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DANIELLE RIBEIRO DE BARROS
ANÁLISE COMPARATIVA DO GENOMA DE DOIS ISOLADOS DE Cowpea aphid-
borne mosaic virus (CABMV) PROVENIENTES DE DIFERENTES HOSPEDEIROS
Tese apresentada à
Universidade Federal de Viçosa,
como parte das exigências do
Programa de Pós-Graduação em
Fitopatologia, para obtenção do
título de Doctor Scientiae
VIÇOSA
MINAS GERAIS – BRASIL
2007
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DANIELLE RIBEIRO DE BARROS
ANÁLISE COMPARATIVA DO GENOMA DE DOIS ISOLADOS DE Cowpea aphid-
borne mosaic virus (CABMV) PROVENIENTES DE DIFERENTES HOSPEDEIROS
Tese apresentada à
Universidade Federal de Viçosa,
como parte das exigências do
Programa de Pós-Graduação em
Fitopatologia, para obtenção do
título de Doctor Scientiae
APROVADA: 27 de setembro de 2007.
Prof. Murilo Geraldo de Carvalho
(Co-orientador)
Pesq. Poliane Alfenas Zerbini
(Co-orientadora)
Pesq. Eduardo Chumbinho de Andrade
Prof. Olinto Liparini Pereira
Prof. Francisco Murilo Zerbini Júnior
(Orientador)
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ii
AGRADECIMENTOS
À meu pai Nilton de Barros Junior por acreditar em mim em todos os momentos da
minha vida e tornar possível a realização de um sonho;
A Talita Barros amiga de todas as horas e torcedora fiel pelo meu sucesso;
Aos meus irmãos Sergius Vinicius, Giselle Jean Pierre Ana Luisa Pedro Luis e Nilton
César por me apoiarem nesta jornada e demonstrarem todo seu carinho e atenção ao longo
destes anos;
Aos amigos Renata, Ricardo, Verônica, Daniela, Liliane e Pedro que participaram
ativamente da minha vida em Viçosa, fazendo com que eu pudesse crescer tanto pessoal
quanto profissionalmente;
Aos amigos, Giselle, Renatinha, Mara, Kiriaque, Josefina, Cassinha, e Simone pela
amizade e companheirismo;
Ao professor Murilo Zerbini, orientador e amigo de todas as horas, que me deu a
oportunidade de me encontrar e amar a minha profissão;
Aos amigos do Laboratório e da vida, Jose Evando, Eduardo; Poliane, Gloria e Sandra
por me ajudarem com suas experiências a realizar o trabalho da melhor forma possível;
Aos companheiros do Laboratório de Virologia Vegetal Molecular, Alison, Alvaro, Ana
Verônica, Bruno, Carlos, Carol, Fernanda, Fabio, Jorge, Lidiane, Renan, Riani e Sávio por
ajudarem de alguma forma para o bom andamento do trabalho;
Ao professor Murilo Geraldo de Carvalho por toda atenção e ensinamentos passados ao
longo destes anos;
A Universidade Federal de Viçosa por possibilitar a minha formação;
Aos professores do curso de Pós-Graduação em Fitopatologia da UFV por seus
ensinamentos;
iii
Aos funcionários Joaquim, Fizinho e Délio pelo apoio para a realização deste trabalho e
à amizade durante este tempo;
A CAPES pelo suporte financeiro ao projeto;
A todos que dê uma forma direta ou indireta fizeram o trabalho acontecer.
Obrigada a todos.
iv
BIOGRAFIA
DANIELLE RIBEIRO DE BARROS, natural do Rio de Janeiro, RJ, nascida a 16 de
outubro de 1972, filha de Nilton de Barros Junior e Marilena Ribeiro de Barros. Conclui o
primeiro grau no colégio Municipal Albert Einstein em 1987, e o segundo grau na Escola
Técnica Federal de Química do Rio de Janeiro em 1994, ambos em seu Município Natal.
Em 1996 ingressou no curso de Agronomia na Universidade Federal de Viçosa, onde
se graduou como Engenheira Agrônoma em março de 2001. Em abril do mesmo ano
ingressou no curso de mestrado do programa de Pós-Graduação do Departamento de
Fitopatologia da Universidade Federal de Viçosa. Em agosto de 2003, ingressou no curso de
Doutorado do programa de Pós-Graduação do Departamento de Fitopatologia da
Universidade Federal de Viçosa na cidade de Viçosa, Minas Gerais. Em 27 setembro de 2007,
concluiu o doutorado com a defesa da tese.
v
SUMÁRIO
Resumo..............................................................................................................................vi
Abstract .............................................................................................................................viii
Introdução..........................................................................................................................1
Revisão de Literatura ........................................................................................................5
1. Aspectos gerais do maracujazeiro............................................................................5
2. O endurecimento dos frutos do maracujazeiro.........................................................6
3. A família Potyviridae...............................................................................................9
3.1. Ciclo de infecção de potyvírus..........................................................................13
3.1.1. Tradução do RNA genômico e produção das proteínas virais..................13
3.1.2. Replicação do genoma ..............................................................................16
3.1.3. Movimento do vírus na planta ..................................................................20
4. Taxonomia de potyvírus...........................................................................................24
Material e Métodos............................................................................................................28
1. Manutenção dos isolados virais................................................................................28
2. Clonagem e sequenciamento do genoma dos isolados BR1 e MG-Avr...................28
3. Comparações de sequências e análise filogenética ..................................................32
Resultados e Discussão .....................................................................................................33
Referências Bibliográficas ................................................................................................47
vi
RESUMO
BARROS, Danielle Ribeiro de, D.Sc., Universidade Federal de Viçosa, setembro de 2007.
Análise comparativa do genoma de dois isolados de Cowpea aphid-borne mosaic virus
(CABMV) obtidos de diferentes hospedeiros. Orientador: Francisco Murilo Zerbini
Júnior. Co-orientadores: Elizabeth Pacheco Batista Fontes e Murilo Geraldo de Carvalho.
No Brasil e em outros países onde se cultiva o maracujazeiro à doença viral
denominada “endurecimento dos frutos” é um fator limitante à produção. Durante muitos anos
esta virose esteve associada a uma única espécie de potyvirus, o Passion fruit woodiness virus
(PWV). No entanto, estudos conduzidos ao longo dos últimos 20 anos demonstraram que
duas outras espécies de potyvírus, o Cowpea aphid-borne mosaic virus (CABMV) e o East
Asian Passiflora virus (EAPV), também podem causar a mesma doença. As plantas infectadas
apresentam mosaico e endurecimento do pericarpo dos frutos. No Brasil, foi demonstrado
recentemente, através de caracterização molecular, que isolados de potyvírus causando
endurecimento dos frutos anteriormente classificados como PWV com base em características
biológicas e sorologia são na verdade isolados de CABMV. Os diversos isolados analisados
foram capazes de infectar espécies de leguminosas como o feijoeiro comum (Phaseolus
vulgaris) e o caupi (Vigna unguiculata). Até o momento, somente um isolado de CABMV
(CABMV-Zimbábue, obtido de caupi) teve seu genoma completamente sequenciado. Para
alguns isolados brasileiros, a seqüência correspondente à região codificadora da proteína
capsidial e a região 3’ não traduzida foram determinadas. A análise destas sequências não foi
capaz de fornecer informações capazes de explicar as diferenças biológicas observadas entre
os isolados. O objetivo deste trabalho foi obter a sequência de nucleotídeos completa de dois
isolados de CABMV do Brasil, um deles provenientes de plantas de maracujá-amarelo
apresentando sintomas de endurecimento dos frutos (isolado MG-Avr, que também infecta
vii
feijão e caupi), e outro proveniente de amendoim (isolado BR1, também infecta feijão e caupi
porém não infecta maracujá). Os isolados virais foram mantidos e multiplicados em plantas de
caupi cv. Pitiúba. O RNA viral foi purificado a partir de preparações virais concentradas e
utilizado como molde para a síntese de cDNAs, que por sua vez foram utilizados como molde
para reações de PCR longo utilizando-se uma DNA polimerase com atividade de correção de
erro e diferentes combinações de oligonucleotídeos degenerados e específicos. As sequências
de nucleotídeos dos isolados BR1 e MG-Avr são 95% idênticas e apresentam 87 e 86% de
identidade com o CABMV-Z, respectivamente. Ambos os isolados apresentam todas as
características típicas de potyvírus, incluindo o potencial de codificar uma poliproteína que
sofre autoproteólise gerando de 8 a 10 proteínas virais. Dessas proteínas, P3 e VPg são as
mais conservadas entre os dois isolados, com 99% de identidade para a seqüência de
aminoácidos, e a CP é a menos conservada, com 85% de identidade. A análise filogenética
das seqüências completas de nucleotídeos indicou que os dois isolados brasileiros se
agruparam juntamente com o isolado Z, no grupo de espécies de potyvírus que infectam
leguminosas, no subgrupo do Bean common mosaic virus (BCMV). Estudos de mutagênese e
análise do fenótipo poderão identificar de forma definitiva possíveis regiões ou aminoácidos
que possam estar envolvidos na diferenciação biológica dos dois isolados.
viii
ABSTRACT
BARROS, Danielle Ribeiro de, D.Sc., Universidade Federal de Viçosa, September 2007.
Comparative analysis of the genome of two isolates of Cowpea aphid-borne mosaic
virus (CABMV) obtained from different hosts. Advisor: Francisco Murilo Zerbini
Júnior. Co-Advisers: Elizabeth Pacheco Batista Fontes and Murilo Geraldo de Carvalho.
In Brazil and in other countries where passionfruit is grown, the viral disease known
as passionfruit woodiness is a limiting factor for production. For many years this disease was
associated with a single potyvirus, Passion fruit woodiness virus (PWV). However, studies
conducted over the last 20 years demonstrated that two additional potyviruses, Cowpea aphid-
borne mosaic virus (CABMV) and East Asian Passiflora virus (EAPV) can also cause
passionfruit woodiness. Plants infected by either one of these three viruses display mosaic in
the leaves and woodiness of the pericarp of the fruit. In Brazil, molecular analysis has shown
that several potyvirus isolates previously classified as PWV based on biological and
serological properties are actually CABMV isolates. These isolates are capable of infecting
legume crops such as common bean (Phaseolus vulgaris) and cowpea (Vigna unguiculata).
To this date, only one CABMV isolate (CABMV-Zimbabwe, obtained from cowpea) has
been completely sequenced. For some Brazilian isolates, the capsid protein (CP) coding
region and the 3’-untranslated region have been sequenced. Sequence analysis did not indicate
any features that could be correlated with biological differences among the isolates. The
objective of this work was to determined the complete genomic sequence of two CABMV
isolates from Brazil, one obtained from passionfruit with woodiness symptoms (isolate MG-
Avr, which also infects bean and cowpea), and one obtained from peanut (isolate BR1, which
also infects bean and cowpea, but does not infect passionfruit). Both isolates were maintained
in cowpea plants of the cultivar Pitiúba. Viral RNA was purified from concentrated virions
ix
and used as a template for cDNA synthesis, which was then used as a template for long range
PCR using a high fidelity DNA polymerase and different combinations of degenerate and
specific primers. The nucleotide sequences of isolates BR1 and MG-Avr are 95% identical
and display 87 and 86% identity with CABMV-Z, respectively. Both isolates have the typical
potyvirus genome features, including the potential to encode a polyprotein which can generate
8 to 10 putative viral proteins by autoproteolysis. Among these putative viral proteins, P3 and
VPg are the most conserved between the two isolates, with 99% amino acid sequence identity,
and the CP is the least conserved, with 85% identity. Phylogenetic analysis indicates that the
two Brazilian isolates group with CABMV-Z in the legume-infecting species cluster, and in
the Bean common mosaic virus (BCMV) subgroup. Mutagenesis studies and phenotypic
analysis could identify genomic regions or amino acids involved in the biological differences
between the two isolates.
1
INTRODUÇÃO
A produção de maracujá possui grande importância econômica no Brasil.
Atualmente, o Brasil aparece nas primeiras posições em termos de produção mundial, e
a cultura está presente em quase todos os estados brasileiros.
A família Passifloraceae está dividida em duas tribos: Paropsieae e
Passiflorieae. A tribo Passiflorieae está representada no continente americano por
quatro gêneros: Ancistrothyrsus Harms, Dilkea Mast., Mitostemma Mast. e Passiflora L.
O gênero Passiflora possui aproximadamente 520 espécies, distribuídas principalmente
em regiões tropicais e subtropicais. Dessas, cerca de 150 são nativas do Brasil. As
espécies mais difundidas e cultivadas comercialmente são Passiflora edulis Sims f.
flavicarpa Deg. (maracujá-amarelo), P. edulis f. edulis Sims (maracujá-roxo), P. alata
Dryand (maracujá-doce), P. ligularis Juss. e P. quadrangularis L. (Bruckner, 1997;
Silva & São José, 1994; Souza & Meletti, 1997).
O endurecimento dos frutos do maracujazeiro é a virose mais importante da
cultura em todo o mundo. Foi descrito pela primeira vez na Austrália em 1901 por
Allen, citado por Cobb (1901) e Noble (1928). Até pouco tempo acreditava-se que era
causado somente pelo Passionfruit woodiness virus (PWV), porém o seqüenciamento
2
do gene da proteína capsidial demonstrou que a estirpe da África do Sul do PWV
constituía na verdade em uma outra espécie do gênero Potyvirus, originalmente
denominada South African passiflora virus (SAPV) (McKern et al., 1994). Análises
posteriores determinaram que o SAPV consistia na verdade um isolado do Cowpea
aphid-borne mosaic virus (CABMV) (Sithole-Niang et al., 1996). Recentemente, uma
terceira espécie de potyvírus designada East Asian Passiflora virus (EAPV) foi
identificada no Japão causando endurecimento dos frutos do maracujazeiro (Iwai et al.,
2006b). Desta forma, o EAPV, juntamente com o PWV e o CABMV, são as espécies
reconhecidas até o momento como causadoras da doença.
