Download PDF
ads:
UNIVERSIDADE
FEDERAL
DE
SANTA
MARIA
CENTRO
DE
CIÊNCIAS
RURAIS
PROGRAMA
DE
PÓS-GRADUAÇÃO
EM
ENGENHARIA
FLORESTAL
AVALIAÇÃO DO USO DE ESTUFA SOLAR PARA
SECAGEM DE MADEIRA SERRADA DE EUCALIPTO
DISSERTAÇÃO
DE
MESTRADO
Diego Martins Stangerlin
Santa Maria, RS, Brasil
2009
ads:
Livros Grátis
http://www.livrosgratis.com.br
Milhares de livros grátis para download.
2
AVALIAÇÃO DO USO DE ESTUFA SOLAR PARA SECAGEM
DE MADEIRA SERRADA DE EUCALIPTO
por
Diego Martins Stangerlin
Dissertação apresentada ao Curso de Mestrado do Programa de
Pós-Graduação em Engenharia Florestal, Área de Concentração em
Tecnologia da Madeira, da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM, RS),
como requisito parcial para obtenção do grau de
Mestre em Engenharia Florestal.
Orientador: Prof. Dr. Elio José Santini
Santa Maria, RS, Brasil
2009
ads:
Stangerlin, Diego Martins, 1985-
S785a
Avaliação do uso de estufa solar para secagem de madeira
serrada de eucalipto / por Diego Martins Stangerlin ;
orientador Elio José Santini. - Santa Maria, 2009.
113 f. ; il.
Dissertação (mestrado)
Universidade Federal de Santa
Maria, Centro de Ciências Rurais, Programa de Pós-
Graduação em Engenharia Florestal, RS, 2009.
1. Engenharia florestal
2. Madeira 3. Secagem solar 4.
Secagem da madeira 5. Qualidade
da madeira 6. Madeiras
refratárias I. Santini, Elio José, orient. II. Título
CDU: 630*83
Ficha catalográfica elaborada por
Luiz Marchiotti Fernandes – CRB 10/1160
Biblioteca Setorial do Centro de Ciências Rurais/UFSM
“É permitida a cópia total ou parcial deste documento, desde que citada a
fonte - O autor”
4
Universidade Federal de Santa Maria
Centro de Ciências Rurais
Programa de Pós-Graduação em Engenharia Florestal
A Comissão Examinadora, abaixo assinada,
aprova a Dissertação de Mestrado
AVALIAÇÃO DO USO DE ESTUFA SOLAR PARA SECAGEM DE
MADEIRA SERRADA DE EUCALIPTO
elaborada por
Diego Martins Stangerlin
como requisito parcial para obtenção do grau de
Mestre em Engenharia Florestal
COMISÃO EXAMINADORA:
Elio José Santini, Dr.
(Presidente/Orientador)
Éverton Hillig, Dr.
(UNICENTRO)
Leonardo da Silva Oliveira, Dr.
(UFPel)
Darci Alberto Gatto, Dr.
(UFPel)
Santa Maria, 06 de março de 2009.
5
AGRADECIMENTOS
Agradeço, em primeiro lugar, à Universidade Federal de Santa Maria e ao Programa
de Pós-Graduação em Engenharia Florestal, pela oportunidade de realização do mestrado.
Ao professor Elio José Santini, pela oportunidade, estímulo, confiança e
disponibilidade para me orientar no decorrer desse trabalho.
Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), pela
concessão da bolsa de estudos.
Ao acadêmico Felipe Susin, pelo imenso apoio em todas as etapas do trabalho.
Aos funcionários Tarso Michelotti e Nélson de Castro pelo auxílio durante a execução
deste trabalho.
Aos professores Darci Alberto Gatto, Leonardo da Silva Oliveira e Éverton Hillig pela
disponibilidade em participarem da banca examinadora.
Aos colegas do Laboratório de Produtos Florestais e PPGEF, pelo auxílio, amizade e
convivência: Rafael Melo, Marcos Müller, Thiago Cunha, Dane Araldi, Leandro Calegari,
Cláudio Thomas, Arthur Soligo, Rafael Beltrame, Magnos Vivian, Karina Modes e Rômulo
Trevisan.
À minha namorada Elisangela Pariz pelo amor, estímulo e apoio constante.
6
RESUMO
Dissertação de Mestrado
Programa de Pós-Graduação em Engenharia Florestal
Universidade Federal de Santa Maria
AVALIAÇÃO DO USO DE ESTUFA SOLAR PARA SECAGEM DE
MADEIRA SERRADA DE EUCALIPTO
A
UTOR
:
D
IEGO
M
ARTINS
S
TANGERLIN
O
RIENTADOR
:
E
LIO
J
OSÉ
S
ANTINI
Data e Local da Defesa: Santa Maria, 06 de março de 2009.
O objetivo desse estudo foi avaliar o uso da estufa solar para secagem das madeiras de
Eucalyptus tereticornis, Eucalyptus saligna e Corymbia citriodora, bem como comparar a
metodologia com a secagem ao ar livre. Para tanto, foi desenvolvido um secador solar
composto basicamente de estruturas de madeira, cobertura com dupla camada de plástico
PVC, sistema coletor interno de luz solar e sistema de circulação do ar aquecido. A avaliação
da eficiência do secador solar foi comparada à secagem ao ar livre nos seguintes aspectos:
tempo e taxa de secagem, variação das condições ambientais e qualidade da madeira
resultante da secagem. As três espécies de eucalipto utilizadas nesse experimento foram
obtidas em povoamentos homogêneos, sendo o desdobro realizado por meio de cortes
tangenciais. Cada espécie foi submetida, no mesmo período, aos dois métodos de secagem,
utilizando-se uma carga com 60 tábuas em cada método. Os resultados obtidos indicaram que
a estufa solar foi mais eficiente quanto ao tempo e à taxa de secagem. Os tempos de secagem
em estufa solar foram em torno de 2 a 5 vezes menores que a secagem ao ar livre. Apesar dos
ensaios terem sido realizados durante o inverno, com baixa insolação e radiação solar, a
secagem em estufa solar apresentou taxas de secagem satisfatórias, semelhantes às observadas
em secadores solares mais sofisticados espalhados pelo mundo. Mesmo quando as condições
não eram propícias à secagem ao ar livre, a estufa solar apresentou maiores temperaturas e
menores índices de umidade relativa do ar e de equilíbrio. A madeira seca, tanto na estufa
solar quanto ao ar livre, apresentou boa qualidade, não sendo verificada a incidência de
defeitos como encanoamento e colapso. Além disso, o adequado processo de empilhamento e
secagem proporcionou minimização dos defeitos do tipo encurvamento. Apesar da maior
ocorrência de peças arqueadas na secagem em estufa solar, a diferença entre as flechas de
arqueamento, nos dois métodos de secagem, foi mínima. A incidência de rachaduras de topo
resultantes da secagem em estufa solar foi inferior em relação ao ar livre apenas para a
madeira de Eucalyptus tereticornis. Já a incidência de rachaduras superficiais resultantes da
secagem em estufa solar foi inferior em comparação ao processo ao ar livre para as madeiras
de Corymbia citriodora e Eucalyptus saligna.
Palavras-chave: secagem solar, secagem da madeira, qualidade da madeira, madeiras
refratárias.
7
ABSTRACT
Master’s Thesis
Master’s Degree Program in Forest Engineering
Federal University of Santa Maria
EVALUATION OF THE USE OF SOLAR KILN FOR THE DRYING OF
SAWED WOOD OF EUCALYPTUS
A
UTHOR
:
D
IEGO
M
ARTINS
S
TANGERLIN
A
DVISOR
:
E
LIO
J
OSÉ
S
ANTINI
Date and place of defence: Santa Maria, March 06
th
, 2009.
This study aimed at evaluating the use of solar kiln for the drying of woods of Eucalyptus
tereticornis, Eucalyptus saligna and Corymbia citriodora, as well as comparing the
methodology to the air drying. In order to do so, it was built a solar kiln composed basically
of wood structures, roofing with a double layer of PVC plastic, sunlight internal collector
system and hot air circulation system. The efficiency of the solar kiln was compared to the air
drying in the following aspects: time and drying tax, variation of the environmental conditions
and wood quality resulting from the drying. The three eucalyptus species used in this
experiment were obtained from homogeneous stands, and the cutting of logs into planks was
tangential. In the same period of drying, each species was submitted to the two drying
methods, being used a load with 60 boards in each method. Results indicated that the solar
kiln had been more efficient as for time and drying tax. The time of drying in solar kiln was
around 2 to 5 times faster than the air drying. Although the experiments were carried out in
the winter, in low insolation and solar radiation, the drying in solar kiln presented satisfactory
drying taxes, similar to those ones observed in more sophisticated solar kiln all over the
world. Even when the conditions were not favorable to the air drying, the solar kiln presented
higher temperatures and smaller indexes of moisture content and of equilibrium. The dried
wood, in solar kiln and air drying, presented good quality, and no incidences like cup or
collapse were verified. Furthermore, the correct piling up and drying process provided
minimization of defects like bow. Despite the major occurrences of pieces with crook in solar
kiln drying, the differences among the crook arrows, in the two drying methods, were
insignificant. The incidence of end checking occurred from the drying in solar kiln was
smaller in relation to the air drying only for woods of Eucalyptus tereticornis. On the other
hand, the incidence of surface checks followed from the drying in solar kiln was inferior in
comparison to the air drying process for the wood of Corymbia citriodora and Eucalyptus
saligna.
Keywords: solar drying, drying wood, wood quality, refractory wood.
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 − Materiais de cobertura e suas características (adaptado de Viehbeck, 1999).........29
Tabela 2 − Equações ajustadas para a perda de umidade das três espécies em função do tempo
de secagem em estufa solar e ao ar livre (t)..............................................................................54
Tabela 3 Médias das taxas de secagem em estufa solar e ao ar livre para as três espécies
estudadas...................................................................................................................................56
Tabela 4 − Taxa e tempo de secagem em estufa solar verificados por diversos autores. ........57
Tabela 5 Efeito do teor de umidade da madeira na correlação entre a diferença de
temperatura máxima interna e externa a estufa solar, insolação e radiação solar. ...................62
Tabela 6 Valores médios de insolação e radiação solar máxima, verificados acima e abaixo
do ponto de saturação das fibras (PSF) durante a secagem das três espécies estudadas..........67
Tabela 7 Contrações radial e tangencial e fator de anisotropia das três espécies estudadas
expostas a secagem em estufa solar e ao ar livre......................................................................72
Tabela 8 Índice de rachadura de topo médio e percentual de peças defeituosas nas três
espécies estudadas. ...................................................................................................................73
Tabela 9 Percentual de peças com defeito de rachaduras de superfície em cada uma das
espécies estudadas. ...................................................................................................................76
Tabela 10 Arqueamento médio e percentual de peças defeituosas nas três espécies
estudadas...................................................................................................................................77
Tabela 11 Encurvamento médio e percentual de peças defeituosas nas três espécies
estudadas...................................................................................................................................80
Tabela 12 − Classificação das tensões de secagem (%) nas três espécies estudadas. ..............82
Tabela 13 Análise de variância para o índice de rachaduras de topo (%) na madeira de
Eucalyptus tereticornis em função do método de secagem....................................................101
Tabela 14 Análise de variância para o índice de rachaduras de topo (%) na madeira de
Corymbia citriodora em função do método de secagem........................................................101
Tabela 15 Análise de variância para o índice de rachaduras de topo (%)na madeira de
Eucalyptus saligna em função do método de secagem. .........................................................101
Tabela 16 Análise de variância para o índice de rachaduras de topo (%) na secagem em
estufa solar em função da espécie...........................................................................................102
Tabela 17 Teste de médias para o índice de rachaduras de topo (%) na secagem em estufa
solar em função da espécie. ....................................................................................................102
Tabela 18 Análise de variância para o índice de rachaduras de topo (%) na secagem ao ar
livre em função da espécie......................................................................................................102
Tabela 19 Teste de médias para o índice de rachaduras de topo (%) na secagem ao ar livre
em função da espécie..............................................................................................................102
Tabela 20 − Análise de variância para a flecha de arqueamento (mm/m) na madeira de
Eucalyptus tereticornis em função do método de secagem.
................................................................................................................................................105
Tabela 21 − Análise de variância para a flecha de arqueamento (mm/m) na madeira de
Corymbia citriodora em função do método de secagem........................................................105
Tabela 22 − Análise de variância para a flecha de arqueamento (mm/m) na madeira de
Eucalyptus saligna em função do método de secagem. .........................................................105
Tabela 23 − Análise de variância para a flecha de arqueamento (mm/m) na secagem em estufa
solar em função da espécie. ....................................................................................................106
Tabela 24 Teste de médias para a flecha de arqueamento (mm/m) na secagem em estufa
solar em função da espécie. ....................................................................................................106
Tabela 25 Análise de variância para a flecha de arqueamento (mm/m) na secagem ao ar
livre em função da espécie......................................................................................................106
Tabela 26 − Teste de médias para a flecha de arqueamento (mm/m) na secagem ao ar livre em
função da espécie....................................................................................................................106
Tabela 27 − Dimensões médias e desvio padrão das tábuas das três espécies estudadas
expostas a secagem em estufa solar e ao ar livre....................................................................109
Tabela 28 Análise de variância para a flecha de encurvamento (mm/m) na madeira de
Eucalyptus tereticornis em função do método de secagem....................................................110
Tabela 29 Análise de variância para a flecha de encurvamento (mm/m) na madeira de
Corymbia citriodora em função do método de secagem........................................................110
Tabela 30 Análise de variância para a flecha de encurvamento (mm/m) na madeira de
Eucalyptus saligna em função do método de secagem. .........................................................110
Tabela 31 Análise de variância para a flecha de encurvamento (mm/m) na secagem em
estufa solar em função da espécie...........................................................................................111
Tabela 32 Teste de médias para a flecha de encurvamento (mm/m) na secagem em estufa
solar em função da espécie. ....................................................................................................111
Tabela 33 Análise de variância para a flecha de encurvamento (mm/m) na secagem ao ar
livre em função da espécie......................................................................................................111
Tabela 34 Teste de médias para a flecha de encurvamento (mm/m) na secagem ao ar livre
em função da espécie..............................................................................................................111
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1 Exemplos de secadores solares com coletores externos (adaptado de BAUER,
2003).........................................................................................................................................28
Figura 2 Exemplos de secadores solares com coletores internos (adaptado de BAUER,
2003).........................................................................................................................................31
Figura 3 − Secador solar utilizado no estudo. ..........................................................................35
Figura 4 − Parede Sul e parte interna da estufa solar. ..............................................................36
Figura 5 − Parede Norte e as janelas para renovação do ar da estufa solar..............................37
Figura 6 − Parede Oeste e a parede vazada de tijolo................................................................39
Figura 7 − Carga de madeira em secagem ao ar livre. .............................................................41
Figura 8 Confecção da amostra de controle (A) e seções para determinação do teor de
umidade inicial (B)...................................................................................................................42
Figura 9 − Demarcação dos pontos de medição das contrações tangenciais e radiais. ............44
Figura 10 − Procedimento adotado para medição das rachaduras de topo em tábuas..............45
Figura 11 − Procedimento adotado para medição do arqueamento de tábuas..........................47
Figura 12 − Procedimento adotado para medição do encurvamento de tábuas........................47
Figura 13 − Procedimento adotado para medição do encanoamento de tábuas. ......................48
Figura 14 Teste do garfo para detectar o nível das tensões de secagem (A= Retirada da
amostra; B= Marcação da parte central da amostra para retirada do garfo; C= Avaliação das
tensões de secagem; C1= Amostra livre de tensões; C2= Amostra com tensões suaves; C3=
Amostra com tensões fortes). ...................................................................................................49
Figura 15 − Curvas de secagem em estufa solar e ao ar livre para as três espécies estudadas.52
Figura 16 − Taxas de secagem em estufa solar e ao ar livre para as três espécies estudadas. .55
Figura 17 Amplitude de variação dos dados de teor de umidade final após a secagem em
estufa solar de Eucalyptus tereticornis (ET), Corymbia citriodora (CC) e Eucalyptus saligna
(ES)...........................................................................................................................................59
Figura 18 Relação entre as horas de insolação diária (Ins) e a temperatura interna máxima
(Tmi) durante o período de secagem. .......................................................................................60
Figura 19 Relação entre a radiação solar máxima (Rad) e a temperatura interna máxima
(Tmi) durante o período de secagem. .......................................................................................61
Figura 20 − Relação entre o teor de umidade da madeira (TU) e a temperatura interna máxima
(Tmi) durante o período de secagem. .......................................................................................62
Figura 21 Variação das médias diárias de temperatura interna (Ti) e externa (Te) ao secador
solar em duas faixas de secagem das três espécies estudadas: acima e abaixo do ponto de
saturação das fibras (PSF). .......................................................................................................63
Figura 22 − Variação das médias diárias de umidade relativa interna (URi) e externa (URe) ao
secador solar em duas faixas de secagem das três espécies estudadas: acima e abaixo do ponto
de saturação das fibras (PSF). ..................................................................................................64
Figura 23 Variação das médias diárias de umidade de equilíbrio interna (UEi) e externa
(UEe) ao secador solar em duas faixas de secagem das três espécies estudadas: acima e abaixo
do ponto de saturação das fibras (PSF). ...................................................................................64
Figura 24 − Efeito da diferença de temperatura (DT) na umidade relativa do ar (UR) e
umidade de equilíbrio (UEq) durante a secagem as três espécies estudadas............................66
Figura 25 − Médias de temperatura observadas durante a secagem ao ar livre das três espécies
estudadas...................................................................................................................................69
Figura 26 Médias de umidade relativa observadas durante a secagem ao ar livre das três
espécies estudadas. ...................................................................................................................69
Figura 27 Médias de umidade de equilíbrio observadas durante a secagem ao ar livre das
três espécies estudadas..............................................................................................................70
Figura 28 − Médias de precipitação observadas durante a secagem ao ar livre das três espécies
estudadas...................................................................................................................................70
Figura 29 Médias de velocidade do vento observadas durante a secagem ao ar livre das três
espécies estudadas. ...................................................................................................................71
Figura 30 Vista superior da estufa solar, com circulação de ar indicada pelo sentido das
setas, e seus detalhes construtivos (A= ventilador; B= área de empilhamento; C= parede
vazada de tijolo; D= defletor; E= suporte para fixação do ventilador; F= chapa compensada;
G= janelas para renovação do ar; H= porta de carga e descarga). ...........................................96
Figura 31 Vista lateral da estufa solar e seus detalhes construtivos (A= suporte para fixação
do ventilador; B= divisória de PVC; C= parede vazada de tijolo; D= fundação; E= camada
dupla de PVC; F= chapa coletora; G= ventilador; H= chapa compensada; I= janelas para
renovação do ar; J= porta de carga e descarga)........................................................................97
Figura 32 Variação da temperatura máxima interna (Tmi) e externa (Tme), e insolação (Ins)
diária durante o período de secagem da madeira de Eucalyptus tereticornis...........................98
Figura 33 Variação da temperatura máxima interna (Tmi) e externa (Tme), e insolação (Ins)
diária durante o período de secagem da madeira de Corymbia citriodora...............................98
Figura 34 Variação da temperatura máxima interna (Tmi) e externa (Tme), e insolação (Ins)
diária durante o período de secagem da madeira de Eucalyptus saligna. ................................99
Figura 35 Variação da temperatura máxima interna (Tmi) e externa (Tme), e radiação solar
(Rad) diária durante o período de secagem da madeira de Eucalyptus tereticornis.................99
Figura 36 Variação da temperatura máxima interna (Tmi) e externa (Tme), e radiação solar
(Rad) diária durante o período de secagem da madeira de Corymbia citriodora...................100
Figura 37 Variação da temperatura máxima interna (Tmi) e externa (Tme), e radiação solar
(Rad) diária durante o período de secagem da madeira de Eucalyptus saligna. ....................100
Figura 38 Amplitude de variação dos índices de rachaduras de topo após o desdobro e após
a secagem em estufa solar e ao ar livre de Eucalyptus tereticornis. ......................................103
Figura 39 Amplitude de variação dos índices de rachaduras de topo após o desdobro e após
a secagem em estufa solar e ao ar livre de Corymbia citriodora. ..........................................103
Figura 40 Amplitude de variação dos índices de rachaduras de topo após o desdobro e após
a secagem em estufa solar e ao ar livre de Eucalyptus saligna..............................................104
Figura 41 Amplitude de variação dos dados de arqueamento após o desdobro e após a
secagem em estufa solar e ao ar livre de Eucalyptus tereticornis. .........................................107
Figura 42 Amplitude de variação dos dados de arqueamento após o desdobro e após a
secagem em estufa solar e ao ar livre de Corymbia citriodora. .............................................107
Figura 43 Amplitude de variação dos dados de arqueamento após o desdobro e após a
secagem em estufa solar e ao ar livre de Eucalyptus saligna.................................................108
Figura 44 Amplitude de variação dos dados de encurvamento após o desdobro e após a
secagem em estufa solar e ao ar livre de Eucalyptus tereticornis. .........................................112
Figura 45 Amplitude de variação dos dados de encurvamento após o desdobro e após a
secagem em estufa solar e ao ar livre de Corymbia citriodora. .............................................112
Figura 46 Amplitude de variação dos dados de encurvamento após o desdobro e após a
secagem em estufa solar e ao ar livre de Eucalyptus saligna.................................................113
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................15
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ...........................................................................................17
2.1 Importância da secagem ..............................................................................................17
2.2 Aspectos físicos da secagem .........................................................................................17
2.2.1 Água na madeira......................................................................................................17
2.2.2 Fatores que influenciam na secagem.......................................................................19
2.3 Métodos usuais para secagem de madeiras refratárias ............................................22
2.3.1 Secagem ao ar livre..................................................................................................23
2.3.2 Secagem em estufa convencional............................................................................24
2.3.3 Secagem a vácuo .....................................................................................................25
2.3.4 Secagem em pré-secador .........................................................................................25
2.3.5 Secagem em desumidificador..................................................................................26
2.4 Secagem em estufa solar...............................................................................................26
2.4.1 Secador com coletor solar externo ..........................................................................27
2.4.2 Secador com coletor solar interno ...........................................................................28
2.5 Defeitos de secagem ......................................................................................................31
2.5.1 Rachaduras ..............................................................................................................32
2.5.2 Empenamentos ........................................................................................................32
2.5.3 Colapso....................................................................................................................33
2.5.4 Endurecimento superficial.......................................................................................33
3 MATERIAL E MÉTODOS ................................................................................................34
3.1 Coleta e preparo do material.......................................................................................34
3.2 Secagem em estufa solar...............................................................................................34
3.3 Secagem ao ar livre.......................................................................................................40
3.4 Taxa de secagem ...........................................................................................................41
3.5 Monitoramento do teor de umidade ...........................................................................41
3.6 Determinação das contrações radiais e tangenciais ..................................................43
3.7 Determinação da massa específica ..............................................................................44
3.8 Avaliação dos defeitos ..................................................................................................44
3.8.1 Rachaduras ..............................................................................................................45
3.8.2 Empenamentos ........................................................................................................46
3.8.3 Tensões de secagem ................................................................................................48
3.8.4 Colapso....................................................................................................................49
3.9 Análise estatística..........................................................................................................50
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ........................................................................................51
4.1 Curva e taxa de secagem..............................................................................................51
4.2 Variáveis ambientais na estufa solar ..........................................................................60
4.3 Variáveis ambientais ao ar livre..................................................................................68
4.4 Contração da madeira..................................................................................................72
4.5 Qualidade da madeira resultante da secagem ...........................................................73
4.5.1 Rachaduras de topo..................................................................................................73
4.5.2 Rachaduras de superfície.........................................................................................75
4.5.3 Arqueamento ...........................................................................................................77
4.5.4 Encanoamento .........................................................................................................79
4.5.5 Encurvamento..........................................................................................................80
4.5.6 Colapso....................................................................................................................81
4.5.7 Tensões de secagem ................................................................................................82
5 CONCLUSÕES....................................................................................................................84
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..............................................................................86
7 APÊNDICES........................................................................................................................96
15
1 INTRODUÇÃO
O estabelecimento de um método de secagem influencia diversos fatores, tais como
período de secagem, qualidade do material seco, bem como na obtenção de teores de umidade
aceitáveis para determinados usos.
Dentre os métodos convencionais de secagem, amplamente empregados, verificam-se
vantagens e desvantagens particulares que os caracterizam. A secagem ao ar livre, por
exemplo, apesar de não necessitar de alto investimento inicial, tem o inconveniente de se
realizar em um longo período de tempo, apresentar altos juros sobre o capital e o teor de
umidade final, dificilmente, alcança índices abaixo da umidade de equilíbrio do ambiente em
que se realiza o processo. Por sua vez, a secagem em estufa convencional é um processo que
apresenta controle total das variáveis ambientais, possibilitando uma redução do tempo de
secagem e uma otimização do controle da qualidade da madeira. Entretanto, esse processo é
caracterizado por utilizar temperaturas elevadas (45-90ºC), as quais não são apropriadas para
madeiras de difícil secagem, devido a maior incidência de defeitos. Além disso, apresenta
altos custos de investimento e manutenção, o que ocasiona certa restrição de seu emprego
para secagem de madeiras em pequena e média escala.
Visando o desenvolvimento de um método intermediário entre a secagem ao ar livre e
estufa convencional, entre o fim da década de 50 e início da década de 60, surgiram os
primeiros estudos do emprego de estufas solares para secagem de madeira serrada
(TROXELL e MUELLER, 1968). O princípio da secagem em estufa solar é de que o método
seja de baixo custo operacional e apresente controle das condições de secagem.
