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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JULIO DE MESQUITA FILHO”
FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRONÔMICAS
CAMPUS DE BOTUCATU
COMBINAÇÕES DE GESSO, SILICATO E CALCÁRIO APLICADOS
SUPERFICIALMENTE NO SISTEMA PLANTIO DIRETO DE ARROZ E
FEIJÃO IRRIGADOS POR ASPERSÃO
ANGELA CRISTINA CAMARIM ALVAREZ ARTIGIANI
Tese apresentada à Faculdade de Ciências
Agronômicas da UNESP - Campus de
Botucatu, para obtenção do título de Doutor
em Agronomia (Agricultura).
BOTUCATU - SP
Setembro – 2008
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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JULIO DE MESQUITA FILHO”
FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRONÔMICAS
CAMPUS DE BOTUCATU
COMBINAÇÕES DE GESSO, SILICATO E CALCÁRIO APLICADOS
SUPERFICIALMENTE NO SISTEMA PLANTIO DIRETO DE ARROZ E
FEIJÃO IRRIGADOS POR ASPERSÃO
ANGELA CRISTINA CAMARIM ALVAREZ ARTIGIANI
Engenheira Agrônoma
Mestre em Agronomia
Orientador: Prof. Dr. Carlos Alexandre Costa Crusciol
Co – Orientador: Prof. Dr. Orivaldo Arf
Tese apresentada à Faculdade de Ciências
Agronômicas da UNESP - Campus de
Botucatu, para obtenção do título de Doutor
em Agronomia (Agricultura).
BOTUCATU - SP
Setembro – 2008
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III
IV
V
DEDICO
Aos meus pais
João Camarim Alvarez e
Rita Félix Alvarez
A minha irmã
Rita de Cássia Félix Alvarez
Pelas valiosas lições de vida embutidas na simplicidade, honestidade e respeito;
pela compreensão, amor e carinho durante esses anos de minha vida...
...estímulos que me fizeram sempre forte.
VI
AGRADECIMENTOS
AGRADECIMENTOSAGRADECIMENTOS
AGRADECIMENTOS
A Deus
DeusDeus
Deus, pela presença constante em minha vida e por sempre
direcionar meus passos pelos melhores caminhos.
Aos meus pais
pais pais
pais e
irmã
irmãirmã
irmã, por todo carinho, amor incondicional,
incentivo e por tudo que fazem e significam para mim.
Ao Prof. Dr.
Prof. Dr.Prof. Dr.
Prof. Dr. Carlos Alexandre Costa Crusciol
Carlos Alexandre Costa CrusciolCarlos Alexandre Costa Crusciol
Carlos Alexandre Costa Crusciol pela paciência,
apoio, motivação, confiança e amizade que contribuíram imensamente para meu
crescimento pessoal e profissional. Representou muito mais que um orientador ao longo
desses anos de convivência, se mostrou um exemplo de caráter, honestidade e
competência...seus ensinamentos jamais serão esquecidos.
Ao Prof. Dr. Orivaldo Arf
Prof. Dr. Orivaldo Arf Prof. Dr. Orivaldo Arf
Prof. Dr. Orivaldo Arf pelos ensinamentos, amizade, incentivo
e especialmente pelo grande empenho pessoal na condução do experimento.
À COORDENAÇÃO DE APERFEIÇOAMENTO DE
COORDENAÇÃO DE APERFEIÇOAMENTO DE COORDENAÇÃO DE APERFEIÇOAMENTO DE
COORDENAÇÃO DE APERFEIÇOAMENTO DE
PESSOAL DE NÍVEL SUPERIOR
PESSOAL DE NÍVEL SUPERIOR PESSOAL DE NÍVEL SUPERIOR
PESSOAL DE NÍVEL SUPERIOR (CAPES) pela bolsa concedida durante o decorrer
do curso.
À Faculdade de Engenharia de Ilha Solteira (UNESP) por permitir
o desenvolvimento deste trabalho de pesquisa e aos funcionários da Fazenda de Ensino e
Pesquisa, pela ajuda e disposição.
À RECMIX e AGRONELLI pela doação do silicato e gesso
agrícola utilizados no trabalho.
À seção de Pós Graduação, nas pessoas de Marilena
MarilenaMarilena
Marilena, Marlene
MarleneMarlene
Marlene,
Kátia
Kátia Kátia
Kátia e Jaqueline
JaquelineJaqueline
Jaqueline pela disposição, atenção e auxílio durante o curso.
Aos funcionários do Departamento de Produção Vegetal Setor
Agricultura, em especial a Ilanir Ros
Ilanir RosIlanir Ros
Ilanir Rosane Rosa Bocetto
ane Rosa Bocettoane Rosa Bocetto
ane Rosa Bocetto (Lana), Vera Lúcia Rossi
Vera Lúcia RossiVera Lúcia Rossi
Vera Lúcia Rossi, Valéria
Valéria Valéria
Valéria
Cristina R. Giandoni
Cristina R. GiandoniCristina R. Giandoni
Cristina R. Giandoni, Ciro Ve
Ciro VeCiro Ve
Ciro Venâncio de Oliveira
ncio de Oliveirancio de Oliveira
ncio de Oliveira e Maurílio Antunes de Oliveira
Maurílio Antunes de OliveiraMaurílio Antunes de Oliveira
Maurílio Antunes de Oliveira pela
excelente convivência, alegrias, auxílio e amizade. Ao responsável pelo Laboratório de
VII
Relação Solo-Planta Dorival Pires
Dorival Pires Dorival Pires
Dorival Pires de Arruda
de Arrudade Arruda
de Arruda, e estagiárias Natália
NatáliaNatália
Natália e Arine
ArineArine
Arine, pela amizade e
ensinamentos transmitidos.
Aos funcionários do Departamento de Recursos Naturais Área
de Ciência do Solo, pelo apoio nas leituras de extratos de planta e solo.
A todos os funcionários da biblioteca ‘Paulo de Carvalho Mattos’,
em especial a Maria Aparecida M. Alho
Maria Aparecida M. AlhoMaria Aparecida M. Alho
Maria Aparecida M. Alho, Denise M
Denise MDenise M
Denise M.
..
.
Nogueira de Ass
Nogueira de AssNogueira de Ass
Nogueira de Assis
isis
is, Nilson
NilsonNilson
Nilson
de
de de
de
Camargo
CamargoCamargo
Camargo e Ermete Nibi Neto
Ermete Nibi NetoErmete Nibi Neto
Ermete Nibi Neto (‘Bigode’).
Ao Eduardo Lombard Artigiani
Eduardo Lombard ArtigianiEduardo Lombard Artigiani
Eduardo Lombard Artigiani pelo companheirismo, dedicação,
amizade, palavras de conforto nos momentos difíceis e paciência durante todo o tempo. À
minha segunda e “grande família”, meus sogros Helio
HelioHelio
Helio e Samura
SamuraSamura
Samurai
ii
i, aos cunhados Helinho
HelinhoHelinho
Helinho,
Cíntia
CíntiaCíntia
Cíntia, Heliana
HelianaHeliana
Heliana, Cláudio
CláudioCláudio
Cláudio, Elita
ElitaElita
Elita, Leandro
LeandroLeandro
Leandro, Éder
ÉderÉder
Éder, Angela,
Angela,Angela,
Angela, Alan
AlanAlan
Alan e Aline
AlineAline
Aline, pela torcida e
incentivo. Aos sobrinhos Filipe
FilipeFilipe
Filipe, Gabriel
GabrielGabriel
Gabriel e Júli
JúliJúli
Júlia
aa
a pelas alegrias e momentos inesquecíveis.
Aos amigos Júlio César dos Reis Pereira
Júlio César dos Reis PereiraJúlio César dos Reis Pereira
Júlio César dos Reis Pereira e Flávio Ferreira da Silva
Flávio Ferreira da Silva Flávio Ferreira da Silva
Flávio Ferreira da Silva
Binotti
BinottiBinotti
Binotti, pelo verdadeiro espírito de equipe na condução deste trabalho em campo,
amizade e ótimos momentos de descontração.
Aos queridos amigos L
LL
Liana Tavares
iana Tavaresiana Tavares
iana Tavares, Thaís Bíscaro
Thaís BíscaroThaís Bíscaro
Thaís Bíscaro, Alana Aguiar
Alana AguiarAlana Aguiar
Alana Aguiar,
Paulo Pavinato
Paulo PavinatoPaulo Pavinato
Paulo Pavinato, Luciane
LucianeLuciane
Luciane, Elidiane Santos
Elidiane SantosElidiane Santos
Elidiane Santos, Tia Eli
Tia EliTia Eli
Tia Eli e Eliane
ElianeEliane
Eliane os quais proporcionaram
momentos inesquecíveis de amizade e confiança...são pessoas importantes em minha vida,
fizeram com que as coisas se tornassem mais simples e fáceis. Amigos que guardo para
sempre com muito carinho.
A todos que de uma maneira ou de outra, contribuíram para a
realização deste trabalho.
Meus sinceros agradecimentos
Meus sinceros agradecimentosMeus sinceros agradecimentos
Meus sinceros agradecimentos
VIII
SUMÁRIO
Página
LISTA DE TABELAS............................................................................................
VIII
LISTA DE FIGURAS.............................................................................................
XI
1 RESUMO............................................................................................................
12
2 SUMMARY........................................................................................................
14
3 INTRODUÇÃO..................................................................................................
16
4 REVISÃO DE LITERATURA...........................................................................
19
4.1 Sistema plantio direto.............................................................................. 19
4.2 Correção da acidez do solo no sistema plantio direto..................................
20
4.3 Utilização de silicato na correção da acidez do solo....................................
25
4.4 Silício na agricultura....................................................................................
30
4.4.1 Silício no solo.......................................................................................
31
4.4.2 Silício na planta....................................................................................
34
4.5 Utilização de gesso agrícola no sistema plantio direto................................
39
5 MATERIAL E MÉTODOS................................................................................
44
5.1 Localização do experimento e características do local................................
44
5.2 Histórico da área experimental e caracterização do solo.............................
45
5.3 Delineamento experimental e tratamentos utilizados.................................. 46
5.4 Características dos cultivares.......................................................................
47
5.5 Instalação e condução do experimento........................................................ 47
5.5.1 Cultivo do arroz (verão 2003/2004 e 2004/2005)................................
48
5.5.2 Cultivo do feijão (inverno 2004 e 2005)..............................................
49
IX
Página
5.6 Avaliações realizadas...................................................................................
49
5.6.1 Características químicas do solo..........................................................
49
5.6.2 Diagnose foliar das culturas.................................................................
50
5.6.3 Componentes da produção e produtividade de grãos...........................
51
5.7 Análise estatística.........................................................................................
52
6 RESULTADOS E DISCUSSÃO........................................................................
53
6.1 Caracterização do solo.................................................................................
53
6.2 Características da cultura do arroz (verão 2003/2004 e 2004/2005)............
77
6.2.1 Diagnose foliar e teor de silício........................................................... 77
6.2.2 Componentes da produção e produtividade de grãos...........................
85
6.3 Características da cultura do feijão (inverno 2004 e 2005)..........................
90
6.3.1 Diagnose foliar e teor de silício........................................................... 90
6.3.2 Componentes da produção e produtividade de grãos...........................
98
7 CONCLUSÕES.................................................................................................. 103
8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................
105
X
LISTA DE TABELAS
Tabela
Página
1 Características químicas do solo da área antes da instalação do
experimento.....................................................................................
46
2 Composição química dos produtos..................................................
48
3 Valores de pH em função da aplicação superficial de corretivos
de acidez e gesso agrícola no sistema plantio direto em três
épocas de amostragem após a aplicação (6, 12 e 18
meses)..............................................................................................
55
4 Valores de matéria orgânica no solo em função da aplicação
superficial de corretivos de acidez e gesso agrícola no sistema
plantio direto em três épocas de amostragem após a aplicação (6,
12 e 18 meses).................................................................................
58
5 Valores de H + Al no solo em função da aplicação superficial de
corretivos de acidez e gesso agrícola no sistema plantio direto em
três épocas de amostragem após a aplicação (6, 12 e 18
meses)..............................................................................................
60
6 Teores de S-SO
4
-
2
no solo em função da aplicação superficial de
corretivos de acidez e gesso agrícola no sistema plantio direto em
três épocas de amostragem após a aplicação (6, 12 e 18
meses)..............................................................................................
63
7 Teores de NO
3
-
no solo em função da aplicação superficial de
corretivos de acidez e gesso agrícola no sistema plantio direto em
três épocas de amostragem após a aplicação (6, 12 e 18
meses)..............................................................................................
65
8 Teores de K trocável no solo em função da aplicação superficial
de corretivos de acidez e gesso agrícola no sistema plantio direto
em três épocas de amostragem após a aplicação (6, 12 e 18
meses)..............................................................................................
68
9 Teores de Ca trocável no solo em função da aplicação superficial
de corretivos de acidez e gesso agrícola no sistema plantio direto
em três épocas de amostragem após a aplicação (6, 12 e 18
meses)..............................................................................................
70
XI
Tabela
Página
10 Teores de Mg trocável no solo em função da aplicação superficial
de corretivos da acidez e gesso agrícola no sistema plantio direto
em três épocas de amostragem após a aplicação (6, 12 e 18
meses)..............................................................................................
73
11 Valores de saturação por bases no solo em função da aplicação
superficial de corretivos de acidez e gesso agrícola no sistema
plantio direto em três épocas de amostragem após a aplicação (6,
12 e 18 meses).................................................................................
75
12 Valores de silício no solo em função da aplicação superficial de
corretivos de acidez e gesso agrícola no sistema plantio direto em
três épocas de amostragem após a aplicação (6, 12 e 18
meses)..............................................................................................
76
13 Teores de nitrogênio, fósforo e potássio na folha bandeira de
arroz de terras altas em função da aplicação superficial de
corretivos de acidez e gesso agrícola em plantio direto. Selvíria -
MS, 2003/04 e 2004/05................................................................... 78
14 Teores de cálcio, magnésio e enxofre na folha bandeira de arroz
de terras altas em função da aplicação superficial de corretivos de
acidez e gesso agrícola em plantio direto. Selvíria - MS, 2003/04
e 2004/05.........................................................................................
80
15 Teor de silício na folha bandeira de arroz de terras altas em
função da aplicação superficial de corretivos de acidez e gesso
agrícola em plantio direto. Selvíria - MS, 2003/04 e 2004/05........ 81
16 Teores de zinco e cobre na folha bandeira de arroz de terras altas
em função da aplicação superficial de corretivos de acidez e
gesso agrícola em plantio direto. Selvíria - MS, 2003/04 e
2004/05............................................................................................
83
17 Teores de ferro e manganês na folha bandeira de arroz de terras
altas em função da aplicação superficial de corretivos de acidez e
gesso agrícola em plantio direto. Selvíria - MS, 2003/04 e
2004/05............................................................................................
84
18 Número de panículas por m
2
, número total de espiguetas por
panícula e fertilidade de espiguetas do arroz de terras altas em
função da aplicação superficial de corretivos de acidez e gesso
agrícola em plantio direto. Selvíria - MS, 2003/04 e
2004/05............................................................................................
86
XII
Tabela
Página
19 Massa de 1000 grãos e produtividade de grãos do arroz de terras
altas em função da aplicação superficial de corretivos de acidez e
gesso agrícola em plantio direto. Selvíria - MS, 2003/04 e
2004/05............................................................................................
89
20 Teores de nitrogênio, fósforo e potássio nas folhas de feijão em
função da aplicação superficial de corretivos de acidez e gesso
agrícola em plantio direto. Selvíria - MS, 2004 e 2005...................
93
21 Teores de cálcio, magnésio e enxofre nas folhas de feijão em
função da aplicação superficial de corretivos de acidez e gesso
agrícola em plantio direto. Selvíria - MS, 2004 e 2005...................
94
22 Teor de silício nas folhas de feijão em função da aplicação
superficial de corretivos de acidez e gesso agrícola em plantio
direto. Selvíria - MS, 2004 e 2005...................................................
95
23 Teores de zinco e cobre nas folhas de feijão em função da
aplicação superficial de corretivos de acidez e gesso agrícola em
plantio direto. Selvíria - MS, 2004 e 2005...................................... 97
24 Teores de ferro e manganês nas folhas de feijão em função da
aplicação superficial de corretivos de acidez e gesso agrícola em
plantio direto. Selvíria - MS, 2004 e 2005...................................... 98
25 População de plantas, número de vagens por planta e número de
grãos por vagem obtidos em feijão em função da aplicação
superficial de corretivos de acidez e gesso agrícola em plantio
direto. Selvíria - MS, 2004 e 2005...................................................
100
26 Massa de 100 grãos e produtividade de grãos obtidos em feijão
em função da aplicação superficial de corretivos de acidez e
gesso agrícola em plantio direto. Selvíria - MS, 2004 e
2005.................................................................................................
102
XIII
LISTA DE FIGURAS
Figura
Página
1
Precipitação
( ), temperaturas máxima ( ) e mínima ( )
registradas durante a condução
do experimento, nos anos agrícolas
de 2003/2004 e 2004/2005
................................................................
45
12
1 RESUMO
A identificação de alternativas que possibilitem a correção da acidez
do solo em profundidade no sistema plantio direto, partindo de uma aplicação superficial, sem
incorporação, pode viabilizar a permanência e o sucesso desse sistema. Desta forma, o
trabalho objetivou avaliar as misturas de silicato, calcário e gesso na correção do perfil do
solo, aplicados superficialmente no sistema plantio direto, bem como suas implicações na
nutrição, nos componentes da produção e na produtividade do arroz e feijão. O experimento
foi conduzido nos anos agrícolas de 2003/04 e 2004/05 na Fazenda de Ensino e Pesquisa
pertencente à Faculdade de Engenharia UNESP, Campus de Ilha Solteira, localizada no
município de Selvíria MS, em um Latossolo Vermelho distrófico, cultivado quatro anos
no sistema plantio direto. O delineamento experimental utilizado foi em blocos casualizados,
com oito tratamentos e quatro repetições. Os tratamentos utilizados foram: 1 Testemunha
(sem corretivos e sem gesso agrícola), 2 Gesso (aplicação apenas de gesso agrícola), 3
Calcário (aplicação exclusiva de calcário), 4 Silicato (aplicação exclusiva de silicato), 5
Mistura composta de Calcário + Silicato (aplicação da mistura de calcário e silicato - CS,
metade da dose de cada corretivo), 6 Mistura composta de Calcário + Gesso (aplicação da
mistura da dose total de calcário e da dose total de gesso agrícola - CG), 7 – Mistura composta
de Silicato + Gesso (aplicação da mistura da dose total de silicato e da dose total de gesso
agrícola - SG) e 8 Mistura composta de Calcário + Silicato + Gesso (aplicação
13
da mistura de calcário e silicato, metade da dose de cada corretivo e da dose total de gesso
agrícola - CSG).
A aplicação superficial de silicato no sistema plantio direto não foi superior ao
calcário na neutralização da acidez do solo em profundidade, apresentando a mesma eficiência.
Não
houve diferença entre a aplicação superficial de corretivos, tanto isolada como em mistura, nas
características químicas do solo.
A utilização da mistura de gesso agrícola aos corretivos aplicados
superficialmente em plantio direto elevaram os teores de K, Ca, Mg, NO
3
-
e S-SO
4
2-
em profundidade,
contribuindo para maior atuação dos corretivos nas características químicas do perfil do solo. As
culturas do arroz e do feijão foram influenciadas pela aplicação superficial de corretivos e gesso
agrícola em plantio direto, com efeitos positivos sobre a nutrição e componentes da produção refletindo
diretamente na produtividade de grãos.
14
COMBINATIONS OF PHOSPHOGYPSUM, SILICATE AND
DOLOMITE LIMESTONE SURFACE APPLICATION IN NO-
TILLAGE SYSTEM OF RICE AND BEANS SPRINKLER
IRRIGATION.
Botucatu, 2008. 128 p. Tese (Doutorado em Agronomia/Agricultura)
- Faculdade de Ciências Agronômicas, Universidade Estadual Paulista.
Author: ANGELA CRISTINA CAMARIM ALVAREZ ARTIGIANI
Adviser: PROF. DR. CARLOS ALEXANDRE COSTA CRUSCIOL
Co-advisor: PROF. DR. ORIVALDO ARF
2 SUMMARY
The identification of alternatives that would allow for the soil acidity
correction of in depth in no-tillage system based on a surface without addition, you can stay
and make a success of this system. Thus, the study aimed to evaluate the mixed silicate with
dolomite limestone, and phosphogypsum in the depth soil amendment when surface applied in
no-tillage system, and the implications for nutrition, the components of production and
productivity of rice and beans sprinkler irrigation. The experiment was carried out during the
agricultural years 2003/04 and 2004/05 in an experimental area located in Selvíria MS in a
dystrophic Red Latossol, there are cultivated four years in no-tillage system. The experimental
design was randomized blocks with eight treatments and four replications. The treatments
were: 1 - Control (without agricultural liming materials and without phosphogypsum), 2 -
Phosphogypsum (only application of phosphogypsum), 3 Dolomite limestone (exclusive
application), 4 - Silicate (exclusive application), 5 – Mixture composed of dolomite limestone
+ silicate (application of the mixture of dolomite limestone and silicate - CS, half the rate of
each agricultural liming materials), 6 - Mixture composed of dolomite limestone +
phosphogypsum (application of the total rate of the dolomite limestone and total rate of
phosphogypsum - CG), 7 - Mixture composed of silicate + phosphogypsum (application of the
total rate of silicate and the total rate of phosphogypsum - SG) and 8 - Composed of dolomite
limestone + silicate + phosphogypsum (application the mixture of dolomite limestone and
silicate, half the rate of each agricultural liming materials and the total rate of phosphogypsum
- CSG). The application surface of silicate in not-tillage system was not higher to dolomite
15
limestone in neutralize the acidity of soil in depth, showing the same efficiency. There was no
difference between the application of agricultural liming materials surface, both alone and in
combination, the chemical characteristics of the soil. The use of the mixture of
phosphogypsum to apply agricultural liming materials superficially in no-tillage system
increased the levels of K, Ca, Mg, NO
3-
and S-SO
4
2-
in depth, contributing to greater
agricultural liming materials action on the chemical characteristics of the soil. The crops of
rice and beans were influenced by surface application of agricultural liming materials and
phosphogypsum in no-tillage system, with positive effects on nutrition and yield components
reflecting directly in grain yield.
________________________________
Keywords: soil acidity, carbonate, silicate, sulphate, mineral nutrition, annual crops
16
3 INTRODUÇÃO
O conceito do sistema plantio direto vai além da semeadura sem
revolvimento do solo, incluindo outros aspectos importantes como a rotação de culturas com
alta produção de matéria seca e manejo adequado das características físicas e químicas do
solo. O sucesso e a continuidade desse sistema ao longo dos anos são obtidos através de um
planejamento de manejo da fertilidade do solo em profundidade no perfil, principalmente com
a correção da acidez.
A acidez do solo limita a produção agrícola em diversas áreas do
mundo, em decorrência da toxidez causada por alumínio, deficiência de fósforo e pela baixa
saturação por bases. No Brasil, o material mais utilizado como corretivo de acidez é o calcário,
sendo sua aplicação eficaz para elevar o pH, teores de cálcio e magnésio, saturação por bases e
reduzir os teores de alumínio trocáveis no solo (PADILHA et al., 2003; CAIRES et al., 2003).
Na maioria das áreas produtoras de grão em sistema plantio direto, a
correção da acidez do solo tem sido realizada mediante aplicação de calcário na superfície,
sem incorporação com aração e gradagem ou com incorporação somente por grades.
Entretanto, a reação do calcário é geralmente limitada ao local de sua aplicação/incorporação
por apresentar baixa mobilidade no solo, o que acarreta questionamentos quanto à viabilidade
desta prática.
Os resíduos siderúrgicos são pouco utilizados na agricultura brasileira
como insumo agrícola, no entanto, as escórias, subproduto da fabricação do aço apresentam
17
teores relativamente elevados de CaO e MgO, e dessa forma seu aproveitamento pode assumir
papel importante como corretivo de acidez do solo. Além disso, existe a possibilidade de
conciliar a produção do aço com a atividade agrícola, reduzindo o passivo ambiental gerado
pelo acúmulo de escórias pelas siderúrgicas.
Considerando que os silicatos de cálcio e magnésio, provenientes das
escórias, são aproximadamente sete vezes mais solúveis que os carbonatos, a sua aplicação
superficial em áreas sob sistema plantio direto pode promover a correção do perfil do solo
e/ou aumentar os teores de Ca e Mg em profundidade, num menor tempo em relação à
aplicação de calcário, já que apresentam ação neutralizante da acidez do solo semelhante à dos
carbonatos.
A substituição de parte do calcário por corretivos alternativos, como os
silicatos de Ca e Mg, pode ser uma opção viável, principalmente tratando-se da correção da
acidez subsuperficial em áreas sob o sistema plantio direto, onde nestas condições, o
desenvolvimento do sistema radicular torna-se limitado às camadas superficiais, explorando
assim, pequeno volume de solo e, conseqüentemente, limitando a produtividade das culturas,
principalmente, nos locais onde é freqüente a ocorrência de veranicos.
Nesse sentido, o gesso também pode ser utilizado para melhoria do
ambiente radicular em profundidade. E devido aos efeitos positivos da sua aplicação
superficial, o gesso está sendo utilizado também, em solos ácidos, como um produto
complementar ao calcário capaz de reduzir a atividade do alumínio e aumentar a concentração
de cálcio trocável em subsuperfície, possibilitando o desenvolvimento das raízes em
profundidade, ampliando assim o volume de solo a ser explorado e a tolerância das plantas à
seca. O sucesso do uso do gesso como melhorador do ambiente radicular foi de grande
abrangência na Região do Cerrado brasileiro, que apresenta em torno de 80% de sua área com
algum problema de acidez subsuperficial e alta incidência de veranicos, principalmente, nos
meses de janeiro e fevereiro, época crítica para desenvolvimento das culturas de verão
(SOUSA e RITCHEY, 1985).
Portanto, a identificação de alternativas que possibilitem a correção da
acidez do solo em profundidade no sistema plantio direto, partindo da aplicação superficial,
sem incorporação, pode viabilizar a permanência e o sucesso desse sistema, pois atualmente,
não informações que satisfaçam todas as dúvidas pertinentes à dinâmica dos processos
18
envolvidos no sistema plantio direto. Pouco se conhece sobre o comportamento de corretivos
que tenham ação efetiva em todo perfil quando aplicados superficialmente, considerando que
após a implantação do sistema plantio direto, fatores contribuem para a acidificação dos solos
inviabilizando em muitos casos a permanência do sistema por longos períodos.
Dessa forma, o presente trabalho teve as seguintes hipóteses:
a) A aplicação de silicato em superfície poderia neutralizar a acidez do solo e fornecer Ca em
profundidade, em menor tempo, em relação à aplicação apenas de calcário;
b) A mistura de corretivos (silicato + calcário) poderia ser eficiente em termos de velocidade
de correção do perfil do solo e no aumento dos teores de Ca em profundidade, possibilitando a
utilização de parte do corretivo na forma de silicato. Essa técnica reduziria o custo de correção
de solo, em regiões agrícolas distantes dos centros produtores de silicatos, uma vez que o valor
do frete é um fator limitante para a aplicação exclusiva de silicato;
c) Devido à alta mobilidade, a mistura do gesso agrícola aos corretivos poderia promover o
enriquecimento de bases no perfil do solo em menor tempo em relação à aplicação isolada de
corretivos ou mesmo quando misturados.
O objetivo do trabalho foi avaliar as misturas de silicato, calcário e
gesso na correção do perfil do solo, aplicados superficialmente no sistema plantio direto, bem
como suas implicações na nutrição, nos componentes da produção e na produtividade do arroz
e feijão.