Os sintomas característicos do endurecimento dos frutos causado tanto pelo
PWV quanto pelo CABMV ou EAPV são praticamente idênticos, e incluem mosaico,
deformação foliar e principalmente má-formação dos frutos, que apresentam-se
deformados e com o pericarpo endurecido (Bruckner et al., 2002). No Brasil, até
meados dos anos 90, isolados virais causando endurecimento dos frutos em
maracujazeiro haviam sido identificados exclusivamente com base em características
biológicas e sorológicas, e em todos os casos o PWV havia sido relatado como agente
causal (Chagas et al., 1981; Inoue et al., 1995). Entretanto, a análise molecular da
região codificadora da proteína capsidial de diversos isolados brasileiros, inclusive de
alguns anteriormente identificados como PWV, demonstrou que o CABMV é o
principal, senão o único, agente associado à doença no país (Nascimento et al., 2006;
Nascimento et al., 2004).
As três espécies virais causadoras do endurecimento dos frutos do maracujazeiro
(PWV, CABMV e EAPV) pertencem ao gênero Potyvirus da família Potyviridae,
possuindo partículas alongadas e flexuosas medindo aproximadamente 715×13 nm e
genoma composto por uma única molécula de RNA de fita simples, com
3
aproximadamente 10.000 nucleotídeos. O RNA genômico possui uma única fase aberta
de leitura (open reading frame, ORF) cuja tradução gera uma proteína que sofre
autoproteólise, gerando de 8 a 10 produtos finais (Berger et al., 2005). A transmissão
natural dos potyvírus se dá por meio de afídeos, com uma relação vírus-vetor do tipo
não-circulativa (Berger et al., 2005; Dipiero et al., 2006; Urcuqui-Inchima et al., 2001),
além de serem transmitidos por extrato vegetal tamponado e por enxertia (Costa et al.,
1995; McKern et al., 1994). Os três vírus infectam naturalmente plantas de diversas
espécies de leguminosas, e artificialmente alguns membros das famílias
Amaranthaceae, Chenopodiaceae, Solanaceae e Cucurbitaceae (Taylor & Greber,
1973; Teakle & Widermuth, 1967).
A caracterização biológica, sorológica e molecular de 14 isolados de potyvírus
causadores de endurecimento dos frutos do maracujazeiro, provenientes de sete estados
brasileiros, indicou que todos pertenciam à espécie CABMV (Nascimento et al., 2006;
Nascimento et al., 2004). Todos os isolados foram capazes de infectar duas cultivares de
caupi (Pitiúba e Clay). Entretanto, foram encontradas diferenças nos sintomas induzidos
pelos isolados em plantas de feijoeiro e caupi. Essa variabilidade biológica refletiu-se na
variabilidade molecular entre os isolados: as seqüências de aminoácidos de suas
proteínas capsidiais apresentaram de 6 a 15% de diferenças. A análise filogenética
baseada na proteína capsidial demonstrou que os isolados se agrupam principalmente
com base na origem geográfica, e não com base em suas gamas de hospedeiros. Assim,
o isolado CABMV-BR1, obtido de planta de amendoim coletada no estado da Paraíba e
que não infecta maracujá, agrupou-se juntamente com os isolados brasileiros de
CABMV obtidos de maracujá. Já o isolado CABMV-SAP, obtido de maracujá amarelo
na África do Sul, apresentou um relacionamento mais distante com os isolados
brasileiros (Nascimento et al., 2006).
4
A região seqüenciada até o presente para os isolados brasileiros (proteína
capsidial e 3`-NTR) corresponde a aproximadamente 10% do genoma viral. A análise
dessas regiões não permitiu a identificação de fatores que possam estar relacionados
com as diferenças biológicas entre os isolados (Nascimento et al., 2006).
Atualmente, dentre todos os isolados de CABMV descritos, somente um isolado
obtido de planta de caupi coletada no Zimbábue (África) encontra-se completamente
seqüenciado (Mlotshwa et al., 2002). Desta forma, o presente trabalho teve como
objetivos sequenciar o genoma completo de dois isolados de CABMV provenientes dos
estados da Paraíba (isolado CABMV-BR1) (Pio-Ribeiro et al., 2000) e Minas Gerais
(isolado MG-Avr) (Costa, 1996; Nascimento et al., 2006), a fim de realizar uma análise
comparativa entre eles e verificar possíveis diferenças que possam identificar regiões
genômicas ou até mesmo aminoácidos diferentes responsáveis pelas diferentes
propriedades biológicas destes isolados.
5
REVISÃO DE LITERATURA
1. Aspectos gerais do maracujazeiro
Os maracujazeiros (Passiflora spp.) são plantas da família Passifloraceae
originárias da América Tropical. O Brasil é o centro de origem de um grande número de
espécies da família. A família Passifloraceae está dividida em duas tribos: Paropsieae e
Passiflorieae. A tribo Passiflorieae está representada no continente latino-americano
por quatro gêneros: Ancistrothyrsus Harms, Dilkea Mast., Mitostemma Mast. e
Passiflora L. O gênero Passiflora possui aproximadamente 520 espécies (Cervi, 2005).
O maracujá-amarelo, P. edulis f. flavicarpa, é a espécie comercialmente mais
cultivada no Brasil. Acredita-se que tenha sido resultado do cruzamento entre P. edulis
e uma espécie próxima, possivelmente P. ligularis, ou uma mutação em P. edulis, ou
ainda seria uma forma mutante originária da Austrália (Oliveira & Ferreira, 1991).
A partir do final da década de 60 ocorreu grande expansão da cultura do
maracujazeiro no Brasil. Atualmente o plantio de maracujá-amarelo está presente em
quase todos os estados, destacando-se como uma cultura que requer uso intensivo de
mão-de-obra. Em 1975, Bahia e Minas Gerais eram responsáveis por 55% da produção
nacional. Em 1993, os principais estados produtores eram Pará, São Paulo, Minas
6
Gerais, Bahia, Rio de Janeiro e Sergipe, que representavam 97% de toda a produção
nacional (revisado por Nascimento et al., 2006). Em 2003, os estados da Bahia, Espírito
Santo, São Paulo e Rio de Janeiro eram os principais produtores, representando
aproximadamente 57% da produção nacional. Esses dados demonstram uma dificuldade
no estabelecimento da cultura de forma economicamente viável a longo prazo, o que
ocorre principalmente devido à incidência de doenças de difícil controle.
2. O endurecimento dos frutos do maracujazeiro
No Brasil, as doenças constituem o principal fator que impede uma maior
expansão e produtividade dos cultivos de maracujá-amarelo e de maracujá-doce. Um
dos principais problemas é a doença conhecida como endurecimento dos frutos, que
constitui a virose mais importante da cultura em todo o mundo. Após o primeiro relato
da doença na Austrália (Cobb, 1901), outros relatos ocorreram na África (McKern et al.,
1994) e Américas (Chagas et al., 1981). A caracterização biológica e sorológica dos
isolados virais indicava que todos pertenciam à mesma espécie do gênero Potyvirus,
denominada Passion fruit woodiness virus (PWV). Entretanto, com o advento das
técnicas moleculares, verificou-se que pelo menos duas outras espécies do gênero estão
associadas à doença: Cowpea aphid-borne mosaic virus (CABMV), presente na África
e no Brasil, e East Asian Passiflora virus (EAPV), presente no Japão (Iwai et al.,
2006b; McKern et al., 1994; Nascimento et al., 2006; Nascimento et al., 2004; Sithole-
Niang et al., 1996). Embora apresentem propriedades biológicas e sorológicas muito
semelhantes, as três espécies possuem seqüências de nucleotídeos bastante distintas. É
interessante notar que, embora a seqüência do genoma completo esteja disponível para
isolados de CABMV (Mlotshwa et al., 2002) e EAPV (Iwai et al., 2006a), até hoje
nenhum isolado de PWV foi completamente seqüenciado.
7
As espécies virais causadoras do endurecimento dos frutos do maracujazeiro
(PWV, CABMV e EAPV) pertencem ao gênero Potyvirus da família Potyviridae.
Possuem partículas alongadas e flexuosas medindo aproximadamente 715 x 13 nm e
genoma composto por uma única molécula de RNA de fita simples, sentido positivo,
com aproximadamente 10.000 nucleotídeos. Suas gamas de hospedeiros incluem
essencialmente espécies das famílias Passifloraceae e Fabaceae, além de alguns
membros das famílias Amaranthaceae, Chenopodiaceae, Solanaceae e Cucurbitaceae
(Iwai et al., 1996; Nascimento et al., 2006; Taylor & Greber, 1973). Os sintomas
foliares incluem mosaico de intensidade variada, bolhosidade e distorção foliar. Os
frutos são freqüentemente deformados, de tamanho reduzido e com o pericarpo
endurecido e espesso em comparação com frutos de plantas sadias (Bruckner et al.,
2002). A diminuição do ciclo produtivo das plantas aliada à deformação dos frutos e à
redução na produção da polpa ocasiona queda drástica da produtividade e produção de
frutos sem valor comercial. Conseqüentemente, a viabilidade econômica do pomar é
reduzida (Bruckner et al., 2002; Gioria et al., 2000; Rezende, 1994). Na maioria dos
estados brasileiros, o maracujá-amarelo é cultivado durante apenas um ano devido à
incidência do endurecimento dos frutos, quando apresenta potencial para exploração
comercial durante 3 a 4 anos.
O endurecimento dos frutos do maracujazeiro no Brasil apresenta características
semelhantes às da doença descrita originalmente na Austrália. A doença já foi relatada
nos principais estados produtores, e em todos os casos o agente etiológico foi
identificado como PWV, com base em características biológicas e sorológicas (Bezerra
et al., 1995; Chagas et al., 1981; Chagas et al., 1992; Costa, 1996; Inoue et al., 1995;
Trindade et al., 1999). No entanto, análises da sequência de aminoácidos da CP de
diversos isolados previamente identificados como PWV demonstraram que na verdade
8
esses isolados pertencem à espécie CABMV (Nascimento et al., 2006; Nascimento et
al., 2004). No Brasil, além de diversos relatos em caupi e em outras espécies de
leguminosas (Lima et al., 1979; Sousa et al., 1996), o CABMV já havia sido relatado
em plantas de amendoim coletadas no estado da Paraíba (Pio-Ribeiro et al., 2000). A
comparação da sequência correspondente à CP e à região 3’-não traduzida (3’NTR) do
genoma viral mostrou um alto grau de identidade entre este isolado (denominado BR1)
e outros isolados de CABMV de outros países, incluindo Zimbábue, EUA e África do
Sul.
Em 2006, Nascimento et al. caracterizaram isolados de potyvírus obtidos a partir
de amostras foliares de plantas de maracujá-amarelo com sintomas típicos de
endurecimento dos frutos, coletadas em sete estados brasileiros e no Distrito Federal. A
infecção viral foi comprovada através de sorologia e gama de hospedeiros. Foram
analisados quatorze isolados virais capazes de infectar várias espécies de plantas, porém
apresentando diferenças na intensidade dos sintomas induzidos nessas hospedeiras. O
teste sorológico (ELISA indireto) mostrou que os isolados eram relacionados entre si e
com o potyvírus CABMV. A sequência de aminoácidos da proteína capsidial foi
determinada para todos isolados, e sua comparação com outros potyvírus indicou uma
identidade máxima com isolados de CABMV (86 a 94%), e identidade de apenas 68 a
76% com isolados de PWV. A análise filogenética a partir destas sequências confirmou
que os isolados obtidos são relacionados a isolados de CABMV, e distintos de isolados
de PWV. Esses resultados confirmaram que o endurecimento dos frutos do
maracujazeiro, no Brasil, é causado primariamente pelo CABMV. Dentre os isolados
caracterizados por Nascimento et al. (2006) inclui-se o isolado MG-Avr, obtido a partir
de planta coletada no município de Areia Vermelha, MG. Sua gama de hospedeiros
inclui, além do maracujá-amarelo, as espécies Nicotiana benthamiana, N. clevelandii,
9
feijão cv. Preto 153 e caupi cvs. Pitiúba e Clay. Já o isolado CABMV-BR1, obtido
originalmente de planta de amendoim, induziu sintomas de mosaico severo nas
cultivares de caupi e feijão cv. Preto 153, porém não infectou maracujá. Esses
resultados indicam a existência de um grau significativo de variabilidade entre isolados
brasileiros de CABMV, e sugerem que a capacidade de um determinado isolado em
infectar maracujá evoluiu de forma independente na África e no Brasil (Nascimento et
al., 2006).
3. A Família Potyviridae
A família Potyviridae é uma das maiores e economicamente mais importante
entre as famílias de vírus que infectam plantas, contendo cerca de 16% das espécies
descritas (Fauquet et al., 2005). Está dividida em seis gêneros (Bymovirus, Ipomovirus,
Macluravirus, Potyvirus, Rymovirus e Tritimovirus), de acordo com o agente vetor e a
organização do genoma (Berger et al., 2005). Os potyviridae são encontrados em todo o
mundo, infectando mais de 2.000 espécies de plantas. Todos os potivirus formam
corpos de inclusões cilíndricas no citoplasma de células infectadas, também
denominadas “cata-ventos”, sendo esta uma característica relevante para a identificação
de espécies pertencentes à família. Membros dessa família são facilmente transmitidos
experimentalmente de plantas infectadas para plantas sadias, pela inoculação via extrato
vegetal infectado ou utilizando preparações virais purificadas ou concentradas (Berger
et al., 2005).
O gênero Potyvirus é o mais numeroso da família Potyviridae, com mais de 100
espécies descritas. Em conjunto, essas espécies infectam uma ampla gama de plantas
monocotiledôneas e dicotiledôneas em diferentes regiões climáticas, causando grandes
danos econômicos em várias culturas. Esses vírus são transmitidos de maneira não-
10
circulativa por afídeos (Bock & Conti, 1974; Dipiero et al., 2006; Fauquet et al., 2005).
As partículas virais são alongadas, flexuosas, com 680-900 nm de comprimento e 11-13
nm de diâmetro. Seu genoma é constituído de uma única molécula de RNA de fita
simples, sentido positivo, com aproximadamente 10.000 nucleotídeos. O RNA
genômico é envolto por um capsídeo formado por cerca de 2.000 cópias da proteína
capsidial (CP), que possui massa molecular de aproximadamente 34 kDa.
