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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA
“JÚLIO DE MESQUITA FILHO”
FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E VETERINÁRIAS
CAMPUS DE JABOTICABAL
EXPOSIÇÃO CRÔNICA E CÍCLICA AO CALOR EM
FRANGOS DE CORTE: DESEMPENHO,
METABOLIZAÇÃO DOS NUTRIENTES E ATIVIDADE DE
ENZIMAS PANCREÁTICAS
Lilian Francisco Arantes de Souza
Médica Veterinária
JABOTICABAL – SÃO PAULO – BRASIL – 2008
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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA
“JÚLIO DE MESQUITA FILHO”
FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E VETERINÁRIAS
CAMPUS DE JABOTICABAL
EXPOSIÇÃO CRÔNICA E CÍCLICA AO CALOR EM
FRANGOS DE CORTE: DESEMPENHO,
METABOLIZAÇÃO DOS NUTRIENTES E ATIVIDADE DE
ENZIMAS PANCREÁTICAS
Lilian Francisco Arantes de Souza
Orientador: Prof. Dr. Renato Luis Furlan
Dissertação apresentada à Faculdade de
Ciências Agrárias e Veterinárias Unesp,
Câmpus de Jaboticabal, como parte das
exigências para a obtenção do título de
Mestre em Zootecnia (Produção Animal).
JABOTICABAL – SÃO PAULO – BRASIL - 2008
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iii
DADOS CURICULARES DA AUTORA
LILIAN FRANCISCO ARANTES DE SOUZA nascida na cidade de
Barretos/SP aos 28 de setembro de 1981, ingressou na Universidade Estadual
de Londrina UEL em fevereiro de 2001, colando grau de Médica Veterinária
em janeiro de 2006. Em agosto do mesmo ano iniciou o curso de Mestrado
pelo Programa de Pós-Graduação em Zootecnia da Faculdade de Ciências
Agrárias e Veterinárias UNESP, campus de Jaboticabal, submetendo-se ao
Exame Geral de Qualificação em agosto de 2008.
iv
“Mas é claro que o sol vai voltar amanhã
Mais uma vez, eu sei
Escuridão já vi pior de endoidecer gente sã
Espera que o sol já vem”
(Renato Russo)
v
Aos meus pais,
Haideé e Izaú,
que jamais mediram esforços para a realização dos meus sonhos,
apoiando e incentivando cada passo.
Aos meus irmãos,
Lucas, Ligia e Lívia,
Pela amizade, carinho, paciência e tolerância.
Ao meu grande amor,
César,
Pela dedicação, companheirismo e por todos os momentos de ajuda.
DEDICO
vi
AGRADECIMENTOS
Em primeiro lugar agradeço a Deus por minha existência, por minha
linda família e pelas bênçãos que recebo diariamente.
Ao Prof. Dr. Renato Luis Furlan pela oportunidade, orientação e grande
exemplo pessoal e profissional.
Ao Prof. Dr. João Martins Pizauro Junior pela valiosa ajuda e paciência.
À minha família que sempre apoiou meus estudos apesar de alguns
obstáculos. Á minha mãe, Haideé, que sempre foi minha grande amiga e
companheira, dedicando cada dia de sua vida à nossa família. Ao meu pai,
Izaú, por sua força, carinho e incentivo constantes. À eterna amizade e união
dos meus queridos irmãos, Lucas, Ligia e Lívia. Às minhas avós, Aide e
Mariana, pelos sábios conselhos e aos meus avôs, José Francisco e Izaú
Arantes de Souza (In memoriam) por serem fortes alicerces à família. Eu amo
todos vocês.
Aos queridos companheiros Lívia, Nathalie, Marília, André Volpe,
Leonardo, Karoll, Marcos, Aiane, Gustavo (Dito), Bruno, Elaine (Tocha), Junior,
Fabrício, Rodrigo (Bago), Giuliana, Dayana e Dany, pela imensurável ajuda
durante a condução do experimento e pelos divertidos momentos de
convivência. Sem vocês eu não teria conseguido.
À Fátima, Márcia, Vanessa e Luis Flávio (Pudendo) do Laboratório de
Bioquímica do Departamento de Tecnologia pelo carinho, amizade e
inestimável ajuda nas análises laboratoriais. Vocês são especiais.
Ao meu amor, César Martoreli da Silveira, por sua dedicação e
companheirismo e pela alegria de estar ao seu lado.
À família Martoreli da Silveira, Vitória, Jõao César, Sara e Karinna pela
agradável convivência e exemplo familiar.
Ao Sr. Orlando, Paulo Henrique e Ana Paula do Laboratório de Nutrição
Animal pelo auxílio durante a realização das análises.
À Fátima, Márcia, Vanessa e Luis Flávio (Pudendo) do Laboratório de
Bioquímica do Departamento de Tecnologia pelo carinho, amizade e
inestimável ajuda nas análises laboratoriais.
vii
Aos professores Vera Maria Barbosa de Moraes e Izabel Cristina Boleli
(Exame Geral de Qualificação) e Daniel Emygdio de Faria Filho pela valiosa
contribuição na elaboração desta dissertação.
Aos amigos Dayane (Daya), Vivian (Migalha), Kênia Bícego, Cristian,
Bruno (Marvado), Claudia (Portuguinha) pela íntima e inesquecível convivência.
Aos funcionários Sr. Orandi, Euclides, Damaris e Wiliam (Departamento
de Morfologia e Fisiologia Animal), Robson, Isildo e Vicente (Setor de
Avicultura), Sandra e Sr. Oswaldo (Fábrica de Ração) pela ajuda e convivência.
À República Zorbonas, por tantos momentos felizes e pela acolhida em
Jaboticabal.
Á Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP)
pela concessão da bolsa de estudos e auxílio à pesquisa.
A todas as pessoas que participaram de minha vida contribuindo para
minha formação profissional e pessoal.
viii
SUMÁRIO
Página
CAPÍULO 1 – CONSIDERAÇÕES GERAIS..................................................... 1
Prejuízos à produção de frangos de corte causados pelo calor................... 2
O calor e os prejuízos ao processo digestivo............................................... 6
Objetivos....................................................................................................... 8
REFERÊNCIAS…………………………………………………………………….. 9
CAPÍTULO 2 – EXPOSIÇÃO CRÔNICA E CÍCLICA AO CALOR EM
FRANGOS DE CORTE: DESEMPENHO E METABOLIZAÇÃO DOS
NUTRIENTES.................................................................................................... 15
INTRODUÇÃO ..............................................................................................16
MATERIAL E MÉTODOS..............................................................................17
Características avaliadas............................................................................ 21
Análises estatísticas................................................................................... 22
RESULTADOS E DISCUSSÃO.....................................................................23
Desempenho.............................................................................................. 23
Coeficiente de metabolização dos nutrientes e energia metabolizável
aparente corrigida para o balanço de nitrogênio........................................ 27
Conclusões................................................................................................. 30
REFEFÊNCIAS…………………………………………………………………….31
CAPÍTULO 3 – EXPOSIÇÃO CRÔNICA E CÍCLICA AO CALOR SOBRE
ATIVIDADE DE ENZIMAS PANCREÁTICAS DE FRANGOS DE CORTE...... 35
INTRODUÇÃO ..............................................................................................36
MATERIAL E MÉTODOS..............................................................................37
Características avaliadas............................................................................ 40
Análises estatísticas................................................................................... 43
RESULTADOS E DISCUSSÃO.....................................................................44
REFERÊNCIAS…………………………………………………………………… 48
ix
EXPOSIÇÃO CRÔNICA E CÍCLICA AO CALOR EM FRANGOS DE CORTE:
DESEMPENHO, METABOLIZAÇÃO DOS NUTRIENTES E ATIVIDADE DE
ENZIMAS PANCREÁTICAS
RESUMO - Este trabalho avaliou o efeito da exposição ao calor crônico
e cíclico sobre o desempenho, metabolização dos nutrientes, energia
metabolizável aparente corrigida para balanço de nitrogênio (EMAn) e atividade
de enzimas pancreáticas em frangos de corte. Foram utilizados 450 frangos,
distribuídos em delineamento inteiramente casualizado com 5 esquemas de
temperatura/alimentação (TN/Ad libitum, Crônico/Ad libitum, TN/restrito a
Crônico, Cíclico/Ad libitum e TN/restrito a Cíclico). Assim, TN representa a
temperatura termoneutra e os grupos TN/restrito a Crônico e TN/restrito a
Cíclico receberam a mesma quantidade de ração que Crônico/Ad libitum e
Cíclico/Ad libitum, respectivamente. A exposição crônica ao calor afetou o
desempenho de frangos de corte com maior intensidade que a exposição
cíclica, havendo efeito direto do calor crônico e cíclico. Os coeficientes de
metabolização da matéria seca, gordura e a EMAn aumentaram com a idade.
Os coeficientes de metabolização dos nutrientes foram diminuídos pela
exposição crônica ao calor, havendo efeito direto da temperatura apenas para
gordura. A restrição alimentar gerada pelo calor crônico causou aumento da
atividade da amilase e redução na atividade da tripsina. A atividade da lipase
aumentou devido ao efeito direto do calor crônico. A menor digestibilidade dos
nutrientes foi associada à piora do desempenho das aves expostas ao calor
crônico, porém não foi relacionada à piora dos índices zootécnicos dos frangos
expostos ao calor cíclico. A redução da atividade da tripsina pode estar
associada à menor digestibilidade da proteína causada pelo estresse por calor
crônico.
Palavras-chave: atividade de enzimas pancreáticas, digestibilidade dos
nutrientes, estresse por calor, frangos de corte, pair-feeding
x
CHRONIC AND CYCLICAL HEAT STRESS IN BROILER CHICKENS:
PERFORMANCE, METABOLIZATION OF NUTRIENTS AND
PANCREATIC ENZYMES ACTIVITY
SUMMARY-
This work evaluated the effect of the chronic and
cyclical heat stress in performance, metabolization of nutrients, apparent
metabolizable energy corrected for nitrogen balance (EMAn) and
pancreatic enzymes activity in broiler chickens. 450 chickens, distributed
in completely randomized design with 5 groups of temperature/feeding
(TN/Ad libitum, Chronic/Ad libitum, TN/Chronic restrict, Cyclical/Ad libitum
and TN/Cyclical restrict). Thus, TN represents the thermoneutral
temperature and the TN/Chronic restrict and TN/Cyclical restrict had
received the same amount from feed that Chronic/Ad libitum and
Cyclical/Ad libitum, respectively. The chronic exposition to the heat
affected the performance of chickens with bigger intensity that the cyclical
exposition, having direct effect of the chronic and cyclical heat. The
coefficients of metabolization of dry matter, fat and EMAn had increased
with the age. The coefficients of metabolization of nutrients had been
decreased by the chronic heat stress, having direct effect of the
temperature only for fat. The feed restriction generated by the chronic
heat caused increase of amylase activity and reduction in trypsin activity.
The lipase activity increased due to direct effect of chronic heat exposure.
The lesser metabolization of nutrients was associated with the worsening
of the performance of the chronic heat exposed broilers, however it was
not related to the worsening of performance of chickens exposed to
cyclical heat stress. The reduction of the trypsin activity can be
associated to the lesser digestibility of the protein caused for chronic heat
stress.
Keywords: broiler chickens, digestibility of nutrients, heat stress, pair-
feeding, pancreatic activity enzymes
1
CAPÍULO 1 – CONSIDERAÇÕES GERAIS
Nas últimas décadas, a produção de frangos de corte tem crescido
significativamente no Brasil. Atualmente, o país ocupa posição de destaque no
cenário da avicultura mundial como o terceiro maior produtor e maior
exportador de carne de frango (USDA, 2007). Essa evolução se deve à
constante melhora dos índices produtivos através de avanços nas áreas de
genética, manejo, nutrição, sanidade e ambiência, além do aumento do
consumo da carne de frangos, devido a qualidade associada ao preço e do
crescimento do mercado internacional.
