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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JULIO DE MESQUITA FILHO”
FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E VETERINÁRIAS
CÂMPUS DE JABOTICABAL
CRESCIMENTO E PRODUTIVIDADE DE REPOLHO ROXO EM
FUNÇÃO DE ESPAÇAMENTOS ENTRE
LINHAS E ENTRE
PLANTAS
Gilson Silverio da Sil
va
Engenheiro Agrônomo
JABOTICABAL
SÃO PAULO
– BRASIL
2009
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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JULIO DE MESQUITA FILHO”
FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E VETERINÁRIAS
CÂMPUS DE JABOTICABAL
CRESCIMENTO E PRODUTIVIDADE DE REPOLHO ROXO EM
FUNÇÃO DE
ESPAÇAMENTOS ENTRE LINHAS E ENTRE
PLANTAS
Gilson Silverio da Silva
Orientador: Prof. Dr. Arthur Bernardes Cecílio Filho
Dissertação apresentada à Faculdade de Ciências
Agrárias e Veterinárias UNESP,
Câmpus de Jaboticabal, como parte das exigências
para a obtenção do título de Mestre em Agronomia
(Produção Vegetal).
JABOTICABAL
SÃO PAULO
– BRASIL
Fevereiro
de 200
9
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Ficha catalográfica elaborada pela Seção Técnica de Aquisição e Tratamento da
Informação
Serviço Técnico de Biblioteca e Documentação - UNESP, Câmpus de
Jaboticabal.
Silva, Gilson Silverio da
S586c
Crescimento e produtividade de repolho roxo em função de
espaçamentos entre linhas e entre plantas / Gilson Silverio da Silva
.
Jaboticabal, 200
9
vi, 4
6
f
.
; 28 cm
Dissertação (mestrado)
-
Universidade Estadual Paulista, Faculdade
de Ciências Agrárias e Veterinárias, 2009
Orientador: Arthur Bernardes Cecílio Filho
Banca examinadora:
Seb
astião Wilson Tivelli
,
José Carlos Barbosa
Bibliografia
1.
Brassica oleracea
var.
capitata
. 2.
Densidade populacional. 3.
P
rodutividade
I. Título. II. Jaboticabal
-
Faculdade de Ciências Agrárias e
Veterinárias.
CDU
635.34:631.543.8
DADOS CURRICULARES DO AUTOR
GILSON SILVERIO DA SILVA -
nasceu em
20
de
agost
o
de 1
982
, em
Franca
-
SP, filho
de Jorge Gumercindo da Silva e Dinair Silverio da Silva. Formou-se Engenheiro
Agrônomo na Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias UNESP, Câmpus de
Jaboticabal, em janeiro de 2007. Iniciou o curso de mestrado em Agronomia (Produção
Vegetal) na Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias, UNESP, Câmpus de
Jaboticabal, em
março
de 200
7.
OFEREÇO
Aos meus pais
Jorge e Dinair
;
ao meu irmão
Joilson
;
aos meus
avós
paternos
Melquiades
(in memorian) e Amara; aos meus avós
mat
ernos
Osvaldo e Maria
;
a todos
meus
familiares
pelo
amor, carinho, apoio e amizade.
DEDICO
À minha
namorada Gabriella Carrijo Rodrigues,
pelo amor,
companheirismo
e
paciência
.
“Comece fazendo o que é necessário,
depois o que é possível e de re
pente,
você es
tará fazendo o que é impossível”
(São Francisco de Assis)
AGRADECIMENTOS
À Deus,
pelo Dom da vida e pelo equilíbrio
entre fé e razão
.
À Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias, UNESP, Câmpus de Jaboticabal,
pela oportunidade de realiza
ção do presente curso.
Ao
orientador e amigo, Prof. Dr. Arthur Bernardes Cecílio Filho, pelo incentivo,
compreensão, persistente orientação e prontamente acessível em todos os momentos
solicitados.
A banca examinadora composta pelo pesquisador Dr. Sebastião Wilson Tivelli e
Prof. Dr. José Carlos Barbosa, pela
s
valiosas
contribuições
.
Aos funcionários d
o setor de olericultura da Unesp, Câmpus de Jaboticaba
l:
João,
Cláudio, Inauro e Tiago por todo auxílio prestado no período experimental.
Aos funcionários do
departamento de produção vegetal Sidnéia, Wagner, Nádia e
Marisa.
A
os amigos
Geovani,
Anarlete
e
Fabrício
pelo auxílio
n
a condução e avaliações
do
experimento
.
Aos colegas Aurélio,
Adriana,
Artur
, Atalita
,
Anderson,
Bráulio,
Marilda, Guilherme,
Daniel,
Die
go, Eduardo, Eva,
Roberto
, Vinícius, Frank, Fernandes, Gleibson,
Hamilton,
Jean,
Juliana
, Letícia,
Lilian,
Paulo
, Pablo
e Renata
pelo convívio e companheirismo.
Aos amigos
Mamede
, Rosana
e Juliana pela
paciência e comp
reensão
.
Aos amigos do Grupo de Oração Universitário (
G.O.U.
) especialmente o Bruno,
Fernanda, Karla, Karina,
Poliana
e Everton
.
A Paróquia Santa Teresa de Jesus,
de
Jaboticabal
;
ao Pe. Marcelo Cervi (Pároco)
e o Pe. L
uiz Gustavo (Vigá
rio paroqui
al), pelos conselhos e amizade
.
Enfim, a todos q
ue fizeram parte desta longa caminhada
, muito obrigado
.
i
SUMÁRIO
Página
RESUMO
..........................................................................................................................
ii
SUMMARY
......................................................................................................................
iii
1
INTRODUÇÃO
.............................................................................................................
1
2 REVISÃO DE LITERATURA
........................................................................................
2
2.1 Repolho
..................................................................................................................
2
2.2 Expressão econômica do repolho
..........................................................................
2
2.3 Densidade populacional
.........................................................................................
3
3 MATERIAL E MÉTODOS
.............................................................................................
9
3.1 Localizaçã
o e caracterização da área experimental
..............................................
9
3.2 Tratamentos, unidade experimental e delineamento experimental
........................
9
3.3 Instalação e condução do experimento
................................................................
10
3.4 Caracter
ísticas avaliadas
.....................................................................................
11
3.5 Análise estatística
................................................................................................
12
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
.................................................................................
14
5 CONCLUSÕES
..........................................................................................................
33
6 REFERÊNCIAS
..........................................................................................................
34
ii
CRESCIMENTO E PRODUTIVIDADE
DE REPOLHO ROXO EM FUNÇÃO DE
ESPAÇAMENTOS ENTRE
LINHAS E ENTRE PLANTAS
RESUMO
Na UNESP, Câmpus de Jaboticabal, SP, no período de 19 de maio a 17 de
setembro de 2008, foi realizado um experimento com o objetivo de avaliar o efeito de
espaçamentos
entre linhas
e entre plantas sobre
o desenvolvimento e
a produtividade do
repolho roxo. O experimento foi instalado
em
delineamento
em
blocos ao acaso, com os
tratamentos em esquema fatorial 4 x 3, e três repetições. Foram av
aliados
os
espaçamento
s entre linhas: 0,40; 0,60; 0,80 e 1,00 m e
os
espaçamento
s entre plantas:
0,30; 0,40 e 0,50 m.
Os teores de N, P e B
da folha diagnóstica não foram influenciados
pelo
s fatores
. O
teor de potássio
variou em função do espaçamento entre
linhas
.
O ciclo
médio
foi de 122 dias, e não foi influenciado pelos
espaçamentos
.
À medida que
diminuíram os espaçamentos entre linhas e/ou entre plantas houve redução do número
de folhas por planta
,
área foliar
,
massa
seca das folhas externas
à cabeça
, m
assa fresca
da cabeça, diâmetro transversal e diâmetro longitudinal da cabeça
,
comprimento do
coraç
ão
e do índice de formato. O índice de área foliar e a produtividade foram
diminuídos quando os espaçamentos
entre linhas
e/ou
entre plantas foram aumentados
.
A maior produtividade foi de 4,56 kg/m
2
e
foi observada no espaçamento 0,61 m
entre
linhas
e 0,30 m entre plantas. A menor produtividade de 2,70 kg/m
2
foi observada com
espaçamento
entre linhas
de 1,00 m e espaçamento entre plantas de 0,50 m.
Palavras
-
chave:
Brassica oleracea
var.
capitata
,
densidade populacional
,
produtividade
iii
GROWTH AND
PRODUCTIVITY
OF RED CABBAGE AS A FUNCTION OF
DISTANCES BETWEEN ROWS AND PLANTS
SUMMARY
- Viewing to attain information based on research, an experiment was
cond
ucted from May 19 through September 17, 2008, in Jaboticabal, state of São Paulo,
Brazil, in which the following distances were submitted to analysis: 0.40, 0.60, 0.80, and
1.00 m between rows and 0.30, 0.40, and 0.50 m between plants. The experimental
d
esign in the field was that of a randomized complete block in which the treatments were
arranged according to a 4 X 3 (four distances between rows and 3 distances between
plants) factorial. N, P, and B leaf contents were not affected by the plant arrangem
ents. K
content varied as a function of the distance between rows. Plant medium cycle was of 122
days and neither was affected by spacing values. Reducing spacing between rows or
between plants resulted in reductions in number of leaves per plant, leaf are
a, dry matter
of
leaves outside the head, head fresh weight, the head longitudinal and transversal
diameters,
the heart length, and the format index of head. Leaf area index and productivity
decreased as the distances between rows and/or between plants inc
reased. The largest
yield - 4.56 kg/m
2
- was observed when the distance between rows of 0.61 m was
combined with that of 0.30 m between plants. The lowest production - 2.70 kg/m
2
-
resulted from the spacing combination of 1.00 m between rows and 0.50 m between
plants.
