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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE TECNOLOGIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA MECÂNICA
COMPÓSITO DE POLIURETANO DE MAMONA E VERMICULITA PARA ISOLAÇÃO
TÉRMICA
Jacques Cousteau da Silva Borges
NATAL – RN
Janeiro 2009
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2
Divisão de Serviços Técnicos
Catalogação da Publicação na Fonte. UFRN / Biblioteca Central Zila Mamede
Borges, Jacques Cousteau da Silva.
Compósito de poliuretano de mamona e vermiculita para isolação
térmica / Jacques Cousteau da Silva Borges. – Natal, RN, 2009.
80f.
Orientador: George Santos Marinho.
Dissertação (Mestrado) Universidade Federal do Rio Grande do
Norte. Centro de Tecnologia. Programa de Pós-Graduação em Engenharia
Mecânica.
1. Isolação térmica Dissertação. 2. Poliuretano de mamona
Dissertação. 3. Vermiculita Dissertação. I. Marinho, George Santos. II.
Universidade Federal do Rio Grande do Norte. III Título.
RN/UF/BCZM
CDU 66.045.3(043.3)
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3
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE TECNOLOGIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA MECÂNICA
COMPÓSITO DE POLIURETANO DE MAMONA E VERMICULITA PARA ISOLAÇÃO
TÉRMICA
Jacques Cousteau da Silva Borges
Orientador: Prof. Dr. George Santos Marinho
Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa
de s-graduação em Engenharia Mecânica da
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
como parte dos requisitos necessários à obteão do
tulo de Mestre em Engenharia Mecânica. Área:
Termociências.
NATAL – RN
Janeiro 2009
4
COMPÓSITO DE POLIURETANO DE MAMONA E VERMICULITA PARA ISOLAÇÃO
TÉRMICA
Jacques Cousteau da Silva Borges
Orientador: Prof. Dr. George Santos Marinho
Dissertação de Mestrado defendida em 23 / 01 / 2009,
sob o julgamento da seguinte Banca Examinadora
NATAL – RN
Janeiro 2009
5
Dedico este trabalho a dois grandes
mestres que em muito contribuíram, ao me
instruir e orientar na minha vida acadêmica
e pessoal, desde a época de monitor,
passando pela graduação e chegando a este
Mestrado.
Zanoni e Leonel, este trabalho é Dedicado
a vocês! Muito Obrigado por tudo!
6
Agradecimentos
A Deus, Uno e Trino, pelos dons da ciência e da sabedoria e acima de tudo pelo dom da vida.
A minha esposa Geizy e demais familiares, pelo incentivo dado ao cumprimento de
mais essa etapa da minha vida. E também pela paciência comigo necessária!
Ao Prof. George S. Marinho, pela amizade, orientação e apoio para o desenvolvimento
deste trabalho, sem o qual, certamente não seria possível determinar os objetivos e atingir as
metas.
Ao Programa de Pós-Graduação em Engenharia Mecânica da UFRN.
A Direção do Centro de Tecnologia da UFRN.
A Direção do Núcleo de Tecnologia Industrial da UFRN.
A Diretoria de Pesquisa do CEFET-RN.
Aos meus caros colegas professores da Licenciatura em Física do CEFET-RN.
Por fim, um Agradecimento Especial a equipe dos Laboratórios:
Laboratório de Transferência de Calor – CT – NIT - UFRN
Laboratório do GGEMMA – UFRN
Laboratório de Materiais para Construção Civil – CEFET – RN
Laboratório de Física - CEFET – RN
Laboratório de Química - CEFET – RN
7
“Nós topamos com uma grande variedade de fenômenos
que [...] em linguagem inequívoca falam da sabedoria e da
bendita mão do grande mestre de obras”
James Prescott Joule (1818-1889)
“A engrenagem da vida não é de grosseira manufatura
humana, mas da mais requintada obra prima conseguida pelas
leis quânticas do Senhor”
Erwin Schöedinger (1887-1961)
i
Sumário
LISTA DE FIGURAS ...............................................................................................................iii
LISTA DE TABELAS ...............................................................................................................v
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ...............................................................................vi
LISTA DE SÍMBOLOS ...........................................................................................................vii
RESUMO ................................................................................................................................viii
ABSTRACT ..............................................................................................................................ix
1 - INTRODUÇÃO..............................................................................................................1
2 - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA E FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA............................4
2.1 ISOLAÇÃO TÉRMICA.............................................................................................4
2.2 PROPRIEDADES TÉRMICAS .................................................................................5
2.2.1 Condutividade Térmica ......................................................................................5
2.2.2 Capacidade Calorífica.........................................................................................6
2.2.3 Difusividade Térmica .........................................................................................6
2.3 ISOLANTES TÉRMICOS .........................................................................................7
2.3.1 Isolantes Naturais ...............................................................................................8
2.3.2 Isolantes Sintéticos ...........................................................................................11
2.3.3 Isolantes Minerais.............................................................................................12
2.4 ANÁLISES DE DESEMPENHO TÉRMICO..........................................................13
2.5 RESINAS POLIURETANO.....................................................................................18
2.5.1 Poliuretano derivado do Óleo da Mamona.......................................................19
2.6 VERMICULITA.......................................................................................................24
3 - METODOLOGIA.........................................................................................................29
3.1 MATERIAIS ............................................................................................................29
3.1.1 Resinas Poliuretanos.........................................................................................29
3.1.2 Lã de Vidro e lã de Rocha ................................................................................30
3.1.3 Vermiculita.......................................................................................................30
3.2 ENSAIOS PROPRIEDADES TÉRMICAS .............................................................33
3.3 ENSAIO DE RESISTÊNCIA AO CALOR .............................................................34
3.4 ENSAIO DE DESEMPENHO TÉRMICO ..............................................................36
4 - RESULTADOS ............................................................................................................43
4.1 ENSAIO PROPRIEDADES TÉRMICAS ...............................................................43
4.1.1 Massa específica...............................................................................................44
ii
4.2 ENSAIO DE RESISTÊNCIA AO CALOR .............................................................44
4.3 ENSAIO DE DESEMPENHO TÉRMICO ..............................................................47
4.3.1 Isolantes convencionais....................................................................................47
4.3.2 Compósitos.......................................................................................................51
4.4 ANÁLISE DE CUSTOS ..........................................................................................55
5 - CONCLUSÕES............................................................................................................58
5.1 CONTINUIDADE DA PESQUISA.........................................................................59
APÊNDICES ............................................................................................................................61
ANEXO ....................................................................................................................................68
REFERÊNCIAS .......................................................................................................................71
iii
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Câmara de desempenho térmico. Fonte: Daré (2005)...............................................16
Figura 2: Reação de obtenção do uretano.................................................................................20
Figura 3: Reação de obtenção do poliuretano ..........................................................................20
Figura 4: Reação de obtenção do pré-polimero........................................................................21
Figura 5: Estrutura cristalina da vermiculita. Fonte: Gomes, 2007a........................................24
Figura 6: Lã de vidro (a) e Lã de Rocha (b).............................................................................30
Figura 7: Peneiras da serie Normal utilizadas na determinação da granulometria da
vermiculita................................................................................................................................31
Figura 8: Agitador mecânico do conjunto de peneiras;............................................................32
Figura 9: Quick-line: Medidor das propriedades: Condutividade, difusividade e capacidade
calorífica...................................................................................................................................33
Figura 10: Dimensões Mínimas de corpo de prova – propriedades térmicas: Quick-line
Analaser....................................................................................................................................34
Figura 11: Chapa quente ajustável empregada no ensaio de resistência ao calor ....................35
Figura 12: Detalhes da acomodação do corpo de prova sobre a chapa aquecedora.................35
Figura 13: Construção dos moldes e suas dimensões...............................................................36
Figura 14: Etapas da confecção dos corpos de prova de desempenho Térmico.......................37
Figura 15: Desmoldagem: desmontagem do molde e retirada do material de revestimento....38
Figura 16: Aplicação da espuma de poliuretano petroquímico para confecção de corpo de
prova para ensaio de desempenho térmico...............................................................................39
Figura 17: Corte das lãs de vidro e de rocha ............................................................................39
Figura 18: Corpos de Prova para ensaio de Desempenho térmico: Compósito 15% (a);
Compósito 10% (b); Compósito 20% (c); Poliuretano de Petróleo (d); Poliuretano de Mamona
(e); Lã de Rocha (f); Lã de vidro(g) .........................................................................................40
Figura 19: Bancada de Fabricação de Termopares - LTC: (a) Fonte ajustável; (b) Banco de
capacitores; (c) Ferramenta de solda; (d) Microscópio; (e) Termopares; (f) Tubulação de gás.
Fonte: Costa (2004) ..................................................................................................................41
Figura 20: Distribuição dos termopares nas Câmaras de desempenho ....................................42
Figura 21: Corpos de prova sendo ensaiados quanto a resistência ao calor.............................45
iv
Figura 22: Superfície de contatado queimada dos corpos de prova após atingirem a
temperatura limite de resistência ao calor. ...............................................................................46
Figura 23: Curvas de desempenho dos isolantes convencionais sob placa de aço obtidas a
partir da câmara de análise de Desempenho Térmico. .............................................................48
Figura 24: Esquema da taxa de transferência de calor do sistema MEIO–PLACA–Material
Isolante .....................................................................................................................................48
Figura 25: Curvas de desempenho dos isolantes convencionais sob forro de MDF................49
Figura 26: Curvas de desempenho dos isolantes convencionais para temperaturas no interior
da câmara de desempenho térmico...........................................................................................50
Figura 27: Curvas de aquecimento para temperaturas na face inferior interna da câmara (piso)
de desempenho térmico ............................................................................................................51
Figura 28: Curvas de desempenho dos compósitos sob placa de aço obtidas a partir da câmara
de análise de Desempenhos Térmicos......................................................................................52
Figura 29: Curvas de desempenho dos isolantes convencionais sob forro de MDF................53
Figura 30: Curvas de desempenho dos compósitos para temperaturas no interior da câmara de
desempenho térmico.................................................................................................................54
Figura 31: Curvas de aquecimento para temperaturas na face inferior interna da câmara (piso)
de desempenho térmico ............................................................................................................54
Figura 32: Gráfico comparativo entre a lã de rocha e o compósito a 20% em massa de
vermiculita................................................................................................................................55
v
LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Fluxo de calor da cobertura para o ambiente e temperatura da superfície para
emissividades............................................................................................................................17
Tabela 2: Produção de PU na América Latina 1998 – 2008 (1000t)........................................19
Tabela 3: Composição Típica do Óleo de Mamona .................................................................20
Tabela 4: Capacidade de Troca Catiônica dos argilos minerais...............................................26
Tabela 5: Especificações da Resina Respan.............................................................................29
Tabela 6: Resultados de análise química por FRX de amostras de vermiculita de Santa Luzia
..................................................................................................................................................31
Tabela 7: Massa e percentual retido de vermiculita em peneiras da serie Normal da
granulometria............................................................................................................................32
Tabela 8: Proporção em massa dos componentes dos corpos de prova – Desempenho Térmico
..................................................................................................................................................37
Tabela 9: Valores de propriedades térmicas dos materiais ......................................................43
Tabela 10: Massa específica dos compostos. Corpos de prova após medição de propriedades
térmicas.....................................................................................................................................44
Tabela 11: Média das temperaturas máximas de uso para os materiais compósitos e matriz
sem carga..................................................................................................................................46
Tabela 12: Valor e volume preenchido por um quilo de material compósito ..........................56
Tabela 13: Aumento proporcional de custos e de volume preenchido dos compósitos...........56
vi
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ASHRAE
American Society of Heating Refrigerating and Air Conditioning Engineers
ASTM
American Society for Testing Materials
CEFET-RN
Centro Federal de Educação Tecnológica do Rio Grande do Norte
CO
2
Dióxido de Carbono
CTC
Capacidade de Troca Catiônica
CTR
Carga Térmica Radiante
DMTA
Análise Térmica Dinâmico Mecânica
DSC
Calorimetria Exploratória Diferencial
DTA
Análise Térmica Diferencial
DTG
Diferencial Termogavimétrica
EPS
Poliestireno expandido
FRX
Florescência de Raio X
GEMMA
Grupo de Pesquisa em Geologia Marinha e Monitoramento Ambiental
IDEC
Institudo Brasileiro de Defesa do Consumidor
INPI
Instituto Nacional de Produção Intelectual
IQSC
Instituto de Química de São Carlos
ITGU
Índices de Temperatura de Globo de Umidade
LTC
Laboratório de Transferência de Calor
MDF
Medium Density Fiber
NaOH
Hidróxido de Sódio
NCO
Isocianato
NIT
Núcleo de Incubação Tecnológica
OH
Grupo Hidroxila
PE
Polietileno
PET
Poli (tereftalato de etileno)
PP
Polipropileno
PROQUINOR
Produtos Químicos do Nordeste LTDA.
OS
Poliestireno
PU
Poliuretano
PVC
Poli (Cloreto de vinila)
SIGAA
Sistema Integrado de Gestão de Atividades Acadêmicas
TG
Análise Termogravimétrica
UFRN
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
USP
Universidade de São Paulo
vii
LISTA DE SÍMBOLOS
A
Área (m²)
C
Capacidade Calorífica (j/m³.K)
c
p
Calor especifico ( j/Kg.K)
D
Espessura do corpo de prova (m)
K
Condutividade Térmica (w/m.K)
L
Comprimento do corpo de prova (m)
q
k
Taxa de transferência de Calor ( j)
S(x)
Desvio padrão da variável “x”
T
Temperatura (K)
t
m
Temperatura média (K)
ά
Difusividade térmica (m²/s)
ρ
Massa especifica (g/cm³)
viii
RESUMO
BORGES, Jacques Cousteau da Silva (2009). Compósito de poliuretano de mamona e de
vermiculita para isolação térmica. Natal, 2009. 78p. Dissertação (mestrado) Programa de
Pós-graduação em Engenharia Mecânica, Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
Apresentam-se nesta pesquisa os resultados experimentais obtidos da análise de desempenho
térmico do material compósito confeccionado a partir de uma matriz vegetal de poliuretano
derivado do óleo de mamona e carga do argilo-mineral denominado vermiculita expandida.
Corpos de provas nas proporções em massa de 10%, 15% e 20% foram fabricados para
determinação das propriedades rmicas: condutividade (k), difusividade (ά) e capacidade
calorífica (C), para efeito de comparação, também foram realizadas as medições de
propriedades do poliuretano de mamona sem carga e também do poliuretano de petróleo (PU),
Ambos empregados em isolamento térmico. Placas de 0,25 dos materiais analisados
foram fabricadas para uso como material de isolação em uma câmara de desempenho térmico
de cobertura. Termopares foram distribuídos na superfície da cobertura, no interior dos
materiais e no interior da câmara de teste e esta, por sua vez, foi submetida a aquecimento
artificial, constituído por um banco de lâmpadas incandescentes de 3000 w. Os resultados
obtidos com os materiais compósitos foram comparados com dados obtidos em ensaios
idênticos realizados com a câmara isolada com: (a) poliuretano de petróleo (PU); (b)
poliuretano de óleo de mamona; (c) de vidro; (d) de rocha. Testes de resistência ao calor
foram realizados com esses compósitos, obtendo temperaturas limites de uso na faixa de
100ºC a 130 ºC. Com base na análise dos resultados de desempenho e propriedades térmicas,
foi possível concluir que os compósitos de poliuretano de mamona com carga de vermiculita
expandida apresentam comportamentos muito próximos daqueles exibidos pelos materiais de
isolação comerciais.
Palavras-Chave: Isolação térmica; Poliuretano de mamona; Vermiculita
ix
ABSTRACT
BORGES, Jacques Cousteau da Silva (2009). Composite polyurethane of mamona and
vermiculite for thermal insulation. Natal, 2009. 78p. Dissertation (Masters) Programa de
Pós-graduação em Engenharia Mecânica, Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
They are in this study the experimental results of the analysis of thermal performance of
composite material made from a plant matrix of polyurethane derived from castor oil of
kernel of mamona (COF) and loading of clay-mineral called vermiculite expanded. Bodies of
evidence in the proportions in weight of 10%, 15% and 20% were made to determine the
thermal properties: conductivity (k), diffusivity (ά) and heat capacity (C), for purposes of
comparison, the measurements were also performed the properties of polyurethane of castor
without charge and also the oil polyurethane (PU), both already used in thermal insulation.
Plates of 0.25 meters of material analyzed were manufactured for use as insulation material in
a chamber performance thermal coverage. Thermocouples were distributed on the surface of
the cover, and inside the material inside the test chamber and this in turn was subjected to
artificial heating, consisting of a bank of incandescent lamps of 3000 w. The results obtained
with the composite materials were compared with data from similar tests conducted with the
camera alone with: (a) of oil PU, (b) of COF (c) glass wool, (d ) of rock wool. The heat
resistance tests were performed with these composites, obtaining temperature limits for use in
the range of 100 º C to 130 º C. Based on the analysis of the results of performance and
thermal properties, it was possible to conclude that the COF composites with load of
expanded vermiculite present behavior very close to those exhibited by commercial insulation
material.