O melhoramento genético é responsável por grande parte da evolução
da avicultura. Comparando linhagens, HAVENSTEIN et al. (2003a) mostraram
que aos 42 dias a linhagem melhorada atingiu peso corporal 4,5 vezes maior e
melhora de 47% na conversão alimentar em relação à linhagem estabilizada.
Porém, nem todas as mudanças foram positivas, no mesmo trabalho os
autores concluíram que as aves melhoradas tiveram o dobro da mortalidade
quando comparadas às aves estabilizadas. Além de maior mortalidade, as aves
atuais apresentam maior incidência de problemas como morte súbita, ascite e
discondroplasia tibial (HAVENSTEIN et al., 1994a). Ainda, o frango de corte
atual está mais susceptível às condições ambientais, CAHANER et al (1996)
indicaram que quanto maior o potencial genético, maior a sensibilidade ao calor
e que esse problema não pode ser totalmente eliminado através de práticas de
manejo, principalmente em países em desenvolvimento devido ao elevado
custo. O Brasil enfrenta grandes desafios na produção de frangos de corte,
devido ao clima tropical, com alta temperatura e umidade.
Diante dessa situação, muitos estudos foram desenvolvidos com o
objetivo de conhecer as alterações fisiológicas decorrentes do estresse
térmico, estabelecer os prejuízos causados no desempenho das aves
(MITCHEL & CARLISLE, 1992; AIN BAZIZ et al., 1996; GERAERT et al.,
1996a; TEMIM et al, 2000; ABU-DIEYEH, 2006) e desenvolver possíveis
2
alternativas que minimizem o impacto do calor na criação de frangos de corte,
como restrição alimentar (YALCIN et al., 2001), condicionamento térmico
(BASÍLIO et al., 2001; UNI et al., 2001), uso de eletrólitos (BORGES et al.,
2003) e manipulação nutricional da dieta (FARIA FILHO, 2003; GONZALEZ-
ESQUERRA & LEESON, 2005; GONZALEZ-ESQUERRA & LEESON, 2006).
Muitos estudos mostram que o calor causa prejuízos no desempenho
das aves (AIN BAZIZ et al., 1996; DEEB & CAHANER, 2001; GERAERT et al.,
1996a; TEMIM et al., 2000; MUJAHID et al., 2007) que podem ser explicados
pela redução do consumo alimentar e piora na metabolização dos nutrientes
(YAMAZAKI & ZI-YI, 1982; GERAERT, 1996 a). Um dos fatores que pode
alterar a digestibilidade é a atividade das enzimas pancreáticas (HAI et al.,
2000; LIMA et al., 2002; ROUTMAN et al., 2003). Porém, existe grande
variação nos resultados desses estudos em condições de estresse por calor.
A grande maioria de estudos envolvendo estresse por calor foi
desenvolvida em condições de estresse crônico, inclusive os trabalhos
relacionados à atividade de enzimas pancreáticas. Nas condições ambientais
naturais, o calor ocorre de forma cíclica e os trabalhos realizados mostram que
o desempenho das aves é afetado de forma diferente quando são comparados
os dois tipos de estresse térmico, cíclico e crônico (YAHAV et al., 1996; YAHAV
et al., 1999). O desenvolvimento de trabalhos envolvendo temperaturas cíclicas
é de grande importância, uma vez que mostram os reais prejuízos causados às
aves.
Este trabalho teve como objetivo mostrar como diferentes tipos de
estresse por calor podem afetar o desempenho, a metabolização dos nutrientes
e a atividade de enzimas pancreáticas de frangos de corte em diferentes
idades e o metabolismo energético das aves dos 22 aos 42 dias. Os resultados
do presente trabalho auxiliam no esclarecimento da divergência de resultados
de outras pesquisas com estresse por calor, bem como no desenvolvimento de
pesquisas que buscam soluções para os problemas gerados pelo calor.
Prejuízos à produção de frangos de corte causados pelo calor
O notável crescimento da avicultura no Brasil se deve, principalmente,
ao baixo custo de produção. Esse diferencial fez do Brasil o maior exportador
3
de carne de frango do mundo, mostrando claramente a importância do custo
nessa atividade agropecuária. Entre os fatores responsáveis pela minimização
dos gastos na atividade estão a mão-de-obra de baixo custo, o clima favorável
ao cultivo dos grãos e a possibilidade da criação dos frangos em instalações de
baixa tecnificação. Porém, o Brasil é um país de clima tropical, onde os fatores
climáticos são pouco manipulados, expondo sua produtividade aos fatores
ambientais.
A zona de conforto térmico ou termoneutra foi definida por FURLAN &
MACARI (2002) como a faixa de temperatura ambiente em que a taxa
metabólica é mínima e a homeotermia é mantida com menos gasto energético,
sendo 24°C a temperatura termoneutra para os frangos de corte com 4
semanas e de 22°C a partir de 6 semanas de idade. Nestas condições, quando
a temperatura ambiente excede a temperatura de conforto, a ave reduz o
consumo de alimento e gasta energia para dissipar calor e manter a
homeotermia, o que leva a piora no desempenho das aves.
Diante dessa situação, muitos estudos foram desenvolvidos com o
objetivo de estabelecer os prejuízos no desempenho das aves, conhecer as
alterações fisiológicas decorrentes do estresse térmico, bem como desenvolver
possíveis alternativas que minimizem o impacto do calor na criação de frangos
de corte.
Sabe-se que a exposição ao calor causa drástica queda nos índices
zootécnicos das aves e que parte das perdas se deve à redução do consumo
alimentar e a outra parcela ocorre devido aos efeitos diretos do calor no
metabolismo das aves. Nesse sentido, é utilizada a técnica de alimentação
equivalente ou pair-feeding com o objetivo de isolar o efeito negativo da
redução da ingestão de alimentos das alterações metabólicas causadas pelo
efeito direto da temperatura. FARIA FILHO (2006) concluiu que, em frangos de
corte, aproximadamente 60% do pior ganho de peso é atribuído ao baixo
consumo de ração gerado pela exposição ao calor e que os 40% restantes são
devidos aos efeitos diretos da temperatura sobre o metabolismo das aves.
DALE & FULLER (1980) encontraram valores de aproximadamente 63% da
redução no crescimento devendo-se ao menor consumo alimentar e 37% a
4
outros fatores não relacionados diretamente à quantidade de ração consumida.
GERAERT et al. (1996
a) mostraram que aproximadamente metade da redução
no crescimento em altas temperaturas se deve ao efeito direto da alta
temperatura e ABU-DIEYEH (2006) concluiu que 46% da piora no ganho de
peso deve-se aos efeitos diretos da exposição ao calor. Quando comparadas
aves expostas à temperatura termoneutra recebendo alimentação equivalente,
as aves expostas ao calor mostraram menor ganho de peso e pior taxa de
conversão alimentar (DALE & FULLER, 1980; GERAERT et al., 1996 a,
BONNET et al., 1997).
Um efeito direto decorrente da exposição a altas temperaturas é o
aumento do gasto energético para dissipação do calor em função da
manutenção da homeostasia. A ofegação é o principal mecanismo de
dissipação de calor latente, sendo estimados 550 calorias para cada grama de
água evaporada por ofegação, assim quanto maior a freqüência respiratória,
maior a perda de calor para o meio ambiente, entretanto, a ave gasta energia
para realizar a contração muscular gerando mais calor que pode levar o animal
a hipertermia, além do desperdício energético para manutenção da estabilidade
fisiológica (FURLAN & MACARI, 2002).
A maior parte dos experimentos envolvendo calor é conduzida em
situações de exposição ao calor de forma crônica. Os resultados mostram
redução do consumo alimentar e da taxa de crescimento e piora da conversão
alimentar (MITCHEL & CARLISLE, 1992; AIN BAZIZ et al., 1996; GERAERT et
al., 1996a). TEMIM et al. (2000) concluíram que a exposição crônica ao calor
reduziu o ganho de peso em 25 a 35% e o consumo alimentar em 15 a 20%,
resultando em uma significativa piora da conversão alimentar a 32ºC (10 a
30%) em relação à 22ºC. Tais valores representam a máxima resposta das
aves, que quando expostas ao calor de forma crônica apresentam uma
extrema redução no desempenho. Entretanto, nas condições ambientais
naturais, a exposição ao calor ocorre de forma cíclica. Assim, existe uma
variação na temperatura ao longo do dia, havendo um período de temperaturas
mais amenas e outro com temperaturas mais elevadas. Com o objetivo de
conhecer o real desempenho das aves expostas a condições cíclicas de calor,
5
alguns trabalhos foram desenvolvidos. HARRIS et al. (1974) estudaram o efeito
de temperaturas cíclicas no desempenho de frangos de corte em fase de
crescimento (3 a 8 semanas). Os resultados obtidos mostraram que o ganho de
peso e consumo de ração foram maiores quando a temperatura foi constante
(23,9°C) ou com amplitude térmica de 5,6°C (12 horas a 18,3°C e 12 horas a
23,9°C) e concluiu-se que a taxa de crescimento declinou com o aumento da
amplitude das temperaturas. YAHAV et al. (1996) comparando diferentes
temperaturas cíclicas e constantes concluíram que o aumento da amplitude
térmica causou aumento no ganho de peso e consumo alimentar e que estas
variáveis foram maiores nas aves expostas à temperatura cíclica quando
comparadas com o grupo exposto à temperatura alta constante. Trabalhando
com perus expostos a altas temperaturas (35°C), YAHAV et al. (1999) inferiram
que o ganho de peso e o consumo de ração foram significativamente menores
e que em temperatura cíclica, o ganho de peso e o consumo de ração foram
inferiores aos valores encontrados com a temperatura média correspondente.
Assim, demonstrou-se a complexidade e a importância de se avaliar os efeitos
do estresse por calor cíclico, ou seja, em condições semelhantes àquelas
ocorridas a campo.
Entre as alternativas estudadas para minimizar o efeito negativo do calor
no desempenho das aves estão a restrição alimentar (YALCIN et al., 2001),
condicionamento térmico (BASÍLIO et al., 2001; UNI et al., 2001), uso de
eletrólitos (BORGES et al., 2003) e manipulação nutricional da dieta (DALE &
FULLER, 1980; DEATON et al., 1984; FARIA FILHO, 2003; GONZALEZ-
ESQUERRA & LEESON, 2005; GONZALEZ-ESQUERRA & LEESON, 2006). A
adequação dos níveis nutricionais da dieta ocupa papel de destaque quando se
trata de estresse térmico e tem sido estudada em exposição crônica e clica
ao calor. DEATON et al. (1984) estudaram o efeito de diferentes temperaturas
cíclicas (26,7 a 35ºC e 21,1 a 35ºC) e de diferentes níveis de energia da dieta
(baixo e alto), concluindo que com a redução da baixa temperatura do ciclo em
5,6°C (de 26,7 para 21,1°C) podem ser obtidos melhores ganhos de peso,
independente do nível de energia da dieta. Com o objetivo de conhecer os
possíveis benefícios da utilização de altos níveis de gordura na dieta de
6
frangos de corte em situações de alta temperatura constante (32ºC), baixa
temperatura constante (14ºC), temperatura cíclica fria (14 a 22ºC) e clica
quente (22 a 33ºC), DALE & FULLER (1980) mostraram que a inclusão de altos
níveis de gordura melhorou o crescimento e a conversão alimentar em todos os
tratamentos, entretanto, quando o estresse constante foi imposto, essa melhora
foi de magnitude similar em ambas as temperaturas (14°C e 32°C),
diferentemente da situação em que as temperaturas foram cíclicas, onde a
melhora na taxa de crescimento, devido à adição de gordura na ração, foi
significativamente mais pronunciada. Esses resultados sugerem que quando as
aves estão sujeitas à alta temperatura constante, o estresse é tão severo que
excede os efeitos benéficos da redução do incremento calórico e que quando
um estresse térmico menos severo é imposto (cíclico), a ave é aparentemente
capaz de se beneficiar com a redução da produção de calor associada à
gordura da dieta, superando parcialmente os efeitos da alta temperatura.
