Download PDF
ads:
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
CENTRO DE TECNOLOGIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA
DE PRODUÇÃO
RENATA BARBOSA DAMÁSIO
ESTUDO ERGONÔMICO NA CONFECÇÃO DE FÔRMAS
PARA A INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO CIVIL- UM ESTUDO
DE CASO
JOÃO PESSOA
2006
ads:
Livros Grátis
http://www.livrosgratis.com.br
Milhares de livros grátis para download.
RENATA BARBOSA DAMÁSIO
ESTUDO ERGONÔMICO NA CONFECÇÃO DE FÔRMAS
PARA A INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO CIVIL – UM
ESTUDO DE CASO
Dissertação apresentada no Programa de
Pós-Graduação em Engenharia de
Produção do Centro de Tecnologia da
Universidade Federal da Paraíba, como
requisito parcial para obtenção do grau de
Mestre em Engenharia de Produção.
Orientador:Prof. Dr. Paulo José Adissi
Co-Orientador: Prof. Phd.Francisco Másculo
JOÃO PESSOA
2006
ads:
D155 Damásio, Renata Barbosa
Estudo ergonômico na confecção de fôrmas para a
indústria da construção civil – um estudo de caso / Renata
Barbosa Damásio - João Pessoa, 2006.
149 f. il.:
Orientador: Prof. Dr. Paulo José Adisse
Co-Orientador: Prof. Phd. Francisco Sores Másculo
Dissertação (Mestrado em Engenharia da Produção)
PPGEP /CT/ UFPB.
1.
Método REBA 2. Análise Postural 3. Indústria da
construção 4. Confecção de fôrmas I.Título.
CDU 65.015.11 (043)
RENATA BARBOSA DAMÁSIO
ESTUDO ERGONÔMICO NA CONFECÇÃO DE FÔRMAS
PARA A INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO CIVIL – UM
ESTUDO DE CASO
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Engenharia de
Produção do Centro de Tecnologia da Universidade Federal da Paraíba, como
requisito parcial para obtenção do grau de Mestre em Engenharia de Produção, na
área de concentração de Gestão da Produção, em _____/_____/____, sob avaliação
da banca examinadora composta dos seguintes membros:
________________________________________________________
Prof. Dr. Paulo José Adissi
Orientador
_________________________________________________________
Prof. Phd. Francisco Soares Másculo
Co-Orientador
_________________________________________________________
Profª Drª Maria do Socorro Márcia Lopes Souto
Examinadora
__________________________________________________________
Profª. Drª. Alexsandra Rocha Meira
Examinadora
As duas pessoas mais importantes da minha vida,
e meus maiores mestres na escola da vida,
responsáveis pelos ensinamentos mais valorosos que tive
meus amados pais:MAGNÓLIA E LENILDO!
E meu querido amigo irmão Luiz Gustavo,
E a minha inesquecível tia Marlise (in memorian)!
Dedico
AGRADECIMENTOS
DEUS
Pela força em todos os momentos, e também pelos presentes que recebi na vida,
obrigada!
MEUS PAIS, MEU IRMÃO
Pelo apoio infinito, por sempre acreditarem em mim, pela força e torcida, por sempre
estarem ao meu lado, pelo carinho e dedicação sem fim, pelos ensinamentos de
ética, de valores morais, por terem sempre me mostrado o caminho do bem! E
sempre serão meu porto seguro, meu referencial! Obrigada por todo por todo amor
que vocês me dão!
PROF. PAULO ADISSI
Meu orientador, o meu obrigada de todo coração por toda sua paciência, simpatia,
educação, ajuda, orientação e compreensão! Sem a sua colaboração este trabalho
não seria possível, muito obrigada por seus ensinamentos e por sua calorosa
acolhida! E também por ter acreditado que o trabalho seria possível!
PROF. FRANCISCO MÁSCULO
Meu co-orientador, obrigada por sua simpatia, educação e a disponibilidade em
ajudar e tornar possível realizar o caminho escolhido.
ANTONIO CARLOS CASTELLAR DE CASTRO
Pessoa querida e adorada! Você sabe que é especial! A nossa extensa caminhada
juntos, por todos os momentos que partilhamos e o mútuo apoio, ajuda
disponibilidade, as palavras de incentivo, e por nunca em nenhum momento deixar
de acreditar em mim, e estar sempre incondicionalmente ao meu lado! Você pessoa
rara, doce como poucas neste mundo e que certamente foi um braço forte nessa
longa caminhada! Você sabe o que representa para mim, com todo carinho
OBRIGADA!!
PROFª MÁRCIA SOUTO
Obrigada por suas preciosas contribuições e observações fundamentais no
desenvolvimento do presente trabalho.
PROFª ALEXSANDRA ROCHA MEIRA
Obrigada por sua colaboração e cooperação !
CNPQ
Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, pela concessão da
bolsa de estudos.
AOS AMIGOS
Rosângela Herculano, Silene Leite, Rosângela Gonçalves, Sylvia, Renata Jorge,
Sônia Feitosa, Sueli e família pelas palavras amigas e de incentivo. E obrigada pela
amizade e torcida!! São amigos do coração!!!!!!!!
TECNOFORMAS
Empresa que tornou possível este trabalho. Muito obrigada a Átila da Mota e
Marcelo Hollanda pela imensa boa vontade, por sua disponibilidade infinita em
cooperar, por sua acolhida calorosa. Obrigada por ter me recebido de porta e braços
abertos. Obrigada também a todos os demais funcionários pela boa vontade,
cooperação , e calorosa recepção.
FUNCIONÁRIOS DO PPGEP
Pela dedicação e presteza em colaborar, sempre!
Grandes realizações não são feitas por impulso,
mas por uma soma de pequenas realizações”.
(Vicente Van Gogh)
RESUMO
O presente trabalho realizou um estudo ergonômico em uma empresa especializada
na confecção de fôrmas para construção civil, localizada na cidade do Recife. Para
sua concretização, o trabalho de pesquisa foi dividido em quatro fases: revisão
bibliográfica, pesquisa de campo, análise e interpretação de dados, conclusões e
sugestões. Os métodos utilizados na pesquisa de campo foram a observação direta,
entrevistas e registros de imagens. A entrevista com os gerentes foi realizada
livremente, já a entrevista com os operários seguiu um roteiro pré-estabelecido
seguido da aplicação do mapa de desconforto corporal. Para análise e tratamento
dos dados foi utilizado o e-DPI, módulo e-LEST para a análise ergonômica do
trabalho. Para análise postural, além do módulo e-LEST, também foi utilizado
protocolo REBA. Os resultados da análise ergonômica do trabalho indicaram alguns
problemas organizacionais como a pressão exercida pelo tempo decorrente do
sistema de remuneração por produção. Os problemas posturais encontrados
originaram-se no transporte manual de cargas que exige elevados esforços físicos.
As ferramentas utilizadas mostraram-se simples, de fácil aplicação, além de exigir
poucos recursos para sua utilização. Sendo bastante apropriadas para atividades
em que os trabalhadores mudem constantemente de postura, e em que os membros
superiores sejam muito solicitados. Os resultados obtidos apresentaram-se claros e
objetivos. Apesar dos critérios diferenciados de mensuração das posturas, o REBA e
o e-DPI chegaram ao mesmo resultado, ou seja, ambos indicaram sobrecargas
posturais, que necessitam de correção imediata. Neste trabalho, em ambos os
métodos as pontuações obtidas foram altas, o que indica problemas posturais.
Palavras - Chave: Análise Ergonômica do Trabalho - Análise postural. Método
REBA. Método e-DPI. Confecção de fôrmas.
ABSTRACT
Lately, the execution of services is of the seedbeds is each more frequent time. It
urges, then, the necessity of if studying this new model of production. Inside of this
context, the present work has for objective to carry through an ergonomic study,
aiming at to identify posturais problems in the activity, in a company specialized in
the confection of fôrmas for the civil construction, located in Recife. Initially, one
searched to know the managemental procedures and the organizacionais
characteristics of the company. For in such a way, interviews with the controlling,
employees and comments had been carried through. Later, to analyze the collected
data e-DPI was used the method, module e-lest. After that, the photographic
registers and the filmings had been made to use in the postural analysis. The
analysis of the collected registers was made by two methods, e-DPI and REBA. The
Results had pointed some organizacionais problems, however most serious found it
was the postural. The found posturais problems had had the carried through activity,
manual load transport, beyond extreme the physical effort. However, it can be
evidenced that these workers have better conditions of work that in a seedbed of
workmanships. Finally, some recommendations had been proposals, for a reason or
purpose contribution. The tools used showed up to be simple, with an easy
application, not to mention the fact that they required few resources for its use, being
very adequate for activities, in which the workers should change their posture
constantly, and their upper members should be told to move. The obtained results
showed to be clear and objective. Despite the different measure criteria for the
postures, the REBA and the e-DPI reached the same results, that is, both of them
indicated posture overcharge, which needed immediate correction. In this work, in
both methods the obtained scores were high, which indicates posture problems.
Key - Words: Method REBA. Postural analysis. Industry of the construction.
Confection of forms.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Moldes plásticos (cumbucas) para lajes nervuradas em formato quadrado
ou retangular .............................................................................................................35
Figura 2 – Detalhe de laje nervurada finalizada, utilizando cumbucas de plásticos..36
Figura 3 – Ilustração da composição da coluna e os movimentos do tronco e
pescoço.....................................................................................................................49
Figura 4 – Ligamento da espinha ..............................................................................50
Figura 5 – Resumo esquemático dos instrumentos utilizados na pesquisa ..............75
Figura 6 – Fluxograma do processo produtivo ..........................................................81
Figura 7 – Legenda ...................................................................................................88
Figura 8 – Postura 01................................................................................................94
Figura 9 – Postura 02................................................................................................95
Figura 10 – Postura 03..............................................................................................95
Figura 11 – Postura 04..............................................................................................95
Figura 12 – Postura 05..............................................................................................96
Figura 13 – Postura 06..............................................................................................96
Figura 14 – Postura 07..............................................................................................96
Figura 15 – Postura 08..............................................................................................97
Figura 16 – Postura 09..............................................................................................97
Figura 17 – Postura 10..............................................................................................97
Figura 18 – Postura 11..............................................................................................98
Figura 19 – Postura 12..............................................................................................98
Figura 20 – Postura 13..............................................................................................98
Figura 21 – Postura 14..............................................................................................99
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 - Histograma de resultados-dimensões .....................................................87
Gráfico 2 - Histograma de resultados-fatores............................................................88
Gráfico 3 - Estado de saúde dos trabalhadores segundo suas percepções ...........103
Gráfico 4 - Existência de problemas de coluna segundo percepções dos
trabalhadores........................................................................................104
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 – Classes das madeiras utilizadas para a confecção das fôrmas .............33
Quadro 2 – Ferramentas/máquinas utilizadas para confeccionar fôrmas .................38
Quadro 3 – Classificação das metodologias de análise postural ..............................68
Quadro 4 – Legenda do Fluxograma.........................................................................81
Quadro 5 – Perfil dos trabalhadores entrevistados ...................................................82
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Freqüências posturais associadas ao tempo ..........................................94
Tabela 2 – Posturas observadas e escores REBA....................................................99
Tabela 3 – Escores das posturas dos ajudantes de carpintaria ..............................100
Tabela 4 – Escores das posturas dos carpinteiro....................................................101
SUMÁRIO
CAPÍTULO I - INTRODUÇÃO ...........................................................................................16
1.1 DEFINIÇÃO DO TEMA...........................................................................................16
1.2 DELIMITAÇÃO DO ESTUDO...............................................................................19
1.3 JUSTIFICATIVA......................................................................................................19
1.4 OBJETIVOS..............................................................................................................23
1.4.1 Objetivo geral ............................................................................................................23
1.4.2 Objetivos específicos.................................................................................................23
1.5 ESTRUTURA DO TRABALHO ..............................................................................23
CAPÍTULO II - FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................25
2.1 INTRODUÇÃO.........................................................................................................25
2.2 A INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO CIVIL ...........................................................25
2.2.1 Terceirização na construção civil ..............................................................................28
2.3 AS FÔRMAS.............................................................................................................30
2.3.1 Material para a confecção de fôrmas.........................................................................32
2.3.1.1 A confecção de fôrmas ..............................................................................................37
2.3.2 Tipos de fôrmas .........................................................................................................39
2.3.2.1 Fôrmas de laje............................................................................................................40
2.3.2.2 Fôrmas de pilar..........................................................................................................41
2.3.2.3 Fôrmas para vigas......................................................................................................42
2.4 MONTAGEM DAS FÔRMAS .................................................................................43
2.5 Ergonomia na construção civil ..................................................................................45
2.6 BIOMECÂNICA.......................................................................................................47
2.7 ANÁLISE ERGONÔMICA DO TRABALHO (AET).............................................51
2.7.1 Análise da demanda...................................................................................................52
2.7.2 Análise da tarefa........................................................................................................52
2.7.3 Análise da atividade...................................................................................................53
2.8 MÉTODO E-DPI.......................................................................................................54
2.9 MÉTODOS DE ANÁLISE DE POSTURA..............................................................57
2.9.1 Método REBA (Rapid Entire Body Assessment) ......................................................69
CAPÍTULO III – METODOLOGIA DA PESQUISA........................................................71
3.1 A NATUREZA DA PESQUISA...............................................................................71
3.2 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA.........................................................................72
3.3 POPULAÇÃO ...........................................................................................................73
3.4 AMBIENTE DE COLETA .......................................................................................73
3.5 IDENTIFICAÇÃO DAS VARIÁVEIS.....................................................................73
3.6 INSTRUMENTOS E MATERIAIS ..........................................................................74
3.7 PROCEDIMENTOS PARA ANÁLISE DOS DADOS ............................................76
CAPÍTULO IV – RESULTADOS E DISCUSSÃO.............................................................78
4.1 CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA ....................................................................78
4.2 CARACTERIZAÇÃO DO PROCESSO PRODUTIVO...........................................78
4.2.1 Caracterização da matéria-prima...............................................................................78
4.2.2 Processo produtivo ....................................................................................................79
4.3 CARACTERIZAÇÃO DA POPULAÇÃO ESTUDADA ........................................82
4.4 ANÁLISE ERGONÔMICA DO TRABALHO ........................................................83
4.4.1 A Demanda do estudo ...............................................................................................83
4.4.2 Análise da tarefa........................................................................................................83
4.4.3 ANÁLISE DA ATIVIDADE ....................................................................................84
4.4.3.1 Análise da atividade do ajudante de carpintaria ........................................................84
4.4.3.2 Análise da atividade do carpinteiro ...........................................................................86
4.5 e-DPI - ANÁLISE DAS CARGAS DEMANDADAS PELO PROCESSO DE
TRABALHO (FÍSICAS, COGNITIVAS E PSIQUÍCAS) .......................................86
4.5.1 Carga física................................................................................................................88
4.5.2 Entorno físico ............................................................................................................89
4.5.3 Carga mental..............................................................................................................90
4.5.4 Aspectos psicosociais ................................................................................................91
4.5.5 Tempo de trabalho.....................................................................................................92
4.6 SÍNTESE DOS RESULTADOS OBTIDOS.............................................................92
4.7 ANÁLISE POSTURAL PELO MÉTODO REBA....................................................93
4.7.1 Classificação das postura pelo método REBA ..........................................................94
4.7.1.1 Posturas críticas analisadas no transporte, corte e armazenagem da madeira (ajudante
de carpintaria)..........................................................................................................100
4.7.1.2 Posturas críticas analisadas na montagem das fôrmas (carpinteiros)......................100
4.8 COMPROMETIMENTOS E DORES ....................................................................101
4.9 SÍNTESE DOS RESULTADOS .............................................................................104
CAPÍTULO V - CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................106
5.1 PROPOSIÇÕES DE MELHORIAS PARA A ATIVIDADE .................................107
5.2 SUGESTÕES DE NOVOS TRABALHOS ............................................................108
REFERÊNCIAS ...................................................................................................................109
APÊNDICE A – Questionário de pesquisa ...........................................................................125
APÊNDICE B – Termo de consentimento livre e esclarecido..............................................126
ANEXO A – Cuestionario de observación e-LEST (e-DPI)..................................................128
ANEXO B – Diagrama e escores dos segmentos corporais definidos pelo (REBA) ............146
ANEXO C – Tabela de escores para avaliação das posturas observadas pela técnica (REBA)
.................................................................................................................................147
ANEXO D – Esquema da soma entre os escores referentes a cada segmento corporal
avaliadao, para a obtenção do escore final REBA e tabela de categorias de ações.148
ANEXO E – Onde o seu corpo dói........................................................................................149
CAPÍTULO I - INTRODUÇÃO
__________________________________________________
1.1 DEFINIÇÃO DO TEMA
A construção civil é uma das mais antigas atividades do homem civilizado.
A necessidade de ter um teto, aliada às necessidades de sobrevivência, alimentação
e vestimenta formam o conjunto de necessidades básicas do ser humano,
chamadas por Abraam Maslow de “fisiológicas” e por ele colocadas na base de sua
“pirâmide de necessidades”. O atendimento a essas necessidades é indispensável
para o crescimento do ser humano, e o topo da pirâmide de Maslow é a auto-
realização. Construir a sua casa, criando condições para sair da caverna, seu
primeiro teto, foi uma das atividades pioneiras do homem civilizado e é a origem da
construção civil.
Sendo assim tão antiga e necessária, a construção civil desempenha um
importante papel no crescimento das economias industrializadas e dos países de
industrialização recente. Constitui um dos elementos-chave na geração de
empregos e na articulação de diferentes setores industriais que produzem insumos,
equipamentos e serviços, que fazem parte do seu ciclo de produção (SENAI, 1995).
A sua importância social se deve, em parte, à grande absorção da mão –de- obra do
setor e ao poder de geração de empregos diretos e indiretos.
Segundo Melo (2001), pela magnitude e diversidade de seus produtos, o
setor da construção civil é dividido em três campos de atuação: edificações,
construção pesada e montagem industrial. O subsetor de edificações tem como
atividades principais a construção de edifícios, a realização de partes de obras por
especialização em uma fase do processo edificativo e ainda a execução de serviços
complementares à edificação.
O subsetor de edificações caracteriza-se por uma demanda intensiva da
mão-de-obra, principalmente a de baixa qualificação, pouca mecanização, utilização
de processos convencionais e técnicas simples (OLIVEIRA, 2004).O processo
produtivo do subsetor de edificações tem várias etapas. De acordo com Melo (2001),
cada uma se desenvolve mediante a realização de variados serviços e elevada
17
intensidade do uso da força de trabalho. As etapas para a produção de uma
edificação são: locação da obra, fundações, estruturas, alvenaria de vedações
instalações hidráulicas, instalações elétricas, impermeabilização, esquadrias,
revestimentos internos, revestimentos externos, pintura, forros, coberturas e limpeza.
Segundo Silva et al (2006), a indústria brasileira da construção civil em
geral, e em particular o subsetor de edificações sofreram nos últimos anos os efeitos
de uma profunda transformação sócio-econômica que modificou o seu processo
produtivo, de maneira que as empresas pudessem assegurar a sua sobrevivência.
Na busca por reduções de custos, as empresas se posicionaram de maneira
diferente, procurando adaptar-se à nova conjuntura econômica do país através de
estratégias distintas, que vão dos mecanismos tradicionais de intensificação da
jornada de trabalho e utilização de materiais alternativos à terceirização e/ou
externalização dos serviços.
A adoção de alternativas organizacionais, dada a natureza e as
características intrínsecas da indústria da construção, vem aumentando devido à
necessidade de criar e adaptar novas maneiras de modernizar-se que permitam às
empresas não só competir, mas sobretudo sobreviver (DACOL,1996).
Uma prática que está se tornando bastante comum é a externalização dos
serviços, ou seja, são contratadas empresas especializadas na preparação de
determinados insumos e na sua respectiva aplicação/montagem na obra. Silva et al
(2006) dizem que esse é o caso das empresas especializadas, as quais realizam
não só os serviços nas obras, mas também fornecem os materiais/componentes
necessários para o trabalho e, em alguns casos, responsabilizam-se pelos projetos
específicos para a produção daquele estágio da obra que irão executar. É o caso do
presente trabalho, que tem por objeto de estudo uma empresa especializada na
confecção de fôrmas para a indústria da construção civil, tratando-se de uma
externalização do serviço, visto que as fôrmas chegam ao canteiro totalmente
prontas para serem utilização.
A confecção de fôrmas encontra-se presente nas etapas de fundações e
estrutura (lajes, escadas, vigas e pilares). Entende-se por fôrmas o conjunto de
componentes cujas funções principais são: moldar o concreto (molde), contê-lo
fresco e sustentá-lo até que tenha resistência suficiente para se sustentar por si só,
além de proporcionar à superfície do concreto a textura requerida. Atualmente
empregam-se tábuas, principalmente chapas de madeira compensada. A confecção
18
das fôrmas tem início após a elaboração do projeto específico para tal fim, contudo,
às vezes, as fôrmas são confeccionadas apenas com base no projeto de estruturas.
Apesar dos avanços tecnológicos, a confecção de fôrmas continua sendo um
trabalho pesado, com poucas alterações ao longo do tempo, mantendo o uso
intensivo da mão-de-obra e trabalho manual, mesmo que, em alguns casos, as
fôrmas não estejam mais sendo confeccionadas no interior dos canteiros ou, ainda,
estejam sendo confeccionadas com materiais alternativos.
A adoção da externalização pode trazer alguns benefícios para a
construtora. Inicialmente ocorre a transferência da preparação dos insumos,
eliminação de estoques (matérias-primas, produtos acabados); eliminação de
máquinas e equipamentos necessários à execução da atividade; transferência da
responsabilidade de elaboração do projeto específico, cabendo tudo à empresa
responsável pela produção do insumo. Essa é uma estratégia operacional
importante porque acarreta sérias repercussões na organização dos canteiros e na
eficiência do processo de produção. Essa estratégia está presente na construção
propriamente dita (fundações; estrutura; instalações etc.) e nas atividades de apoio,
como transporte e estocagem de materiais.
Como ocorre na maioria das atividades da construção civil, envolvendo o
trabalho pesado, com alto consumo de energia metabólica, na confecção de fôrmas
o trabalho impõe ao operário um grande esforço físico e uso constante da força
muscular, bem como uma intensa movimentação e transporte das chapas de
compensado de madeira. Na confecção de fôrmas as posturas predominantes são
na posição em pé, o que conforme Iida (1998) é fatigante porque exige grande
esforço estático da musculatura envolvida. Apesar de a posição em pé ser
recomendada para situações que exijam deslocamentos constantes e utilização da
força, não deve ser mantida durante toda a jornada de trabalho, para não causar
dores nas costas e nas pernas.
De acordo com Dul (2004), geralmente a postura é determinada em
função do tipo de atividade realizada ou do posto de trabalho, sendo esse último
considerado a menor unidade produtiva dentro de um sistema de produção. Caso a
postura seja mantida por um espaço de tempo prolongado, provoca prejuízo nos
músculos e articulações. A confecção de fôrmas requer movimentos do corpo inteiro,
inclusive com adição de força nesses movimentos, provocando assim tensões
19
mecânicas localizadas que, ao longo do tempo, podem provocar dores musculares.
Nesse contexto, formula-se a questão central desse estudo:
A atividade de confecção de fôrmas está sujeita a problemas
ergonômicos relacionados com a postura?
1.2 DELIMITAÇÃO DO ESTUDO
Na presente pesquisa, é feito um estudo ergonômico das atividades de
confecção de fôrmas para a indústria da construção civil, que corresponde à
investigação de uma característica específica do trabalho realizado, onde é avaliada
e observada apenas uma situação predeterminada, enfocando alguns aspectos do
trabalho abordado para uma posterior interpretação dos dados, limitando o campo
de estudo somente aos problemas posturais. O estudo ergonômico da confecção de
fôrmas em questão será direcionado para identificar a presença de posturas
inadequadas.
1.3 JUSTIFICATIVA
A indústria da construção civil desempenha importante papel indutor na
economia de países em desenvolvimento como o Brasil, devido seu grande
potencial para gerar empregos e articular diferentes setores industriais. E tem uma
participação significativa na economia, que pode ser expressa com índices bastante
expressivos, tais como: o PIB do setor, em 2004, foi de R$ 115,1 bilhões e, para
2005, a projeção é de R$ 120,909 bilhões; em 2004, o setor cresceu 5,7% e
participou com 7,28% do PIB nacional; no ano de 2004, a produtividade do setor foi
de R$ 28.266, contra R$ 22.418 da economia brasileira; atualmente, existem
118.993 empresas de construção civil, responsáveis pela ocupação formal de
1.462.589 trabalhadores,
sendo que aproximadamente 73% dessas empresas estão
nos segmentos de edificações (CBC,2006).
O seu potencial para gerar empregos pode ser avaliado pelos seguintes
valores: em 2003, o setor empregou diretamente 3.771.400 trabalhadores em todo o
País (5,6% da População Ocupada Total); no ano de 2004, a estimativa é de que o
20
setor tenha empregado 4.072.009 trabalhadores, com projeção para 2005 de
geração de 4.221.815 empregos diretos na economia nacional 8,85% da População
Ocupada Total (IBGE, 2003).
Esses números tendem a crescer uma vez que as empresas
especializadas em tecnologia e serviços para a construção civil estão ganhando
cada vez mais espaço no mercado nacional e já são muito utilizadas no âmbito
internacional há pelo menos três décadas. As empresas responsáveis pela
execução de serviços fora dos canteiros, são cada vez mais comuns e estão sendo
muito utilizadas principalmente nos grandes centros. O fato é que o mercado atual
conta com ofertas de serviços especializados e diferenciados, que envolvem não só
o fornecimento de uma mão-de-obra especializada, mas também a preparação e o
fornecimento dos insumos utilizados na produção. Essa prática é muito adotada para
os serviços de concreto, fôrmas, argamassas e instalações (elétrica; hidráulica). A
externalização reflete uma mudança conjuntural no setor da construção, que visa
adequar o processo produtivo aos novos desafios e exigências do mercado atual.
Segundo Matteo e Bessa (2005), o número de empresas que atuam no
universo de prestação de serviços, nos diversos setores econômicos, totaliza
741.268 , cuja receita operacional líquida movimenta um total de R$ 194,2 bilhões,
ocupando 5,6 milhões de pessoas, com uma massa salarial de R$ 39,6 bilhões em
1999. A externalização foi conseqüência da intensa concorrência global, e várias das
atividades econômicas (integração entre os mercados) e o próprio avanço
tecnológico contribuíram significativamente para a transição da “produção em
massa” (integração vertical) para a “produção flexível”, caracterizada pela grande
desintegração vertical (redução de atividades de uma empresa, tanto na parte
administrativa quanto na produção). Isso consolida a importância do relacionamento
com outras empresas (PEREIRA; 2003 apud AMATO NETO, 1995). Em
conseqüência da referida transferência de atividades, atualmente são raras as
empresas na construção civil brasileira que executam todos os serviços envolvidos
dispensando a contribuição de prestadores de serviço.
Percebe-se que é um setor que absorve numeroso contingente de
trabalhadores e técnicos, e caracteriza-se de maneira mais exposta do que qualquer
outro setor aos riscos de acidentes do trabalho, liderando as estatísticas de
acidentes. O mal é reconhecido pela maioria dos envolvidos que desempenham
atividades nesse sistema organizacional – empregadores e empregados.
21
Segundo Sousa (1997), na indústria da construção o processo mais
utilizado ainda é o tradicional, em que os elementos principais da construção são
confeccionados empregando a força do homem, independentemente de os serviços
serem executados dentro ou fora dos canteiros. A força de trabalho desempenha,
portanto, um papel fundamental, contudo os processos tradicionais atualmente
coexistem com técnicas mais modernas. Vale referir que é registrada ainda uma
tímida presença das gruas, guinchos e betoneiras nos canteiros, bem como de
tecnologias construtivas mais modernas, tais como os pré-moldados. De acordo com
a Organização Internacional do Trabalho (OIT) (1998), muitas vezes as ferramentas,
máquinas e equipamentos utilizados ainda são antiquados, mal projetados e não
têm a manutenção adequada, fatos agravados pela falta de qualificação dos
operários.
Atribui-se ao trabalhador, assim, um papel fundamental no processo
produtivo, já que grande parte das tarefas ainda são realizadas manualmente, o que
torna imprescindível promover a segurança e a saúde do trabalhador. Na maioria
das vezes, contudo, isso tem sido relegado a segundo plano e, de acordo com Melo
(2001), seria uma ação predatória, já que pessoas saudáveis seriam retiradas do
ambiente e, posteriormente, devolvidas como doentes mentais, deficientes físicos,
seres infelizes e incapacitados, em conseqüência das condições de trabalho
oferecidas pela indústria da construção civil.
A confecção de fôrmas, mesmo experimentando alguns avanços ao longo
dos anos, tanto no que se refere às alterações relativas aos materiais utilizados
quanto na sua fabricação ainda requer uma forte participação do homem em
trabalhos manuais. Apesar de já existirem materiais alternativos à madeira para
confeccionar as fôrmas, tais como pvc, aço e a fibra de vidro, a madeira ainda
apresenta-se como um material de destaque, que certamente será utilizado por
longos anos, principalmente no Brasil.
A madeira sobressai em relação aos demais materiais devido às seguintes
vantagens: baixo custo, porém garantindo a qualidade das peças concretadas; é
dotada de boa resistência; permite diversos reaproveitamentos em edifícios de
múltiplos andares; e ainda é perfeita para edificações de geometria irregular, onde
alguns materiais não podem ser utilizados.
A confecção de fôrmas é um trabalho pesado, que exige grande esforço
físico e quase sempre as condições do posto de trabalho são inadequadas,
22
tornando a atividade ainda mais difícil. De acordo com a OIT (1998), o trabalho
manual pesado e constante aumenta o ritmo respiratório e cardíaco, que favorece a
fadiga física, além dos prejuízos para a saúde do trabalhador, exigindo o máximo de
sua capacidade física. Além disso, o trabalho na carpintaria requer posturas
forçadas; praticamente toda a jornada é realizada de pé; além de movimentações de
origens constantes, que podem chegar até a 35 kg, Fatores esses responsáveis pelo
surgimento de transtornos músculo-esqueléticos .
Muitas vezes, tem-se a idéia de que determinado trabalho não está sendo
realizado dentro dos limites de conforto e segurança, sem dispor, no entanto, de
dados que a comprovem. A falta de dados pode, inclusive, comprometer a
realização de uma intervenção ergonômica, que teria potencial para adequar o
trabalho às necessidades dos trabalhadores. De acordo com a Revista Proteção
( julho; 2006, p.33),entre os anos de 2002 e 2004, o número de doenças do trabalho
registrado pela previdência social cresceu 15,6%, passando de 22.311 para 27.587
casos, e no mesmo período a proporção de alta de alguns tipos de LER (lesões por
esforços repetitivos)/DORT (distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho) foi
muito superior a essa média geral. A incidência de dorsalgias (lesão de músculos e
tendões da parte inferior das costas), por exemplo, aumentou 75% no mesmo
período, ou seja, passou de 1.214 para 2.126 ocorrências, o que representa apenas
um exemplo de um conjunto de males que vêm acometendo um número cada vez
maior de trabalhadores em diversas categorias profissionais. O que dificulta uma
análise mais profunda, é que no Brasil não existe um registro confiável destes
números, e muitas vezes não se tem um quantitativo específico por categorias de
profissionais, por setor de ocupação, além de que estes índices são divulgados e
atualizados a cada dois anos.