Key-Words: Thermal insulation; Castor oil foam; Vermiculite
1
1 - INTRODUÇÃO
Com o aumento da preocupação mundial com o meio ambiente, a utilização de
recursos materiais renováveis, os quais não agridem o meio ambiente e representam uma
fonte alternativa de grande potencial econômico, tornou-se vital para a sobrevivência das
grandes indústrias em um mercado globalizado e competitivo (SILVA, 2003b).
Dentre os ramos da atividade humana, o setor da construção civil é um dos que mais
exige recursos e esforços de nosso planeta. Segundo a Agenda 21 para a Construção
Sustentável, nos países industrializados a construção consome cerca de 50% dos recursos
naturais, produzindo 50% dos resíduos, absorvendo 40% da energia, e produzindo cerca de
30% das emissões de CO
2
. as edificações são responsáveis por 42% do consumo de
energia elétrica, sendo a maior parte devido aos sistemas mecânicos de climatização utilizados
para reduzir os efeitos da carga térmica solar, principalmente em regiões de baixa latitude,
que é o caso do nordeste brasileiro, onde cerca de 70% da carga térmica em habitações
provêm da radiação solar incidente sobre coberturas (HENRIQUES, 2007 E MASCARO et
al, 1988)
Porém, é bastante comum encontrarmos materiais sintéticos ou derivados do petróleo
sendo empregados em obras de construção civil, seja como componente de execução da obra,
a exemplo das fôrmas para colunas e coberturas, escoras, cercas plásticas de isolamento e
proteção, seja como materiais permanentes, a exemplo das caixas d’água, dos tubos de PVC
ou dos isolantes térmicos, sendo este último item o objeto de estudo desse trabalho.
Os isolantes térmicos mais comuns são as fibras sintéticas de vidro e a lã de rocha,
como também o tecido de amianto base de fibra mineral), poliuretano (PU à base de
poliol) e PVC (Policloreto de Vinila), sendo a maior parte do emprego desses isolantes na
cobertura da estrutura. A principal finalidade desses materiais é economizar energia através da
diminuição do processo de transferência de calor no ambiente construído.
Os primeiros estudos brasileiros sobre essa transferência de calor e sua relação com
conforto térmico, datam de meados de 1930 com os precursores Paulo e Benjamin Alves
Ribeiro, que procuram adaptar padrões internacionais, voltados para o clima europeu e norte-
americano, à realidade brasileira. Os pesquisadores buscavam estabelecer uma relação entre a
sensação individual de conforto térmico e os índices obtidos pelos métodos utilizados na
época (OLIVEIRA, 2003).
2
A ASHRAE define o conforto térmico como sendo “um estado de espírito que reflete a
satisfação com o ambiente térmico que envolve o usuário”. Na busca pelo conforto térmico
em edificações, é cada vez maior a utilização de aparelhos e equipamentos de refrigeração e
climatização que demandam um alto consumo energético (BEZERRA, 2003).
Mediante o exposto, constata-se que a isolação rmica de cobertura e estruturas é item
essencial para um conforto térmico no interior das habitações. Mas como a maior parte dos
isolantes convencionais são de natureza não-renovável, existe uma necessidade eminente da
obtenção de materiais biodegradáveis ou de natureza renovável que isolem tão bem (ou
melhor) que os isolantes convencionais.
O presente estudo se encaixa bem nessa tendência, pois faz uso de recursos
renováveis, e outros provenientes da natureza para formação de um material compósito
aplicado ao isolamento térmico constituído de uma matriz de resina termoplástica de origem
vegetal e um agregado do argilo-mineral conhecido como vermiculita expandida.
Tal mineral movimenta uma produção voltada principalmente para o mercado nacional
com ampla aplicação como isolante térmico e acústico, embora apenas um pouco mais de
12% dessa produção tenha sido de vermiculita expandida e, que vem sendo empregada na
indústria de concreto leve, argamassa de reboco, argamassa termoisolante e também na
agricultura (CAVALCANTI, 2001).
Com uma grande capacidade de isolamento térmico, a vermiculita expandida contribui
com melhorias nas propriedades térmicas da matriz polimérica de poliuretano derivado de
óleo de mamona. Diante disso, são traçados os objetivos principais desta pesquisa:
Desenvolver novo material para isolação térmica, com eficiência comparável a
dos isolantes comerciais;
Analisar propriedades térmicas e o desempenho térmico do novo material.
E os objetivos específicos, que complementam as etapas da pesquisa:
Fabricar corpos de prova com diferentes proporções de carga em massa (10%,
15% e 20%)
Realizar medições de propriedades térmicas;
Realizar ensaios de desempenho térmico dos compósitos e comparar com
materiais de isolação térmica comerciais;
3
Realizar ensaio de resistência ao calor;
Realizar análise de custos do compósito.
Dessa forma, foram aqui analisadas as propriedades térmicas e o desempenho térmico
desse compósito termoisolante, fruto de pesquisas desenvolvidas no Programa de Pós-
Graduação em Engenharia Mecânica (PPGEM), do Centro de Tecnologia (CT) da
Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).
Os resultados obtidos na presente pesquisa, através da análise comparativa de
desempenho térmico, de propriedades térmicas em relação a materiais convencionais, os
credenciam como uma alternativa para a isolação térmica de coberturas, estruturas e sistemas.
4
2 - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA E FUNDAMENTAÇÃO
TEÓRICA
São apresentados conceitos sobre os temas desenvolvidos na pesquisa e discutidos
trabalhos atinentes aos temas. Após uma breve discussão sobre a importância da isolação
térmica, são definidas as propriedades térmicas que serão aqui analisadas. Logo após, serão
apresentados os mais diferentes isolantes térmicos naturais, sintéticos e minerais, bem como
os recentes trabalhos e pesquisas desenvolvidos sobre tais isolantes. Diferentes formas e
resultados de análises de desempenho térmico o descritas ao longo do próximo subtópico.
As resinas poliuretanos são apresentadas logo em seguida, descrevendo em detalhes o
processo de obtenção do poliuretano derivado do óleo de mamona. Após um levanto das
pesquisas desenvolvidas sobre essa resina encerra-se a revisão de literatura com a
apresentação das principais característica e aplicações do argilo-mineral vermiculita em
sistemas de isolamento e demais aplicações.
2.1 ISOLAÇÃO TÉRMICA
Nos dias atuais, a palavra “energia” vem possuindo um sentido novo, um pouco
diferente do utilizado algumas décadas, pois nunca o setor industrial se preocupou tanto
com o “desperdício de energia”. Este sentimento é partilhado pelos mais diversos setores da
sociedade, que passam a exigir uma utilização racional da energia, buscando meios de evitar
perdas ou formas de transferência energética com a máxima eficiência.
Quando se pensa em energia, rapidamente surge a idéia de eletricidade. Embora seja
elemento fundamental, a eletricidade não é a única forma de energia útil para a sociedade.
Eletricidade e calor se relacionavam em experimentos que envolviam o calor produzido
pela corrente elétrica, desenvolvidos por James P. Joule em 1840. O mesmo Joule, em 1847
mostrou que o calor é também uma forma de energia (enunciando a 1º Lei da termodinâmica)
(COVOLAN, 2003).
Isso significa que um sistema que perde calor para o meio em sua volta, está perdendo
energia. Para evitar essas perdas de calor é necessária a utilização de materiais adequados,
5
com boas propriedades físicas, diretamente relacionadas com mudanças de temperatura
(SANTOS, 2004).
Sendo assim, a principal finalidade do isolamento térmico é reduzir ao máximo as
trocas térmicas indesejáveis, procurando manter constante a temperatura de um dado
ambiente fechado.
Um bom isolamento térmico é definido, entre outros fatores, pelo material empregado
no revestimento interno e/ou externo do ambiente que se deseja isolar. Este material é
conhecido como isolante térmico, que será discutido nos tópicos a seguir.
2.2 PROPRIEDADES TÉRMICAS
As propriedades térmicas relevantes a esta pesquisa são a condutividade térmica, a
capacidade calorífica e a difusividade térmica. Todas tratadas em detalhes a seguir. Essas
propriedades são de extrema importância para caracterizar termicamente um material,
definindo-o como bom ou mal isolante.
2.2.1 Condutividade Térmica
A condutividade Térmica (k) é uma propriedade que quantifica o fluxo de calor sobre
um dado material, em função de seu gradiente de temperatura, sendo um dos parâmetros mais
importantes para o estudo da transferência de calor.
O valor numérico da condutividade pode ser alterado devido a vários fatores. Os
autores Ito (2003) e Neira e Marinho (2005) citam entre tais fatores os seguintes: composição
química, conteúdo de matéria fluida, estrutura física, estado, densidade, temperatura,
umidade, emissividade da superfície, pressão, dimensão e localização dos poros.
Quando se pretende minimizar as perdas de calor, é exigido um material que possua
baixos valores de condutividade térmica, esse material é definido como um bom isolante
térmico. Por outro lado, quando se deseja que grandes quantidades de calor sejam transferidas
entre dois meios, se aplicam materiais com condutividade térmica alta. Estes são os bons
condutores de calor. O valor ideal da condutividade térmica está diretamente relacionado com
a natureza de sua aplicação (SANTOS, 2004).
A condutividade térmica em uma transferência de calor unidimensional pode ser
definida através da Lei de Fourier-Biot, dada pela equação 01:
6
dX
dT
KAq
K
=
Onde: K= condutividade Térmica
q
K
= taxa de transferência de calor (W)
A = área da secção transversal, normal a direção do fluxo de calor (m²)
dT/dX = gradiente de temperatura (K/m)
2.2.2 Capacidade Calorífica
A capacidade calorífica (C) é definida como sendo o produto da massa (m) pelo calor
especifico (c
p
). Lembrando que a massa de dado material pode ser definida como sendo o
produto da massa especifica (ρ) pelo volume. Dessa forma é possível definir a Capacidade
calorífica a partir do volume, sendo conhecidos o valores da massa especifica e do calor
especifico de um dado material.
O calor específico de uma substância é a quantidade de energia térmica (J) necessária
para elevar a temperatura de um corpo em um grau Celsius por unidade de massa, no caso o
grama.
2.2.3 Difusividade Térmica
A difusividade térmica (α) é uma medida da rapidez com a qual o calor se propaga
através de um material. A difusividade térmica mede a relação entre a capacidade de o
material conduzir energia térmica e a sua capacidade em acumular energia térmica.
Materiais com difusividade grande respondem rapidamente às variações do ambiente
térmico, em outras palavras, uma alta difusividade implica em um aquecimento mais rápido e
uma homogeneização do gradiente de temperatura sob o material também mais pido,
quando comparado a um corpo com baixa difusividade. (ANDRADE, 2004a).
A difusividade pode ser quantificada através da relação das propriedades térmicas já
mencionadas. Assim a difusividade é dada pela razão da condutividade e da capacidade
calorífica (equação 2).
ρ
α
=
P
c
k
(1)
(2)
7
2.3 ISOLANTES TÉRMICOS
Os bons isolantes são em geral, porosos, para que assim camadas de ar fiquem pressas
em seu interior. A maior parte da transferência de calor é feita por condução, mas radiação e
convecção ainda são atuantes, mas com valores muitas vezes desprezíveis. (CHAGAS, 2007)
Chagas (2007) ainda lista algumas propriedades de um bom isolante térmico, tais como:
coeficiente de transferência de calor de acordo com o custo do isolamento;
boa impermeabilidade à água e umidade;
um baixo coeficiente de expansão térmica;
pouca variação da condutividade térmica devida à utilização;
baixa densidade; especialmente para isolamento do piso e do teto,
E completa Torreira (1980) apud Neira e Marinho (2005),
Baixa condutividade térmica;
Boa resistência mecânica;
Baixa massa especifica;
Baixa difusividade térmica;
Alto calor especifico;
Resistência à combustão;
Estabilidades química e física;
No mercado existe uma enorme quantidade de materiais classificados como isolantes
térmicos. A utilização de cada um deles dependerá de cada aplicação, com especificidades
que vão deste ao gradiente de temperatura empregado até o próprio clima da região, por isso
deve-se analisar com cuidado as características do material antes de utilizá-lo.
8
2.3.1 Isolantes Naturais
De acordo com Neira e Marinho (2005), As fibras naturais vegetais estão sendo
amplamente empregadas no isolamento térmico, que apresentam uma estrutura com,
normalmente, inúmeros espaços vazios, o que reduz a condutividade térmica da fibra,
melhorando o seu emprego como isolante.
Segundo Morassi (1994), as fibras podem ser classificadas conforme a sua origem na
natureza. Dessa forma, existem as fibras de semente (algodão), de folhas (sisal, curauá), as de
caule (juta, linho), de fruto (coco) e as fibras de raiz (zacatão).
Essas fibras apresentam enorme vantagem em relação às comumente utilizadas fibras
sintéticas, Salazar (2006) coloca como vantagens das fibras naturais em comparação às
sintéticas a sua densidade e abrasividade baixas, consumo de energia e custos baixos,
atoxidade, biodegradável, reciclável, altas propriedades de resistência mecânica específica,
geração de empregos rurais e excelentes propriedades termoacústicas.
Além dessas, Silva (2003b) descreve como vantagem das fibras naturais o fato destas
serem abundantes e de rápida renovação. Também descreve algumas das desvantagens das
fibras naturais. São elas a não uniformidade de propriedades que estão diretamente ligadas à
origem das fibras, da região de plantio e da habilidade manual durante a colheita. Assim como
a alta absorção de umidade da fibra, que pode ocasionar em inchaço destas após a aplicação
como isolante.
Entre as pesquisas recentes de isolantes térmicos naturais, encontra-se em diversos
trabalhos a fibra de Sisal (Agave sisalana), que pode ser aplicada como isolante em sua forma
in natura, ou como fibra em um material composto, atuando como reforço mecânico.
Amaral et al. (2004), fizeram uso de mantas de sisal em um sistema frio”, onde estes
analisaram o desempenho da manta de sisal como isolante em tubulações de sistemas de
climatização/refrigeração, quantificando a eficiência dessa fibra.
Neira e Marinho (2005) utilizaram mantas de sisal in natura e também com tratamento
de hidróxido se sódio (NaOH) como isolante térmico de tubulações de fluidos aquecidos, e
puderam concluir que as mantas podem ser empregadas como isolante térmico em aplicações
onde a temperatura não ultrapasse 112°C.
Stancato (2006) adicionou o sisal e outros agregados poliméricos a uma argamassa
cimentícia, na produção de blocos vazados. A caracterização do compósito foi baseada nos
ensaios de argamassas de acordo com as normas da ABNT. Dentre outras variáveis,
9
determinou-se a condutividade térmica pelo método fluximétrico. Segundo Stancato (2006),
os resultados de resistência e absorção indicaram que a utilização do sisal como agregado
vegetal é adequada ao atendimento às normas específicas para os blocos vazados de vedação.
Silva (2003b) utilizou uma resina poliuretano derivada do óleo de mamona e fibras de
sisal e coco como reforço, confeccionado corpos de prova a partir do método de prensagem, e
realizando a caracterização através de ensaios de tração, flexão, impacto, DMTA e outros.
Nestes ensaios foram avaliados os efeitos da aplicação das fibras em diferentes formas, como
fibras curtas, fibras longas, tecidos e fios contínuos, bem como o efeito do tratamento de
NaOH nessas fibras.
O poliuretano derivado do óleo de mamona também foi utilizado por Mote Araújo
(2004), que realizaram a caracterização térmica de um compósito constituído pela resina e
fibras de curauá em diferentes proporções.
O coco também é empregado como isolante térmico natural. Além de Silva (2003b),
outros autores utilizam esta propriedade do coco em isolamento. Passos (2005) utilizou as
fibras de coco em matriz de papel reciclado para a confecção de telhas, que receberam a
denominação de telhas ecológicas. Santos e Sydenstricker (2006b) empregaram as fibras de
coco no compósito polipropileno/coco, a partir de um compósito comercial PP / 20% fibra de
vidro, foram analisados os efeitos da adição de fibras de coco de diferentes comprimentos e
tratadas com distintas concentrações de solução NaOH.
Silva, et al. (2004a) conseguiram reduzir a condutividade térmica de tijolos solo-
cimento ao utilizarem o da fibra da casca de coco como agregado na composição desses
tijolos. Os tijolos foram fabricados na concentração de 6% em com relação ao cimento. O
coco também foi utilizado por Ferreira e Marinho (2004) em um composto latex/coco, a ser
aplicado em isolamento térmico de coberturas e ensaiado em câmaras de desempenho
térmico, sujeitas a fonte de radiação térmica controlada. Costa et al (2004b;) aplicaram a
casca de coco in natura para o isolamento térmico de coberturas, utilizando a mesma câmara
de testes, obtendo isolamento satisfatório, para uma manta de 3 mm de espessura.