O aspecto construtivo da estufa solar é composto, basicamente, por estrutura de
madeira e cobertura transparente ou translúcida, de modo a favorecer a incidência dos raios
solares no interior da câmara. O seu funcionamento se dá por meio de um sistema de coleta da
energia solar para o aquecimento do ar e um sistema de distribuição do ar aquecido.
Atualmente, diversas pesquisas estão sendo realizadas em todo mundo, inclusive no
Brasil, especificamente na Região Norte, com objetivo de aperfeiçoar esta metodologia no
que diz respeito aos processos construtivos e de funcionamento.
O Brasil, por ser um país tropical e, consequentemente favorecido do ponto de vista de
radiação solar, apresenta valores de insolação em torno de 2500 h/ano e uma potência média
radiante de 1000 W/m² (MENDES, 1985), o que favorece o uso de secadores solares para
retirada da umidade da madeira.
16
No entanto, são poucos os estudos que apresentam uma avaliação ampla da eficiência
do método de secagem em estufa solar, como a qualidade do material obtido após a secagem,
influência de diversas variáveis na taxa de secagem, bem como a diferenciação com métodos
tradicionais, como a secagem ao ar livre.
A utilização de secadores solares em nível comercial ainda é rara. Isto se deve, em
parte, a falta de experiência tecnológica quanto ao emprego de meios de captação e
armazenamento da energia solar, bem como a sua posterior circulação dentro da câmara. A
otimização no funcionamento desses meios é que torna o emprego da estufa solar bastante
eficiente para secagem de madeiras, sendo inclusive apropriado para regiões que apresentam
condições climáticas desfavoráveis para secagem ao ar livre.
Dessa forma, o objetivo desse estudo foi avaliar o uso da estufa solar, para secagem
das madeiras de Eucalyptus tereticornis Sm., Eucalyptus saligna Sm. e Corymbia citriodora
Hill & Johnson, bem como comparar a metodologia com a secagem ao ar livre.
Os objetivos específicos foram:
- Confeccionar as curvas de secagem para cada espécie e, por meio dessas, apresentar a
variação do teor de umidade final entre os métodos;
- Calcular as taxas de secagem das três espécies e analisar o comportamento das mesmas ao
longo da secagem nas duas metodologias;
- Avaliar as condições ambientais dentro e fora do secador solar, considerando os valores
máximos e médios, bem como a eficiência da estufa solar na conservação do calor produzido
para secagem da madeira;
- Avaliar a influência dos métodos de secagem nas contrações radial e tangencial da madeira;
- Avaliar a qualidade da madeira, no que tange aos defeitos resultantes de cada metodologia
de secagem.
17
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1 Importância da secagem
A adequada secagem da madeira serrada, antes da sua transformação em bens e
produtos, é reconhecidamente a fase mais importante de todo o processamento que visa
agregar valor ao produto final (JANKOWSKY, 1995).
A presença de água influencia diversas propriedades da madeira. De acordo com o seu
percentual pode causar limitações quanto ao uso da madeira em determinadas finalidades
(WALKER et al. 1993; DESCH e DINWOODIE, 1996).
Segundo Ponce e Watai (1985), as principais razões para a submissão da madeira a um
processo de secagem são: melhoria da resistência mecânica da madeira, resistência ao ataque
de organismos xilófagos, redução dos custos de transportes, melhoria na trabalhabilidade,
aumento da estabilidade dimensional e melhoria nas propriedades isolamento.
Além desses fatores, a importância da secagem pode ser quantificada pelo seu
consumo energético, em que se gastam cerca de 70% da energia requerida para
industrialização da madeira (MENDES, 1985). Dessa maneira, a retirada do conteúdo de
umidade da madeira com minimização das perdas relativas aos defeitos de secagem favorece
uma recuperação dos custos envolvidos nessa fase.
2.2 Aspectos físicos da secagem
2.2.1 Água na madeira
A madeira, em “estado verde”, encontra-se saturada de água. Essa saturação varia de
acordo com a espécie, entre toras e até mesmo dentro da própria tábua. A quantidade de água
dentro da madeira, em “estado verde”, pode ser responsável pelo aumento do peso em 2 a 3
vezes (STUMPP, 1992).
A quantidade de água na madeira é conhecida como teor de umidade, e pode ser obtida
pela Equação 1 (SIAU, 1984).
18
100*
Ms
MsMu
TU
= (1)
em que: TU= teor de umidade (%); Mu= Massa úmida (g); Ms= Massa seca (g).
A água, que pode ser retirada pela secagem, ocorre na madeira de duas formas
distintas (KOLLMANN e CÔTÉ, 1968), classificadas em:
- Água livre ou de capilaridade: corresponde a água localizada nos lumes celulares e
espaços intercelulares, retida no interior da madeira por meio de forças capilares, encontra-se
acima do ponto de saturação das fibras (PSF) (SKAAR, 1988).
- Água higroscópica ou de impregnação: corresponde a água localizada nos espaços
sub-microscópicos da parede celular e retida por forças elétricas polares (KEEY et al. 2000).
Entre 0% e 6% de umidade, encontra-se adsorvida nas cadeias de celulose e hemicelulose, por
forças de valência primária monocelular (pontes de hidrogênio e Van der Wall) (WISE e
JAHN, 1952; STAMM, 1964; HILDEBRAND, 1970; TOMASELLI, 1979). Na faixa de 6%
até o PSF, encontra-se impregnando os espaços sub-microscópicos, adsorvida em camadas
polimoleculares, ligadas por forças elétricas polares (TOMASELLI, 1979).
A água livre exerce influência sobre as propriedades térmicas e elétricas. Por sua vez,
a água higroscópica influencia, principalmente, as propriedades mecânicas e algumas
propriedades físicas (massa específica e coeficientes de retração e inchamento) (SIMPSON,
1991; DESCH e DINWOODIE, 1996; HAQUE, 2002).
De acordo com Skaar (1972), o PSF se refere ao teor de umidade da madeira (25-35%)
em que, teoricamente, apenas as paredes celulares estão saturadas de água (higroscópica),
porém com seus lumes e espaços intercelulares ausentes de água (livre).
O PSF tem grande importância prática na secagem da madeira, já que em teores
abaixo desse ponto manifestam-se as indesejáveis variações dimensionais, além dos defeitos
decorrentes das contrações, como, rachaduras, encanoamentos e torcimentos (RASMUSSEN,
1961).
A madeira, por ser um material higroscópico, apresenta o fenômeno de sorção, isto é,
pode ganhar (absorção) ou perder (dessorção) umidade. Quando exposta a determinadas
condições de temperatura e umidade relativa, a madeira perde umidade (água) até entrar em
equilíbrio com o ambiente. Esse teor de umidade que a madeira adquire quando em equilíbrio
com o ambiente é denominado de umidade de equilíbrio (KOLLMANN e CÔTÉ, 1968).
19
No processo de secagem, fenômeno de dessorção, a primeira água a ser removida é a
água livre presente nos lumes das células. Somente após a sua remoção é que se dá inicio a
retirada da água de impregnação. As forças capilares que retêm a água livre são muito
menores que as forças elétricas que mantêm a água de impregnação na parede celular
(SKAAR, 1972). A retirada da água livre - do estado saturado até o PSF - quando conduzida
corretamente, provoca apenas uma diminuição na massa da madeira (KOLLMANN, 1959).
O movimento de retirada da água livre do interior da madeira até a superfície segue as
leis de capilaridade de Poiseuille (SIAU, 1971). A força capilar provoca um fluxo de água
livre através dos espaços e pontoações de uma célula para outra. À medida que a água livre
presente nos lumes das células é progressivamente removida, outras forças de secagem
começam a agir. A força capilar age no centro da madeira e diminui gradualmente à medida
que o teor de umidade das células internas aproxima-se do PSF. O movimento da água livre
acima do PSF é facilitado pelo aumento da temperatura, pela existência de bolhas de ar no
interior das células e pelo aumento do diâmetro das pontoações (SANTINI, 1981).
O movimento de retirada da água de impregnação, abaixo do PSF, se dá através de
mecanismos de difusão (SIAU, 1984). A água de impregnação desloca-se na parede celular
por meio de gradientes de umidade, nos lumes das células por gradientes de pressão parcial de
vapor e, novamente, na parede celular mais seca, através de gradientes de umidade, até
alcança a superfície da madeira. (HART e DARWIN, 1971; CECH e PFAFF, 1977). Assim,
como na retirada da água livre, a movimentação da água higroscópica também gera redução
da massa da madeira. Além disso, produz a aproximação das micelas e fibrilas da parede
celular, que se manifesta na contração da madeira (DURLO, 1992).
2.2.2 Fatores que influenciam na secagem
A quantidade de água retirada num determinado intervalo de tempo, em relação à área
de evaporação da madeira é denominada taxa de secagem (SANTINI, 1980). Por meio da taxa
de secagem pode-se determinar o tempo de secagem de uma madeira desde o início do
processo (madeira verde) até o seu final (teor de umidade requerido). O tempo de secagem é
influenciado por fatores inerentes à própria madeira e inerentes ao ambiente em que a madeira
está condicionada.
20
2.2.2.1 Fatores inerentes à madeira
a) Estrutura anatômica
A movimentação da água dentro da madeira é influenciada pelas suas diferentes
direções anatômicas. O movimento da água na direção longitudinal é superior em relação às
direções radial e transversal. No limite higroscópico essa superioridade pode ser na escala de
5 a 8 vezes, contudo, abaixo do PSF atinge valores entre 10 a 15 vezes maior (RASMUSSEN,
1961; KOLLMANN e CÔTÉ, 1968). Por sua vez, o fluxo de umidade na direção radial é
entre 20 a 50% superior em relação à direção tangencial (KOLLMANN e CÔTÉ, 1968).
b) Teor de umidade
A relação entre o tempo de secagem e a diferença do teor de umidade inicial e o teor
de umidade final requerido é proporcional, ou seja, quanto maior a diferença de teor de
umidade no início e fim do processo maior será o tempo de secagem em que a madeira será
submetida (HART, 1966). O mesmo autor ainda constatou que, para a secagem de duas peças
com teores de umidade inicial diferentes, o tempo de secagem é distinto até o PSF. A partir
deste ponto às peças necessitam do mesmo tempo adicional para completarem a secagem até
o teor de umidade final requerido.
c) Massa específica
O tempo de secagem é proporcional à massa especifica da madeira. Dessa forma,
madeiras de baixa massa específica, e com isso, apresentando maior quantidade de espaços
nas cavidades celulares, secam mais rápido em comparação com madeiras de alta massa
específica que tem menor quantidade de espaços (RASMUSSEN, 1961). De acordo com Hart
(1966), o tempo de secagem da umidade superficial é diretamente proporcional a massa
específica, e na difusão da umidade do interior da madeira até sua superfície, é diretamente
proporcional ao quadrado da massa específica.
A maior massa específica da madeira também apresenta uma maior quantidade de
água inicial, aumentando assim o tempo de secagem (DENIG et al., 2000).
21
d) Espessura
Segundo Mendes (1985), a secagem é um processo que ocorre direcionado de fora
para dentro, consequentemente, o tempo de secagem será maior para um material espesso em
relação a um material de menor espessura. Segundo Hart (1966) que considera o fluxo de
massa, o tempo para secagem é diretamente proporcional à espessura. para a difusão da
umidade do interior da madeira para a superfície, o tempo é diretamente proporcional ao
quadrado da espessura.
2.2.2.2 Fatores inerentes ao ambiente
a) Temperatura
Em função do aumento da temperatura de secagem, maior será a temperatura dentro da
madeira. Consequentemente, mais rápido se o movimento de água em seu interior, e a
secagem se processará de forma mais rápida e uniforme (DENIG et al. 2000).
Cech e Pfaff (1977) afirmam que a evaporação da água presente na madeira é
facilitada com o aumento da temperatura do ar, uma vez que ocorre o aumento da energia
cinética das moléculas de água.
O aumento da temperatura do ar dentro de um secador proporciona a redução da
umidade relativa do ar, o que provoca uma maior capacidade de absorção de umidade por
parte do ar aquecido (MENDES, 1985).
b) Umidade relativa
A umidade relativa é denominada pela razão entre a quantidade de vapor d’água
presente no ar e a quantidade máxima de vapor d’água que o ar pode absorver, a uma mesma
temperatura (HILDEBRAND, 1970; DENIG et al. 2000).
A relação entre umidade da madeira, temperatura e umidade relativa do ar tem grande
importância no processo de secagem da madeira. Por meio dessa relação pode-se realizar o
controle da secagem (HILDEBRAND, 1970; SIMPSON, 1991). O aumento da temperatura
do ar associado à redução da umidade relativa do ar ocasiona uma redução no teor de umidade
da madeira (SIMPSON, 1991).
22
c) Circulação do ar
Segundo Santini (1981), o fluxo de ar incidente sobre a pilha de madeira apresenta
duas funções: transferência do calor produzido pelo sistema de aquecimento para a superfície
da madeira e transporte da massa de vapor d’água desta superfície para a atmosfera.
De acordo com Hildebrand (1970), o aumento da velocidade de circulação do ar
influencia na redução do tempo de secagem. No entanto, essa influência é reduzida à medida
que o teor de umidade da madeira decresce abaixo do PSF (CECH e PFAFF, 1977). Abaixo
do PSF a relação gráfica entre as duas variáveis é próxima a uma linha horizontal (DENIG et
al. 2000). Além da redução do tempo de secagem, a circulação do ar proporciona uma
secagem mais uniforme da pilha (DENIG et al. 2000). Entretanto, velocidades muito elevadas
no início do processo de secagem provocam uma rápida secagem na superfície da madeira,
interferindo prejudicialmente, na forma de defeitos, a remoção de sua umidade.
d) Potencial de secagem
Santini (1981) diz que o potencial de secagem se refere à relação entre o teor de
umidade da madeira e a umidade de equilíbrio do ambiente, ou seja, influenciada pelas
condições de temperatura e umidade relativa do ar utilizadas dentro do secador.
Quanto maior o potencial de secagem adotado, menor é o tempo de secagem da carga
de madeira (HILDEBRAND, 1970).
2.3 Métodos usuais para secagem de madeiras refratárias
No Brasil se tem conhecimento de aproximadamente 80 espécies de uso comercial no
setor florestal, as quais apresentam diferentes comportamentos e qualidades durante a
secagem. O conhecimento dos diferentes métodos de secagem é fundamental para a escolha
correta do método, baseado na necessidade, nas condições de investimento e relacionados
com o uso final, levando em consideração os custos envolvidos pelo processo (KLITZKE,
2005).
De modo geral, os métodos de secagem podem ser classificados, quanto ao seu
emprego, de duas formas: para madeiras de fácil secagem e para madeiras refratárias à
secagem, como no caso do eucalipto.
23
Entre os métodos recomendados para madeiras de difícil secagem podem-se citar a
secagem ao ar livre, secagem convencional, secagem a cuo e os métodos de baixa
temperatura, em que podem ser utilizados pré-secadores, desumidificadores ou secadores
solares.
2.3.1 Secagem ao ar livre
O principal objetivo da secagem ao ar livre é retirar o máximo possível de água da
madeira, ficando em segundo plano a necessidade de se obter baixos teores de umidade
(SANTINI, 1992).
A secagem ao ar livre consiste em gradear a madeira serrada em pátios, deixando-a
exposta aos fatores ambientais de um determinado local, permitindo secar normalmente até
que ela atinja a umidade de equilíbrio do ambiente. A taxa de secagem, ou seja, a velocidade
com que a secagem ocorre depende, principalmente, da temperatura, umidade relativa do ar e
velocidade dos ventos.
Devido aos fatores ambientais não serem controláveis, esta é a grande desvantagem do
processo de secagem ao ar livre. Apesar disso, pode-se interferir sobre o processo,
manipulando fatores como largura da pilha, espessura dos sarrafos, a ocupação horizontal das
pilhas e o arranjo físico do pátio de secagem (GOMIDE, 1974; JANKOWSKY, 1992).
A principal vantagem da secagem ao ar livre é o baixo investimento inicial. Em
contrapartida, o processo de secagem ao ar livre apresenta algumas restrições, evidenciando-
se a necessidade de grandes estoques, uma vez que afeta o capital de giro da empresa, e o
longo tempo de secagem. Uma outra limitação importante da secagem ao ar livre diz respeito
à umidade final do material. Caso seja necessário a obtenção de madeira com umidade
inferior a umidade de equilíbrio local, o processo se mostra inviável (ABIMCI, 2004).
De acordo com Silva et al. (1997), na secagem natural de tábuas, na maioria das
espécies, ocorre perda da metade do teor de sua umidade entre 15 e 30 dias. O restante é
eliminado num tempo de 3 a 5 vezes maior, permanecendo as tábuas sob as mesmas
condições de exposição. Isso é conseqüência do estado da umidade da madeira, visto que a
água livre, que corresponde ao estado acima do ponto de saturação das fibras, é evaporada
facilmente. O mesmo, entretanto, não se com a água higroscópica que se apresenta em
combinação coloidal com a própria substância madeira sendo, portanto mais fortemente retida
que a água livre (GOMIDE, 1974).
24
Quando da adoção da secagem ao ar livre, deve-se considerar, em princípio, a direção
dos ventos predominantes, a localização do pátio, evitando-se barreiras aos ventos e outros
acidentes geográficos que possam criar condições desfavoráveis, como lagos, rios ou áreas
mal drenadas (JANKOWSKY, 1992). De acordo com Stumpp (1992), as pilhas devem ser
dispostas de forma que o vento principal as atinja de lado e não de topo. Dessa forma, o ar
consegue passar no meio da pilha e transportar as partículas do vapor d’água da madeira para
o ambiente. O uso de cobertura protege a madeira da ação dos raios do sol e das precipitações,
evitando rachaduras de topo e outros defeitos (SANTINI, 1992). As fundações das pilhas
proporcionam apoio e boa ventilação ao material em secagem, e devem estar a
aproximadamente 50 cm acima do nível do solo (ROSSO, 2006).
2.3.2 Secagem em estufa convencional
Segundo Bramhall e Wellwood (1976) e Martins (1988), a secagem convencional
caracteriza-se por utilizar câmaras que dispõem de um sistema de aquecimento, um sistema de
umidificação do ar, um conjunto de “dampers” que permitem a troca de ar entre o interior do
secador e o meio externo, e um sistema de ventilação que promove a circulação do ar entre as
peças de madeira em secagem.
Na secagem convencional as temperaturas utilizadas oscilam entre 45 a 90ºC
(SIMPSON, 1991). Devido a sua faixa de temperatura, é o processo de maior aplicação na
indústria madeireira do Brasil. Praticamente 95% das empresas que empregam a secagem
artificial de madeiras utilizam esse processo (ABIMCI, 2004).
Entretanto, para a secagem de espécies refratárias como o eucalipto, o uso de
temperaturas elevadas, principalmente nos estágios iniciais, é prejudicial à qualidade da
madeira (SEVERO, 2000).
A secagem convencional apresenta algumas vantagens em relação à secagem ao ar
livre e métodos de baixa temperatura: é um método que apresenta controle total sobre as
variáveis temperatura, umidade e velocidade do ar; alta taxa de secagem; possibilidade de
tratamento final e peças com baixo teor de umidade. No entanto, o elevado custo de produção
devido à amortização do investimento inicial em secadores e a demanda de energia, acaba
encarecendo o processo para utilização em pequenos e médios empreendimentos. (SANTINI,
1981; SANTOS, 2002).
25
2.3.3 Secagem a vácuo
Segundo Simpson (1991), a secagem a vácuo apresenta como principal vantagem a
redução da temperatura de ebulição da água sob vácuo parcial, favorecendo a movimentação
da água capilar e, consequentemente, sua evaporação.
A redução da pressão no interior do secador permite taxas de secagem razoáveis a
baixas temperaturas, o que pode ser vantajoso na secagem de madeiras espessas ou suscetíveis
a defeitos como rachaduras superficiais, colapso e rachaduras internas durante a secagem em
métodos de alta temperatura (SMITH et al., 1994).
Lempelius (1990) afirma que apesar das vantagens desse método, o elevado consumo
de energia e os custos de investimento inicial, devido à secagem a vácuo apresentar uma
tecnologia complexa, inviabiliza o seu uso, sendo esse método apenas difundido na Europa
(VERMAAS, 1995). Além disso, a baixa capacidade de secagem das câmaras, limitadas entre
15-25 m³, gera elevados custos de investimento por de madeira seca em comparação a
outros métodos (KANAGAWA, 1993).
2.3.4 Secagem em pré-secador
Segundo Vermaas (2000), os pré-secadores se constituem em estufas de baixo custo
que provêem um controle mínimo da circulação do ar, temperatura e umidade relativa,
suficientes para reduzir significativamente o tempo e os defeitos de secagem, por meio da
diminuição do teor de umidade inicial e subsequente secagem em estufa. São utilizados para
secagem de elevados volumes de madeira, com capacidade de até 1200 m³, e operam em uma
faixa de temperatura de 27-40ºC.
As condições internas, de acordo com Jankowsky (1995); Jankowsky (1996), são
mantidas constantes, sendo que a umidade relativa do ar varia de 50% a 80% e a velocidade
de circulação do ar é reduzida, mantendo-se, geralmente, entre 0,4 m s
-1
e 0,8 m s
-1
.
O uso de pré-secadores é bastante difundido nos Estados Unidos e Austrália, sendo
utilizados, principalmente, para secagem de madeiras refratárias, como o eucalipto
(BRENNAN et al., 1968; WENGERT, 1985; VERMAAS, 1998). No entanto, esse método de
secagem não alcança teores de umidade abaixo do PSF, o que inviabiliza a utilização da
madeira para diversos fins (DENIG et al., 2000).
26
2.3.5 Secagem em desumidificador
A secagem por desumidificação é realizada, em geral, entre 30 e 40°C e constitui-se de
uma câmara, um sistema de aquecimento, um sistema de circulação de ar e um
desumidificador (CECH e PFAFF, 1977).
O desumidificador é o equipamento mais importante utilizado no método, pois tem a
função de retirar a umidade do ar circulante na câmara. Para que isso aconteça, o ar saturado
passa num sistema de serpentinas refrigeradas por gás freon, onde é resfriado. Este
resfriamento provoca a condensação da umidade do ar nas serpentinas e a água precipita
numa bandeja instalada na base do equipamento, de onde é drenada para o exterior. O ar seco
é, a seguir, aquecido e impulsionado pelos ventiladores para o interior da câmara. Ao
atravessar as pilhas de madeira, o ar é reumidecido e retorna ao sistema de desumidificação,
onde sofre reciclagem para manter as condições da câmara (SANTINI, 1992).
De acordo com Simpson (1991), o uso de desumidificadores é considerado ideal para
secagem de madeiras refratárias, como o eucalipto, uma vez que a câmara utiliza baixas
temperaturas e altas umidades relativas do ar. Além disso, a construção do secador é simples,
necessitando de baixos investimentos. Entretanto, a dependência da energia elétrica para o seu
funcionamento torna o custo da secagem bastante elevado.
2.4 Secagem em estufa solar
A utilização de estufa solar para secagem de madeiras é um processo intermediário
entre a secagem ao ar livre, em que as variáveis influentes não são controladas, e a secagem
em estufa convencional em que os fatores influentes são controlados e o processo é dotado de
aquecimento artificial (VITAL e COLLOM, 1974). Além disso, a secagem em estufa solar é
recomendada por diversos autores (SANTINI, 1981; HAQUE, 2002; BAUER, 2003) como
alternativa de substituição dos métodos que apresentam elevados custos de investimento,
manutenção e consumo energético. A estufa solar emprega a mesma fonte de energia da
secagem ao ar livre energia solar acrescentando-lhe maior eficiência (SILVA, 2000). Em
geral, na secagem em estufa solar se tem o controle apenas da temperatura (inferior a 50ºC) e
da velocidade do ar (1 a 2 m s
-1
), sendo a umidade relativa do ar, em torno de 40 a 85%,
dificilmente controlada (TOMASELLI e KLITZKE, 2000).
Segundo Maldonado e Peck (1962); Troxell e Mueller (1968) os primeiros estudos a
respeito do emprego de secadores solares para redução do conteúdo de umidade da madeira
27
surgiram entre o final da década de 50 e início da década de 60. Até aqui, mais de 30 modelos
diferentes de secadores solares foram desenvolvidos e investigados sob circunstâncias
ambientais diversas pelo mundo inteiro (CHMIELEWSKI et al., 1982; WENGERT e
OLIVEIRA, 2008). Entretanto, a maioria deles foram instalados para finalidades
experimentais e somente alguns são aplicados em escala industrial (SATTAR, 1993).
Para operação da estufa solar necessita-se, basicamente, de um sistema de coleta da
energia para o aquecimento do ar e um de distribuição do ar aquecido (BANKS, 1969). O
sistema de coleta é composto pelo material absorvente (coletor) e a cobertura transparente
(VIEHBECK, 1999). A circulação do ar aquecido é realizada por ventiladores, os quais são
dispostos, em geral, na parte superior, sendo o fluxo de ar dirigido na vertical (TROXELL e
MUELLER, 1968; GUENEAU, 1970; READ et al., 1974; CUPPETT e CRAFT, 1975; BOIS,
1977; CHEN e ROSEN, 1979; CHEN et al., 1982), ou ainda, podem ser colocados na parte
inferior, sendo o fluxo de ar dirigido no sentido horizontal (GOUGH, 1977; LUMLEY e
CHOONG, 1979; SANTINI, 1981).
