética,
agrupamento.
2
GENETIC DIVERGENCE AMONG CASTOR BEAN ACCESSIONS
THROUGH MULTICATEGORIC TRAITS
ABSTRACT
This work aimed to determine the genetic diversity among fifteen castor bean
accessions (Ricinus communis L.). The experiment was set down in a
randomized block design with fifteen treatments and three replicates and was
implanted in a dystroferric Red Latosol in Lavras, MG, Brazil. The data were
submitted to the variance analysis, the genetic distances among the accessions
being obtained and on the basis of these distances; clustering analysis for the
determination of the genetic divergence was accomplished. There was the
formation of three clusters, that is, genetic divergence in the dissimilarity matrix
was found. Group I formed by twelve genotypes, group II by two genotypes and
group three by only one, accession 9, this one being the most divergent.
Index terms: Ricinus communis L., genetic variability, cluster.
3
INTRODUÇÃO
A mamoneira (Ricinus communis L.) é uma importante oleaginosa no
cenário econômico e social. O óleo da mamona possui inúmeras aplicações na
área industrial, com perspectiva de utilização como fonte energética na produção
de biocombustível (Severino et al., 2005).
Para atender a essas perspectivas de uso, torna-se importante a obtenção
de cultivares que possibilitam aumentar a produtividade de frutose e o teor de
óleo nas sementes, além de possuir resistência às principais pragas e doenças da
cultura, aproveitando-se melhor a variabilidade genética da espécie (Carvalho,
2005) e as diversas condições edafo-climáticas do país.
Em decorrência disso, a descrição morfológica e agronômica dos
genótipos torna-se importante na avaliação e caracterização de cultivares, por
possibilitar a classificação comercial das variedades e a identificação de
genótipos com características desejáveis, sendo a produtividade de sementes a
mais procurada por produtores (Silva, 1981). Essa caracterização e avaliação são
essenciais tanto para estabelecer diferenças ou semelhanças entre acessos de
germoplasma, como para estimular sua utilização para resgatar o
desenvolvimento das culturas (Figueiredo Neto et al., 2004).
De acordo com Falconer (1987), a variabilidade genética de uma
população segregante, necessária nos processos seletivos, é resultante da
divergência genética entre os parentais envolvidos nos cruzamentos. Essa
divergência genética, segundo Bahia et al. (2008), é importante para o
melhoramento, pois reside no fato de que, cruzamentos envolvendo genitores
geneticamente diferentes são convenientes para produzir efeito heterótico, além
de maior variabilidade genética em gerações segregantes.
Caracteres relacionados à morfologia das plantas são geralmente de
natureza qualitativa multicategórica ou qualitativa binária. O uso desses
caracteres, com presença de mais de duas classes por variável, tem sido
4
preferido na caracterização morfológica e na determinação da divergência
genética, tendo em vista que a utilização desses dados em forma binária incorre
em perda de informação, acarretando menor precisão na determinação da
dissimilaridade entre acessos (Cruz & Carneiro, 2003). E de acordo com Sudré
et al. (2006), normalmente os dados qualitativos utilizados nas análises
multivariadas são de natureza binária, isto é, ausência (0) ou presença (1) de
uma determinada característica, porém para a caracterização morfo-agronômica
são mais utilizadas as variáveis multicategóricas, com mais de duas classes por
variável.
Para variáveis multicategóricas usa-se o índice de dissimilaridade, em
que determinado valor expressa a porcentagem de coincidência de similaridade
considerando os vários caracteres analisados. Assim, obtém-se a matriz de
dissimilaridade a partir desses índices para posterior realização das análises de
agrupamento (Cruz & Carneiro, 2003).
Abreu et al. (2002) utilizaram 33 variáveis multicategóricas para estudar
a divergência genética entre 34 acessos de tomateiro. A análise permitiu a
separação dos acessos em dez grupos pelo método de agrupamento de Tocher.
Visando caracterizar morfoagronomicamente os recursos genéticos da
pimenta, Bento et al. (2007), verificaram que no dendrograma obtido pelo
método de agrupamento do vizinho mais próximo, houve a formação de dois
grupos bem distintos, com distância genética de 68%. O grupo I reuniu 28
acessos enquanto o grupo II ficou apenas com o acesso UENF 1622.
Desta forma, o presente trabalho tem o objetivo caracterizar
morfologicamente e avaliar a diversidade genética entre os 15 acessos de
mamona.
5
MATERIAL E MÉTODOS
A pesquisa foi conduzida na área experimental da Universidade Federal
de Lavras, Lavras, Minas Gerais, em Latossolo Vermelho distroférrico. O clima
da região é temperado suave (mesotérmico), tipo Cwb. “A região está localizada
a uma altitude de 913 metros, 21°14’06” latitude S e 45° 00’ 00’’ longitude, tem
precipitação média anual de 1493,2 mm ocorrendo maior concentração entre os
meses de novembro e fevereiro, temperatura média anual é 19,3 °C e umidade
relativa do ar é 80% (Castro Neto & Silveira, 1981).
As sementes de cada acesso de mamona utilizadas foram obtidas de
várias localidades de Minas Gerais, em que, cada acesso continha apenas
sementes da mesma localidade, sendo utilizados quinze acessos os quais estão
representados na tabela 1.
TABELA 1. Descrição da ascendência de acessos de mamoneira. UFLA,
Lavras, MG, 2009.
Acessos Ascendência
1 5-007
2 5-169
3 5-057
4 5-004
5 5-094
6 5-038
7 5-008
8 5-133
9 5-065
10 5-040
11 5-091
12 5-041
13 5-115
14 5-010
15 5-097
6
O plantio foi realizado por mudas pré-estabelecidas, ou seja, sementes
foram semeadas em bandejas com areia até a protusão da radícula
(aproximadamente cinco dias) em casa de vegetação e depois transplantadas, por
mais 20 dias, para recipientes com o substrato colocado no interior de viveiro
com sombrite 50% de luminosidade. Utilizou-se tubetes com capacidade de 55
cm³, e como substrato foi usado o Plantmax-café
®
, que possui as seguintes
características: pH [água] – 4,7; M.O. – 578 g/kg; C.O. – 321 g/kg; N – 8,12
g/kg; P – 2,81 g/kg; K – 4,80 g/kg; RMT - 422 g/kg; Umidade à 65 °C [%] –
67,22; Condutividade elétrica [µS] – 3,33.
Antes de se realizar o plantio, a área foi gradeada e depois sulcada, com
espaçamento de 1,00 m entre plantas e entrelinhas. Posteriormente realizou
adubação com NPK, na proporção de 8:28:16 (300 kg/ha). O plantio foi
realizado em meados de fevereiro de 2008, onde as mudas prontas foram levadas
para campo.
O delineamento estatístico foi de blocos casualizados, com três
repetições sendo cada parcela constituída por uma linha de 25 plantas. Foi
utilizada bordadura com a cultivar Mirante 10.