Rossi et al. (2005) confeccionaram placas com argamassa de cimento, areia e cascas
de arroz, em diferentes proporções, e constataram que o composto com casca de arroz se
mostrou um bom isolante térmico, ao ser empregado como piso em viveiros.
Diversos materiais também podem ser empregados como isolantes térmicos na forma
in natura, e sem a necessidade de tratamento, que muitos desses materiais apresentam uma
baixa condutividadermica. Muitos autores se dedicam a determinação dos valores não
apenas da condutividade, mas também de outras propriedades térmicas dos mais diferentes
10
produtos extraídos diretamente da natureza. É o caso de Rossi et al. (1982) que determinou as
propriedades térmicas de castanha de cajú e raspa de mandioca e Andrade et al. (2004a) que
encontrou os valores de condutividade térmica, calor específico e difusividade térmica do
milho em função do teor de água do produto. Ambos verificaram os valores de propriedades
térmicas, permitindo a aplicação destes como isolantes térmicos.
De forma análoga, Ito (2003) desenvolveu formas de medir os valores de
condutividade e difusividade térmica dos grãos de soja, através de um sistema térmico de
medição constituído por cilindros concêntricos e entre os quais é colocada a amostra de soja
inteira. A fonte de calor é colocada em seu eixo central, e os valores das propriedades são
obtidos a partir da Lei de Fourier (em regime) e através da solução numérica da Lei de
Fourier (Estado Transitório).
Segundo Santos e Nascimento Filho (2002b), vários outros materiais naturais secos
como o algodão, a palha de milho, a casca de arroz, bagaço de cana, capim e o sisal podem ser
utilizados para isolamento de alguns de coletores solares. Os autores destacam que todos esses
materiais podem ser encontrados no meio rural, de forma bastante acessível.
Um outro isolante natural é a cortiça, que de acordo com Eires (2005), casca da planta
Quercus Suber L, vulgo sobreiro, é secularmente conhecida pela sua reduzida densidade,
elasticidade, compressibilidade, impermeabilidade e eficiência como isolante térmico,
acústico e vibrátil. O resíduo de cortiça é um produto resultante da aglutinação de granulado
de cortiça, subproduto resultante do fabrico de produtos de cortiça, com substâncias diversas,
como borracha, plástico, asfalto, cimento, gesso, caseína, resinas naturais e sintéticas, colas e
químicos. Em função disto, desenvolveu um novo material utilizando resíduos de cortiça e de
papel, a serem empregados na construção civil.
De forma semelhante, Heitor (2001) desenvolve placas de aglomerados de cortiça,
com o objetivo de melhorar o isolamento térmico e acústico, e reduzir os efeitos vibracionais
sobre determinadas estruturas, para comprovar a sua viabilidade. Para isso, comparou o
desempenho térmico da cortiça com placas de Lã de Rocha e Poliestireno.
Morais (2004) ainda coloca a utilização de coberturas verdes (espécies de jardins sobre
o telhado dos edifícios) como uma forma de isolamento térmico, melhorando o conforto no
ambiente construído. Este tipo de cobertura foi por ela avaliada na cidade de São Carlos-SP,
tendo um bom resultado como isolante térmico, melhorando os índices de conforto dos
ambientes abaixo das cobertas.
11
2.3.2 Isolantes Sintéticos
Além dos isolantes naturais, existe uma série de materiais poliméricos aplicados ao
isolamento térmico, conhecidos também como isolantes sintéticos. Os polímeros são
classificados como termoplásticos (plásticos), termofixos, borrachas e fibras. O termo plástico
vem do grego, plastikus, que significa material adequado à moldagem. São exemplos de
termoplásticos o PE, o PP, o PET, o PVC e o poliestireno (PS). Os termoplásticos são
moldáveis a quente e possuem baixa densidade, são resistentes ao impacto, possuem baixo
custo e também são bons como isolantes térmicos e elétricos (SPINACÉ, 2005).
O poliestireno expandido (EPS) é o isolante térmico sintético mais utilizado
comercialmente. Também conhecido como isopor, o EPS é empregado tanto em sistemas de
refrigeração como em sistemas trocadores de calor, isolando parte dos componentes.
No Brasil, o consumo de EPS (isopor), variou de 9 mil toneladas em 1992 para 36,5 mil
no ano de 2004, um aumento de quase 300% (MEDEIROS, 2004).
A maior parte do consumo é devida às atividades do setor da construção civil, no qual o
isopor vêm sendo amplamente empregado como agregado ao concreto, a lajes e a outros
sistemas construtivos, com a intenção de melhorar o desempenho térmico das estruturas,
isolando pisos, tetos e paredes.
Bezerra et al. (2003) realizaram uma análise experimental do desempenho térmico de
sistema construtivo (parede) fabricado com blocos de concreto leve com EPS como agregado
graúdo, além de ensaio mecânico. Comparando os resultados com o bloco de concreto
comum, o composto se mostrou melhor em termos de desempenho térmico.
Costa et al. (2004a) analisaram o desempenho térmico de um sistema para
armazenamento de água aquecida, construído com blocos de concreto leve (cimento Portland,
areia e flocos de EPS). Os reservatórios foram preenchidos com água (60 ºC). E seu
resfriamento foi monitorado por termômetros digitais. O bloco concreto+EPS se mostrou
melhor que o bloco convencional.
De forma semelhante, Medeiros et al. (2004) utilizaram embalagens de alimentos de
EPS pós-consumos como isolante térmico de coberturas. Para isso, foram confeccionadas
placas, (reciclando o material que iria ao lixo), que foram ensaiadas em câmaras de testes sob
fonte de radiação térmica artificial. Os ensaios reafirmaram o bom desempenho do EPS.
12
2.3.3 Isolantes Minerais
Os isolantes minerais, como o próprio nome sugere são materiais de origem mineral.
Entre os principais isolantes minerais podemos citar a de vidro, altamente empregado no
ramo da construção civil. Este isolante é comercializado na forma de mantas, e possui um
grande uso no isolamento de ambientes.
Um outro isolante mineral, que causa muita polêmica é o amianto. De acordo com
Martines (2008), o amianto, também chamado de asbesto, é uma fibra mineral natural
pertencente ao grupo dos silicatos cristalinos hidratados. A palavra asbestos vem do grego e
quer dizer "incombustível". amianto é latina (amianthus) e significa "incorruptível". As
duas expressões são sinônimas, porém, nos países de línguas neolatinas, entre eles o Brasil o
termo amianto é mais empregado.
Ainda segunda Martines (2008), o amianto foi amplamente utilizado nas décadas de
40 e 50, na América do Norte, na Europa, na Austrália e no Japão, como isolante térmico e
elemento de proteção contra o fogo. Sua aplicação era feita por jateamento de fibras e de
amianto em estruturas metálicas, em caldeiras, geradores, vagões e cabinas de navios e trens,
com o objetivo de proteger os passageiros e instalações de um eventual incêndio. Dessa
forma, os trabalhadores eram expostos no processo a grandes quantidades de fibras em
suspensão. Por esse e outros motivos o jateamento foi sendo progressivamente proibido em
muitos países e hoje é praticamente inexistente.
Apesar de unir propriedades como um bom isolamento térmico, resistência mecânica e
resistência à abrasão, a utilização do amianto vem sendo banida nos em vários países devido à
sua toxicidade. Crespim (2007) cita que se tem atribuído a ele doenças pulmonares como
asbestose, câncer de pulmão e mesotelioma à exposição aos diferentes tipos de amianto.
Giannasi (2002) destaca também as lutas travadas no Brasil para o banimento do
amianto e para o reconhecimento da existência das doenças e das vítimas, que foram direta ou
indiretamente, ocupacional, paraocupacional ou ambientalmente expostas. No Brasil, desde
2001, o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (IDEC) juntamente aos Ministérios do
Trabalho e da Saúde vêm trabalhando para banir o uso do amianto.
Por isso, varias pesquisas vêm sendo feitas para reduzir os efeitos ou substituir o
amianto em suas aplicações. Como o trabalho de Crespim (2007), que sugere a substituição
do amianto por um silicato de alumínio hidratado (SA) e pela grafite expansível (GE), em um
compósito de poliuretano e amianto, utilizado no revestimento interno de paredes de motor-
13
foguete, conferindo proteção térmica e garantindo a adesão entre o propelente e as paredes do
motor.
Um outro isolante térmico mineral-fibroso que possui potencialidade de substituir o
amianto em muitas aplicações, segundo Schiavon (2007), é o Basalto, apesar de na forma de
fibras o basalto ainda é ser pouco empregado. Os basaltos são rochas vulcânicas abundantes
no planeta originadas de extensos derrames de lava em muitas regiões. Pertencem à categoria
das rochas ígneas, que são formadas devido ao resfriamento e conseqüente solidificação do
magma.
Schiavon (2007) também realizou caracterizações térmicas e morfológicas de fibras de
Basalto, e concluiu que estas fibras apresentaram excelente estabilidade térmica, resultando
em alterações de massa menor que 1% sob aquecimento até a temperatura de 1000 °C,
demonstrando assim a viabilidade da aplicação do basalto como isolante térmico na forma de
fibras.
A partir da fusão da rocha de origem basáltica, de acordo com Mendes (2004), é
obtida a de rocha, isolante térmico amplamente empregado sob a forma de mantas em
forros de coberturas na construção civil. A lã de rocha é tão empregada no isolamento térmico
quanto à lã de vidro, os valores das propriedades térmicas de ambos são bem semelhantes.
Mas não apenas na construção civil que a é empregada, Garcia (2004) utilizou em
sua pesquisa de rocha para o isolamento térmico de forno elétrico tubular com potência de
2,5 kVA, dimensionando para fornecer uma temperatura máxima de 1200 ºC na parte central
do tubo. Este forno é destinado ao tratamento térmico de amostras de metais, bem como ao
uso laboratorial em estudos de transferência de calor.
Purificação et al (2003) utilizaram de uma câmara de desempenho térmico para
realizar análises do desempenho térmico de seixos com diâmetro médio de 0,015 m
empregados com isolante de coberturas, e puderam realizar constatações experimentais de
uma redução de 16% no valor da temperatura da base da câmara de analise de desempenho
térmico, 15% na temperatura do ar no interior e 18% na parte interna da cobertura da câmara.
2.4 ANÁLISES DE DESEMPENHO TÉRMICO
O isolamento térmico não é aplicado apenas nos processos industriais e
armazenamento e/ou transporte de produtos e substâncias. O isolamento térmico é de extrema
importância para garantir determinado nível de conforto térmico em ambientes e estruturas,
14
sendo necessário o isolamento térmico de paredes e coberturas. Lembrando que cada tipo de
ambiente necessita de um isolamento térmico que possa se adequar às suas necessidades
particulares. Por isso a necessidade de análises de desempenho térmico a partir de protótipos
experimentais, auxiliados em alguns casos por simulações, verificando assim a eficiência real
do material isolante.
Segundo Oliveira (2003), os primeiros estudos sobre conforto térmico no Brasil,
datam de meados de 1930 com os pesquisadores Paulo e Benjamin Alves Ribeiro, que
procuraram adaptar métodos internacionais, voltados para o clima europeu e norte-americano,
à realidade brasileira. Os pesquisadores buscavam estabelecer uma relação entre a sensação
individual de conforto térmico e os índices obtidos pelos métodos utilizados na época,
principalmente em catatemperaturas e a temperatura efetiva.
Paulo desenvolveu as suas pesquisas na cidade do Rio de Janeiro. Ele buscou um
índice de conforto que satisfizesse seus habitantes, a partir da análise das condições climáticas
e das sensações térmicas. Foi baseado em seu trabalho que Benjamim Ribeiro iniciou seus
estudos em São Paulo, observando que o conforto térmico para os paulistas era bem diferente
dos índices obtidos no Rio de Janeiro (OLIVEIRA, 2003).
Ainda segundo Oliveira (2003), o primeiro a analisar o conforto térmico a partir de
protótipos com monitoramento de temperatura foi Ole Fanger (em 1970) que trabalhou com
estudantes em sua pesquisa, os “ensaiando” com câmaras climatizadas.
A ASHRAE define conforto térmico como sendo “um estado de espírito que reflete a
satisfação com o ambiente térmico que envolve o usuário” (Bezerra, 2003). Na busca pelo
conforto térmico em edificações, é cada vez maior a utilização de aparelhos e equipamentos
que demandam alto consumo energético. Segundo Lamberts et al. (1997), as edificações são
responsáveis por 42% do consumo de energia elétrica, sendo a maior parte devido aos
sistemas mecânicos de climatização utilizados para reduzir os efeitos da carga térmica solar.
Mascaro et al (1988) completa afirmando que em regiões de baixa latitude, que é o caso do
nordeste brasileiro, cerca de 70% da carga térmica em habitações provêm da radiação solar
incidente sobre coberturas.
Mediante o exposto, constata-se que a isolação térmica é item essencial para um
conforto térmico no interior das habitações. Pereira (2004) realizou uma pesquisa, em oito
cidades, com entidades ligadas ao setor da construção civil (75 ao todo), e constatou que
isolamentos térmicos e acústicos são considerados os fatores mais importantes no ato da
decisão da escolha de um imóvel.
15
A temperatura no interior das estruturas é dependente de diversas variáveis,
relacionadas com as propriedades térmicas das estruturas do ambiente, como paredes, janelas,
coberta, as condições climáticas de temperatura, umidade, direção e velocidade dos ventos, e
até mesmo de questões antropológicas, como o número de indivíduos em um ambiente, o
tempo de ocupação, dentre outros. Então, como avaliar o desempenho térmico?
Uma metodologia amplamente empregada em diversos trabalhos é a aferição da
temperatura no interior de ambientes. Sejam estes situações reais de usos, sejam protótipos em
laboratório. Como é o caso de Papst (1999), que em sua pesquisa de mestrado usou de
medições horárias de temperatura de bulbo seco em três edificações durante 9 meses,
objetivando verificar que o uso de inércia térmica em edificações na cidade de Florianópolis
SC. É uma importante estratégia bioclimática, que a cidade possui um verão quente e
úmido e freqüentes frentes frias.
Mas não apenas o homem sofre com o desconforto térmico. A criação de certos
animais é prejudicada quando certo nível de conforto térmico não é atingido. Em temperaturas
elevadas, um animal sofre de stress térmico, pois produz mais calor do que pode dissipar. Para
compensar este efeito, seu organismo passa a reduzir o consumo de alimentos e sua produção
necessariamente declina (BOND, 1954 apud Sevegnani, 1994).
Como exemplo Rossi (2005) cita em seu trabalho as temperaturas necessárias para um
bom desenvolvimento de aves e suínos: “os pintinhos precisam ser mantidos a temperatura
em torno de 35 °C na semana; 32 °C 2ª; 29 °C 3ª; 26 °C 4ª, e 23 °C na semana”, e
os “leitões devem ser mantidos a 26 °C nos primeiros dias de idade, descendo gradativamente
de 15,5 a 18,3 °C durante seu desenvolvimento”. Para conseguir, confeccionou placas
compósitas de argamassa e casca de arroz em diferentes proporções, com um elemento
resistivo em seu interior, para obter uma variação de temperatura controlada nesse ambiente.
Mas aquecer nem sempre é o problema. Em muitos casos é necessário evitar grandes
taxas de transferência de calor, principalmente devido à incidência da radiação solar sobre a
coberta, como já citado. Pensando nisso, Oliveira (2000) realizou um experimento com
frangos de corte, alojados em galpões distintos em diferentes densidades. Um grupo de
frangos ficou alojado em galpão convencional de criação, e outro grupo foi alojado em galpão
com isolamento térmico refletivo, conhecido como “foil” de alumínio sob a cobertura. O autor
constatou que desempenho das aves no ambiente com isolante térmico foi superior, que
aves tiveram um maior consumo de ração, maior ganho de peso, melhor conversão alimentar,
menor mortalidade e maior produção por área em comparação as aves alojadas sem
isolamento.
16
Kawabata (2003) realizou ensaio semelhante para abrigos individuais de bezerros,
traçando comparações entre a freqüência respiratória e temperatura retal dos bezerros em
relação aos índices de conforto térmico em abrigos expostos ao solo, cobertos com telhas de
cimento amianto e cobertos com telhas de cimento celuloso. Os abrigos sob cimento celuloso
apresentarem melhores índices de conforto, e os bezerros nessa situação apresentaram
melhores resultados fisiológicos.
Isolamentos térmicos baseados em reflexão da radiação solar incidente sob a coberta
são bastante empregados nas edificações e estruturas. O trabalho de Oliveira (2000) com
frangos de corte mostra a viabilidade desse tipo de isolamento. Daré (2005) avalia a utilização
desses isolantes tipo “foil”. Para isso, construiu uma câmara de ensaios com fazendo uso deste
material como subcobertura de um protótipo de cobertura composta de telhas cerâmicas,
submetidas a uma fonte de aquecimento artificial composta por duas lâmpadas de 150W
(figura 1).