A proteína capsidial dos potyvírus apresenta uma região amino-terminal
altamente variável em tamanho e seqüência, uma região central altamente conservada
contendo de 215 a 227 aminoácidos, e uma região carboxi-terminal com 18-20
aminoácidos. As regiões amino e carboxi-terminal estão voltadas para o exterior da
partícula viral, e são responsáveis pelas propriedades antigênicas da proteína e,
conseqüentemente, da partícula viral (Shukla et al., 1991). O RNA dos potyvírus é
covalentemente ligado a uma proteína de origem viral (genome-linked viral protein,
VPg) em sua extremidade 5’ (Riechmann et al., 1989) e apresenta uma cauda
poliadenilada, de origem viral, em sua extremidade 3’ (Allison et al., 1986). O RNA
genômico apresenta uma única fase aberta de leitura (open reading frame, ORF)
localizada entre duas regiões não codificadoras denominadas 5’NTR e 3’NTR. A
tradução da ORF origina potencialmente uma poliproteína com peso molecular de
aproximadamente 350 kDa (Allison et al., 1986), que é processada por meio da
atividade proteolítica de três proteases (P1, HC-Pro e NIa) contidas na própria
seqüência, dando origem a 8-10 produtos finais (Carrington et al., 1990) (Figura 1). As
proteases P1 e HC-Pro catalisam unicamente suas próprias clivagens em cis. A protease
NIa, além de catalisar sua própria clivagem em cis, catalisa seis clivagens adicionais em
trans (Daros & Carrington, 1997). Uma característica das proteínas sintetizadas pelos
potyvírus é o seu caráter multifuncional. Cada proteína é geralmente responsável por
11
várias funções durante o ciclo de infecção (revisado por Urcuqui-Inchima et al., 2001).
Um resumo das funções de cada uma destas proteínas encontra-se na Tabela 1.
Figura 1. Representação esquemática da organização e expressão do genoma de um potyvírus.
O RNA viral possui uma proteína viral (VPg) ligada à sua extremidade 5’ e uma cauda poli-A
em sua extremidade 3’. A única fase aberta de leitura dá origem a uma poliproteína que sofre
autoproteólise gerando diferentes intermediários e, finalmente, 8 proteínas virais (P1, HC-Pro,
P3, CI, 6K
2
, NIa, NIb e CP). A proteína NIa pode sofrer uma clivagem adicional gerando VPg e
Pro, dependendo da espécie viral. Em alguns potyvírus, a proteína P3 sofre clivagem adicional
gerando as proteínas P3 e 6K
1
. Adaptado de Shukla et al. (1994).
A(n)
CP NIb
NIa
VPg Pro
CI
P3
VPg
P1
HC-Pro
5’
3’
5’NTR
6K
2
3’NTR
Tradução
Processamento em cis
Processamento em cis e trans
P1(Pro)
HC-Pro
NIa
6K
2
NIa
CP
NIb
CP
Pro
VPg
CI (Hel)
P3
12
Tabela 1. Funções associadas às regiões não traduzídas e à proteínas dos potyvírus.
Reproduzido de Krause-Sakate (2001).
Proteína ou região Funções Referências
5´NTR Promotor da tradução
Promotor da replicação do RNA viral
Competitividade e adaptação viral
Local de início do encapsidamento
Carrington & Freed, 1990
Carrington & Freed, 1990
Simón-Buela et al., 1997b
Wu & Shaw, 1998
P1 Protease
Fator acessório para a replicação do
genoma viral
Verchot et al., 1991
Verchot & Carrington, 1995b
HC-Pro Transmissão por afídeos
Protease
Movimento à longa distância
Fator acessório para a replicação do
genoma viral
Movimento célula-a-célula
Transmissão por semente
Inibição da resposta de defesa da planta
Sinergismo viral
Determinante de sintomatologia
Thornbury et al., 1985
Carrington et al., 1989
Cronin et al., 1995
Kasschau & Carrington, 1998
Cronin et al., 1995; Rojas et al.,
1997; Kasschau et al., 1997
Johansen et al., 1996
Anandalakshmi et al.,
1998);Brigneti et al., 1998;
Kasschau & Carrington, 1998)
Pruss et al., 1997
Sáenz et al., 2001
P3 Fator auxiliar para replicação do genoma
viral
Klein et al., 1994
CI Replicação (Helicase, ATPase)
Movimento célula-a-célula
Laín et al., 1991
Carrington et al., 1998
6K
2
Manter o complexo de replicação
ancorado à membrana plasmática
Restrepo-Hartwig & Carrington,
1994; Schaad et al., 1997a
NIa (Pro-VPg) Protease (Pro)
Iniciador para a replicação do RNA viral
(Vpg)
Carrington & Dougherty, 1987
Schaad et al., 1996
NIb RNA polymerase dependente de RNA Hong & Hunt, 1996
CP Encapsidação do genoma
Transmissão por afídeos
Movimento célula-a-célula
Movimento a longa distância
Replicação
Determinante de sintomatologia
Allison et al., 1986; Varrelmann &
Maiss, 2000
Atreya et al., 1991
Dolja et al., 1995
Dolja et al., 1995; Dolja et al.,
1994
Mahajan et al., 1996;
Haldeman-Cahill et al., 1998
3´NTR Promotor de replicação do RNA viral
Determinante de sintomatologia
Fator acessório à replicação
Haldeman-Cahill et al., 1998
Mahajan et al., 1996
Rodriguez-Cerezo & Shaw, 1991
Mahajan et al., 1996
13
3.1. Ciclo de infecção de potyvírus
3.1.1. Tradução do RNA genômico e produção das proteínas virais
O primeiro evento que ocorre após um potyvírus alcançar o interior de uma
célula vegetal é o desencapsidamento do vírion, seguido da tradução da única ORF em
uma poliproteína que será processada produzindo uma quantidade suficiente de
proteínas virais para serem utilizadas nos processos subsequentes de replicação,
montagem e obtenção das partículas virais.
Todos os mRNAs celulares eucarióticos possuem uma estrutura “capeada” em
seu terminal 5’ (um nucleotídeo modificado, quase sempre m
7
GpppN), essencial para
que ocorra a tradução e para a manutenção da integridade do mRNA (Niepel & Gallie,
1999). O RNA genômico dos potyvírus não possui tal estrutura, e sua tradução é
independente de sua presença (Carrington & Freed, 1990). Dois elementos regulatórios
fundamentais para a tradução independente da capa (cap-independent regulatory
elements, CIREs) foram identificados na região 5’NTR do Tobacco etch virus (TEV), e
a combinação destes dois elementos resulta em um efeito multiplicativo da tradução
(Niepel & Gallie, 1999). No caso do TEV, as regiões 5’ e 3’ do genoma viral (cauda
poli-A) agem de forma sinérgica na regulação da tradução, ou seja, a tradução é
estimulada pela presença da cauda poli-A (Gallie et al., 1995).
Existem controvérsias quanto à maneira pela qual ocorre o processo de tradução
dos potyvírus. Para o Turnip mosaic virus (TuMV) evidências indicam que a tradução
ocorre por meio de iniciação interna (Basso et al., 1994). Posicionando-se uma estrutura
em forma de grampo à frente da 5’NTR do TuMV verificou-se que não foi alterada a
expressão do gene repórter para β-glucuronidase (GUS), situado logo em seguida, o que
seria esperado caso o processo de tradução fosse o leaky-scanning. Entretanto, trabalhos
realizados com o Plum pox virus (PPV) indicaram que para esse vírus a tradução se
14
inicia pelo mecanismo de leaky scanning e não por iniciação interna, pois o primeiro
ATG localizado na posição 36 (
36
AUG) não é reconhecido pelo ribossomo, por não
estar em um contexto favorável. O ribossomo irá escanear o RNA viral até atingir o
próximo códon de iniciação (
147
AUG), este em contexto favorável, e então iniciará a
tradução. Quando o primeiro AUG é colocado em um contexto favorável por meio de
mutações sítio-específicas, a tradução passa a ocorrer a partir deste códon. Este modelo
pode ser explicado pela ausência de estruturas secundárias fortes na 5’NTR. É possível
que potyvírus distintos utilizem estratégias diferentes para a tradução do genoma, ou
que ambas estratégias sejam utilizadas em conjunto.
Uma outra função desempenhada pela estrutura capeada do terminal 5’ é o
recrutamento de fatores de tradução antes da chegada dos ribossomos. Nos potyvírus,
portanto, essa função deverá ser desempenhada pela VPg ou pela 5’NTR. A VPg é
capaz de se associar aos fatores de iniciação de tradução eIF4E ou eIF(iso)4E (Nicaise
et al., 2003; Ruffel et al., 2002). Ensaios realizados utilizando o sistema duplo-híbrido
de leveduras demonstraram que a VPg do TuMV interage com o fator eucariótico de
tradução eIF(iso)4E de Arabidopsis thaliana (Wittmann et al., 1997) e de aveia
(Triticum aestivum) (Léonard et al., 2000). A VPg do TEV interage com o fator eIF4E
de tomateiro e tabaco, e esta interação é estirpe-específica (Schaad et al., 2000).
Impedida esta interação por meio de mutação de um único resíduo no domínio de
interação da VPg do TuMV, a produção de partículas virais em Brassica perviridis foi
altamente comprometida. O fato de terem sido encontradas interações VPg/eIF(iso)4E
em diferentes patossistemas envolvendo potyvírus (revisado por Robaglia & Caranta,
2006) reflete a importância desta interação para o ciclo de infecção viral. Curiosamente,
transcritos sintetizados a partir de um clone infeccioso do PPV sem a VPg ligada ao
terminal 5’ foram traduzidos em nível suficiente para iniciar a infecção, indicando que a
15
VPg não é essencial, pelo menos, para os primeiros eventos de tradução do genoma do
PPV na planta (Riechmann et al., 1990) e nem para a infectividade do RNA viral (Hari,
1981). De fato, a relevância biológica da interação VPg-eIF4E ainda não foi
determinada (Robaglia & Caranta, 2006)
O produto da tradução dos potyvírus é uma poliproteína, processada por meio de
clivagens proteolíticas realizadas pelas três proteases (P1, HC-Pro e NIa), originando as
proteínas virais (Dougherty et al., 1988). A proteína NIa, que consiste de dois
polipeptídeos com funções distintas (a VPg na porção amino e a protease na porção
carboxílica) cataliza as clivagens entre todos os polipeptídeos que compõem a
poliproteína, com exceção de P1/HC-Pro e HC-Pro/P3, que são realizadas pelas
proteases P1 e HC-Pro, respectivamente (Dougherty & Parks, 1991).
A protease NIa, que atua em cis e trans, é do tipo cisteína e todos os cinco sítios
de clivagens apresentam a sequência conservada Glu-X-X-Tyr-X-Gln/Ser,Gly, Ala, Val,
com o local de clivagem localizado após o resíduo de glutamina. As posições X são
ocupadas por aminoácidos neutros ou hidrofóbicos (Carrington & Dougherty, 1988;
Dougherty et al., 1988). Por se tratar de uma sequência degenerada, as clivagens das
diferentes regiões são processadas com eficiências distintas, dependendo do contexto de
aminoácidos da seqüência, e esta regulação é essencial para a replicação viral. O sítio de
clivagem localizado entre as porções VPg e Pro da própria NIa é processado de maneira
imperfeita, pois não possui a seqüência ideal de reconhecimento. A sequência neste sítio
para o TEV é Glu-Asp-Leu-Thr-Phe-Glu/Gly, o que prejudica o reconhecimento da
sequência. É interessante notar, entretanto, que mutações que aceleram a clivagem deste
sítio são prejudiciais à amplificação do genoma viral (Schaad et al., 1996).
A protease P1, responsável pela proteólise da junção P1/HC-Pro, é do tipo serina
e o sítio ativo, Gli-X-Ser-Gli é conservado em todos os potyvírus cuja sequência de P1
16
já foi determinada (Adams et al., 2005a). A proteína HC-Pro, responsável pela clivagem
entre HC-Pro e P3, é dependente de cisteína e no caso do TEV a clivagem ocorre entre
os dois resíduos de glicina da sequência Tyr-X-Val-Gly-Gly (Carrington et al., 1989).
Uma consequência da estratégia de expressão do genoma dos potyvírus é a
produção em quantidades estequiometricamente idênticas de todas as proteínas virais,
independentemente da necessidade de cada uma delas. Deste modo, diversas proteínas
acumulam-se na célula infectada na forma de inclusões. As proteínas NIa e NIb
acumulam-se no núcleo das células infectadas, devido ao sinal de localização nuclear
presente em suas seqüências (Restrepo et al., 1990). Embora não exista regulação da
quantidade de proteínas produzidas, ocorre regulação temporal com base na eficiência
de clivagem dos sítios de reconhecimento da protease NIa, conforme mencionado
anteriormente.
3.1.2. Replicação do genoma
Uma vez ocorrida a tradução do RNA viral, o vírus dispõe de todas as
proteínas necessárias para a replicação do genoma. A replicação da fita positiva é
catalizada pela RNA polimerase dependente de RNA (RdRp) viral (a proteína NIb) em
conjunto com proteínas do hospedeiro. A replicação é iniciada pela síntese de uma fita
complementar negativa a partir da fita de RNA viral (positiva). As novas fitas positivas
são em seguida sintetizadas utilizando-se as fitas negativas como molde, sendo a
especificidade do complexo replicativo assegurada pelo reconhecimento de sinais em
cis presentes em ambas as fitas (Simón-Buela et al., 1997a). A VPg atua como
iniciadora da síntese de fitas de RNA negativo, por meio do grupamento hidroxil
presente em um resíduo conservado de tirosina (Murphy et al., 1996).
17
A sequência da 3’NTR é essencial para a amplificação viral, uma vez que ela
contém o promotor para a síntese da fita negativa. Foi demonstrado que a 3’NTR do
TEV apresenta estruturas secundárias essenciais para a replicação do genoma, que
pareiam com outras sequências dentro da própria 3’NTR e também com sequências
localizadas na região codificadora da proteína capsidial. Mutações afetando a estrutura
secundária destas sequências reduzem o nível de replicação viral, porém se a sequência
é alterada, mas a estrutura secundária mantida, a replicação é restaurada a nível normal
(Haldeman-Cahill et al., 1998). Desta maneira, a região codificadora da proteína
capsidial e a 3’NTR estão implicadas na amplificação do genoma viral por meio da
formação de estruturas secundárias que serão reconhecidas pelo complexo replicativo.
