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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA
FACULDADE DE MEDICINA VETERINÁRIA E ZOOTECNIA
AVALIAÇÃO DA TÉCNICA DE BIOPSIA PULMONAR
TRANSTORÁCICA EM OVINOS CLINICAMENTE SADIOS E OS
EFEITOS DO PROCEDIMENTO SOBRE O
METABOLISMO
OXIDATIVO
ANDREZA AMARAL DA SILVA
Botucatu
SP
Fevereiro de
2009
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i
UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA
FACULDADE DE MEDICINA VETERINÁRIA E ZOOTECNIA
A
VALIAÇÃO DA TÉCNICA DE BIOPSIA PULMONAR TRANSTORÁCICA EM
OVINOS CLINICAMENTE SADIOS E OS EFEITOS DO PROCEDIMENTO
SOBRE O
METABOLISMO
OXID
ATIVO
ANDREZA AMARAL DA SILVA
Dissertação apresentada junto ao Programa de
Pós
-Graduação em Medicina Veterinária para
obtenção do título de Mestre.
Orientador: Prof. Dr.
Roberto Calderon Gonçalves
Co
-Orientador: Profª. Dr
ª.
Débora Cristina
Damascen
o
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FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA SEÇÃO TÉCNICA DE AQUISIÇÃO E TRATAMENTO
DA INFORMAÇÃO
DIVISÃO TÉCNICA DE BIBLIOTECA E DOCUMENTAÇÃO
-
CAMPUS DE BOTUCATU
-
UNESP
BIBLIOTECÁRIA RESPONSÁVEL: Selma Maria de Jesus
Silva, Andreza Amaral
da.
Avaliação da técnica de biopsia pulmonar transtorácica em ovinos clinicamente sadios e os
efeitos do procedimento sobre o metabolismo oxidativo / Andreza Amaral da Silva. Botucatu
: [s.n.], 2009
Dissertação (mestrado)
Universidade Estad
ual Paulista, Faculdade de Medicina Veterinária
e Zootecnia, Botucatu, 2009.
Orientador: Roberto Calderon Gonçalves
Co
-
orientador: Débora Cristina Damasceno
Assunto CAPES: 50501062
1. Pulmões
-
Biopsia
-
Ovino 2. Metabolismo oxidativo
CDD 636.30896
Palavras
-
chave: Biopsia pulmonar; Metabolismo oxidativo; Ovinos
ii
Nome do Autor:
Andreza Amaral da Silva
Título:
AVALIAÇÃO DA TÉCNICA DE BIOPSIA PULMONAR
TRANST
ORÁCICA EM OVINOS CLINICAMENTE SADIOS E OS EFEITOS DO
PROCEDIMENTO SOBRE O
METABOLISMO
OXIDATIVO
.
COMISSÃO EXAMINADORA
Prof
.
Dr
.
Roberto Calderon Gonçalves
Presidente e Orientador
Departamento de
Clinica Veterinária
FMVZ
UNESP
-
Botucat
u
Prof.Dr. Simone Biagio Chiacchio
Membro
Departamento de Clínica Veterinária
FMVZ
UNESP
-
Botucatu
Prof.Dr.
Fernando José Benesi
Membro
Departamento de
Clínica Médica
FMVZ
USP
São Paulo
Data da Defesa
:
19
de
Fevereiro
de 200
9
iii
Dedicatória
Aos meus pais,
Carlos
e
Clarice
,
pela
maior prova
de amor que poderia ser dada, à
renúncia dos próprios sonhos pelos filhos
.
"O amor faz com que tu
do, de repente, pareça possível
"
H. Jackson Brown
Ao meu orientador
Roberto Calderon Gonçalves
, pela
disponibil
idade que sempre manifestou e a
empatia com que
recebeu as minhas idéias, estímulo que me permitiu
vencer as inseguranças deste processo.
Nosso maior desejo na vida é encontrar alguém que nos faça fazer o melhor
que pudermos
Ralph Waldo Emerson
Só os sonhadores podem nos ensinar a voar
"
Anne Marie Pierce
iv
Agradecimentos
A Deus, por sua proteção e presença constante. Serei eternamente grata pelas oportunidades, por me
permitir chegar até aqui e pelas pess
oas que cruzaram meu caminho
.
Aos animais, por tudo aquilo que serve de cenário para o meu dia-a-dia; pelas noites mal dormidas
dedicadas a vocês, por aumentarem, à sua maneira, meus conhecimentos e por nunca me deixarem
esquecer de que enquanto há vida
há esperança
.
Aos meus Pais, Carlos e Clarice, exemplo de amor e dedicação, que sempre estiveram ao meu lado nas
adversidades, me ensinado a transpor barreiras e permitindo a realização de meus sonhos
.
Ao meu orientador, Prof. Roberto Calderon Gonçalves, pelos
ensinamentos
transmitidos, pela
paciência, credibilidade e confiança depositados em mim. Gostaria que soubesse que o admiro e o
considero um exemplo de pessoa e de profissional, que sempre estimulou e contribuiu para o meu
aprimoramento e desenvolvimento na área acadêmica. Por sua capacidade e sensibilidade
de
, a cada
conversa, extrair de mim elementos e sentimentos que me tornam uma pessoa melhor, minha eterna
gratidão
.
A minha co-orientadora, Débora Cristina Damasceno, por me receber em seu labora
tório
de braços
abertos
, disponibilizar seus equipamentos e pela orientação na padronização das técnicas
laboratoriais
e na elaboração deste trabalho. Agradeço profundamente a gentileza,
a
generosidade, a
confiança em mim depositada e o acolhimento.
Ao meu namorado e amigo, João Paulo Tranin Galocha, ouvinte atento de minhas dúvidas, aflões,
desânimos e sucessos.
Obrigada
pelo apoio, pela confiança e valorização do meu trabalho, ainda que
,
por muitas vezes, sem entender o que tudo aquilo significava. Foi o seu companheirismo que me deu
coragem para transpor meus medos e a culpa pelo tempo que a cada dia te
subtraia.
Amo você!!
As minhas irmãs, Amanda e Amália, que souberam dar sua parcela de contribuição nessa jornada e
procuraram, na amizade, com pacncia, atenção e carinho, tornar possíveis meus objetivos
.
Meu
sincero obrigado
.
Aos meus familiares que, apesar da distância, sempre me incentivaram, e me deram forças nos
momentos de desânimo e solidão. Um agradecimento especial ao meu primo
Bruno
da Silva Mendes,
pelas constantes palavras de incentivo em nossas infindáveis conversas virtuais.
Ao meu amigo Ulisses Stelmann. Dizer que o admiro e sou eternamente grata a você é muito pouco,
nossa amizade merece mais!!! Obrigado por dizer, algumas vezes, o
que eu realmente precisava ouvir e
por ter me mostrado outro lado a considerar. Obrigada por me ensinar a valorizar mais o meu tempo e
por saber que posso contar contigo e ter sua ajuda sempre que preciso. Obrigado por ser um amigo e
tanto pra mim, de tan
tas diferentes e significativas formas. Que venham mais dez anos de amizade!
Ao meu amigo Luciano José Eloy. Agradeço a sua confiança em mim depositada quando todos me
deram
as costas. Por ter sempre algo para dizer e me fazer pensar, por me arrancar sorrisos nos maus
momentos e me amparar nas vezes em que fraquejei. Os momentos mais difíceis que a vida trouxe
junto com meu mestrado foram, sem dúvida, suavizados pela sua amizade, carinho e apoio. Meu
sincero obr
igada
!
v
Ao Dr. Kleber Eduardo de Campos
e
a Ana Paula Spada, pós-
graduand
a da Faculdade de Medicina
de Botucatu, pela colaboração e presteza na realização das análises bioquímicas, assim como pela
inestimável ajuda no esclarecimento de todas as minhas dúvidas.
Ao pós-
graduando
Danilo Otávio Laurenti Ferreira e a graduanda Bianca Paola Santarosa
pela
ajuda nas colheitas de amostras, mesmo nos horios mais impróprios. Em especial ao Danilo por
disponibilizar os seus animais para o meu experimento.
Ao Prof. Júlio Lopes Sequeira e a doutoranda Camila
Dias Porto pelas
análises histológicas
.
Ao Prof. Adriano Dias
pela inestimável contribuição na realização dos cálculos estatísticos.
Aos professores do Departamento de Clínica Veterinária desta faculdade Alexandre Secorum Borges,
Rogério Martins Amorim, Roberto Calderon Gonçalves e Simone
Biagio
Chiacchio
. Obrigado pelo
conhecimento compartilhado, pela acolhida, apoio e momentos de descontração durante o mestrado.
Um agradecimento especial ao Prof. Alexandre Secorun Borges que gentilmente cedeu espaço fís
ico
em seu laboratório para que eu colocasse os equipamentos utilizados em meu experimento
Às secretárias do Departamento de Clínica Veterinária, Marlene Dias Camargo e Izabel Cristina
Castro
,
pela amizade, simpatia e
serviços prontamente prestados sempre
que solicitado.
Aos meus colegas de pós-
graduaç
ão, Janaína Biava, Adriana Rino e Ulisses Stelmann, pelos
momentos agradá
veis
, de descontração e de muito estudo que passamos juntos na nossa “pequenae
aconchegante sala.
A
o
Marco Antônio Simão da Silva e Marcos
Donizeti Gouveia
,
funcionários do
S
erviço de
Clínica de
Grandes Animais desta Faculdade, pelo imprescindível auxílio sempre que solicitado.
Aos residentes do Serviço de Cnica de Grandes Animais desta Faculdade pela ajuda prestada em
diversos mom
entos.
Ao Departamento de Cnica Veterinária e a Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da
UNESP de Botucatu, que me receberam de forma acolhedora tornando
-
se a extensão de minha casa.
A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPE
SP)
pelo Auxílio Financeiro
à
Pesquisa e pela
Bolsa de Estudos concedida, permitindo minha total dedicação ao mestrado.
A todos que, direta ou indiretamente, fizeram parte desta história, mas que minha memória pouco
privilegiada me impediu de lembrar.
vi
"Uma longa viagem começa com um único passo"
Lao
-
Tsé
vii
LIS
TA DE TABELAS
Tabela
1 Representação dos resultados estatísticos descritivos das
variáveis Superóxido Dismutase (SOD), Glutationa Total (GSH-
t),
Glutationa Peroxidase (GSH-Px) e Substâncias Reativas ao Ácido
Tiobarbitúrico (TBARS) em hemácias de ovinos antes da biopsia
pulmonar
e 30 minutos após o procedimento. Teste de Wilcoxon,
considerando p < 0,05..................................
...............
.................33
viii
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 Fotomicrografia de cortes histológicos de pulmão de ovino. A.
visão panorâmica de um fragmento pulmonar mostrando a
organização tecidual (H & E, 40x); B e C. organização tecidual
pulmonar: bronquíolos primários e terminais, ductos e sacos
alveolares e alvéolos isolados (H & E, 40x e 100x,
respectivamente);
D.
pneumonia intersticial crônica:
aumento
da
celularidade, edema, infiltrado inflamatório misto mod
erado,
composto por mononucleares e eosinófilos, além de focos
hemorrágicos
(H & E, 400x)........................................................
.
32
Figura 2
Medi
ana e valores Máximo e Mínimo da var
iável
Superóxido
Dismutase (SOD) em h
emácias
de ovinos antes da biopsia
pulmonar e 30 minutos após o procedimento
.
..............
............
..
.
34
Figura 3 Mediana e valores ximo e Mínimo da variável Glutationa
Peroxidase
(
GSH
-
Px
) em hemácias de ovinos antes da biopsia e
30 minutos após o procedimento
.........
........................
...............
.
34
Figura 4 Mediana e valores Máximo e Mínimo da variável Glutationa Total
(
GSH
-t)
em
hemácias de
ov
inos
antes da biopsia e 30 minutos
após o procedimento.................................
............................
......
.
35
Figura 5 Mediana e valores Máximo e Mínimo da variável Substâncias
Reativas ao Ácido Tiobarbitúrico (
TBARS
) em hemácias d
e
ovinos antes da biopsia e 30 minutos após o
procedimento...
..............................................
.................
.............
.
35
ix
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS
CAT
Catalase
DTNB
Á
cido 5,5
-
ditiobis
-2-
ácido nitrobenzóico
EDTA
Ácido Etilenodiamida Tetracético
EROs
Espécies Reativas do Oxigênio
GSH
Glutationa Reduzida
GSH
-
Px
Glutationa Pe
roxidase
GSH
-
Rd
Glutationa Redutase
GSH
-t
Glutationa Total
GSSG
Glutationa Oxidada
H
2
O
2
Peróxido de Hidrogênio
MDA
M
alonaldeído
MED
Média
NADPH
Nicotinamida Adenina D
inucleotídeo
-P
O
2
Oxigênio
O
2
Radical Superóxido
OH
Radical Hidroxila
PBS
Solução Salina Tamponada com Fosfato
SOD
Súperóxido Dismutase
TBA
Ácido Tiobarbitúrico
TBARS
Espécies Reativas ao ácido Tiobarbitúrico
x
SUMÁRIO
Páginas
Resumo
12
Abstract
14
1. Introdução
16
2. Revisão de Literatura
17
2.1. Biopsia Pulmonar
17
2.2. Espécies Reativas do Oxigênio e Estresse Oxidativo
19
3. Objetivos
21
4. Material e Métodos
22
4.1. Animais
22
4.2. Exame Clínico
22
4.3. Co
lheita do Material
22
4.3.1. Contenção
22
4.3.2. Colheita das Amostras
23
4.3.2.1 Amostra de Sangue
23
4.3.2.2. Biopsia Pulmonar
23
4.4. Processamento e Análise do Material
24
4.4.1. Exame da Carcaça
24
4.4.2.
Exame do Fragmento
24
4.4.2.1. Histopatologia
24
4.4.3. Amostras de Sangue
25
4.4.3.1. Determinação da Hemoglo
bina
26
4.4.3.2. Determinação da Peroxidação Lipídica
26
xi
4.4.3.3. Determinação da Atividade de Superóxido
Dismutase (SOD
)
26
4.4.3.4. Determinação da Concentração de Glutationa Total
(GSH
-
t)
27
4.4.3.5. Determinação da Atividade Enzimática de
Glut
ationa
-
Peroxidase (GSH
-
Px)
27
4.5. Análise Estatística
28
5. Resultados
28
6. Discussão
36
7
. Conclusão
44
8. Referências B
ib
liográficas
45
9. Anexo
s
55
Artigo Científico
59
12
SILVA, A.A. Avaliação da técnica de biopsia pulmonar transtorácica em
ovinos clinicamente sadios e os efeitos do procedimento sobre o
metabo
lismo
oxidativo
. Botucatu, 2009
.
86
p. Dissertação (Mestrado)
Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Campus de Botucatu,
Universidade Estadual Paulista
Júlio de Mesquita Filho
.
RESUMO
Avaliou
-se a segurança e a eficácia da técnica de biopsia pul
monar
transtorácica percutânea e seus efeitos sobre o metabolismo oxidativo na
espécie ovina. Foram utilizados 20 ovinos clinicamente sadios e destinados ao
abate. Inicialmente, foram coletadas amostras de sangue da veia jugular em
tubos de ensaio contendo heparina. Após a colheita, foi realizado o exame
clínico seguido da biopsia pulmonar com agulha
semi
-
automática
no espaço
intercostal direito cerca de 5 cm acima do olécrano. A
vali
ou
-
se
o número de
tentativas para a realização do procedimento e o tamanho dos fragmentos. As
amostras obtidas foram a
nalisa
das histologicamente. Uma nova colheita de
sangue foi realizada 30 minutos após a biopsia, e as amostras levadas ao
laboratório para a detecção indireta dos radicais livres [superóxido dismutase
(SOD), glutationa total (GSH-t) e peroxidase (GSH-Px) e substâncias reativas
ao ácido tiobarbitúrico (TBARS)].
