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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANÁ
DÉBORA REGINA DO NASCIMENTO DE FREITAS
A INTEGRAÇÃO DO MÓDULO DE VÍDEO NO EUREKA E SUA INFLUÊNCIA NA
AÇÃO DOCENTE ON-LINE
CURITIBA
2008
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DÉBORA REGINA DO NASCIMENTO DE FREITAS
A INTEGRAÇÃO DO MÓDULO DE VÍDEO NO EUREKA E SUA INFLUÊNCIA NA
AÇÃO DOCENTE ON-LINE
Dissertação apresentada à Pontifícia
Universidade Católica do Paraná
PUCPR, como requisito parcial para a
obtenção do título de Mestre em
Educação.
Orientadora: Prof.ª Dr.ª Patrícia Lupion
Torres.
CURITIBA
2008
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Dados da Catalogação na Publicação
Pontifícia Universidade Católica do Paraná
Sistema Integrado de Bibliotecas – SIBI/PUCPR
Biblioteca Central
Freitas, Débora Regina do Nascimento de
F866i A integração do módulo de vídeo no EUREKA e sua influência na ação
2008 docente on-line / Débora Regina do Nascimento de Freitas ; orientadora,
Patrícia Lupion Torres. – 2008.
182 f. : il. ; 30 cm
Dissertação (mestrado) – Pontifícia Universidade Católica do Paraná,
Curitiba, 2008
Bibliografia: f. 162-166
1. Tecnologia educacional. 2. Recursos audiovisuais. 3. Ambientes virtuais
compartilhados. 4. Ensino a distância. I. Torres, Patrícia Lupion. II. Pontifícia
Universidade Católica do Paraná. Programa de Pós-Graduação em Educação.
III. Título.
CDD 20. ed. – 371.3078
Aos meus pais, familiares e amigos,
pela confiança depositada em todos os meus sonhos
e especialmente ao meu Leandro,
pelo amor que sustenta a realização destes meus sonhos.
AGRADECIMENTOS
É difícil expressar, em poucas linhas, o quanto algumas pessoas foram
essencialmente importantes para a realização desta pesquisa. Primeiramente, é
impossível não dedicar o maior espaço desta página e registrar o meu
agradecimento a Deus - pela vida, sabedoria e amor. Muito obrigada Senhor, por
sempre iluminar o meu caminho e guiar as minhas mãos na tarefa de escrever.
À minha mãe Angelina, por seu amor incondicional, que mesmo nas maiores
dificuldades, não poupou esforços para me ajudar e amparar. Obrigada minha linda,
pelos seus conselhos e abraços confortantes. Nosso Amor não possui dimensões.
Ao meu pai Adilson, pela paciência, por compreender a minha ausência e por
torcer por todas as minhas conquistas.
Ao meu irmão Ruy, pelo amor, carinho e por me fazer sorrir sempre. Obrigada
pelos incentivos, pelo cuidado e por seus ensinamentos. Amo você!
Ao meu amor, Leandro, por compartilhar a sua vida comigo, por sua presença
ao meu lado em todos os momentos. Obrigada por acreditar em mim e não me
deixar desistir. Você é mais que importante na minha vida!
À minha família, pela educação e dedicação. Tudo o que sou, agradeço
eternamente a todos vocês.
À PUCPR por me conceder o prêmio Marcelino Champagnat e oportunizar a
realização de mais uma etapa da minha vida.
À minha orientadora, Prof.ª Dr.ª Patrícia Lupion Torres, por suas sábias e
valiosas contribuições e à banca examinadora, que além de aceitarem o convite,
participaram ativamente no processo de co-orientação.
À Diretoria de Educação a distância da PUCPR, especialmente, à Equipe
NTE, pelo desenvolvimento do módulo de vídeo e pelo auxílio em todas as etapas
da pesquisa.
Aos amigos e colegas do Mestrado, especialmente, Kelly e Paulo, pelo
companheirismo, motivação, pelas constantes conversas sobre a minha pesquisa e
pelas boas risadas.
Às minhas mais que colegas, minhas amigas do Núcleo PUCweb: Juliana,
Vanessa, Karin e Mariana, pelo carinho e compreensão em todos os momentos
desta caminhada e também, é claro, pelo café e chocolate de todos os dias! Muito
obrigada!
Cristo reina sobre todos os governos celestiais,
autoridades, forças e poderes. Ele tem um título que
está acima de todos os títulos das autoridades que existem
neste mundo e no mundo que há de vir. Ef. 1.21
RESUMO
Esta pesquisa se propôs a buscar respostas ao seguinte problema: Como se
desenvolve a ação docente on-line, com a integração do módulo de vídeo no
ambiente virtual de aprendizagem Eureka, em face da mudança paradigmática da
prática pedagógica? Para isto, o objetivo geral foi analisar as percepções dos
professores quanto à ação docente on-line, no ambiente virtual de aprendizagem
Eureka, com a integração do módulo de vídeo como uma funcionalidade de apoio ao
processo de ensino e aprendizagem, utilizando solução de produção de vídeo digital
de curta duração. Para viabilizar a pesquisa, os procedimentos metodológicos
envolveram estudos e investigações que compuseram a revisão bibliográfica do
tema e elegeu-se o estudo de caso como estratégia de pesquisa. Como instrumento
de pesquisa de campo, optou-se pela aplicação de um questionário semi-estruturado
a 5 professores da instituição. Neste questionário foram investigados: a
acessibilidade do computador pelos professores, conhecimento e domínio de
informática, a usabilidade do ambiente virtual de aprendizagem Eureka, a
interatividade professor/aluno, a avaliação do Eureka, a ação docente on-line e a
integração do módulo Vídeo no Eureka. A investigação permitiu considerar que o
avanço nas tecnologias da informação impulsionou novos espaços para a
aprendizagem, desafiando mudanças nos paradigmas educacionais. Para os
professores, integrar o módulo Vídeo no Eureka significa um grande passo para a
melhoria deste ambiente e contribui para a ação docente on-line ao passo que
possibilita processos de ensino e aprendizagem mais interativos e colaborativos.
Palavras-chave: Paradigmas. Ambientes virtuais de aprendizagem. Vídeo. Docência
on-line.
RESUMEN
Esta pesquisa, se propone a buscar respuestas al seguiente problema: ¿Cómo se
desarrolla la acción docente on-line, con la integración del dulo de video en el
ambiente virtual de aprendizaje Eureka, en fase a los cambios paradigmáticos de la
práctica pedagógica? Para eso, el objetivo general fue analizar las percepciones de
los profesores, en cuanto la acción docente on-line, en el ambiente virtual de
aprendizaje Eureka, con la integración del dulo de video como una funcionalidad
de apoyo al proceso de enseñanza y aprendizaje, utilizando la solución de produción
de video digital de corta duración. Para viabilizar la pesquisa, los procedimentos
metodológicos envolvieron estudios y investigaciones que compusieron la revisión
bibliográfica del tema y si eligió el estudio del caso como estrategia de pesquisa.
Como instrumento de pesquisa de campo, se optó por la aplicación de un
cuestionario semi-estructurado a 5 profesores de la instituición.
En este cuestionario fueron investigados: la accesibilidad de la computadora por los
profesores, conocimiento y dominio de la informática, el uso del ambiente virtual de
aprendizaje Eureka, la interactividad profesor/alumno, la evaluación del sistema
Eureka, la acción docente on-line y la integración del módulo de video en el Eureka.
La investigación permitió considerar que el avance en las nuevas tecnologías de la
información impulsó nuevos espacios para el aprendizaje, desafiando cambios en
los nuevos paradigmas educacionales. Para los profesores, integrar el dulo de
Vídeo en el Eureka significa un gran paso para la mejoría de este ambiente y
contribuir para la acción docente on-line al paso que posibilita procesos de
enseñanza y aprendizaje más interactivos y colaborativos.
Palabras-clave: Paradigmas. Ambientes virtuales de aprendizaje. Video. Docencia
on-line.
LISTA DE TABELAS E ILUSTRAÇÕES
Quadro 1- AVA no ciberespaço.................................................................................58
Tabela 1 – Formas de utilização do vídeo.................................................................77
Tabela 2 – Enquadramento.......................................................................................82
Figura 1- Áreas do Novo Eureka...............................................................................85
Figura 2- Página Inicial EUREKA. Login. ..................................................................86
Figura 3 - Página Inicial Novo Eureka. Perfil Aluno...................................................87
Figura 4 - Página da Agenda do Novo Eureka..........................................................88
Figura 5 – Salas. Salas Ativas...................................................................................89
Figura 6 - Página Arquivos........................................................................................91
Figura 7 - Página do Edital da sala com avisos.........................................................92
Figura 8 - Página do Fórum.......................................................................................93
Figura 9 - Página do Chat .........................................................................................94
Figura 10 - Página do Correio...................................................................................95
Figura 11 - Página Contatos......................................................................................96
Figura 12 - Página do Plano de Trabalho..................................................................97
Figura 13 - Página Webgrafia....................................................................................98
Figura 14 - Página Material Didático On-line.............................................................99
Figura 15 - Página Agenda de Provas ....................................................................100
Figura 16 - Página Painel de Bordo ........................................................................101
Figura 17 - Página Configurações...........................................................................102
Figura 18 – Página de Recursos do Novo Eureka ..................................................103
Figura 19 - Gráfico Vídeo 01...................................................................................105
Figura 20 – Página Novo Vídeo ..............................................................................107
Figura 21 – Página Roteiro 1...................................................................................108
Gráfico 1 – Local de acesso ao computador...........................................................124
Gráfico 2 – Ferramentas que o professor utiliza......................................................125
Gráfico 3 – Freqüência que o professor acessa a Interne.......................................126
Gráfico 4 – Preparação do professor para utilizar o Eureka....................................127
Gráfico 5 – Quanto ao ambiente Eureka e suas ferramentas .................................128
Gráfico 6 – Auxílio em relação às dúvidas ..............................................................130
Gráfico 7 – Ferramentas para comunicação com os alunos ...................................131
Tabela 3 – Ferramentas mais utilizadas para a comunicação professor/aluno.......132
Gráfico 8 – Freqüência que o professor se comunica com os alunos.....................133
Tabela 4 – Freqüência de comunicação com os alunos .........................................134
Gráfico 9 – Quanto à comunicação com os alunos.................................................135
Tabela 5 – Quanto à comunicação com os alunos..................................................135
Gráfico 10 – Proposição de atividades para a turma...............................................136
Gráfico 11 – Oportunidades oferecidas aos alunos para expor dúvidas.................137
Gráfico 12 – Avaliação no AVA Eureka...................................................................138
Gráfico 13 – Características pedagógicas do Eureka .............................................141
Gráfico 14 – Suporte oferecido ao aluno no Eureka................................................142
Gráfico 15 – Educar numa sociedade de informação e conhecimento ...................144
Gráfico 16 – Postura do professor no AVA .............................................................145
Gráfico 17 – O tutor e a mediação pedagógica.......................................................147
Gráfico 18 – Formação para utilizar a tecnologia de gravação de vídeos...............148
Gráfico 19 – Aprendizagem na ferramenta de gravação de vídeos ........................149
Gráfico 20 – Tempo gasto para gravar o vídeo.......................................................149
Gráfico 21 – Quanto às tomadas propostas em cada roteiro..................................150
Gráfico 22 – Quanto ao tempo destinado para cada tomada..................................151
Tabela 6 – Apresentação do conteúdo e a motivação ............................................152
Gráfico 23 – Quanto aos cuidados e procedimentos para a gravação....................153
Tabela 7 – Utilização de vídeos como material de apoio ........................................154
Tabela 8 – Dificuldades no processo de elaboração do vídeo................................154
Gráfico 24 – Integração do módulo de vídeo e a ação docente on-line ..................155
Tabela 9 – Vídeo produzido e as expectativas dos professores .............................156
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
AVA Ambientes Virtuais de Aprendizagem
EAD Educação à distância
TIC Tecnologia da Informação e da Comunicação
APÊNDICE
APÊNDICE A Carta de Apresentação enviada aos Professores
APÊNDICE B Termo de Consentimento enviado aos Professores
APÊNDICE C Questionário enviado aos Professores
SUMÁRIO
CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO..................................................................................14
1.1 JUSTIFICATIVA.............................................................................................17
1.2 DELIMITAÇÃO PROBLEMÁTICA.................................................................20
1.3 OBJETIVOS...................................................................................................20
1.3.1 Objetivo Geral...............................................................................................20
1.3.2 Objetivos Específicos ..................................................................................21
1.4 ESTRUTURA DO TRABALHO......................................................................21
CAPÍTULO 2 – TRANSIÇÃO PARADIGMÁTICA NA PRÁTICA PEDAGÓGICA....23
2.1 A TRANSIÇÃO PARADIGMÁTICA NA CIÊNCIA E NA SOCIEDADE..........25
2.2 PARADIGMAS CONSERVADORES.............................................................28
2.2.1 Abordagem Tradicional................................................................................28
2.2.2 Abordagem Escolanovista...........................................................................31
2.2.3 Abordagem Tecnicista.................................................................................32
2.3 PARADIGMAS INOVADORES......................................................................35
2.3.1 Abordagem Holística....................................................................................40
2.3.2 Abordagem Progressista.............................................................................43
2.3.3 Abordagem Ensino com Pesquisa..............................................................46
2.4 CIBERCULTURA E A AÇÃO DOCENTE NA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA ..49
CAPÍTULO 3 - AMBIENTES VIRTUAIS DE APRENDIZAGEM...............................54
3.1 EDUCAR EM AMBIENTES VIRTUAIS DE APRENDIZAGEM......................54
3.1.1 Contextualizando o papel do educador on-line.........................................63
3.1.2 Mediação pedagógica e a tutoria ................................................................66
3.2 VÍDEOS DIGITAIS EM AMBIENTES VIRTUAIS DE APRENDIZAGEM .......69
3.2.1 O Uso Pedagógico do Vídeo em AVA.........................................................71
3.2.2 O Processo de Produção de Vídeos para a Web.......................................78
3.3 O AMBIENTE VIRTUAL DE APRENDIZAGEM EUREKA.............................83
3.3.1 Contextualização..........................................................................................83
3.3.2 Módulos e funcionalidades do Sistema......................................................89
3.3.3 Integração do vídeo digital no EUREKA...................................................103
CAPÍTULO 4 - PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS.......................................118
4.1 ESTRATÉGIA DA PESQUISA.....................................................................119
4.2 COLETA DE DADOS...................................................................................120
4.3 POPULAÇÃO E AMOSTRA........................................................................121
4.4 INSTRUMENTOS.........................................................................................121
4.5 PROCEDIMENTOS PARA A COLETA DE INFORMAÇÕES......................121
4.6 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DE DADOS................................................122
4.6.1 Perfil da Amostra........................................................................................122
4.6.2 Usabilidade do Ambiente Virtual de Aprendizagem Eureka...................126
4.6.3 Interatividade Professor/Aluno .................................................................130
4.6.4 Avaliação do ambiente virtual de aprendizagem Eureka........................138
4.6.5 Ação docente on-line no ambiente Eureka ..............................................143
4.6.6 Integração do módulo Vídeo no Eureka...................................................147
CAPÍTULO 5 - CONSIDERAÇÕES FINAIS E RECOMENDAÇÕES......................157
5.1 RECOMENDAÇÕES....................................................................................160
REFERÊNCIAS.......................................................................................................162
APÊNDICE A..........................................................................................................167
APÊNDICE B ..........................................................................................................169
APÊNDICE C ..........................................................................................................171
14
CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO
Estamos vivendo uma época de significativas mudanças e de grandes
transformações históricas. A impressão é de que tudo acontece rápido demais.
Vários acontecimentos estão modificando o panorama sócio-econômico-
cultural, na passagem de uma sociedade industrial para uma sociedade que
enfatiza, cada vez mais, o conhecimento. Uma sociedade onde a cultura gira em
torno da produção e acesso a informações e onde, nomeadamente, o conhecimento
é constantemente atualizado e re-elaborado.
O avanço da tecnologia promoveu diversas mudanças nas inter-relações de
todos os sistemas provocou um redimensionamento nas relações dos indivíduos na
sociedade.
As novas formas de comunicação, de aquisição e construção de
conhecimentos, provenientes do desenvolvimento das Tecnologias da Informação e
Comunicação e do rápido crescimento da Internet abriram novas e atraentes
possibilidades educacionais, desenhando uma sinergia entre educação,
comunicação e tecnologia e estruturando um novo paradigma do saber a partir da
necessidade de se formar um cidadão capaz de atender às exigências desta nova
sociedade.
Neste cenário identifica-se o delineamento de uma nova era: uma sociedade
da informação e do conhecimento, onde o conceito de redes é essencial e a
aprendizagem e o trabalho colaborativo ocupam lugar de destaque.
Na complexidade que se configura a sociedade da informação e do
conhecimento, com o uso intensivo das Tecnologias da Informação e da
Comunicação, novas abordagens pedagógicas balizam o processo de ensino e
aprendizagem, desafiando os professores, tanto os que atuam na educação
presencial, como também, os que atuam na educação não presencial a repensarem
suas posturas enquanto educadores.
As tendências pedagógicas conservadoras não combinam com os novos
paradigmas comunicacionais, caracterizados pelos processos de interatividade,
conectividade e hipertextualidade.
15
Os professores que, historicamente, eram os únicos responsáveis pelo ensino
e estavam apoiados na estabilidade da transmissão de conhecimento por meio da
oralidade, nesta sociedade, são instigados a trabalhar numa nova dinâmica, onde a
potencialidade dos processos comunicacionais legitima outros segmentos de
disseminação de informações, exigindo novas formas de ensinar, aprender e
produzir conhecimentos.
Todos os avanços tecnológicos propiciaram um salto qualitativo nos meios
comunicacionais, onde os papéis do emissor e do receptor não pertencem mais a
categorias estáticas e onde a velocidade na disseminação das informações
modificou o entendimento da concepção de tempo e de espaço. Neste sentido, o
tempo não está mais subordinado ao fuso horário e o espaço rompe com as
fronteiras geográficas.
Educar neste contexto é preparar o indivíduo para uma sociedade em
permanente mudança, o que pressupõe trabalhar com a construção de um
conhecimento a partir de informações constantemente atualizadas e
contextualizadas. Entretanto, cabe aqui ressaltar que o acesso a diferentes
tecnologias e meios de comunicação, não garante, por si, o ensino e os processos
educacionais.
Neste sentido, trabalhar e aprender se torna indistinguível. O trabalhador na
nova economia pensa, comunica-se, interage e colabora, ou seja, não pode parar de
aprender. Surge então a preocupação com a formação desse sujeito – um ser
crítico, criativo, reflexivo, preocupado com bem estar comum, capaz de resolver
problemas e de trabalhar em grupo. Pensar sobre a formação desse sujeito, sugere
pensar sobre a Educação:
(...) Os alunos precisam de recursos de informação, habilidades,
relacionamentos e papéis sociais novos e diferentes. O modelo de
educação tradicional, baseado primeiramente no conceito da escola e do
professor na sala de aula, como se fossem ilhas sem comunicação com a
sociedade e outras instituições educacionais, não produzirá pessoas
competentes para a sociedade do conhecimento. (...) À medida que a
globalização e a rápida troca de informação passam a ser realidade,
aumenta a necessidade de que professores, instituições de ensino e alunos
correspondam a tal realidade. (...) Embora a aprendizagem a distância por
computador o seja a única resposta a essa realidade, certamente oferece
um meio pelo qual os alunos podem praticar e adquirir as habilidades
necessárias à competição. Além da aquisição de conhecimento, eles
aprendem sobre a tecnologia pelo uso da tecnologia. Aprendem sobre si
próprios, sobre seus estilos de aprendizagem e sobre como trabalhar em
conjunto em equipes distribuídas geograficamente. Aprendem a acertar o
16
passo com a atualidade a fim de fazer o que têm de fazer. (PALLOFF;
PRATT, 2002, p.198)
Logo, com a expansão das possibilidades de uso das Tecnologias da
Informação e da Comunicação na Educação e principalmente, com a utilização da
Internet para disseminação e acesso a materiais didático-instrucionais, percebe-se o
desenvolvimento de ambientes específicos para o armazenamento e gerenciamento
destas informações, conhecidos como Ambientes Virtuais de Aprendizagem. Nestes
ambientes, o material de apoio às atividades pedagógicas pode ser disponibilizado
em diferentes mídias, como por exemplo, textos, imagens, sons e vídeos.
Ao incorporar as transformações provocadas neste cenário de
desenvolvimento tecnológico, a EAD proporcionou novos olhares quanto ao conceito
de distância e de separação física entre professores e alunos, estabelecendo uma
aproximação virtual. A criação dos AVA tornou possível o desenvolvimento de
atividades colaborativas em tempo real.
Diante de toda a revolução tecnológica, do fluxo de informações, da
integração das tecnologias, não se podia esperar que os processos educacionais
permanecessem inalterados.
Não se pode negar também que implementar um curso on-line com as mais
avançadas tecnologias representa um diferencial significativo que coloca as
instituições em altos patamares de competitividade.
A EAD se mostra, sem dúvida, como um instrumento valioso para as
Universidades, pois vem ao encontro de respostas às necessidades de uma
sociedade em que o espaço e o tempo se revelam como fatores críticos ao
desenvolvimento dos indivíduos.
Mas, para a consolidação da Educação a distância, primeiramente é
necessário criar uma cultura de educação on-line, para que a construção do
conhecimento utilizando as diversas tecnologias deva ser compreendida não apenas
como a aplicação de ferramentas, mas como processo a ser desenvolvido na
perspectiva de Rede de Aprendizagem de modo que não o aluno busca a
construção do próprio conhecimento, mas todos os integrantes dessa rede -
professores que desenvolvem o material didático, tutores, coordenadores,
constroem saberes a cada dia, numa perspectiva de educação permanente.
17
Nesta perspectiva, pretende-se aqui, analisar a mudança paradigmática na
ação docente dos professores, no ambiente virtual de aprendizagem Eureka, com a
integração do módulo de vídeo, como uma funcionalidade de apoio ao processo de
ensino e aprendizagem, utilizando solução de produção de vídeo digital de curta
duração.
Cabe aqui ressaltar que tanto os paradigmas educacionais quanto cada
geração da EAD surge a partir da anterior e uma não a substitui a outra e nem a
invalida.
A ação pedagógica em ambientes virtuais de aprendizagem deve partir de
uma concepção oposta à dos sistemas instrucionais baseados no ensino como
transferência de uma informação fragmentada. Buscando ultrapassar a reprodução
para a produção do conhecimento, o professor precisa alicerçar sua ação docente
numa abordagem que contemple uma prática transformadora, assumindo o papel de
mediador entre o saber elaborado e o conhecimento a ser produzido.
1.1 JUSTIFICATIVA
A realidade hoje é de um crescimento exponencial de acesso a informações,
mas o ponto determinante está na transformação de informação em conhecimento,
num processo de aprendizagem significativa, onde se desenvolvem habilidades e
competências para que se utilize o conhecimento em situações práticas.
Segundo Behrens (2005, p.40), a Educação na “Sociedade do Conhecimento”
está passando por profundas mudanças. Mas as diferenças existentes entre o
contexto educacional presencial e o virtual fazem com que o processo de transição
de um meio para o outro não seja fácil para muitos professores.
Na educação presencial, as tecnologias ainda não estão sendo utilizadas na
sua total potencialidade. O recurso utilizado para a ação pedagógica ainda é
basicamente a aula expositiva dialogada e o material didático impresso, no qual está
contemplado o conteúdo teórico da disciplina, isto porque um dos maiores impasses
sofridos pelos docentes é a dificuldade de ultrapassar a visão de que podem
“transmitir e ensinar” tudo aos seus alunos.
18
O profissional da educação necessita rever algumas ações educacionais até
então utilizadas em sala de aula, para que não seja mais exaltada a prática de
transmitir o conteúdo, nem mesmo que os conhecimentos sejam propostos de
maneira pronta e acabada, mas agrupá-los para uma melhor dinâmica no processo
ensino-aprendizagem.
Educar em uma sociedade da informação e do conhecimento significa muito
mais do que formar para o uso das tecnologias, mas sim investir na construção de
competências, no “aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a ser e a viver
junto”.
Sabe-se que este processo de aprendizagem, não é algo mecânico e nem
pronto e acabado. Sabe-se também que o maior desafio para qualquer organização
que deseja informatizar processos é o de vencer as resistências e os medos que
provoca a tecnologia.
Neste novo cenário, o papel do docente não é ensinar, mas ajudar o aluno a
aprender, o é transmitir informações, mas criar condições para que o aluno
adquira informações e organize estratégias para construir o conhecimento.
É imprescindível que o professor planeje e organize as estratégias de
ensino e esteja imbuído de uma nova perspectiva para seu papel: o de ser
ele mesmo, um mediador pedagógico, um professor-pesquisador.
(MASETTO, 1998, p.168)
A educação a distância tem uma longa história constituída de sucessos e
fracassos e inúmeras experimentações. Entretanto, de acordo com Silva (2003,
p.400), é inegável que a EAD expandiu rapidamente nos últimos anos no Brasil e
principalmente com a legalização da oferta de cursos a distância, passando a ser
consagrada em todo o mundo, especificamente, com a nova Lei de Diretrizes e
Bases da Educação e os Decretos que a regulamentam, o que possibilitou um
crescimento na procura e no desenvolvimento de projetos para ambientes virtuais de
aprendizagem.
A produção do conhecimento identidade desta nova sociedade é
privilegiada nesta modalidade de ensino/aprendizagem, pois exige um maior
envolvimento e compromisso com o saber. Daí emerge a necessidade de criar
19
ambientes de aprendizagem que oportunizem uma prática pedagógica significativa,
compatível com as exigências da sociedade – valorizando a reflexão, o espírito
investigativo, a curiosidade, a criticidade, a criatividade, a ação, a capacidade de
resolver problemas.
De acordo com Pallof e Pratt (2002, p.26), “O surgimento do computador para
o propósito de educar criou uma redefinição do que se quer dizer quando se fala em
educação a distância”.
Com o desenvolvimento da Internet, configurou-se um novo paradigma no
processo ensino-aprendizagem na EAD, revendo, fundamentalmente, os papéis do
aluno e principalmente, do professor no processo de ensino e aprendizagem foi o
fator interatividade que possibilitou uma relação dialógica mais concreta entre
professor e aluno, aproximando do aspecto positivo do ensino presencial e revendo
o distanciamento que, muitas vezes, condenou ao insucesso as outras formas do
ensino a distância.
Na sociedade da informação e do conhecimento, novos espaços de
aprendizagem começam a ser descobertos pelos professores que vêm utilizando a
mediação das tecnologias digitais. O professor assume funções novas e
diferenciadas, ultrapassando o papel de “dono do saber”, para se tornar um
investigador e os cursos e materiais para aulas podem ser oferecidos tanto em
formato presencial como on line.
De acordo com Behrens (2005, p.43), o acadêmico frente a esta realidade,
precisa transpor os pilares que sustentavam o processo de ensino tradicional o
“escute-leia-decore e repita”, tornando-se um sujeito crítico, criativo, pesquisador e
ativo. Professor e alunos trabalham em parceria, desencadeando um processo de
ensino e aprendizagem colaborativo, na produção do conhecimento.
Neste contexto, a educação estabeleceu novas relações com o conhecimento
e diante do contexto atual de transformação e das novas exigências em relação ao
aprender, as mudanças não dizem respeito somente à adoção de métodos
diversificados, de aquisição de conhecimento e de aprendizagem. É necessária uma
nova concepção de professor, de mundo e de sociedade. Isso significa que o
professor terá papéis diferentes a desempenhar.
Os ambientes virtuais de aprendizagem proporcionam oportunidades de
intercâmbio de informações e idéias, onde os alunos podem participar ativamente do
processo de ensino e aprendizagem, aprendendo uns com os outros e também com
20
o professor compartilhando desta forma, um universo comum de conhecimento.
Isto acontece quando uma mudança na postura do professor e não apenas uma
virtualização das aulas presenciais (transferência do que acontece em sala de aula
para o ambiente virtual).
Partindo destes pressupostos, nesta pesquisa pretende-se analisar as
percepções dos professores quanto à ação docente on-line, no ambiente virtual de
aprendizagem Eureka, com a integração do módulo de vídeo, como uma
funcionalidade de apoio ao processo de ensino e aprendizagem, utilizando solução
de produção de vídeo digital de curta duração.
A ação pedagógica em ambientes virtuais de aprendizagem deve partir de
uma concepção oposta à dos sistemas instrucionais baseados no ensino como
transferência de uma informação fragmentada. Buscando ultrapassar a reprodução
para a produção do conhecimento, o professor precisa alicerçar sua ação docente
numa abordagem que contemple uma prática transformadora, assumindo o papel de
mediador entre o saber elaborado e o conhecimento a ser produzido.
1.2 DELIMITAÇÃO PROBLEMÁTICA
Como se desenvolve a ação docente on-line, com a integração do módulo de
vídeo no ambiente virtual de aprendizagem Eureka, em face da mudança
paradigmática da prática pedagógica?
1.3 OBJETIVOS
São apresentados a seguir, o objetivo geral e os objetivos específicos da
pesquisa.
1.3.1 Objetivo Geral
21
Analisar as percepções dos professores quanto à ação docente on-line, no
ambiente virtual de aprendizagem Eureka, com a integração do dulo de vídeo
como uma funcionalidade de apoio ao processo de ensino e aprendizagem,
utilizando solução de produção de vídeo digital de curta duração.
1.3.2 Objetivos Específicos
Investigar referencial teórico que subsidie a pesquisa sobre a mudança
paradigmática na prática pedagógica e a utilização de ambientes virtuais de
aprendizagem no processo de ensino e aprendizagem;
Verificar a estruturação do ambiente virtual de aprendizagem Eureka em
relação as suas funcionalidades;
Investigar as percepções dos professores em relação à utilização pedagógica
da ferramenta Vídeo do ambiente virtual de aprendizagem Eureka em parceria com
a Digital SK que oferece uma solução de vídeo on-line via webcam;
Apontar possibilidades de atuação docente em ambientes virtuais de
aprendizagem para promoção de um processo de ensino e aprendizagem dinâmico,
crítico e reflexivo.
Contribuir para a pesquisa sobre educação à distância de modo geral e
ambientes virtuais de aprendizagem em particular e principalmente aos estudos
sobre a ação docente on-line com a utilização de vídeos.
1.4 ESTRUTURA DO TRABALHO
Esta dissertação está composta por cinco capítulos, estruturados com a
pretensão de atingir os objetivos estabelecidos, respondendo o problema da
pesquisa. Espera-se contribuir significativamente quanto ao processo integração de
22
vídeos digitais de curta duração em ambientes virtuais de aprendizagem e sua
influência na mudança paradigmática da ação docente online.
Para tanto, além deste primeiro capítulo, este trabalho contempla mais quatro
capítulos.
No Capítulo 2, Transição Paradigmática na Prática Pedagógica é abordada a
transição paradigmática na Educação, partindo do estudo dos Paradigmas
conservadores e a reprodução do conhecimento, nas Abordagens: Tradicional,
Escolanovista e Tecnicista e dos Paradigmas inovadores e a produção do
conhecimento, nas Abordagens: Progressista, Holística e Ensino com Pesquisa.
O Capítulo 3, Ambientes Virtuais de Aprendizagem apresenta reflexões sobre
o processo de ensino e aprendizagem em Ambientes Virtuais de Aprendizagem e é
contextualizado o papel do educador online, enfocando a Mediação pedagógica e a
tutoria. Ainda neste capítulo, são apresentados os Vídeos Digitais em Ambientes
Virtuais de Aprendizagem, contextualizando a utilização das mídias digitais na
Educação a distância, centrando-se na produção e na utilização de vídeos digitais
em Ambientes Virtuais de Aprendizagem. Também é apresentado o Ambiente Virtual
de Aprendizagem EUREKA, seus Módulos, funcionalidades e o processo de
Integração do vídeo digital no sistema.
No Capítulo 4 são descritos os procedimentos metodológicos adotados, a
Estratégia da Pesquisa, a Coleta de Dados, a População e a Amostra e o Ambiente
da Pesquisa, bem como são apresentadas a análise e a discussão dos dados
coletados, procurando responder ao problema desta pesquisa.
Finalmente, no Capítulo 5, apresentam-se as considerações finais, com os
principais resultados do trabalho, discutindo as limitações da pesquisa e as
sugestões e perspectivas para futuras investigações.
23
CAPÍTULO 2 – TRANSIÇÃO PARADIGMÁTICA NA PRÁTICA PEDAGÓGICA
Este capítulo apresenta o contexto da mudança paradigmática na prática
pedagógica. Como esta pesquisa implica em refletir sobre mudança paradigmática,
é mister esclarecer o se entende pelo termo ‘paradigma’.
Segundo Kuhn (1994, p.225 apud BEHRENS 2005, p. 25), paradigma é uma
“constelação de crenças, valores e técnicas partilhadas pelos membros de uma
comunidade científica”, referindo-se a modelos que permitem explicar certos
aspectos da realidade.
Paradigma, segundo Moraes (1997, p. 31), seriam “padrões compartilhados
que permitem a explicação de certos aspectos da realidade. É mais que uma teoria;
implica uma estrutura que gera novas teorias”.
Para Cardoso (1995, p.17), o paradigma é “... um modelo de pensar e ser
capaz de engendrar determinadas teorias e linhas de pensamento dando certa
homogeneidade a um modo de o homem ser no mundo, nos diversos momentos
históricos”.
A compreensão do conceito de paradigma em Morin (1994, p.37) oferece uma
idéia mais abrangente, quando afirma que o paradigma possui uma relação lógica
entre um conjunto de conceitos: “o paradigma primeiro impõe conceitos soberanos e
impõe, entre esses conceitos, relações que podem ser de conjunção, de disjunção,
de inclusão, etc.” (MORIN, 1994, p.37 apud MORAES, 1997, p.31-32).
Historicamente, o processo de ensino e aprendizagem passou por várias
mudanças, entre elas, podemos iniciar citando a introdução da tecnologia da escrita,
que modificou a educação que antes era apenas oral e “presencial”, pois
necessitava de proximidade entre as pessoas para que acontecesse a comunicação.
A transição para uma sociedade que faz uso da escrita, certamente significou
um marco e um passo tecnológico significativo no meio educacional, pois ao
possibilitar o registro da fala, permitiu o acesso às palavras por pessoas que
estivessem impedidas de escutar (separadas pela distância ou tempo). Cabe aqui,
recorrer a Chaves (1999):
24
A escrita foi, portanto, a primeira tecnologia que permitiu que a fala fosse
congelada, perpetuada, e transmitida a distância. Com a escrita, deixou de
ser necessário capturar a fala naquele instante passageiro e volátil antes
que ela se dissipasse no espaço. A escrita tornou possível o registro da fala
e a sua transmissão para localidades distantes no espaço e remotas no
tempo.