Assim, fica mais explícita a importância de comparar diferentes intensidades de
exposição ao calor. GONZALEZ-ESQUERRA & LEESON (2006) sugeriram que
os resultados contraditórios encontrados nos experimentos com frangos de
corte expostos ao calor poderiam ser explicados devido a pouca consideração
com a severidade e o tempo de exposição ao calor na maioria dos
experimentos e BALNAVE (2004) ressalta a necessidade da consideração com
a intensidade de exposição ao calor nos casos de adequação dos níveis
nutricionais da dieta, mostrando a importância da forma de exposição ao calor
ao interpretar experimentos.
O calor e os prejuízos ao processo digestivo
A piora no desempenho das aves pode estar relacionada à menor
digestibilidade dos nutrientes (GERAERT, 1996 a). GERAERT et al. (1992)
encontraram que o teor de energia metabolizável da ração não foi alterado pela
exposição de frangos ao calor, enquanto que KESHAVARZ & FULLER (1980)
encontraram maiores teores e YAMAZAKI & ZI-YI (1982) verificaram teores
reduzidos. O efeito da alta temperatura no valor da energia metabolizável
7
depende da dieta, o que poderia explicar as discrepâncias encontradas na
literatura. BONNET et al. (1997) e ZUPRIZAL et al. (1993) mostraram que
quando as aves expostas ao calor foram alimentadas com uma dieta à base de
milho e soja, a digestibilidade da energia não foi alterada significativamente, no
entanto, a energia metabolizável aparente diminuiu quando as aves foram
expostas a 32ºC comparado com 22ºC, com a dieta de verão com maior teor
de lipídios. Em relação ao coeficiente de metabolização dos nutrientes,
WALLIS & BANALVE (1984) mostraram que frangos expostos ao calor
apresentam menor metabolização de proteínas e aminoácidos, no entanto,
esse efeito ocorre principalmente para as fêmeas. BONNET et al. (1997)
utilizando a técnica do pair feeding encontraram que o estresse por calor
diminui o coeficiente de metabolização da proteína e da gordura e associaram
essa redução com o pior desempenho dos frangos expostos ao calor.
ZUPRIZAL et al. (1993) e WALLIS & BALNAVE (1984), também concluíram
que a exposição crônica ao calor diminuiu significativamente a metabolização
de proteínas, particularmente com dietas de verão.
As alterações na digestibilidade da ração também podem estar
associadas às mudanças fisiológicas e metabólicas em resposta à exposição a
altas temperaturas como: aumento na taxa de passagem, devido ao aumento
no consumo de água (BONNET et al., 1997; FARIA FILHO, 2006), alterações
na morfologia intestinal (SAVORY, 1986; MITCHELL & CARLISLE, 1992) e
atividade enzimática (OSMAN & TANIOS, 1983; HAI et al., 2000; LIMA et al.,
2002; ROUTMAN et al., 2003). Estudando o desenvolvimento da atividade
digestiva em frangos, patos e gansos, JAMROZ et al. (2002) encontraram que
a atividade da amilase pancreática aumentou conforme a idade em frangos de
corte, já atividade enzimática da lipase foi mantida baixa, mas aumentou a
partir de 28 dias. SAKOMURA et al. (2004) inferiram que a atividade enzimática
da amilase e tripsina aumentou com a idade, a atividade da lipase variou
conforme o alimento oferecido. Assim, fica clara a importância do fator idade na
realização e interpretação de experimentos que avaliam a atividade de enzimas
pancreáticas.
8
Existe uma grande divergência de resultados em trabalhos que estudam
o efeito da temperatura na atividade enzimática de frangos de corte. Em
experimento conduzido para avaliar a atividade enzimática de poedeiras e
frangos de corte expostos ao calor intermitente (42°C por 4 horas diariamente),
OSMAN & TANIOS (1983) mostraram que em poedeiras expostas a 24 horas
de calor houve diminuição no nível pancreático de amilase. Com 3 dias de
exposição diária ao calor intermitente, houve drástica queda nos níveis de
atividade enzimática intestinal em poedeiras e aumento do nível médio de
atividade enzimática da amilase pancreática, mostrando o aumento da
produção pancreática e a diminuição da secreção intestinal com a continuidade
da exposição ao calor, sugerindo que o pâncreas não é apenas o principal local
de biossíntese de amilase, mas também o regulador dos níveis intestinais
durante o estresse por calor. Trabalhando com exposição ao calor, LIMA et al.
(2002) concluíram que a temperatura afetou a produção enzimática,
provocando aumento na atividade da lipase e uma diminuição na tripsina e
amilase, sendo esse efeito marcante para a atividade da tripsina. ROUTMAN et
al. (2003) mostraram que a atividade enzimática da amilase pancreática foi
aumentada pelo calor e que a temperatura não afetou a atividade enzimática
da lipase e da tripsina. Os resultados desse estudo sugerem que a atividade da
amilase, lipase e tripsina pancreáticas em aves sobre estresse térmico pode
estar regulado por diferentes mecanismos. Entretanto, HAI et al. (2000)
comparando o efeito da temperatura (5, 21 e 32°C) no processo digestivo de
frangos de corte, encontraram que a atividade enzimática da tripsina,
quimotripsina e amilase foi diminuída pelo calor, não sendo influenciadas pela
temperatura baixa.
Objetivos
Verificar o efeito da exposição crônica e clica ao calor, sobre o
desempenho, digestibilidade dos nutrientes e atividade de enzimas
pancreáticas de frangos de corte em diferentes idades, isolando o efeito da
9
redução no consumo alimentar e o efeito direto do calor no metabolismo das
aves através do pair feeding.
REFERÊNCIAS
ABU-DIEYEH, Z. H. M. Effect of high temperature per ser on growth
performance of broilers. International Journal of Poultry Science,
Faisalabad, v. 5, n. 1, p. 19-21, 2006.
AIN BAZIZ, H.; GERAERT, P. A.; PADILHA, J. C. F.; GUILLAUMIN, S. Chronic
heat exposure enhances fat deposition and modifies muscle and fat partition in
broiler carcasses. Poultry Science, Champaign, v. 75, n. 4, p. 505–513, 1996.
BALNAVE, D. Challengesof accurately defining the nutrients requeriments of
heat stressed poultry. Poultry Science, Champaign, v. 83, n. 1, p. 5-14, 2004.
BASILIO, V.; VILARIÑO, M.; YAHAV, S.; PICARD, M. Early age thermal
conditioning and a dual feeding program for male broilers challenged by heat
stress. Poultry Science, Champaign, v.80, n. 1, p.29-36, 2001.
BONNET, S.; GERAERT, P.A.; LESSIRE, M.; CARRE, B.; GUILLAUMIN, S.
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15
CAPÍTULO 2 – EXPOSIÇÃO CRÔNICA E CÍCLICA AO CALOR EM
FRANGOS DE CORTE: DESEMPENHO E METABOLIZAÇÃO DOS
NUTRIENTES
RESUMO - Este trabalho teve como objetivo avaliar o efeito de duas
intensidades de exposição ao calor sobre o desempenho e a metabolização
dos nutrientes em frangos de corte aos 28, 35 e 42 dias de idade. Foram
utilizados 450 frangos, machos, Cobb®, distribuídos em um delineamento
inteiramente casualizado em parcelas subdivididas, tendo como parcelas 5
esquemas de temperatura/alimentação (TN/Ad libitum, Crônico/Ad libitum,
TN/restrito a Crônico, Cíclico/Ad libitum e TN/restrito a Cíclico) e subparcelas 3
idades de avaliação (28, 35 e 42 dias). Assim, TN representa a temperatura
termoneutra para cada idade avaliada e os grupos TN/restrito a Crônico e
TN/restrito a Cíclico receberam a mesma quantidade de ração que Crônico/Ad
libitum e Cíclico/Ad libitum, respectivamente. A exposição crônica ao calor
afetou o desempenho de frangos de corte com maior intensidade que a
exposição ao calor de forma cíclica, havendo efeito direto da exposição ao
calor crônico e cíclico, porém esse efeito foi observado principalmente aos 42
dias de idade. Os coeficientes de metabolização da matéria seca, extrato
etéreo e a energia metabolizável aparente corrigida para o balanço zero de
nitrogênio aumentaram com o avanço da idade das aves. Os coeficientes de
metabolização da matéria seca, extrato etéreo e proteína foram afetados pela
exposição crônica ao calor, havendo efeito direto da temperatura apenas para
a digestibilidade da gordura. A menor digestibilidade dos nutrientes foi
associada à piora do desempenho das aves expostas ao calor crônico, porém
não foi relacionada à piora dos índices zootécnicos dos frangos expostos ao
calor de forma cíclica.
Palavras-chave: desempenho, digestibilidade, estresse por calor, frangos de
corte, pair-feeding.
16
INTRODUÇÃO
Técnicas de manejo, nutrição, sanidade e melhoramento genético são
responsáveis por grandes avanços na avicultura moderna, resultando em
frangos de corte com índices zootécnicos cada vez melhores. Entretanto, o
melhoramento genético tem produzido aves com maior sensibilidade às
condições ambientais devido à alta taxa metabólica e dificuldade de dissipar o
calor. CAHANER et al (1996) indicaram que quanto maior o potencial genético,
maior a sensibilidade ao calor e que esse problema não pode ser totalmente
eliminado através de práticas de manejo, principalmente em países em
desenvolvimento devido ao elevado custo para implantação destas práticas.
Sabe-se que o estresse térmico é responsável por grandes perdas
econômicas na avicultura e que a primeira resposta das aves ao calor é a
redução no consumo de ração. Através da técnica de alimentação equivalente
é possível isolar os prejuízos causados pela ação direta do calor no
metabolismo das aves do efeito da redução no consumo alimentar gerada pelo
calor. Assim, FARIA FILHO (2006) mostrou que 40% do pior ganho de peso
das aves expostas ao calor deve-se aos efeitos diretos da temperatura sobre o
metabolismo das aves, enquanto GERAERT et al. (1996
a) e ABU-DIEYEH
(2006) encontraram valores de 50 e 46%, respectivamente.
A menor digestibilidade dos nutrientes pode ser responsável pela piora
no desempenho das aves expostas ao calor (GERAERT et al., 1996 a;
BONNET et al., 1997). Os resultados da literatura são inconclusivos em relação
à metabolização dos nutrientes. GERAERT et al. (1992) e FARIA FILHO et al.
(2007) encontraram que o teor de energia metabolizável da ração não foi
alterado pela exposição de frangos ao calor, enquanto que KESHAVARZ &
FULLER (1980) encontraram maiores teores e YAMAZAKI & ZI-YI (1982)
verificaram teores reduzidos. Em relação aos coeficientes de metabolização
dos nutrientes, BONNET et al. (1997) utilizando a técnica do pair feeding
encontraram que o estresse por calor diminui o coeficiente de metabolização
da proteína e da gordura. ZUPRIZAL et al. (1993) também concluíram que a
17
exposição crônica ao calor diminuiu significativamente a metabolização de
proteínas. Já, FARIA FILHO et al. (2007) concluíram que o calor não afetou a
metabolização de proteínas.
GONZALEZ-ESQUERRA & LEESON (2006) sugeriram que os
resultados contraditórios encontrados nos experimentos com frangos de corte
expostos ao calor poderiam ser explicados devido a pouca consideração com a
severidade e o tempo de exposição ao calor na maioria dos experimentos.
Assim, alguns trabalhos foram desenvolvidos em exposição crônica ao calor
(FARIA FILHO et al., 2007; FARIA FILHO, 2006; ABU-DIEYEH, 2006; BONNET
et al., 1997; GERAERT et al., 1996 a; ZUPRIZAL et al., 1993), outros em
condições cíclicas de calor (YAMAZAKI & ZI YI, 1982; KESHAVARZ &
FULLER, 1980). A exposição crônica ao calor mostra a máxima resposta das
aves ao estresse térmico, a submissão ao calor de forma cíclica mimetiza a
variação na temperatura em condições ambientais naturais, onde existe um
período de temperaturas mais amenas e outro com temperaturas mais
elevadas.