Na literatura é encontrada uma grande variedade de nomenclaturas para os secadores
solares, entre os quais se podem citar: “dryers with separate collector“, “greenhouse type
dryers”, “semi-greenhouse type dryers”, “high temperature dryers with additional solar
heating”, “solar drying tunnels”. No entanto, os secadores solares podem dividir-se em dois
tipos básicos: modelos com coletores solares incluídos na estrutura e modelos em que o
coletor se encontra no lado externo à câmara de secagem (OLIVEIRA et al., 1982).
2.4.1 Secador com coletor solar externo
Nesse tipo de câmara o coletor solar fica separado da estrutura da estufa, a conexão
entre as partes se por meio de dutos, os quais transferem o ar aquecido até o interior da
câmara, retornando depois ao coletor, por meio de circulação forçada. A renovação do ar pode
ser realizada manualmente ou automaticamente. (READ et al., 1974; CHEN e ROSEN, 1979;
STEINMANN et al., 1980a; CHEN et al., 1982; ROBBINS, 1983; SATTAR, 1993). Na
Figura 1 verificam-se exemplos de secadores solares com coletores externos.
O tamanho do coletor solar externo pode variar independente do tamanho da câmara
de secagem. Isso facilita a adaptação da área do coletor à capacidade de madeira desejada, à
temperatura e à taxa de secagem (TSCHERNITZ e SIMPSON, 1979).
A estrutura do secador é bem isolada, podendo ser construída de concreto, alvenaria
(LUMLEY e CHOONG, 1979; MORAES-DUZAT et al., 2000), alumínio (READ et al.,
28
1974; McCORMICK, 1980) ou chapa compensada (TSCHERNITZ e SIMPSON, 1979). Por
meio de fontes de armazenamento de calor, como por exemplo, tanque de água aquecida, a
secagem é contínua durante o período noturno (SHARMA, 1975).
Figura 1 Exemplos de secadores solares com coletores externos (adaptado de BAUER,
2003).
A utilização de coletor solar externo ao secador, por vezes, pode inviabilizar a
utilização da secagem solar, devido à sofisticação dos equipamentos, o que gera aumento nos
custos envolvidos. Visto que a secagem solar tem por finalidade ser um método simples,
barato e eficiente (SANTINI, 1981). Além disso, esses modelos de secadores apresentam, em
grande parte, controle automatizado de ventiladores, temperatura, umidade relativa e
“dampers” (TSCHERNITZ e SIMPSON, 1985).
Em sua maioria, os secadores solares com coletores externos foram instalados em
países do Hemisfério Norte, com condições de clima moderado, sendo pouco frequente seu
uso em países tropicais. A principal finalidade desse modelo é secar madeiras refratárias.
Entretanto, seu nível de aplicação está, em geral, restrito a fins experimentais. Alguns
modelos, no entanto, apresentam capacidade de secagem de até 20 m³, sendo estes
patenteados e comercializados (TSCHERNITZ e SIMPSON, 1985; SATTAR, 1993; BAUER,
2003).
2.4.2 Secador com coletor solar interno
Os secadores dotados de coletores internos são denominados na literatura, em geral, de
câmaras do tipo “greenhouse” (HAQUE, 2002). Esse modelo de secador é o mais comumente
29
utilizado, e tem como características principais o baixo custo e a facilidade de construção.
Além disso, apresenta capacidade interna entre 0,5 a 200 (PECK, 1962; CHUDNOFF et
al., 1966; PLUMPTRE, 1967).
O secador do tipo “greenhouse” consiste de uma estrutura, em geral de madeira ou
chapa compensada tratada, com cobertura e paredes revestidas de material transparente ou
translúcido, de forma a permitir a incidência da energia solar irradiada (BOND, 2006).
Devido à importância da cobertura e paredes na incidência da energia solar irradiada, e
consequente desempenho do secador, diversos materiais de revestimento vem sendo
estudados, entre os quais pode-se citar: vidro (CHUDNOFF et al., 1966; BOIS, 1977;
GOUGH, 1977; KUMAR, 1981), fibra de vidro reforçada com poliéster (TROXELL e
MUELLER, 1968; GUENEAU, 1970) e diferentes tipos de plásticos como policarbonato,
polietileno, poliéster, polivinil fluoreto e polivinil cloreto (PECK, 1962; PLUMPTRE, 1967;
SUDAM/IPT, 1981; SANTINI, 1981). Esses materiais podem ser utilizados em duas e até três
camadas, ou então, em combinação entre eles, de forma a minimizar as perdas de calor e
otimizar o desempenho do secador (WENGERT, 1971; SHARMA et al., 1974; GOUGH,
1981).
Segundo Viehbeck (1999) a escolha do material de cobertura deve ser feita levando
em consideração, principalmente, os custos, durabilidade e eficiência. Silva (2000) afirma que
a fibra de vidro é o material que reúne o maior número de características desejáveis para a
cobertura. Na Tabela 1 é apresentada uma relação dessas propriedades com alguns tipos de
materiais de cobertura.
Tabela 1 − Materiais de cobertura e suas características (adaptado de Viehbeck, 1999).
Material Permeabilidade Estabilidade do calor Durabilidade Custo
Vidro branco 0,905 alta alta alto
Vidro “float” 0,85 alta alta alto
Vidro “perspex”
0,89-0,9 média alta relativ. alto
Policarbonato 0,88-0,91 alta baixa alto
Polietileno 0,91-0,93 baixa baixa médio
Polivinil cloreto 0,85-0,87 baixa baixa médio
Com finalidade de maximizar o aumento da temperatura interna do secador, materiais
como alumínio, aço e cobre são os ideais para serem utilizados como coletor solar interno,
devido as suas boas qualidades de absorção da radiação de ondas curtas e evitar a reflexão
30
(VIEHBECK, 1999). Entretanto, Santini (1981) verificou bons resultados utilizando chapa de
madeira como coletor. Esses materiais podem apresentar diversas formas: ondulados, planos
ou com ranhuras (WENGERT, 1971)
Adicionalmente, para otimizar a capacidade de absorção, os coletores internos devem
ser pintados com tinta preta, em razão de que pinturas enegrecidas apresentam melhores
qualidades para absorver a energia de ondas curtas e transformá-las em calor da radiação solar
(MALDONADO e PECK, 1962; PECK, 1962; CHUDNOFF et al., 1966).
Com relação à inclinação do teto, Viehbeck (1999) afirma que o ângulo deve ser igual
à latitude do local em que está instalado o secador, de forma que a recepção da radiação solar
seja ortogonal, propiciando um eficiente aproveitamento dos raios solares. Wengert e Oliveira
(2008) confirmam essa citação. Segundo os autores, como em geral os coletores não são
móveis ou ajustáveis, para o melhor desempenho ao longo de um ano, o ângulo deve ser igual
à latitude. Quando o secador solar for utilizado somente em meses de inverno, o ângulo de
inclinação deve ser acrescido em 10º em relação à latitude, enquanto que ao ser utilizado em
meses de verão o ângulo deve ser reduzido em 10º.
As superfícies internas do secador que não estão expostas à incidência de luz solar,
como o assoalho e a parede contendo a porta de entrada e saída de madeira, são pintadas de
preto, possibilitando uma maior absorção da energia solar transmitida (PECK, 1962; CASIN
et al., 1969; BOIS, 1977; GOUGH, 1977). Essas superfícies devem receber um bom
isolamento para evitar as perdas de calor (WENGERT, 1971). Em geral, recomenda-se a
utilização de lã de rocha, lã de vidro ou isopor (SANTINI, 1981).
Para o armazenamento do calor produzido, destinado a possibilitar o funcionamento
eficiente da câmara em períodos desfavoráveis, foram estudadas algumas alternativas, como
uso de basalto (READ et al. 1974), pilhas de rochas (YANG, 1980) e pedras enegrecidas
(BAUER, 2003). Além desses, Viehbeck (1999) cita a possibilidade de utilização de lenha
para produção de calor em períodos que a luz solar é deficiente.
De acordo com Noves e Seco (1990), as condições de secagem dentro das câmaras do
tipo “greenhouse” são influenciadas, significativamente, pelas condições ambientais. Essa
dependência pode ser reduzida por meio do uso de sistemas auxiliares de aquecimento e de
umidificação automatizados (CHUDNOFF et al., 1966; BENITEZ et al., 1997). Entretanto, a
maioria dos secadores solares “greenhouse” não apresenta controle automatizado
(STEINMANN et al., 1980a; STEINMANN e VERMAAS, 1990).
É importante ressaltar que esses aprimoramentos elevam os custos de investimento e
manutenção do secador, tornando-o por vezes antieconômico (BAUER, 2003).
31
A orientação ideal dos secadores solares é no sentido norte-sul, de modo que os raios
solares sejam incididos mais diretamente, propiciando um melhor aproveitamento dos
mesmos (VITAL e COLLOM, 1974; GOUGH, 1977). Na Figura 2, observam-se exemplos de
secadores solares com coletores internos.
Figura 2 Exemplos de secadores solares com coletores internos (adaptado de BAUER,
2003).
2.5 Defeitos de secagem
De acordo com Santini (1992), a remoção da água da madeira é, invariavelmente,
acompanhada pelo desenvolvimento de tensões resultantes da diferença de umidade entre
regiões contíguas e da anisotropia de contração. Esse fenômeno se manifesta sob quaisquer
condições de secagem. Dessa maneira, para obtenção de um maior valor agregado da madeira
serrada, é de grande importância a adoção de procedimentos adequados de secagem, como
baixas temperaturas iniciais, para minimização da incidência de defeitos.
Além disso, o conhecimento do comportamento da madeira, quando exposta as
condições de secagem, também traz benefícios para o controle dos defeitos (MARQUES,
2008).
Martins (1988) afirma que os defeitos resultantes da secagem, além de causarem
desvalorização do preço da madeira serrada, geram desinteresse quanto à utilização de
32
determinadas espécies refratárias. Esse fato contribui em parte para exploração seleta e de um
pequeno número de espécies.
Vermaas (1995) cita que os principais defeitos da secagem da madeira de eucalipto
são as rachaduras e o colapso. Além desses, é importante o controle de outros defeitos, como
empenamentos e o endurecimento superficial.
2.5.1 Rachaduras
De acordo com Santini (1992) as rachaduras são separações dos elementos
constituintes da madeira no sentido longitudinal da grã.
As rachaduras aparecem como consequência da diferença de contração nas direções
radial e tangencial da madeira e de diferenças de umidade entre regiões contíguas de uma
peça, durante o processo de secagem. Essas diferenças levam ao aparecimento de tensões que,
tornando-se superiores à resistência dos tecidos lenhosos, provocam a ruptura da madeira
(JANKOWSKY, 1990).
Durante o processo de secagem podem ocorrer três tipos de rachaduras: superficiais,
de topo e internas.
As rachaduras superficiais e de topo ocorrem nos estágios iniciais, devido aos
gradientes de umidade (DENIG et al., 2000), enquanto que as rachaduras internas
manifestam-se ao final do processo, em geral associadas ao prolongamento das rachaduras
superficiais (SANTOS, 2002).
2.5.2 Empenamentos
Conforme Galvão e Jankowsky (1985), os empenamentos são caracterizados por
serem distorções que ocorrem na madeira em relação aos planos originais de sua superfície.
De maneira geral, originam-se das diferenças inerentes às contrações radial, tangencial e
axial. Irregularidades na grã, presença de lenho de reação e lenho juvenil, também influem no
aparecimento de peças empenadas ao final da secagem (SANTINI, 1992).
Pratt (1974) classifica o defeito de empenamento em cinco tipos: encanoamento,
encurvamento, arqueamento, torcimento e forma de diamante. No entanto, quando avaliada a
qualidade da secagem em tábuas são considerados apenas os quatro primeiros defeitos
citados, uma vez que o empeno do tipo forma de diamante ocorre em peças de seção
quadrada.
33
2.5.3 Colapso
O colapso caracteriza-se por ser uma forma de contração anormal e irregular, que se
manifesta durante a retirada da água capilar, resultando na deformação interna das células
(KOLLMANN e CÔTÉ, 1968; SANTINI, 1992).
De acordo com Jankowsky (1995), a principal causa do colapso é a tensão capilar, que
se manifesta nas fases iniciais de secagem, quando a umidade da madeira está acima do PSF.
Além desse, outros fatores influenciam na presença de peças colapsadas, como: pequeno
diâmetro dos capilares e das pontoações, elevadas temperaturas no início da secagem, elevada
massa específica da madeira e alta tensão superficial do líquido que é removido da madeira.
2.5.4 Endurecimento superficial
De acordo com Mcmillen (1955), o endurecimento superficial é uma condição de
tensão que se manifesta na madeira seca, em que as fibras da superfície estão submetidas a
esforços de compressão e as internas sob esforços de tração. Basicamente, o endurecimento
superficial é causado por secagem muito rápida e desuniforme (GALVÃO e JANKOWSKY,
1985).
A condição de endurecimento superficial da madeira permanece mesmo depois da
mesma atingir um teor de umidade uniforme. Essa condição, durante a secagem, pode originar
rachaduras internas (ANDRADE, 2000).
34
3 MATERIAL E MÉTODOS
3.1 Coleta e preparo do material
O presente trabalho foi realizado no Laboratório de Produtos Florestais (LPF),
pertencente ao Departamento de Ciências Florestais da Universidade Federal de Santa Maria
(UFSM). Para realização do estudo foram utilizadas madeiras de Eucalyptus tereticornis,
Eucalyptus saligna e Corymbia citriodora, obtidas em povoamentos homogêneos na
Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária - Centro de Pesquisa em Recursos Florestais
(FEPAGRO FLORESTAS), localizado no Distrito de Boca do Monte no município de Santa
Maria, RS.
Foram selecionadas, de modo aleatório, árvores adultas de bom fuste, com grã reta e
diâmetro a altura do peito (DAP) de aproximadamente 35 cm. De cada espécie foram
utilizadas doze árvores, das quais foram retiradas as duas primeiras toras, com 2,8 m de
comprimento. Desse modo, foram utilizadas 24 toras de cada uma das espécies.
A madeira foi desdobrada na FEPAGRO FLORESTAS utilizando um engenho de
serra, sendo adotado o sistema de cortes tangenciais para a retirada das tábuas. As tábuas
apresentaram dimensões de 2,5 cm x 15 cm x 280 cm (espessura, largura e comprimento).
As madeiras de Eucalyptus tereticornis, Eucalyptus saligna e Corymbia citriodora
foram submetidas aos processos de secagem em estufa solar e ao ar livre durante período de
inverno, respectivamente, nos dias 18 de maio, 12 de julho e 04 de setembro de 2008.
Para cada método de secagem foi utilizada uma carga de madeira por espécie. Cada
carga foi formada por 60 tábuas, totalizando 120 tábuas por espécie em estudo.
3.2 Secagem em estufa solar
Para realização da secagem em estufa solar desenvolveu-se um secador solar, modelo
“greenhouse”, o qual foi instalado em um local bem drenado e livre de obstáculos no pátio do
LPF-UFSM, com capacidade para 1 de madeira serrada. As dimensões do secador foram:
3,7 m de comprimento, 2 m de largura, 3,2 m de altura maior (parede Sul) e 1 m de altura
menor (parede Norte). Essa diferença de altura entre as paredes se deve ao ângulo de
inclinação da estufa de 30º, sendo este adotado em função da latitude, pois o município de
Santa Maria, RS está localizado a latitude Sul 29º41’25”. Conforme Viehbeck (1999) a
35
inclinação da estufa num ângulo igual a latitude do local possibilita o uso do secador solar
durante todo o ano, de modo que seja possível a incidência dos raios solares
perpendicularmente ao teto transparente (Figura 3).
Figura 3 − Secador solar utilizado no estudo.
Esse secador solar foi construído basicamente com estruturas de madeira apoiadas em
moirões de eucalipto tratados, servindo de fundação, com elevação de 30 cm do solo. Essa
elevação teve como objetivo facilitar a capina da vegetação rasteira, bem como favorecer a
circulação de ar, de modo a evitar a presença de umidade na parte externa do assoalho. Para
confecção do assoalho foram utilizadas tábuas de pinus com 2,5 cm de espessura. A camada
primária foi coberta com chapas de isopor de 20 mm e, por fim, foi colocada uma terceira
camada, composta por chapas de compensado de 10 mm. Este procedimento construtivo foi
empregado visando à obtenção de um meio de isolamento térmico satisfatório, evitando o
mínimo possível às perdas de calor.
A parede Sul, como não era exposta à incidência de luz solar, foi fabricada de modo
semelhante ao assoalho, sendo utilizadas tábuas de pinus de 2,5 cm de espessura e chapas de
isopor de 40 mm, nas duas primeiras camadas, e cobertura de superfície composta por chapas
36
de fibra dura (HDF) de 2,5 mm. Nessa parede foram colocadas duas portas, com dimensões
de 115 x 90 cm (altura x largura), para carga e descarga do material em experimento (Figura
4).
As partes construídas de material sólido, parede Sul e assoalho, tiveram suas
superfícies internas pintadas com tinta óleo preta, de modo a atuarem como absorvedores de
energia solar.
Figura 4 − Parede Sul e parte interna da estufa solar.
No restante da estufa solar, paredes Norte, Leste, Oeste e o teto, utilizou-se dupla
camada de plástico polivinil cloreto (PVC) espaçado por separadores de seção transversal de 2
cm², com objetivo de otimizar o isolamento térmico da câmara. Apesar de estudos, como o
desenvolvido por Viehbeck (1999) mostrarem boas características da utilização do vidro
quanto à eficiência e durabilidade, neste experimento optou-se pelo uso do PVC, que é mais
barato, devido à incidência frequente de chuvas de granizo na região. Exceto o teto, o
37
revestimento das paredes foi efetuado por meio de pequenos módulos, de maneira a facilitar a
retirada e substituição em eventuais danos causados à dupla camada de PVC, conforme
utilizado pelos autores e Troxell (1963), Vital (1976) e Santini (1981).
Na parede Norte foram instaladas duas janelas, com dimensões de 25 cm x 25 cm, as
quais tem, por finalidade, permitir a renovação do ar no interior da estufa, uma delas para
saída e outra para entrada de ar. Estas janelas foram dispostas nas laterais, centralizadas a
altura da parede Norte, de modo que a fixação do ventilador na parte interna da estufa ficasse
entre a entrada e saída de ar (Figura 5). Durante o processo de secagem, as janelas eram
abertas, cerca de 2 cm, às 9 horas e fechadas às 17 horas, de modo a otimizar a secagem
durante o período noturno. Em dias chuvosos ou de baixa insolação, as janelas eram mantidas
fechadas.
Figura 5 − Parede Norte e as janelas para renovação do ar da estufa solar.
Para a circulação do ar utilizou-se um ventilador com 30 cm de diâmetro, movido por
um motor elétrico trifásico de 0,5 HP, fixado sobre o assoalho da estufa. A cada quatro dias,
ocorria a inversão do fluxo de ar (direita-esquerda), sendo a sua velocidade média, monitorada
38
em diversos pontos da estufa, por meio de anemômetro digital do tipo fio quente. O controle
do funcionamento do ventilador foi realizado por meio de termostato digital. Quando a
temperatura interna era superior a 22ºC o ventilador era acionado. Segundo Wengert (1980), o
ideal no inverno, período de realização desse experimento, é não realizar o acionamento dos
ventiladores em temperaturas inferiores a 18ºC. Desse modo, evitou-se o desperdício em
gastos de energia elétrica quando as condições internas da câmara não eram propícias à
secagem.
A disposição das pilhas dentro da estufa foi da seguinte forma: uma pilha, constituída
de cinco colunas com 12 tábuas cada, inclusas as tábuas que deram origem as amostras de
controle do processo. Além dessas, foram colocadas de quatro a cinco camadas de tábuas,
servindo como peso para restrição mecânica da pilha; para a separação das tábuas foram
utilizados cinco sarrafos de madeira seca de eucalipto por fileira de tábuas, espaçados entre
eles a uma distância de 52 cm, livre de defeitos e com dimensões de 2,5 cm x 2,5 cm x 100
cm (espessura, largura e comprimento).
Ao redor da área de empilhamento foram edificadas duas paredes vazadas de tijolos,
com a finalidade de direcionamento do fluxo de ar e armazenamento de calor, propiciando o
aproveitamento do calor produzido durante o dia para a secagem nos períodos noturnos e de
baixa insolação (Figura 6). Sobre as paredes de tijolos foi apoiada uma chapa compensada de
10 mm, pintada com tinta óleo preta, servindo de absorvedor de luz solar, juntamente com as
superfícies internas (assoalho e parede Sul). Além disso, a chapa compensada teve como
função secundária o direcionamento do fluxo de ar na área de empilhamento. Para auxiliar o
direcionamento do fluxo de ar, ainda foram instalados, acima da chapa compensada, uma
divisória de plástico PVC, que cobriu toda a extensão em comprimento da estufa e utilizados
quatro defletores curvados de HDF com 2,5 mm de espessura nos quatro cantos da estufa.
Esses defletores também foram pintados de preto, como as demais estruturas internas.
Alguns pontos críticos de perda de calor, como assoalho, parede Sul e a cobertura
plástica de PVC tiveram grande atenção durante a construção, seguindo recomendações
propostas por Wengert (1971), de modo a otimizar a eficiência do secador.
O Apêndice 1 apresenta em maiores detalhes os aspectos construtivos da parte interna
da estufa solar.
Para controle das variáveis ambientais internas como temperatura (ºC) e umidade
relativa (%) foi utilizado um psicrômetro. Essas variáveis foram obtidas, periodicamente, de
hora em hora, a partir do início da secagem às 8 horas até o término às 22 horas. A faixa
horária de controle foi estipulada em razão da pequena variação das condições ambientais
39
dentro do secador nas horas seguintes ao rmino do monitoramento. A umidade de equilíbrio
(%) foi monitorada na mesma faixa horária, e obtida por meio da Equação 2 (SIMPSON,
1971).
WhK
hK
hKK
hKK
UE
1800
*)
11
(
2
2
21
21
+
+
=
(2)
100
)(0185,0)(69309,0374,223
)(000005553,0)(001698,070594,0
)(00050123,0)(04773,0737,4
2
2
2
2
1
UR
h
TTW
TTK
TTK
=
++=
+=
+=
em que: UE= umidade de equilíbrio (%); UR= umidade relativa (%); T= temperatura (ºC)
Com relação as variáveis externas, insolação (h) e radiação solar (kJm²), essas foram
obtidas na Estação Climatológica do Departamento de Fitotecnia da UFSM.
Figura 6 − Parede Oeste e a parede vazada de tijolo.
40
3.3 Secagem ao ar livre
A secagem ao ar livre foi realizada no pátio do LPF-UFSM, próximo ao local em que
foi instalada a estufa solar, de modo a evitar variações climáticas nas duas metodologias de
secagem. O local escolhido é alto e plano, com boa drenagem e sem obstáculos à ventilação.
As tábuas foram empilhadas sobre estruturas de madeira apoiadas a uma fundação de
moirões de eucalipto tratados, os quais foram elevados a 50 cm do solo. As tábuas foram
distribuídas em quatro colunas de 15 tábuas cada, inclusas as tábuas que deram origem as
amostras de controle do processo. Acrescidas de quatro a cinco fileiras de tábuas com função
de restrição mecânica. Para separação das tábuas foram utilizados separadores de madeira
seca e livre de defeitos com seção transversal de 2,5 cm x 2,5 cm e com comprimento
aproximado à largura da pilha. Assim como na secagem em estufa solar, os separadores foram
dispostos a uma distância de 52 cm uns dos outros, de forma a minimizar a incidência de
defeitos durante a secagem. No total, foram utilizados cinco separadores por fileira de tábuas
(Figura 7).
A orientação das pilhas foi realizada no sentido norte-sul, de acordo com a direção
predominante dos ventos.
Para cobertura das pilhas utilizaram-se duas telhas de fibrocimento com 6 mm de
espessura, de modo a minimizar a incidência de raios solares e precipitações. Além disso,
foram utilizadas três placas de concreto, com carga de 45 kg m
-2
cada, para causar restrição
mecânica as pilhas durante a secagem.
Periodicamente, foi realizada a capina na vegetação rasteira incidente na pilha de
secagem, de modo a facilitar a circulação do ar, evitando, assim, a incidência de agentes
xilófagos nas tábuas inferiores à pilha.
Para o monitoramento das condições ambientais, durante a secagem ao ar livre, foram
obtidas na Estação Climatológica do Departamento de Fitotecnia da UFSM as seguintes
variáveis climáticas: velocidade do vento (m s
-1
); temperaturas de máxima e mínima (ºC);
umidade relativa do ar (%); umidade de equilíbrio (%) e precipitação (mm);
41
Figura 7 − Carga de madeira em secagem ao ar livre.
3.4 Taxa de secagem
A taxa de secagem foi determinada para os dois métodos de secagem em que foram
submetidas às cargas de madeira, por meio da Equação 3 (SEVERO, 2000):
T
TUfTUi
Ts
=
(3)
em que: Ts= taxa de secagem (%/dia); Tui= teor de umidade inicial (%), Tuf= teor de umidade final (%), T=
tempo de secagem decorrido (dias).
A partir desses dados foram elaboradas as curvas das taxas de secagem como meio
comparativo entre a secagem em estufa solar e ao ar livre.