Com a imprensa e a disponibilização de livros, muitas pessoas que não
podiam estar presentes face a face podiam ter acesso a diferentes informações e
depois, o sistema de correspondência facilitou e tornou possível a EAD, como afirma
Peters (2004):
No século XIX, o sistema ferroviário e a entrega regular da correspondência
tornaram possível o desenvolvimento e a ascensão da educação a
distância. Foi então que as primeiras escolas e faculdades por
correspondência foram criadas. E nos tempos recentes, os defensores da
mídia audiovisual, da instrução pelo rádio e pela televisão modificaram
consideravelmente o ensino e a aprendizagem novamente. (PETERS, 2004,
p.50)
Hoje a sociedade vive um momento de transição paradigmática e impossível
seria que a ação docente permanecesse imutável, desta forma, é perceptível que as
transformações da sociedade suscitaram também mudanças na práxis dos docentes
de EAD.
Refletir sobre a ação docente sugere pensar sobre a mudança paradigmática
na Ciência e na Sociedade, no período de transição em que o paradigma sócio-
cultural da modernidade deixa espaço a um novo paradigma que desmonta
verdades, que faz toda afirmação ser provisória e que considera a Educação como
uma necessidade preeminente para a vida do cidadão, isto equivale a dizer que o
papel da universidade não é o de apenas formar profissionais para atender às
demandas do mercado de trabalho, mas, sim, formar cidadãos imbuídos de valores
éticos que, com competência técnica, atuem no seu contexto social de modo
comprometido com a construção de uma sociedade mais inclusiva, justa e solidária.
É válido ressaltar que a mudança pela qual a sociedade está passando não
invalida o paradigma newtoniano-cartesiano que caracterizou a ciência nos dois
últimos séculos.
25
Os conhecimentos que foram produzidos não devem ser anulados e sim
transformados. Muitos questionamentos provocados pelas mudanças já não são
mais respondidos pelo paradigma anterior, o que requer novos olhares e demanda
novos pressupostos.
De acordo com Behrens (2006, p. 12) “a busca por um novo paradigma
demanda uma revisão na visão de mundo, de sociedade e de homem”. Daí emerge
a necessidade de discutir a ação docente no paradigma da complexidade, pois,
mesmo que discursos inovadores permeiem os meios universitários, percebe-se que
muitos educadores ainda embasam sua prática pedagógica em paradigmas
conservadores e reprodutores de conhecimento, como afirma Moraes (1997):
Em vez de processos interativos para a construção do conhecimento,
continuamos exigindo delas memorização, repetição, cópia, ênfase no
conteúdo, resultado ou produto, recompensando seu conformismo, sua ‘boa
conduta’, punindo ‘erros e suas tentativas de liberdade e expressão.
(MORAES, 1997, p.50)
Nesta nova concepção, o homem também passa a ser visto como um ser
único num sistema complexo de relações e de totalidade - “Somos apenas um fio de
uma teia cósmica de infinitas relações” (CARDOSO, 1995, p.36)
2.1 A TRANSIÇÃO PARADIGMÁTICA NA CIÊNCIA E NA SOCIEDADE
Ao longo dos séculos, o desenvolvimento das várias formas de produção de
conhecimento fez da Ciência uma máquina de produção de verdades, onde a razão
era a porta-voz do conhecimento, responsável por decifrar os mistérios da Natureza
e onde o conhecer era sinônimo de quantificar.
O rigor científico era avaliado pelo rigor das medições obtidas e aquilo que
não era quantificável não era relevante cientificamente, ou seja, para conhecer era
preciso dividir e classificar, fragmentar e fazer uma imperiosa redução da
complexidade, possibilitada epistemologicamente pela separação entre homem e
natureza e metodologicamente pelo uso da Matemática. “O universo material era
26
uma máquina sem vida e sem espiritualidade. A natureza funcionava de acordo com
leis mecânicas exatas. Tudo no universo poderia ser explicado por leis matemáticas
e pelo entendimento de suas partes.” (MORAES, 1997, p.37).
Destes princípios emergiu o conhecimento científico e um mundo com uma
natureza imutável, assentada na estabilidade e na ordem, como ressalta Moraes
(1997):
Era um mundo estático a flutuar num espaço vazio, que, para ser
conhecido, necessitava ser decomposto em seus elementos constituintes
(...) Tudo isso funcionava como uma máquina governada por leis imutáveis,
controla a natureza e leva a ciência a pressupor a existência do
determinismo universal, ou seja, o universo funciona sempre da mesma
maneira. (MORAES, 1997, p.38)
O paradigma que caracteriza esta visão teve forte influência de dois
pensadores: René Descartes e Isaac Newton, logo, sendo conhecido como
paradigma newtoniano cartesiano e predominou o século XIX e grande parte do
século XX.
A ótica mecanicista é criticada por conceber o Universo como uma quina,
onde as relações de causa e efeito podem ser descritas objetivamente, tornando
distintos o sujeito do objeto e a Natureza, onde as leis são decifradas pelos homens
com o objetivo de dominá-la. De acordo com Santos (1996, p. 17), "esta idéia de
mundo-máquina é de tal modo poderosa que vai se transformar na grande hipótese
universal da época moderna, o mecanicismo".
A fragmentação era a premissa presente na base do pensamento cartesiano
e indicou um único método de investigação para as ciências naturais, humanas e
sociais - o método científico, passando a ser o parâmetro para o conhecimento
verdadeiro e fundamentação do saber: "constituiu-se na base da organização da
ciência contemporânea e, portanto, da universidade, locus privilegiado do seu
desenvolvimento e de sua expansão" (CUNHA, 1998, p.18,19).
Logo, ao mesmo tempo em que esse paradigma tornou-se o responsável pelo
desenvolvimento da ciência, também foi o responsável por levar o homem a uma
visão compartimentalizada de mundo e levou a universidade a ocupar o papel de
reprodutora da atividade científica. “A ênfase do processo pedagógico recai no
produto, no resultado, na memorização do conteúdo, restringindo-se em cumprir
27
tarefas repetitivas que, muitas vezes, não apresentam sentido ou significado para
quem as realiza” (BEHRENS, 2005, p.22).
O desafio que a sociedade da informação e do conhecimento impõe é o de
superar esta visão reproducionista do saber, por isto, o paradigma newtoniano-
cartesiano tornou-se insatisfatório na medida em que a humanidade absorveu os
avanços advindos da revolução tecnológica, onde novos conhecimentos passaram a
ser produzidos a partir de um crescimento exponencial de acesso a informações. O
pensamento newtoniano-cartesiano começou a perder forças com o estudo da
Ciência baseada em explicações, proposições e contribuições da Física onde é
proposto um novo paradigma para a ciência, influenciando uma nova visão de
mundo, de universo, de homem.
Para a nova cosmovisão, o universo não é uma máquina composta com
uma infinidade de objetos, mas um todo dinâmico indivisível. Suas partes
são eventos interconectados que podem ser compreendidos
profundamente levando em conta o movimento cósmico como um todo.
(CARDOSO, 1995, p.35 apud BEHRENS, 2005, p.31)
Nesta nova concepção, o homem também passa a ser visto como um ser
único num sistema complexo de relações e de totalidade - “Somos apenas um fio de
uma teia cósmica de infinitas relações” (CARDOSO, 1995, p.36).
Este novo paradigma da ciência afeta diretamente a Educação, pois o mundo
está em constante mudança e transformação e conseqüentemente, o pensamento
também é construído como uma rede “Acompanhando a transformação, o
pensamento está sempre em processo. Portanto; por ser provisório não é estável e
nem fixo” (BEHRENS, 2005, p.34), então se torna estritamente necessário que a
Educação ultrapasse a visão compartimentalizada, defendendo a idéia de
interconexão de saberes, como uma teia interligada e interdependente (BEHRENS,
2005, p.36).
O momento histórico de transição paradigmática causa grande reação e
resistência em toda a sociedade e também no meio educacional, como afirma
Cardoso (1995, p.33): “Estamos mergulhados num mundo de incertezas e de
espantos. Neste momento, conhecemos muito mais os sofrimentos que nos
angustiam do que propriamente o remédio para nossos males. Por isto, falar de um
28
novo paradigma não é profetizar certezas, mas alimentar uma nova perspectiva
histórica que alente em nós a esperança”.
É a esperança e o desejo de transformar e mudar a ótica reducionista e
mecanicista do paradigma conservador newtoniano-cartesiano que nos leva a
repensar o processo de ensino-aprendizagem que está sendo desenvolvido.
2.2 PARADIGMAS CONSERVADORES
Por muitos anos, a Ciência estava embasada nos pressupostos do paradigma
conservador, este, influenciado pelo pensamento newtoniano-cartesiano que
conduzia o homem a uma visão reducionista, dualista, e compartimentalizada (razão
e emoção, sujeito e objeto, ciência e ética, alma e corpo) - não somente da verdade,
mas de si mesmo, semeando uma concepção determinista e mecanicista do
universo.
Esta visão fragmentada levou a uma concepção de Educação, onde a prática
pedagógica se restringia à reprodução do conhecimento, restrita à sala de aula
física, num ambiente austero de silencio e disciplina.
Neste contexto, as abordagens pedagógicas reprodutivas foram denominadas
de paradigma Tradicional, paradigma Escolanovista e paradigma Tecnicista. Na
seqüência, essas três abordagens passam a ser enfocadas, tendo como relevantes
as categorias escola, professor, aluno, metodologia e avaliação.
2.2.1 Abordagem Tradicional
A escola no paradigma tradicional é considerada como o único local de
acesso ao saber, o lugar onde se realiza a educação e um ambiente onde
predomina a disciplina e o silêncio. “A escola é o lugar também por excelência onde
se raciocina (...) um ambiente físico austero para que o aluno não se distraia”
29
(MIZUKAMI, 1986, p.12) É uma escola que fragmenta o conhecimento em partes e
assuntos, que trabalha com fatos isolados e que produz uma educação
domesticadora: “As normas disciplinares são gidas, fazendo com que submissão e
obediência cega sejam virtudes a serem cultivadas” (MORAES, 1997, p.51). É um
espaço submetido a um sistema hierárquico, com um rígido controle e com uma
visão fechada de universo.
O professor tradicional é considerado como o dono da verdade, aquele que
disciplina em nome da organização e da obediência. ”O professor é quem detém o
saber, a autoridade, é quem dirige o processo e representa um modelo a ser
seguido” (MORAES, 1997, p.51). Ele transmite o conteúdo pronto e acabado, onde o
conhecimento é dado como inquestionável, obstruindo a capacidade criativa dos
aprendizes e destituindo formas de expressão. Ao professor compete conduzir os
educandos em direção aos objetivos e verbalizar conteúdos predefinidos.
O aluno na abordagem tradicional é um receptor passivo, um ser obediente e
submisso, um “adulto em miniatura” (MIZUKAMI, 1986, p.8). Em sala de aula, seu
espaço se reduz ao local de suas carteiras. Ele realiza tarefas e é visto como “um
depósito de informações, conhecimentos e fatos” (BEHRENS, 2005, p.42),
assumindo um papel insignificante no processo de ensino e aprendizagem e apenas
reproduzindo conteúdos de maneira automática e sem criticidade.
A metodologia no paradigma tradicional fundamenta-se em quatro pilares
“escute, leia, decore e repita” (BEHRENS, 2005, p.43), enfatizando o ensinar por
meio de aulas expositivas, como afirma Moraes (1997, p.51): “Em termos
metodológicos, as aulas são expositivas, os alunos fazem exercícios de fixação
traduzidos em leituras e cópias”. Uma educação que privilegia a lógica, a
sequenciação e visando o produto da aprendizagem.
O processo de ensino e aprendizagem é centrado no professor e por isto, a
tendência de uniformizar o tratamento em relação ao aluno: “(...) todos deverão
seguir o mesmo ritmo de trabalho, estudar pelos mesmos livros-texto, utilizar o
mesmo material didático, repetir as mesmas coisas, adquirir, pois, os mesmos
conhecimentos” (MIZUKAMI, 1986, p.16). De acordo com esta visão, a educação
fica limitada e compreendida enquanto um processo instrucional e circunscrita,
exclusivamente, a ações da escola.
A avaliação na prática tradicional é quantitativa, valorizando a lógica e o
intelecto e buscando a reprodução do conhecimento por meio de respostas
30
predeterminadas. Ela enfatiza a memorização e acresce valores de prêmios e
punições ao processo de ensino e aprendizagem: “As provas assumem um papel
central determinando o comportamento do aluno, privilegiando a memória e a
capacidade de expressar o que foi acumulado” (MORAES, 1997, p.52). A grande
preocupação é de preservar a exatidão das informações, priorizando a reprodução
de conteúdos, o que faz do exame ser um fim em si mesmo, uma avaliação
classificatória e seletiva que conduz à competição entre os estudantes.
Nesta fase, o aprender na EAD ocorria por meio da leitura de material
impresso, do estudo dirigido, do trabalho científico autônomo ou seja, se
caracterizava como uma experiência individual e isolada do aluno, que seguindo
orientações objetivas realizava suas tarefas e, posteriormente, submetia seu
trabalho escrito à correção. Este processo era baseado numa visão linear de
educação, em que, ao aluno cabia seguir uma seqüência definida de atividades, sem
possibilidades reais de interação.
No Brasil, pode-se afirmar que a primeira geração de Educação a distância
surgiu em 1904, com o ensino por correspondência que consistia no oferecimento de
iniciação profissional em áreas técnicas, como por exemplo, desenho, caligrafia e
artes, sem exigência de escolarização anterior. Porém, esse modelo foi consagrado
na abordagem escolanovista, no ano de 1939, por meio da criação do Instituto
Monitor, e em 1941, por meio da criação do Instituto Universal Brasileiro. Para
Vianney, Torres e Silva (2003, p.114), essas duas organizações, entre outras,
tornaram-se responsáveis por mais de três milhões de matrículas de alunos em
cursos abertos de iniciação profissionalizante pela modalidade de ensino por
correspondência.
Ainda entre a abordagem Tradicional e a Escolanovista, apresentam-se
iniciativas voltadas para o uso do rádio, desde 1923, com as transmissões
educativas pela rádio Sociedade do Rio de Janeiro, criada por Edgar Roquete-Pinto.
Depois, em 1937, com a criação do Serviço de Radiodifusão Educativa do Ministério
da Educação.
Porém, o rádio foi considerado como uma tecnologia de maior importância no
início da década de 1960, ao ser utilizado como mídia preferencial para promover
programas de alfabetização em massa, com o início da ação sistematizada do
Governo Federal em EAD (contato entre o Ministério da Educação e Cultura (MEC) e
Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) para a expansão do sistema de
31
escolas radiofônicas aos estados nordestinos, que fez surgir o Movimento de
Educação de Base (MEB) – sistema de ensino a distância – não formal.
2.2.2 Abordagem Escolanovista
Em contraposição à tendência tradicional surge a abordagem Escolanovista,
que, alicerçada em fundamentos da biologia e da psicologia, considera o aluno como
um sujeito ativo no processo de ensino e aprendizagem e enfatiza a atividade
criadora. Esta abordagem foi proposta por volta de 1930, por educadores do
"Movimento da Escola Nova", em especial, no Brasil, por Anísio Teixeira e foi
considerada como revolucionária para a época. Segundo Mizukami (1986),
Essa abordagem ênfase a relações interpessoais e ao crescimento que
delas resulta, centrado no desenvolvimento da personalidade do indivíduo,
em seus processos de construção e organização pessoal da realidade, e
em sua capacidade de atuar, como uma pessoa integrada. Dá-se
igualmente ênfase à vida psicológica e emocional do indivíduo e à
preocupação com a sua orientação interna, com o autoconceito, com o
desenvolvimento de uma visão autêntica de si mesmo, orientada para a
realidade individual e grupal. (MIZUKAMI, 1986, p.37-38)
Por estas características, muitos educadores reagem ao considerar esta
abordagem como uma tendência conservadora, entretanto, não se pode negar que
ela continuava sendo influenciada pelo paradigma newtoniano-cartesiano, fato este
que proporcionou dificuldades na implementação desta proposta, principalmente
pelo despreparo do professor em tomar sobre si uma nova atitude e pela falta de
recursos nas escolas.
No paradigma escolanovista, a proposta era de tornar o espaço da escola, um
lugar para o desenvolvimento da democracia, estabelecendo um clima favorável de
mudança do indivíduo: “um clima que possibilite liberdade para aprender”
(MIZUKAMI, 1986, p.54). Desta forma, a prática educativa nesta tendência, leva em
consideração os interesses de cada aprendiz e provoca experiências no processo de
aprendizagem, para promover mudanças no indivíduo, como afirma Behrens (2005,
32
p.45): “(...) a Escola Nova buscava o autodesenvolvimento e a realização pessoal do
aluno”.
Na tendência escolanovista, o professor aconselha e orienta os alunos,
passando a ser um facilitador de aprendizagem. Ele compreende-se a si e aos
outros, aceitando o aluno tal como ele é. “Daí o professor ser compreendido como
um facilitador da aprendizagem, devendo, para isso, ser autêntico (aberto às suas
experiências) e congruente, ou seja, integrado” (MIZUKAMI, 1986, p.52)
Os princípios escolanovistas apresentam o aluno como um sujeito ativo, como
a figura central do processo de ensino-aprendizagem, participativo, experimentador.
“O aluno, como um sujeito ativo, aprende pela descoberta,e, com liberdade para
aprender, participa das experiências de aprendizagem de maneira ativa e
desenvolve iniciativa própria” (BEHRENS, 2005, p.46). Ele deve ser compreendido
como um ser em auto-desenvolvimento e responsável pela busca de sua
aprendizagem, segundo suas capacidades e recursos.
Na abordagem escolanovista, a metodologia é provedora de autonomia,
incentiva a iniciativa pessoal do aluno, o trabalho em grupo, as atividades livres e as
unidades de experiência. “A pesquisa dos conteúdos será feita pelos alunos, que
deverão, por sua vez, ser capazes de criticá-los, aperfeiçoa-los ou amesmo de
substituí-los” (MIZUKAMI, 1986, p.54). A técnica e o método deixam de serem
enfatizados e cedem espaço à relação pedagógica estabelecida em sala de aula.
A avaliação na tendência escolanovista, privilegia a auto-avaliação e uma
valorização dos aspectos afetivos, visando o desenvolvimento do aluno. Para
Mizukami (1986, p.56), o aluno: “(...) deverá assumir responsabilidade pelas formas
de controle de sua aprendizagem, definir e aplicar os critérios para avaliar até onde
estão sendo atingidos os objetivos que pretende”. Diferentemente do paradigma
tradicional, esta tendência, centra-se na individualidade e existe um desprezo pela
padronização de produtos de aprendizagem.
2.2.3 Abordagem Tecnicista
Por volta da cada de 1970, surge a tendência tecnicista, propondo uma
pedagogia inspirada na racionalidade e tomando como elemento principal a
33
produtividade. “Nessa corrente, professor e aluno são secundários, executores de
um processo concebido por uma equipe de planejamento e controle.” (MORAES,
1997, p.52)
Esta abordagem caracterizou-se pela ênfase na fragmentação do
conhecimento, pois fez com que o homem dirigisse seu olhar para uma visão
dualista, entre o ter e o ser, entre a razão e a emoção. “Ao separar corpo e mente, a
ciência transfere para a educação e, por conseqüência, ao ensino, um sistema
fechado, compartimentalizado e dividido. A ênfase da prática educativa recai na
técnica pela técnica.” (BEHRENS, 2005, p.48).
Não se pode negar a importância da competência técnica na sociedade
moderna. Entretanto, a máquina deve estar a serviço das necessidades humanas e
não ao contrário.
A abordagem do paradigma tecnicista traz a escola com a forma de
funcionamento de uma fábrica, treinando os alunos para o sistema produtivo. Cabe a
ela, controlar e modelar os comportamentos considerados como desejáveis para a
sociedade, ou seja, promover mudanças nos indivíduos quanto à aquisição ou
modificação de comportamentos. Mizukami afirma que a escola está ligada a outras
agências controladoras da sociedade, como, por exemplo, o governo, a política,
porém estas instituições dependem da escola para sobreviver, pois:
A escola é a agência que educa formalmente. Não é necessário a ela
oferecer condições ao sujeito para que ele explore o conhecimento, explore
o ambiente, invente e descubra. Ela procura direcionar o comportamento
humano às finalidades de caráter social, o que é condição para sua
sobrevivência como agência. (MIZUKAMI, 1986, p.29)
Neste sentido, o professor é caracterizado como um técnico que planeja o
comportamento do aluno. “O professor, neste processo, é considerado como um
planejador e um analista de contingências, (...) um engenheiro comportamental.”
(MIZUKAMI, 1986, p.32).
Ele é o responsável por transmitir o conhecimento e para isto, aplica a técnica
pela técnica, utiliza sistemas instrucionais e condicionamento por meio de
premiações com o objetivo de melhorar o desempenho do aluno.
o aluno tecnicista é um indivíduo responsivo e acrítico. Nesta abordagem,
apresenta-se, segundo Behrens (2005, p.49), como um “espectador frente à
34
realidade objetiva”. Ele é um produto do meio, cujo desempenho é considerado,
segundo Mizukami (1986, p.31), em função de fatores como economia de tempo e
de custos e esforços.
O aluno deve demonstrar competência e eficiência, seguindo as instruções e
os manuais. Nesta tendência, o aluno aprende por meio de estímulos e dele é
exigido respostas prontas e corretas, o que consequentemente, o priva da
criticidade.
A metodologia tecnicista enfatiza a resposta e os modelos a serem seguidos.
Nesta abordagem, a prática educativa é alicerçada na reprodução de conteúdos e
por isto, a metodologia tem a finalidade de provocar a repetição, valoriza a instrução
programada e os objetivos instrucionais, levando o professor a propor a cópia e
desta forma, mecanizando o processo de aprendizagem.
Nesta tendência existe um distanciamento entre teoria e prática e o ensino é
repetitivo, como afirma Behrens (2005, p.50): “O ensino é repetitivo e mecânico e a
retenção do conteúdo é garantida pela repetição de exercícios”.
A avaliação tecnicista enfatiza a produtividade dos alunos sob a forma de um
sistema de instrução que parte dos objetivos propostos e valoriza o produto final,
como afirma Behrens (2005, p.51), “A educação é proposta como em uma fábrica: o
aluno entra numa esteira de produção, é processado e resulta num produto”.
Espera-se dos alunos sempre a resposta correta e o erro é sancionado com
rigorosidade.
A produção e o consumo em massa, características da era industrial
trouxeram para a Educação a necessidade de um modelo de ensino, que, em teoria,
pudesse atingir a um número ilimitado de alunos.
Com isto, a televisão apresenta-se como uma tecnologia em potencial para a
educação em massa, tendo os primeiros registros de uso em cursos à distância em
1969, quando a Fundação Padre Anchieta, mantenedora da TV Cultura de São
Paulo, coloca no ar o telecurso Madureza Ginasial - um programa de ensino
supletivo.
Porém, o modelo de teleducação se consolida com iniciativas
implementadas entre as décadas de 1970 e 1980, quando a Fundação Roberto
Marinho leva às emissoras de todo o país a série Telecurso Grau, com aulas via
televisão e uso de materiais impressos vendidos em bancas de revistas.
35
Os telecursos entraram na educação brasileira destacando-se como valiosos
instrumentos para a oferta de programas de caráter supletivo, oferecendo
escolarização a populações não atendidas pela educação formal.
Estes fatos demarcam a chegada da segunda geração da Educação a
distância ao país.
A partir da década de 1990 e com o início de uma nova tendência, de novos
paradigmas, como será apresentado a seguir, podemos falar de uma terceira
geração, caracterizada pelo suporte em recursos tecnológicos digitais.
2.3 PARADIGMAS INOVADORES
O Paradigma Inovador da Ciência aparece com várias denominações
paradigma emergente ou sistêmico (CAPRA, 1996) e atualmente, como paradigma
da Complexidade, termo utilizado por autores como Capra (2002) e Morin (2000)
ensejando novas abordagens para a Educação, que levem à produção do
conhecimento, numa retomada do Todo, superando a fragmentação e propondo
uma prática pedagógica transformada e transformadora, diante da necessidade de
uma formação do indivíduo para ser um sujeito ativo na sociedade.
Esta formação não está restrita à mera atualização de conhecimentos, mas
implica em que o sujeito-aluno seja capaz de construir e comparar novas estratégias
de ação, redefinindo e enfrentando os problemas cotidianos de seu universo de
atuação, o que implica aprender a viver com a incerteza e por isso é necessário
desenvolver a autonomia dos alunos e dos professores,
Levando-os a aprender a aprender. Isto significa ter condição de refletir,
analisar e tomar consciência do que sabemos, dispormo-nos a mudar os
conceitos e os conhecimentos que possuímos, seja para processar novas
informações, seja para substituir conceitos cultivados no passado e adquirir
novos conhecimentos (MORAES, 1997, p. 144).
A abrangência do “Aprender a Aprender” está na busca de habilitar o
estudante a pesquisar e produzir conhecimento próprio e o foco central aponta para
a autonomia produtiva de professores e alunos.
36
O paradigma da complexidade é um desafio à Educação de possibilitar ao
aluno um processo de ensino e aprendizagem holístico, resgatando o ser humano
como um todo, mais que habilidades e competências uma Educação que propicie
a visão da totalidade, propondo uma ação docente alicerçada na aliança de três
abordagens A visão sistêmica/holística que resgata o ser humano em sua
totalidade, a abordagem progressista que tem como pressuposto central a
transformação social e o ensino com pesquisa que considera o aluno e o professor
como pesquisadores e produtores dos seus próprios conhecimentos (BEHRENS,
2005, p.58-93).
Sob essa perspectiva, a educação a distância apresenta-se como uma das
(ricas) possibilidades para atender a formação integral do indivíduo (SILVA, 2003,
p.327) reconhecendo o ser humano em sua multidimensionalidade, como um ser
dotado de múltiplas inteligências e com diferentes capacidades cognitivas, além de
permitir uma educação conectada e contextualizada à realidade de cada aluno.
Na proposta do paradigma da complexidade, o professor não é a única e nem
a mais importante fonte do conhecimento. O indivíduo recebe informações a todo o
momento e por meio de inúmeras fontes, o que remete aos educadores uma nova
postura comunicacional e pedagógica. Cabe ao professor, mais do que transmitir o
saber, articular experiências em que o aluno reflita sobre suas relações com o
mundo e o conhecimento, assumindo o papel ativo no processo ensino-
aprendizagem, que, por sua vez, deverá abordar o indivíduo como um todo e não
apenas como um talento a ser desenvolvido. Neste processo, o professor tem a
função de ser mediador e articulador na construção do conhecimento, como afirma
Behrens (2005):
Nesta perspectiva, o professor passa a ter uma nova proposição
metodológica em que se torna o articulador e o orquestrador do processo
pedagógico. Atua em parceria com os alunos, propõe atendimento
diferenciado, freqüenta biblioteca e laboratórios de informática junto com os
estudantes. (BEHRENS, 2005, p.110)
O desafio está, portanto, na incorporação de um novo processo de
aprendizagem que oportunize ao aluno, atividades que exijam não apenas o seu
investimento intelectual, mas também o seu emocional, o sensitivo, intuitivo,
37
estético, tentando não simplesmente desenvolver habilidades, mas o indivíduo em
sua totalidade:
Numa recuperação do todo (na superação da fragmentação), a perspectiva
de uma visão holística propõe considerar não somente a razão e a
sensação, mas também a intuição e o sentimento, transpondo o
racionalismo reducionista que valoriza o progresso material e negligencia o
progresso humano. (BEHRENS, 2005, p. 60)
De acordo com o novo paradigma, a própria noção de conhecimento deve ser
revista. O conhecimento não é algo acabado nem definitivo. Conforme as leis da
Física Quântica, mesmo os objetos são relativos, dependendo do olhar do
observador. Assim, a realidade quântica jamais será observada duas vezes da
mesma forma. Isso torna os conceitos relativos, e a realidade será sempre um modo
particular de percepção do mundo e das coisas, não havendo verdades duradouras,
eternas, mas verdades relacionais e, portanto, transitórias. Com base nesta visão,
pode-se afirmar que,
O velho paradigma baseia-se na crença cartesiana na certeza do
conhecimento científico. No novo paradigma, é reconhecido que todas as
concepções e todas as teorias científicas são limitadas e aproximadas. A
ciência nunca pode fornecer uma compreensão completa e definitiva
(CAPRA, 1996, p. 49)
Se não verdades absolutas a serem comunicadas, também não um
mundo externo ao indivíduo a ser comunicado. Toda percepção, todo conceito, toda
observação leva em conta o olhar do observador, de modo que a própria realidade
se relativiza, no sentido de que será uma vivência única para cada indivíduo. Isto
considerado, ao invés de centrar nos conceitos, o novo paradigma sugere que a
escola privilegie as relações, dando maior importância não ao resultado, mas ao
processo, não à funcionalidade do aprendizado, mas à auto-realização, à auto-
estima.
Para Behrens (2005, p.73) a instituição educacional tem que ser um ambiente
que propicie o diálogo, o enriquecimento mútuo, um local de transformação, de
problematização e ainda: “A escola tem como função social ser politizada e
38
politizadora, instigando a participação do aluno e do professor para reflexão num
contexto histórico e provocando a intervenção para a transformação social”.
Essa nova prática exige ambientes que superem o espaço da sala de aula,
realizando atividades colaborativas em que as experiências sejam vivenciadas
individualmente e em grupo, que invistam o aluno de responsabilidades reais ante o
seu aprendizado e o mundo que o cerca, atividades que sejam avaliadas, mais do
que por uma avaliação de conteúdos, pela auto-realização que elas proporcionem.
O ambiente educacional (escola/universidade) deve buscar atingir objetivos
para uma educação de qualidade: “formação geral e preparação para o uso de
tecnologia, desenvolvimento de capacidades cognitivas e operativas, formação para
o exercício da cidadania crítica, formação ética” (LIBÂNEO, 1998, p. 28).
Neste contexto, o aluno não aprende apenas nas aulas presenciais e a sala
de aula deixa de ser o lugar da transmissão e da repetição do saber para sediar
importantes momentos de socialização do aprendizado individual e de experiências
em grupo, do diálogo e do confronto entre essas experiências e a teoria, da
formulação de problemas e da busca de soluções. Cabe aqui, recorrer a Peters
(2004, p.59), quando ele fala da mudança no ensino e aprendizagem num ambiente
informatizado de aprendizagem, principalmente em relação ao papel e
comportamento do aluno:
Os alunos têm que desenvolver a capacidade de estudar sozinhos e se
tornar autônomos. Têm que desenvolver atividades antes desconhecidas,
como, por exemplo: recuperação rápida de dados, gerenciamento de dados,
escolher entre grande número de fontes centrais, escolher entre múltiplas
formas de representação, browsing, navegação, seguir um passeio guiado
em hipertextos, colaborar com outros estudantes em uma comunidade de
construção de conhecimento, aprender utilizando modelos e simulações,
encontrar outros estudantes on-line a fim de participar de ‘aulas virtuais’ e
‘seminários virtuais’ ou bater papo com eles em um café virtual. uma
grande diferença entre este tipo de aprendizagem e o tipo tradicional, no
qual os estudantes assistem palestras, lêem livros didáticos e se ocupam
com a memorização e evocação de conteúdos selecionados. (PETERS,
2004, p.59)
Em termos de estratégias de ensino, o novo paradigma sugere a diminuição
da importância das aulas expositivas e uma preparação para o futuro profissional,
um encontro entre a teoria e a prática.
39
A metodologia prescreve um encontro entre a teoria e a prática,
caracterizando uma opção que busque equilíbrio entre os pressupostos
teóricos e práticos numa interdependência direta. As duas visões (teoria e
prática) se completam, se interconectam, se aproximam e buscam provocar
a visão do todo. Num processo de inter-relação, a teoria se constrói na
prática e a prática se constrói na teoria. (BEHRENS, 2005, p. 67)
Por isto, o processo educacional deve levar o aluno a desenvolver uma
atitude construtiva, para a produção de conhecimentos. Não devemos pensar em
abordagens isoladas, mas num Paradigma da Complexidade (MORIN, 2000) que
integre as contribuições da tendência holística, do ensino com pesquisa,
progressista (BEHRENS, 2005, p.56), instrumentalizada pela tecnologia inovadora.
Resgatando o ser humano em sua totalidade, instigando o espírito investigativo,
crítico, criativo, superando a fragmentação do conhecimento.
A educação precisa ser libertadora
1
, deve propiciar a reflexão na e para a
ação, ultrapassando a reprodução e promovendo a produção de conhecimento,
recuperando valores perdidos, buscando justiça plena e ampla para todas as
camadas sociais, bem como paz, harmonia, solidariedade, igualdade, honestidade,
desenvolvendo a razão, a sensação, o sentimento, a intuição, a integração, numa
visão de interdependência, de teia, de rede.
Este novo paradigma da ciência afeta diretamente a Educação, pois o mundo
está em constante mudança e transformação e conseqüentemente, o pensamento
também é construído como uma rede “Acompanhando a transformação, o
pensamento está sempre em processo. Portanto; por ser provisório não é estável e
nem fixo” (BEHRENS, 2005, p.34), então se torna estritamente necessário que a
Educação ultrapasse a visão compartimentalizada, defendendo a idéia de
interconexão de saberes, como uma teia interligada e interdependente.
Esta conexão de abordagens exige uma inter-relação de ltiplas teorias que
venham dar conta da religação dos saberes (MORIN, 2001), possibilitando uma
prática pedagógica significativa, compatível com as exigências da sociedade
1
‘’A educação libertadora é, fundamentalmente, uma situação na qual tanto os professores
como os alunos devem ser os que aprendem.” (FREIRE, 1992, p.46)
40
valorizando a reflexão, o espírito investigativo, a curiosidade, a criticidade, a
criatividade, a ação, a capacidade de resolver problemas.
Para uma ação docente inovadora, que leve à produção do conhecimento,
apresenta-se a seguir a concepção de cada abordagem, nas categorias escola,
professor, metodologia e avaliação.
2.3.1 Abordagem Holística
No contexto da visão holística, o grande desafio a ser superado é a
fragmentação de saberes.
Esta abordagem propõe uma visão sistêmica, não dos aspectos
educacionais, mas do mundo como um todo, considerando como alicerce a intuição,
o sentimento e a emoção, repensando o universo como “unidade-na-diversidade e
diversidade-na-unidade” (BEHRENS, 2005, p.60) e propondo uma visão de mundo
como uma rede de relações, como afirma Moraes (1997, p.73): “Essa visão nos leva
a compreender o mundo físico como uma rede de relações, de conexões, e não
mais como uma entidade fragmentada, uma coleção de coisas separadas.”
