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UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL
O USO DO SISTEMA LIGHT STEEL FRAMING
ASSOCIADO A OUTROS SISTEMAS CONSTRUTIVOS
COMO FECHAMENTO VERTICAL EXTERNO NÃO
ESTRUTURAL
AUTOR: ALEXANDRE KOKKE SANTIAGO
ORIENTADOR: Prof. Dr. Ernani Carlos de Araújo
Dissertação apresentada ao Programa de s-
Graduação do Departamento de Engenharia
Civil da Escola de Minas da Universidade
Federal de Ouro Preto, como parte integrante
dos requisitos para obtenção do tulo de
Mestre em Ciências da Engenharia Civil, área
de concentração: Construção Metálica.
Ouro Preto – maio de 2008
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II
Catalogação: sisbin@sisbin.ufop.br
S235u
Santiago, Alexandre Kokke,
O uso do sistema light steel framing associado a outros sistemas
construtivos como fechamento vertical externo não-estrutural
[manuscrito] / Alexandre Kokke Santiago - 2008.
xv, 153f.: il. color., tabs.
Orientador: Prof. Dr. Ernani Carlos de Araújo.
Dissertação (Mestrado) - Universidade Federal de Ouro Preto. Escola de
Minas. Departamento de Engenharia Civil. Programa de Pós Graduação em
Engenharia Civil.
Área de concentração: Construção Metálica.
1. Construção industrializada - Teses. 2. Estruturas metálicas - Teses.
3. Painéis de fechamento - Teses. 4. Fachadas - Teses. I. Universidade
Federal de Ouro Preto. II. Título.
CDU: 624.014
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III
AGRADECIMENTOS
À meus pais e minha irmã, incentivadores constantes na concretização deste e de tantos
outros desafios;
À Camila, não só pela revisão;
Ao meu orientador, professor Ernani Araújo, pelo cuidado, atenção e dedicação no
desenvolvimento deste trabalho;
Aos demais professores do curso de Mestrado, pelos ensinamentos e esclarecimentos,
em especial professora Arlene Freitas e professor Henor Souza, pela solução de dúvidas
ao longo do trabalho e professora Márcia Veloso, orientadora no estágio de docência;
A todos os colegas do mestrado, engenheiros e arquitetos, pelos divertidos trechos Ouro
Preto a BH, conversas e ajudas nas dúvidas constantes;
Aos profissionais da Usiminas, Brasilit e Flasan, pelo apoio técnico e interesse
demonstrado no desenvolvimento deste trabalho.
IV
RESUMO
A construção civil brasileira é marcada pelos sistemas construtivos artesanais, porém,
diante da crescente demanda e da disponibilidade técnica de alternativas, várias
correntes deste setor têm se mostrado abertos ao emprego de soluções industrializadas.
Sistemas construtivos com concepção racionalizada têm ganhado espaço conforme
cresce a aceitação da tecnologia por parte dos setores produtivos e principalmente dos
consumidores. O sistema construtivo Light Steel Framing (LSF), que se apresenta como
uma solução industrializada e racionalizada, vem ganhando espaço no Brasil em
construções dos mais diversos usos e já conta com todos os insumos necessários para
sua execução disponíveis no país. Os fechamentos verticais industrializados são
utilizados no Brasil com certa freqüência, sendo o dry-wall (internamente) e os painéis
metálicos e de concreto pré-moldado (externamente) suas formas mais comuns.
Entretanto, os fechamentos externos em LSF para edifícios com estrutura principal
portante, que são comuns em países de cultura construtiva mais industrializada, ainda
são raros em nosso país. A utilização deste sistema representa maior rapidez de
execução com perdas mínimas; menor emprego de mão-de-obra; e a redução
considerável no peso próprio comparado a materiais convencionais. Nesse contexto, o
presente trabalho constitui um material técnico de apoio àqueles que desejam utilizar o
LSF como alternativa de solução construtiva para fechamento externo vertical não
estrutural. São apresentados os condicionantes técnicos dessa utilização e os princípios
qualitativos básicos para o dimensionamento do sistema. Também são compilados
diversos modos e conceitos de montagem para o emprego do sistema no fechamento de
fachadas, com suas principais características, limitações e variações, levantados a partir
de catálogos e materiais técnicos publicados por fabricantes e associações técnicas,
principalmente estrangeiros, e visitas a obras. São estudados, ainda, alguns dos
principais materiais de acabamento dos fechamentos e suas interfaces construtivas, de
modo a garantir a eficiência proposta para o sistema e propostos detalhes construtivos
para sua execução. O presente trabalho pretende fornecer subsídios para que os
profissionais responsáveis pela construção possam tomar a decisão sobre a melhor
forma de montagem a ser utilizada, em função dos condicionantes de cada obra.
V
ABSTRACT
The use of non industrialized techniques is remarkable at civil construction in Brazil.
However, facing the increasing demand and availability of solutions, some sectors
became open minded to the use of industrialized alternatives. Rationalized solutions
have gained space as the acceptance of new technologies by constructors and final users
grows. Light Steel Framing system (LSF), presented as a rationalized and industrialized
solution, is already used in Brazil in a variety of buildings and all the components
necessary to its employ are available nationally. Industrialized façade and partition
systems are used in Brazil under certain circumstances, specially gypsum drywall
(internally), and metal panels or pre-cast concrete (externally). However external LSF
(or Cold-formed Steel) non structural walling systems, in buildings with main structure,
is a widely used solution in countries with a constructive culture of industrialization,
this system is rarely employed in national market. This lightweight, dry system offers
enormous savings in construction time, material waste, labor requirements and dead
load, compared to traditional construction techniques. Considering this context, this
work aims at providing technical material to support professionals interested in using
the LSF as an alternative solution to external cladding. The work presents the conditions
for the use of the proposed technology, as well as basic qualitative considerations for
system dimensioning. Several assembly solutions and concepts are presented, and their
main qualities, limitations and variations, compiled from catalogs and technical notes
from assemblers, manufacturers and their technical associations, as well as field
investigation. The main cladding systems available in Brazil for the use with LSF are
presented, with solutions and details to guarantee their correct application. The aim of
this work is to provide technical information to fundament the decision making of
professionals involved in construction.
VI
SUMÁRIO
RESUMO..................................................................................................................IV
ABSTRACT............................................................................................................... V
LISTA DE FIGURAS................................................................................................ X
LISTA DE TABELAS...........................................................................................XIV
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS............................................................. XV
1 - INTRODUÇÃO .................................................................................................... 1
1.1 - Considerações Iniciais..................................................................................... 1
1.2 - Light Steel Framing e sua Inserção no Cenário Nacional ................................. 3
1.3 - Sistemas de Fechamento Industrializados no Brasil ......................................... 5
1.4 - Objetivos......................................................................................................... 7
1.5 - Estruturação do Trabalho................................................................................. 8
2 - O SISTEMA LIGHT STEEL FRAMING............................................................. 9
2.1 - Introdução....................................................................................................... 9
2.2 - O Sistema Construtivo Light Steel Framing................................................... 12
2.2.1 - Aço Galvanizado..................................................................................... 13
2.2.2 - Perfis de o Utilizados.......................................................................... 14
2.2.3 - Painéis..................................................................................................... 15
2.2.4 - Lajes ....................................................................................................... 18
2.2.5 - Coberturas............................................................................................... 20
2.3 - Acabamentos Verticais Para Light Steel Framing .......................................... 21
2.3.1 - Características Gerais.............................................................................. 21
2.3.2 - Isolamento Térmico e Acústico ............................................................... 22
2.4 - Métodos de Construção ................................................................................. 23
2.4.1 - Método “Stick........................................................................................ 23
2.4.2 - Método por Painéis ................................................................................. 23
2.4.3 - Construção Modular................................................................................ 25
2.5 - Racionalização e Coordenação Modular ........................................................ 26
VII
2.5.1 - Light Steel Framing e Modulação........................................................... 30
3 - CONSIDERAÇÕES ESTRUTURAIS DA UTILIZAÇÃO DE LSF COMO
FECHAMENTO EXTERNO................................................................................... 31
3.1 - Concepção Estrutural .................................................................................... 31
3.2 - Dimensionamento ......................................................................................... 33
3.2.1 - Princípios para o Dimensionamento do Fechamento................................ 33
3.2.2 - Cargas para Dimensionamento ................................................................ 35
3.2.2.1 - Peso Próprio......................................................................................35
3.2.2.2 - Cargas devidas ao Vento ...................................................................35
3.2.2.3 - Cargas Sísmicas ................................................................................36
3.2.2.4 - Cargas de origem Térmica.................................................................36
3.2.2.5 - Cargas de Impacto.............................................................................37
3.2.3 - Deslocamentos e Estados Limites............................................................ 37
3.2.4 - Tensões Atuantes .................................................................................... 38
3.3 - Deslocamentos na Estrutura Principal............................................................ 38
3.3.1 - Formas de Deslocamentos na Estrutura Principal..................................... 39
3.3.1.1 - Assentamento da fundação ................................................................40
3.3.1.2 - Deslocamento das vigas de contorno do edifício................................40
3.3.1.3 - Oscilação provocada pelo vento ........................................................40
3.3.2 - Absorção de Deslocamentos Verticais..................................................... 40
3.3.3 - Absorção de Deslocamentos Horizontais................................................. 41
3.4 - Conexão das peças de LSF com a Estrutura Principal.................................... 42
3.4.1 - Dimensionamento da Conexão ................................................................ 43
3.4.2 - Pinos acionados à pólvora ....................................................................... 43
3.4.3 - Parafusos................................................................................................. 45
3.4.4 - Solda....................................................................................................... 46
4 - MODOS DE MONTAGEM DE FECHAMENTOS EXTERNOS EM LIGHT
STEEL FRAMING.................................................................................................... 47
4.1 - Método Embutido.......................................................................................... 48
4.1.1 - Ligação Rígida........................................................................................ 52
4.1.2 - Espaço superior para movimentação, com travamento horizontal ............ 53
VIII
4.1.2.1 - Travamento com Bloqueadores e Fitas metálicas...............................54
4.1.2.2 - Travamento com Canaletas e Cantoneiras..........................................55
4.1.2.3 - Travamento com Espaçadores ...........................................................56
4.1.3 - Espaço superior para movimentação, com peças especiais....................... 58
4.1.4 - Fixação superior dos montantes com cantoneiras com furos oblongos ..... 59
4.1.5 - Guia Superior Dupla................................................................................ 61
4.1.6 - Montante com furos oblongos na extremidade superior ........................... 63
4.1.7 - Guia superior com furos oblongos........................................................... 65
4.1.8 - Movimentação na extremidade inferior do painel .................................... 67
4.1.9 - Avaliação Crítica das Montagens Embutidas ........................................... 67
4.2 - Painéis Contínuos de Fachada ....................................................................... 69
4.2.1 - Ligações rígidas ...................................................................................... 75
4.2.2 - Ligações não-rígidas conectadas às almas dos montantes ........................ 77
4.2.3 - Ligações não-rígidas conectadas às mesas e enrijecedores dos montantes 81
4.2.4 - Conexão horizontal entre painéis............................................................. 84
4.2.5 - Avaliação Crítica das Montagens Contínuas............................................ 89
4.2.6 - Painéis Janela a Janela............................................................................. 89
5 - ACABAMENTOS E INTERFACES ................................................................. 95
5.1 - Interface das Peças de LSF com a Estrutura Principal.................................... 96
5.2 - Painéis com Acabamento Pré-Executado....................................................... 96
5.3 - Juntas e Encontros de Placas de Acabamento ................................................ 97
5.4 - Materiais de Acabamento e Formas de Aplicação.......................................... 98
5.4.1 - Painéis OSB ............................................................................................ 99
5.4.1.1 - Siding..............................................................................................100
5.4.1.2 - Argamassa.......................................................................................105
5.4.1.3 - EIFS (Exterior Insulation and Finishing System).............................107
5.4.2 - Placas Cimentícias ................................................................................ 111
5.4.3 - Alvenaria .............................................................................................. 118
5.4.4 - Gesso Cartonado ................................................................................... 119
5.4.5 - Painéis Metálicos .................................................................................. 125
6 - CARACTERÍSTICAS DO SISTEMA............................................................. 128
IX
6.1 - Resistência Ao Vento .................................................................................. 129
6.1.1 - Análise e Recomendações de projeto..................................................... 133
6.2 - Isolamento Térmico..................................................................................... 134
6.2.1 - Recomendações de projeto .................................................................... 135
6.3 - Isolamento Acústico .................................................................................... 136
6.3.1 - Propriedades e análise comparativa ....................................................... 138
6.3.2 - Recomendações de projeto .................................................................... 139
6.4 - Peso Próprio................................................................................................ 141
6.4.1 - Propriedades e análise comparativa ....................................................... 141
7 - CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................... 143
7.1 - Sugestões Para Trabalhos Futuros ............................................................... 145
8 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................. 146
X
LISTA DE FIGURAS
Figura 2.1 - Esquema de construção portante em LSF................................................. 12
Figura 2.2 - Alguns dos subsistemas do Light Steel Framing ...................................... 13
Figura 2.3 - Seções usuais de perfis para LSF............................................................. 14
Figura 2.4 - Parafuso caba lentilha e ponta broca..................................................... 14
Figura 2.5 - Parafuso estrutural - cabeça sextavada e ponta broca ............................... 15
Figura 2.6 - Desenho esquemático de painel típico em LSF e seus componentes......... 15
Figura 2.7 - Esquema de travamento horizontal do painel por bloquadores ................. 16
Figura 2.8 - Desenho esquemático de painel portante em LSF com abertura............... 17
Figura 2.9 - Painel o-estrutural com abertura........................................................... 18
Figura 2.10 - Montagem de vigas da estrutura de piso ................................................ 19
Figura 2.11 - Desenho esquemático de laje seca ......................................................... 19
Figura 2.12 - Desenho esquemático de laje úmida ...................................................... 20
Figura 2.13 - Tesouras de cobertura em LSF............................................................... 21
Figura 2.14 - Instalação de isolamento em lã de vidro................................................. 22
Figura 2.15 - Montagem de painel em LSF no canteiro de obras................................. 23
Figura 2.16 - Painéis em LSF produzidos em fábrica e transportados para obra .......... 24
Figura 2.17 - Montagem de painéis em LSF com acabamento executado previamente 24
Figura 2.18 - Construção de edifício em módulos ....................................................... 25
Figura 2.19 - Montagem de módulo de banheiro. Edifício de Hotel, São Paulo ........... 25
Figura 2.20 - Coordenação modular entre elementos construtivos............................... 28
Figura 2.21 - Centre Pompidou................................................................................... 29
Figura 2.22 - Museu Guggenheim Bilbao, durante obras de construção ...................... 29
Figura 3.1 - Cargas de origem térmica nos fechamentos em LSF ................................ 36
Figura 3.2 - Pino para fixação à pólvora em concreto.................................................. 44
Figura 3.3 - Pino para fixação à pólvora em aço ......................................................... 44
Figura 3.4 - Parafuso estrutural - cabeça sextavada e ponta broca ............................... 45
Figura 3.5 - Algumas configurações de solda entre chapas de aço............................... 46
Figura 4.1 - Vedação em LSF – Método Embutido ..................................................... 49
Figura 4.2 - Montagem de painéis de LSF embutidos ................................................. 50
Figura 4.3 - Fechamento em LSF, método embutido................................................... 50
XI
Figura 4.4 - Instalação de painel embutido de fachada em LSF................................... 51
Figura 4.5 - Ligação gida dos montantes com a guia superior................................... 52
Figura 4.6 - Travamento superior com bloqueadores e fitas ........................................ 54
Figura 4.7 - Travamento superior com canaleta e cantoneiras ..................................... 55
Figura 4.8 - Espaçador instalado entre montantes ....................................................... 56
Figura 4.9 - Espaçador e guarda.................................................................................. 57
Figura 4.10 - Modelos de peças de conexão do montante à guia com movimentação .. 58
Figura 4.11 - Cantoneira superior com furos oblongos para movimentação................. 59
Figura 4.12 - Cantoneiras de fixação superior de montantes........................................ 61
Figura 4.13 - Montagem com guia dupla .................................................................... 62
Figura 4.14 - Montantes com furos superiores oblongos ............................................. 64
Figura 4.15 - Guia superior com furos oblongos ......................................................... 65
Figura 4.16 - Dimensões dos furos oblongos nas mesas da guia superior .................... 66
Figura 4.17 - Vedação em LSF - Método contínuo ..................................................... 69
Figura 4.18 - Montagem de painel contínuo de fachada. ............................................. 70
Figura 4.19 - Execução de painel contínuo em retrofit de edifício comercial............... 70
Figura 4.20 - Painel com montante contínuo da base ao topo do edifício..................... 71
Figura 4.21 - Painel dividido verticalmente, conees não-rígidas.............................. 72
Figura 4.22 - Painel dividido verticalmente, conees rígidas e não-rígidas................ 73
Figura 4.23 - Cantoneira de reforço de borda de laje em concreto............................... 74
Figura 4.24 - Detalhe para fixação inferior do painel contínuo.................................... 74
Figura 4.25 - Conexão rígida entre montante e estrutura com cantoneira comum ........ 75
Figura 4.26 - Ligação gida com cantoneira de aba longa .......................................... 76
Figura 4.27 - Cantoneira com movimentação vertical ................................................. 78
Figura 4.28 - Variações de cantoneira de fixação........................................................ 79
Figura 4.29 - Cantoneira de movimentação fixada à face inferior da estrutura............. 80
Figura 4.30 - Ligação com cantoneira apoiada na mesa e enrijecedor do montante ..... 81
Figura 4.31 - Ligação com perfil U apoiado na mesa e enrijecedor do montante ......... 82
Figura 4.32 - Ligação apoiada na mesa e enrijecedor do montante com peça especial . 83
Figura 4.33 - Peça de encaixe para painéis contínuos de fechamento .......................... 84
Figura 4.34 - Conexão horizontal rígida entre painéis ................................................. 85
Figura 4.35 - Conexão não-rígida em painéis contínuos com guia com furos oblongos87
XII
Figura 4.36 - Conexão não-rígida entre painéis contínuos com pinos e placas............. 88
Figura 4.37 - Painéis janela a janela............................................................................ 90
Figura 4.38 - Montagem de painéis janela a janela em fachada ................................... 90
Figura 4.39 - Painel janela a janela com apoio secundário com braço diagonal ........... 92
Figura 4.40 - Painel janela a janela com apoio secundário com perfil horizontal......... 93
Figura 4.41 - Painel janela a janela estabilizado com cantoneira superior.................... 94
Figura 5.1 - Instalação de painel de LSF com acabamento cerâmico pré-executado .... 97
Figura 5.2 - Instalação de placas de OSB na fachada .................................................. 99
Figura 5.3 - Placas de acabamento instaladas de forma defasada............................... 100
Figura 5.4 - Execução de siding vinílico sobre membrana de polietileno e OSB........ 101
Figura 5.5 - Perfil de siding vinílico ......................................................................... 101
Figura 5.6 - Painel embutido com acabamento em siding sobreposto a estrutura....... 103
Figura 5.7 - Painel embutido com acabamento em siding com estrutura aparente...... 103
Figura 5.8 - Painel contínuo com acabamento em siding sobre conexão rígida.......... 104
Figura 5.9 - Painel contínuo com acabamento em siding não interrompido ............... 104
Figura 5.10 - Painel contínuo com junta em perfil Z e acabamento em siding ........... 105
Figura 5.11 - Painel contínuo com junta em perfil cartola e acabamento siding s ...... 105
Figura 5.12 - Revestimento de argamassa aplicado sobre placas de OSB .................. 106
Figura 5.13 - Desenho esquemático de fechamento com EIFS .................................. 107
Figura 5.14 - Painel embutido rígido com acabamento em EIFS ............................... 109
Figura 5.15 - Painel embutido não-rígido com acabamento em EIFS ........................ 109
Figura 5.16 - Painel contínuo com acabamento em EIFS sobre conexão gida ......... 110
Figura 5.17 - Painel contínuo com acabamento em EIFS sobre conexão o-gida .. 110
Figura 5.18 - Painel contínuo com acabamento em EIFS sobre conexão o-gida .. 111
Figura 5.19 - Execução de fechamento externo em placa cimentícia ......................... 112
Figura 5.20 - Junta oculta entre placas cimentícias.................................................... 113
Figura 5.21 - Juntas aparentes................................................................................... 114
Figura 5.22 - Painel embutido rígido com acabamento em placa cimentícia.............. 116
Figura 5.23 - Painel embutido não-rígido, com placa cimentícia .............................. 116
Figura 5.24 - Painel embutido rígido com acabamento em placa cimentícia.............. 116
Figura 5.25 - Painel embutido não-rígido com placa cimentícia................................ 117
Figura 5.26 - Painel contínuo com acabamento em placa cimentícia ......................... 117
XIII
Figura 5.27 - Painel contínuo com junta oculta em placa cimentícia ......................... 118
Figura 5.28 - Painel contínuo com junta em perfil Z em placa cimentícia.................. 118
Figura 5.29 - Fechamento de alvenaria sobre painel OSB com manta de polietileno . 119
Figura 5.30 - Instalação de placa de gesso cartonado ................................................ 121
Figura 5.31 – Etapas de execução de junta em placas de gesso cartonado ................. 121
Figura 5.32 - Junção superior do acabamento em gesso de painel embutidogido.... 122
Figura 5.33 - Arremate inferior típico no acabamento em gesso de painel embutido . 122
Figura 5.34 - Arremates de acabamento em gesso, para painel contínuo ................... 123
Figura 5.35 - Arremate superior com selante no acabamento em gesso ..................... 123
Figura 5.36 - Arremate superior com rodateto no acabamento em gesso ................... 124
Figura 5.37 - Arremate de acabamento em gesso, para painel contínuo..................... 124
Figura 5.38 - Painéis metálicos de acabamento externo............................................. 125
Figura 5.39 - Detalhe esquemático de fixação com pinos ocultos.............................. 126
Figura 5.40 - Seção horizontal de fixação de painel metálico com parafuso .............. 126
Figura 5.41 - Inserts para fixação de painel metálico sobre fechamento em LSF ....... 127
Figura 6.1 - Painel de fechamento em LSF com travamento horizontal e diagonal .... 133
Figura 6.2 - Barras horizontais e montantes duplos para isolamento acústico ............ 139
Figura 6.3 - Ponto vulnerável na transmissão do som entre pavimentos .................... 140
Figura 6.4 - Possibilidade de solão para isolamento do som entre pavimentos....... 140
XIV
LISTA DE TABELAS
Tabela 3.1 - Deslocamentos (flechas) admissíveis em fechamentos de LSF ................ 37
Tabela 4.1 - Resumo das características de painéis embutidos em LSF ....................... 68
Tabela 6.1 - Pressão admissível de vento em painéis de LSF, com flecha de L/240... 130
Tabela 6.2 - Pressão admissível de vento em painéis de LSF, com flecha de L/360... 130
Tabela 6.3 - Pressão admissível de vento em painéis de LSF, com flecha de L/600... 130
Tabela 6.4 - Valores de Pressão Dinâmica de Vento para fachadas ........................... 132
Tabela 6.5 - Qualificação do isolamento acústico ..................................................... 137
Tabela 6.6 - Índice de redução sonora para diversas montagens de paredes............... 138
Tabela 6.7 - Peso próprio de sistemas de fechamento vertical ................................... 142
XV
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ABRAGESSO – Associação Brasileira de Fabricantes de Chapas de Gesso
AISI – American Iron and Steel Institute
CBCA – Centro Brasileiro da Construção em o
CEF – Caixa Econômica Federal
EIFS –Exterior Insulation and Finish System
IBS – Instituto Brasileiro de Siderurgia
ISO – International Organization for Standardization
LGSEA – Light Gauge Steel Engineers Association
LSF – Light Steel Framing
NASFA – North American Steel Framing Alliance
NBR – Norma Brasileira
OSB – Oriented Strand Board
SCI – Steel Construction Institute
SSMA – Steel Stud Manufacturers Association
TSN The Steel Network
UFOP – Universidade Federal de Ouro Preto
USIMINAS – Usinas Siderúrgicas de Minas Gerais
1
1
1 - INTRODUÇÃO
1.1 - CONSIDERAÇÕES INICIAIS
No que se refere aos sistemas construtivos, o mercado da construção civil no Brasil
apresentou mudanças pouco significativas e uma evolução muito lenta das tecnologias,
dos processos construtivos e da gestão da organização nos últimos anos. Sua produção é
focada em processos predominantemente artesanais, onde a baixa produtividade e o
enorme desperdício se tornaram tão marcantes, que qualquer leigo pode pensar que essa
é uma característica intrínseca da construção civil.
Porém, existe um grande número de sistemas de construção cuja filosofia e concepção
visam exatamente combater essas características. São processos mais eficientes, com o
2
objetivo de aumentar a produtividade, minimizar o desperdício, melhorar a gestão dos
recursos e serem capazes de atender a demanda cada vez maior por edificações.
Apesar da histórica resistência de grande parte dos setores da construção civil brasileira,
alguns segmentos significativos desse setor, influenciados pelas tecnologias externas e
visando aumento de sua eficiência, têm sinalizado pela aceitação de novas formas de se
construir, ainda que de forma lenta se comparada a outros setores da economia.
Nessa realidade, grandes construtores nacionais têm buscado investir em tecnologias
construtivas mais eficientes, resultando em produtos finais de qualidade e com custos
competitivos quando comparados aos sistemas totalmente artesanais, hoje ainda
dominantes no país. A adoção por parte das construtoras de uma estratégia voltada à
racionalização do processo construtivo constitui um ponto fundamental para que o setor
da construção evolua, tornando-se mais competitivo (BARROS e SABBATINI, 2003).
atualmente no país, experiências bem sucedidas de emprego de sistemas
industrializados na construção civil, principalmente em obras comerciais e industriais.
A construção industrializada se apresenta como um caminho para a mudança da
realidade da construção civil brasileira. Características como mão-de-obra qualificada,
produção seriada e em escala de elementos padronizados, racionalização dos processos
e insumos e possibilidade de controle rígido dos processos e cronograma da obra são
características dos sistemas industrializados que vão de encontro aos problemas
intrínsecos da construção artesanal.
Qualquer técnica ou solução construtiva desenvolvida fora do país deve ser analisada
com cuidado antes de sua utilização no mercado nacional. As inovações devem ser
economicamente viáveis e compatíveis com os condicionantes nacionais. Tecnologias
importadas utilizadas sem qualquer adequação às condições climáticas, sociais e
econômicas, e às expectativas do mercado brasileiro encontram dificuldades em se
estabelecer e ser aceitas pelos usuários e pela cadeia produtiva. O processo de
tropicalização é fundamental para que a construção industrializada possa ser uma
realidade no mercado brasileiro. Como afirma Sales (2001), “é necessário se adequar o
tipo de construção ao meio e ao cliente, e não o contrário”.
3
A utilização do aço na construção civil vem preencher muitas das premissas da
construção industrializada. Seu processo de produção se baseia em elementos
padronizados, dispostos através de uma lógica modular. Diminuição de desperdício,
controle de qualidade do produto final e de seus insumos, além da qualificação da mão-
de-obra empregada também são características importantes da construção em aço.
É importante entender que a decisão pelo uso de técnicas industrializadas de construção
deve fazer parte da concepção do empreendimento. A construção em aço requer o
conhecimento de suas potencialidades e limitações, atenção à compatibilização de
projetos e subsistemas, além de controle das etapas da construção, desde o projeto até a
finalização da edificação.
No mercado atual da construção civil brasileira, poucos profissionais estão realmente
preparados para trabalhar de forma eficiente com uma filosofia de construção
industrializada e sistêmica. Os profissionais da construção civil, sejam arquitetos e
engenheiros envolvidos no processo de projeto, empresários responsáveis pelas decisões
de investimento, até mesmo operários envolvidos diretamente na execução da obra,
deveriam possuir uma visão global do sistema, de modo a serem capazes de tirar o
máximo proveito desse tipo de solução (RIBAS, 2006).
Faz parte do papel desses profissionais da construção civil, o conhecimento técnico
profundo dos sistemas construtivos, para construir de forma eficiente. A adoção de um
sistema construtivo industrializado frente a um processo tradicional, como afirma
Castro (2005) “(...) não se trata pura e simplesmente de uma substituição de materiais e
sim de processos construtivos completamente distintos, com impactos diretos nas
interfaces com sistemas complementares, bem como de diferenças significativas no
cronograma de desembolso financeiro”.
1.2 - LIGHT STEEL FRAMING E SUA INSERÇÃO NO CENÁRIO NACIONAL
A industrialização da construção civil no Brasil é fato inegável e inevitável. Sua
consolidação pode oferecer ao país oportunidade de desenvolver esse importante setor
da economia, oferecendo moradias de melhor qualidade e menor custo para mais
4
pessoas, além de agregar valor ao trabalho de milhares de profissionais que atuam na
cadeia produtiva do setor. Mas para o sucesso desse conceito é preciso que os
profissionais envolvidos conheçam bem os sistemas construtivos, entre eles o Light
Steel Framing (LSF), para poder oferecer aos consumidores serviços à altura de suas
demandas.
A utilização do sistema LSF no Brasil começou marcadamente na década de 90, quando
algumas construtoras começaram a importar kits pré-fabricados em LSF para montagem
de casas. Apesar do uso de tais kits sem qualquer adaptação para a realidade brasileira, o
processo construtivo industrializado se provou eficiente (CRASTO, 2005).
Toda tecnologia construtiva nova deve passar por processos de adequação e avaliação
de sua pertinência para a aceitação do usuário final das constrões. O LSF está
atualmente passando por esse processo, já que se trata de um sistema construtivo
desenvolvido em países com condições climáticas, econômicas e culturais bastante
diversas das brasileiras. Desse processo de adaptação também faz parte o ajuste à
cultura construtiva brasileira, baseada em materiais maciços e com pouca exigência de
atenção à manutenção. Essa adaptação é fundamental para a aceitação do sistema por
parte do usuário e para o emprego de soluções adequadas e de desempenho satisfatório.