Após
o abate foi realizado o exame
pos
mortem
para avaliação de complicações da técnica e das eventuais lesões
provocadas. Entre todos os animais submetidos à biopsia apenas dois
demonstraram resistência à
técnica, sendo obtidos fragmentos pulmonares
que
mediram
entre 4 mm a 7 mm de comprimento, com média de 1,8
1 tentativas
por fragmento. As principais alterações relacionadas à técnica foram: tosse,
disp
néia inspiratória, elevação das freqüências cardíaca e respiratória e
aumento do ruído broncobronquiol
ar
. Ao exame pos mortem observou-
se
hemorragia dos músculos intercostais e pleura visceral de tamanho variado
em
todos os cordeiros
, além de feridas linea
res de até 14 mm
nos
dois animais
que
não reagiram bem ao procedimento. Das 20 tentativas de execução da técnica,
18 obtiveram sucesso, enquanto que
em
duas o fígado foi equivocadamente
puncionado. As amostras de tecido pulmonar foram consideradas
represen
tativas, pois foi possível a visualização de estruturas íntegras,
13
incluindo bronquíolos e alvéolos. Trinta minutos após a biopsia houve redução
nas atividades de SOD e de GSH-Px, não sendo verificada alteração
significativa nas concentrações de GSH-t e de TBARS após o procedimento. A
biopsia pulmonar mostrou-se segura e eficaz para obtenção amostras
pulmonares com fins de diagnóstico histológico, sem causar alterações
significativas no metabolismo oxidativo e danos teciduais expressivos.
Palavras
-
chave:
Ov
inos; biopsia pulmonar;
metabolismo
oxidativo.
14
SILVA, A.A. Evaluation of the transthoracic lung biopsy technique in
clinically healthy sheep and the effects of the procedure on the oxidative
metabolism
.
Botucatu, 2009. 86
p.
Dissertação (Mestrado) – Faculdade de
Medicina
Veterinária e Zootecnia, Campus de Botucatu, Universidade Estadual
Paulista
Júlio de Mesquita Filho
.
ABSTRACT
It was evaluated the safety and effectiveness of the percutaneous transthoracic
lung biopsy technique
and
its
effects of the procedure on oxidative metabolism
in sheep. It was used 20 clinically healthy sheep. Initially, blood samples were
collected from the jugular vein in test tubes containing heparin. After collecting
the blood, the clinical examination was carried out followed by lung biopsy with
a
semi
-automatic needle biopsy. The number of attempts and size of the
fragments were measured and the samples were analyzed histologically. New
blood samples were collected 30 minutes after the biopsy. All blood samples
were taken to the laboratory for the indirect detection of free radicals
[superoxide dismutase (SOD), total glutathione (GSH-t), glutathione peroxidase
(GSH
-Px) and thiobarbituric acid reactive substances (TBARS)]. After the
slaughter,
a post mo
rtem examination assessed
the technical complications and
possible injuries. Among all animals underwent biopsy only two did not tolerate
the technique. It were obtained Lung fragments from 4 mm to 7 mm and
it
were
required on average 1,8 attempts. The main changes related to the procedure
were: cough, labored breathing, increased heart and breathing rate and
increased broncobronquiolar noise. The post-mortem examination revealed
bleeding of the intercostal muscles and visceral pleura of various sizes in al
l
lambs,
and a wound up to 14 mm in the lung of two animals that did not
tolerate the procedure.
From
20 attempts to implement the technique, 18 were
successful, while in two of them the liver was mistakenly punctured. Samples of
lung tissue were represent
ative.
It was possible to visualize intact structures,
including bronchioles and alveoli. The activity of SOD and GSH-Px decreased
thirty minutes after the biopsy. There were no changes in GSH-t and TBARS
concentrations after the procedure. The percutaneous transthoracic lung biopsy
15
technique showed to be safe and effective for obtaining lung samples for
histological diagnosis without causing significant changes in oxidative
metabolism and expressive tissue damage.
Key words:
Ovine,
lung biopsy, oxidative
stress
16
1. INTRODUÇÃO
Nos últimos anos a ovinocultura reapareceu principalmente na região
Sudeste do Brasil, como solução econômica para os pecuaristas de pequeno e
médio porte. Na
ú
ltima década tem se verificado não só
aumento no efetivo dos
rebanhos, mas também no número de propriedades envolvidas nesta atividade.
A principal causa disso é o aumento no consumo de carne ovina, mais
especificamente da carne de cordeiro, viabilizando sistemas de produção
animal em pequenas propriedades e tornando-se mais uma alternativa de
investimento no meio agropecuário.
Atualmente, as doenças respiratórias são consideradas um sério
problema de sanidade na ovinocultura, apresentando altos índices de
morbidade e mortalidade (MARTIN, 1996; CUTLIP et al., 1998), sendo
responsáveis por 10 a 40% das mortes em animais adultos (VIEIRA et al.,
1993) e por 17% das mortes durante o período perinatal (ROOK et al., 1990).
No processo diagnóstico de diversas
enfermidades
do sistema
respiratório é imprescindível a realização de anamnese criteriosa e exame
físico minucioso do aparelho respiratório (GONÇALVES, 2004). Quando estes
recursos semiológicos não são suficientes para uma conduta diagnóstica
adequada, é preciso lançar mão de procedimentos que ajudem o clínico na
busca pelo diagnóstico. Para tanto, os exames complementares auxiliam não
no diagnóstico, mas também no prognóstico, plano terapêutico e
preservação do paciente.
A biopsia pulmonar pode ser empregada como auxílio diagnóstico, com
a efetividade confirmada do procedimento na obtenção de fragmentos
adequados para o exame histopatológico e microbiológico (PORTO, 1991).
Todavia, a biopsia pulmonar é um procedimento pouco efetuado na medicina
veterinária, talvez pela insegurança dos veterinários em realizar a técnica
correta. Apesar disso, foi comprovado que a biopsia pulmonar auxilia na
diferenciação de alterações inflamatórias, alérgicas, enfisematosas,
edematosas e neoplásicas em várias espécies animais (BRAUN et al., 1999;
PUGH, 2005), i
nclusive na espécie ovina (BRAUN et al., 2000).
Na ultima década foram realizadas inúmeras pesquisas para esclarecer
o
papel das Espécies Reativas do Oxigênio (EROs) em processos patológicos
17
que envolvem o trato respiratório de animais, sobretudo na espécie eqüina
(ART et a., 1999; KIRSCHIVINK et al., 2002; DEATON et al., 2004). Amostras
de tecido pulmonar, obtidas a partir de biopsia, têm sido utilizadas com sucesso
para determinar os danos provocados pelas EROs no parênquima pulmonar de
humanos (SLADE et al., 1985; COMHAIR et al., 2005), ratos (FORMAN &
FISHER, 1981; SLADE et al., 1985) e ovinos (IKEDA et al., 1998; MALHOTRA
et al., 2002). Em contrapartida, não existem relatos que avaliem o papel da
técnica de biopsia pulmonar no desequilíbrio do estado oxidativo, permitindo
assim a formação de grandes quantidades de
EROs
, o que poderia agravar o
quadro clínico do paciente devido ao seu já comprovado envolvimento na
patogenia e progressão de algumas dessas doenças.
Levando em conta o crescente desenvolvimento da ovinocultura no
Brasil, a alta ocorrência de doenças respiratórias nesses animais, e as
evidências de que os radicais livres representem um grande papel no
desenvolvimento de algumas afecções respiratórias, é de suma importância o
estudo de métodos que complementem o diagnóstico clínico e auxiliem a
realização de um diagnóstico precoce, bem como seus possíveis efeitos sobre
o estado oxidativo desses animais.
2.
REVISÃO DE LITERATURA
2.
1. B
iopsia Pulmonar
A biopsia pulmonar é um procedimento invasivo de elucidação
diagnóstica que consiste na remoção de tecido pulmonar vivo para exame
macro e microscópico, envolvendo o processamento laboratorial do material, a
confecção de lâminas seguida de análise e descrição microscópica
(PORTO
,
1991
). Quando suspeita de enfermidades de etiologia infecciosa, a amostra
de tecido recolhida pode ainda ser submetida à cultura de fungos e de
bactérias, bem como a testes de sensibilidade a antibióticos. (SAVAGE et al.,
1998; BRAUN et al., 2000). As informações obtidas através da biopsia são
úteis ao clínico na definição de um diagnóstico, permitindo a tomada de
decisões sobre o tratamento e o prognóstico do paciente (STONE 1995).
18
A história da biopsia pulmonar data de 1883, quando
Leyden
, para a
identificação de microorganismos em três casos de pneumonia, realizou a
primeira biopsia pulmonar aspirativa por acesso transtorácico. Três anos
depois,
Menetrier
(1886) foi o primeiro a diagnosticar carcinoma de pulmão
utilizando esta mesma técnica (PORTO, 1991; UNVER et al., 2006). Depois
disso, devido à alta freqüência de complicações observadas, conseqüentes ao
grosso calibre das agulhas utilizadas, e pela falta de orientação visual do ponto
e do trajeto da punção, o método não teve aceitação generalizada e acabou
caindo em desuso. Apesar do insucesso inicial, em 1963 Dahlgren e
Nordenstrom
reafirmaram a serventia do procedimento, com sua utilização
associada a técnicas de imagem em tempo real, e passa então a ser
amplamente empregada tornando-se uma prática rápida e efetiva para o
diagnóstico de afecções pulmonares (PORTO, 1991; MOORE, 2005; UNVER
et al., 2006). Os dispositivos automáticos para a execução de biopsias foram
introduzidos em 1982 por
Lindgren
, com sua efetividade comprovada na
obtenção de fragmentos de alta qualidade para o exame histopatológico em
diversos órgãos (WAGNER et al., 1995).
Hopper
et al. (1990) demonstraram a
superioridade diagnóstica desses aparelhos diante das agulhas convencionais
na execução de punção abdominal em humanos.
Com relação às vias de acesso, as biopsias pulmonares podem ser
transbronquial, conduzidas com auxílio de um endoscópio, transtorácica e
aberta, onde o pulmão é exposto mediante toracotomia (NEFF, 1980). A
biopsia pulmonar transtorácica, especificamente, pode ser aspirativa ou
lancetante. No primeiro caso usa
-
se uma agulha simples e se retira um suco de
tecidos para estudos citopatológicos e microbiológicos. Na punção lancetante
consegue
-se um cilindro maciço de tecido também para exames
histopatológicos e microbiológicos (PORT
O, 1991).
A biopsia pulmonar tem valor diagnóstico, sendo demonstrada boa
correlação entre os achados histopatológicos e microbiológicos com o quadro
clínico,
em eqüinos (RAPHEL & GUDSON, 1981; NAYLOR et al., 1992
;
DOUCET & VIEL, 2002
;
VENNER et al., 2006) bovinos (SILVA, 2005;
PRINGLE, 1992), ovinos (BRAUN et al., 2000), cães (ROUDEBUSH et al.,
1981; TESKE et al., 1991; WOOD et al., 1998
;
DeBERRY et al., 2002
)
e gatos
(M
A
CMILLAN et al., 1988
; WOOD et al., 1998
).
19
A indicação da biopsia pulmonar se reserva àqueles pacientes que
necessitam de um diagnóstico histológico e/ou microbiológico para um
direcionamento do manejo e de suas terapias e animais com enfermidades
respiratórias difusas e de causa indeterminada, sobretudo quando a
progressão da doença é um fator decisivo. Entretanto, por ser um método
diagnóstico invasivo, o clínico só deve lançar mão deste recurso quando outros
procedimentos menos invasivos falharam em fornecer um diagnóstico preciso.
(RAPHEL e GUNSON, 1981; CANZIAN et al., 2006). Por outro lado, a biopsia
pulmonar não é um procedimento recomendado para pacientes com
intensa
taquipnéia, acessos de tosse freqüentes, função pulmonar diminuída, distúrbios
de coagulação e animais incapazes cooperar com o procedimento (NEFF,
1980; GRODE et al., 199
3; ROY e LAVOIE, 2003).
Apesar
de a biopsia pulmonar ser um procedimento simples e de ampla
aplicabilidade, alguns profissionais ainda sentem-se inseguros quanto a sua
realização, principalmente por causa das possíveis complicações decorrentes
do procedimento, embora complicações graves sejam incomuns (ZAVALA &
BEDELL, 1972; GERAGHTY et al., 2003). Complicações freqüentemente
associadas à execução da técnica incluem epistaxe e hemoptise transitórias e
pneumotórax, não tendo sido relatadas complicações em longo prazo
(
WARNER, 1990; NAYLOR et al., 1992).
2.
2.
Espécies R
eativas
do Oxigênio (EROs) e Estresse O
xidativo
O oxigênio é essencial para a oxidação de compostos orgânicos e
produção de energia para o metabolismo celular (COMHAIR e ERZURUM,
2002). Entretanto, uma pequena quantidade de oxigênio consumida (2 a 5%) é
reduzida por vias metabólicas normais, produzido uma variedade de
substâ
ncias químicas altamente reativas, denominadas espécies reativas do
oxigênio (EROs) (HALLIWELL e GUTTERIDGE, 1999; DAMASCENO et al.,
2002). Entre os principais metabólitos reativos do oxigênio produzidos durante
este processo podemos destacar o radical superóxido (O
2
), o peróxido de
hidrogênio (H
2
O
2
)
e o radical hidroxila (OH ), sendo que a principal fonte
produtora destas EROs é a cadeia de transporte de elétrons na mitocôndria.
(
SCHNEIDER e OLIVEIRA, 2004
;
MOLINA, 2003).
20
Sob condições normais, o balanço entre os antioxidantes e as EROs é
suficiente para garantir o bom funcionamento do organismo. Entretanto, um
acréscimo na concentração de EROs ou um decréscimo no sistema
antioxidante pode destruir este equilíbrio. Este estado de desequilíbrio é
conhecido como estresse oxidativo (WRIGHT et al., 1994; KIRSCHIVINK e
LEUKEUX, 2005; VALKO et al., 2007), condição em que as EROs podem
provocar lesões teciduais (KINULLA et al., 1995), danificando organelas
celulares, ácidos nucléicos, lipídeos e proteínas (VALKO et al., 200
7).
De todas as ações deletérias associadas ao estresse oxidativo, a
oxidação das membranas celulares, processo conhecido como peroxidação
lipídica, talvez seja a que tenha maior impacto. A lipoperoxidação envolve o
ataque das EROs aos ácidos graxos insaturados das membranas, levando à
perda da fluidez e aumento da permeabilidade das membranas, com liberação
de nutrientes e substâncias tóxicas
à
célula no espaço extracelular, lesionando
os tecidos (SJÖDIN et al., 1990; FERREIRA e MATSUBARA, 1997;
DAMASCENO et al., 2002).
Contudo, o organismo não é uma vítima passiva do ataque das EROs.
Pelo contrário, ele conta com um complexo mecanismo de defesa antioxidante
responsável pela manutenção da homeostase entre a produção e a eliminação
de EROs (WRIGHT et al., 19
94).
De modo geral, os agentes antioxidantes
podem ser enzimáticos e não-
enzimát
icos. Os antioxidantes enzimáticos
constituem a primeira defesa e
ndógena de neutralização das ERO
s e incluem a
superóxido dismutase (SOD), a catalase (CAT), a glutationa peroxidase (GSH-
Px
) e a glutationa redutase (G
SH
-Rd) e entre os não-enzimáticos podemos
destacar as vitaminas E e C, glutationa reduzida (GSH), carotenos, ácido úrico
e proteínas quelantes de metais de transição. (DAMASCENO et al., 2002).
Apesar da defesa antioxidante básica oferecida pelas enzimas antioxidantes, a
variação individual nos níveis de cada uma dessas enzimas mostra-
se
importante no agravamento das doenças relacionadas aos agentes oxidantes
(KINNULA & CRAPO, 2003).
