Download PDF
ads:
Michelli Maria Mendes
“Caracterização cariotípica de quatro espécies de peixes da família
Characidae, do grupo Incertae Sedis”
Londrina - PR
2009
Universidade Estadual de Londrina
ads:
Livros Grátis
http://www.livrosgratis.com.br
Milhares de livros grátis para download.
Michelli Maria Mendes
“Caracterização cariotípica de quatro espécies de peixes da família
Characidae, do grupo Incertae Sedis”
Londrina
2009
Instituto Agronômico do Paraná
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
Universidade Estadual de Londrina
ads:
Michelli Maria Mendes
“Caracterização cariotípica de quatro espécies de peixes da família
Characidae, do grupo Incertae Sedis”
Dissertação apresentada ao Programa de
Pós–Graduação, em Genética e Biologia
Molecular, da Universidade Estadual de
Londrina, como requisito parcial para a
obtenção do título de Mestre.
Orientadora: Dra. Ana Lúcia Dias
Londrina
2009
Michelli Maria Mendes
“Caracterização cariotípica de quatro espécies de peixes da família
Characidae, do grupo Incertae Sedis”
Comissão Examinadora
Prof
a
Dra Ana Lúcia Dias
Universidade Estadual de Londrina, PR
Prof. Dr. André Luís Laforga Vanzela
Universidade Estadual de Londrina, PR
Prof
a
Dr
a
Ana Luiza de Brito Portela-Castro
Universidade Estadual de Maringá, PR
Defesa da dissertação: 16 de fevereiro de 2009
Londrina
2009
Dedico este trabalho a minha
família, principalmente a
minha mãe, Joana, e a todos
os meus amigos...
AGRADECIMETOS
Agradeço a Deus por me dar forças e fazer com este trabalho se realizasse.
À minha família, em especial minha mãe, Joana, por todo carinho, compreensão e
apoio, você é a pessoa mais importante da minha vida mãe!
À Universidade Estadual de Londrina, em especial ao programa de Pós-Graduação
em Genética e Biologia Molecular, pela oportunidade de realização do curso de mestrado
À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) pela
concessão da bolsa de estudo.
À Prof
a
Dr
a
Ana Lúcia Dias pela orientação neste trabalho e por todo o carinho,
amizade, dedicação, compreensão e pela enorme paciência que teve comigo. Aninha, te
admiro muito como profissional e principalmente como pessoa! Muito obrigada!
À Prof
a
Dr
a
Lúcia Giuliano-Caetano pelas sugestões em meu trabalho e pela
amizade. Agradeço principalmente pelas coletas.
Ao Prof. Dr Roberto Malabarba pelo auxílio na identificação das espécies.
Ao Prof. Dr. André Vanzela e ao LABRE em geral pelo empréstimo de materiais
indispensáveis à realização da pesquisa, e por terem me recebido sempre no laboratório
quando precisei.
Aos técnicos de laboratório, Dário e Melissa, pela disposição, atenção e por toda a
ajuda fornecida.
À Sueli, secretária do curso de s-graduação em Genética e Biologia Molecular,
por toda amizade, atenção, ajuda e competência.
Ao Prof. Dr André Vanzela e a Prof
a
Dr
a
Ana Luíza Portela Castro que aceitaram
fazer parte da banca examinadora da minha dissertação.
Aos colegas de laboratório de citogenética de Peixes: Vítor, Gabriel, Tatiane,
Larissa Pires, Larissa Lacerda, Rafael, Angélica e Fábio, pela amizade.
Às doutorandas Renata da Rosa e Marceléia que sempre estiveram dispostas a me
ajudar e a me ensinar muitas coisas dentro do laboratório.
À Jamille, minha amiga baiana arretada, que se tornou uma irmã para mim. Gosto
muito de você menina!
A Renata Trovarelli, uma amiga muito especial, que sempre me apoiou e sempre
esteve do meu lado nos momentos difíceis.
Aos meus amigos de coração: Alline, Juliana, Marcela, Ariane, Nonalíssia, Renata
Issa Rickli que sempre me divertiram muito e me passaram muito carinho.
A Londrina, que me acolheu, e aonde eu vivi muitas coisas novas e importantes e
fiz verdadeiros amigos.
Muito obrigada a todos que estiveram comigo, vocês foram muito importantes na
realização deste sonho.
Mendes, Michelli Maria. (2009) Caracterização cariotípica de quatro espécies de peixes
da família Characidae, do grupo Incertae Sedis. Dissertação (Mestrado em Genética e
Biologia Molecular) – Universidade Estadual de Londrina, Londrina, PR. 89 p.
RESUMO
No presente estudo foram realizadas análises citogenéticas de quatro espécies de peixes da
família Characidae, do grupo Incertae Sedis: Astyanax eigenmanniorum, Deuterodon
stigmaturus, Hyphessobrycon luetkenii e Hyphessobrycon anisitsi, coletadas em diferentes
bacias hidrográficas, sendo que as duas primeiras espécies foram coletadas em sua localidade
tipo. Este trabalho também apresentou os primeiros dados citogenéticos para as espécies D.
stigmaturus e H. luetkenii. O número cromossômico diplóide igual a 48 foi observado apenas
em A. eigenmanniorum e as demais espécies apresentaram 2n=50 cromossomos. Todas
mostraram diferentes fórmulas cariotípicas. A heterocromatina foi observada distribuída
fracamente pela região pericentromérica das espécies A. eigenmanniorum, D. stigmaturus e H.
luetkenni. Em H. anisitsi a heterocromatina se apresentou mais abundante e distribuída pela
região pericentromérica e terminal dos cromossomos. As regiões organizadoras de nucléolos
(RONs), foram múltiplas nas quatro espécies estudadas. Deuterodon stigmaturus e H.
luetkenii possuem uma grande quantidade de pequenos sítios AgNOR sempre localizados no
braço curto de cromossomos acrocêntricos, variando tanto inter quanto intraindividualmente.
Em D. stigmaturus o FISH com a sonda de DNAr 18S evidenciou 8 cístrons ribossômicos. A
coloração com os fluorocromos para D. stigmaturus e H. luetkenii mostrou pequenos sinais
CMA
3
positivos coincidentes com as AgNORs. A. eigenmanniorum e H. anisitsi apresentaram
sempre 3 cromossomos com
AgNORs, também correspondentes aos sítios CMA
3
em ambas
as espécies e aos sítios de DNAr 18S em A. eigenmanniorum, entretanto, pode ser observada
uma variação inter e intraindividual dos sítios CMA
3
positivos nas duas espécies e uma
variação interindividual dos cístrons de DNAr 18S em A. eigenmanniorum. Os dados
apresentados indicam uma diversidade cariotípica entre as 4 espécies estudadas, confirmando
uma variabilidade característica da família Characidae e, além do aumento da documentação
cariotípica, contribuem para um melhor entendimento da estrutura cromossômica da família
Characidae e para o esclarecimento das relações evolutivas entre espécies e populações deste
grupo de peixes.
Palavras-chave: Astyanax eigenmanniorum, Deuterodon stigmaturus, Hyphessobrycon,
banda C, FISH, fluorocromos, NOR, variabilidade cromossômica.
Mendes, Michelli Maria. (2009). Karyotype characterization of four species of fish of the
Characidae family, group Incertae Sedis. Dissertation (Master’s in Genetics and Molecular
Biology) – Universidade Estadual de Londrina, Londrina, PR. 89 p.
ABSTRACT
In the present study were performed cytogenetic analysis of four species of fish of the
Characidae family, group Incertae Sedis: Astyanax eigenmanniorum, Deuterodon
stigmaturus, Hyphessobrycon luetkenii and Hyphessobrycon anisitsi, collected in different
hydrographic basins, and the first two species were collected in your type locality. This work
also presented the first cytogenetic data for the species D. stigmaturus and H. luetkenii. The
diploid chromosome number equal to 48 was observed only in A. eigenmanniorum and other
species have 2n = 50 chromosomes. All have different karyotypic formulas. The
heterochromatin was visualized distributed weakly by pericentromeric region of the species A.
eigenmanniorum, D. stigmaturus and H. luetkenni. In H. anisitsi the heterochromatin is more
abundant and distributed by the terminal and pericentromeric region of chromosomes. The
nucleolar organizers regions (NORs) were multiple in four species studied. Deuterodon
stigmaturus and H. luetkenii have a large number of small sites AgNOR always located on the
short arm of acrocentric chromosomes, varying inter and intra-individually in both species. In
D. stigmaturus the FISH with the probe of 18S rDNA revealed eight ribosomal cístrons. The
staining with fluorochromes to D. stigmaturus and H. luetkenii showed small signs CMA
3
coincident with AgNORs. A. eigenmanniorum and H. anisitsi always presented three
chromosomes AgNORs, also corresponding to CMA
3
sites in both species and sites of 18S
rDNA in A. eigenmanniorum, however, can be seen a inter and intra-individual variation
CMA
3
sites in both species and variation interindividual of cístrons 18S rDNA in A.
eigenmanniorum. The data show a karyotypic diversity among the 4 species studied,
confirming variability characteristic of the family Characidae and, besides increasing the
karyotypic documentation, contribute to a better understanding of chromosomal structure of
the family Characidae and to the clarification of evolutionary relationships between species
and populations of this group of fish.
Keywords: Astyanax eigenmanniorum, Deuterodon stigmaturus, Hyphessobrycon, C banding,
chromosome variability, FISH, fluorochromes, NOR.
Lista de Figuras
Figura 1 Foto das espécies coletadas: (A) Astyanax eigenmanniorum, (B) Deuterodon
stigmaturus, (C) Hyphessobrycon luetkenii e (D) Hyphessobrycon anisitsi…………………31
Figura 2 Imagens de Satélite da Bacia da Laguna dos Patos e do Tramandaí/RS, indicando
os locais de coleta.....................................................................................................................32
Figura 3 Imagens de satélite do local de coleta Ribeirão Cambé, pertencente à Bacia do Rio
Tibagi........................................................................................................................................33
Capítulo 1
Figura 1 Cariótipos de Hyphessobrycon anisitsi: (A) com coloração convencional com
Giemsa e (B) com banda C.......................................................................................................48
Figura 2 – Cariótipos com coloração convencional de Giemsa: (A) Hyphessobrycon luetkenii,
(B) Deuterodon stigmaturus e (C) Astyanax eigenmanniorum................................................49
Figura 3 Metáfases somáticas submetidas à técnica de banda C: (A) Hyphessobrycon
luetkenii, (B) Deuterodon stigmaturus e (C) Astyanax eigenmanniorum, mostrando a
heterocromatina pericentromérica.............................................................................................50
Capítulo2
Figura 1 Metáfases de Deuterodon stigmaturus: (a) AgNOR, (b) sobreposição de metáfases
com os fluorocromos DAPI e CMA
3
, (c) FISH com a sonda de DNAr 18S; e de
Hyphessobrycon luetkenii: (d) AgNOR; (e) sobreposição de metáfases
com os fluorocromos
DAPI e CMA
3
..........................................................................................................................64
Figura 2 Metáfases somáticas de: (a) Astyanax eigenmanniorum e (b) Hyphessobrycon
anisitsi submetidas à técnica de impregnação por nitrato de prata. As setas indicam as regiões
organizadoras de nucléolo (RONs)...........................................................................................65
Figura 3 Metáfases somáticas de Astyanax eigeinmanniorum: (a) e (c) FISH com a sonda
de DNAr 18S; (b) e (d) sobreposição de metáfases com os fluorocromos DAPI e CMA
3
. As
setas indicam as regiões cromossômicas CMA
3
positivas........................................................66
Figura 4 Sobreposição de metáfases com os fluorocromos DAPI e CMA
3
de diferentes
indivíduos de Hyphessobrycon anisitsi. Em destaque os cromossomos com sítios CMA
3
positivos....................................................................................................................................67
Lista de Tabelas
Tabela 1 Dados citogenéticos disponíveis para o grupo Incertae Sedis, família Characidae
(2n=número diplóide; 3n=número triplóide; NF=número fundamental)..................................15
Capítulo 2
Tabela1. Resumo dos resultados obtidos no presente trabalho (2n=número diplóide;
NF=número fundamental).........................................................................................................39
Sumário
1- ITRODUÇÃO .................................................................................................................................................1
1.1
-
C
OSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE A FAMÍLIA
C
HARACIDAE E O GRUPO
I
CERTAE
S
EDIS
........................1
1.2
-
A
SPECTOS CITOGEÉTICOS DA FAMÍLIA
C
HARACIDAE
-
GRUPO
I
CERTAE
S
EDIS
.................................3
2 – OBJETIVOS ..................................................................................................................................................29
2.1
O
BJETIVO GERAL
: ...................................................................................................................................29
2.2
O
BJETIVOS ESPECÍFICOS
:........................................................................................................................29
3 – ESPÉCIES ESTUDADAS E LOCAIS DE COLETA.................................................................................30
3.1
S
ISTEMA HIDROGRÁFICO DA
L
AGUA DOS
P
ATOS
/RS...........................................................................30
3.2
B
ACIA DO
R
IO
T
IBAGI
/PR.......................................................................................................................30
CAPÍTULO 1 .......................................................................................................................................................34
A
ÁLISE DO CARIÓTIPO E DO PADRÃO DE DISTRIBUIÇÃO DA HETEROCROMATIA DE QUATRO ESPÉCIES DA
FAMÍLIA
C
HARACIDAE DE DIFERETES BACIAS HIDROGRÁFICAS
..................................................................35
Resumo ........................................................................................................................................................35
Introdução ...................................................................................................................................................36
Material e Métodos ......................................................................................................................................37
Resultados....................................................................................................................................................38
Discussão .....................................................................................................................................................40
Referências Bibliográficas ..........................................................................................................................43
CAPÍTULO 2 .......................................................................................................................................................51
V
ARIABILIDADE DE SÍTIOS
A
G
OR,
CMA
3
E
DA
R
18S
EM QUATRO ESPÉCIES DE PEIXES DA FAMÍLIA
C
HARACIDAE
....................................................................................................................................................52
Resumo ........................................................................................................................................................52
Introdução ...................................................................................................................................................53
Material e Métodos ......................................................................................................................................54
Resultados....................................................................................................................................................55
Discussão .....................................................................................................................................................57
Referências Bibliográficas ..........................................................................................................................60
4 - COSIDERAÇOES FIAIS.........................................................................................................................68
5 – REFERÊCIAS BIBLIOGRÁFICAS.........................................................................................................71
1
1- Introdução
1.1 - Considerações gerais sobre a família Characidae e o grupo Incertae Sedis
A família Characidae contém a maior diversidade da ordem Characiformes, com cerca
de 950 espécies de peixes descritas (Reis et al., 2003). A área geográfica ocupada pelos
representantes da família é, também, a mais ampla dentro da ordem (Menezes et al., 2007).
Os representantes encontram-se distribuídos em vários ambientes da região Neotropical (Lima
et al., 2003), se estendendo a partir dos Estados Unidos até o sul da Argentina, sendo
encontrados também no continente africano (Lucena, 1993).
Os membros da família Characidae apresentam portes diversificados, desde muito
pequenos (“mato-grosso”, piaba”, etc.) a muito grandes (“dourado”, “pacu”, etc.) (Lima et
al., 2003). Além dessa grande variação no porte das espécies, também podem ser encontrados
inúmeros tipos de hábitos alimentares, estratégias reprodutivas, padrões comportamentais,
preferências de habitats, padrões de cor e variações osteológicas, anatômicas e morfológicas,
caracterizando esta família como a mais heterogênea dentro dos peixes neotropicais (Graça e
Pavanelli, 2007). Muitas espécies de Characidae apresentam importância na pesca comercial e
esportiva e outras são amplamente utilizadas por aquariofilistas (Graça e Pavanelli, 2007).
Por causa da ampla distribuição desta família, da grande quantidade de espécies e da
grande diversidade biológica e morfológica, o estabelecimento de relações filogenéticas é
muito difícil (Lucena, 1993), existindo diversos gêneros que ainda não são bem
caracterizados.
Characidae era constituída por 13 subfamílias, sendo que a maioria dos gêneros desta
família estavam incluídos na subfamília Tetragonopterinae. Entretanto, a ausência de
evidências que esta subfamília constituía um grupo monofilético, fez com que esses gêneros
2
fossem recentemente colocados dentro de um grupo Incertae Sedis por Lima et al. (2003),
com base em trabalhos de sistemática filogenética.
Incertae sedis —"com posição incerta"— é uma expressão latina utilizada na
Taxonomia para indicar a incapacidade de estabelecer a posição exata de um táxon dentro da
classificação. A utilização desse termo reflete a parcialidade do conhecimento sistemático, e,
por trás do seu uso, está a falta de acordo entre os especialistas da área e a falta de
informações e suposições sobre o grau de parentesco. Seu uso é provisório e dura o tempo
necessário para se estabelecer um consenso à respeito da posição do táxon na classificação
vigente (Wikipédia, 2008).
Segundo a classificação de Lima et al., (2003) as relações entre os representantes de
Characidae são pouco conhecidas e, desse modo, a divisão em subfamílias foi proposta
para os caracídeos que apresentam alguma evidência de monofiletismo. Sendo assim, muitos
gêneros e suas respectivas espécies, ou mesmo espécies de gêneros incluídos em alguma
subfamília, que possuam suas relações filogenéticas incertas, são incluídos na família
Characidae, sabidamente polifilética, mas não são incluídos em nenhuma subfamília (Graça e
Pavanelli, 2007).
Oitenta e oito gêneros são listados como Incertae Sedis por Lima et al. (2003),
incluindo 620 espécies. Entre essas, 64% ou 399 espécies são taxonomicamente pouco
conhecidas e, possivelmente, não fazem parte de gêneros monofiléticos de Characidae.
Adicionalmente, mais que 53% ou 47 neros incluídos dentro de Incertae Sedis são
monotípicos e 26% ou 23 gêneros contêm somente duas ou três espécies (Lima et al., 2003).
Devido a esta grande divergência taxonômica, estudos citogenéticos neste grupo, além
do aumento da documentação cariótipica, podem contribuir com dados que auxiliem a
classificação das espécies e, também, para o esclarecimento das relações evolutivas entre
espécies e populações deste grupo de peixes.
3
1.2 - Aspectos citogenéticos da família Characidae - grupo Incertae Sedis
Apesar do grande número de gêneros que fazem parte do grupo Incertae Sedis, apenas
18 apresentam algum dado citogenético. Dessa forma, pouco é conhecido sobre a estrutura
cariotípica deste grupo, e, além disso, a literatura está praticamente limitada ao gênero
Astyanax, para o qual uma ampla variabilidade numérica e morfológica é bastante evidente.
Além de Astyanax, os demais gêneros pertencentes ao grupo Incertae Sedis da família
Characidae, que possuem algum estudo citogenéticos são:
Bryconamericus, Ctenobrycon,
Deuterodon, Exodon, Gymnocorymbus, Hasemania, Hemigrammus, Hollandichthys,
Hyphessobrycon, Markiana, Moenkhausia, ematobrycon, Oligosarcus, Piabina,
Prionobrama, Salminus e Triportheus. A maioria dos estudos em representantes desses
gêneros se limita a descrição do número diplóide.
O número cromossômico diplóide nas espécies desse grupo de peixes varia de 36 em
Astyanax schubarti (Morelli et al., 1983) a 54 em Bryconamericus sp E (Wasko e Galetti Jr.
1998), sendo que os números diplóides 50 e 52 são os mais constantes. Portela et al. (1988)
sugerem que o cariótipo ancestral da antiga subfamília Tetragonopterinae, cuja maioria dos
seus representantes pertencem atualmente ao grupo Incertae Sedis, é 2n=50 cromossomos
meta e submetacêntricos.
Estudos citogenéticos descrevendo apenas o número cromossômico diplóide foram
realizados nas seguintes espécies: Deuterodon petri que apresentou 2n=50 cromossomos
(Portela et al., 1988); ematobrycon palmeri também com 2n=50 e Prionobrama filigera com
52 cromossomos (Arefjev, 1990); Gymnocorymbus ternetzi, com 2n=48 e Markiana
nigripinnis, que apresentou 2n=52 (Carvalho et al., 2002b). Exodon paradoxus também
apresentou 2n= 52, e um dado cariotípico relevante para esta espécie é a presença de um
4
grande número de cromossomos com um braço (36 cromossomos acrocêntricos) (Venere et
al., 1997).