Assim, este trabalho teve como objetivo avaliar o efeito da exposição
cíclica e crônica ao calor sobre o desempenho, a metabolização dos nutrientes
e a energia metabolizável aparente corrigida para o balanço de nitrogênio em
frangos de corte de diferentes idades.
MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi desenvolvido nas Câmaras Climatizadas do Setor de
Avicultura da Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias UNESP,
Câmpus de Jaboticabal – SP.
Foram utilizados frangos de corte machos, da linhagem Cobb-500
®
.
Durante o período de 1 a 21 dias (pré-experimento), as aves foram criadas no
piso em temperatura termoneutra (Tabela 1), conforme Guia de Manejo da
Cobb (2004). Ração e água foram fornecidas ad libitum. As aves receberam
18
duas dietas (Tabela 2), uma inicial para o período pré-experimental e outra de
crescimento para o período experimental.
Aos 4 e 14 dias as aves foram vacinadas contra o vírus da doença
infecciosa da bursa (Doença de gumboro).
Tabela 1 Temperatura média ambiental (T, ºC) e umidade relativa (UR, %)
durante o período pré-experimental.
Período T UR
1ª semana 30,9 ±2,2 63,4 ±9,3
2ª semana 27,9 ±2,0 76,1 ±6,7
3ª semana 26,8 ±1,9 77,1 ±7,1
Tabela 2 – Composição das rações experimentais.
Ingredientes (%) Inicial (1 a 21 dias)
Final (22 a 42 dias)
Milho 57,96 58,47
Farelo de Soja 35,62 32,42
Óleo de soja 2,57 5,47
Fosfato bicálcico 1,82 1,68
Calcário calcítico 0,99 0,95
Sal comum 0,44 0,40
Cloreto de colina 60% 0,10 0,10
DL-metionina 0,15 0,14
L-lisina 0,16 0,18
Suplemento
1
0,10 0,10
Promotor de crescimento
2
0,04 0,04
Coccidiostático
3
0,05 0,05
Total 100,00 100,00
Composição
Energia Metabolizável (kcal/kg)
3000 3200
Proteína 21,4 20,00
Cálcio (%) 0,96 0,90
Fósforo disponível (%) 0,45 0,42
Sódio (%) 0,22 0,20
Potássio (%) 0,83 0,77
Cloro (%) 0,37 0,35
Colina (ppm) 1950 1868
Lisina digestível (%) 1,14 1,08
Metionina digestível (%) 0,45 0,42
1
Suplemento mineral e vitamínico – níveis de garantia por kg do produto (vitamina A
7000000 UI; vitamina D3 3000000 UI; vitamina E 25000 mg; vitamina K 980
mg; vitamina B1 – 1780 mg; vitamina B2 – 9600 mg; vitamina B6 -
3465 mg;
vitamina B12 10000 mcg;; ac. nicotínico 34650 mg; pantetonato de cálcio 9500
mg; biotina 1600mg; cobre 10000 mg; iodo 1300mg; manganês 76260 mg;
selênio – 273,6 mg; zinco – 91250 mg; antioxidante – 100 mg.
2
Bacitracina de Zinco
15%.
3
Coxistac 12%
®
.
19
Aos 21 dias de idade foi determinado o peso médio do lote (834,87
±11,20) e montadas unidades experimentais de mesmo peso médio. Para
tanto, 450 aves foram transferidas para gaiolas metálicas onde foram criadas
até o final do experimento, recebendo manejo convencional com 23 horas de
luz e 1 hora de escuro, distribuídas em 5 esquemas temperatura/alimentação
com 6 repetições de 15 aves cada, conforme a Tabela 3. Para tanto, as aves
foram distribuídas em 3 câmaras climatizadas e as temperaturas médias
obtidas semanalmente em cada câmara climatizada estão apresentadas na
Tabela 4. O gráfico 1 esquematiza a variação da temperatura da câmara
cíclica. Os valores observados de umidade relativa do ar (%) durante o período
experimental foram de 66,2 ± 7,4, 60,2 ± 5,5 e 68,3 ± 8,3 para as câmaras
termoneutra, crônica e cíclica, respectivamente. O aquecimento das câmaras
foi feito através de postes com lâmpadas infravermelhas de 250 watts e o
resfriamento através de refrigeradores. Todo o sistema de aquecimento e
refrigeração foi controlado por termostatos.
Tabela 3 – Esquemas temperatura/alimentação (22 a 42 dias de idade).
Tratamento Temperatura Alimentação
TN/Ad libitum
Termoneutra
Ad libitum
Crônico/Ad libitum
32ºC constante
Ad libitum
TN/restrito a Crônico Termoneutra
Pair-fed com Crônico/Ad libitum**
Cíclico/Ad libitum
32ºC cíclico*
Ad libitum
TN/restrito a Cíclico Termoneutra
Pair-fed com Cíclico/Ad libitum**
* 8 horas (das 9h00 às 17h00) com temperatura constante de 32°C e o restante
em temperatura termoneutra conforme a idade.
** O consumo de ração dos frangos expostos ao calor crônico (Crônico/Ad libitum)
e clico (Cíclico/Ad libitum) foram medidos diariamente e fornecidos aos frangos
criados em TN/restrito a Crônico e TN/restrito a Cíclico respectivamente.
Tabela 4 Médias obtidas semanalmente da temperatura ambiental (T, ºC)
durante o período experimental.
Termoneutra
Crônico Cíclico
Período T T T T
4ª semana 25,7±1,4 31,9±1,2 26,2±1,6 32,4±1,6
5ª semana 24,2±0,9 32,2±1,4 25,2±1,2 32,5±1,3
6ª semana 21,7±1,0 32,2±1,3 24,7±1,3 32,2±1,7
20
A Tabela 5 mostra as comparações pertinentes ao esquema
temperatura/alimentação (pair-feeding). O pair-feeding consiste em fornecer a
mesma quantidade de alimento consumido pelas aves expostas ao calor para
um grupo de aves em temperatura termoneutra, assim torna-se possível isolar
os efeitos causados pelo calor (efeito direto da temperatura e efeito da redução
no consumo alimentar). Para isso, o consumo de ração das aves submetidas
ao estresse crônico (Crônico/Ad libitum) e cíclico (Cíclico/Ad libitum) foi
mensurado diariamente e a mesma quantidade de ração consumida foi
fornecida às aves dos grupos TN/restrito a Cônico e TN/ restrito a Cíclico,
respectivamente, no dia seguinte. As aves do esquema TN/Ad libitum
receberam ração a vontade.
Gráfico 1 – Variação de temperatura diária na câmara cíclica.
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23
Tempo (horas)
Temperatura (ºC)
TN
32
ºC
Tabela 5 – Comparações para o esquema pair-feeding
Comparações Efeito isolado
Exposição constante ao calor
TN/Ad libitum vs Crônico/Ad libitum
Efeito total da temperatura
Crônico/Ad libitum vs TN/restrito Crônico
Efeito direto da temperatura
TN/Ad libitum vs TN/restrito Crônico
Efeito do baixo consumo de ração
Exposição cíclica ao calor
TN/Ad libitum vs Cíclico/Ad libitum
Efeito total da temperatura
Cíclico/Ad libitum vs TN/restrito Cíclico
Efeito direto da temperatura
TN/Ad libitum vs TN/restrito Cíclico
Efeito do baixo consumo de ração
21
Características avaliadas
O desempenho foi avaliado semanalmente com os períodos de
avaliação correspondentes a 22 a 28 dias, 22 a 35 dias e 22 a 42 dias de idade
através do consumo de ração (CR), ganho de peso corporal (GP), conversão
alimentar (CA=CR/GP) e o índice de eficiência produtiva (IEP) por meio da
fórmula: [(GMD x VC) / (CA x 10)], onde GMD corresponde ao ganho de peso
médio diário e VC à viabilidade criatória (VC=100% - %mortalidade). O efeito
direto do calor no metabolismo das aves foi calculado através da relação entre
a redução causada pelo efeito direto do calor no metabolismo das aves
(Crônico/Ad libitum vs TN/restrito Crônico e Cíclico/Ad libitum vs TN/restrito
Cíclico) e o efeito total do calor (TN/Ad libitum vs Crônico/Ad libitum e TN/Ad
libitum vs Cíclico /Ad libitum).
A metabolização dos nutrientes foi avaliada pelo método de coleta total
de excretas. Foram realizados 3 ensaios de metabolismo com duração de 4
dias cada, para determinação do coeficiente de metabolização da matéria seca,
da proteína bruta, do extrato etéreo e a da energia metabolizável aparente
corrigida para balanço zero de nitrogênio (EMAn). O primeiro ensaio foi
realizado de 23 a 26 dias de idade das aves, o segundo de 30 a 33 dias e o
terceiro de 39 a 42 dias. Foram utilizadas 14, 13 e 12 aves por parcela, no
primeiro, segundo e terceiro ensaios, respectivamente. Para a coleta das
excretas foram instaladas bandejas revestidas com plástico abaixo das gaiolas.
No primeiro e no último dia de coleta, foi adicionado 1% de óxido férrico nas
rações para associar o consumo de ração à produção de excretas. As coletas
de excretas foram realizadas duas vezes ao dia, sendo as mesmas
acondicionadas por repetição e imediatamente congeladas (-4ºC). No final do
experimento determinou-se a quantidade de ração consumida e o total de
excreta produzida em cada um dos ensaios. Após o descongelamento à
temperatura ambiente, as excretas foram homogeneizadas e secas em estufa
de circulação forçada de ar em 55 ± 2ºC por 72 horas e posteriormente moídas.
As rações e as excretas foram analisadas em triplicatas quanto aos teores de
matéria seca, proteína bruta, extrato etéreo e energia bruta (EB), conforme
SILVA & QUEIROZ (2002).
22
A EMAn foi calculada pela fórmula:
EMAn
(kcal/kg matéria seca)
=
[(EB ingerida) – (EB excretada)]
Kg matéria seca ingerida
8,22 x BN
Em que, BN corresponde ao balanço de nitrogênio que foi determinado
pela diferença entre o nitrogênio ingerido e o excretado, expresso em gramas.
A EB ingerida e a excretada foram expressas por kg de matéria seca.
Os coeficientes de metabolização da matéria seca, extrato etéreo e
proteína bruta foram calculados pela fórmula:
[(nutriente ingerido) – (nutriente excretado)]
Metabolização (%)
=
nutriente ingerido
x
100
Análises estatísticas
Os dados de desempenho e metabolização dos nutrientes foram
analisados em parcelas subdivididas com 5 parcelas (tratamentos descritos na
Tabela 3) e com as idades de avaliação como subparcelas (desempenho: 28,
35 e 42 dias de idade e metabolização dos nutrientes: 23 a 26, 30 a 33 e 39 a
42 dias de idade).
Os dados foram verificados quanto à presença de dados discrepantes, a
homogeneidade de variâncias (teste de Levene) e a normalidade dos erros
studentizados (teste de Cramer-Von Mises). Após a constatação do
atendimento dessas pressuposições os dados foram submetidos à análise de
variância por meio do procedimento “General Linear Model” do programa SAS
®
(LITTELL et al., 2002). Em caso de análise de variância significativa (p<0,05) o
efeito de tratamentos foi testado por meio dos contrastes descritos na Tabela 5
e o efeito da idade avaliado pelo teste de Tukey.
23
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Desempenho
Houve interação significativa entre o esquema temperatura/alimentação
e as idades sobre as variáveis de desempenho (Tabela 6).
Tabela 6 – Médias observadas e resultados da análise de variância para consumo de
ração (CR, g), ganho de peso (GP, g), conversão alimentar (CA, g/g) e
índice de eficiência produtiva (IEP) de frangos aos 28, 35 e 42 dias.
