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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E DO DESPORTO
Universidade Federal de Ouro Preto – Escola de Minas
Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil
CONTRIBUIÇÃO AO ESTABELECIMENTO
DE UM MÉTODO SIMPLIFICADO PARA
DIMENSIONAMENTO AO FOGO DA
PROTEÇÃO PARCIAL DE COLUNAS DE
AÇO
AUTOR: FLÁVIO ANTÔNIO FERREIRA
ORIENTADOR: Prof. Dr. Antônio Maria Claret de Gouveia
Dissertação apresentada ao Programa
de Pós-Graduação do Departamento de
Engenharia Civil da Escola de Minas da
Universidade Federal de Ouro Preto,
como parte integrante dos requisitos
para obtenção do título de Mestre em
Engenharia Civil, área de concentração:
Estruturas Metálicas
Ouro Preto – MG
Maio de 2006
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Catalogação: [email protected]
F383c Ferreira, Flávio Antônio.
Contribuição ao estabelecimento de um método simplificado para o
dimensionamento ao fogo da proteção parcial de colunas de aço
[manuscrito]. / Flávio Antônio Ferreira. - 2006.
xxix, 220f. : il. color.; graf., tabs.
Orientador: Prof. Dr. Antônio Maria Claret de Gouvêia.
Dissertação (Mestrado) - Universidade Federal de Ouro Preto. Escola
de Minas. Departamento de Engenharia Civil. Programa de Pós Graduação
em Engenharia Civil.
Área de concentração: Construção Metálica.
1. Estruturas metálicas - Teses. 2. Engenharia de combustão - Teses.
3. Colunas metálicas - Teses. 4. Incêndios - Teses. 5. Aço - Estruturas - Teses.
I.Universidade Federal de Ouro Preto. Escola de Minas. Departamento de
Engenharia Civil. Programa de Pós-graduação em Engenharia Civil.
II.Título.
CDU: 624.014
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CONTRIBUIÇÃO AO ESTABELECIMENTO DE UM MÉTODO
SIMPLIFICADO PARA DIMENSIONAMENTO AO FOGO DA
PROTEÇÃO PARCIAL DE COLUNAS DE AÇO
AUTOR: FLÁVIO ANTÔNIO FERREIRA
Esta dissertação foi apresentada em sessão pública e aprovada em 29 de
maio de 2006, pela Banca Examinadora composta pelos seguintes
membros:
Prof. Dr. Antonio Maria Claret de Gouvêia (Orientador / UFOP)
Prof. Dr. Ernani Carlos de Araújo (UFOP)
Prof. Dr. Luiz Carlos Pinto da Silva Filho (UFRGS)
III
À minha mãe, fonte de apoio e energia
À minha noiva, fonte de amor e compreensão
Ao meu orientador, fonte de conhecimento e amizade
À Banda “Euterpe Santa Luzia, fonte de inspiração e alegria
IV
“Nunca se vence uma guerra lutando sozinho
“Ce” sabe que a gente precisa entrar em contato
Com toda essa força contida que vive guardada
O eco de suas palavras não repercute em nada
É sempre mais fácil achar que a culpa é do outro
Evita o aperto de mão de um possível aliado
Convence as paredes do quarto e dorme tranqüilo
Sabendo no fundo do peito que não era nada daquilo
Coragem, coragem
Se o que você quer é aquilo que pensa e faz
Coragem, coragem
EU SEI QUE VOCÊ PODE MAIS
EU SEI QUE VOCÊ PODE MAISEU SEI QUE VOCÊ PODE MAIS
EU SEI QUE VOCÊ PODE MAIS.”
POR QUEM OS SINOS DOBRAM
Raul Seixas - 1979
V
AGRADECIMENTOS
À Deus, por me guiar até aqui.
À minha mãe, Elizabeth, que sempre me apoiou em tudo. Obrigado pelo apoio, carinho, diálogo
e compreensão em mais essa fase da vida.
À minha noiva, Paula, que sempre acreditou no meu potencial. Obrigado pelo amor,
companheirismo, paciência e por dividir comigo os momentos de alegria e de tristeza.
Ao Professor Claret, pela orientação, assistência, ensinamentos, dedicação, confiança e,
principalmente, pela oportunidade de trabalhar com um dos maiores especialistas em
Engenharia de Incêndio do Brasil.
Aos Professores Ernani (UFOP) e Luiz Carlos (UFRGS), pelas sugestões, dadas durante a
defesa da dissertação, para melhoria deste trabalho.
A todos os professores do PROPEC, em especial aos Professores Luiz Fernando e Ricardo
Azoubel pelas sugestões, dadas durante o seminário de qualificação, para a elaboração deste
trabalho.
Aos Professores, Rita de Cássia, Gustavo Veríssimo e Reginaldo, da UFV, pelo incentivo de
entrar na área acadêmica. Ao Professor José Luiz (UFV), pelo incentivo durante a realização
deste trabalho.
Ao pessoal do PET-CIVIL, em especial à Bruna, pela colaboração nas análises paramétricas.
A todos os colegas de mestrado, em especial ao Aldo e ao Maria, pela ajuda em diversos
pontos deste trabalho.
Aos colegas da Ox: Bruno, Cássius, Chicão, Deílton, Germano, Luciano, Joel, Paulo e
Maria, pela convivência durante o mestrado.
À Banda de Música Euterpe Santa Luzia, rota de fuga nos momentos de tensão, pelos momentos
de alegria e descontração.
A Róvia, pela gentileza e atenção de sempre.
A Capes pelo apoio financeiro.
VI
RESUMO
Nesse trabalho, apresentam-se as conclusões de uma investigação realizada com o fim
de determinar “curvas de dimensionamento” de pilares de aço em incêndio com o
emprego de proteção passiva parcial. No estudo ora relatado, curvas de
dimensionamento são apresentadas para perfis usuais na construção metálica brasileira,
dotados de proteção parcial nas mesas, em função da carga de colapso, do tempo de
exposição ao fogo, da espessura da argamassa de proteção e da excentricidade da carga.
A metodologia aplicada consistiu na determinação da distribuição de temperaturas na
seção transversal de um pilar exposto a um ambiente correspondente ao incêndio-padrão
e na determinação da resposta estrutural do elemento, sempre com o emprego do
Método de Elementos Finitos. As conclusões indicam a viabilidade do emprego da
proteção parcial em pilares para atendimento dos requisitos usuais de resistência ao
fogo, o que pode significar economias da ordem de 30% no custo da proteção passiva
de pilares. Visando permitir que a técnica de proteção parcial seja usada mais facilmente
em projetos práticos, apresentam-se, também, formulações simplificadas para a
determinação da distribuição de temperatura e para o dimensionamento de estruturas
metálicas parcialmente protegidas em situação de incêndio. A formulação para
determinação da distribuição de temperatura em perfis parcialmente protegidos se
baseia na transferência de calor por radiação, convecção e condução em uma seção não
homogeneamente aquecida em incêndio. a formulação para dimensionamento é
resultante de uma adaptação das equações da NBR 14343 (1999), que versa somente
sobre estruturas com aquecimento uniforme, tanto longitudinal quanto transversalmente,
para estruturas com aquecimento não-uniforme ao longo da seção transversal, que é o
caso dos perfis com proteção parcial. Análises comparativas com métodos de
transferência de calor e de análise estrutural baseados em elementos finitos são
apresentadas. As conclusões indicam que a formulação apresentada é suficientemente
precisa para uso no âmbito dos métodos simplificados de dimensionamento em situação
de incêndio.
VII
ABSTRACT
In this work, the conclusions of an investigation to determine “curves of design” of steel
columns in fire with the employment of partial fire protection are presented. Design
curves are presented for usual profiles in the Brazilian steel construction, with partial
fire protection in the flanges, in function of the collapse load, fire exposure time,
protection thickness and load eccentricity. The applied methodology consisted on
determining the temperature distribution in the cross section of a column exposed to the
standard fire and on the determination of the structural response of the column, applying
the Finite Element Method. The conclusions indicate the feasibility of partial fire
protection with respect to the usual requirements of fire resistance, with savings about
of 30% in the columns's passive protection cost. In order to allow the technique of
partial protection to be used more easily in practice, simplified formulations for the
determination of temperature distribution and for the design of steel structures partially
protected in fire situation are presented. The formulation for determination of
temperature distribution in partially protected profiles is based on the heat transfer by
radiation, convection and conduction in a non-homogeneously heated section in fire.
The design formulation results from an adaptation of the NBR 14343 equations for
structures with non-uniform heating along the cross section, which is the case of the
partially protected profiles. Comparative analyses with heat transfer methods and FEM-
based structural analysis are presented. The conclusions indicate that the presented
formulation is sufficiently accurate for use in the scope of simplified design methods.
VIII
ÍNDICE
AGRADECIMENTOS .................................................................................................. V
RESUMO.......................................................................................................................VI
ABSTRACT................................................................................................................. VII
ÍNDICE.......................................................................................................................VIII
LISTA DE FIGURAS................................................................................................XIII
LISTA DE TABELAS ............................................................................................. XVII
LISTA DE SÍMBOLOS.............................................................................................XIX
CAPÍTULO 1: INTRODUÇÃO
1.
1.1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS ........................................................................1
2.
1.2. HISTÓRICO DA LINHA DE PESQUISA.......................................................2
3.
1.3. OBJETIVOS .....................................................................................................3
4.
1.4. JUSTIFICATIVAS ...........................................................................................4
5.
1.5. DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO .....................................................6
CAPÍTULO 2: REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1. HISTÓRICO DAS NORMAS DE INCÊNDIO..............................................8
2.2. CONCEITOS GERAIS SOBRE INCÊNDIOS.............................................11
2.2.1. MODELOS DE INCÊNDIOS ..............................................................14
2.2.1.1. INCÊNDIO-PADRÃO .................................................................14
2.2.1.2. INCÊNDIOS NATURAIS............................................................15
2.3. PRINCÍPIOS DA SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIOS..........................21
2.3.1. CONSEQÜÊNCIAS DE INCÊNDIOS NOS EDIFÍCIOS ....................21
2.3.2. OBJETIVOS GERAIS DA SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIOS....22
2.4. DESEMPENHO DO AÇO EM INCÊNDIO ................................................27
2.4.1. PROPRIEDADES MECÂNICAS ........................................................28
IX
2.4.1.1. MASSA ESPECÍFICA.................................................................28
2.4.1.2.
MÓDULO DE ELASTICIDADE E TENSÃO DE
ESCOAMENTO..................................................................................................28
2.4.2. PROPRIEDADES TÉRMICAS ...........................................................31
2.4.2.1. EXPANSÃO TÉRMICA..............................................................31
2.4.2.2. CONDUTIBILIDADE TÉRMICA E CALOR ESPECÍFICO .......32
2.5. ENSAIOS-PADRÃO...................................................................................34
2.5.1. ENSAIO DE VIGAS............................................................................35
2.5.2. ENSAIO DE COLUNAS .....................................................................36
2.5.3. CRÍTICAS AOS ENSAIOS-PADRÃO ................................................38
2.6. PROTEÇÃO DA ESTRUTURA METÁLICA.............................................39
2.6.1. PROTEÇÃO ATIVA ...........................................................................39
2.6.2. PROTEÇÃO PASSIVA .......................................................................40
2.6.2.1. ARGAMASSAS PROJETADAS .................................................41
2.6.2.2. TINTAS INTUMESCENTES ......................................................41
2.6.2.3. MANTAS.....................................................................................42
2.6.2.4. PLACAS CERÂMICAS E DE GESSO ACARTONADO ............43
2.7.
ELEVAÇÃO DA TEMPERATURA DA ESTRUTURA METÁLICA
EXPOSTA AO INCÊNDIO ....................................................................................44
2.8. ESTADO DA ARTE........................................................................................48
CAPÍTULO 3: A TÉCNICA DE PROTEÇÃO PARCIAL
3.1. INTRODUÇÃO...........................................................................................57
3.2. A PROPOSTA DE WANG..........................................................................58
3.3. A PROPOSTA DE CLARET.......................................................................58
3.4. A PROPOSTA DA PRESENTE PESQUISA...............................................60
3.5. CARACTERISTICAS DO MATERIAL DE PROTEÇÃO TÉRMICA........61
CAPÍTULO 4: ANÁLISE PARAMÉTRICA DA RESISTÊNCIA AO FOGO
COLUNAS DE AÇO PARCIALMENTE PROTEGIDAS
4.1. INTRODUÇÃO...........................................................................................63
4.2.
METODOLOGIA
................................
................................
........................
64
X
4.2. METODOLOGIA........................................................................................64
4.3. ANÁLISES TÉRMICAS .............................................................................66
4.3.1. O SOFTWARE TASEF .......................................................................66
4.3.1.1.
DISCRETIZAÇÃO TRANSVERSAL DOS PERFIS EM
ELEMENTOS FINITOS .................................................................................67
4.4. ANÁLISES ESTRUTURAIS.......................................................................75
4.4.1. O SOFTWARE VULCAN...................................................................75
4.4.1.1. O MÉTODO DE NEWTON-
RAPHSON A ALTAS
TEMPERATURAS .........................................................................................81
4.4.1.2. IDENTIFICAÇÃO DA FALHA ESTRUTURAL.........................82
4.4.1.3. LIMITAÇÕES DO VULCAN......................................................83
4.4.2. DISTRIBUIÇÃO DE TEMPERATURA..............................................84
4.4.3. CONDIÇÕES DE CARREGAMENTO ...............................................85
4.4.4. DISCRETIZAÇÃO LONGITUDINAL DA COLUNA EM
ELEMENTOS FINITOS .....................................................................................86
4.4.5. DEFINIÇÃO DO COLAPSO ESTRUTURAL.....................................86
4.5. RESULTADOS ...........................................................................................88
4.5.1. DISTRIBUIÇÃO DE TEMPERATURA..............................................89
4.5.2. RESISTÊNCIA AO FOGO DO PERFIL HP 310X125 ........................90
4.5.2.1. CURVAS CARGA X ESPESSURA DE PROTEÇÃO .................95
4.5.2.2. CURVAS CARGA X COMRIMENTO......................................105
4.5.2.3. APLICAÇÃO PRÁTICA DAS CURVAS DE RESISTÊNCIA ..113
CAPÍTULO 5: DETERMINAÇÃO DA DISTRIBUIÇÃO DE TEMPERATURA
EM PERFIS DE AÇO PARCIALMENTE PROTEGIDOS: MÉTODO
SIMPLIFICADO
5.1. INTRODUÇÃO.........................................................................................117
5.2. FLUXO DE CALOR EM ESTRUTURAS EM SITUAÇÃO DE INCÊNDIO
118
5.3. DETERMINAÇÃO DA DISTRIBUIÇÃO DE TEMPERATURA EM
PERFIS PARCIALMENTE PROTEGIDOS..........................................................120
5.3.1.
PERFIS TOTALMENTE PROTEGIDOS
................................
..........
121
XI
5.3.2. PERFIS PARCIALMENTE PROTEGIDOS ......................................124
5.4. COMPARAÇÃO DO MÉTODO SIMPLIFICADO COM O MÉTODO DOS
ELEMENTOS FINITOS .......................................................................................126
5.4.1. PERFIS COM µ 100.......................................................................126
5.4.1.1. PERFIL CVS 500X250 ..............................................................127
5.4.1.2. PERFIL CVS 1500X599 ............................................................130
5.4.2. PERFIS COM 100 < µ 300 .............................................................132
5.4.2.1. PERFIL HP 310X125.................................................................133
5.4.2.2. PERFIL HP 250X62...................................................................136
5.4.3. PERFIS COM µ > 300.......................................................................138
5.4.3.1. PERFIL CVS 200X29 ................................................................139
5.4.3.2.
PERFIL W 150X22,5
................................
................................
.
142
CAPÍTULO 6: DIMENSIONAMENTO DE COLUNAS DE AÇO
PARCIALMENTE PROTEGIDAS EM INCÊNDIO: MÉTODO SIMPLIFICADO
6.1. INTRODUÇÃO.........................................................................................146
6.2. BARRAS TRACIONADAS ......................................................................147
6.2.1. ESTADO LIMITE DE ESCOAMENTO DA SEÇÃO BRUTA..........148
6.2.2. APLICAÇÃO DO MÉTODO ............................................................149
6.3. BARRAS COMPRIMIDAS.......................................................................152
6.3.1. ESTADO LIMITE DE FLAMBAGEM POR FLEXÃO (FLAMBAGEM
GLOBAL).........................................................................................................153
6.3.2. APLICAÇÃO DO MÉTODO ............................................................155
6.4. BARRAS FLETIDAS................................................................................161
6.4.1. FLAMBAGEM LOCAL DA ALMA E FLAMBAGEM LOCAL DA
MESA (FLA E FLM) ........................................................................................162
6.4.2. FLAMBAGEM LATERAL COM TORÇÃO (FLT)...........................163
6.4.3. APLICAÇÃO DO MÉTODO ............................................................164
6.5. BARRAS SUBMETIDAS A ESFORÇOS COMBINADOS ......................169
6.5.1. EQUAÇÃO DA RESISTÊNCIA........................................................171
6.5.2. EQUAÇÃO DA ESTABILIDADE ....................................................171
XII
6.5.3.
APLICAÇÃO DO TODO
................................
............................
172
6.6. COMPARAÇÃO ENTRE O TODO SIMPLIFICADO
E O TODO
NUMÉRICO .........................................................................................................184
CAPÍTULO 7: CONSIDERAÇÕES FINAIS
7.1. INTRODUÇÃO.........................................................................................186
7.2. CONCLUSÕES.........................................................................................187
7.2.1. QUANTO A ANÁLISE PARATRICA.........................................187
7.2.2. QUANTO AOS MÉTODOS SIMPLIFICADOS................................188
XIII
LISTA DE FIGURAS
CAPÍTULO 1:
Figura 1.1 – Colapso de uma coluna de um edifício. ................................
..............
6
CAPÍTULO 2:
Figura 2.1 – Triangulo do Fogo (CLARET, 2000b). ............................................11
Figura 2.2 – Fases de Desenvolvimento de um Incêndio Real. .............................12
Figura 2.3 – Curva de desenvolvimento do Incêndio-Padrão................................15
Figura 2.4 – Incêndio Natural – Carga de Incêndio Constante..............................20
Figura 2.5 – Incêndio Natural – Fator de Ventilação Constante............................21
Figura 2.6 – Diagrama Tensão – Deformação do Aço a Elevadas Temperaturas
dado pelo Eurocode 3. .........................................................................................29
Figura 2.7 – Fatores de Redução da Tensão de Escoamento, do limite de
Proporcionalidade e do Módulo de Elasticidade...................................................30
Figura 2.8 – Diagrama Tensão – Deformação do Aço a Elevadas Temperaturas
Segundo o Eurocode 3: Temperaturas variando de 20ºC à 1000ºC. ......................31
Figura 2.9 – Alongamento do Aço em Função da Temperatura............................32
Figura 2.10 – Condutibilidade Térmica do Aço em Função da Temperatura ........33
Figura 2.11 – Calor Específico do Aço em Função da Temperatura .....................34
Figura 2.12 – Ensaio Padrão de Vigas: Cargas e Condições de Apoio..................35
Figura 2.13 – Ensaio Padrão de Vigas: Determinação da Resistência ao Fogo .....36
Figura 2.14 – Ensaio Padrão de Colunas: Montagem do Ensaio ...........................37
Figura 2.15 – Ensaio Padrão de Colunas: Determinação da Resistência ao Fogo..38
Figura 2.16 – Argamassa Projetada......................................................................41
Figura 2.17 – Tinta Intumescente.........................................................................42
Figura 2.18 – Manta de Lã de Rocha ...................................................................43
Figura 2.19 – Placa Cerâmica ..............................................................................43
Figura 2.21 – Curva Temperatura–Tempo para Perfis com Proteção Térmica ......48
XIV
CAPÍTULO 3:
Figura 3.1 – Proteção Parcial Proposta por WANG (1997). .................................59
Figura 3.3 – Proteção Parcial Proposta no Presente Trabalho. ..............................61
Figura 3.4 – Condutibilidade Térmica do Material de Proteção em Função da
Temperatura. .......................................................................................................61
Figura 3.5 – Calor Específico do Material de Proteção em Função da Temperatura.
................................
................................
................................
............................
62
CAPÍTULO 4:
Figura 4.1
Elementos Finitos do TASEF.
................................
................................
.................
66
Figura 4.2 – Determinação das Emissividades........................................................................... 68
Figura 4.3 – Emissividades Simplificadas................................................................................... 69
Figura 4.4 – Perfil Laminado HP 310 x 125. ............................................................................... 69
Figura 4.5 – Discretização em Elementos Finitos do Perfil HP 310 x 125 – Sem Proteção. ..... 70
Figura 4.6 – Malha da Seção Transversal do Elemento Utilizado pelo VULCAN. ..................... 71
Figura 4.7 Distribuição de Temperatura ao Longo do Tempo no Perfil HP 310 x 125
Sem
Proteção. ..................................................................................................................................... 73
Figura 4.8 Discretização em Elementos Finitos do Perfil HP 310 x 125
Com Proteção
Parcial. 74
Figura 4.9 Distribuição de Temperatura no Perfil HP 310 x 125
Com 30mm de Proteção
Parcial nas Mesas....................................................................................................................... 75
Figura 4.10 Deformações Infinitesimais em um segmento z do elemento de Viga-Colu
na,
(NAJJAR, 1994). ......................................................................................................................... 78
Figura 4.11 Elemento de viga-
coluna do VULCAN com seus graus de liberdade em
coordenadas locais e globais, (BAILEY, 1995)........................................................................... 79
Figura 4.12 – Elemento de Placa do VULCAN, (BAILEY, 1995)................................................ 80
Figura 4.13
Graus de liberdade para o elemento de mola do VULCAN em coordenadas
locais, (BAILEY, 1995). ............................................................................................................... 80
Figura 4.14
Malha da Seção Transversal com os Pontos Nodais nos quais Deslocamentos,
Deformações e Tensões Serão Definidos. ................................................................................. 81
Figura 4.15 – Método de Newton-Raphson Modificado a Altas Temperaturas.......................... 82
Figura 4.16 – Método de Newton-Raphson na Proximidade da Falha Estrutural. ..................... 83
Figura 4.22 Deslocamento do 6 do perfil HP 310 x 125: L = 3000mm,
Sem Proteção
Térmica, e = L/1000. .................................................................................................................. 88
Figura 4.22
Deslocamento do 6 do perfil HP 310 x 125: L = 3000mm, Sem Proteção
Térmica, e = 0,25d. .................................................................................................................... 88
XV
Figura 4.23 – Curva Carga x Espessura de Proteção: L = 3000mm, e = 0,0mm, CSA. ............ 96
Figura 4.24 – Curva Carga x Espessura de Proteção: L = 3000mm, e = L/1000, CSA. ............ 96
Figura 4.25 – Curva Carga x Espessura de Proteção: L = 3000mm, e = 0.25d, CSA. .............. 97
Figura 4.26 – Curva Carga x Espessura de Proteção: L = 3000mm, e = 0.50d, CSA. .............. 97
Figura 4.27 – Curva Carga x Espessura de Proteção: L = 3000mm, e = 1.0d, CSA. ................ 97
Figura 4.28 – Curva Carga x Espessura de Proteção: L = 3000mm, e = L/1000, CSS. ............ 98
Figura 4.29 – Curva Carga x Espessura de Proteção: L = 3000mm, e = 0.25d, CSS. .............. 98
Figura 4.30 – Curva Carga x Espessura de Proteção: L = 3000mm, e = 0.50d, CSS. .............. 98
Figura 4.31 – Curva Carga x Espessura de Proteção: L = 3000mm, e = 1.0d, CSS. ................ 99
Figura 4.32 – Curva Carga x Espessura de Proteção: L = 3000mm, e = L/1000, CR. .............. 99
CAPÍTULO 5:
Figura 5.1 – Fluxo de Calor Emitido em um Incêndio e Absorvido por uma Estrutura de Aço. 118
Figura 5.2 – Fluxo de Calor no Material de Proteção Térmica................................................. 121
Figura 5.4 – Perfil CVS 500x250: t
m
= 5mm, t
m
= 25mm, t
m
= 50mm....................................... 128
Figura 5.5 – Perfil CVS 500x250: t
m
= 10mm, t
m
= 30mm, t
m
= 45mm..................................... 128
Figura 5.6 – Perfil CVS 500x250: t
m
= 15mm, t
m
= 35mm. ....................................................... 129
Figura 5.7 – Perfil CVS 500x250: t
m
= 20mm, t
m
= 40mm. ....................................................... 129
Figura 5.8 – Perfil CVS 1500x599: t
m
= 10mm, t
m
= 30mm, t
m
= 50mm................................... 131
Figura 5.9 – Perfil CVS 1500x599: t
m
= 5mm, t
m
= 25mm, t
m
= 45mm..................................... 131
Figura 5.10 – Perfil CVS 1500x599: t
m
= 15mm, t
m
= 35mm. ................................................... 132
Figura 5.11 – Perfil CVS 1500x599: t
m
= 10mm, t
m
= 20mm. ................................................... 132
Figura 5.12 – Perfil HP 310x125: t
m
= 5mm, t
m
= 35mm, t
m
= 50mm. ...................................... 134
Figura 5.13 – Perfil HP 310x125: t
m
= 10mm, t
m
= 25mm, t
m
= 40mm. .................................... 134
Figura 5.14 – Perfil HP 310x125: t
m
= 15mm, t
m
= 45mm......................................................... 135
Figura 5.15 – Perfil HP 310x125: t
m
= 20mm, t
m
= 30mm......................................................... 135
Figura 5.16 – Perfil HP 250x62: t
m
= 10mm, t
m
= 30mm, t
m
= 50mm. ...................................... 137
Figura 5.17 – Perfil HP 250x62: t
m
= 5mm, t
m
= 25mm, t
m
= 45mm. ........................................ 137
Figura 5.18 – Perfil HP 250x62: t
m
= 15mm, t
m
= 35mm........................................................... 138
Figura 5.19 – Perfil HP 250x62: t
m
= 20mm, t
m
= 40mm........................................................... 138
Figura 5.20 – Perfil VS 200x29: t
m
= 10mm, t
m
= 30mm, t
m
= 50mm........................................ 140
Figura 5.21 – Perfil VS 200x29: t
m
= 5mm, t
m
= 25mm, t
m
= 45mm.......................................... 140
Figura 5.22 – Perfil VS 200x29: t
m
= 15mm, t
m
= 35mm........................................................... 141
Figura 5.23 – Perfil VS 200x29: t
m
= 20mm, t
m
= 40mm........................................................... 141
Figura 5.24 – Perfil W 150x22.5: t
m
= 10mm, t
m
= 30mm. ........................................................ 143
Figura 5.25 – Perfil W 150x22.5: t
m
= 5mm, t
m
= 35mm. .......................................................... 143
Figura 5.26 – Perfil W 150x22.5: t
m
= 15mm, t
m
= 40mm. ........................................................ 144
Figura 5.27 – Perfil W 150x22.5: t
m
= 20mm, t
m
= 45mm. ........................................................ 144
XVI
Figura 5.28
Perfil W 150x22.5: t
m
= 25mm, t
m
= 50mm.
................................
........................
145
ANEXO A:
Figura A.1 – Equação de Fourier para a Transmissão de Calor em Sólidos. .......................... 202
Figura A.2 – Elemento Retangular de Quatro Nós. .................................................................. 209
Figura A.3 – Elemento Retangular de Quatro Nós. .................................................................. 210
XVII
LISTA DE TABELAS
CAPÍTULO 2:
Tabela 2.1 – Valores do Potencial Calorífico Especifico Segundo a NBR 14432. 17
Tabela 2.2 – Alguns Valores de Cargas de Incêndio Especificas Segundo a NBR
14432 ..................................................................................................................18
Tabela 2.3 – Tempos Requeridos de Resistência ao Fogo Segundo a NBR 14432.
26
Tabela 2.4 – Equações para Cálculo do Diagrama Tensão –
Deformação a Elevadas
Temperaturas Segundo o Eurocode 3...................................................................29
Tabela 2.5 – Fatores de Redução para o Aço........................................................30
Tabela 2.6 – Evolução dos modelos analíticos até 1996 .......................................52
Tabela 2.7 – Evolução das pesquisas em incêndio a partir de 1997 ......................55
CAPÍTULO 4:
Tabela 4.1 – Parâmetros considerados para análise em incêndio. .........................65
Tabela 4.2 – Propriedades geométricas do perfil utilizado....................................65
Tabela 4.3 – Compatibilização de Nós do TASEF e VULCAN............................72
Tabela 4.4 – Histórico de Temperatura do Perfil HP 310 x 125, sem proteção
térmica, submetido ao incêndio padrão durante 2 horas. ......................................72
Tabela 4.5 – Histórico de Temperatura do Perfil HP 310 x 125, com 30 mm de
proteção térmica nas mesas, submetido ao incêndio padrão durante 2 horas.........74
Tabela 4.6 – Histórico de temperatura na seção transversal do perfil HP 310x12589
Tabela 4.7 – Cargas de colapso em função do tempo de exposição ao fogo e da
excentricidade da carga: L = 3000mm, curvatura simples assimétrica..................90
Tabela 4.8 – Cargas de colapso em função do tempo de exposição ao fogo e da
excentricidade da carga: L = 3000mm, curvatura simples simétrica.....................91
Tabela 4.9 – Cargas de colapso em função do tempo de exposição ao fogo e da
excentricidade da carga: L = 3000mm, curvatura simples reversa........................92
Tabela 4.10 – Cargas de colapso em função do tempo de exposição ao fogo e da
excentricidade da carga: L = 6000mm, curvatura simples assimétrica..................93
XVIII
excentricidade da carga: L = 6000mm, curvatura simples assimétrica
..................
93
Tabela 4.11 – Cargas de colapso em função do tempo de exposição ao fogo e da
excentricidade da carga: L = 9000mm, curvatura simples assimétrica..................94
Tabela 4.12 – Cargas de colapso em função do tempo de exposição ao fogo e da
excentricidade da carga: L = 12000mm, curvatura simples assimétrica................95
CAPÍTULO 5:
Tabela 5.1 – Elevação de temperatura no perfil CVS 500x250...........................127
Tabela 5.2 – Elevação de temperatura no perfil CVS 1500x599.........................130
Tabela 5.3 – Elevação de temperatura no perfil HP 310x125 .............................133
Tabela 5.4 – Elevação de temperatura no perfil HP 250x62 ...............................136
Tabela 5.5 – Elevação de temperatura no perfil VS 200x29 ...............................139
Tabela 5.6 – Elevação de temperatura no perfil W 150x22.5..............................142
CAPÍTULO 6:
Tabela 6.1 – C consumo de material e área de aplicação....................................152
Tabela 6.2 – Consumo de material e área de aplicação.......................................160
Tabela 6.3 – Consumo de material e área de aplicação.......................................168
Tabela 6.4 – Consumo de material e área de aplicação.......................................184
Tabela 6.5 – Carga última: Método simplificado x Método dos Elementos Finitos
..........................................................................................................................185
ANEXO A:
Tabela A.1 – Problemas Físicos Relacionados a Equações Diferenciais
Harmônicas. ......................................................................................................201
XIX
LISTA DE SÍMBOLOS
CAPÍTULO 2
LETRAS ROMANAS MAIÚSCULAS:
A
- área da seção
f
A - área de piso
t
A - área total de paredes, piso, teto e aberturas
V
A - área total das aberturas para o exterior do edifício
20,a
E - módulo de elasticidade do aço à temperatura ambiente
θ
,a
E - módulo de elasticidade do aço à temperatura θ
e
F - força externa
i
F - força interna
i
H - potencial calorífico especifico de cada componente i do material combustível
θ
,E
K - fator de redução do módulo de elasticidade à temperatura θ
θ
,y
K - fator de redução da tensão de escoamento à temperatura θ
L
- comprimento
i
M - massa de cada componente i do material combustível
O - fator de abertura
LETRAS ROMANAS MINÚSCULAS:
a
c - calor específico do aço
m
c - calor específico do material de proteção
20,y
f - tensão de escoamento à temperatura ambiente
θ
,y
f - tensão de escoamento à temperatura θ
h - altura média das aberturas
XX
l - comprimento à temperatura ambiente
i
m - coeficiente adimensional que representa a eficiência da combustão de cada
componente i do material combustível
fi
q - carga de incêndio específica
t
- tempo
*
d
t - tempo de duração da fase de aquecimento
m
t - espessura do material de proteção contra incêndio
LETRAS GREGAS MAIÚSCULAS:
a
θ
- elevação de temperatura no aço
l
- alongamento no aço
t
- intervalo de tempo
LETRAS GREGAS MINÚSCULAS:
α
- coeficiente de dilatação térmica
c
α
- coeficiente de transferência de calor por convecção
ε
- deformação
res
ε
- emissividade resultante
ϕ
- fluxo de calor
c
ϕ
- componente do fluxo de calor devido à convecção
r
ϕ
- componente do fluxo de calor devido à radiação
a
λ
- condutibilidade térmica do aço
m
λ
- condutibilidade térmica do material de proteção
a
θ
- temperatura do aço
g
θ
- temperatura dos gases
a
ρ
- massa específica do aço
σ
- tensão
XXI
i
ψ
- coeficiente adimensional que representa o grau de proteção ao fogo de cada
componente i do material combustível
CAPÍTULO 4
LETRAS ROMANAS MAIÚSCULAS:
CSA - curvatura simples assimétrica
CSS - curvatura simples simétrica
CR - curvatura reversa
[
]
K - matriz de condutividade térmica
(
)
[
]
θ
K - matriz de rigidez tangente
L
- comprimento
θ
,d
S - solicitação de cálculo à temperatura θ
Ti - temperatura do nó i
TRF
- tempo de resistência ao fogo
TRRF
- tempo requerido de resistência ao fogo
LETRAS ROMANAS MINÚSCULAS:
f
b - largura da mesa
d - altura da seção
e
- excentricidade
g
- ação permanente
q
- ação variável
x
r - raio de giração em relação ao eixo x
f
t - espessura da mesa
w
t - espessura da alma
m
t - espessura do material de proteção contra incêndio
u
- deslocamento axial
XXII
v
- deslocamento transversal (em torno do eixo de maior inércia)
w
- deslocamento transversal (em torno do eixo de maior inércia)
LETRAS GREGAS MAIÚSCULAS:
{
}
P - vetor de forças nodais incrementais
{
}
Q - vetor de fluxos de calor nodais incrementais
{
}
θ
- vetor de incrementos das temperaturas nodais
{
}
u - vetor de incrementos dos deslocamentos nodais
LETRAS GREGAS MINÚSCULAS:
ε
- emissividade
λ
- parâmetro de esbeltez
CAPÍTULO 5
LETRAS ROMANAS MAIÚSCULAS:
m
A - área do material de proteção
*
A
- área da seção não protegida
E
- poder emissivo de um corpo qualquer
n
E - poder emissivo do radiador ideal
Q - fluxo de calor proveniente do incêndio
c
Q
- fluxo de calor convectivo
r
Q
- fluxo de calor radiativo
mcond
Q
,
- fluxo de calor conduzido pelo material de proteção
mabs
Q
,
- fluxo de calor absorvido pelo material de proteção
aabs
Q
,
- fluxo de calor absorvido pelo aço
TRRF
- tempo requerido de resistência ao fogo
XXIII
a
V - volume de aço
LETRAS ROMANAS MINÚSCULAS:
f
b - largura da mesa
a
c - calor específico do aço
m
c - calor específico do material de proteção
d - altura da seção
h - distância entre as faces internas das mesas de perfis “I” e “H”
a
m - massa de aço
m
m - massa do material de proteção
c
q - fluxo de calor convectivo por unidade de área
r
q - fluxo de calor radiativo por unidade de área
m
t - espessura do material de proteção contra incêndio
LETRAS GREGAS MAIÚSCULAS:
a
θ
- elevação de temperatura no aço
t
- variação do tempo
LETRAS GREGAS MINÚSCULAS:
α
- fluxo de calor, dado no item 8.5.1.1.2 da NBR 14343 (1999)
β
- coeficiente de transferência de calor por convecção
f
β
- fator que ajusta a solução analítica à solução pelo Método dos Elementos Finitos
ε
- emissividade
m
λ
- condutibilidade térmica do material de proteção
µ
- fator de massividade da seção protegida
*
µ
- fator de massividade da seção não protegida
θ
- temperatura
a
θ
- temperatura do aço
XXIV
g
θ
- temperatura dos gases
extm,
θ
- temperatura na parte externa do material de proteção
m
θ
- temperatura do material de proteção
a
ρ
- massa específica do aço
m
ρ
- massa específica do material de proteção contra incêndio
σ
- constante de Stefan-Boltzmann
CAPÍTULO 6
LETRAS ROMANAS MAIÚSCULAS:
g
A - área bruta
A
g
A - área bruta da alma
M
g
A - área bruta da mesa
m
C - coeficiente utilizado no dimensionamento à flexão composta
E
- módulo de elasticidade à temperatura ambiente
a
K - fator de correção empírico da resistência de barras comprimidas em temperatura
elevada
θ
,E
K - fator de redução do módulo de elasticidade à temperatura θ
A
E
K
θ
,
- fator de redução do módulo de elasticidade da alma à temperatura θ
M
E
K
θ
,
- fator de redução do módulo de elasticidade da mesa à temperatura θ
θ
,y
K - fator de redução da tensão de escoamento à temperatura θ
A
y
K
θ
,
- fator de redução da tensão de escoamento da alma à temperatura θ
M
y
K
θ
,
- fator de redução da tensão de escoamento da mesa à temperatura θ
L
- comprimento
b
L - comprimento sem contenção lateral
XXV
cr
M - momento fletor de flambagem elástica à temperatura ambiente
20,d
M - momento fletor de cálculo à temperatura ambiente
θ
,d
M - momento fletor de cálculo à temperatura θ
pl
M - momento fletor de plastificação à temperatura ambiente
r
M - momento fletor correspondente ao início de escoamento à temperatura ambiente
20,Rd
M - resistência de cálculo ao momento fletor à temperatura ambiente
θ
,Rd
M - resistência de cálculo ao momento fletor à temperatura θ
PP
Rd
M
θ
,
- resistência de cálculo ao momento fletor à temperatura θ da estrutura
parcialmente protegida
20,d
N - esforço normal de cálculo à temperatura ambiente
θ
,d
N - esforço normal de cálculo à temperatura θ da estrutura parcialmente protegida
PP
d
N
θ
,
- esforço normal de cálculo à temperatura θ da estrutura parcialmente protegida
Q - coeficiente de redução que considera a flambagem local
a
Q - coeficiente de redução usado no cálculo de elementos enrijecidos
s
Q - coeficiente de redução usado no cálculo de elementos não enrijecidos
20,d
R - resistência de cálculo à temperatura ambiente
θ
,d
R - resistência de cálculo à temperatura θ
A
d
R
θ
,
- resistência de cálculo da alma à temperatura θ
M
d
R
θ
,
- resistência de cálculo da mesa à temperatura θ
PP
d
R
θ
,
- resistência de cálculo à temperatura θ da estrutura parcialmente protegida
20,e
R - carga de flambagem elástica por flexão à temperatura ambiente
θ
,e
R - carga de flambagem elástica por flexão à temperatura θ
XXVI
PP
e
R
θ
,
- carga de flambagem elástica por flexão à temperatura θ da estrutura parcialmente
protegida
20,d
S - solicitação de cálculo à temperatura ambiente
θ
,d
S - solicitação de cálculo à temperatura θ
TRRF
- tempo requerido de resistência ao fogo
W - módulo de resistência elástico
Z
- módulo de resistência plástico
A
Z
- módulo de resistência plástico da alma
M
Z
- módulo de resistência plástico da mesa
LETRAS ROMANAS MINÚSCULAS:
f
b - largura da mesa
d - altura da seção
e
- excentricidade
0
e - excentricidade acidental
y
f - tensão de escoamento à temperatura ambiente
θ
,y
f - tensão de escoamento à temperatura θ
A
y
f
θ
,
- tensão de escoamento da alma à temperatura θ
M
y
f
θ
,
- tensão de escoamento da mesa à temperatura θ
g
- ação permanente
fl
l - comprimento de flambagem
q
- ação variável
r
- raio de giração
x
r - raio de giração em relação ao eixo x
f
t - espessura da mesa
XXVII
w
t - espessura da alma
m
t - espessura do material de proteção contra incêndio
LETRAS GREGAS MINÚSCULAS:
b
φ
- coeficiente de resistência ao momento fletor à temperatura ambiente
θ
φ
,b
- coeficiente de resistência ao momento fletor à temperatura θ
c
φ
- coeficiente de resistência na compressão à temperatura ambiente
θ
φ
,c
- coeficiente de resistência na compressão à temperatura θ
t
φ
- coeficiente de resistência na tração à temperatura ambiente
θ
φ
,t
- coeficiente de resistência na tração à temperatura θ
g
γ
- coeficiente de ponderação das ações permanentes
θ
γ
,g
- coeficiente de ponderação das ações permanentes em situação se incêndio
q
γ
- coeficiente de ponderação das ações variáveis
θ
γ
,q
- coeficiente de ponderação das ações variáveis em situação se incêndio
1
κ
- fator de correção da temperatura não-uniforme na seção transversal
2
κ
- fator de correção da temperatura não-uniforme ao longo do comprimento da peça
λ
- parâmetro de esbeltez
λ
- parâmetro de esbeltez para barras comprimidas à temperatura ambiente
θ
λ
- parâmetro de esbeltez para barras comprimidas à temperatura θ
A
θ
λ
- parâmetro de esbeltez da alma comprimida à temperatura θ
M
θ
λ
- parâmetro de esbeltez da mesa comprimida à temperatura θ
p
λ
- parâmetro de esbeltez correspondente à plastificação à temperatura ambiente
θ
λ
,p
- parâmetro de esbeltez correspondente à plastificação à temperatura θ
r
λ
- parâmetro de esbeltez correspondente ao início de escoamento à temperatura
ambiente
XXVIII
θ
λ
,r
- parâmetro de esbeltez correspondente ao início de escoamento à temperatura θ
µ
- fator de massividade da seção
crit
θ
- temperatura crítica
M
crit
θ
- temperatura crítica da mesa
ρ
- fator de redução da resistência de barras axialmente comprimidas à temperatura
ambiente
θ
ρ
- fator de redução da resistência de barras axialmente comprimidas à temperatura θ
A
θ
ρ
- fator de redução da resistência da alma axialmente comprimida à temperatura θ
M
θ
ρ
- fator de redução da resistência da mesa axialmente comprimida à temperatura θ
CAPÍTULO 1
INTRODUÇÃO
1.1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Na sua origem o homem abrigava-se sob árvores e em cavernas naturais. Copiou então a
natureza na escolha dos dois primeiros materiais de construção: a madeira e a pedra. Até
o século XVIII, estes materiais continuaram a ser os elementos básicos das construções,
ao lado da argila (com a qual se faziam tijolos), da pozolana e da cal (usados como
ligantes).
Fabricado mais recentemente, o ferro era inicialmente usado para a fabricação de
artefatos bélicos, agrícolas, domésticos e de peças de adorno. Na construção, o ferro
aparecia apenas em janelas, portas, portões e elementos de caráter estético.
Com o aparecimento das ferrovias surgiu a necessidade de se construírem diversas
pontes e estações ferroviárias. Estas foram as primeiras grandes aplicações do ferro nas
construções (PAES e VERÍSSIMO, 1998).
O aço foi usado pela primeira vez como material na construção de silos em plantações
de algodão na Inglaterra, sendo seu emprego motivado pelo fato de ser um material não
inflamável. Por introduzir no processo construtivo qualidades como rapidez de
execução, reduzida mão de obra, capacidade de suportar altas cargas, menor peso
estrutural, dentre outras, o aço passou a ser utilizado em grande escala em países como
Estados Unidos, Inglaterra e Alemanha. Com o passar dos anos, o aço foi se tornando
CAP. 1 - INTRODUÇÃO
2
cada vez mais empregado na construção civil sendo utilizado, hoje, em construção de
pontes, edifícios verticais, galpões, entre outras aplicações industriais.
No Brasil, a utilização do aço como material de construção tem aumentado nas últimas
décadas. Nos últimos anos, o mesmo passou a competir fortemente com o concreto
armado nos mais diversos segmentos do mercado. Tratando-se de um material
relativamente novo no mercado e menos difundido que o concreto armado (haja vista
que a própria produção de aço teve inicio em 1917 quando foi inaugurada a
Companhia Siderúrgica Belgo-Mineira) ainda persistem restrições técnicas e sócio-
econômicas para o pleno emprego do aço na construção civil
. Sem dúvida uma das mais
fortes restrições ao uso do aço, ainda que a prática de construção de edifícios altos,
comum nos países do primeiro mundo, indique o contrário, é a que diz respeito à
fragilidade das estruturas de aço em situações de incêndio.
O aço não protegido, em situação de incêndio, aumenta sua temperatura rapidamente.
Por causa da redução de sua rigidez e resistência em temperaturas elevadas, uma
estrutura de aço não protegida sujeita ao ataque do fogo pode tornar-se incapaz de
suportar as cargas aplicadas. A utilização da proteção passiva em elementos estruturais
é a forma mais simples de garantir a estabilidade estrutural, o que juntamente com a
estanqueidade e o isolamento do compartimento, é requisito básico para a resistência ao
fogo de tais elementos. O principal oponente ao uso da proteção passiva é o seu custo.
1.2. HISTÓRICO DA LINHA DE PESQUISA
O presente trabalho é parte integrante das seguintes linhas de pesquisas do Programa de
Pós-Graduação em Engenharia Civil (PROPEC), com ênfase em Estruturas Metálicas
(DECIV/EM/UFOP):
Engenharia de Incêndio: esta linha de pesquisa estuda o comportamento de
materiais sob altas temperaturas, o comportamento de estruturas de aço em incêndio e o
modelamento de incêndios envolvendo o desenvolvimento e propagação de calor e
fumaça.
CAP. 1 - INTRODUÇÃO
3
Comportamento e Dimensionamento de Estruturas: esta linha de pesquisa visa, em
termos globais, o estudo do comportamento das diversas partes de uma estrutura,
isoladamente ou em conjunto, envolvendo estruturas metálicas, constituídas por perfis
laminados, soldados e/ou eletro-soldados, bem como as constituídas por perfis formados
a frio, estruturas de concreto e as estruturas mistas (aço - concreto).
O grupo de pesquisas do LARIn, Laboratório de Análise de Risco em Incêndio, da
Universidade Federal de Ouro Preto coordenado pelo Professor Dr. Antonio Maria
Claret de Gouveia, vem pesquisando o emprego da proteção passiva parcial alguns
anos. CLARET et. al. (1999), COSTA (2001), CARVALHO (2002), ANDRADE
(2003), CORRÊA (2004) e ANDRADE (2005), realizaram investigações numéricas
sobre o comportamento ao fogo de sub-estruturas metálicas (vigas, pilares e pórticos)
com proteção passiva parcial.
1.3. OBJETIVOS
A presente pesquisa, em seqüência aos trabalhos citados no item anterior, tem os
seguintes objetivos:
Estabelecer uma metodologia para análise numérica de pilares de aço parcialmente
protegidos em situação de incêndio.
Verificar, através de análises estruturais avançadas e simplificadas, a viabilidade de
emprego da técnica de proteção parcial de pilares de aço na obtenção dos níveis de
resistência ao fogo comumente utilizados em projetos de segurança contra incêndio.
Obter curvas de resistência ao fogo de fácil entendimento e grande aplicabilidade
prática.
Desenvolver uma formulação simplificada e suficientemente precisa para a
determinação da distribuição de temperatura em perfis metálicos parcialmente
protegidos.
CAP. 1 - INTRODUÇÃO
4
Desenvolver um método simplificado e suficientemente preciso para o
dimensionamento de pilares metálicos parcialmente protegidos.
1.4. JUSTIFICATIVAS
Não duvidas de que o fogo foi um dos elementos mais marcantes e fundamentais
para a evolução. A partir do domínio do fogo, o homem pôde assumir o controle do
mundo ao seu redor, utilizando-o para os mais diversos fins, como, por exemplo, defesa
contra predadores, caça, luz, combate ao frio, preparo de alimentos, moldagem de peças
variadas, manifestações religiosas e até mesmo para simples diversão.