O número cromossômico diplóide mais freqüente em Bryconamericus é 52, e uma
característica deste gênero é que as rmulas cariotípicas o muito variáveis mesmo no nível
intraespecífico e intrapopulacional (Paintner-Marques et al., 2002a; Capistano et al., 2008).
Wasko e Galetti Jr. (1998) estudaram 5 espécies diferentes de Bryconamericus, sendo que 4
(Bryconamericus sp. A, sp. B, sp. C e sp. D) apresentaram 2n=52 cromossomos e 1 espécie
(Bryconamericus sp. E) apresentou 2n=54 cromossomos, e cada espécie foi caracterizada com
uma fórmula cariotípica distinta. Várias populações de diferentes espécies de Bryconamericus
já estudadas apresentaram diferentes citótipos (Tabela 1).
A ocorrência de regiões organizadoras de nucléolo (RONs) múltiplas parece ser uma
característica do gênero Bryconamericus, pois apenas duas populações de Bryconamericus
aff. iheringii, do rio Água da Floresta e do córrego Tatupeba, estudada por Paintner-Marques
et al. (2003b) e Capistano et al. (2008), respectivamente, apresentaram NOR simples, que foi
comprovada com a técnica de hibridação fluorescente in situ utilizando a sonda de DNAr 18S.
Nas 4 espécies de Bryconamericus estudadas por Wasko e Galetti Jr. (1999) as regiões
organizadoras nucleolares foram bastante variáveis, tanto intra quanto interindividual em
relação ao número e localização das marcações pela prata, sendo evidenciados 9 fenótipos de
AgNOR distintos. Paintner-Marques et al. (2002b) estudaram uma população de
Bryconamericus aff. exodon e encontraram de 2 a 5 cromossomos AgNORs, também
mostrando variabilidade em relação a quantidade e posição dos cístrons ribossomais e,
utilizando a técnica de FISH com a sonda de DNAr 18S, foram observados 8 sinais de
hibridação. Capistano et al. (2008) também estudaram mais duas populações de
Bryconamericus aff iheringii do rio Keller e do córrego Maringá que apresentaram NORs
5
múltiplas possuindo, respectivamente, 10 e seis sítios ribossomais evidenciados com a sonda
de DNAr 18S.
A heterocromatina no gênero Bryconamericus pode ser encontrada nas regiões
pericentroméricas, intersticiais e/ou terminais dos cromossomos (Wasko e Galetti jr., 1998;
Paintner-Marques et al., 2003; Portela-Castro et al., 2008) e, dessa forma, este grupo parece
não ter uma tendência geral relacionada à sua localização e, cada espécie, poderia ser
caracterizada por um padrão de bandamento C específico (Wasko e Galetti Jr., 1998).
Carvalho et al. (2002a) estudaram Ctenobrycon hauxwellianus, Hollandichthys
multifasciatus e Hyphessobrycon reticulatus. Essas três espécies possuem características
citogenéticas semelhantes, com número diplóide igual a 50 cromossomos, AgNOR simples e
a heterocromatina distribuída na forma de pequenos blocos heterocromáticos na posição
pericentromérica de quase todos os cromossomos do complemento.
Hyphessobrycon é um gênero que possui um alto número de espécies cariotipadas,
embora para muitas espécies somente o número haplóide tem sido descrito (Carvalho et al.,
2002a). Neste gênero a maioria das espécies possui 2n=50 ou 52 cromossomos (Klinkhardt et
al., 1995 cit. em Carvalho et al., 2002a).
Centofante et al. (2003a) estudando duas populações de Hyphessobrycon anisitsi, dos
rios Piracuama e Perdizes, encontraram o mero cromossômico diplóide igual a 50. A
localização da heterocromatina foi evidenciada na região pericentromérica de todos os
cromossomos e na região terminal de alguns, e as AgNORs foram observadas em até 4
cromossomos em ambas as populações, entretanto, estas apresentaram padrões distintos e
característicos em relação ao número e localização dos genes ribossomais. A hibridação
fluorescente in situ, utilizando a sonda de DNAr 18S permitiu a identificação de 13
cromossomos portadores dos sítios ribossomais na população do rio Piracuama e 10 sítios na
população do rio Perdizes. Com a sonda de DNAr 5S quatro regiões foram positivamente
6
observadas em dois pares cromossômicos na população de Piracuama, e cinco cromossomos
foram evidenciados na população de Perdizes (Centofante et al., 2003a).
Arefjev (1990) descreveu o número cromossômico diplóide para três espécies de
Hyphessobrycon: H. scholzei, com 50 cromossomos e H. herbertaxelrodi e H. flammeus que
apresentaram 52 cromossomos. Carvalho et al. (2002a;b) também descreveram o número
diplóide para as espécies Hyphessobrycon griemi e H. reticulatus que apresentaram 2n=50
cromossomos. H. reticulatus apresentou AgNOR simples, diferente do padrão apresentado
pelas populações de Hyphessobrycon estudadas por Centofante et al. (2003a), e foram
evidenciados, para esta população, pequenos blocos de heterocromatina na região
pericentromérica de todos os cromossomos (Carvalho et al. 2002a).
Arefjev (1990) descreveu o número cromossômico diplóide para uma espécie do
gênero Hasemania, H. marginata, que apresentou 50 cromossomos. Peres et al. (2008)
estudaram a espécie Hasemania nana de uma população do rio São Francisco. Esta espécie
apresentou 50 cromossomos, um par AgNOR e cinco cromossomos portadores de strons
ribossômicos 18S.
No gênero Hemigrammus ocorrem diferentes números cromossômicos diplóides,
2n=48, 50 e 52 (Tabela 1). Fontana et al. (1970, cit. em Oliveira et al. 1988) estudaram a
espécie H. caudovittatus que apresentou 2n=50 cromossomos e Arefjev (1990) descreveu o
número diplóide para H. hyanuary com 2n= 52. Na população de Hemigrammus marginatus
estudada por Portela-Castro e Júlio Jr. (2002) o número diplóide encontrado também foi de 50
cromossomos, apresentando AgNOR simples e rica em pares de bases GC após a coloração
com o fluorocromo CMA
3
. A heterocromatina em H. marginatus consistiu em pequenos
blocos nas regiões centroméricas da maioria dos cromossomos e também no braço curto do
cromossomo portador da AgNOR (Portela-Castro e Júlio Jr., 2002).
7
No gênero Moenkhausia três espécies foram analisadas, M. intermedia, M.
sanctaefilomenae e M. costae, que se caracterizaram por apresentarem um número diplóide
igual a 50 cromossomos e pela presença de cromossomos B nas duas primeiras espécies
(Tabela 1). M. intermedia apresentou um pequeno cromossomo extra, com freqüência
variável e morfologia não bem definida (Portela et al., 1988). Foresti et al. (1989)
encontraram de um até oito pequenos cromossomos supranumerários em M. sanctaefilomenae
do rio Capivara, e Portela-Castro et al. (2001) observaram de zero a dois microcromossomos
B parcialmente heterocromáticos em machos de M. sanctaefilomenae do rio Paraná.
O padrão da AgNOR em Moenkhausia pode ser múltiplo ou simples. AgNOR simples
foi evidenciada para M. costae do Rio o Francisco (Portela et al., 1988), Moenkhausia
sanctaefilomenae e M. intermedia do rio Paraná, sendo que nestas espécies estas regiões se
apresentaram CMA
3
positivas (Portela-Castro e Júlio Jr. 2002). Moenkhausia
sanctaefilomenae do rio Capivara apresentou NORs múltiplas que variaram de dois a sete
cromossomos marcados pela prata (Foresti et al., 1989).
A heterocromatina foi detectada nas regiões intersticiais da maioria dos cromossomos
e na região centromérica de alguns pares cromossômicos em M. sanctaefilomenae (Foresti et
al., 1989; Portela-Castro e Júlio Jr., 2002). Alguns cromossomos B de M. sanctaefilomenae
mostraram-se heterocromáticos (Foresti et al., 1989). Em M. intermedia a heterocromatina foi
detectada na região centromérica de certos pares cromossômicos, sendo que as marcações nos
pares da AgNOR foram muito evidentes (Portela-Castro e Júlio Jr., 2002).
Todas as espécies estudadas do nero Oligosarcus apresentam 2n=50
cromossomos (Tabela 1), as quais apresentam cariótipo assimétrico e grande variação nas
fórmulas cariotípicas e/ou padrões de AgNOR com variação intra e interespecífica
(Centofante et al., 2006). NOR simples foi encontrada para O. cf. paranensis (Martinez et al.,
2004), O. longirostris (Rubert e Margarido, 2007) e O. jenynsii (Hattori et al., 2007). NORs
8
múltiplas foram observadas para O. paranensis (Martinez et al., 2004; Rubert e Margarido,
2007), O. longirostris (Martinez et al., 2004), O. hepsetus (Kavalco et al., 2005, Centofante et
al., 2006) e O. pintoi (Rubert e Margarido, 2007; Hattori et al., 2007). A hibridação com a
sonda de DNAr 18 S revelou quatro sítios para O. hepsetus das populações do Rio Paraitinga,
do córrego do Jacuí e do córrego Ribeirão Grande (Kavalco et al., 2005; Centofante et al.,
2006) e seis sítios de DNAr para O. hepsetus da população do córrego Santo Antônio
(Centofante et al., 2006). Em O. pintoi foram observados trêstios fluorescentes com a sonda
de DNAr 18S (Hattori et al., 2007). A localização do DNAr 5S foi observada em dois pares
cromossômicos para O. hepsetus (Kavalco et al., 2005) em três cromossomos para O. pintoi e
em um par de cromossomos em O. jenynsii (Hattori et al., 2007).
Oligosarcus paranensis apresenta uma maior quantidade de heterocromatina em
relação às demais espécies estudadas, mas não nenhum padrão em relação a
heterocromatina neste gênero, sendo evidenciadas regiões heterocromáticas subterminais,
pericentroméricas e intersticiais nos cromossomos, e alguns blocos foram coincidentes com a
NOR e se mostraram ricos em pares de bases GC (Kavalco et al., 2005; Centofante et al.,
2006; Rubert e Margarido, 2007).
Todas as populações de Piabina argentea estudadas até o momento apresentaram o
número diplóide de 2n= 52 cromossomos. Portela et al. (1988) estudando uma população de
Piabina argentea do rio Mogi-Guaçu verificaram até quatro marcações AgNOR,
caracterizando um sistema de NORs múltiplas que foi confirmado por Peres et al. (2008) em
P. argentea do rio São Francisco que apresentou dois cromossomos acrocêntricos portadores
da AgNOR e seis cromossomos portadores de cístrons de DNAr 18S. Utilizando a técnica de
FISH com a sonda de DNAr 5S os mesmos autores encontraram dois pares de cromossomos
portadores desse cístron ribossômico.
9
Estudos citogenéticos no gênero Salminus foram realizados por Margarido e Galetti Jr.
(1999) em Salminus hillarii do rio Mogi-Guaçu e por Souza et al. (2008) que estudaram S.
hillarii também do rio Mogi-Guaçu, São Francisco e Araguaia e S. brasiliensis do rio Mogi-
Guaçu e do rio São Francisco. O número diplóide encontrado para ambas as espécies foi igual
a 50 cromossomos e praticamente não foram constatadas diferenças nas fórmulas cariotípicas
entre elas (Tabela 1). S. hilarii apresentou AgNOR simples, rica em pares de bases GC,
comprovada pela presença de bandas brilhantes após o tratamento com o fluorocromo
mitramicina (Margarido e Galetti Jr., 1999). Através da técnica de FISH, utilizando a sonda
de DNAr 18S, Souza et al. (2008) comprovaram a presença de um par de cromossomos
portadores das regiões organizadoras de nucléolo em S. hilarii e S. brasiliensis. Com a sonda
de DNAr 5S, dois loci foram identificados em um par de cromossomos subtelocêntricos, nas
duas espécies (Souza et al., 2008). Em S. hilarii a banda C apresentou-se na região
pericentromérica da maioria dos cromossomos do complemento (Margarido e Galetti Jr.,
1999), e alguns blocos de heterocromatina em S. hilarii e S. brasiliensis se apresentaram ricos
em AT, quando corados com o fluorocromo DAPI (Souza et al., 2008).
Os cromossomos sexuais representam uma ocorrência rara entre os representantes da
família Characidae (Artoni et al., 2001) e, até o momento, dentro do grupo Incertae Sedis,
apenas o gênero Triportheus apresenta esses cromossomos. Neste gênero, as seguintes
espécies possuem estudos citogenéticos: Triportheus paranense (Sánchez e Jorge, 1999;
Artoni et al., 2001), T. cf elongatus, T. guentheri (Artoni et al., 2001), T. venezuelensis
(Nirchio et al., 2007) e T. nematurus (Diniz et al., 2008). Todas as espécies estudadas
apresentaram 52 cromossomos com o sistema de cromossomos sexuais do tipo ZZ/ZW. Este
gênero apresenta a estrutura cariótipica e marcadores cromossômicos conservados entre as
diferentes espécies.
10
Sánchez e Jorge (1999) estudando Triportheus paranense verificaram que o
cromossomo Z é o maior metacêntrico do complemento cariotípico e o cromossomo W
apresenta um tamanho médio, representando aproximadamente 50% do comprimento total do
cromossomo Z, e esta característica também pode ser vista nas demais espécies do gênero
(Artoni et al., 2001; Nirchio et al., 2007; Diniz et al., 2008).
A heterocromatina, dentro do gênero Triportheus, é distribuída de forma semelhante
entre as espécies, estando presente nas regiões pericentroméricas dos cromossomos
autossomos de todas as espécies e na região terminal de alguns cromossomos autossômicos
em T. nematurus (Sánchez e Jorge, 1999; Artoni et al., 2001; Nirchio et al., 2007; Diniz et al.,
2008). No cromossomo Z a heterocromatina encontra-se distribuída em ambas as regiões
terminais, o cromossomo W é fortemente heterocromático, com pequenas regiões
eucromáticas vistas em algumas espécies. Essas características parecem ser conservadas para
Triportheus (Sánchez e Jorge, 1999; Artoni et al., 2001; Nirchio et al., 2007; Diniz et al.,
2008).
Triportheus guentheri, T. elongatus, T. paranense e T nematurus apresentaram NORs
múltiplas, com no máximo três sinais AgNORs positivos nos autossomos, sendo que, o
cromossomo W de todas as espécies e, esporadicamente, o cromossomo Z de T. guentheri
também apresentaram afinidade pela prata (Artoni et al., 2001; Diniz et al., 2008). A
hibridação, utilizando a sonda de DNAr 18S, confirmou os sítios de NOR nos autossomos e
no cromossomo W para as espécies citadas acima, sendo que estas regiões também se
apresentaram ricas em pares de bases GC (Artoni e Bertollo, 2002; Diniz et al., 2008). Em
Triportheus venezuelensis sítios de DNAr 18S foram observados em nove pares
cromossômicos, estando presentes em ambas regiões terminais de alguns pares e no
cromossomo W (Nirchio et al., 2007).
11
Recentemente, Pazza & Kavalco (2007) fizeram uma grande revisão dos dados
citogenéticos disponíveis para o gênero Astyanax, que possui cerca de 100 espécies descritas.
Apenas 15% das espécies de Astyanax possuem algum dado cariotípico e, dessas, A.
scabripinnis, A. fasciatus e A. altiparanae compreendem a maioria absoluta dos estudos
citogenéticos dentro do gênero. O número cromossômico diplóide em Astyanax varia de
2n=36 em A. schubarti até 2n=50 em A. altiparanae, A. giton, A. intermedius, A janeiroensis,
A. lacustris, A. mexicanus, Astyanax sp.B, Astyanax sp.C, Astyanax sp.D, e algumas
populações de A. scabripinnis e A. fasciatus, como relacionado na tabela 1. Uma grande
variação cariotípica ocorre neste gênero e estudos citotaxonômicos sugerem que algumas das
espécies descritas formalmente, atualmente representam um complexo de espécies, tais como
A. scabripinnis e A. fasciatus (Pazza e Kavalco, 2007).
Para A. altiparanae o número diplóide permanece sempre constante, mas esta espécie
apresenta uma variação inter-populacional bem significante em relação à fórmula cariotípica,
como foi observado por Pacheco et al. (2001) que encontrou três citótipos para uma
população desta espécie e, atualmente, vem sendo sugerido que A. altiparane representa um
terceiro complexo de espécies dentro de Astyanax (Domingues et al., 2007; Fernandes e
Martins-Santos, 2004, 2006).
Além da grande variação numérica e estrutural que ocorre de forma intra e
interespecífica dentro das espécies de Astyanax, neste gênero também há a ocorrência de
triploidia natural, presença de cromossomos B e casos de polimorfismos. Cromossomos B em
Astyanax foram observados em A. fasciatus, A. schubarti, A. mexicanus e A. scabripinnis
(Moreira-Filho et al., 2004; Mizoguchi e Martins-Santos, 1998a; Fernandes e Martins-Santos,
2005, entre outros) e, no mínimo, 5 espécies apresentaram um ou mais indivíduos triplóides, e
entre essas estão A. bockmanni (citado como A. eigeinmanniorum por Fauaz et al., 1994), A.
schubarti (Morelli et al., 1983) e A scabripinnis (Fauaz et al., 1994; Malacrida, 2003; Maistro
12
et al., 1994) sendo que esta última, além da triploidia, também apresentou cromossomos B no
mesmo indivíduo (Fauaz et al., 1994; Maistro et al., 1994).
Ocorrência de AgNORs múltiplas é característica dentro de Astyanax, e esse padrão de
NOR foi confirmado pela técnica de FISH usando sondas de DNAr 18S (Mizoguchi e
Martins-Santos, 1997; Ferro, et al., 2001; Pazza et al., 2006). Os sítios de DNAr 5S são
encontrados desde um único par cromossômico em A. altiparanae e A. lacustris (Almeida-
Toledo et al., 2002; Fernandes e Martins-Santos, 2006b) amuitos cromossomos portadores
desses sítios de DNAr 5S como em A. giton e A. intermedius (Kavalco et al., 2004).
Alguns trabalhos com DNAs satélites foram realizados em Astyanax. Uma família
de DNA satélite, rica em pares de bases AT, As 51, foi isolada de um cromossomo
supranumerário de A. scabripinnis por Mestriner et al. (2000). Utilizando o As 51 como sonda
na técnica de FISH, pode ser observado que esta família de DNA satélite também está
presente na heterocromatina não centromérica, nas NORs e nos cromossomos
supranumerários de A. scabrippinis, e também está presente em outras espécies desse gênero,
como é o caso de
Astyanax parahybae (Kavalco et al., 2007) e Astyanax fasciatus (Pazza et
al., 2008).
O padrão de banda-C nas espécies de Astyanax é altamente variável, incluindo casos
de polimorfismos intra-populacional, como o que ocorre em Astyanax scabripinnis
(Mantovani et al., 2000). A associação entre segmentos heterocromáticos ricos em GC e NOR
é muito comum neste gênero (Pacheco et al., 2001; Domingues et al., 2007; Kavalco et al.,
2007).
Apesar da grande variabilidade existente entre as diferentes espécies de Characidae
pertencentes à Incertae Sedis, uma característica comum entre elas é a presença de um grande
par metacêntrico, o primeiro do complemento cromossômico, que apresenta aproximadamente
o dobro de tamanho do segundo maior par do cariótipo. Esta é uma característica
13
compartilhada por muitos caracídeos como, por exemplo, Hyphessobrycon, Hollandichthys,
Ctenobrycon (Carvalho et al., 2002a), Astyanax, Moenkhausia e Hemigrammus (Portela-
Castro e Júlio Jr., 2002), Deuterodon (Portela-Castro et al., 1988), Oligosarcus (Kavalco et
al., 2005) e Salminus (Margarido e Galetti Jr., 1999). O bandamento R aplicado em muitas
espécies desta família revelou similaridade no padrão de bandas nesses cromossomos
marcadores (Almeida-Toledo, 2000; Daniel-Silva, 2001). Portela-Castro e Júlio Jr. (2002)
colocaram que o primeiro par metacêntrico indica uma característica extremamente
conservadora e que deve ser levada em conta nas análises comparativas dentro de um grupo.
