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excluídos como as mulheres, os doentes, os pecadores e os famintos partindo do Evangelho de
João. Nesse sentido, encontramos pelo menos 10 artigos que deixam clara a preocupação de
Jesus com os problemas e sofrimentos concretos de seu povo. Citamos, por exemplo, o artigo
“Jesus e a Samaritana” de Lúcia Weiler, publicado em RIBLA, número 15, onde se mostra a
importância de uma mulher na evangelização da Samaria, no seu próprio contexto cultural:
“A versão Joanina, que narra a evangelização da Samaria, pode ser considerada extremamente
revolucionária. Uma mulher, marginalizada por ser mulher e por ser samaritana, torna-se
evangelizadora dentro de sua própria cultura e a partir dela.”
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O presente artigo busca
valorizar a presença da mulher em um contexto de exclusão do qual fazia parte. A partir do
encontro com Jesus, narrado em Jo 4,1-46, a samaritana reconhece Jesus como Messias e vai
anunciar ao seu povo esta verdade.
Em outro artigo, “Jesus liberta uma mulher”, publicado em RIBLA número 18,
Carmina Navia Velasco focaliza a ação de Jesus diante de alguém que está em condição de
pecado e que está sendo condenada. No texto de Jo 8,1-11, os fariseus querem que Jesus
condene a mulher que foi surpreendida em situação de pecado. Jesus não a condena, mas dá a
ela a esperança de uma vida nova: “Neste episódio em que a tradição feminina de resistência
guardou para nós, esta mulher concreta, chamada “adúltera”, está resgatada. Mas não só ela.
Nessa confrontação realizada por Jesus com as instâncias de autoridade e com o peso da
tradição, foram resgatadas todas as mulheres, vítimas de um sistema de poder que as torna
indefesas.”
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No presente artigo, a autora trabalha tendo presente a ação de Jesus como
aquele que veio para resgatar a pessoa, nesse caso uma mulher que se encontrava em condição
de pecado e que, portanto, era marginalizada pelas pessoas de seu tempo.
Citamos ainda um terceiro artigo que contempla a dimensão concreta e o resgate da
condição de marginalização em que viviam as mulheres. No artigo “Maria – A mulher, a hora
e a glória”, Sandro Galazzi, em RIBLA n. 46, mostra a presença e a importância das mulheres
na vida de Jesus, principalmente no que se refere à sua “Hora”. No Evangelho de João, sete
vezes se faz memória de uma mulher a começar pela Mãe de Jesus, a Samaritana, a adúltera,
Marta, Maria de Betânia e Maria Madalena.
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No presente artigo, o autor resgata a
importância da mulher na Igreja de hoje, a partir do resgate realizado por Jesus valorizando a
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WEILER Lúcia. Jesus e a samaritana. RIBLA. Petrópolis; São Leopoldo, n. 15, 1993/2. p. 102.
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VELASCO, Carmina Navia. Jesus liberta uma mulher. RIBLA. Petrópolis; São Leopoldo, n. 18, 1994/2. p. 97.
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“Sua mãe Maria faz acontecer a “Hora” no início e no fim de sua caminhada, nas Bodas de Caná e ao pé da
cruz. A samaritana profetiza e anuncia o messias por primeira. A adúltera nos ensina que a casa de Deus é para
os pecadores e não para os justos. Marta – e não Pedro- proclama a fé no Cristo, filho de Deus vivo. Maria de
Betânia sai com sua cabeça ungida e Madalena recebe a missão de anunciar o centro da fé Joanina; “o Deus de
Jesus é o nosso Deus, o Pai de Jesus é o nosso Pai.” – GALAZZI Sandro, p. 53.