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INFLUÊNCIA DO DIÂMETRO DO FORAME APICAL E DO
CALIBRE DO INSTRUMENTO ENDODÔNTICO NAS
LEITURAS ODONTOMÉTRICAS PROPORCIONADAS
POR DOIS APARELHOS LOCALIZADORES APICAIS.
J Á R C I O V I C T Ó R I O B A L D I
Dissertação apresentada a Faculdade
de Odontologia de Bauru, da
Universidade de São Paulo, como
parte dos requisitos para obtenção do
titulo de Mestre em Odontologia, Área
de Endodontia.
Bauru
2005
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INFLUÊNCIA DO DIÂMETRO DO FORAME APICAL E DO
CALIBRE DO INSTRUMENTO ENDODÔNTICO NAS
LEITURAS ODONTOMÉTRICAS PROPORCIONADAS
POR DOIS APARELHOS LOCALIZADORES APICAIS.
J Á R C I O V I C T Ó R I O B A L D I
Dissertação apresentada a Faculdade
de Odontologia de Bauru, da
Universidade de São Paulo, como
parte dos requisitos para obtenção do
titulo de Mestre em Odontologia, Área
de Endodontia.
Orientador: Prof. Dr. Ivaldo Gomes
de Moraes
Bauru
2005
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BALDI, Járcio VIctório
B193i Influência do diâmetro do forame apical e do calibre
do instrumento endodôntico nas leituras odontométricas
proporcionadas por dois aparelhos localizadores apicais.
Járcio Victório Baldi. -- Bauru, 2005.
xx, 127 p. : il. ; 30 cm.
Tese (Mestrado) -- Faculdade de Odontologia de
Bauru . Universidade de São Paulo.
Orientador: Prof. Dr. Ivaldo Gomes de Moraes
Autorizo, exclusivamente para fins acadêmicos e científicos, a
reprodução total ou parcial desta tese, por processo
fotocopiadores e/ou meios eletrônicos.
Assinatura do autor:
C
Comitê de
É
tica da FOB-USP
P
Protocolo n.º: 96/2004
D
Data: 03/05/2005
_____________________________________________________________Dados Curriculares
iii
DADOS CURRICULARES
J Á R C I O V I C T Ó R I O B A L D I
Filiação Victório Baldi
Anilda Marcusso Baldi
Nascimento 26 de Março de 1963
1982-1985
Curso de Graduação em Odontologia na
Faculdade de Odontologia de Bauru –
Universidade de São Paulo.
1986-1988
Curso de Especialização em Endodontia
sob a forma de Residência na Faculdade
de Odontologia de Ribeirão Preto-USP –
Bolsista da FUNDAP
1988-1989
Professor Adjunto A1 em Histologia e
Embriologia Oral da Universidade de
Ribeirão Preto
1991-1992
Professor Assistente de Endodontia na
Universidade de Marília
2003-2005 Curso de Mestrado na área de
Endodontia na Faculdade de
Odontologia de Bauru
DEDICATÓRIA
“É Graça Divina começar bem. Graça maior é persistir na
caminhada certa. Mas a graça das graças é não desistir
nunca!”
Dom Helder Câmara
___________________________________________________________________Dedicatória
v
DEDICATÓRIA
A DEUS, o Grande Arquiteto do Universo, que
de maneira silenciosa está sempre presente,
iluminando meu caminho, e de minha família, assim
como nos protegendo das adversidades que a vida nos
apresenta.
A minha esposa Ana Lúcia que esteve
sempre comigo, compreendendo os momentos de
ausência, superando-os com estímulo, carinho e
dedicação para que eu pudesse atingir esta conquista.
A você o meu eterno reconhecimento e todo o meu
amor!
Aos meus filhos Danilo e Murilo que são minha
razão de viver. Ao lado de sua mãe, sempre me apoiaram e
superaram minha ausência. Não existe jóia mais valiosa no
mundo. Amo vocês!!!
AGRADECIMENTOS
“O modo correto de encarar a vida é com amor. O
modo correto de se viver é com gratidão”.
K. Kussumoto
_______________________________________________________________Agradecimentos
vii
AGRADECIMENTOS
Aos meus pais, Victório e Anilda, apesar de hoje eu
não estar mais compartilhando suas presenças, me permitiram,
através de seus incontáveis esforços, que eu ingressasse nesta
Universidade para minha formação profissional. Sei que hoje, onde
quer que estejam, estão felizes em saber que um filho seu atingiu
mais uma conquista na sua vida.
Agradeço ao meu sogro Olegário e minha sogra
Shirley, que durante minhas ausências, estiveram sempre ao lado
de minha família, cuidando, para que tudo se mantivesse na mais
perfeita harmonia.
Ao Prof. Dr. Ivaldo Gomes de Moraes, meu amigo e
orientador, minha eterna gratidão pela oportunidade oferecida,
bem como pela tolerância e dedicação na realização das diversas
fases desta orientação e, principalmente pela amizade honesta e
sincera. Deus sabe que você não apenas me orientou neste
trabalho, mas também nos momentos difíceis que passei neste
período de minha vida. Por mais que eu queira agradecer as
palavras serão ínfimas diante do que realmente eu sinto.
_______________________________________________________________Agradecimentos
viii
Aos Professores da Disciplina de Endodontia Dr.
Clóvis Monteiro Bramante, Dr. Norberti Bernardineli e Dr.
Roberto Brandão Garcia, agradeço pela diferenciação que sempre
me dispensaram. Mestres e amigos de grande valor não só para a
Endodontia, mas também pelo lado humano que guardam como
prioridade na concepção de formar profissionais e docentes.
Ao Dr. Alceu Berbert que sempre demonstrou um
carinho para comigo, e certamente foi um profissional digno de
respeito e admiração, e que contribuiu muito para a minha
formação profissional.
Ao Prof. Dr. Marco Antonio Hungaro Duarte, que
mesmo estando sempre atarefado, e muitas vezes, abdicando do
tempo que poderia desfrutar com a própria família, nunca soube se
negar para que este trabalho pudesse ser concretizado.
Ao Prof. Dr. Paulo Martins Ferreira que sempre me
estimulou para que eu encarasse as oportunidades surgidas, e, por
sempre manter as portas abertas para que eu pudesse me banhar
em novos conhecimentos o meu eterno, muito obrigado.
Á Carminha, Renata, Fernanda e Guilherme que
sempre me acolheram bem em seu lar, que por sinal, é um
exemplo de família a ser seguido.
_______________________________________________________________Agradecimentos
ix
AGRADEÇO AINDA
Aos meus colegas de turma do mestrado em
Endodontia: Adriana Lustosa, Amélio Taveira, Augusto
Bodanezi, Daniele Siqueira, Eduardo Bortoluzzi, Luciano
Cintra, Thaís Mendonça e Norberto Broon, pela tolerância,
compreensão e amizade.
À minha cunhada Mariângela pela ajuda na confecção
das tabelas.
Aos meus colegas de mestrado Zanda, Fernando
“Ozzy”, Cássia, Lígia e Carla com os quais compartilhei muitos
momentos de discussão, descontração e alegria, principalmente
durante as refeições no restaurante do Campus.
Ao meu grande amigo, o doutorando Paulo Fukashi,
que sempre me apoiou e ajudou, transmitindo seu conhecimento
infindável para que eu pudesse evoluir profissionalmente.
Aos funcionários da Biblioteca sempre tão dispostos a
ajudar, fica o meu agradecimento.
Aos funcionários da Disciplina de Endodontia, D.
Neide, Patrícia e Suely pelo profissionalismo gentileza e atenção
presentes em todos os momentos.
_______________________________________________________________Agradecimentos
x
Ao meu amigo Edimauro, pela confiança e amizade.
Um laço de amizade que teve inicio no período da graduação, e
perdura por todos estes anos, sempre forte.
Ao Prof. Dr. José Roberto Lauris que, mesmo
envolvido em outras atividades, colaborou com a análise
estatística desse trabalho.
À minha colega de mestrado Gisele Dalben pela
correção do Abstract
_______________________________________________________________Agradecimentos
xi
AGRADECIMENTOS INSTITUCIONAIS
Ao prefeito do Campus na pessoa do Prof. Dr. José
Fernando Castanha Henriques.
A Faculdade Odontologia de Bauru, Universidade de
São Paulo, na pessoa da Diretora Profª
.
Drª
.
Maria Fidela de Lima
Navarro.
À comissão de pós-graduação da Faculdade de
Odontologia de Bauru na pessoa do seu Presidente Prof. Dr. José
Carlos Pereira.
A Disciplina de Endodontia da Faculdade de
Odontologia de Bauru, na pessoa do chefe de departamento Prof.
Dr. Norberti Bernardineli
Ao CNPq pelo auxilio pecuniário.
SUMÁRIO
LISTA DE ABREVIATURAS.......................................................................... xv
LISTA DE FIGURAS..................................................................................... xvi
LISTA DE TABELAS..................................................................................... xvii
RESUMO ...................................................................................................... xx
1 INTRODUÇÃO .......................................................................................... 2
2 REVISÃO DE LITERATURA ..................................................................... 6
3 PROPOSIÇÃO .......................................................................................... 62
4 MATERIAL E MÉTODOS .......................................................................... 64
5 RESULTADOS .......................................................................................... 70
6 DISCUSSÃO ............................................................................................. 85
7 CONCLUSÕES ......................................................................................... 104
ANEXOS ...................................................................................................... 106
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................. 109
ABSTRACT .................................................................................................. 126
LISTAS
“É melhor merecer honrarias e não recebê-las do
que recebê-las sem merecer”
Mark Twain
_______________________________________________________________________Listas
xiv
LISTA DE ABREVIATURAS
µm .......................................................................
Micrometro
- .......................................................................
Menos
% .......................................................................
Porcento
µV .......................................................................
Microvolts
CDC .......................................................................
Canal-dentina-cemento
E.D.T.A. ....................................................................... Àcido Etileno Diamino
Tetra-Acético
F ....................................................................... Estatística da Analise
de variância
gl .......................................................................
graus de liberdade
gr .......................................................................
Grama
kHz .......................................................................
kiloHertz
mA .......................................................................
Miliamperes
mm .......................................................................
milímetro
mV .......................................................................
milivolt
Ni-Ti .......................................................................
Níquel-Titanio
.......................................................................
Número
p .......................................................................
probabilidade
QM .......................................................................
Quadrado médio
rpm .......................................................................
Rotações por minuto
Tipo K .......................................................................
Tipo Kerr
µA .......................................................................
microampere
.......................................................................
Ohms
_______________________________________________________________________Listas
xv
LISTA DE FIGURAS
Fig. 1 - Momento da medição eletrônica com o aparelho NovApex...... 69
Fig. 2 - Momento da medição eletrônica com o aparelho Root ZX......
69
Gráfico 1 - Valores médios das leituras realizadas com o Root ZX
®
e
NovApex
®
com lima nº10 e limas de calibres correspondentes aos
diâmetros dos forames..............................................................
....
83
Gráfico 2 - Valores médios das leituras realizadas com o Root ZX
®
com lima nº10 e limas de calibres correspondentes aos diâmetros
dos forames.............................................................................
....
84
_______________________________________________________________________Listas
xvi
LISTA DE TABELAS
Tabela-1- Valores individuais das medidas reais (microscópio) e
das oferecidas pelos aparelhos Root ZX
®
e NovApex
®
,
considerando-se diâmetro do forame em 100
µ
m (grupo A) e a
medida realizada com a lima n° 10...........................................
74
Tabela-2- Valores individuais das medidas reais (microscópio) e
das oferecidas pelos aparelhos Root ZX
®
e NovApex
®
,
considerando-se o diâmetro dos forames em 200
µ
m(grupo B) e
medidas realizadas com as limas n° 10 e 20..............................
75
Tabela-3- Valores individuais das medidas reais (microscópio) e
das oferecidas pelos aparelhos Root ZX
®
e NovApex
®
,
considerando-se o diâmetro dos forames em 300
µ
m (grupo C) e
medidas realizadas com as limas n° 10 e 30..............................
76
Tabela-4- Valores individuais das medidas reais (microscópio) e
das oferecidas pelos aparelhos Root ZX
®
e NovApex
®
,
considerando-se o diâmetro dos forames em 400
µ
m (grupo D) e
medidas realizadas com as limas n° 10 e 40..............................
77
Tabela-5- Descrição dos valores médios, mínimos, máximos, e
desvios padrão para as medidas encontradas com os
localizadores apicais eletrônicos..............................................
78
Tabela-6- Valores médios e desvios padrão (dp) obtidos
utilizando-se a lima nº 10 nas leituras com os aparelhos Root
ZX
®
e NovApex
®
nos forames de diâmetro 100, 200, 300 e
400µm....................................................................................
78
_______________________________________________________________________Listas
xvii
Tabela-7- Análise de variância a dois critérios, aplicados aos
valores obtidos com a lima nº 10 pelas variáveis aparelhos (Root
ZX
®
e NovApex
®
) e diâmetros de forames
(100µm/200µm/300µm/400µm)..................................................
79
Tabela-8- Resultados obtidos através de Analise de variância a
dois critérios para o aparelho Root ZX
®
comparando-se
diâmetros de forames (200µm/300µm/400mm) e lima (10 e
correspondente)......................................................................
79
Tabela-9- Resultados obtidos através de Analise de variância a
dois critérios para o aparelho NovApex
®
comparando-se
diâmetros de forames e lima....................................................
79
Tabela-10- Teste de Tukey para confrontação entre os
diâmetros dos forames, dos dados obtidos com o Root ZX
®
,
utilizando-se a lima nº 10 (p<0,05)...........................................
80
Tabela-11- Teste de Tukey para confrontação entre os
diâmetros dos forames, dos dados obtidos com o NovApex
®
,
utilizando-se a lima nº 10 (p<0,05)...........................................
80
_______________________________________________________________________Listas
xviii
Tabela-12- Teste de Tukey para comparação dos aparelhos
Root ZX
®
e NovApex
®
, das leituras dos valores médios obtidos,
com relação ao diâmetro dos forames (p=0,05)..........................
81
Tabela-13- Valores médios e desvios padrão comparando
medições realizadas com a lima nº 10 e com as limas
correspondentes aos diâmetros dos forames, utilizando-se os
aparelhos Root ZX
®
e o NovApex
®
............................................
81
Tabela-14- Teste de Tukey para verificar a influência do
diâmetro do forame sobre a leitura realizada com o aparelho
Root ZX
®
(p=0,05) com as limas correspondentes aos diâmetros
dos forames...........................................................................
82
Tabela-15- Teste de Tukey para verificar a influência do
diâmetro da lima sobre a leitura do aparelho Root ZX
®
(p=0,05)..
82
RESUMO
"A Odontologia é uma profissão que exige dos
que a ela se dedicam:
o senso estético de um artista,
a destreza manual de um cirurgião,
o conhecimento científico de um médico, e
a paciência de um monge".
Pio XII
_________________________________________________________________Resumo
xx
RESUMO
Este estudo objetivou avaliar a influência do diâmetro do
forame e do instrumento endodôntico na leitura odontométrica de dois
aparelhos localizadores apicais eletrônicos. Foram utilizados 40 dentes
incisivos inferiores, divididos em 4 grupos, de acordo com o diâmetro do
forame apical (100, 200, 300 e 400 µm). Após a abertura coronária
desses dentes e o acesso aos canais radiculares, realizou-se a medição
do comprimento dos mesmos com auxílio de um microscópio clínico com
ampliação de 7,8X, da incisal até que a ponta da lima surgisse no
forame apical. Os dentes foram colocados em potes individuais
contendo solução de ágar a 1% em solução salina de fosfato
tamponado, mantendo-se cerca de 2/3 de suas raízes imersas na
solução para que pudesse ser feita a leitura com o Root ZX
®
(J.Morita,
Japão) e o NovApex
®
(Fórum, Israel). Os mesmos foram medidos com
limas nº10 até que a distância de 0,5 mm do ápice fosse acusada no
display dos aparelhos. Uma outra medida foi realizada nos dentes
utilizando-se lima nº10 e limas com diâmetros correspondentes ao
diâmetro dos forames (200µm, 300µm e 400µm). Para a análise
estatística foi empregado o teste de Análise de Variância a dois
critérios para o confronto global entre os aparelhos e o emprego da lima
nº10 em todos os dentes e teste de Tukey para as comparações
individuais. Os resultados demonstraram diferença estatística na
precisão dos dois aparelhos com um resultado mais preciso para o Root
ZX
®
(p<0,05). Dentes com forame, de menor diâmetro, apresentaram
uma medida mais precisa com o localizador apical e dentes com forame
de maior diâmetro apresentaram uma maior discrepância na medida. O
emprego de limas tipo K nº10 nos dentes com forames de diâmetros
maiores apresentaram maior precisão na medição quando comparadas
às limas coincidentes aos diâmetros dos forames para o aparelho Root
ZX
®
. Para o NovApex
®
esta correlação só passou a ocorrer a partir da
lima nº40.
1 - INTRODUÇÃO
“Os benefícios da instrução nunca são perdidos”
Franklin Roosevelt
________________________________________________________________Introdução
2
1 - INTRODUÇÃO
Na endodontia, a determinação do comprimento de trabalho
é uma das mais precoces etapas da terapia endodôntica, consistindo o
momento em que o dente é mensurado, indicando o limite apical de
instrumentação, sendo, portanto, de suma importância para a realização
de um bom tratamento endodôntico. Embora o canal radicular principal
esteja limitado pelo forame apical, o ponto de menor diâmetro deste
canal é usualmente encontrado na constrição apical, no limite CDC. De
acordo com RICUCCI; LANGELAND
105
a constrição apical, representa a
transição entre o tecido pulpar e o tecido periodontal. Estabelecer o
comprimento de trabalho coincidente com esta região do canal radicular
é o ideal para o tratamento endodôntico. Segundo INGLE
57
, um
comprimento de trabalho estabelecido além dessa região, poderá causar
perfuração apical e sobre-instrumentação, com conseqüente sobre-
obturação o que poderá provocar dor pós-operatória e, certamente,
dificultará o processo de cicatrização. Em contrapartida, um
comprimento de trabalho aquém do menor diâmetro poderá levar a uma
inadequada limpeza do canal radicular, assim como uma sub-obturação
permitindo a infiltração de fluidos para o interior do canal, provocando
insucesso no tratamento endodôntico.
KUTTLER
75
reportou que a constrição do canal se dá
aproximadamente de 0,5 a 1,0 mm aquém do forame e que, em cerca de
70 % a 80 % dos casos, o forame apical apresenta-se ligeiramente
aquém do ápice radicular. Esses estudos foram confirmados por
GREEN
45
examinando, em estereomicroscópio, ápices de 400 dentes
anteriores. Desta forma, a radiografia nem sempre oferece uma visão
real da posição terminal do canal. Isto significa que o comprimento
radiográfico do dente pode determinar um comprimento de trabalho
incorreto quando comparado com a localização real do forame apical.
Alguns métodos de determinação do comprimento de
________________________________________________________________Introdução
3
trabalho foram descritos e aferidos cientificamente, desde a
sensibilidade táctil digital; passando por métodos fundamentados em
análises radiográficas que são interpretadas com auxílio de fórmulas
matemáticas, escalas, ou apenas de acordo com a interpretação do
operador, até métodos eletrônicos. Esses métodos foram utilizados
isoladamente ou em conjunto.
Na odontometria tradicional, amplamente difundida e
realizada por meio de tomadas radiográficas, na maioria dos casos, o
ápice dental radiográfico é considerado referência para se estabelecer o
comprimento do dente e, conseqüentemente, o comprimento de
trabalho. Os métodos que utilizam interpretações de imagens
radiográficas possuem limitações resultantes de fatores como
distorções, impossibilidade de visualização do forame e constrição
apicais,
interferências anatômicas e de instrumentais clínicos, como os
grampos, utilizados durante o tratamento endodôntico. Inclusive, se
impõe a restrição quanto ao fato de ser uma imagem bidimensional de
um objeto tridimensional, além da interpretação subjetiva do operador.
Apesar do método eletrônico de determinação do
comprimento de trabalho ter sido inicialmente apresentado por
CUSTER
24
no inicio do século, foi somente no ano de 1962 que
SUNADA
119
apresentou um aparelho capaz de realizar a medição
eletrônica do comprimento do canal radicular, a partir da indicação do
valor da diferença de potencial elétrico entre o conteúdo do canal
radicular e o ligamento periodontal.
Os localizadores apicais, baseados no principio de
SUNADA
119
, são aparelhos do tipo resistência, onde trabalham com o
registro de que a resistência elétrica entre o ligamento periodontal e a
mucosa bucal apresenta um valor constante. Esses aparelhos são
denominados de primeira geração. Tais localizadores apicais
eletrônicos tiveram a precisão aferida por vários estudos, TENEBAUM
121
(1967), INOUE
60
(1973), O’NEILL
92
(1974), BRAMANTE; BERBERT
13
(1974), BLANK; TENCA; PELLEU
12
(1975), SEIDBERG
109
et al (1975),
________________________________________________________________Introdução
4
BUSCH
18
et al (1976), KAUFMAN
60
(1979), BECKER
7
(1980), CHUNN;
ZARDIACKAS; MENKE
20
(1981), BERMAN; FLEISCHMAN
10
(1984), INOUE;
SKINNER
61
(1985), TROPE
127
(1985), ABBOTT
1
(1987), AUN
3
(1988),
KAUFMAN; SZAJKIS
67
(1989), FOUAD
38
et al (1990), STEIN
116
et al
(1991), WU; SHI; HUANG
134
(1992) que indicaram diferentes índices de
sucesso nas medições. A maior desvantagem dos aparelhos
fundamentados nesse método, reside no fato das leituras não
apresentarem confiabilidade quando o canal apresenta algum tipo de
umidade em seu interior. Todos os estudos que exibiram algum índice
de sucesso do método foram executados a partir de leituras em canais
secos.
Frente à dificuldade de se obter medições precisas em
canais úmidos com tais localizadores apicais, em 1965, KONAMURA
74
et al desenvolveram, um novo aparelho para a obtenção do comprimento
de trabalho. Mesmo sendo baseado no principio da resistência elétrica,
proposto por SUNADA
119
, esse aparelho diferenciava-se do anterior,
pela aplicação de uma corrente elétrica alternada na medição do valor
da resistência elétrica do ligamento periodontal. Uma vez aplicado esse
tipo de corrente, a resistência elétrica do meio passa a denominar–se
impedância, que é a capacidade que os materiais possuem de impedir a
passagem da corrente elétrica, sendo medida em ohms().
A diferença entre os localizadores apicais do tipo
resistência e os baseados no método da impedância é que, nestes, não
há interposição dos pólos positivo e negativo. O eletrodo da lima
transmite uma corrente alternada gerada pelo aparelho, que faz com
que os pólos positivo e negativo, correspondentes à corrente contínua,
se alternem no mesmo eletrodo. As variações nos valores da
impedância são captadas pelo eletrodo, justaposto na mucosa bucal, e
transmitidas para o aparelho. Essas variações são traduzidas pelo
aparelho oferecendo a leitura no visor.
Apesar das evoluções técnicas apresentadas pelos
aparelhos de segunda geração, baseados na leitura da impedância, os
________________________________________________________________Introdução
5
mesmos ainda não apresentavam medições precisas em canais
contendo soluções condutoras de corrente elétrica.
A imprecisão dos resultados alcançados, até então, pelo
método eletrônico, em canais contendo umidade, determinou o
desenvolvimento de aparelhos capazes de detectar a posição da
constrição apical sob quaisquer condições. Em 1989, YAMAOKA;
YAMASHITA; SAITO
135
demonstraram um novo método de medição
eletrônica dos canais radiculares a partir da determinação dos valores
de resistência elétrica em função de duas freqüências de corrente
alternada, o que possibilitaria a leitura sob condições de umidade no
interior do canal. Vários pesquisadores FRANK; TORABINEJAD
39
(1993), FOUAD; RIVERA; KRELL
37
(1993), MAYEDA
83
et al (1993),
FELIPPE; SOARES
33
(1994), ARORA; GULABIVALA
2
(1995), CZERW
26
et al (1995), LAUPER; LUTZ; BARBAKOW
77
(1996), PRATTEN;
McDONALD
101
(1996), VAJRABHAYA; TEPMONGCOL
131
(1997),
DUNLAP
29
et al (1998), OUNSI; HADDAD
93
(1998), PAGAVINO; PACE;
BACCETI
95
(1998), WEIGER
132
et al (1999), MARTINEZ-LOZANO
82
et al
(2001), JENKINS
62
(2001), MEARES; STEIMAN
86
(2002), WELK;
BAUNGARTNER; MARSHAL
133
(2003), avaliaram a capacidade de
localização eletrônica do forame apical, utilizando aparelhos do tipo
freqüência (Apit
®
, Endex
,
Root ZX
®
), em canais contendo líquidos
condutores de corrente elétrica, obtendo bons resultados.
Apesar dos inúmeros estudos realizados com esse tipo de
aparelho, não foi possível se observar uma uniformidade de resultados
em relação ao calibre das limas empregadas nos experimentos, assim
como, a relação desse calibre com o diâmetro dos forames apicais na
obtenção de resultados fidedignos. Com isso, dúvidas pairam sobre qual
o calibre ideal do instrumento a ser utilizado na determinação do
comprimento do dente ao se utilizar o método eletrônico, e se esse
diâmetro guarda alguma relação com o diâmetro do forame apical.
2 - REVISÃO DE LITERATURA
“Ainda que chegues a viver cem anos, nunca
deixes de aprender”
Provérbio Russo
_____________________________________________________Revisão de Literatura
7
2 - REVISÃO DE LITERATURA
A necessidade do estabelecimento de um limite ideal de
instrumentação e obturação dos canais radiculares é uma constante nas abordagens
científicas sobre o tema. Algumas técnicas, descritas ao longo do tempo, tiveram sua
precisão e confiabilidade avaliadas em estudos de experimentação e divulgadas por
autores que buscam esclarecer sua viabilidade.
As técnicas que utilizam imagens radiográficas para determinação do
comprimento do canal radicular têm sido alvo de constantes observações a partir de
suas deficiências, muitas delas atribuídas ao fato de serem baseadas em imagens
bidimensionais, ou mesmo pela interpretação subjetiva do resultado ou, ainda
dependerem de um processamento cuidadoso para oferecer uma imagem de
qualidade. A técnica radiográfica de INGLE; BAKLAND
58
é a mais utilizada pelos
cirurgiões dentistas para o tratamento endodôntico, contudo, não tem possibilitado um
índice de sucesso muito satisfatório, o que conduziu pesquisadores a buscarem
alternativas para a determinação do comprimento de trabalho na Endodontia.
A partir de alguns estudos, descobriu-se que existiam dois níveis de
resistência elétrica ocorrendo entre a polpa e o ligamento periodontal ocorrendo. Com
isto, abriu-se uma linha de investigação sobre esse fenômeno. O forame apical
divide, eletricamente, as paredes do canal radicular, que apresentam uma baixa
capacidade de conduzir corrente elétrica, dos tecidos periodontais apicais, que, assim
como os demais tecidos conjuntivos do organismo, permitem uma maior passagem da
corrente elétrica.
Algumas considerações sobre os métodos para detectar essa região
que, coincidentemente, localiza-se no forame apical, serão revistas, e o
desenvolvimento tecnológico será cronologicamente abordado.
A técnica eletrônica tem sido investigada e muitas considerações
emitidas sobre o tema denotam diferentes opiniões à respeito da precisão e
confiabilidade dos métodos, nas suas variações (resistência, impedância e
_____________________________________________________Revisão de Literatura
8
freqüência), e de seus aparelhos.
No estudo apresentado por CUSTER
24
, em 1918, o autor elaborou uma
discussão em torno da necessidade da obtenção de uma obturação hermética do
canal radicular, evitando a presença de agentes irritantes que pudessem levar à
manutenção do processo inflamatório. Segundo a prática vigente, na época, os dentes
que apresentavam processos infecciosos deveriam ser extraídos, uma vez que tais
focos dentários poderiam se disseminar para o organismo, causando doenças
sistêmicas. O autor salientou a necessidade de se obter sucesso no tratamento
endodôntico no sentido de preservar os elementos dentários, discorrendo sobre as
dificuldades na obtenção do comprimento de trabalho e relatou as diferentes técnicas
de obtenção da medida exata do canal radicular. Uma delas, a técnica elétrica, que se
baseava na diferença de condutividade elétrica de um canal radicular seco, ou
preenchido com líquido não condutor, e dos tecidos além do forame apical. O
aparelho utilizado pelo autor constituía-se de um miliamperímetro ligado a uma fonte
de corrente contínua e dois eletrodos, um acoplado a uma região próxima ao dente
que iria sofrer a medição e outro, em forma de fio de aço, inserido no interior do canal
radicular do dente em questão. As leituras eram determinadas a partir da maior
variação da agulha do mostrador do aparelho, que indicava quando a ponta do
instrumento passava pelo forame, fechando o circuito elétrico.
SUZUKI
120
, em 1942, apud SUNADA
119
apresentou um estudo
experimental realizado em dentes de cães sobre iontoforese de nitrato de prata,
combinado com amônia. Nesse estudo, o autor objetivou estudar a resistividade
elétrica da parede dentinária radicular, usando como referência a penetração de
solução de nitrato de prata. Os resultados mostraram, por meio de cortes transversais,
que a solução penetrava nas paredes do canal radicular numa profundidade uniforme,
independentemente da posição do eletrodo negativo. Este fato possibilitou a
afirmação de que a resistência elétrica entre o eletrodo inserido no interior do canal,
quando atinge o ligamento periodontal apical, e o eletrodo da mucosa bucal, possui
um valor constante.