Nesta visão, Morin (2001, p.64-67) afirma que estamos vivendo numa fase de
mundialização, na era planetária:
Necessitamos, desde então, conceber a insustentável complexidade do
mundo no sentido de que é preciso considerar a um só tempo a unidade e a
diversidade do processo planetário, suas complementaridades ao mesmo
tempo que seus antagonismos. [...] O mundo torna-se cada vez mais um
todo. Cada parte do mundo faz, mais e mais, parte do mundo e o mundo,
como um todo, está cada vez mais presente em cada uma de suas partes.
Isto se verifica não apenas para as nações e povos, mas para os indivíduos.
Assim como cada ponto de um holograma contém a informação do todo do
qual faz parte, também, doravante, cada indivíduo recebe ou consome
informações e substâncias oriundas de todo o universo. (MORIN, 2001,
p.64-67)
A escola na visão holística busca a recuperação do todo e a valorização do
progresso humano. Para isto, considera os valores e os sentimentos, como
integrantes do processo pedagógico. Neste contexto, o grande desafio, é que as
41
instituições de ensino formem profissionais humanos e éticos, como afirma Behrens
(2005):
A dimensão que se pretende com uma perspectiva sistêmica ou holística é
que o homem recupere a visão do todo. Que se sinta pleno, vivendo dentro
da sociedade como um cidadão do mundo e não como um ser isolado em
sua própria individualidade. (BEHRENS, 2005, p.58)
Nesta perspectiva, Cardoso afirma: “Também para o pensamento holístico,
nada é estático... Tudo é energia: matéria, vida e consciência... Nessa dança
cósmica, os seres não são mais entidades isoladas, e sim eventos inter-
relacionados, integrando-se no próprio movimento” (CARDOSO, 1995, p.50).
Pode-se então afirmar que todos os sistemas são organismos vivos e em
constante processo de mudança e de transformação, diferente do proposto pela
estabilidade e mecanicidade newtoniana.
Máquinas são coisas construídas e estáveis, enquanto nos organismos
vivos cada parte cresce no contexto do todo, reproduz-se, modifica-se,
tendo sua estrutura orgânica determinada por processos, nos quais existe
um alto grau de flexibilidade e plasticidade interna... No universo tudo é
composto de espaço e energia indissociáveis. E portanto, o mundo é
concebido em termos de movimento, fluxo de energia e processos de
mudança e transformação. (MORAES, 1997, p.74)
O professor na abordagem holística instiga o aluno a usar os dois lados do
cérebro, considerando-o como um ser pleno. Um educador que atua com paixão,
preocupado com o homem que irá formar, exercendo um papel fundamental na
busca por uma prática pedagógica renovadora. Nesta tendência, o professor é
desafiado a ultrapassar a reprodução do conhecimento e a prática pedagógica
fragmentada. O professor é instigado a buscar caminhos alternativos e opções
metodológicas que contemplem as várias dimensões da totalidade da pessoa, como
afirma Cardoso (1995):
Educar holisticamente, portanto, é estimular no aluno o desenvolvimento
harmonioso das dimensões da totalidade pessoal: física, intelectual,
emocional e espiritual. (...) Todos estes planos devem também ser
desenvolvidos concomitantemente no processo educacional. Não se
entende o homem somente a partir de si mesmo, como centro e senhor da
natureza, mas como parte de um todo. (CARDOSO, 1995, p.51)
42
Portanto, educar nesta perspectiva, é fazer uso de práticas pedagógicas que
desenvolvam a razão, o sentimento, a intuição e ajudem a despertar nos educandos
uma nova consciência, uma consciência ecológica.
O aluno na tendência holística é considerado em suas inteligências múltiplas,
ético, construtor de uma sociedade justa e igualitária. “(...) um ser complexo que vive
num mundo de relações e que, por isto, vive coletivamente, mas é único,
competente e valioso.” (BEHRENS, 2005, p. 65). Considera também o aluno como
um ser que não utiliza apenas a razão para construir o conhecimento, mas sim, a
emoção, a paixão e a intuição, como afirma Cardoso (1995):
Somos inteiros quando – além da racionalidade crítica, da lógica e da
memorização (faculdades do hemisfério cerebral esquerdo)
desenvolvemos também a intuição, a criatividade, a sensibilidade estética, o
sentimento (potencialidades do hemisfério direito, até então pouco
valorizados. (CARDOSO, 1995, p.53)
A metodologia holística caracteriza-se pelo equilíbrio entre teoria e prática,
estabelecendo relações dialógicas, realizando trabalhos coletivos, participativos e
transformadores. No entanto, além da preocupação com a produção de um
conhecimento significativo e da construção de um saber sistematizado, há uma
grande preocupação com o desenvolvimento do aluno como um todo, como afirma
Cardoso (1995):
O ato de ensinar não é apenas transmissão de conteúdos científicos e
técnicos para que o indivíduo desempenhe uma função social e/ou a
formação de uma consciência crítica que o leve a ser sujeito transformador
das estruturas sociais injustas. A educação deve, também, estimular o
educando a aprender a aprender para desenvolver todas as
potencialidades. (CARDOSO, 1995, p.53)
A avaliação na abordagem holística visa o processo de ensino-aprendizagem
respeitando os limites/qualidades dos alunos e considera que os alunos são capazes
de construir um mundo melhor, como afirma Behrens (2005):
43
O processo avaliativo es a serviço da construção do conhecimento, da
harmonia, da conciliação, da aceitação dos diferentes, tendo como premissa
uma melhor qualidade de vida. (BEHRENS, 2005, p.68)
Nesta abordagem, o erro é considerado como um caminho para o acerto.
Assim, o aluno é desafiado a sempre encontrar novas possibilidades de respostas e
o aluno também é incentivado a construir novas soluções com o professor e com os
colegas.
2.3.2 Abordagem Progressista
A abordagem progressista tem como precursor o educador Paulo Freire e
caracteriza-se por ter como pressuposto central de sua proposta, a transformação
social e o homem como sujeito da educação.
Os homens, [...] ao terem consciência de sua atividade e do mundo em que
estão, ao atuarem em função de finalidades que propõem e se propõem, ao
terem o ponto de decisão de sua busca em si e em suas relações com o
mundo, e com os outros, ao impregnarem o mundo de sua presença
criadora através da transformação que realizam nele, na medida em que
dele podem separar-se e, separando-se, podem com ele ficar, os homens,
ao contrário do animal, não somente vivem, mas existem, e sua existência é
histórica. (FREIRE, 2001, p.89)
Para isto, a Educação assume caráter de suma importância, alicerçando-se
na idéia de que cada indivíduo constrói sua própria história, conforme apresenta
Mizukami (1986, p.86): “Sendo o homem sujeito de sua própria educação, toda ação
educativa deverá promover o próprio indivíduo e não ser instrumento de ajuste deste
à sociedade”. Desta forma, a educação deve proporcionar um processo de ensino e
aprendizagem que seja crítico, reflexivo e transformador.
Neste sentido, a escola é desafiada a proporcionar uma educação que
possibilite a coletividade e o crescimento de todos os agentes do processo
educativo, apresentando-se como um local de diálogo, de transformação e
44
caracterizando-se como uma instituição libertadora, democrática, dialógica e crítica”
(BEHRENS, 2005, p. 73).
Ainda, para Behrens (2005, p.73), a escola tem como função social “ser
politizada e politizadora”, ou seja, a escola precisa ser um local de trocas e de
enriquecimento mútuo, onde professor e alunos o instigados a refletir num
contexto histórico, para intervir na transformação social.
Deve ser ela um local onde seja possível o crescimento mútuo, do professor
e dos alunos, no processo de conscientização, o que implica uma escola
diferente da que se tem atualmente, com seus currículos e prioridades.
(MIZUKAMI, 1986, p.95)
No paradigma progressista, o professor estabelece uma relação horizontal
com os alunos, repelindo toda forma de repressão, procurando não impor seus
conceitos, como afirma Mizukami (1986):
A relação professor-aluno é horizontal e não imposta. Para que o processo
educacional seja real é necessário que o educador se torne educando e o
educando, por sua vez, educador. Quando esta relação não se efetiva, não
há educação. (MIZUKAMI, 1986, p.99)
Neste contexto, o professor assume o papel de mediador entre o saber
elaborado e conhecimento as ser produzido, como afirma Behrens (2005, p.74):
“Como mediador do conhecimento, o professor engaja-se com o aluno no ato de
conhecer e lidera o processo pela competência. Pelo diálogo, evita o autoritarismo e
busca uma prática pedagógica transformadora”.
O educador é um líder ético, democrático e autêntico. Ele questiona a cultura
dominante e cria condições para que o aluno possa perceber as contradições da
sociedade.
O aluno progressista caracteriza-se como ativo, sério, co-responsável pelo
processo de aprendizagem - um sujeito de práxis. Nesta tendência, considera-se
que, quanto mais o aluno refletir sobre seu ambiente e sobre sua situação, mais ele
se tornará consciente e comprometido com sua realidade, para intervir e muda-la.
Mizukami (1986) considera que:
45
O homem se constrói e chega a ser sujeito na medida em que, integrado em
seu contexto, reflete sobre ele e com ele se compromete, tomando
consciência de sua historicidade.(...) A resposta que o homem a cada
desafio não modifica a realidade em que está inserido, como também
modifica a si próprio, cada vez mais e de maneira sempre diferente.
(MIZUKAMI, 1986, p.91)
Na tendência progressista, a metodologia contempla uma abordagem
dialética, tendo a negociação como mola propulsora da prática pedagógica. Sempre
visando a produção do conhecimento, a metodologia deve estar centrada no diálogo
e deve provocar a reflexão crítica, como propõe Moraes (1997):
(...) propor situações-problema, desafios, desencadear reflexões,
estabelecer conexões entre o conhecimento adquirido e os novos conceitos,
entre o ocorrido e o pretendido, de tal modo que as intervenções sejam
adequadas ao estilo do aluno, a suas condições intelectuais e emocionais e
à situação contextual. (MORAES, 1997, p.152)
Nesta dimensão, a metodologia converge para um processo de ensino e
aprendizagem centrado na realidade dos educandos, onde os conteúdos
trabalhados levam professor e alunos a refletirem, por meio de discussões e
trabalhos coletivos, sobre os problemas de ordem social, econômico e político.
Nesse sentido, cabe ressaltar a contribuição de Behrens (2005), quando afirma que:
A discussão, os relatos de experiência, os trabalhos coletivos, e a reflexão
de temas geradores caracterizam a prática pedagógica que deve
empreender processos de autonomia e liberdade alicerçados pela
contextualidade, a problematização, o diálogo e a intervenção na prática
social. A ação-reflexão-ação constitui uma aprendizagem como processo e
não como produto. (BEHRENS, 2005, p. 78)
Em tal contexto, o aluno sabe que todas as suas determinações podem
provocar tanto sua transformação, quanto a transformação da sociedade.
Partindo do pressuposto que considera a produção do conhecimento durante
todo o processo, a avaliação apresenta-se contínua e transformadora, contemplando
momentos de auto-avaliação e avaliação grupal, como afirma Mizukami (1986):
46
A verdadeira avaliação do processo consiste na auto-avaliação e/ou
avaliação mútua e permanente da prática educativa por professor e alunos.
Qualquer processo formal de notas, exames etc. deixa de ter sentido em tal
abordagem. No processo de avaliação proposto, tanto os alunos como os
professores saberão quais suas dificuldades, quais seus progressos.
(MIZUKAMI, 1986, p.102)
Esta avaliação mútua enriquece o processo educativo, elimina o caráter de
punição e tem como base, segundo Behrens (2005, p.78), a exigência, a
rigorosidade, a competência, a liberdade de expressão e a produção do
conhecimento.
Como empreende tanto a participação individual quanto coletiva, todos são
responsáveis pelo sucesso ou fracasso do grupo, num processo de parceria e num
relacionamento fraterno e solidário.
2.3.3 Abordagem Ensino com Pesquisa
Na sociedade da informação e do conhecimento, o desenvolvimento científico
e tecnológico instiga as universidades a repensarem suas práticas, com o intento de
superar as metodologias reprodutivistas e propiciar uma ação pedagógica embasada
na produção do conhecimento.
A disseminação das informações propiciou uma revolução nos meios
comunicacionais e, em decorrência, o sistema educacional vê-se confrontado a
desenvolver uma metodologia que provoque o desenvolvimento do pensamento
crítico para o processamento, elaboração e estruturação de todas as informações
para gerar conhecimento, como afirma Behrens (2005, p.81): “O desafio que se
impõe nessa sociedade é o de como acessar a informação recebida, como
interpretá-la, e, acima de tudo, como produzir novas informações com criatividade,
ética e visão global”.
Na tendência do ensino com pesquisa, a escola é concebida como um
ambiente inovador e participativo. Numa visão globalizadora, proporciona uma
formação diferenciada: “(...) formação geral e preparação para o uso da tecnologia,
47
desenvolvimento de capacidades cognitivas e operativas, formação para o exercício
da cidadania crítica, formação ética” (LIBÂNEO, 1998, p.28). A escola apresenta-se
como um espaço de produção do conhecimento, onde professores e alunos
gerenciam projetos em conjunto, em parceria.
O professor, nesta abordagem, torna-se uma figura significativa no processo
de ensino e aprendizagem. Ele apresenta-se dinâmico, articulador, crítico e criativo.
Ele transcende a posição de instrutor, atuando como um parceiro mais experiente na
produção do conhecimento, como afirma Behrens (2005):
Assumindo o papel de parceiro mais experiente na investigação e na
produção do conhecimento, o professor provoca um processo educativo
produtivo e prazeroso. Ao ser vanguardista do desenvolvimento, contribui
para a produção da ciência e da tecnologia com criatividade e espírito
transformador (BEHRENS, 2005, p.83)
No paradigma do ensino com pesquisa, o aluno torna-se um sujeito no
processo, passando a ser co-responsável pela sua aprendizagem. O aluno nesta
abordagem apresenta-se questionador e investigador, adquirindo autonomia para
refletir com criticidade e produzir conhecimentos.
Nesta proposta, Behrens (2005, p.84) considera que o aluno deverá: “(...) ter
raciocínio lógico, agir com criatividade, ter capacidade produtiva, saber viver com
cidadania, com ética e adquirir autonomia para ler e refletir criticamente ao aprender
a produzir conhecimento”.
Nesta perspectiva, a EAD por suas peculiaridades, principalmente em relação
à mediatização, apresenta-se como uma modalidade em potencial para o
desenvolvimento desta autonomia que se quer no aluno. Para Belloni (2001),
mediatizar é:
(...) conceber metodologias de ensino e estratégias de utilização de
materiais de ensino/aprendizagem que potencializem ao máximo as
possibilidades de aprendizagem autônoma. Isso inclui desde a seleção e
elaboração de conteúdos, a criação de metodologias de ensino e de estudo,
centradas no aprendente, voltadas para a formação da autonomia, a
seleção dos meios mais adequados e a produção de materiais, até a
criação de estratégias de utilização de materiais e de acompanhamento do
estudante, de modo a assegurar a interação do estudante com o sistema de
ensino. (BELLONI, 2001, p.26)
48
Deste modo, esta modalidade pode contribuir não apenas na organização do
trabalho pedagógico e na transformação de metodologias de ensino, como também,
na utilização adequada de diferentes aparatos tecnológicos o que implica numa
redefinição do processo comunicacional na educação.
É a comunicação um dos elementos centrais na EAD, tendo em vista,
especialmente, a relação professor e aluno, que não se estabelece mais face a face,
mas sim pela mediação de materiais didáticos, veiculados pelas tecnologias da
informação e da comunicação.
Neste paradigma, o aluno é instigado a tomar iniciativa, a ser responsável, a
trabalhar coletivamente e, junto com o professor, exercita a elaboração própria e de
maneira fundamentada, redimensionando o significado de pesquisa.
A metodologia busca ultrapassar o ensino conservador assentado nas aulas
expositivas e nas pesquisas acríticas, que eram apenas reprodutoras de
conhecimentos. Nesta perspectiva, instiga a pesquisa produtiva, levando o aluno a
pensar, a aprender a aprender, a ser crítico e construtivo, como apresenta Behrens
(2005, p.86): “No paradigma emergente contempla-se outra dimensão de pesquisa,
a da produção do conhecimento crítico e reflexivo, que leva à autonomia e provoca a
capacidade de problematizar, investigar, estudar, refletir e sistematizar o
conhecimento”.
A metodologia proposta é aquela que problematiza os conteúdos, que desafia
e instrumentaliza os educandos para a busca de informações significativas e busca
de soluções.
Nesta proposição, a avaliação apresenta-se participativa, processual e com
uma visão emancipadora. Professor e alunos discutem e constroem os critérios
coletivamente, funcionando como um contrato e minimizando o caráter punitivo,
como Behrens (2005) afirma:
Com uma visão emancipadora, a avaliação perde o sentido de sanção, de
autoritarismo e de poder, e adquire a garantia de avaliar o envolvimento, a
participação, a produção do conhecimento, o progresso, a caminhada,
enfim, a qualidade do processo educativo. (BEHRENS, 2005, p.92)
Na busca por um processo de ensino e aprendizagem produtivo e
transformador, esta tendência sugere a indissociabilidade de ensino e pesquisa e
49
desafia os educadores na proposição de uma metodologia que leve a aprender a
aprender e que considere teoria e prática como unidade indissolúvel.
Considerando a interconexão entre estas três abordagens e a emergência de
uma produção dinâmica de conhecimento, apoiada no crescimento vertiginoso das
TIC e na utilização de tecnologias digitais (TD) no processo educacional, é essencial
considerar que a EAD tomou novos rumos após o surgimento da web, como será
apresentada na seqüência.
2.4 CIBERCULTURA E A AÇÃO DOCENTE NA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Para Oliveira (2003), a Educação a distância não pode ser considerada como
um modismo tecnológico, uma vez que ela existe pelo menos 150 anos no
mundo.
Aqui, cabe destacar, de acordo com Vianney, Torres e Silva (2003), que o
crescimento e desenvolvimento da EAD aconteceram principalmente nas três
últimas décadas, tendo tido um grande impulso na década de 1990, quando a maior
parte das instituições de ensino superior passou a se mobilizar em direção à
Educação a distância a partir do uso das TIC.
Em 1994, iniciou-se a expansão da Internet no ambiente universitário e dois
anos depois, surgiu a primeira legislação específica para Educação a distância no
ensino superior.
Antes da utilização da Internet, a Educação a distância utilizava tecnologias
de comunicação de um para um, como por exemplo, o ensino por correspondência,
ou então, comunicação de um para muitos, como a rádio ou a televisão.
Com a incorporação dos computadores e principalmente, com o surgimento
da Web, percebe-se uma expansão do espaço virtual e as possibilidades advindas
da Internet, concretizaram o desenvolvimento de vários tipos de sistemas, inclusive
os ambientes virtuais de aprendizagem - sistemas de gerenciamento de cursos na
Web que permitem, por meio de suas ferramentas, a criação, a organização e o
gerenciamento de cursos.
Estes ambientes proporcionam recursos para a administração de
informações, gerenciamento de arquivos, manipulação de textos e gráficos,
50
comunicação entre participantes, acompanhamento do desempenho dos alunos,
segurança de acesso, entre outros.
Falar em Ambientes Virtuais de Aprendizagem é pensar a sala de aula no
ciberespaço. Lévy (1999, p.92) define o ciberespaço como sendo: “o espaço de
comunicação aberto pela interconexão mundial dos computadores e das memórias
dos computadores”.
O ciberespaço surge o por conta da digitalização e de suas interfaces,
mas da interconexão mundial entre computadores, a Internet.
É um espaço comunicacional e simbólico, uma nova dimensão que agrega
várias atividades e possibilita a interação, estabelecendo uma virtualização da
realidade, um mundo de interações virtuais, onde os integrantes se comportam
como se estivessem face a face, é desterritorializado, trabalha com uma nova
temporalidade e é o lugar onde todos são atores, autores e agentes de interação – o
que nos levou a uma nova forma de se ver a cultura - a cibercultura, resultante de
uma série de fenômenos formados pela convergência entre o social e o tecnológico.
A conectividade, a hipertextualidade e a interatividade estão no centro de
formação dessa nova linguagem que, ao que tudo indica, terá nos
audiovisuais sua base de geração de sentidos. O fato de os discursos
produzidos pelos dispositivos informatizados estarem digitalizados permite a
eles estarem integrados a redes mundiais de comunicação, elevando as
possibilidades de troca e metamorfose constante dos produtos e saberes, e
dificultando, consequentemente, a cristalização de idéias, conceitos e
estéticas. (SILVA, 2003, p.117)
A cultura do Ciberespaço, denominada de Cibercultura, é conceituada por
Pierre Lévy (1999, p.17) como “o conjunto de cnicas (materiais e intelectuais), de
práticas, de atitudes, de modos de pensamento e de valores que se desenvolvem
juntamente com o crescimento do ciberespaço”, provocando uma profunda
revolução nas comunicações e em todas as esferas de interação humana: “Ora, a
cibercultura inventa uma outra forma de fazer advir a presença virtual do humano
frente a si mesmo que não pela imposição da unidade de sentido” (LÉVY, 1999,
p.248)
Com as novas configurações espaço-temporais de comunicação, surge a
possibilidade de realização de várias atividades e interações virtuais, o que afeta
particularmente a educação no século XXI, tornando necessárias algumas
51
adaptações no sistema de ensino e aprendizagem, de modo que se utilize este
espaço do universal sem totalidade”: “Esse universal não totaliza mais pelo sentido,
ele conecta pelo contato, pela interação geral” (LÉVY, 1999, p.119).
E ainda “por meio dos computadores e das redes, as pessoas mais diversas
podem entrar em contato, dar as mãos ao redor do mundo” (LÉVY, 1999, p.119). Por
isto, devemos construir novos modelos do espaço do conhecimento abertos e
contínuos.
Aqui, surge a proposta da EAD (Educação à distância), que favorece a
aprendizagem personalizada (de acordo com o estilo e ritmo de cada um) como
também a aprendizagem coletiva. A educação tem um papel desafiador de pensar
novas práticas para atender essas demandas.
Educar na era da cibercultura demanda desenvolver processos abrangentes,
que envolvem motivação, envolvimento, capacidade de articular conhecimentos, de
comunicar-se e estabelecer relações numa aprendizagem pela descoberta onde
o aprendiz se refere à sua experiência anterior para descobrir uma nova habilidade,
e desta maneira pensar e trabalhar de forma mais criativa, desempenhando um
papel mais atuante no seu aprendizado.
Aprender no contexto digital significa que os sujeitos estão comprometidos
com sua própria formação e com a de seus parceiros. A rede permite que os
aprendizes trabalhem juntos, que façam interagir as idéias, que busquem soluções
para a resolução de problemas e participem na construção do conhecimento.
Conhecimento este não se limita apenas à memorização de informações, mas
na transformação destas informações em conhecimento rico de significados. Um
conhecimento que é construído coletivamente. E quanto ao espaço e tempo, as
pessoas podem colaborar reforçar laços de afinidade e ainda se constituírem como
comunidades.
Os estudos sobre ciberespaço mostram, todavia, que o mundo virtual é real,
embora não físico:
A cibercultura é a expressão da aspiração de construção de um laço social,
que não seria fundado nem sobre links territoriais, nem sobre relações
institucionais, nem sobre as relações de poder, mas sobre a reunião em
torno de centros de interesses comuns, sobre o jogo, sobre o
compartilhamento do saber, sobre a aprendizagem cooperativa, sobre
processos abertos de colaboração. (LÉVY, 1999, p.130)
52
Os cursos a distância são virtuais, pois se fundam na presença virtual do
professor e dos alunos, mas oferecem reais oportunidades de aprendizagem. No
mundo virtual emergem infinitas possibilidades que o mundo da realidade física não
permitiria, como afirma Lévy (1999):
O ciberespaço suporta tecnologias intelectuais que amplificam, exteriorizam
e modificam numerosas funções cognitivas humanas: memória (banco de
dados, hiperdocumentos, arquivos digitais de todos os tipos), imaginação
(simulações), percepção (sensores digitais, telepresença, realidades
virtuais), raciocínios (inteligência artificial, modelização de fenômenos
complexos). (LÉVY, 1999, p.157)
Assim, a necessidade de escaparmos de visões extremamente utilitárias,
que vêem no computador somente um veículo de disseminação de informações, e
pregam a sua utilização restrita como máquina de ensinar, como uma instrução
programada.
Não mais o controle de aprendizagem pelas mãos do professor, mas este
está nas mãos do aprendiz, havendo a liberdade para explorar e errar – sendo o erro
como um princípio para o acerto. E este aprender pode se construir de diferentes
maneiras: vendo, ouvindo, interagindo, refletindo, criando modelos mentais.
Na rede, o sujeito não coleta as informações, mas também as produz e
compartilha - o que não ocorre em outros meios de comunicação, como rádio e
televisão.
Nesta prática cujo princípio norteador é a interatividade, não falamos de um
sujeito passivo, mas de um sujeito ativo, que possui uma nova maneira de pensar e
compreender a realidade, um sujeito construtor do conhecimento neste novo
ambiente do paradigma da complexidade. Segundo Morin (2001), este paradigma
requer do sujeito um pensamento dialógico, recursivo e multidimensional.
Desta forma, o professor, entendido como mediador e organizador do
processo de ensino-aprendizagem é constantemente desafiado a assimilar
inovações, o que exige uma visão sistêmica e complexa. Castells (2000, p.80)
chama a atenção para o fato que está ocorrendo: “[...] uma transformação
53
tecnológica mais profunda: a das categorias segundo as quais pensamos todos os
processos”.
Tal realidade exige um profissional que detenha uma atitude crítica-reflexiva,
e que consiga intermediar as informações para que os alunos consigam transformá-
las em conhecimento, aplicando-as de maneira produtiva.
É nesta visão, de constante interação entre os envolvidos no processo de
ensino e aprendizagem, utilizando diferentes metodologias e materiais de apoio para
potencializar novos processos cognitivos, que se propõem a ação docente em
ambientes virtuais de aprendizagem, apresentada no próximo capítulo.
54
CAPÍTULO 3 - AMBIENTES VIRTUAIS DE APRENDIZAGEM
Este capítulo tem por objetivo subsidiar a pesquisa sobre a utilização de
ambientes virtuais de aprendizagem no processo de ensino e aprendizagem, em
seus conceitos e fundamentos, apresentando reflexões sobre o processo de ensino
e aprendizagem em Ambientes Virtuais de Aprendizagem. Neste capítulo é
contextualizado o papel do educador online, enfocando a Mediação pedagógica e a
tutoria. Ainda neste capítulo, são apresentados os Vídeos Digitais em Ambientes
Virtuais de Aprendizagem, contextualizando a utilização das mídias digitais na
Educação a distância, centrando-se na produção e na utilização de vídeos digitais
em Ambientes Virtuais de Aprendizagem. Também é apresentado o Ambiente Virtual
de Aprendizagem EUREKA, seus Módulos, funcionalidades e o processo de
Integração do vídeo digital no sistema.
3.1 EDUCAR EM AMBIENTES VIRTUAIS DE APRENDIZAGEM
A história da EAD está intrinsecamente relacionada ao desenvolvimento dos
meios de comunicação. Os avanços e a disseminação do uso das tecnologias de
informação e comunicação possibilitaram novas perspectivas para a Educação a
distância, principalmente, permitindo um suporte em ambientes digitais de
aprendizagem acessados via Internet, pois foi com o surgimento da Internet que a
Educação a distância tomou um novo impulso.
A integração entre a tecnologia digital e os recursos da telecomunicação,
permitiram uma ampliação ao acesso à educação. O que antes era feito por meio
das tecnologias tradicionais de comunicação como o rádio e a televisão, pelos
materiais impressos enviados por correspondência, passou a ser mediado pelo
computador conectado, possibilitando, inclusive, uma comunicação síncrona.
55
Na sociedade da informação e do conhecimento, as tecnologias da
informação e da comunicação estão influenciando significativamente a prática
pedagógica no processo de ensino e aprendizagem. Um novo paradigma do saber
rompe com formas tradicionais do ensino a distância, onde eram trabalhados
conteúdos pré-definidos para uma simples assimilação individual, para práticas que
favorecem discussões, ou seja, mudando o foco da instrução para o processo de
ensino-aprendizagem.
Ambientes virtuais de aprendizagem (AVA) são tecnologias digitais, onde são
disponibilizadas ferramentas, que variam de acordo com cada ambiente, para
mediação e gerenciamento da EAD.
Para Silva (2003), o AVA é a sala de aula no ciberespaço:
O ambiente virtual de aprendizagem é a sala de aula online. É composto de
interfaces ou ferramentas decisivas para a construção da interatividade e da
aprendizagem. Ele acomoda o web-roteiro com sua trama de conteúdos e
atividades propostos pelo professor, bem como acolhe a atuação dos
alunos e do professor, seja individualmente, seja colaborativamente.
(SILVA, 2003, p.62)
Ou seja, estes sistemas são mais um desmembramento das Tecnologias da
Informação e Comunicação (TIC), tendo em vista que a comunicação em rede está
se tornando um meio rápido para que ocorra a troca de informações.
Para Cunha Filho, Neves e Pinto (2000, p.57), um ambiente virtual “não é
apenas um meio de difusão, mas uma plataforma de comunicação na qual
projetamos intervenções através de representantes cibernéticos (...)”.
Os Ambientes Virtuais são disponibilizados por meio do acesso à Internet e
em sua interface gráfica, são oferecidas ferramentas síncronas e assíncronas, ou
seja, ferramentas de comunicações simultâneas e não-simultâneas.
No ambiente virtual, a flexibilidade da navegação e as formas síncronas e
assíncronas de comunicação, oferecem aos estudantes a oportunidade de
definirem seus próprios caminhos de acesso às informações desejadas,
afastando-se de modelos massivos de ensino e garantindo aprendizagens
personalizadas. (KENSKI, 2005, p. 76)
56
Além disto, permitem produção de conteúdos e gerenciamento de todas as
informações que circulam no ambiente. É importante que alunos e professores
estejam familiarizados com a tecnologia utilizada, o que conseqüentemente, melhora
na participação e minimiza dificuldades no processo de ensino e aprendizagem.
Em Educação a distância, a interação professor/aluno é diferenciada por
fatores de espaço e tempo, por isto o processo ensino-aprendizagem deve
ser antecedido de cuidadoso planejamento e de uma elaboração de base
tecnológica, que preveja as dificuldades e as disfunções que possam
ocorrer (LANDIM, 1997, p.83)
Os AVA agregam valor ao ensino porque possuem recursos que possibilitam
a colaboração e a interação, como por exemplo: recursos de interação, como o
Chat, fórum, correio eletrônico, lista de discussões; de comunicação, como o edital,
quadro de notícias e de avisos; recursos de informação, como glossário, FAQ;
recursos de conteúdo, como artigos, imagens; recursos de avaliação, como lista de
exercícios, testes, trabalhos; recursos administrativos, como relatórios de
acompanhamento de desempenho dos alunos, histórico de acessos, lista de alunos
matriculados no curso, etc.
No ambiente virtual, a flexibilidade da navegação e as formas síncronas e
assíncronas de comunicação, oferecem aos estudantes a oportunidade de
definirem seus próprios caminhos de acesso às informações desejadas,
afastando-se de modelos massivos de ensino e garantindo aprendizagens
personalizadas. (KENSKI, 2005, p. 76)
Ao possibilitarem o estímulo e inovação, os Ambientes Virtuais de
Aprendizagem podem ser um instrumento importantíssimo para a educação e
podem também criar condições favoráveis para a produção do conhecimento, pois
os estudantes não estão restritos a apenas consultar as informações da rede, mas
sim, a se tornarem produtores da informação, participantes do processo de ensino-
aprendizagem.
Uma das características mais marcantes em tempos de cibercultura é a
possibilidade do espectador poder participar como co-autor ou co-produtor
de uma obra em determinados espaços virtuais, nos quais a criação pode
ocasionar, através de ações coletivas, o que denominamos obras abertas.
57
Se pensarmos os ambientes virtuais de aprendizagem como possibilidade
de vivenciar situações cooperativas e imaginárias através da técnica, é
possível a criação coletiva e a co-autoria. (SARTORI; ROESLER, 2004, p.6)
Isto porque a ênfase não está mais apenas na tecnologia, mas
principalmente, na forma como ela é utilizada. E ainda, neste sentido, pode-se citar
como exemplo, a expansão da Web 2.0
2
e suas tendências: Blogs
3
, Wikis
4
e
Podcasts
5
.
Com a web 2.0 temos mais ferramentas que potencializam colaboração e
construção conjunta de conhecimento. Mas participação e colaboração não
surgem automaticamente: é preciso motivá-las.Da mesma forma, o uso de
software social e a criação de redes sociais devem ser claramente
vinculados ao processo de aprendizagem. Não basta criar redes, é preciso
criar redes de aprendizagem. (VOIGT, 2007, p.6)
Neste sentido, a inter-relação decorrente da comunicação e da informação,
permite a construção do conhecimento de modo diferenciado das práticas
educacionais tradicionais. Mais do que apresentar a informação conectada em links,
estes recursos podem auxiliar na reflexão sobre o conteúdo que está sendo
trabalhado, tornando a aprendizagem mais rica.
Os recursos podem ser empregados tanto como um suporte para a Educação
a distância, realizadas exclusivamente on line, como suporte a atividades de cursos
semipresenciais, ou ainda, para apoio a classes presenciais.
Os AVA permitem o desenvolvimento de atividades em uma sala de aula
virtual, sem limitações de espaço e tempo, oferecendo possibilidades de realizar
2
Na Web 2.0, o usuário deixa de ser visto como um recipiente de uma página” (VOIGT,
2007, p.2), que apenas faz a leitura do conteúdo, tornando-se também, produtor de conteúdos. E
estes conteúdos não são mais considerados como finalizados, mas sim, como matéria-prima para
novos interesses e necessidades.
3
Diários virtuais e informais.
4
Sistema de criação e edição coletiva de conteúdos, por exemplo, Wikipedia - Disponível em:
< http://pt.wikipedia.org/wiki/P%C3%A1gina_principal> Acesso em 22 Jan 2008.
5
Programa de rádio na internet.
58
contatos em tempo real, com comunicação síncrona, entre grupos de diferentes
locais.
Estes ambientes também proporcionam a autonomia e iniciativa entre os
participantes, numa aprendizagem autoplanejada, ou seja, ajustando-se às
necessidades e ritmos de cada aprendiz. Nos ambientes virtuais de aprendizagem,
um grande número de fontes de conhecimento e acesso às diversas mídias,
como textos, sons, imagens, gráficos, animações, vídeos.