Figura 1: Câmara de desempenho térmico. Fonte: Daré (2005)
Foram dispostos seis termopares no interior da câmara, conectados a um
microcontrolador, que registra as temperaturas a cada minuto. Os resultados mostraram que a
câmara com isolamento obteve uma eficiência média de 68,6% nos telhados com a
subcobertura refletiva em relação aos telhados sem coberturas (Daré, 2005).
Uma das características do isolamento refletivo é a emissividade do material isolante.
Vitoriano (2003) mostra em seu trabalho que apenas modificando a emissividade do material
isolante (forro da cobertura) é possível obter grandes variações na taxa de transferência de
calor entre a coberta e o ambiente (tabela 1). Muitas vezes, isso é possível apenas
modificando a cor da superficial do material, tanto na face superior como na inferior.
17
Tabela 1: Fluxo de calor da cobertura para o ambiente e temperatura da superfície para emissividades.
Fonte: Vitoriano (2003)
Índices de Temperatura de Globo e Umidade (ITGU) e da Carga Térmica Radiante
(CTR) foram medidos sobre abrigos com diferentes tipos de coberturas por Seveganani
(1994). Ele realizou medições para abrigos com diferentes tipos de telhas: telha cerâmica de
barro, telha de cimento-amianto, de zinco, de alumínio, de fibra de vidro e a telha térmica,
composta por duas telhas de alumínio com um “recheio” de poliuretano expandido.
Seveganani (1994) constatou a alta ineficiência da telha de fibra de vidro, que este é um
material translúcido, que permite a passagem de grande quantidade de cargas térmicas. Um
melhor conforto térmico foi atingido pelas telhas de barro, embora a telha térmica (Alumínio
+ Poliuretano) tenha atingido valores muito próximos a esta.
Análises de desempenho térmico de um compósito formado por matriz de látex (da
Hevea brasiliensis) e reforço de fibra do mesocarpo do coco foram feitas por Ferreira e
Marinho (2004), com objetivo de avaliar o uso do material composto em isolamento térmico
de coberturas. Para isso, os autores construíram uma câmara de ensaios
(0,50mx0,50mx0,50m), que simulava um ambiente construído, sendo a “coberta” da câmara
uma placa do material a ser ensaiado. Termopares foram distribuídos no interior da câmara e
conectados a um microcomputador, que registrou os valores de temperatura. puderam
constatar a eficiência térmica do material como isolante térmico de cobertura.
De acordo com Bezerra (2003), um sistema construtivo com elevada resistência
térmica (bem isolado termicamente) pode reduzir o fluxo de calor, e dessa formar reduzir
também o consumo de energia elétrica nas edificações. Ele cita que é possível reduzir em até
30% o consumo em edificações já construídas, e até em 50% em novas construções.
Isso significa que um isolamento térmico adequado não implica apenas em conforto
térmico, mas também em economia de energia, como também em preservação do meio
ambiente, que muitos dos materiais aqui referidos foram reaproveitados na confecção de
novos compostos, quando poderiam estar agredindo o meio ambiente, após seu uso.
18
2.5 RESINAS POLIURETANO
As resinas poliuretano (PU) foram desenvolvidas e patenteadas pelo químico Otto
Bayer, em 1937, embora as reações de formação dos uretanos foram pospostas bem antes por
WURTZ, em 1849. Sua comercialização teve inicio ainda nos anos 30. Na cada de 40, na
Alemanha e na Inglaterra foram originados os elastômeros de PU. Entretanto, durante o
período da Segunda Guerra Mundial o desenvolvimento das PU foi descontinuado, mas desde
1946 o seu mercado tem apresentado um crescimento enorme. Na década de 50 registrou-se o
grande desenvolvimento comercial dos PUs, como espumas flexíveis. Nos anos 80, o
crescimento de maior importância comercial foi a moldagem por injeção e reação (RIM),
dando ímpeto aos estudos das relações entre estrutura molecular e propriedades das PU
(SILVA, 2003A; SILVA, 2003B E SILVESTRE FILHO, 2001).
Silva (2003a) afirma que na América Latina, as aplicações das espumas flexíveis de
PU em colchões e estofados correspondem a 57 % da demanda total, enquanto que as
aplicações automotivas respondem por 10%, as espumas rígidas mobilizam a parcela de 16%
e são usadas principalmente em isolamento térmico 12% e na construção 4%.
Alves (2005) completa estes dados ao citar que desde os anos 90, o mercado latino
americano cresceu de 240 mil toneladas, para um consumo estimado em 600 mil toneladas em
2005, representando cerca de 6% do mercado mundial. É prevista uma taxa de crescimento de
4% ao ano, com um consumo de 720 mil toneladas, em 2008 (Tabela 2). Um dos fatores que
tem ajudado a impulsionar o crescimento do mercado, segundo Alves (2005) é a substituição
de outros materiais pelos PUs, como por exemplo, seu elevado nível de utilização nos
automóveis, adesivos e construção.
Ainda segundo Alves (2005), o PU ocupava, em 2005, a sexta posição entre os
plásticos mais vendidos no mundo, possuindo 5% do mercado de plásticos. Na América
Latina, o Brasil é o maior consumidor do PU, conforme a tabela 2.
19
Tabela 2: Produção de PU na América Latina 1998 – 2008 (1000t)
País 1998 2003 2008
México 131 156 191
Brasil 283 292 367
Argentina 55 34 36
Outros Países 109 110 129
Total
579 591 723
Fonte: Alves, 2005
2.5.1 Poliuretano derivado do Óleo da Mamona
As resinas de poliuretano podem derivar tanto do petróleo como de óleos de origem
vegetal, estes são os chamados “biomonômeros”. Estes óleos podem provir de vegetais como
o milho, girassol, soja, canola, alçafroa, oliva, amendoim como também da mamona
(Petrovic, 1999 apud Silva, 2003b). Embora o biomonômero mais utilizado seja o poliuretano
derivado do óleo de mamona, é possível encontrar trabalhos científicos com as mais
diferentes matérias primas para a obtenção de um poliuretano natural. Lopes (2008b) realizou
a síntese e caracterização de uma poliuretana a partir do óleo de Maracujá (Passiflora edulis).
Lopes (2008a) também sintetizou um poliuretano a partir do pracaxi (Pentaclethra
macroloba).
Segundo Villar (1993), o desenvolvimento dos poliuretanos derivados do óleo de
mamona tiveram origem nos primeiros trabalhos sobre os poliuretanos, na década de 40.O
óleo de mamona é obtido da semente da planta Ricinus Communis”, muito abundante no
Brasil, que este é típica de regiões tropicais e subtropicais. O óleo é um líquido viscoso.
Obtido pela compressão das sementes ou por extração com solvente.
De acordo com Silvestre Filho (2001), o óleo de mamona é uma das poucas fontes
naturais que se aproxima de um composto puro, que em torno de 90% do ácido graxo
presente na composição dos triglicerídeos do óleo de mamona é o ácido ricinoléico. A grande
diferença do acido ricinoléico em relação aos demais ácidos graxos presentes na natureza é a
presença em sua estrutura molecular do grupo hodroxicila no carbono 12, o que torna a
triglicéride do acido ricinoléico um poliol natural. Os outros 10% são ácidos graxos não
hidroxilados, como os ácidos oléicos e linoléicos (tabela 3).
20
Tabela 3: Composição Típica do Óleo de Mamona
Acido Proporção
Ácido Ricinoleico 89,55%
Ácido Linoleico 4,2%
Ácido Oléico 3,0%
Ácido Esteárico 1,0%
Ácido Palmítico 1,0%
Ácido Dihidroxiesteárico
0,7%
Ácido Eicosanóico 0,3%
Ácido linolenico 0,3%
Fonte: Proquinor, 2007
Denomina-se uretano o produto da reação química entre um grupo isocianato e um
grupo hidroxila (figura 2). A letra R representa um radical qualquer.
Figura 2: Reação de obtenção do uretano
No poliuretano, como o próprio nome sugere, encontramos o uretano repetido na
estrutura molecular. A reação de polimerização (Figura 3) do poliuretano de mamona ocorre
quando um composto com dois ou mais isocianatos em sua estrutura reage com um poliol
(SILVESTRE, 2001)
Figura 3: Reação de obtenção do poliuretano
'
Hidroxila isocianato uretano
Diisocianato Poliol Poliuretano
21
Alves (2005) coloca que a polimerização pode ocorrer através de dois processos
distintos. O primeiro ocorre em etapa única, conforme a reação (figura 3). No segundo
processo, é preparado um pré-polímero através da reação de um isocianato orgânico com
poliois apresentando um teor pré-determinado (estequiométrico) de –NCO livre (figura 4).
Figura 4: Reação de obtenção do pré-polimero
A reação de polimerização neste segundo processo ocorre pela mistura a frio do pré-
polímero com o poliol final, que conduz a poli condensação uretano, gerando um PU de alto
peso molecular.
Nos poliuretanos a maioria das reações dos isocianatos ocorre por meio da adição da
dupla ligação C = N, ou seja, um centro nucleofílico contendo um átomo de hidrogênio ativo
ataca o carbono eletrofílico e o átomo de hidrogênio ativo é então adicionado ao nitrogênio.
Grupos aceptores de elétrons, ligados ao grupamento NCO, aumentam sua reatividade e os
doadores a reduzem, e por isso, os isocianatos aromáticos são mais reativos do que os
alifáticos (SILVA, 2003a).
A reação de expansão dos isocianatos com água (H
2
O) resulta na formação de uréia e
gás carbônico. Inicialmente é formado o ácido carbâmico que se decompõe em gás carbônico
e na amina correspondente. Esta reage imediatamente com o diisocianato, formando uréia,
que junto com o uretano podem reagir com o NCO, formando ligações cruzados de alofanato
e biureto. A difusão do gás carbônico para as bolhas de ar previamente nucleadas é
responsável pela expansão da espuma. A reação é exotérmica, liberando grande quantidade de
energia. Já as ligações cruzadas, ocorrem em temperaturas superiores a 110ºC. Estas ligações
são bem mais lentas e ocorrem principalmente na pós-cura dos Poliuretanos, dando-lhe
resistência mecânica após a expansão (VILLAR, 2002 E SILVA, 2003a).
Diisocianato + Poliol = Pré-polimero
22
Dessa forma, é possível utilizar o poliuretano derivado de fontes naturais sem muitas
dificuldades. Araújo (2004) lembra que “O desenvolvimento de materiais corretos de maneira
ecológica e a melhor adequação dos processos tem sido uma necessidade para minimizar os
problemas ambientais no Mundo”. A possibilidade de se poder trabalhar com um produto
proveniente de natureza renovável incentivou diversos trabalhos e pesquisas com este tipo de
material. Muitos novos materiais foram desenvolvidos, tomando essa resina expansiva como
matriz, para aplicações da natureza mecânica como também em isolamento térmico de
sistemas.
Cangemi (2006) destaca a biodegrabilidade do poliuretano derivado do óleo de
mamona, após uma serie de testes comparativos com o poliuretano petroquímico. As várias
técnicas empregadas indicaram, após o ataque de microorganismos, algumas mudanças na
estrutura química da espuma de origem vegetal caracterizando um processo de biodegradação,
enquanto nada semelhante ocorreu com a espuma derivada do petróleo, indicando a
manutenção da estrutura da macromolécula.
Assim, vários grupos de pesquisas passaram a trabalhar com o Poliuretano. O Instituto
de Química de São Carlos (IQSC) da Universidade de São Paulo (USP) deu início a um
estudo para desenvolvimento de PU mono componente derivado do óleo de mamona com
cura pela umidade do ar. Os estudos foram realizados objetivando-se sintetizar um verniz para
aplicação em pintura automotiva (SILVA, 2003a).
O Laboratório de Transferência de Calor (LTC NTI/ UFRN), Atualmente trabalha
com o projeto de desenvolvimento de compósitos a partir de resinas e fibras vegetais, onde o
poliuretano de mamona atual como matriz para os compósitos desenvolvidos.
Claro Neto (1997) realizou caracterizações físico-químicas de um poliuretano
derivado de óleo de mamona, para ser utilizado em implantes ósseos. De forma semelhante,
Silvestre Filho (2007) caracterizou o composto de poliuretano de fibras de carbono, para ser
utilizado futuramente em implantes ósseos para quadris humanos.
Com o objetivo de avaliar a eficiência da prótese de poliuretano de mamona como
substituto parcial do tendão calcâneo comum, Rezende (2001) utilizou como cobaias 30
coelhas, entre dois e três meses de idade e peso médio de 2kg. Rezende concluiu que
clinicamente o poliuretano de mamona não induziu reação desfavorável que comprometesse a
cicatrização tendínea, podendo ser indicado como substituto temporário de tendão.
Silva (2003b) utilizou o poliuretano de mamona em compostos de fibra de coco e
sisal. Foram realizados ensaios de tração, flexão, impacto, tenacidade à fratura, absorção
23
d’água e DMTA. Foram observadas melhorias nas propriedades mecânicas do composto
PU/Sisal, diferente do composto PU/coco, onde não se obteve tantas melhoras.
O poliuretano derivado do óleo de mamona também foi utilizado por Mote Araújo
(2004), que realizaram a caracterização térmica e mecânica de um compósito constituído pela
resina e fibras de curauá nas proporções de 5%, 10% e 20%. A caracterização térmica foi feita
através de técnicas de análise térmica (TG, DTG, DTA e DSC).
Silva (2003a) confeccionou chapas de MDF, utilizando o poliuretano de mamona
como adesivo das placas, em substituição a resinas fenólicas, que são tóxicos ao homem e
prejudiciais ao meio ambiente. Utilizando a proporções de 5% e 10%, Silva (2003a) verificou
que o poliuretano de mamona se tornou uma alternativa viável na produção de MDF.
Alves (2005) desenvolveu um composto de poliuretano de mamona e Poli(o-
metoxianilina) e verificou a utilização desse composto como sensor, podendo também ser
utilizado como dissipador de cargas eletrostáticas em blindagens. Alves (2005) pôde variar a
capacitância, e outras características eletrostáticas, do novo material variando a proporção dos
componentes do compósito, que a Poli(o-metoxinilna) é um polímero condutor, e o
poliuretano de mamona é um polímero isolante.
Almeida (2006) obteve as propriedades mecânicas e viscoelásticas do poliuretano
derivada do óleo de mamona após a sua exposição ao intemperismo artificial, com o objetivo
de avaliar a aplicação deste como revestimento polimérico para substratos de concreto na
Construção Civil. Os resultados alcançados mostraram que ao ser exposto ao intemperismo
artificial as propriedades do revestimento polimérico não tiveram mudanças significativas.
O envelhecimento térmico do composto poliuretano/sisal foi analisado por Pinto
(2005), que com um composto hibrido com 25% em massa de sisal, avaliou como as
propriedades mecânicas se alteram com a temperatura para os compostos formados por
Poliuretano de mamona / sisal / carga mineral de bentonita sódica, com diferentes tipos de
tratamento.
Comparações de desempenho térmico entre o poliuretano de petróleo e poliuretano de
mamona foram realizadas, os autores puderem verificar que o poliuretano de mamona
apresenta propriedades térmicas como isolante bem superior às propriedades do poliuretano
de petróleo. Para isso realizaram testes de desempenho térmico e medição de propriedades
(condutividade térmica, calor especifico e difusividade térmica) (BORGES, 2007).
24
2.6 VERMICULITA
O nome vermiculita vem do latim vermiculus que quer dizer pequeno verme e se deve
ao fato de que esse material se expande sob aquecimento, durante o qual suas partículas
movimentam-se de forma semelhante à dos vermes (UGARTE, 2005).
A vermiculita é uma argilomineral (mineral não-metálico) que pode existir na natureza
na forma de macro e micro cristais (Martins e Fernandes, 1992 apud Gomes, 2007a). Sua
estrutura básica é constituída por finas lâminas de cristais, normalmente ligadas face a face,
dando origem a célula unitária, constituída de duas folhas tetraédricas separadas por uma
octaédrica (figura 5). Dessa forma, os planos são unidos entre si através de ligações
covalentes de átomos de oxigênio, tornando-a estável. A estrutura também apresenta íons
livres em posições interlamelares, que podem ser trocados (GOMES, 2007b).
Figura 5: Estrutura cristalina da vermiculita. Fonte: Gomes, 2007a
De acordo com Gomes (2007a) e Ugarte (2005), a célula unitária pode ser
representada pela formula:
(Mg, Fe)
3
[(Si, Al)
4
O
10
] [OH]
2
4H
2
O
Em síntese, Ugarte (2005) descreve a vermiculita como sendo um silicato hidratado de
magnésio, alumínio e ferro com uma estrutura micáceo-lamelar. De acordo com Gomes
(2007b) a estrutura da vermiculita é constituída por superfícies lamelares de silicatos, com
água na região interlamelar. Quando aquecida a temperaturas entre 650 ºC e 1.000 ºC, essa
água se transforma bruscamente em vapor. A pressão exercida provoca o distanciamento entre
as lamelas, causando assim uma deformação axial em sua estrutura. Esse processo, chamado
(3)
25
também de esfoliação, provoca a expansão da vermiculita, aumentando o seu volume de 15 a
25 vezes.