3.5 Monitoramento do teor de umidade
Para monitorar o teor de umidade da madeira durante a secagem foram utilizadas
cinco amostras de controle para cada carga, com dimensões de 2,5 cm x 15 cm x 40 cm
(espessura, largura e comprimento). Essas amostras foram confeccionadas a partir de tábuas
utilizadas no empilhamento, sendo seccionadas transversalmente (Figura 8).
42
Figura 8 Confecção da amostra de controle (A) e seções para determinação do teor de
umidade inicial (B).
À medida que as amostras de controle foram retiradas das suas tábuas de origem, as
amostras foram imediatamente pesadas em balança de precisão de 0,01 g para a obtenção da
massa inicial. Após a confecção, marcação e pesagem os topos das amostras de controle
foram lixados e aplicou-se tinta plástica (selante), visando minimizar a perda excessiva de
água durante a secagem.
Antes do início do processo de secagem, determinou-se o teor de umidade inicial de
cada amostra de controle (Equação 1, página 18), mediante a média aritmética das duas
seções, de 2,5 x 2,5 cm, localizadas nas suas extremidades (Figura 8).
As amostras de controle foram dispostas em diferentes locais de fácil remoção e
reposição, de modo a permitir uma medição real e representativa do teor de umidade das
mesmas. Na secagem em estufa solar as amostras foram dispostas na parte de trás da pilha,
localizada na parede Sul, de forma a facilitar a rápida retirada das amostras e,
consequentemente, reduzindo o tempo de abertura da estufa. O teor de umidade de cada carga
foi definido por meio da Equação 4:
43
100
)100(
+
=
Mi
TUiMa
TUa (4)
em que: Tua= Teor de umidade atual (%); Ma= Massa atual da amostra (g); TUi= Teor de umidade inicial (%);
Mi= Massa úmida da amostra (g).
O monitoramento do teor de umidade foi realizado por meio da pesagem das amostras
de controle, diariamente, utilizando-se uma balança eletrônica de precisão de 0,01 g, até a
obtenção do teor de umidade de equilíbrio da carga.
Todos esses procedimentos descritos acima foram efetuados nos dois métodos de
secagem em estudo.
Com base nos dados de redução do conteúdo de umidade da madeira foram
estabelecidas curvas para comparação do tempo de secagem na estufa solar e ao ar livre.
3.6 Determinação das contrações radiais e tangenciais
A avaliação da contração da madeira durante a secagem foi realizada medindo-se a
cada três dias a largura e a espessura das amostras de controle. Para a obtenção de dados
precisos durante a operação, foram demarcados com lápis de anilina os pontos de medições
em todas as amostras. Dessa forma, as verificações foram efetuadas sempre nas mesmas
posições (Figura 9).
A medição das dimensões (espessura e largura) foi realizada por meio de um
paquímetro digital, com precisão de 0,01 mm. Devido aos valores praticamente
insignificantes, a contração longitudinal foi desconsiderada.
Por meio das Equações 5 e 6 foram determinadas as contrações em espessura (radial) e
em largura (tangencial):
100*
Ev
EatEv
r
=
β
(5)
em que: βr= contração radial (%), Ev= dimensão em espessura verde (mm), Eat= dimensão em espessura atual
(mm).
100*
Lv
LatLv
t
=
β
(6)
em que: βt= contração tangencial (%), Lv= dimensão em largura verde (mm), Lat= dimensão em largura atual
(mm).
44
Figura 9 − Demarcação dos pontos de medição das contrações tangenciais e radiais.
3.7 Determinação da massa específica
Ao final de cada processo de secagem foram escolhidas, aleatoriamente, dez tábuas,
das quais foram retiradas amostras de seção transversal 2,5 x 2,5 cm. Posteriormente, as
amostras foram colocadas em câmara climatizada (20ºC de temperatura e 65% de umidade
relativa) até atingirem o teor de umidade de equilíbrio a 12%.
Para a definição da massa específica aparente a 12% de umidade, as amostras foram
pesadas em balança analítica de precisão 0,01g e suas dimensões definidas com o uso de um
paquímetro digital de precisão 0,01 mm (Equação 7).
V
M
ME
=
(7)
em que: MEa= massa específica (g cm
-3
); M= massa a 12% de umidade (g); V= volume a 12% de umidade.
3.8 Avaliação dos defeitos
Os defeitos foram avaliados em duas fases distintas, logo após o desdobro e ao
término do processo de secagem. Para tanto, avaliaram-se 55 tábuas de cada carga submetida
à secagem.
45
Após a avaliação preliminar, compararam-se os valores obtidos com valores
apresentados na Norma para Classificação de Folhosas do IBDF - Classificação pela Pior
Face (BRASIL, 1983), foram considerados os defeitos acima dos admitidos para a 4ª classe.
Avaliaram-se os seguintes defeitos: rachaduras, empenamentos, colapso e as tensões
de secagem.
3.8.1 Rachaduras
Foram avaliados dois tipos de rachaduras: de topo e de superfície.
a) Rachaduras de topo
As rachaduras de topo foram obtidas através do somatório dos seus comprimentos
individuais, em cada lado, por meio da Equação 8:
100*
1
)...32(
L
lxll
IRT
+++
= (8)
em que: IRT= índice de rachaduras de topo (%); l2 + l3 +...+ lx= comprimento individual das rachaduras (mm);
L1= comprimento total da peça (mm).
As rachaduras foram medidas com auxílio de um paquímetro digital, com precisão de
0,01 mm. Para facilitar as avaliações após a secagem, as rachaduras foram demarcadas com
lápis de anilina durante as avaliações após o desdobro.
Na Figura 10, pode-se verificar o procedimento adotado para quantificação do IRT.
Figura 10 − Procedimento adotado para medição das rachaduras de topo em tábuas.
46
As peças com IRT acima ou igual a 20% foram consideradas defeituosas, sem
restrição quanto ao número de peças.
b) Rachaduras de superfície
As rachaduras de superfície presentes nas tábuas foram avaliadas visualmente nas duas
fases (após desdobro e após secagem), sendo quantificado o número de peças em que o
defeito foi verificado e os resultados apresentados na forma de porcentagem do mero de
peças rachadas.
3.8.2 Empenamentos
Foram avaliados três tipos de empenamentos: arqueamento, encurvamento e
encanoamento. O arqueamento e encurvamento foram determinados a partir da flecha central
gerada entre a face curva da madeira e uma linha de nylon fixada nos topos da peça
empenada.
a) Arqueamento
O defeito de arqueamento foi determinado a partir da Equação 9:
L
f
A = (9)
em que: A= arqueamento (mm m
-1
); f= flecha de arqueamento da peça (mm); L= comprimento da peça (m).
Na Figura 11, verifica-se o procedimento adotado para quantificação do arqueamento
nas tábuas.
47
Figura 11 − Procedimento adotado para medição do arqueamento de tábuas.
As peças com arqueamento acima ou igual a 5 mm m
-1
foram consideradas
defeituosas, sem restrição quanto ao número de peças.
b) Encurvamento
O defeito de encurvamento foi determinado a partir da Equação 10:
L
f
Ev = (10)
em que: Ev= encurvamento (mm m
-1
); f= flecha de encurvamento (mm); L= comprimento da peça (m).
Na Figura 12, verifica-se o procedimento adotado para quantificação do encurvamento
nas tábuas.
Figura 12 − Procedimento adotado para medição do encurvamento de tábuas.
Da mesma forma que o arqueamento, as peças com encurvamento acima ou igual a 5
mm m
-1
foram consideradas defeituosas, sem restrição quanto ao número de peças.
48
c) Encanoamento
A presença de encanoamento foi permitida desde que a redução na espessura da peça,
obtida pela operação de aplainamento, fosse no máximo 4 mm inferior a espessura nominal
(Equação 11).
(
)
mmEnEa 4
(11)
em que: Ea= espessura aplainada (mm); En= espessura nominal (mm).
Na Figura 13, pode-se verificar o procedimento adotado para avaliação do
encanoamento.
Figura 13 − Procedimento adotado para medição do encanoamento de tábuas.
3.8.3 Tensões de secagem
As análises das tensões residuais foram realizadas por meio do teste de garfo. Para
confecção dos garfos, foram retiradas amostras de seção 2,5 x 2,5 cm de cada tábua, distantes
40 cm do topo e, posteriormente cortadas as partes centrais em serra-de-fita laboratorial. A
avaliação das tensões foi realizada em dois estágios: a) avaliação prévia após a confecção do
garfo; b) avaliação final após condicionamento dos garfos em câmara climatizada, por um
período de 24 horas, para eliminação dos gradientes de umidade.
De acordo com os procedimentos descritos por Rasmussen (1961) e Pratt (1974),
realizou-se a seguinte avaliação das tensões de secagem:
49
- dentes do garfo arqueados para fora a uma mesma distância ou ligeiramente superior à
espessura, definiu-se que a tábua estava livre de endurecimento superficial.
- dentes do garfo que se projetaram para dentro, definiu-se que a tábua apresentava
endurecimento superficial.
Na Figura 14, pode-se verificar a representação esquemática da retirada dos garfos das
tábuas, bem como a análise das tensões residuais.
Figura 14 Teste do garfo para detectar o nível das tensões de secagem (A= Retirada da
amostra; B= Marcação da parte central da amostra para retirada do garfo; C= Avaliação das
tensões de secagem; C1= Amostra livre de tensões; C2= Amostra com tensões suaves; C3=
Amostra com tensões fortes).
3.8.4 Colapso
A determinação da presença e intensidade do colapso foi realizada por meio da
remoção de alguns milímetros da superfície da tábua com uma plaina desengrossadeira,
levando-se em consideração os seguintes critérios:
50
- madeira livre de colapso: após a remoção de 1 a 1,5 mm da superfície das tábuas, não
apresentaram ondulações na superfície;
-madeira com colapso leve: após a remoção de 2,5 mm da superfície das tábuas, não
apresentaram ondulações na superfície;
- madeira com colapso médio: após a remoção de 3,5 mm da superfície das tábuas, não
apresentaram ondulações na superfície;
- madeira com colapso forte: tábuas que apresentaram ondulações na superfície depois de
removidos 3,5 mm.
3.9 Análise estatística
A análise estatística correspondeu a análises de variância e análises de regressão. As
medidas de adequação e seleção dos modelos de regressão foram realizadas mediante análises
dos coeficientes de determinação ajustado (R
2
aj.), de correlação (R), teste F, erro padrão de
estimativa (S
yx
) e análise visual dos gráficos de resíduos. Na análise de variância considerou-
se um valor de p= 0,05, que corresponde ao nível de 95% de confiabilidade. Para tanto, foi
utilizado o pacote estatístico Statgraphics Plus.
51
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1 Curva e taxa de secagem
A madeira de Eucalyptus tereticornis submetida à secagem em estufa solar iniciou o
processo com teor de umidade de 82,13% e, após 35 dias, foi finalizada com 15,24%. a
secagem ao ar livre teve início com teor de umidade de 73,58% e, ao final de 104 dias,
alcançou 20,30%.
O teor de umidade inicial da carga de madeira de Corymbia citriodora exposta à
secagem em estufa solar foi de 62,05%, e finalizada após 35 dias com teor de umidade de
15,15%. Na secagem ao ar livre, iniciou-se o processo com teor de umidade de 60,02% e, ao
final de 58 dias, o teor de umidade alcançou 20,71%.
Por sua vez, na secagem da madeira de Eucalyptus saligna, o início do processo em
estufa solar ocorreu com um teor de umidade de 74,04%, e com 15,06% foi finalizada após 22
dias. Para a secagem ao ar livre o teor de umidade inicial da carga foi de 75,62%, sendo que
após 33 dias finalizou-se com 20,75%.
A diferença entre os teores de umidade inicial se deve a grande variação existente no
conteúdo de umidade da madeira de eucalipto em “estado verde”, podendo oscilar entre 60-
100% (BAUER, 2003).
Os teores de umidade final das madeiras de Eucalyptus tereticornis e Corymbia
citriodora, submetidas aos dois processos de secagem, foram estabelecidos em razão da sua
redução mínima, uma vez que as condições ambientais mostraram-se desfavoráveis à secagem
no período. Haque (2002) realizando secagem em estufa solar na Austrália, em período de
inverno, também verificou dificuldade em obter uma redução significativa do teor de
umidade, finalizando a secagem para algumas cargas em 19%.
De acordo com Santini (1984), na cidade de Santa Maria-RS, a madeira exposta à
secagem ao ar livre, durante o período (inverno) em que foi realizado o estudo, dificilmente
alcançaria menores teores de umidade, uma vez que a média do teor de umidade de equilíbrio
é de 17,5%. No caso da secagem em estufa solar, Bond (2006) afirma que nos meses mais
quente (verão) é possível secar madeira até um teor de umidade final de 8 a 10%.
A possibilidade de obtenção de um teor de umidade abaixo de 10%, na secagem em
estufa solar, foi verificada para a madeira de Eucalyptus saligna. No entanto, de forma a
possibilitar a comparação com as demais espécies, optou-se por finalizar a secagem em estufa
52
solar com teor de umidade da madeira em 15%. Situação semelhante foi verificada na
secagem ao ar livre, em que as condições eram favoráveis à secagem, sendo a mesma
finalizada com 20% de umidade da madeira.
A madeira seca com teor de umidade final de 15%, como no caso das secagens em
estufa solar, apesar de elevado para algumas finalidades, pode ser empregada em construções
externas, móveis e brinquedos externos, embarcações, implementos agrícolas e madeira
serrada comercial. No entanto, a madeira seca com teor de umidade final de 20%, obtida com
secagem ao ar livre, é imprópria para qualquer uso, devido ao seu elevado teor de umidade.
Restando apenas a opção de comércio de madeira serrada bruta, no qual se recomenda teor de
umidade entre 16 e 20% (JANKOWSKY, 1990).
Aleon (1979), ao secar madeiras de pinus e carvalho ao ar livre e em estufa solar,
também constatou que o método de secagem em estufa solar propicia um teor de umidade
mais apropriado para diversos usos, ao contrário da secagem ao ar livre.
Na Figura 15 pode-se verificar a representação gráfica da perda de umidade das
madeiras de Eucalyptus tereticornis, Corymbia citriodora e Eucalyptus saligna, em função do
tempo de exposição à secagem para as duas metodologias.
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
0 8 16 24 32 40 48 56 64 72 80 88 96 104
Tempo de secagem (dias)
Teor de umidade (%)
E. saligna - Solar
E. saligna - Ar livre
E. tereticornis - Solar
E. tereticornis - Ar livre
C. citriodora - Solar
C. citriodora - Ar livre
Figura 15 − Curvas de secagem em estufa solar e ao ar livre para as três espécies estudadas.
53
Para fins de comparação entre os tempos de secagem das duas metodologias, foi
estabelecido um comparativo ao teor de umidade de 20%. Nessa situação, a secagem em
estufa solar, para a madeira de Eucalyptus tereticornis foi 4,73 vezes mais rápida que a
secagem ao ar livre. A mesma análise feita para a secagem de Corymbia citriodora mostra
uma superioridade da secagem em estufa solar de 2,32 vezes, sendo menor a diferença entre
as duas metodologias em comparação com a secagem da madeira de Eucalyptus tereticornis.
E, por fim, a secagem de Eucalyptus saligna em estufa solar foi 1,83 vezes mais rápida que o
processo ao ar livre, relação próxima a verificada para Corymbia citriodora.
De acordo com Read et al. (1974), Sharma et al. (1974), Bois (1977) e Gough (1977),
o tempo de secagem em estufa solar é aproximadamente duas vezes mais rápido que o
verificado na secagem ao ar livre, considerando madeiras com espessura de 25 mm. Desse
modo, verifica-se que as espécies Corymbia citriodora e Eucalyptus saligna apresentaram
relações próximas às citadas pelos autores. No entanto, outros pesquisadores, como
Tschernitz e Simpson (1979), Chen et al. (1980) Kennedy (1984), Sattar (1987), estudando
madeiras com a mesma espessura de 25 mm, encontraram valores de duas a quatro vezes mais
rápido o tempo de secagem em estufa solar, intervalo esse que foi inferior ao verificado para a
madeira de Eucalyptus tereticornis.
Apesar das nítidas vantagens no tempo de secagem em favor do processo em estufa
solar, a comparação realizada ao teor de umidade de 20% não possibilita a obtenção de
resultados ideais. Visto que a retirada do conteúdo de umidade a teores bem abaixo dos 20%
estipulados nessa comparação é efetuada de modo mais rápido na estufa solar do que ao ar
livre (HAQUE, 2002),
sendo o secador solar 65% mais eficiente (SILVA, 2000).
Na Tabela 2 são apresentados os melhores modelos que descrevem o comportamento
da secagem das madeiras de Eucalyptus tereticornis, Corymbia citriodora e Eucalyptus
saligna em estufa solar e ao ar livre. Tanto para secagem em estufa solar como para secagem
ao ar livre, nas três espécies foram encontrados modelos significativos ao nível de 1% de
probabilidade de erro. Além disso, os baixos valores do erro padrão de estimativa e os altos
valores do coeficiente de determinação e de F calculado, demonstram um bom ajuste dos
modelos aos dados observados.
54
Tabela 2 − Equações ajustadas para a perda de umidade das três espécies em função do tempo
de secagem em estufa solar e ao ar livre (t).
Equação F S
yx
R
2
aj.
P
Eucalyptus tereticornis - Solar
TU = 63,4038 - 14,0799[Ln (t)]
1336,03** 1,93865 97,5165 < 0,01
Eucalyptus tereticornis - Ar livre
TU = 56,3363 - 7,70793[Ln (t)]
1281,19** 1,68009 95,3097 < 0,01
Corymbia citriodora - Solar
TU = 46,8682 - 5,45942[√ (t)]
1247,18** 1,19486 97,7258 < 0,01
Corymbia citriodora - Ar livre
TU = 41,2307 - 2,64782[√ (t)]
277,21** 1,42862 89,6174 < 0,01
Eucalyptus saligna - Solar
Log (TU) = 4,44116 - 0,0784595(t)
4933,47** 0,0270868
99,6565 < 0,01
Eucalyptus saligna - Ar livre
TU = 91,2399 - 19,399[Ln (t)]
539,01**
2,54382 96,4158 < 0,01
em que: TU= teor de umidade; F= valor de F calculado; S
yx
= erro padrão da estimativa;
aj.
= coeficiente de
determinação; P= nível de probabilidade de erro; **= significativo ao nível de 1% de probabilidade de erro.
A percentagem de água evaporada por dia, denominada taxa de secagem, no processo
ao ar livre é influenciada pelas condições ambientais (temperatura, umidade relativa do ar,
velocidade do ar e umidade de equilíbrio) (JANKOWSKY, 1990). Por sua vez, a secagem em
estufa solar, além desses fatores, é influenciada, principalmente, pela insolação e radiação
solar (TROXELL e MULLER, 1968).
É importante ressaltar que a estrutura anatômica da madeira também exerce influência
na taxa de secagem. Em geral, a madeira de eucalipto apresenta predomínio de pontoações de
pequeno diâmetro e com vasos usualmente obstruídos por tilos, esta característica anatômica
qualifica a madeira de eucalipto como sendo impermeável (STÖHR, 1977; VERMAAS,
2000).
A Figura 16 apresenta, graficamente, a relação entre a percentagem de água evaporada
por dia e o teor de umidade das madeiras de Eucalyptus tereticornis, Corymbia citriodora e
Eucalyptus saligna.
55
0
2
4
6
8
10
12
14
16
0 10 20 30 40 50 60 70 80
Teor de umidade (%)
Taxa de secagem (%/dia)
E. saligna - Solar
E. saligna - Ar livre
E. tereticornis - Solar
E. tereticornis - Ar livre
C. citriodora - Solar
C. citriodora - Ar livre
Figura 16 − Taxas de secagem em estufa solar e ao ar livre para as três espécies estudadas.
Durante a secagem das três espécies, em cada metodologia, verificaram-se claramente
a ocorrência de variações na taxa de secagem, devido às condições ambientais. Foram
observadas taxas de secagem positivas em condições propícias, e taxas nimas ou nulas em
condições não propícias.
Na secagem de Corymbia citriodora e Eucalyptus tereticornis pode-se constatar que
no início do processo a taxa de secagem ao ar livre foi superior a registrada na estufa solar.
Uma explicação para esta situação é de que nos primeiros dias de secagem na estufa solar o
ambiente interno por vezes foi mais úmido que ao ar livre, tornando a secagem mais suave.
Para a madeira de Eucalyptus tereticornis, passados os primeiros dois dias, houve a inversão
das taxas de secagem, sendo a taxa de secagem em estufa solar superior ao ar livre, no
entanto, para a madeira de Corymbia citriodora essa inversão ocorreu após a faixa de 30%
de umidade.
Quanto à secagem de Eucalyptus saligna, observa-se comportamento semelhante às
duas espécies, verificando-se no início do processo taxa de secagem na estufa solar inferior ao
ar livre, em razão de que nos primeiros três dias houve baixa incidência de luz e radiação
solar. Após esse período, a taxa de secagem em estufa solar foi sempre superior à apresentada
ao ar livre.
Outro fator influente na taxa de secagem foi o teor de umidade da madeira, sendo
observados nos primeiros estágios (acima do PSF) as maiores taxas de secagem. E, ao longo
do processo, com a redução do conteúdo de água na madeira (abaixo do PSF), ocorreu uma
queda acentuada da taxa de secagem.
56
Na Tabela 3 é apresentada a taxa de secagem média em estufa solar e ao ar livre para
cada espécie, bem como a taxa de secagem média acima e abaixo do PSF.
Tabela 3 Médias das taxas de secagem em estufa solar e ao ar livre para as três espécies
estudadas.
Taxa de secagem (%/dia)
Espécie Método
Acima do PSF Abaixo do PSF Total
Ar livre 1,51 0,12 0,51
Eucalyptus tereticornis
Solar 5,82 0,53 1,91
Ar livre 2,12 0,21 0,68
Corymbia citriodora
Solar 3,94 0,53 1,30
Ar livre 2,19 0,63 1,66
Eucalyptus saligna
Solar 3,39 1,69 2,70
Pode-se observar, em números, a superioridade da taxa de secagem acima do PSF em
comparação com a retirada de água abaixo do PSF. De acordo com Simpson (1991), as forças
que retêm a água capilar são menores que as forças que retêm a água higroscópica, dessa
forma a secagem acima do PSF é facilitada.
Com relação à taxa de secagem média ao final de cada processo, constata-se que os
maiores valores foram verificados para a madeira Eucalyptus saligna, tanto na secagem em
estufa solar (2,70%) quanto ao ar livre (1,66%).
Para a madeira de Eucalyptus tereticornis, a taxa de secagem média obtida na estufa
solar foi de 1,91% por dia, enquanto que na secagem ao ar livre foi de 0,51% por dia. Por sua
vez, a madeira de Corymbia citriodora, ao final de cada processo, apresentou taxas de
secagem nos valores de 1,30 e 0,68% por dia, em estufa solar e ao ar livre, respectivamente.
Em comparação com o Eucalyptus tereticornis, constata-se que a taxa de secagem na estufa
solar foi mais baixa e na secagem ao ar livre a taxa foi superior para a carga de Corymbia
citriodora.
Observa-se, ainda na Tabela 3, que as taxas de secagem nas duas metodologias foram
diferentes, sendo verificada uma maior taxa de secagem no processo realizado em secador
solar. Essa constatação não foi verificada por outros autores como Plumptre (1967) e Troxell
e Mueller (1968), os quais afirmam que a taxa de secagem nas duas metodologias é
praticamente a mesma até o PSF. No entanto, como abordado anteriormente, o
comportamento da secagem em estufa solar varia de acordo com o local, tipo de madeira e
tipo de secador utilizado.
57
Na Tabela 4, verifica-se o tempo e taxa de secagem observados em diversos estudos
utilizando-se estufa solar como meio de redução do conteúdo de umidade da madeira de
folhosas com aproximadamente 25 mm de espessura.
Tabela 4 − Taxa e tempo de secagem em estufa solar verificados por diversos autores.
Pesquisador Local Estufa TUi-TUf Ts Tx
Lumley e Choong
(1981)
Louisiana (USA) Lat. 30º N Coletor externo 50-7% 20 2,15
Gough (1981) Queensland (AUS) Lat. 27º S Coletor interno 27-12% 62 0,24
Chen e Rosen (1979) Illinois (USA) Lat. 38º N Coletor externo 95-15% 8 10
Santini (1981) Paraná (BRA) Lat. 25º S Coletor interno 93-12% 23 3,52
Johnson (1961) Wisconsin (USA) Lat. 43º N Coletor interno
50-8%
60-6%
95
52
0,44
1,04
Bois (1977) Wisconsin (USA) Lat. 43º N Coletor interno
85-12%
60-6%
50-8%
47
52
218
1,55
1,04
0,19
Read et al. (1974)
New South Wales (AUS)
Lat. 35º S
Coletor externo 100-6% 20 4,7
Plumptre (1967) Kampala (UGA) Lat. 0º Coletor interno
112-12%
50-15%
27
41
3,70
0,85
Peck (1962) Wisconsin (USA) Lat. 43º N Coletor interno
70-20%
75-20%
80-20%
24
34
105
2,08
1,62
0,57
Tschernitz e
Simpson (1979)
Wisconsin (USA) Lat. 43º N Coletor externo 84-9% 54 1,39
Chudnoff et al.
(1966)
Rio Piedras (PRI) Lat. 17º N Coletor interno 35-8% 25 1,08
SUDAM/IPT (1981) Pará (BRA) Lat. 3º S Coletor interno
80-17%
90-11%
47-10%
28-9%
103
103
103
73
0,61
0,77
0,36
0,26
Steinmann et al.