Por proporcionarem diversas possibilidades e combinações de recursos,
muitos são os AVA encontrados no ciberespaço, como por exemplo:
AVA Organização Autora Endereço no Ciberespaço
AulaNet PUC-RJ (Brasil) http://guiaaulanet.eduweb.com.br
Blackboard Blackboard (EUA) http://www.blackboard.com.br
CoSE Staffordshire University
(UK)
http://www.staffs.ac.uk/case
Learning
Space
Lotus Education-IBM
(EUA)
http://www.lotus.com/
Teleduc Unicamp NIEED (Brasil) http://www.hera.nied.unicamp.br/teleduc/
WebCT
WebCT,
Univ.British Columbia
(Canadá)
http://webct.com.br
Quadro 1- AVA no ciberespaço
Fonte: SILVA, Marco. Educação online. São Paulo: Loyola, 2003, p.223
Logo, pode-se considerar que o Ambiente Virtual de Aprendizagem não é
apenas um espaço de informações, como um website, mas é um espaço de
aprendizagem, onde o diálogo possibilita a construção de significados, onde alunos
e professores são instigados a participar ativamente e efetivamente, em constantes
interações, onde o “diálogo” (que ocorre por meio de diferentes ferramentas, como o
e-mail, o Chat, o Fórum, etc) gera conhecimento e mantém os participantes “vivos”.
Não comunicação sem dialogicidade e a comunicação está no núcleo do
fenômeno vital. Nesse sentido, a comunicação é vida e fator de mais-vida.
Mas, se a comunicação e a informação ocorrem ao nível da vida sobre o
59
suporte, imaginemos sua importância e, portanto, a da dialogicidade, na
existência humana no mundo. Nesse nível, a comunicação e a informação
se servem de sofisticadas linguagens e de instrumentos tecnológicos que
“encurtam” o espaço e o tempo. A produção social da linguagem e de
instrumentos com que os seres humanos melhor interferem no mundo
anuncia o que será a tecnologia (FREIRE, 1995, p.74-75).
Segundo Lévy (1999), a educação em tempos de comunidades virtuais de
aprendizagem sofre alterações paradigmáticas justamente para alicerçar a
sociedade da informação e do conhecimento:
A principal função do professor não pode mais ser uma difusão dos
conhecimentos, que agora é feita de forma mais eficaz por outros meios.
Sua competência deve deslocar-se no sentido de incentivar a aprendizagem
e o pensamento. (LÉVY, 1999, p.171)
Nesta perspectiva, a utilização de ambientes virtuais de aprendizagem vem
crescendo, nos mais diversificados contextos educativos, como forma de ampliação
dos espaços pedagógicos. E esta expansão vai além da facilidade de acesso à
informação, pois estamos passando de um ensino na rede para uma aprendizagem
em rede.
As tecnologias da informação e comunicação possibilitaram interações
inusitadas entre as pessoas, tecendo uma complexa rede de interações, antes
impossíveis de serem construídas.
Rede é a palavra que descreve os espaços compartilhados formados por
computadores interligados em todo o mundo por sinais de telefone e de
satélite. Com o auxílio das redes, os educadores podem criar ambientes de
aprendizagem eficazes, nos quais professores e alunos em localidades
diferentes constroem juntos o entendimento e as competências
relacionadas a um assunto particular. (HARASIM, 2005, p.19)
Hoje, comunica-se de qualquer ponto do mundo e enviam-se dados como
fotografias, sons, imagens em movimento, textos. As redes permitem configurar
novos espaços de aprendizagem e suscitam enormes desafios aos educadores, pois
ao mesmo tempo em que permitem que horário, local e ritmo de ensino sejam
expandidos e individualizados, também possibilitam interação e colaboração.
60
Na aprendizagem em rede, a sala de aula fica em qualquer lugar onde haja
um computador, um modem e uma linha de telefone, um satélite ou um link
de dio. Quando um aluno se conecta à rede, a tela do computador se
transforma numa janela para o mundo do saber. (HARASIM, 2005, p.19)
Educar em ambientes virtuais de aprendizagem não significa apenas transpor
para a aula on-line a mesma abordagem utilizada no ensino presencial, pois os
alunos estão separados, pela distância e pelo tempo e o contato que estes têm com
o professor e com os colegas se dá por meio de uma tela.
Quando se faz a transição da sala de aula para o ciberespaço, professores e
alunos lutam para se adequar às mudanças.
Não há mais uma comunicação unidirecional, vinda do professor para os
alunos e por isto, a aprendizagem não pode ser passiva, o que exige uma maior
dedicação dos alunos na construção do conhecimento.
Os alunos passam a ser responsáveis e disciplinados a postarem suas
contribuições no ambiente virtual, a colaborarem nas discussões dos conteúdos,
como afirma Palloff e Pratt (2002):
Aprender é um processo ativo, do qual tanto o professor quanto o aluno
devem participar para que ele tenha sucesso. No processo, cria-se uma
rede de aprendizagem. Em outras palavras, forma-se uma rede de
interações entre o professor e os outros participantes. (PALLOFF; PRATT,
2002, p.28)
Desde que o homem sentiu a necessidade de se comunicar por meio de
gestos, sons ou sinais, ficou clara a importância da interação entre as pessoas, tanto
para a aquisição de conhecimentos e desenvolvimento de habilidades, quanto para
o estabelecimento de um bem estar comum.
Não como tentar compreender o ser humano apenas como organismo
individual, isolado da sociedade, pois, parte de tudo o que o Homem conquistou,
seja do ponto de vista genético ou intelectual, teve a influência da associação com
outros indivíduos.
Para Moran (2000, p.59), com a incorporação das tecnologias, as relações
sociais têm presenciado uma verdadeira revolução nas formas de interação entre os
indivíduos:
61
Vive-se um período onde a integração de mídias ocorrem em grande
escala. Rádio, impressos, televisão, vídeo e internet estão entre as mais
comuns utilizadas na modalidade a distância, mas o grande diferencial está
no sistema multimídia e com isso, surgem novas formas de pensar, de agir
e se relacionar. Das mídias unidirecionais, como o jornal, o rádio e a
televisão, caminhamos para mídias mais interativas e mesmo os meios de
comunicação tradicionais buscam novas formas de interação. De uma
comunicação offline, estamos passando para um mix de comunicação off e
online. (MORAN, 2000, p.59)
Mas muitas organizações estão se limitando a transpor para o virtual apenas
adaptações do ensino presencial. Logo, para manter a interação entre alunos e
professores, é fundamental um suporte de meios tecnológicos que favorecem a
interatividade, o que torna imprescindível esclarecer a diferença entre os termos
interação e interatividade, segundo Belloni (1999):
É fundamental esclarecer com precisão a diferença entre o conceito
sociológico de interação ação recíproca entre dois ou mais atores onde
ocorre intersubjetividade, isto é encontro de dois sujeitos que pode ser
direta ou indireta (mediatizada por algum veículo técnico de comunicação,
por exemplo, carta ou telefone); e a interatividade, termo que vem sendo
usado indistintamente com dois significados diferentes em geral
confundidos: de um lado a potencialidade técnica oferecida por determinado
meio (por exemplo CD-ROMs de consulta, hipertextos em geral, ou jogos
informatizados), e, de outro, a atividade humana, do usuário, de agir sobre a
máquina, e de receber em troca uma “retroação” da máquina sobre ele.
(BELLONI, 1999, p.58)
A interatividade é uma modalidade de interação que promove uma
conversação dialógica entre os envolvidos no processo comunicacional uma
comunicação bidirecional entre emissor e receptor. “Portanto, a interatividade se
apresenta como um potencial de propiciar a interação, mas não como um ato em si
mesmo” (SILVA, 2003, p.203)
Podemos dizer que no paradigma da escola tradicional, havia pouca (ou
quase nenhuma) interação entre professor e aluno, numa a relação baseada em
grande parte na transmissão vertical do conhecimento e a comunicação seguia um
modelo emissor-receptor que atua de forma unidirecional e autoritária, onde os
alunos eram considerados como receptores, ocupados principalmente em ouvir e
anotar informações.
62
Neste novo espaço de interatividade não mais dois grupos distintos de
emissores e receptores, mas sim, emissores-receptores que podem constantemente
reconstruir conhecimentos, inclusive colaborativamente. “As novas tecnologias (...)
permitem a participação, a intervenção, a bidirecionalidade e a multiplicidade de
conexões. Elas ampliam a sensorialidade e rompem com a linearidade e com a
separação emissão/recepção” (SILVA, 2001, p.11)
Cabe aqui ressaltar que o termo interatividade refere-se a possibilidade de
diálogo, reciprocidade, comunicação efetiva. Belloni (1999) realça a importância da
interatividade para a manutenção do interesse dos aluno de EAD:
Nas análises e definições de EAD, como vimos, a ênfase é colocada na
descontigüidade (alunos dispersos, não podendo deslocar-se para reunir),
todavia é importante lembrar que o aspecto temporal, embora muitas vezes
negligenciado, é de extrema importância: o contato regular e eficiente, que
facilita a interação satisfatória e propiciadora de segurança psicológica entre
os estudantes e a instituição “ensinante”, é crucial para a motivação do
aluno, condição indispensável para a aprendizagem autônoma. (BELLONI,
1999, p.54)
A presença do diálogo entre professores e alunos, bem como sua extensão e
natureza, dependerá de vários fatores: o conteúdo/tema do curso, personalidades do
professor e do aluno e, principalmente, dos fatores ambientais, sendo um dos mais
importantes, o meio de comunicação utilizado na interação entre alunos e
professores.
Os recursos para comunicação nos ambientes virtuais de aprendizagem são,
basicamente, os mesmos existentes na Internet, como por exemplo, o correio, o
bate-papo, o rum. A gestão da informação é definida de acordo com as
características de cada sistema e pode ser representada por meio de diferentes
mídias, como as imagens, os textos, os sons.
É importante fazer uma distinção entre ferramentas de interatividade
síncronas e assíncronas, assinalando a influência que elas exercem nos ambientes
virtuais de aprendizagem.
As ferramentas que independem de tempo e lugar, como por exemplo, listas
de discussão, correio eletrônico, são classificadas como assíncronas e as
ferramentas de comunicação que exigem a participação dos estudantes em hora e
63
data marcada, são classificadas como síncronas, como por exemplo, chats,
videoconferências ou audioconferências por meio da Internet.
Todas estas ferramentas podem ser usadas nos ambientes virtuais de
aprendizagem, pois quanto mais recursos de interação (síncronas ou assíncronas)
forem disponibilizados, numa combinação inteligente das melhores características
de cada ferramenta, mais rico será o processo de ensino e aprendizagem.
Por isto observa-se nesta pesquisa de que forma o docente se relaciona com
o AVA Eureka, investigando aspectos relacionados à usabilidade das ferramentas,
interatividade professor/aluno, e outros.
Ensinar e Aprender num ambiente virtual de aprendizagem não significa um
processo de tarefas isoladas, mas sim, requerem processos de interação, tanto
entre professor e aluno, como entre aluno e aluno.
Os alunos são responsáveis pela sua própria aprendizagem e também são
instigados a contribuir no processo de aprendizagem de seus pares. ‘’Os integrantes
do grupo esperam que cada um faça sua parte, e o grupo todo pode falhar se isso
não acontecer.” (HARASIM, 2005, p. 263)
Ainda para a autora, a produtividade do grupo está associada à coesão dos
integrantes, pois todos se divertem trabalhando.
3.1.1 Contextualizando o papel do educador on-line
Diante de todas as mudanças tecnológicas e da velocidade das informações,
talvez a questão mais polêmica refere-se ao papel do professor, chamado a
desempenhar múltiplas funções, para muitas das quais não se sente preparado.
O professor deve assumir novas posturas e sua prática pedagógica deve
levar o aluno à construção de conhecimento. Para isto, é imperioso que o docente
conheça algumas competências essenciais para o exercício da função, bem como
as limitações da modalidade a distância. Como afirma Azevedo (2005):
Assim como aprender a usar o quadro e o giz não faz de ninguém um
professor convencional, aprender a usar computador, periféricos e software
não faz de ninguém um professor online. Professor online precisa ser antes
64
de mais nada convertido a uma nova pedagogia. Não é apenas mais um
novo meio no qual ele tem que aprender a se movimentar, mas é uma nova
proposta pedagógica que ele tem que ajudar a criar com sua prática
educacional. Assumir o papel de companheiro, liderança, animador
comunitário é algo bem diferente do que tem sido sua atividade na
educação convencional. Seu grande talento se deverá concentrar não
apenas no domínio de um conteúdo ou de técnicas didáticas, mas na
capacidade de mobilizar a comunidade de aprendizes em torno da sua
própria aprendizagem, de fomentar o debate, manter o clima para a ajuda
mútua, incentivar cada um a se tornar responsável pela motivação de todo o
grupo. (AZEVEDO, 2005)
Uma redefinição do papel do professor é decisiva para o sucesso dos
processos educacionais na sociedade da informação e do conhecimento,
incorporando as inovações como em qualquer outra profissão. A atuação docente é
um pilar fundamental para a estruturação de um curso a distância e deve oferecer
mais que a orientação didática: o professor precisa compreender a importância de
ser mediador, parceiro dos alunos, produtor de conhecimento.
Logo no início das atividades no AVA, o professor precisa criar um ambiente
caloroso, que seja aconchegante e possibilite aos alunos ficarem a vontade para a
participação: “O trabalho do professor é criar um ambiente caloroso e aconchegante,
que os instigue a um imediato começo de participação e que os tranqüilize, com
instruções claras e estruturas de apoio”. (HARASIM, 2005, p.224)
É interessante criar um breve Edital de boas vindas à sala e instigar, de
imediato, a navegação no ambiente. Outra idéia é criar um Fórum de Discussão,
solicitando que os alunos apresentem-se e digam quais o as expectativas em
relação ao curso. Cabe ao docente também, deixar claro a perspectiva de
participação dos alunos nas atividades online.
É fundamental que o professor faça comentários sobre a participação da
turma no ambiente, tecendo elogios quanto às contribuições nas discussões e
também registrando o descontentamento no caso de silêncio do grupo.
Cabe enfatizar aqui que o professor no ambiente virtual de aprendizagem não
deve ser aquele que apenas corrige, mas aquele que provoca o desejo pela
descoberta, que aponta possibilidades para novos caminhos, que minimiza as
distâncias espaço-temporais.
Por isto, o docente precisa ser um exemplo, para que os alunos sintam-se
encorajados a contribuir nas discussões, bem como, necessita motivar a iniciativa,
participação e autonomia de toda a turma. Quando um aluno demora ou deixa de
65
responder ao proposto, uma estratégia é enviar um e-mail de encorajamento, ou
então, um contato por telefone, para que sejam identificados os possíveis problemas
e dado o encaminhamento necessário.
Nesta modalidade, o trabalho do professor não é uma atividade solitária e
envolve toda uma equipe multidisciplinar, constituída por educadores, designers e
programadores.
A EAD é uma modalidade da educação cujo desenvolvimento relaciona-se
com a administração do tempo pelo aluno, o desenvolvimento da autonomia para
realizar as atividades indicadas no momento em que considere adequado, desde
que respeitadas as limitações de tempo impostas pelo andamento das atividades do
curso, o diálogo com os pares para a troca de informações e o desenvolvimento de
produções em colaboração.
Para se criar um processo de aprendizagem gerador de autonomia, as
instituições e os educadores precisam estar preparados para desenvolver novas
abordagens e novas habilidades.
O aluno precisa ser muito mais responsável pela própria aprendizagem que
um aluno de curso presencial, porém, não pode se sentir abandonado.
Ao professor, é fundamental ter a consciência que adotar a mesma
abordagem para todos os alunos não funciona, por isto, é necessário incorporar ao
processo de aprendizagem, tanto atividades individuais, quanto atividades de
construção coletiva.
As atividades individuais, caracterizadas por serem estruturadas com um
mínimo de interação entre os pares, podem ser, por exemplo: pesquisa na Internet,
leitura de textos e artigos, resolução de exercícios.
As atividades coletivas, mais comuns nos ambientes virtuais de
aprendizagem, incluem: listas de discussão relacionadas ao tema em estudo,
debates (preparados pelo docente ou incentivados por questões que surgem nas
listas de discussão), simulações, estudos de caso, projetos.
Mesmo que o aparato tecnológico não seja a principal preocupação do
professor, é preciso ter familiaridade com a tecnologia. O professor deverá preparar-
se e adaptar-se aos recursos, pois é por meio da interface que ele terá contato com
os alunos.
66
Nessa perspectiva não resta apenas ao sujeito adquirir conhecimentos
operacionais para poder desfrutar das possibilidades interativas com as
novas tecnologias. O impacto das novas tecnologias reflete-se de maneira
ampliada sobre a própria natureza do que é ciência, do que é
conhecimento. Exige uma reflexão profunda sobre as concepções do que é
o saber e sobre as formas de ensinar e aprender. (KENSKI ,2003, p.75).
As instruções para a realização dos trabalhos e exercícios devem ser claras e
objetivas, bem como o tempo que o aluno necessitará para dedicar-se a tais
atividades.
Embora o aluno de EAD seja considerado como alguém que aprende com
independência, cabe lembrar que ele precisa ter acesso a todos os serviços que são
oferecidos a um aluno de um curso presencial, atentando-se, principalmente, às
necessidades criadas pelo trabalho a distância, como por exemplo, a sensação de
isolamento.
Na sala de aula presencial, os alunos têm como observar as reações dos
professores (sorriso, movimento negativo com a cabeça) quando contribuem e como
isto não é visível num ambiente virtual, a tendência é aumentar a ansiedade em
relação ao seu desempenho. Daí emerge a necessidade da mediação pedagógica e
o desafio de pensar novas práticas para atender essa demanda.
3.1.2 Mediação pedagógica e a tutoria
Neste cenário, existe um personagem de fundamental importância o
professor tutor. Sua função ultrapassa os limites conceituais: assistente, preceptor,
conselheiro, mentor, mediador, facilitador e com certeza outras denominações ainda
surgirão: “O papel do Tutor, sobremodo, supera assim o conceito reducionista de
propostas meramente cnicas. O Tutor é um educador a distância” (LEAL, 2005,
p.3)
Em todas elas, no entanto, vale destacar que ele é educador como os demais
envolvidos no processo de gestão, acompanhamento e avaliação dos programas. O
maior desafio da ação tutorial em EAD é promover um processo de ensino e
67
aprendizagem transformador, onde o tutor passa a ser um agente facilitador da
aprendizagem e não somente a fonte.
O tutor é o elo entre a instituição e aluno e à medida que o processo de
ensino e aprendizagem se efetiva, a relação entre aluno e tutor aprofunda-se, daí
emerge a necessidade que o profissional da ação tutorial tenha facilidade de
comunicação, criatividade e dinamismo.
A capacidade para atuar como mediador e conhecer a realidade de seus
alunos em todas as dimensões (pessoal, social, familiar e escolar) é de
fundamental importância para que, de algum modo, ele ofereça
possibilidades permanentes de diálogo, sabendo ouvir, sendo empático e
mantendo uma atitude de cooperação e possa oferecer experiências de
melhoria de qualidade de vida, de participação, de tomada de consciência e
de elaboração dos próprios projetos de vida. (GONZALES, 2005, p,81)
A figura do tutor é de extrema importância em EAD, pois é ele quem interage
diretamente com os alunos, individualmente e em grupos, mantendo relações menos
hierarquizadas do que na educação presencial, minimizando distâncias e a evasão.
Ele é quem responde as dúvidas apresentadas pelos alunos a respeito do conteúdo
trabalhado no processo de ensino e aprendizagem:
No papel de mediador entre o saber e o aprendiz, o tutor sedutor tem a
perfeita consciência de que não é ele o detentor exclusivo do conhecimento,
mas antes de tudo, é uma ponte para a fluência dos saberes em
construção. (GONZALES, 2005, p.85)
Cabe a ele também mediar a participação e estimular a autonomia do aluno,
sua capacidade de intervir didaticamente constitui uma dimensão essencial para o
cumprimento das atividades e para o desenvolvimento das habilidades necessárias
para que o aluno possa atingir a competência proposta.
Segundo Gutierrez e Prieto (1994, p.62), a mediação pedagógica parte de
uma concepção oposta aos sistemas instrucionais baseados na mera transmissão
da informação.
Para estes autores, a mediação pedagógica inicia no tratamento dos materiais
de apoio disponibilizados aos alunos a fim de contribuir no desencadeamento do ato
educativo:
68
Todo desenvolvimento temático recorrerá, na medida do possível, aos mais
variados materiais de apoio, como quadros estatísticos, recortes de
imprensa, informações de última hora etc. Tais materiais serão também de
confrontação e de contraste. Nesse sentido, é preciso partir do princípio
pedagógico de que o autor educador” o está de posse da verdade e não
pode impô-la. É muito mais sadio oferecer recursos para formar opiniões e
favorecer o contraste delas, para o qual é de grande utilidade recorrer às
mais variadas fontes de informação e de apoio. (GUTIERREZ E PRIETO,
1994, p.69)
A fase seguinte da mediação pedagógica preocupa-se com a escolha dos
procedimentos considerados mais adequados para a aprendizagem, no
desenvolvimento de atividades e exercícios. E a terceira fase consiste no tratamento
com base na forma, ou seja, nos recursos como diagramação, ilustrações, etc.
Aqui, cabe ressaltar que a informação por si, não garante e não potencializa a
aprendizagem da mesma forma que uma informação mediada pedagogicamente. Na
educação presencial é o professor que desempenha o papel de mediador
pedagógico entre a informação e o saber a ser elaborado.
Em sistemas de educação a distância, um dos grandes desafios é a
elaboração de materiais didáticos, para que o conteúdo e seqüência motivem o
estudante e o leve a auto-aprendizagem.
Então, o professor e o tutor, além de conhecerem tecnicamente as
tecnologias, devem construir processos pedagógicos de interação com seus alunos
de modo que eles participem ativamente nas atividades desenvolvidas e que
predomine o entusiasmo para a permanência no curso.
Minimizar os percentuais de evasão nos cursos a distância talvez este seja
um desafio ao tutor, pois saber motivar cada aluno de acordo com seu perfil é uma
das suas maiores dificuldades.
O tutor precisa dar um retorno imediato (feedback) aos alunos, seja em
relação às contribuições no fórum (de dúvidas e de discussão), em relação aos
trabalhos ou aos e-mails enviados, confirmando as idéias e indicando aos alunos se
eles estão no caminho certo.
Para educar em ambientes virtuais de aprendizagem, além de repensar o
perfil e o papel do professor, é imprescindível destacar a importância do desenho
pedagógico dos conteúdos das aulas - o design instrucional do material didático.
69
Cada mídia tem sua especificidade, suas vantagens e limitações. Daí a
importância de conhecer, analisar e decidir qual é a mais indicada para cada
conteúdo.
Com o propósito de manter os alunos atentos, interessados, motivados e
participativos, o designer instrucional, orienta o professor a como elaborar uma
atividade, seja ela leitura, discussão, exercício, avaliação, etc. Ele organiza o plano
de trabalho, pensando no tempo de desenvolvimento, com a preocupação de o
deixar os alunos perderem o foco.
3.2 VÍDEOS DIGITAIS EM AMBIENTES VIRTUAIS DE APRENDIZAGEM
Concomitantemente com os novos paradigmas, surgem novas necessidades
no processo de ensino e aprendizagem. Novas tecnologias surgem com o propósito
de atender a tais necessidades, indiferentemente da modalidade de ensino
presencial ou a distância, potencializando exponencialmente, a criação de
conteúdos e gerando um novo paradigma comunicacional.
Estamos vivendo um momento de grandes mudanças, na transição de
sistemas analógicos para digitais. Com o advento da revolução digital, ocorreram
mudanças e inovações que agregaram recursos e facilidades a todas as áreas. Os
sistemas digitais são mais rápidos, flexíveis e ainda permitem a convergência entre
diferentes mídias. Este avanço tecnológico permitiu também que fosse reduzido o
tamanho das informações, viabilizando a transmissão na Internet.
[...] temos, pela primeira vez na história, a possibilidade de integrar, com
facilidade, rapidez e criatividade, todos os tipos de mídias (incluindo aquelas
originalmente não digitais) num único suporte. Ao permitir a fusão, a
mesclagem e a interconexão (não apenas como soma) de diversos tipos de
mídias, as novas tecnologias acabam abrindo possibilidades para a criação
de novas linguagens e novos signos comunicacionais.(SILVA, 2003, p.117)
Por isto podemos afirmar que as transformações que as tecnologias digitais
trouxeram para toda a sociedade são inegáveis, principalmente no campo da
comunicação audiovisual.
70
A disponibilização de vídeos por meio da Internet tem se tornado cada dia
mais freqüente. A utilização de vídeos tradicionais (analógicos, VHS) no processo de
ensino e aprendizagem apresentava inúmeras limitações, como por exemplo, além
de ocuparem espaço físico ao serem armazenados em videotecas, não era fácil
localizar pequenos fragmentos, demandando tempo e paciência.
A digitalização de materiais como imagens, sons, textos verbais, procedentes
de diferentes fontes, tornou possível combinações criativas destes recursos e aos
poucos, agregam à riqueza visual dos vídeos, também a característica da
interatividade.
Com as tecnologias de compressão e transmissão de informações, a
utilização de vídeos digitais aumentou significativamente, impulsionando novas
possibilidades de comunicação. Com a interação de diversas mídias utilizando a
Internet, podem-se produzir materiais audiovisuais que possibilitam acrescentar
qualidade ao processo de ensino/aprendizagem.
As potencialidades geradas pelos ambientes virtuais, entretanto, agregaram
novas razões aos defensores do uso de vídeos educacionais, sejam eles
aulas gravadas ou produções mais elaboradas, as quais podem, hoje, estar
associadas em conjuntos que favorecem a interatividade, a integração com
bancos de dados e outras fontes de pesquisa e aprofundamento.
(DALLACOSTA et al, 2004, p.6)
Este conjunto de transformações afetou diretamente a comunicação, não
apenas no sentido de conversão de artefatos analógicos para digitalizados, mas sim,
no sentido de estabelecer uma comunicação bidirecional, de todos para todos, com
uma multiplicação exponencial de fontes produtoras de informação.
Entendemos por digitalização o processo de captura de qualquer tipo de
documento, como textos, imagens e áudios, para permitir o gerenciamento
e acesso facilitado a essas informações através de recursos da informática.
(BARBOSA FILHO, CASTRO E TOME, 2005, p.28)
Neste contexto torna-se evidente que o professor deva estar familiarizado
com estas novas linguagens, possibilidades de recursos e materiais de apoio.
Neste capítulo, é contextualizada a utilização das mídias digitais na Educação
a distância, centrando-se na produção e na utilização de vídeos digitais em
71
Ambientes Virtuais de Aprendizagem e também é abordada a integração do vídeo
digital e a estruturação do ambiente virtual de aprendizagem Eureka.
3.2.1 O Uso Pedagógico do Vídeo em AVA
Discutir a utilização de vídeos digitais em AVA pressupõe refletir sobre as
várias dimensões desta prática desde a produção, metodologia e utilização, para
que se possa determinar sua amplitude no processo educativo, como também a
relação mediatizada que envolve dois atores principais: o professor e o aluno.
Inserir o aluno numa situação mediatizada nos remete a pensar no aluno com
um conotativo específico – o aluno-espectador. Isto mostra a implicação de um
tratamento da linguagem audiovisual e uma concepção deste recurso o apenas
como um auxiliar, mas sim como um instrumento integrante no processo de
formação.
A linguagem do vídeo pode ser altamente benéfica para o processo de ensino
e aprendizagem. Ela motiva e sensibiliza o aprendiz, além de distanciar-se da
linearidade das atividades educacionais que são elaboradas para atingir,
inicialmente, a razão.
Para Moran (1995), o vídeo, primeiramente dirige-se ao emocional:
O vídeo é sensorial, visual, linguagem falada, linguagem musical e escrita.
Linguagens que interagem superpostas, interligadas, somadas, não
separadas. Da sua força. Nos atingem por todos os sentidos e de todas
as maneiras. O vídeo nos seduz, informa, entretém, projeta em outras
realidades (no imaginário) em outros tempos e espaços. O vídeo combina a
comunicação sensorial-cinestésica, com a audiovisual, a intuição com a
lógica, a emoção com a razão. Combina, mas começa pelo sensorial, pelo
emocional e pelo intuitivo, para atingir posteriormente o racional. (MORAN,
1995)
Logo, é importante ressaltar o quanto é imprescindível considerar tais
características para a produção de vídeos em Educação.
Tradicionalmente, o vídeo pedagógico estava associado à transmissão de
informações de forma ‘ilustrada’, com imagens e sons. Porém com a utilização de
72
diferentes recursos tecnológicos no processo de ensino e aprendizagem, como o
uso de softwares, fotografias, Internet possibilitou novos olhares e novas práticas na
Educação e aumentaram, significativamente, o potencial comunicacional dos
materiais de apoio.
Cabe aos educadores descobrirem o potencial pedagógico destes recursos
tecnológicos, explora-los ou recusá-los. Segundo Ferrés (1996), todas as
tecnologias de áudio e vídeo possuem vantagens e também desvantagens, sendo
necessário conhecê-las para melhor usufruí-las, levando-se em consideração as
necessidades dos estudantes e as exigências de cada conteúdo.
É importante ressaltar que enquanto o livro processa as informações de
maneira linear, o audiovisual processa em paralelo, interagindo as informações em
duas fontes distintas: a visual e a auditiva.
Aqui, podemos recorrer a Ferrés (1998), quando ele fala sobre a experiência
de ver TV. O autor afirma que por ser o meio televisivo icônico, baseado em
imagens num universo dinâmico, o telespectador se habitua a uma hiperestimulação
sonora e visual, o que altera a percepção de tempo e produz no receptor uma
experiência unificada: “Na boa mensagem audiovisual, as emoções, provocadas
pela interação dos elementos visuais e sonoros, são portadoras de idéias” (Ferrés,
1998, p.130).
Ao contrário da leitura de um texto escrito, que é um procedimento analítico, a
“leitura” do vídeo, da imagem em movimento, é feita “submergindo-se nela. É uma
operação sintética, que, primeiramente, é realizada de forma global.” (FERRÉS,
1996, p. 13)
Ou seja, ainda que existam imagens no texto impresso, podemos dizer que
diferencial do audiovisual está associado ao aspecto de que o leitor não precisa
processar as informações seguindo a uma orientação “rígida” (da esquerda para
direita, de cima para baixo) e ao fato de que as imagens não são estáticas. Imagens
em movimento agregadas a recursos sonoros são capazes de “encantar” o “leitor”.
O vídeo como tecnologia pode se transformar em uma grande tentação.
Ainda que algumas pessoas sejam contra qualquer manifestação
tecnológica, a maioria dos indivíduos sente diante do vídeo uma espécie de
magnetismo. Se tem uma câmara, é difícil fugir ao impulso de colocar-se
imediatamente a gravar, a brincar, a experimentar, a ensaiar tomadas cada
vez mais sofisticadas. (FERRÉS, 1996, p.91-92)
73
Porém, somente o fato de integrar a ferramenta de vídeo num AVA não
assegura que este meio proporcionará situações inovadoras no processo de ensino
e aprendizagem. Para que isto ocorra, faz-se necessário que o professor,
primeiramente, faça um cuidadoso planejamento, que selecione, organize e
contextualize as informações e estabeleça novas conexões.
Por isto, não é somente a formação deste profissional para o uso do recurso
que é importante, mas sim, é fundamental o processo de integração desta mídia
dentro da visão de papel do educador. Ou seja, é necessário identificar qual é a
imagem de aluno que o professor traz embutida em sua prática, em sua ação
pedagógica.
Cabe lembrar que tanto a televisão como o vídeo o meios audiovisuais que
combinam sons e imagens de forma dinâmica e inter-relacionada e que a utilização
de ambos têm sido considerada como meios importantes no processo de ensino e
aprendizagem. Entretanto, tal utilização tem sido associada, muitas vezes, a um
processo linear de aprendizagem.
Quando se fala em televisão, deve-se levar em conta que sua programação é
limitada a horários fixos, tanto em relação à duração, quanto à transmissão. o
vídeo possui maior flexibilidade quanto à visualização, podendo ser interrompido e
repetido a qualquer momento e sempre que se fizer necessário. Esta característica,
em especial, permite aproximá-lo de outros materiais didáticos, como o material
impresso, por exemplo.
Cabe aqui, citar a pesquisa de Cinelli (2003) que aponta algumas vantagens
na utilização do vídeo em sala de aula, destacando entre elas, as facilidades de
manipulação e manuseio, o que diferencia este recurso da televisão:
A primeira das grandes vantagens do vídeo em sala de aula está no fato do
utilizador poder manuseá-lo, manipulá-lo como se “folheasse um livro”:
avanços, recuos, repetições, pausas, todas essas interferências no ritmo e
norma habitual de apresentação da mensagem audiovisual que distinguem
a televisão do vídeo. (CINELLI, 2003, p.38)
Neste contexto, a perspectiva de exploração do recurso é extremamente rica.
Além disso, cria-se um espaço para a contextualização do conhecimento que vai
além do conteúdo expresso.
74
A partir destes pressupostos, são diversos os exemplos e possibilidades de
utilização do vídeo em EAD, entre eles:
A possibilidade de filmar as aulas presenciais e disponibilizá-las on-line, para
que os estudantes assistam quantas vezes for necessário, a fim de rever
conceitos, esclarecer dúvidas ou reforçar alguns conteúdos e temas de
estudo;
A utilização de vídeos digitais numa base de dados para armazenar
exemplos, auxiliando e na compreensão de determinados conteúdos, ou
ainda projetando casos de situações práticas ou de situações-problema;
A apresentação do professor e do curso, onde o professor, além de se
apresentar para a turma, descreve também a proposta e a organização do
curso;
Para introduzir um módulo, onde é apresentado um resumo sobre o conteúdo
que será abordado no módulo e como será trabalhado;
O fechamento do curso, ou do dulo, para que sejam relembrados alguns
conceitos de maior relevância ou ainda para esclarecer alguns pontos de
maiores dificuldades para a turma;
A disponibilização de vídeos teóricos, servindo como apoio para as
atividades.
Ao adotar o vídeo como material de apoio, Ferrés (1996), aponta alguns
critérios para a utilização de vídeos no processo de ensino e aprendizagem e seus
princípios serão aqui observados, pois estão em sintonia com a abordagem desta
pesquisa. Para o autor é de extrema importância levar em consideração que:
Para uma utilização didática apropriada da mídia Vídeo, é necessário
promover uma mudança nas estruturas pedagógicas, ou seja, optar por
utilizá-la como um meio inovador a serviço da pedagogia tradicional ou então,
aceitar a tecnologia com sua capacidade inovadora a favor da transformação
de todo sistema educativo.
A integração do vídeo no processo de ensino e aprendizagem não substitui o
professor, todavia, instiga mudanças na sua função pedagógica.
75
Para um bom aproveitamento didático do vídeo, é imprescindível a formação
específica dos professores para a utilização desta tecnologia “formação
técnica e tecnológica, formação expressiva e formação didática” (FERRÉS,
1996, p. 35). O professor além de conhecer as técnicas, deve saber escolhe-
las, estar motivado e preparado para uma nova forma de pensar e de se
comunicar.
