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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA
ESCOLA POLITÉCNICA
MESTRADO EM ENGENHARIA AMBIENTAL URBANA
MÁRIO SÉRGIO SOARES MAY
CONTRIBUIÇÃO PARA CONSTRUÇÃO DE INSTRUMENTO
PARA ANÁLISE E AVALIAÇÃO DE ATERROS
SIMPLIFICADOS DE RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS PARA
MUNICÍPIOS DE PEQUENO PORTE
Salvador
2008
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2
MÁRIO SÉRGIO SOARES MAY
CONTRIBUIÇÃO PARA CONSTRUÇÃO DE INSTRUMENTO
PARA ANÁLISE E AVALIAÇÃO DE ATERROS
SIMPLIFICADOS DE RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS PARA
MUNICÍPIOS DE PEQUENO PORTE
Dissertação apresentada ao Mestrado em
Engenharia Ambiental Urbana, da Escola
Politécnica, da Universidade Federal da
Bahia, como requisito parcial para obtenção
do grau de Mestre.
Orientadora: Profª. Drª Viviana Maria Zanta
Salvador
2008
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3
Biblioteca Central Reitor Macêdo Costa - UFBA
M466 May, Mário Sérgio Soares.
Contribuição para construção de instrumento para análise e avaliação de aterros simplificados
de resíduos sólidos urbanos para Municípios de Pequeno Porte / Mário Sérgio Soares May. - 2008.
137 f. : il.
Inclui anexo.
Orientador : Profª Dr.ª Viviana Maria Zanta.
Dissertação (mestrado) - Universidade Federal da Bahia, Escola Politécnica., 2008.
1. Saneamento. 2. Controle de poluição - Equipamento e acessórios. 3. Aterro sanitário - Aspectos
ambientais. 4. Efeito da poluição. I. Zanta, Viviana Maria. II. Universidade Federal da Bahia, Escola
de Engenharia. III. Título.
4
MÁRIO SÉRGIO SOARES MAY
CONTRIBUIÇÃO PARA CONSTRUÇÃO DE INSTRUMENTO
PARA ANÁLISE E AVALIAÇÃO DE ATERROS SIMPLIFICADOS
DE RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS PARA MUNICÍPIOS DE
PEQUENO PORTE
Dissertação para obtenção do grau de Mestre em Engenharia Ambiental Urbana.
Salvador, 08 de abril de 2008
Banca Examinadora:
Profa. Dra. Viviana Maria Zanta______________________________________
Universidade Federal da Bahia – UFBA
Prof. Dr. Sandro Lemos Machado____________________________________
Universidade Federal da Bahia – UFBA
Prof. PhD. Luiz Roberto Santos Moraes_______________________________
Universidade Federal da Bahia – UFBA
Profa. Dra. Lisete Celina Lange______________________________________
Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG
5
AGRADECIMENTOS
A Profª. Viviana Maria Zanta, orientadora atenciosa, contribuiu bastante no desenvolvimento
da pesquisa e dissertação.
Ao Profº. Luiz Roberto Santos Moraes pelas diversas contribuições durante as etapas de
projeto, seminário e defesa da dissertação.
Ao Profº. Sandro Lemos Machado pelas dicas durante a elaboração da pesquisa.
Aos Pesquisadores do PROSAB que contribuíram no processo de ponderação dos indicadores
de avaliação.
A CNPq por ter disponibilizado os recursos necessários para o desenvolvimento desta
pesquisa.
A minha Esposa Lise pelo apoio e compreensão nos momentos em que me ausentava para me
dedicar à pesquisa, e a minha filha Júlia pela felicidade que me traz.
A minha mãe D. Yvanda pelo incentivo, sempre.
Muito obrigado a todos pela contribuição no desenvolvimento e conclusão desta etapa tão
importante para meu crescimento pessoal e profissional.
6
“ Ainda que eu falasse as línguas dos
homens e dos anjos, se não tiver amor,
serei como o bronze que soa ou como o
címbalo que retine. Ainda que eu tenha o
dom de profetizar e conheça todos os
mistérios e toda a ciência, ainda que eu
tenha fé, a ponto de transportar montes, se
não tiver amor, nada serei... ”
Coríntios 13. 1-2
7
RESUMO
A carência de disposição final de resíduos sólidos urbanos – RSU adequada do ponto
de vista sanitário e ambiental ainda se verifica em muitos municípios brasileiros,
particularmente, aqueles com população até 30.000 habitantes. Na tentativa de
proporcionar a estes municípios condições adequadas e acessíveis de disposição final de
RSU, algumas tecnologias simplificadas vêm sendo propostas. Contudo, por se tratar de
tecnologias novas, poucos são os trabalhos técnicos sobre este tema, principalmente, no
que tange a avaliação do desempenho destas tecnologias.
Neste sentido, é proposto nesta pesquisa uma ferramenta de análise e avaliação de
aterros simplificados-AS, considerando aspectos técnico-ambientais fundamentados em
princípios de sustentabilidade. Cabe destacar que a mesma foi desenvolvida no âmbito do
Programa de Pesquisa em Saneamento Básico tendo sido aprofundada nos aspectos
teóricos fundamentais durante a elaboração desta dissertação de mestrado.
O modelo conceitual foi estruturado em: (a) definição de diretrizes e identificação de
variáveis de influência no desempenho técnico-ambiental de AS; (b) construção de uma
Matriz para análise das interações entre as variáveis identificadas; (c) elaboração de
listagem ponderada baseada na Matriz de Interação; (d) informatização do instrumento; e
(e) matriz de resumo da avaliação.
Para validação e avaliação da facilidade de aplicação o instrumento foi aplicado, em
sua versão impressa, em dois aterros simplificados em operação no Estado da Bahia. O
primeiro aterro atende às localidades de Baixios e Palame, localizadas no Município de
Esplanada, e o segundo ao Município de Aporá.
Com base nos resultados obtidos conclui-se que o instrumento permitiu obter
respostas coerentes com as condições observadas em campo, possibilitando ao gestor
identificar os aspectos positivos e negativos existentes, orientando quanto às técnicas
construtivas e práticas operacionais corretas. Em termos de avaliação do uso do
instrumento, entende-se que o método desenvolvido, tanto na versão informatizada quanto
na impressa é de fácil aplicação por técnicos em atividades de monitorização ou
fiscalização, como as exercidas por órgãos de controle ambiental.
Palavras-chave: Resíduos Sólidos Urbanos, Aterros Simplificados, Municípios de
Pequeno Porte, Sistema de Apoio a Decisão.
8
ABSTRACT
The lack of adapted final disposition of municipal solid waste - MSW in the
environmental point of view is reality for many Brazilians municipalities, especially the
ones with population of up to 30,000 habitants. In an attempt to provide appropriate
conditions for these municipalities and accessible for final disposal of MSW, some
simplified technologies have been proposed. In other hand, especially because those are
new technologies, few are the technician works on this subject, mainly when it refers to
the evaluation of the performance of these technologies.
In this direction, is proposed in this research a tool to analyze and evaluation of
simplified landfills - SL, considering technician and environment aspects based on
principles of sustainability. Is great to mention that this research was developed with in of
Programa de Pesquisa em Saneamento Básico PROSAB, and the technician’s aspects
were intensely explored during this master research.
The conceptual model is structuralized in: (a) definition of direction lines and
identification of influence variables in the technician and environment performance; (b)
construction of a Matrix for analysis of the interactions against the identified variables; (c)
elaboration of weighed listing of questions based in the Interaction Matrix; (d)
computerization of the instrument; and (e) summary matrix of the evaluation.
For validation and assessment of the ease of applying the instrument was used, in the
printed version, in two SL in operating at the state of Bahia, the first one serve the
localities of Baixios and Palame, located in the municipal of Esplanada, and the second to
the municipal of Aporá
Based on the results concluded that the instrument has enabled responses consistent
with the conditions of field, enabling managers to identify strengths and weaknesses exist,
focusing on the technical design and correct operational practices. In terms of evaluating
the use of the instrument, it is understood that the method developed, both in print and in
the computerized version is easily to applied by technicians in tracking or monitoring
activities, such as those performed by environmental control agencies.
Keywords: Municipal Solid Waste, Simplified Landfill, Small Municipalities, Tool for
Helping Choose Decision.
9
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Perspectiva do Aterro Sustentável – PROSAB................................................. 26
Figura 2: Gráfico da distribuição dos municípios do Estado de São Paulo quanto
aos índices de qualidade dos locais de disposição dos resíduos
sólidos domiciliares, no período de 1997 a 2004..................................
38
Figura 3: Fluxograma das atividades de desenvolvimento do instrumento...................... 45
Figura 4: Faixas de resultados da análise e avaliação do aterro........................................ 56
Figura 5: Intervalos de variação de coeficiente de permeabilidade em fnção do tipo de
solo..................................................................................................................... 59
Figura 6: Recirculação por infiltração............................................................................... 77
Figura 7: Recirculação por rega........................................................................................ 77
Figura 8: Drenagem de gases em tubos de PVC sobre a drenagem de lixiviado.............. 78
Figura 9: Drenagem de gases em garrafas PET preenchidas com brita nº2, construída
sobre o sistema de drenagem de lixiviado......................................................... 78
Figura 10: Cobertura de RSU com manta de plástico......................................................... 92
Figura 11: Coletor de amostra de água de subsolo em poços de monitorização................. 94
Figura 12: Recalque e fissuras e sobre a camada de cobertura de cobertura do aterro do
aterro da localidade de Aporá-BA.....................................................................
99
Figura 13: Ruptura nos taludes da vala 03 do aterro das localidades de Baixios-Palame,
Esplanada-BA.................................................................................................... 99
Figura 14: Corte de vala em execução................................................................................
100
Figura 15: Tela com a primeira página de perguntas referentes a variável de ação
características da área........................................................................................ 107
Figura 16: Tela com ficha de caracterização do indicador recuperação de área
degradada............................................................................................................ 108
10
LISTA DE QUADROS
Quadro 1: Quadro comparativo dos aterros de RSU para municípios de pequeno porte.........31
Quadro 2: Parte do IQR valas da CETESB (Características do Local)....................................37
Quadro 3: Matriz de características da área, conforme método de Pereira. .............................40
Quadro 4: Listagem de indicadores para avaliação de Aterros Simplificados.........................53
Quadro 5: Parte da Matriz de Resultado...................................................................................56
Quadro 6: Classe dos solos brasileiros e capacidade de troca catiônica ..................................64
Quadro 7: Exemplo de controle da quantidade de resíduos recebidos diariamente em um AS.
..................................................................................................................................................88
11
LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Classificação de Aterro por porte.............................................................................22
Tabela 2: Enquadramento das instalações de tratamento e/ou destinação final de resíduos
sólidos domiciliares em função dos índices de IQR.................................................................38
Tabela 3: Enquadramento dos aterros em função das notas recebidas.....................................41
12
LISTA DE SIGLAS
ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas
AS – Aterro Simplificado
AASAS – Análise e Avaliação da Tendência à Sustentabilidade de Aterros Simplificados
BN – Banco do Nordeste
CETESB – Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental
CRA – Centro de Recursos Ambientais
CTC – Capacidade de Troca Catiônica
CMMAD – Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento
CONAMA – Conselho Nacional de Meio Ambiente
CONDER – Companhia de Desenvolvimento Urbano do Estado da Bahia
CNUMAD – Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento
ETA – Estação de Tratamento de Água
ETE – Estação de Tratamento de Esgoto
EIA – Estudo de Impacto Ambiental
GRS/UFBA – Grupo de Resíduos Sólidos da Universidade Federal da Bahia
LS – Licença Simplificada
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
OCA – Órgão de Controle Ambiental
OCDE – Organização para Cooperação do Desenvolvimento Econômico
OMS – Organização Mundial da Saúde
PEAD – Polietileno de Alta Densidade
PESMU – Planejamento Estratégico Sustentável do Meio Urbano
PNSB – Pesquisa Nacional de Saneamento Básico
PROSAB – Programa de Pesquisa em Saneamento Básico
RIMA – Relatório de Impacto Ambiental
RSU – Resíduos Sólidos Urbanos
SLU – Sistema de Limpeza Urbana
SAS – Sistema de Abastecimento de Água
SES – Sistema de Esgotamento Sanitário
13
SUMÁRIO
1.
INTRODUÇÃO..........................................................................................................................................14
2.
OBJETIVOS ........................................................................................................................................... 17
2.1 Objetivo Geral ....................................................................................................................................... 17
2.2 Objetivos específicos.............................................................................................................................. 17
3.
REFERENCIAL TEÓRICO..................................................................................................................... 18
3.1.
G
ERENCIAMENTO
I
NTEGRADO DE
R
ESÍDUOS
S
ÓLIDOS
U
RBANOS
...............................................................18
3.2.
D
ESTINO
F
INAL DE
R
ESÍDUOS
S
ÓLIDOS
U
RBANOS
.....................................................................................20
3.3.
A
TERROS DE
R
ESÍDUOS
S
ÓLIDOS PARA
M
UNICÍPIOS DE
P
EQUENO
P
ORTE
..................................................22
3.3.1. Tipos de Aterros de RSU para Municípios de Pequeno Porte ...........................................................23
3.4.
I
NDICADORES DE
T
ENDÊNCIA À
S
USTENTABILIDADE DE
A
TERROS
S
IMPLIFICADOS
...................................33
3.4.1. Critérios para definição de Indicadores de Sustentabilidade para disposição final em aterros .......35
3.4.2. Índice de Qualidade da CETESB....................................................................................................... 36
3.4.3. Indicador para Avaliação de Desempenho de Aterros de Resíduos Sólidos ..................................... 39
4.
MÉTODO ...................................................................................................................................................42
4.1
D
ESENVOLVIMENTO DO
M
ODELO
C
ONCEITUAL
.......................................................................................... 45
4.2
C
ONSTRUÇÃO DA
M
ATRIZ DE
I
NTERAÇÃO
...................................................................................................46
4.3
L
ISTAGEM DE
C
ONTROLE
............................................................................................................................47
5.RESULTADOS E DISCUSSÃO......................................................................................................................49
5.1
D
IRETRIZES E
V
ARIÁVEIS
R
EPRESENTATIVAS DE
I
NFLUÊNCIA
.................................................................... 49
5.2
M
ATRIZ DE
I
NTERAÇÃO
............................................................................................................................... 52
5.3
L
ISTAGEM
P
ONDERADA
............................................................................................................................... 53
5.4
A
GREGAÇÃO DOS
R
ESULTADOS DA
A
NÁLISE E
A
VALIAÇÃO
.......................................................................55
5.5
D
EFINIÇÃO
,
I
MPORTÂNCIA E
P
ARÂMETROS DE
A
ANÁLISE DOS
I
NDICADORES DE
A
VALIAÇÃO
..................... 58
5.5.1 Variável de Ação – Características da Área....................................................................................... 58
5.5.2 Variável de Ação – Sistema de Proteção Ambiental...........................................................................72
5.5.3 Variável de Ação – Sistema Apoio – Mão de Obra............................................................................. 81
5.5.4 Variável de Ação – Controle Tecnológico.......................................................................................... 87
5.5.3 Variável de Ação – Plano de Uso Futuro ......................................................................................... 102
5.5.4 Variável de Ação – Integração ao GRSU ......................................................................................... 103
5.6
A
PLICAÇÃO PARA
V
ALIDAÇÃO DO
I
NSTRUMENTO
....................................................................................104
5.6.1 Aplicação do método AASAS em sua versão impressa ..................................................................... 104
5.6.1.1 Avaliação da aplicação dos indicadores do instrumento...............................................................105
5.6.2 Versão informatizada........................................................................................................................106
6. CONCLUSÃO ...............................................................................................................................................109
REFERÊNCIAS ................................................................................................................................................111
APÊNDICE A .................................................................................................................................................... 117
APÊNDICE B ....................................................................................................................................................132
ANEXO A...........................................................................................................................................................134
ANEXO B...........................................................................................................................................................136
14
1. INTRODUÇÃO
A elevada geração de resíduos sólidos nos aglomerados urbanos ultrapassa a capacidade
de assimilação do meio ambiente, fazendo que a mudança de paradigma para modelos mais
sustentáveis de consumo seja um dos grandes desafios da sociedade moderna.
Para reduzir os impactos negativos causados pelos resíduos sólidos urbanos (RSU) sobre o
meio ambiente se faz necessário o gerenciamento integrado, desde a geração, envolvendo
programas para a não geração e redução na fonte, reutilização e reciclagem de componentes
dos resíduos, até o tratamento e destino final.
Esta pesquisa tem como foco o último elo do gerenciamento dos RSU, ou seja, o destino
final. Uma das tecnologias mais utilizadas para disposição final adequada de RSU é o aterro
sanitário. Por ser tratar de uma tecnologia economicamente viável, de fácil execução e
operação, torna-se interessante para países ditos em desenvolvimento. Trata-se de um método
de disposição no solo, que fundamentado em critérios de engenharia, busca garantir a
segurança do empreendimento, promovendo melhor isolamento dos resíduos e assegurando a
efetiva proteção do solo, de mananciais subterrâneos e de superfície, reduzindo os impactos
negativos à saúde da população.
Tradicionalmente, o aterro sanitário é concebido para o confinamento de resíduos, porém,
alguns aterros são concebidos como método de tratamento, principalmente, com a finalidade
de aproveitamento do biogás gerado, pois o aterro pode atuar como reator anaeróbio, ou bio-
reator, sendo que, para isto, dependendo de condições ambientais da localidade, aspectos
como umidade, tamanho das partículas e recirculação do lixiviado devem ser considerados.
No Brasil, segundo a Pesquisa Nacional de Saneamento sico–PNSB de 2000, dos então
5.507 municípios brasileiros, apenas 32,2% dispunham seus resíduos de forma adequada,
sendo 13,8% em aterros sanitários e 18,4% em aterros controlados, enquanto o restante dos
municípios (63,6%) dispunham seus RSU em lixões. Aproximadamente 5% dos municípios
entrevistados não responderam a este item da pesquisa (IBGE, 2002).
Verifica-se, portanto, que a disposição inadequada de RSU ainda é realidade para muitos
municípios, sendo ainda mais grave para os municípios com população até 20.000 habitantes,
que representavam 73,1% dos municípios brasileiros, que 68,5% vazavam seus RSU em
lixões ou áreas alagadiças (ibid).
Diversas são as condições que favorecem este cenário para municípios deste porte,
destacando-se a escassez de recursos financeiros para a construção de aterros sanitários,
15
ausência de equipamentos para sua operação, além de carência em capacitação técnica e
gerencial de seus funcionários.
Na tentativa de reverter este cenário nos municípios de pequeno porte, algumas
alternativas mais simples de aterros vêm sendo propostas, tais como: Aterros Sanitários em
Valas, pela Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental-CETESB (1997a) em São
Paulo, Aterros Sanitários Simplificados, pela Companhia de Desenvolvimento Urbano do
Estado da Bahia–CONDER (FIÚZA, FONTES e CRUZ, 2002), Aterros Sustentáveis para
Municípios de Pequeno Porte, pelo Programa de Pesquisa em Saneamento Básico–PROSAB
(CASTILHOS JR. et al., 2003), desenvolvido em nível nacional, e Aterros Sanitários
Manuais, proposto em publicação da Organização Panamericana da Saúde–CEPIS/OPS para
países da América Latina e Caribe (JARAMILLO, 1997).
Diferentemente dos aterros sanitários normatizados pela NBR 8.419/92, não existem
normas técnicas específicas para aterros de RSU para municípios de pequeno porte, de
maneira a embasar sua adoção em procedimentos técnicos. Segundo Zanta e Ferreira (2003), a
ausência destes critérios para estes empreendimentos faz com que alguns Órgãos de Controle
Ambiental (OCA) questionem sua adoção, mesmo que eles sejam apoiados em métodos
científicos para simplificar alguma etapa clássica de dimensionamento ou operação.
A Resolução do CONAMA 308, de 21 de março de 2002, que dispõe sobre o
licenciamento ambiental de aterros para municípios de pequeno porte, ressalta a dificuldade
de acesso destes municípios às tecnologias adequadas de disposição final, porém não
contempla detalhes construtivos ou operacionais que permitam sua flexibilidade, pois este
nível de aprofundamento extrapola o seu papel.
Por se tratar de tecnologia simplificada, ainda sem a definição de critérios por normas de
engenharia, torna-se importante investigar a sua tendência à sustentabilidade frente a aspectos
técnico-ambientais e financeiros, visando à conservação do meio ambiente, proteção dos
corpos hídricos e continuidade do serviço ao longo da vida útil do equipamento.
Neste sentido, a presente pesquisa visa a contribuir para o desenvolvimento de um
instrumento de análise e avaliação da tendência à sustentabilidade de aterros simplificados
AASAS, fundamentado em princípios de sustentabilidade, que possam auxiliar gestores e
operadores de AS na melhoria da técnica. Contudo apenas a vertente técnico-ambiental é
apresentada, tendo em vista que a vertente financeira é apresentada em outra dissertação
desenvolvida pela economista Lívia Reis Campos, pesquisadora do Grupo de Resíduos
Sólidos da UFBA. Ainda cabe destacar que este trabalho fez parte de projeto de pesquisa
desenvolvido no âmbito do Programa de Pesquisa em Saneamento Básico PROSAB, sendo
16
complementado e aprofundado, principalmente, nos aspectos teóricos fundamentais durante a
elaboração desta dissertação de mestrado.
Desta maneira, o trabalho ora apresentado é composto por:
(a) Objetivos, no qual se apresentam os objetivos geral e específicos propostos.
(b) Referencial teórico dividido em: gerenciamento integrado de resíduos sólidos
urbanos, destino final de resíduos sólidos urbanos, classificação de aterros de resíduos
sólidos urbanos, aterros de resíduos sólidos para municípios de pequeno porte e
indicadores de tendência à sustentabilidade de aterros simplificados.
(c) Método - Corresponde à estrutura utilizada para o desenvolvimento do AASAS.
Neste item apresenta-se a visão global da estratégia adotada na construção do
instrumento proposto.
(d) Resultados e Discussões - São apresentados com detalhes a concepção de cada fase
constituinte do instrumento proposto e sua discussão.
(e) Conclusão Destacam-se os principais pontos de análise quanto à forma de
desenvolvimento do método e às limitações do modelo conceitual e da aplicabilidade do
método.
17
2. OBJETIVOS
2.1 Objetivo Geral
Propor um instrumento para análise e avaliação da tendência à sustentabilidade de aterros
simplificados de resíduos sólidos urbanos.
2.2 Objetivos específicos
a) Revisar a literatura para identificar diretrizes de sustentabilidade para o
desenvolvimento do modelo conceitual da ferramenta de análise.
b) Desenvolver o modelo conceitual do instrumento de análise e avaliação da tendência
à sustentabilidade destes aterros.
c) Orientar e colaborar na informatização do modelo conceitual proposto.
d) Avaliar a aplicabilidade do instrumento em dois Aterros Simplificados no Estado da
Bahia.
18
3. REFERENCIAL TEÓRICO
3.1. Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos Urbanos
Existem diversos tipos de resíduos sólidos e conhecer suas características é a base para a
definição de estratégias para o gerenciamento integrado. De acordo com as características dos
RSU pode-se classificá-los, quanto: à origem ou fonte geradora, grau de biodegradabilidade e
periculosidade.
A NBR 10.004/04 – Resíduos Sólidos-Classificação, define como resíduos sólidos todos
aqueles resíduos nos estados sólido e semi-sólido que resultam da atividade da comunidade de
origem: industrial, doméstica, hospitalar, comercial, de serviços de varrição ou agrícola,
incluindo lodos das estações de tratamento de água (ETA) e de esgotos (ETE), resíduos
gerados em estações de controle de poluição, e líquidos que não possam ser lançados nas
redes públicas de coleta e afastamento de esgotos, devido à suas peculiaridades (ABNT,
2004).
Por sua vez, a NBR 8419/92 denomina resíduos sólidos urbanos aqueles gerados nos
aglomerados humanos, exceto os resíduos industriais perigosos, os resíduos sépticos dos
serviços de saúde e os resíduos dos portos e aeroportos (ABNT,1992).
Usualmente, os RSU são compostos por resíduos: domiciliares, do comércio, de
pequenas indústrias localizadas no espaço urbano que não sejam potencialmente poluidoras,
por resíduos da varrição de vias públicas e restos dos serviços de poda. Dados como geração
per capita, composição gravimétrica e volume, são indispensáveis para dimensionar as várias
componentes do sistema de limpeza urbana - SLU, subsidiando a escolha das alternativas para
lidar com cada tipo de resíduo gerado no município.
Existem variações nas características e quantidade de RSU gerados nos municípios,
sendo que os fatores que mais influenciam são: faixa populacional do município, hábitos e
costumes da população, taxa de crescimento demográfico, período ou estação do ano,
crescimento da indústria, nível de educação e comprometimento da população quanto às
questões ambientais (BALDOCHI, 1997).
O gerenciamento integrado de RSU engloba atividades estratégicas para a prestação e
fiscalização do manejo (LIMA, 2005). Envolve a articulação de todas as etapas entre si, desde
a geração de resíduos, incorporando ações para prevenir e reduzir a quantidade gerada,
19
acondicionamento, segregação, coleta, transporte, triagem, reutilização, tratamento,
reciclagem e destino final.
o termo gestão integrada, algumas vezes utilizado como sinônimo de gerenciamento
integrado, se refere à tomada de decisões estratégicas para a organização dos serviços (LIMA,
2001).
Um bom programa de gestão integrada de resíduos deve ser focado hierarquicamente
nos princípios dos três Rs: redução, reutilização e reciclagem. Alguns profissionais que atuam
na área resíduos sólidos utilizam uma escala muito maior de Rs voltados à gestão, contudo,
nesta pesquisa, foi optado por manter apenas os três Rs mais conhecidos, pois, consideramos
as listas com mais Rs pouco objetivas e difícil de mensurar, tanto qualitativo quanto
quantitativamente.
Para Abreu (2001), o primeiro R é mais difícil de ser implantado, pois significa interferir
na liberdade dos indivíduos de consumir o quanto quiser. Por outro lado, Lima (2005)
considera que a redução pode ser alcançada com políticas específicas, executadas por meio de
instrumentos regulatórios. Para este autor, um exemplo seria a adoção de uma política voltada
para regular o mercado de embalagens, cujo resíduo é um dos principais responsáveis pelo
aumento da geração per capita.
A reutilização é comumente incorporada pelas pessoas no cotidiano. Consiste na
utilização direta do resíduo como produto, necessitando apenas de lavagem e/ou esterilização,
como por exemplo, a reutilização de garrafas de vidro.
O terceiro R, a reciclagem, é a reinserção do material do qual o resíduo é composto na
produção de um novo produto, podendo ou não este ter a mesma finalidade do produto
original.
Os modelos de gestão integrada que incorporam os princípios dos três Rs, e sua
efetivação em nível de gerenciamento, são ambientalmente desejáveis, em especial, por
reduzir a quantidade de energia e recursos naturais mobilizados para atender ao consumo da
sociedade moderna. Por outro lado, embora estes conceitos sejam bastante conhecidos por
técnicos e especialistas da área, ainda não são colocados em prática pela maioria dos
municípios brasileiros, principalmente, pela fragilidade da estrutura organizacional do
serviço, deficiência orçamentária e baixo nível de educação e consciência ambiental da
população.
A disposição em aterros de resíduos é o elo final do gerenciamento, portanto, a
quantidade e composição dos resíduos para ele encaminhada é reflexo das estratégias
preliminarmente adotadas pelo município. Como no estágio atual, muitas das tecnologias
20
adotadas para tratamento dos resíduos geram rejeitos, como por exemplo: cinzas da
incineração, resíduos que não foram reutilizados, ou não foram reciclados devido à ausência
de método viável do ponto de vista técnico e/ou econômico, e rejeitos da compostagem, o
aterro sanitário ainda é um elemento essencial para o gerenciamento integrado.