Foi demonstrado que plantas transgênicas expressando a proteína capsidial e a 3’NTR
do LMV sintetizam fitas de RNA negativo para estas sequências quando co-infectadas
com potyvírus distintos como o TEV, Tobacco vein mottling virus (TVMV) ou Pepper
mottle virus (PepMoV) (Teycheney et al., 2000). Isto evidencia a presença de elementos
essenciais na sequência codificadora da proteína capsidial e na 3’ NTR que permitem o
reconhecimento específico do RNA viral pela polimerase de potyvírus distintos.
A maioria das proteínas codificadas pelos potyvírus é necessária, direta ou
indiretamente para a replicação viral. Dentre estas, as proteínas CI, NIa e NIb formam o
núcleo replicativo, catalisando processos enzimáticos essenciais durante a replicação. A
proteína CI possui atividades de helicase, ATPase e ligação a RNA (Laín et al., 1991).
A proteína NIb é a RNA polimerase dependente de RNA e possui a seqüência de
aminoácidos Gln-Asp-Asp característica das RdRp’s virais (Hong & Hunt, 1996). O
processo de replicação ocorre em associação com o retículo endoplasmático das células
infectadas (Schaad et al., 1997a). A proteína 6K
2
funciona como uma âncora, graças à
presença de um domínio central hidrofóbico de 19 aminoácidos que lhe confere a
18
propriedade de associação a membranas (Restrepo-Hartwig & Carrington, 1994; Schaad
et al., 1997a). Como o sítio de clivagem entre 6K
2
e NIa possui baixa afinidade pela
protease, essas proteínas permanecem como um único polipeptídeo por um tempo
relativamente longo, ancoradas ao retículo endoplasmático (Restrepo-Hartwig &
Carrington, 1992). A proteína NIb é recrutada para o retículo endoplasmático por meio
de interações proteína-proteína (NIa/NIb). Estudos in vitro utilizando o sistema duplo-
híbrido de levedura demonstraram que a proteína NIa interage com NIb, possivelmente
estimulando sua atividade de RNA polimerase (Fellers et al., 1998). Observou-se que a
interação NIb/NIa do TVMV diminui quando são feitas mutações no domínio VPg,
concluindo que a porção VPg é responsável pela interação (Fellers et al., 1998).
Entretanto, outros autores concluiram que o domínio protease é o responsável pela
interação NIa/NIb do TEV (Li et al., 1997). A VPg se liga à extremidade 5’ do RNA
viral por meio de um resíduo de tirosina situado na porção amino terminal da proteína,
onde irá exercer sua função de iniciadora da replicação (Murphy et al., 1996). Ao final
da replicação, o complexo é liberado do retículo endoplasmático por meio da
autoproteólise entre as porções VPg e Pro da proteína NIa.
As proteínas P1, P3 e HC-Pro também participam do processo de replicação
como ativadores ou reguladores. A P1 atua como fator de amplificação do genoma
(Verchot & Carrington, 1995b) e pode estar envolvida na infectividade e acúmulo viral
(Rajamaki et al., 2005). Um mutante do TEV no qual foi deletada a sequência
codificadora para a proteína P1 possui a capacidade de se movimentar na planta, porém
o nível de replicação foi muito inferior quando comparado ao vírus selvagem. A
complementação a partir da expressão da P1 em plantas transgênicas demonstra sua
atividade em trans (Verchot & Carrington, 1995a). Mutantes de inserção na proteína P3
são incapazes de se replicar em protoplastos (Klein et al., 1994). Tanto a proteína P1
19
(Rodriguez-Cerezo et al., 1993) como P3 (Arbatova et al., 1998) foram encontradas
associadas à proteína CI em células infectadas, e a interação entre as proteínas P1/CI e
P3/NIb foi demonstrada utilizando o sistema duplo-híbrido de levedura (Merits et al.,
1999).
O papel da proteína HC-Pro durante a replicação é complexo, envolvendo no
mínimo as regiões central e carboxi-terminal. O processamento da proteína HC-Pro é
essencial para a replicação. Mutantes que suprimem a atividade proteolítica de HC-Pro
não são viáveis e esta atividade não pode ser complementada por HC-Pro selvagem
produzida em plantas transgênicas, indicando a sua atividade exclusivamente em cis
(Kasschau & Carrington, 1995). Mutantes para a região central da proteína apresentam
capacidade proteolítica, porém exibem um fenótipo de supressão da amplificação viral,
demonstrando que não somente a atividade proteolíca é importante para a amplificação
do genoma (Kasschau et al., 1997). Mutantes para a região central da proteína HC-Pro
podem ser complementados em trans. A afinidade da HC-Pro do Potato virus Y (PVY)
e Potato virus A (PVA) ao RNA viral foi demonstrada in vitro (Maia & Bernardi, 1996).
Dois domínios independentes localizados na região central, denominados “domínio A”
(aminoácidos 89-230) e “domínio B” (aminoácidos 234-321) são responsáveis pela
ligação de HC-Pro de maneira não específica a ácidos nucleicos, preferencialmente
RNA, e o domínio B apresenta um motivo ribonucleoprotéico (RNP) que é encontrado
em uma grande família de proteínas envolvidas no processamento e transporte de RNA,
expressão gênica e desenvolvimento celular (Urcuqui-Inchima et al., 2000). A provável
forma ativa da HC-Pro é um homodímero, uma vez que esta é a forma purificada a
partir de plantas infectadas (Thornbury et al., 1985). Utilizando o sistema duplo-híbrido
de levedura, foram obtidas evidências da capacidade das HC-Pro’s do LMV e do PVY
em auto-interagir, verificando-se também a possibilidade de uma interação heteróloga
20
entre estas HC-Pro’s e demonstrando-se que 72 aminoácidos presentes na região amino-
terminal da proteína são responsáveis pela interação (Urcuqui-Inchima et al., 1999).
A região do RNA viral que codifica a proteína capsidial (CP) também está
envolvida na replicação viral. Mutantes do TEV nos quais ocorre terminação prematura
da tradução apresentam replicação deficiente, enquanto mutantes nos quais a fase de
leitura foi modificada, porém sem terminação prematura, replicaram normalmente.
Estes resultados indicam que a tradução completa da região codificadora da CP, porém
não a proteína propriamente dita, é essencial para a replicação (Mahajan et al., 1996).
3.1.3. Movimento do vírus na planta
O movimento de vírus de plantas no hospedeiro pode ser dividido em duas
etapas: movimento célula-a-célula (curta distância) e movimento sistêmico (longa
distância) (Lucas, 2006). Inicialmente, a partir da célula infectada, o vírus deverá se
movimentar célula-a-célula por meio das conexões citoplasmáticas denominadas
plasmodesmas, que permitem a continuidade do citoplasma e do sistema de
endomembranas entre as células. Como o limite de exclusão passivo dos plasmodesmas
em células do mesófilo é de aproximadamente 1 kDa, os vírus de plantas produzem
proteínas capazes de alterar esse limite de exclusão, ligando-se ao RNA viral e
permitindo a passagem deste pelos plasmodesmas na forma de um complexo RNA
viral-proteína de movimento ou na forma de vírions (Lucas, 2006).
Os potyvírus, ao contrário de todos os outros vírus de plantas já estudados, não
possuem proteína com função exclusiva no movimento célula-a-célula. Diversas
proteínas dos potyvírus já foram implicadas no movimento célula-a-célula, incluindo
CP, HC-Pro, CI e VPg.
21
Evidências genéticas demonstram que a função da CP do TEV no movimento
célula-a-célula é independente da formação de vírions (Dolja et al., 1994). Mutantes na
região central da CP do TEV não foram capazes de se movimentar célula-a-célula, e
deleções na região amino-terminal da CP também implicaram em uma redução do
movimento, podendo esta região atuar de forma acessória (Dolja et al., 1995; Dolja et
al., 1994).
O envolvimento da proteína HC-Pro no movimento foi demonstrado por meio de
ensaios genéticos e de microinjeção. Mutantes na HC-Pro do TEV apresentam
movimento célula-a-célula reduzido quando comparado ao vírus selvagem (Cronin et
al., 1995; Kasschau et al., 1997), indicando possível envolvimento da proteína como
fator acessório ao movimento. Estudos de microinjeção de proteínas dos potyvírus Bean
common mosaic necrosis virus (BCMNV) e LMV expressas em Escherichia coli
demonstraram a capacidade das proteínas CP e HC-Pro de se movimentarem célula-a-
célula, aumentarem o limite de exclusão dos plasmodesmas e facilitarem o movimento
de RNA viral. Mutações na região central da CP e na região carboxi-terminal de HC-
Pro aboliram o movimento célula-a-célula destas proteínas. Os experimentos indicaram
uma interação entre CP, HC-Pro e os plasmodesmas, sugerindo que os potyvírus
codificam duas proteínas com características de proteínas de movimento (Rojas et al.,
1997). A proteína CI não demonstrou capacidade de aumentar o limite de exclusão dos
plasmodesmas (Rojas et al., 1997). Porém, análises ultraestruturais de folhas de tabaco
recém-infectadas com o TVMV e do ‘front’ de infecção de cotilédones de ervilha
infectados com o Pea seed borne mosaic virus (PSbMV) revelaram a co-localização das
proteínas CI e CP próximas ou sobre a abertura dos plasmodesmas (Rodríguez-Cerezo
et al., 1997). Estudos genéticos da proteína CI do TEV demonstraram que mutantes na
região amino-terminal desta proteína não são capazes de se movimentar célula-a-célula,
22
mesmo com nível de replicação equivalente ao do vírus selvagem (Carrington &
Whitham, 1998).
A proteína VPg também parece estar implicada no movimento célula-a-célula.
Por meio da construção de vírus quiméricos, o determinante de virulência do TVMV em
plantas de Nicotiana tabacum cv. TN86 (que contém o gene de resistência va) foi
identificado como sendo a VPg (Nicolas et al., 1997). Verificou-se que a inserção da
VPg do isolado TVMV-WT, incapaz de infectar plantas contendo o gene de resistência,
no genoma do isolado TVMV-S, confinava a infecção às células iniciais, indicando
deficiência no movimento célula-a-célula.
Pelo menos três proteínas virais parecem estar envolvidas no movimento a longa
distância dos potyvírus: CP, HC-Pro e VPg. Para a proteína CP, foi verificado que
mutantes do TEV-GUS apresentando deleções nas porções amino- e carboxi-terminais
da CP apresentavam restrições no movimento a longa distância (Dolja et al., 1995;
Dolja et al., 1994). O movimento a longa distância destes mutantes não pôde ser
restabelecido pela expressão da CP a partir de plantas transgênicas. No caso do PSbMV,
verificou-se por meio da análise genética de quimeras que a substituição de uma serina
na posição 47 da CP era suficiente para permitir o movimento a longa distância em
Chenopodium quinoa de um isolado normalmente restrito às folhas inoculadas
(Andersen & Johansen, 1998). O resíduo de ácido aspártico na sequência Asp-Ala-Gli
da CP do TVMV também confere ao vírus habilidade de se movimentar em plantas de
tabaco (Atreya et al., 1995; Lopez-Moya & Pirone, 1998).
O envolvimento de HC-Pro no movimento a longa distância foi demonstrado por
diversos autores. Mutantes do TEV-GUS na sequência Cys-Cys-Cys-Glu, localizada na
região central da proteína, são deficientes no movimento a longa-distância e este é
restabelecido pela expressão da HC-Pro do TEV em plantas transgênicas (Cronin et al.,
23
1995). Analisando-se o comportamento deste mutante em diferentes combinações de
enxerto e porta-enxerto, transgênicos ou não, verificou-se que o movimento a longa-
distância só ocorre na presença da combinação enxerto e porta-enxerto transgênicos,
indicando a necessidade da HC-Pro tanto nos tecidos inoculados como não inoculados
(Kasschau et al., 1997). Mutações na porção amino-terminal da HC-Pro do TVMV
resultaram em ausência de movimento sistêmico (a longa distância) do vírus (Klein et
al., 1994).
Estudos envolvendo recombinantes entre duas estirpes do TEV demonstraram o
envolvimento da VPg no movimento a longa distância. Analisando-se as estirpes TEV-
HAT, restrita às células inoculadas na cultivar de tabaco V20, mas capaz de infectar
sistemicamente a cultivar Havana, e TEV-Oxnard, que causa infecção sistêmica em
ambas as cultivares, verificou-se que o híbrido TEV-HAT contendo a VPg do TEV-
Oxnard era capaz de se mover a longa distância na cultivar V20 (Schaad et al., 1997b).
Ecotipos de Arabidopsis thaliana que restringem o movimento à longa distância
do TEV sem envolver a resposta de hipersensibilidade foram selecionados para se
estudar a restrição ao movimento do TEV. Verificou-se que pelo menos dois genes
dominantes, RTM1 e RTM2, presentes nos ecotipos Columbia-0 (Col-0) e
Wassilewskija-2 (Ws-2) são responsáveis pela restrição do movimento a longa
distância, permitindo a replicação e movimento célula-a-célula do vírus (Mahajan et al.,
1998). Ambos foram clonados, verificando-se que RTM1 codifica uma proteína similar
às lecitinas e a uma família de proteínas contendo domínios repetidos do tipo jacalina
(Chisholm et al., 2000). O produto do gene RTM2 é uma proteína apresentando
multidomínios contendo uma região amino-terminal de alta similaridade com small heat
shock proteins (HSPs) (Whitham et al., 2000). Proteínas relacionadas às jacalinas
parecem estar envolvidas na resistência de plantas contra insetos e fungos, enquanto que
24
lecitinas geralmente conferem resistência contra bactérias, fungos e insetos (Chisholm
et al., 2000). A expressão de HSPs de plantas é geralmente induzida por temperatura,
mas este não é o caso para a proteína codificada pelo gene RTM2, que além disso não
confere termotolerância às plantas (Whitham et al., 2000).
