Download PDF
ads:
DAVID ROLANDO PALOMINO MONTES
EVAPOTRANSPIRAÇÃO DA CULTURA DA ALFACE DENTRO E FORA
DE AMBIENTE PROTEGIDO
Dissertação apresentada à
Universidade Federal de Viçosa, como
parte das exigências do Programa de
Pós-Graduação em Engenharia
Agrícola, para obtenção do título de
“Magister Scientiae”.
VIÇOSA
MINAS GERAIS – BRASIL
2008
ads:
Livros Grátis
http://www.livrosgratis.com.br
Milhares de livros grátis para download.
DAVID ROLANDO PALOMINO MONTES
EVAPOTRANSPIRAÇÃO DA CULTURA DA ALFACE DENTRO E FORA
DE AMBIENTE PROTEGIDO
Dissertação apresentada à
Universidade Federal de Viçosa, como
parte das exigências do Programa de
Pós-Graduação em Engenharia
Agrícola, para obtenção do título de
“Magister Scientiae”.
APROVADA em: 3 de junho de 2008.
_____________________________ _____________________________
Prof. Mario Puiatti Prof. Everardo Chartuni Mantovani
(Co-Orientador)
_____________________________ _____________________________
Prof. Gilberto Chohaku Sediyama Prof. Paulo José Hamakawa
______________________________
Prof. Márcio Mota Ramos
(Orientador)
ads:
iii
iii
OFEREÇO
Aos meus Pais:
David Eduardo Palomino Meneses
Rosa Nelly Montes Zaconet
A minha Mamá:
María Bustamante Torres
As minhas Irmãs:
Soledad Bustamante Torres
Ana del Pilar Palomino Montes
A meu Sobrinho:
Ángel Eduardo Palomino Bustamante
DEDICO
A meu avô Tomás Ángel Palomino Jáuregui (in memoriam)
A minha tia Elena Zaconet Bustamante (in memoriam)
iv
iv
CUAN GRANDE ES ÉL
Señor, mi Dios, al contemplar los cielos,
El firmamento y las estrellas mil;
Al oír tu voz en los potentes truenos
Y ver brillar al sol en su cenit.
Coro:
Mi corazón se llena de emoción,
¡Cuan grande es Él! ¡Cuan grande es Él!
Mi corazón se llena de emoción,
¡Cuan grande es Él! ¡Cuan grande es Él!
Al recorrer los montes y los valles
Y ver las bellas flores al pasar;
Al escuchar el canto de las aves
Y el murmurar del claro manantial.
Cuando recuerdo del amor divino,
Que desde el cielo al Salvador envió;
Aquel Jesús que por salvarme vino,
Y en una cruz sufrió y por mí murió.
Cuando el Señor me llame a su presencia
Al dulce hogar, al cielo de esplendor;
Le adoraré cantando la grandeza
De su poder y su infinito amor.
PALMOMASTINE
v
v
AGRADECIMENTOS
A Deus, meu criador, sem ele nada é possível.
Aos meus pais e minhas irmãs, pelo amor, apoio, estímulo, confiança
e orações em todo momento.
Ao meu avô e pastor Tomás Angel Palomino Jáuregui, pelo amor,
conforto, apoio e pelo grande exemplo de vida e a minha avó Juana María
Meneses de Palomino, a nossa Madre.
À Universidade Federal de Viçosa, por intermédio do Departamento
de Engenharia Agrícola, pela grande oportunidade de realizar o Mestrado.
Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico
(CNPq), pela concessão da bolsa de estudos.
Ao professor Márcio Mota Ramos, pela amizade, ensinamentos
transmitidos, orientação, preocupação, profissionalismo e confiança.
Aos professores Mario Puiatti, Rubens Alves de Oliveira e Paulo
Roberto Cecon, pela valiosa colaboração, aconselhamentos e
esclarecimentos no desenvolvimento da pesquisa.
Ao professor Francisco de Assis de Carvalho Pinto, pela valiosa ajuda
e orientação na minha inscrição no curso de Mestrado.
Aos Professores, Everardo Chartuni Mantovani, Antônio Alves Soares,
Fernando Falco Pruski e Demetrius David da Silva, pelos vastos
conhecimentos transmitidos, pela amizade, apoio e esclarecimentos.
Aos funcionários do Departamento de Engenharia Agrícola Edna,
Renato, Chicão, Eduardo, pela amizade, colaboração e carinho e os
funcionários e amigos da Área Experimental de Irrigação e Drenagem.
vi
vi
Aos funcionários da UFV Gilcemir e Jorge pelo apoio, disponibilidade
e atenção, me orientando nos temas relacionados aos processos
acadêmicos e administrativos.
Ao meu grande amigo Alípio Leão e família, pela valiosa amizade,
disponibilidade, carinho e atenção com que sempre me trataram.
A Helena, pelo carinho, conforto, confiança, compreensão e apoio.
Aos meus grandes amigos Fabrício, Danilo, Marcelão, Felipe, Luís,
Eloy, Samuel, Marcelo, Claudinei, Zonta, Fernando, João, Rodrigo, Darik,
Gustavo e Antonio, pela preciosa amizade e bons momentos.
A Michellia, pessoa de enorme coração e grande determinação, pelo
carinho, apoio e valiosa companhia e as minhas amigas Priscila e Rosilene.
Aos todos os colegas do Curso de Pós-Graduação pelo convívio,
amizade e companheirismo.
Aos amigos da República Evander, Dalton, Ricardo, Cristiano e
Alexis, grandes pessoas com as quais tive a oportunidade de conviver.
A todas as pessoas que, direta ou indiretamente, contribuíram para a
realização desse trabalho.
vii
vii
BIOGRAFIA
DAVID ROLANDO PALOMINO MONTES, filho de David Eduardo
Palomino Meneses e Rosa Nelly Montes Zaconet, nasceu em Arequipa,
Peru, no dia 8 de dezembro de 1979.
Em 1997, iniciou o Curso de Engenharia Agrícola, na Universidad
Nacional Agrária La Molina, em Lima, Peru, concluindo-o em julho de 2002.
De outubro de 2002 até junho de 2003, realizou uma Especialização
em Gestão Agrícola Empresarial, na Universidad Nacional Agrária La Molina,
em Lima, Peru.
De janeiro de 2004 até março de 2006, desempenhou suas atividades
como Engenheiro Responsável do Manejo e Otimização da Água e Solo na
Área de Recursos Naturais e Criação de Alpacas da “Asociación Para La
Promoción Del Desarrollo” – PRODES em Ayacucho, Peru.
Em maio de 2006, iniciou o Programa de Pós-Graduação, em nível de
Mestrado, em Engenharia Agrícola, na área de concentração de Recursos
Hídricos e Ambientais, da Universidade Federal de Viçosa – MG,
defendendo tese em junho de 2008.
viii
viii
INDICE
Página
RESUMO ........................................................................................................x
ABSTRACT................................................................................................... xii
1 - INTRODUÇÃO.......................................................................................... 1
2 - REVISÃO DE LITERATURA..................................................................... 4
2.1. Evapotranspiração .............................................................................. 4
2.2. Coeficiente de cultura.......................................................................... 7
2.3. Irrigâmetro........................................................................................... 8
2.4. Alface ................................................................................................ 10
2.5. Cultivo em ambiente protegido.......................................................... 12
3 - MATERIAL E MÉTODOS ....................................................................... 15
3.1. Descrição da área experimental........................................................ 15
3.2. Descrição do minilisímetro operando com o irrigâmetro modificado . 19
3.3. Sistema de irrigação.......................................................................... 22
3.4. Semeadura e transplantio da alface.................................................. 23
3.5. Evapotranspiração da cultura da alface ............................................ 24
3.6. Lâmina e tempo de irrigação............................................................. 26
3.7. Evapotranspiração de referência....................................................... 26
3.8. Coeficiente de cultura........................................................................ 27
3.9. Avaliação da produção...................................................................... 29
3.10. Eficiência de uso de água ............................................................... 30
3.11. Análise estatística ........................................................................... 30
ix
ix
4 - RESULTADOS E DISCUSSÃO.............................................................. 32
4.1. Elementos meteorológicos ................................................................ 32
4.2. Evapotranspiração de referência....................................................... 36
4.3. Evapotranspiração da cultura da alface ............................................ 38
4.3.1. Evapotranspiração da cultura dentro da casa de vegetação ...... 38
4.3.2. Evapotranspiração da cultura fora da casa de vegetação .......... 41
4.3.3. Evapotranspiração da cultura em ambos ambientes .................. 43
4.4. Coeficiente de ajuste do irrigâmetro modificado................................ 46
4.4.1. Coeficiente de ajuste dentro da casa de vegetação ................... 46
4.4.2. Coeficiente de ajuste fora da casa de vegetação ....................... 49
4.4.3. Coeficiente de ajuste dentro da casa de vegetação, usando a ETo
do ambiente externo ............................................................................. 53
4.5. Características de produção da cultura de alface ............................. 56
4.6. Eficiência de uso da água ................................................................. 61
5 - CONCLUSÕES....................................................................................... 64
6 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................... 66
7 - APÊNDICES........................................................................................... 71
APÊNDICE A ............................................................................................... 72
x
x
RESUMO
PALOMINO MONTES, David Rolando, M. Sc., Universidade Federal de
Viçosa, junho de 2008. Evapotranspiração da cultura da alface dentro
e fora de ambiente protegido. Orientador: Márcio Mota Ramos. Co-
Orientadores: Mario Puiatti e Rubens Alves de Oliveira.
O trabalho foi conduzido na Área Experimental de Irrigação e
Drenagem do Departamento de Engenharia Agrícola da Universidade
Federal de Viçosa (UFV), de dezembro de 2007 e a janeiro de 2008,
cultivando-se alface (Lactuca sativa L.), variedade Regina, em dois
ambientes: dentro e fora de uma casa de vegetação, com objetivos de
a) determinar a evapotranspiração da cultura (ETc) da alface, b) determinar
o coeficiente de ajuste do irrigâmetro modificado (Ki) para os três primeiros
estádios de desenvolvimento vegetativo da alface, c) avaliar o efeito dos
quatro níveis de lençol freático estabelecidos nos minilisímetros, na
evapotranspiração e nas principais características de produção da alface,
d) determinar a eficiência de uso de água da alface. Todas as características
foram avaliadas tanto dentro como fora da casa de vegetação. Em cada
ambiente, foram cultivadas 560 plantas de alface, 336 delas cultivadas em
três blocos. Em cada bloco foram instalados quatro tratamentos (T15, T20,
T25 e T30) definidos pela profundidade do lençol freático (0,15; 0,20; 0,25 e
0,30 m); estabelecida nos minilisímetros de lençol freático constante. Cada
minilisímetro foi conectado a um irrigâmetro modificado. Durante o
experimento os dados meteorológicos foram coletados em estações
xi
xi
automáticas instaladas nos dois ambientes. Na análise estatística da
evapotranspiração da cultura foi usado, em cada ambiente, o delineamento
experimental em blocos casualizados em esquema de parcelas subdivididas.
Na análise estatística das variáveis de produção foi adotado também, em
cada ambiente, o delineamento experimental em blocos casualizados, com
as quatro profundidades de lençol freático e três repetições. Os resultados
obtidos permitiram as seguintes conclusões: a evapotranspiração sazonal da
cultura de alface foi menor no ambiente protegido quando comparado com o
ambiente externo; nas duas condições ambientais, a evapotranspiração da
cultura (ETc) diminuiu com a profundidade de lençol freático, com exceção
do tratamento T30 do ambiente externo; a 15 cm de profundidade de lençol
freático, os valores do coeficiente de cultura (Kc) no ambiente protegido
foram 0,93; 1,27 e 1,30 para o primeiro, segundo e terceiro estádio da
alface, respectivamente, e 0,80; 1,12 e 1,39 para os mesmos três estádios,
no ambiente externo; não houve diferenças significativas entre massa fresca
da cabeça, área foliar, área foliar específica e massa fresca, massa seca e
comprimento do caule nos dois ambientes, à exceção do T15 que
apresentou maiores valores no ambiente protegido; o número de folhas por
planta e a largura das folhas foram maiores no ambiente protegido, em
comparação ao ambiente externo e a eficiência de uso de água (EUA), de
forma geral, aumentou com a profundidade do lençol freático, obtendo-se as
maiores eficiências dentro da casa de vegetação.
xii
xii
ABSTRACT
PALOMINO MONTES, David Rolando, M. Sc., Universidade Federal de
Viçosa, June, 2008. Evapotranspiration of lettuce inside or outside a
greenhouse. Adviser: Márcio Mota Ramos. Co-Advisers: Mario Puiatti
and Rubens Alves de Oliveira.
This work was carried out at the Irrigation and Drainage Experimental
Station of the Federal University of Viçosa, in Viçosa, Minas Gerais state,
Brazil, from December 2007 to January 2008, cultivating Lettuce (Lactuca
sativa L.) cultivar Regina, under two experimental conditions as: inside and
outside a greenhouse. We aimed to a) determine the crop evapotranspiration
of lettuce (ETc), b) determine the adjustment coefficient of a modified
irrigâmetro device (Ki) for the first three vegetative developmental stages of
lettuce, c) evaluate the effect of four water body levels established in the
minilysimeters, in evapotranspiration and on the main cropping
characteristics of lettuce, d) determine the water use efficiency for lettuce. All
characteristics were evaluated either inside or outside the greenhouse. For
each environmental condition, 560 plants were cultivated, and 336 from
among them were cultivated in three blocks. In each block four treatments
were carried out (T15, T20, T25 and T30) and defined by the depth of the
water body (0.15; 0.20; 0.25 e 0.30 m), established in the minilysimeters of
constant water body level. Each minilysimeter was connected to a modified
irrigâmetro device. Over the experimental period, the meteorological data
was collected in automated meteorological stations installed under the two
xiii
xiii
environmental conditions. A randomized block design with split-plots was
utilized to perform the statistical analysis of the crop evapotranspiration data
in each of the two environmental conditions. For the production variables we
did prefer to utilize a randomized block design with four water body depths
and three replicates to perform the statistical analysis in each of the two
environmental conditions. We concluded from our results that: seasonal crop
evapotranspiration of lettuce was lower inside greenhouse as compared to
outside greenhouse; crop evapotranspiration (ETc) decreased with water
body depth, in each of the two environmental conditions, excepting the T30
treatment outside greenhouse; at a 15 cm depth of water body, the crop
coefficient values (Kc) inside greenhouse were 0,93; 1,27 and 1,30 for the
first, second and third developmental stages of lettuce, respectively, and
0,80; 1,12 and 1,39 for the same three stages outside greenhouse. There
was no significant differences among fresh mass of head, leaf area, specific
leaf area and fresh matter, dry matter and stem length for inside and outside
greenhouse, excepting the T15 treatment which showed higher values inside
greenhouse; leaf number and leaf width were higher inside greenhouse in
comparison to outside greenhouse and the water use efficiency (WUE)
increased with water body depth, providing the higher WUE inside
greenhouse.
1
1
1 - INTRODUÇÃO
A água de chuva, como única fonte para atender as necessidades
hídricas dos cultivos é, na maioria das vezes, insuficiente e coloca em risco
a obtenção de uma produção de alimentos adequada, devido a sua
distribuição irregular no espaço e tempo. Neste sentido, a irrigação suprirá,
parcial ou totalmente, as necessidades hídricas da cultura, favorecendo a
produção de alimentos em qualquer época do ano e potencializando a
produtividade.
O conhecimento das relações solo–água–planta–atmosfera e das
características do equipamento é fundamental para se manejar a irrigação
adequadamente, determinando-se o momento oportuno, a quantidade de
água necessária a ser aplicada e o tempo de aplicação desta água.
No mundo e também no Brasil, a agricultura irrigada é a maior usuária
de água, o que pode gerar conflitos de uso com as demais atividades
humanas. A preocupação deve-se centrar no manejo e na gestão da água
de irrigação, cuja ineficiência gera desperdício, aumentando o consumo
deste bem natural, que hoje em dia é preocupação mundial pela sua
escassez.
Para o manejo adequado da água de irrigação é necessário
determinar corretamente a necessidade hídrica da cultura. Esta pode ser
obtida a partir da determinação, direta ou indireta, do teor de água no solo;
do teor de água na planta, com o monitoramento do potencial hídrico via
resistência estomática e temperatura da folha; e por meio de medições dos
2
2
elementos climáticos, utilizando desde simples medidas de evaporação no
tanque Classe A, até equações complexas para a estimativa da
evapotranspiração (ROCHA et al., 2003).
No manejo da irrigação, a quantidade de água necessária à cultura é
obtida determinando-se a evapotranspiração, que acrescida das perdas
inerentes ao processo de irrigação, define a quantidade correta de água a
ser aplicada pelo sistema de irrigação para repor o déficit hídrico no solo, de
forma a otimizar o uso de água e de energia, propiciando redução de custos,
aumento da produtividade, melhoria da qualidade do produto e menor
impacto ao ambiente.
Para utilizar a evapotranspiração, obtida de equações ou de métodos
indiretos, na quantificação das necessidades hídricas das culturas, são
necessários coeficientes para corrigir o valor de referência. Estes
coeficientes variam com a cultura e seu estádio de desenvolvimento, as
condições ambientes, o sistema e o manejo da irrigação, dentre outros.
A casa de vegetação é uma tecnologia agrícola recente, a qual forma
um ambiente com microclima próprio, favorecendo o desenvolvimento, a
produção, a produtividade e a qualidade das culturas. Os elementos
meteorológicos, como: radiação solar, temperatura do ar, umidade relativa,
velocidade do vento e evapotranspiração, são modificados pelo uso dos
agrofilmes; portanto, é de fundamental importância o monitoramento das
mesmas no crescimento e desenvolvimento das culturas manejadas nestas
condições.
Na obtenção de alimentos de maneira competitiva, eficiente e
sustentável, o manejo adequado da cultura e da irrigação, nas condições de
ambiente protegido, assim como a avaliação do desempenho das culturas
nestas condições, permite maximizar os benefícios gerados por esta
atividade, principalmente em épocas do ano em que as condições são
desfavoráveis.
A nova opção no desenvolvimento da agricultura irrigada é o
Irrigâmetro, inventado e desenvolvido recentemente por pesquisadores da
Universidade Federal de Viçosa. Este instrumento pode se apresentar como
a ferramenta de grande valia na determinação da evapotranspiração, dando
resposta a duas perguntas básicas para o adequado planejamento,
3
3
dimensionamento e manejo de um sistema de irrigação: quanto e quando
irrigar. A obtenção direta dos dados de evapotranspiração sem necessidade
de cálculos, o custo relativamente baixo e a facilidade de instalação e
operação, fazem do irrigâmetro o equipamento de grande potencial de uso
na agricultura irrigada.
Em vista dessas considerações, os objetivos do presente trabalho
foram:
a) Determinar a evapotranspiração da cultura da alface (Lactuca sativa
L.), dentro e fora de ambiente protegido, com uso de minilisímetro
conectado ao Irrigâmetro
modificado.
b) Determinar o coeficiente de ajuste do irrigâmetro modificado (Ki) em
três fases de desenvolvimento vegetativo da alface (do transplantio
até a colheita), nas condições de ambiente protegido e em campo.
c) Avaliar o efeito de quatro níveis de lençol freático (0,15; 0,20; 0,25 e
0,30 m), estabelecidos nos minilisímetros, na evapotranspiração e nas
principais características de produção da alface, dentro e fora de casa
de vegetação.
d) Determinar a eficiência de uso de água da alface cultivada dentro e
fora de casa de vegetação.
4
4
2 - REVISÃO DE LITERATURA
2.1. Evapotranspiração
A evapotranspiração é a quantidade de água evaporada e transpirada
por uma superfície vegetada, num determinado período. Inclui a evaporação
da água do solo, aquela depositada pela irrigação, chuva ou orvalho na
superfície das folhas, e a transpiração vegetal. A evapotranspiração e a
precipitação efetiva são os principais parâmetros para a estimativa da
necessidade de irrigação. A evapotranspiração pode ser expressa em
valores totais, médios ou diários, em volume por unidade de área ou lâmina
de água (BERNARDO et al., 2006).