Nos gêneros Piabina, Bryconamericus e Exodon, entretanto, este par metacêntrico
maior não é observado. Para esses gêneros o uma grande diferença no tamanho entre o
primeiro e o segundo par cromossômico, embora o primeiro par ainda seja o maior do
complemento (Portela et al., 1988). No gênero Exodon estudado por Venere et al. (1997) o
primeiro par metacêntrico apresenta um tamanho de médio a pequeno, também não
apresentando esta característica citogenética que é tão comum entre gêneros da família
Characidae.
A grande divergência de mero cromossômico, estrutura cariotípica e de marcadores
cromossômicos entre os diferentes gêneros de Incertae Sedis refletem a natureza artificial do
grupo e estudos citogenéticos podem servir de ferramenta, auxiliando nas análises
filogenéticas e taxonômicas, visando uma correta classificação desse grupo de peixes dentro
de um táxon maior.
Dada a grande variabilidade cariotípica presente neste grupo, nosso estudo buscou
compreender se diferentes espécies oriundas de bacias hidrográficas seguramente isoladas
mantem ou não o nível elevado de diferenciação cariotípica, quanto ao número e estrutura
cromossômica, número e localização de sítios de DNAr 18S, NOR e CMA
3
, bem como do
padrão de distribuição da heterocromatina.
14
Na Tabela 1, a seguir, estão relacionados os dados cariotípicos, como número diplóide
e fórmula cariotípica, de algumas populações de peixes pertencentes à família Characidae e ao
grupo Incertae Sedis.
15
Tabela 1 Dados citogenéticos disponíveis para o grupo Incertae Sedis, família Characidae (2n=número diplóide; 3n=número triplóide;
NF=número fundamental).
Espécie Local 2n 3n Bs Fórmula cariotípica F Referência
Rio Mogi-Guaçu Alto Rio Paraná -
Pirassununga/SP
50 - - 10m+24sm+4st+12a
88 Morelli et al. (1983)
10m+26sm+4st+10a 90
10m+24sm+4st+12a 88
Rio Claro - Rio Paranapanema -
Tamarana/PR
50 - -
10m+22sm+4st+14a 86
Pacheco et al. (2001)
Rio Índios – Rio Ivaí 50 - - 6m+30sm+4st+10a 90
Rio Paraná Alto Rio Paraná Porto
Rico/PR
50 - - 6m+26sm+6st+12a 88
Fernandes e Martins-Santos (2004)
Córrego Tatupeba – Alto Rio Paraná 50 - - 6m+26sm+6st+12a 88
Córrego Keçaba – Alto Rio Paraná 50 - - 6m+26sm+6st+12a
88
Córrego Maringá – Alto Rio Para 50 - - 6m+26sm+6st+12a
88
Fernandes e Martins-Santos (2006b)
Reservatório Taru Rio Tibagi Ponta
Grossa/PR
50 - - 6m+28sm+8st+8a 92
Rio Iraí - Rio Iguaçu – Curitiba/PR 50 - - 6m+30sm+8st+6a 94
Domingues et al. (2007)
Astyanax
altiparanae
Rio Campo Novo – Rio Tietê – Bauru/SP 50 - 0-1 12m+18sm+12st+8a 92 Hashimoto et al. (2008)
16
Rio Paraná – Posadas, Misiones - Argentina 50 - - 10m+18sm+12st+10a 90 Alberdi e Fenochio (1997)
Astyanax
bimaculatus
Rio Meia Ponte Rio Paranaíba
Goiania/GO
50 - - 26sm+24a 76 Jin e Toledo, 1975
Rio das Contas Açude da Pedra
Jequié/BA
50 - - 6m+28sm+12st+4a 96 Pamponet et al. (2008) Astyanax aff.
bimaculatus
Córrego Mineiro – Itamari/BA 50 - - 6m+28sm+12st+4a 96 Pamponet et al. (2008)
Rio Paranapanema – São Miguel Arcanjo 50 - - 10m+12sm+12st+16a 84 Kavalco et al., 2008
Rio Paranapanema – Pilar do Sul 50 - - 10m+12sm+12st+16a 84 Kavalco et al., 2008
Rio Grande Alto Rio Paraná - Volta
Grande/MG
50 - - 6m+20sm+8st+16a 76 Citado como A. eigeinmanniorum por
Fauaz et al. (1994)
Astyanax
bockmanni
Rio Grande Alto Rio Paraná - Volta
Grande/MG
- 75 - 9m+30sm+12st+24a 114 Citado como A. eigeinmanniorum por
Fauaz et al. (1994)
Astyanax
eigenmanniorum
Córrego Caetano – Uberlândia/MG 48 - 0-2 14m+18sm+10st+6a 90 Torres-Mariano e Morelli (2008)
Rio Meia Ponte - Rio Paranaíba Goiânia/
GO
46 - - 28sm+18a 74 Jin e Toledo, 1975
Rio Mogi-Guaçu Alto Rio Paraná -
Pirassununga/SP
46 - - 14m+20sm+10st+2a 90
Rio Juquiá – Registro/SP 48 - - 10m+24sm+12st+2a 94
Morelli et al. (1983)
Córrego Paiol Grande - Rio Grande São
Bento do Sapucaí/SP
48 - - 8m+22sm+12st+6a
90 Centofante et al. (2003b)
45 - - 12m+20sm+10st+3a 87
Astyanax fasciatus
Rio Mogi-Guaçu – Alto do Rio Paraná –
Pirassununga/SP
46 - - 12m+20sm+10st+4a
88
Pazza et al. (2006)
17
- - 12m+20sm+10st+3a 87
- - 12m+19sm+10st+6a 94
- - 12m+21sm+10st+4a 90
47
- - 12m+20sm+10st+5a 89
48 - - 8m+22sm+12st+6a 90
47 - - 12m+20sm+10st+5a 89 Rio Mogi-Guaçu – Alto do Rio Paraná –
Ouro Fino/MG
48 - - 8m+22sm+12st+6a 90
46 - - 12m+20sm+10st+4a 88 Rio Mogi-Guaçu – Alto do Rio Paraná –
Barrinha/SP
48 - - 8m+22sm+12st+6a 90
Rio Araguari Rio Paranaíba
Uberlândia/MG
46 - - 14m+16sm+10st+6a 86 Torres-Mariano e Morelli (2006)
Rio Contas – Jequié/BA 48 - 8m+24sm+12st+4a 92 Medrado et al. (2008)
Rio Preto do Costa – Jequié/BA 48 - 8m+24sm+10st+6a 90 Medrado et al. (2008)
Córrego Mineiro Bacia do Recôncavo Sul
– Itamari/BA
48 - 8m+18sm+16st+6a 90 Medrado et al. (2008)
Rio Piraitinga Rio Paraíba do Sul
Cunha/SP
50 - - 6m+8sm+8st+28a 72 Astyanax giton
Córrego Jac - Rio Paraíba do Sul
Cunha/SP
50 - - 6m+8sm+8st+28a 72
Kavalco e Moreira-Filho (2003)
18
Astyanax
intermedius
Rio Piraitinga Rio Paraíba do Sul
Cunha/SP
50 - - 6m+8sm+4st+32a
68
Rio Betari – Ribeira do Iguape – Apiaí/SP 50 - - 6m+14sm+14st+16a 84 Carvalho et al. (2002a)
Rio Sacovão – Castro/PR 50 - - 6m+14sm+14st+16a
84 Vicari et al. (2008b)
Astyanax
janeiroensis
Rio Açungui – São Luis do Purunã/PR 50 - - 6m+14sm+14st+16a
84 Vicari et al. (2008b)
Rio São Francisco - Três Marias/MG 50 - - 32m/sm+18st/a Almeida-Toledo et al. (2002) Astyanax lacustris
Rio São Francisco - Três Marias/MG 50 - - 8m+20sm+16st+6a 94 Peres et al. (2008)
Indeterminado 50 - - 40m/sm+10st/a Kirby et al., (1997) Astyanax
mexicanus
Comércio – aquário 50 - 1-2 8m+18sm+12st+12a
88 Kavalco e Almeida-Toledo (2007)
Rio Paraibuna – Rio Paraíba do Sul 48 - - 8m+18sm+12st+10a
86 Centofante et al. (2003b) Astyanax
parahybae
Rio Paraitinga – Rio Paraíba do Sul 48 - - 8m+18sm+12st+10a 96 Kavalco e Moreira-Filho (2003)
Rio Água do Rancho Alto Rio Para
Maringá/PR
50 - 0-2 6m+28sm+16a 84 Mestriner et al. (2000); Mizoguchi e
Martins-Santos (1998a/b)
Rio Ligeiro – Alto Rio Paraná– Maringá/PR 48 - - 10m+22sm+2st+14a 82 Mizoguchi e Martins-Santos
(1998ª/b)
Rio Yucatán – Rio Ivaí – Maringá/PR 50 - 0-1 6m+30sm+4st+10a 90 Mestriner et al. (2000); Mizoguchi e
Martins-Santos (1998a)
Rio Sarandi – Alto Rio Paraná– Maringá/PR 50 - - 6m+26sm+4st+14a 86 Mizoguchi e Martins-Santos
(1998aeb)
Astyanax
scabripinnis
Córrego Centenário - Alto Rio Paraná–
Maringá/PR
50 - - 6m+20sm+8st+16a 84 Moreira-Filho e Bertollo (1991);
Mantovani et al. (2000);
19
Córrego São Domingos Rio Ivaí
Maringá/PR
48 - - 10m+20sm+8st+10a 86
Córrego Tamboara Rio Ivaí
Paranavaí/PR
48 - - 10m+24sm+6st+8a 88
Alves e Martins-Santos (2002)
50 - 1 6m+22sm+6st+16a 84
48 - 1 8m+26sm+6st+8a 88
Córrego Tatupeba – Rio Ivaí
46 - 2 8m+22sm+6st+10a
82
Fernandes e Martins- Santos (2005)
Córrego Amores – Rio Ivaí 48 - - 8m+24sm+4st+12a 84
Rio Índios – Rio Ivaí 48 - - 8m+20sm+6st+14a 82
Fernandes e Martins-Santos (2003);
Córrego Marrecas Alto Rio Paraná
Londrina/PR
48 - - 6m+20sm+12st+10a 86 Moreira-Filho e Bertollo (1991);
Mantovani et al. (2000);
48 - - 6m+22sm+4st+16a 80 Córrego Apertados Rio Tibagi
Londrina/PR
- 72 - 9m+33sm+6st+24a 120
Malacrida et al. (2003)
50 - - 6m+26sm+4st+14a 86 Córrego Tamanduá- Alto Rio Paraná
Itatinga/SP
48 - - 6m+28sm+4st+10a 86
Maistro et al. (2000)
Córrego Grande Alto Rio Paraná
Pardinho – SP
50 - - 6m+26sm+8st+10a 90
Rio Pardo - Alto Rio Paraná Pardinho
SP
50 - - 6m+26sm+6st+12a 88
Rio Claro – Alto Rio Paraná – Botucatu/SP 50 - - 6m+28sm+6st+10a 90
Vicente et al. (1996)
20
Rio Claro Alto Rio Paraná
Salesópolis/SP
50 - - 6m+24sm+8st+12a
88 Moreira-Filho e Bertollo (1991);
50 - 0-1 4m+30sm+4st+12a 88 Maistro et al. (1992) Rio Araquá - Alto Rio Paraná
Botucatu/SP
- 75 2 6m+30sm+6st+18a 132 Maistro et al. (1994)
50 - - 4m+26sm+4st+16a 84 Souza e Moreira-Filho (1995) Córrego Canta-Galo – Alto Rio Paraná –
Itirapina/SP
48 - - 6m+22sm+8st+12a 84 Souza et al. (1996)
Córrego Monjolinho – Alto Rio Paraná –
São Carlos/SP
50 - - 6m+24sm+8st+12a 88 Moreira-Filho e Bertollo (1991);
Córrego Perdizes Alto Rio Paraná
Campos do Jordão/SP
50 - 0-2 6m+22sm+10st+12a 88 Vicente et al. (1996)
50 - 0-2 6m+22sm+10st+12a 88 Salvador e Moreira-Filho (1991);
Fauaz et al. (1994); Vicente et al.
(1996);
Córrego Pedras Alto Rio Paraná
Campos do Jordão/SP
- 75 2 9m+33sm+15st+18a 132 Fauaz et al. (1994)
Córrego Casquilho Alto Rio Paraná
Campos do Jordão/SP
50 - 0-1 6m+22sm+10st+12a 88 Vicente et al. (1996)
Rio Capivari Alto Rio Paraná Campos
do Jordão/SP
50 - 0-1 6m+22sm+10st+12a 88
Córrego Fojo Alto Rio Paraná Campos
do Jordão/SP
50 - 0-2 6m+22sm+10st+12a 88
Lago Carpas Alto Rio Paraná Campos
do Jordão/SP
50 - 0-1 6m+22sm+10st+12a 88
Ferro et al. (2001; 2003)
Córrego Cruz da Retirada Bonita Rio
Paranaíba – Campina Verde/MG
50 - - 8m+22sm+12st+8a 92
Córrego Manga – Rio Grande – Campina
Verde/MG
50 - - 6m+26sm+10st+8a 92
Santos e Morelli (2006)
21
Córrego Jataí Rio Paranaíba
Uberlândia/MG
50 - 1 6m+24sm+6st+14a 86 Araújo e Morelli (2002)
Rio Piracuama Rio Paraíba do Sul
Tremembé/SP (780m alt.)
50 - - 4m+10sm+6st+30a 70
Rio Piracuama Rio Paraíba do Sul
Tremembé/SP (1800m alt.)
50 - 0-1 6m+24sm+6st+14a 86
Souza e Moreira-Filho (1995)
Córrego Ribeirão Grande – Paraíba do Sul
Pindamanhangaba/SP (1800m alt.)
50 - 0-2 6m+22sm+10st+12a 88 Neo et al. (2000ª)
Córrego Fazenda Lavrinha Rio Paraíba do
Sul – Campos do Jordão/SP
50 - 0-1 6m+22sm+10st+12a 88 Ferro et al. (2001; 2003)
Rio Macacos Rio Paraíba do Sul
Cunha/SP
50 - - 8m+20sm+8st+14a 86 Kavalco e Moreira-Filho (2003)
Córrego Barreiro Grande Rio São
Francisco – Três Marias/MG
50 - - 6m+30sm+8st+6a 94 Moreira-Filho e Bertollo (1991);
Córrego Viveiro de Mudas - Rio São
Francisco – Três Marias/MG
50 - - 6m+30sm+8st+6a 94 Moreira-Filho e Bertollo (1991);
Córrego Curral das Éguas Rio o
Francisco – São Gonçalo do Abate/MG
46 - - 6m+22sm+8st+10a Moreira-Filho e Bertollo (1991);
Rio Jacu – Vítor Hugo/ES 50 - 0-4 6m+8sm+36a 64 Rocon-Stange e Almeida Toledo
(1993)
Córrego Cambeba – Rio São Francisco –
Arcos/MG
50 - - 8m+20sm+6st+16a 84 Biavati e Maistro, 2007
Rio Machado Rio Grande São João da
Mata/MG
50 - - 6m+28sm+6st+10a 90 Biavati e Maistro, 2007
Córrego Pedra Branca – Alfenas/MG 50 - - 6m+24sm+8st+12a 88 Biavati e Maistro, 2007
Rio Verde – Rio Tibagi – Castro/PR 50 - - 8m+18sm+10st+14a 86 Vicari et al. (2008a)
Rio Açungui – Rio Ribeira do Iguape 50 - - 8m+18sm+10st+14a 86 Vicari et al. (2008a)
22
Rio Jaguariaíva Parque Estadual do
Cerrado
48 - - 10m+16sm+10st+12a 84 Vicari et al. (2008a)
50 - - 8m+18sm+10st+14a 86 Vicari et al. (2008a) Rio Santo Antônio – Parque Estadual do
Cerrado
48 - - 10m+16sm+10st+12a 84 Vicari et al. (2008a)
36 - - 14m+14sm+6st+2a 70
- 54 - 21m+21sm+9st+3a 105
Morelli et al. (1983a)
Rio Mogi-Guaçu Alto Rio Paraná
Pirassununga/SP
36 - - 14m+14sm+6st+2a 70 Moreira-Filho et al. (2001)
Astyanax schubarti
Rio Paraná – Posadas, Misiones - Argentina 36 - - 14m+14sm+6st+2a 70 Alberdi e Fenocchio (1997)
Furna 1 – Rio Tibagi – Ponta Grossa/PR 48 - - 6m+18sm+14st+10a 86 Matoso et al. (2002)
Furna 2 - Rio Tibagi – Ponta Grossa/PR 48 - - 6m+18sm+14st+10a 86 Gross et al. (2004)
48 - - 6m+18sm+14st+10a 86 Rio Tibagi – Ponta Grossa/PR
50 - - 8m+18sm+14st+10a 90
48 - - 6m+18sm+14st+10a 86 Lagoa Dourada Rio Tibagi Ponta
Grossa/PR
50 - - 8m+18sm+14st+10a 90
48 - - 6m+18sm+14st+10a 86
Astyanax sp. Aff
fasciatus
Rio Cará-Cará - Rio Tibagi Ponta
Grossa/PR
49 - - 7m+18sm+14st+10a 88
Artoni et al. (2006)
23
50 - - 8m+18sm+14st+10a 90
Salto Caxias – Rio Iguaçu 50 - 0-2 6m+24sm+6st+14a 86 Fazoli et al. (2003) Astyanax sp. B
Rio Iguaçu – Piraquara/PR 50 - - 4m+22sm+8st+16a 84 Kantek et al. (2008a)
Rio Iguaçu – São José dos Pinhais/PR 50 - - 4m+22sm+8st+16a 84 Kantek et al. (2003) Astyanax sp. C
Rio Iguaçu – Piraquara/PR 50 - - 4m+22sm+8st+16a 84 Kantek et al. (2003); Kantek et al.
(2008a)
Rio Iguaçu – Piraquara/PR 50 - - 4m+24sm+6st+16a 84 Kantek et al. (2007)
Rio Bicudo – Balsa Nova/PR 50 - - 4m+24sm+6st+16a 84 Kantek et al. (2008a); Kantek et al.
(2008b)
Poço Rio Claro – Alto Rio Iguaçu 50 - - 4m+24sm+6st+16a 84 Kantek et al. (2008b)
Astyanax sp. D
Córrego a esquerda do Alto Rio Iguaçu 50 - - 4m+24sm+6st+16a 84 Kantek et al. (2008b)
52 - - 16m+12sm+6st+18a 86 Bryconamericus aff
exodon
Córrego Três Bocas – Rio Tibagi/PR
52 - - 10m+24sm+6st+12a 92
Paintner-Marques et al. (2002a)
Rio Água da Floresta – Rio Tibagi/PR 52 - - 8m+22sm+10st+12a 92 Paintner-Marques et al. (2003)
Córrego Maringá – Rio Paranapanema/PR 52 - - 12m+18sm+8st+14a 90 Capistano et al. (2008)
52 - - 8m+28sm+6st+10a 94 Capistano et al. (2008); Portela-
Castro et al. (2008)
Bryconamericus aff
ilheringii
Rio Keller – Rio Ivaí/PR
52 - - 12m+18sm+8st+14a 90 Portela-Castro et al. (2008)
24
Córrego Tatupeba– Rio Ivaí/PR 52 - - 8m+20sm+8st+16a 88 Capistano et al. (2008)
Bryconamericus sp.