19
4 REVISÃO DE LITERATURA
4.1 Sistema plantio direto
Um dos maiores avanços no processo produtivo da agricultura
brasileira foi a introdução do sistema plantio direto (SPD) no sul do Brasil, a partir da
década de 70 (LOPES et al., 2004), e desde então, a área cultivada sob esse sistema tem
aumentado de forma expressiva, tanto que, na safra 2005/06 foram cultivados 25,5 milhões
de hectares em todo Brasil, sendo 8 milhões de hectares na região dos cerrados
(FEBRAPDP, 2008).
A evolução da área cultivada no SPD tem reflexos positivos em vários
setores da atividade agrícola nacional, principalmente no que tange a conservação dos recursos
ambientais, como água e solo, sendo considerado por Balbino et al. (1996) como uma das
melhores alternativas para a sustentabilidade ambiental da exploração agropecuária.
Este sistema é caracterizado pelo não revolvimento do solo, exceto nos
sulcos de semeadura (AMARAL et al., 2004a), e manutenção dos restos culturais sobre a
superfície, o que promove maior proteção contra o impacto direto das gotas da chuva, favorece
a infiltração, reduz a perda de água por escoamento superficial e perda de solo e nutrientes por
erosão (WUTKE et al., 1993; HERNANI et al., 1999).
Sabe-se que a acidez é um dos maiores problemas dos solos tropicais
brasileiros, e as recomendações de calagem e manejo da fertilidade no SPD têm sido
20
realizados a partir dos conhecimentos obtidos no sistema convencional de preparo do solo
(SPC). No entanto, segundo Caires et al. (1999), os aspectos relacionados com a fertilidade do
solo no SPD nem sempre são os mesmos aplicados no SPC, uma vez que trabalhos têm
indicado que a necessidade de calcário talvez seja menor nas áreas manejadas por vários anos
no sistema convencional (OLIVEIRA e PAVAN, 1996; PÖTTKER et al., 1998a, 1998b;
CAIRES et al., 2000a; CAIRES e FONSECA, 2000). Porém, as informações sobre o manejo
das culturas e a fertilidade do solo ainda não estão bem definidas para o SPD.
Portanto, a necessidade de estudos que satisfaçam todos os
questionamentos relacionados à correção da acidez do perfil do solo, partindo de uma
aplicação superficial. Além disso, existe grande interesse na busca de alternativas para a
implantação e manutenção do SPD, sem incorporação prévia do corretivo, não havendo
necessidade de promover o revolvimento inicial do solo por meio de preparo convencional,
realizando-se a calagem desde o estabelecimento (CAIRES et al., 2000b, PETRERE e
ANGHINONI, 2001; CAIRES et al., 2003; SORATTO e CRUSCIOL, 2008a; 2008b; 2008c;
2008d; 2008e). As vantagens desse procedimento, segundo Caires et al. (2000b, 2003b) e
Soratto e Crusciol (2008a; 2008b; 2008c; 2008d; 2008e), estariam relacionadas à manutenção
dos atributos químicos e físicos do solo (agregação e infiltração de água), ao maior controle de
erosão e à economia com as operações de incorporação de calcário e preparo de solo.
4.2 Correção da acidez do solo no sistema plantio direto
A acidez é uma característica bastante importante dos solos tropicais
brasileiros, que promove diminuição na disponibilidade de nutrientes catiônicos (Ca, Mg, K) e
aumento na solubilidade de cátions tóxicos (H, Al) (FRANCHINI et al., 2001a). É considerada
como fator limitante à produção agrícola, pois a deficiência de Ca e a toxidez de Al são as
principais limitações químicas para o crescimento radicular, cujas conseqüências se
manifestam pelo estresse nutricional e hídrico nas plantas (RITCHEY et al., 1980; CAIRES et
al., 1998).
A acidificação do solo ocorre de forma natural, é resultado da
lixiviação de cátions básicos solúveis (Ca, Mg, K) e/ou remoção pelas colheitas, seguida pela
21
sua substituição por cátions ácidos (H e Al) no complexo de troca catiônica, processo
acelerado pela adição de certos fertilizantes nitrogenados (ZIGLIO et al., 1999).
Os íons H
+
competem com os cátions por sítios de adsorção
(HELYAR, 2003) e os íons Al
3+
(valência +3) são mais fortemente atraídos para as
proximidades das partículas com cargas negativas, em detrimento do sódio e potássio
(valência +1) e do cálcio e magnésio (valência +2). Com isso, o alumínio permanece mais no
solo, enquanto os outros cátions tendem a serem lixiviados (BOHNEN, 2000), ocorrendo uma
diminuição nos valores de pH e elevação da saturação por alumínio, responsável pela queda da
produtividade máxima das culturas (RAIJ, 1981), comprovado por vários trabalhos (PAVAN
et al., 1982; RITCHEY et al., 1982; SUMNER et al., 1986; QUAGGIO, 2000).
Nestas condições, o desenvolvimento do sistema radicular torna-se
limitado às camadas superficiais, explorando assim, pequeno volume de solo e, desta forma,
limitando a produtividade das culturas, principalmente, nos locais onde é freqüente a
ocorrência de veranicos, que é o caso da região dos cerrados. Por isso, torna-se importante o
aprofundamento do sistema radicular conferindo às plantas maior tolerância a períodos de
baixa precipitação, e possibilita maior absorção de nutrientes, pelo maior volume de solo
explorado (ERNANI e BARBER, 1993).
Sabe-se que a calagem é prática comumente utilizada para neutralizar a
acidez, restaurar a capacidade produtiva dos solos, aumentar a disponibilidade de nutrientes e
diminuir os elementos tóxicos (PAVAN e OLIVEIRA, 2000). Entretanto, no SPD, esta prática
assume aspectos diferentes em razão da necessidade de aplicação na superfície do solo sem
incorporação (CAIRES et al., 1998, 1999; CAIRES e FONSECA, 2000; PAVAN e
OLIVEIRA, 2000; RHEINHEIMER et al., 2000; SORATTO e CRUSCIOL, 2008a; 2008b;
2008c; 2008d; 2008e). Isso tem gerado questionamento quanto à sua eficiência, pois os
materiais utilizados como corretivos de acidez são pouco solúveis em água, e apresentam
baixa mobilidade no solo (CAIRES et al., 1998; PAVAN e OLIVEIRA, 2000). Além disso,
faltam informações a respeito da reação em profundidade do calcário aplicado na superfície do
solo, em sistema plantio direto, assim como do seu efeito nas características químicas do solo,
na nutrição mineral e produção das culturas, conforme relatam Caires et al. (1999, 2000) e
Soratto e Crusciol (2008a; 2008b; 2008c; 2008d; 2008e).
22
Segundo Quaggio (1986) as transformações que ocorrem nos solos
com a aplicação do calcário são: CaCO
3
+ H
2
O Ca
2+
+ HCO
3
-
+ OH
-
. Assim, o Ca
2+
e o
Mg
2+
deslocam Al
3+
adsorvido às partículas do solo, ou seja, Ca
2+
é colocado em solução
ocupando posições de troca catiônica com Al
3+
. A reação dos íons HCO
3
-
com os íons H
+
forma H
2
CO
3
e devido à sua instabilidade, se dissocia em H
2
O e CO
2
. Os íons Al
3+
se
hidrolisam em função do pH do solo e a neutralização do solo é finalmente efetuada, tendo
como produtos finais H
2
O, Al(OH)
3
e CO
2
.
Algumas pesquisas têm demonstrado efeitos da calagem superficial na
subsuperfície do solo no SPD, aumentando o pH, Ca e Mg trocável e reduzindo os teores de
Al tóxico (OLIVEIRA e PAVAN, 1996; CAIRES et al., 1996, 1998, 1999, 2000a;
RHEINHEIMER et al., 2000; FRANCHINI et al., 2000; SORATTO e CRUSCIOL, 2008a;
2008b; 2008d). No entanto, a eficiência da calagem, particularmente na correção da acidez do
subsolo, é controvertida, com resultados demonstrando nenhum movimento além do seu local
de aplicação (CAIRES et al., 2000a).
Entre diversos trabalhos realizados, os de Caires et al. (1996), Sá
(1996) e Amaral et al. (2004a) confirmaram que o calcário aplicado em superfície corrige a
acidez, aumentando significativamente o pH e elevando os teores de Ca e Mg trocáveis do
solo até a profundidade de 5 cm e, em menor grau, na camada de 5 a 10 cm de profundidade.
Santos et al. (1995) verificaram que, após três anos de cultivo, em um
Latossolo Vermelho-Escuro argiloso, não houve diferença de pH entre a aplicação de calcário
superficialmente e incorporado a 0,20 m. Foram encontrados maiores teores de Ca + Mg e
menores de Al trocável nas camadas de 0-0,05 m e 0,05-0,10 m no SPD em relação ao SPC.
Além disso, Pöttker e Ben (1998b) também ressaltam que a aplicação
de calcário, sem incorporação ao solo no SPD, influenciou principalmente as características
químicas da camada de 0-0,05 m e, em menor grau, na de 0,05-0,10 m de profundidade.
Caires et al. (2000) observaram ação da calagem até 0,10 m de
profundidade, com aumentos de pH, Ca e Mg trocáveis e saturação por bases, e na redução da
acidez potencial (H + Al) aos 12 meses após calagem.
Padilha et al. (2003) observaram efeito da calagem superficial na
correção da acidez do solo, após seis meses, somente na profundidade de 0-0,05 m, e na
23
profundidade de 0,05-0,10 m após 18 meses. A prática promoveu aumento nos teores de Ca e
Mg trocável no solo.
Por outro lado, existem indicativos de que a correção da acidez em
profundidade no SPD, com aplicação de calcário superficial, ocorre em menor tempo do que o
esperado, considerando-se a baixa solubilidade do calcário e a sua não incorporação ao solo
(PÖTTKER e BEN, 1998b).
A redução da acidez através da elevação do pH e diminuição do
alumínio trocável até 0,40 m de profundidade, após 32 meses da aplicação de calcário na
superfície, foram observados por Oliveira e Pavan (1994). De acordo com estes autores, o
movimento do calcário em profundidade ocorreu, provavelmente, através de canais formados
por raízes mortas, mantidos intactos devido à ausência de preparo do solo.
Lima e Crusciol (2001) observaram na implantação do SPD, que após
cinco meses, a calagem superficial foi eficiente na correção da acidez de superfície e
subsuperficial (0-5, 5-10, 10-20 e 20-40 cm), elevando o pH, os teores de Ca e Mg trocáveis e
reduzindo a acidez potencial (H+Al). Da mesma forma, Marcolan e Anghinoni (2003)
verificaram que o efeito da aplicação superficial de calcário, em profundidade no SPD
consolidado (8 e 12 anos), foi rápido e atingiu 15 cm no perfil do solo em 12 meses.
No trabalho desenvolvido por Soratto e Crusciol (2008a), os autores
verificaram, em Latossolo Vermelho distroférrico, aumento nos valores de pH, na camada de
0,20 a 0,40 m, e nos teores de Ca e Mg até 0,60 m após 12 meses da aplicação superficial de
calcário na implantação do SPD.
Diversos mecanismos e suas ações conjuntas podem estar envolvidos
nos efeitos da calagem superficial na correção da acidez de subsuperfície, no SPD, sendo as
diferentes hipóteses citadas a seguir (ANGHINONI, 2007):
a) formação e migração de Ca(HCO
3
)
2
e Mg(HCO
3
)
2
, sendo importante a presença de ácidos
orgânicos (OLIVEIRA e PAVAN, 1996);
b) deslocamento de partículas finas de calcário nos canais, formados por raízes mortas e
insetos, mantidos intactos (PAVAN, 1994; GASSEN e KOCHHANN, 1998) ou porosidade
contínua no perfil (AMARAL et al., 2004b);
c) adição de fertilizantes nitrogenados, com a redução da acidez na rizosfera pela absorção de
nitrato e exsudação de OH
-
e HCO
3
-
pelas raízes (RAIJ et al., 1988); e
24
d) produção contínua de ácidos orgânicos hidrossolúveis (de baixo peso molecular), que
complexam os cátions divalentes (Ca e Mg) na forma neutra (CaL
0
ou MgL
0
) ou negativa
(CaL
-
ou MgL
-
). A alteração de carga, mediante a formação de pares iônicos, facilita a
mobilidade do complexo até a camada subsuperficial, onde os cátions divalentes são
deslocados pelo Al trocável, uma vez que formam complexos mais estáveis com o Al,
diminuindo sua toxidez às raízes (PAVAN e ROTH, 1992; MIYAZAWA et al., 2000;
SORATTO e CRUSCIOL, 2007).
A menor resposta das culturas à calagem no SPD, pode estar
relacionada com o menor efeito tóxico do alumínio, decorrente da formação de complexos
orgânicos solúveis nos restos de plantas (MIYAZAWA et al., 1996), ou com o fato de os
teores de Ca, Mg e K apresentarem disponibilidade suficiente no perfil do solo para manter
uma relação adequada como o Al (CAIRES et al., 1998).
Alleoni et al. (2003), no Paraná, não observaram efeito da aplicação de
calcário em um Latossolo Vermelho, sob plantio direto, na produtividade de milho e soja.
Caires et al. (1999) em um Latossolo Vermelho no Paraná, também não constataram efeito da
aplicação de calcário em plantio direto, na produção de milho, trigo e soja, em condições de
acidez (pH=4,5; V% = 32 e m% = 18).
Caires et al. (1998) e Moreira et al. (2001) não verificaram variações
no estado nutricional das culturas em resposta à calagem, em diferentes sistemas de cultivo.
Assim como, Moraes e Dynia (1998) não constataram efeito da calagem sobre a produção do
arroz e do feijoeiro. Assim como Moreira (1999), em estudo sobre a calagem no SPD
constatou ausência de efeito do corretivo na produção de grãos de soja.
Entretanto, o efeito positivo da calagem no aumento da produção e
maior absorção de nutrientes pelo milho foi comprovado por Camargo et al. (1982), Weirich
Neto et al. (1997) e Ernani et al. (1998). No trabalho de Ernani et al. (2002) a calagem
aumentou a produção de milho nos três anos de cultivo, mas este foi maior no preparo
convencional que no plantio direto, em dois dos três anos. Weirich Neto et al. (1997)
obtiveram também resultados positivos, testando o efeito da calagem sobre a cultura do milho,
e observaram aumento da produção com a incorporação do calcário, sendo significativamente
superior à aplicação do calcário na superfície, sem incorporação.
25
4.3 Utilização de silicato na correção da acidez do solo
Os materiais que podem ser utilizados na correção da acidez do solo
são aqueles que apresentam como ‘constituinte neutralizante’ ou princípio ativo’, óxidos,
hidróxidos, carbonatos e silicatos de cálcio e/ou magnésio (ALCARDE, 1985). Portanto, além
do calcário, outros materiais também podem ser usados como corretivo de acidez.
As escórias siderúrgicas são fontes abundantes de silicatos, originárias
do processamento, em altas temperaturas, da reação do calcário com a sílica (SiO
2
), presente
no minério de ferro (MALAVOLTA, 1981). Desta forma, a alta concentração de silicatos de
cálcio e magnésio nas escórias, sugere sua utilização como corretivo de acidez do solo e como
fonte de Ca e Mg, além de fornecer silício para as plantas, que é um elemento benéfico para o
crescimento e desenvolvimento das plantas do ponto de vista fisiológico e metabólico
(KORNDÖRFER et al., 2002a).
Segundo Alcarde (1992), a escória de siderurgia apresenta ação
neutralizante através da base SiO
3
2-
, conforme as seguintes equações:
Essas equações permitem constatar que a ação neutralizante da escória
(silicato) é muito semelhante à do calcário, neste caso, a base química é o SiO
3
2-
,
que também
apresenta comportamento fraco (Kb1 = 1,6 x 10
-3
), mas é mais forte que a base CO
3
2-
(Kb1 =
2,2 x 10
-4
) (ALCARDE, 1992).
No Brasil, o material mais utilizado como corretivo é o calcário,
entretanto, a utilização de resíduos siderúrgicos para a mesma finalidade tem se mostrado
promissora. E com base nisso, alguns trabalhos têm sido realizados comparando os efeitos do
calcário com os das escórias de siderurgias, na correção da acidez do solo (GOMES et al.,
26
1965; RIBEIRO et al., 1986; BAHIA, 1989; ALCARDE, 1992; AMARAL SOBRINHO et al.,
1993; PRADO e FERNANDES, 2001; PRADO et al., 2002; BRASSIOLI et al., 2003; SILVA,
2003; ALCARDE e RODELA, 2003). De acordo com esses autores, o emprego com sucesso
da escória como corretivo está diretamente relacionado ao acréscimo do pH, Ca, Mg e a
própria neutralização do Al tóxico.
Assim como no calcário, a reatividade e eficiência de correção da
escória variam segundo a granulometria, dosagem utilizada, tipo de solo e o tempo de contato
do material com o solo (AMARAL SOBRINHO et al., 1993; OLIVEIRA et al., 1994),
segundo Alcarde (1992) o silicato de cálcio é 6,78 vezes mais solúvel que o carbonato de
cálcio (CaCO
3
= 0,014 g dm
-3
; CaSiO
3
= 0,095 g dm
-3
), e dessa forma, seria uma boa opção
para aplicação superficial no SPD.
De acordo com Korndörfer et al. (2002a) os silicatos de Ca e Mg, por
apresentarem comportamento e composição semelhantes aos carbonatos, podem substituir os
calcários com vantagens. Assim sendo, a recomendação de uso de silicato é baseada em
qualquer um dos métodos de recomendação de calagem.
Os benefícios da aplicação de silicatos de Ca e Mg estão, normalmente
associados ao aumento na disponibilidade de silício, à elevação do pH e ao aumento do Ca e
Mg trocável do solo. Os silicatos podem também atuar nas reduções de toxicidade de Fe, Mn e
Al para as plantas, além de aumentar a disponibilidade de fósforo no solo (KORNDÖRFER et
al., 2002a).
Tem-se observado diferentes respostas quanto à aplicação de escórias
de siderurgia e suas atuações em profundidade no solo, quando aplicadas superficialmente.
Assim como, resultados semelhantes e superiores em relação ao efeito do calcário (PRADO e
FERNANDES, 2001; BARBOSA et al., 2003; OLIVEIRA, 2004; FONSECA et al., 2007;
FOLTRAN e CRUSCIOL, 2007; NOLLA e KORNDÖRFER, 2007).
Em colunas de lixiviação, pesquisas demonstraram que os silicatos de
cálcio e magnésio, além do corrigirem o pH do solo nas camadas mais superficiais,
apresentaram a característica de percolarem no perfil do solo, diminuindo a acidez em maiores
profundidades, sendo superiores ao calcário (RAMOS, 2003; OLIVEIRA, 2004).
27
Estudo desenvolvido por Barbosa et al. (2003), em colunas de
lixiviação (lisímetros), comparou o efeito do silicato e calcário na correção do pH, e o silicato
apresentou melhor correção do pH até 25 cm de profundidade, além de ter fornecido silício.
Piau (1991) estudou diferentes escórias (pré-cal; alto-forno e de
aciaria) comparadas ao calcário em duas granulometrias (ABNT 50-60 e 100-140), e concluiu
que a moagem dos produtos em estudo, de modo a apresentar granulometria para passar em
uma peneira ABNT 50-60, é suficiente para a correção da acidez do solo aos 90 dias após a
incorporação.
Além disso, Prado e Fernandes (2001) mostraram a similaridade da
escória de siderurgia em relação ao calcário, incorporados na camada de 0-20 cm em pré-
plantio da cana-de-açúcar, na correção da acidez do solo nas camadas de 0-20 e 20-40 cm de
profundidade.
Fonseca et al. (2007) observaram correções do solo similares
proporcionadas pela escória de siderurgia e calcário. Além disso, a aplicação da escória
promoveu incremento no teor de Si disponível no solo oito vezes mais que o calcário.
Em outro estudo, Foltran e Crusciol (2007) avaliaram a eficiência da
aplicação superficial de calcário e silicato de cálcio e magnésio associados ou não a gesso em
soqueira de cana crua. Observaram correção da acidez do solo pelo silicato até a profundidade
de 0,40-0,60 m, e aumento nos teores de Ca e Mg trocável no perfil solo. A aplicação de gesso
agrícola contribuiu para o incremento no teor de S-SO
4
2-
e Ca trocável no solo.
Arruda et al. (2007) compararam os efeitos de diferentes doses de
calcário e silicato de cálcio e magnésio sobre atributos químicos do solo em cana soca, e
observaram elevação dos valores de pH e aumento nos teores de Ca e Mg trocáveis no perfil
do solo.
Crusciol et al. (2007) observaram, com a aplicação de calcário e
silicato de cálcio e magnésio, elevação dos teores de Ca e Mg e da saturação por bases do solo,
em relação à análise química inicial do solo, não atingindo os valores esperados de saturação
por bases (60%). No tratamento com silicato, os autores também constataram que o teor de P
no solo foi mais elevado em relação ao tratamento com calcário.
Carvalho-Pupato et al. (2003) estudando o efeito da escória de alto
forno no crescimento radicular e na produtividade do arroz de terras altas, observaram
28
aumentos do comprimento e superfície radicular em função das melhorias dos atributos
químicos do solo, com aumento do pH e dos teores de Ca e Mg.
Pereira (1978), citado por Corrêa (2006), observou não haver
diferenças estatísticas entre uma escória da USIMINAS e sete calcários de diferentes
características, quanto à correção do pH, em amostras de dois Latossolos. O mesmo
comportamento foi observado por Nolla e Korndörfer (2007) que avaliaram a correção da
acidez do perfil do solo proporcionada pelo carbonato e silicato de cálcio, e apesar de
constatarem, após 12 meses, que os dois corretivos aplicados em superfície corrigiram o pH do
solo à medida que aumentou-se a dose, o carbonato foi mais eficiente em elevar o pH do solo
em profundidade.
Apesar de todos estes estudos demonstrarem uma alternativa viável
para o uso agrícola, as escórias (silicatos de cálcio e/ou magnésio), até o presente momento,
são produtos pouco utilizados na agricultura brasileira. Entretanto, são amplamente utilizadas
em países como o Japão, China e Estados Unidos (PRADO et al., 2001; PRADO e NATALE,
2004).
No Brasil, para cada tonelada de aço produzido são gerados entre 70 a
170 kg dessas escórias e, por ano são produzidos aproximadamente de 4 milhões de toneladas,
das quais 56% (2,24 milhões de toneladas) são estocadas, sem destinação imediata (PRADO et
al., 2002), gerando um passivo ambiental de grandes proporções.
Nesse particular, o reaproveitamento desses resíduos torna-se muito
importante, pois pode compatibilizar a produção do aço com a atividade agrícola, eliminando,
pelo menos em parte, o passivo ambiental gerado pelo acúmulo de escórias nos pátios das
siderúrgicas. Associado a isso, deve-se ressaltar a possibilidade de redução da mineração de
calcário para fins agrícolas, com conseqüente redução na degradação ambiental, causada pela
atividade mineradora. No Brasil, são consumidos atualmente cerca de 20 milhões de toneladas
de calcário por ano na agricultura (MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, 2008) e, pelo menos
parte desse calcário poderia ser substituída por outros corretivos, como a escória de siderurgia.
De acordo com a legislação brasileira de corretivos (BRASIL, 1986),
as escórias de siderurgia devem apresentar algumas características mínimas para serem
comercializadas, no que se refere ao poder de neutralização e reatividade. O poder de
neutralização (PN) deve ser no mínimo 60%, e a soma dos óxidos de Ca e Mg deve ser
29
superior a 30%. Para o calcário, a legislação é mais rígida, sendo PN mínimo de 67% e a soma
de óxidos de Ca e Mg superior a 38%. Quanto à granulometria, o produto, na forma de pó,
deve ser constituído por partículas que deverão passar em 95% na peneira de 2 mm (ABNT
10) e 50% na peneira de 0,3 mm (ABNT n° 50).
De modo geral, a capacidade corretiva da acidez do solo das escórias é
semelhante à do calcário. Entretanto, esses dois tipos de corretivos diferem quanto à superfície
específica (área de contato) e quanto ao poder de neutralização (PN). O poder corretivo das
escórias pode ser superior à do calcário, devido à maior superfície específica de suas
partículas. Quando se aplica calcário e escória com granulometrias semelhantes (mesma
reatividade), no entanto, as escórias são menos eficientes na elevação do pH do solo. Essas
pequenas diferenças de eficiência são atribuídas ao valor neutralizante mais baixo da escória
(PRADO et al., 2001).
Nesse sentido, Dalto (2003) analisou a correção da acidez do solo em
profundidade pelo calcário e silicato de Ca e Mg, em condições de campo, e observou que, no
primeiro ano, o calcário apresentou maior reatividade em comparação ao silicato, para uma
mesma dose aplicada. Isso pode estar relacionado com o menor PRNT (89%) apresentado pelo
silicato, e com o tempo de reação (NOVAIS et al., 1993). Essa reação mais lenta do silicato
pode ser influenciada pela presença de impurezas (como Al), que reduzem a solubilidade da
escória, ou pela formação de uma película alcalina de óxido de Fe e Al ao redor das partículas
do corretivo no momento da hidrólise (GOMES, 1996).
Vidal et al. (2007) aos 90 dias, não observaram efeito de doses de
escória de alto forno, em diferentes frações granulométricas, na acidez de um solo com textura
argilosa. Santos et al. (2007) estudaram o comportamento da wollastonita e do calcário no
crescimento e desenvolvimento do arroz, e verificaram efeito na nutrição e produção das
plantas.
Madeiros et al. (2007) avaliaram a influência da aplicação de escória
siderúrgica na concentração de macronutrientes na cana-de-açúcar, em casa de vegetação.
Observaram que houve pequeno aumento nas concentrações foliares de Si, N e Ca, enquanto
que, as concentrações foliares de S e P diminuíram.
Em outro estudo, Silva et al. (2007) avaliaram a influência da
aplicação superficial de calcário e silicato na nutrição e produtividade do feijoeiro, cultivado
30
em área com e sem irrigação, sob SPD, e observaram que em condições de déficit hídrico, a
aplicação de silicato de cálcio e magnésio minimizou as perdas na produtividade do feijoeiro,
apresar de não alterar sua nutrição. E, com o fornecimento adequado de água (área irrigada),
ambos os corretivos (calcário e silicato) aumentaram a produtividade do feijoeiro, em
comparação à testemunha.
Castro e Crusciol (2007) estudaram o efeito da aplicação superficial de
calcário e silicato no SPD, na cultura da soja, e observaram que o silicato foi tão eficiente
quanto o calcário na melhoria das características agronômicas da soja. Houve aumento do teor
de Si foliar no tratamento que recebeu silicato, e incrementos na produtividade com aplicação
de ambos.
4.4 Silício na agricultura
Desde janeiro de 2004, com o decreto 4.954 e aprovação do
Ministério da Agricultura, o silício passou a ser considerado um “micronutriente benéfico”.
Portanto, para a utilização em misturas sólidas ou fluídas, com macronutrientes primários ou
secundários, aplicação diretamente no solo ou via fertirrigação, as garantias mínimas não
poderão ser inferiores a 1% em produtos sólidos e 0,5% em produtos fluídos solúveis em água
(BRASIL, 2004).
A essencialidade do silício é muito difícil de ser comprovada devido à
sua abundância na biosfera (WERNER e ROTH, 1983). É o segundo elemento mais abundante
na crosta terrestre, superado apenas pelo oxigênio, encontrado somente em formas combinadas
como a sílica (SiO
2
) e minerais silicatados (LIMA FILHO et al., 1999). Acumula-se no tecido
de todas as plantas, representado de 0,1 a 10% da matéria seca (KORNDÖRFER et al.,
2002a). Mesmo não sendo considerado essencial, do ponto de vista fisiológico e metabólico,
para o crescimento e desenvolvimento das plantas (EPSTEIN, 1994), sua absorção traz
inúmeros benefícios, principalmente para o arroz (BARBOSA FILHO et al., 2000).