Contudo, cuidados especiais devem ser adotados quando da escolha desta componente,
pois se trata de uma tecnologia com elevado potencial de poluição dos corpos d’água pelo
lixiviado, e da qualidade do ar, pela emissão de gases, inclusive, aqueles de odor
desagradável, e material particulado, como a poeira proveniente da movimentação de terra.
3.2. Destino Final de Resíduos Sólidos Urbanos
O destino final dos RSU é um grande problema para a maioria dos municípios
brasileiros. As técnicas de destino final de RSU podem ser classificadas em adequadas e
inadequadas. A Pesquisa Nacional de Saneamento Básico (IBGE, 2002) considera como
destino final adequado os aterros sanitários e aterros controlados, e inadequado os lixões.
O Aterro Sanitário é a técnica de disposição de RSU no solo, que se projetada,
implantada e operada de maneira adequada, não provoca danos à saúde pública, e minimiza os
impactos negativos ao meio ambiente. Fundamentado em princípios de engenharia, confina os
resíduos sólidos à menor área possível, reduzindo-os ao menor volume permissível,
recobrindo-os com uma camada de solo ao final de uma jornada diária, ou em intervalos
inferiores, se necessário (ABNT, 1992; CETESB, 1997b).
Por sua vez, os aterros controlados são locais para disposição final de RSU no solo, que
apresentam algum domínio tecnológico, como controle do material que ingressa ao aterro,
cobertura diária dos resíduos aterrados com camadas de solo, normalmente sem compactação.
Embora possa contribuir para reduzir impactos na saúde pública, por reduzir a proliferação de
vetores de doenças, podendo até ser considerado um avanço quando comparado com os
lixões, porém, não substitui os aterros sanitários por não se tratar de uma tecnologia
completamente adequada (BIDONE, 1999). Na maioria das vezes não existe
impermeabilização de base nem controle e tratamento do lixiviado, o que aumenta os riscos
de contaminação do meio ambiente.
os lixões são locais onde os RSU são lançados sem qualquer controle tecnológico.
Nestes locais os resíduos estão expostos a céu aberto causando diversos impactos negativos ao
meio ambiente como: atração de vetores causadores de doenças, geração de odor, poluição
21
atmosférica, geração de lixiviados com alto poder de poluição do solo e corpos hídricos,
poluição visual, dentre outros.
O termo lixiviado, bastante citado nesta pesquisa deve ser diferenciado do termo
chorume, mesmo que, algumas vezes, sejam utilizados como sinônimos por alguns autores.
Segundo Gomes (2005), o lixiviado é um líquido gerado a partir do excesso de umidade no
aterro, tendo como fontes geradoras: infiltração direta de águas de chuva, lençol freático e
possíveis nascentes que não foram detectadas durante a escolha de área, teor de umidade
inicial dos resíduos aterrados e líquido proveniente de sua decomposição.
Chorume ou sumeiro é definido pela NBR 8.419/1992 como líquido proveniente da
decomposição anaeróbia da matéria orgânica contida nos resíduos sólidos aterrados, exala
intenso mau cheiro, apresenta cor escura e elevado potencial poluidor (ABNT, 1992). Nota-
se, portanto, que o chorume é uma das componentes do lixiviado, apesar de ser a que mais
contribui para seu potencial de poluição.
Os aterros de resíduos sólidos podem ser classificados por quatro diferentes critérios
(BLIGHT, 1994 apud GARIGLIO, 2002):
1. Tipo e origem do resíduo disposto, podendo ser: aterro industrial, de RSU e de inertes.
2. Existência de estruturas do sistema de proteção ambiental, sendo de especial interesse
o sistema de impermeabilização de base, cobertura, manejo e tratamento de gases e
lixiviado. Nesta classificação é considerado aterro sanitário apenas aquele que se
localiza em área adequada e devidamente isolada, contando com infra-estrutura de
coleta e tratamento de lixiviado, queima de gases, registro e acompanhamento da
quantidade de resíduos dispostos, além de realizar a compactação dos resíduos e sua
cobertura diária.
3. Método de operação, podendo ser classificado em: área, trincheira e meia encosta,
sendo este último utilizado também como artifício para integrar a área aterrada ao
relevo local, preenchendo baixadas.
4. Quanto ao porte ou capacidade de recebimento de resíduos. Esta classificação está
diretamente relacionada a população atendida pelo sistema de limpeza urbana e a
geração per capita de resíduos, como indica a tabela 1.
22
Tabela 1: Classificação de Aterro por porte
Geração per capita
(kg/hab.dia)
Capacidade Máxima
do Aterro (t/dia) (1)
Tabela 1:
Classificação
de Aterro por
porte
Mínima Máxima
Faixa Populacional de
Início de Plano
(habitantes)
Mínima Máxima
Distrital 0,35 0,40 até 5.000 < 3,2 3,2
Pequeno 0,40 0,45 5.001 a 30.000 3,3 21,7
Médio 0,45 0,55 30.001 a 200.000 21,7 162,6
Grande 0,55 0,74 200.001 a 1.000.000 162,7 993,4
Metropolitano 0,74 >0,74 Acima de 1.000.001 993,5 > 993,5
FONTE: Gariglio (2002), citando Blight (1994).
(1)
Nota: A Capacidade Máxima de Recebimento de resíduos foi calculada para final de plano, adotando-se
uma taxa de crescimento populacional de 3% ao ano para o período de 20 anos.
Segundo esta classificação proposta por Blight (1994), citado por Garíglio (2003) os AS
estariam classificados como de pequeno porte, pois estariam atendendo a uma população de
até 30.000 habitantes, em termos de capacidade de recebimento, estaria limitada a
aproximadamente 22t de resíduos/dia.
3.3. Aterros de Resíduos Sólidos para Municípios de Pequeno
Porte
A Resolução CONAMA 308, de 21 de março de 2002, que dispõe sobre o
licenciamento ambiental de sistemas de disposição final de resíduos sólidos urbanos para
municípios de pequeno porte, define como:
aterros para municípios com população urbana até 30.000 habitantes, segundo o
último censo;
aterros que recebam no máximo 30 toneladas de RSU/dia (BRASIL, 2002).
No Estado da Bahia são classificados como aterros de micro ou pequeno porte aqueles
com capacidade de recebimento de até 20t de resíduos /dia, portanto, é mais restritivo quanto
à capacidade de recebimento diário quando comparada com a Resolução 308/2002 do
CONAMA. Esta classificação é definida pelo Regulamento da Lei 7.799/2001 (BAHIA,
2001), que, embora tenha sido revogada em 20 de dezembro de 2006, data de publicação da
atual Política Estadual de Meio Ambiente, Lei nº 10.431 (BAHIA, 2006), ainda é utilizada
23
para Regulamentar o processo de licenciamento ambiental, pelo menos, até que a Lei atual
conte com Regulamento aprovado e publicado.
Os aterros de RSU de pequeno porte contam com processo simplificado de
licenciamento-LS. Nesta modalidade de licenciamento não é necessário elaborar Estudo de
Impacto Ambiental e respectivo Relatório de Impacto sobre o Meio Ambiente-EIA/RIMA,
mas, é possível exigir condicionantes para sua expedição, como a recuperação da área de
antigo lixão, ou maior complexidade do sistema de proteção ambiental do aterro.
Embora a Resolução Nº 308/2002 do CONAMA tenha abrangência nacional, observa-se
que a capacidade de recebimento de resíduos de 30t/dia é superior ao proposto por aqueles
aterros simplificados apresentados no quadro 1 (p. 26 e 27), que variam na faixa de 10t/dia a
20t/dia, sendo, portanto, mais restritivos. Esta restrição de capacidade adotada pelas
instituições proponentes de aterros simplificados (PROSAB, CONDER, CETESB e
CEPIS/OPS) pode ser indicativa de que valores superiores possam representar dificuldade de
operar o aterro com qualidade, tendo em vista que estes aterros, normalmente, dispensam
equipamentos mecanizados em sua operação.
3.3.1. Tipos de Aterros de RSU para Municípios de Pequeno Porte
As tecnologias existentes de AS possuem a mesma finalidade, ou seja, propiciar a
adequada disposição final de RSU. Para avaliá-las faz-se necessário conhecer melhor suas
principais características.
3.3.1.1 Aterros Sustentáveis para Municípios de Pequeno Porte
PROSAB
O Aterro Sustentável é uma tecnologia proposta pelo PROSAB 3 (CASTILHOS JR. et
al., 2003) para atender a municípios com população até 10.000 habitantes. Segundo Gomes e
Martins (2003), estes aterros consistem na:
[...] abertura de trincheiras onde o resíduo é disposto, que ao fim de uma
jornada diária recebe uma camada de cobertura intermediária, feita
preferencialmente, com solo proveniente da escavação. Deverão ser
previstos sistemas para impermeabilização, drenagem de gases e
lixiviados, além da cobertura de todo o sistema [...] ibid (p.68).
24
Como nos demais aterros para disposição de RSU devem constar nos estudos
preliminares as características do município tais como: população atual e projeção, atividade
sócio-econômicas, infra-estrutura, nível de escolaridade, hábitos, dentre outras, e o
diagnóstico do sistema de limpeza urbana.
Ainda na fase inicial têm importância especial os critérios para seleção de áreas que
podem ser classificados em: (1) critérios ambientais: distância de recursos hídricos, áreas
inundáveis, geologia, potencial hídrico, permeabilidade, profundidade do lençol freático,
fauna e flora local; (2) critérios de uso e ocupação do solo: distância de vias, legislação
municipal, distância de centros urbanos; e (3) critérios operacionais: disponibilidade de
material cobertura, declividade. Outros aspectos que também devem ser considerados para
escolha de áreas para aterros sustentáveis são o custo e a vida útil do aterro, sendo desejável
uma vida útil mínima de 5 anos.
Para a etapa de projeto, baseado em informações contidas no estudo preliminar, pode-se
escolher o método de escavação a ser adotado. O projeto deve apresentar em seu memorial
descritivo: sistema de drenagem superficial, sistema de drenagem e tratamento do lixiviado;
impermeabilização do fundo e laterais; sistema de drenagem de gases; sistema de cobertura;
monitorização de águas subterrâneas; memorial técnico, incluindo estudo de viabilidade
econômica de alternativas como compostagem e triagem para reciclagem; e terraplanagem.
As trincheiras devem ter forma prismática, com inclinação dos taludes variando de 45º a
90º. A profundidade e largura variam entre 2 e 3m, e distância mínima entre o fundo da
trincheira e o nível máximo do aqüífero subterrâneo de 2m. O solo proveniente da escavação
deve ser reservado para ser utilizado na cobertura dos resíduos durante a operação. Pode ser
utilizado solo argiloso para impermeabilização da vala, com permeabilidade menor ou igual a
1 x 10
-7
cm/s, porém, em casos específicos, pode-se utilizar mantas de PEAD com espessura
mínima de 1,5mm como alternativa de impermeabilização. Para qualquer um dos tipos de
impermeabilização a drenagem de lixiviado deve compor a estrutura de base.
Como alternativa para a drenagem do lixiviado pode ser empregada uma camada de
brita 1 ou 2 com 30cm de espessura sobre o fundo da vala. O colchão de brita, além de
evitar a obstrução do sistema de drenagem, pode também atuar como filtro biológico, sendo o
meio de suporte de microrganismos decompositores. Outra opção é a construção de uma
canaleta central com uma inclinação de 1% preenchida com brita nº 3.
A recirculação do lixiviado é proposta como outra possibilidade de tratamento devido ao
pequeno volume gerado por este tipo de aterro. Pode ser implementada diretamente na
superfície das valas por rega, ou por infiltração. Para o método da infiltração é necessário
25
instalar poços de infiltração constituídos de tubos de PVC com diâmetro mínimo de 75mm, e
2,0m de comprimento, sendo que destes 1,5m deve adentrar na cumeada da vala.
O método de rega é mais simples e apresenta como vantagem adicional a perda de
volume por evaporação. Por outro lado, na publicação do PROSAB não comentários sobre
o odor gerado pela exposição do lixiviado a céu aberto, que pode ser motivo de reclamação
dos operadores e/ou comunidade do entorno. Desta maneira, esta técnica pode não ser
indicada como solução alternativa para todos os aterros simplificados.
Nos aterros sustentáveis a drenagem de gases deve existir, mesmo sendo pequena a
quantidade gerada. São poucos os estudos de quantificação de gases, sendo que a taxa de
0,4m³ de gás/kg de resíduo aterrado é bastante utilizada para o dimensionamento do sistema
de drenos, porém é bastante questionada por profissionais da área. Recomenda-se adotar uma
distância entre os drenos de 5 a 10m. Como material pode-se utilizar tubos de PVC com
diâmetro de 100mm, ou materiais alternativos, a exemplo do aterro “sustentável” de Catas
Altas/MG, onde os drenos foram confeccionados com garrafas PET cortadas, perfuradas e
preenchidas com brita.
A etapa de implantação do aterro deve ser iniciada após a concessão da Licença
Ambiental pelo órgão de controle ambiental. São etapas de implantação: limpeza da área,
levantamento topográfico, escavação, impermeabilização, ancoragem e camada de proteção
da manta, quando utilizado manta sintética, sistema de drenagem de lixiviado sobre o fundo e
de gás na vertical, instalação do queimador de biogás e construção da área administrativa e
vias de acesso.
Os resíduos são lançados nas trincheiras pelas laterais da vala com cuidado para evitar o
desmoronamento dos taludes, rompimento da manta sintética, se esta for a alternativa de
impermeabilização, ou choque do caminhão com a cobertura móvel, caso tenha sido adotada.
A compactação dos resíduos pode ser realizada com rolo manual, podendo-se obter um grau
de compactação em torno de 500kg/m³.
A cobertura diária da frente de trabalho deverá ser em camadas de solo com 0,10m de
espessura, porém pode-se optar pela utilização de manta sintética, a depender de fatores
como: pluviosidade, geração de odores, atração de vetores e recirculação de lixiviados. a
cobertura final deve ser em solo argiloso, com 60cm de espessura, compactado manualmente.
A cota de fechamento da vala deverá ser a mesma do terreno.
Uma alternativa para reduzir o volume de lixiviado gerado, mais indicada para locais
com elevada pluviosidade, é a construção de um telhado para o período de preenchimento da
trincheira. O telhado pode ser móvel ou em material que facilite ser montado e desmontado
26
para cada vala em execução. A figura 1 ilustra o aterro sustentável em perspectiva, podendo
ser observados a cobertura móvel, os sistemas de drenagem de gases e de lixiviado, e o poço
de acumulação do lixivado.
A monitorização dos aterros sustentáveis deve seguir a mesma exigência dos aterros
convencionais estabelecida pela NBR 1389 (ABNT, 1997), que determina que o número
mínimo de poços de monitorização deve ser quatro, sendo um a montante e três a jusante no
sentido preferencial do fluxo do lençol freático.
Fonte: LANGE (2003)
O aterro sustentável proposto pelo PROSAB (CASTILHOS JR. et al., 2003) é o que
apresenta maior grau de requisitos a serem cumpridos, quando comparado com CETESB
(1997), CONDER (FIUZA, FONTES e CRUZ, 2002) e CEPIS/OPS (JARAMILLO, 1997),
descritos nos próximos itens.
Figura 1: Perspectiva do Aterro Sustentável – PROSAB
27
3.3.1.2 Aterros Sanitários em Valas – CETESB
Os aterros sanitários em valas da CETESB, também conhecidos como trincheiras de
pequenas dimensões, são recomendados para municípios que geram pouca quantidade de
resíduos e que não dispõem de recursos nem equipamentos para a construção e operação de
um aterro convencional. Esta técnica é indicada para municípios com geração de RSU até 10
toneladas por dia (CETESB, 1997a), ou população até 25.000 habitantes (CETESB, 2004).
Como para os demais aterros simplificados de RSU apresentados neste trabalho, são
consideradas áreas inapropriadas aquelas que apresentam: aqüífero aflorante ou muito
próximo à superfície, terrenos rochosos, devido à dificuldade de escavação, e solos arenosos,
por sua instabilidade nos taludes durante a escavação e operação, como também por
apresentar alta permeabilidade.
A utilização de máquinas e equipamentos mais sofisticados é requerida apenas durante a
escavação das valas, sendo possível operá-los apenas com ferramentas manuais.
As valas apresentam largura e profundidade de, aproximadamente, 3m. Os resíduos são
descarregados pelas laterais das valas, sem o ingresso do veículo ao seu interior. O sentido de
preenchimento das trincheiras é longitudinal, e a cobertura diária dos resíduos é executada
com solo proveniente da própria escavação. A cota final de cobertura da vala deve ser um
pouco acima do nível do solo, prevendo-se possíveis recalques do maciço.
O comprimento das valas depende, dentre outros aspectos, da configuração da área
escolhida, do volume de RSU a ser disposto e da vida útil estimada para cada vala,
recomendando-se no máximo um mês.
Recomenda-se também o seccionamento da vala a cada 20m de comprimento com 0,5m
de espessura de solo natural. Desta forma, na ocorrência de chuvas as seções abertas e ainda
sem resíduos acumulam apenas água limpa, podendo ser descartadas sem problemas ao meio
ambiente.
Caso o equipamento de escavação das valas subseqüentes for dotado de esteiras, este
poderá passar sobre a vala recém fechada para imprimir maior compactação, caso contrário, o
solo proveniente da escavação da nova vala poderá ser acumulado sobre a anterior para
acelerar o recalque.
O aterro em valas da CETESB prevê o mínimo de instalações, como: isolamento da
área, portaria para controle de entrada e saída de veículos e estradas internas, que devem
permitir a circulação dos veículos mesmo em dias de chuva. O isolamento da área pode ser
em cercas de arame farpado ou concreto, além do cinturão em arbustos e árvores para
28
melhorar o aspecto visual, evitando reclamações da vizinhança. Estes elementos são usuais
para os demais aterros simplificados.
A área escolhida para a construção de aterros em valas deve ter solo preferencialmente
composto por argila, siltes e suas misturas, ser o mais homogêneo possível, isento de blocos e
matacões, com permeabilidade de 1x10
-7
cm/s, e resistência à compressão situada entre 0,50 e
0,40kg/cm².
A CETESB (1997) considera como áreas indicadas para a implantação do aterro aquelas
com camadas de solo homogêneo de 3,00m de espessura e com permeabilidade inferior a 1x
10
-6
cm/s, sendo aceitável uma distância mínima entre a cota de fundo do aterro e o nível
máximo do lençol freático de 1,5m, com permeabilidade menor que 1x10
-5
cm/s, podendo ser
exigida a impermeabilização suplementar pelo órgão de controle ambiental. Não são
recomendadas áreas com 1x10
-4
cm/s, mesmo utilizando impermeabilização complementar.
A geometria dos aterros em valas dificulta a compactação de camadas de argila nas
laterais das valas, sendo obrigatório, portanto, a escolha de áreas que reúnam as características
desejadas, caso contrário, pode-se recorrer ao uso de geomembranas, como, por exemplo,
PEAD com 2mm de espessura.
Segundo a CETESB (1997), em valas com pequenas dimensões os sistemas de
drenagem e tratamento de lixiviado são dispensáveis. Esta premissa é estendida também à
drenagem de gases, pois a pequena quantidade gerada será dispersada na atmosfera. Porém,
deve-se atentar que em regiões com elevada pluviosidade esta premissa pode não se
confirmar.
O sistema de drenagem de águas pluviais é obrigatório, tanto o provisório, quanto o
definitivo, por reduzir o volume de lixiviado gerado, bem como, evitar erosão das vias de
acesso dos veículos de transporte de resíduos às trincheiras e da própria área do aterro em
geral.
Para a monitorização das águas subterrâneas são previstos quatro poços, como descritos
pela NBR 13.896 (ABNT, 1997), contudo a freqüência e parâmetros a serem avaliados não
são indicados pela CETESB.
29
3.3.1.3 Aterros Sanitários Simplificados – CONDER
O aterro sanitário simplificado é proposto pela CONDER para atender a carência de
disposição adequada de municípios baianos com população até 15.000 habitantes que gerem
de 10 a 15 toneladas de resíduos por dia (CONDER, 2005). Segundo Fiúza, Fontes e Cruz
(2002), a totalidade dos municípios baianos com população nesta faixa não tem receita
suficiente para resolver seus problemas de saneamento básico, situação agravada com a
carência de capacitação técnica e gerencial. Para estes autores a baixa geração de RSU,
comum em municípios deste porte, dispensa tecnologia sofisticada para destiná-los
adequadamente do ponto de vista sanitário e ambiental.
As valas da CONDER apresentam profundidade variando entre 4 e 5m, altura útil de 1,0
a 1,5m acima do nível do solo, e inclinação de taludes das valas entre 45º e 90º, dependendo
da estabilidade do solo. O comprimento das valas varia com a disponibilidade do terreno,
podendo chegar a 150m.
No aterro simplificado é prevista a execução de valas específicas para dispor os resíduos
sólidos de serviços de saúde–RSSS.
A impermeabilização de fundo é prevista apenas para situações onde o solo natural não
apresenta características como permeabilidade e espessura consideradas adequadas. Nesta
situação pode-se utilizar uma camada de solo argiloso de 0,5m de espessura, compactado para
obter permeabilidade máxima de 1x10
-6
cm/s.
A cobertura final dos resíduos deverá ter espessura de 0,60m, em solo orgânico para
favorecer o crescimento de gramíneas.
Não é previsto sistema de drenagem e tratamento de lixiviados nestes aterros, pois
devido ao pequeno volume gerado credita-se ao solo a capacidade de tratá-los. O sistema de
drenagem de gases também é inexistente, pela pequena quantidade gerada e baixa
profundidade das valas. Considera-se que o caminho preferencial dos gases é ascendente,
favorecendo sua dispersão para a atmosfera.
A monitorização ambiental deste tipo de aterro deve ser realizado segundo exigências do
OCA, no caso do Estado da Bahia, o Centro de Recursos Ambientais–CRA, ou municipal
caso esteja estruturado para tal. Por outro lado, assim como procedeu a CETESB (1997), não
é indicada à freqüência de coletas e análises, nem parâmetros a serem avaliados.
30
3.3.1.4 Aterros Sanitários Manuais – CEPIS/OMS
Propostos para municípios ou localidades dos países da América Latina e Caribe com
população até 30.000 habitantes ou que gerem menos de 20t/dia (JARAMILLO, 1991). Este
aterro é de grande importância para o instrumento proposto nesta pesquisa, pois, além de ser o
precursor dos aterros simplificados, as tecnologias nacionais mostram-se similar à descrita
pela CEPIS/OMS.
O aterro manual, assim como outros aterros de resíduos, apresenta seu método
construtivo e operacional bastante dependente da topografia do terreno escolhido, bem como
da profundidade das águas subterrâneas, do tipo de solo e da disponibilidade de material de
cobertura. Estes aterros podem ser executados segundo dois métodos de escavação, em área e
em valas, ou mesmo em combinação destes dois, dependendo de características locais como:
hidrogeologia, disponibilidade de área e topografia.
São diretrizes locacionais e construtivas desta técnica: preferir área onde as águas
subterrâneas e superficiais não sejam utilizadas para abastecimento humano ou animal na área
de entorno; distância entre o fundo do aterro e o aqüífero de 1,0 a 2,0m; camada de
impermeabilização de base em solo argiloso de 0,3 a 0,6m de espessura compactada
manualmente; sistema de drenagem superficial; sistema de coleta de lixiviado executado com
tubos de concreto envolto com brita, quando necessário; inclinação de fundo da vala de 2%;
camada de cobertura diária em solo compactado em camadas de 0,10 a 0,15m de espessura;
cobertura final em solo argiloso, com espessura variando de 0,4 a 0,6m, compactada em
camadas de 0,2 a 0,3m; e cobertura vegetal sobre a cobertura final com gramíneas para
reduzir a infiltração de águas pluviais.
Segundo Jaramillo (1997), o pequeno volume de lixiviado gerado nestes aterros permite
seu tratamento por infiltração direta no solo, tendo em vista que este atua como um filtro
natural.
As dimensões propostas para as valas são: profundidade variando entre 2 e 3m,
existindo valas com até 7m, dependendo do nível do aqüífero e largura de 3 a 6m. A
inclinação dos taludes depende da estabilidade do solo. Os resíduos sólidos são lançados de
forma a facilitar seu espalhamento e posterior compactação com compactador manual do tipo
rolo ou soquete.
A área escolhida para a implantação do aterro deve proporcionar uma vida útil superior
a 5 anos, sendo de 30 a 90 dias por vala.
31
A drenagem de gás pode ser realizada com estruturas tubulares verticais, envoltas com
pedra britada.
A monitorização de águas subterrâneas deve ser realizada por meio de poços escavados
manualmente, com diâmetro de 8”, com distância mínima do aterro de 5m. O fundo destes
poços é revestido em material granular para facilitar o acesso da água ao seu interior, contudo,
não é apresentado por Jaramillo (1991) o número de poços nem periodicidade da coleta de
amostras para análise.
Com o propósito de facilitar a comparação entre os aterros simplificados descritos,
elaborou-se o quadro 1 contendo as principais características de cada tecnologia.
Quadro 1: Quadro comparativo dos aterros de RSU para municípios de pequeno porte.
ATERRO/
Medidas de Controle
PROSAB
(1)
CETESB
(2)
CONDER
(3)
CEPIS/
OMS
(4)
Capacidade de Recepção (tonelada/dia)
Não informa 10 10 a 15 20
População atendida
10.000 25.000 20.000 30.000
Profundidade da Vala (m)
2 a 3 3 4 a 5 2 a 3
Largura da base da Vala (m)
3 3 4 a 5 2 a 3
Largura do topo da Vala (m)
2 a 3 3 6 a 10 3 a 6
Distância entre o fundo da vala e águas
subterrâneas (m)
2
Recomenda
maior que 3m,
sendo
admissível a
partir de 1,5m,
com
permeabilidade
menor que 1 x
10
-7
cm/s
Não informa 1 a 2
Lançamento de resíduos na vala e
Preenchimento da vala
Lançamento
dos resíduos
espalhados no
fundo da vala
para facilitar a
compactação
(em camadas)
Lançamento e
preenchimento
da vala
seguindo uma
extremidade à
outra, com o
avanço da
frente de
trabalho
apenas após
atingir a cota
superior da
vala
Lançamento e
preenchimento
da vala
seguindo uma
extremidade à
outra, com o
avanço da
frente de
trabalho
apenas após
atingir a cota
superior da
vala
Lançamento
dos resíduos
espalhados no
fundo da vala
para facilitar a
compactação
(em camadas)
32
Fonte: (1) Castilhos Jr. et al. (2003); (2) CETESB (1997) e CETESB (2004); (3) Fiúza, Fontes e Cruz (2002);
Jaramillo (1997).
Continuação
ATERRO/
Medidas de Controle
PROSAB
(1)
CETESB
(2)
CONDER
(3)
CEPIS/
OMS
(4)
Vida útil mínima (anos) 5 Não informa Não informa 5
Impermeabilização de base
Em solo
argiloso com
permeabilidade
de
1 x
10-
7
cm/s. Em
casos
especiais
pode-se utilizar
mantas de
PEAD com
espessura
mínima de
1,5 mm
Exigida para
área com
permeabilidade
maior que
10
-5
cm/s e
espessura de
camada não
saturada
menor que
1,5m
Quando
necessário,
deve ser
utilizada uma
camada de
solo argiloso
de 0,5m de
espessura,
compactado
para obter
permeabilidade
mínima de
1 x 10
-6
cm/s
0,3m a 0,6m
em solo
argiloso
Drenagem de bio-gás e lixiviado Sim Não Não Sim
Construções de apoio (área administrativa e
banheiro).
