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essa classe. Não deixa de destacar José como o mais eficaz protetor dos moribundos, daqueles
que estão morrendo, pois ao lado de José estão sempre Jesus e Maria.
190
Quanto ao linguajar da Sagrada Escritura em relação à paternidade de José, destaca-se
a maneira como os escritores interpretam o nome de pai. Nesse sentido, não pode ser
confundido como pai natural.
191
A importância de José é destacada e reafirmada por Pio XI. O título de Patrono da
Igreja não foi uma criação, mas uma confirmação daquilo que José fora desde o tempo em que
era chefe da Sagrada Família.
192
Assim como São João Batista e São Pedro são exaltados, o
Papa pede, também, para que a honra a São José seja mais solenizada.
193
Entre estes dois grandes personagens, entre as duas missões, eis que aparecem a
pessoa e a missão de São José que, ao contrário, passam apagadas, silenciosas,
como que despercebidas e ignoradas, na humildade, no silêncio, silêncio que não
devia iluminar-se senão mais tarde, silêncio ao qual deveriam suceder, e muito alto,
o grito, a voz, a glória nos séculos.
194
Fala, ainda, da ligação de José com a união hipostática
195
da qual deriva seu poder de
intercessão.
196
Destaca, também, José como modelo e patrono dos operários ante o
comunismo.
197
Em consonância com Pio XI, seu predecessor, Pio XII continua
descrevendo José como chefe de família.
198
Incentiva, inclusive, o culto mas fervoroso à
190
Cf. BENTO XV, Documento Motu Proprio Bonum sane (25 de julho 1920)
191
Cf. BENTO XV, Enc. Spiritus paraclitus (15 set. 1920)
192
Cf. JOÃO XXIII, Carta Apostólica, Le voce che da tutto, n.12.
193
Ibidem.
194
Cf. Discursos de Pio IX, vol. I, p. 780. In JOÃO XXIII, Op. cit. n. 22.
195
Leonardo Boff explica que “Hipostática vem de hipóstase, que em grego clássico e eclesiástico significa
“pessoa”. [...] as Pessoas divinas, graciosamente, assumiram Maria e Jesus para dentro de sua realidade divina. E
São José não cabe dentro dessa ordem hipostática? Por que deixá-lo de fora? Há excelentes razões para inseri-lo
junto com sua esposa e seu filho. Os dados seguros são estes: ele tem e mantém relação imediata e estreita com
Maria, na qual está o Espírito, e com Jesus, no qual está o Filho. Essa relação permite dizer que, pelo menos
indiretamente, ele pertence à ordem hipostática, pois, em concreto, não se pode pensar Maria e Jesus sem ele,
seja como marido, seja como pai. A Redemptoris Custos reconhece explicitamente: “Juntamente com a assunção
da humanidade, em Cristo foi também ‘assumido’ tudo aquilo que é humano, e, em particular, a família, primeira
dimensão da sua existência na terra. Nesse contexto foi ‘assumida’ também a paternidade humana de José” (n.
21). Essa tese da “união hipostática” de José com Deus Pai (teologúmenon – teoria teológica) que Leonardo Boff
sustenta deve ser melhor amadurecida e discutida por outros teólogos. Ainda é cedo para posicionar-se. Cf.
BOFF, L. São José, p. 132.
196
Cf. PIO XI, Alocução de 19 de março 1935. In. Discursos de Pio XI, SEI, vol. I, 1922-1928, p. 779-780. In.
JOÃO XXIII, Le voce che da tutto, n.12.
197
Cf. PIO XI, Encíclica Divini Redemptoris (19 março 1937)
198
PIO XII, Alocução de 10 abril 1940, Discursos e Radiomensagens de S.S. Pio XII, vol. II, p. 65-69. In. JOÃO
XXIII, Le voce che da tutto, n.13.