Efeitos benéficos da adubação silicatada têm sido observados em
várias espécies vegetais, notadamente quando estas estão submetidas a estresse biótico ou
abiótico (FARIA, 2000,
TRENHOLM
et al., 2001; MA et al., 2001). Poucas são as
informações com relação às melhores fontes de silício para uso na agricultura, no entanto,
31
alguns produtos vêm sendo comercializados como fontes deste elemento, destacam-se: as
escórias siderúrgicas, utilizadas para o fornecimento de Si e correção do solo, já que possuem
em sua composição silicatos de Ca e Mg; subprodutos da produção de fósforo elementar;
cimento; silicatos de magnésio (Serpentinitos); silicatos de potássio; termofosfatos; sílica gel e
fontes naturais como a Wollastonita, que é um silicato de cálcio natural com altos teores de
CaSiO
3
e alto grau de pureza utilizado como padrão para experimentos com silício.
É necessária a observação de alguns critérios para a escolha das
melhores fontes de silício, as quais devem apresentar altos teores de Si solúvel, alta
reatividade, baixo custo, altos teores de óxido de cálcio (CaO) e óxido de magnésio (MgO),
além de baixos teores de metais pesados, em especial para os agregados siderúrgicos
(KORNDÖRFER et al., 2002a).
A adubação com silício tem se mostrado eficiente também no controle
e/ou redução da incidência de várias doenças importantes para o arroz. Uma aplicação de
silício antes da semeadura pode eliminar ou reduzir o número de aplicações com fungicidas
durante o ciclo da cultura. Com base nisso, várias doenças foram avaliadas quantitativamente
por um período de três anos, concluindo-se que o silício pode exercer controle efetivo de
algumas doenças com redução do impacto ambiental e aumento da produtividade
(KORNDÖRFER e DATNOFF, 1995).
4.4.1 Silício no solo
O óxido de silício (SiO
2
) é o mineral primário mais abundante em
solos tropicais e constitui a base estrutural da maioria das argilas (BARBOSA FILHO et al.,
2000). Mas, devido a processos de intemperização, lixiviação mais acentuada e cultivos
intensivos, os solos agrícolas tropicais tendem a apresentar baixos níveis de Si trocável,
devido à dessilicatização (TISDALE et al., 1993; LIMA FILHO et al., 1999). Esses solos,
quando utilizados intensivamente, principalmente com culturas acumuladoras de silício,
podem se tornar deficientes no elemento, pois a exportação não é compensada pela adubação
silicatada (LIMA FILHO et al., 1999). O contrário ocorre nos solos das regiões temperadas,
que apresentam maiores teores de argilas silicatadas
do que sesquióxidos de Al e Fe
(MALAVOLTA, 1980).
32
Os óxidos de ferro e alumínio são os principais responsáveis pela
adsorção do silício em solução (MENGEL e KIRKBY, 1987). Assim, a capacidade de
liberação de silício para a solução do solo é influenciada pela quantidade de sesquióxidos e
pelo grau de intemperismo do solo, mostrando que essa quantidade é diretamente dependente
da estabilidade dos minerais da fase sólida. Meyer e Keeping (2001) observaram correlação
positiva entre os teores de silício e de argila no solo. Assim como, Hossain et al. (2001)
observaram resposta mais intensa da cultura do arroz à adubação silicatada em solos arenosos,
em comparação a solos argilosos.
Em experimento com quatro solos no Triângulo Mineiro, Korndörfer
et al. (1999) observaram que a disponibilidade de silício seguiu a seguinte ordem decrescente:
Latossolo roxo distrófico, Latossolo vermelho-escuro, Latossolo vermelho-amarelo álico e
areia quartzosa álica, encontrando valores de 10,5, 6,6, 5,7 e 3,2 mg dm
-3
, respectivamente,
utilizando como extrator o ácido acético 0,5 mol L
-1
. Essa diferença pode estar relacionada ao
teor de argila, pois os solos arenosos, por apresentar predominância de quartzo na composição
mineralógica, tendem a adsorver menores quantidades de Si.
Em outro estudo, relatado por Camargo et al. (2002), comparou-se a
disponibilidade de silício em relação às características texturais de 19 solos sob vegetação de
cerrado. Os autores observaram que os valores de silício diminuíram à medida que o teor de
areia dos solos aumentou, apresentando correlação significativa. Solos com altas porcentagens
de areia apresentaram tendência a baixos teores de Si, pois o quartzo com alto teor de SiO
2
,
presente em grande quantidade nesses solos é praticamente inerte. Além disso, solos muito
arenosos possuem drenagem excessiva, carreando o Si disponível para horizontes mais
profundos. Foi observado também que, os teores de silício aumentaram com a quantidade
crescente de argila dos solos, esse comportamento pode ser explicado pela capacidade de
adsorção de Si pelas argilas, evitando sua lixiviação.
Savant et al. (1997a) atribuíram a queda da produtividade do arroz em
várias regiões do mundo a uma possível diminuição do teor de silício no solo, e relataram três
fatores que poderiam estar envolvidos nesse fenômeno: a) muitos solos de áreas produtoras de
arroz de regiões tropicais e sub-tropicais apresentam graus variados de dessilicatização; b) a
velocidade de dissolução do silício no solo é muito baixa; c) o silício da solução do solo é
33
adsorvido por sesquióxidos que estão presentes em muitos solos tropicais (SAVANT et al.,
1997b).
Um dos fatores mais estudados e que interfere na solubilidade do
silício no solo, em condições aeróbicas, é o pH. A adsorção de silício monomérico por
hidróxidos de ferro e alumínio recém precipitados e por argilas de um Latossolo aumenta com
a elevação do pH de 4,0 até 9,0 (MCKEAGUE e CLINE, 1963).
O silício está presente na solução do solo como ácido monossilícico
(H
4
SiO
4
) (RAIJ e CAMARGO, 1973) e comporta-se como um ácido fraco desprovido de
cargas (MCKEAGUE e CLINE, 1963; RAIJ e CAMARGO, 1973). Encontra-se na forma não
dissociada, o qual é prontamente absorvido pela planta (RAVEN, 1983).
As principais fontes de silício presentes na solução do solo são
resultados da decomposição de resíduos vegetais, dissociação do ácido silícico polimérico, da
liberação de silício dos óxidos e hidróxidos de Fe e Al, dissociação de minerais cristalinos e
não cristalinos, da adição de fertilizantes silicatados e da água de irrigação. E os principais
drenos são a precipitação do silício em solução formando minerais, a polimerização do ácido
silícico, a lixiviação, a adsorção pelos óxidos e hidróxidos de Fe e Al e a absorção pelas
plantas (LIMA FILHO et al., 1999).
Em solo de cerrado, Alvarez (2004) observou que a aplicação de 100
kg ha
-1
de Si no sulco de semeadura, utilizando como fonte o silicato de cálcio, proporcionou
maior teor de silício em relação ao existente no solo, resultado semelhante foi obtido por
Mauad et al. (2003b) em um Latossolo Vermelho distróferico.
Korndörfer et al. (1999) ressaltam que em solos com baixos teores de
“silício disponível”, a adubação com silicato de cálcio além de fornecer silício, pode melhorar
as características químicas do solo tais como elevação do pH, saturação por bases, redução da
saturação por alumínio e aumento do Ca trocável.
Os valores de silício no solo, utilizando como extrator o ácido acético,
são considerados baixos quando menores que 6 mg dm
-3
, médios entre 6 e 24 mg dm
-3
, e altos,
acima de 24 mg dm
-3
, sendo estes intervalos estimados para os solos orgânicos e arenosos da
Flórida (KORNDÖRFER et al., 2001). Solos com teores de silício, extraídos em ácido acético,
inferiores a 10 mg dm
-3
, deveriam receber adubação silicatada para obtenção de rendimentos
34
máximos, enquanto que, solos com teores superiores a 15 mg dm
-3
, não necessitariam do
elemento (KORNDÖRFER et al., 2003).
4.4.2 Silício na planta
As plantas absorvem o silício da solução do solo na forma de ácido
silícico H
4
SiO
4
(TISDALE et al., 1993). A absorção de silício pelas plantas de arroz parece ser um
processo ativo, enquanto que para outras espécies como trigo, girassol e soja, esse mecanismo
parece ser passivo (VORN, 1980). Segundo Mengel e Kirkby (1987), a absorção de silício é feita
de forma passiva, com o elemento acompanhando o fluxo transpiratório, enquanto para Takahashi
(1995), a absorção é feita de forma ativa, pois a absorção de silício não é inibida quando o
fornecimento de água é interrompido temporariamente, sendo a absorção influenciada por
inibidores da respiração.
O silício é depositado na forma de sílica gel na parede celular da
epiderme das folhas, colmos e casca, formando uma dupla camada de sílica-cutícula e lica-
celulose (YOSHIDA et al., 1959; YOSHIDA et al., 1962; RAVEN, 2003). A deposição de
silício aumenta a rigidez da parede celular, a resistência do arroz a pragas, doenças,
acamamento, melhora a interceptação de luz e diminui a transpiração (EPSTEIN, 1994,
TAKAHASHI, 1995; AGARIE et al., 1998; BARBOSA FILHO et al., 2001).
A deposição de silício absorvido é influenciada por vários fatores,
dentre eles pela idade da planta, do tipo e localização dos tecidos envolvidos e da absorção
através das raízes, além da transpiração. A variação ampla dos teores de silício no tecido
vegetal é resultado tanto da fisiologia das diferentes espécies, quanto do ambiente onde as
plantas se desenvolvem (CHAGAS, 2004). Na planta existem três locais reconhecidos de
deposição de Si: a parede celular, o lúmen celular e os espaços intercelulares nos tecidos das
raízes, colmos ou na camada extracelular da cutícula (SANGSTER et al., 2001).
A principal forma na qual o silício é encontrado na planta é a sílica
amorfa hidratada, SiO
2
nH
2
O e depois na forma de polímeros, formando complexos com
polifenóis de grande estabilidade e baixa solubilidade. A maior parte do silício deposita-se no
apoplasto na forma sólida, onde se torna imóvel. Nas folhas de arroz, forma-se uma camada de
sílica abaixo da cutícula, nas células epidérmicas, contribuindo para fortalecer a estrutura da
35
planta, aumentar a resistência ao acamamento, reduzindo a perda de água e dificultando a
penetração de hifas de fungos (TAKAHASHI, 1995, KORNDÖRFER et al., 2002). Em função
desta dupla camada de sílica abaixo da cutícula, nas células epidérmicas, além de menor
transpiração que reflete em maior economia de água, as plantas de arroz mantêm suas folhas
mais eretas promovendo maior aproveitamento da luz, refletindo num maior aproveitamento
fotossintético (DEREN et al., 1994; TAKAHASHI, 1995).
Savant et al. (1997b) afirmam que após o silício ser absorvido pelas
plantas como ácido monossilícico e a água ser perdida pela evapotranspiração, o silício fica
depositado no tecido da epiderme das folhas de arroz. Assim, evidências de que a redução
da transpiração cuticular pode chegar a 30% nas plantas tratadas com silício (YOSHIDA et al.,
1959). Horiguchi (1988) e Agarie et al. (1998) encontraram menor taxa de transpiração em
plantas que cresceram em meio onde havia silício.
Outro aspecto importante diz respeito à quantidade de sílica (SiO
2
)
absorvida pelas plantas de arroz que, segundo Takahashi (1995), é 6 vezes maior que a de K,
10 vezes maior que a de N, 20 vezes maior que a de P
2
O
5
e 30 vezes maior que a de Ca.
Segundo Deren et al. (1994) as plantas diferem bastante quanto à capacidade de absorver
silício, assim, genótipos de arroz diferem no teor de silício, respondendo de modo diferente à
aplicação do elemento.
Winslow (1992) observou que genótipos de arroz do grupo Japônica
apresentavam concentrações de silício de 50 a 100% mais altas que genótipos do grupo Índica,
e cultivares tradicionais apresentam maior eficiência na absorção desse elemento. Barbosa
Filho et al. (1998) também encontraram diferenças significativas na porcentagem de silício na
palha do arroz das cultivares Caiapó e Carajás e na linhagem CNA 7706.
As plantas superiores podem ser classificadas em relação ao acúmulo
de Si como acumuladoras, não acumuladoras e intermediárias (MIYAKE e TAKAHASHI,
1983). Segundo Raij (1991), as concentrações de Si nas gramíneas chegam a ser de 10 a 20
vezes maiores do que nas dicotiledôneas.
A movimentação de Si na forma monomérica H
4
SiO
4
até as raízes,
depende de sua concentração na solução do solo e da espécie de planta. Em baixas
concentrações, redução no transporte por fluxo de massa, porém passa a ser significativo
36
quando se trata de plantas acumuladoras cultivadas em solos com elevados teores do elemento
(MARSCHNER, 1995).
Em geral, os benefícios do Si para as plantas são melhores observados
em culturas que o acumulam de modo ativo (MA et al., 2001). A ausência de resposta à
fertilização silicatada por parte das plantas não significa que o Si não influencie o crescimento
das mesmas, pois, muitas vezes, o solo contém este elemento em abundância e supre seu
requerimento para o crescimento saudável da maioria das espécies. Nesses casos, seus efeitos
geralmente são mais intensos sob condições de estresse.
Foi observado que o Si aumenta o número total de espiguetas por
panícula (MA et al., 1989; DEREN et al., 1994; TAKAHASHI, 1995), a fertilidade das
espiguetas (MATOH et al., 1991; TAKAHASHI, 1995) e a massa de grãos (BALASTA et al.,
1989; MATOH et al., 1991; CARVALHO, 2000; MAUAD et al., 2003). Com relação ao
número de panículas, os resultados encontrados na literatura são contraditórios, enquanto
Takahashi (1995) observou aumento, Ma et al (1989), Deren et al. (1994), Carvalho (2000) e
Mauad et al. (2003a) não obtiveram aumento significativo.
Takatsuka et al. (2001) relacionaram a baixa porcentagem de
espiguetas granadas aos baixos teores de silício na planta. Segundo Ma (2004), o mero de
espiguetas granadas é o componente da produção mais influenciado pelo silício, em plantas de
arroz e cevada.
Ma et al. (1989) observaram que a adubação silicatada na cultura do
arroz aumentou o número de panículas, o número total de espiguetas por panículas, sendo que,
o peso de 1000 sementes permaneceu estável. O maior efeito do silício ocorreu aumentando a
fertilidade de espiguetas. Os autores constataram também que o estádio de maior absorção de
silício foi o reprodutivo. Assim, Takahashi (1995) verificou que a ausência de silício reduziu o
número de panículas m
-2
, o número total de espiguetas por panícula e a fertilidade das
espiguetas, não interferindo na massa de grãos.
No entanto, Carvalho (2000), em condições de campo, estudou efeitos
de fontes e doses de silício nos componentes da produção da cultura do arroz, cultivar IAC
202, irrigado por aspersão, não obteve resposta significativa para o número de panículas por
metro quadrado, número de espiguetas por panícula, fertilidade das espiguetas e
produtividade, com exceção apenas da massa de grãos.
37
Estudos desenvolvidos por Korndörfer et al. (2002b) avaliaram o efeito
de quatro doses de silício (0, 200, 400 e 600 kg ha
-1
) na forma de silicato de cálcio, em dois
solos de cerrado (Latossolo Vermelho-Amarelo e Neossolo Quartzarênico), sobre a produção
de grãos da cultura do arroz e a tolerância à falta de água (3 níveis de água 60, 70 e 80%
C.C.), tendo como princípio o fato de que uma planta que acumula silício na epiderme das
folhas é mais tolerante à falta de água porque consegue ser mais eficiente na regulação da
transpiração. Os autores verificaram que o silício promoveu aumento na produção de grãos e
tolerância à falta de água, sendo que os efeitos do silício sobre a produção de grãos foram
maiores quando os solos foram submetidos a uma menor disponibilidade hídrica.
O excesso de Fe
2+
na solução do solo pode provocar toxidez deste
elemento no arroz e causar deficiência de outros micro e macronutrientes essenciais à nutrição
da planta (PONNAMPERUMA, 1972). A presença do Si na planta tem aumentado a
tolerância do arroz à toxidez de Mn e Fe, fato atribuído à maior oxidação que esses dois
elementos sofrem na rizosfera, em função do silício aumentar o número e o tamanho dos
aerênquimas nas plantas de arroz, estruturas responsáveis pela condução do oxigênio da parte
aérea para as raízes, aumentando o poder oxidativo, diminuindo a toxidez de ferro e manganês
na planta (HORIGUCHI, 1988; VERMAS e MINHAS, 1989; GALVEZ et al. 1987).
Outros estudos demonstram que a adubação com Si aumentou a
concentração de P na planta e nos grãos de arroz, onde não houve adubação com fósforo. A
eficiência de fertilização fosfatada foi melhorada quando aplicada em conjunto com uma fonte
de Si (SAVANT et al., 1997b).
Pesquisas científicas têm demonstrado o envolvimento do silício em
vários aspectos estruturais, fisiológicos e bioquímicos da vida da planta, com papéis bastante
diversos. Além de promover melhorias no metabolismo, em situações de estresses bióticos
pode ativar genes envolvidos na produção de fenóis e enzimas relacionadas com os
mecanismos de defesa da planta (LIMA FILHO et al., 1999). O silício, sendo absorvido em
grande quantidade, pode estimular diferentes mecanismos de defesa das plantas, e estes efeitos
podem ser diretos, como é o caso da barreira mecânica, ou indiretos, como a indução dos
fenóis (fitoalexinas), que são compostos orgânicos tóxicos para rias espécies de fungos e
insetos (RODRIGUES et al., 2004).
38
Portanto, umas das explicações para o controle de doenças seria a
formação de fenóis induzida pela absorção de Si. Compostos fenólicos acumulam-se nos sítios
de infecção, cujas causas ainda não estão esclarecidas. O Si pode formar complexos com os
compostos fenólicos e elevar a síntese e mobilidade destes no apoplasto. Uma rápida
deposição de compostos fenólicos ou lignina nos sítios de infecção é um mecanismo de defesa
contra o ataque de patógenos, e a presença de Si solúvel facilita este mecanismo de resistência
(MENZIES et al., 199l).
Estudos realizados no sul da Flórida demonstraram que a adubação
com silício reduziu a incidência de brusone de 17 a 31% e a mancha parda de 15 a 32%, em
comparação ao tratamento que não recebeu silício (DATNOFF et al., 1991). Santos et al.
(2003) obtiveram bons resultados utilizando o silício no controle das principais doenças do
arroz irrigado no Tocantins. A brusone foi reduzida em aproximadamente 19% por efeito do
silício, e, em média, a produção foi 33% superior nas parcelas adubadas com silício.
A incidência de doenças é menor quando o teor de silício no tecido da
planta é maior (DATNOFF et al., 1990, 1991). Dessa forma, o efeito do silício sobre as
doenças do arroz é ainda mais marcante quando o mesmo é adubado com doses elevadas de N
(DATNOFF et al., 1990). Isso ocorre em função da adubação nitrogenada deixar o arroz mais
sensível às doenças e, particularmente ao ataque de brusone (Pyricularia grisea).
Prado e Fernandes (2000) demonstraram que a aplicação de escória de
siderurgia, produto à base de silicato de cálcio, reduziu significativamente a senescência das
folhas de cana-de-açúcar de 35,6% para 26,9%. De acordo com os autores, o uso do material
como fonte de Si para a lavoura canavieira pode incrementar ainda mais sua taxa
fotossintética, em razão do prolongamento da vida útil das folhas, com reflexos na
produtividade.
Korndörfer et al. (2002a) relataram que em Mauricius, na África, o uso
de silicato de cálcio na dose de 7,1 t ha
-1
proporcionou aumentos de produção durante ciclo de
avaliação de seis anos da cana-de-açúcar. Em outro estudo, Datnoff et al. (2001) observaram
que o fornecimento de Si promoveu incrementos na produção de cana-de-açúcar da ordem de
11 a 16% na cana-planta, e de 11 a 20% na cana-soca.
39
4.5 Utilização do gesso agrícola no sistema plantio direto
Segundo Malavolta (1985) o gesso agrícola é subproduto da indústria
de fertilizantes fosfatados acidulados e parte integrante do superfosfato simples (SPS), que é
uma mistura de partes aproximadamente iguais de fosfato monocálcico e de gesso. No
processo de obtenção do ácido fosfórico a partir da apatita, é produzido o gesso como
subproduto, e para cada tonelada de ácido fosfórico, o produzidas, em dia, 5,5 toneladas
de gesso agrícola.
O gesso tem sido utilizado em solos ácidos como um produto
complementar ao calcário (SILVA et al., 1998). Sua alta mobilidade tem sido atribuída à
maior solubilidade e à presença de um ânion estável (SO
4
2-
). Além disso, outro fato que
contribui para a maior lixiviação deste material é que nas condições da camada arável de solos
cultivados, onde prevalecem cargas negativas, acidez corrigida e presença de teores
consideráveis de fosfatos, a permanência de sulfatos é desfavorável (RAIJ, 1988).
O ânion SO
4
2-
forma par iônico neutro com o íon Ca
2+
, e com isto o
leva até a subsuperfície do solo, mas pode ainda formar AlSO
4
2-
(PAVAN et al., 1982), que é
menos disponível, e outras formas de alumínio não trocáveis (PAVAN et al., 1982, 1994). Isto
demonstra que o gesso pode reduzir a atividade do Al em solução (ALVA et al., 1986), e
também aumentar os teores de Ca na subsuperfície do solo (CHAVES et al., 1988; FARINA e
CHANNON, 1988). Em função disso, ocorre maior desenvolvimento de raízes em
profundidade e maior aproveitamento de água e nutriente pelas plantas (FARINA e
CHANNON, 1988).
Além disso, tem sido proposto o emprego do gesso agrícola como
fonte alternativa de cálcio e enxofre para as culturas (MALAVOLTA et al., 1981; ROSOLEM
e MACHADO, 1983; VITTI et al., 1985). Como já foi dito, esse produto, quando comparado
ao calcário, apresenta maior solubilidade em água, sendo, portanto, capaz de lixiviar o cálcio
até maiores profundidades. Na aplicação do gesso, alguns autores encontraram uma
diminuição nos teores de magnésio e potássio no solo, que são lixiviados, portanto, sugeriram
a aplicação conjunta do gesso com o calcário (QUAGGIO et al., 1982, ROSOLEM e
MACHADO, 1983; MALAVOLTA, 1983; PAVAN et al., 1984; VITTI, 1988; ALCARDE,
1988, RAIJ et al., 1994).
40
Caires et al. (1998), em um Latossolo Vermelho distrófico textura
média, verificaram que 24 meses após a aplicação de 12 t ha
-1
de gesso em superfície, cerca de
60% do S-SO
4
2-
haviam sido lixiviados para abaixo de 0,80 m de profundidade no perfil, e
que apenas uma pequena parte do S-SO
4
2-
(10%) encontrava-se na camada de 0-0,20 m. Em
outro estudo, Caires et al. (2003), em um Latossolo Vermelho distrófico argiloso (580 e 680 g
kg
-1
de argila nas camadas de 0-0,20 e 0,40-0,60 m, respectivamente), observaram que 20
meses após a aplicação, o S-SO
4
2-
proveniente do gesso estava distribuído regularmente por
todo o perfil do solo até a profundidade de 0,60 m. Portanto, existe diferenças na velocidade
de movimentação do S-SO
4
2-
em diferentes solos, devendo ser mais lenta em solos mais
argilosos, e com altos teores de óxidos de ferro e alumínio (CAMARGO e RAIJ, 1989;
CAIRES et al., 2003).
Caires et al. (1998) obtiveram resposta à aplicação de gesso na redução
dos teores de Al trocável, no aumento dos teores de cálcio em todo perfil do solo e na
lixiviação de bases, principalmente de magnésio, sendo esta mais acentuada na presença de
maiores teores de Mg trocável no solo. Ao contrário, Nogueira e Mozeto (1990) observaram
que quando foi utilizada a combinação de calcário e gesso, em seis solos sob vegetação de
cerrado, houve menor lixiviação de magnésio e potássio, o que pode diminuir os possíveis
desequilíbrios nutricionais com aplicação somente de gesso.
Por outro lado, Soratto e Crusciol (2008a) constataram efeito da
aplicação superficial de gesso até a camada de 0,40 a 0,60 m, com incremento nos teores de S-
SO
4
2-
e Ca
2+
, e redução nos teores de Al
+3
aos 12 meses. Quanto ao Mg
2+
, os autores
constataram incremento até a camada de 0,10 a 0,20 m na amostragem realizada aos 12 meses
e redução em todo o perfil na amostragem de 18 meses.
Raij (2007) destaca ainda que é comum existir uma certa confusão
quanto ao papel do calcário e do gesso na correção do solo, mas deve ficar claro que os dois
produtos são muito diferentes. A calagem atua na camada mais superficial do solo e o gesso
atua em profundidade. Assim, nunca se pode esperar da gessagem um efeito igual ao da
calagem, pois normalmente o efeito é três vezes menor, mesmo onde há resposta à aplicação.
O calcário e o gesso têm reações diferentes no solo. O carbonato de
cálcio é um sal básico e, como tal, reage com qualquer ácido através de uma reação de
neutralização. Portanto, o carbonato de cálcio neutraliza a acidez do solo pela formação do sal,
41
água e gás carbônico, ficando as cargas negativas expostas contrabalanceadas pelo Ca
+2
. O
importante no caso é o papel do íon carbonato de “receptor de prótons” ou, em outras palavras
de íons de hidrogênio, que perdem seu caráter ácido ao serem incorporados em moléculas de
água. Por outro lado, o gesso como sal neutro, não tem ação sobre a acidez. O ânion sulfato
permanece como tal e não atua como “receptor de prótons”. Assim, o gesso não neutraliza a
acidez. Dessa forma, sua reação na camada superficial do solo é tão somente a de troca de
cátions (RAIJ, 2007).
No caso de solos arenosos de baixa fertilidade e baixos teores de
matéria orgânica, doses de gesso acima de 5,0 t ha
-1
tem causado efeitos negativos em culturas
devido à remoção preferencial de magnésio da camada superior do perfil (SHAINBERG et al.,
1989; ALCORDO e RECHEIGL, 1993). Em alguns experimentos a lixiviação ocorre a
partir de doses inferiores a 2,0 t ha
-1
(QUAGGIO e RAIJ, 1982; ROSOLEM e MACHADO,
1984); enquanto em outros, ele só se inicia acima de 10,0 t ha
-1
.
Em experimento realizado com lisímetros, e utilizando amostras de um
Neossolo Quartzarênico, Ramos et al. (2006) aplicaram o equivalente a 2.000 mm de água
destilada, e observaram, após 40 dias de incubação, aumento nos teores de cálcio nas parcelas
tratadas com gesso, no entanto não houve correção da acidez.
Podem ser verificados resultados de vários outros trabalhos
demonstrando a eficiência do gesso na melhoria de atributos químicos do subsolo (REEVE e
SUMMER, 1972; PAVAN et al., 1984; SHAINBERG et al., 1989, SOUSA et al., 1996;
CARVALHO e RAIJ, 1997; RAIJ et al., 1998; ERNANI et al., 2001; CAIRES et al., 2003;
CAIRES et al., 2004; SORATTO e CRUSCIOL, 2008a). Em geral, as respostas encontradas
demonstraram decréscimos de alumínio e aumento de cálcio trocável nas camadas
subsuperficiais, ocorrendo inclusive, em alguns casos aumentos nos valores de pH, como foi
observado por Caires et al (2003) nas camadas de 0,20-0,40 m aos 8 meses e de 0,40-0,60 m
aos 20 e 32 meses após a aplicação superficial de gesso.
Souza e Ritchey (1986), trabalhando com Latossolo Vermelho-Escuro
álico, constataram que com o uso de 6,0 t ha
-1
de gesso houve produção de grãos de milho
68% maior, quando comparada com a testemunha, após 25 dias de deficiência hídrica.
Carvalho et al. (1986) verificaram que o efeito da adição de gesso no cultivo de milho é mais
marcante quando há déficit hídrico, do que com suprimento adequado de água.