A
Rio Piracicaba - Piracicaba/SP 52 - - 6m+30sm+6st+10a 94 Wasko et al. (1996); Wasko e Galetti
(1998)
52 - - 6m+10sm+20st+16a 88 Wasko e Galetti (1998) Bryconamericus sp.
B
Rio Piracicaba - Piracicaba/SP
52 - - 16m/sm+18st+18a 86 Wasko et al. (1996)
Bryconamericus sp.
C
Ribeirão Três Bocas Rio Tibagi -
Sertanópolis/PR
52 - - 6m+18sm+14st+14a 90 Wasko e Galetti (1998)
Bryconamericus sp.
D
Córrego Avoadeira Rio Garças Barra do
Garças/MT
52 - - 8m+14sm+16st+14a 90 Wasko e Galetti (1998)
Bryconamericus sp.
E
Córrego Avoadeira Rio Garças Barra do
Garças /MT
54 - - 10m+16sm+22st+6a 102 Wasko e Galetti (1998)
Bryconamericus
stramineus
Rio Mogi-Guaçu – Pirassununga/SP 52 - - 26m/sm+26st/a Portela et al. (1988)
Ctenobrycon
hauxwellianus
Córrego São Francisco – Rio Branco/AC 50 - - 10m+6sm+34st 100 Carvalho et al. (2002a)
Deuterodon pedri Rio Ipiranga – Registro/SP 50 - - 14m/sm+36st/a Portela et al. (1988)
Exodon paradoxus Rio Araguaia – Barra do Garças/MT 52 - - 2m+4sm+10st+36a 68 Venere et al. (1997)
Rio Miranda – Corumbá/MS 48 - - Carvalho et al. (2002b) Gymnocorymbus
ternetzi
Rio Paraná – Posadas, Misiones - Argentina 50 - - 14m+12sm+6st+18a 82 Alberdi e Fenocchio (1997)
Hasemania nana Rio São Francisco – Três Marias, MG 50 - - 8m+42sm 100 Peres et al. (2008)
Hasemania
marginata
50 - - 12m+18sm+10st+10a 90 Arefjev (1990)
25
Hemigrammus
marginatus
Rio Paraná – Porto Rico/PR 50 - - 10m+34sm+6a 94 Portela-Castro e Júlio Jr. (2002)
Hemigrammus
hyanuary
52 - - 22m/sm+30st/a Arefjev (1990)
Hollandichthys
multifasciatus
Rio Grande – Paranapiacaba/SP 50 - - 10m+12sm+28st 100 Carvalho et al. (2002a)
Rio Piracuama – Rio Paraíba do Sul 50 - - 6m+16sm+12st+16a 84 Centofante et al. (2003a) Hyphessobrycon
anisitsi
Córrego Perdizes – Rio Sapucaí 50 - - 6m+16sm+12st+16a 84 Centofante et al. (2003a)
Hyphessobrycon
griemi
Rio Itimirim – Iguape/SP 48 - - Carvalho et al. (2002b)
Hyphessobrycon
herbertaxelrodi
52 - - 10m/sm+42st/a Arefjev (1990)
Hyphessobrycon
flammeus
52 - - 18m/sm+32st+2a 102 Arefjev (1990)
Rio Juquiá – São Lourenço da Serra/SP 50 - - 14m+20sm+16st 100 Carvalho et al. (2002a) Hyphessobrycon
reticulatus
Rio Itimirim – Iguape/SP 50 - - Carvalho et al. (2002b)
Hyphessobrycon
scholzei
50 8m+20sm+8st+14a
84 Arefjev (1990)
Markiana
nigripinnis
Rio Miranda – Corumbá/MS 52 - - Carvalho et al. (2002b)
Moenkhausia
costae
Rio São Francisco – Três Marias/MG 50 - - 50m/sm 100 Portela et al. (1988)
Rio Paraná – Porto Rico/PR 50 - - 16m+34sm 100 Portela-Castro e Júlio Jr. (2002) Moenkhausia
intermedia
Lagoa do Mato – Luis Antonio, SP 50 - 0-1 50m/sm 100 Portela et al. (1988)
26
Rio Paraná –Porto Rico /PR 50 - 1-2 12m+36sm+2st 100 Portela-Castro e Júlio Jr (2002)
Rio Capivara – Rio Tietê – Botucatu/SP 50 - 1-8 48m/sm+2a 98 Foresti et al. (1989)
Moenkhausia
sanctaefilomenae
Rio Paraná – Posadas, Misiones - Argentina 50 - 0-3 48m/sm+2st/a Alberdi e Fenocchio (1997)
ematobrycon
palmeri
50 - - 8m/sm+10st+32a 68 Arefjev (1990)
Rio Keller – Maringá/PR 50 - - 2m+26sm+8st+14a 86 Martinez et al. (2004) Oligosarcus cf.
paranensis
Rio Mourão – Maringá/PR 50 - - 2m+26sm+8st+14a 86 Martinez et al. (2004)
Rio Paraitinga – Rio Paraíba do Sul 50 - - 6m+10sm+16st+18a 82 Kavalco et al. (2005)
Córrego de Jacuí – Rio Paraíba do Sul 50 - - 6m+10sm+16st+18a 82 Kavalco et al. (2005)
Córrego Grande – Rio Paraíba do Sul 50 - - 6m+12sm+14st+18a 82 Centofante et al. (2006)
Córrego Santo Antônio – Rio Paraíba do
Sul
50 - - 4m+12sm+16st+18a 82 Centofante et al. (2006)
Rio Paraíba do Sul/SP 50 - - 2m+16sm+16st+16a 84 Hattori et al. (2007)
Rio Itimirim – Iguape/SP 50 - - Carvalho et al. (2002b)
Oligosarcus
hepsetus
Riu Juquiá ; Rio Ipiranga/SP 50 - - 28m/sm+22st/a Falcão e Bertollo (1985)
Rio Uruguay/SC 50 - - 2m+24sm+10st+14a 86 Hattori et al. (2007) Oligosarcus
jenynsii
Rio Ipiranga/SP; Vale do Rio Doce/MG 50 - - 28m/sm+22st/a Falcão e Bertollo (1985)
27
Rio Iguaçu – Três Barras/PR 50 - - 2m+20sm+10st+18a 82 Martinez et al. (2004)
Oligosarcus
longirostris
Rio Iguaçu – Quedas do Iguaçu/PR 50 - - 4m+10sm+16st+20a 80 Rubert e Margarido (2007)
Oligosarcus
macrolepis
Rio Turvo/MG 50 - - 28m/sm+22st/a Falcão e Bertollo (1985)
Oligosarcus
paranensis
Rio Tunas – Nova Laranjeiras/PR 50 - - 4m+10sm+16st+20a 80 Rubert e Margarido (2007)
Rio Tunas – Nova Laranjeiras/PR 50 - - 4m+10sm+16st+20a 80 Rubert e Margarido (2007)
Rio Mogi-Guaçu/SP 50 - - 2m+20sm+12st+16a 84 Hattori et al. (2007)
Oligosarcus pintoi
Rio Mogi-Guaçu/SP 50 - - 24m/sm+26st/a Falcão e Bertollo (1985)
Rio Mogi-Guaçu – Pirassununga/SP 52 - - 26m/sm+26st/a Portela et al. (1988) Piabina argentea
Rio São Francisco – Três Marias/ MG 52 - - 8m+14sm+16st+14a 90 Peres et al. (2008)
Prionobrama
filigera
52 - - 12m/sm+40st/a Arefjev (1990)
Salminus
brasiliensis
Rio Mogi-Guaçu Pirassununga/SP; Rio
São Francisco – Três Marias/MG
50 - - 10m+20sm+20st/a Souza et al. (2008)
Rio Mogi-Guaçu – Pirassununga/SP 50 - - 12m+18sm+20st 100 Margarido e Galetti-Jr (1999) Salminus hilarii
Rio Mogi-Guaçu Pirassununga/SP; Rio
São Francisco Três Marias/MG; Rio
Araguaia Barra do Garças/MT
50 - - 10m+20sm+20st/a Souza et al. (2008)
Triportheus cf
elongatus
Rio Araguaia – Barra do Garças/MT 52 - - 52m/sm, ZZ/ZW 104 Artoni et al. (2001)
Triportheus
guentheri
Rio São Francisco – Três Marias/MG 52 - - 52m/sm, ZZ/ZW 104 Artoni et al. (2001)
28
Triportheus
nematurus
Rio Piracicaba – Serra de Santa Maria/SP 52 - - 14m+22sm+16st, ZW
(machos)
13m+23sm+16st, ZZ (fêmeas)
104 Diniz et al. (2008)
Rio Paraná – Corrientes – Argentina 52 - - 24m+22sm+4st+ZZ/ZW 104 Sánchez e Jorge (1999)
Rio Cuiabá – Cuiabá/MT 52 - - 52m/sm, ZZ/ZW 104 Artoni et al. (2001)
Triportheus
paranaensis
Rio Paraguai – Corumbá/MS 52 - - 52m/sm, ZZ/ZW 104 Artoni et al. (2001)
Triportheus
venezuelensis
Lago Castillero Caicara del Orinoco
Venezuela
52 - - 20m+16sm+16st, ZW (fêmeas)
20m+16sm+16st, ZZ (machos)
104 Nirchio et al. (2007)
29
2 – Objetivos
2.1 – Objetivo geral:
Este trabalho teve por objetivo geral caracterizar citogeneticamente quatro espécies da
família Characidae, do grupo Incertae Sedis, visando contribuir com mais informações a
respeito desse grupo de peixes e, dessa forma, auxiliar os estudos filogenéticos e a
classificação taxonômica das espécies que se encontram dentro do grupo Incertae sedis.
2.2 – Objetivos específicos:
Caracterizar o cariótipo de quatro espécies de peixes da família Characidae, grupo
incertae sedis, pertencentes ao
sistema hidrográfico da Laguna dos Patos/RS, da
bacia do Tramandaí/RS e da bacia do rio Tibagi/PR.
Detectar a localização das regiões organizadoras de nucléolo através da
impregnação por nitrato de prata e da hibridação fluorescente in situ com sonda de
DNAr 18S.
Analisar o padrão de distribuição da heterocromatina.
Identificar as regiões cromossômicas ricas em pares de bases GC e AT.
Interpretar os dados obtidos visando uma maior compreensão da evolução
cariotípica do grupo em estudo.
30
3 – Espécies estudadas e locais de coleta
Para o presente trabalho foram estudadas 4 espécies de peixes pertencentes ao grupo
Incertae Sedis da família Characidae: Astyanax eigenmanniorum, Deuterodon stigmaturus,
Hyphessobrycon anisitsi e Hyphessobrycon luetkenii (Figura 1). Essas espécies foram
coletadas em distintas bacias hidrográficas:
3.1 – Sistema hidrográfico da Laguna dos Patos/RS
– Saco da Alemoa (Figura 2): Astyanax eigenmanniorum, Hyphessobrycon luetkenii
– Rio Forquetinho/Pinheirinho (Figura 2): Hyphessobrycon luetkenii
3.2 - Bacia do Tramandaí/RS
- Rio Maquiné (Figura 2): Deuterodon stigmaturus e Hyphessobrycon luetkenii.
3.2 – Bacia do Rio Tibagi/PR
Nesta bacia foi coletada a espécie Hyphessobrycon anisitsi, no Ribeirão Cambé,
Londrina, PR (Figura 3).
31
Figura 1 Foto das espécies coletadas: (A) Astyanax eigenmanniorum, (B) Deuterodon
stigmaturus, (C) Hyphessobrycon luetkenii e (D) Hyphessobrycon anisitsi.
32
Figura 2 Imagens de Satélite da Bacia da Laguna dos Patos e do Tramandaí/RS, indicando
os locais de coleta. Fonte: Google Earth.
33
Figura 3 Imagens de satélite do local de coleta Ribeirão Cambé, pertencente à Bacia do Rio
Tibagi. Fonte: Google Earth.
34
Capítulo 1
Análise do cariótipo e do padrão de distribuição da
heterocromatina de quatro espécies da família Characidae de
diferentes bacias hidrográficas
* Este artigo será enviado para a revista eotropical Ichthyology.
35
Análise do cariótipo e do padrão de distribuição da heterocromatina de quatro espécies
da família Characidae de diferentes bacias hidrográficas
Michelli Maria Mendes
1
, Luiz Roberto Malabarba
2
, Lúcia Giuliano-Caetano
1
, Ana Lúcia
Dias
1
1
Departamento de Biologia Geral, Universidade Estadual de Londrina, PR, Brasil.
2
Departamento de Zoologia, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, RS,
Brasil
Resumo
Foram realizadas análises citogenéticas de quatro espécies de peixes da família
Characidae, do grupo Incertae Sedis: Astyanax eigenmanniorum, Deuterodon stigmaturus,
Hyphessobrycon luetkenii e Hyphessobrycon anisitsi, coletadas em diferentes bacias
hidrográficas, sendo que as duas primeiras espécies foram coletadas em sua localidade tipo.
Este trabalho também apresentou os primeiros dados citogenéticos para D. stigmaturus e H.
luetkenii. O mero cromossômico diplóide 48 foi observado apenas em A. eigenmanniorum
e as demais espécies apresentaram 2n=50 cromossomos. Todas mostraram diferentes
fórmulas cariotípicas. A heterocromatina foi observada distribuída fracamente pela região
pericentromérica das espécies A. eigenmanniorum, D. stigmaturus e H. luetkenni. Em H.
anisitsi a heterocromatina se apresentou mais abundante distribuída pela região
pericentromérica e terminal dos cromossomos, sendo que três pares cromossômicos
apresentaram blocos heterocromáticos mais evidentes. Os resultados obtidos confirmam a
variabilidade cariotípica o comum neste grupo de peixes e mostram que, diferentes espécies
oriundas de bacias hidrográficas seguramente isoladas, mantêm um nível elevado de
36
diferenciação cariotípica principalmente quanto à estrutura cromossômica e ao padrão de
distribuição da heterocromatina.
Palavras-chaves: Banda C, Incertae Sedis, Localidade tipo, Variabilidade cariotípica.
Introdução
A família Characidae contém a maior diversidade da ordem Characiformes, com cerca
de 950 espécies de peixes descritas (Reis et al., 2003). Seus representantes encontram-se
distribuídos desde os Estados Unidos ao sul da Argentina, sendo encontrados também no
continente africano (Lucena, 1993). Além da ampla distribuição geográfica e da grande
quantidade de espécies, existe uma grande diversidade biológica e morfológica entre os
representantes desta família (Graça & Pavanelli, 2007).
A família Characidae era constituída por 13 subfamílias, sendo que a maioria dos
gêneros desta família estavam incluídos na subfamília Tetragonopterinae. Entretanto, a
ausência de evidências que esta subfamília constituía um grupo monofilético, fez com que
esses gêneros fossem recentemente colocados dentro de um grupo Incertae Sedis por Lima et
al. (2003), com base em trabalhos de sistemática filogenética.
Dos 88 gêneros da família Characidae pertencentes ao grupo Incertae Sedis, apenas
18, ou seja, 20,45% possuem algum estudo citogenético. Dessa forma, pouco é conhecido
sobre a estrutura cariotípica deste grupo, e a literatura está praticamente limitada ao gênero
Astyanax, para o qual uma ampla variabilidade numérica e morfológica é bastante evidente
(Salvador & Moreira-Filho, 1992; Malacrida et al. 2003; Pazza et al., 2006; Hashimoto et al.,
2008, entre outros).
Além de Astyanax, os demais neros pertencentes ao grupo Incertae Sedis,
Characidae, que possuem estudos citogenéticos são:
Bryconamericus, Ctenobrycon,
Deuterodon, Exodon, Gymnocorymbus, Hasemania, Hemigrammus, Hollandichthys,
37
Hyphessobrycon, Markiana, Moenkhausia, ematobrycon, Oligosarcus, Piabina,
Prionobrama, Salminus e Triportheus. A maioria desses estudos só se refere ao número
diplóide, mas demonstram uma variabilidade cariotípica, como a ocorrência de diferentes
citótipos no gênero Bryconamericus (Paintner-Marques et al., 2002; Capistano et al., 2008),
presença de cromossomos B no gênero Moenkhausia (Foresti et al., 1989; Portela Castro et
al., 2001), ocorrência de cromossomos sexuais no gênero Triporteus (Artoni & Bertollo,
2001; Nirchio et. al.,2007; Diniz et al., 2008), diferentes padrões de distribuição da
heterocromatina em Oligosarcus (Rubert & Margarido, 2007; Hattori et al. 2007), entre
outros exemplos.
O número cromossômico diplóide nas espécies desses gêneros varia de 36 em
Astyanax schubarti (Morelli et al., 1983) a 54 em Bryconamericus sp E (Wasko & Galetti Jr.
1998), sendo que os números diplóides 50 e 52 são os mais constantes. Portela et al. (1988)
sugeriram que o cariótipo ancestral da antiga subfamília Tetragonopterinae, cuja maioria dos
seus representantes pertencem atualmente ao grupo Incertae Sedis, é 2n=50 cromossomos
meta e submetacêntricos.
Dada a grande variabilidade cariotípica entre os gêneros da família Characidae, do
grupo Incertae Sedis, nosso trabalho teve por objetivo caracterizar o cariótipo e determinar o
padrão de distribuição da heterocromatina de quatro espécies deste grupo de peixes, de
diferentes bacias hidrográficas.
Material e Métodos
Para o presente trabalho foram estudadas 4 espécies de peixes pertencentes a família
Characidae, do grupo Incertae Sedis: 11 indivíduos (9 fêmeas e 2 machos) de Astyanax
eigenmanniorum coletados na localidade tipo Saco da Alemoa/Sistema hidrográfico da
Laguna dos Patos/RS; 8 indivíduos (5 fêmeas e 3 machos) de Deuterodon stigmaturus
38
coletados na localidade tipo Rio Maquiné/Sistema litorâneo Bacia do Tramandaí/RS; 18
exemplares de Hyphessobrycon luetkenii, sendo 3 machos coletados no Saco da Alemoa, Rio
Forquetinho/Pinheirinho/Sistema hidrográfico da Laguna dos Patos/RS e 7 fêmeas e 8 de sexo
indefinido coletados no Rio Maquiné/Sistema litorâneo Bacia do Tramandaí/RS, e 13
indivíduos (6 machos e 7 fêmeas) de Hyphessobrycon anisitsi coletados no Ribeirão Cambé/
bacia do rio Tibagi/PR.
Os cromossomos mitóticos foram obtidos de acordo com a técnica convencional de
Bertollo et al. (1978). A estimulação de mitoses foi realizada através da técnica de injeção
prévia nos animais de solução de fermento biológico, descrita por Lee & Elder (1980). Os
cromossomos foram classificados em metacêntricos (m), submetacêntricos (sm),
subtelocêntricos (st) e acrocêntricos (a), segundo Levan et al. (1964), com modificações. Para
a determinação do padrão de distribuição da heterocromatina, foi utilizada a técnica de banda
C, de acordo com Sumner (1972).
Resultados
Hyphessobrycon anisitsi
H. anisitsi apresentou 2n=50, sendo a fórmula cariotípica constituída por
18m+10sm+6st+16a e número fundamental igual a 84 (Fig. 1A). Pela técnica de banda C a
heterocromatina apresentou-se distribuída pela região pericentromérica de todos os
cromossomos, na região terminal do braço longo de alguns cromossomos e também como
blocos mais evidentes na região terminal do braço curto de dois pares cromossômicos
metacêntricos, (3 e 6) e no braço longo de um par cromossômico acrocêntrico, o par 23 (Fig.
1B).
39
Hyphessobrycon luetkenii
H. luetkenii apresentou 2n=50, sendo a fórmula cariotípica constituída por
6m+8sm+36a, com um número fundamental igual a 64 (Fig. 2A). A heterocromatina
mostrou-se distribuída na região pericentromérica na maioria dos cromossomos do
complemento cariotípico (Fig. 3A).