Essa propriedade torna promissor o uso do mineral como isolante térmico, que a
vermiculita expandida apresenta baixa densidade: de 2,5 a 2,7g/cm
3
quando crua e de 0,06 a
0,2 g/cm
3
quando expandida (Lin, 1998 apud Gomes, 2007b). Materiais com baixa densidade,
em geral se apresentam como bons isolantes térmicos, que a apresentam grandes espaços
vazios em seu interior. Por isso a vermiculita é amplamente empregada como material
isolante.
No Brasil existem depósitos de vermiculita nos estados da Bahia, Minas Gerais, Goiás,
São Paulo, Paraná, Piauí e Paraíba. A produção brasileira (26.500 t/ano) tem sido empregada,
principalmente, no mercado interno (76%) como isolante térmico e acústico. Apenas 12%
dessa produção são de vermiculita expandida, que vem sendo usada na indústria de concreto
leve, argamassa de reboco, argamassa termoisolante e na agricultura (CAVALCANTI, 2004).
Ainda segundo Cavalcante (2004), o Brasil detém 10% das reservas mundiais de
vermiculitas e ocupava, em 2004, com 5% da produção mundial, o quarto lugar. A produção
brasileira se concentra apenas em quatro produtores com um crescimento na ordem de 35%
nos últimos anos. De acordo com algumas estimativas, o consumo mundial no ano de 2003
foi da ordem de 600 mil toneladas de vermiculita.
Dentre os principais usos da vermiculita na construção civil, Ugarte (2005) destaca a
sua aplicação como isolante térmico e acústico em paredes, na forma de massa para
revestimento (reboco), graças à baixa condutividade térmica do material (60 cal/m
2
h
o
C, a
25oC) e pequena propagação sonora (coeficiente de redução de ruídos superior a 60%).
Ugarte (2005) coloca ainda a utilização dela na forma de blocos pré-moldados com argamassa
gesso/vermiculita usados em divisórias internas, na forma de placas constituídas de
aglomerados do mineral e como agregado para argamassa de reboco.
Mendes (2004) relata em seu trabalho o uso da vermiculita como agregado em
concreto leve, formando uma argamassa capaz de isolar termicamente, proteger o ambiente
construído em caso de incêndio, como também absorver óleos, como o petróleo. Mendes
(2004) cita que a argamassa de vermiculita é bastante empregada em plataformas de petróleo,
já que o material é capaz de unir isolamento térmico e absorção de óleos.
Os íons livres presentes na estrutura laminar da vermiculita podem ser empregados
para absorção de metais pesados e/ou óleos a partir de trocas iônicas, principalmente no caso
da vermiculita expandida, que esta possui um espaço interlamelar bem maior,
possibilitando mais trocas. Suas propriedades de superfície, em particular, área superficial,
26
hidrofobicidade, porosidade e carga superficial negativa, fazem dela um material
recomendado para uso como material absorvente e carreador. (UGARTE, 2005)
Esses íons livres capazes de realizar trocas catiônicas estão presentes em todos os
Argilominerais. Aguiar (2002) analisou a remoção de metais pesados em efluentes nos mais
diferentes aluminossilicatos, entre eles a vermiculita, que apresentou um ótimo desempenho
por mostrar a maior capacidade de trocas catiônicas entre os argilominerais, determinada pelo
método de saturação com o cátion amônio (tabela 4). Logo, a vermiculita desempenhou um
ótimo papel quando se fala em adsorção de óleos e metais pesados, justificando assim os
trabalhos recentes sobre este tema, descritos a seguir.
Tabela 4: Capacidade de Troca Catiônica dos argilos minerais
Argila CTC (meq/ 100g da argila)
Caulinita 3-15
Haloisita 2H
2
O 5-10
Haloisita 4H
2
O 10-40
Ilita 10-40
Clorita 10-40
Sepiolita 20-35
Esmectita 80-150
Montmorilonita
80-200
Vermiculita 100-150
Fonte: Aguiar (2002)
Em seu trabalho, Chui (2005) estudou as propriedades de retenção dos íons dos
elementos Cd, Ni, Pb, Hg e Cr pela vermiculita Massapé Paulistana tendo em vista o
tratamento de efluentes líquidos. Chui (2005) verificou que 4 horas são suficientes para
atingir o equilíbrio em todos os casos e que a retenção dos íons pela vermiculita era
dependente do pH do meio, com exceção para Cr. Foi observado também que os níveis de
metais admitidos pelos órgãos de fiscalização para o descarte de efluentes em São Paulo
foram atendidos.
Vermiculita, bentonita sódica e cálcica foram caracterizadas antes e após serem
empregados em adsorção de íons de cobre, com a intenção de verificar a eficiência na
adsorção em função do pH da solução iônica. Santos (2002) observou que estas argilas
adsorvem metais pesados através da troca iônica e que a vermiculita foi mais eficaz no
processo, adsorvendo 40,9% de cobre da solução em estudo, em relação às outras argilas
envolvidas no processo.
27
Gomes (2007a) também utilizou dessas propriedades da vermiculita para remover íons
de prata e de cobre de águas resíduas de indústrias. Para isso, a vermiculita pura foi moída e
em seguida submetida a aquecimento de cerca de 800 ºC, provocando assim a expansão da
estrutura. Gomes (2007a) obteve resultados satisfatórios, principalmente em relação aos íons
Ag
+
, concluindo a possível implementação do uso de vermiculita em efluentes residuais
contaminados com esses íons.
Em um outro trabalho, Gomes (2007b) utilizou a vermiculita, agora hidrofobizada
com cera de carnaúba, para absorção de óleos derramados em águas industriais. Os ensaios
foram realizados em laboratório, e alcançaram resultados satisfatórios, observando assim a
viabilidade do uso de vermiculita nesta aplicação, reduzindo então os custos com tratamento
de efluentes.
Oliveira e Ugarte (2004) realizaram estudos de adsorção de óleos petroquímicos com
vermiculita hidrofobizada com óleo de linhaça na razão de 10% (em massa), e concluíram que
a vermiculita expandida hidrofobizada adsorve óleo em seus interstícios até atingir a
saturação (após cerca de 10 minutos) onde a partir desse ponto, a quantidade adicional de óleo
adsorvido é pequena.
Silveira (2006) utilizou-se de vermiculitas de origens distintas (Goiás e Piauí) e com
dois tipos de granulométrica (micro e fina) com o objetivo de avaliá-las quanto à adsorção do
ácido (graxo) oléico, podendo assim analisar qual vermiculita adsorve mais.
Foi observeado que no contato direto da vermiculita com óleo, a vermiculita fina de
Goiás apresentou uma maior capacidade de adsorção em relação às outras. As vermiculitas
micro são menos eficazes que as finas. As vermiculitas somente expandidas adsorveram
menor quantidade de ácido oléico e atingiram a saturação mais rapidamente que as
vermiculitas hidrofobizadas. (SILVEIRA, 2006).
A vermiculita natural, de acordo com Andrade (2004b) é fonte de Ca, K e Mg para as
plantas no período de estiagem, constituindo-se, também, num ótimo condicionador de solos
ácidos e argilosos. Partindo desse principio, alguns autores empregaram vermiculita como
reforço nutricional para o desenvolvimento de plantas. É o caso de Freitas (1980), que
comparou o desenvolvimento da planta de sementeiras da Erythrina falcata, nas idades de 45,
75 e 150 dias em viveiro ao ser aplicado vermiculita, em comparação à aplicação de matéria
orgânica. Houve aumento no peso e nitrogênio total das plantas com adição de matéria
orgânica em todo o desenvolvimento no viveiro (150 dias). Contudo, este efeito foi menor (ao
final dos 150 dias) quando se adicionou vermiculita, cuja contribuição beneficiou o
crescimento das plantas até os 75 dias de idade.
28
Rocha (1992) utilizou a vermiculita para avaliar o solo de regiões do Paraná e do
Amazonas. A vermiculita foi introduzida no solo, e após um ano, as amostra foram recolhidas
e caracterizadas quimicamente e por difração de raios X. Devido às habilidades de troca
catiônica e adsorção da vermiculita, foi possível analisar o percentual de íons (e quais íons)
estiverem presentes nesse solo no período de um ano. A partir dos resultados foi possível
monitorar a dinâmica geoquímica do solo, sem a necessidade de visitas periódicas em um
espaço de tempo mais curto.
Gouveia (2008) adicionou vermiculita expandida em pastas de cimento Portland. A
adição reduziu a densidade de pastas de cimento, permitindo a formulação de pastas leves
para aplicações em campos maduros de petróleo, mas com simultânea redução de resistência
mecânica. Apesar de não citar a aplicação como isolante em seu trabalho, pode-se perceber a
redução de densidade, que geralmente culmina na diminuição da condutividade térmica.
Já no trabalho de mestrado de Montedor (2004), vemos que este realizou um estudo de
uma argamassa especial, à base de cimento e acrescida de vermiculita, látex e fibras curtas
(PVA e vidro), visando a sua utilização em ligações entre elementos de concreto pré-moldado.
Para isso, realizou ensaios mecânicos para a determinação das características do compósito,
tais como: resistência à compressão, resistência à tração e módulo de elasticidade. De acordo
com os ensaios realizados, notou-se que ao se utilizar maiores quantidades de vermiculita, a
tendência era de diminuir as resistências à compressão e à tração e também o módulo de
elasticidade, que para uma almofada de ligação de estruturas não é tão ruim, que o material
fica mais maleável.
Como se pode se observar, a vermiculita tem tido a sua utilização restrita a sua forma
in natura ou com tratamentos simples. A aplicação desta em compostos se restringiu em
agregado para concreto leve, com o intuito de melhorar o desempenho térmico da estrutura.
Com suas propriedades de superfície, a vermiculita pode ser empregada em dezenas de outras
aplicações, tanto para adsorção de óleos e íons metálicos, como para isolamento de estruturas.
29
3 - METODOLOGIA
3.1 MATERIAIS
Para o desenvolvimento desta pesquisa, foi empregada a resina expansiva de
poliuretano derivado do óleo da semente da mamona com matriz de material compósito
desenvolvido. A vermiculita foi empregada como carga dos compósitos desenvolvidos. Tais
materiais se encontram devidamente caracterizados.
Para efeito de comparação, também se utilizou o poliuretano petroquímico (PU), a
de vidro e a lã de rocha, todos isolantes comerciais disponíveis no mercado especializado.
3.1.1 Resinas Poliuretanos
A resina poliuretano utilizada foi fornecida pela empresa PROQUINOR Produtos
Químicos do Nordeste Ltda., sob o nome comercial RESINA RESPAN® - D40. Segundo o
fabricante, esta resina se apresenta na forma bicomponente composta de um Poliol e um Pré-
Polímero. O Poliol foi sintetizado a partir do óleo de mamona, obtendo-se um poliéster
trifuncional com índice de hidroxila de 105 (Tabela 5). O pré-polímero foi sintetizado a partir
do diisocianato e pré-polimerizado com um poliol também derivado do óleo de mamona,
permanecendo com uma taxa de isocianto livre para uma posterior reação (PROQUINOR,
2007).
Tabela 5: Especificações da Resina Respan
CARACTERÍSTICAS ESPECIFICAÇÃO
Peso Líquido 200 g
Proporção Poliol : Prepolímero 1 : 1,63
Índice 105
Tempo de Creme 32 - 35 seg
Tempo de Evolução 58 - 65 seg
Densidade (média) 30 -70 Kg/m
3
Absorção de Água (média) 0,48 %
Estabilidade Dimensional (média) 0,098 %
Temperatura máxima de reação (média)
80ºC
Fonte: Proquinor (2007)
30
Uma outra resina poliuretano utilizada nesta pesquisa é resina derivada do petróleo. Os
corpos de prova fabricados utilizaram o produto comercial Fischer foam PU 1/500”. Este
resina foi utilizada na confecção de apenas uma placa para ensaio de desempenho térmico e
em corpo de prova para as propriedades térmicas, com o objetivo de comparar os resultados
desse isolante comercial com os demais isolantes.
3.1.2 Lã de Vidro e lã de Rocha
A de vidro e a de rocha foram empregadas, com o objetivo de comparar o
desempenho térmico destas lãs em relação às resinas poliuretano e ao material compósito. As
mantas se encontram no formato comercial, e receberam cortes para adequação ao ensaio de
desempenho (figura 06).
Figura 6: Lã de vidro (a) e Lã de Rocha (b)
3.1.3 Vermiculita
A vermiculita expandida utilizada nesta pesquisa é proveniente de reservas paraibanas
na cidade de Santa Maria.
Souza (2004) realizou a caracterização e o processamento da vermiculita também
proveniente de reservas paraibanas, nas cidades de Santa Maria e Casserengue e encontrou
através de um processo de florescência em Raio X os percentuais médios dos constituintes da
vermiculita desta região (tabela 6). Tais valores podem ser tomados como referência para a
composição da vermiculita aqui empregada.
(a) (b)
31
Tabela 6: Resultados de análise química por FRX de amostras de vermiculita de Santa Luzia
TEOR (%) AMOSTRA
SiO
2
Al
2
O
3
MgO CaO
K
2
O
Fe
2
O
3
TiO
2
MnO
P
2
O
5
Na
2
O
P.F. Total
Santa Luzia 39,43 10,95 25,73 0,51 0,39 9,89 0,77 0,09 0,03 n.d. 12,09 99,88
Fonte: SOUZA (2004)
Também foi realizado um ensaio granulométrico da vermiculita expandida empregada.
Tal ensaio foi realizado no Laboratório de materiais para construção civil do CEFET-RN,
seguindo as normas brasileiras NBR 5734, NBR 7211 e NBR 7217, da ABNT.
Seguindo a NBR 5734, a serie de peneiras tomadas nesta caracterização é
caracterizada como “serie normal”, e é constituída pelas peneiras com abertura laterais de
4,80 mm; 2,40 mm; 1,20 mm; 0,60 mm; 0,30 mm e 0,15 mm. A figura 7 ilustra tais as
peneiras antes de seu uso.
Figura 7: Peneiras da serie Normal utilizadas na determinação da granulometria da vermiculita
A norma NBR 7217 detalha a metodologia a ser adotada. Seguindo as suas
orientações, utilizou-se uma massa total de 0,5 Kg de vermiculita. Para os ensaios,
primeiramente, encaixa-se as peneiras previamente limpas, de modo a formar um único
conjunto de peneiras, com abertura de malha em ordem crescente da base para o topo. Colocar
as porções da vermiculita sobre a peneira superior do conjunto. Em seguida promove-se a
agitação mecânica do conjunto por quinze minutos, para permitir a separação e classificação
prévia dos diferentes tamanhos de grão da amostra, conforme representado na figura 8.
4,80 mm 2,40 mm 1,20 mm
0,60 mm 0,30 mm 0,15 mm
32
Figura 8: Agitador mecânico do conjunto de peneiras;
No passo seguinte, é feito o agitamento manual de cada peneira, até que a massa
passante seja inferior a 1% da massa retida. Por fim, e determinada a massa total de material
retido em cada uma das peneiras e no fundo do conjunto. Nessa etapa de pesagem, foi
utilizada uma balança eletrônica de 0,1 g de precisão, e carga máxima de 40 Kg, presente no
Laboratório de Construção Civil – CEFET-RN.
Os valores retidos em cada uma das peneiras estão descriminados na tabela 7. Onde
também é possível observar os valores percentuais retidos.
Tabela 7: Massa e percentual retido de vermiculita em peneiras da serie Normal da granulometria
Abertura das
Peneiras
Massa Retida
(10
–3
Kg)
Percentual
Retido
> 4,80 mm
0.0
0.00%
2,40 mm
107.7
21.54%
1,20 mm
372.9
74.58%
0,60 mm
13.5
2.70%
0,30 mm
1.2
0.24%
0,15 mm
0.5
0.10%
< 0,15 mm
4.2
0.84%
Total
500.0
100.00%
Na vermiculita empregada não massa retida com dimensões maiores que 4,80 mm.
Valores inferiores a 0,60 mm são praticamente desprezíveis, pois a sua soma representa
menos que 1,2 % da massa total. A grande faixa de vermiculita retida se encontra em
dimensões menores que 2,4 mm e maiores que 1,2 mm. No Apêndice E, se encontra a
distribuição percentual da graulometria da vermiculita.
33
Tomando por referência a norma NBR 7211, que especifica o tipo de agregado em
função da granulometria, define-se a vermiculita utilizada neste trabalho como agregado
miúdo tamanho médio ou mesmo “vermiculita expandida – tipo: média”.