21
Inflamação é uma resposta de defesa do organismo que ocorre após o
dano celular, entretanto, uma resposta inflamatória extensa, prolongada ou não
regulada é altamente prejudicial ao organismo. O processo inflamatório inclui a
participação de diferentes tipos celulares, principalmente células com função
fagocitária. Durante o processo de fagocitose liberação de grande
quantidade de EROs pelas lulas fagocíticas, evento conhecido como
explosão respiratória. As EROs liberadas durante a explosão respiratória são,
provavelmente, as principais responsáveis pelos danos teciduais decorrentes
do processo inflamatório. Além de provocar injúria tecidual, as EROs atuam
também como mediadores inflamatórios, potencializando a res
posta
inflamatória. Quando o pulmão e o sangue estão sob estresse oxidativo
ativação de vias metabólicas que culminarão com a cascata da inflamação.
Células inflamatórias são então recrutadas para a microcirculação pulmonar e
direcionadas às vias aéreas
posteriores
tornan
do
-se ativas e passando a
produzir ERO
s
em resposta
aos estímulos inflamatórios
(RAHMAN e
MACNEE,
2000), amplificando seus efeitos nesses tecidos.
Diante do que foi exposto é possível acreditar que técnicas invasivas
como a biopsia pulmonar possam resultar em resposta inflamatória aguda
acarretando aumento na produção de EROs nos pulmões e no sangue,
provocando danos teciduais graves.
3. OBJETIVOS
São objetivos deste estudo:
1. Avaliar a segurança da técnica de biopsia pulmonar percutânea transtorácica
e sua eficácia na obtenção de amostras adequadas que permita a análise
histopatológica do fragmento;
2. Comparar a ocorrência de complicações decorrentes da técnica de biopsia
pulmonar en
tre ovinos clinicamente sadios;
3. Determinar a metodologia para análise de antioxidantes e da
lipoperoxidação
em hemá
cias
de ovinos clinicamente sadios;
22
4. Estabelecer os principais marcadores do estresse oxidativo em hemácias de
ovinos clinicamente sadios;
5. Avaliar o efeito da biopsia pulmonar percutânea transtorácica sobre
os
antioxidantes e sobre a peroxidação lipí
dica
em hemácias de ovinos
clinicamente sadios;
4. MATERIAL E MÉTODO
S
4.1. Animais
Foram
utilizados 20 ovinos clinicamente sadios, independentemente de
sexo, raça e idade, procedentes da região de Botucatu-SP, e destinados ao
abate.
4.2. Exame Clínico
Todos os animais foram submetidos ao exame clínico imediatamente
antes e após a biopsia pulmonar, utilizando-se protocolo adotado por Viana
(2003), conforme apresentado no Anexo 1 e critério clínico de Gonça
lves
(2004). Os resultados foram
anotados em fi
chas individuais.
4.3. Colheita do Material
4.3.1. Contenção
Os animais foram contidos por cabresto e manualmente, com auxílio de
ajudante, mantidos
em pé, durante todo o período d
a colheita de materiais.
23
4.3.2. Colheita das Amostras
4.3.2.1. Am
ostra de Sangue
Foram
colhidos da veia jugular, 5mL de sangue, em tubos de ensaio
heparinizados, imediatamente após a contenção, antes da realização do exame
físico, visando minimizar os efeitos do estresse desse procedimento sobre os
animais. Novas amostras de sangue foram colhidas da mesma forma, 30
minutos após a biopsia, com a finalidade de verificar os efeitos da biopsia
pulmonar e as suas conseqüências sobre a produção de EROs. Em seguida,
as amostras de sangue foram armazenadas a 1C em recipiente apropriado
com gelo e encaminhadas ao laboratório de pesquisa experimental de
Ginecologia e Obstetrícia da FMB-UNESP, para a detecção de bioma
rcadores
do estresse oxidativo [SOD, glutationa total (GSH-t), GSH-Px e substâncias
reativas
ao ácido tiobarbitúr
ico (TBARS)]
.
4.3.2.2. Biopsia Pulmonar
O ponto de punção para a biopsia pulmonar foi demarcado no sétimo
espaço intercostal do antímero lateral direito,
aproximadamente
5 cm acima do
olécrano
. A seguir
foi
feita tricotomia e antissepsia da pele com solu
ção de iodo
povidine a 1%, seguido de anestesia local da pele do espaço intercostal, tecido
subcutâneo, músculos intercostais e pleura parietal, utilizando-se 5 mL de
solução de lidocaína a 2%. Alguns minutos depois
realizou
-
se
, com bisturi,
incisão na pel
e e tecido subcutâneo, entre os espaços intercostais. Uma ag
ulha
de biopsia do tipo
semi
-
automática
1
foi
inserida, imediatamente cranial à
costela, em ângulo vertical à superfície corporal, evitando-se os vasos e nervos
intercostais.
Amostras do tecido pulmonar
foram
colhidas de ac
ordo com Finn
-Bodner
e Hathcock (1993) e Braun et al. (1999), como em bovinos. Quando não s
e
obteve
nenhum fragmento do parênquima após a punção,
repetiu
-
se
o
procedimento até que se
conseg
uisse
amostra satisfatória do tecido pul
monar.
1
BD 16 G X 15 cm; Euromed Cateteres
24
A
nalis
ou
-
se
o número de tentativas para a execução do procedimento.
Imediatamente após a punção, o fragmento adquirido
foi
conservado em
recipiente contendo formalina a 10% até que
fosse
submetido à análise
histopatológica.
Nenhuma medicação
foi
administrada aos animais e nenhuma atenção
especial
foi
dada ao sítio da biopsia, uma vez que todos os animais
foram
abat
idos
logo após o procedimento.
4.4. Processamento e Análise do Material
4.4.1. Exame da Carcaça
Após
o abate, os animais
foram
analisados por inspeção no exame
pos
mortem
do matadouro para avaliação de complicações decorrentes da técnica.
Considerando
-se o escore de gravidade da lesão descrito por Silva (2005),
adaptado de Braun et al. (1999), as hemorragias encontradas na pleura
visceral
, atribuídas à biopsia foram
consideradas da seguinte forma:
Escore 1: lesão pleural com área até 4mm
2
Escore 2: lesão pleural com área entre 4,1 e 25mm
2
Escore 3: Lesão pleural com área superior a 25,1mm
2
A área total das lesões provocadas por
hemorragia
sub
-pleural também
foi
avaliada.
4.4.2. Exame do Fragmento
As amostras obtidas
foram
submetidas ao exame macroscópico,
avaliando
-
se o comprimento de cada fragmento tecidual.
4.4.2.1. Histopatologia
Para o exame histopatológico as amostras foram encaminhadas ao
Laboratório de Histopatologia do Serviço de Patologia Veterinária do
Departamento de Clínica Veterinária da FMVZ UNESP Botucatu fixadas em
formalina tamponada a 10% e, posteriormente, desidratadas em álcool,
25
embebidas em parafina, seccionadas, coradas com hematoxilina-
eosina
e
analisadas em microscópio óptico. A qualidade dos cortes histológicos obtidos
a partir dos fragmentos de biopsia
foi
avaliada segundo escore adaptado de
Hopper et al. (1993):
Adequação tecidual para o diagnóstico histopato
lógico (0
-
2)
o
Escore 0: tecido insuficiente para análise histopatológica
o Escore 1: tecido insuficiente para uma avaliação histopatológica
adequada, mas é
possível realizar um diagnóstico de suspeita
o
Escore 2: tecido suficiente para a avaliação histopatológ
ica
Preservação tecidual (0
-
2)
o
Escore 0: Pobre
o
Escore 1: Intermediária
o
Escore 2: Boa
Presença de artefatos (0
-
2)
o
Escore 0: Intensa
o
Escore 1: Inte
r
mediária
o
Escore 2: Sem presença de artefatos
Os achados histopatológicos referentes às biopsias foram registr
ados
por fotomicrog
ra
f
ia
2
.
4.4.3
. Amostras de Sangue
As amostras de sangue foram centrifugadas
3
a 185 x g por 10 minutos à
temperatura ambiente. Para obtenção das hemácias, o sangue foi lavado com
tampão
-
salina
-fosfato (PBS), a 4ºC e centrifugado a 1575 x g durante 15
minutos por três vezes. A cada repetição do procedimento retirou-se o plasma,
glóbulos brancos e
as
plaquetas
, por aspiração com micropipeta. Às hemácias
lavadas (50
L)
foram
adicionados 950 L de água deionizada e agitados, por
inversão, para obtenção do hemolisado. O hemolisado foi utilizado para
determinaç
ão
dos biomarcadores do estresse oxidativo: atividade enzi
mática
da
SOD
e concentrações de
GSH
-t e de TBARS. Para a determinação da
atividade enzimática da
GSH
-
Px
, a água deionizada foi substituída por solução
2
JENAMED 2
CARL ZEISS JENA
®
3
C
ENTRÍFUGA EPPENDORF 5804E
®
26
estabilizadora (2,7 mM EDTA e 0,7 mM 2-mercaptoetanol) (FERREIRA et al.,
1999).
4.4.3
.1. Determinação da Hemoglobina
Para a determinação da hemoglobina, 20 L do hemolisado
foram
diluídos
e agitados em 2 mL de solução de Drabkin. Após 10 minutos de
repous
o, a leitura da absorbância foi
realizada em espectrofotômetro
4
a 546 nm
e expressa em g/dL (FERREIRA et al., 1999).
4.4.3
.2. Determinação da Peroxidação Lipídica
Foi
adicionado 1 mL de ácido sulfossalicílico (3,0%) a 1 mL de
hemolisado, agitado por 10 segundos, centrifugado a
15.500
x g por 3 minutos
e deixado em repouso durante 15 minutos. Em seguida foram adicionados 500
L de ácido tiobarbitúrico (TBA a 0,67%) a 500 L de hemolisado. A mistura foi
aquecida a 80ºC por 30 minutos e a absorbâ
ncia
determinada em
espectrofotômetro com comprimento de onda de 535 nm. Os resultados foram
expressos em nM de malonaldeído (MDA) por grama de hemoglobina
(nM/gHb)
(FERREIRA et al., 1999).
4.4.3
.3.
Determinação da Atividade de Superóxido D
ismutase (SOD)
A atividade total da SOD foi determinada pela sua capacidade de inibir a
auto
-oxidação do pirogalol
pelo ânion superóxido. A mistura consistiu na
adição de 100 L de tampão Tris/HCl (EDTA 1M; pH 8,0; 5mM), 20 L de
pirogalol
10mM e 860 L de água deionizada a 20 L de hemolisado. A
absorbância foi determinada em espectrofotômetro com comprimento de onda
de 420 nm (25ºC) por 5 minutos. A quantidade de SOD capaz de produzir 50%
de inibição da oxidação do pirogalol
, por miligrama de hemoglo
bina, é definida
como uma unidade de atividade enzimática expressa em UI/mgHb (FERREIRA
et al., 1999).
4
BIOESPECTRO –
SP
-
220
®
27
4.4.3
.4. Determinação da Concentração de Glutationa Total (GSH
-
t)
O conteúdo de GSH-t foi determinado pela adição da forma reduzida da
nicotinamida adenina dinucleotídeo fosfato (NADPH), que iniciou a reação
enzimática da glutationa com o ácido 5,5
-
ditiobis
-2-
ácido nitrobenzóico (DTNB)
formando o ácido 2-nitro-5-tiobenzóico. A mistura consiste na adição de
1.290
L de água destilada, 200 L de tampão Tris/HCl (EDTA 1M; pH 8,0;
5mM), 200 L de 10 UI/mL de GSH-
Rd
, 200 L de NADPH (2mM) e 100 L de
DTNB (12 mM) a 10 L de hemolisado. Para obtenção da curva padrão da
glutationa, foi realizado o mesmo ensaio, substituindo-se a amostra de
hemolisado por 10 L de solução padrão
a
1:1000
de
glutationa oxidada
(GSSG) a 33 M. A absorbância foi determinada em espectrofotômetro com
comprimento de onda de 412 nm. A concentração da GSH-t foi expressa em
micromolar do substrato reduzido por grama de hemoglobina (
M/g
Hb
)
(FERREIRA et al., 1999).
4.4.3
.5. Determinação da Atividade Enzimática de Glutationa-
Peroxidase
(GSH
-
Px)
A determinação da atividade da GSH-Px foi realizada pelo
monitoramento da oxidação do NADPH. A
mistura consistiu na adição de 1.300
L de água destilada, 200 L de tampão Tris/HCl (EDTA 1M; pH 8,0; 5mM),
200
L de 10 UI/mL de
GSH
-
Rd, 200
L de NADPH (2mM), 40
L de GSH (0,1
M) a 40 L de hemolisado. A mistura foi agitada em vórtex durante 10
segundos. Em seguida foi adicionado 20 L de T-Butil hidroperóxido (7mM) e
mantida a 37ºC durante 10 minutos. A absorbância foi determinada em
espectrofotômetro com comprimento de onda de 340 nm. A atividade da GSH-
Px
foi
expressa em unidades de atividade enzimática por grama de
hemoglobina
(UI/gHb
) (FERREIRA e
t al., 1999).
28
4.5. Análise Estatística
Os dados obtidos neste estudo referentes à utilização da técnica de
biopsia pulmonar transtorácica percutânea em ovinos clinicamente sadios
foram expostos por meio de estatística descritiva, através de média, des
vio
padrão e percentual.
Para a análise estatística dos resultados da avaliação das atividades
enzimáticas da SOD e de GHS-
Px
e das concentrações de GSH-t e TBARS
nas hemácias de ovinos submetidos à biopsia pulmonar antes e 30 minutos
após o procedimento, utilizou-se o teste não-paramétrico de Wilcoxon,
adotando o nível de significância de 5%, para
p
menor ou igual a 0,05.
5. RESULTADOS
Pela técnica anteriormente descrita, fragmentos teciduais foram obtidos
em
todos os animais submetidos ao procedimento (
20
/20
-
10
0%), sendo
necessária, em média 1,8 ± 1
ten
tativas
. Das 20 biopsias realizadas, amostras
de tecido foram obtidas após apenas uma tentativa em nove (9/20 - 45%)
ocasiões, após duas tentativas em
sete
(7/20 - 35%), após três tentativas em
dois
(2
/20
-
10%) e
,
após 4 tentat
ivas também em dois (2/20
-
10%) momentos.
A agulha escolhida foi de fácil manipulação e a técnica foi executada sem
grandes dificuldades.
Treze animais (13/20 - 65%) toleraram bem a técnica de biopsia
pulmonar transtorácica percutânea, entretanto, alguns animais demonstraram
certa resistência durante o procedimento, vindo aa dificultar a coleta. Cinco
(5/20
25%) animais demonstraram suave esforço (berros, feições de medo e
elevação das patas), enquanto que dois (2/20 10%) animais apresentaram
forte resistência (saltos e tentativas de coices) à realização da técnica.
Ao exame clínico, atitude geral e postura permaneceram inalteradas e a
temperatura retal não se elevou, permanecendo dentro dos valores de
referência para a espécie. Entretanto, as freqüências cardíaca e respiratória
aumentaram em 14 (70%; Média (MED) = 122bpm) e 12 (60%; MED = 52mrp)
animais, respectivamente. Apesar disso, os parâmetros observados voltaram à
normalidade
em aproximadamente
1
5
minutos após a bio
psia
.
29
Com relação a alterações no aparelho respiratório, foi observada
tosse
espontânea em
seis
(6/20 - 30%) animais. Anormalidades no pa
drão
respiratório ocorreram em 3 (3
/20
-
15
%) ovinos, sendo que
dois
deles
apresentaram dispnéia inspiratória e um animal apresentou expiração em dois
tempos, o que geralmente é característico de dor. À auscultação pulmonar, f
oi
observado aumento do ruído broncobronquiolar no sítio da biopsia, em
três
(3/20
- 15%) animais. Os dois ovinos que demonstraram forte resistência à
execução do procedimento apresentaram, à ausculta
ção
pulmonar no local da
biopsia, um som característico de vazamento de ar, exatamente sobre o local
da punção, embora sem haver saída de ar para o exterior
.