Key
words:
Brassica oleraceae
var.
capitata
, p
opulation density, productivity
1
1 INTRODUÇÃO
Entre as várias hortaliças ofertadas aos consumidores brasileiros, o repolho é a
hortaliça de maior importância econômica entre as variedades botânicas da espécie
Brassica oleracea
.
É considerada uma das hortaliças mais eficientes na produção de
alimento, devido à alta taxa de crescimento, além de ter alto valor nutritivo, sobretudo
pelo teor de cálcio e de vitamina C (SILVA JÚNIOR
&
YOKOYA
MA, 19
88
).
A demanda por repolhos roxos é muito menor
que a de repolhos verdes
, mas vem
aumentando, especialmente em grandes centros (
CAVALEIRO,
1994
;
FILGUEIRA,
2008
).
Em
2
007
, foram comercializados na Companhia de Entrepostos e Armazéns
Gerais do Estado de São Paulo (CEAGESP
1
) cerca de 4 mil toneladas de repolho roxo,
com preço médio mensal de R$ 0,61/kg.
Entretanto
, a maioria da produção de repolhos
no Brasil é de coloração verde-clara ou verde-
azulada,
com formato
globular
-
achatado
(SILVA JÚNIOR
&
YOKO
YAMA
, 1988
;
FILGUEIRA, 2008
).
E
ntre os vários fatores de produção a serem estudados
, para cada cultivar,
tem
-
se
o espaçamento
,
que influência não a produtividade, mas também a qualidade da
hortaliça
.
Na literatura
há relatos de
efeito
s
de espaçamentos
entre plantas e/ou
entre linhas
em muitas hortaliças, inclusive para repolho. Contudo, para cultivares de repolho roxo,
recentemente disponibilizadas aos produtores e que vem aumentando a aceitação por
consumidores, raríssimos estudos foram realizados.
Di
ante
do exposto, o presente trabalho teve como objetivo avaliar o efeito d
e
espaçamentos
entre linhas
e entre plantas
sobre
o desenvolvimento e
a produtividade do
repolho roxo.
1
Lopes
, A. P. CEAGESP, Seção de Economia e Desenvolvimento. Av. Dr. Gastão Vidigal nº 1946
CEP
05316900. Vila Leopoldina. São Paulo
SP.
2
2
REVISÃO DE LITERATURA
2.1 Repolho
O repolho é originário da Costa Norte
Mediterrânea, Ásia Menor e Costa Ocidental
Européia. Em sua forma selvagem, o repolho era utilizado pelos egípcios, sendo que o
seu uso generalizou
-
se com as invasões arianas entre 2000 e 2500 aC. Acredita
-
se que o
repolho tenha sido introduzido na Europa pelos celtas no século IX. Na América, o
repolho foi trazido pelos conquistadores europeus por volta do culo XV. A planta de
repolho é herbácea, formada por inúmeras folhas arredondadas e cerosas que se
imbricam, dando origem a uma cabeça compacta, que constitui a parte comestível da
planta (FILGUEIRA, 2008; TIVELLI & PURQUERIO,
2005
).
O repolho é uma hortaliça folhosa, com grande versatilidade, não somente pelo
seu valor nutritivo
(LÉDO et al., 2000; FILGUE
IRA, 2008). Tem
caráter social
, pois
utiliza
mu
ita mão-
de
-obra, sendo cultivada essencialmente por pequenos agricultores (SILVA
JÚNIOR & YOKOYAMA, 1988; FILGUEIRA, 2008).
Existem duas espécies de repolho, o repolho liso (B. oleracea L. var.
capitata
L.),
de maior expressão comercial no Brasil, e o repolho crespo (B. oleracea L var.
sabauda
Martens
).
São classificados segundo a forma (achatada e pontuda) e a cor da cabeça
(verde ou branca e roxa)
(TIVELLI & PURQUERIO,
2005
)
.
2.2
Expressão econômica
do repolho
Na CEAGESP foram comercializada
s
60
.
472
;
60
.
226
;
59
.
965
;
56
.
978
e
42
.
669
t
de repolho verde, em 2003, 2004, 2005, 2006 e 2007, respectivamente, enquanto de
repolho roxo foram comercializadas 3.
824
;
1.
991;
3.
667
;
4.
373
e 4.
066
t. Se as
quantidades comercializadas de repolho roxo são muito inferi
ores às de repolho verde, os
preços obtidos pelo roxo foram cerca de
32,26
% maior do que o do repolho tradicional
d
o
mercado, m
édia
aritmética simples
de R$ 0,41/
kg (
R$
0,30 a R$
0,61/kg) do roxo e média
de R$ 0,31
/kg
(
R$
0,20 a R$
0,45/kg)
do verde, para o período de 2003 a 2007
3
(CEAGESP
2
).
Em mercados varejistas, o preço do repolho roxo chega a ser quatro vezes
maior do que o verde.
Observa
-se que ao longo desses cinco anos a quantidade de repolho verde
comercializada
na CEAGESP vem diminuindo, mas a qua
ntidade
e o preço pago
ao
repol
ho roxo
tem aumentado
.
Na CEASAMINAS
,
e
ntre 2003 e 2007,
foram comercializados
,
em média
,
por
ano
,
38.042
;
38.339
;
37.729
;
37.689
e
38.114
t de repolho verde, respectivamente,
onde
ocorreram
preços médios
,
por ano
,
de R$ 0,
22; R$ 0,25; R$ 0,31; R$ 0,28 e R$ 0,36
/kg
,
respectivamente
. De repolho roxo, também na CEASAMINAS, foram comercializados
nos
ano
s
de
2003, 2004, 2005, 2006 e 2007,
1.286
;
1.218
; 924;
1.
454
e
1.439
t,
respectiv
amente, registrando
,
preços médios de R$ 0,
36;
R$ 0,
38
; R$ 0,
45
; R$ 0,
42
e R$
0,
49
/kg
, respectivamente
(CEASAMINAS
3
).
Diferente do que
foi observado na CEAGESP, o volume comercializado
de repolho
verde
na
CEASAMINAS
não tem diminuído ao longo dos anos, porém o preço do repolho
roxo na
CEASAMINAS
,
tamb
ém tem sido maior
do que do
repolho verde. Enfim
,
nos dois
grandes postos de recebimento e distribuição de hortaliças
,
o repolho roxo tem sido mais
ofertado a cada ano que passa, mas nem por isso seu preço diminui em relação ao verde,
talvez
sustentado pel
a
demanda
crescente
.
2.
3
Densidade populacional
Quando se busca a otimização da produção, um dos primeiros pontos a considerar
é o espaçamento ideal, pois um
modo óbvio
de tentar aumentar a produtividade de uma
cultura é plantar um número maior de planta
s por unidade de área.
Entretanto
,
o
aumento
da produtividade por este método tem um limite,
pois
com o aumento na densidade
2
Silva, M. A. B. CEAGESP, Seção de Economia e Desenvolvimento (SEDES). Av. Dr. Gastão Vidigal
1946
-
CEP 05316
-
900.
Vila Leopoldina. São Paulo
-
SP.
3
Martins, R. F.
CEASAMINAS grande Belo Horizonte,
SEEST/DETEC
.
BR 040 Km 688
CEP 32145
-900.
Bairro Guanabara. Contagem
MG.
4
populacional, cresce a competição entre plantas, sendo o desenvolvimento individual
prejudicado, podendo, ocorrer queda n
a produtiv
idade
e/ou na
qualidade (MINAMI et al.,
1
998).
O adensamento de plantas tem sido utilizado em muitas espécies cultivadas e nas
hortaliças é crescente sua adoção. Entre os objetivos deste manejo cultural tem-
se:
redução do ciclo; melhora da cobertura e proteção do solo; redução da infestação do
cultivo por plantas daninhas; aumento da eficiência no aproveitamento de insumos
aplicados (fertilizantes e agrotóxicos) e recursos disponíveis (água,
luz
e área); redu
ção
do tamanho do produto a ser comercializado e aumento de
produtividade
.
Contudo, as
vantagens encerram-se quando se atinge o ponto de competição que, conforme
MENDONZA (1982) e CHOAIRY & FERNANDES (1983), a partir desse ponto
densidades elevadas podem causar
,
além de reduções na produtividade, seja po
r menor
espaço disponível às plantas, seja por maior severidade no ataque de pragas e doenças,
perdas na qualidade, como modificações no tamanho e forma, constatadas em hortaliças
folhosas
.
Geralmente
,
menor
população de plantas é menos produtiva do que u
ma
com
maior densidade. Entretanto, se as plantas estiverem muito próximas e a folhagem se
sobrepor em grande extensão, nestes lugares a fotossíntese será deficiente e,
conseqüentemente,
a produtividade
da cultura será reduzid
a
(LARCHER, 1986).
Assim, o objetivo do estudo da densidade de plantio é determinar o número de
plantas
capaz de explorar de maneira eficiente e completa uma determinada área de solo
(
MUNDSTOCK
, 1
977)
.
No entanto, a definição do mais adequado espaçamento e, por
conseguinte, densidade populacional deve levar em consideração fatores genético
s
(cultivar), ambientais (clima),
fitoté
cnico
s (manejo cultural, tais como irrigação, adubação)
e comerciais (tamanho do produto)
.
Na literatura encontram-se relatos de efeitos do espaçamento sobre o
repolho
verde.