O Brasil conta hoje com infra-estrutura capaz de prover todos os insumos necessários
para a construção com sistema LSF. Porém, da mesma maneira que acontece com as
construções em aço de modo geral, há pouco conhecimento técnico por parte dos
profissionais envolvidos na construção civil.
Os setores envolvidos na produção dos insumos para LSF são hoje os principais
responsáveis pela divulgação e pelo desenvolvimento técnico do sistema. Por meio de
sua atuação foi aprovado pela Caixa Econômica Federal principal órgão de
financiamento da construção no país um manual com requisitos mínimos de
desempenho para as construções no sistema. Também existem hoje normas brasileiras
especificando requisitos nimos para perfis de aço galvanizado formados a frio e para
o dimensionamento de estruturas utilizando esses perfis. A série de manuais técnicos
5
sobre construção em aço publicados pelo CBCA
1
constitui hoje uma das principais
fontes de pesquisa nacionais sobre o tema (JARDIM e CAMPOS, 2005).
O sistema LSF é hoje utilizado no Brasil principalmente na construção de habitações
unifamiliares de pequeno porte (até dois pavimentos), mas também tem sido empregado
em construções bastante variadas, como hospitais, escolas e edifícios de apartamentos
de até 4 pavimentos, além de retrofit de edificações existentes.
Uma aplicação para o LSF, comum em rios países do mundo mas ainda pouco
difundida no país, é como elemento de fechamento vertical de fachadas em edifícios
com estrutura convencional de aço ou de concreto. Hoje no Brasil, é bastante comum
a utilização de divisões internas dos edifícios em DryWall
2
, que foi, como afirma Crasto
(2005), ogrande precursor da implantação da industrialização dos subsistemas de
fechamento e que vem mudando a mentalidade do usuário em relação a construções que
o usem elementos macos como o concreto e a alvenaria”.
1.3 - SISTEMAS DE FECHAMENTO INDUSTRIALIZADOS NO BRASIL
O sistema de fechamento externo é um dos mais importantes no processo construtivo
como um todo, pois está diretamente ligado à imagem e ao conforto das edificações.
Sua racionalização pode resultar em economia em outros subsistemas envolvidos no
processo construtivo, como esquadrias, instalações e revestimentos (SALES, 2001).
Segundo Ramos (1997), os sistemas de fechamento são “aqueles que são projetados e
solucionados para substituir as alvenarias numa construção, podendo ser autoportantes
1
CBCA - Centro Brasileiro da Construção em Aço. Entidade o comercial, gerida pelo IBS (Instituto
Brasileiro de Siderurgia), cujo objetivo é promover a utilização do aço como material de construção civil.
Contato e material técnico disponíveis em <http://www. www.cbca-ibs.org.br>.
2
Traduzindo do Inglês: “Parede Seca”. Sistema de fechamento vertical interno, sem função estrutural,
que utiliza perfis formados a frio de aço galvanizado e placas de gesso. Adaptado de CRASTO, 2005.
6
ou o, isolantes acústicos ou não, e isolantes térmicos ou o, mas sempre estanques à
umidade e à chuva”. Analisando esta afirmação, podemos perceber que, culturalmente,
os sistemas de fechamento são pensados para substituir, mesmo que parcialmente, a
alvenaria como elemento de fechamento.
Edifícios erguidos com estrutura metálica, no Brasil, ainda utilizam com bastante
freqüência fechamentos convencionais em alvenaria. Essa associação é uma fonte
potencial de patologias, já que esses sistemas possuem interfaces construtivas nem
sempre bem resolvidas (SALES, 2001; BASTOS, 2004; RIBAS, 2006).
Fechamentos externos pré-fabricados e industrializados já o uma realidade no Brasil,
sendo os painéis pré-moldados de concreto sua forma mais comum. Esses, porém,
apresentam como desvantagens o alto custo e o alto peso do material, necessitando de
grua para sua montagem (KRÜGER, 2000).
Maior organização e limpeza do canteiro, rapidez e facilidade na execução das
vedações, facilidade de controle e menor desperdício de materiais são algumas das
vantagens desses fechamentos industrializados sobre a alvenaria tradicional.
(SILVA e SILVA, 2004)
O fechamento externo em LSF ainda é pouco comum no país e desconhecido pela
maioria dos profissionais da área. Este tipo de fechamento oferece vantagens
construtivas, em relação à alvenaria tradicional, semelhantes aos painéis pré-fabricados
em concreto ou aos painéis metálicos. Tal sistema, porém, pode ser ainda mais
vantajoso que sua montagem é simples, seu peso próprio é baixo (aliviando estrutura
e fundações), além de seu transporte para o canteiro e dentro dele ser fácil, visto que os
elementos industrializados, como perfis e placas de fechamento, possuem dimensões e
peso próprio pequenos.
O estudo detalhado dos aspectos construtivos do fechamento externo em LSF e das
necessidades de adaptações no sistema para sua tropicalização é de fundamental
importância para garantir sua viabilidade técnica, aceitação por parte dos usuários e
minimização de patologias. Isso porque a utilização de forma incorreta de sistemas
construtivos novos pode ocasionar, além da elevação do custo do edifício, uma
7
incidência de problemas patológicos, resultando numa resistência à utilização desse
produto em empreendimentos posteriores.
Como afirma Sales (2001), grande parte das patologias físico-construtivas em
fechamentos pré-fabricados tem sua origem em deficiências de projetos e planejamento
de produção. Difundir o desenvolvimento das tecnologias construtivas nos meios
envolvidos consiste em um dos primeiros e principais passos para sua popularização.
Segundo a autora, um dos pontos críticos que merece maior atenção nos estudos e
projetos na área é a interface entre fechamento e estrutura, de forma a garantir
trabalhabilidade dos elementos e estanqueidade da edificação.
1.4 - OBJETIVOS
O presente trabalho tem como objetivo geral estudar a utilização do sistema construtivo
LSF em associação a outros sistemas construtivos, industrializados ou não, como
alternativa para fechamento externo não-estrutural de edificações.
m-se ainda como objetivos específicos:
Conhecer a utilização de fechamentos industrializados no Brasil;
Entendimento dos condicionantes da utilização de LSF em fechamentos externos;
Discussão das características e aplicabilidade de detalhes construtivos existentes,
no Brasil e no exterior, para execução dos fechamentos em LSF;
Estudo das interfaces construtivas do sistema com a estrutura principal e
proposição de soluções construtivas;
Apresentação de propriedades básicas de desempenho do sistema de fechamento;
Produção de material técnico de orientação a profissionais.
8
1.5 - ESTRUTURAÇÃO DO TRABALHO
O CAPÍTULO I deste trabalho apresenta-se como introdução aos aspectos básicos da
construção racionalizada, do emprego do sistema LSF e dos fechamentos
industrializados no Brasil.
No CAPÍTULO II faz-se uma revisão bibliográfica sobre o sistema LSF, apresentando
conceitos técnicos e estruturais básicos para entendimento da sua aplicação como
fechamento vertical.
No CAPÍTULO III são apresentadas considerações estruturais qualitativas sobre a
utilização do LSF como fechamento externo de edifícios. São abordados princípios de
dimensionamento e condicionantes relativos ao funcionamento do sistema.
O CAPÍTULO IV compila informações sobre modos de montagem de fechamentos
externos em LSF, coletados a partir de catálogos técnicos de fabricantes, manuais de
associações técnicas e visitas a obras. São apresentados métodos de utilização,
discutindo diversas variações de execução, condicionantes e características de cada um.
O CAPÍTULO V é dedicado aos acabamentos, internos e externos, e suas interfaces
construtivas, onde é mostrada a importância de seu planejamento e são propostos
detalhes de execução.
No CAPÍTULO VI estão descritas algumas características do sistema construtivo LSF,
como: isolamento acústico, isolamento térmico, resistência ao vento e peso próprio,
com apresentação de diretrizes de projeto para sua otimização.
No CAPÍTULO VII reúnem-se as considerações finais deste trabalho.
9
2
2 - O SISTEMA LIGHT STEEL FRAMING
2.1 - INTRODUÇÃO
O Light Steel Framing (LSF) é um sistema construtivo de concepção racionalizada, que
vem passando por processo de aceitação e desenvolvimento no mercado da construção
civil nacional. Trata-se de um sistema caracterizado pelo uso de perfis de aço
galvanizado formados a frio compondo sua estrutura, que trabalha em conjunto com
subsistemas também racionalizados, proporcionando uma construção industrializada e a
seco.
Seu conceito estrutural que guia o projeto em LSF é de dividir a estrutura em uma
grande quantidade de elementos estruturais, de maneira que cada um deles resista a uma
10
pequena parcela da carga total aplicada. Dessa forma é possível utilizar perfis mais
esbeltos e painéis mais leves e fáceis de manipular (RODRIGUES, 2006).
De acordo com Crasto (2005), os principais benefícios e vantagens no uso do sistema
LSF em edificações são os seguintes:
Os produtos que constituem o sistema são padronizados de tecnologia avançada,
em que os elementos construtivos são produzidos industrialmente, onde a matéria-
prima utilizada, os processos de fabricação, suas características técnicas e
acabamento passam por rigorosos controles de qualidade;
Facilidade de obtenção dos perfis formados a frio perfilados, uma vez que são
largamente utilizados pela indústria;
O aço é um material de comprovada resistência e o alto controle de qualidade,
tanto na produção da matéria-prima quanto de seus produtos, permite maior
precisão dimensional e melhor desempenho da estrutura;
Facilidade de montagem, manuseio e transporte devido à leveza dos elementos;
Durabilidade e longevidade da estrutura, proporcionada pelo processo de
galvanização das chapas de fabricação dos perfis;
Construção a seco, o que minora o uso de recursos naturais e o desperdício;
Os perfis perfurados previamente e a utilização dos painéis de gesso cartonado
facilitam as instalações elétricas e hidráulicas;
Facilidade na execução das ligações;
Rapidez de construção;
Leveza do sistema estrutural, possibilitando a diminuição do carregamento na
fundação e barateando esta etapa construtiva;
O aço é um material incombustível e reciclável;
Grande flexibilidade no projeto arquitetônico.
Apesar dos conceitos modernos de industrialização, como praticidade, produtividade e
velocidade, envolvidos em sua concepção, as origens do LSF remontam do século XIX,
11
nas habitações construídas pelos colonizadores no território americano naquela época.
Visando atender ao crescente aumento da população e conseqüente demanda por
edificações, foi necessário empregar métodos mais rápidos e produtivos na construção
de habitações, utilizando os materiais disponíveis, no caso a madeira.
O método construtivo desenvolvido, chamado Balloon Framing, consistia em uma
estrutura composta de peças em madeira serrada, de pequena seção transversal,
espaçadas regularmente. Posteriormente as construções em madeira ficando conhecidas
por Wood Frame, e tornaram-se a tipologia construtiva residencial mais comum nos
Estados Unidos. As estruturas em madeira foram sendo substituídas lenta e
gradualmente pelos perfis de aço, impulsionadas pelo grande desenvolvimento da
indústria desse setor nos Estados Unidos.
Na metade do século XX, as siderúrgicas americanas começaram a desenvolver a
tecnologia dos aços galvanizados (JARDIM e CAMPOS, 2005). Em 1933, na Feira
Mundial de Chicago, foi apresentado um protótipo de uma residência em LSF que
utilizava os perfis de aço substituindo a madeira. Elementos de aço formados a frio
são bastante utilizados em constrões comerciais e industriais nos EUA desde o início
de seu desenvolvimento, porém somente no final dos anos 1990 seu uso atingiu
amplamente o setor residencial (LABOUBE e YU, 1998).
O crescimento da economia americana e a abundância na produção de aço no período
pós Segunda Guerra possibilitou a evolução nos processos de fabricação de perfis
formados a frio. Maior resistência, garantia e eficiência estrutural do aço em relação à
madeira e sua capacidade de resistir às catástrofes naturais o características que
tornaram o uso do LSF vantajoso nos Estados Unidos. Em países onde a construção
civil é predominantemente industrializada, o LSF é bastante empregado. Atualmente, o
mercado do aço no Japão é um dos mais desenvolvidos, detendo grande conhecimento
na área de construções em perfis leves (FREITAS e CRASTO, 2006).
12
2.2 - O SISTEMA CONSTRUTIVO LIGHT STEEL FRAMING
O LSF é um sistema construtivo baseado em uma concepção racionalizada. Ele se
caracteriza pela estrutura constituída por perfis formados a frio de aço galvanizado, que
formam um esqueleto estrutural capaz de resistir às cargas que solicitam a edificação, e
por vários componentes e subsistemas inter-relacionados que possibilitam uma
construção industrializada com grande rapidez de execução e a seco. Os perfis de aço
galvanizado são utilizados para compor painéis estruturais ou o-estruturais, vigas de
piso, vigas secundárias, tesouras de telhado e demais componentes (Figura 2.1).
Figura 2.1 - Esquema de construção portante em LSF
Fonte: CRASTO, 2005, p.13.
Esse sistema construtivo é composto por vários componentes e subsistemas, que são,
além do estrutural, aqueles de fundação, de isolamento termo-acústico, de fechamento
interno e externo, vertical e horizontal, e instalações elétricas e hidráulicas (Figura 2.2).
13
O LSF, também denominado por Sistema Autoportante em Aço de Construção a Seco,
possui sua estrutura composta de paredes, pisos e cobertura que, trabalhando em
conjunto, possibilitam a integridade estrutural da edificação.
Figura 2.2 - Alguns dos subsistemas do Light Steel Framing
Fonte: USIMINAS, 2005
2.2.1 - AÇO GALVANIZADO
Os elementos estruturais do sistema LSF são fabricados em aço galvanizado, que é
aquele revestido com zinco ou liga alumínio-zinco pelo processo contínuo de imersão a
quente ou por eletrodeposição. As massas mínimas de revestimento são de 150 g/m
2
(liga alumínio-zinco) a 180 g/m
2
(zinco) para perfis estruturais e de 100 g/m
2
para perfis
o estruturais (NBR 15253:2005).
As espessuras de chapa galvanizadas disponíveis no mercado em grande escala no país
são 0,40 mm, 0,50 mm, 0,65 mm, 0,80 mm, 0,95 mm, 1,25 mm, 1,50 mm e 1,75 mm,
além das espessuras de 2,00 mm e 2,25 mm, um pouco menos usuais. Peças que
necessitem de chapas com espessuras maiores devem ser confeccionadas e galvanizadas
sob encomenda.
14
2.2.2 - PERFIS DE AÇO UTILIZADOS
Os perfis típicos utilizados no LSF são obtidos por perfilagem a partir de bobinas de aço
galvanizado e as seções mais comuns nas construções em LSF são o “C” ou “U
enrijecido (Ue) para montantes e vigas, o U” usado como guia na base e no topo dos
painéis, o “Cartola” (Cr) empregado em ripas e as cantoneiras (L) (Figura 2.3).
Figura 2.3 - Seções usuais de perfis para LSF
Fonte: CRASTO, 2005, p.24
As dimensões da alma (b
w
) dos perfis Ue usualmente comercializados no Brasil são 90,
140 e 200 mm e as mesas (b
f
) podem variar de 35 a 40 mm, dependendo do fabricante e
do tipo de perfil. as dimensões da alma e das mesas dos perfis U são um pouco
maiores que aquelas dos perfis Ue, para permitir o encaixe entre eles. As espessuras
padronizadas de chapa, são 0,95 mm, 1,25 mm, 1,55 mm, 2,25 mm e 2,46 mm. Os
perfis de LSF são padronizadas pela NBR 6355:2003.
Na montagem dos painéis, pisos e tesouras constituídos por perfis são utilizados
parafusos autotarraxantes e autoperfurantes. Esses parafusos possuem cabeça larga e
baixa do tipo lentilha e ponta broca. (Figura 2.4).nas ligações entre painéis, peças de
apoio de tesouras e enrijecedores é utilizado o parafuso com cabeça sextavada e ponta
broca, também conhecido como parafuso estrutural (Figura 2.5)
Figura 2.4 - Parafuso cabeça lentilha e ponta broca
Fonte: CISER, 2007
15
Figura 2.5 - Parafuso estrutural - cabeça sextavada e ponta broca
Fonte: CISER, 2007
2.2.3 - PAINÉIS
O conceito estrutural do LSF é dividir as cargas da edificação em um maior número de
elementos estruturais, onde cada um destes é projetado para receber uma pequena
parcela de carga. Dessa forma é possível a utilização de perfis conformados a frio com
chapas finas de aço.
Os perfis verticais de seção Ue, denominados montantes, são espaçados entre si de
acordo com a modulação determinada em projeto estrutural, usualmente de 400 mm ou
600 mm. O uso da modulação permite a minimização do desperdício dos materiais
complementares industrializados, que possuem suas dimensões múltiplas desses
módulos. Os montantes são unidos em seus extremos inferiores e superiores pelas guias,
seção U, constituindo um quadro estrutural (Figura 2.6).
Figura 2.6 - Desenho esquemático de painel típico em LSF e seus componentes
Fonte: CRASTO, 2005, p.42
16
Os montantes dos painéis transferem as cargas verticais por contato direto por meio de
suas almas, estando suas seções coincidentes com as dos montantes dos pavimentos
imediatamente acima ou abaixo. Essa situação está dentro do conceito de estrutura
alinhada ou in-line framing e é fundamental para que o sistema possa utilizar perfis de
paredes esbeltas.
Para resistir aos esforços horizontais, como aqueles provocados pelo vento, garantindo a
estabilidade dos painéis e conseqüentemente da construção, deve ser conferida rigidez
neste plano aos painéis (RODRIGUES, 2006). Esta estabilização pode ocorrer por meio
de contraventamento, executado com peças metálicas diagonais (normalmente fitas de
aço galvanizado parafusadas aos montantes) ou através de diafragma rígido, composto
por placas de fechamento com função estrutural (usualmente placas de OSB).
Para aumentar a rigidez dos painéis pode-se instalar bloqueadores horizontais
constituídos por perfis Ue ou U, e as fitas metálicas e instalados perpendicularmente à
seção do montante (Figura 2.7).
Figura 2.7 - Esquema de travamento horizontal do painel por bloquadores
Fonte: CRASTO, 2005, p.60
Os painéis estruturais que possuem aberturas, como portas e janelas, necessitam de
reforços estruturais como vergas, para redistribuir o carregamento dos montantes
interrompidos aos montantes que delimitam lateralmente o vão (Figura 2.8). Essas
vergas são constituídas por dois perfis Ue conectados por uma peça parafusada em cada
extremidade.
17
Figura 2.8 - Desenho esquemático de painel portante em LSF com abertura
Fonte: CRASTO, 2005, p.48
Para a correta sustentação da carga distribuída pela verga, é necessário que os montantes
laterais às aberturas sejam reforçados por ombreiras, que são montantes encaixados
paralelamente a eles. O número dessas ombreiras é, de acordo com um método
prescritivo, normalmente igual ao de montantes interrompidos pela verga, dividindo-se
igualmente nos dois lados da mesma (CRASTO, 2005).
Nas montagens de edificações em LSF painéis sem função estrutural. Os painéis não
estruturais são aqueles que não suportam o peso da estrutura, mas apenas o peso próprio
dos elementos que o constituem. Suas funções são de fechamento externo e divisória
interna dos espaços. Apesar de o suportar carga da edificação, devem ser capazes de
resistir aos esforços de vento.
A solução para as aberturas nos painéis não estruturais é bem mais simples, pois como
o cargas verticais para suportar, não necessidade do uso de vergas e ombreiras.
Dessa forma, a delimitação lateral do o é feita com um único montante, onde será
fixado o marco da abertura. As delimitações superior e inferior são feitas com guia
cortada e parafusada ao montante lateral (Figura 2.9).
18
Figura 2.9 - Painel não-estrutural com abertura
Fonte: CRASTO, 2005, p.67
2.2.4 - LAJES
As lajes do sistema LSF possuem o mesmo princípio estrutural dos seus painéis, ou
seja, são constituídas por perfis de aço galvanizado com espaçamento seguindo
modulação definida em função das cargas a serem aplicadas. Tal modulação é, em geral,
a mesma em toda a estrutura: cobertura, lajes e painéis.
As vigas de piso são responsáveis por transmitir aos painéis estruturais as cargas a que a
laje está sujeita, servindo também como apoio para o contrapiso. Estas vigas são perfis
de seção Ue, dispostos na horizontal, com dimensões de mesa geralmente similares
àquelas dos montantes dos painéis, e altura determinada em cálculo, de acordo com as
cargas e o vão desejados. Os perfis são transportados para a obra e sua montagem ocorre
no canteiro em virtude da dimensão da laje dificultar o eventual transporte de todo o
painel de piso montado (Figura 2.10).
Para evitar a flambagem lateral com torção, deslocamento e vibração das vigas de piso,
essas devem ser travadas lateralmente (SCHARFF, 1996). Este travamento pode ser
feito por meio de bloqueadores em perfis Ue, similares aos das vigas de piso, e fitas de
aço galvanizado ligadas a estes por parafusos.
19
Figura 2.10 - Montagem de vigas da estrutura de piso
O conjunto formado pelas vigas de piso, contrapisos e os perfis de travamento
horizontal deve trabalhar formando um diafragma rígido, tendo apenas movimento de
corpo rígido no plano horizontal. Tal diafragma é responsável pela resistência a cargas
horizontais no sistema (RODRIGUES, 2006).
Conforme a natureza do contrapiso, a laje pode ser denominada úmida” ou “seca”. A
laje é do tipo seca quando placas rígidas, geralmente de OSB ou cimentícias, são
parafusadas à estrutura do piso, servindo de contrapiso. Geralmente utilizam-se manta
de polietileno expandido e manta de de vidro na montagem para melhorar o
desempenho acústico do sistema (Figura 2.11).
Figura 2.11 - Desenho esquemático de laje seca
Fonte: CRASTO, 2005, p.79
20
Nas lajes do tipo úmida, uma chapa ondulada de aço (telha) é parafusada às vigas da
estrutura do piso e preenchida com concreto, servindo de base para o contrapiso. Para
obter conforto acústico adequado, utiliza-se material isolante (geralmente lã de vidro
compactada) entre a fôrma de aço e o concreto (Figura 2.12).
Figura 2.12 - Desenho esquemático de laje úmida
Fonte: CRASTO, 2005, p.77
2.2.5 - COBERTURAS
O sistema LSF possibilita a realização de vários tipos de cobertura, desde telhados
inclinados, que se assemelham a um telhado convencional de madeira, podendo utilizar
telhas cerâmicas, metálicas, asfálticas ou de concreto, até coberturas planas, com lajes
úmidas impermeabilizadas.
Para a cobertura em LSF, utilizam-se os mesmos perfis de aço galvanizado do restante
da edificação, podendo conformar treliças, coberturas planas ou tesouras. Dependendo
do material escolhido para a cobertura, pode haver um substrato, geralmente de OSB,
entre os perfis da estrutura e as telhas (Figura 2.13).
A estrutura da cobertura em LSF também segue o principio da estrutura alinhada que
existe no restante da edificação, onde a alma dos perfis que comem tesouras ou
caibros deve estar alinhada a alma dos montantes dos painéis de apoio e suas seções
devem ter a mesma orientação, de modo que somente ocorra transmissão axial de
cargas.
21
Figura 2.13 - Tesouras de cobertura em LSF
2.3 - ACABAMENTOS VERTICAIS PARA LIGHT STEEL FRAMING
2.3.1 - CARACTERÍSTICAS GERAIS
Os fechamentos verticais externos e internos do sistema LSF são formados pelos perfis
estruturais de aço galvanizado associados a componentes, geralmente em placas,
posicionados externamente a estrutura. Os componentes de acabamento compatíveis
com o conceito estrutural do sistema devem ser constituídos por elementos leves,
formando um conjunto de baixo peso próprio. Os acabamentos verticais empregados
devem, preferencialmente, ser parte de um sistema racionalizado que propicie uma
construção rápida e a seco.
Os sistemas de acabamento devem atender aos critérios de habitabilidade, segurança,
desempenho estrutural, resistência e reação ao fogo, estanqueidade à água, conforto
termo-acústico, durabilidade e estética. Os produtos mais utilizados como acabamento
para LSF, no mercado nacional, são: o OSB (especialmente combinado à argamassa,
EIFS ou siding), a placa cimentícia e o gesso cartonado.
Os acabamentos verticais mais comuns para LSF e suas formas de execução são
discutidos no Capítulo 5 do presente trabalho, onde também são descritos suas
aplicações e propostos detalhes específicos para emprego como sistema de fechamento
vertical externo para edifícios com estrutura principal portante.
22
2.3.2 - ISOLAMENTO TÉRMICO E ACÚSTICO
Diferentemente de conceitos tradicionais de isolamento, onde a massa da parede é o
fator determinante de seu desempenho, nas construções em LSF os isolamentos térmico
e acústico baseiam-se no conceito de isolação multicamada, que consiste em combinar
placas leves de fechamento, sendo o espaço entre elas preenchido com material isolante.
Nesse conceito, diversas combinações podem ser feitas a fim de aumentar o
desempenho do sistema, por meio da colocação de mais camadas de placas ou
aumentando a espessura do material intermediário (isolante).
Os materiais intermedrios mais comuns nesse tipo de aplicação são a lã de rocha ou a
de vidro. A montagem desse isolamento é feita após a execução de uma das faces do
fechamento. O isolamento é fornecido em rolos, que são cortados e instalados entre os
montantes (Figura 2.14). Imediatamente, procede-se a instalação da segunda face do
fechamento, pois esse tipo de material possui grande sensibilidade às intempéries e à
poeira.
A definição da forma de execução dos isolamentos dos painéis em LSF, que influencia
no seu desempenho, deve ser feita na fase de projetos, em função das demandas
existentes, analisando a relação custo/benefício desejada.
Figura 2.14 - Instalação de isolamento em lã de vidro
Fonte: ISOVER, 2007
23
2.4 - MÉTODOS DE CONSTRUÇÃO
Segundo Crasto (2005), baseado no trabalho de outros autores sobre o assunto, os
todos de construção utilizando o LSF são basicamente os descritos a frente.
2.4.1 - MÉTODO STICK
Nesse todo os perfis são cortados no canteiro de obra, os elementos como painéis,
tesouras, lajes e contraventamentos são montados no local (Figura 2.15). Essa técnica
pode ser usada em locais onde não é viável a pré-fabricação.
Figura 2.15 - Montagem de painel em LSF no canteiro de obras
As vantagens desse todo construtivo são a não necessidade do construtor possuir
um local para a pré-fabricação dos elementos do sistema; a facilidade de transporte das
peças até o canteiro; e a facilidade de execução das ligações entre os elementos, apesar
do aumento de atividades na obra. Como desvantagens desse método tem-se: a
montagem mais lenta da obra; e a necessidade da presença de mão-de-obra mais
especializada no canteiro de obras, quando comparado com o método por painéis.
2.4.2 - MÉTODO POR PAINÉIS
Nesse sistema os elementos da construção, como painéis, contraventamentos, lajes e
tesouras de telhado são pré-fabricados fora do canteiro, transportados e montados no
local (Figura 2.16). Os materiais de acabamento podem também ser aplicados na
24
fábrica, diminuindo o tempo de execução (Figura 2.17). Os painéis e subsistemas são
conectados na obra usando as técnicas tradicionais do LSF.
As principais vantagens desse método são: a velocidade de montagem; o alto controle
de qualidade e de custos na produção; a minimização da mão-de-obra no canteiro; e o
aumento da precisão dimensional, resultado das condições de trabalho e montagem mais
procias. Como desvantagem desse sistema está a necessidade do construtor de dispor
de um grande espaço sico para a montagem e estocagem temporária dos componentes.
Figura 2.16 - Painéis em LSF produzidos em fábrica e transportados para obra
Fonte: AEGIS METAL FRAMING, 2007
Figura 2.17 - Montagem de painéis pré-fabricados em LSF com
acabamento executado previamente
Fonte: AEGIS METAL FRAMING, 2007
25
2.4.3 - CONSTRUÇÃO MODULAR
Na construção modular as unidades são completamente pré-fabricadas e podem ser
entregues no local da obra com os acabamentos internos como revestimentos, louças,
mobiliário fixo, instalações elétricas e hidráulicas, etc. As unidades podem ser montadas
lado a lado ou uma sobre as outras, formando a construção final (Figura 2.18).
Uma utilização bastante comum, inclusive no Brasil, desse tipo de construção o os
módulos de banheiros para obras comerciais e residenciais de grande porte (Figura
2.19). Nesse caso, cada banheiro é construído como uma unidade autoportante, que é
transportada pronta (incluindo a instalão de louças e acabamentos), içada e instalada
sobre a laje já construída do edifício (LAWSON e GRUBB, 1999).
Figura 2.18 - Construção de edifício em módulos
Fonte: SCI, 2007
Figura 2.19 - Montagem de módulo de banheiro. Edifício de Hotel, São Paulo
Fonte: PAVI, 2005
26
2.5 - RACIONALIZAÇÃO E COORDENAÇÃO MODULAR
Sistemas construtivos industrializados, como o LSF, para que tenham todo seu potencial
de ganho explorado, devem ser trabalhados, pelas equipes responsáveis pelo projeto,
levando-se em conta todas as suas particularidades e conceitos de racionalização
construtiva inerentes aos processos desta natureza.
Segundo SABBATINI (1989), racionalização construtiva é “um processo composto
pelo conjunto de todas as ações que tenham por objetivo otimizar o uso de recursos
materiais, humanos, organizacionais, energéticos, tecnológicos, temporais e financeiros
disponíveis na construção, em todas as suas etapas”.
O processo de racionalização construtiva deve começar ainda na fase de concepção do
empreendimento, passando pelo desenvolvimento dos projetos, análise e especificação
de componentes e materiais, detalhamento e compatibilização de projetos e subsistemas.
As fases de construção e, posteriormente, utilização vão mostrar o comportamento do
processo e do produto planejados, fornecendo dados para melhoria da qualidade no
sistema e no processo, em futuros empreendimentos.