42
Em outro estudo, Caires et al. (1999), avaliando as alterações químicas
do solo pelo uso de gesso no SPD para as culturas de milho, trigo e soja, constataram que
apenas a cultura de milho apresentou aumento de produção em decorrência do fornecimento
de enxofre, porém, houve maior teor de cálcio trocável em todo o perfil, redução da saturação
por alumínio e aumento da relação Ca/Mg do solo. As respostas em aumentos de produção
foram relacionadas à melhoria nos teores de cálcio e/ou redução de alumínio nos subsolos
envolvidos.
Em estudo sobre os efeitos do gesso e do calcário na produção e nos
teores de nutrientes da parte aérea da cultura do arroz irrigado, Mesquita (1993) verificou que
as doses de gesso aumentaram a produção e os teores foliares do Ca e S e reduziram os teores
de Mg, P, Zn, Mn, Fe, K e Cu, sendo a produção máxima (7.548 kg ha
-1
) obtida com a dose de
1.374 kg ha
-1
de gesso na presença de calagem.
Resultados observados por Moraes et al. (1998) indicaram elevação do
teor de magnésio e redução do teor de manganês em folhas do feijoeiro com a aplicação de
calcário. A calagem e/ou a gessagem, todavia, não influenciaram os componentes de produção
e a produção de grãos.
Atualmente os critérios de recomendação de gesso baseiam-se nos
teores de Ca e Al trocáveis e também na porcentagem de argila presente nas camadas abaixo
de 20 cm do solo. Raij et al. (1997) recomendam a aplicação de gesso quando a saturação de
Al estiver maior que 40 % e/ou quando os teores de Ca forem inferiores a 4 mmol
c
dm
-3
. A
necessidade de gesso é estimada pela fórmula: NG (kg ha
-1
) = 6 x g kg
-1
de argila.
Na cultura do feijão, Galon et al. (1996) observaram que o gesso
aumentou os teores de Ca nos grãos e a associação calcário-gesso elevou o teor de S nas folhas
e aumentou o peso de 100 grãos.
Contiero (1995) observou que a aplicação de calcário isoladamente foi
superior à adição da mistura de calcário e gesso, e somente gesso, sobre a cultura da cana-de-
açúcar cultivada em Latossolo Vermelho-Escuro de textura média. Demonstrou-se ainda que a
aplicação de gesso, mesmo em conjunto com calcário, pode ou não resultar em efeitos
desejáveis na produtividade da cultura, estando tal fato ligado a fatores do solo e da própria
planta.
43
Ritchey et al. (1980) avaliando um ensaio de fosfato em Latossolo-
Vermelho-Escuro na região do cerrado, observaram após a ocorrência de um veranico, que nos
tratamentos com superfosfato triplo, as plantas de milho estavam murchas enquanto nos
tratamentos com superfosfato simples, estavam túrgidas. Com análise mais detalhada puderam
perceber que nos tratamentos que receberam superfosfato simples, o sistema radicular estava
mais profundo possibilitando uma maior absorção de água das camadas subsuperficiais. Além
desse fato, foi observado também que o solo continha mais cálcio e menos alumínio nas
camadas inferiores. Os autores atribuíram estes efeitos benéficos sobre a cultura do milho ao
gesso, contido no superfosfato simples, característica que o difere do superfosfato triplo.
Pesquisas sobre os efeitos da aplicação combinada e/ou isolada de
corretivos da acidez e gesso agrícola em superfície, visando a melhoria da qualidade química
do perfil do solo são muito importantes e não há dúvidas da necessidade de se avaliar a
interação desses produtos no que se refere as características químicas, principalmente à
movimentação de cátions, nutrição mineral e produção de culturas.
44
5 MATERIAL E MÉTODOS
5.1 Localização do experimento e características do local
O experimento foi conduzido na Fazenda de Ensino e Pesquisa da
Faculdade de Engenharia UNESP, Campus de Ilha Solteira, localizada no município de
Selvíria MS, apresentando como coordenadas geográficas 51º 22’ Oeste e 20º 22’ Sul, com
altitude de 335 metros, nos anos agrícolas de 2003/04 e 2004/05, com a rotação de culturas
com arroz no verão e feijão no inverno.
A precipitação média anual é de aproximadamente 1.370 mm, a
temperatura média anual é de 23,5ºC e a umidade relativa do ar está entre 70 e 80% (média
anual).
Os dados diários referentes às temperaturas máxima, mínima e
precipitação durante a condução do experimento, coletados na Estação Meteorológica da
Fazenda de Ensino e Pesquisa, estão contidos na Figura 1.
45
0
10
20
30
40
50
0
30
60
90
120
nov/03 dez/03 jan/04
fev/04 mar/04 abr/04
mai/04 jun/04
jul/04
ago/04
aplicação corretivos
2003/2004
emergência arroz florescimento arroz
emergência feio
florescimento feijão
0
10
20
30
40
50
0
30
60
90
120
nov/04 dez/04 jan/05
fev/05 mar/05 abr/05
mai/05 jun/05
jul/05
ago/05
2004/2005
emergência arroz
florescimento arroz
emergência feijão
florescimento feijão
Temperatura C)
Precipitação (mm dia
-1
)
Figura 1.
Precipitação ( ), temperaturas máxima ( ) e mínima ( ) registradas durante
a condução do experimento, nos anos agrícolas de 2003/2004 e 2004/2005.
5.2 Histórico da área experimental e caracterização do solo
A área experimental, localizada sob pivô central, foi cultivada por
quatro anos no SPD, com milho no verão de 2002/03 e feijão no inverno de 2003.
O solo foi classificado como Latossolo Vermelho distrófico típico
argiloso (EMBRAPA, 1999). Antes da instalação do experimento, em 2003, foi realizada
análise química, nas profundidades de 0-0,20 e 0,20-0,40 m para cálculo da necessidade de
calagem e gessagem e nas profundidades de 0-0,05; 0,05-0,10; 0,10-0,20 e 0,20-0,40 m,
visando melhor caracterização da área experimental (Tabela 1). Também foram determinados,
46
na camada de 0-0,20 m, os teores dos micronutrientes Cu, Fe, Zn e Mn com valores de 4, 17,
0,3 e 7 mg dm
-3
, respectivamente. O teor de argila encontrado no solo, na profundidade de
0,20-0,40 m, foi 500 g kg
-1
. As análises químicas foram realizadas de acordo com a
metodologia proposta por Raij et al. (2001).
Tabela 1. Características químicas do solo da área antes da instalação do experimento.
Prof.
pH M.O. P
(resina)
S-SO
4
2
-
Si* Al H+Al
K Ca Mg CTC
V
(cm)
(CaCl
2
)
g dm
-
3
----------- mg dm
-
3
-----------
---------------
----
mmol
c
dm
-
3
-----
--------
--
%
0
20
5,1
27
20
16
5,9
0,0
40
1,5
19
12
72,5
45
0
5
5,1
28
22
14
6,2
0,0
40
3,3
18
14
75,3
47
5
10
5,1
25
28
14
5,4
0,0
40
0,7
16
10
66,7
40
10
20
5,2
26
16
16
5,7
0,0
37
0,6
18
13
68,9
46
20
40
5,3
23
8
40
4,7
0,0
34
0,6
12
9
55,6
39
*extrator cloreto de cálcio
Antes da aplicação dos produtos no campo, realizou-se a secagem em
terreiro de alvenaria a luz do sol, mediante fina camada distribuída uniformemente, para
redução do teor de água de forma a facilitar as misturas. Assim, os teores de água nos produtos
ficaram entre 50 e 80 g kg
-1
. As misturas foram confeccionadas em máquina betoneira como
método de uniformização, e, posteriormente, todas as misturas bem como os produtos
individualizados foram acondicionadas em sacos de ráfia.
5.3 Delineamento experimental e tratamentos utilizados
O delineamento experimental utilizado foi em blocos casualizados,
com oito tratamentos e quatro repetições. As parcelas apresentavam a dimensão de 35 m
2
(5,0
m x 7,0 m).
Os tratamentos utilizados foram: 1 Testemunha (sem corretivos e
sem gesso agrícola), 2 Gesso (aplicação apenas de gesso agrícola), 3 Calcário (aplicação
exclusiva de calcário), 4 – Silicato (aplicação exclusiva de silicato), 5 – Mistura composta de
Calcário + Silicato (aplicação da mistura de calcário e silicato - CS, metade da dose de cada
corretivo), 6 Mistura composta de Calcário + Gesso (aplicação da mistura da dose total de
calcário e da dose total de gesso agrícola - CG), 7 Mistura composta de Silicato + Gesso
47
(aplicação da mistura da dose total de silicato e da dose total de gesso agrícola - SG) e 8
Mistura composta de Calcário + Silicato + Gesso (aplicação da mistura de calcário e
silicato, metade da dose de cada corretivo e da dose total de gesso agrícola - CSG).
As doses dos corretivos, calcário (2,1 t ha
-1
) e silicato (2,2 t ha
-1
)
foram calculadas para elevar a saturação por bases a 70%. A quantidade de gesso utilizada
(3,0 t ha
-1
) foi determinada em função do teor de argila do solo (500 g kg
-1
) na profundidade
de 0,20-0,40 m conforme recomendação de Raij et al. (1996).
5.4 Características dos cultivares
O cultivar de arroz de terras altas Primavera foi utilizado nas duas
safras 2003/04 e 2004/05. O material é proveniente do Centro Nacional de Pesquisa de Arroz e
Feijão – EMBRAPA, resultado do cruzamento IRAT 10 x LS 85-158. Apresenta como
características porte médio (100-120 cm), ciclo curto (112 dias), 79-84 dias da emergência ao
florescimento, grãos tipo longo fino (agulhinha), moderadamente suscetível a brusone
(Pyricularia oryzaea Cav.) e ao acamamento (BRESEGHELLO et al., 1998). É recomendado
para cultivo em área de abertura e em área já trabalhadas sob condições do cerrado ou de mata
com baixa ou média fertilidade; devido a sua tendência ao acamamento em condições de alta
fertilidade. Entretanto pode também ser cultivada em solos férteis, desde que utilizadas baixas
doses de fertilizantes, principalmente nitrogenados (MEDEIROS, 2000).
Nos dois cultivos de feijão de inverno foi utilizado o cultivar Pérola,
originado de seleção do cultivar Aporé, possui hábito de crescimento indeterminado com ciclo
médio de 95 dias, porte semi-ereto (tipo II-III), sementes maiores de coloração bege clara com
listras marrons-claras, resistência à ferrugem e ao mosaico dourado (EMBRAPA, 2008). É o
material mais cultivado atualmente no Brasil, considerado de alto potencial produtivo.
5.5 Instalação e condução do experimento
Foi utilizado calcário com valores de Ca, Mg e PRNT próximos aos do
silicato. O silicato utilizado foi o produto da empresa Recmix denominado comercialmente de
Agrosilício. As características dos produtos utilizados estão contidas na Tabela 2.
48
Tabela 2. Composição química dos produtos.
Produtos S SiO
2
Ca Mg PRNT
-----------------------------------%-------------------------------------
Gesso
17 - 22 - -
Calcário
- - 30 7,2 86
Silicato
- 23 26 7,8 82
Os produtos foram secos ao ar antes de serem misturados, assim, os
teores de água ficaram entre 50 e 80%. As misturas foram estabelecidas com o auxílio de
betoneira e, posteriormente, todas as misturas bem como os produtos individualizados foram
acondicionadas em sacos de ráfia. Os produtos foram aplicados no dia 12/11/2003,
manualmente a lanço em superfície, sem incorporação ao solo e apenas no primeiro ano de
condução do experimento, antes da primeira semeadura do arroz.
Os experimentos foram conduzidos sob irrigação por pivô-central,
adotando tensiômetros no monitoramento e como indicativo de reposição de água os
potenciais, na cultura do arroz, de 0,058 MPa (fases vegetativa e de maturação) e 0,033 MPa
(fase reprodutiva), e, na cultura do feijão, de 0,05 MPa (fases vegetativa e de maturação) e
0,03 MPa (fase reprodutiva).
5.5.1 Cultivo do arroz (verão 2003/04 e 2004/05)
A semeadura do cultivar Primavera foi realizada mecanicamente em
12/11/03 e 16/11/04, no espaçamento de 0,36 m entrelinhas e densidade de 80 sementes
viáveis por metro de linha. Cada parcela foi constituída por 12 linhas de 7 metros de
comprimento, sendo a área útil as 4 linhas centrais, desprezando-se 0,5 m das extremidades.
A adubação nos sulcos de semeadura constituiu-se de 200 kg ha
-1
da
fórmula 08-28-16 + 0,4% Zn, em ambas as safras. No primeiro ano, o controle de plantas
daninhas foi realizado aplicando-se os herbicidas oxidiazon (750 g ha
-1
do i.a.) em pré-
emergência, e bentazon (720 g ha
-1
do i.a.) em pós-emergência. No segundo ano, aos 18 DAE,
utilizou-se metsulfuron methyl (2,0 g ha
-1
do i.a.).
49
Nos dois anos de cultivo, foram aplicados manualmente 60 kg ha
-1
de
N em cobertura na forma de uréia, aos 29 e 35 DAE, respectivamente, quando a cultura se
encontrava próximo à diferenciação floral.
A emergência das plantas ocorreu aos 6 e 7 dias após semeadura
(DAS) e o florescimento aos 76 e 70 DAE, em 2003/04 e 2004/05, respectivamente. A
colheita do arroz foi efetuada manual quando 90% das panículas apresentavam grãos com
coloração típica de maduros. O arroz apresentou ciclo de 104 e 91 DAE, no primeiro e
segundo anos agrícolas, respectivamente.
5.5.2 Cultivo do feijão (inverno de 2004 e 2005)
A semeadura do cultivar de feijão Pérola foi realizada mecanicamente
em 04/05/04 e 19/05/2005, no espaçamento de 0,50 m entrelinhas e densidade de 16 sementes
por metro. Cada parcela foi constituída por 10 linhas de 7 metros de comprimento, sendo a
área útil as 6 linhas centrais, desprezando-se 0,5 m das extremidades. As sementes foram
tratadas com carboxin (200 g do i.a.100 kg
-1
de sementes) e thiran (200 g do i.a. 100 kg
-1
de
sementes).
Nos dois cultivos a adubação de semeadura constituiu-se de 220 kg ha
-
1
da fórmula 08-28-16 + 0,4% Zn. Foram realizadas aplicações de inseticida chlorpyrifos (480
g ha
-1
de i.a.) e herbicida fluazifop-p-butil + fomesafen (200 + 250 g ha
-1
de i.a.). Para
adubação de cobertura utilizou-se 70 kg ha
-1
de N na forma de uréia, aos 23 e 21 DAE, em
2004 e 2005, respectivamente.
Nos dois cultivos a emergência das plantas ocorreu aos 7 dias após
semeadura (DAS), o florescimento aos 42 DAE e o cultivar Pérola apresentou ciclo de 84
DAE.
5.6 Avaliações realizadas
5.6.1 Caracterização do solo
50
Foram realizadas amostragens estratificadas do solo aos 6, 12 e 18
meses após a aplicação dos corretivos, nas camadas de 0-0,05, 0,05-0,10, 0,10-0,20 e 0,20-
0,40 m de profundidade. Foram retiradas aleatoriamente oito amostras simples em cada
profundidade, por parcela, para constituir uma amostra composta, sempre na entrelinha da
cultura presente na área, com a utilização de trado de rosca. As amostras compostas foram
secadas ao ar e peneiradas (malha 2 mm). Posteriormente foram submetidas à análise para
determinação do pH (CaCl
2
0,01 mol L
-1
), matéria orgânica, acidez potencial (H+Al), Al, Ca,
Mg e K trocáveis e, calculada a saturação por bases (V%), conforme metodologia proposta por
Raij et al. (2001). Vale ressaltar, que não foi detectada atividade de Al em todas as
profundidades e em todos os tratamentos, assim, os resultados não foram apresentados.
Foram também determinados os teores de NO
3
-
e SO
4
2-
. A
determinação do NO
3
-
no solo foi realizada pelo método da destilação a vapor, descrito por
Raij et al. (2001). Os procedimentos basearam-se na extração do N inorgânico (NH4
+
, NO
3
-
e
NO
2
-
) por solução de KCl a 1 mol L
-1
. Nesse extrato, foi adicionado MgO, que converteu o
NH
4
+
a NH
3
, a qual foi destilada. Em seguida, no mesmo extrato, foi acrescentado um produto
redutor (Liga de Devarda), que converte o NO
3
-
e NO
2
-
a NH
3
, a qual também foi destilada e
recolhida em solução de H
3
BO
3
+ indicador. A determinação de NO
3
-
foi por titulação com
ácido sulfúrico (0,0025 mol L
-1
).
Os teores de S-SO4
2-
foram determinados através da extração por
solução de fosfato de cálcio, Ca(H
2
PO4)
2
0,01 mol L
-1
. A quantificação foi realizada por
turbidimetria, provocada pela presença de BaSO
4
, formado pela reação do BaCl
2
.2H
2
O com o
SO4
2-
, extraído das amostras de terra (VITTI, 1988).
Também foi determinado o teor de silício no solo, utilizando a
metodologia descrita por Korndörfer et al. (1999).
5.6.2 Diagnose foliar das culturas
No florescimento da cultura do arroz e do feijão, nos dois anos de
cultivo, foram realizadas amostragens para diagnose foliar.
Na cultura do arroz, coletou-se 50 folhas bandeiras na área útil de cada
parcela (CANTARELLA et al., 1996). O material foi acondicionado em sacos de papel
51
devidamente identificados e levados para secagem em estufa de ventilação forçada à
temperatura de 65 ºC, até atingirem peso constante. Em seguida, as folhas foram moídas e
submetidas à análise para determinação dos teores de macronutrientes (N, P, K, Ca, Mg e S) e
micronutrientes (Zn, Cu, Fe e Mn), segundo metodologia de Malavolta et al. (1997) e teor de
silício, conforme técnica descrita por Elliott e Snyder (1991), adaptada por Körndorfer et al.
(1999).
Na cultura do feijão realizou-se a coleta em 10 plantas por parcela,
todas as folhas foram separadas para diagnose foliar (AMBROSANO et al., 1996) e
determinação de silício (KÖRNDORFER et al., 1999). Desta forma, seguiu-se os mesmos
procedimentos adotados para a cultura do arroz.
5.6.3 Componentes da produção e produtividade de grãos
Na cultura do arroz (nos dois anos de cultivo) foram determinadas as
seguintes variáveis:
a) número de panículas por metro quadrado: antecedendo a colheita, realizou-se a
contagem do número de panículas contidas em 2,0 m de fileira de plantas na área útil de cada
unidade experimental, e posteriormente calculado por metro quadrado;
b) número total de espiguetas por panícula: contagem das espiguetas de 15 panículas por
unidade experimental, coletadas no momento da avaliação do número de panículas m
-2
;
c) fertilidade de espiguetas: determinada a partir da relação entre o número de espiguetas
granadas por panícula e o número total de espiguetas por panícula, multiplicada por cem;
d) massa de 1000 grãos: coleta ao acaso e pesagem de quatro amostras de 1000 grãos de cada
unidade experimental, corrigindo posteriormente o teor de água dos grãos para 130 g kg
-1
(base úmida);
e) produtividade de grãos: determinada mediante a colheita manual de 4 fileiras de plantas
de 4 m de comprimento em cada unidade experimental; a seguir foi realizada a trilha manual,
secagem à sombra e limpeza do material, separando-se a palha e as espiguetas chochas com
auxílio de uma peneira, por abanação manual e, em seguida, foi determinado o peso dos grãos
colhidos e calculada a produtividade de grãos por hectare (kg ha
-1
) e o teor de água corrigido
para 130 g kg
-1
(base úmida).
52
Para a cultura do feijão (2004 e 2005) foram determinadas as
variáveis:
a) População de plantas: determinada mediante contagem do número de plantas contidas na
área útil de cada unidade experimental;
b) Número de vagens por planta: contagem do número de vagens contidas em 10 plantas,
coletadas ao acaso em cada unidade experimental no momento da colheita;
c) Número de grãos por vagem: contagem do mero de grãos contido em 10 plantas
coletadas ao acaso em cada unidade experimental no momento da colheita, em seguida
dividiu-se esse valor pelo número de vagens por planta;
d) Massa de 100 grãos: determinada pela coleta ao acaso e pesagem de quatro amostras de
100 grãos de cada unidade experimental, corrigindo posteriormente o teor de água dos grãos
para 130 g kg
-1
(base úmida);
e) Produtividade de grãos: determinada após o arranquio manual, trilha mecânica e pesagem
dos grãos provenientes de 6 fileiras de plantas de 5 metros de comprimento em cada unidade
experimental; foi determinado o peso dos grãos colhidos e calculada a produtividade de grãos
por hectare (kg ha
-1
) e o teor de água corrigido para 130 g kg
-1
(base úmida).
5.7 Análise estatística
Os dados obtidos foram submetidos à análise de variância e as médias
comparadas pelo teste Tukey a 10% de probabilidade. Para verificar o efeito da presença de
gesso nas misturas e da sua aplicação isolada foi realizada análise de contrastes ortogonais a
10% de probabilidade.
53
6 RESULTADOS E DISCUSSÃO
6.1 Características químicas do solo
Observou-se na Tabela 3, que após o período de 6 e 12 meses da
aplicação dos produtos, houve efeito significativo sobre o pH do solo apenas na camada de 0-
0,05 m, e aos 18 meses foi constatado atuação dos produtos em todas as profundidades.
Aos 6 meses, a aplicação silicato + gesso (SG) apresentou maior valor
de pH (6,0) em relação à testemunha (5,3), mas não diferiu estatisticamente dos demais
tratamentos, nem da aplicação isolada de gesso agrícola. O efeito do gesso no aumento do pH
também foi observado em superfície (0-0,05 m) aos 12 e 18 meses e em profundidade (camada
0,20 a 0,40 m) aos 18 meses após aplicação dos produtos. Entretanto, apesar da tendência de
redução da acidez observada pela aplicação de gesso, os valores encontrados não diferiram
estatisticamente da testemunha. Sabe-se que o gesso agrícola não corrige a acidez do solo
(CAIRES et al., 1998; RAIJ, 2007), embora diversos trabalhos tenham constatado seu efeito
na elevação dos valores de pH, principalmente em subsuperfície (RAIJ, 1988; CAIRES et al.,
1999; CAIRES et al., 2003). No entanto, Raij (1988, 2007) atribui esse efeito basicamente a
uma reação de troca de ligantes na superfície das partículas de solo, envolvendo óxidos
hidratados de ferro e alumínio com o SO
4
-2
, deslocando OH
-
para a solução do solo e, assim,
promovendo neutralização parcial da acidez.
A correção da acidez do solo pela aplicação dos corretivos, aos 12
54
meses, ocorreu de forma semelhante entre as aplicações isoladas, e as misturas.
Após 18 meses, verificou-se efeitos mais expressivos dos produtos
isolados e das misturas na elevação do pH do solo na superfície (0-0,05 m), contribuindo para
uma acidez considerada baixa (pH = 5,6 - 6,0), de acordo com os limites de interpretação da
camada arável do solo (0-0,20 m) preconizados por Raij et al. (1997). Nas demais
profundidades observou-se efeito menos intenso no pH do solo, mas a correção ocorreu até
0,40 m.
Em geral, verificou-se, nas três épocas de amostragens, que não houve
diferença entre a aplicação isolada dos corretivos (calcário e silicato) e a mistura de ambos,
(Tabela 3). Desta forma, pode-se inferir, no presente trabalho que apesar de ser mais solúvel
que o calcário, o silicato não foi superior na neutralização da acidez do solo em profundidade.
Mesmo com reação restrita a área de aplicação, o calcário foi eficiente na correção do perfil do
solo, após 18 meses da sua aplicação superficial, apresentando o mesmo comportamento do
silicato. Estes resultados corroboram com os obtidos por Prado e Fernandes (2001) e Fonseca
et al. (2007), que observaram similaridade entre silicato e calcário na correção do pH do solo,
mas estão em desacordo com os de Ramos (2003), Oliveira (2004) e Barbosa et al. (2003), os
quais constataram que o silicato apresentou melhor correção do pH em profundidade.
O mesmo comportamento foi observado por Nolla e Korndörfer (2007)
que avaliaram a correção da acidez do perfil do solo proporcionada pelo carbonato e silicato
de cálcio, e apesar de constatarem, após 12 meses, que os dois corretivos aplicados em
superfície corrigiram o pH do solo, à medida que aumentou-se a dose, o carbonato foi mais
eficiente para elevar o pH do solo em profundidade.
55
Tabela 3. Valores de pH em função da aplicação superficial de corretivos de acidez e gesso
agrícola no sistema plantio direto em três épocas de amostragem após a aplicação (6, 12 e 18
meses).
Tratamentos
pH (CaCl
2
)
0-0,05 m 0,05-0,10 m 0,10-0,20 m 0,20-0,40 m
------------------------------- 6 meses ----------------------------
Testemunha 5,3 b 5,2 a 5,3 a 5,3 a
Gesso 5,5 ab 5,2 a 5,3 a 5,4 a
Calcário 5,7 ab 5,3 a 5,3 a 5,4 a
Silicato 5,7 ab 5,3 a 5,4 a 5,4 a
Calcário + Silicato 5,7 ab 5,3 a 5,4 a 5,4 a
Calcário + Gesso 5,9 ab 5,4 a 5,4 a 5,5 a
Silicato + Gesso 6,0 a 5,4 a 5,5 a 5,5 a
Calcário + Silicato + Gesso 5,8 ab 5,3 a 5,4 a 5,5 a
DMS
0,62 0,31 0,32 0,44
Contraste
(SG x CG)
1
ns ns ns ns
CV (%)
5,11 2,75 2,83 3,80
------------------------------- 12 meses ---------------------------
Testemunha 5,0 c 4,9 a 5,1 a 5,2 a
Gesso 5,1 bc 4,9 a 5,1 a 5,2 a
Calcário 5,4 ab 5,1 a 5,5 a 5,4 a
Silicato 5,5 a 5,2 a 5,2 a 5,3 a
Calcário + Silicato 5,4 a 5,0 a 5,2 a 5,3 a
Calcário + Gesso 5,5 a 5,1 a 5,2 a 5,3 a
Silicato + Gesso 5,6 a 5,1 a 5,2 a 5,4 a
Calcário + Silicato + Gesso 5,5 a 5,0 a 5,3 a 5,3 a
DMS
0,29 0,58 0,71 0,40
Contraste
(SG x CG)
1
ns ns ns ns
CV (%)
2,55 5,39 6,43 3,56
------------------------------- 18 meses ---------------------------
Testemunha 5,0 c 4,9 b 4,9 b 4,8 b
Gesso 5,1 bc 4,9 b 4,9 b 5,0 ab
Calcário 5,7 a 5,5 a 5,4 a 5,3 a
Silicato 5,7 a 5,4 ab 5,3 a 5,3 a
Calcário + Silicato 5,6 ab 5,4 ab 5,3 a 5,3 a
Calcário + Gesso 5,6 ab 5,5 a 5,4 a 5,3 a
Silicato + Gesso 5,6 ab 5,4 ab 5,3 a 5,3 a
Calcário + Silicato + Gesso 5,5 abc 5,4 ab 5,3 a 5,3 a
DMS
0,55 0,55 0,32 0,35
Contraste
(SG x CG)
1
ns ns ns ns
CV (%)
4,79 4,86 2,87 3,16
Médias seguidas de mesma letra na coluna, para cada época de amostragem, não diferem entre si pelo teste de Tukey a 10%.
1
Contraste dos tratamentos sem (SG) e com gesso (CG). *, **, *** e ns, significativo a 10%, 5% e 1% e não significativo,
respectivamente pelo teste F.