Baseado nos resultados apresentados por SUZUKI
120
, SUNADA
119
em
1962, trabalhando com 124 dentes, apresentou um trabalho onde propunha um novo
método para determinação do comprimento do dente durante o tratamento
_____________________________________________________Revisão de Literatura
9
endodôntico, sem a necessidade de tomadas radiográficas, calculando o valor da
resistência elétrica entre o ligamento periodontal e a mucosa bucal. O autor utilizou
um aparelho eletrônico para medição da resistência elétrica dos tecidos bucais,
constituído basicamente por uma placa metálica de cerca de 5 cm de área, conectada
ao pólo negativo de um resistômetro, e uma lima endodôntica fixada ao pólo positivo.
Observou que, no momento em que a ponta da lima atingia o ligamento periodontal,
indo além do forame apical ou através de uma perfuração na parede dentinária, a
resistência à corrente elétrica atingia o valor constante de 6,5. Baseado nos
achados de seu experimento, o autor sugeriu a teoria de que a resistência elétrica
entre a mucosa bucal e o ligamento periodontal possui uma relação constante,
independente da idade e sexo do paciente e das características anatômicas do dente
a ser tratado.
TENEBAUM
121
, em 1967, avaliou o método proposto por SUNADA
119
,
em estudo realizado “in vitro” e “in vivo”, de um aparelho constituído por uma pilha
como fonte de corrente contínua, um potenciômetro, um miliamperímetro e dois
eletrodos, um positivo e outro, negativo. O aparelho foi calibrado a 50 µA, e o eletrodo
negativo colocado sobre a mucosa, na região próxima ao ápice radicular. Uma lima,
conectada ao eletrodo positivo, foi inserida no interior do canal radicular seco até
atingir o forame apical. O estudo "in vitro" foi realizado em 50 dentes extraídos, já o
estudo "in vivo" foi conduzido em 102 condutos de pacientes com idade variando
entre 12 e 74 anos. Os resultados tanto dos experimentos "in vivo" como "in vitro"
foram aferidos pela técnica radiográfica. O autor concluiu que no estudo “in vivo” o
aparelho apresentou acerto na medição em 92,16% dos casos, com uma margem de
aproximação de ± 1,0mm.
Utilizando uma corrente de alta freqüência para a determinação do
comprimento do dente, STOIANOV
117
, em 1968, estudou um aparelho constituído de
uma ponte de impedância, um oscilador de freqüência variável, um voltímetro de
corrente alternada e um aparelho estereotáxico. O estudo foi executado a partir da
inserção de uma sonda lisa de aço inox, empregada como eletrodo, no interior do
canal. Quando a corrente elétrica alternada era acionada, a mesma seguia dois
trajetos diferentes, como se fossem duas resistências ligadas em paralelo. Um trajeto
era extra apical, representado por cemento e ligamento periodontal, com uma
resistência ôhmica relativamente alta e pouco variável. O outro trajeto, no interior do
_____________________________________________________Revisão de Literatura
10
canal, era de valor ôhmico mais baixo e variável, onde a resistência variava menos,
em função da freqüência da corrente medida, por ter um conteúdo de alto teor de
água e de eletrólitos dissolvidos no interior do canal. Após a determinação da
freqüência, o fio era removido do interior do canal radicular, medindo-se a sua
extensão de penetração. Os resultados foram agrupados graficamente e a análise dos
100 canais estudados mostrou resultados favoráveis e constantes. Segundo o autor,
este método apresentaria, como vantagens, rapidez e segurança sendo, ainda,
facilmente aplicável e cômodo para o paciente.
CASH
19
, em 1972, apresentou o Endometer, baseado no princípio
eletrônico da resistência elétrica dos tecidos, proposto por SUNADA
118
. O autor
relatou um período de utilização clínica do aparelho de 3 anos, apresentando altos
índices de sucesso, assim como a possibilidade de diagnosticar molares fraturados
após a abertura coronária. Destacou a diminuição do tempo consumido para as
leituras do comprimento de trabalho, demonstrando, numericamente, uma economia
de mais de 50% nas horas de trabalho.
No ano de 1972, INOUE
59
, observando que médicos realizavam vários
diagnósticos por meio da auscultação, realizou alguns experimentos com o Sono-
Explorer com o intuito de utilizar-se também da audição, para melhorar a eficiência do
diagnóstico na Endodontia. Primeiramente observou que ao acoplar o eletrodo à
mucosa bucal, obtinha-se sempre a mesma freqüência de som denotando-se, assim,
que a mucosa bucal apresentava-se com um consistente grau de condutividade.
Quando a agulha de medição tocava um dente úmido com saliva provocava um
determinado som, mas quando o mesmo se encontrava seco não havia emissão
alguma de som pelo aparelho. O autor também observou que quando a agulha de
medição estava no interior do canal emitia um som de baixa intensidade, mas quando
essa agulha alcançava o forame apical o som se tornava semelhante ao som quando
em contato com a mucosa bucal. A partir dessas observações o autor concluiu que o
canal poderia ser medido sem a necessidade de tomadas radiográficas. Poder-se-ia
também descobrir perfurações na câmara pulpar.
BRAMANTE; BERBERT
13
, em 1974, avaliaram diferentes técnicas de
odontometria, comparando a efetividade entre os métodos radiográficos de BEST
11
,
BREGMAN
15
, INGLE
58
e BRAMANTE, e o método proposto por SUNADA
119
. O objetivo
_____________________________________________________Revisão de Literatura
11
foi verificar a precisão dos resultados obtidos em condições clínicas, com aqueles
obtidos “in vitro”, após a extração dos dentes. Foram utilizados, no experimento, 224
dentes de 46 pacientes, de ambos os sexos, com indicação prévia de extração por
motivos protéticos ou ortodônticos. A análise dos resultados indicou medições mais
precisas do comprimento de trabalho pelo método eletrônico, em relação aos métodos
de BREGMAN
15
e BEST
11
, apesar do método proposto por SUNADA
119
ter
apresentado um alto grau de variabilidade. Os melhores resultados encontrados pelo
método eletrônico foram nas raízes palatinas de molares e pré-molares Os autores
destacaram como prováveis causas da imprecisão do método, a presença de
umidade no interior dos canais radiculares, diâmetros reduzidos dos mesmos e
presença de restaurações metálicas. Observou-se, também, que o método de
INGLE
57
apresentou uma maior porcentagem de medições com sucesso.
SEIDBERG et. al
109
, em 1975, realizaram uma avaliação clínica para
observar a precisão do Sono-Explorer na determinação do comprimento do canal
radicular, comparando-o com o método da sensibilidade táctil-digital. Foram utilizados
100 dentes unirradiculados de pacientes necessitando tratamento endodôntico, onde
50 casos foram medidos com o Sono-Explorer e os demais, pelo método da
sensibilidade táctil digital. Os dentes avaliados foram selecionados sem levar em
consideração a condição periapical ou o conteúdo encontrado no interior dos canais
radiculares (presença ou ausência de tecidos ou fluidos pulpares). A avaliação dos
resultados indicou a eficácia do aparelho em apenas 48% dos 50 casos, quando
comparado com o ápice radiográfico. Já o método da sensibilidade táctil-digital,
atingiu 64% de sucesso, na determinação do comprimento de trabalho. Tomadas
radiográficas foram realizadas para a aferição das posições dos instrumentos no
interior do canal. Os autores concluíram que apesar de ser válida a utilização de
qualquer método que venha diminuir a radiação recebida pelo paciente, durante o
tratamento endodôntico, o Sono-Explorer não é confiável para eliminar a tomada
radiográfica na terapia endodôntica.
BLANK; TENCA; PELLEU
12
, em 1975, avaliaram a precisão de dois
aparelhos, o Endometer e o Sono-Explorer na localização do forame apical. Os
experimentos foram realizados em 65 dentes anteriores e posteriores de pacientes
com indicação de extração por problemas periodontais ou protéticos, totalizando 103
canais. Após as mensurações, os dentes foram extraídos e o comprimento dos canais
_____________________________________________________Revisão de Literatura
12
radiculares medido pela visualização direta da ponta do instrumento na saída do
forame apical. Os autores destacaram que a utilização do ápice radiográfico como
limite de medição do canal radicular não corresponde à real determinação do
comprimento do dente, uma vez que o método radiográfico apresenta distorções que
levam a uma imprecisa interpretação da posição do forame. As leituras indicaram
resultados aceitáveis, em 87% das medições realizadas. Apesar de não haver
diferença estatística significante entre os dois aparelhos, leituras mais consistentes
foram obtidas com o Endometer, além de ser um aparelho mais fácil de se utilizar
clinicamente.
Para avaliar a eficiência do Sono-Explorer, na determinação do limite
apical de instrumentação, BUSCH et al
18
, em 1976, realizaram 193 medições em 72
dentes unirradiculados utilizando tal aparelho. Tomadas radiográficas foram
realizadas para verificar a precisão do medidor. Os índices obtidos mostraram que
sua precisão foi aceitável em 93,3% dos casos dentro de um limite de 0,5mm
definido entre o ápice radiográfico para mais ou para menos. Os autores
recomendaram a utilização do aparelho para localização do forame apical com base
nos bons resultados obtidos no experimento, salientando que os casos que
apresentaram maior dificuldade na determinação do forame foram aqueles que
possuíam áreas radiolúcidas periapicais, ápices incompletos ou áreas de reabsorção
apical. Apesar de não haver diferença estatística significante entre medições de
canais vitais e necróticos, as leituras foram aceitáveis em 95,6% dos casos com polpa
vital contra 87,9% dos casos com polpas necróticas.
PLANT ; NEWMAN
99
, também em 1976, avaliaram clinicamente o
Sono-Explorer em 32 dentes que estavam previamente com indicação para extração
por motivos diversos. A medição foi realizada pelo método eletrônico antes da
extração. Após a extração, os dentes foram medidos pelo método direto, pela
visualização da ponta do instrumento no forame apical. Em somente dois casos a
leitura foi de 0,3mm e 0,5 mm mais curta que o comprimento real do dente, nos
demais, a leitura realizada pelo aparelho foi coincidente com o comprimento real do
dente.
SUCHDE; TALIM
118
, em 1977, desenvolveram um aparelho para
localização do forame apical, denominado Electronic Ohmeter, partindo de
_____________________________________________________Revisão de Literatura
13
modificações no circuito original dos aparelhos preexistentes. Utilizando corrente
elétrica alternada, ao invés de corrente contínua, com a voltagem modulada em 5 µA,
os autores objetivaram prevenir injúria aos tecidos periapicais. Outra modificação foi a
determinação da freqüência utilizada para 1 kHz, aumentando, assim, a confiabilidade
das leituras. O protótipo foi estudado em 51 dentes anteriores superiores de 43
pacientes e 25 canais radiculares de dentes posteriores de 10 pacientes, com
indicação de tratamento endodôntico. Após isolamento absoluto e abertura coronária,
os dentes foram preparados biomecanicamente visando permitir a passagem de um
cone de prata, funcionando como eletrodo. Os canais foram secos utilizando-se
pontas de papel absorvente e procedidas as leituras. A análise da precisão do
aparelho foi feita por comparação com tomadas radiográficas do eletrodo em posição
no interior do canal radicular. Aceitou-se como medidas precisas e positivas aquelas
onde o cone de prata encontrava-se em posições correspondentes ao ápice
radiográfico ou 0,5 mm aquém. Outros resultados determinavam falha ou imprecisão
na leitura. Em todos os casos de dentes sem lesão periapical, radiograficamente
aparente, o resultado foi preciso. Em dentes com lesão periapical, 82,9% obtiveram
leituras satisfatórias, ou seja leituras onde a ponta do cone de prata encontrava-se
em posições correspondentes ao ápice radiográfico ou 0,5 mm aquém e, 17,1%,
forneceram leituras imprecisas. Em 95% dos casos com forames apicais totalmente
formados, ocorreram leituras precisas, enquanto que em apenas 63% de dentes
portadores de ápices incompletos, o aparelho mostrou precisão. Os autores
concluíram que variações nas condições dos tecidos periapicais e ausência de
constrição apical, são relevantes na precisão do aparelho.
KAUFMAN; HELING; SECHAIEK
66
, em 1979, realizaram um estudo
comparativo na determinação do comprimento de trabalho, entre o aparelho Sono-
Explorer e o método radiográfico proposto por INGLE; BAKLAND
58
. Para esse estudo
foram utilizados 106 canais de dentes anteriores e posteriores de 61 pacientes, com
idade variando de 19 a 49 anos. A medição foi realizada durante o tratamento
endodôntico. Os resultados obtidos indicaram coincidência de leituras entre os
métodos em 48,3% dos casos. Em 34,4%, as leituras do Sono-Explorer foram mais
curtas 0,5mm em relação às indicadas pelo método radiográfico. Em 17,3% dos
casos, as leituras foram entre 0,5mm a 2mm aquém do ápice radiográfico. Estas
diferenças foram interpretadas, pelos autores, como sendo clinicamente aceitáveis,
uma vez que o aparelho Sono-Explorer indica leitura do ápice a partir da posição da
_____________________________________________________Revisão de Literatura
14
constrição apical, de maneira diferente do método radiográfico, que fornece a imagem
de duas dimensões da raiz, não determinando com exatidão a posição do forame
apical. Os autores concluíram que o Sono-Explorer fornece a posição do forame
apical e não o ápice radiográfico.
Em 1980, DAHLIN
27
apresentou o Dentometer, aparelho para
localização apical eletrônica que, segundo o autor, diferia dos demais aparelhos
fundamentados pelo princípio da resistência elétrica por possuir uma operação de
calibragem automática, facilitando o procedimento, e utilização de corrente alternada,
incrementando maior precisão à localização do forame apical. O autor indicou o
método na localização de exposições pulpares, perfurações por pinos de retenção,
perfurações de câmara pulpar e perfurações radiculares. Relatou a ineficácia do
aparelho em medir canais de dentes jovens e com forames extremamente amplos.
Ressaltou, também, a ineficácia do aparelho quando o canal apresentava umidade em
seu trajeto, provocando medidas mais curtas do comprimento de trabalho.
BECKER et al,
7
também em 1980, analisaram comparativamente os
métodos eletrônico e radiográfico para medição da extensão dos canais radiculares
realizando o experimento em 41 raízes de 24 primeiros molares decíduos de suínos.
Os dentes foram divididos em dois grupos de acordo com a extirpação pulpar, onde,
no segundo grupo, a extirpação pulpar foi mais vigorosa. As leituras eletrônicas foram
realizadas pelo aparelho Forameter após a extirpação pulpar, seguido de tomadas
radiográficas e extração do dente. Os resultados obtidos no primeiro grupo foram
menos precisos do que no segundo demonstrando a inefetividade maior do aparelho
na presença de tecido pulpar. Ambos foram menos precisos do que o método
radiográfico.
CHUNN; ZARDIACKAS; MENKE
22
, igualmente, estudaram o
Forameter, em 1981. O objetivo foi avaliar a precisão do aparelho na determinação do
comprimento de trabalho numa distância entre 0,5mm a 1,0mm do forame apical. O
estudo foi realizado in vivo utilizando-se 20 canais de dentes que possuíam indicação
para extração. Após isolamento e abertura coronária, os dentes foram irrigados com
água destilada e o conteúdo pulpar removido. Uma lima acoplada ao aparelho foi
introduzida no canal até que a leitura do mesmo fosse de 0,5mm a 1,0mm aquém do
forame apical. Após a fixação da lima em posição com resina composta, duas
_____________________________________________________Revisão de Literatura
15
tomadas radiográficas (uma pela técnica da bissetriz e outra pela técnica do
paralelismo) foram executadas anteriormente à extração. As medidas reais do
comprimento do dente foram analisadas microscopicamente. Dos vinte canais, 13
(65%) apresentaram a ponta do instrumento além do forame apical. Em 15% dos
casos as leituras foram obtidas num limite de 0,5mm a 1,0mm aquém do forame. Os
demais casos apresentavam posições aquém do limite estabelecido. Na análise do
método radiográfico, 45% dos casos que indicavam a ponta do instrumento
localizando-se aquém do ápice, na realidade, mostravam-se passando além forame
apical. Assim o método eletrônico utilizando o Forameter demonstrou ser impreciso
em 65% das medições, sendo o método radiográfico insatisfatório em 45% dos casos
estudados. Os autores ressaltaram que o fator limitante para o uso do método
eletrônico proposto é a impossibilidade de completa secagem dos canais,
previamente aos procedimentos de mensuração.
Diante das dificuldades dos aparelhos, até então existentes, em medir
canais com umidade o que, provavelmente, provocava discrepâncias em vários
estudos realizados com tais aparelhos USHIYAMA
128
, em 1983, desenvolveu um novo
método para determinar o comprimento de trabalho de um canal radicular , podendo o
mesmo estar preenchido com eletrólitos. Baseado no fenômeno elétrico dos tecidos
duros dentais (esmalte, dentina e cemento) apresentarem-se como isolantes elétricos,
ao determinar-se a variação do gradiente de voltagem em uma corrente elétrica
(através da medição da milivoltagem entre dois eletrodos), a constrição apical seria
detectada. O fenômeno se deve ao fato da intensidade de corrente elétrica (voltagem)
ser inversamente proporcional ao diâmetro do meio conducente (no caso, o canal
radicular). O autor estudou o método a partir de dentes unirradiculados extraídos,
determinando as variações do gradiente de voltagem durante o trajeto do canal
radicular. Após abertura coronária, os dentes foram fixados de maneira que a raiz
permanecesse submersa em solução de NaCl a 0,9%. Posteriormente, os canais
foram instrumentados até a lima tipo K n° 25 e, por capilaridade, completados com a
mesma solução. Uma corrente elétrica de 10µA foi aplicada e à medida que a ponta
do instrumento se aproximava do forame apical, as variações do gradiente de
voltagem eram registradas. Como resultado, as variações determinaram uma curva de
aumento constante até a região apical. Quando o instrumento ultrapassava a
constrição apical ocorria uma queda abrupta nesses valores (de 14µV para 0,4µV). A
análise desses dados permitiu ao autor concluir que, mesmo na presença de
_____________________________________________________Revisão de Literatura
16
exsudação dos tecidos apicais, sangue ou pus no interior do canal, não ocorreria uma
alteração na leitura da constrição apical fornecida pelo aparelho conduzindo, então, à
correta detecção daquele ponto.
NAHMIAS; AURELIO; GERSTEIN
87
, em 1983, descreveram um método
rápido e preciso, segundo eles, para a determinação de perfurações radiculares, com
a utilização de um aparelho eletrônico medidor de canais (ECLMD). Os autores
descreveram 3 casos clínicos onde o procedimento foi executado com êxito. A técnica
recomendava conectar uma lima do tipo K n°10 ao eletrodo do aparelho, inserindo-a
no local suspeito da perfuração. Uma variação imediata no valor da resistência
elétrica era notada, contrastando com o aumento gradual registrado no display do
aparelho, quando da medição do comprimento do dente.
Os mesmos autores
88
apresentaram também, um modelo para estudo e
treinamento "in vitro", da medição do comprimento dos canais radiculares utilizando-
se da técnica eletrônica. O modelo constituía-se de um tubo de polietileno preenchido
com ágar a 2% em solução salina tamponada (NaCl, 9g; Na
2
HPO
4
, 1,43g; KH
2
PO
4
,
0,18g ; H
2
O, 1000ml), no qual era posicionado um dente extraído. O conjunto era
refrigerado por duas horas, permitindo que o ágar tomasse consistência sólida. Uma
lima era introduzida no interior do canal para se realizar a leitura eletrônica e um fio de
aço atuando como o outro eletrodo transpassava a base inferior do tubo de polietileno.
O modelo descrito foi indicado para todos os aparelhos fundamentados pelo princípio
da determinação da variação da resistência elétrica (no caso de corrente contínua), ou
impedância (no caso de corrente alternada).
BERMAN; FLEISCHMAN
10
, em 1984, avaliaram a eficiência do
aparelho Neosono-D quanto à determinação do comprimento de canais radiculares
em dentes com ápices totalmente formados ou com ápices incompletos. Foram
utilizados 29 canais de 21 pré-molares superiores e inferiores, com indicação de
extração por razões ortodônticas. Deste grupo de dentes, 24 raízes apresentavam
total formação apical e 5 raízes apresentavam-se incompletas. Radiografias pré-
operatórias foram realizadas para a determinação do comprimento estimado dos
dentes. Após anestesia e isolamento absoluto, procedeu-se a abertura coronária e o
tecido pulpar foi parcialmente removido. Os canais foram irrigados com solução salina
estéril e cuidadosamente secos com pontas de papel absorvente. A leitura do ponto
_____________________________________________________Revisão de Literatura
17
correspondente ao forame apical foi executada, e o instrumento, utilizado como
eletrodo, fixado cuidadosamente na posição indicada com resina composta auto-
polimerizável. Após a fixação da lima foi tomada uma radiografia pela técnica do
paralelismo. Depois da extração dos dentes, a distância entre a ponta do instrumento,
no interior do canal, e a saída do forame apical, foi medida inserindo-se outra lima,
conectada a um voltímetro, via retrógrada. Quando os dois instrumentos se tocavam
fechava-se o circuito ocorrendo uma leitura de 0 ohm no aparelho. Dos 24 canais com
ápices formados, 2 tiveram leituras além do forame apical, e, em 22 canais, as pontas
das limas localizaram-se, em média, 0,41mm aquém do forame apical. Nos cinco
canais com ápices incompletos, o aparelho determinou leituras mais curtas que o
comprimento real do dente (3,2mm em média). Os autores concluíram que este
aparelho é confiável em determinar o comprimento de trabalho mantendo tolerâncias
clínicas aceitáveis.
USHIYAMA
129
, ainda em 1984, avaliou a precisão do método do
gradiente de voltagem, na localização da constrição apical, e estudou o grau de risco
do paciente, frente à aplicação de uma corrente alternada de baixa intensidade para a
medição eletrônica do canal. O autor utilizou 6 incisivos inferiores de bovinos,
preparados e colocados em solução de NaCl a 0,9%, no primeiro experimento. Foram
realizados acessos à cavidade pulpar e apenas a polpa coronária removida. Nenhum
preparo prévio (remoção da totalidade do tecido pulpar e secagem do canal) foi
realizado. As leituras obtidas pela mensuração da variação do gradiente de voltagem
foram transferidas para um gráfico. Apenas um caso não possibilitou uma leitura
precisa, provavelmente por este dente ter apresentado formação incompleta do
forame apical. O segundo experimento, realizado em dentes de cães, monitorando-se
as respostas cardíaca e respiratória frente à passagem de corrente elétrica, levou o
autor a concluir que a corrente utilizada para se fazer a medição eletrônica é muito
fraca para trazer qualquer risco ao paciente.
INOUE; SKINNER
61
, em 1985, avaliaram um novo modelo do Sono-
Explorer (Sono-Explorer Mark III), no qual foram introduzidas algumas modificações
com relação aos modelos anteriores como, redução de peso, alarme sonoro somente
quando a lima atingia o forame apical e o display apresentava-se com apenas 6
divisões. Nos modelos anteriores, os aparelhos possuíam 80 divisões (Sono-Explorer)
e 70 divisões (Sono-Explorer Mark-II); simplificou-se, desta forma, a técnica de
_____________________________________________________Revisão de Literatura
18
obtenção da leitura da constrição apical. Fundamentado no mesmo princípio de
operação do Sono-Explorer, o Mark-III foi aferido utilizando-se de 310 canais
radiculares de 201 dentes. Após a determinação da marcação do som de referência
(sulco gengival) e ajuste do seletor de operação para o grau 4 (correspondente à
posição de 0,5mm a 1,0mm do forame apical), os canais foram secos com pontas de
papel absorvente e o eletrodo da lima inserido para a medição. Ao coincidir os sons
emitidos, uma tomada radiográfica foi realizada com a lima em posição. A distância
média entre a ponta da lima e o ápice radiográfico resultou em 0,62mm. Dos
resultados obtidos, 57,7% das leituras corresponderam à posição de 0 a 0,5mm
aquém do ápice radiográfico; 26,8% posicionaram-se a uma distância de 0,6
a 1,0mm
aquém do ápice radiográfico e 15,2% dos casos, de 1,1mm a 3,0mm. Apenas 0,3%
das leituras (um caso) mostraram a ponta do instrumento ultrapassando o forame
apical. Os autores salientaram tratar-se de um aparelho mais simples de se manusear
mantendo uma ótima acuidade, se utilizado corretamente.
Em 1985, TROPE; RABIE; TRONDSTAD
127
realizaram um trabalho
descrevendo procedimentos clínicos básicos necessários para a utilização do
localizador apical eletrônico assim como avaliaram a precisão deste aparelho sob
aqueles procedimentos. Os autores relataram que, condições clínicas de rotina,
podem prejudicar o bom funcionamento dos localizadores apicais. Dentes vitais, onde
o tecido pulpar deve ser removido antes da medição do canal, assim como um
possível sangramento controlado. Nos casos de necrose o exsudato periapical deve
ser controlado secando-se o canal com pontas de papel absorvente. Algumas outras
causas que também contribuem para a ocorrência de leituras imprecisas foram
citadas pelos autores, como a falha na calibração do aparelho, um contato fraco entre
a mucosa do paciente e o eletrodo labial. Os estudos foram realizados em 127 canais,
independentemente do diagnóstico clínico, onde 36 dentes eram anteriores, 28 pré-
molares e 20 molares. O localizador Sono Explorer Mark III foi calibrado de acordo
com as especificações do fabricante. Em 90,6% dos casos, as medições se
posicionaram entre 0 a 0,5mm do contorno radiográfico do ápice, 3,9% localizaram-se
cerca de 1,0mm aquém, 3,1% entre 1,0mm a 2,0mm aquém do ápice radiográfico e
apenas 2,4% dos casos ultrapassaram o forame apical. Os autores concluíram que o
localizador apical tem seu lugar garantido na prática endodôntica como um método
auxiliar do radiográfico, ou em situações especiais onde a radiografia não pode ser
utilizada ou a informação obtida com a mesma é inadequada.
_____________________________________________________Revisão de Literatura
19
Avaliando clinicamente um localizador apical eletrônico, ABBOTT
1
, em
1987, realizou um estudo em 85 canais radiculares (incluindo três dentes com ápices
incompletos) comparando a técnica eletrônica com a radiográfica. O comprimento de
trabalho não foi realizado na primeira sessão onde os dentes com necrose foram
irrigados com solução aquosa denominada Savlon (ICI Austrália Ltd, Melbourne, Vic)
e um curativo foi colocado, seguindo as recomendações do fabricante, as quais
estipulavam que não deveria existir sangue ou pus no interior do canal. O aparelho
utilizado foi o Endo Radar. Em 5 casos onde o tempo de medição foi marcado, a
medição eletrônica foi de 1 a 2,5 minutos mais demorada que o radiográfico. Dos
resultados obtidos 77,65% das medidas foram iguais nos dois métodos; em 11,76%
das medidas eletrônicas estavam aquém da radiográfica; 8,24% apresentaram
medidas aquém do forame apical, e finalizando, em 2,35% dos resultados (dois
casos) a presença de perfuração radicular lateral. O autor concluiu que existem
muitas limitações na utilização desse aparelho e que não deve ser indicado
isoladamente como método para determinar o comprimento de trabalho.
HUANG
53
, em 1987, descreveu, com detalhes, o princípio de
funcionamento do método de localização apical eletrônica baseado na leitura das
variações de resistência elétrica no interior do canal radicular. O autor submeteu o
protótipo KGC-1, projeto de sua autoria, a cinco experimentos "in vitro", objetivando
determinar sua precisão na medição da extensão dos canais radiculares, sob algumas
variáveis. No primeiro experimento as variações de corrente elétrica foram
determinadas a partir da leitura de um amperímetro, nas posições aquém do forame,
no forame e além do forame apical. A análise das medições demonstrou que a ponta
da lima no interior do canal radicular indicava valores menores que 40µA. À medida
que a lima alcançava as proximidades do forame apical, o valor excedia aos 40µA e,
ao passar pelo forame, esse valor aumentava para 50µA. Deste primeiro experimento,
o autor concluiu que a leitura do comprimento do canal pode ter resultados precisos
quando realizada por esse método “in vitro”. No segundo experimento, o calibre do
forame apical variou entre 0,2mm a 2,5mm de diâmetro. Além das variações no
calibre, os dentes tiveram 1/3 de suas raízes imersas em solução salina. Houve uma
redução na precisão da leitura do aparelho, determinando a ineficácia de medição
quando o canal não se encontrava seco e o calibre do forame excedia 0,2mm de
diâmetro. Os resultados desse experimento permitiram concluir que dois fatores
_____________________________________________________Revisão de Literatura
20
podem influenciar na leitura eletrônica. O primeiro é o calibre do forame apical e o
outro é a solução contida no interior do canal. No terceiro experimento, os mesmos
dentes, com calibres de forames variados, utilizados no segundo experimento, foram
estudados, mantendo os canais secos. Sob essa nova condição, as leituras foram
precisas e confirmaram a necessidade da ausência de solução condutora de corrente
elétrica no interior do canal radicular, para as medições, sob este princípio.
Novamente os dentes, com diâmetro do forame excedendo 0,2 mm, provocaram
medições mais curtas. No quarto experimento, 4 dos 6 dentes utilizados no segundo e
terceiro experimentos foram reavaliados, modificando-se o calibre do forame, selando-
se com cera e criando-se um forame artificial de 0,2mm de diâmetro. As medições
resultaram coincidentes com o comprimento real dos dentes. No último experimento,
tubos de vidro de diferentes tamanhos e calibres, (de 0,3mm a 0,8mm de diâmetro)
foram utilizados, procurando-se imitar as condições das raízes dos dentes. Os
mesmos procedimentos do segundo experimento foram repetidos com os tubos de
vidro. Quando tubos de pequeno calibre (menor ou igual a 0,4mm de diâmetro) foram
avaliados, os resultados coincidiram com os experimentos usando dentes extraídos.