A demanda do presente trabalho originou-se, por um lado, na curiosidade
científica, de se saber se a realidade das condições de trabalho de uma central de
confecção de fôrmas e por outro lado, da necessidade de validação dos protocolos
de Análise Ergonômica do Trabalho (AET) e de avaliação biomecânica de posturas.
O presente trabalho mostra um estudo ergonômico da confecção de
fôrmas, visando uma análise que possibilite a descrição e a interpretação do que
acontece na realidade da atividade enfocada. Uma análise postural está associada
aos postos de trabalho e buscou avaliar, além das posturas, os movimentos
repetitivos e as cargas transportadas. De acordo com Portich (2001 apud
23
BATISTA; VIANA, 1989), os esforços físicos excessivos são a quinta principal causa
de acidentes na construção civil no Estado de Pernambuco, o que corresponde a
8,7% do quantitativo total de acidentes. Ainda que não exista um cálculo do custo
que isso representa, o fato torna-se mais grave quando se toma conhecimento que
no ano de 1995 a previdência social registrou 67.092 casos de doenças
osteomusculares em todos os setores, o que correspondeu a 10,3% dos benefícios
concedidos e tornou os distúrbios osteomusculares a terceira maior causa de
aposentadoria por invalidez.
Os resultados deste estudo poderão contribuir para o desenvolvimento de
projetos de postos de trabalho mais ergonômicos e para a melhoria da organização
do seu ambiente, o que conseqüentemente resultará na melhoria das condições do
trabalho de carpintaria.
1.4 OBJETIVOS
1.4.1 Objetivo geral
Realizar estudo ergonômico da atividade de confecção de fôrmas para
construção civil.
1.4.2 Objetivos específicos
Realizar a análise ergonômica do trabalho no processo de confecção de
fôrmas para a construção civil utilizando o método e-lest.
Levantar e avaliar métodos de análise postural.
Verificar as implicações posturais da atividade de confecção de fôrmas para a
construção civil.
1.5 ESTRUTURA DO TRABALHO
Este estudo foi distribuído em 05 (cinco) capítulos, a saber:
24
O Capítulo I (Introdução) – Por constituir a parte introdutória, se propõe a
definir e apresentar o tema do estudo. Partindo de questionamentos pertinentes e
comentários gerais, passa-se a estabelecer a justificativa do trabalho e os objetivos
a serem alcançados (geral e específicos).
O Capítulo II (Fundamentação Teórica) - Ocupa-se da fundamentação
teórica da pesquisa, sendo enfocados os seguintes assuntos: indústria da
construção civil, montagem de fôrmas e ergonomia, componentes do eixo temático
dessa dissertação.
O Capítulo III (Metodologia da Pesquisa) - Aborda os procedimentos
metodológicos utilizados para obtenção dos objetivos propostos. São apresentadas
a natureza e a classificação da pesquisa, identificação da população, as técnicas e
os métodos aplicados para realização do estudo ergonômico.
O Capítulo IV (Resultados e Discussão) - Apresenta as respostas obtidas
na pesquisa em uma empresa de confecção de fôrmas, bem como as discussões
suscitadas pelos resultados alcançados.
O Capítulo V (Considerações Finais) – Finalmente são expostas as
conclusões e recomendações resultantes do trabalho, além das sugestões para
outros estudos afins.
CAPÍTULO II - FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
__________________________________________________
2.1 INTRODUÇÃO
De acordo com Severiano Filho (2004, p.19), a fundamentação teórica
refere-se a análise dos marcos teóricos que contornam a idéia da pesquisa feita.
Serão apresentadas as principais referências dos autores, abordadas em relação ao
tema de estudo. O referencial teórico ou estado da arte deverá servir de base para a
análise e discussão dos resultados apresentados, bem como para as conclusões
gerais, servindo de base para nortear o desenvolvimento da pesquisa como um
todo. Para o embasamento teórico do presente trabalho foram abordados os
seguintes temas: a indústria da construção civil; e a terceirização; as fôrmas;
construção civil; e a ergonomia e por último os métodos de análise ergonômica do
trabalho; e de análise postural.
2.2 A INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO CIVIL
A construção civil é uma atividade milenar, logo é um dos mais antigos
setores de atividades do mundo, ocupando lugar de destaque no panorama
econômico da atualidade por ser responsável pela produção de bens duráveis e pela
geração de empregos. O setor ainda contribui para o desenvolvimento da economia
dos países, principalmente na geração de empregos e mobilização dos setores
responsáveis pela produção dos insumos, equipamentos e serviços utilizados em
seu processo produtivo. De acordo com Silva (2004, p.40), é o maior empregador do
setor industrial, com 4.064 milhões de empregos diretos (IBGE, 2003).
A construção civil, além desempenhar um importante papel para a
economia em virtude da magnitude da movimentação financeira por meio dos seus
26
produtos, também é importante como atividade econômica, fato comprovado por
uma expressiva participação no PIB (FARAH, 2000).
De acordo com a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC),
em 2004 essa atividade participou diretamente com 10,65% do PIB nacional e com
18,4% do PIB no conjunto dos efeitos diretos, indiretos e induzidos.Esses
percentuais representam a geração de riqueza no valor de R$ 168,445 bilhões e de
R$287,152 bilhões, respectivamente. A sua contribuição na geração de empregos
também é bastante expressiva, especialmente de profissionais menos qualificados e
de condições sociais menos favorecidas. De acordo com informações da CBIC, para
2004 a estimativa é de que o setor tenha empregado 4.072.009 trabalhadores, com
projeção para 2005 de geração de 4.221.815 empregos diretos na economia
nacional (8,85% da População Ocupada Total). Ainda de acordo com informações
do mesmo órgão, estima-se que existam 118.993 construtoras no país, das quais
94% são micro e pequenas empresas, e que essas empresas absorvem um total de
1.462.589 trabalhadores.
Segundo Melo (2001), a principal característica dessa indústria é ser
nômade, ou seja, a cada novo “produto” ela se desloca e monta suas instalações
(canteiro) em um novo local. Logo os seus postos de trabalho têm uma mobilidade
constante. Outra forte característica dessa indústria é o fato de ser uma produção
onde a mão do trabalhador e o uso de ferramentas rudimentares tem uma forte
presença em quase todas as etapas. A indústria da construção possui ainda outras
características únicas que a diferencia das demais indústrias, tais como:
heterogeneidade do seu produto, uma vez que um produto nunca é igual ao outro;
uso de uma grande variedade de materiais e produtos no seu processo produtivo;
uso intensivo da mão-de-obra em todo o processo produtivo e alta rotatividade da
mão- de- obra (CRUZ, 1998).
Com relação à mão- de- obra, seu perfil é tradicionalmente marcado pela
origem, sexo, faixa etária, escolaridade, nível de formação e salários. A grande
maioria dos trabalhadores do setor vem do meio rural e é, quase que
exclusivamente, do sexo masculino. A faixa etária varia de 30 a 35 anos, com baixo
nível de instrução e qualificação profissional e com renda de aproximadamente 2
(dois) salários mínimos (SENAI, 1995).
Segundo Mesquita (1999), o ramo da indústria comumente denominado
“construção civil” agrega um conjunto de atividades complexas, ligadas entre si por
27
uma gama diversificada de produtos e seus processos produtivos e de trabalho
mantêm elevado grau de originalidade, o que proporciona ao setor características
particulares. Logo, devido à diversidade e complexidade dos seus serviços a
construção civil pode ser dividida em três ramos de atuação: construção pesada,
montagem industrial e edificações.
Maia (2001) classifica os subsetores da seguinte maneira:
Construção Pesada
Obras viárias (rodovias, ferrovias, hidrovias e serviços portuários);
Obras hidráulicas (barragens, sistema de saneamento, irrigação e
drenagem);
Obras de urbanização (logradouros públicos e paisagismo);
Obras diversas (terraplenagem, minas, poços e galerias).
Montagem Industrial
Implantação de indústrias de transformação (montagem de estruturas
mecânicas, elétricas, eletrônicas);
Sistema de exploração e transporte de recursos minerais;
Sistema de geração e transmissão de energia;
Sistema de comunicação.
Edificação
Construção de edifícios residenciais;
Construção de edifícios comerciais;
Construção de edificações modulares verticais e horizontais (conjuntos
habitacionais);
Edificações industriais.
O subsetor de edificações é composto de muitas etapas, e segundo Melo
(2001), cada uma dessas etapas se desenvolve mediante a realização de variados
serviços e elevada intensidade do uso da força de trabalho. As etapas para a
produção de uma edificação são: locação da obra, fundações, estruturas, alvenaria
de vedações, instalações hidráulicas, instalações elétricas, impermeabilização,
28
esquadrias, revestimentos internos, revestimentos externos, pintura, forros,
coberturas e limpeza. A confecção de fôrmas está presente nas etapas de fundação
e durante toda a etapa de estrutura.
2.2.1 Terceirização na construção civil
Segundo Pereira (2003), os vários setores industriais passaram por
mudanças profundas, principalmente na sua estrutura produtiva.
O referido autor (apud SILVA NETO; FARIAS FILHO, 1999, p. 1), diz que:
os conceitos de Taylor e Ford, que prevaleceram em toda indústria por
mais de cinqüenta anos, tornaram-se pouco eficazes no atendimento às
necessidades e exigências do mercado a partir da década de 70. O tipo
ideal de organização deixou de ser a grande empresa, rígida e
hierarquizada....com isso as empresas partiram em busca de maior
capacidade de adaptação à diferenciação e à fragmentação requeridas
pelos clientes. Para tanto, vêm buscando melhor organização técnica e
capacitação gerencial mais eficiente. Frente a tal realidade a terceirização
despontou como uma das alternativas amplamente empregadas pelas
empresas na sua busca por flexibilidade.
Filippi (2003) afirma que, quando uma empresa concentra a sua atenção
em um número cada vez menor de atividades, ela reduz o número de processos
racionalizando a sua estrutura administrativa, o que possibilita a realização das suas
atividades com maior eficiência. Esse processo, também chamado de
desverticalização, é cada vez mais comum, principalmente nos grandes centros e no
setor da construção civil, em virtude dos altos encargos sociais incidentes sobre o
empregador, que variam entre 75% e 127% do salário nominal do trabalhador.
Segundo Matteo e Bessa (2005), a atividade de prestação de serviços tem como
principal característica apresentar uma grande heterogeneidade, seja na demanda,
na produção, na tecnologia ou no grau de especialização da sua mão-de-obra.
Vale ressaltar que esse movimento de “desverticalização” se levanta como
um fenômeno de dimensões internacionais, incluindo os de notável desenvolvimento
industrial como o Japão e EUA. Na Inglaterra, essa prática foi uma das mais
importantes mudanças ocorridas no setor da construção, aonde as empresas
chegam a subempreitar até 90% das suas atividades.
29
Pereira (2003 apud MONTAÑO, 1999) diz que o mercado atual tende a
reduzir o seu quadro próprio de funcionários para “empregar” cada vez mais uma
força de trabalho que pode ser facilmente dispensada quando a empresa necessitar.
Se, no modelo taylorista/fordista, tudo era produzido dentro da empresa, no atual
padrão flexível de produção, é cada vez maior o número de “componentes”
produzidos fora. Fabrício et al (2006) afirmam que na indústria contemporânea a
aproximação/parcerias entre empresas é uma tendência inquestionável e que se
configura também como uma estratégia para lidar com sua rede de fornecimentos.
Essa é uma estratégia que está crescendo por proporcionar à contratante uma
grande flexibilidade, na medida em que os custos e as responsabilidades pela
produção são divididos entre várias empresas.
Embora no setor da construção as subcontratações dos serviços possam
ser consideradas um processo histórico, a preocupação com a qualidade dos
serviços prestados é nova. Logo, o surgimento de novos serviços mais
especializados e qualificados também é muito recente e envolve não apenas uma
mão-de-obra mais especializada, como também materiais e projetos mais
elaborados. Isso gerou uma nova tendência que é a oferta de novos materiais e
componentes confeccionados fora do canteiro que englobam ou eliminam etapas do
processo produtivo. Essa tendência, atualmente, está cada vez mais forte,
principalmente devido a algumas particularidades em seu processo construtivo, tais
como : enorme variabilidade de serviços; inúmeros materiais e fornecedores durante
todo o processo; mão-de-obra rotativa e com baixa qualificação.
Logo, seguindo essa tendência as primeiras atividades transferidas foram
as ligadas as áreas de apoio, por não pertencerem à competência principal das
empresas. Em seguida, quando delimitaram o seu foco de atuação, as empresas
começaram a se concentrar nas atividades que agregam valor diretamente ao
produto ou serviço, mas com o decorrer do tempo a terceirização também foi sendo
utilizada para as demais atividades (PEREIRA, 2003).
Os agentes envolvidos nesta cadeia apresentam portes empresariais
distintos e, consequentemente, diferentes níveis de tecnologia agregada em seus
processos (FABRICIO et al. 2006). Logo, como se vê, o processo de transferência
de atividades para outras empresas de menor porte, mais especializadas é uma
realidade. O presente trabalho estudou uma empresa especializada na confecção de
fôrmas para construção civil, sendo ela responsável pelo projeto e confecção das
30
fôrmas, prestando suporte ao cliente durante a montagem, além de fornecer um
projeto com todas as instruções de montagem.
2.3 AS FÔRMAS
Para executar estruturas de concreto armado, são necessárias fôrmas e
elas são utilizadas desde o início do emprego do concreto armado.
A fôrma pode ser considerada como o conjunto de componentes, cujas
funções principais são: moldar, conter o concreto fresco e sustentá-lo, até que este
tenha resistência suficiente para se sustentar por si só e proporcionar à superfície do
concreto a textura requerida. Ela é, portanto, uma estrutura provisória e deve
atender a alguns requisitos para que sua montagem e desforma proporcionem uma
melhor racionalização na obra de uma maneira geral. Por ser umas das atividades
iniciais a ser executada na obra, ela é responsável pela qualidade das fases
posteriores de uma construção em concreto armado. Revestimentos de gesso,
argamassa e contra-piso, entre outros, são itens que só podem ser reduzidos com a
adoção de cuidados na fôrma (CLELIO JÚNIOR, 2006).
As medidas internas das fôrmas devem ter a mesma dimensão e
geometria das peças da estrutura projetada. Geralmente as fôrmas não exigem
projetos nem cálculos especiais. No caso de edifícios comuns, geralmente são
executadas a partir da experiência dos profissionais envolvidos (mestre-de-obras,
carpinteiros, engenheiros). Contudo, caso sejam fôrmas para enormes vãos e
grandes alturas as fôrmas necessitam de cálculos e projetos especiais (AZEREDO,
2004)
Utilizam-se fôrmas para os seguintes elementos estruturais de uma
edificação: lajes, vigas, pilares, paredes, fundações e escadas. As fôrmas devem ser
projetadas de maneira que suportem as cargas máximas de serviço, ou seja, o peso
da estrutura revestida por ela (YAZIGI, 1997).
As fôrmas devem ser muito bem feitas, travadas e escoradas, para que a
estrutura de concreto tenha boa qualidade e não ocorram deformações (o peso do
concreto é duas vezes e meia (2 ½) maior que o da água). As fôrmas também
devem ser estanques (sem fendas ou buracos) para evitar o vazamento do concreto.
31
Podem ser confeccionadas de diversos materiais: madeira, alumínio, fibra de vidro,
aço, plástico, e compõem-se de dois elementos:
¾ o caixão, que contém o concreto e, portanto, fica em contato com ele;
¾ a estruturação, que evita a deformação e resiste ao peso do concreto.
O caixão é feito com chapas de madeira compensada. Na estruturação,
podem ser usadas peças de madeira serrada bruta. Detalhando-se as
denominações dos componentes das fôrmas, temos:
Painéis: São as superfícies planas ligadas por sarrafos. Os painéis formam os
pisos das lajes e as faces das vigas, pilares, paredes e fundações;
Travessas : Peças que servem para unir as tábuas dos painéis;
Travessões: São peças de suporte utilizadas somente em escoramentos dos
painéis das lajes;
Talas: Servem para ligar as emendas às peças de escoramento; são
utilizadas nas emendas dos pés-direitos e pontaletes e na união dessas
peças com as guias e travessas;
Guias: Servem de suporte para os travessões e funcionam como uma viga
contínua, apoiando-se no pé-direito;
Faces (painéis) das vigas: Constituem a face lateral das fôrmas das vigas;
Fundos das vigas: Formam a parte inferior da fôrma;
Gravatas: São as peças que ligam os painéis das fôrmas dos pilares, vigas e
colunas; servem para aumentar a resistência da fôrma;
Montantes: Servem para aumentar a resistência dos pilares; são colocados
em faces opostas dos pilares, paredes e fundações;
Pés-direitos: São os suportes das fôrmas das lajes e recebem as cargas por
meio das guias;
Pontaletes: São os suportes das fôrmas das vigas, que se apóiam neles por
meio dos caibros;
Escoras: Servem para impedir o deslocamento dos painéis laterais das
fôrmas de vigas, escadas, blocos de fundações etc;
Calços: Peças de madeira que apóiam os pontaletes e pés-direitos;
32
Cunhas: São peças prismáticas utilizadas em pares, cuja finalidade é reforçar
o contato do escoramento com as fôrmas, evitando que haja qualquer
deslocamento durante a concretagem;
Espaçadores: São pequenas peças confeccionadas com sarrafos utilizadas
nas fôrmas de paredes, fundações e vigas para assegurar a distância interna
entre os painéis;
Janelas: São aberturas na base da fôrma para permitir a limpeza antes do
início da concretagem;
Contraventamento: É uma ligação de maneira a impedir qualquer
deslocamento ou deformação do conjunto. É a ligação das fôrmas, por meio
de caibros e sarrafos.
2.3.1 Material para a confecção de fôrmas
Segundo Ruschel (1998), as fôrmas devem ser construídas de maneira
que se adaptem perfeitamente ao molde e dimensões das peças da estrutura
projetada e devem também ter uma resistência de modo que não se deformem sob
a ação dos fatores ambientais, tais como: a carga, especialmente a do concreto
fresco, seja pela ação do seu peso próprio ou também pela ação de cargas
acidentais que possam atuar durante a execução da obra. E o material escolhido
para a confecção das fôrmas tem uma grande influência nessa resistência.
As fôrmas deverão ser projetadas e construídas, de modo que, quando
desformada, a peça de concreto deverá ter as formas e dimensões especificadas no
projeto, respeitando-se as cotas e alinhamentos, além de uma superfície bem
acabada e uniforme (CEHOP, 2006).
Para a confecção de pontalete, sarrafos e tábuas, que são os elementos
de sustentação (escoramento) e amarração das fôrmas, são utilizadas peças de
madeira serrada de coníferas, as quais não podem apresentar defeitos como:
desvios dimensionais (desbitolamento), arqueamento, encurvamento, encanoamento
(diferença de deformação entre a face e a contraface), nós (aderidos ou soltos),
rachaduras, fendas, perfuração por insetos ou podridão além dos limites tolerados
pela classe. Os tipos de madeira utilizados nas fôrmas podem ser classificados a
partir de sua qualidade, conforme especificação do Quadro 1 a seguir.
33
CLASSES DA QUALIDADE
DEFEITOS
PRIMEIRA
INDUSTRIAL
SEGUNDA
INDUSTRIAL
TERCEIRA
INDUSTRIAL
Presença de nós
firmes
Até 01 nó por peça Até 06 nós por peça Até 09 nós por peça
Presença de nós
soltos
Não são permitidos Até 01 nó por peça Até 02 nós por peça
Encanoamento No máximo 0,5 cm para qualquer classe
Arqueamento 2 cm 4cm 6cm
Encurvamento 1cm 2cm 3cm
Rachaduras na soma
dos comprimentos
Não são permitidas 30cm 60cm
Rachaduras no
comprimento
individual
Não são permitidas 15cm 20cm
Presença de furos de
insetos e podridão
Não são permitidas em qualquer classe
Desbitolamento na
espessura (de 12 a
25mm)
Tolerância de ± 3mm para qualquer classe
Desbitolamento na
espessura (de 26 a
50mm)
Tolerância de ± 4mm para qualquer classe
Desbitolamento na
espessura (de 51 a
100mm)
Tolerância de ± 6mm para qualquer classe
Desbitolamento na
largura (25 a 50mm)
Tolerância de ± 6mm para qualquer classe
Desbitolamento na
largura (de 51 a
100mm)
Tolerância de ± 8mm para qualquer classe
Desbitolamento na
largura (de 101 a
200mm)
Tolerância de ± 10mm para qualquer classe
Desbitolamento na
largura (201 a
300mm)
Tolerância de ± 13mm para qualquer classe
Quadro 1 – Classes das madeiras utilizadas para a confecção das fôrmas
Fonte: Yazigi (2004, p. 234).
De acordo com Yazigi (2004), as chapas de madeira compensada
utilizadas para a confecção das fôrmas devem ser de ótima qualidade, onde as
peças que apresentem os seguintes defeitos devem ser rejeitadas: como os desvios
dimensionais (desbitolamento); número de lâminas inadequado à sua espessura;
desvios no esquadro; ou defeitos na superfície. Além de que precisam também ser
resistentes à água.
Azeredo (2004) afirma que também são utilizadas fôrmas, pontaletes e
pés-direitos metálicos, porém seu uso é bem menos freqüente.
A madeira escolhida para a confecção das fôrmas precisa ter outras
características, tais como: elevado módulo de elasticidade e resistência razoável;
34
não ser excessivamente dura, de modo a favorecer a secagem, bem como a
penetração e posterior extração dos pregos (desforma); baixo custo; baixo peso
próprio. Dentre as madeiras brasileiras, a que mais satisfaz essas características é o
pinho- do- paraná, que tem utilização quase exclusiva, seguida da peroba, cuja
utilização geralmente fica mais restrita às peças de escoramento (AZEREDO, 2004).
As peças de pinho são agrupadas de acordo com os defeitos que
possuem e são divididas nas seguintes classes abaixo:
Primeira classe: madeira seca limpa, desempenada em ambas as faces; de
cor natural; corretamente serrada e com a bitola exata, com arestas ou quinas
com a esquadria rigorosa; com ausência de nós e de larvas (cupins); isenta
de manchas provocadas não só por bolores ou outros fungos, como também
por agente de qualquer outra natureza; sem defeitos de tipo algum, como
rachaduras, apodrecimento, abaulamento, arqueadura e fibras reversa;
Segunda Classe: para que uma madeira seja considerada de segunda classe,
uma de suas faces deverá satisfazer às condições de uma madeira de
primeira classe. Serão aceitos: fendas retas em um ou em ambos os topos
(não excedendo 15cm em cada topo); manchas azuladas e superficiais
provenientes de secagem em tempo úmido; abaulamento, desde que sua
flecha não seja superior a 1cm; arqueadura, desde que sua flecha não seja
superior a 4m; pequenos nós firmes em uma das faces;
Terceira Classe: madeira seca, com nós ou furos de larva, com manchas de
bolores ou de outra natureza, com esmoado e fendilhamento em maior
proporção que na classe anterior; falhas em ambas as faces, contudo a sua
coloração deverá ser natural, a madeira deverá estar serrada corretamente e
com a bitola exata; suas quinas e arestas deverão estar com a esquadria
correta. As madeiras que não se enquadrarem nessa classificação serão
denominadas refugo.
Somente em casos excepcionais, a madeira de terceira classe é utilizada
para fôrmas, enquanto as de segunda são comumente empregadas em locais onde
o concreto ficará exposto. Seja qual for a classe da madeira empregada, elas
deverão ficar estocadas e separadas por bitola e classe; em local fechado e coberto,
de maneira que não fiquem expostas à água; as chapas deverão ficar empilhadas
na posição horizontal sobre 3 (três) pontaletes situados no centro da chapa e com
35
distância de 10 cm de cada uma das bordas menores, a fim de evitar o contato com
o piso (RIPPER, 2001).
Quanto ao acabamento da superfície, existem dois tipos de chapas no
mercado: plastificadas e resinadas. O aproveitamento médio das plastificadas é de
15 vezes, enquanto o das resinadas é de 4 a 5 vezes.
Fora madeira, atualmente existem outros materiais alternativos que podem
ser utilizados para confeccionar as fôrmas, tais como : plásticos e metal. Os
sistemas que usam o plástico como componente podem constituir soluções
interessantes para o sistema de confecção de fôrmas. As substituições que podem
viabilizar o uso desses sistemas, tais como chapas de PVC no lugar das de
compensado, plástico reforçado com fibra de vidro para moldes com formato
complexo, fôrmas de pilares e capitéis em plástico reforçado com fibra de vidro,
moldes plásticos tronco-piramidais para lajes nervuradas, rib loc para molde de
pilares, lajes com vazios internos e acabamento superficial (MORIKAWA, 2003).
Figura 1 – Moldes plásticos (cumbucas) para lajes nervuradas em formato quadrado ou retangular
Fonte: Fotos (2006).
Os moldes demonstrados na Figura 1 são de polipropileno e de
poliuretano que são moldes de grande rigidez. O polipropileno tem gerado peças de
resistência mecânica elevada, eliminando com isso a deformabilidade. Encontram-se
no mercado nacional dois modelos: retangular e quadrado (Figura 2), disponíveis em
várias alturas. As suas propriedades são idênticas às de fibra de vidro. Geralmente
são utilizados em conjunto com painéis estruturados de madeira.
36
Figura 2 – Detalhe de laje nervurada finalizada, utilizando cumbucas de plásticos
Os sistemas industrializados para as fôrmas e cimbramento, são os que
utilizam em sua maioria o aço e o alumínio como arcabouço estrutural e as chapas
compensadas da Finlândia, mais espessas e com revestimento de gramaturas ainda
não disponível no Brasil. O item que favorece esse sistema é a promessa de
multiplicar por dez ou 20 vezes o reaproveitamento de fôrmas tido como usual nas
obras brasileiras. O incremento de reutilizações caminha em paralelo ao crescimento
de produtividade, mas os técnicos advertem: se não houver um consistente
planejamento da obra, o equilíbrio financeiro da obra pode ser prejudicado
(REVISTA TÉCNHE, 1997).
A aplicação das fôrmas vem ganhando uma dimensão econômica que
merece ser considerada. Logo, esse aspecto tem de ser cuidado não apenas como
um detalhe, mas como uma etapa da obra que deve estudar e otimizar
criteriosamente o seu emprego (MORIKAWA, 2003). As fôrmas respondem por
cerca de 45% dos custos da estrutura em obras prediais. Movimentam, portanto,
grandes somas e esse é, certamente, o maior argumento para essa preocupação
com as fôrmas e a metodologia empregada na sua confecção.
Conforme afirma Morikawa (2003), de maneira geral a madeira ainda
continua sendo a matéria-prima principal na confecção dos moldes para a
concretagem, embora, conforme especificado acima , já existam no mercado outros
materiais disponíveis. Contudo, na construção civil a utilização da madeira ainda é
muito forte.
37
2.3.1.1 A confecção de fôrmas
Para confecção das fôrmas, são necessários os projetos de arquitetura e
estrutura. Caso haja um projeto de fôrmas, este deverá ser cuidadosamente
examinado de maneira que elas tenham a mesma geometria da edificação. No caso
da confecção das fôrmas de madeira, elas podem ser fabricadas dentro do próprio
canteiro, ou fora do canteiro e transportadas apenas para a montagem.
Além dos projetos, é necessário que outros materiais e equipamentos
estejam disponíveis para o processo de confecção, tais como: lápis de carpinteiro;
trenas de aço (30m e de 5 m); martelo; serrote; guincho; sarrafos de madeira (1” x
2”, 1”x 4” e 1x 6”); tábuas de madeira ( 1” x 9” e 1” x 12”); pontaletes de madeira de
3”x3”, chapas de madeira compensada (resinadas e plastificadas), esquadro
metálico de carpinteiro; pregos; tinta óleo; pincelote; bancada de carpinteiro e serra
circular de bancada com coifa de proteção para o disco (YÁZIGI, 2004).
Inicialmente o carpinteiro escolhe o painel de madeira adequado para a
confecção daquele painel e, partindo das informações obtidas no projeto de fôrma,
ou caso não haja o projeto, a confecção parte de informações repassadas pelo
engenheiro, sendo iniciada a operação de corte das chapas de madeirite.
Dependendo do tipo de escoramento e fôrmas, paralelamente a essa atividade
também serão confeccionados os sarrafos e caibros destinados a compor os garfos.
Geralmente, a confecção das fôrmas inicia-se pela confecção dos painéis
que compõem as fôrmas dos pilares, posteriormente das vigas e, por fim, as fôrmas
do assoalho da laje. Os garfos e os painéis são confeccionados com o auxílio da
serra circular. Quando os painéis dos pilares estiverem prontos, são montados e
posteriormente concretados. Finalizada essa etapa, será iniciada a montagem das
fôrmas das vigas para posterior concretagem e finalmente será feito o mesmo
procedimento para as fôrmas das lajes. De acordo com o Quadro 2 as ferramentas
e materiais com suas respectivas funções, que são geralmente utilizados na
confecção das fôrmas.
38
FERRAMENTA FUNÇÃO
1- Serra elétrica Cortar as chapa de madeirite e cortar as
tabuas
2- Bancada de Madeira Montagem dos painéis, bater os garfos
3-Martelo Bater e arrancar pregos durante a montagem
dos painéis
4- Serrote Faz pequenos cortes nos sarrafos e nas
chapas de madeirite
5- Escala Faz as medições de maneira a determinar as
medidas das peças
6-Esquadro Auxilia no traçado de linhas a 45° e 90°
7-Pregos Fixam as peça das chapas de madeirite,
fixam os sarrafos
8- Empurradores Dispositivo que serve para auxiliar a empurrar
a madeira para a serra
Quadro 2 - Ferramentas/máquinas utilizadas para confeccionar fôrmas
Fonte: Silva, (2004).
Os painéis têm que ser montados de maneira que a sua dimensão seja
considerada, bem como seu peso e geometria, de modo que a sua montagem e
desmontagem (desforma) não sejam prejudicadas. As superfícies de corte deverão
ser lisas, planas e sem a presença de serrilhas. Caso os painéis tenham que ser
perfurados, os orifícios deverão ser feitos sempre da face interna da fôrma para a
face externa, com uma broca de aço rápida para madeira (MOLITERNO, 1998).