Deuterodon stigmaturus
D. stigmaturus apresentou 2n=50 cromossomos sendo a fórmula cariotípica
constituída por 8m+6sm+2st+34a, com número fundamental igual a 66 (Fig. 2B). A
heterocromatina apresentou-se fracamente distribuída pela região pericentromérica de todo o
complemento cariotípico (Fig. 3B).
Astyanax eigenmanniorum
A. eigenmanniorum apresentou 2n=48, distribuídos em 10m+16sm+10st+12a, com
número fundamental (NF) igual a 84 (Fig. 2C). Pela técnica de banda C esta espécie
apresentou heterocromatina fracamente distribuída na região pericentromérica de todos os
cromossomos (Fig. 3C).
Na tabela abaixo estão sumarizados os resultados obtidos para as 4 espécies.
Tabela1. Resumo dos resultados obtidos no presente trabalho (2n=número diplóide;
NF=número fundamental).
Espécie 2n Fórmula cariotípica F
Padrão de Banda C
Hyphessobrycon anisitsi 50 18m+10sm+6st+16a 84
Pericentromérica, terminal,
com alguns blocos mais
evidentes
Hyphessobrycon luetkenii
50 6m+8sm+36a 64 Pericentromérica
Deuterodon stigmaturus 50 8m+6sm+2st+34a 66 Pericentromérica
Astyanax
eigenmanniorum
48 10m+16sm+10st+12a 84 Pericentromérica
40
Discussão
No presente trabalho foram analisados representantes de Deuterodon stigmaturus e
Astyanax eigenmanniorum coletados na localidade tipo, e apresentados os primeiros dados
citogenéticos para D. stigmaturus e Hyphessobrycon luetkenii.
O número cromossômico diplóide igual a 50 foi observado para Hyphessobrycon
anisitsi, H. luetkenii e Deuterodon stigmaturus, e corresponde ao valor mais frequente na
família Characidae, estando presente, por exemplo, em outras populações e espécies
estudadas do gênero Hyphessobrycon, como H. anisitsi das populações dos rios Piracuama e
Perdizes (Centofante et al., 2003a), H. herbertaxelrodi e H. flammeus (Arefjev, 1990) e
também em outras espécies do grupo, como por exemplo, dos gêneros Moenkhausia (Portela
et al., 1988; Foresti et al., 1989; Portela-Castro & Júlio Jr., 2002), Oligosarcus (Martinez et
al., 2004; Kavalco et al., 2005; Rubert & Margarido, 2007), Salminus (Margarido & Galetti-
Jr, 1999; Souza et al., 2008), Astyanax (Pacheco et al., 2001; Kavalco & Moreira-Filho, 2003;
Pamponet et al., 2008), entre outros. Entre as espécies do gênero Deuterodon, somente D.
pedri possui algum estudo citogenético, e o número cromossômico diplóide observado
também foi igual 50 (Portela et al., 1988).
Uma observação interessante em D. stigmaturus e H. luetkenii foi a presença da
grande quantidade de cromossomos acrocêntricos, uma característica pouco comum entre os
representantes deste grupo de peixes, mas que também foi observada em Ctenobrycon
hauxwellianus (Carvalho et al., 2002), Deuterodon pedri (Portela et al., 1988) e Exodon
paradoxus (Venere et al., 1997). Portela et al. (1988) sugeriram que o cariótipo ancestral da
antiga subfamília Tetragonopterinae seria de 2n=50 cromossomos meta e submetacêntricos.
Portanto, estas espécies com maior número de cromossomos acrocêntricos poderiam ser
consideradas mais derivadas, devido ao acúmulo de rearranjos cromossômicos ao longo do
processo de diferenciação cariotípica para estas populações.
41
Hyphessobrycon anisitsi do Ribeirão Cambé mostrou 18m+10sm+6st+16a,
constituição bem diferente de H luetkenii e das populações analisadas por Centofante et al.
(2003a), que encontraram 6m+16sm+12st+16a para H. anisitsi do rio Piracuama e do rio
Perdizes, entretanto, o número fundamental (NF) igual a 84 é o mesmo, pois a quantidade de
cromossomos com um e dois braços é idêntica. A variação observada entre os tipos
cromossômicos das populações do Ribeirão Cambé e as analisadas por Centofante et al.
(2003a), sem alteração do NF, pode ser devida a ocorrência de inversões pericêntricas em
cromossomos metacêntricos, originando cromossomos submeta e subtelocêntricos, sugerindo
uma evolução cariotípica divergente neste grupo de peixes.
Astyanax eigenmanniorum apresentou 2n=48 cromossomos, assim como A. fasciatus
(Pazza et al., 2006), A. parahybae (Centofante et al., 2003b; Kavalco & Moreira-Filho, 2003),
algumas populações de A. scabripinnis (Fernandes & Martins-Santos, 2003; Malacrida et al.,
2003; Vicari et al., 2008) e uma outra população desta mesma espécie, do córrego Caetano,
Uberlândia/MG, analisada por Torres Mariano & Morelli (2008), porém com fórmula
cariotípica diferente da encontrada neste trabalho. A população de Astyanax eigenmanniorum
de Minas Gerais apresentou 14m+18sm+10st+6a, constituída por um mero maior de
cromossomos meta e submetacêntricos (32), comparando com os resultados obtidos neste
trabalho (26 cromossomos). Torres Mariano e Morelli (2008) também evidenciaram de 0 a 2
cromossomos B que o foram observados na população aqui analisada. Em Astyanax
eigenmanniorum da Laguna dos Patos, o primeiro par metacêntrico não apresentou um
tamanho muito maior do que os outros cromossomos do complemento cariotípico, a qual é
uma característica que é compartilhada por muitos caracídeos e que foi observada na
população dessa espécie estudada por Torres-Mariano & Morelli (2008).
Em relação à heterocromatina a população de Astyanax eigenmanniorum da Laguna
dos Patos apresentou heterocromatina fracamente distribuída pela região pericentromérica de
42
todos os cromossomos, enquanto que A. eigenmanniorum estudada por Torres-Mariano &
Morelli (2008) apresentou a heterocromatina distribuida pelas regiões terminais e/ ou
centroméricas. Observando as diferenças cariotípicas encontradas entre a população de
Astyanax eigenmanniorum do presente trabalho e da população do Córrego Caetano/MG
pode-se sugerir que esta última, provavelmente, pertença a uma espécie diferente, pois as
grandes diferenças cariotípicas encontradas entre essas duas populações corroboram com o
que foi descrito por Lima et al. (2003), restringindo a ocorrência de A. eigenmanniorum à
região sul do Brasil.
Deuterodon stigmaturus e Hyphessobrycon luetkenii também apresentaram
heterocromatina fracamente distribuída pela região pericentromérica de todos os
cromossomos. Hyphessobrycon anisitsi mostrou um padrão de distribuição da
heterocromatina completamente diferente das 3 outras espécies analisadas. Em H. anisitsi a
heterocromatina é mais abundante e, além da sua presença nas regiões pericentromérica e
terminal da maioria dos cromossomos do cariótipo, também está presente na forma de blocos
terminais mais evidentes em 3 pares cromossômicos.
De acordo com Margarido & Galetti Jr. (1999) o padrão de distribuição da
heterocromatina é útil na caracterização e diferenciação de algumas espécies. No presente
estudo, pode ser observado que as 3 espécies que possuem o mesmo padrão heterocromático
pertencem às mesmas bacias hidrográficas, enquanto que H. anisitsi, que pertence à bacia do
rio Tibagi/PR, possui uma distribuição de heterocromatina totalmente diferente das demais,
inclusive da outra espécie de mesmo gênero, H. luetkenii. Centofante et al. (2003a)
encontraram características semelhantes para a distribuição da heterocromatina nas
populações de H. anisitsi dos rios Perdizes e Piracuama entretanto, estes autores encontraram
um maior número de pares cromossômicos com fortes blocos terminais heterocromáticos do
que a população do Ribeirão Cambé, sendo 11 para a população de Piracuama e 12 para a
43
população de Perdizes. Portanto, a heterocromatina pode estar diferenciando as espécies e as
populações analisadas, podendo ser considerada um marcador citogenético.
A análise cariotípica realizada para Hyphessobrycon luetkenii das bacias da Laguna
dos Patos e do Tramandaí apresentou dados idênticos, mostrando que esta espécie possui um
cariótipo estável e, taxonomicamente, ela é uma espécie bem definida. Ao contrário de H.
anisitsii, que não é bem delimitada taxonomicamente e apresenta diferenças cariotípicas entre
as populações estudadas e a do presente estudo, podendo estar ocorrendo mais de uma
espécie, sendo, portanto necessária uma revisão taxonômica deste grupo de peixes.
O presente estudo contribui com mais informações para a citogenética da família
Characidae, confirmando uma variabilidade cariotípica neste grupo de peixes e mostra que,
diferentes espécies oriundas de bacias hidrográficas seguramente isoladas, mantêm um nível
de diferenciação cariotípica quanto à estrutura cromossômica e ao padrão de distribuição da
heterocromatina.
Referências Bibliográficas
Arefjev, V. A. 1990. Problems of karyotypic variability in the family Characidae (Pisces,
Characiformes) with the description of somatic karyotypes for six species of tetras.
Caryologia, 43 (3-4): 305-319.
Artoni, R. F., J. D. N. Falcão, O. Moreira & L. A. C. Bertollo. 2001. An uncommon condition for a
sex chromosome system in Characidae fish. Distribution and differentiation of the ZZ/ZW
system in Triportheus. Chromosome Research, 9: 449-456.
Bertollo, L. A. C., C. S. Takahashi & O. Moreira-Filho. 1978. Cytotaxonomic considerations on
Hoplias lacerdae (Pisces, Erythrinidae). Braz. J. Genet, 1: 103-120.
Capistano, T. G., A. L. B. Portela-Castro & H. F. Julio-Jr. 2008. Chromosome divergence and NOR
polymorphism in Bryconamericus aff. iheringii (Teleostei, Characidae) in the hydrographic
44
systems of the Paranapanema and Ivai Rivers, Paraná Brazil. Genetics and Molecular Biology,
31: 203-207.
Carvalho, M. L., C. Oliveira & F. Foresti. 2002. Cytogenetic analysis of five species of the subfamily
Tetragonopterinae (Teleostei, Characiformes, Characidae). Caryologia 55: 181-188.
Centofante, L, L. A. C. Bertollo, C. S. Miyazawa & O. Moreira-Filho. (2003a) Chromosomal
differentiation among allopatric populations of Hyphessobrycon anisitsi (Pisces,
Tetragonopterinae). Cytologia 68: 283-288.
Centofante, L.; L. A. C.Bertollo, A. J. Justi & O. Moreira-Filho. (2003b) Correlation of chromosomal
and morphologic characters in two Astyanax species (Teleostei, Characidae). Ichthyological
Exploration Freshwaters, 14: 361-368.
Diniz, D., O. Moreira-Filho & L. A. C. Bertollo. 2008. Molecular cytogenetics and characterization of
a ZZ/ZW sex chromosome system in Triportheus nematurus (Characiformes, Characidae).
Genetica, 133: 85-91.
Fernandes, C. A. & I. C. Martins-Santos. 2003 Cytogenetic characterizaton of two populations of
Astyanax scabripinnis (Pisces, Characiformes) of the Ivaí Basin PR Brazil. Cytologia, 68:
289-293.
Foresti, F, L. F. Almeida-Toledo & S. A. Toledo. 1989. Supranumerary chromosome system, C-
banding pattern characterization and multiple nucleolus organizer regions in Moenkhausia
sanctaefilomenae (Pisces, Characidae). Genetica, 79: 107-114.
Graça, W. J. & C. S. Pavanelli. 2007. Peixes da planície de inundação do alto rio Paraná e áreas
adjacentes. 1º edição: Editora da Universidade Estadual de Maringá, Maringá, Paraná. 241p.
Hashimoto, D. T., V. R. Gonçalves, J. Bortolozzi, F. Foresti, F. Porto-Foresti. 2008 First report of a B
chromosome in a natural population of Astyanax altiparanae (Characiformes, Characidae).
Genetics and Molecular Biology, 31, 1 (suppl): 275-278.
Hattori, R. S., M. F. Z. Daniel-Silva & L. F. Almeida-Toledo. 2007 Karyotype characterization and
gene mapping of 5S and 18 S rDNA in three species of Oligosarcus (Teleostei: Characidae).
Caryologia 60: 372-378.
45
Kavalco, K. F. & O. Moreira-Filho. 2003 Cytogenetical analyses in four species of the genus Astyanax
(Pisces, Characidae) from Paraíba do Sul river basin. Caryologia 56: 453-461.
Kavalco, K. F., R. Pazza, L. A. C. Bertollo & O. Moreira-Filho. 2005. Molecular cytogenetics of
Oligosarcus hepsetus (Teleostei, Characiformes) from two Brazilian locations. Genetica 124:
85-91.
Lee, M. R. & F. F. B. Elder. 1980. Yeast stimulation of bone marrow mitosis for cytogenetics
invertigations. Cytogenet. Cell. Genect. 52: 36-40.
Levan, A., K. Fredga & A. A. Sandberg. 1964. Nomenclature for centromeric position on
chromosomes. Hereditas 52: 201-220.
Lima, F. C. T., L. R. Malabarba, P. A. Buckup, J. F. P. Silva, R. P. Vari, H. Harold, R. Benine, O.
Oyakawa, C. S. Pavanelli, N. A. Menezes, C. A. S. Lucena, M. C. S. L. Malabarba, Z. M. S.
Lucena, R. E. Reis, F. Langeani, L. Cassati, V. A. Bertaco, C. Moreira & P. H. F. Lucinda,
2003. Genera incertae sedis in Characidae. In: Reis, R.E., S. O. Kullander, J. R. C. J. Ferraris,
(eds) Check List of the Freshwater Fishes of South and Central America, 1
st
edn. Edipucrs,
Porto Alegre, RS.
Lucena, C. A. S. 1993 Estudos filogenéticos da família Characidae com uma discussão dos grupos
naturais propostos (Teleostei, Osttaharophysi, Characiformes). Tese de Doutorado. Instituto de
Biociências – USP, São Paulo, 158p.
Malacrida, A.C.P.; A. L. Dias & L. Giuliano-Caetano. 2003. Natural triploidy in Astyanax aff.
scabripinnis (Pisces, Characidae) of the Tibagi River bay – PR. Cytologia 68: 267-270.
Margarido, V. P. & P. M. Galetti Jr. 1999. Heterochromatin patterns and karyotype relationships
within and between the genera Brycon and Salminus (Pisces, Characidae). Genetics and
Molecular Biology 22: 357-361.
Martinez, E.R.M., C. Oliveira & H. F. Júlio-Jr. 2004. Cytogenetic analysis of species of the genera
Acestrorhynchus, Oligosarcus and Rhaphiodon (Teleostei: Chraraciformes). Caryologia, 57:
294-299.
46
Morelli S., L. A. C. Bertollo, F. Foresti, O. Moreira-Filho & S. A. Toledo-Filho, S.A. 1983
Cytogenetic considerations on the genus Astyanax (Pisces, Characidae) I Karyotypic
variability. Caryologia 36: 235-244.
Nirchio, M., C. Oliveira, I. A. Ferreira, A. Granado & E. Ron. 2007. Extensive polymorphism and
chromosomal characteristics of ribosomal DNA in the characid fish Triportheus venezuelensis
(Characiformes, Characidae). Genetics and Molecular Biology, 30, 1: 25-30.
Pacheco, R.B., L. Giuliano-Caetano & A. L. Dias. 2001 Cytotypes and multiple NORs in an Astyanax
altiparanae population (Pisces, Tetragonopterinae). Chromosome Science 5: 109-114
Paintner-Marques, T.R., L. Giuliano-Caetano & A. L. Dias. 2002 Karyotypic Diversity in a
Bryconamericus aff. exodon Population (Characidae, Tetragonopterinae). Cytologia 67: 397-
402.
Pamponet, V. C. C., P. L. S. Carneiro, P. R. A. M. Affonso, V. S. Miranda, J. C. Silva Jr., C. G.
Oliveira & F. A. Gaiotto. 2008. A multi-approach analysis of the genetic diversity in
populations of Astyanax aff. bimaculatus Linnaeus, 1758 (Teleostei: Characidae) from
Northeastern. Neotropical Ichthyology 6(4): 621-630.
Pazza, R., K. F. Kavalco & L. A. C Bertollo. 2006. Chromosome polymorphism in Astyanax fasciatus
(Teleostei, Characidae). 1. Karyotipe analysis, Ag-NORs and mapping of the 18S and 5S
ribossomal genes in sympatric karyotypes and their possible hybrid forms. Cytogenet Genome
Res 112: 313-319.
Portela, A.L.B.S., P. M. Galetti Jr., L. A. C. Bertollo. 1988. Considerations on the chromosome
evolution of Tetragonopterinar (Pisces, Characidae). Revista Brasileira de Genética, 11: 307-
316.
Portela-Castro, A. L. B., H. F. Júlio Jr. & P. B. Nishiyama. 2001. New occurrence of
microchromosomes B in Moenkhausia sanctaefilomenae (Pisces, Characidae) from the Paraná
River of Brazil: analysis of the synaptonemal complex. Genetica 110: 277-283.
Portela-Castro, A.L.B. & H. F. Júlio Jr. 2002. Karyotype relationships among species of subfamily
Tetragonopterinae (Pisces, Characidae): cytotaxonomy and evolution aspects. Cytologia 67:
329-336.
47
Reis, R.E., S. O & Kullander, J. R. C. J. Ferraris (eds). 2003. Check List of the Freshwater Fishes of
South and Central America, 1
st
edn. Edipucrs, Porto Alegre, RS.
Rubert, M. & V. P. Margarido. 2007. Cytogenetic studies in three species of the genus Oligosarcus.
Brazilian Archives of Biology and Technology 50: 127-135.
Salvador, L.B. & O. Moreira-Filho. 1992. B chromosomes in Astyanax scabripinnis (Pisces,
Characidae). Heredity 69: 50-56.
Souza, I. L., L. K. Santos-Silva, P. C. Venere & O. Moreira-Filho. 2008 Molecular cytogenetics of
Salminus fish (Characiformes) based on 5S and 18S rRNA genes hybridization, fluorochrome
staining and C-banding. Micron 39: 1036-1041.
Sumner, A. T. 1972. A simple technique for demonstrating centromeric heterochromatin.
Experimental Cell Research 75: 304-306.
Venere, P. C., S. C. Pfister, O. Moreira-Filho & P. M. Galetti Jr. 1997. Chromosomal characterization
in Characinae and Cynopotaminae (Pisces, Characidae). Cytobios 92: 123-131.
Vicari, M. R., R. B. Noleto, R. F. Artoni, O. Moreira-Filho & L. A. C. Bertollo. 2008 Comparative
cytogenetics among species of the Astyanax scabripinnis complex. Evolutionary and
biogeographical inferences. Genetics and Molecular Biology, 31, 1 (supp l): 173-179.
Torres-Mariano, A.R., S. Morelli, S. 2008 B chromosomes in a population of Astyanax
eigenmanniorum (Characiformes, Characidae) from the Araguari River Basin (Uberlândia,
MG, Brazil). Genetics and Molecular Biology 31: 246-249.
Wasko, A. P., P. M. Galetti Jr. 1998. Karyotype diversity in the neotropical fish Bryconamericus
(Characidae, Tetragonopterinae). Cytobios 94: 185-193.
48
Fig. 1. Cariótipos de Hyphessobrycon anisitsi: (A) com coloração convencional com Giemsa
e (B) com banda C.
49
Fig. 2. Cariótipos com coloração convencional de Giemsa: (A) Hyphessobrycon luetkenii, (B)
Deuterodon stigmaturus e (C) Astyanax eigenmanniorum.
50
Fig. 3. Metáfases somáticas submetidas à técnica de
banda C: (A) Hyphessobrycon luetkenii,
(B) Deuterodon stigmaturus e (C) Astyanax eigenmanniorum, mostrando a heterocromatina
pericentromérica.
51
Capítulo 2
Variabilidade de sítios AgOR, CMA
3
e DAr18S em quatro
espécies de peixes da família Characidae
* Este artigo será enviado para a revista Genetica.