As leituras indicavam os mesmos valores de amperagem nas mesmas situações.
Esses resultados indicaram que o fenômeno que propicia a leitura dos localizadores
apicais que medem a resistência, recai em um processo físico e não de
características biológicas como atestava SUNADA
119
. O autor concluiu que, na
medição eletrônica, tanto o calibre do forame quanto a presença de solução irrigadora
condutora de corrente elétrica no interior do canal radicular, apresentaram-se como
fatores limitantes da precisão e confiabilidade do método eletrônico da resistência.
NAHMIAS; AURELIO; GERSTEIN
88
, em 1987, utilizando a mesma
metodologia "in vitro", preconizada por eles em 1983, analisaram a eficiência de 3
localizadores apicais eletrônicos (Sono-Explorer, C.L. Meter e o Neosono-D). Foram
selecionados 60 dentes extraídos unirradiculados e divididos em 6 grupos. Os dentes
foram colocados em tubos de polietileno contendo ágar a 2%, em solução salina, de
modo a permanecerem com as superfícies radiculares recobertas pela solução. O
grupo 1 analisou a eficácia do Sono-Explorer, enquanto que o grupo 2 estudou as
leituras do C.L. Meter. Os grupos 3 e 4 analisaram as medições do aparelho
Neosono-D, nas suas marcações a 0,0 mm e 0,5 mm (no forame apical e a 0,5mm
aquém do forame), respectivamente. Os grupos 5 e 6 avaliaram as medições feitas
pelo método radiográfico a 1,0mm aquém do ápice, e no ápice radiográfico,
_____________________________________________________Revisão de Literatura
21
respectivamente. A análise dos resultados demonstrou que os grupos 3 (Neosono-D)
e 6 (interpretação radiográfica ao nível do ápice) indicaram o instrumento passando
além do forame apical, enquanto nos demais grupos, o instrumento posicionava-se
sempre aquém do forame. Não houve diferença estatisticamente significante (p<
0,05) entre os grupos 1, 2, 4 e 5, mostrando posições que variaram entre 0,336mm a
0,80mm do forame apical. Os autores concluíram que o modelo "in vitro" reproduz
fielmente as condições dos tecidos bucais, podendo ser utilizado com o objetivo de
avaliar novos aparelhos, além de permitir ao operador familiarizar-se com o aparelho,
sem a necessidade de comprometer qualquer tratamento.
AUN; GAVINI; MOURA
4
avaliaram clinicamente o Sono-Explorer
Mark III, no ano de 1988. Realizaram medições em 50 dentes com polpa
mortificada, totalizando 60 canais radiculares. Com o instrumento posicionado no
limite determinado pelo aparelho, realizaram uma tomada radiográfica com a
finalidade de aferir a leitura eletrônica. Em 95% dos casos testados, o aparelho foi
capaz de realizar a leitura com uma distância oscilando de 0,5mm a 1,5mm entre a ponta
do instrumento e o vértice radiográfico da raiz. Em apenas 5% dos casos a ponta do
instrumento coincidiu com o vértice radiográfico. Os autores ressaltaram ser o Sono-
Explorer Mark III eficiente na determinação do comprimento de trabalho.
No mesmo ano, AUN et al
3
fizeram medições com o Endometer em 30
dentes que apresentavam polpa mortificada e prévia indicação de extração. Após
obtenção do comprimento dos canais radiculares pelo método eletrônico, os mesmos
foram extraídos e mensurados diretamente, introduzindo-se uma lima no canal até
sua justaposição ao forame. Os valores indicados pela leitura eletrônica foram
comparados com a posição indicada após a extração dos dentes. A análise dos
resultados mostrou que, em 93,34% dos casos, as medidas de ambos métodos foram
coincidentes, não havendo diferenças estatisticamente significantes.
Baseados no princípio que, quando uma corrente elétrica constante
passa pelo interior do canal radicular, a curva de voltagem, obtida nos pontos de
medição ao longo do trajeto, é inversamente proporcional ao diâmetro do canal,
naquele ponto, USHIYAMA
et al
130
, em 1988, avaliaram clinicamente o método
introduzido pelo autor de localização do forame apical por meio da determinação do
gradiente de voltagem. O experimento visava determinar a precisão do método quanto
_____________________________________________________Revisão de Literatura
22
à capacidade de detectar a constrição apical. Foram empregados 40 dentes
unirradiculados onde 35 foram utilizados na localização da constrição apical e os
demais para a localização do forame apical. Após anestesia, isolamento absoluto e
abertura coronária, os dentes foram irrigados com NaCl a 0,9% e executada a leitura
da variação da voltagem por um protótipo experimental. Uma vez determinado o maior
valor de variação, o instrumento era fixado no interior do canal na posição indicada e
o dente extraído. Avaliações radiográficas foram realizadas e então, foi aferida a
relação entre a ponta do instrumento e a menor constrição do forame apical. Sete
dentes apresentaram leituras entre 0,2mm até 1,4mm aquém do ápice radicular,
sendo deixados fora da interpretação geral por não apresentarem diâmetro uniforme,
bem como constrição apical não definida. Dos 26 restantes, 25 mostraram a ponta da
lima a ±0,5mm da constrição apical. Apenas 1 caso indicou leitura a 1,2mm aquém do
ápice, provavelmente devido ao fato de ser dente jovem com ápice incompleto. Os
autores asseguraram a precisão do método nas condições experimentais descritas,
desde que o dente mensurado apresente ápice completamente formado.
BRITO Jr.; BIRAL; VALDRIGHI
14
, em 1989, realizaram um estudo
comparativo entre o método eletrônico e o radiográfico nas odontometrias,
confrontando com as medidas reais do dente, avaliando com isto o grau de precisão
desses métodos. A leitura foi realizada em 77 canais de molares e pré-molares
superiores e molares inferiores. O aparelho utilizado para a medição eletrônica foi o
PIO (Dentronics All Dental Equipament), a técnica odontométrica por radiografias
utilizada foi a de INGLE
57
. Após a extração, os dentes eram medidos introduzindo-se
uma lima no interior do canal até que a mesma fosse visualizada no forame apical.
Os autores concluíram que o percentual de acerto de ambos os métodos ficou
abaixo dos 50%. Observaram que o método eletrônico apresentou uma tendência a
fornecer medidas de comprimento dos dentes, menores que as reais. Ao contrário, o
método radiográfico mostrou uma tendência de obtenção de medidas maiores que
as reais.
No mesmo ano, BERGER; PELISSARI; KROLING
9
testaram a
eficiência do Endometer realizando a odontometria em 65 canais de 57 dentes de
pacientes jovens e adultos, mas sempre com a rizogênese completa onde o único
grupo de dentes não pesquisado foi o dos molares superiores. Todos os dentes
receberam uma pequena quantidade de água oxigenada no interior do canal que,
_____________________________________________________Revisão de Literatura
23
posteriormente, era seco com cones de papel absorvente. O instrumento era, então,
introduzido no interior do canal até que as indicações sonora e visual do aparelho
mostrassem que o mesmo estava no ápice do dente. Posteriormente, o dente era
radiografado com o instrumento no interior do canal e realizada a avaliação dessa
radiografia. Os resultados mostraram que, em 70,7% dos casos, o instrumento
estava no limite apical ou 1,0mm aquém; em 15,3% o mesmo se encontrava a mais
de 1,0mm aquém do vértice radiográfico e, finalmente, em 13,8% o instrumento
estava além do vértice radiográfico. Concluíram que, apesar do Endometer ser um
aparelho eficiente para a odontometria, o mesmo não é um substituto das técnicas
radiográficas, sendo de grande valia nos casos onde a imagem radiográfica não
ofereça uma imagem conclusiva para a odontometria.
Para determinar a eficiência e confiabilidade do Dentometer em
detectar o comprimento do canal radicular, KAUFMAN; SZAJKIS; NIV
67
, em 1989,
realizaram leituras com esse aparelho e o Sono-Explorer. Esses aparelhos
possuíam dois tipos de circuito eletrônico diferentes, tendo o primeiro um sistema
analógico de indicação da leitura e o segundo, um sistema audiométrico. Ambos
foram comparados com o método radiográfico. Para o estudo foram utilizados 44
dentes com 75 canais radiculares de pacientes que possuíam indicação para
tratamento endodôntico. Os resultados mostraram que o Dentometer apresentou
leituras mais curtas do que o Sono-Explorer numa média de 0,28± 0,64mm onde as
diferenças variaram de 1,0mm a 3,0mm. Não foram encontradas diferenças
estatísticas entre o Sono-Explorer e o método radiográfico recomendado por
INGLE
57
havendo similaridade na leitura do comprimento de trabalho em 86,7% dos
casos. Os autores salientaram que, na presença de soluções eletrolíticas no interior
do canal, a leitura é obtida muito aquém do limite apical, não devendo, portanto,
utilizar esse tipo de aparelho com o canal úmido.
HÜLSMANN; PIEPER
54
, em 1989, executaram seu experimento em
12 pacientes, dos quais utilizaram 16 dentes, totalizando 18 canais, que foram
divididos em 2 grupos. Primeiramente, as leituras foram realizadas no início do
tratamento de apecificação. Neste grupo, do total de 10 canais 4 possuíam polpa
viva e, 6 polpa necrosada. O segundo grupo era composto de 11 canais, dos quais,
2 tinham polpa viva e, 9 necrosada. As medições dos dentes deste grupo foram
executadas após tratamento de apecificação, no momento em que os canais
_____________________________________________________Revisão de Literatura
24
reuniam condições de obturação. Todas as medições foram realizadas sob
isolamento absoluto, irrigação com água oxigenada a 3% e completa secagem dos
canais com pontas de papel absorvente. As leituras do aparelho foram mais curtas
que o comprimento real do dente, variando entre 2 a 5mm do ápice radiográfico, em
todos os casos do primeiro grupo. Não houve diferença estatisticamente significante
entre os casos de polpa viva ou necrótica. O segundo grupo apresentou medições
corretas do comprimento de trabalho em todos os casos. Todas as avaliações de
posição foram feitas por meio de tomadas radiográficas. Os autores observaram que
houve alterações na medição eletrônica quando o diâmetro da constrição apical
apresentava-se maior que 0,5mm. As medições influenciadas pelo maior diâmetro
apresentaram leituras mais distantes do forame apical.
FOUAD; KRELL.
35
, em 1989, avaliaram "in vitro" cinco aparelhos
eletrônicos (Exact-a-pex, Endocater, Neosono-D, Apex Finder, Sono-Explorer Mark
III), utilizando 20 dentes unirradiculados, com os ápices totalmente formados. Os
dentes em questão foram montados no ágar em solução salina a 1%. Os ápices dos
dentes imersos no interior do tubo com ágar foram recobertos com fita para que a
ponta das limas não fossem visualizadas durante as leituras eletrônicas. Essas
leituras foram realizadas com limas nº 20. Os dentes foram divididos em dois grupos
onde no grupo A os dentes foram alargados até a lima nº 50 na posição de 0,5mm
aquém do comprimento real do dente. Após a realização da patência com a lima nº 10
os dentes foram novamente mensurados com lima nº 40 para o Endocater e lima nº
50 para os demais aparelhos. Em seguida, os dentes foram novamente medidos
utilizando-se cones de guta-percha condutores de eletricidade. Para os dentes do
grupo B realizou-se a odontometria eletrônica com vários tipos de irrigantes como
etanol, H
2
O
2
, solução salina, Xilocaína, NaOCl e sangue no interior do canal.
Concluíram os autores que não houve diferença significante entre as medições dos
aparelhos mesmo com a utilização da guta-percha eletrocondutora. Nos dentes
alargados houve uma ligeira diferença nas medições antes e depois da preparação do
canal. As soluções de NaOCl e sangue promoveram medições mais curtas que o
comprimento real dos dentes.
Analisando "in vivo" os cinco aparelhos (Exact-a-pex, Endocater,
Neosono, Apex Finder e Sono-Explorer Mark III), anteriormente estudados "in vitro
,
FOUAD et al.
38
, em 1990, utilizaram 20 dentes anteriores unirradiculados de 8
_____________________________________________________Revisão de Literatura
25
pacientes adultos, com idade variando entre 18 e 73 anos, que tinham extração
previamente indicada. Os dentes foram mensurados seguindo os procedimentos,
pertinentes a cada aparelho, designados pelos fabricantes; em seguida, foram
extraídos para aferição. O comprimento real foi calculado a partir da colocação de
uma lima K n° 10 no interior do canal radicular até a visualização da sua ponta na
altura do forame apical. Este procedimento foi realizado com o auxilio de um
microscópio de dissecção no aumento de 20X. A precisão de indicação do
comprimento de trabalho, limitado à 0,5mm aquém do forame apical, variou de 55% a
75%. O fato de todas as medições terem apresentado um baixo índice de sucesso,
fez com que a precisão de leitura entre os aparelhos não apresentasse diferença
estatisticamente significante. Nas condições aferidas, os autores recomendaram o uso
desses aparelhos apenas para a determinação do comprimento de trabalho
provisório, sendo necessária a comprovação radiográfica posterior.
SAITO E YAMASHITA
108
, no ano de 1990, investigaram “in vitro” a
eficiência do aparelho Apit
®
com relação à influência do calibre da lima utilizada na
medição eletrônica, o diâmetro do forame apical e a natureza do agente irrigante
usado. Para isso foram utilizados 15 dentes unirradiculados, onde 5 foram utilizados
para o estudo da influência do diâmetro do forame apical, outros cinco para a
influência do calibre do instrumento endodôntico e os demais para verificar a
influência do liquido irrigante. Para a verificação da influência do diâmetro do forame
apical foram padronizados forames com diâmetros de 0,17mm; 0,27mm; 0,42mm;
0,62mm e 0,82mm. Para a medida foi utilizado um instrumento endodôntico nº 15.
Para a avaliação da influência do calibre da lima, em dentes com forame de
diâmetro 0,42mm foram utilizadas limas endodônticas nº 15, nº 25 e nº40; nos
dentes com diâmetro foraminal de 0,62mm acrescentou-se a lima nº 60 às
anteriores e para os forames de diâmetro 0,82mm foi realizada a leitura com todas
as limas anteriores acrescidas da lima nº 80. Com o objetivo de estudar a influência
dos irrigantes foram utilizados : solução salina, NaOCl a 5%, E.D.T.A. a 14% e H
2
O
2
a 3%. Concluíram os autores que o diâmetro do forame apical entre 0,17mm e
0,42mm pouco influenciaram na leitura do aparelho, mas valores maiores que
0,62mm tendem a apresentar leituras mais distantes do forame apical. Com relação
ao calibre das limas e os tipos de soluções utilizadas, os autores observaram que
não houve interferência nas leituras realizadas.
_____________________________________________________Revisão de Literatura
26
McDONALD e HOVLAND
85
, no ano de 1990, realizaram um estudo "in
vivo" relacionando a constrição apical ao ápice anatômico na utilização do
Endocater. Para este estudo foram utilizados 76 canais de 47 dentes previamente
agendados para a extração. Apenas dentes com os ápices totalmente formados
foram utilizados neste estudo, sendo que os mesmos nunca haviam sofrido
intervenção endodôntica. Uma radiografia pré-operatória pela técnica do paralelismo
foi realizada. A lima, acoplada ao aparelho, foi introduzida no canal até que o
ponteiro marcador do mesmo ficasse na posição vertical indicando a constrição
apical. Após a estabilização do ponteiro a lima era fixada com resina
fotopolimerizável na câmara pulpar e novamente conferida a marcação com o
Endocater. Seguiu-se, então, a extração dos dentes. Posteriormente, foram
seccionados no sentido vestíbulo lingual, onde sua porção apical, foi analisada por
meio de um microscópio óptico com um aumento de 10 vezes. A distância entre a
constrição apical e o ápice anatômico, assim como a distância entre o ápice
anatômico e a ponta da lima foram medidas. Em 54 casos a ponta da lima estava
situada numa distância média de 0,11 mm aquém da constrição apical (variação de
0,0 a 0,29 mm) Em apenas um caso a distância esteve mais distante do forame
apical em 0,37 mm. Nos quatro casos restantes a ponta da lima esteve além da
constrição apical numa média de 0,63 mm (variação de 0,056 a 1,48 mm).
Concluíram os autores que o Endocater é preciso na localização da constrição
apical em 93,4%.
Em 1990, STEIN; CORCORAN; ZILLICH
115
realizaram um estudo
para examinar se o diâmetro do forame, maior ou menor, influenciava na leitura da
distância entre a ponta da lima acoplada ao localizador apical Neosono-D e essas
estruturas. Para este estudo o forame maior, forame menor, constrição apical e
junção cemento-dentinária foram consideradas como sendo a mesma estrutura.
Foram selecionados 47 canais radiculares a partir de 22 pacientes. Após a
realização do acesso convencional, uma lima tipo K-Flex nº 15 ou nº 20 acoplada ao
localizador eletrônico foi inserida no canal até que a leitura indicasse 0,5mm do
forame apical. Quando a leitura no aparelho apontava 0.0 uma radiografia foi
realizada. Feito isso, removia-se a lima medindo-a, obtendo, assim, o comprimento
do dente. Após a extração do dente a lima era reinserida no canal, naquela medida
obtida anteriormente, e fixada com resina composta. Secções transversais de
500µm foram feitas e avaliadas por medições computadorizadas, no sentido de
_____________________________________________________Revisão de Literatura
27
determinar os diâmetros da constrição apical, do forame apical e a posição da ponta
do instrumento. Os resultados apresentaram a ponta do instrumento localizando-se
além da junção cemento-dentina-canal em 16 dos 47 canais (34% dos casos). Os 31
casos remanescentes apresentaram leitura aquém da junção cemento-dentinária
(66%), mostrando o instrumento posicionado aquém da junção CDC, num limite
variando de 0,05mm a 2,39mm. Medidas relacionadas ao forame maior
apresentaram 8% de leituras além do forame apical, variando de 0,07mm a 0,67mm.
Em 92% das medições deste grupo a ponta da lima esteve aquém da abertura
foraminal posicionando dentro da porção cementária ou dentinária do canal. Os
autores concluíram que, quanto mais calibroso for o forame apical maior a
discrepância da leitura.
No sentido de avaliar a capacidade de localização eletrônica da
constrição apical, STEIN et al
116
,
,
em 1991, estudaram "in vivo" o Neosono-D,
aparelho baseado no princípio da medição da impedância por ajuste na freqüência.
Foram utilizados, para o experimento, 47 dentes unirradiculados de 22 pacientes,
indicados previamente para extração, sendo 39 com vitalidade pulpar e 8 não vitais. A
lima fixada ao eletrodo foi introduzida, no canal radicular, até a leitura da posição
0,5mm aquém do forame apical. Após extração do dente, a lima foi reposicionada na
medida indicada pelo aparelho, fixada com resina composta e analisada
microscopicamente, a fim de possibilitar a verificação da relação entre a ponta do
instrumento e a constrição apical. O aparelho determinou medições na junção
cemento-dentina (0,763mm aquém do forame apical) em 68% dos casos. Em 94%
dos casos o aparelho determinou leituras que ficaram aquém do forame apical.
Realizando uma revisão da literatura sobre as técnicas de
determinação do comprimento de trabalho, relacionando algumas desvantagens dos
métodos radiográficos, KATZ; TAMSE; KAUFMAN
63
, em 1991, analisaram os métodos
eletrônicos disponíveis. Os autores discorreram sobre a imprecisão dos aparelhos
presentes no mercado, especialmente quando executada a leitura em canais
preenchidos por líquidos condutores de corrente elétrica ou tecido pulpar. As
vantagens do método eletrônico em relação ao radiográfico foram discutidas,
destacando-se: a eliminação da radiação ionizante recebida pelo paciente; a precisão
de localização quanto a posição do forame apical; o tratamento endodôntico em
pacientes grávidas; a redução do tempo de trabalho e a redução dos custos do
_____________________________________________________Revisão de Literatura
28
tratamento. Os autores concluíram afirmando que, conhecidas as vantagens e
limitações do método, os localizadores apicais eletrônicos adquiriram um lugar
definitivo na terapia endodôntica.
Em 1991, EZURA; MIZUNUMA
32
compararam 3 localizadores apicais
com princípios de funcionamento diferentes. O primeiro baseado no método de
detecção do gradiente de voltagem (preconizado por USHIYAMA
128
), onde se observa
a localização de uma variação brusca na densidade de corrente elétrica,
correspondente ao ponto da constrição apical, detectada por um eletrodo no interior
do canal. O segundo aparelho (Apit
®
), baseado na medição da variação de dois
valores de impedância, a partir de duas freqüências. O terceiro aparelho (Endodontic
Meter S-II), baseado na medição da variação da resistência elétrica, utilizando
corrente contínua, aplicada ao canal radicular (princípio de SUNADA
118
). Foram
utilizados 47 canais de 17 molares superiores extraídos, fixando a porção coronária
em resina e deixando a porção radicular submersa em solução salina. Após as
medições, foram feitas secções transversais com intervalos de 200µm, a partir dos
ápices radiculares. A análise dos resultados mostrou que, quando o método do
gradiente de voltagem do primeiro aparelho indicava o ápice, a ponta do instrumento
localizava-se a 0,04mm da constrição apical. O Apit
®
forneceu leituras referidas ao
mesmo ponto a 0,46mm. Quando o Endodontic Meter indicava a constrição apical, a
ponta da lima localizava-se 0,82mm além da constrição apical. Os autores concluíram
que o método do gradiente de voltagem e o Apit
®
foram mais precisos e confiáveis na
obtenção da posição da constrição apical, nas condições avaliadas.
WU; SHI; HUANG
134
, no ano de 1992, realizaram um estudo clínico e
outro laboratorial para analisar a influência do diâmetro do forame apical, em relação
às leituras obtidas com um tipo de localizador apical eletrônico. No estudo clínico
foram utilizados 20 dentes unirradiculados indicados para extração por motivos
periodontais. As medições realizadas com o Dental Sono-Explorer Tipo Y-IlI foram
comparadas com a obtenção direta do comprimento dos dentes após a extração. Os
resultados obtidos pelo experimento clínico mostraram leituras, na posição de -0,5mm
a + 0,5mm do ápice anatômico, em 77,5% dos casos analisados. Utilizando-se uma
variação de limite para mais ou menos 2,0mm da junção dentina-cemento, ocorreu
100% de acerto nas medidas indicadas pelo aparelho. Os autores concluíram que o
diametro do forame apical foi um dos mais importantes fatores a exercer influência
_____________________________________________________Revisão de Literatura
29
sobre a precisão na leitura do aparelho.
Em 1992, McDONALD
84
sugeriu uma classificação dos localizadores
apicais eletrônicos, baseando-se nos princípios de funcionamento, como localizadores
apicais do tipo resistência, tipo impedância e do tipo freqüência. Os nomes dos
aparelhos disponíveis comercialmente foram listados de acordo com sua classificação
e os resultados dos estudos "in vivo" relacionados e discutidos, segundo a
metodologia de aferição, grau de precisão e confiabilidade da técnica.
Em um estudo comparando a precisão de quatro modelos de
localizadores apicais eletrônicos (Endex, Exact-a-pex, Sono Explorer Mark III e
Neosono-D) FOUAD; RIVERA; KRELL
37
, em 1993, realizaram experimentos no
sentido de avaliar a influência da presença de umidade no interior do canal, do tipo
de agentes irrigantes e do diâmetro do forame apical, sobre a leitura desses
aparelhos. Os autores utilizaram 60 dentes unirradiculados extraídos e armazenados
em solução de timol a 1%. Os dentes foram divididos em 2 grupos, sendo o grupo A,
constituído por aqueles cujos forames não permitiam a passagem de uma lima do tipo
K n° 30, sendo, designado grupo do forame apical estreito. A patência para este grupo
foi checada com uma lima nº10. Para o grupo B, foram destinados dentes cujos
forames permitiam a passagem da ponta de uma lima tipo K n° 30 até 2 a 3mm de
sobre-extensão, com o mínimo de pressão, sendo denominado grupo do forame
apical amplo. Os dentes agrupados foram preparados desgastando-se a porção
coronária até atingir a câmara pulpar e colocados em tubos, onde as raízes
permaneciam submersas em ágar a 1%, em solução salina de fosfato tamponado.
Após medições com os diferentes aparelhos, não foram encontradas diferenças
estatisticamente significantes entre as leituras dos mesmos, com os canais secos
(p<0,05). Quando usados agentes irrigantes (etanol, xilocaína 2% e hipoclorito de
sódio a 2,6%), o Endex apresentou índices aceitáveis de precisão na determinação do
comprimento de trabalho dos dentes do grupo B. Quando os canais mensurados
apresentavam-se preenchidos com os vários líquidos testados, os resultados não
apresentaram diferenças significantes entre os aparelhos, na leitura. Os autores
concluíram que apenas o Endex
®
apresentou condições de medição dos canais
contendo soluções condutoras de corrente elétrica. Os resultados indicaram uma
diminuição na precisão de leitura quando o forame apical apresentou diâmetro maior
que 0,42mm, indicando valores menores que o comprimento real do dente.
_____________________________________________________Revisão de Literatura
30
FRANK; TORABINEJAD
39
, em 1993, estudaram "in vivo" a precisão
de medição eletrônica do Endex, na presença de agentes irrigadores. Os autores
realizaram leituras de 185 canais em 99 dentes com indicação de tratamento
endodôntico, comparando os resultados com o método radiográfico. As medições
foram realizadas por 10 operadores, ressaltando-se o detalhe de ser a primeira vez
que os mesmos tinham contato com a técnica. Após a obtenção das medidas com o
Endex, tomadas radiográficas foram realizadas com a lima no interior do canal,
seguida da interpretação feita por um operador independente. Os resultados da
comparação dos métodos apontaram as leituras do Endex, localizando-se a ±0,5mm
do limite indicado pela interpretação radiográfica como ideal, em 89,64% dos casos.
Em 2,7% das leituras aferidas pelo aparelho, a medida ficou a 1,0mm além do
comprimento interpretado radiograficamente; 1,08% estiveram posicionados 2mm
além da medida radiográfica. Das leituras onde a ponta da lima se posicionou mais
coronalmente, 4,86% foram a 1mm, 1,08% a 1,5mm e 0,54% estiveram a 2mm
aquém do comprimento radiográfico. Os autores indicaram a precisão do método
sob as condições clínicas de umidade no interior do canal radicular, destacando que
a localização apical eletrônica tem seu lugar definitivo na realização da terapia
endodôntica.
Em 1993, KAUFMAN; KATZ
65
estudaram "in vitro", a eficiência do
Root ZX
®
em canais retos, curvos e com forame amplo. Foi avaliada, também, a
influência de soluções irrigadoras no interior do canal, sobre a capacidade de
medição do aparelho. Foram utilizados 60 dentes extraídos, divididos em 3 grupos.
O primeiro grupo foi composto de dentes com raízes retas; o segundo de dentes
com raízes curvas e o terceiro grupo, de dentes com o forame alargado até o
diâmetro equivalente à base da guia de penetração da lima tipo K n° 80. Os
comprimentos reais dos dentes foram obtidos a partir da inserção de uma lima tipo K
n° 10 até a sua visualização no forame apical. Foram realizadas três medições com
o aparelho para cada dente (canal seco, com solução salina e com NaOCl a 5%)
sendo o comprimento de trabalho limitado a 0,5mm aquém do forame. A análise dos
resultados demonstrou que a presença das diferentes soluções irrigadoras (solução
salina e hipoclorito de sódio a 5%) não prejudicou a leitura do aparelho. Os canais
retos e curvos forneceram o mesmo índice de precisão nas medições executadas.
No grupo dos dentes com o forame alargado, o aparelho determinou um
_____________________________________________________Revisão de Literatura
31
comprimento de trabalho, em média, 1,0mm menor que o comprimento real
previamente determinado. Obtiveram resultados, em média, 1,42mm aquém do
forame apical em solução salina, e 1,38mm aquém do forame em solução de
hipoclorito de sódio. Os autores concluíram que o Root ZX é confiável em canais
retos e curvos, na presença ou não de soluções irrigantes.
CHRISTIE; PEIKOFF; HAWRISH
21
, em 1993, publicaram uma narrativa
histórica sobre os localizadores apicais eletrônicos, desde sua primeira menção em
1918 por CUSTER
24
, até os aparelhos de terceira geração (método da freqüência),
mostrando a evolução técnica dos mesmos. Os autores detalharam cinco casos
clínicos em que foi utilizado o Root ZX
®
na obtenção do comprimento de trabalho. As
medições foram aferidas por tomadas radiográficas dos instrumentos em posição e
após a obturação dos canais. Os autores concluíram que a utilização dos
localizadores apicais eletrônicos de terceira geração aumenta a segurança da
instrumentação dos canais radiculares, uma vez que permite a monitoração da
posição do limite apical de instrumentação. Ressaltaram, ainda, que leituras em
canais, cujo diâmetro do forame, excede ao do instrumento nº 25, podem determinar
comprimentos de trabalho mais curtos do que o real.
DONNELLY
28
, em 1993, apresentou uma nova opção para o conteúdo
eletrolítico no modelo de demonstração da técnica eletrônica de localização apical. O
modelo proposto substitui o ágar por gelatina comercial sem açúcar e solução de
cloreto de sódio a 0,9% como solução tamponada. O autor comparou os custos da
proposta original de ágar salino tamponado feita por AURELIO; NAHMIAS;
GERSTEIN
5
com a gelatina, e apresentou um teste de viabilidade do método, além da
maior facilidade de encontrar esses materiais.