As avaliações começaram a ser feitas aos 45 dias após o plantio. Como a
caracterização morfológica objetiva a diferenciação fenotípica entre os acessos,
foram utilizados descritores de fácil identificação e expressão, e com alta
herdabilidade. Os acessos foram avaliados com relação a descritores de caule
(cor, tipo de ramificação), folha (cor das folhas jovens, cor das nervuras e cor
das folhas adultas), flor (coloração), fruto (densidade, cor, deiscência, formato
do racemo e presença de espinhos).
Os dados foram obtidos a partir da nota dada a cada acesso com relação
ao descritor analisado e utilizados na estimativa da similaridade genética
(SG=d
ii’
) entre todos os pares de acessos, por meio do índice de coincidência
7
simples. Este índice leva em consideração a ocorrência de concordância e
discordância entre valores.
Em que:
SG = C/C+D
Sendo:
C – Concordância de categoria
D – Discordância de categoria
A matriz de similaridade foi transformada em uma matriz de
dissimilaridade genética (DG) a partir do complemento da matriz de
similaridade estimada (DG = 1- SG).
Posteriormente, com base na matriz de dissimilaridade genética, os acessos
foram agrupados pelo método de otimização de Tocher, o que permitiu o
estabelecimento de grupos. Também foram utilizados o método hierárquico do
vizinho mais próximo, constituindo a tabela de frequências de cada carácter
estudado. Todas as análises foram realizadas com auxílio do programa
computacional GENES (Cruz, 2007).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Pela análise de variância houve diferenças significativas entre
tratamentos para quase todos os caracteres, o que indica, a princípio, que há
divergência entre acessos e cultivares. Os caracteres fenotípicos avaliados, suas
classes e a frequência dos acessos em cada uma das classes são apresentados na
Tabela 2.
8
TABELA 2. Caracteres avaliados, classes fenotípicas e frequências de 10
variáveis multicategóricas. UFLA, Lavras, MG, 2009.
Carácter Classe fenotípica
Frequência de
acessos
Acessos
1. Verde c/ cera 11 1,2,3,4,5,7,8,11,12,13,14
2. Verde escuro 3 6,9,10
Cor cacho
3. Vermelho 1 15
1. Avermelhado 4 6,10,12,15
Cor nervuras
2. Verde escuro 11 1,2,3,4,5,7,8,9,11,13,14
1. Bronzeado 3 6,12,15
2. Verde escuro 9 1,2,4,7,8,10,11,13,14
Cor folhas jovens
3.Verde/bronzeado 3 3,5,9
1. Acaju 3 6,10,15
2. Rosa c/ cera 10 1,2,3,4,5,7,8,12,13,14
3. Verde c/ cera 1 11
Cor caule
4. Verde-rosa s/ cera 1 9
1. Taça 4 1,5,7,12
2. Trifurcada 8 2,3,6,8,9,10,11,15
Tipo ramificação
3. Universal 3 4,13,14
1. Rala 5 4,7,8,11,13
Densidade fruto
2. Moderada 10 1,2,3,5,6,9,10,12,14,15
1. Cilíndrica 8 1,4,5,9,10,13,14,15
2. Cônica 1 7
3. Esférica 2 3,11
Formato racemo
4. Trocônica 4 2,6,8,12
1. Semideiscente 1 9
2. Deiscente 2 11,15
Deiscência
3. Indeiscente 12 1,2,3,4,5,6,7,8,10,12,13,14
1. Acaju 1 15
2. Verde 12 1,2,3,4,5,7,8,10,11,12,13,14
Cor folha adulta
3. Verde escuro 2 6,9
0. Ausência 1 1
Presença de espinhos no
fruto
1. Presença
14 2,3,4,5,6,7,8,9,10,11,12,13,
14,15
9
A diversidade constatada entre os genótipos foi observada
preliminarmente nos caracteres coloração, formato do racemo e tipo de
ramificação, sendo inclusive, facilmente visualizada nas plantas utilizadas neste
experimento.
Uma vez que todos os caracteres avaliados apresentaram variabilidade,
pode-se dizer que estes acessos representam fonte de germoplasma para
programas de melhoramento genético. O conhecimento de diferenças em
constituições genéticas dentro de grupos ou entre grupos de genótipos tem sido
de grande importância para qualquer programa de melhoramento. Importância
que está relacionada com a necessidade de identificar genitores com diferenças
genéticas que produzam progênies de maior heterose, aumentando, assim, a
probabilidade na obtenção de indivíduos superiores (Cruz & Regazzi, 1997).
As medidas de dissimilaridade podem evidenciar a intensidade de
variabilidade genética, como por exemplo, a distância Euclidiana, através da
matriz de dissimilaridade genética (Tabela 3).
10
TABELA 3. Matriz de dissimilaridade genética com base na distância
euclidiana entre quinze acessos de mamoneira. UFLA, Lavras,
MG, 2009.
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15
0,7 0,6 0,7 0,8 0,5 0,8 0,8 0,7 0,7 0,8 0,6 0,7 0,8 0,2
0,8 0,7 0,7 0,6 0,8 0,9 0,6 0,6 0,8 0,7 0,7 0,8 0,3
0,6 0,8 0,5 0,7 0,7 0,7 0,5 0,8 0,6 0,6 0,7 0,3
0,7 0,4 0,7 0,7 0,6 0,6 0,7 0,5 1,0 0,9 0,2
0,6 0,8 0,8 0,9 0,7 0,8 0,7 0,7 0,8 0,3
0,6 0,7 0,7 0,8 0,6 0,9 0,4 0,5 0,4
0,9 0,7 0,7 0,9 0,7 0,7 0,8 0,2
0,7 0,7 0,9 0,8 0,7 0,8 0,2
0,8 0,7 0,6 0,6 0,7 0,3
0,7 0,7 0,6 0,7 0,4
0,7 0,7 0,8 0,2
0,5 0,6 0,4
0,9 0,2
0,3
No agrupamento pelo método de Tocher verificou-se a formação de
apenas três grupos, os quais são apresentados na Tabela 3. O grupo I foi
representado pelos acessos 4, 13, 14, 7, 8, 2, 1, 5, 3, 12, 11, 10, o grupo II pelos
acessos 6 e 15 e por fim o grupo III, que foi representado pelo acesso 9.
Em cada grupo, os acessos apresentaram uma distância genética média
de 0,35, o que demonstra a formação de grupos bastante homogêneos. A
identificação de genótipos internamente mais homogêneos, em uma população
segregante é importante, de acordo com Freitas et al. (2001), tanto para o
melhoramento genético, como para a possível utilização direta destas plantas
como uma nova cultivar. Segundo Vieira et al. (2005), o estabelecimento de
grupos, sejam homogêneos (dentro) ou heterogêneos (entre) é o ponto de partida
para uma avaliação mais minuciosa dos mesmos, a fim de realizar seu
aproveitamento nos programas de melhoramento.
11
TABELA 4. Grupos de acessos estabelecidos pelo método de Tocher, com base
na dissimilaridade genética. UFLA, Lavras, MG, 2009.
Grupos N
o
de
Genótipos
Acessos Dissimilaridade média
intragrupo
1 12 4 13 14 7 8 2 1 5 3
12 11 10
0,35
2 2 6 15 0,40
3 1 9 .