Sim Sim Sim Sim
Tratamento de lixiviado
Sim
Não Não
Sim
Pesar resíduos
Sim
Não Não Não
Compactação dos resíduos na vala
Manual até
40m³/dia ou
10t/dia
Não Não Manual
Cota máxima de resíduos na vala
Ao nível do
solo
Até 0,5m
acima do solo
de 1,0 a 1,5m
acima da cota
do solo
Não informa
Cobertura final
Em solo
argiloso,
compactado
manualmente,
com espessura
de 0,60m
-
Em solo
argiloso,
compactado
com espessura
de 0,60m
Em solo
argiloso,
compactado
manualmente,
com
espessura de
0,40 a 0,60m
Codisposição de RSU com RSS Não informa Não informa
Vala especial
Não informa
33
3.4. Indicadores de Tendência à Sustentabilidade de Aterros
Simplificados
O desenvolvimento sustentável originou-se nos movimentos de emancipação no final da
década de 1960, sendo conduzido em meio a acidentes e problemas ambientais. Embora a
preocupação com a relação sociedade e natureza sempre estivesse presente na história da
humanidade, apenas após a segunda guerra mundial os debates sobre a problemática
ambiental tornaram-se mais acentuados em virtude dos testes nucleares, do crescimento
acelerado da industrialização e do aumento do consumo (BORJA, 2002).
O marco histórico para a discussão sobre desenvolvimento sustentável foi a Conferência
Internacional para o Meio Ambiente Humano da ONU, realizada em Estocolmo em 1972.
Neste evento foi bastante discutido a vulnerabilidade dos ecossistemas naturais frente aos
problemas gerados pelo processo de industrialização, crescimento populacional e urbano,
temas de interesse de países desenvolvidos (BORJA, 2002).
O termo desenvolvimento sustentável vem sendo utilizado amplamente em discursos nas
diversas áreas de conhecimento nas últimas décadas, principalmente, nos discursos
governamentais com a noção de criação de condições para o desenvolvimento econômico,
confundindo o conceito de crescimento com desenvolvimento, deixando à margem variáveis
ambientais, éticas, sociais e tecnológicas, que devem ser enfatizadas pela sua
interdependência com a econômica no processo de desenvolvimento sustentável (RATTNER,
1996).
Em 1983 foi criada a Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento
(CMMAD) tendo como meta principal a elaboração da “agenda global para mudança”, sendo
o resultado deste trabalho publicado em 1987 sob o título Nosso Futuro Comum, documento
conhecido também como Relatório de Brundtland. Este documento define sustentabilidade
como pacto intra e intergerações em que a atual, além de garantir a melhoria de sua qualidade
vida, mantém as condições naturais para assegurar que as necessidades futuras também sejam
satisfeitas.
Em 1992, a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento –
CNUMAD, ocorrida no Rio de Janeiro, incorporou de forma definitiva o tema
desenvolvimento ao meio ambiente. Participaram deste evento 179 países, onde foram
produzidos diversos documentos, dentre eles a Agenda 21 Global, documento apresentado em
capítulos contendo programas e metas específicas no rumo à sustentabilidade.
34
Em sua Seção IV, Capítulo 40, a Agenda 21 Global trata da importância da informação
para subsidiar a tomada de decisão nos diversos veis, contribuindo para a sustentabilidade
auto-regulada dos sistemas integrados de meio ambiente e desenvolvimento (MMA, 2005).
Alguns dos objetivos deste documento são:
o desenvolvimento de indicadores de desenvolvimento sustentável;
o promoção do uso global de indicadores do desenvolvimento sustentável;
o aperfeiçoamento da coleta e utilização de dados;
o aperfeiçoamento dos métodos de avaliação e análise de dados;
o estabelecimento de uma estrutura ampla de informação;
o fortalecimento da capacidade de difundir informação tradicional.
Um dos modelos sistêmicos mais utilizados para a construção de indicadores de tomada
de decisão e formulação de políticas ambientais é o Pressão - Estado - Resposta (PER),
desenvolvido pela OCDE. Neste modelo os indicadores podem ser agrupados segundo seu
efeito sobre o meio (ONU, 2001).
Indicadores de Pressão – Analisa a pressão exercida pela atividade humana sobre o meio
ambiente. Em sua aplicação à área de resíduos sólidos pode se considerar como indicador de
pressão a geração de resíduos.
Indicador de Estado Neste tipo de indicador procura-se identificar a qualidade do
ambiente, tanto em seu uso como estoque (quantidade e qualidade de recursos naturais
disponíveis), quanto o ambiente como depósito (áreas degradadas destinadas a receber
resíduos em estado sólido, líquido ou gasoso), ou seja, a magnitude da pressão exercida sobre
o meio. Tem-se como exemplo destas áreas os lixões (MILANEZ, 2002).
Indicador de Resposta São os indicadores que tentam monitorizar como a sociedade
muda seu comportamento para reduzir a pressão e os impactos sobre o meio ambiente. Neste
sentido são considerados indicadores de sustentabilidade o desenvolvimento de políticas,
planos e projetos para minimizar a geração de resíduos, assim como o desenvolvimento de
tecnologias apropriadas para seu tratamento e destino final (MILANEZ, 2002).
Aplicar princípios de sustentabilidade a sistemas de saneamento exige mais objetividade
que o discurso convencional de “desenvolvimento sustentável”. Diante da necessidade de não
perder a objetividade no desenvolvimento da pesquisa, optou-se por aprofundar o estudo em
vertentes técnicas, ambientais e sociais, sem discutir a evolução e as várias conotações dadas
ao denominado “desenvolvimento sustentável”.
Segundo Moraes et al. (1999), citado por Borja (2002), a sustentabilidade voltada a
projetos de saneamento ambiental deve atender a:
35
[...] capacidade para manter serviços e benefícios, ao nível da comunidade e
de entidades, sem gerar efeitos negativos sobre o ambiente, mesmo após
assistência especial administrativa, financeira e técnica recebida. Ela é
atingida quando do funcionamento correto dos sistemas e pela capacidade
de desenvolvimento humano e institucional [...] (p. 14).
Por sua vez, Zanta e Ferreira (2003) definem como aterro sustentável para municípios de
pequeno porte:
[..] tecnologia que além da simplicidade operacional, alicerçada em
procedimentos científicos, possui a flexibilidade necessária para
compatibilizar sua concepção, projeto e operação com os requisitos
ambientais e as potencialidades locais. Considera também a capacitação das
equipes de profissionais envolvidos bem como a efetiva incorporação da
atividade pelo órgão gestor e pela comunidade, propiciando a manutenção
adequada do padrão de operação [...] (p.14).
Em ambas definições está implícita a necessidade de adequação do projeto, ou da
tecnologia, às características locais, sem causar impactos negativos ao meio ambiente,
capacitando a mão de obra local, a manutenção do equipamento e condições operacionais ao
longo do tempo. Neste sentido estes princípios de sustentabilidade nortearam o instrumento
proposto neste trabalho.
3.4.1. Critérios para definição de Indicadores de Sustentabilidade
para disposição final em aterros
Os indicadores ambientais são instrumentos que devem ter a capacidade de expressar o
estado ou características do meio ambiente, disseminando a informação e contribuindo para a
tomada de decisão e adoção de medidas preventivas e/ou corretivas.
Alguns aspectos listados por Milanez (2002) citando Bossel (1999) para a construção de
indicadores são:
a) Agregação de informações, porém com cuidado para não juntar elementos
diferentes, pois desta maneira torna-se difícil a mensuração e entendimento.
b) Condensar informações – representando o estado final do objeto em estudo.
c) Enfoque no elo mais fraco, dando ênfase aos componentes que representam
maior ameaça ao sistema.
d) Representatividade – identificando a variável que melhor represente o sistema.
e) Informar o que se deseja saber e aonde se deseja chegar.
f) Estar relacionado com a realidade local.
36
g) Buscar simplicidade de estrutura e de linguagem, promovendo o aprendizado
coletivo e apoio aos tomadores de decisão.
Os indicadores voltados à área de RSU no Brasil são mais aplicados à área de
gerenciamento, sendo poucos os indicadores relacionados a tecnologias específicas. Foram
identificados na literatura dois instrumentos para avaliação de aterros, o primeiro
desenvolvido pela CETESB (2007) e o segundo desenvolvido por Pereira (2005).
O resultado da análise e avaliação de aterros simplificados pelo instrumento proposto
nesta pesquisa pode ser entendido como um Indicador do Grau de Desempenho da Resposta,
pois possibilita ao tomador de decisão avaliar a contribuição dos aterros simplificados para a
melhoria do cenário da disposição de resíduos em municípios brasileiros com população até
30.000 habitantes.
3.4.2. Índice de Qualidade da CETESB
Desde 1997, a CETESB utiliza os Índices de Qualidade para avaliar as condições de
aterros de RSU e usinas de compostagem no Estado de São Paulo por meio da aplicação de
questionários. Os resultados da avaliação são organizados e estruturados para compor o
Inventário Estadual de Resíduos Sólidos Domiciliares (CETESB, 2005).
São três os Índices de Qualidade da CETESB:
o Índice de Qualidade de Aterro de Resíduo – IQR.
o Índice de Qualidade de Aterro em Valas – IQR valas.
o Índice de Qualidade de Usinas de Compostagem – IQC.
O IQR valas, apresentado no ANEXO A, é de especial interesse para esta pesquisa por
avaliar uma das modalidades de aterros simplificados, o Aterro em Valas. Para obter o Índice
de Qualidade o instrumento de avaliação é estruturado em três itens: (1) características do
local onde o aterro foi implantado; (2) infra-estrutura; e (3) condições operacionais. Os itens
são formados por sub-itens com pesos específicos relacionados a condições que são
analisadas em campo e em projeto, conforme descrito no quadro 2.
37
Quadro 2: Parte do IQR valas da CETESB (Características do Local)
ITEM SUB-ITEM AVALIAÇÃO PESO PONTOS
Adequada 5
Capacidade de suporte do
solo
Inadequada 0
Longe > 500m 5
Proximidade de núcleos
habitacionais
Próximo 0
Longe > 200m 3
Proximidade de corpos
d’água
Próximo 0
Maior que 3m 4
de 1 a 3m 2
Profundidade do lençol
freático
de 0 a 1m 0
Baixa 5
Média 2
Permeabilidade do solo
Alta 0
Suficiente 4
Insuficiente 2
Disponibilidade de
material de recobrimento
Nenhuma 0
Boa 2
Qualidade do material de
recobrimento
Ruim 0
Boas 3
Regulares 2
Condição do sistema
viário, trânsito e acesso
Ruins 0
Bom 4
Isolamento visual da
vizinhança
Ruim 0
Local permitido 5
Legalidade da localização
Local Proibido 0
1. CARACTEÍSTICAS DA ÁREA
SUB-TOTAL MÁXIMO 40
Fonte: CETESB, 2005.
O cálculo do índice é dado pela expressão:
Onde: Características do Local tem peso máximo = 40
Infra-estrutura tem peso máximo = 25
Condições Operacionais tem peso máximo = 35
Desta maneira o resultado pode variar entre 0,0 e 10,0, sendo agrupado em uma das três
faixas de observação, que correspondem às condições enquadradas em: inadequadas,
controladas, ou adequadas, como mostra a tabela 2.
10
.
x
Pesos
Pontos
IQR
i
i
=
10
_.__.
x
Pesos
isOperacionaCondestruturaInfraLocaldoCarac
IQR
++
=
38
Tabela 2
: Enquadramento das instalações de tratamento e/ou destinação final de resíduos
sólidos domiciliares em função dos índices de IQR.
IQR ENQUADRAMENTO
0,0 IQR 6,0
Condições Inadequadas (I)
6,1 IQR 8,0
Condições Controladas (C)
8,1 IQR 10,0
Condições Adequadas
(A)
Fonte: CETESB, 2005
Os índices IQR, IQR valas e IQC por município do estado de São Paulo representam
uma importante ferramenta para avaliar a eficiência das políticas blicas no que tange a
adoção de tecnologias para tratamento e disposição final de RSU.
O acompanhamento dos aterros e usinas de compostagem em São Paulo indica uma
redução de condições inadequadas de destino final de RSU nos períodos de 1997 a 2002,
tendendo a se estabilizar de 2002 a 2004. Já as condições adequadas de destino final melhorou
entre 1997 a 2002, porém houve uma queda de qualidade nos anos de 2003 e 2004, como
representado no figura 2.
Percebe-se que a aplicação de um instrumento sistematizado e a divulgação estruturada
dos resultados, compondo um inventário estadual, permite avaliar melhor a situação do
destino final, identificando quando se fazem necessários a intensificação de investimentos,
atividades de capacitação e fiscalização dos serviços.
Fonte: CETESB, 2005
Figura 2
: Gráfico da distribuição dos municípios do Estado de São Paulo quanto aos índices de
qualidade dos locais de disposição dos resíduos sólidos domiciliares, no período de 1997 a 2004.
39
Algumas limitações podem ser atribuídas ao método da CETESB:
o Subjetividade na avaliação Classificar condições com critérios “adequados ou
inadequados” ou “boa ou ruim” apresenta como principal limitação a
dependência da experiência do profissional que está avaliando o equipamento,
além de ausência de condições de contorno referenciadas por legislações ou
normas técnicas específicas (MILANEZ, 2002; PEREIRA, 2005).
o Redundância no item Condições Operacionais, pois os sub-itens “ocorrência de
lixo descoberto” e “recobrimento de lixo” avaliam o mesmo aspecto operacional,
que é o recobrimento do lixo (PEREIRA, 2005).
Mesmo com as referidas limitações, o Índice de Qualidade da CETESB continua sendo
uma ferramenta que permite a avaliação de longo prazo, refletindo as condições em que se
encontram o destino final no Estado de São Paulo.
3.4.3. Indicador para Avaliação de Desempenho de Aterros de
Resíduos Sólidos
Pereira (2005) em seu estudo publicado sob o título “Indicador para Avaliação de
Desempenho de Aterros de Resíduos Sólidos”, propõe e desenvolve um instrumento para
avaliar o desempenho de aterros de RSU.
De maneira similar ao método da CETESB, este instrumento de avaliação é estruturado
em forma de matriz, sub-dividida em critérios de análise e seus parâmetros de avaliação. Estas
informações são agrupadas em: características da área, infra-estrutura existente e condições
operacionais. O quadro 3 mostra a matriz utilizada para avaliar as características da área. As
demais componentes do instrumento desenvolvido por este autor encontra-se no Anexo B
deste trabalho para melhor conhecimento.
40
Quadro 3: Matriz de características da área, conforme método de Pereira.
CARACTERÍSTICAS DA ÁREA
Critério Parâmetro de Avaliação Class.
Cu > 1,0 kg/cm²
0,5 < Cu > 1,0 kg/cm²
Capacidade Suporte do Solo
Cu < 0,5 kg/cm²
D>500m de núcleos habitacionais
D<500m de residências isoladas
Distância de Núcleos
Habitacionais
D <500m de núcleos habitacionais
D 200m p/ cursos d’água e D50m p/ nascentes e olhos
d’água
100 D < 200m para cursos d’água
Distância de recursos
hídricos
D 100 m p/ cursos d’água e/ou < 50 m p/ nascentes e olhos
d’água
> 3 m
de 1,5 a 3,0 m
Profundidade do Lençol
Freático
<1,5 m
K 10
-6
cm/s
10
-4
< K > 10
-6
cm/s
Permeabilidade do solo
K 10
-4
cm/s
Quantidade suficiente (Q> 20% do volume de resíduos
dispostos)
Quantidade insuficiente (Q< 20% do volume de resíduos
dispostos)
Disponibilidade de material
de cobertura
Sem material de cobertura
Solo argiloso
Solo siltoso
Qualidade do material de
cobertura
Solo arenoso
Acesso por estrada pavimentada (asfalto ou paralelepípedo)
Acesso por estrada com revestimento primário
Condições de acesso ao
aterro
Acesso por estrada esburacada e sem revestimento primário
Fonte: Pereira, 2005
Os parâmetros de avaliação são sub-divididos em três faixas, relacionadas a notas
numéricas: baixa importância, representa a nota numérica 0,2; média importância, nota 0,5; e
alta importância, nota 1,0. Cada parâmetro de avaliação tem um peso específico, obtido por
consulta a especialistas da área.
Para expressar o resultado da análise é utilizado o método da soma ponderada, como
indica a expressão:
O resultado da análise é agrupado por faixas de notas, que classifica o aterro em três
grupos: (1) aterro sanitário, podendo estar em condições ideais ou adequadas; (2) aterro
=
i
ii
i
Pesos
xPesosNotas
N
.
41
controlado, apresentando condições mínimas ou precárias; e (3) lixão, como indicado na
tabela 3.
Tabela 3: Enquadramento dos aterros em função das notas recebidas
NOTA GRUPO CONDIÇÕES
9,1 a 10,0 IDEAIS
8,1 a 9,0
ATERRO SANITÁRIO
ADEQUADAS
6,1 a 8,0 MÍNIMAS
4,1 a 6,0
ATERRO CONTROLADO
PRECÁRIAS
0,0 a 4,0 LIXÃO ............................
Fonte: Pereira, 2005
O caráter objetivo dos parâmetros de avaliação, apresentando faixas de valores para
cada parâmetro avaliado, representa um avanço quando comparado ao método da CETESB.
Por outro lado, o elevado grau de exigência quanto à impermeabilização de base,
sistemas de drenagem e tratamento de lixiviados e gases restringe sua aplicação a aterros
sanitários, não sendo apropriado para aterros simplificados, tendo em vista que estes buscam a
flexibilidade de suas componentes e de procedimentos operacionais, fundamentados no
potencial de cada localidade.
42
4. MÉTODO
O método utilizado para alcance dos objetivos específicos propostos nesta pesquisa foi
dividido em quatro etapas.
A primeira etapa consistiu na aquisição de conhecimento visando a identificar na
literatura pertinente as tecnologias de aterros simplificados existentes e suas principais
características, bem como, indicadores para avaliação destes aterros.
A segunda etapa compreendeu o desenvolvimento do modelo conceitual do instrumento
de avaliação abrangendo as sub-etapas:
a) Definição de diretrizes e identificação de variáveis de influência no desempenho
técnico-ambiental de AS.
b) Construção de uma Matriz para análise das interações entre as variáveis identificadas.
c) Elaboração de listagem ponderada baseada na Matriz de Interação, e matriz de
resumo da avaliação.
Após a elaboração da lista de itens de avaliação, foi realizada uma consulta a
especialistas tendo duas finalidades. A primeira para análise da pertinência de cada item
proposto, e a segunda para ponderar cada um deles. Esta etapa da pesquisa é apresentada com
maior detalhe mais adiante.
As sub-etapas a) e b) baseiam-se no método desenvolvido pela Universidade Federal de
São Carlos denominado Planejamento Estratégico Sustentado do Meio Urbano – PESMU.
Este método baseia-se em princípios de sustentabilidade ecológica, que considera a
preservação dos recursos naturais, respeitando a capacidade de suporte do ambiente natural
em relação ao uso pelo homem. O PESMU visa a analisar e avaliar a tendência à
sustentabilidade de projetos nas áreas de urbanismo e saneamento (SILVA e FIGUEIREDO,
1999), contemplando, especificamente, o ciclo de água no meio urbano, ou seja, os sistemas
de abastecimento de água, de esgotamento sanitário, e drenagem de águas pluviais. Como o
método não considera a componente resíduos sólidos, foi necessário adequar o método ao
objeto de estudo desta pesquisa.
A terceira etapa consta da orientação na informatização do instrumento. Nesta etapa são
discutidos os modelos de lay out das perguntas na tela, fornecimento do conteúdo e material
de apoio ao usuário, e a lógica de funcionamento do instrumento.
A quarta e última etapa consta da aplicação do instrumento concebido em versão
impressa, em dois aterros simplificados em operação no Estado da Bahia. Esta etapa tem
como finalidade validar o instrumento e avaliar o grau de facilidade de uso do instrumento, a
43
coerência lógica do encadeamento das perguntas e dos resultados obtidos com os pesos
atribuídos a cada indicador de avaliação por meio de consulta a especialistas. Os AS avaliados
foram:
1)
Aterro Sanitário Simplificado de Baixios e Palame Localizado no
litoral baiano, município de Esplanada, atende às localidades de Baixios e
Palame, totalizando aproximadamente 6.000 habitantes fixos, atingindo a
faixa de 10.000 habitantes no período de veraneio. Segundo o
responsável pelo aterro, a coleta apresenta cobertura de 90%, com coleta
diária.
2)
Aterro Sanitário Simplificado de Aporá – atende tanto ao distrito de
Itamira, quanto à sede do município de Aporá.
Localizado no semi-árido baiano, este aterro recebe cerca de 15m
3
de
resíduos gerados por cerca de 9.450 habitantes, que correspondem a 53%
de atendimento à população do município de Aporá. O aterro localiza-se
à cerca de 18km da sede municipal de Aporá e 9km do distrito de
Itamira.
A figura 3 mostra o fluxograma ilustrativo do desenvolvimento do instrumento a
proposto.
44
Modelo Conceitual
Estrutura do Instrumento
Variáveis de ação
Variáveis de controle
Diretrizes fundamentadas
em princípios de
sustentabilidade
Componentes e atividades
do aterro
Construção da matriz de
interação
Listagem ponderada de
indicadores
Consulta a especialistas
Lista de perguntas com
faixas para possíveis
respostas
Fichas de apoio ao usuário
contendo definição,
importância e fluxograma
de análise
Agregação dos resultados
pelo método da soma
ponderada e em forma de
matriz de resultado
Informatização do
instrumento
Validação do instrumento
Adaptado do método PESMU
(SILVA e FIGUEIREDO, 1999)
Proposto pelo autor
Figura 3: Fluxograma das atividades de desenvolvimento do instrumento.
45
4.1 Desenvolvimento do Modelo Conceitual
As diretrizes foram estabelecidas considerando os princípios de sustentabilidade
contidos nas matrizes discursivas Técnico-material e Cidade como Espaço da Qualidade de
Vida, com os modelos da Pureza, da Cidadania e do Patrimônio de Acselrad (1999).
Segundo este autor, a sustentabilidade urbana pode ser analisada em três matrizes
discursivas e seus respectivos modelos. São elas:
Matriz Técnico-material da cidade com os modelos da Racionalidade Eco-
energética e modelo do Equilíbrio Metabólico.
Matriz cidade como espaço da Qualidade de Vida com os modelos da Pureza, da
Cidadania e do Patrimônio.
Matriz reconstrução da Legitimidade das Políticas blicas Urbanas com os
modelos da Eficiência e da Equidade (ACSELRAD, 1999).
Neste estudo, as matrizes discursivas consideradas mais adequadas foram: Técnico-
material, em seu modelo Eco-energético, e a matriz da Qualidade de Vida, em seu modelo da
Pureza.
A sustentabilidade do ponto de vista da matriz Técnico-material no modelo Eco-
energético tem como princípios a disseminação da consciência ecológica, e mudança de
hábitos por meio da educação ambiental para dar apoio a projetos como minimização,
reutilização e reciclagem de resíduos, uso adequado de tecnologias de esgotamento sanitário,
redução do consumo de energia, e outros aspectos técnicos.
A matriz discursiva Espaço Urbano como Qualidade de Vida em seu modelo Pureza
aborda questões referentes as componentes que asseguram o bem-estar da população e
preservação/promoção da qualidade dos recursos naturais, a exemplo dos serviços de
saneamento e infra-estrutura urbana.
46
4.2 Construção da Matriz de Interação
As matrizes de interação são amplamente utilizadas em estudos ambientais por
facilitarem a identificação dos impactos das intervenções humanas sobre o meio. Funcionam
como listagens bidimensionais, permitindo a interação das ações (linhas da matriz) com o
meio (colunas). Os impactos ambientais são analisados nas células da matriz, ou seja, na
interação entre ão e o meio. A matriz mais conhecida é a de Leopold, composta por 8.800
células resultantes da interação de 88 fatores ambientais com 100 ações impactantes (AGRA
FILHO, 1991).
Como citado anteriormente, a matriz construída nesta pesquisa é uma adaptação da
matriz utilizada no método PESMU (SILVA e FIGUEIREDO, 1999). É composta por
variáveis de controle, originadas nas diretrizes, e por variáveis de ação que representam o AS.
As variáveis de controle são agrupadas segundo aspectos técnico-ambientais, sendo
representadas nas linhas da matriz. São fundamentadas nas diretrizes que buscam a
preservação e/ou melhoria da qualidade do meio ambiente na área do empreendimento, bem
como, técnicas construtivas e práticas operacionais adequadas à realidade local, que
favoreçam a prestação do serviço com qualidade ao longo da vida útil do empreendimento.
As diretrizes e suas respectivas variáveis de controle adotadas neste estudo são
apresentadas no item 5.1.
As variáveis de ação buscam representar as diversas componentes e atividades do AS de
RSU formando as colunas da matriz de interação. As variáveis de ação adotadas são
apresentadas no item 5.2.
A estrutura de matriz possibilitou a organização das variáveis de ação e controle,
permitindo identificar visualmente as interações existentes entre as componentes dos AS e
variáveis de controle. Ao se identificar uma interação, a célula é demarcada (nº. da linha; nº.
da coluna) para a procura de indicadores significativos para sua análise.
47
4.3 Listagem de Controle
As listagens de controle podem apresentar algumas variações conforme o objetivo e
complexidade do estudo. Segundo Braga et al. (2004), as listagens de controle podem ser
classificadas como:
Listagens comparativas: amplamente utilizadas em estudos de impacto ambiental
na escolha de alternativas locacionais, ou na escolha de tecnologias ou processos
na área de projetos.
Listagens em questionários: nesta modalidade é possível analisar um projeto
isoladamente por meio de perguntas. As perguntas são sub-divididas em
categorias (Exemplo: solo e água), sendo disponibilizadas as informações
necessárias para o usuário poder respondê-las.
Listagens Ponderais: trata-se de uma evolução dos anteriores, sendo o modelo
adotado nesta pesquisa, pois permite analisar as componentes separadamente
considerando sua importância relativa, e agregar informações para ajudar a
responder as perguntas.
Os indicadores identificados na matriz de interação (item 4.2), composta pelas variáveis
de ação e de controle, foram transformados em listagem para ser ponderada por especialistas
na área de resíduos sólidos, e, posteriormente, convertida em uma lista de questões, que
constituem a versão impressa do instrumento.
A listagem de indicadores foi encaminhada por e-mail para onze (11) especialistas em
resíduos sólidos pertencentes ao Programa de Pesquisa em Saneamento Básico - PROSAB
com duas finalidades: (1) agregar ou excluir indicadores; e (2) atribuir pesos a cada indicador
diferenciando-os segundo seu grau de importância relativa à sustentabilidade do aterro.
Juntamente com a listagem foi encaminhada a orientação para atribuição dos pesos, um
exemplo ilustrativo de como proceder, e uma breve definição de aterro simplificado de RSU.
Foi garantido o sigilo sobre as respostas dadas pelos pesquisadores, além do acesso ao
resultado global da consulta. O peso de cada indicador é obtido pela média aritmética dos
pesos sugeridos por cada especialista.
Foi solicitado aos profissionais consultados que atribuíssem pesos de um a dez (1 a 10).
Nesta escala, o peso máximo (10) indica que o critério tem elevada importância para o bom
desempenho do aterro, analogamente, o peso nimo (1) indica baixa importância. Desta
48
maneira, quanto maior o valor (entre 1 e 10) atribuído a cada critério, maior será sua
importância no desempenho ambiental do aterro.
Caso o especialista consultado discordasse da pertinência de algum dos indicadores
listados, ele poderia sugerir sua exclusão atribuindo peso zero (0).