O processo de evapotranspiração é influenciado de forma conjunta
pela ação dos elementos meteorológicos, considerando-se radiação solar,
temperatura do ar, umidade relativa do ar e velocidade do vento. O processo
da evaporação é afetado também pelo grau de sombreamento do dossel e a
quantidade de água disponível na superfície evaporante. No caso da
transpiração considera-se o conteúdo de água no solo, a condutividade
hidráulica do solo para permitir o rápido deslocamento desta água à região
de maior concentração de raízes, as características da cultura, as práticas
de cultivo, dentre outros (ALLEN et al., 1998). Doorenbos e Pruitt (1977)
mencionam que, geralmente, as taxas de evaporação e evapotranspiração
aumentam com a maior disponibilidade de energia solar, maior temperatura
do ar, maior velocidade do vento e menor umidade relativa.
5
5
Em 1990, um grupo de especialistas e pesquisadores, reunidos pela
FAO, definiram a evapotranspiração de referência (ETo) como a
evapotranspiração de uma cultura hipotética que cobre todo o solo, em fase
de crescimento ativo, sem restrições hídricas ou nutricionais, com altura
média de 12 cm, albedo de 0,23 e resistência da superfície de 70 s/m,
recomendando, entre os métodos indiretos, a adoção da equação de
Penman-Monteith como padrão para a estimativa da ETo (ALLEN et al.,
1998).
De acordo com Allen et al. (1998), o modelo de Penman-Monteith
FAO 56 é recomendado como o método padrão no cálculo da
evapotranspiração de referência, apresentando estimativas confiáveis e
consistentes, sendo considerando de uso exclusivo e o de melhor
desempenho entre os métodos combinados. A equação proposta por esses
autores é baseada numa formulação teórica de conceitos físicos, que
governam a troca de energia e o correspondente fluxo de calor latente.
Bernardo et al. (2006) mencionam os métodos mais utilizados na
determinação da evapotranspiração de referência (ETo), classificando-os em
métodos diretos e indiretos. Entre os métodos diretos consideram o método
dos lisímetros, o das parcelas experimentais e o de controle da umidade do
solo; entre os métodos indiretos descrevem os evaporímetros e as equações
baseadas em dados experimentais.
Faccioli (1998) desenvolveu um trabalho para determinar a
evapotranspiração de referência, padrão grama, e da cultura da alface, em
condições de casa de vegetação procedendo à avaliação e, ou, calibração
de métodos indiretos para determinação da evapotranspiração nestas
condições. Utilizando lisímetros de lençol freático constante, cultivados com
grama batatais, como método padrão na medição da ETo, o autor concluiu
que o método de Penman-Monteith mostrou-se o melhor método de
estimativa da ETo, tanto quando foram utilizados elementos meteorológicos
medidos dentro como fora de casa de vegetação. Ressalta que em
condições de casa de vegetação não se necessitou de ajustes na estimativa
da ETo, pois utiliza os elementos meteorológicos obtidos neste ambiente.
Também concluiu que os valores do coeficiente de cultura da alface,
calculados com os valores de evapotranspiração dentro da casa de
6
6
vegetação, para todo o seu período vegetativo, foram superiores aos
determinados em condições externas de cultivo.
A estimativa da evapotranspiração da cultura (ETc) constitui o
principal parâmetro a ser determinado num projeto de irrigação (MEDEIROS,
2002), para determinação da quantidade de água exigida pela cultura, sendo
a estimativa da evapotranspiração de referência (ETo) fundamental no
planejamento e no manejo da irrigação, pois a ETc é função da ETo. Neste
sentido Materán (2006) menciona que os valores da evapotranspiração de
referência (ETo) são a base para a determinação das necessidades hídricas
das culturas.
A área foliar e a variação dos elementos meteorológicos determinam
o fluxo transpiratório nas plantas, uma vez atendido o suprimento de água às
plantas, tanto em quantidade como em qualidade. No entanto, na definição
da evapotranspiração máxima, os elementos meteorológicos apresentam
maior importância em comparação ao aumento da área foliar, cuja taxa de
crescimento diário é relativamente pequena (DALMAGO et al, 2006).
O lisímetro de pesagem é o método direto mais preciso na
determinação da ETo, no entanto, por seu alto custo e difícil operação e
manutenção, o uso deles é restrito a propósitos de pesquisa específica
(ALLEN et al., 1998). Diferentes trabalhos têm validado o bom desempenho
das estimativas da ETo obtidas com a equação de Penman-Monteith quando
comparada com os valores de evapotranspiração determinados no lisímetro
de pesagem (SENTELHAS, 1998; AZEVEDO, 1999; CURI e CAMPELO
JÚNIOR, 2001; MENDONÇA et al., 2003). No entanto, Pereira et al. (2002)
mencionam problemas operacionais na utilização do lisímetro de pesagem,
questionando seu desempenho, embora seja considerado o sistema padrão
na mensuração detalhada da variação da massa, ressaltando também a
pouca praticidade deste no campo. Materán (2006) e Tagliaferre (2006)
salientam que os lisímetros caracterizam-se por ser volumosos e pesados, o
que limita seu uso a um só local, razão pela qual a maioria dos produtores
rejeita sua utilização, mencionam também que seu uso é limitado às
instituições de pesquisa para calibração regional.
Tagliaferre (2006) menciona que, na determinação da ETo, a partir de
equações físico-matemáticas como a de Penman-Monteith – FAO 56, as
7
7
estações meteorológicas automáticas são práticas e precisas, fornecendo
medidas em tempo quase real; porém, elas são caras, necessitando também
de programas computacionais e de cálculos, além de apresentarem
problemas na calibração dos seus sensores. Mencionam ainda que a
medida da evaporação da água contida em recipientes, como o tanque
Classe A, se apresenta como o método de baixo custo na estimativa da ETo,
no entanto, a influência da transferência de calor da parede do tanque para a
massa de água, por efeito da incidência da radiação solar, tem sido pouco
estudado no processo da evaporação, assim como o nível adequado da
água dentro do tanque, precisando-se, também, de cálculos para obter a
ETo a partir da evaporação.
2.2. Coeficiente de cultura
Na estimativa das necessidades hídricas de uma cultura, é necessário
estabelecer relações entre a evapotranspiração da cultura e um valor de
referência, como a evapotranspiração calculada por fórmulas de estimativa,
pois os valores de evapotranspiração não podem ser extrapolados para
condições diferentes das quais foram determinados (MATZENAUER et al.,
1998). O uso de coeficientes de cultura (Kc) associados a estimativas da
evapotranspiração de referência (ETo), destaca-se como uma das principais
metodologias na estimação das necessidades hídricas da plantas, sendo
esta uma das principais informações para o manejo racional da irrigação
(MENDONÇA et al., 2007).
A evapotranspiração das diversas culturas pode ser relacionada à
evapotranspiração de referência por meio de coeficientes de ajuste. O
coeficiente de cultura (Kc) relaciona a ETc, em condições ótimas de
umidade, fertilidade e sanidade, com a ETo, nos diferentes estádios de seu
desenvolvimento. Considera as diferenças físicas e fisiológicas das culturas
com a cultura de referência e varia com a cultura, data de semeadura,
estádio de desenvolvimento, duração de cada estádio, condições climáticas
e freqüência de chuva ou irrigações. Quando as condições de campo
diferem das condições padrões, são exigidos coeficientes de correção para
8
8
ajustar a ETc. Estes são o coeficiente de déficit de umidade no solo (Ks) e o
de localização da irrigação (Kl), os quais refletem o efeito das condições
ambientais e do manejo no campo (ALLEN et al., 1998).
Oliveira et al. (2003) mencionam que a evapotranspiração da cultura
se diferencia da evapotranspiração de referência pelo efeito de três
características integradas no coeficiente de cultura (Kc): a altura da cultura,
a resistência da superfície e o albedo da superfície cultura-solo. Menciona
também que durante o período vegetativo, o valor de Kc varia com o
desenvolvimento da cultura e com a fração de cobertura da superfície de
solo.
Soares et al. (2001) assinalam que durante os estádios intermediário
e final da cultura (cobertura total do solo), o valor do Kc é pouco variável; no
entanto, nas fases inicial e de crescimento rápido (cobertura parcial), o valor
de Kc dependerá principalmente do conteúdo de água na camada superficial
do solo, já que nessas fases a evaporação direta de água do solo representa
grande parte da evapotranspiração da cultura (ETc).
No cálculo dos coeficientes de cultura, Allen et al. (1998) dividiram o
período de desenvolvimento das culturas em quatro estádios:
I. Estádio inicial: começa no plantio e estende-se até, aproximadamente,
quando a planta cobre 10% da superfície do solo;
II. Estádio de crescimento: inicia-se no final do primeiro estádio até
completar a cobertura efetiva do solo;
III. Estádio intermediário: ocorre da cobertura completa efetiva ao início da
maturação; e
IV. Estádio final: que compreende o período desde o início da maturação até
a colheita ou senescência completa.
2.3. Irrigâmetro
Na determinação da evapotranspiração é fundamental a escolha de
um método prático e preciso que permita aferir, corretamente, as
necessidades hídricas da cultura, sem que seu uso seja restrito só às
pesquisas. Frente à necessidade de se obter medidas de evapotranspiração
9
9
de maneira confiável, precisa, prática e de baixo custo, o uso do irrigâmetro
e do minilisímetro operando com irrigâmetro modificado, se apresentam
como ferramentas de grande valia na determinação da evapotranspiração,
com grande potencial de uso no manejo de água de irrigação.
O Irrigâmetro, inventado e desenvolvido por uma equipe de
pesquisadores do Departamento de Engenharia Agrícola da Universidade
Federal de Viçosa, é um aparelho evapopluviométrico utilizado no manejo da
irrigação. Combina o método de estimativa da evapotranspiração com a
disponibilidade de água no solo para a cultura e tem por objetivo a
otimização do uso da água na agricultura irrigada. A aplicação da lâmina de
irrigação necessária à cultura evita a aplicação de água em excesso e o
consumo desnecessário de energia, evitando a degradação do meio
ambiente, refletindo na redução dos custos de produção e no aumento da
produtividade e da qualidade das culturas.
O Irrigâmetro possui um evaporatório e três escalas, usadas no
manejo da irrigação: (a) a escala laminar - graduada no tubo de alimentação
do aparelho, a qual mede a lâmina de água evaporada ou evapotranspirada;
(b) a escala da régua de manejo – sem graduação, que possui quatro faixas
que indicam a necessidade de irrigação, englobando as características
físico-hídricas do solo e da cultura; e (c) a escala da régua temporal ou
porcentual – graduada em horas e minutos ou em porcentagem, a qual
indica o tempo de funcionamento do sistema de irrigação, sendo
confeccionada de acordo a intensidade de aplicação do sistema (OLIVEIRA
e RAMOS, 2008).
O Irrigâmetro pode estar equipado com um evaporímetro ou um
evapotranspirômetro. No primeiro caso se poderá fazer, numa escala
apropriada, a leitura direita da lâmina evaporada, podendo-se determinar
também, de maneira indireta, a evapotranspiração de referência (ETo) e a
evapotranspiração da cultura (ETc). Se o irrigâmetro estiver equipado com
um evapotranspirômetro de lençol freático constante, se poderá fazer a
leitura direita da ETc da grama, se nele estiver cultivada a grama-batatais,
ou da ETc, no caso do evapotranspirômetro estiver cultivado com a cultura
de interesse.
10
10
O Irrigâmetro modificado também utiliza o princípio de Mariotte para
manter o nível freático constante no minilisímetro, pela reposição contínua
da água evapotranspirada. O valor da evapotranspiração é obtido da
diferença de leituras feitas, periodicamente, em uma escala graduada.
Materán (2006) obteve bom desempenho do minilisímetro, com 0,30 m de
profundidade de nível freático, operando com irrigâmetro modificado, na
determinação da ETc da grama batatais. O autor salienta sua grande
praticidade e simplicidade, facilitando sua utilização.
Segundo Tagliaferre (2006), o irrigâmetro constitui-se num aparelho
de grande potencial de uso na agricultura irrigada, fornecendo de forma
rápida e prática, respostas às duas perguntas básicas do manejo da
irrigação: quando e quanto irrigar, recomendando seu uso para o manejo da
água na agricultura irrigada. O autor, trabalhando com irrigâmetro e
minievaporímetros operando com irrigâmetro modificado, obteve
desempenho adequado dos aparelhos, obtendo valores estimados de ETo
mais próximos aos obtidos pelo método padrão de Penman-Monteith – FAO
56, para períodos de um, três, cinco e sete dias, quando comparado com os
métodos de radiação - FAO 24, Penman Modificado – FAO 24 e Hargreaves-
Samani, os quais superestimaram a ETo; já o lisímetro de drenagem e o
tanque Classe A subestimaram a ETo.
2.4. Alface
A alface (Lactuca sativa L.), originária da bacia Ocidental do
Mediterrâneo, é uma planta dicotiledônea, pertencente à família Asteraceae
(compositae), consumida in natura, durante a sua fase vegetativa
(ABAURRE, 2004). É a hortaliça folhosa mais importante, tanto em termos
de comércio quanto de consumo, principalmente pela sua facilidade de
aquisição e produção durante o ano inteiro (OLIVEIRA et al, 2004).
A alface é uma planta herbácea, de caule diminuto e não ramificado
onde folhas grandes, lisas ou crespas, se prendem e se desenvolvem,
atingindo o seu maior desenvolvimento no fim do período vegetativo. Sua
raiz pivotante, de onde saem ramificações finas e curtas, chega a 0,25 m de
11
11
profundidade. A alface se adapta melhor a solos de textura média, bem
soltos, ricos em matéria orgânica e com alta disponibilidade de nutrientes
nas camadas superficiais. É também muito exigente em água, aumentando
linearmente seu peso, produtividade e qualidade quando irrigada
adequadamente (FILGUEIRA, 2005).
O período vegetativo da alface abrange desde a emergência das
plântulas até o início da floração, o qual começa com o alongamento do
caule e termina com a emissão do escapo floral. A produção
economicamente viável está representada pela sua fase vegetativa, a qual
se encerra quando as folhas atingem seu maior tamanho (ABAURRE, 2004).
A alface é uma cultura típica de inverno. Temperaturas amenas são
essenciais durante todo o seu ciclo vegetativo, principalmente durante o
desenvolvimento da cabeça. Temperaturas mais elevadas (20-30ºC)
aceleram o ciclo da cultura, resultando em plantas menores e em
produtividades reduzidas (FILGUEIRA, 2005). Portanto, as melhores
produções da cultura ficam restritas às épocas mais frias do ano, quando o
consumo de saladas é menor. Neste sentido, é importante o
desenvolvimento de trabalhos que visem o melhoramento e também novas
técnicas de cultivo nos plantios de verão (OLIVEIRA et al., 2004).
Castellane et al. (1990) ressaltam que no Brasil eram cultivados cerca
de setenta e cinco cultivares comerciais, dos quais cerca de dezoito eram
nacionais, desenvolvidas em instituições e empresas públicas e privadas.
Oliveira et al. (2004) mencionam a importância da criação de novas
cultivares adaptadas ao plantio em ambiente protegido, o que constitui um
agroecossistema distinto daquele representado pelo cultivo tradicional.
Neste sentido, Trani et al (2006) assinalam também a importância da
avaliação do desempenho destas cultivares, principalmente em períodos do
ano em que as condições são desfavoráveis. Mencionam também que o
número de cultivares da alface tem aumentado, inclusive com lançamento de
cultivares adaptadas em condições de ambiente protegido.
12
12
2.5. Cultivo em ambiente protegido
O cultivo de hortaliças em ambiente protegido tem sido muito
difundido nos últimos anos. Esta tecnologia agrícola permite obter um
ambiente com microclima próprio, permitindo o desenvolvimento da cultura e
a produção de alimentos de maneira competitiva e sustentável. O ambiente
protegido diminui os riscos e as incertezas da atividade agrícola,
possibilitando, em alguns casos, aumento da produtividade e a melhoria da
qualidade dos produtos.
O monitoramento dos parâmetros climáticos no ambiente protegido,
tais como temperatura, radiação solar, umidade do ar e evapotranspiração, é
fundamental uma vez que eles se alteram com o uso dos agrofilmes,
influenciando o crescimento, o desenvolvimento e a produção das plantas
(BECKMANN et al., 2006).
Silva et al. (2003) mencionam que as casas de vegetação se
comportam insatisfatoriamente do ponto de vista térmico, apesar destas
apresentarem muitas vantagens na agricultura. Durante o dia a temperatura
é elevada, a qual é dificilmente evitada pela ventilação natural e, à noite,
ocorrem, com freqüência, temperaturas inferiores às críticas da cultura. No
entanto, Caliman et al. (2005) assinalam que uma das peculiaridades do
ambiente protegido é diminuir as grandes oscilações de temperatura entre o
dia e a noite, desde que manejado adequadamente.
Uma das características de produção de hortaliças nas condições
tropicais e subtropicais é permitir o cultivo durante o ano todo. Em muitas
regiões do Brasil, a melhor época para o cultivo de hortaliças em campo
aberto é no inverno, por apresentar um clima mais ameno, com
temperaturas mais elevadas da que de outros países com inverno mais
rigoroso. Portanto, a justificativa de cultivos em ambientes protegidos
durante essa época é a obtenção de melhor qualidade do produto. Já no
verão, o emprego de casas de vegetação permite proteger a cultura das
chuvas intensas, próprias destas regiões, conseguindo-se também alta
produção e produtos com qualidade.
A finalidade de se cultivar em ambiente protegido é melhorar as
condições ambientais que permita uma produção de vegetais controlada e
13
13
eficiente. No entanto, a falta de conhecimento técnico referente ao manejo
das culturas e da irrigação nestes ambientes limita os benefícios gerados por
essa atividade. Boas et al. (2007) mencionam que, devido à importância do
cultivo da alface em ambiente protegido, torna-se fundamental o
desenvolvimento de pesquisas que subsidiem o aproveitamento do potencial
dessa tecnologia nas diferentes regiões do Brasil.
Diferentes trabalhos demonstram que a evapotranspiração e, em
conseqüência, o consumo de água pelas plantas em ambiente protegido é,
em geral, menor que em condições externas (FARIAS et al., 1994; BURIOL
et al., 2001; FERNANDES et al., 2004; REZENDE et al., 2004). Isto é
atribuído aos seguintes fatores que têm maior influência na demanda
evaporativa da atmosfera: a) opacidade da cobertura de plástico, com
diminuição da radiação solar incidente e, b) redução da ação dos ventos,
embora haja aumento da temperatura do ar e diminuição de sua umidade
relativa durante o dia no interior da casa de vegetação, que contribuiria para
o aumento da evapotranspiração. A evapotranspiração de um cultivo em
ambiente protegido fica entre 60 e 80% do valor obtido em ambiente externo
(FACCIOLI, 1998).
Farias et al. (1994) mencionam que o balanço energético e de
radiação no ambiente protegido são modificados pela cobertura de plástico,
alterando a evapotranspiração. Andrade Junior e Klar (1997) mencionam
como alternativa o uso de irrigação localizada no ambiente protegido, dentre
eles o gotejamento, ressaltando a importância do manejo da água nestas
condições.
O desempenho de dois cultivares de alface, em três tipos de
ambiente, foi avaliado por Barros Júnior et al. (2004). Foram utilizados dois
ambientes em condições de cultivo protegido com túneis baixos de 50 cm de
altura de agrotêxtil branco, com gramaturas de 13 g/m² e 40 g/m²,
respectivamente, e um terceiro em condições de ambiente externo. Os
resultados demonstraram superioridade das características das cultivares
em relação à altura, diâmetro da cabeça, qualidade e produtividade, quando
usado o agrotêxtil de 40 g/m². No entanto, o número de folhas e a massa
seca da parte aérea por planta não apresentaram variação nos três
tratamentos. Atribuíram este comportamento à maior espessura do agrotêxtil
14
14
de 40 g/m², que proporcionou melhor proteção às plantas contra os efeitos
das elevadas temperaturas, luminosidade e precipitações.
Resultado similar foi obtido por Oliveira et al. (2006) ao trabalhar com
três cultivares da alface em três tipos de ambiente: sem proteção com
agrotêxtil, agrotêxtil diretamente sobre as plantas e com a utilização de uma
estrutura de apoio na forma de túneis, com aproximadamente 50 cm de
altura. Neste estudo, a utilização do agrotêxtil na forma de túnel baixo
proporcionou maior produtividade, massa fresca e seca da parte aérea da
planta, independentemente da cultivar.
Diferentes trabalhos têm demonstrado também superioridade nas
características produtivas de diferentes hortaliças, quando conduzidas em
ambiente protegido (OTTO et al., 2001; PEREIRA et al., 2003; CALIMAN et
al., 2005; GALVANI et al., 2007). Trabalhos como o de Lulu et al. (2005) e
Feltrim et al. (2006), demonstram também superioridade na produtividade e
qualidade da uva de mesa Romana (A 1105) e na chicória, respectivamente,
quando conduzidas com cobertura de plástico.
