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Igor Cristino Silva Cruz
Recifes de Corais da Baia de Todos os Santos,
Caracterização, Avaliação e Identificação de
Áreas Prioritárias para Conservação
Salvador
2008
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II
Igor Cristino Silva Cruz
Recifes de Corais da Baia de Todos os Santos,
Caracterização, Avaliação e Identificação de
Áreas Prioritárias para Conservação
Dissertação apresentada ao Instituto
de Biologia da Universidade Federal
da Bahia, para a obtenção do titulo de
Mestre em Ecologia e
Biomonitoramento.
Orientador: Prof. Dr. Ruy K. P. Kikuchi
Salvador
2008
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III
Comissão Julgadora:
______________________ ______________________
Profa. Dra. Beatrice Padovani Ferreira Prof. Dr. Paulo de O. Mafalda Jr.
____________________
Prof. Dr. Ruy Kenji Papa de Kikuchi
Orientador
IV
Biblioteca Reitor Macêdo Costa - UFBA
C957 Cruz, Igor Cristino Silva.
Recifes de corais da Baia de Todos os Santos, caracterização, avaliação e identificação
de áreas prioritárias para conservação / Igor Cristino Silva Cruz. - 2008.
102 f. : il.
Orientador : Prof. Dr. Ruy K. P. Kikuchi.
Dissertação (mestrado) - Universidade Federal da Bahia, Instituto de Biologia, 2008.
1. Recifes e ilhas de coral - Todos os Santos, Baía de. 2. Ecossistemas. 3. Biodiversidade
- Conservação. 4. Ecologia dos recifes de coral. I. Kikuchi, Ruy K. P. II. Universidade
Federal da Bahia. Instituto de Biologia. III. Título.
CDD - 578.77898142
CDU - 563.6(813.8)
V
“I define ‘used science for coral reef management’ very broadly. At on level,
science can be useful if it ‘simply’ discovers things about coral reefs that make
humans more aware of how much we value them, and how much more there is
to know about them. At another level, science can be very strategic: we work on
particular aspects of the system because we can see that knowing more about
what it is and how it works I probably not a bad basis for looking after it. At third,
it can be very applied: how many fish can we take? Where? What design will
have the least socioeconomic impacts on fisher communities? How can we
present the wondrous coral reef to lots of people without loving it to death?
Enter the cooperative research center model”
Terence J. Done,
Useful Science for Coral Reefs
Management: The Cooperative
Research Center Model.
Bulletin of Marine Science,
2001, 69(2): 309-315.
VI
Agradecimentos:
A Ruy Kikuchi, que foi mais que um orientador, foi um verdadeiro amigo, com o
qual pude contar em todos os momento do mestrado, principalmente nos mais
difíceis.
À Profa. Dra. Zelinda Leão por todo apoio e pelas sabias palavras.
A Meus Pais, Jose Cristino da Cruz Neto e Sandra Maria Silva Cruz por todo
amor, dedicação e confiança.
À Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (FAPESB) pela bolsa e
auxilio financeiro à pesquisa (Projeto Z. Leão nº ET 31/2004).
Ao Projeto Monitoramento ambiental de áreas de risco a derramamento de
petróleo e seus derivados - Rede05\01 (PETRORISCO).
Aos queridos amigos que compuseram minha equipe de campo, Camila Brasil,
Ricardo Domingues, Carlos Valerio Silveira Mendonça Filho, Eduardo Marocci
e em especial a Miguel Loiola e Amanda Ercilia Carvalho pela ajuda com os
vídeos a e a Rafael Carvalho pela ajuda no mapeamento dos recifes.
A Rodrigo Maia-Nogueira, Ericka Oliveira Cavalcante Coni, Camilo Moitinho
Ferreira, Jose de Anchieta Cintra da Costa Nunes, Igor Rios do Rosário e
Diego Medeiros (Bola) pela ajuda no trabalho de campo.
A André Lima, Marcos de Paula (Conspirador) e Mario Andión (Mokeka) pela
assistência impecável no campo.
Ao Pescador e Guia de Campo Tatu por nos apresentar com todo o bom humor
as belezas do recife de Caramuanas.
Ao Prof. Dr. Venerando Eustáquio Amaro pelas aulas de tratamento de
imagens.
Ao Prof. Dr. Francisco Barros pela ajuda com a estatística.
VII
À Profa. Dra. Elizabeth Neves pela ajuda com os antigos nomes, sinônimos das
espécies atuais nos trabalhos de Hartt e Verrill a exemplo da Heliastrea aperta.
A Natalia Meneses pelos esclarecimentos sobre o gênero Siderastrea.
Ao Dr. Buia (Cláudio Sampaio) por todo apoio, não só durante o mestrado, mas
desde o inicio da graduação.
À Organização Não Governamental, Pro-Mar, em especial a Zé Pescador e Ms.
C. Bárbara Pinheiro, pela fundamental ajuda em Itaparica.
À Dra. Leila de Lourdes Longo pela identificação do Epizoanthus.
Às minhas queridas amigas Ana Fagundes e Ellen Carvalho pelo apoio
incondicional.
Às minhas queridas amigas Maria Betânia Figueiredo e Thais Figueiredo
Santos Silva que além do apoio e me ajudaram com as suas opiniões criticas
sobre estes textos.
Aos amigos de Caravelas que me ajudaram nos momentos mais difíceis, Caio
Marques, Fernanda Jordão, Matheus Oliveira Freitas, Juliana Cebola, Omar
Nicolal, Daniel Klein, Leonardo Wedekin e Luciana Fuzetti.
À Equipe Bob Marley de mergulho Pedro Meirelles, Rodrigo de deMaman e
mais uma vez a Camilo Moitinho e a Ericka Coni.
Ao Dr. Rodrigo Moura e ao Dr. Ronaldo Francini-Filho por me incentivarem a
fazer ciência voltada para Conservação.
Aos amigos HotsCop, mestrandos da turma 2006, Tasso Meneses, Perimar de
Moura, Rodrigo Vasconcelos, Toni Pablo Galindo, Marcio de Sá, Magno
Peneluc, Leonardo Stabile, Aline Borges, Ariane Xavier, Elaine Barbosa,
Fernanda Vilela, Carolina Estevam de Pinho Almeida, Roberta Botelho, Patrícia
Ferreira
VIII
Índice:
Resumo ...................................................... ...................................................... 1
Abstract ..................................................... ...................................................... 1
Introdução geral ....................................... .......................................................2
Estudo de Caso ............................................. ................................................... 6
Área de Estudo............................................. ..................................................... 9
Artigo 1: .................................................... ..................................................... 22
Resumo ............................................. ...................................................... 22
Abstract ............................................. ...................................................... 23
Introdução .......................................... ..................................................... 23
Material e Métodos ............................ ..................................................... 26
Resultados ......................................... ..................................................... 29
Discussão .......................................... ..................................................... 58
Referências ....................................... ...................................................... 55
Artigo 2: .................................................... ..................................................... 59
Resumo ............................................. ...................................................... 59
Abstract ............................................. ...................................................... 59
Introdução ......................................... ...................................................... 60
Material e Métodos ........................... ...................................................... 63
Resultados ........................................ ...................................................... 74
Discussão ......................................... ...................................................... 79
Recomendações .............................. ....................................................... 83
Referências ...................................... ....................................................... 85
Conclusão Geral: .................................... ...................................................... 95
Referências Bibliográficas Gerais (exceto as dos artigos) ...................... 97
IX
Índice de Figuras:
Introdução Geral
Figura 1: Fotos de Satélite CBERS 2, de 18 de julho de 2005, tratadas para visualização dos
recifes. ------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 7
Figura 2: Estações amostras nos recifes da BTS. --------------------------------------------------------- 10
Artigo 1
Figura1: Mapa da Baía de Todos os Santos com seus recifes estações de coleta. -------------- 27
Figura 2: Gráfico MDS para estrutura da comunidade macrobentônica ----------------------------- 34
Figura 3: Gráfico MDS para estrutura da comunidade de coral. --------------------------------------- 34
Figura 4: Gráfico MDS para composição da comunidade de coral. ----------------------------------- 35
Figura 5: Gráfico da abundância de alga filamento sobre a distribuição do MDS para estrutura
da comunidade macrobentônica. ------------------------------------------------------------------------- 36
Figura 6: Gráfico da abundância de alga calcaria incrustante sobre a distribuição do MDS para
estrutura da comunidade macrobentônica. ------------------------------------------------------------- 37
Figura 7: Gráfico da abundância de alga calcaria articulada sobre a distribuição do MDS para
estrutura da comunidade macrobentônica. ------------------------------------------------------------- 37
Figura 8: Gráfico da abundância de esponja sobre a distribuição do MDS para estrutura da
comunidade macrobentônica. ----------------------------------------------------------------------------- 38
Figura 9: Gráfico da abundância de Epizoanthus sp. sobre a distribuição do MDS para estrutura
da comunidade macrobentônica. ------------------------------------------------------------------------- 38
Figura 10: Gráfico da cobertura de coral sobre a distribuição do MDS para estrutura da
comunidade macrobentônica ------------------------------------------------------------------------------ 39
Figura 11: Gráfico da abundância de Montastraea cavernosa sobre a distribuição do MDS para
estrutura da comunidade de coral. ----------------------------------------------------------------------- 40
Figura 12: Gráfico da abundância de Complexo Siderastres sobre a distribuição do MDS para
estrutura da comunidade de coral. ----------------------------------------------------------------------- 41
Figura 13: Gráfico da abundância de Millepora alcicornis sobre a distribuição do MDS para
estrutura da comunidade de coral. ----------------------------------------------------------------------- 41
Figura 14: Gráfico da abundância de Porites astreoides sobre a distribuição do MDS para
estrutura da comunidade de coral. ----------------------------------------------------------------------- 42
Figura 15: Gráfico da abundância de Mussismilia harttii sobre a distribuição do MDS para
estrutura da comunidade de coral. ----------------------------------------------------------------------- 42
Figura 16: Gráfico da abundância de Agaricia agaricites sobre a distribuição do MDS para
estrutura da comunidade de coral. ----------------------------------------------------------------------- 43
Figura 17: Gráfico da abundância de Mussismilia braziliensis sobre a distribuição do MDS para
estrutura da comunidade de coral. ----------------------------------------------------------------------- 43
Figura 18: Gráfico da abundância de Porites branneri sobre a distribuição do MDS para
estrutura da comunidade de coral. ----------------------------------------------------------------------- 44
X
Figura 19: Gráfico da abundância de Scolymia wellsi sobre a distribuição do MDS para
estrutura da comunidade de coral. ----------------------------------------------------------------------- 44
Figura 20: Gráfico da abundância de Madracis decatis sobre a distribuição do MDS para
estrutura da comunidade de coral. ----------------------------------------------------------------------- 45
Figura 21: Gráfico da abundância de Porites branneri sobre a distribuição do MDS para
composição da comunidade de coral. ------------------------------------------------------------------- 47
Figura 22: Gráfico da abundância de Mussismilia harttii sobre a distribuição do MDS para
composição da comunidade de coral. ------------------------------------------------------------------- 47
Artigo 2
Figura 1: Mapa da Baía de Todos os Santos com seus recifes estações de coleta. ------------- 64
Figura 2: Gráfico da distribuição de freqüência das abundância dos grupos de organismo na
BTS. -------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 67
Figura 3: Distribuição das estações quanto ao valor de integridade ambiental. ------------------- 75
Figura 4: Distribuição das estações quanto ao valor da capacidade de resilência. --------------- 77
Figura 5: Distribuição das estações quando ao valor de riqueza de espécies. -------------------- 78
Figura 6: Mapa com sugestão de áreas intangíveis. ------------------------------------------------------ 85
Índice de Tabelas:
Artigo 1:
Tabela 1: Matriz de Cobertura de Grupos de Organismos Macrobentônicos (%). -----------------31
Tabela 2: Matriz de Abundância de Corais (Cobertura superficial em %). -------------------------- 32
Tabela 3: Matriz de Composição da Comunidade (presença e ausência). -------------------------- 33
Tabela 4: Resultado do ANOSIM. ------------------------------------------------------------------------------ 33
Tabela 5: Similaridade dos recifes externos em relação aos organismos macrobentônicos. -- 35
Tabela 6: Similaridade dos recifes internos em relação aos organismos macrobentônicos. --- 36
Tabela 7: Dissimilaridades entre os recifes externos e internos em relação aos organismos
macrobentônicos.-------------------------------------------------------------------------------------- ------- 36
Tabela 8: Similaridade dos recifes externos em relação à complexidade da comunidade de
coral. ------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 39
Tabela 9: Similaridade dos recifes internos em relação à complexidade da comunidade de
coral. ------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 40
Tabela 10: Dissimilaridades os recifes externos e internos em relação à complexidade da
comunidade de coral. ---------------------------------------------------------------------------------------- 40
Tabela 11: Similaridade dos recifes externos em relação à composição da comunidade de
coral. ------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 45
Tabela 12: Similaridade dos recifes internos em relação à composição da comunidade de coral.
---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 46
Tabela 13: Dissimilaridades os recifes externos e internos em relação à composição da
comunidade de coral. ---------------------------------------------------------------------------------------- 46
Artigo 2:
Tabela 1: Critérios para de julgamento de integridade ambiental. ------------------------------------- 60
Tabela 2: Caracterização do valor de cada espécie a partir da distribuição. ----------------------- 74
Tabela 3: Classificação quanto à integridade ambiental. ------------------------------------------------ 76
Tabela 4: Classificação quanto à capacidade de resiliência dos recifes. ---------------------------- 77
Tabela 5: Classificação Quanto a relevância da riqueza de espécies. ------------------------------- 78
Tabela 6: classificação quanto à relevância para conservação. --------------------------------------- 79
1
Recifes de Corais da Baía de Todos os Santos: Caracterização,
Avaliação e Identificação de Áreas Prioritárias para
Conservação
Resumo:
A Baía de Todos os Santos integra uma Área de Proteção Ambiental que pode
viabilizar a conservação de dois grupos de recifes de corais da região de maior
biodiversidade do Atlântico Sul. Entretanto, esta unidade de conservação não
possui um plano de manejo, tendo efetividade nula sobre os recifes e os
demais ecossistemas. Estes recifes encontram em diferentes condições de
hidrodinâmica e efeitos antrópicos. Uma série de impactos humanos foi
registrada nesta baía, tornando urgente a adoção de medidas que assegurem
sua conservação. Este trabalho tem como objetivo fornecer informações que
subsidiem a elaboração deste plano de manejo sugerindo locais para criação
de áreas intangíveis. Para isso, verificou-se a diferença ente os dois grupos de
recifes quanto à comunidade bentônica e a comunidade de coral.
Posteriormente foram identificados quais são os recifes com maior relevância
para conservação com base em indicadores de integridade ambiental,
resiliência e riqueza de espécies. Os resultados indicam que os recifes
externos e internos são distintos. Isto demonstra a necessidade de criação de
áreas intagiveis distintas para os dois grupos de recifes, garantindo assim a
conservação de suas peculiaridades. Sete das 23 estações apresentaram
relevância para conservação, com três representantes dos recifes externos e
quatro dos internos. O método utilizado mostrou-se eficiente para a escolha de
áreas de relevância para a conservação de recifes de corais. Entretanto, para a
efetividade da conservação destes ambientes é necessário, além da criação de
duas áreas intangíveis, a eliminação de dois problemas, a pesca predatória e a
qualidade da água desta baía.
Abstract:
The Todos os Santos bay integrate an environmental protect area unity that can
improve the conservation of two groups of coral reefs in the region of the most
2
biodiversity of South Atlantic. However, there isn’t management plan to this
environmental protect area. These reefs are different in hydrodynamic condition
and anthropologic effect. The human impacts registered to this bay return
imminent decisions that assure the reefs conservation. This work main provide
information to assistance the management of these ecosystem and appoint the
more interesting reefs to creation of No Take Areas. The differences of two
reef’s groups in benthonic and corals community was verify. The most
interesting reefs to conservation was accessing by environmental integrity
indices, resilience indices and coral species riches indices. The results show
that the two groups are different by benthonic and coral community. Two no
take areas will be need to conserving the singularity of these groups. Seven of
23 sites have an environmental relevance to conservation, three in the outside
bay reefs group and four in the inside group. This method has proved efficient
for the choices of reefs with greater relevance to conservation. Nevertheless,
the effective of the no take areas are necessary other management action like
the elimination of predatory fishing and the improve of the water quality.
Introdução geral:
Os recifes de corais da Baía de Todos os Santos (BTS) encontram-se no limiar
da perda da resiliência (i.e. capacidade do ambiente de recuperar-se de
disturbios naturais ou humanos; cf. Nyström et al., 2000; Knowlton e Jackson,
2008) devido às atividades industriais, grande adensamento urbano e práticas
de pesca predatórias (Dutra e Haworth, 2008). Entretanto, esta baía possui
uma condição que pode viabilizar a conservação desses ecossistemas. Ela
encontra-se em uma Área de Proteção Ambiental (APA) estadual, que
possibilita a adoção de medidas de manejo que podem reverter esse estado de
degradação. Para isso se faz necessário conhecer adequadamente estes
recifes, seus padrões ecológicos e seu estado de integridade ambiental
(deVantier et al., 1998; Nyström et al., 2000; Harding et al., 2006).
As modificações ambientais decorrentes das atividades humanas, exploração
de recurso, mudanças na paisagem e alterações globais no ciclo
biogeoquímico do CO
2
, alcançam todos os ambientes do planeta e são
3
responsáveis pela crescente perda da biodiversidade (Chapin III et al., 1997;
Vitousek et al., 1997). Os reflexos dessa perda de espécies poderão atingir as
populações humanas, a exemplo da possibilidade de colapso da pesca previsto
por Worm et al. (2006; 2007) para 2048.
Segundo Worm et al. (2006), esta biodiversidade correlaciona-se positivamente
com a eficiência de diversos serviços ambientais, a exemplo da produtividade
marinha e pesqueira. As conseqüências e as responsabilidades por essa perda
da biodiversidade tornam iminente a adoção de medidas voltadas para a
conservação e a sustentabilidade do uso dos recursos (Vitousek et al., 1997).
Vitousek et al. (1997) e Nyström et al. (2000) destacam para isto, a importância
da ampliação do conhecimento sobre todos os ecossistemas e de seus
padrões ecológicos.
Embora as populações humanas ocupem uma área entre um terço e metade
do território terrestre, 60% dela concentram-se nas regiões costeiras (Vitousek
et al., 1997). Calcula-se que as degradações decorrentes das atividades
humanas na região costeira acumulam impactos graves em cerca de 41% dos
ecossistemas marinhos (Halpern et al., 2008). Dentre os ecossistemas
marinhos mais ameaçados, encontram-se os recifes de corais (Halpern et al.,
2006, 2008).
Os recifes de corais estão entre os de maior diversidade do mundo,
comparados apenas às florestas tropicais (Connell, 1978; Bryant et al., 2000).
Em uma área de aproximadamente 225.000,00 a 284.000,00 Km
2
, que
corresponde de 0,09% a 0,17% da área dos oceanos (Spalding, 1997, 2000;
Spalding e Grenfell, 1997; Burke et al, 2001), concentra-se a maior parte da
biodiversidade marinha (Burke et al, 2001). Estima-se que esses ambientes
abriguem cerca de três milhões de espécies (Small et al., 1998), porém esse
número pode chegar a nove milhões (Reaka-Kudla, 1994 apud Paulay, 1997;
Reaka-Kudla, 1997 apud Knowlton, 2001; apud Burke et al., 2001; apud Small
et al., 1998).
4
Esse ecossistema tem como característica a alta produtividade (Birkeland,
1997; Bryant et al., 2000; Souter e Linden, 2000) em contraste com a baixa
quantidade de nutrientes livres no meio (Bryant et al., 2000). Essa
produtividade traduz-se em um fornecimento dio de 10 t/km
2
/ano de peixes
em um recife integro (McClanahan, 1995). Estimativas indicam que os recifes
de corais podem responder por 9% do potencial de pesca dos oceanos (Smith,
1978), gerando uma renda anual de 13,64 bilhões de lares (Costanza et al.,
1997). Além da produção de alimento, os recifes fornecem outros serviços
como: a proteção à linha de costa; novas substâncias para medicamentos e
para a indústria, serviços ecológicos e lazer (Souter e Lindén, 2000) que
contabilizam um “ganho” financeiro de 375 bilhões de lares ao ano
(Costanza et al., 1997).
Apesar dessa importância, houve uma crescente degradação nos últimos 50
anos (Pandolfi et al., 2003; Bellwood et al., 2004; Hoegh-Guldberg, 2006).
Wilkinson (2004) estima que 20% dos recifes de corais já foram destruídos, que
24% encontram-se sobre iminente risco de colapso e outros 26% encontram-se
ameaçados. Como causas dessa degradação, são apontadas a sobre-pesca, a
pesca predatória, a poluição industrial e doméstica, a proliferação de doenças,
o turismo intensivo, o aumento da sedimentação decorrentes do desmatamento
e da agricultura e as mudanças climáticas (Hughes, 1994; Harvell et al., 1999;
Bellwood et al., 2004; Downs et al., 2005; Leão e Kikuchi, 2005). O franco
declínio desses ambientes torna urgente a adoção de medidas de manejo que
garantam sua conservação (Pandolfi et al., 2003; Bellwood et al., 2004;
Wilkinson, 2004). Entre essas medidas, as Áreas Intangíveis (AI’s) o
indicadas atualmente como a forma de manejo mais eficaz (Hodgson, 1999;
Souter e Lindén, 2000; Bellwood et al., 2004; Aronson e Precht, 2006;
McClanahan et al., 2006; Mumby, 2006).
Argumenta-se que a exclusão das atividades humanas, a exemplo da pesca e
do turismo, leva à recuperação e manutenção da integridade ecológica
(Edmmunds e Carpenter, 2001) e confere ao ecossistema uma maior
capacidade de resiliência a eventos estocásticos a exemplo dos impactos das
mudanças globais como o fenômeno de branqueamento (Pandolfi et al., 2003;
5
West e Salm, 2003). O aumento da resiliência ocorre por meio da recuperação
e estabilização das populações de grupos funcionais, a exemplo dos peixes
herbívoros de grande porte e ouriços, que controlam as algas frondosas, fortes
concorrentes dos corais (cf. Edmmunds e Carpenter, 2001; West e Salm, 2003;
Bellwood et al., 2004). É atribuído também às AI’s o aumento em número,
tamanho e capacidade reprodutiva dos peixes (McClanahan et al., 1999;
Halpern, 2003), além da possibilidade de favorecer a melhoria de áreas
adjacentes com a migração de larvas e indivíduos adultos de diversos
organismos (Wantiez et al., 1997; Shanks et al., 2003; Bellwood et al., 2004).
Estima-se que pelo menos 20% dos recifes de corais devam constituir AI’s para
garantir a conservação desses ecossistemas (Souter e Lindén, 2000; Halpern,
2003; Bellwood et al., 2004; Wilkinson, 2004), a exemplo da iniciativa do
Parque Marinho da Grande Barreira de Recifes de Corais da Austrália, que
ampliou recentemente as AI’s de 4,5 % para 33 % (Wilkinson, 2004; Fernandes
et al., 2005). Além disso, deve-se considerar a qualidade das áreas a serem
protegidas, pois ela é proporcional ao benefício que elas gerarão (Roberts, et
al., 2003a). Para escolher áreas onde estabelecer AI’s e orientar outras
medidas de manejo, Done (1995) propôs um valor ambiental, não monetário,
apenas para a comparação entre elas. Este valor foi utilizado no processo de
escolhas das AI’s e no zoneamento de uso do Parque Marinho da Grande
Barreira de Recifes (Done, 1995). Este valor deve considerar além da riqueza
de espécies, a integridade dos processos ecológicos que sustentam esse
ecossistema (Roberts, et al., 2003a).
Os indicadores de biodiversidade estão relacionados com as espécies que
ocorrem nessas áreas (Roberts, et al., 2003a,b). Compreendem riqueza e
diversidade de espécies, representatividade biogeográfica e endemismo (Done,
1995; Roberts, et al., 2003a,b). Os processos ecológicos abrangem questões
como conectividade, ecologia da paisagem, resiliência, aspectos de integridade
ambiental, condições sócio-econômicas, entre outras (Done, 2001; Moberg e
Rönnbäck, 2003; Roberts, et al., 2003a,b; Fernandes et al., 2005)
6
Estudo de Caso da Baía de Todos os Santos:
A Baía de Todos os Santos (BTS) encontra-se no litoral leste da costa
brasileira (Laborel, 1969; Castro e Pires, 2001; Leão et al., 2003). Área de
maior biodiversidade do Atlântico Sul (Leão e Kikuchi, 2005), com a maior
quantidade de espécies endêmicas do Brasil (Laborel, 1969; Leão et al., 2003).