56
Estes resultados podem, em parte, ser comparados com os de Prado et
al. (2002) que também constataram que o efeito da escória na correção da acidez do solo foi
inferior aos calcários utilizados na pesquisa (magnesiano e dolomítico), e atribuíram os
resultados a dois fatores relacionados com o poder relativo de neutralização total (PRNT) de
cada corretivo e sua forma de determinação, pois no todo oficial, o PRNT é obtido através
das determinações dos elementos Ca e Mg, que são transformados por cálculos
estequiométricos nos respectivos óxidos. Assim, obtém-se o resultado expresso em
equivalente de carbonato de cálcio (ECaCO
3
) (BRASIL, 1983). Neste tipo de determinação do
PRNT, espera-se que todo o Ca e Mg presentes nos corretivos estejam associados a bases
químicas efetivas como carbonatos, óxidos, hidróxidos ou silicatos (ALCARDE e RODELLA,
1996).
Por outro lado, as escórias apresentam variação de seus constituintes
químicos. Além das bases neutralizantes, esses produtos contêm outros compostos
inexpressivos para a efetiva correção da acidez do solo (Whittaker, 1955, citado por PIAU,
1995). Assim, o cálculo seguindo o método oficial pode superestimar o valor do PRNT, ou
seja, a capacidade real do material em neutralizar a acidez. Prado e Fernandes (2000b)
observaram que a escória proporcionou reação mais lenta que a esperada, em comparação com
o calcário, o que atribuíram ao método de determinação do PRNT.
Além disso, no SPD, existem fatores que interferem na aplicação
superficial do corretivo e nos seus efeitos sobre o perfil do solo, ou seja, a dose, a
granulometria do produto, forma de aplicação, tipo de solo, regime hídrico e tempo decorrido
da aplicação (OLIVERIA e PAVAN, 1996; CAIRES et al., 1999, 2000, 2003;
RHEINHEIMER et al., 2000; MELLO et al., 2003; ALLEONI et al., 2005; SORATTO e
CRUSCIOL, 2008a; 2008b; 2008c; 2008d; 2008e).
Considerando a baixa solubilidade do calcário e a mobilidade limitada
dos produtos de sua reação, não era esperada a correção da acidez do solo pela aplicação
superficial, aos 18 meses, fato também verificado nos trabalhos de Oliveira e Pavan (1994),
após 32 meses e Caires et al. (1999), após 18 meses da aplicação. De acordo com esses
autores, houve movimentação física do calcário em profundidade, provavelmente por meio de
canais formados por raízes mortas, mantidas intactas dada a ausência de preparo do solo.
57
No entanto, neste trabalho existe a possibilidade das condições
adequadas de umidade do solo, pelo fornecimento de água via pivô durante todo o período de
condução das culturas, ter proporcionado maior dissolução do calcário, o que pode ter
contribuído para a correção do perfil do solo. Contudo, os trabalhos de Soratto e Crusciol
(2008a; 2008c) demonstraram efeito da aplicação superficial na correção da acidez até 0,40 m
com apenas 12 meses e Lima e Crusciol (2001) com cinco meses, na mesma profundidade.
Os teores de matéria orgânica foram influenciados pela aplicação dos
produtos em superfície apenas na amostragem realizada aos 6 meses (Tabela 4). Constatou-se
aumento nos teores de matéria orgânica na camada de 0,20–0,40 m de profundidade, na qual a
aplicação de silicato proporcionou maior teor, diferindo da testemunha, do gesso e do calcário.
Esse resultado pode ser decorrente de maior crescimento radicular em profundidade do arroz
(SORATTO, 2005), uma vez que até essa amostragem apenas o arroz tinha sido cultivado.
Além disso, como o silicato é mais solúvel, produtos da sua dissolução podem ter
proporcionado melhoria no ambiente radicular nessa profundidade e, também, a uma resposta
do arroz a maior presença de Si nesse tratamento. No entanto, Alleoni et al. (2003) observaram
diminuição dos teores de matéria orgânica com doses de calcário aplicadas superficialmente.
58
Tabela 4. Valores de matéria orgânica no solo em função da aplicação superficial de corretivos
de acidez e gesso agrícola no sistema plantio direto em três épocas de amostragem após a
aplicação (6, 12 e 18 meses).
Tratamentos
MO (g dm
-
3
)
0-0,05 m 0,05-0,10 m 0,10-0,20 m 0,20-0,40 m
--------------------------------- 6 meses -----------------------------
Testemunha 26,0 a 23,5 a 23,5 a 21,0 b
Gesso 25,3 a 23,8 a 23,5 a 21,8 b
Calcário 26,8 a 24,3 a 23,5 a 21,5 b
Silicato 27,3 a 24,3 a 23,3 a 22,8 ab
Calcário + Silicato 27,3 a 24,5 a 22,8 a 22,5 ab
Calcário + Gesso 28,0 a 24,5 a 23,8 a 23,5 ab
Silicato + Gesso 27,5 a 25,8 a 24,5 a 25,3 a
Calcário + Silicato + Gesso 27,8 a 23,5 a 24,0 a 24,0 ab
DMS
3,38 3,19 2,36 3,14
Contraste
(SG x CG)
1
ns ns ns ns
CV (%)
5,90 6,19 4,71 6,47
--------------------------------- 12 meses ----------------------------
Testemunha 26,3 a 25,0 a 24,0 a 21,5 a
Gesso 27,5 a 25,3 a 24,0 a 22,3 a
Calcário 29,0 a 26,0 a 25,0 a 23,0 a
Silicato 30,5 a 26,3 a 25,0 a 23,0 a
Calcário + Silicato 28,3 a 26,5 a 24,0 a 24,0 a
Calcário + Gesso 28,0 a 25,8 a 23,8 a 23,5 a
Silicato + Gesso 30,0 a 26,5 a 24,5 a 23,0 a
Calcário + Silicato + Gesso 28,8 a 25,5 a 24,0 a 22,8 a
DMS
4,40 3,54 4,62 3,72
Contraste
(SG x CG)
1
ns ns ns ns
CV (%)
7,25 6,44 8,94 7,65
-------------------------------- 18 meses -----------------------------
Testemunha 25,8 a 24,0 a 23,8 a 21,5 a
Gesso 26,3 a 24,0 a 24,3 a 22,5 a
Calcário 28,0 a 26,0 a 25,0 a 24,3 a
Silicato 27,5 a 26,0 a 24,8 a 24,0 a
Calcário + Silicato 27,8 a 26,5 a 24,8 a 23,5 a
Calcário + Gesso 27,8 a 26,3 a 25,0 a 23,8 a
Silicato + Gesso 28,0 a 26,8 a 25,0 a 23,8 a
Calcário + Silicato + Gesso 29,0 a 26,5 a 24,5 a 24,8 a
DMS
3,47 3,58 2,27 4,45
Contraste
(SG x CG)
1
ns ns ns ns
CV (%)
5,92 6,54 4,34 8,89
Médias seguidas de mesma letra na coluna, para cada época de amostragem, não diferem entre si pelo teste de Tukey a 10%.
1
Contraste dos tratamentos sem (SG) e com gesso (CG). *, **, *** e ns, significativo a 10%, 5% e 1% e não significativo,
respectivamente pelo teste F.
59
A acidez potencial do solo (H + Al) aos 6 meses foi reduzida apenas
na camada superficial de 0-0,05 m (Tabela 5). A aplicação dos produtos isoladamente ou em
misturas reduziu significativamente a acidez potencial em relação à testemunha. O tratamento
mais eficiente foi a mistura SG. No entanto, devem-se destacar as demais misturas com gesso
(CG e CSG). Esse resultado é reflexo dos obtidos nesses tratamentos quanto ao pH (Tabela 3).
Nas amostragens realizadas aos 12 e 18 meses houve redução até 0,40
m e até 0,20 m de profundidade, respectivamente (Tabela 5).
Detalhando os resultados obtidos aos 12 meses, constatou-se, na
camada de 0-0,05 m, maior eficiência das misturas (CS, CG, SG e CSG) e da aplicação de
silicato em relação aos demais tratamentos, porém, com diferença significativa apenas para
gesso e testemunha. Esse resultado pode estar associado à maior solubilidade do silicato e de
um produto mais eficiente que seria a mistura CG em relação à aplicação isolada dos produtos
dessa mistura. Soratto e Crusciol (2008a) fizeram a mesma constatação, ou seja, a aplicação de
calcário associado a gesso foi mais eficiente na redução da acidez potencial em relação à
aplicação isolada dos produtos. Na camada de 0,05-0,10 m o tratamento com silicato foi o
mais eficiente, provavelmente, decorrente da maior solubilidade e da capacidade de correção
de acidez, característica essa, que não pode ser atribuída diretamente ao gesso (RAIJ, 2007).
Na camada de 0,10-0,20 m, constatou-se efeito das misturas que continham gesso na sua
constituição, diferindo significativamente dos demais tratamentos. Esse efeito foi pronunciado
até a última camada, com destaque para a mistura SG. Ambos os produtos, silicato e gesso,
são mais solúveis que o calcário e, portanto, tendem a reagir em tempo menor que o calcário e,
consequentemente, os produtos de suas dissoluções começam a agir, neutralizando a acidez,
quer seja pelo íon silicato como receptor de prótons, quer seja pela troca com os óxidos
hidratados de Fe e Al.
60
Tabela 5. Valores de H + Al no solo em função da aplicação superficial de corretivos de
acidez e gesso agrícola no sistema plantio direto em três épocas de amostragem após a
aplicação (6, 12 e 18 meses).
Tratamentos
H + Al (mmol
dm
-
3
)
0-0,05 m 0,05-0,10 m 0,10-0,20 m 0,20-0,40 m
-------------------------------- 6 meses ---------------------------
Testemunha 36,8 a 38,8 a 37,0 a 35,0 a
Gesso 31,3 b 37,8 a 36,3 a 34,0 a
Calcário 29,5 bc 37,5 a 36,3 a 32,8 a
Silicato 28,5 bcd 36,5 a 35,3 a 32,8 a
Calcário + Silicato 27,0 cde 36,8 a 35,3 a 32,8 a
Calcário + Gesso 25,3 de 35,3 a 35,0 a 32,0 a
Silicato + Gesso 23,5 e 33,5 a 33,5 a 32,0 a
Calcário + Silicato + Gesso 25,3 de 36,3 a 34,5 a 31,8 a
DMS
3,69 7,16 5,49 5,94
Contraste
(SG x CG)
1
*** ns ns ns
CV (%)
6,13 9,22 7,31 8,49
-------------------------------- 12 meses --------------------------
Testemunha 41,8 a 46,3 a 39,3 a 37,0 a
Gesso 38,3 ab 45,3 ab 38,5 a 35,5 ab
Calcário 32,8 bc 42,3 ab 37,0 a 33,0 abcd
Silicato 31,0 c 42,5 ab 38,3 a 34,3 abc
Calcário + Silicato 32,3 c 42,3 ab 37,8 a 32,3 bcd
Calcário + Gesso 29,5 c 39,8 ab 30,3 b 30,3 cd
Silicato + Gesso 28,5 c 39,3 b 31,3 b 29,3 d
Calcário + Silicato + Gesso 29,5 c 39,8 ab 30,0 b 30,0 cd
DMS
5,55 6,55 5,67 4,74
Contraste
(SG x CG)
1
*** ** *** ***
CV (%)
7,92 7,31 7,56 6,82
------------------------------- 18 meses ---------------------------
Testemunha 44,0 a 47,5 a 42,3 a 37,0 a
Gesso 41,5 a 46,0 ab 42,0 a 35,3 a
Calcário 31,3 b 38,0 bc 36,8 b 32,5 a
Silicato 30,3 b 38,0 bc 37,0 b 34,0 a
Calcário + Silicato 30,8 b 38,3 bc 36,0 b 34,3 a
Calcário + Gesso 30,0 b 34,8 c 35,0 b 33,3 a
Silicato + Gesso 30,0 b 35,3 c 34,5 b 33,3 a
Calcário + Silicato + Gesso 30,3 b 35,3 c 34,5 b 32,5 a
DMS
7,13 8,29 4,25 8,94
Contraste (SG x CG)
1
ns * ** ns
CV (%)
10,00 9,96 5,36 12,37
Médias seguidas de mesma letra na coluna, para cada época de amostragem, não diferem entre si pelo teste de Tukey a 10%.
1
Contraste dos tratamentos sem (SG) e com gesso (CG). *, **, *** e ns, significativo a 10%, 5% e 1% e não significativo,
respectivamente pelo teste F.
61
O calcário e silicato ao reagirem com a água do solo, liberam
hidroxilas (OH
-
) e íons HCO
-
3
e SiO
3
-2
, respectivamente, os quais reagem com os
componentes da acidez potencial (H + Al), diminuindo seus valores no solo, ocasionando
aumento do valor de pH (MORAES et al., 1998). Dessa forma, os valores de acidez potencial
encontrados estão coerentes com os resultados observados para o pH do solo, com exceção nas
camadas de 0,05 a 0,40 m de profundidade, aos 12 meses, onde não houve efeito dos
tratamentos nos valores de pH, no entanto, a acidez nestas camadas é considerada média,
assim como a observada aos 18 meses, na mesma profundidade (0,05-0,40 m).
Na amostragem realizada aos 18 meses, constatou-se o mesmo
comportamento até a profundidade 0,20 m, ou seja, a aplicação exclusiva dos corretivos e das
misturas proporcionou efeito significativamente similar na redução da acidez potencial do
solo. Novamente, devem-se destacar as misturas com gesso que proporcionaram os menores
valores de H + Al (Tabela 5).
Analisando o contraste constatou-se que a mistura de gesso aos
corretivos proporcionou menores valores de H + Al, ou seja, o maior efeito nos tratamentos
ocorreu devido à presença de gesso, o que pode ser observado aos 6 meses na profundidade 0-
0,05 m, aos 12 meses até 0,40 m e aos 18 meses nas camadas 0,05-0,20 m de profundidade.
De acordo com os resultados de acidez potencial, é possível inferir que
o efeito expressivo dos produtos ocorreu aos 12 meses após a aplicação, pois os valores de H +
Al aos 18 meses são maiores. Soratto e Crusciol (2008a) também constataram efeitos mais
expressivos no perfil do solo (até 0,60 m) aos 12 meses; após essa data os efeitos foram
desaparecendo.
Lima (2004), na fase de implantação do sistema plantio direto,
verificou efeito da aplicação superficial de calcário até a profundidade de 0,20-0,40 m, apenas
5 meses após a aplicação do corretivo, e após 19 meses da aplicação o efeito da calagem
superficial tinha desaparecido na camada mais profunda (0,20-0,40 m). Gonçalves (2003)
verificou redução da acidez potencial com a aplicação de calcário em superfície, até a
profundidade de 0,10-0,20 m, aos 24 meses após a aplicação do corretivo. Caires et al. (2000),
em um Latossolo Vermelho distrófico textura média, verificaram que a ação máxima da
calagem sobre a acidez potencial ocorreu aos 28 meses após a aplicação, principalmente nas
camadas superficiais.
62
A acidez potencial é representada pelos íons H
+
e Al
+3
que se
encontram adsorvidos nas partículas coloidais do solo. Estes íons encontram-se em equilíbrio
com os íons da solução, portanto, quando elevação do pH, os íons passam para a solução
com a finalidade de manter o pH da solução constante. Desta forma, Prado et al. (2002)
observaram acentuada redução da acidez potencial pela aplicação de calcário e em menor
proporção, quando se aplicou a escória de siderurgia. No presente trabalho, esse resultado não
ficou claro, pois os dois corretivos tiveram comportamento semelhante e o destaque ficou para
a mistura silicato + gesso.
Com relação aos teores de S-SO
4
-2
, verificou-se efeito significativo dos
tratamentos em todas as profundidades nas três épocas de amostragens de solo. Em geral, a
aplicação de gesso promoveu expressivo aumento nos teores de sulfato no solo até 0,40 m de
profundidade (Tabela 6). A pequena retenção do S-SO
4
-2
nas camadas superficiais do solo
pode ser atribuída aos maiores valores de pH observados nessas camadas. A elevação do pH
promove a predominância de cargas elétricas negativas, que favorecem a movimentação do S-
SO
4
-2
(CAMARGO e RAIJ, 1989; QUAGGIO et al., 1993; SORATTO e CRUSCIOL, 2008a).
Aos 6 meses, observou-se acentuada movimentação do sulfato em
profundidade, apresentando maiores valores na camada de 0,20-0,40 m. Em todas as camadas
os valores foram significativamente maiores nos tratamentos que receberam gesso, seja de
forma isolada ou em misturas, diferindo dos tratamentos que não receberam esse insumo. De
forma mais detalhada, constatou-se que nas camadas superficiais (até 0,10 m) o maior teor de
sulfato foi proporcionado pela aplicação isolada de gesso agrícola, e nas camadas de 0,10-0,40
m em todos os tratamentos onde o gesso fazia parte das misturas. O menor teor em todas as
profundidades foi constatado no tratamento testemunha (Tabela 6).
Após 12 meses da aplicação dos produtos, constatou-se que os teores
de sulfato foram reduzidos nas camadas superficiais, com exceção apenas nos tratamentos
calcário + silicato + gesso (CSG) e SG, nas camadas 0-0,05 m e 0,05-0,10 m, que
apresentaram valores elevados (117,5 e 113,3 mg dm
-3
, respectivamente). No entanto, os
teores de S-SO
4
-2
aumentaram em todo o perfil do solo com a aplicação de gesso, tendo
ocorrido maior acúmulo nas profundidades de 0,10-0,20 e 0,20-0,40 m, corroborando os
resultados obtidos por Caires et al. (1998) e Soratto e Crusciol (2008a).
63
Tabela 6. Teores de S-SO
4
-2
no solo em função da aplicação superficial de corretivos de acidez
e gesso agrícola no sistema plantio direto em três épocas de amostragem após a aplicação (6,
12 e 18 meses).
Tratamentos
S-SO
4
-
2
(mg dm
-
3
)
0-0,05 m 0,05-0,10 m 0,10-0,20 m 0,20-0,40 m
-------------------------------- 6 meses ----------------------------
Testemunha 11,0 d 11,0 e 15,3 b 57,0 d
Gesso 98,0 a 166,8 a 202,3 a 219,5 ab
Calcário 14,3 d 16,3 e 23,0 b 100,5 c
Silicato 16,0 d 14,8 e 23,3 b 59,3 d
Calcário + Silicato 20,8 d 41,0 d 29,3 b 70,3 cd
Calcário + Gesso 71,3 b 73,3 c 184,0 a 194,0 b
Silicato + Gesso 69,8 b 102,3 b 185,5 a 193,0 b
Calcário + Silicato + Gesso 51,8 c 106,3 b 202,3 a 238,5 a
DMS
17,06 21,40 27,39 40,56
Contraste
(SG x CG)
1
*** *** *** ***
CV (%)
18,19 15,14 11,91 13,47
------------------------------- 12 meses ---------------------------
Testemunha 31,5 e 17,0 e 32,8 e 84,0 e
Gesso 40,0 d 67,0 bc 92,3 b 173,0 b
Calcário 32,0 e 21,0 e 48,5 d 84,3 e
Silicato 36,8 de 57,0 cd 88,3 b 148,0 c
Calcário + Silicato 34,3 de 51,8 d 65,3 c 120,3 d
Calcário + Gesso 63,0 c 72,8 b 134,8 a 173,3 b
Silicato + Gesso 76,0 b 113,3 a 133,3 a 208,0 a
Calcário + Silicato + Gesso 117,5 a 79,3 b 134,0 a 202,5 a
DMS
6,74 13,37 9,16 14,86
Contraste
(SG x CG)
1
*** *** *** ***
CV (%)
5,88 10,50 4,73 4,68
------------------------------ 18 meses ----------------------------
Testemunha 15,0 d 22,0 d 25,0 e 33,0 e
Gesso 30,5 bc 36,8 c 42,8 c 168,3 b
Calcário 20,0 d 24,3 d 29,3 de 64,0 d
Silicato 26,3 c 33,8 c 24,0 e 67,5 d
Calcário + Silicato 28,3 bc 33,3 c 32,0 d 66,5 d
Calcário + Gesso 36,3 a 56,5 a 48,5 bc 143,3 b
Silicato + Gesso 32,0 ab 45,3 b 51,0 b 199,3 a
Calcário + Silicato + Gesso 32,8 ab 47,3 b 63,8 a 115,3 c
DMS
5,47 8,34 6,79 26,69
Contraste
(SG x CG)
1
*** *** *** ***
CV (%)
9,30 10,49 8,07 11,71
Médias seguidas de mesma letra na coluna, para cada época de amostragem, não diferem entre si pelo teste de Tukey a 10%.
1
Contraste dos tratamentos sem (SG) e com gesso (CG). *, **, *** e ns, significativo a 10%, 5% e 1% e não significativo,
respectivamente pelo teste F.
64
O mesmo comportamento foi observado aos 18 meses após aplicação
dos corretivos, ou seja, os tratamentos com gesso nas misturas calcário + gesso (CG), SG e
CSG proporcionaram significativamente os maiores valores, diferindo da testemunha, e
dependendo da profundidade analisada, diferindo do tratamento com gesso exclusivo e/ou
calcário e/ou silicato e/ou CS. No entanto, os valores encontrados em todas as profundidades
foram menores que os determinados nas duas primeiras amostragens (6 e 12 meses) (Tabela
6). Caires et al. (2003), em um Latossolo Vermelho distrófico argiloso (580 e 680 g kg
-1
de
argila nas camadas de 0-0,20 e 0,40-0,60 m, respectivamente), observaram que 20 meses após
a aplicação, o S-SO
4
2-
proveniente do gesso estava distribuído regularmente por todo o perfil
do solo, até a profundidade de 0,60 m.
Pelos dados das três épocas de amostragens contatou-se que a
aplicação exclusiva de silicato e calcário, assim como a mistura de ambos também
proporcionaram aumentos de sulfato em profundidade, atingindo maiores valores na camada
de 0,20-0,40 m. Esse resultado está de acordo com os observados por Camargo e Raij (1989),
Caires et al. (1999) e Soratto e Crusciol (2008a) os quais verificaram que a adição de calcário
melhorou o movimento de sulfato no solo em decorrência do aumento de pH, conforme
discutido.
Pela análise de contraste observou-se que a aplicação de gesso agrícola
tanto em mistura como isolada aumentou os teores de sulfato em profundidade, nas três épocas
de amostragens.
Considerando-se a necessidade que cada cátion possa apresentar
movimentação vertical no solo é necessária a presença de ânions acompanhantes (RAIJ,
1988), a movimentação descendente de sulfato no perfil poderá ter como conseqüência a
lixiviação de bases trocáveis (SINGH et al., 1980). Desta forma, segundo Caires et al. (1999;
2001) a melhoria do teor de sulfato no perfil do solo é de extrema importância para manter a
produtividade de culturas gramíneas, principalmente, em condições de déficit hídrico.
65
Tabela 7. Teores de NO
3
-
no solo em função da aplicação superficial de corretivos de acidez e
gesso agrícola no sistema plantio direto em três épocas de amostragem após a aplicação (6, 12
e 18 meses).
Tratamentos
NO
3
-
(mg dm
-
3
)
0-0,05 m 0,05-0,10 m 0,10-0,20 m 0,20-0,40 m
-------------------------------- 6 meses ---------------------------
Testemunha 25,3 d 24,0 b 22,8 e 20,0 c
Gesso 26,8 d 24,3 b 25,0 de 22,0 bc
Calcário 38,0 bc 25,3 b 27,0 cd 22,0 bc
Silicato 36,5 c 29,3 ab 29,3 bc 22,5 bc
Calcário + Silicato 36,8 c 26,0 b 27,5 bcd 24,0 b
Calcário + Gesso 51,0 a 31,0 ab 30,3 b 29,3 a
Silicato + Gesso 45,0 ab 35,8 a 33,3 a 31,3 a
Calcário + Silicato + Gesso 41,0 bc 35,3 a 30,0 b 31,8 a
DMS
7,99 8,14 2,81 3,25
Contraste
(SG x CG)
1
*** *** *** ***
CV (%)
10,02 13,27 4,70 6,04
-------------------------------- 12 meses --------------------------
Testemunha 9,8 f 12,0 d 11,3 d 8,5 c
Gesso 12,8 e 13,3 d 14,3 c 15,3 b
Calcário 14,3 de 16,8 c 16,8 b 14,8 b
Silicato 19,3 c 18,3 bc 17,0 b 16,8 ab
Calcário + Silicato 16,3 d 17,8 bc 16,8 b 16,0 ab
Calcário + Gesso 23,3 b 18,8 abc 17,8 ab 17,3 ab
Silicato + Gesso 29,0 a 21,3 a 19,5 a 19,0 a
Calcário + Silicato + Gesso 23,5 b 20,0 ab 18,0 ab 17,0 ab
DMS
2,83 2,51 2,11 3,23
Contraste
(SG x CG)
1
*** *** *** ***
CV (%)
7,20 6,84 6,05 9,75
------------------------------ 18 meses ----------------------------
Testemunha 15,0 d 16,8 c 17,0 e 13,0 d
Gesso 17,8 cd 17,8 c 19,5 de 13,5 cd
Calcário 20,5 c 20,3 bc 23,0 bcd 18,0 b
Silicato 26,0 b 22,5 b 24,8 bcd 18,0 b
Calcário + Silicato 21,0 c 21,8 b 21,8 cde 17,0 bc
Calcário + Gesso 34,3 a 32,0 a 26,5 abc 26,8 a
Silicato + Gesso 35,0 a 34,0 a 31,0 a 27,8 a
Calcário + Silicato + Gesso 33,3 a 32,0 a 28,3 ab 25,8 a
DMS
4,74 3,74 5,73 3,92
Contraste
(SG x CG)
1
*** *** *** ***
CV (%)
8,80 7,13 11,24 9,23
Médias seguidas de mesma letra na coluna, para cada época de amostragem, não diferem entre si pelo teste de Tukey a 10%.
1
Contraste dos tratamentos sem (SG) e com gesso (CG). *, **, *** e ns, significativo a 10%, 5% e 1% e não significativo,
respectivamente pelo teste F.
66
Os teores de NO
3
-
no solo (Tabela 7) foram influenciados pelos
tratamentos em todas as profundidades, nas três épocas de amostragens. Verificou-se aumento
nos teores de NO
3
-
com a aplicação dos corretivos, principalmente nas misturas com gesso,
diferenciando significativamente da testemunha, evidenciando a possibilidade de perdas de
NO
3
-
por lixiviação. O processo de nitrificação é mais intenso em áreas sob sistema plantio
direto e, principalmente, quando a calagem é realizada superficialmente, pois nessas condições
a oxidação, em razão dos maiores valores de pH, é mais intensa e os
teores de nitrato superam
os de amônio, notadamente na camada superficial do solo. O predomínio do nitrato ocorre em
função da adubação e da correção da acidez propiciarem condições favoráveis aos microrganismos
nitrificadores (D’ANDRÉA et al., 2004).
Aos 6 e 18 meses os valores de NO
3
-
encontrados no perfil do solo
foram maiores em relação à segunda amostragem (12 meses). O N disponível no solo se
encontra, principalmente, na forma de NO
3
-
. A camada arável do solo pode apresentar teor de
N, na forma de NO
3
-
(N- NO
3
-
), entre 2 e 60 mg kg
-1
, sendo a variação em função da estação
climática, que o NO
3
-
é muito solúvel em água, de modo que as águas de chuva e de
irrigação podem arrastar o nutriente para o subsolo (RAIJ, 1991).
De acordo com a análise de contraste verificou-se que a associação de
gesso aos corretivos aumentou os teores de NO
3
-
no perfil do solo, ou seja, o maior efeito
ocorreu nos tratamentos com gesso.
O ânion nitrato tem baixa interação química com os colóides do solo,
pois a predominância de cargas negativas, pelo menos nas camadas superficiais, fazem com
que o NO
3
-
esteja sujeito à lixiviação para camadas mais profundas. A lixiviação do NO
3
-
tem
estreita dependência da quantidade de água que percola no perfil do solo (CANTARELLA,
2007). A movimentação do NO
3
-
no perfil do solo em função da aplicação de gesso foi
observada por Silva et al. (1998). A lixiviação de NO
3
-
pode acarretar em lixiviação de Ca, Mg
e menos intensa a de K, como relatam alguns autores (FARINA e CHANNON, 1988; CAHN
et al., 1993).