52
Variabilidade de sítios AgOR, CMA
3
e DAr 18S em quatro espécies de peixes da
família Characidae
Michelli Maria Mendes
1
, Luíz Roberto Malabarba
2
, Lucia Giuliano-Caetano
1
, Ana Lúcia
Dias
1
1
Departamento de Biologia Geral, Universidade Estadual de Londrina, Londrina, PR,
Brasil.
2
Departamento de Zoologia, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, RS,
Brasil.
Resumo
No presente estudo foram realizadas análises citogenéticas de quatro espécies de
peixes da família Characidae: Astyanax eigenmanniorum, Deuterodon stigmaturus,
Hyphessobrycon luetkenii e Hyphessobrycon anisitsi, coletadas em diferentes bacias
hidrográficas, sendo que as duas primeiras espécies foram coletadas em sua localidade tipo. A
impregnação pelo nitrato de prata mostrou que as regiões organizadoras de nucléolos (NORs)
foram múltiplas nas quatro espécies estudadas. Deuterodon stigmaturus e Hyphessobrycon
luetkenii mostraram uma grande quantidade de sítios AgNOR sempre localizados no braço
curto de cromossomos acrocêntricos, variando tanto inter quanto intraindividualmente. Em D.
stigmaturus o FISH com a sonda de DNAr 18S evidenciou 8 sítios ribossômicos. A coloração
com os fluorocromos CMA
3
e DAPI para D. stigmaturus e H. luetkenii, mostrou pequenos
sinais CMA
3
positivos coincidentes com as AgNORs. A. eigenmanniorum e H. anisitsi
apresentaram sempre três cromossomos com AgNORs, que foram também correspondentes
aos sítios 18S e CMA
3
, entretanto, pode ser observada uma variação inter e intraindividual
dos sítios CMA
3
positivos em ambas espécies e uma variação interindividual dos sítios de
DNAr 18S em A. eigenmanniorum. Os dados apresentados indicam uma diversidade
53
cariotípica quanto ao número e localização de sítios de DNAr 18S, NOR e CMA
3
entre as 4
espécies estudadas, confirmando uma variabilidade tão característica da família Characidae e
mostram que, diferentes espécies oriundas de bacias hidrográficas seguramente isoladas,
mantem um nível elevado de diferenciação cariotípica.
Palavras-chave: AgNOR, Characidae, CMA
3
, FISH, variabilidade cariotípica.
Introdução
O bandamento cromossômico tem sido útil para comparar diferentes espécies e/ou
populações na família Characidae. A detecção de regiões organizadoras de nucléolo (RONs)
por impregnação por nitrato de prata é uma técnica simples e amplamente utilizada para
verificar a quantidade de NORs ativas em células de peixes. Na família Characidae as
AgNORs podem ser simples, como por exemplo, nas espécies Oligosarcus logirostris (Rubert
e Margarido, 2007), Salminus brasiliensis e S. hilarii (Souza et al., 2008), Hyphessobrycon
reticulatus e Hollandichthys multifasciatus (Carvalho et al., 2002) quanto múltiplas, como,
por exemplo, em Astyanax altiparanae (Pacheco et al., 2001), A. scabripinnis (Ferro et al.
2001) e Moenkhausia sanctaefilomenae (Foresti et al., 1989), e em muitos casos ocorre
variabilidade intra e interindividual, como, por exemplo, em Bryconamericus aff iheringii
(Capistano et al., 2008) e Astyanax scabripinnis (Mantovani et al., 2000; Malacrida et al.,
2003; Souza et al., 2007; Vicari et al., 2008).
O fluorocromo cromomicina A
3
também é muito utilizado para analisar a quantidade e
composição da heterocromatina em pares de bases GC. Em vários casos os sítios CMA
3
em
Characidae são encontrados associados à AgNOR, como em Moenkhausia sanctaefilomenae,
M. intermedia, Hemigrammus marginatus (Portela-Castro e Júlio Jr., 2002), Bryconamericus
aff exodon (Paintner-Marques et al., 2002, Salminus brasiliensis e S. hilarii (Margarido e
Galetti Jr., 1999; Souza et al., 2008).
54
A hibridação fluorescente in situ (FISH) utilizando sondas ribossomais também tem
sido realizada neste grupo de peixes, principalmente no nero Astyanax. Esta técnica
também comprova a variabilidade inter e intra-especifica dos sítios de DNAr que pode ser
encontrada neste grupo de peixes, como por exemplo, em Hyphessobrycon anisitsi
(Centofante et al., 2003), Astyanax scabripinnis (Mantovani et al., 2005) e entre espécies do
gênero Oligosarcus (Hattori et al., 2007).
Dada a grande variabilidade cariotípica entre os diferentes gêneros de Incertae Sedis,
da família Characidae, este trabalho teve por objetivo caracterizar citogeneticamente 4
espécies de peixes da família Characidae, do grupo Incertae Sedis, de diferentes bacias
hidrográficas, através de diferentes técnicas de bandamento cromossômico, tais como:
AgNOR, CMA
3
e FISH com sonda de DNAr 18S.
Material e Métodos
Para o presente trabalho foram estudadas 4 espécies de peixes pertencentes a família
Characidae, do grupo Incertae Sedis: 11 indivíduos (9 fêmeas e 2 machos) de Astyanax
eigenmanniorum coletados na localidade tipo Saco da Alemoa/Sistema hidrográfico da
Laguna dos Patos/RS; 8 indivíduos (5 fêmeas e 3 machos) de Deuterodon stigmaturus
coletados na localidade tipo Rio Maquiné/Sistema litorâneo Bacia do Tramandaí/RS; 18
exemplares de Hyphessobrycon luetkenii, sendo 3 machos coletados no Saco da Alemoa, Rio
Forquetinho/Pinheirinho/Sistema hidrográfico da Laguna dos Patos/RS e 7 fêmeas e 8 de sexo
indefinido coletados no Rio Maquiné/Sistema litorâneo Bacia do Tramandaí/RS, e 13
indivíduos (6 machos e 7 fêmeas) de Hyphessobrycon anisitsi coletados no Ribeirão Cambé/
bacia do rio Tibagi/PR.
Os cromossomos mitóticos foram obtidos de acordo com a técnica convencional de
Bertollo et al. (1978). A estimulação de mitoses foi realizada através da técnica de injeção
55
prévia nos animais de solução de fermento biológico, descrita por Lee e Elder (1980). A
detecção das regiões organizadoras de nucléolos foi realizada pela impregnação por nitrato de
prata (Howell e Black, 1980) e pelacnica de hibridação in situ, utilizando a sonda de DNAr
18S, obtida do peixe Oreochromis niloticus, realizada segundo Swarça et al. (2001). Para a
determinação dos sítios ricos em pares de bases GC e AT foram utilizadas as técnicas de
coloração com os fluorocromos CMA
3
e DAPI (Schweizer, 1980), com modificações.
Resultados
Deuterodon stigmaturus
Em D. stigmaturus as regiões organizadoras de nucléolos mostrou variações intra e
interindividuais, sendo observadas como pequenos sítios no braço curto de 4 a 7
cromossomos acrocêntricos (Figura 1a). Utilizando a técnica de FISH com a sonda de DNAr
18S, foram observados 8 cromossomos acrocêntricos com sinais fluorescentes na região
terminal do braço curto (Figura 1c). A coloração com os fluorocromos CMA
3
e DAPI
evidenciou pequenos sinais CMA
3
positivos nos braços curtos de cromossomos acrocêntricos
que se mostraram negativos para o fluorocromo DAPI (Figura 1b).
Hyphessobrycon luetkenii
Em H. luetkenii as regiões organizadoras de nucléolo variaram tanto inter quanto
intraindividualmente, sendo observadas marcações nos braços curtos de 2 a 9 cromossomos
acrocêntricos (Figura 1d). Após o tratamento com os fluorocromos CMA
3
e DAPI, foram
observados pequenos sítios CMA
3
positivos no braço curto de cromossomos acrocêntricos,
que se mostraram DAPI negativos (Figura 1e).
56
Astyanax eigenmanniorum
Em A. eigenmanniorum foram visualizados sempre 3 cromossomos subtelocêntricos
médios portadores da AgNOR no braço curto (Figura 2a).
A técnica de hibridação fluorescente in situ (FISH) mostrou uma variação
interindividual em relação à posição desses sítios ribossômicos: em um indivíduo de A.
eigenmanniorum foram observados quatro sinais fluorescentes, sendo 3 nos braços curtos de
cromossomos subtelocêntricos médios e um no braço longo de um cromossomo metacêntrico
grande (Figura 3a). Em outro indivíduo dessa espécie foi observada a presença de três sítios
para o DNAr 18S, sendo um na extremidade do braço curto de um cromossomo
subtelocêntrico médio, um na extremidade do braço curto de um pequeno subtelocêntrico e o
outro na extremidade do braço longo de um submetacêntrico médio. (Figura 3c).
Utilizando a coloração com os fluorocromo cromomicina A
3
(CMA
3
) e DAPI também
pode ser observado uma variação interindividual em relação aos sinais CMA
3
positivos. Em
um indivíduo foram observados sempre quatro cromossomos com marcações CMA
3
positivas,
nos braços curtos de 3 cromossomos subtelocêntricos médios e no braço longo de um
cromossomo metacêntrico grande (Figura 3b), e nos demais espécimes analisados foi
observada uma grande quantidade de cromossomos CMA
3
positivos, marcados na região
terminal de braços longos e/ou curtos (Figura 3d).
Hyphessobrycon anisitsi
Em H. anisitsi as regiões organizadoras de nucléolos (NORs) foram observadas nos
braços curtos de 3 cromossomos: o par metacêntrico 6 e em um cromossomo subtelocêntrico
do par 10 (Figura 2b). Utilizando a coloração com os fluorocromos CMA
3
e DAPI foi
encontrado uma variação intra e interindividual de 2 a 8 cromossomos apresentando sinais
CMA
3
positivos e DAPI negativos (Figura 4).
57
Discussão
Neste trabalho foram analisados representantes de Hyphessobrycon anisitsi, H.
luetkenii, Deuterodon stigmaturus e Astyanax eigenmanniorum, sendo que as duas últimas
espécies foram coletadas em sua localidade tipo. H. luetkenii mostrou dados idênticos para as
duas bacias hidrográficas em que foi coletada, da Laguna dos Patos e do Tramandaí.
As regiões organizadoras de nucléolos (NORs) foram múltiplas nas quatro espécies
estudadas. Deuterodon stigmaturus e Hyphessobrycon luetkenii possuem pequenos sítios
AgNORs, geralmente presentes em grande quantidade e sempre localizados nos braços curtos
de cromossomos acrocêntricos, variando tanto inter quanto intraindividualmente. Em D.
stigmaturus o FISH com a sonda de DNAr 18S comprovou a grande quantidade e a
localização das AgNORs, sendo encontrados 8 cromossomos portadores desses sítios
ribossômicos.
A coloração com os fluorocromos CMA
3
e DAPI também evidenciaram marcações
semelhantes em D. stigmaturus e H. luetkenii, sendo observados pequenos sinais CMA
3
positivos nos braços curtos de cromossomos acrocêntricos coincidentes com as AgNORs em
ambas as espécies, mostrando que essas regiões são ricas em pares de bases GC que, com o
DAPI, mostraram-se negativas, isto é, pobres em bases AT.
Não dados de bandamento cromossômico para o gênero Deuterodon e para
Hyphessobrycon luetkenii, entretanto, a presença de NORs múltiplas é muito comum na
família Characidae, por exemplo, ocorre em espécies dos gêneros: Astyanax (Mizoguchi e
Martins-Santos, 1998; Kavalco e Moreira-Filho, 2003; Pazza et al., 2006), Hyphessobrycon
(Centofante et al., 2003), Piabina (Portela et al., 1988; Peres et al., 2008), entre outros.
AgNORs ricas em pares de bases GC também é comum nos representantes da família
Characidae e está presente em Salminus hilarii e S. brasiliensis (Margarido e Galetti Jr.,
58
1999), Moenkhausia sanctaefilomenae, M. intermedia, Hemigrammus marginatus (Portela-
Castro e Júlio Jr., 2002), entre outros.
Enquanto D. stigmaturus e H. lutkenii apresentam um padrão semelhante de AgNORs
e CMA
3
, as duas outras espécies mostram uma variação intra e interindividual de sítios
CMA
3
, além de A. eigenmanniorum também apresentar uma variabilidade de sítios de DNAr
18S.
A. eigenmanniorum apresentou sempre 3 cromossomos com AgNORs, que foram
também correspondentes aos sítios 18S e CMA
3
nesta espécie entretanto, pode ser observada
uma variação interindividual desses últimos sítios, caracterizando esta população como
polimórfica em relação ao número e distribuição cromossômica dos sítios ribossômicos e de
CMA
3
. Em um indivíduo de A. eigenmanniorum foram observados 4 cromossomos com
sinais 18S e CMA
3
e em outro indivíduo 3 cromossomos com sinais 18S e vários sítios
terminais CMA
3
positivos, sendo que em ambos os indivíduos alguns sinais o foram
observados nos cromossomos homólogos.
Paintner-Marques et al. (2002) que estudaram Bryconamericus aff. exodon e Pacheco
et al. (2001) que trabalharam com Astyanax altiparanae também encontraram variabilidade
nos sítios de CMA
3
e, segundo essas autoras, esta variabilidade correspondeu a mesma
variação identificada com a AgNOR. Souza et al. (2007) também encontraram uma
variabilidade para os sítios CMA
3
positivos, que na maioria dos casos estavam localizados
adjacentes aos sítios AgNOR, e os autores atribuem esta variação a um polimorfismo da
heterocromatina.
Variabilidade interindividual de sítios de DNA ribossômico já foi observada em outras
espécies e populações de peixes estudadas, como por exemplo, Astyanax scabripinnis de
diferentes
populações estudadas por Mantovani et al. (2005) e Ferro et al. (2001), diferentes
espécies de Serrasalmus analisadas por Nakayama (2007), Squalius alburnoides e S.
59
pyrenaicus analisadas por Gromicho et al. (2005) e Leporinus friderici, estudada por Galetti
Jr. et al. (1995, cit. em Ferro et al., 2001).
Ferro et al. (2001) e Gromicho et al. (2005) colocam que um tamanho muito reduzido
dos sítios de DNA ribossômico poderia dificultar a detecção dos sinais de hibridação
correspondente nos cromossomos, e os primeiros autores também não descartam a idéia de
que diferenças reais entre os indivíduos e populações estudadas possam estar ocorrendo em
relação aos sítios ribossômicos. Estas duas hipóteses podem também explicar o polimorfismo
observado em A. eigenmanniorum do presente estudo.
Peres et al. (2008) o encontraram variabilidade, mas evidenciaram a falta de sítios
ribossômicos em alguns cromossomos homólogos das espécies Astyanax scabripinnis,
Hasemania nana, Serrapinus piaba e Myleus micans, assim como observado no presente
trabalho.
Torres-Mariano e Morelli (2008) também observaram NORs múltiplas em A.
eigenmanniorum, com até seis cromossomos marcados com a prata, mas esses autores não
realizaram a técnica de hibridação para confirmar o número e a posição dos cístrons
ribossômicos e nem utilizaram o fluorocromo CMA
3
.
H. anisitsi também apresentou três cromossomos AgNORs, não sendo possível
realizar a técnica de FISH para verificar a quantidade e localização exata de cístrons
ribossômicos. Utilizando a coloração com os fluorocromos CMA
3
e DAPI também puderam
ser observadas variações intraindividuais e interindividuais em relação às regiões CMA
3
positivas assim como também o foram visualizadas marcações positivas em alguns
homólogos, como ocorreu com A. eigenmanniorum. Em H. anisitsi provavelmente, algumas
das regiões CMA
3
positivas devem corresponder aos sítios AgNORs, sendo estes ricos em
bases GC e pobre em AT, pois o DAPI mostrou-se negativo, e também podem estar
relacionadas à heterocromatina que, nesta espécie, é bem abundante e apresenta-se distribuída
60
pela região pericentromérica e terminal dos cromossomos e na forma de blocos mais
evidentes em três pares cromossômicos (Mendes et al., em preparação).
Centofante et al. (2003) também verificaram a ocorrência de até 3 cromossomos
marcados com a prata para a população de Hyphessobrycon anisitsi da população do rio
Perdizes e de até 4 cromossomos AgNORs para a população do rio Piracuama. Entretanto,
realizando a hibridação com a sonda de DNAr 18S, verificaram a presença de 10 e 13
cromossomos portadores dos cístrons ribossômicos, respectivamente. Os autores não
utilizaram fluorocromos em suas análises.
A variabilidade encontrada nos sítios de CMA
3
de H. anisitsi do presente estudo
também pode ser devida ao pequeno tamanho desses sítios ou diferenças reais podem estar
ocorrendo entre os indivíduos, assim como observado em A. eigenmanniorum. Interessante
notar que essas duas espécies pertencem a distintas bacias hidrográficas, mas possuem uma
variabilidade cariotípica, apresentando características bem diferentes das duas outras do
presente estudo que, sendo da mesma bacia hidrográfica, mostram sítios CMA
3
e de 18S
invariáveis.
Os dados apresentados indicam uma diversidade cariotípica quanto ao número e
localização de sítios de DNAr 18S, NOR e CMA
3
entre as 4 espécies estudadas, confirmando
uma variabilidade tão característica da família Characidae e mostram que, diferentes espécies
oriundas de bacias hidrográficas seguramente isoladas, mantem um nível elevado de
diferenciação cariotípica.
Referências Bibliográficas
Bertollo, L. A. C., C. S. Takahashi & O. Moreira-Filho. (1978) Cytotaxonomic considerations on
Hoplias lacerdae (Pisces, Erythrinidae). Braz. J. Genet, 1: 103-120.
Capistano, T. G., A. L. B. Portela-Castro & H. F. Julio-Jr. (2008) Chromosome divergence and NOR
polymorphism in Bryconamericus aff. iheringii (Teleostei, Characidae) in the hydrographic
61
systems of the Paranapanema and Ivai Rivers, Paraná Brazil. Genetics and Molecular
Biology, 31: 203-207.
Carvalho, M.L.; Oliveira, C; Foresti, F. (2002). Cytogenetic analysis of five species of the subfamily
Tetragonopterinae (Teleostei, Characiformes, Characidae). Caryologia 55: 181-188.
Centofante, L.; Bertollo, L.A.C.; Miyazawa, C.S.; Moreira-Filho O. (2003) Chromosomal
differentiation among allopatric populations of Hyphessobrycon anisitsi (Pisces,
Tetragonopterinae). Cytologia 68: 283-288.
Ferro, D.A.M., Neo, D.M., Moreira-Filho, O. Bertollo, L.A.C. (2001) Nuclear organizing regions, 18S
and 5S rDNA in Astyanax scabripinnis (Pisces, Characidae): populations distribution and
functional diversity. Genetica 110: 55-62.
Foresti, F. Almeida-Toledo, L. F.; Toledo, S. A. (1989) Supranumerary chromosome system, C-
banding pattern characterization and multiple nucleolus organizer regions in Moenkhausia
sanctaefilomenae (Pisces, Characidae). Genetica, 79: 107-114.
Gromicho, M.; Ozouf-Costaz, C.; Collares-Pereira, M.J. (2005) Lack of correspondence between
CMA
3
, Ag-positive signals and 28S rDNA loci in two Iberian minnows (Teleostei,
Cyprinidae) evidenced by sequential banding. Cytogenet Genome Res, 109: 507-511.
Hattori, R.S.; Daniel-Silva, M.F.Z. and Almeida-Toledo, L.F. (2007) Karyotype characterization and
gene mapping of 5S and 18 S rDNA in three species of Oligosarcus (Teleostei: Characidae).
Caryologia 60: 372-378.
Howell, W.M.; Black, D.A. (1980) Controled silver staining of nucleous organizer regions with a
protective coloidal devoloper:a 1-step method. Experientia, v. 36: 1014-1015.