Um animal entrou em colapso imediatamente após a realização da
biopsia, vindo a decúbito. Este animal apresentou tosse, taquicardia,
taquipnéia, intensa dispnéia inspiratória e posicionou-se em posição
ortopneica, demonstrando grande dificuldade respiratória. A ausculta
ção
pulmonar deste animal
reve
lou aumento do ruído
broncobronquiolar
por toda
área dos pulmões. Apesar disso, o animal levantou em alguns minutos e não
apresentou
mais nenhuma anormalidade
.
Nenhum dos animais apresentou
hemoptise, epistaxe ou mesmo sinais clínicos compatíveis com h
emotór
ax ou
pneumotórax
, complicaç
ões comumente associadas à biopsia pulmonar.
Os animais foram abatidos, em média, três horas após a realização da
biopsia pulmonar. No exame pos mortem observou-se que todas as punções
estavam localizadas no lobo diafragmático. Das 20 biopsias realizadas, as
alterações encontradas na pleura parietal e músculos intercostais eram
evidenciados como um ponto em 12 carcaças (12
/20
- 60%); em outras quatro
(4/20
- 20%) as lesões tinham até 4 mm de comprimento; foram evidenciadas
como grandes hematomas de até 8mm X 10mm em
quatro
carcaças (4/20 -
20%). Todos os animais apresentaram hemorragia de pleura, cuja área variou
de 4 mm
2
a 40 mm
2
. Dos 20 animais biopsiados, avaliados quanto ao escore
de severidade da hemorragia pleural proposto por Silva (2005),
ad
aptado de
Braun et al. (1999), oito ovinos (8/20 - 40%) apresentaram escore 1,
seis
(6/20
-
30%)
apresentaram escore 2 e outros seis
animais (6/20
-
30%) apresentaram
escore 3. Ao exame macroscópico dos pulmões foram observados petéquias e
enfisema ao redor da ferida da biopsia, presentes em quatro (4/20 - 20%) e
cinco
(5/2
0
- 25%) ovinos, respectivamente. Dois animais, mais precisamente
30
os que demonstraram forte resistência durante a execução da biopsia,
apresentaram uma ferida linear de aproximadamente 12 mm e 14 mm
,
respectivamente,
na face costal do pulmão direito na região basal do lobo
diafragmático. No pulmão de dois ovinos foi observado sinais de que a agulha
de biopsia havia transpassado o lobo diafragmático.
Os fragmentos teciduais obtidos através da biopsia v
ariaram
de
4 a 17 mm de comprimento (MED = 10 mm). Das 20 amostras obtidas 18
(18/20
90%) eram de tecido pulmonar e duas (2/20 10%) eram de tecido
hepático. Todas as amostras de pulmão (18/18 100%) estavam adeq
uadas
para análise histopatológica por apresentarem arquitetura pulmonar
preservada.
Quatorze amostras (14/18 78%) foram consideradas ideais para
avaliação histológica, pois foi possível observar bronquíolos primá
rios,
terminais e respiratórios, ductos e sacos alveolares bem como alvéolos
isolados.
Em 4 amostras (4/18 22%) não foi possível encontrar bronquíolos,
estando ausentes inclusive os bronquíolos terminais. Nestas lâminas estavam
presentes apenas d
uc
tos e sacos alveolares e alvéolos isolados e por isso
foram classificadas apenas como boas para uma avaliação histológica. Duas
amostras (2/18 11%) apresentaram infiltrado inflamatório misto discreto,
composto
por mononucleares e neutrófilos. Dois fragmentos (2/18 – 11%)
teciduais apresentaram focos
hemorrágicos isolados
(Figura 1)
.
Um dos fragmentos pulmonares (1/18 5%) apresentou aumento da
celularidade do interstício e conseqüente espessamento, com infiltrado
inflamatório misto moderado, composto por mononucleares e eosinófilos, além
de focos hemorrágicos. A luz bronquiolar mostrou-se diminuída, com presença
de debris celulares. A pleura, observada em uma das extremidades da biópsia,
exibiu espessamento. Esses achados são compatíveis com o diagnóstico de
pneumonia intersticial crônica
(Fig
ura 1
).
Todas as amostras de pulmão obtidas (18/18 100%) mostraram áreas
atelectásicas nas extremidades e duas amostras (2/18 11%) apresentaram
também esmagamento tecidual com comprometimento de parte da área
amostrada, todavia nenhuma dessas alterações comprometeu a avaliação
morfológica. Em cinco casos (5/18 28%), além de pulmão, também foram
observados fragmentos de pele, músculo esquelético, fígado ou tecido
conjuntivo de origem indeterminada.
31
A qualidade dos cortes histológicos pulmonares obtidos foram
avaliados
segundo o escore adaptado de Hopper et al. (1993), que considera os graus
zero, um e dois qualitativamente
.
Levando em conta a adequação tecidual,
todas as amostras
(18/18
-
100%)
apresentaram escore 2; com relação a
preservação tecidual, duas amo
stras (2/18
11%) apresentaram escore 1 e
,
16
amostras (16/8
89%) obtiveram escore 2; analisando a presença de artefatos,
em
todas as lâminas
confeccionadas (
18
/18
100%) verificou
-
se escore 1.
Os resultados para as variáveis SOD, GSH-t, GSH-Px e TBARS obtidos
a partir do hemolisado de hemácias de ovinos submetidos à biopsia pulmonar
antes e trinta minutos após o procedimento encontram-se resumidos na
Tabela
1
e
Figuras
2
a
5
(vide também
A
nexos 2
e 3
).
Trinta minutos após a biopsia pulmonar, houve redução estatisticamente
significativa nas atividades de SOD e de GSH-Px em hemácias (p<0,05). Não
foi verificada alteração significativa nas concentrações de GSH-t e de TBARS
em hemácias após o procedimento
.
32
FIGURA 1:
Fotomicrog
rafia de cortes histológicos em pulmão de ovino. A.
v
isão panorâmica de um fragmento pulmonar
mostrando a organização tecidual
(H
& E, 40x); B e C. organização tecidual pulmonar: bronquíolos primários e
terminais, ductos e sacos alveolares e alvéolos isolados (H & E, 40x e 100x,
respectivamente
);
D.
pneumonia intersticial crônica:
aumento
da celularidade,
edema,
infiltrado inflamatório misto moderado, composto por mononucleares e
eosinófilos, além de focos hemorrágicos
(H & E, 400x);
A
B
C
D
33
TABELA
1:
Represen
tação dos resultados estatísticos descritivos das
variáveis Superóxido Dismutase (SOD), Glutationa Total (GSH-t), Glutationa
Peroxidase (GSH-Px) e Substâncias Reativas ao Ácido Tiobarbitúrico (TBARS)
em hemácias
de ovinos antes
e 30
minutos após a biopsia
pulmonar.
VARIÁVEIS
MÉDIA
MEDIANA
MÁXIMO
MÍNIMO
DESVIO
PADRÃO
SOD
*
1841,778
1682,294
3202,557
373,729
623,621
GSH
-t
33,895
29,108
75,158
19,041
15,325
GSH
-
Px
*
0,819
0,745
1,829
0,392
0,397
Antes da
Biopsia
TBARS
262,167
252,925
482,858
107,501
110,510
SOD
*
1195,937
1072,720
4325,789
537,458
750,333
GSH
-t
33,124
28,443
70,566
21,278
13,703
GSH
-
Px
*
0,510
0,376
2,454
0,269
0,491
30
Minutos
Após a
Biopsia
TBARS
221,978
213,024
423,284
80,626
77,370
* Significativos ao
Teste
Não
-
paramétrico
d
e Wilcoxon, considerando p < 0,05
.
Análise estatística:
VARIÁVEIS
ESTATÍSTICA
COMENTÁRIO
SOD
P = 0,006
AB
>
DB
GSH
-
Px
P = 0,001
AB >
DB
GSH
-t
P = 0,940
AB =
DB
TBARS
P = 0,135
AB = DB
AB: antes da biopsia
DB: 30 minutos após a biopsia
34
GRÁFICO 1:
Mediana e valores Máximo e Mínimo da variável Superóxido Dismutase
(SOD) em hemácias de ovinos antes da biopsia pulmonar e 30 minutos após o
procedimento.
MÍN; 373,729
MÍN; 537,458
MÁX; 3202,557
MÁX; 4325,789
Mediana; 1682,294
Mediana; 1072,720
0,000
500,000
1000,000
1500,000
2000,000
2500,000
3000,000
3500,000
4000,000
4500,000
5000,000
Antes da Biopsia
30 Minutos Após a Biopsia
Concentração de SOD (UI / mgHb) no hemolisado
GRÁFICO 2:
Mediana e valores Máximo e Mínimo da variável Glutationa Peroxidase
(GSH-Px) em hemácias de ovinos antes da biopsia e 30 minutos após o procedimento.
MÍN; 0,392
MÍN; 0,269
MÁX; 1,829
MÁX; 2,454
Mediana; 0,745
Mediana; 0,376
0,000
0,500
1,000
1,500
2,000
2,500
3,000
Antes da Biopsia
30 Minutos Após a Biopsia
Concentração de GSH-Px (UI / gHb) no hemolisado
35
GRÁFICO 3:
Mediana e valores Máximo e Mínimo da variável Glutationa Total (GSH-t)
em hemácias de ovinos antes da biopsia e 30 minutos após o procedimento.
MÍN; 19,041
MÍN; 21,278
MÁX; 75,158
MÁX; 70,566
Mediana; 29,108
Mediana; 28,443
0,000
10,000
20,000
30,000
40,000
50,000
60,000
70,000
80,000
Antes da Biopsia
30 Minutos Após a Biopsia
Concentração de GSH-t (µM / gHb) no hemolisado
GRÁFICO 4:
Mediana e valores Máximo e Mínimo da variável Substâncias Reativas ao
Ácido Tiobarbitúrico (TBARS) em hemácias de ovinos antes da biopsia e 30 minutos
após o procedimento.
MÍN; 107,501
MÍN; 80,626
MÁX; 482,858
MÁX; 423,284
Mediana; 253
Mediana; 213,024
0
100
200
300
400
500
600
Antes da Biopsia
30 Minutos Após a Biopsia
Concentração de GSH-t (µM / gHb) no hemolisado
36
6. DISCUSSÃO
A biopsia pulmonar percutânea realizada com agulhas lancetantes
demorou para ganhar aceitação, mas o avanço nas técnicas de biopsia,
melhorias nas agulhas e a possibilidade de lidar melhor com as complicações
decorrentes da técnica contribuíram para o aumento da popularidade desta útil
ferramenta de auxílio diagnóstico. Neste estudo, as biopsias pulmonares foram
conduzidas às cegas de forma que houvesse máxima probabilidade de se
conseguir amostras de tecido viáveis para um diagnóstico histológico quando
fosse aplicada em ovinos com doença pulmonar difusa. Se o objetivo do
procedimento for obter fragmentos teciduais de lesões localizadas, a biopsia
pulmonar
deve ser preferencialmente, guiada por ultra-som ou radiografias,
como já
relatado por outros autores
(WOOD et al., 1998; BRAUN et al., 2000).
Foram necessárias em média 1,8 tentativas até a obtenção de um
fragmento de tecido viável para análise histológica. Outros autores relatam
resultados semelhantes, com média de 1,2 para Braun et al. (2000) que
também utilizaram uma agulha semi-automática em ovinos, e de 1,3 para
Hamarati (1995) que utilizou um dispositivo automático em humanos. Porém,
nestes dois casos as biopsias não foram realizadas às cegas. A execução da
biopsia pulmonar às cegas aumenta o risco de complicações como punção
equivocada de outros órgãos, lesões de grandes vasos e morte em
conseqüência de hemorragias. No presente estudo foram necessárias poucas
perfurações para a obtenção de amostras de tecido viáveis para um exame
histológico e não foram observadas complicações graves em decorrência da
técnica, indicando que, nestas condições, o espaço intercostal é um bom
acesso para a cavidade torácica em ovinos
, especialmente quando se pretende
obter amostras do lob
o diafragmático
.
Segundo Moore (2005) e Braun et al.(1999) as reações de desconforto e
dor ocorrem durante a perfuração da pleura parietal e não durante a coleta do
tecido pulmonar. Por isso, a perfuração da pleura deve ser bem rápida para
eliminar a possibilidade de que qualquer movimento repentino desvie a
trajetória da agulha ou então que sua ponta cortante
lese
a pleura antes da
colheita de tecido pulmonar. Dois animais deste estudo demonstraram forte
resistência à cnica, com reações semelhantes às relatadas em bovinos por
37
Braun et al. (1999), principalmente no momento da perfuração da pleura. Ao
exame
pos mortem pôde-se observar perfurações lineares de até 14 mm nos
pulmões desses ovinos. Embora estivessem anestesiados, é possível que o
volume da droga injetado tenha sido insuficiente para uma adequada anestesia
da pleura parietal, e que o aumento na quantidade de anestésico administrado
possa reduzir a dor desta perfuração, como foi relatado para
eqüinos
(RAPHAEL e GUNSON, 1981) e bovinos (BRAUN et al., 1999). Outra opção
para evitar reações bruscas dos animais que possam atrapalhar o bom
andamento da técnica seria o uso de sedativos. Contudo, antes da indicação
deste tipo de fármaco é necessária uma avaliação minuciosa da função
pulmonar dos animais, geralmente comprometida em casos de doença
respiratória grave.
As alterações observadas ao exame clínico conduzido após a biopsia
pulmonar estão de acordo com as descrições prévias da literatura (RAPHEL e
GUNSON 1981; SAVAGE et al., 1998; BRAUN et al., 1999; BRAUN et al.,
2000; SILVA, 2005). O aumento das freqüências cardíaca e respiratória,
observadas em alguns animais
,
deve ter ocorrido em conseqüência ao estresse
da contenção e da realização do procedimento, visto que esses parâmetros
voltaram à normalidade dentro de poucos minutos após a realização da
biopsia.
Com relação ao exame do aparelho respiratório, a elevação do ruído
broncobronquiolar
provavelmente ocorreu em decorrência do esforço físico de
alguns animais ao resistirem à execução da bio
psia
.
A dispnéia inspiratória,
observada em dois animais,
poderia
ser
resultado da agressão da agulha a
o
tecido pulmonar, o que pode determinar um sangramento no parênquima
pulmonar
(
RADOSTITS
et al., 2002
).
Entretanto, nenhum dos animais que
apresentaram
dispnéia inspiratória após o procedimento apresentou focos
hemorrágicos na avaliação histológica da amostra obtida. Por outro lado,
uma
hemorragia focal, como foi observado, não seria suficiente para causar
alteração no padrão respiratório. Pode-se deduzir que a biopsia não determina
grande modificação na estrutura pulmonar, mas
que
o ato de contenção
associado com a dor
conseqüente
à perfuração pleural poderia levar à dispnéia
inspiratória observada nesses dois animais. Se esses
dois
ovinos
apresentassem problema decorrente da lesão provocada pela biopsia
38
provavelmente haveria manutenção da dificuldade respiratória, o que não foi
observado que todos os animais voltaram ao seu padrão respiratório normal
em aproximadamente quinze minutos após o procediment
o,
indicando a
segurança da técnica
.
A ausculta
ção
pulmonar do sítio da biopsia revelou
,
em dois animais,
um
ruído semelhante a vazamento de ar (sopro)
.