3.2 ENSAIOS PROPRIEDADES TÉRMICAS
Ensaios de propriedades térmicas foram realizados com o objetivo de determinar a
condutividade, a difusividade e a capacidade calorífica dos corpos de prova. Esses ensaios
foram realizados no Laboratório do GGEMMA Grupo de Pesquisa em Geologia Marinha e
Monitoramento Ambiental da UFRN, por meio do equipamento Quick-line 30 (Anter
Thermal Properties Corp.- Figura 9)
.
Figura 9: Quick-line: Medidor das propriedades: Condutividade, difusividade e capacidade calorífica.
Neste ensaio, uma sonda no formato de “agulha” é inserida no material. O manual do
equipamento exige que uma profundidade mínima de penetração de 0,15 m e uma distância
radial mínima de 0,03 m (figura 10).
34
Figura 10: Dimensões Mínimas de corpo de prova – propriedades térmicas: Quick-line Analaser
Os corpos de prova foram confeccionados em formatos cilíndricos, com 0,10 m de
diâmetro, respeitando as exigências do equipamento de análise. A altura é diferenciada para
cada material, que o teor de vermiculita contida no material altera o volume total
expandido, embora nenhum corpo de prova tenha uma altura inferior aos 0,15 m mínimo.
A sonda realiza as medidas de condutividade, calor específico e difusividade emitindo
e recebendo calor na amostra em análise. São realizadas três medições para cada material. O
resultado final é dado pela média dos valores encontrados.
3.3 ENSAIO DE RESISTÊNCIA AO CALOR
Pastilhas cilíndricas com 0,02 m de altura e 0,05 m de diâmetro foram produzidas, em
um número de cinco corpos de prova para a matriz sem carga e para cada proporção do
isolante compósito.
Com este ensaio é possível identificar a temperatura máxima em que o poliuretano de
mamona e os compósitos podem ser empregados sem apresentarem queimaduras ou
deformações em sua superfície de contato. Para isso, utilizou-se uma chapa aquecedora de
temperatura ajustável, presente no Laboratório de química do CEFET-RN (figura 11).
0,15 m
0,03 m
Sonda
35
Figura 11: Chapa quente ajustável empregada no ensaio de resistência ao calor
O equipamento possui um seletor de valores de temperatura, sendo possível
“programar” o aquecimento para o valor desejado. Acima do seletor se encontra um visor
digital onde é possível observar a evolução do aquecimento, pois este mostra a temperatura
atual da chapa-quente.
Com o aquecimento, o material em análise poderia aderir à chapa, impregnando-a com
parte de sua superfície deteriorada pela alta temperatura, o que dificultaria a observação dos
efeitos provocados pelo aumento da temperatura sobre a região de contato com a chapa. Por
isso, utilizou-se uma pequena folha de alumínio, que evita o contato direto sem trazer
prejuízos à transferência de calor entre chapa quente e a pastilha de material isolante, como
pode ser observado na figura 12.
Uma massa de 0,20 Kg foi colocada sobre cada amostra, para garantir que a superfície
do isolante esteja em contato com a chapa durante todo o processo, caso contrário, pode
ocorrer da pastilha deformar com o aquecimento, empenando e perdendo o contato com a
chapa.
Figura 12: Detalhes da acomodação do corpo de prova sobre a chapa aquecedora
Chapa quente
Temperatura atual da chapa
Temperatura selecionada
Massa de 0,20 Kg
Corpo de prova ensaiado
Papel Alumínio
Chapa quente
36
Com o intuito de garantir as mesmas condições de aquecimento, todos os materiais
foram ensaiados simultaneamente. Um teste prévio com um psicômetro mostrou que a
superfície da chapa aquece de forma uniforme. Para o aumento da temperatura adotou-se um
incremento de 5 ºC, sendo o primeiro valor a temperatura ambiente de 25 ºC. Após dado o
incremento, é aguardada a estabilização da temperatura. Em seguida cada um dos 20 corpos
de prova é levantado para verificar se a superfície de contato destes se encontra queimada ou
não. Se estiver queimada, ele é retirado do sistema, caso contrário, ele permanece. Após
observar todos, é dado mais um incremento de 5 ºC, repetindo assim todo o procedimento até
que não reste mais nenhum corpo de prova sobre a chapa aquecedora.
3.4 ENSAIO DE DESEMPENHO TÉRMICO
O Aparato experimental descrito a seguir se baseia no utilizado por Costa (2003),
Medeiros (2004), Ferreira (2004) e Costa (2004b), pois este experimento mostrou que pode
ser empregado na análise de desempenho térmico com um bom índice de confiabilidade.
Apenas retomando alguns os trabalhos discutidos na revisão bibliográfica, foi visto
que Medeiros (2004) analisou o desempenho térmico de placas de EPS pós-consumo e que
Costa (2004b) realizou análises de desempenho das mantas da fibra da casca de coco. Ferreira
(2004) em sua Dissertação de mestrado avaliou a eficiência do composto látex-fibra de coco.
Foram construídos dois modelos em madeira de dimensões 0,50 x 0,50 x 0,50 m
(simulando um cômodo de uma residência), cujas paredes externa e interna foram revestidas
de tinta branca, exceto na base interior que foi pintada de preto fosco.
Logo, os corpos de prova para o ensaio de desempenho térmico possuem o formato de
placas, para que encaixem sem folgas nas câmaras de desempenho. Para isso, moldes em
MDF foram construídos no Laboratório de Física do CEFET-RN, com as dimensões de 0,50
m x 0,50 m x 0,04 m (Figura 13).
Figura 13: Construção dos moldes e suas dimensões
37
As formas foram revestidas com material plástico, com o intuito de evitar à aderência
do compósito as paredes e ao fundo do recipiente. O molde possui um volume total de 10
litros. Segundo os fabricantes da Resina (PROQUINOR, 2007) a resina expande cerca de 10
vezes, sendo então necessário preparar uma mistura de 1 litro em volume para alcançar o
volume total da placa. Sabendo que a relação da resina é de 1 parte do componente A para
1,63 partes do componente B, temos uma relação massa (tabela 8), a partir da relação do
volume:
Tabela 8: Proporção em massa dos componentes dos corpos de prova – Desempenho Térmico
Material Componente A Componente B Vermiculita Massa Total
Matriz 292 g 608 g ---- 900 g
10% de Carga 262 g 548 g 90 g 900 g
15% de Carga 248 g 517 g 135 g 900 g
20% de Carga 235 g 485 g 180 g 900 g
Os corpos de prova, conforme as proporções acima, foram produzidos no Laboratório
de Química do CEFET-RN, onde adotou-se o seguinte procedimento (figura 14):
Figura 14: Etapas da confecção dos corpos de prova de desempenho Térmico
1 2
3
4 5 6
7 8 9
38
Segundo instruções do fabricante da resina, primeiro pesa-se o poliol (componente A),
logo em seguida é acrescida a massa de vermiculita do compósito. O Isocianato (componente
B) reage com o grupo hidroxila, que também se faz presente na água no interior da
vermiculita, por isso a vermiculita é misturada e homogeneizada junto ao poliol. Após a
pesagem do isocianato, este é acrescido a pré-mistura, que é homogeneizada até o início da
reação de expansão. Após completa, a mistura é inserida no molde, onde expande livremente
até concluir o processo de cura da resina.
Após a inserção da mistura sobre os moldes, são aguardadas 24 horas para ser efetuada
a desmoldagem das placas (Figura 15). Ao serem retirados, os corpos de prova ainda passam
por um rápido acabamento em suas bordas para melhor adequação às câmaras de
desempenho.
Figura 15: Desmoldagem: desmontagem do molde e retirada do material de revestimento
Também foi confeccionada uma placa de testes constituída do Poliuretano
Petroquímico, produzida seguindo procedimentos semelhantes, já que este material, em seu
formato comercial é aplicado como um adesivo spray expansivo. Logo, a espuma de
poliuretano petroquímico foi aplicada na placa, devidamente revestida (Figura 16). Deste
ponto em diante são adotados os mesmos procedimentos. Após 24 horas é feita a
desmoldagem e acabamento das bordas.
39
Figura 16: Aplicação da espuma de poliuretano petroquímico para confecção de corpo de prova para
ensaio de desempenho térmico.
As mantas de lã de vidro e de rocha, como não são moldáveis, receberam cortes nas
dimensões correspondentes às placas (figura 17). Também foi necessário unir mais de uma
manta da de vidro, para que esta possuísse a espessura mínima de 0,04 m, respeitando os
limites impostos pelas dimensões da câmara de desempenho.
Figura 17: Corte das lãs de vidro e de rocha
Após estas etapas, os corpos de prova estão prontos para o ensaio de desempenho
térmico. Como já mencionado, foram ensaiados as placas de material compósito na proporção
de 10%, 15% e 20%, as mantas de de vidro e de rocha, o poliuretanos derivado do óleo
de mamona e o poliuretano derivado do petróleo (Figura 18).
40
Figura 18: Corpos de Prova para ensaio de Desempenho térmico: Compósito 15% (a); Compósito 10%
(b); Compósito 20% (c); Poliuretano de Petróleo (d); Poliuretano de Mamona (e); Lã de Rocha (f);
de vidro(g)
As câmaras de testes foram instrumentadas com termopares e submetidas a uma fonte
de radiação térmica artificial composta de um banco de 15 lâmpadas incandescentes, com
potência total de 3000 W.
Como cobertura utilizou-se uma placa de aço com espessura 6,7 mm pintada de preto
fosco, com o objetivo de maximizar os efeitos da radiação rmica e distribuir igualmente o
gradiente de temperatura sobre o material-teste. Para suportar a placa de aço foi utilizada uma
placa de MDF (Medium Density Fiber) com espessura de 4,0 mm
Os termopares foram fabricados no próprio Laboratório de Transferência de Calor
NIT- UFRN, onde foi utilizada a bancada de fabricação de termopares (figura 19). Foram
construídos oito termopares tipo T (cobre-constantan) calibre 24 (bitola de 0,51mm) com
revestimento em PVC.
(a) (b) (c)
(g) (f) (e) (d)
41
Figura 19: Bancada de Fabricação de Termopares - LTC: (a) Fonte ajustável; (b) Banco de
capacitores; (c) Ferramenta de solda; (d) Microscópio; (e) Termopares; (f) Tubulação de gás. Fonte:
Costa (2004)
Após confecção, os termopares foram calibrados. Os valores de temperatura média,
desvio padrão e incerteza obtida na calibração encontram-se no Apêndice A.
A posição dos termopares foi a seguinte: Um sobre o centro da placa de Aço, ou seja,
logo acima do material isolante que está em análise. Ensaios prévios com um psicômetro
mostraram que a temperatura sobre a placa de aço é uniforme, devido incidência homogênea
de radiação sobre as câmaras de desempenho. O segundo termopar se localiza abaixo da placa
de MDF, que simula um forro de uma residência. Assim podemos coletar dados de
temperatura na parte interna do forro (aquela que está voltada para o ambiente). O próximo
termopar se localiza exatamente no meio do ambiente (interior da caixa) medindo assim a
temperatura no interior. Por fim, tem-se um termopar no piso do aparato, no interior do
ambiente. Este deve ser o último a sofrer os efeitos do aquecimento no interior da Câmara
(figura 20).
42
Figura 20: Distribuição dos termopares nas Câmaras de desempenho
Para fixação dos termopares, utilizou-se uma mistura de oxido de cobre e araudite,
com tempo de cura de 24 horas. Tal mistura não é condutora de eletricidade e também não
sofre com os efeitos das temperaturas mais altas atingidas pelo sistema de medição. Dessa
forma o termopar permanece bem fixado durante todo o processo.
Os termopares, depois de distribuídos em suas posições, são conectados a uma placa
de aquisição de dados, que realiza medições de temperatura em cada ponto de medição (em
cada termopar). São feitas medições em duas câmaras simultaneamente, por isso o sistema foi
configurado para gravar os valores de temperatura de oito termopares. O intervalo de registro
de medições pode ser ajustado, para este trabalho utilizou-se um intervalo de um minuto,
durante um tempo de medição de 12 horas. Após esse tempo de medição, o ambiente onde se
encontram as câmaras é submetido a sistemas de refrigeração com ar condicionado, para que
dessa forma o sistema de medição resfrie até atingir novamente a temperatura ambiente, e
assim repetir os ensaios. Cada material é ensaiado três vezes. Para a análise, foram tomados
os dados coletados pelo microcomputador, e gerados gráficos (Resultados) comparativos, para
analise das curvas de desempenho (aquecimento) de cada um dos materiais. Os valores
tomados são os valores médios entre as três aferições realizadas em cada material.
T
00
T
0
1
T
0
2
T
0
3
Placa de aço
Isolante
Placa de MDF
Ambiente
Piso da câmara
43
4 - RESULTADOS
4.1 ENSAIO PROPRIEDADES TÉRMICAS
Conforme a metodologia, as propriedades térmicas dos materiais foram mensuradas
utilizando o Quick-line 30 (Figura 9), do Laboratório do GGEMMA. Uma sonda em forma de
agulha (0,15 m) foi inserida nos materiais a serem analisados. Após algumas horas de análise
o equipamento nos fornece valores de condutividade Térmica, difusividade Térmica e Calor
específico do material analisado.
A tabela 9 expressa os valores médios das propriedades medidas. Os valores medidos,
bem como o desvio padrão e a incerteza nas medições encontram-se no apêndice B.
Tabela 9: Valores de propriedades térmicas dos materiais
Material
Condutividade
W/m°C
Calor Específico
J/m³°C
Difusividade
m²/s
Poliuretano (PU) 0,0484 0,079 0,620
Poliuretano Mamona 0,0406 0,112 0,362
Compósito 10% 0,0404 0,090 0,440
Compósito 15% 0,0365 0,075 0,489
Compósito 20% 0,0353 0,082 0,427
Lã de Rocha
1
0,0360 0,084 0,480
Lã de Vidro
2
0,0450 0,070 0,640
A partir desta tabela, pode-se observar que o aumento na proporção de vermiculita no
material compósito implica em uma redução na condutividade do material,
As condutividades dos compósitos também se aproximam bastante da condutividade
expressa pelas mantas isolantes, chegando a ser inferior a de rocha (compósito 20%).
Embora todos possuam uma condutividade inferior a de vidro, nenhum possui um calor
especifico compatível com esta, que por sinal é o menor entre os expressos pela tabela 9.
Um outro ponto importante, constatado em pesquisas anteriores (BORGES, et al,
2007) é a grande diferença entre a condutividade do poliuretano de mamona e do poliuretano
de petróleo obtida por um ensaio comparativo entre as resinas poliuretano. Esta diferença
(praticamente 20 %,) evidencia que é bem mais acentuado o fluxo de calor através do PU. Em
1
Mendes (2004)
2
Ordenes (2003)
44
compensação, a mamona possui uma inércia térmica muito alta, possuindo um calor
especifico 40% mais alto que o PU. Tal característica foi herdada pelo material compósito,
que apresenta valores relativamente altos de calor especifico.
4.1.1 Massa específica
Após as medições de propriedades térmicas, os corpos de prova foram cortados em
forma de prismas retangulares, para a medição de sua massa especifica. O formato retangular
contribui para uma melhor medição do volume do material analisado. Os corpos de prova
foram cortados no laboratório de Física do CEFET-RN, e em seguidas pesados no Laboratório
de Química do CEFET-RN, empregando uma balança eletrônica com precisão de ± 0,5 mg.
O valor da massa especifica é fator fundamental na relação entre calor especifico e
capacidade calorífica. De forma geral, materiais com baixa massa específica apresentam
também uma baixa condutividade, o que é uma característica fundamental para um bom
isolante térmico. Os materiais compósitos apresentaram uma massa especifica bem abaixo da
matriz de poliuretano de mamona (tabela 10).
Tabela 10: Massa específica dos compostos. Corpos de prova após medição de propriedades térmicas.
Material Massa especifica
Matriz
0.0400 g/cm³
Compósito 10%
0.0390 g/cm³
Compósito 15%
0.0294 g/cm³
Compósito 20%
0.0285 g/cm³
Como visto, o aumento da quantidade de vermiculita implica na redução da
condutividade térmica. O que se pode reafirmar ao observar que à medida que aumenta a
proporção de vermiculita no compósito, ocorre uma redução de densidade, que será discutida
mais a diante.
4.2 ENSAIO DE RESISTÊNCIA AO CALOR
Conforme o procedimento descrito na metodologia, os copos de prova, sujeitos a
pressão de uma massa de 0,20 Kg, foram acomodados sobre uma chapa aquecedora, tendo
uma folha de papel alumínio entre a interface isolante-chapa. No total, têm-se 20 corpos de
(a)
45
prova, para os quatro materiais analisados (Poliuretano de mamona sem carga e com carga de
vermiculita nas proporções 10%, 15% e 20%), sendo possível observar esse sistema pronto
para iniciar o ensaio de resistência na figura 21.