Os maiores teores de K foram observados nas camadas superficiais (0-
0-0,20, aos 6 e 12 meses, e 0-0,10 m de profundidade aos18 meses. Dentre as amostragens, os
maiores valores de K foram encontrados aos 18 meses após aplicação dos corretivos e gesso
(Tabela 8).
67
Os teores de K (Tabela 8), após 6 meses da aplicação dos tratamentos,
foram reduzidos na camada de 0,05-0,10 m e incrementados na (s) profundidade (s) de 0,10-
0,20m e/ou 0,20-0,40 m, com a aplicação isolada ou em misturas com gesso, caracterizando o
processo de lixiviação.
Aos 12 meses, os teores de K foram reduzidos significativamente com
a aplicação dos produtos, nas profundidades de 0-0,05 m e 0,20-0,40 m. Nas camadas 0,05-
0,10 e 0,10-0,20 m, os tratamentos calcário e a mistura SG, respectivamente, proporcionaram
teores semelhantes à testemunha. De modo geral, fica claro o efeito da aplicação dos produtos
na lixiviação de K e na redução dos teores em relação à testemunha. Fica claro dois efeitos,
que seriam a lixiviação decorrente da ação do SO
4
2-
e NO
3
-
como íons acompanhantes e do
efeito massa, no deslocamento do K, decorrente da adição de Ca e Mg pelos produtos,
acarretando em competição pelos sítios de troca dos colóides do solo.
Aos 18 meses, constatou-se efeito contrário ao que se tinha observado
nas amostragens anteriores, ou seja, maiores teores de K, praticamente, em todas as
profundidades, com a aplicação dos produtos, diferindo significativamente da testemunha,
com exceção às duas camadas mais superficiais. Os dados levam a inferir que o efeito de
lixiviação, argumentado nas amostragens anteriores tenha diminuído de intensidade.
Na camada de 0,05-0,10 m verificou-se maiores teores de K nos
tratamentos com silicato e na mistura calcário + silicato (CS), em relação à testemunha, não
diferindo estatisticamente dos demais tratamentos. A aplicação de silicato + gesso
proporcionou maiores teores de K na camada 0,10-0,40 m de profundidade.
Analisando o contraste constatou-se que a mistura de gesso aos
corretivos aumentou os teores de K no perfil do solo, ou seja, o maior efeito nos tratamentos
foi devido à presença de gesso, o que pode ser observado aos 6 meses até 0,40 m, aos 12
meses até 0,20 m e aos 18 meses 0-0,05 e 0,10 a 0,40 m de profundidade.
68
Tabela 8. Teores de K trocável no solo em função da aplicação superficial de corretivos de
acidez e gesso agrícola no sistema plantio direto em três épocas de amostragem após a
aplicação (6, 12 e 18 meses).
Tratamentos
K trocável (mmol
c
dm
-
3
)
0-0,05 m 0,05-0,10 m 0,10-0,20 m 0,20-0,40 m
------------------------------- 6 meses ----------------------------
Testemunha 3,1 a 2,5 a 1,2 d 0,98 d
Gesso 1,8 f 1,2 e 2,7 a 1,2 bc
Calcário 2,6 bc 1,6 cd 1,4 cd 1,1 cd
Silicato 2,9 ab 2,0 b 1,4 c 1,2 bcd
Calcário + Silicato 2,7 bc 1,7 c 1,4 cd 1,1 cd
Calcário + Gesso 1,9 ef 1,4 de 1,6 b 1,3 ab
Silicato + Gesso 2,4 cd 1,4 de 1,5 bc 1,5 a
Calcário + Silicato + Gesso 2,2 de 1,4 de 1,6 b 1,4 ab
DMS
0,29 0,26 0,19 0,21
Contraste
(SG x CG)
1
*** *** *** ***
CV (%)
5,72 7,42 5,71 8,10
------------------------------- 12 meses ---------------------------
Testemunha 3,9 a 2,5 a 2,5 a 2,6 a
Gesso 1,9 d 1,1 d 1,5 bc 1,3 bc
Calcário 2,5 bc 2,3 a 1,1 d 0,8 d
Silicato 2,6 b 2,0 b 1,3 cd 0,9 d
Calcário + Silicato 2,6 b 2,1 b 1,2 d 0,8 d
Calcário + Gesso 1,9 d 1,5 c 1,6 bc 1,1 c
Silicato + Gesso 2,2 cd 1,2 d 2,4 a 1,3 b
Calcário + Silicato + Gesso 2,1 d 1,3 d 1,7 b 1,2 bc
DMS
0,39 0,22 0,27 0,22
Contraste
(SG x CG)
1
*** *** *** ns
CV (%)
7,61 5,82 7,69 8,32
------------------------------ 18 meses ----------------------------
Testemunha 2,3 e 2,0 b 0,9 d 0,8 e
Gesso 2,3 de 2,2 ab 1,6 c 1,2 d
Calcário 2,8 bc 2,5 ab 1,6 c 1,3 cd
Silicato 3,2 a 2,6 a 1,6 c 1,4 cd
Calcário + Silicato 3,1 ab 2,6 a 1,6 c 1,3 cd
Calcário + Gesso 2,4 de 2,4 ab 1,9 bc 1,4 c
Silicato + Gesso 2,8 c 2,5 ab 2,7 a 2,5 a
Calcário + Silicato + Gesso 2,6 cd 2,5 ab 2,1 b 1,9 b
DMS
0,32 0,50 0,33 0,22
Contraste
(SG x CG)
1
*** ns *** ***
CV (%)
5,63 9,80 8,88 7,12
Médias seguidas de mesma letra na coluna, para cada época de amostragem, não diferem entre si pelo teste de Tukey a 10%.
1
Contraste dos tratamentos sem (SG) e com gesso (CG). *, **, *** e ns, significativo a 10%, 5% e 1% e não significativo,
respectivamente pelo teste F.
69
Segundo Pavan et al. (1982) o uso do gesso provoca lixiviação dos
íons K
+
devido à formação de pares iônicos com os íons SO
4
2-
provenientes da dissociação do
gesso na solução do solo.
A lixiviação provocada pelo uso do gesso também foi observada por
Souza e Ritchey (1986) e, segundo os autores, a calagem pode contribuir para a redução da
lixiviação de potássio, mas não elimina o movimento proporcionado pelo gesso.
Os resultados deste trabalho corroboram os de Pavan et al. (1984) e
Dalbó et al. (1986), que verificaram movimentação de K em profundidade, no entanto,
discordam dos obtidos por Farina e Channon (1988), Silva et al. (1998) e Quaggio et al. (1982,
1991, 1993) que não verificaram movimentação de K em profundidade.
Com relação ao Ca trocável (Tabela 9), observou-se que a aplicação
dos corretivos e desses em misturas com gesso aumentou os teores em todas as camadas,
principalmente, nas superficiais (0-0,05 m), nas três épocas de amostragens. Pode-se observar
também que os valores encontrados de Ca foram decrescentes da primeira para a última
amostragem.
Após 6 meses, observou-se que a mistura de gesso aos corretivos
propiciou os melhores resultados em todas as camadas, ou seja, os maiores teores de Ca, salvo
exceções. Em geral, não houve diferença no fornecimento de Ca entre as misturas e o uso
exclusivo de silicato. Além disso, a aplicação das misturas dos corretivos forneceu quantidade
igual de Ca em relação à aplicação isolada do calcário e do silicato. Na camada de 0,20-0,40 m
é evidente a contribuição do gesso na elevação dos teores de Ca em profundidade. Ficou claro
que houve lixiviação de Ca com intensidades diferentes em razão do produto aplicado, e que a
contribuição do gesso nesse processo foi expressiva.
70
Tabela 9. Teores de Ca trocável no solo em função da aplicação superficial de corretivos de
acidez e gesso agrícola no sistema plantio direto em três épocas de amostragem após a
aplicação (6, 12 e 18 meses).
Tratamentos
Ca trocável (mmol
c
dm
-
3
)
0-0,05 m 0,05-0,10 m 0,10-0,20 m 0,20-0,40 m
------------------------------- 6 meses ----------------------------
Testemunha 14,8 e 15,0 e 15,8 c 12,3 d
Gesso 26,3 d 16,5 de 21,3 b 19,3 a
Calcário 33,8 c 18,3 cde 17,5 bc 13,5 cd
Silicato 36,5 bc 22,0 abc 20,0 bc 16,5 b
Calcário + Silicato 35,0 c 20,0 bcd 19,3 bc 15,5 bc
Calcário + Gesso 43,0 a 25,0 a 22,0 b 20,0 a
Silicato + Gesso 46,0 a 23,5 ab 27,5 a 20,5 a
Calcário + Silicato + Gesso 41,5 ab 23,5 ab 22,3 ab 20,3 a
DMS
5,39 4,35 5,47 2,33
Contraste
(SG x CG)
1
*** *** *** ***
CV (%)
7,33 10,00 12,42 6,36
------------------------------- 12 meses ---------------------------
Testemunha 17,5 d 15,5 c 15,0 e 13,0 d
Gesso 18,5 d 18,3 bc 16,8 e 14,5 cd
Calcário 23,8 c 20,8 b 19,8 d 15,75 bc
Silicato 22,0 c 19,3 b 21,8 cd 17,3 ab
Calcário + Silicato 25,3 c 20,3 b 21,3 d 16,0 bc
Calcário + Gesso 36,5 b 27,3 a 23,8 bc 18,0 ab
Silicato + Gesso 43,0 a 28,5 a 28,3 a 19,8 a
Calcário + Silicato + Gesso 44,3 a 27,0 a 25,0 b 19,0 a
DMS
3,37 3,54 2,41 2,60
Cont
raste
(SG x CG)
1
*** *** *** ***
CV (%)
5,49 7,53 5,28 7,34
------------------------------ 18 meses ----------------------------
Testemunha 14,5 c 13,8 c 12,0 e 10,3 c
Gesso 17,0 c 15,3 bc 14,0 de 12,0 bc
Calcário 24,0 b 17,3 b 15,8 cd 14,0 ab
Silicato 23,5 b 16,0 bc 16,3 bcd 14,5 a
Calcário + Silicato 23,0 b 16,8 b 17,3 abc 14,0 ab
Calcário + Gesso 36,0 a 21,0 a 19,3 a 15,0 a
Silicato + Gesso 35,5 a 22,3 a 17,8 abc 15,0 a
Calcário + Silicato + Gesso 35,8 a 23,3 a 18,8 ab 15,8 a
DMS
3,15 2,89 2,58 2,37
Contraste
(SG x CG)
1
*** *** *** ***
CV (%)
5,67 7,48 7,42 8,08
Médias seguidas de mesma letra na coluna, para cada época de amostragem, não diferem entre si pelo teste de Tukey a 10%.
1
Contraste dos tratamentos sem (SG) e com gesso (CG). *, **, *** e ns, significativo a 10%, 5% e 1% e não significativo,
respectivamente pelo teste F.
71
Aos 12 meses, como constatado na amostragem de 6 meses, as
misturas de gesso aos corretivos propiciaram os melhores resultados em todas as
profundidades, ou seja, os maiores teores de Ca. Os tratamentos com aplicação exclusiva dos
corretivos (calcário ou silicato) e a sua mistura (CS) proporcionaram resultados intermediários
entre as misturas com gesso e a aplicação exclusiva com gesso e a testemunha. Nessa
amostragem deve ser chamada a atenção para o tratamento com a mistura silicato + gesso, no
qual o resultado expressivo pode ser decorrente da maior solubilidade desses produtos em
relação ao calcário. Houve lixiviação de Ca decorrente, provavelmente, da lixiviação do SO
4
2-
e NO
3
-
, uma vez que ambos podem participar como íon acompanhante deste cátion.
Aos 18 meses pode-se observar, nas camadas superficiais (até 0,10 m),
que os tratamentos onde o gesso foi misturado aos corretivos forneceram maiores teores de
Ca. Os teores de Ca na camada de 0,10-0,20 m também foram elevados pela mistura do gesso
aos corretivos, no entanto, os tratamentos sem gesso também forneceram Ca, não diferindo
estatisticamente da aplicação isolada de corretivos e gesso. A mistura de gesso aos corretivos
aumentou os teores de Ca em profundidade (0,20-0,40 m), entretanto, o efeito isolado dos
corretivos e a mistura de ambos (CS) também foram eficientes.
Independente do produto empregado ocorreu aumento significativo da
concentração de Ca no solo, uma vez que, todos são fontes de Ca. No entanto, em todas as
amostragens, o gesso misturado aos corretivos, foi mais eficiente em proporcionar maiores
teores de Ca em profundidade, demonstrando sua movimentação no perfil do solo, o que pode
ser observado pela análise de contraste.
O enriquecimento das camadas subsuperficiais com o Ca, quando
utilizado o gesso agrícola, foi observado por Pavan et al. (1984), Dias et al. (1994) e Soratto e
Crusciol (2008a). Pöttker e Ben (1998), Caires et al. (2000), Soratto e Crusciol (2008a, 2008b,
2008c, 2008d, 2008e) também verificaram elevação dos teores de Ca trocável, principalmente
nas camadas superficiais do solo, com a aplicação de calcário em superfície, e posterior
redução nos teores. Os autores atribuíram tal redução à extração pelas culturas. No entanto,
aos 18 meses após a aplicação foi possível observar efeito positivo da calagem, até a
profundidade de 0,60 m, principalmente quando aplicada na presença de gesso, indicando que
os corretivos continuaram reagindo na superfície e corrigindo o perfil do solo (CAIRES et al.,
2000). Os resultados evidenciam que a aplicação associada de calcário e gesso em superfície pode
72
elevar os teores de Ca trocável no subsolo (CAIRES et al., 2000; SORATTO e CRUSCIOL, 2008a).
Quanto aos teores de Mg (Tabela 10), houve efeito dos tratamentos no
perfil do solo nas três amostragens, com exceção da camada 0,10-0,20 m aos 12 meses.
Observou-se movimentação expressiva do Mg em profundidade quando o gesso fazia parte
dos produtos, principalmente quando a mistura foi composta também por silicato. A aplicação
isolada dos corretivos e em mistura (CS) foram os tratamentos com menor intensidade de
lixviação de Mg, proporcionando os maiores teores desse elemento nas camadas superficiais
(0-0,05 m e 0,05-0,10 m). A participação do gesso no processo de lixiviação do Mg fica
evidenciado já na amostragem de 6 meses no tratamento com aplicação isolada de gesso. A
lixiviação de Mg seguiu a mesma tendência observada por Pavan et al. (1984), Dalbó et al.
(1986), Farina e Channon (1988), Dias et al. (1994), Silva et al. (1998) e Soratto e Crusciol
(2008a).
Analisando o contraste verificou-se que a mistura de gesso aos
corretivos aumentou os teores de Mg em profundidade, ou seja, o maior efeito nos tratamentos
foi devido à presença do gesso agrícola.
O SO
4
2-
pode não ter sido o único ânion acompanhante do Ca e do Mg
no movimento no perfil do solo, pois notam-se elevados teores de Ca nas camadas 0,05-0,20
m, 0,20-0,40 m e 0,05-0,40 m de profundidade, aos 6, 12 e 18 meses, respectivamente, e de
Mg nas camadas 0-0,40, aos 6 e 18 meses, e 0-0,10 m aos 12 meses, onde não houve mistura
de gesso aos corretivos (calcário e silicato). Farina e Channon (1988) atribuíram certo papel
para o NO
3
-
como íon acompanhante do Ca, no seu movimento no perfil do solo. Além disso,
Cahn et al. (1993) comentam que o NO
3
-
também contribui para aumentar a lixiviação de Ca e
Mg no solo.
A lixiviação do Mg é uma constatação freqüente nos estudos com
aplicação de gesso em solos (CARVALHO et al., 1986, CAIRES et al. 1999; SORATTO e
CRUSCIOL, 2008a). A aplicação de gesso em combinação com a calagem embora possa
melhorar a distribuição do Mg proveniente do corretivo no perfil do solo, dependendo da dose
de gesso utilizada e do tempo decorrido da sua aplicação, pode causar lixiviação muito
intensa, reduzindo os teores de Mg nas camadas superficiais do solo. Perdas de Mg
provocadas pelo uso de gesso na presença de calcário também foram observadas por Caires et
al. (1998).
73
Tabela 10. Teores de Mg trocável no solo em função da aplicação superficial de corretivos de
acidez e gesso agrícola no sistema plantio direto em três épocas de amostragem após a
aplicação (6, 12 e 18 meses).
Tratamentos
Mg trocável (mmol
c
dm
-
3
)
0-0,05 m 0,05-0,10 m 0,10-0,20 m 0,20-0,40 m
------------------------------- 6 meses ----------------------------
Testemunha 11,0 c 9,8 c 12,0 b 9,5 d
Gesso 7,5 d 7,0 d 13,8 ab 12,0 bc
Calcário 23,3 a 12,0 ab 12,3 ab 10,5 cd
Silicato 19,5 b 12,3 a 12,8 ab 12,3 bc
Calcário + Silicato 22,3 ab 12,3 a 12,5 ab 12,0 bc
Calcário + Gesso 12,0 c 12,5 a 12,8 ab 14,0 ab
Silicato + Gesso 13,3 c 10,3 bc 14,5 a 15,0 a
Calcário + Silicato + Gesso 12,8 c 11,5 abc 13,0 ab 13,8 ab
DMS
3,44 1,83 2,29 2,36
Contraste
(SG x CG)
1
*** *** *** ***
CV (%)
10,64 7,89 8,33 8,95
------------------------------- 12 meses ---------------------------
Testemunha 10,8 b 7,3 cd 9,3 a 9,0 c
Gesso 10,3 b 6,0 d 10,5 a 10,0 bc
Calcário 19,8 a 11,5 a 10,5 a 9,0 c
Silicato 17,0 a 10,3 ab 9,8 a 9,8 bc
Calcário + Silicato 19,0 a 11,3 a 10,0 a 9,3 bc
Calcário + Gesso 12,0 b 9,3 abc 11,5 a 11,0 ab
Silicato + Gesso 12,3 b 8,0 bcd 10,5 a 12,0 a
Calcário + Silicato + Gesso 11,5 b 9,3 abc 11,0 a 10,8 abc
DMS
3,13 2,32 2,73 1,79
Contraste
(SG x CG)
1
*** *** ** ***
CV (%)
10,45 11,98 12,35 8,35
------------------------------ 18 meses ----------------------------
Testemunha 8,8 c 6,8 c 8,0 c 6,0 d
Gesso 7,8 c 6,8 c 9,3 bc 7,0 cd
Calcário 15,5 a 14,0 a 8,5 bc 9,0 ab
Silicato 14,0 a 11,3 b 8,0 c 8,8 ab
Calcário + Silicato 14,8 a 12,0 ab 8,3 c 8,3 cd
Calcário + Gesso 11,3 b 7,8 c 10,8 a 9,5 ab
Silicato + Gesso 9,3 bc 7,8 c 9,8 ab 10,0 a
Calcário + Silicato + Gesso 10,0 bc 8,8 c 11,0 a 10,0 a
DMS
2,35 2,14 1,28 1,70
Contraste
(SG x CG)
1
*** *** *** ***
CV (%)
9,69 10,73 6,56 9,32
Médias seguidas de mesma letra na coluna, para cada época de amostragem, não diferem entre si pelo teste de Tukey a 10%.
1
Contraste dos tratamentos sem (SG) e com gesso (CG). *, **, *** e ns, significativo a 10%, 5% e 1% e não significativo,
respectivamente pelo teste F.
74
Quanto à saturação por bases (Tabela 11) os resultados foram
decorrentes dos efeitos dos tratamentos sobre as bases (K, Ca e Mg), ou seja, os tratamentos
influenciaram os valores de V% em todas as profundidades, nas três amostragens de solo. O
aumento observado está relacionado, principalmente, com a elevação de Ca e Mg. Os valores
foram maiores na camada superficial (0-0,05 m), no entanto, não atingiram a saturação por
bases desejada (70%). Deve-se ressaltar que os melhores resultados, em todas as
profundidades e épocas amostradas, foram proporcionados pelas misturas que tiveram gesso
na suas constituições, deixando claro que essa técnica, no presente trabalho, é uma alternativa
interessante de ser utilizada na correção do perfil dos solos em aplicações superficiais de
corretivos no sistema plantio direto, este fato pode ser visualizado pela análise de contraste.
Para o teor de silício constatou-se efeito significativo da aplicação dos
produtos superficialmente em todas as profundidades, nas três épocas de amostragens (Tabela
12).
Como esperado, a aplicação exclusiva de silicato, que apresenta na sua
composição 23% de Si na forma de SiO
2,
proporcionou maiores teores de silício. Observou-se
valores altos de Si em todo o perfil do solo. Vale ressaltar que também houve aumento dos
teores de silício nos tratamentos onde utilizou-se calcário.
Segundo Camargo et al. (2007) a solubilidade e disponibilidade de
silício podem ser influenciadas pela reação do solo. Assim como observado neste trabalho,
Dalto et al. (2003) também verificaram elevação nos teores de silício tanto em superfície como
em profundidade com a aplicação de doses de calcário.
Além disso, analisando o contraste constatou-se que a mistura de gesso
aos corretivos proporcionou maiores valores de Si.
Avaliando a correção da acidez do perfil do solo proporcionada pelo
carbonato e silicato de cálcio, Nolla e Korndörfer (2007) verificaram após 12 meses, que com
a aplicação de silicato, houve aumento no teor de Si no solo de até 1,3 vezes nas camadas mais
profundas de solo. Nos tratamentos onde foi aplicado carbonato o incremento de Si no solo foi
de até 1,8 vezes na camada superficial, provavelmente porque com o aumento do pH houve
diminuição na concentração de Al em solução, e desta forma redução na adsorção de Si aos
colóides do solo (PEREIRA et al., 2002).
75
Tabela 11. Valores de saturação por bases (%) no solo em função da aplicação superficial de
corretivos de acidez e gesso agrícola no sistema plantio direto em três épocas de amostragem
após a aplicação (6, 12 e 18 meses).
Tratamentos
V (%)
0-0,05 m 0,05-0,10 m 0,10-0,20 m 0,20-0,40 m
------------------------------- 6 meses ----------------------------
Testemunha 43,8 d 41,5 bc 44,0 c 39,3 f
Gesso 52,5 c 39,8 c 51,0 ab 49,0 bcd
Calcário 66,8 b 45,8 abc 46,0 bc 43,5 ef
Silicato 67,5 b 50,0 a 49,0 bc 47,8 cde
Calcário + Silicato 68,8 ab 48,3 ab 48,5 bc 46,8 de
Calcário + Gesso 69,5 ab 52,5 a 51,0 ab 52,5 abc
Silicato + Gesso 72,5 a 51,0 a 56,5 a 54,0 a
Calcário + Silicato + Gesso 68,8 ab 50,0 a 51,3 ab 53,0 ab
DMS
4,03 7,17 6,11 4,98
Contraste
(SG x CG)
1
*** ns *** ***
CV (%)
2,97 7,12 5,78 4,85
------------------------------- 12 meses ---------------------------
Testemunha 43,8 d 35,5 c 41,0 c 39,8 c
Gesso 44,5 d 36,3 c 43,3 bc 42,3 c
Calcário 58,5 c 45,3 ab 45,8 b 43,8 c
Silicato 57,3 c 42,8 b 46,5 b 45,0 bc
Calcário + Silicato 59,0 bc 44,5 ab 46,5 b 44,8 bc
Calcário + Gesso 63,0 ab 48,8 a 55,0 a 49,8 ab
Silicato + Gesso 67,0 a 49,0 a 57,0 a 53,0 a
Calcário + Silicato + Gesso 66,5 a 48,5 a 55,8 a 50,8 a
DMS
4,34 5,14 4,62 5,61
Contraste
(SG x CG)
1
*** *** *** ***
CV (%)
3,55 5,52 4,44 5,72
------------------------------ 18 meses ----------------------------
Testemunha 36,8 b 32,0 c 33,0 e 32,3 c
Gesso 39,5 b 34,0 c 37,0 de 36,3 bc
Calcário 57,8 a 47,3 ab 41,0 cd 42,8 ab
Silicato 57,5 a 44,0 b 41,0 cd 42,3 ab
Calcário + Silicato 57,3 a 45,0 ab 43,0 bc 40,5 ab
Calcário + Gesso 63,0 a 47,5 ab 47,8 ab 44,0 a
Silicato + Gesso 61,0 a 48,3 ab 46,5 ab 45,3 a
Calcário + Silicato + Gesso 61,5 a 49,8 a 48,3 a 46,3 a
DMS
5,92 5,69 4,77 7,62
Contraste
(SG x CG)
1
*** *** *** **
CV (%)
5,13 6,15 5,31 8,69
Médias seguidas de mesma letra na coluna, para cada época de amostragem, não diferem entre si pelo teste de Tukey a 10%.
1
Contraste dos tratamentos sem (SG) e com gesso (CG). *, **, *** e ns, significativo a 10%, 5% e 1% e não significativo,
respectivamente pelo teste F.
76
Tabela 12. Teores de silício no solo em função da aplicação superficial de corretivos de acidez
e gesso agrícola no sistema plantio direto em três épocas de amostragem após a aplicação (6,
12 e 18 meses).
Tratamentos
Si (mg dm
-
3
)
0-0,05 m 0,05-0,10 m 0,10-0,20 m 0,20-0,40 m
------------------------------- 6 meses ----------------------------
Testemunha 3,9 f 4,5 e 4,4 e 4,2 e
Gesso 6,3 e 5,0 de 4,6 de 4,4 de
Calcário 6,7 de 5,5 d 5,3 c 5,6 cd
Silicato 9,5 a 11,4 a 11,3 a 10,7 a
Calcário + Silicato 7,7 c 6,4 c 5,8 c 6,2 c
Calcário + Gesso 6,5 de 5,2 de 5,2 cd 4,6 de
Silicato + Gesso 9,0 b 7,6 b 7,4 b 8,5 b
Calcário + Silicato + Gesso 6,9 d 5,7 cd 5,6 c 5,9 c
DMS
0,47 0,88 0,65 1,24
Contraste
(SG x CG)
1
*** *** *** ***
CV (%)
3,12 6,46 4,91 9,30
------------------------------- 12 meses ---------------------------
Testemunha 5,5 f 5,7 d 5,1 d 4,5 e
Gesso 6,1 ef 5,7 d 6,0 cd 4,7 de
Calcário 6,9 de 6,7 bc 6,3 c 5,5 cd
Silicato 12,5 a 11,9 a 11,9 a 9,0 a
Calcário + Silicato 8,1 bc 7,0 bc 6,8 bc 6,2 bc
Calcário + Gesso 6,8 de 6,6 c 6,2 c 5,4 cde
Silicato + Gesso 8,6 b 7,5 b 7,43 b 7,0 b
Calcário + Silicato + Gesso 7,2 cd 6,7 bc 6,5 bc 6,0 c
DMS
0,91 0,75 1,04 0,94
Contraste
(SG x CG)
1
*** *** *** ***
CV (%)
5,53 4,90 6,96 7,31
------------------------------ 18 meses ----------------------------
Testemunha 5,7 d 5,3 d 5,3 f 5,1 e
Gesso 5,9 d 5,4 d 5,4 ef 5,2 e
Calcário 7,0 c 5,7 cd 6,0 cde 5,7 cde
Silicato 10,8 a 10,5 a 9,2 a 9,5 a
Calcário + Silicato 8,7 b 8,2 b 6,6 c 6,3 c
Calcário + Gesso 6,5 cd 5,6 cd 5,7 def 5,4 de
Silicato + Gesso 9,2 b 8,5 b 8,5 b 8,2 b
Calcário + Silicato + Gesso 7,4 c 6,5 c 6,2 cd 6,0 cd
DMS
0,93 0,96 0,64 0,68
Contraste
(SG x CG)
1
*** *** *** ***
CV (%)
5,71 6,51 4,54 5,03
Médias seguidas de mesma letra na coluna, para cada época de amostragem, não diferem entre si pelo teste de Tukey a 10%.
