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Para tanto precisamos de uma proposta que articule os fundamentos da ciência e isto é
inegociável. Propostas que articulem com a vida real, que traga significados para os alunos,
que lhes permita compreender melhor o mundo deles, mas que, acima de tudo, traga os
fundamentos da ciência, que trabalhem o conhecimento. Isto é escola clássica, diferente da
tradicional. Comprometida com a ciência, com a ética, com a cultura, com a tecnologia, e
ainda o conhecimento trabalhado com uma metodologia adequada. Aí está mais um desafio.
O que, como, quando e por que ensinar este ou aquele conteúdo, são questões
relevantes que precisam ser constantemente discutidas e reavaliadas pelo professor envolvido
com o processo de ensino e aprendizagem. Esta tarefa precisa fazer parte da dinâmica
curricular da escola, pois, conforme Marques (2000), o conteúdo trabalhado só tem sentido
quando inserido no universo de quem ensina e de quem aprende.
Muitas vezes, recortamos um conteúdo, ensinamos a parte e não (re) inserirmos a
parte no todo. Por este motivo, muitas vezes ouvimos dos alunos para que isto serve, no que
vai usar. É esse movimento permanente do todo às partes e destas ao todo que vai dando a ele
a possibilidade de uma leitura diferenciada das coisas.
Portanto, um professor que trabalhe mediando e que tenha clareza que trabalhar com
educação, hoje, na perspectiva ética, implica em ter competência científica e ética, mas
principalmente compromisso político e ético. Precisamos entender que nós professores,
enquanto mediadores, não somos profissionais como outro qualquer. Fizemos parte de uma
escola que pode proporcionar ao aluno as ferramentas e, conseqüentemente, o direito de
sonhar e conquistar uma vida melhor.
De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais,
A prática escolar distingue-se de outras práticas educativas, como as que acontecem
na família, no trabalho, na mídia, no lazer e nas demais formas de convívio social,
por constituir-se uma ação intencional, sistemática, planejada e continuada para
crianças e jovens durante um período contínuo e extenso de tempo. A escola, ao
tomar para si o objetivo de formar cidadãos capazes de atuar com competência e
dignidade na sociedade, buscará eleger, como objeto de ensino, conteúdos que
estejam em consonância com as questões sociais que marcam cada momento
histórico, cuja aprendizagem e assimilação são as consideradas essenciais para que
os alunos possam exercer seus direitos e deveres. Para tanto ainda é necessário que a
instituição escolar garanta um conjunto de práticas planejadas com o propósito de
contribuir para que os alunos se apropriem dos conteúdos de maneira crítica e
construtiva. A escola, por ser uma instituição social com propósito explicitamente
educativo, tem o compromisso de intervir efetivamente para promover o
desenvolvimento e a socialização de seus alunos (1997, vol. 1, p. 45).
Muitos retornam por necessidade de trabalho, ou então devido à exigência do mercado
de trabalho. O município de Panambi assumiu uma função, que não seria responsabilidade