O método de agrupamento por otimização ou método de Tocher,
apresentado em Cruz & Carneiro (2006), constitui um método de agrupamento
simultâneo, o qual realiza a separação dos genótipos em grupos de uma só vez.
Sudré et al. (2006), estudando as variáveis multicategóricas na determinação da
divergência genética entre acessos de pimenta e pimentão, encontraram, por
meio do método de Tocher, oito grupos distintos, concluindo que a análise de
variáveis multicategóricas demonstrou ter um grande potencial de uso na
caracterização e manejo de bancos de germoplasma. Vieira et al. (2005),
caracterizando morfologicamente 356 acessos do Banco Ativo de Germoplasma
de mandioca (Embrapa cerrado), particionaram os acessos avaliados em 34
grupos distintos. E ainda, Gomes (2007), determinando a divergência genética
entre clones de mandioca por meio de caracteres multicategóricos, encontraram
27 grupos distintos entre 100 clones avaliados.
O critério de agrupamento adotado pelo método hierárquico vizinho
mais próximo, representado na Figura 1, estabelece que primeiramente seja
formado um grupo de genótipos similares (Cruz & Regazzi, 1997). Vale
ressaltar, que utilizando esse método, não há a preocupação com um número
ótimo de grupos, uma vez que o número de ramificações obtidas no diagrama é
mais interessante (Cruz, 2001).
12
FIGURA 1. Dendograma de dissimilaridade genética entre 15 acessos de
mamona, com base na matriz de dissimilaridade. No eixo x,
encontram-se as distâncias relativas e no eixo y, a
identificação dos acessos. UFLA, Lavras, MG, 2009.
Considerando-se a proximidade dos acessos entre si, verifica-se a
formação de 4 grupos. O grupo I contêm 3 subgrupos. O subgrupo I (a) é
constituído pelos acessos 4, 13 e 14; o I (b) pelos acessos 2 e 8; o I (c) pelos
acessos 7, 3, 5 e 1. E ainda, completando o grupo I, os acessos 11 e 12.
O grupo II não apresentou subdivisões, sendo representado pelos acessos
6 e 10. De maneira semelhante, não apresentando subgrupos, o grupo III foi
formado apenas pelo acesso 15 e o grupo IV apenas pelo acesso 9.
Gomes (2007) observou que alguns grupos e subgrupos formados por
esse método apresentaram os mesmos clones que os grupos formados quando se
utilizou o método de Tocher, evidenciando a concordância e a consistência dos
grupos formados.
Para Sudré et al. (2006), a coleta de dados multicategóricos é uma
prática econômica e com menor demanda de tempo, comparada a dados
quantitativos e moleculares. Entretanto, cada um tem sua importância singular,
13
sendo preferível que uma coleção de germoplasma seja amplamente estudada
para que possa dar maior suporte aos programas de melhoramento.
CONCLUSÕES
A utilização dos caracteres multicategóricos mostrou-se eficiente para
determinação da divergência genética entre acessos de mamona.
No agrupamento pelo método de Tocher verificou-se a formação de três
grupos distintos.
No agrupamento pelo método hieráquico do “Vizinho mais próximo”
verificou-se a formação de quatro grupos distintos.
AGRADECIMENTOS
A Capes, pela concessão da bolsa de estudos.
Ao CNPq, FAPEMIG e FINEP, pelo apoio financeiro em projetos.
14
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ABREU, F.B.; MARIM, B.G.; SILVA, D.J.H.; GUIMARÃES, M.A.; LUCA,
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MG. Anais... Campo Grande, 2005. CD-ROM.
16
ARTIGO 2
DIVERSIDADE GENÉTICA DE ACESSOS DE MAMONEIRA POR
MEIO DE CARACTERES MORFOAGRONÔMICOS
(Preparado de acordo com as normas da Revista Ceres)
RESUMO
A divergência genética é um importante parâmetro avaliado por melhoristas de
plantas na fase inicial de um programa de melhoramento genético. Em decorrer
disso, o objetivo do presente trabalho foi avaliar a caracterização de 15 acessos
de mamoneira por meio de caracteres morfo-agronômicos. Foram avaliados em
Lavras, MG, no delineamento de blocos casualizados com três repetições. Os
caracteres avaliados foram altura da planta (m), altura do caule (m), número de
internódios, diâmetro do caule (cm), número de cachos, estande final e peso de
100 sementes (g). Verificou a ocorrência de diferenças significativas (P<0,01)
pelo teste de F, para o efeito de acessos em todas as variáveis estudadas, exceto
para estande final. De acordo com o agrupamento utilizando o método de
Tocher, houve a formação de quatro grupos distintos. Em relação ao
agrupamento pelo método Hierárquico do “Vizinho Mais Próximo”, baseado na
distância euclidiana, pode-se observar uma maior capacidade discriminante dos
acessos em relação ao método de Tocher. Com base nos resultados obtidos neste
trabalho, recomendam-se os cruzamentos entre acessos superiores pertencentes a
grupos diferentes.
Termos para indexação: Ricinus communis L.; variabilidade genética;
caracteres.
17
GENETIC DIVERSITY OF CASTOR BEAN ACCESSIONS BY MEANS
OF MORPHOAGRONOMIC TRAITS
ABSTRACT
Genetic divergence is one of the most important parameters evaluated by plant
breeders in the early phase of a genetic improvement program. Owing to this,
the objective of the present work was to evaluate the characterization of 15
castor bean accessions by means of morphoagronomic characters. They were
evaluated in Lavras, MG, in a randomized block design with three replicates.
The evaluated traits were plant height, stem height, number of nodes, stem
diameter, final number of clusters, final stand and weight of 100 seeds. The
occurrence of significant differences by F test (P<0.01) was found for the effect
of effect of accessions in all the variables investigated, except for final stand.
According to the clustering by using Tocher’s method, there was the formation
of four distinct groups. In relation to the clustering by the hierarchic method of
the “Nearest Neighbor”, based in the distance Euclidean, one can observe an
increased discriminating capacity of the accessions in relation to the Tocher’s
method. On the basis of the results obtained in this work, the crosses among
superior accessions belonging to different clusters are recommended.
Index terms: Ricinus communis L; genetic variability; characters.
18
INTRODUÇÃO
A mamoneira (Ricinus communis L.) é uma oleaginosa de elevado valor
socioeconômico e fonte de divisas para o país. Seus produtos e subprodutos são
utilizados na indústria ou na agricultura, além de apresentar perspectivas de uso
como fonte energética sob a forma de biodiesel (Costa et al., 2006). Contudo,
esta euforbiácea ainda é uma espécie pouco estudada e a quantidade de
cultivares melhorada geneticamente ainda é pequena. Isto porque, segundo
Moshkin (1986), existem inúmeras variedades de mamona, o que pode ser
justificado pelo fato da espécie ser politípica, ou seja, subespécies são geradas
em função de diferenças de origens morfológica, genética e ecológica.