Os principais recursos ou ações a serem aplicados para promover a racionalização no
processo de projeto são: a Construtibilidade, devendo incluir tanto a execução das
atividades no canteiro quanto a fabricação e transporte de componentes; planejamento
de todas as etapas do processo; uso da coordenação modular e dimensional; associação
de estruturas industrializadas a sistemas complementares compatíveis; formação de
equipes multidisciplinares; coordenação e compatibilização de projetos antes da
execução; detalhamento técnico; antecipação de decisões; elaboração de projetos para
produção; e existência de visão sistêmica. (CRASTO, 2005):
A racionalização do processo construtivo pretende integrar a produção de materiais de
construção à execução da edificação propriamente dita, que comem, freqüentemente,
duas partes distintas e desvinculadas na indústria da construção civil. A utilização de
um sistema de coordenação modular é uma das bases para a normalização de
componentes construtivos, industrialização de sua produção e execução de edifícios de
forma racionalizada.
27
Entende-se por coordenação modular o sistema dimensional de referência que, a partir
de medidas com base no módulo predeterminado, compatibiliza e organiza tanto a
aplicação racional de técnicas construtivas como o uso de componentes padronizados
em projeto e obras. A coordenação modular tem como objetivo racionalizar a
construção, do projeto à execução (GREVEN e BALDAUF, 2007).
A coordenação modular e a racionalização construtiva visam eliminar a fabricação,
modificação ou adaptação de peças em obra, evitando a tomada de decisões por
profissionais não capacitados e sem conhecimento global da construção, reduzindo
também o trabalho de montagem das unidades e seus subsistemas. Para o emprego
eficiente da coordenação modular, é fundamental que a indústria disponibilize seus
produtos dimensionados como múltiplos de um único módulo, considerado como base
dos elementos constituintes da edificação.
O módulo tem sido utilizado desde a antiguidade, mas foi a partir da revolução
industrial que a modulação se tornou uma ferramenta primordial para a evolução da
construção civil. Após o fim da Segunda Guerra Mundial, a necessidade de
sistematização dos princípios de coordenação modular tomou grande dimensão, tendo
em vista o rápido desenvolvimento da tecnologia da indústria frente à demanda cada vez
maior por habitações.
O crescimento do intercâmbio comercial entre os países foi fator determinante para a
afirmação de tal necessidade, que levou ao estabelecimento do módulo básico (unidade
de medida de tamanho fixo a qual se referem todas as medidas que formam parte de um
sistema de coordenação modular), representado pela letra M e correspondente a
100 mm, adotados nas normas ISO 1006:1983 – Building Construction – Modular
Coordination e NBR 5706:1977 Coordenação Modular na Construção, que estabelece
o módulo básico (M) também de 100 mm (CRASTO, 2005).
Segundo essas normas, o módulo básico possui como funções fundamentais: ser o
denominador comum de todas as medidas ordenadas; ser o incremento unitário de toda
e qualquer dimensão modular a fim de que a soma ou a diferença de duas dimensões
28
modulares também seja modular; e ser um fator numérico, expresso em unidades do
sistema de medidas adotado ou a razão de uma progressão.
A Figura 2.20, elaborada por Silva (2004) em sua dissertação de mestrado, ilustra uma
relação modular otimizada entre elementos construtivos do edifício proposto em seu
trabalho. Nessa ilustração, a distância entre os eixos estruturais é a dimensão a partir da
qual se determinam as medidas dos demais componentes dos subsistemas, desde as
grandes peças do sistema de fachada (mesmo módulo) até materiais de acabamento
(módulos menores, porém sub-múltiplos).
Figura 2.20 - Coordenação modular entre elementos construtivos
Fonte: SILVA, 2004, p. 71
A aplicação eficiente da coordenação modular na construção civil passa pela integração
da edificação a uma malha modular que permita a coordenação de todas as informações
de projeto, servindo de base tanto para a estrutura principal quanto para os outros
componentes e subsistemas que obedecem a um padrão de coordenação modular.
As malhas modulares ou coordenadoras funcionam como elo de intercâmbio facilitador
entre a coordenação funcional, volumétrica e, principalmente, estrutural da edificação.
A base dessas malhas é um reticulado modular de referência que pode ser plano ou
espacial, onde são posicionados a estrutura, as vedações, as esquadrias, e outros
equipamentos, isolados ou em conjunto (FREITAS e CRASTO, 2006).
29
A utilização de malha de coordenação modular não deve ser entendida como fator
limitante, que gera uma arquitetura pobre e repetitiva. A infinidade de combinações e
arranjos permite uma grande flexibilidade, nas mais variadas linguagens arquitetônicas.
O Centre Pompidou (Figura 2.21), em Paris, França, projeto dos arquitetos Richard
Rogers e Renzo Piano, 1976, e o Museu Guggenheim (Figura 2.22), em Bilbao,
Espanha, projeto do arquiteto Frank Gehry, 1997, são exemplos de obras que foram
executadas a partir de malhas modulares.
Figura 2.21 - Centre Pompidou
Fonte: GREAT BUILDINGS ON LINE, 2007
Figura 2.22 - Museu Guggenheim Bilbao, durante obras de construção
Fonte: GREAT BUILDINGS ON LINE, 2007
Na primeira obra, a malha modular e a repetição de elementos são facilmente
percebidos, pois fizeram parte de sua concepção arquitetônica e são partidos para a
30
forma do edifício, que deixa evidente seus aspectos construtivos. Já na segunda, a forma
orgânica e ousada desenvolvida pelo arquiteto foi executada graças a um trabalho de
implementação de uma malha reticulada, que guiou o desenvolvimento da estrutura.
2.5.1 - LIGHT STEEL FRAMING E MODULAÇÃO
A coordenação modular e o uso de malhas construtivas são de grande importância em
sistemas industrializados, como o LSF, pois asseguram o o desperdício dos materiais,
proposto pela padronização de medidas (JARDIM e CAMPOS, 2005).
A malha modular estrutural do sistema LSF possui espaçamento usual de 400 mm ou
600 mm, definido no projeto estrutural, de acordo com o carregamento a que está
submetido. Na fase de estudo preliminar de arquitetura, para projetos em LSF, Crasto
(2005) sugere o emprego de uma malha de 1200 x 1200 mm, uma vez que nessa fase o
arquiteto não tem ainda definição precisa da modulação estrutural. Sendo tal malha
múltipla tanto de 400 mm quanto de 600 mm, permite-se posteriormente que o projeto
seja adequado a qualquer das opções determinadas pelo projeto estrutural.
Essas malhas são também adequadas à modulação encontrada nos componentes do
sistema, cuja execução é parametrizada em múltiplos e submúltiplos de 3 (JARDIM e
CAMPOS, 2005). As placas cimentícias e de gesso cartonado, utilizadas como
fechamento interno e externo, possuem largura e altura padrões de 1200 mm e
2400 mm, respectivamente, podendo ser encontradas com 2700 mm ou 3000 mm. O
perfil metálico mais usual é conformado com 90 mm de alma por 3000 mm ou
6000 mm de comprimento. Os isolamentos em de vidro são encontrados em rolos
com larguras para encaixar entre os perfis nos espaçamentos de 400 mm ou 600 mm.
O único material do sistema LSF produzido no Brasil e que não possui medidas dentro
desse padrão é o OSB com placas de 1220 x 2440 mm. Isso ocorre porque o foco
principal de seu fabricante ainda é o mercado norte-americano, onde a medida da placa
é de 4’ x 8’.
31
3
3 - CONSIDERAÇÕES ESTRUTURAIS DA UTILIZAÇÃO
DE LSF COMO FECHAMENTO EXTERNO
3.1 - CONCEPÇÃO ESTRUTURAL
A forma mais comum de utilização do sistema Light Steel Framing (LSF) no
fechamento externo de edifícios é como um sistema secundário, ou seja, que não possui
papel estrutural no funcionamento do edifício como um todo. A estrutura principal do
edifício é, então, dimensionada sem que os fechamentos tenham qualquer
responsabilidade estrutural global, seja de suportar cargas, seja de estabilização
(SCHAFER, 2003).
32
Porém, os fechamentos em LSF podem possuir função de colaborar no
contraventamento horizontal da estrutura principal do edifício, aumentando a rigidez de
seus quadros. Nessa hipótese, os elementos mais exigidos são as chapas diagonais de
contraventamento do painel, os quadros das aberturas (janelas e portas) e os perfis nas
bordas (guias e montantes) do painel. Um dos principais ganhos no dimensionamento da
estrutura considerando o papel estrutural do painel de LSF é a diminuição do
comprimento de flambagem dos pilares, resultado da presença de travamentos
horizontais nesses painéis (PEREIRA JUNIOR, 2004).
No presente trabalho, optou-se pelo estudo da aplicação do sistema LSF apenas como
fechamento o-estrutural. Neste caso, a responsabilidade estrutural do fechamento é
resistir às cargas verticais decorrentes de seu peso próprio e dos materiais de
fechamento e acabamento ligados diretamente aos painéis, transmitido-as às vigas, lajes
ou fundações. O fechamento em LSF resiste também às cargas horizontais decorrentes
da incidência do vento na fachada do edifício.
É importante estudar os deslocamentos aos quais a estrutura principal do edifício está
sujeita, especialmente em locais de grande incidência de vento ou sujeitos a cargas
sísmicas, para que a natureza secundária do fechamento seja mantida. Para que tais
deslocamentos não prejudiquem a integridade do fechamento, pode-se optar pelo uso de
detalhes especiais de montagem ou pelo dimensionamento dos elementos estruturais do
fechamento capazes de suportar os esforços decorrentes da movimentação da estrutura
principal. Esta última opção pode demandar o uso de perfis bastante robustos, sendo
uma escolha antieconômica na maioria dos casos.
A solução de fachada deve possibilitar resistência suficiente para utilização dos
materiais de acabamento industrializados mais comuns no mercado. Cada uma dessas
técnicas pode ser aplicada em edifícios de pequeno ou grande porte, com a adaptação de
detalhes construtivos e espaçamento entre montantes ao vão a ser vencido e carga a ser
suportada, tanto do material de fechamento quanto de vento.
33
3.2 - DIMENSIONAMENTO
A preocupação dos engenheiros no desenvolvimento do cálculo estrutural,
normalmente, se atem à integridade e resistência da estrutura principal do edifício,
levando em conta quais seriam as opções de fechamento vertical apenas no momento da
determinação das cargas. No caso da utilização de fechamento externo não-estrutural
em LSF, deve haver preocupação com sua integridade por parte de toda a equipe de
projeto, desde o princípio do dimensionamento da estrutura principal do prédio, uma
vez que seu comportamento influi diretamente no dimensionamento e concepção de
montagem do fechamento.
A análise estrutural de uma montagem de fechamento de fachada em LSF deve ser
conduzida utilizando-se princípios comuns de engenharia de cálculo estrutural. A
resistência do conjunto deve ser determinada a partir das resistências dos elementos
isolados (LGSEA, 2001a).
As normas de referência para o dimensionamento das peças de LSF utilizadas como
fechamento não-estrutural são a NBR 14762:2001 e a AISI/1996 Part V, além dos
manuais prescritivos existentes, como RODRIGUES, 2006 e NASFA, 2000. As
prescrições de normas e manuais devem ser analisadas de modo a considerar os esforços
axiais e horizontais quando o painel não for isolado dos deslocamentos da estrutura
principal e somente os horizontais quando o for.
3.2.1 - PRINCÍPIOS PARA O DIMENSIONAMENTO DOS ELEMENTOS
ESTRUTURAIS DO FECHAMENTO
Os montantes dos painéis de fachada são dimensionados para resistir às cargas laterais e
ao peso próprio do sistema de fechamentos. Eles devem ser dimensionados
primordialmente à flexão, causada pela ação das cargas horizontais de vento incidentes
perpendicularmente à fachada. Os modos de colapso dos montantes são a flambagem
lateral com torção (FLT) para cada montante individualmente, e a flambagem por flexo-
torção para o conjunto de montantes. No caso do deslocamento vertical do edifício
34
atingir o painel, causando carregamento axial no montante, este deve estar preparado
para flexo-compressão ou flexo-tração.
Os montantes não travados horizontalmente podem também se mover para fora do
plano da seção na direção de seu eixo de menor inércia. O travamento horizontal dos
montantes, seja por meio de bloqueadores, seja pela utilização das placas de fechamento
como diafragma rígido, atua na prevenção desses modos de colapso. A diminuição no
espaçamento entre os travamentos aumenta a capacidade resistiva do conjunto como um
todo, em função da diminuição do comprimento efetivo de flambagem dos montantes
(LGSEA, 2001a).
É recomendado que as peças metálicas do fechamento em LSF possuam tensão de
escoamento (F
y
) maior ou igual a 230 MPa. A espessura de chapa deve ser determinada
pelo lculo estrutural, pom, recomenda-se uma espessura mínima de 0,80 mm para
os componentes (guias e montantes) de montagens embutidas e com ligações feitas por
parafusos autotarraxantes, e de 1,25 mm para qualquer componente que necessite de
solda. Para as peças pequenas submetidas a esforços concentrados, como cantoneiras,
perfis com rasgos ou espaçadores, recomenda-se tensão de escoamento maior ou igual
a 340 MPa (LGSEA, 2001a).
Um ponto crítico do dimensionamento do painel é o encontro dos montantes com as
guias, tanto em montagens rígidas, quanto naquelas que permitem a movimentação livre
da estrutura principal. A flambagem local da alma do montante no ponto de encontro
com a guia, a resistência da mesa da guia ao esforço concentrado e a capacidade da
conexão com parafuso são os fatores determinantes nesse dimensionamento
(LABOUBE e BOLTE, 2004).
As guias (perfil U) usadas no fechamento em LSF não necessariamente possuem a
mesma espessura de chapa dos montantes. Isto porque estas peças são dimensionadas
para resistir aos esforços concentrados impostos pela ligação com os montantes, de
modo a evitar a deformação local de sua geometria. Enrijecedores compostos por peças
de montantes Ue podem ser utilizados para colaborar na resistência das mesas das guias
35
nessa situação. Além disso, as guias devem resistir aos esforços de cisalhamento e
puncionamento que ocorrem na ligação com a estrutura principal.
3.2.2 - CARGAS PARA DIMENSIONAMENTO
Os carregamentos usualmente considerados no dimensionamento dos fechamentos o
estruturais em LSF são: peso próprio, cargas devidas ao vento, cargas sísmicas, cargas
de origem térmica e cargas de impacto.
3.2.2.1 - PESO PRÓPRIO
O peso próprio do fechamento em LSF compreende não os elementos estruturais
metálicos (montantes, guias, bloqueadores, etc), mas também todas as peças de
acabamento do painel, como placas de vedação, parafusos, etc (LGSEA, 2001a).
A avaliação dos esforços resultantes das cargas de peso próprio do fechamento é
bastante simples, porém, situações corriqueiras, como a carga concentrada em função de
um elemento de fixação de placas de fechamento, a carga axial descarregada pela
parede do andar superior apoiada ou o efeito de excentricidade causado por um
elemento em balanço na fachada requerem atenção no dimensionamento do fechamento
em LSF.
3.2.2.2 - CARGAS DEVIDAS AO VENTO
Os esforços decorrentes das cargas impostas pelo vento nas fachadas em LSF são os
mais significativos no dimensionamento das peças estruturais que comem este
sistema de fechamento (LGSEA, 2001a). Esses esforços podem se dar de duas formas:
por pressão direta (positiva) ou por pressão de sucção (negativa).
As cargas de vento são dimensionadas de acordo com normas específicas, no caso do
Brasil a norma utilizada é a NBR 6123:1988 Forças devidas ao vento em edificações.
Características do edifício a ser dimensionado, como geometria, dimensões, localização,
entorno e ocupação planejada são levadas em conta na determinação da pressão de
vento a qual ele está sujeito.
36
3.2.2.3 - CARGAS SÍSMICAS
Os esforços devidos a abalos sísmicos o tipicamente forças horizontais aplicadas nos
elementos de fechamento em função da aceleração de sua massa no momento de um
terremoto. A grandeza desses esforços é função, então, da massa do fechamento, e
também da intensidade do abalo sísmico (LGSEA, 2001a).
Em localidades sujeitas a abalos sísmicos, não significativos no território brasileiro, há
códigos construtivos específicos para o dimensionamento dos esforços devidos a cargas
sísmicas.
3.2.2.4 - CARGAS DE ORIGEM TÉRMICA
As cargas originadas das variações térmicas, incidentes no fechamento em LSF, são
divididas em dois grupos (LGSEA, 2001a).
A dilatação ou encurtamento dos elementos estruturais produzem esforços axiais de
compressão ou tração em função das variações térmicas ambientais, uma vez que suas
extremidades estão ancoradas na estrutura primária do edifício (Figura 3.1 A).
A variação de temperatura entre as faces das placas de fechamento externo,
especialmente quando utilizados painéis metálicos tipo sanduíche, pode criar um
abaulamento nesta placa, provocando esforços horizontais distribuídos ao longo do
montante (Figura 3.1 B).
Figura 3.1 - Cargas de origem térmica nos fechamentos em LSF
(A) – Dilatação e encurtamento de perfis (B) – Diferença de temperatura no fechamento
Fonte: LGSEA, 2001a
37
3.2.2.5 - CARGAS DE IMPACTO
Os painéis de fechamento vertical em LSF devem apresentar acabamentos e estrutura de
suporte com capacidade de resistir, sem comprometimento, aos impactos usuais
decorrentes da ocupação e transferir parte da carga para a estrutura do edifício
(COSTA, 2004).
3.2.3 - DESLOCAMENTOS E ESTADOS LIMITES
Nos fechamentos de fachada em LSF, os estados limites de utilização incluem a
movimentação global do painel, vibrações, aparência (deslocamentos visíveis) e
deslocamento dos elementos estruturais (perfis Ue e U) do painel de fechamento
(LGSEA, 2001a).
Em montagens típicas, o estado limite de utilização determinante na avaliação estrutural
é o deslocamento (flecha) dos elementos estruturais do painel de LSF, cujo limite é
normalmente definido em função dos acabamentos externos que serão utilizados.
Os deslocamentos máximos admitidos para cada acabamento externo devem ser levados
em conta no processo de dimensionamento. A Tabela 3.1 apresenta valores típicos de
flechas admissíveis nos elementos de LSF para alguns materiais de acabamento externo.
Tabela 3.1 - Deslocamentos (flechas) admissíveis em fechamentos de LSF
Material de acabamento Deslocamento admitido
Painel Metálico L / 180 a 240
EIFS
3
L / 240
Reboco com argamassa L / 360
Pedra L / 360 a 600
Tijolos L / 600
Fonte: LGSEA, 2001a, p.5
3
EIFS Exterior Insulation and Finishing System (Sistema de Isolamento e Acabamento Externo):
sistema de acabamento multicamada com grande capacidade de adaptação a deslocamentos e deformação
Ver item 5.4.1.3, página 107.
38
3.2.4 - TENSÕES ATUANTES
As tensões típicas que ocorrem em uma montagem usual de fechamento externo não
estrutural em LSF são as seguintes (LGSEA, 2001a):
Tenes devidas à fleo (compressão e tração);
Tenes axiais (compressão ou tração);
Tensão de cisalhamento;
Tenes locais, devidas a esforços concentrados;
Combinações das anteriores.
Em casos de carregamentos de vento ou smicos, os esforços atuantes podem,
usualmente, ser minorados por um fator de 0,75, ou as capacidades resistivas majoradas
por um fator de 1 1/3, de acordo com a seção A5.1.3, de AISI, 1996 (LGSEA, 2001a;
SSMA, 2000).
3.3 - DESLOCAMENTOS NA ESTRUTURA PRINCIPAL
O estudo e entendimento dos deslocamentos previstos para a estrutura principal de um
edifício são muito importantes para manter a natureza estrutural secundária para a qual
o fechamento em LSF foi dimensionado, prevendo detalhes construtivos que permitam
a ocorrência de tais deslocamentos, sem transferência significativa de esforços aos
perfis do sistema secundário. A transferência de cargas não previstas para a estrutura do
fechamento pode comprometer seu funcionamento, pois além do incremento de esforços
aplicados para os quais as peças não foram dimensionadas, ainda a possibilidade de
deformações na sua geometria.
A instalação dos acabamentos (placas cimentícias, OSB, argamassa, gesso cartonado,
etc) dos painéis em LSF utilizados em fechamento de fachadas deve prever detalhes
construtivos, como juntas de movimentação, para absorver os deslocamentos e
deformações inerentes ao sistema construtivo. A eventual transferência de
deslocamentos da estrutura principal para o LSF aumenta significativamente tais
39
solicitações, podendo comprometer o desempenho e a integridade dos elementos de
fechamento e acabamento (SCHAFER, 2003). Assim, a previsão de detalhes
construtivos capazes de absorver os deslocamentos da estrutura principal sem transmiti-
las ao LSF é importante não só para garantir o desempenho estrutural do sistema, mas
também sua estanqueidade e estética, evitando o surgimento de diversas patologias
construtivas.
É importante, no planejamento do fechamento em LSF, a interação entre o projeto desse
sistema e o dimensionamento da estrutura principal. O cálculo estrutural deve descrever
o o caminhamento das cargas, mas também as movimentações e deformações
previstas para a estrutura principal, pois é a partir destas grandezas que se a decisão
da forma de se absorver os deslocamentos no fechamento em LSF. Após a escolha do
detalhe a ser utilizado, sua capacidade de absorver a movimentação deve ser levada em
conta no dimensionamento da estrutura principal, para que os deslocamentos impostos à
estrutura do fechamento não sejam superiores aos admissíveis.
disponíveis no mercado, principalmente norte-americano onde o emprego de
fechamentos em LSF é bastante desenvolvido, uma variedade muito grande de detalhes
padronizados e peças construtivas específicas para absorver os deslocamentos da
estrutura principal. Apesar de toda a disseminação do sistema e experiência existente, o
entendimento da importância e das conseqüências das decisões sobre a absorção dos
deslocamentos da estrutura principal pelo fechamento em LSF, por parte dos agentes
envolvidos na construção civil, é ainda bastante escasso (SCHAFER, 2003).
3.3.1 - FORMAS DE DESLOCAMENTOS NA ESTRUTURA PRINCIPAL
Após a montagem da estrutura e do fechamento é possível a ocorrência de
deslocamentos que necessitam de avaliação. Os principais deslocamentos considerados
são função de variações térmicas, oscilação do vento, assentamento da fundação e
deformações na estrutura.
40
3.3.1.1 - ASSENTAMENTO DA FUNDAÇÃO
A ocorrência de um assentamento uniforme da fundação não prejudica o desempenho
dos fechamentos em LSF. Porém, qualquer movimento de recalque da fundação do
edifício, no sentido longitudinal, pode provocar a rotação do painel, sendo necessário
avaliar o deslocamento potencial para que os elementos de fixação possam absorvê-lo
(COSTA, 2004).
3.3.1.2 - DESLOCAMENTO DAS VIGAS DE CONTORNO DO EDIFÍCIO
As vigas próximas à fachada estão mais sujeitas à flexão devido ao peso das lajes e dos
sistemas de fechamento nelas apoiados. O seu deslocamento máximo é determinado por
norma específica para cada material e tipo de estrutura (COSTA, 2004).
3.3.1.3 - OSCILAÇÃO PROVOCADA PELO VENTO
A oscilação provocada pelo vento gera uma movimentação vertical das colunas
enquanto as lajes tendem a permanecer na horizontal, deixando o quadro estrutura,
originalmente retangular, na forma de um paralelogramo (COSTA, 2004).
3.3.2 - ABSORÇÃO DE DESLOCAMENTOS VERTICAIS
As ligações entre a estrutura principal e a estrutura secundária de fechamento podem ser
executadas de forma rígida. Segundo Schafer (2003), uma montagem utilizando LSF em
fachadas, executada com fixações rígidas e incapazes de absorver quaisquer
deslocamentos da estrutura principal, pode funcionar corretamente. Isso ocorre se essa
estrutura principal for gida o suficiente para não transmitir qualquer carregamento para
os montantes de LSF, se este esforço transmitido for pequeno a ponto de ser suportado
sem problemas pelos perfis do fechamento, ou ainda, se os perfis forem dimensionados
para resistir aos esforços quando esses forem mais significativos.
No caso de ligações rígidas, onde os montantes resistem a esforços axiais decorrentes
dos deslocamentos da estrutura principal, é importante que o dimensionamento seja
41
elaborado atento à forma e à posição de aplicação desse carregamento no montante e
como a carga será conduzida até a fundação ou ao apoio intermedrio (LGSEA, 2004).
Atualmente, não normas para determinação quantitativa da necessidade e dimensão
dos detalhes construtivos necessários para absorver os deslocamentos da estrutura.
argumentos de que detalhes rígidos permitem a movimentação das guias do fechamento
por meio dos parafusos que as fixam na estrutura principal, o que pode ser suficiente
para deslocamentos muito pequenos, mas problemático quando esses são mais
significativos. Por isso, baseado em experiências de fabricantes e montadores, pode-se
considerar consenso de que é prudente que toda montagem permita uma movimentação
vertical independente do painel em relação à estrutura principal do edifício
(SCHAFER, 2003).
3.3.3 - ABSORÇÃO DE DESLOCAMENTOS HORIZONTAIS
Quando a estrutura principal do edifício é submetida a cargas horizontais, é possível a
ocorrência de deslocamentos entre os planos dos pavimentos. Quando tal movimento
horizontal é paralelo à parede e esta está fixada rigidamente à estrutura principal, a
parede é deformada, passando da forma de retângulo para paralelogramo. No caso de
dimensionamento da parede como elemento resistivo às cargas horizontais e
trabalhando associada à estrutura principal, essa parede cortante terá elementos capazes
de resistir aos esforços impostos (LGSEA, 2004).
Entretanto, paredes de fechamento não estrutural em LSF não são usualmente
dimensionadas como paredes cortantes, apesar de estarem normalmente sujeitas a
cargas horizontais, mesmo de pequena grandeza, e serem capazes de resistir a elas.
Quando a estrutura dos fechamentos não fizer parte do sistema de estabilização
horizontal do edifício e, ainda, quando não se deseja que ela receba carregamento
decorrente da movimentação da estrutura principal, aconselha-se o uso de detalhes
construtivos que isolem a estrutura do fechamento da movimentação horizontal da
macroestrutura do edifício (LGSEA, 2004).
42
O consenso entre fabricantes e montadores sobre a necessidade de detalhes para
acomodar deslocamentos verticais não existe quando se analisam os deslocamentos
horizontais. Os detalhes construtivos que permitem movimentação vertical nem sempre
levam em conta a horizontal, que muitas vezes demanda detalhes mais caros ou de
execução mais complexa. Não dados experimentais conclusivos sobre esse assunto,
sendo necessária uma discussão intensa entre engenheiros estruturais, empreiteiros,
profissionais de execução e arquitetos para que seja definida a utilização ou não de
detalhes que absorvam deslocamentos horizontais (SCHAFER, 2003).
3.4 - CONEXÃO DAS PEÇAS DE LSF COM A ESTRUTURA PRINCIPAL
A conexão das guias de instalação do fechamento em LSF com a estrutura principal do
edifício pode ser feita com a utilização de parafusos, solda (no caso de estrutura de aço)
ou por pinos acionados à pólvora.
Os pinos (também chamados fixadores) acionados à pólvora são a forma mais comum
de fixação de LSF à estrutura principal do edifício, tendo como maiores vantagens a
rapidez e a facilidade de execão e a grande resistência a cortante (LGSEA, 2001b).
Comparadas com os pinos, outras opções de coneo demandam mais mão-de-obra e
tempo de execução. É o caso do uso de parafusos com buchas ou parafusos de expansão
na ligação com concreto, que demandaria uma perfuração prévia do substrato. Há
também a possibilidade de uso de solda para ligação com o aço, que é mais cara e
demanda a disponibilidade de mão-de-obra bastante qualificada. É possível ainda a
utilização de parafusos autoperfurantes e autotarraxantes, porém esses são eficientes
em perfis estruturais de chapa fina.
situações, porém, em que a utilização de pinos à pólvora pode não ser a mais
vantajosa. O uso de parafusos pode ser mais apropriado em uma instalação onde o
barulho e o impacto do finca-pinos poderiam prejudicar o seu funcionamento, como em
um hospital em reforma, por exemplo. Os parafusos podem ser indicados também em
casos onde a conexão com o concreto deve ocorrer em um espaço restrito, pois, nessa
situação, caso o pino à lvora danifique o substrato no momento da instalação e
precise ser substitdo, o é possível a colocação de outro pino no mesmo ponto.
43
3.4.1 - DIMENSIONAMENTO DA CONEXÃO
O dimensionamento das conexões do LSF com a estrutura principal deve determinar o
elemento de fixação mais adequado, fornecendo seu diâmetro, comprimento e
penetração recomendados, a distância para a borda da estrutura e o espaçamento entre
pinos de modo a não danificar o substrato, além da capacidade resistiva da conexão.
no caso de solda, deve-se determinar sua forma, localização e a dimensão do cordão.
A resistência da guia do LSF aos efeitos locais de cisalhamento (rasgamento ou
esmagamento) e puncionamento (pull-over) da chapa, a capacidade de resistência à
tração do pino ao substrato (arrancamento) e sua resistência à cortante são os pontos
determinantes da capacidade resistiva da ligação, que deve ser dada pelo menor valor
entre os citados (RODRIGUES, 2006).
As normas de dimensionamento apresentam equações específicas para o lculo da
resistência da chapa em ligações realizadas com parafusos, tanto entre as peças de LSF
quanto com as outras estruturas. Essas mesmas equações podem ser empregadas no
dimensionamento quando a conexão é realizada por pinos acionados à pólvora
(LGSEA, 2001b).
As resistências à cortante e à tração dos pinos ou parafusos utilizados nas conexões
devem ser determinadas através de testes realizados e publicados pelos seus fabricantes.