A segunda rodada da consulta foi composta pelo retorno do resultado da primeira rodada
aos especialistas. Neste momento foram apresentadas as médias globais obtidas, os pesos
sugeridos por aquele especialista, e o pedido de confirmação destes pesos, sendo possível a
mudança no peso de qualquer indicador listado. Apenas os especialistas que responderam à
primeira solicitação participaram desta etapa.
Embora seja recomendado que o tratamento estatístico do resultado inclua a média e os
quartis, neste trabalho, a utilização apenas da média é justificada por permitir maior
abrangência de resultados, agregando as diferentes percepções dos profissionais consultados.
Para cada pergunta da lista foi desenvolvida uma Ficha de Caracterização, que contém:
definição, importância e parâmetros de análise que indicam as condições de campo
consideradas favoráveis, neutras ou desfavoráveis, representadas pelas letras F, N e D,
respectivamente.
Deste modo, o usuário poderá responder a cada pergunta da listagem marcando uma das
alternativas apresentadas para as condições de campo (F, N ou D). Estas condições estão
associadas às notas 1,0, 0,5 e 0,0, como descrito no item 5.4.
Como cada condição de campo representa um indicador com peso obtido por meio da
consulta, e sua avaliação está relacionada à multiplicação entre nota e peso, a soma ponderada
da avaliação global do aterro simplificado expressa sua tendência à sustentabilidade. O
instrumento foi desenvolvido em versão impressa e em versão informatizada.
49
5.RESULTADOS E DISCUSSÃO
5.1 Diretrizes e Variáveis Representativas de Influência
As diretrizes e variáveis fundamentadas nos princípios de sustentabilidade, estabelecidas
para nortear esta pesquisa foram:
a) Capacidade Suporte dos Recursos Naturais
Busca compatibilizar a utilizaçãodos
recursos naturais e sua disponibilidade, respeitando as condições necessárias para a
manutenção de sua qualidade. A capacidade suporte é analisada especificamente frente
às variáveis: água e solo.
b) Conformidade Legal
Os aterros para RSU, assim como outros empreendimentos,
devem estar de acordo com os aspectos legais do município e do estado. A
conformidade legal deve ser observada desde a localização da área até a implantação,
operação e encerramento do aterro. Nesta diretriz são analisados: titularidade da área
e conformidade da localização do aterro em relação ao zoneamento previsto no Plano
Diretor de Desenvolvimento Urbano, além do licenciamento ambiental do aterro.
c) Mitigação do Passivo Ambiental
O objetivo dos aterros simplificados é suprir a
carência de disposição final, adequada do ponto de vista sanitário e ambiental, para
municípios ou localidades de pequeno porte. Por outro lado, é importante observar se
houve a preocupação em reverter os danos causados ao meio ambiente pela má
disposição dos RSU antes da implantação do aterro.
Nesta diretriz pode-se observar se a área escolhida para implantar o aterro era ocupada
pelo antigo lixão, e se houve intervenções para recuperar esta área.
d) Recursos Humanos –
Nesta diretriz observa-se a capacitação técnica dos funcionários
e o uso de equipamentos de proteção individual durante o desenvolvimento de suas
atividades.
e) Preferência por alternativas simples e flexíveis –
Tem por finalidade a utilização de
tecnologias simples e flexíveis que permitam compatibilizar sua concepção, projeto e
operação com os requisitos ambientais e as potencialidades locais (ZANTA e
FERREIRA, 2003). Nesta diretriz é analisada a utilização de componentes
alternativos, tanto na construção como na operação, que se mostrem eficientes ao
desenvolvimento da atividade.
Durante o processo de busca de indicadores representativos e transformação destes
indicadores em listagem de perguntas, esta diretriz passou a considerar componentes
50
como: cobertura diária, drenagem de gases, compactação dos resíduos e inspeção no
solo.
f) Degradação dos Resíduos Sólidos Urbanos
Os resíduos dispostos nos aterros são
decompostos por ações de microrganismos neles existentes, que por encontrarem
condições ambientais propícias, passam a se multiplicar no aterro estabelecendo um
meio ambiente, no sentido ecológico da palavra (BIDONE et al., 2001).
A velocidade de degradação dos RSU é um indicativo da eficiência no tratamento
destes resíduos dentro do aterro, aproximando-o do processo ocorrido nos ciclos
naturais, evitando que a atividade no aterro se estenda por cadas, ou até séculos,
deixando este passivo ambiental para as futuras gerações (ALLEN, 2000; WARITH,
2001). A fase de degradação dos RSU dispostos no aterro pode ser investigada
segundo análises da composição de lixiviados. O recalque das valas também pode ser
um indicativo da degradação dos resíduos aterrados, embora este fenômeno não ocorra
exclusivamente por este motivo.
g) Continuidade da Qualidade do Serviço no Tempo e no Espaço
Nesta diretriz é
analisada se a infra-estrutura do aterro e se suas componentes vêm sendo mantidos em
condições satisfatórias para continuidade da prestação do serviço com qualidade
adequada ao longo do tempo. Outro ponto observado é o uso racional da área do
aterro, possibilitando seu aproveitamento por toda vida útil prevista, além de
proporcionar o espaço demandado para circulação dos veículos de transporte dos
resíduos.
h) Ocorrência de Ciclos Fechados no Meio Urbano
– Os aterros de RSU, independente
de seu porte, são considerados, em geral, como tecnologia fim de tubo, por estarem
situandos no fim do processo de gerenciamento de resíduos, podendo estar ou não,
vinculados a ações prévias de não geração ou minimização da geração dos resíduos
para eles encaminhados. No avanço à sustentabilidade os gestores blicos devem
estimular ações de redução na fonte, reutilização e reciclagem de produtos, a fim de
propiciar melhor aproveitamento dos recursos naturais, refletindo positivamente na
disposição final, além de aumentar a vida útil do aterro. As estratégias de gestão
mencionadas são agrupadas no critério minimização, sendo diferenciadas segundo seu
grau de tendência à sustentabilidade nas fichas de caracterização.
As variáveis de influência foram estruturadas em variáveis de ão e de controle. As
variáveis de controle tiveram origem a partir dos aspectos técnico-ambientais descritos nas
51
diretrizes, e tem por objetivo direcionar a análise do aterro simplificado, sendo sub-divididas
em critérios de análise, como apresentado na matriz de interação de variáveis no item 5.2.
As variáveis de ação correspondem as etapas básicas das tecnologias simplificadas,
fundamentadas, principalmente, no aterro sustentável desenvolvido pelo PROSAB
(CASTILHOS JR et al., 2003), por apresentar em relação as demais, maior grau de requisitos
a serem cumpridos.
Em princípio foi idealizado que as variáveis de ação seriam estruturadas segundo a fase
de implantação do aterro, ou seja: estudos preliminares voltado para a escolha de área,
projeto, operação, monitorização, encerramento e uso futuro da área. Contudo, observou-se
que esta divisão dificultava a análise das interações com as variáveis de controle, pois havia a
sobreposição de análises para alguns indicadores. Portanto, as variáveis de ação estabelecidas
são:
Integração ao Gerenciamento:
A interação desta variável de ação com as variáveis
de controle busca a integração do aterro com as demais atividades do Sistema de
Limpeza Urbana, enfatizando que por se tratar do elo final deste sistema, pode ser
lido como reflexo das estratégias adotadas. Desta maneira é verificada a existência de
atividades para minimização dos resíduos sólidos gerados no município, e
alternativas de tratamento como reciclagem e compostagem.
Características da Área:
Compreende as etapas de escolha de sítio, critérios de uso
do solo e vida útil.
Sistemas de Proteção Ambiental e Mão de Obra:
impermeabilização de base;
cobertura diária; sistema de drenagem superficial, provisória e definitiva; drenagem e
tratamento de lixiviados; e drenagem e tratamento de gases.
As componentes de mão de obra buscam analisar a capacitação da mão de obra e o
uso de equipamentos de proteção individual para o desenvolvimento da atividade.
Sistemas de Apoio
: isolamento da área; cerca; cerca viva; placa de identificação do
empreendimento; portaria; administração; sanitário e vestiário.
Controle Tecnológico:
controle do tipo e quantidade de resíduos que adentram no
aterro; compactação dos resíduos; sistema de cobertura diária e definitivo, controle
de dispersão de resíduos na frente de trabalho; monitorização de águas superficial e
subterrânea; inspeção do solo (erosão, fissuras e recalque); cobertura final; vegetação
e desratização.
Uso Futuro da Área:
O Plano de uso futuro da área é a própria variável de ação.
52
5.2 Matriz de Interação
Integração ao
Escolha de
Critérios de
Disponibilidade/ Impermeabilização
Drenagem Sanitário/ Pesar
Descarga
Compactação Cobertura Dispersão INSPEÇÃO NO SOLO
Aspecto
Diretriz
Variável de Controle
Critério
gerenciamento Sítio Uso do Solo
Vida Útil
de Base
Superficial Drenagem Tratamento Drenagem Tratamento
Cerca
Cerca viva
Identificação Vestiário Veículos
de Resíduos
dos Resíduos
Diária
de Resíduos Superficial Subterrânea
Erosão
/
Fissura
Cobertura final
Vegetação
Desrratização
Futuro
Capacidade de Troca Catiônica 0.0
X 0.2 0.3 X 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 0.10 0.11 0.12 0.13 0.14 0.15 0.16 0.17 0.18 0.19 0.2 0.21 0.22 0.23 0.24 0.25 0.26 0.27 0.28
Declividade X 1.2 1.3 1.4 1.5 1.6 1.7 1.8 1.9 1.10 1.11 1.12 1.13 1.14 1.15 1.16 1.17 1.18 1.19 1.2 1.21 1.22 1.23 1.24 1.25 1.26 1.27 1.28
Permeabilidade X 2.2 2.3 X 2.5 2.6 2.7 2.8 2.9 2.1 2.11 2.12 2.13 2.14 2.15 2.16 2.17 2.18 2.19 2.2 2.21 2.22 2.23 2.24 2.25 2.26 2.27 2.28
Espessura
de camadas
Capacidade
Homogeneidade X
4.2 4.3 X 4.5 4.6 4.7 4.8 4.9 4.1 4.11 4.12 4.13 4.14 4.15 4.16 4.17 4.18 4.19 4.20 4.21 4.22 4.23 4.24 4.25 X 4.27 4.28
Distância X 5.2 5.3 5.4 5.5 5.6 5.7 5.8 5.9 5.1 5.11 5.12 5.13 5.14 5.15 5.16 5.17 5.18 5.19 5.20 5.21 5.22 5.23 5.24 5.25 5.26 5.27 5.28
Manaciais
Qualidade X 6.2 6.3 6.4 X 6.6 X 6.8 6.9 6.1 6.11 6.12 6.13 6.14 6.15 6.16 6.17 6.18 6.19 6.20 6.21 X X 6.24 6.25 6.26 6.27 X
Presença de
Suporte Superficiais
áreas inundáveis
e
Tipo de Uso
Subterrâneos
à jusante
Camada Insaturada X
9.2 9.3 9.4 9.5 9.6 9.7 9.8 9.9 9.1 9.11 9.12 9.13 9.14 9.15 9.16 9.17 9.18 9.19 9.2 9.21 9.22 9.23 9.24 9.25 9.26 9.27 9.28
Leis de Uso e
Conformidade
Ocupação do Solo
Aspectos
Titularidade da área
11.1 X 11.3 11.4 11.5 11.6 11.7 11.8 11.9 11.1 11.11 11.12 11.13 11.14 11.15 11.16 11.17 11.18 11.19 11.2 11.21 11.22 11.23 11.24 11.25 11.26 11.27 11.28
Legal Legais
Recuperação de áreas
degradadas
por antgos lixões
Aproveitamento do
potencial local
Novas técnicas construtivas/
Materiais Empregados
Novos Procedimentos
Operacionais
Conservação das Vias X
23.2 23.3 23.4 23.5 23.6 23.7 23.8 23.9 23.1 23.11 23.12 23.13 23.14 23.15 23.16 23.17 23.18 23.19 23.2 23.21 23.22 23.23 23.24 23.25 23.26 23.27 23.28
Distancia de Núcleos
Habitacionais
Facilidade de Circulação X
25.2 X 25.4 25.5 25.6 25.7 25.8 25.9 25.1 25.11 25.12 25.13 25.14 25.15 25.16 25.17 25.18 25.19 25.2 25.21 25.22 25.23 25.24 25.25 25.26 25.27 25.28
Obstrução 26.1 26.2 26.3 26.4 X X 26.7 X X 26.1 26.11 26.12 26.13 26.14 26.15 26.16 26.17 26.18 26.19 26.2 26.21 26.22 26.23 26.24 26.25 26.26 26.27 26.28
Deslocamento de estruturas 27.1 27.2 27.3 27.4 X X 27.7 X X X 27.11 27.12 27.13 27.14 27.15 27.16 27.17 27.18 27.19 27.2 27.21 27.22 27.23 27.24 27.25 27.26 27.27 27.28
Manutenção Contínua 28.1 28.2 28.3 28.4 28.5 28.6 28.7 28.8 28.9 X X X X X X X 28.17 28.18 28.19 28.2 X 28.22 28.23 28.24 28.25 28.26 28.27 28.28
Controle do Peso ou Volume 29.1 29.2 29.3 29.4 29.5 29.6 29.7 29.8 29.9 29.1 29.11 29.12 29.13 29.14 29.15 29.16 29.17 29.18 X X 29.21 29.22 29.23 29.24 29.25 29.26 29.27 29.28
Controle do Tipo de Resíduos 30.1 30.2 30.3 30.4 30.5 30.6 30.7 30.8 30.9 30.1 30.11 30.12 30.13 30.14 30.15 30.16 X X 30.19 X 30.21 30.22 30.23 30.24 30.25 30.26 30.27 30.28
Presença de Animais
Urubus e Gaivotas
31.1 31.2 31.3 31.4 31.5 31.6 31.7 31.8 31.9 X 31.11 31.12 31.13 31.14 31.15 31.16 31.17 X 31.19 31.2 31.21 31.22 31.23 31.24 31.25 31.26 31.27 31.28
Insetos
Intensidade de moscas
32.1 32.2 32.3 32.4 32.5 32.6 32.7 32.8 32.9 32.1 32.11 32.12 32.13 32.14 32.15 32.16 32.17 32.18 32.19 X 32.21 32.22 32.23 32.24 X 32.26 X 32.28
Presença de Catadores
Quantidade
33.1 33.2 33.3 33.4 33.5 33.6 33.7 33.8 33.9 X 33.11 33.12 33.13 33.14 33.15 33.16 33.17 33.18 33.19 33.2 33.21 33.22 33.23 33.24 33.25 33.26 33.27 33.28
Uso Racional da área 34.1 34.2 X 34.4 34.5 34.6 34.7 34.8 34.9 34.1 34.11 34.12 34.13 34.14 34.15 34.16 34.17 34.18 X 34.2 34.21 34.22 34.23 34.24 34.25 34.26 34.27 34.28
Distancia perceptível
de reclamações
Recalque
(medida indireta)
Análise de Composição
X
SISTEMAS DE APOIO/ MÃO DE OBRA
T ÉC NIC O - A M BIE N TA L
38.238.1
Tempo e no Espaço
Qualidade
do Serviço no
38.838.438.3 38.738.638.5 38.1238.138.9
13.28
38.11 38.2138.238.1938.1838.1738.1538.1438.13 38.16 38.2538.2438.2338.22
37.26 37.27 37.28
38.2838.2738.26
37.22 37.23 37.24 37.2537.18 37.19 37.2 37.2137.13 37.14 37.15 37.1737.1637.8 37.9 37.1 37.1237.1137.5 37.6
X37.1 37.2 37.3 37.4
36.436.336.236.1 36.736.636.5 36.1236.136.936.8 36.11 36.1536.1436.13 36.16 36.236.1936.1836.17
35.26 35.27 35.28
X36.2736.26
35.22 35.23 35.24 35.2535.18 35.19
X 35.2135.13 35.14 35.15 35.1735.1635.8 35.9 35.1 35.1235.11
24.27 24.28
35.1 35.2 35.3 35.4 35.5 35.6 X
24.23 24.24 24.25 24.2624.19 24.2 24.21 24.2224.14 24.15 24.17 24.1824.1624.9 24.1 24.12 24.1324.11
22.19 22.28
X 24.3 24.424.2 24.5 24.6 24.7 24.8
22.27
X 22.21 22.22 X 22.24
21.13
22.11
21.11
22.1322.12
20.27
X
22.1 22.2 22.3 22.4 22.5 22.6 22.7
20.23 20.24 20.25 20.2620.19 20.2 20.21 20.22
19.28
20.1 20.2 20.3 20.4 20.5 20.6 20.7 20.8
19.18 19.27
X 19.2519.2 19.22 19.23 19.2419.21 19.2619.13 19.14 19.1719.7 19.8 19.9 19.1 19.1519.11 19.12
13.25 13.26 13.27
11.18
12.26 12.27 12.28
11.14 11.16 11.1711.10 11.11 11.12 11.1510.7 10.8 10.9 11 11.2 11.1311.7 11.8 11.911.3 11.4 11.510.510.4 10.6
8.188.11 8.16
11.1 11.6
8.12 8.13 8.19 8.20 8.21 8.27 8.288.22 8.23 8.24 8.25 8.26
7.28
8.5 8.6 8.7 8.15 8.178.8 8.9 8.1
7.24 7.26 7.277.20 7.21 7.22 7.237.137.8 7.9 7.25
3.283.24
X 3.26 3.273.1
7.17 7.18 7.19
3.17 3.18
7.14 7.157.1 7.12
3.233.15
CONTROLE TECNOLÓGICO
3.213.12
10.1
X 10.3
X 13.3
12.1
X 12.3
X 3.2 3.3 X
13.4
SISTEMA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL
LIXIVIADO GASES
12.712.4
3.7 3.8 3.9
7.57.2 7.3 7.6 7.7
Plano de Uso
3.5 3.6
MONITORiZAÇÃO DAS ÁGUAS ENCERRAMENTO
Treinamento
ISOLAMENTO DA ÁREA
3.11
Portaria Administração
X
8.2 8.3
22.9
21.1 21.2 21.3
22.8
21.6 21.7 21.14 21.15 21.17
X22.14
21.16
22.1622.15 22.17
21.4 21.5
20.17
X
20.14
21.1 21.1221.9
20.1520.9
19.1 19.2 19.519.3 19.4
20.1 20.12 20.1320.11
21.21 21.22 21.23
X
X
20.1820.16
13.21 13.22 13.23
19.6
13.9 13.1 13.11 13.1213.6 13.7 13.18 13.19
21.28X 21.26 21.2721.24 XX
13.213.16 13.1713.5 13.8 13.13 13.14 13.15
12.2 12.2112.13 12.14 12.15 12.1712.16 12.18 12.19 12.22 12.23 12.24 12.25
22.1 22.25 22.26
36.25
X36.2336.2236.21
12.8 12.9 12.1 12.1112.5 12.6
Características
do Solo
8.14
7.4
8.4
3.19 3.22
X
X
12.12
VARIÁVEIS DE AÇÃO
CARACTRERÍSTICAS DA ÁREA
3.16
7.11 7.16
3.143.13
Humanos
Capacitação Técnica
Licenciamento Ambiental
Degradação
dos
Intensidade de odores
Mitigação
do Passivo
Ambiental
Recursos
Preferência por
Alternativas Simples
e Flexíveis
que Impactem Positivamente no Aterro
RSU
X
do Lixiviado
Campanhas e Ações da GRSU
Minimização
53
Após a construção e análise da matriz foram identificadas 77 interações, contudo, para
reduzir as repetições que conduziria a redundância e sobreposições de itens avaliados, as
interações foram listadas e condensadas em 48 indicadores de avaliação.
5.3 Listagem Ponderada
A lista de indicadores (quadro 4) foi transformada em questionamentos (apêndice A)
com encadeamento lógico baseado nas interações identificadas na matriz elaborada. Para
facilitar o entendimento das questões e as respostas das mesmas, elaborou-se uma ferramenta
de apoio ao usuário denominado de Ficha de Caracterização, que contém a definição,
importância e parâmetros de avaliação baseados na literatura pertinente para cada indicador
listado.
Quadro 4: Listagem de indicadores para avaliação de Aterros Simplificados
VARIÁVEL
DE AÇÃO
INDICADOR
Escolha da área
Permeabilidade do solo na área escolhida
Profundidade do aqüífero
Declividade do terreno
Disponibilidade de material de cobertura
Distância de corpos d’água
Capacidade de troca catiônica
Distância de núcleos habitacionais
Estado de conservação das vias de acesso ao aterro
Vida útil
Tipo de uso dos corpos hídricos à jusante
Aspectos Legais
Adequação ao zoneamento urbano
Titularidade da área
Licenciamento ambiental
Recuperação da área do antigo lixão
Vias internas
CARACTERÍSTICAS DA ÁREA
Estado de conservação das vias internas
Sistemas de proteção ambiental
Impermeabilização de base
Drenagem superficial
Drenagem de lixiviados
Tratamento de lixiviados
Drenagem de gases
SIST. DE
PROTEÇÃO
AMBIENTAL
Tratamento de gases
54
Quadro 4: Continuação
O resultado da consulta aos especialistas na atribuição dos pesos encontra-se no
Apêndice B. Dos onze profissionais que receberam o e-mail na primeira rodada, cinco
responderam a consulta, totalizando 45,45% de respostas.
Observa-se que para alguns indicadores os pesos dados pelos profissionais consultados
variaram significativamente em alguns casos, em até 100%. Essa grande diferença de
percepção pode ser atribuída à diversidade de campos específicos de atuação profissional dos
especialistas consultados.
VARIÁVEL
DE AÇÃO
INDICADOR
Isolamento da área
Cerca
Cerca viva
Placa de identificação do aterro
Portaria
Ausência de catadores
Ausência de animais
Instalações de apoio
Vestiário e sanitário
Área administrativa
Capacitação Técnica
Treinamento dos funcionários
Uso de EPI
SISTEMA DE APOIO–MÃO DE
OBRA
Programação de inspeção e manutenção
Controle de resíduos/ frente de trabalho
Controle (por peso ou por volume)
Controle do tipo de resíduos (classificação)
Codisposição com RSS
Compactação dos resíduos
Cobertura diária
Dispersão de resíduos na área do aterro
Monitorização
Águas subterrâneas
Águas superficiais
Intensidade de odor
Presença de vetores e aves carniceiras
CONTROLE TECNOLÓICO
Inspeção no solo (controle de erosão, recalque e fissuras)
Encerramento
Cobertura final
Cobertura vegetal
Plano de uso futuro
Monitorização dos mananciais e recalque do solo por todo período
ativo dos resíduos.
PLANO DE USO
FUTURO
Integração da área à paisagem local, ou transformação em em área
de lazer, ou de uso comum
Ações de GRSU integrado e de recuperação ambiental
INTEGRAÇÃO
AO SLU
Integração ao gerenciamento
55
Neste trabalho, diante da grande variação nos pesos, optou-se por utilizar um valor
médio, pois, desta maneira, é possível considerar os mais diferentes entendimentos sobre cada
indicador de avaliação.
5.4 Agregação dos Resultados da Análise e Avaliação
A análise global do aterro é realizada segundo a combinação de notas representadas
pelas condições de campo, com os pesos de cada pergunta, agrupados pelo método da soma
ponderada. Este método permite tanto analisar parcialmente o aterro, por variável de ação,
como de maneira global.
As notas são atribuídas durante a aplicação do instrumento, pelas condições de campo
de cada indicador, representadas nas faixas de avaliação indicadas pelas condições Favorável
(
F
), Neutro (
N
) ou Desfavorável (
D
) contidas nos fluxogramas. Estas faixas são relacionadas
a fatores numéricos, como descritos:
F
= representa a nota 1,0.
N =
representa a nota 0,5.
D
= representa a nota 0,0.
Por outro lado, os pesos definidos pelos especialistas são fixos, não devem variar de
uma aplicação para outra, exceto se identificada alguma incongruência de análise.
O cálculo é realizado pelo soma ponderada de notas multiplicadas aos pesos. O
resultado é multiplicado por dez, utilizando a expressão:
Desta maneira, o resultado da análise global é um número adimensional entre zero (0,0)
e dez (10,0), que representa o grau de tendência à sustentabilidade do aterro.
O resultado global da análise é interpretado em três faixas, conforme ilustra a figura 4:
Desfavorável indica que o aterro não atende a condições adequadas de
tratamento e disposição final de RSU, estando em risco a segurança do
empreendimento e do meio ambiente do entorno, sendo necessário intervenções
para transformar o equipamento em condições mais favoráveis ou adequadas.
onde:
Ni nota da condição de campo
de cada indicador
Pi
Peso de cada indicador
10
1
1
×
×
=
n
n
Pi
PiNi
S
56
Neutro significa que o aterro precisa de pouco investimento para se tornar
adequado e ter um bom desempenho ambiental, porém existe também o risco de
tornar-se desfavorável caso investimentos e as poucas melhorias necessárias não
sejam aplicadas.
Favorável indica que o aterro atende aos critérios considerados adequados em
sua maioria. Quanto mais próximo do valor dez for o resultado da avaliação
maior sua tendência à sustentabilidade, aproximando-se das condições ideais.
Além da nota final do aterro que é representativa da sua tendência à sustentabilidade, o
resultado pode ser observado também em um instrumento denominado de Matriz de
Resultados (quadro 5), desenvolvido para permitir ao usuário a visualização global da análise
e avaliação do aterro, identificando os indicadores que mais influenciaram para o resultado
obtido.
Quadro 5: Parte da Matriz de Resultado
VARIÁVEL
DE AÇÃO
INDICADOR NOTA
Escolha da área N
Permeabilidade do solo na área escolhida F
Profundidade do aqüífero F
Declividade do terreno N
Disponibilidade de material de cobertura F
Distância de corpos d’água D
Capacidade de troca catiônica D
Distância de núcleos habitacionais D
Estado de conservação das vias de acesso ao aterro N
Vida útil F
CARACTERÍSTICAS DA
ÁREA
Tipo de uso dos corpos hídricos à jusante N
F N D
0,0 a 4,0
N tendendo a D
4
,
1
a
5
,0
N tendendo a F
5
,
1
a
6
,0
6,1 a 10,0
Figura 4: Faixas de resultados da análise e avaliação do aterro.
57
Cabe comparar o AASAS com os métodos empregados pela CETESB (1997) e proposto
por Pereira (2005). Os três instrumentos são semelhantes quanto a forma de cálculo dos
resultados globais e parciais de avaliação do aterro pelo método da soma ponderada.
Contudo, o que diferencia o AASAS dos métodos citados é que o mesmo foi
desenvolvido especificamente para avaliação de aterros simplificados. Em relação ao método
proposto por Pereira (2005), percebe-se que sua aplicação é mais indicada para aterros
sanitários convencionais, dado o elevado grau de exigências e baixa flexibilidade nos
parâmetros de análise. Enquanto o método do IQR valas (CETESB, 1997), desenvolvido para
tecnologia simplificada, denominada de aterros sanitários em valas, permite certo grau de
subjetividade de avaliação por parte do usuário.
Ainda, ressalta-se que o AASAS apresenta para cada parâmetro de avaliação uma
ficha de caracterização contendo conceitos, definições e parâmetros de referência com a
finalidade de auxiliar o processo de preenchimento esclarecendo e fornecendo informações
que podem ser úteis para uma intervenção nas deficiências verificadas
58
5.5 Definição, Importância e Parâmetros deAanálise dos
Indicadores de Avaliação
Neste item apresenta-se, na mesma seqüência da listagem de indicadores (item 5.3), as
definições, importância e parâmetros de análise utilizadas para a elaboração das Fichas de
Caracterização.
Neste momento da pesquisa, destaca-se o conteúdo referente à variável de ação
Características da Área.