Estudar a distribuição da variância genética entre e dentro de populações
de uma espécie é de fundamental importância para delimitar as estratégias
ótimas para a conservação, manejo e melhoramento de organismos em geral
(Sebbenn et al., 1999).
A descrição morfológica e agronômica dos genótipos torna-se
importante na avaliação e caracterização de cultivares, por possibilitar a
classificação comercial das variedades e a identificação de genótipos com
características desejáveis, sendo a produtividade de bagas e de sementes a mais
procurada por produtores (Silva, 1981). Essa caracterização e avaliação são
essenciais tanto para estabelecer diferenças ou semelhanças entre acessos de
germoplasma, como para estimular sua utilização para resgatar o
desenvolvimento das culturas (Figueiredo Neto et al., 2004).
A divergência genética é um importante parâmetro avaliado por
melhoristas de plantas na fase inicial de um programa de melhoramento
genético. Em programas que envolvem hibridações, este estudo fornece
parâmetros para identificação de genitores que, quando cruzados, possibilitam
maior efeito heterótico na progênie (Samal & Jagadev, 1996; Pandey & Dobhal,
19
1997; Carvalho et al., 2003). Essa quantificação da diversidade genética pode ser
realizada por meio de caracteres agronômicos, morfológicos e moleculares entre
outros (Amorim et al., 2007).
No estudo da divergência genética podem ser utilizados vários métodos,
cuja escolha baseia-se na precisão desejada pelo pesquisador, na facilidade da
análise e na forma como os dados foram obtidos. As técnicas de análise
multivariada podem ser utilizadas para avaliar a divergência entre acessos e para
selecionar os descritores mais importantes na discriminação dos acessos de um
banco de germoplasma (Pereira et al., 1992; Amaral Júnior, 1994). Entre as
técnicas estatísticas multivariadas, destacam-se a análise de componentes
principais e os métodos de agrupamento (Cruz & Regazzi, 1997).
A análise de agrupamento (cluster analysis) trata da identificação de
grupos de indivíduos similares após a estimação de uma matriz de
dissimilaridade. Há vários métodos de agrupamento que se diferenciam pelo tipo
de resultado e pelas diferentes formas de definir a proximidade entre indivíduos
ou grupos formados. Em todos os casos, não se conhece a priori, o número de
grupos a serem estabelecidos e diferentes métodos proporcionam diferentes
resultados (Cruz & Carneiro, 2003).
Sendo assim, o objetivo do presente trabalho foi avaliar a divergência
entre 15 acessos de mamoneira por meio de caracteres morfoagronômicos.
MATERIAL E MÉTODOS
O trabalho foi conduzido na área experimental da Universidade Federal
de Lavras, Lavras, Minas Gerais, em Latossolo Vermelho distroférrico. O clima
da região é temperado suave (mesotérmico), tipo Cwb. “A região está localizada
a uma altitude de 913 metros, 21°14’ 06” latitude S e 45° 00’ 00’’ longitude O,
tem precipitação média anual de 1493,2 mm ocorrendo maior concentração entre
20
os meses de novembro e fevereiro, com temperatura média anual é 19,3 °C e
umidade relativa do ar é 80% (Castro Neto & Silveira, 1981).
As sementes de cada acesso de mamona utilizadas foram obtidas de
várias localidades de Minas Gerais, em que, cada acesso continha apenas
sementes da mesma localidade, sendo utilizados quinze acessos.
O plantio foi realizado por mudas pré-estabelecidas, ou seja, sementes
foram semeadas em bandejas com areia até a protusão da radícula
(aproximadamente cinco dias) em casa de vegetação e depois transplantadas, por
mais 20 dias, para recipientes com o substrato colocado no interior de viveiro
com sombrite 50% de luminosidade. Utilizou-se tubetes com capacidade de 55
cm³, e como substrato foi usado o Plantmax-café
®
, que possui as seguintes
características: pH [água] – 4,7; M.O. – 578 g/kg; C.O. – 321 g/kg; N – 8,12
g/kg; P – 2,81 g/kg; K – 4,80 g/kg; RMT - 422 g/kg; Umidade à 65 °C [%] –
67,22; Condutividade elétrica [µS] – 3,33.
Antes de ser realizar o plantio, a área foi gradeada e depois sulcada,
deixando-a dividida no delineamento em blocos, sendo cada bloco constituído
de 25 plantas por linha, perfazendo uma parcela. As plantas foram espaçadas
entre si e nas entrelinhas em 1m. Foi utilizada bordadura com a cultivar Mirante
10. Foi realizada uma adubação com NPK, na proporção de 8: 28: 16 (300
kg/ha). O plantio foi realizado em fevereiro de 2008, em que as mudas prontas
foram levadas para campo.
Foram coletados dados de sete variáveis quantitativas: a) Altura da
planta (AP) – média das alturas das plantas da parcela em m; b) altura do caule
(AC) – altura média do caule acima do solo até o primeiro racemo, em m; c)
diâmetro do caule (DC) – média dos diâmetros dos caules tomada na região
mediana, em cm; d) número de internódios (NI) – média dos números de
internódios das plantas da parcela; e) número de cacho (NC) – média dos
21
números de cacho por planta da parcela; f) peso de 100 sementes (PS) e estande
final (ES).
A divergência genética, entre tratamentos, foi determinada com base na
análise de agrupamento apresentada por Cruz et al. (2004). A distância de
euclidiana (D) foi utilizada como medida de dissimilaridade.
Todas as análises forma realizadas com auxílio do programa
computacional Genes (Cruz, 2007).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
O resumo da análise de variância para as variáveis de 15 acessos de
mamona encontra-se na Tabela 1, em que se verificou a ocorrência de diferenças
significativas a (P<0,01) pelo teste de F, para o efeito de acessos para todas as
variáveis estudadas, exceto para estande final. As médias das características
agronômicas dos quinze acessos de mamoneira de acordo com o teste de Scott-
Knott encontram-se na tabela 2.
TABELA 1. Resumo da análise de variância, média e coeficientes de variação
de seis características avaliadas em 15 acessos de mamona.
UFLA, Lavras, MG, 2009.
Fonte de Quadrado médio
Variação GL AP (m) AC (m) DC (cm)
Acessos 14 0,2608* 0,1468* 0,6560*
Blocos 2 0,1267 0,0480 0,9104
Resíduo 28 0,0493 0,0301 0,0740
Média 1,84 0,98 3,44
CV (%) 12,08 17,66 7,93
Fonte de
Quadrado
médio
Variação GL NI NC PS
Acessos 14 7,2770* 3,0085* 135,0200*
Blocos 2 4,5395 1,7742 0,0005
Resíduo 28 0,4709 0,8894 0,0002
Média 15,22 3,73 47,79
CV (%) 4,5 25,29 15,82
Significativo, pelo teste de F (P<0,01).
22
TABELA 2. Médias das características agronômicas de quinze acessos de
mamoneira avaliadas em Lavras, MG
(1)
, 2009.
Carac.
Agron.