No caso de substrato em concreto, os fatores determinantes nessas resistências são o
diâmetro do pino ou parafuso, a profundidade de penetração e a resistência à
compressão do concreto. em substrato de aço, o diâmetro do pino ou parafuso e a
espessura e resistência da chapa de aço base são os principais fatores que influenciam na
resistência da conexão.
3.4.2 - PINOS ACIONADOS À PÓLVORA
Os pinos acionados à lvora são fabricados em aço de alta resistência, com
revestimento anticorrosivo de zinco e possuem conformações diferentes de acordo com
o substrato a ser penetrado.
44
Os pinos para uso em concreto possuem fuste longo e liso, anel ou guia plástica para
alinhamento e cabeça saliente para evitar a penetração excessiva no substrato (Figura
3.2). Sua aderência ao concreto se dá pelo deslocamento de parte da massa do substrato,
que se comprime contra o pino, criando um apoio de fricção. Adicionalmente, o calor
gerado durante o processo de penetração causa um efeito de sintetização do concreto ao
pino (HILTI, 2007). Durante a fixação, pode haver pequeno dano à superfície do
concreto, o que não compromete a resistência da ligação. Caso o dano seja mais
significativo, o pino não pode ser instalado no mesmo local, sendo fixado em outro
ponto onde o concreto esteja íntegro (LGSEA, 2001b).
Figura 3.2 - Pino para fixação à pólvora em concreto
Fonte: HILTI, 2007
Os pinos projetados para uso em ligações com aço possuem fuste com ranhuras, que são
responsáveis pela sua adesão ao substrato (Figura 3.3). Assim como nos pinos para
concreto, nos pinos para aço um anel plástico para alinhamento e cabeça saliente.
Para o funcionamento correto do pino é fundamental que sua ponta atravesse
completamente a chapa do perfil metálico de sustentação, pois, caso contrário, a pressão
que ocorreria neste ponto tenderia a expulsá-lo do substrato. Assim, é importante o
conhecimento da espessura da chapa de aço a ser penetrada para uma correta
especificação do pino a ser utilizado (LGSEA, 2001b).
Figura 3.3 - Pino para fixação à pólvora em aço
Fonte: HILTI, 2007
45
Para que a instalão dos pinos não comprometa a integridade do substrato e a
resistência das conexões vizinhas, deve-se respeitar uma distância mínima até a borda
da viga de 75 mm para concreto e de 12,5 mm para aço, além de um espaçamento entre
pinos de 100 mm para concreto e de 33,75 mm para aço (LGSEA, 2001b).
3.4.3 - PARAFUSOS
Os parafusos utilizados para fixação de fechamentos em LSF à estrutura principal são
fabricados em aço de alta resistência, com revestimento anticorrosivo de zinco, variando
seu formato e forma de fixação de acordo com o material da estrutura do edifício.
Para fixação na estrutura principal em aço, com chapas de espessura de até 3,5 mm,
pode-se utilizar o mesmo parafuso estrutural (Figura 3.4) empregado nas ligações entre
painéis, peças de apoio e enrijecedores. Tal parafuso é autoperfurante e autotarraxante,
com cabeça sextavada e ponta broca N.3, e possui comprimento total de 25 mm. Já para
estruturas de aço com espessuras de chapas acima de 3,5 mm utiliza-se um parafuso
bastante semelhante ao anterior, porém com comprimento de 32 mm, ponta bronca N.5
e diâmetro de fuste maior, que é capaz de perfurar substratos de maior espessura
(LAWSON e GRUBB, 1997).
Figura 3.4 - Parafuso estrutural - cabeça sextavada e ponta broca
Fonte: CISER, 2007
Os parafusos autoperfurantes e autotarraxantes possuem como grande vantagem a
facilidade de execução, já que não é necessário executar furação prévia, tanto no LSF
quanto na estrutura principal, agilizando a montagem do painel de fechamento.
Quando a estrutura principal do edifício é executada em concreto armado, a fixação dos
painéis de fechamento em LSF pode ser feita utilizando-se parafusos comuns e buchas
plásticas. A fixação com parafusos é um processo bastante lento e trabalhoso já que esse
46
conjunto demanda a furação prévia do substrato para a inserção da bucha. O parafuso
utilizado pode ter cabeça Philips ou sextavada. Pode-se também utilizar parafusos de
expansão, porém esta opção torna a fixação mais cara e trabalhosa.
3.4.4 - SOLDA
A conexão do fechamento em LSF e de suas peças de sustentação com a estrutura
principal em aço pode também ser executada com solda.
A solda é executada nos encontros das peças com a estrutura, podendo unir duas
superfícies perpendiculares ou paralelas, com um cordão de seção aproximadamente
triangular. O cordão de solda é depositado no chanfro formado pelo encontro das duas
superfícies, que é previamente usinado para garantir a penetração total da solda, que se
funde com os metais de base, formando a junta soldada (Figura 3.5). A penetração do
coro de solda é determinante para apontar a qualidade da ligação, e uma boa solda
deve ter penetração total (DIETRICH, 2007).
Figura 3.5 - Algumas configurações de solda entre chapas de aço
Fonte: DIETRICH, 2007
A conexão com solda possui elevada resistência mecânica, resultado de um bom projeto
de soldagem. Porém, o uso de solda na conexão de perfis finos de LSF demanda a
disponibilidade de um profissional de soldagem qualificado na obra, além de, quando
comparado com ligações por parafusos ou pinos acionados à lvora, ter um custo mais
elevado e demandar equipamentos mais pesados.
47
4
4 - MODOS DE MONTAGEM DE FECHAMENTOS
EXTERNOS EM LIGHT STEEL FRAMING
A utilização de fechamentos externos industrializados vem ganhando mercado no Brasil
nos últimos anos, e tende a se desenvolver ainda mais, conforme a aceitão de novas
tecnologias continue crescendo. Apesar da predominância de sistemas artesanais,
setores da construção nacional que empregam cada vez mais soluções construtivas
industrializadas em empreendimentos significativos.
O sistema Light Steel Framing (LSF) hoje utilizado no Brasil tem sua origem no mesmo
sistema utilizado em países mais industrializados. Tal sistema vem passando, sem
perder suas qualidades e virtudes, por processo de adaptação de seus conceitos, técnicas
e materiais à realidade brasileira. Apesar desse processo, os princípios da técnica
48
construtiva, conceito estrutural e os perfis utilizados são semelhantes àqueles
encontrados no resto do mundo.
O fechamento externo em LSF já é prática comum em países desenvolvidos e com
tecnologia e cultura construtiva mais industrializada, como Estados Unidos, Japão e
países da Europa Ocidental, e vem ganhando espaço em nações em desenvolvimento,
como Chile e Argentina. O conhecimento e avaliação das técnicas utilizadas nesses
países, além do estudo das ainda esparsas experiências brasileiras, são o ponto de
partida para a avaliação e o desenvolvimento dessa aplicação do sistema construtivo.
Os métodos de montagem mais comuns e suas soluções construtivas são sistematizados
e avaliados neste capítulo, com base em informações colhidas junto a fabricantes,
construtores e associações técnicas focadas no sistema LSF, mostrando diversas
possibilidades de aplicação da tecnologia em fechamentos externos e constituindo
material de apoio para tomada de decisões sobre o emprego deste sistema construtivo.
O conhecimento e avaliação dos métodos de montagem mais adequados para cada
situação são fundamentais para se projetar elementos de fixação que compensem
problemas eventualmente ocorridos na construção (nivelamento e prumo da estrutura),
além de folgas ou juntas que possam compensar as tolerâncias dimensionais, a
movimentação higrotérmica e a movimentação da estrutura.
4.1 - MÉTODO EMBUTIDO
O Método Embutido, também chamado Infill, é umas das possibilidades de solução
construtiva para fachadas utilizando o sistema LSF, onde os painéis, que podem ser
fabricados anteriormente ou no local, são montados internamente aos quadros da
estrutura principal do edifício (Figura 4.1).
Em cada um dos quadros da estrutura principal fechados com LSF, as cargas dos painéis
são descarregadas na estrutura imediatamente abaixo, segundo modelo de carga vertical
uniformemente distribuída de forma linear ao longo da viga ou laje. Dessa forma, o
sistema de fechamento não oferece limitação ao porte do edifício e nem demanda a
49
utilização de sistemas auxiliares de sustentação e de transmissão de sua carga para a
estrutura principal do edifício.
Figura 4.1 - Vedação em LSF – Método Embutido
Os painéis de LSF são geralmente instalados na borda externa da estrutura, porém essa
prática não é obrigatória. Tal montagem tem por objetivo facilitar a instalação dos
materiais de fechamento e isolamento externos, preferencialmente materiais
industrializados e montados a partir de placas moduladas. Em casos onde se deseja tirar
partido da estrutura aparente, pode-se optar pela montagem dos painéis recuados.
Os perfis dos painéis de LSF propostos nesse fechamento não possuem função
estrutural no edifício, sendo responsáveis apenas por resistir às cargas de vento e ao seu
peso próprio e dos acabamentos de fachadas. Sendo assim, não há necessidade da
execução de vergas com múltiplos perfis sobre os os de janelas e portas, e nem de
colocação de ombreiras reforçando os montantes das extremidades, ao contrário do que
ocorre em painéis portantes. Nesse caso, as vergas podem ser construídas utilizando-se
apenas um perfil U, cortado e dobrado nas extremidades. Apenas em casos onde
grandes vãos ou forças de vento muito elevadas, há necessidade de uso de vergas
compostas.
50
Os painéis de fechamento utilizando o método embutido podem ser executados com os
mesmos princípios de montagem e dimensionamento tanto em edifícios com
macroestrutura em aço quanto em concreto (Figura 4.2 e Figura 4.3). Dependendo da
forma de montagem escolhida, os painéis devem ser executados in loco ou podem ser
montados previamente em fábrica e instalados prontos na fachada (Figura 4.4).
Figura 4.2 - Montagem de painéis de LSF embutidos, com estrutura
principal em aço. Hospital Aintree, Inglaterra
Fonte: METSEC, 2007
Figura 4.3 - Fechamento em LSF, método embutido, em estrutura
de concreto armado. Edifício residencial, San Nicolás, Argentina
Fonte: SIDERAR, 1998, p.16
51
Figura 4.4 - Instalação de painel embutido de fachada em LSF, pré-
montado em fábrica. Edifício residencial, Londres, Inglaterra
Fonte: KINGSPAN, 2008
Uma das limitações do fechamento de fachadas com o método embutido é a dificuldade
em compensar eventuais problemas de alinhamento e prumo decorrentes da execução da
estrutura principal. Esta compensação é possível em função dos acabamentos
externos, que podem eventualmente ter essa capacidade, como o uso de argamassa com
revestimento.
Os painéis de fechamentos em LSF, quando montados pelo método embutido, podem
ser concebidos com ligações rígidas entre os seus elementos estruturais e a estrutura
principal do edicio, ou de forma a permitir o livre deslocamento entre eles. Em ambos
os casos, a carga vertical do fechamento é transmitida para a viga ou laje localizada
imediatamente abaixo.
No caso de se optar pela liberdade de deslocamento entre as estruturas, a conexão do
montante com a guia superior deve ser feita utilizando-se peças ou montagens
específicas que permitam o deslocamento na forma e grandeza propostos pela
concepção e dimensionamento estruturais. Nos próximos itens do presente capítulo,
discutir-se-á diversas formas de execução de tais montagens, apresentando suas
vantagens, desvantagens e limitações.
52
4.1.1 - LIGAÇÃO RÍGIDA
A montagem do fechamento em LSF com ligações rígidas é feita com painéis
executados de forma semelhante àqueles utilizados em construções autoportantes, que
podem ser fabricados previamente e transportados ou montados no local da obra. As
ligações entre os montantes e as guias superiores e inferiores são executadas com
parafusos autoperfurantes e autotarraxantes. A conexão das guias com a estrutura
principal é executada de forma rígida, com pinos acionados à lvora, parafusos ou
solda. (Figura 4.5).
A simplicidade e a facilidade de execução dos fechamentos com ligações rígidas, am
do seu custo reduzido, constituem suas principais vantagens, que são função da não
necessidade de detalhes ou peças especiais de montagem (SCHAFER, 2003).
Figura 4.5 - Ligação rígida dos montantes com a guia superior
Fonte: Adaptado de SCHAFER, 2003, p.4
Quando o fechamento em LSF é executado com ligações rígidas transmissão de
carregamentos da estrutura principal, em função de seus deslocamentos, para a estrutura
do painel em LSF. Como não espaço para a movimentação independente entre essas
estruturas, o acoplamento entre elas é inevitável, comprometendo a natureza secundária
do fechamento. Tal comportamento deve ser levado em conta durante a concepção e o
dimensionamento, tanto do fechamento quanto da estrutura principal do edifício
(SCHAFER, 2003).
53
As ligações rígidas podem ser empregadas sem problemas em situações onde os
deslocamentos previstos para a estrutura principal são pouco significativos ou quando
seus elementos estruturais são dimensionados para resistir aos esforços deles
decorrentes (LGSEA, 2004).
4.1.2 - ESPAÇO SUPERIOR PARA MOVIMENTAÇÃO, COM EXTREMIDADE
DOS MONTANTES LIVRE E COM TRAVAMENTO HORIZONTAL
Visando permitir o deslocamento livre entre a estrutura do edifício e a estrutura do
fechamento, pode-se optar pelo uso de montagem de LSF com espaço livre no topo dos
montantes. Esse tipo de montagem permite a movimentação tanto vertical quanto
horizontal da estrutura sem transmissão de esforços para os elementos do painel, com
custo relativamente baixo (SCHAFER, 2003).
Em montagens de painéis em LSF com espaço superior para movimentação, as guias
inferior e superior são fixadas à estrutura do edifício com pinos acionados à pólvora. Na
parte inferior, os montantes são ligados às guias por parafusos, de modo semelhante aos
painéis portantes de edificações.
A montagem da parte superior dos painéis é responsável por permitir sua
trabalhabilidade dentro do quadro estrutural principal. Para tal, os montantes não são
parafusados à guia superior e possuem dimensões inferiores ao o total a ser
preenchido, ficando espaçados da mesa da guia superior entre 15 e 25 mm, a ser
confirmado pelo lculo estrutural, o que requer guias de altura mínima de 50 e 75 mm,
respectivamente (DIETRICH, 2007). A espessura da chapa da guia deve ser
determinada em cálculo, em função da resistência às cargas concentradas transmitidas
pelos montantes (LABOUBE e BOLTE, 2004).
Como os montantes não são parafusados à guia superior, a instalação de travamentos
horizontais é fundamental para a garantia da integridade do painel, de modo a manter os
montantes verticalmente alinhados e a restringir sua rotação. Esses travamentos podem
ser executados com bloqueadores e fitas, montagens com cantoneiras e canaletas ou
ainda com espaçadores especiais, conforme descritos a seguir.
54
4.1.2.1 - TRAVAMENTO COM BLOQUEADORES E FITAS METÁLICAS
Uma das formas de execução de travamento para montantes com extremidade superior
o parafusada é por meio de bloqueadores e fitas instalados horizontalmente, o que
mantém suas seções alinhadas, (Figura 4.6). Esses bloqueadores devem ficar a uma
distância aproximada de 150 mm do topo do painel e são construídos com perfis Ue
colocados horizontalmente entre os montantes e abraçados externamente por fitas
metálicas, fixadas com o auxílio de parafusos autoperfurantes e autotarraxantes com
cabeça lentilha. As fitas devem percorrer toda a extensão horizontal do painel e os
bloqueadores ocorrem nas extremidades e a cada três ou quatro montantes
(SSMA, 2007).
Figura 4.6 - Travamento superior com bloqueadores e fitas
Fonte: Adaptado de SSMA, 2007, p.32
O travamento com bloqueadores e fitas garante boa estabilidade a movimentos laterais e
a rotação dos montantes, podendo ser executado com elementos usuais do sistema LSF,
o sendo necessária a fabricação de peças ou perfis especiais. Sua execução é fácil,
que é conhecida pelos montadores por se tratar de montagem utilizada em construções
portantes em LSF.
Sua desvantagem está no processo de montagem, que demanda cuidado no alinhamento
vertical dos montantes durante a execução, que estes não estão parafusados na guia
superior.
55
4.1.2.2 - TRAVAMENTO COM CANALETAS E CANTONEIRAS
Outra forma de execução do travamento horizontal dos montantes com espaço superior
para movimentação é o uso de canaletas (perfis U de pequena seção) combinados a
cantoneiras (perfis L). Nesta montagem os montantes possuem furos oblongos, que
podem ser previamente perfurados em fábrica ou executados no canteiro de obras com
ferramentas apropriadas, e distanciados, no ximo, 400 mm do topo do painel
(SSMA, 2007). Através destes furos são instaladas canaletas horizontais ao longo de
todo o painel. A fixação entre canaletas e montantes é feita com cantoneiras, utilizando
parafusos autotarraxantes e autoperfurantes, tanto no contato com as canaletas quanto
com os montantes (Figura 4.7).
Figura 4.7 - Travamento superior com canaleta e cantoneiras
Fonte: Adaptado de SSMA, 2007, p.29
A canaleta de travamento deve ter largura de 40 mm, e a cantoneira de fixação ao
montante deve ter seção de 50 x 50 mm, ambas com espessura de 1,25 mm
(SCHARFF, 1996). A cantoneira deve abranger, no nimo, 80% da dimensão da alma
do montante para melhorar sua resistência à torção (SSMA, 2007). A canaleta deve ser
cortada em peças de comprimento tal que garantam uma sobreposição no momento da
emenda, que deve ocorrer próxima aos montantes, onde serão parafusadas às
cantoneiras. Os comprimentos de 1250 a 1300 mm permitem sua utilização em
modulações estruturais de 300, 400 ou 600 mm.
56
Assim como o travamento com bloqueadores e fitas, a instalação do painel com o uso
de canaletas e cantoneiras demanda atenção no alinhamento vertical dos montantes
durante a execução. A estabilidade à torção dos montantes deve ser verificada pelo
cálculo estrutural, visando não necessitar do apoio das placas de acabamento externo
para tal (SSMA, 2007).
4.1.2.3 - TRAVAMENTO COM ESPAÇADORES
Uma evolução técnica do travamento com combinação de canaletas e cantoneiras é o
espaçador com rasgos para travamento. Para sua montagem, os montantes devem
possuir furos oblongos na parte superior, distanciados até 300 mm do topo do painel. O
espaçador consiste em uma cantoneira de o galvanizado, com rasgos laterais
perpendiculares que são encaixados nos furos oblongos dos montantes, sem a utilização
de parafusos ou solda (Figura 4.8).
Figura 4.8 - Espaçador instalado entre montantes
Fonte: Adaptado de DIETRICH, 2007
O espaçamento entre os rasgos para encaixe é planejado de tal maneira que a mesma
peça pode ser utilizada em modulações estruturais de 300, 400 ou 600 mm. As peças
possuem seção de 30 mm e comprimento de 1250 mm, o que requer áreas de
sobreposição entre os espaçadores ao longo do painel, devendo estas ocorrer junto aos
montantes (Figura 4.9). A espessura usual dessa peça é de 1,50 mm (DIETRICH, 2007).
57
Figura 4.9 - Espaçador e guarda
Fonte: Adaptado de DIETRICH, 2007
Recomenda-se utilizar uma peça metálica de guarda, encarregada de evitar que o
espaçador se desencaixe do montante quando o fechamento for submetido a
carregamento ou deslocamento. Essa guarda pode ser feita com o uso de uma chapa
metálica, com largura de 80 mm, altura de 40 mm e espessura de chapa de 1,50 mm,
além de um rasgo triangular com dimensão similar a do espaçador na sua parte inferior
para encaixe. A guarda deve ser parafusada ao montante após a instalação do espaçador
(DIETRICH, 2007).
Este sistema possui como grande vantagem a rapidez na execução, quando comparado
aos bloqueadores com fitas ou canaletas com cantoneiras. Grande parte desse ganho é
devido ao fato da peça ser fabricada com rasgos em distâncias pré-determinadas,
fazendo com que o alinhamento vertical dos montantes deixe de ser uma dificuldade.
Assim como na montagem com canaletas, o ponto fraco desse sistema está na
estabilização dos montantes à rotação, que deve ser verificada em cálculo. Outro ponto
a ser avaliado é o fato desta solução ser patenteada por um fabricante de LSF norte-
americano, sendo necessária autorização ou modificação em sua forma para seu uso.
58
4.1.3 - ESPAÇO SUPERIOR PARA MOVIMENTAÇÃO, COM USO DE PEÇAS
ESPECIAIS DE CONEXÃO LIGADAS À GUIA
Com o objetivo de facilitar a execução dos painéis de fechamento em LSF existem
peças especiais responsáveis pela ligação dos montantes à guia superior, garantindo sua
estabilidade e alinhamento, mas mantendo o espaço superior de movimentação e com
isso a capacidade do painel de se adaptar aos deslocamentos da estrutura principal.
As peças de movimentação são fixadas às guias superiores por meio de parafusos
autoperfurantes e autotarraxantes com cabeça lentilha em posição determinada pela
modulação estrutural adotada. Apesar das diferenças na forma, o princípio de
funcionamento é criar reentrâncias onde se encaixam os enrijecedores dos montantes,
permitindo sua livre movimentação vertical, restringindo sua rotação e também
qualquer deslocamento horizontal (Figura 4.10).
Figura 4.10 - Modelos de peças de conexão do montante à guia com movimentação
Fonte: A- Adaptado de METSEC, 2007, p.13; B- Adaptado de HADLEY GROUP, 2005, p.11
As peças apresentadas são fabricadas com chapas de aço galvanizado dobradas e
cortadas, sendo viável sua produção para o uso em nosso país, mesmo em escala
reduzida. Porém, estes elementos são patenteados por seus desenvolvedores, o que
requer autorização para sua reprodução, ou desenvolvimento de novas formas baseadas
no conceito apresentado.
59
A utilização de peças de movimentação permite o emprego de guias superiores com
paredes mais finas, porém mantém a necessidade de altura das mesas. Com a
substituição de travamentos feitos por conjuntos de elementos pelo emprego de uma
peça única e pequena, a diminuição do consumo total de material e conseqüente
diminuição de custos. Estes são também reduzidos em fuão do menor tempo de
montagem do painel em relação a outros sistemas de travamento horizontal
(HADLEY GROUP, 2005).
Um ponto que merece atenção no momento do dimensionamento das peças é o fato do
contato entre a peça de movimentação e o montante ser feito pelo seu enrijecedor.
Deve-se adotar espessura de chapa adequada em ambas as peças para que não ocorram
deformações locais nem rasgamento da chapa em função das solicitações impostas.
4.1.4 - FIXAÇÃO DA EXTREMIDADE SUPERIOR DOS MONTANTES COM
CANTONEIRAS COM FUROS OBLONGOS
A utilização de cantoneiras com furos oblongos para coneo dos montantes é uma das
soluções construtivas existentes no mercado para a absorção de deslocamentos verticais
da estrutura principal, sem a solicitação do painel de fechamento (Figura 4.11).
Figura 4.11 - Cantoneira superior com furos oblongos para movimentação
Fonte: Adaptado de TSN, 2006, p.26
60
A montagem do painel é feita com guia convencional fixada à estrutura e parafusos na
parte inferior dos montantes. Na parte superior, guias convencionais de LSF são fixadas
à estrutura imediatamente acima do painel. Em seguida, são instaladas cantoneiras em
aço galvanizado com furos oblongos na aba vertical, distanciadas conforme a
modulação estrutural planejada e fixadas à estrutura com pinos acionados à lvora ou
parafusos. A extremidade superior de cada montante é fixada à cantoneira por meio de
parafusos autoperfurantes e autotarraxantes, instalados no eixo médio do furo oblongo.
diversos modelos de cantoneiras para fixação de montantes e absorção de
deslocamentos nos painéis oferecidas nos mercados onde o fechamento em LSF é
popular.
Um dos modelos de cantoneira, que absorve tanto deslocamentos horizontais quanto
verticais, é fabricado a partir de chapa de aço galvanizado com espessura de 2,60 mm
(Figura 4.12 A). As abas da cantoneira são iguais e possuem 80,0 mm com dois furos
oblongos de largura 6 mm e 45 mm de comprimento em cada uma. Os furos oblongos
acomodam deslocamentos de até 40 mm, sendo 20 mm em cada sentido, tanto na aba
vertical (em contato com o montante) quanto na horizontal (em contato com a estrutura
do edifício) (TSN, 2006).
As cantoneiras utilizadas nessa montagem podem ser executadas com frisos
enrijecedores perpendicularmente à dobra. Os frisos são responsáveis por aumentar a
resistência da cantoneira a esforços aplicados perpendicularmente ao painel, permitindo
que sejam utilizadas chapas mais finas, mais facilmente encontradas no mercado
brasileiro. Quando não está prevista a absorção dos deslocamentos horizontais da
estrutura, a cantoneira pode ser executada com furos comuns em uma das abas, que
pode ser mais curta que a outra onde estão os furos oblongos (Figura 4.12 B). Podem
também haver mais furos oblongos ou comuns nas abas, dependendo de seu tamanho ou
do dimensionamento de cada conexão.
61
Figura 4.12 - Cantoneiras de fixação superior de montantes
A- Cantoneira com furos oblongos em ambas as abas. B-Cantoneira
com frisos enrijecedores e sem absorção deslocamentos horizontais
Fonte: Adaptado de TSN, 2006
A montagem de painéis de fechamento externo em LSF utilizando cantoneiras com
furos oblongos para a conexão da extremidade superior dos montantes permite, com
facilidade, a absorção de deslocamentos verticais e horizontais. Esse sistema, pom,
o possibilita a execução prévia dos painéis, uma vez que a fixação das cantoneiras
deve ser feita no elemento estrutural do edifício.
O uso de cantoneiras na montagem apresentada possibilita a execução do painel sem a
guia superior, gerando economia de material. Porém é importante considerar que a falta
da guia superior pode prejudicar a montagem dos acabamentos desses painéis, que
normalmente são nela parafusados.
A fixação das cantoneiras à estrutura principal do edifício deve ser avaliada pela equipe
de cálculo estrutural, uma vez que, caso se opte pela utilização de pinos acionados à
pólvora, o pequeno espaçamento entre eles pode prejudicar a integridade do substrato,
especialmente em estruturas de concreto. A utilização de parafusos é também uma
opção para a fixação das cantoneiras, porém sua instalação é mais lenta e trabalhosa.
4.1.5 - GUIA SUPERIOR DUPLA
A montagem de painéis de fechamento em LSF com guia superior dupla visa permitir o
deslocamento livre entre a estrutura principal do edifício e a estrutura do painel. Como
o conexão entre as guias superiores, tanto os deslocamentos horizontais quanto os
verticais são bem acomodados (SCHAFER, 2003).
62
Na montagem de painéis de LSF utilizando guia superior dupla para absorção de
deslocamentos, a guia externa, chamada guia de movimentação, é instalada primeiro,
conectada à estrutura principal do edifício. O painel de fechamento propriamente dito
deve ser montado como um painel convencional de LSF, com ligações rígidas entre
montantes e guias executadas com parafusos autotarraxantes e autoperfurantes, podendo
ser montado no local ou em fábrica e transportado para a obra. Com a guia de
movimentação instalada e o painel pronto, este é posicionado, de forma que sua guia
superior fique interna à guia de movimentação (DIETRICH, 2007).
Após o encaixe do painel em LSF não deve haver nenhuma ligação entre a guia de
movimentação e a guia superior do painel. Para o funcionamento correto da montagem,
a guia superior do painel deve possuir mesas com dimensões grandes o suficiente para
que os parafusos que a ligam aos montantes não interfiram na liberdade de
movimentação do conjunto (SSMA, 2000). Para isso, a distância entre a cabeça do
parafuso e a borda inferior da mesa da guia de movimentação deve ter a mesma
grandeza do deslocamento estimado para a estrutura principal (Figura 4.13).
Figura 4.13 - Montagem com guia dupla
Fonte: Adaptado de SSMA, 2000, p.1
A mesa da guia de movimentação, para garantir sua correta interação com a guia
superior do painel, deve ter dimensão igual ao espaço de movimentação (deslocamento
previsto para a estrutura principal), acrescido de 25 mm, para edifícios de um
pavimento, e duas vezes o deslocamento previsto acrescido de 25 mm para os demais
63
casos (SSMA, 2000). A espessura de chapa da guia de movimentação varia de
0,80 a 2,50 mm, conforme o dimensionamento (DIETRICH, 2007).
a guia superior do painel, para garantir que os parafusos de fixação dos montantes
o interfiram na movimentação vertical do conjunto, deve ter altura de mesa igual ao
espaço de movimentação previsto acrescido de 40 mm, para edicios de um pavimento,
e duas vezes o deslocamento calculado acrescido de 40 mm, para os demais casos
(SSMA, 2000).
Como na montagem com guia dupla a extremidade dos montantes está parafusada à
guia superior do painel, a sua estabilização à rotação é eficiente. Além disso, a
transmissão das cargas horizontais do painel para a guia de movimentação ocorre de
forma uniformemente distribuída, resultando em uma guia mais fina quando comparada
àquela utilizada na montagem com extremidade dos montantes livre (SSMA, 2000).
Dentre as desvantagens da montagem com guia superior dupla está a necessidade de
execução de peças especiais, que encarecem o sistema. A guia superior do painel deve
ter mesas mais longas que o usual e a guia de movimentação possui dimensões de alma
e espessura de chapa maiores que as usuais do sistema LSF. Apesar de especiais, essas
peças são de fácil fabricação.
Deve ser dada atenção ao ponto de encontro entre as guias, pois a maior espessura
resultante da duplicidade de chapas pode levar a distorções na instalação das placas de
acabamento do painel (SCHAFER, 2003).
4.1.6 - MONTANTE COM FUROS OBLONGOS NA EXTREMIDADE SUPERIOR
Uma das possibilidades de execução de painéis de LSF com capacidade de absorver os
deslocamentos da estrutura principal, sem transmiti-los à estrutura do painel, é o
emprego de montantes com furos oblongos na extremidade superior de suas mesas
(STEELER, 2003).