5.5.1 Variável de Ação – Características da Área
a) Escolha da área
Permeabilidade
Definição e Importância
Permeabilidade é um índice que avalia a maior ou menor facilidade de um fluido
percolar por entre os poros de um solo. A permeabilidade de um solo pode ser determinada
por ensaios realizados em laboratório ou em campo.
Esta constante depende fundamentalmente da viscosidade e da densidade de um fluido,
do índice de vazios do solo, do seu grau de saturação, do tamanho e forma das partículas que
compõem o solo, da estrutura e da composição mineralógica dos grãos. Sua determinação
baseia-se na lei de Darcy para escoamento laminar, e tanto em laboratório quanto em campo
utilizando-se permeâmetros de carga constante ou de carga variável (MACHADO e
CARVALHO, 2001).
Solos que apresentam baixo coeficiente de permeabilidade são mais apropriados para
formação de barreiras naturais, que se propõem a impedir ou minimizar a propagação e
atenuar o potencial de poluição do lixiviado dos aterros (SANTOS e PRESA, 2001).
Contudo, a observação do solo em campo é uma ferramenta importante para evitar falsos
diagnósticos, pois, mesmo em caso de baixo coeficiente de permeabilidade obtidos em
laboratório, a presença de rachaduras, fissuras e buracos provocados por raízes se apresentam
como pontos de fluxo preferencial para a água ou o poluente, neste caso, o lixiviado
(DANIEL, 1993).
59
No método AASAS, são utilizadas as faixas de permeabilidade indicadas no Projeto de
Norma PN 1:603.06.006 elaborado pela ABNT que trata de aterros de resíduos não perigosos,
a exemplo do resíduo sólido urbano. Os parâmetros previstos por este Projeto de Norma são
utilizados também pela CETESB (1997) na avaliação dos aterros sanitários.
Embora para determinar adequadamente este parâmetro seja necessária a execução de
ensaios, complementando com observações in loco, Caputo (2000) apresenta uma maneira de
estimar faixas de permeabilidade em função do tipo de solo, conforme a figura 5. Porém, sua
utilização só é recomendada em caráter preliminar, na ausência de dados de projeto.
Fonte: CAPUTO, (2000).
Parâmetros de Análise
Intervalos de variação de coeficiente de permeabilidade
Figura 5: Intervalos de variação de coeficiente de permeabilidade em função do tipo de solo
Permeabilidade do solo
K > 1x10
-
5
1x10
-
5
K > 1x10
-
6
K 1x10
-
6
D
N
F
60
Profundidade do Manancial Subterrâneo
Definição e Importância
É a distância entre o nível do terreno e a cota máxima das águas subterrâneas. Contudo,
em aterros de resíduos esta distância deve ser considerada a partir do fundo da vala, ou
trincheira de pequena dimensão.
Entende-se como aqüífero a água armazenada em formações geológicas que são capazes
de permitir sua transmissão em quantidade utilizável (PRIM, OLIVEIRA e CASTILHOS JR.,
2002). Existem dois tipos de aquíferos, o freático, que está submetido à pressão atmosférica, e
o confinado (artesiano), que está submetido a pressões superiores à atmosférica.
A profundidade do aqüífero, ou a espessura da camada de solo não saturada, indica a
espessura de solo que pode atuar como barreira para proteção das águas subterrâneas.
Parâmetros de Análise
Declividade
Definição e Importância
A declividade ou clinografia do solo é a sua inclinação em relação ao plano horizontal,
tendendo a ser maior em locais de relevo irregular.
Terrenos com elevada declividade exigem maior movimentação de terra para adequação
da área para aterro de resíduos, implicando em maior gasto de recursos financeiros e
modificação da paisagem local. Ademais, terreno com alta declividade dificulta o acesso e
circulação do veículo de transporte de resíduos na área do aterro.
Gomes
et al.
(2001) avaliou cinco faixas de variação na declividade para aterros de
resíduos sólidos urbanos, considerando: alta superior a 30%, média entre 20% e 30%, baixa
entre 10% e 20%, muito baixa entre 3% e 10%, e plana abaixo de 3%.
Profundidade do aqüífero
subterrâneo
p
2,0m
F
1,5m <p<2,0m
N
p
1,5m
D
61
Para aterros simplificados é desejável que o local escolhido apresente baixa inclinação,
tendo por finalidade evitar grandes movimentações de terra, facilitar a circulação de veículos,
e reduzir a necessidade de manutenção dos componentes do sistema de drenagem superficial,
além de reduzir a erosão nas vias internas causada por águas de chuva.
Neste instrumento, baseando-se no estudo de Gomes
et al.
(2001), optou-se por
classificar a declividade do solo em: inferior a 10%, entre 10% e 20%, e maior que 20%.
Parâmetros de Análise
Disponibilidade de Material de Cobertura
Definição e Importância
A disponibilidade de material de cobertura é um recurso que deve ser analisado
previamente, antes do início da obra do aterro, para evitar transporte de material de
empréstimo (GOMES
et al.
, 2001). Normalmente é recomendado que seja raspada a camada
superficial do solo para remover raízes e materiais grosseiros que possam interferir em sua
qualidade.
Em aterros simplificados é interessante que seja utilizado o solo proveniente da
escavação como material de cobertura. Este solo deve ser depositado próximo da vala para
facilitar o trabalho dos operários na frente de trabalho, tendo em vista que a operação é
manual, e que este solo é normalmente transportado com a utilização de pás e carros de mão.
O material de cobertura de boa qualidade, em solo argiloso e suas misturas, reduz a
infiltração de água de chuva na massa de resíduos aterrada, minimizando, portanto, a
quantidade de lixiviados, além de diminuir a propagação de odor e a atração de animais e
insetos.
Declividade do
terreno
I < 10%
10% < i 20%
i
20%
D
N
F
62
Parâmetros de Análise
Águas de Superfície
Definição e Importância
São consideradas águas de superfície rios, riachos, lagos, lagoas, áreas inundáveis e
nascentes d’água.
A distância mínima entre qualquer atividade potencialmente poluidora e coleções
hídricas superficiais deve ser de 200m, conforme estabelece a Portaria 124/80 do
Ministério do Interior. Segundo esta Portaria, esta distância é justificada para dar maior
segurança em casos de acidentes operacionais, reduzindo, portanto a possibilidade de
degradação destas águas (BRASIL, 2005c).
A NBR 13.896 (ABNT, 1997), também considera 200m como distância mínima a ser
conservada entre aterros de RSU e águas de superfície.
Parâmetros de Análise
Mananciais de superfície
D < 200m
D
D 200m
F
Disponibilidade de
material de cobertura
e < 1m
1m e 2m
e >2m
D
N
F
63
Capacidade de Troca Catiônica – CTC
Definição e Importância
Quantidade total de cátions que o solo pode adsorver e trocar. Esta propriedade é
conseqüência do desequilíbrio das cargas elétricas na superfície e arestas das partículas.
Segundo Prim, Oliveira e Castilhos Jr. (2002), a capacidade de troca de íons é mais
intensa em solos argilosos, devido a elevada área de superfície de seus grãos. Solos com
elevada concentração de matéria orgânica também tendem a apresentar CTC alta, podendo ser
maior ou menor conforme sua constituição química e estrutural.
A CTC pode ser determinada por ensaio em laboratório, onde o resultado é expresso em
meq/100g, sendo a faixa de valores mais indicada acima de 15meq/100g. O cálculo da CTC é
realizado pela Expressão 01.
Mesmo a CTC tendo sua importância ressaltada na capacidade de atenuação do lixiviado,
alguns aterros simplificados construídos não dispõem desta informação em seus projetos.
Portanto, para analisar estes aterros faz-se necessário uma aferição indireta, com a utilização
de mapas de solos da região, normalmente disponível em casas de agricultura.
Com a informação do solo da região e o quadro 6, elaborado com dados da EMBRAPA
(1999) é possível estimar a CTC do solo.
Além da classe do solo deve-se observar também sua textura, sendo preferencial os solos
com textura fina e de fina a média.
CTC = Soma (S) + Al
+3
+ H
+
onde:
S
= Ca
++
+ Mg
++
+ Na
+
(soma da bases trocáveis)
Expressão 1: Determinação da CTC em laboratório.
64
Quadro 6: Classe dos solos brasileiros e capacidade de troca catiônica
CLASSE DO SOLO Capacidade de troca catiônica
Neosolo Pode ser alta ou baixa
Vertisolo Alta
Cambissolo Pode ser alta ou baixa
Chernosolo Alta
Luvissolo De alta a média
Argissolo Baixa
Nitossolo De baixa a média
Latossolo Baixa
Espodossolo Baixa
Planossolo De alta a média
Plintossolo Baixa
Gleissolo Pode ser alta ou baixa
Organossolo Pode ser alta ou baixa
Fonte: Quadro elaborado com dados da EMBRAPA, 1999.
A Classe Alissolo, devido a sua baixa representatividade no País, não foi inserida no
quadro acima.
Por se tratar de uma inferência, os solos que apresentam ampla faixa de CTC, desde
baixa a alta, não podem ser considerados como favorável ou neutro, uma vez que não existe
garantia de qual faixa este se enquadra. Desta maneira, são apresentadas apenas a faixa
favorável (F) para solos com alta CTC, ou de média a alta, sendo as demais classes
consideradas desfavoráveis (D).
Neste indicador de análise o primeiro fluxograma de análise pode ser utilizado quando
existe a informação da CTC em projeto, obtido por meio de ensaio em laboratório, e o
segundo fluxograma na ausência desta informação, na tentativa de estimar a CTC.
65
Parâmetros de Análise
OU
Qual a textura do solo?
Fina ou de
fina a média
Media ou
superior
D
Qual a classe
do solo?
Neosolo
; Cambissolo; Argissolo
; Nitossolo
Latossolo; Espodossolo; Plintossolo; Gleissolo
Organossolo
Vertisolo
; Chernosolo; Luvissolo; Planossolo
F
D
CTC
(meq/100g)
CTC < 5
5 CTC < 15
CTC
15
D
N
F
66
Distância de Núcleos Habitacionais
Definição e Importância
De acordo com a NBR 13.896 (ABNT, 1997) é considerado núcleo habitacional o
aglomerado de residências, sem sede administrativa e com alguma atividade de comércio.
A implantação de aterros de resíduos próximos ao centro gerador favorece a redução de
custos de transporte e possibilita a vigilância e supervisão da comunidade quanto a qualidade
da prestação do serviço. Porém, esta proximidade pode gerar problemas como a depreciação
imobiliária na área de entorno, além de conflitos com a população, principalmente, quando o
aterro é mal operado.
Segundo Jaramillo (1997), não existem regras fixas para estabelecer estes limites,
contudo, recomenda-se que o aterro esteja a uma distância mínima de 200m da área
residencial mais próxima, mesmo que não seja o centro gerador de resíduo.
Segundo o IBAM (2001), não é recomendado a implantação de um aterro a uma
distância inferior a mil metros de centros habitacionais que abriguem 200 ou mais habitantes.
Gomes
et al.
(2001) considera como distância adequada aquela com valores superiores a
1.000m e inferiores a 15.000m.
Na adaptação para municípios de pequeno porte, a distância mínima considerada
favorável também é 1.000m, porém, o limite superior foi reduzido para 5.000m, por
considerar a limitação de recursos financeiros dos municípios com população até 30.000
habitantes em arcar com o custo do transporte dos resíduos ao destino final.
Parâmetros de Análise
Distância de núcleos
habitacionais
500m > D > 5.000m
500m D 1.000m
1.000m < D < 5.000m
D
N
F
67
Estado de Conservação das Vias de Acesso
Definição e Importância
São as rodovias, estradas e vias que permitem o acesso e o trânsito entre o centro gerador
de resíduos e o aterro.
Durante a locação do aterro devem ser analisadas a existência de vias de acesso, bem
como sua manutenção em bom estado de conservação, permitindo o acesso seguro e rápido
dos veículos coletores em todas as épocas do ano. O estado de conservação destas vias
influencia diretamente nos custos de manutenção dos veículos de coleta e transporte dos
resíduos, refletindo, portanto, no custo do gerenciamento do serviço de limpeza pública.
Parâmetros de Análise
Vida Útil do Aterro
Definição e Importância
O processo de urbanização das cidades associado à ocupação intensiva do solo restringe
a disponibilidade de áreas com características e dimensões desejáveis próximas aos locais de
geração dos resíduos (IBAM, 2001).
A vida útil de um equipamento de saneamento básico refere-se ao período de seu
funcionamento em que ele atende aos parâmetros estabelecidos em projeto, garantindo a
segurança de sua utilização.
A vida útil de um aterro sanitário depende do seu porte e da disponibilidade de área com
características sócio-ambientais adequadas para sua implantação, podendo ser admissível no
mínimo cinco anos para aterro simplificado (GOMES
et al.
, 2001; IBAM, 2001). Porém para
aterros convencionais, assim como outras obras na área da engenharia sanitária, é
estimada uma vida útil de vinte anos, sendo necessária justificativa para períodos inferiores.
Considerando a dificuldade de encontrar locais que reúnam as características desejáveis
para a implantação de aterros de RSU próximo aos centros geradores, associado à resistência
Estado de conservação das vias
A quantidade de buracos dificulta o
trânsito de veículos
D
Em períodos chuvosos, os veículos
atolam.
D
Em bom estado de conservão, sem
dificuldade para o trânsito de veículos
F
68
da comunidade em ter este tipo de tecnologia em seu entorno, a vida útil de um aterro deve
ser, no mínimo de 10 anos, para evitar que diversas áreas no entorno sejam mobilizadas para
esta finalidade.
Municípios com pouca disponibilidade de área enfrentam conflitos sociais, políticos e
ambientais que dificultam a implantação e operação do aterro.
Parâmetros de Análise
Uso do Manancial
Definição e Importância
A água é indispensável à vida na terra, é um bem inalienável, de domínio público, e a
preservação de sua qualidade e quantidade é imprescindível à saúde pública e salubridade do
meio ambiente.
Embora o sistema de proteção ambiental do aterro (impermeabilização de base, sistemas
de drenagem e tratamento de lixiviados) tenha por objetivo impedir a degradação do solo e
corpos d’água, não se recomenda áreas para aterros onde os mananciais são utilizados,
principalmente, para fins como: abastecimento humano, dessedentação animal, irrigação, ou
recreação com contato primário.
Segundo a Resolução CONAMA 357, 17 de março de 2005, que dispõe sobre a
classificação dos corpos de água e diretrizes ambientais para o seu enquadramento e padrões
de lançamento de efluentes, é considerada recreação com contato primário aquela em que o
banhista está diretamente em contato com a água, por período prolongado, sendo elevado o
risco de ingerir água. São exemplos de recreação com contato primário: natação, mergulho e
esqui-aquático (BRASIL, 2005a).
Parâmetros de Análise
Tipo de uso dos mananciais
Abastecimento humano e/ou
dessedentação a
nimal e/ou irrigação
D
Recreação, sem contato primário
N
Não é utilizado
F
Vida útil do aterro
VU < 5 anos
de 5 a 10 anos
VU >
10 anos
D
N
F
69
b) Aspectos Legais
Adequação ao Zoneamento Urbano
Definição e Importância
Instrumento urbanístico que estabelece critérios e define áreas de ocupação de uma
cidade dividindo o espaço em áreas que devem obedecer aos usos, parâmetros de construção
diferentes e à combinação de usos e parâmetros, segundo uma lei municipal de uso e
ocupação do solo.
Deve-se evitar implantar o aterro de resíduos em áreas previstas para expansão urbana,
observando o zoneamento estabelecido pela lei municipal de uso e ocupação do solo.
A adequação a esta lei evita conflitos sócio-ambientais que poderão criar barreiras
quanto à aceitação desta tecnologia pela comunidade local.
Parâmetros de Análise
Titularidade da Área
Definição e Importância
Este indicador investiga quem é o proprietário do terreno onde se deseja implantar, ou
está implantado o aterro simplificado.
Áreas pertencentes à prefeitura são mais adequadas à implantação do aterro, tendo em
vista que não representa ônus para sua aquisição. Por outro lado, quando se faz necessário
selecionar áreas particulares, ou do estado, deve-se evitar as que apresentem atividades
produtivas, ou sejam de especial interesse ambiental, no sentido de evitar conflitos sócio-
econômicos e ambientais.
Parâmetros de Análise
A área está na região prevista para expansão
urbana?
NÃO
F
SIM
D
NÃO
SIM
Apresenta atividade produtiva, habitacional ou
é de especial interesse ambiental?
F
D
A área pertence à prefeitura?
SIM
F
NÃO
70
Licenciamento Ambiental
Definição e Importância
Instrumento da política ambiental que consiste no processo destinado a estabelecer
condições para a localização, implantação, operação e ampliação de atividades efetivas ou
potencialmente poluidoras, ou que possam causar degradação do meio ambiente (BRASIL,
2005b).
A Resolução 237 do CONAMA, de 19 de dezembro de 1997, prevê as seguintes
licenças para estas atividades: Licença Prévia (LP), Licença de Instalação (LI) e Licença de
Operação (LO). Estas licenças são obrigatórias e podem ser expedidas isoladas ou
sucessivamente, conforme as características ou fase de implantação da atividade.
O destino final do RSU é uma atividade potencialmente poluidora, portanto, deve ser
precedida de licenciamento ambiental, conforme estabelece a legislação vigente. Caso o aterro
seja implantado sem a devida licença ambiental, o município poderá ser autuado e multado,
conforme penalidades previstas em lei.
No processo de licenciamento são exigidos estudos ambientais e informações de projeto
que são analisados por técnicos do órgão e estabelecidas condicionantes para adequar todas as
etapas do aterro à realidade local. Este procedimento pode auxiliar na adequada localização,
implantação, operação, monitorização e encerramento do aterro.
Atualmente o licenciamento ambiental vem sendo exigido por diversas instituições
financeiras para liberação de empréstimos e financiamentos para empreendimentos de
diversas áreas.
Parâmetros de Análise
O órgão ambiental expediu licença?
SIM
D
NÃO
F
71
Recuperação de Área Degradada de Antigo Lixão
Definição e Importância
A recuperação de área degradada é o ato de adequar o ambiente que sofreu os efeitos
adversos decorrentes de intervenções e alterações ambientais inerentes a atividades
poluidoras, recompondo suas características originais ou integrando-a a paisagem local, com a
finalidade de propiciar outros usos, corrigir e mitigar os impactos.
Como medida complementar a implantação do aterro de resíduos, a recuperação de área
degradada se faz necessária quando da existência de áreas utilizadas pela prefeitura para
disposição inadequada de RSU, bem como nas áreas do canteiro de obras e de lavra para
material de empréstimo. Esta recuperação tem a finalidade de minimizar e/ou eliminar os
possíveis impactos inerentes a estas atividades.
Para adequar uma área de antigo lixão são necessárias ações como: eliminação de fogo e
fumaça; delimitação da área, movimentação e conformação da massa de resíduos, bem como
recobrimento dos mesmos, instalação de drenagem e tratamento de gás e lixiviados (quando
necessário); monitorização geotécnica; monitorização dos corpos d’água; e projeto
paisagístico para integrar a área à paisagem local (IPT/CEMPRE, 2000).
Parâmetros de Análise
c) Vias Internas
Conservação das Vias Internas
Definição e Importância
As vias internas permitem o acesso do veículo de transporte dos resíduos às valas. Sua
manutenção em bom estado permite que o veículo circule na área do aterro, evitando que os
resíduos sejam descarregados em locais inadequados, longe das valas e da frente de trabalho,
prejudicando a boa operação do aterro.
As vias internas dos aterros demandam manutenção constante, seja pela formação de
buracos causados pelo peso dos caminhões, ou por erosão causada por águas pluviais.
A área do antigo lixão foi recuperada?
SIM
D
NÃO
F
72
Os trechos das vias que apresentem menor capacidade de suporte ou aderência devem ser
revestidos com brita ou cascalho, e nos trechos de maior declividade devem ser construídas
canaletas para drenar as águas pluviais, para reduzir a erosão nesta vias (CETESB, 1997).
Parâmetros de Análise
5.5.2 Variável de Ação – Sistema de Proteção Ambiental
d) Sistema de Proteção Ambiental
Impermeabilização de Base
Definição e Importância
Camada de solo argiloso compactado sobre o fundo da vala ou revestimento em manta
sintética, que tem por objetivo reter o lixiviado gerado no aterro, evitando a contaminação do
solo e mananciais em seu entorno.
A impermeabilização de base deve apresentar: estanqueidade; durabilidade; resistência
mecânica; resistência a intempéries; compatibilidade físico-química e biológica com os
resíduos aterrados e com o lixiviado (IPT/CEMPRE, 2001).
A importância da impermeabilização de base é evitar a contaminação do subsolo e dos
mananciais pelo lixiviado. Porém, sua existência não elimina a possibilidade de ocorrência
desta contaminação, pois rachaduras provocadas pela falta de umidade e ressecamento no solo
argiloso que compõe a impermeabilização, bem como, rasgos na manta (caso tenha sido a
alternativa escolhida para a impermeabilização), podem permitir a infiltração dos lixivados
sem oferecer resistência ao escoamento.
A necessidade de implantação do sistema de impermeabilização é diretamente
proporcional ao potencial de geração de lixiviado, ou seja, em locais com elevado índice
pluviométrico ou onde a profundidade do lençol freático for menor que 2,0m e com
Estado de conservação das vias internas
Bom estado, permitindo a
circulação dos veículos
F
Mal estado, com a presença de
buracos e/ou perda de solo,
impedindo a circulação dos veículos
D
73
permeabilidade maior que 1 x 10
-6
cm/s, a importância desta camada de proteção é maior,
assim como o sistema de drenagem de águas pluviais.
Por outro lado, esta importância é menor quando o manancial subterrâneo é profundo e o
solo natural já apresenta as características desejáveis para atuar como barreira de proteção.
Parâmetros de Análise
Obs:
para aterros que possuem dupla camada de impermeabilização, composta por solo e
manta sintética, o resultado global da análise é obtido por uma combinação entre os resultados
da camada de solo, com os resultados da camada de manta sintética. As combinações de
resultados se encontram no quadro 7 do apêndice A.
F
D
Existem furos, rasgos ou
fissuras na manta sistética?
SIM
NÃO
Existe camada de proteção
para a manta sintética?
SIM
e
1,5mm
e < 1,5mm
Espessura
NÃO
F
SIM
Qual é o tipo de
impermeabilização?
D
NÃO
EXISTE
Solo
Manta Sintética
Solo e Manta Sintética
Após compactado apresenta
permeabilidade
1x
10
-6
cm/s?
NÃO
F
SIM
A espessura do solo é
60cm?
F
F
D
D
NÃO
D
D
74
Drenagem Superficial
Definição e Importância
Sistema composto por calhas e canaletas que tem por finalidade direcionar as águas
pluviais que escoam superficialmente.
Os sistemas de drenagem superficial são de grande importância para a implantação e
manutenção de um aterro de resíduos, tendo em vista que a sua existência e bom
funcionamento reduzem o surgimento de processos erosivos, tanto de vias internas do aterro,
como das valas, além de desviar as águas pluviais das valas, reduzindo, portanto a geração de
lixiviados.
Parâmetros de Análise
Existe sistema de drenagem de águas
pluviai
s?
Estado de conservação?
Em bom estado
Parcialmente obstruído ou
danificado
Totalmente obstruído ou
danificado
SIM
NÃO
D
D
N
F
75
Drenagem de Lixiviados
Definição e Importância
Sistema constituído por tubulações, canaletas, ou pela inclinação do fundo da vala,
podendo ser preenchido com brita ou material similar, que tem por finalidade conduzir o
lixiviado ao sistema de tratamento, ou a um ponto de acúmulo para posterior recalque para o
tratamento.
Ao percolar pelo maciço do aterro o lixiviado agrega substâncias orgânicas e
inorgânicas presentes nos resíduos por meio de dissolução ou arraste, elevando
consideravelmente seu potencial de poluição.
O acúmulo de lixiviados dentro do aterro deve ser evitado, pois potencializa o processo
de infiltração no solo, ou em caso de membranas sintéticas, seu vazamento por possíveis
pontos de fuga, como juntas mal seladas, furos e rasgos.
Para aterros de RSU para municípios de pequeno porte a CETESB (1997) e CONDER
(2002) julgam desnecessários a drenagem e tratamento de lixiviado, em função da pequena
quantidade de resíduos aterrado, e conseqüente pequeno volume de lixiviado gerado.
Contudo, esta hipótese ainda gera controvérsias no meio científico. Embora os aterros
simplificados propostos pela CONDER e CETESB dispensem sistemas de drenagem e
tratamento de lixiviado, acredita-se ser mais seguro que esta premissa seja adotada em
regiões onde o balanço hídrico anual seja negativo.
Quando a opção de projeto é a inexistência deste sistema, deve-se observar se existe ou
não o acúmulo deste líquido no interior das valas. Nos aterros já construídos, e em operação, a
maneira adequada de verificar a real necessidade sua drenagem e tratamento é visualizar o
acumulo deste líquido em volume significativo no fundo da vala. Cabe mencionar que se o
volume de lixiviado acumulado no fundo da vala for pequeno, a perda por evaporação pode
atenuar ou resolver o problema sem demandar utilização de técnica adicional, deixando,
portanto, de representar risco ao meio ambiente. Contudo, o fundo da vala deve ser em
material com baixo coeficiente de permeabilidade para evitar sua infiltração no solo.
Parâmetros de Análise
Drenagem de lixiviados
Obstruído e/ou danificado
Em perfeito estado
D
F
D
Não existe, mas é visível o acúmulo
de lixiviado na vala
Não existe, e não é visível o acúmulo
de lixiviado na vala
F
76
Tratamento de Lixiviados
Definição e Importância
Líquido gerado a partir do excesso de umidade no aterro, tendo como fontes geradoras:
infiltração direta de águas de chuva, possíveis nascentes e lençol freático que não foram
detectadas durante a escolha de área, teor de umidade dos resíduos aterrados e o chorume,
líquido proveniente da decomposição da matéria orgânica aterrada.
Ao infiltrar pelo maciço do aterro o lixiviado agrega substâncias orgânicas e inorgânicas
presentes nos resíduos por meio de dissolução ou arraste, elevando consideravelmente seu
potencial de poluição.
Por apresentar elevado potencial de poluição, o lixiviado representa risco de degradação
ao solo e corpos d’água;.
A melhor maneira de lidar com o lixiviado é reduzir ou evitar sua geração. Aspectos
como camada de cobertura, em material com baixa permeabilidade (solo compactado, manta,
ou solo e manta conjuntamente), compactação dos resíduos, e potencial de evapotranspiração
contribuem para a redução do volume deste líquido. Uma vez gerado, o lixiviado deverá ser
tratado.
Algumas tecnologias empregadas no tratamento de lixiviado são: lagoas de
estabilização, reatores anaeróbios de fluxo ascendentes, lodos ativados, barreira bio-química,
áreas alagadiças ou wetlands, tratamento físico-químico, filtro biológico, osmose reversa,
evaporação natural e recirculação. Contudo, para atender às exigências de padrões de
lançamento em corpos receptores, algumas vezes são adotados dois ou três processos
combindos, para aumentar a eficiência do processo.
Para aterros de municípios de pequeno porte deve-se optar por um sistema de fácil
operação. Para Gomes e
Martins (2003) uma alternativa viável de tratamento para o lixiviado
gerado nestes aterros é recirculação, podendo ser realizada por rega, ilustrado na figura 06, ou
por infiltração, figura 07.
77
Figura 06: Recirculação por infiltração. Figura 07: Recirculação por rega.