O mecanismo pelo qual os genes RTM1 e RTM2 cooperam no mecanismo de
restrição ao movimento à longa distância do TEV não está estabelecido. A restrição
pode ser um bloqueio físico para entrada ou passagem do vírus pelo floema, ou inibição
de algum fator necessário durante o movimento do vírus nos elementos de tubo
crivados. Em experimentos de co-infecção do TEV-GUS com outros vírus como o
Cucumber mosaic virus (CMV) ou TVMV verificou-se que estes vírus não eram
capazes de auxiliar o movimento à longa distância do TEV no ecotipo Col-0,
descartando uma resposta de defesa generalizada. O CMV e o TEV codificam
respectivamente as proteínas 2b e HC-Pro, envolvidas na supressão do silenciamento
gênico pós-transcricional. Em plantas de Nicotiana spp. o TEV ocasiona um aumento
do acúmulo do CMV, porém este efeito sinergístico não é verificado em plantas Col-0
(RTM1/RTM2), indicando que nessas plantas a HC-Pro do TEV não é eficaz na
supressão do silenciamento (Whitham et al., 2000). É possível, embora ainda não
existam evidências experimentais nesse sentido, que a incapacidade de HC-Pro em
suprimir a resposta de silenciamento seja a responsável pela restrição ao movimento a
longa distância do vírus em plantas contendo os genes RTM1 e RTM2.
4. Taxonomia de potyvírus
Características como gama de hospedeiros, sintomatologia, morfologia de
inclusões citoplasmáticas e sorologia constituíram durante vários anos os principais
critérios para a classificação de espécies e estirpe de potyvírus. Apesar destas
25
características terem desempenhado papel significativo na determinação do
relacionamento taxonômico entre muitos potyvírus, elas por si só não fornecem uma
solução adequada para a identificação de espécies e estirpes no gênero como um todo,
devido à intensa variação biológica e antigênica observada entre membros do gênero
(Shukla et al., 1994). Atualmente, um dos principais critérios adotados pelo Comitê
Internacional de Taxonomia de Vírus (ICTV) para a designação de novas espécies para
o gênero Potyvirus é a comparação da seqüência de aminoácidos da poliproteína e da
proteína capsidial (Berger et al., 2005). A seqüência de nucleotídeos da 3’NTR também
pode ser utilizada na classificação (Adams et al., 2005b). De um modo geral, espécies
distintas apresentam identidade de até 53% para as seqüências de aminoácidos da CP,
enquanto estirpes de um mesmo vírus apresentam de 83 a 99 % de identidade.
Comparações das seqüências do genoma completo de espécies da família Potyviridae
demonstraram que a maioria das espécies em um mesmo gênero possui de 50 a 55% de
identidade entre as seqüências de nucleotídeos da ORF completa (Adams et al., 2005b).
O nível de identidade para demarcação de espécies foi proposto em 76% para
sequências de nucleotídeos, e 82% para sequências de aminoácidos. A análise com base
na sequência de nucleotídeos da região codificadora da proteína capsidial indica um
valor de 76-77% de identidade para demarcação de espécies. A análise comparativa das
seqüências de aminoácidos da CP de diversos potyvírus reflete adequadamente o
relacionamento entre espécies. A aplicação desse modelo levou à determinação do
posicionamento taxonômico do Passionfruit woodiness virus (PWV), Cowpea aphid-
borne mosaic virus (CABMV), South African passiflora virus (SAPV) e Sesame mosaic
virus (SeMV) (Berger et al., 1997; McKern et al., 1994; Pappu et al., 1997; Sithole-
Niang et al., 1996). A porcentagem de identidade entre as seqüências de aminoácidos da
CP de isolados de PWV e de CABMV é inferior a 70%, indicando claramente que esses
26
vírus constituem espécies distintas. Entretanto, isolados de CABMV, SAPV e SeMV
apresentaram identidade em torno de 85%, indicando tratar-se de estirpes do mesmo
potyvírus. Como o CABMV foi o primeiro desses vírus a ser descrito, foi recomendado
que o SAPV e SeMV passassem a ser considerados estirpes do CABMV (Sithole-Niang
et al., 1996).
Avanços substanciais ocorreram recentemente no conhecimento da biologia
molecular da interação entre potyvírus e seus hospedeiros. Isso se deve em grande parte
à clonagem do genoma completo destes vírus, proporcionando estudos com clones
infecciosos, utilização de técnicas de mutagênese e construção de vírus híbridos
recombinantes (Revers et al., 1999). Em alguns casos, a simples comparação entre as
seqüências de isolados biologicamente distintos pode indicar as diferenças moleculares
correspondentes. O exemplo clássico foi a identificação da seqüência de três
aminoácidos (Asp-Ala-Gli) na região amino-terminal da CP essenciais para a
transmissão de potyvírus por afídeos, feita com base na comparação entre as seqüências
de isolados normais e de mutantes que haviam perdido a capacidade de serem
transmitidos pelo vetor (Atreya et al., 1995). Em outro estudo, Takaki et al. (2006)
clonaram e sequenciaram dois isolados (fraco e forte) do potyvírus Onion yellow dwarf
virus (OYDV) e demonstraram que eles possuiam como característica diferencial na sua
seqüência genômica uma deleção de 92 aminoácidos na região N-terminal da proteína
HC-Pro, que determinava um fenótipo atenuado. Isolados de Potato virus A (PVA) que
infectam plantas de Nicotiana benthamiana sistemicamente causando mosaico severo e
distorção foliar também foram estudados. O isolado PVA-B11 difere de PVA-U por não
ser capaz de infectar plantas de batata. Vírus recombinantes foram obtidos a partir dos
clones infecciosos de ambos os isolados. Curiosamente, um dos recombinantes induziu
um fenótipo atípico de amarelecimento das nervuras sem causar distorção foliar em N.
27
benthamiana. Apesar da diferença fenotípica, comparações dos genomas dos dois
isolados revelaram identidade elevada, exceto para as regiões codificadoras de 6K
1
e da
proteína capsidial, com 95,5 e 96,8% de identidade, respectivamente. Aparentemente
um evento de recombinação entre isolados semelhantes deu origem a um novo isolado
capaz de induzir um fenótipo distinto, sugerindo que diferentes partes do genoma agem
coordenadamente favorecendo a adaptabilidade de novos isolados (Paalme et al., 2004).
Entretanto, em outros casos a comparação da seqüência, por si só, não permite a
identificação de regiões do genoma viral associadas a determinadas propriedades
biológicas dos vírus. Por exemplo, a comparação das seqüências de nucleotídeos dos
genomas completos de dois isolados de Lettuce mosaic virus (LMV), um deles (LMV-
E) capaz de infectar plantas com o gene de resistência mo1
1
, e outro (LMV-0) incapaz
de infectar tais plantas, identificou mais de 200 diferenças ao longo de todo o genoma
(Revers et al., 1999). Nesses casos, a estratégia mais comumente empregada é a
produção de recombinantes contendo porções dos genomas dos dois isolados, seguida
de análise fenotípica (Krause-Sakate et al., 2005; Palanichelvam et al., 1998; Tribodet
et al., 2005).
28
MATERIAL E MÉTODOS
1. Manutenção dos isolados virais
Os dois isolados de CABMV utilizados no trabalho são provenientes dos estados
de Minas Gerais (isolado MG-Avr, obtido de planta de maracujá) (Costa, 1996) e
Paraíba (isolado BR1, obtido de planta de amendoim) (Pio-Ribeiro et al., 2000). Os
isolados foram mantidos em plantas de feijoeiro (Phaseolus vulgaris L.) cv. Preto 153,
caupi (Vigna unguiculata (L.) subsp. unguiculata Walp.) cv. Pitiúba e Nicotiana
benthamiana Domin., por meio de inoculações sucessivas via extrato vegetal
tamponado em fosfato de potássio 0,05 M, pH 7.2, contendo sulfito de sódio a 0,1%
(p/v). Os isolados também foram armazenados in vitro a -20
o
C na forma de material
foliar dessecado.
2. Clonagem e sequenciamento do genoma dos isolados BR1 e MG-Avr
Folhas de feijoeiro ‘Preto 153’ apresentando infecção sistêmica foram coletadas
e utilizadas para a obtenção de uma preparação viral concentrada (Lane, 1992). O RNA
viral dos isolados BR1 e MG-Avr, foi extraído a partir das preparações concentradas
conforme descrito anteriormente (Krause-Sakate et al., 2001). O RNA viral foi
29
empregado como molde para a síntese de cDNA via transcrição reversa, utilizando-se
um oligonucleotídeo específico para o CABMV (p2: 5’-AGC GAG TTT TCA TAC
ACA AAT C-3’), cuja sequência foi determinada a partir da seqüência da região
codificadora da proteína capsidial do isolado MG-Avr (disponível no GenBank, número
de acesso DQ397525), e o kit “ThermoScript RT-PCR System” (Invitrogen), de acordo
com instruções do fabricante. Em seguida, o cDNA foi empregado como molde em
reações de PCR, utilizando-se o mesmo oligonucleotídeo 3’ (p2) em conjunto com um
oligonucleotídeo universal para potyvírus HC2+ (5’-GCI GAR YTI CCI MGI ATW
YTR GTK GAY CA3’), cuja sequência foi determinada a partir dos motivos
conservados presente na região C-terminal da região codificadora da proteína HC-Pro
(Mlotshwa et al., 2002). Nesta etapa de amplificação foi utilizada a enzima “Platinum
High Fidelity Taq DNA Polymerase” (Invitrogen), que possui atividade de correção de
erro.
Inicialmente foram amplificados dois fragmentos a partir do isolado MG-Avr,
que foram clonados no plasmídeo vetor pGEM-T-Easy (Promega), de acordo com as
instruções do fabricante, originando os clones M1 e M2 (Figura 2). A partir da
sequência destes clones foram desenhados oligonucleotídeos utilizados para amplificar
o restante do genoma dos dois isolados de CABMV em estudo. Utilizando-se o cDNA
obtido com o oligonucleotídeo p2 foram realizadas amplificações via PCR para os dois
isolados, da mesma forma descrita anteriormente, com os oligonucleotídeos CP (5’-
CTG AGC TGT GTC TTT GAT GC-3’, a partir da sequência do isolado MG-Avr
disponível no GenBank) e NIa-2 (5’-CGT ACC TGC ACC TAA CG-3’, a partir da
sequência do clone M1), e NIa-1 (5’-CTG TGA GGT GTT AAG TCC-3’, a partir da
sequência do clone M1) e P3-2 (5’-GAT TTG TGA GTG CGT GC-3’, a partir da
sequência do clone M2). Os insertos foram clonados em pGEM-T-easy originando,
30
respectivamente, os clones Ca1-BR/Ca1-MG e Ca2-BR/Ca2-MG (Figura 2). Para a
obtenção dos clones Ca3-BR/Ca3-MG foi realizada uma nova reação de transcrição
reversa utilizando-se o kit “SuperScript II RNase H
-
Reverse Transcriptase”
(Invitrogen), de acordo com as instruções do fabricante, e o oligonucleotídeo específico
P3-1 (5’-CCC AGT TGT TCA AGG AG-3’, a partir da sequência do clone M2). O
novo cDNA obtido foi empregado como molde em reações de PCR utilizando-se o
mesmo oligonucleotídeo P3-1 em conjunto com o oligonucleotídeo 5’CABMV (5’-
CTA GCT GGA CAC TAG TTG-3’), cuja seqüência foi determinada a partir da
seqüência da região 5’ do isolado CABMV-Z. Todas as amplificações foram realizadas
utilizando-se a enzima “Platinum High Fidelity Taq DNA Polymerase” (Invitrogen).
31
Figura 2. Estratégia empregada para a clonagem do genoma completo dos isolados
CABMV-BR1 e CABMV-MG-Avr. As posições de alinhamento dos oligonucleotídeos
(com base na sequência do isolado CABMV-Z) estão indicadas por setas pretas. As
setas vermelhas indicam a região do genoma previamente seqüenciada (Seq1, para o
isolado BR1, número de acesso no GenBank AF241233, e Seq1.1, para o isolado MG-
Avr, número de acesso DQ397525). As chaves indicam a região correspondente a cada
clone.
Para a obtenção dos clones Ca4-BR e Ca4-MG, foi realizada uma nova extração
de RNA para os dois isolados a partir de folhas de feijoeiro, utilizando-se o reagente
Brazol (LGC Biotecnologia), de acordo com instruções do fabricante. Estes RNAs
serviram de molde para a síntese de cDNA utilizando-se o kit “SuperScript II RNase H
-
Reverse Transcriptase” (Invitrogen) e o oligonucleotídeo específicos GSP1(5’) (5’-
TCT TAC CTC CCT CAT GCG GAA G-3’) cuja a sequência foi determinada a partir
P1 HC-Pro P3
6K1
CI
6K2
VPg
Pro
NIb CP
M2
M1
Seq1
Seq1.1
P2
CP NIa-2NIa-1P3-2P3-1
VPg
An
Ca3-BR ou Ca3-MG
Ca2-BR ou Ca2-MG
Ca1-BR ou Ca1-MG
2911 nt 2469 nt
CABMV(5859)
CABMV
(
6196
)
Ca4-BR ou Ca4-MG
5’
3’
B1
NIa
5’-CABMV
HC2+
32
da sequência do clone Ca3-BR. Os cDNAs, em conjunto com o oligonucleotídeo GSP1
e o oligonucleotídeo GSP2 (5’- CGC AAG TTG CAC AAC TTG TC-3’), cuja
sequência também foi determinada a partir da sequência do clone Ca3-BR, foram
empregados em reações de amplificação com o kit “5’ RACE System for Rapid
Amplification of cDNA Ends” (Invitrogen), de acordo com instruções do fabricante. Por
fim, a seqüência do isolado BR1 correspondente ao clone M1 foi amplificada
utilizando-se o cDNA sintetizado com o oligonucleotídeo p2 e os oligonucleotídeos
CABMV-5859 (5’-GCA AGA TGA GAT CGG AG-3’) e CABMV-6196 (5’-GTA
CAC CCA TCA GAA GCG-3’), cujas sequências foram determinadas a partir das
seqüências dos clones Ca1-BR e Ca2-BR, obtendo-se o clone B1.
O sequenciamento de todos os clones foi realizado pela Macrogen Inc., na
Coréia do Sul (www.macrogen.com).
