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superiores às verificadas em ambiente externo e, até mesmo, durante a noite, se conservam
mais elevadas.
Viehbeck (1999) cita que as maiores médias de temperatura dentro da estufa solar são
verificadas no intervalo entre 12 e 15 horas, variando em função da latitude do local. Na
Figura 21, pode-se observar que as maiores médias de temperatura dentro do secador foram
verificadas no limite superior proposto pelo autor, às 15 horas. Com relação à umidade
relativa e de equilíbrio, as menores médias foram, também, verificadas às 15 horas (Figuras
22 e 23). O horário da mínima registrada de umidade relativa e de equilíbrio está dentro da
faixa entre 12 e 16 horas, verificado por Rodríguez et al. (2003).
Quando analisadas as variações ambientais dentro do secador, constata-se que, na
faixa acima do PSF, as médias de temperatura, umidade relativa e umidade de equilíbrio, às
15 horas, foram de 34,94ºC, 55,36% e 10,09%, respectivamente, enquanto que na faixa
abaixo do PSF, no mesmo horário, as médias foram de 36,50ºC, 41,54% e 7,72%. Embora
tenha sido observada uma pequena diferença entre as médias das variáveis ambientais nas
duas faixas de umidade, verifica-se que, com a redução da umidade da madeira, há um
aumento da temperatura média interna do secador solar, ao passo que as médias de umidade
relativa e de equilíbrio diminuem. Resultado semelhante foi verificado por Santini (1981) ao
analisar a secagem de cargas mistas de madeiras e cargas de Ocotea catharinensis.
A eficiência do secador solar, com a redução da umidade da madeira, também pode ser
verificada claramente pela diferença entre as médias de temperatura (∆T), umidade relativa
(∆UR) e de equilíbrio (∆UEq), dentro e fora da estufa, no horário das 15 horas. Na faixa
acima do PSF, os valores de ∆T, ∆UR e ∆UEq foram de 13,84ºC, 2,84% e 1,7%. Já na faixa
abaixo do PSF, foram encontrados valores superiores (18,55ºC, 21,35% e 4,89%).
Peck (1962) e Bois (1977), também verificaram tal comportamento em função da
umidade da madeira, apresentando valores de ∆T no início da secagem de 8,3 e 5,0ºC, e no
fim do processo de 16,6 e 11,1ºC, respectivamente. Por sua vez, Gough (1977) e Cueto (1997)
verificaram, em dias ensolarados, valores de ∆T máximo entre 15 e 20ºC e entre 18 e 24ºC,
valores semelhantes ao observado neste estudo na faixa acima do PSF. A máxima ∆T
registrada neste experimento (∆T= 27,8ºC) foi no estágio final de secagem de Eucalyptus
saligna, quando a temperatura interna do secador atingiu 52,5ºC e a temperatura externa foi
de 24,7ºC (Apêndice 2). Moraes-Duzat et al. (2000) registraram, em pesquisa na Região
Amazônica, valores médios de ∆T= 10ºC, inferior ao verificado nessa pesquisa. Entretanto,
ficou aquém do verificado por Yang (1980), o qual registrou ∆T médio em torno de 29ºC. É
importante ressaltar que o estudo realizado por Yang (1980) foi durante o período de verão,