15
15
3 - MATERIAL E MÉTODOS
3.1. Descrição da área experimental
O experimento foi conduzido na Área Experimental de Irrigação e
Drenagem, pertencente ao Departamento de Engenharia Agrícola da
Universidade Federal de Viçosa, localizada no município de Viçosa, MG, à
altitude de 651m, 20º45’ de latitude Sul e 42º52’ de longitude Oeste. Viçosa
tem uma temperatura média anual de 19 °C, umidade relativa média do ar
de 80% e precipitação média anual de 1.341 mm. A região apresenta
estações seca e chuvosa bem definidas e segundo a classificação climática
proposta por Köppen, o clima da região é do tipo Cwa: subtropical, com
inverno seco.
O experimento foi realizado dentro de uma casa de vegetação e fora
desta (ambiente interno e externo, respectivamente), no período de verão,
entre os dias 21/12/07 a 21/01/08.
O solo da área experimental é um latossolo vermelho-amarelo, textura
argilosa (TAGLIAFERRE, 2006). Os canteiros, de ambos ambientes, foram
preparados dez dias antes do transplantio, fazendo-se uma aração e uma
gradagem preliminar. A correção da fertilidade do solo foi feita com a
aplicação de 5 kg/m² de esterco de curral curtido (ABAURRE, 2004)
misturados com a adubação mineral equivalentes às doses de 420 kg/ha de
P
2O5 e 60 kg/ha de K2O, na forma de superfosfato simples e cloreto de
potássio, respectivamente, para o ambiente protegido e 400 kg/ha de P
2O5,
16
16
120 kg/ha de K2O e 150 kg/ha de nitrogênio, na forma de superfosfato
simples, cloreto de potássio e uréia, respectivamente, para o ambiente não
protegido. As doses foram definidas de acordo com recomendações de
adubação para a cultura, em ambiente aberto e fechado, para o Estado de
Minas Gerais (RIBEIRO et al., 1999). Uma segunda gradagem foi feita para
misturar e incorporar os adubos ao solo.
Foram feitas duas adubações de cobertura com adubo mineral,
aplicados aos 14 e 21 dias após o transplantio. As doses de nitrogênio e
potássio nas adubações de cobertura, dentro e fora da casa de vegetação,
também foram com base nas recomendações de Ribeiro et al. (1999),
constando de 24 kg/ha de K2O e 30 kg/ha de nitrogênio, na forma de cloreto
de potássio e uréia, respectivamente. A aplicação em coberturas foi feita
antes da fase de máximo desenvolvimento da planta, coincidente com o
início da formação da cabeça da alface (FILGUEIRA, 2005).
A casa de vegetação, do tipo arco, teve dimensões de 7,8 x 7,1 m,
altura central de 3,8 m e 1,7 m de pé direito, e estava coberta com filme de
polietileno transparente aditivado de 150 μm de espessura, com laterais
protegidas com sombrite (Figura 1), que permitia a adequada troca dos
gases do ambiente. O ambiente externo (Figura 2) tinha aproximadamente
as mesmas dimensões e orientação e estava localizado próximo da casa de
vegetação.
Figura 1 – Vista geral da casa de vegetação
17
17
Figura 2 – Vista geral do ambiente externo e da casa de vegetação
Em cada um dos ambientes cultivou-se alface (Lactuca sativa L.) cv.
Regina, em cinco canteiros irrigados por gotejamento, sendo a bordadura
constituída pelos canteiros externos. Nos três canteiros centrais úteis, de
cada ambiente, foram instalados 12 minilisímetros de lençol freático
constante, sendo quatro deles em cada canteiro (Figura 2), para a
determinação da evapotranspiração diária da cultura. Todos os dias, às nove
horas, fazia-se a leitura dos níveis de água nos irrigâmetros modificados. A
evapotranspiração diária era obtida da diferença entre as leituras do nível da
água de dois dias consecutivos.
Foram instaladas duas estações automáticas, uma dentro e a outra
fora da casa de vegetação, para a medição dos elementos meteorológicos
(radiação solar, temperatura do ar, umidade relativa do ar e velocidade do
vento) nos dois ambientes.
Nas duas fileiras centrais de plantio da alface de cada canteiro útil
foram instalados, aleatoriamente, quatro minilisímetros de lençol freático
constante (Figura 3) que foram enterrados até a profundidade de 0,4 m,
onde, posteriormente, se estabeleceriam quatro profundidades de lençol
freático.
18
18
0,4m
0,4m
0,4m
0,4m
0,25m
0,25m
7,1m
7,8m
7,0m
1,0m
1,0m
1,0m
1,0m
1,0m
Minilisímetro com lençol freático a 30 cm de profundidade
Minilisímetro com lençol freático a 15 cm de profundidade
Minilisímetro com lençol freático a 20 cm de profundidade
Minilisímetro com lençol freático a 25 cm de profundidade
Planta de alface
Bloco 1 Bloco 2 Bloco 3
Figura 3 – Croqui da área experimental com a distribuição dos
minilisímetros.
Os tratamentos avaliados, em cada ambiente, corresponderam às
quatro profundidades de lençol freático estabelecidas nos minilisímetros,
sendo o T15, T20, T25 e T30, correspondentes as quatro profundidades:
0,15; 0,20; 0,25 e 0,30 m, respectivamente. Na Figura 3 observam-se 12
unidades experimentais, quatro por canteiro.
Foi necessária a instalação de uma cobertura plástica em forma de
túnel baixo nos canteiros úteis do ambiente externo (Figura 4). Esta
19
19
cobertura era colocada exclusivamente na ocorrência de chuvas, protegendo
os minilisímetros a fim de evitar erros na coleta de dados de
evapotranspiração. Na ocorrência de chuvas noturnas, a cobertura era
retirada nas primeiras horas da manhã.
Figura 4 – Cobertura plástica de proteção contra a chuva no ambiente
externo.
3.2. Descrição do minilisímetro operando com o irrigâmetro modificado
Os minilisímetros de PVC, de formato circular, com diâmetro interno
de 242 mm (área interna de 0,046 m²), e 0,45 m de altura foram instalados a
0,40 m de profundidade. Após sua instalação, eles foram preenchidos com
uma camada de brita zero, com espessura de 50 mm, sobre a qual foi
sobreposta outra camada de 50 mm de brita um, acima da qual o solo
anteriormente retirado foi recolocado, mantendo-se a mesma disposição do
perfil. Esta camada de solo tinha 300 mm de espessura. Portanto, o
minilisímetro ficou com uma borda livre de 50 mm.
O Irrigâmetro modificado, construído com tubo de PVC de 72,4 mm de
diâmetro interno e 0,85 m de altura, foi conectado lateralmente na base do
minilisímetro (Figura 5) com uma mangueira de polietileno de 8 mm de
diâmetro, que também ficou enterrada no solo permitindo a passagem da
água do irrigâmetro modificado para o minilisímetro. A mangueira foi
20
20
instalada reta e com aclividade no sentido irrigâmetro modificado -
minilisímetro, para evitar formação de bolhas de ar que poderia obstruir o
escoamento. Na lateral externa do irrigâmetro modificado havia uma escala
graduada que permitia medir o nível de água existente no interior do
aparelho.
Figura 5 – Minilisímetro conectado ao irrigâmetro modificado.
Os irrigâmetros modificados foram instalados fora da área
experimental, tanto ao ambiente protegido como ao não protegido (Figuras 6
e 7).
0
,
40 m
21
21
Figura 6 – Minilisímetros conectados aos irrigâmetros modificados, na casa
de vegetação.
Figura 7 – Minilisímetros conectados aos irrigâmetros modificados no
ambiente não protegido.
Uma ponta linimétrica eletrônica foi usada para fazer a leitura e
controle do lençol freático nos minilisímetros enterrados no solo, bem como
para regular a altura da ponta inferior do tubo de borbulhamento do
irrigâmetro modificado. O nível freático desejado em cada um dos
minilisímetros era obtido com a movimentação vertical do tubo de
borbulhamento, observando-se o sinal luminoso emitido pela ponta
Irrigâmetros
modificados
Irrigâmetros
modificados
22
22
linimétrica quando o nível da água no tubo de acesso (Figura 8) atingia a
altura desejada.
Para abastecer o irrigâmetro modificado fechava-se a tubulação
interconectora, abria-se a válvula de escapamento e conectava-se uma
mangueira de abastecimento ao tubo de borbulhamento, mantendo-a desta
forma até o enchimento do tubo de alimentação do irrigâmetro. Uma vez
feito o abastecimento a válvula de escapamento era fechada e abria-se a
tubulação interconectora. A água excedente no irrigâmetro, especificamente
a que se encontrava dentro do tubo de borbulhamento, era retirada no
minilisímetro, por sucção, usando uma mangueira inserida no tubo de
acesso do minilisímetro (Figura 8), até zerar o irrigâmetro modificado e se
produzir o borbulhamento no aparelho. Terminado o borbulhamento, o
irrigâmetro estava em condições de operar normalmente.
Tubo de acesso
Figura 8 Tubo de acesso instalado dentro do minilisímetro usado na leitura
do lençol freático e na sucção da água excedente.
3.3. Sistema de irrigação
O sistema de irrigação utilizado foi o gotejamento, constituído por um
cabeçal de controle, uma válvula controladora de pressão, um filtro de disco,
válvulas de gaveta e fitas gotejadoras com emissores espaçados de 0,30 m.
As vazões dos gotejadores foram medidas e obteve-se um valor
médio de 1,305 L/h no ambiente protegido e 1,315 L/h no ambiente externo.
23
23
Foi considerada, para efeito de manejo, a vazão média de 1,31 L/h, utilizada
em ambos ambientes. A intensidade de aplicação média do sistema foi
calculada em 8,73 mm/h. As fitas gotejadoras foram dispostas sobre a
superfície do solo em subunidades que foram definidas em função da
distribuição dos tratamentos em cada canteiro, o que permitiu a aplicação da
lâmina evapotranspirada em cada tratamento, independente dos demais. Foi
usada uma fita gotejadora para duas fileiras da alface.
As vazões medidas nos gotejadores nos diferentes pontos das linhas
gotejadoras, tanto no ambiente protegido como no não protegido, num total
de 48 valores, também foram usados para calcular o coeficiente de
uniformidade de distribuição, representando a uniformidade de emissão do
sistema. O valor encontrado foi de 96,88%, valor que também caracteriza a
eficiência de irrigação (KELLER e BLIESNER, 1990), sendo este
considerado de alta eficiência, para o sistema de irrigação por gotejamento.
3.4. Semeadura e transplantio da alface
A semeadura da alface foi feita no dia 26/11/07, utilizando-se a
variedade Regina, de folhas lisas e coloração verde-claro, a qual apresenta
boa produtividade e aceitação comercial (CARVALHO et al., 2005). As
mudas foram produzidas em bandejas de isopor de 200 células, preenchidas
com substrato comercial apropriado. Foram colocadas de duas a três
sementes por célula; aos sete dias da semeadura foi realizado o desbaste,
deixando-se uma muda por célula. As mudas foram transplantadas quando
estavam com quatro a cinco folhas definitivas (FACCIOLI, 1998;
FILGUEIRA, 2005), o que ocorreu no dia 21/12/07, 25 dias após a
semeadura.
Nos dois ambientes foram preparados cinco canteiros, espaçados
entre si de 0,4 m, com um metro de largura, sete metros de comprimento e
altura aproximada de 0,20 m. Os dois canteiros externos serviram como
bordadura dos três canteiros centrais; foi deixada também uma bordadura
com um metro quadrado de área em ambos os extremos dos canteiros
24
24
centrais, minimizando, desta maneira, o efeito da advecção do ar na área útil
de cada ambiente.
As mudas foram transplantadas nos canteiros, em quatro fileiras, no
espaçamento 25 x 25 cm. Cada fileira tinha 28 plantas da alface, totalizando
112 plantas em cada canteiro e 560 plantas por ambiente. Cada
minilisímetro continha uma muda transplantada no seu centro, compondo a
linha de plantio (Figura 9).
Figura 9 – Alface do minilisímetro compondo a linha de plantio.
3.5. Evapotranspiração da cultura da alface
Para determinar a evapotranspiração da cultura da alface, cada
minilisímetro de nível freático constante foi conectado a um irrigâmetro
modificado que possuía uma escala laminar graduada (Figura 10) no tubo de
alimentação do aparelho. Este equipamento além de manter o nível freático
constante, estabelecido no minilisímetro, garantia a reposição da lâmina de
água evapotranspirada pela planta da alface.
Diariamente, às nove da manhã, faziam-se, diretamente, as leituras,
em mm, nas escalas dos 12 irrigâmetros modificados de cada ambiente,
correspondentes às quatro profundidades de lençol freático estabelecidas
nos minilisímetros e as três repetições.
25
25
Figura 10 – Irrigâmetros modificados equipados com a escala laminar
graduada.
A determinação dos valores da evapotranspiração da cultura da
alface, em cada minilisímetro, foi obtida da diferença entre a leitura atual e a
do dia anterior. A escala, com precisão de 0,1 mm, foi graduada
considerando as áreas internas do minilisímetro e do tubo de alimentação do
irrigâmetro modificado.
O registro dos valores de evapotranspiração da cultura nos dois
ambientes foi iniciado quatro dias após o transplante, período de tempo
necessário para que as plantas se aclimatassem às novas condições
ambientais. Nestes dias faziam-se duas irrigações diárias, com a finalidade
de manter a camada superficial do solo com umidade próxima a da
capacidade de campo. Os irrigâmetros modificados foram preparados no dia
24/12/2007 e no dia 25/12/2007 fez-se o registro inicial do valor na escala do
irrigâmetro modificado. Portanto, o primeiro valor de evapotranspiração foi
obtido para o dia 25/12/2007, da diferença de leituras na escala do
irrigâmetro modificado dos dias 26 e 25 de dezembro. A última coleta de
dados foi no dia 21/01/08, que permitiu determinar a evapotranspiração do
26
26
dia anterior e que possibilitou obter valores de evapotranspiração durante 27
dias.
O encerramento da coleta de dados, tanto no ambiente protegido
como no não protegido, terminou quando a alface atingiu seu maior tamanho
comercial.
Devido a que nos últimos dias do período vegetativo a área do dossel
da cultura foi maior a área interna do minilisímetro (efeito buque), foi feita a
correção dos valores de evapotranspiração da cultura (ETc), nos quatro
tratamentos e nas duas condições ambientais, por meio da relação entre as
duas áreas.
3.6. Lâmina e tempo de irrigação
O manejo da irrigação foi feito com turno de rega constante e com
freqüência diária, tanto dentro como fora da casa de vegetação, tentando-se
manter, em ambos ambientes e nos quatro níveis de lençol freático, o teor
de água no solo próximo à capacidade de campo.
Diariamente, para cada tratamento, o valor da lâmina líquida de
irrigação era igual à evapotranspiração média da cultura, determinada com
os valores obtidos nas três repetições.
O valor de lâmina bruta foi calculado dividindo-se a lâmina líquida de
cada tratamento pela eficiência de irrigação. No caso de irrigação localizada
de alta freqüência e sem necessidade de lixiviação, a eficiência de irrigação
é igual à uniformidade de emissão (KELLER e BLIESNER, 1990).
O tempo de irrigação foi calculado dividindo-se a lâmina bruta pela
intensidade de aplicação do sistema de irrigação. Portanto, a cada manhã,
aplicavam-se quatro lâminas de irrigação distintas, correspondentes aos
quatro tratamentos, em cada ambiente.
3.7. Evapotranspiração de referência
A evapotranspiração de referência, em ambos os ambientes, foi
calculada pelo método padrão de Penman-Monteith FAO 56 (equação 1),
27
27
utilizando-se o programa computacional REF-ET e os valores diários de
cada um dos elementos meteorológicos necessários: radiação solar,
umidade relativa, temperatura do ar e velocidade do vento, que foram
obtidas das estações instaladas nos dois ambientes.
() ()
()
2
as2n
0,34u1γΔ
eeu
273T
900
γGR0,408Δ
ETo
++
+
+
=
(1)
em que:
ETo = evapotranspiração de referência, mm/dia;
Rn = saldo de radiação na superfície da cultura, MJ/m
2
/dia;
G = densidade do fluxo de calor do solo, MJ/m
2
/dia;
T = temperatura do ar média diária a 2 m de altura, °C;
u
2
= velocidade do vento a 2 m de altura, m/s;
e
s = pressão de vapor de saturação, kPa;
e
a = pressão parcial de vapor, kPa;
e
s - ea = déficit de pressão de vapor de saturação, kPa;
Δ = declividade da curva de pressão de vapor, kPa/°C; e
γ = coeficiente psicrométrico, kPa/°C.
3.8. Coeficiente de cultura
O coeficiente de ajuste do irrigâmetro modificado (equação 2) foi
calculado dividindo-se os valores de evapotranspiração da cultura (ETc),
determinados nos minilisímetros, pela evapotranspiração de referência
(ETo), nas duas condições de ambiente. Em cada ambiente foram
determinados, para cada tratamento, valores diários de Ki, durante o período
vegetativo da alface.
ETo
ETc
Ki = (2)
28
28
em que:
Ki = coeficiente de ajuste do irrigâmetro modificado, adimensional;
e
ETc = evapotranspiração da cultura, mm/dia.
O coeficiente de ajuste do irrigâmetro modificado engloba o
coeficiente de cultura, o de déficit de água no solo e o de localização da
irrigação (equação 3).
KlKsKcKi = (3)
em que:
Kc = coeficiente de cultura, adimensional;
Ks = coeficiente de déficit de água no solo, adimensional e
Kl = coeficiente de localização da irrigação, adimensional.
O valor do coeficiente de localização (Kl) foi assumido como unitário.
Este foi determinado em função da porcentagem da área molhada, a qual
desde o primeiro dia de irrigação teve valor de 100%, por ser uma cultura de
grande densidade e de o espaçamento entre emissores ser pequeno (0,5 x
0,3 m), o que proporcionou a formação de um bulbo molhado de extensão
próxima a do espaçamento entre fileiras da alface, nos dois ambientes. Além
disto, as plantas da alface, dentro dos minilisímetros que tinham nível
freático constante, formavam uma área molhada plena.
Com os valores de Kl unitário, os valores encontrados de Ki estavam
em função do coeficiente de cultura (Kc) e do coeficiente de déficit de água
no solo (Ks), tanto dentro como fora da casa de vegetação. Foram
calculados os valores de Ki para os três primeiros estádios de
desenvolvimento vegetativo da alface, para as quatro profundidades de
lençol freático avaliadas nas duas condições ambientais.
Os estádios de desenvolvimento vegetativo da alface foram
delimitados da seguinte forma:
29
29
Estádio I – do transplante até a cultura cobrir 10 % da superfície do terreno.
Estádio II – do final do primeiro estádio até a cobertura completa efetiva da
superfície do terreno.
Estádio III – do final do segundo estádio até o máximo desenvolvimento
vegetativo quando se faz a colheita da alface.
3.9. Avaliação da produção
Cada unidade experimental foi constituída por quatro fileiras da alface
com cinco plantas cada uma, com espaçamento de 0,25 m entre fileiras e
plantas, ocupando uma área de 1,25 m². As fileiras externas de cada
unidade, além da primeira e última planta de cada fileira central foram
consideradas bordadura; nesta distribuição, cada unidade tinha seis plantas
da alface na sua área útil, incluindo a alface cultivada no minilisímetro
(Figura 3).
A colheita da alface, dentro e fora da casa de vegetação, foi feita no
dia 21/01/08, aos 56 dias após a semeadura, quando as alfaces atingiram o
seu maior tamanho comercial. Foram colhidas cinco das seis plantas da área
útil de cada unidade experimental. Após a colheita fez-se a retirada das
folhas senescentes e das menores que cinco centímetros de comprimento.
Devido ao efeito das lâminas de irrigação aplicadas diariamente em
cada tratamento, dentro e fora da casa de vegetação, foram avaliadas as
características de produção das alfaces dos tratamentos.
As características de produção avaliadas foram: massa fresca da
parte comercial, massa fresca do caule, massa fresca da raiz, número de
folhas por planta, comprimento e largura da folha, comprimento, diâmetro e
volume do caule, volume da raiz, massa seca das folhas, do caule e da raiz.
Foi determinada também a área foliar de cada planta utilizando-se o medidor
de área foliar Licor 3100 com precisão de 0,01 cm². A área foliar, para a
cultura da alface, é uma medida essencial na determinação do
desenvolvimento da planta (SANDRI et al., 2007).
