imaginária571, oriunda do vale do Kidron572, discursos mitológicos573. Outros
vêem liames textuais com o Sl 46
574 e Gn 2,10-14575, Is 8,6-7; 33,20-24576 ou
então alusão a imagens politeístas
577 ou à retomada do templo pré-exílico578, além
de uma sentença contra o povo
579.
http://classics.mit.edu/Tacitus/histories.html. Neste endereço há indicações de versões publicadas em
outros idiomas.
John B. Taylor entende que as tradições sobre uma fonte natural que abastecia o Templo de Jerusalém
seriam inverossímeis. A cena estaria mais próxima de uma idealização das bênçãos abundantes de
Deus. Cf. TAYLOR, J. B., Ezekiel. Westmont-Califórnia, Intervarsity Press, 1981, 249.
571 As informações da Carta de Aristea e do historiador Tácitos foram consideradas por Simons como
“imaginárias” e teriam em seu substrato textos do Antigo Testamento como o de Ez 47. Na opinião de
Simons, a água que abastece Jerusalém procede da fonte de Gihon, situada no vale do Kidron. Cf.
SIMONS, J. J., Jerusalem in the Old Testament. Leiden, E. J. Brill Smith 1952, 48.
572 Para Zimmerli a fonte que nutre a cidade de Jerusalém e seu templo deve ser encontrada nos
diversos aquedutos e, sobretudo, no túnel de Siloé construído por Ezequias, situado aos pés do monte
da cidade e do templo no vale do Kidron, a chamada fonte de Gihon. Cf. ZIMMERLI, W., Die Umwelt
des neuen Heiligtums, 1192. Zwickel compartilha a mesma opinião, acrescentando a penas que não se
pode duvidar do fato que o Gihon seja o rio que é o rio que abastece a cidade de Jerusalém. Cf.
ZWICKEL, W.,
Die Tempelquelle Ez 47 - Eine traditionsgeschichtliche Untersuchung, EvTh 55
(
1995), 140-154 (149).
573 Cf. GUNKEL, H. Das Märchen im Alten Testament. Tübingen-Mohr, 1921, 42-50; AHUIS,
A.,“Das Märchen im Alten Testament”, ZTK 86 (1989) 464-470. GRAF, A., Miti, leggende e
superstizioni del Medio Evo, Milão, Mondadori, 1996.
http://www.classicitaliani.it/ottocent/graf_miti03.htm.
Zwickel discorda de Gunkel quanto a presença de uma influência mitológica no texto de Ez 47,1.
segundo este autor, a alusão ao rio “trata-se de uma descrição da realidade natural de Jerusalém, mas
não de um rio mitológico”. Cf. ZWICKEL, W., Die Tempelquelle Ez 47 - Eine
traditionsgeschichtliche Untersuchung, 149.
574 Estes liames textuais indicam que, já em tempos remotos se falava de “águas”. O rh'n" possui uma
função bastante determinada: alegrar com suas
wyg"l'P. a cidade de Deus, mais especificamente
santificando as moradas do Altíssimo
!Ayl.[, ynEK.v.mi. que alegravam a cidade de Deus (cf. Sl 65,10; Is
33,21) e cuja origem era a montanha de Deus, ou seja, o próprio Deus.
575 A conexão com Gn 2,10-14 encontra-se na descrição do paraíso como o lugar de origem dos
quatro grandes rios que irrigam toda a terra:
!AvyPi, Pison (cf. Eclo 45,23), !AxyGI Geon, lq,D,xi Tigre, tr'P.
Eufrates. A conexão poderia ser detectada no contexto da cena que apresenta o paraíso como o lugar
da morada de Deus, o lugar da fertilidade, da riqueza, o jardim plantado pelo próprio Deus e a fonte da
esperança.Cf.
DARR, K. P., “The Wall Around Paradise: Ezekielian Ideas about the Future”, VT 37
(187) 271-279; HALS, R., Ezekiel,
Michigan/Cambridge, Eerdmans, 1989; TUELL, S., The Rivers of
Paradise: Ezekiel 47:1-12. In
BROWN, W. P., and McBRIDE, D. Jr., God Who Creates Essays in
Honor of W. Sibley Towner. Michigan/Cambridge, Eerdmans, 2000. O tema de Sião como o lugar da
morada de Deus pode ser aprofundado em TUELL, S., “Ezekiel 40-42 as Verbal Icon”, CBQ 58 (1996)
649-664; “The Temple Vision of Ezekiel 40-48: A Program for Restoration?”, PEGLBS 2 (1982) 96-
103.
576 Cf. VAWTER, B.; HOPPE, L. J., A New Heart. A Commentary on the Book of Ezekiel. Edinburgh,
Eerdmans, 1991, 207 e TAYLOR, J. B., Ezekiel, 250; McKEATING, H., Ezekiel. Sheffield, Sheffield
Academic Press, 1995, 102.
577 Alguns autores entendem que a imagem de um rio que procede da morada dos deuses pode ter
contribuído para a formação do texto de Ez 47,1-12. A noção contida no termo “rio” seria aquela de
uma força devastadora a qual Deus recorreria para punir o seu povo. Cf. GRAY, J., “The Kingship of
God in the Prophets and Psalms,” VT 11 (1961)1-29; SCHMID, H. H. “Jahwe und die Kulttradition
von Jerusalem” ZAW 67 (1955) 168-197. 191-192; JOHNSON, A.R. Sacral Kingship in Ancient