A BTS é a segunda maior baía do Brasil, com uma área de aproximadamente
de 1000 km
2
, menor apenas que a Baía de São Marcos, no Maranhão
(Bittencourt et al., 1976; Lessa et al., 2000; 2001). Abriga em suas margens a
cidade de Salvador, a leste, com 2,8 milhões de habitantes (IBGE, 2008) e um
grande pólo industrial, a nordeste, com mais de 200 indústrias de alto potencial
de impacto. Entre elas, metalúrgicas, fábricas de fibras sintéticas, indústrias
químicas, cerâmica, além da produção e refino de petróleo e de três portos
(Souza Santos e Tavares, 2000).
Nesta baía, os recifes de corais são encontrados em duas regiões: uma a
nordeste, em águas protegidas no interior da baía, ao longo da costa oeste da
cidade de Salvador e entre duas ilhas internas (Hartt, 1870; Dutra et al., 2006;
Dutra e Haworth, 2008); e outra, aberta ao oceano, ao longo da costa leste da
Ilha de Itaparica (Hartt, 1870; Araújo, 1984; Leão et al., 2003) (Figura 1).
Diversas mudanças na comunidade de coral foram relatadas para os recifes
internos em 2003 e atribuídas ao histórico de degradação nesse local (Dutra et
al., 2006).
7
Figura 1: Fotos de Satélite CBERS 2, de 18 de julho de 2005, tratadas para visualização dos
recifes.
Uma série de trabalhos registra contaminantes decorrentes das atividades
industriais que evidenciam uma degradação crônica (Dutra et al., 2006; Dutra e
Haworth, 2008). Foram registrados: hidrocarbonetos policíclicos aromáticos
derivados de petróleo (Venturini e Tommasi, 2004; Martins et al., 2005); metais
traço como cobre, zinco, cádmio e chumbo (Wallner-Kersanach et al., 2000); e
agroquímicos proibidos como Dicloro-Difenil-Tricloroetano (DDT), Dicloro-
Difenil-Etileno (DDE) e organo-clorados foram encontrados no sedimento da
maioria de seus manguezais (Tavares et al., 1999). A maior parte desses
contaminantes concentra-se na região nordeste da BTS, onde se localiza o
centro industrial.
8
Em 1999, foi decretada a Área de Proteção Ambiental da BTS (Bahia, 1999),
com o objetivo de estabelcer bases legais para administrar os recursos desta
região. Consta no Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC) que
a finalidade de uma APA é o desenvolvimento sustentável e a conservação da
Biodiversidade, sendo extensa e habitada (Brasil, 2000). A APA da BTS
abrange tanto os ambientes terrestre quanto o marinho.
Nesse tipo de unidade de conservação a manutenção da biodiversidade ocorre
um conjunto de normas de manejo que restringem o uso dos recursos, e que
deve estar contido em seu plano de manejo (Bahia, 1999). Entretanto, nove
anos após sua criação, a APA da BTS ainda não possui seu plano de manejo.
Dentre essas restrições está previsto no Art. 3.º, § I que todas as florestas
ombrófilas, os manguezais e os recifes de corais o áreas vetadas ao uso,
exceto para atividades de pesquisa, turismo e educação ambiental, caso sejam
previstos no plano de manejo (Bahia, 1999). A utilização dessas áreas, não
prevê o uso extrativista como a pesca. Entretanto é inviável a efetivação desta
exclusão de uso como ela está escrita. Isto comprometeria a sobrevivência de
diversas comunidades tradicionais que vivem diretamente da extração de seus
recursos. A melhor alternativa para essa questão é o estabelecimento de AI’s
em comum acordo com a avaliação de qualidade ambiental e as deliberações
das comunidades tradicionais.
O plano de manejo é uma ferramenta imprescindível para a efetividade da
conservação e do desenvolvimento sustentável desta APA. Contudo, é
necessário um extenso levantamento com a descrição e avaliação do valor
ambiental (Done, 1995) desses ambientes. Uma série de levantamentos
qualitativos e semi-quantitativos foram realizados nessa baía (Hartt, 1870;
Rathbun, 1876; Rathbun, 1878; Laborel, 1969; Araújo,1984) e há apenas uma
avaliação quantitativa e atual, efetuada em 2002 por Dutra et al. (2006), restrita
aos recifes internos. Por este motivo, a proposta desse presente trabalho é
fornecer informações atuais, que auxiliem na conservação dos recifes de corais
durante a elaboração do plano de manejo da BTS.
9
Este trabalho esta dividido em três etapas:
A primeira dedica a verificar se os recifes de corais das duas regiões são
distintos e caracterizar estes recifes quanto à cobertura em grandes grupos de
organismos bentônicos e da comunidade de corais. As regiões possuem
diferenças na hidrodinâmica (Lessa et al., 2000) e quanto à proximidade do
pólo industrial. Caso esta diferença seja constatada, será recomendada a
criação de pelo menos duas AI’s para atender às peculiaridades de cada área.
O titulo é: “Caracterização dos Recifes de Corais de uma Unidade de
Conservação em uma Baía Urbana: O Caso da Baía de Todos os Santos,
Bahia, Brasil”.
A segunda etapa tem como objetivo levantar o valor ambiental dos recifes da
BTS, indicando as melhores áreas para a criação de AI’s. Nesse processo,
foram utilizados critérios que indicam a riqueza de espécies, a capacidade de
resiliência e a integridade de processos ecológicos. Esta etapa é intitulada:
“Indicações de Área Prioritárias para Conservação de Recifes na Baía Todos
os Santos, Bahia, Brasil”.
A terceira etapa são as Conclusões Gerais. Nesta, reúnem-se os resultados
mais importante de ambos os artigos.
Área de Estudo:
Este trabalho foi desenvolvido apartir da técnica de Vídeo-Transecto (Cruz et
al., 2008) a uma profundidade que variou entre três e oito mertos. Foram
utilizadas 23 estações amostrais (Figura 2). Oito estações nos recifes externos
e quinze nos recifes internos.
10
Figura 2: Estações amostras nos recifes da BTS.
Recifes Externos da BTS
O banco de Caramuanas encontra-se ao sudeste da ilha de Itaparica distante
em média 3 km da costa. É formado por três blocos recifais. Afloram na ma
baixa e suas paredes podem chegar aos sete metros de profundidade. Relatos
de pescadores (Tatu, comunicação pessoal) indicam que existem bancos mais
fundos que chegam a mais de 20 m. Os bancos superficiais, os quais foram
objetos estudados nesse trabalho, apresentam-se divididos em três blocos. O
sedimento perirrecifal é composto por areia de Halimeda. Esses recifes
apresentam em média uma cobertura de coral de 8,1%, uma cobertura de alga
coralinacea de 36,2% e de alga calcaria articulada de 31,2%. A cobertura de
alga filamentosa é a menor dentre os recifes da BTS, 13,9%. Nessa área as
espécies do complexo Siderastrea são as dominantes, seguidas da M. hispida
e posteriormente de M. cavernosa e M. alcicornis. Também estão presentes as
espécies Mussismilia braziliensis, P. branneri, P. astreoides, A. agaricite, F.
gravida, M. harttii, e S. roseus. Esses recifes são utilizados para pesca. Em
relação à pesca predatória, foram constatados pedaços de redes presas às
11
estruturas recifais e há relatos de pesca com explosivos esporaticas. Entretanto
deve ser o recife com menos interferência humana na BTS.
A estação de Caramuanas de Norte está a 3,4 km da costa. Recife amplo que
aflora na maré baixa. Possui um segundo degrau aos quatro metros de
profundidade, onde foram efetuadas as amostragens. A profundidade máxima
foi de seis metros, terminando em areia grossa com muitos fragmentos de
Hallimeda. Apresentou uma cobertura de coral de 6,5% 2,8) sendo M.
hispida, M. cavernosa e M. alcicornis as espécies mais abundantes. As algas
coralinaceas e as algas calcareas ramificadas e Hallimeda são bem
representadas. Foram encontradas nove espécies de corais (tabelas 1, 2 e 3
artigo 1).
A estação em Caramuanas de Leste-Sueste a 3,3 km da praia. O recife aflora
na maré baixa e é amplo em sua extensão. Possui uma parede abrupta que
desce até os sete metros, terminando em areia grossa com muitos fragmentos
de Hallimeda. A os vídeos-transectos foram registrados nessa parede.
Apresentou uma cobertura de coral 7,6% 5,0) sendo a M. hispida a espécies
mais abundante, seguido por Siderastrea spp. e M. cavernosa. Apresentou a
maior cobertura de alga coralinacea de todas as estações e teve uma cobertura
representativa de algas calcareas ramificadas e Hallimeda. Apresentou uma
riqueza de onze espécies de corais (tabelas 1, 2 e 3 artigo 1).
A estação de Caramuans do Sul encontra-se a 2,9 km da linha de praia. Recife
amplo, que chega a aflorar na maré baixa. Possui um degrau aos dois metros
de profundidade e uma parede desce abruptamente chegando aos seis metros.
No sedimento predomina areia grossa com muitos pedaços de Hallimeda. A
amostragem foi feita entre os dois e seis metros de profundidade. Sua
cobertura de coral foi de 10% 3,9) com a dominância do complexo
Siderastrea spp. com uma cobertura de 9,3% 3,9), a maior cobertura de
gênero em todas as estações. O recife caracteriza-se por uma baixa cobertura
de alga filamentosa e possui uma boa representatividade de as algas
coralinaceas. Foi a estação com a maior cobertura de algas calcareas
12
ramificadas e Hallimeda. Foi registrada uma riqueza de corais com onze
espécies (tabelas 1, 2 e 3 artigo 1).
O recife em franja de Pinaúnas é o maior da BTS. Ele bordeja boa por mais
seis quilômetros o litoral leste da ilha de Itaparica. Na maré baixa seu topo
aflora e em muitos pontos laguna seca. À frente do recife encontra-se areia.
Caracteriza-se por uma baixa cobertura de coral, 0,5% e é dominado
principalmente por alga filamentosa 57,3%. Isso pode caracterizar um estado
de mudança de fase, entretanto a falta de trabalhos quantitativos anteriores
impede uma conclusão precisa. Apesar disso, é possível identificar degradação
pela ausência da espécie M. alcicornis que, segundo o relato de Araújo (1984),
eram muito abundantes na frente recifal, chegando a ser dominante entre os
dois e quatro metros de profundidade formado. Outras características desses
recifes são a cobertura de 8% de alga coralinacea, 9,5% de alga calcaria
articulada e 8,5% de cianobactéria. As espécies encontradas foram M.
cavernosa, Siderastrea spp., Mussismilia braziliensis, M. hispida, M. hartti, P.
branneri e A. agaricites. Entretanto, essas espécies referem-se apenas à frente
recifal. É provável que em outros ambientes como laguna e possas de maré
ocorram outras espécies. O recife de Pinaúnas é utilizado tanto para a pesca
como para o lazer. Hotéis, pousadas e muitas casas de veraneio encontram-se
próximos do recife. Na maré baixa é comum ver pessoas caminhando sobre
seu topo, local onde marisqueiros coletam ouriços, polvo e outros organismos.
As áreas onde a laguna permanece com água durante a maré baixa são
comumente utilizadas como portos por pescadores tradicionais. Suas paredes
podem chegar aos nove metros de profundidade. Pedaços de rede foram
encontrados na frente dos recifes. Os relatos de pesca com explosivos são
freqüentes. Além disso, o sistema de fossa séptica nesse tipo de solo pode
esta provocando eutrofização como ocorreu nos recifes de Guarajuba, litoral
norte da Bahia (Costa et al., 2000). Este recife encontra-se degradado.
Pinaúnas 1 localiza-se em frente à sede do município de Veracruz, o vilarejo de
Mar Grande. Possui uma laguna verdadeira. A amostragem foi feita na frente
do recife, que se encontra a cerca de 600 m afastado da costa. O recife desce
abruptamente até os oito metros onde encontra o substrato sobre o qual esta
13
crescendo, um arenito de praia. Esta laje desce suavemente até os encontrar a
areia a uns nove metros de profundidade. A cobertura de coral é muito baixa,
porem entre as estações de Pinaúnas foi a que apresentou a maior 1,1%
0,9). A espécie mais abundante foi M. cavernosa. A estação caracteriza-se pela
grande cobertura de algas filamentosas e abundancia representativa de
cianobactéria e algas calcareas ramificadas e Hallimeda. É possível que e a
cobertura de 13,2% 2,5) de cianobactéria seja um indicio poluição orgânica
proveniente da Vila de Mar Grande (Paul et al., 2005; Thacker et al., 2001;
Thacker & Paul, 2001). A estação apresentou uma riqueza de 7 espécies
(tabelas 1, 2 e 3 artigo 1).
A estação Pinaúnas 2 localiza-se próximo a Penha. A frente recifal, onde foram
feitos os vídeos, fica a cerca de 300 m da praia. A parede do recife desce até
os 7 metros, onde encontra um lajedo de arenito de praia que chega a areias
aos 8 metros. A cobertura de coral é muito baixa 0,3% 0,5%) tendo como
espécie mais abundante M. braziliensis. Apresenta uma cobertura grande de
algas filamentosas, algas coralinaceas e algas calcareas ramificadas e
Hallimeda. Apenas três espécies de corais foram encontradas nessa estação, a
menos riqueza de todas as estações (tabelas 1, 2 e 3 artigo 1).
Pinaúnas 3 encontra-se em frente à Barra do Pote, a 400 m da costa. A crista
desce até os quatro metros, sobe para dois e volta a descer até os oito metros.
A parede termina na areia. A amostragem foi feita na frente recifal entre os
quatro e oito metros. A cobertura de coral é de 0,4% 0,6) sendo M.
braziliensis a espécie mais abundante. Além da grande quantidade de alga
filamentosa, caracteriza-se pela maior quantidade de cianobactéria da BTS
21,1% 12,28) (tabelas 1 e 2 artigo 1), podendo esse valor estar relacionado
as condições sanitárias do vilarejo de Barra do Pote. Foram registradas sete
espécies de corais (tabelas 3 artigo 1). Nesse recife o mergulho foi feito com a
saída de praia, passando pela laguna, canal e crista do recife. Isso permitiu
identificar duas outras espécies de corais que não ocorreram na frente recial,
local de amostragem. Essas espécies são Favia gravida e Porites astreoides
ambas correndo na crista e no canal.
14
A estação Pinaúnas 4 fica ao sul da Vila de Conceição e do Clube
Mediterranee. A frente recifal encontra-se a 300 m da linha de costa. O recife é
em dois degraus terminando sobre um lajedo de arenito de praia, que logo em
seguida chega a areia em uma profundidade de oito metros. A cobertura de
coral foi de 0,4% (± 0,2), sendo a M. hipisda a espécie mais abundante.
Destaca-se, além da grande quantidade de alga filamentosa, a quantidade de
algas frondosas e de esponjas. Foram registradas apenas quatro espécies de
corais (tabelas 1, 2 e 3 artigo 1).
A estação Pinaúnas 5 encontra-se ao sul de Barra Grande. A amostragem foi
feita em um banco separado da estrutura principal. Suas dimensões eram de
40 por 60 m. Encontra-se sobre duas camadas sobrepostas de lajedos que
formam dois degraus. Nesses lajedos havia muitas fendas, algumas com mais
de um metro. A camada mais inferior, que terminava na areia, estava a nove
metros. As duas camadas tinham aproximadamente um metro em forma de
degraus. Sobre a camada superior encontrava-se o recife, a cerca de oito
metros de profundidade. Esse banco não aflorava, seu topo estava a cerca de
dois metros de profundidade. A cobertura de coral encontrada foi a menor de
todas as estações, 0,2% 0,3) sendo a M. braziliensis a espécie mais
abundante. Essa estação também apresentou uma grande quantidade de algas
frondosas e de esponjas. Além disso, apresentou a maior cobertura de algas
filamentosas 64%. 5). Nessa estação foram contabilizadas apenas quatro
espécies (tabelas 1, 2 e 3 artigo 1).
Os recifes Internos da BTS.
Os bancos recifais do interior da BTS encontram-se em média quatro
quilômetros distantes de terra. Possuem tamanhos variando entre quatro
metros e mais de um quilometro, tendo normalmente dimensões entre 60 e 20
m de diâmetro. São geralmente mais fundos que os demais, topo a cerca de
seis metros de profundidade e suas paredes podem alcançar os 13 m. O
sedimento ao redor do recife é fino. Em geral apresentam-se com uma boa
integridade ambiental. Entre eles encontram os recifes de maior relevância
15
para conservação da BTS. Porém, encontra-se pelo menos um recife
degradado, Poste1. Caracterizam-se por uma cobertura de coral média de
13,6%, possuem uma grande abundância de alga filamentosa, 42,2%, além de
uma boa representatividade de esponjas, 7,8% e Epzoanthus sp, 12,8%.
Nesses bancos estão presentes as espécies de corais M. cavernosa,
Siderastrea spp., M. hispida, M. harttii, P. astreoides, A. agaricites, F. gravida,
S. wellsi, S. michelini, M. decatis, Phyllangia. americana e M. alcicornis. Alguns
desses recifes são utilizados para turismo por operadoras de mergulho e para
pesca. Faltam informações sobre praticas predatórias.
Porte 1 encontra-se a quatro quilômetros do ponto de terra mais próximo.
Caracteriza-se pela presença de dois degraus. O primeiro, a uma profundidade
mínima em cinco metros e com aproximadamente dez metros de diâmetros. O
segundo degrau aos sete metros de profundidade. Sobre ele existem algumas
manchas de areia. Sua parede vai aos dez metros de profundidade, onde
encontra um sedimento fino. O recife tem uma extensão de aproximadamente
50 m. Este recife ultrapassou o limiar de resiliência, sofreu mudança de fase.
Sua cobertura de coral é muito baixa, 2,3% 1,2), predominando M.
cavernosa; o organismo dominante atualmente é Epzoanthus sp., com uma
cobertura de 82,7% 2,77). Essa estação apresentou uma riqueza de sete
espécies (tabelas 1, 2 e 3 artigo 1).
O recife de Poste 4 está a uma distancia de 4,5 km do ponto de terra mais
próximo. Encontra-se com o topo a uma profundidade de sete metros. Suas
paredes encontram o sedimento fino a uma profundidade de 12 m. É um recife
pequeno, com uma extensão de um pouco mais que 20 m de diâmetro.
Apresentou uma cobertura de coral elevada 21% 8,77), a segunda maior
entre as estações. A espécie dominante foi M. cavernosa. Chama atenção a
quantidade de S. welllsi, a maior entre as estações. Esse recife apresentou
uma boa distribuição no tamanho das colônias, com cerca de 14 na classe
maior que 30 cm de diâmetro a cada 10 m
2
. Seu substrato é caracterizado
principalmente pela grande quantidade de alga filamentosa e grande
abundância de esponjas e Carijoa. Nesse recife foram encontradas oito
espécies de corais (tabelas 1, 2 e 3 artigo 1).
16
A estação Poste 5 distancia-se 4,2 km do ponto de terra mais próximo. Esta a
uma profundidade de quatro metros. Esse recife decai suavemente até os seis
metros de profundidade, onde encontra sedimento fino. Sobre o recife ocorre
manchas de areia. O recife tem uma extensão de um pouco mais de 50 m de
diâmetro. Apresentou uma cobertura de Coral de 4,6% 2,29) constituído
principalmente por M. cavernosa, seguido por M. alcicornis. Nesse recife se
destaca a grande quantidade de esponja, Palythoa caribaeorum e
Neospongoides atlântica. Oito espécies de corais foram encontradas (tabelas
1, 2 e 3 artigo 1).
O Poste 6 encontra-se a 4,2 km do ponto de terra mais próximo. Seu topo está
a seis metros de profundidade e sua parede encontra-se com sedimento fino
aos trezes metros. O recife é curto em forma de arco, como um grão de feijão,
com cerca de 30 por 15 m. Ao fundo encontravam-se pequenos recifes
menores com tamanho variando entre dois e cinco metros a uma profundidade
de nove metros de profundidade. Sua cobertura de coral foi alta, 19,2%
4,25). A espécie dominante foi M. cavernosa. Essa estação apresentou
também a maior quantidade de M. alcicornes entre os recifes amostrados.
Outras características são as grandes quantidades de alga filamentosa e de
esponjas. A riqueza de espécies de corais foi composta por oito espécies
(tabelas 1, 2 e 3 artigo 1).
A Pedra Cardinal é um dos recifes mais exuberantes da BTS. Distancia-se 4,5
km da costa. A sete metros de Profundidade encontra-se seu topo e sua
parede encontra-se com o sedimento fino aos 13 m de profundidade. Possui
grande extensão, com um formato meio oval, tendo cerca de 60 m por mais de
100 m e apresentou a maior cobertura da BTS, 27% 5,38). Seu principal
construtor é predominantemente a espécies M. cavernosa, entretanto M.
alcicornis e M. hispida possuem uma boa representatividade. Apresentou uma
boa distribuição no tamanho de suas colônias, classe maior que 30 cm de
diâmetro, e apresentou uma média de 20 exemplares por 10 m
2
. Seu substrato
também apresentou uma grande quantidade de alga filamentosa. Onze
espécies de corais compõem sua comunidade (tabelas 1, 2 e 3 artigo 1).
17
O recife de Pedra Alva distancia-se cerca de 4,9 Km da costa. Foi o recife mais
profundo amostrado, seu topo encontrava-se a oito metros de profundidade e
sua parede estende-se até os 13 m, onde se encontra com sedimento fino. Sua
extensão foi de cerca de 30 m de diâmetro. O recife é bem irregular, com
muitas manchas de areia sobre seu topo. Sua cobertura de coral foi de 13,1%
5,76). A espécie dominante foi M. cavernosa. Na distribuição das classes de
tamanho das colônias, embora com um número reduzido exemplares de
pequeno e médio diâmetro (<5, 5<10, 10<15 e 15<20 cm), apresentou cerca de
11 exemplares com mais de 30 cm por 10 m
2
. Chama a atenção o tamanho de
algumas colônias, incluindo Siderastrea com mais de 60 cm de diâmetro.
Nesse recife destaca-se também a grande quantidade de alga filamentosa e de
esponjas. A sua comunidade de coral é composta por seis espécies (tabelas 1,
2 e 3 artigo 1).
A Pedra de Mangueira encontra-se na margem leste do canal de Aratu a cerca
de 2,9 km do continente. Seu topo encontra-se a sete metros de profundidade,
tem o formato abaulado, e sua parede encontra com sedimento fino aos 11 m.
É de pequenas dimensões, cerca 20 m de diâmetro, com mais dois recifes
menores ao redor. Apresentou uma cobertura de coral de 8,4% 5,76) sendo
que a espécie dominante foi M. cavernosa. Foram representativas as espécies
M. alcicornis e M. hispida. Seu substrato apresentou uma grande quantidade
de alga filamentosa. Sete espécies de corais foram observadas nessa estação
(tabelas 1, 2 e 3 artigo 1).
Os bancos marginais das ilhas estão no interior da BTS. Estes não
caracterizam recifes em franja por não formarem Lagunas. Eles encontram-se
a leste e sudeste da Ilha dos Frades e a oeste, prolongando-se ao sul e
chegando ao sudeste da Ilha de Maré. São extensos e em geral rasos. O topo
encontra-se em média a três metros de profundidade com a parede terminando
normalmente aos quatro metros, entretanto, a porção sul do recife de Ilha de
Maré alcança os 13 m de profundidade. Apresentam uma cobertura de coral de
4,5%, uma quantidade relativamente alta de algas frondosas, 14%, além de
altas taxas de cobertura de alga filamentosa, 24,7%, de alga calcária
articulada, 10,7% e Epzoanthus sp., 16,8%. A espécie de coral dominante foi a
18
M. cavernosa. Além dessa espécie foram encontradas Siderastrea spp., M.
hispida, P. astreoides, A. agaricites, F. gravida, S. wellsi, S. michelini, M.
decatis, Meandrina brasiliensis forma fixa e M. alcicornis. Esses recifes são
utilizados tanto para lazer como para pesca. A Ponta de Nossa Senhora em
Ilha dos Frades é destino de muitos turistas, além de regiões de veraneio como
Paramana e a própria Ilha de Maré. São comuns os relatos de pesca com
bomba em Ilha de Maré.
A Pedra do Dentão representa a ponta sul do recife de Ilha de Maré. Ela
distancia-se da costa cerca de 3,5 km. A quatro metros de profundidade está o
seu topo e chega aos 13 m, onde encontra sedimento fino. De pequenas
dimensões, possui cerca de 30 m de diâmetro. Esse recife encontrar-se
degradado, sofreu mudança de fase e atualmente é dominado por Epzoanthus
sp., com uma cobertura de 67,5% (± 8,15). Sua cobertura de coral é de 0,7%
0,38). Nessa estação foram encontradas seis espécies de corais (tabelas 1, 2 e
3 artigo 1).
A estação Ilha dos Frades Lesta caracteriza-se como um ambiente recifal e não
propriamente um recife. Pequenos blocos de carbonato de cálcio se formam
sobre uma laje de rocha sedimentar marinha. Distancia-se da ilha cerca de 500
m e sua profundidade varia de dois a três metros. É extenso e possui algumas
manchas de areia. Sua cobertura de coral foi de 0,87% (± 0,94), e caracterizou-
se pela grande quantidade de alga filamentosa e pela maior cobertura de algas
frondosas da BTS 43% 13,38). Quatro espécies de corais foram encontradas
nessa estação (tabelas 1, 2 e 3 artigo 1).