No entanto, da mesma forma que o fogo é caracterizado como um instrumento de
progresso da humanidade, pode também representar uma grande ameaça para a
sociedade quando foge ao controle do homem. Do ponto de vista da engenharia,
incêndios podem ser responsáveis por verdadeiras catástrofes, provocando danos
materiais, prejuízos financeiros e culturais e, principalmente, tirando vidas. Como
existem situações de incêndio que fogem ao controle do homem, é importante que se
desenvolvam técnicas que visem especialmente alcançar dois objetivos: manter o perigo
que estes fenômenos representam em níveis toleráveis e que possam ser combatidos;
avaliar por quanto tempo uma estrutura sob incêndio pode ser considerada segura para
seus usuários e equipes de salvamento. Assim, poder-se-á evitar que a palavra
“fatalidade“ sirva como escudo para outras como “imprudência”, “ineficiência” ou
“ignorância” (NUNES, 2005).
O problema da segurança contra incêndios e da avaliação do risco de colapso das
estruturas sob altas temperaturas continuam como questões em aberto. É bem verdade
que em todo o mundo o estudo do comportamento de estruturas de engenharia
submetidas a situações de incêndio recebeu um razoável impulso nas últimas décadas,
por meio de analises experimentais, numéricas, publicações de trabalhos científicos e
elaboração de normas técnicas. Entretanto, muito ainda por ser feito, pois, para se
quantificar o fenômeno do incêndio em todos os seus aspectos, são necessários
CAP. 1 - INTRODUÇÃO
5
complexos estudos sobre problemas de cinética e equilíbrio químico, transferência de
calor, propagação de chamas, fluidodinâmica das correntes de ar e mecânica estrutural.
É notório que poucos são os trabalhos científicos sobre incêndio em estruturas
desenvolvidos, ou em desenvolvimento, no Brasil. O assunto tem despertado interesse
apenas em alguns pesquisadores isolados e em poucas instituições acadêmicas. Além
disso, uma grande deficiência de laboratórios experimentais que possam simular o
comportamento de estruturas em situação de incêndio. Existe ainda uma tendência
generalizada dos projetistas de desprezar o fenômeno de incêndio nas estruturas sob
alegação de que o incêndio é um carregamento “acidental” (na realidade excepcional)
com reduzida probabilidade de ocorrência, o que, na realidade, pode ser afirmado
após uma análise criteriosa do risco de ativação e propagação do incêndio.
A espessura requerida de proteção passiva de uma estrutura de aço é tradicionalmente
determinada com base nos resultados de testes de resistência ao fogo em ensaio padrão
da NBR 5628 (1980) em um dado período de tempo requerido pela autoridade
regulamentadora. A NBR 14343 (1999), em seu item 6.1.4, permite o uso de métodos
avançados de análise estrutural e térmica. Embora estes métodos de cálculo tenham a
vantagem de reduzir a espessura da proteção passiva, as exigências de resistência ao
fogo são ainda muito onerosas e o custo da proteção de um edifício de andares múltiplos
de aço é, em média, aproximadamente 20%, Claret (2000), do custo total da estrutura
metálica, o que tem um significativo impacto sobre a competitividade desse produto.
Embora possam ser feitas análises tridimensionais para simular o comportamento de
uma estrutura em situação de incêndio, dependendo do cenário proposto e da
complexidade da estrutura, o esforço computacional exigido pode ser elevado. A análise
ao fogo de pilares de aço isolados assume um caráter prioritário na analise do
comportamento estrutural, em face da sua importância na estabilidade global do
edifício. De fato ainda que o incêndio seja compartimentado, como em geral acontece
em edifícios residenciais e comerciais de andares múltiplos, o colapso de uma coluna é
o que pode ter reflexos mais sérios sobre toda a estrutura, podendo levar todo o sistema
estrutural ao colapso, como mostrado na Figura 1.1.
CAP. 1 - INTRODUÇÃO
6
Figura 1.1 – Efeitos do colapso de uma coluna de um edifício.
Como a aplicação de todos avançados de análise estrutural em escritórios de cálculo
é restrita às grandes empresas, tendo em vista a complexidade e a falta de
conhecimentos avançados do meio técnico, o desenvolvimento de métodos
simplificados de dimensionamento suficientemente precisos e de estudos paramétricos
que resultem em ábacos de resistência ao fogo de fácil compreensão e interesse prático,
surgem como alternativa atraente para a aplicação da técnica de proteção parcial.
1.5. DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO
Os capítulos que compõem este trabalho estão organizados de maneira a esclarecer
aspectos relativos à determinação da resistência ao fogo de colunas de aço parcialmente
protegidas, apresentando-se a metodologia utilizada para a realização das análises
paramétricas avançadas e para o desenvolvimento dos métodos simplificados de
determinação da distribuição de temperatura e de dimensionamento de colunas
metálicas parcialmente protegidas em situação de incêndio.
A revisão bibliográfica, inserida no Capítulo 2, procura dar embasamento teórico para a
presente pesquisa, discutindo alguns conceitos básicos da Engenharia de Incêndio e a
evolução dos trabalhos desenvolvidos na área no Brasil e no mundo.
CAP. 1 - INTRODUÇÃO
7
No Capítulo 3 apresenta-se a técnica de proteção parcial, procurando mostrar a filosofia
dessa técnica e as propostas de proteção parcial feitas, com sucesso, por alguns
pesquisadores.
No Capítulo 4 são realizadas análises paramétricas para determinação da resistência ao
fogo de colunas parcialmente protegidas. Nele é descrita a metodologia utilizada para a
realização das análises térmicas, via software TASEF (STERNER et. al., 1990), e das
análises estruturais, via programa computacional VULCAN (BAYLEI, 1995). Curvas
de resistência ao fogo em função de parâmetros geométricos da coluna, espessura de
proteção passiva, tempo de exposição ao incêndio e condições de carregamento são
apresentadas neste capítulo.
O Capítulo 5 apresenta uma formulação analítica simplificada para determinação da
distribuição de temperatura em perfis parcialmente protegidos e são realizadas
comparações entre os resultados obtidos pela mesma e a solução via Método dos
Elementos Finitos.
No Capítulo 6, apresenta-se um método simplificado de dimensionamento de colunas de
aço parcialmente protegidas em situação de incêndio. Essa formulação é resultante de
uma adaptação das equações da NBR 14343 (1999), que versa sobre perfis com
aquecimento uniforme, tanto longitudinal quanto transversalmente, para perfis com
aquecimento não-uniforme ao longo da seção transversal, que é o caso dos perfis com
proteção parcial. Comparações entre a utilização da proteção parcial e da proteção total
também são realizadas neste capítulo.
No Capítulo 7 são apresentadas as considerações finais sobre os resultados obtidos e
sugestões para trabalhos futuros.
O Anexo A é dedicado ao software TASEF. Nele é feito um estudo detalhado sobre o
fenômeno de transferência de calor e são apresentadas as formulações de Elementos
Finitos que estão implementadas no software.
CAPÍTULO 2
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1. HISTÓRICO DAS NORMAS DE INCÊNDIO
O homem descobriu a importância do fogo ainda na pré-história e desde então aprendeu
a dominá-lo e utilizá-lo para sua defesa e para produção de ferramentas. Cedo também
descobriu que nem sempre pode controlar a combustão, o que, às vezes, pode resultar
em tragédias.
Em todo o mundo sempre houve a preocupação de se evitar acidentes provocados pelo
fogo. As primeiras precauções contra incêndios eram prescrições relativas às
construções e aos materiais nelas empregados. Após o grande incêndio de Londres em
1666, o Rei Charles II aprovou através de decreto, regras de separação de edifícios em
termos de espessura mínima das paredes. Segundo CLARET (2000a), durante
aproximadamente 150 anos, em quase todos os países do mundo foram estabelecidos
regulamentos semelhantes. A partir do final do século XIX, iniciaram-se nos Estados
Unidos e na Europa investigações científicas sobre a resistência ao fogo de estruturas e
dos elementos de vedação, impulsionadas pelas necessidades das empresas seguradoras.
No entanto, o estabelecimento das primeiras normas para testes de resistência ao fogo se
deu somente em 1911, nos Estados Unidos, quando lançaram a norma ASTM E-119
“Standard Test Methods for Fire Tests of Building Constructions and Material”.
Em seguida, entre 1938 e 1946, foram publicados, no Reino Unido, os relatórios Fire
Grading of Buildings que foram a base da regulamentação oficial estabelecida em
CAP. 2 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
9
1952. Esses relatórios compilavam conhecimentos existentes na Europa, nos Estados
Unidos e no Canadá e foram um marco nos regulamentos contra incêndio. Eram
baseados no comportamento das estruturas e dos materiais a partir de ensaios
devidamente normalizados, passando, assim, a fornecer parâmetros aos projetistas
quanto à concepção e execução de construções resistentes ao fogo.
No final da década de setenta, experimentos conduzidos na Europa, Estados Unidos e
Japão aumentaram volume de conhecimentos sobre a origem e o desenvolvimento dos
incêndios, bem como sobre o desempenho dos materiais de construção sob elevadas
temperaturas. Foi nesse período que estudos levaram a um melhor entendimento sobre o
efeito da ventilação na severidade do incêndio.
Em 1986 o trabalho Design Guide on Structural Fire Safety, de um dos grupos de
trabalho do CIB, enunciava métodos para se avaliar a severidade do incêndio em um
edifício com base na ventilação, na carga de incêndio e nos acabamentos de paredes,
piso e teto. Com esse trabalho, a base para uma abordagem probabilística do problema
da segurança contra incêndio foi lançada.
Outros estudos importantes também foram feitos concomitantemente na década de
oitenta: a propagação de fumaça, o comportamento das pessoas em pânico e a
resistência ao fogo das estruturas.
Na década de noventa, tomou impulso na Europa a atividade de normalização destinada
a dar suporte à unificação econômica. Em face da existência de grandes discrepâncias
entre as regulamentações dos diversos países, grupos de trabalho foram criados para
estabelecer bases técnicas e científicas para as euronormas. Muitos desses grupos ainda
hoje se encontram em atividade.
No Brasil, a regulamentação da segurança contra incêndio das edificações teve grande
impulso na década de setenta. Os incêndios dos edifícios Andraus e Joelma, em São
Paulo, e da Caixa Econômica, no Rio de Janeiro, despertaram o interesse e medo na
CAP. 2 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
10
sociedade e, principalmente, dos meios técnicos, estabelecendo a necessidade de
regulamentos e normas aplicados à segurança contra incêndio das edificações.
Grande parte dos regulamentos existentes no Brasil se originou da adaptação da
legislação estrangeira, realizada no âmbito do Instituto de Resseguros do Brasil, com
vistas à contratação de seguros, todavia os “regulamentos para prevenção de incêndios
em edificações” das corporações de bombeiros e dos códigos de obras municipais
tiveram um papel importante na difusão dessas normas nos meios profissionais.
O Laboratório de Ensaios de Fogo do Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de
São Paulo foi instalado em 1979, com o objetivo de propiciar o desenvolvimento
tecnológico dessa área. Nesse laboratório foram instalados fornos simuladores de
incêndio, permitindo que ensaios de diversos componentes estruturais puderam ser
realizados.
Em 1993, o Estado de São Paulo, através do Decreto No. 38069, aprovou as
“Especificações para Instalações de Proteção contra Incêndios” que se basearam em
consultoria internacional e estabeleceram medidas ativas e passivas a serem adotadas
nas edificações. Um ano após, a Instrução Técnica CB-02.33/94 estabeleceu tempos de
resistência ao fogo para estruturas de aço. Recentemente, esta instrução foi revista e
teve a sua aplicabilidade ampliada para todos os tipos de estruturas no Estado de São
Paulo.
Em 1995, o CB-24 com apoio da Associação Brasileira dos Construtores de Estruturas
Metálicas ABCEM criou um grupo de trabalho para a elaboração dos textos-base de
uma “norma de tempos” de resistência ao fogo para edifícios e de uma “norma de
dimensionamento de estruturas metálicas em situação de incêndio”. Como resultado,
encontram-se atualmente aprovadas e publicadas as normas NBR 14323 intitulada
“Dimensionamento de Estruturas de Aço em Situação de Incêndio Procedimento”
(ABNT,1999) e a NBR 14432 “Exigências de Resistência ao Fogo de Elementos
Construtivos de Edificações – Procedimento” (ABNT,2000).
CAP. 2 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
11
2.2. CONCEITOS GERAIS SOBRE INCÊNDIOS
Os incêndios são fenômenos que dependem de um grande número de parâmetros o que
os torna essencialmente aleatórios. Não se pode determinar como, onde e com que
severidade eles ocorrerão. Mesmo que um grande número de parâmetros que influem no
incêndio se repitam, um conjunto de outros parâmetros importantes certamente não se
repetirão, fazendo com que cada incêndio seja um fenômeno único.
Do ponto de vista físico-químico, o incêndio é uma reação de combustão que, uma vez
iniciada, ocorre de forma descontrolada (reação em cadeia) até que pelo menos uma das
condições essenciais para que ela ocorra deixe de existir. Essas condições, na Figura 2.1
chamada de “triângulo do fogo”, são: fonte de calor, material combustível e fonte de
oxigênio, CLARET (2000b).
Material
Combustível
Oxigênio
Fonte de Calor
(Ignição)
Figura 2.1 – Triangulo do Fogo (CLARET, 2000b).
O mecanismo que desenvolve a reação de combustão em cadeia é, de modo simples
como ocorreria em um laboratório, dado da seguinte forma: a fonte de calor (fonte de
ignição) provoca a decomposição química do material combustível (pirólise) que libera
gases combustíveis que reagem exotermicamente com o oxigênio (chamas). O calor
liberado pela reação exotérmica inicial causa a pirólise dos demais materiais
combustíveis, tornando-se uma reação em cadeia.
CAP. 2 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
12
Evidentemente, o incêndio em uma edificação é um fenômeno muito mais complexo do
que a reação de combustão de laboratório. Complexos modelos probabilísticos são
necessários para determinar o risco de início de ignição em um dado ambiente e o
estudo da propagação do incêndio através da edificação exige modelos matemáticos
muito elaborados.
Os modelos determinísticos importados dos diversos campos da Ciência, principalmente
Física e Química, aplicados ao estudo dos incêndios nas edificações, visando dar mais
segurança aos usuários, com mais economia dos recursos disponíveis para esse fim,
formam a Engenharia de Incêndio.
De acordo com CLARET (2000b), a grande maioria dos incêndios segue um padrão
qualitativo para o desenvolvimento e extinção, embora quantitativamente eles possam
ser bastante diferentes. A Figura 2.2 ilustra o desenvolvimento de um incêndio em que
nenhuma medida de combate seja aplicada. Como se pode observar, o incêndio é
subdividido em três fases: fase de desenvolvimento (pré-flashover), fase de combustão
generalizada e auto-extinção.
Tempo
Temperatura (°C)
extinção
Combustão
generalizada
Flashover
Pré-
Flashover
Início de
Ignição
20
1000
Auto-
Figura 2.2 – Fases de Desenvolvimento de um Incêndio Real (CLARET, 2000b).
CAP. 2 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
13
(a) Fase Pré-flashover
A fase inicial do incêndio vai desde o surgimento das primeiras chamas até o momento
do incêndio generalizado (flashover). A temperatura dos gases do incêndio é
relativamente baixa e vai aumentando gradualmente com uma velocidade um tanto
quanto modesta.
O conhecimento da fase pré-flashover é muito importante na Engenharia de Incêndio
devido ao risco que representa para a vida em face do calor e da fumaça gerados durante
essa fase.
É nessa fase que os sistemas de proteção ativa, como detectores de calor e fumaça que
acionam chuveiros automáticos (sprinklers), são projetados para operar, uma vez que o
incêndio ainda é superficial e pode ser controlado por uma pequena quantidade de água.
(b) Fase de Combustão Generalizada
A combustão generalizada (flashover) ocorre quando a superfície de todo o material
combustível presente entra em ignição. Essa se prolonga até que seja atingida a
temperatura máxima do incêndio e pode ser vista como a fase do incêndio propriamente
dita. Esta fase representa um estágio irreversível de inflamação dos combustíveis
envolvidos, além de um acelerado crescimento da temperatura até valores bem elevados
(superiores a 1000ºC) e geração de enormes quantidades de calor e gases.
Não é possível sobreviver a um incêndio pós-flashover por causa das altas temperaturas,
das altas concentrações de monóxido de carbono, fumaça e da falta de oxigênio que
causam asfixia.
(c) Fase de Auto-Extinção
Após o consumo de uma parcela significativa do material combustível, a quantidade de
calor liberada na combustão não é mais suficiente para manter a elevação de
CAP. 2 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
14
temperatura e inicia-se, então, a fase de extinção ou resfriamento. Em geral, considera-
se o início da fase de extinção quando 80% do material combustível já foi consumido.
Em linhas gerais, o fenômeno do incêndio pode ser influenciado por diversos fatores,
dentre os quais podem ser destacadas a compartimentação do local em chamas, a carga
de incêndio e a ventilação do local.
2.2.1. MODELOS DE INCÊNDIOS
2.2.1.1. INCÊNDIO-PADRÃO
Devido à grande diversidade de fatores que podem influenciar na curva temperatura x
tempo de incêndios reais, convencionou-se a adoção de curvas de incêndio padronizadas
para servir como modelo para análises experimentais, freqüentemente utilizada em
estudos onde não haja parâmetros mais precisos relativos às temperaturas envolvidas.
Esta curva é adotada em ensaios como referência para analisar o comportamento de
elementos construtivos (paredes, lajes, vigas e colunas) ao fogo e é denominada, mais
adequadamente, de curva de ensaio-padrão ou, alternativamente, de incêndio-padrão.
A principal característica dessa família de curvas é possuir apenas um ramo ascendente,
admitindo, portanto, que a temperatura dos gases seja sempre crescente com o tempo e
independente das características do ambiente e da carga de incêndio.
Dentre as curvas padronizadas mais utilizadas em ensaios de incêndios, podem ser
citadas:
a) Curvas padronizadas pelo Eurocode 1 (1995):
(
)
18log34520 ++= t
g
θ
, para materiais celulósicos (2.1)
(
)
20675,0325,011080
5,2167,0
+=
tt
g
ee
θ
, para hidrocarbonetos (2.2)
CAP. 2 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
15
b) Curva padronizada pela ISO 834 (1975):
A International Organization for Standardization, por através da Norma ISO 834 Fire-
resistance tests Elements of building construction, recomenda a curva 2.1 para seus
ensaios.
c) Curva padronizada pela NBR 5628 (1980):
A NBR 5628 Componentes Construtivos Estruturais Determinação da Resistência
ao Fogo, recomenda a mesma curva adotada pela ISO 834, mostrada na Figura 2.3.
0 15 30 45 60 75 90 105 120
0
200
400
600
800
1000
1200
Temperatura (ºC)
Tempo (min)
ISO834/NBR14432/EC1-Celulósicos)
EC1-Hidrocarbonetos
Figura 2.3 – Curva de desenvolvimento do Incêndio-Padrão.
2.2.1.2. INCÊNDIOS NATURAIS
De acordo com a NBR 14432 (2000), incêndio natural é a variação térmica que simula o
incêndio real, função da geometria, ventilação, características térmicas dos elementos de
vedação e da carga de incêndio presentes no compartimento. A principal característica
das curvas de incêndio natural, que as dintiguem da curva-padrão, é a de possuírem um
ramo ascendente (fase de aquecimento) e um ramo descendente (fase de resfriamento),
admitindo, portanto, que os gases que envolvem o fogo não têm sua temperatura sempre
crescente com o tempo.
CAP. 2 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
16
As curvas de incêndios naturais são elaboradas a partir de ensaios experimentais
realizados em compartimentos com aberturas onde o incêndio se desenvolve sem se
propagar para o exterior, devido às características de isolamento térmico, estanqueidade
e resistência dos elementos de vedação. Por essa razão, este modelo também é
conhecido como modelo de incêndio natural compartimentado. Segundo a NBR 14432
(2000), entende-se por isolamento térmico a capacidade de um elemento construtivo não
apresentar, na face oposta ao fogo, elevação de temperatura superior a 140ºC, na média
dos pontos de medida, ou superior a 180ºC, em qualquer ponto de medida.
Estanqueidade é a capacidade de um elemento construtivo de impedir o surgimento de
rachaduras ou aberturas por onde possam passar chamas ou gases quentes capazes de
causar a ignição de um chumaço de algodão.
As curvas de incêndios naturais compartimentados dependem, fundamentalmente, da
carga de incêndio do compartimento, do seu grau de ventilação e das características
térmicas dos materiais de vedação.
CARGA DE INCÊNDIO
A NBR 14432 (2000) define carga de incêndio como sendo a soma das energias
caloríficas que seriam liberadas pela combustão completa de todos os materiais
combustíveis em um espaço, incluindo os revestimentos das paredes, divisórias, pisos e
tetos. A carga de incêndio específica corresponde ao valor da carga de incêndio dividido
pela área do piso considerado (A
f
), sendo medida em MJ/m
2
. Assim, a carga de incêndio
específica pode ser dada por:
f
iiii
fi
A
mHM
q
=
ψ
(2.3)
onde:
i
M é a massa de cada componente i do material combustível.
CAP. 2 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
17
i
H é o potencial calorífico especifico de cada componente i do material combustível,
dados pela NBR 14432 (2000) e apresentados na Tabela 2.1.
i
m é um coeficiente adimensional, variando entre 0 e 1, que representa a eficiência da
combustão de cada componente i do material combustível. 1=
i
m corresponde à
combustão completa do material e 0=
i
m corresponde à ausência de combustão durante
o processo de incêndio.
i
ψ
é um coeficiente adimensional, variando entre 0 e 1, que representa o grau de
proteção ao fogo de cada componente i do material combustível. 1=
i
ψ
é adotado para
materiais sem proteção e 0=
i
ψ
para materiais com proteção completa durante o
incêndio.
A NBR 14432 (2000) considera 1=
i
m e 1=
i
ψ
, o que corresponde, respectivamente, a
combustão completa e nenhuma proteção do combustível ao fogo que é, sem sombra de
dúvida, a situação mais severa do incêndio.
Tabela 2.1 – Valores do Potencial Calorífico Especifico Segundo a NBR 14432.
H H H
(MJ/kg) (MJ/kg) (MJ/kg)
Acrílico 28 23 Poliéster 31
Algodão 18 Lixo de Cozinha 18 Polietileno 44
Espuma - 37
Tiras - 32
Couro 19 Palha 16 Poliuretano 23
Epóxi 34 Papel 17 PVC 17
Resina
Melamínica
Graxa 41 Policarbonato 29 Seda 19
Tipo de Material Tipo de Material Tipo de Material
Borracha Madeira 19 Polipropileno
41 18
43
Grãos 17 Petróleo
Devido à grande dificuldade de determinação prática da carga de incêndio específica
por meio da equação (2.3), é comum a adoção de valores tabelados por normas técnicas
de acordo com a finalidade das edificações. A Tabela 2.2 apresenta alguns valores
CAP. 2 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
18
recomendados pela NBR 14432 (2000) de acordo com a finalidade da utilização da
estrutura.
Tabela 2.2 – Alguns Valores de Cargas de Incêndio Especificas Segundo a NBR 14432
Carga de Incêndio Carga de Incêndio
(MJ/m
2
) (MJ/m
2
)
Casas e Apartamentos 300 Drogarias e Livrarias 1000
Hotéis 500 Lojas de Departamentos 600
Escolas e Academias 300 Supermercados 400
Bibliotecas 2000 Oficinas Elétricas 600
Cinemas ou Teatros 600 Estúdios (Rádio, TV, Foto) 300
Hospitais 300 Industrias de Motores 300
Restaurantes 300 Indústrias de Espumas 3000
Carpintarias 800 Indústrias de Resinas 3000
Escritórios 700 Indústrias de Vestuário 500
Ocupação/Uso Ocupação/Uso
GRAU DE VENTILAÇÃO
Conforme exposto anteriormente, a presença de oxigênio é obrigatória para que se
desenvolva um incêndio, e sua quantidade é fator determinante na intensidade do
mesmo. Desta forma, a quantidade de oxigênio existente no compartimento submetido
ao incêndio é levada em consideração nas análises do fenômeno por meio do fator de
abertura O, que exprime o grau de ventilação do compartimento e é dado pela seguinte
equação:
t
V
A
hA
O = (2.4)
onde:
V
A é a área total das aberturas para o exterior do edifício, inclusive janela que podem
ser quebradas em um incêndio.
t
A é a área total de paredes, piso, teto e aberturas.
CAP. 2 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
19
h é a altura média das aberturas dada por:
V
ii
A
Ah
h
= (2.5)
onde:
i
h é a altura da abertura i.
i
A é a área da abertura i.
CURVAS DE INCÊNDIOS NATURAIS DADAS PELO EUROCODE 1
De acordo com o Eurocode 1 (1995), os incêndios naturais podem ser aplicados à
compartimentos de até 100 m
2
e representados por meios de curvas parametrizadas para
as fases de aquecimento e de resfriamento da curva real. Assim, a fase de aquecimento
da curva do incêndio natural é regida pela expressão:
(
)
*19*7,1*2,0
472,0204,0324,011325
ttt
g
eee
=
θ
(2.6)
onde:
Γ
=
tt* (2.7)
(
)
( )
2
2
116004,0
bO
=Γ (2.8)
ρcλ=b (2.9)
A fase de resfriamento é dada por:
(
)
**625
max dg
tt =
θθ
para t
d
* 0,5 (2.10)
(
)
(
)
***3250
max ddg
ttt =
θθ
para 0,5 < t
d
* 2 (2.11)
CAP. 2 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
20
(
)
**250
max dg
tt =
θθ
para t
d
* > 2 (2.12)
O valor de t
d
* é dado por: Γ=
O
q
t
dfi
d
,
3
1013,0* (2.13)
Cabe ressaltar que para aplicar estas equações é necessário que os seguintes limites
sejam respeitados:
Grau de ventilação (O) deve assumir um valor entre 0,02 e 0,20 m
1/2
.
A carga de incêndio deve ficar entre 50 e 1000 MJ/m
2
.
O valor de b deve situar-se entre 1000 e 2000 J/m
2
s
1/2
ºC.
Nas figuras subseqüentes são apresentadas curvas tempo-temperatura em incêndios
naturais obtidas de acordo como o Eurocode 1 (1995). Na Figura 2.4, manteve-se
constante a carga de incêndio em 300MJ/m
2
e variou-se o grau de ventilação de 0,04,
0,08 e 0,12 m
1/2
. na Figura 2.5 manteve-se constante o grau de ventilação constante
em 0,04 m
1/2
e variou-se a carga de incêndio de 300, 500 e 700 MJ/m
2
.
0 15 30 45 60 75 90 105 120 135 150 165
0
200
400
600
800
1000
1200
q
fi
= 300 MJ/m
2
Temperatura (ºC)
Tempo (min)
0.04 m
1/2
0.08 m
1/2
0.12 m
1/2
Figura 2.4 – Incêndio Natural – Carga de Incêndio Constante.
CAP. 2 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
21
0 60 120 180 240 300 360
0
200
400
600
800
1000
1200
O = 0.04 m
1/2
Temperatura (ºC)
Tempo (min)
300 MJ/m
2
500 MJ/m
2
700 MJ/m
2
Figura 2.5 – Incêndio Natural – Fator de Ventilação Constante.
2.3. PRINCÍPIOS DA SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIOS
2.3.1. CONSEQÜÊNCIAS DE INCÊNDIOS NOS EDIFÍCIOS
Os efeitos de incêndios em edifícios e os principais meios de combate a esses efeitos
são resumidos em seguida:
Calor: causa danos aos ocupantes e ao conteúdo do compartimento. Para evitar danos às
pessoas, provocados pela elevação de temperatura dos gases no compartimento, é
necessário providenciar meios de escape. Os bens móveis e imóveis somente podem ser
protegidos evitando-se a inflamação generalizada (fase pós-flashover).
Propagação do incêndio: causa danos às pessoas e à propriedade. É necessário prever
no projeto do edifício uma adequada compartimentação para conter o fogo em uma
região limitada. A eficiência do compartimento depende de sua integridade e de sua
capacidade de isolamento (ou seja, depende de sua resistência ao fogo) sob as elevadas
temperaturas decorrentes do incêndio.
Fumaça: provoca asfixia e perda de visibilidade. Para evitar os efeitos do excesso de
fumaça em um compartimento deve-se providenciar um sistema de exaustão e/ou um
CAP. 2 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
22
sistema de controle através da previsão de reservatórios em regiões afastadas das áreas
ocupadas do edifício.
Gases tóxicos: alguns materiais produzem gases venenosos através da sua combustão,
podendo causar envenenamento. É necessário controlar a natureza da carga de incêndio
em edifícios e os materiais potencialmente perigosos devem ser armazenados em
compartimentos especialmente projetados.
Estabilidade estrutural: o aquecimento excessivo dos elementos estruturais pode
causar perda de rigidez dos elementos e conseqüentemente o colapso, resultando em
perigo para ocupantes e bombeiros. Para evitar a perda da estabilidade estrutural em
edifícios, deve-se empregar métodos de dimensionamento de estruturas sob incêndio.
2.3.2. OBJETIVOS GERAIS DA SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIOS
Os objetivos da segurança contra incêndios podem ser genericamente estabelecidos
como: reduzir os danos à vida no edifício e em sua vizinhança; reduzir as perdas
materiais diretas (danos à propriedade) e indiretas (perdas financeiras). Esses objetivos
podem ser atingidos, considerando o atendimento dos seguintes requisitos:
A geração de calor e de fumaça dentro do edifício é limitada.
A propagação do fogo para edifícios vizinhos é impedida.
Os ocupantes podem abandonar o edifício em condições de segurança tão logo a
ignição comece ou podem ser salvos por outros meios.
A segurança dos bombeiros durante as operações de resgate e de combate é
assegurada.
A capacidade portante e a estabilidade lateral do edifício são asseguradas em um
dado período de tempo.
CAP. 2 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
23
Diferentes estratégias podem ser adotadas para atingir esses objetivos. Normalmente se
faz distinção entre medidas ativas (detecção e combate ao incêndio) e medidas passivas
(resistência estrutural ao fogo e compartimentação). Algumas dessas medidas se
aplicam à proteção da vida, outras à proteção da propriedade e outras, finalmente, a
ambas. Algumas dessas estratégias são:
(a) Prevenção da ignição (medida de proteção à vida e à propriedade): Isto se
consegue com o emprego de materiais estruturais e de acabamento que não sejam
combustíveis e que gerem um volume mínimo de fumaça. Os administradores dos
edifícios e seus ocupantes devem providenciar locais seguros para o armazenamento
de materiais combustíveis, adequada manutenção das instalações elétricas e dos
equipamentos de segurança contra incêndio, bem como treinamento de funcionários
e normas de segurança.
(b) Meios de escape (medida de proteção à vida): Esse é o meio mais efetivo de
minimizar os danos à vida. As rotas de escape devem ser facilmente acessadas,
devem ter as dimensões suficientes para o transporte do número de pessoas que
deverão utilizá-las e devem ser protegidas quanto aos efeitos do incêndio (calor e
fumaça, principalmente). O treinamento dos ocupantes para os procedimentos de
evacuação dos edifícios e a sinalização das rotas de escape (principalmente em
edifícios de uso público cujos usuários podem o estar familiarizados com as rotas
de escape) são também medidas importantes. O controle de fumaça também é
necessário, porque ela pode reduzir significativamente a visibilidade.
(c) Controle da geração e propagação do fogo e da fumaça (medida de proteção à
vida e à propriedade): diferentes meios através dos quais essa medida pode ser
posta em prática:
Chuveiros automáticos: Não só ajudam a extinguir o fogo e limitam a sua
propagação como também reduzem a geração de fumaça (protegendo a vida) e a
temperatura (protegendo a propriedade).
CAP. 2 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
24
Detecção de fumaça e de calor: O sistema de alarme avisa aos ocupantes do
início de uma ignição, maximizando o tempo de escape, e permite uma ação rápida
dos bombeiros.
Compartimentação: A divisão do interior do edifício através de barreiras contra a
propagação do fogo, transmissão do calor e movimentação da fumaça é reconhecida
como um dos meios mais eficientes para limitar as conseqüências da fumaça e do
calor liberados em incêndios. O conceito de compartimentação também se aplica às
fachadas externas, para evitar a propagação do fogo para edificações vizinhas.
Exaustão: A liberação de calor e de fumaça para a atmosfera é preferível à sua
retenção dentro do edifício, onde eles podem por em perigo os ocupantes, aumentar
o nível de combustão e causar danos. Alternativamente, a fumaça pode ser
acumulada em reservatórios afastados das áreas ocupadas (por exemplo, no espaço
entre forro e o teto).
Materiais tóxicos: Alguns materiais combustíveis produzem gases tóxicos,
causando envenenamento e morte por asfixia. Isto deve ser eliminado tanto quanto
possível, por exemplo, especificando materiais apropriados para a mobília. Produtos
químicos armazenados podem exigir cuidados especiais, sendo adotadas áreas de
depósito especialmente seladas e protegidas.
(d) Prevenção do colapso estrutural (medida de proteção à vida e à propriedade): Há
três abordagens principais para assegurar a estabilidade estrutural na ocorrência de
um incêndio. São elas: aplicação de proteção passiva, dimensionamento para
resistência ao fogo e aplicação da engenharia de segurança contra incêndio. O
requisito para um edifício em geral é posto sob a forma de um tempo de resistência
ao fogo, tipicamente expresso em unidades discretas de tempo: 30 min, 60 min, 90
min , 120 min e 240 min. É importante considerar que esses tempos não são os
tempos permitidos para evacuação dos ocupantes do edifício e nem mesmo os
tempos de sobrevivência da estrutura. Eles são apenas uma maneira simples de
classificar os edifícios pela carga de incêndio desde aqueles em que a carga é
CAP. 2 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
25
relativamente pequena (por exemplo, edifícios de pequena altura) até aqueles em
que um incêndio pode atingir grandes proporções (uma livraria, por exemplo). Os
requisitos podem variar significativamente de um país para outro. Os tempos
exigidos no Brasil pela NBR 14432 (2000) são apresentados na Tabela 2.3.
Tabela 2.3 – Tempos Requeridos de Resistência ao Fogo Segundo a NBR 14432.
TEMPO REQUERIDO DE RESISTÊNCIA AO FOGO (*), EM MINUTOS (NBR
14432: 2000)
Tamanho da Edificação
Ocupação
h6m 6m<h12m 12m<h23m 23m<h30m h>30m
Residência 30 30 60 90 120
Hotel 30 60 (30) 60 90 120
Comercial 60 (30) 60 (30) 60 90 120
Escritório 30 60 (30) 60 90 120
Escola 30 30 60 90 120
Locais Públicos 60 (30) 60 60 90 120
Estacionamento Fechado 30 60 (30) 60 90 120
Estacionamento Aberto 30 30 30 30 60
Hospital 30 60 60 90 120
Indústria com baixa carga de
incêndio
30 30 60 90 120
Indústria com alta densidade
de carga de incêndio
60 (30) 60 (30) 90 (60) 120 (90) 120
Loja com baixa densidade
carga de incêndio
30 30 30 30 60
Loja com baixa densidade
carga de incêndio
60 60 90 (60) 120 (90) 120
(*) Tempo Requerido de Resistência ao Fogo (TRRF) é definido como sendo o tempo
mínimo de resistência de um elemento construtivo submetido ao incêndio padrão.
(a) Valores entre parênteses são válidos para edificações com área 750 m
2
.
(b) A altura da edificação (h) é a distância compreendida entre o ponto que caracteriza a saída
situada no nível de descarga do prédio e o piso do último pavimento, excetuando-se
zeladorias, barrilete, casa de máquinas, piso técnico e pisos sem a permanência humana.
CAP. 2 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
26
O tempo de resistência ao fogo se refere ao tempo no incêndio padrão em que a
estrutura deve se comportar satisfatoriamente. Para a estrutura, isto significa que
qualquer um de seus elementos (coluna, viga, divisória de um compartimento) deve
manter:
Estabilidade: Ele não deve sofrer colapso.
Integridade: Ele não deve apresentar fissuras ou permitir que o fogo se propague
através da passagem de chama para um compartimento adjacente;
Isolamento: Ele não deve permitir que o fogo se espalhe por condução de calor
de modo que possa induzir ignição em um compartimento adjacente.
Com os elementos estruturais em aço, em geral apenas pequenos problemas em se
obter integridade e isolamento e maior atenção deve ser dada para satisfazer a condição
de estabilidade.
A necessidade de manutenção da estabilidade estrutural das edificações envolvidas em
incêndios é estabelecida em todas as regulamentações estrangeiras. De fato, a perda da
estabilidade estrutural global significa grande perda patrimonial, podendo causar danos
a edifícios vizinhos e à infra-estrutura pública. Levantamentos estatísticos feitos por
PLANK (1996), indicam que 43% das perdas patrimoniais em um incêndio se devem ao
conteúdo dos edifícios, 36% se devem à interrupção da atividade produtiva e 21% a
danos estruturais. Atualmente existe ainda uma grande preocupação com os danos
eventualmente decorrentes da ruína estrutural de edifícios em que se depositam
materiais potencialmente agressivos ao meio ambiente.
Entretanto, a preocupação primária de todos os regulamentos de segurança contra
incêndios é a preservação da vida. Sem considerar os prováveis danos à vida,
conseqüentes de danos ao meio ambiente, o número de mortes causadas diretamente por
colapso estrutural, em países da Europa, é da ordem de 1% do total de mortes
verificadas em incêndios.
CAP. 2 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
27
A estabilidade estrutural frente a incêndios, principal preocupação dessa pesquisa, é
diretamente dependente da resistência mecânica dos elementos construtivos que, por sua
vez, depende da temperatura atingida por eles durante o incêndio. o tempo requerido
de resistência ao fogo ainda é estabelecido, na maioria dos regulamentos, de modo
essencialmente subjetivo, mas levando em conta, entre outros fatores, a natureza da
ocupação, a sua altura e a experiência de atendimento de ocorrências do corpo de
bombeiros.
Estabelecer de forma cientifica e racional (baseada em modelos aceitáveis do
comportamento das estruturas em incêndio) a dependência entre a estabilidade de um
elemento estrutural e o tempo de resistência ao fogo é uma tarefa muito complexa e,
hoje, constitui uma das questões fundamentais da Engenharia de Incêndio.
2.4. DESEMPENHO DO AÇO EM INCÊNDIO
A exposição dos materiais estruturais a altas temperaturas degenera as suas
propriedades físicas e químicas, causando redução da resistência e da rigidez, o que
deve ser levado em conta no dimensionamento das estruturas em situação de incêndio.
Do mesmo modo que muitos outros materiais, o aço se torna mais dúctil sob altas
temperaturas. Isto pode ser representado sob a forma de uma série de curvas tensão-
deformação, Figura 2.8. Essas curvas mostram tanto a redução do módulo de
elasticidade quanto a redução da tensão de escoamento. Uma interpretação simplificada
disso é que o aço reduz sua rigidez de tal modo que a 550ºC ele terá perdido toda a sua
reserva de resistência. Embora o ponto de fusão não aconteça até aproximadamente
1500ºC, apenas 23% da resistência à temperatura ambiente permanece à 700ºC. A
1200ºC considera-se que o aço não tem mais resistência nenhuma. Algumas
siderúrgicas desenvolveram aços especiais, obtidas pela adição de outros componentes,
como o cromo e o molibdênio, que mantém suas resistências de escoamento e última até
cerca de 800ºC. Um exemplo de aço resistente ao fogo é o USIFIRE, produzido pela
Usiminas.
CAP. 2 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
28
Embora outros materiais se deteriorem de um modo similar, a leveza do aço acoplada
com sua boa condutibilidade térmica faz com que ele se aqueça mais rapidamente que o
concreto e a alvenaria.
2.4.1. PROPRIEDADES MECÂNICAS
2.4.1.1. MASSA ESPECÍFICA
A massa especifica do aço, para qualquer temperatura, pode ser considerada como o
valor de:
3
/7850 mkg
a
=
ρ
2.4.1.2. MÓDULO DE ELASTICIDADE E TENSÃO DE ESCOAMENTO
O módulo de elasticidade e a tensão de escoamento do aço diminuem com o aumento da
temperatura. O Eurocode 3 (1993) e a NBR 14343 (1999), tendo por base ensaios
realizados pelas siderúrgicas British Steel (Reino Unido) e ARBED (Luxemburgo),
recomendam o diagrama de tensão deformação dos aços estruturais conforme o
conjunto de expressões da Tabela 2.4, ilustrado na Figura 2.6.
Os valores dos fatores de redução da resistência ao escoamento (K
y,θ
), da resistência
correspondente ao limite de proporcionalidade (K
p,θ
) e do módulo de elasticidade
tangente (K
E,θ
), são fornecidos pela Tabela 2.5 e ilustrados na Figura 2.7.
onde:
20,
,
,
y
y
y
f
f
K
θ
θ
= ,
20,
,
,
p
p
p
f
f
K
θ
θ
= e
20,
,
,
a
a
E
E
E
K
θ
θ
=
CAP. 2 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
29
Tabela 2.4 – Equações para Cálculo do Diagrama Tensão – Deformação a Elevadas
Temperaturas Segundo o Eurocode 3.
Deformação Tensão Módulo de Elasticidade Tangente
θ
εε
,p
θ
ε
,a
E
θ
,a
E
θθ
εεε
,, yp
<<
( )
( )
2
,
2
,
εε
θθ
+
yp
aabcf
( )
( )
2
,
2
,
εε
εε
θ
θ
y
y
aa
b
θθ
εεε
,, ty
<<
θ
,y
f
00,0
θθ
εεε
,, ty
<<
( )( )
[ ]
θθθθ
εεεε
,,,,
1
tuty
f
-
θθ
εεε
,, ut
<<
00,0
-
Parâmetros
θθθ
ε
,,, app
Ef=
02,0
,
=
θ
ε
y
15,0
,
=
θ
ε
u
20,0
,
=
θ
ε
y
Funções
( )( )
θθθθθ
εεεε
,,,,,
2
apypy
Eca +=
( )
2
,,,
2
cEb
apy
+=
θθθ
εε
(
)
( ) ( )
θθθθθ
θθ
εεεε
,,,,,
2
,,
2
pyapy
py
E
ff
c
=
α
ε
u,θ
ε
t,θ
ε
y,θ
ε
p,θ
f
p,θ
f
y,θ
Tensão
Deformação
Figura 2.6 – Diagrama Tensão – Deformação do Aço a Elevadas Temperaturas dado
pelo Eurocode 3.
CAP. 2 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
30
Tabela 2.5 – Fatores de Redução para o Aço
Fator de Redução Fator de Redução Fator de Redução
da Tensao de do Limite de do Módulo de
Escoamento Proporcionalidade Elasticidade
K
y,
θ
K
p,
θ
K
E,
θ
20 1,0000 1,0000 1,0000
100 1,0000 1,0000 1,0000
200 1,0000 0,8070 0,9000
300 1,0000 0,6130 0,8000
400 1,0000 0,4200 0,7000
500 0,7800 0,3600 0,6000
600 0,4700 0,1800 0,3100
700 0,2300 0,0750 0,1300
800 0,1100 0,0500 0,0900
900 0,0600 0,0375 0,0675
1000 0,0400 0,0250 0,0450
1100 0,0200 0,0125 0,0225
1200 0,0000 0,0000 0,0000
Temperatura
ºC
200 400 600 800 1000 1200
0,0
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
K
y,θ
K
E,θ
K
p,θ
Fator de Redução
Temperatura (ºC)
Figura 2.7 – Fatores de Redução da Tensão de Escoamento, do limite de
Proporcionalidade e do Módulo de Elasticidade.
CAP. 2 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
31
0,00 0,05 0,10 0,15 0,20
0,0
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
1000 ºC
700 ºC
600 ºC
500 ºC
Até 400 ºC
Resistência ao Escoamento Relativa
Deformação
Figura 2.8 – Diagrama Tensão – Deformação do Aço a Elevadas Temperaturas Segundo
o Eurocode 3: Temperaturas variando de 20ºC à 1000ºC.
2.4.2. PROPRIEDADES TÉRMICAS
2.4.2.1. EXPANSÃO TÉRMICA
De acordo com o Eurocode 3 (1993) e a NBR 14343 (1999), a expansão térmica do aço,
função da temperatura, pode ser obtida a partir das seguintes expressões, representadas
graficamente na Figura 2.9.
4
2
85
10416,2104,0102,1
××+×=
aa
θθ
l
l
para θ
a
750ºC (2.14)
011,0=
l
l
para 750 θ
a
860ºC (2.15)
0062,010416,2102
45
××=
a
θ
l
l
para θ
a
> 860ºC (2.16)
CAP. 2 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
32
A NBR 14343 (1999) permite, em caso de utilização do método simplificado de cálculo
descrito na seção 8, assumir o alongamento como dado por:
( )
201014
6
×=
a
θ
l
l
(2.17)
0 200 400 600 800 1000
1200
0
4
8
12
16
20
Valor Optativo para o
Método Simplificado
L/L (10
-3
)
Temperatura (ºC)
Figura 2.9 – Alongamento do Aço em Função da Temperatura
2.4.2.2. CONDUTIBILIDADE TÉRMICA E CALOR ESPECÍFICO
A condutibilidade térmica, que varia com a temperatura, é o coeficiente que mede a
razão com a qual o calor que chega na superfície do material é conduzido para seu
interior. A variação da condutibilidade térmica do aço com o aumento de temperatura,
ilustrado na Figura 2.10, é dada por:
aa
θλ
2
1033,354
= para 20 θ
a
800ºC (2.18)
3,27=
a
λ
para 800 θ
a
1200ºC (2.19)
Uma versão simplificada da variação da condutibilidade térmica com a temperatura
também é mostrada na Figura 2.10. A NBR 14343 (1999) permite que se adote, para
cálculos simples, o valor de 45 W/mºC, valor que é bastante conservador.
CAP. 2 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
33
O calor específico é a quantidade de calor necessária para elevar de 1ºC a unidade de
massa do material. A variação do calor especifico do aço com o aumento da
temperatura, ilustrado na Figura 2.11, é dada pelas seguintes expressões:
36231
1022,21069,11073,7425
aaaa
c
θθθ
++= para 20 θ
a
600ºC (2.20)
a
a
c
θ
+=
738
13002
666 para 600 θ
a
735ºC (2.21)
731
17820
545
+=
a
a
c
θ
para 735 θ
a
900ºC (2.22)
650=
a
c para 900 θ
a
1200ºC (1.23)
A NBR 14343 (1999) permite, em caso de utilização do método simplificado de cálculo
descrito na seção 8, assumir o calor específico como constante e dado por:
600=
a
c J/kgºC (2.24)
0 200 400 600 800 1000 1200
0
10
20
30
40
50
60
Valor Optativo para o
Método Simplificado
Condutibilidade Térmica (W/mºC)
Temperatura (ºC)
Figura 2.10 – Condutibilidade Térmica do Aço em Função da Temperatura
CAP. 2 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
34
0 200 400 600 800 1000 1200
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
3500
4000
4500
5000
Valor Optativo para o
Método Simplificado
Calor Específico (J/kgºC)
Temperatura (ºC)
Figura 2.11 – Calor Específico do Aço em Função da Temperatura
2.5. ENSAIOS-PADRÃO
O ensaio padrão é a maneira tradicionalmente usada para obter a resistência ao fogo de
elementos estruturais de aço. O ensaio consiste em colocar peças de aço em um forno
onde o aquecimento é feito de acordo com a curva tempo-temperatura estabelecida na
norma ISO 834 (1975), que no Brasil é reproduzido na NBR 5628 (1980), obedecidas
algumas condições de contorno e carregamento até que determinada condição de falha
seja atingida. Para elementos de aço protegidos com material isolante, considera-se que
estes são resistentes até que se alcance a temperatura de 550ºC. Para elementos de aço
parcialmente protegidos ou sem proteção, podem-se adotar outros critérios de falha
devendo-se, nesse caso, além de medir as temperaturas, monitorar seu desempenho
estrutural.
Estes ensaios têm como desvantagem as limitações físicas impostas pelo tamanho e
capacidade de carga dos fornos, o que impedem o ensaio de elementos estruturais de
maior dimensão sob carregamentos que poderiam representar melhor as condições reais
de utilização.