Kavalco, K.F.; Moreira-Filho, O. (2003) Cytogenetical analyses in four species of the genus Astyanax
(Pisces, Characidae) from Paraíba do Sul river basin. Caryologia 56: 453-461.
Lee, M.R.; Elder, F.F.B. (1980) Yeast stimulation of bone marrow mitosis for cytogenetics
invertigations. Cytogenet. Cell. Genect. 52: 36-40.
Malacrida, A.C.P.; Dias, A.L.; Giuliano-Caetano, L. (2003) Natural triploidy in Astyanax aff.
scabripinnis (Pisces, Characidae) of the Tibagi River bay – PR. Cytologia 68: 267-270.
62
Mantovani, M.; Abel, L.D.S.; Mestriner, C.A.; Moreira-Filho, O. (2000) Accentuated polymorphism
of heterochromatin and nucleolar organizer regions in Astyanax scabripinnis (Pisces,
Characidae): tools for understanding karyotypic evolution. Genetica 109: 161-168.
Mantovani, M.; Abel, L.D.S.; Moreira-Filho, O. (2005) Conserved 5S and variable 45S rDNA
chromosomal localisation revealed by FISH in Astyanax scabripinnis (Pisces, Characidae).
Genetica, 123: 211-216.
Margarido, V.P.; Galetti Jr., P.M. (1999) Heterochromatin patterns and karyotype relationships within
and between the genera Brycon and Salminus (Pisces, Characidae). Genetics and Molecular
Biology 22: 357-361.
Mizoguchi, S.M.H.N.; Martins-Santos, I.C. (1998) Activation patterns of the nucleolar organizer
regions in Astyanax scabripinnis populations (Pisces, Characidae). Cytologia 63:259-265.
Nakayama, C.M. (2007) Citogenética molecular comparative de DAr 18S e 5S em piranhas
(Serrasalminae, Characidae) da Amazônia central. Tese de doutorado. Universidade
Federal de São Carlos.
Pacheco, R.B.; Giuliano-Caetano, L.; Dias, A.L. (2001) Cytotypes and multiple NORs in an Astyanax
altiparanae population (Pisces, Tetragonopterinae). Chromosome Science 5: 109-114
Paintner-Marques, T.R.; Giuliano-Caetano, L.; Dias, A.L. (2002) Multiple NORs in Bryconamericus
aff. exodon (Osteichthyes, Characidae, Tetragonopterinae). Hereditas 137: 107-112.
Pazza, R.; Kavalco, K.F., Bertollo, L.A.C. (2006) Chromosome polymorphism in Astyanax fasciatus
(Teleostei, Characidae) I Karyotypic analysis, AgNORs and mapping of the 18S and 5S
ribosomal genes in sympatric karyotypes and their possible hybrid forms. Cytogenet Genome
Res 112: 313-319.
Peres, W.A.M.; Bertollo, L.A.C.; Moreira-Filho, O. (2008) Physical mapping of the 18S and 5S
ribosomal genes in nine Characidae species (Teleostei, Characiformes). Genetics and
Molecular Biology, 31: 222-226.
Portela-Castro, A.L.B.; Júlio Jr., H.F. (2002) Karyotype relationships among species of subfamily
Tetragonopterinae (Pisces, Characidae): cytotaxonomy and evolution aspects. Cytologia, 67:
329-336.
63
Portela, A.L.B.S.; Galetti Jr., P.M.; Bertollo, L.A.C. (1988) Considerations on the chromosome
evolution of Tetragonopterinar (Pisces, Characidae). Revista Brasileira de Genética 11: 307-
316.
Rubert, M. and Margarido, V.P., (2007) Cytogenetic studies in three species of the genus Oligosarcus.
Brazilian Archives of Biology and Technology 50: 127-135.
Souza, L.S.; Venere, P.C.; Moreira-Filho, O. (2007) Constitutive heterochromatin and AgNOR
polymorphisms in the small characid fish Astyanax scabripinnis (Jenyns, 1842). Cytologia 72
(1): 63-69.
Souza, I.L.; Santos-Silva, L.K.; Venere, P.C.; Moreira-Filho, O. (2008) Molecular cytogenetics of
Salminus fish (Characiformes) based on 5S and 18S rRNA genes hybridization, fluorochrome
staining and C-banding. Micron 39: 1036-1041.
Schweizer D. (1980) Simultaneous fluorescent staining of R bands and specific heterochromatic
regions (DA/DAPI) in humans chromosomes. Cytogenet Cell Genet, 27: 190-193.
Swarça, A.C.; Cestari, M.M. Giuliano-Caetano, L.; Dias, A.L. (2001) Cytogenetic characterization of
the large South American siluriform fish species Zungaro zungaro. Chromosome Science 5:
51-55.
Torres-Mariano, A.R.; Morelli, S. (2008) B chromosomes in a population of Astyanax
eigenmanniorum (Characiformes, Characidae) from the Araguari River Basin (Uberlândia,
MG, Brazil). Genetics and Molecular Biology 31: 246-249.
Vicari, M.R.; Noleto, R.B.; Artoni, R.F.; Moreira-Filho, O.; Bertollo, L.A.C. (2008) Comparative
cytogenetics among species of the Astyanax scabripinnis complex. Evolutionary and
biogeographical inferences. Genetics and Molecular Biology, 31, 1 (supp l): 173-179.
64
Figura 1 Metáfases de Deuterodon stigmaturus: (a) AgNOR, (b) sobreposição de metáfases
com os fluorocromos DAPI e CMA
3
, (c) FISH com a sonda de DNAr 18S; e de
Hyphessobrycon luetkenii: (d) AgNOR; (e) sobreposição de metáfases com os fluorocromos
DAPI e CMA
3
65
Figura 2 Metáfases somáticas de: (a) Astyanax eigenmanniorum e (b) Hyphessobrycon
anisitsi submetidas à técnica de impregnação por nitrato de prata. As setas indicam as regiões
organizadoras de nucléolo (RONs).
66
Figura 3 Metáfases somáticas de Astyanax eigeinmanniorum: (a) e (c) FISH com a sonda
de DNAr 18S; (b) e (d) sobreposição de metáfases com os fluorocromos DAPI e CMA
3
. As
setas indicam as regiões cromossômicas CMA
3
positivas.
67
Figura 4 Sobreposição de metáfases com os fluorocromos DAPI e CMA
3
de diferentes
indivíduos de Hyphessobrycon anisitsi. Em destaque os cromossomos com sítios CMA
3
positivos.
68
4 - Consideraçoes Finais
1. No presente trabalho foram analisados representantes de Deuterodon stigmaturus e
Astyanax eigenmanniorum coletados na localidade tipo, sendo apresentados os primeiros
dados citogenéticos para as espécies D. stigmaturus e Hyphessobrycon luetkenii.
2. Astyanax eigenmanniorum apresentou o número cromossômico diplóide igual a 48 e
Deuterodon stigmaturus, Hyphessobrycon luetkenii e H. anisitsi apresentaram 2n=50
cromossomos, que é um número cromossômico diplóide muito comum entre os representantes
da família Characidae.
3. As espécies analisadas mostraram diferentes fórmulas cariotípicas. D. stigmaturus
apresentou 8m+6sm+2st+34a e NF=66; H. luetkenii apresentou 6m+8sm+36a e NF=64; H.
anisitsi mostrou 18m+10sm+6st+16a com NF=84 e A. eigenmanniorum apresentou
10m+16sm+10st+12a com NF=84.
4. D. stigmaturus e H. luetkenii apresentaram uma grande quantidade de cromossomos
acrocêntricos, característica pouco comum entre os representantes da família Characidae.
5. A análise da heterocromatina mostrou um padrão de distribuição semelhante nas espécies
A. eigenmanniorum, D. stigmaturus e H. luetkenni, sendo observada fracamente distribuída
pela região pericentromérica
69
6. Em H. anisitsi a heterocromatina apresentou-se distribuída pela região pericentromérica e
terminal dos cromossomos, sendo que alguns cromossomos apresentaram blocos
heterocromáticos conspícuos.
7. As regiões organizadoras de nucléolos (NORs) foram múltiplas nas quatro espécies
estudadas.
8. Deuterodon stigmaturus e Hyphessobrycon luetkenii possuem um padrão semelhante de
sítios AgNORs, que o muito pequenos, estando presentes, na maioria das vezes, em grande
quantidade e sempre localizados no braço curto de cromossomos acrocêntricos, variando tanto
inter quanto intraindividualmente.
9. Em D. stigmaturus o FISH com a sonda de DNAr 18S evidenciou 8 sítios ribossômicos,
confirmando a grande quantidade destes sítios nesta espécie.
10. A coloração com os fluorocromos CMA
3
e DAPI também evidenciaram marcações
semelhantes em D. stigmaturus e H. luetkenii, sendo observados pequenos sinais CMA
3
positivos nos braços curtos de cromossomos acrocêntricos, correspondentes aos sítios
AgNORs.
11. A. eigenmanniorum e H. anisitsi apresentaram sempre 3 cromossomos com
AgNORs,
correspondentes a alguns sítios CMA
3,
os quais mostraram variação tanto inter quanto
intraindividual em ambas as espécies, não sendo visualizadas marcações positivas em alguns
cromossomos homólogos.
70
12. Em A. eigenmanniorum pode ser observada uma variação interindividual dos sítios de
DNAr 18S, caracterizando esta população como polimórfica em relação ao número e
distribuição cromossômica desses cístrons ribossômicos.
13. O fluorocromo DAPI não evidenciou marcações fluorescentes em nenhuma das espécies.
14. Os dados apresentados indicam uma diversidade cariotípica entre as 4 espécies estudadas,
confirmando uma variabilidade tão característica da família Characidae
71
5 – Referências Bibliográficas
Alberdi, A.J.; Fenocchio, A.S. (1997) Karyotypes of five Tetragonopterinae Species (Piesces,
Characidae) from Argentina. Cytologia, 62: 171-176.
Almeida-Toledo, L.F. 2000 Karyotypic evolution in Neotropical freshwater fish. Chromosome Today
13: 169-181.
Almeida-Toledo L.F.; Ozouf-Costaz C.; Foresti, F.; Bonilo, C.; Porto-Foresti, F.; Daniel-Silva, M.F.Z.
(2002) Conservation of the 5S-bearing chromosome pair and co-localization with major rDNA
clusters in five species of Astyanax (Pisces, Characidae). Cytogenet Genome Res 97:229-233.
Alves, A.A., Martins-Santos I.C (2002) Cytogenetics studies in two populations of Astyanax
scabripinnis with 2n=48 Chromosomes (Teleostei, Characidae). Cytologia 67: 117-122.
Araújo, A.C.S.; Morelli, S. (2002) Estudo cariotípico da população de Astyanax scabripinnis (Pisces –
Characidae) da nascente do córrego Jataí, Uberlândia – MG. Horizonte científico, 1: 1-16.
Arefjev, V. A. 1990. Problems of karyotypic variability in the family Characidae (Pisces,
Characiformes) with the description of somatic karyotypes for six species of tetras.
Caryologia, 43 (3-4): 305-319.
Artoni, R.F.; Falcão, J.D.N.; Moreira, O.; Bertollo, L.A.C. (2001) An uncommon condition for a sex
chromosome system in Characidae fish. Distribution and differentiation of the ZZ/ZW system
in Triportheus. Chromosome Research 9: 449-456.
72
Artoni, R.F.; Bertollo, L.A.C. (2002) Evolutionary aspects of the ZZ/ZW sex chromosome system in
the Characidae fish, genus Triportheus. A monophyletic state and NOR location on the W
chromosome Heredity 89: 15-19.
Artoni, R.F.; Shibatta, O.A.; Gross, M.C.; Schneider, C.H., Almeida, M.C.; Vicari, M.R.; Bertollo,
L.A.C. (2006) Astyanax aff. Fasciatus Cuvier, 1819 (Teleostei, Characidae): evidences of a
species complex in the upper rio Tibagi basin (Paraná, Brazil). eotropical Ichthyology, 4:
197-202.
Bertollo, L.A.C.; Takahashi, C.S.; Moreira-Filho, O. (1978). Cytotaxonomic considerations on
Hoplias lacerdae (Pisces, Erythrinidae). Braz. J. Genet. 1: 103-120.
Biavati, S.H.; Maistro, E.L. (2007) Cytogenetical analyses in three Astyanax scabrippinis populations
(Pisces, Characidae) from Minas Gerais state, Brazil. Cytologia, 72 (3): 357-361.
Capistano, T. G., A. L. B. Portela-Castro & H. F. Julio-Jr. (2008) Chromosome divergence and NOR
polymorphism in Bryconamericus aff. iheringii (Teleostei, Characidae) in the hydrographic
systems of the Paranapanema and Ivai Rivers, Paraná Brazil. Genetics and Molecular
Biology, 31: 203-207.
Carvalho, M.L.; Oliveira, C; Foresti, F. (2002a). Cytogenetic analysis of five species of the subfamily
Tetragonopterinae (Teleostei, Characiformes, Characidae). Caryologia 55: 181-188.
Carvalho, M.L.; Oliveira, C.; Navarrete, M.C.; Froehlich, O.; Foresti, F. (2002b) Nuclear DNA
content determination in Characiformes fish (Teleostei, Ostariophysi) from the Neotropical
region: Genetics and Molecular Biology 25: 49-55.
73
Centofante, L; Bertollo, L.A.C.; Miyazawa, C.S.; Moreira-Filho, O. (2003a) Chromosomal
differentiation among allopatric populations of Hyphessobrycon anisitsi (Pisces,
Tetragonopterinae). Cytologia 68: 283-288.
Centofante, L.; Bertollo, L.A.C.; Justi, A.J., Moreira-Filho, O. (2003b) Correlation of chromosomal
and morphologic characters in two Astyanax species (Teleostei, Characidae). Ichthyological
Exploration Freshwaters, 14: 361-368.
Centofante, L.; Bertollo, L.A.C.; Moreira-Filho, O. (2006) Chromosomal differentiation between
populations of Oligosarcus hepsetus (Teleostei, Characidae) from small tributaries at opposite
margins of the Paraíba do Sul river (Brazil). Brazilian Archives of Biology and Technology,
49: 981-987.
Daniel-Silva, M.F.Z.; Almeida Toledo, L.F. (2001) Chromosome R-banding pattern and conservation
of a marker chromosome in four species, genus Astyanax (Characidae, Tetragonopterinae).
Caryologia, 54: 209-215.
Diniz, D.; Moreira-Filho, O.; Bertollo, L.A.C. (2008) Molecular cytogenetics and characterization of a
ZZ/ZW sex chromosome system in Triportheus nematurus (Characiformes, Characidae).
Genetica, 133: 85-91.
Domingues, M.S.; Vicari, M.V.; Abilhoa, V.; Wamser, J.P.; Cestari, M.M., Bertollo, L.A.C., Almeida,
M.C.; Artoni, R.F. (2007) Cytogenetic and comparative morphology at two allopatric
populations of Astyanax altiparanae Garuti & Britski, 2000 (Teleostei, Characidae) from
upper rio Paraná basin. eotropical Ichthyology 5: 37-44.
Falcão, J.N.; Bertollo, L.A.C., (1985) Chromosome characterization in Acestrorhynchinae and
Cynopotaminae (Pisces, Characidae). J. Fish Biol. 27: 603-610.
74
Fauaz, G.; Vicente, V.E.; Moreira-Filho, O. (1994) Natural triploidy and B chromosomes in the
neotropical fish genus Astyanax (Characidae). Rev. Bras. Genet., 17: 107-114.
Fazoli, L.C.; Silva, V.A.B.; Portela-Castro, A.L.B.; Júlio Jr. H.F. (2003) Chromosome characterization
of Astyanax sp. B (Characidae, Tetragonopterinae), an endemic species of the Iguaçu river,
Paraná, Brazil. Cytologia, 68: 289-293.
Fernandes, C.A.; Martins-Santos, I.C. (2003) Cytogenetic characterizaton of two populations of
Astyanax scabripinnis (Pisces, Characiformes) of the Ivaí Basin PR Brazil. Cytologia, 68:
289-293.
Fernandes C.A.; Martins-Santos I.C. (2004) Cytogenetic studies in two populations of Astyanax
altiparanae (Pisces, Characidae). Hereditas 141: 328-332
Fernandes C.A.; Martins-Santos I.C. (2005) Sympatric occurrence of three cytotypes and four
mophological types of B-chromosomes of Astyanax scabripinnis (Pisces, Characidae) in the
river Ivaí basin, state of Paraná, Brazil. Genetica 124: 301-306.
Fernandes C.A.; Martins-Santos I.C. (2006) Mapping of the 18S and 5S ribossomal RNA genes in
Astyanax altiparanae Garutti & Britski, 2000 (Teleostei, Characidae) from the upper Paraná
river basin, Brazil. Genet Mol Biol 29: 464-468.
Ferro, D.A.M., Neo, D.M., Moreira-Filho, O. Bertollo, L.A.C. (2001) Nuclear organizing regions, 18S
and 5S rDNA in Astyanax scabripinnis (Pisces, Characidae): populations distribution and
functional diversity. Genetica 110: 55-62.
75
Ferro, D.A.M.; Moreira-Filho, O.; Bertollo, L.A.C. (2003) B-chromosome polymorphism in the fish
Astyanax scabripinnis. Genetica, 119: 147-153.
Foresti, F. Almeida-Toledo, L. F.; Toledo, S. A. (1989) Supranumerary chromosome system, C-
banding pattern characterization and multiple nucleolus organizer regions in Moenkhausia
sanctaefilomenae (Pisces, Characidae). Genetica, 79: 107-114.
Graça, W. J. ; Pavanelli, C. S. (2007) Peixes da planície de inundação do alto rio Paraná e áreas
adjacentes. 1º edição: Editora da Universidade Estadual de Maringá, Maringá, Paraná. 241p.
Gromicho, M.; Ozouf-Costaz, C.; Collares-Pereira, M.J. (2005) Lack of correspondence between
CMA
3
, Ag-positive signals and 28S rDNA loci in two Iberian minnows (Teleostei,
Cyprinidae) evidenced by sequential banding. Cytogenet Genome Res, 109: 507-511.
Gross, M.C.; Schneider, C.H.; Matiello, M.C.A.;Leite, M.L.; Bertollo, L.A.C.; Artoni, R.F. (2004)
Population structure, fluctuating asymmetry and genetic variability in an endemic and highly
isolated Astyanax fish population (Characidae), Genet Mol Biol, 27: 529-535.
Hashimoto, D.T.; Gonçalves, V.R.; Bortolozzi, J.; Foresti, F.; Porto-Foresti, F. (2008) First report of a
B chromosome in a natural population of Astyanax altiparanae (Characiformes, Characidae).
Genetics and Molecular Biology, 31, 1 (suppl): 275-278.
Hattori, R.S.; Daniel-Silva, M.F.Z. and Almeida-Toledo, L.F. (2007) Karyotype characterization and
gene mapping of 5S and 18 S rDNA in three species of Oligosarcus (Teleostei: Characidae).
Caryologia 60: 372-378.
Howell, W.M.; Black, D.A. (1980) Controled silver staining of nucleous organizer regions with a
protective coloidal devoloper:a 1-step method. Experientia, v. 36: 1014-1015.
76
Jin, S.N.; Toledo, V. (1975). Citogenética de Astyanax fasciatus e Astyanax bimaculatus (Characidae,
Tetragonopterinae) Ciência e Cultura, 27: 1122-1124.
Kantek, D.L.Z.; Fenocchio, A.S.; Cestari, M.M. (2003) Cytogenetic characterization and NOR
polymorphism in Astyanax sp. C (Tetragonopterinae, Characidae) from the First Plateau of the
Iguaçu River (Paraná State, Brazil). Cytologia 68: 19-24.
Kantek, D.L.Z., Noleto, R.B.; Fenochio, A.S.; Cestari, M.M. (2007) Cytotaxonomy, heterochromatic
polymorphism and natural triploidy of a species of Astyanax (Pisces, Characidae) endemic to
the Iguaçu river basin. Brazilian Arch Biol Techonol 50: 67-74.