O recife de Ilha dos Frades Sul encontra-se a cerca de 500 m da ilha. É raso,
variando entre três e quatro metros de profundidade e bastante extenso. O
sedimento a sua frente é areias. Apresentou uma boa cobertura de coral,
13,2% 2,74) dominada por M. cavernosa. Siderastrea foi bem representada
nessa estação. Chama a atenção a grande quantidade de Halimeda, 41,9%
6,51). Importante ressaltar que nas zonas de contato entre essas algas e os
corais, haviam áreas branqueadas e mortas nas colônias. É possível que essa
19
cobertura de coral venha a decair. Sua comunidade de coral foi composta por
dez espécies (tabelas 1, 2 e 3 artigo 1).
A estação de Ilha de Maré Oeste distancia-se da ilha cerca de 1,5 km. Recife
raso, varia entre dois e três metros de profundidade, é amplo e recortado por
bolsões de areia. A cobertura de coral é baixa, 3,3% (± 2,11) e formada
predominantemente de M. cavernosa e Siderastrea. Em seu substrato chama a
atenção a grande quantidade de alga frondosa e filamentosa, além da
quantidade de esponjas. Dez espécies de corais foram observadas nessa
estação, incluindo Meandrina braziliensis na forma fixa (tabelas 1, 2 e 3 artigo
1).
Os recifes próximos à costa oeste da cidade de Salvador caracterizam-se tanto
por franjas incipientes como por bancos recifais. Seus topos encontram-se em
torno de três metros de profundidade e as paredes podem chegar aos 13m.
Possuem uma cobertura de coral em torno de 4,8%, 27,2% de cobertura de
alga filamentos, 5,3% de cianobactéria e uma cobertura elevada de esponjas
em torno de 13,8%. A espécie de coral dominante é M. cavernos. Nesses
recifes também foram encontradas as espécies Siderastrea spp., M. hispida, M.
harttii, P. astreoides, A. agaricites, F. gravida, S. wellsi, S. michelini, P.
branneri, Phyllangia americana e M. alcicornis. Esses recifes são utilizados
tanto para lazer como para pesca. A praia de Boa Viagem é uma das mais
freqüentadas dessa região. Essa talvez seja a região mais atingida pela pesca
explosivo. Apenas o recife de Inema, por estar dentro de uma área militar,
encontra-se livre dessa pratica criminosa.
O recife de Boa Viagem caracteriza-se por ser uma franja incipiente que cresce
sobre uma rocha sedimentar marinha. Estendendo-se do terminal marítimo de
Água de Menino até o forte de Monte-Será e localiza-se próximo à saída da
baía. Embora não aflore na maré baixa, seu topo chega próximo da superfície
formando uma curta laguna. A sua parede encontra a areia aos sete metros.
Essa estação apresentou uma cobertura de coral de 6,9% 5,07) com
dominâncias de M. cavernosa. Destacam se além da cobertura de alga
filamentosa, a grande quantidade de cianobactéria, esponjas, alga calcaria
20
articulada e de Palythoa caribaeorum. A comunidade de coral era composta por
oito espécies. Entre ela uma espécie que destaca essa estação em relação às
outras do interior da BTS, P. branneri (tabelas 1, 2 e 3 artigo 1).
A estação de Periperi encontra-se a aproximadamente dois quilômetros do
continente. Caracteriza-se por ser um banco de cerca de 50 m de diâmetro,
com o topo a quatro metros de profundidade e atingindo um sedimento médio a
cerca de oito metros. Sua cobertura de coral foi de 4,8% 2,7) dominado por
M. cavernosa. Apresentou uma grande a maior abundancia de esponjas da
BTS com 25% 4,61) e uma grande cobertura de alga filamentosa. Nesse
recife foram encontradas seis espécies de corais (tabelas 1, 2 e 3 artigo 1).
O recife de Tubarão é um banco de cerca de 50 m de diâmetro e encontra-se a
cerca de 1,5 km da costa. Seu topo está a quatro metros de profundidade,
sobre o qual existem alguns bolsões de areia. Sua parede atinge os 12 m, onde
se encontra com areia. A cobertura de coral é baixa, 1,78% 1,34). Seu
substrato é recoberto principalmente por alga filamentosa, esponjas e
Neospongode atlantica. Nove espécies de corais compõem a comunidade de
corais (tabelas 1, 2 e 3 artigo 1).
A estação de Inema localiza-se na ponta de Toque-toque e corresponde ao
local de coleta de Laborel (1969) em 1963. A estação distância-se 400 m da
costa. Caracteriza-se por um recife incipiente que cresce sobre uma rocha
sedimentar marinha. Em sua parte mais rasa, a cerca de dois metros de
profundidade, encontram-se vários blocos de carbonato de cálcio de com
aproximadamente um metro de diâmetro e que são compostos por M.
cavernosa, M. hispida e M. alcicornis. Na descrição de Laborel (1969) nesses
blocos eram compostos também por Mussismilia brasiliensis. A partir dos
quatro metros observa-se uma maior deposição de carbonato de cálcio. Sua
parede alcança o sedimento fino aos sete metros de profundidade. A cobertura
de coral é de 5% 2,34) composta predominantemente de M. cavernosa. Em
seu substrato destacou-se abundância de algas frondosas e algas calcarias
articuladas, composta predominantemente por Halimeda. Sete espécies de
corais foram encontradas (tabelas 1, 2 e 3 artigo 1). Das espécies descritas por
21
Laborel (1969) cinco estavam ausentes, M. brasiliensis, M. harttii, P. branneri,
Favia gravida e Millepora nitida. Meandrina braziliensis foi encontrada apenas
na forma livre. Entretanto nessa estação estava presente uma espécie que
Laborel (1969) não havia identificado, P. astreoides. Essas mudanças
caracterizam uma grande alteração na comunidade de coral.
22
Caracterização dos Recifes de Corais de uma Unidade de
Conservação em uma Baía Urbana: O Caso da Baía de Todos
os Santos, Bahia, Brasil.
Resumo:
A Baía de Todos os Santos constitui uma Área de Preservação Ambiental que
pode viabilizar a conservação de duas áreas recifais na região de maior
biodiversidade do Atlântico Sul, a costa do estado da Bahia. Estas áreas
possuem hidrodinâmica e impactos humanos distintos. Este trabalho visa
verificar diferenças entre estas áreas quanto à comunidade organismos macro
bentônicas recifais e à comunidade de coral. Para isso foi empregada a técnica
de Vídeo-Transector. Os resultados mostraram diferenças em ambas as
comunidades. Os recifes externos da baía diferenciam-se pela abundancia de
alga calcaria incrustante e articulada. As espécies de corais mais abundantes
são as do complexo Siderastrea, Mussismilia hispida, M. braziliensis e Porites
branneri. Os Internos possuem maior abundância de esponja e coral. A espécie
de coral dominante é Montastraea cavernosa a sendo que Millepora alcicornis
e o complexo Siderastreao abundantes. A partir de trabalhos anteriores
verificaram-se mudanças na comunidade de coral decorrentes de impactos
humanos. As espécies de corais Mussismilia braziliensis, M. harttii, Porites
branneri, Millepora braziliensis, M. nitida e Meandrina braziliensis tiveram sua
distribuição reduzidas ou foram extintas do interior desta baía. A distribuição
atual dessas espécies sugere que a degradação da qualidade da água seja a
responsável pela degradação. Os recifes externos também apresentam
mudanças. Estas devido aos efeitos da pesca predatória. A espécie Favia
leptophylla não foi encontrada e Millepora alcicornis encontra-se com sua
distribuição reduzida.
23
Abstract:
The Todos os Santos Bay is a environmental protect area that can improve the
conservation of two groups of coral reefs. This bay is located in region of the
most biodiversity of South Atlantic. These two areas are distinct in
hydrodynamic and industrial contaminants. This works main check if these
areas are distinct in macrobentonic community and coral community. The result
show difference in all characteristic. In the external reefs the Coralline crust and
articulated algae. In this sites, the most abundant species was Siderastrea spp.,
Mussismilia hispida, M. braziliensis and Porites branneri. In the inside reefs,
sponges and corals was more abundant. The dominant coral specie was
Montastraea cavernosa, but Millepora alcicornis and Siderastrea spp. was
abundant. In this work was observed changes in coral community because
human impact. The species Mussismilia braziliensis, M. harttii, Porites branneri,
Millepora braziliensis, M. nitida and Meandrina braziliensis were reduced theirs
populations or was be extinct in the inside reefs. Their have a actual
distributions suggest that the lost of water quality was the purpose of this
degradation. The external reefs were showed changeless tôo, because
predatory fishing. The specie Favia leptophylla wasn’t found and Millepora
alcicornis was reduced its population. The conservation of theses reefs are
necessary the improve of water quality, the elimination of the predatory fishing
and the creation of No Take Areas.
Introdução:
A costa do Brasil é dividida, quanto às comunidades de corais, em quatro
áreas: norte, nordeste, leste e sudeste (Laborel, 1969a; Castro e Pires, 2001;
Leão et al., 2003). A Baía de Todos os Santos (BTS) encontra-se na região
leste, a qual compreende toda a costa do Estado da Bahia (Leão et al., 2003).
Essa área caracteriza-se por ser a de maior biodiversidade do Atlântico Sul
(Leão et al., 2003), com a maior quantidade de espécies endêmicas do Brasil
(Laborel, 1969a; Leão et al., 2003).
24
Esta baía possui duas zonas recifais: uma à nordeste, em águas protegidas no
interior da baía, a qual estende-se ao longo da costa oeste da cidade de
Salvador e entre duas ilhas internas (Hartt 1870; Dutra et al., 2006; Dutra e
Haworth, 2008); a outra, está aberta ao oceano, ao longo da costa leste da Ilha
de Itaparica na entrada da baía (Hartt, 1870; Araújo, 1984; Leão et al., 2003).
Diversas mudanças na comunidade de coral foram constatadas nos recifes
internos em 2002 e atribuídas ao histórico de mais de 40 anos de degradação
nesse local (Dutra et al., 2006).
A BTS abriga em sua margem leste a cidade de Salvador, com 2,8 milhões de
habitantes (IBGE, 2008). Em sua margem nordeste um complexo industrial
com alto potencial de impacto. Entre essas indústrias encontram-se
metalúrgicas, fábricas de fibras sintéticas, indústrias químicas, cerâmica, além
da produção e refino de petróleo e de três portos (Souza Santos e Tavares,
2000). Essas atividades são responsáveis por uma série de incidentes
ambientais, a exemplo do derramamento na Enseada dos Tainheiros de 900 kg
de mercúrio (Wasserman e Queiroz, 2004) e de diversos derramamentos de
óleo, o maior deles despejou 48.000 L de petróleo bruto com altas
concentrações de metais e enxofre em 1992 (Orge et al., 2000). Além da
emissão de efluentes domésticos de uma grande parcela da cidade de
Salvador (Souza Santos e Tavares, 2000).
Uma rie de trabalhos evidencia a contaminação crônica concentrada
principalmente na região no norte dessa baía. Foram constatados:
hidrocarbonetos policíclicos aromáticos derivados de petróleo (Venturini e
Tommasi, 2004; Martins et al., 2005); contaminação por metais traço como
cobre, zinco, cádmio e chumbo (Wallner-Kersanach et al., 2000; Hatje et al.,
2006) e contaminação por agroquímicos proibidos como Dicloro-Difenil-
Tricloroetano (DDT), Dicloro-Difenil-Etileno (DDE) e organoclorados (Tavares et
al., 1999).
Como a finalidade de criar uma base legal para gerir os recursos ambientais
dessa baía, o governo estadual promulgou o Decreto Estadual 7.595/1999
criando a Área de Proteção Ambiental (APA) da BTS (Bahia, 1999). Esse tipo
25
de Unidade de Conservação (UC) tem como finalidade o uso sustentável dos
recursos e a conservação de sua biodiversidade (Brasil, 2000). A conservação
ocorreria por meio do estabelecimento de regras de restrições e proibições do
uso dos recursos ambientais. Essas normas devem estar contidas em seu
plano de manejo (Bahia, 1999). Entretanto, nove anos após sua criação, a APA
da BTS ainda o dispõe dessa ferramenta, que segundo este decreto deve
contemplar áreas de proibição de uso para os recifes de corais (Bahia, 1999).
A zona recifal do interior da BTS encontra-se na região nordeste,
conseqüentemente próxima ao complexo industrial e da cidade de Salvador.
Desse modo, é bastante provável que esses recifes estejam sobre influência
dessa contaminação. A zona recifal externa ou aberta para o oceano, por outro
lado, encontra-se mais distante dessas fontes de distúrbios. Adicionalmente,
essas zonas diferem quanto à hidrodinâmica, um dos principais determinantes
na estrutura da comunidade de coral (Reigl e Piller, 1999; Madin, 2005). De
fato, esses recifes estão sujeitos a uma maior intensidade de ondas e correntes
de maré que os recifes internos. Lessa et al. (2000) constatou através do
estudo do tipo e da granulométrica do sedimento dessas regiões essa
diferença na hidrodinâmica. Esses fatores caracterizam duas zonas com
condições ambientais distintas quanto à proximidade das fontes de impacto e
hidrodinâmica, que podem se refletir no meio biótico.
Conhecer adequadamente essas áreas, seus padrões ecológicos e seu estado
atual é, certamente, premissa básica para a adoção de ferramentas adequadas
de manejo e conservação (DeVantier et al., 1998; Nyström et al., 2000; Harding
et al., 2006). Contudo, os trabalhos sobre os recifes da BTS são escassos:
Hartt (1870); Rathbun (1876); Rathbun (1878) e Araújo (1984) apresentaram
trabalhos qualitativos e, Laborel (1969a) efetuou um levantamento semi-
quantitativo, além disso, estes não refletem mais as condições atuais desses
recifes. Apenas Dutra et al. (2006) apresentam um trabalho quantitativo.
Entretanto este foi restrito ao interior da BTS.
Nesse contexto, o presente trabalho se propôs a verificar diferenças entre os
recifes externos e internos da BTS quanto à estrutura da comunidade
26
macrobentônica recifal, à estrutura da comunidade de coral. De maneira
complementar, para suprir uma limitação do método de vídeo-transector, se
avaliada também a composição da comunidade de coral. Em todos os recifes,
a amostragem foi feita entre três e oito metros de profundidade.
As hipóteses lógicas são:
1ª. Os recifes internos e externos são diferentes quanto à estrutura da
comunidade macrobentônica recifal?
2ª. Os recifes internos e externos são diferentes quanto à estrutura da
comunidade de coral?
3ª. Os recifes internos e externos o diferentes quanto à composição da
comunidade de coral?
Metodologia:
Área de Estudo
Os recifes internos à BTS encontram-se ao longo da costa oeste da cidade de
Salvador, bordejam o sudeste da Ilha dos Frades e de leste a oeste da Ilha de
Maré, prolongando-se ao sul em uma série de bancos recifais entre essas ilhas
e a cidade de Salvador. Os recifes externos encontram-se ao longo da costa
leste da Ilha de Itaparica. O maior deles é o recife em franja de Pinaúnas e a
sudeste, encontra-se o banco recifal de Caramuanas.
Vinte e três estações foram amostradas entre março e dezembro de 2007 na
BTS. Dessas estações oito internas, Pedra Alva, Pedra Cardinal, Pedra de
Mangueira, Pedra do Dentão, Poste 1, Poste 4, Poste 5 e Poste 6, foram as
mesmas utilizadas por Dutra et al. (2006). A estação de Inema, também no
interior da BTS, foi selecionada a parti do trabalho de Laborel (1969a). As
outras quatoze estações foram selecionadas a partir de fotos de satélite.
Dessas, seis foram selecionadas para o interior da BTS e oito nos recifes
externos, que possuem uma menor área recifal: três no banco recifal de
Caramuanas e cinco no recife em franja de Itaparica.
27
Figura 1: Mapa da Baía de Todos os Santos com recifes e estações amostrais.
Aquisição dos dados
Em cada estação uma dupla de mergulhadores com equipamento scuba
registrou seis transectos em vídeo digital. Cada transecto mede 20 m de
comprimento por 0,21 m de largura totalizando uma área de 4,2 m
2
por
transecto ou de 25,2 m
2
por estação (Cruz et al., 2008). Este método,
conhecido como deo-transector, gerou duas matrizes quantitativas que foram
usadas para testar a diferença na estrutura da comunidade macrobêntonica
recifal e de coral. Devido às chances do método não amostrar espécies com
baixa abundância e à limitação na identificação de algumas espécies de
coralito reduzidos (Carleton e Done, 1995), foram anotadas todas as espécies
de corais observadas gerando uma matriz qualitativa. Essas anotações foram
efetuadas durante a execução dos vídeos-transectos. A matriz qualitativa foi
utilizada para testar a diferença na composição da comunidade de coral,
complementando a lacuna da limitação do método quantitativo.
28
Tratamento e Análise das imagens
As imagens foram capturadas em um computador pessoal e arquivadas em
DVD’s. As análises dos vídeos-transecto basearam-se no sorteio de pontos
sobre as imagens. Para essa finalidade foi utilizado um programa de código
fonte livre, VITRA (http://vitra.codigolivre.org.br/). Foram sorteados
aleatoriamente 20 pontos por quadro sobre uma malha de 450 possibilidades.
Em dia, cada transecto resultou em 82 quadros analisados. Os resultados
são representados em porcentagem da cobertura de organismos
macrobentônicos e espécies de corais como descrito por Cruz et al. (2008). Os
grupos macrobentônicos identificados foram coral, alga frondosa, alga calcaria
incrustante, alga filamentosa, alga calaria articulada, cianobactéria, esponja,
ouriço, Palythoa caribaeorum (Duchassaing & Michelotti, 1860), Epizoanthus
sp., Carijoa, Zoanthus ssp. e Crinoide. Foram levantados também outros
organismos, dados não identificados e sedimento, embora estes não tenham
sido considerados na análise. Entre os corais foram levantados o complexo
Siderastrea Vaughan e Wells, 1943 (Neves, 2004; Neves et al., 2008)
composto por duas espécies S. stellata Verrill, 1868 e S. radians Pallas, 1766
as quais podem ser identificadas apenas através de uma lupa e as espécies de
corais Montastraea cavernosa Linne, 1766, Mussimilia hispida Verrill, 1868, M.
harttii Verrill, 1868, M. braziliensis Verrill, 1868, Scolymia wellsi Laborel, 1967,
Porites astreoides Lamarck, 1807, P. branneri Rathbun 1887, Agaricia
agaricites Linne, 1758, Madracis decatis Lyman, 1859 e Favia gravida Verrill,
1868 e dos hidrocorais Millepora acicornis Linne, 1758.
Análise dos Dados
Para testar as hipóteses foi utilizada a análise de similaridade não paramétrica
(ANOSIM) unidirecional baseado no índice de similaridade de Bray-Curtis
(Riegl e Luke, 1998; Riegl, 1999; 2001; Claker e Waarwick, 2001; McField et
al., 2001; Khalaf e Kochzius, 2002). O α foi ajustado para a 1ª e hipótese
pela correção de Bonferroni de 0,05 para 0,025 (Callegari, 2003) porque
utilizaram o memos conjunto de dados. Nos casos em que a hipótese nula é
rejeitada, foram dado prosseguimento as analises utilizando o percentual de
29
similaridade (SIMPER) unidirecional também baseado no índice de similaridade
de Bray-Curtis (Clarke, 1993; Claker e Waarwick, 2001; McField et al., 2001;
Khalaf e Kochzius, 2002). Este procedimento tem como objetivo identificar o
quanto esses grupos são diferentes através do grau de dissimilaridade. Para a
melhor visualização desse padrão e suas diferenças foi utilizada a técnica
multivariada Analise de Escalonamento Multidimensional (Multi-Dimensional
Scaling MDS) utilizando também o índice de similaridade Bray-Curtis (Riegl e
Luke, 1998; Riegl, 1999; 2001; Claker e Waarwick, 2001; McField et al., 2001;
Khalaf e Kochzius, 2002). Todas as análises foram feitas com o programa
estatístico PRIMER 6 Beta.
Resultados:
Os recifes internos da BTS não afloram na maré baixa. Estes chegam a
alcançar os 13 m profundidade. O sedimento perirrecifal é fino. Esponjas são
muito freqüentes. A espécie de coral dominante é Montastraea cavernosa.
Também o muito abundantes a espécie Millepora alcicornis e o complexo
Siderastrea.
Os recifes externos afloram na maré baixa. Alcançam no máximo nove metros
de profundidade. O sedimento perirrecifal é predominantemente areia.
Apresenta grande freqüência de alga calcária, tanto incrustante como
ramificada. As estações do recife de Pinaúnas apresentaram uma cobertura de
coral quase desprezível, diferenciando-se das estações do banco de
Caramuanas. As espécies mais comuns são as do complexo Siderastrea,
Mussismilia hispida, M. braziliensis e Porites branneri.
Os resultados das análises dos vídeo-transectos geraram duas matrizes, uma
para a estrutura da comunidade de grupos organismos macrobentônicos
(Tabela1) e outra para estrtura da comunidade de coral (Tabela 2); a
identificação das espécies em campo uma terceira matriz, a de composição da
comunidade de coral (Tabela 3). O teste ANOSIM apresentou um resultado
significativo para a estrutura e para a composição da comunidade de corais
30
(Tabela 4). Entretanto, nas análises MDS as estações dos recifes externos e
internos não se misturam em nenhum dos três casos (Figura 2, 3 e 4). Os
resultados apenas não foram significativo para a cobertura de organismos
macrobentônicos, o nível de significância (p) foi bem próximo do α (α=0,025 >
p=0,030). Por esse motivo, a interpretação desse resultado teve procedimento,
considerando-a como marginalmente significativa. Esse prosseguimento é
apoiado pela maneira como essas estações se distribuem na análise MDS
correspondente (Figura 2). Portanto, todas as três hipóteses nulas foram
rejeitadas.
31
Tabela 1: Matriz de Cobertura de Grupos de Organismos Macrobentônicos (%).
Coral
Alga Frondosa
Alga filamentosa
Cianobactéria
Alga calcaria
incrustante
Algas calcaria
articulada
Esponja
Palythoa
caribaeorum
Epzoanthus sp.