CAP. 2 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
35
2.5.1. ENSAIO DE VIGAS
O ensaio de vigas, segundo a BS 476 parte 20 (1987), consiste em aquecer uma viga
simplesmente apoiada, com 4 metros de vão, exposta diretamente ao incêndio. O
carregamento é formado por quatro cargas concentradas, aplicadas a aproximadamente
562,50 milímetros das extremidades em seções que distam 1125 milímetros entre si,
Figura 2.12.
Figura 2.12 – Ensaio Padrão de Vigas: Cargas e Condições de Apoio
O ensaio prossegue até que a flecha no centro da viga seja igual a L/30, sendo que o
ensaio pode prosseguir até uma flecha máxima de L/20, desde que a taxa de variação da
flecha não seja superior à )9000(
2
dL , em mm/min, sendo L o vão da viga e d sua
altura total, conforme a Figura 2.13.
CAP. 2 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
36
Figura 2.13 – Ensaio Padrão de Vigas: Determinação da Resistência ao Fogo
2.5.2. ENSAIO DE COLUNAS
A montagem típica consiste no ensaio de um elemento isolado de 3 metros de
comprimento sob carga constante, Figura 2.14. As extremidades da coluna são fixadas
em blocos de concreto o que cria algumas dificuldades de relacionar os resultados dos
testes com as condições normalmente usadas na construção real.
A determinação da temperatura crítica de pilares é feita de acordo com a norma BS 476:
Parte 20 (1987) que descreve o ensaio padrão de colunas de aço em fornos. A aplicação
das cargas à temperatura ambiente (F
e
), que geralmente é de 60% da carga última à
temperatura ambiente, leva a um encurtamento da coluna. A elevação de temperatura
gera forcas internas (F
i
) no aço, calculadas pela equação (2.27). Até uma temperatura de
aproximadamente 500ºC não uma perda sensível de rigidez axial. Até essa
temperatura a força interna no aço (F
i
) é superior ao carregamento externo aplicado (F
e
)
o que resulta em uma expansão linear do aço, causando deslocamentos positivos.
CAP. 2 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
37
ε
σ
=
E
l
l
= E
A
F
i
(2.25)
a
θα
= ll (2.26)
substituindo (2.26) em (2.25):
aai
AEF
θαθ
= )( (2.27)
Figura 2.14 – Ensaio Padrão de Colunas: Montagem do Ensaio
Como visto no item 2.4.1.2, o módulo de elasticidade do aço varia com o aumento da
temperatura. Com a elevação da temperatura além de 500ºC, a rigidez axial se reduz e,
conseqüentemente, a força interna passa a ser inferior ao carregamento aplicado,
CAP. 2 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
38
fazendo com que o pilar volte a encurtar. A temperatura crítica, convencionalmente,
corresponde ao deslocamento nulo da extremidade da coluna. Um gráfico ilustrando
deslocamentos em função da temperatura obtidos pelo ensaio padrão de colunas é
mostrado na Figura 2.15.
0 100 200 300 400 500 600 700 800 900
-6
-4
-2
0
2
4
6
8
10
12
14
16
Perda de
Rigidez
Expansão
Linear
Temperatura
Crítica
Deslocamento Axial (mm)
Temperatura (ºC)
Figura 2.15 – Ensaio Padrão de Colunas: Determinação da Resistência ao Fogo
2.5.3. CRÍTICAS AOS ENSAIOS-PADRÃO
Os ensaios-padrão confirmam a temperatura de colapso de vigas e pilares em torno de
550ºC. Esse valor nos métodos simplificados de análise da estabilidade estrutural em
incêndio ficou conhecido como temperatura crítica, que deve ser evitada com o
emprego de algum método de proteção contra incêndio.
Os ensaios-padrão não permitem a utilização de elementos estruturais de comprimentos
da ordem de grandeza dos reais e prevêem carregamentos que não se verificam nas
situações reais de incêndio. Por outro lado, ensaios-padrão desprezam o efeito da
hiperestaticidade, via de regra favorável à resistência ao fogo.
CAP. 2 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
39
O fato de se empregar a curva tempo-temperatura recomendada pela ISO 834 (1975)
nos ensaios-padrão também é criticável, considerando que os incêndios reais evoluem,
conforme visto no item 2.2, de forma muito diferente. Todos esses aspectos, em
conjunto, levam à temperaturas críticas muito conservadoras.
Deve-se ressaltar, porém, a utilidade dos ensaios-padrão pela sua relativa simplicidade.
Eles ainda são utilizados principalmente nas situações em que altos coeficientes de
segurança devem ser exigidos, como por exemplo, edifícios altos, pontes, viadutos e
passarelas.
2.6. PROTEÇÃO DA ESTRUTURA METÁLICA
O aço é um material leve, com boa condutibilidade e atinge temperaturas elevadas mais
rapidamente que outros tipos de materiais usados na estrutura de uma edificação.
Assim, uma edificação construída em estrutura metálica, em geral, exige também que se
tenha um conjunto de medidas que vise à proteção contra incêndio.
Esse conjunto de medidas de proteção pode ser classificado em proteção ativa e
proteção passiva. O primeiro visa extinguir o incêndio quando ainda está no inicio (pré-
flashover) enquanto o segundo tem por objetivo garantir que a estrutura não sofra
colapso por um determinado tempo e que o fogo não se alastre entre os compartimentos
da edificação.
2.6.1. PROTEÇÃO ATIVA
Proteção ativa é aquela que se torna funcional na presença do incêndio ou de suas
conseqüências como calor e fumaça. Em geral, os projetos de instalações prediais de
proteção contra incêndio envolvem medidas ativas como alarmes, detectores de calor e
fumaça e extintores (através de chuveiros automáticos ou de extintores).
CAP. 2 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
40
2.6.2. PROTEÇÃO PASSIVA
É um conjunto de medidas que faz parte do sistema construtivo do edifício e que se
torna funcional quando o incêndio se desenvolve, isolando a estrutura contra o calor,
fazendo com que ela resista por um tempo predeterminado ao incêndio sem sofrer danos
devido à elevação de temperatura no ambiente, não permitindo que o fogo se alastre,
facilitando a fuga das pessoas e a entrada do pessoal de combate. A compartimentação,
junto com paredes corta-fogo, escadas enclausuradas, entre outros, são tipos de proteção
passiva.
Para que a estrutura mantenha um certo tempo de resistência ao fogo sem entrar em
colapso, em alguns casos a necessidade de que ela seja envolvida com um material
de proteção contra incêndio. A necessidade da utilização deste material e a espessura do
mesmo dependem do balanceamento feito entre as proteções ativas e passivas que serão
utilizadas na edificação, juntamente com fatores externos tais como a proximidade dos
bombeiros profissionais e a altura da edificação.
A proteção passiva é caracterizada pelos requisitos de isolamento, estanqueidade e
integridade, que foram descritos no item 2.3.2 (d).
A proteção passiva das estruturas é o modo mais simples de assegurar sua estabilidade
quando submetidas a incêndio. Mas, a proteção passiva representa um acréscimo de
custo da construção que pode ser significativo, dependendo do contexto econômico.
indicações de que um acréscimo de custo devido à proteção passiva da ordem de 5 a 8%
do custo da estrutura de aço pode ser facilmente absorvido. No Brasil, a proteção
passiva de estruturas metálicas pode custar entre 15 e 30% do custo da estrutura o que
tem um significativo impacto sobre a competitividade desse produto, CLARET (2000a).
Portanto a aplicação do aço na construção civil encontra na exigência da proteção
passiva da estrutura uma séria restrição. Esse trabalho visa descrever alternativas para
redução do custo da proteção passiva através da técnica de proteção parcial.
CAP. 2 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
41
Existem vários tipos de materiais de proteção passiva dentre os quais pode-se citar:
2.6.2.1. ARGAMASSAS PROJETADAS
São argamassas aplicadas por jateamento (spray). São produtos econômicos, porém
considerados sem acabamento adequado. Têm como principal constituinte gesso ou
cimento, a vermiculita e as fibras minerais ou orgânicas. Esse material tem como
vantagens a alta produção, 250 a 300 m
2
/dia com quatro funcionários trabalhando, e a
dispensa do uso de pinos ou telas de ancoragem na sua aplicação, COSTA (2001). Sua
principal desvantagem é o fato de não ser um material esteticamente agradável para ser
colocado na estrutura aparente. A Figura 2.16 mostra uma estrutura protegida com
argamassa projetada.
Figura 2.16 – Argamassa Projetada (COSTA, 2001)
2.6.2.2. TINTAS INTUMESCENTES
As tintas intumescentes, Figura 2.17, são materiais aplicados na superfície do perfil,
como se fossem uma pintura comum. São produtos reativos ao calor, que,
CAP. 2 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
42
aproximadamente a 200ºC intumescem, ou seja, iniciam um processo de expansão
volumétrica. Tornam-se esponjosas e com os poros preenchidos por gases atóxicos, que
atuam em conjunto com resinas especiais, formando uma espuma rígida na superfície da
estrutura, provocando o retardamento da elevação das temperaturas nos elementos
metálicos. As tintas intumescentes fornecem excelente acabamento, todavia são
materiais caros e devem ser utilizados com cautela para não inviabilizarem
economicamente o empreendimento. A produção média é de 30 m
2
/dia com 2
funcionários trabalhando, COSTA (2001).
Figura 2.17 – Tinta Intumescente, (COSTA, 2001)
2.6.2.3. MANTAS
As mantas podem ser de fibra cerâmica, de rocha ou qualquer outro material fibroso.
São aplicadas no contorno, por meio de pinos de aço previamente soldados à estrutura e
são boas alternativas para a proteção de estruturas de edificações em funcionamento,
uma vez que estes sistemas geram menos sujeira que os materiais projetados. As mantas
apresentam acabamento rústico, ver Figura 2.18, devendo ficar ocultas sobre forros ou
envolvidas por materiais de acabamento.
CAP. 2 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
43
Figura 2.18 – Manta de Lã de Rocha, (COSTA, 2001)
2.6.2.4. PLACAS CERÂMICAS E DE GESSO ACARTONADO
As placas cerâmicas são muito utilizadas na proteção de pilares. Têm funcionamento e
propriedades térmicas bastante semelhantes ao das mantas e são aplicadas no sistema
caixa. São materiais com o custo intermediário entre a argamassa projetada e a tinta
intumescente. Apresentam alta densidade, resultando não em uma melhor resistência
mecânica, mas também em um maior custo. A produção média é de 25 m
2
/dia com 2
funcionários em atividade, COSTA (2001). A Figura 2.19 mostra uma estrutura
protegida com placa cerâmica.
Figura 2.19 – Placa Cerâmica, (COSTA, 2001)
CAP. 2 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
44
2.7. ELEVAÇÃO DA TEMPERATURA DA ESTRUTURA METÁLICA
EXPOSTA AO INCÊNDIO
A temperatura atingida durante um incêndio por um elemento estrutural de aço sem
proteção é fortemente influenciada pela razão área superficial exposta ao incêndio pela
massa do perfil. Quanto menor a massa do perfil em relação à área superficial, mais
rápida sea sua elevação de temperatura. Esta relação pode ser expressa pelo fator de
massividade
Au , onde: u é o perímetro da seção exposta ao incêndio e A é a área da
seção transversal do elemento estrutural. Quando a estrutura é protegida, o fator de
massividade é dado por Au
m
, onde: u
m
é o perímetro efetivo do material de proteção
contra incêndio e A é a área da seção transversal do elemento estrutural.
2.7.1. ELEMENTO ESTRUTURAL SEM PROTEÇÃO TÉRMICA
A elevação uniforme de temperatura de um elemento estrutural de aço não protegido,
durante um intervalo de tempo t, localizado no interior de uma edificação, pode ser
determinado, de acordo com a NBR 14343 (1999), pela seguinte expressão:
t
c
Au
aa
a
=
ϕ
ρ
θ
/
(2.28)
onde:
Au / é o fator de massividade, em m
-1
;
a
ρ
é a massa específica do aço, em kg/m
3
;
a
c é o calor específico do aço, em J/kgºC;
t
é o intervalo de tempo, em segundos, tomado menor ou igual a
(
)
)//25000( Au .
CAP. 2 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
45
ϕ
é o coeficiente de transferência de calor, em W/m
2
, que é dado pela soma de duas
parcelas,
c
ϕ
e
r
ϕ
, respectivamente devidas à convecção e à radiação. Assim,
ϕ
é dado
por:
rc
ϕϕϕ
+= (2.29)
onde:
(
)
agcc
θθαϕ
= (2.30)
e
(
)
(
)
]273273[1067,5
44
8
++=
agresr
θθεϕ
(2.31)
onde:
c
ϕ
é a componente do fluxo de calor devido à convecção (W/m
2
).
r
ϕ
é a componente do fluxo de calor devido à radiação (W/m
2
).
res
ε
é a emissividade resultante das chamas para o perfil = 0,5.
g
θ
é a temperatura do gás e dada pela expressão 2.1 (ºC).
a
θ
é a temperatura do aço (ºC).
c
α
é o coeficiente de transferência de calor por convecção, igual a 25 W/m
2
ºC.
A Figura 2.20 apresenta curvas tempo-temperatura em função do fator de massividade
para perfis não protegidos onde se pode observar que, quanto menor a massividade do
perfil, mais lentamente ele se aquece.
CAP. 2 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
46
0 15 30 45 60 75 90 105 120
0
200
400
600
800
1000
1200
Temperatura (ºC)
Tempo (min)
ISO 834 µ = 142 m
-1
- HP 250x85
µ = 113 m
-1
- W 360x122 µ = 61 m
-1
- CS 500x378
Figura 2.20 – Curva Temperatura–Tempo para Perfis sem Proteção Térmica
2.7.2. ELEMENTO ESTRUTURAL COM PROTEÇÃO TÉRMICA
O aquecimento do elemento estrutural protegido contra incêndio depende também das
propriedades do material de proteção utilizado, pois o calor que chega à estrutura
depende de como se processa a condução através dele, passando assim a ser importante
o calor específico, a condutibilidade térmica, a massa especifica e também a espessura
do material de proteção passiva.
A elevação uniforme de temperatura de um elemento estrutural de aço protegido,
durante um intervalo de tempo t, localizado no interior de uma edificação em incêndio,
pode ser determinada, segundo a NBR 14343 (1999), pela seguinte expressão:
(
)
(
)
( )
( )
01
3/1
/
,
10/
,,
,
+
=
tg
aam
tatgmm
ta
e
ct
tAu
θ
ξρ
θ
θ
λ
θ
ξ
(2.32)
com
CAP. 2 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
47
( )
Aut
c
c
mm
aa
mm
/
ρ
ρ
ξ
= (2.33)
onde:
Au
m
/ é o fator de massividade para os elementos de aço protegidos, em m
-1
.
a
c é o calor específico do aço = 600 J/kgºC.
m
c é o calor específico do material de proteção e é variável com a temperatura, em
J/kgºC.
m
t é a espessura do material de proteção, em m.
ta,
θ
é a temperatura do aço no tempo t, em ºC.
m
λ
é a condutividade térmica do material de proteção e é variável com a temperatura,
em W/mºC.
a
ρ
é a massa específica do aço = 7850 kg/m
3
.
m
ρ
é a massa específica do material de proteção determinada em ensaios de laboratório,
em kg/m
3
.
t
é o intervalo de tempo, em segundos.
Cabe salientar que as expressões fornecidas anteriormente, equação (2.28) e (2.32), são
para cálculo simplificado, onde se considera uma distribuição de temperatura uniforme
ao longo da seção transversal do perfil.
CAP. 2 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
48
A Figura 2.21 apresenta curvas tempo-temperatura em função do fator de massividade
para perfis com proteção passiva
0 15 30 45 60 75 90 105
120
0
200
400
600
800
1000
1200
Temperatura (ºC)
Tempo (min)
ISO 834 µ = 142 m
-1
- HP 250x85
µ = 98 m
-1
- W 360x122 µ = 61 m
-1
- CS 500x378
Figura 2.21 – Curva Temperatura–Tempo para Perfis com Proteção Térmica
2.8. ESTADO DA ARTE
Segundo BAILEY (1995), um dos primeiros trabalhos para análise de elementos de aço
sob altas temperaturas foi proposto por WITTEVEEN (1967). Neste trabalho, em que se
considerou a expansão térmica livre e a temperatura uniforme nos elementos, a
temperatura de colapso dos mesmos era estimada por meio de uma análise plástica onde
a tensão de escoamento variava em função da temperatura. Numa análise elasto-plástica
perfeita, MARCHANT (1972) considerou a degradação tanto do módulo de elasticidade
quanto da tensão de escoamento. Seu trabalho incluía também os efeitos da expansão
térmica, além de uma variação linear da temperatura ao longo da seção transversal.
Também numa análise elasto-plástica perfeita onde as curvas tensão-deformação
decaíam com o aumento da temperatura, KNIGHT (1972) ressaltou os efeitos da
restrição contra a expansão térmica na temperatura de falha da viga.
CAP. 2 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
49
Usando as curvas tensão-deformação propostas por BROCKENBROUGH (1970) para
altas temperaturas, CULVER, OSSEMBRUGEN e AGGARWAL (CULVER, 1972,
CULVER et al., 1973, OSSEMBRUGEN et al., 1973) fizeram um estudo usando o
método de integração numérica de Newmark. Esse estudo resultou no desenvolvimento
de fórmulas simples para o cálculo da tensão de flambagem a altas temperaturas;
ressaltou também a importância dos gradientes térmicos na resistência última do
elemento. CHENG e MAK (1975) apresentaram um programa de elementos finitos que
incluía o efeito da fluência e a variação da temperatura na direção de um dos eixos da
seção transversal. Usando a mesma teoria, FURUMURA e SHINOHARA (1978)
estudaram o comportamento de pilares isolados protegidos. KRUPPA (1979)
desenvolveu um método analítico simplificado para determinar a temperatura crítica de
estruturas de aço. Assumiu-se o comportamento elasto-plástico perfeito, com
distribuição uniforme de temperatura em toda a estrutura. Um programa de elementos
finitos onde eram modelados o pórtico de aço e a laje de concreto foi apresentado por
IDING e BRESLER (1981); empregaram curvas de tensão-deformação bilineares e
elementos unidimensionais de dois nós para representar o pórtico e elementos
bidimensionais de placa de três nós para laje.
O primeiro programa de elementos finitos para análise de pórticos planos a incluir a
não-linearidade geométrica foi proposto por JAIN e RAO (1983). Seu algoritmo incluía
um modelo visco-plástico complexo e um esquema de marcação implícita de tempo. A
análise em elementos finitos de BABA e NAGURA (1983), em que se levava em conta
a não-linearidade física do material, derivada de experimentos, mostrou que esta não
poderia ser ignorada.
Em 1985, pesquisadores da Universidade de Liege, Bélgica, juntamente com a ARBED
Recherches, em Luxemburgo, desenvolveram um modelo em elementos finitos para
análise plana de vigas mistas de aço e concreto (DOTREPPE et al., 1985). Nesse
modelo, a seção transversal era subdividida em faixas com valores de temperatura,
tensões e deformações variando de uma faixa para outra. Franssen introduziu a
possibilidade de análise de pórticos planos mistos de aço e concreto. Essa versão do
programa, chamada CEFICOSS (Computer Engineering of Fire design of COmposite
CAP. 2 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
50
and Steel Structures), teve posteriores melhorias por pesquisadores da ARBED
Recherches. Continuando a introduzir melhorias no CEFICOSS, os pesquisadores da
Universidade de Liege desenvolveram o programa SAFIR. Versões recentes do SAFIR
permitem refinamentos na modelagem como análise de estruturas planas ou
tridimensionais, fases de resfriamento da estrutura, além da inclusão da não-linearidade
física e geométrica (DOTREPPE, 1996).
Visando estudar o comportamento bidimensional de pórticos de aço, EL-ZANATY e
MURRAY (1983) desenvolveram um programa chamado INSTAF (Instability Analyses
In Fire). Nesse programa, houve a preocupação de se manter os termos de ordem mais
alta na formulação dando melhor tratamento à não-linearidade geométrica. O seu
modelo inelástico era do tipo plasticidade distribuída (também chamado de zona
plástica), onde a expansão não-linear da plasticidade era considerada. SHARPLES
(1987) adaptou esse programa para a análise de pilares sujeitos a gradientes térmicos ao
longo de sua seção transversal e carregamentos excêntricos.
OLAWALE e PLANK (1988) elaboraram uma análise por faixa de elementos finitos
onde as curvas tensão-deformação-temperatura eram representadas com melhor
aproximação por uma série de equações de Ramberg-Osgood. A análise levava em
conta tensões residuais, carregamento excêntrico e flambagem local. Uma abordagem
pelo Método da Rigidez Secante foi desenvolvida por EL-RIMAWI (BURGESS et al.,
1988 e EL-RIMAWI, 1989) para a análise bidimensional de vigas a altas temperaturas.
As curvas momento-curvatura-temperatura foram representadas através das equações de
Ramberg-Osgood. Uma comparação com a abordagem pelo método incremental da
rigidez tangente mostrou sua eficiência em termos de rapidez e precisão.
Continuando o desenvolvimento do INSTAF para análise a altas temperaturas,
SHARPLES, SAAB (SAAB e NETHERCOT, 1991) apresentaram um programa par
análise bidimensional de pórticos de aço. Também foram utilizadas as equações de
Ramberg-Osgood para representar as relações tensão-deformação-temperatura. Seu
trabalho incluía os efeitos de não-linearidade física e geométrica e variações de
temperatura ao longo dos elementos e através da seção transversal. Foram analisados
CAP. 2 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
51
vários tipos de pórticos, verificando-se também a influência de várias formas de
proteção ao colapso de pórticos.
JEYARUPALINGAM e VIRDI (1992), a partir de um método numérico para análise
inelástica de pilares a temperatura ambiente (VIRDI et al., 1973), desenvolveram um
modelo para análise estrutural a altas temperaturas. O método baseia-se em estabelecer
uma forma flexionada em equilíbrio, usando a relação momento-força normal-curvatura
para cada incremento de carregamento, tempo ou temperatura. A partir desse modelo,
desenvolveu-se na City University, em Londres, um programa para análise
tridimensional de pórticos mistos, com ligações semi-rígidas, chamado FAUST.
No Building Research Establishment, WANG e LENNON (1992) desenvolveram um
modelo computacional para a análise tridimensional de pórticos mistos com ligações
semi-rígidas. Usando também um modelo matemático tridimensional, LIU (1996)
desenvolveu uma análise de elementos de viga e conexões entre vigas e pilares, usando
elementos finitos isoparamétricos tipo casca de oito nós.
O desenvolvimento introduzido por Saab no programa INSTAF teve continuidade nos
trabalhos de NAJJAR (1994) e BAILEY (1995). Najjar incluiu a análise tridimensional
a altas temperaturas, procurando manter os termos de mais alta ordem da análise não-
linear. O trabalho de Bailey estendeu sua capacidade para a análise com ligações semi-
rígidas, inclusão dos efeitos de flambagem lateral por torção, e uso de elementos de
casca para representar a laje; incluiu ainda um tratamento da reversão da deformação no
resfriamento, dando origem ao programa VULCAN. Este programa permite o uso de
diferentes distribuições de temperatura na seção transversal, tendo sido utilizado, com
sucesso, para analisar estruturas de edifícios de andares múltiplos em situação de
incêndio. Sua validação foi feita amplamente através dos resultados obtidos nos ensaios
realizados em Cardington, BURGESS e PLANK (2000).
A Tabela 2.6 apresenta uma síntese da evolução histórica dos métodos de análise do
comportamento de estruturas de aço sob altas temperaturas, até 1996. Observa-se uma
contínua evolução dos métodos no sentido da adoção de modelos analíticos mais
CAP. 2 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
52
complexos, apesar de, ocasionalmente, existirem trabalhos como o de CHENG e MAK
(1975) que muito cedo adotaram modelos sofisticados.
Tabela 2.6 – Evolução dos modelos analíticos até 1996
Características do modelo analítico Trabalhos
Análise plástica simplificada, com
expansão térmica livre, sem gradientes de
temperatura no elemento
Witteveen (1967)
Análise elasto-plástica com uso de
fórmulas simplificadoras
Marchant (1972), Knight (1972),
Culver (1972), Kruppa (1979)
Análise elasto-plástica de 1ª ordem pelo
método dos elementos finitos
Iding e Bresler, (1981)
Análise elasto-plástica de 2ª ordem pelo
método dos elementos finitos
Cheng e Mak (1975), Jai e Rao (1983),
Baba e Nagura (1985),
Dotreppe el al.(1985), Sharples (1987)
Análise plástica de 2ª ordem com o uso das
equações de Ramberg-Osgood para
interpolar as curvas tensão-deformação
El-Rimawi (1988), Saab (1991)
Análise plástica de 2ª ordem por faixas de
elementos finitos
Olawale e Plank (1988)
Análise plástica de 2ª ordem tridimensional
pelo método dos elementos finitos
Wang e Lennon (1992), Jeyarupalimgam e
Virdi (1992), Najjar (1994), Bailey (1995),
Liu (1996), Dotreppe (1996)
CAP. 2 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
53
No Brasil, SOUZA JR (1998) desenvolveu uma ferramenta computacional com uma
formulação em elementos finitos que analisa pórticos planos de aço submetidos a altas
temperaturas. Um elemento de 2 nós e 3 graus de liberdade por foi utilizado. A
formulação do elemento envolve grandes deslocamentos e pequenas deformações.
Considerou-se não-linearidade geométrica com grandes deslocamentos, rotações
moderadas e pequenas deformações elásticas, não-linearidade física com variação do
módulo de elasticidade com a temperatura e distribuição uniforme de temperatura
através da seção transversal e ao longo do comprimento do perfil. Os resultados desse
estudo mostraram que o efeito de segunda ordem deve ser necessariamente levado em
conta na análise e que a plastificação não pode ser ignorada na modelagem, uma vez
que a tensão de escoamento decresce com a elevação da temperatura.
Como um dos grandes problemas da construção em aço, no que tange à resistência ao
fogo das estruturas, é o custo da proteção passiva, WANG (1997) propôs uma técnica
de proteção parcial em vigas mistas, aplicada apenas à mesa inferior, até um quarto da
altura da alma. Um programa, via MEF, avaliou a distribuição de temperatura na seção
transversal mista, dividindo-a em um número determinado de elementos retangulares e
integrando a equação de transferência de calor. A malha utilizada para análise da
transferência de calor pode ser utilizada também para cálculo da capacidade resistente
da peça, tendo o autor concluído que o uso da proteção parcial pode reduzir
consideravelmente o custo total da proteção passiva.
Em CLARET et al. (1999) é proposta uma técnica para redução do custo de proteção
passiva que também consiste na proteção parcial de vigas mistas, mas em parte do vão.
Com o emprego do programa VULCAN, foi possível prever a resposta de vigas mistas
em situação de incêndio. Considerou-se, neste trabalho, vigas simplesmente apoiadas
com 60, 70 e 80% da região do centro do vão protegida e relações de carga entre 0,4 e
0,8. Outro fator considerado foi a incidência do incêndio em três ou quatro lados da
viga. Verificou-se que a temperatura da parte não protegida chegou a ser 50% mais alta
que a temperatura da parte protegida. Com os resultados apresentados nestas análises,
concluiu-se que, para perfis soldados, usuais no Brasil, uma economia de 20 a 30% no
CAP. 2 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
54
custo da proteção passiva pode ser alcançada, utilizando esta técnica de proteção
parcial.
A técnica de proteção parcial no centro do vão de uma viga mista também foi
examinada por COSTA (2001) em seus estudos paramétricos e resultou em economia
de proteção passiva em relação a métodos convencionais. A técnica de proteção lateral
(no início e na extremidade do vão) pareceu ser mais econômica, mas deve ser
observada a dificuldade de aplicação da proteção nas ligações. a proteção total não
uniforme tem um custo mais elevado que as duas primeiras, estudadas por CLARET et
al. (1999) e COSTA (2001). Resultados mostraram que a taxa de economia, entre a
técnica de proteção parcial no centro do vão e de proteção total parece acentuar-se para
vãos maiores que 6m. A análise do comportamento destas vigas mistas aço-concreto em
situação de incêndio foi feita através do software VULCAN, baseado no método dos
elementos finitos, obtendo-se boa concordância com resultados citados na literatura.
Este trabalho considerou ligações bi-rotuladas e semi-rígidas. A consideração de
ligações semi-rígidas com o emprego do MEF permitiu verificar sua contribuição
positiva na resistência ao fogo de vigas mistas.
Uma investigação da resistência ao fogo de pilares de aço isolados com extremidades
bi-rotuladas, rotuladas-engastadas e bi-engastadas foi desenvolvida por CARVALHO
(2002). Primeiramente, este autor pesquisou relações paramétricas para o cálculo da
temperatura crítica de pilares sem proteção pelo VULCAN. Depois, curvas de
resistência ao fogo foram obtidas para perfis não protegidos e parcialmente protegidos
para a condição de extremidades bi-rotulada. Os resultados mostraram que para perfis
não protegidos a temperatura crítica foi relativamente baixa. os perfis com proteção
na parte central das barras tiveram um resultado inexpressivo na elevação da
temperatura crítica.
Uma metodologia para análise do comportamento estrutural em incêndio de pilares de
aço parcialmente protegidos foi desenvolvida por ANDRADE (2003). Foram
considerados pilares isolados, de extremidades bi-rotuladas e constituídos de perfis
laminados, e estudadas duas situações de carregamento (momento linear e momento
CAP. 2 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
55
constante, ou retangular). As respostas em termos de temperaturas críticas foram dadas
pelo VULCAN, para os pilares com proteção passiva aplicada somente nas mesas do
perfil. Distribuições de temperatura diferentes na seção transversal, simulando
espessuras de proteção passiva diferentes, foram adotadas. Tempos de resistência ao
fogo foram calculados. Os resultados apresentaram curvas de resistência ao fogo de uso
prático e mostraram a viabilidade do uso da técnica de proteção parcial.
Uma investigação do comportamento de estruturas típicas em aço de edifícios de
andares múltiplos, parcialmente protegidas, em situação de incêndio, foi desenvolvida
por CORREA (2004) e ANDRADE (2005), com o objetivo de identificar padrões de
proteção parcial para os tempos usuais de resistência ao fogo requeridos em norma. O
efeito da hiperestaticidade em incêndios compartimentados foi investigado,
determinando-se a temperatura crítica global da estrutura, quando o colapso de
elementos secundários é admitido. Os resultados indicam que tempos de resistência ao
fogo da ordem de 60min a 90min podem ser obtidos com um plano adequado de
proteção parcial, quando a análise tridimensional é utilizada.
A Tabela 2.7 apresenta uma síntese da evolução histórica dos métodos de análise do
comportamento de estruturas de aço em situação de incêndio, a partir de 1997, inclusive
as pesquisas realizadas no LARIn. A pesquisa desenvolvida no presente trabalho é uma
continuação da pesquisa iniciada por ANDRADE (2003).
Tabela 2.7 – Evolução das pesquisas sobre proteção parcial a partir de 1997
Características do modelo analítico Trabalhos
Análise via MEF da distribuição de temp.
na seção transversal com uma técnica de
proteção parcial em vigas mistas
Wang (1997)
CAP. 2 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
56
Tabela 2.7 – Evolução das pesquisas em incêndio a partir de 1997 (Continuação)
Características do modelo analítico Trabalhos
Análise plástica de 2ªordem de pórticos
planos de aço submetidos a altas
temperaturas
Souza Jr. (1998)
Análise via VULCAN da resposta de vigas
mistas em situação de incêndio com uma
técnica de proteção parcial
Claret et al. (1999), Costa (2001)
Análise da resistência ao fogo de pilares de
aço isolados com relações paramétricas
para o cálculo da θ
cr
pelo VULCAN
Carvalho (2002)
Análise do comportamento estrutural de
pilares de aço isolados parcialmente
protegidos com respostas em termos de θ
cr
pelo VULCAN
Andrade (2003), Ferreira (2006)
Análise via VULCAN do comportamento
de subestruturas típicas de edifícios de
andares múltiplos parcialmente protegidas
em situação de incêndio
Corrêa (2004), Andrade (2005)
Este trabalho propõe uma nova maneira de proteger colunas de aço visando reduzir o
custo da proteção contra incêndio. Apresenta, ainda, formulações para cálculo
simplificado da distribuição de temperaturas e da resistência de estruturas de aço
parcialmente protegidas.
CAPÍTULO 3
A TÉCNICA DE PROTEÇÃO PARCIAL
3.1. INTRODUÇÃO
O aço não protegido, em situação de incêndio, aumenta sua temperatura rapidamente.
Por causa da redução de sua rigidez e resistência em temperaturas elevadas, uma
estrutura de aço não protegida sujeita ao ataque do fogo pode tornar-se incapaz de
suportar as cargas aplicadas. A utilização da proteção passiva em elementos estruturais
é a forma mais simples de garantir a estabilidade estrutural, o que juntamente com a
estanqueidade e o isolamento do compartimento, é requisito básico para a resistência ao
fogo de tais elementos. O principal obstáculo ao uso da proteção passiva, todavia, é o
seu alto custo, o que justifica os estudos que visam reduzir a área protegida.
A distribuição das tensões nas seções dos elementos estruturais é não uniforme, devido
ao fato de a distribuição de temperatura no compartimento incendiado ser, em geral, não
uniforme. Assim, os colapsos estruturais ocorrerão naquelas seções onde os esforços
internos, devido às ações mecânicas e térmicas, forem maiores. A proteção passiva pode
ser aplicada, então, naquelas regiões do perfil onde as tensões causam esta falha,
retardando sua ocorrência. A técnica de proteção parcial busca o vel adequado de
resistência ao fogo do elemento estrutural, que pode ser analisado isoladamente ou
como parte de uma subestrutura, através da proteção apenas das regiões que
desenvolvam maiores tensões em situação de incêndio, e é potencialmente econômica
em regiões, como o Brasil, onde o custo do material de proteção ainda é alto.
CAP. 3 – A TÉCNICA DE PROTEÇÃO PARCIAL
58
Qualquer processo de proteção passiva parcial contra incêndio tem competitividade em
sua produtividade e em seu custo. Sabe-se que a automação é um conceito de grande
importância na indústria da construção metálica. Assim, a proteção parcial só se
justifica se ela se adequar aos processos de automação da produção da estrutura de aço,
ANDRADE (2003). A redução no consumo de material de proteção passiva deve
contrabalancear o eventual aumento no custo da mão de obra de aplicação. Em países
como o Brasil, onde o custo da mão de obra é baixo e o custo do material de proteção é
elevado, o uso da técnica de proteção parcial é uma alternativa importante no aumento
da competitividade das estruturas de aço, CLARET (2000a).
Trabalhos anteriores atentavam para a viabilidade desta técnica. A seguir são
mostrados alguns trabalhos realizados utilizando a técnica de proteção parcial.
3.2. A PROPOSTA DE WANG
WANG (1997), propôs uma técnica de proteção parcial de vigas mistas, protegendo
apenas a mesa inferior e 1/4 da altura da alma do perfil, conforme mostrado na Figura
3.1. A idéia de Wang é que, para uma viga compacta, a mesma provavelmente romperá
por flexão. Ora, mas são as mesas que absorvem a maior parte dos esforços de flexão
em vigas metálicas. Assim sendo, é possível atingir um bom nível de resistência ao fogo
utilizando proteção passiva apenas na mesa inferior do perfil metálico. Para utilização
desta técnica, Wang supõe que a Linha Neutra Plástica está coincidente, ou muito
próxima, da interface aço-concreto.
3.3. A PROPOSTA DE CLARET
O grupo de pesquisas do LARIn, Laboratório de Análise de Risco de Incêndio, da
Universidade Federal de Ouro Preto coordenado pelo Professor Dr. Antonio Maria
Claret de Gouveia, vem pesquisando o emprego da proteção passiva parcial alguns
anos. Essa técnica consiste, assim como WANG (1997), no uso de proteção passiva
CAP. 3 – A TÉCNICA DE PROTEÇÃO PARCIAL
59
apenas nas partes dos perfis que venham a suportar os esforços internos de maior
grandeza em situação de incêndio.
Em CLARET et al. (1999) é proposta uma técnica para redução do custo de proteção
passiva que também consiste na proteção parcial de vigas mistas, mas de parte do vão,
conforme ilustrado na Figura 3.2. Com o emprego do VULCAN, foi possível prever a
resposta de vigas mistas em situação de incêndio. Com os resultados apresentados
nestas análises, pôde-se concluir que, para os perfis usuais do Brasil, uma economia de
20 a 30% no custo da proteção passiva pode ser alcançada, utilizando esta técnica de
proteção parcial.
Figura 3.1 – Proteção Parcial Proposta por WANG (1997).
proteção parcial
Figura 3.2 – Proteção Parcial Proposta por CLARET et al. (1997).
CAP. 3 – A TÉCNICA DE PROTEÇÃO PARCIAL
60
COSTA (2001) fez um aprofundamento do estudo iniciado por CLARET et al. (1999).
Foram comparados os resultados da proteção parcial no centro do vão e da proteção
parcial nas extremidades. Os resultados indicaram que a proteção nas extremidades,
isto é, nos apoios, é potencialmente mais econômica. Porém, deve-se levar em
consideração a dificuldade de aplicação da proteção passiva nas ligações. Em vãos
superiores a 6m, observou-se que a economia em termos de volume de material de
proteção na viga mista com vão parcialmente protegido, comparada com a proteção
total feita pela NBR 14323 (1999), situa-se na faixa de 40% a 50%.
3.4. A PROPOSTA DA PRESENTE PESQUISA
Investigações da resistência ao fogo de colunas de aço isoladas foram realizadas por
CARVALHO (2002) e ANDRADE (2003). Estes autores investigaram no VULCAN a
temperatura crítica para a coluna em função de vários parâmetros, tais como, fator de
carga, comprimento da coluna e excentricidade do carregamento. Os resultados
mostraram que, para perfis não protegidos, a temperatura crítica foi relativamente baixa.
Já os perfis com proteção parcial tiveram uma boa elevação na temperatura crítica.
Na presente pesquisa dar-se-á continuidade aos trabalhos desenvolvidos por estes dois
últimos autores, aplicando proteção passiva apenas nas mesas, conforme a Figura 3.3,
onde, t
m
é a espessura de material de proteção. A diferença é que nos trabalhos de
CARVALHO (2002) e ANDRADE (2003) era suposta uma distribuição e uma variação
de temperatura na seção transversal ao longo do tempo. Para determinar o tempo de
resistência ao fogo das colunas, considerava-se que a temperatura de colapso da coluna
era a temperatura atingida pelas mesas, e determinava-se a carga subtraindo a parcela de
resistência da alma. Hoje o LARIn conta com o software TASEF que nos fornece a
variação e a distribuição de temperatura no perfil em função do tempo. Com ele é
possível determinar com mais exatidão no tempo o qual a temperatura crítica será
atingida em cada ponto do perfil.
CAP. 3 – A TÉCNICA DE PROTEÇÃO PARCIAL
61
tm
Figura 3.3 – Proteção Parcial Proposta no Presente Trabalho.
3.5. CARACTERISTICAS DO MATERIAL DE PROTEÇÃO TÉRMICA
A condutividade térmica do material de proteção, ou seja, sua capacidade de
transmissão de calor de uma face à outra, é variável com a temperatura. Esta
condutividade deve ser determinada através de ensaios realizados em laboratórios, e
encontra-se disponibilizada pelos fabricantes dos revestimentos de proteção passiva.
Neste trabalho, o material de proteção utilizado é argamassa projetada constituída de
cimento, areia e vermiculita, cuja densidade é de 260kg/m³. Sua condutividade térmica
varia segundo a curva apresentada na Figura 3.4.
0 200 400 600 800 1000 1200
0,00
0,05
0,10
0,15
0,20
0,25
0,30
Condutividade Térmica λ
m
(W/mºC)
Temperatura (ºC)
Figura 3.4 – Condutibilidade Térmica do Material de Proteção em Função da
Temperatura.
CAP. 3 – A TÉCNICA DE PROTEÇÃO PARCIAL
62
O calor específico do material de proteção é a relação entre a quantidade de calor
fornecida a uma certa massa do mesmo e a elevação de temperatura correspondente e é,
obviamente, variável com a temperatura. Seu valor também deve ser fornecido pelos
fabricantes. Para o material de proteção utilizado neste trabalho, o calor específico varia
conforme a curva apresentada na Figura 3.5. Os dados foram fornecidos pelo fabricante
do material isolante utilizado.
0 200 400 600 800 1000
1200
800
1000
1200
Calor Específico c
m
(J/kgºC)
Temperatura (ºC)
Figura 3.5 – Calor Específico do Material de Proteção em Função da Temperatura.
CAPÍTULO 4
ANÁLISE PARAMÉTRICA DA RESISTÊNCIA AO
FOGO DE COLUNAS DE AÇO PARCIALMENTE
PROTEGIDAS
4.1. INTRODUÇÃO
O emprego de programas que utilizam o método dos elementos finitos em escritórios de
projeto apresenta uma dificuldade que decorre de sua complexidade e de sua
morosidade. Ainda que se pese o desenvolvimento de processadores cada vez mais
rápidos, a complexidade do comportamento estrutural em incêndio representa um
elevado custo computacional e exige conhecimento especializado para sua análise.
os métodos simplificados conservadores, resultando em uma economicidade aquém
do necessário para dar ao aço estrutural a competitividade desejada.
Uma alternativa ao uso direto do método avançado em escritórios de cálculo, que
preserva uma precisão adequada, sem se fazer acompanhar de alta complexidade, é o
emprego de resultados de estudos paramétricos.
O emprego sistemático de métodos avançados para a análise de determinada classe de
estruturas permite determinar relações simples entre grandezas como a temperatura de
colapso ou o tempo de resistência ao fogo e parâmetros definidores da estrutura. Estas
CAP. 4 – ANÁLISE PARAMÉTRICA DA RESISTÊNCIA AO FOGO DE COLUNAS DE AÇO
PARCIALMENTE PROTEGIDAS
64
relações são equações paramétricas cujos resultados têm uma significação estatística
definida.
Exemplos recentes de equações paramétricas para a determinação da temperatura crítica
de vigas sem proteção e com proteção parcial resultaram da pesquisa de CLARET et al.
(1999) e de COSTA (2001). Entre as normas técnicas, a New Zealand Building Code
fornece equações paramétricas para determinar a temperatura crítica de vigas
(Büchanann, 1998).
4.2. METODOLOGIA
São determinadas as cargas críticas à temperatura ambiente de pilares constituídos de
perfis laminados, comercialmente disponíveis no Brasil, considerando-se comprimentos
e excentricidades usuais em projetos de edifícios de andares múltiplos. Em seguida,
esses pilares serão analisados para 30, 60, 90 e 120 minutos de incêndio, que são os
tempos prescritos pela NBR 14432 (2000), obtendo-se a carga que os mesmos suportam
para cada tempo de resistência ao fogo.
São analisados pilares de aço isolados com extremidades bi-rotuladas, constituídos de
perfis HP 310x125, produzidos pela AÇOMINAS, cujas propriedades geométricas estão
descritas na Tabela 4.2. Os pilares com comprimento de flambagem de 3.0, 6.0, 9.0 e
12.0m, são analisados sob flexo-compressão em torno do eixo de maior inércia,
provocada por cargas excêntricas, sendo considerados continuamente travados na
direção de menor inércia. Os valores das relações de excentricidade da carga (e/d), onde
e é a excentricidade da carga e d é a altura do perfil, são adotadas iguais a 0.00, L/1000
(excentricidade acidental), 0.25, 0.50 e 1.00. O dimensionamento segue as prescrições
da NBR 8800 (1986) e é feito sob três condições de carregamento, conforme ilustrado
na Figura 4.19, ocasionando curvatura simples assimétrica (CSA), curvatura simples
simétrica (CSS) e curvatura reversa (CR) na coluna. Considera-se que as colunas são
constituídas do aço ASTM A572, que tem tensão de escoamento de 345MPa e tensão
CAP. 4 – ANÁLISE PARAMÉTRICA DA RESISTÊNCIA AO FOGO DE COLUNAS DE AÇO
PARCIALMENTE PROTEGIDAS
65
última de 490MPa. As cargas críticas dos pilares à temperatura ambiente, para cada
excentricidade, encontram-se nas Tabelas 4.7 a 4.12.
As análises térmicas são realizadas pelo software TASEF que utiliza o Método dos
Elementos Finitos para obtenção da evolução da temperatura na seção transversal do
perfil em função do tempo. Nele, as seções transversais das colunas são divididas em
um número de elementos bidimensionais, conforme mostrado nas Figuras 4.5 e 4.8. As
colunas são submetidas a um incêndio padrão, dado pela NBR 5628 (1980), para os
tempos requeridos de resistência ao fogo (TRRF) de 30, 60, 90 e 120 minutos, sem
proteção passiva e com proteção passiva parcial nas mesas. As espessuras de proteção
parcial são de 10, 20, 30 e 40mm, supondo o uso de argamassa projetada descrita o
Capítulo 3.
As análises estruturais a temperaturas elevadas foram feitas usando o Método dos
Elementos Finitos, com o auxílio do software VULCAN. Nele as colunas são divididas,
longitudinalmente, em um número de elementos de viga-coluna unidimensionais, de
acordo com a Figura 4.20. A seção transversal é dividida em 12 elementos, Figura 4.14.
A resposta do VULCAN se em termos de temperaturas críticas e deslocamentos. A
partir do VULCAN, é possível determinar a carga máxima que a coluna suporta em um
determinado tempo de exposição ao incêndio padrão que, devido a alguns fatores de
segurança mais baixos utilizados em situação de incêndio, encontra-se geralmente entre
0,3 e 0,7 da carga última à temperatura ambiente.
Tabela 4.1 – Parâmetros considerados para análise em incêndio.
Comprimento Situação de Esp. De Proteção TRRF
(m) Projeto (mm) (min.)
3,0 0 0 30
6,0 L/1000 CSA 10 60
9,0 0,25d CSS 20 90
12,0 0,50d CR 30 120
1,0d 40
Perfil Excentricidade
HP 310x125
Tabela 4.2 – Propriedades geométricas do perfil utilizado.
d (mm)
b
f
(mm) t
w
(mm) t
f
(mm)
A (cm
2
)
I
x
(cm
4
) W
x
(cm
3
)
r
x
(cm)
I
y
(cm
4
) W
y
(cm
3
)
r
y
(cm)
I
t
(cm
4
)
312 312 17,4 17,4 159 27076 1735,6 13,05 8823 565,6 7,45 178
Perfil HP 310 x 125
CAP. 4 – ANÁLISE PARAMÉTRICA DA RESISTÊNCIA AO FOGO DE COLUNAS DE AÇO
PARCIALMENTE PROTEGIDAS
66
4.3. ANÁLISES TÉRMICAS
As análises térmicas o realizadas pelo software TASEF, que utiliza o Método dos
Elementos Finitos para obtenção da evolução da temperatura na seção transversal do
perfil em função do tempo. Nele, as seções transversais dos perfis são divididas em um
número de elementos bidimensionais, conforme mostrado na Figura 4.1. As estruturas
podem ser analisadas em incêndio padrão, dado pela NBR 5628 (1980), ou em
incêndios naturais, dados pelo EC1 (1995), para qualquer tempo requerido de
resistência ao fogo (TRRF), sem proteção passiva, com proteção passiva parcial ou
com proteção total. Para cada Tempo Requerido de Resistência ao Fogo (TRRF)
definido na NBR 14432 (2000), o TASEF emitirá uma temperatura que será a
temperatura de colapso da estrutura e que será um parâmetro de entrada para as análises
estruturais que serão descritas no item 4.4.
4.3.1. O SOFTWARE TASEF
O TASEF é um software de análise térmica cuja principal função é descrever o histórico
de temperaturas em uma estrutura submetida a um gradiente térmico, que no nosso caso
é o incêndio. O TASEF utiliza elementos isoparamétricos bidimensionais triangulares e
quadrangulares com 3 e 4 nós, respectivamente, conforme ilustra a Figura 4.1.
(a) Elemento triangular de três nós (b) Elemento retangular de quatro nós
Figura 4.1 – Elementos Finitos do TASEF.
