53
com a mãe ou se fica na escola. Então, a separação gera, principalmente na
cabeça do adolescente, essa incerteza, essa dificuldade: ‘Com quem fico, onde
vou, com quem vou...’, e isso reflete imensamente na escola. (...) O primeiro
ponto: o limite que acabou e que jamais, jamais ele deveria deixar de ser o
mais forte: o respeito e a honestidade. Esse princípio de respeito e de
honestidade não pode sair do dicionário. ‘O muito obrigado, o com licença, o
até logo’, você ainda até pode suportar. Agora, honestidade e respeito, são
duas palavras-chave na vida do educando e do educador, do pai e do filho. (...)
Então, essa separação gerou um desrespeito muito grande. E não há como você
mudar isso, porque a própria separação já é um desrespeito. Você nunca viu
um casal separar por amor, já? Eu não conheço nenhum! Eles sempre se
separam por desamor. E o desamor gera o quê? O desrespeito. Então, eu acho
que desde que começou a avolumar demais as separações, desquites,
divórcios... o respeito e a honestidade vão se afastando. E isso é terrível.”
A opinião sobre o divórcio, sobre pais separados, confirmando o “preconceito” e
a idéia de que atrapalham a família e a formação dos filhos, pode ser detectada também
em jornais locais. Um deles data de 1976 e, o outro de 1993:
“O Divórcio não é solução, é falência
Vários serão os motivos pelos quais alguns se batem pela ab-rogação da
indissolubilidade do matrimônio; grupos que consideram o divórcio como uma
evolução “moderna”, ou julgam que a aplicação dessa terapêutica venha a
curar certos males da sociedade.
É preciso, porém, que se tenham uma concepção coerente da vida e da natureza
das coisas. Essa coerência é que nos deve levar a refletir, primeiro, sobre o
matrimônio e a família, antes que sobre o divórcio. Antes de ouvir o que dizem
os homens, será preciso ouvir o que disse Deus e antes de destruir uma
instituição social, convém se examinem as razões pelas quais ela é também uma
instituição histórica e natural.
Antes de legalizar o divórcio como solução humanitária ou moderna, importa o
significado relevado a Moisés (cerviz dura do povo hebreu) mas
definitivamente abolido por Cristo, quando veio curar, humanizar e elevar o
coração dos homens.
A posição de quem defende a família contra o divórcio, não, pois, de
intolerância ou obstinação, mas, antes, de convicção e coerência, no esforço de
conseguir a libertação e a construção de uma comunidade política tal qual o
desejam todos os cidadãos conscientes.
(...) O matrimônio é uma relação pessoal, consciente, livre e responsável, que
exige o compromisso da fidelidade, porque a permuta recíproca dos corpos e
dos espíritos, uma realidade nova que não mais depende do reconhecimento do
homem e da mulher. O matrimônio com a fecundidade que produz, abre-se à
vida e se põe a serviço da vida, e está intimamente ligado a todo o contexto
social, do qual constitui o suporte.
O divórcio, ao contrário, procede de uma ideologia individualista, egoísta, sem
coerência num Estado (como o Brasil, por exemplo) que luta por criar uma
legítima comunidade nacional.
(...) O matrimônio é amor que compromete definitivamente a liberdade, é a
escolha de um teor de vida em que os esposos atingem sua plena realização.
A infidelidade é a incapacidade de viver um empenhamento sério, é falta de
maturidade do amor, que se limita ao egoísmo, ao hedonismo, ao utilitarismo.
O divórcio não é solução, é falência.
As dificuldades da vida matrimonial devem ser assumidas e integradas no tipo
de vida que se escolheu, mediante o amadurecimento pessoal e conjugal. Basta