(1980b)
Stellenbosch (ZAF)
Lat. 35º S
Coletor externo 93-12% 16 5,06
Moraes-Duzat et al.
(2000)
Amazonas (BRA) Lat. 3º S Coletor interno
65-8%
77-10%
84-13%
70-9%
28
33
12
17
2,04
2,03
5,91
3,59
Rodríguez et al.
(2003)
Yucatán (MEX) Lat. 21º N Coletor interno 115-19% 35 2,74
Bauer (2003)
Minas Gerais (BRA)
Lat. 19º S
Coletor interno 59-12% 27 1,74
Vital (1976)
Minas Gerais (BRA)
Lat. 20º S
Coletor interno 56-16% 21 1,90
Haque (2002)
1
Wauchope (AUS) Lat. 31º S Coletor interno 55-16% 55 0,71
em que: Ts= tempo de secagem (dias); Tx= taxa de secagem (%/dia); TUi= teor de umidade inicial (%); TUf=
teor de umidade final (%);
1
=experimento realizado com tábuas de 4 cm de espessura.
58
Realizando uma comparação dos resultados obtidos nesse estudo (Tabela 3) com os
encontrados na literatura, observa-se que a secagem das espécies de eucalipto, de modo geral,
foi satisfatória, considerando que os processos foram realizados no inverno e com
perspectivas de ser um método com baixo investimento inicial. Além disso, a estufa solar não
tem como objetivo ser um método de secagem acelerada, como a secagem em estufa
convencional, a qual tem os inconvenientes de apresentar, em alguns casos, alta incidência de
defeitos. Ao comparar o presente estudo com as pesquisas realizadas por Vital (1976) e Bauer
(2003) na secagem de Eucalyptus em Minas Gerais, Brasil, durante períodos propícios à
secagem em estufa solar, pode-se verificar que apenas a taxa de secagem de Corymbia
citriodora (1,30%) foi inferior.
A massa específica também apresenta influência sobre a taxa de secagem, em que
madeiras com menor massa específica secam mais rápido. De acordo com Brown et al.
(1952), a pequena quantidade de parede celular, a qual dificulta a movimentação da água, e a
grande quantidade de lumes, por onde a água tem uma rápida movimentação, favorece a taxa
de secagem em madeiras de menor massa específica.
Verificaram-se para as madeiras de Eucalyptus tereticornis e Corymbia citriodora as
maiores massas específicas, com valores de 0,90 e 0,89 g cm
-3
, respectivamente. Enquanto
que a madeira de Eucalyptus saligna apresentou a menor massa específica, com valor médio
de 0,69 g cm
-3
. Fazendo uma relação da massa específica com a taxa de secagem, constata-se
que Eucalyptus tereticornis e Corymbia citriodora, por apresentarem maior massa específica,
tiveram uma secagem mais lenta, tanto em estufa solar quanto ao ar livre, em comparação a
madeira de Eucalyptus saligna.
Com relação à diferenciação entre os tempos e taxas de secagem em cada processo,
pode-se verificar que com o aumento da massa específica da madeira, no caso do Eucalyptus
tereticornis, houve uma maior diferença entre a secagem em estufa solar e ao ar livre. Dessa
forma, a secagem em estufa solar de madeiras com menor massa específica, como no caso de
Eucalyptus saligna, tornam o método menos vantajoso em comparação com a secagem ao ar
livre. Segundo Smith (1981) a secagem em estufa solar de madeiras de baixa massa
específica, quando comparada à secagem ao ar livre, é menos vantajosa, apresentando maiores
custos do metro cúbico seco. Além disso, Silva (2000) cita que alguns pesquisadores
verificaram que, nos meses mais quentes, praticamente os tempos de secagem em estufa solar
e ao ar livre não apresentam grandes diferenças, como constatado na secagem de Eucalyptus
saligna.
59
Um ponto importante na secagem da madeira é a uniformidade do teor de umidade
final da carga. A secagem em estufa solar, por ser um método de baixa temperatura, e que
possui controle, apenas, parcial de suas variáveis influentes, tende a apresentar certa
desuniformidade no teor de umidade das tábuas ao final do processo (ARMSTRONG, 2008).
Na Figura 17 é apresentada a variação do teor de umidade final nas cargas de Eucalyptus
tereticornis, Corymbia citriodora e Eucalyptus saligna submetidas à secagem em estufa solar.
A variação do teor umidade final nas cargas das três espécies foi baixa, apresentando
valores de 1,81, 1,74 e 2,20%, respectivamente, para Eucalyptus tereticornis, Corymbia
citriodora e Eucalyptus saligna. Esses valores estão próximos do limite proposto por Galvão
e Jankowsky (1985) que admitem, em métodos de secagem controlada, uma variação de até
2% no teor de umidade final da carga.
Box-and-Whisker Plot
Teor de umidade (%)
Espécies
CC
ES
ET
13,5 14 14,5 15 15,5 16 16,5
Figura 17 Amplitude de variação dos dados de teor de umidade final após a secagem em
estufa solar de Eucalyptus tereticornis (ET), Corymbia citriodora (CC) e
Eucalyptus saligna (ES).
Uma explicação para a pequena diferença de teor de umidade dentro das cargas se
deve a reversão no sentido do fluxo de ar, realizado a cada quatro dias. Autores como Troxell
e Mueller (1968) e Gough (1977) utilizaram essa técnica com sucesso. Outro fator importante
é a obtenção de uma circulação de ar constante (SANTINI e HASELEIN, 2002). Durante os
testes de secagem foi encontrada uma velocidade média entre 1,2 e 1,35 m s
-1
. O uso da
60
parede vazada de tijolos, semelhante ao realizado nos estudos de Gough (1977) e Santini
(1981), e defletores proporcionaram uma uniformização do fluxo de ar.
4.2 Variáveis ambientais na estufa solar
O comportamento da secagem de madeira em estufa solar, no que diz respeito à taxa
de secagem e condições ambientais interna, pode ser influenciado por diversos fatores
externos e internos ao secador, entre os quais se podem citar: insolação, radiação solar,
velocidade do ar e teor de umidade da madeira (TROXELL e MUELLER, 1968; GOUGH,
1977).
Na Figura 18 pode-se verificar a influência das horas de insolação diária na
temperatura interna máxima da estufa solar, durante a secagem das madeiras de Eucalyptus
tereticornis, Corymbia citriodora e Eucalyptus saligna.
Tmi = 2,13935(Ins) + 23,9391
R = 0,86 R²aj. = 0,73
Syx = 4,73
Fcalc. = 251,14 P = <0,01
0
10
20
30
40
50
60
0,0 2,0 4,0 6,0 8,0 10,0 12,0
Insolação (h)
Temperatura interna máxima (ºC)
Figura 18 Relação entre as horas de insolação diária (Ins) e a temperatura interna máxima
(Tmi) durante o período de secagem.
O coeficiente de correlação (0,86) mostra que os dados apresentaram uma boa
correlação, de modo que, com o aumento da insolação diária, houve um acréscimo na
temperatura interna máxima da estufa. Confirmando o verificado por Santini (1981) e Cueto
(1997).
61
A correlação entre a radiação solar máxima e a temperatura interna máxima da estufa
solar na secagem das madeiras de Eucalyptus tereticornis, Corymbia citriodora e Eucalyptus
saligna pode ser observada na Figura 19.
Verifica-se que os dados apresentaram uma boa correlação, sendo o coeficiente de
correlação igual a 0,90. À medida que houve aumento do nível de radiação solar, a
temperatura interna da estufa solar aumentou. Comportamento semelhante ao observado por
Reuss et al. (1997).
Tmi = 0,00991412(Rad) + 16,9331
R = 0,90 R²aj. = 0,81
Syx = 3,97
Fcalc. = 394,46 P = <0,01
0
10
20
30
40
50
60
0 500 1000 1500 2000 2500 3000 3500 4000
Radiação (kJm²)
Temperatura interna máxima (ºC)
Figura 19 Relação entre a radiação solar máxima (Rad) e a temperatura interna máxima
(Tmi) durante o período de secagem.
A Figura 20 apresenta a influência do teor de umidade da madeira na temperatura
interna máxima da estufa solar durante a secagem das madeiras de Eucalyptus tereticornis,
Corymbia citriodora e Eucalyptus saligna. De forma a minimizar o efeito da insolação solar,
foram considerados para correlação apenas os dias de secagem, que apresentavam insolação e
radiação solar superiores a oito horas e 2200 kJm².
Segundo Cech e Pfaff (1977), o calor é a fonte necessária para retirada da água
presente na madeira. Desse modo, nos estágios iniciais de secagem, a madeira requer uma
grande quantidade de calor para a retirada da maior quantidade de água (acima do PSF),
causando limitação da elevação de temperatura no início do processo. Observa-se, na Figura
20, que a temperatura interna máxima aumentou com a redução do teor de umidade da
62
madeira, conforme verificado por alguns autores como Gough (1977), Bois (1977) e Santini
(1981).
Tmi = - 0,158199(TU) + 49,1379
R = - 0,52 R²aj. = 0,27
Syx = 3,26
Fcalc. = 8,71 P = <0,01
35
38
41
44
47
50
53
56
0 10 20 30 40 50 60 70
Teor de umidade (%)
Temperatura interna máxima (ºC)
Figura 20 − Relação entre o teor de umidade da madeira (TU) e a temperatura interna máxima
(Tmi) durante o período de secagem.
Na Tabela 5, por meio da análise de correlação parcial, avaliou-se o efeito do teor de
umidade da madeira sobre a correlação estabelecida entre a diferença de temperatura máxima
interna e externa ao secador solar, insolação e radiação solar na secagem das madeiras de
Eucalyptus tereticornis, Corymbia citriodora e Eucalyptus saligna.
Tabela 5 Efeito do teor de umidade da madeira na correlação entre a diferença de
temperatura máxima interna e externa a estufa solar, insolação e radiação solar.
Equação R
2
aj.
S
yx
F P
Correlação
parcial TU
Teste de
hipótese F
DT= 9,51677 + 1,35885(Ins) 53,81 4,36 96,52** <0,01 - -
DT= 2,41203 +
0,00758166(Rad)
75,56 3,17 254,57** <0,01 - -
DT= 2,58574 + 0,0857655(Ins)
+ 0,00724543(Rad)
75,33 3,18 126,18** <0,01 - -
DT= 6,66644 + 0,0744153(Ins)
+ 0,0074191(Rad) -
0,156312(TU)
84,64 2,51 151,61** <0,01 - 0,57 49,50**
em que: DT= diferença de temperatura interna e externa ao secador solar; Ins= insolação; Rad= radiação solar;
TU= teor de umidade da madeira; R²
aj
.= coeficiente de determinação; S
yx
= erro padrão de estimativa; F= valor de
F calculado; P= nível de probabilidade de erro; **= significativo ao nível de 1% de probabilidade de erro.
63
Pode-se observar que o teor de umidade da madeira apresentou uma correlação
razoável de -0,57, com a diferença de temperatura, ou seja, com a redução do teor de umidade
ocorreu um aumento da diferença de temperatura. Além disso, o teste de hipótese F foi
significativo ao nível de 1% de probabilidade.
O efeito do teor de umidade da madeira pode ser constatado pelo aumento do
coeficiente de determinação e valor de F calculado e pela redução do erro padrão de
estimativa, em comparação com os modelos em que foram considerados apenas a insolação e
radiação solar. Dessa forma, verifica-se que o teor de umidade da madeira influencia de modo
positivo na diferença de temperatura interna e externa a estufa solar.
No Apêndice 2, pode-se visualizar de forma mais clara a representação gráfica das
relações entre as temperaturas máxima (interna e externa), horas de insolação e radiação solar
máximas registradas ao decorrer do processo de secagem em estufa solar de cada espécie
estudada.
Nas Figuras 21, 22 e 23 observam-se, graficamente, a influência do teor de umidade
das madeiras de Eucalyptus tereticornis, Corymbia citriodora e Eucalyptus saligna na
temperatura, umidade relativa e umidade de equilíbrio durante a secagem em estufa solar,
bem como a diferenciação entre as variações dentro e fora do secador.
10
15
20
25
30
35
40
8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22
Período do dia (h)
Temperatura (ºC)
Ti acima PSF
Te acima PSF
Ti abaixo PSF
Te abaixo PSF
Figura 21Variação das médias diárias de temperatura interna (Ti) e externa (Te) ao secador
solar em duas faixas de secagem das três espécies estudadas: acima e abaixo do
ponto de saturação das fibras (PSF).
64
35
45
55
65
75
85
95
8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22
Período do dia (h)
Umidade relativa (%)
URi acima PSF
URe acima PSF
URi abaixo PSF
URe abaixo PSF
Figura 22 − Variação das médias diárias de umidade relativa interna (URi) e externa (URe) ao
secador solar em duas faixas de secagem das três espécies estudadas: acima e
abaixo do ponto de saturação das fibras (PSF).
7
9
11
13
15
17
19
21
23
8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22
Período do dia (h)
Umidade de equilíbrio (%)
UEi acima PSF
UEe acima PSF
UEi abaixo PSF
UEe abaixo PSF
Figura 23 Variação das médias diárias de umidade de equilíbrio interna (UEi) e externa
(UEe) ao secador solar em duas faixas de secagem das três espécies estudadas:
acima e abaixo do ponto de saturação das fibras (PSF).
Verifica-se, nas três situações, que as condições de secagem na estufa solar foram
mais severas do que ao ar livre, apresentando maiores médias de temperatura e menores
médias de umidade relativa e de umidade equilíbrio. O modelo construtivo da estufa solar,
conforme recomendado por Wengert (1971), visando à eficiência na manutenção do calor
gerado pela irradiação solar foi fator principal para essas condições. Segundo Silva (2000) por
mais simples que seja a construção do secador solar, as condições internas são sempre
65
superiores às verificadas em ambiente externo e, até mesmo, durante a noite, se conservam
mais elevadas.
Viehbeck (1999) cita que as maiores médias de temperatura dentro da estufa solar são
verificadas no intervalo entre 12 e 15 horas, variando em função da latitude do local. Na
Figura 21, pode-se observar que as maiores médias de temperatura dentro do secador foram
verificadas no limite superior proposto pelo autor, às 15 horas. Com relação à umidade
relativa e de equilíbrio, as menores médias foram, também, verificadas às 15 horas (Figuras
22 e 23). O horário da mínima registrada de umidade relativa e de equilíbrio está dentro da
faixa entre 12 e 16 horas, verificado por Rodríguez et al. (2003).
Quando analisadas as variações ambientais dentro do secador, constata-se que, na
faixa acima do PSF, as médias de temperatura, umidade relativa e umidade de equilíbrio, às
15 horas, foram de 34,94ºC, 55,36% e 10,09%, respectivamente, enquanto que na faixa
abaixo do PSF, no mesmo horário, as médias foram de 36,50ºC, 41,54% e 7,72%. Embora
tenha sido observada uma pequena diferença entre as médias das variáveis ambientais nas
duas faixas de umidade, verifica-se que, com a redução da umidade da madeira, há um
aumento da temperatura média interna do secador solar, ao passo que as médias de umidade
relativa e de equilíbrio diminuem. Resultado semelhante foi verificado por Santini (1981) ao
analisar a secagem de cargas mistas de madeiras e cargas de Ocotea catharinensis.
A eficiência do secador solar, com a redução da umidade da madeira, também pode ser
verificada claramente pela diferença entre as médias de temperatura (∆T), umidade relativa
(∆UR) e de equilíbrio (∆UEq), dentro e fora da estufa, no horário das 15 horas. Na faixa
acima do PSF, os valores de ∆T, ∆UR e ∆UEq foram de 13,84ºC, 2,84% e 1,7%. na faixa
abaixo do PSF, foram encontrados valores superiores (18,55ºC, 21,35% e 4,89%).
Peck (1962) e Bois (1977), também verificaram tal comportamento em função da
umidade da madeira, apresentando valores de ∆T no início da secagem de 8,3 e 5,0ºC, e no
fim do processo de 16,6 e 11,1ºC, respectivamente. Por sua vez, Gough (1977) e Cueto (1997)
verificaram, em dias ensolarados, valores de ∆T máximo entre 15 e 20ºC e entre 18 e 24ºC,
valores semelhantes ao observado neste estudo na faixa acima do PSF. A máxima ∆T
registrada neste experimento (∆T= 27,8ºC) foi no estágio final de secagem de Eucalyptus
saligna, quando a temperatura interna do secador atingiu 52,5ºC e a temperatura externa foi
de 24,7ºC (Apêndice 2). Moraes-Duzat et al. (2000) registraram, em pesquisa na Região
Amazônica, valores médios de ∆T= 10ºC, inferior ao verificado nessa pesquisa. Entretanto,
ficou aquém do verificado por Yang (1980), o qual registrou ∆T médio em torno de 29ºC. É
importante ressaltar que o estudo realizado por Yang (1980) foi durante o período de verão,
66
quando a insolação e radiação são maiores, favorecendo o aumento da ∆T. Dessa forma, a
redução da umidade da madeira favoreceu o aproveitamento da energia em forma de calor
para o aquecimento da estufa, elevando as suas temperaturas internas em comparação com o
exterior, conforme analisado anteriormente na Tabela 5 (página 62).
Com relação ao comportamento da ∆UR, Cueto (1997) encontrou resultado contrário
ao observado nesse estudo, em que verificou-se para algumas cargas de Pinus menores
índices de umidade relativa fora da estufa, em comparação com os valores registrados na parte
interna. O bom isolamento térmico confeccionado no interior da estufa, nesse experimento,
mesmo utilizando materiais de baixa tecnologia, favoreceu esse resultado, elevada ∆UR em
favor da estufa solar. É consenso entre diversos autores (HAQUE, 2002), que a umidade
relativa no interior da estufa é mais baixa que fora da mesma.
O efeito da diferença de temperatura interna e externa ao secador solar, durante a
secagem de Eucalyptus tereticornis, Corymbia citriodora e Eucalyptus saligna, na relação
com a umidade relativa do ar e umidade de equilíbrio é representada na Figura 24. Conforme
discutido anteriormente, com o aumento da diferença das temperaturas interna e externa, o
que corresponde a teores de umidade mais baixos da madeira, ocorreu um declínio da
umidade relativa e da umidade de equilíbrio dentro da estufa. Verificou-se uma boa
correlação entre os dados. Além disso, os coeficientes de determinação indicam que houve um
ajuste satisfatório dos modelos.
DT = - 0,35226(UR) + 31,7887
R = - 0,94 R²aj. = 0,89
Syx = 1,43
Fcalc. = 227,24 P = <0,01
DT = -1,4612(UEq) + 27,6326
R = - 0,93 R²aj. = 0,86
Syx = 1,58
Fcalc. = 182,69 P = <0,01
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70 75 80 85 90
Umidade relativa e de equilíbrio (%)
Diferença de temperatura (ºC)
Figura 24 − Efeito da diferença de temperatura (DT) na umidade relativa do ar (UR) e
umidade de equilíbrio (UEq) durante a secagem as três espécies estudadas.
67
Os índices de insolação e a radiação solar máxima diária apresentaram valores
diferenciados para cada espécie e fase de secagem. Dessa forma, na Tabela 6, é apresentada
uma caracterização dessas variáveis climáticas para as madeiras de Eucalyptus tereticornis,
Corymbia citriodora e Eucalyptus saligna, submetidas à secagem em estufa solar.
Tabela 6 Valores médios de insolação e radiação solar máxima, verificados acima e abaixo
do ponto de saturação das fibras (PSF) durante a secagem das três espécies
estudadas.
TU madeira Radiação solar (kJm²) Insolação solar (h)
Secagem de Eucalyptus tereticornis
Acima do PSF (9 dias) 1932,22 a 5,74 a
Abaixo do PSF (26 dias) 1502,22 a 4,39 a
Secagem de Eucalyptus saligna
Acima do PSF (13 dias) 2035,69 a 5,21 a
Abaixo do PSF (9 dias) 2709,67 a 8,27 a
Secagem de Corymbia citriodora
Acima do PSF (7 dias) 1888,86 a 7,40 a
Abaixo do PSF (28 dias) 1656,57 a 4,01 b
Médias seguidas por letras iguais não diferem significativamente entre si (LSD Fisher, p > 0,05).
Durante a execução das secagens em estufa solar verificou-se que as maiores médias
de radiação e insolação solar foram registradas na secagem de Eucalyptus saligna, com
valores de 2311,41 kJ e 6,46 horas, respectivamente. Esse fato pode ter explicação
vinculada ao período de realização da secagem, a qual foi efetuada próxima ao final do
inverno. De acordo com Viehbeck (1999), a intensidade de radiação é, em geral, mais alta
quanto mais próximo aos meses de verão. Essa diferença é atribuída às mudanças de altitude
solar de estação em estação. Apesar das médias de insolação e radiação abaixo do PSF serem
superiores as observadas acima do PSF, não houve diferença significativa entre as mesmas.
As maiores médias dessas variáveis, principalmente, no final do processo de secagem, quando
ocorre à retirada da água higroscópica, contribuiu para um tempo de secagem mais curto para
a espécie em comparação com as demais.
Para a secagem das madeiras de Eucalyptus tereticornis e Corymbia citriodora foram
observadas médias de insolação (4,74 e 4,69 horas) e radiação solar (1612,91 e 1703,02 kJm²)
bastante próximas. Por meio do teste de médias das variáveis insolação e radiação solar,
verifica-se que não houve diferença significativa entre as duas faixas de umidade das
madeiras, com exceção da insolação solar durante a secagem de Corymbia citriodora.
68
Entretanto, ao contrário do verificado na secagem de Eucalyptus saligna, foram observadas
menores médias de insolação e radiação solar no final da secagem, contribuindo para o maior
tempo de secagem das madeiras de Eucalyptus tereticornis e Corymbia citriodora.
Segundo Johnson (1961), para a secagem da madeira, com teor de umidade final
abaixo de 8%, em estufa solar, é necessário cerca de 400 horas de insolação,
aproximadamente 70 dias, durante o período de verão em Wisconsin (USA).
Nesse estudo, verificaram-se aproximadamente 166, 164 e 142 horas de insolação para
secagem das madeiras de Eucalyptus tereticornis, Corymbia citriodora e Eucalyptus saligna,
respectivamente.
4.3 Variáveis ambientais ao ar livre
Segundo Jankowsky (1990), a carga de madeira quando exposta a secagem ao ar livre,
de maneira adequada, considerando a sua disposição e espaçamento entre tábuas e entre
pilhas, seca mais rapidamente em condições climáticas de alta temperatura, baixa umidade
relativa e alta velocidade do ar. Além disso, os baixos índices de precipitação pluviométrica e
a baixa umidade de equilíbrio da região em que a carga de madeira é submetida ao processo
de secagem também favorecem na redução do tempo de secagem.
Nas Figuras 25, 26, 27, 28 e 29 verificam-se as oscilações de temperatura, umidade
relativa do ar, umidade de equilíbrio, precipitação pluviométrica e velocidade do vento,
monitoradas 24 horas por dia, durante a secagem ao ar livre das madeiras de Eucalyptus
tereticornis, Corymbia citriodora e Eucalyptus saligna.
69
7
9
11
13
15
17
19
21
23
25
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24
Período do dia (h)
Temperatura (ºC)
19/05 a 31/05
01/06 a 30/06
01/07 a 31/07
01/08 a 30/08
01/09 a 30/09
01/10 a 07/10
Figura 25Médias de temperatura observadas durante a secagem ao ar livre das três espécies
estudadas.
40
50
60
70
80
90
100
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24
Período do dia (h)
Umidade relativa (%)
19/05 a 31/05
01/06 a 30/06
01/07 a 31/07
01/08 a 30/08
01/09 a 30/09
01/10 a 07/10
Figura 26 Médias de umidade relativa observadas durante a secagem ao ar livre das três
espécies estudadas.
70
7
9
11
13
15
17
19
21
23
25
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24
Período do dia (h)
Umidade de equilíbrio (%)
19/05 a 31/05
01/06 a 30/06
01/07 a 31/07
01/08 a 30/08
01/09 a 30/09
01/10 a 07/10
Figura 27 Médias de umidade de equilíbrio observadas durante a secagem ao ar livre das
três espécies estudadas.
0
10
20
30
40
50
60
70
80
19/mai 8/jun 28/jun 18/jul 7/ago 27/ago 16/set 6/out
Tempo (dias)
Precipitação (mm)
19/05 a 31/05
01/06 a 30/06
01/07 a 31/07
01/08 a 31/08
01/09 a 30/09
01/10 a 07/10
Figura 28 Médias de precipitação pluviométrica observadas durante a secagem ao ar livre
das três espécies estudadas.
71
1
1,5
2
2,5
3
3,5
4
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24
Período do dia (h)
Velocidade do vento (m s
-1
)
19/05 a 31/05
01/06 a 30/06
01/07 a 31/07
01/08 a 30/08
01/09 a 30/09
01/10 a 07/10
Figura 29 Médias de velocidade do vento observadas durante a secagem ao ar livre das três
espécies estudadas.
Para a madeira de Eucalyptus tereticornis observa-se que no primeiro mês
(maio/2008) houve predomínio das maiores médias de temperatura e velocidade do ar e
menores médias de umidade relativa do ar e umidade de equilíbrio, favorecendo a redução do
teor de umidade inicial. Posteriormente, nos meses seguintes, durante a retirada da água
higroscópica, se percebem condições menos favoráveis para a secagem ao ar livre, o que
contribuiu para o longo tempo do processo.