ARAÚJO (1975), avaliando dois experimentos, estudou
duas
cultivares, sendo que
no primeiro experimento avaliou cinco populações (18.857 a 41.667 plantas/ha) obtidas a
partir da combinação de um espaçamento entre linhas de 0,80 m e cinco entre plantas
5
(0,30; 0,40; 0,50; 0,60 e 0,70 m) de repolho verde, enquanto no segundo experimento
também estudou cinco populações (25.571 a 66.667 plantas/ha) obtidas a partir da
com
binação de um espaçamento
entre linhas
de 0,50 m e cinco entre plantas (0,30;
0,40;
0,50; 0,60 e 0,70 m) de repolho verde. V
erificou
que o número de folhas externas por
planta
cresceu linearmente com a redução da população por área, para as duas
cultivares e experimentos. As dimensões da cabeça do repolho foram afetadas pela
compet
ição de plantas
em
ambos os experimentos. O comprimento do coração
e o
ciclo
médio das duas cultivares não foram influenciados pelas populações em ambos os
experimentos. Houve redução na massa da cabeça das cultivares estudadas à medida
que a população de plantas foi maior. A produtividade cresceu linearmente com o
aumento da população, para os dois cultivares, em ambos os experimentos.
MINAMI (1980), estudando os efeitos da densidade e dos sistemas de plantio
sobre a cultura do repolho e couve-
flor
, testou para as duas culturas em linhas simples
cinco populações (20.833 a 111.111 plantas/ha) a partir da combinação dos
espaçamentos
entre linha (0,60 m) e entre plantas (
0,80;
0,65;
0,45;
0,30 e 0,15 m) e
também com linhas duplas quatro populações (22.222 a 88.888 plantas/ha) a partir da
combinação dos espaçamentos
entre linhas
duplas
(0,60 m)
,
entre linhas
simples (0,30 m)
e entre plantas (1,00; 0,75; 0,50 e
0,25
m) verificou que a produtividade
de
repolho, no
sistema de linhas duplas, foi melhor nas menores densidades de plantio, mas à medida
que a população é aumentada,
melhores
produtividade
s
são obtidas no
sistema de linha
simples. Para repolho o autor observou que no sistema de linhas duplas
as
dificuldades
nas pulverizações
são maiores do
que no sistema d
e linhas simples
. A cabeça de repolho
e a planta diminuíram de tamanho
à medida que se aumenta a densidade.
Em Kentucky, KNAV
EL & HERRON (1981), testando a i
nfluência de dois sistemas
de plantio (convencional e direto), dois espaçamentos entre plantas (0,46 e 0,92 m), e
doses de nitrogênio (0 a 370 kg/ha de N) sobre a produtividade do repolho verde na
primavera, verificaram que nos dois sistemas de plantio, o maior espaçamento entre
plantas de 0,92 m aumentou a massa do repolho e o tamanho da planta. Os aut
ores
observaram que o aumento
da densidade de plantio pode
aumentar os custos, no entanto,
6
pode ser viável para sistemas de plantio direto na primavera em áreas onde os solos são
suscetíveis à erosão.
Na Flórida, CSINZINSKY & SHUSTER (1985) estudaram os efeitos de duas
populações (48.700 e 29.500 plantas/ha), adubação e épocas de aplicação de inseticida
sobre a produtividade do repolho verde e verificaram que o número de cabeças não
comercializáveis não foi influenciada pela população de plantas. A produtiv
idade
aumentou
23,55
% na maior densidade de plantio, sem que houvesse aumento dos
danos por insetos. Também neste Estado americano, foram testados cinco
espaçamentos (0,08, 0,15; 0,23; 0,30 e 0,38 m
)
entre plantas e 0,51
m
entre linhas
de
repolho verde, distribuídas em duas fileiras simples. As populações correspondentes
para cada espaçamento foram 123.000; 61.500; 41.000; 30.800 e 24.600 plantas/ha,
respectivamente
. STOFFELLA & FLEMING (1990) verificaram que houve aumento
quadrático na altura e diâmetro da cabeça e a produtividade reduziu linearmente
à
medida que
maior foi
o espaçamento entre plantas.
Avaliando três espaçamentos entre linhas (0,80; 0,60 e 0,40 m) e cinco doses de
nitrogênio
(0 a 300 kg/ha de N)
no repolho ‘Kenzan’, AQUINO et al. (2005a) ob
servaram
que no menor espaçamento de 0,40 x 0,30 m, a produtividade de massa fresca foi
inferior à do espaçamento intermediário (0,60 x 0,30 m), com 75 kg/ha de nitrogênio,
e
obteve
-se maior percentual de produto com tamanho mais adequado às exigências do
consumidor para consumo
in natura
, portanto alcança
ndo melhores preços de mercado.
M
esmo com custo de produção mais elevado, o espaçamento de
0,
40 x
0,
30 m
,
na dose
de nitrogênio para máxima eficiência econômica (253 kg/ha)
,
resultou em receita líquida
126% maior do que aquela obtida no maior espaçamento. Mesmo com o aumento nas
doses de nitrogênio, AQUINO et al. (2005b) observaram que a redução no espaçamento
entre plantas proporcionou cabeças com menor massa fresca média, volume e diâmetros.
Consideran
do o formato e as dimensões da cabeça, o espaçamento mais indicado para
cultivo, visando o comércio
in natura
, seria de 0,40 x 0,30 m. Entretanto, visando produto
ao processamento, o maior espaçamento seria o mais indicado, em função do maior teor
protéico
e de menor per
da de massa fresca pós
-
colheita
.
Cinco cultivares de repolho verde foram avaliados por ŽNIDARCIC et al. (2007),
7
em 2001 e 2002, n
a Eslovênia,
para indicar as melhores combinações de espaçamentos
de plantio (0,30 x 0,20; 0,30 x 0,30 e 0,30 x 0,40 m) que proporcionassem a maior
produção comercial aliada à qualidade. Os autores verificaram que no maior
espaçamento (
0,30
x
0,40 m
)
a massa
de
cabeças comercializáveis foi maior. O repolho
no maior
espaçamento foi mais eficiente no uso da água, nutrientes e da radiação solar,
porém sofreu
maiores
danos de Trips tabaci
.
A produtividade não diferiu entre os
espaçamentos avaliados.
CAVARIANNI (2008), avaliando a interação existente entre densidades
populacionais (31.250 e 46.875 plantas/ha) e doses de nitrogênio (0 a
300 k
g/ha) sobre o
desenvolviment
o e produção de repolho verde ‘Astrus’, observou que na menor
densidade populacional, obteve
-
se o maior número de folhas externas por planta (15,58
folhas/planta), três folhas a mais do que na maior densidade de plantas (12,58
folhas
/
planta
).
Na menor densidade populacional foi observada matéria seca da folha
interna (MSFI) de 99,14 g/planta, enquanto na condição mais adensada a MSFI foi de
60,52 g/planta
.
A menor população de plantas proporcionou maior diâmetro longitudinal
de repolho
(DLR)
(129,14 mm) e transversal (DTR) (203,73 mm)
,
enquanto na maior
densidade obteve-se menor DLR (120,18 mm) e DTR (189,34
mm)
. Segundo
CAVARIANNI (2008), o efeito do adensamento populacional
sobrepôs
ao do N, pois
independente da dose da adubação nitrogenada, menores diâmetros foram observados
com o adensamento. Maiores matérias frescas de repolho (MFR) foram obtidas com a
população de 31.250 plantas/ha, independente da dose de N aplicada.
Verifica
-
se, então,
que na menor densidade de plantio obteve maiores repolhos, enquanto na maior
densidade obteve-se a máxima produtividade. O cultivo mais adensado proporcionou
produtividade de 63,82 t/ha, incremento de 14% na produtividade da cultura em relação
ao cultivo menos adensado (55,9 t
/
ha
).
D
evido
à
escassez de pesquisas, os espa
çamentos recomendados para o repolho
roxo baseiam
-
se ou utilizam
-
se das recomendações feitas para o repolho tradicional, ou
verde. Neste caso variam de
0,
70 a
0,80
m
entre linhas
e de
0,
30
a
0,50
m entre plantas
em fileiras simples (LÉDO et al., 2000; FILGUEIRA, 2008
).
Há, também, recomendação
8
para plantio e
m
fileiras duplas (
0,
80 x
0,
30 x
0,
30 m), a fim de produzir cabeças menores
(FILGUEIRA, 2008).
Somente foi encontrado
um
trabalho
entre as literaturas consultadas que avaliou o
efeito de espaçamentos n
a
cultura do repolho roxo
.
CAVARIANNI (2008), avaliando a
interação existente entre densidades populacionais
(
31.250 e
46.875
plantas/ha
)
e doses
de nitrogênio (0 a 300 kg/ha) sobre o desenvolvimento e produção de repolho roxo,
observou que a maior área foliar foi obtida em plantas adubadas com 300 kg/ha de N e
cultivadas sob menor competição intraespecífica, ou seja 31.250 plantas/ha
.
Ao final do
cultivo (70 DAT), maiores matérias secas da parte aérea foram observadas na cultura
menos adensada
(
31.250
planta
s/ha)
e que receberam 200 e 300 kg/ha de N, sendo 31%
superior ao tratamento que acumulou maior matéria seca da parte aérea na densidade de
46.875 plantas/
ha.
A massa fresca de repolho não foi influenciada pela densidade de
plantio.
Na população de 46.875
plantas/ha obteve
-
se produtividade
média
de 23,8 t/ha,
enquanto na população de 31.250 plantas/ha a produtividade
média
foi de 17,5 t/ha,
redução de aproximadamente 26%. A máxima produtividade (30,21 t/ha) foi obtida na
densidade de 46.875 plantas/ha com a
dose de 218,5 kg/ha de N, 17,6% superior a maior
produtividade (25,68 t/ha) observada no tratamento menos adensado.
A revisão de literatura apresentada possibilita verificar que fisiologicamente a
planta de repolho é influenciada pelo espaçamento entre l
inhas
e/ou entre plantas. A
intensidade da competição intraespecífica estabelecida pelo manejo do
espaçamento/densidade populacional causa modificações na planta, que repercutem
tanto na produtividade da cultura quanto na qualidade do repolho colhido;
cons
equentemente, na rentabilidade do cultivo. Portanto, de ser avaliado o
desenvolvimento de cultivares de repolho roxo em função do espaçamento/densidade
populacional, atualmente carente de informações, disponibilizando adequada
recomendação
a produtores.