1
Contraste dos tratamentos sem (SG) e com gesso (CG). *, **, *** e ns, significativo a 10%, 5% e 1% e não significativo,
respectivamente pelo teste F.
77
6.2 Características da cultura do arroz (verão 2003/2004 e 2004/2005)
6.2.1 Diagnose foliar e teor de silício
Considerando a média dos dois anos de cultivo de arroz, verificou-se
efeito significativo da aplicação superficial dos produtos para os teores de nitrogênio e enxofre
nas folhas. Os teores foliares de fósforo, potássio, cálcio e magnésio não foram influenciados
pelos tratamentos. Esses resultados corroboram os de Lopes et al. (1995) e Wielewicki et al.
(1998) que não observaram efeito da calagem nos teores de P, K, Ca e Mg, no entanto, Soratto
(2005) constatou efeito da calagem superficial na implantação do sistema plantio direto apenas
para os teores foliares de Ca e Mg em arroz, sendo que com o aumento das doses de calcário
houve aumento linear dos teores destes nutrientes.
Pela Tabela 13, constatou-se que a utilização da mistura calcário +
silicato (CS) proporcionou valores de N estatisticamente iguais à aplicação exclusiva de
calcário e à mistura SG. No entanto, observou-se que a mistura SG promoveu uma maior
absorção de nitrogênio pelas plantas, em relação à testemunha, assim como observado por
Duarte et al. (1999) onde a calagem aumentou os teores de N na parte aérea de arroz. Já
Soratto (2005) com a realização de calagem e gessagem na implantação do sistema plantio
direto observou apenas diferença na absorção de N entre cultivares de arroz, e ambos
apresentaram teores na faixa considerada adequada.
De acordo com a análise de contraste verificou-se, pela média dos dois
anos de cultivo, que a associação de gesso aos corretivos propiciou maior absorção de N pelas
plantas, ou seja, o maior efeito nos tratamentos foi a presença de gesso.
78
Tabela 13. Teores de nitrogênio, fósforo e potássio na folha bandeira de arroz de terras altas
em função da aplicação superficial de corretivos de acidez e gesso agrícola em plantio direto.
Selvíria - MS, 2003/04 e 2004/05.
Tratamentos
2003/04 2004/05 Média
Nitrogênio
-----------------------------
g kg
-
1
------------------------------
Testemunha 33,5 a 28,8 b 31,1 c
Gesso 33,5 a 29,8 ab 31,6 bc
Calcário 34,3 a 29,8 ab 32,0 bc
Silicato 35,3 a 30,5 ab 32,9 ab
Calcário + Silicato 34,5 a 30,5 ab 32,5 abc
Calcário + Gesso 34,3 a 30,8 ab 32,5 abc
Silicato + Gesso 35,8 a 32,5 a 34,1 a
Calcário + Silicato + Gesso 35,3 a 31,3 ab 33,3 ab
DMS
2,79
2,86
1,71
Contraste
(SG x CG)
1
ns
**
*
*
CV (%)
3,80
4,41
2,48
Fósforo
----------------------------- g kg
-
1
------------------------------
Testemunha 1,8 a 1,9 a 1,8 a
Gesso 1,8 a 1,9 a 1,9 a
Calcário 1,8 a 2,0 a 1,9 a
Silicato 1,9 a 2,0 a 1,9 a
Calcário + Silicato 1,9 a 2,0 a 1,9 a
Calcário + Gesso 1,8 a 2,0 a 1,9 a
Silicato + Gesso 1,9 a 2,0 a 1,9 a
Calcário + Silicato + Gesso 1,9 a 2,0 a 1,9 a
DMS
0,11 0,20 0,11
Contraste
(SG x CG)
1
ns ns ns
CV (%)
2,87
4,69
2,84
Potássio
----------------------------- g kg
-
1
------------------------------
Testemunha 15,5 a 17,8 a 16,6 a
Gesso 15,8 a 17,3 ab 16,5 a
Calcário 16,0 a 17,3 ab 16,6 a
Silicato 15,0 a 16,8 ab 15,9 a
Calcário + Silicato 15,0 a 17,0 ab 16,0 a
Calcário + Gesso 14,3 a 16,8 ab 15,5 a
Silicato + Gesso 14,3 a 15,5 b 14,9 a
Calcário + Silicato + Gesso 14,0 a 16,8 ab 15,4 a
DMS
3,34 1,75 2,02
Contraste
(SG x CG)
1
ns ns ns
CV (%)
10,48
4,88
5,95
Médias seguidas de mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste de Tukey a 10%.
1
Contraste dos tratamentos sem (SG) e com gesso (CG). *, **, *** e ns, significativo a 10%, 5% e 1% e não significativo,
respectivamente pelo teste F.
79
A adição de gesso agrícola aos corretivos incrementou de forma
significativa o teor de enxofre na folha bandeira (Tabela 14), que este produto é fonte do
elemento e esses tratamentos foram os que proporcionaram os maiores teores do elemento no
perfil do solo e em todas as amostragens (Tabela 6), assim como pode ser observado pela
análise de contraste. Não houve diferença nos teores de enxofre na folha entre a aplicação
isolada de silicato e calcário, nem da mistura de ambos. Estes resultados corroboram os de
Soratto (2005) que observou, com a aplicação de gesso, maior teor de enxofre na folha
bandeira dos cultivares de arroz estudados. Em folhas de cevada e trigo, Caires et al. (2001,
2002) também verificaram aumento no teor de S, em função da elevação dos teores de S-SO
4
2-
no solo proporcionado pela aplicação de gesso.
Pelo aumento considerável dos teores de Ca e Mg e da redução dos de
K no solo proporcionado por alguns tratamentos (Tabelas 8, 9 e 10), esperava-se algum efeito
na diagnose foliar desses nutrientes (Tabelas 14 e 15). A ausência de efeito pode ser
decorrente de ajustes de diluição/concentração, com reflexo diretamente no
crescimento/desenvolvimento da cultura. Vale ressaltar que os teores de macronutrientes
obtidos na folha bandeira do arroz encontram-se na faixa considerada adequada
(CANTARELLA et al., 1997).
Os teores de silício (Tabela 15) na folha bandeira (média dos anos)
foram maiores quando aplicado exclusivamente silicato em superfície, ou seja, a dose total de
2,2 t ha
-1
. No entanto, todas as misturas que continham silicato proporcionaram os valores
mais elevados em relação aos demais tratamentos, decorrentes, provavelmente, dos teores do
solo (Tabela 12).
Analisando o contraste constatou-se, pela média dos dois anos de
cultivo, que a mistura de gesso aos corretivos propiciou maior teor de Si na folha bandeira do
arroz.
A concentração de silício em tecidos das plantas tem sido usada para
indicar a presença e extensão da deficiência de silício e para desenvolver métodos para a
fertilização com silício (ELAWAD e GREEN, 1979).
80
Tabela 14. Teores de cálcio, magnésio e enxofre na folha bandeira de arroz de terras altas em
função da aplicação superficial de corretivos de acidez e gesso agrícola em plantio direto.
Selvíria - MS, 2003/04 e 2004/05.
Tratamentos
2003/04 2004/05 Média
Cálcio
----------------------------- g kg
-
1
------------------------------
Testemunha 4,3 a 4,9 a 4,6 a
Gesso 4,3 a 4,9 a 4,6 a
Calcário 4,3 a 5,0 a 4,7 a
Silicato 4,5 a 5,2 a 4,9 a
Calcário + Silicato 4,4 a 5,1 a 4,8 a
Calcário + Gesso 4,6 a 5,2 a 4,9 a
Silicato + Gesso 4,6 a 5,3 a 4,9 a
Calcário + Silicato + Gesso 4,6 a 5,3 a 5,0 a
DMS
1,19
0,83
0,63
Contraste
(SG x CG)
1
ns
ns
ns
CV (%)
12,61
7,69
6,23
Magnésio
----------------------------- g kg
-
1
------------------------------
Testemunha 1,7 a 1,8 a 1,8 a
Gesso 1,6 a 1,9 a 1,8 a
Calcário 1,6 a 2,0 a 1,8 a
Silicato 1,7 a 2,0 a 1,9 a
Calcário + Silicato 1,7 a 2,0 a 1,9 a
Calcário + Gesso 1,6 a 1,9 a 1,8 a
Silicato + Gesso 1,7 a 2,0 a 1,9 a
Calcário + Silicato + Gesso 1,7 a 2,0 a 1,8 a
DMS
0,27
0,34
0,17
Contraste
(SG x CG)
1
ns
ns
n
s
CV (%)
7,83
8,30
4,43
Enxofre
----------------------------- g kg
-
1
------------------------------
Testemunha 2,9 abc 2,7 b 2,8 c
Gesso 3,6 a 3,3 a 3,5 a
Calcário 2,9 abc 2,9 ab 2,9 bc
Silicato 2,5 c 2,8 ab 2,7 c
Calcário + Silicato 2,6 bc 2,9 ab 2,8 c
Calcário + Gesso 3,4 ab 3,3 a 3,4 ab
Silicato + Gesso 3,6 a 3,3 a 3,5 a
Calcário + Silicato + Gesso 3,5 a 3,3 a 3,5 a
DMS
0,79
0,52
0,48
Contraste
(SG x CG)
1
***
***
***
CV (%)
11,99
8,02
7,18
Médias seguidas de mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste de Tukey a 10%.
1
Contraste dos tratamentos sem (SG) e com gesso (CG). *, **, *** e ns, significativo a 10%, 5% e 1% e não significativo,
respectivamente pelo teste F.
81
evidências de que o silício seja absorvido em grandes quantidades
pelo arroz podendo ser várias vezes maior que os macronutrientes essenciais com N, P, K, Ca,
Mg e S. Para se ter uma idéia da quantidade deste elemento que o arroz pode absorver, na
literatura é citado que, para uma produção de 5 t ha
-1
de grãos, em média, o arroz remove do
solo cerca de 230 a 470 kg ha
-1
de silício, ou o equivalente a 500 a 1.000 kg ha
-1
de SiO
2
(BARBOSA FILHO e PRABHU, 2002).
Segundo Korndörfer et al. (2005), aumentos na disponibilidade de Si
no solo (Tabela 13) são normalmente acompanhados por acréscimo da concentração desse
elemento nas plantas, com resultados positivos no crescimento e na produtividade de diversas
gramíneas, especialmente arroz, cana-de-açúcar, sorgo, milheto, braquiária, aveia, trigo e
milho, e algumas espécies não-acumuladoras como soja, feijão, tomate, morango e pepino.
Tabela 15. Teor de silício na folha bandeira de arroz de terras altas em função da aplicação
superficial de corretivos de acidez e gesso agrícola em plantio direto. Selvíria - MS, 2003/04 e
2004/05.
Tratamentos
2003/04 2004/05 Média
Silício
----------------------------- g kg
-
1
--------------------------
---
Testemunha 17,3 c 20,0 d 18,8 d
Gesso 17,3 c 20,0 d 18,8 d
Calcário 18,3 c 22,0 cd 20,3 cd
Silicato 25,0 a
31,3 a
28,5 a
Calcário + Silicato 23,0 ab 23,5 bc 23,8 b
Calcário + Gesso 18,0 c 23,3 bc 21,0 cd
Silicato + Gesso 19,5 bc 24,8 b 22,3 bc
Calcário + Silicato + Gesso 18,3 c 23,8 bc 21,5 bc
DM
S
4,06 2,36 2,41
Contraste
(SG x CG)
1
*** *** ***
CV (%)
9,75 4,71 5,18
Médias seguidas de mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste de Tukey a 10%.
1
Contraste dos tratamentos sem (SG) e com gesso (CG). *, **, *** e ns, significativo a 10%, 5% e 1% e não significativo,
respectivamente pelo teste F.
Analisando os teores de micronutrientes (Zn, Cu, Fe e Mn), na média
dos dois anos (Tabela 16 e 17), observou-se efeito significativo dos tratamentos nos teores de
zinco e manganês. Sumner et al. (1978) ressaltam que a calagem reduz a disponibilidade de
Cu, Fe, Mn e Zn.
82
Desta forma, a aplicação de calcário, e das misturas SG e CSG
proporcionou teores significativamente menores de zinco em relação à testemunha (Tabela
16). O mesmo comportamento foi constatado em relação ao teor foliar de manganês (Tabela
17), onde a aplicação isolada de silicato proporcionou menor valor. Contudo, os tratamentos
CG, SG e CSG, também proporcionaram teores significativamente inferiores à testemunha.
Soratto (2005) verificou efeito da aplicação superficial de doses de
calcário em plantio direto apenas para os teores de Mn, com os resultados ajustando-se a uma
função quadrática. O autor observou ainda que a calagem não promoveu diminuição na
disponibilidade dos micronutrientes no solo (Cu, Fe, Mn e Zn). Duarte et al. (1999) não
verificaram efeito da calagem nos teores de Cu e Zn em cultivares de arroz de terras altas.
Os teores de micronutrientes obtidos na folha bandeira do arroz
encontram-se na faixa considerada adequada segundo Cantarella et al. (1997).
83
Tabela 16. Teores de zinco e cobre na folha bandeira de arroz de terras altas em função da
aplicação superficial de corretivos de acidez e gesso agrícola em plantio direto. Selvíria - MS,
2003/04 e 2004/05.
Tratamentos
2003/04 2004/05 Média
Zinco
----------------------------- mg kg
-
1
-----------------------
----
Testemunha 25,5 a 24,0 a 24,8 a
Gesso 23,5 ab 23,5 a 23,5 ab
Calcário 23,0 ab 19,0 b 21,0 b
Silicato 23,0 ab 20,5 ab 21,8 ab
Calcário + Silicato 23,0 ab 21,8 ab 22,5 ab
Calcário + Gesso 21,0 ab 22,0 ab 21,5 ab
Silicato + Gesso 19,5 b 23,0 a 21,3 b
Calcário + Silicato + Gesso 19,5 b 22,0 ab 20,8 b
DMS
5,11 3,90 3,45
Contraste
(SG x CG)
1
*** * ns
CV (%)
10,79 8,35 7,33
Cobre
----------------------------- mg kg
-
1
-----------------------
----
Testemunha 9,5 a 8,5 a 9,0 a
Gesso 9,0 ab 8,5 a 8,8 a
Calcário 9,0 ab 6,5 b 7,8 a
Silicato 7,5 abc 7,0 ab 7,3 a
Calcário + Silicato 9,0 ab 8,0 ab 8,5 a
Calcário+Gesso 7,5 abc 8,0 ab 7,8 a
Silicato + Gesso 6,8 bc 8,0 ab 7,5 a
Calcário + Silicato + Gesso 6,0 c 8,5 a 7,3 a
DMS
2,73 2,00 1,81
Contraste
(SG x CG)
1
*** ** ns
CV (%)
16,00
11,92
10,66
Médias seguidas de mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste de Tukey a 10%.
1
Contraste dos tratamentos sem (SG) e com gesso (CG). *, **, *** e ns, significativo a 10%, 5% e 1% e não significativo,
respectivamente pelo teste F.
84
Tabela 17. Teores de ferro e manganês na folha bandeira de arroz de terras altas em função da
aplicação superficial de corretivos de acidez e gesso agrícola em plantio direto
1
. Selvíria - MS,
2003/04 e 2004/05.
Tratamentos
2003/04 2004/05 Média
Ferro
----------------------------- mg kg
-
1
-----------------------
----
Testemunha 67,0 a 112,5 a 89,8 a
Gesso 66,3 a 104,3 ab 85,5 a
Calcário 65,0 a 76,0 c 70,5 a
Silicato 62,0 a 83,0 bc 72,5 a
Calcário + Silicato 62,0 a 77,0 c 69,5 a
Calcário + Gesso 58,0 a 95,0 abc 76,5 a
Silicato + Gesso 55,0 a 91,8 abc 73,5 a
Calcário + Silicato + Gesso 56,0 a 94,3 abc 75,3 a
DMS
30,49 25,38 23,24
Contraste
(SG x CG)
1
ns ** ns
CV (%)
23,34 13,01 14,26
Manganês
----------------------------- mg kg
-
1
-----------------------
----
Testemunha 143,5 a 137,8 a 140,8 a
Gesso 142,0 a 133,8 a 138,0 ab
Calcário 139,5 ab 104,8 ab 122,3 abc
Silicato 117,5 bcd 77,0 b 97,3 d
Calcário + Silicato 138,0 abc 103,5 ab 120,8 abc
Calcário + Gesso 114,0 d 114,3 ab 114,3 cd
Silicato + Gesso 89,5 e 119,0 a 104,3 cd
Calcário + Silicato + Gesso 116,0 cd 119,5 a 117,8 bcd
DMS
23,02 37,39 22,90
Contraste
(SG x CG)
1
*** ** ns
CV (%)
8,66
15,46
9,01
Médias seguidas de mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste de Tukey a 10%.
1
Contraste dos tratamentos sem (SG) e com gesso (CG). *, **, *** e ns, significativo a 10%, 5% e 1% e não significativo,
respectivamente pelo teste F.
85
6.2.2 Componentes da produção e produtividade de grãos
A aplicação superficial de corretivos e gesso agrícola influenciou o
número de panículas por m
2
(Tabela 18) e, analisando a média dos anos agrícolas, observou-se
que a utilização da mistura silicato + gesso propiciou maior número de panículas por m
2
em
relação à testemunha. No entanto, esse tratamento o diferiu estatisticamente dos demais que
continham o silicato nas misturas, ficando nitidamente claro algum efeito do silício no
aumento do número de panículas por m
2
.
Entretanto, pouco se conhece sobre a influência deste elemento no
número de panículas por m
2
, e segundo Ma et al. (1989), o silício tem pouco efeito na fase
vegetativa. Sabe-se que este componente é definido no período compreendido entre a
germinação até dez dias após a diferenciação do primórdio da panícula (FORNASIERI FILHO
e FORNASIERI, 1993), ou seja, a maior parte da definição desse componente ocorre na fase
vegetativa e apenas 10 dias na fase reprodutiva. O número de panículas por m
2
é influenciado
por fatores como a densidade de semeadura, o poder germinativo da semente e a capacidade
de perfilhamento da cultivar, portanto, é dependente de fatores genéticos e ambientais. Os
resultados encontrados na literatura são contraditórios, enquanto Takahashi (1995) observou
aumento no mero de panícula por m
2
; Ma et al. (1989), Deren et al. (1994), Carvalho
(2000), Mauad et al. (2003), Alvarez (2004) e Mauad (2006), não obtiveram aumentos
significativos.
Por outro lado, Soratto (2005) observou efeito da gessagem no número
de panícula m
-2
de dois cultivares de arroz, com aumento no cultivar Caiapó e redução no IAC
202, e segundo o autor, este efeito provavelmente é resultado do maior crescimento radicular
proporcionado pela aplicação de gesso, que deve ter possibilitado maior absorção de água nos
períodos de deficiência hídrica que ocorreram na fase reprodutiva. Constatou também que a
calagem, sem e com gesso, promoveu resposta quadrática no mero de panículas m
-2
, sendo
que, nos tratamentos que não receberam gesso, a aplicação de calcário proporcionou
incrementos no número de panículas m
-2
até a dose máxima estimada de 1.860 kg ha
-1
e nos
tratamentos que receberam gesso, a dose estimada de 2.380 kg ha
-1
foi a que proporcionou o
maior número de panículas m
-2
.
86
Tabela 18. Número de panículas por m
2
, número total de espiguetas por panícula e fertilidade
de espiguetas do arroz de terras altas em função da aplicação superficial de corretivos de
acidez em plantio direto. Selvíria - MS, 2003/04 e 2004/05.
Tratamentos
2003/04 2004/05 Média
panículas por m
2
-------------------------------
----------------
---------------
Testemunha 185 c 197 b 191 d
Gesso 193 bc 202 ab 198 cd
Calcário 197 abc 203 ab 200 cd
Silicato 222 ab 224 a 223 ab
Calcário + Silicato 212 abc 211 ab 212 abc
Calcário + Gesso 202 abc 208 ab 205 bcd
Silicato+Gesso 223 a 227 a 225 a
Calcário + Silicato + Gesso 213 abc 212 ab 213 abc
DMS
29,30
25,50
18,04
Contraste
(SG x CG)
1
n
s
ns
ns
CV (%)
6,00
5,70
4,07
Total de espiguetas por panícula
-------------------------------
-----
--------------------------
Testemunha 149 a 199 a 174 a
Gesso 155 a 204 a 179 a
Calcário 157 a 205 a 181 a
Silicato 161 a 215 a 188 a
Calcário + Silicato 159 a 206 a 183 a
Calcário + Gesso 159 a 206 a 182 a
Silicato + Gesso 161 a 221 a 191 a
Calcário + Silicato + Gesso 160 a 210 a 185 a
DMS
42,10
37,8
28,15
Contraste
(SG x CG)
1
n
s
ns
ns
CV (%)
11,30
8,53
7,23
Fertilidade de espiguetas
-------------------------------
%
-------------------------------
Testemunha 77,2 a 81,6 a 79,4 a
Gesso 75,5 a 83,3 a 79,4 a
Calcário 82,7 a 80,9 a 81,8 a
Silicato 79,2 a 82,5 a 80,8 a
Calcário + Silicato 79,4 a 80,9 a 80,2 a
Calcário + Gesso 77,9 a 83,2 a 80,5 a
Silicato + Gesso 78,8 a 86,5 a 82,7 a
Calcário + Silicato + Gesso 77,8 a 82,8 a 80,3 a
DMS
9
,08
7,26
4,66
Contraste
(SG x CG)
1
ns
*
ns
CV (%)
4,88
4,12
2,72
Médias seguidas de mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste de Tukey a 10%.
1
Contraste dos tratamentos sem (SG) e com gesso (CG). *, **, *** e ns, significativo a 10%, 5% e 1% e não significativo,
respectivamente pelo teste F.
87
Com relação ao mero total de espiguetas por panícula, fertilidade de
espiguetas (Tabela 18) e massa de 1000 grãos (Tabela 19) não houve efeito significativo dos
tratamentos. No entanto, de acordo com os resultados de Soratto (2005), a calagem aumentou
de forma quadrática, o número total de espiguetas por panícula apenas na ausência de gesso.
Para fertilidade das espiguetas, não houve efeito das doses de calcário, apenas dos cultivares
estudados. Para massa de 1.000 grãos, o autor observou efeito significativo da interação
calagem x cultivar.
A produtividade de grãos (Tabela 19) foi incrementada,
significativamente em relação à testemunha, pela aplicação dos corretivos e das misturas (CS,
CG, SG e CSG) em superfície, onde o tratamento SG proporcionou maior produtividade
(4.362 kg ha
-1
), conforme resultados da dia dos anos agrícolas. Pode-se observar ainda que
as misturas CS e CSG proporcionaram resultados semelhantes ao efeito isolado de cada
corretivo.
Além disso, observando os dados do contraste verificou-se que a
mistura de gesso agrícola aos corretivos proporcionou aumento de produtividade, ou seja, o
maior efeito nos tratamentos foi devido a presença de gesso.
Fageria et al. (1997, 1999) e Fageria (2001) relatam que a produção de
arroz não foi influenciada por doses de calcário, por ser uma cultura considerada bastante
tolerante à acidez do solo, em comparação com outras, como o feijão, milho, soja e trigo. No
entanto, mesmo sendo adaptado às condições de acidez do solo, os cultivares de arroz diferem
em suas respostas ao estresse de alumínio e à calagem (FAGERIA, 1982; FERREIRA et al.,
1986).
Por outro lado, Soratto (2005) observou efeito da calagem e gessagem
superficiais no SPD na produtividade de grãos de arroz. Constatou-se que sem e com
aplicação de gesso, o aumento das doses de calcário proporcionou incremento linear na
produtividade de grãos, entretanto, estes foram maiores nos tratamentos com aplicação de
gesso.
Em arroz, por exemplo, postula-se a essencialidade agronômica do Si,
em vista dos diversos benefícios advindos com a nutrição deste elemento. Estes benefícios
incluem o aumento no crescimento e na produção, interações positivas com fertilizantes
nitrogenados, fosfatados e potássicos, aumento na resistência a estresses bióticos (doenças e
88
pragas) e abióticos (seca, salinidade, acamamento) e aumento na produtividade em solos
problemáticos, como os solos orgânicos e solos ácidos com níveis tóxicos de Al, Fe e Mn
(SAVANT et al., 1997b).
O uso do Si tem promovido melhoria na arquitetura da planta e
aumento na fotossíntese (DEREN et al., 1994), resultado da menor abertura do ângulo foliar,
que torna as folhas mais eretas, diminuindo o auto-sombreamento, sobretudo em condições de
altas densidades populacionais e altas doses de N (YOSHIDA et al., 1962; BALASTRA et al.,
1989).
Aumentos de produtividade de grãos do arroz atribuídos ao efeito do
silício foram observados por Deren et al. (1994), Liang et al. (1994), Korndorfer et al. (1999) e
Faria (2000). No entanto, Mauad et al. (2003) e Carvalho-Pupatto et al. (2003) não obtiveram
resposta em produtividade com aplicação de silício.
89
Tabela 19. Valores médios de massa de 1000 grãos e produtividade de grãos obtidos em arroz
de terras altas em função da aplicação superficial de corretivos de acidez e gesso agrícola em
plantio direto. Selvíria - MS, 2003/04 e 2004/05.
Tratamentos
2003/04 2004/05 Média
Massa de 1000 grãos
------------------------------- g -------------------------------
Testemunha 22,80 a 23,75 a 23,25 a
Gesso 23,00 a 24,00 a 23,50 a
Calcário 23,00 a 24,50 a 23,75 a
Silicato 23,50 a 24,75 a 24,13 a
Calcário + Silicato 23,25 a 24,50 a 23,88 a
Calcário + Gesso 23,25 a 24,50 a 23,88 a
Silicato + Gesso 23,75 a 24,75 a 24,25 a
Calcário + Silicato + Gesso 23,25 a 24,75 a 24,00 a
DMS
2,28 2,12 1,18
Contraste
(SG x CG)
1
ns ns ns
CV (%)
4,14 4,08 2,33
Produtividade de grãos
---------------------------- kg ha
-
1
---------------------------
Testemunha 3.052 c 3.341 c 3.197 e
Gesso 3.178 c 3.790 bc 3.484 de
Calcário 3.178 c 4.004 b 3.591 cd
Silicato 3.921 ab 4.281 ab 4.101 ab
Calcário + Silicato 3.654 ab 4.163 b 3.909 bc
Calcário + Gesso 3.492 bc 4.109 b 3.801 bcd
Silicato + Gesso 3.980 a 4.744 a 4.362 a
Calcário + Silicato + Gesso 3.748 ab 4.166 b 3.957 bc
DMS
442,8 545,14 385,13
Contraste
(SG x CG)
1
** *** ***
CV (%)
5,29
6,29
4,76
Médias seguidas de mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste de Tukey a 10%.
1
Contraste dos tratamentos sem (SG) e com gesso (CG). *, **, *** e ns, significativo a 10%, 5% e 1% e não significativo,
respectivamente pelo teste F.
90
6.3 Características da cultura do feijão (inverno 2004 e 2005)
6.3.1 Diagnose foliar e teor de silício
Constatou-se efeito significativo dos tratamentos para o teor foliar de
fósforo, potássio, cálcio, magnésio e enxofre. Não houve variação significativa no teor foliar
de nitrogênio, e os valores estão na faixa considerada adequada para o feijão, ou seja, entre 30-
50 g kg
-1
(AMBROSANO et al., 1997).