A montagem do painel utilizando esse tipo de montante é feita com guias inferiores
comuns, parafusadas aos montantes e fixadas à estrutura do edicio. Os montantes são
64
cortados mais curtos que o vão vertical total do painel, deixando espaço superior para
movimentação. A guia superior deve ter mesas maiores que o usual e é fixada à
estrutura principal (Figura 4.14).
Figura 4.14 - Montantes com furos superiores oblongos
Fonte: Adaptado de STEELER, 2003, p.2
Os parafusos de ligação entre a guia superior e os montantes são fixados a 10 mm da
borda inferior da mesa da guia, de modo a atravessar o furo oblongo do montante em
seu eixo vertical. O furo oblongo tem altura de duas vezes o deslocamento previsto, para
permitir a movimentação vertical da estrutura (STEELER, 2003).
Esse sistema tem como vantagem a facilidade de execução, uma vez que seu processo
de montagem é similar ao de painéis portantes convencionais. Porém, a necessidade de
alinhamento dos furos oblongos nas extremidades superiores dos montantes requer
atenção na execução.
A ligação entre a guia superior e o montante é um ponto frágil do sistema, visto que o
parafuso não tem nenhuma fixação ao montante. Em caso de solicitação horizontal
excessiva em que a guia se deforme, o parafuso pode se desencaixar do furo oblongo do
montante, levando o painel ao colapso.
65
4.1.7 - GUIA SUPERIOR COM FUROS OBLONGOS
A montagem com guia superior com furos oblongos visa à execução de painéis de LSF
com maior facilidade e rapidez, mas sem deixar de lado a necessidade de absorção dos
deslocamentos da estrutura.
A montagem de painéis utilizando esse sistema é similar à execão de um painel com
ligações rígidas. A guia inferior é fixada à macroestrutura e parafusada aos montantes
do mesmo modo que em painéis portantes convencionais. As extremidades dos
montantes são ligadas à guia superior também através de parafusos autoperfurantes e
autotarraxantes, e esta guia é fixada à estrutura do edifício com pinos acionados à
pólvora ou parafusos. O diferencial deste painel está na forma da guia superior, que
possui furos oblongos verticais em toda a extensão de suas mesas, onde os parafusos de
conexão com os montantes devem ser instalados para permitir a movimentação do
conjunto (Figura 4.15). As demais peças são as mesmas utilizadas em painéis comuns
do sistema LSF.
Figura 4.15 - Guia superior com furos oblongos
Fonte: Adaptado de SCHAFER, 2003, p.6
As guias superiores com furos oblongos possuem dimensão de alma similar às guias
comuns para adaptação às peças convencionais, altura de mesas de 65 mm e espessura
de chapa variando de 0,80 mm a 1,75 mm, conforme dimensionamento. Os furos estão
espaçados longitudinalmente em ambas as mesas a cada 25 mm, possuem largura de
6 mm e altura de 40 mm, e estão centrados verticalmente na mesa (Figura 4.16). A
66
execução da guia com essas dimensões permite montagens capazes de absorver
deslocamentos de até 25 mm e o espaçamento entre furos permite adaptação a diversas
modulações estruturais sem necessidade de descarte de partes da guia e conseqüente
desperdício de material (DIETRICH, 2007).
Figura 4.16 - Dimenes dos furos oblongos nas mesas da guia superior
Fonte: Adaptado de SCAFCO, 2007, p.2
Na execução do painel, para garantir a performance do conjunto frente aos
deslocamentos da estrutura, é importante que o parafuso de ligação entre guia e
montantes seja instalado no eixo vertical do furo oblongo, permitindo deslocamentos de
mesma grandeza para baixo e para cima. Além disso, a distância entre o topo do
montante e a alma da guia, que é o espaço de movimentação do conjunto, deve ser de no
mínimo 12,5 mm (SCAFCO, 2007).
Dentre as vantagens da utilização de guia superior com furos oblongos está a evidente
independência entre os deslocamentos verticais da estrutura principal e da estrutura do
painel. Além disso, a extremidade superior dos montantes é travada lateralmente,
evitando problemas com a rotação dos perfis (SCHAFER, 2003). A execução de
fechamentos com esse sistema é fácil, rápida e utiliza os mesmos elementos e o mesmo
princípio de montagem de painéis convencionais, que podem ser executados em fábrica
e transportados para a obra, desde que exista travamento provisório por meio de fitas
metálicas em suas faces. A montagem com guia superior com furos oblongos não
permite absorver o deslocamento horizontal da estrutura (SCHAFER, 2003).
67
4.1.8 - MOVIMENTAÇÃO NA EXTREMIDADE INFERIOR DO PAINEL
Nos painéis de fechamento onde é necessária a execução de ligações que permitam a
movimentação da estrutura, estas normalmente ocorrem na parte superior do painel,
devido à maior facilidade de execução. Em casos pouco comuns pode ser necessária a
execução de ligações permitindo a movimentação na parte inferior do painel. Essas
situações ocorrem em reformas de edificações existentes, quando a estrutura ou laje
inferior ao novo fechamento o é capaz de suportar as cargas da nova construção.
Nesses casos, a guia superior é conectada a uma estrutura capaz de resistir aos esforços
dimensionados, e a ligação dos montantes com essa guia deve ser feita por meio de
parafusos que não permitam seu deslocamento. Essa conexão deve ser dimensionada
para ser capaz de suportar, além dos esforços horizontais, todo o peso próprio do painel
e de seus acabamentos. Na parte inferior deve ser utilizado detalhe construtivo que
permita o deslocamento, como guias duplas, guias com furos oblongos, travamento
horizontal dos montantes, etc. (LGSEA, 2004).
Construtivamente, a execução desse tipo de fechamento é muito complicada, pois os
montantes do painel devem ficar suspensos, deixando livre abaixo deles o vão de
movimentação, até que sejam parafusados à guia superior, que os conecta a estrutura.
4.1.9 - AVALIAÇÃO CRÍTICA DAS MONTAGENS EMBUTIDAS
A Tabela 4.1 apresenta de forma resumida as principais características dos diversos
modos de montagem apresentados para painéis externos embutidos executados com
LSF. Este resumo serve para orientar profissionais de projeto e construtores na tomada
de decisão sobre qual método possui as características desejáveis e mais indicadas para
as diversas situações de projeto existentes.
Dentre as alternativas de montagem do fechamento em LSF embutido, que permitem o
deslocamento vertical livre da estrutura principal, duas se destacam como mais
interessantes para a maioria das situações: a guia superior com furos oblongos (Figura
4.15) e o travamento de montantes com extremidade superior livre usando bloqueadores
e fitas metálicas (Figura 4.6).
68
A guia superior com furos oblongos se destaca pela rapidez e precisão de execução,
resultado da facilidade na montagem do painel e no alinhamento vertical dos montantes,
além da possibilidade de execução do painel previamente fora da obra. a montagem
com extremidade superior livre e travamento por bloqueadores e fitas se mostra como a
alternativa mais interessante dentre aquelas que não necessitam de peças especiais, pois
trava lateralmente os montantes de forma eficiente e é conhecida pelos montadores,
que é uma montagem usual mesmo em edificações térreas.
Tabela 4.1 - Resumo das características das montagens de painéis de fechamento embutidos em LSF
Características
Método de montagem
Absorve deslocamentos
verticais
Absorve deslocamentos
horizontais
Não requer peças especiais
Painéis executados na obra
Painéis executados
previamente fora da obra
Dificuldade no alinhamento
vertical dos montantes
Boa estabilização dos
montantes à rotação
Ligação rígida N N S S S N S
Espaço superior para movimentação
Travamento com fitas e bloqueadores
S N S S N S S
Espaço superior para movimentação
Travamento com canaletas e cantoneiras
S N S S N S N
Espaço superior para movimentação
Travamento com espaçadores
S N N S N N N
Espaço superior para movimentação
Travamento com peças especiais
S N N S N N S
Extremidade superior dos montantes com
cantoneiras com furos oblongos
S S N S N N S
Guia superior dupla S S N S S N S
Montantes com furo oblongo na
extremidade superior
S N N S N S N
Guia superior com furos oblongos S N N S S N S
Legenda: S – Característica presente, N – Característica Ausente
69
4.2 - PAINÉIS CONTÍNUOS DE FACHADA
Os fechamentos para fachadas em LSF podem ser executados como Painéis Contínuos
externos, que são aqueles concebidos como uma “pele de revestimentopara o edifício
independente dos quadros de sua estrutura principal, conhecidos também como Painéis
Cortina (Figura 4.17). Assim como no todo embutido, os painéis contínuos de
fachada não possuem função estrutural no edifício, sendo responsáveis apenas por
resistir às cargas de vento, ao seu peso próprio e dos acabamentos de fachadas.
Figura 4.17 - Vedação em LSF - Método contínuo
O sistema de painéis contínuos oferece a vantagem de maximizar o aproveitamento da
área interna do edifício, uma vez que não ocupa espaço na laje executada. Além disso,
permite o alinhamento vertical da fachada independente da estrutura, especialmente útil
em casos onde o lculo estrutural indica a utilização de vigas e pilares com seções
diferentes, ou em situações em que, pelo processo de execução, o prumo e o
alinhamento da estrutura não são muito exatos.
O fechamento contínuo pode ser utilizado em edificações com estrutura de aço (Figura
4.18) ou concreto, e ainda no retrofit de fachadas de edificações existentes, como no
70
edifício comercial carioca mostrado na Figura 4.19, que recebeu uma nova escada com
estrutura de aço e fechamento em LSF.
Figura 4.18 - Montagem de painel contínuo de fachada. Centro de
vivência, New Castle, Inglaterra.
Fonte: METSEC, 2007
Figura 4.19 - Execução de painel contínuo em retrofit de edifício
comercial. Rio de Janeiro, RJ
Fonte: FLASAN, 2008
71
Os painéis contínuos, quando executados em edifícios de até três pavimentos, são
construídos com montantes contínuos que vão da base ao topo da construção. Nesse
caso, a altura máxima indicada é de 12 m, por questões de transporte e manuseio das
peças em obra. As conexões entre os montantes dos paiis e a estrutura do edifício são
o-gidas, ou seja, feitas por peças especiais que resistem às cargas horizontais, mas
deixam livre o caminhamento vertical das cargas (Figura 4.20). Dessa forma, todo o
carregamento vertical é diretamente transmitido à fundação (LGSEA, 2004).
Figura 4.20 - Painel com montante contínuo da base ao topo do edifício
Fonte: Adaptado de LGSEA, 2004, p.6
No caso de edifícios de maior porte, pode-se executar a vedação com painéis de LSF
divididos em partes, com altura normalmente de dois pavimentos, facilitando o
transporte e manejo das peças na obra (LGSEA, 2004).
Quando os paiis são divididos no sentido da altura, uma das opções de execução é a
montagem dos painéis “empilhados” uns sobre os outros, transferindo as cargas
verticais para o painel imediatamente abaixo e posteriormente para a fundação ou para
estruturas intermediárias de apoio. Os montantes são ligados à estrutura do edifício por
72
conexões não-gidas, que são aquelas com peças que transferem as cargas horizontais
para as vigas ou lajes em cada um dos pavimentos, e não são responsáveis por resistir às
cargas verticais. As interfaces horizontais entre painéis são executadas de forma gida
(Figura 4.21).
Figura 4.21 - Painel dividido verticalmente, utilizando conexões
não-rígidas em todos os pavimentos
Fonte: Adaptado de LGSEA, 2004, p.6
A vedação contínua de edifícios altos também pode ser executada com painéis com
altura de dois pavimentos sustentados por uma ligação gida (responsável por resistir
tanto às cargas horizontais quanto verticais) e uma ligação não-gida (que permite a
movimentação vertical e resiste a solicitações horizontais) alternadamente entre os
pavimentos. Na interface entre painéis, a conexão deve ser feita de modo não-rígido,
para não permitir a continuidade de cargas verticais entre eles (Figura 4.22).
73
Figura 4.22 - Painel dividido verticalmente, utilizando conexões
rígidas e não-rígidas alternadamente
Fonte: Adaptado de LGSEA, 2004, p.2
Em casos onde os deslocamentos previstos são pequenos ou os montantes e as conexões
são dimensionados para resistir aos esforços decorrentes da movimentação entre a
estrutura principal do edifício e a do fechamento, os painéis contínuos também podem
ser executados com todas as ligações rígidas na conexão com a estrutura principal do
edifício, assim como ocorre com o fechamento em painéis embutidos na estrutura.
A ligação das peças de fixação dos painéis de fechamento contínuos com a estrutura do
edifício é executada com pinos acionados à pólvora, parafusos ou solda. Nos casos de
emprego de parafusos ou pinos é comum que a fixão seja realizada na borda da laje
em concreto, especialmente nas edificações com estrutura metálica em perfis I. Quando
isso ocorre, recomenda-se a instalação de uma cantoneira metálica contínua ao longo de
toda a borda da laje, com o objetivo de garantir que a penetração dos pinos ou parafusos
o comprometa a integridade do concreto (Figura 4.23). A espessura dessa cantoneira
deve ser de 5 a 10 mm (LGSEA, 2001a).
74
Figura 4.23 - Cantoneira de reforço de borda de laje em concreto
Quando opção pelo uso de apoio intermedrio para os painéis, este pode ser feito
com a laje do pavimento se projetando além da viga, de modo a apoiar o painel e
permitir que ele envolva as vigas e pilares. Outra possibilidade de estrutura para apoio
intermediário é o uso de uma cantoneira em aço galvanizado, contínua em toda a
extensão do painel a ser suportado e fixada à estrutura principal do edifício (Figura
4.24). A fixação da guia inferior do painel à cantoneira de apoio intermedrio é feita
com parafusos estruturais e a fixação da cantoneira inferior à estrutura principal do
edifício, com pinos acionados à pólvora ou parafusos (METSEC, 2007).
Figura 4.24 - Detalhe para fixação inferior do painel contínuo
Fonte: Adaptado de METSEC, 2007, p.14
75
4.2.1 - LIGAÇÕES RÍGIDAS
As ligações rígidas são responsáveis por resistir às cargas horizontais impostas ao
fechamento e também aos carregamentos verticais decorrentes do peso próprio dos
painéis e seus acabamentos. São normalmente utilizadas em combinação com ligações
que permitem a movimentação vertical dos montantes, mas podem também ser
empregadas em todas as conexões do painel com a estrutura, desde que tanto as ligações
quanto as peças do painel sejam dimensionados para tal.
A execução das ligações rígidas com cantoneiras apresenta grande adaptabilidade, visto
que a gama de cantoneiras disponíveis no mercado é grande. Além disso, pode-se
facilmente executar uma peça especial, em virtude da necessidade de maior espessura
de chapa ou dimensão extra para atender às demandas do cálculo estrutural.
Há vários modelos de cantoneiras oferecidos no mercado, específicas para fixação
rígida dos montantes da estrutura do fechamento em LSF à estrutura principal. Dois
destes modelos, ilustrativos de seus conceitos e variações, são apresentados a seguir.
O modelo mais simples é uma cantoneira comum, extrudada ou fabricada a partir de
chapa de aço galvanizado dobrada, com espessuras de 1,50 mm, 1,75 mm e 2,50 mm.
As abas da cantoneira são iguais, com largura de 40 mm, e seu comprimento varia em
função da altura da viga e do cálculo estrutural (Figura 4.25) (DIETRICH, 2007).
Figura 4.25 - Conexão rígida entre montante e estrutura executada com cantoneira comum
Fonte: Adaptado de DIETRICH, 2007
76
A conexão das cantoneiras com a estrutura do edifício pode ser feita com pinos
acionados à lvora, parafusos ou solda. A conexão com os montantes deve ser feita
com parafusos estruturais autoperfurantes e autotarraxantes. A quantidade de pinos ou
parafusos deve ser determinada em cálculo, em fuão de suas resistências ao
cisalhamento, sendo estes posicionados na cantoneira de modo simétrico, começando
pelas extremidades superior e inferior em direção ao centro.
Este modelo de cantoneira de fixação possui a vantagem de ser executada a partir de
peças comuns do sistema LSF, facilmente encontradas no mercado. Porém, a interação
da cantoneira com o montante pode causar solicitação por momento fletor, em ambas as
peças, em virtude da conexão se realizar de modo assimétrico em relação ao eixo da
mesa do montante. Deve haver preocupação com este fato no momento do
dimensionamento da estrutura do painel.
Uma variação dessa solução é o emprego de cantoneira em aço galvanizado com
comprimentos diferentes em cada uma das abas. Para aumentar a resistência da peça e
permitir o uso de chapas mais finas em sua fabricação pode haver frisos enrijecedores
perpendiculares à dobra da cantoneira ou dobras de enrijecimento nas bordas
horizontais (Figura 4.26).
Figura 4.26 - Ligação rígida com cantoneira de aba longa
Fonte: Adaptado de TSN, 2006
Essa cantoneira possui altura aproximada de 125 mm, podendo variar em virtude de
cálculo estrutural, e sua aba menor, que é utilizada para fixação à estrutura principal do
edifício, possui 40 mm. A aba mais longa é o ponto de fixação ao painel de LSF,
77
possuindo comprimento correspondente à largura da mesa desse montante somada ao
eventual afastamento que se queira executar entre o painel e a estrutura do edifício.
Uma das vantagens do uso de cantoneira com abas desiguais está na transmissão da
solicitação vertical aos montantes no eixo de sua alma, o que diminui os efeitos de
momento fletor nas peças do painel. Esse modelo de cantoneira permite ainda o
alinhamento dos montantes do painel em casos onde as vigas e pilares possuem seções
diferentes ao longo do edifício. O emprego dos frisos enrijecedores confere maior
capacidade resistiva à cantoneira. A necessidade de execução de peça específica para
essa montagem e o conseqüente aumento de custo em relação à cantoneira de abas
iguais são suas desvantagens.
No caso da estrutura principal do edifício possuir vigas de aço em perfis I, é necessário
que a aba mais longa da cantoneira possua comprimento suficiente para que ela possa
ser conectada à alma do perfil I. Pode-se também fixar a cantoneira na face lateral da
laje em concreto, com a utilização de cantoneira de borda.
4.2.2 - LIGAÇÕES NÃO-RÍGIDAS CONECTADAS ÀS ALMAS DOS MONTANTES
As ligações não-rígidas que permitem a movimentação vertical dos painéis de
fechamento em LSF são responsáveis por garantir a natureza secundária, do ponto de
vista estrutural, do fechamento em relação ao edifício.
As peças utilizadas nas ligações não-rígidas dos montantes ao quadro da estrutura
principal possuem a função estrutural de resistir apenas às cargas horizontais de vento.
As cargas verticais (peso próprio do painel e seus acabamentos, esquadrias, etc.) devem
ser transmitidas diretamente às fundações, no caso de edifícios de pequeno porte, e no
caso de edifícios maiores, às estruturas auxiliares especialmente projetadas e calculadas
para este fim, ou, ainda, às ligações rígidas (SCHAFER, 2003).
A utilização de cantoneiras para a execução das ligações com movimentação vertical,
nos painéis contínuos de LSF, possui como vantagem sua grande capacidade de
adaptação às diversas solicitações estruturais e posições de montagem. Tal
adaptabilidade é função da variedade de dimensões que as cantoneiras possuem, além
78
do fato de a fabricação de cantoneiras especiais (com maior espessura, frisos de
enrijecimento, maior comprimento dos furos oblongos, dimensão maior das abas, etc.)
o representar grande dificuldade.
A ligação com cantoneiras não permite o deslocamento horizontal do painel, sendo
necessária a avaliação da grandeza dessa solicitação para que os perfis do fechamento
sejam dimensionados para resistir aos esforços dela advindos, sem comprometer seu
desempenho e integridade estrutural.
O modelo básico de cantoneira com liberdade de movimentação vertical é fabricado em
chapa de aço galvanizado com espessura de 1,75 mm. O comprimento da cantoneira é
de 125 mm e suas abas possuem 40 mm e 150 mm (LGSEA, 2004).
A fixação da cantoneira à estrutura principal do edifício é feita pela aba menor, com o
uso de pinos acionados à lvora, parafusos ou solda. A aba maior é usada para fixação
do perfil do painel de fechamento, e seu comprimento pode variar em função da
dimensão da mesa dos montantes e de eventual afastamento em relação à estrutura
principal do edifício (Figura 4.27).
Figura 4.27 - Cantoneira com movimentação vertical
Fonte: Adaptado de LGSEA, 2004, p.5
Na aba em contato com o perfil do painel existem dois ou três furos oblongos verticais,
dependendo da largura do montante. Esses furos oblongos têm o papel de permitir a
movimentação da estrutura da vedação independente da estrutura principal. Seu
79
comprimento de 40 mm permite um deslocamento de 20 mm para cima ou para baixo.
A fixação do montante à cantoneira é feita com parafusos estruturais autoperfurantes e
autotarraxantes.
Diversos modelos de cantoneira com movimentação vertical existem no mercado, mas
todos possuem os mesmos princípios básicos de funcionamento apresentados. A sua
espessura deve ser confirmada em cálculo estrutural, buscando utilizar aço com até
2,00 mm de espessura, pois acima desta dimensão pouca disponibilidade de bobinas
de aço galvanizado no Brasil, se fazendo necessária a galvanização da peça sob
encomenda, o que encarece o processo.
Dentre as variações existentes está o uso de dobras para enrijecimento nas extremidades
ou frisos enrijecedores perpendiculares visando aumentar sua resistência, ou ainda o
emprego de furos oblongos na aba menor, usados para ajudar no posicionamento e
alinhamento das cantoneiras. Há, também, modelos com um furo horizontal na face em
contato com o montante, que é utilizado apenas para alinhamento inicial e ajuste do
prumo da estrutura, sendo que os parafusos ali usados devem ser removidos após a
montagem completa dos painéis (Figura 4.28).
Figura 4.28 - Variações de cantoneira de fixação: A- Furos oblongos na conexão com estrutura principal;
B- Dobras para enrijecimento nas bordas; C- Furo horizontal para alinhamento do montante
Fonte: A e B- Adaptado de TSN, 2006, p.23; C- Adaptado de HADLEY GROUP, 2005, p.10
Outra possibilidade de execução de ligações que permitem a movimentação vertical
entre montantes de painéis contínuos e a estrutura principal do edifício é o uso de
cantoneiras conectadas à face inferior das vigas (Figura 4.29).
80
Figura 4.29 - Cantoneira de movimentação fixada à face inferior da estrutura
Fonte: Adaptado de LGSEA, 2004, p.5
Nesta montagem, a cantoneira, com espessura de chapa usual de 1,75 mm, é fixada à
face inferior da viga da estrutura principal por uma de suas abas, que possui largura de
40 mm. A outra aba, com largura de 70 mm, possui em sua extremidade furos oblongos
verticais por onde são instalados os parafusos estruturais de ligação com os montantes
do painel. Os furos oblongos possuem comprimento de 40 mm, permitindo
movimentação vertical de até 20 mm para baixo ou para cima. O comprimento da
cantoneira varia com a dimensão da mesa do montante, com a largura da viga da
estrutura do edifício e com o eventual afastamento entre o painel de fechamento e a
estrutura principal (LGSEA, 2004).
A facilidade de acesso ao local da instalação da cantoneira por parte do profissional de
execução constitui uma vantagem do uso da cantoneira fixada na face inferior da viga
em relação àquela instalada na sua face externa. Entretanto, o emprego de tal cantoneira
torna obrigatória a execução de forro, e este, mesmo que parcial (sanca), deve estar em
nível abaixo da estrutura para que seja possível ocultá-la, representando potencial perda
de altura útil do pavimento.
81
4.2.3 - LIGAÇÕES NÃO-RÍGIDAS CONECTADAS ÀS MESAS E ENRIJECEDORES
DOS MONTANTES
As ligações que permitem a movimentação vertical dos montantes em relação ao quadro
da estrutura principal possuem a fuão estrutural de resistir apenas às cargas
horizontais de vento, mantendo a natureza estrutural secundária do fechamento.
Neste sentido, uma alternativa à ligação com cantoneiras com furos oblongos é a
utilização de peças que se apóiam nas mesas e nos enrijecedores dos montantes do
painel, de modo a mantê-los alinhados, restringindo seu deslocamento horizontal, mas
mantendo a liberdade vertical.
A forma mais simples e barata de ligação com apoio nas mesas e enrijecedores dos
montantes é a utilização de uma cantoneira convencional, com abas largas e um rasgo
transversal. Esta cantoneira é fixada à estrutura do edifício por uma de suas abas e
instalada no interior do perfil vertical do fechamento, de modo que o enrijecedor fique
encaixado no rasgo (Figura 4.30).
Figura 4.30 - Ligação com cantoneira apoiada na mesa e enrijecedor do montante
Fonte: Adaptado de SCHARFF, 1996, p.48
A conexão da cantoneira com a estrutura principal pode ser feita com pinos acionados à
pólvora, parafusos ou solda. Assim como na instalação de cantoneiras rígidas, é
importante a instalação de cantoneira metálica na borda das lajes, para garantir sua
82
integridade. Esta montagem não permite que o fechamento seja instalado afastado da
face das vigas.
O dimensionamento da ligação deve levar em conta que o local do rasgo da cantoneira é
um ponto frágil, onde a tendência de rasgamento da chapa, em virtude de esforços
horizontais perpendiculares ao fechamento, é bastante acentuada. A espessura da chapa
adotada e a forma da extremidade do rasgo devem levar em conta este fato.
Um melhoramento da ligação apresentada, mas ainda mantendo seu baixo custo e
facilidade de obtenção, é a utilização de um perfil U no lugar da cantoneira. Neste caso,
o rasgo transversal é executado ao longo de toda a alma e em uma pequena parte das
mesas, de modo a encaixar no montante do fechamento (Figura 4.31). Da mesma forma
que na ligação com cantoneiras, na utilização do perfil U o fechamento deve ficar
próximo à face das vigas.
Figura 4.31 - Ligação com perfil U apoiado na mesa e enrijecedor do montante
Fonte: Adaptado de LGSEA, 2004, p.5
O perfil U utilizado tem seção de 60 x 45 mm e comprimento de 125 mm, com o rasgo
situado a 45 mm da extremidade para encaixe no montante do fechamento. A espessura
da chapa é de pelo menos 1,75 mm, conforme o dimensionamento (DIETRICH, 2007).
A conexão com a estrutura principal pode ser feita com solda, pinos acionados à pólvora
ou parafusos. Nos dois últimos casos, deve-se adotar uma distância mínima de 10,0 mm
83
para a borda do perfil, evitando, assim, o rasgamento da chapa. O uso de cantoneira de
borda na laje deve ser considerado no caso da fixação ocorrer neste local.
Assim como na ligação com cantoneira, deve-se dar atenção ao rasgo para encaixe do
montante no momento da escolha da espessura do perfil utilizado e também não
possibilidade de afastamento do painel de fechamento em relação à estrutura principal.
A ligação com perfil U apresenta a vantagem de dividir a carga horizontal entre suas
duas mesas, o que lhe confere maior resistência quando comparado à ligação com
cantoneira, ou ainda permite o uso de chapa mais fina para a mesma solicitação.
Uma alternativa desenvolvida e patenteada por fabricantes de LSF para painéis
contínuos de fachada é o uso de uma peça especialmente conformada para encaixar
internamente ao perfil Ue do montante, travando-o horizontalmente, mas garantindo a
liberdade de deslocamento vertical (Figura 4.32).
Figura 4.32 - Ligação apoiada na mesa e enrijecedor do montante realizada com peça especial
Fonte: Adaptado de DIETRICH, 2007
Essa peça de encaixe é fabricada a partir de chapa de aço com espessura de 3 mm e suas
dimensões variam conforme a seção do montante do painel (Figura 4.33)
(DIETRICH, 2007).
Sua coneo com a estrutura principal pode ser feita com pinos acionados à lvora,
parafusos ou solda, podendo ocorrer tanto na face superior quanto na inferior das vigas,
ou ainda sobre sua mesa, no caso de perfis metálicos I. Essa variedade de possibilidades
84
de fixação permite ao instalador escolher a localização que lhe seja mais conveniente,
em virtude das particularidades da obra.
Figura 4.33 - Peça de encaixe para painéis contínuos de fechamento
Fonte: DIETRICH, 2007
A peça de encaixe possui, como vantagem em relação às alternativas anteriores, a
possibilidade de afastamento do painel de fechamento da estrutura principal do edifício
em até 75 mm (DIETRICH, 2007), o que é especialmente útil em casos onde as vigas
possuem larguras diferentes, mas o fechamento precisa ficar alinhado. Além disso,
como pode ser fixada nas faces inferior ou superior da viga, não há obrigatoriedade da
instalação de cantoneira de borda na laje em concreto, reduzindo os custos da obra.
As desvantagens desta solução estão na fabricação da peça, que deve ser encomendada
especialmente para essa situação e utiliza uma espessura de chapa não usual para
galvanizados no Brasil. Além disso, como se trata de uma solão patenteada, a
necessidade de autorização de seu desenvolvedor para reprodução ou produção de peça
com outro formato mas o mesmo princípio de funcionamento.
4.2.4 - CONEXÃO HORIZONTAL ENTRE PAINÉIS
Em painéis contínuos de fachada executados com LSF, não é recomendado que sejam
usados perfis com comprimento maior que 12 m. Assim, quando o edifício possui altura
maior que este limite, é necessário o uso de múltiplos painéis, que podem ser
empilhados” e descarregar todo o peso próprio na fundação (Figura 4.21) ou contar
com estruturas intermediárias de sustentação (Figura 4.22).
85
Em ambos os casos, o encontro horizontal entre os painéis deve acontecer entre as lajes
dos pavimentos, de forma que o exista interferência na coneo do painel com a
estrutura principal. Além disso, o encontro entre painéis logo acima da laje facilita o
acesso do instalador a este ponto durante a montagem (LGSEA, 2004).