Realizando um estudo “in vitro” para comparar o comprimento real dos
dentes, ao comprimento obtido eletronicamente com o aparelho Neosono-D, antes e
após a instrumentação dos canais, RIVERA; SERAJI
106
, no ano de 1993, utilizaram
30 dentes unirradiculados com os ápices completamente formados. Os dentes foram
divididos em dois grupos de 15 elementos cada. Neste estudo, foram realizadas,
medições para comparar a acuidade do aparelho em canais instrumentados e não
instrumentados. Os resultados da comparação do comprimento real do dente e a
medição eletrônica antes da instrumentação demonstraram que 63% das medições
_____________________________________________________Revisão de Literatura
32
eletrônicas foram maiores, 23% foram iguais e 13% foram mais curtas que o
comprimento real do dente. Após a instrumentação observou-se que 30% dos
valores foram maiores que o comprimento real do dente, e 70% foram mais curtos
Em 1993, HEMBROUGH et al
50
testaram a eficiência do aparelho
Sono-Explorer Mark III, comparando suas leituras com o método radiográfico. Foram
selecionados 14 pacientes adultos com idade entre 47 e 75 anos, com 26 molares
superiores previamente indicados para extração. As medidas do aparelho eram
consideradas consistentes, quando, no marcador, o ponteiro estivesse no centro da
escala indicando, com isto, uma distância de 0,5mm do forame apical. O método
radiográfico alcançou 92,3% de acertos, na raiz distovestibular e o método
eletrônico 69,2%. Na raiz palatina, o método radiográfico obteve índices de leitura
onde a ponta da lima esteve a uma distância de ±0,5mm do ápice anatômico em
84,6% dos casos, contra 76,9% do Sono-Explorer Mark III. Os autores concluíram
que os resultados desfavoráveis, em torno das leituras realizadas pelo aparelho,
indicam que o localizador apical deve ser utilizado em casos específicos,
acreditando ser, ainda, indispensável a utilização de radiografias durante o
tratamento endodôntico.
No mesmo ano MAYEDA et al
83
analisaram “in vivo" a influência do
conteúdo do canal radicular (polpa viva ou necrótica) na precisão das leituras
obtidas com o Endex. Foram selecionados 19 pacientes com 33 dentes indicados
para extração. Os dentes foram avaliados radiograficamente, sendo utilizados
apenas dentes unirradiculados com ápices completamente formados e sem
presença de imagens radiolúcidas apicais ou reabsorções apicais externas. Após os
exames clínicos diagnosticou-se que 17 dentes estavam vitais e 16 com necrose
pulpar. Determinada a leitura eletrônica, utilizando-se a demarcação ápice como
limite apical e fixação do instrumento no interior do canal, os dentes foram extraídos
e analisados microscopicamente, após o desgaste de parte da porção final da raiz,
expondo a lima e o ápice. Os resultados indicaram medições em um limite variando
desde 0,71mm, aquém do forame apical, até 0,5mm, além do forame, para casos
de polpa viva (média de 0,057mm). Nos casos de necrose, os valores variaram de
0,86mm, aquém do forame apical, a 0,43mm, além do forame (média de 0,11mm).
Não houve diferença significante nos resultados apresentados nas aferições entre
polpa viva e necrótica. Os autores salientaram a precisão do aparelho nas condições
_____________________________________________________Revisão de Literatura
33
estudadas, ressaltando a necessidade de avaliação radiográfica, conjuntamente
com o método eletrônico, para que se tenha uma medida ideal do comprimento de
trabalho.
RAMOS; BERNARDINELI
103
estudaram, em 1994, a influência do
diâmetro do forame apical na precisão de leitura do aparelho Apit
®
. Foram utilizados,
no experimento, 90 dentes unirradiculados extraídos de humanos, montados em um
meio de ágar salino tamponado a 1%. Os dentes foram preparados e agrupados,
segundo a padronização do calibre do forame apical, executada a partir da
passagem pelo forame apical de uma lima tipo K n° 30, para o grupo dos dentes
com forames de diâmetro de ± 0,32mm; n° 50, para o grupo dos dentes com
forames de diâmetro de ± 0,52mm e, n° 70, para o grupo dos dentes com forames
de diâmetro de ± 0,72mm. A base da guia de penetração do instrumento, passando
pelo forame aproximadamente 1mm, determinou o calibre padronizado do forame. O
alarme sonoro do aparelho foi desligado, mediante testes preliminares que
apontaram a imprecisão deste parâmetro de localização do comprimento de
trabalho. As medições foram realizadas introduzindo-se a lima conectada ao
eletrodo, até a posição indicada pelo fabricante do aparelho como sendo a
aproximadamente 1mm aquém do forame, correspondente à localização da agulha
na marcação central do visor do aparelho. Em se obtendo esta leitura, o instrumento
foi fixado em posição, e medida a distância entre a ponta da lima e o forame apical,
pela verificação direta, desgastando-se uma das paredes radiculares externas da
porção apical, e aferindo a medida entre a ponta do instrumento e o forame com um
paquímetro. Os resultados indicaram que as leituras nos dentes dos grupos de
diâmetros de forame ±0,32mm e ±0,52mm estabeleceram comprimentos médios de
trabalho a 0,46 mm e 0,52mm, respectivamente, aquém do forame, não havendo
diferença estatisticamente significante nos valores dos dois grupos. Os dentes com
forames padronizados em ± 0,72 mm de diâmetro, indicaram leituras médias a 1,61
mm do forame apical. Todos os casos estudados apresentaram leituras variando
entre o forame apical e 1,9 mm aquém do mesmo.
Introduzindo um aparelho eletrônico baseado no princípio da detecção
do forame apical pelo método da freqüência, KOBAYASHI; SUDA
72
, em 1994,
apresentaram testes "in vitro" e "in vivo" do Endodontic Meter SII. No primeiro
experimento foram montados dentes extraídos em um recipiente contendo soro
_____________________________________________________Revisão de Literatura
34
fisiológico, realizando-se, então, medições de impedância ao longo dos canais
radiculares contendo diferentes soluções irrigadoras. As soluções testadas foram
peróxido de hidrogênio a 3%, cloreto de sódio a 0,9% e hipoclorito de sódio a 1,0%.
As freqüências de corrente elétrica aplicadas na mensuração foram 0,4, 1,5 e
10kHz. Os valores foram medidos por um impedômetro (Impedance Analyser),
acoplado a uma lima tipo K nº 10 introduzida no canal radicular. Apesar de
diferentes valores de impedância para cada tipo de eletrólito utilizado, a razão
calculada entre freqüências aplicadas mostrou uma variação uniforme até um ponto
aproximadamente a 1,0mm aquém do forame apical. Neste ponto houve um
decréscimo da impedância, até o limite do forame apical, em todas as situações
estudadas. No segundo experimento, “in vivo, medições da impedância, a partir de
diferentes valores de freqüência, foram executadas em pacientes durante o
tratamento endodôntico, utilizando-se o peróxido de hidrogênio a 3% e hipoclorito de
sódio a 1,0% como soluções irrigadoras. Os valores obtidos mostraram que o efeito
da diminuição da impedância, causado pela presença da solução de hipoclorito de
sódio, foi minimizado calculando-se a razão entre os dois valores de impedância a
partir de freqüências diferentes. Como a parede do canal apresenta uma
capacitância muito menor que o forame apical, o quociente das duas impedâncias
aproxima-se do valor 1, quando a ponta da lima inserida está a uma certa distância
do forame apical, e diminui consideravelmente quando está na constrição apical. O
aparelho apresentado baseia-se na detecção desta variação de capacitância.
CHONG; PITT FORD
20
, em 1994, analisaram os meios de
determinação do limite de trabalho, discorrendo sobre algumas desvantagens da
técnica radiográfica. Reportaram sobre dificuldades do método, dentre as quais:
interpretação duvidosa da posição da constrição apical; distorções resultantes da
técnica da bissetriz; interposições de estruturas anatômicas no trajeto da passagem
do feixe de raios-X; necessidade de nova tomada radiográfica quando o instrumento
estiver longe do ápice radiográfico, necessitando um novo posicionamento; ausência
de padronização na qualidade da imagem. Discorreram sobre as vantagens da
utilização dos localizadores apicais eletrônicos como possuir uma leitura
instantânea, podendo ser repetida quantas vezes forem necessárias, sem causar
efeitos danosos ao paciente. Os autores destacaram a técnica de utilização do Root
ZX
®
, recomendando que os operadores entendam o princípio de operação dos
aparelhos eletrônicos, baseados neste método, e os fatores que possam afetar sua
_____________________________________________________Revisão de Literatura
35
precisão de leitura. Dentre estes fatores, a utilização de meios condutores, como
irrigantes no interior do canal radicular, durante as leituras, é desaconselhada, uma
vez que melhores resultados foram obtidos em canais secos. Complementaram,
ainda, que a remoção de restaurações metálicas e a utilização de instrumentos
endodônticos com cabo plástico são detalhes necessários para o estabelecimento
da precisão da leitura. Concluíram, entretanto, que as radiografias, por si só, talvez
sejam insuficientes para verificação da constrição apical, assim como os
localizadores não substituem totalmente o uso de radiografias.
Objetivando analisar "in vitro" a eficiência do localizador apical
eletrônico Apit
®
, FELIPPE; SOARES
33
, em 1994, realizaram três experimentos em 350
dentes extraídos, unirradiculados, colocados em caixas plásticas com solução salina
isotônica. Medidas reais do comprimento do dente foram obtidas por meio da
visualização da extremidade de uma lima tipo K nº 15 no forame apical. O
experimento foi conduzido em 3 fases: 1- para determinar a localização do forame
apical. 2- determinar a distância entre a ponta do instrumento e o forame apical, no
momento em que o aparelho acusava um som intermitente. 3- avaliar a influência do
calibre da lima empregada na obtenção das medidas. O primeiro experimento
consistia na colocação do instrumento até a emissão de um aviso sonoro constante, e
delimitação da agulha do visor na linha vermelha do aparelho, correspondente à
posição ápice. Os resultados mostraram que 96,5% das medições encontravam-se no
forame apical ou a 0,5mm aquém de sua posição. No segundo experimento, 60
dentes foram aleatoriamente escolhidos e executadas medições até o aviso sonoro
intermitente, indicando a posição de aproximadamente a 1,0mm aquém do forame
apical. Em 68,3% dos casos, a ponta do instrumento localizava-se a exatamente
1,0mm do forame apical. Na condição de avaliar a influência do calibre do instrumento
nas medições eletrônicas, o terceiro experimento comparou medições executadas
com instrumentos de calibre semelhante ao diâmetro anatômico do forame e limas K
número 15, constatando que não houve diferença significante entre as duas
medições. Baseados nos resultados, os autores relataram ser o Apit
®
um aparelho
que, seguramente, determina um nível ideal para a instrumentação do canal.
CZERW; FULKERSON; DONELLY
25
apresentaram, em 1994, um
estudo “in vitro” sobre a precisão de um modelo de demonstração de operação dos
métodos de medição apical eletrônica. Os autores descreveram a montagem do
_____________________________________________________Revisão de Literatura
36
modelo, utilizando dentes extraídos unirradiculados com ápices completamente
formados imersos em gelatina misturada a soro fisiológico. Após abertura coronária e
remoção do conteúdo do canal radicular, os canais radiculares foram secos e medidos
utilizando-se os aparelhos Exact-A-Pex e Foramatron IV. Os valores obtidos foram
comparados à determinação real do comprimento de trabalho, pela visualização de
uma lima tipo K nº 10 saindo no forame apical. A análise dos resultados mostrou total
coincidência entre as medidas indicadas pelos aparelhos e a medida real do dente,
demonstrando que o modelo apresentado permite a precisão nas medições dos
localizadores apicais, em laboratório.
NISHIYAMA et al
90
, em 1994, avaliaram clinicamente a eficiência do
Apit
®
na determinação do comprimento de trabalho. Foram utilizados 60 dentes que
estavam com indicação de tratamento endodôntico. As medições foram realizadas
em casos de biopulpectomia e necropulpectomia com e sem lesão. Inicialmente os
canais foram preenchidos com hipoclorito de sódio a 1%, para então, proceder-se às
medidas com o aparelho. O instrumento endodôntico era acoplado ao aparelho e,
então, introduzido no interior do canal até o ponteiro do visor do aparelho se localizar
na porção central. Neste momento, o instrumento endodôntico era mantido em
posição para que fossem realizadas as tomadas radiográficas pela técnica periapical
da bissetriz. Nas imagens radiográficas eram realizadas as medidas das distâncias
entre o ápice radicular e a ponta do instrumento com o objetivo de avaliar a precisão
do aparelho. Para os casos de biopulpectomia a precisão do aparelho foi de 94,7% e
a ponta do instrumento em todos os casos permaneceu a 1,0mm aquém do ápice
radiográfico. Nos casos de necropulpectomia sem lesão o instrumento se manteve a
1,0mm do ápice em 91,3% dos casos e em 8,7% esteve entre 1,0mm e 2,0mm
aquém. Para os casos de necropulpectomia com lesão em 83,3% dos casos a ponta
do instrumento esteve a uma distância de até 1,0mm do ápice radiográfico, em 11,1%
ficou entre 1,0mm e 2,0mm e, em apenas 5,6%, a ponta da lima manteve-se distante
2,0mm do ápice radiográfico. Com os resultados obtidos os autores concluíram ser o
Apit
®
um aparelho eficiente, determinando uma confiabilidade em torno de 98,3%.
PALLARÉS; FAUS
96
testaram, em 1994, dois localizadores apicais
eletrônicos (Endocater e Odontometer), baseados no princípio da impedância, em
dentes indicados para extração por razão protética ou periodontal seguindo alguns
critérios como: coroas sem a presença de grandes restaurações, raízes sem
_____________________________________________________Revisão de Literatura
37
curvaturas excessivas, que pudessem dificultar o acesso da lima ao ápice e, dentes
com ápices totalmente formados. O estudo foi realizado a partir da medição de 34
molares (20 molares superiores e 14 inferiores), perfazendo um total de 116 canais.
Após os procedimentos de anestesia, isolamento absoluto e abertura coronária, os
canais foram submetidos às medições, inicialmente, sem a remoção do conteúdo do
canal radicular. Posteriormente, removeu-se esse conteúdo, irrigou-se com NaOCl a
0,5% e secou-se os canais para, novamente serem medidos com os dois aparelhos.
Os dados foram tabulados e analisados. Ambos aparelhos denotaram uma queda
significante na precisão da medição na presença do conteúdo pulpar no canal
radicular. Em condições favoráveis (canal seco), os aparelhos obtiveram marcas de
precisão a ±0,5mm do forame apical em 89,6% dos casos, para o Endocater, e
84,8%, para o Odontometer. Na presença do conteúdo do canal radicular, o
Endocater demonstrou precisão numa margem de 88,37% dos casos; já o
Odontometer apresentou uma precisão de 79,3%. Os autores também observaram
que uma quantidade maior de resultados precisos ocorreu em canais mais amplos e
retos.
Ainda, em 1994, COUTINHO; SIQUEIRA
23
avaliaram “in vivo” a
eficiência do Apit
®
Para este estudo, utilizaram 40 dentes unirradiculados com
indicação de extração, sendo que 20 dentes apresentavam-se com vitalidade pulpar
e os outros com polpa necrosada. Todos os dentes apresentavam raízes
completamente formadas, a coroa estava, pelo menos, em estado razoável de
aproveitamento e o forame apical permitia a passagem de um instrumento
endodôntico de calibre nº10, fator indispensável, segundo os autores para a
sensibilização do aparelho. Realizada a medida eletrônica, os dentes foram extraídos,
e os resultados obtidos, comparados com o comprimento real dos mesmos. Dentro de
um limite de variação de 0 a 0,3 mm aquém do ápice radicular as medidas coincidiram
em 100% dos casos, levando os autores a concluir que o localizador apical Apit
®
não
mostrou alteração nos resultados entre polpa viva e necrosada, sendo de grande
auxílio no tratamento endodôntico, principalmente em pacientes onde a tomada
radiográfica se torna dificultada.
GUTMANN; LEONARD
49
, em 1995, discutiram alguns fatores
relevantes nas técnicas de determinação do comprimento de trabalho pelos métodos
radiográfico e eletrônico. Assinalando alguns detalhes a respeito da configuração da
_____________________________________________________Revisão de Literatura
38
constrição apical, os autores apontaram as dificuldades de localização desse ponto
quando se utiliza apenas o parâmetro radiográfico. No sentido de superar os
problemas oriundos da técnica radiográfica, relataram o desenvolvimento da técnica
eletrônica, ressaltando a precisão e confiabilidade do método. Complementaram o
estudo destacando que reabsorções apicais, provenientes de lesões apicais
inflamatórias, podem comprometer a eficiência do método, devido à destruição da
constrição apical. Nestes casos, recomendaram a junção dos métodos radiográfico,
eletrônico e a sensibilidade táctil do operador, no intuito de encontrar a posição ideal
do limite apical de instrumentação.
KOBAYASHI
71
, em 1995, analisou a evolução dos métodos de
medição eletrônica dos canais radiculares, relatando o desenvolvimento dessas
técnicas, mostrando as vantagens e desvantagens, características de cada
aparelho, assim como os princípios de funcionamento utilizados pelos mesmos,
iniciando pelo método da resistência proposto por SUNADA
119
. Alguns detalhes
sobre a técnica operatória dos aparelhos baseados na freqüência foram
comentados, principalmente na utilização clínica do Apit
®
e Root ZX
®
. O autor
salientou que, nos casos onde há presença de canais laterais amplos, as medidas
poderão ser influenciadas, demarcando um comprimento de trabalho mais curto.
Nos casos de dente com ápice incompletamente formado, recomendou a técnica
radiográfica, dada a impossibilidade de mensuração eletrônica. Foram, ainda,
descritas aplicações do Root ZX
®
adaptado à unidade ultra-sônica (Solfy ZX) e a um
protótipo de micro-motor elétrico com redução de velocidade para técnica de
instrumentação mecanizada rotatória.
ARORA; GULABIVALA
2
, em 1995, realizaram um estudo “in vivo" com
a finalidade de avaliar a precisão de medição de dois modelos de localizadores
apicais eletrônicos, baseados em princípios diferentes. Estudaram igualmente, a
influência das condições do conteúdo do canal radicular. Os aparelhos avaliados
foram o RCM Mark, baseado no princípio da resistência, e o Endex baseado no
princípio da freqüência. Para esse experimento, foram utilizados dentes com
indicação prévia de extração por motivos ortodônticos, periodontais ou protéticos,
perfazendo um total de 61 canais. Após receberem os procedimentos básicos de
anestesia, isolamento e abertura coronária, os dentes foram submetidos às medições
sob diferentes condições do conteúdo pulpar (polpa vital e sangramento, polpa
_____________________________________________________Revisão de Literatura
39
necrosada, presença de pus e/ou outro exsudato, e canais preenchidos com solução
de hipoclorito de sódio ou com água destilada). Os resultados obtidos com o Endex
indicaram uma precisão na localização do forame apical (± 1,0mm) em 94,4% dos
casos com polpa viva e 81,8% dos casos de necrose. Quanto ao conteúdo do canal
radicular a precisão foi de 100% dos casos com presença de pus e/ou exsudato,
100% dos casos com presença de hipoclorito de sódio ou água destilada totalizando,
no geral, uma média de acerto em 93,4% dos casos. O aparelho RCM Mark II foi
preciso na localização do forame apical (± 1,0mm) em 68,9% dos casos. Na presença
de hipoclorito de sódio, as aferições precisas do RCM Mark II aconteceram apenas
em 20% dos casos, demonstrando uma grande alteração na qualidade da leitura
deste aparelho quando na presença de substâncias eletrolíticas. Os autores
apontaram o Endex como sendo mais preciso na localização eletrônica do forame
apical, comparado ao RCM Mark II, sugerindo a utilização do método eletrônico
conjuntamente com o método radiográfico para determinação do forame apical.
Analisando "in vitro
"
alguns tipos de localizadores apicais eletrônicos,
CZERW et al
26
, em 1995 realizaram experimentos para determinar a precisão na
determinação do forame apical dos aparelhos Digipex III, Apex Finder, Neosono-MC
Plus (baseados no princípio da resistência) e Root ZX
®
(baseado no princípio da
freqüência). Foram utilizados 30 dentes anteriores unirradiculados. Na primeira parte
do experimento, os dentes foram montados no modelo de gelatina e os aparelhos
foram testados sem a presença de umidade. Não houve diferença estatisticamente
significante entre as medidas obtidas com o Digipex III e o Root ZX
®
, em relação ao
comprimento real do dente. Utilizando os parâmetros aceitáveis clinicamente, os
aparelhos Apex Finder e Neosono-MC Plus apresentaram medições incorretas em
16,6% e 10% dos casos, respectivamente. Na segunda parte do experimento,
estudou-se a capacidade de mensuração do Exact-a-pex (modelo baseado no
princípio da resistência) sob condições de presença de água destilada no interior do
canal. Os resultados mostraram que não houve alteração na precisão de leitura deste
aparelho na presença de umidade. Os autores ressaltaram que o Root ZX
®
apresentou uma leitura mais confiável, em relação aos demais localizadores testados.
Ainda em 1995, SOUSA NETO et al
112
realizaram uma avaliação clínica
do Apit
®
para determinação da odontometria em 170 pacientes que se apresentaram
na clínica da Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto - USP, perfazendo um total
_____________________________________________________Revisão de Literatura
40
de 282 canais. O aparelho foi utilizado de acordo com as instruções do fabricante e
com o acompanhamento de um de seus representantes que orientou os profissionais
no correto uso do mesmo, por meio de vários experimentos preliminares "in vivo". Ao
serem realizadas as medições, obteve-se 98,5% de sucesso na odontometria
eletrônica confirmado pelo exame radiográfico. O comprimento de trabalho foi
considerado como preciso quando a lima estava situada a 1,0 mm aquém do ápice
radicular. Os autores concluíram que o Apit
®
é eficiente, prático e rápido para
determinar o comprimento de trabalho, desde que o operador seja treinado para tal e
esteja atento aos fatores que possam alterar a medição eletrônica. Relataram
também, que a odontometria eletrônica facilita a determinação da medida dos dentes
que apresentam ápices com dificuldade de visualização radiográfica, assim como,
diminui as tomadas radiográficas necessárias para o tratamento endodôntico.
FUSS, ASSOLINE, KAUFMAN
40
, no ano de 1996, conduziram um
estudo para avaliar a precisão de dois localizadores apicais (Sono Explorer Mark III e
Endex) quanto às suas capacidades de localizarem perfurações radiculares,
comparando-os com tomadas radiográficas. Para o referido trabalho foram utilizados
32 dentes humanos extraídos onde os canais foram instrumentados até a lima nº 45 e
a patência realizada com a lima nº 15 evitando, com isto, o bloqueio do forame apical
com raspas de dentina. As raízes foram, então, perfuradas artificialmente no terço
médio. As tomadas radiográficas foram divididas em dois grupos. No grupo A o feixe
de raios X passava no sentido do longo eixo da perfuração no dente a 0º e 25º e no
grupo B a 90º e 115º. Reproduzindo o posicionamento clínico das perfurações no
sentido vestibular ou lingual para o grupo A e mesial ou distal para o grupo B. As
radiografias foram avaliadas por dois endodontistas. Os resultados mostraram que
não houve diferença estatística entre os dois localizadores apicais na presença de
solução de NaOCl. Entretanto, em solução salina ou canais secos houve diferença
estatisticamente significante entre os aparelhos, com resultados melhores para o
Sono Explorer Mark III. Radiograficamente os resultados mostraram que o primeiro
avaliador diagnosticou perfurações no grupo A entre 36% a 45% e 85% a 88% no
grupo B e o segundo avaliador entre 35% e 40% e 91% a 93%, respectivamente,
ocorrendo diferença estatística entre os grupos (p<0,05). Concluíram, os autores, que
os localizadores apicais são eficientes para localização de perfurações radiculares. Já
o método radiográfico não é tão confiável em diagnosticar perfurações radiculares.
_____________________________________________________Revisão de Literatura
41
Ressaltaram ainda, que mais estudos, principalmente “in vivo”,devam ser feitos para
se confirmar estes resultados.
PRATTEN; McDONALD
101
compararam, em 1996, a capacidade de
localização da constrição apical entre os métodos radiográfico e eletrônico (Endex).
O estudo foi realizado em cadáveres, posicionando-se uma lima endodôntica no canal
radicular, conectada ao localizador apical, até que o mostrador do aparelho indicasse
a posição “ápice”. Em seguida, foram realizadas três tomadas radiográficas, em
diferentes angulagens. Os dentes foram extraídos após a fixação das limas na
posição indicada, e avaliados microscopicamente. Durante a avaliação
microscópica, para a localização da constrição apical subtraiu-se 0,5mm da leitura
do localizador apical, como recomendado pelo fabricante. Os resultados apontaram
diferença estatisticamente significante entre os dois métodos avaliados, indicando
que o método eletrônico mostrou maior índice de precisão. Os autores destacaram
que os resultados do estudo da precisão de localizadores apicais eletrônicos em
cadáveres não devem ser extrapolados para uma situação clínica, uma vez que há
diferenças de valores de resistência elétrica entre os tecidos vivos e os fixados.
LAUPER; LUTZ; BARBAKOWN
77
, em 1996, compararam dois
localizadores apicais eletrônicos, baseados em princípios diferentes, ou seja, o Apit
®
(freqüência) e o Odontometer (impedância), quanto à capacidade de determinação
do forame apical. As medições foram realizadas em 22 dentes (13 incisivos, 1 pré-
molar e 8 molares) com indicação de extração por motivos ortodônticos ou
periodontais, totalizando 30 canais. Desses, 27 responderam positivamente aos testes
de sensibilidade e 3 não o fizeram. Primeiramente, foi obtido o valor correspondente à
mensuração com o Odontometer (canal seco) e, posteriormente, com o Apit
®
(canal
preenchido com NaOCl a 1%). Para cada aparelho aferido, foi utilizada uma lima tipo
K nº 10 ou nº 15 que era, então, fixada à câmara pulpar com resina acrílica. O
conjunto lima-resina acrílica era, posteriormente, removido para que o mesmo dente
fosse utilizado com o outro aparelho. Após a extração dos dentes, o complexo lima-
resina acrílica correspondente ao aparelho estudado era reinserido na cavidade
pulpar até a correta adaptação no dente, determinando o comprimento de trabalho
pré-estabelecido. Uma das paredes do canal radicular, no terço apical, foi
delicadamente desgastada até expor a lima e sua posição em relação ao forame
apical. Assim, a mensuração da distância entre a ponta da lima e o forame foi
_____________________________________________________Revisão de Literatura
42
realizada. Os resultados obtidos mostraram medidas médias com o Apit
®
a 0,14mm
(±0,27mm), além do forame apical, e com o Odontometer a 0,36mm (±0,71mm),
aquém do forame apical. Apesar do Apit
®
apresentar leituras posicionadas, mais
freqüentemente, além do forame apical (70% contra 36,6% do Odontometer), este
aparelho apresentou uma variação menor nas leituras. Com este resultado, os autores
concluíram que o Apit
®
apresentou uma capacidade de determinação do forame apical
mais confiável que o Odontometer.
KATZ; MASS; KAUFMAN
64
, em 1996, estudaram "in vitro" a precisão
de localização eletrônica do forame apical propiciada pelo aparelho Root ZX
®
, em
dentes decíduos. Vinte molares decíduos recém extraídos foram montados em
alginato usando um modelo desenvolvido pelos autores para a aferição. O
comprimento real foi determinado por meio da observação da passagem de um
instrumento pelo forame apical. As medições foram realizadas utilizando, como
marcação, o ponto correspondente a 0,5mm aquém do limite apical. Cada dente foi
medido variando-se o conteúdo do canal. As variáveis foram: canais secos, com
solução de NaOCl a 2,6% ou, com solução de NaCl a 0,9%. Os resultados indicaram
que as medições com o Root ZX
®
foram similares ao comprimento real do dente,
com uma variação de 0,5mm nos dois meios estudados. Os autores concluíram que
in vitro” o aparelho apresentou condições de medição em dentes decíduos,
necessitando testes “in vivo para completa comprovação da viabilidade clínica do
método.
SHABAHANG; GOON; GLUSKIN
111
avaliaram em 1996, a eficiência do
Root ZX
®
"in vivo", utilizando 26 dentes unirradiculados com vitalidade pulpar e
extração indicada. Após as medições, os dentes foram extraídos com os instrumentos
fixados, em posição, e a relação entre a ponta da lima inserida e a posição do forame
apical observada por meio de microscopia eletrônica. Utilizando o ponto relativo a
0,5mm aquém do forame apical, o Root ZX
®
indicou, precisamente, a posição do
forame em 17 canais (65,4%). A posição aquém do forame foi encontrada em um
caso (3,8%) e, além do forame, em 8 canais (30,8%). Analisando os resultados
obtidos e, considerando-se uma margem clínica de erro, a partir de uma posição
localizada a ±0,5mm do forame apical, o índice de acerto do aparelho foi de 96,2%.
Sob o questionamento se o diâmetro das limas influenciariam as
_____________________________________________________Revisão de Literatura
43
medições dos localizadores apicais NGUYEN et al
89
, no ano de 1996, realizaram um
estudo com o Root ZX
®
. Este estudo tinha como objetivo avaliar se o localizador
mantinha sua confiabilidade em canais com o forame apical alargado. Ampliados até o
diâmetro de 600µm, os canais foram mensurados com limas de nº 10 e nº 60.