Este tipo de ruído provavelmente
ocorreu pela perfuração da pleura visceral e do tecido pulmonar subj
acente
com saída de ar para a cavidade pleural, que esses animais foram os que
apresentaram maior resistência ao procedimento. A entrada de ar na cavidade
pleural
pode levar a um pneumotórax, se a capacidade de absorção pleural for
ultrapassad
a (
PORTO,
1991
). Como não foi feito diagnóstico por
acompanhamento radiográfico
(B
RAUN et al. 1999; V
ENNER
et al., 2006)
ou
por
uma auscultação seriada algumas horas após a biopsia, que os animais
precisavam ser abatidos, o pneumotórax não pode ser constatado
.
O
motivo para o colapso momentâneo ocorrido logo após a biopsia
pulmonar em um dos animais não foi determinado, embora reações como essa
já tenha sido relatada por outros autores em bovinos, também sem causa
aparente (BRAUN et al., 1999). Contrariando observações de outros autores
que apontam a hemoptise e a epistaxe como complicações normalmente
associadas à biopsia pulmonar (RAPHEL e GUNSON, 1981; SAVAGE et al.,
1998
; DeBERRY et al., 2002; SILVA, 2005; VENNER et al., 2006), não foram
observados nesta pesquisa sinais de sangramento em nenhum dos animais
após
o procedimento. Entretanto, Venner et al. (2006) relatam que indícios de
hemorragia são geralmente evidenciados após endoscopia, mesmo em animais
que não apresentaram sinais aparentes de sangramento. Neste estudo, o
exame
pos mortem não revelou estrias de sangue ou coágulos no trato
respiratório de nenhum dos animais, o que elimina as chances de que
hemorragias de grande porte tenham realmente ocorrido. Contudo, foram
observadas petéquias próximas ao local da punção nos pulmões de dois
ovinos, indicando que pequenas hemorragias no parênquima pulmonar sem
importância clínica ocorreram em conseqüência da biopsia, como observado
por outros autores (
ROY e LAVOIE,
2003).
As hemorragias de pleura visceral ocorreram em todos os ovinos, sendo
semelhantes às previamente relatadas em outros estudos (BRAUN et al., 1999;
39
BRAU
N et al., 2000; SILVA, 2005; VENNER et al., 2006). Essas hemorragias
foram agrupadas de acordo com o escore atribuído a área total das lesões. O
escore de lesão adotado para a biopsia neste estudo foi inferior aos resultados
descritos por Silva (2005) e superiores aos de Braun et al. (1999). Silva (2005)
trabalhou com uma agulha de biopsia de grosso calibre, o que provavelmente
ocasionou maior dano tecidual que a agulha de médio calibre utilizada no
presente trabalho. Braun et al. (1999), por sua vez, determinou o escore da
lesão 10 dias após a realização da biopsia, havendo, dessa forma, tempo hábil
para reparação tecidual. As feridas lineares de até 14 mm observadas no
parênquima pulmonar de dois ovinos ocorreram provavelmente em
conseqüência da agitação demonstrada por esses animais no momento da
biopsia.
Os tamanhos dos fragmentos teciduais obtidos neste estudo estão de
acordo com as descrições prévias da literatura (BRAUN et al., 1999; BRAUN et
al., 2000; SILVA, 2005). A técnica empregada permitiu a avaliação da
arquitetura tecidual pulmonar. Uma biopsia é considerada representativa
quando são visualizadas unidades funcionais do tecido amostrado (NAYLOR et
al., 1992). Neste estudo foi possível observar em aproximadamente 80% das
amostras obtidas, bronquíolos primários, terminais e respiratórios, ductos e
sacos alveolares, bem como alvéolos isolados. Resultados semelhantes
também foram observados em eqüinos (RAPHEL e GUNSON, 1981; VENNER,
2006), bovinos
(DUNGWORTH
e HOARE, 1970; BRAUN et al., 1999) e ovinos
(BRAUN et al., 2000). Não foi possível verificar a presença de brônquios nas
amostras obtidas devido a provável ausência dessas estruturas no local onde
f
oi
realizada grande parte das punções, a porção basal do lobo diafragmático.
Duas amostras apresentaram perfil histológico compatível com processo
inflamatório muito
discreto, composto por mononucleares e neutrófilos. Uma
possível explicação para esse achado é que, se estes animais realmente
apresentavam doença respiratória, o processo ainda estava muito incipiente
para ser detectado ao exame clínico. Como os animais desta espécie, devido
as condições de manejo a que são submetidos, vivem constan
temente
expostos a fatores de risco, é aceitável que achados como este ocorram
quando se realiza biopsia pulmonar. Os focos hemorrágicos encontrados em
40
duas lâminas foram conseqüentes ao trauma tecidual provocado pela agulha
de biopsia
(RAPHEL e GUNSON, 19
81)
.
Um dos animais apresentou perfil histológico de pneumonia intersticial
crônica, entretanto, ao exame clínico não foram observadas alterações
compatíveis com o quadro apresentado. Isto provavelmente ocorreu por que as
partes não afetadas do pulmão compensaram a insuficiência funcional das
áreas lesionadas, fazendo com que o animal se mantivesse clinicamente
estável.
Artefatos iatrogênicos estavam presentes em todas as biopsias. O mais
comum foram as áreas de atelectasia presentes nas bordas teciduais. Este tipo
de artefato dificulta a avaliação histológica e geralmente ocorre em função do
trauma tecidual ocorrido (RAPHEL e GUNSON, 1981). A presença de outros
tecidos compactos junto às amostras de tecido pulmonar, observadas neste
estudo
(5
/18)
, também foi descrita por outros autores (RAPHEL e GUNSON,
1981; BRAUN et al., 2000). A desvantagem de se encontrar tecidos maciços
junto ao pulmão é que o parênquima pulmonar, por ser menos compacto, tende
a colapsar e ficar
com
primido entre esses tecidos mais dens
os
(RAPHEL e
GUNSON, 1981).
A biopsia acidental do fígado ocorreu duas vezes neste estudo. Outros
autores relataram punção de músculos intercostais (VENNER et al., 2006),
intestino (SAVAGE et al., 1998) e fígado (FOROUDI et al., 1995; VENNER et
al., 2
006). Segundo
S
mith
(
1994
), a agulha de biopsia deve avançar cerca de 2
cm no interior do parênquima pulmonar para que seja obtida uma amostra
satisfatória de tecido pulmonar. Harrison et al. (1984) defendem que a
penetração máxima da agulha no interior dos pulmões deve ser de 3 cm ou 4
cm
. Neste estudo a biopsia foi realizada segundo a técnica de Finn-Bodner &
Hathcock (1993) e Braun et al. (1999) para bovinos adultos. A indicação desses
autores é de que a agulha penetre no máximo 8 cm no interior da cavid
ade
torácic
a a partir de incisão na pele do animal. Silva (2005) executou a mesma
técnica em bezerros, obtendo sucesso. Durante as coletas não foram feitas
mensurações para saber com exatidão quantos centímetros a agulha de
biopsia penetrou a cavidade torácica, apenas foi feita uma marcação na agulha
para assegurar que esta não penetrasse mais que 8 cm. Apesar da técnica ter
sido conduzida com sucesso em 18 das 20 tentativas realizadas neste estudo,
41
ficou evidente a necessidade de padronização da profundidade de penetração
da agulha na cavidade torácica na espécie ovina, evitando assim a punção
equivocada de outros órgãos.
Além da segurança da biopsia pulmonar, o presente estudo investigou o
efeito do procedimento sobre o metabolismo oxidativo, utilizando ma
rcadores
bioquímicos, dos eritrócitos de ovinos clinicamente sadios antes e 30 minutos
após a biopsia pulmonar.
Como mencionado anteriormente, o estresse oxidativo ocorre quando
desequilíbrio entre a produção de EROs e a presença dos agentes
antioxidant
es (KIRSCHIVINK e LEUKEUX, 2005; VALKO et al., 2007). Na
tentativa de conter e minimizar os efeitos do estresse oxidativo, inicialmente, a
SOD catalisa a reação de dismutação do O
2
em H
2
O
2
e oxigênio (O
2
). A
produção do H
2
O
2
por sua vez é neutralizada pela ação da CAT e/ou por uma
sucessão de reações mediadas pelas glutationas, denominado ciclo redutor
das glutationas. Neste ciclo o H
2
O
2
é reduzido por ação da GSH-
Px
, que utiliza
a GSH como substrato doador de elétron, transfo
rmando
-a em GSSG. Uma
vez oxidada, a GSSG é convertida novamente em GSH pela ação da GSH-
Rd.
O
ciclo redutor das glutationas é também o principal mecanismo de remoção
dos lipoperóxidos oriundos das reações de lipoperoxidação (KINNULA e
CAPRO, 2003;
ANDR
ADE JUNIOR et al., 2005;
KINULLA
, 2005
).
O
O
2
liberado
em conseqüência da biopsia pulmonar acarretou uma
redução nos valores da SOD 30 minutos após o procedimento. Como esta
enzima representa a primeira linha de defesa contra o estresse oxidativo, a sua
atividade enzimática alterou-
se
na tentativa de neutralizar os efeitos deletérios
deste radical.
Em função da variação na concentração de H
2
O
2
provocada pela ação
da SOD, a atividade enzimática da GSH-Px também se
alterou,
indicando
que
houve ativação do ciclo redutor da glutationa.
Con
tudo
, apesar da diminuição
na atividade enzimática da GSH-Px, a GSH-t permaneceu inalterada mesmo
após o procedimento, demonstrando que o estresse oxidativo induzido pela
biopsia
pulmonar foi contido por ação das glutationas. Cabe ressaltar também
que a ma
nute
nção dos níveis de GSH-
t
se deve ao fato de que a glutationa em
maior concentração na maioria das células, inclusive nos eritrócitos de
mamíferos, está sob a forma reduzida (GSH)
.
A depleção dos níveis de GSH
42
pode ocorrer diretamente, por conjugação com radicais livres e, indiretamente
por inibidores da sua síntese e regeneração (HALLIWELL e GUTTERIDGE,
1999
).
Como o consumo de GSH provavelmente ocorreu apenas por sua
propriedade antioxidante, a permanência de altas concentrações de GSH nos
eritrócitos
contribuiu para a manutenção dos níveis de GSH-t mesmo após a
biopsia pulmonar. Aliado a isso, a manutenção dos valores de GSH-t pode ter
ocorrido também em função do aumento compensatório na produção de GSH
por outros órgãos, como o fígado, na tentativa de ajudar o organismo a
combater o aumento na produção das EROs (MACHEFER et al., 2004).
O MDA é um dos principais marcadores da peroxidação lipídica e
através dele são mensuradas as TBARS. O acréscimo na concentração
sanguínea dessas espécies está relacionado ao aumento da peroxidação
lipídica e dano oxidativo (DRAPER e HADLEY, 1990). Neste contexto, os
dados deste experimento revelam que a biopsia pulmonar transtorácica
percutânea não induziu a peroxidação lipídica, confirmado pela não a
lteração
dos valores de TBARS nas hemácias dos animais 30 minutos após o
procedimento.
As reações inflamatórias locais são caracterizadas por aumento do fluxo
sangüíneo e da permeabilidade vascular, dilatação dos vasos e acúmulo de
células do processo inflamatório. As principais células envolvidas na fase
aguda da inflamação são os neutrófilos, enquanto que, na fase tardia,
monócitos/macrófagos e algumas linhagens de linfócitos migram para o sítio
inflamatório
. Essas células produzem EROs durante a explosão respiratória
com
o reação aos estímulos fagocíticos. Além disso, vários aspectos do
processo inflamatório são regulados por mediadores produzidos por células do
sistema imune e células endoteliais, como citocinas, histamina, leucotrienos,
prostaglandinas e
, também,
EROs (
H
UERRE e GOUNON, 1996
).
A atividade das enzimas SOD, GSH-Px e C
AT
é comumente utilizada
para avaliar a capacidade de defesa do organismo contra a ação das EROs.
Alguns autores sugerem que o aumento da produção de citocinas durante a
fase inicial do processo inflamatório está associado com a atividade
prejudicada das enzimas SOD, GSH-Px e CAT, o que resulta em aumento do
estresse oxidativo e dano celular local, verificado pelo incremento da apoptose
celular
(
LINKE
et al. 2005
).
A agressão física tecidual ocorrida durante a
43
introdução da agulha de biopsia deflagrou a resposta inflamatória e a liberação
de mediadores químicos, exacerbando a mesma nos momentos que se
seguiram. Essa seqüência de eventos culminou em dano oxidativo refletido na
diminuição nos níveis de SOD e GSH-Px no sangue dos animais, evidenciada
30 minutos após o procedimento.
Segundo MCINTYRE et al. (1997), a extensão dos eventos inflamatórios
e das injúrias eventualmente provocadas por eles está diretamente relacionada
à intensidade do estímulo inicial e aos mecanismos imunológicos que são
ativados
durante o processo. Como o estresse oxidativo induzido pela biopsia
pulmonar foi aparentemente contido pelo ciclo redutor das glutationas e não
houve sinais de peroxidação lipídica até 30 minutos após a execução do
procedimento, dentro deste contexto, os resultados deste estudo nos levam a
crer que a biopsia pulmonar transtorácica percutânea é um exame seguro,
podendo ser amplamente utilizada na rotina veterinária.
Alguns autores defendem que, para uma melhor interpretação dos
resultados de estudos que envolvem estresse oxidativo, outros fatores tais
como o tipo de marcador utilizado, a metodologia empregada, o tecido
estudado e, principalmente, o momento no qual o marcador foi investigado,
sejam crit
eriosamente considerados (WITT et al., 1992; VOLLARD et al., 2005).
Panza (2007) trabalhou com humanos submetidos a exercício intenso e não
observou alterações nos níveis de TBARS no sangue de humanos até 15
minutos após esforço
.
Goldfarb et al. (2005), ao submeter humanos ao
exercício físico intenso, verificaram aumento na concentração plasmática de
MDA
48h após a realização de um protocolo de exercício intenso. Portanto, o
fato de que sinais de peroxidação lipídica não tenham sido observados, com
base
no m
arcador utilizado,
até 30 minutos após a biopsia pulmonar, não exclui
a possibilidade de que a peroxidação lipídica tenha ocorrido em outro momento
durante a recuperação dos animais.
O mesmo pode ser considerado para o
s
agentes
antioxidantes. Existe a
possibilidade de mudanças transitórias e bifásicas na atividade enzimática
(DNEKE e FANBURG, 1989; MILLS e HIGGNS, 1997; DAMASCENO et al.,
2002),
evidenciada por um decréscimo inicial por consumo das enzimas
antioxidantes viáveis, seguido por elevação devido à mobilização dos estoques
44
em outros órgãos, como mecanismo compensatório à constante exposição ao
estresse oxidativo aumentado
.
Com base nessa conjectura, talvez uma avaliação seriada e mais
duradoura das atividades enzimáticas de SOD e de GSH-
Px
e d
as
concentrações de GSH-t e de TBARS revelasse alterações compatíveis com
estresse oxidativo mais intenso e peroxidação lipídica ainda ocultos 30 minutos
após o procedimento.
7. CONCLUSÃO
Conforme os resultados demonstrados neste trabalho e com a metodol
ogia
utilizada
podemos con
c
luir:
A biopsia pulmonar transtorácica percutânea mostrou-se um método de
diagnóstico complementar seguro para obtenção de amostra de tecido
pulmonar
.
A biopsia pulmonar transtorácica percutânea permite a obtenção de
fragmento
s pulmonares adequados para o exame histopatológico, com
visualização de estruturas pulmonares í
ntegras.
O acesso ao pulmão através do sétimo espaço intercostal direito, 5 cm
acima do olecrano, mostrou-se adequado para a obtenção de amostras
pul
monares e
m cordeiros sadios
.
A biopsia pulmonar transtorácica percutânea não causou alteraç
ões
significat
ivas no metabolismo oxidativo, medido por determinação de
SOD, GSH-Px, GSH-t e TBARS, podendo ser amplamente utilizada em
ovinos sem que ocorram danos teciduais expressivos a 30 minutos
após o procedimento
.