As posições do cimbramento deverão ser previamente marcadas, para
que a montagem seja facilitada, além de evitar erros durante a mesma. Logo, as
fôrmas deverão trazer a indicação das posições onde serão alocados seus
elementos de sustentação, como garfos simples, garfos com mão-francesa,
escoramento. Essa marcação deverá ser feita com tinta.
As chapas de compensado utilizadas para a confecção das fôrmas
deverão ser armazenadas em local coberto e sempre ser empilhadas na posição
horizontal e em cima de 3 pontaletes situados no centro da chapa com distância de
10 cm das bordas menores. A serra circular, equipamento utilizado para a confecção
das fôrmas, também deverá estar em uma área coberta, plana, limpa e bem
iluminada. A serra circular não deverá ser utilizada para fabricar as cunhas, e a
madeira deverá estar sempre limpa, sem pregos e arames e sempre deslocar a
madeira utilizando os empurradores (OIT, 1998).
De acordo com Yázigi (1997), a central de carpintaria deverá ser mantida
sempre limpa, livre de restos de madeira e do pó resultante da serragem e deverá
ter um extintor de água pressurizada. A revisão na serra circular e demais
39
ferramentas e equipamentos da central de carpintaria deverá ser constante, a fim de
verificar o seu funcionamento e o estado de conservação.
Rousselet (2000) afirma que o local escolhido para a instalação da serra
circular deve oferecer condições de fácil circulação para os trabalhadores e ser
suficientemente amplo de modo a facilitar a movimentação dos trabalhadores e das
peças de madeira, bem como sua estocagem .
Durante o processo de confecção, é importante que a equipe seja bem
dimensionada, a fim de destinar a quantidade suficiente de trabalhadores, de modo
a evitar as sobrecargas individuais, principalmente durante o transporte dos
compensados acabados.
2.3.2 Tipos de fôrmas
As fôrmas são classificadas de acordo com a maneira como são
produzidas. E, conforme anteriormente especificado, as fôrmas são utilizadas nas
seguintes estruturas de uma edificação: lajes, vigas, pilares, paredes, fundações e
escadas, logo a sua produção está associada ao material utilizado e ao local onde a
fôrma será aplicada.
As fôrmas, além de serem classificadas pela sua metodologia construtiva,
são também pelo material utilizado em sua confecção e, segundo esse critério,
podem ser: fabricadas com tábuas, chapas de compensados resinados ou
plastificados ou ainda com chapas de aço (CEHOP, 2006).
Segundo Gehbauer et al (2002), além do fator custo existem outros fatores
que influenciam na escolha do material mais adequado para a confecção das
fôrmas. No caso das edificações residenciais, além dos requisitos técnicos, existem
outros aspectos de igual relevância, tais como:
Geometria: é a flexibilidade que o sistema deve ter, principalmente nas
áreas curvas, além de obedecer rigorosamente às medidas da peça
projetada;
Segurança: o sistema deve oferecer resistência aos esforços; resistir ao
empuxo do concreto no momento do lançamento, resistência compatível
com as cargas solicitadas (peso dos operários, do concreto fresco e seu
40
peso próprio), de modo a se manter rigidamente na posição correta, sem
deformações;
Estabilidade: deve permitir os ajustes no prumo, no nível e no alinhamento;
bem como a estanqueidade de maneira a evitar a fuga da nata. Deve haver
também o nivelamento de lajes e vigas;
Economia: utilizar apenas um jogo de fôrmas por pavimento, propiciando
ganhos de produtividade durante a obra. O reescoramento deve integrar o
sistema de fôrmas, de maneira que sejam retiradas mantendo as escoras no
local. Normalmente, pode-se admitir que as tábuas sejam utilizadas 3 (três)
vezes e os pés direitos, prumos ou escoras, de 3 (três) a 5 (cinco) vezes;
Durabilidade: as fôrmas deverão ser montadas de maneira que permitam a
retirada dos seus diversos elementos com relativa facilidade e,
principalmente, sem choques.
2.3.2.1 Fôrmas de laje
Apesar de no Brasil já existirem outras alternativas, como os pré-
fabricados, ainda é muito utilizado o método de concretagem das lajes no próprio
canteiro. De acordo com Fajerstzatsn (1997), os principais componentes de uma
fôrma de laje são: painéis, travessões, guias, pé-direito, talas, cunhas e calços.
Azeredo (2004) diz que as fôrmas de lajes comuns são constituídas por tábuas
deitadas e justapostas, que ficam apoiadas nos escoramentos. E para esse tipo de
fôrma serão calculados : o vão das tábuas; o vão dos travessões; o vão das guias e
o comprimento admissível dos pés-direitos entre os nós do travamento.
As longarinas horizontais (podem ser de perfis metálicos ou madeira) têm
que ser suportadas por escoras metálicas (verticais), e suas extremidades, que
devem estar próximas às vigas, necessitam estar apoiadas em sarrafos pregados no
garfo das escoras. É necessário pregar o soalho nos sarrafos laterais dos painéis
laterais das vigas. Essa junção deverá ocorrer sem folgas. O esquadro da laje
deverá ser verificado mediante a tomada das medidas diagonais. A utilização do
desmoldante em toda a superfície do soalho é dispensável na primeira utilização da
fôrma (YAZIGI, 2004).
41
Segundo Gehbauer et al (2002), as fôrmas convencionais são aquelas
onde são utilizados o vigamento e as chapas da laje em madeira. O escoramento
também é feito com madeira, e como a madeira oferece uma menor resistência é
necessário um número maior de escoras, o que no momento da desforma oferece
maior dificuldade. Nas mistas, o método é semelhante, porém o que muda é o
escoramento, que será feito com estrutura metálica.
O sistema de fôrmas utilizado é praticamente igual ao utilizado no de
paredes, contudo a diferença está na junção das chapas e dos seus apoios em
alumínio, onde o elemento torna-se um só, formando um painel estruturado.
Fajerstzatsn (1997) diz que caso haja uma padronização na estrutura, ou
seja, os pavimentos tipos sejam iguais, com exceção das fôrmas do subsolo e
térreo, é necessário também que as seções dos pilares sejam constantes e que a
geometria dos vãos da edificação seja regular. Pode-se adotar um projeto de
sistema de fôrmas.
A chegada de novas metodologias para as fôrmas é uma alternativa que
pode reduzir os prazos de execução e reduzir custos, visto que o sistema de fôrmas
permite a substituição da madeira, tanto para o escoramento, quanto para os painéis
que podem ser confeccionados de estrutura metálica. Porém, as fôrmas prontas de
madeira ainda têm seu espaço garantido, porque as metálicas ainda não
conseguem atender determinados andares, como os chamados atípicos, as
coberturas e os muito recortados ou de geometria bastante irregular (REVISTA
TÉCNHE, 1997, p.16-21). E, ainda, Gehbauer et al (2002) dizem que, durante a
escolha de um método para a execução das fôrmas de laje, devem ser observados
os seguintes fatores: as limitações de espaço físico devido à presença das paredes,
vigas e pilares; e que após a concretagem é impossível utilizar a grua para a
desmontagem; o projeto das fôrmas das lajes diferentemente de outros elementos
em relação à geometria da planta impõe maiores restrições para o ajuste.
2.3.2.2 Fôrmas de pilar
Segundo Azeredo (2004), os pilares são os elementos estruturais verticais
de faces planas, que suportam os pisos dos andares; caso a seção seja circular ou
limitada por curvas, denomina-se coluna. De acordo com Cardão (1988), suas
42
fôrmas são compostas de painéis das tábuas, feitos segundo as dimensões das
suas seções, e têm a sua posição mantida por meio de gravatas compostas por
travessas. Ripper (2001) afirma que as dimensões das gravatas devem ser
proporcionais à altura dos pilares, de maneira que possam ser resistentes ao
empuxo lateral exercido pelo concreto fresco, e na parte inferior do pilar a distância
entre as gravatas deve ser de 30 a 40 cm.
Gehbauer et al (2002) dizem que a produção de fôrmas com tábuas de
madeira, pelo modo convencional, ainda é o método mais utilizado, cuja vantagem
está na sua maior flexibilidade, principalmente se o número de pilares for reduzido e
houver variedade nas medidas e formatos das seções.
Conforme Cardão (1988), as escoras metálicas para as fôrmas dos pilares
têm uma boa aceitação, apesar do custo, devido a oferecer grandes vantagens, tais
como: poderem ser reaproveitadas inúmeras vezes (aproximadamente 100); as
mesmas escoras servem para alturas diferentes, em face da regulagem, facilidade
de montagem e desmontagem; suportam altas cargas (até 4 toneladas).
Como os pilares podem ter dimensões e geometria variadas em uma
mesma edificação, e principalmente devido ao seu alto custo, já que as fôrmas para
os pilares são mais dispendiosas que as de paredes e lajes. É recomendável que a
escolha do método mais adequado para a fôrma seja feito por meio de uma
meticulosa análise.
2.3.2.3 Fôrmas para vigas
Segundo Cardão (1988), as fôrmas das vigas são constituídas por dois
painéis, que compõem as faces de um painel, que é o fundo da viga. A junção dos
painéis é feita por meio de gravatas, que têm apenas três travessas, sendo duas
verticais e uma horizontal. As fôrmas das lajes são ligadas diretamente às vigas.
Azeredo (2004) diz que o fundo das vigas é composto por muitas tábuas,
com larguras variadas, que durante o lançamento do concreto suportam a pressão
máxima. Nas laterais das vigas, principalmente das vigas altas, é necessário
também um bom escoramento lateral com mãos francesas entre a parte superior da
escora vertical e a travessa do pontalete ou do solo. Esse escoramento tem a
43
finalidade de evitar um empenamento das fôrmas sob pressão do concreto fresco,
bem como garante um perfeito alinhamento da peça (RIPPER, 2001).
Fajerstzatsn (1997) afirma que é importante nas fôrmas de vigas
diferenciar as internas e as de perímetro, onde as primeiras recebem um piso
contínuo, e tanto faz se a viga é retangular ou em T. Devem ser montadas de
maneira que as faces possam ser removidas antes do fundo sem problemas. Nas
vigas de perímetro, é importante que as faces externas estejam bem escoradas, de
modo que não deformem durante a concretagem.
Segundo Azeredo (2004), atualmente está sendo muito utilizado o
escoramento metálico para as vigas. São utilizados os pontaletes metálicos
tubulares para tal fim.
2.4 MONTAGEM DAS FÔRMAS
Finalizada a fase de confecção, as fôrmas são montadas. Segundo Yázigi
(2004) é recomendável que exista um projeto de fôrmas que considere os efeitos do
lançamento e adensamento do concreto, além de estar compatível com os projetos
de arquitetura e estrutura. Todo material necessário deverá estar disponível para a
equipe de carpintaria, tais como: as chapas de compensado, pontaletes, tábuas,
sarrafos, etc.
Cardão (1988) afirma que as fôrmas deverão estar totalmente limpas de
serragens, pedaços e lascas de madeira. E também deverão ser montadas de
maneira que o concreto finalizado tenha as formas e dimensões especificadas no
projeto, respeitando os alinhamentos e as cotas. As dimensões, nivelamento e
verticalidade das fôrmas deverão ser cuidadosamente examinadas (CEHOP, 2006).
Fajerstzatsn (1997) recomenda os seguintes procedimentos: o local para
armazenar as chapas das fôrmas deverá ser previamente escolhido, o qual deverá
ser devidamente coberto. E, caso elas sejam armazenadas nas lajes, as pilhas não
devem ultrapassar 40 cm de altura para não sobrecarregar a laje; medir todas as
peças; inspecionar o corte das peças (se está alinhado, torto, ondulado); inspecionar
os pregos. A montagem deverá ser feita de maneira que facilite a sua desmontagem
e obrigatoriamente deve-se vedar todas as juntas das fôrmas de maneira a evitar
que o concreto ou a água escape pelas mesmas.
44
Ripper (2001) diz que as juntas entre as tábuas ou chapas compensadas
devem estar bem fechadas, de modo a evitar que a nata do concreto escape, o que
pode posteriormente causar vazios na superfície do concreto, prejudicando a
estrutura futuramente. As uniões das tábuas, folhas de compensado ou chapas
metálicas, deverão ser de topo e repousarão sobre vigas suportadas pelas peças de
escoramento (CEHOP, 2006).
O fechamento dessas juntas comumente é feito com restos de sacos de
cimento, procedimento não muito recomendável. É mais apropriado que o
fechamento seja feito com massa plástica. De acordo com Azeredo (2004), é preciso
uma atenção especial para a ligação das tábuas que formam ângulos (arestas de
vigas e pilares, juntas de vigas com pilares).
Yázigi (1997) diz que é conveniente que os painéis das fôrmas já tenham
sido identificados com códigos ou números, de maneira a facilitar o processo de
montagem. As posições do cimbramento nas fôrmas deverão estar previamente
marcadas, a fim de facilitar a montagem. Logo, as fôrmas deverão trazer
assinaladas com tinta as posições dos garfos, das mãos francesas e escoramentos.
Segundo Rousselet (2000), os materiais escolhidos para o escoramento
devem ser de boa qualidade e mantidos em perfeitas condições de funcionamento e
segurança. Peças que não estejam em perfeitas condições não devem ser
utilizadas. Depois que o escoramento estiver colocado, deve-se conferir a sua
aprumação, além de que as suas bases de apoio devem suportar a carga máxima
prevista, de maneira a evitar os recalques ou deslocamentos da estrutura.
Terminada a montagem, a etapa seguinte será o lançamento do concreto,
geralmente após 14 dias do seu término serão retiradas as fôrmas. É a fase de
desforma. As fôrmas só poderão ser retiradas quando o concreto estiver
suficientemente endurecido, ou seja, resistente para as cargas que nele atuam.
Gehbauer et al (2002) dizem que é muito importante que a equipe
responsável pelas fôrmas (confecção, montagem e desforma) seja previamente
orientada e instruída a respeito do que tem de fazer. Rousselet (2000) afirma que é
um trabalho que apresenta uma diversidade de riscos e grande incidência de
acidentes. Logo, os trabalhadores deverão ser bem informados e treinados de
maneira a prevenir os acidentes do trabalho.
45
2.5 Ergonomia na construção civil
Como a ergonomia é um vasto campo de conhecimento, pode por
intermédio de seus profissionais, que são das mais diversas áreas (engenharia,
fisioterapia, medicina, psicologia, biomecânica, enfermagem, design, etc.), atuar em
ambientes de trabalho onde o homem é o personagem principal, com a finalidade de
tornar essa atuação a mais cômoda possível. Na indústria da construção, a
ergonomia vem aos poucos apresentando a sua contribuição (NASCIMENTO, 2005).
Na área acadêmica, existem diversos estudos indicando a importância da
ergonomia para o setor da construção civil, direcionado para a organização,
melhoria das condições de trabalho e treinamento da mão-de-obra. Muitas
pesquisas têm sido desenvolvidas com o intuito de mostrar a veracidade do
benefício obtido com a melhoria das condições de trabalho. Devido às dificuldades
encontradas pelos trabalhadores ao longo do processo construtivo, constata-se nos
últimos anos um considerável avanço nas pesquisas ergonômicas visando minimizar
ou resolver essas dificuldades. Esses estudos abordam os aspectos relacionados à
saúde do trabalhador (problemas posturais; esforço físico; doenças ocupacionais;
transtornos músculo-esquelético); problemas relacionados com a manipulação
manual de cargas pesadas; estudo dos dispositivos técnicos (máquinas, materiais,
produtividade, padronização de serviços); sociológico, o qual se traduz no conteúdo
e na organização geral das atividades do trabalho, enfocando os efeitos dos
dispositivos técnicos sobre o trabalhador.
De acordo com Finkea (apud NASCIMENTO, 2005, p.34):
a inserção da ergonomia na construção civil é um grande desafio,
principalmente quando se trata de resolver as questões quanto ao aspecto
físico do trabalho... mas, apesar das dificuldades, constata-se uma
inserção progressiva da ergonomia no setor da construção em todo o
mundo.
Franco (apud RAMOS, 2003) diz que os estudos desenvolvidos no Brasil
sobre o processo de trabalho na construção civil são classificados segundo os
seguintes temas: filosofias gerenciais aplicadas ao trabalho em obras; produtividade
e sua medição; ensino de gerenciamento da construção; treinamento da mão-de-
obra e manuais de procedimentos para a realização de serviços de construção;
46
estudos dos fatores que afetam a produtividade (segurança do trabalho, rotatividade
e absenteísmo); sindicalismo; custos e leis sociais; histórico do emprego da mão-de-
obra ; características dos trabalhadores; evolução tecnológica e seus reflexos sobre
os trabalhadores .
Segundo Nascimento (2005 apud TEM, 2005), um dos agentes
causadores de acidentes de trabalho na construção civil são postos
ergonomicamente inadequados. São inadequações biomecâncas, ou seja,
relacionadas com o operador e seu posto de trabalho. Os postos, em geral, não são
reguláveis, logo não podem adaptar-se ao usuário, exigindo posturas estáticas,
angulações ou inclinações que desrespeitam a posição neutra. A autora diz ainda
que os outros fatores de desordem ergonômica sejam responsáveis por acidentes
do trabalho, visto que do ponto de vista biomecânico são trabalhos fisicamente
difíceis de serem realizados, ou exijam movimentos repetitivos e, ainda que elevado
esforço físico e, posturas inadequadas e contratura estática por tempo prolongado.
A análise dos postos de trabalho torna-se em geral uma grande
preocupação e exige um aprendizado constante, para surtir efeito e melhorias. A
grande busca para encontrar a melhor maneira de realizar atividades na construção
civil é muito antiga e Frank B. Gilbreth pesquisou sobre o assentamento de tijolos e
constatou que os 18 movimentos primitivos poderiam ser reduzidos a 5 através de
um redesenho operacional da tarefa.
O Quadro 3 apresenta as dissertações do PPGEP/UFPB que abordam
temas ligados à aplicação da ergonomia na construção civil.
AUTOR/ANO DE
PUBLICAÇÃO
TÍTULO DO TRABALHO
Cartaxo-1997
Estudo ergonômico do posto de armador de laje, uma avaliação
quantitativa dos esforços físicos na coluna vertebral decorrentes
das posturas de trabalho
Ramos-2003
Análise ergonômica no posto de trabalho do carpinteiro de obras
de edificações verticais: estudo de caso
Silva-2004
Análise ergonômica do trabalho de servente de pedreiro na
atividade de movimentação dos materiais de construção em
canteiros de obra
Nascimento-
2005
O sofrimento do corpo em detrimento da produção: sobrecargas
posturais e capacidade para o trabalho em operários da
construção civil.
Quadro 3 - Dissertações do PPGEP/UFPB em ergonomia na construção civil
Fonte: Biblioteca /CT/UFPB (2005).
47
A nível nacional, diversos estudos abordam o assunto, como Franco
(1995), Guimarães e Portich (2002); Guimarães et al (2001); Larroyd (1997); Franco
(2001). No âmbito internacional, existem publicações dedicadas ao assunto, como
nos EUA, Martin Helander, que em 1981 publicou o livro “Human Factors for Building
and construction”; no Canadá e Ontário, o Construction Safety Center (association)
publicou um injury atlas, no ano de 1995 . Ainda que a aplicação da ergonomia não
venha ocorrendo de maneira uniforme no Brasil e também em outros países, pode-
se afirmar que existe um objetivo comum, que consiste na tentativa de se encontrar
a melhor maneira de realizar as atividades.
Em face do exposto, é importante que a ergonomia seja incorporada ao
processo produtivo da construção civil, de maneira a proporcionar conforto e
segurança, mantendo a saúde e a integridade física dos operários e proporcionando
uma melhor produtividade para a empresa.
2.6 BIOMECÂNICA
Tanto quanto as posturas, os movimentos são bastante importantes para a
ergonomia, e ambos são determinados pelo trabalho executado e as diferentes
maneiras de executá-los e pelo posto de trabalho. De acordo com Dul (2004), para
que um movimento seja realizado, inúmeros músculos, ligamentos e articulações
são ativados. A força do movimento ou a manutenção de uma postura vem dos
músculos, os ligamentos auxiliam e as articulações permitem o deslocamento de
uma parte do corpo em relação às outras.
Iida (1998, p. 83) diz: A biomecânica ocupacional estuda as interações
entre o trabalho e o homem sob o ponto de vista dos movimentos músculo-
esqueletais envolvidos, e suas conseqüências. Analisa basicamente a
questão das posturas corporais no trabalho e a aplicação de forças.
Ramos (2003) diz que tais afirmações demonstram a importância das
posturas na relação trabalho, indivíduo e conforto. A biomecânica contribui para a
classificação e sistematização dos grupos de movimento em função das estações de
trabalho; interface homem-máquina e meio ambiente; eficiência e segurança nas
atividades de vida diária e no trabalho (NASCIMENTO, 2005).
48
Encontrar uma postura ideal é complexo, visto que muitas são aceitas
como boas, e a variedade ocorre em função dos trabalhos realizados. Contudo, um
dos princípios que classificam uma postura como ideal, em relação à coluna
vertebral, é quando a curvatura original da coluna é respeitada, além de que não
exige esforço, não produz cansaço nem dor, permitindo assim que o indivíduo a
mantenha por um grande espaço de tempo. Segundo Laville (1978), não existe um
critério único para designar uma má postura. Além de uma fadiga muscular imediata,
também podem ser observados efeitos a longo prazo dessas posturas incorretas,
são eles: sobrecarga do aparelho respiratório, surgimento de edemas e varizes;
afecções na circulação (tendinites, artroses, bursite, deformação da coluna vertebral,
hérnias de disco, dentre outros).
Trabalhos que durante a sua realização provoquem uma contração
prolongada de músculos, com esforço repetitivo, são prejudiciais ao metabolismo
dos tecidos, principalmente tendões, levando a quadros crônicos de dor e inaptidão.
Na coluna vertebral, há presença de curvas definidas, que se alteradas modificam
toda a harmonia do corpo, trazendo, portanto, conseqüências que chegam a
comprometer a qualidade de vida dos indivíduos. Nas Figuras 3 e 4,observa-se as
estruturas da coluna vertebral. A coluna vertebral é o segmento mais complexo e
significativo do corpo humano, já que exerce a ligação dos membros superiores e
inferiores. A coluna vertebral também é responsável pelo movimento tridimensional,
nos três planos, além de proteger a medula espinhal (NASCIMENTO, 2005).
A coluna vertebral é composta de 33 vértebras, das quais 7 (sete) se
localizam no pescoço e se chamam cervicais; 12 situam-se na região do tórax, são
as torácicas ou dorsais; 5 estão na região do abdômen e se chamam lombares; 5
estão fundidas e compõem o sacro ; e as 4 da extremidade inferior formam o cóccix.
Estas 9 últimas vértebras fixas são também denominadas sacrococcígeanas (SILVA,
2004).
Os trabalhos que têm como características o manuseio, levantamento e
carregamento de cargas pesadas, além de posturas inadequadas ao longo do
tempo, favorecem o comprometimento da coluna. Em particular, a dor nas costas
pode se estabelecer a sua ligação com movimentos do tronco, onde este esteja na
posição inclinada para frente (flexão anterior), que ocasiona um esforço na coluna,
e, a longo prazo, a degeneração progressiva dos discos intervertebrais. A Figura 3
49
ilustra a estrutura da nossa coluna quando realizamos os movimentos com o
pescoço e o tronco.
Figura 3 – Ilustração da composição da coluna e os movimentos do
tronco e pescoço
Fonte: Hérnia de disco (2006).
50
Figura 4 – Ligamento da espinha
Fonte: Hernia de Disco (2006).
Iida (1998) diz que, na prática, em uma jornada de trabalho um trabalhador
assume inúmeras posturas diferentes, onde em cada uma dessas posturas um
diferente grupo muscular é acionado. Logo, em diversas situações as condições
oferecidas no posto de trabalho ou as circunstâncias nas quais a tarefa é executada
impõem ao trabalhador posturas inadequadas. Caso estas posturas sejam mantidas
por um período prolongado, prejudicam a descontração da musculatura, ou seja, os
músculos permanecem contraídos, tencionados, o que futuramente pode evoluir
para estágios insuportáveis de dor.
Os músculos das costas, que sustentam e protegem a coluna vertebral, se
contraídos continuamente e por longos períodos de tensionamentos, tardam a obter
um relaxamento adequado. Deve-se considerar o curto período de descanso entre
uma jornada de trabalho e outra de menos de 16 horas, ainda preenchida com os
deslocamentos residência/empresa e vice-versa, e principalmente pela ocupação na
chamada “dupla” jornada de trabalho. As musculaturas passam a ser cada vez mais
exigidas e tencionadas e acabam, por fim, a pressionar a coluna vertebral para sair
da sua posição natural. Os danos à coluna são classificados basicamente como:
lesões cervicais, dorsais e lombares. Essas lesões, na maioria das vezes, provocam
a invalidez permanente de um trabalhador devido às suas conseqüências, tais como:
incapacidade de realizar movimentos naturais, perda de força e dor intensa com ou
sem a promoção de movimentos (RAMOS, 2002).
No caso da construção civil, em particular dos carpinteiros, que
freqüentemente assumem posturas inadequadas, exigindo deles solicitações
excessivas dos grupos musculares das costas, que a longo prazo podem levar ao
51
comprometimento da saúde desses profissionais. A jornada diária de um carpinteiro
é em média de 8 horas diárias, executada toda na postura em pé e com
carregamento de peso constante, além de uma também constante flexão anterior do
tronco.
Uma das maiores dificuldades para analisar e corrigir más posturas no
trabalho está na sua identificação e registro. Por outro lado, técnicas fotográficas são
falhas, porque fazem apenas registros instantâneos, sem que haja o registro sobre a
duração e força empregadas. Esses fatos evidenciaram uma necessidade de adotar
um método que avalie e registre as posturas e suas variações assumidas durante a
jornada de trabalho (IIDA, 1998).
2.7 ANÁLISE ERGONÔMICA DO TRABALHO (AET)
Wisner (2003) afirma que a análise ergonômica do trabalho originou-se no
livro de A. Ombredane e J.M. Faverge, intitulado “A Análise do trabalho”, publicado
em 1955. Segundo o manual de aplicação da Norma Regulamentadora 17(NR-17)
(2001, p.16), a análise ergonômica do trabalho“ é um processo construtivo e
participativo para a resolução de um problema complexo que exige o conhecimento
das tarefas, da atividade desenvolvida para realizá-las e das dificuldades
enfrentadas para se atingir o desempenho e a produtividade exigidos.”
Na opinião de Silva (2001, p. 18), a análise ergonômica do trabalho é um
modelo metodológico de intervenção que possibilita a compreensão dos
determinantes das situações de trabalho. Para tanto, tem como
pressuposto básico, a distinção entre o trabalho prescrito, comumente
denominado tarefa, e o trabalho real, que é aquele efetivamente realizado
pelo trabalhador inserido em um contexto específico, para atingir os
objetivos prescritos pela tarefa.
O objetivo da AET é melhorar as condições em um ambiente de trabalho,
proporcionando dentre outras coisas melhores condições ambientais. A AET fornece
subsídios para avaliar e identificar fatores tecnológicos, organizacionais, econômicos
e sociais que interferem na realização do trabalho. Por intermédio da AET, é
possível entender a atividade dos trabalhadores, as posturas assumidas durante a
jornada, os esforços realizados, a tomada de decisões, o processo de comunicação
e também pode servir de subsídios para adequar os treinamentos à realidade.
52
Barcelos (1997) afirma que a análise ergonômica do trabalho busca
conhecer a atividade real do trabalho, revelando a diferença entre este e o trabalho
prescrito, ou seja, o trabalho formalizado por quem o projetou e as causas dessa
diferença. De acordo com Santos e Fialho (1995), uma análise ergonômica do
trabalho comporta três fases: a análise da demanda, a análise da tarefa e a análise
das atividades. E, para que ela mesma seja considerada uma AET, tem que ser
aplicada em uma situação real de trabalho.
2.7.1 Análise da demanda
Essa fase compreende a busca pelo entendimento do problema existente,
o qual servirá de base para uma futura intervenção. De acordo com Santos e Fialho
(1995, p. 13): “É a definição do problema a ser analisado, a partir de uma
negociação com os diversos atores sociais envolvidos.”
Laville (1978, p. 98) afirma que a análise da demanda “consiste,
essencialmente, em situar o grupo que recorre à ergonomia (diretoria de uma
empresa, departamento do pessoal, departamento de métodos, departamento de
estudo de novos produtos, sindicato operário, grupo de consumidores, inspetor de
trabalho, etc.) e em conhecer seus objetivos, a fim de exprimir essa demanda em
termos ergonômicos.”
Silva (2001) afirma que na maioria das vezes a demanda envolve
problemas muito complexos que fogem da ergonomia. Logo, a análise da demanda
requer uma atenção especial e delimitação do estudo, com o intuito de evitar erros.
Quando os objetivos estiverem definidos, o estudo estará delimitado e com todos os
meios necessários para coleta de informações.
2.7.2 Análise da tarefa
Santos e Fialho (1995, p.13) observam que a análise da tarefa : “ é o que
o trabalhador deve realizar e as condições ambientais, técnicas e organizacionais
dessa realização.”
53
Tarefa indica o que é para fazer; atividade, o que se faz. A noção de tarefa
está vinculada à idéia de prescrição, senão de obrigação. A noção de atividade
representa o que é utilizado pelo sujeito para executar essas prescrições, para
cumprir estas obrigações. O objetivo da análise da tarefa é buscar informações
sobre o que fazer (trabalho prescrito) e o que é feito (trabalho real) e em que
condições o trabalhador realiza o seu trabalho (BARCELOS, 1997).
As tarefas são descritas a partir das ferramentas, equipamentos e
materiais utilizados durante o trabalho; são considerados também o lay-out do local
e as condições ambientais, bem como o clima organizacional no qual o trabalho é
realizado. No momento da descrição da tarefa, há sempre uma parte implícita, que
não é mencionada, mas que deve ser considerada. Em alguns momentos, a tarefa
não é descrita adequadamente ou é dada em nível muito geral, obrigando o próprio
operador a definir os procedimentos adequados.
Durante a análise da tarefa, define-se a situação de trabalho a ser
estudada, isto é, delimitado o sistema homem/tarefa a ser abordado. Da mesma
maneira, deve-se realizar uma descrição, a mais precisa possível, dos diversos
componentes desse sistema. Posteriormente, é feita uma avaliação ergonômica das
exigências do trabalho, permitindo a confirmação (ou recusa) das hipóteses a
respeito destes condicionantes de trabalho (SILVA, 2001).
2.7.3 Análise da atividade
Segundo Araújo (2003), é nessa fase que o desempenho das pessoas
envolvidas durante o trabalho é avaliado. Durante a análise da atividade, será
estudada a maneira como o trabalhador se comporta durante a execução das suas
tarefas, onde são consideradas as posturas assumidas; suas ações e movimentos.