Utilizaram 21 dentes unirradiculados com ápices totalmente formados e com curvatura
entre 20º e 30º. Os dentes foram primeiramente medidos visualmente com a lima nº
10 até que a ponta da mesma fosse observada no forame apical, obtendo-se assim o
comprimento real do canal. Para a medição eletrônica os dentes foram inseridos em
alginato. Então, os dentes foram medidos com o Root ZX
®
utilizando-se também a
lima nº 10. As medidas foram realizadas com os canais secos. Três medições
eletrônicas foram realizadas e um valor médio foi anotado sendo, portanto, este valor
denominado comprimento inicial do dente. Após esta leitura, os canais foram
ampliados por meio de um sistema rotatório alargando-se até o limite da constrição
apical com o instrumento de diâmetro nº 60. Então, os canais foram medidos
novamente com limas nº 10 e nº 60 (FL10 e FL60). Os resultados mostraram que, na
média, o comprimento inicial do dente foi 0,45 mm mais curto que o comprimento real
do dente (desvio padrão ±0,33). As diferenças entre FL10 e FL60 quando comparadas
ao comprimento inicial do dente não foram estatisticamente significantes. Concluíram
os autores que, num canal ampliado, onde uma lima se ajusta ao mesmo, e uma lima
consideravelmente mais fina, as mesmas apresentam resultados semelhantes, na
leitura com o Root ZX
®
.
No sentido de determinar a variação da impedância em pontos pré-
determinados do canal radicular, na presença de diferentes agentes irrigantes, PILOT;
PITTS
98
apresentaram, em 1997, um estudo avaliando "in vivo" dentes com indicação
de tratamento endodôntico. Após a determinação do comprimento do dente pelo
método eletrônico e radiográfico, uma série de limas foi posicionada em comprimentos
variando de 3mm aquém a 2mm além do ápice radicular. Valores de impedância
foram medidos em cada nível por um processador digital de sinais elétricos, variando-
se a freqüência e o tipo de solução irrigadora no canal radicular (RC Prep; álcool
isopropílico, solução de E.D.T.A. a 14,45%, soro fisiológico, hipoclorito de sódio a
5,25% e canal seco). Não houve diferença estatisticamente significante na variação
da impedância, a partir de valores de freqüências diferentes. A maior variação na
impedância ocorreu à aproximadamente 0,25mm aquém do forame apical, sendo que
líquidos condutores de corrente elétrica proporcionaram menores mudanças na
_____________________________________________________Revisão de Literatura
44
impedância do que soluções não condutoras. Destacou-se a importância da variação
dos valores de impedância sob diferentes condições, sendo este fenômeno
responsável pela demarcação do ponto mais próximo ao forame apical, onde os
procedimentos operatórios de instrumentação e obturação deverão ser limitados.
Soluções apresentando boa condutibilidade elétrica possibilitam um maior contato
com os tecidos periodontais apicais, levando a uma variação mínima da impedância.
Os autores sugeriram que novas medições fossem realizadas, utilizando a extração
posterior dos dentes, para uma avaliação mais precisa da localização do forame
apical.
No ano de 1997, KOBAYASHI; YOSHIOKA; SUDA
73
apresentaram um
novo aparelho denominado Tri Auto-ZX
®
. Este aparelho é constituído por um micro-
motor elétrico destinado à instrumentação dos canais radiculares a partir da utilização
de limas de níquel-titânio em baixa rotação (240 a 280 rpm). Possui também um
módulo interno acoplado que permite a mensuração eletrônica do canal, de maneira
similar ao Root ZX
®
. Desta forma, o Tri Auto-ZX
®
.permite, durante o preparo do canal
radicular, monitorar o limite apical de instrumentação. O aparelho possui um sistema
auto-reverso que permite, também, a reversão do movimento rotatório da lima
quando a mesma atinge o ápice radicular. Os autores descreveram as características
do equipamento testado em dentes extraídos montados em um modelo experimental.
Ainda no ano de 1997, VAJRABHAYA, TEPMONGKOL
131
avaliaram “in
vivo” a precisão do Root ZX
®
em pacientes que tinham agendado a extração de
dentes por motivos de doenças periodontais ou ortodonticos. Foram utilizados, nesse
estudo, 20 dentes unirradiculados. Os pacientes foram anestesiados e, após a
extirpação pulpar, os canais foram irrigados com solução salina. O excesso de
solução da câmara pulpar foi removido com uma bolinha de algodão. A medição com
o aparelho foi realizada com limas nº 15 e ou nº 25, dependendo do diâmetro do
forame apical. As limas, acopladas ao aparelho, eram inseridas no canal até o display
digital mostrar 0,5mm. As mesmas foram fixadas com resina fotopolimerizável e,
então, os dentes foram cuidadosamente extraídos. A distância entre a ponta da lima
e o forame apical foi medida com o auxilio de um microscópio óptico após o desgaste
da porção apical dos dentes. As medições eram consideradas aceitáveis quando
essa medida estava entre 0,0mm e 1,0mm aquém do forame. Medições, além do
forame, em 0,5mm ou mais curtas que 1,0mm foram consideradas inaceitáveis. Uma
_____________________________________________________Revisão de Literatura
45
amostra foi perdida durante o processo de desgaste da porção apical. Dos 19 casos,
15 (78,94%) estiveram numa média de 0,2mm aquém do forame apical, 3 casos
(15,78%) tiveram leitura coincidente com o forame e apenas um (5,26%) teve a ponta
da lima além do forame apical em 0,1mm . Os autores concluíram que o Root ZX
®
pode determinar o forame apical, mas não a constrição apical. Apesar do Root ZX
®
ter apresentado uma precisão de 94,72%, os autores não excluíram a necessidade
das tomadas radiográficas para fornecer informações da morfologia do canal e,
também, das estruturas anatômicas adjacentes.
PAGAVINO; PACE; BACCETTI
95
,
em 1998, avaliaram “in vivo” o
localizador apical Root ZX
®
com relação à precisão na localização do forame apical.
Foram utilizados 29 dentes, com vitalidade pulpar, de pacientes com agendamento
para extração. As coroas dentais sofreram desgaste em grande extensão para que o
acesso ao canal radicular fosse facilitado, a entrada do canal radicular foi alargada
com brocas de Gates-Glidden. Após esses procedimentos os canais foram irrigados
com solução de hipoclorito de sódio a 2,5% removendo-se, em seguida, o excesso do
líquido irrigador por meio de aspiração. A seguir limas endodônticas de calibres
variando do nº 0,8 a nº 15 foram introduzidas no canal radicular. Foram registradas,
as medidas eletrônicas, de acordo com as recomendações do fabricante. As limas
foram introduzidas no canal até que a inscrição “APEX” aparecesse no display do
aparelho. Após a indicação do alcance do forame apical as limas foram fixadas com
resina fotopolimerizável e, em seguida, seus cabos foram cortados. Após a extração
dos dentes, seus ápices foram observados e fotografados por meio de
estereomicroscopia com um aumento de 40x. Posteriormente, as raízes foram
preparadas para serem estudadas por meio de microscopia eletrônica de varredura.
Os dentes foram classificados em dois grupos. No Grupo A (15 dentes), o forame
apical parecia estar localizado seguindo o longo eixo do dente. No grupo B (14
dentes), o forame apical encontrava-se desviado desse eixo. Com um nível de
tolerância de +
0,5 mm a média de precisão clínica do Root ZX
®
foi de 82,75%. Com
um nível de tolerância de ±1,0 mm, foi encontrada uma precisão de 100% nas
amostras. O erro na medição foi significantemente menor nos casos com forame
apical seguindo o longo eixo do dente (Grupo A). Os autores recomendaram que,
após o display apontar “APEX”, a lima seja recuada para o interior do canal em cerca
de 0,5mm a 1,0mm.
_____________________________________________________Revisão de Literatura
46
Objetivando comparar a precisão de localização da constrição apical
pelo método eletrônico, em casos de polpa viva e necrótica, DUNLAP et al
29
, em
1998, avaliaram o Root ZX
®
em 29 dentes cuja extração estava indicada por razões
protéticas ou periodontais, totalizando 35 canais. Uma vez obtida a leitura na posição
ápice, deslocava-se o instrumento até o visor assinalar a posição constrição. A
aferição do método foi realizada a partir da fixação da lima em posição, extração do
elemento dentário e visualização da posição da ponta do instrumento em relação à
posição da constrição apical. Relacionando-se a distância da ponta da lima com a
contrição apical, essa distância foi menor que 0,25mm em 18 casos (52,9%);
distância menor que 0,50mm em 28casos (82,3%); e menor que 0,75mm em 32
casos (94,1%). Em dentes com polpas vitais as leituras estiveram posicionadas
aquém ou coincidentemente na constrição apical em 52,9% dos casos, já nos casos
de polpas necróticas esta porcentagem foi de 23,5%, não sendo esta diferença
estatisticamente significante. Em duas medições, de casos com polpa necrótica,
houve um posicionamento do instrumento endodôntico 1,5mm além da constrição
apical. Os autores relacionaram estes casos ao fato desses elementos dentários
apresentarem imagens radiolúcidas características de lesão periapical, sugerindo a
ausência de constrição apical nesses dentes e, portanto, dificultando a obtenção da
leitura eletrônica. Concluíram, baseados nos resultados, que o Root ZX
®
foi preciso
sob o ponto de vista clínico em 94% dos casos estudados, sendo que não houve
diferença estatística nas leituras entre os casos de polpa necrótica ou viva.
Para avaliar a confiabilidade das mensurações indicadas pelo Endex
em comparação ao método táctil digital e o método radiográfico, OUNSI; HADDAD
93
,em 1998, utilizaram os métodos em 37 dentes unirradiculados extraídos. As coroas
foram cortadas na junção amelocementária. Inicialmente, a técnica da sensibilidade
táctil digital foi a primeira a ser realizada para evitar possível perda da anatomia
apical devido à passagem repetitiva dos instrumentos. O top de silicone era
estabilizado, a lima removida do interior do canal e medida. A segunda fase do
experimento constituiu-se da medição eletrônica, com o comprimento do canal sendo
limitado quando a agulha do visor do aparelho alcançava a demarcação “ápice”.
Como última fase do experimento, executava-se uma tomada radiográfica pela
técnica do paralelismo no sentido vestíbulo-lingual, colocando a fonte de raios X a 25
centímetros, e a película radiográfica a dois milímetros do dente a ser examinado. As
medições encontradas pelos métodos foram comparadas com a determinação do
_____________________________________________________Revisão de Literatura
47
comprimento real do canal radicular, realizada por meio da visualização direta de
uma lima nº 15 no forame apical. O método táctil digital obteve 43,38% de precisão
na detecção do forame apical. Os resultados obtidos pelo método radiográfico
alcançaram 97,06% de precisão, enquanto que o método eletrônico obteve 84,56%
de acerto na determinação do forame (± 0,5mm). Os autores atribuíram o alto índice
de sucesso do método radiográfico à facilidade das tomadas radiográficas "in vitro",
muito mais precisas que as executadas clinicamente .
Com o intuito de comparar o tamanho real do dente, com o tamanho
obtido com a leitura eletrônica promovida pelo Root ZX
®
, OUNSI; NAAMAN
94
, em
1999, realizaram um estudo in vitro utilizando-se de 39 dentes unirradiculados,
extraídos, com os ápices totalmente formados. A determinação do comprimento real
do dente foi obtida visualmente por meio da observação da ponta de uma lima nº 15
no forame apical. Com o objetivo de facilitar o acesso ao canal radicular as coroas
foram removidas na junção cemento-esmalte. Para a medição eletrônica os dentes
foram colocados em gel, como descrito por DONELLY
28
. Durante a medição os
canais foram mantidos úmidos com hipoclorito de sódio a 5,25%. Foram realizadas
medições quando o mostrador digital estava mostrando a marca de 0,5mm aquém do
ápice e, também, quando o indicador do painel estava registrando “APEX”. Ambas as
medidas foram comparadas ao comprimento real do dente. Concluíram, os autores,
que o Root ZX
®
não deve ser usado como indica o fabricante, em alcançar o ápice e
recuar 0,5mm para o interior do canal. Segundo os autores, o aparelho apenas
detecta o forame apical e não a posição de 0,5mm aquém do forame. Salientaram,
ainda que o clínico deveria alcançar a marca “ápice” no aparelho durante a medição
eletrônica, remover a lima do interior do canal, para então subtrair 0,5 ou 1,0mm de
acordo com o seu desejo.
Comparando dois localizadores apicais, com relação à capacidade dos
mesmos em localizar, precisamente, a constrição apical na presença de vários fluidos
no interior do canal radicular WEIGER et al
132
,
em 1999, desenvolveram um estudo "in
vitro", utilizando os aparelhos Root ZX
®
e o Apit
®
, realizando a medição em 46 dentes
unirradiculados. A patência dos forames foi cuidadosamente checada com uma lima
nº 06 onde o comprimento do canal foi definido como a distância entre o platô incisal
até o forame apical. Tal limite era aquele em que a lima era visualizada no forame
com o auxilio de uma lupa. Os canais foram preenchidos com três tipos de irrigantes:
_____________________________________________________Revisão de Literatura
48
NaOCl a 1%, H
2
0
2
a 3% e NaCI a 0,9%. Os dois aparelhos demonstraram, na leitura
medidora "APEX", que os valores das medições da posição da constrição apical
diferiam na presença de NaOCI ou H
2
0
2.
Concluíram que, sob as condições deste
estudo, o Root ZX
®
proporcionou medições mais precisas, na presença de NaOCl.
No ano de 1999, IBARROLA et al
55
desenvolveram um estudo para
determinar se a realização de desgaste dentinário nos terços cervical e médio dos
condutos radiculares, previamente à medição com localizador apical eletrônico,
melhoraria a eficiência do mesmo. O aparelho utilizado foi o Root ZX
®
. Trinta e dois
canais foram divididos em dois grupos (1 e 2). O grupo controle (grupo1) não foi
manipulado antes da medição eletrônica. O desgaste nos terços cervical e médio nos
canais (grupo 2) foi realizado com instrumento rotatório Profile
®
taper .04. Os
resultados mostraram que o grupo 2 apresentou uma diferença estatisticamente
significante quando comparado ao grupo controle (p=0,015). Concluíram os autores,
que os resultados mais consistentes obtidos com o Root ZX
®
deram-se quando
desgastes prévios dos terços cervical e médio dos condutos radiculares foram
realizados.
FOUAD; REID
36
, no ano de 2000, realizaram um estudo comparando
dentes nos quais foram realizados tratamentos endodônticos, tendo sido obtida a
odontometria pelos métodos radiográfico e eletrônico. Foram utilizados 58 canais de
36 dentes de pacientes da clínica de Endodontia onde os estudantes da graduação
participaram deste estudo. Inicialmente foi realizada a odontometria de todos os
canais, usando radiografias pré-operatórias e medições eletrônicas. Ficou estipulado
que os estudantes deveriam determinar o comprimento de trabalho pelo método
eletrônico ou radiográfico, distribuído ao acaso. Estudantes e instrutores não sabiam
qual método foi o escolhido. Após o término dos tratamentos endodônticos, os dentes
foram radiografados e as obturações de canais foram consideradas aceitáveis quando
estavam no intervalo entre 0,0 e 2,0 mm aquém do ápice radiográfico. Num grupo de
três dentes não foi possível realizar a medição eletrônica devido à obstrução dos
canais, sendo os mesmos excluídos do estudo. Concluiu-se que, nos casos em que
foram feitas as odontometrias utilizando-se do método eletrônico, os resultados foram
melhores. Apesar de não ser estatisticamente significante (p=0,07) o número de
radiografias utilizadas no tratamento foi menor no grupo em que foi utilizado o
localizador apical eletrônico ( Root ZX )
_____________________________________________________Revisão de Literatura
49
Com o intuito de comparar “in vivo” a eficácia do localizador eletrônico
Justy II com o método radiográfico, em determinar o comprimento de trabalho
durante o tratamento endodôntico, MARTINEZ et al
81
, em 2000, realizaram um
estudo em 35 dentes com 52 canais radiculares onde 11 deles apresentavam
imagem radiolúcida periapical. As limas tipo K, acopladas ao aparelho eram
introduzidas no interior do canal até que o ponteiro atingisse o centro da zona
amarela, indicando a constrição apical. O limitador de penetração era, então,
ajustado na região escolhida e uma tomada radiográfica era realizada. Foram
consideradas corretas as medidas que estavam entre 0,5mm a 1,0mm aquém do
ápice radiográfico. Os resultados obtidos indicaram 63,5% dos casos onde houve
coincidência entre as medidas eletrônicas e radiográficas; em 15.4% as medidas
eletrônicas foram menores que as radiográficas em média de -0,5mm a –1,0mm e,
em 21,1% dos casos, as medidas com o localizador apical foram maiores que as
radiográficas. Concluíram que os localizadores eletrônicos apicais permitem uma
medida objetiva do canal radicular mas não substituem totalmente as radiografias.
Num trabalho de avaliação clínica da eficácia de um localizador apical,
em relação à técnica radiográfica, FERREIRAet al
34
, no ano de 2000, avaliaram o
Apit
®
5 utilizando-se de 225 dentes, sendo que 103 eram anteriores, 90 pré-molares,
e 32 molares, totalizando 348 condutos, dos quais, 140 tinham vitalidade pulpar, e
208 apresentavam-se com necrose. Destes, 147 apresentavam lesões periapicais.
Os resultados obtidos demonstraram que, em 94,2% dos casos de biopulpectomia
houve concordância do comprimento estabelecido quando comparado à imagem
radiográfica. Já, nos casos de polpa necrosada na presença ou não de lesão,
observou-se uma concordância do resultado em 96,3%. Concluíram, os autores, que
os localizadores apicais auxiliam, durante o tratamento endodôntico, na determinação
do comprimento de trabalho, diminuindo o tempo de tratamento e a quantidade de
radiografias tiradas.
Com o intuito de estudar uma diminuição da dose de radiação
ionizante ao paciente que sofre uma intervenção endodôntica, no ano de 2000,
SAAD; AL-NAZHAN
107
realizaram um estudo onde combinaram a técnica de um
localizador eletrônico apical (Root ZX
®
) e o sistema digital de imagem
(RadioVisioGraphy-RVG). Este estudo foi conduzido em 14 pacientes que sofreriam
_____________________________________________________Revisão de Literatura
50
intervenção para tratamento endodôntico. Os dentes eram medidos inicialmente
utilizando-se o Root ZX
®
. O sistema RVG era utilizado para verificar a prova do cone
e a obturação final. Os pacientes tiveram seus tratamentos acompanhados entre 6 e
18 meses e os resultados foram satisfatórios em todos os casos, verificando-se uma
boa vantagem da associação do sistema RVG com localizador eletrônico.
MARTÍNEZ-LOZANO et al
82
, em 2001, compararam dois métodos
radiográficos (filme convencional e radiografia digital), com um localizador eletrônico
apical (Apit
®
EM-S3). Para este estudo, foram utilizados 28 canais radiculares
pertencentes a 20 dentes humanos extraídos. Foi feita uma comparação entre a
medição do comprimento de trabalho obtido com os dois métodos radiográficos e um
localizador apical eletrônico. O método eletrônico foi satisfatório em 67,8% dos casos,
já os métodos radiográficos apresentaram uma porcentagem de 50,6% para o digital e
61,4% para o convencional. Concluíram, os autores, que nenhum dos métodos foi
totalmente satisfatório em estabelecer o comprimento de trabalho, e também, não
houve diferença estatística entre os métodos investigados.
ELAYOUTI; WEIGER; LÖST
30
, em 2001, obtiveram resultados de
um estudo onde avaliaram a freqüência de sobre-instrumentação em dentes nos quais
radiografias demonstravam que o comprimento de trabalho estava entre 0 a 2,0mm
mais curto que o ápice radiográfico. Foram utilizados 91 dentes entre pré-molares,
molares e incisivos, totalizando 196 canais. Dentes com reabsorção apical visível
foram excluídos. Os resultados mostraram que, para os dentes anteriores, não houve
nenhum caso onde a lima ultrapassou o forame apical. Em dentes pré-molares a
freqüência de medida que esteve além do forame apical foi de 51% e nos molares
esta freqüência foi de 22%. Concluiu-se que, radiograficamente, um comprimento de
trabalho apresentando-se entre 0 e 2,0mm do ápice radiográfico, não garante que a
instrumentação além do forame apical será evitada.
Com o objetivo de avaliar a precisão do Root ZX
®
, na presença de
várias soluções irrigantes, utilizadas no tratamento endodôntico, JENKINS et al
62
no
ano de 2001, realizaram um trabalho “in vitro” no modelo preconizado por
DONNELLY
28
. Foram utilizados 30 dentes unirradiculados. O comprimento real do
dente foi medido visualizando-se a lima no forame apical com o auxilio de um
microscópio clínico. Os irrigantes testados foram: Lidocaina a 2%, hipoclorito de
_____________________________________________________Revisão de Literatura
51
sódio a 5,25%, RC Prep, E.D.T.A., água oxigenada a 3% e o Peridrex (Clorhexidina a
12%). Não houve diferença estatística entre os produtos testados. Os autores
confirmaram as declarações do fabricante de que o Root ZX
®
é um aparelho versátil
e preciso na determinação eletrônica do comprimento de trabalho com os mais
variados tipos de agentes irrigantes, utilizados na endodontia.
HILÚ
51
, em 2001, realizou um estudo “in vivo” para a determinação do
comprimento de trabalho, comparando-se os métodos radiográfico e eletrônico. Para
tal, o autor utilizou 97 condutos radiculares, onde, o diagnóstico era de 60 polpas
vitais, 21 não vitais e 16 retratamentos. Não se levou em consideração o sexo ou
idade do paciente, mas apenas que os ápices estivessem totalmente formados. O
aparelho utilizado para a medição eletrônica foi o Foramatron IV. As leituras eram
consideradas quando a ponta do instrumento utilizado para realizar a medição
eletrônica indicava estar a 1,0mm aquém do ápice radiográfico, com uma tolerância
de ±0,5mm. Em todos os casos os canais foram irrigados com NaOCl a 2,5%. Dos
resultados obtidos 54,64% foram considerados aceitáveis, não havendo diferenças
estatísticas entre as polpas vitais, não vitais e retratamentos. Concluiu, o autor, ser
aconselhável a tomada radiográfica para a confirmação do comprimento de trabalho,
deixando apenas o método eletrônico para situações duvidosas, sendo portanto, um
complemento auxiliar dos outros métodos.
ELAYOUTI; WEIGER; LÖST
31
, no ano de 2002, realizaram um estudo
da capacidade do Root ZX
®
em evitar a sobre instrumentação em dentes pré-
molares, após a radiografia de determinação do comprimento de trabalho. Foram
utilizados 30 pré-molares, selecionados em função da ausência de reabsorção apical
visível e presença de forame apical que permitisse, pelo menos, a passagem de uma
lima nº 06, totalizando 43 canais. O comprimento do dente era medido, introduzindo-
se uma lima nº 06 no interior do canal até que a mesma fosse visualizada no forame
apical com o auxilio de um estereomicroscópio em aumento de 15 vezes. A
determinação do comprimento de trabalho pelo método radiográfico foi feita com o
auxilio de um dispositivo onde cada dente foi radiografado três vezes, sendo uma
pré-operatória pela técnica do paralelismo, outra com uma lima nº 10 ou nº 15 no
interior do canal a uma distância de 2,0mm menor que o comprimento da primeira
radiografia e uma final, com o comprimento real de trabalho. A medição eletrônica foi
realizada com o dente colocado em solução de NaCl a 0,9%. Quando o display
_____________________________________________________Revisão de Literatura
52
apontava para uma distância do ápice de 0,5mm a lima era estabilizada para a
medição. Foram realizadas duas medições com um intervalo de 16 horas entre as
mesmas, não havendo diferença estatística entre ambas. Ressaltaram, os autores,
que as medições realizadas radiograficamente tiveram um número maior de medidas
além do forame apical, quando, comparadas à medição eletrônica. Concluíram que
houve beneficio em se associar a leitura eletrônica com a medida radiográfica.
TINAZ et al
126
, em 2002, apresentaram um trabalho “in vitro
objetivando avaliar o efeito da experiência do operador e do preparo do terço
coronário do canal na precisão dos resultados de três diferentes modelos de
localizadores apicais. As medições eletrônicas, realizadas com os aparelhos Root
ZX
®
, Bingo 1020 e Apex Finder, foram realizadas em modelos experimentais, onde
os dentes ficaram montados em recipientes plásticos preenchidos com alginato
recém manipulado. Havia três níveis de operadores: um já acostumado a realizar
medições eletrônicas, outro já familiarizado com esse tipo de aparelho e um iniciante.
Foram utilizados, 39 dentes unirradiculados, dos quais as coroas foram removidas na
junção cemento-esmalte para facilitar o acesso ao canal radicular, e os forames
apicais foram padronizados com a lima nº 20. Inicialmente os espécimes foram
medidos separadamente por cada operador com determinado aparelho, seguindo as
instruções dos fabricantes. Após cada operador realizar a leitura eletrônica com os
três aparelhos os canais tiveram seus terços coronários preparados com instrumento
rotatório de níquel-titanio. Houve uma nova medição após o preparo. Os resultados
demonstraram que o Bingo 1020 e Apex Finder tiveram uma precisão de leitura
maior, enquanto os canais não tiveram seus terços coronários preparados, ao
contrário do Root ZX
®
. Concluíram que, se os aparelhos forem utilizados de acordo
com as especificações do fabricante, experiência não é um fator necessário para
utilizar os localizadores apicais eletrônicos.
No mesmo ano, TINAZ et al
124
, apresentaram um novo modelo,
simples e de baixo custo para ser utilizado no ensino de demonstração e do
manuseio dos localizadores apicais eletrônicos. Para tal, foram utilizados 3 dentes
unirradiculados que foram armazenados em solução de formol a 10%. A medição
eletrônica foi realizada com o Root ZX
®
. Os dentes foram inseridos em um manequim
de acrílico. O fundo do manequim foi preenchido com alginato fazendo com que os
forames apicais dos dentes entrassem em contato com o mesmo. O alginato foi
colocado em excesso na sua porção inferior para que o eletrodo labial pudesse ser
_____________________________________________________Revisão de Literatura
53
inserido em seu interior agindo, dessa forma, como a mucosa bucal. Os forames
apicais dos dentes haviam sido padronizados com diâmetros 0,25mm, 0,30mm e
0,45mm. Os autores observaram que o modelo se manteve estável por várias horas
e ofereceu resultados consistentes. Concluíram que o modelo é de grande utilidade
no ensino do manuseio dos localizadores apicais, mas não recomendaram a
utilização deste modelo para pesquisas.
Ainda, em 2002, TINAZ et al
125
apresentaram um estudo sobre o efeito
do Hipoclorito de Sódio (NaOCl) em várias concentrações na precisão da leitura do
Root ZX
®
, em determinar o comprimento de trabalho. Foram utilizados 50 dentes
humanos unirradiculados, os quais, foram divididos em cinco grupos. As coroas dos
dentes foram seccionadas a 2 mm da junção cemento-esmalte. Como solução
irrigante foi utilizado o NaOCl em concentrações de 5,25%, 2,65%, 1% e 0,5%. Para
o grupo controle foi utilizada água destilada. Os resultados demonstraram que não
houve diferença estatística entre os grupos, onde os autores concluíram que o Root
ZX
®
pode ser utilizado, com sucesso, na terapia endodôntica.
Realizando um estudo “in vitro”, onde a medição do comprimento de
trabalho com o Root ZX
®
era feito em dentes com reabsorções radiculares
simuladas, GOLDBERG et al
43
, no ano de 2002, utilizaram 50 dentes unirradiculados
com ápices totalmente formados onde a reabsorção apical foi simulada utilizando-se
de uma broca carbide esférica nº 3. Para a medição do comprimento real do canal
radicular uma lima nº 15 foi inserida no mesmo até sua visualização no forame apical,
dessa medida subtraiu-se 0,5mm e anotou-se em fichas para comparação com a
medida eletrônica. Para a medição eletrônica, a lima era introduzida no canal até o
display do aparelho indicar a posição “APEX” e, então, recuada para a posição de
0,5mm e 1,0mm aquém do ápice. A medição eletrônica e manual foram realizadas
separadamente por três operadores distintos. Os resultados obtidos demonstraram
diferenças estatísticas entre os operadores A e B e entre A e C (p<0,001) mas não
significante entre B e C (p<0,01). A média, para o desvio das medidas visuais diretas
dos canais foi de -0,46mm, -0,68mm e -0,60mm para os operadores A, B e C,
respectivamente. Concluíram que as diferenças estatísticas entre os operadores
poderia ser devido à variação na habilidade e experiência no manuseio do aparelho.
Concluíram que o Root ZX
®
pode ser utilizado confiavelmente nas medições de
dentes com reabsorção apical.
_____________________________________________________Revisão de Literatura
54
Neste mesmo ano, GRIMBERG et al
46
, realizando um estudo em
pacientes que tinham seus dentes agendados para extração, avaliaram a
performance do Tri Auto ZX, um aparelho desenvolvido para a utilização com
instrumentos rotatórios de Ni-Ti. Vinte e cinco dentes, entre incisivos e caninos de
pacientes entre 22 e 60 anos de idade foram utilizados. As medições foram
realizadas com limas nº 15 e a utilização do aparelho seguiu as instruções do
fabricante. Foram realizadas várias medições: uma medição eletrônica (EL), na qual
a lima foi introduzida no canal até que o led do aparelho, determinando a posição de
0,5mm acendesse; outra utilizando-se instrumentos rotatórios até o momento em que
ocorria o reverso automático do aparelho (ARL) e a medição manual após a extração
do dente (AL) pela visualização da ponta da lima nº 15 no forame apical Os
resultados obtidos demonstraram que EL foi coincidente ao ARL em todos os casos.