Fatores CR GP CA IEP
Temperatura/alimentação
TN/Ad libitum
2085 1262 1,64 526
Crônico/Ad libitum
1605 862 1,80 345
TN/restrito Crônico 1595 937 1,69 389
Cíclico/Ad libitum
1793 1083 1,62 466
TN/restrito Cíclico 1782 1093 1,62 471
Idades
28 793 500 1,59 444
35 1728 1037 1,68 439
42 2795 1605 1,76 435
Temperatura/alimentação (T) <0,0001 <0,0001 <0,0001 <0,0001
Idades (I) <0,0001 <0,0001 <0,0001 0,2404
T x I <0,0001 <0,0001 <0,0001 <0,0001
CV Parcelas (%) 6,22 6,68 4,19 10,19
CV Subparcelas (%) 2,79 2,57 2,33 4,72
R
2
0,99 0,99 0,94 0,96
O desdobramento da interação entre temperatura/alimentação e idade
para consumo de ração mostrou que o consumo de ração aumentou com a
idade em todos os tratamentos (Tabela 7). A exposição crônica ao calor causou
redução no consumo de ração de 12,44%, 22,89% e 25,85% aos 28, 35 e 42
dias, respectivamente. a exposição ao calor cíclico reduziu o consumo de
ração em 13,52% e 16,30%, aos 35 e 42 dias, respectivamente. Os resultados
obtidos evidenciaram que a termotolerância diminui com o aumento da idade
das aves, concordando com FURLAN & MACARI (2002) e que as aves
reduzem o consumo alimentar para evitar aumento na produção de calor
metabólico (GONZALES, 2002). A maior redução no consumo nas aves
expostas ao calor crônico em relação às aves expostas ao calor cíclico pode
ser explicada pelo fato das aves compensarem o consumo de ração durante a
24
fase temoneutra do ciclo. Os dados obtidos estão de acordo com outros
trabalhos onde foram observadas redução no consumo de ração de 18, 20, 22,
29 e 34% (FARIA FILHO et al., 2007; KESHAVARZ & FULLER, 1980;
GERAERT et al., 1996 a; TEMIM et al., 1999; BONNET et al., 1997).
O desdobramento da interação entre idade e temperatura/alimentação
para ganho de peso mostrou que o ganho de peso aumentou com a idade,
independentemente da temperatura/alimentação (Tabela 8). Aos 28 dias, os
animais do esquema TN/Ad libitum obtiveram maior ganho de peso (15%) que
Crônico/Ad libitum e TN/restrito Crônico, porém não houve diferença estatística
entre esses dois últimos tratamentos. Em relação à exposição cíclica ao calor,
não houve diferença estatística entre o ganho de peso das aves criadas em
TN/Ad libitum, Cíclico/Ad libitum e TN/restrito Cíclico. Os resultados mostraram
que, nesta idade, a exposição ao calor de forma cíclica e a equivalente redução
no consumo de ração não causaram piora no ganho de peso das aves, na
exposição crônica ao calor o ganho de peso foi afetado apenas pela redução
do consumo alimentar. Aos 35 dias, observou-se piora no ganho de peso das
aves expostas às duas intensidades de calor, porém os animais criados em
Crônico/Ad libitum apresentaram maior redução (29,3%) que Cíclico/Ad libitum
(9,20%) em relação ao grupo TN/Ad libitum, não havendo diferença estatística
entre esses tratamentos e seus respectivos grupos restritos (TN/restrito
Crônico e TN/restrito Cíclico), inferindo que, nesta idade, não houve efeito
direto do calor no metabolismo das aves, ou seja, o efeito deve-se apenas à
redução no consumo de ração. Aos 42 dias, as aves criadas em Crônico/Ad
libitum apresentaram diminuição no ganho de peso de 37,8% em relação ao
grupo TN/Ad libitum, e de 12,77% em relação a TN/restrito Crônico, indicando
que aproximadamente 34% da piora no ganho de peso deve-se a ação direta
da temperatura no metabolismo dos frangos de corte e que o restante (66%)
refere-se ao menor consumo de ração causado pelo calor crônico. a
redução no ganho de peso das aves criadas em Cíclico/Ad libitum foi de
aproximadamente 20% comparados a TN/Ad libitum e de 4,15% em relação a
TN/restrito Cíclico, mostrando que 20,87% do pior ganho de peso deve-se ao
efeito direto da exposição ao calor cíclico e que 79,13% é causado pela
25
diminuição no consumo alimentar. Através dos resultados obtidos conclui-se
que calor causou efeito direto nas aves apenas durante a semana de vida
das aves, concordando com GERAERT et al., (1996 a) que observou efeito
direto da exposição crônica ao calor no ganho de peso de aves de 4 a 6
semanas, não havendo diferença nos frangos de 2 a 4 semanas. Os valores
obtidos com a exposição crônica ao calor são semelhantes aos obtidos por
FARIA FILHO (2006) e ABU-DIEYEH (2006) que encontraram redução de 40 e
46% no ganho de peso devido ao efeito direto da temperatura no metabolismo
das aves. Em relação à exposição ao calor de forma cíclica a redução foi
menos severa, indicando que, além da redução no consumo alimentar ser
menos aguda, também houve efeito direto da temperatura no metabolismo das
aves, porém, de menor intensidade.
Tabela 7 Desdobramento da interação entre esquemas temperatura/alimentação e
idades de avaliação para consumo de ração (g) de frangos de corte.
Fatores Idades
Temperatura/alimentação 28 35 42
TN/Ad libitum
860 Ac 2027 Ab 3369 Aa
Crônico/Ad libitum 753 Bc 1563 Cb 2498 Ca
TN/restrito a Crônico 747 Bc 1555 Cb 2483 Ca
Cíclico/Ad libitum
805 ABc 1753 Bb 2820 Ba
TN/restrito a Cíclico 799 ABc 1743 Bb 2805 Ba
Médias seguidas de letras iguais, maiúsculas nas colunas e minúsculas nas linhas, não
diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey (p>0,05).
Tabela 8 Desdobramento da interação entre esquemas temperatura/alimentação e
idades de avaliação para ganho de peso (g) de frangos de corte.
Fatores Idades
Temperatura/alimentação 28 35 42
TN/Ad libitum
547 Ac 1218 Ab 2021 Aa
Crônico/Ad libitum
470 BCc 861 Cb 1257 Ea
TN/restrito a Crônico 460 Cc 909 Cb 1441 Da
Cíclico/Ad libitum
525 ABc 1106 Bb 1619 Ca
TN/restrito a Cíclico 500 ABCc 1091 Bb 1689 Ba
Médias seguidas de letras iguais, maiúsculas nas colunas e minúsculas nas linhas, não
diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey (p>0,05).
A Tabela 9 mostra o desdobramento da interação entre a idade e o
esquema temperatura/alimentação sobre a conversão alimentar. Aos 28 dias,
não houve diferença estatística entre os tratamentos. Aos 35 dias, observou-se
piora da conversão alimentar das aves criadas em Crônico/Ad libitum de 8,24%
26
em relação a TN/Ad libitum, porém não houve diferença estatística entre
TN/restrito Crônico e TN/Ad libitum mostrando apenas efeito direto da
temperatura. Para a exposição cíclica ao calor não houve diferença estatística
entre os tratamentos. Aos 42 dias, observou-se piora de 16% na conversão
alimentar das aves criadas em Crônico/Ad libitum em relação a TN/Ad libitum e
de 13,57% em relação a TN/restrito Crônico, resultando em aproximadamente
85% da piora da conversão alimentar relacionada ao efeito direto da
temperatura no metabolismo dos frangos de corte. Para as aves criadas em
Cíclico/Ad libitum houve piora de 4% em relação a TN/Ad libitum, não havendo
diferença estatística entre TN/Ad libitum e TN/restrito Cíclico, evidenciando
apenas efeito direto da temperatura. Trabalhando com exposição crônica ao
calor, FARIA FILHO (2006) e GERAERT et al. (1996 a) inferiram que a redução
na conversão alimentar se deve apenas ao efeito direto da temperatura,
BONNET et al. (1997) observaram que 77% da piora na conversão alimentar
deve-se ao efeito direto da temperatura.
Tabela 9 Desdobramento da interação entre esquemas temperatura/alimentação e
idades de avaliação para conversão alimentar (g/g) de frangos de corte.
Fatores Idades
Temperatura/alimentação 28 35 42
TN/Ad libitum
1,58 ABb 1,67 BCa 1,67 Ca
Crônico/Ad libitum 1,60 ABc 1,82 Ab 1,99 Aa
TN/restrito a Crônico 1,63 Ab 1,71 Ba 1,72 Ba
Cíclico/Ad libitum
1,54 Bb 1,59 DCb 1,74 Ba
TN/restrito a Cíclico 1,60 ABa 1,60 Cb 1,66 Ca
Médias seguidas de letras iguais, maiúsculas nas colunas e minúsculas nas linhas, não
diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey (p>0,05).
O desdobramento da interação entre idade e temperatura/manejo para
IEP esta apresentado na Tabela 10. O IEP melhorou com a idade das aves
criadas em TN/Ad libitum. Aos 28 dias, o IEP dos animais criados em
Crônico/Ad libitum e TN/restrito a Crônico não diferiram estatisticamente entre
si, mas formam inferiores ao de TN/Ad libitum em aproximadamente 18%.
Nesta mesma idade, o IEP do grupo Cíclico/Ad libitum não diferiu
estatisticamente de TN/Ad libitum e TN/restrito a Cíclico, mostrando que, nesta
idade, apenas a redução no consumo alimentar foi capaz de afetar essa
variável. Aos 35 dias, tamm o houve diferença estatística entre os
27
tratamentos TN/Ad libitum, Cíclico/Ad libitum e TN/restrito a Cíclico, entre os
grupos Crônico/Ad libitum e TN/restrito a Crônico não ocorreu diferença
estatística para essa variável, porém foram, em média, 32% inferiores a TN/Ad
libitum, mostrando ainda apenas efeito da redução no consumo de ração. Aos
42 dias, comparando as aves criadas em Crônico/Ad libitum com as criadas em
TN/Ad libitum e TN/restrito a Crônico o IEP foi reduzido em aproximadamente
48% e 25%, respectivamente. Comparando-se Cíclico/Ad libitum com TN/Ad
libitum e TN/restrito a Cíclico a redução foi de 24,21% e de 10,20%,
respectivamente. Os resultados mostram que, aos 42 dias, aproximadamente
52% e 42% da redução no IEP devem-se aos efeitos diretos do calor crônico e
cíclico, respectivamente. FARIA FILHO (2006) encontrou 61% de redução no
IEP devido ao efeito direto do calor crônico em frangos de corte de 21 a 42 dias
de idade.
Tabela 10 – Desdobramento da interação entre esquemas temperatura/alimentação e
idades de avaliação para índice de eficiência produtiva de frangos de
corte.
Fatores Idades
Temperatura/alimentação 28 35 42
TN/Ad libitum
488 Ab 519 Ab 570 Aa
Crônico/Ad libitum
405 Ba 333 Bb 297 Db
TN/restrito a Crônico 399 Ba 374 Ba 394 Ca
Cíclico/Ad libitum
481 Aa 485 Aa 432 Cb
TN/restrito a Cíclico 448 Aa 484 Aa 481 Ba
Médias seguidas de letras iguais, maiúsculas nas colunas e minúsculas nas linhas, não
diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey (p>0,05).
Coeficiente de metabolização dos nutrientes e energia metabolizável
aparente corrigida para o balanço de nitrogênio
As médias observadas para o coeficiente de metabolização dos
nutrientes e energia metabolizável aparente corrigida para o balanço zero de
nitrogênio da ração (EMAn) estão apresentadas na Tabela 11. Os esquemas
de temperatura/alimentação e idade estudados não interagiram
significativamente sobre as variáveis coeficiente de metabolização da matéria
seca (MS), do extrato etéreo (EE) e EMAn.
Para coeficiente de metabolização da matéria seca, Crônico/Ad libitum
apresentou menor digestibilidade da matéria seca em relação a TN/Ad libitum e
28
na 6ª semana houve aumento significativo dessa variável em relação a
semana, mostrando efeito da idade nesta variável. Utilizando diferentes tipos
de dieta em diferentes idades SAKOMURA et al. (2004) não encontraram efeito
da idade sobre MS. BONNET et al. (1997) observaram efeito direto da
temperatura e da redução no consumo de ração na digestibilidade da matéria
seca, efeito não observado por FARIA FILHO et al. (2007).