9
3 MATERIAL E MÉTODOS
3.1 Localização e caracterização da área experimental
O experimento foi realizado de 19-5 a 17-9-
2008,
no Setor de Olericultura e
Plantas Aromático
-
Medicinais, do Departamento de Produção Vegetal, da Faculdade de
Ciências Agrári
as e Veterinárias, UNESP, Câmpus de Jaboticabal, SP. Tal área situa-
se
na cidade de Jaboticabal
,
SP, cujas coordenadas geográficas são altitude de 575 metros,
latitude 21
0
15'22" S e longitude 48
0
15'58" W.
N
o período experimental
foram registradas temperatu
ras máxima, mínima
e
média,
28,3
ºC
; 14,2
ºC
e
20,2
ºC,
respectivamente e umidade relativa média de 64,9
%
(VOLPE
et al.,
2008).
3.2
T
ratamentos
,
unidade experimental
e d
elineamento experimental
O experimento foi conduzido em blocos casualizados, com 12 tratamentos e
três
repetições, em esquema fatorial 4x3.
Foram avaliados 12 tratamentos, os quais resultaram da combinação dos fatores
espaçamento
entre linhas
(0,40; 0,60; 0,80 e 1,0 m) e espaçamento entre plantas (0,30;
0,40 e 0,50 m).
As unidades experi
mentais foram constituídas por 26 plantas
distribuídas em três
linhas, na linha central haviam oito plantas e nas linhas adjacentes continham nove
plantas
. Para coleta de dados das características avaliadas, foram utilizadas as plantas
da linha central da
parcela
, excluindo-se a primeira e a última planta. As plantas
encontravam-
se em arranjo de quincôncio.
10
3.3 Instalação e condução do experimento
O preparo do solo da área experimental foi feito com aração e gradagem.
A
amostragem de solo foi na camada de 0-20 cm, para realizar a análise química do solo
(Tabela
1
).
Tabela
1.
Resultados das análises químicas do solo da área experimental
.
UNESP
-
FCAV,
Câmpus Jaboticabal, 2008.
pH
MO
P K
Ca
Mg
H+Al
SB
T V
CaCl
2
g/dm
3
mg/dm
3
- - - - - - - - - - - - - - - - -
mmol
c
/dm
3
- - - - - - - - - - - - - - - - - %
5,5
19
93
2,6
34
13
28
49,6 77,6
64
B
Cu
Fe
Mn
Zn
- - - - - - - - - - - - - - - -
mg/dm
3
- - - - - - - - - - - - - - - -
0,52
3,0
15,0 42,0
2,5
A calagem foi realizada com calcário ca
lcinado com PRNT de 120%, para elevar a
saturação por bases a 80%.
Na adubação de plantio foram
aplicado
s 60 kg/ha de N, 200
kg/ha de P
2
O
5
e 180 kg/ha de K
2
O. Não foi aplicado esterco. N
a adubação de cobertura
utilizou
-
se a dose de
200
kg/ha de N e
120
kg/
ha de K
2
O, parceladas em
três
vezes aos
15, 30
e
45 dias após o transplante (DAT), sendo que na primeira parcela foram aplicados
25% de N e K
2
O, na segunda parcela 35% de N e K
2
O, na terceira parcela foram
aplicados
40
% de N e K
2
O.
As adubações em cobertur
a foram realizadas em solução de
nutrientes de N e K. Também f
oram realizadas três adubações foliares
com ácido bórico
e molibdato de sódio, sendo que em cada aplicação utilizou-se 1,0 e 1,54 g/L de água
,
respectivamente, aos 15, 30 e 45 dias DAT. A calagem e a adubação de plantio
foram
baseadas na recomendação de TRANI et al. (1997) para a cultura do repolho e análise
química do solo.
A cultivar utilizada foi a Red Jewel, híbrido F1, do tipo roxo,
que foi uma das duas
cultivares consideradas por PORTO et
al. (2007)
como mais adaptada a Jaboticabal
-
SP
.
S
egundo SAKATA
(
2008)
,
‘Red Jewel’ possui f
olhas lisas, cabeças de coloração interna
roxo,
massa de cabeça de 1,5-2,0 kg, diâmetro médio de 17-19 cm e altura média de
14
-16 cm, alta compacidade e boa resistên
cia ao rachamento.
11
A semeadura foi realizada no dia 19 de maio de 2008, em bandejas
de
polipropileno
de 200 células, e as mudas foram plantadas no dia 3 de julho de 2008,
quando estavam com
quatro
folhas
além das cotiledonares.
A irrigação, via aspersão, f
oi feita com aspersores ZE
-
30D da Asbrasil, com bocais
de 4,5 x 5,5 mm de diâmetro, espaçados de 12 x 12 m e lâmina
d’agua
variável.
O
controle das plantas daninhas foi por meio de enxada. Foram realizadas pulverizações
com inseticidas para o c
ontrole
de traça das crucíferas (Plutella xylostella), vaquinha
(Diabrotica speciosa), pulgão (Brevicoryne brassicae) e mosca-branca (
Bemisia
argentifoli
),
com
fungicidas preventivos e
para o controle de Alternariose (
Alternaria
spp.).
3.4 Características avaliadas
Teores de N, P, K
e
B na folha diagnóstica do estado nutricional
: q
uando mais
de 70% das plantas da parcela encontra
v
am
-
se e
m
formação de cabeça
(
53 dias
após o transplante)
,
foi coletada uma folha
desenvolvida (intermediária)
por planta,
de 20 plantas. As análises para determinação dos teores de nitrogênio, fósforo,
potássio e boro seguiram os métodos descritos por MALAVOLTA et al. (1997)
.
Ciclo:
representado pelo período transcorrido entre a semeadura e a colheita
do
repolho
. A colheita ocorreu quando
m
ais de 80% das plantas da parcela estavam
com
a cabeça compacta e com a borda da folha externa da cabeça de repolho
iniciando seu desprendimento. Expresso em dias.
Número de folhas
(
NF
):
após a colheita da cabeça contou
-
se
o número de folhas
da planta. Foi contado o número de folhas de seis plantas amostradas em cada
parcela, e obtido a média. Expresso em folhas/planta;
Área foliar (AF): foi determinado no dia da colheita, passando-se as folhas de
duas plantas em medidor eletrônico de área foliar, marca LICOR, modelo 3100.
Expresso em cm
2
/planta.
Índice de área foliar (IAF):
obtido pela razão entre a área foliar de uma planta e a
área disponível à planta.
12
Massa
seca das folhas externas
à cabeça
(MSF):
após a colheita da cabeça
as
folhas das duas plantas que avaliou-se a área foliar foram lavadas e
acondicionadas em sacos de papel, secas em estufa com circulação de ar, a 65ºC,
até atingir
massas constantes e pesadas
. Expressa em g/planta.
Massa fresca da cabeça (MFC):
após a colheita, as cabeças
das seis plan
tas da
área útil da parcela foram pesadas individualmente e obteve-se o valor médio.
Expresso em gramas
.
Diâmetro
s
da cabeça do repolho:
foram avaliados o
s
diâmetro
s
longitudinal
(D
L)
e transversal (DT) das seis cabeças da área útil da parcela. As medições fo
ram
feitas com auxílio de régua
. Expresso em centímetros.
Comprimento do coração (CC):
foi
medido
uma cabeça da área útil da parcela
com o auxílio de um paquímetro. Expresso em
centímetros.
Relação CC/DL:
expressa a razão entre o comprimento do coração
em relação ao
diâmetro longitudinal da cabeça.
Índice de formato (IF) de repolho: é a relação entre diâmetro longitudinal e
diâmetro transversal.
Produtividade:
obtida pela soma da massa da cabeça do repolho produzida por
todas as plantas colhidas na área
útil
da parcela e expressa
em
kg
/m
2
.
3.5 Análise estatística
Foi realizado análise de variância pelo teste F, s
egundo o delineamento proposto.
Para melhor interpretação do efeito conjunto dos fatores
espaçamento
entre linhas
e
espaçamento entre plantas
n
a análise de variância
, r
ealizou
-
se o estudo de superfície de
resposta polinomial quadrática. Quando esta foi significativa (teste F, P < 0,05), este
modelo
foi utilizado para o estudo da interação dos fatores espaçamento entre linhas e
espaçamento entre p
lantas.
O modelo
utilizado para
estudo da superfície de resposta foi:
13
z
= b
0
+ b
1
x
+ b
2
y
+ b
3
x
² + b
4
xy
+ b
5
onde
,
x = espaçamento entre linhas.
y = espaçamento entre plantas.
z = variável dependente.
b
0
,
b
1
,
b
2
,
b
3
,
b
4
, e
b
5
são os parâmetros do
modelo
.
14
4
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os teores de nitrogênio (N), fósforo (P) e boro (B) na folha diagnóstica não foram
influenciados significativamente pelos fatores espaçamento
s
entre linhas
e entre plantas
(Tabela
2
).
Também
não houve ajuste significativo da superfície de resposta em função
da interação espaçamen
to
s
entre linhas
e entre plantas
(Tabela
3
).
Os teores médios de N e P na folha diagnóstica do estado nutricional foram
17,5
e
4,3 g/kg, respectivamente, e de
40
m
g/k
g para B. Os teores de P e B
encontram
-se nas
faixas consideradas adequadas por
TRANI
& RAIJ
(1997),
4 a 7 g/kg para P e 25 a 75
mg/kg
para
B
, mas o teor de N
ficou
abaixo da faixa adequada
,
que é de 30 a
50 g/kg para
N.