Ouriço
Crinoide
Neospongoide
atlantica
6,49 4,39 22,68 0,00 34,91 20,49 0,00 0,00 0,00 0,04 0,00 0,00
Caramuanas
Norte
s
2
2,83 2,00 7,90 0,00 6,05 5,14 0,00 0,00 0,00 0,09 0,00 0,00
7,42 0,23 13,32 0,00 41,55 29,03 0,01 0,00 0,08 0,00 0,31 0,00 Caramuanas
Leste-sueste
s
2
5,00 0,43 3,52 0,00 6,75 8,71 0,02 0,00 0,08 0,00 0,52 0,00
10,37 2,10 5,42 0,08 32,24 44,44 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 Caramuanas
Sul
s
2
3,87 1,72 2,36 0,12 3,68 6,38 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
1,12 5,07 54,72 13,22 2,50 16,94 0,28 0,00 0,00 0,08 0,29 0,00
Pinaunas 1
s
2
0,89 5,90 15,55 2,32 0,99 7,79 0,22 0,00 0,00 0,20 0,38 0,00
0,32 2,73 55,34 3,92 12,17 18,63 0,52 0,00 0,00 0,04 1,09 0,00
Pinaunas 2
s
2
0,47 0,92 9,15 1,94 8,05 12,30 0,91 0,00 0,00 0,06 0,43 0,00
0,47 1,12 54,78 21,10 8,92 7,99 0,06 0,00 0,00 0,11 0,92 0,00
Pinaunas 3
s
2
0,60 1,65 5,88 12,28 3,16 9,88 0,08 0,00 0,00 0,27 1,13 0,00
0,43 11,48 57,83 4,23 7,52 3,16 8,00 0,00 0,00 0,02 0,09 0,00
Pinaunas 4
s
2
0,53 8,45 5,87 2,42 6,04 4,04 5,00 0,00 0,00 0,06 0,10 0,00
0,21 7,63 64,33 0,12 9,11 0,68 11,01 0,00 0,00 0,02 0,27 0,00
Pinaunas 5
s
2
0,28 3,21 2,75 0,25 5,72 1,05 5,02 0,00 0,00 0,05 0,34 0,00
2,35 0,00 5,31 0,00 0,02 0,01 3,82 0,51 82,70 0,00 0,00 0,00
Poste 1
s
2
1,19 0,00 1,03 0,00 0,05 0,02 1,24 0,51 2,77 0,00 0,00 0,00
21,02 0,00 49,80 0,29 0,04 0,11 8,75 0,09 0,16 0,00 0,00 0,00
Poste 4
s
2
8,22 0,00 6,79 0,53 0,09 0,27 3,26 0,12 0,12 0,00 0,00 0,00
4,61 0,01 27,29 0,47 0,84 0,56 8,36 15,92 1,38 0,00 0,00 16,19
Poste 5
s
2
2,29 0,03 4,25 0,69 0,30 0,69 1,27 11,15 3,12 0,00 0,00 8,60
19,24 0,00 50,05 0,51 0,00 0,00 9,68 0,12 0,38 0,02 0,00 8,29
Poste 6
s
2
4,25 0,00 4,25 0,45 0,00 0,00 1,09 0,19 0,47 0,05 0,00 5,01
27,02 0,00 52,45 1,42 0,12 0,00 6,55 0,00 5,03 0,00 0,00 0,02 Pedra
Cardinal
s
2
5,38 0,00 5,35 0,82 0,09 0,00 1,56 0,00 1,76 0,00 0,00 0,05
13,11 0,00 55,88 1,31 0,01 0,00 9,96 0,00 0,00 0,00 0,00 0,01
Pedra Alva
DP 5,76 0,00 10,00 0,90 0,03 0,00 4,93 0,00 0,00 0,00 0,00 0,03
8,39 0,00 54,34 0,85 0,00 0,02 7,56 0,00 0,01 0,00 0,00 1,07 Pedra da
Mangueira
s
2
4,09 0,00 17,31 0,97 0,00 0,06 2,98 0,00 0,03 0,00 0,00 1,66
0,72 0,00 8,99 0,17 0,01 0,00 7,53 9,51 67,52 0,00 0,00 0,32 Pedra do
Dentão
s
2
0,38 0,00 2,29 0,26 0,02 0,00 2,05 3,03 8,15 0,00 0,00 0,55
0,87 43,06 45,46 0,33 2,43 0,02 1,29 0,30 0,00 0,00 0,00 0,00 Ilha dos
Frades Leste
s
2
0,94 8,93 4,43 0,67 1,44 0,05 0,62 0,67 0,00 0,00 0,00 0,00
13,23 3,54 13,38 1,06 0,06 41,90 5,68 0,00 0,00 0,00 0,00 0,09 Ilha dos
Frades Sul
s
2
2,74 1,75 3,07 0,72 0,12 6,51 2,71 0,00 0,00 0,00 0,00 0,15
3,33 8,93 30,93 0,14 0,19 0,75 7,24 0,42 0,00 0,00 0,00 0,00
Ilha de Maré
s
2
2,11 12,27 9,16 0,17 0,29 0,83 1,83 0,95 0,00 0,00 0,00 0,00
6,90 0,00 34,54 21,51 0,64 10,94 6,95 13,07 0,38 0,13 0,00 0,00
Boa Viagem
s
2
5,07 0,00 14,57 18,29 0,39 4,22 4,51 10,88 0,89 0,25 0,00 0,00
4,87 0,00 39,97 0,53 0,01 0,00 25,06 0,00 0,00 0,31 0,00 2,57
Peri-Peri
s
2
2,70 0,00 5,08 0,23 0,02 0,00 4,61 0,00 0,00 0,77 0,00 2,04
1,79 0,00 19,83 0,57 0,31 0,00 20,18 0,04 4,99 0,28 0,00 13,73
Tubarão
s
2
1,34 0,00 3,96 0,68 0,27 0,00 3,80 0,11 2,09 0,22 0,00 2,39
4,99 25,37 13,85 0,29 0,11 21,61 2,50 0,00 1,13 0,02 0,00 0,00
Inema
s
2
2,35 9,53 9,12 0,18 0,16 6,37 1,65 0,00 2,36 0,05 0,00 0,00
32
Tabela 2: Matriz de Abundância de Corais (Cobertura superficial em %).
Madracis
decatis
Agaricia
agaricites
Siderastrea
spp.
Porites
astreoides
P. branneri
F. gravida
Montastraea
cavernosa
Mussismilia
braziliensis
M harttii
M. hispida
Scolymia wellsi
Millepora
alcicornis
0,00 0,00 0,71 0,01 0,05 0,00 1,83 0,14 0,05 2,46 0,00 1,23
Caramuanas
Norte
DP 0,00 0,00 0,44 0,02 0,10 0,00 1,44 0,35 0,12 1,41 0,00 1,94
0,00 0,05 1,77 0,03 0,07 0,00 1,31 0,17 0,28 3,19 0,00 0,56 Caramuanas
Leste-sueste
DP 0,00 0,13 2,67 0,05 0,13 0,00 2,32 0,30 0,34 2,58 0,00 0,63
0,00 0,21 9,38 0,12 0,10 0,03 0,13 0,13 0,18 0,09 0,00 0,00 Caramuanas
Sul
DP 0,00 0,21 3,94 0,27 0,14 0,04 0,21 0,24 0,26 0,11 0,00 0,00
0,00 0,00 0,38 0,00 0,01 0,00 0,50 0,11 0,00 0,13 0,00 0,00
Pinaunas 1
DP 0,00 0,00 0,33 0,00 0,03 0,00 0,93 0,27 0,00 0,15 0,00 0,00
0,00 0,00 0,13 0,00 0,01 0,00 0,00 0,18 0,00 0,00 0,00 0,00
Pinaunas 2
DP 0,00 0,00 0,27 0,00 0,03 0,00 0,00 0,40 0,00 0,00 0,00 0,00
0,00 0,00 0,03 0,00 0,17 0,00 0,00 0,18 0,00 0,08 0,00 0,00
Pinaunas 3
DP 0,00 0,00 0,05 0,00 0,21 0,00 0,00 0,41 0,00 0,10 0,00 0,00
0,00 0,00 0,01 0,00 0,07 0,00 0,00 0,05 0,00 0,31 0,00 0,00
Pinaunas 4
DP 0,00 0,00 0,03 0,00 0,11 0,00 0,00 0,11 0,00 0,56 0,00 0,00
0,00 0,00 0,05 0,00 0,02 0,00 0,00 0,09 0,00 0,05 0,00 0,00
Pinaunas 5
DP 0,00 0,00 0,11 0,00 0,06 0,00 0,00 0,20 0,00 0,11 0,00 0,00
0,00 0,00 0,03 0,00 0,00 0,00 1,45 0,00 0,00 0,00 0,00 0,87
Poste 1
DP 0,00 0,00 0,06 0,00 0,00 0,00 0,62 0,00 0,00 0,00 0,00 1,05
0,04 0,00 1,52 0,01 0,00 0,00 18,32 0,00 0,00 0,92 0,21 0,00
Poste 4
DP 0,09 0,00 0,66 0,02 0,00 0,00 7,66 0,00 0,00 0,66 0,12 0,00
0,00 0,00 0,41 0,00 0,00 0,01 2,74 0,00 0,00 0,26 0,01 1,17
Poste 5
DP 0,00 0,00 0,34 0,00 0,00 0,03 1,61 0,00 0,00 0,17 0,03 1,05
0,00 0,02 1,30 0,00 0,00 0,02 16,03 0,00 0,00 0,59 0,03 1,24
Poste 6
DP 0,00 0,05 0,33 0,00 0,00 0,05 4,02 0,00 0,00 0,29 0,05 1,62
0,10 0,03 2,40 0,00 0,00 0,00 21,67 0,00 0,02 2,34 0,17 0,28 Pedra
Cardinal
DP 0,14 0,08 1,17 0,00 0,00 0,00 5,43 0,00 0,05 1,41 0,07 0,32
0,00 0,00 0,12 0,00 0,00 0,00 12,94 0,00 0,00 0,01 0,04 0,00
Pedra Alva
DP 0,00 0,00 0,13 0,00 0,00 0,00 5,59 0,00 0,00 0,03 0,06 0,00
0,08 0,00 1,02 0,00 0,00 0,00 6,20 0,00 0,00 0,96 0,13 0,00 Pedra da
Mangueira
DP 0,15 0,00 0,49 0,00 0,00 0,00 4,80 0,00 0,00 0,69 0,17 0,00
0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,66 0,00 0,00 0,01 0,00 0,05 Pedra do
Dentão
DP 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,44 0,00 0,00 0,02 0,00 0,10
0,00 0,00 0,17 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,70 Ilha dos
Frades Leste
DP 0,00 0,00 0,07 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,97
0,03 0,06 1,50 0,03 0,00 0,00 11,19 0,00 0,00 0,16 0,04 0,22 Ilha dos
Frades Sul
DP 0,08 0,12 0,25 0,08 0,00 0,00 2,58 0,00 0,00 0,07 0,05 0,34
0,00 0,12 0,76 0,00 0,00 0,02 1,68 0,00 0,00 0,16 0,00 0,58
Ilha de Maré
DP 0,00 0,29 0,40 0,00 0,00 0,03 1,41 0,00 0,00 0,22 0,00 0,66
0,00 0,00 0,45 0,00 0,03 0,05 6,11 0,00 0,00 0,08 0,00 0,19
Boa Viagem
DP 0,00 0,00 0,38 0,00 0,07 0,08 5,02 0,00 0,00 0,14 0,00 0,47
0,00 0,00 0,35 0,00 0,00 0,00 3,91 0,00 0,00 0,24 0,00 0,37
Peri-Peri
DP 0,00 0,00 0,20 0,00 0,00 0,00 1,90 0,00 0,00 0,38 0,00 0,70
0,00 0,03 0,36 0,00 0,00 0,00 0,30 0,00 0,00 0,40 0,00 0,70
Tubarão
DP 0,00 0,05 0,29 0,00 0,00 0,00 0,25 0,00 0,00 0,39 0,00 1,06
0,00 0,00 0,18 0,00 0,00 0,00 4,21 0,00 0,00 0,05 0,02 0,52
Inema
DP 0,00 0,00 0,32 0,00 0,00 0,00 2,43 0,00 0,00 0,12 0,05 0,61
33
Tabela 3: Matriz de Composição da Comunidade (presença e ausência). Desca-se em negrito
as espécies que ocorreram com exclusividade nos recifes externos ou internos.
Stephanocoenia
michelini
Madracis decatis
Agaricia
agaricites
Complexo
Siderastrea
Porites
astreoides
P. branneri
Favia gravida
Montastraea
cavernosa
Mussismilia
braziliensis
M. harttii
M. hispida
Scolymia wellsi
Meandrina
braziliensis
Phyllangia
americana
Millepora
alcicornis
Stylaster roseus
Caramuanas
Norte
1 1 1 1 1
1
1 1 1
Caramuanas
Leste-sueste
1 1 1 1 1 1
1
1 1 1
1
Caramuanas
Sul
1 1 1 1 1 1
1
1 1 1
1
Pinaúnas 1 1 1 1 1
1
1 1
Pinaúnas 2 1 1
1
Pinaúnas 3 1 1 1 1
1
1 1
Pinaúnas 4 1 1
1
1
Recifes Externos
Pinaúnas 5 1 1
1
1
Poste 1
1 1
1 1 1
1
1
Poste 4
1 1
1 1 1 1
1
1
Poste 5
1
1 1 1 1 1
1
1
Poste 6
1
1 1 1 1
1
1
1
Pedra
Cardinal
1 1
1 1 1 1 1
1
1
1
Pedra Alva
1 1
1 1 1
1
Pedra da
Mangueira
1 1
1 1 1
1
1
Pedra do
Dentão
1
1 1 1
1
1
Ilha dos
Frades Leste
1 1 1
1
Ilha dos
Frades Sul
1 1
1 1 1 1 1 1
1
1
Ilha de Maré
1
1 1 1 1 1 1
1
1 1
Boa Viagem
1 1 1 1 1 1 1
1
Peri-Peri
1 1 1 1
1
1
Tubarão
1 1 1 1 1 1
1
1
1
Recifes Internos
Inema
1
1 1 1 1
1
1
Tabela 4: Resultado do ANOSIM.
R Global
p
Estrutura da comunidade de Grupos de Organismos 0,196 0,030
Estrutura da Comunidade de Corais 0,561 0,001
Composição da Comunidade Corais 0,799 0,001
34
Figura 2: Gráfico MDS para estrutura da comunidade macrobentônica.
Figura 3: Gráfico MDS para estrutura da comunidade de coral.
Estrutura de Comunidade de Coral
Legenda
Externo
Interno
Cara. N.
Cara. LSL
Cara. S.
Pinaunas 1
Pinaunas 2
Pinaunas 3
Pinaunas 4
Pinaunas 5
Poste 1
Poste 4
Poste 5
Poste 6
P.Cardinal
P. Alva
P. Mangueira
P. Dentão
I. Frades L.
I. Frades S.
I. Maré
Boa Viagem
Peri-Peri
Tubarão
Inema
Stress: 0,1
Estrutura de Comunidade de Coral
Legenda
Externo
Interno
Cara. N.
Cara. LSL
Cara. S.
Pinaunas 1
Pinaunas 2
Pinaunas 3
Pinaunas 4
Pinaunas 5
Poste 1
Poste 4
Poste 5
Poste 6
P.Cardinal
P. Alva
P. Mangueira
P. Dentão
I. Frades L.
I. Frades S.
I. Maré
Boa Viagem
Peri-Peri
Tubarão
Inema
Stress: 0,1
Legenda
Externo
Interno
Cara. N.
Cara. LSL
Cara. S.
Pinaunas
1
Pinaunas
2
Pinaunas
3
Pinaunas
4
Pinaunas
5
Poste 1
Poste 4
Poste 5
Poste 6
P. Cardinal
P. Alva
P. Mangueira
P. Dentão
I. Frades L.
I. Frades S.
I.Mar
é
Boa Viagem
Peri
-
Peri
Tubarão
Inema
Stress: 0,1
Estrutura da Comunidade Macrobentônica
Legenda
Externo
Interno
Cara. N.
Cara. LSL
Cara. S.
Pinaunas
1
Pinaunas
2
Pinaunas
3
Pinaunas
4
Pinaunas
5
Poste 1
Poste 4
Poste 5
Poste 6
P. Cardinal
P. Alva
P. Mangueira
P. Dentão
I. Frades L.
I. Frades S.
I.Mar
é
Boa Viagem
Peri
-
Peri
Tubarão
Inema
Stress: 0,1
35
Figura 4: Gráfico MDS para composição da comunidade de coral.
Estrutura da comunidade macrobentônica:
Os recifes externos assemelharam-se de acordo com a análise SIMPER em
55,5% devido à distribuição e abundância de algas filamentosas, algas
calcárias incrustantes e algas calcárias articuladas (Tabela 3). A semelhança
de 46,3% entre os recifes internos foi caracterizada igualmente pela
distribuição e abundância de algas filamentosas, mas também pela de
esponjas e coral (Tabela 4). As diferenças entre esses dois grupos foram
marcadas pelas abundância e distribuição de algas filamentosas, algas
coralináceas, algas calcarias articuladas, Epizoanthus, esponjas, algas
frondosas, corais e cianobactérias (Tabela 5).
Tabela 5: Similaridade dos recifes externos em relação aos organismos macrobentônicos.
Grupo Externo Média similaridade: 55,52
Classes X. Abund X. Sim Sim/DP
Contrib%
Acum.%
Alga Filamentosa 41,04 29,68 1,320 53,47 53,47
Alga calcária incrustante 18,60 10,66 1,120 19,20 72,66
Algas calcárias articuladas 17,66 9,790 1,100 17,63 90,29
Composição da Comunidade de Coral
Legenda
Externo
Interno
Cara. N.
Cara. LSL
Cara. S.
Pinaunas 1
Pinaunas 2
Pinaunas 3
Pinaunas 4
Pinaunas 5
Poste 1
Poste 4
Poste 5
Poste 6P. Cardinal
P. Alva
P. Mangueira
P. Dentão
I. Frades L.
I. Frades S.
I. Maré
Boa Viagem
Peri-Peri
Tubarão
Inema
Stress: 0,09
Composição da Comunidade de Coral
Legenda
Externo
Interno
Cara. N.
Cara. LSL
Cara. S.
Pinaunas 1
Pinaunas 2
Pinaunas 3
Pinaunas 4
Pinaunas 5
Poste 1
Poste 4
Poste 5
Poste 6P. Cardinal
P. Alva
P. Mangueira
P. Dentão
I. Frades L.
I. Frades S.
I. Maré
Boa Viagem
Peri-Peri
Tubarão
Inema
Stress: 0,09
36
Tabela 6: Similaridade dos recifes internos em relação aos organismos macrobentônicos.
Grupo Interno Média similaridade: 46,30
Classes X. Abund X. Sim Sim/DP
Contrib%
Acum.%
Alga Filamentosa 33,57 29,72 1,640 64,18 64,18
Esponja 8,800 7,510 1,630 16,21 80,39
Coral 8,860 5,480 1,100 11,84 92,23
Tabela 7: Dissimilaridades entre os recifes externos e internos em relação aos organismos
macrobentônicos.
Grupos Externo e Interno Média dissimilaridade = 59,99
X. Abund
Classes
Grupo
Externo
Grupo
Interno
X.
Diss
Diss/DP
Contrib%
Acum.%
Alga filamentosa 41,04 33,57 13,68
1,420 22,80 22,80
Alga calcária incrustante 18,60 0,330 10,76
1,260 17,93 40,73
Alga calcária articulada 17,66 5,000 10,11
1,290 16,85 57,58
Epizoanthus
0,010 10,93 5,880
0,440 9,810 67,39
Esponja 2,500 8,80 4,590
1,190 7,650 75,04
Alga frondosa 4,410 5,410 4,460
0,820 7,440 82,48
Coral 3,380 8,860 4,360
1,160 7,270 89,75
Cianobacteria 5,330 1,860 3,410
0,810 5,690 95,44
Figura 5: Gráfico da abundância de alga filamento sobre a distribuição do MDS para estrutura
da comunidade macrobentônica.
Cobertura de Alga Filamentosa
Legenda
7
28
49
70
Stress: 0,1
Externo
Interno
Cara. N.
Cara. LSL
Cara. S.
Pinaunas
1
Pinaunas
2
Pinaunas
3
Pinaunas
4
Pinaunas
5
Poste 1
Poste 4
Poste 5
Poste 6
P. Cardinal
P. Alva
P. Mangueira
P. Dentão
I. Frades L.
I. Frades S.
I. Mar
é
Boa Viagem
Peri
-
Peri
Tubarão
Inema
Cobertura de Alga Filamentosa
Legenda%
7%
28
49
70
Stress: 0,1
Externo
Interno
Cara. N.
Cara. LSL
Cara. S.
Pinaunas
1
Pinaunas
2
Pinaunas
3
Pinaunas
4
Pinaunas
5
Poste 1
Poste 4
Poste 5
Poste 6
P. Cardinal
P. Alva
P. Mangueira
P. Dentão
I. Frades L.
I. Frades S.
I. Mar
é
Boa Viagem
Peri
-
Peri
Tubarão
Inema
37
Figura 6: Gráfico da abundância de alga calcaria incrustante sobre a distribuição do MDS para
estrutura da comunidade macrobentônica.
Figura 7: Gráfico da abundância de alga calcaria articulada sobre a distribuição do MDS para
estrutura da comunidade macrobentônica.
Cobertura de Alga Calc
á
ria Incrustante
Legenda
5
20
35
50
Stress: 0,1
Externo
Interno
Cara. N.
Cara. LSL
Cara. S.
Pinaunas
1
Pinaunas
2
Pinaunas
3
Pinaunas 4
Pinaunas
5
Poste 1
Poste 4
Poste 5
Poste 6
P. Cardinal
P. Alva
P. Mangueira
P. Dentão
I. Frades L.
I. Frades S.
I. Mar
é
Boa Viagem
Peri
-
Peri
Tubarão
Inema
Cobertura de Alga Calc
á
ria Incrustante
Legenda%
5
20
35
50
Stress: 0,1
Externo
Interno
Cara. N.
Cara. LSL
Cara. S.
Pinaunas
1
Pinaunas
2
Pinaunas
3
Pinaunas 4
Pinaunas
5
Poste 1
Poste 4
Poste 5
Poste 6
P. Cardinal
P. Alva
P. Mangueira
P. Dentão
I. Frades L.
I. Frades S.
I. Mar
é
Boa Viagem
Peri
-
Peri
Tubarão
Inema
Cobertura de Alga Calc
á
ria Articulada
Legenda
5
20
35
50
Stress: 0,1
Externo
Interno
Cara. N.
Cara. LSL
Cara. S.
Pinaunas 1
Pinaunas
2
Pinaunas
3
Pinaunas
4
Pinaunas
5
Poste 1
Poste 4
Poste 5
Poste 6
P. Cardinal
P. Alva
P. Mangueira
P. Dentão
I. Frades L.
I. Frades S.
I. Mar
é
Boa Viagem
Peri
-
Peri
Tubarão
Inema
Cobertura de Alga Calc
á
ria Articulada
Legenda%
5
20
35
50
Stress: 0,1
Externo
Interno
Cara. N.
Cara. LSL
Cara. S.
Pinaunas 1
Pinaunas
2
Pinaunas
3
Pinaunas
4
Pinaunas
5
Poste 1
Poste 4
Poste 5
Poste 6
P. Cardinal
P. Alva
P. Mangueira
P. Dentão
I. Frades L.
I. Frades S.
I. Mar
é
Boa Viagem
Peri
-
Peri
Tubarão
Inema
Externo
Interno
Cara. N.
Cara. LSL
Cara. S.
Pinaunas 1
Pinaunas
2
Pinaunas
3
Pinaunas
4
Pinaunas
5
Poste 1
Poste 4
Poste 5
Poste 6
P. Cardinal
P. Alva
P. Mangueira
P. Dentão
I. Frades L.
I. Frades S.
I. Mar
é
Boa Viagem
Peri
-
Peri
Tubarão
Inema
38
Figura 8: Gráfico da abundância de esponja sobre a distribuição do MDS para estrutura da
comunidade macrobentônica.
Figura 9: Gráfico da abundância de Epizoanthus sp. sobre a distribuição do MDS para estrutura
da comunidade macrobentônica.
Cobertura de Esponja
Legenda
3
12
21
30
Stress: 0,1
Externo
Interno
Cara. N.
Cara. LSL
Cara. S.
Pinaunas
1
Pinaunas
2
Pinaunas
3
Pinaunas 4
Pinaunas
5
Poste 1
Poste 4
Poste 5
Poste 6
P. Cardinal
P. Alva
P. Mangueira
P. Dentão
I. Frades L.
I. Frades S.
I. Mar
é
Boa Viagem
Peri
-
Peri
Tubarão
Inema
Cobertura de Esponja
Legenda%
3
12
21
30
Stress: 0,1
Externo
Interno
Cara. N.
Cara. LSL
Cara. S.
Pinaunas
1
Pinaunas
2
Pinaunas
3
Pinaunas 4
Pinaunas
5
Poste 1
Poste 4
Poste 5
Poste 6
P. Cardinal
P. Alva
P. Mangueira
P. Dentão
I. Frades L.
I. Frades S.
I. Mar
é
Boa Viagem
Peri
-
Peri
Tubarão
Inema
Externo
Interno
Cara. N.
Cara. LSL
Cara. S.
Pinaunas
1
Pinaunas
2
Pinaunas
3
Pinaunas 4
Pinaunas
5
Poste 1
Poste 4
Poste 5
Poste 6
P. Cardinal
P. Alva
P. Mangueira
P. Dentão
I. Frades L.
I. Frades S.
I. Mar
é
Boa Viagem
Peri
-
Peri
Tubarão
Inema
Cobertura de
Epizoanthus
sp
.
Legenda
9
36
63
90
Externo
Interno
Cara. N.
Cara. LSL
Cara. S.
Pinaunas 1
Pinaunas
2
Pinaunas 3
Pinaunas
4
Pinaunas
5
Poste 1
Poste 4
Poste 5
Poste 6
P. Cardinal
P. Alva
P. Mangueira
P. Dentão
I. Frades L.
I. Frades S.
I. Mar
é
Boa Viagem
Peri
-
Peri
Tubarão
Inema
Cobertura de
Epizoanthus
sp
.
Legenda%
9
36
63
90
Stress: 0,1
Externo
Interno
Cara. N.
Cara. LSL
Cara. S.
Pinaunas 1
Pinaunas
2
Pinaunas 3
Pinaunas
4
Pinaunas
5
Poste 1
Poste 4
Poste 5
Poste 6
P. Cardinal
P. Alva
P. Mangueira
P. Dentão
I. Frades L.
I. Frades S.
I. Mar
é
Boa Viagem
Peri
-
Peri
Tubarão
Inema
Externo
Interno
Cara. N.
Cara. LSL
Cara. S.
Pinaunas 1
Pinaunas
2
Pinaunas 3
Pinaunas
4
Pinaunas
5
Poste 1
Poste 4
Poste 5
Poste 6
P. Cardinal
P. Alva
P. Mangueira
P. Dentão
I. Frades L.
I. Frades S.
I. Mar
é
Boa Viagem
Peri
-
Peri
Tubarão
Inema
39
Figura 10: Gráfico da cobertura de coral sobre a distribuição do MDS para estrutura da
comunidade macrobentônica.