Figura 21: Corpos de prova sendo ensaiados quanto a resistência ao calor
A temperatura da chapa se elevou gradualmente em incrementos de 5ºC aque fosse
possível identificar traços de degradação na superfície da amostra. Nenhum sinal de
queimadura ou degradação térmica foi observado até a marca dos 95 ºC. Porém, a partir de
100 ºC, se tornou possível identificar danos térmicos na superfície de um dos corpos de
prova do compósito 20%, que foi o primeiro a ser retirado do sistema de medição. A partir de
então, a cada novo incremento de 5 ºC, mais amostras foram retiradas, até sobrar apenas
corpos de prova do poliuretano de mamona, que atingiram valores de até 130ºC sem
apresentarem marcas de danos devido a alta temperatura. Na figura 22, são mostrados os
corpos de prova, com destaque da superfície que ficou sujeita a aquecimento.
46
Figura 22: Superfície de contatado queimada dos corpos de prova após atingirem a temperatura limite
de resistência ao calor.
Os primeiros a sofrerem com os efeitos de temperaturas excessivas foram os
compósitos 20% e Compósito 15%. Como já comentado, a densidade caí a medida que
incorporamos vermiculita (tabela 10). Essa baixa densidade colaborou para a redução da
temperatura máxima suportável pelo material. Em contra partida, à medida que a matriz é
queimada, aumenta-se a quantidade de vermiculita na superfície de contato do material, já que
esta não sofre nenhum dano a essa temperatura, sendo praticamente incombustível.
Aparentemente, o fato de haver vermiculita como carga deve reduzir a propagação do calor ao
longo da amostra, evitando que camadas mais internas sejam afetadas. Isso se evidencia ao
observar que a profundidade da queimadura no poliuretano sem carga foi bem maior que nos
materiais compósitos.
Em fim, o melhor resultado observado foi a da matriz sem carga de vermiculita. Na
tabela 11 encontram-se os resultados obtidos a partir da média de temperatura dos cinco
corpos medidos para cada material. Os valores de temperatura de cada amostra, bem como os
desvios padrão e incerteza das medições se encontram no Apêndice C.
Tabela 11: Média das temperaturas máximas de uso para os materiais compósitos e matriz sem carga
PU de Mamona Compósito 10% Compósito 15% Compósito 20%
Temp. Max (ºC) 129 120 109 105
47
4.3 ENSAIO DE DESEMPENHO TÉRMICO
Os ensaios de desempenho térmico foram realizados em câmaras de desempenho, com
temperaturas monitoradas por computador, conforme descrito em Metodologia. Cada placa de
material foi submetida ao aquecimento artificial por um período de 12 horas de medição,
durante o turno noturno. Todas as medições foram repetidas três vezes, iniciando sempre às
18 horas, sendo então encerradas ás 6 horas da manhã do dia seguinte.
Inicialmente apresentam-se os resultados dos isolantes convencionais: Lãs de vidro e
de Rocha e os Poliuretanos Petroquímico e o derivado da mamona para cada um dos quatro
pontos analisados nas câmaras de desempenho. As curvas caracterizam o comportamento
térmico destes isolantes durante o período de aquecimento por radiação térmica, semelhante a
carga solar incidente sobre fachadas e principalmente sobre coberturas.
Logo em seguida é possível observar os resultados obtidos dos ensaios com o isolante
compósito com as cargas de 0%, 10%, 15%, 20% em massa. Tais resultados devem se
aproximar ao máximo do desempenho obtido pelos isolantes convencionais. Lembrando que
os resultados expressam as médias das três medições realizadas e que os resultados de cada
uma das medições por termopar e material se encontram no Apêndice D.
4.3.1 Isolantes convencionais
As mantas sintéticas de vidro e de rocha foram acomodadas nas câmaras de
desempenho térmico, sob a espessura padrão de 0,04 m. Lembrando que dois materiais são
ensaiados por vez. Sendo assim, a de vidro e lã de rocha foram submetidas ao ensaio
térmico simultaneamente. Vale salientar que essas lãs são amplamente empregas como
isolantes térmicos, sendo utilizadas em inúmeras aplicações.
Após a série de medições das lãs, foram analisados os valores de temperatura
referente às placas do poliuretano petroquímico e do poliuretano de mamona. Os primeiros
valores de temperatura são coletados sob a placa de aço, acima do material isolante. Os
termopares empregados foram o Termopar 03 (de Rocha e Poliuretano petroquímico) e o
Termopar 07 (Lã de vidro e Poliuretano de mamona). Esta placa tem por objetivo distribuir o
calor incidente de forma homogênea sobre a superfície do material isolante, bem como evitar
que haja transferência de calor entre a superfície do material isolante e o ambiente ao redor.
Os resultados obtidos apontam um aquecimento da placa maior para as poliuretanas, em
relação ao aquecimento obtido nas lãs sintéticas (Figura 23)
48
Isolantes convencionais - Temperatura sob Placa
28
33
38
43
48
53
58
63
68
73
78
0 100 200 300 400 500 600 700 800
tempo (min)
Temp.(ºC)
PU
Mamona
Lã de Rocha
Lã de Vidro
Figura 23: Curvas de desempenho dos isolantes convencionais sob placa de aço obtidas a partir da
câmara de análise de Desempenho Térmico.
Tanto as placas de poliuretano como as lãs possuem uma grande quantidade de
espaços vazios em seu interior. Porém, após a fabricação, tem-se uma homogeneidade nas
superfícies das placas, aumentando a sua área de contato. Um corte realizado em qualquer
sentido revela a porosidade do material. O ar fica preso nestes poros, dando ao material
características como baixa condutividade e baixa massa especifica. as lãs, embora sejam
tão “porosas” quanto às placas, não possuem poros localizados, mas sim espaços vazios entre
as suas fibras sintéticas, que podem se estender ao longo do material, reduzindo a área de
contato, o que é bom para um material isolante. Tal característica pode proporcionar pequenas
correntes convectivas no interior do isolante (figura 24).
Figura 24: Esquema da taxa de transferência de calor do sistema MEIO–PLACA–Material Isolante
Respeitando o principio de conservação da energia, de todo o calor que incide apenas
uma parte é absolvido pelo material, enquanto outra parte é refletida, devido a resistência
térmica do isolante. Essas são as temperaturas sobre o material isolante, logo, um material
49
isolante com uma maior área de contato e com maior resistência térmica (ou menor
condutividade) força a placa a manter uma taxa de transferência de calor também para o meio,
através da convecção. Por exemplo, A condutividade térmica da de vidro possui
aproximadamente um valor médio entre as condutividades do Poliuretano de Petróleo e o de
Mamona (tabela 9).
Essa taxa de transferência de calor no sentido do material isolante é dependente da
temperatura acima da placa, da condutividade do material e da espessura deste (40 mm), de
acordo com a equação 01. Como mencionado, além do isolante, existe também um forro
em MDF de 4 mm de espessura, que simula um forro de uma residência, como também serve
de base para apoiar o corpo de prova em análise. O termopar
3
abaixo desse forro registra as
temperaturas da face superior interna da câmara de desempenho (figura 25). É equivalente a
um termopar no teto de nossas casas.
Isolantes convencionais - Temperatura sob MDF
28
30
32
34
36
38
40
42
0 100 200 300 400 500 600 700 800
tempo (min)
Temp.(ºC)
PU
Mamona
de Rocha
de Vidro
Figura 25: Curvas de desempenho dos isolantes convencionais sob forro de MDF.
De acordo com os dados, o material que apresentou o melhor isolamento térmico foi a
de rocha, seguida pela de vidro e pelo poliuretano de mamona, sendo o poliuretano de
petróleo o isolante que obteve o pior desempenho. Resultados semelhantes foram obtidos em
outros trabalhos, ao se comparar as propriedades térmicas dessas duas resinas (BORGES,
BEZERRA e MARINHO, 2007) e ao se verificar o desempenho rmico das lãs isolantes em
comparação as lãs sintéticas em aplicações para isolamento térmico de coberturas (BORGES,
OLIVEIRA NETO e MARINHO, 2008).
3
Termopar 02: Lã de Rocha e Poliuretano de Petróleo; Termopar 06: Lã de vidro e Poliuretano de Mamona
50
Como o Poliuretano de petróleo é o material que apresenta a maior condutividade
entre os quatro ensaiados (0,0484 W/mK ), é de se esperar que este permita uma maior taxa de
transferência de calor por condução. O mesmo é valido para a lã de rocha, que apresenta uma
condutividade (0,0360 W/mK ) bastante baixa, justificando a curva com menor aquecimento
em relação a lã de vidro (0,0450 W/mK) e o poliuretano de mamona (0,0406 W/mK).
A partir desse ponto o “teto” passa a atuar como a fonte da calor no interior da câmara
de desempenho térmico. De agora em diante o processo de transferência de calor ocorre por
convecção no interior da câmara. Como o ar aquecido esta na parte superior do cômodo,
este processo se torna mais lento via convecção natural. Em geral, são mantidos os mesmos
perfis de aquecimento para o termopar
4
distribuído exatamente no centro da câmara, ou no
“meio” que simula o ambiente interno (Figura 26).
Isolantes convencionais - Temperatura Meio
28
30
32
34
36
38
40
42
0 100 200 300 400 500 600 700 800
tempo (min)
Temp.(ºC)
PU
Mamona
de Rocha
de Vidro
Figura 26: Curvas de desempenho dos isolantes convencionais para temperaturas no interior da câmara
de desempenho térmico.
O poliuretano de mamona permanece com o maior aquecimento, e a lã de rocha
permanece com a menor temperatura no interior do ambiente, sendo o poliuretano de mamona
e a lã de vidro as curvas de desempenho de comportamento médio. O mesmo se repete com o
termopar
5
fixado no piso interno da câmara. Este é o último a sentir os efeitos do aquecimento
da fonte de radiação, por isso a suas curvas de temperatura apresentam valores inferiores as
do meio ensaiado (Figura 27), embora essa diferença seja bastante pequena.
4
Termopar 01: Lã de Vidro e Poliuretano Petroquímico; Termopar 05: Lã de Rocha e Poliuretano de mamona
5
Termopar 00: Lã de Vidro e Poliuretano Petroquímico; Termopar 04: Lã de Rocha e Poliuretano de mamona
51
Isolantes convencionais - Temperatura Piso
28
30
32
34
36
38
40
42
0 100 200 300 400 500 600 700 800
tempo (min)
Temp. C)
PU
Mamona
de Rocha
de Vidro
Figura 27: Curvas de aquecimento para temperaturas na face inferior interna da câmara (piso) de
desempenho térmico
O poliuretano de mamona possui um valor intermediário entre a lã de rocha e o
poliuretano de petróleo, respectivamente o melhor e pior isolante entre os analisados nesta
pesquisa. Como a matriz do material compósito aqui estudado é este poliuretano vegetal,
espera-se que a incorporação de cargas de vermiculita possa aumentar a sua capacidade de
isolamento térmico, o que foi mostrado pelos resultados obtidos nas medições de
propriedades térmicas (tabela 9). Ou seja, quanto mais o comportamento do material
compósito se aproximar da de rocha, melhor será para sua aplicabilidade como material
isolante.
4.3.2 Compósitos
O material compósito, como citado, foi moldado em placas (0,50x0,50x0,04)m
3
e
confeccionado nas proporções de 10%, 15% e 20% (tabela 8) em massa do mineral
vermiculita em uma matriz de poliuretano natural, derivado do óleo de mamona. A matriz
obteve um bom resultado como isolante térmico, sendo uma opção intermediaria entre os
materiais analisados até então.
Os resultados a seguir repetem os mostrados resultados do poliuretano de mamona.
Eles foram inseridos visando mostrar a evolução no comportamento térmico do material em
relação à matriz sem nenhuma carga atribuída (0%).
52
Seguindo a mesma metodologia, podem-se observar os resultados obtidos para o
termopar
6
fixado na parte inferior da placa de aço, logo acima do material compósito. Todos
obtiveram um desempenho melhor a matriz sem carga, apresentando menores valores de
temperatura em suas curvas de aquecimento (Figura 28)
Compositos - Placa
20
30
40
50
60
70
80
0 100 200 300 400 500 600 700 800
tempo (min)
Temp. (ºC)
Mamona
Comp. 10%
Comp. 15%
Comp.20%
Figura 28: Curvas de desempenho dos compósitos sob placa de aço obtidas a partir da câmara de
análise de Desempenhos Térmicos.
Como mencionado, a vermiculita ao ser aquecida expande-se, aumentando de
volume em torno de 25 vezes. Tal mineral se expande semelhante a um leque, formando
várias lamelas. Geralmente têm-se água nessa região interlamelar. Durante a reação poliol-
isocianato, para formar o poliuretano, as hidroxilas do poliol regem com o isocianato,
formando dentre outras coisas, gás carbônico que é o grande agente da expansão da resina. É
essa liberação de gás carbônico que gera bolhas de ar no interior do material. A molécula de
água presente na vermiculita também reage com o isocianato contribuindo para a formação de
CO
2
. Como perdeu água, o que resta na região interlamelar é um grande espaço vazio,
provavelmente preenchido com o gás da reação. Dessa forma têm-se um grande aumento de
espaços vazios (evidenciado pela diminuição da condutividade) e, por conseqüência, redução
da massa específica do material o que melhora a capacidade de isolamento térmico do
material compósito. Esta fato pode ser melhor visualizado tomando os valores presentes na
figura 29.
6
Termopar 03: Compósito 10% e Compósito 20%; Termopar 07: Compósito 15%
53
Composito - MDF
28
30
32
34
36
38
40
42
0 100 200 300 400 500 600 700 800
tempo (min)
TempºC
Mamona
Comp. 10%
Comp. 15%
Comp.20%
Figura 29: Curvas de desempenho dos isolantes convencionais sob forro de MDF.
Após a transferência de calor por condução, podemos perceber que o material
compósito apresentou uma resistência térmica bem superior a sua matriz de poliuretano de
mamona, com curvas de desempenho térmico bem abaixo do padrão sem carga. O que
apresentou um melhor comportamento foi o compósito a 20% de vermiculita. Este é o que
possui, dentro os materiais compósitos, a menor condutividade (0,0353 W/m.k), seguido pelo
compósito a 15% de vermiculita (0,0365 W/m.k) e o compósito a 10% de vermiculita
(0,0404). Este último possui uma condutividade praticamente igual ao poliuretano de mamona
(0,0406 W/m.k). Logo a princípio pode-se notar que quando maior o percentual de
vermiculita, menor valores de condutividade podem ser atingidos.
Os resultados obtidos pelos termopares no meio (figura 30) e no piso (figura 31)
confirmam a proporcionalidade entre a razão de vermiculita e a resistência térmica do
material, mantendo sempre os menores valores de temperatura para o compósito 20% e os
maiores para o compósito 0% (matriz sem carga).
54
Composito - Meio
28
30
32
34
36
38
40
42
0 100 200 300 400 500 600 700 800
tempo (min)
TempºC
Mamona
Comp. 10%
Comp. 15%
Comp.20%
Figura 30: Curvas de desempenho dos compósitos para temperaturas no interior da câmara de
desempenho térmico
Composito - Piso
28
30
32
34
36
38
40
42
0 100 200 300 400 500 600 700 800
tempo (min)
Temp.(ºC)
Mamona
Comp. 10%
Comp. 15%
Comp.20%
Figura 31: Curvas de aquecimento para temperaturas na face inferior interna da câmara (piso) de
desempenho térmico
O compósito a 20% têm um comportamento semelhante a de rocha. Ao se tomar os
valores encontrados para os termopares situados no meio (figura 30) e no piso (Figura 31) do
ambiente experimental da câmara de desempenho, pode-se notar que o compósito a 20%
permanece obtendo os resultados mais satisfatórios, mantendo os valores mais baixos de
temperatura.
55
Através do cruzamento dos dados da de rocha e do compósito 20%, é possível notar
a semelhança no comportamento desses dois materiais (figura 32).
Comparativo - Lã de Rocha x Composito 20%
20
30
40
50
60
70
80
0 100 200 300 400 500 600 700 800
tempo (min)
Temp.(ºC)
de Rocha
Composito 20%
Figura 32: Gráfico comparativo entre a lã de rocha e o compósito a 20% em massa de vermiculita
A lã de rocha ainda detém uma pequena vantagem em relação ao isolante compósito,
mas esta diferença é mínima se comparada ao comportamento observado nos outros materiais
isolantes empregados em larga escala.
4.4 ANÁLISE DE CUSTOS
Visto que o material isolante compósito desenvolvido nesta pesquisa pode ser
empregado atendendo veis de isolante térmico equivalentes a isolantes comerciais, como a
de vidro, a de rocha e o poliuretano petroquímico, fez-se necessário um estudo a cerca
dos custos envolvidos em uma aplicação comercial do material desenvolvido nesta pesquisa.
Este estudo se viabilidade do isolante compósito foi efetuada em comparação a matriz
de poliuretano de mamona. Analisando inicialmente a matriz sem carga, pode-se chegar a um
custo de R$ 23,00 por quilo de produto. Cada quilo de resina expande até preencher um
volume total de vinte e cinco litros, ou 0,0250 m³ (tabela 12).