Acessos
AP AC DC NI NC PS EF
1 0,90b 0,68b 1,83c 14,00c 1,73b 33,07o 18,00a
2 1,53a 1,04b 3,10b 16,00b 4,67a 38,30n 18,33a
3 1,90a 0,86b 3,23b 15,33b 4,13a 57,30b 17,33a
4 1,90a 0,95b 3,60a 16,00b 3,13b 43,40m 16,33a
5 1,56a 1,00b 3,77a 14,33c 3,27b 45,90i 12,67a
6 1,77a 0,97b 3,77a 14,33c 2,60b 49,10h 12,67a
7 1,80a 0,99b 3,87a 16,00b 3,40b 52,90c 18,33a
8 1,73a 0,91b 3,77a 14,00c 3,20b 52,60d 15,33a
9 1,90a 0,90b 3,87a 16,33b 3,67b 45,50j 16,33a
10 2,30a 1,41a 3,73a 15,00b 4,40a 51,90e 19,33a
11 2,00a 1,37a 2,97b 19,00a 3,00b 43,80l 18,67a
12 1,93a 0,85b 3,53a 15,33b 4,07a 57,90a 16,33a
13 1,60a 0,63b 3,17b 12,00d 5,80a 50,20f 17,33a
14 1,90a 0,92b 3,90a 15,33b 4,60a 44,90k 17,67a
15 2,03a 1,27a 3,57a 15,33b 4,33a 50,10g 20,33a
CV (%) 11,87 17,66 7,6 4,7 12,24 0,03 15,82
Para AP, constatou-se uma altura média de 1,84 m, com 67% dos
acessos avaliados apresentando altura de plantas superior à média geral.
Destaque para os acessos 15, 11 e 10, que apresentaram altura superior a 2,0 m.
Não existem relatos de qual seria o tamanho ideal das plantas de mamona,
entretanto, plantas baixas a médias são preferidas, pois favorecem a realização
dos tratos culturais e a colheita. A AC revela-nos que também esses acessos
foram os que apresentaram as maiores alturas de caule.
Em relação ao DC, observou-se uma média de 3,44 cm, sendo
considerado de acordo com Veiga et al. (1989), plantas de diâmetro fino, porém,
23
analisando os acessos independentemente, os acessos 14, 7 e 9, apresentaram os
maiores diâmetros, sendo considerados acessos de plantas com diâmetro médio.
O NI com a média de 15 internódios por plantas também é considerado baixo de
acordo com o mesmo descritivo, mostrando-nos que essas variáveis estão
diretamente correlacionadas, ou seja, quanto maior a altura do caule, maior será
a altura da planta, o diâmetro e o número de internódios. Entretanto, destaque
deve ser dado para o acesso 11 em relação ao NI, pois este obteve média de 19
internódios por planta, sendo considerada uma planta alta.
O NC está diretamente relacionado com a altura do caule e altura da
planta, porque quanto maior a planta, mais cachos irá produzir. Nesse caso, a
média foi de 3,73, sendo considerado baixo o número de cacho por planta. Os
acessos 14, 2 e 13 foram os que obtiveram plantas com maiores números de
cachos, ou seja, sendo considerados acessos de média produtividade.
Para peso de 100 sementes, se destacou o acesso 12, com média de 57,9
g sendo considerada uma planta com sementes grandes.
As medidas de dissimilaridade podem evidenciar a intensidade de
variabilidade genética, como por exemplo, a distância Euclidiana, através da
matriz de dissimilaridade genética (Tabela 3).
24
TABELA 3. Matriz de dissimilaridade genética com base na distância euclidiana entre quinze acessos de
mamoneira. UFLA, Lavras, MG, 2009.
1 2 34567891011 12131415
5,586 6,190 5,477 6,295 5,941 6,194 5,807 6,035 7,813 6,535 6,555 6,075 6,260 6,845
3,073 2,180 3,567 4,089 2,919 3,549 2,319 3,244 3,120 3,363 4,029 1,912 2,475
2,512 3,171 3,200 1,768 2,066 2,302 3,242 4,153 0,730 3,286 2,277 2,655
2,095 2,312 1,815 2,069 0,849 3,429 3,177 2,448 4,358 1,755 2,869
1,073 3,074 1,832 2,241 4,053 4,706 2,790 4,386 2,784 4,003
3,000 1,506 2,514 4,508 4,888 2,816 4,579 3,226 4,319
1,972 1,566 2,880 3,473 1,733 4,202 1,832 2,144
2,063 3,766 4,719 1,751 3,515 2,361 3,359
3,375 3,474 2,108 4,177 1,303 2,824
3,661 3,329 5,085 2,942 1,296
4,390 6,592 3,969 3,236
3,460 2,231 2,920
3,370 4,443
2,280
24
24
25
Em relação ao agrupamento pelo método Hierárquico do “Vizinho Mais
Próximo”, baseado na distância euclidiana (Figura 1), pode-se observar uma
semelhança na capacidade discriminante dos acessos em relação ao método de
Tocher (Tabela 4).
FIGURA 1. Dendograma de dissimilaridade genética entre quinze
acessos de mamona, com base na matriz de
dissimilaridade com dados quantitativos. No eixo x,
encontram-se as distâncias relativas e no y, a
identificação dos acessos. UFLA, Lavras, MG, 2009.
Considerando a porcentagem de 70% para a dissimilaridade genética de
acordo com o método do vizinho mais próximo, verificou-se a formação de
quatro grupos distintos, assim como observado em relação ao agrupamento pelo
método de Tocher. O grupo I é representado pelos acessos 13, 15, 6, 7, 8, 10, 4,
11, 5, 9 e 14; o grupo II pelos acessos 3 e 12, o III, pelo acesso 2 e o IV pelo
acesso 1, sendo esses dois últimos grupos constituídos por apenas um único
acesso cada.
26
TABELA 4. Resultado do agrupamento pelo método de Tocher. UFLA, Lavras,
MG, 2009.
Grupos N
o
de
Genótipos
Acessos Dissimilaridade média
intragrupo
1 6 13 15 6 10 8 7 0,34
2 5 5 9 14 11 4 0,16
3 2 3 12 0,03
4 2 1 2 2,04
Pode-se observar, de acordo com a tabela, a formação de 4 grupos
distintos. O grupo I inclui os acessos 13, 15 6 10 8 e 7; o II, 5, 9 14 11 e 4; o III,
os acessos 3 e 12 e por fim, o grupo IV, os acessos 1 e 2. Os grupos I e II foram
formados por um maior número de acessos, uma vez que juntos, incorporaram
73,33% dos quinze acessos avaliados. Segundo Vieira et al. (2005), o
estabelecimento de grupos com genótipos com homogeneidade dentro e
heterogeneidade entre os grupos é o ponto de partida para uma avaliação mais
minuciosa dos mesmos, a fim de realizar seu aproveitamento nos programas de
melhoramento.
Em geral, os métodos de Tocher e do “Vizinho Mais Próximo”
mostraram semelhança no padrão de agrupamento dos acessos. Da mesma forma
do que ocorreu com o método de Tocher, o método Hierárquico do “Vizinho
Mais Próximo” também apresentou a maior porção dos acessos alocados no
grupo I. A característica que mais contribuiu para a explicação da divergência
genética entre os 15 acessos de mamona de acordo com a matriz de
dissimilaridade genética com base na distância de Mahalanobis foi o peso de 100
sementes (99%). Resultados semelhantes foram observados por Zuin et al.