Nos painéis empilhados” a transmissão vertical da carga de um painel para o outro
imediatamente abaixo, até que esta seja descarregada na fundação. Nesta situação, os
montantes devem ficar rigorosamente alinhados e com as seções coincidentes com as
dos painéis acima e abaixo, conforme o conceito de estrutura em linha ou in-line
framing”, utilizado nas construções autoportantes de LSF.
A conexão dos painéis “empilhados” com a estrutura principal do edifício é feita
somente por ligações não-gidas, que garantem a resistência a cargas horizontais e não
impedem a livre transmissão vertical dos carregamentos.
a conexão horizontal entre painéis deve ser rígida, não permitindo deslocamentos
horizontais ou verticais entre eles. Essa conexão é feita com a ligação da guia superior
de um painel à guia inferior daquele imediatamente acima, com o uso de parafusos
estruturais autotarraxantes e autoperfurantes, que devem ser dimensionados para resistir
aos esforços solicitantes (Figura 4.34).
Figura 4.34 - Conexão horizontal rígida entre painéis
Fonte: Adaptado de METSEC, 2007
86
os painéis com pontos intermedrios de fixação gida não descarregam qualquer
esforço vertical no painel abaixo. Para garantir este comportamento é preciso isolar os
painéis entre si, com conexões que permitam que cada um deles se movimente
verticalmente de forma independente, mas não se desloquem entre si quando
submetidos a esforços horizontais. Essas conexões horizontais entre painéis devem
ocorrer nos pavimentos logo acima das ligações não-rígidas dos montantes com a
estrutura principal do edifício.
A sustentação vertical do painel é responsabilidade de uma conexão rígida com o
edifício que deve ser alternada ao longo dos painéis com conexões que permitam sua
movimentação vertical. Desta forma, cada painel, com comprimento equivalente a dois
pavimento, possui dois pontos de conexão com a estrutura do edifício: o inferior rígido
e o superior o-rígido.
Uma das formas de conectar painéis contínuos de LSF sem que ocorra transmissão
vertical de carregamento é o uso de guias com furos oblongos nas mesas, semelhantes
àquelas utilizadas para permitir a movimentação de montantes em painéis de LSF
embutidos na estrutura (LGSEA, 2004).
Nesta montagem, a guia inferior do painel superior é uma guia convencional, parafusada
de forma rígida à extremidade dos montantes. A guia superior do painel imediatamente
abaixo deve possuir furos oblongos nas suas mesas, de forma que os parafusos que a
prendem aos montantes possam se deslocar verticalmente, garantindo o isolamento
estrutural entre os painéis. As guias são conectadas entre si por parafusos estruturais
autoperfurantes e autotarraxantes, dimensionados para o esforço cortante e
arrancamento a que estarão sujeitos nesta interface (Figura 4.35).
O espaço de movimentação que deve ser deixado entre a extremidade superior do
montante e a alma da guia é determinado no cálculo estrutural, em função dos
deslocamentos previstos para a estrutura principal do edifício. O conhecimento da
grandeza desses deslocamentos é importante também para dimensionar a guia e
determinar a altura dos seus furos oblongos.
87
Figura 4.35 - Conexão não-gida entre painéis contínuos com guia com furos oblongos
Fonte: Adaptado de LGSEA, 2004, p.7
As guias com furos oblongos são peças especiais de execução simples, e seu emprego
na execução de ligações entre painéis é bastante vantajosa já que a montagem desses
pode ser feita fora do canteiro de obras (desde que se tenha o cuidado de contraventar
provisoriamente o painel com fitas metálicas). Além disso, a conexão com a guia
superior é feita com parafusos comuns, que são espaçados de forma a distribuir os
esforços horizontais.
Outra possibilidade de montagem com isolamento vertical entre painéis contínuos é o
uso de pinos e placas de aço entre suas guias. Nessa montagem as guias do encontro
entre painéis devem ser primeiramente perfuradas, ambas na mesma posição. Um pino
de aço é então soldado a uma chapa e o conjunto é soldado em obra à guia de um dos
painéis, de modo que o pino atravesse sua alma no furo pré-executado e fique
posicionado na vertical. Na guia do outro painel, é soldada em obra uma placa de aço
com furo em seu centro, com diâmetro um pouco maior que o pino (Figura 4.36).
Os painéis de LSF usados no fechamento devem ser montados com conexões rígidas
entre seus montantes e guias. Eles são fixados à estrutura principal do edifício com
conexões rígidas e não-rígidas alternadamente, de modo a deixar um espaçamento entre
a guia superior de um e a inferior do próximo. Este espaço é responsável por garantir a
descontinuidade estrutural entre os painéis, impedindo a transmissão de cargas verticais.
88
Os pinos e placas são responsáveis pela transmissão dos esforços horizontais entre os
painéis, garantindo seu alinhamento.
Figura 4.36 - Conexão não-gida entre painéis contínuos executada com pinos e placas
Fonte: Adaptado de LGSEA, 2004, p.3
As placas utilizadas são em aço galvanizado, com dimensões de 140,0 x 90,0 mm e
espessura de 6,35 mm. O pino, também em aço galvanizado, possui diâmetro de 20 mm
e comprimento de 80 mm. O furo na placa soldada à guia superior deve ter diâmetro de
22 mm para facilitar o encaixe do pino. A quantidade de pinos utilizada deve ser
determinada pelo cálculo estrutural, sendo de, no mínimo, 2 pinos por painel, locados
em extremidades opostas da guia (LGSEA, 2004).
A placa com pino de encaixe pode ser instalada tanto na guia do painel superior quanto
na do inferior, sendo esta definição função da ordem de montagem dos painéis, de modo
a facilitar seu encaixe.
Este modo de montagem garante a total independência para movimentação vertical dos
painéis, e o pino vertical possui elevada resistência aos esforços cortantes a que o
fechamento deve estar submetido. Também apresenta a vantagem de permitir a
execução prévia dos painéis fora do canteiro de obras, sem necessidade de
contraventamentos provisórios. Dentre suas desvantagens está a necessidade de
fabricação de peças especiais, a partir de chapas que devem ser galvanizadas sob
89
encomenda, além de demandar execução de soldas em obra, que são complicadas e
necessitam de máquinas específicas e profissionais muito especializados.
4.2.5 - AVALIAÇÃO CRÍTICA DAS MONTAGENS CONTÍNUAS
Os painéis de LSF contínuos para fechamento externo de fachadas se apresentam como
uma alternativa mais interessante que os painéis embutidos, para a maioria dos casos.
Isto é função da clara separação entre o fechamento e a estrutura principal, no que se
refere ao desempenho estrutural, exigindo recursos mais simples para absorção e
isolamento dos deslocamentos. O fechamento contínuo permite ajustes de prumo da
estrutura que o impossíveis no fechamento embutido e, além disso, possui pontos de
interface entre fechamento e estrutura, que são os pontos vulneveis a intempéries,
mais fáceis de serem tratados com desempenho construtivo satisfatório.
Dentre as opções de montagem contínua, aquela em que os painéis são divididos
verticalmente e possuem apoios gidos e não-rígidos alternadamente (Figura 4.22) é a
mais vantajosa, por não possuir limitação na altura do edifício e não demandar varião
na espessura de chapa dos montantes em função do acúmulo de cargas verticais ao
longo do edifício.
Para conexão do painel com a estrutura, a forma mais interessante é por meio de
cantoneiras com abas desiguais, que podem possuir furos oblongos para conexões não-
rígidas (Figura 4.27) ou furos comuns para conexões rígidas (Figura 4.26). Esta
alternativa se mostra interessante pela facilidade de produção das cantoneiras, contando
ainda com diversas variações, como nas posições e quantidade de furos, dimensões das
abas e espessuras de chapa, adequado-se a situações específicas de projeto.
4.2.6 - PAINÉIS JANELA A JANELA
Em edificações com fechamento externo em painéis contínuos de LSF onde existem
janelas com grandes dimensões horizontais ou contínuas, o emprego de vergas sobre as
aberturas se torna inviável devido à falta de apoios verticais e à dimensão requerida para
90
as vergas. Para situações como esta, se aplicam os painéis janela a janela, que o um
caso particular dos painéis contínuos externos.
Os painéis janela a janela (conhecidos também como Spandrel) são aqueles contínuos
com altura igual à distância entre a extremidade superior da janela de um pavimento e o
peitoril da abertura no andar imediatamente acima (Figura 4.37 e Figura 4.38). A
conexão com a estrutura principal deve ser feita de forma rígida, sendo a peça de
conexão responsável por resistir às cargas verticais e horizontais incidentes no painel
(LGSEA, 2004).
Figura 4.37 - Painéis janela a janela
Figura 4.38 - Montagem de painéis janela a janela em fachada de
edifício em concreto armado. John Radcliffe Hospital, Inglaterra
Fonte: KINGSPAN, 2008
91
Para permitir a absorção dos deslocamentos verticais da estrutura, devem ser previstos
detalhes de movimentação no topo da abertura. Estes podem ser feitos com uma
cantoneira com furos oblongos nas mesas, fixada rigidamente à esquadria. Também
pode haver detalhes na execução da esquadria, como peças independentes, que
permitam absorver a movimentação vertical (SCHARFF, 1996).
Em painéis janela a janela com maior comprimento horizontal destravado entre pilares,
pode-se optar pelo seu enrijecimento com o emprego de vigota composta na montagem
do peitoril e da verga das aberturas, além de contraventamento com fitas metálicas. Seu
uso deve ser definido no cálculo estrutural em função dos deslocamentos admitidos.
Nas fachadas com painéis janela a janela, o peitoril da janela do pavimento térreo deve
ser executado com painel fixado à fundação, com ancoragem de resistência e rigidez
suficientes para suportar os esforços horizontais, principalmente decorrentes do contato
dos ocupantes do edifício.
Nos casos onde as janelas não são continuas, o espaço equivalente aos vãos das janelas
devem ser fechado com painéis fixados rigidamente na parte inferior, utilizando
parafusos estruturais, e permitindo movimentação vertical na face superior. Caso esse
fechamento ocorra próximo a pilares, onde os deslocamentos verticais são pouco
significativos, pode-se optar por conexões rígidas no topo e na base do painel
intermediário (LGSEA, 2004).
O painel janela a janela é ligado à estrutura do edifício de forma rígida, por meio de
cantoneiras fixadas à borda da laje de concreto, combinadas com outro ponto de apoio
secundário para estabilização da extremidade inferior do painel. Este segundo ponto de
apoio é responsável por diminuir o comprimento do braço de alavanca do painel,
permitindo o uso de montantes menos robustos. Esta estabilização é tão mais eficiente
quanto mais próxima da extremidade inferior do painel estiver o travamento. Este apoio
secundário de travamento deve ocorrer a cada dois montantes e todas as conexões entre
peças devem ser rígidas e executadas com parafusos estruturais (SCHARFF, 1996).
Uma das opções para estabilização do painel é a execução de um braço diagonal de
travamento composto por perfil Ue ou cantoneira, instalado a 45º e conectado à face
92
inferior da laje por outra cantoneira, resistindo tanto a esforços verticais quanto
horizontais (Figura 4.39). Este sistema possui grande eficiência no travamento do painel
devido a sua proximidade da extremidade inferior. Além disso, sua execução é simples
e pode ser feita com elementos comuns do sistema LSF (SSMA, 2007).
Figura 4.39 - Painel janela a janela com apoio secundário com braço diagonal
Fonte: Adaptado de SSMA, 2007
A proximidade da extremidade inferior do painel, que constitui a principal vantagem do
sistema de apoio secundário descrito, gera sua principal desvantagem. Há, nessa
montagem, a necessidade de se executar um forro muito baixo para ocultá-la, criando
um pleno muito alto e conseqüentemente diminuindo a altura útil do pavimento. Essa
altura pode ser aumentada caso opte-se por executar o forro inclinado próximo ao braço
de travamento, porém esta solução depende de oão arquitetônica.
Visando diminuir o impacto interno do apoio secundário de travamento, pode-se
substituir o braço diagonal por uma cantoneira ou por perfil Ue ligado à face inferior da
viga do edifício e à alma dos montantes do painel de fechamento externo (Figura 4.40).
A conexão desse perfil ao montante é feita com parafusos estruturais e à viga com
parafusos, pinos acionados à pólvora ou solda.
93
Figura 4.40 - Painel janela a janela com apoio secundário com perfil horizontal
Fonte: Adaptado de SSMA, 2007
As vantagens deste sistema estão no menor impacto gerado na altura do forro do
pavimento abaixo, além da facilidade de execução e menor consumo de material.
Porém, nesta montagem, a estabilização horizontal do painel janela a janela é menos
eficiente que no uso de peça diagonal, devido à distância entre o ponto de fixação e a
extremidade inferior do painel, criando um braço de alavanca que maximiza esforços
horizontais. Além disso, a transmissão desses esforços horizontais para a face
inferior da viga do edifício, podendo ter implicações em seu dimensionamento
(SSMA, 2007).
Outra possibilidade de instalação dos painéis entre janelas é sua fixação com a
cantoneira rígida, responsável por resistir aos esforços horizontais e verticais, conectada
à face externa da viga da estrutura principal do edifício, no ponto mais inferior possível.
Para estabilização do painel, minimizando o comprimento de alavanca que o solicita,
pode-se utilizar uma cantoneira de abas iguais com largura de 100 mm, instalada ao
longo de toda a borda superior da laje e conectada aos montantes do LSF com parafusos
(Figura 4.41 e 4.42).
Uma das vantagens desta montagem é a não necessidade de peças abaixo da viga, que
diminuem o pé-direito do pavimento. Além disso, a cantoneira pode servir de apoio para
a execução do contra-piso, garantindo que o mesmo exista até o encontro com o painel,
o que é importante para a eficiência do isolamento acústico entre os pavimentos. Sua
94
desvantagem está na existência de uma alavanca livre mais longa na extremidade
inferior, o que pode requerer maior espessura de chapa nos montantes.
Figura 4.41 - Painel janela a janela estabilizado com cantoneira superior
Fonte: Adaptado de FLASAN, 2008
Figura 4.42 - Painel janela a janela em fachada de edifício com
estrutura metálica. Edifício comercial, Belo Horizonte, MG
Esta última alternativa, desenvolvida por uma empresa brasileira, se mostra uma
solução construtiva mais viável para a instalação de painéis janela a janela. Isso ocorre
principalmente pela não existência de elementos de fixação do painel abaixo da viga
estrutural, o que o condiciona a execução de forro ou sanca mais baixos ao longo do
pavimento, além da cantoneira superior ser utilizada para ajustes no prumo de cada
parte do painel.
95
5
5 - ACABAMENTOS E INTERFACES
A garantia de integridade dos fechamentos verticais propostos neste trabalho é função
do seu desempenho estrutural independente da estrutura principal e também do
planejamento dos acabamentos em suas faces e das interfaces com os demais
componentes da edificação.
O planejamento dos acabamentos do sistema de fechamento em Light Steel Framing
(LSF) e de suas interfaces visa garantir a estanqueidade à água e ao ar da edificação,
responsável pela salubridade do ambiente e também influencia diretamente na
durabilidade e desempenho térmico da construção.
Além disso, as interfaces do acabamento com a estrutura principal e com os demais
componentes construtivos são importantes na manutenção da sua integridade frente às
96
constantes variações higrotérmicas a que esses acabamentos estão sujeitos. A
independência estrutural entre fechamento e estrutura do edifício e suas liberdades de
deslocamento também são afetadas pela forma de execução do acabamento dos painéis
verticais de LSF empregados no fechamento de fachadas.
5.1 - INTERFACE DAS PEÇAS DE LSF COM A ESTRUTURA PRINCIPAL
As peças de aço galvanizado da estrutura do painel de fechamento em LSF são
conectadas à estrutura principal do edifício por meio de parafusos, pinos acionados à
pólvora ou solda. O meio de conexão utilizado deve ser definido no projeto em função
das características de cada obra.
Na interface entre as peças metálicas do painel e a estrutura principal recomenda-se que
seja instalada uma fita de isolamento de polietileno. Essa fita possui espessura de 3 mm
e pelo menos uma das faces adesiva, e deve ser fixada nos locais de interface antes da
instalação do painel de fechamento.
Nas construções com estrutura principal metálica, a fita de isolamento é importante para
que não ocorra contato direto entre o aço galvanizado do LSF e o aço da estrutura
principal, evitando, assim, a ocorrência da corrosão galvânica (resultado da diferença de
potencial existente entre diferentes ligas metálicas). nas construções em concreto, a
fita de isolamento ajuda no nivelamento da superfície para receber a peça metálica do
painel de fechamento, evitando que esta se amasse em fuão de pequenas
imperfeições, comuns na face do concreto.
5.2 - PAINÉIS COM ACABAMENTO PRÉ-EXECUTADO
Os painéis de LSF utilizados no fechamento vertical de fachadas podem ser executados
em obra ou pré-montados em uma fábrica. No caso da execão prévia, pode-se
incorporar a instalação dos acabamentos no processo de produção, o que implica em
grande ganho na velocidade de instalação dos painéis, maior controle de qualidade e de
custos de produção e maior segurança para o trabalho dos montadores, que não
precisam ficar expostos a trabalho em altura por tanto tempo (Figura 5.1).
97
Figura 5.1 - Instalação de painel de LSF com acabamento cemico
pré-executado. Centro Comercial, Carlow, Irlanda
Fonte: KINGSPAN, 2008
Nos painéis com acabamento executado em fábrica, os materiais de fechamento estarão
sujeitos a maiores esforços de deformação em função do transporte para o canteiro de
obras e também dentro dele. A estrutura metálica galvanizada dos painéis com
acabamento pré-executado deve ser rígida o suficiente para garantir que as deformações
que ocorrem no transporte não tenham impactos negativos na integridade e no
desempenho dos materiais de acabamento. Tal característica pode ser obtida com a
instalação de contraventamentos em fitas metálicas, que podem ser mantidos ou
retirados após a locação definitiva do painel. A grandeza das deformações admitidas em
cada painel é determinada pelo material de acabamento escolhido.
Além disso, a forma de instalação e os materiais dos acabamentos no painel podem
favorecer mais ou menos a manutenção de sua integridade durante o transporte. O uso
de juntas não-gidas entre placas de acabamento ou o emprego de argamassas flexíveis
para assentamento de peças contribuem para que o acabamento possa absorver, sem
comprometimento, algumas deformações do painel nestas condições.
5.3 - JUNTAS E ENCONTROS DE PLACAS DE ACABAMENTO
Os acabamentos para fechamentos verticais em LSF usuais no Brasil são montados
preferencialmente a partir de placas moduladas e industrializadas e estão sujeitos a
variações dimensionais, cuja grandeza é determinada pelo seu material e processo de
98
fabricação. A previsão de detalhes de execução, com espaços que permitam a dilatação
ou encurtamento das placas, sem que ocorra deformação ou transmissão de esforço para
as outras placas, é fundamental para o funcionamento correto do fechamento.
As juntas de dessolidarização são responsáveis pela movimentação dos acabamentos de
fechamento. As juntas constituem a linha de separação entre dois elementos pré-
fabricados montados justapostos ou superpostos, podendo ser horizontais ou verticais
(KRÜGER, 2000). Sua forma de execução e grandeza dimensional varia em função do
material empregado, podendo ser aparente ou invisível.
A execução da estrutura do sistema de fechamentos em LSF apresentado neste trabalho
busca garantir sua independência de deslocamento em relação à estrutura principal do
edifício. A existência de detalhes construtivos nas placas de acabamento, tanto externo
quanto interno, que garantam a continuidade da independência estrutural é fundamental
para a manutenção do isolamento estrutural e da integridade física do sistema de
fechamento.
5.4 - MATERIAIS DE ACABAMENTO E FORMAS DE APLICAÇÃO
Os materiais usuais de acabamento para fechamentos verticais em LSF são os painéis de
OSB (acabados com siding, argamassa ou EIFS) e as placas cimentícias para a face
externa e gesso cartonado e placas cimentícias para a face interna, podendo também
receber painéis pré-fabricados leves, como os metálicos. Suas propriedades sicas e
características básicas de montagem são mostradas a seguir. São apresentadas, também,
informações relativas à aplicação destes acabamentos no fechamento vertical não-
estrutura em LSF de edifícios, além de detalhes construtivos sugeridos para algumas
situações usuais neste tipo de aplicação.
Os detalhes de acabamento apresentados são ilustrativos das possibilidades de execução
existentes, e devem ser avaliados pela equipe de projeto e execução em função das
particularidades da obra e da grandeza dos deslocamentos previstos. Outras montagens
são possíveis e devem ser propostas tendo como premissas a manutenção da
99
estanqueidade do fechamento, a absorção dos deslocamentos previstos para a estrutura
do edifício e a garantia de durabilidade e manutenção da fachada.
5.4.1 - PAINÉIS OSB
As placas de OSB (Oriented Strand Board) são constituídas por tiras de madeira de
reflorestamento orientadas em quatro camadas perpendiculares, unidas com resinas e
prensadas sob alta temperatura (MASISA, 2007). Os painéis OSB podem ser usados no
fechamento vertical externo como substrato para a instalação de siding, acabamento em
argamassa ou EIFS (Figura 5.2).
Figura 5.2 - Instalação de placas de OSB na fachada
Fonte: CRASTO, 2005. p.127
As chapas de OSB são comercializadas nas dimensões de 1220x2440 mm, com
espessuras que variam entre 9, 12, 15 e 18 mm. A espessura a ser utilizada é
determinada pelo tipo de acabamento, espaçamento entre montantes (determinado pelo
cálculo estrutural) e função estrutural (se trabalha ou não como diafragma rígido).
Para a proteção das placas contra umidade externa, independente do acabamento final,
elas devem ser revestidas com uma manta de polietileno de alta densidade
4
, que garante
4
As mantas ou membranas de polietileno de alta densidade com as propriedades descritas são
comercializadas no Brasil sob as marcas Tyvek (fabricante DuPont) e Vario (fabricante Saint-Gobain).
100
sua estanqueidade e evita a condensação de vapor no interior dos painéis, permitindo a
passagem da umidade do interior para o exterior do fechamento e evitando a entrada de
água de fora para dentro. Para sua eficácia, deve haver sobreposição horizontal (15 a
30 cm) das bordas da manta, criando uma superfície contínua e efetiva, conforme
indicado pelo fabricante.
Para permitir as variações dimensionais ocasionadas pela temperatura e pela umidade
do ar, devem ser previstas juntas com largura de 3 mm entre as placas de OSB,
incluindo todo o seu perímetro e também entre estas e esquadrias e estrutura principal
dôo edifício. As juntas verticais devem estar sempre sobre montantes e adequadamente
parafusadas. No projeto de paginação das placas, as juntas verticais devem estar
defasadas entre si e não alinhadas com bordas de esquadrias ou portas (Figura 5.3)
(CRASTO, 2005).
Figura 5.3 - Placas de acabamento instaladas de forma defasada na horizontal e na vertical e com juntas
não alinhadas com portas ou janelas
As juntas de dilatação entre as placas de OSB não precisam ser preenchidas com
material vedante, uma vez que a estanqueidade do painel de fachada é garantida pela
manta de polietileno de alta densidade.
5.4.1.1 - SIDING
O siding é um revestimento de fachada composto de placas paralelas instalado sobre
substrato de OSB (com espessura de 12 mm), sendo o vinílico (fabricado em PVC)
aquele mais utilizado com LSF, devido à sua boa trabalhabilidade e concepção mais
industrializada. É um material de execução rápida e limpa e depois de instalado são
possíveis a remoção e a recolocação dos painéis, quando necessidade de manutenção
elétrica ou hidráulica, ou mesmo a substituição de peças danificadas (Figura 5.4).
101
Figura 5.4 - Execução de siding vinílico sobre membrana de polietileno e OSB
Fonte: MADEX, 2007
O siding vinílico é encontrado no mercado em painéis compostos por réguas duplas com
25 cm de largura, podendo ser fabricadas em qualquer comprimento, limitado apenas
por questões de logística e instalão, que recomendam dimensão de 6 m (Figura 5.5).
Para sua instalação, o fabricante disponibiliza rios acessórios: perfis de fixação,
acabamentos de quinas externas e internas, arremates superiores e verticais para
encontros com esquadrias ou estrutura, rufos e peças decorativas. O siding possui
significativa variação dimensional quando submetido a diferenças de temperatura,
devendo haver cuidado na execução de grandes panos cegos, onde emendas
horizontais.
Figura 5.5 - Perfil de siding vinílico
102
Um dos pontos interessantes da utilização do acabamento em siding sobre substrato de
OSB é a independência entre os elementos do sistema, que contribui para evitar algumas
patologias construtivas. Nesse acabamento, os elementos formam camadas com
responsabilidades diferentes e desempenho independente: o OSB é o substrato de
sustentação do acabamento, a membrana de polietileno é responsável pelo isolamento à
água e o siding é a proteção mecânica e o acabamento do sistema.
Para execução de painéis de fachadas embutidos, pode-se optar pela instalação do siding
contínuo sobre a estrutura principal ou pode-se deixá-la aparente. Em ambos os casos é
preciso atenção na instalação do OSB em painéis de LSF com conexões superiores não-
rígidas, pois sua fixação deve ocorrer apenas nos montantes, sem qualquer fixação à
guia superior do painel ou à estrutura principal, de modo a o impedir que ocorram os
deslocamentos planejados para a conexão.
No caso da estrutura oculta, as placas OSB devem ser instaladas sobre os montantes do
painel com as réguas de siding se sobrepondo à estrutura, fixadas a ela com parafusos.
Como o siding possui desempenho independente do substrato, esta montagem pode ser
utilizada tanto em painéis com conexão superior rígida quanto não-rígida (Figura 5.6).
O sistema de instalação do siding o deixa capaz de absorver eventuais deslocamentos de
conexões não-rígidas, evitando a interrupção no ponto de movimentação, desde que
estes deslocamentos previstos sejam pequenos. A instalação da manta de polietileno
(responvel pela impermeabilização do sistema) deve ser feita de forma contínua sobre
a estrutura, para garantir seu desempenho.
Quando no uso da estrutura aparente, o siding é interrompido utilizando os perfis de
arremate adequados fornecidos pelo seu fabricante. Pode-se também optar pelo emprego
de perfil Z formando pingadeira no arremate inferior, onde sempre uma conexão
rígida do painel com a estrutura do edifício. no arremate superior, onde pode haver
tanto conexão rígida quanto não-rígida, uma opção é o uso de cantoneira fixada à face
inferior da estrutura imediatamente acima (Figura 5.7).
103
Figura 5.6 - Painel embutido com acabamento em siding sobreposto a estrutura principal
Figura 5.7 - Painel embutido com acabamento em siding com estrutura principal aparente
Em construções com painéis montados pelo método contínuo, o acabamento em placas
OSB com siding deve ser instalado de forma contínua sobre os pontos de conexão rígida
dos montantes com a estrutura principal do edifício ou nos encontros horizontais rígidos
entre painéis de fechamento empilhados (Figura 5.8).
nos encontros o-rígidos, deve-se interromper as placas OSB sobre o ponto de
movimentação, para que estas não prejudiquem os deslocamentos do painel de fachada.
A manta de polietileno deve ser instalada contínua sobre este ponto de interrupção dos
painéis, para que seja garantida a correta impermeabilização da montagem. O siding
pode ser instalado contínuo sobre o encontro horizontal não-rígido, desde que a
amplitude da movimentação prevista seja pequena (Figura 5.9).
104
Figura 5.8 - Painel contínuo com acabamento em siding sobre conexão rígida
Figura 5.9 - Painel contínuo com acabamento em siding não interrompido sobre conexão não-rígida
No caso de se optar pela interrupção do siding, pode-se utilizar um perfil Z, fixado à
placa OSB do painel superior e com a extremidade inferior livre, funcionando como
uma espécie de pingadeira. A dimensão do perfil Z deve ser determinada em função do
deslocamento previsto (Figura 5.10). Em montagens com previsão de deslocamentos
pequenos, pode-se empregar um perfil tipo cartola, com as abas instaladas sob o siding
e fixadas ao OSB, com atenção para que o perfil escolhido possua dimensão e
capacidade de se deformar adequados para os deslocamentos previstos para este ponto,
que, neste detalhe, o perfil cartola funciona como uma espécie de mola, abrindo-se ou
fechando-se conforme o deslocamento vertical do painel de fechamento (Figura 5.11).
Em ambos os casos, a manta de polietileno deve ser sempre instalada entre os perfis de
acabamento e a estrutura do painel, garantindo a não penetração de água.
105
Figura 5.10 - Painel contínuo com junta em perfil Z e acabamento em siding sobre conexão não-rígida
Figura 5.11 - Painel contínuo com junta em perfil cartola e acabamento siding sobre conexão não-rígida
5.4.1.2 - ARGAMASSA
Outro acabamento possível para painéis em LSF é o revestimento em argamassa. Esse
revestimento aspecto final semelhante a uma construção convencional de alvenaria,
por isso tem grande aceitação no mercado. O revestimento em argamassa tem evoluído
no sentido de evitar problemas de trincas e fissuras decorrentes da movimentação e
variação dimensional dos elementos dos painéis, com o desenvolvimento de técnicas
construtivas e argamassas mais flexíveis. Porém, é um processo artesanal, que pode
comprometer a velocidade da construção industrializada e apresenta grande ocorrência
de patologias..
106
O revestimento consiste em argamassa aplicada sobre tela de fios de aço zincado
expandida ou tela plástica resistente à alcalinidade, fixada ao OSB. Para garantir a
aderência da argamassa, a tela deve estar disposta em duas camadas e fixada com
grampos sobre a superfície do OSB (espessura 15 mm) impermeabilizada com a
membrana de polietileno. A argamassa deve ser de traço forte e aplicada uniformemente
o deixando a tela exposta (Figura 5.12).