A média das massas frescas da cabeça de cada unidade foi
determinada com os cinco pés da alface colhidos, enquanto que os valores
30
30
médios das demais características de produção avaliadas foram obtidos de
duas plantas da alface por parcela.
Não houve ataque de pragas e doenças e o manejo de plantas
invasoras foi feito com capinas manuais, a fim de prevenir danos ao sistema
radicular e realizado quando necessário, conforme preconizado por Filgueira
(2005).
3.10. Eficiência de uso de água
A eficiência de uso de água (equação 5) foi determinada dividindo-se
a média das massas frescas da cabeça de cada tratamento pelo consumo
médio de água no decorrer de todo o experimento, no respectivo tratamento.
L
L
MFCb
EUA = (5)
em que:
EUA = eficiência de uso de água, g/mm;
MFCb = massa fresca da cabeça, g; e
L
L
= lâmina líquida aplicada, mm.
3.11. Análise estatística
Na análise estatística da evapotranspiração da cultura de alface, em
cada ambiente (dentro e fora de casa de vegetação), foi usado o esquema
de parcelas subdivididas, tendo nas parcelas as profundidades de lençol
freático estabelecidas nos minilisímetros (0,15; 0,20; 0,25 e 0,30 m) e nas
subparcelas os 27 dias de avaliação, no delineamento experimental em
blocos casualizados com três repetições. Foi feita uma análise conjunta
entre os dois ambientes. Os dados foram analisados por meio da análise de
variância. As médias dos fatores qualitativos foram comparadas utilizando-se
o teste de Tukey, adotando-se o nível de 5% de probabilidade.
31
31
Na análise estatística dos resultados das variáveis de produção foi
adotado, para cada ambiente, o delineamento experimental em blocos
casualizados, com as quatro profundidades de lençol freático e três
repetições. Foi feita a análise conjunta entre as duas condições ambientais.
Os dados das características avaliadas foram submetidos à análise de
variância e de regressão. As médias do fator qualitativo foram comparadas
utilizando-se o teste Tukey a 5% de probabilidade. Considerou-se a
profundidade de lençol freático como fator quantitativo, sendo escolhidos,
para este fator, modelos baseados no coeficiente de determinação (R²) e no
fenômeno em estudo. As equações de regressão ajustadas foram
determinadas em função dos valores médios de cada variável de produção,
obtidas das repetições de cada profundidade de lençol freático avaliada.
32
32
4 - RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1. Elementos meteorológicos
Nas Figuras 11 a 14 são apresentados os valores médios diários dos
quatro elementos meteorológicos registrados durante a condução do
experimento: radiação, temperatura, umidade relativa e velocidade do vento,
respectivamente, tanto para o ambiente protegido (dentro da casa de
vegetação) como não protegido (fora da casa de vegetação).
0.0
20.0
40.0
60.0
80.0
100.0
120.0
140.0
160.0
180.0
200.0
220.0
240.0
260.0
280.0
300.0
320.0
340.0
360.0
380.0
400.0
25/12/2007
26/12/2007
27/12/2007
28/12/2007
29/12/2007
30/12/2007
31/12/2007
01/01/2008
02/01/2008
03/01/2008
04/01/2008
05/01/2008
06/01/2008
07/01/2008
08/01/2008
09/01/2008
10/01/2008
11/01/2008
12/01/2008
13/01/2008
14/01/2008
15/01/2008
16/01/2008
17/01/2008
18/01/2008
19/01/2008
20/01/2008
Dias
Radiação (w/m²)
Ambiente protegido Ambiente não protegido
Figura 11 – Valores diários de radiação para os ambientes protegido e não
protegido.
33
33
0.0
2.0
4.0
6.0
8.0
10.0
12.0
14.0
16.0
18.0
20.0
22.0
24.0
26.0
28.0
25/12/2007
26/12/2007
27/12/2007
28/12/2007
29/12/2007
30/12/2007
31/12/2007
01/01/2008
02/01/2008
03/01/2008
04/01/2008
05/01/2008
06/01/2008
07/01/2008
08/01/2008
09/01/2008
10/01/2008
11/01/2008
12/01/2008
13/01/2008
14/01/2008
15/01/2008
16/01/2008
17/01/2008
18/01/2008
19/01/2008
20/01/2008
Dias
Temperatura (°C)
Ambiente protegido Ambiente não protegido
Figura 12 Valores diários de temperatura média para os ambientes
protegido e não protegido.
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
55
60
65
70
75
80
85
90
95
100
25/12/2007
26/12/2007
27/12/2007
28/12/2007
29/12/2007
30/12/2007
31/12/2007
01/01/2008
02/01/2008
03/01/2008
04/01/2008
05/01/2008
06/01/2008
07/01/2008
08/01/2008
09/01/2008
10/01/2008
11/01/2008
12/01/2008
13/01/2008
14/01/2008
15/01/2008
16/01/2008
17/01/2008
18/01/2008
19/01/2008
20/01/2008
Dias
Umidade relativa (%)
Ambiente protegido Ambiente não protegido
Figura 13 – Valores diários de umidade relativa média para os ambientes
protegido e não protegido.
34
34
0.0
0.1
0.2
0.3
0.4
0.5
0.6
0.7
0.8
0.9
1.0
1.1
1.2
25/12/2007
26/12/2007
27/12/2007
28/12/2007
29/12/2007
30/12/2007
31/12/2007
01/01/2008
02/01/2008
03/01/2008
04/01/2008
05/01/2008
06/01/2008
07/01/2008
08/01/2008
09/01/2008
10/01/2008
11/01/2008
12/01/2008
13/01/2008
14/01/2008
15/01/2008
16/01/2008
17/01/2008
18/01/2008
19/01/2008
20/01/2008
Dias
Velocidade do vento (m/s)
Figura 14 – Valores diários de velocidade média do vento para o ambiente
não protegido.
Na Figura 11 pode se observar que os valores de radiação incidente
sobre as plantas dentro do ambiente protegido foram menores em
comparação ao ambiente fora da casa de vegetação, apresentando
diminuição média de 20,9 %, durante a condução do experimento.
Semelhante resultado foi obtido por Beckmann et al. (2006), no Rio Grande
do Sul, encontrando uma diminuição média de 24,06 %, dentro do ambiente
protegido, quando comparado ao ambiente externo. Caliman et al. (2005)
encontraram uma diminuição aproximada de 25 % dentro da casa de
vegetação, nas condições de Viçosa-MG.
Os valores de temperatura média diária dentro da casa de vegetação
foram, em média, 5,7% superiores aos valores medidos no ambiente externo
(Figura 12), durante todo o experimento. Santos et al. (2002) encontraram
valores superiores, em 7,5 % da temperatura do ar, dentro do ambiente
protegido, em comparação ao ambiente externo. Silva et al. (2003)
encontraram diferença maior, de 10 a 25 % superiores dentro da casa de
vegetação.
Os valores diários de umidade relativa podem ser observados na
Figura 13. Dentro do ambiente protegido a umidade relativa média, durante o
35
35
experimento, foi de 75,5 %, valor inferior ao do ambiente não protegido cujo
valor encontrado foi de 80,5 %. Pode se observar o comportamento inverso
da umidade relativa (Figura 13) e a temperatura (Figura 12) em cada um dos
dois ambientes.
O ambiente protegido apresentava ventilação adequada, porém não
houve registros de velocidade de vento na estação climática, pois a 2 m de
altura a cobertura do teto, provavelmente, interceptava o vento. No entanto a
velocidade do vento, ao nível do dossel da cultura, não foi tão acentuada
para poder influenciar a evapotranspiração da alface, devido à grande
interceptação do vento pelo sombrite das laterais. Na Figura 14 pode-se
observar os valores de velocidade média do vento no ambiente externo, cujo
valor médio, no decorrer do experimento, foi de 0,7 m/s. O valor máximo da
média diária foi inferior a 1,1 m/s.
Os valores médios diários de cada variável climatológica registrada
nas estações meteorológicas automáticas instaladas dentro (ambiente
intero) e fora (ambiente externo) durante a condução do experimento, e seus
valores máximos e mínimos, estão apresentados no Quadro 1.
Quadro 1 – Valores médios diários e valores máximos e mínimos de
radiação, temperatura, umidade relativa e velocidade do vento,
registrados dentro e fora da casa de vegetação, durante o
período experimental.
d.
(1)
x.
(2)
n.
(3)
méd.
(1)
x.
(2)
n.
(3)
Radiação (w/m²) 196,2 269,3 44,5 252,3 370,2 51,6
Temperatura (°C) 23,5 38,0 14,0 22,2 32,6 14,0
Umidade relativa (%) 75,5 100,0 31,0 80,5 97,0 37,0
Velocidade do vento (m/s) - - - 0,7 2,7 0,4
(1) Valores médios.
(2) Valores máximos.
(3) Valores mínimos.
Variáveis
Ambiente interno Ambiente externo
Os valores diários de temperatura média, máxima e mínima, umidade
relativa média e radiação solar, medidos dentro da casa de vegetação, estão
apresentados no Quadro 1A.
36
36
Os valores diários de temperatura média, máxima e mínima, umidade
relativa média, velocidade do vento média, radiação solar e precipitação,
coletados na estação climatológica instalada fora da casa de vegetação,
estão apresentados no Quadro 2A.
Foi observada maior sensibilidade da cobertura plástica sobre as
temperaturas máximas, pois a diferença média entre as temperaturas
máximas, registradas nos dois ambientes, em todo o período experimental,
foi de 3,6 °C, enquanto que a diferença média entre as temperaturas
mínimas foi de apenas 0,1 °C. Santos et al. (2002), trabalhando em casa de
vegetação e ambiente externo, encontraram diferença de 5,07 °C e 1,22
°C,
entre as temperaturas máximas e mínimas, respectivamente. Os autores
encontraram também, entre os dois ambientes, diferença da temperatura
média igual a 1,93 °C, em todo o período experimental. No presente estudo,
esta diferença foi de 1,3 °C (Quadro 1).
4.2. Evapotranspiração de referência
Na Figura 15 estão apresentados os valores diários de ETo durante o
período de condução do experimento, dentro e fora da casa de vegetação.
Os valores médios diários de ETo calculados, dentro e fora do
ambiente protegido, foram 3,35 e 4,08 mm/dia, respectivamente, durante
todo o período experimental. No ambiente protegido, os valores calculados
de ETo apresentaram uma redução média de 16,5 % em comparação aos
valores no ambiente externo.
A diminuição da radiação solar, devido à interceptação pela cobertura
plástica, e a quase ausência de vento, dentro da casa de vegetação, foram
os fatores principais para que os valores de evapotranspiração fossem
inferiores, em comparação ao ambiente não protegido.
Os maiores valores da ETo foram calculados para o dia 29/12/07 e
iguais a 4,47 e 5,93 mm/dia para as condições de ambiente protegido e não
protegido, respectivamente, enquanto que no dia 06/01/08 ocorreram os
menores valores: 0,96 e 1,10 mm/dia.
37
37
0
0.5
1
1.5
2
2.5
3
3.5
4
4.5
5
5.5
6
6.5
25/12/2007
26/12/2007
27/12/2007
28/12/2007
29/12/2007
30/12/2007
31/12/2007
01/01/2008
02/01/2008
03/01/2008
04/01/2008
05/01/2008
06/01/2008
07/01/2008
08/01/2008
09/01/2008
10/01/2008
11/01/2008
12/01/2008
13/01/2008
14/01/2008
15/01/2008
16/01/2008
17/01/2008
18/01/2008
19/01/2008
20/01/2008
Dias
Evapotranspiração (mm/dia)
Ambiente protegido Ambiente não protegido
Figura 15 – Valores diários de evapotranspiração de referência para os
ambientes protegido e não protegido.
Os valores de ETo são resultados da interação dos elementos
meteorológicos que os afetam. Neste contexto os maiores valores de
radiação também foram registrados no dia 29/12/07 e os menores valores no
dia 06/01/08, tanto para o ambiente protegido como não protegido,
observando-se a importância da radiação no processo da
evapotranspiração. Nota-se também a relação inversa entre a umidade
relativa e a evapotranspiração de referência, ocorrendo os menores valores
de umidade no dia 29/12/07 e os maiores no dia 06//01/08, dentro e fora da
casa de vegetação. A umidade relativa está diretamente relacionada à
temperatura e seus valores estão também influenciados pela
evapotranspiração (SILVA et al., 2003).
No Quadro 3A estão apresentados os valores de evapotranspiração
de referência (ETo) diários, calculados no período experimental, nas
condições interna e externa à casa de vegetação.
38
38
4.3. Evapotranspiração da cultura da alface
4.3.1. Evapotranspiração da cultura dentro da casa de vegetação
Na Figura 16 é apresentada a evapotranspiração diária média da
cultura, agrupada a cada três dias, nos tratamentos avaliados dentro do
ambiente protegido, do transplantio da alface até a colheita, enquanto que
seus valores diários medidos nos minilisímetros com profundidades de 0,15;
0,20; 0,25 e 0,30 m de lençol freático, representados pelos tratamentos T15,
T20, T25 e T30, respectivamente, dentro da casa de vegetação, são
apresentados no Quadro 4A.
0.00
0.50
1.00
1.50
2.00
2.50
3.00
3.50
4.00
4.50
5.00
3 6 9 121518212427
Dias após transplantio
Evapotranspiração (mm/dia)
T 15 T 20 T 25 T 30
Figura 16 – Comportamento da evapotranspiração diária média da cultura da
alface, agrupada em cada três dias, para os tratamentos T15,
T20, T25 e T30, na casa de vegetação, no período vegetativo da
cultura depois do transplantio.
Observa-se, na Figura 16, que quanto mais profundo o nível freático
nos minilisímetros, menores foram os valores de ETc
, a exceção do
39
39
tratamento T25 que apresentou valores menores que o tratamento T30 nos
primeiros dias.
Nos primeiros dias do período vegetativo, as raízes das alfaces
transplantadas, nos diferentes tratamentos, não se encontravam totalmente
desenvolvidas e a cobertura do solo era pequena; portanto, nesse período, a
evaporação direta da água no solo era o principal componente do processo
de evapotranspiração da cultura (ETc).
Observa-se ainda que o tratamento T15 apresentou os maiores
valores de ETc, praticamente durante todo o período vegetativo da alface,
depois do transplantio. Este comportamento foi devido, principalmente, a
franja capilar que se formou bem próximo à superfície do solo, em
decorrência da menor profundidade do lençol freático, mantendo a umidade
do solo elevada nas camadas superficiais, favorecendo a evaporação. Este
efeito foi mais pronunciado na primeira metade do ciclo.
Na metade final do ciclo, a transpiração, em todos os tratamentos, foi
o principal processo de contribuição na ETc, pois as plantas já cobriam
grande parte da superfície do solo, conforme Allen et al. (1998).
Neste período, também o tratamento T15 apresentou maiores valores
de evapotranspiração; porém, a diferença com os demais tratamentos foi
menos acentuada que na primeira metade do ciclo da cultura, pois neste
tratamento, praticamente todo o perfil do solo explorado pelas raízes
estavam com umidade próxima à de capacidade de campo.
A evapotranspiração acumulada da cultura da alface dentro da casa
de vegetação, nos quatro tratamentos avaliados, é mostrada na Figura 17.
Observa-se que as alfaces dos minilisímetros com lençol freático a 0,15 m
de profundidade (T15), foram as que consumiram maior quantidade de água,
sendo o valor da lâmina evapotranspirada de 105,56 mm. O consumo total
de água do tratamento T20 foi de 88,23 mm e os tratamentos T25 e T30
tiveram uma lâmina total evapotranspirada de 71,73 e 66,53 mm,
respectivamente.
A evapotranspiração acumulada no tratamento T15 foi maior que a no
tratamento T30 em 58,7 %, que corresponde a uma diferença de 39,02 mm.
Isto evidencia a grande influência que a profundidade do lençol freático teve
na evaporação direta da água do solo, principalmente nos primeiros dias
40
40
após transplantio, e na transpiração da cultura da alface, por a camada do
solo próxima à superfície estar com umidade mais elevada, quando este
processo passou a ser a principal parcela de contribuição na
evapotranspiração da cultura. Portanto, a transpiração, no final do período
vegetativo, foi restringida nos tratamentos com lençol freático mais profundo
principalmente nos tratamentos T25 e T30, onde as alfaces apresentaram
um menor crescimento vegetativo.
0.00
20.00
40.00
60.00
80.00
100.00
120.00
1 2 3 4 5 6 7 8 9 101112131415161718192021222324252627
Dias após transplantio
Evapotranspiração (mm)
T 15 T 20 T 25 T 30
Figura 17 – Evolução da evapotranspiração diária acumulada da cultura da
alface para os tratamentos T15, T20, T25 e T30, na casa de
vegetação, no período vegetativo da cultura depois do
transplantio.
A diferença dos valores de lâmina evapotranspirada nos tratamentos
T25 e T30 foi de apenas 5,20 mm. Nestes tratamentos, a franja capilar se
encontrava mais profunda e, portanto, as camadas superficiais do solo
continham menores teores de água, comparativamente ao T15, o que
proporcionou menor evapotranspiração.
41
41
4.3.2. Evapotranspiração da cultura fora da casa de vegetação
O comportamento da evapotranspiração da cultura da alface, nas
profundidades de lençol freático avaliadas no ambiente externo à casa de
vegetação (T15, T20, T25 e T30) é ilustrado na Figura 18. Os valores de ETc
correspondem a valores médios diários agrupados em cada três dias
durante o período de vegetativo da alface, depois do transplantio.
Os valores diários de evapotranspiração da cultura da alface (ETc),
fora da casa de vegetação, são apresentados no Quadro 5A, para as
profundidades 0,15; 0,20; 25 e 0,30 m de lençol freático nos minilisímetros,
definidas como os tratamentos: T15, T20, T25 e T30, respectivamente.
0.00
1.00
2.00
3.00
4.00
5.00
6.00
3 6 9 121518212427
Dias as transplantio
Evapotranspiração (mm/dia)
T 15 T 20 T 25 T 30
Figura 18 – Comportamento da evapotranspiração diária média da cultura da
alface, agrupada em cada três dias, para os tratamentos T15,
T20, T25 e T30, fora da casa de vegetação, no período
vegetativo da cultura depois do transplantio.
Na Figura 18, observa-se que, praticamente, durante todo o período
vegetativo da alface, o tratamento T15 foi o que apresentou os maiores
valores de evapotranspiração da cultura (ETc), verificando-se o mesmo
comportamento do apresentado no ambiente protegido. Esse
42
42
comportamento foi devido a menor profundidade de lençol freático e as
camadas superficiais encontrarem-se com umidade próxima à de
capacidade de campo, favorecendo a evapotranspiração, tendo a
evaporação como a maior parcela de contribuição na ETc no início do
período vegetativo, e à transpiração, no final do período.
Embora com lençol freático mais profundo, o tratamento T30
apresentou, nas três repetições, valores de evapotranspiração maiores aos
registrados nos tratamentos T20 e T25, durante quase todo o período
experimental, diferentemente do ocorrido dentro da casa de vegetação. Os
minilisímetros com o tratamento T30 ainda apresentaram valores de ETc
maiores aos do tratamento T15, em alguns dias do período. No entanto, o
comportamento da evapotranspiração nos diferentes tratamentos fora da
casa de vegetação apresentou similaridade na forma e distribuição; porém,
as diferenças entre os tratamentos foram menores quando se comparam
seus valores (Figura 18) com os obtidos no ambiente protegido (Figura 16).
A evapotranspiração acumulada da cultura (ETc) da alface, fora da
casa de vegetação, é ilustrada na Figura 19.
0.00
20.00
40.00
60.00
80.00
100.00
120.00
140.00
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27
Dias após transplantio
Evapotranspiração (mm)
T 15 T 20 T 25 T 30
Figura 19 – Evapotranspiração diária acumulada da cultura da alface para os
tratamentos T15, T20, T25 e T30, fora da casa de vegetação, no
período vegetativo da cultura após transplantio.
43
43
Observa-se que os valores de evapotranspiração dos tratamentos
apresentaram menor diferença entre si, em comparação aos valores no
ambiente protegido. Neste caso, a diferença entre o tratamento de maior
consumo sazonal de água (T15) e o de menor consumo (T25) foi de apenas
28,09 mm, representando um valor de 31,2 %.