Para Santos e Fialho (1995, p.13), a análise da atividade “é o que o trabalhador,
efetivamente, realiza para executar a tarefa. É a análise do comportamento do
homem no trabalho”.
Rezende (2002) comenta que é uma valiosa ferramenta para a ergonomia,
de maneira que se possa registrar e observar o comportamento dos usuários, a
partir do registro da atividade. Essa é a fase onde o analista obtém as informações
54
e, após um ordenamento posterior das mesmas, as decisões podem ser tomadas e
o projeto ergonômico ser elaborado.
Finalizadas as três fases: análise da demanda; tarefa e atividade, o
analista já está em condições de elaborar o diagnóstico da situação de trabalho
estudada e para uma posterior elaboração do projeto com as recomendações
ergonômicas.
Segundo Santos e Fialho (1995, p.14): as conclusões de uma análise
ergonômica devem conduzir e orientar modificações para melhorar as
condições de trabalho sobre os pontos críticos que foram evidenciados,
assim como melhorar a produtividade e a qualidade dos produtos ou
serviços que serão produzidos ou realizados. Essa fase de elaboração de
recomendações é a razão de ser da análise ergonômica do trabalho.
2.8 MÉTODO E-DPI
O método foi desenvolvido pelo Departamento de Engenharia da
Universidade Politécnica de Valência. É um programa para avaliação ergonômica
dos postos de trabalho. É composto de quatro módulos: LEST; NIOSH; RULA ...e
uma ferramenta de cálculo, o Job strain index. Cada um dos métodos, pode ser
utilizado separadamente de acordo com as necessidades do usuário. A aplicação do
método permite que sejam avaliados os fatores de riscos associados: à carga
postural; ao levantamento de cargas; à repetitividade das tarefas; aos aspectos
psicosociais do trabalho e ao ambiente físico. O método oferece ainda informações
sobre as tarefas avaliadas e também sobre os resultados obtidos. Ele possibilita que
sejam geradas informações e recomendações para o redesenho das tarefas,
permitindo assim priorizar as ações frente aos riscos.
Módulo e-LEST : É uma ferramenta adequada para avaliar um ambiente
de trabalho e suas condições. É um programa simples de usar e que permite uma
análise ergonômica completa do posto de trabalho. Avalia as condições de trabalho
de forma objetiva e global, estabelecendo um diagnóstico final, indicando se cada
uma das situações avaliadas é satisfatória, incômoda ou ruim. A avaliação é
baseada nas pontuações obtidas para cada uma das variáveis consideradas. O e-
LEST é ideal para avaliar posto de baixa qualificação e locais onde as condições de
trabalho e o ambiente sejam constantes. É uma versão do método LEST, muito
55
simples de utilizar e que considera 14 das 16 variáveis, assim como elimina alguns
dos dados solicitados no guia de observação do método. As variáveis simplificadas
são: ambiente térmico; ambiente luminoso; ruído; vibrações; atenção e
complexidade. As variáveis simplificadas estão marcadas no programa com um S .
No sistema de pontuação, os valores obtidos oscilam entre 0 e 10 para cada uma
das variáveis, de acordo com os seguintes valores:
0,1,2 : Situação satisfatória;
3,4,5 : Incômodos leves. Algumas melhoras poderiam proporcionar mais
comodidade ao trabalhador;
6,7 : Incômodos médios. Risco de fadiga;
8,9 : Incômodos forte. Fadiga;
10: Nocividade.
A valoração ocorre na forma de histograma. Esta representação permite
que se tenha uma visão geral das condições de trabalho. A partir dele, se conhece
quais são os elementos mais desfavoráveis das condições de trabalho de uma
maneira global, permitindo que as prioridades sejam eleitas em um momento de
intervenção. Além do histograma com os valores, o e-LEST oferece outro com os
valores das dimensões isoladamente. O método LEST estabelece uma pontuação
global para algumas dimensões. Esse gráfico foi considerado conveniente para que
o método faça uma avaliação global com os valores médios das variáveis que a
compõem. Na árvore de resultados do e-LEST podem aparecer resultados
superiores a 10, estes valores são classificados pelo método como 10+ (superiores a
10). Ainda que no histograma de resultados os valores estejam reduzidos a 10,
preferiu-se manter o valor original na árvore de resultados para que o avaliador
tenha uma magnitude da valoração conveniente. O método também faz uma análise
postural, de maneira que são avaliadas as posturas mais freqüentes, bem como sua
duração. As variações posturais considerados pelos métodos são: sentado; de pé;
ajoelhado; deitado e agachado. O e-LEST permite que o esforço realizado no posto
seja avaliado, assim como o ambiente físico; a carga mental do trabalho realizado; o
nível de atenção exigido e a complexidade envolvida. Os aspectos sociais também
são avaliados; os erros e o seu controle e o ritmo das operações, assim como
avaliada a comunicação com os demais trabalhadores e seu relacionamento com a
56
chefia. Esse módulo foi o escolhido como ferramenta de análise, inicialmente por ser
adequado para trabalhos de baixa qualificação e ambientes constantes, além de que
ele permite que se faça uma análise ergonômica do trabalho, ao mesmo tempo em
que também faz uma análise/estudo postural, o que o torna bastante adequado para
esse trabalho. A aplicação do método requer o preenchimento de um questionário
conforme o ANEXO A.
O e-DPI é ainda composto de outros módulos, conforme já exposto, mas
que nesse trabalho não se fez necessário o seu uso, visto que o módulo do e-LEST
já fornece todas as informações necessárias ao mesmo, ou seja, a AET e a
avaliação postural. Os outros módulos do programa são os seguintes:
e-NIOSH: O programa solicita ao usuário todas as informações necessárias, e
após o registro os resultados são expostos automaticamente. O e-NIOSH
calcula os índices de risco para levantamentos compostos de cargas em
diversos tipos de trabalho. O programa consiste na aplicação de um check-
list, de maneira a verificar condições não cumpridas, e obtém como resultado
recomendações para melhorar as condições de cada uma das tarefas
avaliadas. As informações geradas sobre o posto de trabalho podem ser
impressas para uma análise mais detalhada;
e-RULA: Avalia os riscos de transtornos nos membros superiores. o usuário
introduz os dados solicitados pelo programa para aplicação do método; após
a entrada de todas as informações, o resultado é gerado automaticamente. O
método permite que durante as observações (estudo) haja o registro do nome
do posto, da data da observação e do nome do avaliador. O programa analisa
o lado esquerdo e direito do corpo separadamente;
e-JSI: Deve ser empregado para avaliar os riscos de lesões nas extremidades
superiores (cotovelo, antebraço, e pulso). O programa emprega a mesma
equação utilizada pelo método de NIOSH. JSI = I E X DEX EM X HWP X SW
X DD. Essa equação é um produto de seis fatores: equação, onde:
IE - intensidade do esforço.
DE - a duração do esforço em percentagem (EM) os esforços
realizados por minuto.
HWP - a postura da mão/punho.
SW - o ritmo de trabalho.
57
DD - e a duração diária da tarefa.
A utilização do programa requer uma operação simples, pois o usuário
precisa entrar com os dados necessários para aplicação da equação, e a execução
dos cálculos pelo sistema é imediata.
2.9 MÉTODOS DE ANÁLISE DE POSTURA
De acordo com Kandel et al (1991), a postura pode ser definida como a
posição e a orientação espacial global do corpo juntamente com seus membros,
relativamente uns aos outros. As posturas são essenciais para uma movimentação
bem sucedida, já que os movimentos começam a partir da desestabilização tanto da
posição dos segmentos corporais quanto do equilíbrio estático global do corpo.
Logo, a avaliação postural de um posto de trabalho servirá para indicar se as
exigências físicas impostas durante a realização da tarefa, indicando se esta se
desenvolve dentro dos limites aceitáveis fisiológicos e biomecânicos, ou, o contrário,
se impõe ao trabalhador sobrecargas físicas e posturais com prejuízos à saúde.
Basicamente, para uma avaliação de uma tarefa com movimentos repetitivos se
pode fazer uso de:
Questionários ou check-lists: para um registro dos fatores de risco do
trabalho estudado, presentes no posto de trabalho. Alguns desses
questionários foram desenvolvidos a partir de estudos feitos em postos
de trabalho. Contudo, a maior parte desses questionários limita-se
apenas à identificação dos riscos, sem que haja nenhum valor
quantificado do mesmo;
Métodos de avaliação com pontuação: Esses métodos,
contrariamente ao anterior, não só classificam os riscos, mas também
atribuem uma escala quantitativa, que permite estudar um valor
representativo da probabilidade de dano.
As posturas laborais provocam uma carga estática no sistema músculo-
esquelético do trabalhador, prejudicando a circulação do sangue e o metabolismo
muscular, comprometendo o desempenho da musculatura (SAGALA et al, 2002). A
referida carga estática pode gerar fadiga e, quando em longos períodos, pode
58
provocar doenças. A carga depende fundamentalmente dos seguintes itens:
quantidade e dimensão dos grupos musculares envolvidos; freqüência e duração
das contrações musculares e da força aplicada. E quando essas posturas são
inadequadas provocam desconforto e uma sobrecarga músculo-esquelético. O risco
existe em trabalhos com posturas estáticas e principalmente inadequadas, tais
como: tronco inclinado e/ou torcido; joelhos flexionados; trabalhador de joelhos; um
ou dois braços acima dos ombros e força com os braços acima de 10kg (PICAZO,
MIGUEL, 2006).
A população trabalhadora está amplamente exposta à carga física, onde
as posturas inadequadas durante a jornada de trabalho é um fator de risco bastante
significativo, visto que uma grande quantidade de trabalhadores manifesta, de
maneira crescente nos últimos anos, alguma doença músculo-esquelético
(CUIXART; ORTEGA, 2006).
Atualmente existem inúmeras metodologias para analisar posturas. A
seguir serão relacionados alguns métodos e protocolos que tratam do assunto e são
amplamente utilizados:
Método OWAS: Ovako Working Posture Analysing System foi
proposto por 3 (três) pesquisadores filandeses, Karku, Kansi e
Kourinka, no ano de 1977, os quais eram funcionários de uma indústria
siderúrgica. Pode ser utilizado para avaliar as posturas mantidas
durante a atividade laboral. O OWAS classifica as combinações
posturais adotadas durante a jornada de trabalho. O método dispõe de
um software denominado Win-OWAS (SILVA, 2004). O OWAS avalia o
risco associado a posturas forçadas durante o trabalho. É um método
adequado para qualquer situação onde seja necessário avaliar a carga
postural de uma tarefa. Baseia-se em uma amostra de trabalho variável
ou de intervalos constantes para fornecer a freqüência de cada postura
ou o tempo gasto em cada postura. O método permite uma
classificação gerada pelo desconforto postural de maneira que sejam
construídas ações corretivas. A coleta de dados inicia a partir de uma
prévia observação das posturas de maneira a escolher as posturas de
cada fase de trabalho, com as respectivas cronometragens de tempo;
os resultados obtidos indicam 4 níveis de gravidade. Esse é um método
59
bastante utilizado em diversos países, tais como: Finlândia, Alemanha,
Índia, Espanha, Austrália e o Brasil. Além de ser eficiente para a
identificação de posturas inadequadas, não deve ser utilizado quando
se deseja obter o grau de gravidade da variação de uma mesma
postura (MENDES, 2006);
Método RULA: O Rapid Upper Limb Assessment foi desenvolvido por
Mc Atamney e Corlett, na Universidade de Nottinghan. Esse método
avalia os riscos de transtornos nos membros superiores. O método
identifica os esforços musculares associados a posturas em
movimentos repetitivos, que podem ocasionar a fadiga muscular. O
método é composto de três fases: registro das posturas, classificação
das posturas e estabelecimento de escalas de intervenção. Além de
avaliar os fatores de risco das mesmas, relaciona-as com o
aparecimento de lesões músculo-esqueléticas. Na aplicação do
método, são observados vários ciclos de trabalho, de maneira a
escolher as posturas mais representativas ou as mais extremas. A
aplicação do método permite: avaliar com eficiência os riscos nos
membros superiores de uma população; identificar o esforço muscular
associado à postura de trabalho nas tarefas repetitivas (>4 vezes por
minuto); utilizar seus resultados para uma avaliação ergonômica mais
profunda, relacionando-os com aspectos ambientais, físicos, mentais e
organizacionais (CUIXART, PONS, 2006);
Método NIOSH: pelo National Institute for Ocupational Safety and
Health–USA foi desenvolvido em 1981 e posteriormente revisado no
ano de 1991. Utiliza uma equação que avalia a manipulação de cargas
no trabalho. Inicialmente, avaliava apenas os riscos de lombalgia
associados à carga física a que estava submetido o trabalhador e
recomendava um limite de peso adequado. Em 1991, com a
reformulação, novos conceitos foram introduzidos, tais como: a
manipulação assimétrica das cargas, a duração da tarefa e a
freqüência dos levantamentos e a qualidade da pega. Tanto a equação
de 1981 e a versão modificada em 1991 foram elaboradas
considerando três critérios: o biomecânico, que limita o estresse na
região lombo-sacra, importante em levantamentos pouco freqüentes,
60
mas que exigem um sobre esforço; o critério fisiológico, que limita o
estresse metabólico e a fadiga associada a tarefas de caráter repetitivo;
e o critério psicofísico, que limita a carga baseando-se na percepção
que o trabalhador possui da sua própria capacidade (MTE, 2002);
Método ERGO-IBV: Método de Avaliação Ergonômica de Valência -
Espanha. Foi desenvolvido no Instituto de biomecânica de Valência, na
Espanha, entre os profissionais de saúde e segurança do trabalho.
Utilizado para os riscos laborais associados à carga física, permite
calcular os riscos presentes em três tipos de tarefas: manipulação de
cargas; tarefas repetitivas de membros superiores, com ciclos de
trabalhos definidos; tarefas com posturas forçadas de tronco e pernas,
sem ciclos de trabalho claramente definidos. Está dividido em 5
módulos, que permitem uma análise da manipulação manual de cargas,
movimentos repetitivos e posturas inadequadas. Permite também a
avaliação de escritórios e a avaliação de postos ocupados por mulheres
grávidas. Na última atualização do ERGO/IBV (versão 4.0) foi
adicionado o método ERGOMATER, que é um questionário para
identificar fatores de risco ergonômico para as mulheres grávidas
(VERA, 2006);
Método da Espanha Cargaplus: O Instituto Nacional de Seguridad e
Higiene del Trabajo desenvolveu esse método para avaliar o risco em
trabalhos com manipulação manual de cargas. A avaliação é feita por
meio de uma equação, para estimar o peso máximo permitido, e por
meio de questionários, para avaliação de fatores ergonômicos e
pessoais (CATÁLOGO DE HERRAMIENTAS, 2006);
Posture Targetting: Observa o trabalhador; escolhe as posturas mais
representativas ou extremas; marca as posições de cada zona do corpo
num gráfico; permite graduar cada região em três ou quatro graus,
porém não se avalia a postura global. É preciso para registrar as
posturas de distintas zonas de todo o corpo, sobretudo quando se
mantém em períodos longos e repetitivos. O que diferencia esse
método dos demais é a representação gráfica das posturas, que é feita
por meio de um diagrama em que cada segmento corporal é
representado em um gráfico com linhas e círculos (MENDES, 2006). A
61
utilização do método consiste em uma observação prévia, de maneira a
selecionar as posturas mais freqüentes e/ou extremas. Escolhidas as
posturas a serem avaliadas, estas são colocadas em seqüência para
um estudo de tempo cronometrado. Caso o período de tempo seja
muito longo, pode-se trabalhar com a amostragem da atividade, de
maneira a determinar um tempo médio para cada atividade. Nesse
método, a cabeça e o tronco são considerados integrantes de um todo,
e suas análises são feitas em um momento exato, pontual, e será
analisada uma só postura predominante ou mais extrema. A
desvantagem desse método é que ele não analisa a postura global
(CUIXART, PONS 2006);
Método OCRA (“Occupational Repetitive Action”): Foi elaborado e
desenvolvido por Occhipinti e Colombini, em 1998. É utilizado para
analisar os principais fatores de risco associado ao surgimento de
transtornos músculo-esqueléticos nos membros superiores. A aplicação
do método tem 3 fases: cálculo das ações observadas, cálculo de
ações recomendadas e cálculo do índice de exposição (IE). Esse
modelo baseia-se nos movimentos repetitivos e nos fatores de risco,
tais como: pausa ou interrupção com outros trabalhos que exijam
controle visual (A1;pausas); movimento dos braços e freqüência do
trabalho (A2;freqüência); trabalho repetitivo com uso da força das
mãos/braços (A3; força); posições incômodas dos braços, punhos e
cotovelos durante o movimento repetitivo (A4;postura); riscos
complementares (A5;complementos) (HUMANICS ERGONOMICS,
2006). É um método de fácil aplicação, que considera as pausas
durante o turno de trabalho. Além de considerar o movimento repetitivo
dos braços, com o uso das forças das mãos e braços em função do
tempo. Outra grande vantagem do OCRA é avaliar outros fatores de
risco, como luvas inadequadas para o trabalho realizado; o uso de
máquinas/equipamentos com vibração; a utilização de ferramenta
perfuro-cortante e trabalhos de precisão. Contudo, existem algumas
limitações, tais como: a de não avaliar movimentos repetitivos rápidos;
a avaliação postural feita apenas em função do tempo sem considerar a
gravidade. O método considera apenas o uso das ferramentas sem
62
considerar o movimento realizado, que pode agravar o risco (PICAZO,
MIGUEL 2006);
Método de Armstrong: A sua aplicação exige necessariamente a
filmagem das posturas no trabalho, a seleção posterior das imagens e o
registro dos ângulos das articulações. A principal desvantagem da sua
aplicação é de apenas permitir o registro detalhado do membro superior
e ser bastante moroso (CUIXART; PONS, 2006);
INRCT (Institut National de Recherche sur dês Conditions de
Travail): É uma metodologia que tem por objetivo identificar os fatores
de risco causadores da DORT, contudo ela não se restringe apenas à
quantificação dos fatores de risco biomecânico, mas também às
características individuais dos trabalhadores, tais como idade, peso e
dimensões; no estado geral de saúde, hábitos, práticas esportivas,
características psicossociais; na atitude dos trabalhadores com relação
ao seu trabalho, grau de satisfação, monotonia, relações pessoais. A
aplicação do método consiste em três etapas, obedecendo à seguinte
cronologia: identificação de um período representativo e
estabelecimento de um plano de medições; realização das medições de
acordo com o plano estabelecido; análise dos registros em laboratório;
interpretação dos resultados, quantificação da exposição aos fatores de
risco para punhos e mãos (BOLSA DE HERRAMIENTAS, 2006);
Método OCRAunoplus: É um programa de informática desenvolvido
com base no chek-list do método OCRA, desenvolvido pela
Universidade Politécnica de Catalunya, e considerou as últimas
modificações que os autores do método validaram recentemente. Essa
aplicação estima o risco de um posto de trabalho ocupado apenas por
um único trabalhador durante todo o turno. Evidencia e quantifica a
presença dos riscos dos movimentos repetitivos das extremidades.
(CATÁLOGO DE HERRAMIENTAS, 2006);
Método OCRAdosplus: É um programa de informática e foi
desenvolvido pela Universidade Politécnica de Catalunya, que utiliza o
método analítico OCRA, de maneira a apontar e quantificar a presença
de riscos por movimentos repetitivos nas extremidades superiores. O
procedimento indica os postos de trabalho problemáticos, por meio de
63
suas características estruturais e organizacionais, e classifica os riscos
por meio de uma escala: ausente, leve, médio e elevado, relativo ao
risco de uma lesão músculo-esquelético. O modelo apresenta um
índice de confiabilidade de 95% (CATÁLOGO DE HERRAMIENTAS,
2006);
ErgoEASER : É um software que analisa riscos ergonômicos. É de
propriedade do governo federal dos Estados Unidos, do Departamento
de Energia/Departamento de Defesa. Foi desenvolvido para identificar,
avaliar e prevenir as enfermidades dos músculos e tendões
relacionadas com o trabalho. Tem três módulos: o Getting started;
Awareness & Reporting e Analysis.
Método ARBAN (Research Foundation For Occupational Safety
and Health Sweden): É um método de análise ergonômica do trabalho
para situações com diferentes esforços posturais e pode ser utilizado
para várias situações, de acordo com a necessidade. O corpo pode ser
estudado por inteiro, analisando o “stress” corporal, ou por segmento
através de curvas de tempo, de maneira a identificar as cargas mais
significativas naquele período. O ciclo de trabalho é dividido em tarefas,
que podem ser comparadas entre si ou com outras tarefas executadas.
Para aplicação do método, são feitas filmagens, em que são
identificadas seis regiões do corpo para a quantificação, com a escala
de Borg, do nível de stress médio entre elas. Essa operação é realizada
mediante um número determinado de imagens feitas em intervalos
regulares, predeterminados. Normalmente, se divide o ciclo em 100 ou
200 intervalos de poucos segundos. A escala de Borg permite que
sejam avaliados o stress dinâmico, a vibração e o nível de choque. Os
resultados são facilmente interpretáveis, inclusive por não-
especialistas, e podem servir como ferramenta para identificar áreas
problemáticas. Contudo, essa característica existe em muitas outras
metodologias (CUIXART, PONS 2006). Esse método apresenta a
desvantagem de não analisar os esforços realizados com as mãos;
PEO - Portable Ergonomic Observation (Swedish National Institute
of Occupational Health Sweden): É um método para análise de carga
músculo-esquelética, baseado em observações feitas diretamente ou
64
com filmagens. Suas categorias foram estabelecidas a partir dos
fatores de risco contidos na literatura. É um método que exige poucos
recursos para sua aplicação, e as informações geradas são acessíveis
e de entendimento rápido. Para a análise, são fornecidos dados como :
a seqüência, a duração e a freqüência das categorias de risco
previamente selecionadas (FRANSSONHALL et al., 1995). Precisa que
sejam realizadas entrevistas, de maneira que se tenha idéia das
posturas, e para programar a observação. Pode ser aplicado em
qualquer tipo de trabalho, sendo utilizado principalmente para trabalhos
estáticos, com posturas fixas. Contudo, a sua análise postural
apresenta algumas limitações em algumas regiões do corpo, tais como:
as pernas são analisadas apenas na postura de joelhos ou de cócoras;
as mãos são analisadas apenas se estão na posição acima ou abaixo
dos ombros. Sua aplicação requer os seguintes instrumentos: um
dinamômetro, software adequado, papel lápis e uma câmera de filmar;
CEN 1005-2 PLUS: É um programa da informática baseado na Norma
CEN 1005-2, do Centro de Normalização Europeu. Serve para avaliar o
risco nas tarefas com manipulação de cargas. Essa norma é baseada
no método de NIOSH, que determina o peso máximo que deve ser
manipulado em função da quantidade de homens e mulheres no
ambiente de trabalho (CATÁLOGO DE HERRAMIENTAS, 2006);
VIRA (National Board of Occupational safety na Health Sweden): O
objetivo do VIRA é fundamentalmente a avaliação dos problemas no
pescoço e na parte superior dos braços. Foi desenvolvido para analisar
trabalhos de pouca duração e com movimentos repetitivos, com baixo
controle visual e onde a utilização das mãos não é importante, nem
existe a manipulação de pesos. Para aplicar o método, são feitos
registros do posto de ângulos distintos, feitos pela projeção posterior
utilizada nos estudos de abdução do ombro, e através da projeção
lateral nos estudos de flexão e elevação do ombro, bem como nos
movimentos de flexão do pescoço, o que requer que seja realizado um
registro em vídeo, em dois planos diferentes. A desvantagem desse
método é que é muito demorado e, em alguns casos, a mesma
situação é analisada 4 vezes seguida, além de exigir que a análise da
65
filmagem seja feita com as imagens em câmera lenta (CUIXART,
PONS, 2006);
Método LUBA: Foi desenvolvido por D. Kee e W.Karwowski e está
baseado em novos dados experimentais para o índice composto de
desconforto para um conjunto de movimentos articulados. Inclui mão,
braço, pescoço e ombros, considerando os tempos de manutenção da
postura. A aplicação do método serve para avaliar e reprogramar
trabalhos com posturas estáticas (CUIXART; PONS, 2006). Não é
indicado para trabalhos repetitivos, atividades de longa duração ou com
manuseio de cargas, porque ele avalia o desconforto subjetivamente
sem considerar os demais fatores, tais como conseqüências. Outra
desvantagem é que o método não analisa as pernas (KEE D.,
KARWOWSKI, 2001);
Método da Universidade de Lovaina: Esse método foi desenvolvido
pela Universidade Católica de Lovaina na Bélgica, e analisa as
seguintes regiões do corpo : nuca, ombro/pescoço e punho/mão. Para
a avaliação postural, são considerados os seguintes aspectos: postura,
o nível de força e a repetitividade. É um método com quatro etapas:
diagnóstico, observação, análise e experimento. Esta última etapa faz
uso de eletrocardiogramas. O método não considera as pernas e a
região do tronco na sua análise (CUIXART; ORTEGA, 2006);
CUALALT3.3: É um programa de informática que realiza as avaliações
multidimensionais das alternativas ergonômicas para melhorias de um
posto de trabalho. Os dados e resultados são impressos e ficam
disponíveis na tela (BOLSA DE HERRAMIENTAS, 2006).
Nordic Musculoskeletal Questionnaire – NMQ-(Questionário
Nórdico de Sintomas Osteomusculares – QNSO): O Nordic
Musculoskeletal Questionnaire (NMQ) Foi desenvolvido com a proposta
de padronizar a mensuração de relato de sintomas osteomusculares e,
assim, facilitar a comparação dos resultados entre os estudos. Os
autores desse questionário não o indicam como base para diagnóstico
clínico, mas para a identificação de distúrbios osteomusculares e, como
tal, pode constituir importante instrumento de diagnóstico do ambiente
66
ou do posto de trabalho. Há três formas do NMQ: uma forma geral,
compreendendo todas as áreas anatômicas, e outras duas específicas
para a região lombar, pescoço e ombros. O questionário foi traduzido
para diversos idiomas na última década, dando origem a muitos
estudos empíricos. O instrumento consiste em escolhas múltiplas ou
binárias quanto à ocorrência de sintomas nas diversas regiões
anatômicas nas quais são mais comuns. O respondente deve relatar a
ocorrência dos sintomas considerando os 12 meses e os sete dias
precedentes à entrevista, bem como relatar a ocorrência de
afastamento das atividades rotineiras no último ano (PINHEIRO et al;
2002);
Método LEST : Em 1978, foi criada uma ferramenta de análise das
condições de trabalho das mais utilizadas até o início da década 80.
Originou-se de uma pesquisa do Laboratório de Economia e Sociologia
do Trabalho (LEST), do CNRS Aix-em-provence (França), do Instituto
de Medicina Legal da Universidade de Marselha, e pela equipe de
Serviços de condições de trabalho da direção nacional de Renault, na
França. Muitos métodos posteriores basearam-se quase que
totalmente, ou parcialmente em alguns dos seus princípios. É um
método que pode ser utilizado em postos de trabalho industriais com
pouco conteúdo de trabalho. A sistemática de trabalho consiste em
seguir o roteiro das observações sistemáticas das condições de
trabalho; e por meio de inúmeras matrizes que permitem qualificar os
diferentes fatores considerados mediante indicadores e índices Os
fatores considerados são: ambiente físico; carga física; carga mental;
aspectos sociológicos; e tempo de trabalho. A avaliação é feita em
forma de histograma, de maneira que se tenha uma representação
gráfica com todas as condições de trabalho, facilitando assim um
diagnóstico inicial. Essa análise inicial permite que os pontos mais
críticos sejam facilmente identificados, favorecendo a escolha das
intervenções mais urgentes. Os fatores considerados pelo método são
os seguintes, ambiente físico: ambiente térmico; ruído, iluminação e
vibração; carga física: trabalho estático e trabalho dinâmico; carga
mental: exigência de tempo; complexidade/rapidez, atenção e
67
detalhes; aspectos sociológicos: iniciativa, status social,
comunicações, cooperação, identificação com o produto e tempo de
trabalho (BOLSA DE HERRAMIENTAS, 2006);
SAPO ( Software para avaliação postural): O desenvolvimento do
SAPO iniciou em 2003 com um projeto de pesquisa financiado pelo
CNPQ e pela FAPESP com uma equipe de pesquisadores sob a
coordenação geral de Marcos Duarte (USP). O projeto SAPO ainda
está em desenvolvimento e compreende os seguintes objetivos:
desenvolvimento de software livre para avaliação postural;
desenvolvimento de estudos metro lógicos sobre avaliação postural
computadorizada; criação de tutoriais científicos sobre avaliação
postural; e o software e a criação de um banco de dados com resultado
de avaliações feitas pelos centros colaboradores. O SAPO é de livre
distribuição.
Além das ferramentas acima apresentadas, existem outras metodologias
utilizadas para auxiliar na coleta de informações, sobre os sintomas de distúrbios
osteomusculares, como por exemplo, investigar sobre dores corporais. Neste
trabalho foi utilizado o diagrama de Corllet, contido no ANEXO E, cujo objetivo da
aplicação é investigar sobre a presença de dor, durante a jornada de trabalho.
Guimarães e Naveiro (2004) classificaram as metodologias de análise
postural em um quadro, de acordo com os dados de entrada e os resultados obtidos
com a aplicação da metodologia, conforme está exposto no Quadro 4.
68
MÉTODOS DESCRIÇÕES INFORMAÇÃO DE
ENTRADA
RESULTADOS
OWAS (KARHU ET
AL,1977)
Esquema de observação da
atividade de todo o corpo
A postura do tronco,
pernas e braços são
definidas por códigos
numéricos
Descrição postural
RULA
(MCATAMNEY e
CORLETT, 1993)
Ferramenta classificatória
de risco para membros
superiores
Diagramas de posturas
com pesos aditivos
Classificação do
posto de trabalho
quanto à prioridade
de intervenção
PLIBEL
(KEMMLERT,1995)
Lista de checagem através
de perguntas enfocando a
parte física, biomecânica e
organizacional
Questionários e diagrama
de postura
Indicações
descritivas do que e
faz necessário
modificar
Draft OSHA
Checklist
(SIVERSTEIN,1997)
Lista de checagem de
fatores de riscos gerais
Diagramas com pesos
aditivos
Classificação da
atividade laboral
quanto aos fatores de
risco analisados
STRAIN INDEX
(GARG e
MOORE,1997)
Ferramenta classificatória
de risco para o membro
superior, principalmente
Interações entre seis
variáveis da atividade
(intensidade do esforço,
duração do esforço,
freqüência, postura da
mão/punho, velocidade
do trabalho e duração por
dia)
Classificação da
atividade laboral
quanto aos fatores de
risco analisados
através de índices
multiplicadores
REBA (HIGNETT e
MCATAMNEY,2000)
Ferramenta classificatória
de risco para o corpo inteiro
Diagramas de posturas
com pesos aditivos
Classificação do
posto de trabalho
quanto à prioridade
de intervenção
Hand-Wrist stressors
(LIFSHITZ e
ARMSTRONG,1986)
Lista de checagem de
alguns fatores de risco para
o membro superior
Questionários sobre os
fatores de riscos
biomecânicos
Números de
respostas negativas
são indicativos de
risco
Carpal tunnel
Syndrome Risk
(WAIKAR et al,
1990)
Abordagem utilizando
sistema especialista para
antecipar o risco de
síndrome do túnel do carpo
Dados de campo sobre
uma grande variedade de
atividades laborais
Índice estimativo de
risco
Les Profils de
Postes (REGEIÉ
NATIONALE DE
USINES
RENAULT,1976)
Lista de checagem para
atividades repetitivas
Observação da maioria
dos fatores de risco da
DORT
Arquivo com a
análise do local de
trabalho
Observational
analysis of the hand
and wrist (STETSON
et al, 1991)
Técnica de observação que
quantifica atividades
manuais que podem
provocar a DORT
Registro e
armazenamento de uma
série de parâmetros,
como força de inserção
com ou sem ferramentas,
força de pinçamento,
posturas do punho
Uso do próprio
sistema de
armazenamento e
registro
Quadro 3 – Classificação das metodologias de análise postural
Fonte: Guimarães e Naveiro (2004 p. 67).