Embora não tenha sido observado sintoma visual de deficiência, o estado
nutricional representativo de carência em N
pode ter afetado o crescimento, a produção e
a qualidade do repolho
. C
onforme
KIMOTO
(1993)
,
as espécies da família Brassicaceae
o muito exigentes em nitrogênio. FURLANI et al. (1978) e CAVARIANNI (2008)
verificaram que o N é o nutriente acumulado em maior quantidade na planta de repolho.
Tabela
2
. Valores de F, significâncias e coeficientes de variação dos teores de nitrogênio
(N), fósforo (P), potássio (K) e boro (B) na fo
lha diagnóstica do repolho roxo ‘Red
Jewel’. UNESP
-
FCAV,
Câmpus
Jaboticabal, 2008.
Causas de variação
N P K B
EL
1,11
NS
1,52
NS
6,67**
2,11
NS
EP
1,32
NS
2,63
NS
4,68*
3,00
NS
EL x EP
1,11
NS
1,03
NS
3,71*
2,29
NS
CV (%)
17,64
4,97
15,94
10,68
EL = Entre linhas, EP = Entre plantas; ** significativo a 1% de probabilidade; * significativo a 5% de
probabilidade;
ns
não significativo a 5% de probabilidade.
15
Tabela
3.
Análise
s de superfícies de resposta para os teores (g/kg) de nitrogênio (N),
fósforo (P
), potássio (K) e boro (B
, mg/kg)
na folha diagnóstica do repolho roxo
‘Red Jewel’. UNESP
-
FCAV,
Câmpus
Jaboticabal, 2008.
Parâmetros do modelo
N P K B
b
0
(Intercepto)
15,0269
6,2505
-
43,1031
101,7205
b
1
(ESP EL)
37,7912
-
0,3097
2,1951
-
46,0139
b
2
(ESP EP)
-
65,3029
-
8,3241
302,2173
-
232,4412
b
3
(ESP EL x ESP EL)
-
18,5554
0,6735
18,1940
19,6250
b
4
(ESP EP x ESP EL)
-
23,2755
-
2,3345
-
42,7500
59,8335
b
5
(ESP EP x ESP EP)
111,8750
11,5000
-
325,4175
216,5825
Teste F para o modelo
1,31
NS
2,44
NS
1,26
NS
1,10
NS
0,52 0,67 0,51
0,48
** significativo a 1% de probabilidade; * significativo a 5% de probabilidade
;
ns
não significativo a 5% de
probabilidade
.
Houve interação significativa entre os fatores espaçamentos entre linhas e entre
plantas para o teor de potássio (K) na folha diagnóstica (Tabela 2). Não houve ajuste
significativo da superfície de resposta em função da interação espaçamentos
entre linhas
e entre plantas (Tabela 3
).
No estudo da regressão polinomial para espaçamento
entre
linhas
em cada espaçamento entre plantas, constatou-se que o teor de K na folha
diagnóstica apresentou ajuste quadrático
(Y = 59,401
-
138,76x + 108,12x2, R
2
= 0,99*)
e
linear
(Y = 15,247 + 14,267x, R
2
= 0,57*) para os espaçamentos entre linhas nos
espaçamentos
de 0,30 m e 0,40 m entre plantas, respectivamente
.
Os
máximos
teores
foliares
de K
, nos espaçamentos entre plantas de 0,30 m (28,8 g/kg) e 0,40 m (29,5 g/kg)
foram obtidos com 1,0
0
m
entre linhas
.
Para o espaçamento entre plantas de 0,50 m não
houve ajuste significati
vo de equação e o teor médio de 23 g/kg.
Os teores foliares de K
observados
estão abaixo da faixa considerada adequada
por TRANI & RAIJ (1997), que é de 30 a 50 g/kg para K. HARA & SONODA (1979)
consideram 50 g/kg como limite inferior do teor de K em folhas externas à cabeça do
repolho, abaixo do qual
se tem
prejuízo
n
a formação da cabeça.
O ciclo médio foi de 122 dias, e não foi influenciado pelos
espaçamentos
. O
resultado
concorda com o observado por ARAÚJO (1975), que avaliou cinco populações
(18.857 a 41.667 plantas/ha) no experimento 1 e outras cinco (25.571 a 66.667
plantas/ha) no experimento 2. Porém, o resultado não confirmou o que observaram
STOFFELLA & FLEMING (1990). Segundo os autores, quando estudaram densidades
populacionais variando de 24.600 a 123.000 plantas/ha, observaram que maiores
16
densidades de plantio aumentam o tempo necessário para atingir o ponto de colheita do
repolho; consequentemente, maior ciclo.
O número de folhas (NF) da planta de repolho foi influenciado significativamente
pelo
s fatores isolados (Tabela 4). Houve ajuste significativo da superfície de resposta
para NF em função dos fatores avaliados (Tabela
5
).
Tabela
4. Valores de F, significâncias e coeficientes de variação das características
número de folhas (NF), área foliar (AF) e índice de área foliar (IAF) do repolho
roxo ‘Red Jewel’. UNESP
-
FCAV,
Câmpus
Jaboticabal, 2008.
Causas de variação
NF
AF
IAF
EL
5,46**
16,57**
50,63**
EP
11,13**
5,69*
32,87**
EL x EP
0,65
NS
0,88
NS
0,51
NS
CV (%)
6,14
10,48
10,12
EL = Entre linhas, EP = Entre plantas; ** significativo a 1% de probabilidade; * significativo a 5% de
probabilidade;
ns
não significativo a 5% de probabilidade.
Tabela
5. Análises de superfícies de resposta para as características número de folhas
(NF), área foliar (AF) e índice de área foliar (IAF) do repolho roxo ‘Red Jewel’,
UNESP
-
FCAV,
Câmpus
Jaboticabal, 2008.
Parâmetros do modelo
NF
AF
IAF
b
0
(Intercepto)
1,0885
-
3803,6460
7,5087
b
1
(ESP EL)
11,9278
16933,0000
-
3,2742
b
2
(ESP EP)
29,9695
13438,0000
-
10,5700
b
3
(ESP EL x ESP EL)
-
6,2569
-
6197,7152
1,1944
b
4
(ESP EP x ESP EL)
-
3,3498
-
11865,0000
-
2,1003
b
5
(ESP EP x ESP EP)
-
25,1663
380,7075
9,5835
Teste F para o modelo
6,19*
40,43**
109,14**
0,84 0,97 0,99
** significativo a 1% de probabilidade; * significativo a 5% de probabilidade;
ns
não significativo a 5% de
probabilidade.
Verificou
-se aumento do NF com incrementos nos espaçamentos entre linhas e
entre plantas, sendo estes incrementos proporcionais aos dois fatores até 0,40 m e 0,60
m entre plantas e entre linhas, respectivamente. A partir de então, os incrementos
percebidos quando aumentou
-
se o espaçamento entre plantas foram maiores do que os
observados com o aumento
entre linhas
. O máximo NF foi de
14
, obtido com 0,82 x 0,50
m (Figura 1
).
Neste espaçamento, que corresponde a 24.390 plantas/ha
,
as p
lantas
apresentaram três folhas, ou seja, 27,3% a mais do que plantas na maior densidade
populacional
83.333
plantas/
ha
, no espaçamento de 0,40 x 0,30 m (11 folhas/planta)
.
17
CAVARIANNI (2008), avaliando doses de nitrogênio e densidades populacionais em
repolho roxo, brido Red Jewel, também observou que na menor população (31.250
plantas/ha) tinha
-
se maior número de folhas por planta (14,25 folhas/planta), duas folhas
a mais do que na maior densidad
e de plantas (46.875 plantas/ha)
.
Figura
1
. Isolinhas da superfície de resposta para número de folhas de repolho roxo ‘Red
Jewel’, em função do espaçamento entre linhas e entre plantas (m).
UNESP
-
FCAV,
Câmpus
Jaboticabal, 2008.
A redução de folhas na pl
anta, que confirma o observado por CAVARIANNI (2008),
é explicada pela maior competição entre plantas de repolho por espaço e fatores de
crescimento, principalmente, luminosidade. Obviamente, plantas espaçadas entre si em
0,82 x 0,50 m dispunham de maior área (0,41 m
2
) do que sob menores espaçamentos
nas
entre linhas e entre plantas avaliadas (0,12 m
2
/planta), o que permitiu àquelas melhor
aproveitamento dos recursos do meio, por conseguinte, maior número de folhas e
expressão do potencial vegetativo.
11,43
11,79
12,33
12,96
13,41
13,72
Espaçamento entrelinhas (m)
Espaçamento entre plantas (m)
0,30
0,34
0,38
0,42
0,46
0,50
0,4
0,5
0,6
0,7
0,8 0,9 1,0
Z =
1,088
+
11,928x
+
29,969y
-
6,257x
2
-
3,35xy
-
25,166y
2
R
2
= 0,84*
Número
de f
olhas
1
3,98
Máximo
18
A área foliar (AF) foi influenciada significativamente pelos fatores isoladamente
(Tabela 4), assim como ocorrido para NF. Houve ajuste significativo da superfície de
resposta para AF em função
dos fatores avaliados (Tabela 5
).
Os incrementos na AF ocorreram co
m aumentos nos espaçamentos entre plantas
e
entre linhas
. Contudo
,
para cada 1
,0
cm a mais no espaçamento entre plantas, a área
foliar teve maior crescimento do que aumentando-se, na mesma proporção, o
espaçamento
entre linhas
.
Por exempl
o, o aumento de
10
cm
entre plantas
, de 0,40 para
0,50 m, quando o espaçamento entre linhas para ambos foi 0,40 m,
proporcionou
incremento de 15,5% na AF, enquanto de 0,40 para 0,50 m entre linhas, quando o
espaçamento entre plantas foi 0,40 m
foi observado
12,
3
% de aumento
na AF.