Figura 5.12 - Revestimento de argamassa aplicado sobre placas de
OSB com manta de polietileno e tela de aço expandida
Fonte: CRASTO, 2005, p.135
No acabamento de OSB com argamassa é necessária a presea de juntas feitas na
superfície da argamassa para orientação das trincas que podem ocorrer em função da
movimentação e variação dimensional do conjunto. Essas juntas o devem ser
coincidentes com aquelas entre os painéis de OSB. Podem-se aplicar acabamentos
diversos, como cerâmicas ou textura acrílica, mantendo-se a necessidade da execução
de juntas e o uso de argamassa flexível (CRASTO, 2005).
A utilização de argamassa no acabamento de painéis de LSF é um processo artesanal,
que contraria a filosofia de industrialização do sistema, levando a uma execução mais
lenta do fechamento. Além disso, a movimentação inerente ao sistema LSF, não é bem
absorvida pela argamassa, favorecendo o aparecimento de diversas patologias que
comprometem freqüentemente a integridade da construção. Por esses motivos, o
acabamento em argamassa é pouco utilizado e bastante não recomendado pelos
construtores da área.
107
5.4.1.3 - EIFS (EXTERIOR INSULATION AND FINISHING SYSTEM)
Uma alternativa de acabamento para LSF que possui aparência final semelhante aos
sistemas construtivos tradicionais e com baixa ocorrência de patologias é o EIFS, sigla
em inglês para Sistema de Isolamento e Acabamento Externo, um acabamento bastante
utilizado em construções em LSF fora do Brasil e que vem ganhando espaço no país em
substituição ao uso de argamassa sobre OSB. O EIFS consiste em um sistema
multicamada composto por um substrato de sustentação, isolamento térmico e
revestimento especial (argamassa polimérica), podendo conter ainda tela de fibra de
vidro para melhorar a resistência e durabilidade do material (Figura 5.13).
Figura 5.13 - Desenho esquemático de fechamento com EIFS
1- substrato; 2- placa de isolamento; 3-revestimento de base;
4- malha de reforço; 5- regulador de fundo; 6- revestimento final.
Fonte: FUTURENG, 2007
A solução usual no Brasil é composta por substrato de OSB (espessura 15 mm),
membrana de polietileno, EPS (poliestireno expandido) e argamassa elastomérica,
formando um conjunto resistente a impactos e capaz de absorver bem as movimentações
inerentes ao sistema LSF (BONITESE, 2006).
A capacidade de absorver a movimentação da estrutura é uma característica importante
para fechamentos associados ao LSF. O EIFS é um sistema que possui comportamento
dúctil, ou seja, quando submetido a esforços é capaz de se deformar bastante antes de se
romper, diferente do que ocorre com o reboco tradicional, que se quebra facilmente
108
devido a sua matriz cimentícia. Tal propriedade garante a menor ocorrência de
patologias construtivas e comprometimento da integridade do sistema comparado à
argamassa. Além disso, sua maior estabilidade dimensional permite que acabamentos
utilizando o sistema EIFS possam ser executados com uma quantidade de juntas de
dilatação bem menor que as que seriam necessárias em acabamento com argamassa
(THOMAS, 2001).
Para execução de painéis de fachadas embutidos, assim como no acabamento em siding,
é preciso atenção na instalação do OSB para que, no caso de conexões superiores não-
rígidas, a fixação do acabamento não prejudique os deslocamentos previstos. Para tal,
o deve haver parafusos fixando extremidade superior da placa de OSB à guia superior
do painel ou à estrutura principal do edifício.
Nos revestimentos em EIFS para painéis embutidos, tanto gidos quanto não-rígidos, as
placas de OSB devem ser contínuas sobre a estrutura principal, para garantir a
existência de substrato constante sob o acabamento e evitar a ocorrência de fissuras.
Além disso, as placas contínuas garantem um menor desperdício desse material, uma
vez que seus recortes serão minimizados.
Em montagens embutidas com ligações rígidas, a instalação das placas OSB com EIFS
o demanda a execução de juntas ou interrupções no acabamento no ponto de encontro
do painel com a estrutura do edifício, devendo se sobrepor à esta para garantir o
substrato do sistema (Figura 5.14). As juntas de orientação de trincas ou de dilatação
devem ser previstas de acordo com as demandas do acabamento, podendo ser locadas
em qualquer ponto da fachada, de acordo com a oão arquitetônica do projeto.
em painéis de LSF embutidos que possuem conexões não-rígidas na extremidade
superior é preciso usar juntas capazes de absorver os deslocamentos previstos. Como o
OSB deve recobrir a estrutura do edifício, a junta pode ser fechada com perfis Z ou
cartola fixados à estrutura principal (Figura 5.15). É importante que a placa OSB do
painel abaixo da estrutura não esteja fixada à guia superior ou à estrutura, para não
impedir o deslocamento proposto. É importante, também, que a manta de polietileno
seja instalada de forma contínua, garantindo a impermeabilização do painel.
109
Figura 5.14 - Painel embutido rígido com acabamento em EIFS
Figura 5.15 - Painel embutido o-rígido com acabamento em EIFS
Para acabamento de painéis contínuos de LSF com EIFS não é preciso prever juntas ou
interrupções nos pontos de conexão rígida dos montantes com a estrutura principal ou
nos encontros horizontais rígidos entre painéis (Figura 5.16). Nesse caso, as juntas de
orientação de trincas ou dilatação devem atender às demandas do acabamento e ser
locadas de acordo com a opção arquitetônica. Essa situação também favorece a
paginação das placas de OSB, uma vez que elas podem ser instaladas independente da
divisão de pavimentos do edifício, minimizando as perdas de material com recortes.
nos encontros o-rígidos, deve-se interromper as placas OSB sobre o ponto de
movimentação, para que estas não prejudiquem os deslocamentos do painel de fachada.
No ponto de deslocamento, o acabamento em EIFS também deve ser interrompido e
fechado de modo a não permitir a entrada de água. Para isso, a manta de polietileno
110
deve ser instalada sem interrupção, com a sobreposição prevista entre faixas horizontais
ocorrendo no ponto de deslocamento, para que este não a rasgue. Além disso, deve-se
utilizar um perfil metálico, que pode ser do tipo Z, formando pingadeira (Figura 5.17),
ou cartola, com capacidade de absorver as deformações previstas (Figura 5.18). É
importante recobrir a aba superior do perfil cartola com o EIFS, para evitar a existência
de um ponto vulnerável à penetração da água.
Figura 5.16 - Painel contínuo com acabamento em EIFS sobre conexão rígida
Figura 5.17 - Painel contínuo com acabamento em EIFS sobre conexão não-rígida
111
Figura 5.18 - Painel contínuo com acabamento em EIFS sobre conexão não-rígida
5.4.2 - PLACAS CIMENTÍCIAS
As placas cimentícias são uma das opções de acabamento externo e interno para
fechamentos verticais em LSF. Elas utilizam, na fabricação, a tecnologia CRFS
(Cimento Reforçado com Fios Sintéticos), sem amianto, e o produzidas a partir de
uma mistura homonea de cimento Portland, agregados naturais de celulose e reforço
com fios sintéticos de polipropileno. São comercializadas no Brasil com bordas retas ou
rebaixadas e em espessuras de 6, 8, 10 e 12 mm, sendo as duas últimas recomendadas
para fechamentos externos. As placas possuem largura de 1200 mm e comprimento de
2000, 2400 ou 3000 mm (BRASILIT, 2007).
As placas cimentícias possuem constituição permeável ao vapor e impermvel à água,
dispensando, a priori, a instalação de manta de polietileno. Porém, na sua instalação
pode-se utilizar a manta de polietileno, entre os montantes de LSF e a placa, para
garantir a estanqueidade da parede, o que é recomendado principalmente em juntas
aparentes acabadas com perfis. O acabamento com placas cimentícias dispensa a
execução de chapisco, emboço e reboco, e possui uma superfície que aceita diversos
tipos de revestimento, tais como: laminado melamínico, cerâmica, verniz acrílico,
pintura, massa texturizada com base acrílica e pastilhas (Figura 5.19).
112
Figura 5.19 - Execução de fechamento externo em placa cimentícia
Fonte: BRASILIT, 2007
As patologias mais comuns nos fechamentos com placas cimentícias são as trincas no
corpo da chapa e em juntas e revestimentos. Assim, deve-se levar em consideração a
variação dimensional das placas devido à temperatura e à umidade do ambiente, além da
natureza dos acabamentos, na especificação do tipo de junta, que pode ser aparente ou
invisível. Além disso, deve-se utilizar argamassa colante e flexível AC-II ou AC-III
5
no
assentamento de peças cerâmicas ou similares.
As placas cimentícias devem ser parafusadas nos montantes e nas guias com
espaçamento máximo entre parafusos de 30 cm e dispostos a 12 mm das bordas das
placas. Nos cantos das placas cimentícias, recomenda-se parafusar no sentido horizontal
a 5 cm da borda e no sentido vertical a 10 cm da borda. As cabeças dos parafusos
devem ser tratadas com massa cimentícia.
As juntas entre placas, que podem ser aparentes abertas, aparentes com matajunta ou
invisíveis, devem ocorrer alinhadas com os perfis metálicos. No caso da utilização de
5
A argamassa colante industrializada AC-II é definida pela NBR 14081:1998 como sendo a que
apresenta resistência a tensões de tração igual ou maior que 0,5 MPa nas interfaces substrato/adesivo e
placa cerâmica/adesivo, com tempo em aberto de pelo menos 20 minutos. Já a argamassa AC-III é aquela
com resistência à tração igual ou maior que 1,0 MPa e tempo em aberto de pelo menos 20 minutos.
113
juntas invisíveis, recomenda-se a defasagem nas juntas horizontais e verticais, o que
resulta em uma melhor amarração. Nos vãos de portas ou janelas, as juntas das placas
o devem coincidir com os alinhamentos dos batentes ou vergas, evitando possíveis
fissuras. (BRASILIT, 2007).
As juntas precisam ser dimensionadas corretamente e seladas para que o sistema de
fechamento seja perfeitamente estanque. As juntas de dessolidarização devem existir
entre os painéis e os pilares e entre os painéis e as vigas e lajes, com no mínimo 6 mm
de largura. Entre as placas devem existir juntas com largura de 3 a 6 mm, variando
conforme a espessura e recomendação do fabricante (COSTA, 2004).
Para execução de juntas invisíveis, deve-se utilizar placas cimentícias com bordas
rebaixadas. Seu acabamento é feito com emprego de massa cimentícia ou argamassa
flexível AC-III-E
6
combinadas com tela de fibra de vidro resistente a álcalis ou ainda
resina poliéster associada a manta de fibra de vidro, ambas instaladas em camadas
suscessivas, conforme as orientações e recomendações específicas dos fabricantes
(Figura 5.20).
Figura 5.20 - Junta oculta entre placas cimentícias
Fonte: CRASTO, 2005, p.143
6
A argamassa colante industrializada AC-III-E é definida pela NBR14081:1998 como sendo a que
apresenta resistência a altas tenes de tração (> 1,0 MPa) nas interfaces substrato/adesivo e placa
cerâmica/adesivo, com tempo em aberto estendido (> 30 minutos) (adaptado de COSTA, 2004, p.96).
114
As juntas aparentes, que podem ser abertas ou fechadas com matajunta, são uma boa
alternativa no caso de placas que possuem o coeficiente de variação dimensional muito
alto (CRASTO, 2005). Para esse tipo de junta, as bordas das placas devem ser planas.
As juntas aparentes rebaixadas devem ser feitas com a deposição direta de uma fina
camada de selante flexível (silicone, elastômeros ou polissulfeto bi-componente) sobre
o perfil (Figura 5.21 A). para juntas niveladas, necessidade da inserção de um
fundo de junta, tipo cordão de polietileno expandido ou similar, e posterior deposição
do selante flexível (Figura 5.21 B).
Para execução de juntas aparentes com matajuntas, deve-se utilizar placas de bordas
quadradas. É recomendado o uso de manta de polietileno entre as placas cimentícias e
os montantes para garantir estanqueidade à água do sistema. O perfil matajunta (em
PVC, aço ou alimínio) pode ser do tipo cartola (Figura 5.21 C), ou de sobrepor (Figura
5.21 D) (BRASILIT, 2007).
Figura 5.21 - Juntas aparentes entre placas cimentícias
Fonte: BRASILIT, 2007
Para acabamento de painéis de fechamento vertical em LSF para edifícios, as placas
cimentícias são uma opção interessante pelo resultado final do acabamento ser
semelhante ao de fechamentos convencionais em tijolos com argamassa. Sobre o EIFS,
que também permite esse resultado estético, a placa cimentícia possui a vantagem de ter
execução mais rápida, que, em edifícios de ltiplos andares, implica em grande
economia na montagem de andaimes.
115
As placas cimentícias podem ser instaladas nos fechamentos externos de forma a deixar
a estrutura do edifício aparente ou podem envolvê-la. Em montagens embutidas onde as
conexões do painel com a estrutura principal sãogidas, a opção por envolver a
estrutura com as placas cimentícias implica na o necessidade de alinhamento das
juntas entre placas (que são executadas como juntas comuns) com as extremidades dos
painéis de LSF (Figura 5.22). Nesta situação, melhor aproveitamento das placas,
menor quantidade de juntas e arremates, maior facilidade e menos interrupções na
instalação da manta de polietileno, além da paginação de eventuais juntas no
acabamento (pastilhas cerâmicas ou similares) poder ser feita livremente de acordo com
a opção arquitetônica adotada.
nas situações onde conexões não-gidas entre painéis de LSF e a estrutura do
edifício, e esta é envolvida pelas placas cimentícias, é preciso prever juntas de dilatação
entre as placas, próximas aos pontos de deslocamento previstos. Para arremate, podem-
se utilizar perfis metálicos Z, que funcionam como pingadeiras (Figura 5.23), ou ainda,
preencher as juntas com selante flexível adequado, quando os deslocamentos previstos
forem pequenos. É preciso cuidado na instalão das placas cimentícias em painéis de
LSF com conexões superiores o-gidas, que o deve haver fixação da
extremidade superior da placa na guia superior do painel ou na estrutura principal, pois,
caso contrário, os deslocamentos planejados para a coneo podem ser impedidos.
Para casos onde se opte por manter a estrutura do edifício aparente, as juntas entre as
placas cimentícias e a estrutura principal podem ser preenchidas com selante flexível ou
com perfis metálicos Z ou cantoneira (formando pingadeira). Nos casos de estruturas
em concreto, pode-se utilizar a técnica de execução de juntas ocultas entre placas
cimentícias para o ponto de encontro dessas com a estrutura, criando uma junta rígida
invisível (Figura 5.24).
nos encontros onde conexões o-gidas, uma opção interessante é o uso de
cantoneira metálica fixada apenas à face inferior da estrutura do edifício, formando uma
pingadeira sobre a placa cimentícia do painel (Figura 5.25). O emprego de perfil
metálico cartola pode ser feito neste ponto, nos casos em que os deslocamentos
previstos são pequenos, devendo ser prevista a execução de revestimento sobre a placa
116
cimentícia (em pastilhas ou similar), de modo a recobrir a aba superior, impedindo,
assim, a entrada de água por este ponto.
Figura 5.22 - Painel embutido rígido com acabamento em placa cimentícia e estrutura principal envolvida
Figura 5.23 - Painel embutido o-rígido, com placa cimentícia envolvendo a estrutura principal
Figura 5.24 - Painel embutido rígido com acabamento em placa cimentícia e estrutura principal aparente
117
Figura 5.25 - Painel embutido o-rígido com placa cimentícia e estrutura principal aparente
Para painéis de LSF contínuos sobre a fachada do edifício, as placas cimentícias devem
ser instaladas contínuas ou com juntas comuns (abertas ou invisíveis), sobre os pontos
de conexão rígida dos montantes do fechamento com a estrutura do edifício ou nos
encontros horizontais rígidos entre painéis, onde não deslocamentos previstos para
serem absorvidos pelo acabamento do painel (Figura 5.26 e Figura 5.27).
nos encontros não-rígidos entre painéis, assim como ocorre nos acabamentos com
substrato de OSB, devem-se interromper as placas sobre o ponto de movimentação, para
que estas não prejudiquem os deslocamentos previstos para o painel de fachada (Figura
5.28). Os arremates podem ser feitos com perfis metálicos tipo Z (formando pingadeira)
ou cartola (este com os mesmos cuidados que devem ser dispensados no arremate de
conexões o-rígidas de painéis embutidos).
Figura 5.26 - Painel contínuo com acabamento em placa cimentícia sobre conexão rígida
118
Figura 5.27 - Painel contínuo com junta oculta em placa cimentícia sobre conexão rígida
Figura 5.28 - Painel contínuo com junta em perfil Z em placa cimentícia sobre conexão não-rígida
5.4.3 - ALVENARIA
A alvenaria é um sistema construtivo artesanal, com conceito e velocidade de execução
diferentes do LSF. Sua utilização baseia-se em demandas estéticas dos clientes ou em
códigos de obras, como, por exemplo, em regiões de ocorrência de furacões, onde a
barreira de alvenaria de blocos maciços à frente do painel em LSF é requerida com o
objetivo de proteger a edificação e seus ocupantes de objetos carregados pelo vento.
O acabamento em alvenaria no sistema LSF é feito com a construção de uma parede
paralela aos montantes, que funciona como um invólucro vinculado a eles por meio de
119
conectores metálicos com o papel de evitar o tombamento da alvenaria; porém esses
conectores não resistem a qualquer carga vertical da parede em tijolos (Figura 5.29).
Figura 5.29 - Fechamento de alvenaria sobre painel OSB com manta de polietileno
Quando utilizada nas construções em LSF, a alvenaria é um fechamento independente
da estrutura, sendo as cargas verticais da parede de alvenaria transferidas diretamente
para as fundações, não havendo qualquer transferência para os montantes metálicos.
É necessária a utilização do OSB no assentamento dos tijolos, para propiciar uma base
para a impermeabilização (feita com manta de polietileno, que funciona como uma
barreira extra, visto que a alvenaria também faz este papel), para servir de ponto para
fixação dos conectores metálicos e para funcionar como diafragma rígido, quando for o
caso.
5.4.4 - GESSO CARTONADO
As placas de gesso cartonado devem ser utilizadas apenas em áreas internas, protegidas
das intempéries. Além do acabamento da face interna do fechamento vertical externo
em LSF, também são empregadas nas divisórias internas entre cômodos e nos forros.
As chapas de gesso cartonado o fabricadas industrialmente por meio de um processo
de laminação contínua de uma mistura de gesso, água e aditivos entre duas lâminas de
cartão, conferindo ao gesso resistência à tração e flexão. As placas de gesso cartonado
utilizadas no LSF são as mesmas utilizadas no sistema Drywall e não desempenham
120
função estrutural. Essas chapas de gesso são comercializadas com espessuras de 9,5,
12,5 e 15 mm, largura de 1200 mm e comprimentos que variam de 1800 a 3600 mm.
O sistema de produção das placas de gesso cartonado permite derivações e composições
de acordo com as necessidades de resistência à umidade e ao fogo, isolamento acústico
ou fixação em grandes vão. (TANIGUTI, 1999).
No mercado brasileiro, são disponibilizados três tipos de chapas:
• Placa Standard (ST), para aplicação em áreas secas;
Placa Resistente à Umidade (RU), conhecida como placa verde, para paredes
destinadas a ambientes sujeitos à ação da umidade;
Placa Resistente ao Fogo (RF), conhecida como placa rosa, para aplicação em
áreas secas que necessitem de um maior desempenho em relação ao fogo (ex.:
saídas de emergência, escadas enclausuradas, shafts).
A instalação das chapas pode ser feita na vertical ou na horizontal, porém, para melhor
aproveitamento da chapa, recomenda-se sua fixação com o comprimento na posição
vertical (Figura 5.30). Deve-se sempre deixar uma folga de pelo menos 10 mm entre a
base da chapa de gesso e o piso, para evitar absorção de umidade. As juntas verticais
entre chapas devem sempre ocorrer sobre os montantes e quando o pé-direito for maior
que o comprimento das chapas, suas juntas horizontais devem ser desencontradas.
As chapas de gesso são parafusadas aos montantes com espaçamento de 25 cm entre os
parafusos e, no mínimo, a 1 cm da borda da chapa. Caso haja duas camadas de placas de
gesso, a primeira deve ser fixada a cada 50 cm e a segunda a cada 25 cm. Deve-se ter
atenção para que a cabeça do parafuso fique alinhada à face do cartão, sem perfurá-lo
totalmente ou ficar saliente. As cabeças dos parafusos devem ser tratadas com massa
para rejuntamento e lixadas para acabamento (ABRAGESSO, 2004).
121
Figura 5.30 - Instalação de placa de gesso cartonado
Após a fixação das placas de gesso, é executado o tratamento das juntas entre as placas.
As juntas devem ser niveladas às chapas de gesso e não devem conter imperfeições,
para que os painéis apresentem aspecto monotico. Para o nivelamento correto das
juntas, as placas são fornecidas com bordas rebaixadas. O tratamento das juntas deve ser
feito com massa para rejuntamento específica associada a fitas de papel microperfurado
especial, não devendo ser utilizado gesso em comum com água, massa corrida
(PVA) ou massa acrílica (Figura 5.31) (TANIGUTI, 1999).
Figura 5.31 – Etapas de execução de junta em placas de gesso cartonado
Fonte: ABRAGESSO, 2004
As placas de gesso podem receber acabamentos variados como pinturas, revestimentos
cerâmicos, laminados plásticos ou melamínicos, entre outros. Para pintura, recomenda-
se a aplicação de selador em toda a supercie da parede antes da execução. Para peças
cerâmicas e similares, deve-se utilizar argamassa colante do tipo AC-II ou AC-III.
122
Na execução dos fechamentos internos, em painéis de fachada embutidos em LSF com
conexão superior gida, a placa de gesso cartonado pode ser instalada com a
extremidade superior rente à laje ou à estrutura principal do edifício (Figura 5.32) ou
com espaçamento (10 mm) preenchido com selante flexível. na extremidade inferior,
onde sempre uma conexão rígida do painel com o a estrutura do edifício, a placa de
gesso deve ficar distanciada 10 mm da laje de piso, para evitar a absorção de umidade,
conforme recomendado pelos fabricantes (Figura 5.33).
Figura 5.32 - Junção superior do acabamento em gesso de painel embutido rígido
Figura 5.33 - Arremate inferior típico no acabamento em gesso de painel embutido
Nos painéis de LSF montados pelo método contínuo, as recomendações anteriores são
válidas para os pontos onde esses painéis possuem conexões rígidas com a estrutura
principal do edifício (Figura 5.34).
123
Figura 5.34 - Arremates de acabamento em gesso, para painel contínuo com conexão rígida
Na execução da extremidade superior do fechamento interno em gesso cartonado para
painéis embutidos ou contínuos com conexão não-rígida, deve-se permitir que o
deslocamento previsto ocorra sem danificar a placa de acabamento. Para isso, a
extremidade superior da placa de gesso não deve ser parafusada à guia superior do
painel e deve ficar espaçada da face inferior da estrutura do edifício, com distância
definida em função dos deslocamentos previstos. O acabamento deste espaço pode ser
executado com selante flexível (Figura 5.35) ou com rodateto (Figura 5.36) fixado
apenas à estrutura acima, ou ainda este espaço entre laje e placa de gesso pode ficar
oculto sobre o forro em gesso, se este existir.
Figura 5.35 - Arremate superior com selante no acabamento em gesso de painel embutido o-rígido
124
Figura 5.36 - Arremate superior com rodateto no acabamento em gesso de painel embutido não-rígido
os encontros horizontais não-rígidos entre painéis contínuos necessitam de atenção
especial, que deve começar no planejamento da estrutura dos painéis. É preciso que
esses encontros ocorram próximo à face superior da laje de piso e deve existir uma
cantoneira metálica de arremate do piso conectada ao painel acima, ao longo de toda a
extremidade da laje. A placa de gesso deve ser fixada apenas no painel acima da
conexão e na cantoneira de arremate do piso, que são os elementos que não se deslocam
verticalmente neste ponto. O espaço entre a extremidade inferior da placa e a laje de
piso deve ser preenchido com selante flexível e posteriormente oculto pelo rodapé de
acabamento do espaço. (Figura 5.37).
Figura 5.37 - Arremate de acabamento em gesso, para painel contínuo com conexão não-rígida
125
5.4.5 - PAINÉIS METÁLICOS
Os fechamentos verticais em LSF podem ser acabados externamente com painéis pré-
fabricados, porém estes devem ser painéis leve (até 100 kg/m
3
), para que os perfis com
pequena espessura, comuns do sistema, possam ser capazes de suportar as cargas.
Nestes requisitos se encaixam bem os painéis metálicos, de aço ou alumínio (Figura
5.38), que podem ser perfilados a partir de chapas simples ou do tipo sanduíche
(comsito).
Figura 5.38 - Painéis metálicos de acabamento externo. Obra: Instituto Tomie Ohtake, São Paulo
Os painéis metálicos perfilados são lâminas metálicas simples, onde a espessura da
chapa e a presea de enrijecedores do lado interno do painel são determinantes para
evitar ondulações na sua superfície. A espessura da lâmina metálica varia de 3 a 6 mm.
Sua resistência a impactos é baixa, por isso tais painéis devem ser usados em fachadas
nas partes pelo menos 1,5 m acima do nível da rua (SILVA e SILVA, 2004).
os painéis comsitos são formados por duas chapas metálicas vinculadas entre si
através de um material leve. O espaçamento entre as lâminas determina o nível de
isolamento termo-acústico e a rigidez do conjunto final. Os materiais de isolamento
mais usuais são a lã mineral ( de vidro, rocha, carbono ou cerâmica), a colméia de
papel, as lâminas de poliestireno e as espumas de poliuretano. A resistência resultante
da combinação do metal com o material de isolamento permite o emprego de lâminas
metálicas finas, com espessura entre 1,2 e 2,0 mm (SILVA e SILVA, 2004).
126
Os painéis podem ser fixados ao fechamento por meio de uma estrutura secundária
combinada a pinos ocultos (Figura 5.39), que permitem a fácil remoção depois de
instalado, devendo ser essa fixação suplementada com pelo menos uma fixação
parafusada por painel. também a possibilidade de fixação dos painéis com parafusos
conectados diretamente à estrutura de LSF (Figura 5.40), encaixe tipo macho-fêmea ou
utilização de inserts de fixação (Figura 5.41). Em todos os casos é importante ter
atenção no isolamento entre as superfícies de metais de natureza diferente, para evitar a
ocorrência de corroo galvânica
7
.
Figura 5.39 - Detalhe esquemático de fixação com pinos ocultos
Fonte: Adaptado de SILVA e SILVA, 2004, p.48
Figura 5.40 - Seção horizontal de esquema de fixação de painel metálico com parafuso
7
Corrosão galvânica é aquela que ocorre entre dois metais diferentes, quando imersos num meio
condutor. (PEREIRA JUNIOR, 2004, p.31)
127
Figura 5.41 - Inserts para fixação de painel metálico sobre fechamento em LSF
As juntas entre painéis devem ser tratadas de forma adequada para evitar a penetração
de água e garantir a estanqueidade do sistema. Um material recomendado para o
preenchimento das juntas é o silicone, pela sua capacidade de deformação e resistência
às intempéries. Pode-se também optar pela instalação de manta de polietileno de alta
densidade entre os painéis metálicos e os montantes de LSF para contribuir para a
estanqueidade do sistema. também formas de execução das juntas onde a geometria
da borda do painel metálico e sua sobreposão colabora para a estanqueidade do
sistema.
As fixações e juntas devem ser pensadas de forma a acomodar as deformações e
deslocamentos aos quais a estrutura está sujeita. Para tal, pode-se optar pelo uso de
furos oblongos nas fixações dos painéis com parafusos ou pinos aos montantes. É
recomendado que os painéis metálicos sigam a modulação estrutural dos perfis de LSF
para facilitar sua instalação e minimizar o desperdício de material.
128
6
6 - CARACTERÍSTICAS DO SISTEMA
Esta etapa do trabalho tem como objetivo principal quebrar paradigmas e pré-
conceitos” em relação ao sistema construtivo proposto, com apresentação de algumas de
suas características técnicas, vantagens e desvantagens em relação aos seus concorrentes
convencionais no mercado.
São apresentados a seguir características levantadas junto a fabricantes e em bibliografia
disponível, com avaliação e proposição de diretrizes para sua otimização, com o intuito
de situar o sistema LSF e embasar tomada de decisão a seu respeito. A avaliação global
da edificação é a forma mais adequada de se avaliar seu desempenho, porém cada um
dos sistemas que a compõem possuem seus requisitos específicos e as características do
sistema de fechamentoo importantes para a performance da edificação.
129
6.1 - RESISTÊNCIA AO VENTO
Os fechamentos executados em LSF, em edificações com estrutura principal em aço ou
em concreto, não possuem função estrutural na sustentação da construção. Sua fuão
estrutural se restringe à resistência às cargas decorrentes do vento. Sendo assim, o
conhecimento da capacidade resistiva dos quadros de LSF é de fundamental
importância para garantir o atendimento a critérios mínimos de desempenho.
A resistência desses fechamentos ao vento pode ser determinada de duas formas. A
primeira é por um estudo analítico, considerando as condições de contorno e
propriedades geométricas da montagem para lculo da resistência horizontal, a partir
de uma flecha admissível máxima. Pode-se também optar pela realização de ensaios das
montagens propostas em túneis de ventos, seguindo a bibliografia pertinente.
Nas tabelas 6.1, 6.2 e 6.3 são apresentados dados de resistência ao vento (pressão
máxima admissível) em diversas montagens de painéis de fechamento em LSF. As
mesmas foram elaboradas com base em informações fornecidas por fabricantes
estrangeiros destes sistemas em seus catálogos técnicos. As seções apresentadas são
aquelas utilizadas por empresas no Reino Unido e baseadas nas normas locais.
As flechas admissíveis para os perfis do fechamento variam conforme o material de
acabamento empregado. A Tabela 3.1 apresenta estes dados para alguns materiais
comuns do sistema.