69
Devido às características do trabalho e da atividade escolhida (confecção
de fôrmas), que exige uma avaliação postural dos membros superiores e inferiores,
e a realização da AET. Os métodos empregados neste estudo foram: o e-DPI
módulo LEST já detalhado anteriormente, e o REBA a ser exposto em seguida.
2.9.1 Método REBA (Rapid Entire Body Assessment)
O método REBA é uma ferramenta que analisa as posturas de todo o
corpo. Foi desenvolvido no ano de 2000, ou seja, é uma ferramenta relativamente
nova. O REBA foi criado de maneira a estudar as posturas de trabalhadores que se
movimentam muito, rapidamente, e que assumem posturas imprevisíveis e variadas.
Os objetivos do método REBA são: obter um sistema de análise de
postura que avaliasse os riscos músculo-esqueléticos para atividades diversas;
estabelecer um escore para as mudanças posturais (estáticas ou dinâmicas); indicar
os níveis de ação com os respectivos níveis de intervenção graduados em uma
escala de urgência; ser uma metodologia simples de coleta de dados requerendo
apenas papel e caneta.
O corpo foi dividido em regiões cujos códigos representativos foram
indicados em quadros associados a tabelas e escores, todos divididos em grupos. O
diagrama do grupo A tem 60 combinações de posturas do tronco, pescoço e pernas,
resultando num total de 9 possíveis escores encontrados na tabela A (anexo B), que
serão adicionados ao escore de carga/força (anexo C). O diagrama do grupo B é
constituído por 36 combinações posturais dos braços, antebraços e punhos,
possibilitando 9 prováveis escores situados na tabela B (anexo C), os quais serão
adicionados ao escore de “pega” (anexo C). Os escores A e B surgem do
cruzamento das pontuações de determinadas posturas analisadas na tabela A e B.
Os resultados dos escores das tabelas A e B são cruzados na tabela C (que oferece
144 possíveis combinações) (anexo C). O escore C é somado a um escore
associado às atividades específicas do que foi analisado. O escore final do método
(REBA) é combinado às atividades específicas do analisado. O escore final do
REBA é associado à tabela de escores para os níveis de ações (anexo D), que
indicará o grau do risco de lesão músculo-esquelética e o nível de ação que deverá
70
ser tomado para suprir essa demanda. Instruções sobre o cálculo dos escores finais
do REBA estão apresentadas no (anexo D) (NASCIMENTO, 2005).
Como foi uma ferramenta que surgiu no ano de 2000, ou seja, é uma
metodologia “nova”, ainda existem poucos trabalhos realizados com seu emprego.
Nascimento (2005), em sua dissertação de Mestrado, utilizou com sucesso a
metodologia para avaliar as sobrecargas posturais em operários da construção civil,
de maneira a determinar a capacidade para o trabalho desses operários,
encontrando escores altos entre 8 e 9, o que significa um risco elevado, e pede uma
intervenção urgente. Os índices de capacidade encontrados para o trabalho foram
bons, resultado que pode ser explicado pela constante atividade aeróbica inerente
às atividades desses profissionais. A metodologia foi escolhida para este trabalho
porque avalia a postura do corpo de maneira global, ou seja, considera tanto os
membros superiores como os inferiores, além de avaliar as mudanças/variações de
uma mesma postura juntamente com a aplicação da força e transporte de pesos.
Essas condições tornam a metodologia ideal para avaliar a atividade escolhida, visto
que ela exige esforço tanto dos membros superiores quanto dos inferiores, além de
impor variações posturais constantemente e exigir o emprego da força em conjunto
com o transporte de pesos.
Diniz (2003), em sua tese de Doutorado, também utiliza o método REBA
para estudar a carga física no trabalho dos cirurgiões gerais. Neste trabalho,
delimitaram-se e apresentaram-se os constrangimentos ergonômicos no trabalho do
cirurgião eletivo geral. Foram mapeados, delimitados e apresentados. O resultado
encontrado confirmou a predição de que a postura atual do trabalho do cirurgião
eletivo geral, assumida por um tempo prolongado, ocasiona
incômodos/desconforto/dores nas pernas, pescoço, ombros e costas
(NASCIMENTO, 2005).
CAPÍTULO III – METODOLOGIA DA PESQUISA
__________________________________________________
A palavra “pesquisa”, em um sentido mais geral, significa: um conjunto de
atividades orientadas para a busca de um determinado conhecimento. Para que
“esse conhecimento” seja qualificado de científico é preciso que a pesquisa seja
executada de maneira sistematizada, ou seja, buscando utilizar metodologias
específicas, e sempre co-relacionando com um conhecimento que se refira à
realidade empírica. Por realidade empírica entende-se tudo aquilo que existe, e que
pode ser conhecido através de pesquisas.
Segundo Rudio (2004), convém lembrar que uma pesquisa científica não
deve apenas ser fruto da espontaneidade e intuição do indivíduo, mas sim uma
“submissão” dos recursos utilizados aos procedimentos metodológicos. Sabendo-se
que o objetivo da pesquisa é a resolução de um problema, a metodologia seria um
roteiro para a compreensão e busca de solução para o problema.
Nesta ótica, este capítulo se propõe a indicar o caminho utilizado para a
realização de toda a pesquisa, visando chegar aos objetivos especificados por este
trabalho de dissertação. Este capítulo é composto do embasamento metodológico
da pesquisa em questão e apresenta: a natureza e classificação da pesquisa,
população, definição das variáveis e indicadores, bem como das técnicas
metodológicas.
3.1 A NATUREZA DA PESQUISA
Uma vez que o objetivo deste trabalho é realizar um estudo ergonômico
da confecção de fôrmas para a indústria da construção civil, para identificar
problemas posturais esta pesquisa caracteriza-se como de natureza qualitativa,
devido aos métodos escolhidos (REBA, e-DPI), que classificam a gravidade das
posturas por meio de escores. Os escores são numéricos, porém os números são
apenas classificatórios, ou seja, eles servem para realizar a combinação postural, a
classificação e gravidade da postura estudada, conforme explicitado no capítulo
anterior.
72
3.2 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA
Esta pesquisa em relação ao objetivo proposto classifica-se em descritiva
e explicativa, e quanto a metodologia em bibliográfica, pesquisa de campo e estudo
de caso.
Caracteriza-se como descritiva uma vez que visa:
Conhecer as características do processo de fabricação de fôrmas para a
construção civil;
Realizar o estudo ergonômico da confecção de fôrmas para a construção
civil.
Como descrever é narrar o que acontece, esta pesquisa como descritiva
está interessada em descobrir e observar fenômenos, uma vez que foi observada a
confecção de fôrmas; procurando descrevê-la e interpretá-la de maneira a tornar
possível o estudo das posturas assumidas na atividade.
É também classificada como explicativa já que busca esclarecer que
fatores contribuem para ocorrência do fato estudado, explicando assim a sua
ocorrência.
Quanto à metodologia, esta pesquisa é classificada como:
Bibliográfica: Uma vez que teve origem em um estudo e análise de
documentos de domínio científico tais como: livros, enciclopédias,
periódicos, artigos científicos, revistas, jornais e meios eletrônicos, sobre
os assuntos: indústria da construção civil, ergonomia, estudo ergonômico,
confecção de fôrmas.
Pesquisa de Campo: visto que para chegar aos objetivos propostos neste
trabalho houve a necessidade de investigar e analisar as características
do processo de fabricação de fôrmas para a construção civil na empresa
pesquisada no Recife.
Estudo de Caso do tipo intrínseco ou único uma vez que foi analisada uma
única empresa.
73
3.3 POPULAÇÃO
A referência neste trabalho foi uma empresa especializada em confecção
de fôrmas a Tecnoformas, localizada na cidade do Recife, no estado de
Pernambuco. A população, estudada através de censo, é composta por 11
funcionários (05 carpinteiros e 06 ajudantes) do sexo masculino, correspondendo ao
total de funcionários na parte de carpintaria da empresa; com idades variando de 20
a 54 anos, com média de 36,82 anos, com experiência na função. Todos foram
entrevistados, a análise postural também foi feita com ambas as funções, ou seja,
carpinteiros e ajudantes. Todos foram informados sobre a pesquisa e esclarecidos a
respeito do seu objetivo, e aceitaram colaborar espontaneamente com a pesquisa.
Um termo de consentimento Livre e Esclarecido (Apêndice B) contendo tais
prerrogativas foi assinado pelos voluntários em atenção à resolução 196 do
Conselho Nacional de Saúde (CNS).
3.4 AMBIENTE DE COLETA
O ambiente para a coleta dos dados, a Tecnoformas, foi intencionalmente
escolhido através do critério que considerou a atividade objeto de estudo, ou seja,
por se tratar de uma empresa especializada em confecção de fôrmas.
Trata-se de uma empresa de pequeno porte, que já está a 07 (sete) anos
no mercado, atuando na confecção de fôrmas pré-fabricadas, e fabricando fôrmas
para diversos tipos de edificações. Tem um total de 16 funcionários. O quadro de
funcionários está dividido da seguinte maneira: administrativo: 01 secretária, 01
funcionário no departamento pessoal; técnico: 02 técnicos em edificações
(responsáveis pela elaboração dos projetos para a confecção das fôrmas); 01 vigia e
11 operários: 05 carpinteiros e 06 ajudantes de carpintaria.
3.5 IDENTIFICAÇÃO DAS VARIÁVEIS
Variáveis independentes: posturas adotadas e freqüência, organização
do trabalho;
74
Variáveis dependentes: estado de saúde, problemas de coluna, dores no
corpo, faltas no trabalho.
3.6 INSTRUMENTOS E MATERIAIS
Para a coleta dos dados, inicialmente foram feitas observações
assistemáticas de maneira a observar e caracterizar o ambiente de trabalho; e a
movimentação dos funcionários a fim de ter uma visão geral do local de trabalho, e
visualizar as ações, o fluxo do material e a localização dos estoques. Essas
observações permitiram realizar o planejamento da coleta de dados para todas as
etapas do processo de trabalho.
O contato inicial com a empresa foi feito a partir de uma visita, de maneira
a solicitar a autorização para a pesquisa. Este contato possibilitou a coleta de
informações gerais sobre o ambiente e foi realizada uma entrevista com o
engenheiro da empresa (gerente), de maneira que fossem coletadas as primeiras
informações.
As observações sistemáticas transcorreram da seguinte maneira:
inicialmente foi feito um registro fotográfico e filmagem do ambiente, e da
movimentação dos trabalhadores durante uma jornada. A primeira observação,
assistemática, foi feita no turno da tarde. As demais sempre no turno da manhã, das
07:00 h às 12:00 h de maneira a acompanhar todo o processo desde o início. Foi
realizada uma entrevista tipo padronizada, com roteiro pré-estabelecido, com o
objetivo de obter informações a respeito da saúde e informações pessoais dos
trabalhadores. A entrevista continha perguntas objetivas e subjetivas. Também foi
utilizado o mapa de desconforto corporal de maneira que o trabalhador pudesse
identificar os pontos de dor, de maneira a facilitar a co-relação das dores com as
posturas impróprias estudadas neste trabalho. As entrevistas foram realizadas com
metade dos trabalhadores antes do início da jornada, e com os demais no momento
do intervalo da jornada para que eles pudessem responder às perguntas com
tranqüilidade, sem a necessidade de interromper suas atividades, mas todas as
entrevistas foram feitas em um único dia, e em um único turno (manhã), devido ao
número reduzido de pessoas a serem entrevistadas. As entrevistas foram realizadas
75
quando as observações a respeito das posturas tinham sido concluídas, para que os
trabalhadores já estivessem acostumados com a presença da pesquisadora.
Os materiais utilizados foram os seguintes :
Câmera Fotográfica Digital SONY DSCP5, 3.2 megapixels;
Cronômetro
Questionário de pesquisa (Apêndice A)
Mapa de desconforto corporal (ANEXO E)
Figura 5 – Resumo esquemático dos instrumentos utilizados na pesquisa
CONDIÇÕES
DE
TRABALHO
ANÁLISE
POSTURAL
ANÁLISE DA
DEMANDA
QUESTIONÁRIO
PERFIL DOS
TRABALHADORES
ANÁLISE DA
TAREFA
FLUXOGRAMA
PROCESSO DE
TRABALHO
ENTREVISTA GERENTES
e
-
LEST
ANÁLISE DA
ATIVIDADE
REBA
ANÁLISE DA
ORGANIZAÇÃO
DO TRABALHO
e-LEST
REGISTRO INFORMA
Ç
ÕES
REGISTRO DE TEMPOS
76
3.7 PROCEDIMENTOS PARA ANÁLISE DOS DADOS
De posse das informações coletadas, foi possível analisar este trabalho de
campo, e realizar a correta interpretação dos referidos dados, buscando atingir os
objetivos.
O critério utilizado para a escolha das posturas, para serem analisadas, foi
considerando-se o sentido do processo, como a operação ocorre, a fim de escolher
as posturas mais freqüentes ou mais críticas. A análise postural respeitou a
seqüência do processo, ou seja, teve início na escolha da madeira para o corte,
seguida pelo transporte da madeira para o corte, corte da madeira, transporte da
peça de madeira, e posteriormente o processo de montagem.
Finalizada a seleção das posturas, e a coleta de informações sobre o
processo e o ambiente de trabalho, o tratamento dos dados foi realizado da seguinte
maneira: o e-DPI, módulo e-LEST foi utilizado para análise da organização do
trabalho e análise postural. As informações utilizadas para responder o questionário
sobre as questões ambientais e a organização do trabalho, contido no ANEXO A,
foram coletadas durante as observações e na entrevista com o gerente.
No caso do e-LEST as perguntas sobre a análise postural foram
respondidas em conjunto com as demais, uma vez que o programa deve ser
respondido integralmente de uma única vez.
O questionário contido no ANEXO A gera como resultado um histograma,
com uma escala de pontuação variando de 0(zero) até 10 (dez), e a gravidade da
situação é diferenciada através dessa escala e também das cores que cada escala
representa. O histograma é composto de 05 categorias:
-Carga física: Corresponde a análise postural, considera a postura
assumida e respectivamente a duração e a freqüência. O questionário considera 14
posturas pré-estabelecidas. Analisa a carga dinâmica e a carga estática;
-Entorno Físico: Analisa as características ambientais (calor, ruído,
iluminação, vibração). Necessita de dados quantitativos;
-Carga Mental: Corresponde aos seguintes aspectos: pressão do tempo,
trabalho repetitivo, remuneração, complexidade da tarefa, nível de atenção exigido
pela tarefa;
77
-Aspectos Psicosociais: Considera os seguintes fatores: iniciativa dos
trabalhadores, qualidade do produto produzido, comunicação entre os trabalhadores,
relação dos trabalhadores com a chefia e o status social dos trabalhadores.
-Tempo de Trabalho: Corresponde aos seguintes fatores: quantidade e
organização do tempo de trabalho, pausas e atrasos.
Com base nas fotos e filmagens feitas na empresa Tecnoforma, foram
escolhidas as posturas mais representativas da confecção de fôrmas, de maneira a
aplicar o REBA, visando avaliar as posturas e detectar os problemas posturais. A
cada postura escolhida para análise, foram escolhidas mais uma ou duas posturas
iguais apenas com pequenas variações do movimento, mas o trabalhador estava
executando a mesma ação, permitindo uma análise postural de uma maneira mais
completa, considerando pequenas variações. As posturas escolhidas foram
analisadas utilizando as tabelas contidas nos ANEXOS B, C, D.
CAPÍTULO IV – RESULTADOS E DISCUSSÃO
__________________________________________________
Este capítulo tratará dos resultados encontrados a partir da análise dos
dados encontrados durante a pesquisa de campo.
4.1 CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA
A empresa onde esta pesquisa foi realizada, a TECNOFORMAS, é uma
empresa de pequeno porte, situada na Cidade do Recife, especializada na
confecção de fôrmas para a construção civil. Está instalada em um galpão de
aproximadamente 1.500m
2
, seus 16 funcionários são distribuídos em administrativo,
técnico e produção conforme foi detalhado no capítulo anterior. Funcionando de
segunda-feira à sexta-feira, está no mercado há 07 anos, e no ano de 2005 foi eleita
pela Revista PINI- 11ª Edição, como a melhor empresa de fôrmas pré-fabricadas do
Brasil. Apesar de não trabalhar com programas de qualidade, a empresa prima pelo
controle rígido dos seus produtos, mantendo um padrão de qualidade desde a sua
confecção até a entrega do produto no canteiro de obras.
A empresa é equipada com um conjunto de máquinas e ferramentas
utilizadas para o corte e a montagem das fôrmas, que compreende: serras
esquadrejadeiras; serra de desengrosso; serra de desempeno; serra de fita (para a
confecção de fôrmas curvas, as cambotas); martelos, pistolas pneumáticas para
pregar as fôrmas, lápis de carpinteiro e trena.
A TECNOFORMAS quando contratada, torna-se responsável pela
elaboração do projeto e confecção das fôrmas da estrutura da empresa contratante
4.2 CARACTERIZAÇÃO DO PROCESSO PRODUTIVO
4.2.1 Caracterização da matéria-prima
Os materiais utilizados para a produção são: madeira, pregos, grampos e
tintas acrílicas para selar as fôrmas. As chapas de madeira utilizadas são as chapas
79
compensadas, com a dimensão padrão de: 1,22m X 2,44m, cuja espessura pode
assumir os seguintes valores: 12 mm; 15 mm; 18 mm; 21 mm; 28 mm; o peso médio
das chapas é de 35 kg.
4.2.2 Processo produtivo
A empresa funciona de segunda à sexta-feira, em um turno de trabalho
com 08 horas diárias, das 07:00 h às 16:00 h. A pausa para a refeição (almoço) é
das 12:00 h às 13:00 h. O fluxograma , na Figura 6, representa o fluxo da matéria-
prima, madeira, desde o estoque, até a saída como fôrma para o cliente.
O processo produtivo tem início a partir da solicitação do cliente, que envia
para a empresa o projeto de estrutura da edificação para a qual as fôrmas serão
confeccionadas. O departamento técnico é responsável pela elaboração do projeto
das fôrmas, que é constituído pelo plano de corte, plano de montagem e pelo plano
de montagem para ser utilizado no canteiro de obras. É também através do projeto
que a geometria das fôrmas é especificada.
Finalizado o projeto, ele será distribuído para os operários da seguinte
maneira: os ajudantes de carpintaria recebem o plano de corte e os carpinteiros
ficam com o plano de montagem, algumas vezes o gerente (engenheiro) passa
algumas instruções para os operários. De posse do projeto, os ajudantes de
carpintaria tomam conhecimento das dimensões que as peças devem ter com as
respectivas quantidades de cada tamanho, e são essas informações que
determinarão a escolha da chapa de madeira mais adequada no estoque. No
estoque as madeiras são medidas, escolhidas e transportadas até o local do corte,
geralmente as madeiras com a mesma dimensão são transportadas de uma vez, e
ficam em espera na máquina. Durante o processo de corte, a madeira é colocada na
máquina, e tem as medidas marcadas com um lápis, os operários (ajudantes de
carpintaria e carpinteiros) têm o seu trabalho identificado através da cor do lápis,
uma vez que as cores são distintas.
Em alguns momentos os ajudantes de carpintaria trabalham aos pares,
embora na maioria das vezes desenvolvam as atividades sozinhos. Finalizada a fase
de corte, as chapas são transportadas para a sala de montagem, lá os carpinteiros
conferem as dimensões, para verificar se as mesmas precisam de algum ajuste, ou
80
seja, se é necessário retornar a sala de corte. Caso a madeira esteja com as
medidas corretas, ela será devidamente marcada com o lápis pelo carpinteiro, sendo
o início do processo de montagem. A montagem poderá ser feita com o martelo, ou
com o auxílio da pistola pneumática.
Finalizada a montagem das fôrmas, elas serão transportadas para a sala
de pintura. A pintura também segue um roteiro específico, de maneira a facilitar a
montagem das peças no canteiro, de acordo com as suas dimensões elas são
gabaritadas com letras e números, e ainda de acordo com a parte da estrutura (laje,
viga, pilar) a qual pertencem, elas recebem uma cor distinta, de modo a também
agilizar e evitar equívocos durante a montagem na obra. Essa é a última etapa, que
finalizada a fôrma está pronta para ser entregue ao cliente.
81
Figura 6 - Fluxograma do processo produtivo
Quadro 4 - Legenda do Fluxograma
VERIFICAÇÃO DAS ESPECIFICAÇÕES DO
PROJETO
MEDI
Ç
ÃO E SELE
Ç
ÃO DAS MADEIRAS
TRANSPORTE DA MADEIRA PARA O LOCAL DO CORTE
MARCAÇÃO DA MADEIRA PARA O CORTE
CORTE E VERIFICAÇÃO DAS DIMENSÕES DAS CHAPAS
CORTADAS
ESPERA DA MADEIRA CORTADA PARA A OPERAÇÃO
SEGUINTE
CORTE
MONTAGEM
MARCAÇÃO DA MADEIRA PARA A MONTAGEM
INSPEÇÃO DAS MEDIDAS (PROJETO) DA CHAPA CORTA,
MONTAGEM DA FÔRMA
TRANSPORTE DA MADEIRA PARA A PRÓXIMA OPERAÇÃO
TRANSPORTE DA MADEIRA PARA A MONTAGEM
ESPERA DA MADEIRA PARA A MONTAGEM
ESPERA DA FÔRMA MONTADA PARA A PINTURA
TRANSPORTE DA FÔRMA PARA A PINTURA
INSPEÇÃO PARA A IDENTIFICAÇÃO DAS FÔRMAS, PINTURA
82
4.3 CARACTERIZAÇÃO DA POPULAÇÃO ESTUDADA
A população estudada foi composta pelos 11 funcionários de carpintaria,
sendo todos do sexo masculino. Distribuídos da seguinte maneira: 05 carpinteiros
que são os responsáveis pela parte de montagem das fôrmas, e 06 ajudantes de
carpintaria que são os responsáveis pelo corte da madeira e pintura das fôrmas
prontas.
Com relação a faixa etária os trabalhadores têm idade variando de 20 a
54 anos, com média de 36,8 anos. Percebe-se que este resultado está em
conformidade com outros resultados obtidos em pesquisas anteriores sobre o perfil
dos trabalhadores da construção civil, ou seja, a faixa etária dos trabalhadores da
empresa pesquisada é similar ao dos operários do setor da construção civil.
Em relação à procedência um total de 54,5% dos funcionários nasceram
no interior de Pernambuco, e 45,55% nasceram no Recife. Aproximadamente 81,8%
dos funcionários são casados e têm uma média de 1,7 filhos. Constata-se aqui que
todos os dados da população pesquisada são semelhantes aos dos trabalhadores
do setor da construção civil.
Com relação às características físicas o perfil da população pesquisada é
o seguinte: a média de altura dos entrevistados é de 1,68 m e com peso médio de
68 kg.
Com relação ao tempo de atuação na profissão e qualificação, todos os
funcionários possuem experiência e já trabalharam anteriormente em construtoras,
exercendo a mesma função, ou seja, trabalhavam na carpintaria. A qualificação,
contudo, depende da experiência e do tempo de trabalho, e é adquirida ao longo dos
anos com o exercício do trabalho. O perfil individual dos entrevistados está exposto
no Quadro 6.
TRABALHADORES IDADE ALTURA (m) PESO (kg) CASADO Nº FILHOS FUNÇÃO
01 53 1,67 62 sim 02 Carp
02 39 1,65 62 sim 01 Carp
03 39 1,65 61 sim 03 Aj.carp
04 42 1,65 68 sim 03 Carp
05 34 1,60 80 sim 01 Aj.carp
06 36 1,73 82 sim 02 Carp
07 35 1,75 90 sim 03 Carp
08 20 1,68 59 não 0 Aj.carp
09 54 1,65 62 sim 04 Aj.carp
10 29 Não sabe 58 sim 0 Aj.carp
11 24 1,72 64 não 0 Aj.carp
Quadro 5 - Perfil dos trabalhadores entrevistados
83
4.4 ANÁLISE ERGONÔMICA DO TRABALHO
Este item tem por objetivo apresentar a AET do posto de trabalho do
carpinteiro e do ajudante de carpintaria de uma empresa especializada na confecção
de fôrmas para a construção civil. O enfoque deste estudo encontra-se embasado,
sobretudo nos aspectos posturais, os quais influem significativamente nestes
funcionários. Para tanto, conforme contextualizado anteriormente foi utilizado o
método e-DPI, módulo e-LEST, que constituiu a base ferramental para este item, e
cujo questionário encontra-se no ANEXO A. Com o método foram analisados os
seguintes itens: carga física; carga mental; aspectos psicosociais e tempo de
trabalho.
4.4.1 A Demanda do estudo
A demanda do presente trabalho originou-se de uma curiosidade da
pesquisadora a respeito do assunto, uma vez que não houve queixas anteriores por
parte dos trabalhadores, tampouco houve solicitação por parte da empresa. Mesmo
com a ausência de indicativos e da ocorrência de fatos a pesquisa foi realizada com
a intenção de conhecer a realidade de uma central de fôrmas, de maneira a validar
os protocolos de AET e de avaliação biomecânica de posturas.
4.4.2 Análise da tarefa
A tarefa está centrada na experiência e habilidade dos trabalhadores.
Contudo, cabe ao engenheiro o comando da produção, na medida em que é ele
quem estabelece as prioridades, a organização e ordem das tarefas, passando as
orientações iniciais, fiscalizando a qualidade do serviço executado, bem como a
velocidade da produção visando impedir eventuais atrasos na produção.
No que se refere a gestão da segurança do trabalho, a empresa
terceirizou o serviço. Os funcionários fazem os exames admissionais e periódicos
nesta terceirizada, a empresa também é responsável pela confecção do Programa
84
médico da TECNOFORMAS o PCMSO (Programa de controle médico de saúde
ocupacional). Ficando responsável também por ministrar treinamentos que, entre
outras informações, devem constar as orientações sobre os EPI’s (equipamentos de
proteção individual) que devem ser utilizados. Durante o período de observação para
realização da pesquisa, foi possível constatar que todos os funcionários estavam
com os calçados de segurança (bota), e demais EPI”s necessários.
Relativo ao cumprimento de metas e prazos, a empresa é bastante
exigente quanto ao cumprimento dos mesmos, tendo à frente do controle o
engenheiro/gerente da empresa, e para isto os trabalhadores recebem um incentivo
financeiro no salário, ou seja, recebem um adicional como prêmio de produção.
Com relação ao controle da produção a empresa mostra-se bastante
rígida no controle do ritmo e qualidade final do produto, conta com um sistema de
acompanhamento, baseado na cor do risco do lápis sobre a madeira, possibilitando
a identificação dos operadores do corte e da montagem. Este sistema serve para
controlar tanto a quantidade como a qualidade das peças produzidas.
A jornada de trabalho é de 44 horas semanais, com uma carga horária
diária disposta da seguinte maneira: de 07:00 às 12:00 e das 13:00 às 17:00 horas,
além da parada de uma hora para o almoço, é concedida uma pausa de dez
minutos, das 9:20 às 9:30 para um lanche, trazido por eles. Na sexta-feira o turno da
tarde é reduzido em 01 hora, ficando da seguinte maneira das 13:00 às 16:00 horas.
O critério de admissão é a experiência comprovada na função almejada
pelo trabalhador. A rotatividade na empresa é baixa, já que a equipe técnica e
operacional da empresa é praticamente a mesma desde a fundação apresentando
uma baixa rotatividade. Todos os profissionais têm experiência com carpintaria, e já
haviam trabalhado anteriormente em empresas de construção civil, na mesma
atividade.
4.4.3 ANÁLISE DA ATIVIDADE
4.4.3.1 Análise da atividade do ajudante de carpintaria
A descrição da tarefa do ajudante de carpintaria será feita respeitando a
seqüência de cada estágio do trabalho realizado, que vai desde a escolha do
material no estoque até o acabamento das peças cortadas.
85
A partir das informações contidas no plano de corte, executado pelo
departamento técnico de projetos da empresa, e também das orientações passadas
pelo gerente, a operação é iniciada com a escolha da madeira para o corte.
A escolha da madeira é feita conforme as especificações geométricas do
plano de corte, exigindo do operador a realização de medições. Após a seleção o
transporte é feito manualmente, até a máquina que será utilizada para o corte. A
depender da dimensão da madeira escolhida o transporte é realizado em dupla. Ao
chegar à máquina, a madeira é arrumada.
Após o transporte, a madeira é medida, marcada com o lápis e cortada,
esta operação em alguns momentos também é executada em dupla. Este serviço é
repetido até que a quantidade de madeira cortada atinja o quantitativo determinado
no plano de corte, o controle é feito por meio de um plano de controle de corte em
que os operários vão assinalando as peças cortadas de maneira a registrar a
quantidade e as dimensões de cada peça. Por outro lado, as dimensões da madeira
podem variar muito, destacando ainda que isto depende da finalidade do painel que
está sendo cortado, ou seja, se é um painel para viga, pilar ou laje, bem como dos
vãos da edificação para a qual a peça está sendo confeccionada.
Dependendo da necessidade, a madeira cortada é imediatamente
transportada para outra máquina, de maneira a fazer ajustes, detalhes e
acabamentos. Geralmente o transporte, também manual, para a máquina seguinte é
de responsabilidade da dupla de operadores, ou operador do primeiro corte.
Este grupo conta com 06 (seis) profissionais que utilizam um dos tipos de
serras disponíveis, ou seja, não existe um posto fixo para nenhum dos seis
ajudantes de carpintaria.