Utilizar o vídeo não significa abandonar os demais recursos audiovisuais, mas
sim, saber escolher e selecionar os meios que sejam adequados a cada tipo
de conteúdo e caractesticas dos alunos.
Integrar o vídeo ao processo educativo não deve anular a experiência dos
alunos, ao contrário, deve valorizar a realidade para que este meio não se
torne apenas um ilustrador de discursos.
O vídeo é uma tecnologia ambivalente, ou seja, não é boa nem má por si só e
sua eficácia depende do uso que é feito dela.
A utilização do vídeo como um recurso audiovisual deve estar centrada em
práticas pedagógicas inovadoras, onde o processo é mais importante que o
produto. Logo, o vídeo não se reduz a exibição de programas, mas sim,
estabelece meios para uma construção dinâmica do conhecimento.
O vídeo, como todo meio comunicacional, possui uma forma de expressão
específica, autônoma e independente. Por isto, cabe ao educador determinar
a função que seja adequada.
Quanto mais a tecnologia for posta na mão dos alunos, mais eficaz será o seu
uso. Ou seja, é imprescindível que os alunos possam manipular
criativamente, etc.
3.2.1.1 Modalidades de utilização didática do vídeo
Como foi apresentado, existem várias maneiras de utilização do vídeo no
processo de ensino e aprendizagem e com as constantes novidades, como por
exemplo, no caso desta pesquisa vídeos digitais sendo integrados em ambientes
virtuais de aprendizagem abrem-se novas possibilidades a serem exploradas.
76
Moran (1995) e Ferrés (1996, p.20-26) desenvolveram alguns conceitos,
numa tentativa de sistematização, de estruturação, de base para a descoberta de
novas formas de uso desta tecnologia. Porém, cabe ressaltar, esta proposta não é
fechada e nem definitiva, estando aberta a adaptações de acordo com a realidade.
A caracterização apresentada a seguir, tem como base a conceitualização
elaborada por Ferrés (1996) e alguns conceitos equivalentes apresentados por
Moran (1995).
Ferrés (1996) Moran (1995)
Videolição: pode ser considerada como
próxima de uma aula expositiva.
Segundo Ferrés (1996, p. 21), pode
servir para complementar um tema de
estudo e será útil quando existir a
necessidade de transmitir informações
audiovisuais. Não deve ser utilizada sob
o enfoque de substituição do professor
pela tecnologia.
-
Videoapoio: esta modalidade pode ser
considerada como equivalente dos
dispositivos de apoio, tendo como
objetivo, reforçar o discurso do
professor.
Vídeo como ilustração: Para o autor, o
vídeo pode ser utilizado para trazer para
a sala de aula, realidades distantes dos
alunos.
Videoprocesso: Para Ferrés (1996,
p.23), esta modalidade é “uma das
fórmulas mais criativas no uso didático
do vídeo. Uma fórmula que pode e deve
ser reinventada a cada dia”.
Vídeo como produção: Refere-se à
modalidade de uso na qual os alunos se
sentem responsáveis pela criação e
sujeitos ativos no processo. Esta
modalidade abrange também, no
conceito de Moran (1995) o “Vídeo como
avaliação” e o “Vídeo como espelho”,
onde o professor pode examinar sua
comunicação com os alunos quanto às
qualidades e defeitos.
77
Programa motivador: Ferrés (1996, p.
23) define esta modalidade como sendo
destinada fundamentalmente para
proporcionar a motivação inicial sobre
um assunto.
Vídeo como sensibilização: Para o autor,
é importante para despertar a
curiosidade e instigar o desejo pela
pesquisa.
Programa monoconceitual: Neste tipo, a
utilização de vídeo centra-se num tema
específico, são breves e simples.
Em Moran (1995), o conceito mais
próximo é o “Vídeo como conteúdo de
ensino”. Para o autor, nesta modalidade,
o vídeo mostra determinado assunto de
forma direta (quando orienta a
interpretação) ou indireta (quando
permite múltiplas abordagens).
Vídeo interativo: Neste caso, seria o
vídeo associado à outra tecnologia,
como por exemplo, vídeo e informática.
Em Moran (1995), o conceito
semelhante seria “Vídeo como
integração e suporte”, ou seja, o vídeo
interagindo com outras mídias e
adquirindo uma nova dimensão.
Tabela 1 – Formas de utilização do vídeo
Utilizar a mídia deo no processo educativo também nos leva a refletir sobre
o uso inadequado da tecnologia, que pode ser prejudicial ao aproveitamento de suas
potencialidades. Moran (1995) elenca algumas situações:
1. Vídeo tapa-buraco: quando o vídeo é utilizado para suprir a ausência do
professor;
2. Vídeo-enrolação: quando a exibição do vídeo é desvinculada do tema em
estudo;
3. Vídeo-deslumbramento: quando o meio é utilizado de maneira exagerada,
deixando de lado outros recursos;
78
4. Vídeo-perfeição: quando existe a tendência de questionar as imperfeições da
mídia, tanto em relação ao conteúdo, como no que diz respeito à técnica e
estética.
5. vídeo: quando não existe nenhuma discussão e nem integração aos
outros momentos da aula.
A utilização inadequada desta tecnologia, na maioria das vezes está
associada ao fato do professor não possuir a formação específica necessária para a
incorporação deste meio no processo de ensino e aprendizagem.
3.2.2 O Processo de Produção de Vídeos para a Web
O processo de produção de vídeos, aqui, especialmente, a produção de
vídeos para a web, engloba recursos humanos e materiais, indispensáveis para as
gravações.
Para Kindem e Musburger (1997), o processo de produção de vídeos é
composto por três etapas:
Pré-produção: Consiste na preparação, planejamento e projeto do deo a
ser produzido Essa etapa abrange todas as demais atividades que serão
realizadas, desde a concepção da idéia inicial até a filmagem;
Produção: Esta é a etapa em que são feitas as filmagens das cenas que
compõem o vídeo. As filmagens são realizadas em tomadas, isto é,
intervalos de tempo entre o início e o término de cada gravação. Uma cena,
portanto, é composta por um conjunto de tomadas, e um vídeo é composto
por um conjunto de cenas. Depois de terminadas as filmagens começa a
pós-produção do vídeo;
Pós-Produção: Essa última etapa recobre todas as atividades até então
realizadas para a finalização do vídeo quando então se faz a edição e a
organização das tomadas gravadas para composição das cenas e do vídeo
como um todo. (KINDEM; MUSBURGER, 1997 apud VARGAS et al, 2007,
p. 2-3)
A etapa da pré-produção abrange: a Sinopse (storyline) que é um resumo
geral do conteúdo que se exibido no vídeo; o Argumento que é passo
intermediário entre a sinopse e o roteiro cujo objetivo é descrever brevemente como
79
se desenvolverá a ação; o Roteiro que consiste no detalhamento de tudo o que vai
acontecer no vídeo e divide o vídeo em cenas com o objetivo de informar,
textualmente, o leitor a respeito daquilo que o espectador verá e ouvirá no vídeo e o
Storyboard que é a representação das cenas do roteiro em forma de desenhos
seqüenciais, semelhante a uma história em quadrinhos, tornando mais fácil a
visualização das cenas antes que sejam gravadas.
Nesta pesquisa, a etapa de pré-produção abordou somente o Roteiro. E como
não será executada a edição dos vídeos gravados pelos professores para o
ambiente Eureka na etapa de s-produção, cabe aqui, ressaltar a importância da
gravação quando a opção é por não fazer a edição do vídeo:
Se não for feita edição posterior, o processo é simplificado, com a omissão
de uma etapa, porém a fase de gravação é muito mais delicada. A gravação
deve ser feita na mesma ordem em que aparecem os planos do roteiro. O
ritmo deve ser dado às imagens na medida em que são gravadas. O ritmo é
precisamente o mais difícil de se obter em um programa, de maneira que
nesta modalidade de gravação deve ser prevista, com muita precisão, a
duração destinada a cada plano. (FERRÉS, 1996, p.100)
A seguir, serão apresentados fundamentos básicos quanto ao Roteiro e à
Gravação.
3.2.2.1 Roteiro
O vídeo surge de uma idéia e esta idéia é transformada num roteiro. De
acordo com DOC (1999), a idéia é a primeira etapa do roteiro, pois ela provoca no
escritor a necessidade de relatar.
O roteiro consiste de uma descrição detalhada e ordenada de cada cena,
cada texto, imagem, sica, etc., que compõem o vídeo. De acordo com Brasil
(2006), "roteiro é uma história contada em imagens, mas através de palavras".
O roteiro é o elemento inicial, ele consiste em um discurso verbal, escrito de
forma a permitir a pré-visualização do filme, objetivando passar ao leitor a mesma
informação que um espectador recebe ao ver o vídeo, em forma de imagens
80
descritas em palavras. Logo, ele é de fundamental importância para a produção de
um bom vídeo, porém não indica apenas a seqüência das cenas a serem gravadas,
ainda que a maioria das pessoas pense ser esta a finalidade.
O roteiro permite que se providenciem os recursos para que tudo esteja em
ordem e disponível no momento da gravação.
Ferrés (1996, p.95-103) aborda em sua obra, três tipos de roteiros: o Roteiro
literário, o Roteiro técnico e o Roteiro Didático.
O roteiro literário consiste numa transcrição escrita e detalhada de todo o
desenvolvimento do deo. Ao elaborar este roteiro é necessário pensar além do
audiovisual, como ressalta Ferrés (1996):
Não basta pensar só em imagens: tem-se que pensar em imagens em
movimento e sonoras, captadas por uma câmara igualmente móvel e com
um desenvolvimento seqüencial que exigirá também um ritmo dinâmico.
(FERRÉS, 1996, p.95)
Pensar o ritmo (tempo de duração), os recursos mais oportunos para as
diferentes situações, os efeitos, lembrando-se de que a atenção tende a baixar no
final, logo, será de fundamental importância, reservar alguns elementos surpresa e
com emotividade.
O roteiro técnico é uma transcrição escrita das imagens e sons, ou seja, como
eles aparecerão no vídeo. É importante destacar o pensamento de Brasil (2006):
“Tudo que é falado no filme deve estar no roteiro”.
Ferrés ressalta que, normalmente, o roteiro técnico é dividido em duas
colunas – O que se vê e O que se escuta – e estas colunas estão correlacionadas.
O vídeo como um todo é dividido em seqüências e cada seqüência, dividida
em planos. Estes planos são denominados de tomadas. E cada tomada fornece
informações visuais e sonoras e é no roteiro técnico que estas informações o
previstas.
Quanto ao que se vai ver, é fundamental pensar nos “atores” (em quem vai
apresentar), no cenário e seus objetos (os elementos ambientais) e também em
81
como o conteúdo será apresentado, o enquadramento
6
, os ângulos
7
, os
movimentos, a iluminação. Em caso de longas tomadas, aqui também deverá estar
previsto se existirá corte, fade
8
, etc.
O enquadramento, para Dantas (2006), pode ser classificado conforme a
tabela:
Enquadramento
Exemplo
(English Resources, 1999)
Plano Geral (PG): Exibe todo o
ambiente onde está o objeto da
filmagem, com este pouco definido ao
centro.
Plano Aberto (PA): Mostra todo o objeto
da filmagem e nada mais. Por exemplo:
na filmagem de uma pessoa de corpo
inteiro.
Plano Americano (PAm): Exibe um
pouco mais da metade do objeto (mais
ou menos dois terços). Por exemplo: na
filmagem de uma pessoa, mostra a
mesma da cabeça até um pouco abaixo
da cintura.
6
É o tipo de plano que será utilizado para apresentar o personagem e o cenário em cada
tomada. O enquadramento define como os elementos irão aparecer na tela do vídeo.
7
É o posicionamento vertical da câmera em relação ao personagem.
8
Recurso de efeito visual. Surgimento ou desaparecimento gradual da imagem (fade-in e
fade-out).
82
Plano Médio (PM): Mostra a metade do
objeto. Por exemplo: na filmagem de
uma pessoa, mostra da cintura para
cima.
Plano Próximo (PP): Exibe um terço do
objeto filmado. Por exemplo: utilizado
quando se exibe uma pessoa que
apresenta um telejornal.
Close: Exibe uma parte significativa do
objeto. Por exemplo: o rosto de uma
pessoa.
Close Up: Mostra um detalhe
significativo do objeto. Por
exemplo: os olhos de uma pessoa.
Tabela 2 – Enquadramento
Fonte: Adaptado de DANTAS, A. M. Organizando a Produção Audiovisual. Disponível em:
<http://www.mnemocine.com.br/cinema/principindex%20.htm>
Imagens: ENGLISH RESOURCES. Camera Shots. 1999. Disponível em:
<http://www.newi.ac.uk/englishresources/workunits/ks4/media/camshots.html>
Quanto ao que se vai escutar, nesta etapa é prevista a inserção de músicas,
efeitos sonoros, a qualidade da voz o tom, a ênfase, a entonação, o volume, bem
como, também é pensado nos ruídos ambientais e como minimiza-los.
83
O roteiro didático é o plano de trabalho para a gravação do vídeo, ou seja,
nele está explicitada a ordem lógica das unidades (as tomadas), o tempo destinado
para a gravação, o tempo de duração de cada tela, o material auxiliar (como por
exemplo, fotografias, gráficos, etc.).
3.2.2.2 Filmagem
Um vídeo para ser bem feito não depende apenas de um bom conteúdo (o
enredo). É necessária também, uma boa filmagem, ou seja, a maneira como este
conteúdo será apresentado.
A produção de vídeos exige alguns cuidados e procedimentos como, por
exemplo, na gravação.
Quanto à estrutura física, a gravação deve ser feita em local apropriado para
proporcionar um melhor desempenho da atividade. Não é necessário pensar em
sofisticação, pois uma sala simples pode servir de estúdio. A preocupação deve ser
em relação à iluminação e isolamento acústico.
Antes da gravação, é importante que se conheça e se esteja familiarizado
com o equipamento de gravação, a fim de minimizar dificuldades técnicas e
possibilitar que o apresentador sinta-se à vontade no ambiente.
Quanto à indumentária, o apresentador deve evitar vestuário com estampas,
listras e quadriculados, bem como, evitar usar acessórios com muitos detalhes. O
ideal é usar um figurino que contraste com o cenário (plano de fundo).
3.3 O AMBIENTE VIRTUAL DE APRENDIZAGEM EUREKA
3.3.1 Contextualização
84
O EUREKA foi desenvolvido em 1999, pelo Laboratório de Mídias Interativas
(LAMI) da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), por meio de um
acordo tecnológico com a Siemens Telecomunicações. Este convênio foi iniciado em
1998, e finalizado em 2001. (MATOS ;TORRES, 2004) .Neste período o sistema foi
utilizado tanto pela Siemens, em treinamentos a distância, quanto pela PUCPR, para
cursos de extensão a distância e parcerias para o apoio aos cursos de graduação
presenciais. Após o término do convênio, o ambiente tornou-se uma ferramenta
utilizada pela PUCPR. Matos (2004) define o Eureka como:
(...) um ambiente virtual de aprendizagem que favorece novas formas de
lidar com grandes quantidades de informações e permite sua exploração em
diferentes contextos numa perspectiva que pode ser individual ou grupal.
Representa um ambiente tecnológico em que os alunos podem partilhar um
espaço de trabalho, informação, pesquisa, construção, troca, cooperação e
colaboração, por meio de um espaço virtual. Podem encontrar-se em tempo
real, porém a distância. No entanto, para acontecer e permitir tudo isso é
necessário partilhar conhecimentos, haver interação, além do próprio
sistema individual. O Eureka permite este espaço, dando abertura a
discussão e realização de várias representações virtuais e organizando
estas informações com o grupo. (MATOS, 2004, p.36)
Ou seja, é um AVA que além de suportar grandes quantidades de
informações, objetiva, por meio de suas ferramentas, possibilitar a interatividade
entre os participantes – professor/aluno, aluno/aluno.
Durante o desenvolvimento desta pesquisa, o Eureka passou por uma fase de
mudanças. Foi criado um portal, com uma nova interface, onde foram incorporadas
novas funcionalidades e reaproveitadas as funcionalidades do ambiente que estava
em uso, ou seja, as funcionalidades não foram alteradas, mas sim, reorganizadas.
As mudanças foram feitas frente à necessidade de facilitar o acesso às
informações e atividades e com o objetivo de melhorar e agilizar a navegação.
Para facilitar o acesso às principais funcionalidades, o Eureka foi dividido em
duas áreas principais: a Área Geral, onde estão os Dados Pessoais e as
Funcionalidades Gerais e a Área da Sala, onde estão apenas as funcionalidades
associadas à Sala.
85
Figura 1- Áreas do Novo Eureka
Fonte: PUCPR. Diretoria de EAD. Apresentação Alunos 2008.
O Login ou entrada no Eureka é permitido somente para usuários que
possuírem identificação. O usuário obtém seu nome de usuário e senha, durante o
processo de cadastramento.
86
Figura 2- Página Inicial EUREKA. Login.
Fonte: PUCPR. Eureka. Disponível em: <http://eureka.pucpr.br> Acesso em: 06 Fev 2008
Na tela inicial, além da navegação por perfil (professor/aluno), agora
aparecem os Editais mais novos de todas as salas e também a Agenda, que contém
as atividades propostas nas Salas.
87
Figura 3 - Página Inicial Novo Eureka. Perfil Aluno.
Fonte: PUCPR. Eureka. Disponível em: <http://eureka.pucpr.br> Acesso em: 07 fev. 2008
A navegação por perfil facilitou o gerenciamento das salas e atividades e
determinou rapidamente a visualização da interface como um todo. Posteriormente
serão criados novos Perfis, com o objetivo de facilitar o acesso e personalizar ainda
mais o ambiente.
O Eureka está estruturado a partir de um menu principal, composto pelas
áreas Agenda, Salas, Correio Geral e Pasta Pessoal e a partir de cada um desses
itens é possível acessar rapidamente os módulos do ambiente.
Assim que o usuário acessa o sistema, pode visualizar os Editais de todas as
salas e ao mesmo tempo, visualizar a Agenda com todos os compromissos e
tarefas.
A Agenda foi desenvolvida com o objetivo de simplificar o uso e centralizar,
numa única interface, todas as atividades referentes às salas. Nesta funcionalidade,
além de visualizar as atividades, também é possível acessa-las nas salas. Além
disso, é possível aplicar filtros de visualização tanto da sala como da atividade.
88
Figura 4 - Página da Agenda do Novo Eureka
Fonte: PUCPR. Eureka. Disponível em: <http://eureka.pucpr.br> Acesso em: 07 fev. 2008
O espaço “Salas” compreende tanto as salas ativas, salas encerradas e
também salas canceladas. O usuário poderá procurar por área e nome de sala,
alguma sala para solicitar habilitação, desde que não seja acadêmica.
89
Figura 5 – Salas. Salas Ativas
Fonte: PUCPR. Eureka. Disponível em: <http://eureka.pucpr.br> Acesso em: 04 mai. 2008
Assim que o usuário acessa uma Sala, ele tem acesso a diferentes
funcionalidades, mostradas a seguir.
3.3.2 Módulos e funcionalidades do Sistema
O Eureka foi organizado concentrando-se nas ações que o usuário deseja
fazer, como por exemplo, trabalhar com arquivos, comunicar, estudar, configurar,
etc.
Por isto, as funcionalidades foram organizadas da seguinte forma:
Arquivos
Área para disponibilização de arquivos contendo informações referentes à
sala.
Comunicação
90
Esse módulo engloba as ferramentas de comunicação:
-Edital - Exibe avisos importantes referente à Sala.
-Fórum - Apresenta uma base de conhecimento de tópicos e respectivas
contribuições sobre assuntos relativos às Salas em andamento. Permite a
inclusão de novos tópicos e respectivas respostas.
-Chat - Proporciona a comunicação em tempo real entre os participantes de
uma Sala que estão acessando a ferramenta simultaneamente.
-Correio - Este módulo tem como principal objetivo a comunicação, o envio
e a recepção de mensagens entre os participantes da sala.
-Contatos - Mostra informações de todos os participantes da Sala.
Estudos
Esse módulo engloba as ferramentas de estudo:
-Plano de Trabalho - Permite o controle das atividades a serem realizadas
pelos participantes de uma Sala. Sua função é semelhante a uma agenda
de atividades.
-Webgrafia - Encontram-se aqui os links e respectivos comentários de
endereços interessantes a serem visitados durante o andamento da Sala.
-Material Didático Permite que o professor crie roteiros de estudo para os
alunos a partir de um banco de conteúdos.
-Agenda de Provas - Independente da sala do Eureka a qual os Professores
estejam acessando, eles poderão usar a Agenda de Provas para aplicar
avaliações para a sala corrente utilizando seu banco de avaliações.
Painel de Bordo
Contém informações sobre a Sala.
-Estatísticas – Oferece informações estatísticas de cada participante da
Sala, relacionadas com cada um dos módulos.
-Relatórios Apresentam os relatórios de notas aos usuários da Sala,
oferece também os relatórios de acesso ao material didático dos
participantes da sala ao professor e o relatório de acesso as ferramentas do
Eureka dos usuários ao professor.
-Dados da Sala Apresenta informações da Sala, como: Nome,
Professores responsáveis, Descrição da Sala, Programa e url.
O Eureka possui uma interface simples e este conjunto de funcionalidades
(síncronas e assíncronas), favorece a comunicação no ambiente, onde professores
e alunos podem compartilhar informações de forma criativa, dinâmica e desafiadora.
No módulo ‘Arquivos’ podem ser disponibilizados arquivos contendo
informações referente a uma sala e caso seja necessário, o professor poderá
disponibilizar arquivos para o estudo de determinado assunto. Sua funcionalidade é
muito similar ao Windows Explorer (Gerenciador de arquivos do Windows). Assim,
para acessar uma pasta ou arquivo basta clicar sobre o nome do mesmo.
A estrutura inicial do repositório de arquivos do módulo Arquivos é composta
pelas pastas Conteúdo e Espaço Aberto. A pasta Conteúdo é o local destinado
91
apenas para o professor colocar os arquivos relacionados a um conteúdo da Sala.
Dessa forma, os Alunos o possuem permissão para inserir arquivos. A pasta
Espaço Aberto é destinada para que todos os participantes possam contribuir com
informações para a sala, podendo inserir e compartilhar arquivos e pastas livremente
e os quais julgarem convenientes.
Figura 6 - Página Arquivos.
Fonte: PUCPR. Eureka. Disponível em: <http://eureka.pucpr.br> Acesso em: 21 jun 2007
Na área de Comunicação, o usuário encontra, primeiramente, o Edital.
Segundo Matos e Gomes (2003, p.60), o módulo Edital representa um espaço de
comunicação aberto dos professores com os alunos, é o ponto de entrada da sala
virtual.
(...) o Edital serve para organizar e padronizar o processo de comunicação,
agendamento, formação de equipes, aviso de datas de provas ou mudança
de datas, dentre outras atividades importantes. (...) A simples utilização do
edital, neste sentido, tem servido para minimizar os ‘ruídos’ no processo
comunicacional entre alunos e professores.
92
Este recurso do ambiente serve como um quadro de avisos, como um “mural”,
para que os professores possam informar aos alunos sobre assuntos relevantes ao
curso, datas significativas, instruções para trabalhos e atividades, ou também para
estabelecer normas e regras para o ambiente.
Figura 7 - Página do Edital da sala com avisos
Fonte: PUCPR. Eureka. Disponível em: <http://eureka.pucpr.br> Acesso em 04 mai. 2008.
Somente o professor pode administrar o Edital - inserindo, alterando ou
excluindo seus avisos. Cabe ao usuário participante visualizar periodicamente as
informações nele contidas para organizar e agendar suas atividades na Sala.
O Fórum é o módulo utilizado para discussões assíncronas, ou seja, permite a
troca de informações entre os participantes de uma sala sem que todos estejam
presentes simultaneamente.
Ele é formado por um conjunto de contribuições dos integrantes de uma sala,
sendo que uma contribuição que indique o início de uma nova discussão é chamado
de Novo Tópico. Com o intuito de facilitar seu entendimento, o Fórum possui duas
formas para inserir contribuições. Na primeira basta clicar na janela ações
93
escolhendo a opção Novo pico, assim será criada uma nova contribuição
representando o início de uma nova discussão. A segunda opção chama-se
Responder que permite a realização de comentários relativos a uma contribuição ou
a um tópico existente no rum. Esta ferramenta pode ser utilizada, por exemplo,
tanto para desenvolver uma discussão em torno de uma questão desencadeadora
ou a partir da leitura de um capítulo de um texto.
Figura 8 - Página do Fórum
Fonte: PUCPR. Eureka. Disponível em: <http://eureka.pucpr.br> Acesso em 04 mai. 2008.
O módulo Chat proporciona uma comunicação síncrona - em tempo real, uma
comunicação direta entre os participantes da sala. O Chat pode ser utilizado para o
esclarecimento de vidas, para discussão de um tema em estudo, ou
simplesmente, para uma conversa. Para Silva (2003), o chat impulsiona a
aprendizagem, pois:
O chat potencializa a socialização online quando promove sentimento de
pertencimento, vínculos afetivos e interatividade. Mediado ou não, permite
94
discussões temáticas e elaborações colaborativas que estreitam laços e
impulsionam a aprendizagem. (SILVA, 2003, p.65)
O professor pode inserir o evento, preenchendo a data e hora de início,
definindo um Título, bem como a duração do evento de Chat, em minutos. Após a
realização do Chat, o sistema disponibiliza um relatório contendo todas as
mensagens públicas enviadas durante o evento. Este relatório pode ser utilizado
para o Tutor verificar a participação dos alunos durante a sessão de Chat.
Figura 9 - Página do Chat
Fonte: PUCPR. Eureka. Disponível em: <http://eureka.pucpr.br> Acesso em 04 mai. 2008.
O Correio proporciona a comunicação, o envio e a recepção de mensagens
entre os participantes da sala, os quais podem ler, criar, responder, encaminhar e
excluir mensagens. O sistema também permite o envio na íntegra das mensagens
enviadas no Eureka para o correio externo cadastrado pela pessoa.
95
Figura 10 - Página do Correio
Fonte: PUCPR. Eureka. Disponível em: <http://eureka.pucpr.br> Acesso em: 04 mai 2008.
Em Contatos é apresentada a lista de participantes com os dados cadastrais
dos usuários que estão habilitados na sala.
A lista de participantes apresenta a tela dividida em duas áreas: uma que
contém a relação de participantes em ordem alfabética e outra que contém dados do
participante selecionado.
96
Figura 11 - Página Contatos
Fonte: PUCPR. Eureka. Disponível em: <http://eureka.pucpr.br> Acesso em: 04 mai 2008.
Na área de Estudos, o usuário encontra, primeiramente o módulo Plano de
Trabalho. Esta funcionalidade centraliza, em uma única interface, todas informações
referentes às atividades de aprendizagem propostas em uma disciplina. Sua
estrutura é baseada em duas entidades Tópicos e Atividades. Os assuntos
relacionados ao conteúdo da disciplina são divididos, cronologicamente, em tópicos
e cada tópico é especificado por um conjunto de atividades que indicam quais
tarefas e procedimentos serão desenvolvidos no processo de ensino e
aprendizagem.
O Plano de Trabalho permite o gerenciamento completo das atividades a
distância, proporcionando aos alunos, professores e tutores, uma visão geral das
atividades agendadas e das formas de realização de cada tarefa.
Na interface, os tópicos são apresentados em ordem cronológica, de acordo
com as datas atribuídas para cada atividade. Cada tópico corresponde a um tema de
estudo a ser desenvolvido na disciplina, sendo o título utilizado para identificá-lo
97
dentro do cronograma e nos relatórios, e a descrição fornece os detalhes sobre os
assuntos a serem abordados.
Figura 12 - Página do Plano de Trabalho
Fonte: PUCPR. Eureka. Disponível em: <http://eureka.pucpr.br> Acesso em 04 mai. 2008.
Não existe limite no número de atividades no contexto de um tópico, pois as
atividades são criadas com a finalidade de atender aos objetivos propostos no tema
em estudo. Para facilitar a compreensão das tarefas e dos procedimentos a serem
realizados, as atividades são classificadas por tipo: Atividade Externa, Avaliação,
Avaliação Presencial, Chat, Encontro Presencial, Exercício, Fórum, Leitura,
Seminário de Pesquisa e Trabalho. Caso estes tipos de atividades não se
enquadrem na proposta, ainda mais um tipo de atividade que pode ser
selecionada, denominado Outro. Independentemente do tipo de atividade escolhida,
pode-se associar uma avaliação, onde os professores podem atribuir aos alunos, um
conceito ou nota pela execução da atividade.
Ainda no Plano de Trabalho a possibilidade de gerenciamento de entrega
de trabalhos. Na interface do aluno, existe um link para o upload do trabalho
eliminando a necessidade de criação de pastas específicas. Na interface do
98
professor, é possível, além da obtenção dos trabalhos, a atribuição de notas e a
inserção de comentários para que o professor possa dar um retorno aos alunos.
Para a realização das atividades, o professor pode especificar materiais de
apoio: Links, Arquivos e Textos de Apoio. Os links são inseridos e disponibilizados
por meio da especificação das URLs que contenham informações relacionadas com
a Atividade; os arquivos, por exemplo artigos e slides, o inseridos por meio de
upload de arquivos e os textos de apoio consistem em textos e orientações
complementares às atividades, sendo também disponibilizados por meio de upload
de arquivos.
O módulo Webgrafia é um banco de links utilizado para consultar e incluir
links e seus respectivos comentários. Os links são os endereços de sites que
possuem informações relevantes ao assunto abordado na Sala. A importância deste
módulo consiste no incentivo a pesquisa por meio de consultas à diferentes sites da
internet.
Figura 13 - Página Webgrafia
Fonte: PUCPR. Eureka. Disponível em: <http://eureka.pucpr.br> Acesso em: 04 mai 2008
99
O módulo Material Didático On-line é uma funcionalidade de apoio ao
aprendizado do aluno. Nele, materiais didáticos são disponibilizados via mídia digital,
por meio de roteiros de estudo organizados pelo professor a partir de um banco de
conteúdos.
Figura 14 - Página Material Didático On-line
Fonte: PUCPR. Eureka. Disponível em: <http://eureka.pucpr.br> Acesso em: 04 mai 2008
100
Diferentemente dos bancos de questões e avaliações, o agendamento de
provas está relacionado com a sala na qual ele foi realizado, ou seja, a agenda de
provas permite a aplicação de provas apenas para a sala corrente do usuário. Com
isso, os professores devem realizar agendamentos específicos em cada sala,
independentemente das avaliações utilizadas no agendamento.
Figura 15 - Página Agenda de Provas
Fonte: PUCPR. Eureka. Disponível em: <http://eureka.pucpr.br> Acesso em: 04 mai 2008
Em Painel de Bordo, o professor tem acesso a Estatísticas, Relatórios e
Dados da sala.
O objetivo da funcionalidade de Estatísticas é fornecer informações de
acompanhamento dos participantes e dos módulos em relação à quantidade e à
qualidade no uso do sistema. Em Relatórios é possível emitir três tipos de relatórios:
Relatório de Notas, Acessos ao Material Didático e Relatório da Sala. Na
funcionalidade Dados da sala, o usuário encontra o nome da mesma, seus
professores responsáveis, uma breve descrição, o programa e também um link para
um site da sala, caso haja.
101
Figura 16 - Página Painel de Bordo
Fonte: PUCPR. Eureka. Disponível em: <http://eureka.pucpr.br> Acesso em: 04 mai 2008
No módulo Configurações, como o próprio nome indica, o professor tem
acesso a três funcionalidades: Editar sala, Habilitar e Copiar módulos.
Em Editar sala, é possível alterar o nome da sala, sua descrição, o programa
e o link para um site da sala, além de poder escolher o módulo inicial e o acesso de
alunos.
A funcionalidade Habilitar facilita a operação de administração de salas. O
Eureka avisa o professor por email sobre a chegada de novas requisições de
habilitação de usuários. O professor administra a permissão de acesso deste aluno,
permitindo ou excluindo sua participação.
Em Copiar módulos, o professor pode copiar para dentro da sala atual as
informações dos módulos de outra sala da qual ele seja também professor.
102
Figura 17 - Página Configurações
Fonte: PUCPR. Eureka. Disponível em: <http://eureka.pucpr.br> Acesso em: 04 mai 2008
Apesar das diversas funcionalidades e ferramentas na forma de salas virtuais,
ainda não havia sido integrado o recurso de vídeo.
O vídeo foi integrado ao novo Eureka, na área de Recursos. Neste setor os
professores encontram disponíveis outros recursos além do vídeo, como por
exemplo, avaliação e material didático. Cabe destacar que estes recursos podem ser
utilizados em qualquer sala do Eureka.
103
Figura 18 – Página de Recursos do Novo Eureka
Fonte: PUCPR. Eureka. Disponível em: <http://eureka.pucpr.br> Acesso em: 07 fev. 2008
Em seguida, será apresentado o processo de integração e implementação do
vídeo digital no sistema.
3.3.3 Integração do vídeo digital no EUREKA
Na sociedade da informação e do conhecimento, é comum a produção de
vídeos digitais e é visível o sucesso de sites que permitem disponibilizar vídeos na
Internet.
Embora este tipo de produção seja desenvolvido objetivando o lazer,
podemos dizer que o vídeo é uma rica alternativa de material de apoio educacional,
potencializando o processo de ensino e aprendizagem, como afirma Moran (1995):
104
O vídeo está umbilicalmente ligado à televisão e a um contexto de lazer, e
entretenimento, que passa imperceptivelmente para a sala de aula. Vídeo,
na cabeça dos alunos, significa descanso e não "aula", o que modifica a
postura, as expectativas em relação ao seu uso. Precisamos aproveitar
essa expectativa positiva para atrair o aluno para os assuntos do nosso
planejamento pedagógico. Mas ao mesmo tempo, saber que necessitamos
prestar atenção para estabelecer novas pontes entre o vídeo e as outras
dinâmicas da aula. (MORAN, 1995)
Porém, para que os professores utilizem os recursos de forma a aperfeiçoar
os processos de ensino e aprendizagem, é necessário que eles conheçam as
estratégias adequadas à utilização e desenvolvam as competências e habilidades
para a aplicação delas. Partindo deste pressuposto, é imprescindível conhecer as
etapas que compõe o processo.
3.3.3.1 Projeto de implementação
O projeto de implementação de uma solução de produção e edição de vídeos
digitais no Eureka, surgiu por meio de uma parceria entre PUCPR e a DigitalSK
9
,
empresa especializada em soluções de midiatização de conteúdos digitais.
A proposta inicial para a integração de vídeos no ambiente Eureka não se
refere a vídeos transmitidos ao vivo, mas apenas a vídeos gravados, que podem ser
acessados via navegador, a qualquer momento, por streaming
10
.