27
(2007), que também verificaram que os métodos de Tocher e do “Vizinho mais
próximo”mostraram semelhança no padrão de agrupamento dos acessos.
Considerando-se que a análise multivariada possibilita a predição da
heterose, alguns cruzamentos podem ser sugeridos, seguindo-se o princípio de se
cruzar os acessos mais distantes e com melhores características agronômicas
(Sudré et al., 2005). Com base nos resultados obtidos neste trabalho, recomenda-
se os cruzamentos entre acessos pertencentes a grupos diferentes.
CONCLUSÕES
- Existe alta variabilidade genética entre os genótipos.
- Características morfoagronômicas quantitativas constituem-se em uma
alternativa viável na avaliação da divergência genética de mamona.
- Pode ser recomendados cruzamentos entre acessos superiores de
grupos diferentes, devido à sua alta divergência.
AGRADECIMENTOS
À Capes, pela concessão da bolsa de estudos.
Ao CNPq, FAPEMIG e FINEP, pelo apoio financeiro em projetos.
28
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31
ARTIGO 3
CORRELAÇÕES EM CARACTERES MORFOAGRONÔMICOS DA
MAMONEIRA
(Preparado de acordo com as normas da Revista Ciência e Agrotecnologia)
RESUMO
Um dos grandes desafios atuais da pesquisa agrícola é a produção de cultivares
melhorada de mamoneira, com estabilidade genética, alta qualidade e potencial
produtivo. O objetivo do presente trabalho foi estimar as correlações genotípica,
fenotípica e de ambiente entre caracteres de mamona, para facilitar a
caracterização dos acessos. Foram avaliados em Lavras, MG, no delineamento
de blocos casualizados com três repetições, quinze acessos de mamona. Os
caracteres avaliados foram altura da planta, altura do caule, número de
internódios, diâmetro do caule, número de cachos, estande final e peso de 100
sementes. Observou-se que houve correlação fenotípica positiva do número de
internódios e altura do caule, altura do caule e altura da planta, altura da planta e
diâmetro do caule e por fim entre diâmetro do caule e peso de 100 sementes.
Houve também correlação ambiental positiva entre as correlações altura de caule
e altura de planta, altura de planta e diâmetro do caule, altura da planta e estande
final e diâmetro do caule e número de cachos, concluindo que as correlações
estimadas possibilitaram conhecer as associações entre os caracteres, fornecendo
importantes informações para o estabelecimento de um plano de melhoramento
genético da mamona a partir dos acessos avaliados.
Termos para indexação: Ricinus communis L.; correlações, caracteres.
32
CORRELATIONS MORPHAGRONOMIC CASTOR BEAN VARIABLES
ABSTRACT
One of the great current challenges of agricultural research is the production of
improved castor cultivars, with genetic stability, high quality and high yielding
potential. The objective this work was to estimate genotypic, phenotypic and
environmental correlations among traits of the castor plant to make the
characterization of the accessions easy. . They were evaluated in Lavras, MG,
Brazil, in a randomized block design with three replicates, fifteen castor bean
accessions. The traits evaluated were: plant height, stem height, number of
nodes, stem diameter, final number of clusters, stand and 100-seed weight. It
was observed that there was a positive phenotypic correlation of the node
number and stem height, stem height and plant height, plant height and stem
diameter and at last between stem diameter and 100-seed weight. There was also
a positive environmental correlation among the correlations stem height and
plant height, plant height and stem diameter, plant height and final stand and
stem diameter and number of clusters, concluding that the estimated correlations
make it possible to know the associations among the traits, giving important
information to the establishment of a genetic improvement plan of castor bean
from the accessions evaluated.
Index terms: Ricinus communis L; correlation, characters
33
INTRODUÇÃO
A mamoneira (Ricinus communis L.) é uma oleaginosa de elevado valor
socioeconômico e fonte de divisas para o país. Seus produtos e subprodutos são
utilizados na indústria ou na agricultura, além de apresentar perspectivas de uso
como fonte energética sob a forma de biodiesel (Costa et al., 2006).
A atividade de melhoramento de plantas e desenvolvimento de
cultivares, conduzida no Brasil durante as últimas décadas, comprovadamente
contribuiu para o crescimento da agricultura nacional. De acordo com Falconer
(1987), a variabilidade genética de uma população segregante, necessária nos
processos seletivos, é resultante da divergência genética entre os parentais
envolvidos nos cruzamentos.
No caso da mamona, há uma variabilidade muito grande, segundo
Azevedo et al. (1997), especificamente quanto ao porte; à coloração e tamanho
da folhagem e do caule; ao formato, tamanho, peso e coloração da semente; a
cor e ao conteúdo de óleo; e a tolerância a pragas e doenças e a estresse
ambiental. Nesse contexto, a caracterização e avaliação são consideradas
essenciais tanto para estabelecer diferenças ou semelhanças entre acessos de
germoplasma, como para estimular sua utilização para resgatar o
desenvolvimento das culturas. Esta variabilidade observada em características
botânicas e agronômicas deve ser conhecida e conservada porque pode se tornar
fonte importante de genes para os programas de melhoramento.
A divergência genética é um dos mais importantes parâmetros avaliados
por melhoristas de plantas na fase inicial de um programa de melhoramento
genético. Em programas que envolvem hibridações, estes estudos fornecem
parâmetros para identificação de genitores que, quando cruzados, possibilitam
maior efeito heterótico na progênie (Samal & Jagadev, 1996; Pandey & Dobhal,
1997; Carvalho et al., 2003).
34
O estudo e a análise da diversidade genética destinam-se à identificação
de genitores que, quando cruzados, proporcionem, em suas gerações
segregantes, o aparecimento de transgressivos e a obtenção de híbridos com
maior efeito heterótico (Cruz et al., 1994).
Segundo Ferreira et al. (2003), geralmente, os programas de
melhoramento têm por finalidade obter cultivares aprimoradas para um conjunto
de caracteres. Por isso, o conhecimento da natureza e magnitude das correlações
entre os caracteres de interesse é de fundamental importância. As relações
existentes entre os caracteres são, em geral, avaliadas por meio das correlações
genotípicas, fenotípicas e de ambiente. A correlação fenotípica é estimada
diretamente de medidas fenotípicas, sendo resultante, portanto, de causas
genéticas e ambientais. Apenas a correlação genotípica, que corresponde à
porção genética da correlação fenotípica, é empregada para orientar programas
de melhoramento, por ser a única de natureza herdável.
Com isso, o objetivo desse trabalho foi distinguir os acessos dissimilares
e estimar as correlações genotípicas, fenotípicas e de ambiente.