Concluída a etapa de corte, as peças cortadas são transportadas
manualmente para a montagem, este transporte pode ser feito pelo funcionário
responsável pelo corte, ou em alguns momentos, dependendo da necessidade, o
carpinteiro, que é o responsável pela montagem, vai buscar a peça que necessita.
As ferramentas e máquinas utilizadas são: serras esquadrejadeiras; serra
de desengrosso; serra de desempeno; serra de fita (para a confecção de fôrmas
curvas, as cambotas); bancada de madeira; serrote; trena e lápis de carpinteiro.
86
4.4.3.2 Análise da atividade do carpinteiro
A descrição da tarefa do carpinteiro será feita respeitando a seqüência de
cada estágio do trabalho realizado, que vai desde a escolha do material no estoque
de peças cortadas até o acabamento das peças montadas.
A partir das informações contidas no plano de montagem, executado pelo
departamento técnico de projetos da empresa, e também das orientações passadas
pelo gerente a operação é iniciada com a escolha da madeira com dimensões que
se adequem às da peça a ser montada.
A escolha da madeira para a montagem da peça é feita conforme as
especificações contidas no plano de montagem, e posteriormente as mesmas são
escolhidas e medidas no estoque de peças cortadas na própria sala de montagem
ou no galpão de corte, e posteriormente transportadas, manualmente, até a bancada
de madeira que será utilizada para a montagem. A operação de transporte das
peças para a montagem geralmente é feita por um único trabalhador, bem como
todo o processo de montagem .
Após a escolha das peças a operação de montagem tem início, a madeira
é medida, marcada com lápis e as peças “encaixadas” A junção das partes podem
ser feitas com martelo e pregos, ou com grampos lançados por pistolas
pneumáticas. O controle é feito por meio de um plano de controle de montagem em
que os operários vão registrando as peças montadas de maneira a controlar a
quantidade, e conferir as dimensões de cada uma.
Este grupo conta com 05 (cinco) profissionais que utilizam a mesma
bancada, ou seja, existe um posto fixo para os cinco carpinteiros. Concluída a etapa
de montagem, as peças são transportadas manualmente para a pintura, este
transporte é feito pelo funcionário responsável pela montagem.
As ferramentas e máquinas utilizadas são: martelos, pistolas pneumáticas,
lápis de carpinteiro, esquadros, bancada de madeira e trena.
4.5 e-DPI - ANÁLISE DAS CARGAS DEMANDADAS PELO PROCESSO DE
TRABALHO (FÍSICAS, COGNITIVAS E PSIQUÍCAS)
Conforme já anteriormente contextualizado, para esta análise foi escolhido
o e-DPI, módulo e-LEST, a utilização do método consiste em responder o
87
questionário contido no ANEXO A. As perguntas devem ser respondidas por
completo, e de uma única vez.
No caso desta pesquisa, as questões sobre o ambiente físico foram
desprezadas uma vez que não é objetivo o trabalho avaliar ruído, temperatura,
vibração. Contudo as demais perguntas foram respondidas integralmente.
Respondidas as questões, o programa gera como resultados dois gráficos,
aos quais denomina de histograma de resultados. Os fatores têm a escala de
gravidade variando de 0 (zero) até 10 (dez), sendo 10 (dez) a situação mais grave.
Os gráficos também possuem uma legenda por cores, que também demonstram a
gravidade da situação.
O Gráfico 1 traz todos os aspectos avaliados, tais como: carga física,
entorno físico, carga mental, aspectos psicossociais e tempo de trabalho. Este
resultado apresenta os problemas como um todo, ou seja sem especificar quais são
os fatores isoladamente, divididos por categorias. O segundo gráfico, traz todos os
fatores categorizados, de maneira a indicar com maior clareza quais são os agentes
mais graves no ambiente, facilitando assim a correção dos que apresentam maior
risco.
Gráfico 1 - Histograma de resultados-dimensões
Fonte:e-DPI
88
Gráfico 2 - Histograma de resultados-fatores
Fonte:e-DPI
Figura 7 - Legenda
4.5.1 Carga física
A pontuação obtida foi 10,que pode ser observada no gráfico, o que
significa nocividade, este item avalia a postura em conjunto com o esforço físico e
requer uma intervenção urgente. As posturas foram analisadas através do item 01
do questionário do ANEXO A, e de acordo com as exigências do questionário foram
analisadas as posturas com as respectivas freqüências. Já a carga dinâmica foi
avaliada considerando o tipo de esforço, a duração, tempo, distância percorrida e
peso transportado.
Este resultado pode ser explicado devido às várias posturas inadequadas
assumidas no decorrer da jornada, além de algumas posturas críticas que são
repetidas com freqüência tais como: a flexão de tronco, o que aumenta em mais de
30% a pressão sobre os discos intervetebrais. Todas as atividades são realizadas
na postura de pé, e o esforço de manutenção postural provoca uma tensão muscular
estática (isométrica) que pode ser prejudicial à saúde. Outra postura bastante
89
freqüente é a elevação, ou abdução, dos braços que pode provocar um aumento da
atividade torácica superior e dos extensores da coluna vertebral.
A postura de trabalho adotada é o resultado da atividade desenvolvida,
das exigências da tarefa (visuais, emprego da força, precisão dos movimentos e
etc), das máquinas e equipamentos utilizados. Para modificar uma postura
inadequada em um posto de trabalho é necessário também intervir nos itens
supracitados, além da educação postural dos envolvidos.
A respeito da carga estática que também atingiu pontuação 10, o que
significa alto risco de doenças ocupacionais e indica a necessidade de intervenção
urgente. Os efeitos fisiológicos dos esforços estáticos estão ligados à compressão
dos vasos sanguíneos. O sangue deixa de fluir e o músculo não recebe oxigênio
nem nutrientes, os resíduos metabólico não são retirados, acumulando-se e
provocando dor e fadiga muscular. Isto decorre de uma manutenção prolongada de
um postura, que além da fadiga muscular pode induzir ao desgaste das
articulações, discos intervetebrais e tendões.
Já a manutenção prolongada da postura em pé pode ter as seguintes
conseqüências: tendência de acumular sangue nas pernas favorecendo o
aparecimento de varizes e sensação de peso nas pernas; sensações dolorosas nas
superfícies de contato articulares que suportam o peso do corpo (pés, joelhos e
quadris). A penosidade da postura em pé pode ser reforçada caso o trabalhador
mantenha posturas inadequadas, como foi constatado no resultado obtido pela
postura. Logo, os trabalhadores estudados além de submetidos à posturas
inadequadas e a uma alta carga estática que juntas podem ser a causa de
transtornos músculo-esqueléticos.
4.5.2 Entorno físico
A pontuação obtida pelo entorno físico foi zero, inicialmente porque alguns
itens das condições ambientais, tais como: nível de intensidade sonora, iluminação,
calor e vibração, não foram medidos por não se tratar do interesse desta pesquisa.
O entorno físico corresponde ao item 02 do questionário do ANEXO A.
Apesar da medição do nível de intensidade sonora não ter sido realizada, é possível
supor que o ruído está acima de 85 dB, em decorrência do tipo de máquinas
90
utilizadas (as serras) que produzem um ruído de aproximadamente 83 dB. O ruído
ocorre sempre que as máquinas estão em funcionamento e pode variar de
intensidade em função da quantidade de máquinas que estiverem em operação.
Em relação a iluminação geral do ambiente, que também não foi medida,
pode-se afirmar que devido ao local de trabalho ser um galpão é possível um
aproveitamento da luz natural que proporciona uma iluminação geral boa e sem a
formação de sombras. O nível de contraste é médio, logo a iluminação geral não
representa um problema para os trabalhadores.
Em relação ao ambiente térmico os trabalhadores não estão expostos a
nenhuma temperatura extrema (frio ou calor). O ar do ambiente é o natural, não
existindo nenhuma fonte de ventilação artificial, valendo destacar que os
trabalhadores encontram-se protegidos contra as intempéries durante toda a jornada
de trabalho.
4.5.3 Carga mental
O índice de pontuação deste item foi 06, o que indica um risco médio de
doenças e fadiga médio, e que requer uma intervenção visando uma melhoria.
O trabalho realizado não pode ser considerado repetitivo, uma vez que
são confeccionadas fôrmas para vários tipos de edificações, ou seja, são fabricadas
fôrmas com várias geometrias e dimensões.
Dentre a pontuação parcial deste item, o fator pressão de tempo foi o item
que obteve a pontuação mais alta 07, o que indica um risco médio de doenças com
risco de fadiga. Apesar de o trabalho não ser repetitivo, este resultado é
conseqüência da pressão exercida pelos prazos estabelecidos. E como os
trabalhadores recebem um incentivo no salário em função da quantidade de peças
produzidas tornando, neste caso, o tempo um agente de pressão.
Em relação ao nível de atenção requerido pela tarefa, o resultado obtido
foi 05, que indica apenas que seria conveniente realizar melhorias. Este resultado
pode ser explicado pela baixa complexidade da tarefa desenvolvida. Além da baixa
complexidade, todos os trabalhadores recebem orientações detalhadas sobre o que
terão que fazer, e também são repassadas informações detalhadas sobre as peças
que serão confeccionadas através dos planos de corte que é entregue pelo
91
departamento técnico de projetos para os ajudantes de carpintaria, e o plano de
montagem para os carpinteiros respectivamente. Durante a execução das tarefas
existe o acompanhamento do engenheiro e existe a possibilidade de comunicação
entre os trabalhadores devido a proximidade dos postos, além de, em alguns
momentos, as atividades serem realizadas em dupla, evitando o isolamento durante
a jornada.
4.5.4 Aspectos psicosociais
Este item obteve a pontuação de 5,04 que indica o risco médio de
doenças e fadiga. Observando a pontuação parcial do item é possível observar que
o item correspondente a iniciativa obteve pontuação 4,17 que apesar de
corresponder a um risco baixo de doenças ou fadiga, indica que seria conveniente
realizar melhorias. Este resultado pode ser explicado pelo grau de liberdade no ritmo
da produção, ou seja, apesar de não ser possível alterar a ordem das operações
realizadas, existe possibilidade do trabalhador adiantar a produção. Também cabe
ao trabalhador controlar as peças confeccionadas por ele, corrigir erros, e este
controle quanto à qualidade e medida das peças fabricadas é muito cobrado pela
gerência.
Vale ressaltar que a influência do trabalhador sobre a qualidade da peça
confeccionada é alta, e como as dimensões das fôrmas têm que estar com as
medidas exatas, a possibilidade de erros torna-se baixa, visto que as medidas das
peças são conferidas em todos os estágios da produção.
Em relação à comunicação, obteve-se a pontuação (02) que indica uma
situação satisfatória. Este resultado pode ser explicado pela ampla possibilidade de
comunicação existente durante a jornada, apesar de todos terem de trabalhar com
protetores auriculares. A comunicação é favorecida pela proximidade dos postos,
além de ser permitido que os trabalhadores se ausentem do seu posto de trabalho
durante a jornada, também não existe nenhuma restrição por parte da empresa que
impeça a comunicação entre os trabalhadores durante a execução das tarefas.
Com relação à chefia não existem problemas de relacionamento e
comunicação, visto que o engenheiro está presente na produção interagindo com os
trabalhadores. A pontuação 07, indicando um risco médio de doenças e fadiga, pode
92
ser explicada pela interação freqüente, ou seja, as ordens, e a intensidade do
controle que mesmo sendo de grande proximidade, exerce uma cobrança rígida em
relação aos prazos e qualidade das fôrmas produzidas.
O status social também obteve pontuação 07, indicando o risco médio de
fadiga e doenças. Este resultado pode ser explicado pela baixa escolaridade dos
trabalhadores, conforme já contextualizado anteriormente, além da escassez de
treinamentos, apesar de apresentarem experiência na função. Apesar de a
qualificação ser adquirida com o tempo e a experiência, deveriam ser ministrados
treinamentos e incentivo por parte da empresa para que os trabalhadores se
aperfeiçoassem.
4.5.5 Tempo de trabalho
Com relação ao tempo de trabalho a pontuação obtida 2,5 indica uma
possibilidade pequena de doenças, mas seria conveniente realizar melhoras. Este
item está relacionado com a organização do trabalho e o tempo, turno e horas
extras. O resultado indica que a jornada de trabalho bem como as pausas
estabelecidas estão compatíveis com a atividade exercida. As horas extras ocorrem
de acordo com a necessidade de cumprir a meta de produção e atender os
compromissos estabelecidos com os clientes. Conforme já contextualizado existe
uma pausa para o lanche durante a manhã, das 9:20 às 9:30, que é um momento de
descontração para os trabalhadores, e todos consideram que este tempo de pausa é
suficiente.
4.6 SÍNTESE DOS RESULTADOS OBTIDOS
Diante do exposto, sobre a análise com o método e-DPI fica evidente que
a pontuação mais crítica foi a obtida pela carga estática e a postura, cuja a
pontuação foi 10, que indica nocividade. Outros fatores apresentam riscos médios
como a pressão ocasionada pelo tempo, a relação com a chefia e o status social.
Desta forma é possível orientar as modificações no sentido de melhorar as
condições de trabalho sobre os pontos críticos evidenciados, os quais podem afetar
93
o trabalhador em maior ou menor intensidade, podendo ainda interferir na saúde,
segurança e produtividade do posto de trabalho.
Quanto às posturas que foi a pontuação mais crítica e que necessita de
uma intervenção urgente, o resultado possibilita uma intervenção direta no
problema, e sugere que sejam feitos monitoramento das tarefas que impõem
constrangimentos aos trabalhadores.
Em seguida, a aplicação do método REBA, irá analisar de forma mais
detalhada essa problemática do processo de trabalho.
4.7 ANÁLISE POSTURAL PELO MÉTODO REBA
Foram escolhidas 14 posturas, em ações nas atividades de corte das
madeiras e montagem das fôrmas. Para análise postural, além do registro
fotográfico foram feitas filmagens curtas dos trabalhadores em movimento a fim de
acompanhar mais precisamente a variação nos movimentos dos trabalhadores e
complementar as informações para a análise postural. Para cada postura escolhida
foram consideradas duas ou três posturas da mesma ação para chegar ao escore
REBA. Foram analisadas as posturas dos ajudantes de carpintaria e carpinteiros
durante as seguintes ações: transporte da madeira para o corte; escolha da madeira
para o corte; retirada da madeira cortada; transporte da madeira cortada; operação
de corte e chapas e barrotes; corte da madeira na desempenadeira; transporte da
chapa cortada; processo de montagem das fôrmas e transporte das fôrmas
montadas para a pintura.Este ciclo é repetido diariamente, visto que a empresa
apenas produz as fôrmas para outras empresas, além de que, conforme foi
explicado anteriormente, os trabalhadores executam diversas ações dentro da sua
especialidade. Devido os trabalhadores terem as posturas muito instáveis e
executarem ações diversificadas, a análise postural não acompanhou
individualmente cada um dos trabalhadores e sim foi feita uma análise postural
coletiva, mas contemplando as posturas comuns a todos. Na Tabela 1, estão
relacionadas as posturas escolhidas para a análise com seus respectivos tempos e
freqüências.
94
Tabela 1 - Freqüências posturais associadas ao tempo
POSTURA TEMPOS
CRONOMETRADOS
NÚMERO DE
REPETIÇÕES
01 TRASPORTE DA MADEIRA P/ O CORTE
30’10” 35
02 ESCOLHENDO A MADEIRA PARA O CORTE
60’ 60
03 RETIRADA DA MADEIRA CORTADA
30’20” 25
04 TRANSPORTE DA MADEIRA CORTADA
20’35” 15
05 OPERAÇÃO DE CORTE DA MADEIRA
10’ 05
06 CORTE DA MADEIRA NA DESSENGROSSO
22’44” 17
07 CORTE DO PRANCHÃO DE MADEIRA NA
SERRA CIRCULAR
09’13” 04
08 TRANSPORTE DO PRANCHÃO DE
MADEIRA CORTADO
11’ 03
09 PROCESSO DE MONTAGEM DAS FÔRMAS
C/ FERR. ELÉTRICA
05’05” 02
10 PROCESSO DE MONTAGEM DAS FÔRMAS
C/MARTELO
07’45” 04
11 PROCESSO DE MONTAGEM DAS FÔRMAS-
MEDIÇÃO
03’12” 02
12 PROCESSO DE MONTAGEM DAS FÔRMAS
09’07” 08
13 TRANSPORTE DO PAINEL PARA A
PINTURA
05’03” 02
14 TRANSPORTE DO PAINEL PARA A
PINTURA
06’49” 02
Fonte: Pesquisa de campo (2006).
4.7.1 Classificação das postura pelo método REBA
De acordo com a análise postural através do método REBA foram obtidos
os seguintes resultados, indicados junto as fotos abaixo:
Figura 8 – Postura 01
POSTURA 01
TRANSPORTE DA MADEIRA PARA O CORTE
Escore REBA médio 8,5
Nível de ação 03
Risco elevado
Ações necessárias logo
95
Figura 9 – Postura 02
Figura 10 – Postura 03
Figura 11 – Postura 04
POSTURA 02
ESCOLHENDO A MADEIRA PARA O
CORTE
Escore REBA 13,6
Nível de ação 04
Risco muito elevado
Ações urgentes
POSTURA 03
RETIRADA DA MADEIRA
CORTADA
Escore REBA 7,6
Nível de ação 02
Risco médio
Ação é necessária
POSTURA 04
TRANSPORTE DA MADEIRA
CORTADA
Escore REBA 8,5
Nível de ação 03
Risco elevado
Ações necessárias logo
96
Figura 12 – Postura 05
Figura 13 – Postura 06
Figura 14 – Postura 07
POSTURA 05
OPERAÇÃO DE CORTE DA MADEIRA
Escore REBA 7,6
Nível de ação 02
Risco médio
Ação é necessária
POSTURA 07
CORTE DO PRANCHÃO DE
MADEIRA NA SERRA CIRCULAR
Escore REBA 7,6
Nível de ação 02
Risco médio
Ação é necessária
POSTURA 06
CORTE DA MADEIRA NA
DESENGROSSO
Escore REBA 7
Nível de ação 02
Risco médio
Ação é necessária
97
Figura 15 – Postura 08
Figura 16 – Postura 09
Figura 17 – Postura 10
POSTURA 08
TRANSPORTE DO PRANCHÃO DE
MADEIRA CORTADO
Escore REBA 12,66
Nível de ação 04
Risco muito elevado
Ações urgentes
POSTURA 09
PROCESSO DE MONTAGEM DAS
FÔRMAS COM FERRAMENTAS
ELÉTRICAS
Escore REBA 7,66
Nível de ação 02
Risco médio
ão é necessária
POSTURA 10
PROCESSO DE MONTAGEM DAS
FÔRMAS COM MARTELO
Escore REBA 10,66
Nível de ação 03
Risco elevado
Ação necessária logo
98
Figura 18 – Postura 11
Figura 19 – Postura 12
Figura 20 – Postura 13
POSTURA 11
PROCESSO DE MONTAGEM DAS
FÔRMAS-MEDIÇÃO
Escore REBA 9,33
Nível de ação 03
Risco elevado
Ação necessária logo
POSTURA 12
PROCESSO DE MONTAGEM DAS
FÔRMAS
Escore REBA 7,0
Nível de ação 02
Risco médio
Ação é necessária
POSTURA 13
TRANSPORTE DO PAINEL PARA A
PINTURA
Escore REBA 7,5
Nível de ação 02
Risco médio
Ação é necessária
99
Figura 21 – Postura 14
Em geral, as posturas estudadas apontaram a necessidade de ações
corretivas. O escore mínimo obtido foi 7, 0, com pelo menos um nível de ação 02 de
acordo com o quadro de categoria de ações REBA, contido no ANEXO E. De acordo
com a tabela de categorias de ações REBA (apêndice), esses escores que estão no
intervalo de 4 a 7 indicam um risco médio, que exige uma intervenção e análises
adicionais. O escore máximo obtido foi de 13,6, que está contido no intervalo de 11 a
15 e caracteriza um risco muito elevado e exige um nível de ação urgente. Este é o
nível mais elevado da tabela. Outro aspecto importante a ser observado é que
nenhuma das 14 posturas analisadas obteve o escore 01 que significa a ausência de
risco, e nem ficou compreendida no intervalo de 2 a 3 que indica um risco baixo. A
Tabela 2 apresenta todos os escores obtidos com a análise postural e com seus
respectivos escores.
Tabela 2 - Posturas observadas e escores REBA
POSTURAS ESCORES
Postura 01 8.5
Postura 02 13,6
Postura 03 7,6
Postura 04
8,5
Postura 05
7,6
Postura 06
7,0
Postura 07
7,6
Postura 08
12,66
Postura 09
7,66
Postura 10 10,66
Postura 11 9,33
Postura 12
7,0
Postura 13 7,5
Postura 14 8,5
Fonte: Pesquisa de campo (2006).
POSTURA 14
TRANSPORTE FORMA DE MADEIRA
MONTADA PARA A PINTURA
Escore REBA 8,5
Nível de ação 03
Risco elevado
Ações necessárias logo
100
4.7.1.1 Posturas críticas analisadas no transporte, corte e armazenagem da
madeira (ajudante de carpintaria)
A escolha da madeira para o corte, o transporte da madeira para o local do
corte, o corte da madeira e o armazenamento desta madeira cortada exigem um
movimento constante do trabalhador, além de impor uma grande variação postural.
A escolha da madeira para o corte e o armazenamento da madeira cortada
apresentam a mesma postura de flexão anterior da coluna, e esta flexão é acima de
60° o que caracteriza um risco bastante elevado e somada ao peso da madeira
obteve escores elevados acima de 13, o que caracteriza um risco muito elevado.O
transporte das chapas inteiras e das peças cortadas obteve um escore médio em
torno de 8,0 ; e que caracteriza um risco elevado. A atividade de corte das chapas
foi considerada a de menor risco, que é realizada na postura de pé e requer poucas
variações posturais, obteve escores em torno de 7 com pequenas variações, o que
caracteriza um risco médio. Contudo, quando a madeira cortada assume a forma de
pranchões o risco se torna bastante elevado, e o escore sobe para 12 no momento
de retirar a prancha da serra e transportar pra o local de depósito, o peso do
pranchão e a sua dimensão agravam a situação. Em geral o escore médio dos
ajudantes de carpintaria foi 9,13 o que significa que a atividade está categorizada
em um risco elevado. As posturas dos ajudantes de carpintaria são as posturas de
01 a 08. A Tabela 3 ilustra os escores parciais e médios de cada posição analisada.
Tabela 3 - Escores das posturas dos ajudantes de carpintaria
POSTURAS ESCORE01 ESCORE02 ESCORE03 ESCORE
MÉDIO
01 8,0 9,0 _ 8,5
02 14,0 13,0 14,0 13,6
03 8,0 7,0 8,0 7,6
04 8,0 9,0 _ 8,5
05 8,0 7,0 8,0 7,6
06 8,0 6,0 _ 7,0
07 8,0 8,0 7,0 7,6
08 12,0 13,0 13,0 12,66
ESCORE MÉDIO GERAL 9,13
Fonte: Pesquisa de campo (2006).
4.7.1.2 Posturas críticas analisadas na montagem das fôrmas (carpinteiros)
A montagem das fôrmas requer uma variação postural constante, além de
uma freqüente inclinação do tronco. Apesar de os trabalhadores disporem de
101
ferramentas automáticas (ar comprimido), ainda são feitos movimentos repetitivos e
de força com o martelo. Em termos gerais esta atividade variou entre o risco médio e
o risco elevado. Contrariamente, a atividade de corte não requer do trabalhador a
postura de flexão anterior da coluna acima de 60°, contudo exige uma constante
flexão do pescoço e um manuseio constante das peças de madeira para a
montagem, o que requer uma aplicação constante da força. Outro ponto crítico é o
transporte das fôrmas prontas para a pintura, e contrariamente aos funcionários
responsáveis pelo corte, o pessoal da montagem geralmente faz o transporte
individualmente, o que agrava são as elevadas dimensões das peças. O escore
médio dos carpinteiros foi de 8,44 significando um risco elevado. As posturas destes
operários são as posturas de 09 a 14. A tabela 4, a seguir, ilustra os escores parciais
e médios de cada posição analisada.
Tabela 4 - Escores das posturas dos carpinteiro
POSTURAS ESCORE01 ESCORE02 ESCORE03 ESCORE
MÉDIO
09 7,0 8,0 8,0 7,66
10 11,0 11,0 10,0 10,66
11 9,0 9,0 10,0 9,33
12 8,0 6,0 _ 7,0
13 7,0 8,0 _ 7,5
14 9,0 8,0 _ 8,5
ESCORE MÉDIO GERAL 8.44
Fonte: Pesquisa de campo (2006).
4.8 COMPROMETIMENTOS E DORES
A indicação de sobrecarga postural é confirmada através do questionário
aplicado aos funcionários, onde 10 dos 11 entrevistados afirmaram sentir dores nas
costas durante a jornada de trabalho e realização dos movimentos necessários.
Outra queixa bastante freqüente foi a de dores nas pernas e nos ombros.
Apesar dos escores encontrados terem sido altos, o questionário aplicado
demonstrou que nenhum dos 11 funcionários entrevistados afastou-se do trabalho
por acidentes ou doenças no último ano. 36,36% dos entrevistados acham que a sua
saúde está ótima; 36,36% afirmaram que a sua saúde está mais ou menos; e
27,28% disseram que a sua saúde está em bom estado. Quando questionados se
teriam problemas de coluna, 81,82% disseram que não tinham nenhum problema de
102
coluna; e 18,18% afirmaram ter problemas de coluna; dos entrevistados nenhum
afirmou desconhecer o fato, ou seja, todos disseram ter certeza da resposta dada.
Observando-se as posturas adotadas pelos ajudantes de carpintaria e
carpinteiros no decorrer das atividades é possível afirmar que os trabalhadores
estão submetidos a um grande esforço físico, e muito desgastante, principalmente
durante o transporte das chapas de madeira, que demanda um maior uso da força
física. O presente estudo indicou ainda que durante toda a jornada as posturas dos
trabalhadores, mostraram-se muito instáveis, ou seja, em um curto espaço de tempo
os trabalhadores realizam diversos movimentos, tais como: flexão de tronco; giro do
tronco e/ou pescoço; levantar os braços acima dos ombros; agachar; agachado com
os braços acima dos ombros. São posturas que além de provocarem uma alta carga
estática, são agravadas com o transporte de pesos.
O resultado destes esforços pode ser confirmado, conforme já
contextualizado, com as queixas realizadas pelos trabalhadores a respeito das dores
no corpo durante a jornada. E, mediante a utilização do método REBA foi possível
estimar com maior precisão o prejuízo destas posturas adotadas pelos trabalhadores
durante a execução das suas atividades. A média geral dos escores dos ajudantes
de carpintaria foi 9,13 que indica um nível de risco elevado; já a média geral dos
carpinteiros foi de 8,44 que também indica um nível de risco elevado. Diante do
exposto é possível afirmar que os trabalhadores estão expostos a riscos
biomecânicos e posturais, tais como: força excessiva, posturas inadequadas. Logo,
os sintomas de dores encontrados neste estudo indicam um forte indício de relação
com a atividade dos trabalhadores, em conseqüência da quantidade média diária de
horas trabalhadas, da movimentação de materiais (chapas de madeira) com peso
acima dos limites aceitáveis e posturas impróprias. A aplicação do método REBA
permitiu determinar que posturas são mais graves e consequentemente mais
prejudiciais aos trabalhadores, facilitando a priorização de melhorias a partir das
posturas mais comprometedoras da coluna vertebral. Mostrou-se uma ferramenta de
fácil aplicação e de obtenção de resultados claros e objetivos.
A partir do REBA é possível determinar que as posturas de número 02 e
08 como as mais prejudiciais devido ao alto escore obtido, e com a classificação de
risco muito elevado. A postura de número 02 é muito comprometedora,
principalmente para a região lombar, já a postura de número 08 é bastante agravada
pelo transporte da prancha de madeira bastante pesada, forçando o emprego de
103
grande força física. A postura 10 também foi uma postura com escore alto, sua
pontuação foi de 10,66 , estando também na categoria de risco elevado. Esta
postura é assumida durante o processo de montagem das fôrmas, que além da
flexão do tronco também requer o emprego da força. Qualquer postura, seja
adequada ou não, se mantida por um período prolongado é mal tolerada. A
alternância das posturas deve ser privilegiada, para evitar a fadiga muscular.
A alternância da postura sempre deve ficar por conta da livre escolha do
trabalhador. Ele é quem tem condições, mediante a exigência momentânea, de
escolher a postura mais confortável para realizar suas atividades. Porém, a postura
escolhida também é conseqüência das exigências da tarefa (visuais, emprego da
força, precisão dos movimentos etc), dos espaços de trabalho e do posto de
trabalho, que mesmo quando bem projetado do ponto de vista antropométrico, pode
se revelar desconfortável se os fatores organizacionais, ambientais e sociais não
forem considerados.
Logo, o processo para a correção das posturas inadequadas apontadas
neste estudo não devem apenas considerar as mesmas, outros fatores têm que ser
estudados de maneira a tornar a correção mais eficiente, tais como: as máquinas,
bancadas de trabalho, ferramentas, espaços de trabalho e fatores organizacionais.
Vale ressaltar que neste trabalho a entrevista realizadas com os
trabalhadores foi a única investigação feita a respeito da saúde deles. Não houve
nenhum contato com o médico do trabalho responsável pelos exames dos mesmos,
nem pesquisa a respeito de exames periódicos para confirmar as informações
passadas pelos trabalhadores. Os gráficos 3 e 4 indicam o resultado dos
questionamentos a respeito da saúde dos trabalhadores.
saúde boa;
27,28%
saúde ótima;
36,36%
saúde média;
36,36%
saúde boa
saúde ótima
saúde média
Gráfico 3 - Estado de saúde dos trabalhadores segundo suas percepções
104
81,82%
18,18%
0,00%
10,00%
20,00%
30,00%
40,00%
50,00%
60,00%
70,00%
80,00%
90,00%
Não tem problema de
coluna
Têm problema de
coluna
Gráfico 4 - Existência de problemas de coluna segundo percepções dos
trabalhadores
4.9 SÍNTESE DOS RESULTADOS
Para análise postural foram utilizados 02 (dois) métodos o REBA e o e-dpi
módulo e-LEST. Diante do exposto fica evidente a importância da análise postural
em um ambiente de trabalho. Devido a isso, ficando claro a importância do
monitoramento de tarefas que impõem constrangimentos aos trabalhadores,
possibilitando identificar as atividades mais prejudiciais, bem como as regiões
corporais mais atingidas.
Em relação à análise postural, os dois métodos apresentaram-se bastante
eficientes e simples de utilizar alcançando resultados claros e objetivos. Apesar dos
critérios diferenciados de mensuração das posturas, o REBA e o e-DPI chegaram ao
mesmo resultado, ou seja, ambos indicaram sobrecargas posturais, que necessitam
de correção imediata. Neste trabalho, em ambos os métodos as pontuações obtidas
foram altas, o que indica problemas posturais.