CAP. 4 – ANÁLISE PARAMÉTRICA DA RESISTÊNCIA AO FOGO DE COLUNAS DE AÇO
PARCIALMENTE PROTEGIDAS
67
Para a realização da análise, a seção transversal do perfil é modelada por uma malha de
elementos finitos quadrangulares e a temperatura de cada ponto nodal é calculada para
cada passo de tempo. É necessário, então, resolver uma equação de equilíbrio análoga à
equação utilizada para solução de problemas estruturais:
[
]
{
}
{
}
QK =
θ
(4.1)
onde:
[
]
K
é a matriz de condutividade térmica;
{
}
θ
é o vetor de incrementos das
temperaturas nodais;
{
}
Q
é o vetor de fluxos de calor nodais incrementais.
As formulações do TASEF são descritas detalhadamente no Anexo A.
4.3.1.1. DISCRETIZAÇÃO TRANSVERSAL DOS PERFIS EM ELEMENTOS
FINITOS
Para obtenção das temperaturas nodais em cada passo de tempo (cada incremento de
temperatura), faz-se necessário a discretização do perfil a ser analisado em elementos
finitos. Conforme citado anteriormente, serão utilizados elementos quadrangulares
isoparamétricos. Deve-se fazer uma discretização de modo a compatibilizar a
discretização transversal do TASEF com a do VULCAN, que é padronizada e será
apresentada oportunamente.
Como dados de entrada, são fornecidas ao TASEF: características geométricas do perfil
a ser analisado, propriedades do material, temperatura ambiente e temperatura inicial da
estrutura, identificação dos grupos de nós que receberão diretamente o fluxo de calor,
tempo de análise e curva de incêndio a qual o perfil está submetido.
O programa possui em seu banco de dados características térmicas de quatro materiais:
aço, concreto e duas lãs minerais de 50 kg/m³ e 140 kg/m³. Para efetuar análises
utilizando qualquer dos materiais anteriormente citados, é necessário somente informar
ao programa o tipo de material utilizado. Todavia, outros materiais podem ser utilizados
CAP. 4 – ANÁLISE PARAMÉTRICA DA RESISTÊNCIA AO FOGO DE COLUNAS DE AÇO
PARCIALMENTE PROTEGIDAS
68
desde que se conheça e se forneça as características térmicas de tais materiais. O
material de proteção térmica utilizado neste estudo paramétrico será aquele descrito no
item 3.5.
O TASEF permite que se utilize grupos de nós para introdução de diferentes
emissividades em cada região do perfil. A COMMISSION OF THE EUROPEAN
COMMUNITIES (1993), sugere que a emissividade do perfil seja adotada de acordo
com a Figura 4.2.
bf
tf
h
tw
ε1
( )
( )
( )
++
=
tfh
twbf
tfh
twbf
2
4
2
2
5,01
2
2
ε
( )
( )
( )
( )
++
+
==
twbf
twbf
tfh
twbf
tfh
2
2
4
2
5,042
2
2
εε
bf
tf
h
tw
ε4
ε2
bf
tf
h
tw
ε3
5,03
=
ε
Figura 4.2 – Determinação das Emissividades.
CAP. 4 – ANÁLISE PARAMÉTRICA DA RESISTÊNCIA AO FOGO DE COLUNAS DE AÇO
PARCIALMENTE PROTEGIDAS
69
As emissividades ilustradas na Figura 4.2 foram baseadas em estudos de Efeitos de
Sombra e as equações apresentadas, na maioria dos casos, resultam em valores muito
próximos aos adotados na Figura 4.3, podendo estes valores, sem grandes erros, serem
utilizados nas análises térmicas.
ε=0,2 ε=0,2
ε=0,2 ε=0,2
ε=0,3ε=0,3
ε=0,5
ε=0,5
Figura 4.3 – Emissividades Simplificadas.
PERFIL SEM PROTEÇÃO TÉRMICA
Neste item será apresentada a discretização da seção transversal do perfil HP 310 x 125
sem nenhuma proteção térmica, Figura 4.4. O perfil apresenta as seguintes dimensões:
mm
tw
mm
tf
mm
h
mm
bf
4
,
17
4
,
17
312
312
=
=
=
=
bf
tf
h
tw
x
Figura 4.4 – Perfil Laminado HP 310 x 125.
CAP. 4 – ANÁLISE PARAMÉTRICA DA RESISTÊNCIA AO FOGO DE COLUNAS DE AÇO
PARCIALMENTE PROTEGIDAS
70
A simetria do perfil e do carregamento térmico, que iremos considerar que o fogo
incide nas 4 faces do perfil, nos leva a uma economia de tempo de processamento uma
vez que é possível discretizar apenas 1/4 da seção transversal, conforme ilustra a Figura
4.5.
1
3
5
6
7
8 10
15
17
22
24
x
y
REGIÃO FICTÍCIA
12 13 14
19 20 21
26 27 28
2
9
16
23
4
11
18
25
h/2
bf/2
Figura 4.5 – Discretização em Elementos Finitos do Perfil HP 310 x 125 – Sem
Proteção.
Algumas observações importantes devem ser consideradas na elaboração da malha a ser
utilizada pelo TASEF. A primeira delas, de extrema importância para a interpretação
dos resultados, é que os nós são numerados em seqüência, crescendo primeiramente em
y e depois em x. A segunda, não menos importante que a primeira para a interpretação
dos resultados, é que os eixos cartesianos são rotacionados de um ângulo de 90º em
sentido horário em relação ao sistema de eixos convencional, como pode ser visto na
Figura 4.5. Note também, que para a discretização da seção é necessário a utilização do
que, no TASEF, chama-se de nós fictícios. Para discretizar um perfil I, como o ilustrado
na Figura 4.5, é necessário definir toda uma região, chamada pelo programa de região
principal, que tem dimensões, neste caso, de
2bf
e
2h
, ou seja, um retângulo com
vértices nos nós 1 e 28. Desta região principal retira-se uma região retangular com
vértices no 8 e 26, chamada de região fictícia. Esta região é, então,
desconsiderada pelo programa durante a análise. Durante a análise, é como se a região
CAP. 4 – ANÁLISE PARAMÉTRICA DA RESISTÊNCIA AO FOGO DE COLUNAS DE AÇO
PARCIALMENTE PROTEGIDAS
71
formada pelos nós 15, 16, 17, 18, 22, 23, 24 e 25 não existisse, o que nos remete à
estrutura real. Os demais nós são chamados de nós homogêneos.
A análise é feita considerando a exposição direta dos nós 8, 9, 10,11, 12, 19, 26, 27, 28,
21, 14 e 7 ao incêndio com duração do TRRF específico para cada estrutura. Cabe
salientar que a escolha da malha de elementos finitos, apresentada na Figura 4.5, é feita
de acordo com a malha da seção transversal do VULCAN, software utilizado para
realizar as análises estruturais avançadas neste trabalho, que tem uma configuração fixa.
Conforme mencionado anteriormente, o TASEF fornece o histórico de temperaturas ao
longo do tempo, para cada homogêneo discretizado na estrutura real. Porém, nem
todos esses nós tem interesse direto para as análises estruturais, que serão mostrados no
item 4.4. Para uma melhor compreensão dos nós que realmente interessam, apresenta-se
na Figura 4.6, a malha da seção transversal predefinida pelo VULCAN.
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
6)
7)
8)
Figura 4.6 – Malha da Seção Transversal do Elemento Utilizado pelo VULCAN.
A malha da seção transversal do elemento de viga-coluna do VULCAN, como visto na
Figura 4.6, tem 13 nós predefinidos. Nesses nós é necessário conhecer a variação de
temperatura ao longo do tempo. Para isso é necessário proceder a uma compatibilização
entre a malha do TASEF e a malha do VULCAN, que, para este perfil, é mostrada na
Tabela 4.3.
CAP. 4 – ANÁLISE PARAMÉTRICA DA RESISTÊNCIA AO FOGO DE COLUNAS DE AÇO
PARCIALMENTE PROTEGIDAS
72
Tabela 4.3 – Compatibilização de Nós do TASEF e VULCAN.
Nó do TASEF Nó do VULCAN
1 7
2 6 e 8
6 3 e 11
20 2, 4,10 e 12
27 1, 5, 9 e 13
O histórico de temperatura, em cada passo de tempo, nos nós de interesse do perfil HP
310 x 125, sem proteção térmica, submetido ao incêndio padrão durante 2 horas, é
mostrado na Tabela 4.4 e ilustrado na Figura 4.7
Tabela 4.4 – Histórico de Temperatura do Perfil HP 310 x 125, sem proteção térmica,
submetido ao incêndio padrão durante 2 horas.
Tempo T1-T5 T6 T7 T8 T9 -T13
(min.) (ºC) (ºC) C) (ºC) (ºC)
0 20 20 20 20 20
6 191 181 179 181 191
12 400 382 377 382 400
18 564 544 539 544 564
24 681 663 659 663 681
30 744 732 729 732 744
36 793 780 778 780 793
42 852 838 835 838 852
48 889 882 880 882 889
54 913 909 909 909 913
60 933 930 930 930 933
66 949 947 947 947 949
72 963 962 961 962 963
78 976 975 975 975 976
84 988 987 987 987 988
90 999 998 998 998 999
96 1009 1008 1008 1008 1009
102 1019 1018 1018 1018 1019
108 1028 1027 1027 1027 1028
114 1036 1036 1036 1036 1036
120 1044 1044 1044 1044 1044
CAP. 4 – ANÁLISE PARAMÉTRICA DA RESISTÊNCIA AO FOGO DE COLUNAS DE AÇO
PARCIALMENTE PROTEGIDAS
73
(1)
(2)
(3)
(4)
(5)
(9)
(10)
(11)
(12)
(13)
(6)
(7)
(8)
700
750
800
850
900
950
1000
1050
1100
120 min
90 min
60 min
30 min
Temperatura (ºC)
Figura 4.7 – Distribuição de Temperatura ao Longo do Tempo no Perfil HP 310 x 125 –
Sem Proteção.
Observa-se na Tabela 4.3 e na Figura 4.7 que a distribuição de temperatura ao longo do
perfil é praticamente uniforme após 1 hora de exposição ao incêndio.
PERFIL COM PROTEÇÃO PARCIAL
Para fins de ilustração do efeito da proteção passiva parcial, o mesmo perfil do item
anterior será discretizado agora, como exemplo, com proteção passiva de 30 mm de
espessura apenas nas mesas, Figura 4.8.
Além das observações feitas no exemplo anterior (perfil sem proteção térmica), este
exemplo conta com a presença de dois materiais: aço e argamassa de proteção. Entra
agora, também, os chamados nós de interface, que são os nós que encontram-se no
limite entre materiais diferentes, como os nós 11,18, 20, etc. Conforme mencionado
anteriormente, as propriedades térmicas do aço estão na base de dados do programa.
Como a argamassa de proteção utilizada neste trabalho não tem suas características
térmicas no banco de dados do TASEF, faz-se necessário fornecer tais informações. O
material de proteção utilizado nesta pesquisa é uma argamassa projetada constituída de
cimento, areia e vermiculita, descrita no item 3.5 .
CAP. 4 – ANÁLISE PARAMÉTRICA DA RESISTÊNCIA AO FOGO DE COLUNAS DE AÇO
PARCIALMENTE PROTEGIDAS
74
1 2 3 4 5 6 7
8 9 10
14
15
16 17
21
22
23 24
28
29 30 31
35
32 33 34
x
y
PROTEÇÃO TÉRMICA
REGIÃO FICTÍCIA
tm bf/2
h/2
Figura 4.8 – Discretização em Elementos Finitos do Perfil HP 310 x 125 – Com
Proteção Parcial.
O histórico de temperatura, em cada passo de tempo, nos nós de interesse do perfil HP
310x125, com 30 mm de proteção térmica nas mesas, submetido ao incêndio padrão
durante 2 horas, é mostrado na Tabela 4.5 e ilustrado na Figura 4.9.
Tabela 4.5 – Histórico de Temperatura do Perfil HP 310 x 125, com 30 mm de proteção
térmica nas mesas, submetido ao incêndio padrão durante 2 horas.
Tempo T1-T5 T6 T7 T8 T9 -T13
(min.) (ºC) (ºC) (ºC) (ºC) (ºC)
0 20 20 20 20 20
6 43 148 168 148 43
12 96 276 325 276 96
18 161 388 455 388 161
24 227 481 562 481 227
30 290 562 647 562 290
36 351 629 712 629 351
42 409 686 758 686 409
48 459 726 802 726 459
54 505 765 856 765 505
60 549 806 890 806 549
66 590 849 917 849 590
72 626 878 939 878 626
78 659 901 957 901 659
84 691 923 972 923 691
90 712 941 986 941 712
96 734 956 998 956 734
102 751 969 1009 969 751
108 773 981 1019 981 773
114 789 993 1028 993 789
120 816 1003 1037 1003 816
CAP. 4 – ANÁLISE PARAMÉTRICA DA RESISTÊNCIA AO FOGO DE COLUNAS DE AÇO
PARCIALMENTE PROTEGIDAS
75
300 450 600 750 900 1050
120 min
90 min
60 min
30 min
Temperatura (ºC)
(1)
(2)
(3)
(4)
(5)
(9)
(10)
(11)
(12)
(13)
(6)
(7)
(8)
Figura 4.9 – Distribuição de Temperatura no Perfil HP 310 x 125 – Com 30mm de
Proteção Parcial nas Mesas.
4.4. ANÁLISES ESTRUTURAIS
As análises estruturais foram realizadas pelo software VULCAN desenvolvido na
Universidade de Shefield, UK, baseado no Método dos Elementos Finitos. Para cada
TRRF definido na NBR 14432 (2000) será retirada do TASEF uma temperatura que
será a temperatura de colapso da estrutura. Investiga-se, então, no VULCAN, a carga
máxima que a estrutura suporta naquela temperatura.
4.4.1. O SOFTWARE VULCAN
Nenhum método de análise estrutural teve aceitação tão ampla quanto o método dos
elementos finitos. Após o seu surgimento e seu desenvolvimento, em paralelo com os
computadores digitais, sua aplicação aos domínios mais desafiantes da Engenharia
ocorreu rapidamente, com ampla validação experimental. Entretanto,
comparativamente, sua aplicação à análise do comportamento estrutural em incêndio
deu-se tardiamente.
CAP. 4 – ANÁLISE PARAMÉTRICA DA RESISTÊNCIA AO FOGO DE COLUNAS DE AÇO
PARCIALMENTE PROTEGIDAS
76
Devido ao alto custo e às limitações físicas da experimentação em fornos para obtenção
da resposta estrutural em incêndio, muito rapidamente sentiu-se a necessidade de
elaboração de modelos analíticos confiáveis para viabilizar a análise da resposta das
peças estruturais sob altas temperaturas. Métodos avançados de modelamento de
incêndio e ensaios de subestruturas mostraram a necessidade de considerar o efeito da
hiperestaticidade e da distribuição não uniforme de temperaturas no caso de análise de
estruturas reais, BAILEY (1995).
A evolução dos modelos analíticos pode ser encontrada, de forma resumida no trabalho
de BAILEY (1995) que considera trabalhos publicados a partir de 1967. Os primeiros
modelos faziam uma estimativa da temperatura crítica de vigas de aço isoladas, sob
distribuição uniforme de temperatura, através de modelos elasto-plásticos perfeitos,
passando-se, em trabalhos posteriores, à consideração de distribuição de temperatura
variável. O método dos elementos finitos começou a ser utilizado em 1975, mas o
primeiro programa de grande porte implementado foi o FASBUS II (Fire Analysis of
Steel Building Systems), IDING e BRESLER (1981), cuja evolução levou à introdução
de não-linearidades físicas e geométricas no modelo. O grupo de Engenharia de
Incêndio da Universidade de Sheffield, Inglaterra, elaborou um programa denominado
INSTAF, para análise de estruturas de aço em incêndio a partir de um programa para
análise não-linear à temperatura ambiente.
O programa INSTAF foi originalmente desenvolvido na Universidade de Alberda,
Canadá, para análise do comportamento em 2D de estruturas de aço à temperatura
ambiente. Este programa utiliza elementos de viga-coluna que descrevem bem as
características de não-linearidade física e grandes deslocamentos de estruturas de aço.
Os termos de ordem mais elevada da relação deformação-deslocamento são retidos para
permitir o tratamento exato do comportamento com grandes deslocamentos. Neste
programa, formulações Lagrangeanas Totais são adotadas, de modo que grandes
deslocamentos possam ser analisados. Para solucionar o problema não-linear o método
iterativo de Newton-Raphson é usado, não permitindo, portanto, traçar o
comportamento pós-crítico da estrutura de aço.
CAP. 4 – ANÁLISE PARAMÉTRICA DA RESISTÊNCIA AO FOGO DE COLUNAS DE AÇO
PARCIALMENTE PROTEGIDAS
77
NAJJAR (1994) e NAJJAR e BURGESS (1996) estenderam a formulação básica do
INSTAF da análise 2D para a análise 3D. Neste programa, 8 graus de liberdade em
coordenadas locais são usados para cada em um elemento unidimensional de 2 nós,
conforme ilustrado na Figura 4.11. Estes 8 graus de liberdade em coordenadas locais
incluem os seis graus de liberdade convencionais (três deslocamentos u,v,w e as três
rotações θ
x
, θ
y
, θ
z
) além da primeira derivada do deslocamento axial u’ e o ângulo de
torção θ
z
em relação ao respectivo eixo longitudinal, conforme mostra a Figura 4.10. A
inclusão de u’ permite que o efeito de grandes deslocamentos seja considerado. A
inclusão de θ
z
permite a simulação do empenamento e a flambagem lateral por torção.
BAILEY (1995) descreve as implementações feitas no programa INSTAF para
introdução de análise de ligações semi-rígidas em incêndio. Em uma linha evolutiva, o
INSTAF foi modificado para introduzir a análise de lajes em ação estrutural composta
com vigas de aço. Esta versão do programa foi denominada VULCAN.
O VULCAN é um programa de análise tridimensional, desenvolvido com a finalidade
de modelar o comportamento de estruturas de edifícios, trabalhando conjuntamente com
lajes, sob condições de incêndio. Nele a estrutura é modelada como uma montagem de
elementos de vigas, pilares, molas, conectores de cisalhamento e lajes.
A laje é representada por um elemento de placa de 4 nós, com 5 graus de liberdade por
(Figura 4.12). Os nós dos diferentes tipos de elementos estão definidos em um plano
de referência fixo, comum. Para representar as características das ligações aço-aço e
ligações semi-rígidas de um pórtico, um elemento de mola, com 2 nós, de comprimento
nulo, com os mesmos graus de liberdade do elemento de viga-coluna, pode ser usado
(Figura 4.13). A interação de vigas de aço e lajes de concreto é representada usando um
elemento de ligação também com 2 nós e comprimento nulo, com três graus de
liberdade translacionais e dois rotacionais em cada nó, para simular um conector de
cisalhamento.
CAP. 4 – ANÁLISE PARAMÉTRICA DA RESISTÊNCIA AO FOGO DE COLUNAS DE AÇO
PARCIALMENTE PROTEGIDAS
78
Elevação
Planta
Vista da seção
transversal
Figura 4.10 – Deformações geométricas infinitesimais em um segmento z do elemento
de Viga-Coluna, (NAJJAR, 1994).
CAP. 4 – ANÁLISE PARAMÉTRICA DA RESISTÊNCIA AO FOGO DE COLUNAS DE AÇO
PARCIALMENTE PROTEGIDAS
79
z,u
y,v
x,w
θ
'
θ
w'
v'
u
u'
v
w
Coordenadas Locais
(8 graus de liberdade)
θ
'
θ
V
dV/dY
W'
dW/dX
W
U
U'
dW/dY
V'
Y,V
X,W
Z,U
Coordenadas Globais
(11 graus de liberdade)
Figura 4.11 – Elemento de viga-coluna do VULCAN com seus graus de liberdade em
coordenadas locais e globais, (BAILEY, 1995).
CAP. 4 – ANÁLISE PARAMÉTRICA DA RESISTÊNCIA AO FOGO DE COLUNAS DE AÇO
PARCIALMENTE PROTEGIDAS
80
Posições Nodais
Elemento de Placa Típico
de 4 nós
Figura 4.12 – Elemento de Placa do VULCAN, (BAILEY, 1995).
z,u
y,v
x,w
θ'
θ
w'
v'
u
u'
v
w
Elemento de Mola de
Comprimento Nulo
Figura 4.13 – Graus de liberdade para o elemento de mola do VULCAN em
coordenadas locais, (BAILEY, 1995).
Como em qualquer solução de problemas contínuos em elementos finitos, o
comprimento total da barra é dividido em diversos elementos, conectados entre si pelos
pontos nodais. O eixo de referência é localizado no centróide da seção, calculado à
temperatura ambiente, e permanece fixo. Os deslocamentos dos pontos nodais são as
variáveis do problema. Funções de interpolação polinomiais cúbicas são utilizadas neste
modelo para definir o deslocamento do eixo baricêntrico em relação ao eixo de
referência no interior do elemento. A equação de equilíbrio do modelo para uma análise
não-linear é dada por:
(
)
[
]
{
}
{
}
PuK =
θ
(4.2)
CAP. 4 – ANÁLISE PARAMÉTRICA DA RESISTÊNCIA AO FOGO DE COLUNAS DE AÇO
PARCIALMENTE PROTEGIDAS
81
onde:
(
)
[
]
θ
K
é a matriz de rigidez tangente;
{
}
u
é o vetor de incrementos dos
deslocamentos nodais;
{
}
P
é o vetor de forças nodais incrementais.
O problema da não-linearidade do modelo é resolvido pelo processo de Newton-
Raphson modificado, que será tratado no próximo item.
Para permitir uma considerável variação de tensão, de deformação e de temperatura na
seção transversal, esta é definida por 13 pontos nodais, o que a divide em 12 segmentos,
conforme a Figura 4.14.
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
6)
7)
8)
Figura 4.14 – Malha da Seção Transversal com os Pontos Nodais nos quais
Deslocamentos, Deformações e Tensões Serão Definidos.
4.4.1.1. O MÉTODO DE NEWTON-RAPHSON A ALTAS TEMPERATURAS
Como visto no item 2.4.1, a elevação de temperatura provoca uma degradação das
propriedades mecânicas do material. Assim, para cada valor de temperatura tem-se uma
curva carga-deslocamento. Contudo, para evitar maior trabalho computacional, a análise
é feita a partir de uma posição de equilíbrio, obtida para um valor de temperatura
anterior à elevação. Assim, é realizada primeiramente a análise à temperatura ambiente,
usando-se o método de Newton-Raphson Modificado. Obtidos o carregamento final e os
deslocamentos correspondentes a uma posição de equilíbrio, estes valores são utilizados
como ponto de partida para a análise sobre incrementos térmicos. Dando-se então um
CAP. 4 – ANÁLISE PARAMÉTRICA DA RESISTÊNCIA AO FOGO DE COLUNAS DE AÇO
PARCIALMENTE PROTEGIDAS
82
incremento térmico, definido pelo TASEF, recai-se numa posição de desequilíbrio entre
o carregamento externo mantido constante e as forças internas da estrutura, Figura 4.15.
Os deslocamentos correspondentes à nova posição de equilíbrio são obtidos por meio de
iterações, da mesma forma que no processo de Newton-Raphson à temperatura
ambiente. Obtido um novo ponto de equilíbrio, dá-se outro acréscimo de temperatura e
itera-se até convergir para outra posição de equilíbrio. O processo é repetido até que se
obtenha a temperatura de falha da estrutura, conforme mostrado no item seguinte.
Deslocamento
Carga
T0<T1<T2
T0
T1
T2
{FEXT}
T0{D} T1{D} T2{D}
Figura 4.15 – Método de Newton-Raphson Modificado a Altas Temperaturas.
4.4.1.2. IDENTIFICAÇÃO DA FALHA ESTRUTURAL
A cada iteração a matriz de rigidez da estrutura [K] é montada e fatorada para obter-se
os deslocamentos incrementais da estrutura. O processo adotado pelo VULCAN na
solução do sistema de equações é a eliminação gaussiana. O colapso estrutural numérico
é obtido quando a matriz de rigidez tornar-se indefinida, o que ocorre quando um ou
mais pivôs negativos aparecem na diagonal principal da matriz de rigidez.
Um procedimento automático é adotado para que, uma vez identificada a falha, haja um
refinamento nos incrementos de temperatura, de forma que a análise não finalize por
falha numérica. Assim, no início da análise, a temperatura é aumentada em incrementos
pré-determinados, dados pelo TASEF. Em algum instante da análise, o VULCAN irá
CAP. 4 – ANÁLISE PARAMÉTRICA DA RESISTÊNCIA AO FOGO DE COLUNAS DE AÇO
PARCIALMENTE PROTEGIDAS
83
indicar a presença de pivôs negativos na eliminação. Isto é ilustrado na Figura 4.16, na
temperatura
1n
T
+
. Como procura-se uma temperatura de falha mais refinada, retorna-se
à temperatura de equilíbrio anterior e dá-se um novo incremento térmico de 50% do
incremento anterior. O processo de retorno à posição anterior de equilíbrio e redução do
incremento térmico a 50% do valor anterior é repetido cada vez que a falha é detectada,
até que o valor do incremento seja menor ou igual a uma tolerância dada pelo usuário
que, geralmente, é de C, quando então o processo é encerrado e tem-se a temperatura
de colapso da estrutura sob aquela condição de carregamento.
Deslocamento
Carga
Tn
Tn+1
{FEXT}
Matriz de Rigidez
Posição de Equilíbrio para temperatura Tn
Figura 4.16 – Método de Newton-Raphson na Proximidade da Falha Estrutural.
4.4.1.3. LIMITAÇÕES DO VULCAN
O VULCAN possui poucos tipos de elementos finitos em sua biblioteca e não pode
simular modos muito detalhados de comportamentos estruturais, incluindo a flambagem
local e a flambagem distorsional.
O programa usa o método de Newton-Raphson para executar as iterações. Esse método
não é eficiente para acompanhar a trajetória pós-crítica da estrutura.
O VULCAN é um programa de análise estrutural e as distribuições de temperatura
(medida ou obtida de outros programas) são fornecidas no arquivo de entrada.
CAP. 4 – ANÁLISE PARAMÉTRICA DA RESISTÊNCIA AO FOGO DE COLUNAS DE AÇO
PARCIALMENTE PROTEGIDAS
84
4.4.2. DISTRIBUIÇÃO DE TEMPERATURA
O programa VULCAN foi desenvolvido com o objetivo de modelar incêndios
compartimentados e pode considera quaisquer distribuições de temperatura na seção
transversal e ao longo do elemento.
O comprimento do pilar é dividido em elementos de barra, conforme malha especificada
pelo usuário. Cada um destes elementos poderá estar sujeito a uma diferente
distribuição de temperatura resultando em uma dada distribuição de temperatura ao
longo da seção. Após cada elevação de temperatura, a espessura do segmento é
recalculada em função da redução do módulo de elasticidade do material, como
indicado na Figura 4.17.
Alguns estudos sobre variação da temperatura ao longo do comprimento do perfil foram
realizados. No entanto, os resultados não são cientificamente confiáveis por não haver
comprovação experimental satisfatória. Por essa razão, adotar-se-á nesse trabalho a
simplificação
1
de se considerar a temperatura uniforme ao longo da estrutura, mesmo
sabendo que na realidade ocorrem variações de temperatura ao longo do comprimento
da coluna. Esta prática está a favor da segurança.. Em FERREIRA et. al. (2005), é
apresentada uma metodologia para consideração da variação de temperatura ao longo do
comprimento da coluna.
Na seção transversal a distribuição e a variação de temperatura com o tempo é retirada
do TASEF, conforme mencionado anteriormente. Para o perfil HP 310x125, analisado
no item 4.3 as distribuições de temperatura consideradas pelo VULCAN serão aquelas
apresentadas nas Tabelas 4.3 e 4.4, que serão dados de entrada para o programa.
1
A NBR 14343 (1999), no item 8.3.1, recomenda a utilização desta simplificação.
CAP. 4 – ANÁLISE PARAMÉTRICA DA RESISTÊNCIA AO FOGO DE COLUNAS DE AÇO
PARCIALMENTE PROTEGIDAS
85
Figura 4.17 – Redução da Espessura da Seção em Função da Redução do Módulo de
Elasticidade com a Temperatura.
4.4.3. CONDIÇÕES DE CARREGAMENTO
As colunas foram analisadas submetidas a carregamentos centrados e momentos em
torno do eixo de maior inércia, simulando uma excentricidade de carregamentos,
conforme mostrado na Figura 4.18. As excentricidades adotadas são aquelas descritas
na Tabela 4.1, gerando na peça curvatura simples assimétrica, curvatura simples
simétrica e curvatura reversa, conforme ilustrado na Figura 4.19.
N
M1
M2
N
Figura 4.18 – Condições de Carregamento.
CAP. 4 – ANÁLISE PARAMÉTRICA DA RESISTÊNCIA AO FOGO DE COLUNAS DE AÇO
PARCIALMENTE PROTEGIDAS
86
M1
M1
M1
M2 M2 M2
ψ=-1 ψ=0 ψ=1
M2=ψM1
Figura 4.19 – Diagramas de Momentos Fletores para os Valores de ψ Indicados.
4.4.4. DISCRETIZAÇÃO LONGITUDINAL DA COLUNA EM ELEMENTOS
FINITOS
As colunas analisadas são divididas em dez elementos, conforme mostrado na Figura
4.20.
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
z,u
y,v
x,w
Figura 4.20 – Discretização Longitudinal da Coluna em Elementos Finitos.
4.4.5. DEFINIÇÃO DO COLAPSO ESTRUTURAL
O colapso estrutural é definido de acordo com a norma BS 476: parte 20, que descreve o
ensaio padrão de colunas de aço em fornos, conforme esplanado no item 2.5.2. A
CAP. 4 – ANÁLISE PARAMÉTRICA DA RESISTÊNCIA AO FOGO DE COLUNAS DE AÇO
PARCIALMENTE PROTEGIDAS
87
aplicação da carga a temperatura ambiente faz com que haja um encurtamento da
coluna. Com os incrementos de temperatura, a coluna começará a sofrer uma expansão
linear até o ponto em que uma perda sensível de rigidez e a estrutura volta a se
encurtar. A temperatura de colapso é convencionalmente adotada como sendo a
temperatura para o qual o deslocamento se anula. Esta descrição da BS 476 ocorre
para colunas curtas, perfeitas e submetidas a carregamentos centrados, originando
colapso por esmagamernto. A Figura 4.21 apresenta os deslocamentos de uma coluna
deste tipo. Nota-se que, nessa situação, deslocamento axial (u), o que,
seguramente, levará a coluna a romper por esmagamento.
Perfil HP 310 x 125
e = 0.0d
tm = 0.0 mm
L = 3000 mm
-2
0
2
4
6
8
10
12
14
0 100 200 300 400 500 600 700 800
Temperatura (ºC)
Deslocamento (mm)
Deslocamento Axial (u)
Deslocamento Lateral (v)
e
P
Desloc. do Nó 6
y, v
z, u
w, x
Figura 4.21 – Deslocamento do Nó 6 do perfil HP 310 x 125: L = 3000mm, Sem
Proteção Térmica, e = 0,0d.
A questão é que as estruturas reais são imperfeitas, cada vez mais esbeltas e sujeitas a
carregamentos excêntricos, o que leva a maioria das estruturas de aço a romper por
flambagem, e não por esmagamento.
Nas Figuras 4.22 e 4.23, nota-se o colapso da coluna por flambagem, pois a partir de
uma certa temperatura o deslocamento lateral (v) tende ao infinito, levando a coluna a
perder sua configuração original de equilíbrio.
CAP. 4 – ANÁLISE PARAMÉTRICA DA RESISTÊNCIA AO FOGO DE COLUNAS DE AÇO
PARCIALMENTE PROTEGIDAS
88
Perfil HP 310 x 125
e = L/1000
tm = 0.0 mm
L = 3000 mm
-25
-20
-15
-10
-5
0
5
10
15
20
0 200 400 600 800 1000 1200
Temperatura (ºC)
Deslocamento (mm)
Deslocamento Axial (u)
Deslocamento Lateral (v)
e
P
Desloc. do Nó 6
y, v
z, u
w, x
Figura 4.22 – Deslocamento do Nó 6 do perfil HP 310 x 125: L = 3000mm, Sem
Proteção Térmica, e = L/1000.
Perfil HP 310 x 125
e = 0.25d
tm = 0.0 mm
L = 3000 mm
-30
-25
-20
-15
-10
-5
0
5
10
15
20
25
0 200 400 600 800 1000 1200
Temperatura (ºC)
Deslocamento (mm)
Deslocamento Axial (u)
Deslocamento Lateral (v)
e
P
Desloc. do Nó 6
y, v
z, u
w, x
Figura 4.22 – Deslocamento do Nó 6 do perfil HP 310 x 125: L = 3000mm, Sem
Proteção Térmica, e = 0,25d.
4.5. RESULTADOS
A seguir serão apresentados os resultados das análises térmicas e análises estruturais
feitas para o perfil HP 310x125 considerando como variáveis os diversos parâmetros
descritos no item 4.2.
CAP. 4 – ANÁLISE PARAMÉTRICA DA RESISTÊNCIA AO FOGO DE COLUNAS DE AÇO
PARCIALMENTE PROTEGIDAS
89
4.5.1. DISTRIBUIÇÃO DE TEMPERATURA
Os históricos de temperaturas nodais no perfil HP 310x125, em cada passo de tempo,
obtidos pelo programa TASEF, são mostrados na Tabela 4.6, para espessuras de
proteção parcial variando de 0 a 40mm. As repostas são dadas apenas nos nós de
interesse, como explicado no item 4.3.1.1.
Tabela 4.6 – Histórico de temperatura na seção transversal do perfil HP 310x125
Tempo T1-T5 T6 T7 T8 T9 -T13 Tempo T1-T5 T6 T7 T8 T9 -T13 Tempo T1-T5 T6 T7 T8 T9 -T13
(min.) (ºC) (ºC) (ºC) (ºC) (ºC) (min.) (ºC) (ºC) (ºC) (ºC) (ºC) (min.) (ºC) (ºC) (ºC) (ºC) (ºC)
0 20 20 20 20 20 0 20 20 20 20 20 0 20 20 20 20 20
6 191 181 179 181 191 6 69 154 170 154 69 6 52 151 169 151 52
12 400 382 377 382 400 12 157 300 337 300 157 12 117 286 330 286 117
18 564 544 539 544 564 18 249 430 477 430 249 18 195 407 465 407 195
24 681 663 659 663 681 24 338 537 593 537 338 24 267 505 576 505 267
30 744 732 729 732 744 30 419 626 681 626 419 30 339 591 662 591 339
36 793 780 778 780 793 36 490 695 737 695 490 36 407 659 723 659 407
42 852 838 835 838 852 42 555 740 784 740 555 42 464 711 770 711 464
48 889 882 880 882 889 48 613 784 839 784 613 48 519 752 821 752 519
54 913 909 909 909 913 54 662 839 882 839 662 54 569 793 868 793 569
60 933 930 930 930 933 60 702 878 912 878 702 60 614 844 901 844 614
66 949 947 947 947 949 66 732 904 935 904 732 66 653 878 926 878 653
72 963 962 961 962 963 72 758 925 952 925 758 72 690 903 946 903 690
78 976 975 975 975 976 78 788 943 967 943 788 78 716 924 963 924 716
84 988 987 987 987 988 84 822 959 981 959 822 84 740 942 977 942 740
90 999 998 998 998 999 90 861 975 993 975 861 90 762 957 990 957 762
96 1009 1008 1008 1008 1009 96 895 990 1004 990 895 96 783 971 1001 971 783
102 1019 1018 1018 1018 1019 102 924 1003 1015 1003 924 102 809 983 1012 983 809
108 1028 1027 1027 1027 1028 108 949 1015 1025 1015 949 108 843 996 1022 996 843
114 1036 1036 1036 1036 1036 114 970 1026 1034 1026 970 114 874 1009 1031 1009 874
120 1044 1044 1044 1044 1044 120 989 1036 1042 1036 989 120 902 1021 1040 1021 902
Sem Proteção tm = 10mm tm = 20mm
Tempo T1-T5 T6 T7 T8 T9 -T13 Tempo T1-T5 T6 T7 T8 T9 -T13
(min.) (ºC) (ºC) (ºC) (ºC) (ºC) (min.) (ºC) (ºC) (ºC) (ºC) (ºC)
0 20 20 20 20 20 0 20 20 20 20 20
6 43 148 168 148 43 6 38 144 166 144 38
12 96 276 325 276 96 12 82 264 319 264 82
18 161 388 455 388 161 18 137 368 444 368 137
24 227 481 562 481 227 24 198 456 547 456 198
30 290 562 647 562 290 30 254 534 632 534 254
36 351 629 712 629 351 36 309 600 701 600 309
42 409 686 758 686 409 42 363 654 744 654 363
48 459 726 802 726 459 48 413 702 788 702 413
54 505 765 856 765 505 54 456 737 842 737 456
60 549 806 890 806 549 60 497 774 880 774 497
66 590 849 917 849 590 66 536 811 907 811 536
72 626 878 939 878 626 72 572 847 930 847 572
78 659 901 957 901 659 78 607 874 950 874 607
84 691 923 972 923 691 84 637 899 966 899 637
90 712 941 986 941 712 90 666 920 981 920 666
96 734 956 998 956 734 96 694 938 994 938 694
102 751 969 1009 969 751 102 712 953 1006 953 712
108 773 981 1019 981 773 108 732 966 1016 966 732
114 789 993 1028 993 789 114 749 978 1026 978 749
120 816 1003 1037 1003 816 120 763 988 1035 988 763
tm = 40mmtm = 30mm
CAP. 4 – ANÁLISE PARAMÉTRICA DA RESISTÊNCIA AO FOGO DE COLUNAS DE AÇO
PARCIALMENTE PROTEGIDAS
90
Gráficos como os apresentados nas Figuras 4.7 e 4.9 podem ser elaborados a partir da
Tabela 4.6 para uma melhor visualização da distribuição de temperaturas ao longo do
perfil para cada espessura de proteção parcial.
Nota-se, na Tabela 4.6 e nas Figuras 4.7 e 4.9, que a distribuição de temperatura ao
longo do perfil sem proteção passiva é praticamente uniforme após 1 hora de exposição
ao incêndio e que para qualquer espessura de proteção parcial uma diferença de
temperatura entre a mesa (protegida) e a alma (sem proteção).
4.5.2. RESISTÊNCIA AO FOGO DO PERFIL HP 310x125
A resistência ao fogo de colunas constituídas do perfil HP 310x125 foi investigada
flexo-compressão em torno do eixo de maior inércia. Os pilares foram analisados com
proteção passiva parcial de argamassa projetada, cujas propriedades foram descritas no
capítulo 3. As colunas de 3,0m foram analisadas nas três situações de projeto (curvatura
simples assimétrica, curvatura simples simétrica e curvatura reversa) estabelecidas no
item 4.2. As colunas de 6,0, 9,0 e 12,0m foram analisadas apenas para a situação de
projeto que causa curvatura simples assimétrica na peça.
As tabelas 4.7 a 4.12 apresentam as cargas máximas admissíveis no pilar em função da
espessura de proteção parcial, do comprimento da coluna, da excentricidade da carga e
do tempo de exposição ao incêndio padrão. As cargas das Tabelas 4.7 a 4.12 são dadas
em Newtons.