As tabelas consideram a pressão máxima admissível de vento para painéis de fachadas,
para os montantes listados, em três hipóteses de flecha admissível, com resultados
apresentados em kN/m
2
. Os montantes considerados são espaçados em 600 mm e
travados lateralmente na metade de sua altura. A carga dos elementos de fechamento e
isolamento é considerada menor que 1,0 kN/m
2
. O valor máximo considerado para as
cargas suportadas é de 5,0 kN/m
2
.
130
Tabela 6.1 - Pressão máxima admissível de vento (kN/m
2
) em painéis de LSF, com
flecha máxima de L/240
2400 2700 3000 3600 4200
Ue 100x50x12x1,2 3,183 2,235 1,629 0,943 0,594
Ue 100x50x12x1,5 3,950 2,777 2,022 1,170 0,737
Ue 100x50x12x2,0 5,000 3,636 2,651 1,534 0,966
Ue 150x50x12x1,2 5,000 5,000 4,171 2,414 1,520
Ue 150x50x12x1,5 5,000 5,000 5,000 3,004 1,890
Ue 150x50x12x2,0 5,000 5,000 5,000 3,955 2,491
Ue 200x63x14x1,2 5,000 5,000 5,000 5,000 3,550
Ue 200x63x14x1,5 5,000 5,000 5,000 5,000 4,415
Ue 200x63x14x2,0 5,000 5,000 5,000 5,000 5,000
FLECHA MÁXIMA L/240
Seção Montante
Altura do vão (L) vencido pelo fechamento (mm)
Fonte: HADLEY GROUP, 2005, p.17
Tabela 6.2 - Pressão máxima admissível de vento (kN/m
2
) em painéis de LSF, com
flecha máxima de L/360
2400 2700 3000 3600 4200
Ue 100x50x12x1,2 2,122 1,490 1,086 0,629 0,396
Ue 100x50x12x1,5 2,633 1,849 1,348 0,780 0,491
Ue 100x50x12x2,0 3,451 2,424 1,767 1,023 0,644
Ue 150x50x12x1,2 5,000 3,814 2,781 1,609 1,013
Ue 150x50x12x1,5 5,000 4,746 3,460 2,002 1,261
Ue 150x50x12x2,0 5,000 5,000 4,557 2,637 1,661
Ue 200x63x14x1,2 5,000 5,000 5,000 3,792 2,388
Ue 200x63x14x1,5 5,000 5,000 5,000 4,620 2,984
Ue 200x63x14x2,0 5,000 5,000 5,000 5,000 3,943
FLECHA MÁXIMA L/360
Seção utilizada
Altura do vão (L) vencido pelo fechamento (mm)
Fonte: HADLEY GROUP, 2005, p.17
Tabela 6.3 - Pressão máxima admissível de vento (kN/m
2
) em painéis de LSF, com
flecha máxima de L/600
2400 2700 3000 3600 4200
Ue 100x50x12x1,2 1,273 0,894 0,652 0,377 0,238
Ue 100x50x12x1,5 1,580 1,110 0,809 0,468 0,295
Ue 100x50x12x2,0 2,071 1,454 1,060 0,614 0,386
Ue 150x50x12x1,2 3,258 2,289 1,668 0,965 0,608
Ue 150x50x12x1,5 4,055 2,848 2,076 1,201 0,757
Ue 150x50x12x2,0 5,000 3,750 2,734 1,582 0,996
Ue 200x63x14x1,2 5,000 5,000 3,932 2,275 1,433
Ue 200x63x14x1,5 5,000 5,000 4,783 2,852 1,770
Ue 200x63x14x2,0 5,000 5,000 5,000 3,757 2,366
FLECHA MÁXIMA L/600
Seção utilizada
Altura do vão (L) vencido pelo fechamento (mm)
Fonte: HADLEY GROUP, 2005, p.17
131
É importante perceber que as seções dos perfis apresentados possuem dimensões padrão
aplicadas no Reino Unido, que são diferentes das brasileiras. Os perfis apresentam
seções típicas de 100x50 mm, 150x50mm e 200x50 mm, enquanto aqueles que seguem
as normas nacionais possuem seções de 90x40 mm, 140x40 mm e 200x40 mm. O
objetivo da informação apresentada é servir de referência, uma vez que os valores de
pressão máxima admissível que seriam determinados para os perfis brasileiros teriam
grandezas próximas às apresentadas.
A NBR 6123:1988 é a norma brasileira utilizada na consideração das forças devidas à
ação estática e dinâmica do vento, para efeitos de cálculo de edificações. Por meio das
indicações de tal norma, pode-se determinar a pressão de vento em determinada
edificação, baseando-se em suas características geométricas, localização, entorno e
ocupação planejada. Segundo essa norma, para obter-se a pressão de vento, as equações
a serem utilizadas são as seguintes:
V
k
= V
0
. S
1
. S
2
. S
3
Onde: V
k
Velocidade característica do vento (m/s);
V
0
Velocidade básica do vento, que varia conforme a região (m/s);
S
1
Fator Topográfico, que leva em consideração o relevo do terreno,
fornecido no mapa brasileiro de isopletas (adimensional);
S
2
Fator de Rugosidade, que considera o efeito combinado da rugosidade do
terreno, da varião da velocidade do vento com a altura acima do terreno
e das dimenes da edificação ou parte considerada (adimensional);
S
3
Fator Estatístico, é baseado em conceitos estatísticos, e considera o grau de
segurança requerido e a vida útil da edificação (adimensional).
q = 0,613 . V
k
2
Onde: q – Pressão dinâmica de vento (kN/m
2
);
V
k
Velocidade característica do vento (m/s).
(6.1)
(6.2)
132
A Tabela 6.4 apresenta valores de pressão dinâmica de vento, calculados a partir da
NBR 6123:1988, para algumas situações de edifícios de múltiplos andares. Estes
valores foram calculados considerando-se os seguintes parâmetros: Fator Topográfico
(S
1
): terrenos planos ou fracamente acidentados; Fator de Rugosidade (S
2
): terrenos
cobertos por obstáculos numerosos e pouco espaçados; e no Fator Estatístico (S
3
):
edificações para hotéis e residências.
A escolha de tais parâmetros se deu pelo fato destas serem as situações mais comuns
para edifícios de múltiplos andares, principal consumidor potencial dos fechamentos em
LSF. A tabela apresenta resultados calculados com velocidades básicas do vento de
35 m/s e 40 m/s, extraídas do mapa de isopletas constante na norma NBR 6123:1988 e
aplicáveis respectivamente para as cidades de Belo Horizonte e São Paulo.
Comparando as pressões dinâmicas de vento da Tabela 6.4 com as propriedades
apresentadas (tabelas 6.1, 6.2 e 6.3), observa-se que os painéis propostos resistem, com
folga, ao esforço de vento ao qual devem estar submetidos, ainda quando a flecha
admissível é mais restritiva. Mesmo os painéis com perfis mais leves considerados são
capazes de resistir aos esforços calculados, para os pés direitos apresentados.
Tabela 6.4 - Valores de Pressão Dinâmica de Vento para fachadas
largura (m) largura (m) altura (m) V0 (m/s) S1 S2 S3 Vk (m/s) q (KN/m2)
20 20 45 35 1 1,01 1 35,18 0,758
20 20 45 40 1 1,01 1 40,20 0,991
30 30 45 35 1 1,01 1 35,18 0,758
30 30 45 40 1 1,01 1 40,20 0,991
20 20 65 35 1 1,03 1 36,05 0,797
20 20 65 40 1 1,03 1 41,20 1,041
30 30 65 35 1 1,03 1 36,05 0,797
30 30 65 40 1 1,03 1 41,20 1,041
20 20 80 35 1 1,06 1 37,10 0,844
20 20 80 40 1 1,06 1 42,40 1,102
30 30 80 35 1 1,06 1 37,10 0,844
30 30 80 40 1 1,06 1 42,40 1,102
40 40 80 35 1 1,06 1 37,10 0,844
40 40 80 40 1 1,06 1 42,40 1,102
30 30 100 35 1 1,09 1 38,15 0,892
30 30 100 40 1 1,09 1 43,60 1,165
133
6.1.1 - ANÁLISE E RECOMENDAÇÕES DE PROJETO
Apesar das dimensões dos perfis analisados serem diferentes daquelas usuais no Brasil,
os resultados apresentados fornecem importante base para a qualificação da capacidade
dos painéis de fechamento em LSF de resistirem aos esforços de vento aos quais devem
estar submetidos em situações reais. As tabelas de resistência ao vento das montagens
com Steel Framing mostram que quanto menor o vão vertical vencido maior será a
resistência do painel a cargas horizontais de vento.
Os montantes dos fechamentos em LSF estão sujeitos, predominantemente, a esforços
de fleo, tendo como modo de colapso a FLT (flambagem lateral com torção). O uso
de travamentos horizontais ou contraventamentos ao longo do painel, ou ainda a
combinação de ambos (Figura 6.1), aumenta significativamente sua resistência ao vento,
visto que diminui o comprimento de flambagem dos montantes, aumentando a carga
necessária para causar o colapso por FLT. Tal procedimento é especialmente indicado
para painéis de grande altura e para aqueles onde é esperada incincia predominante de
ventos a 90º, tanto a barlavento quanto a sotavento.
Figura 6.1 - Painel de fechamento em LSF com travamento horizontal e diagonal
Fonte: FLASAN, 2008
134
6.2 - ISOLAMENTO TÉRMICO
O objetivo principal do isolamento térmico em um edifício é controlar as perdas de
calor no inverno e os ganhos de calor no verão. Segundo Akutsu (1998), em países com
clima predominantemente quente, como o Brasil, a avaliação isolada da resistência
térmica dos elementos não é suficiente para avaliar o desempenho térmico da edificação
como um todo. Esse desempenho é realmente avaliado em uma avaliação dinâmica,
que leve em conta, simultaneamente, todas as trocas térmicas do ambiente (resposta
global da edificação) e, neste caso, uma abordagem indicada seria a simulação
numérica.
Gomes (2007) avaliou em simulações numéricas computadorizadas o desempenho de
determinadas edificações propostas com sistema LSF. Segundo o autor, para as
condições de fechamento mais usuais e adotadas em seu estudo, há um amortecimento
da onda de calor para os dias típicos de verão analisados. Assim, o sistema, aplicado nas
edificações avaliadas, proporciona um desempenho térmico adequado para a maioria
das regiões estudadas
8
.
A qualidade ambiental e o desempenho térmico de uma determinada edificação são
frutos de seu partido arquitetônico e das opções de projeto decorrentes deste, como
orientação, dimensões e localização de abertura, proteção solar, forma da cobertura,
tipologia, etc. Combinada a isso ainda a escolha de materiais mais ou menos
indicados para determinados climas, como por exemplo, materiais de alta inércia
térmica em climas frios ou leves e refletores para climas quentes e úmidos.
A combinação de tais decisões arquitetônicas é que determina se uma construção terá ou
o desempenho térmico adequado. A NBR 15220:2005 é a norma nacional que
apresenta diretrizes informativas, sem caráter normativo, sobre as propriedades e
características nimas desejáveis, tanto para as edificações como um todo quanto para
8
GOMES (2007) avaliou o desempenho de edificações em LSF nas cidades brasileiras de Belém, Belo
Horizonte, Brasília, Curitiba, Goiânia e Teresina, representativas das zonas bioclimáticas do país.
135
os materiais, para um melhor desempenho térmico das edificações. Tais diretrizes, que
foram desenvolvidas para habitações de interesse social, sofrem bastante alteração
conforme se muda o clima da região do país analisada.
Os fechamentos industrializados, como o LSF, compostos por rias camadas de
material sobreposto baseiam-se em conceitos multicamada, onde a resistência térmica
total do fechamento é igual à soma das resistências de cada uma de suas camadas e é
significativamente influenciada pelo seu arranjo, cujas mudanças de material são
fundamentais para o desempenho do sistema.
Em países de clima temperado, o estudo do isolamento térmico da edificação em LSF
considera também a capacidade dos perfis estruturais de aço de produzirem pontes
térmicas em determinadas condições de temperatura. Para minimizar tais efeitos, os
acabamentos externos com grande capacidade de isolamento térmico, como o EIFS, são
preferidos. Porém, no clima quente e úmido, predominante no Brasil, o efeito das pontes
térmicas nos painéis de LSF não tem grande importância, pois a diferença nas
temperaturas interna e externa das edificações não é tão significativa quanto no clima
temperado. A perda de calor pelos perfis no sistema LSF é, então, muito pequena
(GOMES, 2007).
6.2.1 - RECOMENDAÇÕES DE PROJETO
A capacidade de isolamento e a inércia térmica de uma parede em LSF são
influenciados pela natureza das placas de acabamento e também pela combinação de
elementos adotada no sistema, como a utilização de chapas duplas de fechamento, uso
de isolamento interno ou aumento na medida da alma dos montantes.
O emprego de envoltórias com propriedades adequadas é importante para a qualidade
térmica da construção, porém o partido arquitetônico é um fator decisivo nesse aspecto.
Em locais de clima quente, como o Brasil, deve-se adotar uma correta orientação solar,
permitir ventilão cruzada nos ambientes, proteger as aberturas de insolação direta,
entre outros, para garantir que a edificação seja capaz de abrigar as atividades humanas
em condições desejáveis de conforto.
136
6.3 - ISOLAMENTO ACÚSTICO
O som é resultado de variações na pressão existente na atmosfera, que são capazes de
serem detectadas pelo ouvido. A transmissão do som necessita de um meio elástico para
ocorrer, onde vibração das partículas. O meio elástico mais comum é o ar, mas
também pode haver transmissão através de materiais lidos, como os componentes de
uma edificação.
As formas de transmissão de sons em uma edificação são:
Transmissão de som aéreo, que ocorre quando um som externo incide num
ambiente através de seus fechamentos e aberturas;
Transmissão de som de impacto, que tende a ser mais significativa para pisos,
quando, por exemplo, escuta-se a movimentação de pessoas dentro de um edifício.
Outras fontes podem ser batidas de portas e janelas, impactos nas paredes, etc.;
Transmissão de som proveniente da estrutura, que são os rdos vindos de
vibrações de instalações ou equipamentos, transmitidos pelos elementos da
edificação, como paredes, pisos ou outros elementos em contato direto com a
fonte.
O som aéreo, resultado da vibração de partículas, quando em contato com superfícies
rígidas dos componentes de uma edificação, os faz oscilar. Parte do som incidente é
refletida, parte pode ser absorvida pelo material e parte é transmitida através do mesmo.
Da energia absorvida pela parede, parte será dissipada em forma de energia térmica e
parte i se propagar através da mesma. Com isso, a parede entrará em vibração,
transmitindo energia acústica para o interior da edificação.
O isolamento acústico ocorre quando se minimiza a transmissão do som de um
ambiente para o outro ou do exterior para o interior de um ambiente. Conceitos usuais
de isolamento acústico pregam a utilização de paredes com maior massa superficial para
maior isolação sonora. Este conceito é correto e funcional, pom, a utilização de
paredes de grande espessura e peso se torna inviável do ponto de vista econômico e
técnico em muitos casos.
137
O isolamento nos painéis de LSF segue o princípio massa-mola-massa, segundo o qual
ao invés de uma parede com grande massa, usam-se camadas separadas de massa e o
espaço entre elas é preenchido com um elemento absorvente. Tal descontinuidade de
meios tem como objetivo reduzir a transmissão do som entre as camadas de massa.
A característica de isolamento de uma parede pode ser expressa pela sua Perda de
Transmissão (PT) ou pelo seu Índice de Redução Sonora (Rw), sendo este último o mais
utilizado recentemente (BARING, 2000
9
, apud, CRASTO, 2005). Maiores valores de
perda de transmissão ou índice de redução, medidos em decibel (dB), indicam que mais
alta será a capacidade isolante da parede. Na Tabela 6.5 são apresentados valores de
referência de PT para qualificação do isolamento acústico de ambientes.
Tabela 6.5 - Qualificação do isolamento acústico
Qualificação do
isolamento
Perda de transmissão
(PT)
Condições de audição
Pobre < 30dB
Compreende-se uma conversação normal facilmente
através da parede
Regular 30 a 35 dB
Ouve-se a conversação em voz alta mas não se
entende bem a conversação normal
Bom 35 a 40 dB
Ouve-se a conversação em voz alta mas não é
facilmente inteligível
Muito Bom 40 a 45 dB
A conversa normal é inaudível e em voz alta é muito
atenuada, sem compreensão
Excelente > 45dB Ouvem-se fracamente os sons muito altos
Fonte: GERGES, 1992
As grandezas que medem a capacidade de isolamento acústico são obtidas em
laboratório para determinada montagem ou componente construtivo, não considerando o
isolamento do ambiente construído como um todo. Segundo Krüger (2000), pode-se
avaliar acusticamente um ambiente, levando-se em conta apenas o desempenho do
fechamento, desde que as grandezas para os demais elementos construtivos sejam
consideradas maiores ou iguais às do fechamento.
9
BARING, J. G. de A. A qualidade dos edifícios e a contribuição das paredes de gesso cartonado.
Revista Techné, São Paulo, n. 47, p.69-73. PINI, Julho/Agosto, 2000.
138
6.3.1 - PROPRIEDADES E ANÁLISE COMPARATIVA
Para comparar o desempenho de isolamento acústico dos materiais e sistemas diversos
para fechamento de fachadas, considera-se, conforme recomendação de Krüger (2000),
constantes e de maior grandeza as propriedades dos demais elementos construtivos.
Nesta situação, o desempenho do fechamento se torna determinante na avaliação.
Tabela 6.6 - Índice de redução sonora para diversas montagens de paredes
Montagem
Índice de redução
sonora (dB)
Tijolo maciço (60mm) com reboco (15mm)
nas duas faces
36 - 38
Tijolo cerâmico furado (90mm) com reboco
(15mm) nas duas faces
35 - 38
Tijolo cerâmico furado (150mm) com reboco
(15mm) nas duas faces
38 - 41
Bloco de concreto celular (110mm) com reboco
(15mm) nas duas faces
35
Bloco de concreto (110mm) com reboco
(15mm) nas duas faces
35
LSF com uma placa de gesso (12,5mm)
em cada face
35 - 37
LSF com duas placa de gesso (12,5+12,5mm)
em cada face
44 - 46
LSF com uma placa de gesso (12,5mm)
em cada face e lã de vidro (50mm)
42 - 45
LSF com duas placas de gesso (12,5+12,5mm)
em cada face e lã de vidro (50mm)
50
LSF com uma placa cimentícia (10mm)
em cada face
45
LSF com duas placas cimentícias (10+10mm)
em cada face e lã de vidro (50mm)
57
Fontes: BRASILIT, 2007; ISOVER, 2007; KNAUF, 2007; STRÖMBERG, 2001
Na Tabela 6.6 são apresentados valores de índice de redução sonora (Rw) para diversos
materiais e montagens utilizados na execução de fechamentos internos e externos em
edificações. Pelos dados apresentados, pode-se perceber que as montagens em LSF,
tanto com placas de gesso quanto cimentícias, apresentam desempenho acústico
semelhante ou superior ao de materiais de uso corriqueiro no Brasil, como o tijolo
cerâmico ou o bloco de concreto. Percebe-se, também, o ganho significativo de
139
isolamento quando se opta pela utilização combinada das placas com o enchimento
interno em lã de vidro.
Todas as montagens apresentadas podem ser classificadas com isolamento acústico de
bom a excelente, segundo os critérios apresentados na Tabela 6.5. Sendo que a maioria
delas apresenta desempenho muito bom ou excelente.
6.3.2 - RECOMENDAÇÕES DE PROJETO
Analisando as tabelas apresentadas, observa-se que mesmo as montagens mais simples
de LSF são capazes de atender aos requisitos e recomendações de isolamento acústico
para edificações. Observa-se também que o emprego de maior quantidade de placas em
cada face do fechamento ou o uso de material isolante no interior da parede influenciam
significativamente o desempenho. Assim o LSF, por se tratar de um sistema
multicamada e de componentes industrializados, permite diversas combinações entre
seus elementos, de forma que a montagem possui as propriedades mais adequadas para
cada emprego.
Figura 6.2 - Barras horizontais e montantes duplos para melhoria do isolamento acústico
Fonte: STRÖMBERG, 2001
O desempenho do sistema (considerando as mesmas placas nas faces e enchimento
interno) é melhorado quando são utilizados perfis com alma de maior dimensão. Há,
ainda, a possibilidade de emprego de montantes duplos e desencontrados ou a instalação
de perfis cartola horizontais, parafusados aos montantes (Figura 6.2). Em ambos os
casos a intenção é criar descontinuidade no meio, eliminando as pontes acústicas entre
as faces do fechamento e aumentando a capacidade de isolamento do sistema. Seu
140
emprego deve ser avaliado ponderando o ganho de desempenho frente ao aumento de
custo.
O isolamento eficiente de uma parede é completo quando não pontos vazados
através dos quais o som pode ser transmitido de um espaço para o outro. Neste sentido,
é fundamental o tratamento dos arremates das placas de acabamento do fechamento
entre si e no seu encontro com o piso ou o teto, evitando frestas capazes de
comprometer o sistema. No caso dos fechamentos externos contínuos, especialmente
quando o montante está afastado da estrutura do edifício, o espaço entre a borda da laje
e o painel deve ser isolado, pois este é um ponto crítico de transmissão de sons entre os
pavimentos da edificação (Figura 6.3). Uma solução possível é a instalação de uma
cantoneira ao longo de toda a borda da laje, conectada aos montantes, de modo a servir
de base para a execução do acabamento interno do piso (Figura 6.4).
Figura 6.3 - Ponto vulnerável na transmissão do som entre pavimentos com fechamento connuo
Figura 6.4 - Possibilidade de solução para isolamento do som entre pavimentos
141
6.4 - PESO PRÓPRIO
O peso próprio dos elementos construtivos de um edifício possui impacto direto no
dimensionamento de sua estrutura de sustentação e, conseqüentemente, em seu custo
final de construção.
Os sistemas de fechamento de um edifício, sejam eles de tijolos, painéis pré-fabricados
ou LSF, descarregam seu peso próprio sobre as lajes de concreto ou diretamente nas
vigas de sustentação do edifício, que por sua vez se apóiam nos pilares, que finalmente
levam toda a carga da construção às fundações no solo.
Quando se utiliza um fechamento com menor peso próprio, as vigas são menos
solicitadas, possuindo, em conseqüência, seções menores, que por sua vez aliviam
pilares e fundações. Esta economia na dimensão de elementos estruturais, que possuem
custo significativo na obra, tem impacto expressivo no valor final da obra e no lucro de
seu incorporador.
6.4.1 - PROPRIEDADES E ALISE COMPARATIVA
Na Tabela 6.7 apresentam-se valores do peso próprio (por m
2
) de fechamentos
construídos com materiais de construção convencionais no Brasil. Nessa tabela
apresentam-se também dados do peso próprio (por m
2
) de fechamentos verticais em
LSF, executados com placas cimentícias e de gesso, que representam as soluções mais
comuns para o sistema. Os valores relativos ao LSF foram calculados para montantes
com alma de 90 mm e não consideram o peso próprio do preenchimento interno em
de vidro ou de rocha, que acrescentaria 0,02 kN para cada m
2
de fechamento.
Através da avaliação dos dados presentes na tabela, pode-se facilmente perceber que
fechamentos em LSF possuem peso próprio bem menor que materiais de construção
convencionais. Entre um fechamento de tijolo cerâmico furado rebocado e um painel de
LSF com uma placa cimentícia em cada face (que são duas opções para fechamentos
verticais para fachadas de edifícios), o uso da alternativa industrializada no lugar da
convencional representaria a redução do peso próprio do fechamento em mais de 70%.
142
Tabela 6.7 - Peso próprio de sistemas de fechamento vertical
Montagem
Peso próprio (kN/m
2
)
Tijolo maciço (60mm) com reboco (15mm) nas
duas faces
1,55
Tijolo cerâmico furado (90mm) com reboco
(15mm) nas duas faces
1,55
Tijolo cerâmico furado (150mm) com reboco
(15mm) nas duas faces
2,50
Bloco de concreto celular (110mm) com reboco
(15mm) nas duas faces
1,30
Bloco de concreto (110mm) com reboco (15mm)
nas duas faces
2,40
LSF com uma placa de gesso
(12,5mm) em cada face
0,28
LSF com duas placas de gesso
(12,5+12,5mm) em cada face
0,52
LSF com uma placa cimentícia
(10mm) em cada face
0,38
LSF com duas placas cimentícias
(10+10mm) em cada face
0,72
Baseado em: KNAUF, 2007; BRASILIT, 2007; NBR 6355:2003
O impacto desta redução no peso próprio do sistema de fechamento vertical, que é
significativo no dimensionamento das vigas e pilares da estrutura principal do edifício e
também influencia no projeto das fundações. Considerando-se apenas o peso próprio da
estrutura principal, lajes em concreto e sistema de fechamento, as cargas normais nas
fundações de um edifício com fechamento em LSF são, em média, 43% menores que
nos casos em que a alvenaria convencional é empregada (PEREIRA JUNIOR, 2004
10
).
10
PEREIRA JUNIOR (2004) estudou a aplicação do sistema de fechamento em LSF para edifícios
estruturados em perfis de aços formados a frio com até 7 pavimentos.
143
7
7 - CONSIDERAÇÕES FINAIS
A utilização do sistema LSF no fechamento vertical externo não-estrutural de edifícios é
uma alternativa para a realidade da construção civil do Brasil, que, apesar dos
significativos avanços na direção da industrialização, ainda é predominantemente
artesanal. O emprego da solução estudada não é voltado para um público específico
(edifícios comerciais ou industriais, onde soluções industrializadas são mais comuns),
mas pode vir a ser uma mudança na mentalidade construtiva do país.
no país disponibilidade de todos os insumos necessários para a difusão desse
emprego do LSF. Porém, uma das maiores fontes de resistência por parte dos usuários
em relação ao sistema está na natureza de seus componentes, que é diferente dos
materiais maciços aos quais estão acostumados. A aceitação do novo sistema só se dará
144
a partir das experiências bem sucedidas e da divulgação da tecnologia entre usuários e
profissionais envolvidos.
O entendimento dos conceitos estruturais pertinentes à aplicação proposta para o
sistema LSF, apresentados de forma qualitativa neste trabalho, é fundamental para que
arquitetos e engenheiros possam trabalhar em conjunto, dialogando sobre suas decisões,
uma vez que as resoluções de um possuem grande impacto no trabalho do outro.
Durante o desenvolvimento deste trabalho, foram apresentados diversos métodos de
montagem e detalhes construtivos para fechamentos de fachadas em LSF, coletados em
meio à bibliografia disponível e relacionados com os conceitos estruturais aplicados.
Grande parte da informação disponível teve como fonte catálogos e documentos
técnicos de fabricantes, montadores e suas associações, principalmente estrangeiros.
Cada um destes agentes apresenta diversas formas de execução, que foram analisadas
no presente trabalho acerca de suas características relativas a limitações,
comportamento, execução e demandas específicas. Os métodos de montagem propostos
por cada fabricante são baseados, normalmente, em experiências empíricas e melhores
práticas desenvolvidas por cada um.
Não é possível determinar uma melhor forma definitiva de execução para fechamentos
externos em LSF, pois cada edifício possui variantes e características próprias.
Entretanto, de modo geral, o todo contínuo pode ser mais interessante por permitir
mais facilmente a independência estrutural entre o fechamento e a estrutura principal,
comparado ao método embutido, além de possuir pontos de interface com a estrutura
(locais vulneveis à intempéries) mais fáceis de serem tratados. Dentro de cada
todo, variações mais interessantes de detalhes de execução, como as guias com
furos oblongos e o travamento horizontal com bloqueadores para o método embutido e
as cantoneiras com abas desiguais (com ou sem furos oblongos, dependendo da
aplicação) para fechamentos contínuos. Porém, conhecendo as técnicas disponíveis e
baseando-se nas propriedades da obra, a equipe de projeto, integrando arquitetos,
engenheiros e profissionais de execução, deve tomar a decisão do método de montagem
que melhor atenderá às necessidades específicas daquela situação.
145
O desempenho satisfatório do fechamento de fachadas em LSF é garantido pela
combinação do correto planejamento estrutural com o bom detalhamento das interfaces
dos acabamentos. Sem o diálogo entre estes dois fatores, o fechamento pode apresentar
patologias que comprometem o desempenho estrutural, estético e de salubridade da
edificação. Os detalhes de execução apresentados foram desenvolvidos pelo autor,
arquiteto, com base em sua experiência profissional e com a colaboração de outros
profissionais da área, sendo informação de referência para outros detalhes que podem
ser propostos pelas equipes de projeto.
Os conceitos de industrialização da obra devem ser trabalhados desde a sua concepção,
para que as vantagens dos sistemas empregados sejam maximizadas. A adequação dos
sistemas construtivos utilizados e o trabalho conjunto de arquitetos e engenheiros, em
todas as fases de planejamento e execução, são fundamentais para o sucesso do
empreendimento.
A industrialização da construção é um caminho virtuoso e sem volta, uma vez que o
profissional envolvido conhece e experimenta as vantagens deste conceito dificilmente
se rende novamente à construção artesanal. É papel dos divulgadores e criadores dos
conceitos de vanguarda da tecnologia garantir o desenvolvimento com qualidade de
novas técnicas construtivas, para que essas possam cada vez mais ser conhecidas e
aceitas pelos agentes envolvidos na instria da construção civil no Brasil.
7.1 - SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS
Investigação estrutural quantitativa do sistema de fachadas em LSF e
desenvolvimento de tabelas para pré-dimensionamento de peças constituintes do
sistema proposto, como guias, montantes e conexões;
Estudo de custos diretos e indiretos e do planejamento de obras realizadas em
LSF, confrontando os resultados com o fechamento em alvenaria;
Avaliação s-ocupação de edificações que empregam o sistema para análise e
identificação de patologias construtivas e coleta de impressões dos usuários.
146
8
8 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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