Kantek, D.L.Z.; Noleto, R.B.; Maurutto, F.A.M.; Bertollo, L.A.C.; Moreira-Filho, O.; Cestari, M.M.
(2008a) Cytotaxonomy of Astyanax (Characiformes, Characidae) from the upper Igraçu river
basin: conformation of the occurrence of distinct evolutionary units. Journal of Fish Biology,
73, 2012-2020.
Kantek, D.L.Z.; Cipriano, R.R.; Noleto, R.B.; Fenochio, A.S.; Artoni, R.F.; Cestari, M.M. (2008b)
Population analysis of a chromosome polymorphism in Astyanax (Teleostei, Characiformes)
species endemic to the Iguaçu River. Genetics and Molecular Biology, 31 (1): 239-242.
Kavalco, K.F.; Moreira-Filho, O. (2003) Cytogenetical analyses in four species of the genus Astyanax
(Pisces, Characidae) from Paraíba do Sul river basin. Caryologia 56: 453-461.
Kavalco, K.F.; Pazza,R.; Bertollo, L.A.C.; Moreira-Filho, O. (2004) Gene mapping of rDNA sites in
eight fish species from the Paraíba do Sul river basin, Brazil. Cytogenet Genome Res 106:
107-110.
77
Kavalco, K.F.; Pazza,R.; Bertollo, L.A.C.; Moreira-Filho, O. (2005) Molecular cytogenetics of
Oligosarcus hepsetus (Teleostei, Characiformes) from two Brazilian locations. Genetica 124:
85-91.
Kavalco, K.F.; Almeida-Toledo, L.F. (2007) Molecular cytogenetics of blind mexican tetra and
comments on the karyotypic characteristics of genus Astyanax (Teleostei, Characidae).
Zebrafish, 4 (2): 103-111.
Kavalco, K.F.; Pazza, R.; Bertollo, L.A.C.; Moreira-Filho, O. (2007) Satélite DNA sites of four
species of the genus Astyanax (Teleostei, Characiformes). Genet Mol Biol 30: 329-335.
Kavalco, K.F.; Pazza, R.; Almeida-Toledo, L.F. (2008) Astyanax bockmanni Vari and Castro, 2007: an
ambiguous karyotype in the Astyanax genus. Genetica.
Kirby, R.F.; Thompson, K.W.; Hubbs C.L. (1977) Karyotypic similarities between the mexican and
blind tetras. Copeia, 1977 (3): 578-580.
Lee, M.R.; Elder, F.F.B. (1980) Yeast stimulation of bone marrow mitosis for cytogenetics
invertigations. Cytogenet. Cell. Genect. 52: 36-40.
Levan, A.; Fredga, K.; Sandberg, A.A. (1964) Nomenclature for centromeric position on
chromosomes. Hereditas 52: 201-220.
Lima, F. C. T.; Malabarba, L.R.; Buckup, P.A.; Silva, J.F.P.; Vari, R.P.; Harold, H.; Benine, R.;
Oyakawa, O.; Pavanelli, C.S.; Menezes, N.A.; Lucena, C.A.S.;Malabarba, M.C.S.L.; Lucena,
Z.M.S.;Reis, R.E.; Langeani, F.; Cassati, L.; Bertaco, V.A.; Moreira, C.; Lucinda, P.H.F.
(2003). Genera incertae sedis in Characidae. In: Reis, R.E.; Kullander, S.O.; Ferraris, J.R.C.J.
78
(eds) Check List of the Freshwater Fishes of South and Central America, 1
st
edn.
Edipucrs, Porto Alegre, RS.
Lucena, C. A. S. (1993) Estudos filogenéticos da família Characidae com uma discussão dos
grupos naturais propostos (Teleostei, Osttaharophysi, Characiformes). Tese de
Doutorado. Instituto de Biociências – USP, São Paulo, 158p.
Maistro, E.L.; Foresti, F.; Oliveira, C.; Almeida-Toledo, L.F. (1992) Occurence of macro B
chromosomes in Astyanax scabripinnis paranae (Pisces, Characiformes, Characidae).
Genética 87: 101-106.
Maistro, E. L.; Dias, A. L.; Foresti, F.; Oliveira, C.; Moreira-Filho, O. (1994) Natural triploidy in
Astyanax scabripinnis (Pisces, Characidae) and simultaneous occurrence of macro B-
chromosomes. Caryologia, vol. 47, n. 3-4: 233-239.
Maistro, E.L.; Oliveira, C.; Foresti, F. (2000) Sympatric occurence of two cytotypes of Astyanax
scabripinnis (Characiformes, Characidae) Genet Mol Biol, 23: 365-369.
Malacrida, A.C.P.; Dias, A.L.; Giuliano-Caetano, L. (2003) Natural triploidy in Astyanax aff.
scabripinnis (Pisces, Characidae) of the Tibagi River bay – PR. Cytologia 68: 267-270.
Mantovani, M.; Abel, L.D.S.; Mestriner, C.A.; Moreira-Filho, O. (2000) Accentuated polymorphism
of heterochromatin and nucleolar organizer regions in Astyanax scabripinnis (Pisces,
Characidae): tools for understanding karyotypic evolution. Genetica 109: 161-168.
Mantovani, M.; Abel, L.D.S.; Moreira-Filho, O. (2005) Conserved 5S and variable 45S rDNA
chromosomal localisation revealed by FISH in Astyanax scabripinnis (Pisces, Characidae).
Genetica, 123: 211-216.
79
Margarido, V.P.; Galetti Jr., P.M. (1999) Heterochromatin patterns and karyotype relationships within
and between the genera Brycon and Salminus (Pisces, Characidae). Genetics and Molecular
Biology 22: 357-361.
Martinez, E.R.M.; Oliveira, C.; Júlio-Jr., H.F. (2004) Cytogenetic analysis of species of the genera
Acestrorhynchus, Oligosarcus and Rhaphiodon (Teleostei: Chraraciformes). Caryologia, 57:
294-299.
Matoso, D.A.; Vicari, M.R.; Almeida, M.C.; Shibatta, O.A.; Moreira-Filho, O.; Bertollo, L.A.C.;
Artoni, R.F. (2002) Karyotypic studies in the Characidae fish, genus Astyanax. An endemic
and highly isolated population of Astyanax sp. Cytologia, 67: 123-128.
Medrado, A.S.; Figueiredo, A.V.A.; Waldschimidt, A.M.; Affonso, P.R.A.M.; Carneiro, P.L.S.;
(2008) Cytogenetic and morphological diversity in populations of Astyanax fasciatus
(Teleostei, Characidae) from Brazilian northeasters river basins. Genetics and Molecular
Biology, 31 (1): 208-214.
Menezes, N. A.; Weitzman, S.H.; Oyakawa, O.T.; Lima, F.C.T.; Castro, R.M.C.; Weitzman, M.J.
(2007) Peixes de água doce da Mata Atlântica Lista preliminar das espécies e
comentários sobre conservação de peixes de água doce neotropicais. São Paulo: Museu de
Zoologia – Universidade de São Paulo. 408 p.
Mestriner, C.A.; Galetti Jr., P.M.; Valentini, S.R.; Ruiz, I.R.G.; Abel, L.D.S., Moreira-Filho, O.;
Camacho, J.P.M. (2000). Structural and functional evidence that B-chromosome in the
characidae fish Astyanax scabripinnis is an isochromosome. Heredity, 85: 1-9.
80
Mizoguchi, S.M.H.N., Martins-Santos, I.C. (1997) Macro- and micro-chromosomes B in females of
Astyanax scabripinnis (Pisces, Characidae). Hereditas 127: 249-253.
Mizoguchi, S.M.H.N.; Martins-Santos, I.C. (1998a) Activation patterns of the nucleolar organizer
regions in Astyanax scabripinnis populations (Pisces, Characidae). Cytologia 63:259-265.
Mizoguchi, S.M.H.N; Martins-Santos, I.C. (1998b) Cytogenetic and morphometric differences in
populations of Astyanax “scabripinnis” (Pisces, Characidae) from Maringá region, PR, Brazil.
Genet Mol Biol 21: 55-61.
Moreira-Filho, O.; Bertollo, L.A.C. (1991) Astyanax scabripinnis (Pisces, Characidae): a species
complex. Brazilian J Genet, 14: 331-357.
Moreira-Filho, O.; Fenocchio, A.S.; Pastori, M.C.; Bertollo, L.A.C. (2001) Occurrence of a
metacentric macrochromosome-B in different species of the genus Astyanax (Pisces,
Characidae, Tetragonopterinae). Cytologia, 66: 59-64
Moreira-Filho, O.; Galetti Jr. P.M., Bertollo, L.A.C. (2004) B-chromosomes in the fish Astyanax
scabripinnis (Characidae, Tetragonopterinae). An overview in natural populations.
Cytogenetic Genome Res. 106: 230-234.
Morelli S.; Bertollo L.A.C.; Foresti, F.; Moreira-Filho, O.; Toledo-Filho, S.A. (1983) Cytogenetic
considerations on the genus Astyanax (Pisces, Characidae) I Karyotypic variability.
Caryologia 36: 235-244.
Nakayama, C.M. (2007) Citogenética molecular comparative de DAr 18S e 5S em piranhas
(Serrasalminae, Characidae) da Amazônia central. Tese de doutorado. Universidade
Federal de São Carlos.
81
Neo, D.M.; Bertollo, L.A.C.; Moreira-Filho, O. (2002a) Morphological differentiation and possible
origin of B Chromosomes in natural population of Astyanax scabripinnis (Pisces, Characidae)
Genética, 108: 211-215.
Nirchio, M.; Oliveira, C.; Ferreira, I.A.; Granado, A.; Ron, E. (2007) Extensive polymorphism and
chromosomal characteristics of ribosomal DNA in the characid fish Triportheus venezuelensis
(Characiformes, Characidae). Genetics and Molecular Biology, 30, 1: 25-30.
Oliveira, C.; Almeida-Toledo, L. F.; Foresti, F.; Britski, H. A.; Toledo-Filho, S. A. (1988)
Chromosome formulae of neotropical freshwater fishes. Rev. Bras. Genet., 11 (3): 577-624.
Pacheco, R.B. (2001) Estudos citogenéticos em diferentes populações de Astyanax altiparanae
(Pisces, Tetragonopterinae). Dissertação de Mestrado. Universidade Estadual de Londrina,
Paraná. 97p.
Paintner-Marques, T.R.; Giuliano-Caetano, L.; Dias, A.L. (2002a) Karyotypic Diversity in a
Bryconamericus aff. exodon Population (Characidae, Tetragonopterinae). Cytologia 67: 397-
402.
Paintner-Marques, T.R.; Giuliano-Caetano, L.; Dias, A.L. (2002b) Multiple NORs in Bryconamericus
aff. exodon (Osteichthyes, Characidae, Tetragonopterinae). Hereditas 137: 107-112.
Paintner-Marques, T.R.; Giuliano-Caetano, L.; Dias, A.L. (2003) Cytogenetic characterization of a
population of Bryconamericus aff. Iheringii (Characidae,Tetragonopterinae). Genetics and
Molecular Biology 26: 145-149.
82
Pamponet, V.C.C.; Carneiro, P.L.S.; Affonso, P.R.A.M; Miranda, V.S.; Silva Jr., J.C.; Oliveira, C.G.;
Gaiotto, F.A. (2008) A multi-approach analysis of the genetic diversity in populations of
Astyanax aff. bimaculatus Linnaeus, 1758 (Teleostei: Characidae) from Northeastern.
eotropical Ichthyology 6(4): 621-630.
Pazza, R.; Kavalco, K.F., Bertollo, L.A.C. (2006) Chromosome polymorphism in Astyanax fasciatus
(Teleostei, Characidae) I Karyotypic analysis, AgNORs and mapping of the 18S and 5S
ribosomal genes in sympatric karyotypes and their possible hybrid forms. Cytogenet Genome
Res 112: 313-319.
Pazza, R.; Kavalco, K. F. (2007) Chromosomal evolution in the neotropical characin Astyanax
(Teleostei, Characidae). The nucleus 50 (3): 519-543.
Pazza, R.; Kavalco, K.F.; Bertollo, L.A.C. (2008) Chromosome polymorphism in Astyanax fasciatus
(Teleostei, Characidae). 2 Chromosomal location of a satellite DNA. Cytogenet Genome
Res, 122: 61-66.
Peres, W.A.M.; Bertollo, L.A.C.; Moreira-Filho, O. (2008) Physical mapping of the 18S and 5S
ribosomal genes in nine Characidae species (Teleostei, Characiformes) Genetics and
Molecular Biology 31: 222-226.
Portela, A.L.B.S.; Galetti Jr., P.M.; Bertollo, L.A.C. (1988) Considerations on the chromosome
evolution of Tetragonopterinar (Pisces, Characidae). Revista Brasileira de Genética 11: 307-
316.
Portela-Castro, A.L.B.; Júlio Jr., H. F.; Nishiyama, P.B. (2001) New occurrence of
microchromosomes B in Moenkhausia sanctaefilomenae (Pisces, Characidae) from the Paraná
River of Brazil: analysis of the synaptonemal complex. Genetica 110: 277-283.
83
Portela-Castro, A.L.B.; Júlio Jr., H.F. (2002) Karyotype relationships among species of subfamily
Tetragonopterinae (Pisces, Characidae): cytotaxonomy and evolution aspects. Cytologia 67:
329-336.
Portela-Castro, A.L.B.; Julio, H.F.; Martins-Santos, I.C.; Pavanelli, C.S. (2008) Occurrence of two
cytotypes in Bryconamericus aff. iheringii (Characidae): karyotype analysis by C- and G-
banding and replication bands. Genetica 133: 113-118.
Reis, R.E.; Kullander, S.O.; Ferraris, J.R.C.J. (eds) (2003) Check List of the Freshwater Fishes of
South and Central America, 1
st
edn. Edipucrs, Porto Alegre, RS.
Rocon-Stange, E.A.; Almeida-Toledo, L.F. (1993) Supernumerary B-Chromosomes restricted to
males in Astyanax scabripinnis (Pisces, Characidae). Brazilian J Genet, 16: 601-615.
Rubert, M. and Margarido, V.P. (2007) Cytogenetic studies in three species of the genus Oligosarcus.
Brazilian Archives of Biology and Technology 50: 127-135.
Salvador, L.B.; Moreira-Filho, O. (1992) B chromosomes in Astyanax scabripinnis (Pisces,
Characidae). Heredity 69: 50-56.
Sànchez, S.; Jorge, L.C. A New reporto f the ZZ/ZW sex chromosome system in the genus
Triportheus (Pisces, Triporthinae). Cytologia 64: 395-400, 1999.
Santos, A.C.; Morelli, S. (2006). Comparação Citogenética de duas populações de Astyanax
scabripinnis (Pisces, Characidae) da região do triangulo mineiro. Bioscience Journal, 22:
145-150.
84
Schweizer D. (1980) Simultaneous fluorescent staining of R bands and specific heterochromatic
regions (DA/DAPI) in humans chromosomes. Cytogenet Cell Genet, 27: 190-193.
Souza I.L.; Moreira-Filho, O. (1995) Cytogenetic diversity in the Astyanax scabripinnis species
complex (Pisces, Characidae) I – Allopatric distribution in a small stream. Cytologia 60: 1-11.
Souza I.L.; Moreira-Filho, O.; Galetti Jr., P.M. (1996) Heterochromatin differentiations in the characid
fish Astyanax scabripinnis. Brazilian J. Genet 19: 405-410.
Souza, L.S.; Venere, P.C.; Moreira-Filho, O. (2007) Constitutive heterochromatin and AgNOR
polymorphisms in the small characid fish Astyanax scabripinnis (Jenyns, 1842). Cytologia 72
(1): 63-69.
Souza, I.L.; Santos-Silva, L.K.; Venere, P.C.; Moreira-Filho, O (2008) Molecular cytogenetics of
Salminus fish (Characiformes) based on 5S and 18S rRNA genes hybridization, fluorochrome
staining and C-banding. Micron, 39: 1036-1041.
Sumner, A. T. (1972). A simple technique for demonstrating centromeric heterochromatin.
Experimental Cell Research, 75: 304-306.
Swarça, A.C.; Cestari, M.M. Giuliano-Caetano, L.; Dias, A.L. (2001) Cytogenetic characterization of
the large South American siluriform fish species Zungaro zungaro. Chromosome Science 5:
51-55.
Torres-Mariano, A.R.; Morelli, S. (2008) B chromosomes in a population of Astyanax
eigenmanniorum (Characiformes, Characidae) from the Araguari River Basin (Uberlândia,
MG, Brazil). Genetics and Molecular Biology 31: 246-249.
85
Venere, P.C.; Pfister, S.C.; Moreira-Filho, O.; Galetti Jr. P.M. (1997) Chromosomal characterization
in Characinae and Cynopotaminae (Pisces, Characidae). Cytobios 92: 123-131.
Vicari, M.R.; Noleto, R.B.; Artoni, R.F.; Moreira-Filho, O.; Bertollo, L.A.C. (2008a) Comparative
cytogenetics among species of the Astyanax scabripinnis complex. Evolutionary and
biogeographical inferences. Genetics and Molecular Biology, 31, 1 (supp l): 173-179.
Vicari, M.R.; Artoni, R.F.; Moreira-Filho, O.; Bertollo, L.A.C. (2008) Colocalization of repetitive
DNAs and silencing of major rRNA genes. A case report of the fish Astyanax janeiroensis.
Cytogenet Genome Res, 122: 67-72
Vicente, V.E.; Moreira-Filho, O.; Camacho, J.P.M. (1996) Sex-ratio distortion associated with the
presence of a B chromosomes in Astyanax scabripinnis (Teleostei, Characidae). Cytogenet
Cell Genet, 74: 70-75.
Wasko, A.P.; Galetti Jr., P.M. (1998) Karyotype diversity in the neotropical fish Bryconamericus
(Characidae, Tetragonopterinae). Cytobios 94: 185-193.
Wasko, A.P.; Galetti, Jr., P.M. (1999) Extensive NOR variability in fishes of the genus
Bryconamericus (Characidae). Cytologia, 64: 63-67.
Wasko, A.P.; Venere, P.C.; Galetti Jr., P.M. (1996) Chromosome divergences between two sympatric
characid fishes of the genus Bryconamericus. Brazilian Journal of Genetics 19: 225-230.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Incertae_sedis
, acessado no dia 20 de outubro de 2008.
Livros Grátis
( http://www.livrosgratis.com.br )
Milhares de Livros para Download:
Baixar livros de Administração
Baixar livros de Agronomia
Baixar livros de Arquitetura
Baixar livros de Artes
Baixar livros de Astronomia
Baixar livros de Biologia Geral
Baixar livros de Ciência da Computação
Baixar livros de Ciência da Informação
Baixar livros de Ciência Política
Baixar livros de Ciências da Saúde
Baixar livros de Comunicação
Baixar livros do Conselho Nacional de Educação - CNE
Baixar livros de Defesa civil
Baixar livros de Direito
Baixar livros de Direitos humanos
Baixar livros de Economia
Baixar livros de Economia Doméstica
Baixar livros de Educação
Baixar livros de Educação - Trânsito
Baixar livros de Educação Física
Baixar livros de Engenharia Aeroespacial
Baixar livros de Farmácia
Baixar livros de Filosofia
Baixar livros de Física
Baixar livros de Geociências
Baixar livros de Geografia
Baixar livros de História
Baixar livros de Línguas
Baixar livros de Literatura
Baixar livros de Literatura de Cordel
Baixar livros de Literatura Infantil
Baixar livros de Matemática
Baixar livros de Medicina
Baixar livros de Medicina Veterinária
Baixar livros de Meio Ambiente
Baixar livros de Meteorologia
Baixar Monografias e TCC
Baixar livros Multidisciplinar
Baixar livros de Música
Baixar livros de Psicologia
Baixar livros de Química
Baixar livros de Saúde Coletiva
Baixar livros de Serviço Social
Baixar livros de Sociologia
Baixar livros de Teologia
Baixar livros de Trabalho
Baixar livros de Turismo