A SK Vídeo é uma tecnologia inovadora para a produção autônoma e para o
gerenciamento de vídeos curtos dentro de um padrão pré-determinado, sendo um
dos seus diferenciais, “permitir que usuários leigos na área audiovisual produzam
vídeos de qualidade” (DIGITAL SK, 2003)
9
Foi fundada em 2003 no Brasil com a finalidade de atender as necessidades de mercado
na
< http://www.digitalsk.com.br/v3/home/ > Acesso em 16 Abr 2007
10
Técnica de transferência de conteúdos digitais na web (normalmente, áudio e vídeo), em
forma de fluxo contínuo de dados.
105
A SK Vídeo Web (Figura 13) é a versão on-line da solução SK Vídeo, pioneira
na produção de vídeos digitais de curta duração na web.
Esta solução utiliza a tecnologia Flash da Macromedia e os vídeos podem ser
visualizados no computador do usuário por meio de um plugin (leitor) Macromedia
Flash, de distribuição livre e gratuita.
Figura 19 - Gráfico Vídeo 01
Fonte: DIGITAL SK. Disponível em: < http://www.digitalsk.com.br/site/solucoes/video.html> Acesso
em: 28 jan 2008
3.3.3.2 Integração da solução SK Vídeo no Eureka
Para a inclusão da funcionalidade de vídeo digital on-line no ambiente Eureka,
em parceria com a Digital SK, primeiramente foi elaborado, pelo Núcleo NTE (Novas
Tecnologias Educacionais) um documento de suporte à definição dos roteiros
11
.
A SK Vídeo informou que o tempo total para cada roteiro é de 1 minuto e 30
segundos, por isso todas as tomadas foram projetadas para este tempo limite.
Porém, as durações propostas em cada etapa serão testadas para verificar se são
ou não adequadas, ou se será necessário uma maior ou menor duração.
O enquadramento sugerido para as gravações foi ‘Close’, em virtude de que
as gravações serem feitas com o uso de webcam.
11
Este documento é somente para uso interno da PUCPR e não será divulgado nesta
pesquisa.
106
Para esta pesquisa, o Núcleo NTE da PUCPR desenvolveu um protótipo, uma
versão inicial de inclusão da funcionalidade de vídeo no ambiente Eureka. Nesta
versão, foi desenvolvida uma ferramenta para o upload de arquivos de vídeo.
O vídeo produzido pode ser somente visualizado por meio do navegador
Internet Explorer 6 ou superior e com o Windows Media Player 9 ou superior.
Esta ferramenta foi planejada de forma a complementar a solução SKVideo
Web fornecendo meios para que os vídeos gravados por professores pudessem
ser reutilizados e também para que o sistema permitisse a disponibilização de
conteúdos do tipo “Screen Capture”.
No ambiente, a funcionalidade está incorporada aos Recursos. Em Ações, o
professor pode gravar e gerenciar seus vídeos. (Figura 19)
Para gravar o vídeo, o professor dispõe, inicialmente, de seis tipos de
Roteiros:
Apresentação da Atividade
Demonstração
Apresentação do Professor
Apresentação de Conteúdos
Apresentação da Metodologia
Apresentação da Sala/Eureka
107
Figura 20 – Página Novo Vídeo
Fonte: PUCPR. Eureka. Disponível em: <http://eureka.pucpr.br> Acesso em: 07 fev 2008.
Cada roteiro é composto por tomadas, que auxiliam a gravação. Ao final das
tomadas, o professor tem o vídeo completo.
108
Figura 21 – Página Roteiro 1
Fonte: PUCPR. Eureka. Disponível em: <http://eureka.pucpr.br> Acesso em: 07 fev 2008.
3.3.3.3 Orientações para a Gravação do Vídeo
As orientações listadas abaixo foram elaboradas de acordo com as
informações do módulo “Vídeo” do ambiente virtual de aprendizagem Eureka.
1) REQUISITOS e CONSIDERAÇÕES
Para criar um vídeo para ser disponibilizado no ambiente virtual de
aprendizagem Eureka, é necessário que o professor/tutor:
109
Possua webcam e algum programa gerador de vídeo, como por exemplo, o
Windows Movie Maker
12
.
Escolha o tipo de roteiro e faça o planejamento de cada tomada conforme as
sugestões dadas neste documento, aplicando de acordo com o seu contexto
e necessidade.
Atenção: Cada tomada deverá ser gravada separadamente e após este processo,
será preciso fazer o upload dos vídeos para o Eureka (RECURSOS VÍDEO
AÇÕES NOVO VÍDEO)
Preocupe-se com o tempo destinado para cada vídeo. Quando
disponibilizamos um vídeo na Internet, temos que considerar que o aluno o
assistirá sentado frente a um computador. Nesse caso, sua comodidade,
paciência e disposição para assistir o vídeo dificilmente serão iguais a quando
se está em uma sala de aula presencial. Por isso recomenda-se que os
vídeos sejam de curta duração, de aproximadamente 1 minuto e 30
segundos. Divida este tempo nas tomadas, de acordo com a sua
necessidade.
Escolha um local apropriado para proporcionar um melhor desempenho da
atividade. Não é necessário pensar em sofisticação, pois uma sala simples
pode servir de estúdio. A preocupação deve ser em relação à iluminação e
isolamento acústico.
Conheça e esteja familiarizado com o equipamento de gravação, a fim de
minimizar dificuldades técnicas e também para sentir-se à vontade no
ambiente.
Preocupe-se com a indumentária, evitando vestuário com estampas, listras e
quadriculados, bem como, evitar usar acessórios com muitos detalhes. O
ideal é usar um figurino que contraste com o cenário (plano de fundo).
Mantenha uma postura natural ao falar, evitando movimentos bruscos e
ruídos desnecessários.
12
MICROSOFT CORPORATION. Windows Movie Maker. 2008 Disponível em:
<http://www.microsoft.com/windowsxp/using/moviemaker/default.mspx> Acesso em: 03 Abr. 2008.
110
Os roteiros sugeridos no ambiente têm como objetivo apoiar a realização do
vídeo, eles não podem ser considerados como limitadores, ou então, passar a
impressão de limitar o uso do sistema. Sugira novos roteiros e tomadas! Sua
participação é importante para aperfeiçoar este recurso no ambiente!
2) ROTEIROS
Como cada roteiro é composto por tomadas e, ao final das tomadas, o
professor tem o vídeo completo, seguem alguns exemplos para cada tipo de roteiro.
Roteiro 1: Apresentação da Atividade
Tomada 1 – Apresentação de Atividade
Duração: Aproximadamente 30 segundos
Nesta etapa, o professor/tutor apresenta a atividade, informando o enunciado
da mesma e as competências e habilidades esperadas.
1º Exemplo:
Nessa atividade iremos contextualizar a Tecnologia da Informação e da
Comunicação na Sociedade do Conhecimento. Para isto, você deverá ler o capítulo
5: “TIC e Sociedade da Informação e do Conhecimento”, da apostila disponibilizada
no arquivo do material de apoio. Durante a leitura, procure analisar o papel da TIC
no contexto da Sociedade da Informação e do Conhecimento, bem como os seus
principais componentes em âmbito intra e inter-organizacional.
2º Exemplo:
Nesta atividade, elabore uma resenha sobre os Fundamentos de Inteligência
Artificial e Inteligência Computacional, em no máximo uma página. No texto você
deverá abordar a definição de inteligência artificial e também o conceito de
inteligência computacional. Para a elaboração deste trabalho utilize o modelo de
arquivo, disponibilizado no material de apoio.
Tomada 2 – Como está organizada a atividade?
Duração: Aproximadamente 30 segundos
111
Nesta etapa, o professor/tutor informa ao aluno sobre os prazos previstos
para a atividade (data de início e de término), assim como se a atividade será
realizada individualmente ou em grupo.
1º Exemplo:
Para esta atividade de leitura, você precisará de 1 hora de dedicação.
2º Exemplo:
O trabalho poderá ser realizado individualmente ou em grupo. Se for realizado em
grupo, deixar a tutora ciente dos integrantes do mesmo por meio do rum.
Lembrem-se: mesmo sendo em grupo, todos os integrantes deverão entregar a
resenha pelo Eureka. Para a elaboração deste trabalho, utilize o arquivo
disponibilizado no material de apoio.
Essa atividade começará no dia 10 de maio às 14 horas e, para o desenvolvimento,
você precisará de 2 horas de dedicação.
Tomada 3 – Qual material de apoio está disponível para a atividade?
Duração: Aproximadamente 20 segundos
Nesta etapa, o professor/tutor informa e/ou explica quais serão os materiais
de apoio que o aluno terá disponível para a realização da atividade, e como o
aprendiz deverá utilizá-lo para obter um melhor aproveitamento da atividade.
1º Exemplo:
Além da apostila disponibilizada, estará também disponível para consulta, uma lista
de links com artigos sobre Gestão do Conhecimento.
2º Exemplo:
Para realizar esta atividade, disponibilizamos no material de apoio, um arquivo com
orientações sobre como elaborar uma resenha. No documento vocês também
encontrarão três exemplos que podem ilustrar melhor as considerações feitas.
Tomada 4 – Como a atividade será avaliada?
Duração: Aproximadamente 10 segundos
Nesta etapa, o professor/tutor informa ao aluno sobre o processo de avaliação
desta atividade, indicando também qual será o critério e o peso da nota.
1º Exemplo:
112
Como esta é uma atividade de leitura, não existe percentual avaliativo atribuído à
atividade. Mas lembre-se: Você precisará desta leitura para realizar a próxima
atividade que será um trabalho.
2º Exemplo:
Este trabalho corresponde a 10% da nota do módulo.
Tomada 5 – Qual será a data e forma de entrega da atividade?
Duração: Aproximadamente 10 segundos
Nesta etapa, o professor/tutor informa qual é a data da avaliação e como se
feita a entrega da atividade.
Exemplo:
A entrega da resenha deverá ser feita pelo Plano de Trabalho do Eureka, ao dia
16 de maio. Não será aceita entrega de trabalhos por meio do correio eletrônico.
Tomada 6 - Bibliografia da Atividade
Duração: Aproximadamente 10 segundos
Nesta etapa, o professor/tutor informa ao aluno sobre a bibliografia utilizada
para o desenvolvimento desta atividade.
Exemplo:
Esta apostila foi elaborada a partir de uma pesquisa de Mestrado. As referências
estão listadas no final de cada capítulo.
Roteiro 2: Demonstração
Tomada 1 - Plano e Objetivo da Demonstração
Duração: Aproximadamente 20 segundos
Nesta etapa, o professor/tutor apresenta o plano da demonstração. Pode
também indicar quais são as competências e habilidades.
Exemplo:
113
Nesta demonstração irei apresentar recursos didáticos alternativos para o ensino de
Ciências.
Tomada 2 - Apresentação da Demonstração
Duração: Aproximadamente 10 segundos
Nesta etapa, o professor/tutor faz uma breve apresentação da demonstração
que será mostrada.
Exemplo:
Vamos agora iniciar nosso estudo sobre os tipos de recursos didáticos e suas
possibilidades pedagógicas no ensino de Ciências.
Tomada 3 – Demonstração
Duração: Aproximadamente 30 segundos
Nesta etapa, o professor/tutor apresenta o conceito ou tema como em forma
de “demonstração”.
Exemplo:
Existem diversos recursos didáticos que podem ser explorados em sala de
aula, como apoio ao processo de ensino e aprendizagem, entre eles: álbum seriado,
cartaz, fichas, gráficos, ilustrações, jogos, jornal, livros, mapas, globos, sucata,
computador, deo, dvd, cd, internet, softwares, TV, transparências para
retroprojetor, etc. A idéia de utilizar recursos alternativos não pretende ser a solução
para os inúmeros problemas que perpassam o processo de ensino e aprendizagem
de Ciências e nem significa dispensar o uso do laboratório, mas sim, ampliar
horizontes e possibilidades pedagógicas.
Tomada 4 – Conclusão
Duração: Aproximadamente 30 segundos
Nesta etapa, o professor/tutor apresenta uma conclusão para a
demonstração, apontando os elementos mais importantes que foram abordados.
Exemplo:
114
Utilizar materiais didáticos alternativos em aulas de ciências serve para que o
aluno descubra seu próprio mundo, valorize o ambiente que o cerca, esclareça suas
dúvidas e serve também para que o professor compreenda que existem soluções
simples, como estas apresentadas, que podem suprir a ausência de laboratórios.
Roteiro 3: Apresentação do Professor
Tomada 1 – Quem é você?
Duração: Aproximadamente 20 segundos
Nesta etapa, o professor/tutor faz uma breve apresentação pessoal.
1º Exemplo:
Olá. Meu nome é Débora Regina de Freitas, sou tutora no ambiente virtual
Eureka. Acompanharei vocês ao longo do módulo de Tecnologias Educacionais.
Quaisquer dúvidas sobre os textos propostos para leitura ou sobre as atividades,
podem entrar em contato por meio do fórum de dúvidas ou então utilizando o correio
eletrônico do ambiente.
2º Exemplo:
Caros alunos, meu nome é Débora Freitas, sou Pedagoga. Acompanharei
vocês ao longo deste módulo.
Tomada 2 – Curriculum Vitae resumido
Duração: Aproximadamente 40 segundos
Nesta etapa, o professor/tutor apresenta seu currículo de maneira resumida,
para que os alunos possam conhecê-lo melhor. Aqui o professor poderá informar,
além de sua formação acadêmica, as atividades que julgar como relevantes na sua
trajetória profissional.
1º Exemplo:
Sou formada em Pedagogia, Especialista em Formação Pedagógica do Professor
Universitário e Mestranda em Educação, todos cursados na PUCPR. Além de ser
professora universitária, trabalho a oito anos na área de Educação a distância, como
tutora e designer instrucional.
115
2º Exemplo:
Professora do módulo de Tecnologia Educacional e Mídias Interativas. Atualmente
participo do projeto de pesquisa interinstitucional de Formação de Professores para
EAD.
Tomada 3 – Especialidade
Duração: Aproximadamente 30 segundos
Nesta etapa, o professor/tutor apresenta as áreas em que estiver atuando no
momento, assim como pesquisas ou áreas de interesse.
1º Exemplo:
Atualmente estou trabalhando no projeto de integração de deo no Eureka,
pesquisando as possibilidades pedagógicas de utilização da mídia vídeo em
ambientes virtuais de aprendizagem.
2º Exemplo:
Tenho interesse em pesquisar a ação pedagógica em ambientes virtuais de
aprendizagem.
Roteiro 4: Apresentação de Conteúdos
Tomada 1 – Informando a Disciplina
Duração: Aproximadamente 60 segundos
Nesta etapa, o professor/tutor apresenta qual será a disciplina trabalhada na
sala, assim como a situação dentro do currículo do curso.
Exemplo:
Esta é a sala do módulo de Tecnologias Educacionais. Este módulo instrumentaliza
o educador no uso da tecnologia no campo da construção de conhecimento, sempre
considerando seu caráter interativo e dialógico. O aluno-professor é instigado a
discutir e reconhecer as tecnologias de informação e comunicação como poderosas
ferramentas no processo ensino aprendizagem, criando uma nova perspectiva para
a prática didática, tornando-a mais atrativa e criativa.
Tomada 2 – Objetivos Gerais
116
Duração: Aproximadamente 30 segundos
Nesta etapa, o professor/tutor apresenta os objetivos gerais da disciplina,
informando os conteúdos que serão abordados durante o curso, assim como o que
se espera dos alunos.
Exemplo:
Neste módulo, você deverá compreender o uso da tecnologia no campo de
construção de saberes e conhecimentos, tanto em sua aplicação como recurso em
sala de aula, quanto na criação de novas metodologias de ensino e aprendizagem.
Roteiro 5: Apresentação da Metodologia
Tomada 1 – Metodologia de Trabalho
Duração: Aproximadamente 40 segundos
Nesta etapa, o professor/tutor explica qual será a metodologia de trabalho
adotada na sua disciplina. Informa também quais ferramentas do Eureka serão
utilizadas e o que é esperado do aluno nessas atividades.
Exemplo:
Este módulo contempla leituras básicas e também leituras complementares, para
quem quiser se aprofundar no assunto. São propostas, além das leituras, duas
atividades: uma individual, que é um exercício sobre recursos audiovisuais e um
trabalho coletivo, que é a elaboração do projeto a partir da terceira aula. Em duas
unidades existe um fórum de discussão sobre o tema em estudo.
Tomada 2 – Método de Avaliação
Duração: Aproximadamente 30 segundos
Nesta etapa, o professor/tutor explica qual será o método de avaliação do
processo de ensino e aprendizagem. Informa também como o aluno seavaliado
individualmente nas atividades propostas, assim como nos trabalhos em grupo se
existirem.
Exemplo:
117
A avaliação deste módulo está dividida da seguinte forma: 40% da nota
correspondem aos dois fóruns de discussão sobre dia e Educação, onde cada
aluno deverá participar argumentando sobre as questões propostas; ao exercício
individual e ao trabalho em equipe. Ao final do módulo o aluno deverá realizar uma
avaliação presencial, que corresponde a 60% do percentual avaliativo. Portanto, a
presença na aula presencial é indispensável e imprescindível.
Roteiro 6: Apresentação da Sala/Eureka
Tomada 1 – Como será utilizada a sala
Duração: Aproximadamente 1 minuto e 30 segundos
Nesta etapa, o professor/tutor informa ao aluno como a sala seutilizada
para desenvolver as atividades que serão propostas, como chat, fórum, a
organização do conteúdo, provas, entre outros.
Exemplo:
Sejam todos bem-vindos na sala virtual do curso de Pedagogia no ambiente virtual
de aprendizagem Eureka. Para cada módulo existe uma sala acadêmica, onde são
disponibilizadas ferramentas de comunicação que possibilitam a interação entre
professor e alunos. A funcionalidade principal que será utilizada em cada módulo é o
Plano de Trabalho, onde cada tópico corresponde a um tema de estudo a ser
desenvolvido no módulo. Para a realização das atividades, estão especificados
alguns materiais de apoio, como por exemplo: Links, Arquivos e Textos. Em caso de
dúvidas, favor entrar em contato por meio da ferramenta “Fórum de Dúvidas” ou pelo
correio eletrônico do ambiente. Boas aulas!
3) CONSIDERAÇÕES
Após a gravação das tomadas separadamente, faça o upload do seu vídeo
para o ambiente Eureka de acordo com o roteiro escolhido.
O vídeo produzido estará disponível na área de Recursos do ambiente e
poderá ser adicionado como material de apoio no Plano de Trabalho do seu
módulo.
118
CAPÍTULO 4 - PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Neste capítulo serão apresentados os procedimentos metodológicos
empregados para a busca dos resultados.
A escolha dos procedimentos metodológicos permite o planejamento das
ações a serem tomadas na pesquisa, por isto, a metodologia abordada nesta
pesquisa abrangeu aspectos qualiquantitativos, pois, segundo Triviños (1987,
p.118), “toda pesquisa pode ser, ao mesmo tempo, quantitativa e qualitativa”.
Triviños (1987) recomenda que o foco da pesquisa esteja vinculado à prática
quotidiana que o pesquisador realiza como profissional e nesta pesquisa, esta
recomendação será efetivamente cumprida, pois a pesquisadora faz parte da equipe
que compõe o quadro profissional da Diretoria de Educação a distância da
instituição.
Optou-se pela abordagem qualitativa como parâmetro, pois ela abrange um
universo maior de significados, considerando o ambiente como fator de influência
sobre os sujeitos e sobre as quais estes realizam suas ações, como afirma Chizzoti
(2001):
A abordagem qualitativa parte do fundamento de que uma relação
dinâmica entre o mundo real e o sujeito, uma interdependência viva entre o
sujeito e o objeto, um vínculo indissociável entre o mundo objetivo e a
subjetividade do sujeito. O conhecimento não se reduz a um rol de dados
isolados, conectados por uma teoria explicativa; o sujeito-observador é
parte integrante do processo de conhecimento e interpreta os fenômenos,
atribuindo-lhes um significado. O objeto não é um dado inerte e neutro; está
possuído de significados e relações que sujeitos concretos criam em suas
ações. (CHIZZOTTI, 2001, p.79)
Com a metodologia qualitativa, segundo Bogdan e Biklen, é possível alcançar
um nível desejável de compreensão das percepções, crenças e relações pessoais
do participante, considerando o contexto, pois este tipo de estudo apresenta como
características básicas:
1) A pesquisa qualitativa tem o ambiente natural como sua fonte direta de
dados e o pesquisador como seu principal instrumento;
2) Os dados coletados são predominantemente descritivos;
119
3) A preocupação com o processo é muito maior do que com o produto;
4) O “significado” que as pessoas dão às coisas e à sua vida são focos de
atenção especial pelo pesquisador;
5) A análise dos dados tende a seguir um processo indutivo.
(BOGDAN E BIKLEN apud LÜDKE E ANDRÉ, 1986, p.11-13)
Para os autores, embora todas as características sejam relevantes, elas não
são obrigatórias em todos os estudos de cunho qualitativo, podendo algumas
situações ser desprovidas de algumas características. Este estudo também utiliza
elementos quantitativos para a análise e discussão das informações obtidas, pois
como afirma Bodgan e Biklen (1994, p. 194): “Os dados quantitativos são muitas
vezes incluídos na escrita qualitativa sob a forma de estatística descritiva”.
Para viabilizar a pesquisa, os procedimentos metodológicos envolveram
estudos e investigações que compuseram a revisão bibliográfica do tema,
questionário semi-estruturado e estudo de caso.
A pesquisa foi descrita, observando-se os momentos de aplicação e de
análise dos instrumentos. Os procedimentos adotados nesta investigação justificam-
se pela diversidade de dimensões da experiência vivenciada pelos sujeitos,
confirmando e/ou refutando a problemática levantada.
4.1 ESTRATÉGIA DA PESQUISA
Com o desígnio de procurar respostas às questões formuladas, elegeu-se o
Estudo de Caso como estratégia de pesquisa, pois, como afirma Lüdke e André
(1986, p.17), “quando queremos estudar algo singular, que tenha valor em si
mesmo, devemos escolher o estudo de caso” e ainda, como complementa Gil (2002,
p.54), o estudo de caso é “o mais adequado para a investigação de um fenômeno
contemporâneo dentro de seu contexto real, onde os limites entre o fenômeno e o
contexto não são claramente percebidos”.
A decisão pela escolha do método de pesquisa para o acompanhamento
deste projeto obedeceu ao questionamento problema: “Como se desenvolve a ação
120
docente on-line, com a integração do módulo de vídeo no ambiente virtual de
aprendizagem Eureka, em face da mudança paradigmática da prática pedagógica?”.
Os propósitos do estudo de caso não são os de proporcionar o
conhecimento preciso das características de uma população, mas sim o de
proporcionar uma visão global do problema ou de identificar possíveis
fatores que o influenciam ou são por ele influenciados (GIL, 2002, p.55)
A decisão de adotar o Estudo de caso como estratégia de pesquisa é devida
à importância de envolver os sujeitos no processo de elaboração dos vídeos, pois
este processo está diretamente ligado a eles, como afirma Lüdke e André (1986):
Os estudos de caso enfatizam a “interpretação em contexto”. Um princípio
básico desse tipo de estudo é que, para uma apreensão mais completa do
objeto, é preciso levar em conta o contexto em que ele se situa. Assim, para
compreender melhor a manifestação geral de um problema, as ações, as
percepções, os comportamentos e as interações das pessoas devem ser
relacionadas à situação específica onde ocorrem ou à problemática
determinada a que estão ligadas. (LUDKE; ANDRÉ, 1986, p.18-19)
Logo, é válido ressaltar a necessidade do acompanhamento do sujeito da
pesquisa, levando-se em consideração o contexto em que ele está inserido e
preocupando-se com a atitude do professor em relação ao ambiente virtual de
aprendizagem e ao processo de integração do vídeo.
4.2 COLETA DE DADOS
Os dados
13
do objeto da pesquisa foram colhidos em diversas etapas e foram
constantemente analisados e avaliados, seguindo os pressupostos de Chizzoti:
Os dados não são coisas isoladas, acontecimentos fixos, captados em um
instante de observação. Eles se dão em contexto fluente de relações: são
“fenômenos” que não se restringem às percepções sensíveis e aparentes,
13
Segundo Triviños (1987, p.141), os dados são (...) todo tipo de informações que o pesquisador
reúne e analisa para estudar determinado fenômeno social.
121
mas se manifestam em uma complexidade de oposições, de revelações e
de ocultamentos. É preciso ultrapassar sua aparência imediata para
descobrir sua essência. (CHIZZOTTI, 2001, p.84)
Para a coleta de informações, foram utilizados questionários semi-
estruturados.
4.3 POPULAÇÃO E AMOSTRA
O ambiente escolhido para a pesquisa foi o ambiente virtual de aprendizagem
Eureka, utilizado pela PUCPR e a amostra constituiu de professores de cursos semi-
presenciais da instituição. A pesquisa foi realizada entre o segundo semestre letivo
de 2007 e o primeiro semestre letivo de 2008. Para a pesquisa de campo, optou-se
por, num primeiro momento, fazer um contato com os professores, num segundo
momento, aplicar o questionário.
De um total de quinze professores convidados para participar da pesquisa,
apenas cinco se disponibilizaram a participar e contribuir para o estudo em questão.
4.4 INSTRUMENTOS
Os sujeitos da pesquisa primeiramente assinaram uma carta de aceite para
participar da pesquisa (Apêndice A), depois assinaram um termo de consentimento
livre e esclarecido (Apêndice B), por meio do qual tiveram ciência do objeto em
investigação e também dos direitos relativos às normas que regem a pesquisa com
seres humanos no Brasil.
E o terceiro momento, consistiu na aplicação de um Questionário semi-
estruturado (Apêndice C).
4.5 PROCEDIMENTOS PARA A COLETA DE INFORMAÇÕES
122
Para a coleta de informações, a pesquisadora entrou em contato com os
professores e marcou uma reunião para apresentar o projeto e objetivos da
dissertação. Na reunião foram acertados os detalhes para a realização da pesquisa
e foi elaborado o cronograma para a coleta de dados.
4.6 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DE DADOS
A seguir serão apresentados os resultados obtidos com a aplicação do
instrumento de coleta de dados, os quais foram expressos por percentuais,
apresentados em forma de gráficos, quadros e tabelas.
O questionário foi dividido em seções que explicitam: a identificação, a
acessibilidade, o conhecimento e domínio de informática, a usabilidade, a
interatividade professor/aluno, a avaliação do ambiente virtual de aprendizagem
Eureka, a ação docente on-line no ambiente Eureka e a integração do módulo vídeo
no ambiente Eureka. Por meio deste, foi possível obter dados relevantes e
pertinentes ao estudo em questão e auxilia na análise do resultado final da pesquisa.
Diversas eram as questões que ofereciam a liberdade do pesquisador
escolher mais de uma alternativa e, na maioria das questões, o professor teve a
oportunidade de justificar sua resposta.
Primeiramente optou-se por descrever o perfil da amostra. A análise de dados
inicia-se na seção intitulada “Usabilidade do Ambiente Virtual de Aprendizagem
Eureka”.
4.6.1 Perfil da Amostra
123
Quanto às seções: Identificação, Acessibilidade e Conhecimento e domínio de
Informática, o perfil dos 5 professores que participaram da pesquisa apresenta-se a
seguir.
4.6.1.1 Identificação
Observa-se que 80% dos participantes da pesquisa eram do sexo feminino e
20% eram do sexo masculino. A idade dos sujeitos varia: 40% de 31 a 40 anos e
60% de 41 a 50 anos.
4.6.1.2 Acessibilidade
Quanto aos locais de acesso, do total da amostra, 46% dos pesquisados m
acesso ao computador em casa, 36% no trabalho, 18% na universidade.
Questionados sobre o tipo de conexão utilizada para o acesso à Internet, 100%
responderam que se conectam por meio de banda larga.
124
Queso 3: Local de acesso ao computador
Universidade
18%
Casa
46%
Outros
0%
Trabalho
36%
Casa Trabalho Universidade Outros
Gráfico 1 – Local de acesso ao computador
4.6.1.3 Conhecimento e domínio de Informática
Na questão (5) perguntou-se aos pesquisados quais ferramentas eles
utilizavam. Além das apresentadas, eles poderiam explicitar outras ferramentas. Os
dados obtidos foram: 20% utilizam Editor de textos, 16% utilizam Planilha de
cálculos, 20% utilizam Navegador de Internet, 16% utilizam MSN e 16% utilizam
Skype e 12% assinalaram que utilizam outras ferramentas, como por exemplo,
ferramentas de tratamento de imagens, de desenho, CAD.
125
Questão 5: Ferramentas que o professor utiliza
Skype
16%
MSN
16%
Navegador de Internet
20%
Planilha de cálculos
16%
Editor de textos
20%
Outras
12%
Editor de textos Planilha de cálculos Navegador de Internet MSN Skype Outras
Gráfico 2 – Ferramentas que o professor utiliza
Quando questionados sobre a freqüência que utilizam o computador, os
pesquisados foram unânimes em responder que utilizam o computador de 6 a 7 dias
por semana. Sobre a freqüência que acessam a Internet, do total da amostra, 20%
acessam de 7 a 15 horas por semana e 80% acessam mais de 15 horas por
semana.
126
Questão 7: Freqüência que acessa a Internet
Mais de 15 horas por
semana
80%
De 7 a 15 horas por
semana
20%
De 3 a 6 horas por
semana
0%
De 1 a 2 horas por
semana
0%
De 1 a 2 horas por semana De 3 a 6 horas por semana De 7 a 15 horas por semana Mais de 15 horas por semana
Gráfico 3 – Freqüência que o professor acessa a Interne
4.6.2 Usabilidade do Ambiente Virtual de Aprendizagem Eureka
A usabilidade é sinônimo de facilidade de uso. Quanto mais fácil de usar,
mais rápido o usuário aprende e menores são os percentuais de erros. Inicialmente
(questão 8) perguntou-se ao professor sobre a preparação para a utilização do
ambiente virtual de aprendizagem Eureka.
No gráfico 4 verifica-se que 40% deles responderam que participaram de um
curso de capacitação; 40% responderam que tiveram auxílio de pedagogas do
Núcleo PUCweb e 20% responderam que aprenderam sozinhos.
127
Questão 8: Preparação para utilizar o Eureka
Participei de um curso
de capacitação
40%
Tive apenas uma
introdução sobre suas
ferramentas
0%
Tive auxílio das
pedagogas do Núcleo
PUCweb
40%
Tive auxílio de colegas
0%
Aprendi sozinho
20%
Participei de um curso de capacitação Tive apenas uma introdução sobre suas ferramentas
Tive auxílio das pedagogas do Núcleo PUCweb Tive auxílio de colegas
Aprendi sozinho
Gráfico 4 – Preparação do professor para utilizar o Eureka
No espaço concedido para justificativas, um dos professores comentou que
O ambiente é bastante amigável (Suj.1). Aqui, cabe recorrer às palavras de
HARASIM, (2005), que reforça a importância do professor conhecer o ambiente,
para sentir-se à vontade com ele: “Os instrutores precisam aprender a mecânica do
sistema, inclusive as ferramentas que os transformam em power users” (HARASIM,
2005, p.208-209)
Outro professor comentou que: A capacitação da PUCweb foi suficiente para
o início e me mostrou mais ferramentas que eu ainda não tinha tido tempo de
aprender” (Suj.4).
Para a pesquisadora, a preocupação da instituição em oferecer cursos de
capacitação para a utilização do Eureka é um fator positivo, pois esta preparação
técnica coloca os professores na condição de aprendizes, permitindo que eles
“sintam na pele” as sensações de descobertas interação, de ansiedade de
comunicação, e outras. Desta forma, eles também estarão preparados para auxiliar
os alunos quanto às dúvidas que surgirem no decorrer do curso.
Isto também foi observado por PALLOFF e PRATT (2002, p.168), ao sugerir
que o professor esteja familiarizado com a tecnologia, bem como estar à disposição
128
para resolver os problemas que surgirem: talvez haja a necessidade de atuar como
um intermediário quanto às questões técnicas, a fim de manter o ritmo da aula.
Por isto, o auxílio pedagógico dado ao professor também é indispensável,
pois além de intervir propondo soluções para as dificuldades encontradas na etapa
de familiarização com o sistema, também estimula o manejo das ferramentas de
comunicação.
Em relação às ferramentas do ambiente virtual de aprendizagem Eureka
(Edital, Plano de Trabalho, Chat, Fórum, Correio, Material Didático On-line,
Webgrafias, Avaliações), 60% dos professores assinalaram que utilizam com
facilidade todas as ferramentas e 40% responderam que utilizam com facilidade,
mas têm dificuldades em algumas ferramentas.
Questão 9: Quanto ao ambiente Eureka e suas ferramentas
Utilizo com facilidade,
mas tenho dificuldades
em algumas
ferramentas
40%
Utilizo com dificuldade
algumas ferramentas
0%
Utilizo com dificuldade
todas as ferramentas
0%
Utilizo com facilidade
todas as ferramentas
60%
Utilizo, mas creio que
algumas ferramentas
são desnecessárias
0%
Utilizo com facilidade todas as ferramentas
Utilizo com facilidade, mas tenho dificuldades em algumas ferramentas
Utilizo com dificuldade todas as ferramentas
Utilizo com dificuldade algumas ferramentas
Utilizo, mas creio que algumas ferramentas são desnecessárias
Gráfico 5 – Quanto ao ambiente Eureka e suas ferramentas
A facilidade encontrada pelos professores para a utilização das ferramentas
pode estar relacionada à freqüência com que eles utilizam o computador e acessam
129
a Internet, pois foram unânimes em responder que utilizam o computador de 6 a 7
dias por semana e a maioria acessa a Internet mais de 15 horas por semana.
Os dados obtidos nesta questão também mostram que podem ocorrer
dúvidas em relação à usabilidade de algumas ferramentas do AVA. Nesta questão,
um dos professores comentou que são muitos passos até chegar onde precisamos,
isto dificulta e deixa cansativo se comparado a novas ferramentas e sites da web
(Suj.2).
Uma medida que facilitaria a exploração do ambiente, evitando que os
usuários se percam no meio das seções, seria a implantação de uma navegação
“onde fui e onde estou”, como sugerido por SILVA (2003): “Trata-se de uma
pequena barra que indica ao usuário por onde ele passou e em qual parte da
hierarquia geral do site ele se encontra. Além disso, esse recurso serve de atalho
para as seções já visitadas.” (SILVA, 2003, p. 374)
As ferramentas para um AVA devem ser desenvolvidas com o objetivo de
facilitar o processo de ensino e aprendizagem e estimular a interação entre os
participantes. Quando ocorrem muitas dificuldades, corre-se o risco de utilização
superficial dos recursos por parte dos professores e conseqüentemente, uma
minimização dos processos comunicacionais.