3. Comparações de sequências e análise filogenética
As sequências de nucleotídeos e aminoácidos correspondentes aos isolados BR1
e MG-Avr foram comparadas com seqüências de potyvírus relacionados disponíveis no
GenBank (www.ncbi.nlm.nih.gov/Genbank). Alinhamentos múltiplos foram obtidos
utilizando-se o programa Clustal W (Thompson et al., 1994). A partir dos alinhamentos
foram preparadas árvores filogenéticas utilizando-se o programa MEGA, versão 3.1
(Kumar et al., 2004), utilizando-se o método de neighbour-joining com correção
Poisson. Os ramos das árvores foram testados por bootstrap, com 2.000 repetições.
33
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A seqüência obtida para o isolado BR1 inclui desde a região N-terminal da
região codificadora da proteína P1 até a extremidade 3’ do genoma viral, e a seqüência
do isolado MG-Avr inclui desde a região C-terminal da região codificadora da proteína
HC-Pro até a extremidade 3’ do genoma viral. A seqüência do isolado BR1 possui 9141
nucleotídeos, incluindo a região 3’-NTR com 231 nucleotídeos. A sequência do isolado
MG-Avr possui 7332 nucleotídeos, incluindo a região 3’-NTR com 228 nucleotídeos.
As duas seqüências possuem uma única fase aberta de leitura (ORF), com o códon de
iniciação não determinado, pois deve estar localizado na região cuja seqüência ainda
não foi obtida. As seqüências deduzidas de aminoácidos dos dois isolados foram
alinhadas com a seqüência do isolado CABMV-Z. Utilizando a seqüência deste isolado
como referência pode-se inferir que os genomas dos isolados MG-Avr e BR1 codificam
poliproteínas com 3079 e 3078 aminoácidos, respectivamente (Figura 3).
Para o isolado BR1 nove sítios de clivagem da poliproteína foram identificados,
enquanto que para o isolado MG-Avr foram identificados oito sítios de clivagem
(Tabela 2). Destes, sete são totalmente conservados entre os dois isolados, e três (HC-
Pro/P3, 6K
2
/VPg e NIb/CP) são totalmente conservados entre os dois isolados
34
brasileiros e o isolado Z. A única diferença observada entre os sítios de clivagem dos
isolados brasileiros é a presença de ácido aspártico, ao invés de glutamina, na posição -5
do sítio de clivagem NIa-VPg/NIa-Pro do isolado MG-Avr. Na comparação entre os três
isolados (BR1, MG-Avr e Z), as diferenças observadas nos sítios 6K
1
/CI e CI/6K
2
envolvem aminoácidos que provavelmente não afetam o reconhecimento da seqüência
pela protease NIa-Pro. Entretanto, as seqüências dos sítios P3/6K
1
e NIa-Pro/NIb
diferem em vários aminoácidos, incluindo o resíduo de valina presente na posição -4,
altamente conservado entre todos os potyvírus. É possível que a seqüência do isolado Z
contenha erros nessas posições. As seqüências dos isolados brasileiros são idênticas
para ambos os sítios (E-H-V-E-T-Q/A para P3/6K1, e D-G-V-A-T-Q/S para NIa-
Pro/NIb), e estão em total conformidade com a seqüência consenso de clivagem pela
protesase NIa-Pro, X-X-V-X-X-Q/E//S/G/A/V (Carrington et al., 1993; Martín et al.,
1990).
Com os sítios de clivagem mapeados pode-se montar o mapa genômico de cada
isolado, identificando-se o início da seqüência de cada região codificadora (Figura 3).
35
Figura 3. Representação esquemática da organização genômica dos isolados CABMV-
BR1 e CABMV-MG-Avr. *, numeração das posições de nucleotídeos do isolado
CABMV-Z (AF348210). **, numeração das posições de nucleotídeos do início das
regiões codificadoras dos isolados brasileiros, com base na seqüência obtida até o
presente.
Tabela 2. Alinhamento dos oito sítios de clivagem da poliproteína identificados nas seqüências
deduzidas de aminoácidos dos isolados MG-Avr e BR1 com os sítios correspondentes no
isolado CABMV-Z (AF348210). As letras em negrito indicam os aminoácidos diferentes entre
os isolados.
Sítios de
clivagem
HC-Pro/
P3
P3/6K1 6K1/CI CI/6K2
6K2/NIa-
VPg
VPg/NIa-
Pro
NIa/NIb NIb/CP
MG-Avr
KFYKVG/G EHVETQ/A EEVRMQ/S NTVCLQ/S EEVTTQ/G ENVGVE/S DGVATQ/S EDVVLQ/S
BR1
KFYKVG/G EHVETQ/A EEVRMQ/S NTVCLQ/S EEVTTQ/G EDVGVE/S DGVATQ/S EDVVLQ/S
Z
KFYKVG/G RVGRHQ/A EEVRVQ/G NTVCLQ/G EEVTTQ/G EDVGVE/S DRGCTQ/S EDVVLQ/S
MG-Avr
5556
76
935
2301 3345 3501 5397 6126 6855
8409
9234
P1 HC-Pro P3
6K1
CI
6K2
VP
Pro
NIb CP
NIa
2302 3343 3499 5398
5557
6127 6856 9232
**
*
3’NT
9465
5’NT
R
76
935
2301 3345 3501 5397
5556
6126 6855
8409
9234
P1 HC-Pro P3
6K1
CI
6K2
VP
Pro
NIb CP
NIa
2303 3344 3500 5402 6131 6860 8411 9236
*
**
9465
5561
5’NT
R
3’NTR
BR1
8407
935
36
O alinhamento das seqüências deduzidas de aminoácidos dos isolados MG-Avr,
BR1 e Z permite mapear os motivos conservados presentes nas diferentes proteínas
produzidas durante a infecção da planta por potyvírus (Figura 4). Na região codificadora
da proteína CI foram encontrados os motivos conservados G-A-V-G-S-G-K-S-T, V-L-
L-L-E-P-T-R-P-L, K-V-S-A-T, L-V-Y-V, L-E-P-T-R-P-L e V-A-T-N-I-I-E-N-G-V-T-
L, relacionados com as atividades de ATPase, ligação a RNA e RNA helicase (Eagles et
al., 1994; Fernandez et al., 1995; Laín et al., 1991). Na região codificadora da proteína
NIb observou-se a presença dos motivos S-L-K-A-E-L e G-D-D, ambos relacionados
com atividade de RNA polimerase dependente de RNA (Hong & Hunt, 1996). Na
região codificadora da CP, os motivos D-A-G, essencial para a transmissão por afídeos
(Atreya et al., 1991; Atreya et al., 1995), e A-F-D-F, altamente conservado entre
potyvírus, também foram encontrados (Figura 4).
37
MG ------------------------------------------------------------
BR ------------------------------------------------------------
Z YPSQVGTTSTSWTLVDKKLVDEGVKMIVDLKDEVEEAAKVIQIQKDHTSYTRESKKLLSD 60
MG ------------------------------------------------------------
BR ------------------------IAPSAKPRGARSSTVYLSRGHRSAMRHNS--WQTRN 34
Z YDEAQNKFTESLLQLPGMWAKLRIDAYSPIRKTKKGAIINRVSFRKAQERHEARLVADKE 120
MG ------------------------------------------------------------
BR LLRFLLVNMRVQLTLVPFRGWDPDCNLESVSFKIPYYRRTRKIQKQKMKPKQVVGSSKVL 94
Z LAAFLAGEYESAAYIGSIQGLNTARNSESISFKTPYYRRTPKIQKQRIKPKQVVGSSQVL 180
MG ------------------------------------------------------------
BR GQVVQLAKQTGISLEFIERGKGRTLKLNIVKRYGSALPKIILPHEGGKTVHEEVNCDKYK 154
Z KQVMQLAQQTGISVEFIERGKGRTLKVNVVKKYGSVLPKIILPHEEGVHVHEEVNYNKHK 240
MG ------------------------------------------------------------
BR DTLLSLIKHSTYKPIHQNVFKKGDSGLVYPTGKIKALPAHEKDVFVVRGRLDGTLINALD 214
Z NTLLFLIGHSSYKTIHQSVFRKGDSGLVYPTQKIQSLPEHDKEVFVVRGRLDGSLINALD 300
MG ------------------------------------------------------------
BR WCSEPAHVQHYSHQPEVQFFQGWKKVFDKLVPRTQDHECTVDYSNEQCGELAASLSQILY 274
Z WCSEPSHVQHYSHQLEVQFFQGWKKVFDKLVPRTQDHECTVDYSNEQCGELAASLSQILY 360
MG ------------------------------------------------------------
BR PVKKLSCRQCRFRIKDLSWEEYKEFVT-----------------------LVERAVSEDG 311
Z PVKKLSCRQCRFRIKDLSWEEYKEFVATHFGCCAETLKEQQSVGFKNVQTLVERAVSEDG 420
MG ------------------------------------------------------------
BR DMDLSLEIIRLTQNYTSTPMLQIQDINKALMKGSSASKQELDQALKQLLAMTQWWKNHMD 371
Z DMELSLEIIKLTQNYTSTPMLQIQDINKALMKGSSASKQELDQALKQLLAMTQWWKNHMD 480
MG ------------------------------------------------------------
BR LTGEDALKAFRNKRASKAILNPSLLCDNQLDKNGNFIWGERGRHSKRFFSNFFEEIIPSE 431
Z LTGEDALKTFRNKRASKAILNPSLLCDNQLDKNGNFIWGERGRHSKRFFSNFFEEIVPSE 540
MG ------------------------------------------------------------
BR GYSKYTIRRNPNGQRKLAIGSLVVPLDLNRARVSMQGESVARNPLTKACVSILRKNFVYP 491
Z GYSKYTIRRNPNGQRKLAIGSLVVPLDLDRARVSMQGEGVARKPLTKACVSVLEKNFVYP 600
MG ------------------------------------------------------------
BR CCCVTLDNGQPLYSEYKSPTKRHLVVGSSGDPKYIDLPAADSDRMYIAKEGYCYLNIFLA 551
Z CCCVTLDNGQPLYSEYKSPTKRHLVVGSSGDPKYIDLPATDSDRMYIAKEGYCYLNIFLA 660
MG -------------------------------------------------IAELPRILVDH 11
BR MLVNVNEEEAKDFTKMVRDVLVPKLGTWPTMMDVATAAYMLSVFHPETKSAELPRILVDH 611
Z MLVNVNEEEAKDFTKMVRDVLVPKLGTWPTMMDVATAAYMLSVFHPETKSAELPRILVDH 720
**********
MG ESQTMHVIDSFGSLNTGYHVLKAGTVNQLIQFASNDLDSEMKFYKVGGIVQQRMKCKTAL 71
BR ESQTMHVIDSFGSLNTGYHVLKAGTVNQLIQFASNDLDSEMKFYKVGGSVQQRMKCETAL 671
Z ESQTMHVIDSFGSLNTGYHVLKAGTVNQLIQFASNDLDSEMKFYKVGGSVQQRMKCETAL 780
************************************************ *******:***
Figura 4. Alinhamento das seqüências deduzidas de aminoácidos da poliproteína
codificada pelo genoma dos isolados CABMV-BR1, CABMV-MG-Avr e CABMV-Z
(AF348210). Os sítios de clivagem da poliproteína estão indicados em vermelho. Os
motivos conservados presentes nas diferentes regiões codificadoras estão indicados em
azul. Os aminoácidos que estão diferentes entre o isolado MG-Avr e BR1 estão
destacados em amarelo. Os asteriscos indicam posições conservadas entre as três
sequências.
HC-Pro/P3
38
Fig. 4 (cont.)