A menor
AF
(
4551,53/cm
2
) foi obtida com
0,40
x 0,30 m
,
mesmo
espaçamento/
densidade
populacional em que verificou-
se
o menor número de folhas, e foi
maximizada
(7701,05
cm
2
)
no espaçamento de 0,90
x
0,50
m, o que corresponde a
um acréscimo de
69,2
%
na
AF
(Figura
2
).
TAKEISHI
et al.
(2008),
avaliando híbridos de repolho roxo em Jaboticabal,
SP, cultivados com três fileiras em canteiros sob arranjamento triangular e espaçamentos
de 0,40 m
entre linhas
e 0,40 m entre plantas, verificou plantas de ‘Red J
ewel’ com 6.620
cm
2
. Considerando-se a mesma população (43.500 plantas/ha) esta AF observada por
TAKEISH
I et al. (2008) foi semelhante à obtida neste trabalho 6.485,77
cm
2
com o
espaçamento
0,
5
0 x 0,4
6
m
(Figura
2
).
Reduções na AF foram tanto maiores quanto mais próximas às plantas estavam
entre si na linha do que quando estreitou-se o espaçamento entre linhas. Muito
provavelmente, tal acontecimento é explicado pela maior sobreposição de folhas de
plantas adjacentes, com reflexo negativo sobre a fotossíntese líquida e,
consequentemente, crescimento.
19
Figura
2
. Isolinhas da superfície de resposta para área foliar (cm
2
/planta
) de repolho roxo
‘Red Jewel’, em função do espaçamento entre linhas e entre plantas (m).
UNESP
-
FCAV,
Câmpus
Jaboticabal, 2008.
O índice de área foliar (IAF) foi influenciado significativamente pelos f
atores
isoladamente (Tabela 4
).
Houve ajuste significativo da superfície de resposta para IAF
em função dos fatores avaliados (Tabela
5
).
O menor índice de área foliar (IAF) de 1,49 foi obtido no espaçamento de 1,00 m
nas entre linhas e 0,50 m entre plantas, enquanto o máximo IAF foi de 3,83 quando o
espaçamento nas
entre linhas
foi de 0,40 m e o espaçamento entre plantas foi de 0,30 m
(Figura
3
).
4861,45
5711,08
6440,86
6905,57
7300,28
7554,56
Espaçamento entrelinhas (m)
Espaçamento entre plantas (m)
0,30
0,34
0,38
0,42
0,46
0,50
0,40 0,50 0,60 0,70 0,80 0,90 1,00
Z = -
3803,646
+
16933,45x
+
13438,3y
-
6197,71
4x
2
-
11864,97xy
-
380,713y
2
R
2
= 0,97**
Área foliar
(cm
2
/planta
)
7701,0
5
Máximo
20
Figura
3. Isolinhas da superfície de resposta para índice de área foliar (IAF) de repolho
roxo
‘Red Jewel’, em função do espaçamento entre linhas e entre plantas (m).
UNESP
-
FCAV,
Câmpus
Jaboticabal, 2008.
O IAF máximo foi 157% superior ao menor IAF obtido no maior espaçamento
testado.
Segundo LARCHER (2000), o IAF mede
a quantidade de folhas em m
2
por área
de solo
,
também em m
2
, sendo assim uma medida adimensional da cobertura vegetal.
Assim
, pode-se inferir que no menor espaçamento a mesma área cultivada estaria
coberta com cerca de 150% mais fo
lhas ordenadas e
m
várias camadas do que na menor
população. No entanto, não se trata, simplesmente de elevar o IAF. Este deve ser
avaliado de modo a retratar a melhor combinação de espaçamentos
entre linhas
e entre
plantas, associada aos demais fatores do manejo cultural e ambiente, para maximizar
economicamente o cultivo. De acordo com LARCHER (2000)
,
quando há um aumento do
índice de área foliar, há uma maior disponibilidade de superfície fotossinteticamente ativa,
podendo ocorrer um aumento da taxa de produção de maneira correspondente. Isso
realmente acontece quando os valores do índice de área foliar são baixos. No entanto,
1,69
2,12
2,54
2,97
3,27
3,61
Espaçamento entrelinhas (m)
Espaçamento entre plantas (m)
0,30
0,34
0,38
0,42
0,46
0,50
0,4
0,5
0,6 0,7 0,8
0,9 1,0
Z =
7,509
-
3,274x
-
10,58y
+
1,194x
2
-
2,1xy
+
9,584y
2
R
2
= 0,99**
IAF
Máximo
3,8
3
21
quando as plantas estão muito próximas umas das outras, um intenso
autossombreamento das superfícies de assimilação e a radiação que atravessa a
folhagem em muitos pontos não é mais suficiente para manter um balanço positivo de
carbono, como conseqüência, a produção diminui.
A massa seca das folhas externas à cabeça (MSF) foi influenciada
significativamente pelos fatores isoladamente (Tabela 6), assim como ocorrido para NF,
AF
e IAF. Houve ajuste significativo da superfície de resposta para
MSF
em função dos
fatores avaliados (Tabela 7
).
Tabela
6. Valores de F, significâncias e coeficientes de variação das características
massa seca das folhas externas à cabeça (MSF), massa fresca da cabeça
(MFC) e diâmetro transversal (DT) do repolho roxo ‘Red Jewel’. UNESP
-
FCAV,
Câmpus
Jaboticabal, 2008.
Causas de variação
MSF
MFC
DT
EL
18,90**
22,59**
33,01**
EP
23,08**
21,75**
35,19**
EL x EP
1,48
NS
0,23
NS
1,32
NS
CV (%)
9,75
15,01
5,02
EL = Entre linhas, EP = Entre plantas; ** significativo a 1% de probabilidade; * significativo a 5% de
probabilidade;
ns
não significativo a 5% de probabilidade.
Tabela
7. Análises de superfícies de resposta para as características massa seca das
folhas
externas à cabeça (MSF), massa fresca da cabeça (MFC) e diâmetro
transversal (DT), do repolho roxo ‘Red Jewel’. UNESP-
FCAV,
Câmpus
Jaboticabal, 2008.
Parâmetros do modelo
MSF
MFC
DT
b
0
(Intercepto)
-
55,8546
-1
509,9740
-
4,3708
b
1
(ESP EL)
271,0594
44440,9215
27,8087
b
2
(ESP EP)
27,7042
2067,9752
27,3290
b
3
(ESP EL x ESP EL)
-
133,5627
-
2490,2983
-
12,6040
b
4
(ESP EP x ESP EL)
-
143,4748
-
232,3748
-
13,5175
b
5
(ESP EP x ESP EP)
202,1238
318,7913
-
7,0000
Teste F
para o modelo
28,50**
38,90**
36,75**
0,96 0,97 0,97
** significativo a 1% de probabilidade; * significativo a 5% de probabilidade;
ns
não significativo a 5% de
probabilidade.
Para combinações de espaçamentos entre 0,30 e 0,50 m entre plantas e 0,40 e
0,75 m entre linhas, para cada 1,0 cm a menos no espaçamento entre plantas deve-
se
aumentar em
1,16
cm
no espaçamento entre linhas, para que a produção de MSF seja
mantida. Para espaçamentos entre linhas superiores a 0,75 m e entre plantas maiores
22
que 0,34 m
os
incrementos na MSF são principalmente determinados pelo aumento no
espaçamento entre plantas, maximizando
-
se a MSF com 0,75 x 0,50 m (Figura
4
).
A menor MSF (40,5 g/planta) foi obtida com 0,40 x 0,30 m, ou seja, na maior
densidade de plantio, assim como também constatado para NF e AF. A maior
massa
seca das folhas externas à cabeça (MSF) de 82,9 g/planta foi observada com
espaçamento nas
entre linhas
de 0,75 m e espaçamento entre plantas de 0,50 m
(Figura
4
).
Figura
4. Isolinhas da superfície de resposta para massa seca da folhas externas à
cabeça
(g/planta) de repolho roxo
Red Jewel
, em função do espaçamento
entre
linhas
e entre plantas (m). UNESP
-
FCAV,
Câmpus
Jaboticabal, 2008.
CAVARIANNI (2008), avaliando a interação existente entre densidades
populacionais (31.250 e 46.875
plantas/ha
) e doses de nitrogênio (
0 a 300 kg/ha
) sobre o
desenvolvimento e produção de repolho roxo, observou resultado semelhante do
apresentado anteriormente, pois foram observadas maiores matérias secas da parte
aérea na cultura menos adensada (31.250 plantas/ha) e que receberam 200 e 300 kg/ha
de N.
48,74
57,91
65,08
71,24
76,54
80,83
Espaçamento entre linhas (m)
Espaçamento entre plantas (m)
0,30
0,34
0,38
0,42
0,46
0,50
0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1,0
Z = -
55,855
+
271,059
x +
27,704y
-
133,563x
2
-
143,475xy
+
202,124
2y
2
R
2
= 0,96**
Massa seca das
folhas
externas `a
cabeça
(g
/planta
)
Máximo
82
,89
23
A massa
fresca da cabeça (MFC) foi influenciada significativamente pelos fatores
espaçamento
entre linhas e entre plantas isoladamente (Tabela 6
).
Houve
ajuste
significativo da superfície de resposta para MFC em função
dos fatores avaliados (Tabela
7
).
A menor massa fresca da cabeça (MFC)
,
489,15 g,
foi
obtida no menor
espaçamento
entre linhas e entre plantas
,
0,40 x 0,30 m, com IAF de 3,83; enquanto a
xima MFC
,
14
81,32
g, foi atingida
com
0,87
m entre linhas e 0,50 m entre plantas
(Figura
5) e IAF 1,76. KNAVEL & HERRON (1981) e ŽNIDARCIC et al. (2007)
também
verificaram que no maior espaçamento entre plantas, o repolho teve
a massa
da cabeça
aumentada.