No tratamento T15 ocorreu a maior ETc acumulada com um valor
igual a 118,05 mm e no tratamento T25 a ETc acumulada foi de 89,97 mm,
sendo aquele tratamento que apresentou a menor lâmina total. Os
tratamentos T20 e T30 apresentaram uma lâmina total evapotranspirada de
97,12 e 112,55 mm, respectivamente.
Observando as Figuras 17 e 19, conclui-se que a evapotranspiração
sazonal da cultura e, portanto, o consumo total de água foi maior no
ambiente externo à casa de vegetação, em todas as profundidades de lençol
freático avaliadas, sendo o consumo sazonal 11,8; 10,1; 25,4 e 69,2 % a
mais no ambiente externo, quando comparados os tratamentos T15, T20,
T25 e T30, respectivamente.
4.3.3. Evapotranspiração da cultura em ambos ambientes
No Quadro 2 é apresentado o resultado do teste de média dos valores
de evapotranspiração da cultura (ETc) de alface, dentro e fora da casa de
vegetação, nas quatro profundidades de lençol freático avaliadas (0,15; 0,20;
0,25 e 0,30 m, representadas pelos tratamentos T15, T20, T25 e T30,
respectivamente) ao longo do período vegetativo da cultura após
transplantio. Cada valor diário de ETc corresponde ao valor médio obtido
das três repetições do tratamento.
A fim de ilustrar os valores de ETc apresentados no Quadro 2, as
Figuras 1A, 2A, 3A e 4A mostram, para os tratamentos T15, T20, T25 e T30,
respectivamente, o comportamento diário da evapotranspiração da cultura,
tanto dentro como fora da casa de vegetação.
De acordo com o teste de média, a 5% de probabilidade pelo teste
Tukey, os valores de ETc dentro da casa de vegetação foram menores que
os obtidos no ambiente externo, nas quatro profundidades de lençol freático
44
44
avaliadas, durante os dias em que existiu diferença significativa entre os dois
ambientes.
Observa-se que nos 20 primeiros dias após o transplantio, coincidente
com os dois primeiros estádios de desenvolvimento da cultura, praticamente
não existiu diferença significativa entre os valores de ETc, quando avaliadas
as duas condições ambientais, principalmente nos tratamentos T15, T20,
T25. No tratamento T30, este comportamento foi até o dia 16 após o
transplantio, com exceção dos dias 1, 4 e 11.
A partir do dia 21 até o 27, coincidente, praticamente, com a última
fase de desenvolvimento vegetativo da cultura, a diferença dos valores de
ETc nos dois tipos de ambiente foi significativa na maior parte dos dias,
sendo a evapotranspiração da cultura menor no ambiente protegido, nas
quatro profundidades de lençol freático avaliadas (0,15; 0,20; 0,25 e 0,30 m).
Os maiores valores de ETc no ambiente externo à casa de vegetação,
principalmente, nos últimos dias do período vegetativo, foi devido ao
aumento do processo transpiratório da cultura, que apresentava maior área
exposta à ação do vento e da radiação solar incidente. Por outro lado, dentro
da casa de vegetação, além das condições ambientais serem favoráveis
para o maior desenvolvimento da cultura, a diferença de pressão de vapor
entre a superfície evaporante e o ambiente circundante era menor em
comparação ao ambiente externo, refletindo na menor evapotranspiração da
cultura.
45
45
Quadro 2 – Valores médios da evapotranspiração da cultura (ETc) de alface,
em mm/dia, para as respectivas combinações de profundidade
de lençol freático: 0,15; 0,20; 0,25 e 0,30 m (tratamentos: T15,
T20, T25 e T30, respectivamente) e ambiente: dentro (Amb. 1) e
fora (Amb. 2) da casa de vegetação, nos 27 dias após
transplantio (DAT)
Amb. 1 Amb. 2 Amb. 1 Amb. 2 Amb. 1 Amb. 2 Amb. 1 Amb. 2
1 2,23B 4,07A 2,23A 3,13A 0,87A 2,13A 1,50B 3,77A
2 3,67A 3,63A 3,03A 2,40A 1,25A 2,03A 2,10A 3,20A
3 3,23A 3,03A 2,63A 2,23A 1,57A 1,77A 1,83A 3,07A
4 4,70A 4,73A 3,57A 3,57A 2,57A 3,17A 2,73B 4,37A
5 4,67A 4,37A 3,23A 3,07A 1,93A 2,60A 2,37A 3,90A
6 4,90A 4,57A 4,00A 3,20A 2,50A 2,90A 2,50A 4,03A
7 4,47A 4,40A 3,90A 3,93A 3,90A 3,70A 3,00A 4,35A
8 4,53A 3,43A 3,00A 3,20A 2,35A 2,93A 2,50A 3,50A
9 3,70A 3,30A 3,55A 3,27A 2,95A 2,80A 2,77A 3,55A
10 4,87A 4,13A 3,30A 3,00A 2,50A 2,53A 2,43A 3,45A
11 4,50A 5,90A 3,20A 4,60A 2,77A 4,30A 2,83B 5,30A
12 3,00A 3,30A 2,27A 2,67A 1,63A 2,90A 1,40A 3,00A
13 1,97A 0,93A 1,57A 1,40A 1,23A 1,63A 1,17A 1,35A
14 2,87A 2,67A 2,20A 2,77A 1,97A 2,50A 1,80A 2,75A
15 3,36A 2,90A 2,60A 2,40A 2,37A 2,13A 2,13A 2,80A
16 4,13A 3,87A 2,95A 3,50A 2,43A 3,13A 2,27A 3,80A
17 4,28A 5,43A 3,95A 4,53A 5,10A 5,43A 2,80B 5,20A
18 4,70A 5,63A 4,45A 4,40A 4,50A 4,27A 3,43B 5,50A
19 4,43A 5,17A 4,05A 4,10A 2,87A 4,33A 2,60B 4,90A
20 4,00A 4,53A 3,23A 3,87A 2,90A 4,00A 2,40B 4,33A
21
4,64B 7,23A 4,35B 5,92A 3,72B 5,80A 3,21B 7,11A
22
3,19A 3,88A 3,22A 2,93A 3,02A 2,93A 2,61A 3,25A
23
4,53B 6,33A 3,95B 5,48A 3,64B 5,06A 2,74B 5,96A
24
4,73B 6,08A 3,58B 5,03A 3,49A 4,73A 3,15B 5,78A
25
4,13A 4,34A 3,73A 3,81A 3,41A 3,60A 2,86B 4,44A
26
3,28B 6,07A 3,57B 5,21A 2,46B 4,71A 3,05B 6,02A
27
2,85B 4,13A 2,92A 3,51A 3,03A 3,10A 2,35B 3,87A
ETc (T30)
DAT
ETc (T15) ETc (T20) ETc (T25)
As médias seguidas de pelo menos uma mesma letra na linha para cada profundidade de
lençol freático não diferem ao nível de 5% de probabilidade pelo teste de Tukey.
46
46
4.4. Coeficiente de ajuste do irrigâmetro modificado
4.4.1. Coeficiente de ajuste dentro da casa de vegetação
A Figura 20 ilustra o comportamento dos valores médios do
coeficiente de ajuste do irrigâmetro modificado (Ki) para a cultura da alface,
agrupados em cada três dias, para os quatro tratamentos avaliados dentro
da casa de vegetação (T15, T20, T25 e T30), obtidos pela relação entre a
ETc, medida nos minilisímetros de lençol freático constante instalados na
casa de vegetação, e a ETo, calculada com os elementos meteorológicos
registrados no ambiente protegido, por meio da equação padrão de Penman-
Monteith.
0.00
0.20
0.40
0.60
0.80
1.00
1.20
1.40
1.60
1.80
0 3 6 9 12 15 18 21 24 27 30
Dias após transplantio
Ki
T15 T20 T25 T30
Figura 20 Valores do coeficiente de ajuste do irrigâmetro modificado (Ki)
para a cultura da alface, agrupada em cada três dias, para os
tratamentos T15, T20, T25 e T30, na casa de vegetação, no
período vegetativo da cultura após o transplantio.
O comportamento dos valores médios de Ki, agrupados em cada três
dias, é representado por meio de equações de regressão polinomiais de
segunda ordem, apresentadas no Quadro 3, com seus respectivos valores
47
47
de coeficiente de determinação (R²), para cada tratamento. A variável
independente está representada pelos dias após o transplantio (d).
Quadro 3 – Equações de regressão ajustadas dos valores do coeficiente de
ajuste do irrigâmetro modificado (Ki) para a cultura da alface,
agrupada em cada três dias, para os tratamentos T15, T20, T25
e T30, na casa de vegetação, no período vegetativo da cultura
após o transplantio.
Tratamentos Equações Ajustadas
T15
0,46930,1084d0,0031d²Ki
+
+
=
0,7532
T20
0,44710,0685d0,0016d²Ki
+
+
=
0,7261
T25
0,02780,0982d0,0023d²Ki
+
+
=
0,8748
T30
0,29570,0552d0,0012d²Ki
+
+
=
0,8261
O tratamento T15 foi o que apresentou os maiores valores de Ki
(Figura 20), seguidos pelos tratamentos T20, T25 e T30, respectivamente,
observando-se este comportamento durante quase todo o período
experimental, com exceção nos primeiros dias, onde os valores de Ki do
tratamento T30 foram maiores que os do tratamento T25.
Os valores médios diários do coeficiente de ajuste do irrigâmetro
modificado, para cada tratamento avaliado dentro da casa de vegetação,
durante o período vegetativo após o transplantio, estão apresentados no
Quadro 6 A.
Na cultura da alface, a fase vegetativa, representada por três estádios
de desenvolvimento, permite a produção de folhas para comércio e
consumo. O quarto estádio representa a fase reprodutiva, sem interesse
comercial para a produção de folhas; portanto, a colheita de cabeças
comerciais é feita no final do terceiro estádio. A delimitação dos três estádios
de desenvolvimento vegetativo da alface, dentro da casa de vegetação, foi
realizada de acordo ao critério de porcentagem de cobertura da planta no
solo.
A duração dos estádios de desenvolvimento foi igual nos quatro
tratamentos, devido a que no primeiro e segundo estádios, as porcentagens
48
48
de cobertura da planta no solo, obtidas por meio de imagens fotográficas dos
tratamentos, apresentavam, em média, valores muito próximos. As
diferenças de tamanho no desenvolvimento da cultura foram manifestadas
no último estádio de desenvolvimento, que teve duração de nove dias,
período em que as alfaces atingiram o seu maior tamanho nos quatro
tratamentos avaliados.
O ciclo vegetativo da cultura, no ambiente protegido, foi de 27 dias,
delimitados em 5, 13 e 9 dias, correspondentes ao primeiro, segundo e
terceiro estádio, respectivamente. Faccioli (1998) obteve período vegetativo
da alface de 39 dias, com 6, 16 e 17 dias, para os estádios I, II, e III,
respectivamente, em casa de vegetação e nas condições edafoclimáticas de
Viçosa, durante os dias 12/05/97 e 17/06/97. A maior duração do ciclo
encontrado por Faccioli (1998) se deve a diferença de variedade e,
sobretudo, de época de cultivo, que foi no outono, onde as temperaturas são
menores e os dias mais curtos, condições que alongam o ciclo vegetativo. Já
Barros Júnior et al. (2004), Trani et al. (2006) e Oliveira et al. (2006),
realizaram a colheita aos 27, 28 e 25 dias após o transplantio, determinando
as características de produção da alface em condições de ambiente
protegido.
Para determinar os valores do coeficiente de ajuste do irrigâmetro
modificado (Ki) para a cultura da alface, em cada estádio de
desenvolvimento vegetativo, foi obtida a média dos valores de Ki médios
diários correspondentes a cada estádio. Estes valores são apresentados no
Quadro 4.
Quadro 4 Valores do coeficiente de ajuste do irrigâmetro modificado (Ki)
para a cultura da alface, por estádio de desenvolvimento
vegetativo, para os tratamentos T15, T20, T25 e T30, dentro da
casa de vegetação, durante o período experimental.
Estádio Ki (T15) Ki (T20) Ki (T25) Ki (T30)
I 0,930,740,410,53
II 1,27 1,02 0,87 0,77
III 1,301,171,030,90
49
49
O tratamento T15 apresentou os maiores valores de Ki nos três
estádios de desenvolvimento da alface, em comparação aos tratamentos
T20, T25 e T30. Este comportamento foi devido aos altos valores de ETc
registrados neste tratamento (Figura 16).
Os menores valores de Ki foram obtidos no tratamento T30, a
exceção do primeiro estádio, onde o tratamento T25 apresentou menor
valor. Este resultado reflete o comportamento da ETc neste dois
tratamentos, nos dias iniciais do período vegetativo.
O solo explorado pelas raízes da cultura transplantada nos
minilisímetros do tratamento T15 encontrava-se na condição potencial, ou
seja, o perfil do solo apresentava umidade próxima à de capacidade de
campo, devido que a franja capilar estava próxima à superfície, em
decorrência da menor profundidade de lençol freático (0,15 m), favorecendo
o aumento do teor de água nas camadas superficiais do solo. Nestas
condições, o valor do coeficiente de déficit de água no solo (Ks) foi unitário
durante todo o período vegetativo da alface. Portanto, os valores do
coeficiente de ajuste do irrigâmetro modificado (Ki) encontrados para o
tratamento T15 representam os valores do coeficiente de cultura (Kc).
Os valores do coeficiente de cultura da alface no primeiro e segundo
estádios, no tratamento T15, foram superiores aos encontrados por Faccioli
(1998). Este autor encontrou valores de 0,51 e 1,00, para o primeiro e
segundo estádios, respectivamente, determinados em lisímetros de lençol
freático constante dentro de casa de vegetação, nas condições
edafoclimáticas de Viçosa - MG. No terceiro estádio, o valor encontrado pelo
autor foi de 1,55, superior ao determinado no presente estudo.
4.4.2. Coeficiente de ajuste fora da casa de vegetação
No ambiente externo à casa de vegetação, os valores do coeficiente
de ajuste do irrigâmetro modificado (Ki) para a cultura da alface foram
calculados dividindo-se os valores de ETc, medida nos minilisímetros de
lençol freático constante, e a ETo, calculada com os elementos
meteorológicos registrados neste ambiente, por meio da equação padrão de
50
50
Penman-Monteith. No Quadro 7A estão apresentados os valores médios
diários do coeficiente de ajuste do irrigâmetro modificado (Ki), para cada
tratamento avaliado fora da casa de vegetação, durante o período vegetativo
após o transplantio.
Na Figura 21 é ilustrado o comportamento do coeficiente de ajuste do
irrigâmetro modificado (Ki) para a cultura da alface, obtido a partir de valores
diários médios, agrupado em cada três dias, para os tratamentos avaliados
no ambiente externo à casa de vegetação (T15, T20, T25 e T30).
0.00
0.20
0.40
0.60
0.80
1.00
1.20
1.40
1.60
1.80
0 3 6 9 12 15 18 21 24 27 30
Dias após transplantio
Ki
T15 T20 T25 T30
Figura 21 Valores do coeficiente de ajuste do irrigâmetro modificado (Ki)
para a cultura da alface, agrupada em cada três dias, para os
tratamentos T15, T20, T25 e T30, fora da casa de vegetação, no
período vegetativo da cultura após o transplantio.
No Quadro 5 observa-se as equações de regressão ajustadas, do tipo
polinomial de segunda ordem, do comportamento dos valores médios de Ki,
agrupadas em cada três dias, para cada tratamento. Apresentam-se também
os valores de coeficiente de determinação (R²). A variável independente está
representada pelos dias após o transplantio (d).
51
51
Quadro 5 – Equações de regressão ajustadas dos valores do coeficiente de
ajuste do irrigâmetro modificado (Ki) para a cultura da alface,
agrupada em cada três dias, para os tratamentos T15, T20, T25
e T30, fora da casa de vegetação, no período vegetativo da
cultura após o transplantio.
Tratamentos Equações Ajustadas
T15
0,44460,0653d0,0011d²Ki
+
+
=
0,6943
T20
0,20020,0821d0,0017d²Ki
+
+
=
0,8292
T25
0,02000,1017d0,0023d²Ki
+
+
=
0,8283
T30
0,36070,0744d0,0014d²Ki
+
+
=
0,7457
Nota-se, na Figura 21, maior proximidade das curvas obtidas para os
quatro tratamentos, quando comparada com as curvas da Figura 20. No
ambiente externo, a variabilidade dos coeficientes de ajuste do irrigâmetro
modificado entre os tratamentos foi menor, refletindo a tendência da
evapotranspiração (Figura 18).
O tratamento T15 apresentou, na maior parte do ciclo vegetativo da
cultura, os maiores valores de Ki, seguidos pelos tratamentos T30, T20 e
T25, respectivamente, sendo este comportamento observado na maior parte
do período experimental. Os valores de Ki obtidos no tratamento T30
chegaram, em alguns dias do período, a ser maiores do que os obtidos no
tratamento T15, devido a relação direta da ETc com o Ki.
A delimitação dos três estádios vegetativos da cultura, no ambiente
externo à casa de vegetação, foi realizada seguindo-se o mesmo critério
aplicado nas condições do ambiente protegido.
O ciclo vegetativo da cultura, no ambiente fora da casa de vegetação,
também foi de 27 dias, delimitados em 6, 14 e 7 dias correspondentes ao
primeiro, segundo e terceiro estádio, respectivamente. Em ambiente externo
à casa de vegetação, nas condições edafoclimáticas de Campinas-SP,
durante setembro a novembro, Hamada e Testezlaf (1995) avaliaram a
produção da alface, cultivar Floresta, alcançando ciclo de 36 dias após
transplantio; já Carvalho et al. (2005) realizaram a colheita da alface, aos 40
52
52
dias após o transplantio, trabalhando com a cultivar Regina 2000 em Ji-
Paraná-RO, durante março a junho.
No Quadro 6 apresentam-se os valores do coeficiente de ajuste do
irrigâmetro modificado (Ki) para a cultura da alface obtidos no ambiente não
protegido, para cada estádio de desenvolvimento vegetativo, nos quatro
tratamentos.
Quadro 6 Valores do coeficiente de ajuste do irrigâmetro modificado (Ki)
para a cultura da alface, por estádio de desenvolvimento
vegetativo, para os tratamentos T15, T20, T25 e T30, fora da
casa de vegetação, durante o período experimental.
Estádio Ki (T15) Ki (T20) Ki (T25) Ki (T30)
I 0,80 0,58 0,48 0,74
II 1,12 0,99 0,96 1,11
III 1,39 1,16 1,09 1,33
Devido aos valores próximos de evapotranspiração da cultura, obtidos
nos tratamentos T15 e T30, observa-se também similaridade nos valores de
Ki, para cada um dos estádios de desenvolvimento.
Ao igual que no ambiente protegido, os valores do coeficiente de
ajuste do irrigâmetro modificado (Ki) encontrados para o tratamento T15, nas
condições de ambiente externo à casa de vegetação, representam os
valores do coeficiente de cultura (Kc), devido que o solo explorado pelas
raízes da cultura transplantada nos minilisímetros encontrava-se na
condição potencial, ou seja, o perfil do solo, em todo o período vegetativo da
cultura, apresentava umidade próxima à de capacidade de campo (Ks=1),
devido à menor profundidade de lençol freático (0,15 m), o que favorecia o
aumento do teor de água nas camadas superficiais do solo.
No ambiente protegido, os valores do coeficiente de cultura (Kc), do
tratamento T15, calculados para o primeiro e segundo estádio de
desenvolvimento foram superiores aos determinados nas condições de
ambiente externo; já no terceiro estádio de desenvolvimento, o valor de Kc
53
53
foi inferior no ambiente protegido, quando comparado com o valor do
ambiente externo.
Nos tratamentos T25 e T30, os valores do coeficiente de ajuste do
irrigâmetro modificado (Ki) foram superiores no ambiente externo, quando
comparado com os valores do ambiente protegido, em todos os estádios de
desenvolvimento. Pelo contrario, no tratamento T20, os valores de Ki foram
inferiores no ambiente externo, em todos os estádios do período vegetativo.
4.4.3. Coeficiente de ajuste dentro da casa de vegetação, usando a ETo
do ambiente externo
A Figura 22 ilustra o comportamento dos valores médios do
coeficiente de ajuste do irrigâmetro modificado (Ki) para a cultura da alface,
agrupados em cada três dias para os tratamentos T15, T20, T25 e T30,
obtidos pela relação entre a ETc, medida nos minilisímetros de lençol
freático constante instalados na casa de vegetação, e a ETo, calculada com
os elementos meteorológicos registrados no ambiente externo, por meio da
equação padrão de Penman-Monteith.