Com base nos resultados obtidos é clara a necessidade de medidas
corretivas, para os problemas posturais. De acordo com o REBA 07 (50%), das
posturas estudadas, necessitam de uma intervenção imediata, urgente. Já o
resultado do e-DPI, indica a nocividade e que também requer uma ação imediata
para a correção das posturas. A vantagem do REBA em relação ao e-DPI, é que
nele as posturas estão indicadas.
105
A aplicação do e-DPI, módulo e-LEST, permitiu que outros fatores também
fossem avaliados além das posturas, tais como: entorno físico, carga mental,
aspectos psicossociais e tempo de trabalho.
Com relação ao entorno físico, conforme já contextualizado, não foi
realizada nenhuma medição, mas mesmo assim é possível afirmar que as condições
gerais do ambiente são boas e não necessitam de nenhuma intervenção urgente.
A carga mental, de acordo com o resultado obtido, requer algumas
modificações. De maneira geral, os trabalhadores apresentam habilidade suficiente
para atender as exigências das tarefas, mas são pressionados pelo fator tempo na
realização das tarefas e cumprimentos de prazos.
Em relação aos aspectos psicossociais, a pontuação obtida também não
foi muito alta, mas os itens que merecem mais atenção são os relacionados com
ordens e controle da produção, além da experiência e treinamentos exigidos para a
função. O método indicou que seria conveniente ministrar treinamentos e
reciclagens para os operários.
O último item analisado foi o tempo de trabalho, que está relacionado com
a quantidade de horas trabalhadas por semana e a quantidade de horas extras. A
pontuação obtida foi baixa não indicando necessidade de mudança.
A aplicação dos dois métodos demonstrou que a atividade de confecção
de fôrmas submete os trabalhadores a problemas posturais que necessitam ser
priorizados, para proporcionarem melhorias aos trabalhadores e principalmente
evitar problemas de saúde futuros. O e-DPI demonstrou também que existem alguns
problemas organizacionais a serem resolvidos, contudo as posturas foram o único
item que alcançou a faixa de nocividade, o que justifica a prioridade de resolução.
CAPÍTULO V - CONSIDERAÇÕES FINAIS
__________________________________________________
Este trabalho teve como objetivo identificar os problemas posturais na
confecção de fôrmas para a construção civil, sendo estudado o processo de
trabalho. O ambiente de trabalho (AET) foi estudado pelo e-DPI módulo e-LEST, que
também foi utilizado para uma análise postural. O REBA foi utilizado como uma
segunda ferramenta de análise postural.
Em relação aos problemas posturais nos trabalhadores estudados foram
observados riscos altos, o que indica que a atividade desenvolvida necessita
urgentemente de uma intervenção. A escolha da madeira para o corte, bem como o
armazenamento da peça cortada, e o transporte dos pranchões cortados ficaram na
categoria de risco mais elevado de lesões músculo-esqueléticas. Isso ocorre devido
a escolha da madeira exigir uma extrema flexão anterior da coluna, já o transporte
do pranchão é agravado pelo peso da peça e sua elevada dimensão. Outro fator
observado foi a instabilidade das posturas, que mudavam em espaços muito curtos
de tempo.
Os sintomas de dores encontrados neste estudo demonstram um forte
indício de problemas posturais na atividade realizada, em virtude da quantidade
média diária de transporte e movimentação de materiais pesados, além da adoção
de posturas inadequadas.
A utilização do Rapid Entir Body Assessment (REBA) e do e-DPI para a
avalição postural permitiu determinar que posturas seriam mais prejudiciais ao
trabalhador, bem como a atividade em que os trabalhadores assumem as posturas
mais críticas, facilitando a priorização de melhorias. As ferramentas mostraram-se
simples, de fácil aplicação, além de exigir poucos recursos para sua utilização.
Sendo bastante apropriadas para atividades em que os trabalhadores mudem
constantemente de postura, e em que os membros superiores sejam muito
solicitados. Os resultados obtidos apresentaram-se claros e objetivos.
Vale ressaltar que este trabalho cumpriu seu objetivo geral, bem como os
específicos a que se propôs. Apresentou as características do processo de
confecção de fôrmas, identificou os riscos do trabalho presentes na atividade
107
estudada e realizou o estudo postural detectando a presença de posturas
inadequadas durante a confecção de formas, ou seja, realizou um estudo
ergonômico.
5.1 PROPOSIÇÕES DE MELHORIAS PARA A ATIVIDADE
Conforme o exposto acima enfatizando os problemas posturais e
demonstrando a necessidade de melhoria das condições de trabalho dos
carpinteiros e dos ajudantes de carpintaria. Vale ressaltar, que apenas estas
recomendações não são suficientes, devendo ser feita uma análise mais
aprofundada da atividade, buscando melhorias organizacionais e proporcionar
treinamentos para a conscientização do trabalhador. Seguem algumas
recomendações:
Elevar o nível dos estoques de matéria-prima em relação ao piso, de maneira
a evitar que os trabalhadores precisem se agachar até o piso para escolher a
madeira, medir;
Colocar plataformas no piso para os trabalhadores não precisarem se
agachar até o piso para armazenar a peça cortada ou pegar alguma peça de
madeira;
Colocar mesas móveis próximas às serras de corte de maneira que os
trabalhadores possam acumular o material cortado e transportar com maior
conforto;
Colocar bancadas móveis para os trabalhadores que trabalham na
montagem fazerem o transporte das peças montadas;
Orientar e treinar os trabalhadores quanto às posturas e maneiras
apropriadas de transportas pesos;
Orientar os trabalhadores para realizarem alongamentos durante a jornada
de trabalho.
Tornar obrigatório na legislação o acompanhamento médico para as doenças
osteo-musculares na atividade de carpintaria.
108
5.2 SUGESTÕES DE NOVOS TRABALHOS
Estudar os efeitos desses esforços posturais sobre a saúde dos
trabalhadores.
Realizar um estudo comparativo entre os esforços posturais da confecção de
fôrmas com os esforços realizados durante a fase de montagem das fôrmas
nos canteiros de obras.
REFERÊNCIAS
ABIKO, Alex Kenya. Tecnologias apropriadas em construção civil. Disponível
em: <http/www.alkabiko.pcc.usp.br.pdf>. Acessado em:24 jul 2006.
ALMEIDA, Fernanda Marchiorio de; JÜNGLES, Antônio Edésio; PANZETER, Andréa
Ângela. Estudo da evolução da produtividade no canteiro de obras sob a ótica
do efeito aprendizado. Congresso latino americano tecnologia e gestão na
produção de edifícios-solução para o terceiro milênio- São Paulo.1998.
ALVES, Gisele Beatriz de Oliveira et al. A abordagem ergonômica no estudo das
posturas de trabalho: o caso de uma fábrica de jóias. Revista de terapia
ocupacional da universidade de São Paulo v.13,n.3,p 111-7 set/dez,2002.
AMATO NETO, J. Reestruturação industrial, terceirização e redes de
subcontratação. Revista de Administração de empresas, São Paulo, v.35,
n.2,p.33-42,mar/abr.1995.
ARAUJO, Edes da Rocha. Análise ergonômica do ambiente construído de uso
público: um estudo de caso em restaurantes da cidade do Recife-pe. Recife,
2003. Dissertação (Mestrado em engenharia de Produção) Programa de Pós-
Graduação em Engenharia de Produção da Universidade Federal de Pernambuco.
ARAÚJO, Luís Otávio Cocito de; SOUZA, Ubiraci Espinelli Lemes de. Método para
o dimensionamento da equipe de carpinteiros para o serviço de fôrmas.
Disponível em:<www.poli.usp.br>. Acesso em: 14 out. 2005.
ARAÚJO, Luís Otávio Cocito de; et al. Análise e aplicabilidade das ferramentas
da qualidade no serviço de fôrmas como auxílio ao planejamento para
produção. ENEGEP 2001.
ARAÚJO, Nelma Mirian Chagas de. Custos da implantação do PCMAT (Programa
de Condições e Meio ambiente na Indústria da Construção) em obras de
edificações verticais - um estudo de Caso. João Pessoa, 1998. Dissertação
(Mestrado em engenharia de Produção) Programa de Pós-Graduação em
Engenharia de Produção da Universidade Federal da Paraíba.
AZEREDO, Hélio Alves de. O edifício até a sua cobertura. 2. ed. São Paulo:
Edgard Blücher, 2004.
110
BALBINOTTI, Giles César. Uma metodologia de desdobramento das diretrizes
para a questão ergonômica: um estudo de caso. Florianópolis, 2003. Dissertação
(Mestrado em Engenharia de Produção) Programa de Pós-Graduação em
Engenharia de Produção da Universidade Federal de Santa Catarina.
BARROS, André. Qual a importância do projeto estrutural? Disponível
em:<www.sistrut.com.br/avisos/info_p.html.1998>. Acesso em: 10 nov. 2005.
BARCELOS, Mary Ângela das Neves. A análise ergonômica do trabalho como
ferramenta para a elaboração e desenvolvimento de programas de
treinamento. Florianópolis, 1997. Dissertação (Mestrado em Engenharia de
Produção) Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção da
Universidade Federal de Santa Catarina.
BATISTA, H. VIANA, M. Acidentes do Trabalho na Construção Civil em
Pernambuco –Um diagnóstico de ano de 1987. Recife: Fundacentro, 1989.
BENITE, Anderson Glauco. Sistema de gestão da segurança e saúde no trabalho
para empresas construtoras. São Paulo, 2004. Dissertação (Mestrado em
Construção civil e Urbana) Programa de pós-graduação em Construção civil e
urbana à Escola Politécnica da Universidade de São Paulo.
BOLSA DE HERRAMIENTAS. Disponível em: <www.ergonomia.cl>. Acesso em:19
mar. 2006.
BORGES, Hélia; MARTINS, André. Migração e sofrimento psíquico do trabalhador
da construção civil : uma leitura psicanalítica. PHYSIS : Revista saúde coletiva, Rio
de Janeiro; v.14, n.1, p.129-146, 2004.
CALEGARI, Andréia. Análise das posturas adotadas em postos de trabalho de
uma lavanderia hospitalar. Porto Alegre, 2003. Dissertação de mestrado
profissionalizante em engenharia. Universidade federal do Rio Grande do Sul.
CAMARA Brasileira de cimento (CBC). Disponível em:<www.abcp.org.br>.Acesso
em: 27 fev. 2006.
CAMPOS, Armando. CIPA Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – uma
nova abordagem. São Paulo: Senac, 1999.
111
CARDÃO, Celso. Técnica da construção. 8. ed. Belo Horizonte: Edições
Engenharia e Arquitetura.1988. v.1.
CARDOSO, Francisco. F. Organização e gestão da produção na construção
civil. 1998. Disponível em:<http: // comissão-
pesquisa.pcc.usp.br/linhas%20de%20pesquisa/gestão.pdf>. Acesso em: 10 dez.
2004.
CARTAXO, Cristiana. Estudo ergonômico do posto de trabalho do armador de
laje uma avaliação quantitativs dos esforços físicos na coluna vertebral
decorrentes das posturas de trabalho. João Pessoa, 1997. Dissertação (Mestrado
em Engenharia de Produção) Programa de Pós-Graduação em Engenharia de
Produção da Universidade Federal da Paraíba.
CATALÓGO DE HERRAMIENTAS. Disponível em:<www.upctools.com>. Acesso
em:19 ago. 2006.
CARVALHO, Claudio Viveiros de et al . Validação do questionário nórdico de
sintomas osteomusculares como medida de morbidade. Revista saúde pública .
São Paulo, n.36 ano 3, p.307-12. Disponível em : <www.fsp.usp.br/rsp>. Acesso em
2006.
CEHOP. Disponível em:< www.cehop.se.gov.br/orse/esp/es00059.pdf.>. Acesso em:
20 jan. 2006.
CLELIO JÚNIOR. A importância das fôrmas para qualidade da obra. TSQ News,
2006. Disponível em:<www.tqs.com.br/jornal/consulta/entrevistas/ent_clelio.htm> .
Acesso em: 20 jan 2006.
COSTA, Sandra Dalla; CÂMARA, José Luiz. Curso de formação de cipeiros. São
Paulo: atlas, 2002.
CRUZ, Sybele Maria Segala da.Gestão de segurança e saúde ocupacional nas
empresas de construção civil. Florianópolis, 1998. Dissertação (Mestrado em
Engenharia de Produção) Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção
da Universidade Federal de Santa Catarina.
CUIXART, Silvia Nogareda; ORTEGA, Maria Perucha. NTP 674 - Evaluación de la
carga postural : método de la Universidad de Lovaina; método LUBA. Disponivel
em : <www.mtas.es>. Acesso em: 30 jul 2006.
112
CUIXART, Silvia Nogareda. PONS,Inês Dalmau. NTP 452: Evaluación de Las
Condiciones de Trabajo : Carga postural. Disponivel em : <www.mtas.es>.
Acesso em:30 jul. 2006.
CORLETT, Em. McATEMNEY, L. RULA : A survey method for the investigaation of
workrelated upper limb disorders. Applied ergonomic, n.24, p.91-99, 1993.
DACOL, Silvana. O potencial tecnológico da indústria da construção civil uma
proposta de modelo. Florianópolis, 1996. Dissertação (Mestrado em Engenharia de
Produção) Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção da
Universidade Federal de Santa Catarina.
DE CICCO, Francesco. Manual sobre sistemas de gestão da segurança e saúde
no trabalho. São Paulo: Tecnotexto, 1995.
DIAS, Luis M. Alves. Novas tecnologias nos processos produtivos e a segurança e
saúde no trabalho na indústria da construção. In: CONGRESSO NACIONAL SOBRE
CONDIÇÕES E MEIO AMBIENTE DE TRABALHO NA INDÚSTRIA DA
CONSTRUÇÃO, 5, 2005. Disponível em
<www.antac.org.br/ambienteconstruido/pdf/revista/artigos/doc119’>. Acesso em 16
set :2006.
DINIZ, R.L. Avaliação das demandas física e mental no trabalho dos cirurgiões
em procedimentos eletivos. Porto Alegre, 2003. Tese (Doutorado em Engenharia
de Produção) Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção da
Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
DUARTE, Francisco. Ergonomia e projeto na indústria de processo contínuo.
Rio de Janeiro : Lucena, 2002.
DUL, Jan; WEERDMEESTER, Bernard. Ergonomia prática. São Paulo: Edgard
Blucher, 2004.
ESPINOZA, Juan Wilder Moore. Implementação de um programa de condições e
meio ambiente no trabalho na indústria da construção para os canteiros de
obras no sub setor de edificações utilizando um sistema informatizado.
Florianópolis, 2002. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção) Programa
de Pós-Graduação em Engenharia de Produção da Universidade Federal de Santa
Catarina.
113
FABRÍCIO, Marcio Minto et al. Mudanças Conjunturais e desverticalização da
indústria da construção de edifícios. Disponível em:
<www.eesc.usp.br/sapes/docentes/fabricio/enegep98-desverticalização.pdf>.
Acesso em: 1 set 2006.
FABRÍCIO, Marcio Minto et al.Parcerias e estratégias de produção na construção
de edifícios. Disponível em : <www.silviobm.pcc.usp.br>. Acesso em: 2006.
FAJERSZTAJN, H. Fôrmas para concreto armado; Aplicação para o caso do
edifício. São Paulo, 1987. Tese (Doutorado) Escola Politécnica da Universidade de
São Paulo.
FAJERSZTAJN, H. Recomendações para a produção de estruturas de concreto
armado em edifícios. São Paulo: Escola Politécnica da Universidade de São Paulo,
1998.
FARAH, Marta Ferreira Santos. Processo de trabalho na construção
habitacional: tradição e mudança. São Paulo: AnnaBlume/FAPESP, 2000.
FERREIRA, Mário César. Atividade, categoria central na conceituação de trabalho
em ergonomia. Revista Alethéia, Canoas-RS, v.1; n. 11; p.71-82,2000.
F.GUÉRIN et al. Compreender o trabalho para transforma-lo – a prática da
ergonomia. São Paulo: Edgard Blucher, 2004.
FILIPPI, Giancarlo Azevedo de. Capacitação e qualificação de subempreiteiros
na construção civil. São Paulo, 2003. Dissertação (Mestrado em Construção civil e
Urbana) Programa de pós-graduação em Construção civil da Universidade de São
Paulo.
FINKEA, J. A construção nos Estados Unidos. Revista Proteção, p.8-13; jan, 1998.
FOTOS. Disponível em: <www.atex.com.br>. Acesso em: 20 mar. 2006.
FRANCO, Eliete de Medeiros. A ergonomia na construção civil: uma análise do
posto do mestre de obras. Florianópolis, 1995. Dissertação (Mestrado em
Engenharia de Produção) Programa de Pós-graduação em Engenharia de Produção
da Universidade Federal de Santa Catarina.
114
FRANCO, Eliete de Medeiros. Gestão do conhecimento na construção civil :
uma aplicação dos mapas cognitivos na concepção ergonômica da tarefa de
gerenciamento dos canteiros de obras. Florianópolis,2001. Tese (Doutorado em
Engenharia de Produção) Programa de Pós-graduação em Engenharia de Produção
da Universidade Federal de Santa Catarina.
FRANSSONHAL et al . A portable ergonomic observation method (PEO) for
computerized online recording of posture and manual handling. Applied ergonomic,
n.26, p.93-100,1995..
FUNDACENTRO. Dados estatíscos 1997- anexos I e II da NR 18- Condições e
meio ambiente do trabalho na indústria da construção. Recife, 1997.
FUNDACENTRO/MINISTÉRIO DO TRABALHO. Engenharia de segurança do
trabalho na indústria da construção. São Paulo: FUNDACENTRO, 2001.
FUNDACENTRO/MINISTÉRIO DO TRABALHO. Pontos de verificação
ergonômica; soluções práticas e de fácil aplicação para melhorar a segurança,
a saúde e as condições de trabalho. São Paulo: FUNDACENTRO, 2001.
FUNDACENTRO. Introdução à higiene ocupacional. São Paulo, 2001.
GALAFASSI, Maria Cristina. Medicina do trabalho- programa de controle médico
de saúde ocupacional (NR07). São Paulo: Edgard Blücher, 1990.
GEHBAUER, Fritz et al. Planejamento e gestão de obras: um resultado prático da
cooperação técnica Brasil-Alemanha. Curitiba –PR: Editora CEFET, 2002.
GOMES, Francisco Carlos. GOMES, Maria Ângela Nascimento. MIRANDA, Adílio
René Almeida. Saúde e segurança no trabalho: um estudo de caso em empresas
do setor de construção civil. Recife: V CMATIC, 2005.
GRANDJEAN, Etienne . Manual de ergonomia: adaptando o trabalho ao homem.
Porto Alegre: Bookman, 2004.
GUIMARÃES, Carla Patrícia. NAVEIRO, Ricardo Manfredi. Revisão dos métodos de
análise ergonômica aplicados ao estudo dos DORT em trabalho manual. Produto e
Produção, [s.l.],v.07, n.1, p.63-75, março 2004.
115
GUIMARÃES, Lia Buarque de Macedo; PORTICH, Paulo. Análise Postural da
Carga de Trabalho nas Centrais de Armação e Carpintaria de um Canteiro de
Obras. Recife: ABERGO, 2002.
GUIMARÃES, Lia Buarque de Macedo et al. Análise Fisiológica e Psicofísica da
carga de trabalho em três centrais de produção em canteiro de obra. Gramado:
ABERGO, 2001.
KEE, D. KARWOWSKI,W. LUBA: an assessment technique for postural loading on
the upper body basead on joint motion discomfort and maximum holding time.
Applied ergonomic, 32,357-66.2001.
HERNIA de disco. Disponível
em:<WWW.http://magnaspine.vila.bol.com.br/que_e_hernia_de_disco.htm>.Acesso
em: 25 mar. 2006.
HISTÓRIA DA CIPA. CIPA FUNDEC. Disponível
em:<http://www.fundec.edu.br/cipa/historiaseg_trab.htm>. Acesso em: 29 fev. 2006.
HUMANICS ERGONOMICS. Disponível em:<www.humanics-es.com>. Acesso em:
19 mar. 2006.
IBGE .Pesquisa anual da Indústria da Construção. Rio de Janeiro, 2003. v.13.
IIDA, Itiro. Ergonomia: projeto e produção. São Paulo: Edgard Blucher, 1998.
KANDEL, et al Principles of Neural Science. Elsevier, 1991.
LANTELME, Elvira Maria Vieira. Proposta de um sistema de indicadores de
qualidade e produtividade para a construção civil. Porto Alegre, 1994.
Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção) Programa de Pós-graduação
em Engenharia Civil da Universidade federal do Rio Grande do sul,
LAKATOS, Eva M.; MARCONI, M.A. Fundamentos de metodologia científica. São
Paulo: Atlas, 1992.
LARROYD, Clerson. Aspectos que interferem na Qualidade do serviço na
situação de trabalho do pedreiro de reboco. Um enfoque ergonômico.
Florianópolis,1997. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção) Programa
116
de Pós-graduação em Engenharia de Produção da Universidade Federal de Santa
Catarina.
LAVILLE, Atoine. Ergonomia. São Paulo: Editora Pedagógica e Universitária Ltda,
1978.
LIMA, Irê Silva. Qualidade de Vida no Trabalho na construção de edificações:
avaliação do nível de satisfação dos operários de empresas de pequeno porte.
Florianópolis, 1995. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção) Programa
de Pós-graduação em Engenharia de Produção da Universidade Federal de Santa
Catarina.
LIMA JÚNIOR, Jófilo Moreira. Considerações sobre o gerenciamento de riscos
na indústria da construção. Saúde e segurança no ambiente de Trabalho
Contextos e Vertentes. Belo Horizonte: PRODAT; Fundacentro; UFSJ; Companhia
Vale do Rio Doce,.2002. Coleção de estudos e Análises v.1.
LIMA JÚNIOR, Jófilo Moreira. Valcárel, Alberto López. Dias, Luis Alves. Segurança
e saúde no trabalho da construção: experiência brasileira e panorama
internacional. Brasília. OIT –Secretaria Internacional do Trabalho.2005.
MACEDO, Lia Buarque de; PORTICH, Paulo, KMITA, Silvério Fonseca; SAURIN,
Tarcisio. Análise fisiológica e psicofísica da carga de trabalho em três centrais
de produção em canteiros de obras. ABERGO, 2001.
MACHADO, Maria Clarice. Análise ergonômica em uma instituição geriátrica :
estudo de caso. Florianópolis, 2005. Dissertação (Mestrado em Engenharia de
Produção) Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção da
Universidade Federal de Santa Catarina.
MAIA, Paulo Alves. O Ruído nas obras da construção civil e os risco de surdez
ocupacional. Campinas – São Paulo, 2001. Dissertação (Mestrado em Engenharia
Civil) Pós-Graduação da Faculdade de Engenharia Civil da Universidade Estadual
de Campinas. Campinas.
MANUAL PARA LA EVALUACION Y PREVENCIÓN DE RIESGOS ERGONÓMICOS
Y PSICOSOCIALES EN LA PYME. – Realizado conjuntamente por el Instituto
Nacional de Seguridad e Higiene em el Trabajo y el Instituto de Biomecánica de
Valencia. Disponible em : <www.mtas.es/insht/practice/ergpsipym.htm>. Acesso em:
08 de agosto 2006.
117
MATTEO, Miguel. BESSA, Vagner de Carvalho. As tendências Atuais da
subcontratação e as Políticas de Formação Profissional no Brasil.
Santiago.2005. disponível em :
<www.eclac.cl/ddpe/noticias/paginas/4/2204/mateo.pdf>. Acessado em: 13 ago.
2006.
MARTINS, Marcelo Gustavo.A inovação tecnológica na produção de edifícios
impulsionada pela indústria de materiais e componentes. São Paulo, 2004.
Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil) Programa de Pós-Graduação em
Engenharia Civil da Escola Politécnica da Universidade de são Paulo..
MEDEIROS, Elisa Girardi .Análise da qualidade de vida no trabalho: um estudo
de caso na área da construção civil. Porto Alegre, 2002. Dissertação (Mestrado em
administração) Pós-Graduação da Faculdade de administração da Universidade
Federal do Rio Grande do Sul.
MELO, Maria Bernadete Vieira de. Sistema de gestão da segurança e saúde no
trabalho em empresas construtoras: análise sob a ótica da cultura organizacional.
Florianópolis, 2001.Tese (Doutorado Engenharia de Produção) Pós-graduação em
Engenharia de Produção da Universidade Federal de Santa Catarina.
MENDES, Orlando. Avaliação do Nível de Exposição aos Fatores de risco.
Disponível em:www.ensino.uevora.pt. acessado em: 01 ago 2006.
MESQUITA, Luciana Sobreira.Gestão da segurança e saúde no trabalho:um
estudo de caso em um empresa construtora. João Pessoa, 1999. Dissertação
(Mestrado em Engenharia de Produção) Programa de Pós-graduação em
Engenharia de Produção da Universidade Federal da Paraíba.
MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO (MTE). Manual de Aplicação da Norma
Regulamentadora. Brasília. n.17, 2002.
MOLITERNO, Antonio. Escoramentos, cimbramentos, fôrmas para concreto e
travessias em estruturas de madeira. São Paulo: Edgard Blücher, 1998.
MONTAÑO, C.E. Microempresa na era da Globalização: uma abordagem crítica.
São Paulo: Cortez,1999.
MORIKAWA, Mauro Satoshi. Materiais alternativos utilizados em fôrmas de
concreto armado. Campinas: Universidade Estadual de Campinas – Faculdade de
118
Engenharia Civil, 2003. Disponível em:<www.cefetsp.br/edu/sinergia/7p4c.html.>
Acesso em: 10 de dez. 2005.
MOVIMIENTO MANUAL DE CARGAS II (INERMAP). Disponível em:
<www.inermap.com/software/cargas.htm>. Acesso em: 2006.
NASCIMENTO, Maria Adelaide Araújo do . O sofrimento do corpo em detrimento
da produção: sobrecargas posturais e capacidade para o trabalho em operários da
construção civil. João Pessoa, 2005. Dissertação (Mestrado em Engenharia de
Produção) Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção da
Universidade Federal da Paraíba.
NIOSH . Disponível em: <www.ergonomia.cl/toolsniosh.html>. Acesso em:15 de
julho 2006.
NOÇÕES SOBRE DORT, LOMBALGIA, FADIGA, ANTROPOMETRIA,
BIOMECÂNICA E CONCEPÇÃO DO POSTO DE TRABALHO. Disponível
em:<www.ceuloseonline.com.br>. Acesso em: 10 ago. 2005.
OIT. Seguridad em la Construccion Manual para Delegados de Obra em
Seguridad y Higiene. Ginebra: Cinterfor,1998.
OIT. Seguridad, salud y Bienestar em lãs Obras em Construcción- Manual de
Capacitación. Ginebra: Oficina Internacional del Trabajo; Cinterfor, 1995.
OLIVEIRA, Fabio. Endireite seu corpo e ponha a coluna nos eixos. Revista saúde
n.275, p. 36-41. Abr/jul, 2006.
OLIVEIRA, Jardelina Granja Menezes de. Uma proposta para aumentar a
eficiência do trabalho na construção civil. Recife, 2004. Dissertação (Mestrado
em Engenharia de Produção) Programa de Pós-Graduação em Engenharia de
Produção da Universidade Federal de Pernambuco.
OLIVEIRA, Maria Marly de. Como fazer pesquisa qualitativa. Recife: Bagaço,
2005.
OLIVEIRA, Regina Márcia Rangel de. A abordagem das lesões por esforço
repetitivo/distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho –LER/DORT no
centro de referência em saúde do trabalhador do Espírito Santo-CRST/ES.
Ministèrio da saúde –Fundação Oswaldo Cruz- Escola Nacional de Saúde Pública –
119
Centro de Estudos de Saúde do Trabalhador e Ecologia Humana. Rio de janeiro,
2001. Dissertação (Mestrado).
PEREIRA, Sérgio Rodovalho. Os subempreiteiros, a tecnologia construtiva e a
gestão dos recursos humanos nos canteiros de obras de edifícios. São Paulo,
2003. Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil) Escola Politécnica da
Universidade de São Paulo.
PEREIRA, Sérgio Rodovalho. Recomendações de Boas Práticas na
subempreitada de serviços de execução em obras civis. Boletim técnico da
escola politécnica da USP. São Paulo, 2004.
PERES, Celeide Pinto Aguiar. Estudo das Sobrecargas Posturais em
fisioterapeutas: Uma abordagem biomecânica ocupacional. Dissertação
(Mestrado) Florianópolis- Santa Catarina, 2002. Universidade Federal do Rio Grande
do Sul.
PICAZO, Antonio Rojas.MIGUEL, Jesús Ladesma de .NTP 629 :Movimientos
Repetitivos : Métodos de evaluación método OCRA: Actualización. Disponible
em: <www.mtas.esp>. Acessado em: 30 jul 2006.
PINHEIRO, Fernanda Amaral,et al. Validação do questionário nórdico de sintomas
osteomusculares como medida de morbidade. Revista saúde pública 2002; n.36,
ano 3, p.307:12. Disponível em: www.fsp.usp.br/rsp. Acessado em :10 ago de 2006.
PORTICH, Paulo. Análise integrada da carga física de trabalho para a
prevenção da fadiga. Porto Alegre, 2001. Dissertação (Mestrado em Engenharia de
Produção) Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção da
Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
POSSIBOM, Walter Luiz Pacheco. NRs 7,9 e17 PCMSO-PPRA-ERGONOMIA;
métodos para elaboração dos programas. São Paulo: LTR, 2001.
POSTURE EVALUATION TOOLS. Disponível em:<www.humanics-es.com>. Acesso
em: 19 mar. 2006.
RAMOS, David Fernando. Estudo comparativo das condições de trabalho de
costura em pequena, média e grandes empresas do setor têxtil: situação da
costura reta. Florianópolis, 2002. Dissertação (Mestrado em Engenharia de
Produção) Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção da
Universidade Federal de Santa Catarina.
120
RAMOS, José de Arimatéia . Análise ergonômica no posto de trabalho do
carpinteiro de obras de edificações verticais: estudo de caso. João Pessoa,
2003. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção) Programa de Pós-
Graduação em Engenharia de Produção da Universidade Federal da Paraíba.
RASIA, Denise. Quando a dor é do dentista! Custo humano do trabalho de
endodontistas e indicadores de DORT. Brasília, 2004. Dissertação (Mestrado em
Psicologia do trabalho) Universidade de Brasília (UNB).
REBA. Rapid entire body assessment, método de análisis de posturas de
version perfeccionada del RULA. Disponível em:<www.ergonomia.cl>. Acesso em:
19 mar. 2006.
RECOMENDAÇÕES PARA A PRODUÇÃO DE ESTRUTURAS DE CONCRETO
ARMADO EM EDIFÍCIOS PROJETO EPUSP/SENAI. Responsáveis: Mercia Maria S.