Quando comparados AL com EL e ARL os resultados obtidos coincidentes entre os
três foi de 40% dos casos. Nos demais, 60% AL acusou uma medida mais longa em
56% dos casos (± 0,5mm) e em apenas 4% dos casos AL foi mais curta que EL ou
ARL (±0,5mm) com diferença média sendo de –0,23mm ± 0,32mm (p<0.05).
Concluíram os autores que, o Tri Auto ZX previne a sobre instrumentação.
BRUNTON; ABDEEN; MACFARLAINE
16
,em 2002, investigaram se o
uso do localizador apical associado à tomada radiográfica na determinação do
comprimento de trabalho, resultaria numa redução da exposição aos raios X dos
pacientes que se submetem à terapia endodôntica. Utilizaram 50 dentes
unirradiculados (caninos e incisivos), os quais foram divididos, aleatoriamente, em
dois grupos de 25 dentes cada. No Grupo B o comprimento de trabalho foi
determinado pela tomada radiográfica associada à leitura eletrônica e no grupo A
apenas pela tomada radiográfica. Pelo método radiográfico era considerado o
comprimento de trabalho, a medida de 1,0mm aquém do ápice radiográfico. Se a lima
ficasse posicionada 3,0mm aquém do ápice radiográfico uma nova radiografia era
realizada. Após as medições eletrônica e radiográfica os dentes foram seccionados e
medidos com auxilio de uma régua milimetrada. Para o grupo A, 14 radiografias
foram refeitas e para o grupo B não houve necessidade de realizar novas tomadas
radiográficas, ocorrendo uma diferença estatística significante (p<0,001). Os
resultados relataram que o localizador apical foi preciso em determinar o
comprimento de trabalho a uma distância de 0,5mm do forame apical em 11 dentes
_____________________________________________________Revisão de Literatura
55
(44% dos casos). Por outro lado, em 15 dentes (60% dos casos) utilizando-se apenas
a tomada radiográfica, tiveram o comprimento de trabalho a 0,5mm do forame apical
Concluíram os autores que os localizadores apicais associados às tomadas
radiográficas são de grande auxilio aos clínicos, principalmente àqueles com menos
experiência.
OISHI et al
91
, em 2002, investigaram a possibilidade de se detectar as
constrições apicais de canais radiculares usando um localizador apical. De um grupo
de 771 dentes com 1416 canais, em apenas 70 canais não foi possível realizar a
penetração da lima em toda sua extensão. Esses setenta canais foram selecionados,
sendo que terceiros molares e dentes com ápices incompletos não faziam parte dos
mesmos. Baseados em análises radiográficas, os dentes utilizados foram divididos
em 3 grupos: GRUPO A (constrição nos 3,0 mm do ápice radiográfico - 23 canais).
GRUPO B (não constrito nos 3,0 mm do ápice radiográfico - 28 canais). GRUPO C
(constrito em mais de 3,0 mm aquém do ápice radiográfico - 19 canais). Os canais
foram preenchidos com NaOCl a 6%. A lima foi introduzida no canal até a porção mais
apical que a mesma pudesse atingir. Então acoplava-se a lima ao analisador de
impedância e, posteriormente, ao Root ZX
®
e as medições das impedâncias eram
realizadas e anotadas. Houve uma diferença estatisticamente significante entre os
grupos A e B. Os autores concluíram que o Root ZX
®
não é somente efetivo para
detectar a localização do forame apical, mas também é útil para detectar a constrição
do canal radicular.
POMMER; STAMM; ATTIN
100
, no ano de 2002, realizaram um estudo
"in vivo” determinando o comprimento dos canais radiculares. Utilizaram o Apex
Finder, tanto em canais que se encontravam em estado de necrose, como de
vitalidade pulpar ou após a desobturação de casos já tratados. De um total de 107
dentes foram realizadas as medidas com o localizador em 171 canais. Desses, 104
eram vitais, os demais não, dos quais 19 eram casos de retratamentos. Realizada a
odontometria com o aparelho, uma radiografia era tirada para que, posteriormente,
fosse realizada a medida entre a ponta do instrumento e o ápice radiográfico. Em 86%
dos dentes avaliados a ponta da lima, como indicava o aparelho eletrônico, estava
localizada entre 0,5mm e 1,5mm aquém do ápice radiográfico; para 5,8% dos casos a
localização do instrumento estava entre 1,5mm e 2,0mm aquém do ápice radiográfico
e, em 6,4% a ponta da lima estava a mais de 2,0mm. O Apex Finder demonstrou ser
_____________________________________________________Revisão de Literatura
56
mais preciso para determinar a constrição apical em canais vitais (93,9%), do que em
canais necróticos (76,6%). Em canais desobturados a porcentagem de acerto foi de
68,4%. Os autores concluíram que o Apex Finder é altamente confiável em determinar
a leitura do comprimento do canal tanto em dentes vitais como não vitais.
Com a intenção de comparar dois aparelhos localizadores apicais de
terceira geração e ambos com o método radiográfico, KAUFMAN; KEILA; YOSHPE
68
realizaram, no ano de 2002, um estudo em 120 dentes humanos multi e
unirradiculados extraídos. Nos casos dos dentes multirradiculados, apenas um canal
era escolhido aleatoriamente. Foram divididos, também, aleatoriamente, em 2 grupos
de 60 dentes. Para realizar a medição eletrônica os dentes foram inseridos em caixas
plásticas com alginato, cada caixa comportava 10 dentes. Um grupo foi medido
primeiramente pelo Root ZX
®
e em seguida pelo Bingo 1020, sendo os resultados
anotados. O outro grupo foi medido com o Bingo 1020 e, posteriormente, pelo Root
ZX
®
. Cada dente foi medido 3 vezes com cada aparelho, e uma média foi tirada
dando o resultado final da medição pelos localizadores apicais. Após a terceira
medida a lima foi deixada no interior do canal para a realização da tomada
radiográfica. Seguindo-se à tomada radiográfica os canais foram instrumentados até a
lima nº40. Os dentes, divididos em 6 grupos, foram novamente medidos com vários
tipos de irrigantes no interior do canal (Xilol, Clorexidina a 0,2%, E.D.T.A. a 17%,
NaOCl a 3%, Solução salina e canais secos). Para cada irrigante, 10 dentes foram
medidos com o Root ZX
®
e 10 com o Bingo 1020. Os resultados demonstraram que
não existiu diferença na ordem de utilização dos aparelhos. Concluíram, os autores,
que o conteúdo do canal influenciou na leitura dos aparelhos (foram mais próximas do
comprimento real do dente com solução salina e E.D.T.A.) não existindo uma
diferença clinicamente significativa, e que, medidas eletrônicas são mais próximas do
comprimento real do dente do que as radiográficas.
LEE et al
78
, no ano de 2002, apresentaram um novo circuito designado
a realizar uma compensação automática para os possíveis erros nas medidas dos
localizadores apicais, frente aos vários tipos de soluções eletrolíticas. Em estudos
anteriores, os autores observaram tendências de existir medições mais curtas nos
casos onde se utilizavam soluções altamente eletrocondutoras e, por outro lado,
medições mais longas nos casos onde as soluções existentes no interior do canal
eram pouco condutoras de eletricidade. Foram testados clinicamente trinta e um
_____________________________________________________Revisão de Literatura
57
canais, de pacientes que tinham extração agendada por motivos periodontais ou
ortodônticos. As limas endodônticas foram inseridas nos canais até que o aparelho
indicasse o sinal “ÁPICE”. As limas foram, então, imobilizadas com cimento de
ionômero de vidro e os dentes extraídos. Após a extração, a porção apical da raiz foi
desgastada para a observação da posição da ponta da lima em relação ao forame e à
junção canal-dentina-cemento com o auxilio de um microscópio clínico. Essas
distâncias foram medidas e avaliadas estatisticamente. Os resultados mostraram que
as distâncias estavam, em média, -0,13mm aquém do forame (com uma variação de –
1,28 e +0,46mm) e, quando a união canal-dentina-cemento foi detectada, a distância
média foi de + 0,18mm (com uma variação de –0,98 e +0,65mm) mm da união CDC.
Dos 31 espécimes, apenas em 14 podia-se, ao microscópio, detectar o limite CDC. Os
autores não observaram diferenças estatísticas nas leituras realizadas entre forames
apicais amplos (250µm) e forames apicais com diâmetros menores(<25µm).
MEARES, STEIMAN
86
, em 2002, querendo observar se a solução de
hipoclorito de sódio influenciava na leitura do Root ZX
®
, realizaram um estudo em 40
dentes pré-molares humanos com ápices totalmente formados. Os dentes foram
montados em um dispositivo plástico onde as raízes foram submersas em solução
salina para que houvesse a transmissão da corrente elétrica para a leitura do
localizador apical. Foram realizadas leituras sem NaOCl, com NaOCl a 2,125% e
NaOCl 5,25% . Na leitura do Root ZX
®
a 0,5mm do ápice os resultados mostraram
uma precisão de 81% sem NaOCl, de 83% com NaOCl a 2,125% e finalmente 85%
com NaOCl a 5,25%. Concluíram que o Root ZX
®
não é afetado quando da utilização
do NaOCl.
WELK; BAUNGARTNER; MARSHAL et al
133
, em 2003, compararam
dois modelos de localizadores apicais, tipo duas freqüências (Root ZX
®
) e cinco
freqüências (Endo Analyzer Model 8005) sob condições clínicas. Para verificar se
existia consistência nas medições entre modelos similares, cada dente foi medido
com 4 aparelhos de cada modelo. Participaram deste estudo 7 pacientes adultos com
idade entre 37 e 82 anos de idade, perfazendo um total de 32 dentes indicados para
extração. Metade da porção coronária dos dentes foi removida facilitando o acesso
ao canal e permitindo uma superfície plana para o apoio do limitador de penetração
de silicone. A porção coronária dos canais foi preparada com brocas de Gates-
Glidden de nº 2 a nº 4 e Orifice Shaper
®
nº 50 a nº 30. Após as mensurações, as
_____________________________________________________Revisão de Literatura
58
limas foram fixadas com cimento de ionômero de vidro, e os dentes extraídos. Para
conferir a posição das limas, com relação ao forame apical a porção final das raízes
foi cortada no seu longo eixo em cerca de 4,0mm, formando um plano onde a
visualização era checada com o auxilio de um microscópio clínico. Em 90,7% dos
casos, o forame menor foi detectado com o Root ZX
®
0,5mm) e 34,4% com o Endo
Analyser Model 8500. A distância média entre a ponta da lima e o forame menor
estava em média de 0,19mm para o Root ZX e 1,03mm para o Endo Analyser Model
8500. Os autores puderam concluir que a utilização dos localizadores apicais
eletrônicos é confiável em determinar o comprimento de trabalho na endodontia e
que o Root ZX
®
foi capaz de localizar o forame menor com maior freqüência que o
Endo Analyser Model 8500.
Devido ao surgimento de instrumentos manuais confeccionados em
ligas de Níquel-Titânio THOMAS; HARTWELL; MOON
122
, no ano de 2003, utilizando
o Root ZX
®
, realizaram um estudo com o propósito de determinar se havia alguma
alteração na medição eletrônica quando eram utilizados instrumentos manuais
confeccionados de aço inox ou de NiTi e rotatórios de NiTi num mesmo dente.
Realizaram o estudo num grupo de 20 dentes unirradiculados com ápices totalmente
formados. Utilizando-se dos instrumentos citados, com calibres variando entre os nº
20, nº 25 e nº 30; cada dente foi medido três vezes e a medida final foi considerada a
média destas três medições. Segundo os autores, ocorreram diferenças
estatisticamente significantes entre os 12 grupos, (p<0,0001), mas a maior dessas
diferenças (0,11mm) não foi considerada clinicamente significante para alterar a
medição do comprimento de trabalho.
Em 2004, AZABAL; GARCIA-OTERO; de la MACORRA
6
realizaram
um estudo para verificar a eficiência do Justy II em medir a posição de fraturas
horizontais e verticais simuladas em dentes extraídos, e comparar com a medida real
das mesmas. Para isto, foram utilizados 62 dentes extraídos sem reabsorções
radiculares visíveis nem fraturados. No grupo “H” fraturas horizontais incompletas
foram simuladas utilizando-se um disco com espessura de 0,2mm, cortando a raiz,
no sentido horizontal até a exposição do canal radicular. Após a medição eletrônica
as raízes foram cortadas no nível da fratura e o comprimento real foi medido com
uma lima nº 10. Para os dentes do grupo “V” a simulação de uma fratura vertical foi
realizada fazendo-se um corte no sentido vertical da raiz, mas, expondo-se o canal
_____________________________________________________Revisão de Literatura
59
radicular apenas na porção coronária da mesma. Os resultados demonstraram que
em 74,2% das fraturas horizontais o Justy II teve uma precisão exata, em 19,2%
esta precisão mostrou uma discrepância de 0,5mm. Nas fraturas verticais ocorreu
uma discrepância para menos de 7,5mm na média. Concluiu-se que o aparelho é
confiável em medir a distância de fraturas horizontais, o que não ocorre na
determinação de fraturas verticais.
No mesmo ano, HOER, ATTIN
52
realizaram um estudo a fim de avaliar
a eficiência de dois localizadores apicais de terceira geração em determinar a
constrição apical ou a área entre o forame maior e o forame menor sob condições
clínicas. Para este estudo, foram incluídos 42 pacientes que estavam agendados
para a extração de dentes por motivos periodontais, cirúrgicos ou ortodônticos,
perfazendo um total de 79 dentes e 93 canais. Com o aparelho Justy II foram
medidos 51 canais. Os 42 canais restantes medidos com o ENDY 5000. Após as
medições, as porções apicais das raízes foram desgastadas para a visualização em
microscópio óptico. Dos casos medidos pelo Justy II, 82,4% estavam no intervalo
localizado entre a constrição apical e o forame, e a maior distância da ponta da lima
até o forame maior foi de 4,5mm. Para este mesmo intervalo o ENDY 5000 teve uma
precisão de 81% onde a maior distância entre a ponta da lima e o forame foi de
3,5mm. Conclui-se que ambos são capazes de identificar o intervalo da constrição
apical ao forame com um alto grau de sucesso.
KIM; LEE
70
fizeram, no ano de 2004, uma revisão sobre os
localizadores apicais eletrônicos, desde o seu surgimento, até a evolução dos vários
tipos de localizadores apicais. Realizaram um levantamento dos principais trabalhos
executados com esses aparelhos. Descreveram trabalhos correlacionando a
influência dos vários tipos de irrigantes sobre a acuidade dos localizadores
eletrônicos apicais, assim como o efeito da condição pulpar sobre a leitura dos
mesmos. Dentre os trabalhos citados, os autores fizeram, também, uma revisão onde
avaliaram o efeito da influência do diâmetro do forame sobre a precisão da leitura dos
aparelhos, assim como, a influência de reabsorções apicais presentes em alguns
dentes, sobre estas leituras. Os autores explanaram também, sobre os trabalhos que
consideram a capacidade de detecção de perfurações radiculares. Trabalhos
relatados neste artigo demonstram que a leitura realizada pelos localizadores apicais
eletrônicos, com instrumentos endodônticos fabricados com vários tipos de ligas
_____________________________________________________Revisão de Literatura
60
metálicas não sofrem interferência. Dentre as considerações clínicas, os autores
relataram que a tomada radiográfica não deve ser eliminada durante a odontometria,
principalmente nos casos onde existir uma instabilidade no sinal do aparelho, como
em casos de ápices incompletos, cáries muito extensas e grandes restaurações
metálicas.
Também em 2004, LUCENA-MARTIN et al
80
realizaram um estudo
comparativo da precisão de três localizadores apicais. Os aparelhos utilizados foram
o Justy II, Root ZX
®
e o Neosono Ultima EZ. Foram utilizados 20 dentes humanos
unirradiculados extraídos por problemas periodontais, sem fraturas e com os ápices
totalmente formados. As medições foram realizadas por dois diferentes operadores,
sendo que um terceiro operador realizou a leitura do comprimento real do dente, por
meio da inserção de uma lima nº 15 no canal até o aparecimento da mesma no
forame apical. As medidas obtidas, em milímetros, realizadas eletronicamente foram
anotadas em diferentes tabelas mantendo, assim, a individualidade dos resultados.
Resultados que ficaram além do forame apical foram considerados positivos. Leituras
que ficaram aquém do forame apical denominaram-se negativas e leituras
coincidentes eram consideradas leituras corretas. Tais resultados demonstraram que
leituras positivas foram de, no máximo, 5% para os três localizadores, com ambos os
operadores. Os localizadores foram capazes de localizar o forame apical em cerca de
80% a 90%. Outro ponto concluído pelos autores foi de que, se os localizadores
eletrônicos apicais forem utilizados de acordo com as orientações dos fabricantes,
não é necessário uma experiência prévia para que se tenha bons resultados na
obtenção do comprimento de trabalho.
Neste mesmo ano, GORDON e CHANDLER
44
realizaram uma revisão
em 113 artigos escritos na língua inglesa sobre os localizadores apicais eletrônicos.
Os autores fizeram um levantamento dos trabalhos realizados que falavam desde a
importância da necessidade de se obter o comprimento de trabalho na Endodontia,
da necessidade do conhecimento da anatomia do forame apical, das limitações
encontradas durante o acesso ao canal para a realização da medida do comprimento
de trabalho, até a evolução dos vários aparelhos surgidos no mercado. Relataram,
também, a importância da radiografia pré-operatória, apesar dos localizadores
apicais eletrônicos terem demonstrado ser um instrumento de grande precisão na
determinação do comprimento de trabalho. Salientaram sobre as metodologias dos
_____________________________________________________Revisão de Literatura
61
trabalhos realizados “in vivo” e “in vitro”. Dos trabalhos “in vitro” os autores
descreveram sobre os métodos encontrados para simular a eletrocondutividade dos
tecidos vivos (alginato, gelatina, ágar ou solução salina). Dissertaram sobre a
evolução dos localizadores apicais eletrônicos, relacionando os trabalhos realizados
com o tipo de aparelho utilizado, sendo de primeira, segunda ou terceira geração.
Nesta revisão citaram outras utilidades dos localizadores apicais eletrônicos, como
determinação de perfurações radiculares, de fraturas radiculares, de reabsorções,
assim como, possíveis problemas associados na utilização desses aparelhos.
Concluíram que nenhuma técnica individual é totalmente satisfatória na determinação
do comprimento de trabalho em Endodontia. O limite canal-dentina-cemento é o
ponto ideal para a preparação e obturação do canal, e este ponto não pode ser
visualizado radiograficamente. Os localizadores apicais eletrônicos de última geração
podem determinar esta posição com uma acuidade de 90% ou mais, mas mesmo
assim, possuem algumas limitações. A associação de ambas as técnicas pode ajudar
os praticantes da Endodontia a alcançarem resultados previsíveis.
GARCIA
42
, avaliou "in vivo" a precisão de um novo aparelho eletrônico
na determinação do comprimento de trabalho, no ano de 2004. Este aparelho de
terceira geração foi o NovApex
®
. Para o referido, foram utilizados 67 canais
radiculares, sendo que 42 casos eram de polpa vital e 25 de polpa necrótica. Os
dentes foram irrigados com hipoclorito de sódio a 2,5%. O preparo do terço cervical
foi realizado com brocas Gates-Glidden números 1 e 2. A odontometria foi realizada
de acordo com as instruções do fabricante. Uma vez obtida a medida com o
localizador apical eletrônico, foi realizada uma tomada radiográfica, com a lima em
posição, pela técnica da bissetriz. As medições foram consideradas aceitáveis
quando a ponta da lima estava situada a 0,5 mm do ápice radiográfico com uma
tolerância de (±0,5mm). Dos 67 casos avaliados foram observadas medições
aceitáveis em 92,5% dos casos, porém, em 7,5% dos casos as medições não foram
aceitáveis. Das leituras não aceitáveis, 80% se encontravam além do forame apical.
Não foram observadas diferenças estatísticas entre polpas vitais e polpas necróticas.
Concluiu o autor que, apesar dos resultados obtidos indicarem o NovApex
®
como um
dispositivo eficiente na determinação do comprimento de trabalho, a radiografia é
imprescindível no tratamento endodôntico para a observação das estruturas
anatômicas adjacentes, do calibre do conduto, sua direção, curvatura e posição. .
3 - PROPOSIÇÃO
“Quem é generoso ao aprender, é generoso ao ensinar; mas
nunca terá que exceder nessa generosidade, pretendendo
ensinar antes de haver aprendido”
González Pecotche
_____________________________________________________________Proposição
63
3 - PROPOSIÇÃO
O objetivo desta pesquisa foi verificarin vitro” a
possível influência do calibre do instrumento endodôntico, e do
diâmetro do forame apical sobre a leitura odontométrica realizada
com dois localizadores apicais eletrônicos: Root ZX
®
e NovApex
®
.
4- MATERIAL E MÉTODOS
“A verdade é dura como o diamante e delicada
como a flor do pessegueiro”
Gandhi
______________________________________________________Material e Métodos
65
4 - MATERIAL E MÉTODOS
4.1 - Seleção e preparo dos dentes
O projeto de pesquisa foi analisado pelo Comitê de Ética em Pesquisa
da Faculdade de Odontologia de Bauru-USP, recebendo parecer favorável para sua
realização (anexo 2).
Foram selecionados quarenta dentes humanos incisivos inferiores
unirradiculados extraídos, provenientes do arquivo de dentes da disciplina de
Endodontia, do departamento de Dentística, Endodontia e Materiais Dentários da
Faculdade de Odontologia de Bauru – USP. Esses dentes apresentavam-se com
raízes íntegras, retas e com os ápices totalmente formados. As raízes dos dentes
foram limpas com a eliminação de cálculos, utilizando-se um aparelho de ultra-som da
marca ENAC
®
(Osada- Japão). Foi observado, também, a não existência de fraturas
nas raízes. Os dentes foram mantidos em solução de Formol a 10 % até o momento
de sua utilização quando, então, foram lavados abundantemente em água corrente.
O acesso coronário foi realizado com ponta diamantada FG 1014 (KG
Sorensen, São Paulo, Brasil) e nos dentes em que a distância mesiodistal da coroa
era menor, utilizaram-se pontas diamantadas FG 1012. Para a remoção do teto da
câmara pulpar e a realização da forma de contorno, foram utilizadas pontas
diamantadas tronco-cônicas sem ponta ativa FG 3082, em alta rotação. Executado o
acesso ao canal radicular, a exploração inicial do canal foi feita com limas tipo K nº 10
e nº 15 (Maillefer Dentsply, Ballaigues, Suíça). Removeu-se o conteúdo pulpar dos
canais, mantendo-se uma distância de aproximadamente 5,0 mm aquém do ápice sem
alterar a anatomia interna na porção mais apical do canal.
A porção incisal dos dentes foi aplainada fazendo-se um desgaste com
uma politriz circular modelo DP 9A (Panambra - São Paulo-Brasil) para que, no
momento da medição, o limitador de penetração de silicone mantivesse um
______________________________________________________Material e Métodos
66
assentamento ideal nessa superfície, ocorrendo com isso, uma boa estabilidade no
posicionamento do mesmo, para uma correta leitura. Os dentes foram então
numerados recebendo números de 1 a 40. Posteriormente, os dentes foram medidos
de sua porção incisal até o forame apical com o auxilio de uma lima tipo K nº 10,
munida de limitador de penetração de silicone, onde, a mesma com movimentos de
cateterismo, era introduzida no interior do canal até que sua extremidade fosse
visualizada na saída do forame apical. Essa visualização foi feita com o auxilio de um
microscópico óptico cirúrgico DF Vasconcelos, modelo M 900 (São Paulo- Brasil) com
um aumento de 7,8X. Quando a ponta da lima era visualizada no forame apical, o
limitador de penetração era estabilizado na borda incisal de cada dente. A lima era
então retirada do canal e medida com o auxilio de uma régua milimetrada (ARCH-
Japão) com subdivisões em 0,5mm, determinando com isto, o comprimento do canal
radicular. Estas medidas foram anotadas em ficha.
4.2 - Grupos experimentais
Os 40 dentes selecionados, já numerados, foram divididos em 4 grupos
de 10 espécimes cada, e os grupos foram formados em função do diâmetro anatômico
foraminal: (D.A.)
Grupo A: dentes com forame apical com o diâmetro anatômico de 100 µm
(correspondendo à lima nº 10)
Grupo B: dentes com forame apical com o diâmetro anatômico de 200 µm
(correspondendo à lima nº 20)
Grupo C: dentes com forame apical com o diâmetro anatômico de 300 µm
(correspondendo à lima nº 30)
Grupo D: dentes com forame apical com o diâmetro anatômico de 400 µm
(correspondendo à lima nº 40)
Para a obtenção dos diâmetros anatômicos pré-estabelecidos, os
dentes dos gruposA, B, C e D tiveram os diâmetros de seus forames apicais
anatômicos medidos e, quando necessário, alargados com limas tipo K (Maillefer,
Ballaigues, Suíça). Assim, os dentes do grupo B tiveram seus forames alargados até a
______________________________________________________Material e Métodos
67
lima do tipo K nº 20, os do grupo C receberam o mesmo procedimento até a lima tipo
K nº 30, e os dentes do grupo D até a lima tipo K nº 40.
Após os dentes terem sido medidos visualmente, realizou-se o preparo
do terço médio e cervical dos canais radiculares com o uso de instrumentos rotatórios.
Os mesmos foram preparados utilizando-se um contra ângulo com redução, acoplado
a um micromotor elétrico Endomate
®
(NSK-Nakanishi-INC., Japão) e instrumentos
rotatórios de NiTi do tipo Orifice Shaper
®
(Maillefer Dentsply, Ballaigues, Suíça) taper
.04 e .06 com movimentos curtos de penetração e remoção. Durante essa etapa,
tomou-se o devido cuidado para que o instrumento não avançasse até a porção apical
do dente, evitando com isso, uma alteração da anatomia interna desta porção do
canal.
Durante o preparo os canais eram irrigados com hipoclorito de sódio a
1% (Pharmacia Specífica-Bauru-Brasil) a cada troca de instrumento.
4.3 - Modelo experimental
Foi preparada uma solução de ágar a 1 % em solução salina de fosfato
tamponado (8,0 gr de cloreto de sódio; 0,2g de cloreto de potássio; 1,15 g de fosfato
dissódico; 0,2g de fosfato potássico e 1 litro de água destilada), Essa solução depois
de preparada, foi vertida em recipientes plásticos de polietileno de alta densidade
(PEAD). Esses recipientes, nada mais eram que embalagens plásticas de filmes
fotográficos, onde os mesmos tiveram o tamanho reduzido em aproximadamente 1/3
da altura. Na tampa dos recipientes, foram realizados dois furos, um no centro para a
colocação do dente, e outro posicionado na lateral, para colocação do clipe labial do
aparelho localizador. O conjunto foi, então, refrigerado por 2 horas para que ocorresse
a geleificação total do ágar. Após essa geleificação, os dente foram colocados nos
recipientes de tal forma que suas porções radiculares ficassem submersas no ágar.
4.4 - Determinação eletrônica do comprimento de trabalho
Na seqüência, os 40 dentes foram mensurados eletronicamente
utilizando-se os aparelhos NovApex
®
-Figura 1 (Fórum Engineering Technologies -
______________________________________________________Material e Métodos
68
Rishon Lezion - Israel) e Root ZX
®
- Figura 2 (J. MORITA, MFG Corp., Kyoto– Japão)
e Um clipe labial foi imerso na solução de ágar, lateralmente ao dente a ser
mensurado. As limas utilizadas na medição dos canais foram conectadas ao outro
eletrodo do aparelho.
Para a medição com o localizador apical eletrônico, os canais foram
preenchidos com solução de hipoclorito de sódio a 1 % (Pharmácia Specífica-Bauru-
Brasil) e o excesso de solução, presente na câmara pulpar, foi removido com algodão
hidrófilo. A lima utilizada na medição era introduzida no interior do canal radicular,
sendo movida lentamente no sentido apical até que o indicador, (display digital para o
Root ZX
®
e led para o NovApex
®
) dos aparelhos indicasse que sua extremidade
estivesse a 0,5 mm do forame apical (no Root ZX
®
até a Barra Indicadora da
Constrição Apical). Uma vez determinada a leitura no aparelho, o limitador de
penetração de silicone, previamente inserido no instrumento, era estabilizado na borda
incisal do dente e a lima era, então removida do interior do dente, realizando-se a
medida da distância da extremidade da lima, ao limitador de penetração com auxilio de
uma régua milimetrada. Todos os dentes, independente do grupo, foram medidos,
inicialmente, utilizando-se a lima tipo K nº 10. A medição para o grupo B foi realizada
usando-se a lima nº 20 (além da nº 10 já utilizada); os dentes do grupo C foram
medidos com a lima nº 30 (além da nº 10) e para o grupo D, ocorreu a medição com a
lima nº 40 (além da lima nº 10). Todas as medidas foram anotadas em ficha.