45
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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55
9. ANEXOS
Anexo
1
:
Plano de exame clínico dos ovinos
.
Identificação:
Raça:
Sexo:
Idade
Escore corporal:
Proprietário:
Endereço:
Telefone:
Anamnese:
Alimentação e Mineralização:
Parâmetros vitais:
FC: bpm
FR:
mpm
Temp: ºC
Atitude:
Mucosas:
Linfonodos:
Estado Nutricional:
Sistema Respiratório:
Inspeção:
Muflo:
• normal
• ressecado
Narinas:
• NDN
hiperêmicas
Secreção
• ausente
cor
• presente
A
specto
unilateral
odor
bi
lateral
Ar expirado
• unilateral
• bilateral
• normal
• diminuído
Laringe:
• NDN
• hiperêmica
• paralisia
Traquéia:
• NDN
• crepitação
Reflexo da Tosse:
• negativo
• positivo
• tosse seca
• tosse produtiva
Pulmão:
Tipo respiratório:
eupnéia
• dispnéia
• inspiratória
• expiratória
• mista
Postura:
• normal
• ortopneica
Auscultação:
Crepitação fina
• ausente
• presente
• lado direito • lado esquerdo
Crepitação grossa
• ausente
• presente
• lado direito •
lado esquerdo
Ronco
• ausente
• presente
Sibilo
• ausente
• presente
• lado direito • lado esquerdo
Som traqueo
-
brônquico
• NDN
• aumentado
• lado direito • lado esquerdo
Som bronquio
-
bronquiolar
• NDN
• aumentado
• lado direito • lado esquerdo
Propagação cardíaca
• NDN
• aumentado
• lado direito • lado esquerdo
Área de silêncio:
presente
ausente
lado direito
lado esquerdo
Roce Pleural
presente
ausente
lado direito
lado esquerdo
Percussão
:
• claro
timpânico
• sub
-
maciço
metálico
lado direito
lado esquerdo
Observações
:
56
Anexo 2:
Tabela 2
.
TABELA 2: Representação das atividades de SOD (UI/mgHb) e GSH-
Px
(UI/gHb) e das concentrações de GSH-t M/gHb) e de TBARS (nM/gHb) em
hemácias de ovinos antes e 30 minutos após a biopsia pulmonar.
VARIÁVEIS
ANTES DA BIOPSIA
30 MINUTOS APÓS A BIOPSIA
ANIMAL
SOD
1
GSH
-t
2
GSH
-
Px
3
TBARS
4
SOD
GSH
-t
GSH
-
Px
TBARS
1
3202
,557
75,158
1,754
107,501
1123,760
70,566
1,092
80,626
2
2479,953
50,661
1,192
363,711
1137,343
25,887
0,443
302,236
3
1506,883
19,041
0,392
138,392
1154,889
27,829
0,383
211,973
4
1638,735
34,582
0,829
255,016
537,458
24,018
0,278
161,251
5
2591,648
2
0,608
0,481
390,292
1005,202
22,166
0,269
151,366
6
3049,772
27,551
0,500
429,060
1016,093
21,879
0,295
146,830
7
1897,953
33,482
0,791
277,914
1060,429
21,278
0,312
192,950
8
1712,743
24,513
0,611
203,298
1035,405
24,407
0,284
232,683
9
373,729
28,311
0,499
117,930
1116,668
37,280
0,464
351,406
10
2218,330
69,841
1,829
445,563
4325,789
66,833
2,454
423,284
11
1651,845
44,075
1,219
482,858
1031,464
47,015
0,521
241,188
12
1641,119
35,925
0,581
205,229
1042,954
29,057
0,333
143,861
13
1510,914
24,698
0,548
164,611
971,599
34,664
0,464
254,136
14
1467,370
22,130
0,571
174,689
1109,268
25,558
0,358
241,877
15
1640,225
31,919
0,746
277,914
1101,377
25,038
0,282
208,193
16
1727,925
25,511
0,744
203,547
1085,010
32,976
0,427
214,075
17
1771,200
32,437
0,867
293,948
983,290
30,873
0,311
202,824
18
1637,785
24,672
0,606
185,400
1185,720
32,227
0,378
171,909
19
1398,387
22,889
0,776
250,835
1088,335
35,945
0,472
282,190
20
1716,480
29,904
0,836
275,627
806,685
26,981
0,374
224,707
1
Superóxido Dismuta
se;
2
Glutationa Total;
3
Glutationa Peroxidase;
4
Substâncias Reativas ao Ácido Tiobarbitúrico.
57
0,000
500,000
1000,000
1500,000
2000,000
2500,000
3000,000
3500,000
4000,000
4500,000
Concentração de SOD (UI / mgHb) no hemolisado
1 2 3 4 5 6 7 8 9
10 11
12 13 14 15 16
17 18 19
20
Animais
FIGURA 6:
Concentrações de SOD em hemácias de ovinos antes da biopsia e 30
minutos após o procedimento
.
Antes da Biopsia 30 Minutos Após a Biopsia
0,000
0,500
1,000
1,500
2,000
2,500
Concentração de GSH-Px (UI / gHb) no hemolisado
1 2 3 4 5 6 7 8 9
10 11
12 13
14 15 16 17 18 19
20
Animais
FIGURA 7:
Concentrações de GSH-Px em hemácias de ovinos antes da biopsia
pulmonar e 30 minutos após o procedimento.
Antes da Biopsia 30 Minutos Após a Biopsia
Anexo 3:
Figuras 6
a
9.
58
0,000
10,000
20,000
30,000
40,000
50,000
60,000
70,000
80,000
Concentração de GSH-t (µM / gHb) no hemolisado
1 2 3 4 5 6 7 8 9
10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
Animais
FIGURA 8:
Concentrações de GSH-t em hemácias de ovinos antes da biopsia
pulmonar e 30 minutos após o procedimento.
Antes da Biopsia
30 Minutos Após a Biopsia
0,000
50,000
100,000
150,000
200,000
250,000
300,000
350,000
400,000
450,000
500,000
Concentração de TBARS (nM / gHb) no hemolisado
1 2 3 4 5 6 7 8 9
10 11 12
13
14 15 16 17
18
19 20
Animais
FIGURA 9:
Concentrações de TBARS em hemácias de ovinos antes da biopsia
pulmonar e 30 minutos após o procedimento.
Antes da Biopsia 30 Minutos Após a Biopsia
59
Artigo:
A
val
iação da segurança e eficácia da técnica de biópsia pulmonar
transtorácica percutânea para avaliação histopatológica do parênquima
pulmonar de ovinos clinicamente sadios
.
A ser encaminhado para o periódico Pesquisa Veterinária Brasileira
ISSN: 0100
-
736X
Normas para publicação disponível em:
http://www.scielo.br/revistas/pvb/pinstruc.htm
Nor
mas para Publicação:
Com periodicidade mensal, a revista publica trabalhos originais e artigos de revisão
de pesquisa no campo da patologia veterinária no seu sentido amplo, principalmente
sobre doenças de importância econômica e de interesse para a saúde
pública.
Apesar de o serem aceitas comunicações ("Short comunications") sob forma de
"Notas Científicas", não há limite mínimo do número de páginas do trabalho enviado,
que deve porém conter pormenores suficientes sobre os experimentos ou a
metodologia e
mpregada no estudo.
Os trabalhos, em 3 vias, escritos em português ou inglês, devem ser enviados, junto
com disquete de arquivos (de preferência em Word 7.0), ao
editor
da revista
Pesquisa Veterinária Brasileira, no endereço abaixo. Devem constituir-se de
resultados ainda não publicados e não considerados para publicação em outra
revista.
Embora sejam de responsabilidade dos autores as opiniões e conceitos emitidos nos
trabalhos, os
editores
, com a assistência da Assessoria Científica, reserva-se o
direito de sugerir ou solicitar modificações aconselháveis ou necessárias.
1. Os trabalhos devem ser oganizados, sempre que possível, em
Título
,
Abstract
,
Resumo
,
Introdução
,
Material e Métodos
,
Resultados
,
Discussão
,
Conclusões
(ou combinações destes três últimos),
Agradecimentos
e
Referências
:
a) o
Título
do artigo deve ser c
onciso e indicar o conteúdo do trabalho;
b) um
Abstract
, um resumo em inglês, deverá ser apresentado com os elementos
constituintes observados nos artigos em português, publicados no último número da
60
revista, ficando em branco apenas a paginação, e, no final, terá indicação dos
index
terms
;
c) o
Resumo
deve apresentar, de forma direta e no passado, o que foi feito e
estudado, dando os mais importantes resultados e conclusões; será seguida da
indicação dos termos de indexação; nos trabalhos em inglês, Resumo e
Abstract
trocam de posição e de constituição (veja-se como exemplo sempre o último
fascículo da revista);
d) a
Introdução
deve ser breve, com citação bibliográfica específica sem que a
mesma assuma importância principal, e finalizar com a indicação do objetivo do
trabalho;
e) em Material e Métodos devem ser reunidos os dados que permitam a repetição
do trabalho por outros pesquisadores;
f) em
Resultados
deve ser feita a apresentação concisa dos dados obtidos; quadros
devem ser preparados sem dados supérfluos, apresentando, sempre que indicado,
médias de várias repetições; é conveniente, às vezes, expressar dados complexos
por gráficos, ao invés de apresentá
-
los em quadros extensos;
g) na
Discussão
os resultados devem ser discutidos diante da literatura; n
ão
convém mencionar trabalhos em desenvolvimento ou planos futuros, de modo a
evitar uma obrigação do autor e da revista de publicá
-
los;
h) as
Conclusões
devem basear-se somente nos resultados apresentados no
trabalho;
i) os
Agradecimentos
devem ser sucintos e não devem aparecer no texto ou em
notas de rodapé;
j) a lista de
Referências
, que incluirá a bibliografia citada no trabalho e a que
tenha servido como fonte para consulta indireta, deverá ser ordenada
alfabeticamente pelo sobrenome do primeiro autor, registrando os nomes de todos
os autores, o título de cada publicação e, por extenso ou abreviado, o nome da
61
revista ou obra, usando as normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas -
ABNT,
Style Manual for Biological Journals (American Institute for Biological
Sciences) e/ou Bibliographic Guide for Editors and Authors (American Chemical
Society, Washington, D.C.).
2. Na elaboração do texto deverão ser atendidas as normas abaixo:
a) os trabalhos devem ser apresentados em uma só face do papel, em es
paço duplo
e com margens de, no mínimo, 2,5 cm; o texto será escrito corridamente; quadros
serão feitos em folhas separadas, usando-se papel duplo ofício, se necessário, e
anexados ao final do trabalho; as folhas, ordenadas em texto, legendas, quadros e
fi
guras, serão numeradas seguidamente;
b) a redação dos trabalhos deve ser a mais concisa possível, com a linguagem,
tanto quanto possível, no passado e impessoal; no texto, os sinais de chamada para
notas de rodapé serão números arábicos colocados um pouco acima da linha de
escrita, após a palavra ou frase que motivou a nota; essa numeração será contínua;
as notas serão lançadas ao pé da página em que estiver o respectivo sinal de
chamada; todos os quadros e todas as figuras serão mencionados no texto; estas
remissões serão feitas pelos respectivos números e, sempre que possível, na ordem
crescente destes; Resumo e
Abstract
serão escritos corridamente em um
parágrafo e não deverão conter citações bibliográficas;
c) no rodapé da primeira página deverá constar endereço profissional do(s)
autor(es);
d) siglas e abreviações dos nomes de instituições, ao aparecerem pela primeira vez
no trabalho, serão colocadas entre parênteses e precedidas do nome por extenso;
e) citações bibliográficas serão feitas pelo sistema "autor e ano"; trabalhos de dois
autores serão citados pelos nomes de ambos, e de três ou mais, pelo nome do
primeiro, seguido de "et al.", mais o ano; se dois trabalhos não se distinguirem por
esses elementos, a diferenciação será feita pelo acréscimo de letras minúsculas ao
ano, em ambos; todos os trabalhos citados terão suas referências completas
62
incluídas na lista própria (Referências), inclusive os que tenham sido consultados
indiretamente; no texto não se fará menção do trabalho que tenha servido so
mente
como fonte; este esclarecimento será acrescentado apenas ao final das respectivas
referências, na forma: "(Citado por Fulano 19...)"; a referência do trabalho que tenha
servido de fonte será incluída na lista uma só vez; a menção de comunicação
pesso
al e de dados não publicados é feita, de preferência, no próprio texto, colocada
em parênteses, com citação de nome(s) ou autor(es); nas citações de trabalhos
colocados entre parênteses, não se usará vírgula entre o nome do autor e o ano,
nem ponto-e-
vírgu
la após cada ano; a separação entre trabalhos, nesse caso, se
fará apenas por vírgulas, exemplo: (Flores & Houssay 1917, Roberts 1963a,b,
Perreau et al. 1968, Hanson 1971);
f) a lista das referências deverá ser apresentada com o mínimo de pontuação e
isent
a do uso de caixa alta, sublinhando-se apenas os nomes científicos, e sempre
em conformidade com o padrão adotado no último fascículo da revista, inclusive
quanto à ordenação de seus vários elementos.
3. As
figuras
(gráficos, desenhos, mapas ou fotografias) deverão ser apresentadas
em tamanho maior (cerca de 150%) do que aquele em que devam ser impressas,
com todas as letras ou sinais bem proporcionados para assegurar a nitidez após a
redução para o tamanho desejado; parte alguma da figura será datilografada; a
chave das convenções adotadas seincluída preferentemente, na área da figura;
evitar
-
se
o uso de título ao alto da figura; desenhos deverão ser feitos com tinta
preta em papel branco liso ou papel vegetal, vedado o uso de papel milimetrado;
cada figura será identificada na margem ou no verso, a traço leve de lápis, pelo
respectivo número e o nome do autor; havendo possibilidade de dúvida, deve ser
indicada a parte superior da figura; fotografias deverão ser apresentadas em branco
e preto, em papel brilhante, e sem montagem, ou em diapositivos (
slides
) coloridos;
somente quando a cor for elemento primordial a impressão das figuras será em
cores; para evitar danos por grampos, desenhos e fotografias deverão ser colocados
em envelope.
63
4. As legendas explicativas das figuras conterão informações suficientes para que
estas sejam compreensíveis e serão apresentadas em folha separada que se
iniciará com o título do trabalho.
5. Os
quadros
deverão ser explicativos por si mesmos; cada um terá seu título
compl
eto e será caracterizado por dois traços longos, um acima e outro abaixo do
cabeçalho das colunas; entre esses dois traços poderá haver outros mais curtos,
para grupamento de colunas; não traços verticais; os sinais de chamada serão
alfabéticos, recomeçando de a em cada quadro, e as notas serão lançadas logo
abaixo do quadro respectivo, do qual serão separadas por um traço curto, à
esquerda.
64
AVAL
IAÇÃO DA SEGURANÇA E EFICÁCIA DA TÉCNICA DE BIÓPSIA
PULMONAR
TRANSTORÁCICA PERCUTÂNEA PA
RA AVALIAÇÃO
HISTOPATOLÓGICA DO PARÊNQUIMA PULMONAR DE OVINOS
CLINICAMENTE SADIOS
5
Andreza Amaral da Silva
6
*, Danilo Otávio Laurenti Ferreira
1
, Camila Dias Porto
7
,
Júlio Lo
pes Sequeira
8
, Roberto Calderon Gonçalves
3
ABSTRACT.
- Silva A.A., Ferreira D.O.L., Porto C.D., Sequeira J.L., Gonçalves R.C.
2009.
[Evaluation of safety and effectiveness of the transthoracic percutaneous
lung biopsy technique for histopathological evaluation of the lung parenchyma
in healthy sheep.