Quando questionados sobre o auxílio em relação às vidas durante o
processo de desenvolvimento das atividades no ambiente virtual de aprendizagem
Eureka, 14% responderam que buscaram auxílio na ferramenta “Ajuda” do próprio
ambiente; 14% buscaram auxílio por e-mail, para a Equipe PUCweb; 14%
recorreram a colegas de trabalho (Coordenador/Professores), 14% responderam
que não tiveram dúvidas e a maioria, 44%, responderam que buscaram auxílio por
telefone, para a Equipe PUCweb.
130
Questão 10: Auxílio em relação às dúvidas
Na ferramenta "Ajuda" do
próprio ambiente
14%
Por e-mail, para a Equipe
PUCweb
14%
Por telefone, para a
Equipe PUCweb
44%
Não tive dúvidas
14%
Com colegas de trabalho
(Coordenador/Professores)
14%
Na ferramenta "Ajuda" do próprio ambiente Por e-mail, para a Equipe PUCweb
Por telefone, para a Equipe PUCweb Com colegas de trabalho (Coordenador/Professores)
Não tive dúvidas
Gráfico 6 – Auxílio em relação às dúvidas
A opção por buscarem auxílio por telefone deve-se ao fato da ansiedade em
sanar as dúvidas a tempo para não prejudicar o andamento do curso, como afirma
um dos professores: O telefone é o meio mais pido para resolver os problemas e
buscar orientações, o retorno é imediato. Se eu demorasse em encontrar a resposta
para minha dúvida ou meu problema, o andamento do meu módulo poderia estar
comprometido”(Suj.2).
Os dados obtidos nesta seção mostraram que existe uma preocupação muito
grande da instituição quanto ao preparo e a utilização das diferentes ferramentas do
ambiente virtual de aprendizagem Eureka e como é importante que os professores
encontrem rapidamente e facilmente, auxílio em relação às dúvidas quanto à
usabilidade do AVA.
Nesse sentido, é importante enfatizar a necessidade de um planejamento
cuidadoso do AVA e de uma estrutura de apoio com disponibilidade imediata de
suporte técnico.
4.6.3 Interatividade Professor/Aluno
131
A interatividade constitui elemento essencial do processo de ensino e
aprendizagem num AVA e é aqui entendida pela participação colaborativa, pela
bidirecionalidade e pela conexão de teias abertas com elos que traçam a trama de
saberes. (SILVA, 2004, p.102)
Professor e aluno envolvem-se ativamente e participam igualmente na
produção de conhecimentos, ou seja, cria-se uma rede de aprendizagem. Palloff e
Pratt (2002, p.28) corroboram com este pensamento, afirmando que se forma um
rede de interações entre professor e alunos e que por meio desta rede, o processo
de aquisição do conhecimento é criado colaborativamente.
Nessa perspectiva, objetivando as redes de interações, o Eureka fornece
diversas ferramentas para que ocorra a comunicação entre professor e aluno.
Conforme se observa no Gráfico 7, 25% dos professores afirmam que utilizam
o Fórum; 25% utilizam o Chat; 8% utilizam outras ferramentas e 42% optam pelo E-
mail.
Questão 11: Ferramentas para comunicação com os alunos
Fórum
25%
Chat
25%
E-mail
42%
Telefone
0%
Outros
8%
Fórum Chat E-mail Telefone Outros
Gráfico 7 – Ferramentas para comunicação com os alunos
Vale destacar os comentários:
132
Sujeito Comentários
1
O e-mail é o que chega mais rápido aos alunos, embora crie um vício
que é o de o aluno não entrar na sala para buscar notícias e
informações, que ele recebe uma cópia do e-mail eureka em seu e-
mail externo. O fórum do Eureka é muito confuso e dificulta a
comunicação e o mesmo vale para a agenda.
2
O e-mail resolve assuntos de forma direcionada às dúvidas dos alunos.
utilizei chat, mas com turmas muito grandes é necessário fazer a
divisão em grupos e nem todos os grupos desenvolvem bem o tema
abordado. utilizei o fórum e obtive participação quando exigi,
quando coloco esperando a participação espontânea não tenho tido
respostas.
3
Para dúvidas coletivas gosto de utilizar o fórum. Evito o e-mail para
estes casos. Os chats o marcados com antecedência e não faço
mais do que um por semana.
4
Utilizo mais o e-mail, pois posso me comunicar com todos mais
rapidamente e a resposta deles é mais rápida.
Tabela 3 – Ferramentas mais utilizadas para a comunicação professor/aluno
Quanto ao Chat, que é uma ferramenta de comunicação síncrona, um dos
professores sinaliza a importância de serem marcados com antecedência: Os chats
são marcados com antecedência, e não faço mais do que um por semana” (Suj.3).
Ou seja, para uma boa utilização dos benefícios do bate-papo numa situação de
ensino e aprendizagem, é necessário que as atividades sejam bem planejadas e
mediadas pelos professores/tutores.
Além da observação feita pelo professor, quanto à antecedência no
agendamento para a sessão do chat, é também recomendável que seja definido um
tema específico, ou seja, um eixo para a discussão.
a opção pela utilização de ferramentas de comunicação assíncrona, como
o e-mail e o fórum, para a maior parte dos pesquisados (67%), permite que cada
participante possa trabalhar de acordo com o seu próprio ritmo, levando o tempo que
for necessário para ler, refletir, escrever e revisar. Este dado vem ao encontro com a
opinião de Harasim (2005, p.343), pois a autora diz que a assincronia a cada
133
usuário o tempo necessário para formular idéias e para contribuir com respostas, ou
seja, os participantes têm a oportunidade de comentar imediatamente ou então
refletir e criar respostas mais ponderadas. Ela ainda afirma que estudantes que o
tímidos relatam que a assincronia lhes permite participar mais ativamente.
Porém, é válido ressaltar que quando a opção é por ferramentas de
comunicação assíncronas, o professor e não deve deixar nenhum questionamento
sem resposta e deve ser ágil no retorno para os alunos. Palloff e Pratt (2002, p.192)
corroboram com este pensamento quando afirmam que não existe comunidade on-
line quando os participantes não respondem o que recebem dos colegas ou quando
o professor não responde rapidamente. A interação é fundamental para que ocorra a
aprendizagem.
Por isto, a questão 12 buscava identificar com que freqüência o professor se
comunica com seus alunos.
Questão 12: Freqüência que o professor se comunica com os alunos
Diariamente
80%
Semanalmente, em
dias e horários
definidos
0%
Semanalmente, em
dias e horários
estabelecidos em
comum acordo
20%
Mensalmente, em dias
e horários
estabelecidos em
comum acordo
0%
Mensalmente, em dias
e horários definidos
0%
Diariamente
Semanalmente, em dias e horários estabelecidos em comum acordo
Semanalmente, em dias e horários definidos
Mensalmente, em dias e horários estabelecidos em comum acordo
Mensalmente, em dias e horários definidos
Gráfico 8 – Freqüência que o professor se comunica com os alunos
134
Obteve-se como resultado que 80% dos professores assinalaram a opção
“diariamente” e 20% responderam “Semanalmente, em dias e horários estabelecidos
em comum acordo”.
As justificativas foram:
Sujeito Comentário
1
Eu em comunico diariamente, respondendo aos e-mails.
2
Procuro responder aos e-mails diariamente
3
Todos os dias acabo respondendo e-mails ou questões postadas nos
fóruns de todas as salas de que participo
4
Me comunico com eles quando tenho necessidade, sem dia ou horário
marcado.
Tabela 4 – Freqüência de comunicação com os alunos
Os dados obtidos nesta questão são considerados positivos, pois assim os
alunos podem sentir que o professor está presente e pronto para auxiliá-los.
Na próxima questão (13), o professor avaliou como ele considera a
comunicação com seus alunos.
Questão 13: Quanto à comunicação com os alunos
Fácil de ser realizada
100%
Difícil de ser realizada,
pois existem coisas
que não podem ser
resolvidas virtualmente
0%
Fácil de ser realizada,
mas com uns detalhes
que só podem ser
resolvidos
presencialmente
0%
Ineficiente
0%
Muito complicada
0%
Ineficiente
Muito complicada
Fácil de ser realizada
Fácil de ser realizada, mas com uns detalhes que só podem ser resolvidos presencialmente
Difícil de ser realizada, pois existem coisas que não podem ser resolvidas virtualmente
135
Gráfico 9 – Quanto à comunicação com os alunos
Todos os professores responderam que é fácil de ser realizada, o que mostra
que eles se adaptaram às ferramentas do AVA Eureka. Seguem os comentários:
Sujeito Comentário
1
A comunicação é fácil, mas deveria haver no Eureka outros espaços
para a comunicação como, por exemplo, um lugar para deixar fotos de
família, sugestões de livros, filmes em cartaz, etc.
2
Hoje as ferramentas de comunicação utilizando a Internet são usuais
para os alunos. Utilizar esta ferramenta auxilia o professor na
comunicação e na resolução de problemas encontrados fora do
momento de aula e é também uma forma de aproximar as duas partes,
que em alguns momentos em sala os alunos sentem vergonha de
expor suas idéias e não serem bem vistos pelos companheiros.
3
Sempre podemos ilustrar as dúvidas com exemplos e os alunos
acabam entendendo.
4
Não tenho sentido nenhuma dificuldade em me comunicar com eles e
nem eles comigo.
Tabela 5 – Quanto à comunicação com os alunos
Como se vê na Tabela 4, os professores consideram que a comunicação com
os alunos é fácil de ser realizada. Vale ressaltar o comentário do sujeito 1, com a
sugestão para a criação de outros espaços. Para a pesquisadora, esta sugestão é
importante para aproximar os participantes do ambiente virtual de aprendizagem.
Analisando ainda a questão da interatividade, foi investigado como é a
proposição das atividades para a turma.
136
Questão 14: Proposição de atividades para a turma
Trabalho com
atividades individuais e
em grupo
60%
Trabalho raramente
com atividades
individuais e em grupo
0%
Trabalho com
atividades individuais e
em grupo, dependendo
do conteúdo
20%
Trabalho somente com
atividades individuais
20%
Trabalho somente com
atividades em grupo
0%
Trabalho somente com atividades individuais
Trabalho somente com atividades em grupo
Trabalho com atividades individuais e em grupo
Trabalho raramente com atividades individuais e em grupo
Trabalho com atividades individuais e em grupo, dependendo do conteúdo
Gráfico 10 – Proposição de atividades para a turma
Levando-se em consideração que 60% dos professores responderam que
trabalham com atividades individuais e em grupo e que 20% dos professores
responderam que trabalham com atividades individuais e em grupo, dependendo do
conteúdo, para a pesquisadora são fatores relevantes e são justificados no
pensamento de Palloff e Pratt (2002, p.146) ao concluir que o trabalho em grupo é
um empurrão para o trabalho colaborativo.
Vale destacar os comentários, que fazem referência à aprendizagem
colaborativa: “Acredito que o trabalho em grupo no Eureka deve ser mais
incentivado para que o aluno aprenda a aprender colaborativamente” (Suj.1) e ainda
“Utilizar apenas atividades individuais sobrecarrega o professor para correção, e não
contribui para o trabalho colaborativo” (Suj.3).
Logo, incentivar o trabalho em equipe além de auxiliar o docente no trabalho
com grandes grupos, oportuniza a colaboração por meio da interação entre os
pares. Porém, cabe frisar que o professor deve também estabelecer as diretrizes
para o trabalho quanto à participação e contribuição entre os colegas e também
deve explicar claramente as expectativas referentes ao desempenho do grupo como
um todo.
137
Na última questão desta seção, discutiu-se se o professor oferece ao aluno a
oportunidade de expor as suas dúvidas.
Questão 15: O professor oferece a oportunidade de expor as dúvidas
Sempre, utilizando as
ferramentas do
ambiente Eureka
57%
Sempre, nos encontros
presenciais
43%
Raramente, tanto
virtualmente como
presencialmente
0%
Algumas vezes, nos
encontros presenciais
0%
Algumas vezes,
virtualmente
0%
Sempre, utilizando as ferramentas do ambiente Eureka Sempre, nos encontros presenciais
Algumas vezes, virtualmente Algumas vezes, nos encontros presenciais
Raramente, tanto virtualmente como presencialmente
Gráfico 11 – Oportunidades oferecidas aos alunos para expor dúvidas
De acordo com os dados, 57% dos pesquisados escolheram a alternativa
“Sempre, utilizando as ferramentas do ambiente Eureka” e 43% assinalaram
“Sempre, nos encontros presenciais”. Um professor comentou: “Acho muito
complicado no Eureka ter rum tira dúvidas junto com fórum de debates. Deveria
haver outro espaço para tirar dúvidas” (Suj.1).
Para um dos professores, os alunos o procuram tanto presencialmente
quanto virtualmente para esclarecimento de dúvidas: “Os alunos vem utilizando tanto
o ambiente virtual como o presencial para conversar comigo” (Suj.4). Outro professor
também procede desta maneira: “Procuro sempre responder aos e-mails com
dúvidas e em momentos presenciais abro a possibilidade de que eles coloquem as
suas dificuldades” (Suj.2).
138
Quando os professores deixam para esclarecer as dúvidas somente nos
encontros presenciais, pode acontecer de que os alunos sintam-se desmotivados a
utilizar o ambiente.
4.6.4 Avaliação do ambiente virtual de aprendizagem Eureka
Esta seção inicia-se com a investigação dos mecanismos de avaliação no
ambiente virtual de aprendizagem Eureka.
Com relação aos mecanismos para a execução e administração da avaliação,
42% dos pesquisados responderam que o Eureka oferece mecanismos que
permitem administrar as avaliações, mantendo os resultados armazenados; 29%
responderam que o ambiente permite uma avaliação consistente, na qual, o
professor pode acompanhar o desenvolvimento de seus alunos e 29% responderam
que ele também oferece um gerador de relatórios (freqüência, atividades, notas,
etc.).
Questão 16: Com relação à Avaliação no ambiente virtual de aprendizagem Eureka
Permite uma avaliação
consistente, na qual, o
professor pode
acompanhar o
desenvolvimento de
seus alunos
29%
Oferece um gerador de
relatórios (freqüência,
atividades, notas, etc.)
29%
Oferece mecanismos
que não correspondem
às necessidades do
processo avaliativo
0%
Não oferece
mecanismos de
avaliação
0%
Oferece mecanismos
que permitem
administrar as
avaliações, mantendo
os resultados
armazenados
42%
Oferece mecanismos que não correspondem às necessidades do processo avaliativo
Oferece mecanismos que permitem administrar as avaliações, mantendo os resultados armazenados
Permite uma avaliação consistente, na qual, o professor pode acompanhar o desenvolvimento de seus alunos
Oferece um gerador de relatórios (freqüência, atividades, notas, etc.)
Não oferece mecanismos de avaliação
Gráfico 12 – Avaliação no AVA Eureka
139
Um dos professores comentou a respeito da necessidade da avaliação
presencial: “Nunca podemos saber, na verdade, se foi o aluno mesmo quem realizou
aquele trabalho. Por isso é necessária a avaliação presencial” (Suj.3). Este
comentário vem ao encontro do pensamento de SILVA (2003, p.152-153), quando o
autor comenta que as metodologias de EAD não garantem, por si sós, a autoria do
aluno com relação às respostas. Porém, ele afirma que esta mesma questão se
aplica para situações presenciais. Para amenizar a complexidade da avaliação, o
autor sugere atitudes como acompanhamento cumulativo com retorno imediato do
aluno, permitindo a continuidade ou a reconstrução de percurso.
Ou seja, a avaliação deve ser contínua. Em EAD, a avaliação ocorre tanto
presencialmente, quanto virtualmente. A avaliação presencial ocorre em momentos
estanques, a fim de certificar a aprendizagem, pois no Brasil, a legislação que
regulamenta os cursos de EAD determina que a avaliação da aprendizagem deve
incluir exames presenciais
14
.
Assim como nas aulas presenciais, num AVA a avaliação deve servir para
motivar os alunos, com vistas a melhorar o processo de aprendizagem. Deste modo,
deve estar presente em diferentes momentos e daí a necessidade de investir em
atividades que possibilitem a reflexão e a comunicação interativa. Mas para que isto
ocorra, a avaliação deverá estar alinhada às diretrizes e objetivos do curso. Palloff e
Pratt (2004, p.116) corroboram com este pensamento, enfatizando que as atividades
devem ser relevantes não para a matéria estudada, mas sim para a vida dos
alunos. Portanto, quando os alunos compreenderem o que se espera deles, a
avaliação deixará de ser uma tarefa isolada e incômoda e tanto professores como
alunos, ficarão mais satisfeitos com o resultado do processo de aprendizagem.
Nesta seção também se questionou quanto às características pedagógicas do
AVA Eureka.
Dos pesquisados, 27% responderam que o ambiente oferece os recursos
necessários à interatividade entre alunos e professores; 26% responderam que o
ambiente dispõe de ferramentas que permitem ao professor atingir os objetivos
14
MEC. DECRETO Nº 5.622, De 19 de dezembro de 2005. Disponível em:
<http://portal.mec.gov.br/sesu/arquivos/pdf/portarias/dec5.622.pdf> Acesso em: 20 Jul. 2008.
140
pedagógicos; 20% assinalaram que o ambiente virtual de aprendizagem Eureka
permite que o professor e o tutor atuem de maneira que os alunos se sintam
motivados, facilitando o desenvolvimento das habilidades colaborativas; 20%
responderam que o Eureka possui ferramentas que facilitam o planejamento,
reestruturação e gerenciamento do curso. Esses resultados apontam em direção
para o comentário de Okada e Santos (2004, p.3), quando elas afirmam que os
ambientes virtuais de aprendizagem são mais do que um simples conjunto de
páginas web, mas que correspondem a um conjunto de elementos técnicos e
humanos, com uma identidade e um contexto específico, criados com a intenção de
aprendizado.
Observa-se no gráfico 13 que apenas 7% responderam que o ambiente provê
métodos pedagógicos suficientemente estimulantes para manter os participantes
ativos e interessados.
Este percentual é baixo, o que pode comprometer na aprendizagem dos
alunos e contribuir para os índices de desistência, tal como alerta GONZALEZ
(2005, p. 47) quando coloca que existem várias razões pelas quais um aluno
abandona um curso a distância que foi iniciado com entusiasmo e empolgação,
entre eles, os fatores motivacionais. Portanto, é imprescindível que o professor
empregue todos os recursos possíveis para a interação (síncronos ou assíncronos),
para que os alunos troquem idéias, estabeleçam relações afetivas e motivem-se
reciprocamente.
Para a pesquisadora, a integração do módulo de vídeo no Eureka é uma
alternativa interessante para mudar o rumo deste baixo percentual, face às
características e vantagens da linguagem audiovisual que possibilitam um trabalho
com perspectivas inovadoras.
141
Questão 17: Quanto às características pedagógicas do Eureka
Permitem que o
professor e o tutor
atuem de maneira que
os alunos se sintam
motivados, facilitando o
desenvolvimento das
habilidades
colaborativas
20%
Dispõe de ferramentas
que permitem ao
professor atingir os
objetivos pedagógicos
26%
Provêem métodos
pedagógicos
suficientemente
estimulantes para
manter os participantes
ativos e interessados
7%
Oferece os recursos
necessários à
interatividade entre
alunos e professores
27%
Possui ferramentas que
facilitam o
planejamento,
reestruturação e
gerenciamento do
curso
20%
Permitem que o professor e o tutor atuem de maneira que os alunos se sintam motivados, facilitando o desenvolvimento das habilidades colaborativas
Provêem métodos pedagógicos suficientemente estimulantes para manter os participantes ativos e interessados
Dispõe de ferramentas que permitem ao professor atingir os objetivos pedagógicos
Possui ferramentas que facilitam o planejamento, reestruturação e gerenciamento do curso
Oferece os recursos necessários à interatividade entre alunos e professores
Gráfico 13 – Características pedagógicas do Eureka
Para um dos professores, o ambiente virtual de aprendizagem Eureka já
possui todas as ferramentas para o trabalho docente, porém, é necessária grande
dedicação do professor para motivar os alunos: Acredito que o Eureka possui todas
as ferramentas necessárias para o trabalho do professor, mas os estímulos e a
motivação dos alunos dependem de uma dedicação muito grande do professor. Ao
menos meia hora por dia para cada turma(Suj.2). Outro professor comenta que o
sistema é muito bom: “Acho muito bom o sistema” (Suj.4).
Ao final desta seção, na questão 18, discutiu-se quanto ao suporte oferecido
ao aluno no ambiente Eureka.
142
Questão 18: Quanto ao suporte oferecido ao aluno no Eureka
Não permite nenhum
tipo de suporte
0%
Permite o controle e
estatística de acesso
ao ambiente
25%
Permite o acesso às
notas nas avaliações
25%
Permite o acesso ao
informe do
professor/tutor
(calendário de eventos,
agenda, material de
apoio)
31%
Permite que o aluno
possa desenvolver a
habilidade
metacognitiva e
colaborativa
19%
Permite o acesso ao informe do professor/tutor (calendário de eventos, agenda, material de apoio)
Permite o acesso às notas nas avaliações
Permite o controle e estatística de acesso ao ambiente
Permite que o aluno possa desenvolver a habilidade metacognitiva e colaborativa
Não permite nenhum tipo de suporte
Gráfico 14 – Suporte oferecido ao aluno no Eureka
Identificou-se que 31% consideram que o ambiente permite o acesso ao
informe do professor/tutor (calendário de eventos, agenda, material de apoio; 25%
responderam que o Eureka permite o acesso às notas nas avaliações; 25%
responderam que o ambiente permite o controle e estatística de acesso ao ambiente
e para 19% dos pesquisados, o Eureka permite que o aluno possa desenvolver a
habilidade metacognitiva e colaborativa.
A justificativa apresentada por um dos professores é: “Gostaria de ter mais
claro o que está aberto aos alunos e o que não está” (Suj.2). Neste caso, para
certificar-se quanto ao acesso de tudo o que é necessário para a realização das
atividades, como por exemplo, ferramentas e materiais de apoio, o professor poderia
ter a opção de alternar a visualização do ambiente: do perfil professor para o perfil
aluno (opção restrita apenas para docentes).
Já outro professor ressaltou: “Estou achando muito boa a ferramenta” (Suj.4)
É importante destacar a necessidade de uma constante adequação do AVA
ao processo educacional. Por mais simples que seja o ambiente de suporte, deve
ser desenvolvido objetivando apoiar aos professores na exploração de abordagens
inovadoras de ensino e aprendizagem. Logo, as inovações tecnológicas demandam
143
novas reflexões pedagógicas e novas práticas também implicam novos
desenvolvimentos.
De acordo com Azevedo (2005), muito foi investido (e precisa continuar a
ser investido) em hardware, conectividade e software especializados para EAD via
Internet, mas atualmente é imprescindível investir em “peopleware”, isto é, em
recursos humanos para a área, em professores e alunos capazes de ensinar e
aprender on-line.
Com base neste contexto e no desafio de explorar ao ximo toda a
potencialidade do ambiente virtual de aprendizagem Eureka, investigaram-se nesta
pesquisa as percepções dos professores quanto à ação docente on-line.
4.6.5 Ação docente on-line no ambiente Eureka
Esta seção buscou analisar as percepções dos professores quanto à ação
docente on-line no ambiente Eureka. No entanto, para analisarmos a ação docente
on-line, é necessário primeiramente, conhecermos quais são as concepções sobre o
educar. Para isto, a primeira questão proposta (19) para discussão questionou o que
significa Educar numa sociedade de informação e conhecimento.
144
Questão 19: O que significa educar numa sociedade de informação e conhecimento
Criar uma cultura de
educação on-line, onde a
construção do conhecimento
utiliza diversas tecnologias e
é compreendida não apenas
como a aplicação de
ferramentas, mas como
processo a ser desenvolvido
na perspectiva de rede de
aprendizagem
40%
Utiliza práticas pedagógicas
que equilibrem teoria e
prática e que respeitem os
limites e as qualidades dos
alunos
0%
Preparar o aluno para uso
das tecnologias e meios
comunicacionais
caracterizados por
interatividade, conectividade
e hipertextualidade
20%
Fundamentar a prática
pedagógica visando o
produto da aprendizagem,
preservando a exatidão das
informações e priorizando a
reprodução de conteúdos
0%
Valorizar a reflexão, o
espírito investigativo, a
curiosidade, a criticidade, a
criatividade, a ação e a
capacidade de resolver
problemas
40%
Preparar o aluno para uso das tecnologias e meios comunicacionais caracterizados por interatividade, conectividade e hipertextualidade
Valorizar a reflexão, o espírito investigativo, a curiosidade, a criticidade, a criatividade, a ação e a capacidade de resolver problemas
Criar uma cultura de educação on-line, onde a construção do conhecimento utiliza diversas tecnologias e é compreendida não apenas como a aplicação de
ferramentas, mas como processo a ser desenvolvido na perspectiva de rede de aprendizagem
Fundamentar a prática pedagógica visando o produto da aprendizagem, preservando a exatidão das informações e priorizando a reprodução de conteúdos
Utiliza práticas pedagógicas que equilibrem teoria e prática e que respeitem os limites e as qualidades dos alunos
Gráfico 15 – Educar numa sociedade de informação e conhecimento
Como pode se observar no Gráfico 19, para 40% dos professores, educar
numa sociedade de informação e conhecimento significa valorizar a reflexão, o
espírito investigativo, a curiosidade, a criticidade, a criatividade, a ação e a
capacidade de resolver problemas. Ou seja, o conceito de ensinar e de aprender
transcende o de simplesmente transmitir e adquirir conhecimento.
Para outros 40% significa criar uma cultura de educação on-line, onde a
construção do conhecimento utiliza diversas tecnologias e é compreendida não
apenas como a aplicação de ferramentas, mas como processo a ser desenvolvido
na perspectiva de Rede de Aprendizagem.
E para 20% dos professores, é preparar o aluno para o uso das tecnologias e
meios comunicacionais caracterizados por interatividade, conectividade e
hipertextualidade.
É interessante que estes dados justificam-se em MORAES (1997, p.172)
quando ela comenta sobre as mudanças de percepções e valores, que se tudo está
relacionado, se tudo faz parte de uma mesma trama, não sentido em competir e
dominar. É necessário cooperar, estabelecer parcerias. A autora ainda afirma que
estamos interconectados por uma ecotecnologia, que redesenha o mundo e coloca
145
as pessoas em contato umas com as outras, o que significa mais convivência e
compartilhamento de espaços.
A justificativa de um dos professores reafirma tais proposições, pois considera
esta mudança de paradigmas: Considero que temos que criar a cultura, ou seja,
nós, atuais professores de EaD estamos quebrando o paradigma existente” (Suj.4)
Ao indagar os pesquisados sobre a postura do professor no ambiente virtual
de aprendizagem, 31% responderam que o professor deve possuir familiaridade com
a tecnologia, preparando-se e adaptando-se aos recursos, pois é por meio da
interface que ele terá contato com os alunos; 25% responderam que o professor
deve criar um ambiente caloroso, que seja aconchegante e possibilite aos alunos
ficarem a vontade para a participação; 25% responderam que o professor deve
compreender a importância de ser mediador, parceiro dos alunos, produtor de
conhecimento; 19% responderam que o professor deve ter a consciência de que
adotar a mesma abordagem para todos os alunos não funciona.
Questão 20: O professor no ambiente virtual de aprendizagem deve
Criar um ambiente
caloroso, que seja
aconchegante e
possibilite aos
alunos ficarem a
vontade para a
participação
25%
Possuir
familiaridade com
a tecnologia,
preparando-se e
adaptando-se aos
recursos, pois é
por meio da
interface que ele
terá contato com
os alunos
31%
Ter a consciência
de que adotar a
mesma
abordagem para
todos os alunos
não funciona
19%
Compreender a
importância de ser
mediador, parceiro
dos alunos,
produtor de
conhecimento
25%
Apenas aprender a
usar computador,
periricos e
softwares
0%
Apenas aprender a usar computador, periféricos e softwares
Criar um ambiente caloroso, que seja aconchegante e possibilite aos alunos ficarem a vontade para a participação
Compreender a importância de ser mediador, parceiro dos alunos, produtor de conhecimento
Ter a consciência de que adotar a mesma abordagem para todos os alunos não funciona
Gráfico 16 – Postura do professor no AVA
146
Vale destacar o comentário de um dos professores: O professor de EAD,
deve estar disposto a encarar as novidades e adaptar a forma de ensinar para o
ambiente virtual, explorando ao máximo todas as ferramentas que o sistema
oferece” (Suj.4).
Ou seja, é necessário que o professor conheça toda a potencialidade técnica
e comunicacional das ferramentas do AVA.
Outro professor enfatizou em seu comentário a questão do perfil docente para
trabalhar em EAD: Existe uma dificuldade dos professores em transportar as suas
aulas presenciais para o ambiente virtual, porque essa mudança gera uma reflexão
sobre sua atuação como docente, deixando aberta suas qualidades e fraquezas.
Assim como temos diferentes tipos de aprendizagem por parte dos alunos, temos
também diferentes estilos de ensinar e aprender a aprender de professores. Alguns
que utilizam as suas expressões corporais em sala devem se sentir amputados pela
tecnologia, outros mais tímidos devem ver nos AVA a possibilidade de propor novos
horizontes aos seus alunos. Estas diferenças devem ser levadas em conta para
determinar quem deve, quem quer e quem pode ser professor nos AVA”(Suj.2)
Quanto à mediação pedagógica, para 37% dos professores, o tutor deve
manter os alunos atentos, interessados, motivados e participativos, 27% dos
professores pesquisados assinalaram que o tutor deve estimular a autonomia do
aluno; 27% responderam que o tutor deve dar um retorno imediato (feedback) aos
alunos quanto às contribuições no ambiente e para 9% dos professores, o tutor deve
intervir didaticamente, oferecendo recursos para a formação de opiniões e para a
promoção de um processo de ensino e aprendizagem dinâmico, crítico e reflexivo.
147
Questão 21: Quanto à mediação pedagógica, o tutor deve
Manter os alunos atentos,
interessados, motivados
e participativos
37%
Apenas dominar
tecnicamente as
tecnologias, pois elas são
seu principal instrumento
de trabalho
0%
Estimular a autonomia do
aluno
27%
Intervir didaticamente,
oferecendo recursos para
a formação de opiniões e
para a promoção de um
processo de ensino e
aprendizagem dinâmico,
crítico e reflexivo
9%
Dar um retorno imediato
(feedback) aos alunos
quanto às contribuições
no ambiente
27%
Estimular a autonomia do aluno
Dar um retorno imediato (feedback) aos alunos quanto às contribuições no ambiente
Apenas dominar tecnicamente as tecnologias, pois elas são seu principal instrumento de trabalho
Manter os alunos atentos, interessados, motivados e participativos
Intervir didaticamente, oferecendo recursos para a formação de opiniões e para a promoção de um processo de ensino e aprendizagem dinâmico, crítico e
reflexivo
Gráfico 17 – O tutor e a mediação pedagógica
Um dos professores justificou: “O tutor deve principalmente auxiliar o aluno
para que este mantenha a motivação e o interesse do tema de aprendizagem”
(Suj.2) e outro professor ressaltou que O tutor é o elo integrador (professor, aluno,
sistema, coordenação) e deve estar sempre atento a essa relação atendendo a
todos de forma rápida” (Suj.4).
Tais justificativas podem ser corroboradas pelo pensamento de Gonzalez
(2005, p.84), onde ele também ressalta o quanto é imprescindível que o tutor domine
as ferramentas e recursos e também que goste do que faz. É vital que o tutor
demonstre interesse pela melhoria do processo de ensino e aprendizagem e
também esteja disponível para o contato com o aluno.
4.6.6 Integração do módulo Vídeo no Eureka
148
Assim como a preparação para a utilização do ambiente virtual de
aprendizagem Eureka foi decisiva para a usabilidade das ferramentas, o sucesso do
uso do recurso audiovisual, bem como o melhor aproveitamento do potencial
didático educativo desse recurso em sala de aula, não depende de si.
Nesta seção, inicialmente questionou-se quanto à formação específica para
utilizar a tecnologia, no que 60% dos pesquisados responderam que participaram da
capacitação e também receberam auxílio profissional no processo de gravação e
outros 40% tinham conhecimento cnico para utilizar recursos de gravação de
vídeos.
Questão 22: Quanto à formação específica para utilizar a tecnologia de gravação de vídeos
Participei da
capacitação e também
recebi auxílio
profissional no
processo de gravação
60%
Não recebi nenhuma
capacitação, o que
dificultou o aprendizado
na ferramenta
0%
Participei da
capacitação, mas não
recebi auxílio
profissional no
processo de gravação
0%
Já tinha conhecimento
técnico para utilizar
recursos de gravação
de vídeos
40%
Participei da capacitação e também recebi auxílio profissional no processo de gravação
Não recebi nenhuma capacitação, o que dificultou o aprendizado na ferramenta
Participei da capacitação, mas não recebi auxílio profissional no processo de gravação
Já tinha conhecimento técnico para utilizar recursos de gravação de vídeos
Gráfico 18 – Formação para utilizar a tecnologia de gravação de vídeos
A preparação e o auxílio no processo de gravação são essenciais para que o
professor se sinta confortável com a tecnologia e também para que sejam evitados
imprevistos.
Quanto ao processo de elaboração de vídeos, aprender a trabalhar na
ferramenta de gravação foi, para 66% fácil, para 17% acessível e para 17% difícil.
Os pesquisados não justificaram a escolha.
149
Questão 23: Quanto ao processo de elaboração de vídeos, aprender a trabalhar na ferramenta de
gravação foi
Fácil
66%
Acessível
17%
Difícil
17%
Muito difícil
0%
Fácil Acessível Difícil Muito difícil
Gráfico 19 – Aprendizagem na ferramenta de gravação de vídeos
A próxima questão (24) buscava identificar quanto tempo o professor gastou,
em média, para gravar o seu vídeo.
Questão 24: Tempo gasto para gravar o vídeo
Menos de 1 hora
80%
De 1 a 3 horas
20%
Mais de 10 horas
0%
De 4 a 6 horas
0%
De 7 a 9 horas
0%
Menos de 1 hora De 1 a 3 horas De 4 a 6 horas De 7 a 9 horas Mais de 10 horas
Gráfico 20 – Tempo gasto para gravar o vídeo
150
Dos dados obtidos, 80% responderam que gastaram menos de 1 hora e 20%
responderam que gastaram de 1 a 3 horas.
Um dos professores comentou que na primeira tomada precisou gravar duas
vezes : “Só tivemos que regravar a primeira tomada, as demais gravamos uma vez
só” (Suj.4) e o outro justificou a escolha pela alternativa “de 1 a 3 horas” pois
demorou fazendo testes (suj.2)
A preparação para a utilização da ferramenta foi essencial para que o
professor utilizasse o menor tempo possível nesta etapa.