Tabela 4.7 – Cargas de colapso em função do tempo de exposição ao fogo e da
excentricidade da carga: L = 3000mm, curvatura simples assimétrica
Carga % Carga % Carga % Carga % Carga %
0 4706250 1,000 4640630 1,000 3084380 1,000 2221880 1,000 1427340 1,000
30 761000 0,162 740000 0,159 577000 0,187 462000 0,208 306000 0,214
60 232400 0,049 229000 0,049 179500 0,058 139500 0,063 91700 0,064
90 175250 0,037 172700 0,037 134900 0,044 105000 0,047 69000 0,048
120 136000 0,029 134000 0,029 104500 0,034 81200 0,037 53500 0,037
Perfil HP 310x125 - L = 3000mm
1,00
Sem Proteção
e/d
TRF (min) L/1000 0,25 0,500
CAP. 4 – ANÁLISE PARAMÉTRICA DA RESISTÊNCIA AO FOGO DE COLUNAS DE AÇO
PARCIALMENTE PROTEGIDAS
91
Tabela 4.7 – Cargas de colapso em função do tempo de exposição ao fogo e da
excentricidade da carga: L = 3000mm, curvatura simples assimétrica (continuação)
Carga % Carga % Carga % Carga % Carga %
0 4706250 1,000 4640630 1,000 3084380 1,000 2221880 1,000 1427340 1,000
30 3360000 0,714 3270000 0,705 2540000 0,824 2015000 0,907 1329900 0,932
60 777000 0,165 755000 0,163 580000 0,188 463000 0,208 305580 0,214
90 299000 0,064 292500 0,063 229000 0,074 179000 0,081 118000 0,083
120 172000 0,037 169000 0,036 132000 0,043 102500 0,046 67400 0,047
Carga % Carga % Carga % Carga % Carga %
0 4706250 1,000 4640630 1,000 3084380 1,000 2221880 1,000 1427340 1,000
30 3595000 0,764 3510000 0,756 2750000 0,892 2157000 0,971 1425000 0,998
60 1420000 0,302 1378000 0,297 1068000 0,346 845500 0,381 560000 0,392
90 531000 0,113 515100 0,111 399200 0,129 317000 0,143 209000 0,146
120 229300 0,049 225000 0,048 176000 0,057 136000 0,061 89500 0,063
Carga % Carga % Carga % Carga % Carga %
0 4706250 1,000 4640630 1,000 3084380 1,000 2221880 1,000 1427340 1,000
30 3730000 0,793 3660000 0,789 2862000 0,928 2218000 0,998 1463500 1,025
60 2015000 0,428 1960000 0,422 1520000 0,493 1203000 0,541 794500 0,557
90 718500 0,153 697000 0,150 537000 0,174 427000 0,192 282000 0,198
120 358000 0,076 349000 0,075 273000 0,089 213000 0,096 141500 0,099
Carga % Carga % Carga % Carga % Carga %
0 4706250 1,000 4640630 1,000 3084380 1,000 2221880 1,000 1427340 1,000
30 3880000 0,824 3830000 0,825 2970000 0,963 2277000 1,025 1501500 1,052
60 2525000 0,537 2455000 0,529 1915000 0,621 1511000 0,680 998000 0,699
90 1010000 0,215 980000 0,211 758000 0,246 599500 0,270 396200 0,278
120 520000 0,110 505000 0,109 392000 0,127 310000 0,140 204600 0,143
0,25 0,50
tm = 10 mm
0
e/d
0,50
tm = 40 mm
1,00
e/d
1,00
1,00
L/1000 0,25 0,500
0 0,50
0
TRF (min) L/1000
e/d
tm = 30 mm
TRF (min) L/1000 0,25
L/1000 1,000,25
e/d
tm = 20 mm
TRF (min)
TRF (min)
Tabela 4.8 – Cargas de colapso em função do tempo de exposição ao fogo e da
excentricidade da carga: L = 3000mm, curvatura simples simétrica
Carga % Carga % Carga % Carga % Carga %
0 4706250 1,000 4593750 1,000 2882810 1,000 2100000 1,000 1368750 1,000
30 761000 0,162 730000 0,159 500000 0,173 382000 0,182 255000 0,186
60 232400 0,049 227000 0,049 155000 0,054 118500 0,056 80000 0,058
90 175250 0,037 170300 0,037 117000 0,041 89250 0,043 60300 0,044
120 136000 0,029 132000 0,029 90500 0,031 69000 0,033 46800 0,034
Carga % Carga % Carga % Carga % Carga %
0 4706250 1,000 4593750 1,000 2882810 1,000 2100000 1,000 1368750 1,000
30 3360000 0,714 3210000 0,699 2205000 0,765 1695000 0,807 1165000 0,851
60 777000 0,165 740000 0,161 503000 0,174 388000 0,185 266500 0,195
90 299000 0,064 288000 0,063 198500 0,069 152000 0,072 104000 0,076
120 172000 0,037 167500 0,036 115000 0,040 87500 0,042 59700 0,044
Perfil HP 310x125 - L = 3000mm
TRF (min)
L/1000 0,25 0,500
e/d
TRF (min)
L/1000 0,25 0,500
e/d
tm = 10 mm
1,00
1,00
Sem Proteção
CAP. 4 – ANÁLISE PARAMÉTRICA DA RESISTÊNCIA AO FOGO DE COLUNAS DE AÇO
PARCIALMENTE PROTEGIDAS
92
Tabela 4.8 – Cargas de colapso em função do tempo de exposição ao fogo e da
excentricidade da carga: L = 3000mm, curvatura simples simétrica (continuação)
Carga % Carga % Carga % Carga % Carga %
0 4706250 1,000 4593750 1,000 2882810 1,000 2100000 1,000 1368750 1,000
30 3595000 0,764 3460000 0,753 2382000 0,826 1827000 0,870 1255000 0,917
60 1420000 0,302 1360000 0,296 925000 0,321 715000 0,340 493000 0,360
90 531000 0,113 507000 0,110 346100 0,120 268000 0,128 184000 0,134
120 229300 0,049 223000 0,049 153000 0,053 116800 0,056 79700 0,058
Carga % Carga % Carga % Carga % Carga %
0 4706250 1,000 4593750 1,000 2882810 1,000 2100000 1,000 1368750 1,000
30 3730000 0,793 3620000 0,788 2480000 0,860 1893000 0,901 1298000 0,948
60 2015000 0,428 1930000 0,420 1320000 0,458 1015000 0,483 700000 0,511
90 718500 0,153 687000 0,150 466000 0,162 359000 0,171 247000 0,180
120 358000 0,076 344000 0,075 237000 0,082 182000 0,087 125000 0,091
Carga % Carga % Carga % Carga % Carga %
0 4706250 1,000 4593750 1,000 2882810 1,000 2100000 1,000 1368750 1,000
30 3880000 0,824 3790000 0,825 2575000 0,893 1958000 0,932 1338000 0,978
60 2525000 0,537 2420000 0,527 1660000 0,576 1278000 0,609 880000 0,643
90 1010000 0,215 965000 0,210 656000 0,228 507000 0,241 349000 0,255
120 520000 0,110 498000 0,108 340000 0,118 262000 0,125 180000 0,132
L/1000 0,25
e/d
tm = 20 mm
TRF (min)
0
e/d
tm = 30 mm
TRF (min)
L/1000 0,25
tm = 40 mm
0,50
TRF (min)
1,00
e/d
1,00
1,00
L/1000 0,25 0,500
0,50
0
Tabela 4.9 – Cargas de colapso em função do tempo de exposição ao fogo e da
excentricidade da carga: L = 3000mm, curvatura simples reversa
Carga % Carga % Carga % Carga % Carga %
0 4706250 1,000 4687500 1,000 3084380 1,000 2221880 1,000 1427340 1,000
30 761000 0,162 760000 0,162 635000 0,206 470000 0,212 307000 0,215
60 232400 0,049 232500 0,050 189000 0,061 140000 0,063 92000 0,064
90 175250 0,037 175000 0,037 142000 0,046 105000 0,047 69000 0,048
120 136000 0,029 136000 0,029 110000 0,036 81500 0,037 53500 0,037
Carga % Carga % Carga % Carga % Carga %
0 4706250 1,000 4687500 1,000 3084380 1,000 2221880 1,000 1427340 1,000
30 3360000 0,714 3360000 0,717 2720000 0,882 2020000 0,909 1333000 0,934
60 777000 0,165 777000 0,166 627000 0,203 465000 0,209 307000 0,215
90 299000 0,064 299000 0,064 241000 0,078 179000 0,081 118000 0,083
120 172000 0,037 172000 0,037 138500 0,045 102500 0,046 67600 0,047
Carga % Carga % Carga % Carga % Carga %
0 4706250 1,000 4687500 1,000 3084380 1,000 2221880 1,000 1427340 1,000
30 3595000 0,764 3595000 0,767 2910000 0,943 2160000 0,972 1426000 0,999
60 1420000 0,302 1420000 0,303 1145000 0,371 850000 0,383 561000 0,393
90 531000 0,113 531000 0,113 430000 0,139 319000 0,144 210000 0,147
120 229300 0,049 229300 0,049 183500 0,059 136000 0,061 89700 0,063
0,25 0,50
Perfil HP 310x125 - L = 3000mm
tm = 10 mm
1,00
0
e/d
1,00
Sem Proteção
e/d
1,00L/1000 0,25 0,500
TRF (min)
L/1000
e/d
TRF (min)
L/1000 0,25 0,500
tm = 20 mm
TRF (min)
CAP. 4 – ANÁLISE PARAMÉTRICA DA RESISTÊNCIA AO FOGO DE COLUNAS DE AÇO
PARCIALMENTE PROTEGIDAS
93
Tabela 4.9 – Cargas de colapso em função do tempo de exposição ao fogo e da
excentricidade da carga: L = 3000mm, curvatura simples reversa (continuação)
Carga % Carga % Carga % Carga % Carga %
0 4706250 1,000 4687500 1,000 3084380 1,000 2221880 1,000 1427340 1,000
30 3730000 0,793 3730000 0,796 2995000 0,971 2221000 1,000 1427340 1,000
60 2015000 0,428 2015000 0,430 1625000 0,527 1206000 0,543 796000 0,558
90 718500 0,153 718500 0,153 579000 0,188 430000 0,194 283800 0,199
120 358000 0,076 358000 0,076 290000 0,094 215000 0,097 141900 0,099
Carga % Carga % Carga % Carga % Carga %
0 4706250 1,000 4687500 1,000 3084380 1,000 2221880 1,000 1427340 1,000
30 3880000 0,824 3880000 0,828 3075000 0,997 2221880 1,000 1427340 1,000
60 2525000 0,537 2525000 0,539 2035000 0,660 1511000 0,680 998000 0,699
90 1010000 0,215 1010000 0,215 814000 0,264 603500 0,272 398600 0,279
120 520000 0,110 520000 0,111 419000 0,136 310600 0,140 205200 0,144
0,50
tm = 40 mm
e/d
1,000 0,50
0
tm = 30 mm
TRF (min)
L/1000 0,25
L/1000 1,000,25
e/d
TRF (min)
Tabela 4.10 – Cargas de colapso em função do tempo de exposição ao fogo e da
excentricidade da carga: L = 6000mm, curvatura simples assimétrica
Carga % Carga % Carga % Carga % Carga %
0 4106250 1,000 3946880 1,000 2845310 1,000 2142190 1,000 1359380 1,000
30 520000 0,127 510000 0,129
410000
0,144
346000
0,162
255000
0,188
60 200000 0,049 195000 0,049
149500
0,053
120000
0,056
87000
0,064
90 150000 0,037 147000 0,037
112000
0,039
90000
0,042
65000
0,048
120 117000 0,028 114000 0,029
88000
0,031
70000
0,033
51000
0,038
Carga % Carga % Carga % Carga % Carga %
0 4106250 1,000 3946880 1,000 2845310 1,000 2142190 1,000 1359380 1,000
30 2470000 0,602
2400000
0,608
1930000
0,678
1600000
0,747
1210000
0,890
60 540000 0,132
520000
0,132
422000
0,148
358000
0,167
273000
0,201
90 243000 0,059
237000
0,060
186000
0,065
152500
0,071
111000
0,082
120 149000 0,036
146000
0,037
112000
0,039
90000
0,042
65000
0,048
Carga % Carga % Carga % Carga % Carga %
0 4106250 1,000 3946880 1,000 2845310 1,000 2142190 1,000 1359380 1,000
30 2880000 0,701
2800000
0,709
2200000
0,773
1795000
0,838
1335000
0,982
60 1010000 0,246
970000
0,246
790000
0,278
658000
0,307
500000
0,368
90 380000 0,093
370000
0,094
300000
0,105
250000
0,117
190000
0,140
120 200000 0,049
195000
0,049
150000
0,053
120000
0,056
87000
0,064
Carga % Carga % Carga % Carga % Carga %
0 4106250 1,000 3946880 1,000 2845310 1,000 2142190 1,000 1359380 1,000
30 3200000 0,779
3115000
0,789
2380000
0,836
1910000
0,892
1390000
1,023
60 1470000 0,358
1450000
0,367
1150000
0,404
983000
0,459
740000
0,544
90 495000 0,121
480000
0,122
390000
0,137
326000
0,152
250000
0,184
120 275000 0,067
270000
0,068
215000
0,076
180000
0,084
131000
0,096
0,25 0,50
Perfil HP 310x125 - L = 6000mm
tm = 10 mm
1,00
0
e/d
1,00
Sem Proteção
e/d
e/d
1,00
1,00
L/1000 0,25 0,500
0 0,50
TRF (min) L/1000
e/d
tm = 30 mm
TRF (min) L/1000 0,25
TRF (min) L/1000 0,25 0,500
tm = 20 mm
TRF (min)
CAP. 4 – ANÁLISE PARAMÉTRICA DA RESISTÊNCIA AO FOGO DE COLUNAS DE AÇO
PARCIALMENTE PROTEGIDAS
94
Tabela 4.10 – Cargas de colapso em função do tempo de exposição ao fogo e da
excentricidade da carga: L = 6000mm, curvatura simples assimétrica (continuação)
Carga % Carga % Carga % Carga % Carga %
0 4106250 1,000 3946880 1,000 2845310 1,000 2142190 1,000 1359380 1,000
30 3500000 0,852
3400000
0,861
2550000
0,896
2020000
0,943
1450000
1,067
60 1890000 0,460
1830000
0,464
1480000
0,520
1230000
0,574
930000
0,684
90 700000 0,170
670000
0,170
549000
0,193
460000
0,215
360000
0,265
120 377000 0,092
360000
0,091
300000
0,105
250000
0,117
188000
0,138
0,50
tm = 40 mm
0 L/1000 1,000,25
e/d
TRF (min)
Tabela 4.11 – Cargas de colapso em função do tempo de exposição ao fogo e da
excentricidade da carga: L = 9000mm, curvatura simples assimétrica
Carga % Carga % Carga % Carga % Carga %
0 3295310 1,000 3037500 1,000 2179690 1,000 1748440 1,000 1286720 1,000
30 420000 0,127
400000
0,132
315000
0,145
260000
0,149
200000
0,155
60 190000 0,058
180000
0,059
130000
0,060
105000
0,060
75000
0,058
90 143000 0,043
135000
0,044
100000
0,046
78000
0,045
57000
0,044
120 112000 0,034
106000
0,035
78000
0,036
61000
0,035
44000
0,034
Carga % Carga % Carga % Carga % Carga %
0 3295310 1,000 3037500 1,000 2179690 1,000 1748440 1,000 1286720 1,000
30 2150000 0,652
2050000
0,675
1580000
0,725
1300000
0,744
990000
0,769
60 440000 0,134
420000
0,138
328000
0,150
280000
0,160
210000
0,163
90 228000 0,069
217000
0,071
163000
0,075
130000
0,074
95000
0,074
120 143000 0,043
138000
0,045
100000
0,046
80000
0,046
58000
0,045
Carga % Carga % Carga % Carga % Carga %
0 3295310 1,000 3037500 1,000 2179690 1,000 1748440 1,000 1286720 1,000
30 2650000 0,804
2530000
0,833
1830000
0,840
1500000
0,858
1121000
0,871
60 850000 0,258
810000
0,267
630000
0,289
530000
0,303
410000
0,319
90 330000 0,100
310000
0,102
240000
0,110
200000
0,114
153000
0,119
120 191000 0,058
183000
0,060
135000
0,062
107000
0,061
76000
0,059
Carga % Carga % Carga % Carga % Carga %
0 3295310 1,000 3037500 1,000 2179690 1,000 1748440 1,000 1286720 1,000
30 3100000 0,941
2900000
0,955
2100000
0,963
1650000
0,944
1210000
0,940
60 1280000 0,388
1200000
0,395
960000
0,440
780000
0,446
600000
0,466
90 400000 0,121
385000
0,127
310000
0,142
260000
0,149
200000
0,155
120 250000 0,076
240000
0,079
181000
0,083
148000
0,085
110000
0,085
Carga % Carga % Carga % Carga % Carga %
0 3295310 1,000 3037500 1,000 2179690 1,000 1748440 1,000 1286720 1,000
30 3420000 1,038
3200000
1,053
2280000
1,046
1770000
1,012
1290000
1,003
60 1650000 0,501
1580000
0,520
1230000
0,564
1010000
0,578
770000
0,598
90 570000 0,173
550000
0,181
440000
0,202
370000
0,212
290000
0,225
120 320000 0,097
300000
0,099
235000
0,108
193000
0,110
150000
0,117
0,25
e/d
TRF (min) L/1000 0,25 0,500
tm = 20 mm
TRF (min)
TRF (min) 0
TRF (min) L/1000
e/d
tm = 30 mm
TRF (min) L/1000 0,25
L/1000 1,00
e/d
1,00
1,00
L/1000 0,25 0,500
0 0,50
0,50
tm = 40 mm
1,00
Sem Proteção
e/d
0,25 0,50
Perfil HP 310x125 - L = 9000mm
tm = 10 mm
1,00
0
e/d
CAP. 4 – ANÁLISE PARAMÉTRICA DA RESISTÊNCIA AO FOGO DE COLUNAS DE AÇO
PARCIALMENTE PROTEGIDAS
95
Tabela 4.12 – Cargas de colapso em função do tempo de exposição ao fogo e da
excentricidade da carga: L = 12000mm, curvatura simples assimétrica
Carga % Carga % Carga % Carga % Carga %
0 2414060 1,000 2109380 1,000 1582030 1,000 1301950 1,000 998438 1,000
30 365000 0,151
327000
0,155
245000
0,155
205000
0,157
160000
0,160
60 185000 0,077
163000
0,077
115000
0,073
90000
0,069
66000
0,066
90 140000 0,058
124000
0,059
87000
0,055
68000
0,052
50000
0,050
120 110000 0,046
96500
0,046
67000
0,042
53000
0,041
39000
0,039
Carga % Carga % Carga % Carga % Carga %
0 2414060 1,000 2109380 1,000 1582030 1,000 1301950 1,000 998438 1,000
30 2000000 0,828
1800000
0,853
1330000
0,841
1090000
0,837
830000
0,831
60 386000 0,160
348000
0,165
265000
0,168
225000
0,173
175000
0,175
90 222000 0,092
199000
0,094
143000
0,090
115000
0,088
84000
0,084
120 198000 0,082
125500
0,059
90000
0,057
71000
0,055
51500
0,052
Carga % Carga % Carga % Carga % Carga %
0 2414060 1,000 2109380 1,000 1582030 1,000 1301950 1,000 998438 1,000
30 2580000 1,069
2200000
1,043
1600000
1,011
1290000
0,991
965000
0,967
60 770000 0,319
700000
0,332
530000
0,335
430000
0,330
340000
0,341
90 299000 0,124
270000
0,128
205000
0,130
170000
0,131
130000
0,130
120 190000 0,079
170000
0,081
121000
0,076
69000
0,053
50000
0,050
Carga % Carga % Carga % Carga % Carga %
0 2414060 1,000 2109380 1,000 1582030 1,000 1301950 1,000
998438
1,000
30 3050000 1,263
2500000
1,185
1800000
1,138
1450000
1,114
1060000
1,062
60 1190000 0,493
1070000
0,507
820000
0,518
660000
0,507
510000
0,511
90 360000 0,149
330000
0,156
250000
0,158
209000
0,161
163000
0,163
120 238000 0,099
216000
0,102
158000
0,100
128000
0,098
96000
0,096
Carga % Carga % Carga % Carga % Carga %
0 2414060 1,000 2109380 1,000 1582030 1,000 1301950 1,000 998438 1,000
30 3280000 1,359
2720000
1,289
1950000
1,233
1560000
1,198
1140000
1,142
60 1560000 0,646
1420000
0,673
1060000
0,670
860000
0,661
650000
0,651
90 530000 0,220
481000
0,228
360000
0,228
302000
0,232
235000
0,235
120 290000 0,120
265000
0,126
200000
0,126
163000
0,125
126500
0,127
0,25 0,50
Perfil HP 310x125 - L = 12000mm
tm = 10 mm
1,00
0
e/d
0,50
tm = 40 mm
1,00
Sem Proteção
e/d
e/d
1,00
1,00
L/1000 0,25 0,500
0 0,50
0
TRF (min) L/1000
e/d
tm = 30 mm
TRF (min) L/1000 0,25
L/1000 1,000,25
e/d
TRF (min) L/1000 0,25 0,500
tm = 20 mm
TRF (min)
TRF (min)
4.5.2.1. CURVAS CARGA X ESPESSURA DE PROTEÇÃO
Utilizando os dados das Tabelas 4.7 a 4.12, é possível obter curvas de carga x espessura
de proteção passiva. Essas curvas, Figuras 4.23 a 4.50, mostram a carga máxima
admissível no pilar em função da espessura de proteção passiva,sendo fixos os demais
parâmetros (excentricidade da carga, comprimento da coluna e situação de projeto).
CAP. 4 – ANÁLISE PARAMÉTRICA DA RESISTÊNCIA AO FOGO DE COLUNAS DE AÇO
PARCIALMENTE PROTEGIDAS
96
A aplicabilidade dessas curvas em projetos é evidente: uma vez definido o tempo
requerido de resistência ao fogo (TRRF), pela NBR 14432 (2000), e a solicitação de
cálculo em situação de incêndio (S
d,θ
), pela NBR 14343 (1999), entra-se no gráfico
correspondente à condição de carregamento e excentricidade que se deseja analisar e
retira-se, automaticamente, a espessura de argamassa necessária para suportar tal
solicitação durante o tempo especificado.
Perfil HP 310 x 125
e = 0.0
L = 3000 mm
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
3500
4000
0 10 20 30 40
Espessura de Proteção (mm)
Carga (kN)
TRF = 30 min
TRF = 60 min.
TRF = 90 min.
TRF = 120 min.
e
P
Figura 4.23 – Curva Carga x Espessura de Proteção: L = 3000mm, e = 0,0mm, CSA.
Perfil HP 310 x 125
e = L/1000
L = 3000 mm
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
3500
4000
0 5 10 15 20 25 30 35 40
Espessura de Proteção (mm)
Carga (kN)
TRF = 30 min
TRF = 60 min.
TRF = 90 min.
TRF = 120 min.
e
P
Figura 4.24 – Curva Carga x Espessura de Proteção: L = 3000mm, e = L/1000, CSA.
CAP. 4 – ANÁLISE PARAMÉTRICA DA RESISTÊNCIA AO FOGO DE COLUNAS DE AÇO
PARCIALMENTE PROTEGIDAS
97
Perfil HP 310 x 125
e = 0.25d
L = 3000 mm
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
0 5 10 15 20 25 30 35 40
Espessura de Proteção (mm)
Carga (kN)
TRF = 30 min
TRF = 60 min.
TRF = 90 min.
TRF = 120 min.
e
P
Figura 4.25 – Curva Carga x Espessura de Proteção: L = 3000mm, e = 0.25d, CSA.
Perfil HP 310 x 125
e = 0.50d
L = 3000 mm
0
400
800
1200
1600
2000
2400
0 5 10 15 20 25 30 35 40
Espessura de Proteção (mm)
Carga (kN)
TRF = 30 min
TRF = 60 min.
TRF = 90 min.
TRF = 120 min.
e
P
Figura 4.26 – Curva Carga x Espessura de Proteção: L = 3000mm, e = 0.50d, CSA.
Perfil HP 310 x 125
e = 1.0d
L = 3000 mm
0
300
600
900
1200
1500
0 10 20 30 40
Espessura de Proteção (mm)
Carga (kN)
TRF = 30 min
TRF = 60 min.
TRF = 90 min.
TRF = 120 min.
e
P
Figura 4.27 – Curva Carga x Espessura de Proteção: L = 3000mm, e = 1.0d, CSA.
CAP. 4 – ANÁLISE PARAMÉTRICA DA RESISTÊNCIA AO FOGO DE COLUNAS DE AÇO
PARCIALMENTE PROTEGIDAS
98
Perfil HP 310 x 125
e = L/1000
L = 3000 mm
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
3500
4000
0 5 10 15 20 25 30 35 40
Espessura de Proteção (mm)
Carga (kN)
TRF = 30 min
TRF = 60 min.
TRF = 90 min.
TRF = 120 min.
e
P
P
e
Figura 4.28 – Curva Carga x Espessura de Proteção: L = 3000mm, e = L/1000, CSS.
Perfil HP 310 x 125
e = 0.25d
L = 3000 mm
0
300
600
900
1200
1500
1800
2100
2400
2700
0 5 10 15 20 25 30 35 40
Espessura de Proteção (mm)
Carga (kN)
TRF = 30 min
TRF = 60 min.
TRF = 90 min.
TRF = 120 min.
e
P
P
e
Figura 4.29 – Curva Carga x Espessura de Proteção: L = 3000mm, e = 0.25d, CSS.
Perfil HP 310 x 125
e = 0.50d
L = 3000 mm
0
400
800
1200
1600
2000
0 5 10 15 20 25 30 35 40
Espessura de Proteção (mm)
Carga (kN)
TRF = 30 min
TRF = 60 min.
TRF = 90 min.
TRF = 120 min.
e
P
P
e
Figura 4.30 – Curva Carga x Espessura de Proteção: L = 3000mm, e = 0.50d, CSS.
CAP. 4 – ANÁLISE PARAMÉTRICA DA RESISTÊNCIA AO FOGO DE COLUNAS DE AÇO
PARCIALMENTE PROTEGIDAS
99
Perfil HP 310 x 125
e = 1.0d
L = 3000 mm
0
300
600
900
1200
1500
0 5 10 15 20 25 30 35 40
Espessura de Proteção (mm)
Carga (kN)
TRF = 30 min
TRF = 60 min.
TRF = 90 min.
TRF = 120 min.
e
P
P
e
Figura 4.31 – Curva Carga x Espessura de Proteção: L = 3000mm, e = 1.0d, CSS.
Perfil HP 310 x 125
e = L/1000
L = 3000 mm
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
3500
4000
0 5 10 15 20 25 30 35 40
Espessura de Proteção (mm)
Carga (kN)
TRF = 30 min
TRF = 60 min.
TRF = 90 min.
TRF = 120 min.
e
P
P
e
Figura 4.32 – Curva Carga x Espessura de Proteção: L = 3000mm, e = L/1000, CR.
Perfil HP 310 x 125
e = 0.25d
L = 3000 mm
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
3500
0 5 10 15 20 25 30 35 40
Espessura de Proteção (mm)
Carga (kN)
TRF = 30 min
TRF = 60 min.
TRF = 90 min.
TRF = 120 min.
e P
P
e
Figura 4.33 – Curva Carga x Espessura de Proteção: L = 3000mm, e = 0.25d, CR.
CAP. 4 – ANÁLISE PARAMÉTRICA DA RESISTÊNCIA AO FOGO DE COLUNAS DE AÇO
PARCIALMENTE PROTEGIDAS
100
Perfil HP 310 x 125
e = 0.50d
L = 3000 mm
0
400
800
1200
1600
2000
2400
0 5 10 15 20 25 30 35 40
Espessura de Proteção (mm)
Carga (kN)
TRF = 30 min
TRF = 60 min.
TRF = 90 min.
TRF = 120 min.
e
P
P
e
Figura 4.34 – Curva Carga x Espessura de Proteção: L = 3000mm, e = 0.50d, CR.
Perfil HP 310 x 125
e = 1.0d
L = 3000 mm
0
300
600
900
1200
1500
0 10 20 30 40
Espessura de Proteção (mm)
Carga (kN)
TRF = 30 min
TRF = 60 min.
TRF = 90 min.
TRF = 120 min.
e
P
P
e
Figura 4.35 – Curva Carga x Espessura de Proteção: L = 3000mm, e = 1.0d, CR.
va
Perfil HP 310 x 125
e = 0.0
L = 6000 mm
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
3500
0 10 20 30 40
Espessura de Proteção (mm)
Carga (kN)
TRF = 30 min
TRF = 60 min.
TRF = 90 min.
TRF = 120 min.
e
P
Figura 4.36 – Curva Carga x Espessura de Proteção: L = 6000mm, e = 0,0mm, CSA.
CAP. 4 – ANÁLISE PARAMÉTRICA DA RESISTÊNCIA AO FOGO DE COLUNAS DE AÇO
PARCIALMENTE PROTEGIDAS
101
Perfil HP 310 x 125
e = L/1000
L = 6000 mm
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
3500
0 5 10 15 20 25 30 35 40
Espessura de Proteção (mm)
Carga (kN)
TRF = 30 min
TRF = 60 min.
TRF = 90 min.
TRF = 120 min.
e
P
Figura 4.37 – Curva Carga x Espessura de Proteção: L = 6000mm, e = L/1000, CSA.
Perfil HP 310 x 125
e = 0.25d
L = 6000 mm
0
300
600
900
1200
1500
1800
2100
2400
2700
0 5 10 15 20 25 30 35 40
Espessura de Proteção (mm)
Carga (kN)
TRF = 30 min
TRF = 60 min.
TRF = 90 min.
TRF = 120 min.
e
P
Figura 4.38 – Curva Carga x Espessura de Proteção: L = 6000mm, e = 0.25d, CSA.
Perfil HP 310 x 125
e = 0.50d
L = 6000 mm
0
300
600
900
1200
1500
1800
2100
0 5 10 15 20 25 30 35 40
Espessura de Proteção (mm)
Carga (kN)
TRF = 30 min
TRF = 60 min.
TRF = 90 min.
TRF = 120 min.
e
P
Figura 4.39 – Curva Carga x Espessura de Proteção: L = 6000mm, e = 0.50d, CSA.
CAP. 4 – ANÁLISE PARAMÉTRICA DA RESISTÊNCIA AO FOGO DE COLUNAS DE AÇO
PARCIALMENTE PROTEGIDAS
102
Perfil HP 310 x 125
e = 1.0d
L = 6000 mm
0
300
600
900
1200
1500
0 10 20 30 40
Espessura de Proteção (mm)
Carga (kN)
TRF = 30 min
TRF = 60 min.
TRF = 90 min.
TRF = 120 min.
e
P
Figura 4.40 – Curva Carga x Espessura de Proteção: L = 6000mm, e = 1.0d, CSA.
Perfil HP 310 x 125
e = 0.0
L = 9000 mm
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
3500
0 10 20 30 40
Espessura de Proteção (mm)
Carga (kN)
TRF = 30 min
TRF = 60 min.
TRF = 90 min.
TRF = 120 min.
e
P
Figura 4.41 – Curva Carga x Espessura de Proteção: L = 9000mm, e = 0,0mm, CSA.
Perfil HP 310 x 125
e = L/1000
L = 9000 mm
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
3500
0 5 10 15 20 25 30 35 40
Espessura de Proteção (mm)
Carga (kN)
TRF = 30 min
TRF = 60 min.
TRF = 90 min.
TRF = 120 min.
e
P
Figura 4.42 – Curva Carga x Espessura de Proteção: L = 9000mm, e = L/1000, CSA.
CAP. 4 – ANÁLISE PARAMÉTRICA DA RESISTÊNCIA AO FOGO DE COLUNAS DE AÇO
PARCIALMENTE PROTEGIDAS
103
Perfil HP 310 x 125
e = 0.25d
L = 9000 mm
0
400
800
1200
1600
2000
2400
0 5 10 15 20 25 30 35 40
Espessura de Proteção (mm)
Carga (kN)
TRF = 30 min
TRF = 60 min.
TRF = 90 min.
TRF = 120 min.
e
P
Figura 4.43 – Curva Carga x Espessura de Proteção: L = 9000mm, e = 0.25d, CSA.
Perfil HP 310 x 125
e = 0.50d
L = 9000 mm
0
300
600
900
1200
1500
1800
0 5 10 15 20 25 30 35 40
Espessura de Proteção (mm)
Carga (kN)
TRF = 30 min
TRF = 60 min.
TRF = 90 min.
TRF = 120 min.
e
P
Figura 4.44 – Curva Carga x Espessura de Proteção: L = 9000mm, e = 0.50d, CSA.
Perfil HP 310 x 125
e = 1.0d
L = 9000 mm
0
300
600
900
1200
1500
0 10 20 30 40
Espessura de Proteção (mm)
Carga (kN)
TRF = 30 min
TRF = 60 min.
TRF = 90 min.
TRF = 120 min.
e
P
Figura 4.45 – Curva Carga x Espessura de Proteção: L = 9000mm, e = 1.0d, CSA.
CAP. 4 – ANÁLISE PARAMÉTRICA DA RESISTÊNCIA AO FOGO DE COLUNAS DE AÇO
PARCIALMENTE PROTEGIDAS
104
Perfil HP 310 x 125
e = 0.0
L = 12000 mm
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
3500
0 10 20 30 40
Espessura de Proteção (mm)
Carga (kN)
TRF = 30 min
TRF = 60 min.
TRF = 90 min.
TRF = 120 min.
e
P
Figura 4.46 – Curva Carga x Espessura de Proteção: L = 12000mm, e = 0,0mm, CSA.
Perfil HP 310 x 125
e = L/1000
L = 12000 mm
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
0 5 10 15 20 25 30 35 40
Espessura de Proteção (mm)
Carga (kN)
TRF = 30 min
TRF = 60 min.
TRF = 90 min.
TRF = 120 min.
e
P
Figura 4.47 – Curva Carga x Espessura de Proteção: L = 12000mm, e = L/1000, CSA.
Perfil HP 310 x 125
e = 0.25d
L = 12000 mm
0
400
800
1200
1600
2000
0 5 10 15 20 25 30 35 40
Espessura de Proteção (mm)
Carga (kN)
TRF = 30 min
TRF = 60 min.
TRF = 90 min.
TRF = 120 min.
e
P
Figura 4.48 – Curva Carga x Espessura de Proteção: L = 12000mm, e = 0.25d, CSA.
CAP. 4 – ANÁLISE PARAMÉTRICA DA RESISTÊNCIA AO FOGO DE COLUNAS DE AÇO
PARCIALMENTE PROTEGIDAS
105
Perfil HP 310 x 125
e = 0.50d
L = 12000 mm
0
300
600
900
1200
1500
1800
0 5 10 15 20 25 30 35 40
Espessura de Proteção (mm)
Carga (kN)
TRF = 30 min
TRF = 60 min.
TRF = 90 min.
TRF = 120 min.
e
P
Figura 4.49 – Curva Carga x Espessura de Proteção: L = 12000mm, e = 0.50d, CSA.
Perfil HP 310 x 125
e = 1.0d
L = 12000 mm
0
300
600
900
1200
1500
0 10 20 30 40
Espessura de Proteção (mm)
Carga (kN)
TRF = 30 min
TRF = 60 min.
TRF = 90 min.
TRF = 120 min.
e
P
Figura 4.50 – Curva Carga x Espessura de Proteção: L = 12000mm, e = 1.0d, CSA.
4.5.2.2. CURVAS CARGA X COMPRIMENTO DA COLUNA
Utilizando os dados das Tabelas 4.7 a 4.12, é possível obter uma curva de carga x
comprimento da coluna. Essas curvas, mostradas nas Figuras 4.51 a 4.71, indicam a
carga máxima que pode ser aplicada no pilar em função do comprimento da coluna,
admitindo fixos os demais parâmetros (excentricidade da carga, TRRF, espessura de
proteção e situação de projeto).
CAP. 4 – ANÁLISE PARAMÉTRICA DA RESISTÊNCIA AO FOGO DE COLUNAS DE AÇO
PARCIALMENTE PROTEGIDAS
106
Perfil HP 310 x 125
Temp. Ambiente
t
m
= 0.0 mm
500
1000
1500
2000
2500
3000
3500
4000
4500
5000
3,0 4,5 6,0 7,5 9,0 10,5 12,0
Comprimento (m)
Carga (kN)
0.0d
L/1000
0.25d
0.50d
1.0d
e
P
Excentricidade
Figura 4.51 – Curva Carga x Comprimento: TRRF = 0 min., t
m
= 0.0mm, CSA.
Perfil HP 310 x 125
e = 0.0
TRRF = 30 min.
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
3500
4000
3,0 4,5 6,0 7,5 9,0 10,5 12,0
Comprimento (m)
Carga (kN)
Sem Proteção
tm = 10 mm
tm = 20 mm
tm = 30 mm
tm = 40 mm
e
P
Figura 4.52 – Curva Carga x Comprimento: TRRF = 30 min., e = 0.0, CSA.
Perfil HP 310 x 125
e = 0.0
TRRF = 60 min.
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
3,0 4,5 6,0 7,5 9,0 10,5 12,0
Comprimento (m)
Carga (kN)
Sem Proteção
tm = 10 mm
tm = 20 mm
tm = 30 mm
tm = 40 mm
e
P
Figura 4.53 – Curva Carga x Comprimento: TRRF = 60 min., e = 0.0, CSA.
CAP. 4 – ANÁLISE PARAMÉTRICA DA RESISTÊNCIA AO FOGO DE COLUNAS DE AÇO
PARCIALMENTE PROTEGIDAS
107
Perfil HP 310 x 125
e = 0.0
TRRF = 90 min.
0
100
200
300
400
500
600
700
800
900
1000
1100
3,0 4,5 6,0 7,5 9,0 10,5 12,0
Comprimento (m)
Carga (kN)
Sem Proteção
tm = 10 mm
tm = 20 mm
tm = 30 mm
tm = 40 mm
e
P
Figura 4.54 – Curva Carga x Comprimento: TRRF = 90 min., e = 0.0, CSA.
Perfil HP 310 x 125
e = 0.0
TRRF = 120 min.
50
150
250
350
450
550
3,0 4,5 6,0 7,5 9,0 10,5 12,0
Comprimento (m)
Carga (kN)
Sem Proteção
tm = 10 mm
tm = 20 mm
tm = 30 mm
tm = 40 mm
e
P
Figura 4.55 – Curva Carga x Comprimento: TRRF = 120 min., e = 0.0, CSA.
Perfil HP 310 x 125
e = L/1000
TRRF = 30 min.
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
3500
4000
3,0 4,5 6,0 7,5 9,0 10,5 12,0
Comprimento (m)
Carga (kN)
Sem Proteção
tm = 10 mm
tm = 20 mm
tm = 30 mm
tm = 40 mm
e
P
Figura 4.56 – Curva Carga x Comprimento: TRRF = 30 min., e = L/1000, CSA.
CAP. 4 – ANÁLISE PARAMÉTRICA DA RESISTÊNCIA AO FOGO DE COLUNAS DE AÇO
PARCIALMENTE PROTEGIDAS
108
Perfil HP 310 x 125
e = L/1000
TRRF = 60 min.
0
500
1000
1500
2000
2500
3,0 4,5 6,0 7,5 9,0 10,5 12,0
Comprimento (m)
Carga (kN)
Sem Proteção
tm = 10 mm
tm = 20 mm
tm = 30 mm
tm = 40 mm
e
P
Figura 4.57 – Curva Carga x Comprimento: TRRF = 60 min., e = L/1000, CSA.
Perfil HP 310 x 125
e = L/1000
TRRF = 90 min.
0
100
200
300
400
500
600
700
800
900
1000
3,0 4,5 6,0 7,5 9,0 10,5 12,0
Comprimento (m)
Carga (kN)
Sem Proteção
tm = 10 mm
tm = 20 mm
tm = 30 mm
tm = 40 mm
e
P
Figura 4.58 – Curva Carga x Comprimento: TRRF = 90 min., e = L/1000, CSA.
Perfil HP 310 x 125
e = L/1000
TRRF = 120 min.
50
150
250
350
450
550
3,0 4,5 6,0 7,5 9,0 10,5 12,0
Comprimento (m)
Carga (kN)
Sem Proteção
tm = 10 mm
tm = 20 mm
tm = 30 mm
tm = 40 mm
e
P
Figura 4.59 – Curva Carga x Comprimento: TRRF = 120 min., e = L/1000, CSA.
CAP. 4 – ANÁLISE PARAMÉTRICA DA RESISTÊNCIA AO FOGO DE COLUNAS DE AÇO
PARCIALMENTE PROTEGIDAS
109
Perfil HP 310 x 125
e = 0.25d
TRRF = 30 min.
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
3,0 4,5 6,0 7,5 9,0 10,5 12,0
Comprimento (m)
Carga (kN)
Sem Proteção
tm = 10 mm
tm = 20 mm
tm = 30 mm
tm = 40 mm
e
P
Figura 4.60 – Curva Carga x Comprimento: TRRF = 30 min., e = 0.25d, CSA.
Perfil HP 310 x 125
e = 0.25d
TRRF = 60 min.
0
500
1000
1500
2000
3,0 4,5 6,0 7,5 9,0 10,5 12,0
Comprimento (m)
Carga (kN)
Sem Proteção
tm = 10 mm
tm = 20 mm
tm = 30 mm
tm = 40 mm
e
P
Figura 4.61 – Curva Carga x Comprimento: TRRF = 60 min., e = 0.25d, CSA.
Perfil HP 310 x 125
e = 0.25d
TRRF = 90 min.
0
100
200
300
400
500
600
700
800
3,0 4,5 6,0 7,5 9,0 10,5 12,0
Comprimento (m)
Carga (kN)
Sem Proteção
tm = 10 mm
tm = 20 mm
tm = 30 mm
tm = 40 mm
e
P
Figura 4.62 – Curva Carga x Comprimento: TRRF = 90 min., e = 0.25d, CSA.
CAP. 4 – ANÁLISE PARAMÉTRICA DA RESISTÊNCIA AO FOGO DE COLUNAS DE AÇO
PARCIALMENTE PROTEGIDAS
110
Perfil HP 310 x 125
e = 0.25d
TRRF = 120 min.
50
150
250
350
450
3,0 4,5 6,0 7,5 9,0 10,5 12,0
Comprimento (m)
Carga (kN)
Sem Proteção
tm = 10 mm
tm = 20 mm
tm = 30 mm
tm = 40 mm
e
P
Figura 4.63 – Curva Carga x Comprimento: TRRF = 120 min., e = 0.25d, CSA.
Perfil HP 310 x 125
e = 0.50d
TRRF = 30 min.
0
500
1000
1500
2000
2500
3,0 4,5 6,0 7,5 9,0 10,5 12,0
Comprimento (m)
Carga (kN)
Sem Proteção
tm = 10 mm
tm = 20 mm
tm = 30 mm
tm = 40 mm
e
P
Figura 4.64 – Curva Carga x Comprimento: TRRF = 30 min., e = 0.50d, CSA.
Perfil HP 310 x 125
e = 0.50d
TRRF = 60 min.
0
400
800
1200
1600
3,0 4,5 6,0 7,5 9,0 10,5 12,0
Comprimento (m)
Carga (kN)
Sem Proteção
tm = 10 mm
tm = 20 mm
tm = 30 mm
tm = 40 mm
e
P
Figura 4.65 – Curva Carga x Comprimento: TRRF = 60 min., e = 0.50d, CSA.
CAP. 4 – ANÁLISE PARAMÉTRICA DA RESISTÊNCIA AO FOGO DE COLUNAS DE AÇO
PARCIALMENTE PROTEGIDAS
111
Perfil HP 310 x 125
e = 0.50d
TRRF = 90 min.
0
100
200
300
400
500
600
3,0 4,5 6,0 7,5 9,0 10,5 12,0
Comprimento (m)
Carga (kN)
Sem Proteção
tm = 10 mm
tm = 20 mm
tm = 30 mm
tm = 40 mm
e
P
Figura 4.66 – Curva Carga x Comprimento: TRRF = 90 min., e = 0.50d, CSA.
Perfil HP 310 x 125
e = 0.50d
TRRF = 120 min.
0
50
100
150
200
250
300
350
3,0 4,5 6,0 7,5 9,0 10,5 12,0
Comprimento (m)
Carga (kN)
Sem Proteção
tm = 10 mm
tm = 20 mm
tm = 30 mm
tm = 40 mm
e
P
Figura 4.67 – Curva Carga x Comprimento: TRRF = 120 min., e = 0.50d, CSA.
Perfil HP 310 x 125
e = 1.0d
TRRF = 30 min.
0
400
800
1200
1600
3,0 4,5 6,0 7,5 9,0 10,5 12,0
Comprimento (m)
Carga (kN)
Sem Proteção
tm = 10 mm
tm = 20 mm
tm = 30 mm
tm = 40 mm
e
P
Figura 4.68 – Curva Carga x Comprimento: TRRF = 30 min., e = 1.0d, CSA.
CAP. 4 – ANÁLISE PARAMÉTRICA DA RESISTÊNCIA AO FOGO DE COLUNAS DE AÇO
PARCIALMENTE PROTEGIDAS
112
Perfil HP 310 x 125
e = 1.0d
TRRF = 60 min.
0
200
400
600
800
1000
3,0 4,5 6,0 7,5 9,0 10,5 12,0
Comprimento (m)
Carga (kN)
Sem Proteção
tm = 10 mm
tm = 20 mm
tm = 30 mm
tm = 40 mm
e
P
Figura 4.69 – Curva Carga x Comprimento: TRRF = 60 min., e = 1.0d, CSA.
Perfil HP 310 x 125
e = 1.0d
TRRF = 90 min.
0
100
200
300
400
3,0 4,5 6,0 7,5 9,0 10,5 12,0
Comprimento (m)
Carga (kN)
Sem Proteção
tm = 10 mm
tm = 20 mm
tm = 30 mm
tm = 40 mm
e
P
Figura 4.70 – Curva Carga x Comprimento: TRRF = 90 min., e = 1.0d, CSA.
Perfil HP 310 x 125
e = 1.0d
TRRF = 120 min.
0
50
100
150
200
250
3,0 4,5 6,0 7,5 9,0 10,5 12,0
Comprimento (m)
Carga (kN)
Sem Proteção
tm = 10 mm
tm = 20 mm
tm = 30 mm
tm = 40 mm
e
P
Figura 4.71 – Curva Carga x Comprimento: TRRF = 120 min., e = 1.0d, CSA.
CAP. 4 – ANÁLISE PARAMÉTRICA DA RESISTÊNCIA AO FOGO DE COLUNAS DE AÇO
PARCIALMENTE PROTEGIDAS
113
A utilização dessas curvas em projetos é bastante simples: uma vez definido o tempo
requerido de resistência ao fogo (TRRF), pela NBR 14432 (2000), e sabendo-se o
comprimento da coluna, entra-se no gráfico correspondente à condição de carregamento
e excentricidade que se deseja analisar e retira-se, automaticamente, a solicitação
máxima que a coluna pode suportar durante o TRRF. Em seguida compara-se esse valor
à solicitação de cálculo em situação de incêndio (S
d,θ
), determinada de acordo com a
NBR 14343 (1999).
4.5.2.3. APLICAÇÃO PRÁTICA DAS CURVAS DE RESISTÊNCIA
Neste tópico, serão apresentados dois exemplos práticos de aplicação das curvas
propostas neste trabalho.
Exemplo 1: Determinar a espessura de proteção passiva necessária para manter a
estabilidade estrutural, em situação de incêndio, de uma coluna bi-rotulada de um
depósito de alto risco de incêndio.
Dados:
Perfil HP 310x125
g = 800kN
q = 800kN
L = 3,0m
Altura da edificação: 3,0m
e = 0,25d
Situação de projeto CSS
Proteção passiva aplicada apenas nas mesas do perfil.
Local de elevada concentração de pessoas.
Considerar incêndio padrão.
e
P
P
e
Solução: Primeiramente é necessário definir o TRRF pela NBR 14432 (2000):
Pela tabela A.1 da NBR 14432 temos: TRRF = 60 minutos.
CAP. 4 – ANÁLISE PARAMÉTRICA DA RESISTÊNCIA AO FOGO DE COLUNAS DE AÇO
PARCIALMENTE PROTEGIDAS
114
Uma vez definido o TRRF, precisa-se definir a solicitação de cálculo em situação de
incêndio (S
d,θ
) de acordo com a NBR 14343 (1999):
kN12008004,08001,14,01,1S
d,
=+=+= qg
θ
Uma vez definidos o fator de carga em incêndio (S
d,θ
), o TRRF, a situação de projeto, a
excentricidade da carga e o comprimento da coluna, entra-se na curva referente a estas
características e extrai-se, automaticamente, a espessura de proteção parcial necessária a
garantir a estabilidade estrutural da coluna durante o TRRF.
Pela figura 4.29, tem-se:
mmt
m
27
Perfil HP 310 x 125
e = 0.25d
L = 3000 mm
0
300
600
900
1200
1500
1800
2100
2400
2700
0 5 10 15 20 25 30 35 40
Espessura de Proteção (mm)
Carga (kN)
TRF = 30 min
TRF = 60 min.
TRF = 90 min.
TRF = 120 min.
e
P
P
e
Figura 4.29 – Curva Carga x Espessura de Proteção: L = 3000mm, e = 0.25d, CSS.
Portanto, serão necessários 27mm de proteção passiva, constituída da argamassa citada
no Capítulo 3, aplicada nas mesas do perfil HP 310x125 para que este resista a uma
solicitação de 1200kN durante 60 minutos de exposição ao incêndio padrão.
CAP. 4 – ANÁLISE PARAMÉTRICA DA RESISTÊNCIA AO FOGO DE COLUNAS DE AÇO
PARCIALMENTE PROTEGIDAS
115
Exemplo 2: Verificar se a coluna bi-rotulada de aço de 4,5m, que faz parte do sistema
estrutural de uma escola, suporta o incêndio padrão durante o TRRF, com 30mm de
proteção parcial das mesas.
Dados:
g = 2000kN
q = 2500kN
L = 4,5m
Altura da edificação: 4,5m
e = L/1000
Situação de projeto CSA
t
m
= 30mm aplicada apenas nas mesas do perfil
Local onde não há predominância de equipamentos fixos nem pessoas
Considerar incêndio padrão.
e
P
Solução: Primeiramente é necessário definir o TRRF pela NBR 14432 (2000):
Pela tabela A.1 da NBR 14432 temos: TRRF = 30 minutos.
Uma vez definidos a espessura de proteção, o TRRF, a situação de projeto, a
excentricidade da carga e o comprimento da coluna, entra-se na curva referente a estas
características e extrai-se, automaticamente, a carga máxima que a estrutura pode ser
solicitada para garantir a estabilidade estrutural da coluna durante o TRRF.
Pela figura 4.56, tem-se: R
θ
= 2800kN
A solicitação de cálculo em situação de incêndio (S
d,θ
) dada NBR 14343 (1999), seria:
kN270025002,020001,12,01,1S
d,
=+=+= qg
θ
Como R
θ
> S
d,θ
, pode-se admitir que o perfil resiste aos 30 minutos de exposição ao
incêndio padrão especificados.
CAP. 4 – ANÁLISE PARAMÉTRICA DA RESISTÊNCIA AO FOGO DE COLUNAS DE AÇO
PARCIALMENTE PROTEGIDAS
116
Perfil HP 310 x 125
e = L/1000
TRRF = 30 min.
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
3500
4000
3,0 4,5 6,0 7,5 9,0 10,5 12,0
Comprimento (m)
Carga (kN)
Sem Proteção
tm = 10 mm
tm = 20 mm
tm = 30 mm
tm = 40 mm
e
P
Figura 4.56 – Curva Carga x Comprimento: TRRF = 30 min., e = L/1000, CSA.
CAPÍTULO 5
DETERMINAÇÃO DA DISTRIBUIÇÃO DE
TEMPERATURA EM PERFIS DE AÇO
PARCIALMENTE PROTEGIDOS: MÉTODO
SIMPLIFICADO
5.1. INTRODUÇÃO
O ponto central desta pesquisa é a investigação do comportamento estrutural de
estruturas metálicas quando submetidas a incêndios e, conseqüentemente, submetidas a
grandes variações rmicas causadas por intensas trocas de calor com o meio. É
pertinente, portanto, que se proceda a um estudo detalhado da natureza destes
fenômenos de transferência de calor objetivando compreender como tais fenômenos
ocorrem, quando e de que forma se manifestam, e que leis físicas e matemáticas regem
seu comportamento.
Por meio de análises térmicas pode-se resolver problemas diversos relacionados à
distribuição de temperatura, geração de calor, gradientes térmicos e fluxos térmicos em
um objeto ou sistema. De acordo com a influência do tempo no problema em questão,
estas análises podem ser estacionárias, quando o fenômeno estudado se sob
condições em que as variáveis consideradas independem do tempo, ou transientes, se o
tempo for fator determinante na modificação das variáveis do problema.
CAP. 5 DETERMINAÇÃO DA DISTRIBUIÇÃO DE TEMPERATURA EM PERFIS DE AÇO
PARCIALMENTE PROTEGIDOS: MÉTODO SIMPLIFICADO
118
5.2. FLUXO DE CALOR EM ESTRUTURAS EM SITUAÇÃO DE INCÊNDIO
Um sistema estrutural submetido a um incêndio fica, naturalmente, sujeito a uma
variação térmica provocada por um fluxo de calor que surge devido à diferença de
temperatura entre chamas e gases quentes e a própria estrutura. Esta variação pode ser
calculada a partir do equilíbrio térmico entre o calor emitido pelo incêndio e o absorvido
pelo elemento.
Figura 5.1 – Fluxo de Calor Emitido em um Incêndio e Absorvido por uma Estrutura de
Aço.
O fluxo de calor referido no parágrafo anterior manifesta-se por duas formas de
transferência de calor: convecção e radiação. Assim, pode-se escrever:
+=
rc
QQQ
(5.1)
Onde
Q
é o fluxo de calor (ou ação rmica) na estrutura,
c
Q
é o fluxo de calor
convectivo e
r
Q
o fluxo de calor radiativo.
A convecção é um modo de transferência de calor que abrange dois mecanismos: a
difusão, que é a transferência de calor devido ao movimento molecular aleatório, e a
CAP. 5 DETERMINAÇÃO DA DISTRIBUIÇÃO DE TEMPERATURA EM PERFIS DE AÇO
PARCIALMENTE PROTEGIDOS: MÉTODO SIMPLIFICADO
119
advecção, que é a transmissão de energia devido ao movimento global do fluido. A
transferência de calor por convecção é governada pela Lei de Resfriamento de Newton,
que aplicada ao problema de um elemento estrutural de aço submetido a incêndio é
representada pela equação:
(
)
gc
q
θθβ
=
(5.2)
Na equação (5.2), β é o coeficiente de transferência de calor por convecção, assumido
no item 8.5.1.1.2 da NBR 14343 (1999) como 25 W/m
2
ºC, θ e θ
g
são, respectivamente,
a temperatura do aço e a temperatura dos gases do ambiente.
A radiação térmica é a energia emitida por toda matéria que possui uma temperatura que
não o zero absoluto. Esta emissão de energia está associada a mudanças nas
configurações eletrônicas dos átomos e moléculas que compõem a matéria, e o
transporte desta energia se por meio de ondas eletromagnéticas, não necessitando,
portanto, de um meio material para sua propagação.
A radiação emitida pela superfície de um corpo vem da energia térmica nele contida, e o
fluxo por unidade de área segundo o qual é liberada é denominado poder emissivo, cujo
valor máximo E
n
é dado pela Lei de Stefan-Boltzmann:
(
)
4
273+=
θσ
n
E
(5.3)
onde σ é a constante de Stefan-Boltzmann, que vale 5,67 x 10
-8
W/m
2
ºC
4
e θ é a
temperatura da superfície radiante. Uma superfície com poder emissivo E
n
é
denominada radiador ideal, ou corpo negro. Na prática não radiadores ideais, e a
equação (5.3) é corrigida pelo fator ε, conhecido como emissividade, que varia no
intervalo de 0 a 1.
n
E
E
=
ε
(5.4)
CAP. 5 DETERMINAÇÃO DA DISTRIBUIÇÃO DE TEMPERATURA EM PERFIS DE AÇO
PARCIALMENTE PROTEGIDOS: MÉTODO SIMPLIFICADO
120
(
)
4
273+=
θσε
E
(5.5)
Pode ocorrer também o mecanismo inverso, com a radiação incidindo sobre uma
superfície a partir de sua vizinhança. É exatamente o que ocorre em situações de
incêndio, onde o ambiente emite radiação térmica que será absorvida através da
superfície do elemento estrutural sujeito à ação térmica. Nesta situação, a troca de calor
entre o ambiente e o elemento será dada por:
(
)
4
gr
q
θθσε
=
(5.6)
As equações (5.2) e (5.6), como será visto no Anexo A, serão os carregamentos
térmicos da estrutura.
As leis matemáticas que regem o fenômeno da transferência de calor são descritas no
Anexo A.