Na secagem de Corymbia citriodora verifica-se que as condições climáticas, com
elevada temperatura, baixa umidade relativa, baixa umidade de equilíbrio e alta velocidade do
ar, no último mês (setembro/2008) favoreceram a retirada da água higroscópica, de difícil
difusão. Nos primeiros meses observam-se condições suaves de secagem, com elevada
umidade relativa e de equilíbrio, baixa velocidade do ar e elevada quantidade de precipitação,
apesar da elevada temperatura.
Por sua vez, as condições climáticas durante a secagem de Eucalyptus saligna foram
bastante propícias nos dois períodos (setembro e outubro/2008), apresentando elevada
temperatura, baixa umidade relativa, baixa umidade de equilíbrio, alta velocidade do ar e
baixo índice de precipitação pluviométrica.
72
4.4 Contração da madeira
A Tabela 7 apresenta as contrações radiais e tangenciais ao final da secagem em estufa
solar e ao ar livre, bem como o fator anisotrópico das madeiras de Eucalyptus tereticornis,
Corymbia citriodora e Eucalyptus saligna.
Tabela 7 Contrações radiais e tangenciais e fator de anisotropia das três espécies estudadas
expostas a secagem em estufa solar e ao ar livre.
Contração (%)
Espécie Método
espessura largura
Fator de anisotropia (%)
Solar 4,93 5,65 1,15
E. tereticornis
Ar livre 4,69 5,12 1,09
Solar 3,65 4,16 1,14
C. citriodora
Ar livre 2,46 3,59 1,46
Solar 4,50 3,64 0,81
E. saligna
Ar livre 3,36 2,41 0,72
Observa-se que em nenhuma das espécies estudadas foi registrada grande diferença
entre as contrações radial e tangencial nas duas metodologias de secagem. O fator de
anisotropia, relação entre contração tangencial e radial, é um parâmetro que permite a
classificação da madeira em função da sua utilização. Valores elevados e/ou anormais são, em
geral, fontes de explicação para a formação de defeitos resultantes da secagem. De acordo
com Nock et al. (1975) valores abaixo de 1,50%, como os registrados neste estudo, são
considerados excelentes, sendo as madeiras classificadas como de alta estabilidade
dimensional. Siau (1971) cita que madeiras de alta massa específica, como no caso de
eucaliptos, tendem a apresentar instabilidade dimensional, entretanto, os valores dos fatores
de anisotropia para as três espécies deste estudo contrariam o exposto pelo autor.
Oliveira (1998), estudando madeira de sete espécies de eucalipto, com 16 anos de
idade, encontrou valores de anisotropia variando de 1,4 até 2,1. Valores considerados
elevados se comparados com os obtidos para as três espécies deste estudo.
De modo geral, as maiores contrações em espessura e largura observadas na secagem
em estufa solar se devem ao fato de que a magnitude das contrações varia de acordo com a
umidade da madeira (RASMUSSEN, 1961; RIETZ e PAGE, 1971). Observa-se, assim,
quanto menor o teor de umidade, maiores são as contrações radial e tangencial, bem como a
73
diferença entre ambas. A única exceção foi para Corymbia citriodora, a qual apresentou
maior fator de anisotropia para a carga exposta à secagem ao ar livre.
Conforme estudos realizados pelo IPT (1956), os coeficientes de contração de
madeiras de eucalipto variam de 3,5 a 8,6% na direção radial e de 7,8 a 21,9% na direção
tangencial. Comparando este estudo com a citação anterior, verifica-se que apenas para a
contração radial os dados estiveram dentro da faixa de contração citada.
4.5 Qualidade da madeira resultante da secagem
4.5.1 Rachaduras de topo
De acordo com Skaar (1972), as rachaduras na madeira, em geral, são formadas pela
presença de gradientes de umidade. No caso das rachaduras de topo, a madeira seca mais
rapidamente nas extremidades em comparação com o meio da peça, esse gradiente de
umidade dentro da tábua provoca o surgimento de esforços de tração, que ocasionam as
rachaduras (SIMPSON, 1991).
A Tabela 8 apresenta o índice de rachaduras de topo médio e o percentual de peças
defeituosas, após o desdobro e após a secagem para as madeiras de Eucalyptus tereticornis,
Corymbia citriodora e Eucalyptus saligna.
Tabela 8 Índice de rachaduras de topo médio e percentual de peças defeituosas nas três
espécies estudadas.
Após desdobro Após secagem
Espécie Método
IRT médio % defeito IRT médio % defeito
Diferença
IRT médio
1
Ar livre 7,18 7,27 11,94 18,18 4,76
A
E. tereticornis
Solar 6,63 7,27 10,66 12,73 4,04
A
Ar livre 2,90 0,00 4,49 0,00 1,60
A
E. saligna
Solar 4,11 0,00 5,88 1,82 1,77
A
Ar livre 3,56 0,00 6,66 0,00 3,11
A
C. citriodora
Solar 4,99 1,82 8,37 5,46 3,38
A
em que:
1
= Índice de rachadura resultante do processo de secagem; Médias seguidas por letras iguais, dentro de
cada espécie, não diferem significativamente entre si (LSD Fisher, p > 0,05); IRT= Índice de rachadura de topo
(%).
Verifica-se que entre as espécies estudadas, a madeira de Eucalyptus tereticornis foi a
que apresentou maiores percentagens de peças defeituosas resultantes da secagem, com
74
valores superiores para a secagem ao ar livre em comparação com a secagem em estufa solar,
10,91% e 5,46%, respectivamente.
A presença de uma maior percentagem de peças defeituosas na secagem ao ar livre em
comparação com o processo em estufa solar, também foi registrada por Chudnoff et al.
(1966), Chen e Rosen (1979), Tschernitz e Simpson (1979) e Steinmann et al. (1980b).
A possível explicação para as maiores percentagens de peças defeituosas na madeira
serrada de Eucalyptus tereticornis está relacionada com a sua maior massa específica, quando
comparada com as demais espécies estudadas. Segundo Malan (1995) quanto maior a massa
específica da madeira, maiores são os níveis de tensão de crescimento. Lima et al. (2004) cita
que a deformação residual longitudinal (DRL), decorrente das tensões de crescimento,
apresenta importante relação com a magnitude da incidência de rachaduras. Com o aumento
da DRL na árvore em pé, maior é a incidência de rachaduras na madeira serrada.
Ao analisar as madeiras de Eucalyptus saligna e Corymbia citriodora, observa-se que
apenas ao final do processo de secagem em estufa solar verificaram-se à presença de peças
defeituosas, com percentagens de 1,82 e 3,64%, respectivamente. Segundo alguns estudos,
como o realizado por Lumley e Choong (1981), a presença de rachaduras de topo é um dos
principais defeitos que ocorrem durante o processo de secagem em estufa solar.
Com relação ao acréscimo no IRT ao final da secagem não foram verificados valores
elevados, ficando abaixo de 5%, resultado semelhante também foi constatado por Sthör
(1977).
Para as espécies Eucalyptus saligna e Corymbia citriodora observou-se uma tendência
de aumento do IRT resultante da secagem em estufa solar em comparação com o processo
realizado ao ar livre. Por sua vez, a espécie Eucalyptus tereticornis apresentou tendência
contrária. Entretanto, mediante as análises de variância (Tabela 8 e Apêndice 3), não se
observaram diferenças significativas ao nível de 5% de probabilidade de erro quanto ao
acréscimo do IRT em função dos métodos de secagem para cada uma das três espécies
estudadas.
Vital (1976), ao analisar o comportamento das rachaduras de topo em Eucalyptus sp.,
verificou diferença significativa entre os métodos de secagem, apresentando rachaduras com
maiores comprimentos na secagem em estufa solar. Cueto (1997) verificou em seus ensaios
alta incidência de rachaduras de topo, sendo o defeito mais significativo na secagem em estufa
solar. Entretanto, diversos autores como Chudnoff et al. (1966), Yang (1980), Santini (1981) e
Sattar (1987) verificaram que a secagem ao ar livre proporciona maiores índices de
rachaduras de topo.
75
De acordo com Rietz e Page (1971), a exposição das pilhas de madeira, na secagem ao
ar livre, a ação direta de raios solares provoca a incidência de defeitos, como as rachaduras de
topo. No entanto, nesse estudo, devido à utilização de coberturas nas pilhas ao ar livre e o
elevado teor de umidade final das tábuas secas ao ar livre favoreceram a tendência da
secagem em estufa solar apresentar maior IRT.
Com relação às médias dos IRT, entre as espécies estudadas, resultantes da secagem
em estufa solar, verifica-se que para as madeiras de Eucalyptus tereticornis e Corymbia
citriodora as médias não diferiram entre si, sendo maiores que as verificadas para Eucalyptus
saligna. Já, às médias do IRT, entre as espécies, resultantes da secagem ao ar livre, diferiram
entre si, sendo os maiores valores encontrados para a espécie Eucalyptus tereticornis
(Apêndice 4).
Uma solução para reduzir o IRT nas tábuas expostas à secagem em estufa solar seria
pintar os topos das peças, desse modo a retirada de água torna-se mais lenta, reduzindo o
gradiente de umidade entre o topo e o centro das tábuas (SIMPSON, 1991).
No Apêndice 5, pode-se observar a amplitude de variação dos índices de rachaduras de
topo nas três espécies estudadas.
4.5.2 Rachaduras de superfície
Da mesma forma que nas rachaduras de topo, as rachaduras de superfície são
resultantes da presença de gradientes de umidade, nesse caso entre a superfície (mais seca) e a
parte central (mais úmida) da tábua. Ocorrendo quando as tensões excedem a resistência da
madeira à tração perpendicular às fibras (DENIG et al., 2000).
Na Tabela 9 são apresentados os percentuais de peças com defeito de rachaduras de
superfície após o desdobro e após a secagem para as madeiras de Eucalyptus tereticornis,
Corymbia citriodora e Eucalyptus saligna.
76
Tabela 9 Percentual de peças com defeito de rachaduras de superfície em cada uma das
espécies estudadas.
Após desdobro Após secagem
Espécie Método
% peças com defeito % peças com defeito
Ar livre 40,00 58,18
E. tereticornis
Solar 23,64 67,27
Ar livre 5,45 16,36
E. saligna
Solar 12,73 23,64
Ar livre 20,00 80,00
C. citriodora
Solar 30,91 58,18
A madeira de Eucalyptus saligna apresentou o menor índice de rachaduras de
superfície dentre as espécies analisadas, sendo verificada a mesma percentagem de peças
defeituosas (10,91%) resultantes da secagem em estufa solar e ao ar livre.
Plumptre (1979), Williams (1982), Williams (1983) e Sattar (1987) verificaram, em
seus estudos, uma melhor qualidade da madeira seca em estufa solar em comparação com a
secagem ao ar livre, quando avaliado os defeitos de rachaduras superficiais. Para a madeira de
Corymbia citriodora verificou-se essa tendência, sendo registrada maior percentagem de
peças defeituosas resultantes da secagem ao ar livre (60%) em comparação ao constatado na
estufa solar (27,27%).
Por sua vez, a madeira de Eucalyptus tereticornis apresentou menor percentagem de
peças defeituosas resultante do processo de secagem ao ar livre, em comparação ao verificado
na estufa solar, com valores de 18,18% e 43,63%, respectivamente.
Apesar das temperaturas iniciais ficarem abaixo de 45ºC, limite máximo proposto por
Vermaas (1995) para minimizar e/ou evitar a incidência de rachaduras na madeira, verificou-
se elevados percentuais de peças defeituosas. No entanto, a presença de rachaduras de
superfície nas madeiras ensaiadas não causou grandes prejuízos na qualidade da madeira,
devido às pequenas dimensões. Além disso, após o condicionamento das madeiras dentro do
prédio do LPF verificou-se, visualmente, uma redução das peças rachadas superficialmente.
A propensão de algumas espécies de eucalipto, como no caso do Eucalyptus
tereticornis e Corymbia citriodora a presença de rachaduras de superfície, aliado ao gradiente
de umidade, conforme citado anteriormente, podem ter sido os fatores determinantes para
incidência desse defeito em elevados percentuais de tábuas. Rosso (2006), estudando secagem
combinada (ar livre + convencional) de Eucalyptus saligna e Corymbia citriodora, confirma
tal constatação, verificando nas duas espécies elevados percentuais de peças rachadas
superficialmente após o final do processo. Com relação ao Eucalyptus tereticornis, Kabir e
77
Sattar (1995) citam que devido a sua alta massa específica a espécie torna-se muito suscetível
ao aparecimento de rachaduras superficiais.
Haque (2002) realizando secagem em estufa solar de madeiras de Eucalyptus pilularis
registrou que o tipo de defeito com maior degradação da madeira foi a rachadura superficial.
Uma possibilidade de redução do número de peças rachadas superficialmente é por
meio do aplainamento das tábuas, antes de se processa a secagem. O aplainamento das tábuas
elimina a marca dos dentes da serra os quais facilitam o surgimento das rachaduras
(CUPPETT e CRAFT, 1972; CECH e PFAFF, 1977; SEVERO, 2000).
4.5.3 Arqueamento
O arqueamento, caracterizado por ser uma curvatura ao longo do comprimento da peça
de madeira, num plano paralelo à face, é causado pela diferença de contração longitudinal
entre as laterais da tábua (MARTINS, 1988). Presença de lenhos diferentes na mesma peça,
torna a madeira suscetível ao arqueamento.
A Tabela 10 apresenta a flecha média de arqueamento e o percentual de peças
defeituosas, após o desdobro e a secagem para as madeiras de Eucalyptus tereticornis,
Corymbia citriodora e Eucalyptus saligna.
Tabela 10 Arqueamento médio e percentual de peças defeituosas nas três espécies
estudadas.
Após desdobro Após secagem
Espécie Método
A médio % defeito A médio % defeito
Diferença
A médio
1
Ar livre 2,88 20,00 3,13 30,91 0,25
A
E. tereticornis
Solar 2,74 12,73 3,18 27,27 0,44
A
Ar livre 2,87 20,00 3,08 23,64 0,21
A
E. saligna
Solar 3,26 23,64 3,67 30,91 0,41
A
Ar livre 2,59 3,64 2,81 10,91 0,22
A
C. citriodora
Solar 2,83 16,36 3,02 25,45 0,19
A
em que:
1
= Flecha de arqueamento resultante do processo de secagem; Médias seguidas por letras iguais, dentro
de cada espécie, não diferem significativamente entre si (LSD Fisher, p > 0,05); A= flecha de arqueamento
(mm/m).
Dentre as espécies, a madeira de Eucalyptus tereticornis foi a mais afetada,
apresentando 10,91% de peças arqueadas ao final da secagem ao ar livre e 14,54% de peças
arqueadas no fim do processo em estufa solar. Para a madeira de Eucalyptus saligna, o
78
percentual de peças arqueadas ao final do processo foi de 3,64 e 7,27%, secagem ao ar livre e
em estufa solar. Por sua vez, Corymbia citriodora apresentou 7,27 e 9,09% de peças
defeituosas ao final da secagem ao ar livre e em estufa solar, respectivamente.
Verifica-se para as três espécies que a secagem em estufa solar apresentou maiores
percentagens de peças arqueadas. Bauer (2003), ao analisar o acréscimo da flecha de
arqueamento em madeiras de Eucalyptus grandis, também verificou ao final da secagem que
o arqueamento foi mais severo nas tábuas secas em estufa solar. Todavia, Santini (1981)
verificou tendência contrária, sendo observada maior percentagem de peças arqueadas na
secagem ao ar livre quando comparada à estufa solar.
A manifestação de peças arqueadas ao final da secagem é um dos defeitos mais
problemáticos com relação ao seu controle, uma vez que durante a secagem as tábuas ficam
dispostas sem qualquer restrição lateral que as impeça de trabalharem. Lumley e Choong
(1981) citam que a presença de peças empenadas, nesse caso em especial o arqueamento,
juntamente com as rachaduras, são os principais defeitos incidentes na madeira seca em estufa
solar.
Segundo Lima (2005) para que o defeito de arqueamento possa ser reduzido no
processo de secagem deve-se evitar o desdobro de toras que apresentem alguma
excentricidade, dada pelo deslocamento de medula. Além disso, deve-se ter cuidados quanto à
execução de cortes assimétricos devido ao mau posicionamento da tora no carrinho.
Apesar das maiores percentagens de peças defeituosas no processo de secagem em
estufa solar, ao analisar as médias das flechas de arqueamento, não foram observadas
diferenças significativas entre os métodos de secagem para as três espécies estudadas (Tabela
10 e Apêndice 6). No entanto, as médias das flechas de arqueamento para as espécies
Eucalyptus tereticornis e Eucalyptus saligna apresentaram tendência de aumento na secagem
em estufa solar quando comparadas à secagem ao ar livre. Por sua vez, a madeira de
Corymbia citriodora teve comportamento contrário. Chen e Rosen (1979) também não
verificaram diferença significativa para o defeito nas duas metodologias de secagem, apesar
da qualidade da madeira ter sido um pouco superior na secagem ao ar livre.
As maiores médias das flechas de arqueamento e percentagem de peças defeituosas na
secagem em estufa solar podem ter sido resultado da diferença de teor de umidade final em
comparação com o processo ao ar livre. Visto que não foi registrada grande diferença entre as
contrações radial e tangencial nas duas metodologias de secagem (Tabela 7), que é
considerada uma das principais fontes de peças empenadas (RASMUSSEN, 1961; CECH e
PFAFF, 1977).
79
Com relação às médias das flechas de arqueamento, entre as espécies estudadas,
resultantes da secagem em estufa solar, verifica-se que não houve diferença significativa.
Resultado semelhante foi observado para as espécies submetidas à secagem ao ar livre.
(Apêndice 7).
O defeito de arqueamento resultante de ambas as secagens não chegou a ser
preocupante, uma vez que as percentagens de peças defeituosas ficaram abaixo de 15% do
total. O Apêndice 8 apresenta a amplitude de variação dos dados de arqueamento nas três
espécies estudadas.
4.5.4 Encanoamento
O defeito de encanoamento não foi verificado entre as fases de avaliação e os métodos
de secagem em que foi submetida cada espécie. Os valores ficaram abaixo do determinado
pela Norma Brasileira de Classificação de Madeira Serrada (BRASIL, 1983), de modo que
não prejudicaram a qualidade da madeira.
De acordo com Galvão e Jankowsky (1985), o encanoamento pode ser resultante da
diferença entre as contrações transversais e pela exposição de apenas uma face da tábua à
secagem.
No entanto, o correto empilhamento, dispondo peças tangenciais na parte de baixo da
carga, a utilização de placas de concreto, com função de restrição mecânica, a secagem lenta e
uniforme e a utilização de tábuas com largura inferior a 25 cm proporcionaram a ausência
desse defeito nas duas metodologias de secagem. Dentro do item empilhamento, é importante
ressaltar que a uniformidade nas dimensões das tábuas reduz a probabilidade de
empenamentos, como o encanoamento. Peças com dimensões fora do padrão prejudicam o
empilhamento, fazendo com que algumas peças fiquem livres para trabalharem (BOONE et
al., 1992). No Apêndice 9, verifica-se que as tábuas das três espécies ensaiadas apresentaram
pequena variação nas suas dimensões.
A pequena diferença entre as contrações radial e tangencial e a baixa porcentagem do
fator de anisotropia, conforme discutido anteriormente, também favoreceu a minimização dos
seus efeitos em peças encanoadas.
De acordo com Ponce (1995), o defeito de encanoamento é uma problemática na
secagem de madeiras de eucalipto, principalmente quando realizada em condições severas e
de altas temperaturas. A utilização de baixas temperaturas, como no caso desse estudo,
propicia uma redução da suscetibilidade da madeira de eucalipto em apresentar esse defeito.
80
Silva et al. (1997), Bauer (2003) e Rosso (2006) ao realizarem secagem de madeiras de
eucalipto em condições suaves também não verificaram incidência de encanoamento.
4.5.5 Encurvamento
De acordo com Brandão (1989), a presença de lenhos anormais e peças orientadas
tangencialmente favorecem o encurvamento da madeira.
A flecha média de encurvamento e o percentual de peças com defeito, após o desdobro
e após a secagem, para as madeiras de Eucalyptus tereticornis, Corymbia citriodora e
Eucalyptus saligna pode ser observada na Tabela 11.
Tabela 11 Encurvamento médio e percentual de peças defeituosas nas três espécies
estudadas.
Após desdobro Após secagem
Espécie Método
E médio % defeito E Médio % defeito
Diferença
E médio
1
Ar livre 2,06 9,09 1,57 1,82 - 0,49
A
E. tereticornis
Solar 1,94 5,45 1,50 0,00 - 0,44
A
Ar livre 1,82 1,82 1,67 0,00 - 0,15
A
E. saligna
Solar 1,49 1,82 1,53 0,00
0,04
A
Ar livre 2,01 1,82 2,03 0,00 0,02
A
C. citriodora
Solar 2,08 1,82 1,77 1,82 - 0,31
A
em que:
1
= Flecha de encurvamento resultante do processo de secagem; Médias seguidas por letras iguais, dentro
de cada espécie, não diferem significativamente entre si (LSD Fisher, p > 0,05); E= flecha de encurvamento
mm/m).
Os dados médios das flechas de encurvamento das três espécies florestais
apresentaram tendência de redução de seus valores ao final da secagem, exceto na secagem
em estufa solar de Eucalyptus saligna e na secagem ao ar livre de Corymbia citriodora. Ao
analisar as médias das flechas de encurvamento resultantes dos processos de secagem para
cada espécie, não se verifica diferença significativa ao nível 5% de probabilidade de erro
(Tabela 11 e Apêndice 10).
Chen e Rosen (1979) não verificaram grande diferença na flecha de encurvamento
entre a secagem ao ar livre e solar, no entanto a flecha foi maior para o processo realizado em
estufa solar.
81
A percentagem de peças defeituosas também manifestou redução ou estabilização dos
valores ao final da secagem, em algumas cargas o defeito foi eliminado, em comparação à
verificação realizada após o desdobro.
Segundo Simpson (1991) e Denig et al. (2000), o encurvamento não é um defeito
problemático na madeira, uma vez que o mesmo pode ser facilmente eliminado durante o
processo de empilhamento da carga de madeira. De modo geral, o encurvamento é
influenciado muito mais pelo método de empilhamento do que pelas circunstâncias de
secagem. Mediante a adição de pesos sobre a pilha e/ou colocação de peças defeituosas na
parte de baixo da pilha, conforme realizado neste estudo, possibilita-se a redução significativa
do encurvamento (BEKELE, 1995; CINIGLIO, 1998).
A maior percentagem inicial de tábuas de Eucalyptus tereticornis com defeito de
encurvamento pode ter sido devido as fortes tensões de crescimento, as quais afetam a
qualidade da madeira resultante do desdobro (TRUGILHO, 2005).
Com relação às médias das flechas de encurvamento, entre as espécies estudadas,
resultantes da secagem em estufa solar, verifica-se que não houve diferença significativa.
Resultado semelhante foi observado para as espécies submetidas à secagem ao ar livre.
(Apêndice 11).
Sthör (1977) estudando a secagem da madeira de Eucalyptus grandis, cita que o refilo
das bordas em peças serradas antes da secagem, com o objetivo de retirada do alburno, produz
peças mais estáveis, e consequentemente menor incidência de empenos como o
encurvamento.
O Apêndice 12 apresenta a amplitude de variação dos dados de encurvamento nas três
espécies estudadas.
4.5.6 Colapso
Nenhuma das peças de madeira de Eucalyptus tereticornis, Corymbia citriodora e
Eucalyptus saligna submetidas à secagem ao ar livre e estufa solar desenvolveram colapso.
Chen et al. (1982) e Bauer (2003) analisando a secagem de Liriodendron tulipifera e
Eucalyptus grandis, respectivamente, também não verificaram a incidência de colapso ao
final da secagem, tanto em estufa solar quanto ao ar livre.
Em geral, as madeiras refratárias à secagem, como no caso do eucalipto, apresentam
tendência de manifestarem a presença de peças colapsadas (CAMPBELL e HARTLEY,
1988). No entanto, a realização de processos de secagem suave, com retirada lenta do
82
conteúdo de umidade da madeira, acima do PSF, proporcionou a ausência do defeito de
colapso nesse estudo.
De acordo com Santini e Tomaselli (1980), o fator limitante durante a secagem de
madeiras propensas ao defeito de colapso, em geral, se deve a remoção da água livre, acima
do PSF, presente nas cavidades celulares.
Alguns autores, como Ciniglio (1998), Vermaas (1995) e Andrade (2000) citam que
uma forma de minimizar e/ou eliminar a presença de peças colapsadas é a de trabalhar com
temperaturas iniciais de secagem abaixo de 45ºC, essa condição deve ser mantida até a total
retirada da água capilar. Posteriormente, pode-se elevar a temperatura. Apesar da secagem em
estufa solar apresentar controle parcial das condições ambientais, e a secagem ao ar livre ser
diretamente influenciada pelas variáveis climáticas, foi verificada temperaturas iniciais dentro
do proposto pelos autores acima.
Além disso, a massa específica também influencia no colapso. Ponce (1995) afirma
que as madeiras de eucalipto que apresentam maior tendência ao colapso são aquelas de
média massa específica, enquanto que as espécies de alta e baixa massa específica apresentam
pouca tendência ao colapso.