Estrutura da comunidade de corais:
A análise SIMPER demonstrou pouca semelhança entre os recifes externos,
apenas 22%. Ela foi caracterizada pela distribuição e abundância de
Mussismilia braziliensis, Sideratrea ssp., M. hispida e Porites branneri (Tabela
8). Os recifes internos apresentaram uma semelhança de 40% com base na
abundância e distribuição de M. cavernosa, Millepora alcicornis e Sideratrea
ssp. (Tabela 9). Os recifes externos e internos diferenciaram-se em 84% devido
a diferença nas abundâncias e distribuição das espécies M. cavernosa,
Sideratrea ssp., M. alcicornis e M. híspida (Tabela 10).
Tabela 8: Similaridade dos recifes externos em relação à complexidade da comunidade de
coral.
Grupo Externo Média similaridade: 23,68
Espécies X. Abund X. Sim Sim/DP
Contrib%
Acum.%
Mussismilia braziliensis 0,130 8,190 0,760 34,60 34,60
Siderastrea spp. 1,580 5,690 0,980 24,03 58,62
Mussismilia hispida 0,780 5,410 0,690 22,85 81,47
Porites branneri 0,060 2,200 0,700 9,290 90,77
Cobertura de Coral
Legenda
3
12
21
30
Stress: 0,1
Externo
Interno
Cara. N.
Cara. LSL
Cara. S.
Pinaunas 1
Pinaunas 2
Pinaunas
3
Pinaunas
4
Pinaunas
5
Poste 1
Poste 4
Poste 5
Poste 6
P. Cardinal
P. Alva
P. Mangueira
P. Dentão
I. Frades L.
I. Frades S:
I. Mar
é
Boa Viagem
Peri
-
Peri
Tubarão
Inema
Cobertura de Coral
Legenda%
3
12
21
30
Stress: 0,1
Externo
Interno
Cara. N.
Cara. LSL
Cara. S.
Pinaunas 1
Pinaunas 2
Pinaunas
3
Pinaunas
4
Pinaunas
5
Poste 1
Poste 4
Poste 5
Poste 6
P. Cardinal
P. Alva
P. Mangueira
P. Dentão
I. Frades L.
I. Frades S:
I. Mar
é
Boa Viagem
Peri
-
Peri
Tubarão
Inema
40
Tabela 9: Similaridade dos recifes internos em relação à complexidade da comunidade de
coral.
Grupo Interno Média similaridade: 40,86
Espécies X. Abund X. Sim Sim/DP
Contrib%
Acum.%
Montastraea cavernosa 7,190 30,57 1,260 74,81 74,81
Millepora alcicornis 0,440 5,140 0,570 12,58 87,40
Siderastrea spp. 0,710 3,710 1,080 9,080 96,48
Tabela 10: Dissimilaridades os recifes externos e internos em relação à complexidade da
comunidade de coral.
Grupos Externo e Interno Média dissimilaridade = 84,57
X. Abund
Espécies
Grupo
Externo
Grupo
Interno
X.
Diss
Diss/DP
Contrib%
Acum.%
Montastraea cavernosa 0,480 7,190 49,78
1,700 58,85 58,85
Siderastrea spp. 1,580 0,710 13,00
0,740 15,37 74,22
Millepora alcicornis 0,230 0,440 8,960
0,700 10,59 84,82
Mussismilia hispida 0,780 0,420 8,050
0,850 9,520 94,34
Figura 11: Gráfico da abundância de Montastraea cavernosa sobre a distribuição do MDS para
estrutura da comunidade de coral.
Cobertura de
Montastraea
cavernosa
Legenda
3
12
21
30
Stress: 0,1
Externo
Interno
Cara. N.
Cara. LSL
Cara. S.
Pinaunas
1
Pinaunas
2
Pinaunas
3
Pinaunas 4
Pinaunas
5
Poste 1
Poste 4
Poste 5
Poste 6
P. Cardinal
P. Alva
P. Mangueira
P. Dentão
I Frades L.
I. Frades S.
I. Mar
é
Boa Viagem
Peri
-
Peri
Tubarão
Inema
Cobertura de
Montastraea
cavernosa
Legenda %
3
12
21
30
Stress: 0,1
Externo
Interno
Cara. N.
Cara. LSL
Cara. S.
Pinaunas
1
Pinaunas
2
Pinaunas
3
Pinaunas 4
Pinaunas
5
Poste 1
Poste 4
Poste 5
Poste 6
P. Cardinal
P. Alva
P. Mangueira
P. Dentão
I Frades L.
I. Frades S.
I. Mar
é
Boa Viagem
Peri
-
Peri
Tubarão
Inema
Externo
Interno
Cara. N.
Cara. LSL
Cara. S.
Pinaunas
1
Pinaunas
2
Pinaunas
3
Pinaunas 4
Pinaunas
5
Poste 1
Poste 4
Poste 5
Poste 6
P. Cardinal
P. Alva
P. Mangueira
P. Dentão
I Frades L.
I. Frades S.
I. Mar
é
Boa Viagem
Peri
-
Peri
Tubarão
Inema
41
Figura 12: Gráfico da abundância de Complexo Siderastres sobre a distribuição do MDS para
estrutura da comunidade de coral.
Figura 13: Gráfico da abundância de Millepora alcicornis sobre a distribuição do MDS para
estrutura da comunidade de coral.
Cobertura do Complexo
Siderastrea
Legenda
1
4
7
10
Stress: 0,1
Externo
Interno
Cara. N.
Cara. LSL
Cara. S.
Pinaunas
1
Pinaunas
2
Pinaunas
3
Pinaunas
4
Pinaunas
5
Poste 1
Poste 4
Poste 5
Poste 6
P. Cardinal
P. Alva
P. Mangueira
P. Dentão
I Frades L.
I. Frades S.
I. Mar
é
Boa Viagem
Peri
-
Peri
Tubarão
Inema
Cobertura do Complexo
Siderastrea
Legenda %
1
4
7
10
Stress: 0,1
Externo
Interno
Cara. N.
Cara. LSL
Cara. S.
Pinaunas
1
Pinaunas
2
Pinaunas
3
Pinaunas
4
Pinaunas
5
Poste 1
Poste 4
Poste 5
Poste 6
P. Cardinal
P. Alva
P. Mangueira
P. Dentão
I Frades L.
I. Frades S.
I. Mar
é
Boa Viagem
Peri
-
Peri
Tubarão
Inema
Cobertura do
Millepora
alcicornis
Legenda
0,2
0,8
1,4
2
Stress: 0,1
Externo
Interno
Cara. N.
Cara. LSL
Cara. S.
Pinaunas
1
Pinaunas
2
Pinaunas 3
Pinaunas
4
Pinaunas
5
Poste 1
Poste 4
Poste 5
Poste 6
P. Cardinal
P. Alva
P. Mangueira
P. Dentão
I Frades L.
I. Frades S.
I. Mar
é
Boa Viagem
Peri
-
Peri
Tubarão
Inema
Cobertura do
Millepora
alcicornis
Legenda
%
0,2
0,8
1,4
2
Stress: 0,1
Externo
Interno
Cara. N.
Cara. LSL
Cara. S.
Pinaunas
1
Pinaunas
2
Pinaunas 3
Pinaunas
4
Pinaunas
5
Poste 1
Poste 4
Poste 5
Poste 6
P. Cardinal
P. Alva
P. Mangueira
P. Dentão
I Frades L.
I. Frades S.
I. Mar
é
Boa Viagem
Peri
-
Peri
Tubarão
Inema
Externo
Interno
Cara. N.
Cara. LSL
Cara. S.
Pinaunas
1
Pinaunas
2
Pinaunas 3
Pinaunas
4
Pinaunas
5
Poste 1
Poste 4
Poste 5
Poste 6
P. Cardinal
P. Alva
P. Mangueira
P. Dentão
I Frades L.
I. Frades S.
I. Mar
é
Boa Viagem
Peri
-
Peri
Tubarão
Inema
42
Figura 14: Gráfico da abundância de Porites astreoides sobre a distribuição do MDS para
estrutura da comunidade de coral.
Figura 15: Gráfico da abundância de Mussismilia harttii sobre a distribuição do MDS para
estrutura da comunidade de coral.
Cobertura de
Porites
astreoides
Legenda
>0
0,08
0,14
0,2
Stress: 0,1
Externo
Interno
Cara. N.
Cara. LSL
Cara. S.
Pinaunas
1
Pinaunas 2
Pinaunas
3
Pinaunas
4
Pinaunas
5
Poste 1
Poste 4
Poste 5
Poste 6
P. Cardinal
P. Alva
P. Mangueira
P. Dentão
I Frades L.
I. Frades S.
I. Mar
é
Boa Viagem
Peri
-
Peri
Tubarão
Inema
Cobertura de
Porites
astreoides
Legenda %
>0
0,08
0,14
0,2
Stress: 0,1
Externo
Interno
Cara. N.
Cara. LSL
Cara. S.
Pinaunas
1
Pinaunas 2
Pinaunas
3
Pinaunas
4
Pinaunas
5
Poste 1
Poste 4
Poste 5
Poste 6
P. Cardinal
P. Alva
P. Mangueira
P. Dentão
I Frades L.
I. Frades S.
I. Mar
é
Boa Viagem
Peri
-
Peri
Tubarão
Inema
Externo
Interno
Cara. N.
Cara. LSL
Cara. S.
Pinaunas
1
Pinaunas 2
Pinaunas
3
Pinaunas
4
Pinaunas
5
Poste 1
Poste 4
Poste 5
Poste 6
P. Cardinal
P. Alva
P. Mangueira
P. Dentão
I Frades L.
I. Frades S.
I. Mar
é
Boa Viagem
Peri
-
Peri
Tubarão
Inema
Cobertura de
Mussismilia
harttii
Legenda
>0
0,12
0,21
0,3
Stress: 0,1
Externo
Interno
Cara. N.
Cara. LSL
Cara. S.
Pinaunas
1
Pinaunas
2
Pinaunas
3
Pinaunas
4
Pinaunas
5
Poste 1
Poste 4
Poste 5
Poste 6
P. Cardinal
P. Alva
P. Mangueira
P. Dentão
I Frades L.
I. Frades S.
I. Mar
é
Boa Viagem
Peri
-
Peri
Tubarão
Inema
Cobertura de
Mussismilia
harttii
Legenda
%
>0
0,12
0,21
0,3
Stress: 0,1
Externo
Interno
Cara. N.
Cara. LSL
Cara. S.
Pinaunas
1
Pinaunas
2
Pinaunas
3
Pinaunas
4
Pinaunas
5
Poste 1
Poste 4
Poste 5
Poste 6
P. Cardinal
P. Alva
P. Mangueira
P. Dentão
I Frades L.
I. Frades S.
I. Mar
é
Boa Viagem
Peri
-
Peri
Tubarão
Inema
Externo
Interno
Cara. N.
Cara. LSL
Cara. S.
Pinaunas
1
Pinaunas
2
Pinaunas
3
Pinaunas
4
Pinaunas
5
Poste 1
Poste 4
Poste 5
Poste 6
P. Cardinal
P. Alva
P. Mangueira
P. Dentão
I Frades L.
I. Frades S.
I. Mar
é
Boa Viagem
Peri
-
Peri
Tubarão
Inema
43
Figura 16: Gráfico da abundância de Agaricia agaricites sobre a distribuição do MDS para
estrutura da comunidade de coral.
Figura 17: Gráfico da abundância de Mussismilia braziliensis sobre a distribuição do MDS para
estrutura da comunidade de coral.
Cobertura de
Agaricia
agaricites
Legenda
>0
0,12
0,21
0,3
Stress: 0,1
Externo
Interno
Cara. N.
Cara. LSL.
Cara. S.
Pinaunas
1
Pinaunas
2
Pinaunas
3
Pinaunas
4
Pinaunas
5
Poste 1
Poste 4
Poste 5
Poste 6
P. Cardinal
P. Alva
P. Mangueira
P. Dentão
I. Frades L.
I. Frades S.
I. Mar
é
Boa Viagem
Peri
-
Peri
Tubarão
Inema
Cobertura de
Agaricia
agaricites
Legenda %
>0
0,12
0,21
0,3
Stress: 0,1
Externo
Interno
Cara. N.
Cara. LSL.
Cara. S.
Pinaunas
1
Pinaunas
2
Pinaunas
3
Pinaunas
4
Pinaunas
5
Poste 1
Poste 4
Poste 5
Poste 6
P. Cardinal
P. Alva
P. Mangueira
P. Dentão
I. Frades L.
I. Frades S.
I. Mar
é
Boa Viagem
Peri
-
Peri
Tubarão
Inema
Externo
Interno
Cara. N.
Cara. LSL.
Cara. S.
Pinaunas
1
Pinaunas
2
Pinaunas
3
Pinaunas
4
Pinaunas
5
Poste 1
Poste 4
Poste 5
Poste 6
P. Cardinal
P. Alva
P. Mangueira
P. Dentão
I. Frades L.
I. Frades S.
I. Mar
é
Boa Viagem
Peri
-
Peri
Tubarão
Inema
Cobertura d
e
Mussismilia
braziliensis
Legenda
>0
0,08
0,14
0,2
Stress: 0,1
Externo
Interno
Cara. N.
Cara. LSL.
Cara. S.
Pinaunas
1
Pinaunas 2
Pinaunas
3
Pinaunas
4
Pinaunas
5
Poste 1
Poste 4
Poste 5
Poste 6
P. Cardinal
P. Alva
P. Mangueira
P. Dentão
I. Frades L.
I. Frades S.
I. Mar
é
Boa Viagem
Peri
-
Peri
Tubarão
Inema
Cobertura de
Mussismilia
braziliensis
Legenda %
>0
0,08
0,14
0,2
Stress: 0,1
Externo
Interno
Cara. N.
Cara. LSL.
Cara. S.
Pinaunas
1
Pinaunas 2
Pinaunas
3
Pinaunas
4
Pinaunas
5
Poste 1
Poste 4
Poste 5
Poste 6
P. Cardinal
P. Alva
P. Mangueira
P. Dentão
I. Frades L.
I. Frades S.
I. Mar
é
Boa Viagem
Peri
-
Peri
Tubarão
Inema
Externo
Interno
Cara. N.
Cara. LSL.
Cara. S.
Pinaunas
1
Pinaunas 2
Pinaunas
3
Pinaunas
4
Pinaunas
5
Poste 1
Poste 4
Poste 5
Poste 6
P. Cardinal
P. Alva
P. Mangueira
P. Dentão
I. Frades L.
I. Frades S.
I. Mar
é
Boa Viagem
Peri
-
Peri
Tubarão
Inema
44
Figura 18: Gráfico da abundância de Porites branneri sobre a distribuição do MDS para
estrutura da comunidade de coral.
Figura 19: Gráfico da abundância de Scolymia wellsi sobre a distribuição do MDS para
estrutura da comunidade de coral.
Cobertura de
Porites
branneri
Legenda
>0
0,08
0,14
0,2
Stress: 0,1
Externo
Interno
Cara. N.
Cara. LSL.
Cara. S.
Pinaunas
1
Pinaunas
2
Pinaunas
3
Pinaunas
4
Pinaunas
5
Poste 1
Poste 4
Poste 5
Poste 6
P. Cardinal
P. Alva
P. Mangueira
P. Dentão
I. Frades L.
I. Frades S.
I. Mar
é
Boa Viagem
Peri
-
Peri
Tubarão
Inema
Cobertura de
Porites
branneri
Legenda %
>0
0,08
0,14
0,2
Stress: 0,1
Externo
Interno
Cara. N.
Cara. LSL.
Cara. S.
Pinaunas
1
Pinaunas
2
Pinaunas
3
Pinaunas
4
Pinaunas
5
Poste 1
Poste 4
Poste 5
Poste 6
P. Cardinal
P. Alva
P. Mangueira
P. Dentão
I. Frades L.
I. Frades S.
I. Mar
é
Boa Viagem
Peri
-
Peri
Tubarão
Inema
Cobertura de
Scolymia
wellsi
Legenda
>0
0,12
0,21
0,3
Stress: 0,1
Externo
Interno
Cara. N.
Cara. LSL.
Cara. S.
Pinaunas
1
Pinaunas
2
Pinaunas
3
Pinaunas
4
Pinaunas
5
Poste 1
Poste 4
Poste 5
Poste 6
P. Cardinal
P. Alva
P. Mangueira
P. Dentão
I. Frades L.
I. Frades S.
I. Mar
é
Boa Viagem
Peri
-
Peri
Tubarão
Inema
Cobertura de
Scolymia
wellsi
Legenda %
>0
0,12
0,21
0,3
Stress: 0,1
Externo
Interno
Cara. N.
Cara. LSL.
Cara. S.
Pinaunas
1
Pinaunas
2
Pinaunas
3
Pinaunas
4
Pinaunas
5
Poste 1
Poste 4
Poste 5
Poste 6
P. Cardinal
P. Alva
P. Mangueira
P. Dentão
I. Frades L.
I. Frades S.
I. Mar
é
Boa Viagem
Peri
-
Peri
Tubarão
Inema
Externo
Interno
Cara. N.
Cara. LSL.
Cara. S.
Pinaunas
1
Pinaunas
2
Pinaunas
3
Pinaunas
4
Pinaunas
5
Poste 1
Poste 4
Poste 5
Poste 6
P. Cardinal
P. Alva
P. Mangueira
P. Dentão
I. Frades L.
I. Frades S.
I. Mar
é
Boa Viagem
Peri
-
Peri
Tubarão
Inema
45
Figura 20: Gráfico da abundância de Madracis decatis sobre a distribuição do MDS para
estrutura da comunidade de coral.
Composição da comunidade de corais:
De acordo com a análise SIMPER, os recifes externos assemelharam-se em
72% com base na ocorrência de Sideratrea ssp., Mussimilia braziliensis, P.
branneri e M. hispida (Tabela 11). Os recifes internos se assemelharam em
72% de acordo com as espécies Sideratrea ssp., M. cavernosa, M. hispida, e
M. alcicornis e Scolymia wellsi (Tabela 12). Esses dois grupos se distinguem
em 55% pela maneira como se distribuem as espécies M. braziliensis, P.
branneri, S. wellsi, Stephanocoenia. Michelini (Milne Edwards e Haime, 1795),
M. alcicornis, M. harttii, A. agaricites, M. cavernosa, F. gravida, P. astreoides e
Madracis decatis (Tabela 13).
Tabela 9: Similaridade dos recifes externos em relação à composição da comunidade de coral.
Grupo Externo Média similaridade: 72,16
Espécies X. Abund X. Sim Sim/DP
Contrib%
Acum.%
Siderastrea spp. 1,000 15,61 3,020 21,63 21,63
Mussismilia braziliensis 1,000 15,61 3,020 21,63 43,26
Porites branneri 1,000 15,61 3,020 21,63 64,89
Mussismilia hispida 0,880 10,52 1,500 14,58 79,47
Montastraea cavernosa 0,630 4,030 0,720 5,580 85,05
Agaricia agaricites 0,630 4,030 0,720 5,580 90,64
Cobertura de
Madracis
decatis
Legenda
>0
0,08
0,14
0,2
Stress: 0,1
Externo
Interno
Cara. N.
Cara. LSL.
Cara. S.
Pinaunas
1
Pinaunas
2
Pinaunas
3
Pinaunas
4
Pinaunas
5
Poste 1
Poste 4
Poste 5
Poste 6
P. Cardinal
P. Alva
P. Mangueira
P. Dentão
I. Frades L.
I. Frades S.
I. Mar
é
Boa Viagem
Peri
-
Peri
Tubarão
Inema
Cobe
rtura de
Madracis
decatis
Legenda %
>0
0,08
0,14
0,2
Stress: 0,1
Externo
Interno
Cara. N.
Cara. LSL.
Cara. S.
Pinaunas
1
Pinaunas
2
Pinaunas
3
Pinaunas
4
Pinaunas
5
Poste 1
Poste 4
Poste 5
Poste 6
P. Cardinal
P. Alva
P. Mangueira
P. Dentão
I. Frades L.
I. Frades S.
I. Mar
é
Boa Viagem
Peri
-
Peri
Tubarão
Inema
Externo
Interno
Cara. N.
Cara. LSL.
Cara. S.
Pinaunas
1
Pinaunas
2
Pinaunas
3
Pinaunas
4
Pinaunas
5
Poste 1
Poste 4
Poste 5
Poste 6
P. Cardinal
P. Alva
P. Mangueira
P. Dentão
I. Frades L.
I. Frades S.
I. Mar
é
Boa Viagem
Peri
-
Peri
Tubarão
Inema
46
Tabela 10: Similaridade dos recifes internos em relação à composição da comunidade
de coral.
Grupo Interno Média similaridade: 72,69
Espécies X. Abund X. Sim Sim/DP
Contrib%
Acum.%
Siderastrea spp. 1,000 13,99 6,150 18,54 18,54
Montastraea cavernosa 1,000 13,99 6,150 18,54 37,08
Mussismilia hispida 0,930 11,22 2,380 15,89 52,48
Millepora alcicornis 0,870 9,800 1,520 13,48 65,96
Scolymia wellsi 0,870 9,620 1,630 13,24 79,20
Stephanocoenia michelini
0,730 6,720 1,020 9,250 88,45
Favia gravida 0,470 2,400 0,490 3,30 91,75
Tabela 11: Dissimilaridades os recifes externos e internos em relação à composição da
comunidade de coral.
Grupos Externo e Interno Média dissimilaridade = 55,56
X. Abund
Espécies
Grupo
Externo
Grupo
Interno
X.
Diss
Diss/DP
Contrib%
Acum.%
Mussismilia braziliensis 1,000 00,00 7,270
3,860 13,08 13,08
Porites branneri 1,000 0,070 6,810
2,620 12,25 25,33
Scolymia wellsi 00,00 0,870 6,150
2,130 11,07 36,40
Stephanocoenia michelini
00,00 0,730 5,180
1,510 9,320 45,72
Millepora alcicornis 0,380 0,870 4,710
1,130 8,470 54,19
Mussismilia harttii 0,630 0,130 3,780
1,160 6,810 61,00
Agaricia agaricites 0,630 0,40 3,640
1,020 6,540 67,54
Montastraea cavernosa 0,630 1,000 3,420
0,750 6,150 73,69
Favia gravida 0,250 0,470 3,320
0,930 5,970 79,66
Porites astreoides 0,380 0,400 3,310
0,890 5,950 85,61
Madracis decatis 00,00 0,400 2,810
0,780 5,060 90,67
47
Figura 21: Gráfico da distribuição de Porites branneri sobre a distribuição do MDS para
composição da comunidade de coral.
Figura 22: Gráfico da distribuição de Mussismilia harttii sobre a distribuição do MDS para
composição da comunidade de coral.
Ocorrência de Porites branneri
Stress: 0,09
Legenda
Externo
Interno
Cara. N.
Cara. LSL. Cara. S.
Pinaunas 1
Pinaunas 2
Pinaunas 3
Pinaunas 4
Pinaunas 5
Poste 1
Poste 4
Poste 5
Poste 6
P. Cardinal
P. Alva
P. Mangueira
P. Dentão
I. Frades L.
I. Frades S.
I. Maré
Boa Viagem
Peri-Peri
Tubarão
Inema
Ocorrência de Porites branneri
Stress: 0,09
Legenda
Externo
Interno
Cara. N.
Cara. LSL. Cara. S.
Pinaunas 1
Pinaunas 2
Pinaunas 3
Pinaunas 4
Pinaunas 5
Poste 1
Poste 4
Poste 5
Poste 6
P. Cardinal
P. Alva
P. Mangueira
P. Dentão
I. Frades L.
I. Frades S.
I. Maré
Boa Viagem
Peri-Peri
Tubarão
Inema
Legenda
Externo
Interno
Legenda
Externo
Interno
Cara. N.
Cara. LSL. Cara. S.
Pinaunas 1
Pinaunas 2
Pinaunas 3
Pinaunas 4
Pinaunas 5
Poste 1
Poste 4
Poste 5
Poste 6
P. Cardinal
P. Alva
P. Mangueira
P. Dentão
I. Frades L.
I. Frades S.
I. Maré
Boa Viagem
Peri-Peri
Tubarão
Inema
Ocorrência de Mussismilia harttii
Stress: 0,09
Legenda
Externo
Interno
Cara. N.
Cara. LSL. Cara. S.
Pinaunas 1
Pinaunas 2
Pinaunas 3
Pinaunas 4
Pinaunas 5
Poste 1
Poste 4
Poste 5
Poste 6
P. Cardinal
P. Alva
P. Mangueira
P. Dentão
I. Frades L.
I. Frades S.
I. Maré
Boa Viagem
Peri-Peri
Tubarão
Inema
Ocorrência de Mussismilia harttii
Stress: 0,09
Legenda
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Cara. N.
Cara. LSL. Cara. S.
Pinaunas 1
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Pinaunas 4
Pinaunas 5
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Poste 5
Poste 6
P. Cardinal
P. Alva
P. Mangueira
P. Dentão
I. Frades L.
I. Frades S.
I. Maré
Boa Viagem
Peri-Peri
Tubarão
Inema
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Legenda
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Cara. N.