MG ITSIFKPKRMVHILETDPYVLLMGLVSPSLLIHMFRMRHLEKGVQIWINKEQSVAKIFLI 131
BR ITSIFKPKRMVHILETDPYILLMGLISPSLLIHMFRMRHLEKGVQIWINKEQSVAKIFLI 731
Z ITSIFKPKRMVHILETDPYVLLMGLVSPSLLIHMFRMRHLEKGVQIWINKEQSVVKIFLI 840
*******************:*****:****************************.*****
MG LEQLTKKLVVTDVLLEQLGLISETAEPLHSLLLNCPKTMHSYNIARELLTIKAEANSANE 191
BR LEQLTKKLVVTDVLLEQLGLISETAEPLHSLLLNCPKTMHSYNIARELLTIKAEANSANE 791
Z LEQLTKKLVVTDVLLEQLGLISEAAEPLHSLLLNCPNTMHSYNVARDLLTIKAEANSANE 900
***********************:************:******:**:*************
MG VLKLNGFFDMNESLDSAREKIYVDRLSKEWHALSLLEKFSVTWRLKRFSDVTENTLTKKA 251
BR VLKLNGFFDMNESLDSAREKIYVDRLSKEWHALSLLEKFSVTWRLKRFSDVTENTLTKKA 851
Z VLKLNGFFDMNVSLDSAREKIYVERLSEEWHDLNLLEKFSVTWQLKRFSDVTENTLTKKA 960
*********** ***********:***:*** *.*********:****************
MG FVDKEKFSRRFVSACFLSAQTHLKESRTYIANRVEQFSLKLVSSVCNMFLKFVRKCYGDL 311
BR FVDKEKFSRRFVSACFLSAQTHLKESRTYIANRVEQFSLKLVSSVCNMFLKFVRKCYGDL 911
Z TVDKEKFSKRFVSACFMSAQTHLRESRIYLANKVEQFSHRLIGSVCNMFLRFVRRCYGDL 1020
*******:*******:******:*** *:**:***** :*:.*******:***:*****
MG IFLVNVSIVFSLFVQMISTLNSTMRAIKNDKISLAAHKREKDEQTICRMYDLFIKGSKDL 371
BR IFLVNVSIVFSLFVQMISTLNSTMRAIKNDKISLAAHKREKDEQTICRMYDLFIKGSKDL 971
Z IFLVNVSIVFSLFIQMISILNSTMSAIRKDRISLAAHKREKDEQTICRMYDLFIKGSKDL 1080
*************:**** ***** **::*:*****************************
MG PSSGQFLSHVEEVRPDLLLTAQYMIADREHV-ETQAKTHNQVHLEKVVAFMALLTMCVDA 430
BR PSSGQFLSHVEEVRPDLLLTAQYMIADREHV-ETQAKTHNQVHLEKVVAFMALLTMCVDA 1030
Z PSAGQFLSHVEEFRPDLLLTAQYMITDHGRVGRHQAKTHSQVHLEKIVAFMALLTMCVDA 1140
**:*********.************:*: :* . *****.******:*************
MG ERSDAIFKILNKLKSVFGTMAEEVRMQSLDDLNDIEECKKLTVDFEVSTSYEPTSTIIDV 490
BR EGSDAIFKILNKLKSVFGTMAEEVRMQSLDDLNDIEECKKLTVDFEVSTSYEPTSTIIDV 1090
Z ERSDAIFKILNKLKSVFGTMAEEVRVQGLDDLNDIEECKKLTVDFEVSTSYEPTSTTIDV 1200
* ***********************:*.**************************** ***
MG SFEGWWNRQLQQNRVVPHYRSTGEFMEFTRATAAQVANSVSLSAQNDFLIRGAVGSGKST 550
BR SFEGWWNRQLQQNRVVPHYRSTGEFMEFTRATAAQVANSVSLSAQNDFLIRGAVGSGKST 1150
Z SFEGWWNRQLQQNRVVPHYRSTGEFMEFTRATAAQVANSISLSAQNDFLIRGAVGSGKST 1260
***************************************:********************
MG GLPHHLAKKGKVLLLEPTRPLAENVSKQLSQEPFFHNVTLRMRGLSRFGSSNITVMTSGF 610
BR GLPHHLAKKGKVLLLEPTRPLAENVSKQLSQEPFFHNVTLRMRGLSRFGSSNITVMTSGL 1210
Z GLPHHLAKKGKVLLLEPTRPLAENVSKQLSQEPFFQNVTLRMRGLSRFGSSNITVMTSGF 1320
***********************************:***********************:
MG AFHYYVNNPHQLNGFDYIIMDECHVLDSSSIAFNCALKEFSYAGKLIKVSATPPGRECEF 670
BR PFHYYVNNPHQLNGFDYIIMDECHVLDSSSIAFNCALKEFSYAGKLIKVSATPPGRECEF 1270
Z AFHYYVNNPHQLNDFDFIIMDECHVLDSSSIAFNCALKEFSYAGKLIKVSATPPGRECEF 1380
.************.**:*******************************************
MG TTQYPVKLKIEESLSFQDFVQAQGTGTNADMIQHGSNLLVYVASYNEVDQLATYLLNKNY 730
BR TTQYPVKLKIEESLSFQDFVQAQGTGTNADMIQHGSNLLVYVASYNEVDQLATYLLNKNY 1330
Z TTQHPVKLKVEENLSFQDFVQAQGTGTNADMVQHGSNLLVYVASYNEVDQLAAYLLNKNY 1440
***:*****:**.******************:********************:*******
MG KVTKVDGRTMQMGRVEIETSGNPSKPHFIVATNIIENGVTLDVDCVIDFGLKVVADLDTD 790
BR KVTKVDGRTMQMGRVEIETSGNPSKPHFIVATNIIENGVTLDVDCVIDFGLKVVADLDTD 1390
Z KVTKVDGR--TMGRVEIETSGNPAKPHFIVATNIIENGVTLDVDCVIDFGLKVVADLDTD 1498
******** ************:************************************
MG SRCVRYNKKSVNYGERIQRLGRVGRHKPGFALRIGSTERGLTEIPDFIATEAAFLSFAYG 850
BR SRCVRYNKKSVNYGERIQRLGRVGRHKPGFALRIGSTERGLTEIPDFIATEAAFLSFAYG 1450
Z SRCVRYNKKNVSYGERIQRLGRVGRHKPGFALRIGNTERGLTEIPEFIATEAAFLSFAYG 1558
*********.*.***********************.*********:**************
MG LPVTTQNVTTNILSKCTVQQAKSALNFELTPFFTTHLVKYDGSIHPEIHKLLKPFKLRES 910
BR LPVTTQNVTTNILSKCTVQQAKSALNFELTPFFTTHLVKYDGSIHPEIHKLLKPFKLRES 1510
Z LPVTTQNVTTNILSKCTVQQAKNALNFELTPFFTTHFVKYDGSMHPEIHKLLKPFKLRES 1618
**********************.*************:******:****************
MG EMIMNKKAIPYQYVNQWISVREYRRLGIQIGCDERVQLPFYVNGIPDKLFEALWETVSKY 970
BR EMIMNKKAIPYQYVNQWISVREYRRLGIQIGCDERVQLPFYVNGIPDKLFEALWETVSKY 1570
Z EMVMNKKAIPYQYVNQWISVKEYKRLGIQIGCDERVQLPFYVNGIPDKLFEALWETVSKY 1678
**:*****************:**:************************************
P3/6K
1
6K
1
/CI
39
Fig. 4 (cont.)
MG RYDAGFGRISSASSTKISYTLSTEPTAIPRTIAIIDHLISEEMMKKNHFDTVASSLTGHS 1030
BR RYDAGFGRISSASSTKISYTLSTEPTAIPRTIAIIDHLISEEMMKKNHFDTVASSLTGHS 1630
Z RYDAGFGRISSASSTKISYTLSTEPTAIPRTIAIIDHLISEEMMKKNHFDTVASSLTGYS 1738
**********************************************************:*
MG FSLSGIAEGIRKRYLRDYSTQNIETLQQARSQLLEFNSNTVDVNKLHEYEDLGILNTVCL 1090
BR FSLSGIAEGIRKRYLRDYSTQNIETLQQARSQLLEFNSNTVDVNKLHEYEDLGILNTVCL 1690
Z FSLSGIAEGIRKRYLRDYSTQNIETLQQARSQLLEFNSNTVDVNKLPEYEDLGILNTVCL 1798
********************************************** *************
MG QSKQEVAKYLGLKGKWDGSRLRNDLLLVIFTIIGGGWMMWDYFSRCTQEEVTTQGKKRML 1150
BR QSKQEVAKYLGLKGKWDGSRLRNDLLLVIFTIIGGGWMMWDYFSRCTQEEVTTQGKKRML 1750
Z QSKHEVAKYLGLKGKWDGSKFRNDFLLVVFTIIGGGWMMVDYFSKCTQEEVTTQGKKRMM 1858
***:***************::***:***:********** ****:**************:
MG QKLKFRDAHDRKVGREVYADDYTMEHTFGEAYTKKGKEKGSHKTKGMGRKTRNFIHMYGV 1210
BR QKLKFRDAHDRKVGREVYADDYTMEHTFGEAYTKKGKEKGSHKTKGMGRKTRNFIHMYGV 1810
Z QKLKFRNARDRKVGREVYADDYTMEHTFGEAYTKKGKEKGSHKTKGMGRKTRNFIHMYGV 1918
******:*:***************************************************
MG EPENYATIRFVDPLTGFTMDENPKVDIRLVQDEIGDVRNKFMDEGKLDRQAIMYNPGVQA 1270
BR EPENYATIRFVDPLTGFTMDENPKVDIRLVQDEIGDVRNKFMDEGKLDRQAIMYNPGVQA 1870
Z EPENYSTIRFVDPLTGFTMDEHPRVDIRIVQDEIGEVRGKLMDEGELDRQSIKHNPGIQA 1978
*****:***************:*:****:******:**.*:****:****:* :***:**
MG YFLGRGTEKALKVDLTPHRPTLLCAHSNNIAGYPEREDELRQTGLPQEVDLKDVPAPNEN 1330
BR YFLGRGTEKALKVDLTPHRPTLLCAHSNNIAGYPEREDELRQTGLPQEVDLKDVPAPNED 1930
Z YFFGKGTEKALKVDLTPHRPTLLCMHSNNIAGYPERENELRQTGLPQEIDLKDVPAPNED 2038
**:*:******************* ************:**********:**********:
MG VGVESQSTYKGPRDYSGISTLVCKIVNASDGCTETIFGIGYGSYIITNGHLFKRNNGTLT 1390
BR VGVESKSTYKGPRDYSGISTLVCKIVNASDGCTETIFGIGYGSYIITNGHLFKRNNGTLT 1990
Z VGVESKSTYKGPRDYSGISTLICKIVNASDGCTETIFGIGYGSYIITNGHLFKRNNGTLT 2098
*****:***************:**************************************
MG VKTWHGEFVVPNTTQLRIHFIEGKDAILIRMPKDFPPFAQKNCFRSPKKEERVCMVGTNF 1450
BR VKTWHGEFVVSNTTQLRIHFIEGKDAILIRVPKDFPPFAQRNCFRSPKKEERVCMIGTNF 2050
Z VKTWHGEFVVSNTTQLKIHFIEGKDAILIRMPKDFPPFAQRNCFRSPKKEERVCMIGTNF 2158
**********.*****:*************:*********:**************:****
MG QDKSLRSTVSESSMVIPEGKGSFWIHWISTQDGDCGLPLVSVNDGHIVGFHGLASNTTSR 1510
BR QDKSLRSTVSESSMVIPEGKGSFWVHWISTQDGDCGLPLVSVDDGHIVGFHGLASNTTSR 2110
Z QEKSLRSTVSESSMVIPEGKGSFWVHWISTQDGDCGLPLVSVDDGHIVGFHGLASNTTSR 2218
*:**********************:*****************:*****************
MG NFFVPFIDEFKEKYLDCAETLEWNKHWLWQPDKIAWGSLNLVSNQPKEEFKIAKLITDLF 1570
BR NFFVPFIDGFKEKYLDCAETLEWNRHWLWQPDKIAWGSLNLVNNQPKEEFKIAKLITDLF 2170
Z NFFVPFIDGFKEKYLDCAETLEWNRHWLWQPDKIAWGSLNLINNQPKEEFKIAKLITDLF 2278
******** ***************:****************:.*****************
MG DDGVATQSKQEAWLRNAMEGNLVACGKAESALVTKHVVKGKCRYFQQYLSSNQSAADFFK 1630
BR DDGVATQSKQEAWLRNAMEGNLVACGKAESALVTKHVVKGKCCYFQQYLSSNQSAADFFK 2230
Z DDRGCTQSKQEAWLRSAIEGNLIACGKAESALVTKHVVKGKCSYFQQYLGSNQSAADFFK 2338
** .**********.*:****:******************* ******.**********
MG PLMGFYQPSRLNKEAFKKDFFKYNKPVVVGEVDFDAFERAVSEVKMMMNEFGFSECKYVT 1690
BR PLMGFYQPSRLNKEAFKKDFFKYNKPVVVGEVDFDAFAQAVSGVKMMMIEFGFGECKYVT 2290
Z PLMGFYQPSRLNREAFKKDFFKYNKPVTVGKVDFYAFMQAVNGVKMMMIEFCFSECKYVT 2398
************:**************.**:*** ** :**. ***** ** *.******
MG DSEEIF-DSLNMKAAVGAQYKGKKQDYFATMDKFDRERLVYLSCERLFYGWKGLWNGSLK 1749
BR DSEEIF-DSLNMKAAVGAQYKGKKQDYFATMDEFDRERLVYLSCERLFYGKKGLWNGSLK 2349
Z DSRRNFPDSLNMKAAVGAQYKGKKQDYFATMDKFDRERLVYLSCERLFHGKKGLWNGSLK 2458
**.. * *************************:***************:* *********
MG AELRPLEKVEANKTRTFTAAPIDTLLGAKVCVDDFNNQFYNFNLQCPWTVGMTKFYGGWD 1809
BR AELRPLEKVEANKTRTFTAAPIDTLLGAKVCVDDFNIHFTNSNLQCPWTVGMTKFYGGWD 2409
Z AELRPLEKVEANKTRTFTAAPIDTLLGAKVCVDDFNNQFYNFNLQCPWTVGMTKFYGLGD 2518
************************************ :* * *************** *
MG KLMRSLPEGWVYCHADGSQFDSSLTPLLLNAVLDLRLFFMEDWWVGQEMLENLYAEIVFT 1869
BR KLMRSLPEGWVYCHADGSQFDSSLTPLLLNAVLDLRLFFMEDWWVGQEMLENLYAEIVFT 2469
Z KLMRSLPEGWIYCHADGSQFDSSLTPLLLNAVLDLRMFFMEDWWVGQEMLENLYAEIVFT 2578
**********:*************************:***********************
CI/6K
2
6K
2
/VPg
VPg/NIa-Pro
NIa-Pro/NIb
40
Fig. 4 (cont.)