Figura
5
. Isolinhas da superfície de resposta para massa fresca da cabeça (g) de repolho
roxo
‘Red Jewel’, em função do espaçamento entre linhas e entre plantas (m).
UNESP
-
FCAV,
Câmpus
Jaboticabal, 2008.
As isolinhas que descrevem a MFC em função dos espaçamentos avaliados
(Figura 5) assemelham
-
se às observadas para MSF (Figura 4). Nota
-
se que assim como
579,34
759,73
940,12
1120,52
1280,71
1391,11
Espaçamento entrelinhas (m)
Espaçamento entre plantas (m)
0,30
0,34
0,38
0,42
0,46
0,50
0,4 0,5 0,6 0,7 0,8
0,9
1,0
Z
= -
1509,973
+
4440,92x
+
2067,974y
-
2490,3x
2
-
232,375xy
+
318,793y
2
R
2
= 0,97**
Massa fresca
da cabeça
(g)
Máximo
14
81,32
24
observado para MSF, a MFC teve contribuições cada vez menores do espaçamento
entre linhas à medida que maior foi o espaçamento entre plantas. Este result
ado está de
acordo com CASTRO et al. (1987), os quais afirmam que a redução do espaçamento
entre plantas conduz à maior competição pelos fatores de crescimento, fazendo com que
estas permaneçam menores, associado ao menor espaço físico disponível limitando a
expansão foliar.
Mantendo
-
se 0,50 m entre plantas e reduzindo
-
se o espaçamento entre linhas de
0,875 m para 0,675 m, a MFC diminui de 1,48 kg para 1,39 kg, apenas 90 g. Por outro
lado, tem se um aumento de 6.772 plantas/ha, podendo ser interessante come
rcialmente.
Máximos obtidos para NF,
MSF,
AF
e MFC foram verificados com espaçamento
entre plantas de 0,50 m,
enquanto
os espaça
mentos
entre linhas foram de 0,82;
0,75
;
0,90
e 0,87
m, respectivamente,
muito próximos
,
especialmente NF, AF e MFC.
Cabeças com 489,15 g obtidas no menor espaçamento mesmo estando fora da
faixa
preferencial
, que é 1,0 a 1,5 kg, apresentaram plenas condições de serem
comercializadas, pois encontravam
-
se bem formadas, c
ompactas e sem defeitos. Enfim,
o manejo da população permite ao produtor atender diferentes segmentos de mercado,
que valorizam menor ou maior tamanho de repolho.
O diâmetro transversal da cabeça (DT) foi influenciado significativamente pelo
s
fatores isoladamente (Tabela 6), assim como ocorrido para NF, AF, IAF, MSF e MFC.
Houve ajuste significativo da superfície de resposta para DT em função dos fatores
avaliados (Tabela
7
).
O DT
foi máximo (16,3
cm) no espaçamento
entre linhas
de 0,8
5
m e espaçamento
entre plantas de 0,50 m, enquanto o mínimo (10,7
cm
) DT
foi atingido quando o repolho
foi cultivado no menor espaçamento
entre linhas
e entre plantas
,
0,40 x 0,30 m
(Figura
6
).
No cultivo mais adensado o DT foi 34,4% menor do que o máximo DT, indicando
que nos espaçamentos mais adensados foram obtidos repolhos com cabeç
as menores.
O DT e a MFC correlacionaram-se (r= 0,99**). Os espaçamentos entre linhas e
entre plantas influenciaram de maneira igual o DT até o espaçamento entre linhas de 0,80
m. A partir de então, o que mais influenciou o DT foi o espaçamento entre plan
tas (Figura
6).
25
Figura 6. Isolinhas da superfície de resposta para diâmetro transversal da cabeça (cm) de
repolho roxo ‘Red Jewel’, em função do espaçamento entre linhas e entre plantas
(m). UNESP-FCAV, Câmpus Jaboticabal, 2008.
O diâmetro longitudinal da cabeça (DL) foi influenciado significativamente pelos
fatores isoladamente (Tabela
8
), assim como o
corrido para
DT
. Houve ajuste significativo
da superfície de resposta para D
L
em função
dos fatores avaliados (Tabela
9
).
Tabela
8. Valores de F, significâncias e coeficientes de variação das características
diâmetro longitudinal (DL) e comprimento do coração (CC) do repolho roxo ‘Red
Jewel’. UNESP
-
FCAV,
Câmpus
Jaboticabal, 2008.
Causas de variação
DL
CC
EL
11,75**
4,89**
EP
12,92**
8,42**
EL x EP
1,00
NS
3,33*
CV (%)
4,21 7,46
EL = Entre linhas, EP = Entre plantas; ** significativo a 1% de probabilidade; * significativo a 5% de
probabilidade;
ns
não significativo a 5% de probabilidade.
11,19
12,73
13,76
14,77
15,32
15,81
Espaçamento entrelinhas (m)
Espaçamento entre plantas (m)
0,30
0,34
0,38
0,42
0,46
0,50
0,4 0,5 0,6 0,7
0,8
0,9
1,0
Z
=
-
4,371
+
27,809x
+
27,329y
-
12,604x
2
-
13,517xy
-
7y
2
R
2
= 0,97**
16,33
Máximo
Diâmetro
transversal
(cm)
26
Tabela
9.
Análise
s de superfícies de resposta para as características diâmetro
longitudinal (DL) e comprimento do coração (CC) do repolho roxo ‘Red Jewel’,
UNESP
-
FCAV,
Câmpus
Jaboticabal, 2008.
Parâmetros do modelo
DL
CC
b
0
(Intercepto)
4,3664
-
6,3924
b
1
(ESP EL)
13,6877
13,0350
b
2
(ESP EP)
10,3313
41,3738
b
3
(ESP EL
x ESP EL)
-
5,1321
-
3,9515
b
4
(ESP EP x ESP EL)
-
10,7750
-
15,8253
b
5
(ESP EP x ESP EP)
3,5400
-
32,7088
Teste F para o modelo
41,10**
3,58*
0,97 0,75
** significativo a 1% de probabilidade; * significativo a 5% de probabilidade;
ns
não significativo a 5% de
probabilidade.
O diâmetro longitudinal da cabeça (DL) seguiu a mesma tendência do DT, que
atingiu o m
enor valor no menor espaçamento. P
ortanto
,
quando o repolho foi plantado no
menor espaçamento entre linhas de 0,40 m e espaçamento entre plantas de 0,30 m,
atingiu seu mínimo DL de 11,
2
cm, enquanto sob maior
espaçamento
entre linhas
,
0,81
m
,
e espaçamento entre plantas de 0,50 m
obteve
-
se o máximo DL de 13,
8
cm
(Figura
7
). O
valor mínimo observado para DL foi 18,8% inferior ao valor máximo
,
o qual
é
inferior à
diferença observada no DT, pois o maior adensamento influenciou mais na largura
e
menos no comprimento da cabeça. MINAMI (1980) e AQUINO et al. (2005b) também
observaram que a redução no espaçamento entre plantas proporcionou cabeças com
menor
es diâmetros.
À medida que o espaçamento entre linhas e o espaçamento entre plantas
foi
aumentado
até 0,81 x 0,50 m, respectivamente,
o diâmetro longitudinal foi maior, porém
quando qualquer espaçamento entre linhas maior do que 0,81 m, combinado com o ma
ior
espaçamento entre plantas 0,50 m, os diâmetros obtidos sempre foram inferiores ao
máximo DL obtido (Figura 7).
O DT e o DL correlacionaram-se (r= 0,98**) e com a MFC, r= 0,99** e r= 0,96**,
respectivamente. Como consequência do aumento na densidade pop
ulacional, menores
NF, AF e MSF foram observadas, reduzindo, por conta da maior competição
intraespecífica, o potencial produtivo. Estas características de expressão do crescimento
vegetativo (NF, AF e MSF) correlacionaram-se diretamente proporcional com o DT (r=
0,82**; r= 0,93** e r= 0,93**) e com DL (r= 0,81**; r= 0,94** e r= 0,92**) e inversamente
27
11,38
11,74
12,21
12,81
13,22
13,53
Espaçamento entrelinhas (m)
Espaçamento entre plantas (m)
0,30
0,34
0,38
0,42
0,46
0,50
0,4 0,5 0,6
0,7
0,8 0,9
1,0
Z = 4,366
+
13,688x
+
10,331y
-
5,132x
2
-
10,775xy + 3,54y
2
R
2
= 0,97**
Diâmetro
longitudi
nal
(cm)
13,77
Máximo
proporcional ao aumento da densidade de plantas (DP) (r= -0,80**; r= -0,98** e r=
-
0,87**).
7. Isolinhas da superfície de resposta para diâmetro longitudinal da cabeça (cm) de
repolho roxo ‘Red Jewel’, em função do espaçamento entre linhas e entre plantas
(m). UNESP-FCAV, Câmpus Jaboticabal, 2008.
Houve interação significativa para o comprimento do coração (CC) (Tabela 8
).
Houve também ajuste significativo da superfície de resposta para CC em função dos
fatores avaliados (Tabela
9
).
O valor máximo do CC foi de 7,8 cm, obtido no espaçamento de 0,75 m entre
linhas e de 0,45 m entre plantas, enquanto o valor mínimo de 5,8 cm foi obtido no menor
espaçamento de 0,40 m x 0,30 m, respectivamente (Figura 8).
No espaçamento 0,87 x 0,50 m em que foi máxima a MFC, o CC foi de 7,6 cm,
quase o CC máximo observado. Nesta mesma condição em que maximizou
-
se a MFC, o
CC correspondeu a 55% do DL da cabeça, ou seja, o coração atingiu pouco mais da
metade da altura da cabeça de repolho.
28
Figura
8. Isolinhas da superfície de resposta para comprimento do coração (cm) de
repolho roxo
Red Jewel
, em função do espaçamento
entre linhas
e entre plantas
(m). UNESP-
FCAV,
Câmpus
Jaboticabal, 2008.
