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micobactérias resistem à cloração da água e são capazes de crescer mesmo em condições de
baixo suprimento nutricional, formando assim um biofilme (Howard & Byrd, 2000). As
bactérias contidas nestes biofilmes contaminam a água de lavagem dos equipamentos
cirúrgicos que se não forem esterelizados transmitem as micobactérias aos pacientes
(Phillips & Von Reyn, 2001).
Surtos hospitalares com MA já ocorreram (Wallace-Jr et al, 1998), nos Estados
Unidos da América principalmente nos estados do sul e costeiros, casos foram relatados na
Carolina do Norte (Lowry et al,1988), Louisiana, Geórgia, Flórida e Texas (Wallace-Jr et al
1989) e quase a totalidade dos estados do sul têm relatos de doenças com M. abscessus
(Hector et al, 1992; Zhang et al, 1997), outros países como: França, Itália, Suécia,
Austrália, Bélgica, Suiça, Colombia, (Villanueva et al, 1997). Japão, Alemanha (Bange et
al, 2001), também apresentaram surtos hospitalares com MA devido à transmissão
nosocomial destes microrganismos.
No Brasil vários casos de infecções por MA já foram notificados, uma epidemia
ocorreu na cidade do Rio de Janeiro envolvendo grandes hospitais, incluindo
principalmente cirurgias por videolaparoscopias. Neste caso, foram oficialmente divulgados
pela ANVISA 100 casos confirmados em 2007 (Quadro 2). Estas infecções foram
associadas ao uso de glutaraldeído para esterelização de instrumentais cirúrgicos de difícil
limpeza (Petrini, 2006a).
Em Belém, no estado do Pará, também ocorreram surtos associados a cirurgias por
videolaparoscopia, assim como por mesoterapia, onde 311 pacientes foram infectados entre