]
Avaliação da segurança e eficácia da técnica de biópsia
transtorácica percutânea para avaliação histopatológica do parênquima pulmonar de
ovinos clinicamente sadios.
Pesquisa Veterinária Brasileira
.
Departamento de Clínica
Veterinária, Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia de Botuca
tu
,
Universidade Estadual Júlio de Mesquita Filho, Distrito de Rubião Júnior, S/N - CEP:
18.618
-
000
-
Botucatu/SP
Brasil.
E-
mail:
5
Dissertação de Mestrado do primeiro autor; auxílio financeiro (processo 07/55341-6) e bolsa de
mestrado (processo 07/51713-
6)
da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo
FAPESP.
6
Mestrando (a) do programa de Pós-
Gr
aduação em Medicina Veterinária da Faculdade de Medicina
Veterinária e Zootecnia (FMVZ) da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP),
Ca
mpus Botucatu, São Paulo.
Departamento de Clínica Veterinária, Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia de Botucatu
,
Universidade Estadual Júlio de Mesquita Filho, Distrito de Rubião Júnior, S/N - CEP: 18.618-
000
-
Botucatu/SP
Brasil.
*
Autor para co
rrespondência: [email protected]
7
Doutoranda do programa de Pós-
Gr
aduação em Medicina Veterinária da F
MVZ,
UNESP, Campus
Botucatu, São Paulo.
8
Prof. Ass
.
Dr
.
do Depa
rtamento de Clínica Veterinária da
FMVZ
,
UNESP,
Campus
Botucatu, São
Paulo.
65
It was analyzed the results and complications arising from the use of the
percutaneous transthoracic lung biopsy technique in 20 clinically healthy sheep. The
animals were subjected to clinical examination followed by lung biopsy with a semi-
automatic needle in the 7th intercostal space right, 5 cm above the elbow. It was
evaluated the number of attempts to implement the procedure and size of the
fragments. The samples were evaluated histologically. After the
slaughter
, a post
mortem examination assessed the technical complications and possible injurie
s.
Among all animals underwent biopsy only two did not tolerate the technique. Were
obtained Lung fragments from 4 mm to 7 mm and
it
were required on average 1,8
attempts
. The main changes related to the procedure were: cough, labored
breathing, increased heart and breathing rate and increased
broncobronquiolar
noise
. The post-mortem examination revealed bleeding of the intercostal muscles
and visceral pleura of various sizes in all lambs, and a wound up to 14 mm in the
lung of two animals that did not tolerate the procedure.
From
20 attempts to
implement the technique, 18 were successful, while in two of them the liver was
mistakenly punctured. Samples of lung tissue were representative. It was possible to
visualize intact structures, including bronchioles and alveoli.
In
conclu
sion
the lung
biopsy is safe and effective for obtaining lung samples for the purpose of histological
diagnosis
.
INDEX TERMS:
Sheep, lung biopsy,
auxiliary tests
,
lung.
RESUMO.
- Foram analisados os resultados e complicações de
cor
rentes do
emprego da técnica de biopsia pulmonar transtorácica percutânea em 20 ovinos
66
clinicamente sadios
.
Os animais foram submetidos ao exame clínico seguido da
biopsia
com agulha
semi
-automática no espaço intercostal direito, 5 cm acima do
olécrano
. Foram
analisados
o número de tentativas para a execução do
procedimento e o tamanho dos fragmentos. As amostras obtidas foram avaliadas
histologicamente.
Posteriormente ao abate, foi realizado o exame pos mortem
para
avaliação de complicações da técnica e das eventuais lesões provocadas. Entre
todos os animais submetidos à biopsia apenas dois demonstraram resistência
a
técnica, sendo obtidos fragmentos pulmonares entre 4mm a 7 mm, com média de
1,8
1 tentativas por fragmento. As principais alterações relacionadas à técnica
foram tosse, dispnéia inspiratória, elevação das freqüências cardíaca e respiratória e
aumento do ruído broncobronquiolar. Ao exame pos mortem observou-
se
hemorragia dos músculos intercostais e pleura visceral em todos os animais. Das 20
tentativas de execução da cnica, 18 obtiveram sucesso, enquanto que em duas o
fígado foi equivocadamente puncionado. As amostras de tecido pulmonar foram
consideradas representativas, pois foi possível a visualização de estruturas íntegras,
incluindo bronquíolos e alvéolos. Podemos concluir que a
biopsia pulmonar
é segura
e eficaz para obtenção amostras pulmonares com fins de diagnóstico histológico.
TERMOS DE INDEXAÇÃO: Ovinos, biopsia pulmonar, exame complementar
,
pulmão
.
67
INTRODUÇÃO
As doenças que afetam o trato respiratório inferior são consideradas a
principal causa de perda na ovinocultura moderna (D
ohoo
et al., 1985; M
artin
, 1996;
C
utlip
et al., 1998), sendo responsáveis por 10 a 40% das mortes em animais
adultos (V
ieira
et al., 1993) e por 17% das mortes durante o período perinatal (R
ook
et al., 1990).
Apesar de ocorrerem com freqüência
em
rebanhos ovinos, muitas vezes as
causas dessas enfermidades pulmonares não podem ser determinadas apenas com
a realização de um exame clínico mais ac
urado,
sendo necessários outros recursos
diagnósticos para definir sua etiologia. Além disso, a necessidade de diagnóstico
específico das doenças pulmonares é uma imposição dos recursos terapêuticos
atuais.
A biópsia pulmonar é um procedimento diagnóstico invasivo, geralmente
utilizado quando outros procedimentos menos invasivos como radiografia, lavado
tra
queobrônquico e
/ou
broncoalveolar, endoscopia e ultrassonografia foram
realizados sem uma definição diagnóstica, ou quando necessidade de um
diagnóstico
rápido e preciso (Porto, 1991)
.
A avaliação histológica de fragmentos
pulmonares obtidos através da biopsia é útil para caracterização de danos
superficiais e subpleurais e para diferenciar lesões inflamatórias, alérgicas,
enfisematosas, edematosas e neop
sicas (B
raun
et al., 1999). Além disso, as
amostras de pulmão podem ser submetidas à cultura de fungos e bactérias, bem
como testes de sensibilidade a antibióticos, dependendo da suspeita diagnóstica
68
(S
avage
et al., 1998). Entretanto, poucos estudos relatando a segurança e eficácia
da biopsia pulmonar em ovinos já foram publicados.
O primeiro relato científico de biopsia pulmonar em ovinos foi de Pusterla e
colaboradores, em 1995, descrevendo a utilização da técnica para a obtenção de
fragmentos pulmonares de animais com adenomatose pulmonar. Em seguida houve
dois relatos de biopsia pulmonar aspirativa guiada por ultra-som (B
raun
et al., 1995;
Scott & G
essert
, 1998) e outro de biopsia pulmonar lancetante guiada por ultra-
som
(Braun e
t al., 2000).
O objetivo deste estudo é avaliar a segurança da técnica de biopsia pulmonar
percutânea transtorácica às cegas e sua eficácia na obtenção de amostras
adequadas que permita a análise histopatológica do fragmento pulmonar.
MATERIAL E MÉTODOS
Foram utilizados 20 ovinos clinicamente sadios (13 da raça Santa Inês e 7
mestiços Santa Inês), 9 machos e 11 fêmeas, com idade entre
150
e 190 dias
(média de 175 dias), pesando entre
23
e 44 Kg (média
32
Kg) e destinados ao
abate.
Todos os animais foram submetidos ao exame clínico imediatamente antes e
após a biopsia pulmonar, utilizando-se protocolo adotado por Viana (2003), e critério
clínico de Gonçalves (2004). Os resultados foram anotados em fichas individuais.
O procedimento foi realizado com os animais em estação e con
tidos
manualmente com a ajuda de um assistente. O ponto de punção para a biopsia
pulmonar foi demarcado no sétimo espaço intercostal do antímero lateral direito,
5
cm
acima do
olécrano
. Esse ponto corresponde à posição topográfica do lobo
69
diafragmático do pulmão direito. A seguir foi feita tricotomia e antissepsia da pele
com solução de iodo povidine a 1%, seguido de anestesia local da pele do espaço
intercostal, tecido subcutâneo, sculos intercostais e pleura parietal, utilizando-
se
5 ml de solução de lidocaína a 2%. Alguns minutos depois foi feita, com bisturi,
incisão de aproximadamente 1 cm na pele e tecido subcutâneo, entre os espaços
intercostais. Uma agulha de biopsia do tipo semi-
automática
(BD 16 G X 15 cm;
Euromed Cateteres ) foi inserida, imediatamente cranial à costela, em ângulo
vertical à superfície corporal, evitando-
se os vasos e nervos intercostais.
Amostras do tecido pulmonar foram colhidas de acordo com Finn-Bodner &
Hathcock (1993) e Braun et al. (1999). Se nenhum fragmento do parênquima fosse
obtido após a punção, o procedimento seria repetido até que se conseguisse uma
amostra satisfatória do tecido pulmonar. Foi analisado o número de tentativas para a
execução do procedimento. Imediatamente após a punção, os fragmentos
pulmonares obtidos foram acondicionados em recipientes contendo formalina a 10%
e, posteriormente, desidratados em álcool, embebidos em parafina, seccionados e
corados com hematoxilina
-
eosina.
Nenhuma medicação foi administrada aos animais e nenhuma atenção
especial foi dada ao sítio da biopsia, uma vez que todos os animais foram
submetidos ao abate logo após o procedimento.
Após serem abatidos, os animais foram analisados por inspeção no exame
pos
mortem
para avaliação de complicações decorrentes da técnica. Hemorragias
na pleura visceral atribuídas à biopsia foram avaliadas segundo o escore de
gravidade da lesão descrito por Silva (2005), adaptado de Braun et al. (1999)
(escore 1 = lesão pleural com área até 4 mm
2
; escore 2 = lesão pleural com área
70
entre 4,1 e 25 mm
2
; escore 3 = lesão pleural com área superior a 25,1 mm
2
). As
amostras de tecido pulmonar obtidas também foram submetidas ao exame
macroscópico, avaliando
-se o comprimento de cada fragmento tecidual.
A avaliação histológica dos fragmentos de biopsia foi realizada utilizando-
se
microscópio binocular convencional. A qualidade dos cortes histológicos obtidos foi
avaliada segundo escore adaptado de Hopper et al. (1990) para: 1) adequação
tecidual para o diagnóstico histopatológico (escore 0 = tecido insuficiente pa
ra
análise histopatológica; escore 1 = tecido insuficiente para uma avaliação
histopatológica adequada, mas é possível um diagnóstico altamente suspeito;
escore 2 = tecido suficiente para a avaliação histopatológica); 2) Preservação
Tecidual (escore 0 = pobre; escore 1 = intermediária; escore 2 = boa); 3) Presença
de Artefatos (escore 0 = intensa; escore 1 = intermediária; escore 2 = sem presença
de artefatos). Os achados histopatológicos referentes às biopsias foram registrados
por
fotomicrog
ra
f
ia
.
Os dados coletados foram expostos por meio de estatística descritiva, através
de média, desvio padrão e percentual.
RESULTADOS
Pela técnica anteriormente descrita, fragmentos teciduais foram obtidos em
todos os animais submetidos ao procedimento (20/20 - 100%), sendo necessária,
em média 1,8 ± 1 tentativas. Das 20 biopsias realizadas, amostras de tecido foram
obtidas após apenas uma tentativa em nove (9/20 - 45%) ocasiões, após duas
tentativas em sete (7/20 - 35%), após três tentativas em dois (2/20 - 10%) e, após 4
71
tentativas também em dois (2/20 - 10%) momentos. A agulha escolhida foi de fácil
manipulação e a técnica foi executada sem grandes dificuldades.
Treze animais (13/20 - 65%) toleraram bem a técnica de biopsia pulmonar
transtorácica percutânea, entretanto, alguns animais demonstraram certa resistência
durante o procedimento, vindo até a dificultar a coleta. Cinco (5/20 25%) animais
demonstraram suave esforço (berros, feições de medo e elevação das patas),
enquanto que dois (2/20 10%) animais apresentaram forte resistência (saltos e
tentativas de coices) à realização da técnica.
Ao exame clínico, atitude geral e postura permaneceram inalteradas e a
temperatura retal não se elevou, permanecendo dentro dos valores de referência
para a espécie. Entretanto, as freqüências cardíaca e respiratória aumentaram em
14 (70%; Média (MED) = 122bpm) e 12 (60%; MED = 52mrp) animais,
respectivamente. Apesar disso, os parâmetros observados voltaram à normalidade
em aproximadamente
1
5
minutos após a biopsia
.
Com relação a alterações no aparelho respiratório, foi observada tosse
espontânea em seis (6/20 - 30%) animais. Anormalidades no padrão respiratório
ocorreram em 3 (3/20 - 15%) ovinos, sendo que dois deles apresentaram dispnéia
inspiratória e um animal apresentou expiração em dois tempos, o que geralmente é
característico de dor. À auscultação pulmonar, foi observado aumento do ruído
broncobronquiolar no sítio da biopsia, em três (3/20 - 15%) animais. Os dois ovinos
que demonstraram forte resistência à execução do procedimento apresentaram, à
auscultação pulmonar no local da biopsia, um som característico de vazamento de
ar, exatamente sobre o local da punção, embora sem haver saída de ar para o
exterior.
72
Um animal entrou em colapso imediatamente após a realização da biopsia,
vindo a decúbito. Este animal apresentou tosse, taquicardia, taquipnéia, intensa
dispnéia inspiratória e posicionou-se em posição ortopneica, demonstrando grande
dificuldade respiratória. A auscultação pulmonar deste animal revelou aumento do
ruído broncobronquiolar por toda área dos pulmões. Apesar disso, o animal levantou
em
alguns minutos e não apresentou mais nenhuma anormalidade. Nenhum dos
animais apresentou hemoptise, epistaxe ou mesmo sinais clínicos compatíveis com
hemotór
ax ou p
neumotórax
, complicações comumente associadas à biopsia
pulmonar.
Os animais foram abatidos, em média, três horas após a realização da biopsia
pulmonar.
No exame pos mortem observou-se que todas as punções estavam
localizadas no lobo diafragmático. Das 20 biopsias realizadas, as alterações
encontradas na pleura parietal e músculos intercostais eram evidenciados como um
ponto em 12 carcaças (12/20 - 60%); em outras quatro (4/20 - 20%) as lesões
tinham até 4 mm
de comprimento;
foram evidenciadas como grandes
hematomas de
até 8
mm X 10mm
em
quatro
carcaças (4/20 - 20%). Todos os animais apresentaram
hemorragia de pleura, cuja área variou de 4 mm
2
a 40 mm
2
. Dos 20 animais
biopsiados, avaliados quanto ao escore de severidade da hemorragia pleural
proposto por Silva (2005), adaptado de Braun et al. (1999), oito ovinos (8/20 - 40%)
apresentaram escore 1, seis (6/20 - 30%) apresentaram escore 2 e outros seis
animais (6/20 - 30%) apresentaram escore 3. Ao exame macroscópico dos pulmões
foram observados petéquias e enfisema ao redor da ferida da biopsia, presentes em
quatro (4/20 - 20%) e cinco (5/20 - 25%) ovinos, respectivamente. Dois animais,
mais precisamente os que demonstraram forte resistência durante a execução da
73
biopsia, apresentaram uma ferida linear de aproximadamente 12 mm e 14 mm,
respectivamente, na face costal do pulmão direito na região basal do lobo
diafragmático. No pulmão de dois ovinos foi observado sinais de que a agulha de
biopsia havia transpassado o lobo diafragmático.