O coeficiente de metabolização do extrato etéreo aumentou conforme a
idade das aves e foi inferior nas aves criadas em Crônico/Ad libitum em relação
aos demais esquemas de temperatura/alimentação que não diferiram
estatisticamente entre si. Esse resultado indica um efeito direto da exposição
crônica ao calor. SAKOMURA et al. (2004) não observaram efeito da idade
sobre a digestibilidade da gordura. BONNET et al. (1997) encontraram efeito do
calor na digestibilidade da gordura, por outro lado, FARIA FILHO et al. (2007)
não relataram efeito da temperatura na metabolização desse nutriente.
Tabela 11 Médias observadas e resultados da análise de variância para coeficiente
de metabolização da matéria seca (MS, %), proteína bruta (PB, %),
extrato etéreo (EE, %) e para energia metabolizável aparente corrigida
para o balanço de nitrogênio (EMAn, kcal/kg de matéria seca).
Fatores MS PB EE EMAn
Temperatura/alimentação
TN/Ad libitum
74,02 A 59,96 79,32 A 3151,13
Crônico/Ad libitum
72,20 B 57,17 73,81 B 3154,97
TN/restrito a Crônico 73,37 AB 58,73 82,10 A 3169,44
Cíclico/Ad libitum
72,44 AB 58,16 79,29 A 3150,26
TN/restrito a Cíclico 73,36 AB 58,73 81,87 A 3153,39
Idades
4ª semana 72,54 B 58,19 73,56 C 3121,15 C
5ª semana 72,96 AB 59,54 80,88 B 3150,18 B
6ª semana 73,73 A 58,91 83,41 A 3196,19 A
Temperatura/alimentação (T) 0,0004 0,0043 <0,0001 0,1409
Idades (I) 0,0024 0,4064 <0,0001 <0,0001
T x I 0,1745 0,0016 0,081 0,1473
CV Parcelas (%) 2,50 4,85 4,02 1,18
CV Subparcelas (%) 1,73 3,52 3,16 0,78
R
2
0,67 0,66 0,89 0,81
Médias seguidas de letras iguais não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey
(p>0,05).
Em relação à EMAn ocorreu efeito significativo da idade, onde a EMAn
aumentou conforme a idade. SAKOMURA et al. (2004) não observaram efeito
29
da idade sobre a EMAn. Não houve efeito da temperatura sobre a EMAn. Esse
resultado está de acordo com WALLIS & BALNAVE (1984), GERAERT et al.
(1992), ZUPRIZAL et al. (1993) e FARIA FILHO et al. (2007), diferindo de
YAMAZAKI & ZI YI (1982) que encontraram diminuição da EMAn devido à
exposição ao calor cíclico. Esta diferença nos resultados talvez se deva à
diferença na linhagem e idade das aves avaliadas (galos legohns de 12 meses
de idade). BONNET et al. (1997) observaram maior EMAn para o grupo criado
em temperatura termoneutra restrito ao consumo de ração do grupo exposto ao
calor. Embora não tenha ocorrido diferença estatística entre os esquemas
temperatura/alimentação do presente experimento houve uma tendência de
aumento na EMAn das aves criadas em TN/restrito a Crônico.
Para o coeficiente de metabolização da proteína houve interação entre
as idades e os esquemas temperatura/alimentação (Tabela 12) e através do
desdobramento dessa interação observou-se que apenas na semana de
idade houve influencia da temperatura, assim, a digestibilidade da proteína foi
inferior em Crônico/Ad libitum em relação a TN/Ad libitum. Para o esquema
Crônico/Ad libitum também houve efeito da idade, reduzindo a digestibilidade
da proteína comparado aos demais esquemas temperatura/alimentação.
Apesar da não haver efeito da idade sobre o coeficiente de metabolização da
proteína houve uma tendência (p=0,06) dessa variável aumentar com a idade
para o tratamento TN/Ad libitum semelhante aos resultados obtidos por
WALLIS & BALNAVE (1984) e HUANG et al. (2005) que concluíram que a
digestibilidade dos aminoácidos tende a aumentar com o avanço da idade. Em
relação ao efeito da temperatura, os resultados observados são semelhantes
aos obtidos por BONNET et al. (1997) que encontraram menor metabolização
da proteína para as aves criadas em Crônico/Ad libitum comparadas às criadas
em TN/Ad libitum e TN/restrito a Crônico e ZUPRIZAL et al. (1993) inferiram
que a metabolização da proteína é reduzida pelo calor independentemente do
sexo e da dieta. Por outro lado, FARIA FILHO et al. (2007) não observaram
efeito da temperatura sobre esta variável.
30
Tabela 12 Desdobramento da interação entre esquemas temperatura/alimentação e
idades de avaliação para coeficiente de metabolização da proteína bruta
de frangos de corte.
Fatores Idades
Temperatura/alimentação 4ª semana 5ª semana 6ª semana
TN/Ad libitum
57,98 Aa 60,53 Aa 61,36 Aa
Crônico/Ad libitum
59,78 Aa 56,35 Aab 55,38 Bb
TN/restrito a Crônico 57,57 Aa 59,52 Aa 59,10 ABa
Cíclico/Ad libitum
58,10 Aa 57,48 Aa 58,89 Aba
TN/restrito a Cíclico 57,53 Aa 58,82 Aa 59,83 Aa
Médias seguidas de letras iguais, maiúsculas nas colunas e minúsculas nas linhas, não
diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey (p>0,05).
O efeito da idade sobre os coeficientes de metabolização da matéria
seca, extrato etéreo e sobre a EMAn pode estar associado ao desenvolvimento
dos órgãos do trato digestivo com o avançar da idade. Em relação ao efeito da
temperatura na redução do coeficiente de metabolização dos nutrientes, houve
efeito apenas da exposição crônica ao calor sobre o coeficiente de
metabolização da matéria seca, extrato etéreo e da proteína, mostrando que a
exposição clica não causou efeito na digestibilidade dos nutrientes. Assim, a
piora no desempenho das aves expostas ao calor crônico pode ser explicada
pela menor digestibilidade dos nutrientes, no caso do calor cíclico, a
metabolização dos nutrientes não está associada à queda nos índices
zootécnicos. Aves expostas ao calor apresentam maior consumo de água
(BONNET et al., 1997; FARIA FILHO, 2006) que pode causar menor
digestibilidade dos nutrientes por aumentar a taxa de passagem da ração. O
calor também é responsável por reduzir o tamanho de órgãos (SAVORY, 1986)
e da superfície das vilosidades intestinais (MITCHELL & CARLISLE, 1992).
Conclusões
A exposição crônica ao calor afetou o desempenho de frangos de corte
com maior intensidade que a forma cíclica.
Houve efeito direto da exposição ao calor crônico e cíclico no
desempenho das aves, porém esse efeito foi observado principalmente aos 42
dias de idade.
31
Os coeficientes de metabolização da matéria seca, extrato etéreo e a
energia metabolivel aparente corrigida para o balanço zero de nitrogênio
aumentaram com a idade das aves.
Os coeficientes de metabolização da matéria seca, extrato etéreo e
proteína foram afetados diretamente pela exposição crônica ao calor.
A menor digestibilidade dos nutrientes foi associada à piora do
desempenho das aves expostas ao calor crônico, porém o foi relacionada à
piora dos índices zootécnicos dos frangos expostos ao calor de forma cíclica.
REFEFÊNCIAS
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35
CAPÍTULO 3 – EXPOSIÇÃO CRÔNICA E CÍCLICA AO CALOR SOBRE
ATIVIDADE DE ENZIMAS PANCREÁTICAS DE FRANGOS DE CORTE
RESUMO O objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito de duas
intensidades de exposição ao calor, crônica e cíclica sobre a atividade de
enzimas pancreáticas em frangos de corte aos 21, 29, 36 e 42 dias de idade.
Foram utilizados 450 frangos, machos, Cobb®, distribuídos em um
delineamento inteiramente casualizado em esquema fatorial 5 x 4, sendo 5
esquemas de temperatura/alimentação (TN/Ad libitum, Crônico/Ad libitum,
TN/restrito a Crônico, Cíclico/Ad libitum e TN/restrito a Cíclico) e 4 idades de
avaliação. Assim, TN representa a temperatura termoneutra para cada idade
avaliada, Crônico, a exposição a 3C de forma crônica e clico a exposição
ao calor de forma cíclica e os grupos TN/restrito a Crônico e TN/restrito a
Cíclico receberam a mesma quantidade de ração que Crônico/Ad libitum e
Cíclico/Ad libitum, respectivamente. A restrição alimentar gerada pelo calor
crônico causou aumento da atividade enzimática da amilase aos 29 dias de
idade e redução na atividade enzimática da tripsina aos 36 dias de idade. A
atividade enzimática da lipase aumentou devido ao efeito direto da exposição
ao calor de forma crônica no metabolismo das aves aos 36 e 42 dias de idade.
Não houve efeito da idade e da exposição cíclica ao calor na atividade das
enzimas pancreáticas. A exposição ao calor afetou diferentemente a atividade
enzimática da amilase, lipase e tripsina.
Palavras-chave: amilase, estresse por calor, frangos de corte, lipase, tripsina.
36
INTRODUÇÃO
É notável o desenvolvimento da avicultura nas últimas cadas, com
aumento da produção e consumo mundial de carne de frango (USDA, 2007). A
boa qualidade do produto e o preço acessível implicam em crescente demanda
pelos consumidores. Para atender tais exigências, foram desenvolvidas
técnicas de manejo, nutrição e melhoramento genético que resultaram em uma
ave de rápido desenvolvimento e alta performance.
Sabe-se que o estresse por calor causa grandes perdas econômicas na
avicultura. A primeira resposta das aves frente à exposição ao calor é a
redução no consumo alimentar. Assim, além do efeito causado pela
temperatura no metabolismo das aves existe também o efeito gerado pelo
menor consumo de ração. Através da técnica de alimentação equivalente ou
pair feeding, que permite isolar tais efeitos, FARIA FILHO (2007) mostrou que
40% do pior ganho de peso das aves expostas ao calor deve-se aos efeitos
diretos da temperatura sobre o metabolismo das aves, enquanto GERAERT et
al. (1996
a) e ABU-DIEYEH (2006) encontraram valores de 50 e 46%,
respectivamente.
A atividade de enzimas pancreáticas pode ser influenciada pela
exposição das aves ao calor, porém, os resultados da literatura são bastante
divergentes. LIMA et al. (2002) concluíram que, com o aumento da idade, a
temperatura afetou a produção e secreção enzimática, provocando um
aumento na atividade da lipase e uma diminuição na tripsina e amilase.
ROUTMAN et al. (2003) mostraram aumento da atividade enzimática da
amilase pancreática pelo calor, porém sem alterações na lipase e tripsina. Já,
HAI et al. (2000) encontraram que o calor diminuiu a atividade enzimática da
tripsina e amilase. Além da divergência, os trabalhos encontrados na literatura
não isolam o efeito causado pela redução no consumo alimentar do efeito
direto do estresse por calor no metabolismo das aves.
Ainda, a maioria dos experimentos envolvendo estresse por calor foi
desenvolvida em condições de exposição crônica, mostrando uma máxima
resposta fisiológica das aves.
Entretanto, nas condições ambientais naturais, a
37
exposição ao calor ocorre de forma cíclica, com variação na temperatura ao
longo do dia, havendo um período de temperaturas mais amenas e outro com
temperaturas mais elevadas.
Nesse sentido, o objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito direto da
exposição cíclica e crônica ao calor sobre a atividade enzimática da amilase,
lipase e tripsina pancreáticas, isolando o efeito da redução no consumo
alimentar e o efeito direto do calor no metabolismo das aves atras do pair
feeding.
MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi desenvolvido nas Câmaras Climatizadas do Setor de
Avicultura da Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias UNESP,
Câmpus de Jaboticabal – SP.