Fonte: GOMES, 2005 Fonte: GOMES, 2005
Mensurar o volume de lixiviado a ser gerado no aterro é uma alternativa que ajuda na
escolha da alternativa para seu manejo. O “Método Suíço” é bastante utilizado para estimar a
vazão média deste líquido, sendo calculado pela Expressão 02:
Q – vazão de lixiviado (l/s)
P – precipitação média anual (mm/ano)
A – área do aterro (m²)
k – coeficiente dependente do grau de compactação do resíduo (para aterros
fracamente compactados, com densidade de 400 a 700kg/m³, pode-se adotar k= 0,2
a 0,5).
t- segundos do período de análise, normalmente um ano (31.536.000s).
Este método apresenta como vantagem a simplicidade, porém, segundo Medeiros, Silva
e Castilhos Jr. (2002), ele superestima a vazão média, e subestima a vazão de pico.
Para aferir a eficiência do tratamento devem ser realizadas análises periódicas da
qualidade do lixiviado bruto e tratado. Este acompanhamento permite, também, o
acompanhamento da evolução da decomposição dos RSU aterrados.
Parâmetros de Análise
Expressão 2: Expressão utilizada para o cálculo de volume de lixiviado.
Atende aos padrões da Resolução CONAMA 357/2005
SIM
Existe tratamento de lixiviados?
D
NÃO
NÃO
Realiza análise de composição de lixiviado?
D
NÃO
F
SIM
SIM
N
78
Drenagem do Bio-gás
Definição e Importância
Sistema composto por tubulações verticais que tem por objetivo drenar os gases
oriundos da decomposição anaeróbia da fração orgânica dos resíduos aterrados.
O sistema de drenagem do biogás, comumente denominados de chaminés, deve ser
disposto preferencialmente conectado à drenagem de lixiviados, elevando-se de 0,5m a 1,0m
acima do nível da camada de cobertura da vala. Na figura 8 é exemplificado o sistema de
drenagem de gases construído sobre a drenagem de lixiviado da vala 01 do aterro do
Município de Catas Altas, Minas Gerais (LANGE, SIMÕES e FERREIRA, 2003).
O material mais utilizado para construir estes dutos em aterros de grande porte são
manilhas de concreto armado, com suas paredes perfuradas para facilitar a entrada do biogás
na tubulação. Porém, em aterros de pequeno porte, materiais alternativos podem ser utilizados
para compor estes drenos, como: tubos em PVC, garrafas PET preenchidas com brita e pneus
sobrepostos (GOMES e MARTINS, 2003). A figura 9 ilustra a reutilização de garrafas PET
como componente da drenagem do biogás da vala 02 do aterro de Catas Altas, Minas Gerais.
A drenagem do biogás evita a formação de bolsões de gases dentro do aterro, fator que
contribui para aumentar a instabilidade do maciço, podendo causar explosões, ademais estes
Figura 8:
Drenagem de gases em tubos de PVC sobre
a drenagem de lixiviado.
Fonte: LANGE, SIMÕES e FERREIRA, 2003.
Figura 9: Drenagem de gases em garrafas
PET preenchidas com brita nº 2, construída
sobre o sistema de drenagem de lixiviado.
Fonte: LANGE, SIMÕES e FERREIRA,
2003.
79
gases ocupam volume destinado ao aterramento dos resíduos (LANGE, SIMÕES e
FERREIRA, 2003). A drenagem de gás evita também sua emanação de forma descontrolada,
eliminado seu efeito nocivo sobre a camada de cobertura vegetal (MISGAV, PERL e
AVNIMELCH, 2001).
Em decorrência da pequena quantidade de resíduos dispostos no aterro, a necessidade da
implantação deste sistema é questionada pela CONDER e pela CETESB. Contudo, Lange,
Simões e Ferreira (2003), consideram que este sistema é importante devido ao avanço da
degradação dos resíduos, quando a geração do biogás aumenta.
Na etapa inicial da decomposição, o ambiente ácido dentro do aterro favorece a geração
de odores, devido à liberação de gás sulfídrico (H
2
S) e amônia (NH
3
).(CASTILHOS JR.
et al.
,
2003). O sistema de drenagem é responsável pelo direcionamento destes gases ao tratamento,
juntamente com os principais gases gerados no processo, gás carbônico e o metano (CH
4
),
sendo este último inflamável a uma concentração de 5 a 15% na atmosfera
(TCHOBANOGLOUS, THEISEN e VIGIL, 1998).
Parâmetros de Análise
SIM
Existe drenagem de gases?
D
NÃO
Estado de conservação?
Em bom estado
F
D
Obstruído e/ou com
deslocamento,
comprometendo sua
função
80
Tratamento do Biogás
Definição e Importância
O biogás gerado pelo processo anaeróbio de decomposição, processo biológico
predominante nos aterros de RSU, é composto principalmente por gás carbônico (CO
2
) e
metano (CH
4
), porém gases como amônia (NH
3
) e sulfídrico (H
2
S), mesmo sendo gerados em
menor concentração, são considerados importantes por contribuírem para a geração de odores.
O tratamento mais utilizado para o biogás gerado no aterro é a queima. Portanto, o gás
de maior interesse é o metano, pois é explosivo a uma concentração de 5% a 15% na
atmosfera. Como o ambiente dentro do aterro contém baixa concentração de oxigênio o risco
de explosão é baixo, contudo, quando bolsões deste gás entram em contato com a atmosfera
em concentrações acima de 5% o risco de explosão torna-se elevado, podendo causar
acidentes com operadores do aterro, ou ainda durante o pós uso da área.
Segundo o IPCC (1996), os aterros de resíduos representam de 5 a 20% do total das
emissões de metano de origem antrópica, e por se tratar de um gás de efeito estufa, com
potencial em média 21 vezes maior que o CO
2
, sua queima, transformando-o em CO
2
e H
2
0,
representa ganho ambiental. Ademais, a queima do biogás contribui para a redução de odores
na área do aterro, embora a cobertura diária e final dos resíduos também sejam variáveis
importantes para esta redução.
Parâmetros de Análise
Existem queimadores?
Sim, em funcionamento
D
Não, ou estão fora de
operação
F
81
5.5.3 Variável de Ação – Sistema Apoio – Mão de Obra
e) Isolamento da Área
Cerca/Cerca Viva
Definição e Importância
Cerca - Equipamentos utilizados para isolar áreas com restrições de acesso.
Cerca Viva Além de auxiliar no isolamento de áreas com restrições de acesso, atua
também no isolamento visual e acústico, bem como na retenção de poeira e resíduos leves
carreados pelo vento. A vegetação utilizada para compor a cerca viva deve ter boa resistência
e adaptação ao clima e solo da região, além de ter porte suficiente para o isolamento visual da
área.
Nos aterros para municípios de pequeno porte a cerca viva apresenta como principal
finalidade o isolamento visual da frente de trabalho, tendo em vista que na operação destes
aterros não movimentação de tratores e equipamentos pesados para a geração de poeira e
ruídos.
Parâmetros de Análise
CERCA
CERCA VIVA
SIM
A área do aterro é cercada?
D
NÃO
I
mpede o acesso de pessoas e
animais
?
D
NÃO
F
SIM
SIM
Existe cerca viva?
D
NÃO
Situação da cerca?
Isola visualmente a
frente de trabalho
N
Isola parcialmente
a visão da frente
de trabalho
D
Não Isola
visualmente a frente
de trabalho
F
82
Placa de Identificação do Aterro
Definição e Importância
Instrumento contendo informações do aterro, como: nome, localidade a que pertence, e
órgão ou entidade responsável por sua construção e/ou operação. É interessante que contenha
também o nome do técnico responsável pela operação, porém não é uma prática comum em
placas de identificação de aterros.
A placa deve estar em local de fácil visualização, e ter tamanho adequado e letras
legíveis. A vegetação no entorno da placa deve ser mantida em altura que não impeça sua
visualização.
Parâmetros de Análise
Portaria
Definição e Importância
Na portaria deve ser efetuado o controle da entrada de pessoas e veículos, bem como dos
resíduos a serem aterrados e pesagem de resíduos no caso da existência de balanças
(CETESB, 1997).
Em aterros onde o risco de invasões e atividades clandestinas de catação é inexistente,
não é necessário manter um funcionário permanentemente na portaria, porém o portão deve
ficar fechado com cadeado e a chave sob responsabilidade de um dos operários ou motoristas
do veículo coletor (CETESB, 1997).
Parâmetros de Análise
Existe Placa?
Sim, visível e legível
Não tem placa de
identificação
D
D
Sim, mas não está visível ou está
ilegí
vel
F
É obrigatória a identificação de veículos e
pedestres na entrada do aterro?
SIM
D
NÃO
F
83
Presença de Catadores
Definição e Importância
Pessoas que vivem da catação de materiais descartados, que apresentem potencial de
serem reutilizados ou comercializados para reciclagem, a exemplo de restos de alimentos,
móveis, metais, plástico, sucatas, dentre outros.
A presença de catadores pode retratar o nível de pobreza em que se encontra uma
determinada região. Para a população excluída, sem oportunidades de emprego, a catação de
resíduos é uma alternativa de renda.
A atividade desordenada de catadores na frente de trabalho pode gerar acidentes e
problemas operacionais, além de impactar negativamente a saúde destas pessoas que se
expõem ao contato direto com os resíduos.
Por outro lado a atividade de selecionar materiais descartados que possam ser
reutilizados ou reciclados representa ganho ambiental tendo em vista que esta ação reduz a
quantidade de resíduo a ser aterrado, bem como, a de recursos naturais demandados para
confecção de novos produtos, além de gerar renda para as pessoas que desempenham esta
atividade. Contudo, faz-se necessário ordenar e valorizar esta atividade por meio da criação de
cooperativas de catadores, ferramenta importante para a inclusão social, e investimento em
educação ambiental, para resgatar a importância da atividade enquanto agentes do meio
ambiente.
Parâmetros de Análise
Existem catadores na frente de trabalho?
O
D
SIM
F
84
Presença de Animais
Definição e Importância
A presença de animais, como cavalo, boi, porco, cachorro, gato e aves, na área do aterro
pode provocar acidentes e problemas operacionais, além de impactar negativamente a saúde
destes animais pela exposição direta aos resíduos, bem como das pessoas que convivem com
esses animais ou consomem sua carne. O adequado isolamento da área e a conscientização
dos criadores dos animais, quanto à importância ambiental e sanitária deste isolamento, são
importantes para a solução deste problema.
Parâmetros de Análise
f) Instalações de Apoio
Sanitário - Vestiário
Definição e Importância
A atividade de operador de aterros de RSU requer cuidados especiais quanto à higiene,
em especial aterros operados manualmente. Desta maneira, os aterros de RSU devem ser
equipados com sanitários para a higiene e necessidades fisiológicas dos operadores, além de
proporcionar privacidade para trocar o vestuário pessoal pelo uniforme de serviço. O sanitário
deve estar em condições de uso, com água disponível em quantidade e qualidade.
Parâmetros de Análise
Existem animais na área do aterro?
NÃO
D
SIM
F
Existe vestiário/sanitário?
Sim, fora de uso por dano ou por falta de água
Sim, em condições de uso
D
D
Não tem sanitário/vestiário
F
85
Área Administrativa
Definição e Importância
Estrutura predial destinada ao desenvolvimento de atividades de caráter administrativo,
a exemplo da anotação e arquivamento de quantidade de resíduos recebidos.
As atividades realizadas em um aterro exigem a presença de um coordenador técnico e
seus colaboradores, que devem ter disponível uma edificação, em bom estado de conservação,
e que possa ser utilizada, também, como abrigo em períodos de chuva.
Parâmetros de Análise
g) Capacitação Técnica
Treinamento dos Funcionários
Definição e Importância
O treinamento dos funcionários tem por finalidade capacitá-los para a adequada
operação e manutenção do aterro. Deve ser realizado periodicamente, abordando aspectos
operacionais, de higiene e segurança do trabalho, procedimentos de emergência e educação
ambiental.
A eficiência do treinamento pode ser avaliada, observando as mudanças
comportamentais e melhorias operacionais alcançadas. Quando o treinamento não obtiver o
resultado esperado, deve-se reavaliar o projeto pedagógico, buscando adequá-lo à realidade
dos funcionários.
Parâmetros de Análise
Existe área administrativa?
Sim, em péssimo estado, abandonado ou fora de uso
Sim, em condições de uso
D
Não tem área administrativa
F
D
Os funcionários foram treinados e capacitados?
SIM
D
NÃO
F
86
Uso de EPI
Definição e Importância
O uso dos Equipamentos de Proteção Individual EPI em aterros de resíduos deve ser
obrigatório e adequado às atividades desenvolvidas (calça comprida e camisa com manga, no
mínimo de tamanho ¾, de tecido resistente, botas impermeáveis e resistentes, luva
impermeável e máscara), com o intuito de minimizar a ocorrência de acidentes e os riscos de
contaminação.
É importante observar que os EPI devem ser repostos quando o seu estado de
conservação não estiver adequado à sua finalidade de uso.
Parâmetros de Análise
Programa de Inspeção e Manutenção
Definição e Importância
A sustentabilidade do aterro está diretamente ligada à capacidade de sua manutenção
pela Prefeitura ou entidade responsável em condições propícias à sua operação, sem
comprometer sua vida útil, nem a qualidade do ambiente em seu entorno. Para isso é
recomendável a elaboração e implementação de um plano ou programa de inspeção e
manutenção contínua nos componentes.
Este programa tem como objetivo principal identificar a necessidade de manutenção dos
diversos componentes do aterro, como vias internas, sistemas de drenagem, cerca de
isolamento da área (mecânica e viva), garantindo seu funcionamento e integralidade ao longo
do tempo.
Outro aspecto positivo quanto à existência deste procedimento é a redução de recursos
financeiros na manutenção do aterro, pois a tomada de ações preventivas reduz a necessidade
de horas trabalhadas dos funcionários, materiais e equipamentos utilizados na recuperação dos
componentes danificados do aterro.
Os funcionários usam EPI?
SIM
D
NÃO
F
87
Parâmetros de Análise
5.5.4 Variável de Ação – Controle Tecnológico
h) Controle de Resíduos/ Frente de Trabalho
Controle de RSU (por peso ou por volume)
Definição e Importância
Controlar a quantidade de resíduos encaminhada ao aterro tem como objetivos:
acompanhar a geração de resíduos ao longo tempo e comparar a vida útil estimada em projeto
com a projeção por meio dos dados gerados no aterro.
O controle da quantidade de resíduos pode ser realizado por peso, com a utilização de
balanças rodoviárias, ou indiretamente, por volume, anotando-se a quantidade de caminhões
(ou número de viagens) que entraram no aterro e o volume ocupado pelos resíduos nestes
caminhões.
A aquisição e manutenção de balança rodoviária em um aterro não são viáveis para a
grande maioria dos municípios brasileiros de pequeno porte. Uma alternativa para estes
municípios é a utilização de balanças de fiscalização de rodovias estaduais e/ou federais. Esta
pesagem pode ter caráter amostral, sendo realizada trimestralmente, por pelo menos 7 dias
seguidos para garantir representatividade (LANGE, SIMÕES e FERREIRA, 2003).
O controle da quantidade de resíduo por volume pode ser realizado como indica o
quadro 07. Para utilizar este quadro é necessário conhecer o volume destinado ao transporte
de resíduo do veículo, se o veículo está totalmente cheio (1,0), ou parcialmente cheio, pela
metade (0,5), e a densidade do resíduo sem compactação, para veículos que transportam
resíduos sólidos soltos, comum em municípios de pequeno porte. O peso em tonelada é obtido
pela expressão 03.
SIM
D
NÃO
F
Existe programa de inspeção e manutenção
com bons resultados à operação?
88
Quadro 7: Exemplo de controle da quantidade de resíduos recebidos diariamente em um AS.
dia 07/12/2006
Veículo
Capacidade
máxima do
veículo (m³)
Fração de
volume ocupado
pelos resíduos
Densidade média
dos RSU (t/m³)
Peso (t)
Caçamba 5 Cheia (1,0) 0,25 1,25
Caçamba 5 Metade (0,5) 0,25 0,63
Caçamba 5 Cheia (1,0) 0,25 1,25
F. 4.000 4 Metade (0,5) 0,25 0,50
Total
3,63
Os dados obtidos no controle dos resíduos devem ser anotados para gerar um banco de
dados permitindo ao município o acompanhamento da quantidade de resíduos gerada e
disposta ao longo do tempo, bem como servir de base para fiscalização dos serviços em casos
de terceirização do serviço de coleta e transporte.
Parâmetros de Análise
Peso (t) = Capacidade máxima x Fração de volume ocupado x Densidade média
do veículo (m³) pelos resíduos no veículo dos RSU (t/m³)
de transporte
Expressão 03: Cálculo estimado da quantidade de resíduos encaminhados ao aterro.
SIM
Existe registro de
controle de pesagem
?
D
NÃO
F
Por balança,
em operação
Por balança,
embora esteja
fora de
operação
D
Não existe controle
Relacionando ao
volume ocupado
no veículo
D
Como é feito o controle?
89
Controle do Tipo de RSU
Definição e Importância
Os aterros de resíduos sólidos em municípios de pequeno porte devem receber apenas
resíduos sólidos urbanos - RSU, e caso este disponham de valas especiais, podem receber
também os resíduos sólidos de serviços de saúde RSSS.
Usualmente os RSU são compostos por resíduos: domiciliares, comerciais, de pequenas
indústrias localizadas no espaço urbano, que não sejam potencialmente poluidoras, e por
resíduos da varrição e capinagem de vias públicas.
É indesejável nestes aterros a disposição de resíduos da construção e demolição – RCD,
podas e jardinagens, resíduos industriais e resíduos de grande volume que não sejam
recolhidos pelo veículo da coleta regular. Resíduos como carcaças de animais mortos devem
ter outro destino.
O controle dos resíduos que adentram no aterro deve ser realizado pelo
acompanhamento e observação da descarga dos veículos de transporte (veículo de RSU da
prefeitura ou prestadora de serviço), observando-se os resíduos descarregados na frente de
trabalho. O acompanhamento do tipo de resíduo disposto deve ser registrado com a finalidade
de manter um inventário dos resíduos no aterro (BN, 1999). O inventário se mostra como uma
ferramenta importante para o acompanhamento do desempenho do aterro.
Parâmetros de Análise
Existe controle do tipo de resíduo?
Sim,
identifica, mas não registra.
Sim, identifica e registra
N
D
Não controla
F
90
Disposição com os Resíduos Sólidos de Serviços de Saúde
Definição e Importância
São considerados resíduos sólidos de serviços de saúde - RSSS aqueles originados pelos
prestadores de assistência médica, odontológica, laboratorial, farmacêutica, instituições de
ensino e pesquisa médica, relacionando tanto a população humana quanto veterinária, que por
apresentar características físicas, como os perfuro cortantes, químicas, e biológicas, capazes
de causar doenças ou infecções, demandam cuidados especiais em todas as etapas do sistema
de limpeza urbana (BERTUSSI FILHO, 1997 apud BIDONE et al., 2001).
A disposição dos RSSS em aterros de resíduos deve ser realizada em valas especiais
(sépticas), separadas dos RSU, observando os procedimentos e cuidados diferenciados para
em seu gerenciamento.
Nos municípios de pequeno porte, onde os aterros são operados manualmente, estes
resíduos representam maior risco à saúde dos operadores, tendo em vista maior exposição
destes aos resíduos.
As valas sépticas constituem uma solução alternativa para a disposição de pequenas
quantidades destes resíduos, devendo ser construída com instrumentos de controle ambiental,
como por exemplo, impermeabilização de base e cobertura dos resíduos.
Em AS algumas alternativas mais simples podem ser concebidas para a disposição dos
RSSS. Por exemplo a construção da vala em tubos de concreto de 700mm a 1.0000mm.
Contudo, faz-se necessário que as juntas entre tubos sejam bem vedadas, bem como a base,
que estará em contato com o terreno natural. Esta alternativa só é viável porque, normalmente,
a geração de RSSS em municípios com população até 30.000 habitantes é baixa.
Parâmetros de Análise
Os RSSS são dispostos em valas especiais?
SIM
D
NÃO
F
91
Compactação dos Resíduos
Definição e Importância
Processo manual ou mecânico de redução do volume de resíduos dispostos no aterro.
Em aterros para municípios de pequeno porte os equipamentos utilizados para compactação
podem ser alternativos e de fácil reposição, a exemplo de rolos manuais fabricados com tonéis
metálicos, ou soquetes de madeira e concreto, contudo a energia de compactação destes
equipamentos pode ser considerada baixa (LANGE, SIMÕES e FERREIRA, 2003).
A sobreposição de camadas de resíduos na vala também auxilia no adensamento dos
resíduos aterrados.
A compactação dos resíduos nas valas apresenta como principais benefícios: a) redução
do volume dos resíduos, refletindo na melhor utilização do espaço e aumento da vida útil do
aterro; e b) contribuição para a redução do volume de lixiviados gerado.
Parâmetros de Análise
Cobertura Diária
Definição e Importância
A cobertura diária dos resíduos aterrados é realizada ao final de cada jornada de
trabalho, tendo por objetivo evitar a emanação de odores, reduzir a infiltração de águas na
ocorrência de chuvas, e isolar os resíduos de vetores de doenças, como ratos, insetos, urubus e
garças.
A cobertura intermediária faz-se necessária naqueles locais onde a superfície de
disposição ficainativa por período prolongado, por exemplo, a conclusão de um patamar
para início do seguinte (GOMES e MARTINS, 2003).
A cobertura diária dos resíduos pode ser realizada em solo, com espessura variando de
10 a 20cm, ou com material alternativo, como mantas sintéticas utilizadas para cobertura de
caminhões de carga, como ilustra a figura 10.
Os resíduos são compactados nas valas?
O
SIM
D
F
92
Entende-se como cobertura eficiente aquela capaz de isolar toda a frente de trabalho,
sendo capaz de impedir a entrada de água em períodos de chuva, o acesso de vetores de
doenças, como mencionado anteriormente, e a dispersão de odores.
Figura 10: Cobertura dos RSU com manta plástica.
AS: Baixios/ Palame. Vista superior
Parâmetros de Análise
Realiza cobertura diária dos resíduos?
Sim, com solo ou manta recobrindo
toda a frente de trabalho
N
D
F
Sim, com solo ou manta recobrindo
parcialmente a frente de trabalho
Não é realizada cobertura diária
93
Dispersão de Resíduos
Definição e Importância
Resíduos carreados pelo vento e espalhados na área do aterro. A dispersão de resíduos
pode ser causada por deposição em local inadequado na área do aterro, longe da vala em
operação.
O descarregamento de resíduos em local inadequado impacta negativamente a operação
de qualquer aterro, principalmente os manuais, pois, devido à ausência de tratores para
transferência destes resíduos à frente de trabalho, estes resíduos são transportados com
ferramentas manuais, como pá e carro de mão, dificultando a operação.
Resíduos como sacos plásticos, papéis e embalagens leves que são facilmente
espalhadas pelo vento devem ser recolhidos para evitar o aspecto visual desagradável do
aterro.
Cabe observar que materiais separados pela triagem dos resíduos, agrupados em local
específico, mesmo que não seja em um galpão ou estrutura construída, tendo por finalidade
seu armazenamento para posterior reaproveitamento ou comercialização para reciclagem não
devem ser considerados resíduos dispersos. Recomenda-se, porém, que estes resíduos, após
triados e agrupados, devem ser armazenados em locais protegido do vento, para evitar que
sejam carreados.
Parâmetros de Análise
NÃO
D
SIM
F
Existem resíduos dispersos na área do
aterro?
94
i) Monitorização
Monitorização do Aquífero
Definição e Importância
A monitorização de águas subterrâneas tem por finalidade identificar a influência do
aterro na qualidade original da água do manancial, por meio da análise e avaliação periódica
de indicadores de qualidade de água, de acordo com programas de monitorização
estabelecidos.
Recomenda-se a implantação de um conjunto de pelo menos quatro poços de
monitorização, sendo um poço a montante, e três a jusante.
Os poços de jusante devem ser posicionados transversalmente ao sentido preferencial do
fluxo subterrâneo, distribuindo-se ao longo da possível pluma de contaminação e próximos à
área de disposição, para que seja possível identificar a contaminação o mais breve possível
(ABNT, 1997a).
A água parada do poço pode não ser representativa da qualidade da água do entorno,
portanto, as amostragens devem ser realizadas posteriormente ao esgotamento do poço,
aguardando a recuperação do nível estático, garantindo assim a representatividade da amostra
(ABNT, 1997a). O esgotamento do poço e a coleta de amostras podem ser realizados com a
utilização de garrafas coletoras (bailers), contudo, em casos especiais o OCA poderá
determinar a utilização de equipamento de bombeamento de água (PESSIN, SILVA e
PANAROTO, 2003). A figura 11 apresenta uma garrafa coletora de amostras em poços
tubulares.
Figura 11.
Coletor de amostras de águas do subsolo em poços de monitorização.
Fonte: PESSIN, SILVA e PANAROTO, 2003.
95
Os parâmetros a serem analisados devem estar em conformidade com a legislação
vigente e com o estabelecido pelo órgão de controle ambiental. Para águas subterrâneas a
qualidade de referência é definida pelas amostras da água do poço de monitorização à
montante, que deve ser comparada com os parâmetros de águas de superfície classe 2,
definida pela Resolução CONAMA 357/2005 (BRASIL, 2005a), e/ou com padrões de
potabilidade de águas de abastecimento, definidos pela Portaria MS 518/2004 (BRASIL,
2004).
Os parâmetros frequentemente solicitados pelos órgãos de controle ambiental para
amostra e avaliação são: pH, dureza, sólidos sedimentáveis, DQO, ferro, manganês, zinco e
coliformes (PESSIN, SILVA e PANAROTO, 2003). A freqüência da amostragem também
deve ser indicada pelo OCA, podendo este dispensar a monitorozação em casos especiais
(ABNT, 1997b).
Parâmetros de Análise
Existem poços de
monitorização?
Não existem; estão
danificados; ou existem
menos de quatro poços
D
Monitorização
não se aplica,
conforme acordo
com o OCA
Sim, um a
montante e
três a jusante
F
São realizadas análises
periódicas?
Sim, o laudo técnico é avaliado
D
F
Sim, mas o laudo técnico não é
avaliado
Não vêm sendo realizadas análises
D
Os poços não apresentaram água
F
96
Monitorização de Águas de superfície
Definição e Importância
A monitorização das águas superficiais tem por finalidade avaliar a interferência do
aterro na qualidade da água do manancial. É justificado quando diagnosticada a presença de
afloramentos de águas do subsolo ou na presença de rios, córregos, represas e lagos na área de
influência direta do aterro (PESSIN, SILVA e PANAROTO, 2003).
Quando o manancial de superfície é utilizado como corpo receptor torna-se necessário o
monitorização da qualidade de suas águas. Devem ser pelo menos dois os pontos de
amostragem, o primeiro a 100m à montante do lançamento, e o segundo a 50m à jusante do
lançamento, sendo desta maneira possível avaliar a influência do aterro na qualidade da água
por meio da comparação de resultados das amostras (PESSIN, SILVA e PANAROTO, 2003).
A periodicidade de análises e os parâmetros a serem analisados devem estar em
conformidade com o estabelecido pelo OCA, que normalmente exige o atendimento aos
padrões de lançamento estabelecidos pela Resolução do CONAMA nº 357/05 (BRASIL,
2005a).
Para os aterros que não apresentam mananciais de superfície à uma distância inferior a
200m este item de avaliação não se aplica, assim como aqueles em que o OCA tenha
dispensado a monitorização.
Parâmetros de Análise
As águas superficiais são
monitorizadas?