5.3. DETERMINAÇÃO DA DISTRIBUIÇÃO DE TEMPERATURA EM
PERFIS PARCIALMENTE PROTEGIDOS
Até este ponto, neste trabalho, para calcular a distribuição de temperatura na seção
transversal dos perfis, usou-se, os resultados de uma análise por elementos finitos
efetuadas pelo TASEF. Entretanto, é desejável desenvolver um método mais simples
para calcular estas temperaturas, que permita que a espessura da proteção parcial seja
definida mais facilmente num projeto prático.
A NBR 14343 (1999), em seu item 8.5, descreve equações analíticas para o cálculo da
elevação de temperatura em perfis metálicos sem proteção passiva e para perfis com
proteção total. No entanto, a norma não faz nenhuma menção ao uso de proteção
parcial. Assim sendo, faz-se necessário o desenvolvimento de uma equação analítica,
suficientemente precisa, para determinação da elevação de temperatura em perfis
parcialmente protegidos.
CAP. 5 DETERMINAÇÃO DA DISTRIBUIÇÃO DE TEMPERATURA EM PERFIS DE AÇO
PARCIALMENTE PROTEGIDOS: MÉTODO SIMPLIFICADO
121
5.3.1. PERFIS TOTALMENTE PROTEGIDOS
Para a determinação da elevação de temperatura em perfis revestidos por material de
proteção térmica, deve-se considerar o equilíbrio térmico entre o calor emitido pelos
gases quentes, o calor absorvido pelo material de revestimento e o calor absorvido pelo
aço.
Para a dedução da equação de elevação de temperatura no perfil serão adotadas as
seguintes hipóteses simplificadoras:
elemento totalmente imerso no ambiente em chamas.
distribuição de temperatura uniforme no elemento.
Fluxo de calor unidimensional no elemento estrutural e no material de proteção
térmica.
A Figura 5.2 ilustra um esquema de equilíbrio térmico para um corpo qualquer com
proteção térmica submetido a um fluxo de calor.
Q
Q
Q
Q
Q
Q
Q
Q
Q
Q
Ver
detalhe
Q
θg
θm,ext
θm
θa
Qabs,m
Qabs,a
Qcond,m
Proteção
Aço
Detalhe
tm
Figura 5.2 – Fluxo de Calor no Material de Proteção Térmica.
CAP. 5 DETERMINAÇÃO DA DISTRIBUIÇÃO DE TEMPERATURA EM PERFIS DE AÇO
PARCIALMENTE PROTEGIDOS: MÉTODO SIMPLIFICADO
122
Considerando-se o equilíbrio térmico para a situação esquematizada na Figura 5.2, tem-
se:
mabsmcond
QQQ
,,
+=
(5.7)
mcondaabs
QQ
,,
=
(5.8)
Das equações (5.7) e (5.8), tem-se:
aabsmabsmcond
QQQQ
,,,
==
(5.9)
Desenvolvendo a equação (5.9), tem-se:
( )
a
aa
m
mmmextmg
m
mmm
cmcmA
t
A
==
θθθθα
θλ
,
(5.10)
(
)
(
)
a
aaa
m
mmmm
mextmg
m
m
aextmm
cVcAt
A
t
A
=
=
θρθρ
α
θ
θ
λ
θθ
1
,
,
(5.11)
( )
(
)
(
)
a
aaa
m
mmmmmextmg
m
m
aextmm
cV
cAtA
t
A
=
=
θρ
α
θρ
α
θθ
λ
θθ
1
1
,
,
(5.12)
Utilizando-se as propriedades das proporções, tem-se:
( )
( )
(
)
a
aaa
m
m
m
m
mmmextmgaextm
cV
t
Act
=
+
+
θρ
λα
θρ
α
θθθθ
1
1
,,
(5.13)
CAP. 5 DETERMINAÇÃO DA DISTRIBUIÇÃO DE TEMPERATURA EM PERFIS DE AÇO
PARCIALMENTE PROTEGIDOS: MÉTODO SIMPLIFICADO
123
( )
(
)
a
aaa
m
m
m
m
mmmag
cV
t
Act
=
+
θρ
λα
θρ
α
θθ
1
1
(5.14)
( )
(
)
a
m
aa
m
m
m
mmmag
a
V
A
c
t
ct
ρ
λα
θρ
α
θθ
θ
+
=
1
1
(5.15)
a
m
V
A
=
µ
(5.16)
onde µ é o fator de massividade da seção protegida.
Logo a equação (5.15) fica:
( )
(
)
+
=
m
m
aa
m
mmm
aa
ag
a
t
c
ct
ct
λα
ρ
θµρ
α
ρ
θθµ
θ
1
1
1
(5.17)
Para valores práticos de
α
1
e
m
m
t
λ
, pode-se admitir que:
(
)
0
1
1
+
m
m
t
λα
α
e
m
m
m
m
t
t
λ
λα
1
1
1
+
(5.18)
Com essa simplificação iremos desprezar a parcela de absorção do material de proteção.
Logo a equação (5.17) fica:
CAP. 5 DETERMINAÇÃO DA DISTRIBUIÇÃO DE TEMPERATURA EM PERFIS DE AÇO
PARCIALMENTE PROTEGIDOS: MÉTODO SIMPLIFICADO
124
( )
t
c
t
aa
m
m
ag
a
=
ρ
λ
θθµ
θ
(5.19)
A equação (5.19) é uma equação simplificada para o cálculo, razoavelmente preciso, da
elevação de temperatura nos perfis de aço revestido de material de proteção térmica
quando se despreza a parcela de absorção térmica do material de proteção.
5.3.2. PERFIS PARCIALMENTE PROTEGIDOS
Na seção de aço parcialmente protegida, como mostrado na Figura 3.3, haverá um fluxo
de calor adicional na parte protegida, vindo da parte não protegida do perfil que se
encontra com temperatura superior a parte protegida. Substituindo a equação (5.16) na
equação (5.19) temos novamente, o termo
a
m
V
A
na equação de elevação de
temperatura do perfil totalmente protegido:
( )
aaa
m
m
agm
a
Vc
t
t
A
ρ
λ
θθ
θ
=
(5.20)
Nota-se que o termo dentro do colchete na equação (5.20) nada mais é que o fluxo de
calor no elemento de aço advindo, por condução, do material de proteção térmica.
Conforme dito anteriormente, haverá um fluxo adicional de calor na região protegida
advindo da parte não protegida do perfil. Esse fluxo adicional de calor é dado por:
(
)
=
a
m
ag
f
t
A
q
λ
θθ
β
*
(5.21)
CAP. 5 DETERMINAÇÃO DA DISTRIBUIÇÃO DE TEMPERATURA EM PERFIS DE AÇO
PARCIALMENTE PROTEGIDOS: MÉTODO SIMPLIFICADO
125
O parâmetro β
f
é um coeficiente de ajuste que corrige a solução analítica ora proposta,
tornando-a compatível com a solução dada pelo programa TASEF que utiliza o Método
dos Elementos Finitos. Os valores de β
f
, que variam de acordo com a massividade do
perfil, são dados por:
(
)
100 para 390,0log575,0 +=
µµβ
dt
mf
(
)
300100 para 352,0log539,0 <+=
µµβ
dt
mf
(5.22)
(
)
300 para 211,0log177,0 +=
µµβ
dt
mf
Adicionando a equação (5.21) na equação (5.20), tem-se:
( ) ( )
aaa
a
m
ag
f
m
m
agm
a
Vc
t
t
A
t
A
ρ
λ
θθ
β
λ
θθ
θ
+
=
*
(5.23)
( )
aa
ag
a
m
f
m
m
a
c
t
tt
ρ
θθ
λ
µ
β
λ
µ
θ
+
=
*
(5.24)
a
V
A
*
*
=
µ
(5.25)
onde µ
*
é o fator de massividade relativo à seção não protegida.
Para o tipo de proteção parcial descrito na Figura 3.3, o µ
*
fator pode ser dado por:
a
m
A
t2
*
=
µ
(5.26)
CAP. 5 DETERMINAÇÃO DA DISTRIBUIÇÃO DE TEMPERATURA EM PERFIS DE AÇO
PARCIALMENTE PROTEGIDOS: MÉTODO SIMPLIFICADO
126
A elevação de temperatura da parte não protegida é dada pela equação (2.28) que é a
mesma fornecida pela NBR 14343 (1999) para perfis sem proteção térmica.
5.4. COMPARAÇÃO DO MÉTODO SIMPLIFICADO COM O MÉTODO
DOS ELEMENTOS FINITOS
As Figuras 5.4 a 5.28 ilustram a elevação de temperatura, nos pontos indicados na
Figura 5.3, em diversos perfis metálicos, expostos ao incêndio padrão, com diferentes
espessuras de proteção parcial, obtidas pelo TASEF (Método dos Elementos Finitos) e
pela equação analítica ora proposta, equação (5.24). O tipo de proteção parcial adotada é
o esquematizado na Figura 5.3. Portanto, as elevações de temperatura são calculadas nas
mesas dotadas de proteção. Favoravelmente à segurança, admite-se que os demais
pontos da mesa do perfil esteja sob mesma temperatura dos pontos mostrados na Figura
5.3 e que a alma está sob temperatura uniforme. Tanto as análises simplificadas quanto
as análises por elementos finitos foram realizadas de acordo com o item 8.5.1.1.2 da
NBR 14343 (1999), assumindo o valor da emissividade resultante como sendo 0,5 para
todo o perfil.
t
m
Figura 5.3 – Pontos Onde Serão Mostradas as Elevações de Temperatura.
5.4.1. PERFIS COM µ
µµ
µ
100
A seguir será mostrado a elevação de temperatura dos perfis CVS 500x250 e CVS
1500x599, que possuem massividades inferiores a 100 m
-1
.
CAP. 5 DETERMINAÇÃO DA DISTRIBUIÇÃO DE TEMPERATURA EM PERFIS DE AÇO
PARCIALMENTE PROTEGIDOS: MÉTODO SIMPLIFICADO
127
5.4.1.1. PERFIL CVS 500x250
A Tabela 5.1 e as Figuras 5.4 a 5.7 mostram a elevação de temperatura no perfil CVS
500x250, com espessuras de proteção passiva parcial variando de 5 a 50mm.
Tabela 5.1 – Elevação de temperatura no perfil CVS 500x250
(min.) TASEF E.A. TASEF E.A. TASEF E.A. TASEF E.A. TASEF E.A.
0 20 20 20 20 20 20 20 20 20 20 20
6 603 94 90 77 71 67 61 60 55 54 51
12 705 198 237 158 184 136 154 120 136 108 123
18 766 307 368 246 292 212 246 188 218 170 197
24 809 412 479 334 389 290 332 259 297 235 268
30 842 506 570 417 475 365 411 328 370 300 336
36 869 589 646 494 550 437 482 395 437 363 399
42 892 660 708 564 615 503 545 459 498 423 458
48 912 721 759 626 672 564 602 518 554 480 512
54 930 773 802 682 721 620 653 572 605 533 562
60 945 816 837 732 764 671 699 623 651 583 608
66 960 853 868 775 801 717 739 669 693 629 650
72 973 884 893 814 833 758 776 712 731 671 688
78 985 910 916 847 862 795 808 751 765 711 724
84 996 933 935 877 887 829 837 786 796 747 756
90 1006 953 952 903 909 858 863 818 825 780 786
96 1016 970 967 926 929 885 887 847 850 811 814
102 1025 985 981 946 947 909 908 873 874 839 839
108 1033 998 993 965 963 930 927 897 895 864 862
114 1041 1010 1005 981 978 950 945 919 915 888 883
120 1049 1021 1015 995 991 967 961 938 933 909 903
(min.) TASEF E.A. TASEF E.A. TASEF E.A. TASEF E.A. TASEF E.A.
0 20 20 20 20 20 20 20 20 20 20 20
6 603 49 47 46 45 43 43 40 41 38 40
12 705 98 112 90 105 83 98 77 92 72 87
18 766 155 180 142 167 132 156 123 146 115 138
24 809 215 246 199 229 185 214 172 200 161 189
30 842 276 309 256 288 239 270 224 253 210 239
36 869 336 368 313 345 292 324 274 304 258 288
42 892 393 424 367 399 344 375 324 353 306 334
48 912 448 477 420 449 395 424 372 400 352 379
54 930 499 525 469 496 443 470 419 444 397 422
60 945 548 570 517 541 488 513 463 486 440 463
66 960 593 612 561 582 532 553 505 526 481 502
72 973 635 651 603 621 573 592 545 563 520 539
78 985 675 687 642 657 612 627 584 598 557 573
84 996 712 720 679 690 648 661 620 632 593 607
90 1006 746 751 713 721 683 692 654 663 627 638
96 1016 777 779 745 750 715 722 686 693 659 667
102 1025 806 805 775 777 745 749 716 721 689 695
108 1033 833 830 802 803 773 775 745 747 718 722
114 1041 858 853 828 826 799 799 772 772 745 747
120 1049 881 874 852 848 824 822 797 795 770 770
Obs:
TASEF = temperatura calculada pelo software TASEF
E.A. = temperatura calculada pela equação analítica
Perfil CVS 500x250
Tempo
Variação de Temperatura (°C)
Gases
t
m
= 5mm t
m
= 10mm t
m
= 15mm t
m
= 20mm t
m
= 25mm
Perfil CVS 500x250
Tempo
Variação de Temperatura (°C)
Gases
t
m
= 30mm t
m
= 35mm t
m
= 40mm t
m
= 45mm t
m
= 50mm
CAP. 5 DETERMINAÇÃO DA DISTRIBUIÇÃO DE TEMPERATURA EM PERFIS DE AÇO
PARCIALMENTE PROTEGIDOS: MÉTODO SIMPLIFICADO
128
Histórico de Temperatura em Perfis de Aço
CVS 500x250
0
200
400
600
800
1000
1200
0 30 60 90 120
Tempo (min)
Temperatura (ºC)
Temp. Incêndio Temp. Elementos Finitos Temp. Equação Analítica
tm = 5mm
tm = 25mm
tm = 50mm
µ
5
= 78 m
-1
µ
25
= 88 m
-1
µ
50
= 101 m
-1
Figura 5.4 – Perfil CVS 500x250: t
m
= 5mm, t
m
= 25mm, t
m
= 50mm.
Histórico de Temperatura em Perfis de Aço
CVS 500x250
0
200
400
600
800
1000
1200
0 30 60 90 120
Tempo (min)
Temperatura (ºC)
Temp. Incêndio Temp. Elementos Finitos Temp. Equação Analítica
tm = 10mm tm = 30mm
tm = 45mm
µ
10
= 80 m
-1
µ
30
= 91 m
-1
µ
50
= 98 m
-1
Figura 5.5 – Perfil CVS 500x250: t
m
= 10mm, t
m
= 30mm, t
m
= 45mm.
CAP. 5 DETERMINAÇÃO DA DISTRIBUIÇÃO DE TEMPERATURA EM PERFIS DE AÇO
PARCIALMENTE PROTEGIDOS: MÉTODO SIMPLIFICADO
129
Histórico de Temperatura em Perfis de Aço
CVS 500x250
0
200
400
600
800
1000
1200
0 30 60 90 120
Tempo (min)
Temperatura (ºC)
Temp. Incêndio Temp. Elementos Finitos Temp. Equação Analítica
tm = 15mm
tm = 35mm
µ
15
= 83 m
-1
µ
35
= 93 m
-1
Figura 5.6 – Perfil CVS 500x250: t
m
= 15mm, t
m
= 35mm.
Histórico de Temperatura em Perfis de Aço
CVS 500x250
0
200
400
600
800
1000
1200
0 30 60 90 120
Tempo (min)
Temperatura (ºC)
Temp. Incêndio Temp. Elementos Finitos Temp. Equação Analítica
tm = 20mm
tm = 40mm
µ
15
= 86 m
-1
µ
35
= 96 m
-1
Figura 5.7 – Perfil CVS 500x250: t
m
= 20mm, t
m
= 40mm.
CAP. 5 DETERMINAÇÃO DA DISTRIBUIÇÃO DE TEMPERATURA EM PERFIS DE AÇO
PARCIALMENTE PROTEGIDOS: MÉTODO SIMPLIFICADO
130
5.4.1.2. PERFIL CVS 1500x599
A Tabela 5.2 e as Figuras 5.8 a 5.11 mostram a elevação de temperatura no perfil CVS
1500x599, com espessuras de proteção passiva parcial variando de 5 a 50mm.
Tabela 5.2 – Elevação de temperatura no perfil CVS 1500x599
(min.) TASEF E.A. TASEF E.A. TASEF E.A. TASEF E.A. TASEF E.A.
0 20 20 20 20 20 20 20 20 20 20 20
6 603 72 78 54 62 45 53 39 47 36 44
12 705 164 204 121 156 99 129 84 112 75 101
18 766 266 322 200 250 165 207 142 179 126 161
24 809 367 425 283 337 236 282 205 244 183 220
30 842 460 514 362 416 307 353 268 307 241 278
36 869 543 590 437 488 375 418 330 367 298 333
42 892 617 655 507 552 439 478 390 422 354 385
48 912 681 710 570 609 499 533 446 474 407 435
54 930 736 757 628 660 555 584 499 523 458 481
60 945 784 797 680 705 607 630 550 568 506 525
66 960 825 832 727 745 655 672 596 610 551 566
72 973 859 861 769 781 698 710 640 649 594 604
78 985 889 887 806 813 738 745 680 684 634 640
84 996 915 910 840 842 775 777 718 718 671 673
90 1006 937 930 869 868 807 806 752 748 706 705
96 1016 956 948 895 891 837 833 784 777 739 734
102 1025 973 964 918 912 864 857 813 803 769 761
108 1033 987 978 939 931 889 879 840 828 797 787
114 1041 1001 991 958 948 911 900 865 851 823 811
120 1049 1012 1003 974 964 931 919 888 872 847 833
(min.) TASEF E.A. TASEF E.A. TASEF E.A. TASEF E.A. TASEF E.A.
0 20 20 20 20 20 20 20 20 20 20 20
6 603 33 41 31 39 29 37 28 35 27 34
12 705 67 91 61 84 56 78 52 73 49 68
18 766 112 144 102 132 93 123 86 113 80 105
24 809 163 198 148 181 135 168 124 154 115 143
30 842 215 250 197 229 180 213 166 196 154 182
36 869 268 300 246 276 225 257 208 237 193 220
42 892 319 349 294 321 269 300 249 276 232 257
48 912 369 395 340 365 313 341 290 315 271 293
54 930 416 439 386 407 355 381 330 353 308 329
60 945 462 481 429 447 396 419 369 389 345 363
66 960 505 520 471 485 436 456 407 424 381 396
72 973 547 558 510 521 474 491 444 457 416 429
78 985 586 593 548 555 511 524 479 490 450 460
84 996 623 626 585 588 546 556 513 521 483 490
90 1006 657 658 619 619 579 587 545 550 514 519
96 1016 690 687 651 649 611 616 576 579 545 547
102 1025 721 715 682 677 641 644 606 606 574 573
108 1033 750 742 711 703 670 670 635 633 602 599
114 1041 777 766 738 728 698 696 662 658 629 624
120 1049 802 790 764 752 724 720 688 682 655 648
Obs:
TASEF = temperatura calculada pelo software TASEF
E.A. = temperatura calculada pela equação analítica
Perfil CVS 1500x599
Tempo
Variação de Temperatura (°C)
Gases
Variação de Temperatura (°C)
Gases
Tempo
Perfil CVS 1500x599
t
m
= 25mmt
m
= 5mm t
m
= 10mm t
m
= 15mm t
m
= 20mm
t
m
= 50mmt
m
= 30mm t
m
= 35mm t
m
= 40mm t
m
= 45mm
CAP. 5 DETERMINAÇÃO DA DISTRIBUIÇÃO DE TEMPERATURA EM PERFIS DE AÇO
PARCIALMENTE PROTEGIDOS: MÉTODO SIMPLIFICADO
131
Histórico de Temperatura em Perfis de Aço
CVS 1500X599
0
200
400
600
800
1000
1200
0 30 60 90 120
Tempo (min)
Temperatura (ºC)
Temp. Incêndio Temp. Elementos Finitos Temp. Equação Analítica
t
m
= 10mm
t
m
= 30mm
t
m
= 50mm
µ
10
= 78 m
-1
µ
30
= 82 m
-1
µ
50
= 86 m
-1
Figura 5.8 – Perfil CVS 1500x599: t
m
= 10mm, t
m
= 30mm, t
m
= 50mm.
Histórico de Temperatura em Perfis de Aço
CVS 1500X599
0
200
400
600
800
1000
1200
0 30 60 90 120
Tempo (min)
Temperatura (ºC)
Temp. Incêndio Temp. Elementos Finitos Temp. Equação Analítica
t
m
= 5mm
t
m
= 25mm
t
m
= 45mm
µ
5
= 77 m
-1
µ
25
= 81 m
-1
µ
45
= 85 m
-1
Figura 5.9 – Perfil CVS 1500x599: t
m
= 5mm, t
m
= 25mm, t
m
= 45mm.
CAP. 5 DETERMINAÇÃO DA DISTRIBUIÇÃO DE TEMPERATURA EM PERFIS DE AÇO
PARCIALMENTE PROTEGIDOS: MÉTODO SIMPLIFICADO
132
Histórico de Temperatura em Perfis de Aço
CVS 1500X599
0
200
400
600
800
1000
1200
0 30 60 90 120
Tempo (min)
Temperatura (ºC)
Temp. Incêndio Temp. Elementos Finitos Temp. Equação Analítica
t
m
= 15mm
t
m
= 35mm
µ
15
= 79 m
-1
µ
35
= 83 m
-1
Figura 5.10 – Perfil CVS 1500x599: t
m
= 15mm, t
m
= 35mm.
Histórico de Temperatura em Perfis de Aço
CVS 1500X599
0
200
400
600
800
1000
1200
0 30 60 90 120
Tempo (min)
Temperatura (ºC)
Temp. Incêndio Temp. Elementos Finitos Temp. Equação Analítica
t
m
= 20mm
t
m
= 40mm
µ
20
= 80 m
-1
µ
40
= 84 m
-1
Figura 5.11 – Perfil CVS 1500x599: t
m
= 10mm, t
m
= 20mm.
5.4.2. PERFIS COM 100 < µ
µµ
µ
300
A seguir será mostrado a elevação de temperatura dos perfis HP 310x125 e HP 250x52,
que possuem massividades superiores a 100 e inferiores a 300 m
-1
.
CAP. 5 DETERMINAÇÃO DA DISTRIBUIÇÃO DE TEMPERATURA EM PERFIS DE AÇO
PARCIALMENTE PROTEGIDOS: MÉTODO SIMPLIFICADO
133
5.4.2.1. PERFIL HP 310x125
A Tabela 5.3 e as Figuras 5.12 a 5.15 mostram a elevação de temperatura no perfil HP
310x125, com espessuras de proteção passiva parcial variando de 5 a 50mm.
Tabela 5.3 – Elevação de temperatura no perfil HP 310x125
(min.) TASEF E.A. TASEF E.A. TASEF E.A. TASEF E.A. TASEF E.A.
0 20 20 20 20 20 20 20 20 20 20 20
6 603 129 102 82 92 67 79 82 74 51 65
12 705 280 267 188 242 155 206 188 193 117 167
18 766 415 409 306 375 257 325 302 305 200 267
24 809 522 523 421 486 362 428 407 405 289 359
30 842 611 615 525 578 461 518 498 493 377 441
36 869 677 688 614 653 549 594 575 568 459 514
42 892 723 746 689 714 626 658 641 633 534 579
48 912 756 793 750 765 692 713 697 689 602 636
54 930 790 831 801 807 748 760 745 737 661 687
60 945 833 863 842 842 796 800 786 779 714 731
66 960 874 890 875 871 835 834 823 815 760 770
72 973 906 913 903 897 869 863 854 846 801 805
78 985 931 932 927 919 898 889 882 874 836 835
84 996 952 949 947 938 922 912 906 898 867 863
90 1006 969 965 964 954 943 932 928 919 894 887
96 1016 984 978 979 969 961 949 947 938 918 909
102 1025 997 991 992 983 977 965 964 955 939 928
108 1033 1009 1002 1004 995 991 979 979 970 957 946
114 1041 1019 1012 1015 1006 1003 992 993 984 974 962
120 1049 1029 1022 1025 1016 1015 1004 1006 997 988 977
(min.) TASEF E.A. TASEF E.A. TASEF E.A. TASEF E.A. TASEF E.A.
0 20 20 20 20 20 20 20 20 20 20 20
6 603 46 60 42 58 39 54 36 51 34 49
12 705 105 152 95 144 87 133 80 124 74 116
18 766 181 243 165 230 151 214 139 199 129 186
24 809 263 329 241 312 222 291 206 271 191 255
30 842 346 407 319 388 296 363 275 339 256 320
36 869 424 477 394 457 367 429 343 403 321 381
42 892 497 541 465 520 435 490 408 462 383 438
48 912 564 598 530 576 498 546 469 517 443 491
54 930 624 649 589 627 557 597 527 567 499 540
60 945 677 694 643 673 610 643 580 612 551 586
66 960 725 735 691 714 659 685 628 655 599 628
72 973 767 772 735 752 703 723 673 693 643 666
78 985 805 804 774 785 743 757 713 728 684 702
84 996 838 833 809 815 779 789 751 761 722 735
90 1006 867 860 840 843 812 817 784 790 757 766
96 1016 893 884 868 868 842 844 815 818 788 794
102 1025 916 905 893 890 868 867 843 843 818 820
108 1033 937 925 915 911 893 889 869 866 844 844
114 1041 956 942 936 929 914 909 892 887 869 866
120 1049 972 958 954 946 934 928 913 907 891 886
Obs:
TASEF = temperatura calculada pelo software TASEF
E.A. = temperatura calculada pela equação analítica
Perfil HP 310x125
Tempo
Variação de Temperatura (°C)
Gases
t
m
= 5mm t
m
= 10mm t
m
= 15mm t
m
= 20mm t
m
= 25mm
Perfil CVS 500x250
Tempo
Variação de Temperatura (°C)
Gases
t
m
= 30mm t
m
= 35mm t
m
= 40mm t
m
= 45mm t
m
= 50mm
CAP. 5 DETERMINAÇÃO DA DISTRIBUIÇÃO DE TEMPERATURA EM PERFIS DE AÇO
PARCIALMENTE PROTEGIDOS: MÉTODO SIMPLIFICADO
134
Histórico de Temperatura em Perfis de Aço
HP 310x125
0
200
400
600
800
1000
1200
0 30 60 90 120
Tempo (min)
Temperatura (ºC)
Temp. Incêndio Temp. Elementos Finitos Temp. Equação Analítica
t
m
= 5mm
t
m
= 35mm
µ
5
= 124 m
-1
µ
35
= 155 m
-1
µ
35
= 170 m
-1
t
m
= 50mm
Figura 5.12 – Perfil HP 310x125: t
m
= 5mm, t
m
= 35mm, t
m
= 50mm.
Histórico de Temperatura em Perfis de Aço
HP 310x125
0
200
400
600
800
1000
1200
0 30 60 90 120
Tempo (min)
Temperatura (ºC)
Temp. Incêndio Temp. Elementos Finitos Temp. Equação Analítica
t
m
= 10mm
t
m
= 40mm
µ
10
= 134 m
-1
µ
25
= 144 m
-1
t
m
= 25mm
µ
40
= 160 m
-1
Figura 5.13 – Perfil HP 310x125: t
m
= 10mm, t
m
= 25mm, t
m
= 40mm.
CAP. 5 DETERMINAÇÃO DA DISTRIBUIÇÃO DE TEMPERATURA EM PERFIS DE AÇO
PARCIALMENTE PROTEGIDOS: MÉTODO SIMPLIFICADO
135
Histórico de Temperatura em Perfis de Aço
HP 310x125
0
200
400
600
800
1000
1200
0 30 60 90 120
Tempo (min)
Temperatura (ºC)
Temp. Incêndio Temp. Elementos Finitos Temp. Equação Analítica
t
m
= 15mm
t
m
= 45mm
µ
15
= 134 m
-1
µ
45
= 165 m
-1
Figura 5.14 – Perfil HP 310x125: t
m
= 15mm, t
m
= 45mm.
Histórico de Temperatura em Perfis de Aço
HP 310x125
0
200
400
600
800
1000
1200
0 30 60 90 120
Tempo (min)
Temperatura (ºC)
Temp. Incêndio Temp. Elementos Finitos Temp. Equação Analítica
t
m
= 20mm
t
m
= 30mm
µ
20
= 139 m
-1
µ
30
= 149 m
-1
Figura 5.15 – Perfil HP 310x125: t
m
= 20mm, t
m
= 30mm.
CAP. 5 DETERMINAÇÃO DA DISTRIBUIÇÃO DE TEMPERATURA EM PERFIS DE AÇO
PARCIALMENTE PROTEGIDOS: MÉTODO SIMPLIFICADO
136
5.4.2.2. PERFIL HP 250x62
A Tabela 5.4 e as Figuras 5.16 a 5.19 mostram a elevação de temperatura no perfil HP
250x62, com espessuras de proteção passiva parcial variando de 5 a 50mm.
Tabela 5.4 – Elevação de temperatura no perfil HP 250x62
(min.) TASEF E.A. TASEF E.A. TASEF E.A. TASEF E.A. TASEF E.A.
0 20 20 20 20 20 20 20 20 20 20 20
6 603 165 169 122 134 98 110 82 94 71 85
12 705 365 414 283 345 235 288 201 248 176 223
18 766 535 576 438 503 376 435 330 383 293 348
24 809 659 682 567 618 501 551 449 495 405 456
30 842 745 753 668 702 605 641 552 587 505 547
36 869 804 804 744 764 689 712 638 662 592 623
42 892 846 842 801 811 755 767 709 722 665 686
48 912 877 871 844 847 806 811 767 772 726 739
54 930 902 895 877 876 847 847 813 813 778 784
60 945 922 916 904 901 880 876 852 848 820 821
66 960 940 933 925 921 906 901 883 876 856 854
72 973 955 949 944 939 928 922 909 901 886 881
78 985 969 963 959 954 947 940 931 922 911 905
84 996 982 976 973 968 963 956 950 941 933 926
90 1006 993 988 986 981 977 971 966 957 952 944
96 1016 1004 999 997 993 990 983 981 972 968 960
102 1025 1014 1009 1008 1003 1002 995 993 985 983 975
108 1033 1023 1019 1018 1013 1012 1006 1005 997 996 988
114 1041 1032 1027 1027 1023 1022 1016 1016 1008 1008 1000
120 1049 1040 1036 1036 1031 1031 1025 1025 1018 1018 1011
(min.) TASEF E.A. TASEF E.A. TASEF E.A. TASEF E.A. TASEF E.A.
0 20 20 20 20 20 20 20 20 20 20 20
6 603 63 76 56 69 51 64 46 60 43 57
12 705 155 197 139 179 125 164 113 153 102 143
18 766 262 312 236 284 214 262 195 244 178 230
24 809 367 413 335 379 306 352 280 330 257 311
30 842 464 501 426 464 393 434 362 408 335 387
36 869 549 577 510 539 473 506 439 479 408 456
42 892 623 642 583 604 545 571 510 543 477 518
48 912 687 698 648 661 610 628 574 600 539 575
54 930 741 745 704 710 667 679 631 651 596 626
60 945 787 786 752 753 717 723 682 696 648 672
66 960 826 822 794 791 761 763 728 737 694 713
72 973 860 853 831 825 800 798 768 773 736 750
78 985 888 879 862 854 834 829 804 806 773 784
84 996 913 903 890 880 864 857 836 835 807 814
90 1006 934 924 914 903 890 882 865 861 837 842
96 1016 953 942 935 923 914 904 890 885 864 867
102 1025 969 959 953 942 934 924 913 906 889 889
108 1033 984 974 970 958 953 942 933 926 911 910
114 1041 997 987 985 973 969 958 951 943 931 928
120 1049 1009 999 998 987 984 973 968 959 949 946
Obs:
TASEF = temperatura calculada pelo software TASEF
E.A. = temperatura calculada pela equação analítica
Perfil HP 250x52
Tempo
Variação de Temperatura (°C)
Gases
t
m
= 5mm t
m
= 10mm t
m
= 15mm t
m
= 20mm t
m
= 25mm
Perfil HP 250x52
Tempo
Variação de Temperatura (°C)
Gases
t
m
= 30mm t
m
= 35mm t
m
= 40mm t
m
= 45mm t
m
= 50mm
CAP. 5 DETERMINAÇÃO DA DISTRIBUIÇÃO DE TEMPERATURA EM PERFIS DE AÇO
PARCIALMENTE PROTEGIDOS: MÉTODO SIMPLIFICADO
137
Histórico de Temperatura em Perfis de Aço
HP 250x52
0
200
400
600
800
1000
1200
0 30 60 90 120
Tempo (min)
Temperatura (ºC)
Temp. Incêndio Temp. Elementos Finitos Temp. Equação Analítica
µ
10
= 211 m
-1
µ
40
= 263 m
-1
t
m
= 10mm
t
m
= 30mm
t
m
= 50mm
µ
50
= 281 m
-1
Figura 5.16 – Perfil HP 250x62: t
m
= 10mm, t
m
= 30mm, t
m
= 50mm.
Histórico de Temperatura em Perfis de Aço
HP 250x52
0
200
400
600
800
1000
1200
0 30 60 90 120
Tempo (min)
Temperatura (ºC)
Temp. Incêndio Temp. Elementos Finitos Temp. Equação Analítica
µ
5
= 202 m
-1
µ
25
= 237 m
-1
t
m
= 5mm
t
m
= 25mm
t
m
= 45mm
µ
45
= 272 m
-1
Figura 5.17 – Perfil HP 250x62: t
m
= 5mm, t
m
= 25mm, t
m
= 45mm.
CAP. 5 DETERMINAÇÃO DA DISTRIBUIÇÃO DE TEMPERATURA EM PERFIS DE AÇO
PARCIALMENTE PROTEGIDOS: MÉTODO SIMPLIFICADO
138
Histórico de Temperatura em Perfis de Aço
HP 250x52
0
200
400
600
800
1000
1200
0 30 60 90 120
Tempo (min)
Temperatura (ºC)
Temp. Incêndio Temp. Elementos Finitos Temp. Equação Analítica
µ
15
= 219 m
-1
µ
35
= 255 m
-1
t
m
= 15mm
t
m
= 35mm
Figura 5.18 – Perfil HP 250x62: t
m
= 15mm, t
m
= 35mm.
Histórico de Temperatura em Perfis de Aço
HP 250x52
0
200
400
600
800
1000
1200
0 30 60 90 120
Tempo (min)
Temperatura (ºC)
Temp. Incêndio Temp. Elementos Finitos Temp. Equação Analítica
µ
20
= 228 m
-1
µ
40
= 263 m
-1
t
m
= 20mm
t
m
= 40mm
Figura 5.19 – Perfil HP 250x62: t
m
= 20mm, t
m
= 40mm.
5.4.3. PERFIS COM µ
µµ
µ > 300
A seguir será mostrado a elevação de temperatura dos perfis VS 200x29 e W 150x22.5,
que possuem massividades superiores a 300 m
-1
.
CAP. 5 DETERMINAÇÃO DA DISTRIBUIÇÃO DE TEMPERATURA EM PERFIS DE AÇO
PARCIALMENTE PROTEGIDOS: MÉTODO SIMPLIFICADO
139
5.4.3.1. PERFIL CVS 200x29
A Tabela 5.5 e as Figuras 5.20 a 5.23 mostram a elevação de temperatura no perfil HP
200x29, com espessuras de proteção passiva parcial variando de 5 a 50mm.
Tabela 5.5 – Elevação de temperatura no perfil VS 200x29
(min.) TASEF E.A. TASEF E.A. TASEF E.A. TASEF E.A. TASEF E.A.
0 20 20 20 20 20 20 20 20 20 20 20
6 603 248 282 184 192 147 148 122 121 104 105
12 705 499 569 403 454 340 374 292 314 255 275
18 766 658 695 574 613 506 536 449 468 401 419
24 809 750 763 689 710 630 648 575 585 524 534
30 842 805 809 765 774 719 727 671 672 624 625
36 869 843 843 817 819 783 784 744 739 702 697
42 892 872 870 854 852 829 826 798 790 763 754
48 912 896 893 883 879 864 859 840 831 811 800
54 930 916 913 906 902 892 886 873 863 850 838
60 945 933 931 925 921 914 908 900 890 881 868
66 960 949 946 942 938 933 927 922 912 906 894
72 973 963 960 957 953 950 944 940 931 928 916
78 985 976 973 970 967 964 959 957 948 946 935
84 996 988 985 983 979 978 972 971 963 962 952
90 1006 999 996 994 991 989 984 984 976 976 967
96 1016 1009 1007 1005 1001 1000 996 995 988 989 980
102 1025 1018 1016 1015 1011 1011 1006 1006 1000 1000 992
108 1033 1027 1025 1024 1021 1020 1016 1016 1010 1011 1004
114 1041 1036 1034 1033 1030 1029 1025 1025 1020 1021 1014
120 1049 1044 1042 1041 1038 1038 1034 1034 1029 1030 1023
(min.) TASEF E.A. TASEF E.A. TASEF E.A. TASEF E.A. TASEF E.A.
0 20 20 20 20 20 20 20 20 20 20 20
6 603 90 94 79 86 71 80 64 76 59 72
12 705 224 247 199 226 177 210 159 197 149 187
18 766 359 381 324 353 292 330 264 311 250 296
24 809 479 494 437 461 399 435 365 413 347 394
30 842 578 585 535 552 495 524 457 501 436 480
36 869 660 660 617 628 577 600 538 576 516 556
42 892 725 721 686 691 647 665 608 641 587 621
48 912 779 771 743 744 707 719 670 697 648 677
54 930 822 812 791 788 757 765 723 745 702 726
60 945 857 846 830 825 800 805 768 786 749 768
66 960 887 876 863 857 837 838 807 821 790 805
72 973 911 900 891 884 868 868 841 852 825 837
78 985 932 922 915 907 895 893 871 879 856 866
84 996 950 940 936 928 918 915 897 903 883 890
90 1006 966 957 954 946 938 935 919 923 907 912
96 1016 980 971 969 962 956 952 939 942 928 932
102 1025 993 985 984 976 972 967 957 958 947 950
108 1033 1004 997 996 989 986 981 973 973 964 965
114 1041 1015 1008 1008 1001 998 994 987 987 979 980
120 1049 1025 1018 1018 1012 1010 1006 1000 999 993 993
Obs:
TASEF = temperatura calculada pelo software TASEF
E.A. = temperatura calculada pela equação analítica
Perfil VS 200x29
Tempo
Variação de Temperatura (°C)
Gases
t
m
= 5mm t
m
= 10mm t
m
= 15mm t
m
= 20mm t
m
= 25mm
Perfil VS 200x29
Tempo
Variação de Temperatura (°C)
Gases
t
m
= 30mm t
m
= 35mm t
m
= 40mm t
m
= 45mm t
m
= 50mm
CAP. 5 DETERMINAÇÃO DA DISTRIBUIÇÃO DE TEMPERATURA EM PERFIS DE AÇO
PARCIALMENTE PROTEGIDOS: MÉTODO SIMPLIFICADO
140
Histórico de Temperatura em Perfis de Aço
VS 200X29
0
200
400
600
800
1000
1200
0 30 60 90 120
Tempo (min)
Temperatura (ºC)
Temp. Incêndio Temp. Elementos Finitos Temp. Equaçao Analítica
t
m
= 10mm
t
m
= 30mm
t
m
= 50mm
µ
10
= 367 m
-1
µ
30
= 454 m
-1
µ
50
= 540 m
-1
Figura 5.20 – Perfil VS 200x29: t
m
= 10mm, t
m
= 30mm, t
m
= 50mm.
Histórico de Temperatura em Perfis de Aço
VS 200X29
-200
0
200
400
600
800
1000
1200
0 30 60 90 120
Tempo (min)
Temperatura (ºC)
Temp. Incêndio Temp. Elementos Finitos Temp. Equaçao Analítica
t
m
= 5mm
t
m
= 25mm
t
m
= 45mm
µ
5
= 345 m
-1
µ
25
= 432 m
-1
µ
45
= 518 m
-1
Figura 5.21 – Perfil VS 200x29: t
m
= 5mm, t
m
= 25mm, t
m
= 45mm.
CAP. 5 DETERMINAÇÃO DA DISTRIBUIÇÃO DE TEMPERATURA EM PERFIS DE AÇO
PARCIALMENTE PROTEGIDOS: MÉTODO SIMPLIFICADO
141
Histórico de Temperatura em Perfis de Aço
VS 200X29
0
200
400
600
800
1000
1200
0 30 60 90 120
Tempo (min)
Temperatura (ºC)
Temp. Incêndio Temp. Elementos Finitos Temp. Equaçao Analítica
t
m
= 15mm
t
m
= 35mm
µ
15
= 389 m
-1
µ
35
= 475 m
-1
Figura 5.22 – Perfil VS 200x29: t
m
= 15mm, t
m
= 35mm.
Histórico de Temperatura em Perfis de Aço
VS 200X29
0
200
400
600
800
1000
1200
0 30 60 90 120
Tempo (min)
Temperatura (ºC)
Temp. Incêndio Temp. Elementos Finitos Temp. Equaçao Analítica
t
m
= 20mm
t
m
= 40mm
µ
20
= 410 m
-1
µ
40
= 497 m
-1
Figura 5.23 – Perfil VS 200x29: t
m
= 20mm, t
m
= 40mm.
CAP. 5 DETERMINAÇÃO DA DISTRIBUIÇÃO DE TEMPERATURA EM PERFIS DE AÇO
PARCIALMENTE PROTEGIDOS: MÉTODO SIMPLIFICADO
142
5.4.3.2. PERFIL W 150x22,5
A Tabela 5.6 e as Figuras 5.24 a 5.28 mostram a elevação de temperatura no perfil W
150x22.5, com espessuras de proteção passiva parcial variando de 5 a 50mm.
Tabela 5.6 – Elevação de temperatura no perfil W 150x22.5
(min.) TASEF E.A. TASEF E.A. TASEF E.A. TASEF E.A. TASEF E.A.
0 20 20 20 20 20 20 20 20 20 20 20
6 603 243 276 181 177 146 147 121 126 103 113
12 705 497 563 405 429 342 371 295 327 257 295
18 766 659 691 578 591 512 532 456 483 407 444
24 809 750 761 694 694 638 645 584 599 534 560
30 842 805 807 769 762 727 724 681 685 635 650
36 869 843 842 820 810 789 782 753 750 713 719
42 892 872 869 856 846 834 825 807 799 774 774
48 912 895 892 884 875 868 858 847 838 821 817
54 930 915 912 907 898 895 885 879 869 858 852
60 945 933 930 926 918 917 908 904 895 887 880
66 960 949 946 942 935 935 927 925 916 912 904
72 973 963 960 957 951 951 943 943 935 932 925
78 985 976 973 971 965 965 958 959 951 950 943
84 996 988 985 983 977 978 972 973 965 965 958
90 1006 999 996 994 989 990 984 985 978 979 972
96 1016 1009 1006 1005 1000 1001 995 997 990 991 985
102 1025 1018 1016 1015 1010 1011 1006 1007 1001 1002 997
108 1033 1027 1025 1024 1019 1021 1016 1017 1011 1013 1007
114 1041 1036 1034 1033 1028 1030 1025 1026 1021 1022 1017
120 1049 1044 1042 1041 1037 1038 1033 1035 1030 1031 1026
(min.) TASEF E.A. TASEF E.A. TASEF E.A. TASEF E.A. TASEF E.A.
0 20 20 20 20 20 20 20 20 20 20 20
6 603 98 106 79 97 76 91 71 86 68 81
12 705 246 278 200 256 193 239 183 225 176 214
18 766 393 423 328 394 318 370 305 351 295 335
24 809 519 538 445 507 433 481 419 459 407 441
30 842 621 629 546 599 534 572 519 550 507 531
36 869 701 701 631 673 619 648 604 626 592 607
42 892 764 758 700 732 689 710 675 689 664 671
48 912 812 803 757 781 747 761 735 742 725 725
54 930 851 840 804 821 795 803 784 786 775 771
60 945 882 871 843 854 835 839 825 824 817 810
66 960 908 896 875 882 868 869 860 856 853 843
72 973 929 918 901 906 896 894 888 883 882 872
78 985 947 937 924 927 919 916 913 906 908 897
84 996 963 953 944 945 940 936 934 927 930 918
90 1006 977 968 961 961 957 953 953 945 949 937
96 1016 989 981 975 975 973 968 969 961 965 954
102 1025 1001 993 989 988 986 982 983 976 980 970
108 1033 1011 1004 1001 999 999 994 996 989 993 983
114 1041 1021 1014 1012 1010 1010 1005 1007 1001 1005 996
120 1049 1030 1024 1022 1020 1020 1016 1018 1011 1016 1007
Obs:
TASEF = temperatura calculada pelo software TASEF
E.A. = temperatura calculada pela equação analítica
Perfil W 150x22.5
Tempo
Variação de Temperatura (°C)
Gases
t
m
= 5mm t
m
= 10mm t
m
= 15mm t
m
= 20mm t
m
= 25mm
Perfil W 150x22.5
Tempo
Variação de Temperatura (°C)
Gases
t
m
= 30mm t
m
= 35mm t
m
= 40mm t
m
= 45mm t
m
= 50mm
CAP. 5 DETERMINAÇÃO DA DISTRIBUIÇÃO DE TEMPERATURA EM PERFIS DE AÇO
PARCIALMENTE PROTEGIDOS: MÉTODO SIMPLIFICADO
143
Histórico de Temperatura em Perfis de Aço
W 150x22,5
0
200
400
600
800
1000
1200
0 30 60 90 120
Tempo (min)
Temperatura (ºC)
Temp. Incêndio Temp. Elementos Finitos Temp. Equação Analítica
t
m
= 10mm
t
m
= 30mm
µ
10
= 381 m
-1
µ
30
= 496 m
-1
Figura 5.24 – Perfil W 150x22.5: t
m
= 10mm, t
m
= 30mm.
Histórico de Temperatura em Perfis de Aço
W 150x22,5
0
200
400
600
800
1000
1200
0 30 60 90 120
Tempo (min)
Temperatura (ºC)
Temp. Incêndio Temp. Elementos Finitos Temp. Equação Analítica
t
m
= 5mm t
m
= 35mm
µ
5
= 353 m
-1
µ
35
= 524 m
-1
Figura 5.25 – Perfil W 150x22.5: t
m
= 5mm, t
m
= 35mm.
CAP. 5 DETERMINAÇÃO DA DISTRIBUIÇÃO DE TEMPERATURA EM PERFIS DE AÇO
PARCIALMENTE PROTEGIDOS: MÉTODO SIMPLIFICADO
144
Histórico de Temperatura em Perfis de Aço
W 150x22,5
0
200
400
600
800
1000
1200
0 30 60 90 120
Tempo (min)
Temperatura (ºC)
Temp. Incêndio Temp. Elementos Finitos Temp. Equação Analítica
t
m
= 15mm
t
m
= 40mm
µ
15
= 410 m
-1
µ
40
= 553 m
-1
Figura 5.26 – Perfil W 150x22.5: t
m
= 15mm, t
m
= 40mm.
Histórico de Temperatura em Perfis de Aço
W 150x22,5
0
200
400
600
800
1000
1200
0 30 60 90 120
Tempo (min)
Temperatura (ºC)
Temp. Incêndio Temp. Elementos Finitos Temp. Equação Analítica
t
m
= 20mm
t
m
= 45mm
µ
15
= 438 m
-1
µ
40
= 581 m
-1
Figura 5.27 – Perfil W 150x22.5: t
m
= 20mm, t
m
= 45mm.
CAP. 5 DETERMINAÇÃO DA DISTRIBUIÇÃO DE TEMPERATURA EM PERFIS DE AÇO
PARCIALMENTE PROTEGIDOS: MÉTODO SIMPLIFICADO
145
Histórico de Temperatura em Perfis de Aço
W 150x22,5
0
200
400
600
800
1000
1200
0 30 60 90 120
Tempo (min)
Temperatura (ºC)
Temp. Incêndio Temp. Elementos Finitos Temp. Equação Analítica
t
m
= 25mm
t
m
= 50mm
µ
25
= 467 m
-1
µ
40
= 609 m
-1
Figura 5.28 – Perfil W 150x22.5: t
m
= 25mm, t
m
= 50mm.