Cara. LSL. Cara. S.
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Pinaunas 2
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P. Cardinal
P. Alva
P. Mangueira
P. Dentão
I. Frades L.
I. Frades S.
I. Maré
Boa Viagem
Peri-Peri
Tubarão
Inema
48
Discussão:
Estrutura da comunidade macrobentônica:
Os resultados da análise SIMPER para a cobertura de grupos de organismos
apontam que a alga filamentos contribuiu com 53,5% da similaridade dos
recifes externos (Tabela 5) e com 64,2% dos recifes internos (Tabela 6). Essa
mesma alga foi responsável por 22,8% de diferença entre esses dois grupos
(Tabela 7). Nos recifes externos sua dia foi de 41% de cobertura enquanto
que nos recifes internos 33,6% (Tabela 7). Entretanto, as estações do banco de
Caramuanas possuem uma abundância dessa alga menor que a média dos
recifes internos. Dentre eles a estação de Caramuanas de Norte apresenta a
maior abundância de alga filamentosa, com uma cobertura de 23% (Figura 3).
Essa média de 41% de cobertura de alga filamentosa deve-se aos altos valores
das estações do recife de Pinaúnas e não corresponde a todos os recifes
externos. Dessa forma, a despeito do resultado obtido com a análise SIMPER,
essa alga não representa um bom critério a separar os recifes externos dos
internos.
Contudo, a cobertura de alga calcária incrustante mostrou-se como uma
característica praticamente restrita ao grupo externo (Figura 6). Isso resulta do
alto grau de resistência desses organismos à ação das ondas, que
normalmente caracterizam os ambientes de alta energia hidrodinâmica como
zonas de arrebentação (Hubbard, 1997). A alga calcária articulada também foi
mais freqüente no grupo externo, apesar de estarem bem representadas em
três recifes internos: Boa Viagem, Inema e Ilha dos Frades Sul. A abundância
dessas algas nessas estações explica suas proximidade com as estações de
Caramuanas no MDS (Figura 7). Esses dois grupos de algas foram
responsáveis por 17,9% e 16,8% da diferença entre os recifes internos e
externos (Tabela 7).
Por sua vez, nos recifes internos as esponjas foram mais abundantes. Esses
organismos apresentassem uma grande cobertura nas estações Pinaúnas 4 e
5, porém, nas demais estações sua abundância foi menor que 1% (Figura 8).
49
As esponjas foram responsáveis por 7,6% da diferença entre os grupos (Tabela
7). Uma grande quantidade desses organismos também pode indicar
eutrofização (Grigg, 1995). Epizoanthus sp. foi muito representativo em apenas
duas estações internas, as mais distantes de todas no MDS: Poste 1 e Pedra
do Dentão (Figura 9). A Cobertura de Coral foi responsável por 7,2% da
diferença entre os dois grupos, que variou de 0,2% a 10,4% para os recifes
externos e de 0,7% a 26,9% nos recifes internos (Figura 10).
Estrutura da comunidade de corais:
Na análise SIMPER observou-se uma baixa similaridade entre as estações dos
recifes externos, 23,6% apenas. Isso pode ser explicado pela semelhança das
estações Pinaúnas 1, Caramuanas Norte e Caramuanas Leste-Sueste quanto
a abundância de M. cavernosa e Siderastrea spp. (Figura 11 e 12). Além disso,
Caramunas de Norte e Caramuanas Leste-Sueste também possuem uma
abundância de M. alcicornis similar (Figura 13). A estação Caramuanas de Sul
distou das demais estações do banco de Caramuanas por apresentar M.
cavernosa com uma abundância muito abaixo e Siderastrea spp. com muito
acima (Figura 11 e 12). Outras diferenças dentro dos recifes externos foram as
abundâncias similares de P. astreoides, M. harttii e A. agaricites nas estações
das Caramuanas que por sua vez estão ausentes nas estações do recife de
Pinaúnas (Figura 14, 15 e 16). Essas diferenças justificam a similaridade de
23,6%.
Apesar da baixa similaridade nas estações do grupo externo, a diferença entre
os grupos foi a maior apontada pelo SIMPER, 84,5%. Contribuíram para essa
diferenças as abundâncias de M. cavernosa, Siderastrea spp., M. alcicornis e
M. hispida (Tabela 10). Contudo, a média da abundância da Siderastrea spp.
foi maior no grupo externo apenas pela destoante abundância desse gênero no
recife de Caramuanas de Sul com 9,4% de cobertura (Figura 12). O mesmo
ocorre com M. híspida, que possui seus maiores valores nos recifes de
Caramuanas de Norte e de Leste-Sueste, destoando das demais estações dos
recifes externos. Entretanto, a espécie M. braziliensis foi encontrada
exclusivamente nos recifes externos e ocorreu em todas as estações (Figura
17). A espécie P. branneri também foi encontrada em todas as estações
50
externas e na estação interna de Boa Viagem, a mais próxima da entrada da
baía, (Figura 18). O grupo interno também apresentou duas espécies
exclusivas, S. Wellsi e M. decatis (Figura 19 e 20).
Composição da comunidade de corais:
A composição da comunidade de coral apresentou a maior similaridade dentro
dos grupos (Tabela 3). Os recifes internos e externos tiveram 72% de
similaridade cada (Tabela 13 e 14). A dissimilaridade foi de 55,5% (Tabela 13).
A espécie de coral Mussimilia braziliensis, foi exclusiva dos recifes externos,
ocorrendo em todas as estações (Tabela 3), assim coma espécie de hidrocoral
Stylaster roseus (Pallas, 1766) (Tabela 3). O grupo interno apresentou três
espécies exclusivas, S. wellsi, que ocorreu em treze estações, S. michelini,
presentes em onze estações e M. decatis, encontradas em seis estações
(Tabela 3). Duas outras espécies predominaram nos recifes externos: P.
branneri, que ocorreu em todas as estações externas e no recife de Boa
Viagem (Figura 21 e Tabela 3). M. harttii possui uma grande variedade
morfológica com duas formas muito comuns na BTS, a laxa e a conferta. A
forma laxa (Laborel, 1969b; Verrill, 1903), presentes em cinco estações
externas e nas internas em Boa Viagem e Pedra Cardinal (Figura 22 e Tabela
3). A forma conferta assemelha-se muito a M. hispida, podendo ser
diferenciada apenas observando a porção inferior da colônia (Laborel, 1969b;
Verrill, 1903). É possível que M. harttii ocorra em outros recifes do interior da
BTS na forma conferta. Para verificar a distribuição dessa população se faz
necessária a coleta de espécimes, o que implica em um método destrutivo e
por isso não foi efetuado nesse trabalho. Além dessas duas espécies, A.
agaricites foi mais comum nos recifes externos (Tabela 3). Nos recifes internos
quatro espécies foram mais comuns: M. alcicornis, M. cavernosa, F. gravida e
P. astreoides (Tabela 3). As espécies mais cosmopolitas foram as do complexo
Siderastrea spp., que ocorreram em todas as estações, M. hispida, e M.
cavernosa presente respectivamente nas 21 e 20 estações das 24 (Tabela 3).
Os recifes externos e internos:
A cobertura de grupos organismos, a complexidade e a composição da
comunidade de corais refletem o padrão de hidrodinâmica, morfologia e
51
poluição industrial. A diferença mais evidente foi a da estrutura da comunidade
de coral, com 84,5% de dissimilaridade. Isso indica que esses recifes
diferenciam-se não penas nas espécies que as compõe, mas também na
abundância das espécies que compartilham. Embora não seja possível separar
a contribuição da hidrodinâmica e da poluição para esse padrão, é possível
destacar alguns efeitos deste último, com base em trabalhos anteriores.
As primeiras descrições das espécies de corais da BTS foram de Hartt (1870),
Rathbun (1876), Rathbun (1878) muito antes da industrialização, que se iniciou
timidamente em 1939 (Dutra e Hawoth, 2008). Na década de 1960 ocorreu a
maior expansão industrial da região com a instalação de mais de 200 indústrias
(Souza Santos e Tavares, 2000), a maior parte entre os municípios de Salvador
e Madre Deus. No inicio dessa década, em 1962, Laborel (1969a), inventariou
o recife de Inema e identificou uma mudança em relação à descrição de
Hartt (1870). Os maiores desastres ambienteis ocorreram a partir da década de
1970, a exemplo dos derramamentos de 900 kg de mercúrio nessa mesma
decada (Wasserman e Queiroz, 2004) e 48.000 L de petróleos bruto em 1992
(Orge et al., 2000). No início da década de 1980 Araujo (1984) descreveu os
recifes de Itaparica, em uma época em que os efeitos da pesca eram tão
baixos que encontravam-se comumente tubarões nas lagunas (Comunicação
pessoal, Leão e Araújo). Em 2002, o primeiro levantamento quantitativo dos
recifes internos da BTS identificou uma serie de mudanças na comunidade de
coral (Dutra et al., 2006).
Cronologicamente, a primeira mudança ocorrida foi a ausência de Favia
leptophylla (Verrill, 1868) constatada por Laborel (1969a) no interior da BTS.
Hartt (1870) relatou que a comunidade de coral da BTS, interna e externa, era
muito similar à dos recifes de Abrolhos, diferenciando-se apenas pela maior
abundância de F. leptophylla nos recifes da BTS. Laborel (1969a) levanta duas
hipóteses para explicar essa ausência: a primeira seria a extinção local dessa
espécie, que é sensível à turbidez, pelo aumento da sedimentação causada por
uma fábrica de cimento. A segunda recai sobre Hartt (1870) e Rathbun (1876),
pesquisadores canadense e americano que descreveram os recifes da BTS no
século XIX. É possível que eles tenham confundido F. leptophylla com M.
52
cavernosa. Entretanto, Araújo (1984) confirmou a existência daquela espécie
para os recifes de Caramuanas.
As maiores mudanças são constatadas para os recifes internos entre o que
relatou Laborel (1969a) e Dutra et al. (2006) num intervalo de 40 anos. Dutra et
al. (2006) relataram a ausência de cinco espécies descritas por Laborel (1969a)
para a região, Mussismilia braziliensis, Millepora nitida (Verrill, 1868),
Meandrina braziliensis (Milne Edwards e Haime, 1850), P. branneri e S.
michelini e a presença de duas espécies não observadas por ele, M. decatis e
A. agaricites. Contudo, deve-se ressaltar que os locais de amostragem desses
dois trabalhos são distintos.
O resultado do presente trabalho constatou a ausência de Mussismilia
braziliensis e Millepora nitida e uma redução na população de Meandrina
braziliensis e P. branneri para o interior da BTS.
A espécie S. mihelini que consta como ausente no trabalho de Dutra et al.
(2006) esteve presente em 11 das 15 estações internas, nas quais se
encontram as oito estações em comum. Porém, sua abundância é muito baixa.
Além disso, essa espécie assemelha-se muito em forma, cor e tamanho de
coralito às Siderastrea spp., dificultando a distinção entre as duas. A ausência
desta espécie no trabalho de Dutra et al. (2006) deve-se, provavelmente, a
uma limitação no todo do vídeo-transecto. No presente trabalho, a
identificação dessa espécie foi possível apenas pela complementação dos
dados com o registro em campo de todas as espécies existentes.
A espécie Meandrina braziliensis foi encontrada na forma fixa apenas em Maré
Oeste, e na forma livre, sobre o sedimento, em Inema. Ocorreu uma redução
da população em comparação com a descrição de Laborel (1969a). Porém, o
método utilizado neste trabalho não acessa a população na forma livre, uma
vez que a área de sedimento do entorno do recife não é amostrada.
P. branneri ocorre apenas na estação de Boa Viagem. De acordo com o
trabalho de Lessa et al. (2000), este local tem maior hidrodinâmica em relação
53
às outras estações do interior da BTS, existe ali uma maior renovação de água.
Esta espécie está presente também em todos os recifes externos. Ela foi
constatada na década de 1960 em um recife mais interno da BTS, na estação
de Inema, por Laborel (1969a). Ela Isto sugere que ela tenha sido eliminada
das demais estações do interior da BTS devido à degradação da qualidade da
água no local. Apóia essa idéia o fato de outras duas espécies também
observadas por Laborel em Inema (1969a), Mussismilia braziliensis e Millepora
nitida ocorrerem hoje, apenas nos costões rochosos entre Praia do Farol da
Barra e o Yacht Club da Bahia, na entrada da BTS em posição oposta à Ilha de
Itaparica (observação pessoal). M. braziliensis ocorre também nos recifes
externos. Essas alterações na comunidade de coral juntamente com o histórico
de poluição da BTS são um indício de que a qualidade de água é a
responsável por esse fenômeno.
Nos recifes externos também foram constatadas mudanças na comunidade de
coral. A espécie F. leptophylla não foi encontrada nas Caramuanas. Além
disso, a ausência de M. alcicornis no recife de Pinaúnas e sua baixa
abundancia nos recifes de Caramuanas é marcante. Essa espécie era muito
abundante entre os dois e quatro metros de profundidade, ao ponto
denominarem essa região de Zona de Millepora, e cobriam a frente do recife de
Pinaúnas além de contornar os recifes de Caramuanas (Araújo, 1984). Esse
organismo caracteriza-se por ser resistente a ações das ondas e é comum ser
encontrado em abundância em locais de grande energia (Hubbard, 1997; Riegl
e Piller, 1999).
Uma possível explicação para as mudanças na distribuição e na abundância de
M. alcicornis é a pesca predatória com explosivos e redes de espera. Por ser
ramificada, esse organismo tende prender as redes de espera postas sobre o
recife. Essas redes quebram as colônias. Muitas vezes as redes presas são
cortadas pelos pescadores e deixadas sobre o recife, amplificando seu
impacto. Pedaços de redes foram observados nos recifes de Caramuanas. Já a
pesca com bomba, a depender de sua intensidade, promove impactos que
levam décadas para serem recuperados, quando não geram danos
irreversíveis (Riegl e Luke 1998; Riegl, 2001). Em casos mais brandos, causam
54
uma mudança na comunidade de organismos mais perenes de vida longa (k
estrategistas) para organismos de crescimento mais rápido e muitas vezes
mais efêmero (r estrategista) (Riegl e Luke 1998). Em casos mais graves, além
de eliminar os corais, esse prática destrói todos os processos ecológicos chave
(Riegl e Luke 1998), a exemplo dos organismos herbívoros, ocasionando a
exclusão competitiva dos corais por algas frondosas em um processo
conhecido como mudança de fase (Bellwood et al., 2004). Esses artefatos são
comuns na região e podem eliminar esse organismo do recife. Essa
modificação foi tão intensa que este organismo de ambientes de alta energia
apresentou uma abundância menor nos recifes externos que nos internos. A
Analise SIMPER indica que este organismo é responsável por 10,6% da
diferença entre estes dois grupos para a estrutura da comunidade de coral
(Tabela 8).
Os recifes de corais da BTS apresentam atualmente 15 espécies de corais e
quatro de hidrocorais. Observou-se neste trabalho 15 espécies de corais e
duas de hidrocorais, totalizando 17 espécies. Os corais: Stephanocoenia
michelini, Madracis decatis, Agaricia agaricites, complexo Siderastrea
composto por duas espécies S. stellata e S. radians (Neves, 2004; Neves et al.,
2008), Porites astreoides, P. branneri, Favia gravida, Montastraea cavernosa,
Mussismilia braziliensis, M. harttii, M. hispida, Scolymia wellsi, Meandrina
braziliensis e Phyllangia americana; e os hidrocorais: Stylaster roseus e
Millepora alcicornis. Além dessas espécies, entre praia do Farol da Barra e o
Yacht Club da Bahia, ocorrem mais duas espécies de hidrocorais: Millepora
braziliensis (Verrill, 1868) e M. nitida (observação pessoal). A espécie
dominante é quase sempre a M. cavernosa. As espécies do complexo
Siderastrea, M. hispida, e M. alcicornis são muito abundantes. Essas quatro
espécies também são as de maior distribuição na BTS. Os recifes
caracterizam-se pela grande quantidade de alga filamentos (X=36,1% ±=19,6)
e pouca quantidade de alga frondosa (X=5,0% ±=10,1). A cobertura de coral
varia de 0,2% a 26,9% (X=6,9% ±=7,4).
Os recifes externos da BTS diferenciam-se dos internos pela alta cobertura de
alga calcaria incrustante (X=18,6% ±=10,6) e de alga calcaria articulada
55
(X=17,6% ±=9,8). Possuem com exclusividade as espécies Mussismilia
braziliensis e Stylaster roseus e uma maior distribuição de P. branneri, A.
agaricites e M. harttii forma Laxa. Por outro lado, os recifes Internos
caracterizam-se pela maior quantidade de Esponja (X=8,8% ±=7,5) e cobertura
de coral (X=8,9% ±=5,5). Apresentaram com exclusividade S. wellsi S.
michelini e M. decatis e uma maior abundância e distribuição espacial de M.
cavernosa, M. alcicornis, F. gravida e P. astreoides. A diferença natural da
hidrodinâmica desses dois ambientes juntamente com o histórico de poluição
do interior da BTS devem ser os responsáveis por esses padrões distintos. A
conservação e recuperação desses recifes está condicionada à melhoria da
qualidade do ambiente interno da BTS, combate a pesca predatória com
explosivos e redes de espera sobre o recife e a criação de áreas de exclusão
de pesca.
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59
Indicações de Áreas Prioritárias para Conservação de Recifes
na Baía Todos os Santos, Bahia, Brasil
Resumo:
A área de proteção ambiental da Baía de Todos os Santos pode viabilizar a
criação de áreas intangíveis possibilitando a conservação e a recuperação dos
recifes de corais da região. Como subsídios para a criação destas áreas foram
avaliados os aspectos ambientais empregando critérios que refletem a
integridade ambiental, a resiliência e a riqueza de espécies de corais,
consiliando e adaptando duas metodologias para a realidade dos recifes
brasileiros. A integridade ambiental foi avaliada a partir da abundância de
recrutas de corais e de coberturas de corais, alga frondosa, alga filamentosa,
cianobactéria, alga calcária incrustante, alga calcária articulada, esponja,
Palythoa caribaeorum, Epizoanthus sp. e ouriço. A resiliência foi avaliada a
partir da idade da comunidade de coral, estimada a partir do diâmetro e da taxa
de crescimento de algumas espécies. Por fim, a riqueza de espécies
considerou, além do número, se essas eram comuns, incomuns ou raras. Com
base nestes critérios, os recifes foram classificados em uma escala de menos
três a três. Duas estações no interior da baía atingiram os três pontos. Um
recife externo e outro interno obtiveram dois pontos. Por fim, duas estações
externas e uma internas obtiveram um ponto. Estes sete recifes apresentam
relevância em pelo menos um desses critérios. Este método mostrou-se
adequado para indicar áreas de relevâncias para conservação em média
escala. Entretanto, apenas a criação dessas áreas intangíveis o garantirá a
conservação desses recursos. Para isso é necessário também o combate à
pesca predatória e melhoria da qualidade da água.
Abstract:
The Todos os Santo Bay Portect Area can possibility the conservation of coral
reefs in a density urban area. This work evaluates the environmental value of
23 sites in this bay to appoint the best reef to creation of No Take Areas. This
60
value was accessed by three criterions: Environmental Integrity Indices;
Resilience Indices; Corals Species Riches Indices. The environmental integrity
indices were evaluated by number of coral recruits, coral cover, macroalgal
cover, turf alga cover, cianobacteria cover, calcarian crust alga cover, calcarian
articulated algal cover, sponge cover, Palythoa cover, Epizoanthus cover and
sea urchion cover. The resilience was accessed by the size and ages of the
coral colonies each community. The coral species riches indices was evaluated
by the number of species and if then were common, uncommon or rare. With
these criterions, the reefs were ranking between three negative points to three
points. Two sites inside of bay was gain three points. Um reef outside the bay
and other inside had obtained two points, and more two sites outside the bay
and another inside had gained one point. These sites have one or more
environmental relevant criterions. This method proved to be appropriate to
indicate areas of relevance to conservation on average scale.The conservation
of reefs in Todos os Santos Bay need the creation of No Take Areas, improve
of water quality and the elimination of the predatory fishing.
Introdução:
Com aproximadamente 1000 km
2
a Baía de Todos os Santos (BTS) é a
segunda maior baía do Brasil (Bittencourt et al., 1976; Lessa et al., 2001). Em
suas margens, encontra-se um parque industrial com produção e refino de
petróleo, metalúrgicas, fábricas de fibras sintéticas, indústrias químicas,
cerâmica, entre outras, além da cidade de Salvador com mais de 2,8 milhões
habitantes (Souza Santos e Tavares, 2000; IBGE, 2007). Suas águas abrigam
duas áreas recifais. A primeira localiza-se na porção leste da Ilha de Itaparica e
a segunda na região nordeste da BTS, compreendendo a parte sudeste da Ilha
dos Frades, seguindo até a Ilha de Maré contornando-a de leste a oeste
alongando-se na porção sul e ao longo da costa oeste da cidade de Salvador
entre as praias de Inema e Boa Viagem (Figura1).
61
Esses recifes são utilizados para pesca e coleta de organismos ornamentais
(Rosa et al., 2006; Dutra e Haworth, 2008). Práticas predatórias proibidas como
pesca com explosivos e redes de espera sobre são freqüentes.
Em 1999, um decreto do Estado da Bahia criou a Área de Proteção Ambiental
(APA) da BTS, abrangendo tanto o ambiente terrestre quanto aquático (Bahia,
1999). Essa unidade de conservação é uma categoria de uso sustentável e
abrange áreas extensas com ocupação humana e tem como objetivo promover
o uso sustentável dos recursos e assegurar a conservação da biodiversidade
(Brasil, 2000).
No decreto de criação dessa APA, está prevista a elaboração de um plano de
manejo que contenha as normas e as restrições ao uso dos recursos. Dentre
essas restrições exigem-se a delimitação de áreas de exclusão do uso a serem
aplicadas às florestas ombrófilas, manguezais e recifes de corais (Bahia, 1999).
Entretanto, nove anos após sua criação, a APA da BTS ainda não possui seu
plano de manejo.
Por serem os ambientes marinhos de maior diversidade (Bryant et al., 2000),
estarem entre os mais ameaçados (Connell, 1978; Worm et al., 2006; Halpern
et al., 2007) e por seu papel na sustentabilidade dos recursos pesqueiros
(Russ, 1991; Done, 2001), os recifes de corais merecem esse destaque no
plano de manejo da APA da BTS. A criação de Áreas Intangíveis (AI’s) é
proposta como o melhor instrumento contra a degradação por impactos locais
(AI’s) (Hodgson, 1999; Souter e Lindén, 2000; Bellwood et al., 2004; Aronson e
Precht, 2006; McClanahan et al., 2006; Mumby, 2006).
Se atribuem também às AI’s o aumento em número, tamanho e capacidade
reprodutiva dos peixes (McClanahan et al., 1999; Halpern, 2003).
Adicionalmente, as AI’s podem favorecer a melhora de áreas adjacentes com a
migração de larvas e organismos adultos (Wantiez et al., 1997; Bellwood et al.,
2004). Estima-se que pelo menos 20% dos recifes de corais devam constituir
AI’s para garantir a conservação desse ecossistema (Souter e Lindén, 2000;
Halpern, 2003; Bellwood et al., 2004; Wilkinson, 2004). Um exemplo disso é a
62
iniciativa do Parque da Grande Barreira de Recifes de Corais da Austrália que
ampliou recentemente as AI’s de 4,5 % para 33 % (Wilkinson, 2004; Fernandes
et al., 2005).
O efeito dessa exclusão leva à recuperação e manutenção da integridade
ecológica (Edmmunds e Carpenter, 2001) e confere ao ecossistema uma maior
resiliência a eventos estocásticos, a exemplo dos impactos das mudanças
globais como o fenômeno de branqueamento (Pandolfi et al., 2003; West e
Salm, 2003). Isto ocorre por meio da recuperação e estabilização das
populações de grupos funcionais, a exemplo dos peixes herbívoros de grande
porte e ouriços, que controlam as algas frondosas, fortes concorrentes dos
corais (Edmmunds e Carpenter, 2001; West e Salm, 2003; Bellwood et al.,
2004).
Em ecossistemas, o termo resiliência refere-se a um estágio de equilíbrio. Este
pode sofrer uma mudança de fase, para outra configuração ambiental
encontrando outro estágio de equilíbrio (Nyström et al., 2000). Em outras
palavras, resiliência representa a capacidade que o ecossistema tem de
recuperar-se de distúrbios naturais ou antrópicos (Knowlton e Jackson 2008),
sendo este, o estágio de equilíbrio inicial. Se o ambiente não se recuperar, ele
sofre uma mudança de fase encontrando outro equilíbrio, com outra
organização, deixando de ser o ambiente que era.