Foram utilizados frangos de corte machos, da linhagem Cobb-500
®
.
Durante o período de 1 a 21 dias (pré-experimento), as aves foram criadas no
piso em temperatura termoneutra (Tabela 1), conforme Guia de Manejo da
Cobb (2004). Ração e água foram fornecidas ad libitum. As aves receberam
duas dietas (tabela 2), uma inicial para o período pré-experimental e outra de
crescimento para o período experimental.
Tabela 1 Temperatura média ambiental (T, ºC) e umidade relativa (UR, %)
durante o período pré-experimental.
Período T UR
1ª semana 30,9 ±2,2 63,4 ±9,3
2ª semana 27,9 ±2,0 76,1 ±6,7
3ª semana 26,8 ±1,9 77,1 ±7,1
Aos 21 dias de idade foi determinado o peso médio do lote (834,87
±11,20) e montadas unidades experimentais de mesmo peso médio. Para
tanto, 450 aves foram transferidas para gaiolas metálicas onde foram criadas
até o final do experimento, recebendo manejo convencional com 23 horas de
38
luz e 1 hora de escuro, distribuídas em 5 esquemas temperatura/alimentação
com 6 repetições de 15 aves cada, conforme a Tabela 3. Para tanto, as aves
foram distribuídas em 3 câmaras climatizadas e as temperaturas medias
obtidas semanalmente em cada câmara climatizada estão apresentadas na
tabela 4. O gráfico 1 esquematiza a variação da temperatura da câmara cíclica.
Os valores observados de umidade relativa do ar (%) durante o período
experimental foram de 66,2 ± 7,4, 60,2 ± 5,5 e 68,3 ± 8,3 para as câmaras
termoneutra, crônica e cíclica, respectivamente.
Tabela 2 – Composição das rações experimentais.
Ingredientes (%) Inicial (1 a 21 dias)
Final (22 a 42 dias)
Milho 57,96 58,47
Farelo de Soja 35,62 32,42
Óleo de soja 2,57 5,47
Fosfato bicálcico 1,82 1,68
Calcário calcítico 0,99 0,95
Sal comum 0,44 0,40
Cloreto de colina 60% 0,10 0,10
DL-metionina 0,15 0,14
L-lisina 0,16 0,18
Suplemento
1
0,10 0,10
Promotor de crescimento
2
0,04 0,04
Coccidiostático
3
0,05 0,05
Total 100,00 100,00
Composição
Energia Metabolizável
(kcal/kg)
3000 3200
Proteína 21,4 20,00
Cálcio (%) 0,96 0,90
Fósforo disponível (%) 0,45 0,42
Sódio (%) 0,22 0,20
Potássio (%) 0,83 0,77
Cloro (%) 0,37 0,35
Colina (ppm) 1950 1868
Lisina digestível (%) 1,14 1,08
Metionina digestível (%) 0,45 0,42
1
Suplemento mineral e vitamínico – níveis de garantia por kg do produto (vitamina A –
7000000 UI; vitamina D3 – 3000000 UI; vitamina E – 25000 mg; vitamina K – 980 mg;
vitamina B1 – 1780 mg; vitamina B2 – 9600 mg; vitamina B6 - 3465 mg; vitamina B12
10000 mcg;; ac. nicotínico 34650 mg; pantetonato de cálcio 9500 mg; biotina
1600mg; cobre 10000 mg; iodo 1300mg; manganês 76260 mg; selênio 273,6
mg; zinco 91250 mg; antioxidante 100 mg.
2
Bacitracina de Zinco 15%.
3
Coxistac
12%
®
.
39
Aos 4 e 14 dias as aves foram vacinadas contra o vírus da doença
infecciosa da bursa (Doença de gumboro).
Tabela 3 – Esquemas temperatura alimentação (22 a 42 dias de idade).
Tratamento Temperatura Alimentação
TN/Ad libitum
Termoneutra
Ad libitum
Crônico/Ad libitum
32ºC constante
Ad libitum
TN/restrito a Crônico
Termoneutra
Pair-fed com Crônico/Ad libitum**
Cíclico/Ad libitum
32ºC cíclico*
Ad libitum
TN/restrito a Cíclico Termoneutra
Pair-fed com Cíclico/Ad libitum**
* 8 horas (das 9h00 às 17h00) com temperatura constante de 32°C e o restante em
temperatura termoneutra conforme a idade.
** O consumo de ração dos frangos expostos ao calor crônico (Crônico/Ad libitum) e cíclico
(Cíclico/Ad libitum) foram medidos diariamente e fornecidos aos frangos criados em
TN/restrito a Crônico e TN/restrito a Cíclico respectivamente.
Tabela 4 Médias obtidas semanalmente da temperatura ambiental durante
o período experimental.
Termoneutra
Crônico Cíclico
Período C C C T°C
4ª semana 25,7±1,4 31,9±1,2 26,2±1,6 32,4±1,6
5ª semana 24,2±0,9 32,2±1,4 25,2±1,2 32,5±1,3
6ª semana 21,7±1,0 32,2±1,3 24,7±1,3 32,2±1,7
Gráfico 1 – Variação de temperatura diária na câmara cíclica.
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23
Tempo (horas)
Temperatura (ºC)
TN
32
ºC
A Tabela 5 mostra as comparações pertinentes ao esquema
temperatura/alimentação (pair-feeding). O pair-feeding consiste em fornecer a
mesma quantidade de alimento consumido pelas aves expostas ao calor para
um grupo de aves em temperatura termoneutra, assim torna-se possível isolar
40
os efeitos (efeito direto da temperatura e efeito da redução no consumo
alimentar). Para isso, o consumo de ração das aves submetidas ao estresse
crônico (Crônico/Ad libitum) e cíclico (Cíclico/Ad libitum) foi mensurado
diariamente e a mesma quantidade de ração consumida foi fornecida às aves
dos grupos TN/restrito a Cônico e TN/ restrito a Cíclico, respectivamente. As
aves do esquema TN/Ad libitum receberam ração a vontade.
Tabela 5 – Comparações para o esquema pair-feeding
Comparações Efeito isolado
Exposição constante ao calor
TN/Ad libitum vs Crônico/Ad libitum
Efeito total da temperatura
Crônico/Ad libitum vs TN/restrito a Crônico
Efeito direto da temperatura
TN/Ad libitum vs TN/restrito Crônico
Efeito do baixo consumo de ração
Exposição cíclica ao calor
TN/Ad libitum vs Cíclico/Ad libitum
Efeito total da temperatura
Cíclico/Ad libitum vs TN/restrito Cíclico Efeito direto da temperatura
TN/mkAd libitum vs TN/restrito Cíclico
Efeito do baixo consumo de ração
Características avaliadas
Aos 22, 29, 36 e 42 dias, foi determinada a atividade enzimática da
amilase, lipase e tripsina. Para tanto, uma ave por parcela, dentro do peso
médio, foi mantida em jejum alimentar por 6 horas com água ad libitum nas
mesmas condições experimentais. Após esse período, as aves foram
sacrificadas por deslocamento cervical e o pâncreas foi removido e congelado
em nitrogênio líquido e armazenado a -80 ºC.
A obtenção da colipase e a determinação das atividades enzimáticas
foram realizadas no Laboratório de Bioquímica do Departamento de Tecnologia
da FCAV/UNESP Jaboticabal. Para tanto, o pâncreas foi homogeneizado em
um homogeneizador OMNI GLH por três pulsos de trinta segundos, utilizando-
se tampão tipo Tris-HCl 500 mM, pH 8,0 contendo CaCl
2
50 mM, numa
proporção 1:10 (peso:volume). Imediatamente uma fração foi separada para a
análise da lipase onde adicionou-se glicerol e ditiotreitol (DTT) 1,5mM. Os
extratos brutos assim obtidos foram centrifugados a 10.000 rpm por 10 minutos
41
a 4ºC, filtrados em de vidro, aliquotados, congelados em nitrogênio quido e
armazenado à -80ºC e utilizado posteriormente para a determinação da
atividade enzimática de amilase, tripsina e lipase. Em cada determinação foram
incluídos controles sem adição de enzima, para se estimar a hidrólise
espontânea do substrato. As determinações forma feitas em triplicatas, sendo
que as velocidades iniciais permaneceram constantes durante a reação, com
menos de 5% do substrato sendo hidrolisado.
Preparo do pâncreas delipidado para obtenção da colipase
O pâncreas delipidado foi preparado de acordo com o procedimento
descrito por BROCKMAN (1981). Para isso, 60 g de pâncreas de frango fresco
sem gordura foram triturados em um triturador mecânico e lavados três vezes
consecutivas em solução de clorofórmio-n-butanol (9:1, v/v) à temperatura
ambiente. O sobrenadante foi desprezado e o precipitado foi lavado duas vezes
com Clorofórmio-n-butanol (4:1, v/v) a 4ºC. Finalmente, o precipitado foi lavado
com éter sulfúrico à temperatura ambiente, filtrado em funil de Büchnner com
papel filtro Whatman nº 1, seco sob filtração a vácuo e armazenado a -20ºC.
Obtenção da colipase parcialmente purificada
A colipase de frango parcialmente purificada e livre de atividade de
lipase foi preparada, utilizando-se a metodologia descrita por BROCKMAN
(1981) para obtenção de colipase de pâncreas de suíno. Para isso, 2 g de
de pâncreas de frango delipidado foram dissolvidos em 20 ml de H
2
SO
4
0,1 M e
mantido sob agitação constante por uma hora à temperatura ambiente. A
seguir, a solução foi centrifugada a 14.000 x g por 10 minutos a 4ºC e o
sobrenadante ajustado para pH 7,0 com NaOH e centrifugado novamente.
Após a centrifugação, lentamente foi adicionada ao sobrenadante (NH
4
)
2
SO
4
em até a obtenção de 55% de saturação. A solução obtida foi mantida sob
agitação por trinta minutos a 4ºC. Em seguida, a solução foi recentrifugada a
17.000 x g por quinze minutos. O precipitado foi dissolvido em tampão Tris-HCl,
42
2 nM, pH 6,5. A esta solução foi adicionado, lentamente sob agitação, etanol a
4ºC, e posteriormente foi centrifugada a 17.000 x g. O precipitado obtido foi
dissolvido em tampão Tris-HCl, 2 nM, contendo 6 nM de taurodeoxicolato de
sódio, 0,15 M de NaCl, 1 mM de CaCl
2
e 0,3 mM de azida sódica, pH 6,5.
Finalmente, alíquotas de 200 l foram congeladas e armazenadas a -20ºC.
Determinação da atividade da lipase
A atividade da lipase foi determinada continuamente à 3C, em meio de
reação contendo concentrações finais de p-nitrofenilpalmitato, 0,5 mM, CaCl
2
5
nM, NaCl 150 mM, taurodeoxicolato de sódio 2 mM, Triton X 100 1,27 mg,
goma arábica 0,63 mg e excesso de colipase de frango parcialmente
purificada, em um volume final de 1,5 ml.
A reação foi iniciada pela adição do extrato enzimático ao meio de
reação, e a liberação do produto foi determinada continuamente através da
formação do íon p-nitrofenolato (coeficiente de absoção = 1,32 x 10
4
M
-1
cm
-1
) a
410 nm, durante 120 segundos, em um espectrofotômetro Hitachi U-200,
equipado com célula termoestatizável com variação de ± 0,1ºC. Em cada
determinação foram incluídos controles sem adição de enzima, para se estimar
a hidrólise espontânea do substrato. Uma unidade de atividade enzimática de
lipase foi definida e expressa como a quantidade de enzima que libera 1 nmol
de p-nitrofenolato por minuto.