Na média dos dois anos, pode-se constatar que não houve diferença
estatística entre a aplicação exclusiva de silicato e sua mistura com gesso agrícola quanto aos
teores de P (Tabela 20). Os tratamentos que continham silicato proporcionaram os maiores
valores de P. No entanto, observa-se que a mistura SG não apresentou diferença estatística em
relação aos demais tratamentos. Pulz et al. (2008) também constataram maiores teores de P
nas folhas de batata onde foi aplicado silicato em relação ao calcário, em decorrência do maior
teor do elemento no solo proporcionado pelo silicato. No presente trabalho não foi realizada a
análise de P, mas os autores supracitados, mediante revisão de literatura, explicaram que o
aumento no teor de P no solo é decorrente da desorção de P promovida pela presença de Si
solúvel, aumentando sua disponibilidade e, conseqüentemente, a absorção do elemento pelas
plantas, no caso pela batateira. Os ânions de silicatos exercem competição com o P pelos
mesmos sítios de adsorção. Esses sítios de P são saturados ou bloqueados pelo ânion silicato,
aumentando a eficiência da adubação fosfatada.
Soratto (2005) também não observou influência da aplicação de
calcário e gesso em superfície nos teores de fósforo, no entanto, os teores se encontravam na
faixa adequada.
Os teores foliares de fósforo encontrados no feijoeiro estão acima da
faixa considerada adequada por Ambrosano et al. (1997), ou seja, 2,5 – 4,0 g kg
-1
.
Quanto aos teores de potássio (Tabela 20), houve redução na absorção
pelas plantas de feijão com a aplicação dos produtos. Analisando a média dos anos, o menor
valor foi proporcionado pela aplicação das misturas SG e CSG, mas não foram diferentes
estatisticamente dos demais produtos, somente em relação à testemunha. Esse resultado é
decorrente da redução da disponibilidade de K proporcionada pela aplicação dos produtos
91
(Tabela 8) e da elevação dos teores, principalmente, de Ca (Tabela 9), afetando a absorção de
potássio pelo processo de inibição competitiva.
Analisando o contraste observou-se que a mistura de gesso aos
corretivos proporcionou redução da absorção de K pelo feijoeiro, na média dos dois anos de
cultivo.
Resultados obtidos por Soratto (2005) demonstraram que não houve
efeito da aplicação de gesso sobre os teores de K nas folhas do feijoeiro, entretanto, a
aplicação de calcário em superfície proporcionou resposta quadrática para o teor foliar de K.
Os valores encontrados estão na faixa considerada ideal para o feijão,
que situa-se entre 20-24 g kg
-1
(AMBROSANO et al., 1997), com exceção da testemunha
(26,8 g kg
-1
).
Tanto a aplicação de silicato e calcário como a mistura dos corretivos e
gesso agrícola proporcionaram um fornecimento adequado de cálcio (Tabela 21) às plantas de
feijão (AMBROSANO et al., 1997), fato constatado pelos teores similares encontrados entre
os tratamentos, sendo diferente apenas onde as características originais do solo foram
mantidas (testemunha) que apresentou menor valor, na média dos anos. A aplicação das
misturas contendo gesso agrícola proporcionou os maiores valores de Ca nas folhas em
decorrência dos resultados obtidos nas análises de solo (Tabela 9), assim como pode ser
observado pela análise do contraste.
Aumento nos teores foliares de Ca também foi observado por Soratto
(2005) em função apenas da aplicação superficial de gesso, a calagem não afetou o teor deste
nutriente nas folhas do feijoeiro.
Com relação ao teor de magnésio (Tabela 21), a aplicação isolada de
calcário foi a que promoveu maior teor foliar, mas este não foi diferente estatisticamente do
valor encontrado pela aplicação de silicato, e pela mistura de corretivos (CS). Pode-se
observar ainda, pela análise do contraste, que a adição de gesso aos corretivos proporcionou
maior teor foliar de Mg.
Segundo resultados de Soratto (2005), os teores de Mg nas folhas do
feijoeiro sofreram efeito da aplicação de gesso e da interação calcário x gesso. O autor
constatou que na ausência de gesso, não houve efeito da calagem sobre a absorção de Mg pelo
feijoeiro. Porém, nos tratamento que receberam gesso, as doses de calcário promoveram
92
aumento nos teores de Mg nas folhas. Desta forma, observou que a ausência de gesso
prejudicou a absorção de Mg pela cultura, ou com a aplicação das menores doses de calcário
dolomítico em superfície, provavelmente em decorrência da lixiviação do elemento no perfil
do solo, ou pelo fato da aplicação de gesso ter elevado muito a relação Ca/Mg no solo, nesses
tratamentos.
A elevação nos teores foliares de Ca e Mg nas plantas foi conseqüência
do aumento nos teores trocáveis destes elementos no solo, ocasionado pela aplicação de
corretivos e gesso agrícola (Ca).
Para o teor de enxofre (Tabela 21), nota-se pela média dos anos, que o
gesso agrícola incrementou de forma significativa o teor nas folhas do feijoeiro, o que pode ser
visualizado pela análise de contraste. A mistura CSG não diferiu estatisticamente dos
tratamentos CG e SG.
Os resultados observados concordam com os obtidos por Soratto
(2005) que além do efeito do gesso, observou também influência da calagem nos teores de S
nas folhas de feijão, onde na ausência da aplicação de gesso, a calagem promoveu aumento
nos teores de S nas folhas do feijoeiro. O requerimento de S pelas plantas, segundo o autor,
pode ser suprido, em parte, pela mineralização da matéria orgânica, e nesse caso, a calagem
pode acelerar o processo de mineralização, em conseqüência da elevação do pH (CAIRES e
FONSECA, 2000; ROSOLEM et al., 2003)
93
Tabela 20. Teores de nitronio, fósforo e potássio nas folhas de feijão em função da
aplicação superficial de corretivos de acidez e gesso agrícola em plantio direto. Selvíria - MS,
2004 e 2005.
Tratamentos
2004 2005 Média
Nitrogênio
----------------------------- g kg
-
1
--------------------------
----
Testemunha 48,3 a 48,0 a 48,3 a
Gesso 48,5 a 47,8 a 48,3 a
Calcário 50,3 a 48,5 a 49,8 a
Silicato 49,5 a 48,8 a 49,3 a
Calcário + Silicato 49,8 a 49,0 a 49,5 a
Calcário + Gesso 50,3 a 50,5 a 50,8 a
Silicato + Gesso 50,0 a 49,5 a 50,3 a
Calcário + Silicato + Gesso 50,0 a 49,8 a 50,0 a
DMS
4,52
5,22
3,05
Contraste
(SG x CG)
1
ns
ns
n
s
CV (%)
4,29
5,02
2,90
Fósforo
----------------------------- g kg
-
1
--------------------------
----
Testemunha 3,1 b 3,5 b 3,3 d
Gesso 3,3 b 5,1 a 4,2 c
Calcário 4,3 ab 5,5 a 4,9 bc
Silicato 5,7 a 6,2 a 6,0 a
Calcário + Silicato 4,5 ab 5,7 a 5,1 b
Calcário + Gesso 4,4 ab 5,1 a 4,8 bc
Silicato + Gesso 5,0 a 5,6 a 5,3 ab
Calcário + Silicato + Gesso 4,5 ab 5,5 a 5,0 bc
DMS
1,50
1,46
0,83
Contraste
(SG x CG)
1
ns
ns
ns
CV (%)
16,25
13,00
8,07
Potássio
----------------------------- g kg
-
1
--------------------------
----
Testemunha 25,8 a 27,0 a 26,8 a
Gesso 25,3 ab 25,3 a 25,3 ab
Calcário 23,8 ab 25,0 a 24,8 abc
Silicato 22,5 ab 24,3 a 23,5 abc
Calcário + Silicato 23,0 ab 24,3 a 24,0 abc
Calcário + Gesso 22,3 ab 24,5 a 23,5 abc
Silicato + Gesso 21,0 b 22,0 a 21,8 c
Calcário + Silicato + Gesso 21,5 ab 23,3 a 22,8 bc
DMS
4,43 5,14 3,46
Contraste
(SG x CG)
1
ns ns **
CV
(%)
9,01 9,89 6,76
Médias seguidas de mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste de Tukey a 10%.
1
Contraste dos tratamentos sem (SG) e com gesso (CG). *, **, *** e ns, significativo a 10%, 5% e 1% e não significativo,
respectivamente pelo teste F.
94
Tabela 21. Teores de cálcio, magnésio e enxofre nas folhas de feijão em função da aplicação
superficial de corretivos de acidez e gesso agrícola em plantio direto. Selvíria - MS, 2004 e
2005.
Tratamentos
2004 2005 Média
Cálcio
----------------------------- g kg
-
1
--------------------------
----
Testemunha 14,3 b 13,3 c 14,0 c
Gesso 15,5 ab 16,8 b 16,5 b
Calcário 16,3 ab 19,8 ab 18,5 ab
Silicato 16,5 ab 20,5 a 18,8 ab
Calcário + Silicato 15,5 ab 20,3 a 18,3 ab
Calcário + Gesso 18,0 ab 21,3 a 20,0 a
Silicato + Gesso 18,8 a 21,5 a 20,3 a
Calcário + Silicato + Gesso 17,8 ab 21,3 a 19,8 a
DMS
3,94 3,16 2,46
Contraste
(SG x CG)
1
*** *** ***
CV (%)
11,17 7,69 6,33
Magnésio
----------------------------- g kg
-
1
--------------------------
----
Testemunha 4,8 a 4,3 b 4,5 b
Gesso 4,8 a 4,6 b 4,7 b
Calcário 6,5 a 5,7 a 6,0 a
Silicato 5,3 a 4,9 ab 5,2 ab
Calcário + Silicato 5,3 a 5,2 ab 5,3 ab
Calcário + Gesso 5,5 a 4,9 ab 5,0 b
Silicato + Gesso 5,0 a 4,6 b 4,8 b
Calcário + Silicato + Gesso 5,0 a 4,8 ab 5,0 b
DMS
1,78 0,92 0,89
Contraste
(SG x CG)
1
ns * **
CV (%)
15,96
8,94
8,27
Enxofre
----------------------------- g kg
-
1
--------------------------
----
Testemunha 1,3 b 1,8 d 1,6 d
Gesso 1,6 ab 2,1 abc 1,9 ab
Calcário 1,3 b 2,0 bcd 1,7 cd
Silicato 1,4 bc 2,1 abcd 1,8 bc
Calcário + Silicato 1,3 b 1,8 cd 1,6 d
Calcário + Gesso 1,6 ab 2,4 a 2,0 a
Silicato + Gesso 1,7 a 2,4 a 2,0 a
Calcário + Silicato + Gesso 1,7 a 2,2 ab 2,0 a
DMS
0,22
0,33
0,19
Contraste
(SG x CG)
1
***
***
***
CV (%)
7,06
7,52
4,98
Médias seguidas de mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste de Tukey a 10%.
1
Contraste dos tratamentos sem (SG) e com gesso (CG). *, **, *** e ns, significativo a 10%, 5% e 1% e não significativo,
respectivamente pelo teste F.
95
O resultado do teor de silício (Tabela 22), na média dos anos, foi maior
quando da aplicação isolada de silicato, em relação aos demais tratamentos. Mesmo não sendo
considerada planta acumuladora de Si, o feijoeiro é capaz de absorver o elemento, embora os
valores encontrados sejam inferiores aos observados para a cultura do arroz (Tabela 17).
Todos os tratamentos proporcionaram valores superiores à testemunha, em decorrência dos
valores de solo (Tabela 13).
Tabela 22. Teor de silício nas folhas de feijão em função da aplicação superficial de corretivos
de acidez e gesso agrícola em plantio direto. Selvíria - MS, 2004 e 2005.
Tratamentos
2004 2005 Média
Silício
----------------------------- g kg
-
1
--------------------------
---
Testemunha 2,6 e 4,3 c 3,5 f
Gesso 3,4 d 4,6 c 4,0 e
Calcário 3,5 d 5,4 b 4,4 d
Silicato 7,3 a 6,2 a 6,8 a
Calcário + Silicato 5,1 bc 5,6 b 5,4 bc
Calcário + Gesso 3,5 d 5,3 b 4,4 d
Silicato + Gesso 5,2 b 5,7 b 5,5 b
Calcário + Silicato + Gesso 4,5 c 5,5 b 5,0 c
DMS
0,62 0,47 0,35
Contraste
(SG x CG)
1
*** ns ns
CV (%)
6,64
4,12
3,34
Médias seguidas de mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste de Tukey a 10%.
1
Contraste dos tratamentos sem (SG) e com gesso (CG). *, **, *** e ns, significativo a 10%, 5% e 1% e não significativo,
respectivamente pelo teste F.
Nota-se pela média dos anos, comportamento semelhante da aplicação
dos produtos para os micronutrientes Zn, Cu, Fe e Mn, com redução dos teores foliares, em
relação à testemunha (Tabela 23 e 24). Os menores valores, para todos os micronutrientes,
foram constatados com a aplicação das misturas SG e CSG.
Observou-se pela análise de contraste que a mistura de gesso aos
corretivos promoveu redução nos teores foliares de Zn, Cu, Fe e Mn, ou seja, os maiores
efeitos nos tratamentos foram devido à presença de gesso.
Soratto (2005) não verificou efeito da aplicação superficial de calcário
e gesso na implantação do sistema plantio direto nos teores foliares de micronutrientes. Mas
sim, da interação entre calagem e gessagem, para os teores foliares de Zn, onde, na ausência
96
da calagem a aplicação de gesso proporcionou maior teor do nutriente nas folhas,
provavelmente porque esse tratamento proporcionou maior crescimento radicular. Entretanto,
na presença de gesso, a calagem promoveu redução na absorção de Zn pelo feijoeiro,
provavelmente devido à inibição competitiva entre o Ca e o Zn (GALON et al., 1996),
proporcionado pela aplicação de gesso associado a maiores doses de calcário.
O efeito da calagem em diminuir a disponibilidade de micronutrientes
nos solos e a absorção pelas plantas é bastante conhecido na literatura (FAGERIA e
ZIMMERMANN, 1979; MALAVOLTA e KLIEMANN, 1985; FAGERIA et al., 1991;
BARBOSA FILHO et al., 1994).
Constatou-se que os teores foliares de Zn e Cu estão adequados, mas
os teores de ferro e manganês estão acima da faixa considerada adequada para o feijão, que
segundo Ambrosano et al. (1997) situa-se entre 40-140 e 15-100 mg kg
-1
.
Segundo Fageria (2002), o acúmulo de Zn, Fe e Mn diminui
significativamente em solo de cerrado com o aumento do pH, o que pode estar relacionado
com a absorção ou precipitação desses micronutrientes. Tisdale et al. (1985) relataram que a
disponibilidade de Zn diminui cerca de 100 vezes com o aumento de uma unidade de pH.
97
Tabela 23. Teores de zinco e cobre nas folhas de feijão em função da aplicação superficial de
corretivos de acidez e gesso agrícola em plantio direto. Selvíria - MS, 2004 e 2005.
Tratamentos
2004 2005 Média
Zinco
-----------------------------
mg kg
-
1
---------------------------
Testemunha 46,0 a 46,3 a 46,3 a
Gesso 41,5 abc 46,0 a 43,8 ab
Calcário 40,5 abc 45,0 a 42,8 ab
Silicato 43,0 ab 42,5 a 42,8 ab
Calcário + Silicato 42,0 abc 44,0 a 43,0 ab
Calcário + Gesso 37,5 bc 43,0 a 40,3 ab
Silicato + Gesso 35,5 bc 40,5 a 38,0 b
Calcário + Silicato + Gesso 34,5 c 43,0 a 38,8 b
DMS
7,72 7,57 6,29
Contraste
(SG x CG)
1
*** ns ***
CV (%
)
9,06 8,13 7,05
Cobre
----------------------------- mg kg
-
1
---------------------------
Testemunha 18,5 a 9,5 a 14,0 a
Gesso 17,5 ab 8,5 a 13,0 ab
Calcário 17,0 ab 9,5 a 13,3 ab
Silicato 16,5 abc 9,5 a 13,0 ab
Calcário + Silicato 16,5 abc 9,5 a 13,0 ab
Calcário + Gesso 16,0 bc 9,0 a 12,5 ab
Silicato + Gesso 15,5 bc 9,0 a 12,3 b
Calcário + Silicato + Gesso 14,5 c 9,0 a 12,0 b
DMS
2,45 2,06 1,61
Contraste
(SG x CG)
1
*** * ***
CV (%)
6,97 10,52 5,87
Médias seguidas de mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste de Tukey a 10%.
1
Contraste dos tratamentos sem (SG) e com gesso (CG). *, **, *** e ns, significativo a 10%, 5% e 1% e não significativo,
respectivamente pelo teste F.
98
Tabela 24. Teores de ferro e manganês nas folhas de feijão em função da aplicação superficial
de corretivos de acidez e gesso agrícola em plantio direto. Selvíria - MS, 2004 e 2005.
Tratamentos
2004 2005 Média
Ferro
----------------------------- mg kg
-
1
-----------------------
----
Testemunha 648,0 a 439,5 a 543,8 a
Gesso 531,5 b 327,0 b 429,3 b
Calcário 526,8 b 316,0 bc 421,5 b
Silicato 327,5 c 265,5 de 296,5 c
Calcário + Silicato 526,3 b 288,5 cd 407,5 b
Calcário + Gesso 285,3 c 260,5 de 273,0 cd
Silicato + Gesso 248,0 c 213,5 f 230,8 d
Calcário + Silicato + Gesso 279,0 c 237,5 ef 258,3 cd
DMS
110,19 30,68 60,21
Contraste
(SG x CG)
1
*** *** ***
CV (%)
12,29 4,91 7,92
Manganês
----------------------------- mg kg
-
1
-----------------------
----
Testemunha 173,5 a 262,5 a 218,0 a
Gesso 172,0 a 237,0 ab 204,5 ab
Calcário 150,5 b 236,0 ab 193,3 abc
Silicato 144,5 bc 218,0 ab 181,3 bcd
Calcário + Silicato 153,5 b 230,5 ab 192,0 abc
Calcário + Gesso 133,0 c 214,0 ab 173,5 bcd
Silicato + Gesso 132,0 c 182,3 b 157,3 d
Calcário + Silicato + Gesso 143,0 bc 200,0 b 171,5 cd
DMS
13,90 59,71 31,89
Contraste
(SG x CG)
1
*** *** ***
CV (%)
4,35
12,61
8,04
Médias seguidas de mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste de Tukey a 10%.
1
Contraste dos tratamentos sem (SG) e com gesso (CG). *, **, *** e ns, significativo a 10%, 5% e 1% e não significativo,
respectivamente pelo teste F.
6.3.1 Componentes da produção e produtividade
A aplicação de corretivos e gesso agrícola em superfície influenciou o
número de vagens por planta, número de grãos por vagem, massa de 100 grãos e
produtividade. Não houve efeito sobre a população final de plantas do feijoeiro.
Com relação ao número de vagens por planta (Tabela 25), observou-se
pela média dos anos, que a aplicação da mistura CSG proporcionou o mesmo efeito da
aplicação de CG e SG, no entanto, não foi diferente dos tratamentos onde aplicou-se os
99
corretivos de forma isolada e misturados (CS). Observa-se uma diferença média de
aproximadamente 4 vagens por planta comparando-se os tratamentos onde obteve-se maior
valor em relação a testemunha.
De acordo com os resultados obtidos por Soratto (2005), o número de
vagens por planta foi influenciado pela interação calcário x gesso, onde na ausência de gesso,
a calagem proporcionou aumento neste componente, com os dados ajustando a uma função
quadrática. O autor cita que este efeito pode estar relacionado com a maior disponibilidade de
K no solo, já que a calagem promoveu aumento nos teores de K nas folhas do feijoeiro.
Houve efeito significativo dos tratamentos para o número de grãos por
vagem (Tabela 25), onde verificou-se que os tratamentos constituídos de corretivos (calcário
e/ou silicato) com e sem gesso agrícola, promoveram os maiores valores em relação à
testemunha. No entanto, esta variável não foi influenciada pela aplicação superficial de
calcário e gesso no estudo realizado por Soratto (2005).
Quanto à massa de 100 grãos (Tabela 26), constata-se maior valor na
aplicação de silicato + gesso agrícola, quando comparado à testemunha, mas não foi diferente
estatisticamente dos demais tratamentos, com exceção do tratamento onde aplicou-se gesso
agrícola.
Galon et al. (1996) também observaram aumento no peso de 100 grãos
com a associação gesso-calcário. Os autores atribuem o ganho de peso dos grãos, devido
principalmente aos efeitos positivos que esta associação propicia às propriedades químicas do
solo, como aumento no valor de pH e maior disponibilidade de nutrientes para as plantas.
100
Tabela 25. População de plantas, número de vagens por planta e número de grãos por vagem
obtidos em feijão em função da aplicação superficial de corretivos de acidez e gesso agrícola
em plantio direto. Selvíria - MS, 2004 e 2005.
Tratamentos
2004 2005 Média
População de plantas
------------------------- mil ha
-
1
--------------------------
Testemunha 258 a 170 a 214 a
Gesso 260 a 174 a 220 a
Calcário 260 a 170 a 222 a
Silicato 271 a 170 a 230 a
Calcário + Silicato 269 a 170 a 230 a
Calcário + Gesso 285 a 168 a 239 a
Silicato + Gesso 280 a 170 a 237 a
Calcário + Silicato + Gesso 297 a 163 a 245 a
DMS
76,33
18,86
40,09
Contraste
(SG x CG)
1
ns
ns
n
s
CV (%)
13,18
5,25
8,21
Vagens por planta
------------------------------- nº ------------------------------
-
Testemunha 6,8 d 8,3 c 7,5 e
Gesso 7,0 cd 10,8 b 8,9 d
Calcário 7,8 bcd 13,3 a 10,5 c
Silicato 8,3 abc 13,5 a 10,9 bc
Calcário + Silicato 8,0 abcd 13,5 a 10,8 bc
Calcário + Gesso 9,0 ab 15,5 a 12,3 a
Silicato + Gesso 9,3 a 15,5 a 12,4 a
Calcário + Silicato + Gesso 8,3 abc 15,5 a 11,9 ab
DMS
1,26
2,44
1,23
Contraste
(SG x CG)
1
***
***
***
CV (%)
7,39
8,68
5,46
Grãos por vagem
------------------------------- n° ------------------------------
-
Testemunha 3,9 a 3,5 b 3,7 b
Gesso 4,0 a 3,5 b 3,7 b
Calcário 4,1 a 4,8 a 4,5 a
Silicato 4,1 a 4,9 a 4,6 a
Calcário + Silicato 4,1 a 4,9 a 4,5 a
Calcário + Gesso 4,4 a 5,3 a 4,8 a
Silicato + Gesso 4,4 a 5,2 a 4,8 a
Calcário + Silicato + Gesso 4,4 a 5,1 a 4,8 a
DMS
0,54 0,78 0,38
Contraste
(SG x CG)
1
** ns ns
CV (%)
6,12 7,94 4,08
Médias seguidas de mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste de Tukey a 10%.
1
Contraste dos tratamentos sem (SG) e com gesso (CG). *, **, *** e ns, significativo a 10%, 5% e 1% e não significativo,
respectivamente pelo teste F.
101
O maior valor de produtividade de grãos (2.257 kg ha
-1
) foi obtido com
a mistura CG, no entanto, foi estatisticamente semelhante aos demais tratamentos, com
exceção dos tratamentos onde aplicou-se exclusivamente calcário ou gesso, que
proporcionaram 1.984 e 1.616 kg ha
-1
, respectivamente, e da testemunha. Observa-se uma
diferença média de aproximadamente 932 kg ha
-1
comparando-se os tratamentos onde obteve-
se maior valor, em relação a testemunha. Deve-se destacar que todos os tratamentos que
receberam a aplicação de algum produto proporcionaram produtividade estatisticamente
superior a testemunha. Assim, a aplicação de apenas gesso agrícola ou calcário ou silicato
proporcionou resultado significativamente superior à testemunha.
Analisando o contraste, pela média dos dois anos de cultivo, observou-
se que a mistura de gesso agrícola aos corretivos propiciou maior número de vagens por
planta, massa de 100 grãos e produtividade do feijoeiro, ou seja, o maior efeito nos
tratamentos foi devido à presença de gesso.
Soratto (2005) observou que a calagem, na ausência da aplicação de
gesso, promoveu aumento na produtividade grãos, com os dados sendo ajustados a uma
função quadrática, sendo a produtividade máxima obtida foi com a dose estimada de 2.075 kg
ha
-1
de calcário.
O feijoeiro tem apresentado aumento significativo de produtividade
com a aplicação de calcário incorporado (QUAGGIO et al., 1982; BARBOSA FILHO e
SILVA, 2000; FAGERIA, 2001; FAGERIA e STONE, 2004), entretanto, não existem relatos
do efeito da aplicação superficial de calcário e gesso sobre a produtividade da cultura.
102
Tabela 26. Massa de 100 grãos e produtividade de grãos obtidos em feijão em função da
aplicação superficial de corretivos de acidez e gesso agrícola em plantio direto. Selvíria - MS,
2004 e 2005.
Tratamentos
2004 2005 Média
Massa de 100 grãos
------------------------------- g -----------------------------
--
Testemunha 27,6 b 24,3 a 26,0 c
Gesso 27,8 ab 25,0 a 26,4 bc
Calcário 28,3 ab 25,2 a 26,8 abc
Silicato 28,6 ab 25,3 a 26,9 abc
Calcário + Silicato 28,6 ab 25,3 a 27,0 abc
Calcário + Gesso 29,4 ab 25,8 a 27,6 ab
Silicato + Gesso 29,6 a 26,5 a 28,1 a
Calcário + Silicato + Gesso 28,8 ab 25,8 a 27,3 abc
DMS
2,04 2,62 1,50
Contraste
(SG x CG)
1
* * ***
CV (%)
3,35 4,85 2,60
Produtividade de grãos
---------------------------- kg ha
-
1
-------------------------
--
Testemunha 1.562 d 1.088 c 1.325 d
Gesso 1.621 cd 1.610 b 1.616 c
Calcário 1.696 bcd 2.272 a 1.984 b
Silicato 1.858 abc 2.321 a 2.090 ab
Calcário + Silicato 1.876 abc 2.342 a 2.109 ab
Calcário + Gesso 2.068 a 2.646 a 2.257 a
Silicato + Gesso 1.999 a 2.638 a 2.219 ab
Calcário + Silicato + Gesso 1.935 ab 2.633 a 2.185 ab
DMS
278,35 374,61 245,08
Contraste
(SG x CG)
1
*** *** ***
CV (%)
7,16
8,03
5,84
Médias seguidas de mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste de Tukey a 10%.
1
Contraste dos tratamentos sem (SG) e com gesso (CG). *, **, *** e ns, significativo a 10%, 5% e 1% e não significativo,
respectivamente pelo teste F.
103
7 CONCLUSÕES
A aplicação superficial de silicato no sistema plantio direto não foi
superior ao calcário na neutralização da acidez do solo em profundidade, apresentando a
mesma eficiência.
Não houve diferença entre a aplicação superficial de corretivos, tanto
isolada como em mistura, nas características químicas do solo.
A utilização da mistura de gesso agrícola aos corretivos aplicados
superficialmente em plantio direto elevaram os teores de K, Ca, Mg, NO
3
-
e S-SO
4
2-
em
profundidade, contribuindo para maior atuação dos corretivos nas características químicas do
perfil do solo.
A cultura do arroz foi influenciada pela aplicação superficial da
mistura de corretivos e gesso agrícola em plantio direto, com efeitos positivos sobre o número
de panículas refletindo diretamente na produtividade de grãos. Com relação à nutrição, houve
elevação dos teores foliares de N, S e Si, e redução da absorção de Zn e Mn.
Os efeitos da aplicação superficial de corretivos da acidez do solo,
principalmente quando em mistura com gesso agrícola em plantio direto elevaram os
componentes de produção do feijoeiro (número de vagens por
104
planta, número médio de grãos por vagem, massa de 100 grãos) refletindo diretamente na
produtividade de grãos. Além disso, aumentou a absorção pela planta de P, Ca, Mg, S e Si, e
reduziu os teores de K e micronutrientes (Zn, Cu, Fe e Mn).
105
8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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