Quando indagados se o roteiro didático do ambiente Eureka forneceu
sugestões e elementos necessários para o processo de elaboração do vídeo
(Questão 25), 100% dos pesquisados (todos) responderam que foi fácil de ser
utilizado. Os professores comentaram: “As propostas de roteiro estavam claras e
apenas adaptei as minhas necessidades” (Suj.2) Não tive dificuldades na escolha
do roteiro, estavam de fácil compreensão (Suj.4)”.
Sobre as tomadas propostas em cada roteiro, todos os pesquisados (100%)
responderam na Questão 26, que elas foram suficientes e atenderam as
necessidades.
Questão 26: Quanto às tomadas propostas em cada roteiro
Foram suficientes e
atenderam as
necessidades
100%
Foram suficientes,
porém precisam de
maiores detalhes
0%
Foram insuficientes e
necessitam serem
reelaboradas
0%
São desnecessárias.
Os roteiros para o
processo de gravação
devem ser livres
0%
Foram suficientes e atenderam as necessidades
Foram suficientes, porém precisam de maiores detalhes
Foram insuficientes e necessitam serem reelaboradas
São desnecessárias. Os roteiros para o processo de gravação devem ser livres
Gráfico 21 – Quanto às tomadas propostas em cada roteiro
151
Um dos professores comentou: “Para o roteiro que escolhi, as 3 tomadas
foram suficientes” (Suj.4)
Quanto ao tempo destinado para cada tomada, 80% dos professores
assinalaram que foi suficiente e 20% assinalou que foi insuficiente.
Questão 27: Quanto ao tempo destinado para cada tomada
Suficiente
80%
Insuficiente
20%
Suficiente Insuficiente
Gráfico 22 – Quanto ao tempo destinado para cada tomada
O professor que considerou o tempo insuficiente justificou: “Precisei utilizar
alguns segundos a mais” (Suj.3). De modo geral, percebeu-se que os professores
atentaram-se quanto ao tempo sugerido para cada tomada.
Quando questionados sobre os exemplos fornecidos para cada tomada, se
eles auxiliaram no processo da filmagem, 100% (todos) dos professores
responderam que “Foram suficientes” e não justificaram.
A próxima questão (29) proposta era dissertativa e buscava verificar se o
conteúdo selecionado foi apresentado de maneira a atrair e manter a motivação do
aluno.
Sujeito Resposta
1
Como foi a primeira vez que usei esse recurso, gostei muito do retorno
152
dos alunos. Eles elogiaram muito. Disseram que o vídeo diminui a
distância. Outra coisa interessante, é que o resultado dos exercícios
baseados no conteúdo do vídeo foi muito positivo. A produção textual
dos alunos teve mais qualidade e mais clareza quanto ao
entendimento do conteúdo, isso favoreceu a criatividade na reflexão.
2
A figura do professor, mesmo que em vídeo, quebra um pouco a frieza
do ambiente virtual, o que colabora para atrair os alunos.
3
Como não foi apresentado conteúdo teórico, apenas informações
sobre a metodologia, acho que foram claras.
4
Acredito que sim.
5
Creio que sim, ainda não recebi feedback dos alunos.
Tabela 6 – Apresentação do conteúdo e a motivação
Como se percebe na Tabela 2, um dos professores ressaltou em sua
justificativa que os alunos comentaram que “(...) o vídeo diminui a distância” (Suj.1) e
outro professor justificou que “(...) o deo quebra um pouco a frieza do ambiente
virtual” (Suj.2). A esse respeito, Palloff e Pratt (2002, p.95, 95) corroboram
discorrendo que incluir imagens visuais no ambiente on-line torna o processo mais
humano, pois os participantes podem ligar um rosto às mensagens que aparecem
na tela, conectando desta forma, palavras a pessoas de verdade.
Questionou-se também quanto aos cuidados e procedimentos para o
processo de gravação, se as dicas de estrutura física, iluminação, indumentária e
isolamento acústico foram úteis e proporcionaram um resultado otimizado.
153
Questão 30: Quanto aos cuidados e procedimentos para a gravação, as dicas foram úteis e
proporcionaram um resultado otimizado?
Foram suficientes
80%
Foram suficientes,
porém precisam de
melhorias
20%
São desnecessários
0%
Foram insuficientes e
necessitam serem
reelaborados
0%
Foram suficientes Foram suficientes, porém precisam de melhorias Foram insuficientes e necessitam serem reelaborados São desnecessários
Gráfico 23 – Quanto aos cuidados e procedimentos para a gravação
Para 80% dos professores, as dicas foram suficientes e para 20%, foram
suficientes, porém precisam de melhorias: “Gravamos em uma sala grande e com
alguns móveis, então tivemos que organizar o ambiente para a gravação. Para um
vídeo curto não tivemos problemas, mas creio que uma sala própria seria melhor”
(Suj.4).
Aqui, cabe enfatizar que a gravação do vídeo, por mais simples que seja,
deve ser feita num local apropriado, com boa iluminação e isolamento acústico.
A questão 31 indagava se o professor acreditava que a utilização de vídeos
como material de apoio para a EAD contribui para a aprendizagem dos alunos.
Todos responderam que sim e justificaram a resposta:
Sujeito Resposta
1
Sim, como disse anteriormente, o vídeo cria uma proximidade maior e
me pareceu que houve um interesse maior por parte do aluno quanto
ao conteúdo.
2
Sim, mas não apenas o professor falando, é importante o uso de
154
vídeos que ilustrem o tema, pois conseguem mostrar a situação e
concentrar mais o aluno na aprendizagem.
3
Acredito que seja importante quando o professor precisa explicar algo
com mais detalhes, como faria em uma aula presencial.
4
Acredito e muitos dos alunos estão solicitando vídeos de apoio nos
módulos.
5
O vídeo é uma ferramenta muito rica e contribui para o processo de
ensino e aprendizagem.
Tabela 7 – Utilização de vídeos como material de apoio
Como se pode perceber nesta questão, principalmente no comentário do
sujeito 2, além da aula filmada é interessante que sejam explorados com mais
especificidade recursos de áudio (trilhas sonoras, jingles) e recursos visuais
(gráficos, mapas, fotos, ilustrações, etc.) Tais recursos podem ser poderosas
ferramentas para enfatizar pontos fundamentais, para sintetizar idéias e
principalmente, para servirem como elementos motivacionais.
Porém os vídeos não podem ser concebidos como meros suportes de
“transmissões de conteúdo”. É necessário criar expectativas, surpreender, promover
discussão posterior - provocar a aprendizagem. Para que isto ocorra, o aluno precisa
ser visto como um sujeito ativo no processo de ensino e aprendizagem.
Quando questionados sobre quais foram as principais dificuldades
encontradas no processo de elaboração do vídeo, os professores pesquisados
responderam:
Sujeito Resposta
1
Não houve dificuldades.
2
A maior dificuldade foi não ler o texto do roteiro, para não ficar com o
olhar em movimento.
3
Buscar naturalidade para falar perante uma câmera de vídeo.
4
A escolha do roteiro.
5
Não tive dificuldades.
Tabela 8 – Dificuldades no processo de elaboração do vídeo
155
Entre as dificuldades listadas, percebe-se que a maior freqüência foi em
relação à postura na frente da câmera.
A próxima questão (33) buscava analisar se o fato de integrar o dulo de
vídeo no ambiente virtual de aprendizagem Eureka contribuiu para a ação docente
on-line.
Questão 33: Integrar o módulo de Vídeo no Eureka contribuiu para a ação docente on-line pois
O sistema não
dispunha de nenhuma
ferramenta audiovisual
13%
Rompeu com as formas
tradicionais de ensino e
aprendizagem,
proporcionando uma
prática pedagógica
inovadora
24%
Este recurso motiva e
sensibiliza o aprendiz
na construção do
conhecimento
25%
Exigiu um cuidadoso
planejamento do
professor para
selecionar, organizar,
contextualizar as
informações e
estabelecer novas
conexões
25%
Permitiu a
aprendizagem do
potencial pedagógico
de recursos
audiovisuais
13%
O sistema não dispunha de nenhuma ferramenta audiovisual
Rompeu com as formas tradicionais de ensino e aprendizagem, proporcionando uma prática pedagógica inovadora
Este recurso motiva e sensibiliza o aprendiz na construção do conhecimento
Exigiu um cuidadoso planejamento do professor para selecionar, organizar, contextualizar as informações e estabelecer novas conexões
Permitiu a aprendizagem do potencial pedagógico de recursos audiovisuais
Gráfico 24 – Integração do módulo de vídeo e a ação docente on-line
Para 25% dos professores, integrar o vídeo no Eureka contribuiu para a ação
docente on-line pois este recurso motiva e sensibiliza o aprendiz na construção do
conhecimento; para outros 25% contribui pois exigiu um cuidadoso planejamento do
professor para selecionar, organizar, contextualizar as informações e estabelecer
novas conexões; 24% consideraram que integrar o vídeo rompeu com as formas
tradicionais de ensino e aprendizagem, proporcionando uma prática pedagógica
inovadora; 13% assinalaram que permitiu a aprendizagem do potencial pedagógico
de recursos audiovisuais e 13% assinalaram que contribuiu pois o sistema não
dispunha de nenhuma ferramenta audiovisual.
156
Os dados apresentados no gráfico 24 demonstram utilizar a mídia Vídeo no
ambiente virtual de aprendizagem Eureka requer planejamento, porém é um recurso
que além de motivar os alunos no processo de ensino e aprendizagem, também
rompe com as formas tradicionais de ensino, baseadas exclusivamente na oralidade
e na escrita, trazendo experiências inovadoras e diferenciadas para o processo de
ensino e aprendizagem.
A última questão proposta buscava verificar se o vídeo produzido conseguiu
satisfazer as expectativas dos professores.
Sujeito Resposta
1
Totalmente.
2
Sim, como uma primeira experiência acho que ficou satisfatório. Creio
que com a produção de mais vídeos os resultados ficarão melhores.
3
Achei interessante, mas ainda não tenho informação dos alunos.
4
Fiquei satisfeita com o resultado, mas tenho certeza que o primeiro
sempre será uma base para um melhor desempenho nos futuros
vídeos a serem gravados.
5
Sim, ficou muito bom e foi muito fácil de utilizar.
Tabela 9 – Vídeo produzido e as expectativas dos professores
Os vídeos produzidos abrem expectativas inovadoras e animadoras para sua
utilização em ambientes virtuais de aprendizagem. Para os professores, a tendência
é melhorar, pois esta foi a primeira experiência.
157
CAPÍTULO 5 - CONSIDERAÇÕES FINAIS E RECOMENDAÇÕES
Este trabalho sob o título a integração do módulo de vídeo no Eureka e sua
influência na ação docente on-line” surgiu do convite para participar como
pesquisadora no projeto de integração do dulo de vídeo no AVA Eureka, projeto
de parceria entre PUCPR e a DigitalSK.
É notório que o avanço tecnológico tem influenciado significativamente a
sociedade em todos os seus contextos, impulsionando transformações culturais
especialmente na esfera social, como a Educação e a Comunicação.
A EAD que tradicionalmente utilizava mídias convencionais como material
impresso, rádio e televisão, hoje é fortemente marcada por tecnologias digitais e
multimídias.
Pode-se afirmar que a tecnologia apresenta-se como um meio, um
instrumento para colaborar no processo de ensino e aprendizagem e por isto, os
educadores não podem ficar estáticos diante de tantas mudanças.
Os professores precisam desenvolver novas competências docentes,
desconstruindo modelos mentais que o colocavam como fonte exclusiva de
informações e compreendendo-se como constantes aprendizes. Entretanto, cabe
destacar que esta pesquisa não tem como pretensão dar receitas, mas sim, apontar
possibilidades de ação docente em ambientes virtuais de aprendizagem.
O objetivo geral desta pesquisa foi analisar as percepções dos professores
quanto à ão docente on-line, no ambiente virtual de aprendizagem Eureka, com a
integração do módulo de vídeo como uma funcionalidade de apoio ao processo de
ensino e aprendizagem, utilizando solução de produção de vídeo digital de curta
duração. Os objetivos específicos desta dissertação foram contemplados, na medida
em que se estruturou o trabalho buscando atingi-los.
Para responder o problema deste estudo - Como se desenvolve a ação
docente on-line, com a integração do módulo de vídeo no ambiente virtual de
aprendizagem Eureka, em face da mudança paradigmática da prática pedagógica? –
procedeu-se à pesquisa sobre a mudança paradigmática na prática pedagógica e a
utilização de ambientes virtuais de aprendizagem no processo de ensino e
aprendizagem. Os autores citados ofereceram sustentação teórica que permite a
158
este estudo, continuidade aos que queiram enveredar nestes espaços virtuais de
aprendizagem.
Com fortes subsídios teóricos, foi possível investigar as percepções dos
professores em relação à integração e utilização pedagógica da ferramenta vídeo no
AVA Eureka, por meio de um estudo de caso.
Com base no aporte teórico, observou-se que um ambiente virtual de
aprendizagem não é um “meio de difusão de informações” e sim, uma plataforma de
comunicação em que são oferecidas ferramentas síncronas e assíncronas que
permitem o desenvolvimento de atividades em uma sala de aula virtual. Porém, não
se pode analisar um AVA somente como ferramenta tecnológica, pois no
ciberespaço, existem diversos ambientes e com eles também uma variedade de
práticas pedagógicas e comunicacionais, podendo ser instrucionistas ou interativas.
Em ambientes interativos, as práticas pedagógicas e comunicacionais devem
privilegiar a interação aluno-aluno e aluno-professor, ou seja, as atividades que
impliquem em colaboração são essenciais no processo de ensino e aprendizagem.
Contudo, é importante ressaltar a necessidade de acesso e familiarização com a
tecnologia utilizada.
Neste contexto, o professor é chamado a desempenhar múltiplos papéis,
além da orientação didática: é necessário ser mediador, parceiro dos alunos,
produtor de conhecimento.
Com o levantamento e análise dos dados, tornou-se possível apontar
considerações gerais sobre o ambiente virtual de aprendizagem Eureka e como se
desenvolve a ação docente on-line. No decorrer deste estudo, as opiniões dos
pesquisados permitiram conferir credibilidade ao AVA e perceber que educar em
ambientes virtuais exige mais dedicação do professor e mais tempo de preparação.
De acordo com os dados da amostra pesquisada, os professores estão
buscando práticas pedagógicas fundamentadas em tendências inovadoras. Em
vários relatos foi possível perceber a preocupação com o processo de ensino e
aprendizagem no ambiente on-line, principalmente com a questão da interatividade e
colaboração.
Em face desta importância, considera-se um fator positivo o fato da instituição
se preocupar em oferecer a oportunidade para os docentes conhecerem o sistema
antecipadamente por meio de cursos de capacitação para o uso do ambiente.
159
Percebe-se que isto reflete diretamente na facilidade demonstrada pelos professores
para a utilização das ferramentas disponíveis no Eureka.
Embora a maioria dos professores também tenha passado por um processo
de familiarização com a tecnologia para a gravação de vídeos, que incluiu além das
orientações para a organização do roteiro, um treinamento frente à câmera, sugere-
se que sejam elaborados programas de capacitação específicos para a produção de
vídeo para web.
Mas aqui se sugere que não seja apenas uma preparação instrumental, mas
sim, no sentido de que os professores compreendam além dos mecanismos e da
dinâmica de construção, que sejam refletidas as diferentes possibilidades de
utilização desta mídia no processo de ensino e aprendizagem, que sejam pensados
os modos de interação com o saber.
Ficou evidente que a preferência por ferramentas de comunicação
assíncronas deve-se à rica possibilidade de interação sem que haja a exigência de
participação simultânea. Entretanto, cabe aqui frisar a importância de uma
concepção pedagógica baseada na produção de conhecimentos, para que
funcionalidades como o rum, por exemplo, não sejam utilizados como simples
“questionários on-line”.
Na pesquisa, pode-se inferir também que é necessário humanizar o AVA, ou
seja, criar um espaço social no ambiente, como um “café virtual”, para que
professores e alunos possam relaxar, conhecendo melhor os colegas e os
professores. Ou então, poderiam utilizar este espaço para compartilhar exemplos e
experiências. Assim, o ambiente tornar-se-ia mais caloroso e convidativo. Esta
funcionalidade poderia estar agregada na sala do curso.
Para instituir o sentimento de “comunidade” nas salas virtuais, os
participantes precisam sentir segurança e confiabilidade. Por isto, uma
recomendação urgente é quanto à questão de acessibilidade: É necessário garantir
o acesso aos portadores de necessidades especiais.
Outro ponto importante da pesquisa foi verificar que a instituição dispõe
diversos meios para dar suporte técnico ao professor e aos alunos. Sugere-se, para
as vidas quanto à tecnologia em si, disponibilizar um arquivo com perguntas e
respostas mais freqüentes sobre o curso e também integrar tutoriais on-line,
enriquecendo a ferramenta “Ajuda” do Eureka.
160
Percebeu-se também nesta pesquisa, que as ferramentas de comunicação
utilizadas no ambiente, até o momento, eram predominantemente escritas
(mensagens, respostas, simulações de comunicação falada) e que a integração da
ferramenta vídeo significou um grande passo, apresentando-se como uma
alternativa extremamente interessante e um elemento enriquecedor para o processo
de ensino e aprendizagem on-line.
Quanto aos roteiros propostos, percebeu-se que o Roteiro 4 (Apresentação
de Conteúdos), é na verdade um roteiro para apresentação da disciplina/módulo e
não um roteiro para apresentação de conteúdos. Sugere-se a criação de um novo
roteiro, para que o professor desenvolva um conteúdo específico, uma temática.
O profissional docente precisa sempre estar atento às inovações tecnológicas
que possam auxiliá-lo no processo de ensino e aprendizagem, não se esquecendo
do seu importante papel de mediador do conhecimento.
O desafio consiste em pensar nas melhorias para o AVA Eureka e
conseqüentemente, para a ação docente on-line. Por isto cabe observar que muitos
aspectos analisados nesta pesquisa podem servir de parâmetro tanto para promover
a melhoria deste ambiente, quanto para possibilitar processos de ensino e
aprendizagem mais interativos e colaborativos.
5.1 RECOMENDAÇÕES
Muitos foram os pontos levantados nesta investigação, entretanto, merecem
destaque aqueles que servirão para complementarem pesquisas futuras. São eles:
A interface do ambiente virtual de aprendizagem Eureka e suas
funcionalidades passam por constantes mudanças objetivando melhorias,
por isto para pesquisas futuras com este mesmo princípio norteador, será
necessário adotar alterações quanto à ferramenta.
A pesquisa foi realizada utilizando um protótipo, por isto é necessário dar
continuidade à pesquisa, investigando a versão definitiva da Digital SK
implementada no EUREKA da PUCPR.
161
Até o momento da pesquisa, a tecnologia de gravação de vídeos estava
restrita ao uso do professor. Recomenda-se estudar a possibilidade de
oferecer este recurso também aos alunos.
Ressalta-se que a presente investigação e os resultados obtidos não têm a
pretensão de esgotar o tema, mas sim, despertar a curiosidade para o
desenvolvimento de outras pesquisas a partir desta contextualização.
162
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166
TRIVIÑOS, Augusto N. S. Introdução à pesquisa em ciências sociais: a pesquisa
qualitativa em educação. São Paulo: Atlas, 1987.
167
APÊNDICE A
Carta de Apresentação enviada aos Professores
168
CARTA DE APRESENTAÇÃO
Curitiba, ____ de ____________________ de _____.
Prezado(a) Professor(a)
Por meio deste, venho convidá-lo (a) para participar de um estudo de cunho
acadêmico, relacionado ao Eureka. Caso você aceite participar da pesquisa,
responderá um questionário, referente à pesquisa de mestrado, intitulada “A
INTEGRAÇÃO DO MÓDULO DE VÍDEO NO EUREKA E SUA INFLUÊNCIA NA
AÇÃO DOCENTE ON-LINE”, orientada pela Prof.ª Dr.ª Patrícia Lupion Torres. O
objetivo do estudo é Analisar as percepções dos professores quanto à ação docente
on-line, no ambiente virtual de aprendizagem Eureka, com a integração do módulo
de vídeo como uma funcionalidade de apoio ao processo de ensino e aprendizagem,
utilizando solução de produção de vídeo digital de curta duração.
Sua participação é de suma importância, pois na pesquisa científica, a coleta
e a análise de dados favorecem a aproximação com a realidade. A privacidade será
respeitada, seu nome e outros dados serão mantidos em sigilo, respeitando o
imperativo ético da confidencialidade.
As informações obtidas no questionário serão analisadas e utilizadas a fim de
alcançar o objetivo da dissertação e serão divulgadas em publicações posteriores,
porém resguardando o anonimato dos participantes pesquisados.
Agradeço sua colaboração.
Atenciosamente,
Débora Regina do Nascimento de Freitas
Pesquisadora
Eu,___________________________________________________________
________________________ estou ciente da minha livre participação neste estudo.
169
APÊNDICE B
Termo de Consentimento enviado aos Professores
170
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
EU_______________________________________________________________,
RG Nº________________, estou sendo convidado a participar de um estudo
denominado: “A integração do módulo de vídeo no Eureka e sua influência na ação
docente online”, cujo objetivo é Analisar as percepções dos professores quanto à
ação docente on-line, no ambiente virtual de aprendizagem Eureka, com a
integração do módulo de vídeo como uma funcionalidade de apoio ao processo de
ensino e aprendizagem, utilizando solução de produção de vídeo digital de curta
duração.
Sei que para o avanço da pesquisa a participação de voluntários é de fundamental
importância. Caso aceite participar desta pesquisa eu responderei a um questionário
semi-estruturado elaborado pelos pesquisadores, que consta de questões referentes
ao estudo sobre a nova funcionalidade no Eureka.
Estou ciente de que minha privacidade será respeitada, ou seja, meu nome, ou
qualquer outro dado confidencial, se mantido em sigilo. A elaboração final dos
dados se feita de maneira codificada, respeitando o imperativo ético da
confidencialidade.
Estou ciente de que posso me recusar a participar do estudo, ou retirar meu
consentimento a qualquer momento, sem precisar justificar, nem sofrer qualquer
dano.
A pesquisadora envolvida com o referido projeto é a Débora Regina do Nascimento
de Freitas, com quem poderei manter contato pelo telefone: (41) 0000-0000.
Estão garantidas todas as informações que eu queira saber antes, durante e depois
do estudo.
Li, portanto, este termo, fui orientado (a) quanto ao teor da pesquisa acima
mencionada e compreendi a natureza e o objetivo do estudo do qual fui convidado
(a) a participar. Concordo, voluntariamente em participar desta pesquisa, sabendo
que não receberei nem pagarei nenhum valor econômico por minha participação.
____________________________________
Assinatura do sujeito de pesquisa
_____________________________________
Assinatura do pesquisador
Curitiba_______de _________________________de 2008.
171
APÊNDICE C
Questionário enviado aos Professores
172
QUESTIONÁRIO DE COLETA DE DADOS PARA ESTUDO ACADÊMICO SOBRE
A INTEGRAÇÃO DO MÓDULO DE VÍDEO NO EUREKA
Identificação
1. Sexo:
( ) Feminino ( ) Masculino
2. Idade:
( ) De 20 a 30 anos ( ) De 31 a 40 anos ( ) De 41 a 50 anos ( ) Mais de 50 anos
Acessibilidade (Se for o caso marque mais de uma alternativa)
3. Em qual local você tem acesso ao computador?
( ) Casa ( ) Trabalho ( ) Universidade ( ) Outros: ________________________
4. Qual o tipo de conexão utilizada para o acesso à Internet?
( ) Discada ( ) Banda Larga ( ) Outros: __________________________________
Conhecimento e domínio de Informática (Se for o caso marque mais de
uma alternativa)
5. Qual destas ferramentas você utiliza?
( ) Editor de Textos ( ) Planilha de lculos ( ) Navegador de Internet ( ) MSN
( ) Skype ( ) Outras: __________________________________________________
6. Com que freqüência você utiliza o computador?
( ) De 1 a 2 dias por semana ( ) De 3 a 4 dias por semana
( ) De 4 a 5 dias por semana ( ) De 6 a 7 dias por semana
7. Com que freqüência você acessa a Internet?
( ) De 1 a 2 horas por semana ( ) De 3 a 6 horas por semana
( ) De 7 a 15 horas por semana ( ) Mais de 15 horas por semana
Usabilidade
173
8. Como foi a sua preparação para utilizar o Ambiente Eureka? (Se for o caso,
marque mais de uma alternativa)
( ) Participei de um curso de capacitação
( ) Tive apenas uma introdução sobre suas ferramentas
( ) Tive auxílio de pedagogas do Núcleo PUCweb
( ) Tive auxílio de colegas
( ) Aprendi Sozinho
Justifique:
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
9. Quanto ao ambiente Eureka e suas ferramentas (Edital, Plano de Trabalho,
Chat, Fórum, Correio, Material Didático On-line, Webgrafias, Avaliações):
( ) Utilizo com facilidade todas as ferramentas
( ) Utilizo com facilidade, mas tenho dificuldades em algumas ferramentas
( ) Utilizo com dificuldade todas as ferramentas
( ) Utilizo com dificuldade algumas ferramentas
( ) Utilizo mas creio que algumas ferramentas são desnecessárias, por exemplo:
__________________________________________________________________
10. Durante o processo de desenvolvimento das atividades no ambiente virtual de
aprendizagem Eureka, você buscou auxílio em relação às suas dúvidas:
( ) Na ferramenta “Ajuda” do próprio ambiente
( ) Por e-mail, para a Equipe PUCweb
( ) Por telefone, para a Equipe PUCweb
( ) Com colegas de trabalho (Coordenador/Professores)
( ) Não tive dúvidas
Interatividade Professor/Aluno
11. Quais dessas ferramentas você mais utiliza para se comunicar com seus
alunos? (Se for o caso, marque mais de uma alternativa)
174
( ) Fórum ( ) Chat ( ) E-mail ( ) Telefone ( ) Outros: ________________________
Justifique:
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
12. Com que freqüência você se comunica com seus alunos? (Se for o caso,
marque mais de uma alternativa)
( ) Diariamente
( ) Semanalmente, em dias e horários estabelecidos em comum acordo
( ) Semanalmente, em dias e horários definidos
( ) Mensalmente, em dias e horários estabelecidos em comum acordo
( ) Mensalmente, em dias e horários definidos
Justifique:
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
13. Você considera a comunicação com seus alunos:
( ) Ineficiente
( ) Muito complicada
( ) Fácil de ser realizada
( ) Fácil de ser realizada, mas com uns detalhes que só podem ser resolvidos
presencialmente
( ) Difícil de ser realizada, pois existem coisas que não podem ser resolvidas
virtualmente
Justifique:
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
14. Na proposição das atividades para sua turma:
( ) Trabalho somente com atividades individuais
( ) Trabalho somente com atividades em grupo
175
( ) Trabalho com atividades individuais e em grupo
( ) Trabalho raramente com atividades individuais e em grupo
( ) Trabalho com atividades individuais e em grupo, dependendo do conteúdo
Justifique:
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
15. A cada módulo, você oferece ao aluno a oportunidade de expor as suas
dúvidas:
( ) Sempre, utilizando as ferramentas do ambiente Eureka
( ) Sempre, nos encontros presenciais
( ) Algumas vezes, virtualmente
( ) Algumas vezes, nos encontros presenciais
( ) Raramente, tanto virtualmente como presencialmente
Justifique:
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
Avaliação do ambiente virtual de aprendizagem Eureka (Se for o caso
marque mais de uma alternativa)
16. Com relação à avaliação, o ambiente virtual Eureka:
( ) Oferece mecanismos que não correspondem às necessidades do processo
avaliativo
( ) Oferece mecanismos que permitem administrar as avaliação, mantendo os
resultados armazenados
( ) Permite uma avaliação consistente, na qual, o professor pode acompanhar o
desenvolvimento de seus alunos
( ) Oferece um gerador de relatórios (freqüência, atividades, notas, etc)
( ) Não oferece mecanismos de avaliação
Justifique:
___________________________________________________________________
176
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
17. Quanto às características pedagógicas do ambiente Eureka:
( ) Permitem que o professor e o tutor atuem de maneira que os alunos se sintam
motivados, facilitando o desenvolvimento das habilidades colaborativas
( ) Provêem métodos pedagógicos suficientemente estimulantes para manter os
participantes ativos e interessados
( ) Dispõe de ferramentas que permitem ao professor atingir os objetivos
pedagógicos
( ) Possui ferramentas que facilitam o planejamento, reestruturação
e gerenciamento do curso
( ) Oferece os recursos necessários à interatividade entre alunos e professores
Justifique:
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
18. Quanto ao suporte oferecido ao aluno, o ambiente Eureka: (Se for o caso,
marque mais de uma alternativa)
( ) Permite o acesso ao informe do professor/tutor (calendário de eventos, agenda,
material de apoio
( ) Permite o acesso às notas nas avaliações
( ) Permite o controle e estatística de acesso ao ambiente
( ) Permite que o aluno possa desenvolver a habilidade metacognitiva e colaborativa
( ) Não permite nenhum tipo de suporte
Justifique:
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
Ação docente online no ambiente Eureka
177
19. Educar numa sociedade de informação e conhecimento significa: (Se for o
caso marque mais de uma alternativa)
( ) Preparar o aluno para o uso das tecnologias e meios comunicacionais
caracterizados por interatividade, conectividade e hipertextualidade.
( ) Valorizar a reflexão, o espírito investigativo, a curiosidade, a criticidade, a
criatividade, a ação e a capacidade de resolver problemas.
( ) Criar uma cultura de educação on-line, onde a construção do conhecimento utiliza
diversas tecnologias e é compreendida não apenas como a aplicação de
ferramentas, mas como processo a ser desenvolvido na perspectiva de Rede de
Aprendizagem.
( ) Fundamentar a prática pedagógica visando o produto da aprendizagem,
preservando a exatidão das informações e priorizando a reprodução de conteúdos.
( ) Utilizar práticas pedagógicas que equilibrem teoria e prática e que respeitem os
limites e as qualidades dos alunos.
20. O professor no ambiente virtual de aprendizagem deve: (Se for o caso
marque mais de uma alternativa)
( ) Apenas aprender a usar computador, periféricos e softwares.
( ) Criar um ambiente caloroso, que seja aconchegante e possibilite aos alunos
ficarem a vontade para a participação.
( ) Compreender a importância de ser mediador, parceiro dos alunos, produtor de
conhecimento.
( ) Ter a consciência de que adotar a mesma abordagem para todos os alunos não
funciona.
( ) Possuir familiaridade com a tecnologia, preparando-se e adaptando-se aos
recursos, pois é por meio da interface que ele terá contato com os alunos.
Justifique:
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
21. Quanto à mediação pedagógica, o tutor deve: (Se for o caso marque mais de
uma alternativa)
( ) Estimular a autonomia do aluno
178
( ) Dar um retorno imediato (feedback) aos alunos quanto às contribuições no
ambiente
( ) Apenas dominar tecnicamente as tecnologias, pois elas são seu principal
instrumento de trabalho
( ) Manter os alunos atentos, interessados, motivados e participativos
( ) Intervir didaticamente, oferecendo recursos para a formação de opiniões e para a
promoção de um processo de ensino e aprendizagem dinâmico, crítico e reflexivo.
Justifique:
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
Integração do módulo Vídeo no Eureka
22. Quanto à formação específica para utilizar a tecnologia:
( ) Participei da capacitação e também recebi auxílio profissional no processo de
gravação
( ) Não recebi nenhuma capacitação, o que dificultou o aprendizado na ferramenta
( ) Participei da capacitação, mas não recebi auxílio profissional no processo de
gravação
( ) Já tinha conhecimento técnico para utilizar recursos de gravação de vídeos
Justifique:
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
23. Quanto ao processo de elaboração de vídeos, aprender a trabalhar na
ferramenta de gravação foi:
( ) Fácil
( ) Acessível
( ) Difícil
( ) Muito difícil
179
Justifique:
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
24. Em média, quanto tempo você gastou para gravar o seu vídeo?
( ) Menos de 1 hora
( ) De 1 a 3 horas
( ) De 4 a 6 horas
( ) De 7 a 9 horas
( ) Mais de 10 horas
Justifique:
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
25. Quanto ao roteiro didático do ambiente Eureka, forneceu sugestões e
elementos necessários para o processo de elaboração do vídeo?
( ) Ineficiente
( ) Muito complicado
( ) Fácil de ser utilizado
( ) Fácil de ser utilizado, mas com detalhes a serem revistos
( ) Difícil de ser utilizado
Justifique:
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
26. Quanto às tomadas propostas em cada roteiro:
( ) Foram suficientes e atenderam as necessidades
( ) Foram suficientes, porém precisam de maiores detalhes
( ) Foram insuficientes e necessitam serem reelaboradas
( ) São desnecessárias. Os roteiros para o processo de gravação devem ser livres.
180
Justifique:
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
27. Quanto ao tempo destinado para cada tomada, foi:
( ) Suficiente
( ) Insuficiente
Justifique:
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
28. Os exemplos fornecidos para cada tomada, auxiliaram no processo da
filmagem?
( ) Foram suficientes
( ) Foram suficientes, porém precisam de maiores detalhes
( ) Foram insuficientes e necessitam serem reelaborados
( ) São desnecessários
Justifique:
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
29. O conteúdo selecionado foi apresentado de maneira a atrair e manter a
motivação do aluno? Justifique:
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
30. Quanto aos cuidados e procedimentos para o processo de gravação, as dicas
de estrutura física, iluminação, indumentária e isolamento acústico, foram úteis e
proporcionaram um resultado otimizado?
181
( ) Foram suficientes
( ) Foram suficientes, porém precisam de melhorias
( ) Foram insuficientes e necessitam serem reelaborados
( ) São desnecessários
Justifique:
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
31. Você acredita que a utilização de vídeos como material de apoio para a EAD,
contribui para a aprendizagem dos alunos? Justifique:
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
32. Quais foram as principais dificuldades encontradas no processo de
elaboração do vídeo?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
33. Integrar o módulo de Vídeo no Ambiente Virtual de Aprendizagem Eureka
contribuiu para a ação docente online, pois: (Se for o caso marque mais de uma
alternativa)
( ) O sistema não dispunha de nenhuma ferramenta audiovisual
( ) Rompeu com as formas tradicionais de ensino e aprendizagem, proporcionando
uma prática pedagógica inovadora
( ) Este recurso motiva e sensibiliza o aprendiz na construção do conhecimento
( ) Exigiu um cuidadoso planejamento do professor para selecionar, organizar,
contextualizar as informações e estabelecer novas conexões
( ) Permitiu a aprendizagem do potencial pedagógico de recursos audiovisuais
Justifique:
___________________________________________________________________
182
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
34. O vídeo produzido conseguiu satisfazer suas expectativas? Justifique:
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
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