Observando os históricos de temperatura apresentados nas Figuras 5.4 a 5.28, nota-se
uma concordância bastante razoável entre a formulação analítica proposta neste trabalho
e a solução dada pelo TASEF (método dos elementos finitos). Assim sendo, considera-
se que a formulação apresentada é suficientemente precisa para uso no âmbito dos
métodos simplificados de dimensionamento em situação de incêndio.
CAPÍTULO 6
DIMENSIONAMENTO DE COLUNAS DE AÇO
PARCIALMENTE PROTEGIDAS EM INCÊNDIO:
MÉTODO SIMPLIFICADO
6.1. INTRODUÇÃO
Métodos de projeto descritos em normas técnicas, em geral, devem preencher os
requisitos de simplicidade e precisão. A NBR 14323 (1999), na seção 8, descreve o que
chama de Método Simplificado para verificação da resistência ao fogo de estruturas.
Trata-se de um método que acompanha de perto o método de projeto à temperatura
ambiente, conforme exposto na NBR 8800 (1986), mas que se destina, exclusivamente,
a estruturas protegidas, como se conclui das hipótese básicas que o mesmo adota.
Os métodos simplificados resultam na determinação das temperaturas críticas para
pilares de aço em torno de 550°C, dependendo da razão de carga. Isto se deve, entre
outros fatores, ao fato de a distribuição de temperatura nos perfis ser considerada
uniforme nas seções transversais e ao longo do comprimento. Esta simplificação leva a
uma redução da resistência ao fogo, porque o escoamento das seções transversais ocorre
simultaneamente em toda a sua extensão. Ao contrário, se a distribuição de temperatura
é não uniforme, transferência de carga das partes mais aquecidas para as partes mais
frias, aumentando o tempo de resistência ao fogo da peça.
CAP. 6 DIMENSIONAMENTO DE COLUNAS DE AÇO PARCIALMENTE PROTEGIDAS EM
INCÊNDIO: MÉTODO SIMPLIFICADO
147
Até este ponto, neste trabalho, para calcular a resistência ao fogo das colunas metálicas
parcialmente protegidas, usou-se o método dos elementos finitos através do programa
VULCAN. Entretanto, é desejável desenvolver um método mais simples para calcular
essa resistência, para permitir que a proteção parcial seja usada mais facilmente no
projeto prático.
A NBR 14343 (1999), em seu item 8, descreve um método simplificado para a
verificação da resistência de elementos metálicos sem proteção passiva e/ou com
proteção total. Embora não explicitado na NBR 14323 (1999), o Método Simplificado
pode ser entendido como um método de dimensionamento da proteção passiva
estrutural. A rigor, quando se conclui que uma peça não necessita de proteção, ou seja,
quando se verifica a condição
θθ
,, dd
RS <
, a dispensa da proteção gera condições de
carregamento que podem invalidar o cálculo de R
d,θ
. No entanto, a norma não faz
nenhuma menção ao uso de proteção parcial. Assim sendo, faz-se necessário o
desenvolvimento de um método simplificado, suficientemente preciso, para
determinação da resistência ao fogo de elementos parcialmente protegidos.
A seguir serão apresentadas equações para o dimensionamento, em situação de
incêndio, de elementos estruturais de aço constituídos por perfis laminados, soldados
não-híbridos e perfis formados a frio. Assim como na NBR 14343 (1999), considera-se
perfis com seção transversal com um ou dois eixos de simetria.
6.2. BARRAS TRACIONADAS
As peças tracionadas são empregadas nas estruturas, geralmente, sob forma de:
Contraventamentos.
Chumbadores .
Tirantes.
CAP. 6 DIMENSIONAMENTO DE COLUNAS DE AÇO PARCIALMENTE PROTEGIDAS EM
INCÊNDIO: MÉTODO SIMPLIFICADO
148
Treliças.
Estruturas estaiadas.
Os estados limites últimos a serem verificados para o dimensionamento de barras
prismáticas solicitadas exclusivamente por força normal de tração axial são:
(a) Ruptura da Seção Líquida Efetiva da Peça.
(b) Escoamento da Seção Bruta da Peça
Segundo o item 8.4.2.2 da NBR 14343 (1999), em situação de incêndio, o estado limite
de ruptura da seção quida efetiva não precisa ser verificado, uma vez que a
temperatura do aço será menor nas ligações, devido à presença de material adicional.
Todavia, não está demonstrado que o acréscimo de massa nas ligações seja de tal ordem
que justifique uma diminuição significativa de temperatura. Mesmo assim, este tipo de
ruptura não será considerado neste trabalho.
6.2.1. ESTADO LIMITE DE ESCOAMENTO DA SEÇÃO BRUTA
(a) Verificação à Temperatura Ambiente:
ygtd
fAR =
φ
20,
(6.1)
(b) Verificação em Situação de Incêndio:
Estrutura Totalmente Protegida ou Desprotegida:
θθθ
φ
,,, ygtd
fAR =
(6.2)
Estrutura Parcialmente Protegida:
CAP. 6 DIMENSIONAMENTO DE COLUNAS DE AÇO PARCIALMENTE PROTEGIDAS EM
INCÊNDIO: MÉTODO SIMPLIFICADO
149
=
θθθ
φ
,,, ygt
PP
d
fAR
(6.3)
6.2.2. APLICAÇÃO DO MÉTODO
A seguir será apresentado um exemplo prático de aplicação da formulação proposta para
peças tracionadas.
Exemplo 1: Determinar a espessura de proteção parcial necessária nas mesas de uma
barra de treliça para que esta resista a 30 minutos de exposição ao incêndio padrão.
Dados:
g = 600kN
q = 600kN
f
y
= 34,5kN/cm²
L = 1,0m
Local: escritório
Perfil HP 250x62
d = 246mm b
f
= 256mm t
f
= 10,7mm t
w
= 10,5mm
A
g
= 79,6cm²
µ = 193m
-1
P
P
Verificação a Temperatura Ambiente:
kN17406005,16004,1
20,
=+=+= qgS
qgd
γγ
Estado Limite de Escoamento da Seção Bruta:
kN6,24715,346,799,0
20,
===
ygtd
fAR
φ
Como R
d,20
> S
d,20
ok!
Folga: 29,6%
CAP. 6 DIMENSIONAMENTO DE COLUNAS DE AÇO PARCIALMENTE PROTEGIDAS EM
INCÊNDIO: MÉTODO SIMPLIFICADO
150
Verificação em Incêndio:
kN7806002,06001,1
,,,
=+=+= qgS
qgd
θθθ
γγ
(a) Verificação com Proteção Total
Estado Limite de Escoamento da Seção Bruta:
θθθ
φ
,,, ygtd
fAR =
fazendo
θθ
,, dd
SR =
5,346,790,1780
,
=
θ
y
K
284,0
,
=
θ
y
K
Pela Tabela 2.5 temos que: θ
crit
= 680°C (em toda a peça).
Interpretação: 680°C é a temperatura que leva a peça ao colapso para essa combinação
de carregamentos. Sem proteção passiva, o perfil HP 250x62 atinge 680° em
aproximadamente 15 minutos. Devemos, então, evitar que a peça atinja essa
temperatura durante o TRRF. Para isso, senecessário a aplicação de proteção passiva
no perfil. De acordo com a equação (2.32) será necessário proteger todo o perfil com
10,0mm de argamassa projetada de cimento areia e vermiculita para evitar que o perfil
atinja 680°C em 30 minutos de exposição ao incêndio padrão.
(b) Verificação com Proteção Parcial
Supondo que o perfil terá apenas proteção das mesas, após 30 minutos de exposição ao
incêndio padrão a alma atingirá 830°C (calculado pela equação (2.28)).
CAP. 6 DIMENSIONAMENTO DE COLUNAS DE AÇO PARCIALMENTE PROTEGIDAS EM
INCÊNDIO: MÉTODO SIMPLIFICADO
151
Portanto, pela Tabela 2.5:
095,0
,
=
A
y
K
θ
Cálculo da Espessura de Proteção Passiva das Mesas:
=
θθθ
φ
,,, ygt
PP
d
fAR
( ) ( )
+=
y
A
y
adaÁrea
fwy
M
y
mesasdasÁrea
fft
PP
d
fKtdtfKtbR
θθθθ
φ
,
lma
,
,,
22
44 344 2143421
(
)
(
)
[
]
5,34095,007,126,2405,15,3407,16,2520,1780
,
+=
M
y
K
θ
372,0
,
=
M
y
K
θ
Pela Tabela 2.5 temos que:
C
M
crit
°= 640
θ
(nas mesas do perfil).
Utilizando o método simplificado proposto no Capítulo 5 desta dissertação, acha-se a
espessura de proteção passiva necessária para manter a temperatura das mesas inferior à
640°C durante os 30 minutos de TRRF.
Da Figura 5.18 temos: t
m
= 15,0mm
Interpretação: Será necessário proteger as mesas do perfil com 15,0mm de argamassa
projetada para garantir a estabilidade da peça durante 30 minutos de exposição ao
incêndio padrão.
Comparação entre o uso de proteção total e proteção parcial:
CAP. 6 DIMENSIONAMENTO DE COLUNAS DE AÇO PARCIALMENTE PROTEGIDAS EM
INCÊNDIO: MÉTODO SIMPLIFICADO
152
Tabela 6.1 – C consumo de material e área de aplicação
Tipo de Volume de Material Área de Aplicaçao
Proteção (m³/m) (m²/m)
Total
(10mm)
Parcial
(15mm)
1,23
1,58
Situação (%) -22,216,7
0,016
0,018
Da Tabela 6.1 nota-se que o consumo de material de proteção se eleva em 16,7% com o
uso da proteção parcial. Em contrapartida, o custo de aplicação cai em 22,2%.
Admitido-se que o custo do material e o custo de aplicação sejam similares, um
aumento de 16,7% no custo de material e uma economia de 22,2% na aplicação desse
material levaria a uma economia global de aproximadamente 10%.
6.3. BARRAS COMPRIMIDAS
As peças comprimidas são empregadas nas estruturas, geralmente, sob forma de:
Colunas.
Treliças.
O estudo do comportamento de peças submetidas à compressão simples se constitui em
um dos subsídios básicos para a avaliação do comportamento de peças submetidas a
efeitos combinados.
Ao contrário do esforço de tração, que tende a retificar as peças, reduzindo o efeito das
curvaturas iniciais existentes, o esforço de compressão tende a acentuar este efeito. A
resistência de cálculo de uma peça comprimida é diretamente influenciada pelo tipo de
material e pelas características geométricas das seções transversais, como área e raio de
CAP. 6 DIMENSIONAMENTO DE COLUNAS DE AÇO PARCIALMENTE PROTEGIDAS EM
INCÊNDIO: MÉTODO SIMPLIFICADO
153
giração, devido à influência do fenômeno de instabilidade no comportamento último da
peça.
Os estados limites últimos a serem verificados para o dimensionamento de barras
prismáticas solicitadas exclusivamente por força normal de compressão centrada são:
(a) Instabilidade da barra como um todo (flambagem global).
(b) Instabilidade de parte da seção (flambagem local)
A formulação a ser apresentada aplica-se às barras axialmente comprimidas, cujos
elementos componentes da seção transversal não possuam relações b/t superiores ao
valores dados na Tabela 1 da NBR 8800 (1986) para seções classe 3
1
. Assim sendo,
torna-se desnecessário verificar a flambagem local.
Comentário: seções classe 3 são seções que não podem sofrer flambagem no regime
elástico, quando sujeitas às solicitações indicadas na Tabela 1 da NBR 8800 (1986).
Portanto:
0,1==
sa
QQQ
6.3.1. ESTADO LIMITE DE FLAMBAGEM POR FLEXÃO (FLAMBAGEM
GLOBAL)
(a) Verificação à Temperatura Ambiente:
ygcd
fAQR =
ρφ
20,
(6.4)
1
Não necessidade de verificar, em situação de incêndio, a classe da seção. Admite-se que o fator
empírico 1,2 reduza o esforço resistente de forma que possibilite tal desconsideração (SILVA, 2001).
CAP. 6 DIMENSIONAMENTO DE COLUNAS DE AÇO PARCIALMENTE PROTEGIDAS EM
INCÊNDIO: MÉTODO SIMPLIFICADO
154
(b) Verificação em Situação de Incêndio:
Estrutura Totalmente Protegida ou Desprotegida:
a
yg
cd
K
fA
R
θθ
θθ
ρ
φ
,
,,
=
(6.5)
Estrutura Parcialmente Protegida:
=
a
yg
c
PP
d
K
fA
R
θθ
θθ
ρ
φ
,
,,
(6.6)
onde:
θ
λ
+= 0,1
a
K
para
2,00 <
θ
λ
2,1=
a
K
para
2,0
θ
λ
θ
θ
θ
λλ
,
,
E
y
K
K
=
(6.7)
y
fl
f
E
r
l
2
π
λ
=
(6.8)
++
=
22
2
04,01
2
1
θθ
θ
θ
λλα
λ
β
(6.9)
2
2
1
θ
θθθ
λ
ββρ
=
(6.10)
CAP. 6 DIMENSIONAMENTO DE COLUNAS DE AÇO PARCIALMENTE PROTEGIDAS EM
INCÊNDIO: MÉTODO SIMPLIFICADO
155
6.3.2. APLICAÇÃO DO MÉTODO
A seguir será apresentado um exemplo prático de aplicação da formulação proposta para
peças comprimidas.
Exemplo 2: Determinar a espessura de proteção parcial necessária nas mesas para uma
coluna submetida a compressão centrada resistir a 30 minutos de exposição ao incêndio
padrão.
Dados:
g = 1500kN
q = 1200kN
f
y
= 34,5kN/cm²
L = 3,0m
Local: escritório
Perfil HP 310x125
d = 312mm b
f
= 312mm t
f
= 17,4mm t
w
= 17,4mm
A
g
= 159cm²
r
x
= 13,05cm
µ = 119m
-1
P
P
Verificação à Temperatura Ambiente:
kN390012005,115004,1
20,
=+=+= qgS
qgd
γγ
Estado Limite de Flambagem por Flexão:
23
05,13
300
===
x
f
r
l
λ
CAP. 6 DIMENSIONAMENTO DE COLUNAS DE AÇO PARCIALMENTE PROTEGIDAS EM
INCÊNDIO: MÉTODO SIMPLIFICADO
156
30,0
5,34
20500
23
22
===
ππ
λ
λ
y
f
E
Pela Tabela 4 da NBR 8800 (1986):
951,0
=
ρ
(curva c)
kN46955,34159951,09,0
20,
===
ygcd
fAR
ρφ
Como R
d,20
> S
d,20
ok!
Folga: 17%
Verificação em Situação de Incêndio:
kN189012002,015001,1
,,,
=+=+= qgS
qgd
θθθ
γγ
(a) Verificação com Proteção Total
Estado Limite de Flambagem por Flexão:
2,1
,
,,
θθ
θθ
ρ
φ
yg
cd
fA
R
=
fazendo
θθ
,, dd
SR =
1ª tentativa: Fazendo
ρρ
θ
2,1
5,34159951,0
0,11890
,
=
θ
y
K
43,0
,
=
θ
y
K
CAP. 6 DIMENSIONAMENTO DE COLUNAS DE AÇO PARCIALMENTE PROTEGIDAS EM
INCÊNDIO: MÉTODO SIMPLIFICADO
157
Pela Tabela 2.5 temos que: θ
crit
= 615°C (em toda a peça).
28,0
,
=
θ
E
K
e
24,1
,
,
=
θ
θ
E
y
K
K
37,024,130,0
,
,
===
θ
θ
θ
λλ
E
y
K
K
Pela Tabela 4 da NBR 8800 (1986):
915,0=
θ
ρ
(curva c)
kN1798
2,1
5,3443,0159915,0
0,1
,
=
=
θ
d
R
Como R
d,θ
< S
d, θ
realizar nova tentativa!
2ª tentativa: Fazendo θ
crit
= 600°C
Pela Tabela 2.5 temos que:
47,0
,
=
θ
y
K
31,0
,
=
θ
E
K
e
23,1
,
,
=
θ
θ
E
y
K
K
37,023,130,0
,
,
===
θ
θ
θ
λλ
E
y
K
K
Pela Tabela 4 da NBR 8800 (1986):
915,0=
θ
ρ
(curva c)
θθ
,,
kN1966
2,1
5,3447,0159915,0
0,1
dd
SR >=
=
Interpolando-se os dois valores: θ
crit
= 610°C
CAP. 6 DIMENSIONAMENTO DE COLUNAS DE AÇO PARCIALMENTE PROTEGIDAS EM
INCÊNDIO: MÉTODO SIMPLIFICADO
158
Interpretação: 610°C é a temperatura que leva a peça ao colapso para essa combinação
de carregamentos. Sem proteção passiva, o perfil HP 310x125 atinge 610°C em
aproximadamente 17 minutos. Devemos, então, evitar que a peça atinja essa
temperatura durante o TRRF. Para isso, será necessário a aplicação de proteção passiva
no perfil. De acordo com a equação (2.32) será necessário proteger todo o perfil com
7,0mm de argamassa projetada para evitar que o perfil atinja 610°C em 30 minutos de
exposição ao incêndio padrão.
(b) Verificação com Proteção Parcial
Estado Limite de Flambagem por Flexão:
Supondo que o perfil terá apenas proteção das mesas, após 30 minutos de exposição ao
incêndio padrão a alma atingirá 812°C (calculado pela equação (2.28)).
Portanto, pela Tabela 2.5:
0915,0
,
=
A
y
K
θ
0817,0
,
=
A
E
K
θ
e
06,1
,
,
=
A
E
A
y
K
K
θ
θ
32,006,130,0
,
,
===
A
E
A
y
A
K
K
θ
θ
θ
λλ
Pela Tabela 4 da NBR 8800 (1986):
941,0=
A
θ
ρ
(curva c)
2,1
,
,,
A
y
A
g
A
c
A
d
fA
R
θθ
θθ
ρ
φ
=
2,1
5,340915,074,1)74,122,31(941,0
0,1
,
=
A
d
R
θ
kN119
,
=
A
d
R
θ
(parcela de contribuição da alma na resistência ao fogo da coluna).
CAP. 6 DIMENSIONAMENTO DE COLUNAS DE AÇO PARCIALMENTE PROTEGIDAS EM
INCÊNDIO: MÉTODO SIMPLIFICADO
159
Sendo:
A
d
M
dd
RRR
θθθ
,,,
+=
A resistência que as mesas deverão ter será:
kN1771
,,
==
M
d
M
d
SR
θθ
2,1
,
,,
M
y
M
g
M
c
M
d
fA
R
θθ
θθ
ρ
φ
=
1ª tentativa: Fazendo
ρρ
θ
M
2,1
5,34)74,12,312(951,0
0,11771
,
=
M
y
K
θ
60,0
,
=
M
y
K
θ
Pela Tabela 2.5 temos que:
C
M
crit
°= 560
θ
43,0
,
=
M
E
K
θ
e
18,1
,
,
=
M
E
M
y
K
K
θ
θ
35,018,130,0
,
,
===
M
E
M
y
M
K
K
θ
θ
θ
λλ
Pela Tabela 4 da NBR 8800 (1986):
926,0=
M
θ
ρ
(curva c)
kN1734
2,1
5,346,0)74,12,312(926,0
0,1
,
=
=
M
d
R
θ
Como
M
d
M
d
SR
θθ
,,
<
realizar nova tentativa!
2ª tentativa: Fazendo θ
crit
= 550°C
CAP. 6 DIMENSIONAMENTO DE COLUNAS DE AÇO PARCIALMENTE PROTEGIDAS EM
INCÊNDIO: MÉTODO SIMPLIFICADO
160
Pela Tabela 2.5 temos que:
63,0
,
=
M
y
K
θ
46,0
,
=
M
E
K
θ
e
17,1
,
,
=
M
E
M
y
K
K
θ
θ
35,017,130,0
,
,
===
θ
θ
θ
λλ
E
y
K
K
Pela Tabela 4 da NBR 8800 (1986):
926,0=
M
θ
ρ
(curva c)
M
dd
SR
θθ
,,
kN1821
2,1
5,3463,0)74,12,312(926,0
0,1 >=
=
Interpolando-se os dois valores: θ
crit
= 555°C
Utilizando o método simplificado proposto no Capítulo 5 desta dissertação, acha-se a
espessura de proteção passiva necessária para manter a temperatura das mesas inferior à
555°C durante os 30 minutos de TRRF.
Da Figura 5.13 temos: t
m
= 10mm
Interpretação: Será necessário proteger as mesas do perfil com 10mm de argamassa
projetada para garantir a estabilidade da peça durante 30 minutos de exposição ao
incêndio padrão.
Comparação entre o uso de proteção total e proteção parcial:
Tabela 6.2 – Consumo de material e área de aplicação
Tipo de Volume de Material Área de Aplicaçao
Proteção (m³/m) (m²/m)
Total
(7mm)
Parcial
(10mm)
0,014 1,40
Situação (%) 5,9 -25,9
0,013 1,89
CAP. 6 DIMENSIONAMENTO DE COLUNAS DE AÇO PARCIALMENTE PROTEGIDAS EM
INCÊNDIO: MÉTODO SIMPLIFICADO
161
Da Tabela 6.2 nota-se que o consumo de material de proteção se eleva em 5,9% com o
uso da proteção parcial. Em contrapartida, o custo de aplicação cai em 25,9%.
Admitido-se que o custo do material e o custo de aplicação sejam similares, um
aumento de 5,9% no custo de material e uma economia de 25,9% na aplicação desse
material levaria a uma economia global de aproximadamente 22%.
6.4. BARRAS FLETIDAS
Barras fletidas, ou simplesmente vigas, são destinadas a suportar cargas aplicadas em
ângulo reto (transversais) ao eixo longitudinal. As vigas ocorrem com grande freqüência
nas estruturas metálicas e são geralmente usadas como elementos de transmissão de
cargas para os pilares da edificação.
Os estados limites últimos a serem verificados para o dimensionamento de barras
prismáticas solicitadas exclusivamente por esforço de flexão são:
(a) Flambagem local de mesa (FLM).
(b) Flambagem local da alma (FLA).
(c) Flambagem lateral com torção (FLT).
A formulação a ser apresentada aplica-se às barras fletidas, cujos elementos
componentes da seção transversal não possam sofrer flambagem local em regime
elástico em decorrência da atuação do momento fletor.
O valor do parâmetro de esbeltez (λ) para os estados limites últimos de FLM, FLA e
FLT, em situação de incêndio, deve ser determinado como no anexo D da NBR 8800
(1986).
CAP. 6 DIMENSIONAMENTO DE COLUNAS DE AÇO PARCIALMENTE PROTEGIDAS EM
INCÊNDIO: MÉTODO SIMPLIFICADO
162
6.4.1. FLAMBAGEM LOCAL DA ALMA E FLAMBAGEM LOCAL DA MESA
(FLA E FLM)
(a) Verificação a Temperatura Ambiente:
p
λλ
:
plbRd
MM =
φ
20,
(6.11)
rp
λλλ
<
=
pr
p
rplplbRd
MMMM
λλ
λλ
φ
)(
20,
(6.12)
r
λλ
>
crbRd
MM =
φ
20,
(6.13)
onde:
ZfM
ypl
=
(6.14)
WfM
yr
=
(FLA) (6.15)
WffM
ryr
= )(
(FLM) (6.16)
W
E
M
cr
=
2
67,0
λ
(Perfis laminados) (6.17)
W
E
M
cr
=
2
38,0
λ
(Perfis soldados) (6.18)
(b) Verificação em Situação de Incêndio:
Estrutura Totalmente Protegida ou Desprotegida:
CAP. 6 DIMENSIONAMENTO DE COLUNAS DE AÇO PARCIALMENTE PROTEGIDAS EM
INCÊNDIO: MÉTODO SIMPLIFICADO
163
θ
λλ
,p
plybRd
MKM =
θθθ
κκφ
,21,,
(6.19)
θθ
λλλ
,, rp
<
=
θθ
θ
θθθ
λλ
λλ
κκφ
,,
,
,21,,
)(
pr
p
rplplybRd
MMMKM
(6.20)
Estrutura Parcialmente Protegida:
θ
λλ
,p
=
plyb
PP
Rd
MKM
θθθ
κκφ
,21,,
(6.21)
θθ
λλλ
,, rp
<
=
θθ
θ
θθθ
λλ
λλ
κκφ
,,
,
,21,,
)(
pr
p
rplplyb
PP
Rd
MMMKM
(6.22)
6.4.2. FLAMBAGEM LATERAL COM TORÇÃO (FLT)
(a) Verificação a Temperatura Ambiente:
Idem às verificações de FLA e FLM.
(b) Verificação em Situação de Incêndio:
Estrutura Totalmente Protegida ou Desprotegida:
θ
λλ
,p
idem FLA e FLM
θθ
λλλ
,, rp
<
=
θθ
θθ
θθ
λλ
λλ
φ
,,
,,
,,
)(
2,1
pr
p
rplpl
y
bRd
MMM
K
M
(6.23)
θ
λλ
,r
>
2,1
,
,,
cry
bRd
MK
M
=
θ
θθ
φ
(6.24)
CAP. 6 DIMENSIONAMENTO DE COLUNAS DE AÇO PARCIALMENTE PROTEGIDAS EM
INCÊNDIO: MÉTODO SIMPLIFICADO
164
Estrutura Parcialmente Protegida:
θ
λλ
,p
idem FLA e FLM
θθ
λλλ
,, rp
<
=
θθ
θθ
θθ
λλ
λλ
φ
,,
,,
,,
)(
2,1
pr
p
rplpl
y
b
PP
Rd
MMM
K
M
(6.25)
θ
λλ
,r
>
=
2,1
,
,,
cry
b
PP
Rd
MK
M
θ
θθ
φ
(6.26)
6.4.3. APLICAÇÃO DO MÉTODO
A seguir será apresentado um exemplo prático de aplicação da formulação proposta para
peças fletidas.
Exemplo 3: Determinar a espessura de proteção parcial das mesas necessária para uma
viga resistir a 60 minutos de exposição ao incêndio padrão.
Dados:
g = 10kN/m
q = 15kN/m
f
y
= 34,5kN/cm²
L = 18,0m
Local: biblioteca
Perfil CVS 500x250
d = 500mm b
f
= 350mm t
f
= 31,5mm
t
w
= 22,4mm
A
g
= 318,4cm² Z
x
= 6235cm³
r
x
= 20,7cm
µ = 74m
-1
Viga travada lateralmente pela laje de concreto
CAP. 6 DIMENSIONAMENTO DE COLUNAS DE AÇO PARCIALMENTE PROTEGIDAS EM
INCÊNDIO: MÉTODO SIMPLIFICADO
165
Verificação à Temperatura Ambiente:
kN/m5,36155,1104,1
20,
=+=+= qgS
qgd
γγ
cm147825kN mkN25,1478
8
185,36
8
2
2
20,
20,
==
=
=
lS
M
d
d
Flambagem Lateral com Torção:
0=
b
L
0
=
λ
Como λ < λ
p
plbRd
MM =
φ
20,
Flambagem Local da Alma:
50,19
24,2
)15,3250(
)2(
=
=
==
w
f
w
t
td
t
h
λ
32,85
5,34
20500
5,35,3 ===
y
p
f
E
λ
Como λ < λ
p
plbRd
MM =
φ
20,
Flambagem Local da Mesa:
56,5
15,32
35
2
=
=
=
f
f
t
b
λ
26,9
5,34
20500
38,038,0 ===
y
p
f
E
λ
CAP. 6 DIMENSIONAMENTO DE COLUNAS DE AÇO PARCIALMENTE PROTEGIDAS EM
INCÊNDIO: MÉTODO SIMPLIFICADO
166
Como λ < λ
p
plbRd
MM =
φ
20,
mkN19359762355,349,0
20,
==
Rd
M
Como M
d,20
> M
Rd,20
ok!
Folga: 30,9%
Verificação em Incêndio:
Como a viga é biapoiada e sobreposta por laje de concreto, não necessidade de
verificar a mudança de classe.
kN/m20156,0101,1
,,,
=+=+= qgS
qgd
θθθ
γγ
cm81000kN mkN810
8
1820
8
2
2
,
,
==
=
=
lS
M
d
d
θ
θ
42,0
193597
81000
20,
,
===
Rd
d
M
M
θ
η
Interpretação: em situação de incêndio a estrutura é solicitada com 42% de sua
capacidade máxima à temperatura ambiente.
(a) Verificação com Proteção Total:
plybRd
MKM =
θθθ
κκφ
,21,,
fazendo
θθ
,, dRd
MM =
62355,340,14,10,181000
,
=
θ
y
K
CAP. 6 DIMENSIONAMENTO DE COLUNAS DE AÇO PARCIALMENTE PROTEGIDAS EM
INCÊNDIO: MÉTODO SIMPLIFICADO
167
27,0
,
=
θ
y
K
Pela Tabela 2.5 temos que: θ
crit
= 685°C (em toda a peça).
Interpretação: 685°C é a temperatura que leva a peça ao colapso para essa combinação
de carregamentos. Sem proteção passiva, o perfil CVS 500x250 atinge 685°C em
aproximadamente 26 minutos. Devemos, então, evitar que a peça atinja essa
temperatura durante o TRRF. Para isso, será necessário a aplicação de proteção passiva
no perfil. De acordo com a equação (2.32) será necessário proteger todo o perfil com
10,0mm de argamassa projetada para evitar que o perfil atinja 685°C em 60 minutos de
exposição ao incêndio padrão.
(b) Verificação com Proteção Parcial
Supondo que o perfil terá apenas proteção das mesas, após 60 minutos de exposição ao
incêndio padrão a alma atingirá 930°C (calculado pela equação (2.28)).
Portanto, pela Tabela 2.5:
054,0
,
=
A
y
K
θ
=
plyb
PP
Rd
MKM
θθθ
κκφ
,21,,
(
)
y
MM
y
AA
yb
PP
Rd
fZKZKM +=
θθθθ
κκφ
,,21,,
+
=+=
4
)2(
4
)2(
2
)2(
)(
2
21
ffwf
A
tdtdttd
yy
A
Z
3
21
cm1069
4
)15,3250(
4
)15,3250(
2
24,2)15,3250(
)(
2
=
+
=+= yy
A
Z
A
3
cm516610696235 ===
AM
ZZZ
CAP. 6 DIMENSIONAMENTO DE COLUNAS DE AÇO PARCIALMENTE PROTEGIDAS EM
INCÊNDIO: MÉTODO SIMPLIFICADO
168
(
)
5,3451661069054,00,14,10,181000
,
+=
M
y
K
θ
31,0
,
=
M
y
K
θ
Pela Tabela 2.5 temos que:
C
M
crit
°= 665
θ
Utilizando o método simplificado proposto no Capítulo 5 desta dissertação, acha-se a
espessura de proteção passiva necessária para manter a temperatura das mesas inferior à
665°C durante os 60 minutos de TRRF.
Da Figura 5.6 temos: t
m
= 15mm
Interpretação: Será necessário proteger as mesas do perfil com 15mm de argamassa
projetada para garantir a estabilidade da peça durante 60 minutos de exposição ao
incêndio padrão.
Comparação entre o uso de proteção total e proteção parcial:
Tabela 6.3 – Consumo de material e área de aplicação
Tipo de Volume de Material Área de Aplicaçao
Proteção (m³/m) (m²/m)
Total
(10mm)
Parcial
(15mm)
-31,8
2,44
0,025 1,66
0,024
Situação (%) 2,3
Da Tabela 6.3 nota-se que o consumo de material de proteção se eleva em 2,3% com o
uso da proteção parcial. Em contrapartida, o custo de aplicação cai em 31,8%.
Admitido-se que o custo do material e o custo de aplicação sejam similares, um
aumento de 2,3% no custo de material e uma economia de 31,8% na aplicação desse
material levaria a uma economia global de aproximadamente 30%.
CAP. 6 DIMENSIONAMENTO DE COLUNAS DE AÇO PARCIALMENTE PROTEGIDAS EM
INCÊNDIO: MÉTODO SIMPLIFICADO
169
6.5. BARRAS SUBMETIDAS A ESFORÇOS COMBINADOS
Elementos flexo-comprimidos, ou vigas-coluna, são elementos estruturais que
combinam a função de vigas, que transmitem forças ou momentos transversais, com a
função de colunas, que transmitem forças axiais. Estas solicitações podem atuar em
torno de um dos eixos principais (flexão normal composta) ou podem ter componentes
segundo os dois eixos principais (flexão oblíqua) das seções transversais.
Peças estruturais perfeitamente retilíneas com cargas perfeitamente centradas não
existem na prática. Os pilares apresentam imperfeições construtivas, chamadas também
de excentricidades acidentais (
0
e
) previstas em norma, cujo valor recomendado pela
NBR 8800 (1986) deve ser tomado igual a
(
)
1000/L
, sendo L o comprimento do pilar.
Por outro lado, as cargas são aplicadas com certa excentricidade, devido à continuidade
entre os diversos elementos. Como quase todos os membros em uma estrutura estão
sujeitos a cargas axiais e momentos fletores, todos os elementos estruturais podem ser
considerados como sendo vigas-coluna pois, teoricamente, elementos sujeitos
exclusivamente à tração, à compressão ou à flexão são casos particulares das vigas-
coluna. Quando a magnitude de uma solicitação é muito pequena em relação a de outra
seu efeito pode ser desprezado e o elemento poderá ser tratado como uma viga ou como
uma coluna axialmente comprimida ou axialmente tracionada. Mas, para a maioria das
situações, nenhum dos dois efeitos pode ser desprezado e o efeito combinado deve ser
considerado no dimensionamento.
Existem casos em que as excentricidades construtivas (defeitos ou imperfeições) são
pequenas e podem ser absorvidas pelos coeficientes de segurança, sendo a barra então
dimensionada apenas para o esforço normal. Mas há casos em que a excentricidade é de
grande importância, como é o caso de pilares com carga excêntrica. O dimensionamento
é feito então, levando-se em consideração o momento fletor e a força normal,
verificando-se a flambagem sob efeito das duas solicitações.
CAP. 6 DIMENSIONAMENTO DE COLUNAS DE AÇO PARCIALMENTE PROTEGIDAS EM
INCÊNDIO: MÉTODO SIMPLIFICADO
170
O comportamento de vigas-coluna, exceto para pilares curtos, constitui um problema de
instabilidade, pois a interação da força axial com a flexão provoca deformações que
crescem rapidamente com as aplicações das cargas, até um limite em que estas
deformações caracterizem o colapso.
Uma viga-coluna pode estar sujeita a dois tipos de colapso: colapso por escoamento da
seção e por instabilidade, segundo ARAÚJO (1993).
O colapso por escoamento da seção é crítico em peças curtas e de chapas grossas, onde
pode haver a formação de rótulas plásticas, nas seções onde o momento tem maior
intensidade.
O colapso por instabilidade pode ser caracterizado de forma local na alma e/ou na mesa
do perfil, ou de forma global da peça como um todo.
A flambagem local é crítica quando as relações largura-espessura dos elementos
constituintes do perfil estão acima de limites previstos nos estudos de flambagem de
chapas.
O colapso por instabilidade global da peça pode aparecer como um colapso por
instabilidade em um plano ou como um colapso por flambagem lateral, devido a flexo-
torção. O comportamento de vigas–coluna isoladas pode ser discutido considerando-se
três situações diferentes:
(a) Instabilidade no plano de flexão.
(b) Instabilidade por flexo-torção.
(c) Instabilidade por flexão biaxial.
A formulação a ser apresentada aplica-se às barras sujeitas a esforços combinados, cuja
seção transversal possua um ou dois eixos de simetria.
CAP. 6 DIMENSIONAMENTO DE COLUNAS DE AÇO PARCIALMENTE PROTEGIDAS EM
INCÊNDIO: MÉTODO SIMPLIFICADO
171
6.5.1. EQUAÇÃO DA RESISTÊNCIA
Considera a interação da força normal com o momento fletor, levando em conta apenas
o escoamento da seção transversal do pilar.
(a) Verificação à Temperatura Ambiente:
0.1
20,
20,
20,
20,
20,
20,
++
Rdy
dy
Rdx
dx
d
d
M
M
M
M
R
N
(6.27)
(b) Verificação em Situação de Incêndio:
Estrutura Totalmente Protegida ou Desprotegida:
0.1
,
,
,
,
,
,
++
θ
θ
θ
θ
θ
θ
Rdy
dy
Rdx
dx
d
d
M
M
M
M
R
N
(6.28)
Estrutura Parcialmente Protegida:
0.1
,
,
,
,
,
,
++
PP
Rd
PP
dy
PP
Rdx
PP
dx
PP
d
PP
d
M
M
M
M
R
N
θ
θ
θ
θ
θ
θ
(6.29)
6.5.2. EQUAÇÃO DA ESTABILIDADE
Considera a interação da força normal com o momento fletor levando-se em conta a
possibilidade de instabilidade do pilar.
(a) Verificação à Temperatura Ambiente:
CAP. 6 DIMENSIONAMENTO DE COLUNAS DE AÇO PARCIALMENTE PROTEGIDAS EM
INCÊNDIO: MÉTODO SIMPLIFICADO
172
0.1
73,0
1
73,0
1
20,
20,
20,
20,,
20,
20,
20,
20,,
20,
20,
+
+
Rdy
ey
d
dyym
Rdx
ex
d
dxxm
d
d
M
R
N
MC
M
R
N
MC
R
N
(6.30)
2
20,
λ
yg
e
fA
R
=
(6.31)
(b) Verificação em Situação de Incêndio:
Estrutura Totalmente Protegida ou Desprotegida:
0.1
73,0
1
73,0
1
,
,
,
,,
,
,
,
,,
,
,
+
+
θ
θ
θ
θ
θ
θ
θ
θ
θ
θ
Rdy
ey
d
dyym
Rdx
ex
d
dxxm
d
d
M
R
N
MC
M
R
N
MC
R
N
(6.32)
2
,
,
θ
θ
θ
λ
yg
e
fA
R
=
(6.33)
Estrutura Parcialmente Protegida:
0.1
73,0
1
73,0
1
,
,
,
,,
,
,
,
,,
,
,
+
+
PP
Rdy
PP
ey
PP
d
PP
dyym
PP
Rdx
PP
ex
PP
d
PP
dxxm
PP
d
PP
d
M
R
N
MC
M
R
N
MC
R
N
θ
θ
θ
θ
θ
θ
θ
θ
θ
θ
(6.34)
=
θ
θ
θ
λ
,
2
,
1
yg
PP
e
fAR
(6.35)
6.5.3. APLICAÇÃO DO MÉTODO
A seguir será apresentado um exemplo prático de aplicação da formulação proposta para
peças submetidas a esforços combinados.
CAP. 6 DIMENSIONAMENTO DE COLUNAS DE AÇO PARCIALMENTE PROTEGIDAS EM
INCÊNDIO: MÉTODO SIMPLIFICADO
173
Exemplo 4: Determinar a espessura de proteção parcial necessária nas mesas para uma
coluna resistir a 30 minutos de exposição ao incêndio padrão.
Dados:
g = 800kN
q = 1000kN
f
y
= 34,5kN/cm²
L = 3,0m
e = 0,25d = 7,8cm
Local: escritório
Perfil HP 310x125
d = 312mm b
f
= 312mm t
f
= 17,4mm t
w
= 17,4mm
A
g
= 159cm² W
x
= 1735cm³ Z
x
= 1944cm³
r
x
= 13,05cm
µ = 119m
-1
e
P
Verificação a Temperatura Ambiente:
kN262010005,18004,1
20,
=+=+= qgS
qgd
γγ
cm20436kN 8,72620
20,20,
=== eSM
dd
Determinação da Resistência a Compressão:
23
05,13
300
===
x
f
r
l
λ
30,0
5,34
20500
23
22
===
ππ
λ
λ
y
f
E
Pela Tabela 4 da NBR 8800 (1986):
951,0
=
ρ
(curva c)
CAP. 6 DIMENSIONAMENTO DE COLUNAS DE AÇO PARCIALMENTE PROTEGIDAS EM
INCÊNDIO: MÉTODO SIMPLIFICADO
174
kN46955,34159951,09,0
20,
===
ygcd
fAR
ρφ
Determinação da Resistência à Flexão:
FLT:
0=
b
L
0
=
λ
Como λ < λ
p
plbRd
MM =
φ
20,
FLA:
93,15
74,1
)74,122,31(
)2(
=
=
==
w
f
w
t
td
t
h
λ
32,85
5,34
20500
5,35,3 ===
y
p
f
E
λ
Como λ < λ
p
plbRd
MM =
φ
20,
FLM:
96,8
74,12
2,31
2
=
=
=
f
f
t
b
λ
26,9
5,34
20500
38,038,0 ===
y
p
f
E
λ
Como λ < λ
p
plbRd
MM =
φ
20,
cmkN6036119445,349,0
20,
==
Rd
M
CAP. 6 DIMENSIONAMENTO DE COLUNAS DE AÇO PARCIALMENTE PROTEGIDAS EM
INCÊNDIO: MÉTODO SIMPLIFICADO
175
Equação da Resistência:
0.1
20,
20,
20,
20,
+
Rdx
dx
d
d
M
M
R
N
0.189,033,056,0
60361
20436
4695
2620
=+=+
ok!
Equação da Estabilidade:
0.1
73,0
1
20,
20,
20,
20,,
20,
20,
+
Rdx
ex
d
dxxm
d
d
M
R
N
MC
R
N
kN60950
3,0
5,34159
2
20,
=
=
=
λ
yg
ex
fA
R
0.178,022,056,0
60361
6095073,0
2620
1
204366,0
4695
2620
=+=
+
ok!
Verificação em Situação de Incêndio:
kN128010004,08001,1
,,,
=+=+= qgS
qgd
θθθ
γγ
cm9984kN 8,71280
,20,
=== eSM
dd
θ
27,0
4695
1280
20,
,
===
d
d
R
S
θ
η
Interpretação: A estrutura, em situação de incêndio, está sendo solicitada em 27% da
sua resistência última à temperatura ambiente.
CAP. 6 DIMENSIONAMENTO DE COLUNAS DE AÇO PARCIALMENTE PROTEGIDAS EM
INCÊNDIO: MÉTODO SIMPLIFICADO
176
(a) Verificação com Proteção Total
Determinação da Resistência a Compressão:
Obs: Não é necessário verificar a mudança de classe.
2,1
,
,,
θθ
θθ
ρ
φ
yg
cd
fA
R
=
fazendo
θθ
,, dd
SR =
e supondo
ρρ
θ
:
2,1
5,34159951,0
0,11280
,
=
θ
y
K
30,0
,
=
θ
y
K
Pela Tabela 2.5 temos que: θ
crit
= 670°C (em toda a peça).
Interpretação: 670°C seria uma estimativa de temperatura que levaria a peça ao colapso
devido a atuação somente da carga de compressão. Como a estrutura está sujeita
também a esforços de flexão, como suposição inicial, deve-se supor uma temperatura
crítica inferior a 670°C.
Comentário: Esse “chute” inicial depende muito da sensibilidade do calculista em
verificar qual a influência de cada esforço (normal e momento fletor) na resistência final
da peça.
Supondo θ
crit
= 600°C
47,0
,
=
θ
y
K
31,0
,
=
θ
E
K
23,1
,
,
=
θ
θ
E
y
K
K
CAP. 6 DIMENSIONAMENTO DE COLUNAS DE AÇO PARCIALMENTE PROTEGIDAS EM
INCÊNDIO: MÉTODO SIMPLIFICADO
177
37,023,130,0
,
,
===
θ
θ
θ
λλ
E
y
K
K
Pela Tabela 4 da NBR 8800 (1986):
915,0=
θ
ρ
(curva c)
kN1966
2,1
5,3447,0159915,0
0,1
,
=
=
θ
d
R
Determinação da Resistência a Flexão:
Verificação de mudança de classe: Para barras fletidas, em situação de incêndio, faz-se
necessário averiguar se houve mudança de classe na peça devido ao aumento de
temperatura.
FLM:
96,85,781,026,9
,
,
,
=<===
λλλ
θ
θ
θ
y
E
pp
K
K
5,24
5,115,34
20500
82,082,0 =
=
=
ry
r
ff
E
λ
96,884,1981,05,24
,
,
,
=>===
λλλ
θ
θ
θ
y
E
rr
K
K
Como
θθ
λλλ
,, rp
<
,então:
=
θθ
θ
θθθ
λλ
λλ
κκφ
,,
,
,21,,
)(
pr
p
rplplybRd
MMMKM
cmkN399281736)5,115,34()( === WffM
ryr
CAP. 6 DIMENSIONAMENTO DE COLUNAS DE AÇO PARCIALMENTE PROTEGIDAS EM
INCÊNDIO: MÉTODO SIMPLIFICADO
178
=
5,78,19
5,79,8
)3992867068(6706847,00,14,10,1
,
θ
Rd
M
cmkN42098
,
=
θ
Rd
M
FLA:
93,151,6981,032,85
,
,
,
=>===
λλλ
θ
θ
θ
y
E
pp
K
K
Como
θ
λλ
,p
<
,então:
plybRd
MKM =
θθθ
κκφ
,21,,
cmkN4413119445,3447,00,14,10,1
,
==
θ
Rd
M
Assim sendo, M
Rd,θ
é o menor dos valores encontrados:
cmkN42098
,
=
θ
Rd
M
Equação da Resistência:
0.1
,
,
,
,
+
θ
θ
θ
θ
Rdx
dx
d
d
M
M
R
N
0.189,024,065,0
42098
9984
1966
1280
=+=+
(Fazer nova tentativa)
Como visto no item de verificação à temperatura ambiente, essa coluna apresenta
problemas de resistência antes de apresentar problemas de instabilidade. Logo, não se
necessário verificar a equação da estabilidade.
CAP. 6 DIMENSIONAMENTO DE COLUNAS DE AÇO PARCIALMENTE PROTEGIDAS EM
INCÊNDIO: MÉTODO SIMPLIFICADO
179
Supondo
θ
crit
= 650°C
35,0
,
=
θ
y
K
22,0
,
=
θ
E
K
26,1
,
,
=
θ
θ
E
y
K
K
Determinação da Resistência a Compressão:
38,026,130,0
,
,
===
θ
θ
θ
λλ
E
y
K
K
Pela Tabela 4 da NBR 8800 (1986):
910,0=
θ
ρ
(curva c)
kN1456
2,1
5,3435,0159910,0
0,1
,
=
=
θ
d
R
Determinação da Resistência a Flexão:
FLM:
96,831,779,026,9
,
,
,
=<===
λλλ
θ
θ
θ
y
E
pp
K
K
96,835,1979,05,24
,
,
,
=>===
λλλ
θ
θ
θ
y
E
rr
K
K
Como
θθ
λλλ
,, rp
<
,então:
=
θθ
θ
θθθ
λλ
λλ
κκφ
,,
,
,21,,
)(
pr
p
rplplybRd
MMMKM
=
31,735,19
31,79,8
)3992867068(6706835,00,14,10,1
,
θ
Rd
M
cmkN31107
,
=
θ
Rd
M
CAP. 6 DIMENSIONAMENTO DE COLUNAS DE AÇO PARCIALMENTE PROTEGIDAS EM
INCÊNDIO: MÉTODO SIMPLIFICADO
180
FLA:
93,154,6779,032,85
,
,
,
=>===
λλλ
θ
θ
θ
y
E
pp
K
K
Como
θ
λλ
,p
<
,então:
plybRd
MKM =
θθθ
κκφ
,21,,
cmkN3286319445,3435,00,14,10,1
,
==
θ
Rd
M
Assim sendo, M
Rd,θ
é o menor dos valores encontrados:
cmkN31107
,
=
θ
Rd
M
Equação da Resistência:
0.1
,
,
,
,
+
θ
θ
θ
θ
Rdx
dx
d
d
M
M
R
N
0.120,132,088,0
31107
9984
1456
1280
>=+=+
Interpolando-se os dois valores: θ
crit
= 630°C
Interpretação: 630°C é a temperatura que leva a peça ao colapso para essa combinação
de carregamentos. Sem proteção passiva, o perfil HP 310x125 atinge 630°C em
aproximadamente 18 minutos. Devemos, então, evitar que a peça atinja essa
temperatura durante o TRRF. Para isso, será necessário a aplicação de proteção passiva
no perfil. De acordo com a equação (2.32) será necessário proteger todo o perfil com
6,0mm de argamassa projetada para evitar que o perfil atinja 630°C em 30 minutos de
exposição ao incêndio padrão.