O comportamento dos valores médios de Ki, agrupadas em cada três
dias, é representado por meio de equações de regressão polinomiais de
segunda ordem, apresentadas no Quadro 7. Observam-se também os
valores de coeficiente de determinação (R²), para cada tratamento. A
variável independente, nas equações, está representada pelos dias após o
transplantio (d).
A finalidade de se obter valores de Ki calculados com os dados de
ETo do ambiente externo é de realizar o manejo da irrigação em casa de
vegetação, com os elementos meteorológicos registrados em campo.
No Quadro 8A estão apresentados os valores médios diários do
coeficiente de ajuste do irrigâmetro modificado para a cultura da alface,
dentro da casa de vegetação, para cada tratamento avaliado, calculados
com os valores de ETo do ambiente externo, durante o período vegetativo
após o transplantio.
54
54
0.00
0.20
0.40
0.60
0.80
1.00
1.20
1.40
1.60
0 3 6 9 12 15 18 21 24 27 30
Dias após transplantio
Ki
T15 T20 T25 T30
Figura 22 Valores do coeficiente de ajuste do irrigâmetro modificado (Ki)
para a cultura da alface, agrupada em cada três dias, para os
tratamentos T15, T20, T25 e T30, dentro da casa de vegetação,
usando a ETo do ambiente externo, no período vegetativo da
cultura após o transplantio.
Quadro 7 – Equações de regressão ajustadas dos valores do coeficiente de
ajuste do irrigâmetro modificado (Ki) para a cultura da alface,
agrupada em cada três dias, para os tratamentos T15, T20, T25
e T30, dentro da casa de vegetação, usando a Eto do ambiente
externo, no período vegetativo da cultura após o transplantio.
Tratamentos Equações Ajustadas
T15
0,26900,1086d0,0031d²Ki
+
+
=
0,7160
T20
0,27320,0721d0,0017d²Ki
+
+
=
0,6831
T25
0,04710,0934d0,0023d²Ki
+
+
=
0,8312
T30
0,17410,0572d0,0013d²Ki
+
+
=
0,7645
Na determinação dos valores do coeficiente de ajuste do irrigâmetro
modificado (Ki) para a cultura da alface, em cada estádio de
desenvolvimento vegetativo, foi obtida a média dos valores de Ki médios
diários correspondentes a cada estádio, com os valores de ETo calculados
55
55
para o ambiente externo. Estes resultados são apresentados no Quadro 8.
Como mencionado anteriormente, o ciclo vegetativo da alface dentro da
casa de vegetação foi delimitado em 5, 13 e 9 dias, correspondentes ao
primeiro, segundo e terceiro estádio, respectivamente.
Quadro 8 Valores do coeficiente de ajuste do irrigâmetro modificado (Ki)
para a cultura da alface, por estádio de desenvolvimento
vegetativo, para os tratamentos T15, T20, T25 e T30, dentro da
casa de vegetação, usando a ETo do ambiente externo, durante
o período experimental.
Estádio Ki (T15) Ki (T20) Ki (T25) Ki (T30)
I 0,74 0,59 0,33 0,42
II 1,09 0,87 0,75 0,66
III 1,09 0,99 0,87 0,76
Devido que os valores de ETo do ambiente externo foram superiores
aos da casa de vegetação, nos 27 dias do ciclo vegetativo, os valores de Ki,
calculados com a ETo externa, nas condições do ambiente protegido foram
menores nos três estádios dos quatro tratamentos avaliados, quando
comparados com os valores de Ki no ambiente protegido, calculados com a
ETo deste ambiente.
Como observado no Quadro 8, os valores de Ki foram maiores no
tratamento T15 em comparação aos demais tratamentos, em todos os
estádios da cultura, comportamento similar quando obtidos os valores de Ki
dentro da casa de vegetação com ETo deste ambiente (Quadro 4).
Pela condição potencial do solo explorado pelas raízes da cultura
transplantada nos minilisímetros do tratamento T15, os valores do
coeficiente de ajuste do irrigâmetro modificado (Ki) representam os valores
do coeficiente de cultura (Kc), devido a que o solo, em todo o período
vegetativo, apresentava umidade próxima à de capacidade de campo
(Ks=1), pela menor profundidade de lençol freático.
56
56
4.5. Características de produção da cultura de alface
O resultado do teste de média, das variáveis de produção amostradas
para cada tratamento, nas duas condições ambientais avaliadas, é
apresentado no Quadro 9. Os valores de cada combinação profundidade-
ambiente, em cada uma das variáveis, correspondem ao valor médio obtido
das unidades experimentais de cada tratamento.
Os valores médios das características de produção obtidas na
colheita, em c ada unidade experimental, tanto dentro como fora da casa de
vegetação, estão apresentados no Quadro 9A e 10A, respectivamente.
De acordo com o resultado do teste de médias, a massa fresca da
cabeça (MFCb), no tratamento T15, apresentou diferença significativa, pelo
teste Tukey a 5% de probabilidade, quando comparado os dois tipos de
ambiente. No ambiente protegido, a massa fresca da cabeça foi 27,86%
maior em comparação ao ambiente externo. Nos demais tratamentos (T20,
T25 e T30), a massa fresca da cabeça, comparando-se os dois ambientes,
foi estatisticamente igual.
Em experimento com três cultivares de alface conduzido em três
ambientes: com agrotêxtil na forma de túneis, com agrotêxtil diretamente
sobre as plantas e sem proteção, Oliveira et al. (2006) obtiveram, pelo teste
Tukey a 5 % de probabilidade, maior massa fresca da cabeça no ambiente
com agrotêxtil na forma de túnel, em todas as cultivares. Em experimento
similar, Radin et al. (2004) trabalhando com três cultivares de alface
conduzidas em estufa e campo e realizando medidas semanais após
transplantio, obtiveram aumento, em todas as cultivares, da massa da
matéria fresca e também da massa seca, área foliar e área foliar específica,
dentro do ambiente protegido.
A área foliar (AF) e área foliar específica (AFE), no tratamento T15,
apresentaram diferença significativa, quando comparados os dois tipos de
ambiente, sendo encontrados os maiores valores dentro da casa de
vegetação. Nos tratamentos T20, T25 e T30, essas variáveis de produção
foram estatisticamente iguais nos dois ambientes. Dentro da casa de
vegetação, a área foliar foi 41,54% maior em comparação ao ambiente
externo, quando mantido um lençol freático de 0,15 m.
57
57
No ambiente externo, as folhas do tratamento T15 apresentaram, em
média, maior espessura em comparação às do ambiente protegido, devido
ao menor valor de área foliar específica e por que não foi encontrada, em
todos os tratamentos, diferença significativa na massa seca das folhas
(MSF), quando comparados os dois tipos de ambientes.
Com referência ao número de folhas por planta (NF), os valores
dentro da casa de vegetação foram maiores que os do ambiente externo,
existindo diferença significativa, quando avaliados os tratamentos T15, T20 e
T25; já no tratamento T30, o número de folhas foi estatisticamente igual nos
dois tipos de ambiente. Esses resultados estão em concordância com os de
Radin et al. (2004) que obtiveram maior número de folhas por planta dentro
do ambiente protegido, em três cultivares avaliadas. No entanto, Barros
Junior et al. (2004) não encontraram diferença significativa no número de
folhas por planta, quando avaliados três tipos de cobertura: agrotêxtil
13g/m², agrotêxtil 40g/m² e sem cobertura.
Observa-se que, dentro da casa de vegetação, nos tratamentos T15,
T20, T25 e T30, foram registrados os maiores valores de largura da folha
(LF), em comparação aos encontrados no ambiente externo, pelo teste
Tukey a 5% de probabilidade. Observa-se também que, em todos os
tratamentos, o comprimento da folha (CF) não apresentou diferença
significativa entre os dois ambientes. Portanto, as alfaces dentro da casa de
vegetação apresentaram forma mais arredondada, devido a que a razão
comprimento-largura da folha (CF/LF) apresentou, em todos os tratamentos,
maiores valores no ambiente externo. Menor razão CF/LF é indicativo de
condições ambientais mais favoráveis à cultura, pois condições de estresse,
assim como a passagem para a fase reprodutiva, elevam esta razão
(ABAURRE, 2004).
No tratamento T15, a massa fresca (MFC), a massa seca (MSC) e o
comprimento do caule (CC) apresentaram diferenças significativas, pelo
teste Tukey a 5 % de probabilidade, quando analisados os dois tipos de
ambiente, sendo registrados os maiores valores dentro da casa de
vegetação. Nos demais tratamentos não houve diferença significativa.
Maiores valores de comprimento de caule são indicativos de passagem para
a fase reprodutiva, o que ocorre sob condições de estresse e /ou após
58
58
alcançar o máximo crescimento vegetativo. Portanto, considerando que
nesse tratamento as plantas não estavam sob condições estressantes,
poderá ser deduzido que o ciclo foi acelerado, ou seja, as plantas foram
mais precoces.
Além das variáveis massa seca das folhas (MSF) e comprimento da
folha (CF), não foi encontrada diferença significativa entre os dois tipos de
ambiente, pelo teste Tukey a 5% de probabilidade, também para a massa
fresca da raiz (MFR), a massa seca da raiz (MSR), o diâmetro do caule
(DC), o volume do caule (VC) e o volume da raiz (VR), nos tratamentos T15,
T20, T25 e T30.
Os efeitos das quatro profundidades de lençol freático (0,15; 0,20;
0,25 e 0,30 m), nas características de produção avaliadas, estão
apresentadas no Quadro 10 por meio de equações de regressão ajustadas
para a massa fresca da cabeça (MFCb), a massa fresca do caule (MFC), a
área foliar (AF), o número de folhas por planta (NF), o comprimento da folha
(CF), a largura da folha (LF), o comprimento do caule (CC), a massa seca
das folhas (MSF) e a massa seca do caule (MSC), tanto dentro com fora da
casa de vegetação.
Observa-se que as equações de regressão, para as condições de
ambiente protegido, apresentam um coeficiente de determinação maior do
que apresentado pelas equações do ambiente externo, em todas as
variáveis de produção estudadas. Isto explica que, dentro da casa de
vegetação, a variabilidade nas características de produção da cultura é
melhor explicada, em comparação ao ambiente externo, pelo efeito das
variações nas profundidades do lençol freático.
As regressões para as profundidades de lençol freático avaliadas
(0,15; 0,20; 0,25 e 0,30 m), dentro e fora da casa de vegetação, não tiveram
efeito significativo nas seguintes variáveis de produção: massa fresca da raiz
(MFR), razão comprimento e largura da folha (CF/LF), diâmetro do caule
(DC), volume do caule (VC), volume da raiz (VR), massa seca da raiz (MSR)
e área foliar específica (AFE). Portanto, o comportamento destas variáveis
foi representado por seu valor médio (Quadro 11).
59
59
Quadro 9 – Valores médios das variáveis massa fresca da cabeça (MFCb),
massa fresca da raiz (MFR), massa fresca do caule (MFC), área
foliar (AF), número de folhas por planta (NF), comprimento da
folha (CF), largura da folha (LF), razão comprimento e largura da
folha (CF/LF), comprimento do caule (CC), diâmetro do caule
(DC), volume do caule (VC), volume da raiz (VR), massa seca
das folhas (MSF), massa seca do caule (MSC), massa seca da
raiz (MSR) e área foliar específica (AFE), para as respectivas
combinações de profundidade de lençol freático, em cm, e
ambiente: dentro (Amb. 1) e fora (Amb. 2) da casa de vegetação.
Amb. 1 Amb. 2 Amb. 1 Amb. 2 Amb. 1 Amb. 2 Amb. 1 Amb. 2
15 409,04A 319,91B 12,62A 12,05A 58,99A 38,19B 9116,09A 6440,63B
20 343,42A 318,59A 12,08A 14,77A 42,11A 41,53A 7176,55A 6525,02A
25 332,42A 304,61A 10,90A 13,15A 39,91A 35,43A 7293,01A 6103,32A
30 328,83A 309,04A 11,58A 11,78A 41,91A 34,70A 7047,73A 6480,75A
Amb. 1 Amb. 2 Amb. 1 Amb. 2 Amb. 1 Amb. 2 Amb. 1 Amb. 2
15 51A 41B 24,52A 22,93A 15,95A 13,63B 1,54B 1,68A
20 49A 43B 23,01A 22,54A 15,29A 13,66B 1,51B 1,65A
25 47A 41B 22,26A 22,50A 14,61A 13,02B 1,52B 1,73A
30 47A 43A 22,51A 22,34A 14,26A 13,32B 1,58B 1,68A
Amb. 1 Amb. 2 Amb. 1 Amb. 2 Amb. 1 Amb. 2 Amb. 1 Amb. 2
15 10,95A 7,93B 3,35A 3,08A 50,83A 33,33A 9,67A 7,17A
20 9,35A 8,38A 3,00A 3,22A 39,00A 40,50A 7,50A 8,67A
25 8,75A 7,82A 2,98A 2,98A 36,00A 31,67A 6,67A 8,17A
30 9,23A 7,47A 2,95A 3,05A 39,67A 31,17A 7,67A 6,67A
Amb. 1 Amb. 2 Amb. 1 Amb. 2 Amb. 1 Amb. 2 Amb. 1 Amb. 2
15 9,98A 8,80A 2,67A 1,74B 1,23A 0,98A 914,19A 732,23B
20 9,29A 8,37A 2,06A 1,83A 1,05A 1,08A 770,72A 787,86A
25 8,97A 8,18A 1,94A 1,58A 1,03A 1,09A 812,87A 746,17A
30 8,88A 8,33A 2,00A 1,68A 1,16A 0,93A 795,13A 777,00A
Profundidade
MFC (g/planta) AF (cm²/planta)
Profundidade
Profundidade
AFE (cm²/g/planta)
CC (cm) DC (cm) VC (cm³) VR (cm³)
MSF (g/planta) MSC (g/planta) MSR (g/planta)
NF CF (cm) LF (cm) CF/LF
MFCb (g/planta) MFR (g/planta)
Profundidade
As médias seguidas de pelo menos uma mesma letra na linha para cada variável não
diferem ao nível de 5% de probabilidade pelo teste de Tukey.
60
60
Quadro 10 – Equações de regressão ajustadas das variáveis massa fresca
da cabeça (MFCb), massa fresca do caule (MFC), área foliar
(AF), número de folhas por planta (NF), comprimento da folha
(CF), largura da folha (LF), comprimento do caule (CC), massa
seca das folhas (MSF), massa seca do caule (MSC), em função
das profundidades de lençol freático (P), em cm, para os
respectivos ambientes, dentro (Amb. 1) e fora (Amb. 2) da casa
de vegetação.
Variável Ambiente Equações Ajustadas
Amb. 1
(
)
(
)
0,0412P0,003112,5699Py
=
0,9998
MFCb
(g)
Amb. 2
(
)
P*0,0740exp64,0826299,8385y
+
=
0,8291
Amb. 1
(
)
P*0,5678exp90268,344640,9334y
+
=
0,9955
MFC
(g)
Amb. 2
P0,331144,9118y
=
0,6895
Amb. 1
(
)
(
)
0,0021P0,000114,6580Py
=
0,9951
AF
(cm²)
Amb. 2
P6,02686523,0310y
=
0,2021
Amb. 1
(
)
P0,1200exp27,979946,0863y
+
=
0,9906
NF
Amb. 2
(
)
(
)
0,5897P0,023624,9998Py
=
0,6319
Amb. 1
(
)
P0,2615exp111,371522,3250y
+
=
0,9871
CF
(cm)
Amb. 2
(
)
P0,1751exp8,246122,3277y
+
=
0,9817
Amb. 1
(
)
P0,0499exp6,943512,6766y
+
=
0,9976
LF
(cm)
Amb. 2
(
)
P0,0853exp2,401613,0138y
+
=
0,6991
Amb. 1
(
)
P0,3877exp656,24908,9992y
+
=
0,9742
CC
(cm)
Amb. 2
P0,03938,7850y
=
0,6711
Amb. 1
(
)
P0,1789exp17,40478,7871y
+
=
0,9995
MSF
(g)
Amb. 2
(
)
P0,3656exp130,79358,2588y
+
=
0,9673
Amb. 1
(
)
P0,4299exp444,80271,9667y
+
=
0,9961
MSC
(g)
Amb. 2
(
)
P0,0166exp0,74781,1911y
+
=
0.5395
61
61
Quadro 11 – Valores médios das variáveis: massa fresca da raiz (MFR),
razão comprimento e largura da folha (CF/LF), diâmetro do
caule (DC), volume do caule (VC), volume da raiz (VR), massa
seca da raiz (MSR) e área foliar específica (AFE), para os
respectivos ambientes, dentro (Amb. 1) e fora (Amb. 2) da casa
de vegetação.
Variável Ambiente Equações Ajustadas
Amb. 1
80,11y
=
-
MFR
(g)
Amb. 2
2,941y
=
-
Amb. 1
54,1y
=
-
CF/LF
Amb. 2
68,1y
=
-
Amb. 1
07,3y
=
-
DC
(cm)
Amb. 2
08,3y
=
-
Amb. 1
41,38y
=
-
VC
(cm³)
Amb. 2
17,34y
=
-
Amb. 1
88,7y
=
-
VR
(cm³)
Amb. 2
67,7y
=
-
Amb. 1
1,12y
=
-
MSR
(g)
Amb. 2
02,1y
=
-
Amb. 1
823,23y
=
-
AFE
(cm²/g)
Amb. 2
760,82y
=
-
4.6. Eficiência de uso da água
O Quadro 12 apresenta valores de eficiência de uso de água obtidos
nos tratamentos, nos dois ambientes. Observa-se que o cultivo dentro da
casa de vegetação propiciou melhores eficiências de uso de água que o
cultivo em ambiente externo, dado pelas melhores produtividades de massa
verde e menores lâminas aplicadas. De forma geral, a eficiência de uso de
62
62
água aumentou com a profundidade do lençol freático. Este comportamento
pode ser explicado pela menor perda de água por evaporação direta nos
minilisímetros com lençóis mais profundos e também a menor transpiração
nestes mesmos minilisímetros pela menor umidade do solo explorado pelas
raízes, à exceção do tratamento T30 do ambiente fora da casa de
vegetação, onde, de maneira inexplicável, a eficiência de uso de água
decresceu em relação ao tratamento T25. Aventou-se a possibilidade de
vazamentos na rede hidráulica deste tratamento, mas os resultados, em
todas as repetições, mostraram que o consumo de água neste tratamento
era sempre maior que os apresentados nos tratamentos T25 e T20, tornando
esta possibilidade pouco provável.
Quadro 12 Eficiência de uso da água (EUA) nos tratamentos T15, T20,
T25 e T30, nos duas condições ambientais: dentro (protegido)
e fora (não protegido) da casa de vegetação.
Ambiente Tratamento MFCb Lâmina de irrigação
T15 409,04 105,56 3,87 62,0
T20 343,42 88,23 3,89 62,3
T25 332,42 71,73 4,63 74,1
T30 328,83 66,53 4,94 79,1
T15 319,91 118,05 2,71 43,4
T20 318,59 97,12 3,28 52,5
T25 304,61 89,97 3,39 54,2
T30 309,04 112,55 2,75 43,9
Protegido
Não protegido
EUA
---------
mm
----------
----
g
-----
-
g/mm
- -
Kg/m³
-
O tratamento de melhor eficiência de uso de água foi o T30, do
ambiente protegido, com 4,94 gramas de matéria fresca por mm de água
(79,1 kg/m³) mostrando que nesta profundidade as perdas por
evapotranspiração são menores, otimizando o consumo de água, porém
com menores produtividades de matéria fresca. Neste tratamento de melhor
eficiência de uso de água, o volume de água para se produzir um pé de
alface foi de 4,16 L ou um consumo de 665,3 m
3
/ha.
63
63
O tratamento T15 fora da casa de vegetação apresentou a menor
eficiência de uso da água, com uma produção 2,71 gramas de matéria
fresca por mm de água (43,4 kg/m³), observando-se as maiores perdas por
evapotranspiração nesta profundidade. Já no ambiente protegido, nesta
mesma profundidade de lençol freático, observa-se eficiência maior, quando
comparada com o ambiente externo, produzindo-se 3,87 gramas por mm de
água (62,0 kg/m³), além da produção de massa fresca da cabeça ser
também maior.
64
64
5 - CONCLUSÕES
A evapotranspiração sazonal da cultura de alface foi menor no
ambiente protegido quando comparado com o ambiente externo.
Nas duas condições ambientais, a evapotranspiração da cultura (ETc)
diminuiu com a profundidade de lençol freático, com exceção do tratamento
T30 do ambiente externo.