Para os recifes de corais, resiliência é na pratica a capacidade do ambiente de
retornar ao estado imediatamente anterior ao distúrbio, uma fase na qual os
corais são os organismos dominantes (Nyström et al., 2000; Bellwood et al.,
2004). Uma série de relações ecológicas, que permitem a dominância dos
corais, é indicada como responsável por essa resiliência, a exemplo de
organismos que controlam predadores e competidores dos corais e de
organismos que favorecem seu recrutamento (Nyström et al., 2000; Bellwood et
al., 2004; Mumby et al., 2007; Knowlton e Jackson 2008). A capacidade de
recuperação da cobertura de coral está tão associada às condições em que se
encontram a comunidade destes organismos que Done (1999) e Done et al.
(2007) afirmam que manter e restaurar a resiliência dos recifes de corais é
63
manter e restaurar a cobertura de coral, a biodiversidade, produção e tamanho
das colônias.
Por questões sócio-econômicas é inviável excluir o uso de todos os recifes da
APA da BTS, uma vez que esses ambientes são utilizados por diversas
comunidades tradicionais que vivem diretamente da extração de seus recursos,
além de outras atividades como coleta de organismos ornamentais e turismo.
Desse modo, faz-se necessário a escolha de algumas áreas para restrição de
uso visando à conservação do ecossistema. A criação de AI’s deve considerar
aspectos sócio-econômicos e ecológicos, além do tamanho dessas áreas
(Airamé et al., 2003; Roberts et al., 2003a, 2003b; Fernandes et al., 2005).
Entretanto, deve-se ressaltar que quanto melhor a qualidade ambiental dessas
áreas, melhores serão os efeitos para conservação (Roberts, et al., 2003a).
Este trabalho se propôs a identificar os recifes de corais com maior relevância
considerando indicadores de integridade ambiental, capacidade de resiliência e
a riqueza e distribuição de espécies de corais.
Metodologia:
Área de Estudo:
A BTS possui um formato bastante recortado com a presença de várias ilhas,
sendo a maior a Ilha de Itaparica, que se encontra na entrada da baía e
delimita dois canais de comunicação com o Oceano Atlântico (Bittencourt et al.,
1976; Lessa et al., 2001).
Vinte e três estações foram amostradas entre março e dezembro de 2007
(Figura 1). Oito delas nos recifes externos, sendo três no banco recifal de
Caramuanas e cinco no recife em franja de Itaparica. As outras 15 estações
encontram-se no interior da BTS, sendo quatro nos recifes que bordejam as
ilhas de Maré e Frades, quatro ao longo da costa oeste da cidade de Salvador
64
e sete nos bancos recifais do interior da BTS, ao longo do canal que leva ao
porto de Ilha de Madre Deuz.
Figura 1: Mapa dos recifes da Baía de Todos os Santos e estações amostrais.
Aquisição dos dados:
Os dados foram coletados com mergulho autônomo. Em cada estação dois
mergulhadores registraram em vídeo digital seis transectos de acordo com
técnica de vídeo-transecto descrita por Cruz et al. (2008). Cada transecto
possui a medida 20 m de comprimento por 0,21 m de largura totalizando uma
área de 4,2 m
2
por transecto ou de 25,2 m
2
por estação. Para levantar o
número de recrutas de corais foi utilizado, de maneira complementar, um
quadrado de 25x25 cm que foi lançado cinco vezes por transecto, método
adaptado do protocolo AGRRA (Kramer et al., 2005). A cada lançamento foram
contados todas as colônias de corais com menos de 3 cm de diâmetro. Devido
à possibilidade de não serem amostradas, pela técnica de vídeo-transecto, as
espécies com abundância reduzida e à limitação na identificação taxonômica
de algumas espécies (Carleton e Done, 1995), foram anotadas todas as
65
espécies que foram avistadas durante os mergulhos para descrever melhor a
composição da comunidade de coral.
Tratamento das imagens:
As imagens foram capturadas em um computador pessoal e armazenadas em
DVD. Esses transectos passaram por dois tipos de análises:
O primeiro processo consiste no sorteio de pontos sobre as imagens. Os
organismos sobre os quais esses pontos caem são identificados. Esse
processo levantou a cobertura de coral, de alga frondosa, de alga calcária
incrustante, de alga filamentosa, de alga calcária articulada, de cianobactéria,
de esponja, de ouriço, de Palythoa caribaeorum, de Epizoanthus sp., de Carijoa
riisei; Zoanthus ssp., de Crinoide, de Neospongodes atlantica, outros
organismos, de sedimento e dados não identificados. Para essa análise foi
utilizado um programa de código fonte livre, VITRA
(http://vitra.codigolivre.org.br/). Foram utilizadas as especificações de Cruz
(2005), 20 pontos por quadro sorteados sobre uma malha de 450
possibilidades. Em média, cerca de 82 quadros foram analisados por transecto.
Os resultados são representados em porcentagem da cobertura dessas
classes de organismo sobre o recife.
O segundo processo descreveu a assembléia de corais em classes de
tamanho. Cada colônia presente no vídeo foi identificada e teve seu tamanho
estimado. Para a isso, foram utilizadas as dimensões da imagem, 15 cm de
altura e 21 de largura. O tamanho medido foi o de diâmetro máximo como
sugerido por Kramer et al. (2005). No entanto o diâmetro máximo obtido limita-
se ao restrito pelas dimensões do vídeo. Esses dados foram contabilizados em
classes de tamanho que variam de 5 em 5 cm, de maior que zero a maior que
trinta (<5, 5<10, 10<15, 15<20, 20<25, 25<30 e >30). Esses dados são
apresentados em número de colônias em cada classe por 10 m
2
.
66
Análise dos dados:
As 23 estações foram analisadas em três critérios que servem como
indicadores de integridade ambiental adaptado de Jamenson (1998) e
Jamenson et al. (2001), resiliência e de riqueza de espécies de corais
adaptados de Done (1995). Cada um desses critérios recebeu três
classificações: Bom, Regular e Ruim, adaptado de Done (1995). A cada
qualificação Bom a estação recebe um ponto positivo. Se a qualificação for
Regular a estação não pontua. Para uma qualificação Ruim, a estação recebe
um ponto negativo. A soma desses valores pode variar em sete possibilidades,
de menos três a três (-3; -2; -1; 0; 1; 2; 3). As estações com maior mero de
pontos agregam mais requisitos relevantes para conservação.
O critério de integridade foi analisado a partir da cobertura viva dos organismos
bentônicos mais abundantes ou com função relevante para o ecossistema
(Jameson, 1998; Jameson et al., 2001; McField e Kramer, 2007). Para isso
utilizaram-se os dados de cobertura gerados pelo sorteio de pontos no
programa VITRA, complementado com dados de número de recrutas. Esse
critério descreve as condições ambientais momentâneas do recife. Os
resultaodos desses índices podem ser utilizados para manejo, mostrando a
necessidade de intervenção como cessar uma fonte poluidora ou restringir ou
proibir a pesca no recife (McField e Kramer, 2007). Os dados utilizados foram a
cobertura de Coral; Alga frondosa; Alga filamentosa; Cianobactéria; Alga
calcária incrustante; Alga calcária articulada; esponja; Palythoa caribaeorum;
Epizoanthus sp.; ouriço; recrutas.
Os motivos da escolha desses grupos foram baseados nos Índice de
Integridade Biológica que devem considerar a importância ecológica descrita
e/ou a representatividade da abundância desses organismos nesses recifes
(Jameson, 1998; Jameson et al., 2001). Não há um consenso sobre a utilização
e interpretação desses índices, sendo muito variados de acordo com cada
programa de monitoramento e/ou de inventários (Jameson, 1998). Para a Baía
de Todos os Santos foram utilizados os índices mais comuns além dos grupos
67
que tiveram uma abundância maior que 15% em pelo menos uma das 23
estações.
De acordo com a distribuição de freqüência de abundâncias (Figura 2) e a
relação de cada um desses grupos com os organismos construtores dos
recifes, corais e algas calcárias incrustantes (Knowlton e Jackson, 2001), foram
definidas de classes cobertura com valores específicos que podem variar de
menos quatro a cinco (-4 a 5) (Tabela 1). Considerou-se também que nem uma
classe de organismo, exceto os construtores, traria benefícios para o recife
com uma cobertura superior a 20%. O zero indica que a classe de cobertura é
neutra. Essa classe nem contribui nem prejudica as condições do recife. Os
valores dos 11 indicadores somados determinam o escore da condição de
integridade dos recifes de cada estação. A soma desses valores variou de
menos quatro a sete (-4 a 7) (Figura 3) sendo considerado Bom um valor acima
de três, Regular um valor positivo até três e Ruim os valores negativos.
Distribuição de Freqüência da Abundancia dos Grupos
Coral %
Alga
Frondosa %
Alga
Filamentosa %
Cianobactéria %
Alga Calcária
Incrustante %
Algas Calcária
Articulada %
Esponja %
Palythoa
Caribaeorum %
Epizoanthus %
Ouriço #
Recruta /m
2
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
%
Distribuição de Freqüência da Abundancia dos Grupos
Coral %
Alga
Frondosa %
Alga
Filamentosa %
Cianobactéria %
Alga Calcária
Incrustante %
Algas Calcária
Articulada %
Esponja %
Palythoa
Caribaeorum %
Epizoanthus %
Ouriço #
Recruta /m
2
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
%
Figura 2: Gráfico da distribuição de freqüência da abundância dos grupos de organismo na
BTS. Cada ponto representa uma estação. A cruz indica a média.
68
Tabela 1: Critérios para de julgamento de integridade ambiental.
Valor
-4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5
Coral (%) <1 1 - 5 5 - 10 10 – 15 15 - 20 20 - 25 >25
Alga Frondosa (%) >40 20 - 40 10 – 20
5 - 10 1 - 5 <1
Alga Filamentosa (%) >60 40 - 60 20 – 40
10 - 20 <10
Cianobacteria (%) >20 10 - 20 5 – 10 <5
Alga calcárias incrustantes (%)
<5 5 - 10 10 - 20 20 – 40 >40
Algas calcária articulada (%) >40 25 - 40 15 – 25
10 - 15 5 - 10 <5
Esponja (%) >20 10 - 20 5 – 10 1 - 5 <1
Palythoa caribaeorum (%) >70
50 - 70
30 - 50 10 – 30
5 - 10 <5
Epizoanthus sp. (%) >70
50 - 70
30 - 50 10 – 30
5 - 10 <5
Ouriço (%) 0 0 - 0,1 0,1 - 0,25 0,25 - 0,5 0,5 - 0,75 >0,75
Recruta (nº/m2) <0,5 0,5 - 1 1 - 3 3 – 5 >5
A escolha dos organismos é justificada a seguir:
1. A cobertura de coral é apontada por McField e Kramer (2007) como um dos
principais parâmetros a serem medidos. Essa importância justifica-se pelo fato
desses organismos serem os principais construtores dos recifes (Knowlton e
Jackson, 2001; McField e Kramer, 2007). Segundo Jameson et al. (1998) esse
parâmetro está presente na maioria dos programas de levantamento e
monitoramento. Quanto maior sua cobertura, mais íntegro é o recife. McField e
Kramer (2007) indicam para Belize 5% como o mínimo aceitável. Para os
recifes da Baía de Todos os Santos o intervalo neutro foi considerado entre 1%
e 5% de cobertura (Tabela 1). Acima desse valor o recife passa a receber
pontos nesse quesito.
2. As algas frondosas são organismos com grande capacidade de reduzir a
abundância ou eliminar os corais por competição (Tanner, 1995; Lirman, 2001;
River e Edmunds, 2001; Smith et al., 2001; McField e Kramer, 2007). Essas
algas são as principais beneficiadas nos eventos de mudança de dominância
ou “mudança de fase” que o indicadas como uma das principais causas do
declínio dos recifes de corais no Caribe (cf. phase-shift, Hughes, 1994;
McCook, 1999; Lirman, 2001; McCook et al, 2001; Bellwood et al., 2004;
Hoegh-Guldberg, 2006). Na maioria das vezes o aumento da abundância
dessas algas está associado à eutroficação e/ou sobrepesca dos peixes
69
herbívoros que controlam suas populações (Hughes, 1994; McCook, 1999;
Lirman, 2001; McCook et al., 2001; Bellwood et al., 2004; Hoegh-Guldberg,
2006). Neste tipo de evento sas algas passam a dominar os recifes, ao mesmo
tempo em que os corais, principais organismos construtores, têm suas
abundâncias muito reduzidas (Knowlton e Jackson, 2001). Smith et al. (2006)
identificaram que essas algas podem abrigar bactérias que produzem
substâncias capazes de causar mortalidade nos corais sugerindo uma
competição indireta. As algas frondosas também são capazes de reduzir e até
anular o recrutamento dos corais (Birkeland, 1977; Hughes, 1994; Tanner,
1995; Richmond, 1997). McField e Kramer (2007) definem as algas frondosas
como prioridade no monitoramento dos recifes e consideram danoso quando a
cobertura de alga frondosa supera o dobro da cobertura de coral. Quanto maior
sua cobertura menos íntegro é o recife. Valor neutro definido entre 5 e 10% de
cobertura (Tabela 1). Acima disso foi considerado danoso ao recife.
3. As algas filamentosas também o apontadas como organismos que
competem com os corais por alguns pesquisadores (McCook, 2001; Jompa e
McCook, 2002; Nugues e Roberts, 2003). Essas algas possuem a capacidade
de aprisionar sedimento em seu tecido ao ponto de poder causar mortalidade
indireta em recrutas e em colônias adultas de corais (Birkeland, 1977; Nugues
e Roberts, 2003; Birrel et al., 2005). Elas também podem abrigar bactérias
patogênicas para os corais (Smith et al., 2006). Além disso, as larvas plânulas
(larva dos corais) não podem assentar sobre um substrato tomado por algas
filamentosas (Birkeland, 1977; Richmond, 1997). Uma cobertura muito elevada
desse tipo de alga é um indício negativo para da saúde desse recife. O ponto
neutro é entre 10 e 20% de cobertura (Tabela 1). Acima disso foi considerado
prejudicial.
4. As cianobactérias bentônicas são tidas como indicadoras de eutroficação
(Paul et al., 2005; Thacker et al., 2001; Thacker e Paul, 2001). Como
conseqüência da eutroficação, pode ocorrer redução das taxas de crescimento
e deposição de carbonato de cálcio nos corais, a exemplo de nitrato em valores
um pouco acima do normal (1
µM NO
3
, Marubini e Davies, 1996). Essas algas
também se caracterizam como substrato desfavorável para o recrutamento de
70
corais (Birkeland, 1977). Elas possuem relação com doenças em corais, a
exemplo da doença da banda preta (Black-band Disease) causada pela
cianobactéria Phormidium corallyticum (Peters, 1997). Por esses motivos,
grandes coberturas desses organismos representam um ameaça a integridade
dos recifes. O ponto neutro é uma cobertura menor que 5% (Tabela 1). Acima
desse valor começa a contar negativamente.
5. Alga calcária incrustante é um dos principais construtores recifais,
juntamente com os corais (Knowlton e Jackson, 2001). Além disso, essas algas
funcionam como “argamassa” conferindo grande resistência a toda estrutura
recifal, principalmente na zona de arrebentação (Litter e Litter, 1997). Apesar
da ocorrência de competição entre algas calcárias incrustantes e corais
(Antonius, 2001; Antonius e Afonso-Carillo, 2001) essas algas possuem um
papel fundamental nos recifes. Estudos indicam que as algas calcárias
incrustantes produzem substâncias que induzem o assentamento das larvas
plânulas (Heyward e Negri, 1999; Negri et al., 2001; Vermeij, 2005). Diversos
trabalhos apontam que o sucesso do recrutamento está diretamente
relacionado com a cobertura deste tipo de alga (Birkeland, 1977; Heyward e
Negri 1999; Miller e Barmo, 2001). Além disso, Littler e Littler (1997) sugerem
que estas algas possam inibir o recrutamento de algas frondosas, os principais
competidores dos corais. Dessa forma, é extremamente vantajoso ter uma boa
cobertura de algas calcárias incrustantes em um recife. O ponto neutro é entre
5% e 10% de cobertura e quanto maior a cobertura, melhor a situação do recife
(Tabela 1).
6. Alga calcária articulada compreende as algas da divisão RHODOPHYTA, da
família Coralinaceae e as algas da divisão CHLOROPHYTA, do gênero
Halimeda. Esses organismos são indicados como alguns dos principais
organismos na produção de carbonato de cálcio que contribuem como
sedimento para a construção da estrutura recifal (Hallock, 1997; Leão e
Ginsburg, 1997; Leão et al., 2006). Na Ilha de Itaparica as algas do gênero
Halimeda podem chegar a compor mais de 30% do sedimento (Araújo, 1984).
A abundância dessas algas, em duas estações foi superior a 40%. Em ambos
os casos foi possível identificar danos aos corais. Na região onde a alga fazia
71
contato com a colônia de coral, o tecido desta estava branqueado ou morto.
Nuggues e Szmant (2006) relataram uma preferência nas larvas plânulas de
assentarem em Halimeda opuntia similar às descritas para algas calcárias
incrustantes. No entanto, por ser um organismo de vida curta e com facilidade
de perderem segmentos, esses recrutas teriam vida curta (Nuggues e Szmant,
2006). Entre 10 e 15% foi assumido como valor neutro contando positivamente
valores abaixo e negativamente em valores acima desse intervalo (Tabela 1).
7. Esponja representa o grupo de maior biodiversidade nos recifes e retiram
impurezas da água por filtração (Diaz e Rützler, 2001). Mas também fazem
parte dos principais grupos de bioerodidores nos recifes (Glynn, 1997). Esses
organismos também são indicados como um agressivo competidor dos corais
(Suchanek et al., 1983; Diaz e Rützler, 2001), o que foi constatado em algumas
estações na Baía de Todos os Santos. indícios ainda de que as esponjas
possam ser indicadoras de eutroficação (Grigg, 1995). Para esse organismo foi
definido como intervalo neutro uma cobertura entre 1% e 5%, tendo valores
negativos à medida que sua cobertura aumenta (Tabela 1).
8. Palythoa caribeorum, como as espécies do gênero, é um habitante comum
dos topos recifais (Haywick e Mueller, 1997). Os zoantídeos, em geral,
possuem uma baixa abundância, no entanto podem apresentar uma
dominância maior que 85% (Suchanek e Green, 1981; Tanner, 1997). São
considerados competidores agressivos, com taxa de crescimento de até 4
mm/dia (Suchanek e Green, 1981). A espécie do Pacífico, Palythoa caesia
pode aumentar sua cobertura em 30% em apenas dois anos (Tanner, 1997).
Além disso, pode ser beneficiada pelo aumento da sedimentação. Haywick e
Mueller (1997) constataram que duas espécies, P. caribaeorum e P.
mammilosa podem assimilar o equivalente a 6 mm/ano de sedimento nas
frações silte e argila, o que lhes confere vantagem sobre outros organismos em
situação de altas taxas de sedimentação. Foi considerado com um valor neutro
o intervalo entre 5% e 10% (Tabela 1). Coberturas acima disso foram
consideradas danosas ao recife.
72
9. Epizoanthus sp. é o zoantídeo que foi encontrado com uma cobertura
excepcional em duas estações, Pedra do Dentão e Poste 1, com 67% e 82%,
respectivamente. A cobertura desse organismo em 2003 no Poste 1 era de
46% (Dutra et al., 2006) e praticamente dobrou em quatro anos. Jameson et al.
(2001) sugere o monitoramento dos zoantídeos nos Índices de Integridade
Biológica, juntamente com todos os organismos que venham a apresentar
dominância no recife. O valor neutro adotado foi o intervalo entre 5% e 10%
(Tabela 1). Coberturas superiores foram consideradas danosas ao recife.
10. Os ouriços são, junto com os peixes Scarus spp., Sparisoma spp. e
Acanthurus spp., os principais responsáveis pelo controle da abundância de
algas frondosas (Hughes,1994; Hay, 1997; Pennings, 1997; Knwolton e
Jackson, 2001). A presença desses herbívoros é importante tanto para diminuir
a pressão competitiva das algas com os corais, como para a manutenção do
recrutamento de larvas de invertebrados (Hay, 1997). Edmmunds e Carpenter
(2001), ao acompanharem a recuperação da população de ouriços nos recifes
da Jamaica, observaram concomitantemente a redução das algas frondosas e
o aumento do número de recrutas de corais. Esses animais também possuem
um papel importante no controle das populações das algas filamentosas
(Carpenter, 1985; Mills et al., 2000). Entretanto, os ouriços são grandes
bioerodidores dos recifes (Ogden, 1977; Bak, 1994; Glynn, 1997; Mills et al.,
2000). Por essa razão, populações muito abundantes desses organismos
podem levar ao déficit no crescimento recifal, comprometendo a estrutura do
recife (Carreiro-Silva e McClanahan, 2001). A quantidade de ouriços
encontrada nas estações foi muito baixa, sendo descartada a possibilidade de
comprometimento das estruturas dos recifes. Foi considerado como ponto
neutro o intervalo entre 0 e 0,1% (Tabela 1). Classes de maior abundância
contam positivamente.
11. Recruta de corais representam o sucesso do recife no processo de
assentamento das larvas plânulas. A população de corais e o próprio
crescimento do recife dependem do assentamento de novas colônias
(Richmond, 1997). O fracasso nesse processo pode levar à degradação do
recife (Richmond, 1997). O intervalo entre 0,5 e 1 recruta por metro quadrado
73
foi considerado como neutro (Tabela 1), sendo positivo valores acima de 1
recruta por metro quadrado.
O critério de resiliência foi baseado no valor dos bioconstrutores de Done
(1995) que trata da idade acumulada das colônias de corais por estação. As
colônias maiores são mais resistentes a eventos estocásticos, doenças e
predação, sendo menos freqüentes os casos de mortalidade total da colônia
(Andres e Rodenhouse, 1993; Soong, 1993) que também possuem maior
capacidade reprodutiva (Hughes, 1988; Hall e Hughes, 1996). Comunidades
mais antigas podem representar um histórico de boas condições ambientais
refletida na longevidade das colônias (Done, 1995). Foram estimadas as idades
das espécies de corais Montastraea cavernosa, Siderastrea spp. e Mussismilia
braziliensis. Esse valor representa o quão antiga é a comunidade de coral e
qual a sua abundância (Done, 1995). Nos recifes da BTS as espécies M.
cavernosa e Siderastrea ssp. o as duas espécies mais abundantes,
representando 84% da cobertura de coral, sendo 70% e 14% respectivamente.
Embora a espécie M. braziliensis corresponda a 0,04% dos corais da BTS,
essa é a principal espécie construtora nos recifes do Banco de Abrolhos
(Pitombo et al. 1988, Kikuchi et al., 2003). M. cavernosa tem crescimento
médio de cerca de 2,4 mm/ano e Siderastrea spp., 3,4 mm/ano (Marocci,
2007). M. braziliensis cresce em média 8 mm/ano (Oliveira, 2007). Para cada
uma dessas espécies, as classes de tamanho tiveram uma média de idade
estimada de acordo com a taxa de crescimento anual. Cada um desses valores
foi multiplicado pelo número de colônias dentro das suas respectivas classes e
posteriormente somadas por estação (Done, 1995). Com base na distribuição
de freqüência da idade acumulada (Figura 4), foram considerados Bom os
recifes com mais de seis mil anos acumulados, estado Regular os recifes com
valores entre seis e três e Ruim os recifes com menos que três mil anos.
O critério de riqueza de espécies de corais foi baseado no valor de
biodiversidade de Done (1995). De acordo com a ocorrência das espécies nas
23 estações, elas foram classificadas em Comum, Incomum e Rara. As
espécies que ocorreram em 13 ou mais estações foram incluídas na categoria
Comum. As que ocorreram entre seis e 12 estações foram consideradas
74
Incomuns. Foram consideradas Raras as espécies que ocorreram em menos
de seis estações. A cada espécie Comum que ocorre na estação, é somado
um ponto, dois se a espécie for Incomum e três se a espécie for Rara. Além
disso, um ponto adicional é somado se a espécie é limitada aos recifes do
interior ou aos recifes externos da BTS (Tabela 2). De acordo com esses
critérios atribuem-se valores a cada uma das 15 espécies e ao gênero
Siderastrea. A soma dos valores atribuídos a cada espécie por estação, gera
um escalonamento da riqueza de corais. Esse artifício permite destacar tanto
as estações com espécies raras, como as estações com grande número de
espécies (Done, 1995), caracterizando-se como uma boa referência para
indicar áreas relevantes para conservação. Baseado na distribuição de
freqüência desses valores (Figura 5), foi considerado Bom a ocorrência de
valores acima de 15, Regular entre dez e 15 e Ruim os valores abaixo de dez.
Para essa análise, utilizou-se os dados qualitativos de composição da
comunidade.