Os fragmentos teciduais obtidos através da biopsia v
ariaram
de
4 a 17 mm de comprimento (MED = 10 mm). Das 20 amostras obtidas 18 (18/20
90%) eram de tecido pulmonar e duas (2/20 10%) eram de tecido hepático. Todas
as amostras de pulmão (18/18 100%) estavam adequadas para an
álise
histopatológica por apresentarem arquitetura pulmonar preservada. Quatorze
amostras (14/18 78%) foram consideradas ideais para avaliação histológica, pois
foi possível observar bronquíolos primários, terminais e respiratórios, ductos e sacos
alveol
ares bem como alvéolos isolados. Em 4 amostras (4/18 – 22%) não foi
possível encontrar bronquíolos, estando ausentes inclusive os bronquíolos terminais.
Nestas lâminas estavam presentes apenas ductos e sacos alveolares e alvéolos
isolados e por isso foram classificadas apenas como boas para uma avaliação
histológica. Duas amostras (2/18 11%) apresentaram infiltrado inflamatório misto
discreto, composto por mononucleares e neutrófilos. Dois fragmentos (2/18 11%)
teciduais apresentaram focos hemorrágicos
isolados
(Figura 1).
Um dos fragmentos pulmonares (1/18 5%) apresentou aumento da
celularidade do interstício e conseqüente espessamento, com infiltrado inflamatório
misto moderado, composto por mononucleares e eosinófilos, além de focos
hemorrágicos. A luz bronquiolar mostrou-se diminuída, com presença de debris
celulares. A pleura, observada em uma das extremidades da biópsia, exibiu
74
espessamento.
Esses achados são compatíveis com o diagnóstico de pneumonia
intersticial crônica (Figura 1).
Todas as amostras de pulmão obtidas (18/18 – 100%) mostraram áreas
atelectásicas nas extremidades e duas amostras (2/18 11%) apresentaram
também esmagamento tecidual com comprometimento de parte da área amostrada,
todavia nenhuma dessas alterações comprometeu a avaliação morfológica. Em
cinco casos (5/18 28%), além de pulmão, também foram observados fragmentos
de pele, músculo esquelético, fígado ou tecido conjuntivo de origem indeterminada.
A qualidade dos cortes histológicos pulmonares obtidos foram avaliados
seg
undo o escore adaptado de Hopper et al. (1993), que considera os graus zero,
um e dois qualitativamente. Levando em conta a adequação tecidual, todas as
amostras (18/18 -100%) apresentaram escore 2; com relação a preservação
tecidual, duas amostras (2/18 11%) apresentaram escore 1 e, 16 amostras (16/8
89%) obtiveram escore 2; analisando a presença de artefatos, em todas as lâminas
confeccionadas (
18
/18
100%) verificou
-
se escore 1.
D
ISCUSSÃO
A biopsia pulmonar percutânea realizada com agulhas lancetantes demorou
para ganhar aceitação, mas o avanço nas técnicas de biopsia, melhorias nas
agulhas e a possibilidade de lidar melhor com as complicações decorrentes da
técnica contribuíram para o aumento da popularidade desta útil ferramenta de auxílio
diagnó
stico. Neste estudo, as biopsias pulmonares foram conduzidas às cegas de
forma que houvesse máxima probabilidade de se conseguir amostras de tecido
75
viáveis para um diagnóstico histológico quando fosse aplicada em ovinos com
doença pulmonar difusa. Se o objetivo do procedimento for obter fragmentos
teciduais de lesões localizadas, a biopsia pulmonar deve ser preferencialmente,
guiada por ultra-som ou radiografias, como relatado por outros autores
(W
ood
et
al., 1998; B
raun
et al., 2000).
Foram necessárias em média 1,8 tentativas até a obtenção de um fragmento
de tecido viável para análise histológica. Outros autores relatam resultados
semelhantes, com média de 1,2 para Braun et al. (2000) que também utilizaram uma
agulha semi-automática em ovinos, e de 1,3 para Hamarati (1995) que utilizou um
dispositivo automático em humanos. Porém, nestes dois casos as biopsias não
foram realizadas às cegas. A execução da biopsia pulmonar às cegas aumenta o
risco de complicações como punção equivocada de outros órgãos, lesões de
grandes vasos e morte em conseqüência de hemorragias. No presente estudo foram
necessárias poucas perfurações para a obtenção de amostras de tecido viáveis para
um exame histológico e não foram observadas complicações graves em decorrência
da técnica, indicando que, nestas condições, o espaço intercostal é um bom
acesso para a cavidade torácica em ovinos, especialmente quando se pretende
obter amostras do lobo diafragmático.
Segundo Moore (2005) e Braun et al.(1999) as reações de desconforto e dor
ocorrem durante a perfuração da pleura parietal e não durante a coleta do tecido
pulmonar. Por isso, a perfuração da pleura deve ser bem rápida para eliminar a
possibilidade de que qualquer movimento repentino desvie a trajetória da agulha ou
então que sua ponta cortante lese a pleura antes da colheita de tecido pulmonar.
Dois animais deste estudo demonstraram forte resistência à técnica, com reações
76
semelhantes às relatadas em bovinos por Braun et al. (1999), principalmente no
momento da perfuração da pleura. Ao exame pos mortem pôde-se observar
perfurações lineares de até 14 mm nos pulmões desses ovinos. Embora estivessem
anestesiados, é possível que o volume da droga injetado tenha sido insuficiente para
uma adequada anestesia da pleura parietal, e que o aumento na quantidade de
anestésico administrado possa reduzir a dor desta perfuração, como foi relatado
para eqüinos (Raphel & G
unson
, 1981) e bovinos (B
raun
et al., 1999). Outra opção
para evitar reações bruscas dos animais que possam atrapalhar o bom andamento
da técnica seria o uso de sedativos. Contudo, antes da indicação deste tipo de
fármaco é necessária uma avaliação minuciosa da função pulmonar dos animais,
geralmente comprometida em casos de doença respiratória grave.
As alterações observadas ao exame clínico conduzido após a biopsia
pulmonar estão de acordo com as des
crições prévias da literatura (Raphel
&
G
unson
1981; S
avage
et al., 1998; B
raun
et al., 1999; B
raun
et al., 2000; S
ilva
, 2005). O
aumento das freqüências cardíaca e respiratória, observadas em alguns animais,
deve ter ocorrido em conseqüência ao estresse da contenção e da realização do
procedimento, visto que esses parâmetros voltaram à normalidade dentro de poucos
minutos após a realização da biopsia.
Com relação ao exame do aparelho respiratório, a elevação do ruído
broncobronquiolar provavelmente ocorreu em decorrência do esforço físico de
alguns animais ao resistirem à execução da biopsia. A dispnéia inspiratória,
observada em dois animais, poderia ser resultado da agressão da agulha ao tecido
pulmonar, o que pode determinar um sangramento no parênquima pulmonar
(R
adostits
et al., 2002
).
Entretanto, nenhum dos animais que apresentaram dispnéia
77
inspiratória após o procedimento apresentou focos hemorrágicos na avaliação
hist
ológica da amostra obtida. Por outro lado, uma hemorragia focal, como foi
observado, não seria suficiente para causar alteração no padrão respiratório. Pode-
se deduzir que a biopsia não determina grande modificação na estrutura pulmonar,
mas que o ato de contenção associado com a dor conseqüente à perfuração pleural
poderia levar à dispnéia inspiratória observada nesses dois animais. Se esses dois
ovinos apresentassem problema decorrente da lesão provocada pela biopsia
provavelmente haveria manutenção da dificuldade respiratória, o que não foi
observado que todos os animais voltaram ao seu padrão respiratório normal em
aproximadamente quinze minutos após o procedimento, indicando a segurança da
técnica.
A auscultação pulmonar do sítio da biopsia revelou, em dois animais, um
ruído semelhante a vazamento de ar (sopro). Este tipo de ruído provavelmente
ocorreu pela perfuração da pleura visceral e do tecido pulmonar subjacente com
saída de ar para a cavidade pleural, que esses animais foram os que
apresen
taram maior resistência ao procedimento. A entrada de ar na cavidade
pleural pode levar a um pneumotórax, se a capacidade de absorção pleural for
ultrapassad
a (P
orto
, 1991). Como não foi feito diagnóstico por acompanhamento
radiográfico (B
raun
et al. 1999; V
enner
et al., 2006) ou por uma auscultação seriada
algumas horas após a biopsia, já que os animais precisavam ser abatidos, o
pneumotórax não pode ser constatado.
O motivo para o colapso momentâneo ocorrido logo após a biopsia pulmonar
em um dos animais não foi determinado, embora reações como essa tenha sido
relatada por outros autores em bovinos, também sem causa aparente (B
raun
et al.,
78
1999). Contrariando observações de outros autores que apontam a hemoptise e a
epistaxe como complicações normalmente associadas à biopsia pulmonar (Raphel &
G
unson
, 1981; S
avage
et al., 1998; DeB
erry
et al., 2002; S
ilva
, 2005; V
enner
et al.,
2006), não foram observados nesta pesquisa sinais de sangramento em nenhum
dos animais após o procedimento. Entretanto, Venner et al. (2006) relatam que
indícios de hemorragia são geralmente evidenciados após endoscopia, mesmo em
animais que não apresentaram sinais aparentes de sangramento. Neste estudo, o
exame pos mortem não revelou estrias de sangue ou coágulos no trato respirató
rio
de nenhum dos animais, o que elimina as chances de que hemorragias de grande
porte tenham realmente ocorrido. Contudo, foram observadas petéquias próximas ao
local da punção nos pulmões de dois ovinos, indicando que pequenas hemorragias
no parênquima pulmonar sem importância clínica ocorreram em conseqüência da
biopsia, como já observado por outros autores (R
oy &
L
avoie
,
2003).
As hemorragias de pleura visceral ocorreram em todos os ovinos, sendo
semelhantes às previamente relatadas em outros estudos (B
raun
et al., 1999; B
raun
et al., 2000; S
ilva
, 2005; V
enner
et al., 2006). Essas hemorragias foram agrupadas
de acordo com o escore atribuído a área total das lesões. O escore de lesão
adotado para a biopsia neste estudo foi inferior aos resultados descritos por Silva
(2005) e superiores aos de Braun et al. (1999). Silva (2005) trabalhou com uma
agulha de biopsia de grosso calibre, o que provavelmente ocasionou maior dano
tecidual
que a agulha de médio calibre utilizada no presente trabalho. Braun et al.
(19
99), por sua vez, determinou o escore da lesão 10 dias após a realização da
biopsia, havendo, dessa forma, tempo hábil para reparação tecidual. As feridas
lineares de a 14 mm observadas no parênquima pulmonar de dois ovinos
79
ocorreram provavelmente em conseqüência da agitação demonstrada por esses
animais no momento da biopsia.
Os tamanhos dos fragmentos teciduais obtidos neste estudo estão de acordo
com as descrições prévias da literatura (B
raun
et al., 1999; Braun et al., 2000; Silva
,
2005). A técnica empregada permitiu a avaliação da arquitetura tecidual pulmonar.
Uma biopsia é considerada representativa quando são visualizadas unidades
funcionais do tecido amostrado (N
aylor
et al., 1992). Neste estudo foi possível
observar em aproximadamente 80% das amostras obtidas, bronquíolos primários,
terminais e respiratórios, ductos e sacos alveolares, bem como alvéolos isolados.
Resultados semelhantes também foram observados em eqüinos (R
aphel
& G
unson
,
1981; V
enner
, 2006), bovinos
(D
ungworth & H
oare
, 1970; B
raun
et al., 1999) e
ovinos (Braun et al., 2000). Não foi possível verificar a presença de brônquios nas
amostras obtidas devido a provável ausência dessas estruturas no local onde foi
realizada grande parte das punções, a porção basal do lobo diafragmático.
Duas amostras apresentaram perfil histológico compatível com processo
inflamatório muito discreto, composto por mononucleares e neutrófilos. Uma possível
explicação para esse achado é que, se estes animais realmente apresentavam
doença respiratória, o processo ainda estava muito incipiente para ser detectado ao
exame clínico. Como os animais desta espécie, devido as condições de manejo a
que são submetidos, vivem constantemente expostos a fatores de risco, é aceitável
que achados como este ocorram quando se realiza biopsia pulmonar. Os focos
hemorrágicos encontrados em duas lâminas foram conseqüentes ao trauma tecidual
provocado pela agulha
de biopsia
(R
aphel &Gunson,
1981).
80
Um dos animais apresentou perfil histológico de pneumonia intersticial
crônica, entretanto, ao exame clínico não foram observadas alterações compatíveis
com o quadro apresentado. Isto provavelmente ocorreu por que as partes não
afetadas do pulmão compensaram a insuficiência funcional das áreas lesionadas,
fazendo com que o animal se mantiv
esse clinicamente estável.
Artefatos iatrogênicos estavam presentes em todas as biopsias. O mais
comum foram as áreas de atelectasia presentes nas bordas teciduais. Este tipo de
artefato dificulta a avaliação histológica e geralmente ocorre em função do t
rauma
tecidual ocorrido (R
aphel &
G
unson
, 1981). A presença de outros tecidos compactos
junto às amostras de tecido pulmonar, observadas neste estudo (5/18), também foi
descrita por outros autores (Raphel & G
unson
, 1981; B
raun
et al., 2000). A
desvantagem
de se encontrar tecidos maciços junto ao pulmão é que o parênquima
pulmonar, por ser menos compacto, tende a colapsar e ficar comprimido entre esses
tecidos mais densos (R
aphel
&
G
unson
, 1981).
A biopsia acidental do gado ocorreu duas vezes neste estudo. Outros
autores relataram punção de músculos intercostais (V
enner
et al., 2006), intestino
(S
avage
et al., 1998) e fígado (F
oroudi
et al., 1995; V
enner
et al., 2006). Segundo
Smith (1994), a agulha de biopsia deve avançar cerca de 2 cm no interior do
parênquima pulmonar para que seja obtida uma amostra satisfatória de tecido
pulmonar. Harrison et al. (1984) defendem que a penetração máxima da agulha no
interior dos pulmões deve ser de 3 cm ou 4 cm. Neste estudo a biopsia foi realizada
segundo a técnica de Finn-Bodner & Hathcock (1993) e Braun et al. (1999) para
bovinos adultos. A indicação desses autores é de que a agulha penetre no máximo 8
cm no interior da cavidade torácica a partir de incisão na pele do animal. Silva (2005)
81
executou a mesma técnica em bezerros, obtendo sucesso. Durante as coletas não
foram feitas mensurações para saber com exatidão quantos centímetros a agulha de
biopsia penetrou a cavidade torácica, apenas foi feita uma marcação na agulha para
assegurar que esta não penetrasse mais que 8 cm. Apesar da técnica ter sido
conduzida com sucesso em 18 das 20 tentativas realizadas neste estudo, ficou
evidente a necessidade de padronização da profundidade de penetração da agulha
na cavidade torácica na espécie ovina, evitando assim a punção equivocada de
outros órgãos.
Em conclusão, a biopsia pulmonar transtorácica percutânea é um exame
complementar de fácil execução, rápido, seguro e eficiente na obtenção de material
pulmonar adequado e suficiente para uma avaliação histopatológica. O acesso ao
pulmão através do sétimo espaço intercostal direito, 5 cm acima do olécrano,
mostrou
-se adequado para a obtenção de amostras pulmonares para fins
diagnósticos, uma vez que nenhuma complicação grave decorrente da técnica foi
observada, podendo, inclusive, ser utilizado em procedimentos realizados às cegas
em casos de doença pulmonar difusa. A biopsia pulmonar deve ter seu uso
encorajado na rotina veterinária. Todavia, para que isto se concretize, o profissional
de veterinária precisa ter conhecimento de suas indicações e limitações, além da
técnica para a realização de forma eficiente da mesma.
A
gradecimentos.
- Os autores agradecem ao auxílio financeiro e a bolsa de
estudos de mestrado concedida pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de
São Paulo
FAPESP (Processos 07/55341
-
6 e 07/55341
-6
, respectivamente
).
82
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