Dentro da casa de vegetação, os valores do coeficiente de cultura
(Kc) para o primeiro, segundo e terceiro estádio foram de 0,93; 1,27 e 1,30,
respectivamente, com um lençol freático mantido a 0,15 m de profundidade.
Fora da casa de vegetação os valores do coeficiente de cultura (Kc)
para o primeiro, segundo e terceiro estádio foram de 0,80; 1,12 e 1,39,
respectivamente, com um lençol freático mantido a 0,15 m de profundidade.
Usando os valores de ETo obtidos no ambiente externo, os valores do
coeficiente de cultura (Kc) dentro da casa de vegetação foram de 0,74; 1,09
e 1,09 para o primeiro, segundo e terceiro estádio, respectivamente, quando
mantido um lençol freático a 0,15 m de profundidade.
Não houve diferenças significativas entre massa fresca da cabeça,
área folhar, área folhar específica e massa fresca, massa seca e
comprimento do caule nos dois ambientes, à exceção do T15 que
apresentou maiores valores no ambiente protegido.
O número de folhas por planta e a largura das folhas foram maiores
no ambiente protegido, em comparação ao ambiente externo.
65
65
A eficiência de uso de água (EUA), de forma geral, aumentou com a
profundidade do lençol freático, obtendo-se as maiores eficiências dentro da
casa de vegetação.
66
66
6 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ABAURRE, M. E. O. Crescimento e produção de duas cultivares da
alface sob malhas termorrefletoras e difusora no cultivo de verão.
Viçosa, MG: UFV, Impr. Univ., 2004. 79 f. Tese (Mestrado em Fitotecnia) –
Universidade Federal de Viçosa, Viçosa.
ALLEN, R. G.; PEREIRA, L. S.; RAES, D.; SMITH, M.
Crop
evapotranspiration - Guidelines for computing crop water requirements.
FAO Irrigation and drainage paper 56, FAO, Rome, 1998.
ANDRADE JÚNIOR, A. S.; KLAR, A. E. Manejo da irrigação da cultura da
alface (
Lactuca sativa L.) através do tanque classe A. Scientia Agrícola,
Piracicaba, v. 54, n. 1-2, 1997.
AZEVEDO, B. M.
Evapotranspiração de referência obtida com a razão de
Bowen, lisímetro de pesagem e equação de Penman-Monteith
utilizando sistemas automáticos
. Piracicaba, SP: ESALQ/USP, Imp. Univ.,
1999. 81 f. Tese (Doutorado em Agronomia) - Escola Superior de Agricultura
“Luiz de Queiroz”, Universidade de São Paulo, Piracicaba.
BARROS JÚNIOR, A. P.; GRANGEIRO, L. C.; BEZERRA NETO, F.;
NEGREIROS, M. Z.; SOUZA, J. O.; AZEVEDO, P. E.; MEDEIROS, D. C.
Cultivo da alface em túneis baixos de agrotêxtil.
Horticultura Brasileira,
Brasília, v. 22, n. 4, p. 801-803, 2004.
BECKMANN, M. Z.; DUARTE, G. R. B.; PAULA, V. A.; MENDEZ, M. E. G.;
PEIL, R. M. N. Radiação solar em ambiente protegido cultivado com
tomateiro nas estações verão-outono do Rio Grande do Sul.
Ciência Rural,
Santa Maria, v. 36, n. 1, p. 86–92, 2006.
BERNARDO, S.; SOARES, A. A.; MANTOVANI, E. C.
Manual de irrigação.
8 ed. Viçosa: UFV, 2006. 625p.: il.
67
67
BOAS, R. C. V.; CARVALHO, J. A.; GOMES, L. A. A.; SOUZA, K. J.;
RODRIGUES, R. C.; SOUSA, A. M. G. Efeito da irrigação no
desenvolvimento da alface crespa, em ambiente protegido, em Lavras, MG.
Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, Campina Grande,
v. 11, n. 4, p. 393-397, 2007.
BURIOL, G. A.; LUZZA, J.; HELDWEIN, A. B.; STRECK, N. A. Evaporação
d’água em estufas plásticas e sua relação com o ambiente externo: 1 –
avaliação com o uso do tanque classe A e do evaporímetro de Piche
.
Revista Brasileira de Agrometeorologia, Santa Maria, v. 9, n. 1, p. 35-41,
2001.
CALIMAN, F. R. B.; SILVA, D. J. H.; FONTES, P. C. R.; STRINGHETA, P.
C.; MOREIRA, G. R.; CARDOSO, A. A. Avaliação de genótipos de tomateiro
cultivados em ambiente protegido e em campo nas condições
edafoclimáticas de Viçosa.
Horticultura Brasileira, Brasília, v. 23, n. 2, p.
255-259, 2005.
CARVALHO, J. E.; ZANELLA, F.; MOTA, J. H.; LIMA, A. L. S. Cobertura
morta do solo no cultivo de alface cv. Regina 2000, em Ji-Paraná/RO.
Revista Ciência e Agrotecnologia, Lavras, v. 29, n. 5, p. 935-939, 2005.
CASTELLANE, P. D.; NICOLOSI, W. M.; HASEGAWA, M.
Produção de
sementes de hortaliças. Jaboticabal, FCAV/FUNEP, 1990. 261p.:il.
CURI, S.; CAMPELO JÚNIOR, J. H. Necessidades hídricas da cultura do
feijoeiro (
Phaseolus vulgaris, L.) na baixada Cuiabana. Revista Brasileira
de Agrometeorologia, Santa Maria, v. 9, n. 1, p. 59-65, 2001.
DALMAGO, G. A.; HELDWEIN, A. B.; NIED, A. H.; GRIMM, E. L.; PIVETTA,
C. R. Evapotranspiração máxima da cultura de pimentão em estufa plástica
em função da radiação solar, da temperatura, da umidade relativa e do
déficit de saturação do ar.
Ciência Rural, Santa Maria, v. 36, n. 3, p. 785-
792, 2006.
DOORENBOS, J.; PRUITT, W. O.
Guidelines for predicting crop water
requirements.
FAO Irrigation and drainage paper 24, FAO, Rome, 1977.
FACCIOLI, G. G.
Determinação da evapotranspiração de referência e da
cultura da alface em condições de casa de vegetação, em Viçosa, MG.
Viçosa, MG: UFV, Impr. Univ., 1998. 85 f. Tese (Mestrado em Engenharia
Agrícola) – Universidade Federal de Viçosa, Viçosa.
FARIAS, J. R. B.; BERGAMASCHI, H.; MARTIN, S. R. Evapotranspiração no
interior de estufas plásticas.
Revista Brasileira de Agrometeorologia.
Santa Maria, v. 2, p. 17-22, 1994.
68
68
FELTRIM, A. L.; CECÍLIO FILHO, A. B; REZENDE, B. L. A.; BARBOSA, J.
C. Produção de chicória em função do período de cobertura com tecido de
polipropileno.
Horticultura Brasileira. Jaboticabal, v. 24, n. 2, p. 249-254,
2006
FERNANDES, C.; CORÁ J. E.; ARAÚJO J. A. C. Utilização do tanque classe
A para a estimativa da evapotranspiração de referência dentro de casa de
vegetação.
Engenharia Agrícola. Jaboticabal, v. 24, n. 1, p. 46-50, 2004.
FILGUEIRA, F. A. R.
Novo manual de olericultura: agrotecnologia
moderna na produção e comercialização de hortaliças. 2 ed. rev. e ampl.
Viçosa: UFV, 2005. 412p.:il.
GALVANI, E.; ESCOBEDO, J. F.; CUNHA, A. R.; KLOSOWSKI, E. S.
Estimativa do índice de área foliar e da produtividade de pepino em meio
protegido - cultivos de inverno e de verão.
Revista Brasileira de
Engenharia Agrícola e Ambiental
, Campina Grande, v. 11, n. 1, p. 17–29,
2007.
HAMADA, E.; TESTEZLAF, R. Desenvolvimento e produtividade da alface
submetida a diferentes lâminas de água através da irrigação por
gotejamento.
Revista de Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, v. 30,
n. 9, p. 1201–1209, 1995.
KELLER, J.; BLIESNER, R. D.;
Sprinkle and trickle irrigation. Avibook
New York, 1990. 652p.
LULU, J.; CASTRO, J. V.; PEDRO JÚNIOR, M. J. Efeito do microclima na
qualidade da uva de mesa ‘romana’ (A 1105) cultivada sob cobertura
plástica.
Revista Brasileira Fruticultura, Jaboticabal, v. 27, n. 3, p. 422-
425, 2005.
MATERÁN F. J. V.
Tecnologia do irrigâmetro® aplicada em minilisímetro
e lisímetro com lençol freático constante para determinação da
evapotranspiração de referência. Viçosa, MG: UFV, Impr. Univ., 2006. 96
f. Tese (Doutorado em Engenharia Agrícola) – Universidade Federal de
Viçosa, Viçosa.
MATZENAUER, R.; BERGAMASCHI, H.; BERLATO, M. A.
Evapotranspiração da cultura do milho. II - relações com a evaporação do
tanque classe “A”, com a evapotranspiração de referência e com a radiação
solar global, em três épocas de semeadura.
Revista Brasileira de
Agrometeorologia, Santa Maria, v. 6, n. 1, p. 15-21, 1998.
MEDEIROS, A. T.
Estimativa da evapotranspiração de referência a partir
da equação de Penman-Monteith, de medidas lisimétricas e de
equações empíricas, em Paraipaba, CE. Piracicaba, SP: ESALQ/USP,
Imp. Univ., 2002. 103 f. Tese (Doutorado em Agronomia) - Escola Superior
de Agricultura “Luiz de Queiroz”, Universidade de São Paulo, Piracicaba.
69
69
MENDONÇA, J. C.; SOUSA, E. F.; BERNARDO, S.; DIAS, G. P.; GRIPPA,
S. Comparação entre métodos de estimativa da evapotranspiração de
referência (ETo) na região Norte Fluminense, RJ.
Revista Brasileira de
Engenharia Agrícola e Ambiental, Campina Grande, v. 7, n. 2, p. 275-279,
2003.
MENDONÇA, J. C.; SOUSA, E. F.; BERNARDO, S.; SUGAWARA, M. T.;
PEÇANHA, A. L.; GOTTARDO, R. D. Determinação do coeficiente cultural
(Kc) do feijoeiro (Phaseolus vulgaris L.), em Campos dos Goytacazes, RJ.
Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, Campina Grande,
v. 11, n. 5, p. 471-475, 2007.
OLIVEIRA, A. C. B.; SEDIYAMA, M. A. N.; PEDROSA, M. W.; GARCIA, N.
C. P.; GARCIA, S. L .R. Divergência genética e descarte de variáveis em
alface cultivada sob sistema hidropônico.
Acta Scientiarum, Maringá, v. 26,
n. 2, p. 211-217, 2004.: il.
OLIVEIRA, R. A.; RAMOS, M. M.;
Manual do Irrigâmetro. Viçosa-MG,
2008. 144p.
OLIVEIRA, R. A.; ROCHA, I. S.; SEDIYAMA G. C.; PUIATTI, M.; CECON, P.
R.; SILVEIRA, S. F. R. Coeficientes de cultura da cenoura nas condições
edafoclimáticas do Alto Paranaíba, no Estado de Minas Gerais.
Revista
Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, Campina Grande, v. 7, n.
2, p. 280-284, 2003.
OLIVEIRA, S. K. L.; GRANGEIRO, L. C.; NEGREIROS, M. Z.; SOUZA, B. S.;
SOUZA, S. R. R. Cultivo da alface com proteção de agrotêxtil em condições
de altas temperaturas e luminosidade.
Revista Caatinga, Mossoró, v. 19, n.
2, p. 112-116, 2006.
OTTO, R. F.; REGHIN, M. Y.; SÁ, G. D. Utilização do ‘não tecido’ de
polipropileno como proteção da cultura da alface durante o inverno de Ponta
Grossa – PR.
Horticultura Brasileira, Brasília, v. 19, n. 1, p. 49-52, 2001.
PEREIRA, A. R.; SANTIAGO, A. V.; MAGGIOTTO, S. R.; FOLEGATTI M. V.
Problemas operacionais com lisímetro de pesagem durante a estação
chuvosa e em dias secos com rajadas de vento.
Revista Brasileira de
Agrometeorologia
, Santa Maria, v. 10, n. 1, p. 51-56, 2002.
PEREIRA, A. V.; OTTO, R. F.; REGHIN, M. Y. Respostas do feijão-vagem
cultivado sob proteção com agrotêxtil em duas densidades de plantas.
Horticultura Brasileira, Brasília, v. 21, n. 3, p. 564-569, 2003.
RADIN, B.; REISSER JÚNIOR, C.; MATZENAUER, R.; BERGAMASCHI, H.
Crescimento de cultivares de alface conduzidas em estufa e a campo.
Horticultura Brasileira, Brasília, v. 22, n. 2, p. 178-181, 2004.
70
70
REZENDE, F. C.; ALVES, D. R. B.; FURLAN, R. A.; PASSOS, K. S.;
FRIZZONE, J. A.; FOLEGATTI, M. V. Determinação da evaporação em casa
de vegetação utilizando tanque reduzido e atmômetro
. Irriga, Botucatu, v. 9,
n. 3, p. 282-288, 2004.
RIBEIRO, A. C.; GUIMARÃES, P. T. G.; ALAVAREZ V., V. H.
Recomendações para o uso de corretivos e fertilizantes em Minas
Gerais. 5 ed. Viçosa, MG, 1999. 359p.:il.
ROCHA, O. C.; GUERRA, A. F.; AZEVEDO, H. M. Ajuste do modelo
Chistiansen-Hargreaves para estimativa da evapotranspiração do feijão no
cerrado.
Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental,
Campina Grande, v. 7, n. 2, p. 263-268, 2003.
SANDRI, D.; MATSURAS, E. E.; TESTEZLAF, R. Desenvolvimento da alface
Elisa em diferentes sistemas de irrigação com água residuária.
Revista
Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental
, Campina Grande, v. 11, n.
1, p. 17–29, 2007.
SANTOS, R. F.; BOAS, M. A. V.; KLAR, A. E. Alterações em variáveis
agrometeorológicas pelo uso de estufa plástica.
Irriga, Botucatu, v. 7, n. 2, p.
130–141, 2002.
SENTELHAS, P. C.
Estimativa diária da evapotranspiração de referência
com dados de estação meteorológica convencional e automática.
Piracicaba, SP: ESALQ/USP, Imp. Univ., 1998. 97 f. Tese (Doutorado em
Agronomia) - Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, Universidade
de São Paulo, Piracicaba.
SILVA, E. T.; BYLLARDT, L. V. B.; GOMES, S.; WOLF, G. D.
Comportamento da temperatura do ar sob condições de cultivo em ambiente
protegido. Revista Acadêmica: ciências agrárias e ambientais, Curitiba, v. 1,
n. 1, p. 51-54, 2003.
SOARES, W. R.; SEDIYAMA, G. C.; RIBEIRO, A.; COSTA, J. M. N.
Dependência do coeficiente de cultura no estádio inicial de desenvolvimento
(Kc
ini
) à lâmina de irrigação e textura do solo. Revista Brasileira de
Engenharia Agrícola e Ambiental
, Campina Grande, v. 5, n. 1, p. 23-27,
2001.
TAGLIAFERRE C.
Desempenho do irrigâmetro e de dois
minievaporímetros para estimativa da evapotranspiração de referência.
Viçosa, MG: UFV, Impr. Univ., 2006. 99 f. Tese (Doutorado em Engenharia
Agrícola) – Universidade Federal de Viçosa, Viçosa.
TRANI, P. E.; NOVO, M. C. S. S.; CAVALLARO JÚNIOR, M. L.;
GONÇALVES, C.; MAGGIO, M. A.; GIUSTO, A. B.; VAILATI, M. L.
Desempenho de cultivares de alface sob cultivo protegido.
Bragantia,
Campinas, v. 65, n. 3, p. 441-445, 2006.
71
71
7 - APÊNDICES
72
72
APÊNDICE A
Quadro 1A – Valores diários de temperatura média (T méd.), temperatura
máxima (T Max.), temperatura mínima (T mín), umidade
relativa média (Ur méd.), e radiação solar média (Rad méd.),
registrados dentro da casa de vegetação, durante o período
experimental.
Ano Mês Dia Td. Tx. Tn. Urd. Radd.
%w/m²
2007 12 25 23,3 32,6 16,3 72 228,6
2007 12 26 23,4 31,7 16,8 71 260,2
2007 12 27 23,9 34,9 16,3 74 210,2
2007 12 28 25,3 34,8 18,6 71 218,0
2007 12 29 24,8 34,8 16,7 68 269,3
2007 12 30 24,1 33,8 16,8 68 260,9
2007 12 31 24,3 37,7 15,6 70 229,3
2008 1 1 24,7 38,0 16,4 72 244,8
2008 1 2 24,3 34,3 17,8 70 233,6
2008 1 3 23,6 32,3 16,1 69 244,8
2008 1 4 22,5 32,2 15,0 71 215,2
2008 1 5 23,1 34,2 14,0 68 205,9
2008 1 6 21,0 24,2 19,2 93 44,5
2008 1 7 22,6 32,6 19,1 84 121,9
2008 1 8 24,0 32,6 18,6 77 142,8
2008 1 9 21,0 30,2 16,5 87 148,7
2008 1 10 22,1 31,1 15,7 83 190,2
2008 1 11 23,5 33,8 18,5 79 200,2
2008 1 12 23,3 31,5 17,2 78 185,8
2008 1 13 23,6 31,2 20,2 78 117,4
2008 1 14 23,7 32,3 18,6 74 208,0
2008 1 15 22,2 32,9 15,5 79 183,7
2008 1 16 22,3 30,7 16,5 75 203,1
2008 1 17 22,9 32,1 16,5 77 176,4
2008 1 18 23,5 31,6 18,1 81 159,7
2008 1 19 25,8 33,2 20,6 74 197,3
2008 1 20 25,5 35,2 19,9 76 196,6
-----------------
°C
-----------------
73
73
Quadro 2A – Valores diários de temperatura média (T méd.), temperatura
máxima (T Max.), temperatura mínima (T mín), umidade
relativa média (Ur méd.), velocidade do vento média (Vv méd.)
radiação solar média (Rad méd.) e precipitação (Prec.),
registrados fora da casa de vegetação, durante o período
experimental.
Ano Mês Dia T méd. T máx. T mín. Ur méd. Vv méd. Rad méd. Prec.
%m/sw/m²mm
2007 12 25 22,1 29,0 16,2 78 0,8 301,8
0,0
2007 12 26 22,4 29,3 16,7 75 1,0 358,3
0,0
2007 12 27 22,5 30,7 16,2 80 0,6 280,9
0,2
2007 12 28 23,7 30,8 18,4 78 0,7 270,5
0,0
2007 12 29 23,2 30,9 16,4 74 0,8 370,2
0,2
2007 12 30 22,6 30,2 16,8 76 1,1 356,6
0,0
2007 12 31 22,5 32,6 15,3 78 0,8 294,0
0,2
2008 1 1 22,9 32,6 15,9 79 0,6 327,5
12,8
2008 1 2 22,6 29,1 17,4 77 0,8 317,3
0,2
2008 1 3 22,2 29,3 16,0 74 1,0 354,4
0,2
2008 1 4 21,3 29,2 14,9 76 0,9 275,2
0,2
2008 1 5 21,8 30,3 14,0 74 0,9 265,5
0,2
2008 1 6 20,4 21,5 19,1 92 0,4 51,6
20,0
2008 1 7 21,1 26,7 19,1 89 0,3 147,3
2,2
2008 1 8 22,4 28,7 18,4 83 0,3 161,5
6,8
2008 1 9 20,0 26,6 16,5 89 0,7 168,0
7,2
2008 1 10 21,2 27,9 15,6 86 0,9 226,1
0,4
2008 1 11 22,6 29,6 18,6 83 0,8 242,2
0,0
2008 1 12 22,5 28,4 17,3 82 0,9 231,8
0,2
2008 1 13 22,5 26,9 20,2 83 0,5 138,6
0,0
2008 1 14 22,4 28,9 18,6 79 0,7 246,7
0,0
2008 1 15 20,6 28,1 15,4 84 0,4 223,4
13,2
2008 1 16 21,2 27,9 16,7 79 0,9 269,7
0,4
2008 1 17 22,2 30,2 16,8 80 1,0 241,0
2,0
2008 1 18 22,4 29,2 18,2 85 0,5 190,7
0,4
2008 1 19 24,7 31,6 20,8 80 0,7 247,8
0,4
2008 1 20 24,2 31,3 20,0 80 0,6 252,3
11,4
-------------
°C
---------------
-
74
74
Quadro 3A – Valores diários de evapotranspiração de referência (ETo)
registrados dentro (ETo interno) e fora (ETo externo) da casa
de vegetação, durante o período experimental.