4.5.7 Tensões de secagem
Na Tabela 12 é apresentada a classificação das tensões de secagem de cada madeira
submetida aos processos de secagem. A avaliação foi realizada pelo teste de garfo, conforme
descrito na metodologia, após a secagem e após o condicionamento em câmara climatizada
por 24 horas.
Tabela 12 − Classificação das tensões de secagem (%) nas três espécies estudadas.
Após secagem Após condicionamento - 24 h
Espécie Método
Forte Suave Normal
Forte Suave Normal
Ar livre 36,36 63,64 0,00 100 0,00 0,00
E. tereticornis
Solar 54,55 45,45 0,00 100 0,00 0,00
Ar livre 0,00 80,00 20,00 96,36 3,64 0,00
E. saligna
Solar 7,27 61,82 30,91 100 0,00 0,00
Ar livre 0,00 40,00 60,00 100 0,00 0,00
C. citriodora
Solar 63,64 30,91 5,45 96,36 1,82 1,82
83
Verifica-se que, após a secagem, as tensões de secagem foram menos severas nas
madeiras que foram submetidas ao processo ao ar livre em comparação com as expostas a
secagem em estufa solar. A diferença entre os teores de umidade final em cada método de
secagem propiciou esse comportamento. Entretanto, após o condicionamento de 24 horas, as
madeiras de Eucalyptus tereticornis, Corymbia citriodora e Eucalyptus saligna apresentaram,
em sua maioria, 100% de peças com tensões fortes. No entanto, Viehbeck (1999) cita que
durante a secagem em estufa solar, a madeira apresenta redução dos gradientes de umidade e
consequente alívio das tensões de secagem. Isso se deve ao condicionamento que a madeira é
exposta em períodos noturnos, quando a água deixa de evaporar da superfície ocorrendo
apenas a movimentação da água do interior para a superfície.
Ciniglio (1998) afirma que o endurecimento superficial pode ser definido como
sendo uma condição existente na madeira resultante dos esforços de secagem, os quais são
causados devido à secagem não uniforme e acelerada. De acordo com Casin (1967), a
provável explicação, para a presença de peças com endurecimento superficial, neste estudo,
se deve ao fato da ausência de tratamento de condicionamento ao final da secagem, como
ocorre na secagem em estufa convencional. Visto que as madeiras de eucalipto submetidas à
secagem não eram provenientes de povoamentos de curta duração, rápido crescimento e tão
pouco apresentavam tábuas espessas, condições que influem na propensão ao surgimento de
tensões de secagem (EDWARDS, 1973).
A presença de tábuas com endurecimento superficial após a secagem em estufa solar
também foi verificada por diversos autores (CASIN 1967; SANTINI, 1981; LUMLEY e
CHOONG, 1981; BAUER, 2003). Entretanto Kennedy (1984), não verificou problemas
significativos quanto ao endurecimento superficial da madeira de Callitis columellaris seca
em estufa solar. Comportamento semelhante também foi verificado por Steinmann et al.
(1980b), que atribui a minimização dos efeitos do endurecimento superficial ao
funcionamento contínuo dos ventiladores.
84
5 CONCLUSÕES
Com base nos resultados discutidos acerca da secagem em estufa solar e ao ar livre das
madeiras de Eucalyptus tereticornis, Corymbia citriodora e Eucalyptus saligna, pode-se
concluir que:
- O tempo de secagem em estufa solar, para as três espécies estudadas, é inferior em relação
ao verificado no processo ao ar livre. Apesar dos estudos terem sido realizados em período
desfavorável, baixa insolação e radiação solar, a secagem em estufa solar apresentou taxas de
secagem satisfatórias, semelhantes às observadas em secadores solares, mais sofisticados,
espalhados pelo mundo.
- O secador solar é sensivelmente influenciado pelas horas de insolação e pelo nível de
radiação solar. Mesmo quando as condições não são propícias à secagem ao ar livre, a estufa
solar apresenta maiores temperaturas e menores índices de umidade relativa do ar e de
equilíbrio. O bom isolamento da estufa, mediante o uso das chapas de isopor, compensado e
de fibra, pintura interna na cor preta, utilização das paredes de tijolos e camada dupla de
plástico PVC contribuiu para conservação do calor gerado e, consequente redução do tempo
de secagem.
- A diferença de temperatura dentro e fora do secador solar apresenta uma boa correlação com
a umidade da madeira. Na secagem das três espécies, verificaram-se maiores diferenças de
temperatura com a redução do teor de umidade da madeira.
- A madeira seca, tanto na estufa solar quanto ao ar livre, apresenta boa qualidade, não sendo
observada a incidência de defeitos como encanoamento e colapso. Além disso, o adequado
processo de empilhamento e secagem proporcionou minimização dos defeitos do tipo
encurvamento.
- Apesar da maior ocorrência de peças arqueadas na secagem em estufa solar, a diferença
entre as flechas de arqueamento, nos dois métodos de secagem, foram mínimas.
85
- A incidência de rachaduras superficiais e de topo apresentam comportamentos distintos,
sendo verificada maior incidência de rachaduras de topo nas madeiras secas em estufa solar,
enquanto que as rachaduras superficiais foram mais frequentes na secagem ao ar livre.
A partir dos resultados obtidos recomenda-se para futuros estudos:
- Abordagem do comportamento da secagem em estufa solar, com relação a teor de umidade
final, tempo de secagem e qualidade da madeira, em diferentes épocas do ano.
- Avaliar o uso de um sistema de condicionamento e uniformização do teor de umidade final
da madeira, de modo a reduzir a incidência de endurecimento superficial nas tábuas, conforme
visualizado nesse trabalho.
- Realizar ensaios de secagem em estufa solar para outras madeiras de interesse comercial,
principalmente as refratárias à secagem, como no caso do eucalipto.
86
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ABIMCI. Defeitos de secagem de serrados e lâminas de madeira. Artigo Técnico n. 28.
2004. 5p.
ALEON, D. The use of solar energy in wood drying. In: ENERGY ASPECTS OF THE
FOREST INDUSTRIES, 1979. Proceedings...UNECE, 1979. p. 359-370.
ANDRADE, A. Indicação de programas para secagem convencional de madeiras. 2000.
72f. Dissertação (Mestrado em Ciências e Tecnologia da Madeira) – Escola Superior de
Agricultura “Luiz de Queiroz”, Universidade de São Paulo, Piracicaba, 2000.
ARMSTRONG, J.P. Wood Industry Fact Sheet. West Virginia University, Extension
Service, http://www.wvu.edu/~agexten/forestry/wooddr1.pdf, 13.11.2008.
BANKS, C.H. Solar drying of timber – a development study. Pretoria: CSIR Timber
Research Unit, 1969. 27 p.
BAUER, K. Development and optimisation of a low-temperature drying schedule for
Eucalyptus grandis (Hill) ex Maiden in a solar-assisted timber dryer. 2003. 178f. Tese
(Doutorado em Ciências Agrárias) Fakultät Agrarwissenschaften der Universität
Hohenheim, Hohenheim, 2003
BENITEZ, F. et al. Secadero solar de maderas complementado con gasogeno de residuos de
aserrado: escala semiindustrial. Revista de Ciencia y Tecnologia de la Universidad
Tecnologica Nacional, v. 2, n. 4, p. 35-42, 1997.
BEKELE, T. Degradation of boards of Eucalyptus globulus Labill. and Eucalyptus
camaldulensis Dehnh. during air drying. Holz als Roh und Werkstoff, v. 53 n. 6, p. 407-
412, 1995.
BOND, B. Design and Operation of a Solar-Heated Dry Kiln. Virginia Tech. 2006. 10 p
BOIS, P.J. Constructing and operating a small solar-heated lumber dryer. Madison:
Forest Products Utilization: Technical Report n. 7. USDA Forest Service, 1977. 12 p.
BOONE, R. et al. Quality drying of hardwood lumber. Gen. Tech. Rep. FPL-IMP-GTR-1.
Madison, WI: U.S. Department of Agriculture, Forest Service, Forest Products Laboratory,
1992, 58 p.
BRAMHALL, G.; WELLWOOD, R.W. Kiln drying of western Canadian lumber.
Vancouver: Fisheries and Environment Canada/Environmental Management Service, 1976.
112 p.
BRANDÃO, A.T.O. Determinação de metodologia para a indicação de programas de
secagem de madeiras. 1989. 100f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Florestal) Escola
Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, Universidade de São Paulo, Piracicaba, 1989.
87
BRASIL. Norma para classificação de madeira serrada de folhosas. Brasília: Ministério
da Agricultura, IBDF, Laboratório de Produtos Florestais, 1983. 67 p.
BRENNAN, L.J. et al. Predying in Australia. Australian Timber Journal, v. 32, n. 11, p.
360-369, 1968.
BROWN, H.P.; PANSHIN, A.J.; FORSAIT, C.C. Textbook of wood technology. New York:
McGraw-Hill, 1952. v. 2, 783 p.
CAMPBELL, G.S.; HARTLEY, J. Drying and dried wood. In: HILLIS, W.E; BROWN, A.G.
Eucalyptus for wood production. Melbourne: Academic Press, 1988. cap. 16, p. 328-336.
CASIN, R.F. Solar dryer for lumber. Philippines: For. Prod. Res. Inst., Technical Note,
n.76, 1967. 3p.
CASIN, R.F. et al. Solar drying of Apitong, Narra, Red Luan and Tanquile. The Philippine
Lumberman, v. 15, n. 4, p. 23-30, 1969.
CECH, M.Y.; PFAFF, F. Kiln operator’s manual of Eastern Canada. Ontario: Eastern
Forest Products Laboratory, 1977. 189 p.
CHEN, P.Y.S. et al. Pilot plant studies of solar and solar-dehumidification lumber drying. In:
15
th
INTERSOCIETY ENERGY CONVERSION ENGINEERING CONFERENCE, 1980,
Seatle. Proceedings... Seatle: IECEC, 1980. p. 18-22.
CHEN, P.Y.S. et al. Experimental solar-dehumidification kiln for lumber drying. Forest
Products Journal, v. 32, n. 9, p. 35-41, 1982.
CHEN, P.Y.S.; ROSEN, H.N. Drying yellow-poplar in a highly efficient solar kiln. In: 30
th
Annual Western Dry Kiln Clubs. Proceedings... 1979. p. 23-32.
CHMIELEWSKI, W. et al. Untersuchungen über die Solartrocknung von Holz.
Holzindustrie, n. 2, p. 40-42, 1982.
CHUDNOFF, M. et al. Solar drying of tropical hardwoods. USDA: Forest Service Institute
of Tropical Forestry Research, Paper ITF-2. (Puerto Rico), 1966. 26 p.
CINIGLIO, G. Avaliação da secagem de madeira serrada de E. grandis e E. urophylla.
1998. 69f. Dissertação (Mestrado em Ciências e Tecnologia da Madeira) – Escola Superior de
Agricultura “Luiz de Queiroz”, Universidade de São Paulo, Piracicaba, 1998.
CUETO, E.M.P. Diseño y ensayo de un secador solar para madera. Madera y Bosques, v. 3,
n. 2, p. 13-28, 1997.
CUPPETT, D.G.; CRAFT, E.P. Kiln-drying of pre-surfaced 4/4 appalachion OAK.
Forest Products Journal, v. 22, n. 6, p. 36-41, 1972.
CUPPETT, D.G.; CRAFT, E.P.
Low-temperature forced-air drying of Appalachian
hardwoods. USDA Forest Service Northeast, For. Exp. Station Research Paper, NE-328. 10p.
1975.
88
DENIG, J.; WENGERT, E.M.; SIMPSON, W.T. Drying hardwood lumber. Gen. Tech.
Rep. FPL–GTR–118. Madison, WI: U.S. Department of Agriculture, Forest Service, Forest
Products Laboratory, 2000.138 p.
DESCH, H.E.; DINWOODIE, J.M. Timber: structure, properties, conversion and use. 7
ed. London: Macmillan Press Ltd., 1996. 306p.
DURLO, M.A. Relação água-madeira. In: I SEMINÁRIO SOBRE SECAGEM DE
MADEIRA, 1., 1992, Santa Maria. Anais... Santa Maria: UFSM/CEPEF/FATEC, 1992. p.
35-46.
EDWARDS, D.W. Defects of fast-grown eucalypts in New South Wales. In: IUFRO
MEETINGS DIVISION, 5, Pretoria, 1973, Proceedings... Pretoria, 1973. v. 2, p. 256-70.
GALVÃO, A.P.M.; JANKOWSKY, I.P. Secagem racional da madeira. São Paulo: Nobel,
1985. 111p.
GOMIDE, J.L. Secagem da madeira. Viçosa: UFV, 1974. 76 p.
GOUGH, D.K. The design and operation of a solar timber kiln. Suva: Fiji Timbers and
their uses n. 67, Department of Forestry, 1977. 17 p.
GOUGH, D.K. Timber seasoning in a solar kiln. Technical paper n. 24. Department of
Forestry, Queensland. 6p. 1981.
GUENEAU, P. An experiment on solar drying of wood. Bois Forest Tropical, v.131, p. 69-
78, 1970.
HAQUE, M.N. Modelling of solar kilns and the development of an optimised schedule
for drying hardwood timber. 2002. 354f. Tese (Doutorado em Engenharia Química) –
University of Sidney, Sidney, 2002.
HART, C.A. The drying of wood. Raleigh: North Carolina Agricultural Extension Service,
1966. 24 p.
HART, C.A.; DARWIN JR., W.M. The slow drying rate of white oak. Wood Science, v. 4, n.
1, p. 46-54, 1971
HILDEBRAND, R. Kiln drying of sawn timber. Berlin: Maschinenbau GmbH, 1970. 198 p.
INSTITUTO DE PESQUISAS TECNOLÓGICAS IPT. Métodos de ensaios adotados no
IPT para o estudo de madeiras nacionais: tabelas de resultados obtidos para madeiras
nacionais, nomenclatura das madeiras nacionais. 2.ed. São Paulo: 1956. 62 p. (Boletim
Técnico, 31).
JANKOWSKY, I.P. Fundamentos de secagem de madeiras. Piracicaba: n.10, 1990. 13p.
(Documentos Florestais).
89
JANKOWSKY, I.P. O controle do processo de secagem. In: SIMPÓSIO FLORESTAL DO
RIO GRANDE DO SUL –TECNOLOGIA DA MADEIRA, 2., 1992, Santa Maria. Anais...
Esteio: UFSM/AGEFLOR/ CEPEF/FATEC, 1992. p. 2-19.
JANKOWSKY, I.P. Equipamentos e processos para secagem de madeiras. In. SEMINÁRIO
INTERNACIONAL DE UTILIZAÇÃO DA MADEIRA DE EUCALIPTO PARA
SERRARIA, São Paulo, 1995. Anais... Piracicaba: IPEF/IPT, 1995. p. 109-118.
JANKOWSKY, I.P. Secagem de madeira de reflorestamento: técnica e equipamentos. In:
SEMINÁRIO SOBRE PROCESSAMENTO E UTILIZAÇÃO DE MADEIRAS DE
REFLORESTAMENTO SEMADER, 4., Curitiba, 1996. Anais... Curitiba: ABPM, 1996. p.
107-117.
JOHNSON, C.L. Wind-powered solar-heated lumber dryer. Southern Lumberman, v. 203,
n. 2532, p. 41-44, 1961.
KABIR, M.F.; SATTAR, M.A. Strength properties and drying characteristics of Eucalyptus
wood grown in Bangladesh. Thai J. For., v. 14, p. 103-109, 1995.
KANAGAWA, Y. Perspectives of the vacuum drying of wood development. In: VACUUM
DRYING OF WOOD'93 (INTERNATIONAL CONFERENCE ON WOOD DRYING).
Anais… High Tratas, 1993. p. 7-11.
KEEY, R.B.; LANGRISH, T.A.G.; WALKER, J.C.F. Kiln-Drying of Lumber. Springer,
Berlin. 326p. 2000.
KENNEDY, J. Solar Kiln Seasoning of White Cypress Pine. Report n.15, Department of
Forestry, Queensland. 7p. 1984.
KLITZKE, R.J. Manual de secagem de madeira. Caderno didático, Curitiba: UFPR, 2005.
119 p.
KOLLMANN, F.F.P. Tecnologia de la madera y sus aplicaciones. 2 ed. Madrid: Gráficas
Reunidas, 1959. 675p.
KOLLMANN, F.F.P.; CÔTÉ Jr., W.A. Principles of word science and technology. New
York, Springer-Verlag, 1968. 592 p.
KUMAR, S. Utilization of solar energy in India. Forest Products Journal, v.31, n.9, p. 10-
12, 1981.
LIMA, I.L. Influência do desbaste e da adubação na qualidade da madeira serrada de
Eucalyptus grandis Hill ex Maiden. 2005. 137f. Tese (Doutorado em Recursos Florestais)
Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, Universidade de São Paulo, Piracicaba,
2005.
LIMA, J.T. Deformações residuais longitudinais decorrentes de tensões de crescimento em
eucaliptos e suas associações com outras propriedades.
Revista Árvore, v. 28, n. 1, p. 107-
116, 2004.
90
LEMPELIUS, J. Neues Vakuum Trocknungssystem für Schnittholz hat Erfolg. Holz
Zentralblatt, v. 30, p. 430-432, 1990.
LUMLEY, T.G.; CHOONG, E.T. Technical and economic characteristics of two solar kiln
designs. Forest Products Journal, v. 29, n. 7, p. 49-56, 1979.
LUMLEY, T.G.; CHOONG, E.T. Solar drying of wood in Louisiana. Agricultural
Experiment Station Bulletin n. 732. Lousiana State University (Baton Rouge). 55p. 1981.
MALAN, F.S. Eucalyptus improvement for lumber production. In: SEMINÁRIO
INTERNACIONAL DE UTILIZAÇÃO DA MADEIRA DE EUCALIPTO PARA
SERRARIA, 1995, São Paulo. Anais... Piracicaba, SP: IPEF/IPT, 1995. p1-19.
MALDONADO, E.D.; PECK, E.C. Drying by solar radiation in Puerto Rico. Forest
Products Journal, v. 12, n. 10, p. 487-488, 1962.
MARQUES, M.H.B. Agrupamento de 41 espécies de madeiras da Amazônia para
secagem baseado em características anatômicas e físicas. 2008. 125f. Tese (Doutorado em
Ciências Florestais) – Universidade de Brasília, Brasília, 2008.
MARTINS, V.A. Secagem de madeira serrada. Brasília: IBDF, 1988. 56 p.
McCORMICK, P.O. Solar heating system for kiln drying lumber. Sunworld, v. 4, n. 6, p.
204-207, 1980.
McMILLEN, J.M. Drying stress in red oak. Forest Products Journal, v. 5, n.1, p. 71-76,
1955.
MENDES, A.S. Utilização de coletor solar parabólico na secagem da madeira. 1985.
104f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Florestal) Universidade Federal do Paraná,
Curitiba, 1985.
MORAES-DUZAT, R.; BARBOSA, A.P.; VETTER, R. O secador solar do INPA uma
alternativa econômica para secar madeira In: ENC. ENERG. MEIO RURAL. Anais…
2000, 7p.
NOCK, H.P: RICHTER, H.G.; BURGER, L.M. Tecnologia da madeira. Curitiba:
Departamento de Engenharia e Tecnologias Rurais, Universidade Federal do Paraná, 1975.
216 p.
NOVES, H.A.; SECO, J.I.F.G. Solar drying of sawn lumber in Spain. Holz als Roh und
Werkstoff, v. 48, n. 5, p. 173-178, 1990.
OLIVEIRA, J.T.S. Caracterização da madeira de eucalipto para a construção civil. 1998.
429 f. Tese (Doutorado) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 1998.
OLIVEIRA, L.; SKAAR, C.; WENGERT, E. Solar and air lumber drying during winter in
Virginia.
Forest Products Journal, v. 32, n. 12, p. 37-44, 1982.
91
PECK, E.C. Drying 4/4 red oak by solar heat. Forest Products Journal, v. 12, n. 3, p.103-
107, 1962.
PLUMPTRE, R.A. The design and operation of a small solar seasoning kiln on the Equator in
Uganda. Commonwealth Forestry Review, v. 46, n. 4, p. 298-309, 1967.
PLUMPTRE, R.A. Simple solar heated timber dryers: design, performance and commercial
viability. Commonwealth Forestry Review, v. 58, n. 4, p.243-251, 1979.
PONCE, R.H. Madeira serrada de eucalipto: desafios e perspectivas In: SEMINÁRIO
INTERNACIONAL DE UTILIZAÇÃO DA MADEIRA DE EUCALIPTO PARA
SERRARIA, São Paulo, 1995. Anais… Piracicaba: IPEF/IPT, 1995. p. 50-58.
PONCE, R.H.; WATAI, L.T. Manual de secagem da madeira. São Paulo: IPT, 1985. 72 p.
PRATT, G.H. Timber drying manual. London: Department of the Environment/Building
Research Establishment, 1974. 152p.
RASMUSSEN, E.F. Dry kiln operator’s manual. Madison: United States Department of
Agriculture - USDA, 1961. 197 p.
READ, W.R.; CHODA, A.; COPPER, P.I. A solar timber kiln. Solar Energy, v. 15, p. 309-
316, 1974.
REUSS, M. et al. Modelling and experimental investigation of a pilot plant for wood drying.
Solar Energy, v. 59, n. 4/6, p. 259-270, 1997.
RIETZ, R.C.; PAGE, R.H. Air drying of lumber: a guide to industry practices. Madison:
U.S. Department of Agriculture, Forest Service, 1971. 110 p. (Agriculture handbook, n. 402).
ROBBINS, A.M. Solar lumber kilns: design ideas. New Mexico Energy Research and
Development Institute, University of New Mexico (Albuquerque). 17p. 1983.
RODRÍGUEZ, L.E.S.; CARDEÑA, M.A.C.; AHUMADA, I.G. Diseño y operación de una
estufa solar para secar madera. Ingeniería Revista Académica, v. 7, n. 3, p. 35-48, 2003.
ROSSO, S. Qualidade da madeira de três espécies de Eucalyptus resultante da
combinação dos métodos de secagem ao ar livre e convencional. 2006. 91f. Dissertação
(Mestrado em Engenharia Florestal) Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria,
2006.
SANTINI, E.J. Influência de temperatura na taxa de secagem e contração da madeira de
Pinus elliottii proveniente de plantios de rápido crescimento. Curitiba: FUPEF, 1980, 15p.
(Série Técnica, n.5).
SANTINI, E.J. Secagem de madeira serrada em estufa solar e sua comparação com os
métodos convencionais. 1981. 185f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Florestal)
Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 1981.
92
SANTINI, E.J. Umidade de equilíbrio para algumas cidades do Rio Grande do Sul. In:
CONGRESSO FLORESTAL ESTADUAL, 5, 1984, Nova Prata. Anais... Nova Prata, 1984.
p.828-840.
SANTINI, E.J. Métodos de secagem de madeira. In: I SEMINÁRIO SOBRE SECAGEM DE
MADEIRA, 1., 1992, Santa Maria. Anais... Santa Maria: UFSM/CEPEF/FATEC, 1992. p.
47-59.
SANTINI, E.J.; HASELEIN, C.R. EFEITO DA TEMPERATURA E VELOCIDADE DO AR
SOBRE A TAXA DE SECAGEM DA MADEIRA DE Pinus elliottii Engelm. Ciência
Florestal, v. 12, n. 2, p. 99-106, 2002.
SANTINI, E.J.; TOMASELLI, I. Colapso na madeira e algumas experiências brasileiras.
Curitiba: FUPEF, 1980, 21p. (Série Técnica, n.3).
SANTOS, G.R.V. Otimização da secagem da madeira de Eucalyptus grandis (Hill ex
Maiden). 2002. 70f. Dissertação (Mestrado em Ciências e Tecnologia da Madeira) Escola
Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, Piracicaba, 2002.
SATTAR, M.A. Comparative studies of wood seasoning with a special reference to solar
drying. Bano Biggyan Patrica, v. 16, n. 1/2, p. 30-42, 1987.
SATTAR, M.A. Solar drying of timber - a review. Holz als Roh und Werkstoff, v. 51, p.
409-416, 1993.
SEVERO, E.T.D. Qualidade da secagem de madeira serrada de Eucalyptus dunnii. Ciência
Florestal, v.10, n.1, p.109-124, 2000.
SHARMA, S.N. Solar timber drying. In: Seminar on Industrial Application of solar energy,
Madras, June/1975. Proceedings… 6p.
SHARMA, S.N.; NATH, P.; BALI, B.I. A solar timber seasoning kiln. Journal of the
Timber Development Association India, v. 18, n. 2, p. 10-26, 1974.
SIAU, J.F. Flow in wood. Syracuse: Syracuse University Press, 1971. 131 p.
SIAU, J.F. Transport processes in wood. New York: Springer-Verlag, 1984. 245 p.
SILVA, J.C. Estufa Solar: Uma Opção para Secagem de Madeira. Revista da Madeira,
v.1, p. 42-46, 2000.
SILVA, J.R.M.; MENDES, L.M.; WENZEL, M.K. Secagem ao ar livre da madeira de
Eucalyptus grandis para a produção de móveis. Cerne, v. 3, n. 1, p. 170-186, 1997.
SIMPSON, W.T., Equilibrium moisture content prediction for wood. Forest Products
Journal, v. 21, n. 5, 48-49, 1971.
SIMPSON, W.T.
Dry kiln operator’s manual. Madison: U.S. Department of Agriculture,
1991. 274 p.
93
SKAAR, C. Water in wood. Syracuse: Syracuse University Press, 1972. 218 p.