56
Tabela 12: Valor e volume preenchido por um quilo de material compósito
Materiais Custo
(R$/Kg)
Volume
(m³/Kg)
Matriz sem carga 23,00 0,0250
Compósito 10% 25,39 0,0256
Compósito 15% 26,58 0,0340
Compósito 20% 27,78 0,0351
A vermiculita incorporada acrescenta custos ao produto final do compósito. Diante de
uma pesquisa de mercado, a vermiculita expandida, tamanho médio, custa aproximadamente
R$ 46,00 o quilo. Como na tabela 12 são expressos valores de 10%, 15% e 20% de
vermiculita, são incorporados valores de 0,10 Kg, 0,15 Kg e 0,20 Kg, respectivamente.
Lembrando que para cada massa de vermiculita acrescida, têm uma redução equivalente em
resina de poliuretano de mamona. Ou seja, onde se emprega 0,10 Kg de vermiculita, têm-se
sempre 0,90 Kg de resina.
Como detalhado, a medida que a proporção de vermiculita no compósito aumenta,
diminui-se a densidade do material. Esse fato também é devido ao aumento do volume final
do compósito após a expansão da mistura Poliol+isocianato+vermiculita. Se considerarmos
apenas um quilo dos compósitos têm-se um aumento no volume em relação a matriz sem
carga.
Em alguns casos as necessidades da aplicação tornam indiferente o uso compósito
20% ou usar a matriz sem carga. Nestas situações o usuário não esta interessado na resistência
mecânica superior do poliuretano de mamona ou na baixa condutividade do compósito 20%.
Ele esta interessado apenas em preencher um maior volume com um isolante térmico,
gastando o menos possível com isso. Na tabela 13 estão representados os aumentos
percentuais de custo e de volume preenchido pelos materiais compósitos em relação a sua
matriz sem carga.
Tabela 13: Aumento proporcional de custos e de volume preenchido dos compósitos
Aumento Proporcional Materiais
Custo Volume
Matriz sem carga 0,00% 0,00%
Compósito 10% 10,38% 2,56%
Compósito 15% 15,57% 36,05%
Compósito 20% 20,76% 40,35%
57
O que se pode observar é que os compósitos com 15% e 20% em massa de
vermiculita, obtêm um aumento de volume preenchido superior ao aumento do custo. Isso
significa que com esses materiais pode-se preencher um espaço até 40% maior, com um
isolante de densidade e uma condutividade bem menor, e pagando apenas 15% a 20% a mais
por isso.
Dessa forma, os compósitos de poliuretano de mamona e vermiculita mostram-se mais
viáveis economicamente que a matriz sem carga, pelo menos quando comparados em função
da relação custo x volume.
58
5 - CONCLUSÕES
Após a fundamentação sobre o tema, foram produzidos corpos de prova e realizados
os experimentos. Com base nos resultados obtidos, foi possível concluir que:
O poliuretano derivado do óleo da semente de mamona pode, também, ser empregado
como isolante térmico de sistemas construtivos, tais como coberturas e paredes. O seu
desempenho térmico se mostrou comparável a isolantes térmicos comercias, empregados em
larga escala, como a de Rocha e a de vidro. Em relação a essas lãs, o poliuretano de
mamona se mostrou um material bem mais versátil, que, diferente das lãs aqui tratadas,
apresenta boa resistência mecânica, além da possibilidade de poder assumir qualquer formato,
já que se trata de uma resina expansiva moldável.
Além do mais, o poliuretano de mamona se mostrou um isolante com um desempenho
bem melhor quando comparado ao seu parente não-renovável, o poliuretano de petróleo (PU).
Neste ponto, a mamona desempenha um papel fundamental, pois se torna um substituiu
biodegradável, de matéria-prima renovável, e com desempenho térmico bem mais eficiente.
Assim como sua matriz (poliuretano de mamona), o compósito desenvolvido apresenta
características que indicam que se trata de um material passível de aplicação como isolante
térmico, sendo a condutividade térmica do material inversamente proporcional a proporção da
massa de vermiculita empregada.
Todas as proporções estudadas (10%, 15% e 20%), apresentaram um desempenho
térmico satisfatório, possuindo uma eficiência melhor que a matriz de poliuretano sem carga,
embora o compósito a 10% mantenha um comportamento mais próximo da matriz, este muito
se aproxima do comportamento da de vidro, que é um isolante amplamente empregado no
mercado. o compósito a 20% em massa obteve desempenho compatível a de rocha,
alcançando os melhores valores de isolamento entre os sete materiais estudados.
Porém, a melhoria nas propriedades de isolamento térmico implicaram na redução da
resistência ao calor, já que a matriz sem carga suporta temperaturas de até 135 ºC e os
compósitos temperaturas inferiores a esta. O compósito a 20% em massa de vermiculita foi o
primeiro a sofrer os efeitos da alta temperatura, entrando em degradação a pouco mais de
100ºC. Os demais compósitos suportam em temperaturas intermediarias entre 100ºC e 130ºC.
Tal efeito destrutivo pelo calor pode ser justificado pela redução da densidade do
material, que chega a ser 30% menor, justificada pelo aumento do volume expandido após a
59
cura, já no melhor caso a expansão pode atingir até 40% mais, o que implica em uma redução
no custo, se observada a razão entre o volume preenchido e o valor pago.
Na análise de custos foi possível notar que o material compósito, em relação a matriz,
preenche um volume maior, tomando por referencia um mesmo investimento. Esse fato se
torna evidente para as proporções de 15% e 20%, enquanto a proporção 10% não é tão
eficiente, já que o aumento no custo foi superior ao aumento no volume total preenchido. Até
o momento não é possível ter detalhes da viabilidade econômica de mercado, já que o
material foi comparada apenas com a matriz sem carga.
Em síntese, conclui-se que o material analisado nesta pesquisa atingiu níveis de
isolamento térmico compatíveis com isolantes comerciais, mas com uma capacidade de
expansão superior, a um custo mais baixo e com a vantagem da biodegrabilidade. Em contra
partida massa especifica foi reduzida, da mesma forma que a temperatura máxima de uso, que
atingiu, em média, os 115ºC. Essas características foram mais evidentes nos materiais com
maior concentração de vermiculita.
Tais conclusões culminaram na solicitação do pedido de patente desse novo material
junto ao Instituto Nacional de Produção Intelectual - INPI, por meio do Sistema Integrado de
Gestão de Atividades Acadêmicas – SIGAA, da UFRN. Esta solicitação se encontra no
ANEXO.
Contudo, é imprescindível uma análise mais profunda dos resultados dos ensaios de
medição de propriedades térmicas, propriedades mecânicos e ataques de agentes externos para
que seja possível classificá-lo com material de isolação térmica em uso comercial;
5.1 CONTINUIDADE DA PESQUISA
Embora os resultados apresentados neste trabalho cumpram com os objetivos da pesquisa,
estao é inacabada, sendo necessárias demais análises em etapas futuras. Dentre elas:
Mesmo tendo resultados sobre os valores de resistência ao calor dos materiais, é
necessária a realização de um ensaio de propagação de chamas, já que a vermiculita é
praticamente incombustível. Este fato pode retardar a propagação das chamas pelo material.
Vale salientar que um isolante não utilizado apenas para evitar que o calor penetra em
dado ambiente. Também é utilizado para evitar que o calor “saia”. Dessa forma pretende-se
realizar ensaios de desempenho térmico em sistemas de resfriamento, como refrigeradores e
outros.
60
Para compreender melhor a micro-estrutura do compósito e fatores como porosidade,
densidade e aderência carga-matriz, é necessário, inicialmente, uma análise da superfície do
material por meio de imagens de microscopia óptica. Em seguida segue-se um processo de
microscopia eletrônica de varredura, atrelada a ensaios de DRX e FRX nas diferentes fases do
material, se existirem. Tais ensaios podem revelar como a vermiculita realmente interage
com a matriz de poliuretano de mamona. O surgimento de moléculas não presentes
anteriormente na matriz e nem na vermiculita, por meio dos ensaios em raio X, ajudaram a
revelar as possíveis reações químicas entre carga e matriz, e essas novas moléculas são os
produtos dessas reações.
A realização de ensaios mecânicos é necessária para uma melhor determinação das
possíveis aplicações do isolante. Ensaio de compressão, de tração e flexão são
imprescindíveis. Testes de resistência ao impacto, tenacidade a fratura como também uma
análise Térmica Dinâmica Mecânica são essências para delimitar os veis confiáveis de
esforços possíveis para o material isolante.
Como pretende-se aplicar o material como isolante térmico, é indispensável a
realização de diferentes ataques químicos, exposição controlada a radiação ultra-violeta, testes
de absorção de água e dentre outros ensaios que possam simular as condições ambientais e
usuais que são submetidos as superfícies de um material isolante convencional. Neste caso é
possível até mesmo a utilização do compósito em condições reais de uso, em uma pequena
estrutura monitorada e construída para tal fim.
De posse desses resultados é possível realizar uma análise mais detalhada do material
compósito isolante, e assim definir melhor os seus limites de aplicabilidade e segurança,
tornando possível a sua utilização efetiva como material de isolamento de para edificações,
sistemas térmicos de aquecimento, de resfriamento como também estruturas isolantes como
caixas térmicas, geladeiras e outros.
61
APÊNDICES
Apêndice A
Calculo da incerteza da medição de temperatura de calibração dos termopares, para
um nível de confiabilidade de 95%:
Distribuição dos termopares:
Termopar 00 e Termopar 04 – Piso interno da Câmara
Termopar 01 e Termopar 05 – Ambiente no interior da Câmara
Termopar 02 e Termopar 06 – Forro de MDF sob material Isolante
Termopar 03 e Termopar 05 – Placa de Aço sobre material Isolante
Termopar 00
temp. Padrão (ºC)
t
1
t
2
T
3
t
m
s(t) Incerteza
30.00 28.50
28.60
28.60
28.57
0.06
±0.07
60.00 58.00
57.90
58.20
58.03
0.15
±0.17
90.00 86.80
86.60
86.80
86.73
0.12
±0.13
Termopar 01
temp. Padrão (ºC)
t
1
t
2
T
3
t
m
s(t) Incerteza
30.00 28.40
28.40
28.50
28.43
0.06
±0.07
60.00 57.30
57.50
57.70
57.50
0.20
±0.23
90.00 86.30
86.40
86.50
86.40
0.10
±0.11
Termopar 02
temp. Padrão (ºC)
t
1
t
2
T
3
t
m
s(t) Incerteza
30.00 28.40
28.40
28.50
28.43
0.06
±0.07
60.00 57.80
57.50
57.70
57.67
0.15
±0.17
90.00 86.40
86.40
86.50
86.43
0.06
±0.07
Termopar 03
temp. Padrão (ºC)
t
1
t
2
T
3
t
m
s(t) Incerteza
30.00 28.30
28.30
28.40
28.33
0.06
±0.07
60.00 57.30
57.50
57.60
57.47
0.15
±0.17
90.00 86.20
86.10
86.20
86.17
0.06
±0.07
Termopar 04
temp. Padrão (ºC)
t
1
t
2
T
3
t
m
s(t) Incerteza
30.00 28.30
28.30
28.40
28.33
0.06
±0.07
60.00 57.60
57.70
57.90
57.73
0.15
±0.17
90.00 86.30
86.10
86.20
86.20
0.10
±0.11
62
Termopar 05
temp. Padrão (ºC)
t
1
t
2
T
3
t
m
s(t) Incerteza
30.00 28.30
28.30
28.40
28.33
0.06
±0.07
60.00 57.80
57.70
57.70
57.73
0.06
±0.07
90.00 86.40
86.40
86.70
86.50
0.17
±0.20
Termopar 06
temp. Padrão (ºC)
t
1
t
2
T
3
t
m
s(t) Incerteza
30.00 28.30
28.30
28.40
28.33
0.06
±0.07
60.00 57.60
57.70
57.60
57.63
0.06
±0.07
90.00 86.10
86.10
86.40
86.20
0.17
±0.20
Termopar 07
temp. Padrão (ºC)
t
1
t
2
T
3
t
m
s(t) Incerteza
30.00 28.30
28.30
28.40
28.33
0.06
±0.07
60.00 57.60
57.70
57.60
57.63
0.06
±0.07
90.00 86.30
86.10
86.20
86.20
0.10
±0.11
63
Apêndice B
Calculo da incerteza das propriedades Térmicas dos materiais compósitos, para um
nível de confiabilidade de 95%:
K(condutividade térmica)(w/m.k)
CPs 1 2 3 Média S (k) Incerteza
10% 0.0404 0.0401 0.0407 0.0404 0.0003
±0.0003
15% 0.0376 0.0353 0.0367 0.0365 0.0012
±0.0013
20% 0.0350 0.0354 0.0356 0.0353 0.0003
±0.0003
a(difusividade térmica)*E-6(m²/s)
CPs 1 2 3 Média S(a) Incerteza
10% 0.4550 0.4440 0.4370 0.4453 0.0091
±0.0103
15% 0.5100 0.4660 0.4910 0.4890 0.0221
±0.0250
20% 0.4320 0.4310 0.4190 0.4273 0.0072
±0.0082
ρC(capacidade calorífica)*E+6(J/m³.k)
CPs 1 2 3 Média S (pC) Incerteza
10% 0.0890 0.0900 0.0930 0.0907 0.0021
±0.0024
15% 0.0740 0.0760 0.0750 0.0750 0.0010
±0.0011
20% 0.0810 0.0820 0.0850 0.0827 0.0021
±0.0024
64
Apêndice C
Calculo da incerteza da temperatura máxima dos materiais compósitos, para um nível
de confiabilidade de 95%:
Resistência ao Calor (ºC)
CP´S
t
1
t
2
t
3
t
4
t
5
tm S(tm) Incerteza
0%
125.00 125.00 130.00 130.00 135.00 129.00 4.18 ±3.6668
10%
115.00 115.00 120.00 125.00
125.00
120.00 5.00 ±4.3826
15%
105.00 105.00 110.00 110.00
115.00
109.00 4.18 ±3.6668
20%
100.00
105.00
105.00
105.00
110.00
105.00 3.54 ±3.0990
65
Apêndice D
Gráficos Obtidos dos resultados de Desempenho Térmico
Temperaturas Médias - Placa aço
25
35
45
55
65
75
85
0 100 200 300 400 500 600 700 800
Tempo (min)
temper. (ºC)
Lã de Rocha
Lã de Vidro
Mamona
Poliuretato-PU
Comp. 10%
Comp. 15%
Comp. 20%
Temperaturas Médias - MDF
28
30
32
34
36
38
40
42
0 100 200 300 400 500 600 700 800
Tempo (min)
temper (ºC)
de Rocha
de Vidro
Mamona
Poliuretato-PU
Comp. 10%
Comp. 15%
Comp. 20%
66
Temperaturas Médias - Meio
28
30
32
34
36
38
40
42
0 100 200 300 400 500 600 700 800
Tempo (min)
temper. (ºC)
Lã de Rocha
Lã de Vidro
Mamona
Poliuretato-PU
Comp. 10%
Comp. 15%
Comp. 20%
Temperatura Média - Piso
28
30
32
34
36
38
40
42
0 100 200 300 400 500 600 700 800
Tempo (min)
Temper. (ºC)
Lã de Rocha
Lã de Vidro
Mamona
Poliuretato-PU
Comp. 10%
Comp. 15%
Comp. 20%
67
APÊNDICE E
Distribuição percentual da graulometria da vermiculita Expandida.
Distribuição granulométrica - Vermiculita
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 3.5 4 4.5 5
Abertura da peneira (mm)
P e r c e n tu a l r e tid o
68
ANEXO
Pedido de Patente
Solicitação do pedido de Patente do Material isolantes desenvolvido nesta pesquisa
69
70
71
REFERÊNCIAS
Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 5734: Peneiras para ensaio – Especificação.
______. NBR 7211: Agregados – Especificação
______. NBR 7217: Determinação da composição granulométrica dos agregados – Método
de ensaio.
AGUIAR, Mônica Regina Marques Palermo de; NOVAES, Amanda Cardoso. Remoção de
Metais pesados de efluentes industriais por Aluminosilicatos. Química Nova, vol. 25, nº. 6B,
p.1145-1154, 2002
ALMEIDA, Alessandra E.F.S.; FERREIRA, Osny P.. Poliuretana Derivada de Óleos
vegetais exposta ao intemperismo artificial. Polímeros: Ciência e Tecnologia, vol. 16, n° 3,
p. 252-256, 2006.
ALVES, William Ferreira. Preparação e Caracterização e blendas de Poliuretano derivado do
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127p. Dissertação (mestrado). Faculdade de Ilha Solteira, Universidade Estadual Paulista,
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72
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Programa de Pós-graduação em Engenharia Mecânica, Universidade Federal do Rio Grande
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CANEVAROLO JUNIOR, Sebastião V. (org). Técnicas de caracterização de Polímeros. São
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