Sim, e avalia o resultado do laudo
técnico
D
F
Sim, mas não avalia o resultado do
laudo técnic
o
Não vêm sendo realizadas análises
D
Monitorizadas não se aplica
F
97
Intensidade de Odor
Definição e Importância
A emanação de odores em aterro de resíduos é originada pela geração de gases oriundos
das reações de decomposição anaeróbia da massa de resíduo. Nestas condições, são gerados
ácidos orgânicos como gás sulfídrico (H
2
S), amônia (NH
3
) e mercaptanas, os quais emitem
odores intensos, e quando não são controlados podem ser motivo de reclamações da
vizinhança, influenciando negativamente na aceitação desta tecnologia pela comunidade local.
A emissão descontrolada destes gases ocorre por advecção e por difusão pela camada de
cobertura do aterro ou pela frente de trabalho. Desta maneira, o odor gerado no aterro é um
indicativo da qualidade da operação do mesmo. Por se tratar de um indicador com análise
subjetiva, foi adotada como critério de análise a existência de reclamações ou conflitos com a
comunidade.
Parâmetros de Análise
Presença de Vetores
Definição e Importância
Organismos vivos tais como roedores, insetos e aves podem veicular doenças ao
homem.
O resíduo sólido é fonte de alimento e abrigo para diversos organismos vivos. Muitos
vetores são atraídos pelo ambiente favorável a sua proliferação, como exemplo os lixões a céu
aberto e os aterros controlados e sanitários, quando mal operados. Os vetores de maior
interesse sanitário são os insetos e roedores.
Os roedores podem transmitir doenças como: peste bubônica, leptospirose, salmonelose
e hantavirus. Os insetos mais comuns relacionados a resíduos são moscas, mosquitos, pulgas e
baratas. Dentre as doenças transmitidas pelos referidos insetos, destacam-se: febre tifóide e
diarréias infecciosas, peste bubônica, leishmaniose, febre amarela, tifo murino, malária,
filariose e dengue.
A grande quantidade de matéria orgânica em decomposição contida nos resíduos pode
atrair aves como urubus e garças. A presença destas aves em larga escala é um indicador de
O od
or na vala é motivo de queixas?
O
SIM
D
F
98
que a cobertura diária não vem sendo realizada com periodicidade mínima, ou de maneira
adequada.
Parâmetros de Análise
Inspeção no Solo
Definição e Importância
A inspeção no solo é uma ação de monitorização que visa a prevenir ou minimizar os
danos causados por erosão, recalque (depressão) e fissura que possam comprometer a
qualidade de operação, ou integridade do sistema.
O maior responsável pela erosão em aterros é o escoamento de águas superficiais sobre
o solo, podendo ter sua ação mais pronunciada sobre os taludes das valas abertas, ainda sem
resíduos. A camada de cobertura final também sofre os efeitos da erosão do solo,
principalmente, quando não possui cobertura vegetal (MAGALHÃES et al., 2005).
Dada a baixa ou inexistente energia de compactação dos resíduos o recalque nas valas
de aterros operados manualmente tende a ser mais acentuado. Os fatores que mais contribuem
para o recalque é a redução de volume dos resíduos, conseqüência da decomposição da
matéria orgânica presente nos resíduos e o acomodamento do maciço ao longo do tempo.
A decomposição acelerada da matéria orgânica aterrada tem como impacto positivo a
redução do período de atividade do aterro, por outro lado, tem-se como impacto negativo o
recalque provocado por esta redução de volume, causando depressões e fissuras na camada de
cobertura, aumentando o potencial de infiltração de águas de chuva (figura 12).
A erosão sobre os taludes das valas abertas também precisa ser evitada, pois, além da
desconfiguração da vala, o solo carreado ocupa o espaço destinado ao aterramento dos RSU.
Como alternativa para controlar o processo erosivo nos taludes das valas o Manual de
Operação da CONDER sugere a utilização de sacos preenchidos com solo natural (BAHIA,
2004).
A figura 13 ilustra o processo de ruptura nos taludes das valas no Aterro Sanitário
Simplificado de Baixios-Palame, Município de Esplanada-BA.
A presença de vetores dificulta a operação ou é
motivo de qu
eixas?
NÃO
SIM
D
F
99
Parâmetros de Análise
Recalque sobre a vala encerrada
Fissura na vala encerrada
Recalque sobre a vala encerrada
Fissura na vala encerrada
Recalque sobre a vala encerrada
Fissura na vala encerrada
Recalque sobre a vala encerradaRecalque sobre a vala encerrada
Fissura na vala encerradaFissura na vala encerrada
Figura12: Recalque e fissuras sobre a camada de cobertura do aterro das
localidades de Aporá-BA
Figura13: Ruptura nos taludes da vala 03 do Aterro Simplificado das
localidades de Baixios-Palame, Esplanada-BA.
Existe erosão, depressão ou fissura
nas valas?
Sim, na cobertura das valas.
Sim, nos taludes das valas abertas
D
Não
F
D
100
j) Encerramento
Cobertura Final/ Cobertura Vegetal
Definição e Importância
A cobertura final faz parte do encerramento das valas, tendo por objetivos: impedir o
acesso de vetores aos resíduos, controlar a emanação de gases para a atmosfera, reduzir a
infiltração de água de chuva e, por conseqüência, a formação de lixiviado, além de favorecer
o crescimento de gramíneas sobre a vala.
A cobertura final das valas deve ser, preferencialmente, realizada com solo areno-
argiloso com espessura mínima de 60cm, compactado em camadas de 15 a 20cm. Este solo é
mais indicado por apresentar menor retração na perda de umidade. Outra opção de material de
cobertura final é a combinação de solo com geomembranas, indicados para regiões com
elevado índice pluviométrico, ou local sem jazidas de solo com qualidade desejada nas
proximidades.
É recomendado o plantio de gramíneas sobre a camada de cobertura. Este procedimento
tem por objetivos contribuir para melhoria do aspecto visual do aterro, reduzir o carreamento
de partículas sólidas (poeira) proveniente da camada de cobertura, aumentar a capacidade de
evapotranspiração e prevenir a erosão do solo utilizado na cobertura final (MISGAV, PERL e
AVNIMELCH, 2001; MAGALHÃES et al., 2005). Deve-se optar por espécies encontradas
na região, por apresentar maior adaptação ao clima local.
A cobertura vegetal das valas de um aterro pode ser iniciada à medida que a cobertura
final for sendo executada, ou seja, com o avanço da frente de trabalho, como ilustra a figura
14.
Figura14: Corte da vala em execução.
Material de
cobertura diária
Cobertura Final
em Solo
Cobertura Vegetal
Solo Natural
101
Parâmetros de Análise
Cobertura
Final
Cobertura
Vegetal
Espessura da camada de cobertura
<60cm
D
60cm
F
Houve plantio e crescimento de vegetação sobre as
valas?
NÃO SIM
D
F
102
5.5.3 Variável de Ação – Plano de Uso Futuro
Monitorização Ambiental Após Encerramento do Aterro
Definição e Importância
A monitorização após o encerramento das atividades objetiva acompanhar a segurança
na preservação do meio ambiente no que tange a minimização dos riscos de contaminação e
acidentes.
Após o encerramento do aterro, a monitorização deve ser realizada por todo o período
de atividade do sistema, ou seja, até que seja constatada a minimização dos riscos de
contaminação das águas subterrâneas e superficiais, do recalque nas valas e redução do
potencial de poluição do lixiviado a padrões aceitáveis, estabelecidos pelo órgão ambiental
competente ou por normas pertinentes.
Parâmetros de Análise
k) Plano de Uso Futuro
Uso Futuro da Área do Aterro
Definição e Importância
O uso da área do aterro, após o seu encerramento deve ser previsto desde a fase de
projeto. Mesmo após o encerramento da operação do aterro a massa de resíduos aterrada pode
se manter ativa por duas ou três décadas (MISGAV, PERL e AVNIMELCH, 2001).
Quando o aterro encontra-se em local próximo a núcleos habitacionais a alternativa mais
utilizada é sua transformação em área de lazer, com equipamentos comunitários a exemplo de
praças esportivas, campos de futebol e áreas de convívio.
Não é recomendável a construção de edificações sobre áreas de aterros, devido a
problemas como a baixa capacidade de suporte do terreno e infiltração de gases para dentro de
tubulações de esgoto.
F
Foi prevista a cont
inuidade do monitoramento?
NÃO
SIM
D
103
Parâmetros de Análise
5.5.4 Variável de Ação – Integração ao GRSU
Integração com as demais componentes do GRSU
Definição e Importância
O Gerenciamento de Resíduos Sólidos Urbanos - GRSU deve ser realizado de maneira
integrada, reunindo um conjunto de ações descritas como: redução da geração de resíduos,
acondicionamento, segregação, coleta, reutilização ou reciclagem e disposição final de
resíduos, na tentativa de tornar o ciclo de materiais no meio urbano mais eficiente.
A implementação de sistema de coleta seletiva influencia diretamente na vida útil do
aterro, uma vez que estes materiais deixam de ser aterrados, passando a ser valorados,
perdendo sua condição de lixo, material sem utilidade, valor ou serventia. Além disso, a
separação de resíduos na fonte geradora reduz sua contaminação por outros materiais,
aumentando o potencial da reutilização e reciclagem, contribuindo, por sua vez, para reduzir a
quantidade de recursos naturais mobilizados para atender ao consumo da sociedade moderna.
A seleção de materiais para reutilização e reciclagem também pode ser realizada em
galpões de triagem, ou na frente de trabalho nos aterros de RSU. Contudo, esta última
alternativa não é desejável no que tange a tendência a sustentabilidade, tendo em vista o
elevado risco de acidente com o veículo de transporte, além do risco à saúde dos catadores.
Mesmo considerando-se que para a tendência à sustentabilidade, não gerar é
hierarquicamente mais desejável a redução e a reciclagem, neste item, o termo “redução” deve
ser entendido como minimização da quantidade encaminhada ao aterro, seja por minimizar a
geração, reutilizar ou reciclar.
Parâmetros de Análise
O plano define utilização da área após o
encerramento?
NÃO
SIM
D
F
O GRSU do município pratica alguma ação de
redução antes de encaminhar os resíduos ao aterro?
NÃO
D
SIM
F
104
5.6 Aplicação para Validação do Instrumento
Esta etapa consistiu na validação do instrumento por meio de sua aplicação em versão
impressa, e posterior utilização deste resultado para testar o funcionamento da lógica da
versão informatizada.
5.6.1 Aplicação do método AASAS em sua versão impressa
A versão impressa do AASAS foi aplicada tanto pelo usuário, em ambos os casos os
responsáveis pela operação do aterro, quanto por pesquisador do Grupo de Resíduos Sólidos
da UFBA (GRS-UFBA) em dois AS no Estado da Bahia. A tecnologia avaliada, os Aterros
Sanitários Simplificados, está sendo difundida pela CONDER em municípios de pequeno
porte baianos.
Os resultados das avaliações realizadas pelo pesquisador e pelo usuário apresentaram
uma pequena divergência. Em relação ao AS Baixios e Palame a avaliação realizada pelo
usuário obteve nota global da vertente técnico-ambiental 6,8, enquanto a avaliação realizada
pelo pesquisador o resultado global obtido foi 6,2. Ambos resultados globais de avaliação
conduziram à condição favorável, conforme critério definido no item 5.4 e apresentado pela
figura 4.
A diferença observada nos resultados de avaliação no aterro de Baixios e Palame se
concentraram nos indicadores: drenagem de lixiviado, e cobertura vegetal. Embora estas
componentes não existissem neste AS, o usuário respondeu como existentes, mesmo estando
claramente descrito nas fichas de caracterização à sua disposição para consulta ao que se
referia estes indicadores.
Também se verificou uma diferença mais significativa dos resultados das avaliações por
parte do pesquisador e do usuário na avaliação do AS de Aporá. Nesta avaliação os resultados
globais da vertente cnico-ambiental foram 7,5 por parte do usuário indicando uma condição
favorável de disposição final, e 6,1 por parte do pesquisador, que representa uma condição
neutra tendendo a favorável. As divergências ocorreram nas avaliações dos indicadores:
drenagem superficial, vestiário e sanitário, área administrativa, uso de EPI, programa de
inspeção e manutenção, cobertura diária e inspeção no solo (erosão, recalque e fissuras).
A divergência nas avaliações do ASS de Baixios e Palame é atribuída à falta de
conhecimento técnico por parte do responsável pelo aterro. Acredita-se que, de posse do
105
instrumento para posteriores consultas nas fichas de caracterização, o responsável pelo aterro
possa se familiarizar com os termos e definições para em futuras avaliações responder aos
questionamentos com maior firmeza.
Por outro lado, a divergência na avaliação do ASS de Aporá é atribuída a uma tendência
por parte do responsável pela operação daquele aterro em assinalar as condições favoráveis
para os indicadores de avaliação, mesmo que não correspondessem às condições de campo.
5.6.1.1 Avaliação da aplicação dos indicadores do instrumento
Em ambas aplicações do instrumento foram identificadas a necessidade de eliminar os
indicadores de avaliação Capacidade de Troca Catiônica (CTC) e Tratamento do biogás.
No que tange o CTC percebe-se que além de ser de difícil entendimento para os
usuários, sua inferência é bastante imprecisa, caso não seja realizada análise em laboratório.
Ademais, existe uma tendência dos solos argilosos a apresentarem elevada CTC, e isto é
avaliado no indicador impermeabilização de base, portanto, percebe-se sobreposição de
análise neste item.
o indicador tratamento do biogás, avaliado pelo questionamento da existência de
queimadores e de sua manutenção em operação, acredita-se, dada a pequena quantidade de
resíduos dispostos, associada a baixa ou inexistente energia de compactação dos resíduos e de
camada de cobertura, o biogás tenderá a se dispersar por vários pontos de fuga, tornando,
portanto, os queimadores componentes dispensáveis em AS. Por outro lado, a presença deste
indicador é atenuada pela flexibilidade do instrumento, já que é necessária a existência do
tratamento do biogás se houver geração do lixiviado.
Desta maneira, embora os indicadores CTC e tratamento do biogás tenham sido
mantidos pelo grupo de especialistas consultados e pelo grupo de pesquisa do GRS-UFBA, a
sua aplicação se mostrou desnecessária.
A flexibilidade do instrumento adequando o grau de exigência do sistema de proteção
ambiental às características da área e à geração ou não de lixiviado se mostrou satisfatória
para a avaliação de AS. A flexibilidade é observada, principalmente nos indicadores:
distância de núcleos habitacionais adequando às distancias mínimas e
máximas à realidade de municípios com população até 30.000 habitantes
considerando o custo relativo do transporte dos RSU;
vida útil do AS considerando favorável aterros que tenham sidos concebidos
para vida útil superior a 10 anos, enquanto a maioria dos equipamentos de
106
saneamento básico, incluindo aterros convencionais seriam favoráveis quando
apresentassem vida útil de 20 anos;
recuperação da área do antigo lixão – entendida como conjunto de ações mais
como aterramento dos resíduos dispostos e execução de sistemas de drenagem
de águas pluviais, de forma a reduzir custos;
impermeabilização de base uso de barreiras desde que necessárias com as
características do solo e profundidade do lençol freático;
drenagem e tratamento de lixiviado, drenagem e tratamento do biogás são
necessárias somente em AS onde a estimativa teórica de geração do lixiviado,
ou quando observadas em campo.
monitorização de águas subterrâneas e superficiais nestes indicadores de
avaliação existe a possibilidade de não monitorizar, em função das condições
expedidas quando do licenciamento ambiental ou das características locais, por
exemplo: poços de monitorização que não apresentaram água em sua
perfuração, ou mananciais de superfície com distância superior a 200m.
5.6.2 Versão informatizada
Os dados obtidos com a aplicação em versão impressa foram utilizados para testar a
versão informatizada.desenvolvida no âmbito do PROSAB. Contudo, dada à conclusão do
prazo da pesquisa e por falta de recursos financeiros para a contratação de serviços de um
técnico em linguagem computacional,as alterações não foram incluídas na versão
informatizada.
O instrumento na versão informatizada mostrou ser de fácil uso pelos pesquisadores, no
entanto o seu uso fica restrito a aquelas entidades e setores que possuem disponibilidade de
computador.
Outra diferença entre a versão impressa e a versão informatizada se refere ao conteúdo
das fichas de caracterização, que também foram aprimoradas na versão impressa após a
conclusão da última versão informatizada.
A versão impressa foi desenvolvida em linguagem de programação Microsoft Visual
Basic 6.0, e os dados são armazenados em banco de dados Access. Nas telas do programa são
apresentadas as respostas para cada indicador, sendo possível consultar as fichas de
caracterização por meio de um click sobre a pergunta que se está respondendo.
107
As figuras 15e 16 apresentam as interfaces da página de abertura do AASAS e da
primeira página da variável de ação Sistema de Apoio proposto.
Figura 15: Tela com a primeira página de perguntas referentes a variável de ação características da
área.
108
Figura 16: Tela com ficha de caracterização do indicador recuperação de área degradada.
109
6. CONCLUSÃO
Embora o termo sustentabilidade venha sendo bastante utilizado nas últimas décadas,
sua aplicação a sistemas de saneamento ambiental ainda se mostra inexpressiva. Instrumentos
que permitam avaliar a qualidade do equipamento e da prestação do serviço são importantes
para orientar a tomada de decisão e alocação de recursos públicos.
A análise de estruturas de saneamento ambiental expressa apenas em forma numérica
pouco contribui para seus gestores e operadores, tendo em vista que para estes é mais
interessante poder identificar os pontos ou aspectos frágeis, entendendo o seu significado.
Desta maneira, a matriz resumo, as fichas de caracterização e os fluxogramas de análise
podem auxiliar, pois possuem informações úteis para estes usuários.
O AASAS é um instrumento voltado à aplicação especificamente para AS, desta
maneira buscou-se indicadores de avaliação direcionados a estas tecnologias, diferenciando
dos métodos de avaliação de aterros sanitários convencionais.
Acredita-se também que o AASAS pode contribuir para a melhoria da técnica e
operação de AS, podendo ser aplicado também pelos responsáveis pelo AS, permitindo aos
mesmos compreender o questionamento dos avaliadores externos, sejam eles de órgãos
ambientais, Ministério blico, universidades, etc. As fichas de caracterização e os
fluxogramas de análise foram desenvolvidos no sentido de auxiliar no entendimento de cada
indicador de avaliação, fornecendo informações sobre técnicas construtivas e práticas
operacionais.
O formato de lista de perguntas objetivas do AASAS reduz a subjetividade na avaliação,
evitando-se respostas imprecisas ou subjetivas do tipo “bom ou ruim”.
A maior flexibilidade dos parâmetros de referência adotados se mostra importante para
avaliar AS, pois tendem a representar de maneira mais coerente a realidade da área do AS em
termos de localização, características ambientais e operacionais.
Foi identificado durante a elaboração do instrumento que os resultados de avaliações
podem variar para o mesmo AS em diferentes estações do ano, mesmo sendo mantidas rotinas
operacionais. Esta variação é eminente para qualquer método de avaliação, sendo os
indicadores de avaliação que mais contribuem para esta variação são: condições das vias de
acesso, condições das vias internas, drenagem de lixiviado e tratamento de lixiviado. Estes
itens tendem a ter avaliações desfavoráveis ou neutras em estações chuvosas.
110
Espera-se que a aplicação periódica da ferramenta desenvolvida para análise e avaliação
de aterros simplificados possibilite identificar fragilidades construtivas ou operacionais, por
ventura existentes, auxiliando no processo de tomada de ações preventivas e corretivas mais
adequadas à realidade de cada município.
O instrumento proposto apresenta alguns pontos que podem ser explorados para
melhoria e aprofundamento em novas pesquisas, que são:
o instrumento não relaciona diretamente a pluviosidade e balanço hídrico da
região às exigências do sistema de proteção ambiental;
é importante que o GRS/ UFBA continue aplicando o instrumento para avaliar a
coerência dos resultados, assim como dos pesos de cada indicador, e caso
necessário, que seja realizada nova consulta a um grupo maior de especialistas
para obter novos pesos.
111
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117
APÊNDICE A
LISTA DE PERGUNTAS
118
LISTA DE PERGUNTAS REFERENTES AOS GRUPOS DE
INDICADORES
CARACTERÍSTICAS DA ÁREA
ESCOLHA DE ÁREA
PERGUNTA 1. Permeabilidade do solo
Qual a permeabilidade do solo na área escolhida para o aterro?
(
D
) - Maior que 1x 10
-5
cm/s.
(
N
) - Maior que 1x10
-6
cm/s ou menor ou igual a 1x 10
-5
cm/s.
(
F
) - Menor ou igual a 1x10
-6
cm/s.
PERGUNTA 2. Profundidade do aqüífero subterrâneo
Qual a profundidade das águas subterrâneas? Considerar a profundidade contando a partir do
fundo da vala.
(
F
) - Profundidade maior ou igual a 2,00m.
(
N
) - Profundidade maior que 1,50m, ou menor que 2,00m.
(
D
) - Profundidade menor ou igual a 1,50m.
PERGUNTA 3. Declividade do terreno
Qual a declividade do terreno na área escolhida?
(
F
) - Declividade menor ou igual a 10%.
(
N
) - Maior que 10%, ou menor que 20%.
(
D
) - Maior que 20%.
PERGUNTA 4. Disponibilidade de material de cobertura
Qual a espessura de solo disponível para material de cobertura?
(
D
) - Espessura menor que 1m.
(
N
) - Espessura maior ou igual a 1m, ou menor ou igual a 2m.
(
F
) - Espessura maior que 2m.
PERGUNTA 5. Distância das águas de superfície
Qual a distância das águas de superfície?
(
D
) - Menor que 200m.
(
F
) - Maior ou igual a 200m.
119
PERGUNTA 6. Capacidade de Troca Catiônica (CTC)
a) A CTC do solo é conhecida por meio de análise de laboratório?
( ) - SIM (responder letra b).
( ) - NÃO (responder letras c, d).
b) Qual a capacidade de troca catiônica do solo?
(
D
) - CTC menor que 5 meq/100g.
(
N
) - Maior ou igual a 5 ou menor que 15 meq/100g.
(
F
) - Maior ou igual a 15 meq/100g.
c) Qual a textura do solo?
( ) - Solo com grãos finos (responder letra d).
(
D
) - Solo com grãos grossos.
d) Verifique em qual alternativa se enquadra a classe de solo da região.
(
D
) - Neosolo, Cambissolo, Argissolo, Nitossolo, Latossolo, Espodossolo, Plintossolo,
Gleissolo, ou Organossolo.
(
F
) - Vertisolo; Chernosolo; Luvissolo; Planossolo.
PERGUNTA 7. Distância de Núcleos Habitacionais
Indique a que distância o aterro está do núcleo habitacional mais próximo.
(
D
) - Menor ou igual a 500m, ou maior que 5000m.
(
N
) - Maior que 500m, e menor que 1000m.
(
F
) - Maior ou igual a 1000m, e menor ou igual a 5000m.
PERGUNTA 8. Conservação de Vias de Acesso
Qual o estado de conservação das vias de acesso ao aterro?
(
D
) - A quantidade de buracos dificulta o trânsito de veículos.
(
D
) - Em períodos chuvosos, os veículos atolam.
(
F
) - Em bom estado de conservação, sem dificuldade para o trânsito de veículos.
PERGUNTA 9. Vida útil
Qual a vida útil do aterro?
(
F
) – Maior que 10 anos.
(
N
) - 5 anos.
(
D
) - Menor que 5 anos.
120
PERGUNTA 10. Uso dos Corpos D’água
Qual o tipo de uso das águas de superfície e subterrâneas nas proximidades do aterro?
(
D
) - Para abastecimento humano e/ou dessedentação animal e/ou irrigação.
(
N
) - Recreação, sem contato primário.
(
F
) - Não é utilizado para consumo humano ou outros usos nas proximidades do
aterro.
ASPECTOS LEGAIS
PERGUNTA 11. Adequação ao zoneamento urbano
A área para o aterro está na região prevista para expansão urbana?
(
D
) – SIM.
(
F
) – NÃO.
PERGUNTA 12. Titularidade da área
a) A área pertence a prefeitura?
(
F
) – SIM.
( ) - NÃO (Responder letra b).
b) Apresenta atividade produtiva, é área habitacional ou é de especial interesse ambiental?
(
D
) – SIM.
(
F
) – NÃO.
PERGUNTA 13. Licenciamento Ambiental
O órgão ambiental expediu a licença para o aterro?
(
F
) – SIM.
(
D
) – NÃO.
PERGUNTA 14. Recuperação de área degradada por antigos lixões
A área do antigo lixão foi recuperada?
(
F
) – SIM.
(
F
) – NÃO EXISTIA LIXÃO NO MUNICÍPIO.
(
D
) – NÃO.
121
VIAS INTERNAS
PERGUNTA 15. Estado de conservação das vias internas
Qual o estado de conservação das vias internas do aterro?
(
F
) - Bom estado, permitindo a circulação dos veículos.
(
D
) - Mau estado, com a presença de buracos e/ou erosões, impedindo a boa
circulação dos veículos.
SISTEMAS DE PROTEÇÃO
PERGUNTA 16. Impermeabilização de base
a) Existe impermeabilização de base?
( ) - SIM (responder letras b,c,d).
(N)
( ) - NÃO
(D)
b) Qual é o tipo de impermeabilização?
( ) - Solo compactado (Responder letras c).
( ) - Manta sintética (Responder letras e).
( ) - Solo compactado e Manta sintética.(Responder letras c), d) e verificar a
combinação de resultados no Quadro 01, depois responder letras e), f), g) e
verificar a combinação de resultados das alternativas marcadas no Quadro 02, e
por fim analisar a combinação de respostas do Quadro 01 e 02 no Quadro 03
para marcar a resposta da Questão 16).
Se as perguntas nº 1 e 2, permeabilidade e
profundidade do aquífero subterrâneo,
respectivamente, forem Favoráveis (F) e (F)
Se as Perguntas nº 1 e 2, permeabilidade e
Profundidade do aquífero subterrâneo
respectivamente forem Desfavoráveis (D) ou
Neutras (N).
122
c) A camada de solo, após compactação, apresenta espessura mínima de 60cm?
(
F
)
-
SIM (responder letra d).
(
N
)
( ) - NÃO
(
D
)
d)
O solo que compõe a camada de impermeabilização apresenta permeabilidade menor ou
igual a 1 x 10
-6
cm/s?
(
F
)
-
SIM (verificar combinação das respostas c) e d) no Quadro 01).
(
N
)
( ) - NÃO
(
D
)
Quadro 01:
RESULTADO A SER MARCADO NA MATRIZ DE RESULTADO PARA
IMPERMEABILIZAÇÃO EM SOLO (PARA QUEM RESPONDEU LETRAS c) , d) ).
COMBINAÇÕES RESULTADO
Letra c) = F, letra d) = F
F
Letra c) = F, letra d) = N
N
Letra c) = N, letra d) = N
N
Letra c) = N, letra d) = F
N
Letra c) = F, letra d) = D
D
Letra c) = D, letra d) = F
D
Letra c) = D, letra d) = N
D
Se as questões número 1 e 2, permeabilidade
e profundidade do aquífero subterrâneo,
respectivamente, forem Favoráveis (
F
)
Se as questões número 1 e 2, permeabilidade
e profundidade do aquífero subterrâneo,
respectivamente, forem Desfavoráveis (
D
)
ou Neutras (
N
).
Se as questões número 1 e 2, permeabilidade e
profundidade do aquífero subterrâneo,
respectivamente, forem Favoráveis (
F
) e (
F
).
Se as questões número 1 e 2, permeabilidade e
profundidade do aquífero subterrâneo,
respectivamente, forem Desfavoráveis (
D
) ou
Neutras (
N
).
123
e)
Marque dentre as alternativas abaixo a espessura da manta sintética utilizada?
(
F
)
-
Manta sintética com espessura maior ou igual a 1,5mm (responder letra “f ”)
(D) -
Manta sintética com espessura menor que 1,5mm
(
responder letra “f ”)
f)
Existe camada de proteção da manta sintética na vala?