MATERIAL E MÉTODOS
O trabalho foi conduzido na área experimental da Universidade Federal
de Lavras, Lavras, Minas Gerais, em Latossolo Vermelho distroférrico. O clima
da região é temperado suave (mesotérmico), tipo Cwb. “A região está localizada
a uma altitude de 913 metros, 21°14’06” latitude S e 45° 00’ 00’’ longitude O,
tem precipitação média anual de 1493,2 mm ocorrendo maior concentração entre
os meses de novembro e fevereiro, com temperatura média anual é 19,3 °C e
umidade relativa do ar é 80% (Castro Neto & Silveira, 1981).
35
As sementes de cada acesso de mamona utilizadas foram obtidas de
várias localidades de Minas Gerais, em que, cada acesso continha apenas
sementes da mesma localidade, sendo utilizados quinze acessos.
O plantio foi realizado por mudas pré-estabelecidas, ou seja, sementes
foram semeadas em bandejas com areia até a protusão da radícula
(aproximadamente 5 dias) em casa de vegetação e depois transplantadas, por
mais 20 dias, para recipientes com o substrato colocado no interior de viveiro
com sombrite 50% de luminosidade. Utilizou-se tubetes com capacidade de 55
cm³, e como substrato foi usado o Plantmax-café
®
, que possui as seguintes
características: pH [água] – 4,7; M.O. – 578 g/kg; C.O. – 321 g/kg; N – 8,12
g/kg; P – 2,81 g/kg; K – 4,80 g/kg; RMT - 422 g/kg; Umidade à 65 °C [%] –
67,22; Condutividade elétrica [µS] – 3,33.
Antes de se realizar o plantio, a área foi gradeada e depois sulcada, com
espaçamento de 1,00 m entre plantas e entrelinhas. Posteriormente realizou
adubação com NPK, na proporção de 8:28:16 (300 kg/ha). O plantio foi
realizado em meados de fevereiro de 2008, onde as mudas prontas foram levadas
para campo.
O delineamento estatístico foi de blocos casualizados, consistindo-se de
três blocos, sendo cada bloco constituído de 25 plantas por linha, perfazendo
uma parcela, de um mesmo acesso sorteado ao acaso. As plantas foram
espaçadas entre si e nas entrelinhas em 1m. Foi utilizada bordadura com a
cultivar Mirante 10. Foram coletados dados de sete variáveis quantitativas: a)
Altura da planta (AP) – média das alturas das plantas da parcela em m; b) altura
do caule (AC) – altura média do caule acima do solo, até o primeiro racemo em
m; c) diâmetro do caule (DC) – média dos diâmetros dos caules tomada na
região mediana, em cm; d) número de internódios (NI) – média dos números de
internódios das plantas da parcela; e) número de cacho (NC) – média dos
36
números de cacho por planta da parcela; f) peso de 100 sementes (PS); g)
estande final (EF) – número de plantas ao final do ciclo.
Os dados obtidos foram submetidos à análise de variância e suas médias
comparadas pelo teste de Scott-Knott ao nível de 5% de probabilidade.
As estimativas dos coeficientes de correlação genotípica (rG), fenotípica
(rF)e de ambiente (rE) foram obtidas mediante análises de covariâncias,
combinando os dados das sete caracteres em todas as formas possíveis (Cruz &
Regazzi, 1994). As análises estatísticas foram realizadas no programa GENES
(Cruz, 2007).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
De acordo com a análise de variância, houve diferença significativa para
todos os caracteres, exceto para estande final (EF). Na Tabela 1, pode-se
observar que as médias somente não diferem significativamente para o estande
final, indicando a existência de divergência genética entre as cultivares. O
coeficiente de variação foi satisfatório em todos os caracteres, sugerindo
eficiente controle do efeito de ambiente e, conseqüentemente, maior
confiabilidade nos dados. Esses resultados assemelham-se com Bahia et al.
(2008), em que avaliando a divergência genética entre 5 cultivares de mamona,
verificaram diferença significativa para a maioria dos caracteres, à exceção do
estande final (EST), necessitando também avaliar as médias separadamente pelo
teste de Scott-Knott.
Em relação à mesma tabela, pode-se observar a formação de pelo menos
dois grupos pelo teste de Scott-Knott em quase todos os caracteres avaliados.
Observa-se ainda a formação de 3 grupos quanto ao caracter DC, 4 grupos ao
caracter NI e 15 grupos quanto ao carácter PS.
37
A diversidade fenotípica foi constatada entre os genótipos sendo
inclusive, facilmente visualizada nas características agronômicas utilizadas neste
trabalho.
TABELA 1. Médias das características agronômicas de quinze acessos de
mamoneira avaliadas em Lavras, MG
(1)
, 2009.
Carac.
Agron.
Acessos
AP
(m)
AC
(m)
DC
(cm)
NI NC
PS
(g)
EF
1 0,90b 0,68b 1,83c 14,00c 1,73b 33,07o 18,00a
2 1,53a 1,04b 3,10b 16,00b 4,67a 38,30n 18,33a
3 1,90a 0,86b 3,23b 15,33b 4,13a 57,30b 17,33a
4 1,90a 0,95b 3,60a 16,00b 3,13b 43,40m 16,33a
5 1,56a 1,00b 3,77a 14,33c 3,27b 45,90i 12,67a
6 1,77a 0,97b 3,77a 14,33c 2,60b 49,10h 12,67a
7 1,80a 0,99b 3,87a 16,00b 3,40b 52,90c 18,33a
8 1,73a 0,91b 3,77a 14,00c 3,20b 52,60d 15,33a
9 1,90a 0,90b 3,87a 16,33b 3,67b 45,50j 16,33a
10 2,30a 1,41a 3,73a 15,00b 4,40a 51,90e 19,33a
11 2,00a 1,37a 2,97b 19,00a 3,00b 43,80l 18,67a
12 1,93a 0,85b 3,53a 15,33b 4,07a 57,90a 16,33a
13 1,60a 0,63b 3,17b 12,00d 5,80a 50,20f 17,33a
14 1,90a 0,92b 3,90a 15,33b 4,60a 44,90k 17,67a
15 2,03a 1,27a 3,57a 15,33b 4,33a 50,10g 20,33a
CV (%) 11,87 17,66 7,6 4,7 12,24 0,03 15,82
(1)
AP: Altura de plantas; AC: Altura do caule; DC: Diâmetro do caule; NI: Número de
internódios por planta; NC: Número de cachos por planta; PS: Peso de 100 sementes; EF:
Estande final; médias seguidas da mesma letra, na coluna, não diferem entre si pelo teste
de Scott-Knott, a 5% de probabilidade.
Os acessos 10, 11 e 15, alcançaram os melhores desempenhos em quase
todos os componentes de produção: Altura das plantas, altura do caule, diâmetro
do caule e número de cachos. Para número de internódios o acesso 11
38
apresentou o melhor desempenho e para peso de 100 sementes, o acesso 12 foi
melhor isoladamente.
De modo geral, quando o número de progênies é relativamente grande e
o interesse é avaliar a divergência genética entre as mesmas no espaço global, a
utilização da dispersão gráfica, juntamente com o método de agrupamento,
considerando os dados originais, apresenta–se de grande importância no estudo
de relacionamento entre as progênies (Xavier, 1996).