Tabela 2: Caracterização do valor de cada espécie a partir da distribuição
Espécies
Nº de sites
Exclusivo
Externo
Exclusivo
Interno
Valor de
ocorrência
Valor por
restinção
Valor
total
Meandrina braziliensis
1 1 3
1 4
Stylaster roseus
2 1 3
1 4
Phyllangia americana
4 1 3
1 4
Madracis decatis
6 1 2
1 3
Porites branneri
9 1 2
1 3
Mussussimilia braziliensis
8 1 2
1 3
Stephanocoenia michelini
11 1 2
1 3
Mussimilia harttii
7 2
2
Porites astreoides
9 2
2
Favia gravida
9 2
2
Agaricia agaricites
11 2
2
Scolymia wellsi
13 1 1
1 2
Millepora alcicornis
16 1
1
Montastraea cavernosa
20 1
1
Mussismilia hispida
21 1
1
Siderastrea spp.
23 1
1
Resultado:
No critério de integridade, seis estações receberam a qualificação Bom. Essas
estações são as três Caramuanas, Pedra Cardinal e Poste 4 e 6 (Figura 3). O
recife de Caramuanas Leste-Sueste foi a estação que demonstrou o maio
75
valor. Oito estações receberam a qualificação Regular. Os demais nove recifes
tiveram a qualificação Ruim. As estações com os piores índices foram
Pinaúnas 1 e Ilha dos Frades Leste. Das estações de Pinaúnas, apenas a 2 foi
qualificada como regular (Tabela 3, Figura 3).
Figura 3: Distribuição de freqüência das estações quanto ao valor de integridade ambiental.
-
1
0
+1
Integridade Ambiental
-
1
0
+1
-
1
0
+1
Integridade Ambiental
Ruim
Regular
Bom
76
Tabela 3: Pontuação das estações quanto à integridade ambiental
Classificação
Valor
de
Integidade
Coral
Alga Frondosa
Alga
Filamentosa
Cianobacteria
Alga Calcaria
Incrustante
Alga Calcaria
Articulada
Esponja
Palythoa
caribaeorum
Epizoanthus
Ouriço
Recruta por m2
Caramuanas LSL
1
7
1 2 0 0 3 -2 1 1 1 0 2
Caramuanas Sul
1
5
2 1 1 0 2 -3 1 1 1 -1 3
Poste 4
1
5
4 2 -2 0 -1 2 -1 1 1 -1 0
Poste 6
1
5
3 2 -2 0 -1 2 -1 1 1 0 2
Pedra Cardinal
1
5
5 2 -2 0 -1 2 -1 1 0 -1 2
Caramuanas Norte
1
4
1 1 -1 0 2 -1 1 1 1 -1 1
Poste 5
0
3
0 2 -1 0 -1 2 -1 -1 1 2 1
Pedra da Mangueira
0
3
1 2 -2 0 -1 2 -1 1 1 0 -1
Pedra Alva
0
2
2 2 -2 0 -1 2 -2 1 1 -1 -1
Tubarão
0
2
0 2 0 0 -1 2 -3 1 0 1 -1
Ilha de Maré
0
1
0 0 -1 0 -1 2 -1 1 1 0 0
Pinaúnas 2
0
0
-1 1 -2 0 1 -1 1 1 1 -1 -1
Poste 1
0
0
0 2 1 0 -1 2 0 1 -4 -1 -1
Boa Viagem
0
0
1 2 -1 -3 -1 1 -1 -1 1 2 1
Ilha dos Frades Sul
-1
-1
2 1 0 0 -1 -3 -1 1 1 -1 2
Peri-Peri
-1
-1
0 2 -2 0 -1 2 -3 1 1 -1 -1
Pinaúnas 3
-1
-2
-1 1 -2 -3 0 1 1 1 1 -1 -1
Pinaúnas 4
-1
-2
-1 -1 -2 0 0 2 -1 1 1 -1 -1
Pedra do Dentão
-1
-2
-1 2 1 0 -1 2 -1 0 -3 -1 -1
Pinaúnas 5
-1
-3
-1 0 -3 0 0 2 -2 1 1 -1 -1
Inema
-1
-3
0 -2 0 0 -1 -1 0 1 1 -1 1
Pinaúnas 1
-1
-4
0 0 -2 -2 -1 -1 1 1 1 -1 -1
Ilha dos Frades Leste
-1
-4
-1 -3 -2 0 -1 2 0 1 1 -1 3
77
O critério de resiliência apresentou um resultado mais excludente. Dezessete
estações foram qualificadas como Ruim. Entre elas as Caramuanas de Norte e
a Leste-Sueste. Todas as estações do recife de Pinaúnas ficaram com os
menores escores nesse quesito. Duas estações foram qualificadas como
regular: Caramuanas de Sul e Pedra Alva. Apenas quatro obtiveram a
qualificação bom, Pedra Cardinal, Poste 4 e 6 e Ilha dos Frade Sul (Tabela 4,
Figura 4).
Tabela 4: Classificação quanto à
capacidade de resiliência dos recifes
Indicador de Resiliência
Estação
Valor
(10
3
A)
Classificação
Pedra Cardinal
10,213
1
Poste4
8,760
1
Poste6
7,943
1
Ilha dos Frades Sul
7,382
1
Cara Sul
4,701
0
Pedra Alva
3,607
0
Poste5
2,948
-1
Pedra Magueira
2,772
-1
Recife de Periperi
2,369
-1
Boa Viagem
1,986
-1
Ilha de Maré Oeste
1,554
-1
Cara Norte
1,404
-1
Cara LSL
1,356
-1
Recife de Inema
1,227
-1
Ilha dos Frades Leste
0,868
-1
Poste1
0,624
-1
Recife de Tubarão
0,548
-1
Pedra do Dentão
0,422
-1
Pina1
0,199
-1
Pina5
0,101
-1
Pina2
0,092
-1
Pina4
0,050
-1
Pina3
0,028
-1
-1 0 +1
Capacidade de Resiliência
-1 0 +1-1 0 +1
Capacidade de Resiliência
Figura 4: Distribuição de freqüência das
estações quanto ao valor da capacidade de
resilência.
O critério de riqueza de espécies foi bem menos excludente. Oito estações
foram qualificadas como Bom. Elas são; as três Caramuanas, Pedra Cardinal,
Ilha dos Frades Sul, Ilha de Ma Oeste, Poste 6 e o Recife de Tubarão.
Dessas, Caramuanas de Sul e Leste-Sueste possuem o maior escore, 22
pontos. Oito estações foram qualificadas como Regular. Sete estações foram
78
consideradas Ruins. Nesta categoria estão Recife de Periperi, Poste 1, Pedra
do Dentão, Pinaúnas 4, 5 e 2 e Ilha dos Frades Leste (Tabela 5, Figura 5).
Tabela 5: Classificação Quanto a
relevância da riqueza de espécies.
Riqueza de Espécies
Estação Valor
Classificação
Cara LSL
22
1
Cara Sul
22
1
Pedra Cardinal
20
1
Ilha de Maré Oeste
19
1
Ilha dos Frades Sul
18
1
Poste6
17
1
Cara Norte
16
1
Recife de Tubarão
16
1
Pedra Magueira
15
0
Poste4
14
0
Pina1
13
0
Pina3
13
0
Boa Viagem
13
0
Poste5
11
0
Pedra Alva
11
0
Recife de Inema
11
0
Poste1
9
-1
Pedra do Dentão
9
-1
Pina4
8
-1
Pina5
8
-1
Recife de Periperi
8
-1
Pina2
7
-1
Ilha dos Frades Leste
5
-1
-1 0 +1
Distribuição do Valor de Riqueza de Espécies
-1 0 +1-1 0 +1
Distribuição do Valor de Riqueza de Espécies
Figura 5: Distribuição de frequüencia das
estações quando à relevância da riqueza
de espécies.
A soma da pontuação desses três aspectos destaca, com três pontos, os
recifes de Pedra Cardinal e Poste 6. Logo em seguida, com dois pontos,
Caramuanas de Sul e Poste 4; com um ponto Caramuanas de Norte e Leste-
Sueste e Ilha dos Frades Sul. Três recifes tiveram zero na pontuação. Treze
tiveram pontuações negativas. Obtiveram três pontos negativos as estações
Recife de Periperi, Pedra do Dentão, Pianaunas 4 e 5 e Ilha dos Frades Leste.
As outras três estações do recife de Pinaúnas obtiveram dois pontos negativos
(Tabela 6).
79
Tabela 6: classificação quanto à relevância para conservação
Estação Pontos
Integridade
Resiliência
Riqueza
Poste6
3
1 1 1
Pedra Cardinal
3
1 1 1
Cara Sul
2
1 0 1
Poste4
2
1 1 0
Cara Norte
1
1 -1 1
Cara LSL
1
1 -1 1
Ilha dos Frades Sul
1
-1 1 1
Pedra Alva
0
0 0 0
Ilha de Maré Oeste
0
0 -1 1
Recife de Tubarão
0
0 -1 1
Poste 5
-1
0 -1 0
Pedra Magueira
-1
0 -1 0
Boa Viagem
-1
0 -1 0
Pina1
-2
-1 -1 0
Pina2
-2
0 -1 -1
Pina3
-2
-1 -1 0
Poste1
-2
0 -1 -1
Recife de Inema
-2
-1 -1 0
Pina4
-3
-1 -1 -1
Pina5
-3
-1 -1 -1
Pedra do Dentão
-3
-1 -1 -1
Ilha dos Frades Leste
-3
-1 -1 -1
Recife de Periperi
-3
-1 -1 -1
Discussão:
Poste 6 e Pedra Cardinal contemplam os três critérios de importância para
conservação e conseqüentemente o maior valor ambiental. Caramuanas de Sul
e Poste 4 possuem dois desses três critérios (Tabela 6). Essas estações foram
regulares na capacidade de resiliência e na riqueza de espécies
respectivamente (Tabela 6). Caramuanas do Sul apresentou uma característica
única entre essas estações: a dominância de 90% do complexo Siderastrea
spp. na comunidade de coral, enquanto que os recifes Pedra Cardinal, Poste 4
e Poste 6 são muito semelhantes entre si.
Ilha dos Frades Sul, Caramuanas de Leste-Sueste e Caramuanas de Norte
obtiveram um ponto (tabela 6). Essas três estações receberam dois conceitos
Bom e um Ruim. Ilha dos Frades Sul foi considerada Ruim no critério de
integridade ambiental devido principalmente à grande quantidade de alga
calcária articulada e esponja (Tabela 3). É possível que essa estação esteja em
80
processo de degradação o que pode resultar em perda de espécies e de
cobertura de coral e conseqüentemente na redução da resiliência.
as Caramuanas de Leste-Sueste e de Norte foram consideradas Ruins na
resiliência (idade acumulada dos corais). Entretanto, para essas estações,
esses valores estão subestimados. As espécies que foram analisadas quanto à
idade, por terem taxas de crescimento conhecidas, não chegam a representar
50% dos corais dessas estações. A cobertura de coral de Caramuanas de
Norte foi 6,5%, sendo que a de M. cavernosa foi de 1,83%, a de Siderastrea
spp. de 0,74% e a de M. braziliensis de 0,14% o que representa apenas 41%
de todos os corais. Mussismilia hispida apresenta uma cobertura de 2,42% e
Millepora alcicornis com uma cobertura de 1,23% representam mais 57% de
todos os corais e não tiveram a idade estimada.
Na estação Caramuanas de Leste-sueste essa situação se repete. Nesse recife
a cobertura de coral foi de 7,4%, sendo 1,31% de M. cavernosa, 1,77% de
Siderastrea spp. e 0,17% de M. braziliensis, o que corresponde a 43% dos
corais. M. hispida apresentou uma cobertura de 3,2% e M. alcicornis de 0,5%,
o que corresponde a 50% desses corais. Entretanto, não garantia de que
com essas informações as duas estações em questão chegariam a mudar de
classificação no quesito resiliência. Contudo, isso indica um ponto fraco desse
critério por falta de informação sobre as taxas de crescimento da maioria das
espécies de corais da costa brasileira.
As sete estações com pontuação positiva apresentam pelo menos duas
características relevantes para a conservação. Entretanto, das demais
estações, apenas Ilha de Maré Oeste e Recife de Tubarão possuem uma
característica relevante, a riqueza de espécies, embora em ambas as
pontuações a pontuação geral seja zero. Destas, a estação de Ilha de Ma
Oeste possui uma espécie que não foi encontrada nos recifes das demais
estações, Meandrina braziliensis. Isto pode justificar medidas de manejo
especificas para esta área. Por outro lado, o Recife de Tubarão não apresentou
uma característica que justifica uma medida deste tipo. As outras 14 estações
não apresentaram relevância em nem um dos três critérios.
81
Os três critérios de relevância ambiental usados neste trabalho funcionaram de
maneira complementar. A estação de Ilha dos Frades Sul é um bom exemplo
disso. Caso fosse utilizado apenas os critérios adaptados de Done (1995), este
recife estaria junto de Pedra Cardinal e Poste 6 como os três recifes de maior
relevância para conservação. Esta estação obteve o critério Bom para os
indicadores de resiliência e riqueza de espécies. Entretanto o critério de
Integridade Ambiental foi capaz de detectar uma condição de degradação,
causada principalmente pela quantidade excessiva de alga calcária incrustante
(Tabela 3). É possível que esta estação esteja em processo de degradação
que pode ocasionar a perda de espécies e da resiliência. Foi observado em
campo colônias com branqueamente e mortalidade nas zonas de contato com
as algas. Métodos como o utilizado por Harding et al., 2006 o teriam
capacidade de identificar este problema.
No critério de Riqueza, a idéia de Done (1995) de atribuir valores às espécies
de acordo com a sua taxa de ocorrência trás um salto qualitativo. Este artifício
permite distinguir entre duas estações com o mesmo número de espécies, qual
apresenta o maior número de espécies incomuns e raras.
Esse resultado não deve ser interpretado como indicação de recifes
conservados e recifes degradados. Os valores desses critérios são relativos ao
estado atual dos recifes da BTS. A partir desse resultado é possível identificar
em que recife é mais vantajoso o investimento em conservar, com base nos
aspectos ecológicos descritíveis no ecossistema. Dessa forma, este método
mostrou-se eficiente para identificar recifes de corais com maior relevância
para conservação em media escala. Como é fundamental a criação de AI’s
para alcançar o objetivo de conservar os recifes (Aronson e Precht, 2006;
McClanahan et al., 2006; Mumby, 2006), este método pode constituir uma
importante ferramenta para esta tarefa.
Pelo fato dos Recifes da Baía de Todos os Santos diferem entre Externos e
Internos quanto à Comunidade Bentônica (Cruz, 2008), para atingir a meta de
82
conservação deve-se contemplar estes dois grupos de recifes com pelo menos
uma AI em cada.
O tamanho dessas áreas é uma questão central na eficiência de uma AI
(Jameson et al., 2002; Neigel, 2003; Robert et al., 2003a,b; Shanks, et al.,
2003). A área a ser conservada deve ser maior que a necessária para a vida
das espécies que nela habitam (Neigel, 2003). Nesse critério há uma
divergência entre as AI’s destinadas à sustentabilidade da pesca e à
conservação da biodiversidade (Robert et al., 2003b; Shanks, et al., 2003).
Áreas pequenas não são eficientes para manutenção de estoques pesqueiros,
sendo necessárias áreas mais extensas (Robert et al., 2003b). Embora as AI’s
destinadas à conservação não tenham restrição quanto à extensão de sua área
(Robert et al., 2003b), Shanks, et al. (2003) sugere AI com dimensões médias,
entre 4 e 6 km de diametro (em uma área circular equivale a 12,7 e 28,3 km
2
),
e com um espaçamento de 20 km entre elas para a manutenção da
conectividade entre as populações bentônicas. Entretanto, a Reserva
Extrativista (RESEX) de Corumbau vem apresentando bons resultados no
aumento da biomassa de peixes comerciais com uma AI com uma área de 18,5
Km
2
(Moura, et a., 2007), em uma área muito menor do que o minimo utilizada
nas AI’s do Parque da Grande Barreira de Coral da Austrália de 78,5 km
2
(Wilkinson, 2004; Fernandes et al., 2005).
A conectividade e a preservação de outros ambientes marinhos são apontados
como essenciais para a resiliência dos recifes, porque muitos dos processos
ecológicos chaves não se restringem aos recifes de corais (Nyström et al.,
2000). Além dos ciclos físicos e biogeoquímicos, a exemplo da retenção do
sedimento e assimilação de nutrientes pelos manguezais que garantem que as
águas nos recifes continuem claras e oligotróficas, diversos organismos
necessitam de ambientes distintos em diferentes estágios de vida, para
recrutar, crescer, alimentar-se e ou reproduzi-se (Moberg e Rönnback, 2003).
Para garantir a resiliência dos recifes e a sustentabilidade da pesca importante
assegurar a conservação de ambientes como manguezais, fanerógama,
bancos de alga entre outros (Nyström et al., 2000; Moberg e Rönnback, 2003).
83
Recomendações:
A partir dessas informações, são indicadas pelo menos duas AI’s, cada uma
com cerca de 19 km
2
. Áreas retangulares permitem uma demarcação mais fácil
e eficiente (Figura 6).
Nos recifes externos, a área abrigaria a estação de Caramuanas de Sul. Sendo
delimitada pelos pontos 13º07'57,75"S, 38º45'32,43"W; 13º09'58,59"S,
38º45'59,46"W; 13º10'37,34"S, 38º43'15,38"W e 13º08'36,49"S, 38º42'48,37"W
(Datum SAD 69). Esta AI estaria próxima da foz do rio Jagaripe, o que
possibilitaria assegurar a conectividade com o manguezal. Considerando
também a ecologia da paisagem marinha, essa AI poderia ser entendida para
parte do estuário.
Para o Interior da BTS uma possível demarcação seria uma área que abrigasse
as estações Pedra Cardinal e Poste 4. Conseqüentemente, essa área conteria
também a estação Poste 1 e parte do recife que margeia a Ilha de Maré. Uma
possível delimitação seria dada pelos pontos 12º47'20,36"S, 38º33'32,15"W;
12º48'58,96"S, 38º34'58,27"W; 12º50'47,30"S, 38º33'00,75"W e 12º49'08,68"S,
38º31'34,62"W (Datum SAD 69).
Essas AI’s abrigariam o complexo Siderastrea e as espécies Stephanocoenia
michelini, Madracis decatis, Agaricia agaricites, Porites astreoides, P. branneri,
Favia gravida, Montastraea cavernosa, Mussismilia braziliensis, M. harttii, M.
hispida, Scolymia wellsi, Phyllangia americana, Millepora alcicornis, Stylaster
roseus. Entretanto, a espécie Meandrina braziliensis talvez não fosse
contemplada.
A espécie Meandrina braziliensis apresenta duas formas, uma fixa sobre o
recife na estação de Ilha de Maré Oeste e outra de forma livre (Laborel, 1969).
Neste trabalho esta espécie foi encontrada na forma fixa apenas e na forma
livre apenas em Inema, fora do recife, sobre o sedimento perirecifal. M.
braziliensis é uma espécie ameaçada pela coleta indiscriminada para a venda
84
como souvenir. Esse problema pode justificar um manejo específico para as
estações de Ilha de Maré Oeste e Inema. Ambas as formas foram encontradas
em grande abundância em 1962 no recife de Inema por Laborel (1969). E
foram muito raras neste presente estudo. É provável que M. braziliensis ocorra
em outras estações além Ilha de Maré Oeste e de Inema, no sedimento
perirecifal, ambiente não explorado nesse trabalho. Outra metodologia deve ser
utilizada para identificar a distribuição e abundância dessa espécie.
Para tentar assegurar a conservação desta espécie existem duas
possibilidades: Efetuar um estudo mais específico para M. braziliensis na AI do
interior da BTS para verificar a sua existência e seu tamanho populacional
assumindo em coso positivo esta AI como descrita anteriormente. Ou ampliar
esta AI até a estação de Ilha de Maonde foi constatado a presença desta
espécie. Uma possível delimitação seria dada pelos pontos 12º46'31,40"S,
38º33'08,95"W; 12º48'15,56"S, 38º35'09,33"W; 12º50'47,40"S, 38º33'05,77"W e
12º49'03,24"S, 38º31'05,39"W (Datum SAD 69). Está área teria 28,3 Km
2
e
abrigaria as estações de Poste 5 e Ilha de Maré, além de Pedra Cardinal, Poste
4 e Poste 1.
85
Figura 6: Mapa com sugestão de áreas intangíveis.
Entretanto, apenas a criação destas AI’s não garante a conservação desses
recifes. A degradação desses ambientes resultam em mudanças na
distribuição de Mussismilia braziliensis, Millepora nitida e P. branneri (Dutra et
al., 2006; Cruz, 2008). Essas espécies foram relatadas no recife de Inema, em
1962, por Laborel (1969) e hoje são encontradas em regiões próximas da
entrada da baía ou voltadas para mar aberto. Além disso, a zona de Millepora
alcicorins descrita por Araújo (1984) não existe mais nos recifes de Pinaúnas,
possivelmente em decorrência da pesca predatória com bomba e redes (Cruz,
2008).
Todavia apenas a criação de AI’s não garante a conservação dos recifes da
BTS. Também se faz necessário a eliminação da pesca predatória com redes
de espera e explosivos, além da melhoria da qualidade da água da baía
(Knowlton e Jackson, 2008). efetiva conservação desses ambientes pode
possibilitar, a partir da migração de larvas e organismos adultos (Wantiez et al.,
1997; Bellwood et al., 2004), a recuperação dos demais recifes da BTS no
futuro.
Possíveis áreas recifais
Estações Amostrais
AI de 19 km
2
AI expansão para 28 km
2
0 5 10 Km
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95
Conclusão Geral:
Os recifes externos e internos da BTS são diferente quanto à estrutura da
comunidade de coral e macro bentônica recifal. Essa diferença reflete os
padrões de hidrodinâmica e de poluição da BTS. Para conservar as
peculiaridades de cada grupo recifal, é necessária pelo menos uma área
intangível nos recifes externos e outra nos recifes internos, o que totaliza ao
menos duas AI’s.
Os recifes externos da BTS diferenciam-se dos internos pela alta cobertura de
alga calcária encrustante (X=18,6% ±=10,6) e de alga calcária articulada
(X=17,6% ±=9,8). Este grupo possui com exclusividade a espécie Mussismilia
braziliensis e uma maior distribuição de P. branneri, A. agaricites e M. harttii
forma Laxa.
Os recifes Internos caracterizam-se pela maior quantidade de Esponja (X=8,8%
±=7,5) e de coral (X=8,9% ±=5,5). Apresentaram com exclusividade S. wellsi S.
michelini e M. decatis e uma maior abundância e distribuição de M. cavernosa,
M. alcicornis, F. gravida e P. astreoides.
2º Os impactos humanos na BTS foram muito intensos nas ultimas cinco
décadas provocando diversas mudanças na comunidade de coral.
As mudanças na comunidade de coral ocorreram em ambos os grupos. Nos
recifes externos constatou-se a ausência de M. alcicornis em todo o recife de
Pinaúnas. Possivelmente, a pesca predatória com bomba e redes de espera
sejam as responsáveis por essa mudança, que pode exigir cadas para a
recuperação dos recifes.
Nos recifes internos, foi constatada a ausência de espécies que foram muito
abundante nesses locais, Mussismilia braziliensis e Millepora nitida. A espécie
Porites branneri está presente apenas em Boa Viagem, que é a estação mais
próxima dos recifes externos e da entrada da baía. Meandrina braziliensis foi
96
encontrada na forma fixa em apenas na estação de Maré Oeste, com apenas
um exemplar. Na forma livre, essas espécie foi encontrada apenas na estação
de Inema, fora do recife. Na década de 1960, as duas formas dessa espécie
eram abundantes (Laborel, 1969). A redução de populações ou extinção de
espécies, juntamente com o histórico de poluição da BTS, são um indício de
que a qualidade de água é a responsável por esse fenômeno. Essa
degradação demonstra serias conseqüências. Os recifes de Poste 1 e Pedra
do Dentão estão ultrapassaram o limiar da resiliência. Nessas estações foi
constatada a mudança de fase e atualmente estão dominados por Epzoanthus
sp.
3º Escala de importância para conservação:
Para os recifes externo: Caramuanas de Sul (2 pontos), Caramunas de Leste-
Sueste (1 ponto), Caramuanas de Norte (1 ponto), Pinaunas 1 (-2 pontos),
Pinaunas 2 (-2 pontos) Pinaunas 3 (-2 pontos), Pinaunas 4 (-3 pontos) e
Pinaunas 5 (-3 pontos).
Para os recifes Internos: Pedra Cardinal (3 pontos), Poste 6 (3 pontos), Poste 4
(2 pontos), Ilha dos Frades Sul (1 ponto), Pedra Alva (0 pontos), Ilha de Maré
Oeste (0 pontos), Tubarão (0 pontos), Poste 5 (-1 ponto), Pedra Mangueira (-1
ponto), Boa Viagem (-1 ponto), Poste 1 (-2 pontos), Recife de Inema (-2
pontos), Ilha dos Frades Leste (-3 pontos), Recife de Peri-peri (-3 pontos) e
Pedra do Dentão (-3 pontos).
4º Para tentar garantir a recuperação e a conservação desses recifes são
necessárias medidas urgentes de manejo.
97
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(utilizadas fora dos artigos)
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