Bottura de BarrosSilvio Burrattino Melhado São Paulo1998. Disponível
em:<http://publicacoes.pcc.usp.br/PDF/TT04.pdf.> Acesso em: 19 jul. 2005.
REVISTA PROTEÇÃO,Jul nº 175, ano XIX, p.32-52, 2006.
REVISTA TÉCNHE, set/out. n. 30, p.16-21, 1997.
REZENDE, Ana Paula de Aguiar Teixeira. Avaliação ergonômica do posto de
trabalho de embaladeiras numa indústria têxtil : reduzindo os custos humanos
posturais. Recife,2002. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção)
Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção da Universidade Federal
de Pernambuco.
RIPPER, Ernesto. Como Evitar Erros na Construção. 3ª. ed. São Paulo: PINI,
2001.
RODRIGUES, Alessandra Cordeiro. Aspectos da ergonomia que contribuem na
prevenção das LER/DORT num setor da indústria cerâmica: um estudo de
caso. Florianópolis, 2003. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção)
Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção da Universidade Federal
de Santa Catarina.
RODRIGUES, Celso. HST 1. João Pessoa: PPGEP/UFPB, 2001. Apostila.
121
ROSA, D.P.; FERREIRA, D.B.; BACHION, M.M – Distúrbios osteomusculares
relacionados ao trabalho: situação na construção civil em Goiânia. Revista
Eletrônica de enfermagem. Goiânia, v.2, n.1, jan/jun 2000. Disponível:
<www.fen.ufg.br/revista>. Acesso em: 20 ago. 2005.
ROUSSELET, Edison da Silva; Falcão César. A Segurança na obra: manual
técnico de segurança do trabalho em edificações prediais. Rio de Janeiro:
Interciência, 2000.
RUDIO, Franz Victor. Introdução ao projeto de pesquisa científica. Petrópolis:
Vozes, 2004.
RULA. Rapid upper limb assessment. Disponível em:<www.ergonomia.cl>. Acesso
em: 19 mar. 2006.
RUSCHEL, Rony. Curso básico de concreto. São Paulo: G.Lisboa Livros, 1998.
SALEM, Diná aparecida Rossignolli; SALEM, Luciano Rossignolli. Acidentes do
trabalho. São Paulo: Thomson/IOB.2005.
SALIBA, Tufi Messias; CORRÊA, Márcia Angelim C.; AMARAL, Lênio Sérvio; RIANI,
Rubesmidt Ramos. Higiene do trabalho e programa de prevenção de riscos
ambientais. São Paulo:LTR, 1998.
SALIM, Celso Amorim. Perfil dos acidentes de trabalho na indústria da
construção do Brasil no período 1997-2003: uma análise comparativa. Recife: V
CMATIC. 2005.
SAGALA, Miguel Diez de Ulzurrum et al. Transtornos músculo-esqueléticos de
origem laboral. Gobierno de Navarra. Instituto de Salud laboral .Departamiento
de Salud. 2002. Disponível em : <www.cfnavarra.es>. Acessado em: 30 jul 2006.
SANTOS, Carlos Mauricio Duque. Ergonomia, qualidade e segurança do
trabalho: estratégia competitiva para produtividade da empresa. Disponível
em:<www.dca.com.br/artigostecnicos>. Acesso: 15 out. 2005.
SANTOS, Eduardo Ferro do. Avaliação de um programa de ergonomia
desenvolvido pelos preceitos da Norma OHSAS 18001. Itajubá, 2003.
Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção) Programa de Pós-Graduação
em Engenharia de Produção da Universidade Federal de Itajubá.
122
SANTOS, Neri dos; FIALHO, Francisco. Manual de análise ergonômica no
trabalho. Curitiba: Genesis, 1995.
SANTOS, Vilma Maria Villarouco. Florianópolis, 2001. Tese (Doutourado em
Engenharia de Produção) Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção
da Universidade Federal de Santa Catarina.
SAURIM, Tarcísio Abreu et al. Diagnóstico ergonômico da movimentação de
andaimes suspensos mecânicos. Disponível em:
<www.antac.org.br/ambientconstruido/pdf/revista/artigos/doc119’>. Acesso em:
2006.
SENAI. Estudo setorial da construção civil: Características estruturais do setor.
Rio de Janeiro. 1995.
SEVERIANO FILHO, Cosmo. Apostila de Metodologia de pesquisa-módulo
instrumental (orientada à elaboração do projeto de pesquisa). UFPB .João Pessoa,
2004.
SINDUSCON/PE. Campanha de prevenção de acidentes do trabalho na
construção civil no estado de Pernambuco 1998. Recife:.SEBRAE/PE, 1998.
SINDUSCON/PE. Campanha de prevenção de acidentes do trabalho na
construção civil no estado de Pernambuco 2003. Recife: SEBRAE/PE, 2003.
SINDUSCON/PE. Campanha de prevenção de acidentes do trabalho na
construção civil no estado de Pernambuco 2004. Recife: SEBRAE/PE,.2004.
SILVA, Cláudio Roberto de Carvalho. Constrangimentos Posturais em
ergonomia. Uma análise da atividade do endodontista a partir de dois métodos de
avaliação. Florianópolis, 2001. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção)
Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção da Universidade Federal
de Santa Catarina.
SILVA, Cristina Colaço da . Concepção ergonômica dos espaços e postos de
trabalho : estudo de caso dos caixas bancários. São Paulo ,1998. Dissertação
(Mestrado) Universidade de são Paulo -USP .
123
SILVA, Fred Borges da, et al. Mudanças conjunturais e desverticalização na
indústria da construção de edifícios. Disponível em:
www.eesc.usp.br/sap/docentes. Acessado em 10 agosto 2006.
SILVA NETO. R : FARIAS FILHO J.R. Reestruturação Industrial no Brasil e o
Impacto no Emprego e na Produtividade. In : Encontro Nacional de Engenharia de
Produção(ENEGEP).Rio de Janeiro. Anais. Rio de Janeiro/RJ.ENEGEP.1999.
SILVA, Itamar Ferreira da .Análise ergonômica do trabalho de servente de
pedreiro na atividade de movimentação dos materiais de construção em
canteiros de obra. João Pessoa, 2004. Dissertação (Mestrado em Engenharia de
Produção) Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção da
Universidade Federal da Paraíba.
SOUSA, Ulisses Freitas de .Proposta de sistema de planejamento e controle da
fiscalização de segurança e saúde no trabalho na construção de edifícios. João
Pessoa, 1997. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção) Programa de
Pós-Graduação em Engenharia de Produção da Universidade Federal da Paraíba.
TECHINICAL NOTE RAPID ENTIRE BODY ASSESSMENT (REBA). Applied
Ergonomics 31 (2000) 201-205.
ULZURRUN, Miguel Díez de, et al. Transtornos Músculo-esquelético de origem
laboral – Gobierno de Navarra – Documentación Básica. Disponível em:
<www.cfnavarra.es>. Acesso em: 2006
VERA, Pedro. Ergonomia del trabajo. Actividades del instituto de biomecância
de Valencia Espana. Disponível em : <www.conall.org.mx>. Acessado em: 01 ago
2006.
VÉRAS, Telésforo Martins. Avaliação econômica da intervenção ergonômica.
Florianópolis, 2005. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção) Programa
de Pós-Graduação em Engenharia de Produção da Universidade Federal de Santa
Catarina.
VERGARA, Lizandra Garcia Lupe. LUNELLI, Lúcia. ARANTES, Wagner. Análise De
DORT na Instalação de Forros Térmicos através da Análise Ergonômica do
Trabalho. In: ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO-
ENEGEP, 23, 2003, Ouro Preto-Minas Gerais. Anais... Minas Gerais, 2003.
124
VILLAR, Rose Marie Siqueira. Produção do conhecimento em ergonomia na
enfermagem. Florianópolis, 2002. Dissertação (Mestrado em Engenharia de
Produção) Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção da
Universidade Federal de Santa Catarina.
WISNER, Alain. A inteligência no trabalho. São Paulo. FUNDACENTRO,2003.
YAZIGI, Walid. A técnica de edificar. São Paulo: PINI – SINDUSCON-SP, 1997.
YAZIGI, Walid. A técnica de edificar. São Paulo: PINI – SINDUSCON-SP, 2004.
125
APÊNDICE A – Questionário de pesquisa
1. DADOS PESSOAIS
NOME
IDADE
ESTADO CIVIL
FILHOS
ALTURA
PESO
FUNÇÃO
LOCAL DE NASCIMENTO
2. INFORMAÇÕES GERAIS
a) Como está a sua saúde?
( ) OTIMA
( ) BOA
( ) MÉDIO
( ) RUIM
b) Você sente dores no corpo ?
( ) DIARIAMENTE
( ) FREQUENTEMENTE
( ) RARAMENTE
( ) NUNCA
c) No ano passado você se ausentou por motivos de doença ?
( ) NUNCA
( ) MENOS DE 15 DIAS
( ) MAIS DE 15 DIAS
( ) MAIS DE UM MÊS
d) Você tem problemas de coluna?
( ) SIM
( ) NÃO
( ) NÃO SEI
126
APÊNDICE B – Termo de consentimento livre e esclarecido
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
CENTRO DE TECNOLOGIA
Título do Projeto: “ESTUDO ERGONÔMICO NA CONFECÇÃO DE FÔRMAS NA
INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO CIVIL - UM ESTUDO DE CASO”
Pesquisadora responsável: Renata Barbosa Damásio
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Prezado Senhor
O objetivo deste estudo é a identificação de posturas inadequadas dos profissionais que
trabalham com carpintaria, durante a confecção de fôrmas. Nesse trabalho, serão
observados apenas os profissionais de carpintaria. As fotos do posto de trabalho serão
obtidas durante a jornada e no local de trabalho dos participantes, e as entrevistas serão
feitas durante o intervalo da jornada, na parte da manhã. É descartado qualquer tipo de risco
envolvendo a sua participação neste estudo, em qualquer condição Esclareço ainda que
será garantido o sigilo do nome dos participantes da pesquisa. Informo que a sua
participação é voluntária e que não será prejudicado de forma nenhuma caso não queira
participar do estudo, sendo também garantido ao participante o direito de desistir da
pesquisa, em qualquer tempo, sem que essa decisão o prejudique. Os participantes não
receberão nenhuma gratificação financeira, tampouco não terão qualquer tipo de despesa.
Caso a pesquisa seja alterada, ou houver qualquer mudança na natureza do estudo ou nos
procedimentos, você será informado.
Esperando contar com o seu apoio, desde já agradeço a sua colaboração.
127
AUTORIZAÇÃO
Após ter sido informado sobre a finalidade da pesquisa “ESTUDO ERGONÔMICO NA
CONFECÇÃO DE FÔRMAS NA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO CIVIL- UM ESTUDO DE
CASO”, AUTORIZO a realização do exame:, e afirmo estou participando deste estudo de
livre e espontânea vontade, não tendo sido forçado ou coagido na minha participação.
Recebi uma cópia deste formulário de consentimento.
___________________________________________
(Assinatura do participante da pesquisa)
_____________________________________________
(Assinatura da testemunha em caso de analfabeto)
________________________________________
(Assinatura do Pesquisador(a) Responsável)
Em ______ de ___________________ de 200_______
Obs: Adaptação do modelo cedido pelo Centro de Ciências da Saúde da
Universidade Federal da Paraíba.
Espaço para
impressão
dactiloscópica
128
ANEXO A – CUESTIONARIO DE OBSERVACIÓN e-LEST (e-DPI)
Datos del puesto
Empresa:
Nombre del puesto:
Departamento:
Nº de puestos
similares:
Fecha:
Hora:
Descripción del
puesto:
Observaciones:
129
1 Carga física
1.1 CARGA ESTÁTICA
Indicar en la siguiente tabla las posturas más frecuentemente adoptadas por el
trabajador así como su duración:
Postura
Duración
(min.)
Frecuencia
(veces/hora)
Duración
total
(minutos/hora)
Sentado:
Normal
Inclinado
Con los brazos por
encima de los
hombros
De pie:
Normal
Con los brazos en
extensión frontal
Con los brazos por
encima de los
hombros
Con inclinación
Muy inclinado
Arrodillado
Normal
Inclinado
Con los brazos por
encima de los
hombros
Tumbado
Con los brazos por
encima de los
hombros
Agachado
Normal
Con los brazos por
encima de los
hombros
130
1.2 CARGA DÍNAMICA
1.2.1 Esfuerzo realizado en el puesto
El esfuerzo realizado en el puesto de trabajo es:
Continuo
1
Breve pero repetido
2
(1) Si el esfuerzo es continuo
Duración total del esfuerzo en minutos por hora
<5'
5' a <10'
10' a <20'
20' a <35'
35' a <50'
>=50'
(2) Si los esfuerzos son breves pero repetidos
Veces por hora que se realiza el esfuerzo
<30
30 a 59
60 a 119
120 a 209
210 a 299
>=300
Peso en Kg. de la carga que provoca el esfuerzo.
<1
1 a <2
2 a <5
5 a <8
8 a <12
12 a <20
>=20
131
1.2.2 Esfuerzo de aprovisionamiento (esfuerzo realizado por el trabajador para,
por ejemplo, alimentar la máquina con materiales)
Distancia recorrida con el peso en metros:
<1
1 a <3
>=3
Frecuencia por hora del transporte
<10
10 a <30
30 a <60
60 a <120
120 a <210
210 a <300
>=300
Peso transportado en Kg.
<1
1 a <2
2 a <5
5 a <8
8 a <12
12 a <20
>=20
2 Entorno físico
2.1 AMBIENTE TÉRMICO
Si durante la jornada el trabajador está sometido a diferentes ambientes
térmicos, se calculará la puntuación de cada situación de forma independiente
y se escogerá la más desfavorable.
Velocidad del aire en el puesto de trabajo (m/s)
132
Temperatura del aire (ºC)
Seca
Húmeda
Duración de la exposición diaria a estas condiciones
< 30'
30' a < 1 h 30'
1 h 30' a < 2 h 30'
2 h 30' a < 4
4 h a < 5 h 30'
5 h 30' a < 7 h
>= 7 h
Veces que el trabajador sufre variaciones de temperatura en la jornada
25 o menos
más de 25
2.2 RUIDO
El nivel sonoro a lo largo de la jornada es
(Indicar si el trabajador está sometido siempre a un mismo nivel sonoro, o si varía a lo largo de la jornada)
Constante
3
Variable
4
El nivel de atención requerido por la tarea es
El NIVEL DE ATENCIÓN depende de la precisión de la tarea, de la necesidad de
captar ciertas informaciones de caracter visual, táctil o sonoro y de los
requerimientos propios de las tareas de vigilancia. Un mayor número de
informaciones a percibir, una mayor necesidad de precisión en la tarea (piezas
pequeñas o exactitud en la manipulación) o la dificultad en percibir posibles defectos
supondrán un mayor requerimiento de atención.
En un mismo puesto de trabajo el nivel de atención puede variar; en ese caso se
escogerá el más elevado
Débil
Medio
Elevado
Muy elevado
Este dato se solicita también en la variable "Atención" de la dimensión "CARGA
MENTAL", el valor introducido debe ser el mismo en ambos casos.
133
Número de ruidos impulsivos a los que está sometido el trabajador
Ruidos IMPULSIVOS son aquellos de duración inferior a 1 segundo y de intensidad
sonora mayor o igual a 85 dB(A) (martilleos, explosiones...)
menos de 15 al día
15 o más al día
(3) Si el nivel sonoro a lo largo de la jornada es constante
Nivel de intensidad sonora en decibelios
<60
60 a 69
70 a 74
75 a 79
80 a 82
83 a 84
85 a 86
87 a 89
90 a 94
95 a 99
100 a 104
>105
(4) Si el nivel sonoro a lo largo de la jornada es variable
Duración de la exposición en horas por semana y niveles de
intensidad sonora diferentes en decibelios
Duración (horas por
semana)
Intensidad
(dB)
134
2.3 AMBIENTE LUMINOSO
El nivel de iluminación en el puesto de trabajo en lux es de
<30
30 a <50
50 a <80
80 a <200
200 a <350
350 a <600
600 a <900
900 a <1500
1500 a <3000
>=3000
El nivel (medio) de iluminación general del taller en lux es de
El nivel de contraste en el puesto de trabajo es
*
Elevado (ej. Negro sobre fondo
blanco)
Medio
Débil (ej. Trabajos de costura)
*Contraste es la diferencia entre la luminancia de los objetos a observar y el
fondo
El nivel de percepción requerido en la tarea es
General (lugares de paso, manipulación de productos a
granel...)
Basto (montaje de grandes piezas, recuento de stocks...)
Moderado (Montaje de piezas pequeñas, lectura,
escritura...)
Bastante fino (Montaje de piezas pequeñas...)
Muy fino (trabajos de verificación, lectura de
instrumentos...)
Extremadamente fino (trabajos de alta precisión)
Se trabaja con luz artificial
Permanente
No permanente
Existen deslumbramientos
No
135
2.4 VIBRACIONES
En caso de no existir exposición a vibraciones introduzca los valores menores (<2h;
Poco molestas)
Duración diaria de exposición a las vibraciones
< 2 h
2 a < 4 h
4 a <6 h
6 a <7 h 30'
>= 7 h 30'
El carácter de las vibraciones es
Poco molestas
Molestas
Muy molestas
3 Carga mental
El trabajo es
Repetitivo
5
No repetitivo
6
3.1 PRESIÓN DE TIEMPOS
Tiempo en alcanzar el ritmo normal de trabajo cuando inicia una nueva tarea
<=1/2 hora
>1/2 hora <=1
día
2 días a <=1
sem.
<1 sem a <=1
mes
> 1 mes
Nunca
Modo de remuneración del trabajador
Salario fijo
Salario a rendimiento con prima colectiva (salario en
función del rendimiento colectivo)
Salario a rendimiento con prima individual (salario en
función del rendimiento individual)
136
El trabajador puede realizar pausas (sin contar las reglamentarias del bocadillo o
la comida)
Más de una en media jornada
Una en media jornada
Sin pausas
El trabajo es en cadena
TRABAJO EN CADENA: El trabajador dispone de un tiempo determinado para
realizar la tarea causando perturbaciones los retrasos. Las piezas se le presentan al
trabajador de forma cronometrada.
TRABAJO NO EN CADENA: El trabajador no depende del ritmo de la cadena. El
tiempo de proceso no está estrictamente fijado.
Sí en cadena
No en cadena
Si se producen retrasos en la tarea estos deben recuperarse
No
Durante las pausas
Durante el trabajo
(5) Si el trabajo es repetitivo
En caso de incidente puede el trabajador parar la máquina o
la cadena
No, debe actuar de forma rápida
sin detener la máquina
El trabajador tiene posibilidad de ausentarse
momentáneamente de su puesto de trabajo fuera de las
pausas previstas
7
No
Este dato se solicita también en la variable "Comunicación con los demás
trabajadores" de la dimensión "ASPECTOS PSICOSOCIALES", los valores
introducidos deben coincidir.
(7) Si el trabajador tiene posibilidad de ausentarse
Tiene necesidad de hacerse reemplazar por otro
trabajador
137
No
8
( 8) Si no tiene necesidad de hacerse reemplazar
Su ausencia provocaría...
Sin consecuencias en la
producción
Riesgo de atrasos
3.2 ATENCIÓN
El nivel de atención requerido por la tarea es
El NIVEL DE ATENCIÓN depende de la precisión de la tarea, de la necesidad de
captar ciertas informaciones de caracter visual, táctil o sonoro y de los
requerimientos propios de las tareas de vigilancia. Un mayor número de
informaciones a percibir, una mayor necesidad de precisión en la tarea (piezas
pequeñas o exactitud en la manipulación) o la dificultad en percibir posibles defectos
supondrán un mayor requerimiento de atención.
En un mismo puesto de trabajo el nivel de atención puede variar; en ese caso se
escogerá el más elevado
Débil
Medio
Elevado
Muy elevado
Este dato se solicita también en la variable "Ruido" de la dimensión "ENTORNO
FÍSICO", el valor introducido debe ser el mismo en ambos casos.
El nivel de atención reseñado debe ser mantenido (en minutos por cada hora)
<10 min
10 a <20 min
20 a <40 min
>=40 min
La importancia de los riesgos que puede acarrear la falta de atención es
Accidentes ligeros (provocan una parada de 24 horas o
menos)
Accidentes serios (provocan incapacidad temporal del
trabajador)
Accidentes graves (provocan incapacidad permanente o
muerte)
138
La frecuencia con que el trabajador sufre estos riesgos es
Rara (menos de una vez a la jornada)
Intermitente (en ciertas actividades del trabajador)
Permanente
La posibilidad técnica de hablar en el puesto es
Ninguna
Intercambio de palabras
Amplias posibilidades
NINGUNA: El aislamiento, el ruido o la necesidad de atención impiden totalmente
hablar.
INTERCAMBIO DE PALABRAS: Existe la posibilidad de hablar, pero no mantener
conversaciones seguidas.
AMPLIAS POSIBILIDADES: No existen impedimentos técnicos para hablar.
'Este dato se solicita también en la variable "Comunicación con los demás
trabajadores" de la dimensión "ASPECTOS PSICOSOCIALES", los valores
consignados deben coincidir.
El tiempo que puede el trabajador apartar la vista del trabajo por cada hora dado
el nivel de atención requerido es
>=15 min
10 a <15 min
5 a <10 min
<5 min
(6) Si el trabajo no es repetitivo
El número de máquinas a las que debe atender el trabajador es
1, 2 ó 3
4, 5 ó 6
7, 8 ó 9
10, 11 ó 12
más de 12
El número medio de señales por máquina y hora es (señal es
cualquier información que requiera la intervención del
trabajador, visual, sonora o táctil)
0 a 3
4 a 5
6 o más
139
Intervenciones diferentes que el trabajador debe realizar
de 1 a 2
de 3 a 5
de 6 a 8
de 9 a 10
10 o más
Duración total del conjunto de las intervenciones por hora
< 15'
de 15' a < de 30'
de 30' a < de 45'
de 45' a < de 55'
>= 55'
3.3 COMPLEJIDAD
(5) Si el trabajo es repetitivo
Duración media de cada operación repetida
<2''
de 2'' a < de 4''
de 4'' a < de 8''
de 8'' a < de 16''
>= 16''
Duración media de cada ciclo
<8''
de 8'' a < de 30''
de 30'' a < de 60''
de 1' a < de 3'
de 3' a < de 5'
de 5' a < de 7'
>= 7'
140
4 Aspectos psicosociales
4.1 INICIATIVA
El trabajador puede modificar el orden de las operaciones que realiza
Indique si el trabajador puede organizar su trabajo alterando el orden en que realiza
las operaciones.
No
El trabajador puede controlar el ritmo de las operaciones que realiza
Indique si el ritmo de trabajo depende enteramente del ritmo de la cadena o
máquina, o si el trabajador puede adelantarse o detenerse en una cadencia de su
tarea.
Ritmo enteramente dependiente de la cadena o de la
máquina
Posibilidad de adelantarse
9
(9) Si el trabajador puede controlar el ritmo de las operaciones que
realiza
Puede adelantarse
Indique cuanto puede adelantarse de media por cada hora de trabajo,
aprovechando ese tiempo para descansar sin perturbar la producción.
< 2 min/hora
2 a <4 min/hora
4 a <7 min/hora
7 a <10 min/hora
10 a <15 min/hora
>= 15 min/hora
El trabajador controla las piezas que realiza
No
El trabajador realiza retoques eventuales
Indique si el trabajador puede corregir él mismo errores o imperfecciones.
No
141
Definición de la norma de calidad del producto fabricado
Muy estricta, definida por servicio especializado
Con márgenes de tolerancia explícitos
Influencia positiva del trabajador en la calidad del producto
Ninguna
Débil, el sistema técnico controla la calidad, sólo puede reglar
mejor las máquinas
Sensible: importa la habilidad y experiencia del trabajador
Casi total
Posibilidad de cometer errores
Total imposibilidad
Posibles, pero sin repercusión anterior o posterior
Posibles con repercusión media
Posibles con repercusión importante (producto irrecuperable)
En caso de producirse un incidente debe intervenir
En caso de incidente menor: el propio trabajador
En caso de incidente menor: otra persona
Tanto en caso de incidente importante como menor: el
trabajador
La regulación de la máquina la realiza
El trabajador
Otra persona
4.2 COMUNICACIÓN CON LOS DEMÁS TRABAJADORES
El número de personas visibles por el trabajador en un radio de 6 metros es
El trabajador puede ausentarse de su trabajo
Indique si el trabajador puede ausentarse momentáneamente de su puesto de
trabajo fuera de las pausas previstas.
142
Este dato se solicita también en la variable "Presión de tiempos" de la dimensión
"CARGA MENTAL”, los valores introducidos deben coincidir.
No
El reglamento estipula sobre el derecho a hablar
Prohibición práctica de hablar
Tolerancia de algunas palabras
Ninguna restricción
Posibilidad técnica de hablar en el puesto
Este dato se solicita también en la variable "Atención" de la dimensión "CARGA
MENTAL”, los valores introducidos deben coincidir.
NINGUNA: El aislamiento, el ruido o la necesidad de atención impiden totalmente
hablar.
INTERCAMBIO DE PALABRAS: Existe la posibilidad de hablar, pero no mantener
conversaciones seguidas.
AMPLIAS POSIBILIDADES: No existen impedimentos técnicos para hablar.
Ninguna
Intercambio de palabras
Amplias posibilidades
Necesidad de hablar en el puesto
Indique si por la naturaleza de la tarea se requieren intercambios verbales con otros
puestos:
NINGUNA NECESIDAD: La tarea no requiere intercambios verbales con otros
puestos.
INTERCAMBIOS POCO FRECUENTES: La tarea requiere intercambios verbales
esporádicamente.
INTERCAMBIOS FRECUENTES: Se requieren frecuentes intercambios verbales con
otros puestos.
Ninguna necesidad de intercambios verbales
Necesidad de intercambios verbales poco
frecuentes
Necesidad de intercambios verbales frecuentes
143
Existe expresión obrera organizada
No hay delegado en el sector al que pertenece el
trabajador
Un delegado poco activo o representativo
Varios delegados medianamente activos
Varios delegados muy activos
4.3 RELACIÓN CON EL MANDO
Frecuencia de las consignas recibidas del mando en la jornada
Muchas y variables consignas del mando. Relación frecuente
con el mando
Consignas al comienzo de la jornada y a petición del trabajador
No hay consignas de trabajo
Amplitud de encuadramiento en primera línea (número de trabajadores
dependientes de cada responsable en el primer nivel de mando)
<10
Entre 11 y 20
Entre 21 y 40
>40
Intensidad del control jerárquico: alejamiento temporal y/o físico del mando
Gran proximidad
Alejamiento mediano o grande
Ausencia del mando durante mucho tiempo
Dependencia de puestos de categoría superior no jerárquica: controladores,
mantenimiento, ajustadores...
Dependencia de varios puestos
Dependencia de un solo puesto
Puesto independiente
4.4 STATUS SOCIAL
Duración del aprendizaje del trabajador para el puesto
<1 h
<1 día
2 a 6 días
7 a 14 días
15 a 30 días
1 a 3 meses
>= 3 meses
144
Formación general del trabajador requerida
Tiempo de aprendizaje requiere el trabajador para ocupar el puesto que ocupa.
Se trata del tiempo formación específica para el puesto en concreto, sin considerar
la formación general anterior que el trabajador pueda tener.
Ninguna
Saber leer y escribir
Formación en la empresa (menos de 3 meses)
Formación en la empresa (más de 3 meses)
Formación Profesional o Bachillerato
5 Tiempos de trabajo
5.1 CANTIDAD Y ORGANIZACIÓN DEL TIEMPO DE TRABAJO
Duración semanal en horas del tiempo de trabajo
35 a <41
41 a <44
44 a <46
>=46
Tipo de horario del trabajador
Normal
2 X 8 (dos turnos de 8
horas)
3 X 8 (tres turnos de 8
horas)
Non-stop
Con relación a las horas extraordinarias el trabajador tiene
En caso de no existir seleccione la opción "Posibilidad total de rechazo”.
Imposibilidad de rechazo
Posibilidad parcial de
rechazo
Posibilidad total de
rechazo
Los retrasos horarios son
Imposibles
Poco tolerados
Tolerados
145
Con relación a las pausas
Imposible fijar duración y tiempo de las
pausas
Posible fijar el momento
Posible fijar momento y duración
Con relación a la hora de finalizar la jornada
Posibilidad de cesar el trabajo sólo a la hora prevista
Posibilidad de acabar antes el trabajo pero obligado permanecer
en el puesto
Posibilidad de acabar antes y abandonar el lugar de
trabajo
Con relación al tiempo de descanso
Imposible tomar descanso en caso de incidente en
otro puesto
Tiempo de descanso de media hora o menor
Tiempo de descanso de más de media hora
146
ANEXO B – Diagrama e escores dos segmentos corporais definidos
pelo (REBA)
147
ANEXO C – Tabela de escores para avaliação das posturas
observadas pela técnica (REBA)
148
ANEXO D – Esquema da soma entre os escores referentes a cada
segmento corporal avaliadao, para a obtenção do
escore final REBA e tabela de categorias de ações
149
ANEXO E – Onde o seu corpo dói
Livros Grátis
( http://www.livrosgratis.com.br )
Milhares de Livros para Download:
Baixar livros de Administração
Baixar livros de Agronomia
Baixar livros de Arquitetura
Baixar livros de Artes
Baixar livros de Astronomia
Baixar livros de Biologia Geral
Baixar livros de Ciência da Computação
Baixar livros de Ciência da Informação
Baixar livros de Ciência Política
Baixar livros de Ciências da Saúde
Baixar livros de Comunicação
Baixar livros do Conselho Nacional de Educação - CNE
Baixar livros de Defesa civil
Baixar livros de Direito
Baixar livros de Direitos humanos
Baixar livros de Economia
Baixar livros de Economia Doméstica
Baixar livros de Educação
Baixar livros de Educação - Trânsito
Baixar livros de Educação Física
Baixar livros de Engenharia Aeroespacial
Baixar livros de Farmácia
Baixar livros de Filosofia
Baixar livros de Física
Baixar livros de Geociências
Baixar livros de Geografia
Baixar livros de História
Baixar livros de Línguas
Baixar livros de Literatura
Baixar livros de Literatura de Cordel
Baixar livros de Literatura Infantil
Baixar livros de Matemática
Baixar livros de Medicina
Baixar livros de Medicina Veterinária
Baixar livros de Meio Ambiente
Baixar livros de Meteorologia
Baixar Monografias e TCC
Baixar livros Multidisciplinar
Baixar livros de Música
Baixar livros de Psicologia
Baixar livros de Química
Baixar livros de Saúde Coletiva
Baixar livros de Serviço Social
Baixar livros de Sociologia
Baixar livros de Teologia
Baixar livros de Trabalho
Baixar livros de Turismo