Em relação aos coeficientes (rG) e (rF), foi verificada uma grande
similaridade entre os pares de caracteres, em relação aos sinais, a magnitude e o
nível de significância, com exceção apenas das correlações entre NI e AC, com
rG = 0,6418
NS
e rF = 0,6026*; AC e AP, com rG = 0,7389
NS
e rF = 0,7162**;
AP e DC, com rG = 0,7567
NS
e rF = 0,7252** e por fim a correlação DC e PS,
com rG = 0,6023
NS
e rF = 0,5787* (Tabela 2).
Em 76,19% dos pares de caracteres, as correlações genotípicas foram
superiores às correlações fenotípicas, assim como estas duas, em 80,95% dos
casos foram superiores às correlações de ambiente. Verificou-se também que nas
21 combinações possíveis entre os sete caracteres, em apenas quatro a correlação
ambiental foi superior à genotípica. A correlação de ambiente, para a maioria
dos pares de caracteres, foi reduzida, ou seja, menor que 0,5, constatando-se que
houve maior contribuição dos fatores genéticos em relação aos fatores
ambientais nas correlações entre os caracteres. Esses resultados estão de acordo
com Ferreira et al. (2003), que trabalhando com correlações genotípicas,
fenotípicas e de ambiente entre dez caracteres de melancia, verificaram que em
95,5% dos pares de caracteres, as correlações genotípicas foram iguais ou
superiores às correlações fenotípicas, assim como estas duas, em 82,2% dos
casos foram superiores às correlações de ambiente. Verificou-se também que nas
45 combinações possíveis entre os dez caracteres, em apenas oito a correlação
ambiental foi superior à genotípica.
39
TABELA 2. Coeficientes de correlação genotípica (rG), fenotípica (rF) e ambiental (rE) entre sete caracteres avaliados
de mamona. UFLA, Lavras, MG, 2009.
Caracteres r NI AC AP DC NC EF PS
G
1 0,6418
NS
0,4774
NS
0,0776
NS
-0,2504
NS
0,4972
NS
-0,1338
NS
NI F
0,6026* 0,4243
NS
0,0688
NS
-0,2255
NS
0,3120
NS
-0,1288
NS
E
0,3871
NS
0,0788
NS
-0,0388
NS
-0,1575
NS
-0,1187
NS
-0,2436
NS
G
1 0,7389
NS
0,3217
NS
0,0471
NS
0,5076
NS
0,0749
NS
AC F
0,7162** 0,2792
NS
0,0113
NS
0,3578
NS
0,0675
NS
E
0,6163* 0,0024
NS
-0,1036
NS
0,1207
NS
-0,1936
NS
G
1 0,7567
NS
0,5358
NS
0,1213
NS
0,5369
NS
AP F
0,7252** 0,4666
NS
0,1038
NS
0,4851
NS
E
0,5757* 0,2589
NS
0,0884* -0,1150
NS
G
1 0,3270
NS
-0,4736
NS
0,6023
NS
DC F
0,3322
NS
-0,2921
NS
0,5787*
E
0,4549* 0,1342
NS
0,1967
NS
G
1 0,5234
NS
0,4579
NS
NC F
0,3447
NS
0,3843
NS
E
0,0957
NS
0,0404
NS
G
1 -0,1093
NS
EF F
-0,0766
NS
E
-0,0873
NS
37
39
40
Significativo ao nível de 1% de probabilidade (**), 5% de probabilidade (*) e não
significativo no nível de 5% de probabilidade (NS), pelo teste de F.
++,+ : Significativo a 1 e 5%, respectivamente, pelo método de bootstrap com 5000
simulações.
NI = Número de internódios; AC = altura do caule (cm); AP = altura da planta (cm); DC
= diâmetro do caule (cm); NC = número de cachos; EF = estande final; PS = peso de 100
sementes (g).
De acordo com a Tabela 2, para as correlações entre NI e AC, e DC e PS,
a correlação fenotípica foi significativa (
rF = 0,6026; rF = 0,5787,
respectivamente), mostrando-nos que houve uma correlação positiva entre esses
caracteres, ou seja, quanto maior for o numero de internódios numa planta,
maior também será a altura do caule e quanto maior o diâmetro do caule, o peso
de 100 sementes foi maior. Assim aconteceu basicamente a mesma coisa para as
correlações entre AC e AP, e AP e DC, em que apresentaram uma grande
correlação positiva diretamente proporcional (
rF = 0,7162 e rE = 0,6163; rF =
0,7252 e
rE = 0,5757, respectivamente), além de um forte indício de interação
do ambiente para essas correlações. Já para as correlações DC e NC, e AP e EF
apenas a correlação de ambiente foi significativa (
rE = 0,4549, rE = 0,0884,
respectivamente), mostrando que pode haver interação de ambiente para esses
caracteres.
As relações existentes entre os caracteres são, em geral, avaliadas por
meio da estimativa e do sinal dos coeficientes de correlação genotípica,
fenotípica e de ambiente. Estudos das associações entre caracteres fornecem
informações importantes para o melhoramento genético, como a quantificação
da porção de correlação fenotípica que é devida a causas genéticas e a
mensuração de ganhos indiretos devido à seleção efetuada em caracteres
correlacionados (Vencovsky & Barriga, 1992).
Neste trabalho, observamos que 100; 80,95 e 80,95% das estimativas dos
coeficientes de correlação genotípica, fenotípica e ambiental, respectivamente,
não foram significativas, mostrando-nos que apesar da baixa correlação entre os
41
caracteres, eles agem independentes. Resultados contrários foram observados
por Nunes et al. (2008), em que verificaram que 61,90 e 66,66% das estimativas
dos coeficientes de correlação genotípica e fenotípica foram significativas,
enquanto que apenas 28,57% das estimativas para os coeficientes de correlação
ambiental foram significativas.
Quando há correlação significativa entre dois caracteres, é possível obter
ganho em um deles por meio da seleção indireta do outro. Isto é vantajoso,
principalmente, quando um caráter de elevado valor econômico possui baixa
herdabilidade e, ou, difícil avaliação, quando comparado a outro caráter que está
associado a ele. Desta forma, a seleção é feita no caráter que apresenta alta
herdabilidade e, ou, fácil avaliação, visando melhorar o outro (Nunes et al.,
2008).
CONCLUSÕES
As correlações estimadas possibilitaram conhecer as associações entre os
caracteres, fornecendo importantes informações para o estabelecimento de um
plano de melhoramento genético da mamona a partir dos acessos avaliados.
Há correlações fenotípicas positivas entre número de internódio e altura de
caule, altura de caule e altura de plantas, altura de plantas e diâmetro do caule e
diâmetro de caule e peso de 100 sementes.
Há correlações ambientais positivas entre altura do caule e altura da
planta, altura da planta e diâmetro do caule, altura da planta e estande final e
diâmetro do caule e número de cachos por planta.
AGRADECIMENTOS
À Capes, pela concessão da bolsa de estudos.
Ao CNPq, FAPEMIG e FINEP, pelo apoio financeiro em projetos.
42
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