Ano Mês Dia ETo interno ETo externo
2007 12 25
3,81 4,69
2007 12 26
4,22 5,58
2007 12 27
3,61 4,48
2007 12 28
3,78 4,47
2007 12 29
4,47 5,93
2007 12 30
4,28 5,63
2007 12 31
3,94 4,76
2008 1 1
4,24 5,21
2008 1 2
3,94 4,95
2008 1 3
4,00 5,49
2008 1 4
3,53 4,33
2008 1 5
3,43 4,30
2008 1 6
0,96 1,10
2008 1 7
2,25 2,49
2008 1 8
2,59 2,78
2008 1 9
2,57 2,70
2008 1 10
3,21 3,54
2008 1 11
3,46 3,96
2008 1 12
3,19 3,78
2008 1 13
2,20 2,51
2008 1 14
3,52 4,01
2008 1 15
3,12 3,49
2008 1 16
3,35 4,19
2008 1 17
3,03 3,97
2008 1 18
2,83 3,19
2008 1 19
3,49 4,27
2008 1 20
3,51 4,26
-----------------
mm
----------------
75
75
Quadro 4A – Valores diários de evapotranspiração da cultura (ETc) da
alface, para os tratamentos T15, T20, T25 e T30, medidos
dentro da casa de vegetação, durante o período experimental.
Ano Mês Dias ETc (T15) ETc (T20) ETc (T25) ETc (T30)
2007 12
25
2,23 2,23 0,87 1,50
2007 12
26
3,67 3,03 1,25 2,10
2007 12
27
3,23 2,63 1,57 1,83
2007 12
28
4,70 3,57 2,57 2,73
2007 12
29
4,67 3,23 1,93 2,37
2007 12
30
4,90 4,00 2,50 2,50
2007 12
31
4,47 3,90 3,90 3,00
2008 1
1
4,53 3,00 2,35 2,50
2008 1
2
3,70 3,55 2,95 2,77
2008 1
3
4,87 3,30 2,50 2,43
2008 1
4
4,50 3,20 2,77 2,83
2008 1
5
3,00 2,27 1,63 1,40
2008 1
6
1,97 1,57 1,23 1,17
2008 1
7
2,87 2,20 1,97 1,80
2008 1
8
3,36 2,60 2,37 2,13
2008 1
9
4,13 2,95 2,43 2,27
2008 1
10
4,28 3,95 3,90 2,80
2008 1
11
4,70 4,45 4,50 3,43
2008 1
12
4,43 4,05 2,87 2,60
2008 1
13
4,00 3,23 2,90 2,40
2008 1
14
4,64 4,35 3,72 3,21
2008 1
15
3,19 3,22 3,02 2,61
2008 1
16
4,53 3,95 3,64 2,74
2008 1
17
4,73 3,58 3,49 3,15
2008 1
18
4,13 3,73 3,41 2,86
2008 1
19
3,28 3,57 2,46 3,05
2008 1
20
2,85 2,92 3,03 2,35
----------------------------
mm
------------------------------
76
76
Quadro 5A – Valores diários de evapotranspiração da cultura (ETc) da alface
para os tratamentos T15, T20, T25 e T30, medidos fora da
casa de vegetação, durante o período experimental.
Ano Mês Dias ETc (T15) ETc (T20) ETc (T25) ETc (T30)
2007 12
25
4,07 3,13 2,13 3,77
2007 12
26
3,63 2,40 2,03 3,20
2007 12
27
3,03 2,23 1,77 3,07
2007 12
28
4,73 3,57 3,17 4,37
2007 12
29
4,37 3,07 2,60 3,90
2007 12
30
4,57 3,20 2,90 4,03
2007 12
31
4,40 3,93 3,70 4,35
2008 1
1
3,43 3,20 2,93 3,50
2008 1
2
3,30 3,27 2,80 3,55
2008 1
3
4,13 3,00 2,53 3,45
2008 1
4
5,90 4,60 4,30 5,30
2008 1
5
3,30 2,67 2,90 3,00
2008 1
6
0,93 1,40 1,63 1,35
2008 1
7
2,67 2,77 2,50 2,75
2008 1
8
2,90 2,40 2,13 2,80
2008 1
9
3,87 3,50 3,13 3,80
2008 1
10
5,43 4,53 4,27 5,20
2008 1
11
5,63 4,40 4,27 5,50
2008 1
12
5,17 4,10 4,33 4,90
2008 1
13
4,53 3,87 4,00 4,33
2008 1
14
7,23 5,92 5,80 7,11
2008 1
15
3,88 2,93 2,93 3,25
2008 1
16
6,33 5,48 5,06 5,96
2008 1
17
6,08 5,03 4,73 5,78
2008 1
18
4,34 3,81 3,60 4,44
2008 1
19
6,07 5,21 4,71 6,02
2008 1
20
4,13 3,51 3,10 3,87
-----------------------------
mm
-----------------------------
77
77
Quadro 6A – Valores diários do coeficiente de ajuste do irrigâmetro
modificado (Ki) para a cultura da alface, dentro da casa de
vegetação, para os tratamentos T15, T20, T25 e T30, durante o
período experimental.
Ano Mês Dias Ki (T15) Ki (T20) Ki (T25) Ki (T30)
2007 12
25 0,59 0,59 0,23 0,39
2007 12
26 0,87 0,72 0,30 0,50
2007 12
27 0,90 0,73 0,43 0,51
2007 12
28 1,24 0,94 0,68 0,72
2007 12
29 1,04 0,72 0,43 0,53
2007 12
30 1,14 0,93 0,58 0,58
2007 12
31 1,13 0,99 0,99 0,76
2008 1
1 1,07 0,71 0,55 0,59
2008 1
2 0,94 0,90 0,75 0,70
2008 1
3 1,22 0,83 0,63 0,61
2008 1
4 1,27 0,91 0,78 0,80
2008 1
5 0,87 0,66 0,48 0,41
2008 1
6 2,05 1,63 1,28 1,22
2008 1
7 1,27 0,98 0,87 0,80
2008 1
8 1,30 1,00 0,91 0,82
2008 1
9 1,61 1,15 0,95 0,88
2008 1
10 1,33 1,23 1,21 0,87
2008 1
11 1,36 1,29 1,30 0,99
2008 1
12 1,39 1,27 0,90 0,82
2008 1
13 1,82 1,47 1,32 1,09
2008 1
14 1,32 1,23 1,06 0,91
2008 1
15 1,02 1,03 0,97 0,84
2008 1
16 1,35 1,18 1,09 0,82
2008 1
17 1,56 1,18 1,15 1,04
2008 1
18 1,46 1,32 1,21 1,01
2008 1
19 0,94 1,02 0,71 0,87
2008 1
20 0,81 0,83 0,86 0,67
78
78
Quadro 7A – Valores diários do coeficiente de ajuste do irrigâmetro
modificado (Ki) para a cultura da alface, fora da casa de
vegetação, para os tratamentos T15, T20, T25 e T30, durante o
período experimental.
Ano Mês Dias Ki (T15) Ki (T20) Ki (T25) Ki (T30)
2007 12
25 0,87 0,67 0,45 0,80
2007 12
26 0,65 0,43 0,36 0,57
2007 12
27 0,68 0,50 0,39 0,68
2007 12
28 1,06 0,80 0,71 0,98
2007 12
29 0,74 0,52 0,44 0,66
2007 12
30 0,81 0,57 0,52 0,72
2007 12
31 0,92 0,83 0,78 0,91
2008 1
1 0,66 0,61 0,56 0,67
2008 1
2 0,67 0,66 0,57 0,72
2008 1
3 0,75 0,55 0,46 0,63
2008 1
4 1,36 1,06 0,99 1,22
2008 1
5 0,77 0,62 0,67 0,70
2008 1
6 0,85 1,27 1,48 1,23
2008 1
7 1,07 1,11 1,00 1,10
2008 1
8 1,04 0,86 0,77 1,01
2008 1
9 1,43 1,30 1,16 1,41
2008 1
10 1,53 1,28 1,21 1,47
2008 1
11 1,42 1,11 1,08 1,39
2008 1
12 1,37 1,08 1,15 1,30
2008 1
13 1,81 1,54 1,59 1,73
2008 1
14 1,80 1,48 1,45 1,77
2008 1
15 1,11 0,84 0,84 0,93
2008 1
16 1,51 1,31 1,21 1,42
2008 1
17 1,53 1,27 1,19 1,46
2008 1
18 1,36 1,19 1,13 1,39
2008 1
19 1,42 1,22 1,10 1,41
2008 1
20 0,97 0,82 0,73 0,91
79
79
Quadro 8A – Valores diários do coeficiente de ajuste do irrigâmetro
modificado (Ki) para a cultura da alface, dentro da casa de
vegetação, usando a ETo do ambiente externo, para os
tratamentos T15, T20, T25 e T30, durante o período
experimental.
Ano Mês Dias Ki (T15) Ki (T20) Ki (T25) Ki (T30)
2007 12
25 0,48 0,48 0,19 0,32
2007 12
26 0,66 0,54 0,22 0,38
2007 12
27 0,72 0,59 0,35 0,41
2007 12
28 1,05 0,80 0,57 0,61
2007 12
29 0,79 0,55 0,33 0,40
2007 12
30 0,87 0,71 0,44 0,44
2007 12
31 0,94 0,82 0,82 0,63
2008 1
1 0,87 0,58 0,45 0,48
2008 1
2 0,75 0,72 0,60 0,56
2008 1
3 0,89 0,60 0,46 0,44
2008 1
4 1,04 0,74 0,64 0,65
2008 1
5 0,70 0,53 0,38 0,33
2008 1
6 1,79 1,42 1,12 1,06
2008 1
7 1,15 0,88 0,79 0,72
2008 1
8 1,21 0,94 0,85 0,77
2008 1
9 1,53 1,09 0,90 0,84
2008 1
10 1,21 1,12 1,10 0,79
2008 1
11 1,19 1,12 1,14 0,87
2008 1
12 1,17 1,07 0,76 0,69
2008 1
13 1,59 1,29 1,16 0,96
2008 1
14 1,16 1,08 0,93 0,80
2008 1
15 0,91 0,92 0,86 0,75
2008 1
16 1,08 0,94 0,87 0,65
2008 1
17 1,19 0,90 0,88 0,79
2008 1
18 1,29 1,17 1,07 0,90
2008 1
19 0,77 0,84 0,58 0,71
2008 1
20 0,67 0,69 0,71 0,55
80
80
Quadro 9A – Valores médios das variáveis de produção, em cada repetição,
nos tratamentos T15, T20, T25 e T30, dentro da casa de
vegetação.
Variável Bloco T15 T20 T25 T30
1418
,
14 267
,
74 347
,
60 311
,
38
2402
,
27 372
,
24 313
,
74 353
,
33
3406
,
72 390
,
28 335
,
92 321
,
77
112
,
55 11
,
65 9
,
40 10
,
05
213
,
95 11
,
75 11
,
90 14
,
55
311
,
35 12
,
85 11
,
40 10
,
15
165
,
15 24
,
46 35
,
65 33
,
94
262
,
36 41
,
37 36
,
65 51
,
43
349
,
46 60
,
50 47
,
43 40
,
35
1 10045
,
52 6052
,
65 6719
,
85 7089
,
17
2 8674
,
79 7234
,
26 7075
,
32 7639
,
30
3 8627
,
96 8242
,
73 8083
,
85 6414
,
74
1 52444746
2 53494748
3 48544848
125
,
14 22
,
44 21
,
48 22
,
28
224
,
58 22
,
90 21
,
81 23
,
29
323
,
84 23
,
71 23
,
50 21
,
97
115
,
99 15
,
72 14
,
58 14
,
30
216
,
45 14
,
61 14
,
35 14
,
58
315
,
40 15
,
55 14
,
90 13
,
89
11
,
57 1
,
43 1
,
47 1
,
56
21
,
49 1
,
57 1
,
52 1
,
60
31
,
55 1
,
52 1
,
58 1
,
58
111
,
45 6
,
50 8
,
25 7
,
30
211
,
45 9
,
85 8
,
00 11
,
60
39
,
95 11
,
70 10
,
00 8
,
80
13
,
50 2
,
70 2
,
90 2
,
85
23
,
30 3
,
00 2
,
95 3
,
10
33
,
25 3
,
30 3
,
10 2
,
90
159
,
50 24
,
00 31
,
50 32
,
00
258
,
00 38
,
00 33
,
00 50
,
50
335
,
00 55
,
00 43
,
50 36
,
50
19
,
50 7
,
00 5
,
00 5
,
00
211
,
00 7
,
00 8
,
50 10
,
50
38
,
50 8
,
50 6
,
50 7
,
50
111
,
05 8
,
13 8
,
87 9
,
34
29
,
54 9
,
60 8
,
51 8
,
54
39
,
34 10
,
13 9
,
53 8
,
77
13
,
06 1
,
42 1
,
89 1
,
91
22
,
80 2
,
05 1
,
80 2
,
29
32
,
16 2
,
71 2
,
12 1
,
81
11
,
05 1
,
06 0
,
93 0
,
83
21
,
65 1
,
04 1
,
24 1
,
77
31
,
00 1
,
06 0
,
93 0
,
90
1909
,
51 744
,
48 758
,
02 759
,
01
2909
,
31 753
,
57 831
,
90 894
,
53
3923
,
76 814
,
10 848
,
70 731
,
86
MSF (g)
MSC (g)
MSR (g)
AFE (cm²/g)
CC (cm)
DC (cm)
VC (cm³)
VR (cm³)
NF
CF (cm)
LF (cm)
CF/LF
MFCb (g)
MFR (g)
MFC (g)
AF (cm²)
81
81
Quadro 10A – Valores médios das variáveis de produção, em cada
repetição, nos tratamentos T15, T20, T25 e T30, fora da casa
de vegetação.
Variável Bloco T15 T20 T25 T30
1 355
,
38 284
,
80 327
,
32 332
,
78
2 322
,
46 340
,
10 285
,
62 281
,
96
3 281
,
88 330
,
87 300
,
90 312
,
38
113
,
65 13
,
00 11
,
65 12
,
10
212
,
70 16
,
40 10
,
50 11
,
25
39
,
80 14
,
90 17
,
30 12
,
00
145
,
53 32
,
69 33
,
90 36
,
37
242
,
78 44
,
10 39
,
64 33
,
29
326
,
26 47
,
80 32
,
75 34
,
45
1 6508
,
03 6531
,
16 5994
,
86 6651
,
61
2 6765
,
06 6388
,
63 5988
,
75 5757
,
65
3 6048
,
81 6655
,
26 6326
,
36 7032
,
99
1 43413940
2 43424143
3 39474446
123
,
41 21
,
64 23
,
85 22
,
54
223
,
35 22
,
96 22
,
06 21
,
41
322
,
04 23
,
01 21
,
58 23
,
06
113
,
73 13
,
94 13
,
69 13
,
06
213
,
86 13
,
30 12
,
72 12
,
90
313
,
30 13
,
74 12
,
65 14
,
00
11
,
70 1
,
55 1
,
74 1
,
73
21
,
68 1
,
73 1
,
73 1
,
66
31
,
66 1
,
67 1
,
71 1
,
65
18
,
40 6
,
40 7
,
55 7
,
45
28
,
50 9
,
00 8
,
90 7
,
10
36
,
90 9
,
75 7
,
00 7
,
85
13
,
30 3
,
15 2
,
95 3
,
25
23
,
15 3
,
20 3
,
00 2
,
95
32
,
80 3
,
30 3
,
00 2
,
95
137
,
00 33
,
00 30
,
00 33
,
50
239
,
50 45
,
50 36
,
00 30
,
00
323
,
50 43
,
00 29
,
00 30
,
00
17
,
50 11
,
00 6
,
00 5
,
50
28
,
00 7
,
00 8
,
50 8
,
00
36
,
00 8
,
00 10
,
00 6
,
50
19
,
09 9
,
60 7
,
89 8
,
50
28
,
73 7
,
45 8
,
29 7
,
88
38
,
56 8
,
06 8
,
38 8
,
60
12
,
09 1
,
60 1
,
57 1
,
66
21
,
95 1
,
81 1
,
70 1
,
54
31
,
19 2
,
08 1
,
48 1
,
85
11
,
08 1
,
04 1
,
02 1
,
03
21
,
04 1
,
21 0
,
82 0
,
83
30
,
83 1
,
01 1
,
43 0
,
93
1 715
,
64 680
,
33 760
,
29 782
,
54
2 774
,
48 857
,
53 722
,
84 730
,
67
3 706
,
56 825
,
71 755
,
39 817
,
79
MFCb (g)
MFR (g)
MFC (g)
AF (cm²)
NF
CF (cm)
LF (cm)
CF/LF
CC (cm)
DC (cm)
VC (cm³)
VR (cm³)
MSF (g)
MSC (g)
MSR (g)
AFE (cm²/g)
82
82
0.00
1.00
2.00
3.00
4.00
5.00
6.00
7.00
8.00
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27
Dias após transplantio
Evapotranspiração (mm/dia)
Ambiente protegido Ambiente não protegido
Figura 1A – Comportamento da evapotranspiração diária média da cultura
da alface, para o tratamento T15, dentro e fora da casa de
vegetação, no período vegetativo da cultura, após transplantio.
0.00
1.00
2.00
3.00
4.00
5.00
6.00
7.00
123456789101112131415161718192021222324252627
Dias após transplantio
Evapotranspiração (mm/dia)
Ambiente protegido Ambiente não protegido
Figura 2A – Comportamento da evapotranspiração diária média da cultura
da alface, para o tratamento T20, dentro e fora da casa de
vegetação, no período vegetativo da cultura, após transplantio.
83
83
0.00
1.00
2.00
3.00
4.00
5.00
6.00
7.00
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27
Dias após transplantio
Evapotranspiração (mm/dia)
Ambiente protegido Ambiente não protegido
Figura 3A – Comportamento da evapotranspiração diária média da cultura
da alface, para o tratamento T25, dentro e fora da casa de
vegetação, no período vegetativo da cultura, após transplantio.
0.00
1.00
2.00
3.00
4.00
5.00
6.00
7.00
8.00
1 2 3 4 5 6 7 8 9 101112131415161718192021222324252627
Dias após transplantio
Evapotranspiração (mm/dia)
Ambiente protegido Ambiente não protegido
Figura 4A – Comportamento da evapotranspiração diária média da cultura
da alface, para o tratamento T30, dentro e fora da casa de
vegetação, no período vegetativo da cultura, após transplantio.
Livros Grátis
( http://www.livrosgratis.com.br )
Milhares de Livros para Download:
Baixar livros de Administração
Baixar livros de Agronomia
Baixar livros de Arquitetura
Baixar livros de Artes
Baixar livros de Astronomia
Baixar livros de Biologia Geral
Baixar livros de Ciência da Computação
Baixar livros de Ciência da Informação
Baixar livros de Ciência Política
Baixar livros de Ciências da Saúde
Baixar livros de Comunicação
Baixar livros do Conselho Nacional de Educação - CNE
Baixar livros de Defesa civil
Baixar livros de Direito
Baixar livros de Direitos humanos
Baixar livros de Economia
Baixar livros de Economia Doméstica
Baixar livros de Educação
Baixar livros de Educação - Trânsito
Baixar livros de Educação Física
Baixar livros de Engenharia Aeroespacial
Baixar livros de Farmácia
Baixar livros de Filosofia
Baixar livros de Física
Baixar livros de Geociências
Baixar livros de Geografia
Baixar livros de História
Baixar livros de Línguas
Baixar livros de Literatura
Baixar livros de Literatura de Cordel
Baixar livros de Literatura Infantil
Baixar livros de Matemática
Baixar livros de Medicina
Baixar livros de Medicina Veterinária
Baixar livros de Meio Ambiente
Baixar livros de Meteorologia
Baixar Monografias e TCC
Baixar livros Multidisciplinar
Baixar livros de Música
Baixar livros de Psicologia
Baixar livros de Química
Baixar livros de Saúde Coletiva
Baixar livros de Serviço Social
Baixar livros de Sociologia
Baixar livros de Teologia
Baixar livros de Trabalho
Baixar livros de Turismo