(F) - SIM (
responder letra “g”)
(D) - NÃO (
responder letra “g”)
g)
Existem pontos de fuga (furos, fissuras ou rasgos) na manta sintética?
(D) - SIM (
verificar combinação das respostas e), f) e g) no Quadro 02
).
(F) - NÃO (verificar
combinação das respostas e), f) e g) no Quadro 02
).
Quadro 02:
RESULTADO A SER MARCADO NA MATRIZ DE RESULTADO PARA
IMPERMEABILIZAÇÃO EM MANTA SISTÉTICA (PARA QUEM RESPONDEU
LETRAS e), f), g).
COMBINAÇÕES PARA AS ALTERNATIVAS
(E,F e G)
RESULTADO
Letra e) = F, letra f) = F, letra g) = F
F
Letra e) = F, letra f) = F, letra g) = D
D
Letra e) = F, letra f) = D, letra g) = F
N
Letra e) = D, letra f) = F, letra g) = F
N
Letra e) = D, letra f) = D, letra g) = F
D
Letra e) = D, letra f) = D, letra g) = D
D
124
Quadro 03:
RESULTADO A SER MARCADO NA MATRIZ DE RESULTADO PARA
IMPERMEABILIZAÇÃO EM SOLO E MANTA SISTÉTICA EM CONJUNTO (PARA
QUEM RESPONDEU LETRAS c), d), e), f), g).
PERGUNTA 17. Sistema de Drenagem Águas Pluviais
a) Existe sistema de Drenagem de águas pluviais?
( ) - SIM (Responder letra b).
(
D
) - NÃO.
b) Qual o estado de conservação do sistema de drenagem de águas pluviais?
(
F
) - Em bom estado.
(
N
) - Parcialmente obstruído ou danificado.
(
D
) – Totalmente obstruído ou danificado.
PERGUNTA 18. Drenagem do Lixiviados
Qual a situação do sistema de drenagem de lixiviados?
(
D
) - Obstruído e/ou Danificado.
(
F
) - Em perfeito estado (sem danos ou obstrução).
(
D
) - Não existe sistema de drenagem, e ocorre acúmulo de lixiviados na vala durante
seu preenchimento.
(
F
) - Não existe sistema de drenagem, porém, não existe acúmulo de lixiviados na vala
durante seu preenchimento. (Marcar Favorável na Matriz de Resultados para as
questões 18, 19, 20 e 21. Se esta alternativa for marcada, deve-se pular para a
pergunta 22).
COMBINAÇÕES DE RESULTADOS DOS
QUADROS 01 e 02
RESULTADO
Quadro 01 = F e Quadro 02 =F
F
Quadro 01 = F e Quadro 02 = N
F
Quadro 01 = F e Quadro 02 = D
F
Quadro 01 = N e Quadro 02 = F
F
Quadro 01 = N e Quadro 02 = N
N
Quadro 01 = N e Quadro 02 = D
N
Quadro 01 = D e Quadro 02 = F
F
Quadro 01 = D e Quadro 02 = N
N
Quadro 01 = D e Quadro 02 =D
D
125
PERGUNTA 19. Tratamento de Lixiviado
a) Existe tratamento de lixiviado?
( ) - SIM (Responder letra b).
(
D
) – NÃO.
b) Seu lançamento no corpo receptor atende aos padrões estabelecidos pela resolução
CONAMA 357/2005?
( ) - SIM (Responder letra c).
(
D
) – NÃO.
c) É realizada análise de composição do lixiviado?
(
F
) – SIM.
(
D
) – NÃO.
PERGUNTA 20. Drenagem do Biogás
a) Existe sistema de drenagem do biogás?
( ) - SIM (Responder letra b).
(
N
) – NÃO.
b) Qual o estado de conservação do sistema de drenagem de gases?
(
D
) - Obstruído e/ou com deslocamento, comprometendo sua função.
(
F
) - Em bom estado.
PERGUNTA 21. Tratamento de Gases
Existem queimadores?
(F) -
SIM, em funcionamento.
(D)
- NÃO, ou estão fora de operação.
126
SISTEMA DE APOIO - MÃO DE OBRA
ISOLAMENTO DA ÁREA
PERGUNTA 22. Cerca
a) A área do aterro é cercada?
( ) - SIM (Responder letra b).
(
D
) – NÃO.
b) A cerca impede o acesso de pessoas e animais a área do aterro?
(
F
) – SIM.
(
D
) – NÃO.
PERGUNTA 23. Cerca viva
a) Existe cerca viva?
( ) - SIM (Responder letra b).
(
D
) – NÃO.
b) Qual a situação da cerca viva?
(
F
) - Isola visualmente a frente de trabalho.
(
N
) - Isola parcialmente a visão da frente de trabalho.
(
D
) - Não isola visualmente a frente de trabalho.
PERGUNTA 24. Placa de identificação do aterro
Existe Placa de identificação?
(
F
) - SIM, visível e legível.
(
D
) - NÃO tem placa de identificação.
(
D
) - SIM, mas não está visível ou está ilegível.
PERGUNTA 25. Portaria
É obrigatória a identificação de veículos e pedestres na entrada do aterro?
(
F
) – SIM.
(
D
) – NÃO.
PERGUNTA 26. Presença de catadores
Existem catadores na frente de trabalho?
(
D
) – SIM.
(
F
) – NÃO.
127
PERGUNTA 27. Presença de animais
Existem animais presentes na área do aterro a exemplo de cavalo, boi, porco e cachorros?
(
D
) – SIM.
(
F
) – NÃO.
INSTALAÇÕES DE APOIO
PERGUNTA 28. Vestiário/Sanitário
Existe vestiário/sanitário para os operários?
(
D
) - Sim, fora de uso por dano, ou por falta de água.
(
F
) - Sim, com água disponível para uso.
(
D
) - Não tem sanitário/vestiário.
PERGUNTA 29. Área administrativa
Existe área destinada à administração?
(
D
) - SIM, em péssimo estado, abandonado ou fora de condições de uso.
(
F
) - SIM, em condição de uso.
(
D
) - Não existe área administrativa.
CAPACITAÇÃO TÉCNICA
PERGUNTA 30. Treinamento dos funcionários
Os funcionários foram treinados e capacitados para desenvolverem suas atividades?
(
F
) – SIM.
(
D
) – NÃO.
PERGUNTA 31. Uso de EPI
Os operários utilizam os EPI adequados para a atividade (calça comprida e camisa com
manga, no mínimo de tamanho ¾, de tecido resistente , botas impermeáveis e resistentes e
luva impermeável e mascara )?
(
F
) – SIM.
(
D
) – NÃO.
128
PERGUNTA 32. Programa de inspeção e manutenção
Existe um programa de inspeção e manutenção contínua dos diversos componentes do aterro?
(
F
) – SIM.
(
D
) – NÃO.
CONTROLE TECNOLÓGICO
CONTROLE DE RESÍDUOS/FRENTE DE TRABALHO
PERGUNTA 33. Controle (por peso ou volume)
a) Como é realizado o controle da quantidade de RSU que adentram ao aterro?
( ) - Por balança, em operação. (Responder letra b)
(
D) -
Balança, embora temporariamente a balança esteja fora de operação por dano.
( ) - Controle dos resíduos é realizado indiretamente, relacionando o volume ocupado
pelos resíduos no veículo transportador . (Responder letra b)
(D) -
Não existe controle da quantidade de resíduo aterrado.
b) Há registro da pesagem para permititr o acompanhamento da geração dos RSU?
(
F
) – SIM.
(
D
) – NÃO.
PERGUNTA 34. Controle do tipo de residuo
Éxiste controle do tipo de resíduo disposto?
(
N
) - SIM, identifica, mas não registra.
(
F
) - SIM, identifica e registra.
(
D
) - NÃO controla.
PERGUNTA 35. Disposição com RSS
Os resíduos sólidos dos serviços de saúde - RSS são dispostos em valas especiais?
(
F
) – SIM.
(
D
) – NÃO.
PERGUNTA 36. Compactação dos Resíduos
Os resíduos são compactados nas valas?
(
F
) – SIM.
(
D
) – NÃO.
129
PERGUNTA 37. Cobertura Diária
É realizada cobertura diária dos resíduos? Marque a alternativa que melhor a caracteriza.
(
F
) - SIM, com solo ou manta recobrindo toda frente de trabalho.
(
N
) - SIM, com solo ou manta recobrindo parcialmente a frente de trabalho.
(
D
) - NÃO é realizada cobertura diária.
PERGUNTA 38. Dispersão de Resíduos
Existem resíduos dispersos na área do aterro?
(
D
) – SIM.
(
F
) – NÃO.
MONITORIZAÇÃO
PERGUNTA 39. Águas subterrâneas
a) Existem poços de monitorização do manancial subterrâneo?
( ) - SIM, um a montante e três a jusante. (Responder letra b).
(
D
) - NÃO existem, estão danificados, ou existem menos de quatro poços.
(
F
) - Monitorização não se aplica, conforme acordo com o órgão de controle
ambiental.
b) São realizadas análises periódicas da água subterrânea?
(
F
) - SIM e avalia o resultado do laudo técnico.
(
D
) - SIM, mas não avalia o resultado do laudo técnico.
(
D
) - NÃO vêm sendo realizadas análises.
(
F
) – Os poços não apresentaram água.
PERGUNTA 40. Águas Superficiais
Existe monitorização da água dos mananciais de superfície?
(
F
) - SIM, e o resultado do laudo técnico é avaliado.
(
D
) - SIM, e o resultado do laudo técnico não é avaliado.
(
D
) - NÃO vêm sendo realizadas análises.
(
F
) - Monitorização não se aplica, conforme acordo com o órgão de controle
ambiental.
PERGUNTA 41. Intensidade de odor
O odor na vala em operação é motivo de queixas da vizinhança?
(
D
) – SIM.
(
F
) – NÃO.
130
PERGUNTA 42. Presença de vetores
A presença de vetores (insetos, ratos e aves) dificulta a operação do aterro ou é motivo de
queixas da vizinhança?
(
D
) – SIM.
(
F
) – NÃO.
PERGUNTA 43. Inspeção no solo
É possível identificar a presença de erosão, depressão ou fissura nas valas?
(
D
) - SIM, na cobertura das valas.
(
D
) - SIM, nos taludes das valas abertas.
(
F
) - NÃO.
ENCERRAMENTO
PERGUNTA 44. Cobertura Final
Qual a espessura da cobertura final?
(F)
- Maior ou igual a 60cm.
(D) -
Menor que 60cm.
PERGUNTA 45. Cobertura Vegetal (gramíneas sobre as valas)
Houve plantio e crescimento de vegetação sobre as valas?
(
F
) – SIM.
(
D
) – NÃO.
PLANO PÓS-ENCERRAMENTO
PERGUNTA 46. Monitorização
Foi prevista a continuidade da monitorização das águas, lixiviados e recalque após o
encerramento do aterro, por período aceitável pelo órgão de controle ambiental?
(
F
) – SIM.
(
D
) – NÃO.
131
PERGUNTA 47. Uso futuro da área
O plano de encerramento define utilização da área após o encerramento do aterro, integrando-
a à paisagem local, ou adequando esta área para lazer e uso comum?
(
F
) – SIM.
(
D
) – NÃO.
AÇÕES DE GRSU INTEGRADO
PERGUNTA 48. Integração com os demais componentes da GRSU
O gerenciamento de resíduos sólidos do município pratica alguma ação que promova a
redução dos resíduos antes de serem encaminhados ao aterro?
(
F
) – SIM.
(
D
) - NÃO.
132
APÊNDICE B
Resultado da Consulta aos Especialistas
133
VariáveL
ão
Variável
de Ação
Indicador
61,00 68,00 70,00 85,00 79,00 72,60 20,5%
1
Permeabilidade do solo na área escolhida 8,00
6,00 5,00 8,00 10,00 7,40
2,1%
2
Profundidade do lençol freático 8,00
7,00 10,00 9,00 8,00 8,40
2,4%
3
Declividade do terreno 5,00
6,00 10,00 8,00 7,00 7,20
2,0%
4
Espessura de solo para material de cobertura
5,00
5,00 5,00 8,00 7,00 6,00
1,7%
5
Distância dos mananciais de superfície 9,00
8,00 8,00 10,00 8,00 8,60
2,4%
6
Capacidade de troca catiônica do solo 5,00
7,00 3,00 7,00 7,00 5,80
1,6%
7
Distância de Núcleos Habitacionais 7,00
7,00 10,00 8,00 8,00 8,00
2,3%
8
Estado de conservação das vias de acesso ao
aterro
4,00
7,00 5,00 7,00 8,00 6,20
1,8%
9
Vida útil 6,00
8,00 7,00 10,00 8,00 7,80
2,2%
10
Tipo de uso do manancial na área de entorno
4,00
7,00 7,00 10,00 8,00 7,20
2,0%
19,00 28,00 31,00 30,00 32,00 28,00 7,9%
11
Adequação ao zoneamento urbano 5,00
7,00 10,00 7,00 8,00 7,40
2,1%
12
Titularidade da área 3,00
6,00 5,00 6,00 7,00 5,40
1,5%
13
Licenciamento ambiental 8,00
8,00 8,00 8,00 9,00 8,20
2,3%
14
Recuperação da área do antigo lixão 3,00
7,00 8,00 9,00 8,00 7,00
2,0%
4,00 6,00 7,00 8,00 9,00 6,80 1,9%
15
Estado de conservação das vias internas 4,00
6,00 7,00 8,00 9,00 6,80
1,9%
41,00 44,00 51,00 58,00 53,00 49,40 14,0%
16
Impermeabilização de base 9,00
7,00 10,00 10,00 10,00 9,20
2,6%
17
Drenagem superficial 8,00
7,00 10,00 8,00 9,00 8,40
2,4%
18
Drenagem de lixiviado 7,00
7,00 8,00 10,00 9,00 8,20
2,3%
19
Tratamento de lixiviado 7,00
8,00 10,00 10,00 9,00 8,80
2,5%
20
Drenagem de gases 5,00
7,00 8,00 10,00 8,00 7,60
2,1%
21
Tratamento de gases 5,00
8,00 5,00 10,00 8,00 7,20
2,0%
23,00 26,00 47,00 48,00 49,00 38,60 10,9%
22
Cerca 7,00
7,00 10,00 8,00 8,00 8,00
2,3%
23
Cerca viva 6,00
8,00 7,00 8,00 7,00 7,20
2,0%
24
Placa de identificação do aterro 2,00
4,00 6,00 7,00 6,00 5,00
1,4%
25
Portaria 4,00
7,00 8,00 7,00 8,00 6,80
1,9%
26
Ausência de catadores 2,00
0,00 8,00 9,00 10,00 5,80
1,6%
27
Ausência de animais 2,00
0,00 8,00 9,00 10,00 5,80
1,6%
4,00 14,00 16,00 10,00 16,00 12,00 3,4%
28
Vestiário e sanitário 2,00
7,00 8,00 5,00 8,00 6,00
1,7%
29
Área administrativa 2,00
7,00 8,00 5,00 8,00 6,00
1,7%
20,00 24,00 24,00 25,00 27,00 24,00 6,8%
30
Treinamento dos funcionários 7,00
8,00 8,00 8,00 9,00 8,00
2,3%
31
Uso de EPIs 8,00
8,00 9,00 8,00 9,00 8,40
2,4%
32
Programa de inspeção e manutenção 5,00
8,00 7,00 9,00 9,00 7,60
2,1%
40,00 34,00 46,00 45,00 56,00 44,20 12,5%
33
Controle (por peso ou volume) 8,00
7,00 7,00 8,00 8,00 7,60
2,1%
34
Controle do tipo de residuo (classificação) 8,00
8,00 10,00 8,00 10,00 8,80
2,5%
35
Codisposição com RSS 4,00
0,00 7,00 8,00 10,00 5,80
1,6%
36
Compactação dos resíduos 5,00
8,00 8,00 8,00 8,00 7,40
2,1%
37
Cobertura diária 8,00
6,00 7,00 6,00 10,00 7,40
2,1%
38
Dispersão de resíduos na área do aterro 7,00
5,00 7,00 7,00 10,00 7,20
2,0%
28,00 34,00 48 38 47 39,00 11,0%
39
Águas Subterrâneas 5,00
7,00 10,00 8,00 10,00 8,00
2,3%
40
Águas Superficiais 5,00
7,00 8,00 8,00 10,00 7,60
2,1%
41
Intensidade de odor 3,00
7,00 10,00 7,00 8,00 7,00
2,0%
42
Ausência de vetores e aves carniceiras
8,00
7,00 10,00 8,00 10,00 8,60
2,4%
43
Inspeção no solo (erosão, recalque e fissuras) 7,00
6,00 10,00 7,00 9,00 7,80
2,2%
15,00 14,00 17,00 17,00 20,00 15,75 4,5%
44
Cobertura final 8,00
7,00
10,00
9,00
10,00
8,50
2,4%
45
Cobertura Vegetal (gramineas sobre as valas) 7,00
7,00 7,00 8,00 10,00 7,25
2,0%
13,00 14,00 13 18 18 15,20 4,3%
46
Monitoramento dos mananciais por todo periodo
ativo dos residuos
6,00
7,00 8,00 10,00 10,00 8,20
2,3%
47
Integração da área a paisagem local, ou
transformação em area de lazer ou uso comum
7,00
7,00 5,00 8,00 8,00 7,00
2,0%
8,00 7,00 8,00 8,00 10,00 8,20 2,3%
48
Integração ao Gerenciamento 8,00
7,00 8,00 8,00 10,00 8,20
2,3%
276,00 313,00 378,00 390,00 416,00 353,75 100,0% 100,0%
Pesos
Somatório dos pesos das variáveis de ação e critérios
SISTEMA DE PROTEÇÃO
AÇÕES
PRÉVIAS
SISTEMA DE APOIO- MÃO DE OBRA
Capacitação Técnica
CARACTERÍSTICA DA ÁREA
2
Escolha de Sítio
Aspetos Legais
Vias internas
CONTROLE TECNOLÓGICO
INDICADOR 54
Plano de uso futuro
1
ões de GRSU integrado e de recuperação ambiental
Controle de Resíduos/Frente de Trabalho
Monitoramento
Encerramento
Isolamento da área
Instalações de apoio
Sistema de proteção ambiental
3
21,1%
32,3%
2,3%
Peso Relativo por
30,4%
14,0%
134
ANEXO A
Índice de Qualidade da CETESB: IQR – Valas
135
ÍNDICE DE QUALIDADE DE ATERROS DE RESÍDUOS – IQR – (VALAS)
MUNICÍPIO: DATA:
LOCAL: AGÊNCIA:
BACIA HIDROGRÁFICA: UGRHI:
LICENÇA: LI: ( ) LO: ( ) TÉCNICO:
ÁREA OCUPADA:
ÍTEM SUB-ITEM AVALIAÇÃO PESO PONTOS
ÍTE
M
SUB-ITEM AVALIAÇÃO PESO PONTOS
ADEQUADA 5 BOM 4 CAPACIDADE DE
SUPORTE DO SOLO
INADEQUADA 0
ASPECTO GERAL
RUIM 0
LONGE > 500m 5 NÃO 4 PROXIMIDADE DE
NÚCLEOS
HABITACIONAIS
PRÓXIMO 0
OCORRÊNCIA DE LIXO
DESCOBERTO
SIM 0
LONGE > 200m 3 ADEQUADO 4 PROXIMIDADE DE
CORPOS D´ÁGUA
PRÓXIMO 0
INADEQUADO 1
MAIOR 3m 4
RECOBRIMENTO DO
LIXO
INEXISTENTE 0
DE 1 A 3m 2 NÃO 1
PROXIMIDADE DO
LENÇOL FREÁTICO
DE 0 A 1m 0
PRESENÇA DE URUBUS
OU GAIVOTAS
SIM 0
BAIXA 5 NÃO 2
MÉDIA 2
PRESENÇA DE MOSCAS
EM GRANDE
QUANTIDADE
SIM 0
PERMEABILIDADE DO
SOLO
ALTA 0
NÃO 3
SUFICIENTE 4
PRESENÇA DE
CATADORES
SIM 0
INSUFICIENTE 2 NÃO 3
DISPONIBILIDADE DE
MATERIAL DE
RECOBRIMENTO
NENHUMA 0
CRIAÇÃO DE ANIMAIS
(PORCOS, BOIS)
SIM 0
BOA 2 NÃO 4 QUALIDADE DO
MATERIAL DE
RECOBRIMENTO
RUIM 0
DESCARGA DE
RESÍDUOS DE SERVIÇO
DE SAÚDE
SIM 0
BOAS 3
NÃO/
ADEQUADA
4
REGULARES 2
DESCARGA DE
RESÍDUOS INDÚSTRIAIS
SIM/
INADEQUADA
0
CONDIÇÕES DE SISTEMA
VIÁRIO, VIAS DE
ACESSO
RUINS 0
BOM 2
BOA 4 REGULAR 1 ISOLAMENTO VIZUAL
DA VIZINHANÇA
RUIM 0
FUNCIONAMENTO DA
DRENAGEM PLUVIAL
DEFINITIVA
INEXISTENTE 0
LOCAL
PERMITIDO
5
BOM 2
LEGALIDADE DE
LOCALIZAÇÃO
POCAL PROIBIDO 0
REGULAR 1
1 CARACTERÍSTICAS DO LOCAL
SUBTOTAL MÁXIMO 40
FUNCIONAMENTO DA
DRENAGEM PLUVIAL
PROVISÓRIA
INEXISTENTE 0
NÃO 2 BOAS 2 CERCAMENTO DA ÁREA
SIM 0
REGULARES 1
SUFICIENTE 6
MANUTENÇÃO DOS
ACESSOS INTERNOS
PÉSSIMAS 0
VIDA ÚTIL DAS VALAS
INSUFICIENTE 0
3 CONDIÇÕES OPERACIONAIS
SUBTOTAL MÁXIMO 35
ADEQUADAS 6
DIMENSÕES DAS VALAS
INADEQUADAS 0
TOTAL MÁXIMO 100
SUFICIENTE 4
INSUFICIENTE 2
IQR = SOMA DOS PONTOS
DRENAGEM DE ÁGUAS
PLUVIAIS DEFINITIVA
INEXISTENTE 0
SUFICIENTE 2
IQR AVALIAÇÃO
INSUFICIENTE 1 0 a 6,0 CONDIÇÕES INADEQUADAS
DRENAGEM DE ÁGUAS
PLUVIAIS PROVISÓRIA
INEXISTENTE 0
6,1 a 8,0 CONDIÇÕES CONTROLADAS
BOM 3 8,1 a 10 CONDIÇÕES ADEQUADAS ACESSO Á FRENTE DE
TRABALHO
RUIM 0
SIM 2 TOTAL CATADORES:
CATADORES MENOR 14 ANOS:
PARCIALMENTE 1
ATENDIMENTO À
ESTIPULAÇÕES DE
PROJETO
NÃO 0
2. INFRAESTRUTURA
SUBTOTAL MÁXIMO 25
OBSERVAÇÕES:
136
ANEXO B
Indicador para Avaliação de Desempenho de Aterros de Resíduos Sólidos
137
MATRIZ DE AVALIAÇÃO DE DESEMPENO DE ATERROS DE RESÍDUOS SÓLIDOS
Aterro: Data:
Local: Gerenciamento: ( ) Público ( ) Privado
Nº de Municípios atendidos: Técnico Responsável:
Resíduos: Condições Climáticas: ( ) bom ( ) nublado ( )
chuva
CARACTERÍSTICAS DA ÁREA
Critérios Parâmetros de Avaliação Classe
Cu > 1,0kg/cm
2
0,5 < Cu > 1,0kg/cm
2
Capacidade de
suporte do solo
Cu < 0,5 kg/cm
2
D > 500m de núcleos habitacionais
D < 500m de residências isoladas
Distância de núcleos
habitacionais
D < 500m de núcleos habitacionais
D > 200 m para cursos d’água e D >50 m para nascentes e olhos
d’água
100 < D < 200m para cursos d’água
Distância de
recursos hídricos
D < 100m para cursos d’água e/ou <50m para nascentes e olhos
d’água
> 3m
de 1,5 a 3,0m
Profundidade do
lençol freático
< 1,5m
K < 10
-6
cm/s
10
-4
< K < 10
-6
cm/s
Permeabilidade do
solo
K > 10
-4
cm/s
Quantidade suficiente (Q > 20% do volume de resíduos dispostos)
Quantidade insuficiente (Q < 20% do volume de resíduos dispostos)
Disponibilidade de
material de cobertura
Sem material de cobertura
Solo argiloso
Solo siltoso
Qualidade do solo de
cobertura
Solo arenoso
Acesso por estrada pavimentada (asfalto ou paralelepípedo)
Acesso por estrada com revestimento primário
Condições de acesso
ao aterro
Acesso por estrada esburacada e sem revestimento primário
138
INFRA-ESTRUTURA EXISTENTE
Critérios Parâmetros de Avaliação Classe
Frente de serviço, sistema de tratamento e pátio interno isolados
visualmente
Estruturas do aterro visíveis fora da área do aterro, porém com a
frente de serviço isolada
Isolamento visual da
área
Frente de serviço visível fora da área do aterro
Impermeabilização com dupla camada (argila compactada ou
material sintético e PEAD)
Impermeabilização com camada simples de argila compactada
Impermeabilização
de base
Inexistente
Camada drenante de brita ou areia, juntamente com tubos de PEAD
ou de concreto
Drenagem com tubos de concreto ou PEAD envolto em brita
Drenagem de
percolados
Inexistente
Tratamento biológico e físico-químico
Tratamento biológico
Tratamento de
percolados
Inexistente
Adequado em porte, quantidade e disponibilidade
Inadequado em porte, quantidade e/ou disponibilidade
Equipamento para
compactação dos
resíduos
Inexistente
Caminhão e retroescavadeira
Caminhão ou retroescavadeira
Equipamentos para
serviços diversos
Inexistente
Drenos dispostos com distância de até 50 m
Drenos dispostos com distância superior a 50 m
Drenagem de gases
Inexistente
Inspeção e pesagem
Inspeção sem pesagem
Controle no
recebimento de
resíduos
Nenhum tipo de controle
Cerca de isolamento em condições adequada
Cerca de isolamento em condições inadequadas
Cerca de isolamento
da área
Inexistente
139
CONDIÇÕES OPERACIONAIS
Critérios Parâmetros de Avaliação Classe
Sem presença de urubus, gaivotas e moscas
Presença de moscas
Presença de animais
Presença de urubus, gaivotas e moscas
Aterro com: patamares < 5m; inclinação dos taludes 2:1; recuo > 3m
Aterro com: inclinação dos taludes 2:1; recuo > 3m
Estabilidade do
maciço de resíduos
Aterro que não atende a nenhuma das especificações acima
Recobrimento diário
Recobrimento eventual (3 x semana)
Recobrimento dos
resíduos
Recobrimento inexistente (< 3 x semana)
Monitoramento de recursos hídricos, do sit. de tratamento e
geotécnico (se necessário)
Monitoramento dos recursos hídricos
Monitoramento
ambiental
Sem monitoramento ambiental
Efluente atendendo a legislação ambiental
Efluente atendendo parcialmente a legislação ambiental
Eficiência do
sistema de
tratamento de
percolados
Efluente com padrões de lançamento inadequados
Efluente lançado em rios
Lançamento em canais de drenagem ou rios de pequeno porte
Local de lançamento
do efluente tratado
Lançamento em valas de drenagem ou talvegues
Livre acesso a frente de serviço
Difícil acesso a frente em períodos de chuva
Acesso a frente de
operação
Sem condições de acesso a frente de serviço
Nota: Class. = situação em que se encontra o aterro em relação ao critério avaliado.
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