A relação CC/DL não foi influenciada significativamente pelos fatores avaliados
(Tabela 1
0
). Não houve ajuste significativo da superfície de resposta para relação CC/DL
em função dos espaçamentos
entre linhas
e entre planta
s (Tabela 1
1
).
A média geral da
relação CC/DL foi de 0,57 que está semelhante ao valor obtido por TAKEISHI et al.
(2008), também cultivando o repolho roxo ‘Red Jewel’, em Jaboticabal verificou uma
relação CC/DL de 0,59. Segundo CARDOSO (1999) uma menor proporção do coração
em relação ao diâmetro longitudinal é uma característica desejável a um híbrido.
O índice de formato (IF) foi influenciado significativamente pelos fatores
espaçamento entre linhas e entre plantas
isoladamente (Tabela
10
), assim como o
co
rrido
para
DT e DL. Houve ajuste significativo da superfície de resposta para IF em função dos
espaçamentos
entre linhas
e entre plantas
(Tabela 1
1
).
5,95
6,35
6,75
7,09
7,29
7,62
Espaçamento entrelinhas (m)
Espaçamento entre plantas (m)
0,30
0,34
0,38
0,42
0,46
0,50
0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1,0
Z = -
6,392
+
13,035x
+
41,374y
-
3,951x
2
- 15,8
25xy
-
32,709y
2
R
2
= 0,75*
Comprimento do
coração
(
cm
)
7,8
2
Máximo
29
Tabela 10. Valores de F, significâncias e coeficientes de variação das características
relação CC/DL,
ín
dice de formato (IF) e produtividade (PROD) do repolho roxo
‘Red Jewel’. UNESP
-
FCAV,
Câmpus
Jaboticabal, 2008.
Causas de variação
CC/DL
IF
PROD
EL
0,76
NS
18,30**
11,83**
EP
2,33
NS
17,29**
0,61
NS
EL x EP
2,10
NS
1,47
NS
0,92
NS
CV (%)
7,28 3,84
14,95
EL
= Entre linhas, EP = Entre plantas; ** significativo a 1% de probabilidade; * significativo a 5% de
probabilidade;
ns
não significativo a 5% de probabilidade.
Tabela 11. Análises de superfícies de resposta para as características relação CC/DL,
índice de formato (IF) e produtividade (PROD) do repolho roxo ‘Red Jewel’,
UNESP
-
FCAV,
Câmpus
Jaboticabal, 2008.
Parâmetros do modelo
CC/DL
IF
PROD
b
0
(Intercepto)
-
0,1548
1,7019
1,0778
b
1
(ESP EL)
0,4320
-
1,0692
11,0192
b
2
(ESP EP)
2,8769
-
1,5527
2,1518
b
3
(ESP
EL x ESP EL)
-
0,0856
0,5273
-
6,9860
b
4
(ESP EP x ESP EL)
-
0,7870
0,4158
-
8,5415
b
5
(ESP EP x ESP EP)
-
2,8075
1,0588
3,1225
Teste F para o modelo
1,10
NS
12,21**
6,12**
0,48 0,91 0,84
** significativo a 1% de probabilidade; * significativo a 5% de p
robabilidade;
ns
não significativo a 5% de
probabilidade.
O máximo IF foi obtido no menor espaçamento
entre linhas
e entre plantas de 0,40
x 0,30 m, e o mínimo IF foi observado no espaçamento menos adensado entre linhas e
entre plantas de 0,80 x 0,50 m (F
igura
9). Portanto, observou-se que aumentando-se a
densidade populacional a cabeça do repolho se tornou arredondada. Esta é uma
característica própria do híbrido Red Jewel, o qual segundo TAKEISHI et al. (2008),
testando vários materiais, em Jaboticabal,
observou que o ‘Red Jewel’ se destacou como
o único material com cabeça arredondada em relação aos demais com cabeças
alongadas.
30
Figura
9
. Isolinhas da superfície de resposta para índice de formato (IF) de repolho roxo
‘Red Jewel’, em função do e
spaçamento
entre linhas e entre plantas (m).
UNESP
-
FCAV,
Câmpus
Jaboticabal, 2008.
A produtividade (PROD) foi influenciada significativamente pelo fator
espaçamento
entre linhas
(Tabela 1
0)
. Houve ajuste significativo da superfície de resposta para
PROD
em função dos espaçamentos entre linhas e entre plantas (Tabela 11
).
A maior
PROD
(
4,56 kg/m
2
)
foi observada no espaçamento
0,61 m
entre linhas
e
0,30 m entre plantas
. A
menor
PROD
(
2,70 kg/m
2
) f
oi ob
tida em
1,00
x 0,50 m
(Figura 1
0)
. N
a mesma figura,
as
is
olinhas permitem
visualizar
que a
PROD
foi incrementada com o aumento do
espaçamento das entre linhas até 0,61 m e com a diminuição no espaçamento entre
plantas. O aumento no espaçamento entre linhas superior a 0,61 m causa reduções na
PROD. O efeito do espaçamento entre linhas foi marcante na PROD. Conforme Figura
10, maiores espaçamentos nas entre linhas reduziram a PROD para um mesmo
espaçamento entre plantas. A máxima PROD foi 68,9% maior que a menor PROD do
repolho. ARAÚJO (1975), CSINZINSKY & SHUSTER
(1985) e
STOFFELLA & FLEMING
0,85
0,87
0,89
0,93
0,97
1,01
Espaçamento entrelinhas (m)
Espaçamento entre plantas (m)
0,30
0,34
0,38
0,42
0,46
0,50
0,4
0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1,0
IF
1,04
Z = 1,702
-
1,069x
-
1,553y + 0,527x
2
+ 0,416xy + 1,059y
2
R
2
= 0,
91
*
*
Máximo
31
(1990) também verificaram que a
PROD
foi reduzida à medida que maior foi o
espaçamento entre plantas.
Figura 10. Isolinhas da superfície de resposta para produtividade (kg/m
2
) de repolho roxo
‘Red Jewel’, em função do espaçamento entre linhas e entre plantas (m).
UNESP
-
FCAV, Campus Jaboticabal, 2008.
CAVARIANNI (2008) também verificou que maior população (46.875 plantas/ha)
proporcionou maior PROD (23,8 t/ha), enquanto na menor população (31.250 plantas/ha
)
a PROD foi de 17,5 t/ha.
Houve aumento de PROD no plantio adensado, este resultado está de acordo com
LARCHER (1986) que de modo geral diz que a população mais adensada é mais
produtiva do que uma menos densa.
A MFC, MSF e AF foram de 878,9 g/planta, 60 g/planta e 6.045,53 cm
2
/planta
quando a PROD foi máxima no espaçamento 0,61 x 0,30 m.
O IAF para a máxima produtividade foi de 3,26, muito maior do que o índice que
proporcinou máxima MFC. A PROD foi de 3,52 kg/m
2
, cerca de 23% menor à máxima,
Z = 1,078 + 11,019x + 2,152y
-
6,986x
2
-
8,542xy + 3,122y
2
R
2
= 0,84
**
2,86
3,51
3,95
4,43
4,53
4,55
Espaçamento entrelinhas (m)
Espaçamento entre plantas (m)
0,30
0,34
0,38
0,42
0,46
0,50
0,4
0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1,0
Máximo
Produtividade
(kg/m
2
)
4,
56
32
quando a máxima MFC foi obtida no espaçamento 0,87 x 0,50 m. de se avaliar se a
redução substancial na MFC de 1.481,32 g para 878,99 g obtida com a máxima
produtividade não compromete economicamente o cultivo, haja vista a valoração do
repolho levar em consideração
o seu tamanho (massa). Na comercialização realizada na
CEAGESP (COMPANHIA..., 2009), em São Paulo, tem-se três
cotações
do produto,
menor (R$ 0,63/kg), comum (R$ 0,74/kg) e maior (R$ 0,85/kg), que correspondem às
diferenç
as no tamanho e aspecto visual.
Se
ria então, pertinente realizar plantios com
45.249 plantas/ha, sob espaçamento de 0,65 x 0,34
m
o que possibilitaria colher repolhos
maiores que 1
,0
kg.
Segundo
SILVA JÚNIOR (
1987
)
e
LÉDO et al
. (
2000)
, a preferência
do mercado é por repolhos com 1,0
a
1,5
Kg.
Mesmo com reduções na MSF, MFC e AF à medida que maior foi a população, a
PROD cresceu, pois houve uma compensação da menor massa da cabeça por aumento
do número de plantas na área.
Os resultados observados para incremento de produtividade em decorrência do
adensamento populacional demonstram que o ponto de máxima competição entre
plantas da cultura não foi atingido. Consequentemente, incremento na produtividade
pode ser obtido com maiores populações; devendo
-
se, contudo, levar em consideração o
tamanho e características qualitativas que podem restringir a comercialização.
33
5 CONCLUSÕES
A redução nos espaçamentos entre linhas e entre plantas, com
conseqüente aumento na densidade populacional, causa reduções no
número de folhas, área foliar, massa seca das folhas externas à cabeça
,
massa fresca
da cabeça
e diâmetros longitudinal e transversal da cabeça.
A relação comprimento do coração/diâmetro longitudinal da cabeça, os
teores
foliares de N, P e B e o ciclo não foram influenciados
pelos
es
paçamentos avaliados
.
A produtividade de repolho ‘Red Jewel’ aumentou com a diminuição dos
espaçamentos, sendo mínima em 1,0 x 0,50 m (20.000 plantas/ha)
e
máxima com 0,61 x 0,30 m
(54.644 plantas/ha).
Manejar
o espaçamento propicia ao produtor
elevar
a produtividade da
cultura, adequar o tamanho (massa) e formato do repolho
às exigências do
mercado.
34
6 REFERÊNCIAS
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23, 2007.
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