CAP. 6 DIMENSIONAMENTO DE COLUNAS DE AÇO PARCIALMENTE PROTEGIDAS EM
INCÊNDIO: MÉTODO SIMPLIFICADO
181
(b) Verificação com Proteção Parcial
Supondo que o perfil terá apenas proteção das mesas, após 30 minutos de exposição ao
incêndio padrão a alma atingirá 812°C (calculado pela equação (2.28)).
Portanto, pela Tabela 2.5:
0915,0
,
=
A
y
K
θ
0817,0
,
=
A
E
K
θ
e
06,1
,
,
=
A
E
A
y
K
K
θ
θ
Determinação da Resistência a Compressão:
32,006,130,0
,
,
===
A
E
A
y
A
K
K
θ
θ
θ
λλ
Pela Tabela 4 da NBR 8800 (1986):
941,0=
A
θ
ρ
(curva c)
2,1
,
,,
A
y
A
g
A
c
A
d
fA
R
θθ
θθ
ρ
φ
=
2,1
5,340915,074,1)74,122,31(941,0
0,1
,
=
A
d
R
θ
kN119
,
=
A
d
R
θ
(parcela de contribuição da alma na resistência ao fogo da coluna).
Sendo:
A
d
M
dd
RRR
θθθ
,,,
+=
A resistência que as mesas deverão ter será:
kN1161
,,
==
M
d
M
d
SR
θθ
2,1
,
,,
M
y
M
g
M
c
M
d
fA
R
θθ
θθ
ρ
φ
=
CAP. 6 DIMENSIONAMENTO DE COLUNAS DE AÇO PARCIALMENTE PROTEGIDAS EM
INCÊNDIO: MÉTODO SIMPLIFICADO
182
Sabemos que 630°C, uniformemente distribuídos ao longo da seção transversal, é a
temperatura que leva a peça ao colapso. Sabemos também que a temperatura na alma,
desprotegida, após 30 minutos de exposição ao incêndio padrão é 812°C. Assim sendo,
será necessário que as mesas atinjam temperaturas inferiores a 630°C para compensar o
aquecimento da alma.
Supondo
θ
crit
= 600°C
47,0
,
=
θ
y
K
31,0
,
=
θ
E
K
23,1
,
,
=
θ
θ
E
y
K
K
37,023,130,0
,
,
===
θ
θ
θ
λλ
E
y
K
K
Pela Tabela 4 da NBR 8800 (1986):
915,0=
θ
ρ
(curva c)
kN1342
2,1
5,3447,0)74,12,312(915,0
0,1
,
=
=
M
d
R
θ
kN14611191342
,,,
=+=+=
A
d
M
d
PP
d
RRR
θθθ
Determinação da Resistência a Flexão:
(
)
y
MM
y
AA
yb
PP
Rd
fZKZKM +=
θθθθ
κκφ
,,21,,
+
=+=
4
)2(
4
)2(
2
)2(
)(
2
21
ffwf
A
tdtdttd
yy
A
Z
3
21
cm334
4
)74,122,31(
4
)74,122,31(
2
74,1)74,122,31(
)(
2
=
+
=+= yy
A
Z
A
3
cm16103341944 ===
AM
ZZZ
CAP. 6 DIMENSIONAMENTO DE COLUNAS DE AÇO PARCIALMENTE PROTEGIDAS EM
INCÊNDIO: MÉTODO SIMPLIFICADO
183
(
)
cmkN380255,34161047,03340915,00,14,10,1
,
=+=
PP
Rd
M
θ
Equação da Resistência:
0.114,126,088,0
38025
9984
1461
1280
>=+=+
Supondo θ
crit
= 550°C
63,0
,
=
θ
y
K
46,0
,
=
θ
E
K
17,1
,
,
=
θ
θ
E
y
K
K
35,017,130,0
,
,
===
θ
θ
θ
λλ
E
y
K
K
Pela Tabela 4 da NBR 8800 (1986):
926,0=
θ
ρ
(curva c)
1821
2,1
5,3463,0)74,12,312(926,0
0,1
,
=
=
M
d
R
θ
kN19401191821
,,,
=+=+=
A
d
M
d
PP
d
RRR
θθθ
Determinação da Resistência a Flexão:
(
)
cmkN504675,34161063,03340915,00,14,10,1
,
=+=
PP
Rd
M
θ
Equação da Resistência:
0.186,020,066,0
50467
9984
1940
1280
<=+=+
Interpolando-se os dois valores: θ
crit
= 575°C
CAP. 6 DIMENSIONAMENTO DE COLUNAS DE AÇO PARCIALMENTE PROTEGIDAS EM
INCÊNDIO: MÉTODO SIMPLIFICADO
184
Utilizando o método simplificado proposto no Capítulo 5 desta dissertação, acha-se a
espessura de proteção passiva necessária para manter a temperatura das mesas inferior à
575°C durante os 30 minutos de TRRF.
Da Figura 5.13 temos: t
m
= 10mm
Interpretação: Será necessário proteger as mesas do perfil com 10mm de argamassa
projetada para garantir a estabilidade da peça durante 30 minutos de exposição ao
incêndio padrão.
Comparação entre o uso de proteção total e proteção parcial:
Tabela 6.4 – Consumo de material e área de aplicação
Tipo de Volume de Material Área de Aplicaçao
Proteção (m³/m) (m²/m)
Total
(6mm)
Parcial
(10mm)
1,60
Situação (%) 11,0 -33,4
0,014 2,40
0,016
Da Tabela 6.4 nota-se que o consumo de material de proteção se eleva em 11,0% com o
uso da proteção parcial. Em contrapartida, o custo de aplicação cai em 33,4%.
Admitido-se que o custo do material e o custo de aplicação sejam similares, um
aumento de 11,0% no custo de material e uma economia de 33,4% na aplicação desse
material levaria a uma economia global de aproximadamente 26%.
6.6. COMPARAÇÃO ENTRE O MÉTODO SIMPLIFICADO E O MÉTODO
NUMÉRICO
Nesse item pretende-se fazer uma comparação entre os resultados obtidos pela
formulação analítica simplificada proposta no presente trabalho e os resultados
numéricos fornecidos pelo programa VULCAN (Método dos Elementos Finitos).
CAP. 6 DIMENSIONAMENTO DE COLUNAS DE AÇO PARCIALMENTE PROTEGIDAS EM
INCÊNDIO: MÉTODO SIMPLIFICADO
185
A Tabela 6.5 mostra a resistência última da coluna mostrada no exemplo 4 apresentado
neste capítulo calculada pelo método simplificado ora proposto e pelo método dos
elementos finitos implementado no VULCAN.
Tabela 6.5 – Carga última: Método simplificado x Método dos Elementos Finitos
Método Simplificado VULCAN
Carga Última (kN)
1280 2540
Nota-se que a resistência última da coluna calculada pelo VULCAN é aproximadamente
duas vezes superior à calculada pelo método simplificado. Essa diferença de resultados
se dá devido a diversos fatores, dentre os quais:
(a) Diferença no método de análise: O método simplificado de dimensionamento
baseia-se no método dos estados limites onde solicitações e resistências são ponderadas
por coeficientes de segurança. Por outro lado as análises no VULCAN o feitas com
solicitações e resistências nominais.
(b) Diferença de distribuição de temperaturas na seção transversal: A distribuição de
temperatura na seção transversal do perfil analisado pelo VULCAN foi obtida via
análise térmica feita pelo TASEF (método dos elementos finitos). Como pode ser visto
na Figura 4.9, a distribuição de temperaturas ao longo da alma do perfil é não uniforme
o que confere a esta mais participação na resistência da seção. Já o método simplificado
considera que toda a extensão da alma se encontra sob mesma temperatura e esta seria
equivalente à maior temperatura mostrada na Figura 4.9.
CAPÍTULO 7
CONSIDERAÇÕES FINAIS
7.1. INTRODUÇÃO
Estudou-se nesta pesquisa o comportamento de estruturas em situação de incêndio, mais
precisamente o comportamento e dimensionamento de pilares de aço parcialmente
protegidos, assunto este pouco abordado no meio acadêmico brasileiro, porém
importante na prevenção de catástrofes.
Com o advento de novos materiais na construção civil, é notório que as edificações têm
se tornado mais susceptíveis a incêndios e, ao mesmo tempo menos, resistentes ao fogo.
Paredes de alvenaria estão sendo substituídas por painéis de gesso acartonado, pinturas
por papéis e cerâmicas por pisos sintéticos. Estas práticas modernas têm contribuído
para que as edificações fiquem cada vez menos resistentes ao fogo. Portanto, além de
medidas de combate e prevenção ao incêndio, é muito importante ter-se um maior
conhecimento do comportamento das estruturas em situação de incêndio a fim de se
prevenir catástrofes que podem ocorrer em razão da inoperância dos métodos de
combate empregados, da negligência humana ou da ignorância sobre o verdadeiro
comportamento das estruturas em incêndio.
Serão apresentadas na seção 7.2 algumas conclusões a respeito dos resultados obtidos
nas seções 4.5, 5.4 e 6.2 a 6.6 para as metodologias apresentadas nos Capítulos 4 a 6,
referentes, respectivamente, à análise paramétrica da resistência ao fogo de colunas de
aço parcialmente protegidas, à distribuição de temperatura em perfis de aço
CAP. 7 – CONSIDERAÇÕES FINAIS
187
parcialmente protegidos e ao dimensionamento de colunas de aço parcialmente
protegidas em incêndio.
Visando a continuidade deste trabalho, serão fornecidas na seção 7.3 algumas sugestões
para pesquisas futuras.
7.2. CONCLUSÕES
7.2.1. QUANTO A ANÁLISE PARAMÉTRICA
A metodologia proposta nesse trabalho é sintetizada nas curvas de evolução da
resistência (carga x espessura de proteção e carga x comprimento) com a temperatura
propostas no capítulo 4 . Essas curvas podem ser obtidas para um dado perfil,
considerando diferentes carregamentos, distintas relações de excentricidade e espessuras
de proteção passiva suficientes para os mesmos atingirem os TRRF exigidos em norma.
Considera-se que os resultados desse estudo paramétrico foram extremamente
satisfatórios, dada a praticidade de aplicação das curvas por ele geradas no ambiente de
projeto. Esta, certamente, será uma das suas utilidades após o aprofundamento desta
pesquisa.
Observa-se que as curvas de carga máxima no pilar, em função da espessura de proteção
e do TRRF, para valores fixos de comprimento de flambagem e excentricidade (vide
Figuras 4.23 a 4.50), têm um aspecto que sugere uma variação linear. Esse
comportamento só se modifica para a estrutura sem proteção e com proteção de 10mm e
TRRF de 30 minutos. Esse fato deve-se ao ganho substancial de resistência que há entre
a estrutura sem proteção e parcialmente protegida em 30 minutos de exposição ao fogo.
Nota-se que, depois de protegida (a partir de 10mm), a variação entre a carga máxima
no pilar e a espessura de proteção volta a ser linear.
CAP. 7 – CONSIDERAÇÕES FINAIS
188
As curvas de carga xima no pilar, em função do comprimento de flambagem da
coluna e da espessura de proteção, para valores fixos de TRRF e excentricidade (vide
Figuras 4.51 a 4.71), têm um aspecto que sugere uma variação exponencial inversa.
Esse fato mostra que o decréscimo da carga máxima admissível para comprimentos de
flambagem menores é mais acentuado que para valores mais altos desse parâmetros,
dado um valor fixo do TRRF e excentricidade. Isto parece decorrer da forma da curva
de incêndio-padrão com o qual se está avaliando a resistência ao fogo.
É importante ressaltar que o número de perfis utilizados nas análises paramétricas não é
suficiente para o estabelecimento de relações paramétrica para toda a família de perfis
laminados. Para tal, faz-se necessário proceder a análises paramétricas de mais grupos
de perfis.
Apesar de o VULCAN ser um programa amplamente validado com resultados
experimentais obtidos nos ensaios de Cardington, (BURGESS, 2000), recomenda-se
que seja feita a verificação experimental dos resultados obtidos para proteção das mesas
antes do emprego das curvas de resistência em projetos reais.
7.2.2. QUANTO AOS MÉTODOS SIMPLIFICADOS
7.2.2.1. DISTRIBUIÇÃO DE TEMPERATURA
No Capítulo 5 foi apresentada uma formulação analítica para a obtenção da elevação de
temperatura em perfis parcialmente protegidos. Observando-se as Figuras 5.4 a 5.28,
conclui-se que:
A formulação apresentada é suficientemente precisa para uso no âmbito de métodos
simplificados de dimensionamento em incêndio, dada a concordância entre os
resultados da solução via Método dos Elementos Finitos e da equação (5.24) corrigida
pelo coeficiente β
f
, mostrado na equação (5.22).
CAP. 7 – CONSIDERAÇÕES FINAIS
189
A técnica de proteção parcial, para qualquer TRRF, mostra-se extremamente viável
para perfis com fator de massividade inferiores a 300m
-1
visto que, com proteção parcial
das mesas, consegue-se elevações de temperatura bem inferiores à dos gases quentes.
Em perfis com fator de massividade superiores a 300m
-1
a técnica de proteção
parcial não se mostrou muito eficiente, para TRRF’s superiores a 90 minutos, visto que
para tempos superiores a este, a temperatura do perfil é praticamente igual à dos gases
quentes.
7.2.2.2. DIMENSIONAMENTO
No Capítulo 6 foi apresentado um método simplificado de dimensionamento de
estruturas de aço parcialmente protegidas em situação de incêndio. Observando-se os
resultados de dimensionamentos feitos como o método simplificado, conclui-se que:
Tanto o método ora proposto quanto o método simplificado de dimensionamento
proposto no item 8 da NBR 14343 (1999) são bastante conservadores, se comparados a
soluções avançadas como as implementadas no VULCAN.
Considerar a distribuição de temperatura uniforme (como no método simplificado
proposto neste trabalho), tanto na alma quanto nas mesas do perfil, é extremamente
rigoroso e acarreta em resultados conservadores. Por outro lado, esse fato facilita, e
muito, a aplicação prática do método simplificado de dimensionamento.
Se a distribuição de temperatura no perfil é não uniforme, transferência de carga
das partes mais aquecidas para as partes mais frias, aumentando o tempo de resistência
ao fogo da peça.
Uma vez que os métodos simplificados se destinam ao dimensionamento da
proteção, a sua economicidade pode estar aquém do nível necessário para dar ao aço
estrutural a competitividade desejada.
CAP. 7 – CONSIDERAÇÕES FINAIS
190
7.2.3. VIABILIDADE DA TÉCNICA DE PROTEÇÃO PARCIAL
Analisando as Tabelas 4.7 a 4.12 e levando-se em conta a necessidade de resistência ao
fogo da Tabela A1 da norma brasileira NBR 14432 (2000), conclui-se que:
Sem proteção passiva é praticamente impossível atingir níveis de resistência
aceitáveis (fatores de carga superiores a 0.3), sendo necessário proteger a estrutura para
tal.
A técnica de proteção parcial aplicando-se proteção nas mesas do perfil é
perfeitamente viável para tempos requeridos de resistência ao fogo (TRRF) de 30 e 60
minutos, por gerar níveis adequados de resistência nas colunas de aço (fatores de carga
superiores a 0.3).
para TRRF de 90 e 120 minutos. as análises via método dos elementos finitos
conduziram, para as espessuras de material de proteção analisadas, a níveis de
resistência inadequados (fatores de carga inferiores a 0.3).
Analisando-se os resultados obtidos em estruturas parcialmente protegida e os obtidos
em estruturas totalmente protegidas, conclui-se que:
Empregando-se proteção parcial, embora o custo com material seja similar ou até
mesmo levemente superior ao uso de proteção total, devido à maior espessura requerida
na parte protegida, o custo de aplicação do produto é extremamente reduzido devido à
diminuição da superfície protegida, conduzindo a uma redução significativa no custo
global da proteção.
Admitido-se que o custo do material e o custo de aplicação sejam similares, com o
emprego da técnica de proteção parcial foi possível atingir uma economia global de 10 a
30% do custo da proteção passiva.
CAP. 7 – CONSIDERAÇÕES FINAIS
191
Os resultados apresentados demonstram a viabilidade do emprego da técnica de
proteção parcial. No entanto, considera-se que esses resultados devem ser testados
experimentalmente para que aplicações futuras possam ser efetuadas e as curvas possam
ser utilizadas para facilitar a elaboração de projetos reais.
7.3. SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS
Esta pesquisa origem a algumas indagações de importância que merecem um esforço
continuado de pesquisa. Entre elas citam-se:
Introdução de forma explícita de coeficientes de segurança nas curvas de resistência
ao fogo.
Curvas de resistência ao fogo para outros perfis submetidos a outras condições de
carregamento externo e para materiais de proteção como a tinta intumescente.
Consideração da parcela de calor retida no material de proteção e no próprio aço
desprotegido na formulação simplificada de distribuição de temperatura em perfis
parcialmente protegidos.
Efeitos de outras curvas de incêndio.
Análise de outros tipos de proteção passiva parcial.
Resposta experimental de pilares parcialmente protegidos em incêndios.
ANEXO A
O PROGRAMA COMPUTACIONAL TASEF
A.1. A TRANSMISSÃO DE CALOR E AS EQUAÇÕES DIFERENCIAIS DA
FÍSICA MATEMÁTICA
Assim como ocorre com fenômenos estruturais, a maior parte dos fenômenos físicos
encontrados na natureza pode ser explicada por meio de formulações envolvendo
equações diferenciais. É interessante que seja feita uma rápida recapitulação destas
equações e dos tipos de problemas aos quais elas podem se referir, uma vez que a
possibilidade de estender a resolução de problemas térmicos a quaisquer outros
fenômenos físicos regidos por equações análogas. Nos fenômenos térmicos, a equação
diferencial que permite calcular a distribuição de temperatura em um corpo é conhecida
como equação de Fourier.
Segundo CESARI (1996), a equação diferencial que rege a transferência de calor e a
maioria dos fenômenos físicos em regime estacionário é do tipo:
(
)
(
)
0,,,,
2
=+ zyxQzyx
φλ
(A.1)
A equação diferencial (A.1) é a equação harmônica de Poisson, que se transforma na
equação de Laplace para Q igual a zero. Segundo KREYSZIG (1999), as análises de
trocas térmicas em sólidos e vários outros problemas físicos são realizados por meio
desta equação, conforme indicado na Tabela A.1, onde são explicitadas também as
grandezas físicas correspondentes a λ, φ e Q em cada um dos fenômenos em questão.
ANEXO A – O PROGRAMA COMPUTACIONAL TASEF
200
Tabela A.1 – Problemas Físicos Relacionados a Equações Diferenciais Harmônicas.
Problema
φ λ
Q
Condução Térmica Temperatura Condutividade Térmica Geração de Calor
Escoamento de Potencial de
Fluidos Ideais Velocidade
Filtração Preso Permeabilidade Fonte de Fluxo
Inverso do Módulo
de Cisalhamento
Deslocamento em Rigidez à
Estruturas Flexão
Deslocamento Momento Fletor
Densidade
_
Torção Função de Airy Momento Torsor
A.1.1. O PROBLEMA TÉRMICO
Nos sólidos, a transferência de calor se por condução pura, e a equação diferencial
que permite calcular a distribuição de temperatura em um corpo é a mencionada
equação de Fourier, que para meios isotópicos e em estado estacionário se origina da
equação (A.1), sendo λ, φ e Q, respectivamente, a condutibilidade térmica, a
temperatura e a potência térmica gerada por unidade de volume. Supondo que o meio
seja isotrópico, a equação de Fourier será harmônica, e para um problema
tridimensional assumirá a forma:
( )
0,,
2
2
2
2
2
2
=+
+
+
zyxQ
zyx
φφφ
λ
(A.2)
Onde λ é o coeficiente de condutividade igual em qualquer das direções x,y e z. Em
problemas bidimensionais, chamando a condutividade de k e a temperatura de θ, a
equação (A.2) se torna:
( )
0,
2
2
2
2
=+
+
yxQ
yx
k
θθ
(A.3)
ANEXO A – O PROGRAMA COMPUTACIONAL TASEF
201
As condições de contorno para este problema são expressas em (A.4) e (A.5) e são
apresentadas na Figura A.1.
Sobre o contorno S
0
:
0
θθ
= (A.4)
Sobre o contorno S
1
+ S
2
+ S
3
:
( ) ( ) ( )
[
]
44
0
273273 ++++=
θθσεθθ
θ
rn
Hq
n
k (A.5)
Figura A.1 – Equação de Fourier para a Transmissão de Calor em Sólidos.
A condição (A.4) é do tipo essencial, ou condições de contorno de Dirichlet, significa
impor que os pontos do contorno S
0
possuem uma temperatura fixa igual a θ
0
, e a
ANEXO A – O PROGRAMA COMPUTACIONAL TASEF
202
condição (A.5) é do tipo natural, ou condição de contorno de Cauchy. Nestas equações,
k
n
é o coeficiente de condutividade térmica na direção n normal externa à superfície no
ponto considerado, ∂θ/n é o gradiente térmico sempre na direção normal, q
0
é a
quantidade de calor por unidade de área que é absorvido ou emanado do corpo, H é o
coeficiente de troca de calor por convecção entre o corpo e o ambiente e θ
é a
temperatura do ambiente. Em problemas térmicos, freqüentemente a condição (A.5) se
divide em:
0
q
n
k
n
=
θ
(A.6)
( )
cn
q
n
k ==
θθβ
θ
(A.7)
( ) ( )
[
]
rrn
q
n
k =++=
44
273273
θθσε
θ
(A.8)
Neste caso, a equação (A.6) é denominada condição de Newman ou condição de fluxo.
A equação (A.7) exprime a condição de fluxo de calor em um ponto do contorno S
2
que
é proporcional à diferença entre a temperatura θ do ponto e θ
do ambiente. Esta
condição é dita do tipo convectivo. A equação (A.8) exprime a condição de fluxo de
calor por radiação, que é fortemente não-linear.
O fluxo térmico q é positivo quando tem o sentido da normal externa à superfície onde
está atuando.
A maior parte dos fenômenos térmicos encontrados na natureza tem como característica
a influência do tempo nas condições do sistema, bem como a modificação ao longo do
tempo das propriedades dos materiais devido à ação térmica no sistema. Estes
problemas, obviamente, não se encontram submetidos a um regime estacionário e sim a
um regime térmico transiente.
ANEXO A – O PROGRAMA COMPUTACIONAL TASEF
203
As análises transientes são desenvolvidas de modo similar às análises estacionárias,
sendo que a diferença marcante reside no fato de que, agora, as cargas térmicas e
propriedades dos materiais envolvidos são funções da variável tempo.
A equação de Fourier para regimes térmicos transientes em sólidos pode ser escrita
como:
t
Qk
=+
θ
µθ
2
(A.9)
Nesta equação t é o tempo e µ é a capacidade térmica, dada pelo produto da massa
específica (ρ) pelo calor específico (c). Nestes casos de fenômenos transientes, outra
condição de contorno que surge para definir a condição inicial:
(
)
(
)
zyxzyx ,,0,,,
0
θθ
= (A.10)
A.2. O MÉTODO DOS ELEMENTOS FINITOS NA TRANSMISSÃO DE
CALOR
O método dos elementos finitos (MEF) nasceu e desenvolveu-se inicialmente sobre uma
base física para proceder análises de problemas da mecânica estrutural, mas
rapidamente percebeu-se que este método poderia ser utilizado com igual eficiência na
busca de soluções para diversos outros tipos de problemas físicos, de engenharia ou
puramente matemáticos. Seu desenvolvimento ocorreu essencialmente ligado ao
advento dos computadores digitais. Para se obter a solução numérica de problemas, em
geral, é necessário estabelecer e resolver um conjunto de equações algébricas que
governam o sistema em estudo. Por meio do método dos elementos finitos, torna-se
viável estabelecer e resolver as equações governantes de problemas extremamente
complexos de uma forma bastante eficaz. Além disso, muitas equações diferenciais não
podem ser resolvidas analiticamente, sendo necessário para a obtenção de suas soluções
o uso de métodos numéricos aproximados.
ANEXO A – O PROGRAMA COMPUTACIONAL TASEF
204
De acordo com BATHE (1982), as origens e o desenvolvimento do método dos
elementos finitos remontam a meados do século XX, e podem ser atribuídos a três
grupos distintos de pesquisadores: os matemáticos, os físicos e os engenheiros. Embora
desenvolvido inicialmente pelos dois primeiros grupos, foi por meio dos engenheiros
que o MEF apresentou os maiores avanços em suas aplicações e formulações.
Contribuições originais de suma importância foram dadas por artigos e livro publicados
a partir da década de 50, e são citados por BATHE (1982) como exemplo as publicações
de ARGYRIS E KELSEY (1955), e TURNER et. al (1956). O surgimento da expressão
“elementos finitos” deu-se no artigo “The Finite Element in Plane Stress Analysis” de
CLOUGH (1960). Desde então, a quantidade de trabalhos em elementos finitos tem
sido cada vez maior, fazendo com que o método fosse bastante difundido em todo o
mundo e aplicado aos mais diversos tipos de problemas.
O método dos elementos finitos transforma a equação diferencial que governa o
problema em equações integrais equivalentes que contêm as incógnitas a serem
determinadas. Estas equações são aproximadas por discretização (malha) onde
aparecem as incógnitas, que em seguida são calculadas através das respostas dos nós
vizinhos e de fórmulas simples de interpolação. O MEF é um método consagrado,
utiliza integração de funções simples e é bastante aplicado em diversas áreas da ciência
e da engenharia, dentre as quais podem ser destacadas as análises estruturais e térmicas.
Segundo KANE (1994), o MEF gera uma boa modelagem do contorno e das condições
de contorno e é aplicado através de uma grande variedade de tipos de elementos, porém,
apresenta algumas deficiências, como não ser aplicado com muita eficiência em
problemas definidos em meio infinito, pois, exige uma discretização do domínio e sua
solução está diretamente ligada ao refinamento da malha.
A aplicação do método dos elementos finitos (MEF), que em casos transientes é
auxiliado pelo método das diferenças finitas (MDF), a problemas térmicos faz com que
as equações da física-matemática relativas a termocinética possam ser usadas de modo
genérico, independentemente da forma do domínio matemático. Deste modo, podem ser
investigados problemas térmicos além dos domínios matemáticos mais simples que
limitam as soluções analíticas, uma vez que o uso de métodos numéricos proporciona
ANEXO A – O PROGRAMA COMPUTACIONAL TASEF
205
que o domínio matemático que descreve os objetos possa assumir formas diversas das
formas clássicas (linha, plano, cilindro, esfera etc).
A.2.1. ANÁLISES TÉRMICAS VIA MÉTODO DOS ELEMENTOS FINITOS
O MEF é uma técnica numérica para resolução de equações da física-matemática. O
método é bastante versátil e hoje se constitui numa ferramenta usada na prática e na
pesquisa da engenharia. Dentro de um enfoque mais genérico, o método faz parte de um
método mais geral conhecido como método dos resíduos ponderados. Deste método,
dependendo das funções de peso, o método dos resíduos ponderados pode dar origem ao
método das diferenças finitas, ao método dos elementos finitos ou ao método dos
elementos de contorno. Maiores detalhes podem ser encontrados em ZIENKIEWICZ
(1976).
A equação a que se chega via método dos resíduos ponderados ou pela formulação
variacional do problema (que envolve a minimização de um funcional) é, pelo MEF,
discretizada. Assim, a equação contínua passa a equação discreta e para isto usam-se
elementos finitos onde o contínuo é expresso por funções de interpolação (funções de
forma) para discretizar a geometria e os carregamentos que no caso da termocinética, é
a temperatura.
No método dos elementos finitos (MEF), as funções que interpolam a temperatura em
um determinado sistema são definidas não em todo o domínio ao qual o problema em
questão se refere, mas em subdomínios. Estes subdomínios são elementos finitos
obtidos por meio de uma discretização do domínio matemático inicial que define o
objeto em estudo.
De modo gerico, a aplicação do MEF nos problemas térmicos segue alguns passos.
Inicialmente, a temperatura a ser determinada é interpolada por uma função polinomial
definida no elemento. Com auxílio do cálculo variacional a equação diferencial é
transformada em uma equação integral definida no elemento finito. Introduz-se então no
funcional a temperatura aproximada e são impostas as condições de estacionariedade: se
ANEXO A – O PROGRAMA COMPUTACIONAL TASEF
206
o problema é estacionário obtém-se um sistema de equações lineares ou não-lineares (se
a equação diferencial for linear ou não-linear), enquanto os problemas não estacionários
são tratados com uma separação das variáveis espaço-tempo, utilizando-se o MEF para
a discretização espacial. Obtém-se assim um sistema de equações diferenciais ordinárias
no termo de 1
a
ordem, que é resolvido através do método das diferenças finitas (MDF),
método de análise numérica consagrado, bastante aplicado a problemas transientes
em geral. No TASEF o MDF é usado para se caminhar no tempo de um problema
térmico transiente. No MDF a variação diferencial do tempo é substituída por uma
diferença finita no tempo e o método adotado é o método de integração direta de Crank-
Nicholson.
A forma dos elementos finitos utilizados dependerá diretamente do problema a ser
estudado. Assim, em problemas onde o fenômeno em estudo for significativo em uma,
duas ou três direções ortogonais, os elementos serão, respectivamente, unidimensionais,
bidimensionais (triangulares ou quadrangulares) ou tridimensionais (tetraédricos,
prismáticos ou hexaédricos). O TASEF, como realiza análises bidimensionais, utiliza
elementos triangulares e quadrangulares.
É comum que problemas cujos contornos reais sejam curvos não possam ser modelados
de forma satisfatória utilizando-se elementos de lados retos, devido a uma possível
aproximação grosseira decorrente desta discretização. Com o objetivo de resolver este
problema, passaram a ser utilizados em problemas numéricos elementos cuja geometria
fosse discretizada por lados com nós intermediários, gerando funções de forma de
ordem superior a um. Em geral, o grau de precisão obtido nos resultados será maior de
acordo com a ordem destas funções (linear, quadrática, cúbica etc).
A.2.2. ELEMENTOS ISOPARAMÉTRICOS APLICADOS A DOMÍNIOS
BIDIMENSIONAIS
De acordo com REDDY (1993), o grau de aproximação usado para descrever a
geometria do elemento finito freqüentemente é diferente do grau de aproximação usado
para representar a variável em estudo. Isso significa que dois elementos diferentes
ANEXO A – O PROGRAMA COMPUTACIONAL TASEF
207
podem ser usados em uma análise por elementos finitos, um para a geometria e outro
para interpolar a variável.
Assim, se nas equações “x” representa a geometria (ξ representa as coordenadas locais)
e “v” a incógnita em estudo no elemento finito, a transformação das coordenadas locais
em globais é feita por meio das funções de forma
i
ψ
, e as funções de interpolação da
variável v são representadas por
j
ψ
.
( )
ξψ
e
i
m
e
i
xx
=
1
( ) ( )
xvxv
e
j
n
e
j
ψ
=
1
(A.11)
Assim, de acordo com a relação entre os graus de aproximação da transformação de
coordenadas e o usado para a variável dependente, a formulação de elementos finitos
pode ser subparamétrica, se m < n, isoparamétrica, se m = n, ou superparamétrica, se m
> n. O TASEF utiliza a formulação isoparamétrica, onde se aplicam as mesmas funções
de interpolação tanto para a geometria quanto para as vaiáveis estudadas.
Para que sejam derivadas as equações de um elemento isoparamétrico, define-se
inicialmente um sistema de coordenadas locais (também chamadas de coordenadas
naturais) para cada elemento, e as funções de interpolação (ou funções de forma)
deverão ser expressas em termos destas coordenadas naturais. A representação da
geometria de acordo com estas funções de forma pode ser vista como um meio de
transformar uma forma regular como um triângulo ou quadrilátero de lados retos em um
sistema de coordenadas locais em uma forma distorcida como um triângulo ou
quadrilátero de lados curvos no sistema de coordenadas globais. Esta concepção pode
ser usada para representar problemas de contornos curvos com a ajuda de elementos
isoparamétricos de lados curvos.
O operador que realiza esta transformação de um sistema de coordenadas para outro é o
Jacobiano, e no caso bidimensional é dado por:
ANEXO A – O PROGRAMA COMPUTACIONAL TASEF
208
=
ηη
ξξ
yx
yx
J (A.12)
A.2.2.1. ELEMENTOS QUADRANGULARES
Os elementos quadrangulares isoparamétricos são utilizados para modelar diversos tipos
de geometria. Em determinadas situações a modelagem com estes elementos demonstra
ser mais interessante que o uso de elementos triangulares, como, por exemplo, em
análises de domínios com contornos retangulares ou em situações onde é possível se
obter razoável economia de tempo de processamento usando elementos quadrangulares
sem ocasionar prejuízos consideráveis na precisão dos resultados finais.
Como estes elementos são bidimensionais, logicamente as coordenadas naturais
apresentarão duas variáveis, ξ e η. O mais simples dos elementos quadrangulares,
utilizado pelo TASEF, é o retângulo de quatro nós representado na Figura A.2, com
lados 2a e 2b paralelos aos eixos x e y. Suas funções de forma, em coordenadas
naturais, são as expressas em (A.13).
Figura A.2 – Elemento Retangular de Quatro Nós.
ANEXO A – O PROGRAMA COMPUTACIONAL TASEF
209
(
)
(
)
( )( )
( )( )
( )( )
4/11
4/11
4/11
4/11
4
3
2
1
ηξ
ηξ
ηξ
η
ξ
+=
++=
+=
=
N
N
N
N
(A.13)
A.2.2.2. ELEMENTOS TRIANGULARES
Conforme mencionado, a utilização de elementos triangulares em alguns problemas
pode levar a resultados mais satisfatórios que o uso de elementos quadrangulares. Uma
forma natural de geração de elementos triangulares é proceder a uma distorção de
elementos quadrangulares básicos, promovendo a coincidência entre dois ou mais nós
em um mesmo ponto, como podemos observar na Figura A.3.
Figura A.3 – Elemento Retangular de Quatro Nós.
O elemento triangular mais simples existente, e utilizado pelo TASEF, é o de três nós,
representado na Figura A.4 e acompanhado de suas funções de forma, em coordenadas
naturais, na expressão (A.14):
Figura A.4 – Elemento Triangular de Três Nós.
ANEXO A – O PROGRAMA COMPUTACIONAL TASEF
210
η
ξ
η
ξ
=
=
=
3
2
1
1
N
N
N
(A.14)
O programa TASEF, desenvolvido para o mapeamento das temperaturas em perfis
metálicos, disponibiliza elementos triangulares de 3 nós ou quadrangulares de 4 nós.
Como para os tipos de perfis investigados neste trabalho obtém-se bons resultados
utilizando elementos quadrangulares, será apresentado na próxima seção o
desenvolvimento deste elemento finito.
A.2.3. DETERMINAÇÃO DA EQUAÇÃO DE EQUILÍBRIO TÉRMICO PARA
ELEMENTOS QUADRANGULARES
Se os valores da temperatura nos n nós de um elemento são θ
1
, θ
2
, ... θ
n
, a temperatura
naquele elemento será dada pela equação (A.15) a seguir, onde as funções de
interpolação
e
i
N presentes no vetor
e
N
~
são funções de forma e
e
~
θ
representa o vetor
das temperaturas nodais do elemento, conforme a expressão (A.16) subseqüente:
e
T
e
n
e
i
e
i
e
NN
~~
1
θθθ
==
(A.15)
=
n
i
e
N
N
N
N
M
M
1
~
=
n
i
e
θ
θ
θ
θ
M
M
1
~
(A.16)
Reescrevendo a equação diferencial (A.3) na forma matricial, temos:
0
2
~~
=+ Qk
θ
(A.17)
ANEXO A – O PROGRAMA COMPUTACIONAL TASEF
211
0
~~~
=+ Qk
T
θ
(A.18)
A equação (A.17) pode ser resolvida por vários métodos. O TASEF adota uma técnica
de solução baseada em resíduos ponderados onde integra-se, na área em caso de
problemas bidimensionais, a equação diferencial multiplicada por uma função de peso
v, como na equação (A.19):
0
~~~
=
+
dAQkv
A
T
θ
(A.19)
Ao realizar uma integração por partes do primeiro termo da equação (A.19) surgirá a
parcela de resíduo no contorno (introdução das condições de contorno naturais).
dAkvdSknvdAkv
A
T
S
T
A
T
=
θθθ
~~~~~~~~~
(A.20)
A técnica de resíduos ponderados adotada pelo TASEF é o método de Galerkin, onde as
funções de peso v
i
são iguais às funções de forma N
i
. Substituindo as equações (A.20) e
(A.15) na equação (A.19), tem-se:
dSknNQdANdANkN
S
TT
A
T
A
TT
+=
θθ
~~~~~~~~~~~
(A.21)
Da lei de Fourier, tem-se:
θ
~~~
= knq
T
n
(A.22)
Substituindo (A.22) em (A.21):
dSqNQdANdANkN
S
n
T
A
T
A
TT
+=
~~~~~~~~
θ
(A.23)
ANEXO A – O PROGRAMA COMPUTACIONAL TASEF
212
Chamando
~~
~
NB = e substituindo na equação (A.23):
dSqNQdANdABkB
S
n
T
A
T
A
T
+=
~~~
~
~
~
θ
(A.24)
Compactando a equação (A.24), chega-se a seguinte expressão:
~
~
~
FK =
θ
(A.25)
Onde:
~~
~
qQ
FFF += (A.26)
Nestas equações,
~
K é a matriz de condutividade,
~
Q
F é o vetor de calor interno gerado e
~
q
F é o vetor devido ao fluxo de calor no contorno q
n
.
=
A
T
dABkBK
~~~
(A.27)
QdANF
A
T
Q
=
~
~
(A.28)
dSqNF
S
n
T
q
=
~
~
(A.29)
A equação (A.25) representa a equação de equilíbrio térmico para um elemento finito
levando-se em consideração as condições de contorno expressas anteriormente. Quando
o elemento em questão for interno, o vetor de carregamentos térmicos
~
F será dado
apenas pelo primeiro termo da sua equação.
ANEXO A – O PROGRAMA COMPUTACIONAL TASEF
213
Para determinar a equação de equilíbrio relativa a um sistema onde ocorre transmissão
de calor bidimensional, levam-se em conta duas dimensões espaciais, e a temperatura θ
será interpolada com o seguinte polinômio:
( ) ( )
=
=
4
1
,,
i
ii
N
θηξηξθ
(A.30)
E as funções de forma deste elemento, já explicitadas anteriormente, são:
(
)
(
)
( )( )
( )( )
( )( )
4/11
4/11
4/11
4/11
4
3
2
1
ηξ
ηξ
ηξ
η
ξ
+=
++=
+=
=
N
N
N
N
(A.13)
Como estas funções são bilineares, pode-se afirmar que:
ξ
=
ax
1
e
η
=
by
1
(A.31)
A matriz
~
B das derivadas primeiras das funções de forma para este problema é expressa
por:
++
++
=
=
bbbb
aaaa
NNNN
NNNN
B
yyyy
xxxx
1111
1111
,4,3,2,1
,4,3,2,1
~
ξξξξ
ηηηη
(A.32)
Para calcular a matriz de condutividade e o vetor de cargas é necessário que as integrais
(A.27), (A.28) e (A.29) sejam transmutadas do sistema global (x,y) para o sistema local
(ξ,η). Como é possível observar:
η
ξ
dabddxdy
=
(A.33)
ANEXO A – O PROGRAMA COMPUTACIONAL TASEF
214
Logo, a matriz de condução térmica será dada por:
ηξ
dabdBBkK
T
+
+
=
1
1
1
1
~~~
(A.34)
Desenvolvendo-se esta integral, chega-se à seguinte expressão para a matriz de
condução térmica, onde r é o fator de forma a/b:
+
+
++
++
=
rrsim
rrrr
rrrrrr
rrrrrrrr
k
K
/22.
/2/22
/1/12/22
/12/1/2/22
6
~
(A.35)
Quando há uma geração de calor Q constante, a quantidade de calor total gerada (QA) é
dividida igualmente entre os nós do elemento. Da equação A.28, a
~
Q
F é dado por:
(
)
(
)
( )( )
( )( )
( )( )
=
+
++
+
==
+
+
1
1
1
1
4
4/11
4/11
4/11
4/11
2
1
1
1
1
~
~
QA
ddQAQdANF
A
T
Q
ηξ
ηξ
ηξ
ηξ
ηξ
(A.36)
Resta ainda analisar a possibilidade de ocorrência de condições de contorno naturais. Se
um dos lados do elemento estiver sujeito a condições de fluxo, deverá ser incluído na
formulação o termo referente a esta condição. Da equação (A.29), a parcela
correspondente à condição de fluxo sobre uma determinada superfície é:
=
S
n
T
q
dsqNF
~
~
(A.37)
Para, por exemplo, fluxo constante no lado delimitado pelos nós 1 e 2, de comprimento
l , pode-se afirmar que
ξ
ddS l
=
, e então:
ANEXO A – O PROGRAMA COMPUTACIONAL TASEF
215
(
)
( )
=
+
=
+
0
0
1
1
2
0
0
4/1
4/1
1
1
~
l
l
n
nq
q
dqF
ξ
ξ
ξ
(A.38)
Onde q
n
é a soma das parcelas de convecção, equação (4.2), e de radiação, equação
(4.6).
(
)
(
)
4
+=
θθσεθθβ
n
q (A.39)
E, levando-se em conta uma possível carga térmica concentrada em um (F
0
), o vetor
de carregamentos térmicos
++=
~~
~
0
~
qQ
FFFF será:
+=
0
0
1
1
2
1
1
1
1
4
~
0
~
l
n
q
QA
FF (A.40)
Finalmente, a equação de equilíbrio térmico do elemento quadrangular será dada por:
~~
~
0
~
~~
~
~
qQ
FFFKFK ++==
θθ
(A.41)
+=
+
+
++
++
0
0
1
1
2
1
1
1
1
4
/22.
/2/22
/1/12/22
/12/1/2/22
6
~
0
~
l
n
q
QA
F
rrsim
rrrr
rrrrrr
rrrrrrrr
k
θ
(A.42)
ANEXO A – O PROGRAMA COMPUTACIONAL TASEF
216
A.2.4. A TRANSMISSÃO DE CALOR TRANSIENTE EM SÓLIDOS E O
MÉTODO DAS DIFERENÇAS FINITAS
A equação (A.9) que rege a transmissão de calor em regime transiente pode ser
resolvida a partir da separação das variáveis espaço-temporais, já que com o método dos
elementos finitos se realiza a discretização espacial do contínuo, de forma que a
temperatura em um elemento com n nós será dada pela equação (A.44) subseqüente:
t
Qk
=+
θ
µθ
2
(A.9)
0
2
=+
θµθ
Qk (A.43)
( ) ( ) ( )
eeT
n
i
e
i
e
i
e
yxNyxNtyx
~~
1
,,,,
θθθ
==
=
(A.44)
O vetor da equação (A.44) define o vetor incógnito das temperaturas nodais, que agora
são função do tempo.
( )
(
)
( )
( )
=
t
t
t
t
n
i
e
θ
θ
θ
θ
M
M
1
~
(A.44)
Aplicando o Método de Galerkin no termo da equação (A.43) que difere da equação
(A.17):
=
=
~~~~~
θθµθµ
CdANNdAv
A
T
A
(A.45)
Acoplando a equação (A.45) à equação (A.25), temos:
ANEXO A – O PROGRAMA COMPUTACIONAL TASEF
217
( )
~
~
~
~~
tFKC =+
θθ
(A.46)
Onde
~
C é a matriz de capacidade térmica. Para o caso de elemento plano de espessura s
unitária, C torna-se a matriz de capacidade térmica distribuída, C
d
.
~
~~~
d
A
T
CdANsNC ==
µ
(A.47)
A.2.4.1. MATRIZ DE CAPACIDADE TÉRMICA PARA ELEMENTOS
QUADRANGULARES
Complementando esta teoria, é apresentada a matriz de capacidade térmica presente na
equação (A.46) para os elementos quadrangulares estudados anteriormente.
Para o elemento quadrangular de quatro nós apresentado na Figura A.2, a matriz de
capacidade térmica distribuída assume a forma indicada na equação (A.48).
==
∫ ∫
+
+
4212
2421
1242
2124
36
1
1
1
1
~~
~
A
ddNNabC
T
d
µ
ηξµ
(A.48)
A.2.4.2. DISCRETIZAÇÃO NO TEMPO VIA MÉTODO DAS DIFERENÇAS
FINITAS
A partir da equação (A.46), que exprime as equações de equilíbrio dos elementos
finitos, obtém-se um sistema de equações diferenciais ordinárias de primeira ordem.
Este sistema, de modo geral, pode ser resolvido por dois métodos: o método da
superposição modal ou o método da integração direta. O método da superposição modal
consiste em extrair autovalores e autovetores das equações lineares de equilíbrio,
desacoplar o sistema e resolver a equação correspondente por qualquer método
convencional. O método da integração direta, por sua vez, consiste em uma
ANEXO A – O PROGRAMA COMPUTACIONAL TASEF
218
discretização temporal, obtida aproximando-se as derivadas temporais (de primeira
ordem, neste caso) por meio de diferenças finitas. No TASEF o método adotado é o da
integração direta, devido ao fato de sua natureza ser de mais fácil implementação que o
método da superposição modal.
A operação mais custosa computacionalmente no método da integração direta é a
solução do sistema de equações lineares (BATHE (1982)). Nos fenômenos térmicos
aqui estudados, o problema consiste em aproximar a primeira derivada da temperatura
em relação ao tempo. Um dos métodos mais freqüentemente aplicados para solucionar
sistemas de equações diferenciais de primeira ordem em análises numéricas é o método
dos trapézios generalizado, que parte da consideração de que a derivada temporal da
temperatura no tempo t +
t é aproximada pela relação expressa em (A.49):
( ) ( ) ( ) ( )
(
)
(
)
t
ttt
ttttt
++
=++=+
θθ
θαθααθ
1 (A.49)
E a temperatura é dada pela expressão (A.50), onde o parâmetro α varia de zero a um, e
define o tipo de aproximação utilizado.
(
)
(
)
(
)
(
)
ttttt
θααθαθ
++=+ 1 (A.50)
Utilizando as equações (A.49) e (A.50) o sistema de equações diferenciais ordinárias de
primeira ordem pode ser transformado em um sistema de equações lineares. Assim, para
os tempos t e t + t, a equação (A.46) torna-se:
( ) ( ) ( )
~~
~
~~
tFtKtC =+
θθ
(A.51)
e
( ) ( ) ( )
ttFttKttC +=+++
~
~
~
~~
θθ
(A.52)
ANEXO A – O PROGRAMA COMPUTACIONAL TASEF
219
Tornando-se estas duas equações, multiplicando a primeira por 1 α e a segunda por α,
e somando-as chega-se a:
(
)
(
)
( ) ( ) ( ) ( )
ttFtttK
t
ttt
C +=
+++
+
αθαθα
θ
θ
~
~~
~
~~
~
1 (A.53)
Ou ainda:
( ) ( ) ( ) ( )
ttFtK
t
C
ttK
t
C
++
=+
+
αθαθα
~
~
~
~
~
~
~
1
(A.54)
Fazendo, nesta expressão, as seguintes considerações:
+
=
~
~
^
~
K
t
C
K
α
(A.55)
e
( ) ( ) ( )
ttFtK
t
C
F ++
=
αθα
~
~
~
~
^
~
1
(A.56)
A equação (A.54) recai em uma expressão do tipo:
( )
^
~
~
^
~
FttK =+
αθ
(A.57)
Desta forma, o transiente inicial foi conduzido a um problema estacionário equivalente.
Assim, determinada a temperatura inicial, utiliza-se a equação (A.57) para, a cada passo
de tempo, determinar as temperaturas do problema, por meio de um mecanismo
incremental.
ANEXO A – O PROGRAMA COMPUTACIONAL TASEF
220
No programa TASEF, o método de integração direta sugerido é o Método de Crank-
Nicholson, que adota o parâmetro α igual a 0,5.
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