SKAAR, C. Wood water relations. NewYork: Springer-Verlag, 1988. 283 p.
SMITH, R. Economic evaluation of drying softwood dimension lumber in a greenhouse type
solar kiln. Proceedings… In: 32th Annual Proc. West. Dry Kiln Club. 1981. p.79-84.
SMITH, W.B.; SMITH, A.; NEUHAUSER, E.F. Radio-frequency vacuum drying of red oak.
Proceedings… In: PROFITABLE SOLUTIONS FOR QUALITY DRYING OF
SOFTWOODS AND HARDWOODS. Charlotte, 1994. p. 101-108.
STAMM, A.J. Wood and cellulose science. New York: Ronald Press, 1964. 509 p.
STEINMANN, D.E., VERMAAS H.F. Control of equilibrium moisture content in a solar
kiln. Holz als Roh und Werkstoff, v. 48, n. 4, p. 147-152, 1990.
STEINMANN, D.E.; VERMAAS, H.F.; FORRER, J.B. Microprocessor control of a solar
kiln. In: IUFRO Division V Conference, Wood drying papers, IUFRO, Oxford (Great
Britain), 1980a, p. 71-96.
STEINMAN, D.E. VERMAAS, H.F.; FORRER, J.B. Solar timber drying kilns: Part I:
Review of previous system and control measures and description of an automated solar kiln.
Journal of the Institute and Wood Science v.48, p.254-257, 1980b.
STÖHR, H.P. The seasoning of South African grown Eucalyptus grandis and Eucalyptus
saligna. South African Forestry Journal, n. 102, p. 61-66, 1977.
STUMPP, E. Curso de secagem. In: SEMINÁRIO SOBRE SECAGEM DE MADEIRA, 1.,
1992, Santa Maria. Anais... Santa Maria, 1992. p.75-100.
SUDAM/IPT. Estudo sobre métodos de secagem de madeiras da Amazônia. SUDAM
(Belém). 77p. 1981.
TOMASELLI, I. Secagem de madeira. Curitiba: Fundação de Pesquisas Florestais do
Paraná, 1979. 25 p.
TOMASELLI, I.; KLITZKE, R.J. Secagem da Madeira. Fundação Hugo Simas: UFPR,
Lages, 2000.
TROXELL, H.E. Solar lumber drying in Colorado. Proceedings… In: 15th Annual Meeting
of the West Coast Dry Kiln Clubs (Portland). 1963. p.61-66.
TROXELL, H.E.; MULLER, L.A. Solar lumber drying in the Central Rocky Mountain
Region. Forest Products Journal, v. 18, n. 1, p. 19-24, 1968.
TRUGILHO, P.F. Tensão de crescimento em árvores vivas de clones de Eucalyptus spp. e
de Eucalyptus dunnii Maiden. e propriedades de sua madeira. 2005. 167f. Tese (Pós-
Doutorado em Engenharia Florestal) Universidade Federal do Paraná. Curitiba, 2005.
94
TSCHERNITZ, J.L.; SIMPSON, W.T. Solar-heated forced-air, lumber dryer for tropical
latitudes. Solar Energy, v. 22, p. 563-566, 1979.
TSCHERNITZ, J.L.; SIMPSON, W.T. FPL Design for Lumber Dry Kiln Using
Solar/Wood Energy in Tropical Latitudes. Forest Products Laboratory, Research Paper n.
44, Forests Service, United States Department of Agriculture, Madison, Wisconsin (USA),
1985, p. 1-18.
VERMAAS, H.F. Drying of eucalipts for quality: material characteristics, pre-drying
treataments, drying methods, schedules and optimization of drying quality. In: SEMINÁRIO
INTERNACIONAL DE UTILIZAÇÃO DA MADEIRA DE EUCALIPTO PARA
SERRARIA, São Paulo, 1995, Anais... Piracicaba: IPEF, 1995. p. 119-132.
VERMAAS, H.F. Drying of eucalypts with special reference to young, fat-grown plantation
material. In: SEMINÁRIO INTERNACIONAL SOBRE PRODUTOS SÓLIDOS DE
MADEIRA DE ALTA TECNOLOGIA E ENCONTRO SOBRE TECNOLOGIAS
APROPRIADAS DE DESDOBRO, SECAGEM E UTILIZAÇÃO DA MADEIRA DE
EUCALIPTO, 1., Belo Horizonte, 1998. Anais… Viçosa: SIF/UFV, 1998, p. 106-118.
VERMAAS, H.F. A rewiew of drying technology for young fast grown eucalypts. In: THE
FUTURE OF EUCALYPTS FOR WOOD PRODUCTS, Launceston, Tasmania, 2000.
Proceedings... Tasmania: IUFRO, 2000. p.193-203.
VIEHBECK, P. Lo básico del secado de madera con energía solar. Eschborn: Deutsches
Zentrum für Entwicklungstechnologien – GATE, 1999. 49 p.
VITAL, B.R. Utilização de energia solar para secagem de madeira. Revista Ceres, v. 23,
n.125, p. 1-10, 1976.
VITAL, B.R.; COLLOM, J.L. Secador solar para madeira. Viçosa: Imprensa Universitária
da Universidade Federal de Viçosa, 1974. 34 p.
WALKER, J.C.F. et al. Primary wood processing. London: Chapman and Hall, 1993. 595 p.
WENGERT, E.M. Improvements in solar dry kiln design. U.S. Forest Service, Research
Note FPL -0212, 1971. 10 p.
WENGERT, E.M. Solar heated lumber dryer for the small business. MT #20C Utilization
and Marketing; Virginia Cooperative Extension Service; Blacksburg, VA. 1980.
WENGERT, E.M.; OLIVEIRA, L.C. Solar heated, lumber dry kiln designs. Virginia
Polytechnic Institute and State University, Blacksburg, Virginia (USA),
http://www.woodweb.com, 20.11.2008.
WENGERT, E.M. New drying technology in the U.S.A. In: Symposium on Forest
Products Research International. Proceedings… CSIR: Conference Centre, Pretória, 1985, p.
8-12.
95
WILLIAMS, D.H. The Use of Solar Energy for Timber Drying: Progress Report after One
Year's Operation of the Rotorua Experimental Unit. Rotorua: Forest Products Division,
Project Record 184, NZ Forest Service, FRI, 1982. 25 p.
WILLIAMS, D.H. The Use of Solar Energy for Timber Drying: Progress Report on Year 2
of the Rotorua Experimental Unit. Rotorua: Forest Products Division, Project Record 261, NZ
Forest Service, FRI, 1983. 9 p.
WISE, L.E.; JAHN, E.C. Wood chemistry. 2 ed. New York: Reinhold Publishing Corp.,
1952. 1343 p.
YANG, K.C. Solar kiln perfomance at a high latitude, 48ºN. Forest Products Journal, v. 30,
n. 3, p. 37-40, 1980.
96
7 APÊNDICES
Apêndice 1 − Ilustrações esquemáticas do secador solar.
Figura 30 Vista superior da estufa solar, com circulação de ar indicada pelo sentido das
setas, e seus detalhes construtivos (A= ventilador; B= área de empilhamento; C= parede
vazada de tijolo; D= defletor; E= suporte para fixação do ventilador; F= chapa compensada;
G= janelas para renovação do ar; H= porta de carga e descarga).
97
Figura 31 Vista lateral da estufa solar e seus detalhes construtivos (A= suporte para fixação
do ventilador; B= divisória de PVC; C= parede vazada de tijolo; D= fundação; E= camada
dupla de PVC; F= chapa coletora; G= ventilador; H= chapa compensada; I= janelas para
renovação do ar; J= porta de carga e descarga).
98
Apêndice 2 Variação da temperatura máxima interna (Tmi) e externa (Tme), insolação
diária (Ins) e radiação solar máxima (Rad) durante a secagem em estufa solar.
Figura 32Variação da temperatura máxima interna (Tmi) e externa (Tme), e insolação (Ins)
diária durante o período de secagem da madeira de Eucalyptus tereticornis.
Figura 33Variação da temperatura máxima interna (Tmi) e externa (Tme), e insolação (Ins)
diária durante o período de secagem da madeira de Corymbia citriodora.
99
Figura 34Variação da temperatura máxima interna (Tmi) e externa (Tme), e insolação (Ins)
diária durante o período de secagem da madeira de Eucalyptus saligna.
Figura 35 Variação da temperatura máxima interna (Tmi) e externa (Tme), e radiação solar
(Rad) diária durante o período de secagem da madeira de Eucalyptus tereticornis.
100
Figura 36 Variação da temperatura máxima interna (Tmi) e externa (Tme), e radiação solar
(Rad) diária durante o período de secagem da madeira de Corymbia citriodora.
Figura 37 Variação da temperatura máxima interna (Tmi) e externa (Tme), e radiação solar
(Rad) diária durante o período de secagem da madeira de Eucalyptus saligna.
101
Apêndice 3 Análise de variância para o índice de rachaduras de topo (%) nas três espécies
estudadas em função do método de secagem.
Tabela 13 Análise de variância para o índice de rachaduras de topo (%) na madeira de
Eucalyptus tereticornis em função do método de secagem.
FV SQ GL QM F-cal. P
Secagem 14,2135 1 14,2135 0,91
NS
0,3434
Resíduos 1647,75 105 15,6929
Total 1661,96 106
em que: FV= fonte de variação; SQ= soma dos quadrados; GL= graus de liberdade; QM= quadrado médio; F-
cal.= valor de F calculado; P= probabilidade de erro;
NS
= não significativo ao nível de 5% de probabilidade de
erro.
Tabela 14 Análise de variância para o índice de rachaduras de topo (%) na madeira de
Corymbia citriodora em função do método de secagem.
FV SQ GL QM F-cal. P
Secagem 2,08932 1 2,08932 0,20
NS
0,657
Resíduos 1137,91 108 10,5362
Total 1140 109
em que: FV= fonte de variação; SQ= soma dos quadrados; GL= graus de liberdade; QM= quadrado médio; F-
cal.= valor de F calculado; P= probabilidade de erro;
NS
= não significativo ao nível de 5% de probabilidade de
erro.
Tabela 15 Análise de variância para o índice de rachaduras de topo (%) na madeira de
Eucalyptus saligna em função do método de secagem.
FV SQ GL QM F-cal. P
Secagem 0,81356 1 0,81356 0,06
NS
0,8137
Resíduos 1574,62 108 14,5798
Total 1575,43 109
em que: FV= fonte de variação; SQ= soma dos quadrados; GL= graus de liberdade; QM= quadrado médio; F-
cal.= valor de F calculado; P= probabilidade de erro;
NS
= não significativo ao nível de 5% de probabilidade de
erro.
102
Apêndice 4 Análise de variância para o índice de rachaduras de topo (%) nos dois métodos
de secagem em função da espécie.
Tabela 16 Análise de variância para o índice de rachaduras de topo (%) na secagem em
estufa solar em função da espécie.
FV SQ GL QM F-cal. P
Espécie 148,643 2 74,3216 4,28* 0,0154
Resíduos 2795,38 161 17,3626
Total 2944,02 163
em que: FV= fonte de variação; SQ= soma dos quadrados; GL= graus de liberdade; QM= quadrado médio; F-
cal.= valor de F calculado; P= probabilidade de erro; *= significativo ao nível de 5% de probabilidade de erro.
Tabela 17 Teste de médias para o índice de rachaduras de topo (%) na secagem em estufa
solar em função da espécie.
Espécie Médias
Eucalyptus tereticornis 4,04
A
Corymbia citriodora 3,38
A
Eucalyptus saligna 1,77
B
em que: Médias seguidas por letras iguais não diferem significativamente entre si (LSD Fisher, p > 0,05).
Tabela 18 Análise de variância para o índice de rachaduras de topo (%) na secagem ao ar
livre em função da espécie.
FV SQ GL QM F-cal. P
Espécie 270,771 2 135,385 13,84* <0,01
Resíduos 1564,9 160 9,78064
Total 1835,67 162
em que: FV= fonte de variação; SQ= soma dos quadrados; GL= graus de liberdade; QM= quadrado médio; F-
cal.= valor de F calculado; P= probabilidade de erro; *= significativo ao nível de 5% de probabilidade de erro.
Tabela 19 Teste de médias para o índice de rachaduras de topo (%) na secagem ao ar livre
em função da espécie.
Espécie Médias
Eucalyptus tereticornis 4,76
A
Corymbia citriodora 3,11
B
Eucalyptus saligna 1,60
C
em que: Médias seguidas por letras iguais não diferem significativamente entre si (LSD Fisher, p > 0,05).
103
Apêndice 5 Amplitude de variação dos índices de rachaduras de topo nas três espécies
estudadas.
IRT (%)
após desdobro ar
após desdobro solar
após secagem ar
após secagem solar
0 5 10 15 20 25 30 35 40
Figura 38 Amplitude de variação dos índices de rachaduras de topo após o desdobro e após
a secagem em estufa solar e ao ar livre de Eucalyptus tereticornis.
IRT (%)
após desdobro ar
após desdobro solar
após secagem ar
após secagem solar
0 5 10 15 20 25 30
Figura 39 Amplitude de variação dos índices de rachaduras de topo após o desdobro e após
a secagem em estufa solar e ao ar livre de Corymbia citriodora.
104
IRT (%)
após desdobro ar
após desdobro solar
após secagem ar
após secagem solar
0 4 8 12 16 20 24
Figura 40 Amplitude de variação dos índices de rachaduras de topo após o desdobro e após
a secagem em estufa solar e ao ar livre de Eucalyptus saligna.
105
Apêndice 6 Análise de variância para a flecha de arqueamento (mm/m) nas três espécies
estudadas em função do método de secagem.
Tabela 20 − Análise de variância para a flecha de arqueamento (mm/m) na madeira de
Eucalyptus tereticornis em função do método de secagem.
FV SQ GL QM F-cal. P
Secagem 1,08784 1 1,08784 0,83
NS
0,3651
Resíduos 142,028 108 1,31507
Total 143,116 109
em que: FV= fonte de variação; SQ= soma dos quadrados; GL= graus de liberdade; QM= quadrado médio; F-
cal.= valor de F calculado; P= probabilidade de erro;
NS
= não significativo ao nível de 5% de probabilidade de
erro.
Tabela 21 − Análise de variância para a flecha de arqueamento (mm/m) na madeira de
Corymbia citriodora em função do método de secagem.
FV SQ GL QM F-cal. P
Secagem 0,0226388 1 0,0226388 0,02
NS
0,8995
Resíduos 152,479 108 1,41184
Total 152,502 109
em que: FV= fonte de variação; SQ= soma dos quadrados; GL= graus de liberdade; QM= quadrado médio; F-
cal.= valor de F calculado; P= probabilidade de erro;
NS
= não significativo ao nível de 5% de probabilidade de
erro.
Tabela 22 − Análise de variância para a flecha de arqueamento (mm/m) na madeira de
Eucalyptus saligna em função do método de secagem.
FV SQ GL QM F-cal. P
Secagem 1,11121 1 1,11121 0,28
NS
0,5988
Resíduos 430,996 108 3,9907
Total 432,107 109
em que: FV= fonte de variação; SQ= soma dos quadrados; GL= graus de liberdade; QM= quadrado médio; F-
cal.= valor de F calculado; P= probabilidade de erro;
NS
= não significativo ao nível de 5% de probabilidade de
erro.
106
Apêndice 7 − Análise de variância para a flecha de arqueamento (mm/m) nos dois métodos de
secagem em função da espécie.
Tabela 23 − Análise de variância para a flecha de arqueamento (mm/m) na secagem em estufa
solar em função da espécie.
FV SQ GL QM F-cal. P
Espécie 2,09812 2 1,04906 0,47
NS
0,6269
Resíduos 362,84 162 2,23975
Total 364,938 164
em que: FV= fonte de variação; SQ= soma dos quadrados; GL= graus de liberdade; QM= quadrado médio; F-
cal.= valor de F calculado; P= probabilidade de erro; *= significativo ao nível de 5% de probabilidade de erro.
Tabela 24 Teste de médias para a flecha de arqueamento (mm/m) na secagem em estufa
solar em função da espécie.
Espécie Médias
Eucalyptus tereticornis 0,44
A
Corymbia citriodora 0,19
A
Eucalyptus saligna 0,41
A
em que: Médias seguidas por letras iguais não diferem significativamente entre si (LSD Fisher, p > 0,05).
Tabela 25 Análise de variância para a flecha de arqueamento (mm/m) na secagem ao ar
livre em função da espécie.
FV SQ GL QM F-cal. P
Espécie 0,048486 2 0,024243 0,01
NS
0,9892
Resíduos 362,662 162 2,23866
Total 362,711 164
em que: FV= fonte de variação; SQ= soma dos quadrados; GL= graus de liberdade; QM= quadrado médio; F-
cal.= valor de F calculado; P= probabilidade de erro;
NS
= não significativo ao nível de 5% de probabilidade de
erro.
Tabela 26 − Teste de médias para a flecha de arqueamento (mm/m) na secagem ao ar livre em
função da espécie.
Espécie Médias
Eucalyptus tereticornis 0,25
A
Corymbia citriodora 0,22
A
Eucalyptus saligna 0,21
A
em que: Médias seguidas por letras iguais não diferem significativamente entre si (LSD Fisher, p > 0,05).
107
Apêndice 8 − Amplitude de variação dos dados de arqueamento nas três espécies estudadas.
Arqueamento (mm/m)
após desdobro ar
após desdobro solar
após secagem ar
após secagem solar
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Figura 41 Amplitude de variação dos dados de arqueamento após o desdobro e após a
secagem em estufa solar e ao ar livre de Eucalyptus tereticornis.
Arqueamento (mm/m)
após desdobro ar
após desdobro solar
após secagem ar
após secagem solar
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Figura 42 Amplitude de variação dos dados de arqueamento após o desdobro e após a
secagem em estufa solar e ao ar livre de Corymbia citriodora.
108
Arqueamento (mm/m)
após desdobro ar
após desdobro solar
após secagem ar
após secagem solar
0 2 4 6 8 10
Figura 43 Amplitude de variação dos dados de arqueamento após o desdobro e após a
secagem em estufa solar e ao ar livre de Eucalyptus saligna.
109
Apêndice 9 Dimensões das tábuas das três espécies estudadas expostas a secagem ao ar
livre e em estufa solar.
Tabela 27 − Dimensões médias e desvio padrão das tábuas das três espécies estudadas
expostas a secagem em estufa solar e ao ar livre.
Espécie Secagem Comprimento (cm)
Largura (cm)
Espessura (cm)
Ar livre 276,83 (5,04) 15,51 (0,46) 2,59 (0,25)
E. tereticornis
Solar 275,63 (4,67) 15,50 (0,43) 2,59 (0,25)
Ar livre 276,38 (2,18) 15,57 (0,71) 2,68 (0,17)
C. citriodora
Solar 276,31 (2,06) 15,72 (0,64) 2,72 (0,20)
Ar livre 277,86 (3,95) 15,15 (0,48) 2,51 (0,20)
E. saligna
Solar 278,19 (4,28) 15,18 (0,60) 2,49 (0,24)
em que: os valores apresentados entre parênteses são relativos ao desvio padrão.
110
Apêndice 10 Análise de variância para a flecha de encurvamento (mm/m) nas três espécies
estudadas em função do método de secagem.
Tabela 28 Análise de variância para a flecha de encurvamento (mm/m) na madeira de
Eucalyptus tereticornis em função do método de secagem.
FV SQ GL QM F-cal. P
Secagem 0,0613968 1 0,0613968 0,03
NS
0,8714
Resíduos 251,77 108 2,3312
Total 251,831 109
em que: FV= fonte de variação; SQ= soma dos quadrados; GL= graus de liberdade; QM= quadrado médio; F-
cal.= valor de F calculado; P= probabilidade de erro;
NS
= não significativo ao nível de 5% de probabilidade de
erro.
Tabela 29 Análise de variância para a flecha de encurvamento (mm/m) na madeira de
Corymbia citriodora em função do método de secagem.
FV SQ GL QM F-cal. P
Secagem 2,93085 1 2,93085 2,84
NS
0,0948
Resíduos 111,456 108 1,032
Total 114,386 109
em que: FV= fonte de variação; SQ= soma dos quadrados; GL= graus de liberdade; QM= quadrado médio; F-
cal.= valor de F calculado; P= probabilidade de erro;
NS
= não significativo ao nível de 5% de probabilidade de
erro.
Tabela 30 Análise de variância para a flecha de encurvamento (mm/m) na madeira de
Eucalyptus saligna em função do método de secagem.
FV SQ GL QM F-cal. P
Secagem 0,969886 1 0,969886 0,58
NS
0,4496
Resíduos 181,926 108 1,6845
Total 182,896 109
em que: FV= fonte de variação; SQ= soma dos quadrados; GL= graus de liberdade; QM= quadrado médio; F-
cal.= valor de F calculado; P= probabilidade de erro;
NS
= não significativo ao nível de 5% de probabilidade de
erro.
111
Apêndice 11 Análise de variância para a flecha de encurvamento (mm/m) nos dois métodos
de secagem em função da espécie.
Tabela 31 Análise de variância para a flecha de encurvamento (mm/m) na secagem em
estufa solar em função da espécie.
FV SQ GL QM F-cal. P
Espécie 6,79673 2 3,39837 2,44
NS
0,0901
Resíduos 225,39 162 1,3913
Total 232,187 164
em que: FV= fonte de variação; SQ= soma dos quadrados; GL= graus de liberdade; QM= quadrado médio; F-
cal.= valor de F calculado; P= probabilidade de erro; *= significativo ao nível de 5% de probabilidade de erro.
Tabela 32 Teste de médias para a flecha de encurvamento (mm/m) na secagem em estufa
solar em função da espécie.
Espécie Médias
Eucalyptus tereticornis - 0,44
A
Corymbia citriodora - 0,31
A B
Eucalyptus saligna 0,04
B
em que: Médias seguidas por letras iguais não diferem significativamente entre si (LSD Fisher, p > 0,05).
Tabela 33 Análise de variância para a flecha de encurvamento (mm/m) na secagem ao ar
livre em função da espécie.
FV SQ GL QM F-cal. P
Espécie 7,34134 2 3,67067 1,86
NS
0,159
Resíduos 319,761 162 1,97384
Total 327,103 164
em que: FV= fonte de variação; SQ= soma dos quadrados; GL= graus de liberdade; QM= quadrado médio; F-
cal.= valor de F calculado; P= probabilidade de erro;
NS
= não significativo ao nível de 5% de probabilidade de
erro.
Tabela 34 Teste de médias para a flecha de encurvamento (mm/m) na secagem ao ar livre
em função da espécie.
Espécie Médias
Eucalyptus tereticornis - 0,49
A
Corymbia citriodora - 0,15
A
Eucalyptus saligna 0,02
A
em que: Médias seguidas por letras iguais não diferem significativamente entre si (LSD Fisher, p > 0,05).
112
Apêndice 12 Amplitude de variação dos dados de encurvamento nas três espécies
estudadas.
Encurvamento (mm/m)
após desdobro ar
após desdobro solar
após secagem ar
após secagem solar
0 1 2 3 4 5 6 7 8
Figura 44 Amplitude de variação dos dados de encurvamento após o desdobro e após a
secagem em estufa solar e ao ar livre de Eucalyptus tereticornis.
Encurvamento
após desdobro ar
após desdobro solar
após secagem ar
após secagem solar
0 1 2 3 4 5 6
Figura 45 Amplitude de variação dos dados de encurvamento após o desdobro e após a
secagem em estufa solar e ao ar livre de Corymbia citriodora.
113
Encurvamento (mm/m)
após desdobro ar
após desdobro solar
após secagem ar
após secagem solar
0 1 2 3 4 5 6
Figura 46 Amplitude de variação dos dados de encurvamento após o desdobro e após a
secagem em estufa solar e ao ar livre de Eucalyptus saligna.
Livros Grátis
( http://www.livrosgratis.com.br )
Milhares de Livros para Download:
Baixar livros de Administração
Baixar livros de Agronomia
Baixar livros de Arquitetura
Baixar livros de Artes
Baixar livros de Astronomia
Baixar livros de Biologia Geral
Baixar livros de Ciência da Computação
Baixar livros de Ciência da Informação
Baixar livros de Ciência Política
Baixar livros de Ciências da Saúde
Baixar livros de Comunicação
Baixar livros do Conselho Nacional de Educação - CNE
Baixar livros de Defesa civil
Baixar livros de Direito
Baixar livros de Direitos humanos
Baixar livros de Economia
Baixar livros de Economia Doméstica
Baixar livros de Educação
Baixar livros de Educação - Trânsito
Baixar livros de Educação Física
Baixar livros de Engenharia Aeroespacial
Baixar livros de Farmácia
Baixar livros de Filosofia
Baixar livros de Física
Baixar livros de Geociências
Baixar livros de Geografia
Baixar livros de História
Baixar livros de Línguas
Baixar livros de Literatura
Baixar livros de Literatura de Cordel
Baixar livros de Literatura Infantil
Baixar livros de Matemática
Baixar livros de Medicina
Baixar livros de Medicina Veterinária
Baixar livros de Meio Ambiente
Baixar livros de Meteorologia
Baixar Monografias e TCC
Baixar livros Multidisciplinar
Baixar livros de Música
Baixar livros de Psicologia
Baixar livros de Química
Baixar livros de Saúde Coletiva
Baixar livros de Serviço Social
Baixar livros de Sociologia
Baixar livros de Teologia
Baixar livros de Trabalho
Baixar livros de Turismo