Determinação da atividade da tripsina
A atividade da tripsina foi determinada segundo KAKADE et a. (1974). A
ativação do tripsinogênio foi efetuada em tampão Tris-Hcl 50 nM contendo
CaCl
2
50mM, pH 8,2. Em cada dosagem, o extrato diluído de cada um dos
segmentos, foi incubado com igual volume de enteroquinase de intestino de
suíno (4,5 unidades da SIGMA). Após 30 minutos de incubação, à 37ºC, uma
alíquota de 0,4 ml do meio de reação obtido foi utilizada para a determinação
da atividade da tripsina. A reação foi iniciada pela adição do substrato N-alfa-
43
benzoil-DL-arginina-para-nitroanilida (BAPNA) ao meio de reação. As 5
minutos, a reação foi interrompida pela adição de 0,2 ml de ácido acético 30%
(v/v). Após centrifugação (microcentrífuga Spin) a p-nitroanilida liberada foi
determinada em 410 nM. Em cada experimento foram incluídos controles sem
adição de enzima, para se estimar a hidrólise espontânea do substrato. As
determinações foram feitas em triplicatas. Uma unidade (U) de enzima foi
definida como sendo 1 nmol de p-nitroanilida liberada por minuto/mg de
proteína.
Determinação da atividade da amilase
A atividade da -amilase foi determinada segundo BERNFELD (1955).
As condições padrões dos ensaios foram tampão fosfato 20 mM, pH 6,9,
contendo NaCl 7mM e amido solúvel 1%, em um volume final de 1ml. Após 5
minutos, a reação foi interrompida pela adição de 0,5 ml do reagente do ácido
3,5-dinitrosalicílico. Após homogeneização, as amostras foram colocadas em
banho-maria em ebulição, por 5 minutos, resfriadas e diluídas com 10 ml de
água destilada. Após agitação, a absorbância foi determinada a 530 nm. Em
cada determinação, foram incluídos controles sem a adição da enzima para se
estimar a hidrólise não enzimática do substrato. Uma unidade de atividade
enzimática da amilase pancreática foi definida e expressa como a quantidade
de enzima que libera 1 mol de maltose/minuto.
Dosagem da proteína
A quantidade de proteína presente no extrato bruto foi determinada de
acordo com o procedimento descrito por HARTREE (1972), utilizando-se
soroalbumina bovina (BSA) como padrão protéico.
Análises estatísticas
A atividade enzimática foi avaliada através de um delineamento
inteiramente casualizado em esquema fatorial 5 x 4 com os fatores: grupos
44
descritos na Tabela 2 e idades de avaliação (22, 29, 36 e 42 dias de idade)
totalizando 20 tratamentos com 6 repetições de 1 ave cada .
Os dados foram verificados quanto à presença de dados discrepantes, a
homogeneidade de variâncias (teste de Levene) e a normalidade dos erros
studentizados (teste de Cramer-Von Mises). Após a constatação do
atendimento dessas pressuposições os dados foram submetidos à análise de
variância por meio do procedimento “General Linear Model” do programa SAS
®
(LITTELL et al., 2002)
e em caso de diferença estatisticamente significativa
(p<0,05) o efeito de tratamentos foi testado por meio dos contrastes descritos
na Tabela 5 e o efeito da idade avaliado pelo teste de Tukey (p<0,05).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Houve interação significativa entre o esquema temperatura/alimentação
e as idades sobre a atividade enzimática da amilase, lipase e tripsina
pancreáticas (Tabela 6).
Tabela 6 Médias observadas e resultados da análise de variância para atividade
enzimática da amilase, lipase e tripsina pancreáticas de frangos aos 22,
29, 36 e 42 dias.
Fatores Amilase Lipase Tripsina
Temperatura/alimentação
TN/Ad libitum
95,16 43,08 57,68
Crônico/Ad libitum
110,66 60,81 45,63
TN/restrito a Crônico 112,12 43,66 39,69
Cíclico/Ad libitum
93,87 47,92 53,53
TN/restrito a Cíclico 104,85 45,94 56,12
Idades
22 dias 103,85 40,91 50,84
29 dias 99,40 43,91 47,33
36 dias 95,27 54,84 52,75
42 dias 114,82 54,27 51,20
Temperatura/alimentação (T) 0,0017 <0,0001 <0,0001
Idades (I) 0,0011 <0,0001 0,1924
T x I 0,0033 <0,0001 0,0432
CV (%) 16,84 15,96 17,80
R
2
0,47 0,75 0,52
O desdobramento da interação entre os esquemas
temperatura/alimentação e idades mostrou que não houve efeito da idade para
45
a atividade da amilase (Tabela 7) e que aos 29 dias de idade o grupo
Crônico/Ad libitum e TN/restrito a crônico não diferiram estatísticamente entre
si, mas apresentaram maior atividade da amilase em relação a TN/Ad libitum.
Aos 36 e 42 dias de idade não houve efeito significativo dos esquemas
temperatura/alimentação, sugerindo uma adaptação das aves ao estresse por
calor. ROUTMAN et al. (2003) também observaram aumento da atividade
enzimática da amilase de frangos de corte em situação de estresse por calor e
PINHEIRO et al. (2004) encontraram incremento da atividade de enzimas
pancreáticas em aves submetidas à restrição alimentar. RODEHEAVER &
WYATT (1984) relacionaram o aumento da atividade enzimática da amilase
pancreática à menor secreção da enzima no intestino devido a restrição
alimentar. PINHEIRO et al. (2004) atribuiu o aumento à presença de
alimento por um período maior no trato gastrintestinal devido a menor taxa de
passagem em animais submetidos à restrição alimentar. Os resultados obtidos
mostraram que não houve efeito direto da exposição ao calor sobre a atividade
enzimática da amilase, evidenciando efeito da restrição alimentar gerada pelo
calor.
Tabela 7 Desdobramento da interação entre esquemas temperatura/alimentação e
idades de avaliação para atividade enzimática da tripsina de frangos de
corte.
Fatores Idades
Temperatura/alimentação 22 29 36 42
TN/Ad libitum
95,89 A 75,32 B 96,94 A 112,49 A
Crônico/Ad libitum 103,38 A 122,49 A 92,39 A 124,41 A
TN/restrito a Crônico 118,17 A 117,98 A 89,22 A 123,09 A
Cíclico/Ad libitum
92,34 A 71,58 B 103,67 A 107,91 A
TN/restrito a Cíclico 109,47 A 109,63 AB 94,11 A 106,19 A
Médias seguidas de letras iguais, maiúsculas nas colunas e minúsculas nas linhas, não
diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey (p>0,05)
Através do desdobramento da interação entre idade e esquemas
temperatura/alimentação (Tabela 8), observou-se aumento da atividade
enzimática da lipase aos 29, 36 e 42 dias de idade, nas aves do grupo
Crônico/Ad libitum em relação às aves criadas em TN/Ad libitum. Aos 36 e 42
dias, as aves do grupo TN/restrito a Crônico e TN/Ad libitum apresentaram
valores significativamente iguais para atividade enzimática da lipase,
46
mostrando que, nestas idades, o efeito deve-se apenas ao calor, não se
relacionando à restrição alimentar causada pela exposição ao calor. Os
resultados obtidos estão de acordo com LIMA et al. (2002) que também
obtiveram incremento na atividade enzimática da lipase em aves submetidas
ao estresse por calor.
Tabela 8 Médias observadas para atividade enzimática da lipase pancreática de
frangos de corte conforme a idade.
Fatores Idades
Temperatura/alimentação
22 29 36 42
TN/Ad libitum
46,24 Aa 32,85 Ba 45,44 Ba 47,78 Ba
Crônico/Ad libitum
32,35 Ac 59,05 Ab 77,19 Aa 74,64 Aab
TN/restrito a Crônico 40,79 Aa 45,97 ABa 44,44 Ba 43,44 Ba
Cíclico/Ad libitum
35,75 Ac 40,55 Bbc 56,02 Bab 59,37 Aba
TN/restrito a Cíclico 49,44 Aa 37,12 Ba 51,09 Ba 46,10 Ba
Médias seguidas de letras iguais, maiúsculas nas colunas e minúsculas nas linhas, não
diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey (p>0,05)
A Tabela 9 mostra o desdobramento da interação entre idade e
esquemas de temperatura/alimentação sobre a atividade enzimática da
tripsina. Não houve efeito da idade sobre a atividade da tripsina em nenhum
dos esquemas temperatura/alimentação. Aos 36 dias de idade observou-se
diminuição desta variável para as aves do grupo TN/ restrito a crônico em
relação ao grupo TN/Ad libitum. As aves expostas ao calor crônico (Crônico/Ad
libitum) não apresentaram diferença significativa em relação aos grupos TN/Ad
libitum e TN/ restrito a crônico. Esses resultados sugerem que houve efeito da
restrição alimentar gerada pelo calor, não havendo efeito direto do calor sobre
a atividade da tripsina. Este resultado está de acordo com LIMA et al. (2002),
que observaram redução da atividade enzimática da tripsina em aves
submetidas ao estresse por calor. Ainda, HAI et al. (2000) também observaram
redução da atividade enzimática da tripsina no suco intestinal de aves expostas
ao calor.
O aumento da atividade enzimática da lipase e a redução da atividade
da tripsina podem estar relacionados ao metabolismo de lipídios e proteínas
em aves expostas ao calor. Frangos de corte expostos ao calor apresentam
maior teor de gordura e menor de proteína bruta corporal (CHENG et al., 1997
a,b). Trabalhando com frangos de corte expostos ao calor e aves em esquema
47
pair feeding, FARIA FILHO (2006) obteve aumento da deposição de gordura no
peito e na coxa e sobrecoxa apenas das aves expostas ao calor, relacionando
o aumento apenas ao efeito do calor no metabolismo das aves. Em relação à
proteína, FARIA FILHO (2006) encontrou redução da deposição de proteína no
peito de frangos de corte causado pelo calor. BONNET et al. (1997) e SOUZA
(dados não publicados*) obtiveram redução da digestibilidade da proteína em
aves submetidas ao estresse por calor. Essa diminuição pode estar associada
à menor atividade enzimática da tripsina em frangos de corte expostos a alta
temperatura aos 36 dias.
Tabela 9 Médias observadas para atividade enzimática da tripsina pancreática de
frangos de corte conforme a idade.
Fatores Idades
Temperatura/alimentação 22 29 36 42
TN/Ad libitum
56,98 Aa 51,66 Aa 64,24 Aa
57,86 Aa
Crônico/Ad libitum
43,03 Aa 39,69 Aa 46,05 ABa 53,73 Aa
TN/restrito a Crônico 46,46 Aa 37,17 Aa 37,85 Ba 37,29 Aa
Cíclico/Ad libitum
44,76 Aa 52,99 Aa 59,99 Aa 56,37 Aa
TN/restrito a Cíclico 62,94 Aa 55,16 Aa 55,63 ABa 50,75 Aa
Médias seguidas de letras iguais, maiúsculas nas colunas e minúsculas nas linhas, não
diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey (p>0,05)
Ainda, o menor incremento calórico gerado pelos lipídios em relação aos
carboidratos e proteínas (MUSHARAF & LATSHAW, 1999), pode estar
associado à alteração da atividade enzimática da amilase, lipase e tripsina.
Assim, a redução da atividade enizmática da tripsina e aumento da amilase e
lipase podem refletir uma tentativa de diminuir o efeito gerado pela exposição
ao calor
Não houve efeito significativo da exposição ao calor cíclico sobre a
atividade enzimática da amilase, tripsina e lipase. Esses resultados mostram
que a exposição ao calor em condições ambientais naturais o foi capaz de
afetar a atividade de enzimas pancreáticas.
*Capítulo 2 desta Dissertação.
48
Conclusões
A restrição alimentar gerada pelo calor crônico causou aumento da
atividade enzimática da amilase aos 29 dias de idade e redução na atividade
enzimática da tripsina aos 36 dias de idade.
A atividade enzimática da lipase aumentou devido ao efeito direto da
exposição ao calor de forma crônica no metabolismo das aves aos 36 e 42 dias
de idade.
Não houve efeito da idade na atividade das enzimas pancreáticas.
A exposição ao calor de forma cíclica não foi capaz de afetar a atividade
das enzimas pancreáticas.
O incremento calórico e deposição de lipídeos e proteínas nas aves
expostas ao calor parecem estar relacionados à regulação da amilase, lipase e
tripsina pancreáticas.
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