Para a comparação da eficiência dos aparelhos utilizou-se a análise de
variância a dois critérios e, para comparações múltiplas o Teste de Tukey
Em todos os testes foi adotado nível de significância de 5% (p=0,05)
______________________________________________________Material e Métodos
69
Fig. 1 - Momento da medição eletrônica com o aparelho NovApex
®
Fig.2 - Momento da medição eletrônica com o aparelho Root ZX
®
5-RESULTADOS
“O equilíbrio deveria ser a base de todos os
atos humanos no mundo”
Confúcio
_____________________________________________________________Resultados
71
5 - RESULTADOS
As medidas e a média (em milímetros) obtidas a partir da
medição do comprimento do canal dos dentes, primeiramente, visualizando-se a
ponta da lima no forame apical, e em seguida, pela medição eletrônica utilizando os
localizadores apicais eletrônicos Root ZX
®
e NovApex
®
e, de acordo com o calibre
das limas e os diâmetros dos forames, estão expressos nas Tabelas de 1 a 4.
Na Tabela 5 encontram-se as médias e desvios padrão
obtidos pelo teste de Análise de Variância, bem como, os valores mínimos e
máximos encontrados com os localizadores utilizados (Root ZX
®
e NovApex
®
), nas
leituras realizadas com as limas n
os
10, 20, 30 e 40.
No Gráfico 1 estão representadas as distancias médias, em
relação ao forame apical, das leituras realizadas com os dois aparelhos utilizando-
se a lima nº10 e as limas de calibres correspondentes com os diâmetros dos
forames. Pela análise desse gráfico pode-se verificar que o aparelho Root ZX
®
não
apresentou medições além do forame apical, porém o mesmo não ocorreu com o
NovApex
®
.
A Tabela 6 acolhe as médias e os desvios padrão das
medidas (em mm) obtidas com as leituras realizadas com a lima nº 10, com os dois
aparelhos nos quatro diferentes grupos (diâmetro de forame).
Já na Tabela 7 estão dispostos os valores encontrados,
pela comparação global, pela aplicação da análise de variância a dois critérios, aos
valores obtidos com a lima nº 10, pelas variáveis aparelhos (Root ZX
®
e NovApex
®
)
e diâmetros de forames. Constatou-se que houve diferença estatística significante
(p<0,05).
Nas Tabelas 8 e 9 estão disposto os resultados obtidos
com a aplicação do teste da análise de variância a dois critérios, aos dados obtidos
com o aparelho Root ZX
®
, comparando-se diâmetros de forames (200µmm, 300µm,
_____________________________________________________________Resultados
72
e 400µm) e calibres das limas nº 10 e coincidentes (20, 30 e 40).
Nas Tabelas 10 e 11 encontram-se os confrontos
individuais, pelo Teste de Tukey, entre os diferentes diâmetros de forames, nas
leituras realizadas com a lima nº 10, com os aparelhos Root ZX
®
e NovApex
®
,
respectivamente. Com o Root ZX
®
evidenciou-se diferença estatisticamente
significante entre o diâmetro de 400µm, para com os de 200µm e 100µm. Com o
NovApex
®
não foram observadas diferenças estatísticas significantes.
A Tabela 12 acolhe os valores médios obtidos com a
aplicação do Teste de Tukey, para a comparação das leituras propiciados pelos
aparelhos quando se considerou os diâmetros dos forames. Foi detectada
diferença significante estatisticamente (p<0,05).
Na Tabela 13 estão os valores médios e desvios padrão
quando comparadas as medições realizadas com a lima nº 10 e com as limas
correspondentes aos diâmetros dos forames, utilizando-se os dois aparelhos, nos
canais dos grupos B, C e D.
Como se observou diferença para as leituras realizadas
com o Root ZX
®
, considerando-se os diâmetros dos forames e os calibres das limas
correspondentes, o Teste de Tukey foi aplicado aos valores obtidos quando
considerados os diâmetros 200mm, 300mm e 400µm e gerou a Tabela 14. Os
resultados evidenciaram haver diferença estatisticamente significante (p<0,05)
quando considerado o diâmetro de 400µm.
A Tabela 15 acolhe o resultado de Teste de Tukey,
aplicado, para verificar a influência do calibre da lima sobre a leitura realizada com
o aparelho Root ZX
®
. Verificou-se haver diferença estatisticamente significante
(p<0,05) entre os valores obtidos com a lima nº 10 e as limas que coincidiam com
os diâmetros dos forames.
No Anexo 1 estão dispostas as medidas (extensões)
globais obtidas com a medição visual, utilizando-se da ajuda do microscópio e com
as leituras proporcionadas pelos aparelhos Root ZX
®
e NovApex
®
, considerando-se
_____________________________________________________________Resultados
73
os diâmetros dos forames apicais de todos os dentes e os diversos calibres das
limas utilizadas para as leituras.
No Gráfico 2 observam-se as distâncias médias em relação
ao forame apical, das leituras realizadas com o Root ZX
®
, com lima nº 10 e limas de
calibres correspondentes aos diâmetros dos forames.
_____________________________________________________________Resultados
74
Tabela 1 - Valores individuais das medidas reais (microscópio) e das
oferecidas pelos aparelhos Root ZX
®
e NovApex
®
, considerando-se
diâmetro do forame em 100
µ
m (grupo A) e as medidas realizadas com
a lima n° 10.
Dente
Comprimento no
microscópio
Root ZX
®
Lima 10
NovApex
®
Lima 10
1 23,0 22,5 23,0
2 18,0 17,5 18,0
3 21,5 21,5 21,5
4 22,0 21,5 21,5
5 21,0 20,5 21,0
6 19,0 18,5 19,0
7 23,0 22,5 23,0
8 22,0 21,0 21,0
9 21,0 20,5 21,0
10 20,5 20,5 21,0
Média 21,10 20,65 21,00
_____________________________________________________________Resultados
75
Tabela 2 - Valores individuais das medidas reais (microscópio) e das
oferecidas pelos aparelhos Root ZX
®
e NovApex
®
, considerando-se o
diâmetro dos forames em 200
µ
m(grupo B) e as medidas realizadas
com as limas n° 10 e nº 20.
Dente
Comprimento no
microscópio
Root ZX
®
Lima 10
Root ZX
®
Lima 20
NovApex
®
Lima 10
NovApex
®
Lima 20
11 16,0 16,0 15,5 17,0 16,0
12 19,5 19,0 18,5 20,0 19,5
13 19,0 19,0 19,0 20,0 19,5
14 18,0 17,5 16,5 18,0 18,0
15 17,0 16,5 16,5 17,0 17,0
16 20,0 19,0 19,5 20,0 20,0
17 20,0 19,5 19,5 21,0 20,5
18 21,0 20,5 19,5 21,0 21,0
19 21,0 20,0 19,5 20,5 20,5
20 20,0 19,0 19,0 19,5 19,5
Média
19,15 18,60 18,30 19,40 19,15
_____________________________________________________________Resultados
76
Tabela 3 - Valores individuais das medidas reais (microscópio) e das
oferecidas pelos aparelhos Root ZX
®
e NovApex
®
, considerando-se o
diâmetro dos forames em 300
µ
m (grupo C) e as medidas realizadas
com as limas n° 10 e nº 30.
Dente
Comprimento no
microscópio
Root ZX
®
Lima 10
Root ZX
®
Lima 30
NovApex
®
Lima 10
NovApex
®
Lima 30
21 18,0 17,5 17,5 18,5 18,5
22 22,0 21,0 20,5 22,0 21,5
23 19,5 18,5 18,5 19,5 19,5
24 21,0 20,5 20,0 21,0 21,0
25 23,0 22,5 22,0 23,0 23,0
26 22,0 21,5 21,0 22,5 22,0
27 18,0 17,0 17,0 18,0 18,0
28 19,0 18,0 18,0 19,0 19,0
29 21,5 20,5 20,5 21,5 21,5
30 18,5 18,0 17,5 18,5 19,0
Média
20,25 19,50 19,25 20,35 20,30
_____________________________________________________________Resultados
77
Tabela 4 - Valores individuais das medidas reais (microscópio) e das
oferecidas pelos aparelhos Root ZX
®
e NovApex
®
, considerando-se o
diâmetro dos forames em 400
µ
m (grupo D) e medidas realizadas com
as limas n° 10 e nº 40.
Dente
Comprimento
microscópio
Root ZX
®
Lima 10
Root ZX
®
Lima 40
NovApex
®
Lima 10
NovApex
®
Lima 40
31 22,0 21,0 21,0 22,0 22,0
32 20,5 20,0 19,5 20,0 20,0
33 22,0 21,0 20,0 22,0 22,0
34 20,0 19,0 18,5 19,5 19,5
35 17,5 16,5 15,5 17,0 17,0
36 20,5 19,5 19,0 20,5 20,5
37 23,5 22,5 22,0 23,0 23,5
38 19,5 18,0 18,0 20,5 19,0
39 21,5 20,5 20,0 21,5 21,5
40 19,0 18,0 17,5 18,5 19,0
Média
20,60 19,60 19,10 20,45 20,40
_____________________________________________________________Resultados
78
Tabela 5 - Descrição dos valores médios, mínimos, máximos, e
desvios padrão para as medidas encontradas com os localizadores
apicais eletrônicos em mm.
Obs- Os valores negativos indicam valores aquém do forame apical
Tabela 6 - Valores médios e desvios padrão (dp) das diferenças entre
a ponta da lima e o forame apical obtidos utilizando-se a lima nº 10
nas leituras com os aparelhos Root ZX
®
e NovApex
®
nos forames de
diâmetro 100, 200, 300 e 400µm.
Variável
Número de
espécimes
média
valores
mínimos
valores
máximos
desvio
padrão
Root L 10 40 -0,69 -1,50 0,00 0,35
Root L 20 10 -0,85 -1,50 0,00 0,53
Root L 30 10 -1,00 -1,00 -0,50 0,21
Root L 40 10 -1,50 -2,00 -0,50 0,38
Nova L 10 40 0,02 -1,00 1,00 0,45
Nova L 20 10 -0,02 -0,50 0,50 0,33
Nova L 30 10 0,05 -0,50 0,50 0,28
Nova L 40 10 -0,20 -0,50 0,00 0,26
Root ZX
®
NovApex
®
Diâmetro
forame
média dp
média dp
Número
de espécimes
100µm
-0,45 0,28
-0,10
0,39
10
200µm
-0,55 0,34
0,25
0,56
10
300µm
-0,75 0,26
0,10
0,21
10
400µm
-1,00 0,19
-0,15
0,47
10
_____________________________________________________________Resultados
79
Tabela 7 - Análise de variância a dois critérios, aplicada aos valores
obtidos com a lima nº 10 pelas variáveis aparelhos (Root ZX
®
e
NovApex
®
) e diâmetros de forames (100µm/200µm/300µm/400µm)
Efeito
gl QM Erro gl Erro qm F p
Forame
3 0,53746 36 0,182986 2,9372 0,046255*
Aparelho
1 10,01112 36 0,077097 129,8507 0,000000*
Interação-
3 0,28613 36 0,077097 3,7112 0,020058*
- Diferença estatisticamente significante (p<0,05)
Tabela 8 - Resultados obtidos por meio da Análise de variância a
dois critérios para o aparelho Root ZX
®
comparando-se diâmetros de
forames (200µm/300µm/400mm) e lima (10 e correspondente).
Efeito gl QM Erro gl Erro qm F p
Forame
2* 1,4615* 27* O,1473* 9,9184* 0,0006 *
Lima
1* 1,2615* 27* 0,0641* 19,659* 0,0001 *
Interação
2 0,1505 27 0,0641 2,3454 0,1150
ns
Tabela 9 - Resultados obtidos por meio da Análise de variância a
dois critérios para o aparelho NovApex
®
comparando-se diâmetros de
forames e lima.
Efeito gl QM Erro gl Erro QM F p
Forame
2* 0,45266 27* O,18591 2,4349 0,1066
ns
Lima
1* 0,20416 27* 0,08472 2,4098 0,1322
ns
Interação
2 0,06667 27 0,08472 0,7896 0,4654
ns
ns- diferença estatisticamente não significante
_____________________________________________________________Resultados
80
Tabela 10 - Teste de Tukey para confrontação entre os diâmetros dos
forames, dos dados obtidos com o Root ZX
®
, utilizando-se a lima nº
10 (p<0,05)
Diâmetro Forame Média
100µm -0,45
b
200µm -0,55
b
300µm -0,75
ab
400µm -1,00
a
Obs- Grupos com letras iguais não possuem diferença estatisticamente significante entre si.
Valores negativos representam leituras aquém do forame apical
Tabela 11 - Teste de Tukey para confrontação entre os diâmetros dos
forames, dos dados obtidos com o NovApex
®
, utilizando-se a lima nº
10 (p<0,05)
Diâmetro Forame Média
100µm -0,10
a
200µm 0,25
a
300µm 0,10
a
400µm -0,15
a
Obs- Grupos com letras iguais não possuem diferença estatisticamente significante entre si.
Valores negativos representam leituras aquém do forame apical
_____________________________________________________________Resultados
81
Tabela 12 - Teste de Tukey para comparação dos aparelhos Root ZX
®
e NovApex
®
, das leituras dos valores médios obtidos, com relação ao
diâmetro dos forames (p=0,05)
* - Diferença estatisticamente significante (p<0,05)
Valores negativos representam leituras aquém do forame apical
Tabela 13 - Valores médios e desvios padrão comparando medições
realizadas com a lima nº 10 e com as limas correspondentes aos
diâmetros dos forames, utilizando-se os aparelhos Root ZX
®
e o
NovApex
®
Root L 10
Root Lima
correspondente
NovAp L
10
NovAp Lima
correspondente
Diâmetro
forame
Média dp Média dp Média dp Média dp
Número
de
espécimes
200µm -0,55 0,34 -0,85 0,48 0,25 0,56 -0,00 0,29 10
300µm -0,75 0,26 -1,00 0,21 0,10 0,21 0,05 0,28 10
400µm -1,00 0,19 -1,50 0,38 -0,15 0,47 -0,20 0,26 10
Valores negativos representam leituras aquém do forame apical
Diâmetro
Forame
Root ZX
®
NovApex
®
p
100µm -0,45 -0,10 <0,05 *
200µm -0,55 0,25 <0,05 *
300µm -0,75 0,10 <0,05 *
400µm -1,50 -0,15 <0,05 *
_____________________________________________________________Resultados
82
Tabela 14 - Teste de Tukey para verificar a influência do diâmetro do
forame sobre a leitura realizada com o aparelho Root ZX
®
(p=0,05)
com as limas correspondentes aos diâmetros dos forames.
Diâmetro Forame Média
200µm
300µm
400µm
-0,85
a
-1,00
a
-1,50
b
Obs- Grupos com letras iguais não possuem diferença estatisticamente significante entre si.
Valores negativos representam leituras aquém do forame apical
Tabela 15 - Teste de Tukey para verificar a influência do calibre da
lima sobre a leitura do aparelho Root ZX
®
(p=0,05)
Lima Média das leituras
10 -0,75*
Correspondente -1,10*
- Diferença estatisticamente significante (p<0,05)
Valores negativos representam leituras aquém do forame apical
_____________________________________________________________Resultados
83
Gráfico 1 – Representação gráfica dos valores médios das
distâncias, em relação ao forame apical,das leituras realizadas com
o Root ZX
®
e NovApex
®
com a lima nº 10 e as limas de calibres
correspondentes aos diâmetros dos forames
-1,60
-1,40
-1,20
-1,00
-0,80
-0,60
-0,40
-0,20
0,00
0,20
0,40
Forame 10 Forame 20 Forame 30 Forame 40
Root ZX Lima 10 Root ZX Limas correspondentes
NovApex Lima 10 NovApex Limas correspondentes
_____________________________________________________________Resultados
84
Gráfico 2 Representação gráfica dos valores médios das
distâncias, em relação ao forame apical, das leituras realizadas
com o Root ZX
®
com a lima nº 10 e limas de calibres
correspondentes aos diâmetros dos forames.
-1,60
-1,40
-1,20
-1,00
-0,80
-0,60
-0,40
-0,20
0,00
Forame 10 Forame 20 Forame 30 Forame 40
Lima 10 Limas correspondentes
6 - DISCUSSÃO
“A partir do momento em que me outorgo o direito exclusivo de
ter razão, usurpo uma função que pertence à Divindade”
Gandhi
_____________________________________________________________Discussão
86
6 - DISCUSSÃO
6.1 - Discussão da Metodologia
O objetivo principal deste estudo foi avaliar se o calibre do
instrumento endodôntico teria alguma influência sobre a leitura dos
aparelhos Root ZX
®
e NovApex
®
quando utilizados para a odontometria
eletrônica, de dentes com forames apicais de diferentes diâmetros.
Foram utilizados quarenta dentes incisivos centrais inferiores
extraídos permitindo uma quantidade de dez espécimes para cada grupo.
Tais dentes foram mantidos em solução de formol a 10%, até o momento
de sua utilização, em concordância com os estudos de TIDMARSH
123
(1985), NGUYEN et al
89
(1996), SHABAHANG; GOON; GLUSKIN
111
(1999)
proporcionando uma hidratação e estabilização estrutural dos mesmos.
Para a realização das leituras, os dentes foram imersos em
meio ágar em solução tamponada. A utilização dos incisivos centrais
inferiores deveu-se ao fato desses dentes apresentarem, em grande
porcentagem, apenas um canal radicular, com um forame apical de
pequeno diâmetro, permitindo a padronização dos mesmos, a partir do
diâmetro de 100µm. Analisando a porção apical de 400 dentes, dos quais,
200 eram incisivos inferiores GREEN
45
, em 1956, por meio de
estereomicroscopia, verificou que esse grupo de dentes possui, em média,
um diâmetro de forame apical bastante constrito.
A padronização dos forames foi realizada inicialmente com
instrumentos endodônticos a partir do nº 10 em movimento de cateterismo
até atingir-se o forame apical. Então, os dentes foram divididos em 4
grupos de 10 elementos cada, mantendo-se 10 dentes com o forame com
diâmetro de 100µm e, nos 30 dentes restantes foram realizados
movimentos de cateterismo e alargamento até atingir-se os diâmetros que
_____________________________________________________________Discussão
87
se desejou obter, ou seja: 200µm, 300µm e 400µm. Não houve a
preocupação em manter-se a constrição apical, pois, de acordo com,
KUTTLER
75
(1955), GUTMAN; LEONARD
49
(1995) a determinação da
constrição apical nem sempre é possível em todos os dentes.
GUTMAN; LEONARD
49
(1995) denominaram a constrição
apical de forame menor, o que no nosso entender, não seria uma
denominação correta, visto que aquele ponto não é um forame e sim o
menor diâmetro do canal.
Procurou-se executar a abertura coronária de maneira natural,
pois, acreditamos que, num tratamento endodôntico, todas as fases estão
interligadas, onde uma etapa ulterior pode ser influenciada positiva ou
negativamente pela etapa anterior, apesar de autores como FOUAD
RIVERA; KRELL
37
(1993) terem simplesmente desgastado as coroas
dentárias, até que ocorresse a exposição da câmara pulpar, sem que
fossem observados os princípios da abertura coronária para se obter o
acesso ao canal radicular.
Considerando-se a explanação anterior, neste estudo, optou-
se por manter as coroas dentárias para uma melhor simulação das
condições clínicas, em concordância com os estudos de JENKINS et al
62
(2001), ELAYOUTI; WEIGER; LÖST
31
(2002), GOLDBERG
44
et al (2002),
KAUFMAN; KEILA; YOSPHE
68
(2002), POMMER; STAMM; ATTIN
100
(2002).
Assim, os procedimentos de abertura coronária foram realizados de
acordo com os padrões normais, apesar de alguns autores como
KOBAYASHI; SUDA
72
(1994), OUNSI; HADDAD
93
(1998), OUNSI;
NAAMAN
94
(1999), WEIGER et al
135
(1999), TINAZ; ALAÇAM; TOPUZ
125
(2002), THOMAS; HARTWELL; MOON
122
(2003), AZABAL; GARCIA-
OTERO; de la MACORRA
et al
6
(2004) terem realizado a eliminação das
coroas dentárias na união cemento-esmalte, para facilitar o acesso ao
canal radicular.
_____________________________________________________________Discussão
88
Quando se fala em comprimento do dente, comprimento do
canal radicular e comprimento ou extensão de trabalho, há necessidade de
que alguns detalhes, muito sutis, sejam comentados.
Normalmente, se considera como comprimento do dente
aquela extensão que vai desde a borda incisal ou ponta de cúspide até o
ápice radicular do mesmo. Já, o comprimento do canal radicular é aquela
extensão correspondente à cavidade pulpar radicular, ou seja, a extensão
que vai desde o assoalho da câmara pulpar, seja real ou virtual, até o
forame apical. Na maioria das vezes, o forame apical não coincide com o
ápice radicular. Já o comprimento ou extensão de trabalho, normalmente,
é considerado como a distância que vai desde a borda incisal ou ponta de
cúspide até o limite CDC.
Quando se faz a odontometria radiográfica a medida é
baseada na porção mais coronária e no ápice radiográfico. A medida
eletrônica se baseia no ponto de saída do canal (forame apical). São
coisas distintas. O termo odontometria significa a medida do dente.
Condutometria seria a medida do conduto. Contudo, para se ter a medida
do conduto, tem-se que eliminar a coroa e medi-lo até o forame. Assim, ao
se manter a coroa a medida obtida congrega as extensões da raiz e da
coroa. Todavia, para facilitar a explanação e não pairar dúvidas, neste,
trabalho optamos por chamar de comprimento do canal, toda a extensão,
desde a borda incisal até o forame apical.
A superfície incisal dos dentes foi aplainada em concordância
com estudos realizados por WU; SHI; HUANG
134
(1992), CZERW et al
25
(1994), JENKINS
62
(2001) permitindo uma melhor superfície de apoio ao
limitador de penetração de silicone, facilitando sua estabilização e, com
isso, uma leitura mais confiável do comprimento do canal radicular. O
comprimento real do canal (visual), medido desde a ponta da lima até o
limitador de penetração, foi realizado com o auxilio de uma régua metálica
graduada em 0,5mm em consonância ao estudo de TIDMARSH et al
123
(1985). As medições das extensões obtidas com as leituras eletrônicas
foram realizadas seguindo-se o mesmo procedimento. GARCIA
et al
41
_____________________________________________________________Discussão
89
verificaram que as medições, em radiografias, das limas endodônticas do
tipo K números 10 e 15 obtidas com régua e paquímetro, não
apresentaram diferenças estatisticamente significantes.
O comprimento real do canal foi determinado visualmente pela
passagem de uma lima nº 10 pelo canal até que sua extremidade fosse
visualizada no forame apical com o auxilio de um microscópio óptico, de
acordo com os trabalhos de FOUAD et al
38
(1990), SAITO; YAMASHITA
108
(1990), RIVERA; SERAJI
106
(1993), CZERW; FULKERSON; DONNELY
28
(1994), JENKINS et al
62
(2001), ELAYOUTI; WEIGER; LÖST
31
(2002),
THOMAS; HARTWELL; MOON
122
(2003).
A utilização do microscópio possibilitou que se determinasse,
com bastante precisão, a coincidência da extremidade da lima com o
término do canal cementário ou forame apical. Sem a utilização do
microscópio essa determinação fica bastante dificultada. Assim, o
microscópio foi de importância capital para esta etapa deste estudo.
Os canais foram alargados até o seu terço médio utilizando-se
o Oriffice Shaper
®
.04 e .06 em concordância com IBARROLA et al
56
(1999) JENKINS et al
62
(2001), TINAZ et al
126
(2002) WELK;
BAUMGARTNER; MARSHALL
133
(2003) que observaram uma leitura mais
precisa dos localizadores apicais no grupo de dentes onde se realizava
prematuramente o alargamento dos terços médio e cervical do canal. Este
preparo prévio faz com que se tenha menos interferência no trajeto do
canal radicular, fazendo com que a lima alcance o forame apical mais
facilmente. Outros autores utilizaram, em seus estudos, as brocas de
Gates-Glidden para o desgaste da porção coronária do canal radicular
objetivando o preparo do terço cervical e médio como MAYEDA et al
83
(1993), RIVERA; SERAJI
106
(1993), PAGAVINO; PACE; BACCETTI
95
(1998), BRUNTON; ABDEEN; MACFARLANE
16
(2002), OISHI et al
91
(2002), HOER; ATTIN
52
(2004). A opção pelos rotatórios foi também,
devido ao fato desses instrumentos reduzirem a quantidade de raspas de
dentina extruídas apicalmente, quando comparado com a instrumentação
_____________________________________________________________Discussão
90
manual, pela técnica escalonada regressiva, de acordo com REDDY;
HICKS
104
(1998).
O modelo experimental utilizado, neste estudo, foi escolhido
baseando-se nas considerações de FOUAD; KRELL
35
(1989), que
sugeriram modificações propostas no estudo de NAHMIAS; AURELIO;
GERSTEIN
87
(1983). Para tal, os autores realizaram experimentos com
diferentes concentrações de ágar. Utilizando a concentração de ágar a
2%, como proposto por AURELIO; NAHMIAS; GERSTEIN
87
(1983), as
leituras obtidas por FOUAD; KRELL
36
(1989) foram além do comprimento
real do canal. Tal ocorrência foi atribuída à alta concentração de ágar, em
virtude da mesma promover a criação de espaços vazios na região
periapical, não entrando em íntimo contato com a dentina radicular
dificultando, assim, a leitura pelo aparelho. Quando a concentração de
ágar foi de 0,2% as leituras obtidas estiveram aquém do comprimento real
do canal, provavelmente, segundo os autores, pela penetração do ágar no
interior do canal. Este fato promoveria uma condutividade elétrica antes
de se alcançar o forame apical. Concentrações entre 0,8% e 1,0%
possibilitaram leituras consistentes. Assim optou-se pela utilização da
solução de ágar a 1%, tamponada.
Numa adaptação do trabalho de MEARES; STEIMAN
86
(2002),
os potes foram preenchidos com ágar a 1% em solução tamponada e
mantidos sob refrigeração por duas horas para que pudessem, então, ser
utilizados. Após este período, os dentes foram imersos no ágar, até que,
pelo menos dois terços de suas raízes ficassem cobertas pelo ágar,
segundo os trabalhos de FOUAD; RIVERA; KRELL
37
(1993), RIVERA;
SERAJI
106
(1993), RAMOS; BERNARDINELI
103
(1994).
O preenchimento dos canais com solução de hipoclorito de
sódio a 1% (solução de Milton) e a remoção do excesso da solução com
bolinhas de algodão hidrófilo, seguiu orientações de TINAZ et al
126
(2002)
WELK; BAUNGARTNER; MARSHAL
133
(2003), HOER; ATTIN
52
(2004). A
eliminação do excesso da solução objetivou eliminar erros na medição
eletrônica. GROSSMAN
47
fez menção à solução de hipoclorito de sódio,
_____________________________________________________________Discussão
91
sob várias concentrações, e seu uso na Endodontia. BERBERT;
BRAMANTE; BERNARDINELI
8
, LASALA
76
ressaltaram a importância do
hipoclorito de sódio como coadjuvante nos procedimentos de
instrumentação dos canais radiculares, indicando a concentração de 1%
(solução de Milton) como sendo eficiente, para tais manobras, em casos
de necropulpectomia. Assim, a presença do hipoclorito de sódio no interior
do canal radicular, principalmente nos casos de necropulpectomia, já
durante a odontometria, seria algo importante. Dessa maneira ele foi
utilizado já que JENKINS et al
62
(2001), não encontraram diferença
estatisticamente significante das leituras realizadas com o Root ZX
®
na
presença de vários irrigantes, dentre eles a solução de hipoclorito de
sódio.
Os aparelhos utilizados foram o Root ZX
®
(J.Morita, Japão) e
o NovApex
®
(Forum, Israel), ambos de terceira geração. O Root ZX
®
opera
com duas freqüências a partir de uma corrente elétrica alternada e calcula
a razão entre as duas impedâncias relativas a essas freqüências (uma alta
de 8 kHz e uma baixa de 0,4 kHz). Possui calibragem automática e pode
ter como eletrodos limas endodônticas bastante finas como, por exemplo,
limas tipo Kerr n° 08. Seu mostrador é digital de cristal líquido colorido. A
leitura do medidor reproduz o caminhar do instrumento através do canal
radicular. Segundo o fabricante, quando a leitura no medidor indica 0,5
significa que a ponta da lima está próxima ao forame apical, numa média
de 0,2 a 0,3 mm além da constrição apical, em direção ao ápice. Neste
ponto, a figura do canal radicular presente no painel do aparelho começa
a piscar e o alarme muda o som.
O NovApex
®
(Forum, Israel) é um aparelho introduzido
recentemente no mercado, suas dimensões são reduzidas. Para o seu
sistema de leitura é utilizado um display gráfico com leds coloridos. Dois
leds com o formato de setas indicam a progressão do instrumento
endodôntico no interior do canal, até atingir a posição apical do mesmo
onde, nesse momento, outros três leds indicam a posição do instrumento
em 1,0mm, 0,5mm e ápice. Segundo o manual do fabricante, o NovApex
®
detecta automaticamente o inicio das medições, testando o contato
_____________________________________________________________Discussão
92
elétrico e a condutividade do canal radicular. Havendo um bom contato,
dois bips consecutivos serão ouvidos indicando o ciclo normal de medição
com a luz verde no inicio do canal se acendendo. O fabricante relata que,
para se obter medidas precisas, o instrumento endodôntico deve ser
compatível com a dimensão do canal. Um alarme sonoro intermitente é
acionado concomitantemente aos leds de 1,0 mm e 0,5 mm. Ao atingir o
forame apical um alarme contínuo é disparado. Para a realização deste
estudo, quando utilizado o aparelho NovApex
®
, foi utilizada a leitura de
0,5mm mostrada pelo mesmo.