MG PILTPDGTVVKKFRSNNSGQPSTVVDNTLMVVISVYYSCIKAGWNEADIQERLVFFANGD 1929
BR PILTPDGTVVKKFRGNNSGQPSTVVDNTLMVVISVYYSCIKAGWNEADIQERLVFFANGD 2529
Z PILTPDGTVVKKFRGNNSGQPSTVVDNTLMVVISVYYSCIKAGWNEVDIQERLVFFANGD 2638
**************.*******************************.*************
MG DIILAAQEKDIGILDTFTKSFKELGLNYDFSERTRKREELWFMSHQAKLVGDLYIPKLEQ 1989
BR DIILAAQEKDIGILDTFTKSFKELGLNYDFSERTRRREELWFMSHQAKLVGDLYIPKLEQ 2589
Z DIILAAQEKDIGILDTFTKSFKELGLNYDFSERTKKREELWFMSHQAKLVGDLYIPKLEQ 2698
**********************************::************************
MG ERIVSILEWDRSKEMRHRTEAVCAAMIEAWGYPELLQEIRKFYLWLLQRDEFKELARLGK 2049
BR ERIVSILEWDRSKEMLHRTEAVCAAMIEAWGYPELLQEIRKFYLWLLQRDEFKELASLGK 2649
Z ERIVSILEWDRSKEMLHRTETVCAAMIEAWGYPELLQEIRKFYLWLLQRDEFKELASLGK 2758
*************** ****:*********************************** ***
MG APYIAETALKKLYTDEQASEKELQRYLQGILSFYDDCESEDVVLQSDGKDKELDAGKDKD 2109
BR APYIAETALKKLYTDEQASEKELQRYLQDILSFYDDCESEDVVLQSDEKQKELDAGKDKD 2709
Z APYIAETALKKLYTDEQASEKELQRYLQDILSFYDDSESEDVVLQSDERQKELDAGKDKD 2818
****************************.*******.********** ::**********
MG KVKEAKEQSVQQKQAKNKGAKETERDVATSSSGQLVPRLQKISKKMNLPMVAGRVLLNLD 2169
BR KEKEAKGQSAQQKQAKNKGTKETERDVANSSSGQLVPRLQKISKKMNLPMIAGKVILNLD 2769
Z KAKEAREQSTQQKQAKNKGAKETERDVAASSSGQLVPRLQKISKKMNLPMVAGRLILNID 2878
* ***: **.*********:******** *********************:**:::**:*
MG HLIEYKPAQIDLYNTRASKTQLSKWFEAIKGEYELDDDKMGVIMNGFMVWCIENGTSLDV 2229
BR HLIEYKPAQIDLYNTRASKTQLSKWFEAIKEEYELDDDKMGVIMNGFMVWCIENGTSPDI 2829
Z HLIEYKPKQIDLYNTRASKAQFNTWFEAVKEEYELDDDKMSVIMNGFMVWCIENGTSPDV 2938
******* ***********:*:..****:* *********.**************** *:
MG NGVWTMMEGDQAVEFSLNPLVGYRKPPLLAIMHLFSNAPEAYLEMGNSGRLLTPRSGLLG 2289
BR NGVWTMMDGDEQVEFPLKPIVENAKPTLRQIMHHFSDAAEAYIEMRNSEGFYMPRYGLLR 2889
Z NGVWTMMDGDEQVEFPLKPIVENAKPTLRQVMHHFSDAAEAYIEMRNSEGFYMPRYGPLR 2998
*******:**: ***.*:*:* **.* :** **:*.***:** ** : ** * *
MG NLKDKSLARYAFDFYEVTSKTSDRAREAIAQMKAAALANVNTRMFGLDGNVATTSENTER 2349
BR NLRDKSLARYAFDFYEVTSKTSERAREAIAQMKAAALANVNTRMFGLDGNVATTSENTER 2949
Z NLRDKSLARYAFDFYEVTSKTSDRAREAIAQMKAAALANVNTRMFGLDGNVATVSENTER 3058
**:*******************:******************************.******
MG HTATGVNQNMHSLLGMTHGQ 2369
BR HTAADVNQNMHSLLGMTHGQ 2969
Z HTAADVNQNMHSLLGMTHGQ 3078
***:.***************
NIb/CP
41
A comparação das seqüências deduzidas de aminoácidos das regiões
codificadoras de cada proteína potencialmente codificada pelo genoma dos isolados
BR1 e MG-Avr com os potyvírus do subgrupo do BCMV confirmou a classificação dos
dois isolados brasileiros como CABMV, uma vez que a identidade das seqüências de
nucleotídeos dos isolados BR1 e MG-Avr é de 87 e 86%, respectivamente, com o
CABMV-Z (Tabela 3), valor bastante superior ao limite de 76% atualmente
estabelecido para demarcação de espécies do gênero Potyvirus (Adams et al., 2005b).
As comparações indicaram ainda um alto nível de identidade entre os isolados
brasileiros, que chegou a 100% no caso das regiões codificadoras da proteína 6K
2
, e
99% para as proteínas P3 e VPg (Tabela 3). Todas as regiões codificadoras
apresentaram identidade superior a 95%, exceto a proteína capsidial, que apresentou
apenas 85% de identidade entre os dois isolados brasileiros (Tabela 3). É interessante
ressaltar que a identidade entre as seqüências de aminoácidos da CP dos isolados Z e
BR1 é de 91%, e entre os isolados Z e MG-Avr é de apenas 82% (Tabela 3). Esse
resultado sugere que a CP pode estar envolvida na capacidade do isolado MG-Avr de
infectar plantas de maracujá. Pelo alinhamento verificou-se também as diferenças nas
seqüências de aminoácidos dos dois isolados.
42
Tabela 3. Porcentagem de identidade entre as regiões codificadoras e não codificadoras do genoma dos isolados
de CABMV brasileiros (BR1 e MG-Avr) com o isolado CABMV-Z, e com outros potyvírus relacionados.
Genoma
completo*
Poliprot.
completa**
P3** 6K1** CI** 6K2**
NIa-
VPg**
NIa-
Pro**
NIb** CP** 3’NTR*
Isolado
BR MG BR MG BR MG BR MG BR MG BR MG BR MG BR MG BR MG BR MG BR MG
BR
- 94 - 94 - 99 - 98 - 97 - 100 - 99 - 95 - 96 - 85 - 95
MG
94 - 94 - 99 - 98 - 97 -
10
- 99 - 95 - 96 - 85 - 95 -
Z
87 86 93 91 89 89 92 94 96 94 86 86 89 88 97 94 94 93 91 82 96 96
SMV
67 66 71 70 53 52 67 69 74 73 62 62 75 75 74 75 80 81 73 63 50 47
BCMV
67 67 71 70 50 50 79 69 76 75 68 68 74 74 74 77 77 77 73 63 49 49
BCMN
69 68 74 73 54 54 74 76 77 76 60 60 78 78 81 82 78 78 83 73 60 60
EAPV
66 66 69 68 53 52 73 76 75 73 62 62 69 69 75 77 76 76 70 62 54 48
*sequências de nucleotídeos
**seqüências de aminoácidos
43
Uma vez que a região codificadora mais variável entre os isolados brasileiros foi
a CP, foi realizada uma comparação entre os isolados BR1 e MG-Avr com todos os
isolados de CABMV, PWV e potyvírus relacionados depositados no GenBank (Tabela
4). Observou-se que a CP do isolado BR1 possui uma alta porcentagem de identidade
(88-94%) com os demais isolados de CABMV, com exceção dos isolado PE-Bnt (81%)
e MG-Avr (85%). Por outro lado, o isolado MG-Avr possui identidade relativamente
baixa (79-87%) com os demais isolados de CABMV, exceto o isolado PE-Bnt (94%).
Verifica-se portanto que, embora os isolados MG-Avr e PE-Bnt aparentemente possuam
origem recombinante, com a região codificadora da CP proveniente de um vírus não
identificado, não existe relação evidente entre a CP e a capacidade de isolados de
CABMV de infectarem maracujá, uma vez que os demais isolados brasileiros (BA-Itb,
BA-Jgr, DF-Brs, Es-Vni, PB-Alh, PB-Cnd, PE-Ptr, PE-Bcs1, PE-Bcs2, SE-Nps, SP-
Vcz, SP-Prp, F101, F144, M2, M3 e SP) possuem alta identidade para essa sequência
(88-94%) com o isolado BR1 (Tabela 4).
A análise filogenética realizada com base nas seqüências completas confirmou
os resultados das comparações de seqüências. Os isolados brasileiros BR1 e MG-Avr se
agruparam com o isolado CABMV-Z, e formaram um ramo monofilético, com 100% de
valor bootstrap, com as espécies de potyvírus pertencentes ao subgrupo do BCMV
(Figura 5). A análise filogenética com base na sequência codificadora da CP confirmou
a origem comum entre os isolados MG-Avr e PE-Bnt (Figura 6). Além disso, indicou
que a distância genética entre os isolados está mais relacionada a sua origem geográfica
do que à gama de hospedeiros. Assim, os isolados brasileiros formaram um grupo
monofilético, com 81% de valor de bootstrap, incluindo isolados que infectam ou não o
maracujazeiro (Figura 6). O isolado SAP, que infecta esse hospedeiro, está mais distante
dos isolados brasileiros (Figura 6).
44
Desta forma, estudos futuros com a obtenção de clones infecciosos e a utilização
de mutagênese serão necessários para averiguar se os diferentes aminoácidos
encontrados na seqüência dos isolados de CABMV BR1 e MG-Avr tem algum papel na
diferenciação biológica existente entre eles.
45
Tabela 4. Porcentagem de identidade entre as seqüências deduzidas de aminoácidos da
proteína capsidial (CP) dos isolados de CABMV brasileiros (BR1 e MG-Avr) com os
demais isolados de CABMV, PWV e outros potyvírus relacionados, disponíveis no
GenBank.
Espécie -Isolado* CABMV-MG-Avr CABMV-BR1
CABMV-BA-Itb 84 91
CABMV-BA-Jgr 86 90
CABMV-DF-Brs 85 91
CABMV-ES-Vni 85 90
CABMV-PB-Alh 85 92
CABMV-PB-Cnd 85 92
CABMV-PE-Bnt 94 81
CABMV-PE-Ptr 85 92
CABMV-PE-Bcs1 85 92
CABMV-PE-Bcs2 83 88
CABMV-SE-Nps 87 93
CABMV-SP-Vcz 85 90
CABMV-SP-Prp 85 90
PWV-F101** 87 93
PWV-F144** 87 93
PWV-M2** 87 93
PWV-M3** 87 93
PWV-SP** 87 94
CABMV-BR1 85 -
CABMV-Z 82 91
CABMV-MG - 85
CABMV-Ib 80 90
CABMV-Mor 80 89
CABMV-Mon 79 89
PWV-K 62 70
PWV-M 61 71
PWV-S 63 77
BCMV 70 72
BCMNV 73 83
SMV 63 71
EAPV 60 71
*BCMNV, AY138897; BCMV, U34972; CABMV-Br, AF241233;
CABMV-SAP, D10053; CABMV-Z, NC_004013; CABMV-Ib,
AJ132414; CABMV-Mor, Y18634; CABMV-Mon, Y17822; EAPV,
AB246773
; PWV-K, 1906186A; PWV-M, P32574; PWV-S, P32575;
PWV-F101, AY433951; PWV-F144, AY505342; PWV-M2,
AY433952; PWV-M3, AY434454; PWV-SP, AY433950; SMV,
D00507.
** Isolados de CABMV incorretamente identificados como PWV no
GenBank.
46
ScaMV
TuMV
JYMV
PPV
SPFMV
LMV
YMV
PVY
PepMoV
PTV
PVV
WPMV
PVA
TVMV
TEV
BYMV
ClYVV
LYSM
LMoV
PLDMV
ChiVMV
PRSV
BTMV
PeMoV
DSMV
ZYMV
CABMV-MG-Avr
CABMV-BR1
CABMV-Z
BCMV
BCMNV
SMV
EAPV
PSbMV
OYDV
CSV
JGMV
SCMV
MDMV
SrMV
100
100
98
100
100
100
100
100
92
70
51
100
65
100
100
98
100
100
99
100
100
98
96
39
91
64
88
99
52
53
38
44
33
59
90
37
18
0.05
Figura 5. Árvore filogenética obtida a partir das seqüências deduzidas de aminoácidos
da poliproteína dos isolados MG-Avr, BR1 e Z e mais 37 sequências de potyvírus.
Árvore gerada pelo método neighbor-joining, com correção por Poisson. Os números
em cada ramo correspondem aos valores de bootstrap (2000 repetições). O
comprimento dos ramos verticais é proporcional à distância genética entre os isolados.
BCMNV, AY138897; BCMV, U34972; BYMV, U47033; BtMV, AY20639; ChiVMV, AJ237843;
ClYVV, AB011819; CSV, AF499738; CABMV-Z, AF348210; DsMV, AJ298033; EAPV, AB246773
;
JYMV, AB016500; JGMV, Z26920; LYSV, AJ307057; LMV, X97704; LMoV, AJ564636; MDMV,
AJ001691; OYDV, AJ510223; PLDMV, AB088221; PRSV, AY010722; PeMoV, AF023848; PepMoV,
AF501591; PTV, AJ516010; PPV, X16415; PVA, AF543212; PVV, AJ243766; PVY, X12456; ScaMV,
AJ316084; SrMV, AJ310197; SMV, D00507; SCMV, AJ297628; SPFMV, D86371; TEV, M11458;
TVMV, X04083; TuMV, AF169561; WPMV, AJ437279; YMV, U42596; ZYMV, AJ307036.
47
CABMV-MG-Abr
CABMV-PE-Bnt
CABMV-PE-Bcs1
CABMV-PE-Bcs2
CABMV-PE-Ptr
CABMV-PB-Alh
CABMV-PB-Cnd
CABMV-BA-Itb
CABMV-BA-Jgr
CABMV-DF-Brs
PWV-SP
CABMV-SE-Nps
PWV-F101
PWV-F144
PWV-M2
PWV-M3
CABMV-BR1
CABMV-cro
CABMV-SP-Vcz
CABMV-ES-Vni
CABMV-SP-Prp
CABMV-SAP
CABMV-Mon
CABMV-Ib
CABMV-Z
BCMNV
EAPV
PWV-IB
PWV-Taiwan
BCMV
PWV-CL1
PWV-K
PWV-SD1
PWV-299
PWV-S
PWV-TB
PWV-M
PTV
100
31
87
99
74
99
100
99
76
100
35
57
100
77
100
100
100
82
84
63
99
38
29
28
14
81
27
34
31
40
58
57
50
86
0.05
Figura 6. Árvore filogenética obtida a partir das seqüências deduzidas de aminoácidos
da CP de isolados de CABMV, PWV e demais espécies de potyvírus do subgrupo do
BCMV. Árvore gerada pelo método neighbor-joining, com correção de Poisson. Os
números em cada ramo correspondem aos valores de bootstrap (2000 repetições). O
comprimento dos ramos verticais é proporcional à distância genética entre os isolados.
Os números de acesso das seqüências são os mesmos listados na Tabela 4.
Isolados brasileiros
(isolados sublinhados não
infectam o maracujazeiro)
48
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ADAMS, M.J.; ANTONIW, J.F.; BEAUDOIN, F. Overview and analysis of the
polyprotein cleavage sites in the family Potyviridae. Molecular Plant Pathology, v. 6,
p. 471-487, 2005a.
ADAMS, M.J.; ANTONIW, J.F.; FAUQUET, C.M. Molecular criteria for genus and
species discrimination within the family Potyviridae. Archives of Virology, v. 150, p.
459-479, 2005b.
ALLISON, R.; JOHNSTON, R.E.; DOUGHERTY, W.G. The nucleotide sequence of
the coding region of tobacco etch virus genomic RNA: evidence for the synthesis of
a single polyprotein. Virology, v. 154, p. 9-20, 1986.
ANANDALAKSHMI, R.; PRUSS, G.J.; GE, X.; MARATHE, R.; MALLORY, A.C.;
SMITH, T.H.; VANCE, V.B. A viral supressor of gene silencing in plants.
Proceedings of the National Academy of Sciences, USA, v. 95, p. 13079-13084,
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