Em 1987, HUANG
53
apresentou um trabalho onde mostrava
que o principio de leitura dos localizadores apicais poderia ser explicado
apenas por princípios elétricos e físicos, ao contrário da teoria das
características biológicas apresentada por SUNADA
119
(1962). Mesmo não
invalidando a teoria de SUNADA
119
, HUANG
53
percebeu que não era
necessário a presença do ligamento periodontal para se realizar as
leituras com os localizadores apicais. Com isto, tornou-se possível à
realização de pesquisasin vitro”, sem a necessidade da presença do
ligamento periodontal, utilizando-se apenas de modelos experimentais
como os apresentados por NAHMIAS; AURELIO; GERSTEIN
87
(1983),
DONELY
28
(1993), CZERW
26
et al (1995), TINAZ et al
126
. (2003).
Estudos realizados por KUTLER
75
(1955), GREEN
45
(1956),
PALMER
97
(1971), BURCH; HULEN
17
(1972), permitem deduzir que,
dificilmente, as radiografias oferecem uma clara visão da porção terminal
do canal radicular, uma vez que esses estudos demonstraram que o
forame apical se abre em cerca de 50% a 80% dos casos, excentricamente
ao ápice radicular. KUTLER
75
reportou que apenas 20% dos forames
apicais se localizam coincidentemente com o ápice anatômico dos dentes.
Assim, muitas vezes, a medição eletrônica pode determinar uma distância
que pode ser considerada grande em relação ao ápice radiográfico,
porém, ideal em relação ao forame. Ainda, em seu estudo, KUTLER
75
concluiu que a constrição do forame apical apresenta-se imediatamente
antes ao inicio da formação cementária, onde dista do forame apical em
média de 524µm a 659µm. Com base nessas observações optou-se, neste
_____________________________________________________________Discussão
93
trabalho por utilizar a indicação de 0,5mm aquém do forame apical
considerando esta região como a constrição apical. A utilização desta
indicação dos aparelhos são coincidentes com os trabalhos de FOUAD et
al
38
(1990); SHABAHANG; GOON; GLUSKIN
111
(1996), ELAYOUTI;
WEIGER; LÖST
31
(2002); GOLDBERG et al
43
(2002), GRIMBERG et al
46
(2002), TINAZ et al
125
(2002) e WELK; BAUNGARTNER; MARSHAL
133
(2003).
Após a realização do trabalho de AURELIO; NAHMIAS;
GERSTEIN
5
(1983) onde os mesmos apresentaram um modelo “in vitro
para a utilização e familiarização dos localizadores apicais eletrônicos em
laboratório, houve um crescente número de trabalhos “in vitro”, fazendo
com que esses aparelhos pudessem ser melhor avaliados.
Concordando com NAHMIAS; AURELIO; GERSTEIN
88
(1987)
acreditamos serem os estudos “in vitro” fundamentais para a obtenção de
alguns dados experimentais, porém os resultados não podem ser
extrapolados para as condições clínicas, pois, embora tenhamos
condições de simulação do ligamento periodontal, outras variáveis de
ordem biológica podem alterar os resultados, nos trabalhos in vivo”.
A avaliação do mecanismo de evolução dos localizadores
apicais tem sido descrita com maior intensidade nos últimos anos e, para
isso, os pesquisadores utilizam, tanto pesquisas “in vivo” como “in vitro” e,
em alguns casos, a associação de ambas.
Algumas formas de pesquisas mais utilizadas são as
realizadas comparando-se as medições eletrônicas com tomadas
radiográficas BRAMANTE; BERBERT
13
(1974), KAUFMAN; HELING;
SECHAIEK
66
(1979), ABBOT
1
(1987), AUN; GAVINI; MOURA
4
(1988),
FRANK; TORABINEJAD
39
(1993), KAUFMAN; KATZ
65
(1993), PRATTEN;
McDONALD
101
(1996). Outra situação de pesquisa bastante utilizada é
aquela “in vivo” onde se tem pacientes com indicação para extração de um
ou mais dentes. Faz-se a medição eletrônica desses dentes e, após a
extração dos mesmos, mede-se o comprimento real, comparando ambas
as medidas ou, verificando a distância entre a ponta da lima e o forame
_____________________________________________________________Discussão
94
apical, RAMOS; BERNARDINELI
103
(1994), NGUYEN et al
89
(1996),
PAGAVINO; PACE; BACCETI
95
(1998).
Para a medição eletrônica com o Root ZX
®
, a escolha do
limite para a penetração da lima foi a Barra indicadora da constrição
apical, de acordo com a informação obtida no manual de operação do
aparelho. Esta escolha foi concorde com os trabalhos de NGUYEN et al
89
(1996), ELAYOUTI; WEIGER; LÖST
32
(2002), TINAZ; ALAÇAM; TOPUZ
124
(2002) TINAZ et al
125
(2002), WELK; BAUMGARTNER; MARSHAL
133
(2003)
sendo este o limite ideal para a realização da instrumentação e obturação
do canal radicular, numa concordância uníssona dos autores, desde os
estudos de GROVE
48
(1929). Nessas condições esperava-se que as
medidas oferecidas pelas leituras com o aparelho estivessem, segundo o
fabricante, a uma distância variando de 0,2 a 0,3 mm além da constrição
apical em direção ao forame. Não há dúvidas que estas distâncias foram
variáveis, considerando-se tanto os calibres dos instrumentos como os
diâmetros dos canais.
6.2 - DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
Uma análise detalhada dos resultados deste trabalho permite
deduzir que, em relação à precisão de leitura, o aparelho Root ZX
®
foi
mais preciso que o NovApex
®
. De acordo com os estudos de GROVE
48
, a
constrição apical é a região onde o tecido pulpar termina e o tecido
periodontal começa, portanto, o tecido conjuntivo da porção cementária
não é pulpar. Nesse propósito, o ponto ideal, acordado entre a
unanimidade dos autores, para a instrumentação e obturação dos canais,
situa-se no limite CDC, o qual, é o ponto de maior constrição do canal.
Verificando a Tabela 5 e o Gráfico 1 podemos visualizar que, apesar de
existir uma menor variação nas leituras com o NovApex
®
, este aparelho
proporcionou algumas leituras além do forame apical, o mesmo não
acontecendo com o Root ZX
®
que manteve as leituras sempre no interior
_____________________________________________________________Discussão
95
do canal radicular. Desde os estudos de KUTTLER
75
(1955) ficou
demonstrado que o forame apical não é coincidente com o ápice
radiográfico em cerca de 80% dos casos. Seguindo os princípios
biológicos da preservação dos tecidos periapicais durante o tratamento
endodôntico segundo LEONARDO; LEAL
79
(1998), deve-se preparar um
batente apical em um local que não cause danos aos tecidos periapicais
favorecendo, assim, a regeneração desta área após o tratamento.
SELTZER; BENDER; TURKENKOPF
110
(1963) demonstraram que a
obturação do canal deve limitar-se à região da constrição apical
aumentando, assim, os índices de sucesso do tratamento endodôntico.
Diante disso, deve-se considerar como melhor opção de um aparelho,
aquele que mantenha suas leituras até o limite do canal radicular
dentinário, ou seja, o limite CDC, ou no mínimo, não ofereça leituras além
do forame apical.
Em relação ao Root ZX
®
, os resultados observados neste
trabalho estão acordantes com os de NGUYEN et al
89
(1996), STEFFEN;
SPLIETH; BEHR
114
(1999), que não obtiveram leituras além do forame
apical. Todavia, não estão em concordância com os resultados de
SHABAHANG; GOON; GLUSKIN
111
(1996), OUNSI; NAAMAN
94
(1999),
WEIGER
135
(1999), ELAYOUTI; WEIGER; LÖST
31
(2002), MEARES;
STEIMAN
86
(2002), WELK; BAUNGARTNER; MARSHAL
133
(2003) que
encontraram leituras além desse forame.
Deve ser ressaltado que GOLDBERG et al
43
(2002), em um
estudo, simulando dentes com reabsorção apical, onde as leituras foram
realizadas por três examinadores distintos, obtiveram apenas duas leituras
além do forame apical, com o Root ZX
®
. Isso, segundo os próprios
autores, talvez seja devido à variação na habilidade e experiência dos
operadores em utilizar o aparelho
Na literatura, não existe uma uniformidade de concordância
quanto ao diâmetro do instrumento endodôntico que deva ser utilizado nas
medições eletrônicas. Autores como STEFFEN; SPLIETH, BEHR
114
(1999)
sugeriram a utilização de limas endodônticas, no máximo, até a de nº 20.
_____________________________________________________________Discussão
96
O fabricante do Root ZX
®
. aconselha em seu manual, a utilização de limas
nº 10. Já o fabricante do NovApex
®
pede para que se utilize limas que se
ajustem ao canal.
Considerando-se as 40 leituras realizadas, neste estudo, com
o Root ZX
®
, em nenhum caso as limas endodônticas passaram para além
do forame apical. Estes resultados, como já mencionados, não coincidem
com os encontrados por SHABAHANG; GOON, GLUSKIN
111
(1996) os
quais, num estudo “in vivo”, mesmo utilizando a marcação de 0,5mm
existente no aparelho Root ZX
®
, obtiveram resultados além do forame
apical, numa média de 0,269mm, em 30,77% dos casos. McDONALD
84
(1992) recomendou a utilização de limas com calibres que se ajustassem
ao diâmetro apical do canal radicular, relatando que, caso contrário,
poderia ocorrer leituras incorretas na determinação do comprimento do
canal. Relatou o autor que, pequenos movimentos verticais nas limas
podem alterar a leitura dos localizadores apicais, numa grande magnitude.
Para se evitar esse tipo de problema, sugeriu a utilização de limas que se
ajustem ao diâmetro dos forames, assim como não utilizar limas com
diâmetros dois números menores que os diâmetros dos forames apicais.
Os resultados encontrados, neste trabalho, não são concordantes com as
afirmações de McDONALD
84
, pois em todos os casos, a lima nº 10 em
comparação com as coincidentes com o diâmetro do forame, sempre
proporcionou leituras mais próximas do comprimento real do canal
independente do diâmetro do seu forame.
Um fato importante a se levar em consideração é como
sabermos se a lima está se ajustando realmente no forame apical ou numa
porção bem mais aquém do mesmo. Pode-se ter a lima ajustada durante o
trajeto do canal radicular, numa curvatura, ou na constrição provocada
pela presença de um cálculo dentinário, e não uma lima ajustada ao
forame apical. Esta sensação de lima ajustada ao canal poderia ser
interpretada de uma forma completamente equivocada.
O manual do fabricante* do Root ZX
®
indica que se utilize, na
maioria dos casos, a lima nº 10 e diz que “quando a leitura atingir 0,5 do
* Manual de Operação do Root ZX J. Morita , 16p, 2001
_____________________________________________________________Discussão
97
medidor, significa que a ponta da lima está próxima ao forame apical (isto
é, uma média de 0,2 – 0,3 mm após a constrição apical, em direção ao
ápice)”. Neste trabalho, optou-se por considerar a leitura final com o Root
ZX
®
a 0,5mm do forame, isto é, considerar-se-ia a leitura oferecida pelo
aparelho, ao marcar 0,5mm (Barra da constrição apical no aparelho), como
se a extremidade do instrumento estivesse a esta distância do forame ou
muito próximo dela, inclusive, esta medida deveria ser, portanto menor do
que aquela obtida visualmente. Observando os dados da Tabela 1, e
Gráficos 1 e 2 com relação às leituras obtidas com a lima nº 10 acoplada
ao Root ZX
®
, pode-se verificar que, em 90% das leituras, as medições
estiveram entre 0,5mm a 1,0mm aquém do forame apical. Considerando-se
os estudos de KUTLER
75
, onde a distância média entre o centro do forame
apical e a constrição apical ou limite CDC é, em média 0,5 a 0,6 mm,
pode-se concluir que os resultados deste trabalho não foram concordantes
com a afirmação do manual do fabricante, pois as medidas estiveram, em
geral, no nível ou aquém do que seria a constrição apical (gráficos 1 e 2).
Apesar dos resultados deste trabalho não estarem em
concordância com as afirmações do manual do fabricante, pode-se dizer
que o Root ZX
®
foi bastante preciso em manter a lima no interior do canal
e bastante próximo à “constrição apical” que é considerado o ponto ideal
para a realização do tratamento endodôntico, além de não agredir
estruturas do periápice.
A influência do diâmetro do forame apical sobre a leitura dos
localizadores apicais foi estudada por autores como HUANG
53
(1987),
HÜLSMAN; PIEPER
54
(1989), SAITO; YAMASHITA
108
(1990), STEIN;
CORCORAN; ZILLICH
115
(1990), WU; SHI; HUANG
134
(1992), FOUAD;
RIVERA; KRELL
37
(1993), KAUFMAN; KATZ
65
(1993), FELIPE; SOARES
33
(1994), RAMOS; BERNARDINELI
103
(1998). Os resultados de seus
trabalhos demonstraram que, quanto mais amplo o diâmetro do forame,
mais coronalmente ocorria a localização das leituras com os localizadores
apicais. Esses resultados também foram encontrados, neste estudo, onde
as leituras realizadas em canais com forames de diâmetro 400µm
estiveram localizadas mais distantes do forame apical, numa diferença
_____________________________________________________________Discussão
98
estatisticamente significante (p<0,05), com relação aos demais forames.
Entretanto, o estudo de SAITO; YAMASHITA
108
(1990) não considerou que
o diâmetro de 400µm influencie na leitura do localizador apical.
STEIN; CORCORAN; ZILLICH
115
(1990) também estudaram a
influência do diâmetro do forame apical sobre as leituras dos localizadores
apicais. Esses autores consideraram o forame menor, o limite CDC, e a
constrição apical como sendo a mesma região. Utilizaram para a medição
eletrônica limas nº 15 ou nº 20 e observaram que, quanto mais amplo foi o
forame, mais distante do mesmo ficaram as medidas, o que também
concorda os achados deste trabalho.
Também, os resultados obtidos por BERMAN; FLEISCHMAN
10
(1984) em dentes com ápices totalmente formados e em dentes com
ápices incompletos, mostraram que foram encontradas medidas mais
curtas para os casos de ápice incompleto, inclusive, com uma enorme
discrepância entre dentes com ápices completamente formados e os
incompletos, com média de 0,41mm e 3,2mm, respectivamente, aquém do
forame apical.
Ainda, quanto à influência do diâmetro do forame apical na
leitura dos aparelhos SAITO; YAMASHITA
108
(1990) não observaram
influência nos valores das leituras em dentes com forames até 0,420µm.
As leituras tiveram alterações estatisticamente significantes à partir de
forames com valores acima de 0,620µm. Neste estudo, o forame de
diâmetro 400µm já apresentou diferença estatisticamente significante em
relação aos forames de menor diâmetro. Deve ser observado que no
estudo de SAITO; YAMASHITA
108
(1990) foi utilizado ágar a 2%,
diferentemente deste, onde se utilizou ágar a 1%. Segundo estudos de
FOUAD; KRELL
35
(1989) leituras obtidas em ágar na concentração de 2%
foram além do comprimento real do dente.
Com relação ao calibre do instrumento endodôntico, os
resultados deste trabalho estão concordes com os de FELIPE; SOARES
33
(1994), trabalhando com o Apit
®
. Esses autores, embora não tenham
_____________________________________________________________Discussão
99
especificado os diâmetros dos forames e, conseqüentemente, os calibres
das limas, encontraram leituras até 0,5mm mais curtas quando usaram
instrumentos de calibres compatíveis com os diâmetros dos forames, do
que as leituras proporcionadas por limas nº 15.
Contudo, NGUYEN et al
89
(1996) trabalhando com o Root ZX
®
não encontraram diferenças quando as medidas eram feitas com
instrumentos de pequeno ou grande calibre, considerando-se os canais
alargados. Esses resultados poderiam ser discordantes dos observados
neste trabalho. Todavia, há que ser levado em consideração que a
constrição apical foi mantida nos casos avaliados por NGUYEN
89
et al
(1996) e as medições foram realizadas com o canal seco. Isso reforça o
raciocínio de que o importante é o diâmetro do forame ou mesmo da
constrição apical e não do canal em seu todo. Tal raciocínio leva à
dedução de que o contato entre o eletrodo (lima) e o tecido periapical se
dá via forame e que a espessura da dentina da parede do canal não deve
ter influência na leitura eletrônica como salientaram RAMOS;
BERNARDINELI
103
(1998).
Outro aspecto que apóia essa dedução é a conclusão do
trabalho de FOUAD; RIVERA; KRELL
37
(1993) que, ao avaliar as leituras
realizadas pelos aparelhos, em canais secos, observaram que o calibre do
forame não provocou qualquer interferência nos resultados. Já, quando as
leituras foram realizadas com a presença de Xilocaína ou hipoclorito de
sódio no interior dos canais a variação das medições foi enorme. Este fato
demonstra claramente que o contato entre o interior do canal radicular e o
periápice ocorre via ápice e pode ser potencializado pela substância que
preenche o canal
HUANG
53
(1987) já afirmava que o principio da medição
eletrônica é puramente físico e que quanto mais amplo o forame, mais
curtas serão as leituras, quando comparadas com o comprimento real do
dente. Salientou, inclusive, que quando o forame for amplo a medição
deve ser realizada com o canal seco.
_____________________________________________________________Discussão
100
Não há duvidas de que o calibre da lima utilizada na medição
também tem a sua participação na determinação de medições mais curtas,
ou mais próximas do forame.
Os resultados encontrados com o Root ZX
®
, neste trabalho,
corroboram essa afirmação. Assim, as medições realizadas com a lima nº
10 estiveram sempre mais próximas do forame apical ou do comprimento
real, obtido com a medição visual, com o uso do microscópio. Sem dúvida,
o diâmetro do forame influenciou diretamente na extensão das medidas,
independentemente do calibre do instrumento usado para a medição. A
Tabela 15 mostra que houve diferenças estatísticas significantes entre as
medições feitas com a lima nº 10 e as limas correspondentes aos calibres
dos forames (200, 300 e 400µm). O gráfico 2 também ilustra esses
resultados, onde se verificou que as limas de calibres correspondentes
aos diâmetros dos forames, mantiveram leituras numa posição mais aquém
do forame do que as proporcionadas pela lima nº 10.
A presença da substância irrigadora, o hipoclorito de sódio,
neste caso, é de primordial importância para que aquela relação calibre do
instrumento/diâmetro do forame ocorra, visto que medições realizadas
com o canal seco não acusaram alterações, como afirmaram FOUAD
RIVERA; KRELL
37
(1993), HUANG
53
(1987), NGUYEN et al
89
(1996),
embora estes autores tenham afirmado, baseados nos trabalhos de
KAUFMAN; KATZ
65
(1993), que a falta de NaOCl não afetaria as leituras.
Todavia, os modelos utilizados nesses trabalhos (para a imersão dos
dentes), eram de gelatina sem açúcar e as medições foram feitas com os
canais secos ou preenchidos com água destilada que, na sua forma
natural, não é eletrolítica.
Assim, talvez, resultados obtidos com canais secos não sejam
os melhores parâmetros de comparação para com aqueles obtidos neste
trabalho.
O raciocínio leva a deduzir que a solução de hipoclorito de
sódio, preenchendo o canal radicular, promoveria a transmissão do
_____________________________________________________________Discussão
101
impulso elétrico mais facilmente, possibilitando um contato mais direto
com a região periapical. Assim, as três ocorrências se completariam:
solução eletrolítica condutora, diâmetro do forame e calibre do
instrumento. Portanto, quanto maior o diâmetro do forame, maior a
quantidade de solução, maior área de contato com o periápice; quanto
maior o calibre do instrumento, maior área de contato com a solução,
certamente, maior área de alcance do impulso elétrico em direção ao
forame, logo, medição mais curta em relação ao comprimento real; quanto
menor o calibre da lima (nº 10 por exemplo) menor área de contato com a
solução irrigadora, menor impulso elétrico, maior necessidade de se
aproximar do forame apical para fechar o circuito; por conseguinte; tem-se
medições mais aproximadas do forame; concordando com HUANG
53
(1987)
que o principio é físico.
Os resultados obtidos com o NovApex
®
não permitem uma
conclusão tão clara, nesse diapasão, como os proporcionados pelo Root
ZX
®
, contudo, isto já pode ser observado a partir do instrumento nº 40
(diâmetro do forame, 400µm).
O NovApex
®
sempre proporcionou medidas mais próximas do
forame apical, inclusive, com casos de medidas além da extensão real. Se
considerado clinicamente, isto não seria benéfico para o tratamento
endodôntico, tanto para casos de biopulpectomia onde a preservação do
coto periodontal é considerada de suma importância para manutenção da
saúde da região, como de necropulpectomia, pois, a passagem de
instrumentos contaminados para o periápice, pode provocar a exacerbação
de um quadro, seja pelos microorganismos ou por tecido contaminado,
introduzidos nessa região.
A literatura é pobre em relação a trabalhos com este aparelho,
talvez, pelo fato de ter sido lançado recentemente no mercado. Contudo,
GARCIA
42
(2004) também observou leitura além do forame apical em cerca
de 6%. Nossos resultados concordam com os observados, nesse trabalho.
_____________________________________________________________Discussão
102
6.3 - CONSIDERAÇÕES FINAIS
Desde a idéia inicial para a medição eletrônica do
comprimento do dente lançada por CUSTER
24
no início do século passado,
até os dias atuais, o método eletrônico para determinação do limite apical
de instrumentação tem evoluído bastante, principalmente após o
lançamento do aparelho baseado no método da resistência proposto por
SUNADA
119
. Essa evolução fez com que as medições pudessem ser
realizadas sob as mais diferentes condições no interior do canal.
Considerando-se que durante o tratamento endodôntico o
profissional deve atuar no interior do canal radicular, para que não haja a
agressão aos tecidos periapicais, é evidente a importância da delimitação
de um correto limite apical de instrumentação, permitindo a obtenção de
um batente apical adequado, preservando, desta maneira, a integridade
dos tecidos periapicais.
Imbuído deste pensamento, podemos afirmar, pelos resultados
obtidos, ser o Root ZX
®
, um aparelho mais confiável que o NovApex
®
, pois
o mesmo apresentou leituras mais confiáveis, não apresentando nenhuma
leitura (nos 40 casos) além do forame apical. Com este aparelho, nas
medições realizadas com a lima nº 10, a distância entre a ponta do
instrumento e o forame apical ficou numa relação de proximidade muito
grande, sem que houvesse a passagem da mesma além do forame. Já,
com o aparelho NovApex
®
este tipo de relação começou a aparecer
somente com a lima de maior calibre das utilizadas neste experimento.
Diante destas observações, podemos afirmar que, nos casos onde o
clínico necessite trabalhar com uma distância bastante próxima ao forame
apical, como nos casos de necropulpectomia, estando ele utilizando o
aparelho Root ZX
®
, as medições podem ser realizadas com limas nº 10,
independente do diâmetro do forame. Porém, se o aparelho for o
NovApex
®
esta correlação só será alcançada com limas nº 40, correndo o
risco de obter-se leituras além do forame apical se as limas forem de
menor calibre.
_____________________________________________________________Discussão
103
Entretanto, um fato muito importante a ser observado é que
tais resultados foram obtidos “in vitro”. Assim, a simples extrapolação dos
mesmos para a clínica fica um tanto prejudicada, não podendo se afirmar
concretamente que os resultados serão os mesmos. Todavia, pela
confiabilidade do modelo utilizado para o estudo, tais resultados podem
ser considerados muito próximos da realidade clínica.
Para que haja um bom aproveitamento do aparelho eletrônico
é importante que o profissional esteja familiarizado com o mesmo,
podendo obter sucesso em suas medições alcançando, com isso, uma boa
determinação do comprimento de trabalho.
As limitações do método radiográfico na determinação da
odontometria, a interferência das imagens de estruturas ósseas
anatômicas sobre a imagem das raízes ou pela necessidade de se diminuir
a quantidade de radiação ionizante ao paciente, faz da técnica eletrônica
para a medição dos canais radiculares uma realidade palpável e que pode
ser uma rotina no tratamento endodôntico.
7 - CONCLUSÕES
“A função mais nobre do homem é defender a
verdade”.
Ruth Mckenney
_______________________________________________________________Conclusões
105
7 - CONCLUSÕES
De acordo com a metodologia empregada neste
trabalho e considerando-se a observação e análise dos resultados,
pode-se concluir que :
7.1- Independentemente do diâmetro do forame apical,
a lima nº 10 apresentou leituras mais próximas do
tamanho real do canal;
7.2- O aparelho Root ZX
®
, apresentou leituras mais
consistentes e medidas mais próximas da realidade do
que o NovApex
®
, com diferenciação estatística;
7.3- O aumento do diâmetro do forame apical provocou
leituras aquém do forame apical, com o aparelho Root
ZX
®
;
7.4- As leituras realizadas com limas de calibres
coincidentes com os diâmetros dos forames
proporcionaram medidas mais aquém do forame apical,
do que com a lima nº 10, com o aparelho Root ZX
®
;
7.5- As leituras realizadas com o aparelho NovApex
®
foram influenciadas a partir do diâmetro de 400µm,
realizadas com a lima nº40.
_______________________________________________________________Abstract
Anexos
“Não basta adquirir a sabedoria , é preciso praticá-la”
Cícero
___________________________________________________________________Anexos
107
Anexo 1- Medidas (extensões) globais obtidas visualmente (microscópio) e com os aparelhos Root ZX
®
, e
NovApex
®,
de acordo com os diâmetros dos forames apicais e os calibres das limas utilizadas.
Diâmetro
do Forame
Dentes
Comprim.
Microsc.
Root ZX
Lima 10
Root ZX
Lima 20
Root ZX
Lima 30
Root ZX
Lima 40
NovApex
Lima 10
NovApex
Lima 20
NovApex
Lima 30
NovApex
Lima 40
1 23,0 22,5 23,0
2 18,0 17,5 18,0
3 21,5 21,5 21,5
4 22,0 21,5 21,5
5 21,0 20,5 21,0
6 19,0 18,5 19,0
7 23,0 22,5 23,0
8 22,0 21,0 21,0
9 21,0 20,5 21,0
Forame
diâmetro
100µm
10 20,5 20,5 21,0
11 16,0 16,0 15,5 17,0 16,0
12 19,5 19,0 18,5 20,0 19,5
13 19,0 19,0 19,0 20,0 19,5
14 18,0 17,5 16,5 18,0 18,0
15 17,0 16,5 16,5 17,0 17,0
16 20,0 19,0 19,5 20,0 20,0
17 20,0 19,5 19,5 21,0 20,5
18 21,0 20,5 19,5 21,0 21,0
19 21,0 20,0 19,5 20,5 20,5
Forame
diâmetro
200µm
20 20,0 19,0 19,0 19,5 19,5
21 18,0 17,5 17,5 18,5 18,5
22 22,0 21,0 20,5 22,0 21,5
23 19,5 18,5 18,5 19,5 19,5
24 21,0 20,5 20,0 21,0 21,0
25 23,0 22,5 22,0 23,0 23,0
26 22,0 21,5 21,0 22,5 22,0
27 18,0 17,0 17,0 18,0 18,0
28 19,0 18,0 18,0 19,0 19,0
29 21,5 20,5 20,5 21,5 21,5
Forame
diâmetro
300µm
30 18,5 18,0 17,5 18,5 19,0
31 22,0 21,0 21,0 22,0 22,0
32 20,5 20,0 19,5 20,0 20,0
33 22,0 21,0 20,0 22,0 22,0
34 20,0 19,0 18,5 19,5 19,5
35 17,5 16,5 15,5 17,0 17,0
36 20,5 19,5 19,0 20,5 20,5
37 23,5 22,5 22,0 23,0 23,5
38 19,5 18,0 18,0 20,5 19,0
39 21,5 20,5 20,0 21,5 21,5
Forame
diâmetro
400µm
40 19,0 18,0 17,5 18,5 19,0
_______________________________________________________________Abstract
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ensinando primeiro a si mesmo. Ensinando a si
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_______________________________________________________________Abstract
ABSTRACT
"O mal de quase todos nós é que preferimos ser arruinados
pelo elogio a ser salvo pela crítica"
Norman Vincent
_______________________________________________________________Abstract
127
ABSTRACT
This study evaluated the influence of foramen diameter and
endodontic instrument size on the odontometry reading of two electronic
apical measuring devices. Forty mandibular incisors were used, which were
divided into four groups according to the apical foramen diameter (100, 200,
300 and 400µm). After coronal opening of these teeth and access to the root
canals, the root canal length was measured with aid of a clinical microscope
with 7.8x magnification, from the incisal edge until the file tip reached the
apical foramen. Ten teeth with 100-µm diameter were placed in individual
jars containing 1% agar solution in phosphate-buffered saline, maintaining
around 2/3 of their roots immersed in the solution to allow measurement with
Root ZX (J. Morita, Japan) and NovApex (Forum, Israel). Teeth were
measured with files n. 10 until the distance of 0.5mm from the apex was
indicated by the device. Another measurement was performed on the other
thirty teeth with files n. 10 and files with diameters corresponding to the
foramen diameters (200µm, 300µm and 400µm). Statistical analysis was
performed by two-way analysis of variance for overall comparison between
the devices and employment of file n. 10 in all teeth, and Tukey test for
individual comparisons. The results demonstrated statistical difference in the
precision of both devices, with a more accurate result for Root ZX (p<0.05).
Teeth with narrower foramina presented a more accurate measurement with
the apical measuring device, and teeth with wider foramina presented larger
discrepancy in the measurement. Utilization of K file n. 10 in teeth with wider
foramina showed more accurate measurements compared to files with size
corresponding to the foramen diameters with the Root ZX
®
device. With the
NovApex
®
device, this correlation was only observed with file n. 40.
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